Última atualização dessa parte: 30/05/2019

Capítulo 09

You can change your style
You can change your jeans
You can learn to fly
You can chase your dreams
You can laugh and cry
But everybody knows
You'll always find your way back home
Your best friends, your little hometown
Are waiting up, wherever you go now

(Você pode mudar seu estilo
Você pode mudar seus jeans
Você pode aprender a voar
Você pode perseguir seus sonhos
Você pode rir e chorar
Mas todo mundo sabe
Você sempre encontrará o caminho de volta para casa
Seus melhores amigos, sua cidade natal
Estarão esperando, não importa onde você vá.)


Hannah Montana, You'll Always Find Your Way Back Home


- Para, Leslie! – Gritei para a cadela de três meses e tentei firmar os pés do chão e as mãos na coleira. – Você é pequena, aja como uma cadela de três meses, por favor! – Gritei e ela parou, olhando para meu rosto. – Para! – Falei e continuei andando pela calçada da rua da casa de Chris, com Leslie andando um pouco mais devagar mas ainda puxando, sabia aonde íamos. – Pronto, sua chata! – Falei na porta da casa de Chris em Boston e, em dois segundos, o portão foi destravado para eu passar pelas portas da casa de Chris, sentindo Leslie puxar de novo. – Ah, para! – Eu me agachei e soltei a coleira de Leslie, que começou a correr pela casa, passando da sala para a cozinha, da cozinha para o quintal e voltando para a sala de novo enquanto eu só observava. – Ei, sua boba! – Falei olhando para ela, que parou. – Ele está lá em cima. – Apontei para cima e, como se me entendesse, ela veio saltitante até mim.
Eu a peguei no colo, subindo as escadas da casa de Chris. Passando o portãozinho que ele havia instalado no andar de cima, eu coloquei Leslie no chão novamente, que voltou a correr.
Suspirei e andei pelo segundo andar da casa dele, ouvindo os saltos da minha bota de cano alto baterem contra o piso de madeira até que parei na porta de seu quarto, onde uma mala estava na cama, junto com vários casacos e camisetas de frio espalhados pela mesma. Leslie já tinha encontrado Chris e ele acariciava sua cabeça com uma mão e a segurava com a outra.
- Ela sabe que a gente vai viajar? – Perguntei a ele, que ergueu o rosto para mim. – Ela está impossível hoje. – Falei, tirando a mochila das minhas costas e a colocando no chão, ao lado da cama.
- Está triste que você vai largar ela aqui! – Ele falou e se aproximou de mim, colando seus lábios nos meus.
Queria abraçá-lo, mas uma chata começou a latir para nós dois, nos separando, impaciente.
- Pois é, só eu que vou viajar, não é?! – Ele riu fracamente e colocou Leslie no chão, que logo se acomodou em sua almofada ao lado da cama e eu me sentei na beirada da mesma. – Onde você pensa que vai? – Perguntei, passando a mão em uma blusa pesada de frio que estava separada na cama.
- Brasil? – Franzi a testa e peguei a blusa.
- Chris! – Eu o chamei. – Isso é roupa de se usar aqui em Boston, em tempo de neve, coisa que até aqui nem chegou ainda. – Suspirei. – No Brasil, você precisa de mais camisetas e bermudas. – Eu me levantei da cama em um pulo e entrei em seu closet, abrindo algumas gavetas.
- Mas... – Chris veio atrás de mim.
- Chris, amor! – Virei para ele. – Aqui está um frio do cacete. – Olhei para ele. – Agora pensa essa temperatura ao contrário, no calor, lá do Brasil, no hemisfério sul... – Olhei para cara dele. – Você entende um pouco de geografia?!
- Na escola, eu preferia história, para falar a verdade. – Coloquei a mão na cabeça, frustrada.
- Tá, então vou ser prática. – Suspirei, tirando algumas bermudas da gaveta, realmente feliz por ele ter bermudas. – Se aqui é inverno, lá é verão. – Coloquei as bermudas na mão dele. – E um verão acima dos 30ºC. – Abri um sorriso para ele.
- Resumindo, eu tenho que fazer essa mala toda de novo? – Afirmei com a cabeça e dei um beijo delicado em sua bochecha, o largando no closet.
- E logo, porque ainda temos que passar na casa da sua mãe para deixar essa peste aqui. – Apontei para Leslie com a cabeça.
- Saímos em quinze minutos. – Ele disse e eu afirmei com a cabeça, voltando a me sentar na cama e o observando tirar as blusas de frio da mala, deixando somente um casaco, e guardando de volta no closet, pegando camisetas e colocando na mala novamente. – Eu vou manter os jeans, ok?! - Soltei uma risada fraca.
- Vergonha de mostrar os cambitos finos? – Abri um sorriso largo para a cara feia que ele fez. – Até os meus são mais grossos que os seus. – Fingi que olhava as unhas e o ouvi bufar. – Para de graça, Chris, você vai precisar de bermudas! – Entortei a boca, então ele riu, voltando para o closet e eu me deitei em sua cama. – Aconselharia a tirar essa barba também, mas você está muito gostoso com ela. – Ouvi sua gargalhada do closet e ele jogou as roupas em cima da minha barriga.
- Quer que eu tire ou não? – Sentei na cama novamente.
- Não se atreva. – Falei e ele sorriu do outro lado da cama.
- Pretendo mantê-la por um bom tempo ainda. – Ele piscou para mim e eu ri.
- Tonto! – Falei baixo em português e o ouvi puxar o zíper da mala, me fazendo levantar novamente.

- Acho que a ideia é simples. - Lisa falou. - Quando ela fica muito tempo contigo, ela sente saudades do Chris. Quando ela fica muito tempo com ele, ela sente saudades de você! - Ela acariciou a cabeça de Leslie, que estava em seu colo.
- Se você ver, isso faz muito sentido. - Olhei para Chris, que estava encostado no carro.
- Na volta, veremos de quem ela realmente gosta. - Ele falou e eu revirei os olhos.
- Já não era para ter amadurecido, Lisa? – Eu me aproximei dela novamente e acariciei os pelos curtos de Leslie.
- Chris? Ah, com certeza! - Soltei uma risada e Leslie foi para o chão. - Boa viagem! Se cuidem, se divirtam! - Ela me abraçou e eu retribui, me esquentando nos braços de minha sogra. - Me liguem no Natal e no Ano Novo, por favor! - Ri fracamente e me afastei, dando espaço para Chris abraçar a mãe, e dei atenção a Leslie aos meus pés.
- Fala para o Scott olhar o Instagram, eu posto várias coisas! - Acariciei as orelhas de Leslie. - Até a volta, garota!
- Vamos, precisamos ir! - Chris passou ao meu lado, acariciando Leslie rapidamente.
- Divirtam-se! - Lisa falou, pegando a agitada Leslie no colo enquanto Chris dava a volta no carro. - Fala para sua mãe que precisamos marcar de nos encontrar.
- Pode deixar! - Soltei uma risada fraca e entrei no carro, batendo a porta enquanto Chris fazia o mesmo. - Se você sobreviver. - Comentei aleatoriamente e Chris olhou para mim. - O quê? Pode acontecer! - Ele arregalou os olhos.
- Valeu por me acalmar. - Chris comentou.
- Temos algumas horas de viagem ainda, relaxa! - Beijei a bochecha de Chris e ele ligou o carro, seguindo em direção ao aeroporto General Edward Lawrence Logan de Boston.

- Obrigada. - Agradeci a atendente e segui Chris para dentro da sala de embarque, segurando sua mão e, com a outra, minha bolsa.
- Duas paradas? - Chris perguntou enquanto sentava em uma poltrona e eu na sua frente.
Coloquei minha bolsa na cadeira atrás de mim e permaneci em pé, verificando o relógio.
- Nova York e Rio de Janeiro! - Meus olhos quase brilharam quando falei, já que eu havia morado dois anos na cidade maravilhosa quando criança.
- Rio? - Ele perguntou, interessado.
- Rio! - Sorri. - Vai ter troca de avião lá, então dá para olhar um pouco. Se fosse no aeroporto Santos Dumont, daria para ver mais, mas como é no Galeão, fica mais complicado.
- É engraçado ver você falar palavras em português no meio de uma frase em inglês. - Revirei os olhos e ele me puxou pela mão, me colocando no meio das suas pernas.
- Eu fico pensando sobre todas as nossas viagens, mas as atuais são as que eu mais gosto. - Suspirei.
- Eu tenho uma pequena ideia do porquê! - Falei e ele riu. – Isso aqui está lotado! – Falei, olhando em volta rapidamente.
- Natal. – Foi só o que Chris falou e eu ri, afirmando com a cabeça.
Eu me sentei na cadeira ao seu lado e me encostei nele um pouco, bocejando e sentindo meus olhos lacrimejarem. Eu estava cansada. Para conseguir tirar minhas férias a tempo da última sexta-feira antes do Natal, eu havia corrido bastante, resolvendo assuntos pendentes, fechando as contas de 2013, pronta para, quando voltar, começar o ano com o pé direito.
Eu estava com saudades de casa, da minha mãe, da minha irmã, dos meus amigos, da minha cama, do meu quarto, do meu banheiro... Ah, como era bom estar indo para casa! Não voltava para lá desde julho, na Comic Con, e estávamos em dezembro. Eu precisava um pouco de colo de mãe.
Logo entramos no avião. Dessa vez, iríamos em um voo doméstico até Nova York, já que era coisa de uma hora e meia de viagem. Logo depois, teríamos que trocar de avião para o próximo voo, que demoraria algumas horas mais.

- Então... Como eles são? – Chris perguntou para mim, virando na poltrona antes mesmo que o avião nivelasse após a decolagem, sentido Nova York.
- Oi? – Eu ainda estava meio perdida no que estava acontecendo.
- Sua família. – Ele falou com um sorrisinho nos lábios e eu soltei uma risada fraca.
- O que você quer saber? – Perguntei, virando meu corpo de lado na poltrona e apoiando uma mão na lateral da minha cabeça.
- Um pouco sobre quem eu vou conhecer lá no Brasil. – Senti meu corpo se contrair um pouco com um riso que ficou preso na garganta.
- Você não me deu nenhuma aula do que eu encontraria quando conhecesse sua família. – Retruquei, fazendo seus lábios se fecharem, formando um bico.
- É diferente! – Ele respondeu, ajeitando a cadeira. - Você já sabia da minha família.
- Mas eu não sabia como sua mãe ia reagir.
- E eu não sei como a sua vai reagir. – Ele respondeu, subindo uma perna para o assento do avião.
- Eu sei! – Falei simplesmente, pegando sua mão, que estava colocada no encosto de braço.
- Como? – Soltei uma risada fraca.
- Ela até pode te odiar. – Eu o vi arregalar os olhos, sabendo que tinha começado pelo lugar errado. – Mas ela vai te tratar como a melhor pessoa do mundo, com carinho, amor, dedicação... Mas o que vai importar. no final, é como você me trata. – Abri um sorriso de lado, vendo os ombros de Chris relaxarem. – Não se preocupe. Acho que ela já gosta de você.
- É? – Ele se encostou novamente.
- Você me faz feliz, Chris. – Suspirei. – Creio que é só o que importa para as mães, alguém que faça os filhos dela felizez. – Chris ponderou com a cabeça por um momento e sorriu.
- Quem mais eu vou conhecer? – Ele falou após um tempo em silêncio.
- Bem... Minha irmã, parte da minha família de casa, alguns parentes mais distantes, meu melhor amigo, meus pr...
- Melhor amigo? – Chris me cortou.
- É! – Abri um sorriso largo. – Eu tenho um melhor amigo. Desde meus dez anos. Homem. – Finalizei, olhando para ele. – Igual a Tara é para você, o Rodrigo é para mim.
- Isso é... Muita coincidência. – Soltei uma risada fraca.
- Sinto um ciúme pairando no ar?
- Talvez? – Ele respondeu.
- Ele é gay. – Falei logo de cara, ouvindo um suspiro vindo de Chris. – E também, 18 anos de amizade. Se fosse para rolar algo, já teria rolado, certo?! – Bati levemente em sua testa, o que o fez rir. – Como você e Tara.
- Ninguém nunca zoou vocês que iriam casar ou algo assim? – Soltei uma gargalhada, colocando as mãos na boca imediatamente.
- Sempre! – Suspirei. – Os pais do Rodrigo sempre zoaram. Ainda zoam, na verdade, mas é tudo brincadeira, a gente sabe. Ainda assim, é bom dar umas risadas. – Virei meu corpo na poltrona novamente. – Mas é impossível sentir um diferente tipo de amor por ele, o afeto fala mais alto. – Sorri, tendo alguns flashes de momentos com meu melhor amigo. – É bom ter liberdade para falar com uma pessoa sobre tudo, sem medo, sem vergonha, sem...
- Julgamentos. – Chris finalizou minha frase e eu virei meu rosto para ele, afirmando com a cabeça. - Eu não sabia que você tinha alguém assim também.
- Sim, e é uma parte de mim que eu realmente não quero esquecer. Passamos por diversos problemas, agora é só manter até o final da vida.
- Você vai. – Chris ergueu a mão em cima do seu corpo e acariciou meu rosto levemente, me fazendo fechar os olhos.
- Na minha cidade, você vai conhecer o melhor de mim. – Suspirei. – Eu sou assim por causa deles. – Abri um largo sorriso, voltando a encarar os olhos azuis de Chris.

O voo até Nova York foi rápido, um voo com o qual eu já estava acostumada, na verdade. Era uma ponte aérea, então o tempo literalmente voou. Ao chegar à cidade, passava da hora do jantar e estávamos com fome, já que nenhum dos dois quis nada no voo. Fizemos check-in e despachamos as malas novamente, procurando alguma coisa pelo aeroporto.
Algumas pessoas nos pararam para tirar fotos e eu tirei fotos de Chris com alguns fãs, devolvendo o celular na mão deles logo em seguida. Chris segurou minha mão e entrelaçou os dedos, voltando a caminhar pelo aeroporto que já estávamos carecas de conhecer.
Acabamos indo no que conhecíamos. Eu peguei uma porção de macarrão ao pesto e um contra filé acebolado para acompanhar. Teria que ser suficiente até o Rio de Janeiro, já que eu pretendia dormir a viagem inteira. Chris acabou optando por um prato grande de macarrão com almôndegas e o devorou na mesma velocidade que eu. Durante o jantar, ficamos nos encarando de vez em quando, soltando risadas silenciosas enquanto sugávamos os fios do macarrão, deixando marcas pelo rosto.
Terminamos de comer e já seguimos para portão de embarque, apresentando nossas passagens. Dessa vez, o salão de embarque estava mais lotado, principalmente por famílias. Todos encapuzados, tentando se proteger do frio igual a mim e Chris.
Achamos um espaço perto do nosso portão de embarque e me encostei à parede enquanto Chris apoiava um dos braços na parede e ficava com o rosto a poucos centímetros do meu, me fazendo sentir sua respiração tocar em meu rosto.
- Me provocando? – Perguntei, erguendo meus olhos para olhar para ele.
- Não intencionalmente, na verdade. – Ele respondeu, me olhando nos olhos. – Falta de espaço. – Soltei uma risada fraca.
- É Natal, querido. – Sussurrei e ele soltou uma risada fraca.
- Deus, já é Natal! – Ele falou, abismado.
- Está no espírito. – Falei, brincando com as expressões que ele usara.
- Não acredito que estamos aqui, juntos, a caminho do Brasil, indo conhecer sua família. – Soltei um riso fraco e encaixei minha cabeça na curva de seu pescoço.
- Não acredito que estamos realmente juntos. – Falei, o vendo rir e erguer a cabeça um pouco. – Nos conhecemos em abril, certo? – Ele fez um muxoxo com a boca. – Maio, junho, julho... Que a gente se conhece, faz oito meses.
- Mas não faz tanto tempo que estamos juntos. – Suspirei.
- Não. – Respondi e soltei uma risada fraca. - A gente começou a ficar, oficialmente, em julho. – Suspirei, erguendo a cabeça. – Desde a première de Expresso do Amanhã, na Coréia do Sul. Dia 29 de julho, para ser mais exata.
- Como você decora tudo isso?
- Momentos importantes, datas importantes. – Pisquei com um olho só para ele, que riu.
- Não faz nem seis meses então! – Ele falou, meio chocado.
- Não! – Confirmei com ele. – Pior que parece...
- Muito mais. – Ele terminou a frase comigo.
- Principalmente por essa sincronia de falar as coisas juntos. – Apoiei meu corpo totalmente na parede, me espreguiçando.
- Vamos para a outra parte da nossa viagem? – Chris perguntou, conferindo o horário no relógio, quase sincronizado com a atendente informando sobre o voo.
- Ou a sua sincronia com a atendente. Você tem algo para me contar? – Ele gargalhou alto e seguimos para a fila.

Após entrar no avião e ajeitar nossas bagagens de mão no devido lugar, eu apertei o cinto de segurança ao redor do meu corpo e esperei as instruções da comissária de bordo. Talvez pelo fato de estar cheio de voos saindo, ela terminou de passar as instruções enquanto o avião ainda taxiava pela pista.
Chris segurou minha mão forte novamente durante a decolagem e, igual à decolagem de Boston, eu me senti protegida. Com a mesma pressa das comissárias para darem as instruções, elas passaram oferecendo algo para comer, beber, cobertas e kits para o voo ser mais confortável. Como eu estava de primeira classe, pedi somente uma coberta, já que o ar condicionado estava ligado e eu ainda estava no clima de Nova York, e uma garrafa de água, para eu engolir dois comprimidos que me fizessem dormir pelo menos durante a noite.
Larguei minhas botas de cano alto no chão, subi os pés para a poltrona que eu havia reclinado e me cobri com a coberta azul, segurando-a próxima a meu pescoço.
- Vai dormir? – Chris perguntou ao meu lado, desenrolando o fone de ouvido que ele puxara de sua mochila, guardando o que o avião havia dado.
- É o melhor jeito de passar o tempo. – Respondi. – E você?
- Está passando um jogo do New England Patriots, vou ver. – Ele respondeu. – Talvez eu durma depois.
- Tente não acordar ninguém se eles ganharem. – Comentei e ele fez uma careta.
- Vou me conter. – Ele falou, encostando seus lábios em minha testa por um minuto. – Boa noite, amor.
- Boa noite! – Retribuí e fechei os olhos.

Eu abri os olhos e senti a luz me cegar, me fazendo fechá-los rapidamente em seguida. Abri os olhos devagar, dessa vez empurrando a coberta para fora de mim, já que agora eu começava a sentir calor. A calça quente, o sobretudo, as meias nos pés... Como previsto, o Brasil estava quente em dezembro.
Desinclinei a poltrona um pouco e passei a mão nos cabelos, tentando ajeitar um pouco, e olhei para o lado. Chris dormia com os fones esticados, presos nas orelhas, o corpo sentado na cadeira e uma coberta colocada em suas pernas. Estiquei meu corpo na poltrona e tirei delicadamente os fones, deixando-os cair em seu peito. Nesse momento, Chris se mexeu, levando a mão para o rosto inconscientemente, como ele fazia quase todas as vezes.
- Onde estamos? – Chris falou, se ajeitando na cadeira, e eu pude ouvir vários estalos vindo de seus ossos, me fazendo arrepiar com o barulho.
- Pelo sol e pelo calor que eu estou sentindo, creio que estamos no Brasil. – Respondi, me arrependendo de não ter pego as poltronas da janela para poder olhar o litoral do meu país
- Oba! – Chris falou feliz, mas com o tom de preguiça na voz ainda.
- Com licença. – Chamei a comissária que passava. – Onde estamos?
- Estamos sobrevoando o estado de Minas Gerais, senhorita, no Brasil. – Afirmei com a cabeça, achando meio óbvio ela falar para mim que Minas Gerais ficava no Brasil mas ignorei, agradecendo.
- É, estamos no Brasil mesmo. – Respondi para Chris. – Chegaremos ao Rio rapidinho. – Me levantei da poltrona, ajeitando meu sobretudo e subindo minhas calças. – Eu vou me trocar e dar um jeito no cabelo.
- Ok, depois eu vou! – Ele falou, encostando a cabeça na poltrona novamente.
- Não vai dormir de novo! – Falei arisca, pegando minha bolsa no bagageiro e caminhando até o banheiro.
Entrei e fechei a porta atrás de mim, me olhando no espelho. Estava um caco. Meu rosto estava um pouco pálido e com uma marca avermelhada na bochecha. O rímel preto manchara um pouco o rosto e não existia mais lápis de olho à vista, muito menos batom. Prendi meu cabelo com o lacinho que estava em meu punho e o joguei para trás, colocando o rosto na pia e jogando água gelada no mesmo.
Lavei o rosto, tirando o resto da maquiagem, escovei os dentes, jogando uma bala de menta na boca, e comecei de novo. Passei rímel e lápis de olho preto e um batom rosa nos lábios. Soltei meus cabelos e penteei os mesmos, puxando para trás e prendendo com o lacinho preto novamente.
Sentei sobre a tampa do vaso sanitário, puxei minhas botas de cano alto para fora e tirei minha calça jeans, puxando a outra calça preta por baixo e vestindo os jeans novamente, ajeitando o cinto. Tirei o sobretudo, o apoiei no cabide que tinha na parede e puxei minha blusa de manga comprida para cima, o pendurando também. Puxei na mochila uma camiseta branca com “I’m not weird, I’m limited edition” em rosa. Peguei meu All Star de cano médio azul marinho e o joguei no chão, sentindo o avião balançar um pouco. Eu me apoiei nas laterais da cabine, respirando fundo novamente. Dobrei minhas roupas, devolvi para a mochila e puxei meu moletom da faculdade com a palavra “Jornalismo” escrita, amarrando na cintura. Com dificuldade, coloquei meu tênis no pé e escondi os cadarços dentro do mesmo. Com uma última olhada no espelho, saí da cabine, quase sendo jogada para o lado de fora.
Caminhei novamente para meu assento, coloquei a mochila no bagageiro e virei novamente para meu namorado, que me olhava abismado. Franzi a testa e ele mexeu a cabeça, saindo de algum transe. Soltei uma risada fraca, me sentando ao seu lado.
- Acho que nunca te vi assim. – Ele comentou ao meu lado e estalou um beijo em minha bochecha.
- Não se pode usar salto sempre. – Respondi e ele riu, assentindo com a cabeça.
- Senhores passageiros, peço para colocarem as poltronas na vertical pois estamos nos preparando para pouso.
- Bem-vindo ao Rio de Janeiro! – Cochichei para ele e prendi meu cinto de segurança novamente.

- Eu estou no Brasil! – Chris falou abobalhado ao meu lado e eu ri, ajeitando minha mochila nas costas e seguindo para o despacho de bagagens com ele ao meu lado.
- Bem-vindo! – Falei e ele sorriu para mim, tocando as mãos nas minhas. – E cuidado!
- Por quê?
- Porque fãs aqui é o que não falta e teremos umas três ou quatro meninas querendo falar contigo em três, dois...
- Chris Evans! – As meninas gritaram.
Eu franzi a testa para ele e abri espaço.
- Não, não, você fica. Oi! – Chris falou para as meninas e abriu um sorriso.
Elas estavam em quatro, viajando, aparentemente. Uma era mais nova, não deveria ter mais que dez anos, outras duas eram adolescentes e a quarta aparentava ser jovem adulta já e era a única que falava em inglês.
- Que surpresa! O que está fazendo aqui? – A mais velha falou, olhando para ele, e Chris olhou para mim.
- Vim passar o Natal com a família da minha namorada. – Ele olhou para mim e eu sorri, acenando para as meninas.
- Oi! – Ela falou para mim com um largo sorriso. – Vocês tiram uma foto com a gente?
- Deixa que eu tiro! – Falei, esticando minha mão para o celular que ela tirava do bolso.
- Não, não! – Ela respondeu. – Você sai na foto com a gente.
- Ah, que isso... – Chris me puxou pelos ombros e me abraçou, colando meu corpo no seu.
- Isso, vai ser demais! – Chris falou e eu ri, vendo as meninas se juntarem em nós dois e a mais velha esticar a mão para a foto, me fazendo sorrir.
- Obrigada! – Elas falaram, algumas em português, outras em inglês e, após abraçarem Chris, saíram rindo.
- Ok?! – Falei, finalmente me aproximando da esteira onde nossas malas já estavam passeando, puxando a minha pequena e a grande dele.
- O povo te conhece, ! – Chris falou, pegando as duas malas nas mãos e seguindo para a imigração, parando na fila logo em seguida.
Embarcaríamos em outro voo, de outra empresa, para ir para São Paulo.
- Pior que conhecem mesmo. É o povo que mais pesquisa sobre famosos e tal, e são os que mais me seguem! – Falei para ele, andando devagar na fila.
- Próximo! – Fui chamada e segui para o balcão, estendendo meus documentos e meu passaporte brasileiro para a mulher que me atendia. – Bem-vinda de volta, senhorita . – Ela falou e carimbou meu passaporte, fazendo um arrepio passar pelo meu corpo.
Eu estava em casa.
- Obrigada! – Respondi e segui em frente, me juntando a Chris do outro lado da linha.
Parei por um segundo na linha que dividia a sala da imigração e o próximo passo no Rio de Janeiro e senti meu corpo ficar mais leve. Ver aquela miscigenação de pessoas, diferentes cores de pele, diferentes cores e formas de cabelo, de olhos... Aquilo fazia com que eu me sentisse em casa e era a melhor sensação do mundo. Soltei um suspiro longo, relaxando meus ombros.
- Está tudo certo? – Chris me encarou.
- Está! – Sorri. – É bom estar em casa.
Ele abriu um largo sorriso e, desajeitadamente, passou os braços sobre o meu corpo, fazendo com que eu derrubasse algumas lágrimas do rosto, que passaram despercebidas por ele. Senti alguns leves empurrões por estarmos no meio do caminho, mas não ligava. Eu estava no meu país, na minha terra. E era só o que importava.

Dessa vez, ficamos andando pelo aeroporto e demos uma passada pela porta de frente, já que eu tentava mostrar alguma coisa do Rio de Janeiro para Chris. E a única coisa que ele realmente conseguiu pegar foi um pouco da Igreja da Penha em sua câmera profissional, que ele pendurara no braço enquanto andava comigo pelo aeroporto, além de tirar algumas fotos minhas.
Andando pelo aeroporto, eu havia notado que os dois aeroportos do Rio de Janeiro haviam sido trocados. O aeroporto que deveria fazer uma ótima impressão para os estrangeiros assim que chegassem ao país, ou seja, o que estávamos não mostrava nada do Rio. A vista era feia, sem graça e você só conseguia ver a Igreja à distância, depois de andar muito pelo aeroporto. Já o Santos Dumont, que recebia voos domésticos, tinha uma vista maravilhosa, desde o passeio que ele levava para pousar até quando você saía do aeroporto.
Impossível chegar de um voo internacional no Santos Dumont, mas ok, erros de cálculo aconteciam. Meio frustrada com a situação, eu e Chris decidimos por fazer o check-in novamente, despachar as malas e dar uma passada no banheiro antes de entrar novamente na sala de embarque. Muitos fãs estavam atrás de Chris – e quando eu digo muitos, não é exagero. Foi como se alguma banda estivesse vindo fazer turnê e alguém fosse avisado. Paramos por uns quarenta minutos só para que Chris pudesse falar com alguns fãs. Crianças, adolescentes, adultos, e quanto mais gente se aproximava, mais gente queria saber o que estava acontecendo. Pessoas de todos os tipos queriam falar com ele, a maioria gritava pelo Capitão América mas, dessa vez, eu preferi ficar longe do movimento, me escondendo atrás dos meus cabelos.
- Nossa! – Chris falou, esticando o corpo e se sentando em uma das cadeiras livres na sala de embarque. – Estou quebrado!
- Isso é pela viagem ou pela loucura lá fora? – Perguntei, tirando a mochila das mãos e colocando no chão, esticando as costas um pouco.
- Um pouco dos dois? – Ele falou como uma pergunta e suspirou. – Quanto tempo mais de viagem?
- Uma hora até São Paulo e mais duas até minha cidade. – Respondi, me colocando em sua frente em uma tentativa de esconder seu rosto.
- Como vamos até lá? – Suspirei, passando a mão em meus cabelos.
- Carro. – Sorri de lado.
- Alguém vai buscar a gente?
- Não, querido, vamos alugar um carro e eu nos levarei até lá! – Falei, me sentando em uma cadeira ao seu lado.
- Você sabe dirigir? – Franzi a testa, olhando para ele.
- Licença?
- É que eu nunca te vi dirigir, você não tem carro em Boston e...
- Não é porque eu não tenho carro em Boston que eu não dirija. – Virei meu rosto para ele. – Na verdade, eu não tenho carta de motorista nos Estados Unidos. Não tenho carro mesmo, então economizo nisso. – Falei, o vendo soltar uma risada fraca.
- Bom argumento. – Ele falou, aparentemente com medo de mim.

Eu aproveitei a viagem até São Paulo para comer todas as guloseimas que eles ofereceram, como torradas, cookies, gomas de gelatina e um copo gelado de refrigerante. Estava quente tanto no Rio como em São Paulo, e eu só conseguia olhar para o suéter preto quente que Chris ainda estava usando e as bonitas botas em seus pés. Ele estava derretendo dentro daquela roupa, mas eu que não falaria nada, queria provocá-lo um pouco.
O voo para São Paulo não durava nem uma hora, era o tempo do avião decolar para se preparar para o pouso. Por mais fome que eu estivesse sentindo, assim que o lanche foi servido, eu comi rapidamente, encostei minha cabeça no ombro de Chris e dormi até o comissário me pedir para ajeitar a cadeira novamente para o pouso.
Chris ficou abismado com o pouso em São Paulo, o coloquei na janela dessa vez. Pousamos no aeroporto de Congonhas e ele fica no meio da cidade, então passamos quase colados pelos prédios, tendo uma vista linda mas um pouco aterrorizante para mim, que não gostava tanto de voar.
Assim que pousamos no aeroporto, saímos rápido pelo desembarque, pegando nossas bagagens na esteira e as colocando em um carrinho, saindo um pouco na pressa de lá. Chris havia enfiado seu boné na cabeça e óculos escuros no rosto e empurrava o carrinho com a cabeça baixa. Não encontramos fãs ao redor, mas alguns fotógrafos estavam de tocaia na saída do aeroporto.
Seguimos para a locadora de automóveis e eu comecei a discutir preços com o homem. Era a primeira vez que eu alugava um carro mas, após combinar um preço que me pareceu razoável pela quantidade de dias que ficaríamos com o carro, quase duas semanas, assinamos um pequeno contrato.
Acabei pegando um SUV, que era o tipo de carro que eu estava acostumada a dirigir no Brasil. Grande, alto, espaçoso... Era tudo que eu precisava. Ajeitamos as malas no carro, eu entrei no banco do motorista, ajeitando minha bolsa no banco de trás do meu, e coloquei o cinto, vendo Chris me observar um tanto quanto curioso no banco do passageiro.
- As coisas mudam, não? – Ele falou, empurrando o banco para trás.
- Pois é! – Falei, pisando no freio e na embreagem e ligando o carro, ouvindo o som do motor.
Que saudades que eu estava de dirigir.
Coloquei na primeira marcha e, soltando do freio e colocando o pé em cima do acelerador, liberei a embreagem devagar, seguindo pelas ruas da cidade de São Paulo, que estavam um pouco caóticas por ter passado um pouco da hora do almoço e por ser São Paulo, então sempre estava movimentada.
Mesmo morando perto da capital do estado, eu não conhecia pontos turísticos de São Paulo e nem muito bem as localizações exatas. Eu só seguia as placas que davam para o interior, mostrando para Chris algumas coisas que eu conhecia como o sambódromo, o prédio da Editora Abril, alguns hotéis de luxo... Mas algumas coisas ele já conhecia, pela sua rápida passada no país um ano e meio antes.
Depois de passar por alguns engarrafamentos, conseguimos sair da cidade de São Paulo. Permaneci há uma velocidade de 110 km/h o percurso inteiro, vendo Chris se acostumar com a ideia de eu dirigir.
- Você dirige bem! – Ele comentou, ajeitando o corpo no banco do passageiro.
- Eu sei! – Respondi, dando de ombros, e ele riu. – Se você quiser dormir...
- Não, eu vou ficar acordado contigo! – Ele falou e eu sorri, voltando a olhar para a estrada.

Ele até tentou ficar acordado, mas não levou mais que vinte minutos para que seu rosto caísse para o lado de meu ombro e um ronco baixo começasse a soar pelo carro. Liguei o som baixo e permiti que algumas músicas conhecidas tocassem pela rádio. Fui seguindo para o interior com o sol forte batendo na lateral do carro e o céu azul na minha frente.
Dirigir sozinha podia ter seu lado bom, eu conseguia pensar um pouco.
Parecia que eu estava calma e tudo mais, aqui! A realidade é que eu estava surtando. Quando eu disse que minha mãe se preocupava que eu pudesse namorar alguém famoso por causa de leis que pudessem atrapalhar o futuro, falei sério. Ela realmente tinha essa preocupação na cabeça. Casar com algum estrangeiro talvez não fosse o sonho dela, então eu realmente não sabia como ela iria reagir com os outros. Educada ela seria, mas gostar de Chris? Deus! Isso era complicado, porque fazia um bom tempo que eu assistia filmes com minha mãe em casa e vários com o Chris Evans, então... Bem, eu havia conhecido o lado famoso – parte dele – e depois o lado pessoal, então eu já estava acostumada com essa história toda, mas e minha mãe?
Minha irmã parecia mais confortável com a situação. A única certeza que eu tinha era de que ela ficaria nervosa, mas... Bem, até eu fiquei no primeiro dia. Depois era questão de costume. Mas aquele seria o primeiro dia... Meu Deus, me ajuda!
Assim que eu virei o carro para a direita, entrando na minha cidade, com pouco mais de 50 mil habitantes, eu acordei Chris. Ele observava tudo curioso: as casas, os locais, a quantidade de verde, tudo!
- Não tem prédios, shoppings, baladas, cinema ou qualquer tipo de diversão para jovens, mas eu gosto! – Falei olhando para ele, que sorriu. – É bom para relaxar! – Dei de ombros.
- Não importa! É a sua cidade. – Ele retribuiu.
- É meu lar! – Falei baixo, segurando a lágrima que embaçara meu olho.
- Vamos conhecê-lo!

Eu estacionei em frente a uma construção de um andar só, com as paredes pintadas de amarelo claro, dentro de um bairro residencial. Coloquei o carro em primeira, puxei o freio de mão e olhei para Chris.
- É agora? – Ponderei com a cabeça, soltando uma risada fraca e baixa. – Deus! – Bateu o nervosismo.
- Que bom que eu não sou a única! – Ele olhou para mim. – Pois é, querido Brasil, eu estou surtando! – Respondi e empurrei a porta do carro, saindo pela mesma e vendo Chris me seguir.
Batemos as portas do carro e seguimos para o porta-malas, abrindo o mesmo e começando a tirar as malas de lá quando um barulho de portão chamou minha atenção. Ergui o rosto e encontrei minha mãe saindo pelo portão eletrônico de casa. Só dela olhar para mim e abrir os braços, meus olhos se encheram de lágrimas, eram quase seis meses sem a vê-la.
Larguei alguma bolsa que estava em minha mão no chão novamente e segui a passos rápidos até a mulher de 56 anos parada em minha frente, os curtos cabelos castanho claro, a pele com poucas rugas, apesar da idade, os olhos escuros, as bochechas rosadas e os olhos com lágrimas acumuladas também. Seus braços me apertaram em seu corpo e eu desabei. Chorei, suspirei, a apertei em meus braços e relaxei. Afrouxando os braços dela, que pegou meu rosto entre as mãos, me olhou nos olhos e beijou minha testa.
- Bem-vinda, minha filha! – Ela disse em português e eu sorri, retribuindo o beijo. – Cadê ele?
Passei a mão no rosto, secando as lágrimas e, com um sorriso desajeitado, eu virei para Chris, que olhava a cena a alguns metros de nós com um sorriso tímido no rosto.
- Mãe, esse é o Chris, meu namorado. – Falei a frase em inglês, estendendo a mão para Chris, que sorriu, se aproximando.
- Oi, senhora! – Ele falou em inglês e eu franzi o rosto, esperando a resposta de minha mãe.
- Ah, querido, vem cá, me dê um abraço! – Ela falou em inglês enquanto ficava na ponta dos pés e abraçava Chris.
Eu tinha um ponto de interrogação no rosto.
– Como você está? – Ela perguntou, tentando manter um diálogo com ele, que acenava com a cabeça, respondendo com respostas curtas.
- Como assim? – Perguntei, olhando para ela, quando soltou Chris.
- Fiz aulas de inglês só para esse momento, não me subestime! – Ela sussurrou para mim. – Vamos entrando! – Ela voltou para o inglês.
- Vai! - Falei para Chris. – Eu pego as malas! – Abri um sorriso para ele, que arregalou os olhos surpresos para mim.
Dei de ombros e virei o corpo em direção ao carro novamente.

Bati o porta-malas, travei o carro e guardei, chave no bolso e fiz como eu estava acostumada na faculdade. Equilibrei minha mochila, bolsa e mala minha e de Chris nos braços e, meio arrastada, levei até o hall de casa, soltando-as ali mesmo e pegando fôlego. Nossa, estava mal mesmo. Não havia sido nem dez metros do carro até a porta e eu já estava sem fôlego. Precisava voltar para academia o mais rápido possível.
Puxei o portão com um baque e fechei a porta de madeira, passando a chave. Ajeitei as malas e mochilas em cima do sofá marrom de três lugares da sala de jantar e segui para o corredor que dava para a cozinha à direita, onde minha mãe preparara uma mesa maravilhosa de café da tarde para nós. Essa mulher! A cozinha era inteira planejada com móveis brancos e uma mesa redonda de vidro para seis pessoas.
Minha mãe servira Chris com uma xícara de café e um pedaço de bolo de cenoura. Eles até que se comunicavam bem. O bom de Chris era que o sotaque era americano, bem mais fácil que o britânico ou australiano, falavam de forma mais aberta, mais fácil de entender. Certeza de que minha mãe tinha feito um intensivo para lembrar o que ela havia aprendido quando mais nova.
Assim que eu me sentei à mesa, o papo se tornou ‘eu’. Como estava meu trabalho, minha vida, minha casa, minhas responsabilidades... Enfim, eu era o assunto. Eu e minha mãe conversávamos em inglês para que Chris pudesse fazer parte da conversa, mas algumas coisas minha mãe esquecia e falava em português, o que eu tinha que traduzir para Chris, que balançava a cabeça e comia mais um pedaço de bolo, no que ele realmente estava interessado.
Ouvi o barulho do portão abrindo e empurrei a cadeira, fazendo barulho, e segui para a sala de jantar novamente, onde ficava a porta para a garagem, por onde eu podia ver minha irmã entrando com o carro. No momento em que ela olhou para mim, eu estiquei a mão, acenando e a vendo fazer uma feição de surpresa.
Ela desligou o carro e, a passos rápidos, correu até a porta, fazendo com que o espaço entre nós sumisse, deixando que nós duas nos abraçássemos no batente da porta.
- Que saudades de você, sua gorda! – Ela me abraçava pela cintura e eu a segurava pelo pescoço.
- De você também, sua feia! – Respondi, fazendo com que ambas déssemos risada quando nos separamos.
- Cadê ele? – Ela perguntou. – Quero conhecer o namorado famoso da minha irmã, que é tudo o que ela fala. – Ela perguntou, brincalhona, e eu dei de costas, seguindo para a cozinha, onde minha mãe e Chris já esperavam em pé. – Meu Deus, é ele mesmo! – Ela falou em inglês e eu franzi o rosto para ela. – Ela é muito boa no Photoshop, sabia? Vai que... – Minha irmã falou para Chris, que balançou a cabeça, dando risada. – É um prazer te conhecer! – Lílian falou, se aproximando de Chris e o abraçando também.
- Minha irmã, Lílian! – Falei para Chris, que a abraçou com um sorriso no rosto.
- Gostando daqui? – Minha irmã perguntou, continuando o papo em inglês.
- É tudo maravilhoso! – Ele respondeu e eu senti um orgulho interno, rindo baixo.

Acabamos emendando o café da tarde com a janta, fazendo com que a gente saísse da mesa só no fim do dia, conversando sobre o que eu tinha perdido nesses últimos meses ou como estavam as coisas em Boston e tudo mais. Minha mãe foi a primeira a deixar a mesa, dizendo que estava cansada e precisava acordar cedo para comprar os ingredientes para as coisas do Natal. Minha irmã foi em seguida, querendo aproveitar o chuveiro da minha mãe enquanto ela não dormia porque, assim que dormisse, nada de barulhos por causa do sono leve que ela tinha.
- Você sobreviveu! – Falei para Chris, começando a guardar as coisas da mesa nos lugares corretos.
- Parece que sim! – Ele respondeu, bocejando.
- Quero ver no Natal! – Coloquei os pratos na pia.
- Como assim? – Virei o rosto para ele.
- Bem, tem ainda várias pessoas da minha família que você vai conhecer. Meus tios, tias, primos, avó... – Dei de ombros e ele colocou as mãos na cabeça.
- Ah, Deus! – Ele suspirou.
- “Ah, Deus” nada. Você me apresentou todo mundo. – Sequei minhas mãos no pano pendurado. – Eu farei isso, só que por partes.
- Sabia que curativo dói menos quando tirado de uma vez só? – Ele me perguntou, me seguindo pelo corredor.
- Sabia que, para ter curativo, precisa ter machucado? Coisa que não tem. – Respondi, seguindo para a sala de estar, onde pegamos nossas coisas. – Depois, você acostuma, amor. – Falei, olhando para ele.
- É, talvez! – Ele falou e eu suspirei.
- Vem! Vamos pro meu quarto, tomar um banho e descansar.
- É, estou precisando! – Ele falou, seguido de outro bocejo.
Passamos pelo corredor e a primeira porta à esquerda era o quarto da minha irmã. A segunda porta era o banheiro, a porta da frente era meu quarto e, ao meu lado, o da minha mãe, que tinha uma suíte também. Falei rapidamente sobre o que era cada porta para Chris e entrei na porta da frente do corredor, acendendo a luz.
Meu quarto era simples. Assim que entrava, tinha uma cama box na parede da porta, imitando um sofá encostado. Na parede da direita, uma escrivaninha em “L” até a parede da frente, onde estava a janela e um espelho. Na parede do fundo, tinha meu armário, cobrindo a parede inteira. Na parede da escrivaninha, tinha um pôster meu dos meus quinze anos, algumas prateleiras com meus filmes, livros e CDs e, acima da cama, um pôster de Expresso do Amanhã que eu havia ganhado na première do filme na Coreia. Encostado no armário, também tinha um colchão que minha mãe já deixara separado. Soltei uma risada baixa. Mães!
Chris entrou no quarto observando todos os detalhes. Eu aproveitei para colocar minha mochila, mala e bolsa em cima da cama e fechei as janelas e persiana.
- Você tem um pôster de Expresso do Amanhã no seu quarto? – Chris perguntou, colocando sua mala no chão, próximo ao espelho.
- Não é um pôster de Expresso do Amanhã, é o pôster do momento. – Respondi para ele, que deu uma risada baixa. – Eu troco pelo filme da estação.
- Você está linda nessa foto. – Chris falou, olhando minha foto na moldura dourada, e eu sorri.
- Eu tinha quinze anos aí! – Falei e ele arregalou os olhos, olhando de mim para a moldura e da moldura para mim.
- Você não mudou nada! – Ele respondeu. – Só o cabelo.
- Ali era chapinha, aqui é natural! – Respondi, apontando para os cabelos ondulados enquanto falava.
- Isso é demais! – Ri baixo. – Você é a você de quinze anos, ! – Ele disse.
- Bem, o eu de quinze anos não tinha espinhas. A de vinte e oito tem! – Respondi e ele riu.
- Sério que você não tinha espinhas? – Ele perguntou.
- Não tive na adolescência. Bom por um lado, ruim por outro. – Suspirei, pendurando minha bolsa no gancho em formato de flor próximo ao guarda-roupas. – Enquanto todos tinham espinhas, eu não tinha. Quando ninguém tinha, eu tinha! – Dei de ombros. – Mas foi tudo fase! – Ele sorriu. – Enfim, vamos aos trabalhos. Por que você não vai tomar banho enquanto eu desfaço minhas malas e depois trocamos? Que tal?
- Eu topo! – Ele respondeu, se agachando ao lado da sua mala e pegando uma troca de roupa.
- Aqui! – Entreguei a roupa de banho que minha mãe havia separado na mão dele. – No banheiro, é assim: torneira da esquerda é quente, da direita é fria. Entendeu?
- Esquerda quente, direita fria. Saquei! – Ele respondeu e eu afirmei com a cabeça, o vendo sair do quarto.
Aproveitei para desfazer minhas malas. As roupas da mochila, que eram sujas, eu tirei todas, joguei dentro do cesto de roupa que ficava dentro do armário e já coloquei a mochila em uma das portas. Peguei a mala pequena e, tirando todas as coisas dela, decidi guardar nas gavetas, já que estavam todas limpas e a maioria se tratava de vestidos que eu poderia usar no Brasil.
Chris saiu do banheiro logo em seguida passando a toalha nos cabelos, com uma calça de flanela cinza e uma camiseta branca.
- Não vai passar calor? – Perguntei.
- Talvez mas, em respeito à sua família, eu prefiro ficar assim. – Afirmei com a cabeça com um sorriso nos lábios.
- Qualquer coisa, eu ligo o ar condicionado. – Falei. - Usa esse espaço ali para você, a escrivaninha. Fica à vontade. – Falei para ele, que afirmou com a cabeça.
Peguei um pijama curto no armário junto de uma calcinha e fui para o banho. Se fosse mais cedo, eu lavaria a cabeça, mas não estava a fim de secar o cabelo àquela hora da noite. Senti a água quente relaxar meu corpo e o sabonete subir aquele cheiro de banho de bebê e, logo, saí. Coloquei o pijama e penteei meus cabelos, que já pareciam um ninho com tantos nós.
Saí do quarto, encontrei Chris arrumando o colchão ao lado da cama e abri um sorriso de lado. Ele abriu um sorriso para mim e eu não comentei nada. Fechei a porta, peguei o controle da TV no apoio atrás da cama e liguei a TV, procurando algum filme que estivesse passando, mas acabei parando em um canal que passava House, já que os filmes não me agradaram.
Eu me sentei sobre a cama e puxei o lençol para cima das minhas pernas, vendo Chris se aproximar de mim e passar a mão no meu rosto delicadamente, me fazendo soltar um suspiro leve.
- Um passo de cada vez. – Ele disse e eu afirmei com a cabeça.
Passei meus braços por seus ombros, o abraçando, sentindo meu corpo relaxar. Eu me sentia confortável com aqueles abraços. Acariciei a barba dele, ajeitando os fios arrepiados, e toquei seus lábios com a ponta dos polegares, tocando seus lábios com os meus em seguida.
- Eu vou deixar você dormir hoje! – Ele falou quando nos afastamos. – Você precisa dormir.
- E você não? – Perguntei, o vendo se sentar sobre o colchão. – Está tão cansado quanto eu, tenho certeza.
- Talvez! – Ele falou, puxando o travesseiro e encostando a cabeça no mesmo.
Eu o imitei.
- Boa noite! – Falei, programando a televisão para desligar.
- Boa noite, amor! – Ele respondeu ao mesmo tempo em que apaguei a luz, deixando somente que a luz da televisão iluminasse o quarto.

Acordamos tarde no dia seguinte, nós dois. Eu acordei e olhei o quarto escuro, o relógio próximo à cama mostrava que passava das dez da manhã. Levantei num pulo, vendo Chris erguer o rosto logo em seguida. A casa estava vazia, um bilhete dizia que minha mãe e minha irmã foram ao mercado e nos encontraríamos para comer no restaurante de massas do centro. Bom, era uma delícia. Confirmei o número e mandei uma mensagem para Rodrigo, meu melhor amigo, perguntando se ele estaria em casa após o almoço. Ele respondeu rapidamente com um “Espero vocês”.
Eu e Chris nos arrumamos rapidamente, deixando o quarto arrumado também. Comemos um bolo com café que minha mãe deixara separado na mesa posta e saímos de casa rapidamente. Dessa vez, saí com o carro da minha irmã, que estava na garagem. Quanto menos usássemos o carro alugado, menos pagaria no final da viagem.
Levei Chris para dar uma volta na cidade. A parte mais movimentada de sábado de manhã era a avenida principal do centro, onde apareciam diversos tipos de lojas sobre qualquer coisa, desde bugigangas para casa até joias e móveis. Chris mais andava ao meu lado do que comprava algo. A ideia era basicamente andar porque, devido ao Natal que se aproximava, as pessoas haviam aloprado atrás dos últimos preparativos para o feriado. Ainda bem que minha mãe e minha irmã foram no mercado e eu me livrei dessa tarefa. Se em dias normais já era impossível, imagina no Natal.
Eu parei somente em dois lugares. Primeiro, em uma loja de perfumes famosa no Brasil, onde eu peguei um pacote que já estava separado. Conversei um pouco com a vendedora que estudara comigo na escola, paguei e logo saí de lá. Depois, passei na joalheria, onde eu tinha encomendado um chaveiro de aço em formato de claquete para juntar com o terceiro presente que estava comigo em casa já.
Mesmo o centro da cidade lotado, pouquíssimas pessoas reconheceram Chris, creio que três foi o máximo que vieram tirar foto com ele. Alguns olhavam com surpresa do tipo “O que ele faz aqui?” mas passavam reto e outros, alguns até conhecidos meus, paravam e cumprimentavam a gente meio que “Nossa, é o Capitão América”, mas era rápido.
Pouco depois da uma hora, recebemos uma ligação de minha mãe, falando para irmos logo para o restaurante que estava cheio já e, em instantes, não poderiam mais guardar a mesa. Quando chegamos lá, a situação estava um pouco caótica. Pedimos nossos pratos e ficamos conversando sobre as compras. Eu tive que ser um pouco vaga, falando que havia pego o que minha mãe pediu na rua, o que foi a maior mentira deslavada que eu contara naquele dia, mas minha irmã pegou a ideia e o assunto mudou.
Comemos até que rápido, acho que a agitação de fim de ano atacou todos nós. Não enrolamos para sair de lá, minha mãe e irmã foram para casa e eu e Chris seguimos para o lado oposto, para a casa do meu melhor amigo.

Estacionei o carro em frente à construção de dois andares bege com um letreiro em neon escrito “Sorveteria”. Tranquei o carro e Chris veio ao meu lado. Passei a porta da entrada do local e subi em uma escada na lateral para o andar de cima, batendo na porta quando cheguei.
- Ei! – Um garoto da minha altura, de cabelos pretos e uma barba por fazer apareceu.
Meu amigo apareceu e eu passei meus braços pelo seu pescoço, abraçando-o fortemente, sentindo-o me apertar da mesma maneira.
– Que saudades! Como está? – Ele falou em inglês, me fazendo franzir a testa.
- Bem, qual é a desse povo todo sabendo falar em inglês? – Perguntei, me afastando dele.
- Sei lá, acho que uma conhecida nossa está namorando um estrangeiro e a gente não está a fim de fazer feio na frente dele. – Ele falou, olhando para Chris. – Olá, tudo bem? Rodrigo.
- Oi, e aí? – Eles trocaram um aperto de mão. – Chris.
- Sei tudo sobre você. – Ele movimentou os lábios e rimos.
- E aí, como está tudo por aqui? – Dei uma olhada no grande espaço que ele tinha no segundo andar, junto de algumas caixas de som espalhadas pelo mesmo.
- Tudo indo muito bem, na verdade. – Ele pegou uma caixa de sapatos na mão, colocando em uma das prateleiras dispostas ali. – Estou com três turmas de ballet, quatro de street dance, uma de sapateado e uma de localizada para idosos. Estou bem feliz! – Ele comentou.
- Isso é muito bom! Você finalmente achou o que você queria. – Falei, me sentando na mureta que ficava de costas para a escada. – E a sorveteria?
- Minha irmã cuida da administração. Depois daquela reforma que a gente fez com a sua ideia, as coisas mudaram bastante aqui.
- Pois é! Tô sabendo que virou o point da cidade. – Chris soltou uma risada fraca ao meu lado. – Rodrigo aqui é filho dos donos da sorveteria aqui de baixo e dá aulas de dança, que é o que ele realmente gosta.
- Dança? Cara, isso é demais! – Chris falou, realmente interessado no assunto.
- Você gosta? – Rodrigo perguntou.
- Adoro! Eu cresci dançando, na verdade, antes de virar ator. – Chris cruzou os braços sobre o peito. – Minha mãe foi professora de dança por muito tempo, então eu e meus irmãos crescemos dançando um pouco de tudo, mas o que eu gostei mesmo foi do sapateado. – Chris falou e eu sorri.
- Isso é demais, cara! Eu não sabia! – Abri um sorriso largo, suspirando. – Tentei trazer essa daqui de volta para dança, mas não rolou. – Ele comentou, apontando para mim. – Ela preferiu ir para fora do país e ser trabalhadora.
- Licença, eu sou muito boa no que faço! – Respondi.
- E eu não sei? A assessoria daqui e da sorveteria ainda é sua! – Soltei uma risada fraca.
- Falando nisso, vocês já implantaram aquele projeto empresarial que eu mandei? – Cruzei os braços.
- Estou trabalhando com a sua irmã para fazer a publicidade do estúdio de dança, porque a sorveteria não está dando problema para chamar pessoal. O estúdio sim, porque eu sou novo, sem muita experiência e tal.
- Mas não estou vendo problema nenhum com alguém que está com várias turmas. – Falei, mostrando a língua para Rodrigo.
- Cortando um pouco. – Chris falou. – Ela dançava? – Ele olhou para Rodrigo e apontou para mim.
- Ah, não! – Falei, escondendo o rosto nas mãos.
- Dançava. Ela fez street dance por uns dois anos, acho.
- Eu sou muito ruim! – Falei, me defendendo. – Sou muito travada para dançar! Era péssimo, sério! Eu parecia uma pata. – Falei, fazendo Chris rir. – Me deixa no jornalismo mesmo.
- Ou na gastronomia, porque nisso ela é boa também. – Rodrigo comentou.
- Pior que é! Ela tem futuro para caramba nisso! – Chris respondeu e eu suspirei.
- Vamos parar de falar de mim?
- Vamos, e vamos falar de sorvete! – Chris falou e eu gargalhei. – Você nunca me disse que seu melhor amigo tinha uma sorveteria. Eu amo sorvete, cara!
- Ah, meu pai! – Passei a mão nos cabelos.
- Vamos lá embaixo então.

A sorveteria tinha um tom meio anos 60. As mesas eram com sofás, viradas uma de frente para outra. A pintura era avermelhada com listras brancas, o balcão com detalhes relacionado aos anos 60, junto com os apetrechos. O local era bem aconchegante, deveria ter no máximo dez mesas, cabendo seis pessoas em cada, deixando aquele lugar fervendo quando chegava o fim do dia ou fazia muito calor.
Logo após o almoço, estava vazio, até os atendentes estavam no fundo. Eu pedi o que eu estava acostumada: o sorvete de limão deles, que parecia chiclete de tão puxa-puxa que ficava. Chris já aproveitou, experimentou todos os sabores possíveis que existiam ali e não ficou satisfeito até ter pelo menos cinco bolas de sorvetes variados na cestinha em que ele se servia, junto de alguns confeitos coloridos. Fiquei imaginando como seria se todos aqueles sabores derretessem, mas Chris era rápido. Quando ele falava que amava sorvete, eu pensava que era brincadeira, mas não. Ele realmente gostava.
- Esse lugar é bem legal! – Chris comentou, mordendo os pedaços da cestinha aos poucos.
- Foi meu primeiro projeto pago de comunicação. – Respondi, fazendo Chris rir. – É sério!
- Sério? – Afirmei com a cabeça.
- É! Eu estava formada há uns três anos já quando os pais do Rodrigo decidiram que precisavam mudar porque estava dando menos freguesia. Aí eu elaborei essa ideia de fazer um espaço anos 60, trazer de volta os tradicionais sorvetes de massa e deu certo. – Soltei uma risada fraca.
- Aí deu tão certo que meus pais viajam por São Paulo montando unidades iguais. – Rodrigo completou e eu sorri.
- Recebo comissão disso até hoje. – Falei animada e Chris abriu a boca, levemente surpreso.
- E quantas são no total?
Rodrigo ponderou por um instante.
- Acho que meus pais estão abrindo a 12ª agora. – Chris arregalou os olhos.
- E não era assim antes?
- Não. A gente chegou a ter três sorveterias na cidade, mas fechamos todas e permanecemos com essa somente. Com o tempo, fomos trocando os sorvetes de massa por picolés, até que a situação ficou crítica. – Rodrigo comentou. – Gastamos um pouco mais, mas deu certo!
- Me dá um orgulho ouvir você falar isso. – Falei e ele sorriu.
- Me dá orgulho de você, amiga! – Ele falou, segurando minha mão sobre a mesa. – Você está fazendo tudo que você disse que ia fazer. – Ele sorriu. – E o melhor, você tem alguém para dividir isso.
- Eu sempre tive! – Comentei, o encarando.
- Mas agora você pode dormir com ele. – Gargalhei e Chris me acompanhou.
- É, é muito bom! – Sorri. – E você? Alguém na sua vida?
- Meu coração até que está ocupado, mas não da forma que eu queria. – Ele franziu a testa.
- Quando for para acontecer, vai acontecer. – Falei.
- Você é a prova perfeita disso. – Ele rebateu e eu ri.
Ficamos conversando um pouco mais. Chris e Rodrigo engataram em um papo sobre dança e teatro e eu me senti um pouco deslocada do local, mas logo a irmã de Rodrigo chegou para me fazer companhia, me fazendo rir um pouco com ela. O dia foi passando e o tempo foi começando a escurecer.
- Quanto é, Rodrigo? – Falei, pegando a bolsa do meu lado no banco.
- Não é nada, .
- Ai, para de graça. – Rebati.
- Não é nada, para de graça você! – Ele empurrou minha mão.
- Eu não pago um sorvete há 18 anos, se quer saber. – Falei olhando para Chris, que soltou uma risada.
- Acho bem legal isso! – Chris comentou, rindo. – Prazer te conhecer, cara! – Chris cumprimentou Rodrigo novamente e cumprimentou sua irmã de longe.
- Vão ficar na cidade até quando? – Rodrigo perguntou, me abraçando.
- Preciso voltar a trabalhar dia 6 de janeiro, mas estamos pensando se vamos passar o Ano Novo em Nova York. – Dei de ombros.
- Nada mal, hein?! – Rodrigo comentou.
- Vamos juntos? – Ele gargalhou. – Nova York está sendo quase como uma terceira casa para mim lá nos Estados Unidos.
- Até que queria, mas a aula de localizada dos velhinhos não para. – Ele comentou.
- Não tem férias? – Ele perguntou.
- Não. Acredita nisso? Esse povo tem mais fôlego que a gente. – Ele comentou na porta da sorveteria. – E também vou fazer uma gincana de férias, animar o pessoal, já que não tem muito que fazer aqui. Vou alugar uma chácara ali na saída da cidade e colocar todo mundo para acampar.
- Se eu estiver aqui, até eu participo! – Falei rindo.
- E eu não sei? – Ele respondeu.
- Continue fazendo isso, Rodrigo, porque é o que você faz de melhor.
- Vocês também. – Ele respondeu.

No dia seguinte, era domingo. A família inteira se juntou para um churrasco. Chris pôde conhecer minha tia, irmã da minha mãe, meu tio, marido dela, minha prima, que era um pouco mais velha que eu, e minha avó, mãe da minha mãe. Aquilo não estava nos planos. A ideia era que Chris conhecesse todo mundo junto no Natal, mas foi até que bom, apesar da questão da comunicação.
Meus tios não eram muito bons em inglês mas, por causa de algumas mímicas, traduções simultâneas e afins, até que o almoço não foi totalmente desastroso. E o churrasco, que era o mais importante, foi bastante elogiado por Chris. Afinal, quem não gosta de churrasco brasileiro?
No final do dia, eu, Chris, minha irmã e prima fomos ao cinema na cidade vizinha. Assistimos Jogos Vorazes: Em Chamas, que eu ainda não havia conseguido ver, mas que gostei demais de ter visto. Entendi o motivo de ainda estar em cartaz mesmo um mês depois, porque era bom demais.
Na segunda-feira, fizemos o dia do tédio e ficamos o dia inteiro sem fazer nada. Minha irmã teve que trabalhar, então eu ajudei minha mãe em algumas coisas, fiquei com Chris um pouco, assistimos alguns filmes, tiramos um cochilo à tarde e, mesmo o dia demorando para terminar, ele chegou ao fim.

Minha mãe deixou a gente dormir o quanto quiséssemos aquela manhã. Eu acordei com Chris se levantando da minha cama de solteiro e finalmente tive um pouco de espaço para me mexer na cama, já que dormimos abraçados a noite inteira e o corpo doía um pouco. Éramos grandes e não tinha espaço para tanto na cama, ainda mais eu que era espaçosa e me mexia bastante. Quando Chris levantou, eu aproveitei para dormir mais um pouco.
Finalmente levantei da cama depois de um tempo e encontrei Chris ajudando minha mãe na cozinha. Sim, ele tinha alguma utilidade na cozinha. Ele ajudava minha mãe a fazer um peru recheado, já que era costume nos Estados Unidos, e não no Brasil, de rechear perus, mas... Ele estava indo bem, e eu estava um tanto quanto surpresa com aquilo.
- Ele sabe rechear perus! – Falei para minha mãe após dar um beijo em sua bochecha.
- Seu namorado é mil e uma utilidades, querida! – Minha mãe falou, olhando dentro da panela.
- Bom dia! – Chris falou, dando um beijo em minha bochecha.
- Bom dia! – Respondi com um sorriso no rosto. – E aí, precisa da minha ajuda?
- Preciso, ! Preciso muito. – Minha mãe respondeu.
- Como sempre, você está ansiosa, certo? – Ela afirmou com a cabeça.
- Sua irmã está cuidando da decoração. Chris está me ajudando com as carnes e você cuida dos doces, como sempre! – Soltei uma risada baixa, sabendo que era o óbvio.
- Pode deixar! – Respondi. – O que eu faço? O sorvete e a da uva? – Minha mãe afirmou com a cabeça. – Fechado!
- Mas tira esse pijama antes, ! – Ouvi a frase mais comum, Chris soltou uma risada ao meu lado e eu dei meia volta para o quarto.
Fui até lá e troquei a roupa por um short e uma regata azul. Prendi meu cabelo em um coque alto e voltei pelo caminho contrário, esbarrando em minha irmã no meio do caminho, já suando. Dei um rápido beijo em sua bochecha e ela me segurou antes que eu voltasse a andar.
- Eu gostei dele! – Ela falou e eu abri um sorriso. – E posso dizer, pela forma que ele olha para você, que ele te ama, . – Passei meus braços pelo seu corpo, encostando minha cabeça em seu ombro. – Aí tem futuro, irmãzinha. – Suspirei.
- Não vamos falar do futuro. – Comentei e ela riu.
- Podemos não falar, mas acho que você já pode se preparar pra passar sua vida inteira com ele. – Soltei uma risada fraca.
- Você acha? – Perguntei.
- Você não? – Ela olhou em meus olhos.
- Na verdade, eu acho que nunca parei para pensar nisso seriamente.
- Seis meses não é muito tempo, e eu também não sou nenhuma expert em amor, mas eu vejo futuro aí. – Ela sorriu. – E também não vejo nenhuma objeção no caso. – Franzi a testa. – A família dele gostou de você, não? – Ela piscou os olhos. – E aqui, por mais que a linguagem seja um degrau um pouco alto, também gostaram dele. – Dei de ombros. – Pensa nisso!
- Agora eu não vou pensar em outra coisa! – Comentei e ela riu.
- Vamos voltar ao trabalho.
- Porque hoje é véspera de Natal! – Gritei, dando uns pulinhos, transpirando meu amor pelo Natal.
Voltei para a cozinha e Chris já havia tirado as mãos do peru. Agora manejava um facão, limpando uma peça de carne à pedido da minha mãe. Eu fui para o fogão, fazendo o brigadeiro branco que ia em cima da uva, mexendo a panela rapidamente no fogo alto e levando o creme a se formar. Peguei o pano pendurado, colocando-o em meu ombro.
Enquanto o brigadeiro branco esfriava, eu segui para a primeira camada do sorvete: leite condensado, leite e gemas. Transformei tudo em um creme homogêneo até esfriar e derrubei sobre o refratário de vidro, colocando no freezer enquanto ainda estava quente e baixando a temperatura do mesmo para congelar mais rápido.
Peguei outro refratário e coloquei as uvas verdes sem semente, que minha mãe já tinha lavado, e as ajeitei, colocando o brigadeiro branco por cima das uvas, fazendo uma parede contra as uvas. Eu me aproximei da bancada em que Chris trabalhava e, em outro refratário, comecei a fazer a ganache que cobriria o brigadeiro. Chocolate meio amargo, creme de leite e alguns segundos no micro-ondas, de pouco em pouco. Joguei a mistura em cima do brigadeiro branco e cobri com papel filme, colocando na geladeira e seguindo para a pia, esperando Chris terminar de lavar as mãos.
- Terminaram? – Minha mãe perguntou, voltando para a cozinha.
- Tem que esperar para fazer as outras camadas do sorvete agora, mas o doce da uva está pronto.
- Vocês podem ir buscar alguma coisa para comer? – Ela perguntou, dando uma olhada dentro das panelas.
- Claro. O que a gente pega?
- Pega um lanche do Subway para gente. – Ela falou.
- O de sempre?
- Pode ser.
- Pede para colocar bastante salada. – Minha irmã gritou da varanda que dava para a sala de jantar.
- Ok, então a gente já volta.
- Tem Subway aqui? – Chris perguntou e eu soltei uma gargalhada.
- Pois é! – Respondi, seguindo para a garagem com Chris atrás de mim.

O resto do dia passou rápido. Eu e Chris fomos até o Subway e, logo, voltamos para casa. Almoçamos cada um em um canto na sala de TV, assistindo a Um Natal Muito, Muito Louco, um dos melhores filmes de Natal que eu já tinha visto. Nunca me cansava dele.
Depois, eu fui terminar as outras duas camadas do sorvete enquanto minha mãe e minha irmã tomavam banho. Com tudo pronto, eu entrei no banho e aproveitei para lavar meu cabelo, porque eu pretendia fazer uma chapinha nele a fim de dar uma diminuída no volume. Passava das sete horas quando Chris foi para o banho e eu comecei a fazer me arrumar, meio desajeitada nos meus cabelos ondulados.
Chris saiu do banheiro e começou a se trocar no quarto. Colocou uma calça jeans escura, passou o tão conhecido perfume pelo corpo e deu uma secada no cabelo, bagunçando os fios e ajeitando a barba. Ele colocou uma camiseta branca meio acinzentada sobre o peito com dois botões abertos perto do pescoço. Calçou as conhecidas botinas bege e sentou na cama, olhando para mim enquanto eu me maquiava, usando somente um conjunto de lingerie preta sobre o corpo.
- Vai usar esse vestido? – Ele perguntou, deitando o corpo na cama e vendo o vestido pendurado no armário.
- O que acha? – Perguntei.
- Acho que vai ficar linda demais. – Ele devolveu e eu sorri.
Terminei de fazer minha maquiagem e coloquei o vestido azul curto com as mangas pretas e o meu tão conhecido peep toe preto nos pés. Finalizei a maquiagem com um batom claro e joguei meus cabelos para o lado.
- Vem, vamos tirar uma foto! – Eu o chamei para ficar ao meu lado na frente do espelho.
Ele pegou seu celular, que estava mais perto, e tirou uma foto nossa, me abraçando pela cintura enquanto eu o abraçava pelas costas, sorrindo para a foto.
- Feliz Natal, Chris! – Falei e ele sorriu.
- Feliz Natal, amor! – Ele beijou minha testa. – Que venham muitos mais. – Sorri, fechando os olhos por alguns segundos e ouvindo uma batida na porta.
- Venham! O pessoal chegou, vamos fazer a troca dos presentes. – Ouvi minha mãe gritar do outro lado da porta e vi os olhos de Chris se arregalarem por um momento.
- Relaxa! Eu já dei um jeito nos presentes. – Falei para ele, pegando os presentes de Chris dentro do armário.
Ele pegou um embrulho dentro da mala.
- Eu nem pensei nisso, na verdade.
- Eu sei! Com a gravação do filme, você não pensava em mais nada. – Respondi e ele sorriu. – Eu comprei para gente. – Ele afirmou com a cabeça.
- Obrigado! – Ele falou, um tanto aliviado.

Na troca de presentes, as coisas aconteceram até que um pouco surpreendentemente. Eu ganhei uma bolsa bege com rosa da minha mãe para trabalhar, um sapato de salto alto dos meus tios, um liquidificador novo da minha avó para Boston – já que o meu havia quebrado – e um estojo de maquiagem da minha irmã. Chris ganhou algumas coisas também, como um conjunto de barbear dos meus tios, uma camisa xadrez muito bonita da minha mãe e uma camiseta da minha irmã.
Eu dei presentes para todos. Joias para minha mãe, tia e avó, maquiagem para minha irmã e prima e um tênis para o meu tio. Era bom ganhar presentes. Eu e Chris deixamos nossos presentes por último, enquanto toda a bagunça rolava solta do pessoal vendo os presentes.
Chris começou, me entregando uma caixa preta grande, onde pude ver em cima escrito Bvlgari. Nessa hora, eu gelei totalmente. Minha irmã dividiu a minha surpresa. Abri a caixa e encontrei um colar com uma corrente de ouro branco e diversas pedras roxas e lilás em volta da mesma, me fazendo ficar desnorteada por um momento.
- Chris, isso...
- Não é nada. – Ele falou, olhando para mim.
- Mas isso...
- Posso colocar em você? – Ele perguntou, desviando da conversa.
- Pode! – Minha irmã respondeu por mim e eu ri, virando o corpo, o sentindo colocar aquela delicadeza em meu colo e soltando um suspiro quando ele fechou e passou as mãos em meus ombros.
- Agora eu estou com vergonha de dar meu presente. – Ele soltou uma risada baixo e eu peguei os dois embrulhos que sobraram embaixo da árvore de Natal.
- Para de graça, ! – Ele falou baixo e eu sorri.
- Um é mais útil e o outro é mais emocional. – Estendi os dois embrulhos quadrados para Chris, um mais alto que o outro.
Ele começou pelo mais alto, mais útil. Chris tirou a caixa do embrulho, abrindo um largo sorriso em seguida.
- Obrigado, ! Você não precisava! – Ele falou, tirando o relógio prateado da caixa.
- Você também não precisava. – Toquei no colar delicadamente e eu sorri.
- Obrigado! – Ele encostou os lábios nos meus delicadamente. – Me deixa ver o outro.
- Eu acho que é mais importante esse. – Ele tirou o papel do embrulho, revelando uma caixa de veludo parecida com as de joias.
Fiquei tensa no momento que ele abriu a caixa, revelando o chaveiro de aço em formato de claquete de filmes e uma chave.
- , isso é...?
- A chave do meu apartamento em Boston! – Respondi.
- Isso é incrível! – Ele respondeu, passando os braços pelo meu corpo. – Isso é muito importante para mim. Obrigado!
- Obrigada por esse meio ano. – Respondi, sorrindo.

Levamos todos os presentes para o quarto e o resto do pessoal começou a chegar. Minha avó foi quem ficou encarregada em apresentar Chris para as pessoas eeu fiquei ajudando minha mãe na cozinha enquanto o pessoal chegava. Os mais novos reconheciam ele logo de cara, outros não sabiam falar em inglês. Bem, nem minha avó então, para quem estava de fora, o papo era até engraçado. Minha avó falava que era “o namorado estrangeiro da ”. Ele dava um oi, cumprimentava com a mão, um abraço e as coisas começavam a andar.
Minhas primas mais novas ficaram em volta de mim um pouco, então eu nem fiquei muito ao lado de Chris, mas ele pegou uma cerveja e ficou perto dos homens, conversando com um dos meus tios que viajava sempre e integrava ele no papo. Em um momento, a cara de pânico dele sumiu. Talvez fosse a cerveja.
Próximo à meia-noite, nos juntamos na sala de jantar, em volta da mesa, e fizemos uma oração. Agradecemos por mais um ano, por estarmos juntos ali, pelas pessoas novas em nossa família e também lembramos das pessoas que já partiram, como meu pai, meu avô e alguns parentes distantes. À meia-noite, Chris me deu um beijo e um abraço apertado de ‘feliz natal’, o que fez com que eu me sentisse em casa. Passei cumprimentando a todos e enchendo o prato com todas as diversas guloseimas que havíamos preparado. Depois, arranjei um lugar no sofá para comer.
- Quem sabe, no próximo Natal você vai estar com crianças, . – Uma tia minha me perguntou enquanto dava mamadeira para seu neto.
- Ah, tia, não. Ainda não, por favor. É um relacionamento recente. – Respondi e ela afirmou com a cabeça.
- Mas seja feliz, minha filha.
- Eu já sou. – Respondi enquanto Chris estava alheio à conversa, colocando um pedaço de costela na boca.
Deixando a comida descer um pouco, por volta da uma da madrugada, minha mãe serviu as sobremesas e eu fiz questão de colocar um bocado da sobremesa de uva e do sorvete para Chris, não porque eu havia feito, mas porque eu sabia que ele ia gostar. E ele gostou, repetindo.

Aos poucos, as pessoas começaram a se acomodar pelos cantos enquanto o sono começava a aparecer em cada um. Antes das três da madrugada, a casa estava vazia de novo, deixando que ficasse eu, Chris, minha mãe e irmã em casa novamente.
- Nossa, parece que passou tão rápido... – Minha mãe comentou, suspirando.
- Pois é! – Chris falou e eu ri.
- Deixa eu te ajudar, mãe. – Eu me levantei do sofá meio com preguiça, deixei meu salto no tapete da sala e Chris levantou ao meu lado, me ajudando a dar fim nas latas de cervejas e garrafas de refrigerante e também a colocar os pratos, talheres e copos na pia para minha, mãe que começara a lavar a louça. Fui lá fora, descalça, colocar o lixo.
Depois, eu dei um jeito nas comidas, juntando pratos parecidos para reduzir a quantidade de refratários que as pessoas haviam trazido. Lacrei todos com papel filme. Os que precisavam de geladeira, eu dei um jeito de caber dentro da nossa. Aqueles que não precisavam, eu deixei na mesa de jantar mesmo.
- Vai dormir, querido. Parece que você está cansado. – Ouvi minha mãe falar com Chris, que estava na cozinha com ela, e soltei uma risada fraca, trancando a porta que dava para a varanda.
- Vai, Chris, eu vou também. – Toquei suas costas.
- Vai sim, filha! Vai tirar essa roupa, maquiagem... Depois vem me dar boa noite.
- Boa noite. Feliz Natal. – Chris falou para minha mãe.
- Boa noite, querido, feliz Natal. Dorme bem! – Ela respondeu e ele seguiu para o quarto enquanto eu segui para o banheiro.
- Você está cansada também.
- Demais. – Respondi e ele riu, encostando a porta do quarto.
No banheiro, eu escovei os dentes, lavei meu rosto para tirar minha maquiagem e fui para o quarto. Chris já estava trocado e foi para o meu lugar no banheiro, indo se cuidar. Eu tirei meu vestido, pendurando na cadeira em frente à escrivaninha, e coloquei meu pijama, deitando em minha cama por cima das cobertas, sentindo meu corpo estalar. Então suspirei.
- Tudo bem? – Chris perguntou, voltando para o quarto e me encarando de cima.
- Tudo certo! – Respondi.
- Boa noite, gente! – Minha irmã passou pelo quarto, falando com a gente.
- Boa noite! – Eu e Chris gritamos juntos, fazendo minha irmã rir.
- Vai deitando, eu vou dar tchau para minha mãe. – Falei, passando a mão em seu cabelo. – Deita aqui na cama.
- Certeza? Você dormiu bem mal essa noite.
- Tenho. – Eu me levantei. – Vou dormir em cima de você hoje! – Ele abriu um sorriso largo e eu revirei os olhos.
- Vai lá! – Ele falou e eu segui para a cozinha, onde minha mãe já terminava de ajeitar a pia.
- Vai dormir? – Ela perguntou.
- Vou sim, parece que hoje cansou mais que o normal.
- É porque tem pessoa nova no grupo! – Ela respondeu e eu ri. – E a idade está chegando também.
- Ah, Jesus! Eu falava isso com vinte. Agora já chegou de vez!
- Mas chegou bem, querida. – Pendi a cabeça.
- Chegou. – Suspirei. – Se continuar assim, eu vou estar bem com trinta.
- Ah, não fala isso. Você com trinta sou eu mais perto dos sessenta. – Ri baixo. – Eu acho que você vai estar casada aos trinta e muito feliz.
- O que achou dele? – Perguntei, movimentando a cabeça.
- Acho que ele é digno de fazer minha filha feliz. – Ela sorriu. – O que eu falei aquela vez sobre não arranjar namorados estrangeiros e tal... Ainda permanece esse medo mas, se ele continuar te olhando com esse olhar admirado, não vai ter problema nenhum. – Ela finalizou.
- Obrigada, mãe! – Eu a abracei, recebendo um beijo em minha cabeça.
- Estou aqui para isso, querida. Para te apoiar, te aconselhar... Você sempre vai ter seu lugar aqui em casa, não importa se estiver em São Paulo, Boston ou no fim do mundo. – Ela falou baixo.
Minha mãe seguiu lado a lado comigo e entrou no quarto. Eu entrei no meu, encontrando Chris sentado na cama, com as costas encostadas na cabeceira. Fechei a porta e sentei ao lado de Chris, esticando as pernas na cama e encostando as costas no peito dele, suspirando.
- Qual o próximo passo? – Perguntei para Chris.
- Como assim? – Ele olhou para mim.
- Bem... Sua mãe gostou de mim, minha mãe gostou de você. Não temos problemas externos. – Falei e ele sorriu.
- Isso é demais! – Ele falou, encostando os lábios em minha cabeça.
- Isso é mentira demais para ser verdade. – Falei.
- Por quê? – Soltei uma risada.
- Você tem noção do que é ter Chris Evans aqui, na minha cidade do interior, no Brasil, passando o Natal com a minha família? – Perguntei, virando meu rosto para ele.
- Não é o Chris Evans que está aqui. É o Chris. Seu Chris. – Ele respondeu e eu ri fracamente.
- Você é os dois, e eu me apaixonei pelos dois. – Respondi de volta, o fazendo ficar quieto por alguns segundos.
Desliguei a luz do quarto e fechei os olhos, suspirando e sentindo o corpo começar a relaxar.
- É, acho que já sei qual é o próximo passo. – Chris respondeu baixinho, deixando um beijo em minha cabeça.


Capítulo 10

Why can't you show the world I'm yours
So why can't you keep us unofficial
I layed my head against your heart
With my arms rapped around you
Told you no matter what
I will always be here for you

(Porque você não mostra para o mundo que eu sou sua
Para você não ter que nos manter não-oficial
Eu deito minha cabeça em seu coração
Com os braços em volta de você
Disse que não importa
Sempre estarei aqui para você)

The Saturdays, Unofficial


Bem-vindo, 2014! Mas você poderia passar um pouco mais devagar. Porque... Caramba, você está de parabéns! Desde o dia 5 de janeiro, quando eu cheguei de Nova York com , eu esqueci que eu tinha uma namorada, e ela deveria estar cheia de coisas para fazer, porque a quantidade de vezes que conversamos podia ser contada nos dedos.
Com a aproximação da première de Capitão América 2 e também com a finalização das gravações do meu filme e envio para a edição, eu estava surtando. Acordava pouco antes das oito da manhã, saía de casa e só Deus sabia que horas eu ia voltar. Para piorar, surgiram alguns eventos no meio do caminho.
O primeiro foi o Golden Globe Awards. Eu não estava esperando por aquilo mas, um dia antes, me ligaram, pedindo para apresentar uma categoria com Uma Thurman. A ideia de ficar conversando no Face Time com a tinha ido por água abaixo. Domingos eram os dias que haviam sobrado para conversarmos. Pelo que eu havia entendido, Derek havia tirado dois meses para ficar com seu filho.
Sim, não demorou nada a aprovação da adoção e menos ainda para eles receberem a criança. Era uma menina de três anos. me contara que ela era uma graça, muito educada. Os cabelos eram escuros e a pele morena. Derek e Rupert estavam bastante felizes. dizia que os visitava com frequência para ver se eles precisavam de alguma ajuda, mas falava que eles estavam se saindo bem até demais, No entanto, com a ausência de Derek, estava fazendo hora extra. Tinha dias que passava das dez horas da noite e ela não havia chego em casa. Eu ficava preocupado e ela chegava morta de cansaço, esperando outro dia começar. Mas como ela dizia, ao menos ganhava hora extra.
Depois do Golden Globe, chegou a vez do Hollywood Stands Up to Cancer, um jantar que angariava fundos para uma organização que lutava contra o câncer. Eu nunca negava eventos para a caridade mas, sem a Megan para me acompanhar e somente com Joshua me seguindo, era divertido, mas tirava a seriedade da situação. Não ver era uma coisa péssima, uma péssima ideia também, mas não ter Megan para me acompanhar era complicado. O que a falta de uma pessoa pode fazer com o resto... Acabou sendo divertido. Encontrei Jessica Alba lá no evento e conheci John Mayer e Anna Kendrick, teve como eu me ocupar. Joshua, como meu assistente, era sempre algo à parte.
O final de fevereiro chegou mas, dessa vez, eu não estava mais tão atolado. As reuniões de Capitão América 2 haviam terminado, mas eu ainda tinha que cuidar do meu filme, que agora chamaria Before We Go. Acho que nunca tinha visto tanto um filme na vida. A edição era uma parte realmente complicada, ainda mais quando era estipulado um tempo para você, mas eu consegui tirar um tempo para ir para Flórida, na cidade de Daytona, para participar da corrida principal da NASCAR.
Não, eu não fui correr, eu fui convidado para ser o Grand Marshall, ou seja, falar para os motoristas ligarem os motores na hora da corrida começar. Quando me chamaram, na hora, eu pensei em .
- Domingo à noite, Chris? – Ela falou para mim enquanto passava a mão nos cabelos. - Sem chance! – Ela suspirou, aproximando o rosto da tela.
- Fala sério, ! – Fechei os olhos, apoiando o queixo na mesa. – Faz quase dois meses que a gente não se vê.
- Eu sei, mas agora a Kelly inventou de fazer as contas em plena segunda-feira e, sem o Derek, que tem pós em economia, aquilo vira o caos. Até a Ruth entra na jogada. – Ela suspirou. – Se ainda fosse um evento oficial, algo assim, talvez desse para eu me enfiar na história, mas não dá.
- Cara! Não aguento isso. Essa cama já acostumou com dois corpos nela. – Ela soltou uma risada fraca.
- Está acabando. Em dez dias, o Derek volta. Acaba a licença dele. Eles tiveram aqui hoje, ela é uma graça.
- Qual o nome dela?
- Liana! – Ela falou. – Liana Van Sanders agora. – Ela riu logo em seguida.
- Por que a risada?
- Eles colocaram o sobrenome do Rupert nela. Sei lá, passou uma besteira aqui na minha cabeça.
- Acho que entendi! – Respondi, gargalhando logo em seguida. – Voltando a nós. E no começo de março? Como vai ser?
- Nem a pau, querido. Começo do mês, é aniversário da minha mãe. E com esses dias que eu acumulei, vou tirar uma semana lá no Brasil.
- Tá pior que eu pensava. – Falei, coçando a cabeça.
- Relaxa, amor. De março, não passa. – Ela falou com um sorriso fofo no rosto. – Dia 8 eu estou aqui de novo. – Minha cabeça foi longe.
- Você vem para Los Angeles então. – Falei!
- Vamos ver. – Ela sorriu.
- Não é uma pergunta. – Falei e ela franziu a testa, ficando quieta, mal ela sabia que eu já tinha planos.
- Senhor Evans... – Ouvi a voz de Larry se aproximando.
- Eu tenho que ir. – Falei para . – A gente se fala.
- Com certeza! – Ela respondeu, mandando um beijo pela tela. – Ah, Chris, faz um favor para mim.
- Diga! – Virei o rosto, olhando para tela.
- Passa um gel nesse cabelo, penteia para o lado. Vai ficar bonito. – Ela sorriu e piscou com um olho só. – Seu cabelo nas fotos está horrível. – Ela falou, sincera.
- Ai! – Brinquei e ela riu.
- Tchau, Evans! Leslie está me chamando. – Ela falou, se levantando da cadeira e abaixando o rosto. – É assim que eu mantenho meu corpo quente. – Ela provocou e, em seguida, a ligação foi desligada.
- Filha da mãe. – Falei baixo.
- O senhor deve estar subindo pelas paredes. – Larry brincou atrás de mim.
- Engraçadinho. – Fechei a tela do notebook, suspirando alto.
- Chegou alguns pacotes da Marvel para o senhor. – Confirmei com a cabeça.
- Obrigado, Larry! - Abri o pacote com a ajuda de um estilete, que era o que estava mais perto, e encontrei os ingressos de Capitão América 2, haviam chegado em uma hora perfeita.
Fazia tempo que eu queria finalmente sair com . Sair com ela, oficialmente, como as pessoas chamam. O Daytona 500 não traria isso, mas seria um bom momento de eu aproveitar o fim de semana com minha namorada, aproveitar a corrida – que era algo que eu gostava – e ainda cumprir com meu compromisso. Pois é, só iria cumprir com meu compromisso.

E não é que estava certa? Eu dei um jeito no meu cabelo – eu teria que admitir, estava péssimo. Coloquei um pouco de gel, passei o pente e pronto! Ficou legal! Um topete jogado para o lado, essa cara de ajeitado... Ficou bem legal.
Fui para Flórida com Joshua. Acabei indo um dia antes, passando a noite no hotel e, de manhã, já fui para a conferência de imprensa e participei do lounge do Daytona 500. Acabei encontrando Nina Dobrev, a atriz, no evento. Nós nos conhecíamos vagamente.
Acabei passando o tempo com Joshua até chegar a hora de eu fazer meu trabalho. Fui até o meio da pista, na frente do carro do Daytona 500, e falei a tão conhecida frase.
- Motoristas, liguem os seus motores!.
Cara, isso ficou péssimo, ficou forçado, ficou estranho.
Juntei-me no camarote com Joshua para ver a corrida e voltamos para Los Angeles ainda naquela noite. Na real, eu queria ir para Boston, mas ela viria até mim em breve.
Na semana seguinte, eu foquei em brigar com a Megan, o que, no final da situação, não foi preciso. No domingo seguinte, já estava a caminho do Brasil, então as chances dela descobrir alguma coisa do meu plano mirabolante eram nulas.
Tá, não tinha nada de mirabolante.
- Alô? – Megan atendeu o telefone.
- Oi, assessora! – Falei com um tom risonho na voz. – Não desliga!
- Por que você está me ligando em pleno domingo à noite, Evans?! – Ela rosnou, brava.
- Eu só estou ligando para te avisar que, na première de Cap 2, você vai trabalhar duplamente, ok?! – Falei simplesmente.
- O que você está falando, Evans? – Ela acalmou.
- Eu vou chamar a para ser minha acompanhante na première do filme.
- Aleluia! – Ela gritou no telefone, fazendo eu afastar o telefone da orelha.
- Oi? – Perguntei, meio assustado. – Você que está obrigando ela a trabalhar por doze horas por dia.
- Evans! Faz oito meses que vocês namoram! Oito! – Ela gritou no telefone. – Ela trabalhar, parte é porque ela quer, parte é porque ela quer o extra, e parte porque ela é boa. Mas isso não tem nada a ver. Já está virando falta de educação com a . Tá parecendo que você tá meio ‘foda-se’ para a situação. – Ela continuou com o tom de voz alto.
- Eu queria convidar ela para ir ao Oscar comigo hoje à noite, mas ela foi para o Brasil. – Falei.
- Você sabe que parte é para você não se sentir obrigado, certo?! – Ela falou e eu franzi a testa.
- Como assim? – Sentei no sofá.
- Você cheio de compromissos. Ela vai te visitar um fim de semana e você tem um evento para ir. E aí? – Suspirei. – Ela deve ter pago quase metade do salário dela para ir para o Brasil, comprou tem umas 3 semanas essa passagem.
- Porra, Megan. Por que você não me falou? – Eu me irritei.
- Porque eu sou amiga dela, porque isso deveria ser um segredo entre amigas e porque o relacionamento é seu. – Ela parou por um tempo. – Não estraga tudo, Chris, não com essa garota.
- Eu quero casar com ela, Megan. – Falei, fazendo-a ficar quieta por algum tempo. – Megan? Está aí?
- Estou só pensando no que você falou, registrando isso para futuras gerações. “O dia em que Chris Evans amadureceu”. – Ri fracamente. – Demorou só 32 anos.
- Só isso. – Comentei.
- Convide a . Logo. Porque é um evento de gala, e ela sabe se vestir nesses lugares. – Megan falou com a voz mais calma. – A vai ter que trabalhar de manhã aqui com a gente no dia. – Ela falou e eu bufei. – Calma, Evans! Todo mundo vai estar aqui para cuidar da première. – Ela falou baixo. – Ela deve chegar aí por volta das cinco. Eu a levo para a première, a gente te encontra lá.
- A ideia é que eu a acompanhe. Ou o contrário, sei lá. – Falei.
- Você vai. – Ela falou. – Mas eu vou deixá-la lindamente para você. – Abri um sorriso. – Liga para ela.
- Pode deixar. – Suspirei. – Obrigado, Megan!
- Você precisa me ver mais como amiga de vez em quando, Chris. – Ela terminou. – Tchau, Evans!
- Tchau, Megan!

Eu fiquei matutando o que Megan disse até quase o fim da semana, quando finalmente me ligou no Face Time. Eu poderia mandar uma mensagem ou algo assim, mas se aquilo era o mais próximo que tínhamos de uma comunicação cara a cara, era aquilo que eu faria.
- E aí? – Ela perguntou de pijama, com a toalha presa no cabelo.
- Fiquei o dia inteiro te esperando. – Ela riu baixo.
- Eu e as meninas saímos para fazer umas comprinhas. – Ela falou e eu ri.
- Eu quero te perguntar um negócio. – Falei diretamente, fazendo ela se ajeitar na cadeira do outro lado.
- Diga! – Ela apoiou o queixo entre as mãos.
- Quero te chamar para a première de Capitão América 2. – Falei, esticando o ingresso que estava ao lado.
Ela soltou uma risada.
- Mas Chris... Eu já vou. – Ela falou, franzindo a testa. – Certeza de que a Megan vai precisar de mais um assessor no evento. – Ela soltou uma risada no fim.
- É, talvez, mas com certeza não vai ser você. – Falei, a vendo franzir mais a testa, se era possível.
- O que você está dizendo, Chris? – Ela encostou as costas na cadeira, cruzando os braços.
- Você vai como minha acompanhante, !
Nesse momento, as coisas congelaram. Tentava analisar seus olhos pela tela.
– Você vai me acompanhar no tapete vermelho. – Eu consegui ouvir o suspiro dela pela tela do computador.
- Eu esperava por isso um dia, mas achei que eu ia reagir a isso de uma forma menos sentimental. – Ela passou a mão nos olhos, suspirando. – Tem certeza disso? – Ela falou, calmamente.
- Falei que estava pronto para tudo, não?! – Falei e ela sorriu.
- É. – Ela mordeu o lábio inferior. – Você disse. – Sorriu logo em seguida. – Eu não vou te decepcionar.
- Isso é impossível. – Falei sorrindo, sentindo uma saudade imensa de abraçar aquela mulher, mas eu sabia que ia demorar ainda.

***

- Eu preciso de ajuda! – Falei, empurrando a porta do atelier de Rupert, rezando para encontra-lo lá, já que era pouco antes das oito da manhã e eles abririam depois das nove.
- O que aconteceu? – Denise apareceu na sacada do segundo andar.
- Cadê o Rupert? – Perguntei, encostando a porta atrás de mim e colocando minha mochila ao lado da porta.
- No escritório dele, com o Derek, creio eu. – Ela apareceu, descendo a escada novamente. – O que aconteceu?
- Vem junto! – Sentindo minha respiração falhar um pouco e andei a passos rápidos até o escritório de Rupert, passando pela porta com pressa.
- ! – Derek foi o primeiro a me notar, depois Rupert levantou ao seu lado. – Esperava te ver só no trabalho amanhã.
- ! Quando tempo que não te vejo, hein?! – O ruivo falou. – Como foi a viagem?
- Podemos falar da viagem depois? – Falei, entrando na sala.
- O que aconteceu? – Derek perguntou, preocupado.
- Ela chegou meio desesperada aqui. – Denise falou e eu respirei fundo, me sentando na cadeira em frente à mesa de Rupert.
- Aconteceu alguma coisa, ? – Rupert perguntou.
- Eu preciso de um vestido, Rupert! – Virei meu rosto para o ruivo.
- É isso? – Ele perguntou. – Não é o problema.
- Eu preciso de um vestido para uma première, Rupert! – Falei devagar, dessa vez vendo os três na sala abrirem a boca levemente. - Chris me pediu para acompanhá-lo na première de Capitão América 2. – Suspirei, tentando relaxar o corpo.
- Isso é demais! – Derek falou, animado, me abraçando meio desajeitado.
- É incrível, ! – Denise falou, mais contida. – Era só questão de tempo. – Ela soltou uma risada baixa.
- E você quer um vestido meu? – Rupert perguntou, saindo do transe.
- Não. – Falei com um sorriso de lado e me levantando, me colocando em frente ao ruivo. – Eu quero um original de Rupert Van Sanders. – Falei, encarando seus olhos.
- Deus! – Ele falou depois de um tempo, com a mão no peito, fazendo todos na sala rirem. – Com certeza.

- Então você quer usar um vestido meu na première? – Rupert falou, saindo do escritório, de braço dado comigo.
- Bem, eu tenho um amigo que tem um talento incrível para desenhar vestidos, então que eu use a atenção que estão dando para mim para te ajudar a crescer. – Voltamos ao centro do ateliê, onde o palco e as diversas araras espalhadas pelo local se encontravam.
- Eu te amo! – Ele falou, dando um beijo em minha testa. - E você quer um original?
- Eu acho que mereço um, não? – Retruquei.
- Com certeza! – Ele falou em tom de voz alto. – Mas eu tenho quatro dias para fazer um! – Ele disse, sério, e eu me desesperei um pouco, finalmente me tocando. – Denise! – Ele gritou e ela apareceu no andar de cima novamente. – Confira meus compromissos para hoje. Tudo que não for urgente, remarque. O que não der, coloque para a noite. – Ele se virou. – Derek! – Gritou para o marido, o que me fez rir do susto que ele tomou. – Traga a caixa de amostras e depois nos faça uma garrafa de café. – Ele suspirou. – E ! – Virou-se para mim, o que fez eu me assustar. – Vou pedir para você se despir e se colocar ali no centro do palco. – Afirmei com a cabeça. – Esse vai ser meu próprio Project Runway! – Ele falou brincando e eu ri.
Entrei em um dos provadores do ateliê e tirei minha roupa, com meu conjunto preto de lingerie, agradecendo por ter escolhido um conjunto melhor para viajar dessa vez. Eu literalmente havia acabado de chegar de viagem, então deveria estar meio sonolenta ainda pois, mesmo tomando um remédio para dormir, eu fiquei acordada quase a viagem inteira, pensando como eu faria nessa première.
Megan já havia me dito que eu chegaria depois de Chris, por questão de horário do voo. O fato era que eu e ela tínhamos que estar no escritório em Boston ajeitando os press kits que seriam distribuídos para a imprensa, para um outro evento que estava marcado. Ou seja, eu teria que andar sozinha por aquele tapete vermelho que eu nem sabia dizer quão longo era.
Megan seguiria ao meu lado quando chegássemos mas, mesmo assim, a pressão era gigante. Como me comportar, como agir, o que fazer ao encontrar Chris? Ficar com sua família, com ele, com Megan? Eles não ensinaram essa possibilidade na faculdade. E seguir Chris pelo tapete vermelho durante uma première já me fez surtar um pouco, e eu só deveria ficar próxima a ele. Consegue imaginar como eu me sentiria na quarta-feira? Pois é, esperava que eu só não vomitasse no vestido de Rupert.
Coloquei-me no pedestal que tinha em frente ao espelho e olhei para o mesmo, analisando meu corpo. Eu gostava do meu corpo. Eu não era magrinha igual às modelos ou famosas. Eu era grande, tinha costas largas, a cintura fina, uma barriguinha à mostra mas que conseguia passar despercebida com uma postura reta e a falta de respiração de vez em quando. E também, deitada na cama, isso realmente não aparecia.
Minhas coxas eram grossas e fortes, bonitas e sexys, como diria Rodrigo, mas às vezes incomodavam um pouco por raspar uma na outra. Subi meu rosto para meu reflexo no espelho e fiquei feliz com o que vi, feliz com o meu corpo de 28 anos.
Derek apareceu com a tal caixa de amostras que Rupert falara e eu notei que era uma grande e alta caixa de madeira, parecida com um baú. Colocou na beirada no palco, se aproximando de mim enquanto Rupert começava a tirar minhas medidas e anotar em seu celular. A circunferência da minha cintura era o menor tamanho, o que me deixou feliz.
- Tá bonita, hein, ? – Soltei uma risada fraca. - Pronto! – Ele falou, estendendo um robe para mim, que Denise havia acabado de dar para ele, e eu o vesti, amarrando as tiras. – Vamos conversar, senta aí! – Ele apontou para o palco e eu me joguei no mesmo, dobrando as pernas. – Acho que concordamos que tem que ser um longo! – Soltei uma risada fraca.
- Honestamente, eu não sei! – Respondi, o vendo mudar a página da prancheta. – Não sei o que o pessoal tem usado nessas premières, não tenho tido tempo.
- Cada um está usando o que bem entende, na verdade. – Ele respondeu. – Tem uns sem noção que tem ido com vestido de ir para a balada, mas eu não sou estilista deles, sou seu.
- Nossa, tenho um estilista agora?! – Perguntei e ele riu, mostrando a ponta da língua.
- Bem, você estará acompanhando o personagem principal do filme, então você tem todo o direito de ir de longo! – Ele falou, voltando ao desenho.
- Você que manda, chefe! – Respondi e Derek soltou uma risada fraca ao meu lado.
- Chris disse o que estará usando?
- Terno Gucci, azul marinho, com colete, completo. – Ele soltou uma gargalhada.
- Então, querida, o que eu normalmente faço... – Ele começou. – Tento combinar a roupa que a mulher usa com o terno que o homem vai usar. – Confirmei com a cabeça. – E eu também já vi que você realmente gosta de azul, só pelos três vestidos que você comprou aqui. – Soltei uma risada fraca, lembrando-me do vestido do nosso encontro, do evento na casa da mãe dele e do Natal em casa, todos azuis e todos do Rupert. – Podemos usar isso como padrão, como a sua cor.
- Eu gosto bastante de azul. – Soltei uma risada fraca.
- Vamos olhar as amostras azuis então. – Ele abriu o baú, tirou uma caixa pequena, onde era possível ver escrito ‘azul’ no topo dela, e me entregou.
As amostras não eram nada mais que retalhos de todos os panos que ele tinha disponível ou que seus fornecedores tinham. Eram diversos tons, texturas, modelos... Aquilo era incrível. O primeiro pano que eu escolhi foi um chiffon azul escuro. Ele era um pano leve, esvoaçante, que mexia facilmente com movimento ou com vento.
- O que acha de transparência? – Ele perguntou.
- Depende muito da transparência. – Respondi, franzindo a testa.
- Transparência com aquele paninho da cor da pele, eu digo. – Ele deu uma explicação para leigos e eu ri.
- Aí sim. – Ri baixo.
- É que eu estou vendo esse pedaço aqui, – Ele estendeu um pedaço de pano com diversas flores bordadas. – e acho que dá para dar uma misturada, fazer um relevo em algumas flores aqui e ali para dar um toque especial. Uma cintura mais marcada, um pano encontrando o outro na área do quadril, uma manga curta...
- Por favor, só não deixe meu quadril gigante! – Ele soltou uma risada.
- Pode deixar! Vou te deixar linda. – Ele sorriu, me abraçando ternamente. – Agora vai lá com a Denise para vocês combinarem cabelo e maquiagem.
- Mas como a gente vai fazer, Rupert? É em Los Angeles. – Falei, me levantando.
- Vai lá falar com Denise! – Revirei os olhos.
- Ei, cadê a Liana? – Perguntei.
- Dormindo lá no fundo. – Derek falou. – Ela teve dor de estômago a noite toda. – Ele suspirou. – A gente descobriu que ela é alérgica a leite de vaca. – Fiz uma careta.
- Sério? A leite? – Suspirei.
- Sim, mas ela está melhor agora. Nós a levamos no hospital de madrugada e eles diagnosticaram. – Rupert falou. – Ela vai ficar bem, vamos começar o tratamento aos poucos para ver se tem cura. Do contrário, aprender a evitar.
- Fala para ela que eu faço cupcakes com leite de soja para ela. – Derek abriu um largo sorriso.
- Você é a melhor! – Ele falou e eu pisquei um olho para ele.
Andei pelo ateliê e subi as escadas, encontrando Denise lá em cima, sentada em uma das cadeiras dispostas no pequeno salão de beleza dela.
- Você faz milagres agora, Denise? – Perguntei, sentando em uma cadeira em sua frente.
- Quase! – Ela respondeu. – Mas eu posso te ensinar a se maquiar. – Ponderei com a cabeça.
- Olha, seria muito bom saber fazer uma maquiagem decente. – Comentei e ela riu.
- Seu vestido vai ser azul, mas você não vai usar azul na sua maquiagem. – Ela abriu uma de suas maletas de maquiagem, pegando algumas das diversas sombras nas mãos. – Com o tom que ele deu, eu pensei em um rosado nos olhos com preto, muito rímel, um tom mais bronzeado para as bochechas e uma boca quase transparente. – Comecei a ouvir o barulho das embalagens se batendo enquanto ela mexia.
- Como você e o Rupert tem esse insight divino de repente? – Perguntei.
- Anos e anos de prática. – Ela falou, sorrindo. – Cursos e mais cursos, palestras e mais palestras...
- Isso é demais! – Soltei uma risada fraca. – Faz quanto tempo que vocês se conhecem?
- Nossa, desde pequenos, eu acho. – Ela respondeu, finalmente achando tudo o que queria. – Deve fazer uns 20 anos. – Ela riu. – Acabamos usando a paixão dele com a minha e pretendemos crescer mais e mais.
- E vocês vão. Tudo o que fazem é perfeito. – Ela sorriu.
- Vamos lá? – Ela apontou para a cadeira e eu sentei na mesma. – Antes de começar, você vai limpar a sua pele. Lava ela bem, com sabonete neutro, nada do que você não está acostumada. Depois disso, você vai passar corretivo, base e pó. – Ela mostrou os três potes diferentes em sua mão. – São do seu tom de pele, você vai levar tudo que eu te der aqui hoje.
- Combinado! – Falei.
- Você vai começar pela parte clara do olho, passando em toda sua pálpebra móvel, espalhando bem e não deixando acumular o excesso. Depois, na parte externa, do olho você passa o preto, formando esse “V” no canto do olho. Então, com um pincel limpo, você puxa o preto para o rosa, até formar esse degradê. No espaço de cima, você passa um pouco de iluminador. – Ela falou, fazendo isso com meu olho enquanto o outro permanecia aberto. – Após isso, você vai passar o delineador, lápis de olho e rímel, pretos. – Ela apontou. – Sabe passar?
- Sim, nunca tive problemas.
- Não vou passar em você agora, porque fica complicado para tirar depois. – Afirmei com a cabeça. – O blush, eu sei que você não tem muito costume com isso, então você passa de fora para dentro. – Ela fez em meu rosto. – Mantenha sempre um espaço embaixo e longe do nariz, é só para dar um realce! – Ri fracamente. – E o batom, você sabe, né?! – Ela me estendeu o mesmo e eu passei na boca, vendo metade do meu rosto com maquiagem e metade sem. – Perfeito! – Ela pegou todos os itens de maquiagem e colocou em uma bolsa transparente para mim. – Vai arrasar.
- Honestamente, não me sinto muito confortável em ter que fazer isso. – Falei, fazendo uma careta.
- Vai dar tudo certo! – Ela falou.
- E meu cabelo?
- Bem, essa é a parte chata. – Ela falou, ficando atrás de mim, e começou a mexer no meu cabelo. – Estamos em março, o tempo está friozinho ainda, mas não está o frio certo para que um penteado dure um dia inteiro, então vamos fazer assim. – Ela suspirou. – Você vai vir aqui para o ateliê antes do seu trabalho. Cerca de uma hora antes de você entrar, venha de cabelo molhado, lavado. – Afirmei com a cabeça. – Vou ver o que eu faço. – Ela suspirou novamente. – Talvez uma escova, um bob nas pontas e muito laquê para aguentar o dia inteiro. – Ela suspirou. – E quando chegar em Los Angeles, um banho rápido, ok?! – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar! – Ri baixo.
- Vou ficar louca procurando fotos de vocês. – Ela comentou feliz e eu ri.
- Eu também, Denise, eu também! – Soltei uma risada fraca.

Os próximos dias no trabalho foram mais calmos. Derek estava de volta e parecia que ele estava fazendo questão de cuidar de todo o trabalho para que eu pudesse dar uma relaxada nos meus ânimos, o que era bom. Assim, eu surtava somente com o fato de atravessar um tapete vermelho sozinha, em frente a milhões de pessoas. É, acho que já era motivo de sobra.
Na quarta-feira após o trabalho, eu e Derek seguimos para o ateliê e... Nossa, o vestido havia ficado espetacular. Havia ficado igual Rupert havia dito. A transparência no tórax, a faixa na cintura, as flores caindo por baixo da faixa, se misturando ao pano mais fino... Aquele era o vestido mais lindo e esvoaçante que eu havia visto em minha vida, era maravilhoso. Chegava até os pés, deixando um pouco de pano sobrando, o que não deixaria minha sandália prata à mostra. Isso era bom, porque era a única sandália prata que eu tinha. Possuía um desenho diferente em cima, cortado a laser, e um salto não tão exagerado, que não me deixaria mais alta que Chris na première.
O vestido havia ficado um pouco largo na cintura, mas Rupert disse que estaria tudo certo para quando eu fosse cedo, no dia seguinte, para que Denise fizesse meu cabelo. Ela não estava lá naquele momento. Acabei voltando logo para casa, precisava fazer minha mala ainda e dormir cedo, o que obviamente não deu certo.
Eu me mexi como nunca havia me mexido na cama. Era virar para lá, para cá, e ainda era muito cedo para eu estar deitada mas, como eu acordaria cedo no dia seguinte e só Deus sabia que horas eu iria dormir, preferi deitar mais cedo. No entanto, não consegui dormir, ainda mais quando Chris mandou uma mensagem no meu celular, falando que estava empolgado em me ver no dia seguinte. Isso tirou mais duas horas do meu sono falando sobre besteiras sem sentido e o tamanho da nossa saudade, duas horas que me fizeram rir demais.
Eu acordei às seis da manhã. Não estava acostumada a acordar tão cedo, e me esqueci das redes sociais. Eu precisava focar no que eu tinha que fazer. Tomei café da manhã e, em seguida, tomei banho, lavando muito bem meu cabelo e meu corpo, porque eu realmente não sabia se daria tempo de eu tomar um longo banho antes da première – ou, ao menos, se daria para tomar qualquer tipo de banho. Coloquei uma calça jeans escura, meu All Star e uma camisa xadrez de meia manga, com botões na frente para ficar mais fácil de tirar.
Cheguei ao ateliê faltando uma hora para eu entrar no trabalho. Eu realmente não poderia me atrasar, mas Denise fez um trabalho incrível. Ela secou meu cabelo, fazendo uma escova no mesmo, puxando meus cabelos castanhos para todas as direções, e passou chapinha. Ela pegava tiras finas, mas a pressa em seu trabalho nem deixava com que conversássemos. No final, enquanto meu cabelo estava quente ainda, ela puxou a parte da frente para trás, prendeu com dois grampos e colocou alguns bobs na ponta, enrolando até a altura do meu pescoço. Passou bastante laquê no meu cabelo, fazendo com que eu fechasse os olhos quando ela estivesse usando-o e, por fim, colocou uma faixa, tentando esconder ao máximo o que estava embaixo do pano.
- Depois que você se arrumar e já estiver com o vestido, pronta para sair, você vai tirar a faixa, tirar os bobs e dar uma passada com os próprios dedos no cabelo, soltando os cachos e dando uma bagunçada neles. Não se preocupe com o laquê, é para ele segurar seu cabelo com escova e os cachos até à noite, entendeu? – Afirmei com a cabeça. – Provavelmente, você precisará abaixar os fios da parte de cima, porque estarão arrepiados por causa da faixa, mas aí você passa mais um pouco de laquê e abaixa com um pente. Combinado?
- Combinado, Denise. – Abri um largo sorriso.
- Vai lá arrasar, menina. – Ela me abraçou fortemente pela cintura. – Vai mostrar para aqueles haters que Chris Evans tem uma namorada e ela é um arraso. – Gargalhei.
- Obrigada, Dê! – Ela sorriu.
Cheguei ao trabalho em cima da hora, mas Megan nem comentou nada. Ela também estava agitada, o telefone não parava de tocar e precisávamos resolver todo o necessário e pegar o avião o mais rápido possível. Eu fiz a finalização da matéria sobre a première do filme e comecei a montar os press kits. Eram cerca de 300 sacolas espalhadas pela mesa, cadeiras, chão... Havia sacolas em todas as partes daquela sala e cerca de cinco coisas para serem colocadas em cada uma delas. Ruth me ajudou a colocar todos os itens nas sacolas e, depois, eu fui escrevendo cada nome à mão no espaço identificado. Aquilo demorou uma eternidade, fazendo com que eu pulasse o horário do almoço e só saísse de lá quando tudo estava pronto.
Assim, eu e Megan voamos para o aeroporto. Isso não foi uma ironia.

Aproveitei para comer no avião. Eles serviram uma ótima baguete com presunto, queijo e tomate, que me deixou lambendo os dedos. Megan continuou trabalhando em seu notebook. Se alguém tinha vício em trabalho, era ela. Mas também! Ela era ótima. Eu, sem poder encostar muito a cabeça, fiquei ouvindo algumas músicas em meu iPod para que o tempo pudesse passar mais depressa. Para quem havia aguentado voos maiores que três horas, aquilo estava fácil, a ansiedade era o que estava me matando.
Chegamos em Los Angeles e o dia estava lindo, sem brincadeiras. Era o dia perfeito para um evento como o que teríamos. Com um motorista reservado para nós, fomos direto para um hotel. Achei estranho Megan me levar para um hotel e não para a casa de Chris, mas depois entendi. Ela também precisava se arrumar, então seria bom não ficar perdendo tempo. Megan havia reservado um quarto de hotel para mim, o que foi ótimo. Eu podia usar meu espaço, fazer as coisas no meu tempo, sem atrapalhar ninguém.
A primeira coisa que eu fiz quando entrei no quarto de hotel foi tirar minha roupa e me livrar daqueles panos que faziam meu corpo suar. Não estava nada frio em Los Angeles, o algodão colava na minha pele e, consequentemente, fazia com que eu suasse. Também tirei o vestido de dentro da mala, esticando-o em cima da capa. Fui tomar um banho rápido. Bem, havia sido quase um banho com esponja, mas deu o mesmo resultado.
Fui até minha mala, colocada em cima da cama, e puxei a bolsinha com as coisas que Denise tinha me emprestado. Voltei para o banheiro, afastando a faixa um pouco para trás para que eu pudesse trabalhar melhor em meu rosto.
Comecei a cuidar da minha pele, como Denise havia dito. Passei o corretivo nas marquinhas mais fundas, base no rosto inteiro e depois o pó, para tirar o brilho, conferindo diversas vezes se estava cobrindo todo meu rosto, meu pescoço e parte do meu colo, para deixar tudo uniforme. Passei a sombra no olho. Havia treinado diversas vezes aquilo em casa. Rosa claro, preto, esfumaçar ambos... O chato foi que eu tive que ajeitar o pó do rosto novamente, porque caiu um pouco de sombra na bochecha, mas não foi nada muito alarmante. Passei o delineador e esperei ele secar um pouco antes de abrir o olho novamente, com medo de que ele carimbasse a pálpebra e eu tivesse que começar tudo de novo. Forcei o lápis de olho preto, marcando bem o olhar, e exagerei no uso de rímel, deixando meus cílios maiores. Era muito bom não precisar de cílios postiços.
Passei o blush no rosto e dei uma espalhada com a mão. Como eu não era muito adepta dele, quanto menos, melhor. Talvez tenha ficado menos demais, mas não estava feio. Por último, eu passei o batom claro, deixando minha boca bem rosada, bonita e discreta. Olhei minha maquiagem novamente no espelho e suspirei, agora entendendo que eu não era menos bonita ou menos especial que as antigas namoradas de Chris, ou as peguetes. Eu era tão bonita e tão especial quanto elas, com o bônus de ter uma formação e uma cultura diferente. Sim, naquele momento, usando uma lingerie bege, simples, sem sutiã, totalmente maquiada e até com os bobs nos cabelos, eu estava me sentindo mais especial que todo o mundo.
Voltei para o quarto e olhei para o vestido. Aquele vestido maravilhoso... Rupert tinha um dom gigante nas mãos e merecia crescer com isso. Segurei a peça e abri o zíper, colocando-o em mim, e puxei o zíper na lateral, ajustando os seios no bojo que Rupert colocou no pano. Fechei o vestido, me sentindo incrivelmente linda, poderosa e especial nele. Coloquei o par de brincos azuis com pedras que Rupert havia feito, usando uma das pedras que ele colocara para dar o detalhe nas costas, e minha pulseira prata no pulso.
Voltei para o banheiro e tirei a faixa que prendia tudo com muito cuidado. O cabelo deu uma arrepiada, mas nada demais. Depois, tirando os bobs, passei a ponta dos dedos nos fios e notei que tudo havia ficado perfeito. Vestido, cabelo, maquiagem... Eu podia dizer que me sentia uma princesa. Usar longo era demais.
No quarto, eu sentei na cama, coloquei minha sandália prata no pé e ajeitei a barra do vestido. Peguei meu celular e fui até o espelho, tirando algumas fotos no mesmo, e logo o guardei dentro da minha mala. Eu não levaria nada. Não durou dez minutos para que Megan batesse em minha porta, fazendo com que eu desse mais uma olhada no espelho e saísse do quarto.
- Meu Deus! – Ela falou quando eu abri a porta. – , você está linda, maravilhosa! – Ela colocou as mãos na boca. – Meu Deus! – Ela suspirou forte. – Dá vontade até de chorar. – Ela soltou uma risada fraca. – Ainda bem que ele te encontrou. – Ela falou, segurando minhas mãos. – Ele vai ficar boquiaberto quando te ver.
- Espero! – Foi a única palavra que consegui falar, pois quem estava quase chorando era eu. – Eu estou nervosa.
- Suas mãos estão geladas. – Ela comentou, me abraçando logo em seguida. – Vamos então?! Já estamos atrasadas, Cinderela. – Ela brincou e eu sorri.
Descemos os andares do prédio pelo elevador e eu segurei uma parte do vestido para que ele arrastasse o menos possível no chão e não sujasse. Um carro preto esperava por nós na garagem. Megan entrou antes de mim e eu entrei logo atrás, fechando a porta.
- Eu vou fingir que serei sua assessora hoje, ok, ? – Ela se virou para mim e eu franzi a testa. – E eu só vou te dizer uma coisa: divirta-se. – Ela sorriu. – Eles montaram um tapete vermelho onde, no começo, tem muitos fãs. É um corredor só de fãs, para depois abrir para fotos e entrevistas, então divirta-se! – Ela repetiu. – Estou observando a relação sua com os fãs e eles parecem gostar de você. Se alguém te pedir uma foto ou alguma coisa, tire, aproveite, esse é seu momento de conquistar os que não gostam de você, e nada mais importante do que ser essa garota espontânea que você já é.
- Obrigada, Megan! – Sorri e segurei sua mão. – Você é uma amigona para mim.
- Você também é, ! – Ela riu. – Ah, e só mais um aviso. Normalmente, as pessoas não se interessam em tirar fotos de assessores, mas hoje você não é assessora, você é a namorada de Chris Evans, que está incrivelmente bonita. As pessoas vão querer tirar fotos de você. – Suspirei, soltando o ar pela boca. – Vai dar tudo certo. – Ela finalizou.
- Tomara! – Sussurrei, sentindo o carro se movimentar pelo caminho.

Quando o carro estacionou em frente ao tapete vermelho, eu senti minha respiração parar. Era possível ouvir os gritos dos fãs lá fora e eu podia ver os diversos fãs amontoados no canto direito do tapete vermelho, separados por uma longa grade. Do lado esquerdo, um pouco mais longe do tapete, também tinha fãs. Mais à frente, alguns fotógrafos já estavam a postos. Depois, o circo estava montado. Várias pessoas que eu não conseguia identificar se reuniam no meio do tapete vermelho.
- , só mais uma coisa! – Megan falou, me fazendo olhar para ela. – Coluna reta e cabeça erguida. Nunca olhe para o chão. – Ela sorriu e eu afirmei com a cabeça. – Aqui. – Ela estendeu um comprimido pequeno. – Vai te acalmar. – Coloquei o mesmo na boca e engoli sem água. – Estamos prontos, Stefan! – Megan gritou de repente e eu arregalei os olhos quando a porta abriu.
Acabei saindo do carro em um impulso, já que Megan praticamente me empurrou para que eu saísse. Eu precisava ser forte. Imagine que é a formatura, . Soltei a respiração fortemente e Megan saiu do carro atrás de mim, ajudando a arrumar a barra do meu vestido para que ele cobrisse meu pé. Ela ainda deu uma mexida rápida em meu cabelo, jogando-o para trás.
- Linda! – Ela falou, sorridente, e indicou o começo do tapete vermelho. – Com o pé direito.
Passei a mão na lateral do meu vestido, ajeitei o anel no dedo e, com um leve empurrão de Megan em minhas costas, eu fiz força para me colocar em movimento. Um pé depois do outro, a respiração em controle, inspira, expira, e tudo de novo. O tempo pareceu uma eternidade enquanto eu andava ao lado dos fãs, vendo a maioria deles olhando as fotos que haviam tirado com outros artistas e outros olhando boquiaberto para mim. Dei um sorriso de lado, acenando com a cabeça. Estava tudo indo conforme eu havia planejando mas, dando alguns passos a mais, notei que um rosto conhecido com um terno roxo autografava os diversos objetos que colocavam na frente dele. Por um momento, ele se distraiu e olhou para mim.
- Ah, meu Deus! – Ele falou, surpreso. – Da última vez que te vi, você estava se matando em um monte de pizzas. – Soltei uma risada. – E hoje você está aqui, tirando meu fôlego. – Ele brincou.
- Ainda sou a mesma pessoa. – Ele me abraçou.
- Você está linda, senhorita! Ele já te viu? – Neguei com a cabeça.
- Cheguei agora, na verdade. – Comentei. – Estou seguindo o fluxo. – Movimentei as mãos, o vendo rir.
- Ele vai ter um ataque do coração. – Coloquei a mão no rosto de brincadeira.
- Você está muito chique também, Mackie! – Ele segurou as laterais do terno e deu uma volta.
- Tem que ter estilo! – Ele gargalhou. – Eu preciso tirar uma foto contigo. – Ele tirou o celular do bolso interno e esticou para cima, me abraçando pelos ombros, abaixando o celular logo em seguida. – Vai, a gente se encontra lá dentro. – Afirmei com a cabeça, dando um rápido beijo em sua bochecha. – Tenho muito trabalho para fazer.
- Combinado! – Continuei a andar pelo tapete vermelho.
- Anthony é uma figura. – Megan comentou, rindo ao meu lado.
- Ele é demais, fica bem em qualquer personagem, tem aquele toque de deixar tudo engraçado. – Comentei com ela, seguindo em frente.
- ? – Ouvi uma voz me chamar meio na dúvida e virei meu rosto para esquerda. – Sabia que era você! – Uma morena com uma mecha azul no cabelo e agarrada na grade falou. – Você está linda!
- Obrigada! – Abri um largo sorriso, acenando com a cabeça.
- Posso tirar uma foto contigo? – Ela gritou, esticando o celular.
Eu olhei para Megan, que tinha um sorriso presunçoso no rosto.
- Eu disse! – Ela deu de ombros. – Vai lá! – Ri ao seu lado e dei alguns passos para frente até ficar perto da menina.
- Você é incrível, você está incrível. – Ela continuou me elogiando. – Até estranhei que você não chegou com o Chris, pensei que ele fosse continuar te escondendo. – Ri fracamente.
- Pessoas normais precisam trabalhar antes de badalar. – Brinquei e ela sorriu.
- Estou muito feliz por ele, finalmente escolheu alguém bom. – Outra menina se juntou a nós e alguns outros se acomodaram em volta.
- Fiquei te olhando pelo telão e eu estou amando seu vestido. – Um garoto atrás falou, sorrindo.
- Telão? – Franzi a testa.
- É! – Ele falou, apontando para trás, onde tinha vários telões pendurados no alto, alguns deles mostrando todos os meus movimentos. – Quem fez seu vestido?
- na tela grande, essa eu nunca ia imaginar. – Megan cochichou atrás de mim e eu ri.
- Foi um amigo meu, Rupert Van Sanders, estilista de Boston. – Falei para o garoto que pegou o celular, provavelmente para anotar.
- Vamos tirar uma selfie? – A primeira menina de mecha azul falou de novo.
Peguei o celular da mão dela, estiquei para cima, encostando o corpo na grade, vendo várias pessoas se amontoarem atrás de mim, e apertei o botão algumas vezes, virando o celular e conferindo se a foto saiu corretamente.
- Obrigada! – Ela sorriu para mim, conferindo a foto também. – Espero que sejam felizes.
- Obrigada pelo carinho! – Falei, continuando a caminhar, terminando a área em que os fãs estavam e caindo no longo tapete vermelho, com a parte da direita com diversas fotos dos personagens do filme, incluindo várias de Chris e, do lado esquerdo, vários fotógrafos a postos, tirando fotos dos atores que estavam enfileirados lado a lado, com uma distância de uns três metros cada um e andando para o lado de vez em quando.
- Vamos achar o Chris! – Megan falou, passando pela minha frente e começando a passar por trás dos atores. – Espero que ele esteja se comportando sem mim.
- Duvido que esteja. – Respondi, andando atrás dela.

***

- Vocês estão brincando comigo! – Falei para os fotógrafos erguendo as mãos para o ar, que riram.
- Olhe aqui, Evans! – Virei para o lado que pediam e, por um momento, parei para encarar o telão, onde uma pessoa de cabelos castanhos e um vestido azul falava com alguns fãs, de costas para a câmera.
- Aqui, Cap! – Dei atenção aos fotógrafos novamente, posando para algumas fotos, virando de um lado e do outro, sorrindo e sentindo a luz cegar meus olhos.
Olhei novamente para o telão um pouco. A pessoa de azul se virou e a câmera mudou de ângulo, focando em Mackie, que chegava. Eu arregalei os olhos, mas relaxei em seguida o rosto, disfarçando para os paparazzis, notando que a pessoa de azul era . Minha . Ela estava linda. Suspirei, dando alguns passos para frente, verificando que a passagem estava livre, somente com alguns companheiros meus de elenco que posavam para as fotos.
Eu me fingi de distraído, olhei para os fotógrafos novamente um pouco, dei alguns passos para trás, sorri para os fotógrafos e virei o rosto para trás, abrindo um sorriso ao ver abraçando minha mãe, que estava com um sorriso enorme no rosto. Eu me distraí por um tempo, olhando para o corpo de dentro daquele vestido. Era esbelto, lindo, sem contar com o vestido, que era lindo também. Eu não entendia muito bem, mas aqueles detalhes em relevo nas costas e na cintura... Nossa! Ela estava incrível.
Minha mãe notou que eu as olhava e apontou para mim, fazendo com que virasse na minha direção, me fazendo ficar boquiaberto. Seu colo tinha um pano cor da pele com flores subindo pelo mesmo, o que me deixou um tanto quanto extasiado. Eu estava parecendo um bobo com aquela mulher.
Ela deu um sorriso fofo e estendeu a mão, mexendo os dedos em minha direção, e eu comecei a rir. Eu nunca ia me cansar de dizer o quão linda ela estava. Estendi minha mão para ela, que segurou, fazendo uma eletricidade passar pelo meu corpo. Eu a ajudei a passar por entre as barras que separavam o pessoal que passava por trás dos que passavam pela frente. Ela desviou de uma das barras e se aproximou de mim com um largo sorriso no rosto.
Passei meu braço pela sua cintura, sentindo a textura de seu vestido raspar em meu corpo, e senti sua mão ser colocada em meu peito. Olhei em seus olhos, sentindo sua respiração bater em meu rosto de tão próximo que estávamos. Eu simplesmente esqueci que estava em um local com várias pessoas e encostei meus lábios nos dela, sentindo os flashes dos fotógrafos baterem em meu rosto loucamente.
- Você está linda! – Falei, com os lábios próximos do dela.
- Você é louco! – Ela cochichou, escondendo o rosto na curva do meu pescoço.
- Um louco apaixonado. – Respondi.
- Você está muito bonito. – Ela passou as mãos na gola do meu paletó, descendo pelo meu peito.
- Pensei que não viria! – Falei.
- Não perderia por nada. – Ela sorriu.
- Deixa eu fazer todos babarem por causa de você. Vamos tirar umas fotos. – Segurei a mão de e dei mais alguns passos para o lado, parando novamente.
- Achava que você não era egocêntrico. – Ela comentou, se colocando ao meu lado, e eu passei a mão em sua cintura.
- Acho que eu tenho o direito de ser quando eu tenho uma mulher linda assim do meu lado. – Ela sorriu e eu virei o rosto para os fotógrafos, que não se cansavam. – Linda, inteligente, fantástica... – Completei.
- Isso é loucura! – Ela falou e, quando a olhei de novo, ela olhava para frente com um sorriso tímido no rosto.
- Essa é a loucura do meu mundo. – Cochichei para ela, que soltou uma risada, mostrando seu sorriso. – Você aguenta?
- Você acha que não? – Ela virou o rosto para mim e piscou o olhar.

Depois de incansáveis pedidos para mais fotos, eu e saímos daquela sessão, com Megan em nosso encalço. A parte complicada viria agora: as entrevistas. preferiu tirar o dela da reta nessa hora. Ela negou com a cabeça e foi para trás, encontrando meu pai e minha meia irmã.
- Ela está certa por sair. – Megan falou ao meu lado. – Mas espero que esteja preparado para responder perguntas sobre ela. – Ela sorriu. – E não. Dessa vez, você não vai se esquivar. – Soltei uma risada, suspirando.
Virei para , que agora se misturara com o resto do povo e foi parada por Scarlet e Cobie, e voltei o rosto para os repórteres de diferentes emissoras, dispostos lado a lado. Parei em frente ao primeiro, cumprimentando o repórter e o cinegrafista. Primeiro, começou pelo stream da Marvel. Esperei pelas perguntas com as quais eu já estava acostumado.
- Então, Chris, como você se sente fazendo parte desse universo gigantesco que é a Marvel? – Ela perguntou, estendendo o microfone para mim.
- Ah, é uma honra, sempre é... Tem aqueles momentos de nervosismo, o filme tem vários processos e há certas incertezas, é bom fazer filmes assim. O bom de trabalhar com a Marvel é que você tem aquela confiança de que sabe que vai virar algo bom. Eu não sei como eles fazem, mas a Marvel parece ter o toque de Midas.
- E as cenas de ação, como elas foram exploradas nesse filme? – Ela perguntou novamente.
- Nesse filme, focamos nas cenas de ação e mostramos o porquê do Capitão América fazer parte dos Vingadores.
- Obrigada, Chris Evans. Parabéns pelo filme. – Ela falou.
- Obrigado! – Falei, passando para o próximo.
- Olá, Chris, grande espetáculo que você tem em suas mãos, não é?! – Soltei uma risada.
- É, estou bastante feliz.
- Como você se sente fazendo parte da Marvel?
E a mesma pergunta de novo.
- É um desafio, porque tem sempre uma grande expectativa, e a Marvel continua aumentando as suas expectativas, mas você tem certeza de que eles vão fazer um bom filme, você se permite deixar levar e confia que dará certo.
- Disseram que o filme é um suspense político. O que mais você pode nos dizer que vai surpreender o pessoal no filme? – Outro repórter, que aproximou o microfone, perguntou.
- Essa é uma pergunta difícil. O que eu posso dizer, sem revelar nada? – Falei, os vendo rirem. – É o que eu disse, saibam que vai ser bom.
- Chris! Quem você escolheria para ser o seu parceiro na vida real?
- Você me fez essa pergunta a semana inteira! – Brinquei.
- Não, não fui eu! – Ela riu.
- Quem seria meu parceiro? – Pensei um pouco. – Com certeza, meu irmão.
- E quem seria sua mocinha, Chris? – Outra pessoa me perguntou, fazendo com que eu sentisse minhas bochechas esquentarem.
- Cara! – Ri um pouco, passando a mão no rosto. – Vocês todos viram! É ela, certeza! – Falei, apontando para trás involuntariamente.
- O que você pode nos dizer sobre ela? – Outra mulher perguntou.
- Bem... – Olhei para Megan um pouco, que acenou com a cabeça. – Ela é jornalista, como todos vocês. Estamos juntos há quase um ano e eu a amo. – Falei, sendo o mais vago e completo ao mesmo tempo. – Obrigado!
Eu me virei, dando graças pela fila de repórteres ter acabado e por Sebastian Stan estar vindo logo ao meu lado, o que me fez respirar aliviado e achar minha mãe, meu pai e minha meia irmã parados atrás de mim, me esperando.
- Não doeu, vai! – Megan brincou comigo, dando uns tapinhas em meu ombro.
- Não, não, deu até tudo certo. – Falei e minha mãe sorriu.
- Agora não tem como voltar atrás, Chris! – Ela falou.
- Eu sei, mãe! E nem quero, na verdade. – Eu a vi sorrir. – Cadê ela?
- Da última vez que eu vi, ela havia sido sequestrada pela Scarlet, mas as duas sumiram já! – Ela soltou uma risada.
- Vamos lá que daqui a pouco tem a apresentação do elenco.
- Ok! – Afirmei com cabeça.

Encontrei conversando em uma rodinha com todos meus amigos. Ela estava com Scarlet, Cobie, Jeremy, Frank, Anthony, Samuel e Hayley, rindo e tirando fotos com os celulares deles. Todos já estavam próximos à entrada do El Captain, esperando os organizadores nos colocarem para dentro para a apresentação do elenco.
- Ela se enturma bem, não?! – Falei, me colocando entre e Scarlet.
- Ah, Chris, fiquei tão feliz quando eu vi a foto de vocês juntos! – Ela me abraçou, me fazendo rir.
- Quem diria, não?! – Samuel brincou, soltando uma risada em seguida.
- Acho que você não tem um histórico muito bom! – falou, ao meu lado, e eu passei meu braço pela sua cintura, trazendo-a para mais perto.
- Você é assessora dele, não?! – Cobie apontou para , que fez uma careta, movimentando os ombros. – Você sabe o histórico dele. – gargalhou ao meu lado.
- E como sei! – Ela falou e notei o resto da roda rindo.
- Isso é sacanagem comigo. – Falei e um organizador do evento se aproximou de nós.
- Vamos entrando, pessoal? – Ele falou, acenando com a mão para a porta do cinema El Captain.
- A gente se vê daqui a pouco. – Virei para , que afirmou com a cabeça. – Vamos ver o filme juntos. – Pisquei para ela, que sorriu, estalando um beijo em minha bochecha.
- Vai lá, vou esperar aqui com sua família. – Ela acenou com a cabeça. – Ah, me dá seu celular, vou dar uma tietada no elenco de Agents of S.H.I.E.L.D.. – Ela estendeu a mão e eu peguei meu celular no bolso, estendendo a ela.
- Cadê o seu? – Perguntei, a vendo rir.
- Não cabe um celular nesse vestido, meu amor! – Ela franziu a testa.
- Estou tendo pensamentos sórdidos contigo nesse vestido. – Ela deu de ombros, piscando para mim antes de virar para trás, me deixando sozinho.

Entramos no cinema e saímos novamente pelo outro lado, nos colocando atrás do painel do filme, junto dos diretores, produtores e elenco. Foi o tempo de eles ajeitarem a imprensa e os fotógrafos, até que comecei a ouvir a voz de uma das mulheres da produção.
- Olá, pessoal. Gostaria de agradecer a todos por comparecerem à première mundial de ‘Capitão América 2: O Soldado Invernal’. Agradecemos muito o apoio de vocês. Vocês estão prontos para conhecer o elenco? – Os fãs gritaram logo em seguida. – Por favor, recebam o presidente dos Estúdios Marvel e produtor de ‘Capitão América 2: O Soldado Invernal’, Kevin Feige. – Uma movimentação ocorreu atrás da lona e eu dei um passo à frente, seguindo a fila. – Outro presidente dos Estúdios Marvel e também produtor executivo do filme, Louis D'Esposito.
- Parece o jardim de infância, tudo de novo. – Samuel comentou, nos fazendo rir.
- Silêncio! – O organizador falou.
- Ele é metade da equipe de direção, Anthony Russo. – Passei a mão no rosto, suspirando. – Seu irmão, também diretor, Joe Russo.
- Só eu estou ficando claustrofóbico aqui dentro? – Mackie comentou, causando uma gargalhada histérica em Sebastian.
- Para, gente! – Falei, tentando segurar a risada, colocando as mãos na boca.
- Ela interpreta Peggy Carter, Hayley Atwell. – A organizadora continuou. – Ele interpreta Jack Rollins, Callan Mulvey. – A cada nome, um passo para frente e mais gritos. – Ele é Batroc, Georges St-Pierre. – Mais um passo. – Ele é Jasper Sitwell, Maximiliano Hernández.
- Vai, Sitwell! – Cobie gritou.
- Eu disse que parece o jardim de infância. – Samuel comentou.
- Fomos para o fundamental já! – Mackie brincou.
- Ela é Maria Hill, Cobie Smulders. – Mais um passo. – Como Brock Rumlow, Frank Grillo. – Passei a mão na cabeça, suspirando. – Interpretando a Agente 13, Emily VanCamp. – Mais aplausos. – Enfim, o Soldado Invernal, Sebastian Stan! – Mackie deu um empurrão nele, o que o fez começar a rir antes de entrar. – Ele interpreta o Falcão, Anthony Mackie. – Dessa vez, eu dei um empurrão nas costas dele. – Ele é Nick Fury, Samuel L. Jackson. – Tá quase. – Ela é a Viúva Negra, Scarlett Johansson. – Ela entrou, sobrando eu sozinho atrás da cobertura.
- Sua vez. – O organizador indicou a cortina que nos separava.
- E aqui está, o Capitão América, Chris Evans! – Passei pela cortina, quase tropeçando no palco, e andei até o meio, passando por Anthony e Scarlett, batendo palmas e cumprimentando Samuel, rindo. – Senhoras e senhores, o elenco de ‘Capitão América 2: O Soldado Invernal’! – A música aumentou, um estouro aconteceu e fogos saíram de cima do painel, atrás de nós.
O elenco começou a se dissipar, sendo chamado pelos organizadores para entrar no cinema, e eu fui parado por Kevin e Louis, que me cumprimentaram a fim de tiramos algumas fotos. Acenei para alguns fãs e vi outra organizadora nos chamando para entrar. Pulei o degrau, dando uma olhada em volta do tapete vermelho mas sendo empurrado para dentro por algum organizador, levado pelo resto das pessoas que tinham ali.
- Chris! – Ouvi uma voz à minha esquerda e a vi novamente.
É, ela era real. vinha acompanhada de meus pais e minha meia irmã enquanto as duas mais novas seguravam um pacote de pipoca cada.
- Não sabia que tinha pipocas em premiações. – Ela comentou, colocando uma pipoca na boca.
- Bem, isso acontece de vez em quando. – Peguei uma pipoca e coloquei na boca.
- Vamos, Chris! – Megan apareceu, me assustando.
- Me dá a honra? – Estendi meu braço para ela, que o agarrou, com a pipoca na outra mão.
- Nos encontramos depois? – Minha mãe perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Pode deixar. – E puxei , seguindo a loira em minha frente.
- Aonde eles vão? – perguntou.
- Para área de convidados. – Comentei, a vendo franzir a testa. - Tem uma área para convidados, mas nos melhores lugares ficam só o elenco e um convidado, normalmente. – Ela afirmou com a cabeça, me seguindo. – Como é o caso de hoje.
- Ah, depois tenho que entregar seu celular. – Ela comentou, mudando de assunto.
- Cadê ele? - Ela apontou para Megan, com a cabeça.
- Então... – Ela franziu a testa e aproximou a boca do meu ouvido. – Está nos meus seios. – Ela sussurrou, fazendo uma careta em seguida.
- O quê? – Olhei para ela surpreso. – Como você fez isso? – Sussurrei para ela, subindo a rampa que levava para o segundo andar do cinema.
- Não pergunte. – Ela falou baixo e eu sorri, ela realmente me surpreendia.
- Achei mais um motivo para eu querer tirar seu vestido. – Falei baixo e ela piscou com um olho.
- Isso é demais! – Ela comentou quando saímos pela porta do andar de cima.
Era dividido em duas entradas: uma de baixo para cima, onde os convidados entravam e começavam a se acomodar nas cadeiras, e uma de cima para baixo, que era por onde nós havíamos saído.
- Por aqui, senhor Evans! – Um dos organizadores me avistou e eu acenei para ele, segurando a mão de e a levando comigo.
- Licença! – Falei, esbarrando em Anthony de propósito. – Oi, Sheletta, tudo bem? – Acenei para a esposa dele e ela sorriu.
- Ei, ei, cara! – Anthony brincou. – Por favor! Ninguém merece! – riu. – A senhorita pode passar à vontade. – Ele falou para .
- Ela pode?! – Respondi, olhando para trás.
- Desculpa, mas só dou ouvido às mulheres! – Sua esposa gargalhou ao seu lado.
- Para, Tony! – Eu a ouvi falar ainda.
- Romain! – Cumprimentei o marido de Scarlett. – Scar! – Acenei para ela, andando um pouco para o lado e sentando na minha cadeira.
se sentou entre eu e Scarlett e eu cumprimentei Samuel, que estava ao meu lado, além de acenar para sua esposa LaTanya, Sebastian e sua namorada, Margarita.
- Ficou preso lá fora? – Sebastian perguntou, esticando a cabeça.
- Mais ou menos! – Falei, mexendo a mão.
- Vai ser bom, cara! Vamos lá! – Ele estalou o dedo e eu estiquei a mão, batendo na dele.
- É a gente, de novo! – Falei, rindo.
- Ei, não se esqueçam de mim! – Ouvi o sotaque forte de Hayley à minha frente e acenei, fazendo uma careta em seguida.
- Não o culpe, a cabeça é fraca! – sussurrou, colocando mais uma pipoca em sua boca, e Hayley deu risada.
- Essa pipoca não acaba nunca? – Perguntei, olhando dentro do copo de pipoca com a imagem do filme impressa, e peguei uma para mim.
- Acho que não fomos apresentadas! – Hayley virou o corpo e esticou a mão, então trocou a pipoca de mão e apertou a dela. – Hayley.
- . É um grande prazer. – sorriu.
- Igualmente. É ótimo conhecer quem roubou o coração do Evans aqui! – Ela fez um movimento com a cabeça.
- Eu tinha fama de robô? – Perguntei, me sentindo ofendido com as brincadeiras.
- Ah, coitado! – comentou, me entregando o copo de pipoca. – Eu falo que o drama está no sangue. – Ela se colocou para frente, apoiando os braços em suas pernas. – Parabéns pela nova série, por sinal. Já estava me perguntando quando iam aproveitar mais você! – comentou.
- Obrigada! – Hayley falou feliz. – Estou muito empolgada, espero que goste!
- Eu estou, tenho certeza de que vou adorar. – sorriu e elas, em um rápido cumprimento de mão, voltaram para suas posições.
- Falando em fotos, você tirou fotos com alguém? – Perguntei, a vendo encostar as costas na poltrona.
- Sim, com várias pessoas. – Ela comentou. – Com todo o elenco do filme... A gente tirou algumas selfies enquanto você estava dando entrevistas. George St-Pierre, Callam, Frank, todo o pessoal, com o Jeremy Renner, todo o elenco de Agents of S.H.I.E.L.D., a Elizabeth, a Ming-Na, o Brett, a Chloe, Iain, Clark Gregg, claro, a Jessica Szohr de Gossip Girl, Seth Green também, a menininha da Disney, a China Anne McLaim, Lucas Gabreel do High School Musical... – Ela parou para pensar um pouco. – Falta com a Hayley, acho, e com o Sebastian, que estava dando entrevistas também.
- É bullying com a gente! – Sebastian comentou e eu afirmei com a cabeça, fazendo rir.
– Tiro com os dois depois. – disse.
- Na after party, você tira. – Ela virou o rosto para mim.
- Ainda tem after party? – Ela perguntou e eu dei de ombros. – Uau! – Foi somente o que ela disse, no mesmo tempo em que as luzes apagaram, fazendo todo mundo do cinema gritar, incluindo eu e todo o elenco do filme.
Consegui ouvir a risada de ao meu lado antes do logo da Marvel aparecer.
- Espero que goste. – Cochichei para e ela virou o rosto, colando os lábios nos meus por alguns segundos.

fixou o olho na tela e ficou assim, exatamente do mesmo modo que havia ficado em ‘Expresso do Amanhã’, extasiada, surpresa e feliz. Durante as mais de duas horas de filme, permaneceu quieta ao meu lado, rindo, prestando atenção, segurando minha mão no apoio do braço quando tinha alguma cena mais empolgante, ou nervosa. Um sorriso imenso apareceu em seu rosto em cenas como do Smithsonian, com a Peggy e em que Steve encontra Bucky.
Eu já conhecia o filme de cor e salteado, então eu foquei em ver a reação de quanto ao filme e, naquele momento, observando todas as expressões de , vendo sua mão esquerda apoiada em cima da minha o tempo inteiro e algumas lágrimas solitárias que saíam de seus olhos, eu tive a certeza de tudo que estava acontecendo. Eu tive certeza do meu futuro.
Em um momento do filme, ela notou que eu a observava e virou o rosto para mim, com aquele sorriso discreto que ela levava em seu rosto. Eu apertei minha mão na dela, entrelaçando nossos dedos, e ela fechou os olhos por um tempo, suspirando.
- Eu te amo! – Vi seus lábios se movimentarem e ela virou o rosto para o filme novamente, deitando o rosto em meu ombro, mantendo os olhos na tela.
Assim que o primeiro crédito do filme começou a passar, as pessoas começaram a ficar de pé, a aplaudir efusivamente e também a gritarem no cinema. fez o mesmo, ficando de pé e aplaudindo fortemente enquanto passava os dedos delicadamente no rosto.
Eu fiquei parado por um tempo, meio perdido ainda no que estava acontecendo. Eu gostava daquele filme. Levantei junto dos outros atores e, involuntariamente, passei meu braço pela cintura de , que se virou e me abraçou, passando os braços pelos meus ombros.
- Estou orgulhosa de você! – Ela sussurrou em meu ouvido, me fazendo rir. – Você tem um sucesso em suas mãos. – Ela segurou meu rosto com as mãos e eu toquei meus lábios nos dela rapidamente.
- Obrigado! – Falei, começando a ser cumprimentado pelos outros amigos de elenco, que também tinham aquele sorriso bobo e orgulhoso no rosto.
Era muito bom fazer um filme quando a gente gostava do resultado final. Olhei para novamente e ela permanecia com aquele sorriso no rosto.

- Aqui! – falou, esticando meu celular para mim, saindo do banheiro enquanto eu conversava com Frank Grillo, Anthony Mackie e Sebastian Stan na after party do filme com duas taças de vinho nas mãos.
- Não consigo acreditar. – Sussurrei para ela, que soltou uma risada baixa. – Vinho? – Estendi a taça cheia para ela, que pegou, agradecendo com a cabeça.
- Podemos tirar uma foto? – Sebastian perguntou. – Estou me sentindo excluído aqui. – Ele brincou e eu destravei a câmera do meu celular, estendendo o celular para cima, vendo pela câmera minha namorada e meus amigos começarem a encaixar suas cabeças pelo espaço, então apertei o botão, provavelmente saindo rindo dele. – Obrigado! – Sebastian agradeceu, parando de fazer graça.
- Então, , o que achou do filme? – Grillo perguntou, virando o rosto para minha namorada.
- Eu gosto de você, Frank, mas adorei você fugindo de um prédio caindo aos pedaços. – Ela falou com um sorriso no rosto.
- Obrigado! – Ele falou, comprimindo os lábios em uma careta.
- Mas é sério agora, é o melhor filme da Marvel. – Ela falou, tomando mais um gole de vinho branco. – A história é real, atual, uma pessoa muito inteligente é capaz de fazer tudo isso um dia. A internet é um livro aberto e as pessoas não se tocam. – Ela deu de ombros. – Se alguém decidir usar para o mal, complica bastante.
- Pior que é verdade, é uma discussão boa de se fazer. – Sebastian falou.
- Afinal, Sebastian, te adorei de cabelo comprido, barba, bem diferente do Carter Baizen! – comentou e eu vi Sebastian fazendo uma careta exagerada e fechar os olhos.
- Você assistia ‘Gossip Girl’? – Ele perguntou, erguendo as mãos exageradamente.
- Claro! – Ela respondeu. – E ‘Political Animals’ e ‘Once Upon a Time’. – completou. – Eu adorava o Carter, mas Blair e Chuck para sempre no coração. – Ele gargalhou.
- Deus, você viu ‘Political Animals’. – Ele escondeu o rosto com as mãos.
- Vi! – Ela afirmou com convicção. – E é muito bom! – Ela concluiu. – Seu papel estava demais.
- Ela conhece bastante dessas coisas, viu?! – Falei para Sebastian, que riu.
- Jornalista, não é?! – Anthony abriu a boca de repente.
- Senti um tom de ironia por aí ou foi só impressão, Mackie? – perguntou a Anthony.
- Talvez?!
- Olha lá, hein?! Te cuida, garoto! – brincou e ambos trocaram olhares maldosos antes de voltarem a rir.
- Dá licença, Evans! – Hayley apareceu junto de Scarlett, Emily e Cobie. – Vamos roubar sua garota por um tempo. – Hayley puxou pela mão.
Foi só o tempo de me entregar sua taça de vinho e sumir com as meninas pelo lado direito do salão, onde uma música dançante tocava, mas não exageradamente alta, e bebidas eram servidas.
- Estou feliz por ti, cara! – Anthony falou. – Ela é ótima. – Ele deu alguns tapinhas em minhas costas.
- Ela é! – Falei, soltando uma risada em seguida. – Sabe, - Comecei. – eu tive um insight no meio do filme enquanto ela assistia focada, rindo, se empolgando, emocionada e tal. – Suspirei. – Eu estou pronto. – Falei, me sentindo o cara mais bobo do mundo.
- O que está dizendo, Chris? – Sebastian perguntou, chegando mais perto ao meu lado.
- Eu vou me casar com a . – Falei com o meu tom de voz normal, vendo as três pessoas ao meu redor começarem a demonstrar suas alegrias de diversos tipos, pulando, rindo, mexendo as mãos, até Mackie, que jogou a taça no chão da empolgação.
- Está vivo! – Frank gritou, chamando atenção de alguns mais pertos e eu ri.
- Isso é demais, cara! – Anthony me cumprimentou. – Meus parabéns!
- Me diz. É demais essa sensação, não é?! – Frank deu alguns tapinhas em minhas costas.
- É boa. É libertadora. – Abri um largo sorriso.
- Parabéns, cara! – Sebastian falou. – Vamos para próxima rodada que agora temos mais um motivo para comemorar. – Ele se virou, procurando o próximo garçom.

- Eu não sei. – Ouvi falar quando eu cheguei perto dela e das meninas. – Eu estou confortável agora, mas eu sempre disse que meu sonho era trabalhar em revista. – Eu me coloquei ao seu lado, sentindo-a passar o braço direito pelas minhas costas.
- Mas você está feliz? – Cobie perguntou, era a única das mulheres que ainda estava na festa.
- Claro! É ótimo trabalhar com a Megan, mas é um trabalho corrido e eu tenho o conforto de resolver quase tudo do escritório, mas a vida do jornalista é assim, corrida. – Ela deu de ombros. – Mas queria ter experiência em mais lugares também.
- Quem sabe o que o futuro te reserva?! – Cobie brincou.
- Acho que o futuro espera que possamos dormir. – Falei, vendo as duas rirem.
- Acho que é uma ótima ideia. – falou, com a boca próxima de meu ouvido.
- Eu também quero, mas cadê meu marido? – Cobie falou, dando uma olhada em volta. – Ah, ali está ele! – Ela acenou para o marido. – Boa noite, gente!
- Boa noite, Cobie. Foi um prazer te conhecer. – acenou para ela e eu fiz o mesmo.
- Vamos para casa? – Perguntei para ela.
- Por favor! – Ela falou, levando a mão à boca para bocejar. – Acho que aguentei até demais para quem está em pé desde cedo. – Soltei uma risada fraca, deixando minha taça em uma das mesas que estavam por perto.
Entrelacei meus dedos nos dela e seguimos para fora do teatro El Captain, localizado na Hollywood Boulevard. Assim que saímos, alguns paparazzis ainda esperavam pacientemente por algumas fotos, e eles conseguiram algumas nossas mas, como nosso carro estava perto, logo entramos e eu segui em direção à minha casa.

Jordan estava pronto quando coloquei o carro dentro da garagem. Eu acenei com a cabeça para ele e saí do carro com ao meu lado. Entramos em casa pela porta da varanda e, assim que passou pela mesma, eu já fechei a porta e puxei a cortina, acendendo a luz da sala, vendo ela se sentar no sofá e levantar a barra do vestido até o joelho e tirar os seus sapatos pratas e mexer os pés um pouco.
- Você não tem ideia do quão relaxante é isso. – Ela comentou e eu ri, sentando ao seu lado e me livrando dos meus sapatos bem engraxados.
- Acredite, eu sei! – Brinquei, puxando as meias para fora dos pés, jogando dentro dos sapatos e me levantando novamente, me livrando do meu paletó.
- Você estava incrível essa noite! – falou, se colocando em pé, deixando a barra do seu vestido deslizar pelo tapete.
- Você também! – Eu me aproximei dela. – Que bela surpresa. – Vi sorrir, franzindo as bochechas. – Maravilhosa. – Ela riu, levantando a mão até os botões do meu colete.
- Você está babando muito já! – Ela falou, deslizando as mãos pelos cinco botões, abrindo um de cada vez.
- Esse vestido é demais. Você está perfeita, . – Passei minha mão pelo seu rosto, acariciando levemente. – Mas eu estava mais interessado com o que estava embaixo dele.
- Você sabe o que está embaixo dele. – Ela ergueu os braços pelos meus ombros, deixando meu colete cair no chão.
- É diferente! – Falei com o rosto próximo do seu. - Só de olhar para você, eu já estava excitado.
- Fácil assim? – Ela provocou, erguendo as mãos para minha gravata, afrouxando-a e passando por cima da minha cabeça.
- E ainda provoca! – Brinquei.
- Pelo visto, gostou da ideia do cabelo arrumado. – Ela comentou com a voz baixa.
- Minha garota sabe o que é melhor. – Cochichei, vendo minha pele começar a ficar a mostra pelos botões da blusa que ela abria, um a um.
- Ela sabe mesmo. – mordeu o lábio inferior, me fazendo rir, enquanto a camisa caía para trás também, deixando que eu sentisse as mãos geladas de em meus ombros.
Aproveitei suas mãos e puxei seu corpo mais perto do meu, tocando minhas mãos em sua cintura, onde os detalhes do vestido pinicavam minha mão de leve. Toquei meus lábios nos dela, sentindo certa urgência tanto nos meus quanto nos dela. Suas mãos passeavam pelos meus ombros e meu pescoço, deixando marcas com a sua unha em minha pele.
Passei minhas mãos pelas suas costas, desesperado pelo zíper daquele vestido, sem desgrudar os lábios de . Acabei encontrando o zíper na lateral de seu corpo. Quando eu passei a mão e o puxei para baixo com rapidez, me separei dela rapidamente para que ela tirasse o vestido dos ombros e dos braços e deixasse que ele escorregasse o pano pelo seu corpo, que era coberto somente com uma calcinha cor da pele.
Colei meus lábios nos dela novamente, sentindo seus seios colarem em meu corpo e suas mãos na minha cintura, desafivelando o cinto, fazendo com que eu soltasse suspiros com a sua mão tocando meu pênis por cima do tecido. Logo depois, deslizou o zíper para baixo, fazendo com que minha calça caísse pelos meus pés.
Eu me desviei da mesma, peguei em meu colo, colando seu corpo no meu, e a levei para a sala do lado, colocando-a deitada no sofá. Então me coloquei em cima dela, com uma perna ao seu lado e outra entre as suas, sentindo suas mãos subirem pelo meu corpo, fazendo com que eu me arrepiasse. Pelo sorriso que ela deu, sabia o efeito que ela tinha sobre mim.

Abri meus olhos, dando de cara com a luz que entrava pela janela, e virei o rosto, vendo os cabelos de próximos a meu rosto e sua cabeça em meu peito, suspirando levemente. Um braço meu estava para trás e o outro segurava pelas costas, amparando para que ela não caísse do sofá. Uma perna minha estava dobrada enquanto uma de estava colocada em cima da minha, com metade do corpo em cima do meu e metade não.
Seus pelos estavam arrepiados, o que denunciavam que ela estava com frio, e eu também estava. Passei a mão em seu rosto, acariciando-o levemente e tocando meus lábios em sua bochecha, fazendo-a dar um sorriso desajeitado, continuando com os olhos fechados.
Um latido fez com que franzisse a testa e abrisse os olhos devagar. A primeira coisa que ela fez foi rolar os olhos e fechá-los novamente, mas os latidos não paravam e ficavam cada vez mais pertos.
- Eu me esqueci dela. – cochichou, esticando seu corpo sobre o meu.
- Que desnaturada, não? – Brinquei, a vendo rir sem graça. – Esqueceu que mandou ela pelo Joshua?
- Eu esqueci de muita coisa, praticamente. – Ela brincou e encostou seus lábios nos meus rapidamente.
- Quais as chances de ela destruir as roupas? – cochichou e, em seguida, até eu arregalei meus olhos.
- Muitas. – Respondi e, em um movimento rápido, virou o corpo para o lado, se jogando no chão e se colocando em pé logo em seguida.
Eu a imitei, encontrando Leslie deitada atrás do sofá, próxima às roupas, esperando por alguma coisa.
- Ou não. – respondeu, rindo. – Minha cachorra está me vendo pelada. – Ela comentou e eu gargalhei, vendo Leslie se mexer devido ao riso.
- Essa é a sua preocupação? – Perguntei, depositando um beijo em seu pescoço, e ela virou de frente para mim.
- Sei lá! – Ela riu fracamente.
- Bom dia. – Cochichei para ela.
- Bom dia. – Ela respondeu, mais disposta. – Obrigada por ontem, foi incrível. – Ela sorriu. – E o filme é maravilhoso, Chris, vai ser um grande sucesso. – Abri um sorriso largo. – Não digo isso por ser sua namorada, digo isso de forma crítica. – Ela adiantou. – É o melhor filme da Marvel. – Sorri.
- Obrigado! – Toquei meus lábios em sua testa rapidamente. – E a première, o que achou? – Ela gargalhou, começando a andar pelo quarto.
- É demais! Uma loucura, na verdade, mas muito bom, e o pessoal é bem legal. Mackie é uma figura. – Ela riu, entrando no quarto.
- Está pronta para mais? – Gritei da sala, a vendo colocar a cabeça para fora do quarto. – Paris, Londres, Pequim?
- O quê? – Ela perguntou, boquiaberta.
- Tem mais premières chegando. – Ela arregalou os olhos, gargalhando e voltando ao quarto.
- Ah, meu Deus! – Ouvi a voz dela abafada.
- Pois é, Leslie. – Olhei para minha cachorra, que estava bem acomodada em cima da minha gravata, e dei de ombros, seguindo até o quarto.


Capítulo 11

I've never been the best at honesty
I've made more mistakes and I can't even count
But things are gonna be so different now
You make me wanna turn it all around
(...)
Deep inside I know I don't desserve
Another chance to finally make it work
But I'll try to never disappoint you
I'll try 'till I get it right
I've always been so reckless all of my life
But I'll try for you

(Eu nunca fui o melhor em honestidade
Fiz mais erros do que posso contar
Mas as coisas serão diferentes agora
Você me faz querer mudar tudo
(...)
Lá no fundo, eu sei que não mereço
Outra chance para fazer direito
Mas eu tentarei nunca te decepcionar
Eu tentarei até fazer direito
Eu sempre fui imprudente a minha vida toda
Mas eu vou tentar por você)

Simple Plan, Try


- Você está diferente, sabia? – Derek se aproximou de mim enquanto eu olhava o aniversário de quatro anos de Liana acontecer em minha frente.
- Por que você diz isso? – Virei para ele, pegando o copo com refrigerante que ele me oferecia.
- Você parece mais feliz. – Ele virou o corpo, ficando em minha frente. – Mais completa.
- Acho que agora eu me sinto mais livre. – Sorri para ele. – Acompanhar o Chris nesses eventos, ter ele perto de mim, saindo comigo... Por mais que eu nunca tivesse falado, nem nada, eu ficava meio na defensiva quando a gente saía. Eu cuido da assessoria dele, pelo amor de Deus! Todas as fotos que saem dele passam por mim. A gente começa a notar um padrão. – Suspirei.
- Mas ele está quebrando todos os padrões contigo. – Derek falou, bebendo um pouco do seu refrigerante. – Não esqueça que eu trabalho contigo. – Ri fracamente.
- Você é meu grande amigo aqui em Boston, Derek! – Ele sorriu, acenando com a cabeça. – O que eu faria sem você?
- Para começar, você não estaria namorando um dos caras mais gatos do mundo. – Gargalhei, jogando a cabeça para trás. – Qual o próximo evento?
- Comic Con! – Falei, animada.
- Esse ano vai ser difícil. – Afirmei com a cabeça.
- Ah, nem fala, o elenco inteiro vai estar lá. E eu só conheço a Scarlett, a Cobie, o Jeremy e o Samuel. – Suspirei. – Mas eu vou andar pela feira. Já falei para Megan, eu vou aproveitar o máximo que eu puder. – Ele riu, virando o corpo e passando um braço pelos meus ombros.
- Vai ficar todos os dias? – Neguei com a cabeça.
- Não, eu vou no dia do painel dos Vingadores e, enquanto eles estão dando autógrafos, fazendo aquelas apresentações todas, eu vou andar por lá. – Derek riu.
- Bem você mesmo, ! – Dei de ombros, encostando minha cabeça em seu ombro.
- E Liana, como está indo?
- Difícil, é claro, mas estamos indo muito bem por enquanto. – Suspirei, olhando a menina com vestido rosa correndo pelo quintal com Rupert e alguns parentes deles que eu não conhecia.
- Nunca vai ser fácil. – Falei. – Mas vocês já passaram por várias coisas, uma a mais não é nada. – Ele riu, afirmando com a cabeça.
- Você está muito certa. – Sorri.
- Mas eu estou aqui para qualquer coisa, qualquer dia. – Sorri para ele, sentindo o celular vibrar dentro da calça e o puxei.
- Menos quando seu namorado está te roubando de mim.
- Ele não faz por mal. – Atendi o telefone. – Me ligou para dizer que já deixou sua barba crescer novamente? – Ouvi uma risada baixa.
- Não exatamente. – Ele respondeu.
- Já fiquei decepcionada. – Foi minha vez de rir e vi Derek fazer um movimento para trás, então acenei com a cabeça. - Qual o motivo da ligação? – Perguntei, caminhando para a cobertura do quintal.
- Que horas é o seu voo no sábado? – Soltei uma risada fraca.
- Tem alguns dias ainda, Chris. Já está sentindo minha falta? – Perguntei, presunçosa.
- Sempre! – Sorri.
- Mas dessa vez não faz tanto tempo.
- Quase um mês, na verdade. – Chris suspirou.
- Você entrou em gravações, amor. E por mais que tenha vindo me visitar no começo do mês... Ainda assim, faz muito tempo. – Ele riu.
- E quando eu te vejo? – Suspirei, colocando meu pensamento para funcionar.
- Sábado, por volta das três da tarde. – Respondi. – E antes que você fale algo, eu até tentei pegar o voo na sexta-feira à noite, mas estava um pouco lotado. – Ele riu do outro lado da linha.
- Vamos ficar bastante tempo juntos, amor, não se preocupe. – Mordi meu lábio inferior.
- Espero mesmo. – Sorri. – Ah, e no hotel, tá? Te encontro no sábado, pode ser?
- Sim, lá é melhor, todo mundo vai estar no hotel, vai ser um ponto de encontro.
- Então te vejo no sábado, meu amor. – Respondi, estalando um beijo. – Eles já vão cortar o bolo.
- Está na festa da Liana?
- Você acha que eu perco uma festa? Ainda mais festa infantil. – Ele gargalhou. – Não é como as do Brasil, quando eu me mato de comer brigadeiro, mas pelo menos tem cupcake, meus cupcakes, e balas de goma. – Ele riu.
- Vai lá então, a gente se fala quando você chegar em casa. – Ele afirmou com um barulho com a boca. – Te amo.
- Combinado, então. – Sorri ao ouvir. – Eu também te amo.

Esses últimos meses haviam sido uma loucura. Eu havia dividido minha vida de assessora de Chris Evans e de sua namorada, como diria Megan. Fui para Paris com ele, para a première de Capitão América 2. Lá, acabamos encontrando Scarlett e Samuel, e por mais que a visita tenha sido rápida, conseguimos passar um tempo só nós dois na cidade do amor, conhecendo alguns pontos turísticos e, claro, namorando. Bem, pelo menos umas das cidades do amor, em minha opinião. Ainda não tinha visitado Veneza.
Depois, fomos de Euro Trem para Londres, quando eu surtei bastante. A cidade era maravilhosa e eu só conseguia fazer turismo por lá. Tirava fotos em qualquer lugar em que eu passava, aproveitei bastante. Não pude ir para Pequim, o que foi uma pena, mas Chris me disse que tinha sido realmente estranho ver o filme em japonês. Se eu já me confundia com o inglês de vez em quando, imagina japonês!
Logo depois, teve o Kids Choice Awards, a premiação da Nickelodeon. Também não consegui ir com ele, mas depois teve duas exibições em Nova York e eu consegui ir: uma delas no Hotel James e uma da Gucci. Até minha irmã foi comigo, estava nos Estados Unidos fazendo uma visita. Foi um momento quando minha irmã conheceu o irmão dele, algo bem legal. Aproveitei para assistir o Good Morning America em que Chris compareceu e a gravação do Jimmy Fallon no dia seguinte, no qual eu e minha irmã rimos até falar chega. Era realmente engraçado ver Chris em entrevistas, ele era ansioso e atacado ao mesmo tempo.
Aí as gravações do próximo Vingadores começaram e tudo virou uma loucura. Ele viajou para Coréia do Sul, Inglaterra, voltou para Los Angeles para um evento de caridade, teve algumas reuniões de trabalho, depois voltou para Londres para mais gravações de Vingadores, teve um evento na cidade... Só aí ele teve um tempo para passar uns dias em Boston comigo. Desde então, estava nas gravações novamente e se escondendo para a Comic Con, como era de costume já.
Já sobre mim, as coisas tinham sido um pouco mais fáceis. Bem, no quesito prático, estava sendo fácil. Estava trabalhando, tinha saído bastante com Rupert e Derek, ajudando os meninos a cuidar de Liana, encontrando a família de Chris para almoçar quase todo domingo – o que estava sendo ótimo –, mas algo que não estava me deixando muito paciente era esse negócio de eu trabalhar para o Chris e namorar ele. Minha ética jornalística não existia mais. E eu podia dizer com convicção que eu estava fazendo errado porque eu tive que fazer essa matéria duas vezes na faculdade.
Eu tinha começado a pensar em desistir do trabalho com Megan, sair, mas eu não sabia o dia de amanhã. E se um dia eu e Chris terminássemos? Bem, acho que aí eu teria que realmente procurar outro emprego, mas era tão complicado pensar em procurar emprego quando eu tinha um bom, estável e onde eu ainda ganhava bem, mas isso era algo que tinha tirado meu sono. De qualquer forma e definitivamente, não era algo que eu iria resolver agora. A Comic Con estava chegando e eu precisava estar em San Diego em menos de três dias.

- Aqui! – Derek me entregou um pote fechado assim que voltamos da hora do almoço no dia seguinte.
- O que é isso? – Perguntei, abrindo o pote.
- Bolo, de ontem.
- Nossa! – Falei, fechando o mesmo, suspirando. – Eu ainda estou cheia de ontem. – Ele fez uma careta.
- Nem me fala. Distribuímos para meus pais, os pais de Rupert, a Liana comeu até falar chega e ainda sobrou. E claro, seus cupcakes, mas esses a gente não distribuiu. – Ele suspirou, sentando na cadeira à minha frente.
- Pai há seis meses e já está cansado? – Ele sorriu. – E nem trocar fralda você precisa.
- É um diferente tipo de cansado.
- É um cansado bom! – Ruth apareceu na porta.
- Viu?! Ela me entende. – Derek falou, apontando para a cadeira do lado, na qual Ruth sentou.
- Um dia, ela também vai entender isso, não é, ?! – Ruth perguntou.
- Eu pretendo, mas também pretendo estar em um relacionamento sólido, igual Derek, ok, Ruth?! – Ela riu, confirmando com a cabeça.
- Eu conheci um cara. – Ela começou e Derek imediatamente se virou.
- Calma, Derek, sem surtar, deixa a menina falar. – Já parei o moreno e ele revirou os olhos.
- Ele trabalha aqui perto. Na verdade, o conheci aqui na rua. – Ela deu de ombros. – Vamos ver.
- Ele sabe da sua bebê?
- Sabe sim. Na verdade, eu o conheci em um dia que eu estava com ela. – Ela sorriu.
- E o pai? – Derek perguntou.
- Ele não tem que saber de nada. – Sorri, afirmando com a cabeça.
- Ela está certa. Enquanto eles não estiverem juntos, nenhum deve nada ao outro. – Falei, abrindo uma gaveta e encontrando alguns garfos e facas que eu deixava lá de reserva. – Quem quer bolo? – Ambos riram, fazendo caretas por causa da festa do dia anterior, mas comemos de bom grado.

Quando eu ficava sozinha em dia de sexta-feira, eu tinha uma tradição: pedia comida chinesa e procurava algum filme para assistir na TV. Naquela semana, não foi diferente. Sentei na frente da TV com a minha caixa de yakissoba e meus rolinhos primavera e fiquei assistindo Meu Malvado Favorito. Bem, eu tentei. No começo, logo meu celular vibrou, denunciando uma mensagem de Chris, avisando que estavam em San Diego já e que a noite seria chata, pois ficariam passando algumas perguntas das entrevistas para o dia seguinte, perguntas que, por sinal, eu tinha elaborado e entregado para Megan naquela manhã. Junto da mensagem, veio uma foto de cada ator sentado com seu assessor. E eu achava que minha noite seria ruim...
Mandei uma foto para ele, mostrando a caixa da minha janta, e ele logo respondeu, mandando uma dele com Megan. “Chatos”, foi o que eu respondi, seguindo de um “Nos vemos amanhã”. Afastei o celular, voltando minha atenção para o filme. Não por muito tempo, já que eu comecei a dormir no sofá e precisava arrumar minha mala ainda.
Preparei tudo como sempre, com algumas trocas de roupa, utensílios de higiene pessoal e um tênis por precaução. As chances de eu ir para Los Angeles após a Comic Con eram muitas, mas eu já tinha deixado algumas trocas de roupa na casa de Chris, do mesmo jeito que ele tinha deixado algumas em casa já.
Fechei a mala e a coloquei na mesa da sala, voltando para o quarto, decidindo a roupa com a qual eu viajaria no dia seguinte. Acabei escolhendo uma calça jeans skinny escura, uma camiseta preta lisa e um sapato de salto alto vermelho, que imitava sapato de boneca e havia comprado na minha última ida à Los Angeles. Tinha que impressionar meu namorado, não?!
Saí desligando as luzes da casa e já tirando o lixo, deixando tudo organizado para somente sair de casa no dia seguinte e encontrar... Bem, o que é que podia me encontrar de interessante em uma convenção de filmes, séries e quadrinhos em San Diego. Como se eu já não tivesse fuçado tanto sobre aquela convenção para saber!

O avião pousou no Aeroporto Internacional de Lindbergh Field, em San Diego, e eu logo encontrei o carro que Megan havia mandado para mim, que me levou para o hotel em que Chris e todo o resto do pessoal estavam hospedados.
Pelo caminho, eu pude notar que a cidade ficara atolada. Essa era a definição correta. Cosplays andando pela cidade inteira, banners e outdoors distribuídos sobre diversos lançamentos... Eu me senti feliz. Apesar de todas as ideias, eu estava, finalmente, indo para a Comic Con de San Diego.
Assim que eu cheguei ao hotel, eu pude ver uma massa de fãs na frente dele, o que me fez ficar um pouco assustada. Tinha bastante gente ali. Com a ajuda do motorista, eu consegui entrar no hotel, não antes de mostrar minha identidade e falar em que nome minha reserva estava. Claro que eu falei Megan Pachon. Pendurei minha mala no ombro e entrei no grande lobby do hotel, seguindo para o balcão.
- Bom dia! – A atendente falou, sorrindo.
- Bom dia, eu preciso de uma chave para o quarto de Megan Pachon, sou .
- Megan Pachon. – Ela repetiu o nome, começando a digitar no computador. – Quarto sozinho ou duplo?
- Duplo! – Respondi.
- Sua identidade, por favor. – Entreguei a ela, que continuou digitando algumas coisas. – 12º andar, seja bem-vinda! – Agradeci com a cabeça, guardei a minha identidade que ela me entregou na carteira e joguei a mesma na bolsa, pegando o cartão-chave em sua mão e me virando.
- Oi, ! – Pulei para trás, encontrando Cobie e mais alguns rostos conhecidos atrás de mim.
- Ah, meu Deus, Cobie, nunca mais faça isso! – Falei, a vendo rir e me abraçar.
- Desculpe, só não queria te perder. – Ri fracamente.
- Oi, ! – Jeremy acenou do fundo e eu acenei de volta, sorrindo.
- Ah, claro! – Cobie bateu na testa desatenta. – Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Jeremy Renner, que você já conhece, e Robert Downey Jr.
- Nossa, que recepção calorosa! – Falei rindo, dando um rápido abraço e beijo em cada um. – Isso é até um pouco desconfortável, na verdade. Eu conheço todos vocês, mas também não conheço.
- Não foi assim quando me conheceu, não. – Jeremy brincou e eu ri.
- Eu tive que ir atrás de você, Jeremy, nem vem. – Ele riu, levantando as mãos, rendido.
- Você é a namorada no dorito, então?! – Robert falou e eu franzi a testa.
- Dorito? – Perguntei.
- É! Nunca notou como as costas dele parece com um Doritos dentro do uniforme? – Ele perguntou e eu franzi a testa, pensando nos filmes.
- Falando agora, até que faz sentido. – Soltei uma risada. – Cadê ele, afinal? Não o vejo há quase um mês e ele coloca os amigos para me receber? Sem ofensas.
- Se preocupa não, a gente entende. – Mark comentou. – Estamos do lado de cá, mas as saudades da nossa família são as mesmas.
- Sua sorte é trabalhar com ele. – Chris completou e eu afirmei com a cabeça.
- Na verdade, estamos atrás dele também. Chegamos faz pouco e não sabíamos o quarto dele, estamos começando a reunir todo mundo. – Cobie falou.
- Bem, 12º andar, quarto 125. – Chacoalhei o cartão-chave na minha mão e eles riram. – Vamos lá! – Fiz um movimento com a cabeça, seguindo para o elevador com os cinco atrás de mim, que faziam perguntas diversas a meu respeito, principalmente Robert.

O elevador apitou, fazendo com que a porta se abrisse e eles saíssem na minha frente, me deixando andando lado a lado com Cobie.
- Ah, vocês apareceram! – Aaron Taylor-Johnson falou com Elizabeth Olsen e Samuel no corredor, próximo ao elevador. – Então essa é a garota! – Ele comentou.
- Oi! – Acenei para eles.
- E aí, garota! – Samuel gritou para mim.
- Tudo bem? – Respondi rindo, recebendo um beijo dele em minha bochecha.
- Tudo ótimo. Você está muito bonita! – Ele respondeu.
- Obrigada! – Sorri.
- , esses são Aaron e Elizabeth, os gêmeos que não são gêmeos. – Samuel falou e eu ri fracamente, cumprimentando cada um deles.
- Paul e James falaram que tem um trânsito horrível na cidade, mas que já estão chegando. – Chris falou, dando uma olhada no celular.
- Está mesmo! – Falei, franzindo os lábios. – Pensei que não ia pegar vocês aqui.
- Falta seu namorado! – Aaron falou, batendo na porta do quarto meu e de Chris com os punhos fechados. – Evans, tá atrasado já.
- Tá pior que noiva? – Eles riram. - Me deixa resolver isso, vai, ainda sou assessora dele.
Peguei a chave em meus dedos e coloquei no compartimento, ouvindo um clique destravar, e a puxei de volta para mim, empurrando a porta com a mão. Era um daqueles quartos de duas divisórias. Tinha um pequeno hall no começo, com uma mesa e duas poltronas e, logo em seguida, uma porta dupla.
Empurrei a mesma, ouvindo um pequeno clique, e imediatamente deixei a bolsa de meu ombro escorregar para o chão e cair com um baque. Pétalas de lírios estavam espalhadas pelo chão do quarto e em cima dos móveis também. O cheiro havia denunciado qual flor era. O delicioso e forte cheiro de lírio, minha flor favorita.
Caminhei pelo quarto, observando o local completamente cheio de pétalas. Eu me aproximei da janela de vidro e analisei o quarto inteiro novamente. Em cima de uma das mesas, eu pude observar a quantidade de bombons de chocolate e uma garrafa enfiada no gelo. Alguns arranjos grandes de lírio enfeitavam o quarto. O que estava acontecendo? Eu estava no lugar certo?
Ouvi um barulho de tranca e olhei para meu lado esquerdo, vendo Chris sair de uma porta que poderia ser do banheiro. Ele estava com uma camiseta de manga comprida cinza, calças azul marinho, presas com seu conhecido cinto vermelho, e um tênis cinza. Abri um sorriso.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntei, o vendo se aproximar de mim. – Esses caras estavam louco atrás de você. – Ele estava quieto, meio estranho, as mãos fortemente colocadas no bolso da calça, seus olhos me encarando profundamente, às vezes desviando para a grande janela e voltando para mim.
- Na verdade, eles sabiam onde eu estava. – Foram as primeiras palavras que ele falou e eu franzi a testa.
- É! Você só não abria a porta. – Respondi e ele riu. – Está tudo bem? – Ergui minha mão, tocando em seu rosto liso.
- Só estou nervoso. – Ele assumiu, suspirando.
- Ansiedade de novo? – Ele afirmou com a cabeça.
- É, acho que sim. – Ele sorriu de lado.
- E as flores? É um jeito de me receber? – Virei meu rosto para o quarto, soltando uma risada fraca.
- Mais ou menos. – Virei meu rosto para ele novamente, o vendo se abaixar e se colocar sob um joelho em minha frente.
Suspirei, começando a tremer.
A pergunta do horário que eu chegava, se eu iria para o hotel ou direto para a convenção, o sumiço o dia inteiro, a recepção dos amigos lá embaixo, o fingimento dos amigos aqui em cima, o quarto cheio de pétalas de minha flor favorita, os bombons, a garrafa, de champanhe – certeza –, a caixinha... Ah, meu Deus, a caixinha!
Ele puxou uma caixinha de um tão conhecido azul, azul Tiffany da Tiffany & Co, com o laço branco em cima. Era o que eu imaginava? Senti minha respiração falhar e lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto.
- . – Ele começou, desfazendo o laço em cima da caixa e deixando as fivelas caírem pelas laterais. – Eu me preparei por muito tempo para fazer isso, mas eu ainda não estou pronto física nem mentalmente para fazer isso, na verdade. – Ele soltou uma risada fraca e passou uma mão em seu rosto, voltando a mão para a tampa da caixa, puxando-a para cima. – O que eu sei é que faz mais de um ano que eu te conheci e, no momento em que eu te vi rir pela primeira vez, eu sabia que você ia mudar minha vida. Não de cabeça para baixo, mas você iria ajeitá-la. – Ele abriu a caixa, revelando o maior e mais lindo anel de diamante que eu havia visto em toda minha vida. – E com o passar dos dias, eu notei que estava certo. Eu finalmente havia conhecido aquela mulher, aquela que seria importante em diferentes maneiras da minha vida. – Eu suspirei, o ar encontrando dificuldade em passar pelas minhas narinas. – Eu sempre sonhei em casar, constituir família, como todos meus amigos e meus pais mas, com o passar o tempo, eu nunca pensei que eu, um dia, ficaria assim, de joelhos por causa de alguém ou que esse momento não chegaria, mas ele chegou. – Puxei o ar novamente, colocando as mãos na boca. – Eu quero que isso dê certo porque eu te amo e porque você é a mulher que mudou minha vida. – Ele respirou fundo, pude ver lágrimas escorrendo pelo seu rosto. – Eu já me decepcionei, já decepcionei outras pessoas, já fiz muitas besteiras também, mas eu mudei tudo isso por causa de você. – Mordi meu lábio inferior, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. – Então, se você não cansou de me ouvir falar, porque eu sei que você é muito apressada e já deve ter se tocado do que é, eu gostaria de te perguntar algo. – Ele soltou o ar pela boca. – , você quer casar comigo?
Meu corpo estabilizou naquele momento. Todas as certezas que eu tinha na minha vida sobre Chris e seu comportamento haviam sumido e todas as conversas de amigos meus falando sobre meu futuro e de Chris apareceram. Aquilo tudo estava ali, ajoelhado na minha frente, pedindo para casar comigo, para dividir sua vida comigo, e eu só tinha uma resposta para dar.
- Sim! – Falei com minha voz falha, sentindo meu corpo fraquejar e eu colocar meus dois joelhos no chão, passando meus braços pelo seu ombro e o trazendo para perto de mim. – Sim, sim, sim! – Falei repetidas vezes. – Eu quero me casar contigo. – Repeti novamente, apertando meus lábios contra os dele fortemente, sentindo suas mãos tocarem meu pescoço e um bater de palmas ao fundo. – Sim! – Falei novamente, olhando em seus olhos, e ele se levantou, estendendo as mãos para que eu imitasse.
Eu sorri, sentindo meu nariz trancado e minhas mãos geladas. Chris tirou o anel da caixa azul, deixando a caixa cair na poltrona mais próxima. Ele segurou minha mão direita, que ainda tremia, um pouco e deslizou o anel pelo meu dedo anelar, me fazendo olhar para ele novamente em meu dedo.
- Ainda bem que fiz as unhas. – Falei sem pensar, o fazendo rir, e ele me abraçou pela cintura, girando meu corpo no ar. – Eu não suspeitei de nada. – Falei quando ele me colocou no chão novamente.
- Eu não sei como. – Ele falou. – Todo mundo sabia, todo mundo me ajudou. Da última vez que nos encontramos, eu já tinha o anel, mas não era o momento certo, e hoje veio.
- Foi perfeito. – Sorri, rindo logo em seguida.
- Foi sim! – Ouvi uma voz vinda da porta e encontrei uma pilha de gente.
O elenco de Vingadores e agora Megan estavam lá, na frente de todo mundo. Estiquei minha mão direita para Megan, achando estranha aquela pedra gigante em meus dedos, e ela ficou histérica, dando saltos em minha direção e me abraçando fortemente, dando liberdade para o resto do pessoal entrar no quarto.
- Parabéns! – Megan falou em meu ouvido com a respiração meio trancada também. – Quando eu disse para vocês se conhecerem melhor naquele jantar, eu juro que não esperava que vocês se conhecessem tanto. – Eu e Chris rimos e ela se separou, dando espaço para Cobie e Samuel me abraçarem em grupo.
- Parabéns! – Jeremy me abraçou fortemente, me girando no ar.
- Eu estou meio emocionado. – Robert comentou, com o nariz vermelho também, e me abraçou.
- Vamos comemorar! – Hemsworth pegou o champanhe na garrafa, começando a abrí-lo. – É para isso que serve, não?! – Ele apontou para Chris.
- Com certeza! – Meu Chris respondeu e eu ri.
- Meu Deus, eu estou noiva! – Falei, me jogando em uma das poltronas no quarto. – Preciso contar para minha mãe. – Dei um pulo.
- Calma! Relaxa! – Megan falou, rindo. – Tem fotos e vídeos aqui para mostrar para quem vocês quiserem. – Eu me levantei, pegando a taça que Chris estendia para mim.
- Aos noivos! – Elizabeth gritou e eu encostei minha taça na de Chris em um tilintar, depois nas das pessoas que estavam por perto.
Bebi um gole, recebendo um beijo de Chris em meus lábios em seguida.
- Para nós. – Sussurrei para Chris, encostando minha cabeça em seu ombro, ainda tentando normalizar a respiração.

- Acho que isso compensa o último ano inteiro sem flores. – Falei alto, saindo do banheiro após lavar o rosto e conseguir destrancar meu nariz.
- Você nunca deu uma flor para ela? – Hemsworth virou para Chris e eu ri.
- Nunca. – Respondi por Chris.
- Eu sempre esquecia. – Meu Chris se explicou, erguendo os braços.
- Isso não é desculpa! – Robert gritou ao lado de Chris, sentado na cama, e eu ri.
- Depois dessa, eu não casava. – Samuel cochichou, bebendo mais um gole de champanhe.
- Ei! Pensei que vocês fossem meus amigos! – Meu Chris reclamou.
- Agora somos amigos da também e, dessa vez, ela tá certa! – Cobie falou e eu ri, sentando no braço da poltrona em que ela estava.
- Obrigada, gente, mas acho que vou dar uma chance dele se redimir. – Falei rindo. – Nós temos a vida inteira para isso. – Cochichei, olhando na direção de Chris, que sorriu.
- Gente, eu sei que a festa está boa e tem uma alegria incrível reinando no ar, mas está na hora de irmos. – Megan falou, colocando a taça em cima da mesa.
- Verdade! Tem um motivo de estarmos aqui! – Robert brincou, se levantando.
- Nos encontramos em quinze minutos lá no subsolo. – Aaron falou, deixando a taça na mesa e saindo do quarto.
- Até mais, pessoal! – Alguém falou e eles foram saindo do quarto.
- Mande as fotos, por favor! – Gritei antes de Megan fechar a porta. - Eu ainda estou um pouco extasiada. – Falei, me aproximando da cama e sentando ao lado de Chris.
- Eu ainda não sei de onde eu tirei essa coragem. – Ele revelou, passando o braço pelas minhas costas, me abraçando.
- Pensei que nunca te veria perguntando isso, Evans! – Megan falou, passando a mão no rosto.
- Nem eu! – Ele falou, dando um beijo em minha testa.
- Minha irmã tinha falado isso para mim no Natal, que ia acontecer, mas eu nem me toquei. – Ri baixo. – Parece que as coisas foram acontecendo e eu simplesmente deixei rolar. – Suspirei.
- Eu me decidi na première de Capitão América 2, quando eu te vi chegando. – Ele falou suspirando. – Aí eu esperei o momento certo para comprar o anel. – Ele riu fraco. – Tive que comprar em Londres. Fui com Hemsworh e com Robert comprar. Imagina que interessante foi, três homens em uma loja de joias. – Ele virou o rosto para mim enquanto eu ria. - Eu te amo! – Abri um sorriso, colando meus lábios nos dele.
- Eu te amo! – Respondi.
- Olha o horário, galera! – Megan cantarolou.
- Ah, claro! – Levantei. – Eu só vou trocar o sapato e dar uma retocada na maquiagem.
- Já te enviei as fotos e os vídeos, posso dizer que está digna de filmes. – Megan comentou e eu ri, pegando minha mala que ainda estava no meio do caminho, e voltei para o quarto, colocando-a em cima da cama. – Para você também, Chris.
- Vou mandar para minha mãe. – Chris falou. – Se ela souber pelos outros antes de mim...
- A mesma coisa aqui! – Respondi, puxando meus saltos para fora e começando a colocar meias nos pés.
- Enviado! – Chris falou, guardando o celular no bolso, e eu calcei meu All-Star, amarrando e logo me colocando em pé.
- Vamos, então! – Puxei minha blusa para baixo, ajeitando-a, e passei novamente o batom em meus lábios. – Eu faço as coisas pelo caminho. – Chris riu baixo, entrelaçando sua mão na que tinha um anel em meu dedo, e seguimos para fora do quarto, com Megan a alguns passos de nós.

Chegamos ao subsolo e entramos no carro que nos foi indicado, vendo todos seguirem o mesmo caminho, cada pessoa com seu agente. Com isso, notei que eu era a única intrusa na história, a não ser que o pessoal fosse encontrar outras pessoas no local, apesar de que, com ou sem Chris, aquele ano eu havia prometido a mim mesma que iria à Comic Con. Era um evento e tanto que eu não iria perder.
Megan entrou na frente, ao lado do motorista, e eu entrei com Chris atrás. Durante o caminho inteiro, eu fui olhando as fotos que Megan e Cobie me mandaram, acompanhando em ordem cronológica o que tinha acontecido. Era o que Megan havia dito: pelo fato da grande janela do quarto estar aberta, a maioria das fotos haviam registrado somente nossas silhuetas, fazendo parecer muito uma cena de filme romântico.
Escolhi a foto em que Chris estava ajoelhado e eu com o corpo reto e as mãos na boca para colocar no Instagram. Matutei um pouco sobre a legenda que eu ia colocar, mas minha empolgação não permitia muito, então eu só escrevi o óbvio “Ah, meu Deus, estou noiva!”, com vários corações e emojis com corações nos olhos. Enviei também para o Facebook e Twitter.
Fui para o WhatsApp, no grupo da minha família – sim, porque todo mundo tem esse grupo –, e postei o vídeo que Megan havia feito do pedido, escrevendo, logo em seguida, “ESTOU NOIVA!” em letras garrafais. Copiei as mesmas duas mensagens e enviei para Rodrigo, Derek e Rupert, sentindo uma felicidade enorme em poder dividir isso com eles.
Não deu tempo de bloquear o celular para as respostas e notificações começarem a chegar de todas as redes sociais. Soltei uma risada fraca, silenciando o celular e o colocando de volta no bolso da frente.
- Meu celular não para de vibrar também. – Chris sussurrou em meu ouvido enquanto passava sua mão na minha.
- A gente joga a bomba e depois foge. – Falei, rindo.
- Pois é, não?! – Megan falou, olhando para trás. – Por enquanto, o celular de vocês está enlouquecendo. Daqui a pouco, vai ser o meu. – Ela chiou. – Vocês estão realmente me fazendo trabalhar em dobro.
- Não desconte do meu salário, por favor. – Falei brincando e ela riu.
- Por enquanto, não. – Ela falou, virando o rosto para a frente novamente.

O carro entrou em uma rua estreita, um carro preto seguindo o outro em linha reta. Pela janela preta, pude ver barras de contenção dos dois lados da rua, com vários fãs gritando para quem é que estivesse chegando nos carros.
O carro parou abruptamente e as portas foram destravadas com pressa. Megan praticamente pulou do carro e o motorista abriu a porta do meu lado, o que fez que eu saísse do carro com a ajuda. Chris saiu do outro lado, próximo à parede. Dei a volta pelo carro e Chris rapidamente me pegou pela mão, entrelaçando meus dedos nos seus.
Seguimos o fluxo e entramos por uma porta de garagem. Todo mundo do elenco estava lá com algum acompanhante, a maioria eram agentes e também organizadores com crachás da Comic Con.
Chris me puxou pelo meio da multidão e se aproximou de Jeremy e Hemsworth, começando a perguntar sobre os protocolos, se alguém havia recebido alguma coisa... A resposta era a mesma, todos estavam perdidos.
- Megan! – Chris gritou, estendendo a mão para ela, que se aproximou. – Você está aqui.
- Eu estava conversando com ele. – Ela apontou a mão para o assessor da Marvel. – Escute o que ele tem a dizer.
- Chegaremos a uma festa privada então, de preferência, andem em linha reta. Já estamos atrasados para uma das entrevistas mas, se alguém o parar, converse, dê atenção, mas rápido.
- Ok, e depois? – Chris perguntou.
- Vamos divií-los para as entrevistas, mas aí vocês já sabem o que fazer. – Chris fez um aceno com a cabeça e vi o portão da garagem fechar, os gritos serem abafados e o elevador começar a subir.
Quando parou novamente, eu agradeci muito por estar com as mãos firmes na de Chris, porque aquele povo foi rápido. Assim que as portas se abriram, seguimos em uma linha reta para uma sala privativa escrito “Imprensa” na porta. O pessoal do elenco começou a se jogar pelos sofás e os agentes ficaram próximos a eles. Eu me acomodei no braço da poltrona de Chris, sentindo sua mão acariciar minhas costas levemente.
Kevin Feige apareceu pela porta logo em seguida com um moletom super legal que imitava o moletom do Soldado Invernal. Cumprimentou o pessoal rapidamente, com rápidos acenos de cabeça, e se colocou próximo aos assessores da Marvel, eram em quatro no total.
- Bem, com exceção do Aaron e Elizabeth, vocês todos já estão acostumados com o que vai acontecer aqui. – Ele falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – As coisas acontecerão assim esse ano: teremos uma hora de entrevistas, o pessoal vai entregar o itinerário para vocês e. depois disso, vocês irão para a apresentação, sessão de autógrafos. Aí teremos o painel. Combinado? – Ele fez positivo para o pessoal, que concordou com a cabeça ou com a boca enquanto os assessores da Marvel entregavam folhas de papel para cada um dos atores do elenco. – Ah, e mais uma coisa. – A atenção voltou para Kevin. – Vamos dar uma calorosa salva de palmas para Evans, que finalmente ficou noivo! – Arregalei os olhos, fechando-os logo em seguida, sentindo meu rosto queimar, e ouvi as palmas e gritos espalharem pelo quarto. – Parabéns, cara! – Kevin cumprimentou Chris e depois depositou um beijo em minha bochecha. – Vamos trabalhar, gente! – Ele bateu as mãos e saiu da sala logo em seguida.
- Se o Kevin já sabe, então já está na internet. – Megan comentou, tirando a folha das mãos de Chris. – Mas as primeiras coisas em primeiro lugar. – Ela suspirou. – Ok. Primeiro, você tem uma entrevista para o Entertainment Tonight, com aquela jornalista Roxy de quem eu não sou muito fã e que, se já souber de algo, vai te perguntar sobre sua vida pessoal, porque é só isso que ela sabe fazer. – Megan sussurrou a última parte e eu ri fraco. – Lá, você vai encontrar o Robert e o Mark. Aí depois tem uma para o Yahoo Filmes com o Hemsworth. Depois dessa, você segue para uma da Entertainment Weekly com Hemsworth e James Spader. Depois, uma do Xbox com o Mark e, para finalizar, uma longa com a Fandango, também com o Mark. – Megan pegou uma caneta em seu bolso. – Depois disso, vamos dar um pulo em uma entrevista para o Los Angeles Times, que quer falar sobre Expresso do Amanhã. – Chris afirmou com a cabeça. – Tem que dar tempo.
- Ok, sem problemas. – Chris se levantou. – Estou empolgado hoje. – Ele sorriu para mim, dando uma piscadela com um olho.
- Vamos então! – Megan falou, revirando os olhos e começando a andar para fora da sala.
- Eu acho que o marido dela não tem sentimentos, é a única explicação. – Cochichei para Chris.
- É muita tensão sexual. – Chris cochichou de volta e Megan virou o rosto, nos fuzilando com o olhar.

- Eu vou estar aqui pelas redondezas, ok?! – Mexi as mãos pela sala ajeitada para o Entertainment Tonight.
- Mantenha esse diamante no bolso. – Megan cochichou para mim e eu afirmei com a cabeça, rindo em seguida.
Lembrei da Roxy do Entertainment Tonight assim que a vi: bonita, morena, cabelos com luzes e um decote que podia ser visto do espaço. Chris entrou no meio do papo, abraçando Mark e Robert em um abraço coletivo, o que causou em Roxy um pouco de ciúmes, mas nessa até eu concordo, ele não havia sido muito educado em ignorá-la. E sim, quem estava dizendo isso era a noiva dele.
- Essa é uma entrevista de abraços, na verdade. – Robert comentou, fazendo o pessoal da equipe rir.
- Você chegou tarde, Evans. – Roxy falou, fazendo bico.
- Tá tudo certo. – Chris abraçou Mark, rindo fracamente. – Tenho certeza de que eles já contaram tudo que vocês precisam fazer.
- Vamos tirar uma selfie! – Uma loira que estava nas laterais apareceu esticando o celular. – Vai ser a melhor selfie da Comic Con. – Todos se juntaram na foto, Chris foi para trás e, logo depois, se separaram.
- Corta! – Uma voz falou e Megan virou para mim, indicando a porta, e eu virei o corpo, saindo da sala.
Megan fazia aquilo há anos, então ela sabia o que estava fazendo. Decidi caminhar para a entrevista da Yahoo enquanto eles se livravam dos produtores da Entertainment Tonight, e eu acabei encontrando Hemsworth e sua agente no meio do caminho.
- Ei, olha quem está aqui! – Hemsworth passou o braço em meu ombro.
- Estou fugindo do pessoal da Entertainment Tonight. – Fiz um movimento com a cabeça.
- Ah, entendo, me livrei dessa hoje. – Ele brincou. – Mantenha as mãos no bolso! – Ele riu e entramos na sala com decorações roxas da Yahoo.
- Megan disse a mesma coisa. – Ri fraco.
- Eles são perigosos. – A agente de Hemsworth, que era um pouco mais velha, falou e eu fiz uma careta. – Mas aproveita, querida. Ninguém vai tirar essa sua felicidade hoje. – Ela piscou e eu afirmei com a cabeça.
- O que eu perdi? – Meu Chris apareceu e eu ri.
- Se livrou, hein?! – Falei para Chris e ele riu.
- Que alívio, cara! – Ele passou a mão na testa.
- Olá, tudo bem? – Um dos produtores se aproximou de nós assim que Megan entrou na sala. – Estão prontos?
- Claro, vamos lá! – Chris passou os diversos fios por trás do cenário e Hemsworth o seguiu.
- Olá, gente, sou Nate Kap, vou entrevistá-los hoje. – Um homem de meia idade com camisa preta, jeans e os cabelos escuros cumprimentou os dois Chris.
Eu, Megan e a agente de Hemsworth, cujo nome eu ainda não havia descoberto, nos colocamos atrás das câmeras.
- E aí, cara, beleza? – Ambos cumprimentaram o tal Nate.
- Vamos sentar, por favor? – Nate indicou os bancos ao lado e sentou no seu. – Estamos fazendo uma entrevista um pouco mais relaxada. Começamos como suas caricaturas e, por aí, seguimos. Já que todo mundo quer saber do filme de vocês, a gente quer saber como vocês reagem a certas coisas.
- Caricaturas? – Evans perguntou e eu franzi a testa, com medo.
- Vamos lá! – Hemsworth estralou os dedos brincando.
- Ação! – O câmera falou.
Nate pegou um papel da mão de um produtor e apontou para os dois. Eu tive que me conter, era hilária.
- E aí, gostaram? – O apresentador falou.
- Isso é um ultraje! – Evans brincou enquanto Hemsworth não parava de rir.
- Eu pareço muito mais alto que você. – Hemsworth comentou.
- Você que fez? – Chris apontou para um cara próximo a nós, que afirmou com a cabeça. - O que eu fiz para você, cara? – Evans indagou, fazendo com que Hemsworth risse cada vez mais. – Me dê a porra do marcador, eu vou fazer o seu desenho. – Dessa vez, eu tive que prender o nariz para não rir alto, ainda mais depois da careta que ele fez.
- Olha seus cílios, cara. – Hemsworth encarou bem o desenho.
- Estão gigantes. – Evans falou, se achando. – Obrigado, cara. – Ele apontou para o desenhista e eu franzi a testa.
- Seus cílios, cara. – Hemsworth não se conformava. - Vocês estão fazendo isso com todo mundo?
- Sim, com todo mundo que passa aqui. – Nate respondeu.
- Como estão as reações? – Evans perguntou.
- A sua foi a melhor. – Nate respondeu e eu virei o rosto para trás, gargalhando.

A entrevista com a Entertainment Weekly foi a primeira entrevista séria da noite. Encontramos James Spader, o que já fez a entrevista subir de nível um pouco. E do pouco que eu conhecia dele, sabia que era o tipo de pessoa séria. Darren Franich comandava a entrevista. As perguntas foram variadas. Começou pelo que eles estavam achando da Comic Con e, pelo fato de James ser o novo membro do grupo, as perguntas focaram nele, perguntando sobre como ele achava que seu papel de Ultron afetava os outros personagens do filme. A primeira coisa que Chris falou foi sobre como James parecia Ultron falando, começando a descontrair um pouco a entrevista.
Depois, a pergunta virou para Hemsworth, perguntando um pouco sobre ‘Thor 2: Mundo Sombrio’, como seria a elaboração do próximo filme, pelo que o personagem passou e mais o que iria acontecer. Em seguida, as perguntas foram para Evans, sobre O Soldado Invernal, indo direto para a pergunta de sete uniformes ao longo do filme, da qual Chris riu de imediato, querendo o básico do primeiro filme de volta.
Darren perguntou da dinâmica, pelo fato de o assunto do filme ser algo mais atual e contemporâneo, o que Chris confirmou, seguido por um belo de um discurso sobre o filme dele, mostrando o orgulho que ele sentia sobre seu trabalho. Depois de algumas brincadeiras, a entrevista acabou.
Na entrevista da Xbox, encontramos Mark nos esperando e Chris logo sentou ao seu lado, tentando responder às perguntas que eles, obviamente, não podiam responder, já que não podiam dizer nada sobre o filme. Bem, nada revelador sobre o filme.
- Tem Ultron nesse filme, tem uma luta entre Capitão América e Mercúrio e outra entre Homem de Ferro e Hulk. – Mark começou devagar, tomando cuidado com as palavras, e Chris somente confirmando com a cabeça.
- É engraçado, porque não é como os outros filmes em que você termina um filme e, quando vai fazer o outro, tem uma ordem cronológica. Quando você faz os filmes individuais, você se questiona o porquê de não chamar os outros super-heróis e, por isso, você tem que inventar uma desculpa do porquê de eles não poderem estar lá.
- Havaí. – Mark comentou e eu passei a mão na testa.
- Isso, ele está de férias, no Havaí, não queríamos atrapalhar.
- Tudo que eu posso dizer é que Hulk é difícil de derrotar. – Mark comentou, acenando com a cabeça.
- Sabia que você me lembra meu pai? – Chris comentou e eu franzi a testa, tentando fazer alguma ligação entre Robert e Mark.
- Claro, eu lembro seu pai, obrigado. – Chris gargalhou e Mark ficou sem graça.
Em seguida, vieram perguntas sobre os dois novos personagens do filme. Por sinal, não via os atores que os interpretavam há um tempinho. Deveriam ter colocado os dois juntos para todas as entrevistas.
Enquanto Mark explicava a importância do papel dos dois, um barulho veio pela nossa lateral. Jeremy, Cobie e Samuel entraram na sala, começando a abraçá-los. Chris abraçou Jeremy, deu um beijo na bochecha de Cobie e a seriedade da entrevista mudou.
Em uma das respostas, Mark e Chris fugiram da resposta, deixando com que o trio que acabou de chegar, respondesse. E acabaram fugindo de todas as outras respostas, era incrível como eles davam volta na resposta, falavam, falavam, falavam, mas não revelavam nada.
Caminhamos até a entrevista da Fandango rindo de algumas piadas excêntricas que Mark contava. Eu tinha que assumir que já estava com os pés doendo desse anda para lá, anda para cá, ficar em pé durante as entrevistas e tudo mais. Pelo menos no estúdio montado para a Fandango, tinha alguns lugares para sentarmos.
Não prestei muito atenção no começo, aproveitei que eu sentei por um tempo e peguei meu celular, olhando as notificações do WhatsApp, para todas as pessoas que eu havia enviado a mensagem, tinha uma longa surtada após minha postagem, falando como estavam felizes por nós, que estavam animados para o casamento, e claro, minha mãe, escreveu um texto que me deu a maior felicidade do mundo.
“Filha, eu gostaria de dizer isso pessoalmente, mas como não é possível no momento, farei por aqui. Não há felicidade maior para uma mãe, ver o filho virando independente e você virou independente muito cedo, assim que foi para a faculdade, nem parecia que a mesma menina que só me trazia boletins vermelhos na escola, seria a mesma mulher a fazer uma carreira internacional, passando em um concurso e depois se mantendo sozinha aí há um bom tempo.
Se você disse sim hoje, é porque você se sente feliz, confortável e amada pelo homem que fez o seu pedido, e como mãe, não há felicidade maior no mundo. Eu te desejo a maior felicidade do mundo, desejo te ver linda vestida de branco, dizendo novamente esse sim feliz para o homem que você ama. Felicidades para vocês dois, minha querida, não vejo a hora de te abraçar. “Amor mamãe”.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas e suspirei, fechando os olhos, sentindo uma lágrima escorrer pela minha bochecha e logo a sequei.
- Está tudo bem? – Megan perguntou baixo para mim.
- Sim, só me emocionei. – Passei a mão pelo rosto novamente e voltei minha atenção para a entrevista.
Chris falava da importância de ter aceito fazer parte desse projeto, que muitas pessoas haviam inspirado a aceitar esse projeto e acabou emendando para falar sobre a importância de dividir a carreira com filmes com grande empresas financiando, ou com filmes independentes.
Como sempre, a entrevista saiu dos trilhos rapidamente, quando Mark foi perguntado sobre seu uniforme, que era somente para marcar movimentos do corpo, o qual o fez comentar sobre o traje que o cancelava como homem, levando tudo que é grande ficar pequeno e tudo que é pequeno ficar grande.
Outra parte que eu achei engraçado foi a parte em que eles contaram como era no set de gravações, já que eles não paravam de falar e era necessário que Joss, o diretor, mandasse todos ficarem quietos como se fosse o ensino médio tudo de novo.
O assunto voltou a ficar quieto quando falaram de James Spader. Bem, mais ou menos, Chris tinha que dizer que ficava com medo de quando ele começava a falar e dava vontade de ele pegar o escudo dele para se esconder. E desandou de novo para falar sobre as poses dos pôsteres, que era algo muito vergonhoso de fazer, já que eles tinham várias pessoas em volta do estúdio os vendo fazerem aquelas poses. Chris ficou bastante vermelho ao falar sobre isso, uma hora seu olhar encontrou com o meu, mas eu não conseguia parar de dar risada, era algo incomum, era impossível parar de rir, ainda mais quando Tiffany Smith, a correspondente da Fandango, começou a imitar.
- Acabei de conseguir minha pose de herói com o elenco de Os Vingadores 2: Era de Ultron, não se esqueça de comprar seus ingressos pelo site da Fandango. – Ela falou em direção para uma das câmeras.
- Corta! – O câmera falou e Megan se levantou, fazendo com que eu a seguisse em direção para porta.
- Falta só mais um. – Megan comentou comigo, cumprimentando os produtores e saindo da sala.
- Mas essa é mais de boa, não?! – A segui para fora da sala, com Chris vindo logo atrás com Mark.
- Ainda bem! – Megan suspirou.
A entrevista de Expresso do Amanhã foi bem mais fácil. Chris encontrou um dos produtores do filme e eles sentaram lado a lado em uma mesa, com um jornalista do Los Angeles Times em sua frente, com um gravador ligado próximo a eles e fizeram perguntas sobre o filme, principalmente sobre a expectativa deles com o lançamento do filme nos Estados Unidos.
Chris foi mais profissional, afinal, a situação era totalmente diferente de outras entrevistas do dia. Ele disse sobre a recepção do filme na Coreia do Sul e das boas críticas que haviam recebido pelos jornalistas asiáticos.
O produtor, que eu ainda não havia identificado, concordou com Chris, dando respostas mais técnicas sobre o status do filme nos país em que já havia sido lançado. Sério, eu nunca havia visto aquele produtor. A entrevista terminou com algumas fotos dos dois próximos a um cartaz do filme e Chris autografando alguns cartazes que seriam sorteados pelo veículo.
- Pronto para a parte complicada? – Megan perguntou para Chris, voltando para a sala de imprensa reservada para a Marvel.

Fiquei jogada na poltrona da sala de imprensa por alguns minutos, meus pés doíam, eu agradecia muito por ter deixando os saltos no hotel e optado por meu All-Star. O elenco do filme conversava em uma roda na minha frente e os agentes à minha lateral. Eu estava sozinha com meus pensamentos. Bem, mais ou menos.
Dei uma olhada rápida em meu Instagram e foquei em olhar as notificações da foto que eu havia postado e algo me chamou atenção. Pelo menos entre os comentários que eu conseguia ver não tinha nenhum ruim. Ninguém me xingando, ninguém falando que eu não o merecia, nem nada. Só existiam pessoas mandando emojis de corações, dando felicidades a nós dois e a maioria brincando a mesma coisa que várias pessoas falaram “Ainda bem”, “Finalmente” e coisas do tipo.
Como sempre, um comentário chamou minha atenção, ele estava escrito em português, o que me fez saber que existem todos os tipos de fãs. Os que aceitam a felicidade do ídolo não importa o que ou com quem, e os que só veem a felicidade do ídolo se ele estiver solteiro ou com elas.
Essa menina escreveu um longo texto, me fazendo pensar um pouco sobre como a minha felicidade afetava várias pessoas, mas que a única que importava era a minha e de Chris. Ela nos parabenizava pelo noivado, que estava muito feliz por nós e nos pedia muito para não ligar para o que os haters diziam. Pois ela conhecia Chris desde que ele apareceu com o filme Quarteto Fantástico e viu as transições de personalidade dele ao longo dos anos, mas que o momento em que ela mais o viu feliz foi nos momentos que ela o viu comigo e principalmente nas últimas premières de filmes que eu o havia acompanhado. Não existia maior interação que ela pudesse ver a não ser em nós dois. E para finalizar desejava felicidades ao casal.
Sorri com esse comentário e printei o mesmo, com certeza guardando isso na minha caixinha de recordações boas. Não parava de chegar notificações e curtidas na foto. Olhei as fotos que eu havia sido marcada e duas marcações me chamaram atenção. Uma delas era de uma publicação da minha irmã, que havia colocado uma foto de Chris me girando no ar com a legenda “Minha irmã está noiva”, com vários emojis e letras misturadas como se ainda não acreditasse no que estava acontecendo. E outro foi de Scott, irmão de Chris, o qual ele havia postado o vídeo do pedido de casamento, o momento em que ele faz a pergunta e eu caio em frente dele o abraçando e a legenda fez com que eu derrubasse uma lágrima em cima da tela do meu celular, “Meu irmão finalmente encontrou a pessoa que ele quer passar a vida junto, eu disse que esse dia chegaria, irmão. Bem-vinda à família, ”. Parece que eu estava um pouco mais emotiva do que o normal.
- Vamos, então?! – Um dos organizadores da Marvel entrou na sala, com uma prancheta em mãos e o microfone preso no ouvido.
- Vamos! – Alguém falou, fazendo com que o pessoal começasse a se movimentar.
- Chris! – O chamei, fazendo se virar para mim.
- Pensei que tinha te perdido. – Ele falou e eu ri franzindo a testa.
- Essa sessão de autógrafos demora o quê? Uns trinta, quarenta minutos? – Perguntei para ele, movimentando as mãos.
- Mais ou menos isso, por quê? – Ele perguntou, tirando uma mecha do meu cabelo do rosto.
- Eu vou aproveitar e dar uma volta pela feira. – Falei, dando de ombros. – Não posso vir à Comic-Con e não conhecer nada da feira e só ficar com os bastidores.
- Você promete tomar cuidado? – Ele perguntou e eu franzi a testa.
- Com que eu deveria ter medo, Evans? – Perguntei, apoiando minhas mãos em seus ombros.
- Sei lá, você está na maior feira de quadrinhos do mundo e é minha namorada e...
- Ah, mas que metido! – O cortei, vendo-o dar risada. - Relaxa, eu encontro a Megan no painel e nos vemos depois da apresentação, pode ser? – Perguntei, após dar um pequeno beijo em sua bochecha. – Pode ser, Megan? – Virei para a loira que olhava o celular.
- Pode ser. Me procura lá na área VIP, mas antes de começar, ok?! – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar, Megan. – Soltei uma risada fraca. – Vejo vocês daqui a pouco. – Acenei com a mão para Chris, vendo a maioria dos seus amigos de elenco fazer a mesma coisa.

Uau! Essa foi minha primeira reação ao sair dos bastidores e cair no meio do centro de convenções da feira. Não era à toa que era a maior feira de quadrinhos do mundo. O centro de convenções era gigante, e eu não estou brincando, não tem nem como eu quantificar o tamanho daquele negócio para explicar, e o que dava a impressão dele ser maior era a quantidade de pessoas que estavam lá dentro.
Tinha de tudo, estandes dos mais diversos tipos, desenhos animados, séries, filmes, brinquedos, figuras de ação e até os clássicos antigos. Tudo tinha seu espaço naquele lugar. Eu não parei em nenhum estande especial, eu olhava tudo de longe, consegui ver o estande da FOX, da Nickelodeon, da Vertigo, Lego, Sideshow, entre alguns outros que eu não tenho nem ideia do que era.
Mas o que mais me chamou atenção e que era um espetáculo a parte eram os cosplays. Era demais. Eu encontrei algumas pessoas vestidas dos meus personagens favoritos da infância como os Power Rangers, As Meninas Super Poderosas e também de diversos filmes conhecidos, desde Os Caça-Fantasmas, até a equipe inteira de Alice no País das Maravilhas.
Teve uma pessoa, um casal, na verdade, que me puxaram para conversar. As únicas pessoas que realmente me conheciam, apesar do pessoal não olhar para as pessoas enquanto andavam. Eu andava entre os estandes da DC e da FOX quando senti um cutucão no ombro. Olhei para trás dando de cara com um dos cosplays mais perfeitos de Capitão América e uma mulher também cosplay, mas da Viúva Negra, ambos estavam bem parecidos.
- Ei, é você! – Ele falou. – Namorada do Chris Evans!
- Ei! – Falei surpresa, rindo fraco. – Vocês estão muito parecidos! – Soltei uma risada baixa.
- Obrigada! – A mulher falou e eu sorri. – Por favor, negue se eu não puder falar isso, mas vocês ficaram noivos recentemente, não? Acabei de ver a foto.
- Foi hoje na verdade! – Estiquei minha mão esquerda. – Pouco antes de vir para cá.
- Oh meu Deus, é lindo demais! – Ela se empolgou, segurando minha mão delicadamente. – Viu amor, é assim que você agrada uma mulher. – Ri fraco.
- Ele poderia ter pedido com um pedaço de bambu que eu diria sim. – Abri um sorriso, olhando a pedra brilhar em meu dedo.
- Muitas felicidades para vocês. Sério. – O homem falou e eu afirmei com a cabeça. - Podemos tirar uma foto contigo?
- Claro! – Afirmei. – Quero uma com vocês também.
O homem, o Capitão América, tirou o celular de um dos bolsos do uniforme e nós três nos juntamos, eu no meio e ele esticou o celular e tirou a foto. Logo depois eu estendi meu celular para ele que fez o mesmo.
- Você está perdida por aí? – Neguei com a cabeça.
- Não, na verdade estou fugindo um pouco do movimento lá dentro para conhecer a convenção em si. – Dei de ombros. – Ficar só nos bastidores é um pouco chato.
- Primeira vez? – O homem perguntou.
- Sim! – Sorri, alegre.
- Vai estar no painel? – Afirmei com a cabeça novamente.
- Não poderia perder a chance de ver meu noivo ficar com vergonha por nada. – Ambos riram e eu olhei rapidamente meu relógio. – Opa, é melhor eu voltar já.
- Foi um prazer te conhecer. – A mulher falou e eu afirmei com a cabeça.
- O prazer foi meu, obrigada pelo carinho. – Sorri acenando para eles e virei de costas.
- Ela é bem simpática. – Ouvi dizer e abri um sorriso tímido.

Fiz o caminho de volta um tanto quanto perdida, devo admitir, mas consegui voltar para o estande da Marvel, olhei de longe o que eles mostravam ali, várias action figures, milhares de pôsteres pendurados para todos os lados e alguns manequins imitando algumas cenas dos filmes e, claro, várias motocicletas por todos os lados.
Cheguei bem quando o elenco estava se despedindo e sumia novamente atrás da parede que girava e voltava. Ver o elenco junto, aquela distância, dava uma sensação de fã novamente, todos se divertindo, brigando, até Mark que havia arranjado uma máscara do Hulk me fez rir. Eles eram amigos de verdade do Chris e eu havia criado certo afeto por todos eles, especialmente por Cobie e Scarlett. Eu tinha feito amigos.
Mostrei meu crachá para o segurança antes de voltar para o quieto dos bastidores novamente, esbarrando em algumas pessoas ali atrás, Kevin, Aaron, Jeremy, todos seguindo apressados para a mesma direção.
- Achei! – Megan apareceu na minha frente, me assustando e eu respirei fundo.
- Por que vocês fazem isso? – Perguntei, soltando uma risada.
- Estava te ligando já. – Puxei o celular do bolso, vendo duas chamadas perdidas dela.
- Não dava para ouvir muita coisa lá de fora. – Guardei o celular novamente no bolso.
- Vamos? O painel já vai começar. – Afirmei com a cabeça.
- Com certeza, é a primeira vez que eu vou ver isso ao vivo. – Ela riu baixo, colando o braço no meu e andando na mesma direção em que o elenco e os produtores haviam ido, e nós só seguíamos.
Quando chegamos lá, todos já se preparavam para o local, estalavam os dedos, o pescoço, respiravam fundo e se colocavam em fila. Passei por Chris e mandei um aceno e uma piscadela do olho que o fez abrir um sorriso.
Eu e Megan nos colocamos lá na frente, na área VIP, que era um espaço na lateral direita do palco, com cadeiras e um bar distribuindo bebidas. Acabei pegando um copo de água, pois eu havia notado que estava com sede. Sentei um pouco em uma das cadeiras para respirar e logo Megan cansou de ficar em pé e se sentou ao meu lado, suspirando, um pouco impaciente.
- Sabe, Megan. – Suspirei. – Eu estava mesmo precisando de um momento a sós contigo. – Virei o rosto para ela, vendo-a fazer o mesmo.
- O que aconteceu? – Suspirei, fechando os olhos por um tempo, sentindo meus lábios tremer. – ? – Abri os olhos novamente.
- Eu noivei, Megan. – Abri um sorriso de lado. – Pensei que isso fosse demorar a acontecer, mas aconteceu mais rápido do que o imaginado. – Apoiei minha mão em cima das mãos dela.
- Eu sei , onde você está querendo chegar? – Abri um sorriso de lado, respirando fundo.
- Faz um tempo que eu tenho pensando na questão de ética desse trabalho meu e do Chris. – Suspirei. – Eu... Ai, isso é difícil. – Me levantei, suspirando. – Isso tem me incomodado há algum tempo e agora que o Chris fez o pedido, eu não posso ficar ‘trabalhando para ele’. – Fiz aspas com as mãos, sentindo o choro subir pela garganta. – Eu vou sair da ID. – Suspirei. – Eu tenho que sair da ID. – As lágrimas finalmente começaram a sair e Megan se levantou, me abraçando fortemente. – Eu fiz ótimos amigos que eu vou levar para o resto da vida, eu aprendi a ser assessora no mundo do entretenimento, eu aprendi tanto... – Minha voz começou a ficar embargada.
- Xi! – Ela falou, acariciando meu cabelo. – Eu sei, eu sei. – Megan falou com a voz embargada também. – E você é a melhor pessoa que eu tenho lá. – Me afastei dela, olhando para seus olhos que estavam vermelhos também. – Tem certeza que você não quer trabalhar em Los Angeles? Ficar perto de mim? – Soltei uma risada fraca, passando a mão no nariz.
- Não, Megan, o passarinho precisa voar. – Falei, sentindo o peito apertar.
- Mas não voe tão longe. – Ela passou as mãos em meu rosto, limpando minhas lágrimas. – E o Bill não é um chamariz para a equipe de Los Angeles. – Megan riu, me abraçando novamente.
- Não acredito que eu fiz uma grande amiga e agora ela vai se afastar de mim. – Sorri fracamente.
- Não, Megan! Você vai me ver sempre ainda. – Ela riu.
- Mas você não estará na sala do lado para me atrapalhar. – Sorri, nos afastando novamente. – Mas pode ter certeza, você vai ter a melhor carta de recomendação do mundo. – Abri um sorriso largo.
- Obrigada! – Agradeci verdadeiramente e os gritos no Hall-H começaram.
- Depois conversamos melhor sobre isso. – Ela falou, com um sorriso choroso no rosto. Foi quando eu notei que Kevin Feige já estava no palco, com o apresentador do painel.

Eu ouvi o nome de Joss Whedon e por alguns segundos parei para pensar onde ele estava, mas aí ouvi a explicação de Kevin. Ele fez uma cirurgia no último sábado e está em Londres descansando. E ele ainda zoou Joss, falando para os fãs darem uma olhada nas fotos que ele estava postando, pois eram muito tristes e deprimentes.
- No entanto... – Kevin começou, fazendo os fãs gritarem e uma música de fundo conhecida começasse a tocar. – Temos outras pessoas, que vieram de lugares distantes para dizer olá à vocês. – E o vocalista da música gritou.
- Meu Deus, isso é Michael Jackson! – Falei rindo e Megan olhou para mim com os olhos arregalados.
- Eles devem estar muito perto enquanto falamos. – Os gritos aumentaram e Robert Downey Jr. entrou no palco, carregando uma maleta.
Ele desabotoou o paletó dele e o soltou, fazendo uma pose logo em seguida, fazendo as pessoas gritarem fortemente. Ele apoiou a maleta na mesa e a abriu. Tinha várias rosas vermelhas. Ele jogou um pouco para um lado e outro para outro lado, fazendo com que algumas caíssem próxima de nós e eu peguei uma do chão, soltando uma risada.
- Essa é boa! – Megan brincou, tirando a flor da minha mão e eu a puxei de volta.
- Ei, pega uma para você! – Brinquei e ela riu, passando a mão pelas minhas costas. Observei Robert saltitar até seu lugar na mesa e abrir novamente a maleta, mas não fez nada com ela.
- Vocês querem ver o Jeremy Renner? – Observei o sorriso que se formou no rosto de Robert e ele começou a rebolar, chamando por Jeremy, gente, aquilo era melhor que programa noturno. – Gavião... – Kevin falou de novo com a demora de Jeremy para entrar. – Aí está!
Jeremy entrou devagar no palco, fazendo gracinhas também, fazendo poses, colocando a mão na cintura, dançando e saltitando até chegar a Robert, abraçando-o.
- Bruce Banner está aqui, Mark Ruffalo! – Os dois no palco ficaram empolgados, apontando na direção de cá onde Mark apareceu.
Mark entrou acenando para a galera, dando uma rebolada rapidamente, mandou um beijo e seguiu em direção aos amigos de elenco.
- O poderoso Thor, Chris Hemsworth. – O grande Hemsworth entrou no palco acenando para todos, ele era do tipo mais sério, não tinha muito gingado para dança, então caminhou para o palco, cumprimentando Mark quando chegou na ponta de lá.
- A antiga agente de S.H.I.E.L.D., Maria Hill, Cobie Smulders! – Aplaudiu Cobie, gritando um pouco também.
Ela entrou no palco acenando para o pessoal e imediatamente colocou a mão no peito, quando Robert entregou uma rosa branca para ela, e ela caminhou até o elenco.
- O ex-diretor da S.H.I.E.L.D., Nick Fury, Samuel L. Jackson! – Samuel entrou com o pulso para cima e um chapéu branco na cabeça, caminhando até Cobie, e quase bateu na mesma e a abraçou.
- Capitão América. – Os fãs gritaram muito alto e eu até me assustei com a popularidade de Chris. – Chris Evans.
Ele entrou do jeito de sempre, a passos firmes, acenando para o público e mexendo a cabeça afirmadamente quando os gritos continuaram e aplaudindo com o restante do elenco, até abraçar Samuel, no fim da fila. Eu tenho que admitir que gritei bastante naquela hora.
- E agora, se juntando ao elenco. – Robert tomou o microfone da mão de Kevin. – Gostaríamos de receber aos Vingadores Aaron Taylor-Johnson, Mercúrio!
Dessa vez até o elenco gritou, aplaudindo o novo membro da equipe. Aaron entrou rapidamente, fingindo ser o corredor que Mercúrio era, mas logo parou, vendo que o espaço era pouco e fez uma dancinha rápida, parando ao lado de Chris e o abraçando, que fez o mesmo.
- E agora aquele que vocês conhecem como Visão, Paul Bettany! – Aaron aplaudiu efusivamente, seguido dos colegas de elenco e Paul entrou no palco, cumprimentando o elenco e abraçando Aaron no fim da fila.
- O Ultron em pessoa, James Spader. – Todos aplaudiram James, que eu já havia encontrado mais cedo em uma das entrevistas.
- E a última, mas não menos importante, recebedora da última rosa branca, vocês a conhecem como Feiticeira Escarlate! – Elizabeth entrou animada no palco, dançando e Robert se aproximou dela, esticando uma rosa para ela. Elizabeth sorriu para o público, parando ao lado de James, acenando para o pessoal.
Foquei em meu noivo por um momento e eu comecei a rir muito, mas o som não saía da minha boca, mas a situação era muito engraçada. Ele começou a dançar com Aaron enquanto a música tocava, mexendo os braços e parou quando se tocou que estava no telão. Passei a mão no rosto e finalmente a gargalhada saiu, me fazendo respirar fundo de novo.
O anfitrião que estava no microfone, que eu havia conseguido ler no telão que se chamava Chris Hardwick começou a dar boas vindas ao elenco, agradecendo ao ótimo gosto musical do painel. E imediatamente começou a fazer uma pergunta para cada, um seguido do outro, Robert, Jeremy, Mark, Hemsworth, Cobie, Samuel e só depois que chegou a vez do meu Chris. O engraçado era a reação dos fãs, antes da pergunta de cada um, aquele lugar seria perfeito para a eu de 21, 22 anos, aquilo teria sido perfeito para extravasar.
- E agora temos aqui Chris Evans! – Hardwick falou, fazendo Chris sair de seu transe pessoal e eu ouvir os fãs gritarem para ele, ou será que seria por ele? Vi Chris rir fracamente e mexer as sobrancelhas um pouco surpreso.
- Que coisa é essa das coisas em linha? É bem intimidador. – Ele falou, rindo.
- Eu ouvi uma história e queria confirmar contigo. – Hardwick começou.
- Lá vai! – Megan empurrou meu ombro com o dela.
- Não sei se é verdade, mas eu ouvi que quando você e Hemsworth começaram a trabalhar juntos, vocês comparavam o tamanho dos músculos. – Gargalhei na hora, vendo Chris mexer a cabeça negativamente.
- Não tem comparação, qual é, é muito difícil ficar ao lado dele. Ele é o Thor! – Os fãs começaram a gargalhar junto com ele. – Não é só o personagem, ele é enorme, é difícil acompanhar. – Lágrimas começaram a sair dos meus olhos.
- E como você acompanha? Quanto tempo você passa treinando? – Hardwick perguntou.
- Que treino, é tudo efeito especial! – Ele brincou, fazendo Robert se matar de dar risada.
- Parabéns no sucesso que é Soldado Invernal! – Chris ficou envergonhado, principalmente por todos no Hall-H gritarem e seus amigos de elenco o aplaudir. – Você acha que nesse ponto, Steve, o Cap, se sente mais encaixado nesse mundo ou ainda se sente um pouco isolado?
- Eu acho que ele está se ajeitando, passamos a parte dele estar surpreso com a internet e os celulares, ele está empolgado, mas acho que ele ainda procura um lugar em que possa pertencer. Ele sempre serviu como soldado e agora que a S.H.I.E.L.D. se desfez no último filme, é mais um grupo de pessoas dependendo umas das outras com um líder, ele está procurando por um lar. – Ele falou seriamente e eu sorri.
- Obrigado, Evans! Agora gostaríamos de receber Aaron-Taylor Johnson.
- Ele foi bem. – Falei, suspirando.
- Ele está melhorando a cada dia. – Megan falou e eu sorri.
- Parece que a ansiedade está melhorando. – Comentei, olhando para o palco novamente.
- Às vezes eu acho que você está ajudando-o a melhorar nisso. – Megan comentou sorrindo. – Nada comprovado cientificamente, claro, mas sei lá. – Ela deu de ombros, voltando os olhos para o palco. – É o que ele disse, você está ajeitando o mundo dele.
Elizabeth foi a última da lista das perguntas e antes de passar para a surpresa da noite, Hardwick comentou sobre a ausência de Scarlett que é porque ela estava grávida e não pode comparecer.
- E aí, vamos para a surpresa da noite? – Hardwick falou, e agora a empolgação cresceu até em mim. – Vamos lá.
As luzes se apagaram e o telão começou, mostrando Thor colocando o martelo Mjolnir na mesa, começando a ser zoado pelos outros. Tony perguntou se conseguisse levantar o martelo, se poderia governar Asgard, a resposta foi sim, iludido. Tony tentou, mas sem resultado. Ele pegou a mão do Homem de Ferro e nada também. Se juntou ao Coronel Rhodes com a mão do Máquina de Guerra para ajudar e nada também. Steve tentou puxar, movendo levemente o martelo, fazendo Thor fechar a cara. Natasha preferiu nem tentar.
Um barulho fino atrapalha a festa e o vilão do filme, Ultron, chegando devagar, provocando os Vingadores com palavras, agora eu entendo o que Chris diz sobre a voz de Spader, aquilo entrava no cérebro e fazia um estrago horrível.
As cenas a seguir começam a passar com rapidez, Homem de Ferro, uma cidade, Capitão América descobrindo um lugar novo. Exército, polícia, guerra, Natasha, o cetro de Loki. Hulk passando mal, agulhas, Ultron, os gêmeos, diversas cópias menores de Ultron, preocupação, Thor largando o martelo. “É o fim do caminho que começamos” Tony fala, “Nada dura para sempre!” Natasha responde e aquele barulho fino e eletrizante volta novamente. Feiticeira gritando, Hulkbuster, Hulk, Natasha, moto, Mercúrio, Ultron, Capitão América, Feiticeira Escarlate, Flashback, barco, alguém desconhecido, escudo do Capitão, Thor enfurecido, balé, mais guerra, Gavião Arqueiro, Thor e Homem de Ferro, Natasha, Hulk, “Mas agora estou livre” a voz de Ultron falou, com uma passagem de cenas muito rápidas. Minha respiração faltou por um minuto ao reconhecer a mão de Chris e logo depois o escudo de Capitão América quebrado. Soltei o ar pesadamente, suspirando várias vezes. “Nada mais me prende” Ultron falou, aparecendo o logo de Os Vingadores logo em seguida. “Em breve nos cinemas”.
- Porra! – Falei, assim que o vídeo terminou, sentindo uma empolgação e um nervosismo ao mesmo tempo. O pessoal do elenco começou a ficar de pé, aplaudindo e comemorando, assim como os fãs fizeram, se colocando em pé rapidamente.
- Eu sei que nada disso importa, mas puta que pariu! – Hardwick falou, me fazendo gargalhar e eu entendia aquele sentimento, eu quero aquele filme para agora. O elenco gargalhava junto, rindo da reação. – Isso é insano, eu nem sei... Vocês viram aquilo e viram Ultron e não sei como classificaram a maldade de Ultron, mas...
- Uma coisa incrível da Marvel. – Robert começou. – É que sempre tem mais uma coisa na manga. Então, sabe, nós temos Thanos. – Porra, Robert, não faz isso, os fãs não iam aguentar mais.
- Josh Brolin! – Hardwick gritou e o mesmo entrou com o punho para cima, usando uma mão de brinquedo do Thanos com as joias do infinito e subiu na primeira cadeira que viu, erguendo a mão no ar.
- Onde está a minha rosa? – Josh pegou o microfone da mão de Robert e brincou. Robert estendeu uma rosa cor-de-rosa no ar e estendeu para o mesmo que colocou o microfone na mesa e pegou a rosa, mordendo-a e cuspindo-a logo em seguida.
- Obrigado pessoal, pela empolgação, continuaremos sempre a fazer o melhor para vocês! – Robert gritou, aplaudindo junto com o resto do elenco.
- Os Vingadores: Era de Ultron! – Hardwick gritou. – Em maio de 2015, uma grande salva de palmas para o elenco.
- Vamos indo! – Megan falou, me puxando em sua direção, desviando das pessoas pela área VIP.

- Não faça isso comigo! – Falei quando Chris apareceu na sala de imprensa e eu o abracei, ainda um pouco extasiada por causa o trailer. – Por que vocês fazem isso com as pessoas? – O soltei rindo. – O que acabou de acontecer ali? – Vi Robert rindo atrás de nós.
- E aí, curtiu?! – Robert perguntou, quando eu soltei de Chris.
- Não gostei do escudo quebrado, e tem quase um ano para eu descobrir o por quê! – Falei irritada.
- Essa é a intenção! – Robert piscou o olho para mim e eu fiz uma careta.
- Você joga flores e depois tortura as pessoas? Qual é?! – Ri, sentindo Chris beijar minha bochecha.
- Pegou? – Ele falou empolgado e eu revirei os olhos.
- Peguei, obrigada! – Agradeci mais calma e ele sorriu.
- Faltam só algumas perguntas da imprensa. – Chris cochichou para mim. – Daqui a pouco vamos embora. – Ele falou e eu sorri, afirmando com a cabeça.
- Tudo bem! – Falei sorrindo. – Não estou com pressa.
- Mas eu estou. – Ele cochichou em meu ouvido e eu ri fraco.
Eu acabei ficando atrás do tablado para as perguntas da imprensa, eu tinha acabado de pedir demissão, não?! E realmente não estava a fim de causar mais do que eu havia causado aquele dia inteiro. Fiquei na parte de trás, seguindo com os ouvidos no que estava acontecendo na frente.
Notei que primeiro eles tirariam algumas fotos, típico. Pelo ambiente zoneado, eu descobri que eles tiraram fotos em grupo e depois foram tirando um por um devagar e foram mandando eles para os repórteres dispostos do outro lado da grade, como eu já estava acostumada também.
Ouvi pouco das perguntas dos jornalistas em si, mas pela resposta do Chris que ficava um pouco mais alta por causa do microfone, eu consegui diferenciar as respostas um pouco. O que esperar da continuação de um filme tão espetacular quanto foi o primeiro Os Vingadores, como seria a participação de James Spader no fim e o quão ele ajudaria a melhorar o filme.
- Eu não posso revelar muita coisa! – Ouvi a voz esganiçada de Chris gritando e fiquei curiosa em saber o que estava rolando ali na frente.
Depois Chris falou sobre a importância em fazer parte desses filmes, da grandiosidade do estúdio Marvel em tudo que eles fazem. A mesma pergunta que Hardwick fez no painel para Chris foi repetida, perguntou o que Steve Rogers estava procurando nesse mundo novo e de repente deu um corte, consegui ouvir a voz de Robert e as coisas se perderam no meio do caminho, só consegui ouvir um “Dorito” no fim do papo e depois a voz de Chris sozinha novamente, falando da importância do estúdio.
- Chris, para de falar a mesma coisa! – Cochichei para mim mesma, revirando os olhos.
Dei alguns passos para frente demais, perdendo a voz de Chris e tive que voltar alguns passos devagar, quase tropeçando em Aaron que passava por trás.
- Até mais, felicidades para você e Chris! – Ele me abraçou rapidamente.
- Já vai? – Perguntei.
- Tenho dois filhos para cuidar. – Ele riu fraco, acenando para mim e seguindo sua assessora.
- Cara, é péssimo fazer imprensa para os filmes da Marvel, o que eu posso dizer? – Ouvi a voz de Chris novamente e ri fraco.
Andei um pouco mais em frente, vendo Megan aparecer ali atrás e acenei, dando alguns passos rápidos, seguindo Megan e esbarrando em Chris quando ele passou por de trás do tablado novamente.
- Eu vou pegar seu pescoço e apertar bastante. – Falei, me aproximando dele. – Você dá sempre as mesmas respostas, que inferno! – Sussurrei.
- Você estava ouvindo? – Ele perguntou surpreso.
- Claro!
- Me mata só depois que casarmos, pode ser? – Abri um sorriso, abaixando minhas armas.
- Pode ser! – Respondi, sorrindo.
- Vamos embora, então? – Megan perguntou. – Creio que o casal quer aproveitar o noivado. – Sorri com Chris, seguindo Megan pelos corredores dos bastidores que eu havia quase decorado já.
Paramos por algumas pessoas para nos despedir rapidamente, mas isso não demoraria muito, pois todos estavam no mesmo andar do hotel e poucos iriam embora naquela noite. Chris segurou minha mão, entrelaçando os dedos e entramos no elevador e outra pessoa conhecida entrou.
- E aí, cara? – Chris falou para ele.
- Quanto tempo, cara! – O outro o abraçou fortemente e o elevador começou a baixar. – Está fazendo bastante sucesso, hein?!
- Valeu cara! Quanto tempo! – Chris sorria e eu fiquei ao lado da Megan, eu conhecia aquele cara. – Aproveitando só?
- Um pouco disso e um pouco de trabalho. – O outro respondeu e o elevador parou, fazendo com que alguns fãs que ainda estavam esperando gritassem, segui para o carro em que me indicavam e Megan puxou Chris pela blusa, no momento em que entrei no carro, eu não ouvi mais nada, Chris entrou ao meu lado, batendo a porta.
- Aquele cara fez Heróis contigo, não?! – Perguntei para Chris, mexendo as mãos. – O que cheirava as coisas?
- Ele mesmo! – Chris riu, passando os braços pelos meus ombros.

Abri meus olhos por um tempo, encarando minhas mãos postas uma em cima da outra no peito de Chris, eu ainda não acreditava que aquele anel gigante estava em meu dedo, só aquilo já podia fazer com que eu me sentisse vestida. A beleza, o brilho, o corte, o peso. Era simplesmente perfeito. Chris se mexeu embaixo do meu corpo e passou a mão em minhas costas nuas, deslizando a ponta dos dedos pela minha espinha inteira.
Bocejei e virei meu corpo para o lado, deitando ao lado de Chris na cama. Espreguicei o corpo e passei as mãos nos olhos, erguendo o corpo na cama, sentindo as pétalas que ainda estavam na cama pinicarem meu bumbum. Suspirei e estiquei os braços para cima, estalando os dedos e me levantei da cama, vendo de esguio Chris levantar o corpo também, se sentando entre os cobertores.
Pude sentir seus olhos em meu corpo enquanto eu caminhava até a mesa com uma caixa de chocolates e peguei a mesma, tirando um dos bombons da caixa e mordiscando a ponta. Dei uma olhada rápida no relógio que imitava antigo na parede e notei que estava no meio da madrugada ainda.
- Está uma vibe de Beleza Americana aqui! – Falei, subindo novamente na cama e estendendo a caixa de chocolates para ele.
- Mas não é muito confortável! – Ele respondeu, tirando algumas folhas de suas costas.
- Nenhum pouco! – Falei honesta e coloquei o chocolate na boca e andei de joelhos até Chris, encostando minhas costas em seu corpo, ficando entre suas pernas.
- Você conseguiu dormir? – Ele perguntou, deslizando os lábios pelos meus ombros.
- Não. – Suspirei. – Parece um sonho ainda e eu não quero acordar dele. – Ele riu fraco.
- Eu prometo que não é! – Ele sussurrou e eu sorri, relaxando o corpo em seu peito. - Mudando de assunto um pouco. – Ele começou. – Megan disse que você pediu demissão. – Suspirei, não estava pronta para falar daquilo ainda. Passei a mão no cabelo e virei meu corpo para ficar de frente a Chris e cruzei minhas pernas suspirando.
- Sim, eu pedi! – Falei simplesmente e passei a mão na nuca, suspirando. – Eu não sei se fiz o certo, mas eu não podia continuar trabalhando para Megan, para você. Não é ético, não é confortável, a gente vai casar. – Suspirei. – Talvez tenha sido uma péssima ideia.
- Eu não acho. – Chris falou e eu ergui o rosto para ele. – É o que você disse, a gente vai casar. – Ele riu fraco. – Parece mentira mesmo. – Ri também e ele segurou minhas mãos. – Esse seu impulso, me deu uma ideia que já vai acontecer naturalmente daqui um tempo, mas acho que a gente pode adiantar isso. – Ele passou a mão em volta do meu anel. – Acho que você podia, bem, se você quiser. – Ele respirou fundo. – A gente podia morar junto em Los Angeles. – Ele suspirou. – Não sei se você quer ficar em Boston ou ficar comigo, ou como vamos fazer isso dar certo... – O interrompi colando meus lábios nos dele, me debruçando sobre seu corpo.
- Los Angeles está ótimo para mim. – Falei quando nos separamos e eu o encarei em seus olhos. – Está mais que ótimo, na verdade. – Ele riu.
- Aí podemos ver sobre o casamento juntos, lá em Los Angeles. – Ele sorriu. – Porque eu não vou querer esperar muito. – Eu ri.
- Que bom que eu não sou a única que não quero esperar! – Sorri.
- Quer mais champanhe? – Ele perguntou, estalando um beijo na minha bochecha.
- Com certeza! – Soltei uma risada alta. – Acho que nunca tive tantos motivos para celebrar quanto agora.


Capítulo 12

Without you within me I can't find no rest, where I'm going is anybody's guess. I've tried to go on like I never knew you. I'm awake but my world is half asleep. I pray for this heart to be unbroken, but without you all I'm going to be is incomplete.
(Sem você dentro de mim não consigo encontrar descanso, onde eu vou não é da conta de ninguém. Eu tentei seguir a vida como nunca tivesse te conhecido. Estou acordado mas meu mundo está adormecido. Eu rezo para que esse coração se curar, mas, sem você, tudo parece incompleto).
– Backstreet Boys – Incomplete

- Não acredito que você vai deixar a gente! – Derek falou encostado em seu carro.
- Por favor, sem drama, eu já estou sentimental demais! – Coloquei mais uma caixa no porta-malas. – Estou chorando por tudo ultimamente.
- Você vai fazer muita falta! – Derek me abraçou, apoiando o queixo em meu ombro.
- Calma, gente! Nos veremos em alguns dias de novo! – Rupert apareceu com outra caixa em suas mãos e eu suspirei, pegando a mesma e colocando no porta-malas.
- Sim, vocês tem que ir para Los Angeles! – Falei sorrindo. – Não vai ser festa de noivado, mas vai ser uma comemoração da nossa vida nova. – Sorri.
- Não vamos perder isso por nada. – Ruth apareceu com outra caixa, colocando-a no porta-malas. – e Chris vão se casar meu Deus, isso é demais! – Ela riu, me abraçando fortemente. – Você vai fazer muita falta!
- Você também, querida! – Passei a mão em seu rosto, depositando um beijo em sua testa. – Quero ver vocês sempre que eu vier para cá, e quero que me visitem sempre também. – Sorri. – Vocês três fizeram com que esse tempo em Boston não fosse tão ruim. – Senti meus olhos começarem a lacrimejar. – Ah, meu Deus, de novo não! – Passei as mãos nos olhos, fazendo os três rirem.
- Você ganhou grandes amigos, ! – Rupert falou. – Amigos para a vida inteira, isso você pode ter certeza! – Afirmei com a cabeça, soltando o ar pesadamente pela boca. - Megan não pôde vir? – Neguei com a cabeça.
- Ela está em Los Angeles, na verdade, Chris tem um evento hoje. – Ri baixo. – Me livrei dessa, agora é contigo, Ruth! – Falei com ela.
- Obrigada, ! – Ela riu fraco. – Megan vai conversar com Kelly sobre a efetivação, agora que me formei.
- Boa sorte, menina! – Derek me abraçou fortemente. – A gente se vê no sábado de novo! E de novo, e de novo, e de novo! – Sorri, suspirando.
- Eu amo vocês. – Dei um beijo em Derek e acariciei seu rosto. – Cuida da Liana, diga para ela que vou sentir saudades. – Derek afirmou com a cabeça, passando as mãos nos olhos em seguida. – Los Angeles é logo ali. – Brinquei e ele riu fraco. - Você cuide de Angie. – Falei para Ruth. – E vai ser feliz, querida! – Falei para ela, abraçando a mais baixa fortemente. – Você tem potencial, não pense que precisa de um homem para ser feliz. – Ela afirmou com a cabeça, estalando um beijo em minha bochecha, fiz o mesmo. – Boa sorte, querida. – Virei meu rosto para Rupert. – E você, a gente vai se ver muito ainda! – Ele sorriu, me abraçando fortemente. – Um dia você brincou comigo que quando eu me casasse com o Chris você faria o meu vestido de noiva, esse momento chegou! – Acariciei seu rosto e beijei sua bochecha, ficando na ponta dos pés. – Você sabe minhas medidas, meus gostos. Vou esperar os desenhos por e-mail. – Ele afirmou com a cabeça.
- Pode deixar! – Sorri. – Você vai ser a noiva mais bonita do mundo.
- Eu pretendo. – Eles riram. – Acabou tudo lá em cima? – Perguntei.
- Acabou. – Rupert falou e Ruth acenou com a cabeça.
- Eu vou dar uma olhada lá, fechar tudo e já volto, ok?! – Eles afirmaram com a cabeça.
Desencostei meu corpo do carro de Derek e entrei em meu prédio novamente, seguindo para o elevador. Pela última vez eu apertei o número nove e vi as portas se fecharem. Aquele elevador sempre foi devagar, mas daquela vez a impressão fez que ele fosse mais devagar ainda. A porta do elevador se abriu e eu saí do mesmo, entrando no lobby dos apartamentos. Entrei na porta que estava aberta, dando uma olhada ao redor.
Os móveis e utensílios principais já vieram com a casa, então sobrava somente os meus detalhes. O sofá, a mesa de jantar, minha cama, a televisão e meu escritório completo eu já tinha conseguido vender. Algumas coisas até para Derek que estava montando o quarto de Liana. Mas agora as paredes estavam brancas, com alguns buracos feitos na mesma que ainda não haviam sido fechados.
Meu quarto estava vazio também. Tinha feito várias recordações e momentos importantes naquele local. Tudo na verdade trazia um momento saudosista em meu coração. Ainda era bastante difícil se livrar de coisas importantes. Conferi novamente dentro dos armários se eu não havia me esquecido de nada, e estava tudo vazio. Fechei as janelas do quarto, do escritório e tranquei a sacada.
Caminhei pela cozinha rapidamente, só para lembrar-me de tudo e fui para a porta, pegando a chave que já estava fora do meu chaveiro e saí do mesmo, dando uma olhada rapidamente antes de bater a porta e dar meia volta, entrando no elevador novamente, apertando o botão do térreo.
Cheguei ao térreo e me aproximei da casinha do porteiro, encontrando-o na porta, como se me esperasse. Entreguei a chave a ele e recebi um forte abraço em retorno, fazendo meu coração apertar mais ainda.
- Foi bom conhecer vocês! – Falei sincera.
- Você também senhorita! – Ele respondeu e eu sorri. – Que você seja muito feliz.
Saí do condomínio e bati o portão, soltando um suspiro quando eu o ouvi bater. Os três já me esperavam dentro do carro, conferi rapidamente o porta-malas, se tudo estava lá e bati o mesmo, me caminhando para o carro de Derek. Entrei no mesmo e bati a porta, colocando o cinto de segurança em seguida.
- Para o aeroporto, por favor, Derek! – Falei com a voz fraca e sem dizer nenhuma palavra, o carro se colocou em movimento.

***

Assim que eu entrei com o carro na garagem, senti um momento de felicidade passar pelo meu corpo. As luzes da sala estavam acesas, isso significava que agora eu não morava mais sozinho. Desci do carro fechando o paletó por instinto e bati a porta do carro, travando o mesmo. Um latido me tirou do transe e olhei para a porta de vidro que estava aberta. Leslie estava lá, de plantão, como sempre, mas estava ao seu lado. O corpo com uma calça jeans, uma blusa regata escura e os pés descalços no chão.
Ela ergueu a mão e acenou para mim, mexendo os dedos como sempre fazia. E eu soltei uma risada, caminhando em sua direção. Assim que me aproximei dela, ela passou os braços pelos meus ombros, me fazendo se aproximar dela e colocar as mãos em sua cintura.
- Ei! – Ela sussurrou. – Sou sua nova colega de quarto. – Ri baixo, encostando meus lábios nos de levemente.
- Oi! – Ela sorriu, passando as mãos em meu rosto.
- Deixando crescer a barba de novo? – Ela perguntou e eu ri, beijando a ponta de seu polegar.
- Minha colega de quarto gosta! – Sorri, puxando ela pela cintura para dentro de casa.
- Tonto! – Ela entrou na minha frente e eu pude ver as caixas dela espalhadas pela sala.
- Não arrumou ainda? – Ela franziu a testa.
- Eu não sabia onde colocar as coisas e você só chegou agora. – Ela falou, se sentando no chão novamente, próximo a uma caixa fechada.
- , é nossa casa agora, você coloca onde quiser! – Falei, tirando meu paletó e colocando no sofá.
- Ah, Chris, sei lá! – Ela mexeu os olhos.
- ...
- Não, sério, não vou chegar aqui e simplesmente ir mudando as coisas de lugar. – Ela ergueu o rosto para cima, enquanto eu afrouxava a gravata.
- O armário, por exemplo, mais da metade do closet está vazio, você podia ajeitar. – Ela riu e eu desabotoei a blusa também, sentando ao seu lado, vendo Leslie se aproximar de mim. – E aí, garota! – Bati a mão levemente em seu corpo, vendo-a deitar ao meu lado.
- Ela está enorme, já! – riu. – Enfim, você me ajuda aqui, por favor.
- Ok, vamos lá! – Olhei para as caixas espalhadas pela sala. – Vamos separar por seções. O que tem aqui?
- Roupas, livros, DVDs, minhas panelas, por motivos óbvios. - Revirei os olhos.
- Sem graça!
- Sapatos, alguns porta-retratos, fotos, etc... Várias bugigangas e algumas coisas da faculdade e do trabalho. – Ela falou, apontando para as diversas caixas.
- Você não tem móveis? Algumas coisas assim? – Peguei a caixa em que estava escrito “Panelas” e empilhei com a de “Utensílios de cozinha” e me levantei, pegando as duas e as colocando em cima do balcão da cozinha.
- Os móveis lá de casa a maioria era do apartamento já. – Ela se levantou também. – E o que sobrou eu vendi. – Ela deu de ombros, fazendo uma careta.
- Mas você é muito prática, não?! – Ela riu.
- Tem que ser! – Ela riu. – Mas foi difícil me despedir do pessoal. – Ela deu um sorriso fraco. – Enfim, eu sei que está tarde, mas estou ligada no 220V. – Ela se aproximou de mim. – Vai dormir, eu vou guardar as roupas e já vou também. – Ergui minha mão para seu rosto, acariciando a ponta dos cabelos.
- Você acha que eu vou dormir, sendo que é sua primeira noite morando em Los Angeles? – Falei a fazendo rir. – Vamos guardar suas roupas. – Ela sorriu e eu me aproximei de duas caixas de roupas empilhadas e peguei, seguindo para meu quarto.

- Você tem vários vestidos, sabia? – Falei abrindo mais uma caixa de roupas e achando mais uma pilha de vestidos.
- Dá licença! – A olhei, que guardava seus vários saltos altos ao próximo as minhas botinas.
- Só te infernizando! – Falei rindo e pegando o primeiro cabide para guardar seus vestidos um por um.
- Onde você guarda as roupas de gala? – Ela jogou mais uma caixa para fora do closet, caindo no quarto e pegou outra.
- Lá no fundo! – Apontei para outra direção.
- Vou ter que lutar contra quantos ternos? – Ela perguntou, pegando três cabides com vestidos que ela havia usado nas três premières de Capitão América 2, junto de mais um vestido que eu não reconheci.
- Você tá muito engraçadinha, dona ! – Ela mostrou a língua e sumiu pelo outro lado do closet.
- Isso é a reação de uma pessoa feliz, Evans! – Ela respondeu da parte de trás do closet e eu ri, guardando o último vestido e jogando mais uma caixa de volta para o quarto.
- Está feliz em estar aqui? – Joguei essa pergunta a ouvindo gargalhar lá do fundo.
- Isso não é pergunta que você deve fazer, Evans! – Sorri.
- Você se sente como eu me sinto! – Gritei de volta.
- Extasiada? – Ela falou e eu sorri.
- Com certeza. – Respondi, pegando uma caixa pequena e a abrindo com o estilete. – Olha o que eu achei! – Falei rindo, vendo a cabeça de aparecer em cima de mim. – Suas calcinhas!
- Evans! – Ela riu ao meu lado e roubou a caixa de mim, apoiando na bancada.
- Mas eu já vi tudo isso! – Me levantei, pegando a última caixa e abrindo, dando de cara com várias calças e shorts. – Essa é a última? – Perguntei dando a volta no closet e abrindo a parte que eu guardava calças.
- Sim, finalmente! – riu, bocejando. – Agora até eu estou com sono.
- A gente vai dormir logo, amanhã a gente sai para comprar as coisas para sábado. – Ela fechou a gaveta, jogando a caixa vazia no quarto novamente.
- Vai ter mesmo? – Ela andou até o quarto e começou a juntar as caixas que estavam jogadas.
- Claro, ué! – Ri, fechando o armário. – Já avisei a galera!
- Você não nega uma festa, certo?! – Ela riu e sumiu pelas portas do quarto e voltou logo em seguida. – Leslie, sai! – Ouvi a voz dela e ambas entrarem no quarto.
- Ah, mas não mesmo! – Ri, tirando a calça do terno e jogando no cesto, colocando uma calça de moletom.
- A gente precisa ter uma festança no nosso casamento! – Ela riu, entrando de volta no closet e voltando de pijama logo depois.
- Você já pensou nisso? – Ela falou desligando a luz do quarto e eu liguei o abajur ao meu lado.
- Precisamos decidir a data, daí o local e por aí vai. – Ela abriu um sorriso tímido. – O quê?
- Já pedi para o Rupert começar a desenhar meu vestido! – Soltei uma risada, passando meu braço em seu corpo quando ela deitou.
- Ah, meu pai! – Dei risada. – Você e o Rupert são um perigo!
- Ai, sem graça! – Ela puxou o edredom até a cintura. – A gente podia ver isso, o que acha?! – Ela falou, virando o rosto para mim.
- A gente pode ver isso amanhã, aproveitar que vamos comprar as coisas para sábado.
- Comprar hoje as coisas! – Ela pegou o celular na mão. – Já passam das quatro da manhã, querido! – Arregalei os olhos e ri fraco.
- Nossa! – Falei e a vi tirando o anel de noivado do dedo.
- Isso pode matar alguém, sabia? – Ela esticou o anel para mim e eu ri. – Mas é lindo!
- Para combinar contigo! – Falei, dando um beijo em sua testa, vendo-a colocar o anel na mesa de cabeceira.
- Amanhã a gente começa a organizar nosso casamento. – Ela deslizou o corpo pela cama e ajeitou a cabeça no travesseiro.
- Essa é a primeira vez que eu estou empolgado em organizar alguma coisa. – Respondi vendo-a dar risada. – Vamos lá, senhora Evans! – Desliguei o abajur.
- Mal posso esperar por isso. – A ouvi dizer.

Passei a mão no rosto e abri os olhos, me encontrando sozinho no quarto. Ergui o corpo e sentei na cama, coçando os olhos com as mãos e soltando um longo bocejo. Segui para o banheiro e fiz minha higiene matinal e logo saí do quarto, deixando a porta aberta.
Assim que eu abri a porta eu consegui sentir um cheiro gostoso no ar, parecia comida e estava muito bom. Cheguei à cozinha e Leslie começou a me rondar rapidamente e olhei para que tirou os olhos do computador para olhar para mim, ela estava sentada na parte de dentro da bancada, enquanto duas panelas estavam no forno, panelas que ela havia trazido.
- Bom dia! – Falei e eu sorri, me debruçando sobre a bancada para beijar seus lábios rapidamente.
- Boa tarde, na verdade! – Ela riu fraco. – Estou fazendo o almoço já.
- Dormi tanto assim? – Ela sorriu, afirmando com a cabeça. – O que está fazendo? – Ela se levantou do banco.
- Estou fazendo um risoto de queijo com bacon e carne refogada. – Ela deu de ombros. – Era o que tinha na geladeira. – Sorri, passando a mão no rosto.
- Prometo que agora vou manter a geladeira cheia.
- Você precisa parar de comer fora. – Ela mexeu na panela e eu beijei seu cotovelo.
- E no computador? – Olhei para o aparelho, várias abas abertas, e ela suspirou virando para mim.
- Megan me enviou minha carta de referência e vamos dizer que eu dei uma chorada. – Ela clicou na tela e abriu o e-mail de Megan.
- O que diz? – Perguntei me sentando na frente do computador.
- Que idade não é significado de muita ou pouca experiência. – Ela riu fraco. – Começa assim. Aí ela fala como é difícil perder alguém que ensinou tanto e também aprendeu bastante em pouco mais de um ano de serviço, mas que também sente orgulho por eu colocar a ética em frente à vontade de trabalhar e que entende a situação que eu me encontro ao pedir demissão e que eu não deva ficar nenhum segundo a mais desempregada. – Ela suspirou. – Eu estou meio manteiga derretida ultimamente, desde a Comic-Con! – Ela riu.
- Megan te adora, você sabe disso, não?! – Perguntei, me levantando e indo para a geladeira.
- Eu sei, eu a adoro também. – Ela coçou a cabeça. – Enfim, ela mandou junto vários locais que mandaram vaga de emprego para a assessoria nos últimos dias e estou atualizando currículo e enviando. – Ela deu de ombros, desligando o fogo.
- Você vai conseguir algo, você é inteligente e sabe bastante da sua profissão, sendo bastante nova. – Ela sorriu e eu tirei uma garrafa de suco da geladeira, abrindo-o.
- Copo, por favor! – Ela gritou antes de eu virar o galão na boca e eu a olhei, franzindo a testa. – A casa é minha agora também, não é?! – Ela piscou o olho e seguiu para o armário, tirando dois pratos do mesmo.
- Já guardou tudo? – Perguntei.
- Falta só meus livros, na verdade. – Ela colocou os pratos na bancada. – Eu coloquei os DVDs junto com os seus lá no cinema e preciso de uma estante ou alguma prateleira.
- A gente coloca no escritório, colocamos uma mesa para você. – Ela afirmou com a cabeça, me entregando uma taça. – É pequeno, mas tem espaço suficiente!
- Combinado! – Ela sorriu.

- Obrigada! – agradeceu a senhora de cabelos loiros. – Nós retornaremos para você. – Cumprimentei a senhora e seguimos para fora de mais um hotel com várias folhas em sua mão e eu também. – Meu Deus, já escureceu! – Ela falou quando saímos do hotel.
- Nossa! – Falei igual, me surpreendendo. – Vamos para casa, então?!
- A gente não passou no mercado ainda! – Ela falou acenando para o valet que trouxe o carro e entrou no mesmo.
- Acho que podemos fazer isso amanhã, eu prefiro passar a noite na piscina com a minha noiva. – Falei ao entrar no carro e ela riu sarcasticamente.
- Engraçadinho você, não?! – Ela jogou a pilha de papéis para trás e colocou o cinto. – Nós fomos em oito hotéis hoje, os principais hotéis de Los Angeles e você quer ir para a piscina?
- Acho que não é uma boa ideia, não é?! – Perguntei dirigindo e ela sorriu.
- Não, amor, a gente vai decidir isso hoje se ainda quisermos casar esse ano.
- Eu quero casar esse ano. – Falei baixo, fazendo um bico de propósito nos lábios.
- Que bom, porque eu também quero! – Ela estalou um beijo em minha bochecha. – E afinal, eu faço o que você quiser amanhã, mas você vai sozinho no mercado e vou enviar uma lista de compras para você. – Suspirei, revirando os olhos. – E não faça isso para mim, você decidiu fazer essa festa.
- É tipo uma festa de noivado! – Respondi tentando achar argumentos.
- Eu sei, mas também não é uma festa de noivado que eu sei, Evans! – Ela virou para mim. – É um motivo para cerveja e carne!
- Mas vai ser bom! – Coloquei minha mão em sua perna. – Você tem estado um pouco para baixo com tudo que está acontecendo.
- Estou sensível, é diferente. – Ela olhou para mim e eu ri.
- Então, vamos te animar! – Ela olhou para mim e sorriu, mexendo a cabeça com as mãos.
- Pode ser, mas amanhã eu preciso descansar um pouco, faz quase uma semana que eu acordo cedo todos os dias. – Ela encostou a cabeça no encosto do banco.
- Tudo bem, amor! Eu cuido disso. – Ela suspirou e fechou os olhos.

- Ok, senhorita organizadora, o que você separou para gente? – Voltei para a sala, passando as mãos nos cabelos molhados e sentando ao lado dela na bancada que já tinha saído do banho também.
- Bem, se eu fosse me casar com qualquer pessoa, eu diria de cara “Quer pagar quanto?”, mas não é qualquer cara, vendo as estrelas que tem nos hotéis que a gente foi. – Ela empurrou o notebook e pegou um papel com algumas fileiras escritas.
- Você vai casar com um cara mais legal! – Falei, passando o braço pelos ombros dela.
- Ah, mas sabia que esse que eu vou me casar é metido?
- Você tá ficando sem graça. – Franzi os lábios.
- Foca, Evans! – Ela riu e eu virei o rosto para o papel.
- Oito hotéis! – Falei.
- Isso, começa aí. Oito hotéis. – Ela mostrou a lista com hotéis que ela escreveu na folha. – A gente precisa decidir se o casamento vai ser dentro do hotel ou a céu aberto, que aí a gente exclui alguns já.
- O certo não era decidir a data antes? – Franzi a testa.
- Acho que se a gente decidir como quer, a gente vai ao hotel que mais combina com a gente e vê as datas disponíveis, os quais eles já enviaram. – Ela mexeu em mais alguns panfletos.
- Tá, me deixa pensar. – Respirei fundo, apoiando o braço na bancada. – Casamento ao ar livre é legal, mas festa eu já acho que não rola. Se chover... – Suspirei.
- Eu penso a mesma coisa. Fazer a cerimônia fora e por algum motivo chover, é fácil levar para dentro, mas se fizer a festa também, acaba a festa se chover. – Ela pegou uma caneta. – Com isso a gente exclui o SLS, que eles só têm a recepção na parte de dentro, e tenda fica meio mal. O Bel-Air porque é inteiramente no mato e eu vou usar salto e não vou arrastar meu vestido na terra. – Ela riscou com força esse. – E o Beverly Hills também. – Olhei para a lista.
- Risca o Lowes Santa Monica que falta privacidade nele. – Ela concordou com a cabeça. – Ele é inteiro aberto. O The Peninsula você corta também, não gostei das suítes dele. – Ela olhou para mim rindo e riscou também.
- Ok, sobraram três. – Ela pegou outra folha e fez três colunas escrevendo o nome dos três. – O Ritz, Four Seasons e o Montage. – Suspirei, pegando a folha em sua frente, enquanto ela pegava os panfletos dos três hotéis.
- Qual vai ser o desempate? – Perguntei.
- Vamos lá. - Ela pegou os panfletos e esticou na nossa frente. – O Montage é maravilhoso, mas eu achei que as opções para o casamento em si não são muito boas. – Ela suspirou. – Olha aqui, eles fornecem o local, o buffet e a prataria, a gente teria que ir atrás do resto. – Ela colocou na bancada. – Ritz eu achei ótimo o pacote deles, mas se eles forem fazer a organização da mesma forma que fomos atendidos hoje, eu prefiro deixar para lá. – Ela pegou o último panfleto. – Já o Four Seasons eles oferecem tudo, ainda mantém uma organizadora própria do hotel para gente, comparado aos outros, o preço não está tão caro para o pacote oferecido e como bônus a suíte deles é demais. – Abri um sorriso, pegando o panfleto de sua mão.
- Bem que eu vi que você se apaixonou pelo Four Seasons mesmo. – Ela sorriu.
- Acho que eu tenho uma coisa por esse hotel. – Ela riu fraco, olhando o panfleto em minha mão e olhando o site deles. – Eles têm até uma área só de casamentos no site deles! – Ri, olhando o site com ela. – Saca só, quanta coisa precisa para organizar um casamento. – Ela abriu a lista, aumentando-a. – Bolos e sobremesas, o buffet, decoração, flores, lembrancinhas, música, fotos, vídeos, convites, pré-convites, tem até uma categoria só para o noivo. – Ela apontou e eu gargalhei.
- Eu não sei fazer um casamento. – Cocei a cabeça.
- E você acha que eu sei? – Ela riu. – No Four Seasons eles intermediam tudo e ainda tem uma organizadora só nossa. – Ela deslizou a tela.
- Acho que concordo que devemos ficar nele. – Franzi os lábios e ela riu pegando um caderno pequeno e abrindo na primeira página escreveu “Casamento e Chris” e escreveu “Local: Four Seasons” logo embaixo. – Procura a pasta que eles deram para gente, tem as datas disponíveis. – Peguei a pilha de papéis, procurando um por um. – É a única pasta preta. – Ela completou e eu olhei os papéis na horizontal, puxando a única pasta preta da pilha com o símbolo deles na frente. – Obrigada! – Ela riu.
- Quanto tempo a gente precisa para preparar um casamento? – Perguntei vendo-a abrir a pasta e puxar uma folha com vários quadros nela.
- Quais são seus próximos compromissos? – Ela virou o rosto para mim.
- O principal é o lançamento de Before We Go no TIFF. – Peguei meu celular, procurando pela agenda. – Isso é nas duas primeiras semanas de setembro.
- Não, setembro está muito perto também! – Ela riu. – O que mais você tem?
- Tenho um torneio de golfe no fim de outubro. – Rolei a página. – Um evento não confirmado da Marvel ainda em outubro também. E dois eventos para caridade no começo de dezembro, um de Nova York e outro em Boston. – Ela ergueu a cabeça.
- Quando é esse em Boston?
- 11 de dezembro, por quê? – Perguntei.
- Se nós fizermos o casamento em dezembro, eu consigo ir para esse evento contigo e ainda fazer algumas provas com Rupert nesse meio tempo. – Mexi a boca.
- Na real é até uma boa ideia essa. – Ela pegou a folha rapidamente, correndo para dezembro.
- O evento é dia 11. Treze é o primeiro sábado que é muito perto, 20 eles têm evento marcado para o natal... 27 de dezembro! O que acha? – Ela colocou a ponta da caneta na data.
- Acho que é uma ótima ideia começar o ano de 2015 contigo! – Ela abriu um sorriso e circulou a data soltando a caneta e passando os braços em meu corpo.
- Adiciona na sua agenda! – Ela falou comigo ainda rindo.
- Não se preocupe, nesse dia eu sou só seu. – Passei minhas mãos em suas costas. – Nesse dia e em todos os outros. – Cochichei em seu ouvido.
- Espera aí! – Ela afastou o rosto do meu. – Você joga golfe?

Dormimos até que cedo aquele dia, se comparar ao dia anterior. Jantamos alguns frios que ainda tínhamos em casa e montou uma lista bem completa do que precisava em casa, e quando eu digo bem completa eu digo bem completa. Ela não viu somente o que faltava na cozinha, ela também viu produtos de limpeza, coisas para festa, coisas de higiene pessoal e coisas que eu não saberia dizer o que é e com certeza acabaria esquecendo.
E assim que deitamos, ela começou a fuçar vários sites de casamento, eu estava empolgado, mesmo, mas ela entendia muito melhor que eu, tinha gostos, combinações, vontades, sendo mulher, ela entendia das coisas. Se eu souber dizer que gostei do sabor do bolo, vou me sentir orgulhoso já.
Eu acabei capotando pouco tempo depois e não sei que horas ela havia ido dormir, mas quando eu acordei ela dormia com o iPad em cima do peito e não acordou até a hora que eu saí de casa. Fiquei bastante tempo fora de casa, afinal, precisava comprar tudo que ela tinha colocado naquela lista, eu devo ter demorado umas três horas no mercado e pela primeira vez na minha vida eu saí com dois carrinhos do mercado. Sim, crianças, eu também faço compras.
Cheguei em casa e encontrei arrumando a varanda com Larry que trazia as mesas. Ela ajeitou algumas mesas na parte que tinha próximo a fogueira e colocou mais uma mesa próxima à piscina e as espreguiçadeiras. Todas com uma toalha que eu nunca tinha visto na minha vida.
O dia passou rápido até. Quando eu cheguei com as compras, e eu começamos a organizar as coisas, decidindo onde cada coisa ficava melhor para depois ninguém ficar perdido na hora de achar alguma coisa. Quando terminamos, pegou alguns quadros que ela trouxe e começamos a pendurar na parede, eu com a furadeira e ela com os palpites. Ela queria dar um toque mais feminino ao local.
Coloquei as cervejas e refrigerantes para gelar no freezer e começou a cuidar dos espetinhos. Sim, ela cuidava dos espetinhos. Cortava as peças de carne, juntava todas em um tempero que ela fazia que dava um cheiro delicioso a carne e depois colocava em vários espetinhos. Ela também aproveitou e fez algumas tortas de chocolate para sobremesa. Gente, ela é demais!
Enquanto eu terminava de arrumar a grelha, ela foi para o banho, demorando um pouco para sair do quarto, quando fui atrás dela vi que ela estava fazendo escova no cabelo, somente de calcinha e sutiã. Entrei no banheiro enquanto ela passava o secador nos cabelos, mas logo em seguida ela saiu, seguindo para o quarto novamente.
Eu acabei colocando minha roupa de sempre, calça cinza, botinas cinza, blusa preta e jaqueta de couro preta por cima. Ajeitei meu cabelo do jeito de sempre e dei uma ajeitada na barba. Quando eu voltei para o closet, se olhava no espelho e colocava sua blusa branca dentro da saia amarela justa em seu corpo, que marcava bem suas curvas. Ela andou descalça até o banheiro e ficou lá dentro um pouco, até voltar maquiada e calçou seus sapatos brancos que eu conhecia bem. Quando estávamos voltando para a sala, a campainha tocou.
- Que a festa comece! – Falei e riu, me acompanhando até a porta.

- Cerveja? – Frank ofereceu para .
- Não mesmo! – Ela riu, mostrando a taça de vinho tinto em sua mão.
- Ela é a garota do vinho, Frank, desiste! – Ele riu, dando de ombros.
- E falando nisso, é hora de eu parar, tá começando a zonzear. – Ela bebeu o último gole e colocou a taça em cima da mesa próxima a piscina. – Vou lá com o meu pessoal.
- Ela tem o pessoal dela? – Mackie brincou e eu vi caminhar em direção a piscina e sentar em uma espreguiçadeira ao lado de Derek e Denise.
- Como está indo essa vida quase de casado, Evans? – Elsa, esposa de Hemsworth, perguntou.
- Espero que bem, ele tá parecendo um bobo com esse sorriso no rosto. – Scarlett comentou, fazendo o pessoal ao redor rir.
- Vocês dizem isso como se nunca tivessem passado por isso. – Brinquei, jogando a lata vazia no lixo.
- Passamos por todos os estágios! – Robert falou rindo. – Eu passei duas vezes. – Soltei uma gargalhada.
- Cadê Susan? – Mark perguntou.
- Vamos dizer que ela não está no clima de sair de casa com aquele barrigão. – Ele ponderou com a cabeça.
- Acho que ela tem o motivo dela. – Scarlett bebeu sua água em seguida.
- Nós temos o quê? Duas grávidas nesse grupo? – Sebastian se meteu na conversa.
- Que a gente sabe sim! – Jeremy brincou.
- Nós já tivemos os nossos. – Hemsworth ergueu as mãos, brincando e eu ri.
Quase todo mundo que foi convidado veio. Anthony, Sebastian e Frank de Capitão América, Hayley não pode vir. O pessoal principal de Os Vingadores, com exceção de Aaron, Elizabeth, James e Paul. Minha mãe, Scott e Carly vieram, Shanna acabou não vindo e os quatro amigos de lá de Boston vieram também, eu gostava deles.
Já havíamos parado de comer fazia um bom tempo. Na verdade, ninguém parecia muito interessado em comer quando tinha bebida disponível, mas ninguém estava alterado, eu também não, o que era um sinal bom de maturidade na festa, como diria minha mãe, que também não podia falar muito, já que não largava a taça de vinho da mão, enquanto conversava com Samuel e Scott e ria com eles.
Já deveria fazer umas quatro horas que a festa estava rolando, a gente já havia abaixado o som, mas enquanto houvesse risada e brincadeiras, as coisas rolariam. Olhei para um momento e ela soltava uma gargalhada com algo que Derek contava que mexia as mãos todo fervoroso, Liana havia ficado em Boston com seus avôs.
- Chris! – Ouvi minha mãe chamando e virei o rosto a vendo se aproximar com Samuel ao seu lado. – Samuel está indo embora.
- Mas já? – Falei erguendo as mãos.
- Já é tarde, cara! – Ele riu, apontando para o relógio.
- Meu Deus, precisamos ir embora! – Hemsworth falou se dando conta do horário.
- Nossa, é quase meia-noite, já! – Sebastian falou rindo.
- Ei, ei, ei! Não precisa ir embora! – Falei sério.
- Não, cara, sério, tá na hora! – Hemsworth falou. – A gente se fala na próxima. Tem três crianças lá em casa com a babá.
- Espera um pouco então, me deixa chamar a para vocês se despedirem.
- Tá bom! – Ele concordou com a cabeça.
Desviei do grupo e segui em direção à piscina, onde estava sentada em uma das espreguiçadeiras em volta da piscina, com Derek e Rupert, Denise e Ruth já tinham voltado para o hotel.
- Ei, amor! – A chamei, olhando de cima que abriu um sorriso, esticando a mão e tocando na minha. – O pessoal tá indo embora, vamos lá se despedir? – Ela riu fraco.
- É, precisamos ir também! – Rupert comentou.
- Por que todo mundo vai embora ao mesmo tempo? – Falei de um jeito que ficou bem engraçado e Rupert gargalhou.
- Eles vão no embalo, Chris. – comentou. – Mas vamos lá sim. – Ela afirmou com a cabeça. – Me ajuda a levantar? Acho que estou cansada, meio fraca, meio zonza.
- Acho que isso é bebida demais. – Derek comentou e mostrou o dedo do meio para ele.
- Olha quem fala! – Ela retrucou e eu fiquei na frente dela, esticando as mãos para ela.
- Agora lá em casa é só leite de soja. – riu com o que Rupert respondeu.
- Dentro pode até ser, mas fora... – deixou o resto da pergunta no ar e ela segurou minhas mãos e eu a puxei para cima, fazendo-a se levantar, dando uma leve cambaleada.
- Opa! – Brinquei, a segurando pela cintura. – Está tudo certo? – Ela passou a mão no rosto, suspirando.
- Está sim, deve ser só o cansaço mesmo. – Ela deu um sorriso fraco e eu a agarrei firme pela cintura, enquanto Derek e Rupert se levantavam.
- Chris! – Ouvi um grito da minha mãe, e virei o rosto em direção para ela que tinha uma expressão assustada no rosto. – Ela está sangrando!
Olhei assustado para que fechava os olhos devagar e deslizei as mãos em seu corpo rapidamente, encontrando o sangue que minha mãe falava. Ele estava na parte de trás de , na saia. Desencostei minha mão da parte de baixo do bumbum de e vi que minha mão estava coberta de sangue. foi derrubando o corpo para baixo, ao mesmo tempo em que seus olhos se fechavam e a cabeça fosse jogada para trás, desmaiando.
- Alguém chama a ambulância! – Gritei começando a sentir meus olhos embaçarem por causa das lágrimas e o tempo começou a passar em câmera lenta.
- A gente leva! – Ouvi alguém gritar próximo de mim.
- Vem, filho, vem! – Outra pessoa tirou de meus braços e não sei como meus pés começaram a se movimentar e também como eu consegui me mexer, mas em algum momento eu estava entrando no banco da frente de algum carro com alguém amparando no banco de trás.
- Vai ficar tudo bem, Chris! – Uma voz masculina falou ao meu lado e eu bati a cabeça no vidro ao meu lado e senti as lágrimas caírem do meu rosto em silêncio.
Não sabia que horas eram, para onde estávamos indo ou a qual velocidade estávamos. Eu só a queria bem, eu queria minha bem, saudável, feliz, como eu sempre a conhecia. Agora que estava indo tudo tão bem... Senti minha garganta apertar e abri o vidro do carro o máximo possível, tomando um pouco de vento no rosto. Isso não podia estar acontecendo.

Assim que chegamos ao hospital, já tinha uma equipe pronta para receber , alguém devia ter ligado. foi retirada do carro rapidamente e colocada em uma maca, dois enfermeiros empurraram a maca correndo para dentro do hospital, enquanto alguém me segurava pela cintura, me empurrando para seguir, já que meus pés não sabiam mais andar.
Corri ao lado de o quanto foi possível, até que duas portas me pararam no meio do corredor e uma mulher alta me parou com o corpo, amparando meu corpo com as mãos e outra pessoa me puxando para trás.
- Me deixa, é minha noiva! – Gritei para alguém.
- Chris! – Alguém me chacoalhou, fazendo eu focar o rosto de Hemsworth com o tempo. – Vai ficar tudo bem! – Ele falou, com as mãos segurando meus ombros fortemente.
Assimilei as palavras por um momento e senti meu corpo fraquejar. Hemsworth passou os braços ao redor do meu corpo em um abraço ou em um apoio e eu soltei todas as lágrimas que podia em seus ombros, sentindo o corpo pesar. Eu sabia que estava chorando igual uma criança, mas eu não me importava com outra coisa além dela.
Eu não sei quanto tempo passou, mas Hemsworth não me soltou até que eu me sentisse confortável o suficiente para me afastar sozinho e sentisse meus pés afirmarem no chão. Ele chacoalhou meu corpo devagar e me guiou até a sala de espera, onde estava lotada com todos meus amigos. Robert se levantou e eu sentei em seu lugar, sentindo o corpo firme em alguma coisa. Minha mãe tocou minha mão com a dela e notei que seu rosto estava vermelho. Ela fez um sinal positivo como força e eu encostei minha cabeça em seu ombro, sentindo ela me abraçar pelos ombros.
Fechei os olhos e fiquei ouvindo o barulho do ventilador girando em alguma parte da sala e também alguma televisão ligada com algum programa inútil da noite. Soltei um suspiro e ouvi alguns passos se aproximando devagar pelo corredor e os sons aumentarem conforme isso. Ergui meu rosto para o médico que chegava à sala de espera, tirando a máscara de sua boca e colocando em um dos bolsos do jaleco.
- Senhor Evans?! – Ele falou e eu me levantei de prontidão, como todos ao meu redor.
- O que aconteceu, ela está bem? – Ouvi minha voz saindo e o médico mexeu as mãos, tentando me acalmar.
- Sua namorada...
- Noiva! – O corrigi.
- Sua noiva, ela sofreu um sangramento excessivo do canal vaginal. Isso pode acontecer por diversas causas, alguma doença que a paciente tenha, alguma condição crônica, vícios, problemas uterinos, peso, testes invasivos na região. – Afirmei com a cabeça. – Ou até má formação do embrião. – Franzi a testa. – Isso é comum de acontecer entre a primeira e a vigésima semana de gestação. – Minha boca se abriu devagar. – Sua noiva está bem, descansando e precisará tomar alguns medicamentos ainda, mas, infelizmente, não conseguimos salvar o feto. – Ergui minha mão até a boca, totalmente alheio ao que ele havia me dito.
- Feto? – Foi o que minha voz conseguiu dizer.
- Bebê, senhor, me desculpe. – Fechei os olhos, dando um volta ao redor de mim e suspirei.
- Ela estava grávida? – Minha voz saiu forte.
- Vocês não sabiam? – Ele falou surpreso e eu passei a mão em meus cabelos, sentindo meus olhos embaçarem novamente, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Como, doutor? – Ouvi a voz da minha mãe ao meu lado e soltei o ar rapidamente pelos pulmões.
- Estamos fazendo o teste ainda para descobrir quantas semanas ela estava, mas pela reação de ambos, eu imagino que ela não havia completado oito semanas de gestação. – Sentei novamente na cadeira atrás de mim e fechei meus olhos, escondendo eles com as mãos.
- Ela está acordada? – Gritei, ligando os pontos.
- Está sim, ela está tomando um medicamento na veia, mas vocês podem vê-la. – Ele indicou o braço e eu me coloquei em pé novamente.
- A gente espera aqui. – Scott falou e eu afirmei com a cabeça, andando lado a lado com minha mãe pelo hospital, seguindo o médico pelo corredor do hospital.

No caminho para o quarto de eu fiquei matutando em minha cabeça de quantos dias ela poderia estar grávida. E pelo que o médico havia falado, eu tinha somente duas alternativas. Na Comic-Con ou no intervalo de gravações de Os Vingadores 2 no começo de julho. Mas nada disso importava, nada disso traria nosso futuro bebê de volta.
Imagina só, um bebê meu e de . Podia não ser uma opção que tínhamos no momento, mas seria incrível. É algo que eu definitivamente queria e sei o quanto que gosta de crianças que ela queria também. Mas... Entre o bem e o mal, eu preferi não saber, se já doía agora, imagina se estivéssemos preparados. O médico apontou para a porta de , eu afirmei com a cabeça. Minha mãe fez um carinho de leve em minhas costas e eu fiz um movimento com a cabeça.
- Qualquer coisa me chame! – O médico falou e eu afirmei com a cabeça, girando a maçaneta da porta.
- Eu também, querido. – Ouvi minha mãe. – Estarei aqui fora.
Empurrei a porta devagar e senti meu coração apertar. tinha seu corpo com a roupa de hospital, e estava deitada na maca que estava no meio do quarto. Os dois braços estavam presos. Um em uma máquina que controlava pressão e a outra tinha uma agulha enfiada em seu braço, com algum medicamento claro descendo pelo fio.
Seu rosto estava pálido, os olhos vermelhos e a respiração devagar. No momento em que seus olhos viraram para os meus, as lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto e senti meus olhos embaçarem novamente, mas eu precisava ser forte, por nós dois. Fechei a porta atrás de mim e caminhei pelo quarto, me colocando ao seu lado e ela se mexeu para o lado, dando espaço para que eu sentasse ao seu lado na maca.
Cobri nossos pés e ela encostou a cabeça em meu ombro, me fazendo abraçá-la fortemente. Ouvir chorar foi a pior coisa que eu podia ouvir na minha vida. Eu tive que me segurar para não começar a chorar com ela, mas meus olhos embaçaram com os soluços dela e meu coração estava bastante apertado, mas eu mantive minhas mãos em suas costas e meu corpo o mais calmo possível.
A porta se abriu e um enfermeiro entrou no quarto com uma bandeja nos braços. se endireitou ao meu lado e passou as mãos nos olhos, sentando direito na maca. Eu virei as pernas para o lado, descendo da maca e puxando uma cadeira que estava do lado. O enfermeiro colocou a bandeja na mesa em frente à .
- Tente comer tudo, ok? – Ele falou olhando para ela.
- Obrigada! – Ela falou e o enfermeiro conferiu o medicamento antes de sair da sala. encarou a sopa de legumes em sua frente e suspirou, pegando a colher na lateral da bandeja.
- Eu não sei se estou com fome. – Ela falou baixo.
- Come, amor! – Falei encostando minha mão em seu corpo. – Você tem que ficar forte.
Ela passou a mão no rosto e ajeitou o corpo na maca, aproximando a mesa mais dela. Ela pegou a colher e começou a comer devagar, talvez ela tenha se tocado que estava com fome quando colocou a primeira colherada na boca e tomou toda a sopa. Depois ainda comeu a gelatina que veio de sobremesa e o suco.
Ela empurrou a mesa para o lado e suspirou, mantendo a cabeça afundada no travesseiro. Ela escorregou o corpo pela maca e puxou a barra da coberta, se cobrindo até o pescoço e rodou o corpo na cama, ficando de costas para mim. Fechei os olhos e suspirei, encostando as costas na cadeira, escondendo o rosto com as mãos.
- Como eu posso sentir falta de algo que eu nunca tive? – A ouvi falar baixo e ergui o rosto a ouvindo suspirar. – Eu estava bebendo. Eu estava tomando anticoncepcional. Eu estava emotiva... – Ela começou a soluçar e eu me levantei, dando a volta no quarto e ajoelhando em sua frente, passando a mão em seu rosto.
- Para, ! – Ergui seu rosto. – Não é sua culpa, você não tinha como saber. A gente não tinha como saber. – Passei a mão de leve em seu rosto e ela suspirou, abrindo os olhos. – Por favor, não se culpe, isso pode acontecer por vários motivos.
- O médico disse. – Ela suspirou.
- Pode acontecer com qualquer um. – Ela ergueu o corpo.
- Mas dói tanto. – Ela focou os olhos em mim.
- Vai passar! – Acariciei seu rosto. – Vamos superar essa, juntos. – Ela acenou com a cabeça. – E nós vamos ter vários bebês, você vai ver! – Ela abriu um sorriso de lado e eu dei um beijo em sua cabeça.
- Licença! – Ouvi uma batida na porta e a cabeça de minha mãe apareceu na porta. – Tem algumas pessoas querendo ver vocês. – abriu um sorriso e a porta se abriu por completo revelando todo mundo que estava na festa mais cedo que entraram no quarto.
- Aí está ela! – Alguma das vozes falou e Derek se aproximou de , abraçando.
- Vai ficar tudo bem, querida! – Ouvi a voz de Hemsworth que apareceu ao meu lado e eu o abracei.
- Obrigado! – Falei para ele. – Obrigado a todos vocês por tudo que fizeram hoje.
- Só parece que estamos aqui para zoar com tudo, Evans, mas não. – Ouvi a voz de Robert e meus irmãos passaram por mim rapidamente e me abraçaram.
- Vai ficar tudo bem, irmão, não se preocupe. – Ouvi a voz de Scott e eu sorri.
- Vocês têm a vida inteira juntos. – Carly falou e eu sorri.
- ! – Scott se separou e se juntou a Derek, Rupert, Cobie e Scarlett que estavam em volta de .
- Estou bem! – Ela falou, movimentando com as mãos. – Vai ficar tudo bem.
- Fica sim, querida, tudo fica bem no final! – Lisa falou ao lado de Jeremy. – Já passei por isso.
- Você passou por isso? – Eu e perguntamos juntos surpresos.
- Sim, antes de ela engravidar de você. – Carly falou e eu fiquei surpreso.
- Fica um buraco, um incômodo, mas depois vai embora e fica somente a lembrança. – afirmou com a cabeça, suspirando. – Vamos focar no casamento de vocês. E depois é só focar em montar sua família. – Afirmei com a cabeça. – Vão vir outros.
- Falando em casamento. – começou, olhando para mim ao seu lado.
- A gente estava guardando essa notícia para o fim da festa. – Falei, a fazendo rir. – Eu deixo você contar. – Apoiei a mão em seu ombro.
- Vamos nos casar dia 27 de dezembro desse ano ainda! – falou e as diferentes reações aconteceram, me fazendo dar risada.
- Viu?! Nem tudo é uma má notícia. – Mark falou, me abraçando de lado.
- Licença. – Todos olharam para a porta, vendo o médico entrar no quarto novamente. – Posso falar com o casal a sós? – Todos afirmaram com a cabeça.
- A gente espera vocês lá fora. – Cobie falou, dando um tapinha de leve em minhas costas.
- Obrigada! – falou e o quarto esvaziou rapidamente, deixando que o médico entrasse.
- Me deixa tirar essa agulha daqui. – Ele se aproximou de e puxou a agulha do braço, colocando um curativo no local. – Vocês já podem ir embora, não está com nenhuma infecção e não temos como colocar uma causa para o motivo do seu aborto, pelos exames de sangue, não é nenhum problema contigo, nenhum problema no útero, nenhuma infecção, nem diabetes, nem problemas hormonais, tireoide ou trombofilias, você está bem. – afirmou com a cabeça. – O sangramento em excesso foi só um susto. – Passei minha mão pelo braço de .
- Eu bebi, doutor, e também estava tomando anticoncepcional. – falou. – Isso pode causar...
- Não, as chances de ter sido essa a causa são muito pequenas, porque você estava grávida somente de três semanas. – Eu e nos entreolhamos. – Vocês têm alguma lembrança de algum ato...
- Comic-Con! – Ouvi a voz de e eu afirmei com a cabeça. – Isso é um sim, doutor.
- Não vai ser necessária nenhuma intervenção cirúrgica para a tirada do tecido, mas por precaução lhe darei um remédio para você tomar para limpar seu organismo, se tiver algum resquício. – Ele puxou um bloquinho do bolso. – Duas vezes por dia, durante três dias. – afirmou. – E sem sexo por pelo menos trinta dias, pode ser? – Soltei uma risada fraca.
- Sem problemas. – Falei.
- Eu vou dar também o telefone da minha esposa para vocês, ela é ginecologista e obstetra, caso vocês tenham vontade de engravidar de novo, ela é especialista nisso. – Ele fez a receita e descolou do bloquinho. – Aqui está a receita, e o telefone dela e também caso precisem de ajuda psicológica, vocês podem vir atrás de mim mesmo. – Peguei o papel em sua mão. – Eu sou clínico geral, mas também sou formado em psicologia.
- Você acha que será necessário, doutor? – perguntou.
- Cada um lida com a situação de um jeito diferente, mas você está bem, vai conseguir ter um bebê, quando achar que é a hora, sem grandes complicações. Depende da forma que sua mente vai agir com isso.
- Obrigado, doutor! – Eu e falamos juntos.
- Vou chamar o enfermeiro para ajudar vocês a se organizar para ir embora, ok?! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – E arranjar uma roupa para .

Entrei com o carro na garagem e os meus dois seguranças nos esperavam do lado de dentro. Larry abriu a porta para que saiu do carro, com seus sapatos na mão e eu saí com a sacola de remédios. O dia começava a nascer quando olhei para o horizonte.
- A senhorita está bem? – Jordan perguntou se aproximando e ela afirmou com a cabeça.
- Foi tudo certo lá, senhor? – Larry virou para mim.
- Foi um aborto espontâneo. – Falei para eles, fechando a porta do carro e dando a volta nele, me colocando ao lado de .
- Aborto? Não sabíamos que vocês... – Cortei Jordan.
- Nem a gente! – Falei honestamente, soltando um suspiro em seguida.
- Eu vou entrar gente, preciso descansar! – falou, dando um beijo em cada um dos seguranças e seguindo para a porta de vidro de casa.
- Não está nada bem, não é?! – Jordan perguntou.
- Não deu para salvar. – Suspirei e olhei fechando a porta de vidro. – Ela está mal, pessoal. – Bati a mão no carro. – A gente não sabia, não podia imaginar.
- Vai passar, tenha fé em Deus que tudo fica bem, senhor! – Larry falou, dando alguns tapas em meus ombros e eu afirmei com cabeça.
- Vai sim, estamos só começando nossa vida juntos. – Abri um sorriso.
- Na teoria. – Jordan riu fraco.
- Você acabou de chegar, não é, Jordan? – Ele afirmou com a cabeça. – Então já pode ir Larry. Você já passou bastante da sua hora. – Eles acenaram com a cabeça.
- Descanse, senhor Evans! – Larry falou e eu afirmei com a cabeça, dando a volta no carro.
Entrei em casa e puxei a porta de correr novamente, até que ela estivesse fechada. Coloquei a sacola com os medicamentos em cima da bancada e dei uma olhada rapidamente nas salas, sem sinal de e sem sinal de Leslie.
Abri a porta do quarto e encontrei as duas. estava sentada na poltrona que tinha no quarto, enquanto Leslie estava entre suas pernas com a cabeça encostada nos joelhos de e uma das patas apoiada no joelho. mantinha a cabeça encostada na de Leslie e acariciava o pelo dela delicadamente. estava quieta e os olhos estavam vermelhos novamente.
Suspirei e dei meia volta, fechando a porta do quarto e a deixei sozinha um pouco. Voltei para a sala e sentei no chão, dobrando os joelhos e chorei.
A descrição correta é essa, chorei de soluçar. E ninguém sabia me dizer quanto tempo essa dor demoraria a passar, e o pior, ninguém saberia me dizer quanto tempo a dor de ia passar. E a dor dela, era maior em mim. Fechei os olhos e suspirei me levantando do chão e caminhando para a cozinha. Dei uma olhada rápida no que tínhamos comprado e preparei um lanche simples para , somente com queijo e um copo de suco.
Preparei tudo em uma bandeja e fui para frente da casa, procurando por alguma flor que pudesse estar florescendo. Achei uma e trouxe de volta para a cozinha, colocando junto da bandeja. Peguei a bandeja e segui para o quarto novamente, empurrando a porta com o pé e imediatamente vendo Leslie erguer a cabeça quando eu entrei, mas logo se ajeitou novamente no colo de .
- Mãe, eu prometo, está tudo certo! – estava na cama com seu pijama, as cobertas em cima das pernas e Leslie com a cabeça encostada nas pernas de . – Mãe, para! Vai ficar tudo bem. – suspirou, com o telefone na orelha. – Vamos falar de outra coisa, tudo bem? – soltou uma risada fraca. – A gente marcou a data do casamento. Sim! – riu baixo. – Vamos casar dia 27 de dezembro, mãe. Ainda esse ano! – Ouvi uma voz do outro lado da linha e sorriu em minha direção. – Sim, quero vocês aqui para o natal, é claro! – Ela riu fraco. – Vai lá! – Ela suspirou. – Eu amo vocês, fala que vamos ficar bem. – Ela movimentou a cabeça para cima e para baixo. – Aviso sim, pode deixar. – E desligou o telefone, colocando-o em cima da mesa de cabeceira.
- Peguei algo para você comer. – Estiquei a bandeja em cima de suas pernas. – Dá uma licença, Leslie! – Falei para ela que ergueu o corpo, se afastando um pouco e segurou a bandeja, colocando-a em sua perna.
- Obrigada! – Ela sorriu, bebendo um gole de suco quase em um gole só. – Estava com sede. – Ela riu fraco. – Você não vai comer nada? – Ela me perguntou.
- Não, acho que eu preciso dormir. – Ela riu fraco e eu sentei na beirada da sua cama.
- Eu também! – Ela riu fraco. – Acho que passei da idade de ficar a noite toda acordada.
- Eu estou melhor que você. – Brinquei e ela riu, mordendo metade do lanche.
- Pega a outra metade, não vou aguentar tudo. – Ela me estendeu a outra metade do lanche. – Depois a gente descansa. – Afirmei com a cabeça, mordendo o lanche rapidamente e quando vi já tínhamos terminado. Levei a bandeja na cozinha de volta e me deitei ao lado dela na cama, passando meus braços pelo seu corpo.
- Desculpa te assustar assim! – Ela falou, pegando meu braço e passando pelo seu corpo. – Eu não tinha a menor ideia. – Ela falou baixo.
- Nem eu, amor. – Suspirei.
- Acho que nunca mais vou beber na minha vida. – Ela suspirou.
- Não foi isso que causou, amor, você ouviu o que o médico disse, há milhares de razões até que naturais para isso acontecer. – Ela suspirou.
- Eu sei, mas a gente sai muito e sempre dividimos uma garrafa de vinho, agora que moramos juntos isso vai ser frequente. – Suspirei, entrelaçando minhas pernas na dela.
- Que tal fazermos um pacto de só beber em eventos importantes? – Ela riu fraco. – Porque não quero brindar com Coca-Cola no meu casamento.
- Acho que pode ser! – Ela riu fraco e eu beijei o topo da sua testa.
- Falando em beber, faz tempo que eu não te vejo fumando. – Abri um sorriso de lado.
- Estou tentando parar. – Falei honesto e ela ergueu os olhos para mim.
- Sério? – Afirmei com a cabeça.
- E estou indo muito bem, tenho reduzido bastante a quantidade de cigarros por semana. – Ela suspirou. – Antes era três por dia, agora está menos de três por semana.
- Espero que pare mesmo, amor. Você não precisa disso. – Beijei sua bochecha.

***

- Ei, Chris! Você viu isso? – Falei levantando da cadeira em que eu estava sentada e me aproximei de Chris que estava no sofá com sua família.
- O que é? – Ele me puxou para sentar em seu colo e eu estendi o celular para ele com um vídeo aberto no Instagram.
- Obrigado Robert Downey Jr, pela nomeação para o Ice Bucket Challenge, eu aceito, é uma ótima causa e eu não fiz em 24 horas, então eu também já doei e... – Alguém jogou água nele e Evans riu atrás de mim. – Eu preferia mais gelado. – Ri fraco. – É até que refrescante. Eu nomeio Jeremy Renner, Mark Ruffalo e Chris Evans.
- Não! – Chris gemeu atrás de mim, me fazendo gargalhar. – Quanto tempo faz? Menos de 24 horas?
- Faz três dias, Chris! – Falei me levantando de seu colo.
- Qual é! – Ele riu, inconformado.
- O que foi? – Scott perguntou.
- Hemsworth indicou ele para o Ice Bucket Challenge. – Falei com a gargalhada presa na garganta.
- Eu pego o gelo! – Carly gritou se levantando.
- Eu pego os baldes. – Shanna foi atrás.
- Baldes? – Chris perguntou. – Como assim?
- Para de reclamar, criança. – Dei uma piscadela para ele.
- O que é isso, tia ? – Ethan se aproximou de mim.
- Seu tio vai levar um banho de água fria, literalmente! – Ele abriu um sorriso.
- Posso jogar? – Ethan perguntou.
- Eu também quero! – Miles se aproximou.
- Quanto mais gente melhor. – Falei sorrindo para eles.
- Como vamos fazer isso, então?! – Lisa se aproximou de mim.
- Ei, ei, ei! – Chris gritou para gente. – É o meu Ice Bucket Challenge e eu decido como faço! – Eu e Lisa nos entreolhamos fazendo uma careta.
- Está bem, irritadinho. – Falei franzindo a testa. - Mas antes, aqui! – Estendi meu iPad para ele. – Faça sua doação. – Ele afirmou com a cabeça, com um sorriso no rosto, tirando o iPad da minha mão.
- Espalha os baldes em cima da mesa, por favor. – Chris falou, mexendo em meu iPad.
- Você vai fazer isso dentro de casa? – Lisa perguntou, olhando para ele. – Você vem para Boston para relaxar e fazer zona. – Ri ao seu lado.
- A gente veio aqui para eu dar uma relaxada um pouco, Lisa! – Falei para ela, abraçando-a de lado.
- Vocês fizeram certo. – Ela sorriu, dando um beijo em minha bochecha. – No final tudo fica bem. – Abri um sorriso, afirmando com a cabeça. – E no final, você vai limpar tudo, Evans!
- Pode deixar! – Ele riu, entregando o iPad de volta para mim. – Pronto! – Ele sorriu para mim e eu balancei a cabeça. – Vamos começar.
- Vocês jogam, e a gente filma, pode ser? – Falei, com Lisa ao meu lado.
- Você não quer jogar? – O marido de Carly me perguntou.
- Até queria, mas não sei se as fãs dele estão muito felizes comigo ainda por casar com o ídolo delas. – Franzi os lábios, fazendo uma careta e eles riram.
- Faz sentido! – Shanna balançou a cabeça.
- Vamos lá! – Chris ajeitou o boné, se colocou atrás da mesa e eu coloquei o celular no tripé.
- Quando eu falar “já”. – Lisa falou clicando no play. – Já.
- Ok! – Ele falou rindo. – Oi, sou Chris Evans, estou aceitando o desafio ALS Ice Bucket Challenge, eu não completei em 24 horas então já fiz a doação, você pode doar também no ALS.org, você deveria, é uma boa causa, mas eu tenho dois pontos em relação a esse desafio. Primeiro, se você jogar o gelo na água e logo depois na sua cabeça, isso não é água gelada. Então vamos fazer isso direito. Nós vamos colocar o gelo agora. – Ele pegou o saco de gelo que estava na cadeira e começou a distribuir entre os diversos baldes, fazendo uma careta, enquanto derrubada, o dia estava perfeito para aquilo, estava bem gelado em Boston. – Jesus! – O ouvi falando e soltei uma risada fraca, colocando a mão no nariz ao fazer isso para abafar o som. – Vamos usar tudo, vamos jogar tudo. – Lisa gargalhou ao meu lado e eu dei uma volta ao redor do corpo, tentando segurar a risada. – Nós vamos deixar isso marinar por uns trinta minutos. – Ele passou uma mão na outra. – Isso dá tempo de eu me ajeitar para a segunda coisa, eu vejo esses vídeos das pessoas em roupa de banho, tops e camisetas, para mim, pessoalmente, quando eu vou a um evento de caridade, eu prefiro algo mais formal. – Franzi a testa, batendo a mão no rosto. – Licença. – Ele saiu da câmera e seguiu para as escadas.
- Ei! – Gritei para Chris. – Aonde você vai?
- Espera aí! – Ele gritou de volta e eu parei a gravação.
- Ele vai se vestir todo, não?! – Bati a mão na testa.
- É o que parece. – Carly falou e eu sentei novamente no sofá, suspirando.
Demorou um pouco mais de vinte minutos para Chris descer, estava começando a achar que ele tivesse morrido lá em cima, ou tentado escapar, mas quando ele apareceu no topo da escada, me fazendo virar o rosto para vê-lo de corpo inteiro. Ele descia muito bem vestido, terno, sapatos lustrados, cabelo arrumado e uma taça na mão.
- O quão difícil é lavar um terno? – Perguntei para Lisa, me levantando novamente.
- Não é muito fácil. – Ela riu e eu me coloquei ao lado dela, dando play novamente.
- Onde ele arranjou essa taça? – Cochichei para ela que riu.
Ele fez uma gracinha de colocar o copo dentro do balde maior e fingir que era vinho, mexendo o líquido dentro do copo, cheirar e colocar na boca, ouvi a risada do namorado de Carly. E Chris cuspiu o líquido, uma careta se formando em meu rosto e revirei os olhos.
- Está delicioso! – Bati as mãos na testa e ele entregou a taça para Carly e sentou na cadeira. – Antes de fazer isso, eu nomeio meus parceiros de elenco de Expresso do Amanhã Tilda Swinton, Octavia Spencer e Jamie Bell. E meus amigos de O Soldado Invernal, Grillo, Mackie e Sebastian. – Ele suspirou. – Ah, e minha noiva! – Fechei os olhos fortemente, prensando as mãos no rosto, querendo matar Chris naquele momento. O fuzilei com o olhar e ele riu fraco, sorrindo para mim. – Vocês têm 24 horas. – Ele prendeu as mãos na cadeira, rindo nervoso. – Vamos fazer isso. – Shanna e seu namorado, Carly e seu marido e Ethan e Miles.
- Aprontar, preparar, já! – Carly falou, e eles jogaram em Chris, fazendo seu cabelo desmontar e ele fazer um barulho muito estranho e Ethan e Miles gargalharam ao meu lado, me fazendo sorrir.
- Isso é água gelada! – Ele falou e eu dei pause no vídeo, o vendo se levantar.
- Eu vou te matar! – Falei para ele, ouvindo Lisa rir ao meu lado.
- Achou que eu fosse te livrar dessa?! – Ele se aproximou de mim.
- A ideia era eu me manter escondida! – Gritei para ele.
- Para fora, agora! – Lisa falou para Chris e eu soltei uma risada fraca.
- Podemos fazer o seu lá fora! – Chris sorriu, abrindo a porta de vidro e eu suspirei.
- Eu vou doar! – Falei, sorrindo.
- Sim, isso também! – Ele abriu um largo sorriso. – Scott, pega o gelo! – Ele gritou e eu suspirei, sabendo que não adiantaria lutar, e peguei meu iPad, que ainda estava aberta na página do ALS, mas saí e entrei no site brasileiro da ELA, fazendo a minha doação e fechei a capa do mesmo novamente, e joguei no sofá. Tirei meu casaco e segui Chris pelo quintal, vendo que ele já havia tirado o paletó, a gravata e a blusa.
- Só para sua informação, eu não vou colocar um vestido de gala para tomar um banho, ok?! – Me aproximei dele que estava na ducha perto da piscina. – E eu vou fazer isso perto da piscina.
- Como vamos fazer isso? – Suspirei.
- Sei lá! – Ri fraco. – Eu não sou dramática igual você. – Ele riu e eu me aproximei da piscina, ficando na borda. – Mas eu definitivamente vou pular. – Apontei para a piscina e Scott se aproximou com um balde grande e outro saco de gelo.
- Enche aí! – Scott jogou o balde para Chris encher na ducha e ele logo foi preenchido de gelo. – Vamos lá! – Scott falou e eu tirei meu celular do bolso, entregando a Scott. – Preparada? – Scott perguntou.
- Ei, ei! – Chris gritou. – Espera derreter o gelo um pouco.
- Você sabe que já está um pouco gelado aqui fora? – Comentei e ele se aproximou de mim, carregando o balde.
- Pior que sei! – Ele mexeu os braços, com frio e se colocou ao meu lado.
- Gravando! – Scott disse.
- Oi, eu sou e eu fui nomeada para o desafio Ice Bucket e faz menos de 24 horas que eu fui nomeada, eu já doei, mas eu tenho um noivo que tem a idade mental de uma criança de 12 anos, então eu estou aqui para cumprir isso. – Chris soltou uma risada irônica e eu sorri. – Eu nomeio minha irmã Lílian, meu cunhado Scott e... – Pensei um pouco. – Cobie Smulders. – Fiz um positivo com as mãos. – Manda ver! – Fechei os olhos, e demorou um pouco, mas senti Chris virar o balde em cima de mim e a água escorrer pelo meu corpo, me fazendo tremer e esgueirar às costas, abrindo os olhos e soltando a respiração fortemente. Chris passou os braços pelo meu corpo e me pegou no colo, e pulou dentro da piscina comigo.
- Ah! – Falei, subindo para a superfície.


Capítulo 13

You run around and open doors like a gentleman, and tell me girl everyday you're my everything. (...) No matter how far we go, I want the whole world to know. I want you bad, and I won't have it any other way. No matter what the people say, I know that we'll never break, because our love was made in the USA. Always reading my mind like a letter, when I'm cold you're there like a sweater.
(Você corre e abre a porta como um cavalheiro e diz para mim "Garota, todo dia você é meu tudo". (...) Não importa quão longe formos, eu quero que o mundo inteiro saiba. Eu te quero muito, e não quero de outra maneira. Não importa o que os outros digam, eu sei que nunca no separaremos, porque nosso amor foi feito nos EUA. Sempre lendo minha mente como uma carta, quando tenho frio você está lá como um suéter).
– Demi Lovato – Made in The USA

- Onde você está? – Perguntei, agradecendo a mulher que havia colocado a bandeja na minha frente e pensei por onde começar, já com a boca salivando.
- Acabei de chegar no hotel, mas é tempo de deixar as coisas e ir embora, acho que já estamos atrasados, na verdade. – Chris falou do outro lado da linha.
- Já estamos sim! – Ouvi a voz de Megan do outro lado da linha e ri fraco.
- E você, onde está? – Ele perguntou.
- Eu estou no melhor lugar do mundo. – Respondi para ele rindo.
- É o melhor lugar do mundo, cara! – Scott falou alto ao meu lado, com a boca cheia de bolo.
- E onde seria esse lugar? – Ri fraco.
- Estamos experimentando bolos, docinhos e sei lá mais o que vem por aí. – Ri fraco, começando pelo primeiro bolo, cortando um pequeno pedaço e colocando na boca. – E está uma delícia.
- Sacanagem fazer isso sem mim, hein?! – Soltei uma risada fraca.
- Desculpa amor, mas é o que estava no cronograma da Agatha e eu realmente não ia perder a chance. – Ele riu fraco. – E afinal, é para compensar o fato que vamos ficar uma semana inteira sem nos ver. – Passei a língua nos lábios. – Esse é bom! – Sussurrei para Scott.
- E o que você já decidiu de bom, aí?! – Ri fraco.
- Bem, você sabe o meu tombo por doces brasileiros, não é?! Então estou pensando em doce de leite, beijinho e tudo com nozes. – Suspirei.
- E tem quem faz isso aí?
- Agora tem, eu pedi isso para a Agatha, então ela foi atrás de alguém que faça aqui em Los Angeles e não é que está gostoso?! – Peguei mais um pedaço de outro bolo, colocando na boca.
- Bem, o doce de leite eu lembro o que é gosto bastante, o beijinho eu não sei. – Coloquei mais um pedaço na boca, suspirando.
- É aquele de coco. Que fica bem branquinho. – Descansei o garfo.
- Oh! – Ele se empolgou. – Aquele é gostoso também, mas combinam?
- É a melhor coisa que você pode colocar em um bolo. Duas camadas, uma de doce de leite com nozes e outra de beijinho. – Ri baixo. – Eu enlouqueci Agatha um pouco, mas ela conseguiu colocar essas opções. – Suspirei. – E convenhamos buttercream comparado a esses doces, é totalmente sem graça.
- Você que entende dos bolos, sabia? – Ouvi sua voz. – Já vou, Megan!
- Sei sim! – Ela riu fraco.
- Eu tenho que ir, . – Ele suspirou. – Depois daí você vai fazer o quê?
- Eu acho que vou a um pub com o Scott, aí amanhã vamos decidir as flores, que eu já decidi, na verdade. – Ele riu baixo. – Mas vou ver os arranjos que eles preparam. E aí à tarde eu tenho uma entrevista de emprego. – Suspirei.
- Onde dessa vez?
- Details Magazine! – Falei animada.
- Uau! Essa é grande. – Confirmei com a boca.
- Sim e cheia de homens bonitos.
- Já não gostei tanto. – Ri fraco.
- É, mas a redação é principalmente de mulheres, então não se preocupe. – Quase deu para ouvir o alívio de Chris pelo que eu disse. – Mas quem sabe algum homem para minha despedida de solteira?
- ...
- Tchau Evans, boa sorte nas entrevistas, amor! – Falei, afastando o telefone da orelha. – Nos falamos mais tarde. Amo você! – E desliguei o telefone, ouvindo-o bufar por fim.
- Você é maldosa, mulher! – Scott falou ao meu lado.
- É brincadeira, você sabe, não é?! – Ele concordou com a cabeça e olhei para a bandeja dele que estava quase vazia. – Você sabe que a ideia é degustar, não?!
- Eu sei, mas isso estava uma delícia. – Ele riu. – Já se decidiu?
- Na verdade, já! – Suspirei vendo Agatha, nossa organizadora de casamentos do Four Seasons se aproximar.
- Pela sua cara creio que você já se decidiu. – Ela se sentou em minha frente com uma pasta bege escrita “ & Evans” em letras cursivas.
- É claro! – Ri fraco. – Vai ser o de beijinho com doce de leite mesmo, bolo branco e cobertura de pasta americana.
- E a decoração do bolo, já pensou? – Suspirei.
- Ah, pior que já, na verdade. – Ela abriu a pasta.
- E qual vai ser?
- Então, eu estive olhando o catálogo de arranjos que você me mandou e eu gostei bastante do buquê de rosas laranja e cor-de-rosa. – Ela abriu um sorriso.
- Imaginei que fosse gostar dele, você é nova, precisa dar um pouco de modernidade.
- E bem, como meu vestido vai ser inteiro branco e, pelo menos eu acho, Chris vai usar um terno simples, eu pensei em usar as flores como detalhes coloridos.
- É, as pessoas têm feito isso e essa combinação de laranja com rosa fica muito bonita, por sinal. – Ela anotou algo em seu caderno. – Só me surpreendo por você não ter escolhido lírios. – Soltei uma gargalhada.
- Na verdade... – Ela mexeu a cabeça, entendendo. – Eu quero alguns arranjos com lírios, o cheiro deles é maravilhoso e também Chris me pediu em casamento com bastante deles. Só não uso no buquê porque eles têm aquela ponta que mancha e eu realmente não quero que estrague meu vestido. – Ela soltou uma risada.
- Sim, acho que você está certa. – A senhora falou para mim. – E algumas noivas não sabem disso, mas buquês são feitos para brincar com eles, não para segurá-los como se sua vida dependesse deles. – Balancei a cabeça.
- Então certo, mas voltando ao bolo...
- Verdade! – Ela riu fraca. – Gostaria do bolo branco, pasta americana branca cobrindo ele e talvez as nossas iniciais pintadas no bolo e um arranjo de flores comestíveis do mesmo tom dos arranjos.
- E quantos andares? – Mordi os lábios, soltando uma risada fraca.
- Uns cinco? – Scott perguntou me olhando.
- Acho que sim. Formato redondo tradicional. – Sorri para ela.
- Certo, então podemos colocar o bolo como decidido? – Agatha perguntou.
- Podemos sim! – Scott bateu palma feliz ao meu lado e eu ri.
- Eu vou pedir para trazerem as opções de docinhos e se você tiver tempo, precisamos decidir os pré-convites. – Agatha falou se levantando.
- Eu nunca entendi essa de pré-convites. – Falei honesta.
- É basicamente um “Salve a Data” para os seus convidados não marcarem nada no mesmo dia. – Confirmei com a cabeça, já que o convite de casamento é entregado somente um mês antes do casamento.
- E a minha data está em um dia meio complicado. – Falei, não encontrando outra melhor palavra para achar.
- Pois é, mas tudo tem jeito. Vocês já começaram a fazer a lista de convidados?
- Na verdade está meio ajeitada já, é a família e amigos mais próximos. Creio que serão uns cem, 110 convidados no máximo.
- Ah, então será uma cerimônia pequena.
- Pelo que eu e Chris conversamos, sim.
- Como vocês decidiram por se casar em Los Angeles, e não em Boston ou no Brasil, nós oferecemos também um pacote de hospedagem para os seus convidados.
- Isso vai ser muito bom! – Scott falou, dando risada em seguida.
- Só precisamos pensar em como trazer todo mundo para cá. – Falei rindo. – Vocês têm alguma parceria com alguma companhia aérea? – Agatha riu.
- Infelizmente não, querida. – Ri fraco.

Acabei decidindo por um pré-convite simples, na verdade. Mas o papel que era o detalhe. Um papel grosso com uma textura maravilhosa nele, fez com que eu me apaixonasse, eu sou jornalista, então sim, eu me apaixono por papéis e fontes. Decidi por colocar escrito no topo “Salve a Data” logo abaixo “ & Chris” aí ícones, primeiro era um casal aí com o sinal de mais um anel e outro sinal de soma o símbolo do Four Seasons. Embaixo escrito “27 de Dezembro” e por fim “Em breve convite formal”. Creio que isso eu podia escolher sozinha. O papel branco era colocado dentro de um pequeno envelope, já que o papel não deveria ter mais que cinco centímetros de largura, era quase um cartão de visita e a própria Agatha iria se encarregar de fazer a entrega, eu só precisava lhe entregar a lista de convidados.
Os docinhos de casamento eu realmente fiz a festa. Bem, para começar, eu pedi para na hora de servir o bolo que fosse servido uma bola de sorvete junto, já que Chris simplesmente amava e convenhamos que a combinação é perfeita. Para os docinhos, eu fiquei muito em dúvida, e quando eu digo muita, eu digo bastante. O primeiro a ser escolhido foi o bem-casado, não precisava nem ter nas opções de escolha dela, mas pelo menos no Brasil, era tradição nos casamentos, ainda mais naqueles embrulhos perfeitos. O segundo que eu escolhi foi o morango grande coberto com chocolate, no chocolate preto o desenho de um terno e o de chocolate branco o de um vestido. O terceiro foram trufas de chocolate, passadas em cacau em pó, aquilo simplesmente derreteu na minha boca e eu me apaixonei.
O quarto foi um mousse de limão decorada com rodelas de limão açucarado, que o gosto era bem parecido com a que eu fazia em casa, então tinha certeza que ia agradar o Chris. E ainda dava uma variada em doces gelados. O quinto foi o famoso camafeu de nozes, eu não sou muito fã daquilo, devo admitir, mas sei que pessoas mais velhas amam aquilo, é tipo o nosso brigadeiro, sabe? Só que para eles é o camafeu de nozes. E eu escolhi pequenos brownies como última opção. Se existia uma sobremesa que eu havia me apaixonado quando cheguei aos Estados Unidos, eram os brownies.
- Bem, acho que é isso! – Falei, devolvendo o papel novamente para que Agatha pudesse anotar na pasta minha e de Chris. – Tem mais algo que eu posso já decidir hoje?
- Não, acho que por hoje não, mas tem várias coisas para resolver ainda. – Ela riu.
- É que eu estou animada. – Sorri fraco.
- Eu entendo, as noivas surtam pelos casamentos, é um sentimento bom.
- Acho que é a primeira festa que eu realmente quero fazer parte de tudo. – Suspirei.
- E eu estou junto! – Scott falou ao meu lado.
- Para comer, não é?! – Falei e ele ergueu as mãos, se levantando da mesa.
- Por isso é só, . Eu vou te dar uma cópia da minha pasta com tudo que precisamos decidir para o casamento, caso você tenha alguma ideia na cabeça, procure algo na internet, pode trazer que sempre há uma possibilidade. – Ela esticou a folha na minha frente, com três coisas ticadas, bolos, sobremesas e pré-convites.
- Tudo isso? – Perguntei e ela riu.
- É surpreendente, não?! – Agatha riu.
- Oh meu Deus! – Scott riu ao meu lado.
- Nos encontramos amanhã de novo? – Afirmei com a cabeça. – Aí falamos de flores, decoração e as lembrancinhas. – Afirmei com a cabeça.
- As flores e as lembrancinhas eu já tenho alguma ideia, mas a decoração que eu estou um pouco perdida ainda.
- A decoração são os assentos, toalhas, cadeiras, decorações de mesa, lustres, tudo isso. – Ela riu, fechando a pasta. – Afinal, sua cerimônia de casamento pode ter uma decoração diferente da festa, isso é a sua decisão.
- Combinado, Agatha. Vou dar uma olhada quando chegar em casa. – Ela esticou a mão, apertando a minha. – Nos vemos amanhã, noiva. – Abri um sorriso.
- Até amanhã, Agatha! – Eu e Scott viramos as costas e saímos da área.
- Quanta coisa para um casamento! – Scott cochichou para mim quando saímos da sala de Agatha.
- Pois é, irmão, fazer um casamento é caro! – Ele riu.
- Já sabem quanto vai dar ao todo? Ou só depois?
- Não, a gente já sabe, tanto que só fechamos o preço depois de tudo isso.
- E, se me permite perguntar, quanto vai sair? – Suspirei.
- 35 mil dólares, e mais cento e vinte por cabeça. – Scott arregalou os olhos.
- Espero que o lucro de Capitão América tenha sido bom! – Soltei uma risada.
- Você sabe quanto seu irmão ganha por contratação? – Virei para ele. - Quase 14 milhões de dólares. – Ele arregalou os olhos. – Isso sem contar direitos autorais e lucro de filmes.
- Estou em choque, como você sabe disso?
- Caso você não se lembre, fui assessora dele até julho desse ano, amor. – Ele riu. – Mas antes que você pergunte, vamos dividir as despesas. Todas as despesas.
- Jornalismo ganha bem? – Suspirei, achando engraçado a pergunta.
- Se fosse no Brasil, eu diria que não, mas aqui nos Estados Unidos é diferente. – Suspirei, entrando no carro quando ele abriu a porta para mim e ele entrou do outro lado. – Um jornalista aqui nos Estados Unidos pode ganhar de 24 a 72 mil por ano. Eu, pelo menos na Megan, fazia 48 mil por ano. – Ele arregalou os olhos. – Isso dá uns quatro mil por mês, tirando os bônus.
- Mas isso é bastante dinheiro. – Soltei uma risada, colocando o cinto de segurança enquanto ele saía da garagem do Four Seasons.
- E eu guardo, Scott, eu não gasto tanto, gosto de comprar algumas coisas sim, mas meu foco acho que sempre foi algo maior. Então, desde que eu comecei o meu primeiro estágio, durante a faculdade, eu guardo pelo menos 40% dos meus ganhos. Relaxa, eu posso pagar minha parte. – Ele riu. – Posso pagar até inteira na verdade, mas quero que sobre um pouco para um carro. – Ele gargalhou ao meu lado. – Afinal, atualmente eu ganho zero ao ano, então pode demorar um pouco. – Ele sorriu.

Eu e Scott ficamos só um pouco em um pub que ele conhecia em Los Angeles, afinal, ninguém estava muito a fim de comida, se Agatha falasse que eu ia escolher o buffet no dia seguinte, eu acho que eu ia vomitar. A ideia era degustar, sim, mas não quando havia umas dez escolhas de bolos na minha frente e 65 de docinhos e sim, eu experimentei cada um deles.
Scott estava sendo uma bela ajuda para mim nesses dias, mas eu queria minha irmã mesmo ao meu lado, os dois seriam ótimos na verdade, mas infelizmente isso não seria possível antes do mês que vem e as partes divertidas, como experimentar todas as sobremesas deliciosas do mundo, ela não estava aqui, mas eu não podia culpá-la, eu que decidi casar com um americano, em uma cidade neutra para nós dois, e a única cidade neutra que conhecíamos, era Los Angeles, mas ela viria, ela passaria duas semanas comigo em outubro.
- Para casa agora? – Scott perguntou.
- Por favor, eu preciso dormir. – Falei, encostando a cabeça no carro. – Amanhã o dia vai ser longo.
- Quer companhia amanhã? – Suspirei.
- Acho que amanhã não vai precisar, Scott. Eu vou encontrar Agatha depois da minha entrevista, então nem sei que horas vai terminar lá.
- Vai mesmo voltar a trabalhar? – Soltei uma risada fraca, suspirando.
- Vou, Scott! – Abri um sorriso. – Não sou o tipo de pessoa que fica parada em casa o dia inteiro. – Ele abriu um sorriso.
- Que bom! – Ele riu.
- Mas não vai ser para sempre. – Falei finalmente. – Se eu tiver que escolher entre ter uma família e trabalhar, eu quero uma família.
- Falando nisso. – O cortei.
- Eu estou bem, Scott! – Sorri. – Às vezes eu me pego pensando nisso e tal, mas prometo que estou bem.
- Quer que eu fique contigo essa noite?
- Não precisa! – Soltei uma risada. - Vou ficar procurando algumas coisas dos itens que a Agatha deu e ainda vou tentar falar com Rupert, se ele tiver acordado!
- Ah, e o seu vestido? – Soltei uma risada.
- Rupert desenhou alguns modelos para mim e eu, bem, sempre fui dos vestidos mais abertos e menos justos. – Ri baixo. – Ele vai ser branco, tomara-que-caia, rendado. – Suspirei. – Vamos esperar o dia para vocês verem, ok?! – Abri a porta do carro.
- ! – Ele gritou. – Por que você deixa o pessoal falando sozinho?
- Nem eu vi o vestido ainda, Scott! – Falei rindo. – É só o que eu sei também. – Ele riu, batendo a mão na testa. – É o que eu posso dizer, mas vai ser simples e elegante. – Falei o fazendo rir.
- Você vai ficar bonita até com um saco de batatas. – Sorri.
- Isso eu posso garantir que não vou usar. – Ele afirmou com a cabeça, sorrindo. – Apesar de que se Rupert fizer um vestido com um saco de batatas ia ficar lindo do mesmo jeito.
- Concordo. – Ele riu.
- Boa noite, Scott! Nos falamos depois.
- Boa noite, ! – Acenei com a mão e imediatamente Jordan abriu a porta para mim.

- Só acho que a gente precisa se encontrar. – Rupert falou na tela do Face Time.
- Você tem algo para me mostrar? – Perguntei e ele riu fraco.
- Eu queria te mostrar algumas opções de pano. Você disse que, por mais que o vestido fosse do tipo ‘bolo’, queria que ele aparentasse leve. – Ele comentou, suspirando. – E eu estive fazendo umas compras esses dias para algumas clientes e acho que você vai gostar.
- Clientes, hein?! – Ele riu.
- Continuando! – Mostrei a língua. – Ele é um tule bem fininho, em um tom rosado muito discreto. Quem não presta atenção acha que é branco e com o pano debaixo sendo branco e as rendas brancas também... Não sei você precisa vir aqui dar uma olhada.
- Semana que vem! – Afirmei com a cabeça. – Depois do TIFF, eu falo para o Chris para passarmos aí.
- Quando você vai? – Ele passou a mão nos cabelos.
- Quinta-feira! – Abri um sorriso de lado.
- E o trabalho? Você disse que tem uma entrevista amanhã.
- Então, o horário é bom, é um horário que eu gosto, na verdade. – Ri fraco. – É das 7 às 15hs.
- Nossa! Tão cedo?
- Eu prefiro a ter que ficar até à noite na redação. – Ele concordou com a cabeça.
- Isso é verdade! – Ele riu. – Vai para redação, então?
- Voltar, na verdade. – Ri baixo. – Meu primeiro emprego depois que eu me formei foi em redação, era na minha cidade, mas mesmo assim. – Ele riu. – Na faculdade o estágio foi na assessoria, aí nesse jornal, em assessoria durante a pós, em assessoria agora, e vamos ver o próximo.
- Você gosta de assessoria. – Ele falou e eu ri.
- Gosto sim.
- Por que você não fica na Megan, mas aí em LA? – Suspirei.
- Eu não quero ter nenhuma ligação com o Chris, tirando o fato que infringe o código de ética do qual fonte não é amigo, nem namorado, nem nada. – Ele riu fraco. – E com o mundo que estamos hoje, não quero ter que depender do Chris se algo acontecer.
- Como assim? – Suspirei.
- Eu estou me casando com o Chris porque o amo, porque quero passar o resto da minha vida com ele.
- Creio que ele também pensa assim, . – Sorri. – Ele esperou 33 anos para isso. – Abri um sorriso. – E você acha que ele vai querer abandonar uma pessoa igual você? Pelo que eu conheço de você, ele tirou a sorte grande.
- Às vezes eu acho que fui eu.
- Ele muito mais! – Ele completou. – Acredite o que eu estou dizendo. E eu não digo isso só para encher sua bola.
- Pois ela está bem cheia, viu?! - Rupert riu.
- O que vocês estão conversando aí? – Derek apareceu no vídeo com Liana no colo e Leslie se mexeu em meu colo, latindo para Liana.
- Tia ! – Liana falou e Rupert a colocou em seu colo.
- Oi minha linda! – Acenei para ela e Leslie veio para o meu lado na cama e apoiou as patas em minhas pernas.
- Cachorro! – Liana falou empolgada. – É seu, tia ? – Sorri para ela.
- É sim, essa é a Leslie.
- Oi cachorrinho! – Leslie se acomodou em meu colo, deitando a cabeça novamente.
- Você precisa conhecê-la um dia, Liana. – Ela sorriu, batendo palmas.
- Você está bem, tia ? – Ela perguntou, com os olhinhos brilhando. Suspirei.
- Estou bem sim, Liana, agora está tudo bem. – Ela sorriu, balançando a cabeça.
- Que bom!
- Está na hora de alguém dormir, não?! – Derek falou e ela fez um bico.
- Mas papai...
- Vamos Liana, amanhã vamos sair cedo, você não disse que queria ir para praia? – Ela deu um pulo rapidamente, deixando somente que sua cabeça aparecesse pelo computador.
- Tá bem. – Ela suspirou se apoiando na mesa. – Boa noite, tia ! Te amo. – Ela mandou beijo.
- Também te amo, minha linda. Boa noite! – Falei e ela andou para trás, onde Derek estava.
- Boa noite, ! – Acenei para Derek.
- Boa noite, querido! – Mandei um beijo para ele que sorriu.
- Acho melhor você ir também. – Falei para Rupert.
- É, eu preciso, acordei cedo hoje. – Ri fraco. – Você também deve ir, a entrevista é cedo, não?
- Pois é, em um sábado de manhã. – Revirei os olhos e ele riu. – Vocês vão onde amanhã?
- Cape Ann. – Um largo sorriso apareceu involuntário em meu rosto. – Traz boas lembranças, não é?!
- Algumas! – Ri fraco. – Primeiro encontro... Quem diria que daria em algo. – Sorri.
- E vai dar muito mais. – Ele riu.
- Agora falando sério, , você está bem mesmo, não é?! – Suspirei.
- Estou Rupert, sério. – Ele afirmou com a cabeça, encerrando o papo.
- Vou lá, então.
- Vai sim, eu vou atrás do meu noivo, tem umas 15 mensagens no meu celular já. – Ele riu e eu bocejei. – Ou vou dormir, vai que...
- Fala com ele antes, conte o que você decidiu...
- E o que eu preciso decidir ainda. – Bocejei novamente. – Nossa!
- Até mais, , em uma semana te quero aqui, ok?! Precisamos começar a dar forma nesse vestido. – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar, chefe. – Bati continência. – Estarei aí. – Ele riu.
- Boa noite. Ah, você vai receber uma encomenda essa semana, para o TIFF.
- Rupert! – O repreendi, mas feliz ao mesmo tempo. – Quero ver minha conta no fim da vida.
- De nada! – Ele riu.
- Boa noite, Rupert! – E desliguei a chamada, procurando o nome do meu noivo e clicando no mesmo. – Nossa, que rápido! – Falei quando ele atendeu a chamada.
- Me ignorando, é?! – Vi Chris aparecer na tela, ele estava encostado na cama, exatamente igual a mim, só que ele usava o celular. Dava para notar que seu tórax estava nu.
- Estava falando com Rupert e desculpe, mas você não pode nem sonhar sobre os papos do vestido. – Ele riu.
- Eu sonho com isso todo dia, ! – Abri um sorriso. – Você entrando, toda linda. – Ele sorriu.
- Temos três meses ainda. – Falei. – Que passam voando, por sinal. – Ele riu.
- E aí, o que decidiu hoje? – Ele bocejou.
- Bolos, sobremesas e os pré-convites! – Abri minha bolsa que estava jogada na cama e peguei o modelo de pré-convite que escolhi. – O que acha? – Ele deu uma risada.
- Que graça!
- Eu gostei! Simples, fácil e fofo!
- Eu adorei, ! – Sorri. - E o que escolheu de docinhos? – Soltei uma risada.
- Bem-casado, que é tipo o macaron brasileiro, aí mousse de limão, brownie, camafeu de nozes, morango coberto com chocolate e trufa de chocolate. O que acha?
- Eu acho que eu fiquei com fome! – Dei risada.
- E para acompanhar o bolo eu escolhi sorvete, porque sei que alguém gosta.
- Bastante! – Ele falou fazendo uma careta. - O que falta ainda? – Franzi a testa.
- Chris, falta coisa para caramba! – Peguei a lista e virei para o computador. – Isso é tudo que tem que decidir ainda.
- Nossa! – Soltei uma risada.
- Eu e seu irmão falamos a mesma coisa. – Ele riu. – Amanhã eu vou decidir os arranjos e a decoração, o que você acha da combinação rosa com laranja? – Perguntei, fechando um olho.
- Isso seria colocado como?
- Só em flores. – Suspirei. – Acho que se colocar em muitos lugares fica empetecado. – Ele riu.
- Tenho que admitir que é uma combinação bem legal, na verdade! – Abri um sorriso.
- Eu estava olhando umas decorações aqui na internet e pensei em fazer o clássico casamento branco e prata e usar as cores das flores para dar um upgrade.
- Você entende melhor que eu para isso, sabia? – Soltei uma risada.
- Pois é! A gente aprende a importância da cor na faculdade de jornalismo, sabia? – Ele gargalhou.
- Sério?
- É sério! – Falei rindo com ele. – Mas não como usar em um casamento. – Franzi os lábios. - Eu quero falar você, mas para acabar o assunto casamento, a gente tem que pensar nas lembrancinhas. – Ele passou as mãos nos cabelos bagunçados.
- Você tem alguma ideia? – Suspirei.
- Duas, na verdade, mas não sei como executar. – Soltei uma risada, franzindo a boca.
- Diga lá!
- Uma delas envolve sabonetes. Uma caixinha feita com nossos nomes no fundo, data, tudo aquilo e dois sabonetes dentro dela. Talvez em formato de coração, um branco e um preto, algo assim. – Ele afirmou com a cabeça, ponderando a ideia. – E a outra seriam biscoitos amanteigados, com formatos que nos interessam. Uma claquete, um gravador, uma noiva, um noivo, sei lá. – Suspirei.
- Pô, pior que eu gostei das duas ideias. – Ele riu. – Um a gente come e o outro a gente usa ou guarda. – Suspirei.
- Então, eu gostei das duas também, mas realmente não sei o que escolher.
- Eu vou pensar aqui, ok?! Amanhã eu te aviso.
- E como foi hoje? – Ele suspirou.
- Eu estou cansado, amor! – Ele derrubou os ombros, fazendo o celular mexer.
- Muitas entrevistas? – Perguntei e ele afirmou com a cabeça.
- Me deixa lembrar aqui. Variety Magazine, MTV, W Magazine, The WRAP, American Airlines, e InStyle… Acho que foi isso. Tirando as sessões de fotos.
- Deus pai! – Soltei uma risada. – Você deve estar cansado mesmo, eu já cansei só de ouvir. – Ele riu.
- E pior que foram coisas longas. A do The Wrap durou uns quinze minutos. Eles perguntaram até de Não é Mais um Besteirol Americano.
- Uma banana enfiada na sua bunda. – Falei, fazendo uma careta e dando de ombros e ele riu.
- Foi tipo isso que eu falei. – Ele riu.
- Amanhã tem mais?
- Tenho, três compromissos acho, mas não sei ao certo. – Ele suspirou.
- Vai descansar amor, eu também tenho que ir, me preparar para mais uma entrevista. – Ele afirmou com a cabeça.
- Nenhuma resposta ainda? – Neguei com a cabeça.
- E na verdade, não sei se aceitaria as que eu fiz a entrevista, eles perguntaram sobre você, cara, estou achando que eu vou ter que trabalhar com a Megan de novo. – Ele riu.
- Não é uma má ideia.
- Você sabe que eu estou brincando, Chris. – Ele afirmou com a cabeça.
- Eu sei, desculpe! – Abri um sorriso de lado.
- Afinal, você estava muito bonito, hoje. – Ele riu. – Dei uma olhada nas fotos.
- Obrigado!
- Boa noite, Evans! – Falei, mandando um beijo.
- Boa noite, , fica bem. – Afirmei com a cabeça. – Qualquer coisa me liga.
- Pode deixar. Amo você.
- Também te amo. – Abri um sorriso e desliguei a ligação.

Eu falei para todo mundo que estava bem, mas não era tudo verdade. Eu estava tendo muitos pesadelos, para falar verdade e só não tinha feito teste de gravidez ainda porque não havia passado o tempo que o médico disse para não transar. Porque eu havia colocado na minha cabeça que faria um exame de gravidez a cada duas semanas até a minha paranoia passar.
Eu estava bem com a situação, fazia só três semanas, era um tempo pequeno, eu não podia achar que tudo ia melhorar em três semanas. Eu tenho tentado me distrair o máximo que eu consigo, com as entrevistas de emprego, com a preparação do casamento e tudo mais. Lá em Boston eu tinha meus amigos para me distrair, mas aqui em Los Angeles eu não conhecia muitas pessoas ainda.
A maior parte do tempo eu conversava com Larry ou Jordan, dependendo qual dos dois estava de plantão. Eles eram carinhosos comigo e realmente não se importavam, e com Chris fora, eu realmente precisava de algo para me distrair. Sair com Leslie para andar na rua me distraia um pouco também, mas eu não servia para isso.
Algumas noites eu já fiquei vagando pela casa na tentativa de dormir e a tentativa era inútil. Dava algumas voltas pela casa, fazia um chocolate e voltava para cama, às vezes funcionava, mas às vezes tinha que tomar um sonífero para me ajudar.
Ia passar, eu sei que ia. Mas para mim, que sempre sonhei em ter um filho, parece que era um pouco diferente, parece que não simplesmente ‘aconteceu’. E aí eu começava a colocar besteiras na minha cabeça e você já deve imaginar o resultado. Uma coisa puxa a outra e a imaginação aumenta.
Aquela noite eu consegui dormir bem, depois de ficar virando na cama por umas duas horas. Mas eu dormi e fiquei realmente puta quando o despertador tocou. Me arrumei quase do mesmo jeito de quando eu fiz a entrevista na ID, calça social preta, camisa de manga comprida branca, os cabelos presos em um rabo de cavalo e o sapato de salto alto. A maquiagem leve no rosto e fui.
Pelo menos não perguntaram de Chris, o que já fez que tudo mudasse de figura. O emprego era para editor de texto, o que eu realmente me interessei, porque como eu fiquei muito tempo em assessoria, nota-se que a linguagem dos dois veículos são parecida, não é o famoso Hard News que os jornais e o online fazem.
A pessoa que falou comigo era uma mulher mais velha, tipo Kelly, ela era a editora-chefe da revista. O papo rolou muito bem, tanto que a entrevista demorou quase uma hora, isso pode ser um bom sinal, como pode não significar nada.
Algo que fez com que eu realmente me interessasse por ali foi a forma que eles perguntaram sobre Chris. Bem, sobre ele não perguntaram nada, não igual às outras revistas perguntaram. Quando ela estava me cumprimentando para sair, eu estendi a mão esquerda, já que ela era canhota e ela olhou para o meu dedo.
- Foi por causa dele que você saiu do seu antigo trabalho? – Olhei para minha aliança de noivado e afirmei com a cabeça. – Por quê?
- Aprendemos na faculdade um pouco de ética no jornalismo, a maioria das vezes nós decidimos o que é ético ou não e dessa vez realmente não seria. Antes de ele me propor, eu já pensava em sair e após o pedido, foi o motivo perfeito para eu sair.
- Bom saber! – Ela sorriu.
Ela agradeceu pela minha vinda e disse que mandaria o e-mail com o feedback, tanto negativo, quando positivo. O que é bom, assim a gente não fica igual uma tonta com esperanças por algo e acabando não tendo.
Saí de lá feliz, eu gosto de revista. É melhor que jornal diário e online, na verdade, TV eu nem conto, pois realmente não gosto, então se eu conseguisse trabalhar na Details Magazine, eu ficaria imensamente feliz, porque era um veículo que eu realmente gostava. E ainda mais a Details Magazine, uma revista bastante conhecida nos Estados Unidos e no mundo.

Peguei um táxi na frente do prédio em que ficava a Details e segui para o hotel Four Seasons que já era como minha segunda casa. Cheguei lá, arregaçando as mangas da blusa e desabotoando o primeiro botão, como sempre Los Angeles estava extremamente quente. Agatha me esperava em sua mesa e eu sorri ao sentar em sua frente, relaxando. Era bom perder aquela tensão e falar do que eu realmente queria.
Conversamos primeiro sobre a cerimônia do casamento, decidimos que seria ao ar livre mesmo, em um dos jardins do Four Seasons, a decoração do casamento seria feita totalmente com rosas brancas. O tapete branco, pequenos e baixos arranjos de flores na lateral do tapete, e as cadeiras igualmente brancas de madeira. Em frente, teria um arco feito com rosas brancas, e algumas tulipas brancas também seriam colocadas no altar.
Quando chegamos ao assunto altar, aproveitamos para conversar sobre a licença de casamento, o que ela falou que eu e Chris precisávamos assinar que ela cuidaria do restante. Era uma beleza você ia simplesmente para aprovar ou não. Era muito bom isso.
Para decidir a decoração da festa do casamento demoramos um pouco mais. Como tinha somente nosso evento naquele dia, pude escolher pelo salão, escolhi pelo salão retangular, as mesas também retangulares, com toalha branca e vidro por cima, as cadeiras de madeira com assentos brancos, e com um pequeno arranjo de rosas brancas, rosas e laranjas em cima de algumas mesas, e um alto com velas e mais fino, que aumentava em cima.
Colocamos a mesa da família de frente para o salão. Quando me fui perguntada sobre quem sentaria em cada lugar, eu preferi não colocar isso, cada um sentaria-se à mesa que quisesse somente os familiares teriam lugar marcado.
O serviço de buffet ficaria nas laterais menores do salão e a mesa do bolo foi colocada em um canto, próximo ao palco, que era preparado para isso, mesas e afins. Uma mesa principal redonda ficaria o bolo, e um pouco mais atrás, duas mesas retangulares ficariam os docinhos.
Como, provavelmente, seria um DJ para a festa, o deixaríamos no palco. E o meio do salão livre para o pessoal dançar. Olhando assim, no geral, estava tudo perfeito. A empolgação crescia cada dia mais dentro de mim.
Para terminar aquele papo, Agatha me perguntou também sobre vestidos, maquiagem, cabelo e afins. Eu disse que já tinha tudo sobre controle, falando para ela que o vestido já estava dando forma e que tinha gente especializada para cuidar de toda a parte de beleza para mim, mas falei para ela dar uma olhada em Chris, já que como guardávamos segredos um do outro, eu não sabia como estava indo as coisas para ele. Ela disse que conversaria com ele.
- Bem, acho que por enquanto é só! – Ela falou, fechando a pasta. – Você disse que vai viajar, certo?
- Sim, vou encontrar o Chris em Toronto.
- Na volta, precisamos decidir urgentemente o convite de casamento. – Afirmei com a cabeça.
- Combinado! – Ela sorriu.
- Boa viagem, !
- Obrigada, Agatha, eu te ligo quando voltarmos. Qualquer coisa pode me mandar e-mail que eu respondo. – Ela afirmou com a cabeça e eu sorri.

- Surpresa! – Falei quando Chris abriu a porta e um largo sorriso se formou em seu rosto.
Ele passou os braços pela minha cintura e me abraçando fortemente, enquanto eu joguei a mala no chão e o cabide do vestido para o outro lado. Passei meus braços pelos ombros de Chris, permitindo que ele me levantasse do chão e me levasse para dentro do quarto. Ele me colocou no chão novamente e ergueu as mãos para meu rosto, olhando fixamente nos olhos e eu sorri, sentindo seus lábios tocarem nos meus logo em seguida, suspirei, erguendo meus braços e passando a mão em seu pescoço, o vendo sorrir quando nos separamos.
- Pensei que não viria mais. – Soltei uma risada fraca.
- Você acha que eu perderia sua grande estreia? – Ele abriu um sorriso. – Nem se eu tivesse que vir de carro de Los Angeles para Toronto. – Ele riu fraco.
- Você não tem carta de motorista. – Franzi os lábios.
- Outra coisa que precisamos providenciar. – Ele riu, indo até a porta e pegando minha mala e o cabide do vestido do outro lado e colocou ambos na cama.
- Azul? – Ele falou olhando para o vestido.
- Sabia que azul combina comigo? – Ele riu fraco, dando mais um beijo em meus lábios.
- Isso me fez decidir qual camisa irei usar então. – Ele falou, pegando uma camisa azul dentro do armário. – Agora me diga o que houve com o voo? Você disse que viria ontem à noite, aí Megan disse que seria hoje de manhã. – Suspirei, sentando na beirada da cama e tirando meus tênis dos pés e puxando as meias para fora também.
- Aparentemente é possível chover forte em Los Angeles, sabia? – Ele riu. – Não sabia que isso acontecia. Aí eles adiaram o voo para as 4 da madrugada, mas eu que não iria pegar um táxi a essa hora da manhã. – Ele riu e eu me levantei novamente. – Então peguei o voo agora de manhã, consegui dormir em casa e vim!
- E você, está bem? – Afirmei com a cabeça.
- Estou sim! – Sorri, já sabendo onde aquela história levaria.
- O que você quer? – Sorri em meio a uma risada.
- Eu quero comer alguma coisa. – Suspirei. – Depois já tem que começar a me arrumar, não é?! – Ele olhou seu relógio rapidamente.
- Temos umas quatro horas até Megan começar a nos irritar! – Ele riu. – E como foi a entrevista?
- Melhor que as outras, tenho que admitir, mas ainda não recebi nenhuma resposta. – Dei de ombros. – Não vou ficar pensando nisso, já passei muito por isso. – Ele afirmou com a cabeça.
- Acho que hoje seria o dia perfeito para ficarmos trancados nesse quarto de hotel, só nós dois juntos...
- Ainda não dá, Chris. – Falei, o olhando e ele riu, se aproximando de mim.
- Eu não disse assim. – Afirmei com a cabeça. – Só nós dois, longe do mundo. - Ele depositou um beijo em minha cabeça.
- Você está nervoso, não?! – Ergui o rosto, já que eu estava mais baixa que ele, olhando em seus olhos.
- Como você sabe? – Ri fraco.
- Porque você está arranjando um jeito de fugir e também porque eu te conheço. – Mexi os ombros. – Eu vou casar contigo, sabia disso? – Ele riu fraco.
- Pois é, fui informado disso! – Soltei uma risada, encostando meus lábios nos dele. – Falando em casamento, o que mais foi decidido? – Ele passou os braços pelos meus ombros.
- Vamos dizer que a decoração da nossa cerimônia e da festa já estão decididas. – Ele sorriu. – Eu tenho algumas fotos, se você quiser, ainda dá tempo de mudar.
- Então por que você não me mostra? – Ri fraco e segui para minha mala, puxando de lá de dentro uma pasta e entreguei a Chris.
- Aqui está tudo que foi decidido até agora. Modelos de como vai ficar o nosso.
- Os pré-convites eu já vi e tá muito legal! – Ele riu, andando até a cama e se sentando nela. – Isso é o quê? – Peguei uma foto.
- A cerimônia. – Ele esticou a foto, observando-a mais de perto.
- Isso vai ser lindo demais. – Ele abriu um largo sorriso, soltando um suspiro em seguida. – Sério! – Ele riu sozinho. – Não parece que é realidade. – Estiquei minha mão sobre sua perna e ele sorriu.
- Vai ser! – Ele afirmou com a cabeça, sem tirar o sorriso do rosto.
- O que temos aqui agora? – Ele pegou a foto maior.
- Esse é a festa! – Apontei para foto. – Aí os arranjos estão meio roxo e rosa, o nosso só vai mudar para rosa e laranja.
- Posso dizer que isso está top? Essa decoração no meio da pista, parecendo que são gotas de algo.
- Nossa! Você usando essa expressão? – Brinquei e ele riu.
- Pois é, isso pega! – Afirmei com a cabeça.
- E tem as fotos dos docinhos e bolo. – Chris arregalou os olhos quando pegou as fotos.
- Caramba! – Foi sua reação. – Isso parece muito bom. – Ele riu.
- Isso é muito bom! – Afirmei com a cabeça.
- Sacanagem você fazer isso sem mim. – Ele franziu a testa.
- Relaxa, você vai comigo escolher os pratos do buffet e também as bebidas, que eu vou deixar tudo para você. – Ele ponderou com a cabeça.
- Acho uma troca justa. – Ri fraco. – E o que mais?
- Lista de convidados. – Ele fez uma careta.
- Eu tinha me esquecido disso! – Ele assumiu.
- Pois é! – Suspirei. – Acho que o certo é cada um fazer a sua lista e depois a gente junta.
- Você já fez a sua? – Ponderei com a cabeça.
- Eu pensei, na verdade. – Ele riu. – Mas a sua vai dar muito maior que a minha, isso eu tenho certeza. – Ele passou a mão na testa.
- Eu vou fretar um avião tanto para a sua família, quando para a minha. – Olhei para ele.
- Tá louco? Isso deve ser super caro! – Ele deu de ombros.
- Ou comprar passagem para todo mundo, a gente vai ter que fazer isso, . – Suspirei. – É o único jeito.
- Podemos pensar nisso depois?
- Eu cuido disso, você se mantém com a Agatha. – Olhei para ele. – Dessa parte cuido eu.
- Mas Chris, a gente combinou que ia dividir tudo.
- Veja isso como meu presente de casamento para você. – Ri fraco.
- Você se importa em ganhar algo tipo um chaveiro? – Ele riu fraco.
- Você é meu presente. – Afirmei com a cabeça, passando meus braços ao redor de seu corpo.

- Olá! – Ouvi a voz de Lisa atrás de mim, enquanto eu colocava uma folha gigante de alface na boca.
- Ei, vocês chegaram! – Chris se levantou e eu fiz o mesmo após engolir a folha. - Como foi o voo?
- Foi tudo bem! – Lisa me abraçou, dando um beijo em minha bochecha. – E vocês, aprontando muito? – Suspirei.
- Deu problemas ontem por causa da tempestade em Los Angeles e eu só consegui vir agora. – Carly me abraçou.
- Ela chegou tem uma hora mais ou menos. – Chris falou e eu abracei Scott.
- Shanna não conseguiu vir? – Lisa suspirou.
- Pois é, parece que nunca conseguimos juntar todo mundo. – Ela respondeu e eu afirmei com a cabeça.
- Estão com fome? – Chris perguntou se sentando novamente em uma mesa do restaurante do hotel.
- Não, comemos no avião, na verdade. – Carly falou.
- Eu estou! – Scott falou, rindo.
- A fome do Scott é tipo a minha, é eterna sabe?! – Brinquei e ele mostrou a língua. – Nem vem, você comeu todos os docinhos e todos os bolos que levaram para gente degustar!
- Ah, faz parte. – Ele riu e eu revirei os olhos, sentando novamente em frente ao meu prato. – Eu vou pegar algo para comer.
- E os preparativos para o casamento? – Ri fraco.
- Deus, é tudo lindo, maravilhoso. – Elas riram. – É incrível, sério. E são tantos detalhes, não imaginei que fosse tão difícil organizar um casamento.
- Pois é querida! Na minha época já era caro, na de vocês é mais ainda.
- É, mas o importante é que está dando tudo certo. – Chris falou e eu afirmei com a cabeça.
- Acho que vamos deixar vocês comerem e vamos subindo. – Lisa falou. – Se ficarmos aqui vocês não comem nunca.
- Sem problemas! – Scott falou, voltando do buffet.
- Saímos às 15h? – Lisa perguntou.
- Sim, por aí, a Megan chama. – Carly afirmou com a cabeça.
- E os pombinhos, como estão? – Scott perguntou, enquanto eu colocava um pedaço de carne na boca.
- Bem, como sempre! – Ri fraco, mastigando. – E você? Devo adicionar algum namorado na lista de convidados?
- Não sei ainda. – Ele deu de ombros. – Conheci um cara, mas não sei se vai dar certo.
- Como assim? – Falei, limpando meus lábios.
- Acho que é areia demais para o meu caminhão.
- E você acha que a é o que para o meu? – Olhei para Chris surpresa, rindo. – É sério! – Ele brincou. – Mas eu não vou desistir dela, cara, nunca.
- Eu realmente amei ouvir isso. – Falei brincando e Chris deu uma piscadela para mim. – Por que você acha isso, Scott? – Perguntei.
- Ele é editor da Playboy Magazine. – Scott suspirou. – E eu só sou um ator.
- Olha, já vi essa história antes! – Falei, franzindo os lábios. – Ator e jornalista, nunca dá certo! – Scott olhou para mim.
- Verdade, vocês são isso. – Dei de ombros.
- E posso dizer que, apesar das dificuldades, distância e tudo mais, estamos indo muito bem. – Chris falou, me fazendo sorrir.
- Tentar não custa, Scott. Ainda mais se ele realmente gostar de você também. – Ele afirmou com a cabeça.
- Vamos ver! – Ele riu fraco, balançando a cabeça.
- E se quiser arranjar um emprego para mim na Playboy Magazine, eu realmente não ligo. – Scott e Chris gargalharam. – E antes que vocês falem das fotos sensuais e pornográficas, a Playboy é uma das revistas com as melhores entrevistas que eu já vi. – Ambos arregalaram os olhos.
- Eu nunca ia imaginar isso. – Chris falou e eu ri, voltando minha atenção para o meu prato.

- O que você acha? – Perguntei para o Chris, quando saí do banheiro pronta, com os cabelos escovados, a maquiagem clara feita, a pulseira no braço, os brincos nas orelhas, o anel de noivado na mão, somente com os pés descalços.
- Oh meu Deus! – Chris falou, se levantando da cama e se aproximando de mim com um sorriso no rosto. – Você parece uma boneca. – Abri um sorriso, sentindo-o passar as mãos em meu vestido pela lateral do meu corpo. Ele ia até o joelho, tinha um top bege com bordados azuis em formato de folhas e pequenas pérolas por cima e uma saia rodada no mesmo tom dos bordados.
- Uma boneca? – Falei rindo e ele afirmou com a cabeça.
- Você está incrível! – Ele falou rindo e tocou os lábios nos meus levemente.
- E você vai mesmo tirar meu batom? – Falei brincando, deslizando os lábios uns nos outros.
- Pode ser depois, se você preferir. – Ele falou baixo, dando um beijo em minha bochecha.
- Acho que é melhor. – Falei rindo. – Está pronto para sua nova ascensão à fama? – Perguntei e ele riu fraco.
- Eu não sei...
- Vai dar tudo certo, senhor diretor. – Passei minha mão em seu rosto, ajeitando alguns fios arrepiados em sua barba. - Estarei lá para segurar sua mão, se for preciso. – Ele riu fraco.
- Você é mesmo incrível, não? – Ri fraco e segui para minha mala, tirando minhas sandálias pratas e segui para a cama, calçando-os.
- Pronto? – Perguntei me levantando, pegando minha bolsa de mão e colocando meu celular na mesma e um pacote de lenços.
- Sim! – Ele se levantou, ajeitando a gola do paletó e abotoando os botões do mesmo.
- Você está muito lindo, Chris! – Sorri para ele que se aproximou de mim. – Me deixa só esconder sua corrente de Santo Antônio. – Toquei minhas mãos em seu pescoço e coloquei a corrente que ele sempre usava por dentro e arrumei a gola em seguida. Ele usava um terno grafite, uma camisa azul escuro por baixo do paletó, sem gravata e um sapato social preto, muito bem engraxado.
- Você também, ! – Ele riu e um barulho veio da porta. – Timing perfeito. – Ele riu.
- Só lembre-se de uma coisa, Chris! – Falei para ele. – Tudo vai dar certo.
- Ei, Megan! – Chris falou abrindo a porta e eu acenei para ela.
- Querida! – Ela correu em minha direção me abraçando. – Como você está? Está melhor? – Afirmei com a cabeça.
- Parem de me perguntar isso, estou bem. – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça.
- Vamos então. – Ela falou, dando de ombros e eu segui Chris para fora do quarto, segurando em sua mão quando ficamos lado a lado.
- Nossa, que casal mais lindo esse! – Lisa falou saindo do quarto dela com Carly e Scott, e eu ri.
- Obrigada! – Falei com um largo sorriso no rosto.
- Pronto, Chris? – Scott perguntou.
- Não pergunta isso, gente, ele vai vomitar daqui a pouco. – Falei e Chris riu nervoso ao meu lado.

Chris foi quieto o caminho inteiro ao meu lado. Ele segurava minha mão fortemente e eu podia sentir que suas mãos suavam, ele estava muito nervoso. Megan foi no banco da frente, explicando como iria acontecer, o de sempre, que até eu já estava acostumada. Chegar, passar pelo tapete vermelho, tirar alguma foto sozinho, comigo e com o elenco do filme, depois passaria pras entrevistas, que seriam logo no tapete vermelho e entraríamos na sala preparada para a estreia do filme.
Eu sentaria com Megan, Lisa, Scott e Carly, enquanto Chris fazia a apresentação do filme, introdução do elenco e tudo mais. Depois ele se sentaria comigo para assistirmos ao filme e por fim teria perguntas e respostas para as pessoas que estavam presentes, a maioria fãs. A rua estava fechada, só passava carros para a première do filme, pelo menos era o que eu havia entendido ao menos que tivesse outro evento acontecendo paralelamente ao que estávamos chegando.
- Agora sou eu que digo para você que vai ficar tudo bem, ok?! – Apertei sua mão e ele abriu um sorriso para mim, estalando um beijo em minha bochecha. – Está pronto? – Ele riu fraco.
- Sim, estou! – Ele afirmou e eu abri a porta do carro, colocando os pés para fora e ajeitando meu vestido no momento em que eu saí. Megan já estava ao meu lado.
Chris saiu do carro e os gritos começaram, me fazendo rir, aquilo era realmente incrível. Megan cochichou algo para ele e ele afirmou com a cabeça. Chris acenou para o outro lado da rua, onde alguns fãs estavam amontoados e eu afirmei com a cabeça, apontando para Megan. Segui a loira para a lateral e dei uma ajeitada em meus cabelos rapidamente, acenando para Mark Kassen, o produtor de Chris, que passava pelo tapete vermelho, ele acenou de volta o que fez alguns fotógrafos virarem para minha direção e eu soltei uma risada, voltando meu olhar para Chris que passava de fã em fã, assinando pôsteres e tirando fotos.
Ele deu a volta quando a fila acabou e atravessou a rua, seguindo em minha direção novamente. Ele estendeu sua mão para mim e eu a segurei entrando ao seu lado no tapete vermelho, Megan a alguns passos de nós. Logo paramos para as fotos, eu só sorria, mas Chris escondia o rosto de vez em quando na dobra do meu pescoço, o que me fazia rir e apoiar a mão em seu ombro. Ou ele fazia aquilo de propósito para as fotos saírem um pouco menos robóticas, ou ele estava realmente distraído. Sorri para algumas fotos e dei um beijo na bochecha de Chris, dando espaço para ele tirar fotos sozinho e fiquei na lateral do tapete vermelho.
- Oi, ! – Olhei para o lado, encontrando Alice Eve.
- Oi, Alice! – Sorri para ela, ainda meio desconfortável e ela me abraçou rapidamente.
- Eu adorei seu vestido! – Ela comentou e eu passei a mão na saia azul.
- Obrigada! – Sorri. – Você está muito bonita também. – Ela sorriu.
- Parabéns pelo noivado. Vocês são um casal lindo. – Afirmei com a cabeça.
- Obrigada! – Sorri verdadeiramente.
- Alice, vamos tirar umas fotos? – Megan falou para Alice.
- Vai lá! – Abri um sorriso e ela afirmou com a cabeça.
- Vocês duas estão bem? – Megan riu fraco.
- Sem graça. – Suspirei. – Isso foi muito desconfortável. Eu estava errada, eu sei, mas...
- Deixa para lá, . Passou. – Afirmei com a cabeça, dando mais um passo para o lado, quando Chris chegou perto dos repórteres.

- Vamos indo, Chris? – Megan se aproximou de mim, Chris, Lisa, Scott e Carly. – Tá na hora.
- Relaxa. – Sorri para ele. – Você lutou por isso, você merece.
- Obrigado! – Ele afirmou com a cabeça, depositando um beijo em minha testa.
- Seja você mesmo que dá certo! – Ele riu fraco e suspirou.
- Vai lá, gatão! – Scott brincou e Chris foi puxado por Megan.
- Sutil sempre! – Gritei para Megan.
- Vamos, . Agora você está com os normais! – Scott brincou estendendo o braço para mim e eu ri.
- Como se eu não fosse. – Brinquei, acompanhando Scott para dentro da sala de cinema com Carly e Lisa logo atrás de nós.
Uma atendente na porta nos atendeu educadamente, conferindo nossos nomes na lista e nos indicou, novamente, para as últimas fileiras. Firmei meu braço no de Scott e subi os degraus até chegar lá em cima e nos dividirem novamente, eu fui para a última fileira, e eles foram três abaixo. Suspirei, me sentindo mal um pouco, como era quando eu não estava lá?
Andei até chegar o meio da fileira e fiquei observando o público encher a sala de cinema do Festival Internacional de Filmes de Toronto e me mantive sentada em meu canto, suspirando. Olhei as horas e era quase 16 horas, estava para começar.
As luzes das laterais apagaram e surgiu uma a frente, um homem negro muito elegante, subiu no palco, caminhando até o púlpito que tinha no meio do palco e se colocou, observando os papéis que tinha ali com ele.
Ele apresentou o filme que veríamos, com a direção de Chris Evans, todos na sala, inclusive, eu mesma, aplaudimos fortemente por isso. Depois ele se apresentou como diretor artístico do TIFF, mas não consegui entender seu nome. Agradeceu o pessoal por comparecer e disse que era uma noite empolgante para todos, sim amigo, eu sei. E deixou claro que éramos as primeiras pessoas a ver aquele filme.
- Com vocês, um dos mais consagrados atores da atualidade, ele está aqui para apresentar sua estreia na direção, me ajudem a receber Chris Evans! – Aplaudi Chris que apareceu rapidamente no palco, seguindo até o púlpito, cumprimentando o homem do outro lado.
- Obrigado, muito obrigado! – Ele riu nervoso. – Isso é intimidador. – Ele assumiu e eu sorri. – Estou muito feliz em estar aqui, obrigado TIFF, obrigado a todos que fizeram isso possível. Eu queria dirigir há um bom tempo, isso teve muito trabalho, muitas pessoas, obrigado a todos... Obrigado a todos que eu já conheci. – Franzi a testa, soltando uma risada fraca. – Minha vida inteira, e qualquer um que eu já conheci. – Ele riu fraco. – Eu trouxe algumas pessoas que realmente tiveram um papel importante nesse filme, vou começar com um dos meus ótimos amigos, que eu já trabalhei há alguns anos junto. Não seria nada sem ele nesse filme. Nosso produtor, Mark Kassen. – Aplaudi Mark, que entrou no palco, dando um grande abraço em Chris. – Depois, nossos produtores executivos que fizeram disso uma experiência maravilhosa. Viola e McG. – Aplaudi novamente. – Ao pessoal que inicialmente montou o roteiro, e foram loucos o suficiente para me deixar cuidar disso. Howard, Karen e Bill. – Chris deu uma rápida corrida até eles, abraçando-os. E voltou novamente, meu Deus, ele estava totalmente desajeitado. – Eu mandei bem! – Ele falou. – Isso é tão aterrorizante. Eu não sei mais o que dizer. – Mark cochichou algo para ele. – Ah, temos mais uma pessoa. – Bati a mão na testa, ele tinha esquecido de Alice, só da atriz principal. – Viu? Sem o Mark eu não seria nada. Última, mas não menos importante, Alice Eve. – Ele mexeu as mãos, meio que se desculpando e eu ri, aplaudindo Alice que entrou rindo, expulsando Chris do microfone.
- Obrigada por vocês terem vindo, me deixa dizer algumas coisas sobre Chris. Ele foi incrível, espero que vocês gostem.
O elenco saiu do palco e as luzes se apagaram, fazendo que o logo do TIFF aparecesse e em seguida a cidade de Nova York surgisse, e o nome do filme “Before We Go” no meio da tela, me fazendo sorrir. Algumas cenas cotidianas da cidade, até que Chris surgiu no meio dessas cenas, usando uma blusa social, tocando trompete para um casal que se despedia.
Não deu cinco minutos para que Mark, Chris e Alice, nessa ordem, surgissem pela parte de trás, pedindo licença para passar. Eu espremi as minhas pernas por um momento e Chris se jogou na cadeira ao meu lado. Ele olhou para mim e eu sorri, colocando minha mão em cima da dele no braço da poltrona, ele não falou nada. Olhei para Alice ao meu lado que sorriu, fiz o mesmo.
A definição perfeita que eu posso fazer desse filme é: gostoso. Ele era um filme ótimo para ver à tarde, com as amigas, rindo das desgraças que aconteciam com duas pessoas em Nova York que já não estavam muito bem sentimentalmente.
Os acontecimentos rolavam devagar, não era nada apressado, nada estranho, mas sutil, as coisas aconteciam no meio da cidade de Nova York, fazendo relação do movimento anterior para o próximo. Não sei se era porque eu sou noiva de Chris, mas não achei que ambos tinham química, talvez porque a história não era para ser de amor, e sim de dois desconhecidos andando pela cidade. Ri quando Scott apareceu na tela.
Chris não largou minha mão em nenhum momento. Sua mão estava suada e dava para notar que ele estava tremendo um pouco. O filme tinha uma hora e meia pelas minhas contas, do horário que começou até agora, e eu tinha adorado cada momento dele.
Quando o filme deu sinais que estava chegando ao fim, quem ficou nervosa fui eu. O filme estava perfeito? Não! Mas me diz qual filme é perfeito? Senti meus lábios tremerem quando a tela ficou preta e uma expectativa enorme surgiu em meu peito e algumas lágrimas encheram meus olhos quando a frase “Dirigido por Chris Evans” apareceu, fazendo meu corpo arrepiar inteiro.
Enquanto o cinema inteiro aplaudia, eu estava literalmente jogada na poltrona, exatamente do mesmo jeito que Chris estava. Virei o rosto para ele que tinha uma lágrima rolando pela sua bochecha, passei minha mão pela sua bochecha limpando a mesma e ele sorriu, me fazendo dar um sorriso desajeitado.
- Eu estou orgulhosa de você! – Falei me levantando e aplaudindo junto com o público. Ele levantou logo atrás de mim e me abraçou fortemente, soltando um longo suspiro, pelo barulho eu não pude dizer, mas quando ele se separou de mim eu notei que seu rosto estava vermelho, ele tinha chorado. – Estou muito orgulhosa! – Repeti e ele suspirou, se virando para Mark e eu virei de costas, para Alice, abraçando-a sinceramente. – Eu adorei! – Ela sorriu e eu ri fraco. Ela agradeceu e virou o corpo de costas, seguindo para fora da fileira, junto de Chris e Mark, que eu aproveitei para dar um grande abraço.
- Vamos para as perguntas dos fãs. – Mark falou e eu afirmei com a cabeça, me sentando novamente.

- Eu quero que você me diga exatamente o que você achou! – Chris falou assim que entramos no quarto do hotel, quando chegamos da after-party.
- Oi para você também. – Ele riu e eu o abracei novamente, o fazendo rir.
- Eu vi você chorando. – Ele falou.
- Eu também vi você chorando! – Repeti e ele riu. – Você me entendeu.
- O filme não é para chorar, eu chorei quando apareceu seu nome. – Ele sorriu e eu sorri, passando o dedo em sua bochecha e ele fechou os olhos. – Eu não pratiquei, nem estudei para ser jornalista crítica. – Comecei. – Então minha informação como jornalista e a noiva são as mesmas – Ele afirmou com a cabeça. – Eu não sei o que vão dizer, mas eles não têm nenhum direito de diminuir o filme, não mesmo. – Ele sorriu. – Esse vai ser o tipo de filme que eu vou ver diversas vezes, porque me cativou. É uma comédia romântica, mas também não é uma história de amor, o modo como as situações se encaixam, a fraqueza dos personagens em tentar continuar, mesmo quando tudo está dando errado, mas ao mesmo tempo a força que eles têm de querer saber onde aquilo vai dar. – Ele sorriu, encostando a testa na minha. – Você tem futuro, senhor Evans! – O vi abrir um sorriso e passei minhas mãos pelos seus ombros, passando-as em seguida em seus cabelos.
- Isso significa muito para mim, sabia? – Ele afastou o rosto do meu, passando os braços pela minha cintura.
- Eu não estou dizendo isso para te agradar. – Falei sincera e ele riu.
- Mesmo assim, fez que eu me sentisse bem. – Passei as mãos pelos seus ombros, descendo pelo seu corpo e desabotoando o botão do seu paletó.
- Acho que devemos dormir, não?! – Falei.
- Pelo jeito é, já que estamos de castigo por mais uma semana. – Ele riu, tirando o paletó e jogando em cima da cama.
- Somente um jeito de castigo, na verdade. – Falei, virando meu corpo para ele. – Abre o zíper, por favor.
- Não, sem chance, você não vai me excitar para não dar em nada depois. – Ele falou e eu gargalhei, sentindo seus dedos deslizarem pelas minhas costas, abrindo meu vestido. – Eu quero o pacote inteiro. - Virei meu corpo para ele, deixando meu vestido escorregar pelo meu corpo, me deixando somente de calcinha, até cair no chão, o peguei e o joguei na cama.
- Ok, então. – Falei dando de ombros e coloquei minha mão no fecho de seu cinto, desafivelando-o. Deslizei minha mão para o zíper de sua calça e o deslizei para baixo, acariciando a região um tempo por cima da cueca, o vendo fechar os olhos fortemente. – Se é o que você quer. – Abaixei minhas mãos e virei de costas, seguindo para o banheiro.
- ! – Bati a porta e a tranquei, o ouvindo tentar abrir a mesma e eu ri no banheiro, me olhando no espelho.


Capítulo 14

Now that I've found you my heart's beating faster, we could be happy forever and after. We could be married, like Mrs. and Mr, we'll have a son and we'll give him a sister. Just one thing holding us together, a four letter word and it lasts forever.
(Agora que eu te encontrei meu coração bate mais forte, podemos ser felizes para sempre. Podemos estar casados como senhora e senhor, teremos um filho e daremos a ele uma irmã. Só uma coisa está nos mantendo juntos, uma palavra de quatro letras e isso dura para sempre).
– McFLY – Love Is On The Radio

Ouvi o barulho da porta da frente se fechar e escorreguei meu corpo no sofá, para que ela não visse que eu estava em casa. Leslie veio correndo de algum dos quartos, e passou reto, não me vendo. Ouvi um suspiro e um baque, provavelmente deixara a bolsa em cima do balcão da cozinha e ouvi outro baque franzindo a testa.
- E aí, menina, ficou bem sozinha? – Ouvi sua voz e Leslie latiu, fazendo rir. – Eu preciso de um banho e depois de um suco bem gelado, que tal? – Leslie latiu novamente, como se entendesse. – Você precisa de um banho também, mas isso não é trabalho meu, amor, desculpa! – Ela riu em seguida e comecei a ouvir seus saltos batendo no chão, ficando cada vez mais alto.
A vi passando por mim, sem nem notar e passar pelo corredor, andando em direção ao quarto e tirando seu fino casaco, enquanto fazia isso. Franzi a testa e ergui meu corpo novamente. Com a testa franzida, ela realmente não tinha visto? Sentei direito no sofá e coloquei o pote de pipoca no sofá, me colocando na beirada do sofá.
- A ideia era me surpreender ou me assustar? – Dei um grito, ouvindo a voz de atrás de mim e em seguida a ouvi gargalhar.
- Como você fez isso? – Perguntei me levantando e ela continuava gargalhando da minha cara.
- Você não é pequeno, amor! – Ela sorriu e eu dei a volta no sofá, sentindo seus braços passarem pelo meu corpo, colando seu corpo no meu. – Eu achei que tivesse visto algo, mas aí suas malas estavam no quarto. – Soltei uma risada fraca, deslizando meu queixo em seu pescoço. – Foi só sair pela porta de vidro e entrar pelo outro lado. – A vi sorrir e colei meus lábios nos seus, sentindo sua mão bagunçar meus cabelos, enquanto eu passava minhas mãos pelas suas costas, fazendo que a blusa subisse. – Como foi a China? – Ela sorriu, com o rosto colado no meu. – E o torneio? Fiquei sabendo que você é péssimo no golfe.
- Foi bom, na verdade. – Ri fraco, roçando meus lábios nos dela. – E sim, realmente golfe não é meu esporte. – Ela riu, apertando meus braços com a ponta dos dedos. – Mas foi para caridade. – Ela afirmou com a cabeça.
- E te diverte um pouco! – Afirmei com a cabeça, não querendo soltá-la.
- E como está indo no trabalho? – Ela abriu um sorriso.
- Eu conheci Johnny Depp hoje! – Ela abriu um sorriso fofo.
- Por que você conheceu o Johnny Depp? – Ela riu, deslizando as mãos pelo meu pescoço.
- Porque ele vai ser a capa de dezembro da Details. – Afirmei com a cabeça, franzindo os lábios. – Mas, além disso, está sendo bom. – Ela deu um sorriso de lado. – Eu preciso de um banho, vem comigo. – Ela falou, me soltando e me puxando para o quarto.
- Por que está sendo só ‘bom’? – Perguntei, fechando a porta assim que entramos no quarto.
- Eu não sei. – Ela suspirou, puxando o vestido de manga comprida para cima e jogando-o na cama, seguindo para o banheiro. – Eu pensei que estaria mais feliz, agora que eu estou trabalhando em revista, que era algo que eu sempre quis, mas parece que me falta ânimo. – Ela ligou a torneira da banheira e se apoiou na beirada dela. – Eu acho que não estou motivada. – Ela suspirou, cruzando os braços. – Mas está tudo bem.
- Por que você não volta com a Megan? – Perguntei, me aproximando dela. – Você sabe que ela te aceitaria de volta. – Passei minhas mãos sobre seus braços.
- Eu já te falei várias vezes do porque, Chris. – Ela abriu um sorriso de lado.
- Mas você não precisa trabalhar comigo. – Falei a vendo sorrir. – Tem vários famosos por aí.
- Acho que já tenho drama pelo resto da minha vida, amor! – Ri fraco, afirmando com a cabeça.
- Talvez seja hora de você encontrar algo novo que você ama também.
- E jogar fora dez anos da minha vida? – Neguei com a cabeça.
- Quem disse que você vai jogar fora? – Beijei seu rosto. – A gente se conheceu, enquanto você trabalhava para o jornalismo. Vamos passar a vida inteira juntos. – Ergui os ombros. – Não sei se alguém te disse, mas você pode fazer mais de uma coisa na vida. – Ela sorriu, passando os braços pelo meu corpo, escondendo o rosto em meu pescoço.
- Eu vou pensar. – Ela falou finalmente e eu sorri, dando um beijo na ponta do seu nariz.
- A banheira vai transbordar. – Comentei e ela virou imediatamente, deslizando-as. – Se importa se eu me juntar a você? – Ela abriu um sorriso.
- Você acha que eu vou negar? Depois de ficar quase uma semana longe de você? – Arqueei uma das sobrancelhas e ela piscou o olho para mim.

Passei minha mão em seus cabelos e ela soltou um suspiro, encostando a cabeça em meu peitoral e passou o braço ao redor do meu corpo, colando seu corpo no meu. Deslizei minha mão pelas suas costas, amassando a blusa do seu pijama. Ela estava acordada, eu sabia disso, mas o silêncio estava muito bom. Ela soltou um suspiro e se mexeu ao meu lado.
- Megan me contou que você vai ter que voltar para a Ásia. – Suspirei, virando meu rosto para ela.
- No começo do mês que vem, só. – Falei. – Mas prometo que vai ser rápido, eu prometi que ia te ajudar com as coisas do casamento e vou. – Ela sorriu, se levantando e sentando sobre a cama, virando o corpo para mim.
- Não estava nem falando disso, na verdade. – Ela sorriu, e eu sentei na cama, encostando minhas costas no encosto da cama. – É que eu recebi um e-mail da Susan, esposa do Robert. – Olhei para ela. – Eles vão dar uma festa no dia das bruxas, e eu queria muito ir. – Soltei uma risada. – Eu nunca participei dessas coisas, Chris. É seu trabalho me apresentar isso.
- Tudo bem, com certeza vamos. É dia 31, agora no fim do mês? – Ela afirmou com a cabeça. – Pode preparar sua fantasia.
- Eu vou ligar para Rupert. – Ela soltou uma risada.
- Do que você vai?
- Não tenho muita certeza ainda. - Ela falou sorrindo. – Agora, voltando ao assunto do casamento. – Ela se colocou em pé na cama. – Já volto. – Ela saiu do quarto rapidamente, com os pés descalços batendo no chão e logo retornou, jogando uma pasta para mim, reconheci a pasta de Agatha, organizadora do nosso casamento. – Isso é o que falta para gente resolver.
- Ok, vamos ver! – Coloquei a pasta na cama e abri a mesma, puxando uma folha de lá. – Lembrancinhas! – Parei, olhando para ela. – Já não tínhamos decidido?
- Não, a gente conversou sobre isso, mas não ficou decidido ainda entre os sabonetes e os biscoitinhos. – Ri fraco. – Tem alguns modelos aqui dentro. – Ela procurou algumas coisas na pasta e me entregou. – Seria assim os sabonetes e os biscoitos amanteigados. – Ela esticou duas fotos para mim.
- Eu acho que prefiro os sabonetes. – Falei olhando para os sabonetes de duas cores, em uma caixa transparente, com um papel no fundo.
- Eu prefiro também. – Ela sorriu para mim, tirando a folha da minha mão e pegando uma caneta em sua mesa de cabeceira. – Então dois sabonetes, no formato de corações?
- É, acho que vai ficar fofo. – Falei e ela sorriu para mim.
- Um preto e outro branco, o que acha? Uma caixa transparente.
- Nossos nomes escritos na tampa, um cartão de agradecimento na parte de baixo. – Completei.
- E os corações sobrepostos em cima. – Ela sorriu.
- Acho que está decidido, então. – Falei e ela me entregou a folha novamente. – Buffet e bebidas.
- Pula! – falou. – Precisamos marcar um dia para Agatha poder preparar as coisas, igual foi com os bolos e docinhos. – Afirmei com a cabeça.
- Convites. – Falei e ela suspirou.
- Isso já deveria ter sido decidido há muito tempo, os meus têm que ser entregues pelo correio, não se esqueça disso.
- Os meus também, não tá fácil ir para Boston agora, só em dezembro mesmo. – Ela suspirou. – Você tem alguns modelos? A gente já decide agora.
- Bem, até tenho, mas eu queria um daqueles que estão na moda. – Ela pegou o iPad na sua mesa de cabeceira. – Olha! – Ela me estendeu o aparelho. – Ele é um cartão somente, com todas as informações. Nossos nomes em cima, estão te convidando para blá, blá, blá, data, horário, local da festa e tal, mas o que eu mais gostei foi esse envelope rendado, e essa fita em volta e um broche, fechando.
- Acho que você está apaixonada. – Comentei e ela sorriu, rindo em seguida. – É bonito, é simples, é a sua cara. – Ela sorriu, batendo palmas.
- Viu? E dizem que é difícil resolver um casamento. – Comentei e ela riu.
- A gente não está vendo preços, Chris. É o que eu disse, em outras circunstâncias...
- É, mas você está casando comigo! – Soltei uma risada fraca e ela deu de ombros.
- Próximo item da lista. – Ela falou.
- Música. – Falei e nos entreolhamos. – DJ. – Falamos juntos e rimos.
- Agora quem é o problema. – Ela falou.
- Alguém que tenha uma ótima variação desde músicas de flashback, até os pops atuais. – Comentei, passando a mão na testa.
- Tenho certeza que Agatha deve ter algumas sugestões. – Ela falou e eu ri fraco.
- A gente deixa isso em aberto, então. – Ri fraco, fazendo um ponto de interrogação em frente a categoria.
- Você está riscando todo o papel dela. – tomou o papel da minha mão. – Terno.
- Tudo decidido. – Falei, encostando a cabeça no travesseiro novamente.
- Já, é? – Ela olhou para mim.
- Já! – Sorri e dei uma piscada para ela.
- Mal posso esperar. – A ouvi dizer.
- E o seu vestido? – Perguntei curioso.
- Preciso fazer uma prova, mas quando vamos para Boston? – Ela olhou para mim e eu fechei os olhos. – Mas o Rupert é foda, se formos em dezembro ele consegue fazer os consertos e quando vier para LA para o casamento. – Ela deu de ombros. – Com isso eu não me preocupo. – Ela sorriu para mim. - Foto e vídeo?
- Ah, aquele dia que ela conversou comigo eu decidi isso já, ela me mostrou alguns trabalhos de um fotógrafo recém-contratado deles e é demais. Ele faz um trabalho mais clássico. – Falei olhando para ela. - E tem alguns ajudantes que cuidam das fotos e um que cuida de vídeo.
- Bem, você entende dessas coisas melhor que eu. – Ela riu e deitou a cabeça em seu travesseiro, estendendo a folha para cima e eu a peguei novamente.
- Alianças. – Fiz uma careta, olhando para ela. – Eu tinha esquecido disso. – gargalhou ao meu lado.
- Daqui a pouco a gente vai ter que alterar todo esse casamento. Usar folha de palmeira como aliança e também calção de banho como roupa. – Ela riu e eu olhei para ela, sorrindo.
- A gente vai amanhã cedo comprar, que tal? – Ela diminuiu o sorriso, olhando em meus olhos. – O que acha, senhora Evans?
- Você vai me deixar colocar seu sobrenome? – Ela perguntou, me olhando. Virei meu corpo na cama e ergui minha mão até tocar seu rosto, acariciando-o levemente.
- Eu vou amar dividir meu sobrenome contigo. – Ela abriu um sorriso, soltando um suspiro. – Evans. Gostei como isso soa. – Ela soltou uma risada fraca e vi uma lágrima rolar pela sua bochecha. – Você tem meu nome e meu amor. – Ela riu fraco.
- Vamos continuar aqui, antes que eu fique mais emotiva. – Ela pegou a lista e olhou para ela novamente, mas eu só queria olhar para .
- Alianças a gente resolve amanhã, então. – Falei.
- Combinado. – Ela disse, sorrindo. – Jóias e acessórios, é comigo. – Ela riu fraco, passando para o próximo tópico. – Valsa.
- Isso você pode deixar comigo. – Peguei a lista, riscando a palavra.
- Como assim? – Ela perguntou.
- Eu danço valsa, . Na verdade, eu danço o que você quiser. – Ela franziu a testa, soltando uma risada em seguida.
- Pelo menos algum de nós sabe. – Ela sorriu fraco e eu olhei para ela.
- Eu te ensino. – Ela olhou para mim por algum momento.
- Bem, se você estiver mentindo, pagaremos mico juntos no casamento. – Soltei uma gargalhada e li o último tópico da lista. – Madrinhas, padrinhos, daminhas e pajens. Oh, fodeu! – Falei.
- Chris! – Ela riu e virou para mim. – Eu só não sei se temos o mesmo número para eu e você. Você vai ter mais gente que eu, tenho certeza.
- Isso é verdade. – Falei.
- Ethan, Miles, Stella para pajens e daminha, certo? – Olhei para ela, concordando com a cabeça.
- São as crianças que temos, não?! – Falei rindo.
- Sim, e eu quero a Liana também.
- Perfeito! – Falei e ela suspirou.
- Acho que isso já está decidido. – Ela falou, dando de ombros. – Agora padrinhos e madrinhas? Quem você está pensando?
- Os óbvios, Scott, Carly, Shanna e Tara, com os respectivos parceiros.
- Mas aí complica para Scott. – Ela falou e eu franzi a testa.
- Verdade. – Suspirei.
- Minha irmã é solteira também, podemos colocar os dois juntos. Aí fica sete casais, mas um de cada lado. – me olhou e eu gostei da ideia.
- Acho que vai ser legal. – Soltei uma risada fraca.
- Quem mais você tem além da Lílian? – Suspirei.
- Rodrigo, isso é óbvio, Derek, e, você vai ficar surpreso, mas Megan. – Ela abriu um largo sorriso, suspirando.
- Megan? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça.
- Ela se tornou uma grande amiga para mim, Chris, eu não posso me esquecer dela. – Afirmei com a cabeça.
- E as duplas, ficam com quem?
- Lílian com Scott, Derek com Rupert, Megan e seu marido e posso colocar o Rodrigo com a Ruth. – Ela riu fraco. – Para eu não esquecer ninguém em Boston.
- Acho que isso é uma ótima ideia. – Falei e ela sorriu. – Mas eu acho que vou trocar o marido da Megan pelo meu amigo Joshua, eu nem conheço o marido da Megan. – Franzi a testa.
- Pior que nem eu. E o Joshua é um grande amigo seu. – Sorri e ela riu fraco.
- E os pais? Sua mãe vai entrar contigo, certo?
- Na verdade... – Ela olhou para mim, suspirando. – Ela disse que... – puxou fortemente o ar, sentando na cama novamente. – Eu conversei com ela esses dias sobre isso, eu a convidei para me levar ao altar e ela disse que eu não preciso dela. – Os lábios de tremiam. – Não de um jeito ruim, mas de um jeito bom. – Ela passou a mão na lateral dos olhos, respirando fundo. – Que eu cresci muito nesse tempo em que eu estive aqui nos Estados Unidos. Que eu aprendi a lidar com várias coisas sozinha, que eu aprendi a amar sozinha, que eu aprendi a ser feliz independente dela. – falou, com os olhos brilhando. – E ela disse que se eu aprendi a fazer tudo isso sem ela, que ela vai ter o maior prazer de me ver entrando na igreja de frente e não ao meu lado. – Ela puxou forte o ar, o nariz dela já entupido. – Você pode. Ela disse. Então, eu vou tentar. – Afirmei com a cabeça e ela passou as mãos nos olhos. – Eu vou tentar por ela. Por você. - Ela apontou para mim.
- Ela está certa. – Passei a mão em seu rosto. – Sair de casa e vir morar em um país estranho, sozinha não é fácil, mas você conseguiu e o mais importante ainda, é que você conseguiu tudo isso sozinha, uma carreira, um amor, um futuro, você conseguiu tudo, e você vai ter muito mais. – Ela passou os braços pelo meu corpo e eu sorri, sentindo o cheiro de seu perfume. – Você pode ter o que você quiser, não se esquece disso.
- Obrigada. – Ela falou, com a voz meio falha.
- Bem, com isso. – Eu olhei para ela, que passava as mãos nos olhos. – Colocamos minha mãe comigo, porque essa não me deu a opção que a sua mãe te deu. – Ela riu fraco. – E podemos colocar sua mãe entrando com meu pai.
- É uma boa ideia. – afirmou com a cabeça. – Eu devo perguntar sobre sua madrasta?
- Assistindo ao casamento em uma das últimas fileiras. – Brinquei e riu.
- Que malvado ele! – Ela brincou e eu ri.
- Isso porque eu sou legal!
- Eu sei que você gosta da sua madrasta.
- Gosto, normal, mas você conhece a dona Lisa, não é?! – Ela gargalhou.
- Faz sentido.

Saí do banho passando a mão no cabelo e abri a porta do quarto, sentindo um delicioso cheiro de bolo vindo de fora. Caminhei em direção à cozinha e encontrei colocando duas formas de cupcakes que ainda estavam saindo fumaça, em cima da bancada. Ela tirou cada um da forma rapidamente, organizando-os em uma forma de pizza. Ela puxou as luvas e as pendurou ao lado do fogão, voltando sua atenção para o creme que ela tirava de duas latas de leite condensado, aquele creme meio bege, meio alaranjado que eu adorava.
- O que está fazendo? – Perguntei fazendo-a virar o corpo para mim.
- O que parece? – Ela respondeu, deixando o doce de leite de lado.
- Sim, eu sei que você está fazendo cupcakes, mas por quê? – Ela riu fraco.
- Sei lá, porque eu gosto, porque você come! – Sorri e me sentei em um dos bancos da bancada e a vi pegar cada um dos 24 cupcakes e tirar o centro do bolo de cada um, colocando o que ela tirava em um prato separado, que eu roubava alguns pedaços de vez em quando. – Ei!
- Você ia usar isso? – Perguntei, com a boca cheia.
- Dava para fazer cakepop. – Ela reclamou.
- Desculpa! – Falei e ela revirou os olhos. – O bolo é do quê? Está muito bom.
- Banana! – Ela falou e eu arregalei os olhos, me surpreendendo.
- Isso é bom demais!
- Você nunca tinha comido bolo de banana antes? – Ela perguntou e riu em seguida.
- Sem graça. – Mordi os lábios e ela voltou para a outra bancada, abrindo um saco de confeiteiro e enchendo um com o doce de leite e outro com outro creme branco.
Ela voltou para a outra bancada com os dois sacos de confeitar e começou a rechear os cupcakes com doce de leite, enchendo eles até a boca, depois ela pegou o outro saco e começou a cobrir o cupcake com o creme branco. Fiquei observando , ela tinha jeito para coisa, ela era calma, despreocupada e parecia que tinha uma felicidade completa nela. Ela colocou tudo na pia e voltou com um copinho cheio de confeitos preto e branco, ela jogou poucos em cada cupcake e deixou o copo de lado novamente, pegando um cupcake e me entregando.
- Aqui, experimenta! – Peguei o mesmo e descolei a forminha de papel do bolo e o mordi, quase metade de uma só vez. Pegando o bolo, a cobertura e o recheio de uma vez só.
O creme da cobertura era bem parecido com o brigadeiro, mas era branco, então o gosto era mais suave, mais cremoso, suspirei, olhando para que acompanhava todas as minhas reações. Terminei de comer o cupcake e amassei o papel olhando para . Ela tinha aquele olhar de expectativa no rosto, mas eu estava pensando longe, longe mesmo, na real.
- Eu sei o que você pode fazer! – Gritei para ela e joguei o papel a forminha de papel longe.
- Ah? – Ela olhou para mim.
- Você pode abrir uma confeitaria. – Gritei novamente.
- Chris...
- Não, pensa comigo! – Falei. – Você faz cupcakes perfeitos, você gosta de fazê-los e você é muito boa nisso também. – Abri um sorriso. – Tirando o fato que você faz várias gostosuras. – Dei um pulo animado. – A ideia é perfeita, . Ontem mesmo estávamos falando de coisas que você gosta. – Apontei para os cupcakes. – E você ama fazer isso.
- Eu não sei...
- Não estou falando que você vai abrir agora, mas você pode parar e pensar nisso. – Ela soltou uma risada fraca. – Eu posso te ajudar! Claro, que eu não vou mexer na parte da cozinha, que eu sou meio ruim nessa parte, mas posso ser seu sócio. – Ela riu.
- Eu prometo que vou pensar. – Ela falou suspirando.
- Pensa, pensa muito, porque convenhamos, a ideia é perfeita. – Ela riu, afirmando com a cabeça.
- Sim, você tem razão, mas eu não sei comandar um estabelecimento.
- Aí, mais tempo para você pensar, você já fez a faculdade, pós-graduação, hora de fazer um curso de empreendedorismo. – Ela gargalhou.
- De onde veio essa felicidade toda? – Ela perguntou.
- Eu estava te observando aqui, você é boa, organizada e gosta de fazer isso. Você quer que eu diga mais o quê? – Ela me encarou, soltando uma risada fraca. – , você tem talento. – Falei e ela sorriu de lado. – Eu não estou mentindo.
- Eu sei, Chris, eu gosto do que eu como, mas eu vou pensar, não é de uma hora para outra que se monta uma loja.
- Mas me diz se você já não pensou nisso antes? – Ela suspirou. – Me diga a verdade.
- Já, na verdade, já pensei sim. Eu vendia cupcakes na faculdade para ajudar minha mãe e depois que eu me formei também, mas eu sempre quis um café, na verdade. – Ela sorriu.
- Então, aí está! – Bati minhas mãos uma na outra. – Café da , vai ser top. - Ri fraco. – Vou até postar uma foto no meu Twitter para fazer propaganda.
- Para, Chris! – Ela gargalhou. – Eu gosto dessa sua empolgação, mas, por favor, vamos pensar em outro nome! – Soltei uma risada e ela sorriu.

- Olá, bem-vindos à Tiffany & Co! – Uma jovem, da idade de mais ou menos nos atendeu. – Posso ajudá-los?
- Sim, nós viemos comprar alianças de casamento. – Falei e sorriu para mim.
- Claro, eu sou Marisa, por favor, vamos à minha sala. – Ela falou e segurei a mão de e seguimos para a sala de Marisa. Uma longa mesa no meio da sala e uma cadeira do lado de lá e duas do lado de cá. – Vocês têm algo em mente?
- Na verdade, não conversamos muito sobre isso. – riu.
- Alguma cor? – Neguei com a cabeça.
- Talvez só que elas combinassem entre si de algum jeito. – falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu vou pegar alguns modelos para vocês. – Ela se levantou e saiu da sala novamente.
- Nós somos péssimos nisso. – Ela cochichou para mim e eu ri. – Como você escolheu meu anel?
- Eu tinha dois homens que já tinham passado por isso antes, lembra? – Ela abriu levemente os lábios, compreendendo.
- Faz todo sentido! – Ela riu fraco.
- Esses são nossos conjuntos, mas vocês podem escolher o que quiser, para colocar com qualquer um que quiserem. – Ela colocou três daquelas bandejas de jóias na mesa em nossa frente e começou a olhar entre elas. – Nossa especialidade é com ouro, amarelo, branco e vermelho. Os modelos são bem parecidos, mas varia a cor do ouro. – Afirmei com a cabeça.
- É tudo lindo demais. – falou e suspirou. – Não sei como escolher. – Apertei meu braço em sua cintura, fazendo-a rir.
- Posso dar uma dica? – Marisa nos olhou e eu afirmei com a cabeça.
- Claro! – falou.
- O anel de noivado de já é ouro branco, talvez vocês gostassem de manter nessa linha. – Ela puxou a bandeja com alianças em ouro branco.
- Ela tem razão. – Falei rindo.
- Acho que podemos excluir os solitários de diamantes, também, não?! – falou estendendo o dedo anelar para mim e eu ri.
- É uma boa ideia também. – Marisa riu.
- Do que você gostou, Chris? – virou para mim e eu virei meu rosto para ela.
- Eu sou um cara mais simples. – Ri e concordou com a cabeça. – Eu gostei dessa simples aqui. – Mostrei uma aliança de ouro branco grossa, lisa. a pegou na mão, analisando-a.
- Essa está muito bonita. – sorriu a colocando de volta.
- E ela faz par com essa, aparentemente. – Peguei a outra, do mesmo modelo, mas com alguns diamantes incrustados nela.
- Exato. – Marisa falou.
- É linda demais! – sorriu, mordendo o lábio inferior. Peguei sua mão esquerda e puxei a aliança de noivado em seu dedo, pegando a outra aliança e deslizando pelo dedo de .
- Coube certinho. – falou, me olhando e eu sorri.
- Perfeitamente. – Marisa falou. – Parece que você achou seu sapatinho de cristal. – afirmou com a cabeça, colocando a mão na boca e encarando a aliança em seu dedo, soltando um suspiro e segurando para não chorar.
- Desculpe, eu estou muito emotiva ultimamente. – Ela riu e Marisa afirmou com a cabeça.
- Não se preocupe. É o momento de vocês. – Passei minha mão no rosto de e ela sorriu, passando os braços pelos meus ombros, me fazendo colar o corpo no dela, suspirando.
- Vamos ver se a sua serve. – Ela falou, passando as mãos no rosto e pegou a aliança que Marisa estendia para ela.
colocou a aliança em meu dedo e deslizou até o fim, me fazendo abrir um largo sorriso, dando uma risada em seguida, encarando aquele anel que ficaria em meu dedo para o resto da vida, como era estranho.
- Como isso é estranho. – Falei e riu.
- Pensei a mesma coisa. – Ela riu e encarou a aliança por mais um momento, antes de deslizá-la novamente pelo dedo, e devolvê-la a Marisa.
- O que acha? – Virei para .
- Acho que são essas. – Puxei a aliança de meu dedo, devolvendo para Marisa.
- Acho que sim! – Falei rindo e sorriu.
- Posso mandar polir, gravar os nomes e embrulhar? – Afirmei com a cabeça e fez o mesmo, encostando a cabeça em meu ombro. – Vocês podem vir pegar em alguns dias. – Concordei com a cabeça. – Qual é a data do casamento?
- 27 de dezembro. - falou.
- Nossa! Menos de dois meses. – Marisa sorriu. – Meus parabéns, felicidades aos dois.
- Obrigado! – Eu e falamos juntos.
- Vamos lá para frente, então? – Afirmei com a cabeça e eu levantei, dando as mãos para , para seguirmos para frente da loja.

- Eu estava pensando em algo aqui, mas vai ser impossível de executar. – falou sentada entre minhas pernas no sofá.
- O quê? – Olhei para ela, tirando os olhos de alguma série que passava na TV.
- A gente precisa começar a convidar os padrinhos para serem padrinhos, não é?! – Ela soltou uma risada fraca
- Oh meu Deus! – Comecei a gargalhar. – Verdade!
- A gente decidiu entre si, mas não falamos para mais ninguém isso. – Gargalhei alto, sentindo-a virar o corpo, ficando de frente para mim. – O certo seria a gente dar um jantar para eles, e convidar.
- Mas me diga como isso vai ser possível? – Perguntei para ela que afirmou com a cabeça.
- Não tem como. – Ela falou. – Você tem alguns compromissos ainda, o da Marvel passou, mas isso foi fácil, aqui em Los Angeles e tal, mas você vai para Taiwan agora. – Bati a mão na testa.
- Pô cara!
- Tirando o fato que é impossível eu viajar para o Brasil agora. – Afirmei com a cabeça, passando a mão na testa. – E o pessoal do Brasil não tem como vir para cá até a semana do casamento.
- O que a gente faz? – Ri fraco e ela me acompanhou, a risada era de nervoso. – Não tem como chamá-los no dia do ensaio de casamento, tem?
- Eu preciso das medidas das madrinhas. Rupert é bom e rápido, mas não tanto. – Ri fraco. – Apesar de que só vai ser difícil à medida da minha irmã, o resto do pessoal está, ou pode estar em Boston.
- Você está certa. – Suspirei. – Bem, eu consigo pensar em duas soluções.
- Fale! – Ela riu.
- Ou a gente manda um convite formal, para cada um deles, como se fosse outro convite de casamento, ou a gente faz isso pelo Face Time. – Suspirei, passando a mão no cabelo.
- Nenhuma das ideias me agrada, sabia? – Ela riu, cruzando as pernas em cima do sofá.
- E você acha que me agrada? – Ela riu fraco e suspirou.
- Acho que ao menos o FaceTime é em tempo real e dá para ver a reação do pessoal. – Ela falou e eu ponderei com a cabeça.
- Seu computador está carregado? – Perguntei e ela riu.
- Sempre! – Eu e ela nos entreolhamos e nos levantamos correndo, esbarrando um no outro.
Ela foi em direção ao quarto e eu tirei as coisas que secavam em cima da bancada e empilhei em cima da pia. Peguei um pano e passei na bancada, secando-a. voltou do quarto, com outra blusa que não fosse do pijama e jogou uma preta para mim, a qual eu vesti correndo. Ela abriu o computador em cima da bancada e apertou o botão de ligar, puxando dois bancos, sentando em um e eu sentei ao seu lado.
- Vamos para Boston antes? – Olhei o relógio.
- Sim, eles devem estar jantando na casa da minha mãe hoje e daqui a pouco vão embora. – Ela afirmou com a cabeça e abriu o FaceTime.
- Vamos ligar para Carly antes? – Afirmei com a cabeça e mexeu no cursor rapidamente e clicou em um nome na tela Carly Evans. - Você sabe o que dizer? – Ela me perguntou.
- Eu? – Ela me olhou.
- Ué, não era? – Ela arregalou os olhos também e rimos.
- Olá, feliz casal! – Carly atendeu a ligação.
- Oi, Carly! – Eu e falamos juntos.
- Como está Los Angeles, ? – Carly perguntou.
- Começando a esfriar, na verdade. – riu e eu passei o braço em seus ombros.
- Não mais que Boston, eu aposto. – riu.
- É, vamos ver! – respondeu, soltando uma risada fraca.
- Mana, me deixa perguntar, Shanna, Scott, Carlos e Marcus estão por aí?
- Estamos! – Ouvi a voz do Scott ao fundo e sua cabeça aparecendo na tela.
- Oi pessoal! – Falei. – Tem como juntar todo mundo na tela? – Perguntei e me olhou, perguntando, dei de ombros e ela riu.
- E eu, não entro nessa? – Os olhos de minha mãe apareceram no fundo e eu ri.
- Eu já conversei com você, senhora Evans. – Ouvi a gargalhada de minha mãe.
- Vamos ter que mudar esse chamado, hein?! A nova senhora Evans está do seu lado. – Ela falou e eu ri, olhando para , que mordia o lábio inferior.
- Por favor, não me chame de senhora ainda. Tenho só 29 anos. – Shanna riu e meus três irmãos apareceram na tela do computador, sentado em cadeiras e Marcus, o marido de Carly, e Carlos, o namorado de Shanna, apareceram atrás.
- E aí, galera? – Perguntei, mostrando um sinal de positivo com a mão.
- Qual é o motivo dessa reunião familiar, Chris? – Carlos perguntou e eu ri.
- Calma, calma! – riu ao meu lado e eu a olhei. – Você quer dizer?
- Não, esse é o seu lado, querido. – Afirmei com a cabeça e eu ri nervoso.
- O que está rolando, querido? – Carly perguntou e eu ri.
- Bem, antes de tudo eu gostaria de pedir desculpas antecipadamente por ter que fazer isso desse jeito, mas ou era isso, ou podíamos causar alguns ataques cardíacos a poucos dias do casamento e eu realmente não quero. – Falei e segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
- Por quê? – Carly perguntou e eu suspirei.
- Fala! – me disse, apertando minha mão levemente.
- Bem. – Suspirei, puxando o ar fortemente. – Eu e , gostaríamos de convidá-los para serem nossos padrinhos de casamento.
A reação foi instantânea. Meus irmãos começaram a gritar e a se empolgar, riu ao meu lado e passou o braço livre pelas minhas costas, soltando uma risada comigo.
- Devo presumir que isso é um sim? – perguntou.
- Sim! – Eles gritaram e gargalhou ao meu lado, me fazendo abraçá-la mais ainda.
- Eu só tenho uma pergunta. – Scott se aproximou da tela. – Shanna vai com Carlos, Carly com Marcus, e eu? – gargalhou ao meu lado.
- Você vai acompanhar minha irmã.
- Aí sim! – Gargalhei e ele bateu as mãos. – Vamos causar muito nesse casamento.
- Eu devo retirar o convite? – Brinquei e Scott mostrou o dedo do meio.
- Ai! – Brinquei. – A gente convida a pessoa para algo importante, e ela me faz isso.
- Você faria também que eu sei. – falou e meus parentes riram do outro lado da tela.
- Obrigado! – Falei, coçando a cabeça.
- Me deixa falar agora, meninas. – tomou a frente. – Vocês podem, por favor, ir o mais rápido possível no Rupert? – Elas afirmaram com a cabeça. – Eu vou falar com ele também e aí eu já deixo tudo acertado.
- Qual a cor? – Shanna perguntou.
- Algumas de rosa e outras de laranja. – sorriu feliz.
- Vai ser um casamento colorido então?! – Ponderei com a cabeça.
- Mais ou menos! – Falei e riu ao meu lado.
- Eu queria abraçar vocês agora. – Scott falou.
- A gente queria também, acredite. – falou e eu afirmei com a cabeça.
- Nos vemos em dezembro?
- Com certeza. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Faremos todas as últimas provas aí em Boston, nessa semana em que ficaremos aí.
- Vai lá! Aposto que vocês têm outras pessoas para falar ainda. – Carly disse e eu afirmei com a cabeça.
- Ah, só avisando vocês, o convite vai chegar no meio de novembro, mais ou menos, ok?! – Eles afirmaram com a cabeça.
- Ah, e vamos querer os pequenos para serem os pajens e a daminha! – gritou rapidamente.
- Ah, eles vão adorar isso, gente! – Carly falou. – Muito obrigada mesmo por isso.
- Que isso, irmã. – Falei e ela sorriu, acenando para a tela.
- Beijos gente. – acenou e eu fiz o mesmo. – Nos vemos em breve. – Acenei com a mão e a ligação foi desligada.
- Lílian agora? – Perguntei para ela que afirmou com a cabeça.
- Oi, irmãzinha! – Lílian apareceu na tela do computador. – Nossa, estou perto demais. – Ela riu e afastou a tela do rosto.
- Você está ocupada? – perguntou.
- Um pouco, por quê? – Lílian perguntou, apoiando o iPad em algum lugar.
- Prometo que vai ser rapidinho, então. – Falei e ambas riram ao meu lado. – Sua vez de dizer. – Virei para , empurrando seu ombro de leve com o meu.
- O que vocês querem me dizer? – Lílian perguntou, focando os olhos na tela.
- Eu quero te fazer um convite, na verdade! – riu fraco e eu olhei para ela. – Você quer ser nossa madrinha de casamento? – Um grito animado veio de Lílian.
- Sim, sim, sim! – Ela repetia diversas vezes, pulando na cadeira. – Com certeza eu quero! Obrigada pelo convite.
- Eu não podia esquecer a minha melhor amiga, certo?! – riu fraco, suspirando.
- Vai ser um enorme prazer. – Ela sorriu, passando as mãos no rosto.
- Desculpe ter que fazer esse convite pelo FaceTime, mas nossos horários estão um pouco enrolados, então já viu, não é?!
- Sem problemas, eu não ligo. – Lílian riu e eu ri junto. – Quem vai me acompanhar?
- Scott! – Falei e Lílian gargalhou.
- Isso não vai dar certo! – gargalhou ao meu lado.
- Eu preciso ter medo do que está acontecendo aqui? – Perguntei, erguendo um dedo e Lílian riu.
- Talvez. – respondeu por Lílian e eu ri.
- E eu pensei que minha família fosse o problema.
- Chris, você conheceu a minha. – me falou e eu ponderei com a cabeça.
- Ah, falando nisso, só faltam os pais de vocês se conhecerem, viu?! – Lílian falou e eu suspirei.
- Porra, mano, a gente está se esquecendo de muitas coisas. – Reclamei.
- Vai ter que ser no ensaio de casamento, gente. – falou. – Não tem como ser antes.
- É, tem isso também. – Suspirei.
- Mas relaxa, vai dar tudo certo. – Lílian falou, mexendo as mãos. – Os filhos deles estão felizes, é o que importa.
- Verdade. – Afirmei com a cabeça.
- Lílian, só falando um negócio, eu vou pedir para Rupert te ligar, e como vocês vão resolver a história do vestido, ok?! – Lílian afirmou com a cabeça.
- Ok, sem problemas. – Ela sorriu. – Eu estou tão feliz, gente! – sorriu e eu ri ao seu lado. – Obrigada, de novo e de novo.
- Eu que agradeço, Lili. – falou, sorrindo.
A ligação foi desligada depois de um tempo e eu sorri, olhando para que estava feliz.
- Até isso é emocionante. – Ela falou para mim e eu ri.
- O jantar seria demais, não?! – Perguntei.
- Vamos esquecer isso ou eu vou ficar depressiva. – riu e eu afirmei com a cabeça. – Vamos para Tara? – Afirmei com a cabeça.

- Você não precisa convidar de novo! – Tara gritou e eu gargalhei em seguida, vendo rir mais controlada ao meu lado. – Estamos dentro, com certeza.
- Obrigada, Tara. – Falei e apertei em meus braços.
- Você foi meu padrinho de casamento há quase quatro anos, eu só estava esperando o momento em que você encontraria a pessoa perfeita para você. – sorriu ao meu lado. – E parece que demorou, mas você encontrou.
- Eu não posso dizer nada, Tara, eu demorei também. – riu junto e elas sorriram.
- Ok, mas a diferença aí é de uns quatro anos, poxa. Se você está tarde, imagina ele! – gargalhou ao meu lado e afirmou com a cabeça.
- Ok! Vou entrar na brincadeira contigo. – riu.
- Ei! – Reclamei.
- Quieto, Evans! – falou.
- Então, , eu vou ao Rupert sim, pode deixar. Tem alguma ideia do modelo do vestido já?
- Algumas, na verdade. – riu. – Nos lembramos disso hoje, para você ter uma ideia.
- Relaxa, no meu casamento tudo estava perdido também. Mas as coisas vão se ajeitando.
- Vão sim. – Falei.
- Boa noite, gente! – Ela acenou com a mão e fizemos o mesmo, finalizando a ligação.
- Vocês gostam de me zoar!
- Amor, você arranjou uma pessoa que a Tara gosta, então assim, agora aguenta. – Soltei uma risada fraca.
- Ligamos para quem agora? Derek? Ruth? Megan? – suspirou ao meu lado.
- Rodrigo. – Ela falou e eu sorri, afirmando com a cabeça. – Mas eu preciso ligar no celular dele, ele deve estar em aula agora.
- Liga, liga! – Falei animado e ela riu ao meu lado, pegando o celular na bancada e discando vários números, antes de ligar e colocar no viva-voz, a ligação chamou algumas vezes, antes de um barulho alto sair pelo speaker.
- Oi , fala rápido, eu não posso falar agora. – Rodrigo falou em português e o som foi se afastando aos poucos, até ficar suave.
- Eu prometo que é rápido, mas é muito importante. – falou em português. – Fala em inglês, Chris está ouvindo.
- Hey cara! – Rodrigo falou.
- E aí! – Chris respondeu.
- Qual o motivo da ligação? – Ele perguntou.
- Espero que você esteja livre no dia 27 de dezembro.
- Estarei livre e leve no seu casamento. – Ele gargalhou e riu junto.
- Que bom, porque você vai ser meu padrinho de casamento! – Um grito veio de Rodrigo e eu gargalhei.
- Oh meu Deus! – Ele continuava rindo. – Sim, sim, sim! Mil vezes sim! Eu falei que era só questão de tempo, garota.
- Não lembro onde você diz isso, mas tá valendo! – falou rindo e eu gargalhei.
- Com certeza eu aceito, super aceito! – Ele riu e sorriu ao meu lado.
- Chris tem que te falar sobre a roupa, então espera mais um segundinho, por favor.
- Rodrigo? – Perguntei e ele respondeu com um barulho de boca. – Eu vou precisar que você me mande as suas medidas para fazer o terno, pode ser?
- Sem problemas, cara. Posso mandar no e-mail da ?
- Pode! – falou rindo.
- As meninas estão gritando aqui, mas eu estarei aí te apoiando sim, para sempre. – Ele falou, fazendo rir e eu a abracei. – Eu te amo, garota.
- Eu também te amo. – Ela sorriu e a ligação foi desligada.
- Parece que está tudo saindo bem. – Falei para ela.
- Claro que ia sair bem, é nossa família. – Ela sorriu e eu beijei sua testa e ela bocejou.
- Está acabando. – Falei para ela.
- Eu estou cansada, ainda tem a sexta para eu trabalhar. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
- Vamos ligar para Derek agora. – Tomei posse do computador dela e procurei o nome de Derek na agenda de contatos, imediatamente começando a chamar.
- Oi ! – A cabeça de Liana apareceu na tela do computador e Derek surgiu logo atrás, pegando-a no colo.
- Ei gente! – Ele falou, se sentando na cadeira, com Liana em seu colo. – Como estão?
- E aí, Derek, como está?
- Tudo certo e com vocês? – Ele respondeu.
- Tudo certo também. – Respondi.
- Você está ocupado? – perguntou ao meu lado.
- Não, só tentando fazer essa pequena dormir.
- É cedo ainda. – Liana reclamou e eu ri.
- Ela está certa. – Brinquei.
- Não faça isso, Chris! – Derek reclamou e eu ri novamente, vendo meu noivo fazer uma careta.
- Rupert está aí? – Derek olhou para trás e o ruivo apareceu na lateral do quadro, se abaixando para ficar da altura da tela.
- Oi Rupert! – falou. – Como está meu vestido? – perguntou, ela estava me provocando, eu sabia disso.
- Está esperando a noiva para prova-lo. – riu baixo.
- Em breve, prometo. – Ela riu fraco.
- Qual o motivo da ligação? E por que temos que estar todos juntos? – Derek perguntou.
- Porque assim eu falo de uma vez só. – riu fraco e Rupert riu também.
- Qual é a emergência? – Rupert perguntou.
- Bem, é meio que uma emergência mesmo. – Falei fazendo uma careta. - Estamos atrasados, já, na verdade.
- Pois é! – riu.
- O que foi? – Derek falou.
- A gente gostaria de saber... – riu fraco. – Se vocês querem ser nossos padrinhos de casamento. – falou, e os dois arregalaram os olhos, dando largos sorrisos em seguida.
- Você ainda pergunta? – Derek falou aparentemente emocionado e riu ao meu lado.
- Mas é claro que sim, gente. Nós nunca negaríamos esse carinho vindo de vocês. – Rupert falou e eu abri um sorriso, afirmando com a cabeça.
- Significa muito para gente. – Derek completou.
- Obrigada, gente. – sorriu e eu a abracei.
- E o que iremos usar? – Rupert falou e eu ri.
- Mande as medidas para mim, por favor! – falou, batendo a mão em meu peito e eu ri, afirmando com a cabeça.
- Isso! – Derek afirmou com a cabeça.
- E você, Liana! – falou para a menina que já ficara entediada no colo de Derek. – Eu quero que você seja nossa daminha de casamento.
- Eu posso? – Ela perguntou para Derek o que fez eu e rir.
- É ela que manda! – Ele apontou para que acenou para ela novamente.
- Eu quero, quero muito! – Liana abriu um largo sorriso. – Você vai estar linda, tia . Vocês dois. – Sorri, vendo passar as mãos no rosto novamente.
- Significa muito para gente, Liana. – Falei e ela sorriu, acenando com a mão.
- Até vou dormir depois dessa, boa noite! – Eu e nos entreolhamos e Rupert e Derek fizeram o mesmo.
- Boa noite, querida! – disse e só foi possível ver Liana saltitando pelo corredor.
- Nossa! – Rupert comentou.
- Ela tá ficando metida já! – falou e eles riram em seguida.
- Pois é! – Derek falou, rindo.
- A gente vai também, galera, ainda é quinta. – Rupert riu.
- Ainda é quinta! – e Derek reclamaram juntos e eu ri.
- O pacote já chegou, ? – Rupert perguntou.
- Ainda não, deve chegar amanhã cedo pelo que eu vi no site.
- Me dá um toque quando chegar, por favor. E quero fotos. – Rupert falou e ela riu.
- Pode deixar!
- Boa noite! – Rupert falou e eu e respondemos juntos.
- Que pacote? – Me virei para .
- Eu preciso de uma roupa para festa do Robert amanhã, não?! – A olhei.
- Do que você vai? – Perguntei.
- Amanhã você descobre. – Falei para ela.
- Deve chegar de manhã, não?! – Perguntei e ela gargalhou.
- Só que ele fez questão de mandar para o trabalho. – Ela piscou para mim e pegou o celular novamente, digitando o número e ligando, indicando que ligava para Ruth.
- Ruth! – falou quando atendeu e um xi foi ouvido do outro lado da linha. – Desculpa, a bebê já dormiu?
- Acabou de dormir. – Ruth sussurrou e eu fechei a boca.
- Desculpa! – falou baixo. – Eu prometo que serei rápida, pode ser?
- Claro, ! – Ruth riu. – Como você está?
- Estou bem, querida, e você?
- Estou bem sim. – Ruth riu fraco do outro lado da linha.
- Eu quero te convidar para ser minha madrinha de casamento! – falou e Ruth soltou um gritinho animado, abafando o som em seguida.
- Oh meu Deus, não precisa dizer duas vezes. – Ruth falou rindo e sorriu ao meu lado, me fazendo abraçá-la. – Eu estarei lá, não precisa pedir de novo. – Ela riu novamente, animada.
- Sim, sim, sim! – falou rindo junto.
- Obrigada pelo convite, ! Mesmo! – sorriu para mim, movimentando a cabeça.
- Estou com saudades de você, querida. – falou.
- Eu também estou, faz falta você aqui. – suspirou.
- Para que eu estou ficando emotiva de novo, já! – reclamou.
- Eu prometo que paro! – Ruth riu. – Vou desligar aqui, que eu tenho medo dela acordar.
- Ok, Ruth, dorme bem, querida.
- Você também, . – Ruth falou, estalando um beijo no speaker e a ligação foi desligada.
- Sua vez, querido. – suspirou. – Hora de ligar para Megan.
- Mas ela vai do seu lado. – Eu falei rindo.
- Mas eu fiz mais ligações que você, liga aí! – Ela apontou para a tela e eu ri, apertando o nome de Megan na tela, fazendo a ligação tocar várias vezes.
- Vocês não morrem mais. – Megan falou quando seu rosto apareceu na tela.
- Oi Megan! – acenou feliz e eu fiz o mesmo, rindo da reação. – Por que, o que houve?
- Eu estava pegando o telefone para te ligar, ! – Megan falou e eu ri.
- Por quê? Aconteceu algo? - Perguntei.
- Vocês ligaram por um motivo, não? – Afirmei com a cabeça. – Então falem antes. – Ela falou rindo e eu sorri.
- Eu e a gostaríamos de te convidar para algo.
- O convite do casamento vai ser feito via FaceTime? – Ela perguntou e riu a meu lado.
- Não, mas os de padrinhos vão. – falou e Megan travou do outro lado da tela, arregalando os olhos para a gente.
- Mentira! – Ela gritou.
- Megan, você quer ser nossa madrinha de casamento com o Joshua? – Perguntei e ela se levantou, dando pulos alegres.
- Com certeza! – Ela falou animada, pulando mais um pouco.
- E você, o que tinha para dizer? – perguntou rindo.
- Calma, deixa eu me recuperar aqui. – Ela passou a mão no rosto, nos cabelos e suspirou, sentando na cadeira de novo. – Aparentemente não são só vocês que têm notícias.
- Pois é, notei! – Falei e ela riu, passando a mão no rosto e suspirando novamente.
- Desembucha mulher! – gritou rindo e ela sorriu.
- Eu sei que isso pode não ser uma notícia alegre para vocês, mas eu estou muito feliz.
- Fala, Megan! – falou mais calma dessa vez.
- Eu estou grávida. – deu um grito alegre ao meu lado, se mexendo constantemente no banco ao meu lado e eu coloquei o pé no meio dele para não cair.
- Mesmo, mesmo?! – falou alegre.
- Mesmo! – Ela riu.
- Oh Megan, estou muito feliz por ti. – Falei e suspirou e eu sorri também.
- Mesmo, gente? – Ela perguntou.
- Mesmo, Megan, passou. – falou sorrindo.
- Virão outros. – Falei e Megan sorriu. - Enquanto isso a gente treina com o seu. – gargalhou ao meu lado.
- Oh meu Deus, deixarei meu bebê longe de você. – Ela brincou e eu ri.
- Estou feliz por você, Megan. – falou.
- E eu mais feliz ainda com esse convite, muito obrigada gente, mesmo! – Ela sorriu e eu e rimos, continuando o papo sobre sua gravidez.

apareceu em casa com seus materiais de sempre e também com uma caixa grande novamente, me fazendo fuzilá-la com o olhar, o qual ela simplesmente me deu um risinho fraco, e um beijo no rosto. Andando em direção ao quarto e voltando logo em seguida, sem nada nas mãos.
- Você vai de Flynn Rider? – Ela perguntou, gargalhando para mim.
- Foi o que eu consegui pensar. – Respondi e ela bateu a mão na testa, gargalhando em seguida.
- Você consegue ser mais viciado em Disney do que eu.
- Você deveria ir de Rapunzel. – Comentei e ela riu.
- Acho que eu não aguento a peruca. – Soltei uma risada fraca e virei o copo com água para dentro.
- É uma boa desculpa. – Ri baixo e ela se sentou na bancada, puxando a blusa de dentro da calça e soltando os primeiros botões da mesma.
- Eu acho que vou tirar uma soneca antes da festa. – Ela falou e eu passei meus braços pelo seu corpo, ficando entre suas pernas. – Se não eu não aguento muito.
- Vem que eu te levo! – Firmei minhas mãos em sua perna e a peguei no colo, fazendo passar as mãos em volta do meu pescoço.
Andei com ela pela casa com Leslie em meus pés e coloquei na cama, puxando seu sapato de salto dos seus pés e a ajudando a tirar a blusa do corpo, que foi jogada no chão também. Passei minha mão em seu rosto e ela sorriu, dando um beijo em minha bochecha. Como eu estava de bobeira, acabei sentando ao lado dela também, mas coloquei o despertador para quatro horas dali, só por precaução, não dormiríamos tanto. Já que a festa começava às nove, teríamos um tempo para comer, se arrumar, etc...
Passei o braço pelo seu ombro e encostei a cabeça em minha mão, colando meu corpo ao dela e fechei os olhos. Ela já dormia, soltando leves suspiros. Sua cabeça encostada no travesseiro e seus braços juntos, próximo ao travesseiro. Passei a mão em seu rosto e a abracei pela cintura, sentindo a mão de passar pelo meu braço, apoiando-o em cima do meu. Fechei meus olhos e suspirei.
Abri os olhos novamente quando meu despertador tocou e eu e fomos cada um para um lado, correndo desesperados pelo quarto. Sim, dormimos por quatro horas e agora faltava uma para estarmos na casa de Robert.
entrou no banho em dois minutos, prendendo os cabelos alto para que ele não molhasse, e assim que ela saiu do mesmo, enrolada na toalha, eu entrei em seu lugar, me colocando de cabeça e tudo embaixo do chuveiro. saiu do quarto e logo voltou com seu conjunto de lingerie preto.
Ela começou a cuidar de seu cabelo, conectando a chapinha e um outro aparelho em cada tomada do banheiro e começou a pentear os mesmos. Eu não me demorei no banho, saí enrolando a toalha na cintura e parti para o closet, deslizando pelo chão e abri minha gaveta, procurando por uma cueca e a vestindo em seguida.
Fui para o banheiro de volta e pendurei a toalha no boxe, dividindo o espaço da pia com para que eu pudesse pelo menos jogar um jato quente do secador no cabelo para secar e logo baguncei o mesmo, tentando imitar o cabelo do personagem Flynn Rider do filme Enrolados, escolhi aquele personagem porque cara, ele era demais! Joguei parte do cabelo para trás e deixei uma mecha para frente, caindo próximo ao olho. Passei um pouco de gel no cabelo, enquanto prendia o cabelo para trás e fazia cachos nas pontas.
Eu e seguimos juntos para o closet novamente, ela se olhou no espelho rapidamente, ajeitando o cabelo e pegou a caixa com sua fantasia e seguiu para o banheiro, fechando a porta e trancando a mesma. Ri baixo. Eu me vesti. A blusa branca, a azul por cima, a calça bege, as botas de couro, o cinto de couro e a bolsa estranha que ficava presa ao cinto da fantasia. Como a calça não tinha bolso, eu acabei colocando minha carteira e meu celular na mesma, mas aquilo era muito para mim.
Me olhei no espelho e eu estava realmente engraçado. Não um Flynn Rider, mas estava um pouco parecido. Mais ou menos. Voltei para o quarto e me sentei na cama, vendo Leslie entrar no quarto novamente, ela se deitou ao meu pé e eu passei minha mão em seus pelos, dando uma olhada no relógio novamente, estava na hora de ir.
- , estou pronto! – Gritei para ela.
- Já vou! – Ela gritou de volta e eu a ouvi bater algumas gavetas e em seguida uma descarga.
Olhei para Leslie um pouco que estava cansada e eu suspirei. Acho que até eu estava na verdade, se casar com era a melhor decisão que eu havia feito em minha vida, e a pressa disso acontecer era uma necessidade nossa em oficializar aquilo logo, mas os pequenos detalhes matavam, e ainda ela trabalhando parte do dia, chegando cansada deles, e eu, podia não fazer nada. Na maior parte do dia, ia para academia, uma coisa ou outra, mas parece que o corpo estava esgotado, ainda bem que eu não tinha mais grandes compromissos até o fim do ano.
- Por favor, não me mate! – Ouvi a voz de vindo do banheiro e franzi a testa.
- Por que você diz isso? – Gritei de volta e ela soltou uma gargalhada dentro do banheiro.
- Porque eu acho que estou melhor que você.
- Como assim? – Perguntei.
Ouvi a trava da porta e ela abriu a mesma, fazendo minha boca ir para o chão. Eu não estou brincando, aquela era a melhor fantasia do mundo, e ela estava muito gata dentro dela. Diferente da comum bota, ela tinha um sapato azul escuro de salto alto nos pés. Subindo pelo seu corpo, suas pernas estavam descobertas, não importando a temperatura do lado de fora, chegando acima de seus joelhos começava o vestido, um pouco rodado, com as pontas levemente arredondadas, e o uniforme começava perfeitamente. O tom escuro do uniforme que eu usei nas primeiras cenas de Capitão América 2: O Soldado Invernal, mas colocado em um vestido. As mangas compridas, o corpo colado, ao invés do porte masculino, a estrela e as listras próximo ao peito e a gola alta, sendo fechada por um botão. Seu cabelo estava colocado para trás do jeito que eu vi, e uma maquiagem clara cobria seu rosto, bem delicado.
- Você preferia uma Rapunzel? – Ela perguntou e eu gargalhei, me colocando em pé e passando o braço pelo seu corpo.
- Cada dia me surpreendendo mais, isso é incrível, !
- Você acha? – Ela perguntou rindo e passou os braços pelo meu corpo.
- Fala para o Rupert que ele está de parabéns. – Ela sorriu e eu depositei um beijo em sua bochecha.
- Você sabe que ele já sabe disso. – Soltei uma risada fraca. – A propósito, você até me engana como Flynn Rider. – Ela sorriu, jogando meu cabelo para trás.
- E o escudo, esqueceu? – Ela gargalhou e virou o corpo, ficando de costas para mim, onde um escuro estava preso em suas costas, passei a mão e vi que era mole.
- O que é isso? – Perguntei e ela virou novamente.
- Uma mochila de criança. – Ela riu, passando a mão na alça da bolsa e eu ri.
- Isso é bem legal! – Falei rindo.
- É uma bela de uma gambiarra, na verdade. – Ela deu de ombros e pegou o celular em cima da mesa de cabeceira e colocou em um de seus bolsos. – Estou pronta.
- Vamos, então.

***

- Eu não entendo por que beber tanto. – Susan falou ao meu lado e eu suspirei, virando meu corpo para a mesa de doces e roubando mais um marshmallow e colocando na boca.
- Quantas vezes eles já fizeram isso? – Scarlett falou ao meu lado.
- Eu perdi as contas já. – Falei, virando meu rosto para a mesa de beer pong no meio do gramado da casa dos Downey. – Nem na faculdade eu fazia isso. – Suspirei.
- É o começo da Guerra Civil. – Cobie comentou e eu e as meninas gargalhamos, vendo o meu Chris contra Robert bebendo um copo de cerveja e alguns de vodca que eu já havia perdido a conta.
- Rob vai ficar muito mal. – Susan falou novamente e bebeu um gole de sua água, suspirando.
- Eu nunca vi o Chris bêbado. – Franzi a testa e senti um braço se apoiar em meu ombro e eu olhei para Jeremy Renner rindo abobalhado.
- Ele fica mal. – Ele falou rindo e eu revirei os olhos.
- Você também maneira, Renner. – Rosnei com ele e ele saiu rindo.
- E eu achando que a ideia era ficar bêbado de doces. – Elizabeth falou, mordendo um espeto de morango com chocolate.
- Eu bebo por isso! – Levantei meu copo vazio e ela riu. – Eu vou pegar um desse. – Falei e segui em direção à cascata de chocolate e escolhi um espeto de morango com banana e coloquei embaixo do líquido, o deixando pendurado um pouco para endurecer, peguei um prato e o apoiei voltando para o grupo de mulheres, assistindo a brincadeira adolescente em nossa frente.
- Que horas são? – Elizabeth perguntou e Scarlett olhou para o relógio.
- Três horas em ponto. – Olhei para Scarlett, assustada.
- Eles estão nisso faz mais de duas horas? – Gritei para Scarlett e eu e Susan nos entreolhamos assustadas.
- Chega! – Falamos juntas, nos levantando de nossos lugares.
Eu e Susan caminhamos a passos pesados até o gramado e a primeira coisa que Susan fez foi tirar os copos da mesa, ouvindo algumas vaias de todos os homens que estavam em volta da mesa. Ela empurrou os copos da mesa, empilhando os vazios e jogando longe os cheios, fazendo o líquido ir para todos os lados.
- Ei amor, calma! – Robert falou e Susan simplesmente apontou o dedo para ele.
- Para dentro agora. – Foi o que ela falou e Robert olhou assustado para ela. – E você para, agora! – Ela falou para Evans e eu o puxei pela gola da blusa, o vendo se esquivar de mim.
- Não tenta que vai ser pior. – Ele se mexeu meio desajeitado e eu o ajeitei a mão na gola de sua blusa e o puxei, o vendo andar desajeitadamente ao meu lado. – Obrigada pela festa, Susan, foi maravilhosa.
- Pena que acabou desse jeito. – Ela revirou os olhos e eu suspirei, acenando para as meninas que já começavam a pegar suas coisas e seguiam atrás de nós.
- Ei , calma amor, tá tudo certo! – Ele falou, com a língua um pouco bagunçada e eu o empurrei para minha frente, caminhando a passos fortes até o carro.
- A chave! – Falei e ele cruzou os braços. – Eu não estou brincando.
- Você não tem carteira aqui. – Ele falou e eu puxei a bolsa na lateral da sua fantasia e arranquei a mesma com força, abrindo ela e achando a chave.
- Eu prefiro pegar uma multa e talvez passar um dia na cadeia, do que morrer. – Falei e abri o carro, abrindo a porta de trás e apontei para a mesma o qual ele entrou sem muita vontade.
Entrei no banco da frente e liguei o carro, não sentindo nenhuma dificuldade em dirigir aquele carro. Robert morava em Hollywood também, então não tive nenhum problema em chegar em nossa casa, afinal, era tudo meio perto e como a maioria das pessoas que moravam ali tinham seu próprio segurança, o policiamento era bem fraco daquele lado.
Assim que eu passei com o carro na garagem eu acenei para Larry que estava ali àquela noite e ele acompanhou o carro, abrindo a porta para mim, não entendendo muito a cara que eu fazia e muito menos o que eu fazia no banco do motorista.
- Por favor, leva ele no banheiro, e só deixa-o sair de lá quando ele estiver bem. – Falei para Larry que afirmou com a cabeça, abrindo a porta do banco de trás e pegou Chris.
Eu segui os movimentos dos dois e agora os resmungos de Chris tinha diminuído, Larry passou apoiando Chris pelas costas e sumiu pelo nosso quarto. Leslie acordou com a zona e eu acariciei sua cabeça, abraçando-a em seguida, já que ela latia um pouco.
- Está tudo bem! – Falei e suspirei.
Segui para a cozinha e procurei algum remédio que podia ser para a ressaca. Acabei achando um remédio paralelo à aspirina e coloquei em um prato, indo preparar um lanche, porque ele precisava comer.
Quando eles começaram o jogo, eu achei até interessante a brincadeira, meio infantil claro, mas quando sobrou só o elenco de Os Vingadores de novo, as coisas haviam amornado de novo. Todo mundo estava em volta, revezando, se divertindo, mas quando eu havia me tocado que só Chris e Robert estavam bebendo, me preocupou, ainda mais depois de bastante tempo.
Finalizei o misto quente e o cortei ao meio, colocando em um prato e o remédio na lateral do mesmo e enchi um copo de água, apoiando ambos na pia. Ouvi passos e Larry apareceu com a cara mais calma, fazendo movimentos afirmativos com a cabeça.
- Eu o coloquei embaixo do chuveiro, ele morreu lá um pouco, eu já vi isso antes, daqui a pouco passa. – Afirmei com a cabeça.
- Você que já viu isso antes, qual é o padrão? – Perguntei e ele riu fraco.
- Ele vai ficar jogado lá, pode até vomitar para jogar tudo fora, aí ele volta a si, antes disso ele não vai comer nada, e nem ser útil. – Afirmei com a cabeça e suspirei. – Relaxa, , isso não é frequente. – Abri um sorriso de lado, afirmando com a cabeça.
- Obrigada, Larry! – Dei um tapinha leve em seu ombro.
- Qualquer coisa me chame. – Ele disse e eu afirmei com a cabeça.
- Boa noite, Larry! – Falei e ele acenou com a cabeça.
- Boa noite, .
Peguei o copo e o prato e segui para o quarto, colocando os mesmos na mesa de cabeceira ao lado de Chris e suspirei, ouvindo a água do chuveiro cair. Segui para o closet e comecei a me livrar de meus brincos e do meu anel de noivado, guardando-os na minha caixa de jóias. Guardei meu sapato no sapateiro e tirei o vestido, colocando em um cabide e guardando-o junto das roupas que Rupert fez para mim em meu armário.
Soltei meu cabelo e coloquei meu pijama, voltando para o quarto e sentei na cama, bem em frente à porta. Ouvi o barulho do chuveiro cessar e fechei os olhos quando eu ouvi outros barulhos vindo do banheiro. Suspirei, fechando os olhos e deitei o corpo na cama, ouvindo Chris vomitar no banheiro e o silêncio da madrugada.
Eu não lembro quanto tempo durou, ou se era porque eu estava cansada, mas eu acordei com o barulho da porta do banheiro e ergui meu corpo novamente. Chris saiu do mesmo com uma calça de moletom e as mãos escondidas na toalha branca. Eu o olhei e ele suspirou, me olhando profundamente em meus olhos, seu rosto não estava bom também. Mas aparentemente ele estava mais lúcido.
- Precisamos conversar. – Ele falou e eu suspirei.
- Eu sei. – Falei e ele suspirou.
- Não sobre hoje. – Ele falou e eu franzi os lábios, revirando os olhos. – Antes que você diga algo, eu sei que eu errei, eu sei que eu exagerei, fazia muito tempo que isso não acontecia. E não vai se repetir. – Ele falou rapidamente e eu franzia a testa.
- Sobre o que você quer falar, então? – Falei um tanto quanto alto e ele esticou algo que estava enrolado na toalha.
- Sobre isso. – Ele falou e eu franzi minha testa, olhando para o objeto branco em sua mão. – Isso é um teste de gravidez, não é?! – Ele perguntou e eu fechei os olhos pesadamente, ele havia descoberto.
- Onde você achou isso? – Perguntei.
- No lixo do banheiro. – Ele falou e eu suspirei. – Você está com suspeitas de gravidez? Isso é um falso negativo? – Neguei com a cabeça diversas vezes, soltando um suspiro alto.
- Não, não, não...
- O que é então?! – Ele falou, reformulando a mesma. – Por que isso está no lixo, então?!
- Eu estou fazendo testes regularmente. – Falei, suspirando. – Por conta própria.
- Desde quando? – Ele perguntou com a voz forte.
- Desde que voltamos a transar. – Respondi. – Duas vezes por mês. – Revelei e ele fechou os olhos, se ajoelhando a meus pés. – Independente se usamos proteção, se eu tomei pílula, ou qualquer modo contraceptivo.
- Por quê? – Ele falou e segurou minhas mãos.
- Eu não quero que aconteça aquilo de novo. – Falei simplesmente e ele apertou minhas mãos, suspirando.
- Não vai acontecer de novo. – Ele falou e eu suspirei, mordendo os lábios.
- Você não sabe, eu não sei, por isso que eu faço. – Falei rápido, passando a mão no rosto.
- Não, isso é verdade, a gente não sabe. Mas eu estou tomando mais cuidado... – Ele suspirou, se levantando em minha frente. – Só não se torture, por favor. – Fechei os olhos e suspirei, ele passou os braços pelo meu corpo, me abraçando. – Por favor, eu não quero ver você mal.
- Eu não sei o que fazer. – Eu suspirei.
- Você pode ir naquele médico que nos foi indicado, nós podemos ir. – Ele falou e eu passei a mão no rosto, suspirando. – O que você acha disso?
- Eu só achei que isso fosse algo distante, que não fosse acontecer comigo. – Suspirei forte e ele passou a mão em meu rosto, acariciando meu rosto.
- Posso marcar, então? – Fechei os olhos e suspirei novamente, passando a mão no rosto e eu afirmei com a cabeça. – Vai dar tudo certo. – O ouvi falar em meu ouvido.

***

- Chris! – Eu gritei para ele da sala. – Evans! – Ele veio correndo do quarto, com a toalha enrolada no corpo e algumas gotas ainda caindo do seu corpo.
- O que foi, ? Está tudo bem? – Me levantei, deixando o computador no sofá.
- Você está concorrendo a quatro categorias do People’s Choice Awards. – Falei animada para ele que arregalou a boca e os olhos ao mesmo tempo, me fazendo rir.
- Não brinca! – Soltei uma risada feliz.
- Não estou! – Me coloquei em cima da mesinha de centro e ele me abraçou, me girando pela sala rindo. – Quatro categorias, Chris, quatro! – Falei rindo e ele me colocou no chão novamente.
- Quais? – Ele perguntou.
- As quatro que você estava concorrendo na pré-votação. Filme favorito, Dupla em Filme Favorito, Filme de Ação Favorito e Ator em Filme de Ação Favorito.
- Cara! – Ele passou a mão no cabelo e eu ri. – É demais isso, mas é complicado. É voto de fã, é foda isso.
- E você acha que não tem fãs o suficiente para ganhar essa? – Franzi a testa.
- Ah, sei lá!
- Bem, se você não tiver, pode ter certeza que eu vou votar bastante para você ganhar. – Ela riu. – Ah, e não vamos esquecer sua mãe. – Ele gargalhou.
- Com certeza ela não sai da frente do computador. – Ele riu e me abraçou, dando um beijo em meus lábios.


Capítulo 15

You hear what I say, when I don't say a word. You are my rising sun, you're the place I run. You know how it hurts, when everything falls apart, and it seems like the world is crashing at my feet. You like me the best, when I'm a mess, when I'm my own worst enemy. You make me feel beautiful, when I have nothing left to prove, and I can't imagine how I'd make it through, if there's no me without you.
(Você ouve o que eu digo, quando eu não digo nada. Você é meu nascer do sol, você é o lugar para que eu fugo, você sabe como isso dói, quando tudo desaba e parece que o mundo desaba sob meus pés. Você gosta do meu melhor, quando eu estou uma bagunça, quando eu sou meu próprio inimigo. Você me faz eu sentir bonita, quando eu não tenho nada a provar, e eu não posso imaginar como eu conseguiria, se não existe eu sem você.)
– Ashley Tisdale – Me Without You

- É isso, garota! – Rupert falou dando espaço para mim e eu virei meu corpo no espelho e prendi a respiração, levando a mão até a boca, suspirando.
- Oh meu Deus, Rupert! – Falei, segurando meu vestido pela barra e virando o corpo, o vendo flutuar e senti as lágrimas escorrerem pela minha bochecha. – É lindo demais.
- Você está linda demais! – Ele falou, vindo para frente do meu corpo, ficando um pouco mais baixo que eu, devido ao degrau, e eu suspirei. – Você é a noiva mais bonita que eu já vi. – Ele sorriu. – E sim, eu posso falar isso. – Soltei uma risada fraca.
- Obrigada! – Sorri e suspirei, virando o corpo novamente, vendo a saia balançar.
- Ainda falta o véu, vai ser aquele ali mesmo. – Ele apontou para o longo véu pendurado no alto da parede, escorregando pelo chão, com cerca de cinco metros, ou mais.
- Sim, que vai ser preso no meu penteado. – Suspirei.
- E você já o decidiu? – Suspirei, o vendo ajustar a barra do vestido.
- Já, na verdade. A Denise me mostrou alguns penteados e eu gostei do que parece uma trança atrás da cabeça, tira o cabelo do rosto e fica mais jovial.
- Ah, acho que sei qual você está falando. – Ele falou e eu sorri.
- Mas tem uma coisa. – Falei, erguendo o dedo.
- O que é? – Ele perguntou, erguendo o rosto.
- Eu vou cortar meu cabelo. – Falei e ele arregalou os olhos.
- Sério? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Vou deixar um pouco acima dos ombros, curto, repicado, tudo que eu tenho direito. – Ele riu com um sorriso largo no rosto. – Não corto meu cabelo tem mais de dois anos.
- Você vai ficar linda de qualquer jeito. – Sorri para ele, segurando suas mãos e descendo do palco, vendo o vestido começar arrastar no chão e eu segurei a barra do mesmo para cima.
- E quando você quer cortar? – Ele perguntou.
- No dia mesmo. – Ele correu os olhos pelos meus.
- Você tem certeza?
- Tenho! – Falei rindo. – Quero que seja uma surpresa para o Chris também. – Rupert afirmou com a cabeça e eu ri.
- Bem, futura senhora Evans, você pode tirar o vestido. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – Preciso só fazer a barra, que eu já marquei e aí estará pronto. Por favor, eu sei que falta pouco mais de duas semanas para o casamento, mas coma pouco, ou coma comidas saudáveis, ok?! – Afirmei com a cabeça, suspirando. – Eu consigo afrouxar o vestido ou apertar, mas não tanto e nem em última hora. – Suspirei, afirmando com a cabeça.
- O que mais, chefe? – Perguntei e ele riu.
- Eu tomei a liberdade de usar suas medidas e fazer um conjunto especial para você usar embaixo do vestido, na noite de núpcias. – Ele pegou uma caixa preta e me esticou. – Isso vai embaixo do vestido, porque acredite, o melhor sexo que você vai ter, é na noite de núpcias. – Ele piscou um olho para mim e eu ri, pegando a caixa e correndo para a mesa mais próxima e abri a mesma, revelando um conjunto de lingerie branco, com corpete, calcinha e meia 7/8.
- Rupert! – Suspirei.
- Eu sou bom em vestidos, mas tento ser delicado para algumas outras coisas também. – Ele riu e eu o abracei fortemente. – Cuidado com o vestido. – Ele falou e eu ri fraco, suspirando e me afastando dele.
- Obrigada, meu amigo! – Falei sorrindo e ele afirmou com a cabeça.
- Não se esqueça de que você deveria estar em um almoço agora, . – Ele falou e eu ri fraco. – Chris já deve estar sentindo sua falta.
- Coloquei a Lisa para fazer companhia para ele, afinal, devem ter muitas crianças querendo o autógrafo dele. – Pisquei o olho e entrei no provador novamente, tirando o vestido com muito cuidado. – O que me faz pensar que eu não tenho o autógrafo do meu noivo. – Falei saindo do vestido e entregando-o a Rupert.
- Corre para conseguir o seu! – Ele falou e eu soltei uma risada.
- Você cuida disso para mim? Leva para Los Angeles? – Perguntei, quando ele pegou o vestido e o guardou dentro da cama.
- Pode deixar, e o que tem na caixa, serviu?
- Sim! – Falei, sorrindo. – Você é o único homem que sabe exatamente minhas medidas. – Falei rindo e ele sorriu.
- Você tem ótimas medidas, . Seios na medida, cintura fina, coxas grossas. – Ele deu de ombros. – Tudo que um homem gostaria em uma mulher.
- Tudo? – Perguntei.
- Se em minha natureza, eu fosse atraído por mulheres, tenho certeza que eu seria atraído por você, afinal, brasileira, bonita, se veste bem, tem uma ótima personalidade e um sorriso lindo. – Sorri e ele riu. – Viu?! – Ele apontou para o meu rosto. – Tenho certeza que várias pessoas invejam o Chris.
- Não tenho tanta certeza disso. – Falei suspirando.
- Eu digo homens e não crianças imaturas que colocam sua felicidade acima da dos outros. – Ele piscou para mim e eu ri fraco. – Agora me deixa trabalhar, tenho que finalizar o vestido das madrinhas ainda. – Ele riu, me empurrando até a porta e eu peguei meu casaco que estava pendurado e o coloquei, fechando os botões e amarrando-o bem.
- Está tudo maravilhoso, Rupert! Você tem muito talento. Não o desperdice nunca. – Ele afirmou com a cabeça e depositou um beijo em minha testa.
- Quando a Vanity Fair ligar pedindo uma sessão de fotos com a noiva do Chris Evans, tenho certeza que as coisas vão mudar. – Ele falou, piscando.
- Como você pode ter tanta certeza que eles ligarão? – Perguntei, colocando minhas luvas.
- Porque eles já ligaram. – Ele falou e piscou o olho para mim.
- Não brinca! – Gritei e ele gargalhou.
- O assunto está com Megan, já. Eles querem uma sessão de fotos exclusiva dos dois. Como eu não quero que o Chris te veja de branco em nenhum momento...
- Tem o ensaio do casamento. – O cortei.
- Com exceção do jantar de casamento. – Ri fraco. – Estamos vendo de fazer a sessão de fotos após o casamento, antes da festa, faremos a sessão de fotos de vocês nesse meio tempo, por que não aproveitar e tirar algumas fotos a mais?
- Rupert, você é top! – Gritei para ele e o abracei.
- E você enche meu ego! – Dei de ombros.
- É meu trabalho?! – Falei em tom de pergunta.
- Não, esse é o meu com você. – Ele piscou e abri a porta do atelier sentindo o vento frio bater em meu rosto e me enrolei mais com o cachecol. - Nos vemos no Natal, noivinha.
- Até lá, querido! – Acenei e segui para o táxi que me esperava na porta. – Para o lugar que estávamos antes, por favor. – Falei para ele que acenou com a cabeça.

Entrei novamente no restaurante do amigo de Chris e vi que o pessoal estava mais disperso. Os garçons passavam com grandes porções de frituras na minha frente e eu suspirei, sentindo meu estômago roncar. Me livrei das luvas e do cachecol, por causa do aquecedor e joguei na minha bolsa, desviando das pessoas para chegar perto de Chris. Avistei a mesa que ele estava quando eu saí e Lisa fazia uma cara de entediada já. Bem, fazia um bom tempo que eles estavam ali, visto que eu demorei cerca de uma hora no Rupert.
Olhei para a fila de crianças e adolescentes e tinha umas seis ou sete pessoas ali, me coloquei atrás da última menina e fui seguindo o caminho da fila, uma pessoa depois da outra. Desde crianças pequenas passavam felizes, correndo até a mãe, adolescentes passavam surtadas, correndo com as amigas, e eu ria da situação.
- Oi Chris Evans! – Falei para ele, que franziu a testa. – Você pode me dar seu autógrafo? Eu tenho... – Coloquei minha mão no bolso do casaco e puxei algo que parecia um papel. – Uma nota fiscal do McDonalds. – Estiquei para ele que gargalhou.
- Apareceu, é?! – Ele disse e eu chacoalhei a mão esticada para ele. – É sério?!
- Claro que é! – Dei de ombros e segui para trás da mesa, o vendo assinar o papel. – “Com amor”? – Perguntei rindo. – Espero que seja um amor diferente para mim.
- Você sabe que é! – Ele estendeu o papel para mim e deu um beijo em minha bochecha.
- Como está a festa? Estou com fome! – Falei.
- Eu vou pegar um cardápio para você, querida. – Lisa falou e se levantou antes de eu falar mais alguma coisa.
- Onde você foi? – Ele perguntou e eu ri, olhando para ele.
- Fui provar meu vestido, ué. – Dei de ombros.
- E como estão as coisas?
- Meu vestido está pronto e ele está finalizando o das madrinhas, acho que por enquanto está tudo perfeito. – Ele riu fraco, fechando a caneta em sua mão.
- Minha parte também está tudo certo já. – Ele acenou com a cabeça.
- Eu tenho uma pequena curiosidade, quem está fazendo seu terno e a roupa dos homens? – Perguntei e ele riu fraco.
- Você sabe que eu tenho um contrato com uma marca masculina famosa, não é?! – Bati a mão na testa.
- Oh meu Deus, eu não tinha pensado nisso. - Soltei uma risada fraca, vendo Lisa sentar novamente e me estender o cardápio. – Obrigada. – Sorri para ela, abrindo o cardápio.
- Está acabando aqui, daqui a pouco a gente dá uma volta. – Ele falou próximo ao meu ouvido.
- Sem problemas! – Falei com a atenção no cardápio, logo chamando um garçom que estava próximo e pedindo uma porção de peixe frito, imediatamente ignorando o que Rupert disse.
Enquanto eu e Lisa dividimos a porção, a fila dos fãs foi diminuindo aos poucos e com isso o dia foi escurecendo devagar. Lisa foi embora algum tempo depois. Também, ela estava ali desde antes do almoço, se eu já estava cansada, imagina ela. Eu fiz companhia ao Chris, enquanto que ele falava com seus fãs. Eu acenava para os que falavam comigo e ria fraco, ninguém veio realmente falar comigo, o que me deixou bem mais confortável.
Scott surgiu após um tempo, fazendo a mesma brincadeira que eu havia feito com Chris, entrado na fila e chegado em Chris, mas ele fez de joelhos, o que fez que eu risse para caramba, ficamos andando ali no bar, eu e ele, e logo Chris apareceu ao nosso lado com uma cerveja, andando e tirando foto com algumas pessoas esporadicamente enquanto eu e Scott conversávamos.
Saímos pouco antes das dez da noite, deixamos Scott em sua casa e seguimos para a casa de Chris em Boston que estava entulhada com várias pequenas coisas minhas do meu antigo apartamento em Boston, coisas que não tínhamos achado espaço em LA. Eu e ele seguimos para o banho e logo estávamos de pijama na cama, nosso voo para Los Angeles saía cedo amanhã. Nos enrolamos nos diversos edredons que ele tinha em casa e ele me abraçou, me juntando ao seu corpo.
Ele não demorou a dormir, mas eu, como todas as noites desde que dezembro começou, não conseguia dormir. Estava visitando um terapeuta há cada quinze dias por causa do aborto, e acabei comentando sobre a minha falta de sono e a resposta foi simples, meu casamento estava próximo. Cada dia mais próximo.
Eu estava de boa com isso, até, mas eu precisava dormir, eu precisava realmente dormir. Eu peguei recesso no trabalho, provavelmente fazendo minha chefe me odiar pelo fato de estar há menos de quatro meses trabalhando e já tirar alguns dias de férias, mas isso juntava com o recesso de fim de ano e me deixava feliz. Minha família inteira estava vindo do Brasil, o que já me alegrava bastante.
Eu sempre acabava dormindo por volta das três ou quatro da manhã, após Chris acordar algumas vezes, ficar tentando me fazer dormir, me abraçando, beijando meus ombros e voltava a dormir de novo. Até ele já sabia da minha falta de sono e o que me deixava pelo menos aliviada por ver que ele era mais calmo que eu.

Chegamos a nossa casa em Los Angeles e Jordan veio correndo até nós, abrindo a porta para mim primeiramente, e eu saí do carro, quase que imediatamente me livrando do meu casaco. Los Angeles estava bem mais quente do que Boston, o que era muito bom, eu só pensava em como eu faria se virasse frio no dia do meu casamento. Acho que a ideia de se casar em Los Angeles fazia todo sentido agora.
- E aí, Jordan? – Perguntei, fechando a porta do carro.
- Chegaram vários pacotes para vocês. – Ele falou e Chris gargalhou ao meu lado.
- Presentes! – Ele comemorou e eu franzi a testa, olhando para ele.
- Creio que sim, senhor! – Jordan riu conosco e eu acenei com a cabeça.
- Obrigada, Jordan! – Falei e ele sorriu. – Te vejo no casamento, certo?
- Não perderia por nada. – Ele acenou e se retirou, o que fez com que eu seguisse Chris para dentro de casa.
- Oh meu Deus! – Eu ouvi a voz de Chris de dentro da sala e quase me joguei para dentro, olhando a pilha de embrulhos coloridos em cima do balcão da cozinha.
- Jesus! – Falei assustada e puxei a porta, jogando o casaco no sofá.
- Quanta coisa! – Chris falou mais próximo e eu me aproximei dele, passando meu braço pelo seu.
- Eu pensei que a gente... O pessoal... – Falei me perdendo nas palavras.
- Todo mundo merece presentes de casamento. – Ele falou, beijando minha cabeça e eu sorri. – Claro que não vamos ganhar um sofá, ou uma mesa de jantar, mas tem umas caixas bem grandes aqui!
- Tenho certeza que as maiores são dos nossos pais. – Comentei e ele riu.
- Acho justo, é só olhar as que têm mil selos, essas são brasileiras, certeza, e as sem grandes coisas são a daqui dos Estados Unidos mesmo.
- Você quer abrir? – Perguntei para ele que virou o rosto para mim.
- Não sei, parece que é errado, tipo abrir presente de Natal antes do dia. – Ele falou, franzindo a testa e eu ri.
- Então a gente finge que essa pilha não está aqui até dia 28? – Perguntei e ele passou um braço pelos meus ombros, e passando o outro pela minha perna, fazendo com que eu soltasse uma risada, sentindo cócegas.
- Bem, como não vamos poder fazer uma lua de mel decente, e sim, eu estou realmente magoado com isso. – Ele falou enquanto caminhava em direção ao quarto.
- Ah, você está? – Falei, debochando com ele. – Eu também estou bem decepcionada por não saber o que você planeja para este momento.
- Eu vou te compensar, vou compensar a gente por isso. – Ele virou na porta e chutou a mesma, fazendo com que ela batesse.
- Como? – Perguntei e ele me colocou na cama, fazendo com que eu me ajeitasse no meio dela, esticando o corpo.
- Deixa eu terminar, antes que eu me perca. – Ele falou, dando a volta na cama e ficando no meio da mesma.
- Diga! – Falei e ele riu.
- Bem, acho que seria interessante a gente se trancar no quarto de hotel até depois do ano novo. - Ele se movimentou como se tirasse os sapatos e ajoelhou na cama. – Até a vida voltar de verdade. – Ele puxou a blusa para cima e eu abri um sorriso, suspirando.
- Talvez seja uma boa ideia. – Falei e ele deitou o corpo no meu, fazendo com que eu erguesse minhas mãos para suas costas. – Eu e você, desligados do mundo por um tempo.
- Excluídos totalmente dele. – Chris comentou, encostando os lábios na dobra do meu pescoço.
- Acho que é uma ideia, nossa própria lua de mel. – Soltei um suspiro após ele começar a sugar um pedaço da minha pele, próximo ao pescoço. – Você vai mesmo me deixar marcas a poucos dias antes do casamento? – Ele soltou uma gargalhada, com o ar saindo da minha pele.
- Some até lá! – Ele comentou e eu suspirei.
Ele passou a mão pelo meu corpo, subindo minha blusa levemente, me fazendo contrair a barriga e suspirei, fechando os olhos. Ele deslizou o corpo sobre o meu e senti sua barba deslizando pela minha barriga, fazendo que eu soltasse o ar pela boca. Senti suas mãos passarem pela minha perna, enrugando minha calça jeans.
Suas mãos subiram pelo botão da minha calça e o soltou, puxando o zíper para baixo, fazendo com que eu subisse o quadril para que ele puxasse minha calça jeans para baixo, juntamente com a minha calcinha, me fazendo colocar uma mão de cada lado da cama, apertando os dedos na coberta, sentindo meu corpo arrepiar.
Ele subiu o rosto até o meu e colou nossos lábios novamente. Ergui uma das mãos, apertando seus cabelos e ele soltou um leve gemido, dando uma risada nasalada quando se separou de mim.

- Eu estava pensando, a gente precisa decidir sobre o ensaio de casamento. – Falei, enquanto tirava os espetinhos da churrasqueira elétrica e coloquei em uma bandeja, estendendo para Chris que estava do outro lado da bancada.
- O que você estava pensando? – Ele perguntou, pegando um espetinho e tirando os pedaços de carne do espeto e colocando no prato.
- Nós temos que fazer um ensaio de casamento, para começar que nossas mães precisam se conhecer. Juntar nossa família, precisamos deixar todo mundo bastante confortável antes do casamento. – Falei e ele ponderou com a cabeça, colocando um pedaço de carne na boca.
- Você tem razão, eu sempre me esqueço desse pequeno grande detalhe. – Ele falou e eu me sentei em sua frente, pegando um espeto de carne e colocando no meu prato, colocando uma garfada de arroz em minha boca.
- Eu com certeza surtarei nesse dia. – Falei e suspirei, engolindo a comida.
- Ficamos juntos, não se preocupe. – Ele falou e eu sorri, suspirando. – Mas o que você está pensando?
- Fazermos aqui em casa. – Falei e mordi um pedaço de carne. – Falamos com a Agatha para fazer aqui em casa, vão ser só as pessoas mais íntimas mesmo, nossas famílias e os padrinhos. – Dei de ombros. – Vamos ter que fazer algo no Natal mesmo, dá para juntar no dia 25, fazer tanto o ensaio do casamento e nossa celebração de Natal. – Falei rindo fraco.
- Será que a Agatha topa isso? – Ele perguntou e eu dei de ombros.
- Ela já sabe que vai ter que ficar à nossa disposição mesmo, então acredito que o local não faz tanta diferença.
- A gente pode fazer isso, amor. – Ele piscou para mim e eu sorri, suspirando. – Tá chegando, hein?! – Ele falou e eu ri fraco.
- Está pronto? – Perguntei para ele que sorriu, esticando a mão por cima da bancada, segurando a minha.
- Nervoso, mas estou. – Ele foi honesto e eu sorri.
- Parece que está tudo bem, não é?! Quero nem imaginar na hora. – Suspirei e ele esticou minha mão na dele e levou à boca, beijando a mesma e eu sorri.
- Quatro dias, amor. – Ele falou e eu franzi a testa, nervosa.
- Por favor, sem contagem regressiva! – Falei com a voz meio trêmula e ele riu, soltando minha mão.
- Já escreveu seus votos? – Ele perguntou e eu movimentei a mão em cima da boca, como se fechasse o zíper. – É segredo, é?!
- Claro que é. – Falei rindo. – É um momento perfeito nosso.
- Sim, nosso momento perfeito. – Ele falou e soltou um suspiro, puxando o ar fortemente para o pulmão. – Eu vou casar! – Ele gritou e eu me assustei, olhando para ele. – Sabe que depois de um tempo eu achei que não fosse possível. – Ri fraco.
- E o que você acha disso? – Perguntei, com um sorriso largo no rosto.
- Antes de te conhecer, eu pensei que isso nunca fosse acontecer. E quando eu te conheci, eu fui muito idiota. – Ele riu fraco.
- Por quê? – Perguntei.
- Porque eu achava que era outro relacionamento que teria certa estabilidade e depois decair. – Ele riu fraco de novo. – Quando eu notei que a gente não tinha decaído e sim que a cada dia subia mais, eu surtei com isso. E aí eu me toquei que existia muito depois de um namoro e foi aí que eu fui atrás. – Ele abriu um largo sorriso. – E o que me deixa feliz é que você disse sim.
- Eu não tinha outra opção além dessa. – Falei e peguei sua mão em cima da mesa.
- Eu não saberia o que fazer se não fosse essa a sua resposta. – Ele riu fraco.
- Não precisa descobrir. – Ri fraco e ele sorriu, colocando a mão em minha nuca.

Me olhei no espelho do closet novamente e dei uma chacoalhada em meu cabelo, sentindo o coração batendo forte em meu peito. Peguei meu batom rosa claro e passei em meus lábios, tirando o excesso das laterais e olhei para minhas joias em cima da bancada do closet e coloquei minha pulseira com pingentes variados, meu relógio dourado, meus brincos de cristal em formato de gotas e peguei meu anel de noivado, o vendo em minha mão por um tempo, passando a mão sobre o diamante em cima, soltando um suspiro.
- Olha só onde a vida te levou, ! – Falei para mim mesma e coloquei o anel de noivado em meu dedo anelar da mão esquerda e dei um passo para trás, colocando meu peep toe preto e me olhei no espelho novamente, passando a mão no canto dos olhos, tirando um pouco de lápis de olho que borrou em meu rosto.
Soltei um suspiro e saí do closet, puxando a porta atrás de mim e andei até a porta do banheiro. Chris estava debruçado sobre a pia, esfregando uma mão na outra e passando em seus cabelos, fazendo o topete que eu tanto gostava. Ele usava uma calça social cinza, uma camisa social preta e tinha um sapato social em seus pés. Ele lavou as mãos em seguida e secou na toalha de rosto ao lado e seus olhos focaram nos meus.
- Nossa! – Ele falou olhando para mim e eu soltei uma risada fraca, dando um leve sorriso para ele. – Eu estou casando com uma boneca e não sei. – Ele falou e eu alisei a mão em meu vestido bege, com as mangas curtas, uma gola no pescoço e a cintura demarcada e dei uma ajeitada na barra da saia. – Você está maravilhosa! – Ele falou esticando as mãos e segurando as minhas, as colocando em seus ombros.
- Você também. – Falei e ele sorriu, aproximando o corpo do meu e eu encostei minha cabeça delicadamente em seus ombros. – Estou nervosa. – Revelei e ele soltou uma risada fraca, passando a mão em minhas costas e depositando um beijo em minha testa.
- Você não está sozinha, amor. – Ele falou e eu suspirei, fechando meus olhos por algum momento. – Feliz Natal. – Ele cochichou em meu ouvido e riu em seguida, me fazendo erguer o rosto novamente.
- Não me lembra disso, eu vou ficar eternamente chateada por não estarmos trocando presentes esse ano. – Falei e ele riu, cruzando os braços em cima do peito.
- Eu estou te ganhando de presente e você está me ganhando, além da cerimônia, da festa e tudo mais, são ótimos presentes, não acha?! – Ele piscou com um olho e eu ri fraco, passando a mão em meu pulso, ajeitando o relógio e duas batidas na porta nos distraiu.
- Pode entrar. – Chris falou e eu virei para porta, a tempo de ver Agatha abrindo a mesma.
- Olá! – Ela falou toda cordial. – Vocês dois estão muito bonitos. – Ela falou parada na porta e eu assenti com a cabeça, sentindo Chris passar o braço pela minha cintura.
- Obrigada, Agatha. – Ela abriu um sorriso de leve.
- Seus convidados já estão aqui. – Ela falou e eu prendi a respiração por um momento. – Podemos ir?
- Sim, podemos! – Chris falou e eu ri fraco, apertando sua mão que estava em minha cintura.
- Todos vieram? – Perguntei.
- Todo mundo. – Ela sorriu. – E eu consegui um fotógrafo para tirar fotos de vocês aqui hoje.
- Que bom! – Falei dando uma risada nervosa. – Vamos então.

Chris segurou minha mão fortemente e eu entrelacei nossos dedos, seguindo Agatha fora do quarto. Passamos pelo corredor e já pude sentir o cheiro de carne sendo grelhada em nossa cozinha. O balcão estava com pratos distribuídos e uma porção de arroz colorido estava dentro de cada um. Eu e Chris acenamos para os dois chefs de cozinha que estavam cozinhando e continuamos seguindo Agatha.
Todas as cortinas da sala estavam fechadas, somente uma fresta da cortina que cobria a porta estava aberta. Dali já podia ser ouvido algumas risadas e uma música calma de fundo. Soltei a respiração novamente, sentindo Chris apertar minha mão mais forte.
- Vai dar tudo certo! – Ele falou e eu ri fraco. - Não parece ter barulho de briga. – Ele falou e eu ri fraco.
- Elas amam a gente e elas sabem se comportar. – Chris riu.
- Espero mesmo. – Ele falou e eu arregalei os olhos.
- Vamos descobrir! – Falei rindo e Chris acenou para Agatha que saiu da sala, fazendo com que o silêncio parasse aos poucos.
- Eu gostaria de recebê-los aqui, nesse dia importante para esse casal, para as famílias, os amigos, e claro, porque também é Natal. – Ouvi a voz dela mais baixa e algumas risadas. – Gostaria de desejar a todos um ótimo Natal e muitas felicidades para o que vem por aí. – Ouvi algumas palmas abafadas e com a mão que estava solta ao lado do corpo, eu passei no braço de Chris, abraçando seu braço. – Com vocês, apresentando o casal da família Evans e , Chris e . – Chris olhou para mim por um momento e eu acenei com a cabeça, o vendo se colocar novamente em frente à porta e começar a andar para o lado de fora.
Uma explosão de alegria saiu de mim quando eu olhei para as pessoas ao redor da piscina. Minha mãe foi a primeira que eu notei, ela estava ao lado da mãe de Chris. Lílian, Scott, Tara e Rodrigo estavam em uma roda conversando, mas agora os quatro tinham celulares apontados para nós. Derek, Rupert e Jason, marido de Tara estavam em uma roda juntos, Ruth, Carly e Shanna estavam em outra roda, onde Carly segurava Stella e Ruth segurava Angie, ambas com lindos vestidos rodados. Meu tio estava ao lado de alguns parentes do Chris, incluindo seus tios.
A contagem exata era de 30 pessoas ali, contando com as crianças. Era um jantar íntimo, só nosso e as pessoas mais importantes da nossa vida. Acabamos deixando alguns dos meus familiares de fora e vários dos amigos de Chris também, mas todos iriam ao casamento. Senti meus olhos começaram a embaçar e eu puxei o ar fortemente, olhando para Chris por um segundo, que tinha o mesmo sorriso bobo em seus lábios.
A área da piscina tinha uma decoração bem sutil com pequenos arranjos de flores brancas, uma mesa longa e comprida, dividida em dois lados, provavelmente quinze de cada lado. A decoração era sutil, alguns arranjos de flores na mesa e algumas velas pequenas de decoração.
Ele me olhou e ambos afirmamos com a cabeça, soltando uma risada fraca. Minha mãe e Lisa se entreolharam confidentes e se aproximaram de nós dois, fazendo com que soltássemos as mãos e eu senti minha mãe me abraçar fortemente, me fazendo apertar meu rosto em seu ombro, soltando uma risada fraca.
- Minha querida! – Ela falou soltando um suspiro forte e eu senti as lágrimas escorrerem de meu rosto, fazia um ano que eu não a via, e sentir seus braços em volta do meu corpo era a melhor coisa da vida. – Minha pequena vai casar. – Ela se afastou de mim, apoiando as mãos em meu rosto. – Como isso é possível? – Ela falou e eu puxei o ar forte novamente. – Não chore. – Ela falou rindo em seguida e eu passei a mão em seu rosto, vendo que algumas lágrimas caíam também.
- Não me peça para fazer o que você também não faz. – Falei rindo e ela sorriu, apertando meu corpo novamente, me fazendo soltar um suspiro alto, fechando meus olhos por um momento.
- Eu nunca pensei que isso fosse acontecer, mas está acontecendo, meu filho vai se casar com a melhor pessoa do mundo para ele. – Ouvi Lisa falar e eu passei o braço nos ombros de minha mãe e olhamos para eles que afastavam novamente.
- Querido! – Minha mãe falou e Chris a abraçou e Lisa se aproximou de mim.
- Meus parabéns, minha querida! – Lisa falou e eu ri fraco, sentindo meu nariz entupido.
- Obrigada, Lisa. É bom demais ter vocês aqui. – Eu falei com a voz meio trêmula e passei a mão em meu cabelo quando nos separamos.
- Eu quero um abraço também! – Ouvi a voz de minha irmã atrás de Lisa e Lisa deu espaço para minha irmã me abraçar fortemente, fazendo com que meu choro ficasse mais evidente agora, enquanto minha irmã me apertava contra seu corpo.
Assim que ela se separou, todo mundo veio nos abraçar, e principalmente me fazer chorar. Já não me importava mais se a maquiagem sairia, mas algum tempo depois Chris tirou um lenço do bolso e me entregou, fazendo com que eu passasse bem próximo do olho, deixando uma pequena mancha de lápis preto e estava quase pronta para a próxima.

Eu e Chris ficamos em pé, fazendo uma volta em todas as rodas de convidados. Não sei se era minha impressão ou não, mas tudo estava indo muito bem. Minha mãe e Lisa pareciam melhores amigas de infância, a língua era uma dificuldade que deixava tudo engraçado, mas era ótimo vê-las interagindo, conversando e principalmente nos paparicando. Elas eram bem parecidas. Mães corujas, engraçadas, divertidas e que deram um ótimo caminho para os filhos, tanto que agradeço a elas por eu e Chris ter nos conhecido. Eu pelos estudos e Chris pela inspiração.
O grupo dos irmãos era o mais engraçado, quando passamos por ali, Scott, Lílian, Carly e Shanna não paravam de dar risada e quando chegamos perto eles nos abraçaram, começaram a falar das surpresas que estão preparando para o nosso casamento, o que fez que eu Chris nos entreolhássemos meio assustados, mas era maravilhosa a empolgação deles, a felicidade, o gás que eles tinham, mais que a gente, isso era certeza.
Meu tio e o pai de Chris, Robert, tinham certa dificuldade na conversa também, mas eles pareciam se entender, por meio de mímicas. Aquela relação era importante para mim, meu tio foi a minha figura paterna após meu pai e meus avós falecerem, então se ele tivesse uma amizade sólida com o pai de Chris, seria muito importante para mim.
O meu grupo favorito era o de Rodrigo e Tara, já ouviu falar daquela expressão ‘meu cavalo é maior do que o seu’? Bem, caso não, é basicamente uma briga de quem é melhor nesse caso, eu ou Chris. Eles zombavam um com o outro para saber quem tinha mais contato, mais amizade, mais lembranças e mais um pouco. Sobre o quesito de amizade eu cortei o barato de Rodrigo rapidinho, afinal, Chris conhecia Tara há mais tempo que eu conheço Rodrigo.
Derek, Rupert, Ruth e Megan estavam próximos as nossas tias conversando. Megan já tinha uma pequena barriga de gravidez aparecendo, e isso fazia com que ela estivesse bastante radiante. Ruth segurava a pequena Angie com cuidado, ambas estavam maravilhosas. Liana brincava por ali com os filhos de Carly, Ethan e Miles, o que fazia com que várias vezes as crianças passassem correndo por nós desesperadas, mas era uma sensação boa. Derek fez questão de deixar claro o quanto sentia minha falta e fez Chris prometer que voltaríamos para Boston um dia, o que não era nenhum desafio pedir isso para Chris, já que ele amava muito aquela cidade e realmente queria voltar para lá. Rupert conversou rapidamente comigo sobre os vestidos, eu já sabia que eles estavam prontos e escondidos no hotel em que seria o casamento.
Após uma volta completa entre os convidados, Agatha indicou que o almoço estava servido, era por volta das três da tarde, mas a hora simplesmente corria quando estávamos nos divertindo com quem amamos. Eu e Chris almoçamos ouvindo as piadas que o pai de Chris contava, sobre a infância de Chris, fazendo com que eu demorasse muito mais que o tempo necessário para comer um pedaço de carne, batatas salteadas e um risoto delicioso.
Algum tempo após o almoço, o garçom apareceu com taças de champanhe sobre as bandejas e entregaram um para cada um dos adultos, fazendo que eu e Chris nos entreolhássemos, já sabendo o que nos esperava, fazendo com que eu deitasse minha cabeça em seu colo e senti sua mão quente em meu ombro.
- Vamos começar os brindes? – Agatha falou e pude ver nossos parentes olhando entre si. – Quem gostaria de começar? – Soltei uma risada quando o silêncio se instalou e uma cara de horror apareceu no rosto de cada um de nossos padrinhos. Eu sabia que nem todos falariam ali, mas alguém falaria.
- Eu vou! – Minha irmã se levantou da mesa com a taça na mão e se colocou em pé na ponta da mesa, me fazendo ajeitar meu corpo, já me fazendo tremer. - Bem. – Ela começou, suspirando. – Eu não sou convidada para casamentos com frequência, então ter esse pequeno esquecimento de fazer um discurso, uma homenagem, está me deixando bastante nervosa agora. – Eu e Chris soltamos uma risada fraca, junto de outras pessoas na mesa. – Mas, como esse é um dos dias mais especiais da minha irmã e de seu futuro marido, eu acho que tenho capacidade de improvisar algo. – Ela me olhou nos meus olhos e eu acenei com a cabeça sorrindo. - Quando se é jovem, você imagina que a vida tem um curso de coisas a acontecer, que as coisas tem começo, meio e fim e que o resto é história. Bem, as coisas realmente tem começo, meio e fim, mas não acontecem de uma forma correta. – Ela mudou a taça de mãos. – Quem diria que minha irmãzinha, que sempre teve dificuldades na escola passaria em uma das melhores faculdades do país, passaria em um concurso para fazer pós-graduação em outro país, conseguiria um emprego na área de assessoria de entretenimento, que sempre foi o que ela gostou e de quebra, conheceria o amor da vida dela. – Ela falou e eu suspirei, sentindo Chris beijar minha cabeça. – E a propósito, o noivo dela é bem conhecido mundialmente. – As pessoas da mesa riram. – Quando ela me disse que estava namorando Chris Evans, eu logo imaginei aquela pose que vemos nos cinemas, aquele queixo poderoso, os olhos azuis, e toda aquela pompa que vem junto. – Ela fez algumas imitações e Chris riu ao meu lado. – Mas, quando você o conhece, você descobre que essa pompa toda, não é nada comparado ao que ele realmente é. Um cavalheiro, um romântico. – Ela sorriu para mim. – Eu sei que todo relacionamento tem suas dificuldades, mas esse, eu tenho mais certeza que terá alguns obstáculos pelo caminho, obstáculos que vocês mesmos criarão, que a carreira de vocês criarão ao longo do tempo, acreditem quando digo que o passar dos anos pode ser cruel. – Ela mordeu o lábio inferior. – Mas, só com um por cento do amor que eu vejo irradiando de vocês, eu tenho certeza, que vai durar para sempre. – Senti as lágrimas encherem meus olhos novamente. – Minha irmãzinha está longe de mim há quase dois anos, somente com algumas visitas esporádicas, mas é o que a vida faz conosco. – Ela suspirou alto. – Mas eu estou relaxada com tudo isso. – Ela falou, afirmando com a cabeça. – Porque eu sei que tem um cara decente e apaixonado por ela, que a ama, respeita e a faz se tornar uma pessoa melhor todos os dias, cuidando dela enquanto eu estou longe. – Meu lábio começou a tremer e eu senti uma lágrima escorrer de minha bochecha. – Então, o que eu peço, é só que você continue cuidando dela, da mesma forma que você faz desde o dia que a conheceu. – Ela puxou o ar fortemente e Chris me abraçou, fazendo com que eu suspirasse alto, passando a mão no rosto. – Aos noivos! – Ela ergueu a taça tomando um leve gole da mesma e eu fiz o mesmo, dando um largo sorriso para ela.
- Minha vez! – Scott se levantou, passando a mão no rosto e eu ri, vendo que todos estavam levemente emotivos com o discurso de minha irmã.
- Eu não acho que aguento mais. – Falei, rindo fraco e Chris me abraçou.
- Esse é só o começo! – Tara falou e eu ri fraco, pegando o lenço novamente da mão de Chris e passei beirando meus olhos.
- Eu vou dar um tempo para vocês, porque eu realmente não sou o tipo emotivo, como a Lílian ali, então minha intenção não é fazer ninguém chorar. E sim, relembrar de alguns fatos interessantes na vida desses dois. – Soltamos uma risada fraca e olhei para Scott, erguendo minha mão e passando na nuca de Chris. - Ao contrário de Lílian, eu estou perdendo meu irmão mais velho e grande companheiro. Não vou dizer que estou perdendo-o para algo ruim, mas sim para um futuro que eu tenho certeza que vai ser muito bom. – Abri um sorriso. – A primeira impressão que eu tive quando meu irmão disse que havia conhecido alguém foi de medo. – Eu soltei uma risada. – Acreditem! Ele não tem um histórico muito bom. – Scott franziu os lábios. – Mas o pensamento começou a mudar quando eu descobri que ela estava trabalhando como assessora de imprensa dele e que era brasileira. Amostra número 1: Ela é estudada. Amostra número 2: Ela tem uma cultura totalmente diferente da nossa. – Chris sorriu para mim. – Dito e feito! – Scott riu. – O relacionamento começou a andar, creio que posso dizer isso, deixando todos da família felizes, empolgados com a situação. Mas ainda tinha uma coisa que me deixava encafifado. – Ele passou a mão no cabelo. – Aquilo ia durar até quando? 33 anos, alguns relacionamentos fracassados, cheio de trabalho, um caso aqui e ali, até onde isso ia durar? Quando ele seria magoado, ou magoaria outra pessoa? – Soltei uma risada fraca, passando a mão na bochecha de Chris. – Chris define como a pessoa que deu um jeito na sua vida, pois bem, eu devo concordar. – Scott sorriu. – Quando você ouve do seu irmão que ele quer comprar um anel de noivado... Para tudo! – Chris gargalhou ao meu lado e eu ri. – Foi o momento da minha vida. – Scott sorriu. – Vocês dois, são igual água e vinho, culturas diferentes, profissões diferentes, pensamentos diferentes, tudo diferente. Mas vocês tem uma coisa que eu notei aqui que é igual dos dois lados. – Ele estendeu a mão para a mesa. – Vocês têm família e amigos que te amam, que te apoiam, que estão se unindo, se tornando um só. – Ele sorriu. – Casamento não tem manual de instruções, isso eu tenho certeza, mas façam um favor para vocês e para nós, sejam felizes pelo resto da vida. – Ele gritou a última parte e eu e Chris gargalhamos, nos abraçando de lado. – Ao Chris e . – Ele esticou a taça e bebeu um gole, fazendo com que eu e Chris fizéssemos o mesmo.
- Eu gostaria de ser a próxima. – Megan se levantou e eu me surpreendi, não era necessário que todos fizessem um discurso no ensaio de casamento, mas fiquei bem feliz por ela ter levantado com sua taça de suco de laranja e se colocado na ponta da mesa. – Tenho certeza que eu vou causar discórdia aqui! – Ela falou e eu ri fraco, já sabendo o que esperar. – Eu posso dizer que como agente dele e ex-chefe dela, que isso estava fadado a acontecer. – Ela riu fraco. – Eu trabalho com o Chris há quase 10 anos, então eu o acompanho em eventos, gravações, premières e lido um pouco com sua vida pessoal, no sentido de falar com a imprensa sobre o que ele deve e não fazer. Chris sempre mostrou ser uma pessoa que gosta de desafios, que está sempre tentando ser melhor, fazer projetos melhores e desafiar a si mesmo em todos os sentidos. , por outro lado, tem uma inteligência e um conhecimento incrível sobre aquilo que ela estudou para ser. Senhora Evans, senhora , eu posso dizer com todas as letras, que eles são fodas. – Ela falou me fazendo rir. – Ambos tem um potencial incrível, e eles podem fazer o que quiser, que eu tenho certeza que eles se darão bem. – Ela sorriu. – Eu tenho o orgulho de dizer que o dia em que aquele currículo de uma brasileira de 27 anos chegou às minhas mãos, eu pensava no que ela podia oferecer à minha equipe, e ela ofereceu muitas coisas, alegria, felicidades, laços que durarão para sempre. E quando eu precisei colocar esses dois juntos. – Ela riu fraco. – Ainda bem que eu o fiz. – A mesa riu. – Eu os juntei em uma mesa de restaurante, mas vocês fizeram o resto. – Ela olhou para nós dois. – E eu desejo muita sorte para vocês continuarem fazendo o que fazem de melhor, ficarem juntos. – Ela ergueu a taça. – Aos noivos! – Eu e Chris nos olhamos e ele beijou meus lábios, me fazendo rir, e eu bebi um gole da minha taça.
- Desculpa todo mundo, mas está na hora do melhor amigo. – Rodrigo falou se levantando e vi Tara levantando junto.
- Ei, vamos fazer isso juntos! – Eu e Chris nos entreolhamos e eles se colocaram lado a lado na ponta da mesa.
- Quer começar? – Rodrigo perguntou e Tara sorriu.
- Sim, por favor! – Ela falou e virou para nós. – Enquanto vocês estavam fazendo sei lá o que lá no quarto, eu e Rodrigo estávamos conversando. – Tara começou, fazendo a mesa rir.
- Para quem não sabe eu sou o melhor amigo dela. – Rodrigo falou.
- E eu sou a melhor amiga dele. – Tara completou, me fazendo rir.
- E com essa conversa que tivemos aqui hoje, percebemos que somos muito parecidos. Que nossas amizades são bastante similares. – Rodrigo sorriu.
- Eles se conhecem há quase 20 anos. – Tara falou. – Eu e Chris nos conhecemos há um pouco mais.
- Mas a questão... – Rodrigo falou e Tara riu.
- Mas a questão é que isso é muito tempo. – Tara falou. – Uma amizade que passa a infância, adolescência e chega à fase adulta, é quase um milagre. – Eu e Chris rimos.
- Ter um amigo como eles. – Rodrigo apontou para nós. – É ter um irmão pelo resto da vida. – Ele deu de ombros.
- Outra coisa em comum é que nós dois fomos abandonados. – Tara falou, me fazendo rir. – Chris decidiu ser ator, a ideia era dele, mas, que ideia mais idiota, não?! – Ela revirou os olhos com o mesmo comentário. – Sim, eu achava isso. Mas aqui está ele, o Capitão América! – Eu gargalhei ao lado da mesa e Chris passou a mão no rosto. – Bem, e ...
- decidiu estudar fora, depois decidiu estudar um pouco mais longe e aí decidiu namorar e ficar, aí que eu não a vejo mesmo. – Rodrigo brincou e eu ri. – Mas eu não ligo e você, Tara?
- Não, nem um pouco. – Eles sorriram para nós. – Porque meu melhor amigo está feliz, meu melhor amigo é uma pessoa melhor. Eu tenho certeza que a sua é também. – Ela virou para Rodrigo.
- Sim, ela é! – Rodrigo sorriu. – Quando você partiu para Boston, eu senti uma dor no coração, um desejo de te acompanhar, raiva, alegria, orgulho, bem, eu senti tudo. – Ele riu. – Agora eu sinto somente orgulho e alegria. – Ele sorriu para mim, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas. – E vou sentir isso para sempre, . – Ele sorriu para mim.
- Eu posso dizer que Rodrigo está certo, ficar longe do seu melhor amigo não é uma coisa boa, mas quando você vê que ele está crescendo, melhorando, você esquece tudo! – Tara riu. – Porque a felicidade dele é maior que a sua saudade. – Ela esticou a taça.
- Aos noivos! – Eles falaram juntos e eu já passava um lenço em meu rosto, suspirando.
- Obrigada! – Cochichei para eles que sorriram.

***

Olhei perto da fogueira, onde e Chris faziam diversas poses para o fotógrafo e riam, Chris tentava dar uma de Dirty Dancing, segurando pela cintura e a erguendo no ar e ela apoiando as mãos em seus ombros, o que fazia um dos dois perder o equilíbrio e eles começarem a rir alto e ter que começar tudo de novo, mas o fotógrafo é esperto e tirava foto de tudo, todos os momentos, risadas e principalmente as quase quedas.
Minha mãe e a mãe de conversavam, elas não haviam se separado em nenhum momento durante aquele dia, parecia que elas tentavam se conhecer o máximo que podiam, e elas pareciam que se dariam muito bem. A maioria das pessoas já havia ido embora, estava somente eu, minha mãe, Carly, Shanna, a mãe da e Lílian. O pessoal estava disperso. Alguns estavam na sala, outros ainda estavam ao redor da mesa, Lílian e Carly conversavam na sala, eu olhava e Chris tentando se matar a dois dias do casamento.
Os vi se beijando mais uma vez e eu sorri, eu estava feliz pelo meu irmão, tipo, era aquela sensação de finalmente, sabe?! De fim de filme. E era muito bom. O sorriso dele, o modo em que ele e agiam, aquela aura de felicidade irradiando entre os dois, ah, ele merecia muito ser feliz.
Olhei para dentro da sala e vi que minha mãe e a mãe de conversavam apoiadas no balcão ainda. Era o primeiro dia delas se conhecendo e era bem legal, ambas tinham a mesma idade, pelo que eu ouvi, então elas tinham bastantes coisas em comum. Carly e Lílian estavam perto do carrinho de Stela, elas também conversavam animadamente. Irmãs mais velhas, elas tinham um dom para isso. Shanna estava com Ethan em seu colo, ela tinha viajado com Carlos no fim de ano, e veio correndo para cá, então ela estava bem cansada.
Olhei novamente para e Chris e meu irmão tinha aquela risada engraçada no rosto, eles estavam se divertindo bastante. estava de costas para mim, eu vi os braços de Chris abraçar pelos ombros e ela passou pela cintura dele, escondendo o rosto na curva do pescoço de Chris.
O fotógrafo tirou mais algumas fotos dos dois, e depois pude ver Chris e cumprimentando ambos e também Agatha, a organizadora do casamento deles, e eles saíram em direção à garagem com um dos seguranças de Chris. O casal ficou cochichando por um tempo ainda próximo a fogueira, até que eles deram as mãos, Chris ergueu a mão de e a beijou, era incrível ver meu irmão assim, ele sempre foi romântico, isso ninguém podia negar, ele só não conseguia ser romântico com alguém.
Eles andaram em minha direção e Chris bateu a mão em meu ombro, me chacoalhando um pouco. Soltei uma risada e entrei antes deles na sala, ouvindo um pequeno cochicho atrás de mim e ouvi a risada fraca de , me fazendo franzir a testa.

***

- Acho que esse é um dos melhores natais que eu tenho. – Falei, sentindo minha mãe acariciar meus cabelos e ela rir baixo.
- O que vocês fizeram ontem à noite? – Ela perguntou.
- A gente improvisou uma janta aqui, fizemos uma reza e deitamos logo. – Chris falou e eu senti suas mãos apoiadas em minhas pernas.
- Resumindo, nossa ceia de natal foi lasanha congelada. – Eu falei e ouvi Lisa soltar uma gargalhada.
- Por que não ligaram para gente? – Scott perguntou e eu ri fraco.
- está tendo problemas para dormir há algum tempo. – Chris falou e eu franzi a testa e abaixei minhas pernas para o chão, sentando no sofá e ficando entre minha mãe e Chris.
- E é a mesma garota que não perdia sono nem quando ia mal em alguma prova, ou não estudava, ou brigava com algum amigo. – Minha mãe falou e eu gargalhei, encostando a cabeça no braço de Chris que estava atrás de mim.
- Você nunca teve problemas para dormir? – Carly me perguntou e eu dei de ombros.
- Nunca! – Minha irmã falou e eu revirei os olhos.
- É a nova fase da vida. – Lisa falou e eu suspirei.
- A partir de agora você vai perder o sono por coisas mais relevantes. – Minha mãe falou e eu sorri.
- Nós vamos. – Chris falou ao meu lado e eu ri fraco.
- Bem. – Lisa se levantou e colocou o copo na bancada. – Vamos falar da tradição? –
- Ah não! – Chris gritou ao meu lado e eu o encarei assustada. – Não, não faremos isso. – Vi Scott, Carly e Shanna gargalharem no outro sofá.
- O que seria ‘isso’? – Perguntei, esticando a mão.
- É uma tradição que temos em nossa família. – Lisa começou e eu franzi a testa, vendo Chris passar a mão em seu cabelo, os bagunçando. – Onde o noivo e a noiva ficam separados por um tempo até o dia do casamento. – Ela se aproximou de mim. – A ideia dessa tradição é ver o quanto vocês aguentam ficar longe. – Ela deu de ombros.
- Ah, mas isso todo mundo já sabe que aguentamos bem. – Falei e Chris confirmou ao meu lado.
- Eu tenho que dizer que é meio tortura isso, mas dá uma sensação tão boa no dia do casamento. – Carly sorriu e Chris me abraçou. – É difícil ficar, no caso de vocês de hoje até a hora do casamento sem se verem, mas acredite em mim, é uma sensação muito boa. – Carly sorriu e eu fiz o mesmo. – E afinal, nós temos planos para manter vocês bem ocupados, para tentar aliviar o sofrimento. – Ela riu e eu fechei os olhos.
- E como isso funciona? – Perguntei e segurei na mão de Chris.
- Vocês ficam separados desde o final do ensaio de casamento até o momento em que vocês se encontram na cerimônia de casamento. – Carly falou. – As mulheres ficam com a noiva, e os homens ficam com o noivo. – Ela deu de ombros.
- Mas isso é injusto, tem muito mais mulher do que homem nessa família. – Chris reclamou e eu gargalhei.
- Você tem seus amigos. – Shanna falou e eu ponderei com a cabeça.
- Eu ainda acho que isso é uma péssima ideia. – Chris falou e virou o rosto para mim. – O que acha?
- Você sabe que eu gosto de surpreender as pessoas. – Falei e ele franziu os lábios.
- Sacanagem comigo. – Ele riu fraco e eu o abracei.
- Vai ser legal! – Falei olhando para ele, que sorriu.
- E quando começa? – Chris perguntou.
- O mais rápido possível. – Lisa falou e eu suspirei. – Você ajeita sua mala, pega tudo que você precisar e encontra seu pai no hotel.
- Todos ficaremos no hotel? – Chris perguntou e eu olhei para Lisa.
- Não! – Lisa nos olhou. – Como tem mais mulher que homem, eles ficam no hotel do casamento, fica aqui.
- Há! – Eu gritei para ele que franziu a testa.
- Ok, ok! – Ele se levantou. – Vamos ver no que isso vai dar. – Me levantei ao lado dele.
- Vai dar em nós nos encontrando daqui dois dias e dizendo sim. – Falei e ele sorriu, tocando os lábios nos meus levemente.
- Ah e um pequeno detalhe, o celular de vocês será confiscado. – E eu arregalei os olhos.
- Estou começando a não gostar dessa ideia. – falou e suspirou.
- Vai ser fácil! – Chris brincou e eu sorri.
- Vai sim! – Sorri e ele me abraçou fortemente.
- Vai lá arrumar sua mala, Chris. – Scott falou e todo mundo se levantou junto. – Nós vamos contigo, pegamos nossas coisas, levamos você e trazemos para cá.
- Combinado! – Minha mãe falou e eu ri fraco.

- Acho que é tudo! – Ele falou colocando a mala em cima da cama e olhou para mim.
- Pegou sua roupa? – Entreguei para ele a caixa dos seus sapatos e ele a colocou do lado.
- Scott está cuidando de tudo. – Franzi a testa para ele. – Dá para confiar. – Ele pegou minhas mãos, as erguendo para a altura do meu peito.
- As alianças?
- No bolso. – Ele mexeu com a cabeça e eu estiquei as mãos para seu rosto.
- Cuida bem delas. – Sussurrei e ele sorriu para mim, aproximando o rosto dela.
- Você promete que vai estar no altar às 17h? – Soltei uma risada fraca.
- Eu serei aquela de branco. – Ele soltou uma risada e seus lábios tocaram os meus, e eu suspirei em seguida, acariciando sua bochecha, raspando os dedos em sua barba. – Por favor, não a tire.
- Eu estarei do jeitinho que você gosta. – Ele cochichou e eu ri.
- Por favor, só esteja vestido. – Ele gargalhou e passou a mão em meus cabelos.
- Estarei. – Ele riu e eu sorri.
- Estamos agindo como se fosse o fim do mundo, serão 48 horas. – Falei e ele fez uma careta.
- É, vamos ver no que vai dar. – Ele riu e segurou minhas mãos, abaixando os olhos para meus dedos. – Posso levar o anel? – Ele perguntou e eu o olhei confusa. – Vou mandar polir, e depois você coloca na mão direita. – Ele olhou para mim.
- Você vai mesmo tirar o que me lembra de você? – Perguntei meio sarcástica.
- Eu peço para alguém devolver antes do casamento, prometo. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça, puxando o anel do dedo.
- Quero ver como você vai fazer isso, eu tenho uma leve impressão que vai ter uma segurança reforçada aqui. – Entreguei meu anel para ele que guardou no bolso do casaco.
- Eu tenho isso em mente também. – Ele riu e ouvi uma batida na porta.
- Vamos, Christopher! – Ouvi a voz de Lisa e ele riu.
- Eu te amo! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu te amo, Evans! – Ele sorriu. – Se prepare que da próxima vez que você me ver, não vai dar para voltar atrás.
- Estarei esperando ansiosamente. – Ele sorriu e eu o ajudei a pegar as coisas e o vi sair pela porta do quarto e sentei na cama, me jogando na mesma e suspirei, fechando os olhos.

Foi difícil dormir aquele dia. Não é porque Chris não estava ao meu lado, eu não conseguia dormir normalmente, mas aquele dia foi pior. Minha mãe e Lisa dormiram no quarto de visitas, e ambas dormiram bem cedo. Lílian, Carly e Shanna se esconderam na sala de cinema, o quarto dos fundos estava cheio com os presentes que havia recebido, e mesmo se não tivesse, estava uma bagunça.
Eu passei a noite acordada em meu quarto. Leslie deitou lá comigo e me fez companhia por um tempo, até que ela desceu da cama e se colocou deitada em sua almofada no canto do quarto, me deixando sozinha novamente. Puxei meu iPad da mesa de cabeceira e entrei na minha galeria de fotos, começando a rodar as fotos desde quando tudo começou.
A primeira foto que eu achei foi da que eu tirei antes do primeiro jantar que eu conheci Chris e a seguinte foi minha com ele, onde tudo começou. Bem, parcialmente. Depois tinha algumas fotos com Derek, outras com Rupert, uma foto da minha mão cortada, resultado do nosso primeiro beijo, uma minha com o vestido que Rupert fez para o meu primeiro encontro com Chris. Depois algumas fotos esporádicas minha e de Chris de alguns momentos que aconteceram, uma foto nossa na première de Expresso do Amanhã, que um paparazzi me pegou ao fundo, outra nossa depois dele me pedir em namoro e uma da vista da Coreia do Sul.
As fotos que foram liberadas pelo Just Jared e mais algumas que saíram também. Do dia em que conheci a família dele. Várias fotos do Natal, principalmente algumas que minha irmã e minha mãe tiraram de nós dois. Estreia de Capitão América 2 em Los Angeles, em Paris e em Londres. Daí mais algumas fotos aleatórias, principalmente selfies. Aí chegou às fotos do pedido de casamento. Várias e várias fotos tiradas por vários celulares, a maioria print dos amigos de Chris, que acabaram divulgando tudo no Instagram. Algumas fotos de eu me mudando de Boston, chegando aqui em Los Angeles, nossa festa de noivado, que não tem tantas lembranças boas do pós-festa. Algumas fotos minha e de Scott, a festa de dia das Bruxas, algumas fotos de hoje.
Eu cheguei ao meu álbum secreto, prints de várias notícias desde que eu e Chris começamos a sair na mídia, desde fãs no Tumblr que tiraram algumas fotos do Chris saindo comigo e era visto por algumas pessoas, comentários no Twitter, perguntas sobre mim em diversas redes sociais, as fotos que começaram a sair nos sites de fofoca, entre outros. O meu favorito era a postagem da Variety sobre o pedido de casamento, onde falavam do local, do pedido, do anel, e de como ninguém suspeitava até alguém tirar uma foto do meu anel durante o painel da Comic-Con, sorte que todas as entrevistas já haviam sido feitas.
Soltei um suspiro e senti que meus olhos já estavam embaçados, deixei o iPad do lado e passei a mão no rosto, soltando um suspiro. Nunca que eu ia acreditar um ano e meio depois daquele maio eu estava a poucas horas de casar com ele. Suspirei e fechei os olhos, encostando a cabeça no travesseiro.

Lisa me serviu de mais uma xícara de café e eu deitei a cabeça na bancada da cozinha, fechando os olhos. Minha mãe e minha sogra estavam tomando café comigo. Eu levantei antes do sol nascer, sentei um pouco na espreguiçadeira próximo a piscina e Leslie veio me fazer companhia, ou tomar um pouco de sol matinal, o importante é que me deixaram ficar com a minha cachorra.
Acordei com minha mãe me chacoalhando levemente e me estendendo uma xícara de café sem açúcar, fiz uma careta imediatamente e me levantei a acompanhando até a cozinha. Me sentei em um dos bancos na frente da bancada e Lisa logo apareceu me dando um beijo na bochecha e foi preparar algumas panquecas para nós, eu acabei comendo um pouco de panqueca com bastante chocolate e um misto quente que minha mãe fez para mim. Quando eu terminei de raspar o chocolate no prato, eu lembrei das palavras que Rupert havia dito, mas eu estava ocupando a minha falta de sono com comida, o que podia ser um perigo.
Minha irmã e as irmãs do Chris acordaram, e falaram que iam encontrar Rupert para fazer a última prova dos vestidos das madrinhas, eu fiquei, porque Rupert estava no hotel e ninguém deixou que eu as acompanhasse, mas elas falaram que voltariam em breve. Sentei no sofá enquanto minha mãe e Lisa decidiam o que preparar para o café da manhã.
Peguei meu iPad que estava jogando em cima da mesa de centro e abri a internet, procurando pela página do Just Jared, pesquisando pelo nome de Chris. Tinha uma postagem nova. Chris com a roupa que ele saiu daqui de casa ontem, carregando uma mala e uma caixa de sapatos, com os óculos escuros e todo lindo. Atrás dele podia ver Scott com vários cabides de roupas junto. Imaginei ser os ternos.
Últimos preparativos para Chris Evans” era o título da matéria. Eles falavam que o casamento aconteceria no próximo dia 27, que minha família e a dele já foram vistas no hotel, como também alguns de nossos amigos. Falava que o casamento aconteceria no hotel Four Seasons e que só seria permitida a entrada com a apresentação do convite e que não seria permitida a entrada de imprensa, mas que eles não tinham mais informações. Coitados, mal eles sabiam que a Vanity Fair ia cobrir o casamento. Bem, tudo questão de contrato entre Chris, Rupert e Megan. Eu só concordei.
Ouvi algumas buzinas ao fundo, mas ignorei, descendo as notícias e achando a postagem do dia anterior do ensaio de casamento, da foto que Chris colocou no Twitter, que eu não tinha nem visto, na verdade. “A cada novo passo se moldando a ela” era a legenda. Era uma das fotos da sessão que fizemos, comigo sendo erguida no ar, mas eu estava com os olhos fechados, rindo descontroladamente, porque não conseguimos fazer direito aquilo. Ouvi a buzina novamente, mais alto dessa vez e ouvi passos rápidos em seguida, vendo Jordan aparecer na porta, ofegante.
- Senhorita, é para você! - Ele falou e eu fechei o iPad, jogando-o de volta para o sofá, o seguindo pela frente de casa, com minha mãe e Lisa atrás de mim.
Assim que eu coloquei os pés para fora de casa, eu quase tive um infarto. Uma limusine branca estava estacionada na frente de casa, Lílian, Carly, Shanna, Megan, Tara, Ruth, Scott, Rodrigo, Derek e Rupert estava lado a lado na limusine, algumas saíam do teto solar e outros estavam acomodados dentro da mesma.
- O que é isso? – Perguntei, soltando uma risada fraca.
- Preparada para sua despedida de solteira? – Eles gritaram juntos e eu gargalhei, sendo rapidamente abraçada pela minha irmã e meus cunhados.
- Despedida de solteira? – Perguntei e eles gargalharam.
- Ah sim! – Os ouvi falando e soltei uma risada, quando Scott jogou uma caixa em mim.
- Vista isso! – Ele falou e eu segurei a mesma.
- Você não deveria estar com seu irmão? – O encarei.
- Acredite, a despedida de solteiro sua vai ser mil vezes mais interessante para mim do que a dele.
- Eu concordo! – Rodrigo falou e eu ri. – Vai, se veste!
Peguei a caixa em minhas mãos e entrei novamente em casa, abrindo a mesma e dando de cara com um macacão curto, branco, rendado, com as costas de fora, e um biquíni tomara que caia igualmente branco com alguns detalhes em prateado. Entrei no quarto e os vesti rapidamente, empolgada com o que eles haviam preparado para mim, honestamente nem me importando com o que Chris teria em sua despedida de solteiro.
Fiz questão de passar bastante protetor solar em meu rosto, afinal, se tinha biquíni, tinha sol envolvido, e eu não queria ficar parecendo um camarão no dia do meu casamento, Denise fazia milagre, mas duvido que fosse capaz de esconder as dores de uma insolação. Passei uma leve maquiagem no rosto e calcei meu tão conhecido salto alto branco e saí correndo para porta, pegando minha bolsa no meio do caminho.
Saí de casa novamente e passei pelo portão, vendo Scott segurando uma pequena tiara, com um véu curto de noiva e minha irmã com uma daquelas faixas de “Bachelorette”, ou a quase casada em português. Assim que eu me aproximei deles, eles colocaram aquela faixa em meu corpo e o véu em minha cabeça e me empurraram para dentro da limusine, onde eu me aconcheguei entre Rodrigo e Scott, os vendo começarem a abrir as garrafas de champanhe e passar aqueles doces de goma para comer, eu era um tanto viciada neles.

Foi uma zona na limusine, a música alta, a gente cantando, derrubando champanhe e doces para tudo quanto é lado. O carro nos levou em direção à orla da praia, pelo biquíni que eles me deram junto, eu podia esperar algo relacionado a isso. O carro parou e nós descemos correndo, Scott e Derek me ajudaram a sair do mesmo, e eu olhei para onde estávamos. Praia de Malibu, um pouco afastado do centro de Los Angeles, mas quem se importa?
- Espero que você não tenha enjoo no mar! – Tara falou ao meu lado e passou o braço em meu ombro, me abraçando e seguindo para o cais, onde eu podia ver vários iates atracados no caminho.
Scott e Lílian saíram correndo em nossa frente, andando até o final do cais, e eu apressei o passo com Tara ao meu lado e Rodrigo do outro, me abraçando pelo ombro e pela cintura. Meus outros amigos vinham a passos apressados atrás de nós. Eu estava extasiada com a situação, nunca em minha vida eu tinha imaginado que teria uma festa de despedida, muito menos com direito à limusine e um iate!
- Vocês só podem estar de brincadeira comigo! – Falei quando cheguei ao fim do píer e Lílian e Scott se equilibravam nas laterais de um iate branco, de dois andares e eu comecei a rir mais ainda.
- Hoje é seu último dia como senhorita, como , porque amanhã... – Scott gargalhou. – Amanhã é senhora Evans! – Soltei uma risada fraca e senti Ruth me abraçando de lado.
- Eu acho que posso me acostumar com isso. – Falei e eles deram risada.
- Vem! – Lílian me estendeu a mão e eu pisei no iate, entrando pela parte de trás, e dei uma olhada no que eles tinham preparado para mim.
Muita bebida, muitos doces, muitos salgados e muita música alta, tocando somente as minhas músicas favoritas, alguém tinha roubado meu iPod. Na parte de trás tinha alguns sofás, que fez com que eu me deitasse nos mesmos, ainda rindo por dentro, agora a ficha do casamento tinha começado a cair, eu me casaria amanhã. É como Scott falou, amanhã eu seria a senhora Evans, e nunca mais isso mudaria.
Megan serviu uma taça de champanhe para todo mundo, exceto para ela, e começamos as brincadeiras, os brindes, as danças e até o vestido de papel higiênico. Ficamos todos de roupa de banho e, eu vestida com tiras e mais tiras de papel higiênico, formando um vestido todo desengonçado em meu corpo.
Megan começou com as perguntas indiscretas sobre eu e Chris, começando o jogo de perguntas ‘ele e ela’, fazendo com que o vestido fosse picotado a cada pergunta que eu respondia errado. O iate ia seguindo pela praia, mas sem que eu perdesse de vista a areia da praia, nem sabia quem estava dirigindo aquilo, como eu não sabia quem dirigiu a limusine. Enquanto rolava todo tipo de brincadeira, o sol foi se abaixando aos poucos, me fazendo notar o quão bom era quando a gente se divertia, fazia um tempo que eu não perdia as horas brincando com meus amigos, e agora todos estavam ali, juntos, comemorando comigo.
- A gente não contratou strippers, porque eu sei que você não se sentiria confortável com isso. – Carly falou e eu afirmei com a cabeça. – Mas nós temos quatro espécimes masculinos muito bonitos aqui.
- 4 espécimes gays. – Rodrigo falou e eu gargalhei, voltando a sentar no sofá.
- Bem, tenho certeza que a gente ia conseguir strippers gays também. – Falei dando de ombros e as meninas gargalharam. – Não é nenhum Magic Mike, mas acho que dá para o gasto. – Dei de ombros.
- Tem nem graça fazer essa brincadeira com ela. – Derek reclamou. – Ela dorme com o Chris Evans todas as noites. – Ergui minha taça quase vazia e dei de ombros.
- E só posso dizer que é muito bom ter essa exclusividade! – Falei rindo e todo mundo ergueu a taça também.
- Amém! – Eles disseram juntos e tocamos as taças novamente, bebendo o que tinha dentro.
- Acho que a gente podia dar um mergulho antes que fique tarde demais! – Falei, após terminar de beber minha taça inteira.
- E acho melhor você parar de beber! – Rupert falou, tirando a taça da minha mão. – Acho melhor todo mundo parar de beber, na verdade. – Ele falou rindo. – Não quero ninguém com ressaca amanhã.
- Verdade! – Me afastei da bebida e fui para a parte de trás do iate. – Quem vai?
- Todo mundo! – Shanna falou se posicionando ao meu lado e eu abracei, rindo novamente.
Todo mundo se posicionou lado a lado na parte de trás do iate, se apertando para caber todo mundo e demos as mãos, nos entreolhamos quando o fizemos e respiramos fundo.
- Vai! – Gritei e pulamos lado a lado nas águas geladas da praia de Malibu e eu agradeci muito por não estar frio naquela semana de inverno, o tempo estava gostoso, estava gelado, mas pelo menos não estava com a temperatura baixa.
O local que o iate tinha parado já estava longe das ondas pesadas da praia e não dava pé para mim, mas pudemos aproveitar um pouco, assistir ao pôr do sol da água, movimentando os pés na água, para me manter com a cabeça acima da linha da água.
O tempo escureceu rapidamente e o frio começou a bater em meu corpo. Voltamos para o iate e todo mundo se enrolou nas toalhas e eu fiz o mesmo, tentando me manter aquecida agora. Eu fui a primeira a colocar minha roupa novamente, mas o vento batia em meu corpo e agora, no meio da água, sem sol, o vento começava a judiar de nós.
A festa foi acabando aos poucos. A música foi desligada e começamos a dar uma rápida arrumada no iate, jogar fora as diversas garrafas de bebida, os doces que estavam espalhados pelo local, as caixas vazias, e também as taças que usamos para beber, eram aquelas de plástico e algumas tinham até se despedaçado.
Eu fui designada a ficar quieta e aquietar o facho, como minha irmã tinha dito, já que realmente ninguém queria me ver ressacada no dia seguinte, onde eu teria que acordar cedo, me arrumar e tudo mais. Estava tão perto, mas ao mesmo tempo estava tão longe. Eu deitei sobre um dos sofás, mantendo meus pés longe do chão e olhei para o céu, mesmo com as luzes vinda do iate, eu podia ver várias estrelas no céu, sendo isso uma coisa boa, provavelmente não ia chover, o que me fazia ter esperança de estar um dia incrivelmente lindo amanhã.
Enquanto eles terminaram de arrumar as coisas, o iate foi seguindo novamente para o píer e atracado novamente. Eu peguei minha bolsa com uma mão e meus saltos com a outra e segui a passos lentos de volta para a limusine enquanto Rupert me abraçava de lado.
- Como fazemos amanhã? – Perguntei para ele.
- Acho que seria melhor você ir para o hotel cedo e lá cuidamos de você. Melhor que você se arrumar inteira na sua casa e depois a gente te trazer para cá. – Ele falou e eu suspirei. – Está lotado de paparazzis na porta do hotel, você não tem noção. – Ri fraco.
- Talvez não tenha sido uma boa ideia revelar o dia do casamento no Instagram. – Falei rindo.
- Você é uma garota comum, . – Ele olhou para mim. – E você vive longe dos seus pais, acho que não tem nada de errado nisso. – Ele deu de ombros. – E afinal, Chris está fazendo isso também, então deixa as coisas rolarem.
- Obrigada! – Falei e ele deu um beijo em minha bochecha. – Obrigada a todos vocês, foi demais! - Abri um sorriso e eles me deram um abraço em grupo.
- Agora vamos deixar a Cinderela em casa que amanhã é o dia dela! – Scott gritou e eu ri fraco, o abraçando.
- Eu preciso dormir! – Reclamei e eles riram, sabendo da minha falta de sono ultimamente.
- Espero que você durma mesmo, . – Megan falou e eu suspirei, fazendo uma careta, eu não estava com sono ainda.

***

Olhei para o relógio e era quase 9 horas da noite, eu deveria estar jogando aquela almofada para cima há quase três horas. Cara, que dia depressivo. Scott havia sumido, meu pai foi dar uma olhada nas minhas meias-irmãs, e para ajudar eu estava com fome. Já tinha experimentado meu terno diversas vezes e também tido certeza que meu sapato social cabia e que estava muito bem engraxado. Se eu continuasse mexendo nele não ficaria tão engraxado assim.
Joguei a almofada longe, mirando ela no espelho, mas ela fez questão de cair bem longe, dentro do banheiro. Ergui o corpo e olhei para onde a almofada tinha caído e suspirei, jogando meu corpo novamente na cama e abrindo os braços. Eu estava bom para dormir já, comprar algum filme no pay per view, pedir um balde de pipoca e esperar dar 9 horas da manhã do dia seguinte, onde o dia seria mil vezes mais legal e agitado que esse.
Ouvi um barulho no corredor e suspirei, provavelmente meu irmão decidiu aparecer, agora seríamos dois sem fazer nada. Ouvi uma batida na porta e franzi a testa, meu irmão tinha a chave. Levantei preguiçoso da cama e me arrastei até a porta, destravando a mesma e abrindo.
- Despedida de solteiro! – Foi o que eu ouvi, senti alguns confetes picados sendo jogados em meu rosto, distingui Hemsworth por um momento, vi uma daquelas línguas de sogra e fui pego por algumas pessoas que me ergueram e me colocaram nos ombros.
Eu fiquei perdido por um tempo, eu não sabia quem eram as pessoas que estavam me carregando, muito menos quem era o grupo que tinha jogado confete em meu rosto. Consegui descobrir quando me soltaram no chão do elevador e eu notei que todo o elenco masculino dos filmes da Marvel estavam em volta de mim. Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Robert Downey Jr, Jeremy Renner, Aaron Taylor Johnson, Sebastian Stan, Anthony Mackie e Frank Grillo estavam em volta de mim, o que fez que eu me perdesse um pouco.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntei meio zonzo.
- Você achou que ia se casar sem uma despedida de solteiro? Mesmo? – Anthony olhou para mim e eu soltei uma risada.
- Cara... – Falei rindo em seguida, vendo a porta se abrir novamente, dando no subsolo do hotel e fui sendo empurrado para um dos carros.
- É o último dia da sua vida, Evans, tem que aproveitá-la como tal. – Sebastian falou para mim, correndo para um dos carros.
- Mas vai ser o dia que você mais vai odiar da sua vida. – Hemsworth sussurrou para mim e deu de ombros, e eu ri fraco.
- Por que você diz isso?
- Porque você é parecido comigo. – Ele disse e eu fui empurrado para dentro de um carro, batendo a cabeça ao entrar. – E eu odiei a minha despedida de solteiro.
Jeremy Renner estava no volante do carro que eu estava e eu não fazia a mínima ideia de onde eles estavam me levando. O outro carro seguia na frente pelas ruas de Los Angeles. Passamos pela Hollywood Boulevard e o carro virou à direita em uma das ruas paralelas e parou. Fui empurrado para fora novamente e seguimos para a porta de serviço que tinha um segurança na mesma, não estávamos entrando pela frente, então era meio difícil saber onde estávamos.
O segurança liberou nossa passagem e entramos rapidamente no local, começando a ouvir uma música baixa de fundo. Passamos por uma sala clara e seguimos para um corredor longo, até cair em uma balada bem movimentada. Imediatamente um copo de cerveja apareceu em minha mão, a cor era de cerveja, mas era certeza que tinha mais coisa misturada ali. Bebi em um gole, sentindo o copo sair de minha mão e continuamos a seguir pelo local, eu era guiado por Ruffalo que estava na minha frente e Robert que me empurrava atrás.
Na festa eu podia notar vários tipos de pessoas, novas, velhas, homens e mulheres, a maioria não prestava atenção no que estava acontecendo, o foco era a pessoa que estava em seus braços ou o copo que estava em suas mãos. A andança parou por um tempo, onde pude ver Aaron falando com um segurança que fez um movimento com a cabeça e o deixou passar por uma cortina que ele guardava. Respirei fundo, já imaginando o que me guardava atrás daquela cortina.
Droga! Foi minha reação imediata. O local se transformava em algo mais intimista, o tom das luzes era rosa com dourado, algumas mesas estavam distribuídas pelo local, com sofás formato em meia lua distribuído perto deles. O bar a direita estava quase vazio, mas os pedestais que as mulheres estavam estava lotado de pessoas a sua volta, não só homens, como mulheres também. As mulheres faziam o que elas eram pagas, para dançar e deixar qualquer cara excitado, sem que ele se sentisse mal por isso.
Algumas garçonetes com alguns collants brancos passavam por nós com diversas bebidas sobre uma bandeja e ela parou em nossa frente, onde cada um pegou um copo de uísque e fomos guiados até o fundo do salão, nos acomodando em um dos sofás, onde uma morena começava a sua performance.
Cara, isso é errado! Era o que eu falava para mim mesmo e virava mais um gole de uísque para dentro. Aquilo precisava acabar logo. Ela dançava para mim, mas os caras estavam se divertindo mais que eu. Acho que o único realmente solteiro naquele grupo era o Jeremy, o resto era tudo casado ou namorava. Se fosse outra situação eu com certeza aproveitaria mais.
Agora eu entendi o que Hemsworth tinha falado com eu odiar aquilo, eu não podia fazer nada, e eu não queria fazer nada. Como elas eram dançarinas, nem tocar eu podia. Como se comprometer com uma pessoa conseguia mudar a sua forma de pensar, havia feito aquilo comigo. Posso chamar isso de clichê ou de romântico, mas só tinha ela agora. E honestamente, eu pensei que não ia rolar despedida de solteiro, afinal, a maioria dos meus amigos são casados ou comprometidos.
Outra coisa que eu tomei cuidado foi a quantidade de bebida que eu ingeria. Eu ficava bem mal quando eu bebia demais, podia estar lúcido, mas a dor de cabeça era péssima e uma hora jogado embaixo do chuveiro também não ajudava, então comecei a ir mais leve na mistura de bebidas.
Depois da quarta tequila, eu comecei a negar os copos de uísque e a beber o que estava comigo cada vez mais devagar. As mulheres mudavam de morenas para loiras, de loiras para ruivas, de brancas para negras, orientais e por aí ia. Os caras ainda se divertiam um pouco, Robert e Aaron principalmente, pareciam que eles eram fregueses do local, mas olhar não tirava pedaço, e estava dando até dó das mulheres ali em cima, eu sabia que aquele momento tinha sido preparado para mim, mas cara, não. Acho que um jogo de futebol americano ou de basquete eu aproveitaria mais.
Mas era uma passagem necessária, pelo que eu havia ouvido sobre isso, só que era uma passagem que parecia mais uma tortura e não havia necessidade. Eu acho que deveria ter alugado o filme e pedido a pipoca.
- Quero que vocês me levem em um lugar, antes de voltarmos para o hotel. – Falei para Hemsworth que confirmou com a cabeça.

- O que o senhor está fazendo aqui? – Coloquei a mão na boca quando Jordan abriu o portão para mim e eu o mandei ficar quieto.
- Todos já foram dormir? – Perguntei, tirando meus sapatos e deixando nas mãos dele.
- Aparentemente sim, a casa está escura. – Ele falou. – Sabe o que vão fazer contigo se descobrirem que você está aqui? – Ele sussurrou batendo o portão levemente.
- Não, e eu realmente não quero descobrir, mas não ia conseguir dormir sem vê-la. – Falei, colocando a mão na boca.
- O senhor bebeu? – Ele perguntou e eu fechei os olhos, movimentando as mãos.
- Licença? – Perguntei e ele tirou um pacote de bala do bolso.
- Pelo menos engole uma dessas. – Ele me entregou e eu tirei do embrulho e joguei a bala com cheiro de hortelã na boca.
- Vai pela piscina, tenta entrar pela porta de vidro do quarto. – Ele falou e estalou uma ideia na minha cabeça.
- Obrigado, Jordan! – O abracei rapidamente e segui de meias pela entrada de carro.
Andei pela ponta dos pés pela entrada do carro e fiz o contorno da piscina, olhando bem dentro de casa, para ver se não aparecia nenhuma sombra lá de dentro, ou se a luz não fosse ligada, já que a de fora estava ligada. Passei pelas espreguiçadeiras, pisando de meia na grama e dei a volta na árvore, parando por um momento.
No deque que tinha em frente ao meu quarto e de tinha uma pequena mesinha de centro e duas poltronas, mas não estava em nenhuma delas, ela estava sentada no chão, com um cobertor em suas costas, as pernas dobradas para cima e os olhos focados no horizonte. Ela relaxou os ombros e encostou a cabeça nos joelhos, virando o rosto em minha direção levemente.
- Chris? – Ela sussurrou e eu segui para o deque, sentindo meus pés molhados. – O que você está fazendo aqui? Que horas são? Onde você estava? – Movimentei minhas mãos para ela se acalmar e eu me sentei ao seu lado.
- Eu tinha que te ver. – Falei e ela abriu um sorriso. – Imaginei que você não conseguia dormir.
- Pois é. – Ela encostou a cabeça em meu ombro e respirou fundo. – Fisicamente eu estou cansada, mas não consigo dormir. Eu juro que tentei. – Ela deu um sorriso de lado e eu me aproximei dela, passando minha perna em volta das suas e a abraçando-o por trás, encostando minha cabeça em seus ombros. – E você, aproveitou muito sua despedida de solteiro? – Me assustei e virei meu rosto para ela, quase pulando em cima dela.
- Como você sabe? – Perguntei em um sussurro gritado.
- Você está cheirando álcool, Chris. – Ela falou. – E seu irmão é meio dedo duro, sabia? – Soltei uma risada fraca.
- Você encontrou com ele? – Perguntei e ela soltou uma risada fraca.
- Eu também tive a minha festa de despedida de solteira. – Ela falou com um sorriso no rosto e eu ri em seguida. – Apesar de eu ter escovado os dentes várias vezes, é possível que o cheiro de álcool venha de mim.
- Eu devo perguntar como foi? – Ela riu fraco.
- Não, porque eu realmente não quero saber como foi a sua. – Ela respondeu direto e eu ri, a sentindo passar os braços em cima dos meus. – Foi divertido. – Ela falou rindo.
- Pelo menos a de alguém foi. – Franzi a testa e ela riu, encostando as costas em meu corpo e fechou os olhos.
- Eu estou tão nervosa para hoje. – Ela falou após um tempo, soltando um suspiro alto em seguida. – É um sentimento diferente, que eu nunca senti antes. – Abri um sorriso, depositando um beijo em seu ombro. – Eu tenho medo de cair, tropeçar, errar as palavras, qualquer coisa. – Ela suspirou.
- Por favor, só diga “sim”. – Falei brincando.
- Se eu disse qualquer palavra além dessa, considere como um “sim”. – Ela falou virando o rosto para mim e nossos olhares se encontraram, fazendo uma corrente elétrica passar pelo meu corpo.
- Farei isso, então. – Ela sorriu e encostou os lábios em minha bochecha, voltando a olhar para frente.
- Eu gostaria de fazer um pedido para você. – Ela falou, deslizando o corpo pelo deque e virando-o, ficando frente a frente a mim. – Quero que façamos uma promessa, só eu e você, enquanto não tem ninguém mais nos analisando. – Ela deixou a coberta cair de seus ombros e segurou minhas mãos.
- Peça. Eu faço qualquer coisa por você. – Ela deu um sorriso de leve e eu beijei suas mãos.
- Eu tenho visto muitos casais se separando, casais com relacionamentos curtos, de um ou dois anos, se separando e isso me dá muito medo. – Entrelacei meus dedos nos dela. – Eu não quero ser um desses casais. – Ela suspirou. – Você me pediu em casamento, e eu disse sim acreditando em um casamento para a vida inteira. – Olhei em seus olhos. – Eu aceitei acreditando que eu posso te amar e vou te amar pelo resto da vida.
- Nós não seremos um desses casais. Eu te amo, eu te amo para sempre. Eu não me vejo um dia sequer sem você. Eu fiquei uma despedida inteira olhando para o chão porque só existe você em minha vida. – Ela riu fraco e eu a acompanhei. – Nós somos melhores que isso.
- Mas se algum dia, algum de nós fraquejarmos, estiver difícil de aguentar e prestes a desistir, por favor, pense que tudo tem conserto. – Ela falou. – Nós não somos feitos de cristal, é possível consertar. – Ergui suas mãos em direção aos meus lábios e beijei suas mãos. – Conserte, não quebre. – Abri um largo sorriso e soltei umas mãos, passando meus braços pelo seu corpo, sentindo-a me abraçar fortemente, passando as mãos em minhas costas.
- Eu prometo! – Falei, sendo realmente honesto no que eu falava. – Conserte, não quebre. – Repeti suas palavras e a apertei novamente em meu corpo, encostando minha cabeça em seu ombro, fechando os olhos, ouvindo-a suspirar próximo ao meu ouvido. – Sabe o que eu lembrei? – Afastei meu rosto do dela, vendo-a com os olhos levemente avermelhados.
- O quê? – Ela perguntou passando a mão nos olhos.
- Eu não te ensinei a dançar valsa. – Me impulsionei para cima, me levantando e estiquei as mãos para ela, vendo-a se levantar, e se colocar em minha frente.
- E você vai me ensinar isso agora? – Ela perguntou e eu dei de ombros.
- Não é como se você fosse dormir, amor. – Falei e segurei uma mão, ficando na posição e colocando a mão em suas costas, na mesma altura dos seus seios, mas nas costas. – Você coloca a mão em meu ombro, com o braço acompanhando o meu. – Ela fez o que eu disse, respirando fundo. – E sempre mantenha as costas retas. – Ela afirmou com a cabeça.
- Isso vai ser engraçado! – Eu falei e comecei a me movimentar com ela em passos curtos.
- É o básico de dois para cá, dois pra lá. – Falei a vendo seguir meus passos devagar, pelo pequeno espaço que tínhamos no deque, me dando a liberdade de dar alguns giros com ela, o que a fez rir, parando logo em seguida, olhando em volta.
- Não é tão difícil. – Ela falou, tentando acompanhar meus passos mais rapidamente. – Claro, não vou aprender a fazer perfeitamente, mas se você tiver paciência, dá para eu enganar. – Ela falou e eu ri fraco.
- E lembre-se, é o nosso casamento, é o nosso momento. Você pode dançar até como uma pata, se quiser. – Falei e ela riu fraco.
- Vamos ver no que vai dar. – Ri fraco e a peguei em meus braços.
- Vamos dormir, vai ser um longo dia. – Ela me abraçou pelo ombro e eu caminhei para dentro do quarto, colocando-a na cama e puxando a coberta para cima de seu corpo.
- Obrigada! – Ela falou e eu sorri. – Você deixou minha noite ainda melhor. – Sorri, encostando meus lábios nos seus levemente e ela encostou a mão em meu peito, na dobra da jaqueta.
- Oh! – Me afastei levemente, colocando a mão em meu bolso e tirei sua aliança de noivado da mesma. – Aqui! – Estiquei para ela que fez uma cara de surpresa.
- Oh meu Deus, ainda bem que você lembrou. – Ela riu fraco e colocou na mesa de cabeceira.
- Você coloca na mão direita amanhã, porque eu vou ocupar a mão esquerda com outra aliança. – Falei e ela abriu um largo sorriso, escondendo os braços dentro da coberta.
- Estou ansiosa para isso. – Ela falou e eu sorri vendo-a virar o corpo, ficando de frente para mim.
Eu e ela ficamos nos olhando por algum tempo, até que ela foi fechando os olhos devagar e os bocejos começaram a aparecer, fazendo com que seu corpo se arrepiasse a cada um. Eu fiquei observando-a pegar no sono levemente, sua respiração calma, o corpo leve, até que ela começou a soltar leves suspiros o que me deixou surpreso. Ela realmente tinha dormido, algo que não acontecia há um tempo. Passei a mão em seu cabelo e depositei um beijo em sua testa, vendo que ela não se mexeu.
Levantei da cama, me certificando que ela não acordasse e eu fechei a cortina, passando pelo meio das divisórias e pisando no deque novamente. Fechei a porta e a travei levemente, ouvindo o barulho ecoar e saí correndo em direção a Jordan novamente, pegando meus sapatos com ele e sendo enxotado para fora da minha casa.


Clique aqui para continuar a ler a fic.





comments powered by Disqus