Capítulo 16
(Quando suas pernas não funcionarem mais, e eu não puder te levar no colo. Sua boca ainda lembrará do gosto do meu amor? Seus olhos ainda sorrirão até suas bochechas? Querida eu vou te amar até os setenta. Amor, meu amor ainda se apaixonará como quando tínhamos 23. Estou pensando, as pessoas se apaixonam de modos misteriosos, talvez só com um toque de mãos. Eu, eu me apaixonei por você a cada dia, só gostaria de dizer que ainda sou. Então querida, me abrace com seus braços amorosos, me beije sob a luz de mil estrelas, coloque sua cabeça sobre meu coração palpitante. Estou pensando alto, talvez encontramos o amor bem onde estamos.)
– Ed Sheeran – Thinking Out Loud
- Oh meu Deus, eu vou casar. – Falei em um suspiro e dei um rodopio no quarto, sozinha, saltitando até o banheiro.
Me olhei no espelho e sorri com o que vi, ninguém poderia tirar o sorriso do meu rosto naquele dia. Tirei meu pijama e joguei direto no cesto de roupa suja, comemorando quando a roupa caiu diretamente no cesto, fazendo a curva perfeita. Entrei no chuveiro e liguei a água do jeito que eu queria. Entrei de cabeça e tudo quando a água se normalizou e eu fiz questão de lavar com o meu shampoo mais cheiroso e hidratar meu cabelo com bastante condicionador. O que levou dez minutos extras até ter certeza que meu cabelo não tinha nenhum produto. Peguei o pente e o penteei ainda enquanto estava embaixo do chuveiro, tirando qualquer nó que pudesse estar em meus longos cabelos castanhos.
Peguei meu sabonete e o esfreguei em uma bucha, fazendo aquele cheiro de banho começar a prevalecer no ar, me fazendo suspirar feliz. Terminei de me lavar e saí do banheiro, me secando com uma toalha branca. Olhei meu corpo no espelho e conferi se eu estava bem para encontrar meu... Bem, seria marido, à noite. Enrolei a toalha no cabelo e saí do banheiro, seguindo para o closet. Coloquei uma calcinha confortável, que seria trocada por uma sexy mais tarde, mas no momento eu precisava de uma que me deixasse à vontade. Vesti um short jeans, uma regata branca e abri a gaveta de camisas de Chris, puxando uma branca do armário, sentindo o cheiro de seu perfume no ar e a vesti, arregaçando as mangas e deixando os botões abertos. Eu queria lembrar ao máximo dele naquele dia.
Calcei meus chinelos e tirei a toalha do cabelo, penteando novamente, deixando-os alisados ao lado do rosto, esperando que secassem naturalmente. Voltei para o quarto e abri a cortina às pressas, empolgada com o que eu encontrei. O dia em Los Angeles estava perfeito, o céu azul, sem nuvens, o sol brilhando no céu e eu podia jurar que ouvi alguns passarinhos cantando. Ri com o pensamento e me dirigi até a porta do quarto, abrindo a mesma e sentindo o cheiro de comida no ar, me fazendo suspirar.
Olhei para o quarto de hóspede que estava vazio e segui pelo corredor, dando de cara com a maior concentração de beleza que eu podia encontrar. Eu consegui reconhecer minha mãe, minha sogra, minha irmã, Carly, Shanna, Rupert e Denise. Tinha também mais duas mulheres que eu não consegui reconhecer. Lílian, Carly e Shanna faziam as unhas e tinham cremes no rosto.
- Olha quem está aqui! – Rupert falou animado e largou a xícara que estava em sua mão e correu para me abraçar. – Parabéns, minha amiga! Eu te desejo tudo de bom nessa nova etapa na sua vida. Você merece muitas felicidades. - Sorri e o abracei também, sentindo-o me tirar do chão por um tempo.
- Obrigada, Rupert! É muito bom ter vocês aqui. – Ele se afastou e eu abracei minha mãe.
- Deixe seus sonhos se realizarem, deixe que eles alcancem voo! – Afirmei com a cabeça e beijei sua bochecha, abraçando-a de lado.
- O que está acontecendo aqui? Pensei que a gente fosse se encontrar no hotel. – Lisa deu um beijo em minha bochecha e minha mãe indicou um banco, onde um prato estava posto para mim, com um pequeno vaso de rosas brancas e um bilhete ao lado.
- Bem, os caras estão meio atacados hoje, então a gente vai cuidar das meninas aqui, começar a cuidar de você e quando as coisas abaixarem vamos para lá. – Rupert falou e eu peguei um envelope branco que tinha ao lado das flores.
- Sem problemas. – Falei, afirmando com a cabeça e tirei o papel do envelope. “Te encontro de branco às 17 horas, traje obrigatório. Com amor, Chris”. Abri um sorriso, soltando uma risada e sorri, colocando de volta no envelope.
- Eu tenho o melhor namorado do mundo. – Sussurrei, rindo baixo.
- Acho que você já pode chamá-lo de marido. – Lisa falou e eu ri fraco.
- Acho que ainda não caiu a ficha. – Falei rindo e eles me acompanharam.
- Bem, eu como seu estilista pessoal e também seu segurança até o altar, vou te passar a lista de hoje. – Afirmei com a cabeça.
- Diga! – Ele veio atrás de mim e girou meu banco, me fazendo olhar para o prato com torradas e ovos mexidos em minha frente, junto com um chocolate quente.
- Para começar você vai comer. – Ele falou e eu ri fraco, o vendo dar a volta na bancada e se colocar em minha frente. – Como você está depilada, a gente pula isso.
- Sim, faz quase uma semana que essa parte está pronta. – Falei rindo.
- Depois que você comer, você vai fazer suas unhas, eu sei que você é meio estabanada nisso, então quanto mais tempo para secar, melhor. – Afirmei com a cabeça. – Depois a Joana ali vai fazer uma bela de uma massagem em você, bem relaxante. – A ruiva acenou para mim e eu acenei de volta, sorrindo. – Depois vamos cuidar do seu cabelo. Ainda está com aquela ideia de cortar? – Ele perguntou, encarando meus olhos.
- Sim! – Falei animada e passei manteiga em uma das torradas e a mordi com vontade.
- Aí nesse meio tempo eu espero que tenhamos ido para o hotel para cuidar da sua maquiagem, cabelo, te vestir e, se sobrar tempo, cuidaremos do seu emocional. – Ele falou sorrindo e fechou a pasta. – O que acha disso?
- Acho que está ótimo. – Falei sorrindo e ele afirmou com a cabeça. – Você entende melhor do que eu. – Ele concordou com a cabeça. – E o resto do pessoal, cadê? – Perguntei.
- Bem, como ontem não conseguimos manter homem de um lado, mulher do outro, hoje faremos isso, nem que seja à força. – Afirmei com a cabeça, colocando um pedaço de ovo mexido na boca. – Eu não posso ficar do lado de lá, por motivos óbvios. – Soltei uma risada, engolindo a comida.
- Tá certo! – Afirmei com a cabeça.
- Bem, termina de comer, que eu vou pegar seu vestido, aquilo foi só para te dar um ânimo. – Ele comentou e sumiu pelo corredor.
- Funcionou! – Falei alto e virei o corpo para a bancada, onde Lisa estava apoiada em minha frente.
- Afinal, . – Ela sussurrou. – Como foi ontem à noite? – Arregalei os olhos e ela ergueu as sobrancelhas sugestivamente. – Todos os Evans são iguais, gostam de quebrar algumas regras. – Ela piscou o olho para mim e eu ri fraco, mordendo outro pedaço de torrada, permanecendo quieta.
- Então, , o que vai ser? – Denise me perguntou, abaixando meus pés do seu colo. – Branco mesmo?
- Branco, hoje é o dia do branco! – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça. – Mas não aquele branco corretivo, um mais suave.
- Que tal esse? Dia da noiva. – Ela me estendeu o frasco e eu afirmei com a cabeça.
- Esse mesmo. – Falei rindo e ela abriu o frasco, começando pelas unhas da mão.
- Rupert, você já passou esse vestido quantas vezes? – Minha irmã perguntou e eu olhei para Rupert, que tinha colocado o vestido em um manequim e passava um secador vertical nele.
- Várias, na verdade, mas agora estou secando. – Ele falou rindo. – Como tem bastantes camadas, às vezes o vapor se prende nas rendas.
- Olha Rupert, eu confio em você, mas, por favor, se afaste do vestido. – Falei rindo e ele gargalhou junto.
- Está pronto, . – Ele desligou o aparelho e guardou em uma mochila, ajeitando a saia do vestido e pegou a caixa grande.
- Sabe filha. – Minha mãe apoiou as mãos em meus ombros. – Você estará incrível nesse vestido. – Ela falou, puxando o ar fundo.
- Já está chorando, mãe? – Perguntei e ela riu fraco, passando as mãos no rosto.
- Você sabe que eu não preciso de muito para chorar. – Ela riu e eu segurei sua mão e a beijei.
- Obrigada, por tudo. – Olhei para ela que sorriu. – Eu realmente não estaria aqui se você não tivesse bancado minha passagem para cá. – Ela riu fraco.
- Não, não, eu só fiz você vir, mas você que passou para fazer a pós-graduação aqui. – Ela piscou para mim e eu ri. – Bem, em Boston, mas o resto foi você que fez.
- Tem certeza que não quer entrar comigo? – Perguntei em português.
- Tenho, eu vou estar lá no altar vendo minha filha provar para todo mundo que ninguém pode dizer que ela não é capaz. – Ela piscou para mim e eu ri fraco. – E seja feliz, querida.
- Eu já sou. – Sorri e ela depositou um beijo em minha testa.
- Por favor, , não toque em nada. – Denise faltou, terminando de pintar minhas unhas da mão. – Você tem nove pessoas para fazer o que você quiser para você. – Estiquei as mãos e separei os dedos, rindo fraco. – É sério!
- Pode deixar, eu sei o quão complicada eu sou quando faço as unhas. – Falei rindo e ela sorriu, me fazendo esticar os pés em seu colo novamente.
- Vai, Denise, corta logo! – Falei impaciente, me olhando no espelho e ela pegou a tesoura. – Vai! – Soltei uma risada e ela passou o pente em meu cabelo.
- No ombro? – Ela perguntou.
- No ombro e depois ainda quero que você repique inteiro. – Falei animada.
- Não dá para voltar atrás, hein?! – Revirei os olhos.
- Denise, corta esse cabelo logo, cabelo cresce! Mas nada de franja! – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça, indo para trás do meu cabelo e esticando o mesmo, até que eu ouvi o primeiro corte do cabelo, e vi uma grande tira de cabelo cair direto para o chão, quase como um baque.
Eu fechei os olhos e deixei Denise continuar o trabalho. Eu sempre gostei de cabelo curto, e não sei por que não havia cortado ainda, mas agora eu precisava cortar, tirando o fato que o cabelo estava quase batendo na minha cintura. Eu estava entrando em uma nova vida, então mudaria o estilo também. Além de ter bastante cabelo e tirar um grande peso dos ombros, literalmente.
Eu ouvia o barulho da navalha passando pelos meus cabelos e Denise jogar meu cabelo de um lado para o outro, ajustando as pontas, raspando as laterais, enquanto Rupert passava em volta, varrendo o chão.
- Espero que seja do jeito que você quer. – Ela falou e eu abri os olhos, encarando meu reflexo no espelho.
Meu cabelo estava exatamente do jeito que eu queria. Ele estava na altura dos ombros, totalmente repicados fazendo com que as ondas ficassem quase imperceptíveis na ponta dos cabelos. Dei uma batida no cabelo, chacoalhando os cabelos e soltei uma risada fraca, passando os dedos nos fios.
- Eu fazia isso em todo fim de ano, deixava o cabelo crescer, e depois cortava. – Sorri. - Faz mais de dois anos que esse cabelo não via corte.
- Você fica muito bem de cabelo curto. – Denise assumiu e eu soltei uma risada, piscando para ela.
- Bem, noiva. – Rupert falou. – Arrume a sua mala, que temos que ir para o hotel, já passa das 13 horas e você ainda precisa comer alguma coisa. – Afirmei com a cabeça e me levantei.
- O que eu preciso colocar na mala? – Perguntei.
- Ouvi que vocês vão ficar de lua de mel no hotel, então espero que o kit lingerie da Victoria Secret’s que o Scott te deu no ensaio de casamento esteja incluso.
- E o seu, e o da Lílian e o da Tara. – Falei rindo e ele piscou para mim.
- Exatamente. – Ele riu e me empurrou de volta para o quarto. – E , toma outro banho, mais rápido dessa vez, lava o cabelo, tira os fios de cabelo do corpo, porque já era, banho só amanhã. – Afirmei com a cabeça e corri a passos rápidos para o quarto.
Entrei em meu quarto e peguei a mala que a Lisa tinha me dado, eu tinha ganhado vários pequenos presentes no ensaio de casamento, tudo coisas que seriam úteis para o casamento em si. A Lisa tinha me dado uma mala, ela era branca, com alças de couro pretas, era maravilhosa e serviria muito bem para o que eu precisava agora.
Peguei os novos conjuntos de lingerie que eu havia ganhado e coloquei tudo na mala, cada pessoa me deu dois conjuntos e tinha de várias cores, preto, vermelho, laranja, roxo, azul e rosa claro, todos com detalhes de tons mais escuros, o que era maravilhoso, ainda mais pelo fato de ser tudo da Victoria Secret’s. Peguei também o conjunto especial de Rupert para usar na noite de hoje e coloquei na mala, colocando alguns shorts, vestidos e blusas, apesar de que eu imaginava que ficaríamos nus no quarto por uma semana inteira.
Fechei a mala e entrei no banheiro novamente. Dessa vez o banho foi bem mais rápido de quando eu acordei, meu corpo estava mais relaxado pela massagem, meu cabelo estava curto e minhas unhas estavam feitas, então boa parte do que eu tinha para hoje estava pronto. Passei bastante sabonete pelo meu corpo, deixando aquele cheirinho no ar novamente, o que me fez suspirar. Fiz questão de passar a bucha nos ombros para tirar qualquer fiozinho de cabelo que pudesse ter caído pelos ombros e que poderia pinicar mais tarde.
Saí do banheiro correndo e coloquei a mesma roupa que eu estava antes, só que colocando meu velho peep toe preto de sempre. Rupert e Denise eram os únicos que ainda estavam em casa, o resto do pessoal já tinha ido para o hotel, porque eles também precisavam se arrumar. Rupert pegou minha mala e foi para o carro.
Eu fechei todas as portas e janelas de casa e apaguei todas as luzes, vai saber quando eu voltaria para casa novamente. Ativei os alarmes e saí de casa. Tínhamos dado folga para os dois seguranças, já que os convidamos para o casamento. Entrei no banco de trás e coloquei o cinto de segurança, respirando fundo.
- Tudo contigo? – Perguntei para Rupert que estava no volante.
- Vestido está com a gente e o resto já foi com o pessoal para o hotel. Espero que esteja tudo ajeitado na frente do hotel. – Ele falou passando a mão no rosto.
- Como assim? – Perguntei e ele gargalhou.
- Você não está sabendo? – Ele me olhou pelo retrovisor.
- Não, o que está acontecendo? – Olhei para ele.
- Já tinha vazado o local do casamento há algum tempo, mas agora vazou o horário, . – Franzi a testa. – Está parecendo uma première na frente do hotel, tem paparazzis e fãs.
- Merda! – Suspirei.
- Dica. – Olhei para ele. – Passa reto, dá um sorriso e entra. Não sou nenhuma Megan, mas o pessoal está lá por você também. – Afirmei com a cabeça.
Andamos até Beverly Hills confortavelmente, sem trânsito, sem nenhum problema, até Rupert estacionar em frente ao Four Seasons Hotel. As laterais da entrada estavam totalmente tomadas por pessoas, mas principalmente por fotógrafos. Tinha pouco tumulto, mas estava cheio. Eles colocaram grades nas laterais, deixando somente o meio livre. Tinha três seguranças em cada lado, em frente às grades e as pessoas se amontoavam para ver quem entrava e quem saía. Estava uma loucura.
- Pronta? - Rupert falou e eu respirei fundo, me dirigindo até o canto direito do carro, vendo Rupert sair e seguir para o porta-malas, onde estava a caixa do meu vestido. Denise saiu pelo outro lado e um dos seguranças abriu minha porta, me fazendo suspirar.
Assim que eu coloquei meus pés na calçada do hotel, o foco passou a ser eu. Saí do carro e bati a porta do mesmo, sendo guiada pelo segurança para dentro do hotel, que tinha as mãos apoiadas em minhas costas e servindo de escudo para as fotos de um lado. Olhei rapidamente para o pessoal e dei um sorriso, e um aceno rápido para as pessoas e fui colocada às pressas para dentro, ouvindo algumas pessoas chamando o meu nome. Foi engraçado ver Rupert vindo logo atrás. Tinha uns três seguranças sendo escudo para ele. Aquilo estava bem similar ao Brasil. Só faltava uma bandeira brasileira ali no meio do pessoal.
- Chris, Chris, Chris... Filho! – Ouvia meu pai me chamando ao fundo e eu estava em outro mundo. – Christopher, para! – Ele falou alto e eu ergui meus olhos para ele, largando a colher que estava em minha mão. – Não é porque você ganhou um buffet de sorvete do seu irmão, que você deve comer esse buffet inteiro antes do casamento. – Ele falou e eu olhei para as diversas bolas de sorvete em meu prato. – A calça não vai precisar nem de cinto. – Ele falou mais baixo e eu olhei para o Scott que estava guardando o pote de sorvete no frigobar e revirou os olhos.
- Tudo bem, está na hora de você começar a se arrumar, também. – Scott falou, fingindo que estava ofendido e Joshua riu, enquanto estava jogado na cama do quarto. – Olha, a chegou. – Ele falou e eu me levantei correndo indo para a janela do hotel. – Já foi. – Ele falou, dando de ombros e virou o corpo para dentro do hotel de novo.
- Olha, vamos agir? Se sua mãe chegar aqui e você não estiver pelo menos pronto, ela me mata. – Meu pai levantou e empurrou Joshua da cama. – Vocês vão para o quarto, se arrumem e quando estiverem prontos, se juntem aqui, quando o pessoal for chegando, vocês vão unindo todos aqui. – Ele falou apressado e virou o rosto para mim. – E você para o banho agora. – Ele gritou para mim e eu virei meu corpo em direção ao banheiro, praticamente enxotado.
Bati a porta do quarto e olhei meu reflexo no espelho, eu estava acabado, e não era exagero. Eu não tinha dormido nada na noite anterior. Depois que eu saí de casa, o pessoal ainda ficou andando de carro pela cidade, até que me trouxeram de volta para o hotel. Aí quem diz que eu conseguia dormir? Eu fiquei andando igual uma barata tonta pelo quarto, aí depois decidi dar uma volta pelo hotel, fui até o local onde seria a cerimônia do casamento, onde não tinha nada arrumado, mas o local da festa já tinha algumas coisas montadas, mas nada que desse uma dimensão do tamanho, conversei com o atendente do hotel para ver se estava tudo certo, como também a suíte para a noite de núpcias. Fiz uma boquinha na madrugada, e quando eu deitei na cama para tentar dormir, Scott entrou causando no meu quarto, falando que hoje era o dia. Eu fiquei de bobeira o resto do dia, tendo Scott, Joshua, Carlos, Marcus e meu pai como companhia.
Sabia que um noivo não tem que fazer nada no dia do casamento? É sério. Eu tinha que tomar banho, dar uma aparada na barba que estava meio longa, passar alguma coisa na cara, para esconder essa feição de sono, que estava realmente feio e só. Puxei minha blusa para cima e olhei a mancha roxa que eu tinha na altura da minha cintura e passei a mão levemente por cima, sentindo que o lugar estava doendo ainda. Eu havia batido no portão quando eu estava sendo enxotado para fora de casa. Aquilo estava feio e estava doendo para ajudar. E eu tinha planos para me movimentar bastante naquela noite.
Peguei a máquina e liguei na parede, dando uma passada levemente em minha barba, vendo os fios caírem dentro da pia, só diminuindo-a um pouco, mas ainda deixando-a cheia, a gostava e eu gostava desse meu novo estilo também, havia me acostumado, e todo mundo parecia ter gostado.
Esfreguei as mãos na barba, vendo ainda alguns fios caírem e entrei no boxe do banheiro, deixando com que a água gelada caísse em meu corpo. Estávamos no inverno, mas o tempo nunca era tão frio em Los Angeles, e o tempo de hoje podia ser digno de um dia de primavera, estava perfeito para um casamento. Estava perfeito para o meu casamento.
Fiquei um bom tempo deixando a água cair em meu corpo, quem sabe a água levasse junto o meu nervosismo, que realmente precisava sumir naquele momento. Acho que quem realmente teria que treinar o ‘sim’ era eu. E ainda eu tinha que pensar nos meus votos. Combinamos que não prepararíamos nada anteriormente, apesar de que havíamos decidido isso antes do ensaio de casamento, então nem se eu quisesse, não teria como planejar nada, e eu ainda não sabia nem como começar.
Saí do boxe respirando fundo e enrolei a toalha em minha cintura, voltando para frente do espelho. Me olhei e suspirei, bagunçando meus cabelos, passando a mão no rosto, encarando meus olhos azuis na frente do espelho.
- Foca, Evans! Foca! – Falei para mim mesmo e suspirei. – Você pensou que esse dia nunca ia chegar, mas chegou. Agora encare! – Abri os olhos e saí do quarto, seguindo para minha mala e peguei minha cueca preta e a vesti, abrindo o zíper do pano que estava pendurado na parede do quarto.
Olhei meu terno lá dentro e abri um sorriso, soltando uma risada fraca e olhei o horário, era cedo ainda. Peguei um roupão atrás da porta e o vesti. Ouvi uma batida na porta e a abri, dando de cara com minha cabeleireira e maquiadora dos eventos e eu a olhei com a cara franzida.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei a vendo rir e me atropelando, entrando no quarto com suas malas.
- Os focos estão em você hoje e você acha que eu deixaria você aparecer com essa cara para a sua noiva que está ficando maravilhosa? – Ela colocou sua maleta em cima da cama e cruzou os braços. – Sim, eu chequei o lado inimigo. – Ela abriu um sorriso, piscando para mim. – Espero que esteja empolgado. – Ela sorriu.
- Como ela está? – Perguntei empolgado.
- Ela está linda. – Ela sorriu. – Mas não consegui ver o vestido ainda, está sendo guardado há mil chaves. – Ela revirou os olhos e eu ri. – Bem, senta aí que eu tenho que fazer um milagre pelo que eu estou vendo. – Ela puxou uma poltrona no canto e eu me sentei na mesma, a vendo abrir sua maleta de maquiagem.
- Você consegue esconder marca de machucado? – Perguntei e ela se colocou em minha frente.
- Eu vou consertar essa sua cara de acabado, por que, o que você aprontou?
- Então... – Eu abri uma fresta do roupão e mostrei a lateral do meu corpo.
- Evans, o que você fez aí? – Ela quase gritou comigo e eu abri um sorriso fraco.
- Eu decidi invadir minha casa ontem para ver minha noiva e... – Olhei para ela que tinha o rosto franzido. – Longa história, e aí eu acabei me matando para sair de casa.
- Sinto muito, mas sem maquiagem aí, você vai passar bastante pomada e tomar cuidado para não se matar. – Franzi os lábios. – Agora relaxa o rosto.
- Depois que você for embora, eu quero que você entregue algo no campo inimigo, ok?! – Falei e ela deu um tapa de leve em meu rosto.
- Fecha os olhos. – Ela reclamou.
Passei a mão em meu penteado e gostei muito do que vi, aquilo estava simplesmente maravilhoso. Os cabelos curtos foram deixados de forma natural e Denise fez uma trança que passava em volta da cabeça inteira, quase como uma faixa, deixando de forma bem suave, em meio a meus cabelos ondulados. Abri um sorriso para Denise e ela me estendeu a mão para eu levantar.
Minha maquiagem também já estava pronta, os olhos com uma maquiagem leve, dando uma iluminada nos olhos, com forte lápis preto e rímel preto, mas o batom era sutil, em um rosa claro, delicado. Olhei para Rupert que estava já bem arrumado com seu terno e abri um sorriso.
- Está acontecendo! – Falei animada e eles sorriram, abraçando os dois fortemente.
- Está quase na hora, . Acho que você pode se trocar e voltar aqui para colocar o vestido. – Afirmei com a cabeça e suspirei, o vendo pegar uma caixa atrás dele e me entregar. – Isso, como você já sabe, é para dar uma apimentada nas coisas.
- Obrigada, por tudo, realmente tudo! – Sorri para ele que mandou um beijo de longe.
- Vai logo! – Ele brincou e eu andei saltitando até o banheiro.
Apoiei a caixa em minha mão e tirei a tampa, encontrando o corpete, a calcinha e as meias 7/8 brancas e dei uma risada fraca. Eu nunca havia usado um corpete, muito menos meias 7/8. Por mais que Chris dizia, Rupert dizia, Derek dizia e Rodrigo dizia, eu não sabia ser sexy, era... O oposto de mim. Aquilo seria uma situação engraçada para se encarar na hora da noite de núpcias.
Abri meu roupão e encarei meu corpo nu no espelho. Eu não gostava do que via durante muito tempo, quando eu era mais nova. As coxas grossas, cintura fina, os peitos nem tão grandes, nem tão pequenos, algumas pintinhas no corpo devido a uma catapora tard¬ia, mas agora eu não me preocupava mais, eu tinha alguém que olhava para o meu corpo com amor e desejo ao mesmo tempo. E isso era muito bom.
Passei um hidratante que eu havia ganho de Carly em meu corpo, sentindo o cheiro no ar e dei alguns pulos no ar, esperando o creme secar e virei na frente do espelho novamente. Meu cabelo estava ajeitado, só faltava acrescentar o véu, a maquiagem também estava pronta, apesar de ter que passar batom novamente por precaução.
Vesti a calcinha e me certifiquei de ajeitá-la em todas as partes do meu corpo, para não ter problema dela entrar no bumbum no meio do casamento. Era uma calcinha pequena, mas não era fio dental, Rupert me conhecia melhor do que ninguém nessa parte. Me sentei na beirada da banheira e peguei uma das meias, subindo a perna e coloquei a meia, começando a subi-la levemente, desenrolando-a com calma para não rasgar e nem ficar enrugada em nenhuma das partes. Fiz o mesmo com a outra meia e olhei em volta do banheiro do hotel e peguei um daqueles chinelos de quarto e joguei no chão, calçando o mesmo antes de me levantar.
Segui para frente do espelho novamente e estiquei o corpete, ajeitando as alças, para que ficassem certinhas e o coloquei, ajeitando na parte dos seios e prendendo o zíper embaixo, subindo-o somente até a metade, já que não consegui fazer até o fim. Prendi o corpete nas meias e ajustei a altura também, conferindo se estava confortável para me movimentar, mexer e me senti bem quando olhei para o espelho, soltando uma risada em seguida.
- Obrigado! – Ouvi Rupert dizer quando eu saí do quarto, o vendo virar para mim com um embrulho na mão. – Você está maravilhosa! – Ele falou e eu ri fraco, me sentindo levemente envergonhada.
- Precisa fechar até o fim. – Falei, me virando para ele e senti as mãos dele fazendo o zíper deslizar pelo meu corpo. – Quem era? – Perguntei e virei de frente novamente.
- A maquiadora do Chris, pelo jeito ela terminou com Chris e mandou um presente do campo inimigo. – Ele me estendeu e eu peguei a sacola, que me aparentou improvisada e tirei a caixa fina e comprida, preta e aveludada da mesma, com as palavras “Bvulgari” escrita na mesma.
- O que ele está aprontando? – Falei em um sussurro e abri a caixa e prendi minha respiração imediatamente quando encontrei dentro um colar com flores de diamante à sua volta inteira.
- Oh meu Deus! – Rupert deu um grito ao meu lado e eu ainda estava pasma. – O que ele está fazendo? – Ele falou para mim.
- Eu não tenho nada para dar para ele. – Falei nervosa, passando a mão nas pequenas pedras de diamante.
- E você acha que precisa? – Ele virou para mim, tirando o colar da caixa e vindo atrás de mim, ajeitando o colar em meu pescoço. – Ele só está te mimando, . – Passei a mão no colar e suspirei, sentindo o gelado tocando em meu corpo.
- Mas é péssimo não ter como retribuir. – Falei suspirando.
- Ele só está se certificando que você tenha o casamento de princesa. – Denise falou e eu sorri, soltando uma risada fraca.
- Eu, com certeza, estou. – Falei baixo e suspirei.
- Vamos colocar o vestido, então? – Rupert me olhou e eu bati o olho no relógio colocado na estrategicamente na mesa de cabeceira, vendo que faltavam 45 minutos para a cerimônia.
- Não está um pouco cedo? – Perguntei me aproximando do vestido que estava no manequim.
- Daqui a pouco vai aparecer a organizadora do casamento, sua mãe, sua irmã, todas as madrinhas, todos os padrinhos, melhor você estar vestida, não acha? – Ele franziu a testa e eu ri fraco, afirmando com a cabeça.
- É, acho que sim! – Falei rindo fraco e ele seguiu para o vestido, puxando-o do manequim e eu me aproximei dele, o vendo abrir os botões um por um que ficavam na parte de baixo das costas, já que o começo das costas era aberto, começava a fechar à partir do meio das costas.
Estendi meus braços para cima e ele colocou o vestido em mim, deixando com que ele ficasse na altura dos olhos, e começou a puxar as diferentes camadas para baixo, ajeitando uma de cada vez. O forro do vestido, depois o tule que dava o volume do vestido, o tule mais fino, alguns outros e por fim, a renda. Ele puxou o vestido para baixo totalmente e o vi tocar no chão, passei a mão em meu peitoral, e abri um sorriso, vendo o vestido em mim. Eu ajeitei no corpo, enquanto Rupert fechava o vestido botão por botão.
- Rupert, tem que tirar as alças do corpete, não? – Perguntei para ele, me virando.
- Sim, tem, é que com, fica mil vezes mais fácil de colocar ele no corpo. – Ele riu fraco e tocou em meus ombros, desafivelando as alças do corpete e puxando o vestido um pouco para cima, deixando-o corretamente. – Os brincos, Denise. – Ele falou e Denise saiu correndo de perto do vestido, em um simples, mas muito bonito, longo preto, ainda com os pés descalços.
- Aqui! – Ela deu uma corridinha rápida e pegou a caixa que eu havia trazido para cá, colocando o pequeno brinco de diamantes em minhas orelhas que eu havia ganho de Lisa, que combinaram perfeitamente com o colar que Chris havia me dado. Coloquei a pulseira que minha mãe tinha me dado e caminhei devagar em frente do espelho.
Eu estava linda. A sensação de usar um vestido de noiva era a melhor do mundo. Eu já adorava quando tinha que usar algum longo, tipo uma formatura, ou uma festa de 15 anos, ou até um casamento, que não fosse o meu, mas usar o seu vestido de casamento, era incrível. Eu me sentia uma princesa... Bem, acho que com quase trinta anos, eu podia dizer que me sentia uma rainha. Eu seria esposa agora, mulher, futura mãe, apoiadora, colo, torcedora, encorajadora e estou disposta a tudo que a vida precise que eu enfrente. Rupert apareceu no reflexo do espelho atrás de mim e abriu um sorriso. Abri um largo sorriso e ele soltou uma risada fraca com a minha reação.
- A emoção é grande, mas, por favor, guarde o choro para daqui a pouco. – Ele deu um beijo em minha testa e passou a mão em meu cabelo. – Você vai precisar. – Ri fraco e ele foi para o manequim novamente, me fazendo virar o corpo, sentindo as saias do vestido flutuarem no ar. – Vamos para o véu? - Abri um sorriso.
- Por que não fizeram uma gravata borboleta de botão? – Falei, alisando a gravata preta novamente e a enrolando em meu pescoço.
- Porque uma grife fez seu terno. Não uma lojinha de esquina. – Meu pai falou bravo, provavelmente por eu estar reclamando pela milésima vez dessa gravata.
- Dá isso aqui! – Ele falou puxando da minha mão e ficou de frente para mim, enrolando a gravata em meu pescoço e fazendo o nó, forçando a mão um pouco em minha garganta, mas dando um nó perfeito e abaixando a gola da minha blusa.
- Como você fez isso? – Perguntei.
- Casamento. – Ele falou rindo e deu um tapa em minhas costas. – E eu estou no meu segundo. – Ri fraco, o vendo pegar o paletó da cadeira e se aproximar de mim, enquanto eu afivelava meu cinto.
- Eu estou nervoso, pai. – Falei suspirando.
- Eu me surpreenderia se você não estivesse. – Ele falou e colocou o paletó em meus braços, o subindo até meu ombro.
- Alguma dica? – Perguntei.
- Só uma. – Ele virou para mim e ajeitou o paletó, passando as mãos em meus ombros. – Não faça o que eu fiz. – Ele mexeu a cabeça afirmadamente. – E coloque em ação tudo o que sua mãe ensinou para vocês desde cedo. – Afirmei com a cabeça. – Você tem sorte que a mulher que você está se casando, já sabe quem ela é. Já sabe o que ela gosta, o que ela precisa, o que ela não gosta e o que ela não precisa. – Afirmei com a cabeça. – Mas um casamento não dura um ano, é para durar a vida inteira. – Ele olhou em meus olhos. – E as pessoas mudam durante a vida e isso pode ser algo bom, ou não. Depende de nós levarmos isso de um jeito bom ou ruim. – Abri um sorriso. – Você a ama, e sabe que a ama, do contrário não teria feito a pergunta mais importante da sua vida. – Ele piscou um olho para mim e eu ri. – Agora faça isso durar para a vida inteira.
- Obrigado, pai! Isso é importante demais para mim. – Ele sorriu e eu o abracei, sentindo-o dar uns tapas de leve em minhas costas.
- Já vai começar a choradeira? – Scott falou parado na porta, com minha mãe e minhas irmãs ao seu lado.
- Podemos entrar? – Shanna perguntou. - Precisamos ir para o campo de lá ainda, antes de nos reunirmos para cerimônia.
- Claro que podem! – Falei e meus irmãos correram para me abraçar, fazendo com que meus olhos ficassem embaçados.
- Você está muito bonito, filho. – Minha mãe falou, entregando uma caixa para Carly enquanto ela passou as mãos em meus ombros, com um sorriso enorme no rosto. – Eu nunca pensei que isso fosse acontecer. – Soltei uma risada fraca. – Mas eu estou feliz que você tenha feito. – Ela segurou meu paletó e o abotoou, alisando o mesmo. – Seja feliz, filho.
- Eu já sou mãe. – Falei sentindo meus lábios tremerem. – Eu prometo.
- Eu acredito. – Ela sorriu e se afastou de mim. – Derek, Joshua e Jason estão lá fora, Rupert deve estar com ainda e Rodrigo deve ter ido ver a sua melhor amiga.
- Tara está aqui também. – Carly falou.
- E a sua melhor amiga veio te ver. – Minha mãe falou rindo. – É um momento importante. – Ela sorriu. – Agatha daqui a pouco vem para cá, começar a indicar os caminhos, a Vanity Fair vai tirar algumas fotos suas antes do casamento, coisa rápida, mas a Agatha que é a organizadora, eu vou arranjar um lencinho e te encontro daqui a pouco. – Ri fraco e a abracei novamente.
- Boa sorte, irmão. – Carly falou me abraçando forte e eu finalmente olhei a roupa que ela usava, um vestido de um ombro só, laranja com alguns detalhes em prata na altura da cintura e uma camada de um pano mais fino.
- Boa sorte. – Shanna falou me abraçando e notei que seu vestido e de Carly eram iguais, mas de Shanna era rosa.
- Vocês estão lindas.
- Sua noiva tem um bom gosto incrível, sabia? – Carly falou fazendo pose.
- E cadê as crianças? – Perguntei.
- Já estão no solo feminino, eles te encontram lá.
- Mas o Ethan e o Miles não deveriam estar aqui? – Carly gargalhou.
- Deixa meus filhos comigo, por favor. – Afirmei com a cabeça e ri.
- Vamos, meninas, precisamos levar o sapato da para ela. – Minha mãe falou, pegando a caixa novamente.
- Esse é o sapato da ? – Perguntei, apontando para caixa. - Me empresta ele? – Perguntei e ela franziu a testa, me estendendo a caixa de sapato, visivelmente com medo. – Alguém tem uma caneta? – Perguntei e meu pai estendeu um marcador preto.
- O que você vai fazer? – Ouvi a voz do meu irmão e abri a caixa do sapato. – Por favor, não o destrua, é lindo demais.
- Eu vou me certificar de que o Chris, os padrinhos, as madrinhas, e os pajens entrem, depois eu venho buscar você e a Liana, pode ser? – Agatha falou e eu afirmei com a cabeça, vendo Liana afirmar repetidamente com a cabeça.
- Você está linda, sabia? – Cochichei para Liana que mexeu a cabeça afirmadamente, mexendo o vestido de dama de honra, com uma faixa rosa na cintura.
- Você também, tia . – Ela falou animada e eu me levantei, passando a mão no prendedor de flor em seu cabelo, ficando de frente para Agatha novamente.
- Todas vocês estão, na verdade. – Falei sorrindo, olhando para Lílian com vestido rosa e Ruth com vestido laranja e vi a porta se abrir, revelando Carly e Shanna, com Lisa logo atrás.
- Você está incrível, irmã. – Lílian falou, segurando minhas mãos e beijando as mesmas. – Ei, cadê seu anel de noivado? – Ela falou, virando correndo os olhos para o quarto e para minha mãe, que usava um vestido longo rendado azul escuro.
- Aqui querida! – Ela pegou a caixa azul da Tiffany e a abriu, mostrando meu anel de noivado que eu coloquei na mão direita, encarando a mão esquerda vazia.
- Acho que agora está pronta! – Megan falou e eu ri fraco.
- Falta isso, na verdade. – Lisa estendeu a caixa de sapatos para mim e Rupert arregalou os olhos, pegando correndo nas mãos de Lisa e eu ergui a barra da calça.
- Estava vendo que esses sapatos estavam bem confortáveis. – Revelei os chinelos do quarto e elas riram.
- Senta aí! – Ele indicou uma poltrona e eu me sentei, tirando os sapatos de quarto e vendo Rupert se ajoelhar a meus pés, abrindo a caixa de sapatos onde os sapatos branco de salto fino, com uma decoração prata em cima estavam ajeitados lá dentro. Ele tirou o primeiro pé colocando delicadamente em meus pés, e eu o ajeitei, sentindo-o até que confortável... Por enquanto.
- Ah não. – Ele reclamou, tirando o outro pé. – Não me diga que é sujeira. – Ele falou virando o sapato até que abriu um largo sorriso, me entregando o sapato e eu franzi a testa. – Olhe embaixo. – Ele falou e eu virei o sapato, olhando para a sola do mesmo.
- O que foi? – Minha irmã perguntou e eu abri um largo sorriso quando li, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
- “Você é minha amiga, você é meu amor, você é minha vida...” – Falei suspirando. – “Mal posso esperar para fazê-la minha esposa. Com amor, Chris”. – Falei com um enorme sorriso em meus lábios e todo mundo abriu um sorriso. – Eu realmente disse sim para a pessoa certa. – Falei com os olhos marejados, sendo abraçada pela minha mãe.
- Realmente, querida. – Minha mãe falou e deu um beijo delicado em minha cabeça. – Vamos casar essa menina? – Minha mãe perguntou animada para o pessoal e eu me levantei com a ajuda de Rupert.
Fiquei em frente ao espelho e olhei meu corpo novamente no reflexo do espelho. Rupert ajeitou a barra do vestido novamente, puxando cada camada para baixo, ajeitando-a delicadamente, e a esticando bem. Ele se levantou e passou a mão em meu véu que estava dobrado no chão de tanto que eu havia andado. Ele prendeu o enfeito do véu em minha cabeça, ajeitando-o levemente, conferindo se estava firme.
- Vestido, véu, sapatos, jóias, corpete, acho que está tudo confere, não? – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Obrigada por tudo, Rupert. – Ele sorriu e me abraçou rapidamente.
- Eu preciso ir para o lado de lá. – Rupert falou, virando para as mulheres que estavam a postos. – Vocês cuidem dela, ok?! Agatha, você sabe o que fazer.
- Pode deixar Rupert, eu cuido dela. – Agatha falou e Megan virou a cabeça para ela.
- Nós cuidamos dela. – Megan falou e eu ri fraco, acenando com a cabeça para Rupert.
Olhei para minha mão onde estavam as alianças e fechei a caixinha, ouvindo um estalo ecoar pelo quarto. Todos os homens estavam lá, meu pai, meu irmão, Joshua, Rupert, Derek, Carlos e Marcus, todos esperando. Cada um com o terno igual o meu, mas alguns usavam o lenço e gravata rosa e outros laranja, dependendo da cor que a madrinha estava usando. Meu lenço era branco, provavelmente combinando com o vestido de .
Passei a mão no cabelo novamente e suspirei, olhando o relógio em meu pulso, vendo o ponteiro passar cada vez mais devagar, eu não sabia se queria que fosse mais rápido ou mais devagar. Eu não sabia se estava preparado.
Eu estava usando todas as inspirações momentâneas naquele dia, mas ainda não conseguia elaborar nada para dizer à cara a cara e na frente de todo mundo. Passei a mão em meu rosto e fechei os olhos por um momento. Eu era um ator, caramba! Vivia de criatividade, eu deveria ter alguma coisa para falar para ela.
Uma batida na porta me distraiu e Agatha abriu a mesma, entrando no quarto que eu estava desde o dia anterior. Todo mundo se levantou imediatamente quando a senhora de meia idade olhou para mim, eu suspirei e ela esticou a mão para mim.
- Está pronto? – Ela perguntou e eu levantei, passando as mãos nas pernas, desamassando as pregas da calça e fiz o mesmo com o paletó, afirmando com a cabeça.
- Acho que sim. – Falei, afirmando.
- Está preparado para casar com o amor da sua vida? – Ela perguntou e eu abri um largo sorriso.
- Sim, estou.
- Então você está pronto. – Ela abriu um sorriso e indicou a porta para mim e meus amigos.
Meus amigos foram na frente, andando quieto e a passos devagar pelo corredor do hotel. Eu fiquei por último, com meu irmão ao meu lado. Ele passou o braço pelos meus ombros e fomos andando quieto.
Entramos no elevador e Agatha apertou o último botão do painel, nos levando para o térreo, saindo do elevador. Saímos pela parte de trás do hotel, talvez de propósito ou planejado pela zona que estava tendo lá na frente. Entramos em um corredor e saímos, onde seria o casamento. Entramos em uma sala espelhada, onde tinha algumas cortinas e flores brancas para esconder do pessoal e logo que entramos, pude ver todas as mulheres chegando, junto de Ethan, Miles, Stella no colo de Carly e Liana, eles estavam muito lindos, Liana e Stella com vestidos brancos e Liana com uma fita rosa na cintura e um grande laço nas costas e Stella com o mesmo laço laranja. Ethan e Miles também, igual nós, um com um lenço rosa no bolso, outro com laranja.
As mulheres estavam maravilhosas, todas com o vestido de um ombro só, igual Carly e Shanna e elas estavam com as cores variadas, rosa e laranja, um por um, elas estavam incríveis. Uma mais bonita que a outra. Eu estava meio indeciso sobre a escolha de cores da , mas aquilo estava incrível, e eu sei que teria mais dessas cores na festa.
- Vamos tirar algumas fotos, Chris? – Agatha perguntou, me indicando aos fotógrafos que estavam na lateral e eu a segui, saindo da sala e indo para a outra, igualmente espelhada, mas que tinha uma parede com flores brancas nela inteira. – Esses são Kevin, Lenny, Georgia e Samantha, esses são os fotógrafos e cinegrafistas do casamento de vocês. – Acenei para todos e cumprimentei um por um. – E essa é Rebecca, fotógrafa e repórter da Vanity Fair. – A cumprimentei também, acenando com a cabeça.
- A gente gostaria de tirar algumas fotos suas, para a revista. – Rebecca falou e eu afirmei com a cabeça.
- Claro, vamos! – Afirmei com a cabeça e me coloquei em frente ao painel com flores brancas.
- Antes de mais nada, Evans. – Agatha virou para mim. – Eu pegarei , e acabando aqui, o Peter irá indicar os próximos passos para você. – Afirmei com a cabeça. – É com você, Peter. Georgia, vem comigo.
Eu estava sozinha no quarto, tinha somente um segurança e um dos ajudantes de Agatha na porta. Eu não parava de me olhar no espelho, conferia se o véu estava ok, se o vestido estava ajeitado e se o cabelo não tinha desmoronado ainda. Conferia meus dedos, minha maquiagem, os esmaltes, os sapatos, tudo. Mas parecia que tudo estava perfeito.
Ouvi uma batida na porta e virei meu corpo a tempo de ver Agatha abrindo-a e parando na mesma, abrindo um largo sorriso para mim. Ela estendeu a mão e eu me aproximei a vendo rapidamente ir para trás e segurar meu véu, para que não fosse arrastando até o local do casamento.
- Vamos? – Ela me perguntou e eu afirmei com a cabeça, vendo a mesma fotógrafa que tinha tirado algumas fotos mais cedo ali ao seu lado.
- Vamos sim! – Falei nervosa, mas empolgada ao mesmo tempo.
- Você está maravilhosa. – Ela falou e eu sorri.
Eu andei até o corredor e vi minha mãe lá fora, o que me fez sorrir, e ela sorriu para mim, estendendo as mãos para mim. Eu segurei a mesma, entrelaçando meu braço ao dela e Agatha vinha atrás segurando meu véu, a fotógrafa ia um pouco mais a frente tirando algumas fotos, um segurança ia à frente e o ajudante de Agatha ia atrás.
Entramos no elevador e eu me coloquei no meio do mesmo, olhando meu reflexo no espelho. E eu podia ver felicidade nele, o que me fez ficar bastante emocionada. Era o rosto de dever cumprido, não sei, eu consegui fazer algo certo na minha vida, eu consegui me apaixonar por alguém e com sorte, destino, carma, ou qualquer coisa, uma pessoa também se apaixonou por mim e me escolheu como mulher para o resto da vida.
As portas do elevador se abriram e eu virei meu rosto, começando a ser seguida pelo cortejo atrás de mim. Andei atrás deles pelo grande lobby do hotel, onde poucas pessoas estavam ali, lendo, jogando, ou só passando o tempo. Eu entrei por uma porta dando de cara com uma sala espelhada que estava vazia. Eu podia ver pela parede espelhada as pessoas sentadas em seus lugares e o padre no altar que foi feito na área aberta do Four Seasons. Não tinha ninguém no altar ainda.
A fotógrafa da Vanity Fair chegou e surtou ao me ver. Ela estava muito empolgada, me elogiava, elogiava o vestido, tudo estava perfeito para ela, o que me deixou feliz, tenho certeza que meu casamento seria bem falado pela revista, o que me deu um orgulho incrível por dentro. Eu me contentaria com um casamento simples, mas ter o mundo inteiro vendo como eu estou feliz me deixava mais feliz ainda.
Rebecca, a fotógrafa, tirou algumas fotos minhas, algumas sentadas, outras em pé, para registrar meu vestido e logo se retirou, falando que ia para fora e que nos encontramos depois. Georgia, a fotógrafa contratada por nós, tirou mais algumas fotos e logo disse que também iria para fora.
- Está na hora. – Agatha falou e eu gelei, arregalando os olhos.
Ela encaminhou para uma caixa que Peter segurava e a abriu, puxando algo que eu não conseguia ver de onde eu estava. Ela virou o corpo para mim e vi que ela me estendia o meu buquê e eu abri um sorriso incrível ao vê-lo do jeitinho que eu queria.
- Está incrível, Agatha. – Falei e me aproximei dela, pegando o buquê com rosas laranja e cor-de-rosa e algumas flores menores em um tom claro de verde, embrulhados em um lindo pano branco, onde eu segurei.
- Está pronta? – Ela me perguntou e eu me coloquei em pé.
- Pronta. – Falei decidida e segurei o buquê com ambas as mãos em frente ao corpo.
- Vamos, então. – Ela falou me estendendo a mão e eu sorri.
Foi difícil entrar no hotel, ainda bem que eu e Elsa saímos de casa mais cedo. Evans tinha feito o certo em fazer um casamento em Los Angeles, apesar de ser no meio de toda zona e ter vários fãs parados no hotel, incluindo paparazzis, acho que era o certo. A família dele e a dela teriam dificuldades em ir para qualquer lugar em que eles decidissem se casar, Chris teria mais facilidade, um voo doméstico resolveria as coisas, mas a família de era realmente mais difícil, mas a vida deles seria em Los Angeles agora, então nada melhor do que o casamento deles ser na cidade do novo lar. Elsa ajeitou minha gravata assim que entramos no hotel e vários organizadores estavam na porta do hotel, com ternos pretos e os cabelos ajeitados, uma delas veio até nós.
- Olá, boa noite! – Ela nos cumprimentou e eu soltei a mão de minha esposa por um momento, tirando o convite com o envelope rendado do bolso e entreguei para a mulher.
- Christopher e Elsa Hemsworth, certo? – Ela perguntou, e eu confirmei com a cabeça e ela marcou em um tablet. – Me sigam, por favor. – Ela falou e nós a seguimos.
Passamos para a parte de trás do hotel, eu com as mãos apoiadas nas costas de Elsa e seguimos por diversos lobbies do hotel, até que passamos por uma porta que tinha as laterais espelhadas que estavam cobertas com cortinas e chegamos ao local da cerimônia do casamento.
O gramado estava com um tom de verde bonito. Os arranjos de casamento eram inteiramente brancos com as folhas verdes à mostra. Dois arranjos altos cobriam as laterais do tapete branco e arranjos pequenos ao longo do tapete. Ambos os lados tinham cadeiras brancas, ajeitadas lado a lado, em diversas fileiras. Em frente, no altar, tinha um pequeno arranjo e bastante delicado, também com flores brancas e os caules verdes, e mais atrás uma mesa com uma toalha branca.
- Aqui, para o fim do casamento! – Ela nos entregou um embrulho fechado com duas flores, uma rosa e outra laranja que Elsa logo identificou como arroz e a mulher logo se retirou.
O casamento não estava tão cheio, eu via alguns amigos conhecidos do mundo da atuação de Chris. O pessoal de Os Vingadores em peso, Robert, Jeremy, Mark, Scarlett, Elizabeth, Aaron, James, Paul, Samuel, Cobie, Don, Hayley, junto ao pessoal de O Soldado Invernal como Anthony, Frank, Sebastian e Emily, como também Kevin e Louis, diretores da Marvel, Anthony e Joe Russo diretor de Cap 2 e Joss, diretor de Os Vingadores 2, tirando os respectivos maridos e esposas, ou namorados. Reconheci o pessoal de Expresso do Amanhã, mas somente Jamie Bell e Octavia Spencer haviam ido. Alice Eve e Mark Kassen do filme Before We Go que Chris dirigiu também estavam lá. Michelle Monaghan e Ioan Gruffudd que Chris tinha trabalhado junto em um filme recente também estavam lá, e para fechar com chave de ouro, dos famosos que eu vi, tínhamos Chris Pratt e Anna Faris.
Isso dava mais ou menos metade dos convidados, incluindo os parceiros, depois tínhamos o pessoal que eu não conhecia, os parentes do Chris e de , a maioria eram pessoas mais velhas, até idosos, não via nenhuma criança por ali, parecia que tinha certa divisão de lados, o pessoa que se conhecia do trabalho de um lado e a família se enturmando do outro, era difícil quando não se conhecia alguém. Fiz uma contagem rápida nas pessoas, se do grupo de cá tinha umas 60 pessoas, incluindo os parceiros, do lado de lá deveria ter mais uns 50. Era um casamento pequeno, intimista, bem a cara de Chris, especial o suficiente, já que era tudo que ele merecia.
- Vamos tomar os lugares, pessoal? – Uma das organizadoras de casamento com um terninho cinza se aproximou falando em tom de voz baixo e eu acompanhei o pessoal para tomar os lugares. Como amante de casamento, Elsa tomou a terceira fileira, no corredor, já que as primeiras estavam tomadas pela família deles.
Mais perto, pude notar o quarteto de cordas posicionado ao lado do altar que foi feito ali na parte externa do Four Seasons. O pessoal tomou seus lugares rapidamente e eu cumprimentei Ruffalo ao meu lado e conferi meu relógio. Eram 17 horas em ponto.
Olhei para a porta de vidro coberta com as finas cortinas brancas em minha frente e prendi minha respiração por um momento, fechei os olhos e tentei visualizar a minha vida dali para frente. Eu não me sentia totalmente preparado para um casamento, mas eu me sentia totalmente preparado para passar a vida inteira com . Não podia imaginar o que podia vir ali para frente, mas só conseguia imaginar que minha vida seria muito mais interessante à partir daquele momento e ninguém tiraria isso de mim.
Senti um apoio em meu braço e vi minha mãe se colocar ao meu lado. Ela estava com um vestido preto e um xale cobrindo seus ombros. Ela enlaçou meu braço com o seu e eu apoiei minha mão na sua, virando meu rosto e ela sorriu, movimentando a cabeça, e eu fiz o mesmo, se ela havia perguntado se eu estava bem, eu com certeza estava. Tinha enormes borboletas em grupo em meu estômago, mas estava bem, podiam ser gases também, vai saber.
Peter, o ajudante de Agatha apareceu em minha frente, dei uma rápida olhada atrás de mim e pude ver a mãe de na minha diagonal, ao lado de meu pai e ela tinha os olhos levemente vermelhos, provavelmente já tinha chorado. Dei um rápido beijo em sua bochecha e ela abriu um largo sorriso, retribuindo e eu sorri. Eu pude sentir o apoio dela, o amor dela, e todo o carinho que eu podia receber daquela família maravilhosa.
Atrás deles, os casais estavam postos um a um, Scott e Lílian, Carly e Marcus, Rodrigo e Ruth, Shanna e Carlos, Tara e Jason, Megan e Joshua, e atrás de todos Derek e Rupert, que estavam virados para trás, provavelmente ajeitando Miles e Ethan que estava nervosos por ter que carregar coisas até o altar, o que me fez rir. Podia ver Stella no colo de outro ajudante de Agatha que eu não reconheci, Stella não estranhava pessoas, então ela estava muito bem no colo dessa pessoa e ela estava muito linda no vestido branco com a faixa laranja, e o cabelo com um lacinho rosa no meio da cabeça, fazendo seus cabelos lisos arrepiarem.
- Atenção, então! – Peter falou e eu virei de frente novamente para o local, segurando firmemente o braço da minha mãe. – Em cinco, quatro, três, dois... – Ele se afastou da porta e bateu duas vezes na mesma.
Ouvi uma música instrumental começar a tocar e não consegui entender, ou o nervosismo repentino que bateu em mim deve ter ligado, eu só podia dizer que era tocado por violino... Eu acho. Puxei o ar fortemente e as portas duplas de vidro abriram em minha frente, deixando o vento de fim da tarde entrar na sala.
Minha mãe me ajudou no primeiro passo e eu relaxei quando desci os primeiros dois degraus da sala e vi minha família e grandes amigos, dei cinco passos sobre o deque e pisei no tapete branco que estava estendido do gramado em minha frente. E continuei seguindo. O local estava incrível, o pessoal estava em pé, nas cadeiras dispostas e tanto meus amigos do cinema, como meus familiares que estavam nas cadeiras próximo do corredor, faziam piadas comigo, riam, falavam “Mandou bem”, ou sorriam para mim carinhosamente e isso me dava com um conforto incrível no peito.
Os fotógrafos corriam para tirar fotos, eles andavam pelas laterais correndo e na minha frente, de costas, movimentando a câmera diversas vezes. A minha frente tinha um padre com uma roupa branca, com aquela feição suave, como todo padre tinha, já que eu e fomos criados na igreja católica, decidimos fazer uma cerimônia na nossa religião de nascença. Um pouco na lateral tinha um juiz, de terno escuro, com as mãos pousadas lado a lado do corpo. E também do outro lado, tinha um monge budista que foi a religião que eu me encontrei depois que amadureci meus pensamentos, que dariam uma bênção a nós.
Eu não contei quantos passos foram, mas não eram muitos, a distância da porta de vidro até o altar não eram tantas. Antes de subir os dois degraus que tinham, minha mãe deu um beijo em meu rosto e seguiu para meu lado esquerdo, se colocando na ponta. Cumprimentei os três homens no altar e eles sorriram felizes, me coloquei de frente para os convidados e olhei pra frente, vendo meu pai e a mãe de entrar a passos lentos, me fazendo sorrir. Eu sabia como meu pai estava se sentindo, mas a mãe da eu não tinha muitas ideias, mas ver o sorriso dela, já dizia tudo.
Recebi outro beijo da mãe de e ela abriu um grande sorriso para mim. Meu pai me abraçou forte e ambos seguiram para lados separados, a mãe de ficando na ponta também. Lílian e Scott entraram rindo logo atrás, eles estavam realmente se divertindo, ambos com um sorriso grande no rosto eles estavam felizes, mas também estavam bem de boa. Lílian foi para o lado de , ficando próximo a mim e Scott ao meu lado, ficando perto também.
Carly e Marcus chegaram em seguida, rindo também, de braços dados, Carly era mais extrovertida, Marcus era um pouco tímido. Carly e Marcus se colocaram lado a lado, no meu canto. Rodrigo, o melhor amigo de , e Ruth, que trabalhou com , entraram um pouco mais quietos, eles não tinham intimidade, então não podia pedir por intimidade e tudo mais, mas Rodrigo tinha um sorriso incrível no rosto. O mesmo de Shanna que entrou com seu namorado de longa data Carlos.
Megan entrou com meu melhor amigo Joshua. Foi a melhor ou a pior coisa termos colocado os dois juntos, aquilo era hilário, Megan era minha relações públicas, Joshua era meu assistente, e eles se bicavam algumas vezes, mas era bom ver Megan com um vestido longo rosa que tinha escolhido para ela e sua barriga de grávida saliente. Joshua acenou para mim, fingiu que ia para meu lado, mas foi para o lado de , o que me fez rir, ele era mais amigo meu do que dela, mas Megan precisava de um par e o adorava. Tara entrou com Jason, eles estavam casados há cinco anos, então sabiam o tudo que eu estava sentindo. Ela passou a mão na minha delicadamente, em um cumprimento e seguiu para o meu lado, finalizando o time.
E por último veio Derek e Rupert, ambos de terno, cada um com o lenço de uma cor, lado a lado, nem de braços dados eles estavam, Derek me cumprimentou com a cabeça e eles seguiram para o lado de , se colocando lado a lado. O momento fofo do dia veio logo atrás. Ethan e Miles, meus sobrinhos, vieram lado a lado, com o terno igual o meu e os lenços rosa e laranja. Ethan trazia uma jarra, provavelmente com água e Miles trazia uma Bíblia em suas mãos. Eles andavam rapidamente pelo tapete branco, mas tinham um sorriso enorme no rosto. Quando eles chegaram perto de mim, eles entregaram ao padre, que colocou os objetos em cima da mesa baixa que tinha na lateral e acenaram para mim rapidamente e seguiram para ficar ao lado de minha mãe que estava na ponta.
Stella veio toda quieta no colo de uma das ajudantes de Agatha. Ela estava linda, com a ajuda da ajudante, ela segurava a almofada onde as alianças estavam presas na mesma, por algum motivo que Stella pudesse deixar cair. Carly pegou Stella assim que ela se aproximou de nós e Marcus segurou Stella, ajeitando seu vestido e a colocando sentada em seu braço, dando a almofada de alianças para Miles, que segurou corretamente.
Olhei para a fileira ao meu lado esquerdo e ao meu lado direito e todo mundo olhava para mim, eu franzi a testa e eles só riam ou sorriam, eles sabiam o que me esperava daqui a pouco, ou melhor, quem apareceria depois. A música parou aos poucos, ficando baixa. Notei que a banda estava à minha esquerda, do lado da família de , era um quarteto de cordas.
A pequena Liana apareceu saltitante pelo tapete branco, jogando flores pelo mesmo. Pétalas de rosa laranja e cor-de-rosa. Tive um pequeno momento de foco em Liana chegando perto de mim e indo para o lado de , ainda saltitante. Acompanhei-a com o olhar e não deu tempo de ela chegar aos braços de Rupert e eu comecei a ouvir a música.
Meu olhar se ergueu rapidamente para cima, no momento em que as portas espelhadas foram abertas e a marcha nupcial ficou mais alta e clara. Eu senti minha respiração falhar quando eu puxei o ar fortemente quando eu vi um vulto escuro vir para a claridade aos poucos, fazendo com que eu ficasse surpreso, não sabendo decifrar o que aparecia em minha frente, sendo iluminado devagar. Eu sei que passei a mão em meu rosto, subindo pelo meu cabelo, abri minha boca e senti um tapa fraco em meu ombro.
- Ela está maravilhosa! – Scott falou em meu ouvido e eu afirmei com a cabeça, vendo-a caminhar em minha direção, o que pareceu acontecer em câmera lenta.
O vestido era tomara que caia branco, com alguns detalhes desenhados no peito e deslizando até as saias do vestido, descendo em degradê. Os panos eram finos, um por um, trazendo uma leveza incrível para o vestido. Suas mãos se mantinham colocadas em frente ao corpo, segurando firmemente o buquê de rosas laranja e cor-de-rosa, nos tons que eu tinha visto o dia inteiro, mas que ainda não tinha me tocado de onde viria a inspiração, mas que agora, vendo aquele conjunto completo, estava tudo perfeito.
Ergui meus olhos para seu rosto e notei que ela tinha um sorriso enorme no rosto, o mesmo sorriso que ela tinha quando estava feliz ou emocionada com alguma coisa, mas ao mesmo tempo não queria que ninguém soubesse que ela estava chorando. Sua maquiagem estava delicada, sutil, me fazendo ver perfeitamente o brilho em seus olhos. Olhei com surpresa para seu cabelo. Ele estava curto. Acho que não chegava bater nem em seus ombros, deveria estar um pouco mais curto que aquilo. A parte da frente estava puxada para trás, mas eu foquei meu olhar no véu que cobria levemente seus ombros, e seguia arrastados pelo tapete branco. Tinha um brilho na parte de cima de seus cabelos, que seguravam o véu.
- Sim, ela está incrível. – Falei para Scott, abrindo um largo sorriso em meus lábios.
Passei a mão em meu vestido e me olhei no espelho novamente e Agatha me entregou o batom e eu passei novamente em meus lábios. Entreguei para ela novamente, passando as mãos em meu corpo, alisando o vestido. Um barulho rápido na porta me distraiu e eu vi minha mãe entrando na sala, fechando a porta rapidamente e fechar com a mesma rapidez.
- Mãe? – Olhei para ela e ela se aproximou de mim. – O que você está fazendo aqui?
- Algo novo, velho, emprestado e azul. – Ela falou para mim e eu abri minha boca surpresa e ela sorriu para mim. – Eu quase esqueci. – Ela riu fraco e eu sorri. – Você tem todos os presentes de novo, o colar de Chris, a pulseira minha, os brincos de Lisa, e mais algumas coisas que eu fiquei sabendo. – Ela riu e eu sorri. – E bem, como eu só me lembrei disso agora, vamos ter que unir o velho, emprestado e azul. – Ela riu e ergueu o pulso, mostrando sua pulseira de pingentes de diversas cores, de diversas pedras e tirou o pingente azul. – É o que vai ter que ser. – Ela prendeu o pingente em minha pulseira que ela havia dado e eu ri fraco, abrindo um largo sorriso. – Seu pai foi igual ao Chris no dia do nosso casamento. – Ela segurou minha mão direita, acariciando a mesma. – Ele pediu para minha mãe me entregar essa pulseira horas antes de eu entrar na igreja e me deu essa pulseira. – Ela ergueu os olhos para mim. – Tenho certeza que ele está muito orgulhoso de você. – Prensei os lábios um no outro e puxei o ar fortemente. – Você cresceu e se tornou uma mulher maravilhosa, construiu sua carreira e ainda se apaixonou. – Ela ergueu o dedo. – Isso, sem a ajuda de ninguém.
- Mãe, não foi assim. – Falei soltando uma risada fraca.
- Apoio você sempre teve, mas você teve coragem, foi lá e fez, e encarou tudo isso sozinha. – Abri um sorriso, com uma risada fraca.
- Pode deixar! – Afirmei com a cabeça. – Obrigada, mãe! – Falei com um sorriso no rosto e ela riu, me abraçando fortemente.
- Promete para mim que vai ser feliz? – Ela falou em meu ouvido e eu ri fraco.
- Prometo mãe. Para sempre. – Falei com um sorriso largo no rosto e ela se afastou, passando a mão no rosto.
- Nos encontramos daqui a pouco. – Ela falou, passando acariciando meu rosto levemente. - Você está maravilhosa, querida. – Ela sorriu e correu para a porta novamente, fechando-a.
Ouvi a música começar a tocar e prendi o rosto na parede espelhada, tentando ver o que acontecia lá fora, quase sem sucesso. Consegui ver os vestidos rosa e laranjas flutuando um de cada vez, em passos lentos, até que fui chamada por Agatha para me colocar na porta. Respirei fundo e fechei os olhos, soltando o ar lentamente, quando a porta foi aberta.
A pressa veio com Agatha. Liana já tinha ido à frente, o fundo em silêncio. Agatha e mais uma ajudante começaram a arrumar meu véu, esticando-o pelo espaço disponível e ajeitando-o em meus ombros. E eu suspirei, vendo Agatha me entregar o buquê e eu o segurei firmemente pela base, mantendo minha força e energia ali, tentando relaxar a cada respirada.
Sem sucesso, pois eu vi um movimento de cabeça de Agatha, a marcha nupcial começar a tocar e as portas espelhadas foram abertas quase sem barulho, e deu tempo somente de eu puxar o ar novamente e erguer meu rosto para a frente, tendo em foco o homem da minha vida.
Ele foi o motivo que eu dei o primeiro passo, ouvindo os barulhos do meu salto batendo no chão de mármore, e desci os dois degraus que davam para o tapete branco esticado pela área aberta do hotel.
Eu nunca vi o Chris de gravata borboleta, até aquele dia, o que fez que eu abrisse um largo sorriso nos lábios, sentindo o choro começar a tomar conta de mim, mas eu respirei fundo e segui em frente.
Ele estava do jeito que eu sempre sonhei, terno preto, camisa branca, gravata borboleta preta, levemente torta para a esquerda, e os sapatos perfeitamente lustrados. Ele tinha o rosto surpreso, alegre e aquele sorriso bobo no rosto, que com certeza fez com que meu sorriso se mantivesse intacto. Ele estava de barba, do jeito que eu gostava, só que um pouco mais aparada do que eu vi na noite anterior. O cabelo puxado para trás, onde eu pude notar um fio fora do lugar, mas ele estava perfeito.
Senti a barra do vestido deslizando pela parte de cima do meu pé enquanto eu caminhava pelo tapete branco e alguns amigos até tentavam brincar comigo, os fotógrafos tiravam fotos, mas eu só conseguia olhar para o homem na minha frente. Eu só conseguia pensar em abraçá-lo e ficar próximo dele, qualquer fosse a situação, para sempre.
Assim que eu cheguei mais perto, ele desceu os dois degraus que davam para o altar e estendeu a mão para mim. Eu consegui segurar o buquê com somente uma mão e estendi a mão para ele, que a levantou para dar um beijo nela, fazendo com que sorrisse amplamente, soltando um suspiro alto que o fez sorrir, finalizando em uma risada.
- Você está incrível. – Ele falou e eu sorri, soltando minha mão da dele e passando em seu rosto levemente.
Abaixei a mesma e ele a segurou, entrelaçando os dedos e subimos os dois degraus do altar levemente e eu estiquei meu buquê para minha irmã, que o segurou, fazendo nossas mãos se tocar por um momento e ela piscou o olho, que me fez sorrir também.
Olhei para Chris com o canto de olho e notei que ele me observava, fazendo com que eu sentisse minhas bochechas vermelhas, acho que aquele momento foi o segundo em que eu senti vergonha de Chris. A primeira foi quando ele me conheceu, nem na nossa primeira vez eu me senti assim. Olhei para o padre e ri fraco, focando meu olhar nele.
- Repórter Rebecca Thompson, revista Vanity Fair, Four Seasons Hotel, 17 horas, dia 27 de dezembro. Pauta: casamento de Chris Evans e . - Falei para o gravador e soltei o botão, guardando-o no bolso e preparando a câmera para a entrada da noiva.
Todo mundo está interessado em olhar a noiva, é o foco das atenções, que por sinal, estava incrivelmente maravilhosa. Seu vestido foi feito com maestria, tinha detalhes magníficos e tinha combinado perfeitamente com o corpo da noiva, que por sinal, era um amor. Não “um amor” do tipo cem por cento fofa e tudo mais, mas para “um amor” do tipo educada e simpática, porque ela tem um jeito especial, e pelo que eu ouvi dos meus colegas da Details, ela era um gênio no trabalho e tinha uma capacidade de argumentação incrível, e com certeza isso levava a alguns estresses, mas já tinha ouvido muito falar sobre ela, e ao conhecê-la, mesmo que por alguns segundos, eu não me arrependi. Não que eu tivesse algum palpite para dar, na verdade.
Enfim, antes que eu me perca, todo mundo sempre tem os olhos focados na noiva, eu tinha que obrigatoriamente focar os olhos na noiva, mas o que a gente precisava olhar mesmo, era o noivo. Ainda que o noivo seja um dos atores mais conhecidos da atualidade e que, com aquele olhar que ele deu para a futura esposa, é humano como todos nós.
Assim que eu tirei duas fotos de entrando na igreja com seu vestido maravilhoso e aquele lindo buquê com flores rosa e laranjas, eu virei minhas lentes para Chris. O sorriso dele, os olhos brilhando, a boca aberta era só as expressões corporais que eu capturei na minha lente, mas, por trás daquilo, eu podia ver bastante amor, comprometimento, paixão, suporte, felicidade, e com certeza, um futuro.
Tirei uma foto daquele momento e passei a mão no rosto rapidamente, eu era a pior pessoa para cobrir casamentos, eu me emocionava junto e isso podia ser péssimo para o meu trabalho. Quando Chris deu um beijo na mão de , eu peguei o momento, aquela troca de olhares que só eles sabiam o que passava em suas cabeças naquele momento. Era um momento especial.
Andei a passos lentos por trás do casamento e aproveitei para fazer algumas fotos dos convidados, tínhamos muitos famosos na casa hoje, além dos familiares e amigos de Chris e , que ocupavam a outra metade do casamento. Me coloquei lá atrás, exatamente no meio e tirei uma foto de ambos, viramos para o padre, e abaixei a câmera, colocando-a em meu colo e prestando atenção na cerimônia que iria começar.
- Boa tarde senhores presentes. – O padre começou e eu foquei meus olhos neles. – Estamos aqui reunidos para celebrar a união de Christopher Robert Evans e Andrea , que, por decisão própria, estão se unindo em nome de Deus. Comecemos essa celebração em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Amém. Querido Deus Pai, obrigado por tudo que fizeste por este casal hoje e por todos os dias que os levaram a esta ocasião alegre. Tens abençoado este casal com o presente do casamento e com um amor especial. Brilhe sobre eles hoje, ao fazerem seus votos e entrarem na aliança abençoada do casamento. Em nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, amém.
- Amém! – Falei baixo, fazendo o sinal da cruz, junto com os outros convidados, erguendo os olhos para a cerimônia novamente.
Eu fui criada na religião católica também, mas por mais que eu apreciasse ouvir as palavras do padre, as duas leituras, o salmo e o evangelho, eu precisava captar os momentos do casal. As cochichadas de ambos durante a cerimônia, o olhar baixo de quando ela olhava para Chris, ou o sorriso largo dele quando ela fazia isso. As mãos dadas, sendo seguradas firmemente. A forma que o véu dela voava quando o vento do fim do dia batia, as bochechas avermelhadas de ambos, que com certeza não era por causa do frio que estava virando.
O padre era jovem, então ele tinha uma alma jovem, ele falava de forma mais descontraída, falava sobre as dificuldades que os novos amores encontravam para viver para sempre, que tudo era possível, se ambas as partes se esforçassem. Os casais mais velhos não ficavam juntos mais tempo porque era ‘força do hábito’ na época e sim porque as coisas tinham o costume de durar mais na época, do contrário de hoje, que nem um pequeno aparelho doméstico consegue durar da maneira certa por cinco anos. Ele falou dos desafios que a vida podia trazer, e ainda mais, falou dos desafios que a profissão de ambos podia trazer.
- Que Deus guarde um futuro incrível para vocês dois, pois, além dessa cerimônia católica, temos uma religião amiga para dar-lhes a sua benção. É possível ver uma base incrível só de olhar para essa opção de vocês e também para os convidados para esse casamento. Eu esperava muitas pessoas a mais do que temos aqui, mas temos aqui somente a base principal da vida. Os familiares, que é a parte mais importante para nós, para que nos tornemos pessoas de bem, pessoas capazes de lidar com o mundo. E claro, os amigos, aqueles que mesmo errando, ficam conosco para a vida inteira. – O padre sorriu para ambos. – Eu espero que vocês mantenham essa promessa de ficar juntos para sempre. E não, não estou dizendo por causa Dele, mas sim porque dá para ver o quão feliz serão, se conseguirem esse milagre. – Algumas pessoas riram e ele abaixou a mão e ergueu a bíblia.
O padre abençoou a água benta, fazendo uma reza silenciosa e pegou o ramo, molhando um pouco e chamou a daminha para mais perto, que estava no colo de uma das irmãs do Chris. Ela entregou a almofada com as alianças para a outra menina mais velha que se colocou em frente aos noivos, nos últimos degraus do altar. Era agora que a história fica interessante.
- Vocês podem se colocar frente a frente. – Preparei minha câmera novamente, e vi ambos se virarem, com largos sorrisos nos lábios.
Tirei uma foto do véu de no meio do tapete branco, fazendo uma curva bonita até suas costas, e outra deles segurando as mãos, focando bem no anel de noivado de que ficara virado para o meu lado. Eles focaram os olhos um no outro e podia acontecer qualquer coisa ali que eles não se separariam.
- Eu abençoo essas alianças para esse casal que está se colocando aos olhos de Deus para a união eterna, que eles se amem e dividam essa união pelo resto de suas vidas. – O padre falou em um tom de voz baixo e fez o sinal da cruz acima da pequena menina com o laço rosa e eu fotografei o momento em que ela olhou para cima, sentindo a água caindo em seus olhos. - O casal escolheu escrever seus próprios votos. – O padre falou. – Vamos ouvi-los. – O padre deu um passo para trás e Chris soltou uma risada fraca.
- Você começa. – falou, soltando uma risada fraca, fazendo os convidados rirem.
- Eu sei que isso foi uma decisão de última hora, então eu passei esses últimos dois dias tentando pensar em algo para dizer para você e nada do que eu escrevesse bateria a emoção de eu tentar elaborar alguma coisa agora, para te fazer sorrir ou talvez fazer esse pessoal rir. – Chris falou e sorriu. – Eu sei que vocês estão vendo isso como um milagre, mas podem parar, que essa piada já está velha. – Chris virou o rosto para seus amigos e o que os fez rir e voltou o rosto para . – Mas eu sempre soube que era só questão de tempo. Bem, eu esperava que fosse só questão de tempo para eu encontrar a pessoa que seria louca o suficiente para dizer sim, quando eu fizesse a pergunta mais importante da minha vida, aquela que eu teria que ter certeza, que não voltaria atrás. E, então, eu te encontrei. Quem diria que uma reunião de negócios podia ser interessante. Megan nunca quis tirar meu foco dessas reuniões, mas parece que, felizmente, eu consegui olhar para outra direção. – abriu um sorriso. – Por fora, ela tinha essa casca forte e difícil de quebrar, ou pelo menos eu achava que tinha, mas quando eu decidi explorar, eu descobri que o sentimento era o mesmo. – respirou fundo. – fez o que nenhuma pessoa tinha conseguido, ela deu sentido à minha vida, ela fez com que todos os meus movimentos, decisões e pensamentos fossem decididos pensando nela. Que nada se comparava a ela. Ela pegou a vida complicada e as decisões complexas da minha vida e a ajeitou. Até o sono fica mais leve. Principalmente tendo essa mulher em meus sonhos. – Ele sorriu. – Eu cresci acreditando no amor de verdade, no amor eterno, e eu prometo que meu amor por você será. Porque nada para mim é mais importante do que o que estamos criando aqui e agora. – Ele riu fraco. – Esse discurso está péssimo, não?! – Ele falou e ela passou a mão em seu rosto, soltando uma risada fraca e negando com a cabeça, que me fez rir também. – Mas eu prometo uma coisa, eu vou te amar para sempre. – Ele sorriu, beijando novamente a mão de que puxou o ar fortemente pela boca, se desmanchando em lágrimas. – E eu vou fazer tudo para que fiquemos juntos para sempre. – Ele afirmou com a cabeça, tendo seus olhos vermelhos igual aos de . Ele afirmou com a cabeça, dando a palavra para ela que soltou uma risada fraca. – É só você e eu agora, amor. – Ela riu fraco e ele sorriu. – Sua vez, amor. – afirmou com a cabeça, sorrindo.
- Eu não sei por onde começar. – Ela falou e puxou o ar fortemente pela boca novamente. – Eu nunca fui do tipo namoradeira, que saía pelas baladas com a chance de encontrar alguém que pudesse querer se envolver em um relacionamento e quem sabe o que mais viria. – Ela deu de ombros. – Pessoas me diziam que não era assim que eu encontraria alguém para passar o resto da vida, outras diziam que esse era o único jeito, haja vista os dias de hoje. – Ela sorriu. – Bem, eu acreditava no destino, e parece que funcionou. Eu acreditei que eu pudesse esbarrar em alguém na rua e tivesse aquela troca de olhares e que tudo na vida, magicamente, se ajeitaria. – Os convidados riram. – Bem, não foi assim que aconteceu. – Ela deu de ombros. – Mas foi de uma forma que eu gostei que acontecesse, em um jantar, o que já é um bom começo, todo mundo arrumado, ar condicionado, sem esfrega-esfrega. – Ela fez uma careta, e eu olhei em Chris que não se aguentava em rir. – Enfim, teve a troca de olhares, mas com certeza teve eu me escondendo atrás do cardápio. – Ela riu fraco. – “O que é seu está guardado”, eu ouvia sempre, e não é que estavam certo? Eu conheci um dos meus atores favoritos em um local de trabalho e depois de um tempo esse ator favorito se tornou um amante, depois um confidente e agora está se tornando meu marido. – Ela deu de ombros. – Ainda bem que eu sou de humanas, porque isso não tem lógica nenhuma para mim. – Chris gargalhou, fazendo com que todos os convidados explodissem em risadas, até . – A vida acontece e ela nos surpreende cada dia mais. Ela me surpreendeu quando eu mudei de país, quando eu mudei de emprego e me surpreendeu sobre você. Você realmente não é nada do que eu imaginei. – Chris sorriu e passou a mão no rosto novamente. – Eu não vou prometer várias coisas, que eu com certeza não me lembrarei no dia de amanhã. Toalha em cima da cama, abaixar a tampa do vaso sanitário? – Ela riu fraco. – Teremos a vida inteira para brigar por isso. – Chris sorriu. – Mas eu posso prometer uma coisa hoje. – Ela sorriu. – Eu prometo, Christopher, eu prometo que serei sua para sempre. – Chris abriu um largo sorriso e alguns dos amigos de Chris gritaram comemorando. – Ah, e eu farei tudo para que você seja meu também.
- Eu serei. – Ouvi Chris falando baixo e eles sorriram cúmplices.
- Algo a acrescentar, Chris? – O padre virou para ele. – A toalha em cima da cama e a tampa do vaso sanitário são coisas muito importantes. – Ele brincou, fazendo com que o local explodisse de risadas. Chris negou, rindo fraco. – Não? Ok! Vamos continuar. – Ele riu. – Deus Pai, pela autoridade que me deste como um crente em Ti e em teu filho, Jesus Cristo, eu abençoo este casal. Derrame Teu espírito neste momento, e eu oro para que fales a mim e através de mim, ao abençoar esse novo casal. O Senhor uniu esse casal com a Tua habilidade divina e permitiu que eles se casassem, tendo um grande plano para o seu futuro. Comece a tocar seus corações para que possam saber o caminho exato a seguir, estando sempre em acordo. Oro para que este marido sempre honre e ame sua esposa, preferindo-a acima de todas as outras. Oro para que esta nova esposa respeite e ame seu marido sempre. Dê-lhes uma porção extra de tua graça para lidar com algumas decepções que a vida pode lançar em seu caminho. O mais importante, mantenha-os perto de ti. Tua Palavra diz que o Senhor nunca nos deixará ou nos abandonará. Ajude-os a voltar-se para Ti em primeiro lugar, e depois um para o outro. Pedimos todas essas coisas em nome de Cristo. Amém.
- Amém! – Falamos todos juntos e eu abaixei a câmera por um momento, para olhar para a cena real, já que tinha focado muito pela lente.
- Se alguém tem algo que venha a impedir esse matrimônio, fale agora ou cale-se para sempre. – Padre falou e Chris e viraram imediatamente o rosto em direção aos amigos de Chris que se olhavam entre si.
- Que foi? – Ouvi a voz de Robert, mas não consegui vê-lo, fingindo de inocente. – Eu não vou falar nada não, eu estava brincando, estou dando graças a Deus do Chris estar se casando. Aleluia! – Ele falou e Chris e gargalharam. – Foi força de expressão. – e Chris voltaram a se olhar, apertando as mãos uma na outra, fortemente.
- Bem, acho que agora posso fazer a pergunta mais importante da noite, então. Christopher, você aceita , como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe? – Chris abriu um largo sorriso.
- Eu aceito. – Ele falou, mordendo os lábios, visivelmente emocionado.
- , você aceita Christopher, como seu legítimo marido, para amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe? – soltou uma risada fraca.
- Sim, eu aceito. – puxou fortemente o ar, tentando conter o choro.
- As alianças, por favor. – A menina que tinha se colocado na lateral novamente, ficou na frente do casal, nos degraus de baixo, novamente, e esticou a almofada com as alianças o mais rápido que conseguiu e com um grande zoom, eu consegui ver perfeitamente as alianças dispostas em cima da almofada branca. – Cada um pegue a do parceiro, por favor. - tinha as mãos trêmulas, mas segurou a aliança de Chris fortemente e Chris fez o mesmo, sem tirar os olhos de . - Chris, repita comigo. – O padre falou. – , você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade.
- , você recebe essa aliança, como prova do meu amor e da minha fidelidade. – Ele falou, sem tirar os olhos de , deslizando a aliança levemente pelo dedo anelar da mão esquerda de e deu um beijo na mesma, fazendo com que o sorriso em seu rosto aumentasse.
- Agora você , repita comigo. – Christopher, você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade.
- Christopher. – puxou o ar com a boca. – Você recebe essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade. – Ela deslizou a aliança pelo dedo de Chris, segurando as mãos de Chris com as duas mãos e focou os olhos nele.
- Antes de concretizar esse matrimônio, gostaria de chamar nosso colega da religião budista, para abençoar esse casal. – O padre se colocou mais para o lado, dando espaço para o monge se colocar mais a frente.
- Boa noite para os presentes. – Ele sorriu. - O budismo é mais uma filosofia de vida, do que uma religião e com ela, aprendemos a viver, cada dia mais em paz. – Ele abriu um sorriso. No budismo, vemos a celebração do casamento, como a mudança de estado da vida humana. Que vocês sejam capazes de acolher um ao outro, destacar as qualidades do parceiro, cortar negatividades, planejar o futuro e que consigam encontrar Deus em suas relações e no futuro que os aguarda. – O monge sorriu para o casal que fez uma afirmação com a cabeça. – Que vocês sejam muito felizes. – afirmou com a cabeça e voltou a focar nos olhos de Chris.
- Pelo poder investido em mim pela igreja católica, eu, agora, os declaro marido e mulher. – O padre falou, fazendo um sinal da cruz acima do casal, me fazendo preparar a câmera novamente. – Pode beijar a noiva. – Ele falou sugestivamente para Chris que abriu um largo sorriso, que me fez sorrir.
Ele eliminou a distância que tinha dos corpos e apoiou uma mão em sua cintura e outra em sua nuca, colando seus lábios nos de , inclinando o corpo de ambos levemente em direção ao outro. Os convidados gritaram e começaram a aplaudir, felizes com tudo que estava acontecendo naquele momento. Eu mantive minha atenção nas diversas fotos do beijo que eu tirei e quando desgrudei meus olhos da lente, notei que os padrinhos do casal estavam com os celulares tirando fotos. O casal se separou e se encararam rapidamente, antes de se abraçarem fortemente, fazendo com que encostasse a cabeça nos ombros de Chris e deixasse que as lágrimas caíssem de seus olhos, aquela era a finalização perfeita, a emoção e a felicidade caminhando juntas.
Oh meu Deus, eu não conseguia parar de chorar. Toda vez que eu erguia o rosto dos ombros de Chris e via as alianças, os convidados, os vestidos, ele, a situação, ou até mesmo aquele pôr do sol, eu tinha vontade de chorar de novo.
- Você está bem? – Chris perguntou para mim com o mesmo olhar avermelhado que eu.
- Sim! – Falei soltando uma risada. – Só não consigo imaginar que estamos casados de verdade.
- Estamos! Isso é real! – Ele falou rindo e tocou os lábios nos meus novamente.
- Eu não me acostumei nem a chama-lo de namorado, agora vai demorar para eu te chamar de marido. – Falei rindo e ele passou as mãos em meu rosto, acariciando as bochechas.
- Minha esposa! – Ele falou baixo, rindo em seguida. – Eu vou repetir isso por muito tempo. – Ele sorriu e eu passei os braços pelo seu ombro, apertando-o contra meu corpo.
- Se a vida nos permitir, eu não espero menos do que para sempre. – Abri um sorriso e ele passou os braços pela minha cintura, acariciando minha barriga.
- Acho melhor falarmos com o pessoal, antes que eles ataquem a gente, sua mãe está me fuzilando com o olhar. – Ele cochichou no meu ouvido e eu me separei dele rindo. – Temos a vida toda, não?!
- Com certeza! – Eu sorri e virei meu corpo para Chris.
Minha mãe foi a primeira a se aproximar de mim, ela tinha os olhos avermelhados e sua bochecha estava brilhando levemente, provavelmente algumas lágrimas tinham caído por ali. Ela pegou meu rosto com as mãos e acariciou levemente meu rosto, com aquele sorriso largo e trêmulo de pessoa emocionada, com certeza o mesmo que o meu. Assim que ela me abraçou, meus olhos se encheram de lágrimas novamente, me obrigando a segurá-las.
- Parabéns, minha pequena! – Ela falou, voltando a focar os olhos nos meus. – Não consigo acreditar que meu bebê está casado. Seja feliz, meu amor. – Afirmei com a cabeça, passando a mão em sua bochecha e tirando uma lágrima que caía.
- Eu vou ser, mãe! – Abri um largo sorriso. – Isso você pode ter certeza. – Ela sorriu e deu alguns passos para trás, permitindo que minha irmã chegasse perto de mim, entregando o buquê para a próxima da fila e me apertava em seus braços.
- Eu não paro de chorar, sabia? – Ela falou rindo, com o rosto aconchegado em meus ombros. – Minha irmãzinha se casou gente! – Ela respirou fundo, levantando o rosto e passou as mãos no rosto. – Isso é muito para minha cabeça. – Rimos juntas e ela estalou um beijo em minha bochecha. – Parabéns, minha irmã. Você vai ouvir muito isso, mas seja feliz, ok?!
- Pode deixar! – Afirmei com a cabeça e ela estalou um beijo em minha bochecha.
- Ah! – Rodrigo gritou se aproximando de mim e eu o abracei fortemente. – Parabéns, parabéns, parabéns! – Ele falava repetitivamente. – Parabéns, . Finalmente um de nós casou! – Ele falou me apertando o máximo que podia e eu fazia o mesmo.
- Milagres acontecem! – Falei e ele riu, passando a mão em meu rosto.
- Milagres acontecem. – Ele repetiu.
Ruth estava logo atrás com um largo sorriso no rosto e aquele, já conhecido, vermelhidão nos olhos e bochechas brilhantes. Ela se colocou nas pontas dos pés para me abraçar e eu passei a mão em suas costas.
- Muita alegria, paz, felicidade e força para lidar com essa nova etapa da sua vida. – Ela cochichou em meu ouvido e eu afirmei com a cabeça em agradecimento, suspirando e ela logo se afastou.
- Eu não acredito que o Chris se casou. , como você conseguiu essa proeza? – Joshua perguntou, se aproximando de mim e eu ri, dando de ombros e ele riu, me abraçando fortemente.
- Ela conseguiu essa proeza por causa de mim, dá licença? – Megan apareceu logo atrás e eu ri, vendo Joshua cordialmente ceder o espaço a minha frente.
- Não foi bem assim, mas a gente finge que foi. – Ele falou em tom irônico e eu ri.
- Que você seja muito feliz e que mesmo com todas as dificuldades da vida você possa encará-las e passar por elas sem nenhum arranhão. – Megan falou, me abraçando fortemente.
- Obrigada Megan, meio exagerado ou não, mas você me escolheu para sua equipe, e você nos colocou juntos em um encontro, o destino fez o resto, mas obrigada. – Ela sorriu, dando uma piscadela com o olho e eu ri.
- A princesa acaba de virar rainha, é isso mesmo que eu ouvi? – Derek brincou para Rupert e eu dei de ombros, rindo fraco.
- Talvez? – Brinquei e o moreno me abraçou, apertando meu corpo fortemente, me fazendo ficar na ponta dos pés.
- É o que estão falando. – Ele brincou esticando o celular e eu franzi a testa.
- Como assim? – Ele riu.
- Vamos só dizer que o pessoal está feliz com seu casamento. – O ruivo se aproximou e eu ri fraco. – Amanhã pode ter certeza que você vai ver tudo isso. – Ele sorriu e me abraçou, me fazendo suspirar em seu ombro.
- Obrigada, todos vocês. – Falei sorrindo. – Vocês dois foram uma parte da minha família aqui nos Estados Unidos e em outras diversas situações. Espero que vocês continuem comigo para o resto da vida.
- Com certeza continuaremos, minha amiga! – Derek falou e eu o abracei novamente. – Ainda mais agora que você colocou o Rupert no mapa.
- Mas eu já não tinha feito isso, não?! – Brinquei, e eles riram em seguida. – Com o vestido de Capitão América 2?
- Um vestido para uma première é uma coisa, agora fazer o vestido da noiva do Chris Evans, é outra. – Rupert brincou, piscando um olho.
- Bem que você disse, não?! – Suspirei sorrindo.
- O quê? – O ruivo perguntou.
- Que um dia faria meu vestido de casamento.
- E eu prometo que não chequei a minha bola de cristal. – Ri fraco e ele sorriu, dando um beijo em minha testa.
- Licença. – Ouvi uma voz baixa e olhei para baixo, vendo Liana se aproximar. – Posso te abraçar, tia ? – Ela perguntou e eu tive vontade de chorar.
- Claro que pode minha pequena. – Me abaixei, me equilibrando nos saltos e ela passou os pequenos braços pelo meu corpo, se perdendo em meio a meu vestido.
- Parabéns, tia ! – Ela falou e eu puxei o ar fortemente, sentindo as lágrimas se aproximarem de novo.
- Obrigada, minha querida. – Falei e ela deu um beijo em minha bochecha. – Você está muito linda hoje, sabia? – Perguntei e ela riu, ficando levemente envergonhada.
- Você também. – Beijei sua bochecha e ela riu indo ao lado de Rupert.
- Vocês estão fazendo um trabalho incrível, garotos. – Falei e ambos sorriram, visivelmente emocionados.
- Aqui vem o noivo! – Derek falou quando Chris apareceu ao meu lado e eu ri, sentindo um beijo dele estalar em minha bochecha, antes de virar o corpo e dar de cara com Scott em minha frente.
- Noiva! – Ele falou alto e me abraçou fortemente, o que me fez rir e retribuir o abraço. – Cuida dele, tá?!
- Pode apostar. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Eu sei que ele vai cuidar de você também, mas fiz questão de deixar claro, já. – Ele falou, fazendo uma careta e eu ri, recebendo um beijo em minha bochecha. – Seja feliz, irmã. – Ele falou e eu abri um largo sorriso.
- Obrigada, por tudo. – Ele afirmou com a cabeça e abriu espaço para que Carly se aproximasse.
- Representando a família Evans, eu posso falar oficialmente agora. Bem-vinda à família! – Ela falou sorrindo e me abraçou, fazendo que eu sorrisse em meio às lágrimas e a apertei em meus braços.
- Obrigada. – Falei sorrindo. – É muito bom fazer parte dessa família.
- Tem vezes que ele é difícil de lidar, o gênio ainda não ajuda, mas quem não gosta de um pouco de luta? – Ela brincou e eu ri, vendo-a se afastar e Shanna vir me abraçar.
- Parabéns, ! – Ela falou animada e me apertou contra seu corpo. – Você colocou o Chris na linha! – Ela falou e eu gargalhei, me afastando dela levemente. – Pensei que não seria possível.
- Por um momento eu não achava que era possível que eu me casasse. – Falei e ela abriu um largo sorriso.
- Tudo se ajeita. – Ela sorriu e o marido de Carly e o namorado de Shanna me parabenizaram rapidamente, me abraçando junto os dois. Eles eram do tipo quieto, mas tinham um local especial no meu coração também e logo deram espaço para Lisa que vinha junto de Robert.
- Você consegue acreditar nisso? – Lisa falou e eu ri, sentindo-a me abraçar fortemente. – Tudo está predestinado a acontecer, querida. E tenho certeza que vocês estão predestinados a incríveis coisas nessa vida. – Ela falou próximo a meu ouvido e eu sorri, encarando seus olhos quando ela se separou. – Eu não tenho nada muito glamouroso para falar, ou dar dicas incríveis de casamento, mas eu só quero que vocês sejam felizes. – Ela sorriu e eu afirmei para a mais baixa.
- Eu serei. – Falei e ri fraco. – Nós seremos.
- Aposto que sim! – Robert falou se aproximando e eu sorri. – Pode ser difícil alguns dias, você pode querer se matar, ou matá-lo, mas o que se concretiza em um casamento, fica marcado para sempre, e além de um relacionamento com amor para a vida inteira, fica também a amizade. E isso você leva para a vida inteira. – Afirmei com a cabeça e ele sorriu. – Acho que vocês têm mais um assunto para resolver, não? – Ele apontou para o altar novamente e virei de costas.
- Chris! – Falei meio gritado e ele se afastou de Joshua, vindo para perto de mim novamente. – Temos que assinar algumas coisas.
- Uh, verdade! – Ele falou e virou o rosto. – Ali está Agatha, vamos lá. – Ele segurou minha mão e andamos até onde Agatha estava, com minha mãe, minha irmã e seus pais atrás de nós. Ela estava próxima a uma mesa, junto do juiz e do padre, perto de uma mesa branca que eu nem sabia que existia ali na lateral.
- Vocês primeiro assinam aqui o livro da igreja. – O padre falou, entregando uma caneta na mão de Chris e estendeu um livro. Sem brincadeiras, era um livro mesmo.
Chris fez a sua assinatura bonita e interessante e passou a caneta para que eu fizesse a minha assinatura super sem graça. Quase aos 30 e ainda não tinha uma assinatura interessante.
- Eu desejo bastante felicidade aos dois, qualquer coisa, vocês sabem onde me encontrar. – O padre falou, cumprimentando Chris e logo em seguida a mim. – Com fé vocês chegam longe.
- Obrigada! – Eu e Chris falamos juntos e o padre acenou.
- Bem, como sabem, eu estou aqui representando tanto um juiz dos Estados Unidos, como a embaixada brasileira aqui no país. – Afirmamos com a cabeça sorrindo. – Eu sei que vocês acabaram de responder isso, mas eu sou obrigado a fazer de novo, tudo bem? – Ele falou e rimos.
- Tudo bem. – Chris falou com um sorriso no rosto.
- Christopher e , vocês estão casando por livre e espontânea vontade? – Ele perguntou.
- Sim! – Falamos juntos.
- As testemunhas afirmam que não há nenhum caso envolvendo esse casamento além do desejo espontâneo e amor? – Ele perguntou para o pessoal atrás de nós.
- Sim! – Eles falaram quase sincronizados.
- Vocês optaram por comunhão total de bens, isso procede? – Ele perguntou.
- Sim! – Chris falou primeiro e eu afirmei após.
- Christopher, você aceita a senhorita como sua legítima esposa?
- Sim! – Ele falou e eu sorri.
- , você aceita o senhor Christopher como seu legítimo marido?
- Sim! – Falei e ele sorriu.
- Assinem esses três documentos, por favor.
Dessa vez eu peguei outra caneta e fomos revezando os papéis, pelo que eu li tinha o arquivo oficial dos Estados Unidos, um que geraria a certidão de casamento e outro que era a união de um estrangeiro com um brasileiro, uma lei do casamento civil no Brasil.
- Como representante do estado da Califórnia, eu os declaro marido e mulher. – Ele sorriu e juntou os papéis. – Vocês podem retirar esses papéis em até 10 dias úteis. – Ele sorriu. – Felicidades. – Ele nos cumprimentou e eu agradeci.
- Vamos para festa? – Chris cochichou em meu ouvido.
- Temos uma sessão de fotos ainda. – Falei de volta e ele franziu a testa. – Vem!
O puxei pela mão e nos colocamos no tapete branco e a música de fundo começou novamente. Minha irmã me entregou o buquê e eu o mantive solto em minha mão, sem nenhuma formalidade e no segundo passo já vi as pessoas jogando arroz para os ares e gargalhei, vendo Chris fechar os olhos um pouco, andando em direção à sala espelhada novamente. Além de jogar arroz, o pessoal batia palmas ou gritavam. Atrás de nós vinham os padrinhos e as daminhas e os pajens de mãos dadas.
Assim que passamos pela sala espelhada, Agatha nos indicou uma das salas para entrarmos e assim que entramos, fechou a porta, nos deixando sozinhos ali. A primeira coisa que eu fiz foi sentar em uma das poltronas e suspirar.
- Isso cansa! – Falei para Chris que riu se colocando em minha frente.
- Eu não consigo acreditar, sabia? – Falei para ela que tinha o corpo relaxado na poltrona olhando para mim, enquanto brincava com as pétalas de seu buquê.
- Nem eu! – Ela falou sincera e gargalhou em seguida. – Isso é surreal.
- Temos a vida inteira para tornar isso real. – Falei e ela sorriu, apoiando o buquê na mesa mais próxima e esticando as mãos para mim que a puxei, fazendo com que ela se levantasse novamente, ficando próxima a mim.
- Isso é incrível, Chris. Foi simplesmente magnífico. – Ela suspirou, passando os braços pelos meus ombros e eu passei minhas mãos pelas suas costas, tocando-as pela abertura do vestido.
- Você está linda! – Falei e ela sorriu, ficando com as bochechas rosadas. – E você cortou o cabelo! – Ergui a mão para os cabelos dela, tocando as pontas.
- O que você acha? – Ela perguntou, com o olhar rente ao meu.
- Está incrível, ! – Falei honesto. – Você fica linda de qualquer jeito. – Ela riu fraco. – Acho que eu nunca vi uma pessoa tão bonita vestida de noiva. – Ela riu fraco.
- Você está lindo também, e de gravata borboleta! – Ela riu, tocando os lados da gravata e a ajustando.
- Acho que eu estou um pouco extasiado... – Fui interrompido por um barulho de trovão alto vindo lá de fora.
- Será que isso é... – Não deu tempo de terminar a frase e uma chuva forte começou a cair lá fora, fazendo que nós dois arregalássemos os olhos e gargalhássemos em seguida, ouvindo alguns gritos e alguns dos convidados restantes saíssem correndo para dentro.
- Isso é carma, meu amor! – Falei, tocando meus lábios em sua testa novamente.
- É sorte, isso sim. – Ela riu. – Imagina se tivesse sido cinco minutos atrás? – Gargalhei fraco.
- Meu Deus! – Falei. – Está caindo o mundo.
- Bem que estava ventando bastante. – Ela deu de ombros e virou o rosto rindo. – Recém-casados e estamos falando do tempo. – Ri fraco.
- Que desastre! – Brinquei e ela tocou seus lábios nos meus delicadamente.
- Licença! – Vi Agatha entrando com Denise atrás dela.
- Dê! – falou e Denise correu para abraçá-la.
- Oh ! Meus parabéns, muitas felicidades, garota! – Ela abraçou fortemente e depois se virou para mim. – Que vocês sejam muito felizes. – Ela sorriu para mim e eu afirmei com a cabeça, sorrindo.
- O que você está fazendo aqui? – perguntou, tentando se desviar do seu véu que estava esticado no meio da sala.
- Vocês têm uma sessão de fotos agora. A sessão de vocês mesmo, mas também a sessão de fotos da Vanity Fair. – Agatha falou e eu afirmei com a cabeça. – A ideia era fazer a sessão de vocês lá fora, mas creio que não vai ser possível. – Agatha falou e riu fraco. – Então faremos no jardim interno aqui do hotel mesmo, eles estão preparando tudo já. E a da Vanity Fair vai ser no estúdio que eles montaram no lobby que vocês passaram para chegar aqui – Ela falou. – Eles só querem uma foto de capa.
- “O casamento do ano”! – Denise brincou e eu ri.
- Acho que é “o casamento do fim do ano”. – Falei e franziu a testa.
- É um péssimo título, amor. – brincou e eu ri fraco, passando meu braço em sua cintura.
- Enfim, eu vim retocar a maquiagem de vocês, na verdade. – Denise falou, mostrando a sua maleta. – Mas só tirar o brilho do rosto de vocês mesmo e a retocar o batom. O estrago não foi tão grande. – Ela brincou e eu ri. – Vem aqui primeiro Chris.
Ela falou e eu me coloquei na sua frente rapidamente, vendo-a pegar um pano preto e passar pelo meus ombros, igual os de cabeleireiro e passou rapidamente um pó em meu rosto, assoprou meu rosto de leve e logo puxou o pano, me fazendo dar licença para . Ela passou pó em seu rosto do mesmo jeito que o meu, passou novamente o batom e ajeitou o prendedor de seu véu e logo tirou o pano do mesmo jeito que eu.
- Vejo vocês na festa! – Ela falou, guardando suas coisas e logo saiu da sala acenando para nós.
- Até mais! – gritou e suspirou.
- Vamos? – Agatha perguntou e eu afirmei com a cabeça, segurando a mão de e Agatha o seu véu.
Saímos pela porta e consegui ver a chuva que caía lá fora. A definição “caindo o mundo” não era exagero. Estava chovendo bem forte, o pessoal não tinha conseguido nem tirar todos os enfeites da festa. Alguns vasos de flores haviam ficado e voavam pelo meio do caminho, o tapete e as cadeiras para os convidados também. passou o braço em meu corpo e fomos seguindo pelos corredores, até chegar novamente no lobby que estávamos antes.
Dessa vez estava vazio, montaram em um dos cantos um estúdio de fotos, o fundo branco e os holofotes. A jornalista que tinha acompanhado o casamento estava ali novamente, só que dessa vez tinha mais duas pessoas com ela, ajudando-a com o equipamento. olhou para mim por um momento e riu.
- O quê? – Perguntei.
- Eu vou ser capa da Vanity Fair. – Ela riu novamente. – Eu sonhava em escrever para a Vanity Fair. Olha como as coisas mudam.
- Você merece tudo, . – Falei e ela afirmou com a cabeça, me deixando beijar sua testa. – Minha esposa.
- Eu nunca vou cansar disso. – Ela riu fraco, e andamos em direção a equipe.
- Parabéns! – A jornalista falou. – Foi um casamento maravilhoso.
- Você não está só dizendo isso porque você precisa, não é?! – brincou, fazendo uma careta.
- Acredite, não estou. – Ela riu também. – Foi maravilhoso mesmo, simplesmente perfeito. – Ela sorriu.
- Obrigado! – Falei sincero.
- Eu prometo que não os segurarei por muito tempo, ok?! – Ela falou e eu afirmei com a cabeça. – Queremos fazer três fotos, na verdade. Uma de vocês de mãos dadas, um de frente para o outro, como se fosse na cerimônia mesmo. – Afirmei com a cabeça. – A pose clássica, um olhando para o outro. E a última queremos ela sentada, com a perna cruzada, mostrando o look inteiro e ele atrás. Só isso.
- É, acho que vou sobreviver! – Brinquei e puxei pelos cabos espalhados, até o meio do tapete e panos brancos que cobriam a parede e o chão do hotel.
- A última sessão de fotos que eu participei foi nos meus quinze anos, acho que posso estar um pouco travada. – falou para mim e eu ri, me colocando em sua frente e segurando suas mãos e mantendo os olhos focados no seu. – Afinal, eu adorei o recado em meu sapato, e o colar, e o bilhete de manhã e a surpresa de ontem. – Ela falou e eu ri fraco.
- Você gosta de surpresas? – Perguntei e ela riu.
- Surpresas boas sim. – Ela sorriu.
- Vou tentar te surpreender todos os dias da sua vida. – Falei e ela afirmou com a cabeça, fechando os olhos quando o flash apareceu, me fazendo rir fraco. – Andrea.
- Você descobriu, hein?! – Ela riu, abrindo um largo sorriso.
- Acho que nunca me ocorreu em te perguntar seu nome completo. – Franzi a testa.
- Você é meio desligado, mas eu perdoo. – Afirmei com a cabeça, beijando sua testa levemente. – Pelo menos não esqueça a data do nosso casamento.
- Dois dias depois do Natal, vai ser fácil. – Brinquei e ela sorriu.
- Vamos para a próxima foto, por favor. – A jornalista falou e eu afirmei com a cabeça. – , você se coloca à frente, por favor. – Um dos ajudantes esticou o véu de novamente, deixando-o mais reto possível e o esticou, deixando-o sem dobras. – Chris, você se coloca atrás dela, mas sem se esconder. Deixando metade do corpo aparecendo e vocês viram o rosto um para o outro. – Assim que eu fiz isso, virando meu rosto para , ela riu, ignorando os flashes que se seguiram.
- Eu poderia ignorar a festa, sabia? – Sussurrei para ela.
- Ô se eu sei! – Ela riu fraco e eu gargalhei em seguida. – Mas nem conte com isso. – Ela brincou.
- Por quê? – Brinquei e ela riu.
- Não esqueça o quanto estamos gastando nessa festa, e não se esqueça de quanto tempo eu demorei para escolher todos os detalhes.
- Só você? – Perguntei.
- Você escolheu o jantar e as bebidas.
- Boas bebidas, por sinal. – Brinquei e ela sorriu.
- Por favor, não beba muito, ok? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Preocupado que eu vá dormir na lua de mel? – Brinquei e ela deu um olhar sugestivo.
- Sei, como se você fosse perder uma das noites mais importantes da sua vida. – Ela piscou para mim e eu senti uma pressão vinda de baixo.
- O que está planejando? – Perguntei.
- Eu, planejando? – Ela perguntou. – Achei que você tinha planejado tudo. – Ela riu fraco. Próxima foto? – perguntou para a jornalista e se afastou de mim, esperando que colocassem uma poltrona no meio do estúdio e ela se sentasse na mesma.
Dessa vez colocaram o véu dela na lateral, como se fosse parte do cabelo dela, ajeitaram-no e pediram para eu me colocar atrás dela, em pé, apoiando minhas mãos em seus ombros e ela olhando para cima e eu olhando para baixo. Dessa vez não falamos nada. Abrimos um largo sorriso e deixamos que os flashes batessem contra nosso corpo. Ela é incrível, é só o que eu podia dizer.
- Chega! – falou rindo e eu a abracei, a vendo com o rosto avermelhado. – Ah gente, chega, eu já devo ter ficado toda torta com isso. – Ela esticou o corpo, jogando o véu para trás.
- Acabou gente! – A fotógrafa riu conosco e eu gargalhei, vendo estender o braço para frente.
- Acho que isso foi pior que a gente imitando Dirty Dancing no ensaio do casamento. – falou e eu gargalhei.
- As fotos estão lindas. – A fotógrafa falou e eu sorri.
- Tenho certeza que sim! – sorriu e olhou para mim.
- Vocês gostariam de ter um tempo antes de ir para a festa? – Agatha perguntou.
- Podemos? – perguntou apressada.
- Claro que sim! – Agatha falou. – Tem a suíte do Chris preparada para vocês. Podem ir lá, relaxar um pouco que eu os busco daqui meia hora. – sorriu.
- Ah, é o tempo perfeito. – falou e eu ri. – Aponte o caminho. – Ela falou para mim e eu ri.
- Anna, os acompanhe, por favor. – Agatha falou e uma loira baixa começou a seguir a nossa frente.
Dei as mãos para e andamos até a parte da frente do hotel, a loira já nos esperava com a porta do elevador aberta, mas no momento em que passamos para dentro do mesmo, ouvi alguns gritos vindo lá de fora, mesmo com a chuva, o pessoal ainda estava lá. tinha um braço dado ao meu e o outro abraçava seu longo véu nos braços, acho que ela não via hora de tirar aquilo.
Apertei o botão do meu andar e o elevador se fechou rapidamente, subindo com a mesma velocidade. A assistente de Agatha saiu na nossa frente e colocou o cartão chave na porta e logo abriu a mesma para nós. Eu deixei que entrasse primeiro e a assistente de Agatha fechou a porta logo em seguida.
- Meus pés já estão doendo! – falou, se sentando sobre a cama e eu ri.
- Tira os sapatos um pouco. – Falei e ela negou com a cabeça.
- Se eu tirar eles agora, eu não consigo colocar de novo. – Ela falou e eu ri, vendo-a se aproximar do espelho.
- Difícil então! – Falei e ela afirmou com a cabeça, puxando levemente o prendedor de sua cabeça, soltando o véu do mesmo.
- O pano é fino, mas isso pesa! – Ela riu, e eu notei que ela tinha um penteado em seus cabelos curtos. Ela enrolou o véu e colocou na cama.
- Você está simplesmente incrível. – Falei e ela sorriu de lado.
- Você não cansa de falar isso? – Ela perguntou rindo.
- Não, não vou cansar nunca. – Ela passou os braços pelo meu pescoço e me abraçou, colando nossos corpos. – Parece que você está cansada. – Sussurrei em seu ouvido.
- Um pouco. – Ela falou, soltando um suspiro. – Mas eu estou me sentindo capaz de tudo agora. – Ela riu fraco e ergueu o rosto para mim. – Eu me sinto poderosa. – Ela sorriu. – Eu sou uma senhora agora. – Ela gargalhou. – Deus, pareço velha falando assim! – Sorri.
- Vamos envelhecer juntos, minha velhinha. – Toquei meus lábios nos seus e ela acariciou minha nuca levemente.
- Eu te amo. – Ela falou e eu suspirei.
- Eu te amo. – Falei para ela que sorriu. – Como a vida é engraçada, não? – Ela ergueu o rosto para meus olhos.
- Como assim? – Ela perguntou com um sorriso no rosto.
- Eu estou casado. – Ri fraco e ela sorriu. – Eu procurava pela pessoa ideal e de repente essa pessoa aparece na minha frente. – sorriu, passando a mão em meu cabelo.
- Provavelmente isso estava premeditado, você só não percebeu. – Ela piscou um olho e eu beijei sua testa.
- Você sabia que isso ia acontecer? – Ela gargalhou alto.
- Nem em sonhos. – Ela afastou o corpo do meu um pouco, colocando as mãos na cintura. – Quando eu te conheci eu agi como uma fã quase surtada, eu com certeza não prestei muita atenção naquela reunião, eu sabia que tinha que estar em Cleveland contigo no dia seguinte e só. Quando você começou a conversar comigo então, eu travei.
- Se você estava assim você realmente soube disfarçar. – Falei, tocando seu rosto com as mãos.
- Ou você estava prestando atenção nos meus lindos olhos castanhos. – Ela brincou, esticando a mão e colocando sobre meus braços.
- Na verdade, eu estava. – Ela sorriu, mexendo os ombros quando riu e tocou meus lábios com os seus. - E eu não me arrependo de nada.
- Sinto lhe dizer, mas seria meio tarde para se arrepender. – Ela deu de ombros e eu gargalhei. – Você está lindo nesse terno. – Ela sorriu e passou as mãos sobre o colarinho do paletó.
- Obrigado! – Ela sorriu, passando os braços pelos meus ombros e eu fechei os olhos encostando minha cabeça na dela, ficando um momento assim.
- Eu acho que quero fazer xixi. – Ela falou e eu me afastei dela um pouco, vendo-a fazer uma careta.
- Ainda bem! – Falei suspirando. – Eu preciso também. – Falei e ela gargalhou, indo em direção ao banheiro.
Gente do céu, que coisa linda era essa? O salão da festa estava impecável. Estava tudo simplesmente sensacional. As mesas retangulares distribuídas pelo salão, as toalhas algumas estampadas, outras lisas. O tampo de vidro em cima de cada uma, os arranjos de flores, grandes e pequenos, em cima de algumas mesas selecionadas, alguns tinham até velas. E as cores rosa e laranja do buquê de estavam em todos os lugares, dando alegria àquilo. O detalhe que fazia parecer neve presa no teto da pista de dança, ou chuva, já que pelo visto caía o mundo lá fora. Os assentos das cadeiras combinavam com as toalhas, os tapetes dispostos no chão, onde as mesas estavam. Até os tons das cortinas parecia que combinavam com tudo, estava simplesmente perfeito. tinha um bom gosto incrível. Tudo estava perfeito.
- Aqui, Megan! – Roger, meu marido, me entregou uma taça de suco de laranja e eu o agradeci, o vendo tomar um gole do champanhe que distribuíram assim que entramos no salão. Os garçons andavam de lá para cá, fazendo questão que ninguém ficasse de copo vazio.
Todos estavam em pé, ao redor das mesas. O bom é que eles não montaram mesas, então cada um sentava aonde quisesse. Acabou que eu, meu marido, Derek, Rupert, Liana, Ruth, Joshua, Rodrigo, Tara e seu marido, sentamos na mesma mesa. Já que o resto do pessoal ficaria na mesa da família, que era exatamente do lado da que havíamos escolhido. Mas Lílian, Scott, Carly e Shanna, estavam em volta da gente, todos ainda meio abismados com a beleza daquele lugar. Agora eu entendo por que o rombo nas contas do Chris dos últimos meses.
Uma música calma tocava no fundo, era a recepção da festa ainda. A mãe de e de Chris andavam pelo salão cumprimentando a todos, elas eram as anfitriãs, certo? Os filhos delas acabaram de casar e elas estavam muito felizes com isso. Agora elas estavam perto dos amigos famosos de Chris. Hemsworth e a mãe de tentavam se comunicar de algum jeito, mas sempre acabava em risadas. Eles se viravam bem. Honestamente eu sentia orgulho em tudo que eles cumpriram em menos de dois anos. E o apoio da família, a felicidade, me deixava muito feliz pelos meus dois grandes amigos.
Dois grandes amigos que tinham simplesmente sumido após o casamento. Eles tinham ido para a sessão de fotos deles e da Vanity Fair, e eu estou aqui tomando suco de laranja sem estar perto disso. É a primeira vez que eu não acompanho nada do Chris e isso me deixa incrivelmente preocupada. Ele seria capa da Vanity Fair. Calma, me deixa reformular: Ele vai ser capa da Vanity Fair, com, agora, esposa dele. Tipo, oi?! Eu nunca pensei que isso pudesse acontecer, na boa. Ah, bem que disse, convivência pega, agora estou falando igual ela.
Olhei em volta e encontrei escondida próxima do palco a mesa do bolo e dos doces. A mesa de vidro estava delicada, tinha poucas bandejas de doces distribuídas sobre ela, mas eu sabia que não tinha só aquilo, principalmente vindo do Chris. As flores rosa e laranja estavam lá também no arranjo de flores e também no bolo de sete andares, com flores rosa e laranja no topo do mesmo, os laços feitos de pasta americana em volta do bolo inteiro, as iniciais deles impressas no branco, como também em vários locais da festa, guardanapos, pratos, estava tudo maravilhoso. Acho melhor eu parar de falar isso, está incrivelmente repetitivo.
Estávamos só esperando o casal chegar para começar as festividades. Era quase oito horas da noite, então deles não deveriam demorar. Bem, pelo menos eu acho. Eu casei no civil, não fiz festa, eu e Roger saímos do cartório e pegamos a estrada, fizemos um mochilão pelos 50 estados dos Estados Unidos, e não me arrependo de nada.
Senti o flash no rosto quando um dos fotógrafos tirou foto nossa e olhei em volta, tinha vários fotógrafos registrando tudo. Eles estavam espalhados pelo salão, tirando fotos das pessoas, dos detalhes, dos enfeites...
- Vamos começar a festa. – Scott falou, apontando para a entrada do salão onde duas sombras podiam ser vistas escondidas na luz.
- Com vocês, os noivos: Chris e Evans. – Alguma voz que eu não identifiquei falou e ambos apareceram na luz e os refletores viraram em direção a eles, iluminando os dois de mãos dadas, cada um com um sorriso maior que o outro, se entreolhando e soltando risadas em seguida.
Eu e Chris estávamos parados em frente à porta do salão de festas. Ela estava fechada e sendo guardada por dois seguranças contratados pela equipe de Agatha, mas tudo estava realmente calmo, já que aquela área do hotel estava vazia. Chris não cansava de passar a mão em meu cabelo, que agora estava curto, aparentemente ele havia gostado do resultado.
Virei meu rosto para ele que sorriu, abaixando a mão e apoiando em meu ombro descoberto e depois descendo para minha cintura. Virei meu rosto para frente e segurei sua mão do outro lado da minha cintura. Agatha apareceu ao meu lado e me estendeu meu buquê de flores e eu o segurei com a mão livre. Era só para entrada e para as fotos, não ficaria com ele na mão durante a festa.
- Prontos? – Ela perguntou e Chris deu de ombros, virando o rosto para mim, eu revirei os olhos e olhei para Agatha novamente, fazendo um movimento afirmativo com a cabeça.
- Vamos lá! – Agatha falou em seu walkie-talkie e as portas se abriram em nossa frente.
Chris relaxou a mão e eu troquei o buquê de mãos, dando minha mão direita, para a sua esquerda e começamos a andar devagar em direção às luzes do salão, onde era possível ver as pessoas em pé, em volta da pista de dança. Por um momento eu prendi a respiração com a decoração do salão. Aquilo estava magnífico. Mas meu momento de surpresa durou realmente um segundo, pois no segundo seguinte, eu me descontrolei.
- Com vocês, os noivos: Chris e Evans. – Alguém falou pelo microfone e os holofotes foram virados para a gente, me cegando rapidamente.
Mas honestamente, eu estava só me importando com o Evans após meu nome. Eu simplesmente comecei a dar risada, eu estava gargalhando. Chris deve ter entendido a piada, pois ele tinha um largo sorriso em seus lábios e riu comigo, me fazendo suspirar. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas o sorriso não desapareceu. Eu virei meu rosto para frente e notei que as pessoas aplaudiam a gente. Fiz um aceno rápido com o buquê em minha mão e logo nossa distração mudou novamente.
Agatha entregou a Chris um microfone e ele soltou uma risada, virando o corpo para mim, eu franzi a testa, fazendo uma careta e coloquei a mão na boca, em uma risada fraca. Ele passou o braço pela minha cintura e eu virei o rosto para os convidados que estavam em pé próximos às mesas, todos com uma taça de champanhe na mão, exceto as crianças e, é claro, Megan.
- Acho que eu devo falar alguma coisa aqui, não é?! – Chris falou ao meu lado e eu virei para ele, rindo fraco. – Eu gostaria de dizer que é muito importante ter todos vocês aqui no nosso casamento. Se você está aqui, você pode ter certeza que de alguma forma tocou nossas vidas e faz parte dela significativamente. Eu nunca pensei que pudesse dizer isso, mas eu estou incrivelmente feliz, esse é um dos dias mais felizes da minha vida e essa mulher ao meu lado tem culpa de uns 90% dos meus dias favoritos. – Ele virou o rosto para mim, dando um largo sorriso e eu acenei com a cabeça afirmativamente. – Divirtam-se. – Ele abaixou o microfone e virou para mim. – Quer falar algo?
- Não, acho que serviu para os dois. – Falei e ele tocou seus lábios nos meus, fazendo algumas pessoas soltarem uns gritos e Chris rir fraco.
Viramos para o lado e entregamos o microfone para algum dos ajudantes de Agatha que estava posicionada ao lado de uma das mesas do lado de lá. A gente ia começar com o cumprimento do pessoal, mesa por mesa, falando com todos, tirando fotos e depois teríamos as fotos oficiais, próximo à mesa, com os padrinhos, pajens e tudo mais. E por mais que eu estivesse explodindo de alegria, não sei dizer se meus pés iriam aguentar por muito tempo, mas desde sempre eu soube que ficar bela, significa dores.
A primeira mesa, bem próxima à pista de dança e ao palco era dos avós. Uma mesa pequena, minhas duas avós, sozinhas, já que meus avôs são falecidos há bastante tempo, desde antes dos meus 15 anos. A avó materna de Chris e avó e avô paterno de Chris. Minha avó materna estava muito bem para seus quase 90 anos, minha avó paterna, tinha quase dez anos a menos e estava um pouco debilitada, afinal, perder o filho mais velho e o marido em um período de dez meses, não devia ser fácil de aguentar. A avó materna de Chris era mais nova, teve a Lisa muito jovem, então ela estava na casa dos 70 ainda, já a avó paterna dele estava bem debilitada, andava com a ajuda de um andador, mas tinha um imenso sorriso no rosto quando tiramos fotos com eles, a felicidade irradiava nos olhos deles. A debilitação da avó paterna compensava na do avô, o senhor Evans tinha uma força e uma agilidade que eu via em poucas pessoas da minha idade. Eu e Chris nos colocamos atrás deles e sentindo a mão do meu marido em minha cintura, eu sorri para foto, como se precisasse de esforço.
Seguindo para a próxima mesa foi uma mistura de parentes distantes que foi difícil acompanhar, a maioria dos parentes distantes do Chris eu não conhecia e o Chris conhecia alguns devido ao Natal, então além dos parabéns, eu era apresentada a família dele, tios, tias, tias avós, tios avôs, primos e tudo mais. Por mais que só tivéssemos chamado pessoas próximas, era um caminho longo a percorrer.
- Não temos um filho, mas com certeza temos um futuro vindo por aí. – Minha tia Helena falou, acariciando meu rosto, aquela que perguntou se eu teria filhos no próximo Natal.
- Um passo de cada vez, tia! – Falei em português para ela e olhei para Chris que olhava para mim, tentando entender o que falávamos.
A única dificuldade era essa, a língua, mas acho que pelo fato deles verem minha felicidade, meus olhos cheio de lágrimas, a forma como Chris sorria para mim, eles realmente não estavam se incomodando com a língua, era tudo questão de tempo. Meu presente de casamento do Chris seria um curso de português, espero que ele tenha tempo para isso.
Passei pela mesa de alguns amigos meus da faculdade no Brasil, nenhum deles era da minha cidade, então era difícil se encontrar sempre, mas eram amigos que eu levaria pelo resto da vida, eles eram em seis. Sim, de uma turma de 100 pessoas, sobraram seis, seis que seriam lembrados pelo resto da vida. Foi uma festa quando eu me aproximei deles, eu não os via desde a despedida que eles fizeram para mim quando eu fui para Boston, então todos me abraçaram bem apertado e eu devo admitir que algumas lágrimas escaparam de meus olhos. Era muito tempo sem ver algumas pessoas que você se importa. Todos sabiam falar em inglês, então eles encheram Chris com algumas perguntas, principalmente os homens, as meninas estavam mais preocupadas em falar como ele era lindo e simpático e como meu vestido era maravilhoso.
Chris teve seu momento remember também, ele convidou alguns colegas que ele estudou junto, incluindo alguns de seus amigos que permaneceram de seus trabalhos mais antigos como ator, como Lindsey McKeon de Opposite Sex e Bryan Greenberg de Nota Máxima. Chris me apresentou para o pessoal e deu um beijo em minha testa, batendo um papo rápido com Bryan, enquanto as meninas falavam comigo. Estava sendo assim em todas as mesas. As meninas, ou mulheres, falavam comigo, enquanto Chris conversava com os amigos.
- Ah! – Scott gritou quando nos aproximamos da mesa deles e eu gargalhei.
- Você está na mesa errada! – Chris falou, brincando empurrando o irmão de lado.
- Estou me sentindo insultado agora. – Ele brincou e bebeu um gole de sua taça de champanhe.
- Parabéns! – Megan foi a primeira a vir me abraçar e sussurrar algumas palavras de sorte para mim. – Só sejam felizes, por favor!
- Eu acho que você não precisa pedir isso. – Eu falei e ela sorriu.
- Não é para agora, é para sempre. – Ele deu uma piscadela para mim e Derek veio me abraçar, com um sorriso no rosto.
- Linda! – Ele falou somente e deu um beijo em minha bochecha, acariciando minhas costas.
- Sucesso total! – Rupert falou se aproximando de mim e eu ri fraco. – Obrigado! – Ele falou sussurrando em meu ouvido e eu franzi a testa.
- Por que você está me agradecendo? – Perguntei, olhando para seus olhos verdes.
- Eu tenho mais de 1,5 milhões de curtidas na foto do seu vestido. – Ele apontou para meu corpo com os olhos. – E minha caixa de mensagens no atelier está cheia. – Abri a boca levemente. – Tudo isso em menos de quatro horas.
- Oh Rupert! – Falei e o abracei fortemente, o ouvindo suspirar em meu ouvido. – Boa sorte! – Pisquei para ele.
- Boa sorte para você! – Ele piscou de volta e eu ri, sentindo Rodrigo me abraçar e me tirar do chão.
- Oh meu Deus, minha amiga é uma pessoa casada agora! – Ele fez um pequeno drama e eu gargalhei, vendo Tara fazer a mesma brincadeira com Chris.
- Como vocês estão lidando com isso? – Movimentei a cabeça em direção a eles.
- É tudo brincadeira, ela é ótima. – Ele sorriu. – Conversamos um pouco durante o casamento e eles são a versão contrária minha e sua. – Abri um sorriso, dando um beijo em sua bochecha. – Mas eu tenho outro peixe na mira. – Ele falou e eu franzi a testa.
- Não me diga que... – Parei a frase por um momento. – Scott? – Abri a boca surpresa.
- O que você acha? – Ele perguntou e eu gargalhei.
- Desde quando eu tenho que dar sinal verde para os caras que você pega? – Ele soltou uma risada fraca.
- Vai lá, a gente se encontra nas fotos oficiais. – Ele disse e eu me aproximei de Chris que conversava com Joshua que me abraçou fortemente assim que me viu e deu um beijo em minha cabeça.
- Até mais! – Joshua falou sorridente e pela primeira vez eu me toquei que ele era um amigo que não importa o que acontecesse, ele nunca conseguia escolher um lado entre eu e Chris e eu me senti bem com isso.
Minha mãe tinha os braços abertos quando nos aproximamos da mesa da família, minha mãe, minha irmã, a mãe e o pai de Chris, os três irmãos e os maridos de Carly e Shanna. As crianças estavam em uma mesa ao lado ocupadas com o livro de pintar que eu havia pedido para fazer para distraí-las. Ele tinha vários desenhos relacionados a casamentos, flores, bolos, vestidos e cada um ganhava uma caixa de lápis de cor com as iniciais minhas e de Chris gravadas na embalagem.
Minha mãe realmente não sabia o que falar, parecia que ela ainda estava extasiada com tudo aquilo. Honestamente, até eu estava extasiada com tudo aquilo, o modo que eu olhava tudo, era simplesmente magnífico, as pessoas, a decoração, a cidade. Era só parar e olhar para aquilo tudo que eu podia jurar que era mentira. Mas o brilho em meus dedos me fazia mudar de ideia rapidamente. E definitivamente o brilho nos olhos de Chris. Era um brilho que eu queria ver pelo resto da vida.
- Eu não disse? – Minha irmã falou quando me abraçou e chorou igual um bebê em meu ombro, puxando o ar fortemente diversas vezes. – Eu disse que tinha algo aí, não disse? – Ela passou a mão nos olhos e respirou fundo, olhando para cima um pouco e abanando as mãos. – Minha irmã está me deixando para trás. – Ela falou rindo em seguida e Scott entregou seu lenço rosa para ela que passou levemente embaixo nos olhos.
- Podemos deixar o choro para depois? – Carly falou, passando um lenço embaixo do olho também. – Acho que eu não vou aguentar por muito tempo. – Chris riu ao meu lado e eu sorri, puxando o ar fortemente, antes que eu chorasse de novo.
- Acho que ambos os lados concordam que a única coisa que devemos falar para vocês é parabéns. – Robert falou e eu sorri, encontrando o olhar de Chris que mantinha a mão em meu ombro e os olhos nos meus.
- Nós sabemos como vocês foram criados, as dificuldades que passaram, nós brigamos, mas ao mesmo tempo demos colo, demos risada juntos, mas também os vimos chorar. – Minha mãe falou. – Mas o importante é saber que, no final, vocês fizeram as escolhas certas. – Assenti com a cabeça e minha mãe sorriu.
- Um longo caminho acabou, agora vocês passarão por muitos outros obstáculos, é um começo de uma nova etapa e nessa etapa, vocês usarão tudo o que nós ensinamos a vocês em união, os dois e o que mais o futuro aguarda para vocês. – Lisa finalizou e eu me perguntei se os três tinham combinado esse discurso ou se tinha sido simplesmente coincidência de pais.
Fomos para o lado dos amigos famosos de Chris e ali não teve muita ordem em que mesa íamos, quem cumprimentávamos ou com quem tirávamos fotos, assim que nos aproximamos de Chris Hemsworth e sua esposa Elsa, todos se aproximaram de nós, era uma mistura de elencos que eu fiquei perdida por um tempo. Era elenco de Os Vingadores, O Soldado Invernal, Expresso do Amanhã, Qual é o Seu Número?, e todos queriam cumprimentar a gente. E como aconteceu do lado de lá, aconteceu do lado de cá, os homens falavam com Chris e as mulheres falavam comigo.
O pessoal de Os Vingadores e O Soldado Invernal eu já estava acostumada com eles, algumas esposas e maridos eu não conhecia, mas foi rapidamente apresentado e parte do elenco de Expresso do Amanhã eu já conhecia também, mas os atores coreanos não haviam sido convidados. Eu tive um pequeno momento de surto quando Octavia Spencer veio que cumprimentar ao lado de Jamie Bell. Essa mulher era simplesmente extraordinária e ela estava no meu casamento!
Assim que ela me cumprimentou eu travei, mas em seguida ela me abraçou fortemente, com um sorriso largo no rosto. Ela disse algumas palavras após isso, mas eu não identifiquei muito, e em seguida, Anna Faris, esposa de Chris Pratt e comediante foi quem me tirou do transe, claro, só para eu entrar em outro, era como se eu estivesse assistindo a meus filmes favoritos, mas dessa vez aquilo acontecia bem diante dos meus olhos.
Ambas riram com a minha reação e eu tive que me desculpar, mas logo isso foi passado para lá e Chris conseguiu organizar o pessoal para que conseguíssemos tirar foto com todos os casais da festa. Foi em média umas 50 fotos. E eu já estava exausta quando começamos a andar pelo pessoal.
- Ei casal! - Ouvi uma voz vinda atrás de Chris, que estava na minha frente e eu franzi a testa, virando o corpo para o lado, ficando mais próxima de Chris Pratt e vi que Joshua e o resto dos padrinhos nos chamavam próximo a mesa do bolo.
- Acho que devemos cancelar a reunião de Chris por um momento. - Chris Hemsworth falou próximo ao meu Chris e eu soltei uma risada fraca.
- Temos a noite toda! - Meu Chris falou e eu ri fraco.
- Espero que não a noite toda. - Pratt falou com aquele sorriso dele, era fofo, engraçado e safado ao mesmo tempo.
- Claro! - Meu Chris falou e eu revirei os olhos, dando um sorriso para Elsa e Anna que olhavam para mim.
- Até mais, gente! - Virei os ombros de Chris que estava em minha frente e ele saiu andando na minha frente meio cambaleante.
Assim que saímos do meio dos dois casais, Chris me puxou pela mão, me fazendo tropeçar rapidamente pelo canto da pista de dança e passou o braço em minha cintura, me trazendo mais perto dele, me fazendo soltar uma risada fraca e passar os braços em seus ombros, sentindo o cheiro de seu perfume próximo a meu corpo.
- Quero ver como faremos isso! - Me aproximei de Ruth, passando o braço livre em seus ombros e vi os fotógrafos ao lado de Agatha.
- Vocês, vocês e os pais, vocês e os padrinhos. e sua mãe, e os padrinhos dela, e os padrinhos do Chris, e ao contrário, Chris e seus pais, Chris e os padrinhos dele, Chris e os padrinhos dela. - Agatha falou como se fosse a coisa mais simples do mundo.
- Fácil assim? - Chris comentou eu ri fraco.
- Fácil assim! - Agatha sorriu rapidamente e eu soltei Chris e Ruth e caminhei até a mesa do bolo, encarando o bolo de casamento, soltando uma risada fraca, ele tinha ficado gigante e simplesmente extraordinário, claro que tinha aquela pasta americana em volta que tirava o gosto delicioso do doce brasileiro, mas mesmo assim estava demais! Fiquei em frente dele, e Chris se aproximou de mim, passando os braços pela minha cintura.
- Devemos fazer uma pose? - Ele perguntou para mim e eu gargalhei, passando meus braços pelos seus ombros.
- Espero que não! - Cochichei e de repente a resposta nos foi dada, não era necessário fazer a pose, era só agir como nós mesmos.
Acho que pela primeira vez eu não precisava ficar sorrindo forçadamente, com as bochechas doendo e o maxilar quase estourando para uma foto. Agatha, ou seus fotógrafos contratados, não pediram para gente fazer poses, ou nada do tipo, era basicamente um encontro, as pessoas se aproximavam, mexiam com a gente, contavam alguma piada, faziam abraços grupais e tudo mais, e eles só registravam tudo. Todos os beijos, todos os carinhos, cócegas, risadas. Simplesmente acontecia.
Algumas vezes a gente sabia o que fazer, bem, era óbvio o que devíamos fazer. Quando minha mãe e os pais de Chris se aproximaram, teve algumas risadas entre nós todos, já que Chris tentou fazer um abraço grupal e não foi muito bem sucedido, mas ficamos lado a lado, minha mãe ao meu lado e os pais de Chris ao lado dele e tiramos uma foto. Em seguida achamos justo tirar com os irmãos, afinal, era parte da família. Lílian veio ao meu lado e Scott, Carly e Shanna ao lado de Chris, saiu até uma em que Lílian fingiu ficar emburrada pelo lado do Chris ser mais cheio e eu e ela brincamos de puxar Scott para nosso lado.
A foto da família aconteceu também, mas dessa vez nós misturamos. Minha família foi do lado de Chris e a deles vieram para o meu lado. Deve ter ficado boa. Logo os pais saíram e os padrinhos se enfiaram em frente à mesa. Essa hora até o pessoal que assistia a cena das mesas soltaram algumas risadas. Scott, Joshua e Rodrigo eram um espetáculo à parte, na verdade. Toda a zona era culpa deles e não tinha como negar, mas o tropeção de Chris em meu vestido, isso foi culpa somente dele. Espero que eles tenham pego o momento exato. Rupert até tremeu de medo ao meu lado, fazendo o pessoal soltar uma risada. Era o novo bebê dele e ai se alguma coisa acontecesse com ele.
A foto das daminhas foi a melhor, na minha opinião, eu me abaixei ao lado de Liana, ela me mostrava um dos desenhos que ela havia pintado. Os sobrinhos de Chris, Ethan e Miles subiram em seus ombros e Stella soltava risadas gostosas no chão, brincando com alguma das pétalas de flores que enfeitavam a frente da mesa, e dali ela não queria sair de lá. Era um momento simplesmente único, creio eu, eu amava aquele pessoal. Além de várias pessoas que por menos que eu conhecesse, eu considerava para caramba.
Depois disso fomos obrigados a tirar fotos clássicas, afinal, era bom para guardar, se a gente não tirasse, eu com certeza me arrependeria no dia seguinte. Lado a lado, cada casal junto, as mulheres de um lado, os homens do outro, as daminhas e os pajens em nossa frente, cumprimos tudo. E só para entendimento, sim, tiramos fotos pulando também. O que com certeza fez com que eu ficasse com dor nos pés, assim que eu coloquei os pés no chão.
- Acho que preciso de um tempo! – Cochichei para Chris e ele riu, afirmando com a cabeça e tocou os lábios nos meus.
Me aproximei da minha mesa e de Chris e ele desabotoou o paletó e o tirou, ele estava suando, podia ver isso pelo brilho em sua testa. Por mais que a temperatura tivesse caído do lado de fora, o ar condicionado estava ligado, muita gente em um só lugar era complicado. Eu ajeitei meu vestido e me sentei na cadeira da direita, passando a mão em meu vestido, para nenhuma parte ficar levantada. O garçom imediatamente surgiu em nossa frente, oferecendo champanhe para nós, eu e Chris aceitamos, e eu aceitei mais um copo, mas dessa vez com água. Eu precisava respirar um pouco.
Chris não se sentou, ele se colocou ao meu lado e apoiou as mãos em meus ombros, fazendo com que eu colocasse uma mão em cima da dele, o fazendo olhar para baixo, me encarando com aqueles olhos azuis. Soltei uma risada fraca e balancei a cabeça, voltando meu olhar para frente, onde um DJ conhecido em Hollywood, que não, eu não conhecia, tocava uma música baixa ao fundo.
- Podemos servir o jantar? – Tomei um susto com uma voz vinda atrás de mim e virei o rosto, vendo Agatha parada ao lado de Chris.
- Por favor! – Falei um tanto quanto aliviada e Chris riu ao meu lado e ele se sentou na cadeira ao meu lado.
- Com fome? – Ele perguntou.
- Você não tem nem ideia. – Falei fazendo uma careta. – Eu não lembro quando foi a última vez que comi hoje. – Fiz uma careta e ele passou a mão em meu rosto.
- O que tem para o jantar? - Scott apareceu atrás de mim, me assustando de novo e eu suspirei.
- Vocês surgem do nada, eu hein! – Falei, dando um tapa em sua barriga e ele deu de ombros, tomando um gole, do que é que fosse em sua taça.
- O que um casamento grã-fino pede? – Rodrigo surgiu ao seu lado e eu revirei os olhos, rindo fraco.
- Já pensaram em olhar? – Falei, apontando para uma das laterais, onde tinha uma das duas mesas de buffet.
- É um motivo para vir falar contigo, amor. – Scott falou e eu ri fraco, abrindo um sorriso.
- Filé mignon com molho de cogumelos, salmão grelhado com molho de ervas, espaguete com molho de manjericão, quiche de queijo com bacon, aí os acompanhamentos, salada caesar, arroz branco, purê de batatas com dois queijos, e mesa de frios. – Forcei a mente para lembrar de tudo e vi os olhos de Rodrigo crescerem e a boca abrir a cada coisa que eu falava.
- Cadê o caviar, aquelas comidas difíceis de falar e tudo mais? – Scott falou fazendo uma careta e eu ri. – Bacon? Isso não é comida de grã-fino. – Ele falou e eu ri.
- O casamento pode ser de alguém importante, mas não adianta se ele prefere comer bife e bacon. – Falei olhando para Chris e ele gargalhou alto, passando a mão na testa.
- Acabei de ser esculachado. – Chris comentou e virou o rosto, se fingindo magoado.
- Bem, não importa, esse cardápio está uma delícia. – Rodrigo comentou e virou o corpo para trás, saindo da minha vista.
- Vocês querem alguma coisa? – Scott perguntou, acompanhando Rodrigo com o olhar e virou o rosto para mim novamente.
- Até quero, mas relaxa, vai se divertir, temos um garçom só para gente. - Pisquei para ele e ele fechou a boca, fazendo um bico, debochando da gente e saiu de perto.
- Ah, esses dois! – Chris comentou e eu virei o rosto para ele.
- Você sabe? – Virei o rosto para ele que afirmou com a cabeça.
- Scott tem um alvo hoje. – Ele comentou e eu fechei os olhos, rindo.
- Ah, meu pai! – Passei a mão no rosto e suspirei. – Rodrigo também!
- Vocês gostariam de alguma coisa do buffet? – O nosso garçom apareceu, com a mão para trás.
- Sim, por favor. – Suspirei. – Salmão, purê e salada. – Falei, afirmando com a cabeça.
- Eu quero filé mignon e espaguete. – Chris falou ao meu lado. – Para começar! – O garçom jovem riu em nossa frente e afirmou com a cabeça, se retirando.
- Para começar, é?! – Comentei para ele que riu fraco, dando de ombros.
- E você, comendo salada? – Ri fraco.
- Só porque eu amo o molho caesar. – Pisquei para ele e ele passou o braço pelos meus ombros, olhando para frente.
- Você tem noção de que esse povo está aqui por causa da gente? – Ele falou e eu suspirei, sentindo um arrepio passar pelo meu corpo.
- Eu diria melhor, você tem noção que esse povo está aqui pelo nosso casamento? – Ele virou o rosto para mim, soltando uma risada fraca. – É surreal, não?!
- Eu realmente disse sim? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Cada letra. – Sorri.
- Agora é para sempre, hein?! – Ele falou.
- Se Deus quiser! – Ele abriu um largo sorriso e eu suspirei.
- Olha seus avós. – Olhei para frente, onde os avós de Chris estavam na pista de dança, dançando alguma música lenta. O avô do Chris fazia os movimentos lentos, já que a avó tinha dificuldades com o andador.
- Somos nós daqui alguns anos. – Chris comentou e eu sorri.
- Há quantos anos eles estão casados? – Cortei um pedaço pequeno de salmão e coloquei na boca, conferindo toda hora se nada tinha caído em meu vestido.
- Uns 55 anos. – Lisa comentou ao lado de Chris e eu abri a boca, surpresa. – Eles se casaram novos.
- Daqui uns 55 anos, estaremos na casa dos 80. – Chris riu fraco e eu franzi a testa.
- Oh meu Deus! – Sorri, seguido de uma risada. – Melhor pensar no agora.
- Acho melhor também. – Minha mãe, ao meu lado, e Lisa falaram juntas e eu abri um sorriso de lado, suspirando.
- Vamos pensar nesse momento, enquanto estamos juntos aqui. – Chris falou ao meu lado e eu suspirei, sentindo uma lágrima se formar em meu olho e eu olhei para cima rapidamente, tentando fazer com que ela passasse.
- Não me façam chorar. – Comentei e as mães sorriram.
- A gente já volta. – Minha mãe comentou e ela se levantou da mesa, junto com Lisa, deixando eu e Chris sozinhos na mesa novamente.
Voltei a atenção ao meu prato de comida e comi os poucos pedaços que faltavam do salmão e coloquei os talheres de lado. Passando o guardanapo de pano em meus lábios de leve, vendo o batom claro sair um pouco no pano e eu o coloquei na mesa, suspirando, antes de beber mais um gole da minha água, vendo o garçom encher imediatamente com champanhe e com água, me fazendo agradecer com o olhar.
- Vai repetir? – Virei para Chris e ele riu fraco, fazendo uma careta.
- Estou pensando na ideia ainda. – Ele comentou e eu encostei minha cabeça em seu ombro devagar.
- Vai com calma, tem muito que acontecer ainda. – Comentei e ele sorriu.
- Olá, boa noite! – Prestei atenção no palco novamente, onde Agatha estava e eu franzi a testa. – Iremos começar os brindes. – Franzi a testa e virei o rosto para Chris, surpresa. Eu, definitivamente, não estava esperando por isso.
- Está pronta para isso? – Ouvi Chris cochichar ao meu lado e eu suspirei, negando com a cabeça.
- Definitivamente não. – Suspirei e virei meu rosto para frente novamente, prendendo a respiração quando minha mãe se colocou no palco, em frente ao microfone.
- Olá, boa noite! – Minha mãe falou fixando os olhos em mim. – Para quem não sabe, eu sou mãe da noiva, e como ela, eu sou brasileira, então meu inglês não é muito bom. – Ela sorriu para mim e eu ri fraco. - Quando ela veio para os Estados Unidos para estudar, eu sabia que eu ficaria com muitas saudades dela, mas ela tinha lutado bastante por isso, e ela realmente merecia aquela bolsa. Tudo o que eu pensava era que dali um ano eu a veria novamente, mas não. – Minha mãe sorriu. – Ela decidiu ficar e procurar emprego aqui. O que eu acho que ela fez certo, com a economia brasileira do jeito que está. – Ela riu fraco. – E ela conseguiu. Um emprego bom, com ótimos benefícios, morando próximo ao trabalho e ainda em uma cidade onde boa parte da população é brasileira. – O pessoal a minha volta deu risada, Chris gargalhou ao meu lado. - Como mãe, eu fiquei particularmente acabada, minha filha mais nova, meu bebê, não voltaria para casa como planejado. – Ela respirou e olhou para mim. – Mas ela estaria fazendo a carreira dela. A carreira internacional dela. Com isso podem vir coisas boas e coisas ruins, mas aparentemente, só coisas boas tem vindo, desde então. Com isso, veio também um amor, oh Deus, como eu pedi para que ela não se apaixonasse por alguém de fora. – Ri fraco e Chris virou o rosto para mim. – Leis diferentes, países diferentes, o fato de eu nunca vê-la, são os diversos motivos que eu tinha medo, o problema nunca foi contigo Chris! – Ele assentiu ao meu lado. – Mas ainda bem que eu estava errada. – Eu sorri. – Ver sua filha feliz, tendo uma experiência magnífica na profissão que ela escolheu, fazendo as escolhas dela sozinha, bate qualquer saudades, qualquer tempo longe. Eu estou orgulhosa de você minha filha, orgulhosa por saber que tudo que eu ensinei para você, você pegou e transformou em algo melhor, algo que você pudesse viver bem, e está aqui, começando mais uma jornada da sua vida. – Ela sorriu, me fazendo suspirar, com os olhos marejados. – Seu pai estaria orgulhoso também, tenho certeza. – Olhei para a pulseira com o pingente azul em meu pulso e suspirei. – Faça minha menina feliz, Chris. – Chris afirmou com a cabeça e me abraçou. – Aos noivos! – Ela ergueu a taça e a festa repetiu o gesto, eu e Chris também e tomamos um gole da taça, ouvindo o som de aplausos ao fundo.
- Definitivamente, não estou pronta para isso. – Falei fraco e ele pegou o lenço em seu paletó e entregou para mim que eu sorri, passando levemente embaixo dos olhos.
- Está sim. – Ele riu fraco e eu olhei para o palco, onde sua mãe estava colocada.
- Vamos ver o que vai achar depois daquilo. – Fiz sinal com a cabeça para frente e ele desviou o rosto de mim.
- Oh meu Deus! – Ele riu fraco, franzindo a testa.
- Você não vai se livrar dessa, filho! - Lisa falou e eu ri fraco. – Eu não preparei nada também, então irei seguir do brinde da minha nova melhor amiga aqui. – Lisa apontou para minha mãe que riu, balançando a cabeça. - O desejo de toda mãe é que seu filho consiga realizar seus sonhos e simplesmente voe. Chris, antes de se descobrir ator e mais ainda antes do sucesso, já quis ser várias coisas, mas ele sempre foi um amante das artes, achei que ele iria ficar na dança, afinal, eu como professora de dança, fazia todos dançarem pela casa, tipo a família Von Trapp de A Noviça Rebelde. – Gargalhei, olhando para Chris que tinha o rosto nas mãos. – Mas aí ele viu a irmã mais velha atuando em peças da escola e gostou da brincadeira... Brincadeira que ele está fazendo até hoje, conquistando o sucesso dele, quem sabe o primeiro prêmio daqui alguns dias. – Abri um sorriso, sabendo que ela se referia ao People’s Choice Awards. - Como mãe, eu sempre me orgulhei com a carreira de Chris, claro, briguei um pouco também por algumas decisões erradas, mas, um passo de cada vez, ele acabou se ajustando, e continuou a fazer mais e melhor. – Ela abriu um sorriso. – Só que algo estava faltando. – Ele riu fraco ao meu lado, dando um beijo em minha bochecha. – Eu agradeço a você, Megan! – O pessoal que estava unido lá na frente começou a aplaudir e gritar por Megan. – Obrigada por contratar essa preciosidade aqui. – Abri um sorriso de lado, mordendo o lábio inferior. – Eu não podia pedir por alguém melhor, mais centrada, mais amável e que ame o meu Chris de forma tão gostosa e intensa. – Ri fraco. – E obrigada , por fazê-lo se sentir confortável em poder dar um passo maior que a perna, e com sucesso. – Ela sorriu. – Que vocês cuidem um do outro e que passam a vida inteira juntos. – Ela ergueu a taça, fazendo todos repetirem o gesto. – Sejam muito felizes. Ao Chris e . – Ela sorriu e bebeu um gole da taça e eu e Chris imitamos o gesto.
Em um momento rápido, minha irmã, Scott, Carly e Shanna trocaram de lugar com Lisa, se colocando em cima do palco, um do lado do outro, com o microfone no meio deles.
- O que está acontecendo? – Chris perguntou para mim e eu ri fraco.
- E agora, o momento musical da noite. – Scott começou e os quatro fizeram uma pose exagerada em cima do palco, fazendo com que eu e Chris tivéssemos a mesma reação assustada, e algumas pessoas rirem. – DJ, solta o som. – Ele falou, apontando para o DJ. – Não, é brincadeira. – Os quatro saíram da pose e se ajeitaram comportados em cima do palco.
- Poxa, queria tanto colocar no Instagram as habilidades de dança dos quatro. – Comentei um pouco alto de onde eu estava e Scott fez cara feia e as mulheres riram ao lado dele.
- Engraçadinha. – Ele comentou, revirando os olhos.
- Vamos começar! – Shanna falou, cortando a brincadeira. – Estamos aqui com o mesmo propósito, homenagear nossos irmãos. – Ela sorriu. – Fazer parte da família Evans, é como ser feliz sempre. – Ela sorriu. – E conversando com o outro lado da família. – Ela apontou para Lílian. – A situação é a mesma. Não só pelo fato de termos uma família próxima, acolhedora, apoiadora e tudo mais, mas pelo fato de termos irmãos para apoiar em tudo. – Ela sorriu.
- O lado de lá é mais fácil. – Minha irmã começou. – Na falta de um irmão, você tem mais dois para pedir por ajuda, para chorar e tudo mais, e quando minha irmã decidiu se afastar de mim um pouco, foi difícil no começo, mas existe uma coisa linda chamada redes sociais, hoje em dia. – Ela sorriu para mim. – Pelos males que essas novas tecnologias podem causar, um deles é bom, me deixou perto da minha irmã que estava há quase oito mil quilômetros de distância. Mas não importa, o que importa é que ela está feliz. – Ela sorriu.
- Um irmão tem diversos propósitos na vida de uma pessoa, principalmente irmãos mais velhos. – Carly e Lílian se entreolharam rindo. - Nós somos responsáveis por diversas coisas na vida do irmão mais novo, na maioria das vezes somos vistos como um exemplo, em diversas coisas, então fica aquela dúvida, fazer o que quer, ou fazer o que é certo? – Ela sorriu. – Difícil a escolha, não?! Mas também somos responsáveis pelas partes legais, a mentir, a ouvir sobre os primeiros amores, primeiros namorados, e claro, ter as primeiras brigas, os primeiros gritos, tapas, bater de portas, tudo isso porque nos importamos.
- Mas como irmão mais novo, a situação se inverte. – Scott começou. – Nós brigamos, nós batemos, nós nos arrependemos. Mas algo que eu aprendi há pouco tempo, com a família do lado de lá. – Ele apontou com a cabeça para Lílian novamente. – O fator genético bate qualquer briga, qualquer desentendimento. Nós somos geneticamente obrigados a gostar um dos outros. – Ele riu fraco e eu lembrei que eu falava isso para Lílian sempre. – Bem, gostar da família é fácil, agora gostar de quem está entrando na família... Aí complica! – Ele fez uma careta.
- Ainda bem que isso não foi necessário. – Shanna continuou. – Ter o primeiro encontro com a família inteira, a sogra que não tem histórico de gostar de namoradas, onde um possível furacão está atacando a cidade, falta de energia, chuva, estou esquecendo de alguma coisa? – Ela virou para os outros e eles negaram com a cabeça. – Bem, eu não sei se foi pela personalidade dela, pelo amor dela pelo Chris ou por causa dos cupcakes, mas ela conseguiu convencer a todos nós, incluindo a vovó Evans ali. – Olhamos para a ponta da mesa onde uma das avós de Chris ria.
- Eu acho que definitivamente foram os cupcakes. – Scott comentou baixo e eu sorri.
- Eu não vi essa situação em Boston, mas acredite, a do Brasil foi incrivelmente ótimo. – Lílian falou rindo fraco. – Ele não sabe falar nada em português. – Ela sorriu para Chris. – Espero que você comece a fazer cursos logo, porque nossa! Que complicado! A família inteira precisou entrar em cursos de inglês, só porque a bonita ali decidiu namorar um estrangeiro, ninguém fala como a língua pode ter certa dificuldade na comunicação das pessoas. – Ela foi irônica e eu ri. – Mas acho que tudo deu certo. – Ela sorriu. – Claro, minha mãe, tirando essas preocupações dela, ela nunca teve motivos para não gostar dos outros, e não foi diferente com Chris, quando a pessoa é boa, a gente nota de cara.
- Nós decidimos nos juntar aqui hoje, para falar que a felicidade de vocês, não depende de nós. Nós estamos felizes com isso. – Scott sorriu. – As duas famílias deram sorte de ganhar alguns novos membros que têm as idades parecidas e que, apesar de morar em cidades diferentes, serem criados de maneiras diferentes, eles se gostaram. E vocês não tiveram participação nenhuma nisso. – Ele sorriu. – Nós nos encontramos, nos conhecemos, começamos a conversar e as coisas simplesmente funcionaram. É o sinal de o que é para ser, será! – Ele deu de ombros.
- Então, não pensem que vocês precisam agradar algum dos dois lados, a família Evans e a família estão muito bem se entendendo, claro, Natais, Ano Novo, acho que podemos ter uma pequena briga por causa disso, mas não pelo fato de um não gostar do outro. – Lílian sorriu. – O fato externo, vocês definitivamente não tem, então cuidem do que acontece dentro de casa, cresçam juntos, sejam felizes que o resto vem por aí. – Ela sorriu e eu senti uma lágrima escorrer de meu rosto, nem notando que eu estava chorando.
- Aos noivos! – Os quatro falaram juntos, erguendo as taças e ao invés de os acompanharem, os convidados aplaudiram a eles, me fazendo rir com Chris e receber um beijo dele em meus lábios.
- Acho que fomos bem! – Ouvi a voz de Scott abafada no microfone, enquanto eles saíam de lá e Megan e Joshua subiam no palco para tomar o lugar na frente do microfone.
- Bem, eu não costumo falar em público. – Megan começou. – Normalmente eu estou por trás das coisas, mas hoje é algo realmente importante. – Ela sorriu. – Todo mundo está agradecendo a mim por juntar esses dois, mas não, se não fossem pelas lutas pessoais de cada um e os colocassem na posição que eles estão hoje, nada, nem ninguém no mundo ia fazer eles se encontrarem. – Ela sorriu. – Apesar de que, como Scott falou, o que é para ser, será. – Ela sorriu. – Eu tenho uma visão que Chris deveria ter encontrado essa pessoa especial há algum tempo, mas antes tarde do que nunca. – Ela riu fraco. – Eu que trabalho com o Chris, e infelizmente não trabalho mais com a , eu digo que por mais que ele tem a carreira internacional dele, ela está fazendo a dela, é um casal comum, que está lutando de todas as maneiras para ficar junto, lutar por causa da distância, lutar pela dificuldade em um trabalhar com o outro. – Ela suspirou. – Não parece, mas eles já passaram por diversos desafios na vida até chegar esse dia. – Ela sorriu. – Não tem nada mais difícil do que namorar à distância. Mas eles conseguiram. – Ela afirmou com a cabeça. – Não sei como vocês fizeram, mas continuem fazendo que vai dar certo. – Ela ergueu a taça com um líquido laranja, provavelmente suco. – Aos noivos! – Ela sorriu e eu bebi um gole de champanhe.
- Para quem não me conhece, eu sou amigo do Chris. – Joshua começou e eu ri. – Mas o lado de lá estava meio lotado, sabe? – Chris riu fraco ao meu lado. – Eu prometo que não fiquei chateado por você ter escolhido a Tara a mim. – Ele fingiu drama e Chris gargalhou ao meu lado. – Não importa o lado que estamos, se você tem afinidade com o Chris ou com a , todos estamos aqui pelo mesmo propósito. Estamos aqui e fomos escolhidos por ter uma certa importância na vida de vocês. – Ele sorriu. – Eu conheço o Chris há uns bons 20 anos e a somente há um ano e pouco, mas é um prazer poder ficar do lado dela. – Ele sorriu. – Você não podia ter escolhido alguém melhor, Chris. – Ele ergueu a taça. – A vocês! – Fizemos o mesmo movimento e eu sorri, apoiando a taça na mesa e sentindo Chris me abraçar pelos ombros.
Eu abri um sorriso quando Rupert e Derek subiram no palco, com Liana no colo de Rupert e eu mordi meu lábio inferior, é incrível quando a gente descobre que é amado. Uma amizade tem dois lados, do nosso lado, a gente sabe como funciona, do lado de lá a gente acha que tem certeza, mas talvez não temos. E com todos esses discursos e essas palavras de amor para gente, eu tive certeza.
- Sempre que vai entrar uma pessoa nova no trabalho, aquele momento tenso se instala. – Derek começou e suspirou. – Quem vai ser, como vai ser, a pessoa é louca? – Ri fraco. – Temos sempre essa preocupação. Já aconteceu isso algumas vezes, tanto que tinha vaga aberta, certo? – Algumas pessoas riram. – Quando aquela mulher muito bem vestida, bem maquiada, com uma beleza natural apareceu, eu não sabia se ficava feliz demais ou com medo, quando ela começou a me contar sobre ela, o que ela fazia, quem ela era e tudo mais, eu sabia que dali poderia surgir uma grande amizade, e ainda bem que eu estava certo. – Ele sorriu, afirmando com a cabeça. – Eu fiz uma grande amiga, que nesse ano e pouco trabalhando conosco, se mostrou muito competente em tudo que ela pode fazer, tanto que foi uma incrível choradeira quando ela se mudou para Los Angeles. – Ele sorriu. – O que me deixa feliz é que você está feliz. A felicidade bate qualquer tipo de distância e se você está, eu também estou. Obrigado por sua amizade. – Ele sorriu, afirmando com a cabeça e eu sorri, afirmando também. – Obrigado por cuidar dela, Chris. – Chris sorriu ao meu lado e eu afirmei com a cabeça.
- Os mesmos motivos de Derek, eu acho que os aplico a mim, por causa de um encontro com um futuro namorado, sim, o Chris. – Ri fraco com o que Rupert falou. – Ela acabou no meu atelier, pela minha profissão, a gente é meio obrigado a fazer a pessoa se soltar, então a gente tenta conhecer um pouco da pessoa, saber o que ela gosta e tudo mais, mas a sabe fazer amigos, sozinha. – Ele sorriu, movimentando a cabeça para mim. – E com isso eu fiz uma grande amiga. – Ele suspirou. – Só seja feliz, ok?! – Ele olhou para mim e eu afirmei com a cabeça.
- Aos noivos! – Liana gritou no microfone e eu ri, ouvindo o coro repetindo após ela.
Rodrigo, Ruth, Tara e Jason, marido de Tara, subiram no palco, se colocando lado a lado, exatamente nessa posição, Ruth eu sabia que não era muito de falar e eu não tinha muita intimidade com Jason, mas depois do que Rodrigo e Tara fizeram no jantar de noivado, acho que podíamos esperar por qualquer coisa desses dois.
- Eu não sei se vocês conhecem a gente. – Tara começou apontando para ela e Rodrigo. – Mas nós somos os melhores amigos deles. Nós, Joshua! – Tara provocou Joshua que revirou os olhos rindo. – Brincadeira. – Ela riu. – Nós somos amigos do Chris e da há bastante tempo e descobrimos que nossas amizades têm várias coisas em comum, homem e mulher, homem e mulher, amizade há diversos anos, distância por motivo de trabalho e blá, blá, blá. – Ela riu.
- Dizem que se você for amigo de uma pessoa por mais de sete anos, ela vai ser sua amiga para sempre, quando estávamos com 20 anos, eu e já tínhamos 10 anos de amizade, mas ainda éramos bastante imaturos, não brigávamos mais, mas quem sabe o que aconteceria dali a dez anos, certo? Bem, ela foi, eu fui, ela voltou, eu voltei, cada um se decidiu por uma profissão, foi estudar, voltou, foi de novo e aí as coisas foram acontecendo. – Ele riu fraco. – Mas ainda estamos juntos.
- O mesmo para mim e Chris, anos de amizade, mas muitos deles separado. Como a vida consegue superar tudo isso e ainda se manter juntos? – Tara falou, suspirando. – Honestamente eu não sei, mas se uma amizade consegue passar por diversas coisas da vida, diversos momentos de separação, vocês também conseguem. – Ela sorriu. – Vocês não passaram pela fase amizade, antes de irem para a fase amorosa, o que é muito bom, porque você só vai conseguir ver essa pessoa de uma maneira, como seu parceiro.
- Nós conseguimos! – Rodrigo falou. – Nós temos amizades longas com cada um de vocês, se nós, que eu sei que somos bastante diferentes, conseguimos, por que vocês não conseguem? – Ele sorriu. – Tirem cinco segundos para pensar sobre isso. Se a gente está conseguindo, vocês também conseguem. – Ele sorriu. – Não tem desculpas para isso. – Ele afirmou com a cabeça.
- E caso vocês sintam que não estão conseguindo. – Ruth falou, virando o rosto para Rodrigo um pouco. – Vocês têm amigos o suficiente, para fazer vocês passarem por qualquer tipo de dificuldade que vocês possam ter ao longo do caminho. – Ela sorriu.
- Posso dizer com todas as letras que casamento não é algo fácil. – Jason falou e eu e Chris rimos. – Mas são necessárias duas coisas para fazer isso dar certo, amor e paciência. – Ele sorriu. – O resto a gente consegue se virar. – Ele afirmou com a cabeça.
- E é isso que queremos dizer a vocês. Fiquem juntos, se amem, tenham paciência, tenham calma, não se precipitem, aprendam a ceder, o mundo está muito complicado hoje em dia, mas vocês têm vários amigos para lhes ajudar a passar por qualquer dificuldade. – Rodrigo falou.
- Sim, terão dificuldades, passar a vida inteira com uma pessoa não é fácil, mas vocês conseguem! – Tara sorriu e os quatro ergueram a taça quase que sincronizados.
- Ao Chris e ! – Suspirei, passando o lenço de Chris embaixo dos meus olhos e respirei fundo, movimentando a cabeça afirmadamente em agradecimento. - Alguém gostaria de falar mais alguma coisa? – Agatha se colocou no microfone novamente e eu e Chris nos entreolhamos.
- Na verdade, a gente gostaria aqui! – Robert falou, desviando das pessoas, até ficar na beira da pista de dança.
- Oh meu Deus! – Chris abaixou o rosto.
- A gente vai fazer um coro aqui. – Ele apontou para a área onde todos os famosos estavam. – Vai, no três, ok?! – Fechei os olhos, soltando uma risada fraca. – Um, dois, três...
- Aleluia! – Ouvi o elenco dos filmes da Marvel falar e eu não me aguentei, começando a gargalhar, escondendo o rosto no ombro de Chris, que se segurava para não rir.
- Obrigada por colocar ele na linha, . – Robert falou e eu afirmei com a cabeça. – Sejam felizes. – Ele ergueu a taça e o pessoal os acompanhou.
- Não acredito que eles fizeram isso. – Chris cochichou em meu ouvido e eu suspirei, puxando o ar fortemente.
- Você esperava algo diferente deles? – Ele ergueu o rosto e eu encarei seus olhos azuis, o vendo piscar diversas vezes.
- Verdade! – Ele comentou e eu sorri, dando um rápido beijo em seus lábios.
- Fácil não é, mas pelo fato de você se sentir confortável em confiar em uma pessoa pelo resto da sua vida, é algo incrível. – Elsa falou e eu sorri, sentindo me abraçando pela cintura, enquanto eu mantinha meu braço apoiado em seus ombros. – É só o começo.
- Ela está certa. – A esposa de Mark Ruffalo falou, mexendo com as mãos. – Vocês tem, literalmente, a vida inteira para corrigir todos os erros que podem aparecer aqui e ali. – riu fraco ao meu lado.
- Viu?! – Ela virou o rosto para mim. – Dica de pessoas com anos e anos de casado, presta atenção.
- Eu estou prestando atenção! – Ri fraco e bebi um gole do meu refrigerante, já tinha passado umas quatro horas de festa, se eu ficasse no champanhe a noite toda, eu não aproveitaria o resto das comemorações.
- Com licença! – Ouvi uma voz atrás de mim e virei meu rosto encontrando Agatha. - Está na hora. – Ela me estendeu meu paletó e eu soltei os braços de e o coloquei, abotoando-o.
- A gente já volta! – Falei e franziu a testa, pegando minha mão quando eu estendi a ela.
- Aonde vamos? – Ela perguntou, caminhando pelo salão ao meu lado.
- Está na hora da valsa. – Sorri para ela que arregalou os olhos, suspirando.
- Eu não sei se estou pronta. – Ela mordeu o lábio inferior e passamos por algumas pessoas que estavam na pista de dança, onde uma música agitada tocava no fundo, deveria ser Avicii, ou será que era David Guetta?
- Você está. – Falei para ela, parando no meio do salão. – Só faça os mesmos movimentos que eu te mostrei ontem à noite.
- E se eu pisar no seu pé? – Ela perguntou, olhando em meus olhos.
- Eu prometo que não farei careta. – Ela riu fraco e eu beijei seus lábios, a fazendo sorrir e a música foi abaixando lentamente, fazendo as pessoas a nossa volta pararem de dançar aos poucos.
- Boa noite. Desculpe interromper a música um pouco, mas está na hora da valsa dos noivos. – Agatha falou em cima do palco e um holofote surgiu em cima de mim e olhou meio desesperada para mim.
- Que música você escolheu? – Ela perguntou, com os olhos ainda arregalados.
- Acho que a única que realmente marcou nosso relacionamento. – Falei sorrindo e ela franziu a testa.
- Vocês todos estão convidados para se juntar a eles. – Agatha falou.
- E qual é a música? – Ela perguntou e ao mesmo tempo a música começou. – Não acredito! – Ela riu fraco e eu estendi minha mão direita para ela que a segurou firmemente, e eu apoiei minha mão em suas costas, na direção da sua cintura e a vi depositar a mão em meu ombro esquerdo, o deixando de forma suave e ela assentiu com a cabeça.
A música do filme Encontro de Amor começou, achei que seria no mínimo propício. O momento que ouvi essa música vi a felicidade em seus olhos, a letra da música, tudo, podia, no mínimo, demonstrar basicamente tudo que eu sentia por ela naquele momento.
Em posição de valsa, eu comecei a movimentar nosso corpo devagar, de um lado para outro, a levando para frente e para trás, vendo-a rir de vez em quando, um pouco perdida com a dança, eu só conseguia sorrir para ela. Quem se importa se nossa valsa seria engraçada e nenhum pouco planejada? O casamento era nosso.
Eu sentia a barra do seu vestido bater em minhas pernas enquanto eu fazia uns movimentos mais rápidos e a rodava quando chegamos ao refrão. Sem que eu precisasse que ela voltasse para mim, ela voltava, ajeitando a mão em meu ombro e segurando firmemente a minha outra mão.
- I need your love in my life… - Cochichei para ela que soltou uma risada fraca, seguindo meus movimentos com mais precisão, mas ainda com aquele sorriso risonho no rosto.
- I wanna spend, time till it ends, I wanna fall in you again, like we did when we first met, I wanna fall in you again. – Ela continuou a música, movimentando os lábios conforme a letra e conciliando com os movimentos de seus pés, sincronizados com os meus.
Me senti confortável em começar a rodá-la pelo salão, os pés dela deram uma confundida em um movimento e ao invés de brigar comigo, ela soltou uma risada alta e eu comecei a rir com ela, me confundindo um pouco com os passos e ela apertou meu ombro de leve, tentando manter a feição mais calma e eu afirmei com a cabeça, soltando o ar pela boca.
- Baby nothing means anything unless you're here to share with me, I can breathe, I can bleed, I can die in my sleep, ‘cause you're always there in my dreams. – Cantei para ela, em uma voz levemente rouca e ela abriu um sorriso largo, soltando um suspiro e encostou a cabeça meu ombro, soltando um suspiro baixo.
- I wanna spend time till it ends, I wanna fall in you again. – A ouvi sussurrar e a acompanhei com a letra. - Like we did, when we first met, I wanna fall in you again. – A acompanhei e ela ergueu o rosto, encostando meus lábios no dela levemente, em um beijo mais profundo e eu soltei sua mão e coloquei ambas as mãos em sua cintura, apertando-a mais perto de mim, só consegui me afastar dela quando me toquei que a música tinha acabado e eu ouvi aplausos vindo das pessoas. afastou nossos lábios, com um riso nos lábios e eu a abracei fortemente.
- Eu te amo. – Sussurrei para ela que abriu um largo sorriso. – Eu prometo que me apaixonarei por ti todos os dias.
- Eu também te amo. – Ela sussurrou de volta para mim e passou as mãos em meu pescoço. – A gente consegue.
- Sim! – Afirmei de volta, começando a movimentar nossos corpos novamente, com outra música lenta que tinha começado, fazendo com que a pista de dança se enchesse novamente, com os mais diversos casais, eu não conhecia a música, mas com certeza sim, já que ela cochichava a música baixo contra meu ombro.
Acho que, tirando no dia anterior, que foi mais uma aula do que uma dança, propriamente dita, nós nunca tínhamos dançado. Quando estávamos juntos preferíamos fazer coisas de casal, ela não era do tipo baladeira, e eu preferia ficar com ela a sair. Eu não havia me tocado, mas com certeza eu mudei com o passar desses quase dois anos, eu era uma pessoa completamente diferente e tudo isso por causa dela, ela era o motivo de tudo isso.
Olhei para o lado e vi Robert e Susan dançando próximos a mim, Chris Pratt e Anna Faris do outro lado, algumas pessoas ali já tinham se casado outras vezes e pareciam muito felizes atualmente, mas eu quero ser igual Chris Hemsworth e o Aaron, quero lutar e tentar passar a vida inteira com uma pessoa só. Com ela.
- Posso roubar minha filha por um minuto? – Minha sogra apareceu e eu sorri para ela, afastando as mãos de e entregando para sua mãe. – Já devolvo, prometo! – Ela falou e eu sorri.
- Você pode dançar comigo um pouco. – Minha mãe apareceu e eu ri fraco para a mais baixa, me colocando em posição para dança, começando a me movimentar conforme a dança.
Olhei para o lado notando que estava dançando com a mãe dela, as duas abraçadas, conversando alguma coisa baixa, que eu não conseguia entender e minha esposa respondia com um sorriso no rosto, mas com lágrimas caindo de seus olhos e afirmando levemente com a cabeça, apertando mais a mãe em seus braços.
- Você está tentando entender o que está acontecendo ali, certo? – Minha mãe perguntou e eu virei o rosto para ela, soltando uma risada fraca e ela sorriu. – Está acontecendo o mesmo que eu vou te dizer agora. – Ela cochichou e eu franzi a testa.
- Como assim?
- Agora, você tem total responsabilidade, filho, tanto na sua vida, como na vida de outra pessoa. – Ela suspirou e eu soltei a respiração pela boca. – A diferença é que você vai poder me ver quando quiser, estamos há três horas de distância, já elas, a distância é um pouco maior. – Minha mãe suspirou.
- Como assim? – Perguntei.
- Normalmente, quando um casal se casa, eles ficam mais com a família da mulher, olhe para Carly, Shanna, enfim, mas nesse caso é um pouco mais complicado, vocês não são do mesmo lugar, vocês tem emprego aqui em Los Angeles, por mais que cada um tenha sua casa, seu canto, vocês estão construindo a vida de vocês em um lugar totalmente diferente dos seus pais. E ela sabe disso.
- Eu estou tirando ela da família dela. – Suspirei.
- Não, filho, é uma felicidade, mas também é uma tristeza. – Minha mãe sorriu. – Foi o que ela disse no brinde dela, ela sente saudades, mas está feliz em saber que a filha está bem. – Afirmei com a cabeça. – Só cuide dela, ok?! – Ela beijou minha bochecha e eu suspirei, afirmando com a cabeça.
- Com a minha vida. – Afirmei com a cabeça e ela sorriu.
- Acho que já estou pronta para subir. – cochichou para mim, enquanto estávamos na pista de dança, e ela estava somente encostada em mim, e eu a movimentava por todos os lados, já que seus pés doíam.
- Ah é?! – Ela ergueu os olhos para mim e abriu um sorriso. – Acho que podemos ir logo. – Virei para o lado e suspirei.
- Calma! – Ela ergueu o rosto e eu entortei a boca. - Temos que cortar o bolo e entregar as lembrancinhas. – Ela falou e eu arregalei os olhos.
- Isso é algo importante. – Afirmei com a cabeça. – Fiquei com desejo desse bolo.
- Vamos procurar a Agatha, então. Cumprir nossos deveres sociais. – Ela falou séria e depois riu fraco.
- É, estou querendo cumprir outros deveres já. – Revirei os olhos e ela riu, começando a andar em direção a Agatha que estava parada próximo ao palco.
- Me deixa adivinhar, vamos cortar o bolo? – Ela falou antes mesmo de abrir a boca.
- Podemos? – Falei animado e ela afirmou com a cabeça, rindo.
- Claro. – Ela abriu um sorriso e virou o rosto para Peter que estava ao seu lado, cochichando algo para ele. – Vocês podem seguir para a mesa do bolo, iremos avisar os convidados.
- Pode deixar! – falou e ela segurou minha mão, caminhando em direção à mesa de bolo. – Eu não aguento mais andar. – Ela sussurrou e fez uma careta, movimentando os pés devagar.
- Por que você não tira? – Parei atrás dela e passei minhas mãos pela sua barriga, acariciando de leve por cima do pano do grosso o vestido.
- Porque eu estou com dores desde que a gente chegou à festa, eu aguento mais uma hora. – Ela cochichou e eu ri fraco em seu ombro e dei um beijo em seu pescoço.
- Vamos se aproximar da mesa do bolo, pessoal. – Agatha falou com aquela calmaria conhecida dela.
- Se fosse eu, eu já falava “hora do bolo, pessoal”. – Falei para que soltou uma gargalhada.
- Eu faria isso também. – Ela falou, olhando para uma das mulheres do buffet que entregou a espátula para .
- É um puta um bolo, hein?! – Cochichei para ela que riu fraco.
- Acho que eu exagerei um pouco, vai sobrar bolo pelo resto da vida. – Ela retrucou e eu soltei uma risada fraca.
- Carly guardou o último andar do bolo dela para o aniversário de um ano, falam que é uma tradição. – franziu a testa.
- Comer bolo de um ano? – Soltei uma risada fraca.
- Você congela ele. – ponderou com a cabeça.
- Faz sentido, mas ainda sim é estranho. – Ela riu fraco.
- Devemos tentar.
- Com certeza! – Ela concordou e virou o rosto, me dando um beijo meio desajeitado. - Olha, tem nossas iniciais. – Ela falou, girando a espátula contra a luz, mostrando as letras, da mesma forma que estavam dispostas no bolo.
- São muitos detalhes. – Cochichei para ela que riu.
- Vamos Evans, o pessoal está quase atacando esse bolo aí! – Cobie gritou do meio do pessoal que se juntava perto de nós, para ver o corte do bolo, como também os fotógrafos.
- Vamos lá! – cochichou para mim e segurou a espátula direita e eu coloquei minha mão sobre a dela.
Todo mundo ficou em silêncio quando eu e abaixamos a espátula, fazendo um corte na altura inteira do último andar, chegando até quase encostar-se às flores que enfeitavam a parte de baixo do bolo. O pessoal aplaudiu de novo, aparentemente o corte do bolo simboliza a união, o futuro e se doar um ao outro, algo assim. Eu virei o rosto de e dei um beijo em seus lábios, soltando uma risada fraca e ela sorriu.
A primeira camada devia ter uns 20 centímetros de altura, então saiu um pedaço bem grande de bolo. entendia das coisas, então ela tirou um pedaço perfeito e largo, mas claro, bastante alto. Uma das mulheres do buffet tinha um prato na mão e colocou o pedaço no mesmo, enquanto eu peguei o garfo.
Eu cortei um pedaço de bolo, pegando bem o meio, com o recheio e coloquei na boca de como diz a tradição. Ela soltou uma risada fraca e colocou a mão na boca, escondendo a mesma enquanto mastigava. Ela fez o mesmo, tirou o garfo da minha mão e imitou do mesmo jeito. Cara, aquela combinação era uma delícia mesmo, ainda bem que teria bastante sobra para comer depois.
Um garçom apareceu na nossa frente com duas taças de champanhe e eu peguei uma e outra, eu olhei em seus olhos e ela sorria, com uma mão o prato do bolo e a outra com a taça de champanhe. Tocamos nossas taças delicadamente e entrelaçamos os braços, cada um bebendo um gole curto do champanhe, antes que alguma coisa caísse. soltou uma risada fraca e tocou seus lábios nos meus novamente.
Eu estava realmente alheio às coisas, o pessoal tirava fotos, batiam palmas e tudo mais, e eu só conseguia focar em seus olhos castanhos, aquele cabelo curto, o corpo dela lindamente moldado para aquele vestido, tudo estava perfeito.
- Quem quer bolo? – gritou, virando para o pessoal e o pessoal da nossa idade começou a rir e gritar.
- Cara, isso tá uma delícia! - Falei, mordendo mais um bem casado e suspirando. - Espero que sobre. - soltou uma risada ao meu lado.
- Amor, se prepara que a gente vai comer o jantar e as sobremesas pelos próximos três meses. - comentou ao meu lado, e colocando em seguida uma colher de mousse de limão na boca.
- Verdade?! - Arregalei os olhos.
- Contando que tem umas 120 pessoas aqui, acho que tem comida para umas cinco vezes mais, depois que a gente se afastou do bolo eu não sei o que houve, mas acho que só pegaram os dois andares de baixo dele e ainda tem sobremesas, jantar, tudo.
- Jesus! - Bati a mão na testa. - É muito exagero.
- Nem me fale! - Ela suspirou. - Acho que podemos pedir para eles fazerem caixas com os docinhos e bolo, e distribuir no fim da festa, o jantar a gente congela e resolve em casa.
- Repetir a festa? - Sugeri.
- É o que a gente faz no Brasil. - Ela riu, colocando a colher dentro do potinho com nossas iniciais gravadas em branco e virou o rosto para mim.
- Sério? - Ri fraco.
- Não sei se é com todo mundo, ou é minha família que é exagerada, mas na maioria das vezes a gente consegue fazer a festa e sobra para um jantar para umas 10 pessoas. - Ela riu fraco.
- Vamos pensar nisso depois? - Cochichei para ela, beijando sua testa. - Vamos aproveitar que o pessoal está sentado, comendo e entregar as lembrancinhas?
- E depois chega? - Ela virou para mim.
- Com certeza! - Passei a mão uma na outra, tirando os farelos da mesma e me levantei, vestindo meu paletó novamente e logo se colocou ao meu lado.
Ela deu o braço para mim, mais se apoiando em mim do que só segurando. Nossos familiares estavam comendo já, eles haviam sido os primeiros a receberem os pedaços de bolos, como diz a tradição, enquanto isso os garçons andavam pelo salão distribuindo bolos de docinhos para os convidados.
Nos aproximamos de Agatha que estava no seu lugar da festa, ao lado do palco, parada, como sempre. Estava tudo dando certo, então ela realmente não tinha com o que se preocupar com mais nada.
- Vocês já estão de saída? - Ela perguntou quando nos aproximamos.
- Quase, gostaríamos de entregar as lembrancinhas. - Ela assentiu com a cabeça.
- Podemos fazer isso se quiserem.
- Não, vai ser um meio de se despedir do pessoal. - falou ao meu lado e eu afirmei com a cabeça, apertando-a em meu corpo.
- Certo, ótimo! - Ela se virou e Peter se aproximou. - Pegue as caixas das lembrancinhas, por favor. - Agatha falou naquele tom de voz calmo e virou para nós novamente. - Vocês vão à frente, de mesa em mesa e ele segue segurando a caixa atrás de vocês, que tal?
- Pode ser! - Falei e Peter voltou com uma caixa de acrílico, onde outras pequenas caixas transparentes estavam empilhadas em cima deles.
A caixa era retangular, tinha uma lembrança atrás, onde escreveu um recado agradecendo pela vinda, a data do casamento e nossos nomes. Em cima do papel tinha dois sabonetes grandes em formato de coração meio estilizado, ele não era um coração certinho, ele era maior embaixo e mais fino, um era inteiro branco e outro inteiro preto. O branco estava sobreposto ao preto, e por fora da caixa um laço branco fechando eles.
Começamos novamente pela mesa dos nossos avós, afinal, eles já estavam fazendo hora extra na festa, eles já deveriam estar dormindo faz tempo, mas estavam lá, aproveitando o máximo que conseguiam do momento.
Nessa volta que demos, entregando uma caixa por casal, ou uma caixa para cada convidado sozinho, eu tive noção das pessoas que se importavam comigo, conosco, na verdade. A cada lembrança entregue, as reações eram diversas, alguns agradeciam, nós agradecíamos pela presença, outros davam palavras encorajadoras para que o casamento durasse, outros faziam brincadeiras conosco, mas algo que todos fizeram foi nos agradecer, não sei se pela amizade, pelo convite, pela festa, mas eles simplesmente agradeciam, e aquilo ficaria marcado para sempre. Não era necessário dizer que estávamos indo embora, afinal, tirando as crianças, que já dormiam nas cadeiras ou no colo de algum familiar, todos sabiam o que faríamos agora.
- Boa noite, queridos! - Minha mãe falou, me abraçando e dando um beijo em e a mãe dela fez o mesmo, dando o olhar significante para nós.
- Se cuidem, viu?! - Lílian falou, abraçando a irmã e eu sorri, à procura do meu.
- Onde está Scott? - Perguntei.
- Não queira saber. - Carly cochichou para mim e ergueu o rosto na festa, para as pessoas que já começavam a ocupar a pista de dança e arregalou os olhos.
- Cadê o Rodrigo? - Ela perguntou e eu arregalei os olhos.
- Não me diga que...
- Falei que é melhor não saber. - Carly falou de novo e eu ri fraco.
- Enfim, a gente se vê em breve. - falou para mãe dela, abraçando-a fortemente. - Sei que a Lílian preparou para vocês passarem o Ano Novo em Nova York, mas depois voltem para cá, eu quero ver vocês antes de irem embora.
- Pode deixar meu amor, nos veremos ainda. - Elas se abraçaram fortemente e sorriu, com os olhos meio vermelhos.
- E vocês, aproveitem bastante, bom Ano Novo e até quando eu ver vocês. - Minha mãe falou e eu ri fraco, abraçando-a de lado. - Vão, vão logo, antes que o pessoal queira vir falar com vocês. E eu sei que vocês estão cansados e tem outros planos para agora. - Ela continuou e eu ri fraco.
- Amo vocês, obrigada por tudo. - falou, olhando para a família dela e eu segurei sua mão, fazendo-a se distrair comigo novamente e ela deu um sorriso.
- Amo vocês. - Falei para minha família e eu virei meu corpo de costas para ele, entrelacei meus dedos nos de e seguimos andando pelo salão de festas.
Caminhamos calmamente pelo lado do salão, vendo algumas pessoas distraídas com a música que tocava e outras olhando para nós. Assim saímos do meio da pista de dança, passamos pelo corredor escuro e após alguns passos não era mais possível ouvir a música que vinha da festa.
olhou para mim e soltou uma risada fraca, apoiando seu braço no meu novamente. Ela deu um beijo em minha bochecha e suspirou, olhando para mim por algum momento, ainda com a risada nos lábios.
- Obrigada! - Ela falou e eu franzi a testa.
- Pelo o quê? - Perguntei, olhando para seus olhos.
- Por realizar todos os meus sonhos. - Abri um sorriso e suspirei.
- Ainda pretendo realizar outros. - Falei para ela e sorriu.
Andamos lado a lado pelas áreas comuns do hotel, que por sinal estavam vazias devido ao horário, paramos lado a lado em frente ao elevador e eu apertei o botão. Passei a mão em meu bolso, vendo se o cartão chave estava lá. Ouvi o tilintar da porta e ouvi o mesmo abrir. entrou na minha frente e eu fui logo atrás, apertando o botão do último andar do hotel.
- Quarto diferente? - Ela me perguntou e eu sorri para ela, puxando o cartão do bolso interno do paletó e entreguei a ela.
- Vamos fazer isso do jeito certo? - Ela franziu a testa, brincando com a chave em seus dedos e eu soltei uma risada, me aproximando dela e colocando uma mão em suas costas e outra em suas pernas, por cima do vestido, a erguendo em meu colo, e ouvindo um pequeno grito vir de seus lábios.
- Oh meu Deus! - Ela falou, passando os braços em meu pescoço e soltando uma gargalhada em seguida.
- Não tem escada para eu subir, mas damos uma improvisada. - Falei e ela estalou um beijo em minha bochecha.
- Está perfeito! - Ela falou suspirando e as portas do elevador se abriram.
Entramos em um pequeno hall, mas não tinha diversas portas, só tinha uma, branca, com o logo do hotel em dourado. , meio desajeitadamente colocou o cartão-chave na porta e ouvi o click dela, destravando a mesma. Eu virei de costas e empurrei a porta com as costas, tomando cuidado com na hora de passar pela porta do quarto.
Virei de frente novamente e me surpreendi com a suíte principal do hotel. Ela era separada por cômodos, o primeiro cômodo era uma sala, com sofás, poltronas, abajures, uma mesa de centro, arranjos de flores das mesmas cores de nosso casamento. A decoração era em dourado e bege. A frente tinha portas duplas, dando para outro cômodo.
se colocou no chão e virou o rosto para mim, com os olhos levemente arregalados, não sei se ela estava surpresa ou assustada, eu realmente não sabia definir. Ela caminhou pela suíte e eu fechei a porta atrás de nós e a segui. Ela empurrou as portas duplas a nossa frente, revelando o quarto da suíte, nesse cômodo o cheiro de lírios estava forte, em dois enfeites na mesa. Estava tudo simplesmente perfeito.
A cama king size colocada à esquerda do quarto, com cortinas à sua volta, com uma grande mesa em cada lado com um abajur. Em frente a cama tinha um sofá com uma aparência muito confortável e em sua frente um armário com aparência antiga. E nas laterais desse armário, duas poltronas, tudo com os mesmos tons bege e dourado. E ao fundo podia ser visto a porta para o banheiro.
Ela virou o corpo para mim e passou os braços em meu pescoço, colando rapidamente os lábios nos meus e trazendo meu corpo mais perto do seu. Passei as mãos pela sua cintura, apertando seu corpo próximo do meu e movimentei meus lábios conforme os dela guiavam. Ela mordeu meu lábio inferior levemente e afastou o corpo do meu rapidamente.
- Eu preciso de um minuto. - Ela cochichou e se afastou de mim, andando a passos rápidos até o banheiro e bateu a porta do mesmo, me fazendo suspirar.
Me aproximei da janela do quarto e olhei lá fora, ainda chovia, as luzes do hotel podiam ser vistas como borrões. A água batia com força no vidro, e eu havia notado o barulho só ali, estava chovendo bastante. Não tinha raios cortando o céu, mas com certeza tinha trovões.
Tirei o paletó e o estendi em cima da mesa, sentindo o corpo finalmente pesar, não parece, mas essas festas cansam, cansam mais do que as que eu estava acostumado. Passei a mão no cabelo e tentei dar uma ajeitada nele, sem sucesso. Olhei para meus pés e tirei os sapatos do mesmo, puxando as meias em seguida, e senti meus pés relaxarem, fazia umas oito ou nove horas que eu estava com isso apertando meu pé.
Suspirei e notei que eu estava nervoso. Nervoso pelo o que aconteceria em seguida, como da primeira vez que aconteceu. Na primeira vez as coisas simplesmente aconteceram, mas parecia que naquele momento as coisas seriam mais minuciosas, e eu não estava nenhum pouco preparado para aquilo.
Ouvi o barulho da porta do banheiro atrás de mim e virei meu rosto, deslizando o corpo um pouco e abri um sorriso. Não tinha nada de muito diferente em , ela tinha os cabelos soltos do penteado, não estava mais com pulseiras, nem colar em seu corpo, somente a aliança de casamento e a de noivado nos dedos. Ela também estava um pouco mais baixa do que antes, ela finalmente se livrara dos saltos.
Me levantei e me coloquei em frente dela. Ela tinha um pequeno sorriso no rosto, as bochechas levemente rosadas, mas que não era da maquiagem, pois ela já tinha se livrado dela. Ela deu um passo para frente e colocou a mão em meu pescoço, acariciando o mesmo e um pouco da minha bochecha também, me fazendo olhar para baixo. Soltei um suspiro e ela sorriu, dando um passo para frente e mantendo nossos corpos colados.
Ela ergueu a outra mão até meu pescoço também e desceu as duas levemente contornando meu pescoço, puxando uma das pontas da gravata borboleta e desafivelando-a, abaixando a mão e vendo a mesma se perder no chão. Passei minhas mãos pela sua cintura, encostando os dedos nos diversos botões que ela tinha em suas costas e soltei uma risada fraca, o trabalho não seria fácil.
Ela começou a desabotoar botão por botão da minha camisa branca, e quando chegou ao último botão lá embaixo, ela contornou minha cintura, puxando a camisa para fora da calça e deu fim nos últimos botões da camisa e colocou ambas as mãos em minha barriga, me fazendo arrepiar pelos dedos gelados em meu corpo, ela foi subindo as mãos delicadamente, subindo pelo meu peito, até chegar a meus ombros e empurrando a blusa para trás, me fazendo, instintivamente, levar os braços para trás, sentindo o pano fino escorregar pelo meu corpo.
- Você estava muito bonito essa noite. – Ela falou, erguendo o rosto em direção ao meu e abriu um sorriso de lado, aquele sorriso, para aquele momento.
- Você também. – Foi o que consegui dizer e ergui minha mão direita e coloquei na dobra de seu pescoço e abaixei o rosto um pouco, encostando meus lábios nos dela.
Ela apoiou uma mão na base das minhas costas, retribuindo o beijo leve. Fiz um carinho leve em seu pescoço e abri um sorriso, ouvindo-a suspirar e abrir os olhos. Suas mãos desceram para minha calça e ela destravou a fivela do meu cinto e puxou o mesmo, fazendo um barulho rápido antes de se soltar dos passadores e ficar inteiro na mão dela, que a fez morder o lábio inferior e dar um piscada para mim.
- Estou gostando disso. – Ela comentou, rindo fraco em seguida.
- Quando eu vou me divertir? – Ela deu de ombros e movimentou a cabeça, sem resposta.
O cinto foi para o chão também, fazendo o barulho ao bater no chão. Seus braços passaram pelo meu corpo e apertaram minhas costas com as mãos espalmadas, sua boca tomou conta do meu peitoral, distribuindo beijos leves e mordidas. Ergui minhas mãos, passando pelos seus ombros e soltando diversos suspiros em seguida.
Suas mãos desceram para o cós da minha calça e meio as cegas, ainda distribuindo beijos em meu peitoral, ela achou o botão da minha calça e o zíper e soltou ambos, fazendo minha calça escorregar pelo corpo aos poucos, chegando aos joelhos. Ela ergueu o rosto e olhou para mim, passando os braços pelos meus ombros e distribuindo diversos beijos em meus lábios, meu maxilar e meu pescoço.
Subi minhas mãos pelas suas costas e tentei abrir um dos botões, não com muito sucesso. Ela, notando minha dificuldade, parou o que fazia, me fazendo suspirar até que um tanto frustrado e abaixou as mãos, virando o corpo e ficando de costas para mim. Olhei a carreira de uns 15 botões e comecei a abrir cada um deles, tendo dificuldade na maioria, devido à pressa, o que me fazia ir cada vez mais devagar.
A cada botão que eu conseguia abrir, eu dava um beijo em seus ombros. Eu conseguia ver sua pele arrepiada, não sabendo se era pelo frio da madrugada ou pelo que eu fazia. Após um dos botões, comecei a ver que ela tinha algo por baixo do vestido. Quando eu cheguei ao último botão, vi que o vestido não caiu, o que eu fiquei realmente frustrado e ela virou o corpo para mim, puxando o vestido para cima, o que fez com que eu a ajudasse.
Tinha bastante pano naquele vestido, mas ela estava incrivelmente linda nele. A ajudei a puxar o vestido para cima, me secando um pouco com as diversas camadas finas que ele tinha e me afastei um pouco, vendo que ela já tinha dado conta do serviço e dei um passo para trás, vendo-a se desvencilhar do vestido e quando eu notei o que ela usava, minha boca foi para o chão.
Minha namorada estava de corpete. Não, corrigindo, minha esposa estava de corpete. O pano branco era igual no conjunto inteiro. As meias até acima do joelho, a calcinha rendada e o corpete incrível. Ela colocou o vestido no sofá ao lado e virou o rosto para mim, mordendo o lábio inferior.
- Você está linda. – Falei e ela abriu um sorriso, me fazendo rir fraco.
- Para! – Ela falou, rindo junto e eu dei um passo em sua direção novamente e apoiei minha mão em seu pescoço, com outra a puxei pela cintura e colei meus lábios nos dela. Ela passou os braços pelos meus ombros e sentia seu corpo roçar no meu apressadamente, as mãos passando pelas minhas costas, suas unhas arranhando minha pele e o ar quente saindo da minha boca.
Eu a segurei firmemente pela cintura e a levei devagar de costas para a cama, me fazendo tropeçar em algumas coisas pelo caminho e cair sentado na lateral da mesma. Ela se sentou em minhas pernas e eu a segurei firmemente pelas coxas, sentindo o pano fino da meia pinicar minha mão.
Ela deu uma mordida na ponta da minha orelha, afastou a boca do meu rosto e empurrou meus ombros para trás, com rapidez, fazendo com que eu deitasse na cama macia e a senti se levantar do meu colo e aproveitei para me colocar mais para cima. Ela passou as mãos em meu corpo, chegou a minha cueca e eu respirei fundo, fechando os olhos.
Troquei de posições e passei a mão pela sua coxa, desenrolando sua meia devagar, distribuindo beijos em sua perna, vendo-a morder o lábio inferior quando eu beijava a parte interna de sua coxa. Ergui seu pé devagar e tirei a meia por completo, jogando-a para algum lado. Ela abaixou a perna e colocou a outra para cima, dessa vez o pé em minha coxa e eu fiz o mesmo movimento, distribuí beijos em sua coxa, vendo-a se arrepiar e tirei a outra meia, vendo-a abaixar a perna novamente.
A puxei para o meio das minhas pernas e ela ergueu os braços, fazendo um movimento nas costas e abriu o corpete, me fazendo sorrir quando a peça tomara que caia caiu no meio de nós. Ela ajoelhou na cama, com uma perna em volta de meu corpo e se sentou em meu colo, me fazendo suspirar.
Os cabelos dela já tinham caído em meu rosto, nossas bocas estavam coladas, a respiração faltava cada vez mais, mas eu não queria parar de beijá-la. Abaixei minhas mãos pelas suas costas e puxei sua calcinha devagar para baixo e ela jogou o corpo para o meu lado para tirá-la por completo. Quando ela o fez, eu virei meu corpo para cima do dela e ela soltou uma risada fraca, apertando uma das mãos em meu pescoço e eu segurei uma de suas coxas, fazendo-a entrelaçar uma das pernas em minha cintura.
Trocamos um sorriso cúmplice e nos tornamos um só aquela noite, agora mais do que nunca.
Capítulo 17
(Eu não quero nunca mais passar um dia sem você, sem você. Eu não acredito que estaria aqui se nunca te encontrasse, nunca te encontrasse. Agora o sol está em seus olhos, o momento chegou para ver. Agora não há melhor momento, sinto que você está viva em mim.)
– McFLY – Take Me There
- Puta que pariu! – Chris falou atrás de mim e eu joguei minha mala no chão, ainda abobada.
- Isso tudo é para gente? – Perguntei, vendo as diversas caixas espalhadas pela sala, vários jornais e revistas amontoados na bancada da cozinha e alguns presentes menores na mesa de centro e sofás.
- O que é tudo isso? – Virei meu rosto para Jordan que ria fracamente. – Mais presentes?
- Cartas e presentes de fãs, senhores. – Ele deu um sorriso fraco e se virou.
- Mas como, meu pai! – Chris e sentou no banco livre da cozinha e jogou a mochila no chão. – Isso é muita coisa.
- Muita coisa mesmo! – Suspirei, me colocando ao seu lado e encarando as diversas caixas. - Minha garota! – Gritei quando avistei Leslie correndo pelos corredores do quarto e me abaixei, sentindo-a colocar as patas em meus ombros. – Ah, sua linda! – Passei a mão em seus pelos, tentando desviar dela que tentava de lamber.
- Sentiu saudades? – Chris se agachou ao meu lado, dando leves batidas no pelo dela. – Como você está suja! – Ele reclamou se levantando e eu ri fraco.
- Acho bom dar um banho nela. – Me levantei, tirando meu casaco e jogando em cima de uma das caixas.
- É, tá precisando. – Ele riu fraco. – Mas antes, eu quero te mostrar um negócio. – Ele estendeu a mão para mim e eu a peguei, seguindo para o quintal de casa, o vendo abrir a porta. – Fecha os olhos. – Ele falou, antes que eu passasse pela porta e eu parei, fechando os olhos.
- Eu não sou muito fã de surpresas, você sabe. – Falei e ele fez ‘xi’.
- Todas as minhas surpresas você gostou. – Ele comentou e eu ponderei com a cabeça, de olhos fechados. – Vem! – Ele me estendeu a mão e eu segurei, andando enquanto ele me seguia, quase tropeçando em meus saltos. – Um pouco mais para a esquerda, aqui. – O senti soltar minhas mãos e rapidamente as colocou em minha cintura. – Pode abrir. – O ouvi sussurrar em meu ouvido.
Devagar, eu abri meus olhos, com medo do que encontrar, mas quando eu encontrei, eu quase tive um treco. Uma SUV preta com um gigante laço vermelho estava estacionada em minha frente, atrás do carro de Chris. Eu não sabia o modelo, mas ele era lindo! Eu não esperava por essa, e não tinha suspeitado de nada, pois chegamos de táxi e entramos pela frente, e...
- Chris, isso é...
- Meu presente de casamento para você. – Abri a boca levemente e suspirei.
- Eu pensei que fosse a suíte.
- Não, aquilo foi culpa dos nossos irmãos mesmo. – Ele riu fraco e eu virei meu corpo para ele, sentindo suas mãos deslizarem pela minha cintura.
- Eu te dou um curso de português e você me dá um carro? – Perguntei, olhando em seus olhos.
- Acredite, vai ser muito mais difícil para mim do que para você. – Soltei uma risada fraca e encostei meus lábios nos dele, sentindo suas mãos apertarem forte em minha cintura.
- Você não precisava. – Ele me cortou.
- Precisava sim, porque se dependesse de você, você ia morar aqui pelo resto da vida, andando de táxi, ônibus ou me fazendo de motorista. – Soltei uma gargalhada alta e bati de leve em seu ombro.
- Deus pai! – Ri fraco. – Eu só preciso da carteira agora. – Ele riu baixo.
- Na verdade, eu já providenciei isso, sua prova de carro é no fim da semana que vem. – Ele falou e eu franzi a testa.
- Eu não preciso de aulas e tal?
- Você já tem carta do Brasil, certo? Isso conta como suas aulas. – Afirmei com a cabeça e colei meus lábios nos dele novamente, sentindo suas mãos apertarem minha cintura, me fazendo suspirar.
- Eu te amo.
- Eu te amo também, minha esposa.
- Você não cansa de dizer isso? – Perguntei e ele riu.
- Não mesmo. – Ele cochichou e me beijou novamente.
- Olha! Eu não sei se você vai ler tudo isso, mas acho que pelo menos uma postagem de agradecimento você devia fazer. – Falei para Chris, abrindo uma das caixas maiores e encontrando diversas cartas no meio.
- E por que você acha que isso tudo é para mim? – Ele falou, jogando um pacote para mim. – Tem várias coisas no seu nome, . – Olhei para o pacote e notei os selos brasileiros colados no mesmo.
- Ok...? – Arranquei o papel pardo do pacote e encontrei uma caixa com diversos docinhos dentro dele, que agora estavam revirados. – Chris, para! – Falei para ele, que mexia nas caixas e ele me encarou franzindo a testa.
- Por quê? O que foi?
- Eu recebi uma caixa de doces, tenho certeza que algumas coisas aí podem quebrar. – Coloquei a caixa de doces na bancada e me levantei. – Não jogue nada.
- Ok! Então temos que abrir tudo e ver o que fazer? – Ele se levantou também, rindo fraco.
- Primeiro você tira uma foto dessa bagunça toda e posta no Twitter, depois a gente vê, as caixas maiores são cartas, pelo que eu notei, e as menores são presentes mais palpáveis, e alguns podem até quebrar. – Suspirei.
- Ok, assessora. – Ele falou e eu mostrei a língua para ele, o vendo rir.
Chris tirou o celular do bolso e não deu dois minutos para eu receber uma notificação de que ele tinha postado alguma coisa no Twitter. Sim, eu recebia as notificações dele, era por causa do trabalho, mas depois, eu não desativei.
- “Chegar em casa e encontrar a sala desse jeito. Que surpresa! Obrigado a todos pelo carinho, significa muito para mim e para @”. – Li a postagem e revirei os olhos. – Meio sutil demais, mas tá valendo.
- Afinal, você não vai mudar para Evans, não?! – Ele perguntou e eu soltei uma risada fraca, guardando o celular no bolso.
- Eu já sou Evans! – Ele riu fraco e afirmou com a cabeça. – Eu vou só acrescentar o sobrenome, mas vou deixar o user dessa forma mesmo.
- Está ótimo! – Ele sorriu.
- Vamos fazer o seguinte, duas pilhas, uma sua e uma minha, a gente já guarda o que tem que guardar, separa algumas coisas para deixar na assessoria e depois a gente lida com as cartas, pode ser? – Ofereci uma solução.
- Mãos à obra, então. – Ele falou, batendo as mãos uma na outra.
Voltei para casa um pouco em cima da hora no dia seguinte, tivemos alguns problemas no fechamento de uma matéria na revista e eu acabei tendo que ficar até mais tarde, entrevistando pessoas e escrevendo, porque tinha que ser entregue naquele dia.
Cheguei em casa e Chris já estava pronto. Uma calça social escura, uma camisa xadrez, uma gravata da mesma cor da calça e por cima um suéter da mesma tonalidade. Seus cabelos estavam puxados para trás e sua barba estava bem cheia.
Olhei para ele com um olhar de súplica e dei um rápido beijo em seus lábios, jogando minhas pastas e papéis em algum sofá e correndo para o quarto, deixando meus saltos no meio do caminho, vendo Leslie correr comigo.
Tirei toda minha roupa e entrei no banho, tentando não molhar meu cabelo, eu precisava lavá-lo, mas não seria agora. Passei um sabonete rápido pelo corpo e no segundo seguinte eu já estava enxaguando-o do meu corpo. Puxei a primeira toalha que eu vi e me sequei, correndo para a pia, abrindo várias gavetas, à procura das minhas maquiagens.
Tentei fazer a maquiagem como Denise me ensinou, mas eu não tinha tempo para fazer vários daqueles passos e já estava começando a suar de novo. Então, eu foquei em passar um corretivo no rosto, tentando esconder todas as marquinhas do meu rosto e abusei no pó por cima. Para mim estava bom, mas com certeza para os holofotes não estariam. Suspirei e fiz o olho, focando em fazer algo forte, para ver se tirava a atenção das minhas bochechas. E por fim, passei um batom simples nos lábios. Pronta.
Olhei para meus cabelos e peguei um pente, passando por ele diversas vezes, tirando os nós que estavam nas pontas. Como eu não tinha tempo para fazer grandes penteados, eu separei a franja do meu cabelo e joguei para trás, passando bastante laquê e prendendo com dois grampos e depois passei um pouco mais por cima.
Corri para meu closet e peguei uma calcinha cor da pele, vestindo-a e abri o armário encontrando pelo menos umas cinco caixas de vestido empilhadas no canto. Rupert se manteve ocupado e fez vários vestidos para mim, enquanto fazia o meu vestido de noiva. Só espero que eu não tenha engordado muito, porque aqueles dias no Four Seasons foram morango com chocolate, doces e muitos pedaços de bolo e salgadinhos, praticamente.
Peguei a caixa em que dizia “People’s Choice Awards” e trouxe para o quarto, colocando em cima da cama e a abri. Puxei o vestido debaixo da cama e fiquei maravilhada com ele. Era um vestido longo, tomara que caia, degradê de preto, roxo e branco, e era simplesmente incrível. Coloquei em frente ao meu corpo e soltei um suspiro, ele era lindo demais. Abri a lateral do vestido e coloquei por cima, ajeitando os seios e puxando o pano leve para baixo um pouco, aquilo era seda e iria voar com qualquer ventinho.
Puxei o zíper na lateral e me olhei no espelho, me sentindo uma verdadeira princesa. Aquele vestido era incrível. Um dos melhores trabalhos de Rupert, com certeza. Apesar, que eu sempre falava isso dos trabalhos dele. Peguei meus sapatos pretos do armário e os calcei, procurando uma bolsa preta de mão e coloquei meu celular no mesmo, meus documentos e um pouco de dinheiro.
- Tchau, Leslie! – Falei para a buldogue que estava jogada em sua cama no canto do quarto e saí de lá, fechando minha bolsa.
- Uau! – Ouvi Chris falar e ergui meu rosto, o encarando com um sorriso no rosto.
- O que você acha? – Estendi as mãos e ele soltou uma risada fraca, estendendo as mãos para mim e dando um beijo em meus lábios.
- Maravilhosa! – Ele sorriu, passando uma mão em minha cintura.
- Você está bonito também, está comportado, parecendo homenzinho hoje. – Ele soltou uma risada fraca e me abraçou pela cintura.
- Ah, só você! – Ele falou com um sorriso no rosto.
- Vamos! Você tem alguns prêmios para ganhar. – Passei por ele, caminhando para o quintal, acenando para Jordan que caminhava ao redor de casa.
- Você realmente acha?
- Eu realmente não sei, é uma votação de fãs, mas pelo que eu sei você tem uma bela de uma legião de fãs. – Virei o rosto para ele, parando ao lado do carro.
- Sério? – Revirei os olhos.
- Sério! – Falei rindo. – E eu falo isso porque eu sei, não porque eu acho. – Assenti com a cabeça e ele fez o mesmo.
- O problema é que isso é voto público...
- Sim, eu sei, para de duvidar de si mesmo e entra nesse carro. – Abri a porta e entrei, o vendo fazer o mesmo. Ouvi meu celular vibrar dentro da bolsa e o peguei. – Megan. – Cochichei para ele. – Fala, gravidinha! – Chris riu ao meu lado.
- Cadê vocês? – Ouvi a voz dela do outro lado da linha.
- Culpa minha! – Assumi logo. – Estamos chegando já.
- Ai Jesus! – Ela suspirou do outro lado da linha. – Mas o tapete vermelho já acabou, vocês terão que entrar por trás, eu esperarei vocês aqui.
- Você ouviu? – Falei para Chris quando desliguei o telefone.
- Ouvi! – Ele falou suspirando, acelerando o carro para fora da garagem.
O People’s Choice Awards era uma premiação com diversas categorias e eles não podem passar todas as categorias, porque isso toma espaço no horário televisivo, e claro, nenhum dos presentes tem muita paciência para ver tudo, então eles separam um espaço de duas a três horas na programação. Depende muito da presença das pessoas, se o ganhador de tal categoria não estiver presente, eles não a apresentam. Claro que isso é meio relativo, já que em algumas categorias todos estão presentes e não é apresentado.
Chegamos pouco depois de a premiação começar, então acabamos ficando nas redondezas do evento até a primeira propaganda. No primeiro bloco tiveram algumas premiações de TV, e algumas de cinema, o que começou a me deixar realmente deprimida. Para Dupla de Cinema Favorita, ganhou os principais de Divergente, e não Chris e Scarlett, e em filme de ação favorita também não foi Capitão América 2, foi Divergente. Eu tentei respirar fundo e tentar dar o maior apoio a Chris, conforme eu conseguisse.
Entrou no intervalo e os organizadores do evento levaram a mim e a Chris para nossos lugares, na primeira fileira. Os assentos eram rotativos. Eu surtei um pouco, porque nos colocaram ao lado da incrível Betty White. Estava o acompanhante dela, ela, Chris e eu. Eu estava simplesmente surtando, não lembro em que categoria ela estava, mas eu lembro que eu votei nela diversas vezes. Ela era simplesmente maravilhosa, e eu estava arrepiada só de estar perto dela.
O programa começou novamente e a apresentadora e comediante Ellen DeGeneres entrou no palco, usando um conjunto branco, apresentando a categoria de Ícone de TV Favorito. E foi aí que Betty White entrou, ela estava concorrendo com Katey Sagal, Mark Harmon, Tim Allen e Tom Seleck. Eu conhecia o trabalho de todos, mas bem pouco, mas a Betty era definitivamente minha opção, ela sempre foi maravilhosa e após conhecê-la, ela merecia ganhar.
- E a escolha do povo para Ícone de TV Favorito é... – Ellen falou, abrindo o envelope em suas mãos e olhando fixamente para a plateia. – Betty White. – Eu, como todas as pessoas naquele lugar gritamos e nos levantamos para aplaudi-la, não era como se pudesse ter outra opção.
Olhei para ela, que tinha uma feição de surpresa no rosto, ela estava simplesmente maravilhada com isso. Chris se levantou ao meu lado e eu pisquei para ele, o vendo estender o braço para ela, que segurou firmemente. Nesse momento eu tenho que dizer que eu chorei um pouco. Tudo era simplesmente incrível. Chris a ajudou a subir no palco de um lado e o acompanhante de Betty do outro, a levando para o palco em direção à Ellen. Chris desceu rapidamente e Betty abraçou Ellen lá em cima, recebendo um buquê de flores de uma das ajudantes de palco e ela virou para o palco.
- Bom trabalho! – Falei para Chris que sorriu e deu um beijo em minha testa.
- Oh meu Deus! – Betty falou, fazendo com que a plateia gritasse mais ainda por ela, deixando-a incrivelmente emocionada. – Melissa McCarthy foi a primeira pessoa a vir nesse palco hoje e ela disse que ficaria conosco o tempo que deixássemos. E vocês se recusam a me deixar. – Soltei uma risada, ainda sentindo meu rosto cheio de lágrimas, voltando a aplaudi-la. – Eu não tenho como agradecer. Vocês têm noção que a escolha do povo tem 93 anos? – Ela falou inconformada e o pessoal gritou novamente. – Obrigada com todo meu coração. – Ela sorriu sincera, deixando o palco com Ellen a ajudando e a plateia voltando a se sentar.
- Ela é incrível. – Chris falou ao meu lado.
- Ela é! – Falei com um sorriso no rosto.
- E agora, para apresentar o prêmio de Melhor Ator em Filme de Ação, as atrizes de Two Broke Girls, Kat Dennings e Beth Behrs. – Uma voz de fundo falou e eu aplaudi as duas atrizes, ao mesmo tempo em que eu prendi a respiração, era uma categoria do Chris.
Os concorrentes de Chris eram sensacionais, pessoas com anos e anos de carreira, Mark Wahlberg, Liam Nesson, Hugh Jackman e Denzel Washington. Só pelo fato de Chris estar no meio dessa galera, já era incrível. Só que ele era o mais novinho dali.
- E a escolha do povo para Melhor Ator em Filme de Ação é... – Beth falou, enquanto abria o envelope e eu até fechei os olhos, parecia que eu estava mais nervosa que Chris.
- Uh! – Alguém comentou.
- Chris Evans! – Beth gritou e eu abri meus olhos rapidamente, e olhei para Chris que tinha um sorriso meio bobo no rosto, totalmente despreparado.
Ele me deu um rápido beijo na bochecha e se levantou, me deixando com um sorriso incrível no rosto, ele tinha ganhado. Ele se levantou e caminhou em direção ao palco, subindo os degraus e abraçando as duas atrizes que estavam no palco e recebendo em suas mãos o prêmio do People’s Choice Awards.
- Obrigado, obrigado! – Ele falava, enquanto o pessoal não parava de aplaudir e gritar, e sim, eu estava no meio desse povo. – Obrigado! – Ele repetiu diversas vezes, devia estar um pouco abobado ainda. – Eu não ganho coisas, então isso é bem legal. Obrigado a todos que votaram. – Ele gaguejou um pouco, falando novamente. – Obrigado às pessoas que amam filmes, que assistem filmes, que são apaixonados por filmes, sem vocês eu estou perdido, então obrigado, por me darem um propósito, obrigado a todos com que eu trabalhei ano passado, eu trabalhei com pessoas ótimas em trabalhos incríveis, então obrigado. – Ele respirou. – Obrigado à minha família, meus amigos, minha esposa, a todos que me apoiaram nos últimos anos. – Abri um sorriso leve, um tanto quanto silencioso. - Eu vou dizer que 40% dos votos foram a minha mãe, mas o resto significa muito para mim, serei eternamente grato. – Soltei uma risada fraca e ele se retirou do palco, fazendo todos o aplaudir.
Chris sumiu, os organizadores sumiram, todos sumiram, então permaneci sentada na minha poltrona e vi mais duas premiações, Melhor Filme de Ação também não foi para Capitão América 2, mas eu estava feliz, era um prêmio de melhor ator, então os créditos eram do Chris, não de uma equipe grande e tudo mais. E depois eu vi o prêmio de Melhor Ator que foi para Robert Downey Jr.
Assim que as luzes se apagaram e entrou na propaganda novamente, Megan surgiu na minha frente, me puxando para acompanhá-la. Entramos nos bastidores do evento, me fazendo encontrar diversas pessoas conhecidas, mas me contive em parecer profissional. Chris não estava nos bastidores, já devia ter sumido em algum canto. Até que passamos por uma cortina preta e eu pude ver a claridade me cegar um pouco, estávamos na sala da imprensa. Chris estava em cima do pequeno palco, sendo cegado pelos diversos fotógrafos que tiravam fotos dele e do seu prêmio, ele tinha um sorriso incrível no rosto, o que me deixava bastante feliz.
- Eles perguntaram sobre você, sabia? – Megan falou ao meu lado e eu virei o rosto para ela.
- Quem? – Franzi a testa.
- A imprensa. Ele já passou pelos entrevistadores. – Ela sorriu.
- O que perguntaram? – Olhei para Chris novamente.
- Como ele se sentia recém-casado, começando o ano com o pé direito em todos os aspectos. – Megan riu fraco ao meu lado.
- O que ele disse? – Ela riu fraco ao meu lado.
- Tirando o fato de ele ter ficado incrivelmente envergonhado, como sempre acontece, ele disse que não poderia estar mais feliz, que sua vida estava completa. – Abri um sorriso de lado, rindo fraco.
- Esse é o meu marido! – Falei rindo e comecei a andar, o vendo descer do palco pelo outro lado.
Ele andou em minha direção, com o prêmio firme em sua mão e eu passei meus braços pelos seus ombros quando ele se aproximou de mim e colou seus lábios nos meus, me fazendo suspirar. Ele passou a mão livre pela minha cintura e me apertou contra seu corpo.
- Parabéns, melhor ator em filme de ação. – Cochichei para ele que soltou uma risada fraca.
- Isso é incrível. – Soltei uma risada fraca, colando meus lábios nos dele novamente.
- Você merece. – Falei séria e me afastei dele um pouco, pegando o prêmio em minhas mãos, ele era realmente pesado.
- Parabéns! – Megan falou atrás de mim e eu dei espaço para eles se abraçarem. – Virão muito mais, querido. – Ela sorriu, passando a mão em seu rosto levemente e ele riu fraco.
- Obrigado, obrigado. Agora parem, antes que eu comece a ficar me achando. – Soltei uma risada fraca e entreguei o prêmio para ele novamente.
- Vocês vão querer assistir à premiação ou estão prontos para ir? – Megan perguntou e eu virei o rosto para Chris.
- O que você quer? – Perguntei para ele.
- O que você quer? É a primeira premiação que você vem. – Soltei uma risada fraca.
- Honestamente, eu sempre achei essas premiações um pouco chatas. – Falei, fazendo uma leve careta.
- Vamos jantar, então. – Ele falou, estendendo a mão para mim. – Gostaria de nos acompanhar, Megan? – Ela riu fraco, erguendo as mãos.
- Não, não, vou deixar os recém-casados fazerem coisas de recém-casados, já passei por isso. – Ela falou, me fazendo soltar uma risada fraca. – Parabéns de novo, Chris. Guarde-o em um lugar bem seguro.
- Pode deixar! – Ele falou e seguimos para fora da sala da imprensa, ainda acompanhados de Megan, até o lado de fora.
- Se Rupert descobrir que estou comendo pizza com o vestido dele, ele me mata! – Falei, colocando a pizza de volta no prato e limpando minhas mãos no guardanapo.
- Seria tão ruim assim? - Ele perguntou e eu soltei uma risada fraca.
- Se eu derrubar, com certeza seria. - Ele abriu um sorriso e abaixou a cabeça, voltando a pegar sua pizza e eu fiz o mesmo, puxando o queijo para minha boca.
- Acho que pizza após um evento chato deveria virar exigência. - Soltei uma risada fraca e engoli o último pedaço de pizza, esfregando bem minhas mãos.
- Olha, eu não negaria, mas o calendário está um pouco cheio para termos pizza sempre. - Comentei e ele soltou uma risada fraca.
- Você vai comigo amanhã? - Ele secou as mãos, enquanto bebia um gole do seu refrigerante.
- Acho que não tem nada a ver, Chris, são só as pessoas que posaram para a W Magazine nos últimos anos, parece que vai ser algo intimista. - Ele afirmou com a cabeça. - Vai, vai à estreia da boate e eu preparo um piquenique de madrugada para gente. - Pisquei para ele que riu fraco.
- Acho que eu ficarei em casa. - Ele riu fraco.
- Não, não vai ficar não. Você tem que aparecer, agora que ganhou um prêmio, você tem que ser visto. - Ele fez uma careta.
- Quando você vai parar de bancar a assessora comigo? - Soltei uma risada fraca.
- Força do hábito, amor. - Soltei uma risada fraca. - Mas afinal, é sempre bom repassar conhecimentos. - Falei brincando e ele revirou os olhos, soltando uma risada.
Peguei o meu Milk-Shake e bebi até o final, ouvindo aquele barulho chato, quando o ar entra pelo canudinho. Olhei para a pizzaria meio retrô que estávamos e estava vazia. O prêmio do Chris estava em cima da mesa e eu já tinha subido meu vestido até o joelho e os sapatos estavam no chão. E eu e Chris fomos capazes de acabar com uma pizza sozinhos. Ok, não era muito difícil isso acontecer.
Eu estava feliz, não pelo que tinha acontecido aquele dia, do Chris ter ganhado o prêmio e tudo mais, isso foi uma adição a minha felicidade, mas eu estava feliz, eu estava casada, alegre e aquilo era simplesmente incrível, eu podia ficar ali, ouvindo Chris contar umas histórias tontas e comendo pizza o resto da vida. Parecia que nada mais importava.
O resto da semana foi meio corrido. No dia seguinte Chris foi à festa da revista W e também no lançamento da boate STRIIKE, uma balada nova em Los Angeles. Na sexta-feira eu fiz a minha prova de carro, passando fácil, agora só faltava a carta chegar para eu poder dirigir meu carro novo. Depois, para terminar bem a semana, eu, Chris e alguns conhecidos dele, fomos para a Disney em Anaheim. Eu nunca me senti tão criança quanto naquele momento. Não era Orlando, mas era muito bom. Eu estava extasiada naquele momento.
Nos encontramos com Chris Hemsworth, sua esposa Elsa, Emily Blunt, e seu marido John Krasinski, no Critics Choice Awards. Apesar de Chris não ter ganho nenhuma das categorias em que ele estava competindo, melhor filme de ação por Capitão América 2: O Soldado Invernal, melhor ator em filme de ação pelo mesmo filme e melhor filme de ficção científica ou de horror com Expresso do Amanhã, foi bem divertido, esses dois últimos juntos são uma comédia.
O Critics Choice Awards é uma competição onde os atores, produtores e diretores, toda equipe cinematográfica vota, então é algo um pouco mais comportado. Todos sentados nas mesas, com bebidas e jantares maravilhosos. Apesar de Chris não ter ganho, foi bom vê-lo no palco para entregar o prêmio de elenco para Birdman, junto com Rosario Dawson, uma latina maravilhosa.
Nesse dia, eu tive a chance de conhecer algumas pessoas incríveis e que eu realmente me inspirava nos últimos anos como Angelina Jolie. Quando eu fui apresentada a ela, eu não sabia que dia era, onde eu estava, o que eu fazia ali, mas Angelina Jolie segurava minha mão e tinha aquele sorriso lindo no rosto, só aquilo já bastava.
Essa era uma premiação que a after-party estava inclusa, então acabou terminando bem tarde, era no meio da semana, então eu cheguei, tirei a maquiagem do rosto e caí de cara na cama, nem vi Chris se deitando ao meu lado.
O momento esperado chegou e parecia que Chris não parava de se mexer ao meu lado. Nós estávamos indo para o Super Bowl, final do campeonato de futebol americano dos Estados Unidos, eu não entendia nada de futebol americano, mas conhecia a fama do Super Bowl. Meu Chris e Chris Pratt haviam feito uma aposta, já que seus times estariam na final. O time que perdesse, o torcedor iria para a entidade de caridade que o outro apoiava, vestido do seu personagem, Evans de Capitão América e Pratt de Star Lord, então nós fomos para Glendale, no Arizona.
Antes do jogo, nós tivemos que ir a alguns compromissos que tinham paralelos ao jogo. Teve um lounge de uma marca que eu nunca tinha ouvido falar, uma festa da Playboy, que eu fui com muito orgulho, do evento da NFL Honors e a festa da Maxim Magazine que eu também fui com muito orgulho, e no dia seguinte, foi o jogo. Nesses eventos, Chris acabou encontrando alguns fãs, e eu acabei encontrando alguns famosos, que claro, eu tive que tirar fotos, porque sim. Enquanto Chris apresentou uma das categorias do NFL Honors, eu tirei fotos com alguns jogadores. Eu podia não conhecer, mas Pratt me colocou ao lado deles e depois me falou quem era e em uma das festas eu reencontrei com Bryan Greenberg, que trabalhou em um dos primeiros filmes com o Chris, Nota Máxima.
Chris estava surtando ao meu lado, eu não entendia muito de futebol americano, então basicamente o tempo todo, eu e Anna, esposa de Pratt, ficamos conversando. Eu entendia porque tinha um longo tempo de jogo, pois, a cada falta, ou passe errado, ou alguma coisa errada, o jogo era parado. Diferente do futebol que eu conheço que o tempo rola, não importando o que acontecesse.
Uma hora eu comecei a prestar atenção no jogo, era realmente interessante, e era algo que eu começaria a acompanhar o Chris tanto nos jogos, como em casa. Eu ainda aproveitei para curtir os shows de Katy Perry, Lenny Kravitz e a rapper Missy Elliot, foi o momento em que eu realmente surtei. Enquanto Chris surtava na hora do jogo, eu surtei no intervalo.
Nina Dobrev estava lá também com mais uma loira que eu realmente não sabia quem era. Joshua acabou indo com a gente, então ficou basicamente eu e ele dançando e cantando as músicas da Katy Perry, acredite, eu achei estranho também, mas foi demais.
O New England Patriots, time do meu Chris, acabou ganhando, mas deu para notar que o jogo foi bem apertado, mas Tom Brady veio e acabou com todo mundo. Depois dali, acabamos indo para um bar em Glendale e eu fiquei vendo meu marido rir e beber cerveja a noite toda. Eu preferi não me meter naquilo, ele estava feliz demais. Claro, no dia seguinte ele teve que superar a enxaqueca e tudo mais, mas eu não fiz a chata do “eu avisei”, pelo menos não dessa vez.
Shanna parou em frente a entidade que Chris apoiava e eu abri a porta e coloquei o pé para fora, abrindo o guarda-chuva em seguida. A chuva fina que caía em Boston servia para eu manter o casaco bem apertado ao corpo enquanto o vento bagunçava meus cabelos para todos os lados, deixando impossível de ajeitar ele.
Minha cunhada mais nova apareceu ao meu lado e seguimos pela rua em direção à entrada da ONG, alguns paparazzi estavam na calçada, mas ninguém parecia se importar com quem entrava ou saía. Lá dentro estava bem mais quente do que do lado de fora, acho que era mais o vento mesmo. O barulho era alto e imediatamente eu pude ver alguns pais e mães no corredor da casa chorando. Era um choro de alegria.
Deixei meu guarda-chuva com Shanna que ficou para trás e eu tentei me enfiar entre algumas pessoas e achar um espaço para tentar enxergar o que estava acontecendo na sala. Várias crianças e adultos estavam colocados no meio da sala, Chris Pratt estava com a roupa de Star Lord conversando com algumas crianças do lado direito da sala, alguns fotógrafos estavam dispostos na sala, claro, famoso pode fazer a caridade que for, mas se for algo anunciado, só assim que as pessoas dão valor.
Virei meu rosto para o outro lado, à procura do meu marido e o encontrei com o maior sorriso no rosto, que imediatamente me fez ter a mesma reação. Chris estava ajoelhado no chão, com uma grande caixa de brinquedos em uma das mãos, enquanto cumprimentava uma das crianças sentada no sofá.
Na caixa, tinha vários escudos do Capitão América de brinquedo, ele cumprimentava as crianças, entrega o brinquedo, algumas vezes recebia aquele sorriso apertado e tirava fotos com eles também. Me afastei um pouco, quando uma pessoa tentava passar e eu senti uma lágrima molhar minha bochecha. Fechei os olhos e passei as mãos no rosto, me aproximando de Shanna.
- Eu ainda me surpreendo com ele. - Soltei uma risada fraca.
- Acredite, você o surpreende bastante também. - Shanna falou ao meu lado e eu sorri. - Vai ser difícil o casamento de vocês ficarem chato.
- Espero que você esteja certa! - Ouvi uma voz atrás de mim e virei meu rosto, dando de cara com Chris atrás de mim.
- Ei! - Falei, passando meus braços pelo seu pescoço. - Já acabou? - Perguntei com a testa franzida.
- Ainda não, parece que vai demorar um pouco. - Ele beijou minha bochecha. - Temos que acordar cedo para ir para Londres, se quiser voltar para casa...
- Acho eu vou passar no Rupert, ver a Liana. - Dei de ombros. - Não vou ficar sozinha naquela casa. - Ele soltou uma risada. - Vai se divertir, ficarei bem. - Pisquei para ele.
- Sei que vai ficar bem, meu medo é esse. - Soltei uma gargalhada e estalei um beijo em sua bochecha.
- Estarei com os meninos, e você tem o meu celular, gato. - Ele soltou uma risada fraca e Shanna riu comigo, escondendo a boca com as mãos. - Até mais.
Ouvi um barulho vindo da porta e me levantei da cama, sentindo minha barriga apertar de novo e eu voltei a deitar meu corpo naquela cama imensa e franzi o rosto de dor, me fazendo soltar um gemido em seguida, passando a mão levemente em minha barriga embaixo da blusa. Olhei para a porta do quarto novamente e Chris apareceu no mesmo, com o paletó nos braços e ele abriu um sorriso quando me viu.
- Como foi o BAFTA? – Perguntei, com um sorriso leve no rosto.
- Uma pena você não ter conseguido ir. – Ele puxou a gravata, afrouxando-a e a jogou na cama junto com o paletó. – Está melhor? – Ele se sentou na beirada da cama e apoiou a mão na cama, se aproximando de mim.
- Sem beijo. – Coloquei minha mão na boca dele. – Eu vomitei de novo e ainda não escovei os dentes. – Falei, afastando seu rosto, sentindo-o estalar um beijo em meus dedos. – Eu te assisti na TV, fazia um tempinho que eu não fazia isso. – Falei rindo fraco e ele sorriu.
- Será que vai conseguir ir embora amanhã? – Fiz uma careta e ele riu fraco.
- Se eu conseguir dormir melhor e parar de vomitar. – Suspirei, erguendo meu corpo na cama novamente, fazendo uma careta quando minha barriga apertou novamente, mas dessa vez eu sentei.
- Você está meio pálida, vou pedir um chá e uma sopa para você, você precisa ficar melhor. – Afirmei com a cabeça e ri fraco.
- Tente vomitar até falar chega, é assim que você vai ficar. – Ele soltou uma risada fraca e se levantou da cama, tirando os sapatos.
- Você disse que queria emagrecer um pouco, não?! – Ele brincou e eu revirei os olhos.
- Vomitar não é saudável, Chris, é a pior sensação do mundo. – Ele riu fraco e tirou a camisa, esticando na poltrona.
- Acho que depois dessa você nunca vai pedir carne malpassada. – Passei a mão na testa, limpando o suor e suspirei.
- Aquilo não estava malpassado, estava cru. – Suspirei. – E dizem que os ingleses que inventaram o bife Wellington, até parece. – Ele soltou uma risada fraca e deu a volta no quarto do hotel em Londres e se sentou ao meu lado, passando o braço pelos meus ombros, me puxando para ele.
Ele pegou o telefone do hotel e pediu alguma coisa para mim, ele fez questão de dizer para a pessoa que atendeu o telefone, que eu estava vomitando até falar chega, e que precisaria de algo fortalecedor, isso me deixou com medo, mas esperava que viesse algo no mínimo comestível.
- Como está a enferma? – Joshua surgiu dentro do quarto, com um sorriso no rosto, ainda de terno, já que ele acompanhou Chris ao BAFTA.
- Ei, Josh! – Falei me desencostando de Chris e Joshua riu.
- Melhor? – Ele perguntou, se sentando no meu outro lado da cama.
- Vou viver. – Comentei, sendo jogada para o outro lado.
- O que você quer? – Chris falou, tentando entender o que ele estava fazendo lá.
- Presente para vocês! – Ele jogou um pacote em meu colo e eu olhei o mesmo.
O embrulho era uma revista, como muitos que eu já tinha visto na minha vida, mas é claro que em frente à capa tinha uma propaganda aleatória separada. Rasguei o pacote e puxei a revista da frente, virando a mesma e dando de cara comigo.
- A Vanity Fair saiu?! – Gritei, encarando a mim e a Chris na capa da Vanity Fair onde a matéria principal era a gente. – “Tudo sobre o casamento perfeito de Chris Evans e ”. – Era o que estava escrito na capa, junto da foto minha e de Chris, um olhando para o outro, de mãos dadas, da sessão de fotos que fizemos. – “Muito mais que um sim”. – Li a linha fina da matéria e soltei um suspiro.
Abri a revista exatamente na metade, dando de cara com a foto do beijo minha e de Chris, durante o casamento, logo após o sim. Voltei algumas páginas e notei que a reportagem era grande demais. Normalmente essas revistas tinham em média umas 120 páginas não sei exatamente quantas tinham na Vanity Fair, mas naquela edição, eu sei que pelo menos 35 páginas era sobre o nosso casamento. E ela era dividida em pequenas reportagens, uma sobre casamento, outra sobre a festa, outra sobre Chris, outra sobre mim, que ironicamente era a maior, outra sobre os convidados e um histórico de quando começamos a namorar, quando saímos na imprensa, pedido de namoro, casamento, etc... Eles não tinham falado com muitas pessoas, só se basearam nas informações da internet, e até que acertaram algumas coisas. Além disso, tinha muitas fotos. Aquela era a primeira vez que eu via uma cobertura tão grande daquele jeito. Com certeza eu guardaria aquela revista pelo resto da vida.
- Bem, vou deixar os pombinhos tendo seu momento de recordações, que eu tenho que acordar cedo. – Joshua se levantou, fazendo a cama mexer um pouco.
- Não vai embora com a gente? – Perguntei, virando para ele.
- Tive que adiantar meu voo, Megan precisa de mim em Los Angeles. – Acenei com a cabeça. – Vocês aproveitem suas horas a mais na Terra da Rainha. – Ele falou, fazendo uma reverência exagerada.
- Pode deixar! – Chris falou atrás de mim, e eu sorri.
- E sem bife Wellington para você, . – Joshua falou e eu franzi a testa, sentindo meu estômago apertar de novo.
- Oh, de novo não! – Reclamei, jogando a coberta para o lado e saindo correndo para o banheiro com a mão na boca.
- Eu acho melhor você não brincar com isso, sei lá... Nunca mais na sua vida. – Ouvi Chris comentando.
Na manhã seguinte, Chris me deu mais um remédio, para ver se eu ficava mais 100% do que no dia anterior, mas aquele remédio me dava um sono danado, então assim que eu entrei no avião, eu encostei minha cabeça em seu ombro e capotei, a sensação era péssima, mas era o que tinha para aquele dia.
- ! - Abri os olhos e dei de cara com Chris me encarando. - Chegamos! - Passei a mão no olho e notei que ele deveria estar me chamando há um bom tempo, já que o avião estava quase vazio. Olhei para fora e notei que estava começando a entardecer.
- Mas...
- Vamos! - Ele disse e eu me levantei, pegando minha mochila no bagageiro e me coloquei a andar.
Eu estava grogue, mas tinha alguma coisa errada nessa situação toda. Olhei para as atendentes de voo e elas estavam bem mais acordadas que eu, o terninho verde e a saia azul, e o cabelo ainda bem arrumado. Chris me indicou levemente e eu segui em frente, colocando minha mochila nas costas assim que seguimos pelo finger.
A iluminação do aeroporto me cegou e eu abaixei a cabeça um pouco até chegar à fila da imigração de novo, quase batendo na pessoa a minha frente. Olhei para frente e franzi a testa. Realmente tinha algo errado. Uma grande bandeira verde, branca e vermelha estava na minha frente e também estava escrito bem grande “benvenuti in Italia” em vários outdoors dispostos em um aeroporto que não era o de Nova York.
Virei meu rosto e olhei para Chris, atrás de mim, ele tinha um largo sorriso no rosto, fazendo que suas bochechas ficassem vermelhas e seus olhos levemente espremidos pela claridade. Virei meu rosto novamente para a placa, ao meu redor e para a bandeira na porta da entrada para o país e virei para ele novamente.
- O que eu estou fazendo na Itália? - Gritei para Chris, chamando atenção de algumas pessoas ao redor.
- Surpresa? - Ele falou, franzindo a testa.
- Como eu estou aqui e eu não percebi nada? - Falei com a voz alta ainda.
- Você ficou mal ontem, então eu aproveitei a situação e te dei um remédio e...
- Você me dopou? - Gritei para ele que abriu um sorriso culpado. - Oh meu Deus! O que eu estou fazendo aqui? Onde exatamente eu estou? – Ele abriu um sorriso e virou meu corpo de frente para a fila, onde eu era a próxima.
- Eu pensei que poderíamos tirar uns dias e fazer nossa lua de mel. – Ele cochichou em meu ouvido.
- Mas eu tenho que trabalhar amanhã. – Reclamei e ele me ignorou. – Eu vou acabar sendo demitida, Chris.
- Você estava com intoxicação alimentar, não?! – Bufei.
- É, e eu vim me curar em algum lugar da Itália. – Falei ironicamente e suspirei alto, eu tinha minhas obrigações, mas eu estava pulando de felicidade por dentro, eu estava na Itália, independente de quanto tempo eu fosse ficar lá.
- Próximo! – Ouvi o policial chamar em um inglês com um sotaque forte de italiano e segui para o guichê. – Boa tarde, passaporte, por favor. – Entreguei meu passaporte para ele que começou a olhá-los atentamente. – Quanto tempo vai ficar?
- Eu realmente não sei. – Falei, olhando para ele, que franziu a testa. – Aparentemente meu marido decidiu fazer uma surpresa para mim, até onde eu saiba, era para eu estar a caminho dos Estados Unidos. – Eu poderia ser presa por isso, mas eu não sabia o que dizer e Chris estava a uns cinco guichês de mim, mas o policial soltou uma risada fraca.
- Acredite, é mais comum do que você imagina. – Ele falou, carimbando meu passaporte e o fechando, entregando todos os meus documentos. – Eu só não sei como eles fazem isso.
- Eu fui dopada, praticamente. – Falei, revirando os olhos e ele riu fraco.
- Vai valer a pena. – Ele falou. – Bem-vinda à Veneza. – Arregalei os olhos e suspirei, soltando uma gargalhada sozinha, enquanto eu deixava o guichê.
- Veneza? – Perguntei, quando Chris apareceu ao meu lado.
- Eu sou bom de memória. – Ele falou, passando um braço pelo meu corpo.
Eu encostei uma mão em seu queixo barbudo e colei meus lábios nos dele, em um longo beijo. Eu realmente não me importava se estava no meio do caminho das pessoas, mas eu estava muito feliz naquele momento, na verdade, eu estava extasiada fazia um longo tempo.
Chris sorriu para mim e tirou os óculos escuros do rosto quando saímos do aeroporto, o aeroporto de Veneza que não ficava em Veneza, era preciso pegar uma balsa para chegar em Veneza, e foi o que fizemos. Entramos em um táxi e seguimos para a balsa, o caminho estava até que calmo, devido ao horário. Bem, apesar de que eu não sabia a hora do rush na Itália.
Eu estava maravilhada com tudo. Chris realmente estava realizando meus sonhos. E o pior de tudo isso, era que eu sabia que eu não devolvia tudo na mesma moeda. Assim que nos casamos às contas se juntaram e o grosso ele pagava, mas todas as surpresas que ele fazia, eu sabia que não podia acompanhar.
Então eu tentava agradar com o que eu podia, apesar de que não estava tendo muito tempo para eu fazer tudo isso, Chris tem tido vários compromissos e eu tento acompanhá-lo no máximo possível, afinal, é ótimo poder desfilar ao lado dele em um vestido magnífico, em um evento mais lindo ainda e o melhor, com o meu marido. Eu deveria estar extasiada ainda com a situação, era tudo tão novo, mas tão parecido com os primeiros meses da gente morando juntos, mas aí eu estendia a mão e via aquela aliança em meu dedo e tudo parecia um sonho novamente. Eu poderia não conseguir realizar muito dos seus sonhos, mas com certeza tentaria fazê-lo feliz das maneiras mais simples possível.
Eu quase surtei quando Chris parou em uma daquelas paradas de gôndola em Veneza. A gente ia para o hotel de gôndola, não sabia quanto tempo levaria, mas eu simplesmente amei a ideia. Chris subiu primeiro e eu segui atrás dele, cumprimentei o gondoleiro e eu me sentei, sentindo Chris me abraçar por trás. O sol já começava a se pôr em Veneza, então o tempo começara a esfriar. Por mais que em Londres estivesse frio e Chris muito bem protegido, eu acabei colocando uma simples blusa de manga comprida e estava com preguiça de pegar meu casaco na mochila.
Chris me abraçou, me apertando contra seu corpo, fazendo com que eu me sentisse leve. Eu ainda sentia meu estômago dar algumas pontadas, mas acho que não era mais de dores, afinal, do tanto que eu tinha vomitado, não tinha mais nada que pudesse causar algo no meu estômago, então acho que o problema mesmo era fome.
Eu perdi a noção do tempo enquanto passeávamos de gôndola. A velocidade era realmente baixa e as paredes em volta do canal não eram tão altas, então era possível ver o céu estrelado entre as vias. Eu não dizia nada e Chris também não, eu sabia que estava extasiada com a situação, era Veneza, e ele, não sei se estava desinteressado, mas os beijos em meu pescoço denunciavam que ele estava com a mente em outro lugar.
A gôndola parou e eu e Chris descemos, enquanto ele pagava o gondoleiro, eu olhei para o hotel. A construção era baixa, deveria ter dois ou três andares no máximo, tinha um ar rústico nas paredes, mas as portas e luminárias no térreo do hotel mostrava a modernidade do local. Modernidade que se mostrou do lado de dentro também. O local era de tirar o fôlego, bem, Veneza era de tirar o fôlego.
Nosso quarto ficava no segundo e último andar e ele era lindo. Uma pequena sala de estar e de TV junta à frente e passando por um portal, a suíte do casal. Toda em tons de bege e dourado. Por mais que eu vivia visitando esses hotéis cinco estrelas no mundo, eu adorava conhecer mais e mais e ver o que eles tinham de diferente dos outros. Cada detalhe, uma flor diferente, um toque aqui e ali, isso que diferenciava.
Assim que eu entrei no quarto, eu joguei minha mochila e bolsa em uma das poltronas do quarto e me aproximei da janela vertical, abrindo-a e dando de cara com a paisagem de Veneza à noite. Nós estávamos em um dos quartos do fundo, então podíamos ver o grande canal de Veneza, onde alguns barcos de pequeno porte e gôndolas passavam pelo mesmo, e a noite estrelada lá de fora, junto do vento frio que entrava pela janela.
Senti os dedos de Chris na gola da minha blusa de manga comprida e um arrepio passou pelo meu corpo, espero que eu me arrepie sempre que isso acontecer. Virei meu corpo para frente e aquele homem maravilhoso que eu chamava de marido estava na minha frente, agora sem o casaco, com um sorriso no rosto.
- O que você quer? – Perguntei, segurando a gola da sua blusa, o vendo soltar uma risada fraca.
- O que você acha? – Ele abriu um sorriso sacana no rosto e eu soltei uma risada fraca.
- Acho que precisamos ter mais certeza sobre as coisas. – Falei o vendo ponderar com a cabeça.
- Mas achar é tão bom. – Ele encostou a mão na janela e a empurrou, fazendo com que ela batesse contra o batente.
- Me diga isso novamente em alguns anos quando algumas decisões serão mais importantes. – Ergui a mão, tirando os óculos escuros de seu rosto e colocava na mesa, encarando seus olhos azuis. – Uma decisão séria é tirar esses óculos quando estiver falando comigo.
- Hum, brava! – Ele falou, me fazendo gargalhar, encostando a cabeça em seu ombro. - Não é assim que você tenta fazer um clima, sabia?
- E o que você precisa para fazer um clima? – Aproximei meu rosto do dele, encostando meus lábios nos seus, sugando seu lábio inferior para minha boca.
- Você pelada seria um bom começo. – Soltei uma risada fraca contra sua bochecha.
- Então não estamos falando de um clima romântico. – Ponderei com a cabeça.
- Ah, com certeza não! – Ele falou dramatizando. – Nós temos a vida inteira para sermos românticos.
- Assim eu espero! – Falei me afastando dele um pouco e puxei minha blusa de manga comprida para cima e a joguei no chão, sentindo meus cabelos caírem em minhas costas.
- Cara! Como eu te amo! – Ele falou, secando bem meus seios e eu soltei uma risada fraca, colocando as mãos na cintura.
Chris passou os dedos pela fenda da sua camisa xadrez azul, desabotoando os três últimos botões que estavam abertos e puxou a blusa para trás, deixando a blusa cair no chão, junto da minha. Em um movimento rápido ele se aproximou de mim novamente, passando as mãos pela minha cintura e encaixando uma em minhas costas e outra firme em minha cintura.
Seus lábios colaram nos meus com rapidez e cheio de vontade. Apoiei uma das minhas mãos em seu pescoço e a outra foi colocada em seu ombro. Suas mãos focaram em explorar meu corpo, subindo e descendo em diversos movimentos, fazendo minha barriga se contrair diversas vezes. Deslizei minhas unhas pelo seu pescoço, o sentindo separar seus lábios dos meus um pouco, ele tinha cócegas ali.
Mordi seu lábio inferior, focando meus olhos nos seus e ele piscou com o olho direito, me fazendo morder meu lábio inferior, por poucos segundos, antes de sentir a língua de Chris tocar na minha novamente. Abaixei minhas mãos e coloquei por baixo da camiseta de Chris, raspando as unhas no mesmo, ouvindo a respiração dele abafar sobre meus lábios. Puxei sua blusa em um movimento rápido e ele me ajudou a remover completamente a blusa e colou seu corpo no meu novamente.
Chris apertou minhas coxas por cima da calça jeans e em um movimento rápido ele me pegou no colo, fazendo com que eu risse com o movimento e apoiasse os braços em seus ombros nus, apertando-os levemente. Chris caminhou até a mesa mais próxima e me sentou sobre a mesma, ouvi um barulho de algo caindo no chão, mas eu só ri fraco, esperando que não fosse nada importante... Ou caro.
Ele se colocou entre as minhas pernas e eu passei as mesmas pela sua cintura, trazendo seu corpo mais perto do meu. Levei minhas mãos para a lateral de seu corpo, acariciando levemente. Suas mãos enrolaram em meus cabelos e ele tocou os lábios nos meus novamente, parecia que era a primeira vez novamente, ele sempre fazia isso, parecia que me lembrava de que era muito mais que sexo, muito mais que amor.
Ele abriu um sorriso lindo quando eu afastei os lábios levemente e encostei minha testa na dele, abaixando minhas pernas e passando os braços ao redor do seu corpo. Ele passou a mão em meu rosto levemente e eu suspirei.
- Eu te amo, Evans! – Sussurrei contra seu ouvido e ele sorriu.
- Eu te amo senhora Evans! – Ele retribuiu e eu ri fraco, como todas as vezes que ele fazia isso.
- Ok. Definitivamente estamos perdidos. – Falei, parando no meio de uma das pontes de Veneza, respirando pesadamente e apoiando minha mão no batente da ponte.
- Não estamos não. – Chris falou parando ao meu lado e olhando o celular.
- Amor, já passamos por essa ponte mil vezes. – Ele coçou o rosto e encarou o celular novamente. – Devíamos ter trazido um mapa. – Cochichei para ele que me ignorou.
Apertei meu sobretudo contra meu corpo e olhei para meus pés, a bota de cano alto preta ainda estava inteira, apesar de eu ter enfiado o pé na água para descer do último passeio de gôndola. É, parece que eu não me dava muito bem em passeios de barco também. A minha lentidão não permitia nem isso.
Olhei em volta e vi um restaurante na beira de um dos canais, não sabia ao certo qual, pois Chris com certeza errou a última virada, eu acho que ele estava olhando aquele GPS de cabeça para baixo, mas cada vez que eu tentava ajudar ele reclamava, isso era mal de homens. Girei os calcanhares em direção a ele e puxei seu celular de sua mão, bloqueando o mesmo e o vendo olhar meio indignado para mim.
- É nossa última noite em Veneza, podemos comer alguma comida italiana em um bistrô italiano de verdade e depois voltar para o hotel, e continuar o que estivemos fazendo nesses últimos quatro dias. – Falei olhando para ele, guardando seu celular em meu bolso.
- É, acho que podemos fazer isso. – Ele abriu um sorriso de lado e se aproximou de mim, dando um beijo estalado em minha bochecha.
- Prometo que depois eu deixo você encontrar nosso caminho para o hotel! – Ele soltou uma risada fraca e segurou minha mão, entrelaçando os dedos.
Caminhamos pela extensão da ponte e chegamos ao outro lado onde tinha um pequeno bistrô, Chris soltou uma risada ao meu lado quando seguiu reto demais em frente tropeçando, e eu segurei a respiração, tentando segurar a risada junto.
- Oi! – Chris falou em inglês e soltou uma risada fraca, fazendo uma careta. – Mesa para dois, por favor. – A menina era nova, deveria ter uns vinte anos, ela travou enquanto olhava para Chris, eu soltei uma risada fraca e apertei a mão dele próximo a mim.
- Buona notte, tavolo per due, per favore. – Falei para a menina que balançou a cabeça por um momento e Chris olhou para mim, franzindo a testa.
- Certo, mi segua, per favore. – A moça falou e entramos no restaurante, seguindo a mesma.
- Você sabe falar em italiano? – Chris cochichou ao meu lado.
- Sei! – Falei simplesmente e ele franziu a testa.
- Como você nunca me disse ou usou durante essa viagem? – Ele cochichou meio gritado em meu ouvido.
- Porque todo mundo sabia falar inglês, mas foi bom treinar. – A menina nos levou para as mesas do lado de fora e Chris fez o cavalheiro e me ajudou com a cadeira, me fazendo rir fraco. – Grazie. – Falei para a menina que entregou um cardápio para cada um de nós e se afastou meio travada ainda.
- Scusi. – A ouvi falar baixo e eu afirmei com a cabeça.
- Você precisa tirar uma foto com essa menina depois. – Cochichei para Chris quando sentamos na pequena mesa, um frente ao outro, com somente uma vela acesa iluminando nossos rostos.
- Eu estou mais preocupado na minha esposa saber falar três línguas. – Ele disse e eu peguei um pãozinho que estava na mesa e o mordi.
- Eu sei falar espanhol também. – Falei simplesmente e ele franziu a testa.
- Me senti realmente rebaixado agora. – Revirei os olhos e passei minha mão sobre a dele em cima da mesa e sorri. – Mal sei falar ‘te amo’ em português. – Ele fez a declaração em português e eu ri fraco.
- Para de ser tonto! – Falei em um inglês claro e ele sorriu fraco, apertando minhas mãos. – Só pelo fato de você se interessar em aprender uma das línguas mais difíceis do mundo, você já me deixa orgulhosa. – Ele abriu um sorriso e riu fraco.
- O que eu não sei de você? – Ri fraco.
- Sei lá, temos a vida inteira para descobrir esses pequenos detalhes. – Ele franziu a testa.
- Você tem minha vida em um livro aberto naqueles documentos da Megan, quero saber algumas coisas inusitadas sobre você. – Soltei uma risada fraca. – Vai, me diga cinco coisas que eu não sei sobre você.
- Cinco coisas? – Ele afirmou com a cabeça e eu franzi a testa. – Ok, você não sabia que eu sei falar quatro línguas, então isso é uma.
- Ok, está valendo. – Ele ergueu o polegar na mão que não segurava a minha.
- Eu odeio uva passas. – Ele ergueu mais um dedo e riu fraco. – Eu odeio MMs. – Ele abriu a boca, indignado.
- Como assim? – Soltei uma risada fraca e dei de ombros.
- Eu só não gosto, não me pergunte por quê.
- O que mais? Vai dizer que não gosta de chocolate agora.
- Chocolate eu gosto, mas aquele granulado fino que a gente coloca no brigadeiro de festa, aquele enroladinho, eu não gosto.
- Você é estranha, mal dá para sentir! – Revirei os olhos e mostrei a língua para ele. – E é uma delícia.
- Eu não gosto. – Bati de leve em sua mão em cima da mesa.
- Vai, outra coisa além de comida. – Ele riu, apertando minha mão novamente.
- Vocês acham que eu sou um sucesso e inteligente, mas eu peguei quatro DPs durante a faculdade. – Mordi o lábio inferior e fiz uma careta.
- Sério? – Afirmei com a cabeça.
- Mas eu ainda me formei em quatro anos. – Estalei os dedos, apontando para ele. – Acho que é isso.
- Não, vai, me conta mais. – Soltei uma risada fraca.
- No ensino fundamental eu fui para diretoria diversas vezes por brigar na escola. – Ele riu fraco.
- Nossa! Você era mais corajosa que eu! – Soltei uma risada fraca e passei a mão em meu cabelo. – Provavelmente por isso que eu virei amigo dos jogadores de futebol.
- Mas no ensino médio eu já era mais quietinha. – Ele sorriu, levantando minha mão para sua boca e dando um beijo na mesma.
- Eu deveria ter feito esse questionário antes de te pedir em casamento. – O chutei embaixo da mesa. – Ai! – Ele reclamou e eu ri fraco.
- Você sabe do meu caráter, da minha ética, meu amor por você. E eu também não pedi seu currículo inteiro antes de aceitar o pedido. – Ele soltou uma risada fraca.
- É justo! – Ele riu. – Acho que você me pegou pelo estômago, como diz aquele filme d’A Princesa e o Sapo.
- Acho que você ficou caidinho pela minha roupa de executiva. Apertada na área do meu bumbum. – Ele riu fraco, abaixando a cabeça.
- Convenhamos que é algo extraordinária. Fica tão perfeitinho! - Ele fez um movimento com as mãos e eu segurei as duas, abaixando para a mesa novamente.
- Ainda bem que você tem esse seu lado mais sacana, porque eu realmente não saberia viver com um certinho pelo resto da vida.
- Eu posso ser ambos. – Ele comentou e eu ri fraco.
- Contanto que você brigue comigo quando eu estiver errada e responda quando eu brigar contigo, acho que tá tudo certo.
- É, acho que está tudo bem mesmo. – Ele abriu um sorriso e eu suspirei, encarando seus olhos azuis pela luz da vela e a noite em Veneza. - Acho que podemos pedir algo para comer e depois ouvir sobre seu ensino médio.
- Nem vem, sou sua esposa, quero saber dos seus podres também, eu tenho esse direito. – Afastei meu corpo, apoiando no encosto da cadeira e ele soltou uma risada alta, se espreguiçando.
- Creio que não tanto quanto os seus.
- Ah, qual é, eu só era preguiçosa, mas eu passava quando precisava. – Comentei, abrindo o cardápio em minha frente.
- , temos que ir. – Ouvi a voz de Megan do lado de fora do quarto e eu conferi os brincos e coloquei a aliança de noivado no mesmo anel da minha aliança de casamento e me olhei no espelho.
Esse era o vestido mais lindo que Rupert tinha feito para mim e eu estava me sentindo uma princesa com ele. Ok, eu sempre falava isso. Ele me fazia suar um pouco, mas o cabelo preso e com sorte, o ar condicionado do Oscar, deveria fazer com que eu parasse de suar. Retoquei o batom claro em meus lábios e peguei minha bolsa de mão prata que estava em cima da cama e saí do quarto, puxando a porta em seguida e ouvi meus saltos baterem contra o piso.
- Ok, eu ainda não me conformo que você negou uma proposta de usar Gucci no Oscar, mas esse vestido está um arraso. – Megan comentou quando eu cheguei à sala e eu soltei uma risada fraca, vendo Chris se encarando no espelho, puxando a gravata borboleta fortemente.
- Eu quero ser sua esposa. – Tara bateu em Chris que virou para mim e eu soltei uma risada fraca.
- Você está maravilhosa. – Chris falou, desviando da mesa de centro e se aproximando de mim.
Chris usava um terno preto, muito similar ao de nosso casamento, somente com um detalhe envernizado na gola do paletó.
- Ela não precisa de Gucci, Megan, ela tem o Rupert. – Ele passou a mão em minha cintura, pelos detalhes que cobriam o vestido inteiro e deu um beijo leve em minha bochecha.
- Você está incrível, . – Tara comentou, com os olhos fixos em meu vestido e eu ri fraco.
Rupert realmente havia se superado desta vez. O vestido era longo, digno de uma premiação como o Oscar e tinha transparência nas mangas e no colo, dando a impressão que tinha um vestido tomara que caia embaixo, o pano era de um azul claro e depois vinha alguns panos finos cobrindo por cima e um bordado do mesmo bom na transparência e embaixo de tudo algumas flores bordadas no mesmo. Aquilo era o meu conto de Cinderela.
- Vamos, então?! – Megan comentou e Chris esticou a mão para mim, indo em direção ao carro que estava lá fora.
O caminho até o Teatro Dolby normalmente é calmo e sem nenhumas preocupações, mas não aquele dia, a Hollywood Boulevard estava lotada, todos os astros do cinema estavam indo naquela direção.
Quando começamos a ouvir e ver a multidão no teatro, eu sabia que estávamos chegando e foi ali que eu comecei a ficar nervosa. Não nervosa por mais uma aparição ao lado de Chris, mas sim pela minha primeira vinda ao Oscar. Desde que eu comecei a faculdade de jornalismo eu dizia que um dia iria acompanhar essa premiação, mas eu achava que seria aquela fazendo perguntas do outro lado da faixa, junto com a imprensa, não acompanhando um dos atores. Eu estava em meu momento de alegria, levando em conta a realização de sonhos.
Assim que o carro estacionou no tapete vermelho, alguém abriu a porta para gente, não era Jason, nem Megan, nem ninguém da equipe, e sim, alguém do evento. Chris desceu primeiro e deu a mão para eu descer. Tara havia vindo conosco no evento, Chris prometia que ia trazê-la em algum desses eventos há muito tempo, mas ele nunca havia trazido, mas seria legal, pelo menos eu não ficaria sozinha quando ele fosse apresentar o prêmio e tal.
Aquele era o maior tapete vermelho que eu já vira em toda minha vida. Tinha fãs de um lado, imprensa do outro, e muitas pessoas no tapete. Eu reconheci várias pessoas, Lupita Nyong'o, Jessica Chanstain, Dakota Johnson, Emma Stone, Anna Kendrick, Jennifer Lopez, Scarlett Johansson, Julianne Moore, Rosamund Pike, Lady GaGa, Guyneth Paltrow, Cate Blanchet, Felicity Jones, Naomi Watts, Keira Knightley, Oprah Winfrey, Jamie Chung, Anna Faris, a diva Meryl Streep, e os homens, Eddie Redmayne, John Travolta, Chris Pine, Jared Leto, Common, Bradley Cooper, Chiwetel Ejiofor, Neil Patrick Harris, John Legend, Channing Tatum, Idris Elba, Benedict Cumberbatch, Chris Pratt, entre outros.
Era muita gente, meus olhos ficavam em todos os lugares, mas eu não fiz igual à première de Capitão América 2, dessa vez eu me comportei, meu celular ficou na minha bolsa em todo o momento e as mãos de Chris ficaram coladas na minha outra enquanto passeávamos pelo tapete vermelho.
Acho que podia ser definido como um passeio mesmo, tinha um longo caminho para andar, e ali a gente encontrava diversas pessoas. A maioria delas Chris cumprimentava com um olhar, mas Chris Pratt, com sua esposa Anna, e Idris Elba, por exemplo, ele abraçou, cumprimentou e eu fiz o social também, abraçando ambos e fiquei um pouco embasbacada com a beleza de Idris.
Após eu começar a sentir meu salto alto doer, chegamos na área de fotos. Chris estalou um beijo em minha bochecha e eu ajeitei a gola do seu paletó, antes que ele se colocasse próximo ao display de fotos, o primeiro era uma estátua do Oscar mesmo, de mais de dois metros, igual à original, mas em versões maiores. Já a segunda era o fundo com uma silhueta em branco com o formato da letra da Academia, responsável pela premiação.
Eu, dando uma de jornalista, estava sempre há alguns passos para o lado, junto de Tara e Megan, mas uma hora eu jurei que ouvi meu nome, e não uma vez só, o suficiente para eu achar que estava ficando louca. Eu virei meu rosto para o lado e eu realmente estava sendo chamada, por uma pessoa. Era um dos fotógrafos, que deveria estar focado em tirar fotos das pessoas realmente relevantes naquela premiação, não em mim.
Megan notou isso e ela basicamente me girou para frente dele e eu quase bati nela, bem, vontade não faltou. Eu olhei para o fotógrafo que abriu um largo sorriso e com certeza a primeira foto ficou horrível, porque eu senti meu rosto fazendo uma careta gigantesca. Eu tentei sorrir, mas eu ainda estava em dúvidas se aquilo era para mim mesmo. Não deu tempo de eu respirar, na verdade, Megan tocou meu ombro e eu virei para Chris onde ele tinha a mão estendida para mim.
Estendi a barra do meu vestido, e Megan me ajudou com a parte de trás, esticando o mesmo e eu dei alguns passos na direção de Chris, com uma risada presa na garganta, que ficou demonstrada em formato de sorriso. Chris abriu um sorriso e franziu a testa, provavelmente se perguntando o que estava acontecendo e eu fechei os olhos, depois eu contaria a ele.
Passei a mão no paletó dele, tentando alisá-lo o máximo que eu conseguisse e senti sua mão passar pela minha cintura, e eu abaixei minhas mãos, passando uma pelas suas costas. Acho que eu nunca me acostumaria com a situação de um tapete vermelho, você se preparava todo, sorria e olhava para os paparazzi, e eles jogavam flash na gente de diferentes direções. Chris parecia uma estátua ao meu lado, ele sorria, com os olhos comprimidos e só mexia a cabeça de um lado para o outro. Eu não, eu mexia a cabeça para os lados, dava vontade de estalar os dedos, deslizava a mão pelas costas de Chris, sentia a boca ressecar, não era fácil aquilo.
Uma coisa que me decepcionou um pouco nessas premiações, era que se aquilo parecia chato na TV, com diversas propagandas e comentários de críticos, presencialmente era igualmente chato, a premiação era longa, e tinha os cortes das propagandas do mesmo jeito, normalmente essa hora os futuros apresentadores se levantavam para se colocar atrás da cortina, ou ir ao banheiro.
Eu fiquei no meio de Chris e Tara durante a premiação, Megan deveria estar lá atrás fazendo seu trabalho. Eu não havia assistido todos os filmes que estavam concorrendo ao Oscar, o que eu gostaria de ter feito já que agora eu moro nos Estados Unidos e não tenho a desculpa de ter que esperar o lançamento e tudo mais. Mas dessa vez eu tive a desculpa do meu casamento, que causou um reboliço no fim do ano e esse começo de ano que está cheio de compromissos e viagens, não dando muito tempo para gente respirar.
Apesar da demora, eu adorei estar lá, aquele foi um dia mais que especial para algumas pessoas ali e especial para mim, já que era a primeira vez que eu estava lá, assistindo tudo de camarote. Bom, camarote é forma de dizer, estávamos em uma das laterais do teatro, na sexta ou sétima fileira, não dava para ver perfeitamente, mas o áudio era incrível.
A apresentação começou com Neil Patrick Harris de How I Met Your Mother e o filme Garota Exemplar, onde a atriz Rosamund Pike estava concorrendo de melhor atriz. Esse filme eu assisti, mas estava torcendo por A Teoria de Tudo em quase tudo. Neil era um espetáculo de pessoa, tinha certa ginga e tudo mais, deixando aquilo tudo mais especial. Eu ria em qualquer momento, tentava segurar minha risada um pouco, pois eu sabia que ela podia ser escandalosa de vez em quando.
Os prêmios menos importantes foram antes, como sempre, e logo no primeiro intervalo, Chris foi chamado por um dos organizadores do evento para se retirar, e logo eu e Tara ficamos sozinhas ali. Eu suava dentro daquele vestido, por mais que o ar condicionado estivesse ligado, ele com certeza não aguentava tudo. E acho que parte do suor, era meu vestido mesmo.
- E agora, Sienna Miller e Chris Evans. – Ouvi a voz no alto falante dizer e aplaudi meu marido e a atriz que entravam no palco, ele, para variar, com a mão dentro do bolso.
- A mixagem de som faz com que a cena se torne um ambiente, eles conseguem nos transportar para locais reais ou inimagináveis. – Sienna falou, com um sorriso no rosto.
- Quando você deixa seu assento e vira o rosto para ver quem está atrás de você, quando você fecha seus olhos de medo, enquanto está assistindo ao filme, é por causa de nossos indicados de mixagem de som e edição de som. – Chris falou e eu abri um sorriso, ele era meu marido, aliança no dedo, papel assinado, mas às vezes ele se transformava no Chris Evans e aquilo era incrível.
- Esses são os indicados. – Eles falaram juntos e eu ri fraco.
- American Sniper, Birdman, Interstellar, Unbroken, Whiplash. – Chris falou no microfone, e em seguida o nome das pessoas a qual o prêmio iria para elas, e eu sorri.
- E o Oscar vai para... – Sienna falou. – Whiplash. - Eu aplaudi ao vencedor, como tinha feito com os prêmios anteriores e ri um pouco com o discurso, era interessante como as pessoas não estavam preparadas para aquilo.
Chris e Sienna voltaram para o palco para apresentar a edição de som, o qual Sienna falou os indicados: American Sniper, Birdman, The Hobbit: The Battle of Five Arms, Interstellar, Unbroken.
- E o Oscar vai para... – Chris falou, abrindo o envelope. – American Sniper. – Ele sorriu, e ambos se afastaram, esperando os ganhadores fazerem o discurso e se retiraram do palco em seguida.
Chris demorou para voltar um pouco, ele estava na sala de imprensa tirando algumas fotos, como acontecia depois da premiação e tudo mais, mas dessa vez eu não fui atrás dele, eu fiquei ali, estava empolgada em saber o que mais aconteceria, por mais que aquilo fosse cansativo, era a minha premiação favorita e a única que eu assistia inteira.
Um outro momento que me chamou atenção foi quando Graham Moore ganhou como melhor roteiro Adaptado por O Jogo da Imitação, com Benedict Cumberbatch, que conta a história do criptoanalista inglês Alan Turing, que liderou um grupo de inteligência britânica em uma missão para decifrar os códigos de uma máquina usada pela Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, mas que foi condenado por ser homossexual.
Em seu discurso, além de agradecer à Academia, à Oprah e ao elenco e equipe de O Jogo da Imitação, se comparou a Alan Turing, que ele nunca havia tido a chance de subir em um palco e falar para as pessoas e Graham tinha essa chance e ele iria falar.
- Quando eu tinha 16 anos, eu tentei me matar, porque eu me sentia estranho e diferente, como se eu não pertencesse, e agora eu estou aqui e então eu gostaria que esse momento fosse para falar com aquelas pessoas que se sentem estranhas, diferentes, que não se encaixam, sim você encaixa, eu prometo que você se encaixa, permaneça estranho, permaneça diferente, quando for sua vez e você estiver nesse palco, por favor, passe a mensagem para a próxima pessoa. – Senti meus olhos se encherem de lágrimas e eu o aplaudi, junto de outras pessoas presentes ali, respirando fortemente, e passando a mão levemente embaixo dos olhos, suspirando. Foi o mínimo que ele conseguia fazer e ele fez.
Chris surgiu em seguida, me estendendo um lenço e eu sorri para ele em agradecimento, suspirando novamente.
- Obrigada. – Falei e ele sorriu.
- Viu?! É o mínimo que as pessoas devem fazer. – Chris comentou ao meu lado, passando a mão no rosto e eu afirmei com a cabeça.
- Você pode fazer isso também. – Falei para ele que sorriu para mim, afirmando com a cabeça.
Em seguida tivemos a performance de Glory, trilha sonora de Selma, com Common e John Legend, eu não tinha visto o filme, eu não sabia muito da história, mas eu chorei e não importava quem era, se fosse Maroon 5, se fosse Uma Aventura Lego, meu voto já estava nessa música e foi a que ganhou, muito bem merecido.
Lady GaGa surgiu no palco para fazer uma homenagem de 50 anos para o filme A Noviça Rebelde, adivinha quem chorei? Aquele é um dos meus filmes favoritos e a forma como Lady GaGa trouxe isso de forma tão delicada, tão sutil, me fez chorar bastante e quando Julie Andrews subiu no palco, aí sim, eu aplaudi de pé, com o choro preso na garganta e as lágrimas teimando escorrer pela bochecha.
Os prêmios maiores começaram a chegar, mas o que me chamou atenção foi o de Patricia Arquette, quando ganhou o prêmio de atriz coadjuvante por Boyhood: Da Infância à Juventude, eu nunca tinha assistido ao filme e também não conhecia muito o trabalho dela, mas seu discurso sobre igualdade salarial para as mulheres nos Estados Unidos, fez com que todas as mulheres se animassem e comemorassem. Eu, vinda do Brasil, esperava que essa mensagem fizesse efeito lá, pois as diferenças salariais também eram assim. Todas as mulheres da plateia aplaudiram, eu não fui diferente, mas o que chamou atenção no telão foi Meryl Streep e Jennifer Lopez comemorando pelo discurso.
Apesar de eu não estar torcendo para muitas pessoas, não ter muitos favoritos naquele Oscar, tinha uma pessoa que eu estava torcendo e eu juro que faria o maior escândalo se ele não ganhasse: Eddie Redmayne, por seu papel de Stephen Hawking em A Teoria de Tudo. Se tinha um filme favorito para mim que estava concorrendo aquela noite, era esse.
Cate Blanchet, vencedora do Oscar de melhor atriz do ano passado, subiu ao palco, eu não prestei muito atenção em seu discurso, pois eu estava mais focada em apertar as mãos de Chris ao meu lado, eu estava torcendo demais por aquele prêmio.
- E o Oscar vai para... – Ela abriu o envelope e eu prendi a respiração por um segundo. – Eddie Redmayne! – Eu não o conhecia, mas eu estava muito feliz com isso, eu parecia uma louca enquanto aplaudia com os outros e me levantava, quase tropeçando em meus pés ao fazer isso.
Eddie não sabia como reagir, nem de perto ele sabia, ele estava empolgado, alegre, confuso, todas as alternativas. Ele abraçou Cate Blanchet fortemente e se colocou no microfone, sem saber muito o que falar. Ele passava a mão na gravata, como se quisesse arrancá-la e suspirava, repetindo agradecimentos diversas vezes.
- Parece que alguém está feliz. – Chris cochichou em meu ouvido e eu ri fraco.
- Ele estava igualzinho, se isso não é ser o melhor, eu não sei o que é. – Falei de volta e ele sorriu, dando um beijo em minha bochecha.
- Eu não sei se eu sou capaz de descrever o que eu estou sentindo agora, espero que entendam, mas eu estou consciente que sou um homem de muita sorte. Esse Oscar... – Ele deu alguns pulinhos no palco. – Uau! – Ele respirou. – Eu o ofereço para as pessoas com ELA, e para uma família incrível: Stephen, Jane, Jonathan e todas as crianças, eu prometo que vou cuidar dele, vou polir, vou cuidar direitinho, porque eu não estaria aqui se não fosse por essas pessoas. – Ele agradeceu ao pessoal do elenco. – E eu tenho mais uma pessoa para agradecer. – Ele falou, apontando de volta pra seu assento. – Hanna, minha esposa, se prepara que temos um novo companheiro indo para casa. Obrigado!
Julianne Moore ter ganhado o prêmio de melhor atriz não foi surpreendente, sendo que ela o havia ganho no BAFTA, tanto que foi o prêmio que Chris entregou, o qual eu tive que ver pela TV. E Birdman ter ganho de melhor diretor e melhor filme, eu realmente não sabia como era o filme para analisar, mas eu só acho que A Teoria de Tudo deveria ter ganho, além de ser um filme incrível, ele era mágico, a forma que havia sido montada era perfeita.
- E é assim que são os Oscars. – Chris falou ao meu lado, enquanto saímos do teatro, junto com várias pessoas.
- Cansativo, mas bem emocionante! – Falei, apertando seu braço, quando o vento bateu em meu corpo e eu respirei fundo, sentindo meu corpo arrepiar.
- Agora todo ano! – Ele falou e eu sorri, afirmando com a cabeça.
- Espero que eu te veja ganhar algum dia. – Falei e ele gargalhou.
- Vamos pensar no agora, vai. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça, sorrindo, caminhando de volta pelo tapete vermelho, encontrando Megan pelo meio do caminho.
- E aí, after-party, vão jantar em algum lugar, o que vão fazer? – Megan perguntou, andando de costas para o pessoal, a nossa frente.
- E agora? – Chris virou para mim, me parando no meio do caminho.
- Alguma after-party? – Perguntei, olhando para ele, e ele negou com a cabeça. - Casa! – Falei, suspirando em seguida.
- É, acho que devemos ficar em casa um pouco. – Ele abriu um sorriso e beijou minha bochecha, andando pela calçada da Hollywood Boulevard.
Capítulo 18
(Eu te protegerei de tudo ao redor. Eu estarei aqui, não chore. Para alguém tão pequeno, você parece forte. Meus braços te abraçarão, manterão você segura e quente. Esse laço entre nós, não pode ser quebrado. (...) Quando o destino de chama, você tem que ser forte. Posso não estar contigo, mas você tem que aguentar. Eles verão com o tempo, eu sei, nós mostraremos a eles juntos, porque você estará em meu coração, desse dia em diante, agora e para sempre.)
– Phil Collins – You'll Be In My Heart
- O que você gostou, exatamente? – Perguntei, erguendo suas pernas no sofá e me sentando onde elas estavam e colocando suas pernas em meu colo novamente.
- Capitão América moreno e de barba. – Ela ergueu os olhos do aparelho, olhando sugestivamente para mim e com uma risada fraca, abaixou os olhos de novo.
- Você não gosta do jeito que ele é? – Olhei para ela que riu fraco.
- Eu gosto, eu realmente gosto, mas acho que fica mais másculo.
- Ai! – Brinquei e ela riu, colocando o aparelho na mesa de centro e ajeitou seu corpo no sofá, cruzando as pernas e encostou a lateral do corpo, no encosto do sofá.
- Não se faça de tonto, você sabe que eu sempre gostei de você de barba. – Fiz uma careta e ela riu.
- Eu sei. Você deveria ter ido, você gosta disso. – Ela afirmou com a cabeça, dando um sorriso de lado.
- É, mas eu penso se eu iria chorar ao ver as crianças. – Ela deu de ombros e tomei um susto com Leslie, de quase nove meses que colocou as duas patas em cima do sofá.
- Não é assim, amor, você é uma mulher forte. – Ela riu fraco e passou a mão na cabeça de Leslie.
- Eu choro vendo filmes da Disney, Chris. – Soltei uma risada fraca e passei uma mão pelo seu rosto.
- É, temos isso. – Ela franziu a testa e aproximou o rosto do meu, dando um beijo em minha bochecha. Ouvi um latido de Leslie e franzi a testa, fechando os olhos, suspirando.
- Você ficou fora quase uma semana, ela quer ir passear. – falou, dando de ombros e se levantou do sofá, ajeitando seu short.
- Você não foi passear com ela? – Me levantei, vendo Leslie me seguir.
- Eu dou uma volta no quarteirão com ela, eu não saio para correr e me exercitar. – Ela colocou um copo na bancada da cozinha, enchendo de suco.
- Você deveria ir com a gente. – Ela soltou uma gargalhada alta e eu me assustei.
- Ai, como você é engraçado. – Ela passou a mão no rosto e me encarou. – É sério?
- É! – Falei, apoiando os braços na bancada e a encarando. – Você sempre fala que precisa se exercitar porque exagera nos doces de vez em quando, assim é um ótimo jeito de começar.
- É, um ótimo jeito de ter um ataque cardíaco. – Ela virou o copo de suco na boca. – Você sabe que minha família tem histórico?
- Para de arranjar desculpas, . Você chega cedo do trabalho, fica na piscina ou dormindo ou...
- Transando com você. – Ela falou e eu a encarei. – Vai dizer que é mentira? – Soltei uma risada fraca e segurei seu braço, a puxando, até dar a volta na bancada.
- Não, mas temos tempo o suficiente para isso, vamos, se troca se quiser caminhar, à noite vai ser pior. – A puxei pelo corredor, com Leslie me seguindo a qualquer passo que eu dava.
- Você promete que vai ser só uma caminhada? – Ela falou com uma voz sofrida, e com uma careta em seguida.
- Não! – Falei honesto e ela jogou a cabeça para trás, pisando forte para dentro do quarto.
literalmente sumiu no closet, enquanto eu coloquei uma camiseta por cima da minha calça do moletom e amarrava meus tênis nos pés. Eu ouvia as portas e gavetas do closet abrindo e fechando rapidamente em seguida e olhei para a porta, vendo-a andar de um lado para o outro.
Ela surgiu no quarto novamente, segurando várias coisas em suas mãos e puxou seus shorts para baixo, colocando uma malha de ginástica preta no corpo, me olhando com cara feia enquanto ela puxava a mesma pelo corpo, mas meu interesse eram suas coxas dentro da mesma. Ela puxou a blusa para cima e tirou o sutiã com facilidade e colocou um top e por um momento eu encarei minha esposa. Não tinha jeito de eu não gostar dela.
Ela se abaixou no chão e colocou a meia e o tênis em seguida, o tênis estava limpo ainda, mas tinha uma aparência de antigo, algo que ela não usava há muito tempo. Ela amarrou com força os sapatos e se levantou, pegando a camiseta regata e vestiu, puxando para baixo e seguiu para o banheiro, voltando logo em seguida com algumas pintinhas brancas no rosto, esfregando o protetor solar no mesmo.
- Vamos! – Ela falou, estalando os dedos, fazendo com que eu arrepiasse.
- Pronta? – Me levantei, e ela revirou os olhos.
- Melhor não perguntar. – Ela falou, saindo do quarto, e eu a segui.
Antes de sair eu passei pela porta, pegando a coleira de Leslie e prendi na que já ficava em seu pescoço. Ela era uma lady, mas era forte, e a parte da caminhada era mentira, já que, quando ela saía comigo, pelo menos, a gente só corria e eu tentaria não correr, o problema era acompanhar a cadela que me puxava.
Nos primeiros dois quarteirões, eu já notei que o preparo físico de era zero, tirando seus braços, em que ela tinha uma força descomunal, provavelmente pela força que ela digitava em um teclado e a força que ela batia algumas coisas, sem precisar da batedeira, não parecia, mas aquilo dava uma força do cacete. E eu já testei, fazendo uma competição de guerra de braço com ela, e a mulher tinha força. Já para caminhar, nem tanto.
Ela não pedia para parar, nem nada do tipo, mas sua respiração estava totalmente errada e a cada passo que eu dava, ela dava dois, tentando não ficar para trás. Em vários momentos eu fazia Leslie andar mais devagar, mas ignorava o fato e continuava andando.
- Eu vou começar a te treinar. – Falei para ela, quando ela, literalmente, se jogou no chão quando chegamos em casa.
- Não, obrigada. – Ela falou, com a respiração descompassada, encostada na parede logo na entrada de casa.
- Eu não estou pedindo permissão, eu falei que eu vou. – Falei firme e ela ergueu a cabeça, olhando para mim e eu entreguei um copo de água para ela a vendo beber em um gole só. – Todo dia, quando você chegar do trabalho, antes de qualquer coisa, nós vamos caminhar por pelo menos três quilômetros em uma velocidade mínima de cinco quilômetros por hora. – Me sentei ao seu lado. – Quando você começar a fazer isso sem quase desmaiar, eu vou aumentar a quilometragem, a velocidade e quando você menos perceber, estará correndo. – Ela não respondeu, encostou a cabeça na parede e fechou os olhos, soltando respirações fortes. – E quando eu não estiver aqui, você vai sozinha, porque depois de um tempo você aprende a gostar.
- Eu duvido. – Ela comentou e se levantou do chão, indo até a geladeira e abrindo a mesma.
- Não precisa ficar puta, eu também não adoro fazer exercícios, mas pelo menos uma caminhada é preciso, para sair da inanição. – A vi pegar uma garrafa de água, abrir a mesma e virar na boca, eu vi a garrafa esvaziar rapidamente e arregalei os olhos, esperando que ela soltasse tudo em seguida, mas isso não aconteceu.
- Isso ficará por sua responsabilidade. – Ela falou, jogando a garrafa de água na pia e saiu em direção ao corredor.
- Com todo prazer. – Respondi, soltando uma risada fraca.
- Isso é para você! – Falei, jogando um pacote na bancada, onde ela digitava freneticamente alguma coisa no seu documento do Word, com vários papéis escritos “Details” ao seu lado.
- Você sabia que eu não sei nada do Tom Hardy? – Ela falou e eu franzi a testa, vendo-a desviar os olhos da tela.
- Mas não acabou de sair a capa de março? – Me sentei ao seu lado e ela riu fraco. – Com aquele novo astro...
- Ansel Elgort, saiu, mas agora eu já estou cuidando da capa de maio. – Ela suspirou. – Eu vou entrevistar o Tom Hardy amanhã e eu realmente não sei nada sobre ele. – Ela fez um comando no computador e virou o rosto para mim. – E eu gosto do trabalho dele.
- Eu deveria ficar com ciúmes? – Ela franziu a testa e abaixou a tela do notebook, pegando o pacote que eu coloquei na bancada.
- Sério? Eu consigo bater os três quilômetros sem morrer e você me compra um hambúrguer? – Abri um largo sorriso, dando um longo beijo em seus lábios.
- De nada! – Falei e peguei seu computador e o tirei da bancada, colocando no sofá.
- Obrigada! – Ela falou com um sorriso fofo no rosto e se levantou, pegando os pratos e condimentos, no armário e na geladeira.
- Como foi hoje? – Perguntei, dando uma mordida em meu lanche.
- O mesmo de sempre. – Ela deu de ombros. – A diferença é que hoje eu tive muito trabalho para fazer quando cheguei em casa. – Ela deu de ombros.
- Você está feliz lá? – Ela ponderou com a cabeça. – Seja honesta pelo menos consigo mesma.
- É bom, eu estou aprendendo bastante, mas parece que eu não quero mais revista. – Ela riu fraco, atenta a colocar ketchup em seu lanche. - Eu sinto falta de assessora de imprensa. – Ela suspirou fundo.
- Por que você não volta? – Perguntei, olhando para ela.
- Eu já tenho drama o suficiente para minha vida, amor. – Ela riu fraco.
- Você não precisa voltar para assessoria de imprensa de famosos. – Ela olhou para mim com os olhos arregalados.
- E não é que você está certo? – Ela abriu um largo sorriso e soltou o lanche no prato, passando as mãos no guardanapo rapidamente e correu para seu computador novamente. – Eu vi ontem que vai ter um concurso para trabalhar de jornalista na prefeitura de Los Angeles.
- E por que você não se inscreveu ainda? Tirando o fato que emprego público te dá certa estabilidade. – Ela suspirou.
- Meu problema nunca foi estabilidade, qualquer lugar que eu vou, as pessoas gostam do meu trabalho e gostam de mim, mas parece que eu não sei mais onde me encaixar. – Eu abaixei a tela do notebook novamente.
- Você encaixa no meu coração. – Ela soltou uma risada fraca e apoiou o notebook em seu banco e estalou um beijo em minha bochecha.
- Isso foi bem clichê, mas eu te amo do mesmo jeito. – Limpei a mão e passei os braços pelo seu corpo, trazendo para perto do seu corpo.
- Eu vou te ajudar a se encontrar, amor. – Ela soltou a respiração. – A ideia dos cupcakes ainda não rola? – Ela soltou uma gargalhada.
- Ainda não! – Ela respondeu, rindo.
- O que você acha? – Perguntei para ela, saindo do banheiro.
- Preto e branco? – Ela perguntou e eu ri fraco, vendo-a se levantar devagar da cama, com o rosto levemente pálido. – Clássico do Evans.
- Está bom?
- Você está lindo, amor. – Me sentei na beirada da cama, passando a mão em seu rosto.
- Tem certeza que não quer ir? – Perguntei. – Rupert vai ficar bem decepcionado por não te ver usando o vestido dele. – Ela riu fraco.
- Eu não deveria ter comido tudo aquilo de sushi. – Ela fez uma careta, encostando a cabeça em meu ombro.
- Se você não melhorar, eu te levo no hospital amanhã cedo. – Ela negou com a cabeça.
- Eu tenho terapeuta amanhã cedo, se eu não melhorar, já estarei lá. – Afirmei com a cabeça.
- Eu te levo.
- Não, você vai curtir com seus amigos hoje, com minha permissão e precisa dormir porque amanhã o dia será cheio. – Ela passou a mão em minha testa em um carinho gostoso.
- Você também, amanhã você tem que estar bem para ser aquela minha esposa que arrasa em todas as premiações, saindo em todas as revistas de moda do mundo. – Ela soltou uma risada.
- Graças ao Rupert. – Afirmei com a cabeça. – Não seria essa diva da moda sem ele.
- Você guarda as revistas?
- Claro que sim! – Ela falou, revirando os olhos. – Junto com as suas coisas.
- Um dia a gente precisa dar um jeito naquele quartinho.
- E você diz isso agora que tem vários eventos de divulgação de Os Vingadores 2 e gravações de Guerra Civil. – Soltei uma risada fraca.
- Foi só um comentário! – Dei de ombros e ela riu, me abraçando.
- Por que você está de pijama ainda, ? – A barriga de Megan entrou antes no quarto, em seguida o seu rosto.
- Ah, como está esse meninão, Megan? – Megan se desarmou rapidamente, se sentando na cama e rindo fraco.
- Vai bem, próximo de nascer. – abriu um sorriso, passando as mãos na barriga de Megan. - Enfim, por que você está de pijama ainda? – riu fraco.
- Eu não vou. – Ela falou, encostando-se aos travesseiros novamente.
- Mas é o MTV Movie Awards...
- Ela exagerou um pouco no sushi hoje. – riu fraco.
- Vai ficar bem sozinha? – Megan perguntou, passando a mão na testa de . – Sem febre, deve ser só um mal-estar.
- Larry e Jordan estão aqui hoje. – Ela sorriu. – Ficarei bem.
- Qualquer coisa você me liga. – Megan disse. – Voltamos em dois minutos. – riu fraco.
- Ok, mãe e pai. – Ri fraco. – Eu amo vocês. – Ela falou para mim, dando um beijo em meus lábios.
- Eu te amo também. – Me levantei da cama e ela se ajeitou na mesma, puxando a coberta e apoiando a mão na barriga.
- Mande um beijo para Robert por mim.
- Pode deixar! – Falei dando outra olhada nela, antes de sair pela porta. - Qualquer coisa vocês me liguem, ok?! As chaves dos dois carros estão aí. – Falei para meus seguranças.
- Ela ficará bem, senhor Evans.
- Obrigado, gente! – Falei, acenando para ambos e passando pelos portões de casa.
- Bom dia, ! – O Dr. Waton, o mesmo que tinha cuidado do meu aborto espontâneo apareceu na sala de espera. – Vamos começar? – Afirmei com a cabeça e me levantei, o cumprimentando e entrando em sua sala. – Como está?
- Ah, eu estou bem! - Falei, dando um sorriso de leve e sentando, pela primeira vez, no sofá que ele tinha em sua sala.
- Como vai a vida de casada? - Soltei uma risada fraca.
- Parece anestesia, parece que nada está ruim e quando pode ficar, some em dois minutos. - Ele riu fraco e eu estendi a perna em cima do sofá.
- O que te fez sentar no sofá dessa vez? - Ele me perguntou, se ajeitando em uma poltrona ao meu lado.
- Cansaço! - Falei, soltando um longo suspiro em seguida.
- É, notei que você está meio pálida hoje. - Ri fraco.
- A gente almoçou sushi na noite passada e definitivamente aquilo não me fez bem. - Falei suspirando.
- Por quê? O que houve? - Ele se ajeitou na poltrona. - Eu sei como você ama sushi.
- Não sei também, antes de eu terminar de comer, aquilo começou a borbulhar em meu estômago, o cheiro do molho de soja, o gosto, sei lá, mas saiu tudo. - Falei, fazendo uma careta ao me lembrar da noite passada. - Tanto que Chris tinha um evento ontem, eu fiquei em casa.
- Tão mal assim? - Afirmei com a cabeça, jogando a cabeça para trás, sentindo um arrepio passar pelo meu corpo. - Chris teve alguma coisa? - Virei o olho para ele.
- Honestamente, Andrew, por acaso o Chris tem alguma coisa? - Perguntei para ele. - Nem bolhas nos pés ele tem. - Ele riu, apoiando o bloquinho no colo. - Mas vamos mudar de assunto? Toda vez que eu penso naquilo, parece que eu vou vomitar de novo. - Fechei os olhos fortemente, e passei a mão na barriga, esperando um momento, mas não precisei sair correndo. - E eu ainda tenho première de Os Vingadores 2 hoje.
- Vamos, é claro! - Ele se ajeitou e virou o corpo. - Dia corrido hoje, hein? - Soltei uma risada fraca.
- Pois é, já tomei bastante daqueles soros com água, sal e açúcar para ver se eu volto a minha cor normal. - Ele riu fraco.
- Eu tenho um feeling que isso não vai acontecer tão rápido. - Ele negou com a cabeça e eu franzi a testa.
- Por favor, não diga isso. - Ele riu fraco.
- , há quantos anos você come sushi? Peixe cru no geral? - Ergui meus olhos para o alto e franzi a testa, tentando lembrar.
- Olha, faz mais de vinte anos, antes de ser moda. - Ele soltou uma risada e se levantou.
- E quantas vezes isso fez mal a você? - Tentei levar a imaginação para longe.
- Aí complica. - Ele se aproximou de sua mesa, pegando o celular.
- Me deixa adivinhar, nenhuma? - O olhei.
- Onde você está querendo chegar? - Me sentei no sofá, abaixando as pernas.
- Sou eu que faço as perguntas aqui. - Ele brincou e eu franzi os lábios. – Você disse que o cheiro, o gosto, tudo te enjoa. – Assenti com a cabeça. - Há quanto tempo você não menstrua?
- Andrew, você não está dizendo que...?
- Há quanto tempo? - Me levantei, me aproximando dele.
- Eu parei de tomar anticoncepcional logo que casamos, e eu não menstruo desde então, mas não é como se isso fosse algo que me preocupasse, minha menstruação é normalmente atrasada, às vezes demora três, quatro meses para vir.
- E camisinha? - Franzi a testa.
- Eu pensei que isso fosse uma consulta psicológica.
- Hoje você terá alta, . - Olhei para ele. - Você não tem nenhum trauma, nenhum mal, nenhum ódio pessoal, nenhuma depressão, nada, pelo motivo que você veio aqui.
- Isso quer dizer que eu não tenho nenhum problema psicológico? - Ele riu.
- Apesar dessa loucura que é sua vida, não, você não se abala com isso. - Sorri de lado.
- Então meu tratamento acabou? - Ele afirmou com a cabeça.
- Pois é, mas agora você vai começar um tratamento de nove meses com a minha esposa. - Ele falou e eu arregalei os olhos.
- Você realmente acha que eu estou... - Travei a última palavra.
- Grávida! - Ele terminou. - Fale alto, grávida, grávida, fale, a sensação é maravilhosa. - Ele riu e eu abri um sorriso de lado.
- Sim, a sensação é maravilhosa, mas está cedo.
- Cedo? - Ele me olhou com as sobrancelhas franzidas. - Se você não tivesse perdido aquele bebê, você estaria a poucos dias de ter um bebê nas mãos. - Abri um sorriso largo, soltando um suspiro em seguida.
- Você tem razão! - Falei, rindo fraco.
- Podemos procurar a Eliza, se quiser e tirar essa dúvida da sua cabeça. - Soltei uma risada fraca.
- Uma dúvida que você colocou na minha cabeça, eu não tinha dúvida nenhuma antes de vir aqui. - Dei uma volta em meu corpo, ficando de frente para o homem alto e negro em minha frente e suspirei, abrindo um sorriso de leve. - É, acho que seria legal saber.
- Acho que ela está livre no momento. - Soltei uma risada e, de repente, eu senti uma alegria subir por meu corpo imediatamente.
- Aqui! - A esposa de Andrew, Eliza, falou, apertando um algodão em meu braço, enquanto colocava meu sangue em uma ampola.
- E agora? - Perguntei, pressionando o algodão na dobra do meu braço.
- Você tem pressa? - Ela me perguntou, etiquetando a ampola e a balançando para cima e para baixo.
- Não, na verdade não. - Dei de ombros. - Chris ainda não deu sinal de vida, então ou ele está bem ocupado, ou dormindo.
- Um exame de sangue demora 20 minutos para ser feito. - A morena de olhos azuis falou.
- Ela vai esperar! - Ouvi Andrew falar e me levantei da poltrona na sala de exames e fui para o corredor, tirando o algodão do braço e jogando em uma lixeira ao meu lado.
Suspirei e encostei minha cabeça na parede. Aquela área do hospital estava vazia, ali era uma sala especial de exames de sangue, uma que eu, provavelmente, não deveria estar ali. Alguns médicos e enfermeiros passavam de vez em quando pelo local, indo de um lado para o outro do hospital.
Vinte minutos parecia pouco, um episódio de série rápido, o tempo de alguns cupcakes assarem, o tempo que Chris demorava no banho, sexo matinal, isso era bem relativo, mas para algo que ia decidir a minha vida, e isso era uma eternidade.
Nesse tempo, eu parei para pensar sobre como seria minha vida e de Chris com um bebê. Eu não consegui imaginar nenhuma mudança visível assim, bem, eu não conseguia nem me enxergar com barriga de grávida, quem dirá com um bebê em minhas mãos.
Dizem que mãe se torna assim que descobre a gravidez e o pai somente quando nasce, mas acho que a primeira coisa que eu senti foi medo. Chris tinha os compromissos dele, isso requer que ele fique bastante tempo fora, e eu não podia pedir que ele ficasse comigo, era ridículo até de se pensar, mas pensar que eu teria uma companhia que pudesse realmente falar comigo e não só ficar latindo por eu não levá-la para passear, era algo realmente interessante.
E, bem, não tem motivo para eu não querer uma gravidez agora, ou pensar em motivos ruins para tê-la... Claro que provavelmente o tanto que eu e Chris estávamos aproveitando essa vida de recém-casados mudaria, mas eu sempre disse que queria ser mãe antes dos trinta e como ela nasceria só ano que vem, já estarei próxima dos 31. Oh meu Deus, estou chegando aos trinta!
- Aqui! - Eliza apareceu ao meu lado e me entregou um envelope lacrado.
- Por que você não me conta logo? - Peguei o envelope em sua mão e me levantei.
- Exames de sangue são confidenciais. - Ela disse e abriu um sorriso. - Você vai querer saber assim. - Ela falou e eu peguei o papel branco em minhas mãos, destaquei o selo e suspirei.
Era um papel só, só tinha um papel lá dentro e ele tinha meu nome. Puxei o papel dobrado e encarei meu nome e idade no mesmo, suspirei e desdobrei a folha, encontrando alguns dados do Beta HCG e mais algumas informações que eu realmente não me importava, e fui descendo os olhos com pressa, apesar de achar que alguma coisa tinha ficado lá para trás.
“Teste de gravidez: positivo”.
Minha boca foi para o chão praticamente, junto do papel que estava em minha mão. Nada se passava em minha cabeça, nada, não tinha nada em que eu pensava, eu só... Sentia? Isso é ridículo, mas sim, era um sentimento incrível. Honestamente, não sei o que acontece com as pessoas que após um minuto sobre um pensamento da vida, as coisas mudam, ou se concretizam e elas pensam de forma diferente de novo.
- Eu vou ser mãe. Isso é... Estranho demais! Como assim, eu vou ser mãe? Meu Deus! - Falei, voltando a me sentar na poltrona.
- Espere passar essa loucura toda, conte para o seu marido e eu espero vocês no meu consultório em breve. - Ela falou animada e me abraçou. - Parabéns! - Ela falou perto do meu ouvido e eu sorri, puxando o ar forte, sentindo meu nariz entupido, agora eu havia notado que eu estava chorando. - Parece estranho no começo, mas é tudo incrível! - Ela, uma pessoa que eu mal conhecia, estava lá, me dando todo o apoio necessário e afirmei com a cabeça. - Vocês têm tudo que precisa para receber esse bebê. Amor, carinho e condições, o medo vai embora aos poucos. - Ela sorriu, dando um beijo em minha testa. - Eu tenho que ir, mas eu te espero.
- Eu irei. - Foi só que eu consegui dizer, com um sorriso estranho no rosto e ela logo se afastou, dando alguns pulos pelo corredor do hospital. - Como você sabia? - Perguntei para Andrew que estava ao meu lado.
- Eu sou casado há 12 anos com uma ginecologista e obstetra, eu aprendi a ver padrões! - Soltei uma risada fraca e, involuntariamente, eu o abracei. - Parabéns, ! - Ele riu fraco. - Vocês serão ótimos pais.
- Como você pode ter tanta certeza? - Perguntei, respirando fundo novamente.
- Porque eu sei que vocês dois foram criados bem. - O vi sorrir com meus olhos embaçados e suspirei, dando um sorriso engraçado.
- Pode entrar Larry, eu já vou, obrigada! – Falei, tirando o celular que vibrava no bolso e encontrei o nome da minha mãe na tela. – Oi mãe! – Falei empolgada!
- Oi, meu amor. Eu vi sua mensagem. – Ouvi sua voz do outro lado da linha e senti uma forte saudade bater no meu peito.
- Como você está? – Perguntei, soltando um suspiro em seguida.
- Eu estou bem, e você? Me surpreendi por você pedir para ligar, aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou e eu ri fraco.
- Você será a primeira a ser informada sobre isso, antes até do que Chris. – Soltei uma risada baixa e ouvi alguns barulhos de talheres.
- O que foi querida? É coisa boa? – Ri fraco, colocando as pernas para fora do carro.
- Depois de muita análise, descobri que é sim. – Abri um largo sorriso, sozinha no carro.
- Conte-me, então! – Ela falou.
- Eu estou grávida, mãe! – Falei, ouvindo o silêncio do outro lado da linha. – Você será avó!
- Oh meu Deus! – A ouvi se desesperar, repetindo diversas vezes. – Eu vou ser avó? Como assim? Ah, minha querida! É uma notícia maravilhosa! – Senti meus olhos se encherem de lágrimas.
- É mesmo? – Perguntei, respirando forte. – A gente acabou de casar.
- Claro que sim, meu amor! Uma criança é sempre uma notícia boa! – Eu podia vê-la sorrindo em meus pensamentos. – Você já suspeitava?
- Na verdade não. – Ri fraco. – Podia acontecer, eu parei o anticoncepcional um pouco após o aborto e paramos a camisinha assim que casamos, mas não pensava que fosse acontecer tão rápido.
- Ninguém imagina que pode acontecer com eles. – Ela falou ironicamente e eu soltei uma risada fraca.
- Aí ontem eu tive um enjoo horrível, tanto que eu nem fui ao MTV Movie Awards com Chris, mas a gente tinha acabado de comer sushi, então pensei que pudesse ser intoxicação alimentar, igual deu em Londres, mas aí eu comentei com meu psicólogo e ele é casado com uma ginecologista e obstetra, então matou a charada em dois minutos. – Minha mãe riu fraco.
- Ah, querida! Vou planejar uma viagem para te ver o mais rápido possível, quero ver minha pequena grávida.
- Ah mãe, eu estou tão feliz! – Suspirei, abrindo um largo sorriso. – Acabei de chegar do médico, nem entrei em casa ainda.
- Você tem evento hoje, não?!
- Pois é, esse eu não perco por nada. – Mordi meu lábio inferior.
- Então vai lá! Conte para o seu marido, e aproveitem muito, porque passa muito rápido. – Suspirei, passando a mão no rosto e afirmei com a cabeça.
- Pode deixar mãe, a gente vai se falando.
- Com certeza, meu amor. Eu te amo! – Ela falou e eu suspirei.
- Amo vocês também! – Falei, e desliguei o telefone em seguida, suspirando.
Peguei minha bolsa no banco de trás do carro e desci do mesmo, batendo a porta do carona e não travando o mesmo, já que Larry havia levado as chaves. Coloquei a bolsa em meu ombro e respirei diversas vezes na porta de casa. Eu estava nervosa e não tinha a mínima ideia de como começar essa conversa, e o pior, é que era quase hora do almoço e tínhamos que estar no Jimmy Kimmel antes das 16 horas. Deslizei a porta de correr que dava para o quintal e empurrei a cortina com a mão, entrando em casa.
- ! – Ouvi um grito e olhei para cima, dando de cara com três pessoas que eu sentia falta todos os dias da minha vida.
- Derek! – Gritei para o primeiro amigo que eu fiz em Boston e corri em sua direção, abraçando-o fortemente.
- Ah, que saudades de você pequena! – Ele falou em meu ouvido e eu suspirei, segurando as lágrimas, eu estava mais emotiva, então qualquer coisa me faria chorar.
- O que vocês estão fazendo aqui? – Me afastei dele e abracei o ruivo.
- É um momento importante para você, para o Chris... – Mal eles sabiam.
- Para mim? – Perguntei, franzindo a testa e abracei Ruth que estava com os cabelos mais curtos, e parecia um pouco mais profissional agora, dentro do terninho preto.
- É, outro momento para você arrasar no tapete vermelho.
- Ah, vocês são demais! – Brinquei e vi Chris apareceu no corredor.
- Você demorou amor! – Ele falou, dando um beijo em minha testa. – Tá tudo certo?
- Sim, tudo certo! – Suspirei, eu queria contar para ele sozinha. – Só atrasou um pouco e depois ficamos conversando.
- Esse povo veio me fazer companhia aqui! – Ele comentou.
- Ele está sendo educado, eu estou ficando doida já! – Megan falou e eu notei que ela estava deitada no sofá, com o barrigão para cima, iríamos dividir isso em breve.
- Mas falando sério, o que vocês vieram fazer aqui? – Ri e Rupert me estendeu uma sacola, com as suas iniciais e eu ri.
- Você precisa de um vestido. – Peguei a sacola correndo e apoiei na bancada, puxando o cabide que tinha lá de dentro e encontrando um longo vestido em um tom escuro de vermelho, quase vinho.
- E eu preciso de uma agente! – Chris comentou ao meu lado e eu franzi a testa, apontando para Megan.
- Não olhe para mim, eu não vou me enfiar em première, vai ser o motivo perfeito para meu filho nascer antes e ali. – Ela comentou e eu ri fraco. – Seria lindo.
- Eu vou no lugar dela! – Ruth comentou e eu abracei a pequena fortemente.
- E eu estou aqui porque te amo demais! – Derek comentou e eu abri um largo sorriso.
- Eu amo vocês também! – Sorri.
- Bem, então vamos comer? – Chris interrompeu o momento e eu franzi a testa.
- Com certeza, agora estou com fome! – Comentei, soltando uma risada, pensando nos desejos que eu podia vir a ter.
- É, você está até mais corada agora. – Chris comentou, e eu ri fraco.
- Como vamos fazer isso? – Perguntei para Rupert que mexia em meu cabelo enquanto eu tinha o prato em meu colo, almoçando. – E desde quando você sabe fazer alguma coisa no cabelo?
- Exato! Alguma coisa eu sei! – Ele falou bravo e deu uma puxada em meu cabelo e eu suspirei. – Aprendi algumas coisas com Denise.
- Falando nela, por que ela não veio? Estou realmente triste pela minha maquiadora e cabeleireira pessoal não estar aqui.
- Ela não estava muito bem, cheia de cólicas, é horrível quando ela está menstruada. – Ele suspirou e soltou meu cabelo ao lado do corpo.
- Ah, manda um beijão para ela, sinto saudades dela também. – Suspirei, colocando um pedaço de bife na boca.
- Pode deixar! – Ele continuou pegando meu cabelo, passando a chapinha no mesmo.
- Qual sua ideia? – Perguntei, pegando o resto do purê em meu prato e estendi o prato para Ruth que estava na bancada. – Obrigada.
- Eu pensei em fazer um rabo de cavalo bem alto e uma trança mais frouxa, o que acha? – Ele perguntou, me olhando pelo espelho improvisado no meio da sala.
- Bem, com aquele vestido, só com chapinha no cabelo, já está ótimo! – Ela falou e eu soltei uma risada fraca.
- O que você acha? – Chris surgiu na porta do quarto, alisando o paletó azul marinho que ele usaria no programa do Jimmy Kimmel.
- Você sempre fica bem de azul. – Eu e Rupert falamos juntos e eu olhei para cima, o encarando e rimos em seguida.
- Ok, essa até eu me surpreendi. – Ele comentou e se aproximou de mim, se sentando no sofá em minha frente.
- Olhos azuis. – Eu e Rupert falamos juntos de novo.
- Quer parar? – Gritei para ele que riu e Chris gargalhou na minha frente.
- Seu marido, suas dicas! – Rupert falou e se afastou de mim, e eu o perdi de vista por um momento.
- Acho melhor você se arrumar, , saímos em trinta minutos. – Megan apareceu, com o celular no ombro.
- Nossa, eu preciso ainda ver que roupa eu vou. – Suspirei e me levantei, abaixando a blusa.
- E aquela roupa em cima da poltrona? – Chris perguntou, se levantando comigo.
- Que roupa? – Arregalei os olhos para ele.
- De nada! – Ouvi a voz de Rupert cantarolar atrás de mim e eu virei meu corpo imediatamente em sua direção.
- Você fez duas roupas para mim? – Eu gritei alto, com uma animação incrível em minha voz. – Você ainda tem tempo?
- Para minha modelo número um eu sempre tenho. – Ele falou, abrindo um sorriso e eu corri em sua direção e o abracei, tirando meus pés do ar por um momento.
- Obrigada, obrigada, obrigada! – Falei repetidas vezes.
- Por que está me agradecendo? Ainda não viu o que eu fiz? - Ele falou, brincando eu espero.
- Como se algum dia eu fosse não gostar de algo que você fez. – Falei e virei meu corpo, correndo em direção ao quarto, assustando Leslie que estava esparramada no meio do corredor quando eu a pulei.
Entrei no quarto e não precisei nem procurar a roupa, o macacão rosa pink estava ajeitado na poltrona, como se quem o vestisse estivesse sentado lá. No assento, um sutiã preto lindo estava colocado ali e uns sapatos pretos que eu nunca tinha visto na minha vida, ajeitados no chão.
- É lindo! – Gritei para que pudessem me ouvir da sala e ouvi a gargalhada do meu marido e sorri.
Peguei as peças de roupa e entrei no banheiro, correndo em tirar a roupa que eu vestia desde o dia anterior e troquei os sutiãs, colocando esse e o macacão por cima. Era lindo, era leve, e a cor era maravilhosa. Me olhei no espelho e passei a mão no cabelo que o Rupert acabara de fazer chapinha e eu o dividi de lado, jogando-o para a direita, ajustando minha franja e olhei para a maquiagem que Derek tinha feito em mim, nada extravagante, algo simples.
Aproveitei que voltei para o banheiro e escovei os dentes, tomando cuidado para não tirar a base do meu rosto e quase tendo que fazer o bocejo com um copo, mas consegui. Abri minha bolsa de maquiagem e peguei um batom claro, que era a única coisa que aquela roupa podia pedir.
Voltei para o quarto e segui direto para o closet, fui até minha gaveta de joias e peguei meu anel de noivado e o coloquei no mesmo dedo da minha aliança de casamento, mantendo os dois próximos. Eu amava aquele anel. Encontrei um anel preto perdido por ali e o coloquei, pegando um colar grande e colocando em meu pescoço, sem me esquecer dos brincos pequenos de diamante e das pulseiras.
Abri um pequeno baú que tinha do lado e procurei por uma bolsa preta, puxando a primeira que apareceu. Voltei para o quarto e me sentei na poltrona que antes tinha minhas roupas e calcei os sapatos, afivelando-os na parte de trás e levantei, percebendo que eles não eram tão altos, não em compensação ao que Rupert tinha trazido para usar com o vestido da première, aqueles me deixavam mais alta que Chris.
Peguei minha carteira e meu celular e coloquei na bolsa e saí do quarto, puxando a porta em seguida. Atravessei o pequeno corredor que dava de volta para as salas e dessa vez não precisei pular Leslie, pois ela já tinha saído dali. Chris abriu um sorriso assim que me viu e eu retribuí, não tinha como não sorrir junto. Ele deu um beijo em minha testa e passou o braço em meus ombros, o qual eu entrelacei minha mão com a sua.
- Ok, onde eu faço minha encomenda? – Ouvi a voz de Megan de dentro da cozinha e eu soltei uma risada. – Mas eu quero um modelo para a minha versão magra. – Ela comentou, fazendo uma pose, com as mãos na lateral da barriga.
- Para de graça, Megan, você está linda grávida! – Chris reclamou e eu soltei uma risada.
- É verdade! – Comentei e ela sorriu, assentindo com a cabeça.
- Bem, então vamos? O dia tem que continuar! – Ela falou, conferindo as horas no relógio.
- Eu só quero saber uma coisa. – Parei todo mundo que começara a se mexer. – Onde a gente vai se arrumar? – Perguntei, franzindo a testa.
- Já ouviu falar em camarim? – Derek se fez de irônico e eu revirei os olhos, mexendo os lábios. – Lá mesmo! – Ele riu.
- Você vai gostar, tem bastante espaço! – Chris comentou e eu o olhei, ele tinha um sorriso sarcástico no rosto.
- Tonto! – Passei minha mão em sua barba e toquei meus lábios nos dele rapidamente
- Começamos em dez minutos, pessoal, vamos nos preparar? – Uma assistente apareceu na sala de espera e eu me levantei do braço da poltrona que Chris estava sentindo sua mão deslizar pelas minhas costas.
- Bom show! - Falei para Chris que sorriu com os lábios colados e eu ri, passando meu braço pelos seus ombros e estalando um beijo em sua bochecha. – Você está com a sua gangue hoje!
- Isso é verdade! – Ele comentou, apertando minha cintura e eu ri.
- Vai lá! A gente vai pra plateia daqui a pouco. – Ele afirmou com a cabeça e acenou para a equipe dele... Ou será que era a minha?
Os vi sair pela porta e Rupert, Derek e Ruth seguiram o cortejo e eu vi Megan se levantar com dificuldade, e a ajudei, vendo-a respirar fundo, cansada. Ela abriu um sorriso para mim e eu ri fraco. Antes que ela começasse a se dirigir para a porta, eu a segurei pela mão, a vendo franzir a testa e olhar para mim.
- Eu preciso contar um negócio para você ou eu vou explodir. – Falei, um tanto quanto dramática e ela franziu a testa, encarando meus olhos e segurando minhas mãos.
- O que houve? – Eu suspirei.
- Eu não deveria estar te contando isso antes de contar para o Chris, mas eu cheguei em casa e tinha um monte de gente e eu queria contar para ele em um momento mais calmo, só nosso e tal...
- ! – Ela me interrompeu e eu suspirei, fechando meus olhos por um momento, e soltando o ar pela boca. – Aconteceu alguma coisa?
- Lembra que eu fui para o psicólogo hoje? – Ela afirmou com a cabeça.
- Aconteceu algo? Seu caso é sério...?
- Ele me deu alta, na verdade, mas eu vou ter que começar a frequentar outro médico agora. – Ela franziu a testa, pude ver suas bochechas ficarem vermelhas e eu automaticamente coloquei as mãos em sua barriga.
- É alguma doença, algo que dá para curar, por favor, não diga que é algo sem cura. – Soltei uma risada fraca, abrindo um sorriso largo em seguida.
- Em breve teremos uma nova barriguda no grupo! – Abaixei meu rosto, alisando sua barriga delicadamente e ouvi um grito sair por sua garganta.
- Oh meu Deus! – Ela passou os braços pelo meu corpo, me apertando contra o seu e eu senti meus olhos se encherem de lágrimas e eu puxei o ar fortemente, impedindo que elas caíssem. – Então, ontem não era o sushi?
- Não, não era! – Ela me afastou, com os olhos cheios de lágrimas e eu abri um sorriso que deveria estar horrível e ela fez o mesmo.
- Oh meu Deus, você vai ser mãe... O Chris vai ser pai! – Ela abriu um largo sorriso e eu ri igual tonta, a abraçando novamente.
- Oh meu Deus! – Ouvi uma terceira voz atrás de mim e eu imediatamente olhei para trás, arregalando os olhos ao encontrar Jeremy Renner saindo de uma sala. – Evans vai ser pai!
- Xi! – Falei imediatamente, ainda com um sorriso no rosto e ele riu também, abrindo os braços para me abraçar.
- Oh, meus parabéns! – Ele me apertou em seu corpo e eu sorri, sentindo meu nariz entupir. – Eu não acredito, mas já? – Ele perguntou, soltando uma risada em seguida.
- Pois é já? – Megan repetiu a pergunta e eu gargalhei.
- Por favor, só prometa que não vai contar nada para o Chris, eu quero contar para ele. – Falei para Jeremy e ele fez um bico. – Por favor.
- Ah, eu sou péssimo com segredos. – Ele fez uma birra que eu até ri. – Mas ok, eu tento! – Ele disse, me abraçando de novo. – Parabéns, mesmo, vai ser um filho lindo. – Soltei uma risada fraca.
- Jeremy, precisamos ir! – A assistente voltou e nós três nos calamos imediatamente.
- Não demora em contar. – Ele sussurrou para mim e saiu da sala, acompanhado da assistente.
- Eu estou tão feliz por você! – Megan falou, passando a mão em minha barriga. – Chris vai adorar a novidade.
- Você acha? – Perguntei para ela e ela sorriu. – Nós nunca falamos disso.
- Você acha que não? – Ela retrucou a pergunta.
- Por que todo mundo fala isso para mim? – Reclamei e ela riu, passando a mão em minhas costas e começando a andar em direção a porta novamente. – Você acha que ele vai contar?
- Não em rede nacional.
Eu e Megan sentamos no andar de cima de Rupert, Derek e Ruth, e Jimmy já havia começado o seu monólogo e eu meio que ignorei o que aconteceu no tal Wall of America, pois eu estava mais preocupada em desligar meu celular e fechar minha bolsa, claro que ficou interessante quando uma menina ficou pelada em rede nacional, e provavelmente na internet e quando Jimmy mostrou as aberturas dos programas da época dele d’Os Vingadores, quando ele assistia quando criança, que eu nunca tinha nem ouvido falar, comecei a conhecer eles quando lançou os filmes.
- Nossos convidados de hoje são de Asgard e da Terra, eles estão aqui para salvar o mundo antes do lançamento do seu filme Os Vingadores: Era de Ultron, que lança no mundo inteiro dia primeiro de maio, aqui estão meus heróis, Robert Downey Jr, Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson e Jeremy Renner.
Antes mesmo de todos os nomes serem chamados, os fãs na plateia já estava gritando, aplaudindo e ficando em pé, eu, como fã do meu marido, acabei entrando na empolgação junto. A porta se abriu e meu marido saiu feliz dali, praticamente caindo para fora e eu foquei em ver Jeremy que estava feliz demais, passei a mão na testa e suspirei. Afinal, o que teria de mal se ele contasse? Eu só estaria terceirizando o trabalho.
Todos cumprimentaram Jimmy e todos se cumprimentaram, o que me fez perguntar do porquê, sendo que eles haviam passado os últimos trinta minutos rindo de alguma piada que Mark contava que me fez ficar com soluço. Eles se ajeitaram nos lugares disponíveis e meu Chris parecia feliz demais.
- Robert, você se considera o líder desse grupo? – Jimmy perguntou.
- Se você diz! – Soltei uma risada fraca quando Robert respondeu.
- Vocês aceitam que Robert seja o líder do grupo?
- Nós somos uma equipe! – Robert falou com uma voz de criança.
- Uma equipe, está certo.
- Quem é o responsável da diversão aqui? – Jimmy perguntou e todos imediatamente viraram para Chris e eu ri fraco.
- Ah não, não faremos isso, estamos na TV. – Ele segurou as mãos dos amigos, abaixando as mesmas. – Minha família está assistindo.
- Quem gosta de se divertir após o expediente? – Imediatamente os dedos foram virados para Jeremy e meu Chris novamente.
- O que ele não está me contando? – Brinquei para Megan que soltou uma risada e eu a acompanhei.
- Esses dois. – Hemsworth falou.
- Você está nessa. – Meu Chris abraçou Jeremy e eu ri fraco, colocando meus cabelos para trás.
- Eles estão responsáveis pelo café da manhã?
- Não, eu estou responsável por isso. – Robert comentou. – Mas Chris aceita qualquer coisa. – Soltei uma risada fraca, isso é verdade.
- E quem sai com quem? Todo mundo vai? Ou algumas pessoas saem mais que outras? – Jimmy perguntou um pouco mais sério.
- Você nunca sabe. De vez em quando pessoas têm responsabilidades, todo mundo tem criança e...
- Todo mundo menos... – Robert virou para Chris e eu abri um sorriso de lado.
- Exceto esse cara aqui! – Chris brincou, fazendo uma careta e Jeremy abriu um sorriso.
- Que ele saiba! – Jeremy comentou e eu Megan nos entreolhamos com os olhos arregalados.
- Ah, obrigado por esclarecer isso. – Chris bateu nas costas de Jeremy e eu notei que ele olhava em nossa direção, e fiz questão de não fazer contato.
- Foi mais difícil de trabalhar esse filme, fazer isso? – Jimmy perguntou mudando de assunto e eu abaixei a cabeça.
- É, pareceu a reunião da escola, o primeiro filme foi como primeiro dia de aula, mas esse outro já foi mais divertido. – Hemsworth comentou e eu confirmei.
- É, e principalmente porque essa mocinha estava grávida. – Robert comentou e Scarlett franziu os lábios, abrindo um sorriso de lado.
- É, com certeza, foi um momento mágico! – Ela riu. – Mas claro que eu não me senti tão mal, porque Mark tem a roupa que o cancela como homem.
- O que é essa roupa? – Soltei uma risada e a entrevista se seguiu.
Em um momento, Jimmy apareceu com algumas fan-arts, umas um tanto quanto sensuais, o que fez, tanto os convidados, como a plateia rirem até falar chega. Em outro momento, os fãs do Wall of America puderam fazer perguntas para eles, até que Clark Gregg, ator que faz o Phil Coulson apareceu na tela, fazendo o elenco comemorar.
Em seguida eles fizeram a versão d’Os Vingadores do Family Feud e uma coisa eu tive certeza, Chris era péssimo nesses jogos, ele não conseguia pensar em algumas coisas necessárias para ir bem naquele jogo, as opções dele eram sempre ruins e parte disso fez o time dele perder. Assim que a participação deles acabou, uma banda, que eu não peguei o nome, começou a se apresentar e ficamos lá até o programa finalizar.
Eu e o pessoal voltamos para a sala em que eles estavam e a primeira coisa que eu olhei foi Jeremy, ele estava pronto e quieto no seu canto, quieto até demais para ele, aquilo parecia um grupo de escola, então com certeza eles causavam demais. Meu Chris estava com a calça do seu terno, os sapatos e para variar, apanhando para dar o nó em sua gravata.
Abri um sorriso para ele e segurei as duas pontas, dando o nó de gravata com facilidade e abaixando seu colarinho em seguida, ajustando a altura da gravata novamente e prendendo a parte de trás e alisando a mesma em seguida.
- Susan e Scarlett estão lá no outro quarto. – Afirmei com a cabeça e deu um beijo em sua bochecha, puxando Rupert para que fosse comigo.
Entramos na outra sala e Susan estava com seu maquiador, enquanto Scarlett estava colocada na frente de um dos espelhos, enquanto uma mulher ajeitava seu cabelo. Acenei para as duas e comecei tirando meus brincos e pegando a bolsa de maquiagem que Rupert me entregara. Enquanto eu deixava a maquiagem mais escura e exagerava no rímel preto, Rupert começou a mexer no meu cabelo.
Ele primeiro trouxe meu cabelo todo para trás, fazendo questão de passar bastante laquê no cabelo, tendo certeza que o cabelo não ia arrepiar, pelo menos a chapinha ajudava isso. Eu só senti quando ele prendeu um elástico no meu cabelo em um rabo de cavalo alto. Peguei o batom que eu estava anteriormente e passei em meus lábios novamente, não tirando o excesso em seguida, o que era horrível, já que minha boca ficava entreaberta até que ele secasse de vez.
Senti Rupert trançar meu cabelo e puxar os lados depois de um tempo, ajeitando com a ponta do pente. Ele me entregou a caixa de joias rapidamente e eu tirei meus acessórios, ficando somente com minhas alianças. Coloquei o brinco que Rupert me estendeu e o olhei, eu não era muito fã de brincos grandes, mas aquele era maravilhoso e combinava perfeitamente com o look. Rupert me ajudou a fechar as pulseiras e eu me levantei novamente.
- Só fique de calcinha. – Ele comentou comigo, enquanto me entregava o vestido vinho e eu entrei no banheiro. – E venha aqui para eu fechar, é complicadinho. – Afirmei com a cabeça e segui para o banheiro.
Entrei no banheiro e tirei toda minha roupa, ficando somente de calcinha, como Rupert tinha pedido, o vestido era montado em duas camadas, uma camada que era um vestido tomara que caia e outra que eram três panos que caíam pelo vestido. Assim que eu vesti, notei as duas fendas, uma de cada lado do vestido que mostravam minhas pernas a cada passo que eu dava. Não sabia como agradecer a Chris por fazer eu me exercitar e tornear essas pernas.
Saí do banheiro e Rupert abriu um largo sorriso para mim, seguindo de uma piscadela e eu ri, virando de costas para ele. Ele puxou o zíper vestido de baixo para cima e fechou o botão que ficava próximo a meu pescoço, fazendo com que eu soltasse minhas mãos, o vestido estava preso ao corpo.
- Aqui! – Ele me estendeu as sandálias prateadas e eu agradeci, me sentando no sofá e colocando as mesmas e ele me ajudando a ficar em pé novamente.
- O que você acha? – Perguntei e ele fez um movimento com o dedo para que eu desse uma volta e eu o fiz.
- Eu quero seu telefone! – Foi o que Scarlett falou para Rupert e eu soltei uma risada, vendo-a olhar meu vestido de cima a baixo.
Voltei para a outra sala e meu marido já estava pronto, um terno branco listrado de azul escuro, a camiseta branca por baixo e uma gravata azul com pontos brancos. Particularmente eu o preferia em terno escuro, mas esse terno listrado estava muito bonito.
- Eu tenho a esposa mais linda do mundo. – Ele comentou baixo, só para mim e passou as mãos pela minha cintura, dando um beijo em minha bochecha. – Que está mais alta que eu. – Ri fraco.
- Rupert não tem noção de altura de salto. – Passei minha mão em seu corpo. – Mas não faz diferença. – Ele riu. – Bem, não faz tanta diferença.
- Ei Jeremy, acorda! – Ouvi e todos viraram para Jeremy que ainda estava no mesmo lugar de antes e ele olhou diretamente para ele. – Planeta Terra chamando. – Mark estalou os dedos na frente dele.
- Eu estou acordado, eu estou bem! – Ele falou, encostando-se à poltrona novamente, encarando as mãos em cima do colo.
- Não, você não está. – Meu Chris comentou e eu o soltei, o vendo se aproximar de Jeremy.
- Ele estava bem antes do programa. – Scarlett comentou, aparecendo na sala novamente.
- Não, só uma informação que chegou, eu não posso contar. – Mordi meu lábio inferior.
- Qual é cara, você está entre amigos. – Hemsworth comentou e eu olhei para Jeremy.
- Não cara, a informação não é minha para contar. – Puxei o ar fortemente e olhei para Megan que tinha um sorriso no rosto e apontava significativamente para Jeremy com a cabeça.
- Conta, Jeremy! – Falei e ele ergueu a cabeça, me encarando.
- Não, que isso...
- Conta! – Falei firme e ele franziu a testa. – Conta para todo mundo.
- Você tem certeza? – Comecei a ver que os olhos passavam dele para mim, de mim para ele.
- Conta antes que eu desista. – Falei firme e ele se levantou, franzindo a testa.
- Obrigado! – Ele disse, meio que aliviado, e eu me coloquei entre Rupert e Derek.
- O que vocês estão falando? – Mark perguntou, olhando para mim ainda e eu dei de ombros.
- Eu ouvi e Megan conversando antes do programa, me desculpa não devia, mas isso não é algo que deva ficar escondido. – Fechei os olhos, abrindo um largo sorriso e senti a mão de alguém apertar meu ombro.
- O quê? – Meu marido olhou para mim e eu mordi meu lábio inferior.
- está grávida! – Jeremy falou alto e eu fechei os olhos, ouvindo várias pessoas gritarem e me apertarem em seus braços, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
- Eu vou ser pai? – Ouvi a voz de Chris e abri os olhos, o vendo olhar para mim com um olhar bobo ainda e Scarlett e Robert ao redor de mim, me abraçando, junto dos meus amigos e Megan.
- Você vai ser pai, cara! – Jeremy repetiu, e eu passei minha mão na boca, andando em direção a Chris que tentava se desvencilhar dos amigos e se aproximar de mim.
- É verdade? – Ele perguntou, segurando meu rosto com as mãos e eu afirmei com a cabeça. – Mesmo, mesmo? – Soltei o ar pela boca e suspirei em seguida.
- Sim, eu descobri essa manhã! – Ele passou os braços pelos meus ombros, me apertando contra seu corpo, me fazendo sentir as lágrimas caírem diversas vezes no rosto, sentindo o nariz entupir. – Você está feliz? – Perguntei contra seu ouvido.
- Como eu não estaria? – Ele falou, segurando meu rosto em suas mãos novamente e pressionando seus lábios nos meus em um longo beijo. – Essa é a melhor novidade do mundo. – Ouvi alguém batendo palmas e algumas vozes misturadas comemorando.
- Precisamos de champanhe para essa ocasião! – Alguém falou, mas eu estava mais preocupada com os olhos de Chris focados nos meus, e seu largo sorriso direcionado para mim. Tudo estava bem.
- Você bebeu demais! – comentou comigo e eu franzi a testa.
- Eu estou bem! – Falei apertando sua mão, enquanto estávamos dentro do carro.
- Eu sei que você está bem, ainda não fez efeito. – Ela brincou comigo e eu estalei um beijo em sua bochecha.
- Eu te amo. Vocês dois. – Ela soltou uma risada fraca e encostou a cabeça em meu ombro.
- Eu sei! – Ela falou, abrindo um largo sorriso e o carro parou.
- Que belo primeiro evento, hein Ruth? Um evento desse tamanho e o seu cliente está bêbado! – Eu abri a boca, indignado, e estalou um beijo em minha bochecha.
- Eu não estou bêbado. – Reclamei, vendo a porta abrir.
- Ok, mas estão tira esse sorriso risonho da cara. – falou e eu me olhei no espelho, ela tinha razão.
- É porque eu estou feliz! – Reclamei e ela riu, me empurrando para o lado um pouco para que eu saísse do carro.
- Eu sei! – Ela falou e eu a ajudei a sair do carro, enquanto ela ajeitava a barra do vestido, que a deixava muito sensual. – Eu também estou. – Ela sorriu e eu coloquei minhas mãos em sua cintura, colando meus lábios nos dela, dando um longo beijo. – E você acabou de tirar meu batom.
- Opa! – Ela sorriu e eu estendi minha mão para ela, entrelaçando os dedos.
Ruth era nova, mas definitivamente sabia o que fazer, ela seguiu em frente e o que eu e precisamos fazer foi segui-la, o que eu já estava acostumado com Megan. E as premières da Marvel tinham o mesmo padrão: fãs, fotos, entrevistas e o resto do pessoal. Algo que Megan havia me alertado, era para me separar de um pouco, não para o pessoal tirar mais fotos minhas, mas sim para que eles pudessem tirar fotos de . Uma história de que as pessoas estavam ligando na assessoria perguntando se era assessorada estava rolando por ali, mas se eles queriam fotos dela quando ela começou a namorar comigo, agora mesmo que eles gostariam disso.
O vestido de era bem esvoaçante, então a cada passo que ela dava, devido ao vento, os panos voavam e deixavam boa parte das pernas de de fora, confesso que fiquei com um pouco de ciúmes disso, mas ela estava maravilhosa e aquelas pernas eram minhas. Ruth me entregou uma caneta e eu passei pelo corredor de fãs autografando as diversas coisas que eram colocadas em minha frente e às vezes, eu conseguia tirar alguma selfie com algum fã, sem que a segurança ficasse em cima, mas estava tudo certo. Ruth cochichou algo para e ela negou com a cabeça, e se manteve próximo a mim, acenando para alguns fãs de vez em quando. Eles gostavam dela.
Chegamos à parte das fotos e eu segurei minha esposa pela cintura, já parando logo nos primeiros metros. Ela passou a mão pelos meus ombros, mantendo o corpo ao lado do meu e de vez em quando eu olhava para seu perfil, ela piscava diversas vezes, provavelmente pela luz, mas seu sorriso era maravilhoso. Algumas vezes ela relaxava o rosto e mantinha um rosto mais sério, passei minha mão pela sua barriga e ela olhou para mim, dando um sorriso tímido em seguida. Acariciei seu rosto e ela colocou a mão em cima da minha e eu aproveitei para dar um beijo nela. Ela soltou uma risada em seguida e segurou no meio dos meus óculos escuros e tirou, encarando meus olhos.
- Muito melhor. – Ela disse e abaixou a mão e eu afirmei com a cabeça. – Tira algumas fotos sozinho. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
- Você também! – Ela franziu a testa.
- Por quê?
- Porque eles gostam de você! – Falei e ela sorriu. – Vai, seja minha modelo da Victoria Secret’s. – Ela soltou uma risada e deu um beijo em meu rosto.
- Afinal, sua família está lá. – Ela acenou com a cabeça para o início do tapete vermelho e eu ri fraco.
- Posso contar para elas? – Perguntei.
- Pode, mas não deixe que ninguém ouça, eu não quero rumores sobre isso, quero confirmação. – Ela falou baixo e eu afirmei com a cabeça.
- Combinado, amor! – Dei um beijo em sua bochecha e ela se afastou de mim um pouco.
Eu coloquei a mão no bolso e fiz algumas fotos, dando alguns passos para o lado, enquanto minha família me acompanhava do outro lado do tablado. Olhei para o fim do tapete vermelho e olhei para minha esposa, com a mão na cintura, sendo totalmente cegada pelos diversos paparazzis que queriam uma foto dela. Ela virava o corpo em 360º para que eles pudessem registrar todos os ângulos de seu corpo, mas assim que ela avistou minha mãe e minhas irmãs atrás do tablado, ela se virou de costas, e eu a perdi de vista, voltando a olhar para as câmeras.
Após algumas fotos, alguns outros passos, minha mãe, Carly e Shanna vieram tirar foto comigo e ficou na lateral, conversando com a esposa de Chris Hemsworth, Elsa. Era engraçado ver a altura das duas, já que Elsa era baixinha e era bem alta, mas elas tinham se tornado amigas. Em uma segunda olhada Cobie e Scarlett estavam juntas, todas rindo e gargalhando, e claro, abraçando , e minha esposa, discretamente passava a mão na barriga e elas riam. As três mães veteranas com a novata. Abracei minhas irmãs e minha mãe, e olhei para as câmeras novamente, com um largo sorriso no rosto.
- Eu preciso contar algo para vocês. – Falei para elas, mantendo o sorriso largo no rosto.
- O que aconteceu? – Ouvi minha mãe falar, que estava mais perto de mim.
- Eu vou ser pai! – Falei na lata e continuei olhando para os fotógrafos, sentindo as três me soltarem imediatamente.
- O quê? – Elas gritaram em seguida e eu abri a boca, exagerando nos movimentos.
- Vocês ouviram certo! Finjam que não aconteceu nada. – Falei e as três imediatamente se viraram para me abraçar.
- Oh meu Deus, filho! Eu não acredito! – Minha mãe falou, com as mãos na boca e eu abri um largo sorriso, respirando fundo e afirmei com a cabeça.
- É verdade! – Falei e Shanna me olhou com um sorriso largo e os olhos brilhando.
- Chris, isso é demais! – Afirmei com a cabeça e elas riram.
- Vem cá! – Lisa chamou e minha esposa veio com um sorriso largo. – Você realmente mudou esse garoto! – riu e a mais alta abraçou minha mãe fortemente. – Parabéns, querida! – Minha mãe falou, apertando-a forte. – Isso é um presente, querida. Vai dar tudo certo dessa vez.
- Com certeza! – Carly falou e elas se abraçaram.
- Podemos ir para lá? – perguntou. – Se eles notarem esse momento chororô aqui, eles farão perguntas.
- Eu vou para as entrevistas e já encontro vocês. – Falei e me puxou pelo braço.
- Cuidado com o que você vai falar. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça, fazendo-a rir baixo.
- O que aconteceu? – Ouvi minha mãe perguntar e riu.
- Exagerou na bebida.
Era raro eu não gostar de algum filme, e com certeza não seria em um filme da Marvel que eu começaria a ser exigente demais. O filme era ótimo, cheio de ação, com um enredo incrível, e claro que eles sempre deixavam perguntas dos filmes solos e isso sempre me irritava, afinal, cadê o Bucky em Os Vingadores? E claro, é meu marido, mas eu achei que faltou um pouco mais de Capitão América, uma opinião pessoal.
O que me deixou feliz foi descobrir o que aquele escudo quebrado na filmagem da Comic-Com significava, o que na verdade, só piorou meu humor, com certeza significaria algo para os próximos filmes da Marvel e isso não era legal. Chris não sabia, mas eu notava cada olhada que ele me dava, ele me analisava quando eu assistia a seus filmes, não importava se era no cinema, ou se era em casa mesmo, parecia que ele precisava de aprovação. Claro, é mais importante a aprovação da família e tal, mas ele tinha uma legião de fãs que davam isso para ele, e ele não precisava de mais nada.
Eu apertei sua mão em diversos momentos do filme, coisa minha mesma, eu ficava nervosa, atacada ou qualquer coisa, por causa de alguma cena e precisava aliviar isso em algum lugar, nesse caso no Chris. Como sempre, após o filme, todos nós aplaudimos e Chris me abraçou fortemente, o que eu retribuí.
Assim que saímos do filme, tinha a after-party, o que, estranhamente Chris não ficou. Demos uma passada no salão, ele tirou foto com algumas pessoas rapidamente, conversou com outras, mas não deu nem tempo de eu esquentar o meu assento e trocar dez palavras com as meninas que ele já me chamou para ir embora.
Assim que chegamos a casa, eu e ele fizemos silêncio já que Rupert e Derek dormiam no quarto de hóspedes e acenamos um boa noite para Ruth que foi se encontrar com eles. Eu entrei no quarto e a primeira coisa que eu fiz foi tirar o botão que fechava a segunda camada do vestido em meu corpo e deixei cair até a cintura onde o prendia.
Não deu tempo para fazer muito mais coisa, já que Chris passou as mãos pela minha cintura e colou os lábios nos meus, me fazendo sentir sua língua passeando pela minha boca com rapidez. Coloquei minhas mãos em sua nuca, acariciando-a com a ponta dos dedos e o senti morder meu lábio inferior e abri um largo sorriso, sentindo suas mãos acariciarem minha cintura mesmo depois que ele se afastou de mim.
- Eu prometo que vou amar você para sempre. – Ele cochichou e eu ri fraco.
- Você já prometeu isso. – Virei meu corpo em suas mãos e mostrei o zíper o qual ele abriu rapidamente.
- Então eu prometo de novo e de novo. – Colei meus lábios nos seus rapidamente.
Eu tirei meu vestido e coloquei o rosto na pia para tirar a maquiagem. O cansaço era maior que a vontade de tomar um banho naquele momento. Eu joguei os sapatos dentro do closet e coloquei o vestido em cima do terno de Chris que estava na poltrona. Ele passou a mão no cabelo, arrepiando os mesmos e tirando um pouco do gel do mesmo. Eu entrei no closet rapidamente e peguei meu pijama, colocando os shorts e a blusa e sentei na cama, fazendo uma rápida reza, agradecendo por aquele dia e por aquele presente maravilhoso e puxei a coberta para cima de mim.
- Espera! – Chris falou, pulando do seu lado da cama e puxando a coberta para baixo novamente e se deitou na cama, com a cabeça em minha barriga. – Eu quero prometer para o bebê também. – Ele falou e puxou minha blusa para cima.
- O que você quer prometer? – Perguntei e ele riu fraco, apoiei minha mão em sua nuca, fazendo um carinho de leve.
- Eu posso prometer que eu vou ser o melhor pai no mundo? – Ele me perguntou e eu ri fraco.
- Você pode, mas promessa é dívida. – Brinquei e ele olhou para mim, com um sorriso no rosto.
- Eu vou cumpri-la. – Ele falou e deu um beijo em minha barriga, se sentando na cama novamente. – Eu nunca pensei que isso fosse acontecer.
- Eu sei! – Falei pela milésima vez aquele dia. – Você nunca pensou que fosse se casar, encontrar o amor da sua vida, ter filhos...
- Tudo aconteceu por culpa sua. – Ele falou e eu sorri, afirmando com a cabeça. – Obrigado.
- Não me agradeça! – Falei rindo e ele sorriu, deitando ao meu lado e eu virei meu corpo, passando meus braços pela sua barriga. – Agradeça ao destino.
- Pode apostar! – Ele soltou uma risada e eu suspirei, mantendo o largo sorriso em meu rosto. – Faço isso todas as noites.
Capítulo 19
(Está tudo bem, contanto que estejamos juntas onde quer que vamos, e está tudo bem, todos precisam saber. Você pode estar meio louca, eu já disse que te amo? Você é a única razão pela qual eu não tenho medo de voar, e isso é louco, que alguém possa me mudar. Agora isso não importa o que eu tenho que fazer, eu não tenho medo de tentar, e você tem que saber que é o motivo do por que.)
– Victoria Justice – You're The Reason
- Esse é nosso bebê? - Chris tapou minha visão, olhando o monitor mais de perto e eu ri fraco, o sentindo apertar minha mão. - Ele é tão pequeno.
- Ele tem só dois meses. - Eliza falou e eu o empurrei para o lado, a fim de ver o monitor melhor.
- Oh, desculpa amor. - Ele foi para meu lado novamente e eu coloquei uma das mãos na boca, puxando a respiração fortemente.
- É lindo! - Falei, não encontrando melhor forma para expressar.
- E ouçam. - A doutora apertou um botão e um som forte começou a se repetir diversas vezes.
- O que é isso? - Perguntei a ela, mas no segundo seguinte eu me dei conta do que era.
- O coração do bebê. - Eliza falou e eu ouvi um tom assustado vindo de Chris.
- Oh meu Deus! - Ele falou animado em seguida e estalou um beijo em minha testa. - Já dá para ouvir o coração batendo?
- Já sim. - Eliza falou, rindo com a empolgação de Chris, e eu só tentava controlar para que as lágrimas não caíssem em minhas bochechas.
- E o sexo, já dá para saber? - Ele perguntou animado.
- Não...
- Não, nada de saber o sexo do bebê. - Falei brava, pegando a toalha que Eliza me entregava e comecei a passar em minha barriga.
- Ah, mas por quê? - Chris fez um bico para mim e eu ri, me ajeitando na maca.
- Para testar a sua paciência e a minha. - Eliza riu. - E também, não importa se for menino ou menina. - Abaixei minha blusa e me levantei da maca, fechando minha calça jeans.
- Você realmente está falando que só quer saber o sexo do bebê quando nascer? - Ele se aproximou de mim e eu afirmei com a cabeça.
- Com certeza! – Afirmei com a cabeça. – Para mim tanto faz o gênero, se estiver saúde está ótimo.
- É uma boa ideia, na verdade, testar a paciência e tudo mais, porque vocês vão precisar. – Eliza falou.
- Mas e o quarto do bebê? - Ele perguntou, passando as mãos em minha cintura.
- Precisamos dar um jeito no quarto de hóspedes antes. - Ele franziu a testa.
- Se eu concordar em fazer isso vai ser um boicote total. - Ele falou. - Só a doutora Eliza vai saber disso, mais ninguém.
- Eu aceito o pacto. - Eliza falou e eu ri fraco.
- Então, estamos combinados? - Chris perguntou. - Sem saber o sexo do bebê até ele nascer.
- Combinado! - Falei e ele riu fraco.
- Você vai ser quem mais vai sofrer com isso, só dizendo. - Ele falou, provocando.
- Combinado, Christopher? - Perguntei e ele fechou os olhos, afirmando com a cabeça.
- Combinado! - Ele estendeu a mão para mim e eu a segurei, chacoalhando para cima e para baixo.
- Nove meses começando agora. - Ele falou.
- Sete. - Eliza falou e entregou um papel para mim. - Eu devo pegar assinaturas? - Ela brincou e eu neguei com a cabeça. - Aqui está seu novo plano alimentar, eu entendo que você entrará no terceiro mês e aí que os famosos desejos começam, mas quando não tiver nenhum, por favor, tente seguir a dieta, que aí não teremos certa mamãe brava por ganho de peso e tudo mais. - Eu abri um sorriso.
- Mamãe? - Perguntei.
- E ela só pegou o fim da frase! - Eliza riu. - Sim, mamãe! Melhor se acostumar com isso. - Assenti com a cabeça e a cumprimentei. - Vejo vocês mês que vem e qualquer problema ou dúvida, não hesite em me ligar ou mandar e-mail.
- Obrigada, doutora! - Chris falou e eu afirmei com a cabeça.
- Oh Megan, ele é tão lindo! – Falei, colocando uma das mãos na lateral do berço.
- Ele é! – A nova mamãe falou com os olhos brilhando e eu sorri.
- Oi pequeno Joseph. – Acenei para o pequeno que bocejava dentro do berço.
- Como você está? – Ouvi Chris perguntar e virei meu rosto.
- Eu estou bem, está tudo muito bem. – Ela tinha um largo sorriso no rosto.
- Aqui, um presentinho para ele. – Chris entregou a embalagem para Megan que se sentou ao lado dele.
- Quem diria, hein?! – Ela mesma brincou. – Depois de quase dez anos de casamento, eu teria um bebê.
- Em compensação... – Chris brincou.
- Quatro meses e vocês já terão um. – Ela falou, sorrindo para mim e eu me coloquei ao lado do berço, olhando o pequeno Joseph.
- Acho que agora que o destino deu certo para mim, ele está querendo compensar todos os anos. – Megan soltou uma risada e tirou o macacão verde do embrulho.
- Oh gente, é lindo demais! Obrigado! – Ela abraçou Chris rapidamente e sorriu para mim. – Sei que vocês foram lá, como está?
- Está tudo bem. – Falei, fazendo uma careta fofa quando Joseph abriu a boca e mexeu as perninhas.
- Ela decidiu que não quer saber o sexo do bebê. – Ouvi Chris falar irônico e eu virei o rosto para ele, revirando os olhos.
- Para, Chris! Não é nada demais! – Falei, e Megan deu risada ao meu lado.
- Eu só fiquei sabendo que viria o Joseph porque o boca grande do meu marido falou sem querer, porque eu não queria também. – Megan falou e eu abri um sorriso convencido e Chris que revirou os olhos. – Esse sentimento de segredo, de amor incondicional é demais. – Ela falou com um ar sonhador.
- Que bom que está feliz, Megan, e que ele está bem também. – Falei, voltando a olhar para dentro do berço.
- Você quer segurá-lo? – Ela perguntou para mim.
- Ah, não precisa.
- Você precisa aprender. – Ela falou e revirei os olhos.
- Falou a veterana em maternidade. – Falei irônica e Megan soltou uma risada e se aproximou do berço.
- Falam que você se torna mãe assim que engravida, ok, até pode ser verdade, mas nenhum livro te ensina para o que realmente vem em seguida. – Ela pegou o sonolento Joseph no colo e eu sentei no sofá, ao lado de Chris. – Você aprende com o seu, porque dessa vez, se a criança começar a chorar em seu colo, é você que vai ter que pegar.
- Está tudo lindo, eu sei, mas você teve algum problema no parto, amamentar? – Chris perguntou ao meu lado e Joseph foi colocado em meu colo, ainda com os olhos fechados.
- Bem, desde que eu descobri que estava grávida, eu falei que ia fazer cesárea, isso foi uma decisão na lata, alguns pontos abriram por estresse nos primeiros dias, mas nada grave. – Ela falou, abanando as mãos enquanto eu ajeitava a coberta em cima o pequeno. – Eu tive uns problemas na hora do leite descer, mas antes do fim do primeiro dia isso foi resolvido.
- Que bom Megan! E o trabalho, conseguiu sossegar um pouco? – Chris brincou e eu ri fraco.
- Aqui, segure-o um pouco. – Estendi o bebê.
- Ah, não, eu realmente não quero tentar. – Ele riu e eu franzi a testa.
- Você segura filhos de fãs, segura o filho da sua amiga. – Falei brava com ele, e ele pegou o bebê meio desajeitado.
- Os filhos de fãs normalmente têm mais que algumas semanas de vida. – Ele falou, olhando para o rosto do bebê.
- Só não derrube meu filho que está tudo certo. – Soltei uma risada e encostei o queixo no ombro de Chris, olhando o pequeno pelos ombros de Chris.
- Ele é parecido contigo. – Falei, olhando para os olhos escuros do pequeno.
- Falam que muda, totalmente. – Ela suspirou.
- Um passo de cada vez, Megan. – Ela respirou fundo.
- Você está certa. – Ela falou, com um sorriso nos lábios. – A gente acompanha o crescimento dele e da sua barriga, tudo devagar.
- Oh Megan, acho que ele fez xixi! – Chris falou, esticando o bebê para ela e eu soltei uma risada baixa.
- Você não vai poder entregar para os outros o seu filho, ouviu? – Falei para Chris e ele riu, dando um beijo em minha bochecha.
- Isso é totalmente demais! Vocês dois são incríveis! - Bufei pela milésima vez aquele dia e respirei fundo. - Você é uma jornalista incrível, ele é um ator demais, é o casal para vida! - Ouvi meu ramal tocar e o atendi.
- Sim! - Falei, ignorando a estagiária nova ao meu lado.
- Jake chegou, vai subir? - Ouvi a voz do fotógrafo da Details do outro lado do telefone.
- Podem começar, já chego! - Falei e desliguei o telefone.
- O casamento de vocês deve ter sido maravilhoso e agora vocês vão ter um bebê, eu quase surtei quando vi sua postagem no Instagram. - Soltei uma risada fraca e me levantei.
- Alicia! - Chamei atenção dela e ela me olhou. - Acredite, é ótimo ter alguém falando mil e uma maravilhas sobre a minha vida, mas, no momento, eu estou cansada, vomitando a cada hora e meus hormônios estão gritando, você poderia reduzir a animação um pouco? - Perguntei, sendo completamente honesta com ela.
- Desculpa, deve ser chato ter alguém te infernizando. - Ela falou, mordendo os lábios em seguida.
- Acredite, em outras circunstâncias eu amaria isso, mas eu tenho dormido pouco e tem um bebê crescendo dentro mim, isso é uma coisa linda, mas os primeiros meses são os piores. - Falei, pegando meu iPad em cima da mesa. - Eu prometo que te deixo perguntar tudo o que quiser quando eu passar o primeiro trimestre. - Falei sincera.
- Posso fazer uma entrevista contigo para o jornal da faculdade? - Ela falou e eu ri fraco.
- Se você achar algo que seja relevante para me entrevistar pode ficar à vontade. - Falei e virei de costas, seguindo para o elevador e apertando o botão do estúdio de fotos.
Enquanto o elevador subia, eu encostei a mão em minha barriga, ela já estava firme, dura mesmo, isso podia ser nada, mas era uma felicidade enorme. Chris estava gravando o novo filme da Marvel em Atlanta, e eu ficava sozinha em casa boa parte do tempo, então usava esse tempo livre para caminhar com Leslie, fazer ioga para futuras mamães e comer. Sim, comer era o principal, mas eu estava com uns desejos estranhos, desejo de salada! Eu nunca gostei de salada!
Tipo, eu nunca fui fã de salada, mas comia um pouco, legumes cozidos era meu favorito, mas agora eu tenho comido saladas de folhas verdes, principalmente alface, que eu gostava demais. Bem, mas claro que eu exagerava um pouco nos molhos, cheio de maionese para deixar tudo mais gordo. Enfim, engordar um pouco na gravidez não era algo que me faria surtar, então está tudo certo. Enquanto controlado, é claro. Chris viria no fim de junho, comemoraríamos nossos aniversários, minha mãe estava chegando, faríamos outro ultrassom, o primeiro trimestre terminaria de uma forma linda!
Entrei na sala e quase tive um ataque, Jake Gyllenhaal estava na frente da tela cinza, sendo fotografado por Mark. Ele era um incrível ator e eu sempre o admirei muito, o bom de vir trabalhar na Details era isso, a cada mês eu tinha a chance de conhecer algum homem lindo. Jake seria a capa do mês de agosto e eu teria a chance de entrevistá-lo. Mas naquele momento eu só queria fugir de Alicia mesmo, não adiantava muito eu ficar lá, sendo que eu seria inútil em palpite para fotos.
- Jake, essa é , ela que irá te entrevistar. – Mark falou para mim e eu afirmei com a cabeça quando Jake acenou, estendendo a mão para eu cumprimentá-lo e eu o fiz. Em seguida, me coloquei ao lado e sentei em um dos bancos no estúdio, observando os dois trabalharem.
- O que você vai querer de aniversário? – Olhei para Chris na tela do iPad.
- Já falei que não quero nada. – Falei, jogando a cabeça para trás nos travesseiros.
- São seus 30 anos, , precisa ter algo que você queira.
- Queria você aqui, na verdade. – Comentei, com um sorriso de lado nos lábios.
- Me desculpe. – Ele falou, passando a mão no rosto. – Eu te compenso em alguns dias.
- Tá tudo bem, eu estou meio emotiva hoje. – Dei de ombros, sentindo Leslie pisar em minhas pernas.
- 30 anos, grávida, comemorando o aniversário sozinha, acho que você tem alguns motivos. – Ri fraco.
- Larry e Jordan trouxeram um bolo para mim, no trabalho também comemoraram, minha mãe ligou mais cedo, mas sei lá. – Respirei fundo. - Eu estava vendo nosso vídeo de casamento. – Ri fraco. – Além das filmagens contratadas, tem muito conteúdo que o pessoal enviou.
- Deve estar bem legal. – Ele comentou e eu afirmei com a cabeça.
- Foi ótimo ver por uma perspectiva diferente do nosso casamento. – Ele abriu um largo sorriso.
- Parece que era só nós dois em nosso mundo, não?! – Ele falou.
- Exatamente. Parece que não tinha mais ninguém. – Ri fraco, sentindo Leslie mexer minha mão no colchão e escorreguei minha mão em cima de sua cabeça.
- A gente assiste juntos quando eu chegar em junho. – Afirmei com a cabeça.
- Falando em junho, pode me dizer o que quer de aniversário também. Vamos fazer uma festa para comemorar.
- Eu quero ficar perto de vocês e não soltar mais pode ser? –
- Por mim, pode! – Falei, soltando uma risada fraca, acariciando a cabeça de Leslie.
- Como você se sente completando trinta anos?
- Não estou muito feliz por você falar isso a cada cinco segundos. – Falei brava e ele soltou uma risada. – Mas estou bem, eu estou exatamente onde queria estar aos trinta. Casada, um filho a caminho, não poderia estar melhor. – Abri um sorriso sonhador.
- Eu vi o que você postou no Instagram. – Ele abriu um sorriso. – E eu estou feliz por fazer parte disso. – Ele piscou para mim.
- É bom demais! – Ri fraco.
- E o bebê? Está tudo bem? – Afirmei com a cabeça.
- Tudo ótimo, falei com a Eliza no começo da semana, achei que estava tendo enjoos demais.
- E aí...?
- Ela disse que é normal nos primeiros meses, é como se o corpo tivesse combatendo uma infecção, mas ele tem que se ajustar a isso.
- Isso é estranho.
- Não é estranho, é nosso bebê! – Ele gargalhou.
- Está certa! – Pisquei para ele que passou a mão na testa. – Mais seis meses por vir.
- Vai nascer no fim de dezembro, começo de janeiro, pode se preparar.
- Passaremos o ano novo no hospital.
- Vai ser um ótimo jeito para começar o ano seguinte. – Ele comentou.
- Temos o dom de começar o ano com coisas inusitadas, não?! Primeiro o casamento, agora o bebê! – Ri fraco.
- Pelo menos é fácil de lembrar a data. – Ele deu de ombros e eu revirei os olhos.
- Pode apostar, vai ser um menino! – Scott falou com a boca cheia.
- Eu acho que é uma menina. – Lisa falou e eu ri, colocando um pedaço de carne na boca.
- Eu concordo com a Lisa. – Minha mãe falou e eu balancei a cabeça.
- Eu só acho que vocês deveriam saber logo, vai deixar todo mundo louco. – Carly falou.
- Não, ninguém vai saber antes da hora! – Chris falou bravo, e eu gargalhei. – E sim, vai ser um belo meninão.
- Vai ser uma menina. – Lílian falou, passando a mão na minha barriga que começava a aparecer. – Uma linda menina igual à mãe.
- Sem graça. – Chris mostrou a língua para a cunhada e eu ri.
- Acho que devíamos fazer um bolão. – Marcus, marido de Carly falou e eu me sentei direito no sofá, abaixando a blusa.
- Acho uma ótima ideia. – Scott se animou.
- Mas não tem muita graça, as chances são de 50%. – Chris falou, balançando as mãos.
- Por que não fazemos uma aposta? – Me levantei, me aproximando de meu marido. – Se você for um menino, você coloca o nome, se for menina a decisão do nome é minha. – Falei, dando uma piscadela.
- É realmente necessário? – Ele perguntou.
- Bem, eu quero um nome brasileiro nela. – Falei, colocando as mãos na cintura.
- É, mas ele vai ter um nome americano. – Chris falou, me encarando.
- Ah, querido, pode se preparar que nossa filha vai chamar . – Ele arregalou os olhos.
- Nosso filho já tem um nome? – Ele falou assustado e o pessoal da sala gargalhou.
- A brincadeira durou pouco. – Minha mãe falou e eu ri.
- Tá bom. – Ele respirou. – Relaxa filho, você não vai ter esse nome. – Ele falou e eu ri, sentindo-o passar a mão em minha cintura. – , hein?! – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça. – Eu acho que eu gosto.
- É melhor você pensar em um logo. – Falei e ele riu. – E nada de um nome composto com Christopher no segundo nome. – Ele franziu a testa.
- Me senti ofendida agora. – Lisa comentou e eu ri.
- Pode deixar, vai ser um nome criativo.
- Ai! – Lisa brincou de novo e eu ri.
- Vamos achar um nome para você, bebê. – Shanna falou, aparecendo na sala novamente. – Mas enquanto isso, vamos cantar parabéns para os futuros papais. – Ela falou animada.
- Eu acho que não vou conseguir fazer isso por muito tempo. – Falei, passando os braços pela cintura de Chris, sentindo meus seios colar em seu peitoral.
- O quê? – Ele perguntou.
- Sexo. – Falei direta e ele franziu a testa.
- É o meu cheiro? – Ela riu. – O quê? Eu já vi isso acontecer.
- Não, você cheira bem. – Comentei e ele riu fraco. – Meus seios vão começar a inchar em breve e por mais que eu sei que não tem nada a ver, que o bebê não sente e tudo mais, eu ainda sinto como se tivesse uma terceira pessoa assistindo. – Ele gargalhou ao meu lado.
- Peitos grandes! – Ele falou animado e eu olhei para ele. – Maiores.
- Que você não vai poder tocar. – Falei e ele riu. – Tem seu lado bom em estar grávida, mas também tem a parte ruim. – Suspirei.
- Não importa, você está linda demais! – Abri um sorriso e o senti beijar minha testa.
- Eu estou brilhando. – Falei rindo. – É o que todo mundo diz. – Ele afirmou com a cabeça. - Quando você volta? – Perguntei, mudando de assunto.
- Fim de semana que vem eu estou aqui. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Você vai me acompanhar no ultrassom de amanhã? - Perguntei, enrolando um pano de prato nas mãos.
- Claro que vou! - Chris respondeu animado. - Eu saio dos estúdios da Marvel, te pego no trabalho e vamos direto.
- Combinado! - Ele pegou, cortou a omelete e me serviu um pedaço.
- Licença. - Virei o rosto, vendo Jordan entrando pela porta da frente.
- Ei Jordan, quer jantar? - Chris falou, com um pedaço de pão na boca.
- Modos! - Reclamei e ele franziu os lábios.
- Não, obrigado. - Jordan falou. - Eu sei que Larry não chegou ainda, mas eu preciso pegar minha filha na escola.
- Larry não chegou ainda? - Chris perguntou e eu chequei meu relógio.
- Ele está umas duas horas atrasado. - Franzi a testa.
- Ele não me informou nada ontem. - Jordan falou.
- Nem a nós. - Falei me levantando da mesa de jantar.
- Vocês querem que eu fique…
- Não, vá resolver sua vida, nós veremos se aconteceu alguma coisa. - Chris falou e ele afirmou com a cabeça.
- Me mantenham informado, por favor. - Jordan falou.
- Pode deixar. - Falei, com um sorriso no rosto.
- E se cuida, .
- Sempre, Jordan! - Acenei e ele se retirou.
- Estranho. - Chris comentou, enquanto eu voltava a me sentar ao seu lado na bancada.
- Ele nunca fez isso. - Comentei.
- Será que aconteceu alguma coisa? - Ele falou e imediatamente seu celular começou a tocar e eu franzi a testa.
- É a Megan. - Suspirei aliviada. - Fala. - Chris atendeu o celular.
- Onde vocês estão? - Ouvi o berro de Megan do outro lado da linha e Chris abaixou o celular, colocando-o no viva-voz.
- Estamos em casa, por…
- Larry foi atropelado, me dá o número do seu seguro médico agora, ele precisa de um local de qualidade. - Eu travei.
- Megan…
- Me encontra no seu hospital agora. - E o telefone ficou mudo.
Eu olhei para Chris e nos movimentamos na mesma hora, largando os garfos em cima da mesa e saindo pela porta que dava para os fundos. Eu peguei a carteira de Chris de seu bolso e enquanto ele dirigia, eu mandava mensagem para Megan com o número que ela pedira.
Acabamos encontrando Jordan parado no ponto de ônibus perto de casa ainda e o levamos junto para o hospital. Todo mundo estava quieto, ninguém sabia o que estava acontecendo, então o silêncio reinou dentro do carro.
Eu sabia que Larry e Jordan eram importantes em excesso para o Chris, eles eram seguranças desde que Chris tinha a outra casa, pouco mais de sete anos. Não era como se ele quisesse seguranças para cuidar dele, mas quando a fama começou a surgir Megan praticamente o obrigou. Claro, eles não ficariam seguindo Chris de um lado para outro, afinal, Chris nem mesmo gostava disso, e nem era necessário, mas para cuidar da casa, era algo meio necessário, e, além disso, Chris ficava muito tempo sozinho, o que é meio chato de vez em quando, pela minha experiência pessoal.
Jordan era um homem alto, de seus quarenta anos, a pele morena e lindos olhos verdes. Andava sempre com os cabelos ralos e era mais sério. Ele era separado e tinha duas filhas, uma de 20 e outra de 12 anos, a mais velha já estava na faculdade, a mais nova estava começando o Middle School. Larry já era um pouco mais velho, mais baixo também, passara dos seus sessenta anos, era casado com a mesma mulher há mais de quarenta, tinha uma filha adotada, já que sua esposa era estéril e já era avô de quatro meninos. Ele sempre foi o brincalhão, havia uma comparação engraçada entre os dois, e os dois eram grandes amigos.
Entramos no hospital rapidamente e mesmo sem conhecer muitas pessoas eu identifiquei a família de Larry ali. Sua esposa e sua filha sentadas no sofá, Megan estava em pé no canto também. A filha de Larry tinha os olhos perdidos em algum lugar do carpete do hospital, já sua mãe chorava descontroladamente. Eu e Chris nos entreolhamos e o senti apertar minha mão fortemente e eu respirei fundo. Megan nos viu e se desencostou da parede, negando com a cabeça.
- Ele não aguentou. – Ela falou e eu respirei fundo, sentindo meus olhos encherem de lágrimas imediatamente.
Sentei meu corpo em uma das cadeiras ali perto e apertei as mãos fortemente no braço da poltrona, eu respirava forte, parecia que o ar não entrava e nem saía direito. Megan apertou meus ombros e me abraçou de lado. Olhei para frente com os olhos meio embaçados e vi que Chris abraçava fortemente a esposa de Larry. Seu rosto estava vermelho, mas ele não chorava.
- Você precisa ficar calma. – Megan falou, se ajoelhando em minha frente. – Pode fazer mal ao bebê.
- Estamos bem. – Falei, passando a mão em meu rosto e respirando fundo. – Como aconteceu? – Perguntei baixo.
- Foi trágico demais. – Ela falou, movimentando a cabeça para os lados. – Ele estava no ponto de ônibus esperando pelo ônibus, aí um carro desgovernado veio e... – Coloquei a mão no rosto, sentindo meu corpo arrepiar. – Tem mais três vítimas. – Puxei o ar forte e joguei a cabeça para trás, batendo-a na parede.
- Ele amava tanto vocês. – Ouvi a esposa de Larry falar para Chris e eu mordi meu lábio inferior, sentindo as lágrimas rolarem livremente pelo meu rosto. – Ele acompanhou você em tantas coisas. – Ela deu um sorriso de lado. – Pelo menos ele te viu realizar seus sonhos.
- Obrigado, Alena. – Chris falou e eu abri um sorriso de lado. – Qualquer coisa, vocês sabem que podem contar comigo.
- Só cuidem desse bebê. – Afirmei com a cabeça, me levantando para abraçá-la.
- Que Deus abençoe a alma de Lawrence Stevens e conforte o coração dos familiares. – Ouvi a voz do padre e apertei os ombros de , próximo a meu corpo e respirei fundo, puxando o ar pelo nariz.
Vi a primeira pessoa derrubar a rosa branca dentro do túmulo, onde o caixão fechado já havia sido descido. Depois outra, e outra, e outra. Até que eu deixei a que estava em minha mão cair para dentro do túmulo e me afastei com , dando espaço para que outra pessoa fizesse o mesmo. Eu segurei sua mão firme e dei um beijo em sua bochecha.
- Como vai ser agora? – Megan perguntou, aparecendo do nosso lado.
- Nós seguiremos em frente. – falou, com os olhos avermelhados. – Não há nada mais a fazer. – Afirmei com a cabeça.
- Você quer uma carona, Megan? – Perguntei e ela negou com a cabeça.
- Não precisa. – Ela falou, dando alguns passos para frente. – Te pego à noite para irmos para Berlin. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça. – Não podemos adiar mais, precisamos terminar essas gravações.
- Obrigado, Megan. – Falei e ela abraçou rapidamente.
- Até mais tarde. – Ela falou acenando.
- Você vai ficar bem? – Perguntei quando entramos no carro.
- Eu sempre fico. – Ela falou, puxando o cinto de segurança.
- Eu vou pedir para Megan encontrar outro segurança. – Falei e franziu a testa.
- Ah, para! Deixa isso passar, eu não sou tão frágil assim.
- Eu sei que não, mas me preocupo. – Falei retrucando.
- Leslie é um bom cão de guarda. – Ela falou e eu ri.
- Que tem medo de um trovão. – Falei e ela sorriu fraco.
- Detalhes.
- Está sendo legal aqui em Berlin, mas ainda bem que acabou.
- Cansado? – Ela perguntou.
- Não, só quero ficar com minha esposa e meu filho.
- Filha. – Ri fraco.
- Ainda estamos nessa? - Perguntei, olhando-a para a tela do computador.
- Ainda amor, estamos na metade do caminho só. – Ela falou, puxando o ar forte pelo nariz.
- Parece que estou perdendo tanto. – Falei passando a mão nos cabelos.
- Você não perdeu nada, amor. – A vi passar a mão nos olhos novamente.
- Eu perdi nosso bebê se mexendo e ainda não senti. – Ela soltou uma risada fraca.
- E a gente achando que ele estava quieto demais. – Ela falou e eu ri fraco. – Agora quando ele decide se mexer, parece uma escola de samba. – Ela abriu um sorriso de lado.
- Fala para ele continuar se mexendo, então. – Falei e ela afirmou com a cabeça. – , você está chorando?
- Eu estou meio emotiva esses dias.
- É por causa do Larry? – Ela negou com a cabeça.
- Não, não tem nada a ver. Sei lá, eu sento na frente da TV, e quando eu percebo já estou chorando. – Ela falou, rindo fraco em seguida.
- O que você está assistindo agora?
- A Guerra dos Cupcakes. – Soltei uma risada, vendo-a dar de ombros.
- É assim que as emoções de uma grávida funcionam.
- Ei, garota! – Sebastian apareceu atrás de mim e acenou. – Como está o bebê Evans?
- Está muito bem, obrigada. E por que todo mundo chama de bebê Evans? – Ela falou brava. – Eu tenho um sobrenome também.
- É assim que a imprensa está falando. – passou a mão na testa e suspirou.
- Eu recebo as informações sobre o Chris, eu estou em todas. – Ela falou fazendo careta.
- Todo mundo gosta de uma família feliz, ainda mais com uma grávida no meio. – Ela franziu os lábios.
- Isso é verdade! – Ela falou, dando de ombros.
- O que você achou do cabelo? – Perguntei e ela riu.
- Acho que sua namorada vai gostar desse seu look mais largado, não?! – Sebastian deu uma mexida no cabelo.
- Melhor esquecer isso, vai! – Ele riu. – Se cuida. – Ele falou.
- Vocês também. – Ela sorriu. – Te vejo em alguns dias. – Afirmei com a cabeça.
- Eu te amo. – Falei.
- Eu te amo também.
- O bebê está bem. – Doutora Eliza falou, afastando o aparelho de ultrassom da barriga de quatro meses de . – O coração dele está batendo bem forte, no ritmo certo, a posição dele na barriga está correta também. – Eliza falou segurando a ficha de . – Só estou preocupada com esse açúcar na sua urina, vou pedir para refazer, tudo bem?
- Sem problemas. – esticou o corpo, se sentando na maca.
- Agora, vai começar o momento que poucas grávidas gostam, o ganho de peso, e eu não digo pelo fato de você engordar, digo que sua barriga vai inchar mais e vai aumentar. Você é uma mulher alta, , então nem pense que sua barriga será miúda porque não será. – Ela riu ao meu lado.
- Eu nem quero. – Ela abriu um sorriso.
- Outra coisa, que já precisamos começar a pensar é sobre o parto, já sabe como você quer? – suspirou, abaixando a blusa.
- Eu quero ter tudo o que uma mãe tem direito e sentir tudo também. – Ela abriu um sorriso e segurou minha mão fortemente.
- Parto normal, então?!
- Com certeza, mas eu quero anestesia. – falou e eu ri.
- Então já vou entrar em contato com um anestesista, para vocês conversarem, é um momento importante. – assentiu com a cabeça. – E você, Chris, vai acompanhá-la? – Ambas olharam para mim.
- Sim. Acho que eu consigo aguentar isso. – riu, revirando os olhos.
- Bem, papais, o bebê de vocês está com quase 20 centímetros, na 17ª semana, pesando em média 300 gramas.
- É tão pequeno. – falou, com aquele olhar preocupado dela.
- Ele é do tamanho de uma régua. – Eliza estendeu uma régua e a pegou.
- É, é bem pequeno.
- Não se preocupe, ele assentou. Ele só vai crescer agora.
- Não tem perigo de outro...
- Não! A gente vai tomar todo o cuidado do mundo quando ele for sair daí e caso tenha algum problema, entubamos você e levamos para uma cesárea, imediatamente. – Ela abriu um sorriso. – Tem várias pessoas loucas para ver o bebê de vocês.
- Eu posso imaginar por quê. – falou e eu ri fraco.
- Para a próxima consulta, eu quero um novo exame de sangue, um novo exame de urina e eu vou montar uma nova dieta para você, você vai precisar comer mais. O começo era para controlar o peso em excesso que ganham nos primeiros meses, mas agora você vai precisar disso para fortalecer.
- Combinado doutora. – Ela sorriu.
- E fiquem com a foto, publiquem nas redes sociais. O bebê de vocês vai ser lindo. – riu, afirmando com a cabeça.
- Eu não vou mais tirar nenhuma foto sua com o Mickey. – Falei e olhou indignada para mim.
- Mas eu não tirei só foto com o Mickey. – Ela respondeu, puxando seu celular da minha mão.
- E nem com os príncipes. – Quase gritei na cara dela e ela soltou uma risada fraca, revirando os olhos.
- Isso tudo é ciúmes? – Ela perguntou. – De personagens da Disney?
- Você sabe que são pessoas lá dentro, não? Homens?
- Ah, Chris! – Ela passou a mão na testa. – Eu tenho meu próprio príncipe, meu próprio rei, na verdade, por que eu iria querer um cara que ganha a vida fingindo que é um príncipe? – Eu abri a boca e fechei logo em seguida. – Tonto. – Ela falou, estalando um beijo em minha testa.
- Sobre o rei e tudo mais, você seria a rainha? – Perguntei.
- Com certeza! – Ela soltou uma risada maléfica e eu concordei com a cabeça.
- Tá certo!
- E nosso bebê vai ser o futuro herdeiro. – Ela abriu um sorriso feliz e deu uma volta ao redor do seu corpo, olhando a Disneylândia da Califórnia.
- Você sabe que eu gosto bastante de Disney, então vou realmente sonhar com isso. – Ela afirmou com a cabeça.
- Você já comprou um gorro do Mickey, dois macacões e uma luva que imita a mão do Mickey para o nosso filho, não vai ser difícil, né?!
- Falta uma coroa, então. – Falei animado.
- Chris, você precisa fazer uma apresentação agora, amor. – me cortou e pegou no meu braço.
- Talvez depois?
- Estou andando há horas, Chris, uma grávida quer ir para casa, aproveitar minhas poucas horas contigo antes de ir para Berlin. Pior que eu nem posso ir a muitos brinquedos.
- Não que você tenha coragem de ir, não é?! – Ela deu de ombros, balançando a cabeça. - Vai entrar na D23?
- Talvez eu entre mais tarde para impedir que você fale muita besteira nas entrevistas, vou ver se eu acho outro príncipe. – Ela deu um sorriso e eu revirei os olhos. – Sério, Chris, tudo o que você e o Anthony vão falar lá, eu já sei. Afinal, até o trailer eu já vi. – Imediatamente coloquei minha mão em sua boca.
- Tá doida? – Soltei uma gargalhada, vendo-a começar a rir com os lábios comprimidos. – Se alguém souber, eu estou morto.
- Ah, querido, sempre há uma quebra de sigilo. – Ela piscou para mim, e deu um beijo em meus lábios.
- Vou desvincular meu e-mail do seu celular. – Falei, fingindo mágoa.
- Até parece que você sabe fazer isso. – Olhei para ela e ela estava certa.
- Vamos! Não vou te deixar aqui para um monte de príncipes novinhos.
- Ah, isso é verdade, todo mundo tem menos que 34 aqui, com certeza. – Ela piscou para mim. - Vamos, vai! – Ela riu fraco e eu revirei os olhos.
- Eu estou me sentindo poderosa nessa roupa, na verdade. – soltou uma risada, olhando para os repórteres em sua frente, na première de Before We Go em Los Angeles. – A gravidez é definitivamente o melhor momento de uma mulher. – Abri um largo sorriso e eles riram ao seu redor, enquanto eu tirava a atenção da minha entrevista para prestar atenção nela.
- Parece que você está se divertindo. – Comentei com ela, há alguns passos de distância.
- Na verdade, eu estou! – Ela deu de ombros e voltou a falar com os repórteres que a enchiam de perguntas sobre mim e sua gravidez.
Ela estava incrivelmente feliz ali, não sei definir na verdade o porquê, se era realmente o vestido preto que Rupert fez, que a fazia se sentir poderosa, e realmente fazia, até eu sentia isso, ele marcava bem sua barriga, mas deixava suas costas completamente de fora, chegando quase a seu bumbum. O tempo em Los Angeles definitivamente não pedia por aquele vestido naquele dia, mas por algum motivo ela estava com bastante calor, seus cabelos soltos colavam em sua nuca, e eu podia ver suas costas brilharem, por causa dos holofotes, ela estava com muito calor, eu começava a suar também, mas não sei por que colocavam o sol como holofote, mas eu tinha várias camadas de roupa em meu terno azul escuro e ela não.
- Vocês gostaram do filme, não?! – Olhei para com a testa franzida, ela que fazia as perguntas agora? – Eu sou jornalista também, eu sou curiosa. – Ela abriu um sorriso que definitivamente clareou meu dia e eu sorri de volta. - Ela apoiou as mãos na barriga e suspirou, fazendo seus ombros caírem. – O filme é demais, não canso de assistir. – Ela olhou fixa para um dos repórteres. – É sério! Quando ele está fora de casa, eu só assisto os filmes dele, entrevista e tudo mais. – Soltei uma risada fraca, eu estava realmente adorando aquilo, se ela bebesse, eu falaria com certeza que ela estava bêbada, mas era só felicidade. – Bem, vou deixar vocês falarem com o cara do momento. – Ela passou o braço pelos meus ombros, enquanto eu a segurava pela cintura. – Cansei. – Ela virou o corpo para mim e eu não segurei a gargalhada, escondendo o rosto na curva do seu pescoço.
- Eu já vou te encontrar. – Ela afirmou com a cabeça, estalando um beijo em minha bochecha e virou para os repórteres de novo.
- Obrigada pelo papo, galera. Bom trabalho para vocês. – Ela acenou e, segurando a barra do seu vestido, ela virou o corpo para trás e seguiu em direção a Megan, que a estendeu o braço e ela simplesmente o ignorou.
- Acho que devemos começar as perguntas sobre como as mulheres conseguem andar de salto alto e estarem grávidas ao mesmo tempo. – Falei, e o pessoal a minha volta riu.
- Acho que seria melhor como elas conseguem andar de salto alto sem estarem grávidas. – Estalei o dedo, apontando para um dos homens que falou.
- Verdade! – Soltei uma risada e virei mais uma vez, vendo cumprimentando Mark Kassen. – Então, quem vai perguntar primeiro? – Dei a deixa, e eles logo gritaram, batalhando por quem faria a primeira pergunta.
- Então, Chris, agora que falamos sobre o seu filme novo, eu gostaria de perguntar algo mais pessoal para você. – Uma das apresentadoras do The Talk se virou para mim, elas eram cinco mulheres eu só sabia qual era a Sharon Osbourne, porque ela era a Sharon Osbourne.
- Claro, diga. – Falei sentindo meu rosto ferver por causa daqueles holofotes.
- Você se casou no fim do ano passado, farão nove meses agora no fim de setembro, e foi tudo uma surpresa para os fãs, como você está se sentindo?
- Ah, a sensação é incrível. Eu demorei tanto, tinha até algumas teorias de conspiração ao redor dos meus amigos e tudo mais, mas quando você conhece a pessoa certa, e você sabe que ela é a pessoa certa, não tem por que perder tempo. Eu estava pronto, ela estava pronta, e o resto é história.
- E vocês já estão esperando um bebê! – Ri fraco.
- É, foi uma surpresa para gente, estávamos só curtindo a vida de casados e veio essa surpresa maravilhosa para gente, estamos muito felizes, só é uma pena que meus compromissos estejam impedindo que eu curta mais essa gravidez.
- Quantos meses ela está?
- Está no final do quinto mês. Está chegando perto. – Abri um largo sorriso.
- E como vocês estão lidando com isso? Você disse que seus compromissos estão te mantendo bastante ocupado.
- Poucas pessoas sabem, mas eu e já perdemos um bebê em julho do ano passado, e foi tão rápido que nem descobrimos da gravidez, estávamos comemorando nosso noivado e de repente foi uma correria para o hospital e do nada descobrimos que havia acontecido um aborto espontâneo. – Respirei fundo, tentando impedir as lembranças de voltarem. – Então estamos lidando isso com a maior cautela possível para não acontecer de novo.
- Vai dar tudo certo, Chris. Vocês dois são lindos juntos, nós conhecemos a dificuldade dos dois, conhecemos a história de vocês, então tenho certeza que dará tudo certo. – Assenti com a cabeça.
- E vocês já sabem o sexo do bebê?
- A gente decidiu não saber, vai ser surpresa. – Elas riram e a plateia fez um ‘ah’ coletivo.
- Deve estar sendo difícil para vocês. – Soltei uma risada.
- Você não tem ideia. Foi ideia da isso, e eu acabei entrando na brincadeira. – Bati a mão na testa. – Foi uma péssima ideia.
- Está perto, vocês aguentam. – Afirmei com a cabeça.
- Esse foi Chris Evans falando um pouco sobre sua vida, seu filme Before We Go está em exibição em alguns cinemas selecionados e em vídeo on demand, já voltamos!
- Para de rir, Chris, não tem graça. – Ela fechou a porta na minha cara e eu me sentei na cama, jogando meu corpo para trás, não contendo a gargalhada.
- Claro que tem. – Respondi alto, ouvindo Leslie latir, olhando para a porta do banheiro.
- Eu acabei de fazer xixi na calça. – Ela gritou puta. – Não tem graça.
- A médica disse que isso podia acontecer. – Me levantei da cama, passando a mão na testa.
- Mas é uma sensação horrorosa. – A ouvi falar baixo dentro do banheiro e logo a porta se abriu, com ela de camisola.
- Você estava rindo, foi por uma coisa boa. – Ela se sentou ao meu lado na cama e eu passei meu braço pelas suas costas, fazendo um carinho de leve.
- Mas é péssimo, Chris. – Ela falou rindo e encostou a cabeça em meu ombro.
- Vamos voltar ao assunto anterior, ok?! – Falei, para tentar mudar de assunto e ela virou o corpo, com dificuldade, subindo uma perna.
- Sim, por favor. – Ela apoiou as mãos na minha perna. – Você voltou de Xangai e você voltou de Salt Lake, por favor, diga que não tem nada pendente.
- Eu só tenho uma aparição no Jimmy Kimmel daqui dois meses, mas até lá, ficarei aqui contigo. – Ela abriu um largo sorriso, aproximando o rosto do meu, colando os lábios nos meus levemente. - É uma pena que você não gosta do meu cheiro. – Ela soltou uma risada, se afastando de mim. – Podíamos fazer muitas coisas.
- A culpa é do bebê, amor. – Ela falou sorrindo e eu afirmei com a cabeça, acariciando seu rosto levemente.
- Eu te amo. – Falei e ela abriu um sorriso, deixando suas bochechas avermelharem.
- Eu amo você também. – Ela falou e eu ri fraco. – Eu estou com fome.
- Que novidade! – Falei e ela sorriu. - Vou na padaria pegar alguma coisa para jantar. – Falei me levantando da cama e pegando minha carteira que estava jogada na mesma.
- Ok, te esperamos aqui, nós três. – Ela falou e eu sorri. – Traz canoli.
Observei mais uma vez enquanto ela se ajeitava na cama e pegava um livro ao seu lado e Leslie encostava a cabeça em suas pernas. Saí de casa acenando para o novo segurança, Matt, e segui andando a pé até uma das melhores padarias que tinha em Beverly Hills, e uma das mais caras também, mas as coisas que tinham ali realmente valiam a pena, era de uma família de descendentes italianos e eles faziam qualquer tipo de gordice. Nota mental: não se esquecer do canoli.
- Chris. – Ouvi uma voz me chamando e virei o rosto, me assustei, dando de cara com minha ex-namorada, Minka e seus dois cachorros.
- Ei! – Falei realmente surpreso.
- Faz tempo que não o vejo. – Assenti com a cabeça.
- Pois é, faz tempo mesmo, como está? - A vi se enrolar com as coleiras. – Quer ajuda?
- Por favor. – Ela me entregou a do seu poodle. – Eu estou bem, e você? Deve estar maravilhado. – Soltei uma risada fraca.
- Ficou sabendo? – Perguntei, dando a volta na coleira, trocando de mãos.
- Claro, é só o que falam. – Dei uma risada nervosa. – Está chegando perto.
- Sim, faltam pouco mais de dois meses. – Ela afirmou, com um sorriso no rosto.
- Eu estou feliz por você, Chris. – Franzi a testa. – Sério. A gente não era para ser, notei isso perfeitamente, afinal, em menos de dois anos, vocês estão com a sua vida feita, um bebê a caminho, é incrível. Eu estou realmente feliz por vocês, boa sorte nessa nova fase, você vai ser um ótimo pai.
- Obrigado, Minka, significa muito para mim. – Falei realmente feliz pelo o que ela falou. – E você? Algum romance novo?
- Eu preciso de um tempo sozinha, redescobrir os motivos, encontrar minha alma interior, vou deixar acontecer, como foi com você. – Afirmei com a cabeça.
- Não parece, mas dá certo. – Afirmei com a cabeça. – É aqui que eu fico. – Falei apontando para a porta da padaria e estendendo a coleira para ela. – Boa sorte.
- Para você também, Chris, que sejam bastante felizes. – Ela acenou com a mão. – Adeus.
- Adeus. – Acenei para ela e respirei fundo por um momento, tive a leve impressão que eu havia dado um adeus para sempre... Como se uma etapa tivesse finalizado.
- É engraçado, não? – Ouvi falar, e a olhei, seus olhos estavam em sua barriga, a qual era coberta por uma grossa blusa.
- O quê? – Tirei os olhos das fotos da sessão de fotos que havíamos feito com a barriga do bebê e ela abriu um sorriso.
- Fez um ano, Chris, um ano de casados! – Ela se ajeitou no sofá e se levantou com dificuldade. – Um ano, amor. – Ela tinha um sorriso largo no rosto e eu a segurei pela cintura, ela já estava no nono mês.
- Passou tão rápido. – Comentei, sentindo seus braços envolverem meu pescoço e sua barriga encostar-se à minha.
- Pois é! – Soltei uma risada fraca, balançando a cabeça, negativamente. – Que venha muito mais.
- Muitos! – Ela riu fraco e eu colei meus lábios no dela, a ouvindo suspirar levemente.
- E que esse bebê venha logo. – Ela falou. – Não acredito que eu vou fazer uma cesárea. – Ela fez bico e suspirou alto.
- Se o bebê não quer sair sozinho, a gente vai ter que dar uma força. – Falei e ela soltou uma risada fraca. – Na primeira semana de janeiro já dá os nove meses, não dá para esperar mais, meu amor. – Ela afirmou com a cabeça. – Vou estar contigo todo esse tempo.
- Pensei que já estaríamos com o bebê nesse natal. – Abri um sorriso.
- Não, coitado, esse Natal foi péssimo. – Ela soltou uma gargalhada.
- Foi ótimo, para. – Ela falou, encostando a cabeça em meu pescoço. – Só você e eu.
- Ainda não consigo acreditar que vocês passaram o Natal sozinhos. – Foi a primeira coisa que eu ouvi da minha mãe assim que ela apareceu na sala.
- Oi. – soltou uma risada e voltou a se sentar no sofá, respirando fundo.
- Ah, que grávida mais linda. – Ouvi a voz de Lílian e todo mundo entrou junto, meus familiares, os de , os amigos de Boston meu e dela e o mais engraçado, todos estavam cheios de presentes e caixas gigantescas.
- Esse bebê precisa nascer logo. – Minha sogra apareceu e deu um beijo em minha bochecha. – Pensei que vocês passariam o Natal em Boston, quando descobri que não, fiquei realmente brava com vocês. – Dei um sorriso de lado.
- Mãe, para! – falou e eu ri.
- E eu pensei que não te veria grávida, minha filha. – riu fraco e se levantou para abraçar sua mãe.
- O bebê não quer nascer. – Ambas riram.
- E aí, cara! – Rupert apareceu com Derek e Liana, e eu os cumprimentei.
- E aí, tudo certo?
- Oi, tio Chris. – Liana falou e eu a peguei no colo, estalando um beijo em sua bochecha.
- Oi, linda! – Falei e a coloquei no chão de novo, a vendo correr em direção a .
- ! – Ela abraçou as pernas de e a mais velha se abaixou para pegar a pequena.
- Oi, irmão! – Scott apareceu, com mais caixas de presentes e Tara atrás dele.
- Oi, pessoal! – Ela falou alto e Megan apareceu atrás com Joseph em seus braços.
- Xi. – Ela reclamou e Tara colocou as mãos na boca, entrando com seu marido e meu amigo Joshua.
As pessoas continuaram a entrar e se acomodar pela sala de casa. se ajeitou no sofá que ela estava e sua mãe e irmã sentaram ao seu lado, minha mãe se acomodou na mesa de centro em frente à , todas perguntando como ela estava e acariciando sua barriga. Scott e Joshua já começaram a pegar as cervejas na geladeira e a roubar os petiscos da bancada. Liana olhava curiosa para e ouvia a explicação atenta de Rupert de como aquela barrigona da viraria um bebê como Joseph e a filha de Ruth, algumas risadas saíam de mim e de Derek ao meu lado, crianças. Todo mundo estava lá, todo mundo que importava estava lá. Bem, com algumas faltas como Rodrigo e alguns colegas meus de elenco.
- Quando vai nascer? – Derek perguntou me entregando uma cerveja.
- Marcamos a cesárea para o dia 4 de janeiro, não dá para esperar mais. – Cocei a testa e suspirei.
- Tá perto, cara. – Ele falou e eu afirmei.
- Eu quero fazer um anúncio. – Ouvi a voz de e ela se levantou, tendo a ajuda de todos ao seu redor para se levantar. – Eu estou gigante, mas estou bem. – Ela falou e eu ri fraco. – Estamos unidos aqui para comemorar o aniversário de um ano de casamento meu e de Chris e também o falso chá de bebê do nosso bebê, que como vocês sabem, não quer nascer de jeito nenhum. – Ela riu fraco. – Ele quer me deixar inchada por nove meses mesmo. – Algumas pessoas riram. – Mas não importa, vocês todos estarão aqui quando ele ou ela chegar. – Ela abriu um sorriso. – Mas, eu também gostaria de pegar esses minutinhos para revelar quem serão os padrinhos da ou do . – Todo mundo silenciou imediatamente. – A decisão foi fácil, eu devo dizer. Desculpe a todas as outras pessoas na sala, mas eu estou grávida só de um, não de gêmeos ou trigêmeos. – Eles riram. – É incrível termos muitas pessoas que nos amam ao nosso redor e a decisão foi difícil, mas optamos por aqueles principais. – Ela virou o rosto para mim. – Já fiz o discurso, agora você fala. – Soltei uma risada fraca.
- Foi meio óbvio, mas escolhemos a Lílian e o Scott como os padrinhos. – Ouvi um grito e alguma coisa quebrando e enquanto e Lílian se abraçavam, Scott fazia uma careta e as pessoas riram.
- Obrigada! – Lílian falava com a voz embargada e senti meu irmão me abraçar forte e meus olhos se encherem de lágrimas e soltei uma risada fraca o abraçando.
- Obrigado, irmão. – Ele falou, e eu afirmei com a cabeça.
- Obrigado pelos presentes também, gente, por não saber o sexo, compramos poucas coisas. – falou e eu afirmei com cabeça.
- Apesar de que eu acho que tem alguns presentes aqui que ele ou ela só poderá usar com uns três anos. – Comentei, vendo algumas caixas de triciclo.
- Xi! – Carly falou e eu gargalhei.
- Vamos parar o choro e pegar aquele bolo de um ano de casamento? – Megan brincou, tirando o último andar do nosso bolo de casamento de freezer e eu fiz uma careta.
- Eu não vou comer isso. – se pronunciou rapidamente.
- Vamos, gente, fazer a tradição. – Megan falou ironicamente.
- Ah, mas nem a pau. – falou, desviando do pessoal e se aproximando de mim. – Eu estou grávida, você quer que eu pegue uma intoxicação alimentar? Ou pior? – Ouvi uma gargalhada vinda da minha mãe.
- Vai ser legal. – Megan piscou e eu ri.
- Não. – Falei.
- Sério? Vocês ocuparam meu freezer por um ano e não vão comer isso? – Uma gargalhada geral subiu entre as pessoas e eu tentei segurar a mesma, sentindo esconder o rosto na curva do meu pescoço. – Afinal, por que guardar no meu freezer?
- O porquê eu não sei, mas ficou lá. – respondeu e Megan franziu a testa por três segundos e logo soltou uma gargalhada, abraçando a mim e a .
Capítulo 20
There is no fear now, let go and just be free
I will love you unconditionally
So come just as you are to me, don't need apologies, know that you are a worthy
I take your bad days with your good, walk through this storm I would
I'd do it all because I love you, unconditional.
– Incondicionalmente, eu te amarei incondicionalmente.
Não há medo agora, liberte-se e seja livre.
Eu te amarei incondicionalmente.
Venha como você é para mim, eu caminharia pela tempestade.
Eu farei tudo isso porque te amo incondicionalmente.
– Katy Perry, Uncondicionally)
– Ah, meu Deus! – Virei o rosto para porta, vendo primeiro a barrigona de , e depois subi o rosto para ela, que tinha a feição cansada.
– O que foi? – Perguntei a ela.
– Ah, você está acordado, é?! – Ela franziu a testa, suspirando, e trancou a porta atrás de si, caminhando pelo quarto. – Tá se escondendo que eu sei. – Ela sussurrou a última parte.
– Eu precisava de um tempo. – Falei, me sentando na cama, vendo-a puxar seu suéter para cima.
– Eu também preciso, é muita gente aqui em casa. – Ela continuava sussurrando, franzindo o rosto enquanto falava. – Até o bebê tá agitado.
– Temos diversos descentes italianos aqui, todo mundo fica louco. – Comentei e ela riu fraco.
– Ainda bem que tem essa festa de ano novo, não ia aguentar essa movimentação toda de novo. Cozinhar, lavar louça... – Ela falou e eu a puxei pela mão, a fazendo parar em minha frente.
– Todo mundo está empolgado pelo bebê, depois eles vão embora. – gargalhou alto.
– Aí que eles não vão embora mesmo. – Ela cochichou e eu ri, colocando minhas mãos em sua barriga, sentindo o bebê se mexer no pouco espaço que ele tinha.
– Você deve estar mal humorada hoje. É nossa família, vamos precisar de ajuda. – Ela franziu a testa e acariciou meus cabelos, ajeitando-os.
– Desculpa, o final dessa gestação está me matando. – Ela suspirou e fechou os olhos.
– Você está linda. – Ela abriu um sorriso e deu um beijo em minha testa. – Brilhando.
– Você também, sabia? Esse sorriso no seu rosto não é normal. – Ela falou e eu ri fraco. – Você também está brilhando, senhor Evans. – Afirmei com a cabeça, rindo fraco.
– Você tem ideia de que, em poucos dias, teremos nosso bebê com a gente? – Eu me levantei, passando as mãos em sua cintura, trazendo-a para perto.
– Ainda é um pouco surreal, na verdade. – Ela suspirou. – Eu vejo as fotos, eu sinto... Passamos longos nove meses, mas ainda parece mentira. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça, estalando um beijo em sua bochecha.
– Está quase. – Respondi e ela afirmou com a cabeça.
– Eu vou tomar banho e me arrumar. Depois você vai, pode ser? – Afirmei com a cabeça.
Fiquei olhando para o teto enquanto eu ouvia o barulho do chuveiro e também as conversas do lado de fora do quarto, família Evans e família unidas lá na sala e no quarto de visitas. Rupert, Derek e Liana ficaram na casa de Megan, o que aliviou uma parte do pessoal em casa mas, ainda sim, era bastante gente. A mãe e irmã de e minha mãe, meus três irmãos e Tara... Eram nove pessoas na mesma casa. Sem contar a Leslie, que ocupava muito espaço.
saiu do banheiro enrolada em uma toalha e seguiu direto para o closet. Tirei minha calça de moletom, joguei em cima da cama e entrei no banheiro também, que tinha fumaça por ele inteiro. O tempo em Los Angeles era frio no fim do ano, mas aquele dia estava bem frio e ventava bastante lá fora. Deixei a água quente cair pelo meu corpo e suspirei imediatamente, fechando os olhos. Lavei meu cabelo e meu corpo rapidamente pois, quanto mais eu ficava lá, menos eu queria sair.
Sequei meu rosto com a toalha e saí do box, enrolando a toalha na cintura, sentindo as gotas pingarem pelo meu corpo, barba e cabelos que já haviam crescido de novo. Eu me olhei no espelho, passando as mãos no cabelo. Puxei a toalha de rosto do lugar dela e esfreguei no cabelo, fazendo as gotas de água respingarem pelos lados. Coloquei a toalha de volta no lugar e fui para o quarto, seguindo para o closet, encontrando minha esposa lutando contra o botão da calça jeans e ri com a situação. Fazia meses que eu via aquela situação todos os dias.
Peguei uma cueca, um par de meias, uma calça jeans escura, uma camiseta branca e meu moletom fechado azul e voltei para o quarto, soltando a toalha na cama e começando a colocar a roupa. Assim que abotoei minha calça jeans e puxei o zíper, eu peguei a toalha e passei em meus cabelos de novo, depois a pendurei no banheiro. Peguei um pente para os cabelos. Caso eles secassem antes de eu sair de casa, eu passaria um pouco de gel.
Voltei para o quarto e coloquei as meias, calçando meus tênis claros e voltando para o closet, encontrando minha mulher sentada no banco que tinha lá dentro, lutando para colocar uma bota de salto alto nos pés. Ela fazia caretas e mais caretas, mas até que conseguiu, o que me surpreendeu pelo o esforço dela.
Ela se levantou, tropeçando um pouco nos pés, – eu fiquei na defensiva perto dela – e se olhou no espelho. Ela usava uma calça jeans, uma camiseta soltinha preta e branca e tinha um sobretudo azul por cima de tudo, o qual ela apertava contra seu corpo, mas sem chances de fechar. Ela passou as mãos nos cabelos compridos e virou para mim, fechando os olhos um pouco.
– Está girando um pouco. – Ela comentou, puxando o ar fortemente, e eu coloquei as mãos em seus ombros.
– Está tudo certo? – Ela abriu os olhos, olhando para mim, e imediatamente fechou os olhos de novo.
– Acho que foi só uma zonzeira. – Ela comentou.
– Vem, senta um pouco. – Eu a segurei pelos ombros e a acompanhei até o quarto, fazendo com que ela se sentasse na cama.
– Ah! – Ela reclamou, colocando as mãos imediatamente na barriga e fazendo uma cara de dor. – Ah, meu Deus. – Ela forçou a mão na barriga, forçando os olhos que demonstravam dor.
– , você está bem? – Ela abriu os olhos rapidamente.
– Chris... Eu fiz xixi. – Ela falou, apertando meu braço. – Ah! – Ela fechou os olhos de novo, apertando a mão na barriga.
Ela olhou para entre as pernas, onde estava com uma mancha no jeans, e voltou os olhos arregalados para mim.
– Eu acho que minha bolsa estourou.
– Isso quer dizer que...
– Acho que eu estou entrando em trabalho de parto... Ah! – Ela reclamou de novo e fechou os olhos.
– Ah, meu Deus! – Eu gritei sem querer e, dois segundos depois, um barulho veio da porta, seguido de alguns toques forte.
– Chris, tá tudo certo? – Ouvi a voz da minha mãe e corri para a porta para abrir a mesma, vendo diversas pessoas por lá.
– Acho que o bebê vai nascer. – falou e apertou a barriga de novo.
– Ah, meu Deus! – Ouvi um coro de pessoas e, logo, a zona estava formada dentro do quarto.
– Carly, liga para doutora Eliza, estamos levando-a para o hospital. – Joguei meu celular na direção da minha irmã e voltei para minha esposa.
– Filha, qual seu nível de dor? De um a 10. – A mãe de se aproximou dela e ela fez uma careta.
– Três? Talvez quatro? – Ela apertou a mão na barriga de novo. – Cinco, definitivamente cinco.
– Para o hospital agora. – Minha sogra virou para mim.
Eu e Scott ficamos um ao lado do outro e pegamos no colo.
– Pronto, isso vai te acalmar um pouco. – Doutora Eliza, falou jogando a seringa que usara em no lixo e colocou a mão no pulso dela. – Você está muito bem, vai dar tudo certo. – Ela falou, passando a mão no rosto de . – Vai de parto normal mesmo? – fechou os olhos e afirmou com a cabeça.
– Vou sim. – Doutora Eliza afirmou com a cabeça.
– Eu preciso de 10 centímetros então. – Ela piscou para e eu ri fraco. – A noite é uma criança.
– Não acredito que meu bebê decidiu nascer na noite de ano novo. Desculpa. – falou para a doutora, que estava com um vestido branco, pronta para comemorar a virada de ano.
– Por quê ‘desculpa’? Vamos ver o milagre da vida acontecendo. – Ela sorriu e afirmou com a cabeça. – Eu vou pedir para as enfermeiras te ajudarem a se trocar e aí é só esperar. Vou conectar um soro em você, um equipamento de pressão e monitoraremos você e esse bebê até ele querer sair daí. – Soltei uma risada fraca e passei a mão na testa da minha esposa, que já estava suada.
– Obrigada! – falou e a doutora saiu do quarto.
– Que noite, não? – Comentei com que riu fraco, fazendo algumas caretas de vez em quando.
– Honestamente, prefiro estar aqui do que na festa. – Admiti e riu, puxando com dificuldade as botas para fora dos pés.
Quando conseguiu, revelou pés que estavam bem avermelhados e inchados.
– Você? Negando uma festa? – Ela comentou, se levantando da maca e puxando o casaco para fora.
– Acho que eu mudei. – Falei e ela afirmou com a cabeça, com um sorriso nos lábios.
– Com licença. – Uma enfermeira jovem, com certeza mais nova que eu e , entrou no quarto, com a roupa do hospital. – Vamos trocar de roupa?
– Eu vou falar com nossas mães, já volto. – Ela afirmou com a cabeça e saí do quarto, seguindo pelo corredor do hospital, passando a mão na testa.
Eu estava surtando.
– E aí, filho? – Ouvi minha mãe falando e olhei para a sala de espera do hospital.
Todo o pessoal que estava há alguns dias em casa, estava lá de novo, todos muito bem vestidos e maquiados. Afinal, íamos a uma festa.
– A doutora chegou, deu um calmante para , que estava um pouco histérica, e agora ela está se trocando. Ela quer o parto normal.
– É o melhor. – Minha sogra falou e eu a abracei de lado. – Ela tem o bebê. Assim que passar a anestesia, ela já pode andar se não der nenhuma complicação e vocês já podem ir embora para casa, com o bebê.
– Sério? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça.
– Sério. Com as minhas duas, foi assim. – Ela me deu um beijo. – Vai dar tudo certo.
– Aqui, Chris. – Lílian se aproximou de mim com dois embrulhos, um rosa e outro azul. – Eu e Scott somos um pouco nojentos, então decidimos não entrar. Afinal, é um momento de vocês dois, então... Enfim! Um é para o e outro é para a . – Ela me entregou os dois. – Traz ele ou ela vestidos com isso. – Afirmei com a cabeça e ela me abraçou. – Vai cuidar da minha irmã e do meu sobrinho ou sobrinha.
– Eu vou! – Falei com um sorriso no rosto.
– Muito bem, . – Doutora Eliza abaixou as pernas de . – Já está em sete centímetros, está perto. – Ela fez um carinho em . – Qual o nível de dor?
– Oito? – falou, com o rosto vermelho e fazendo careta em intervalos mais curtos dessa vez.
– Esse é o seu oito? – Eliza perguntou e afirmou. – Esse bebê vai sair daí sem anestesia, você está aguentando muito bem. – fez uma careta e seu monitor de pressão apitou, mas não era pela contração. – Esse bebê vai nascer em 2015 ainda, querida. – Ela sorriu. – Vou pedir para começarem a preparar a sala. – Ela colocou a caneta de volta no bolso. – Chris, vou pedir para você colocou a roupa azul se for ficar na sala.
– Claro que vou. – Falei imediatamente.
– Então se arrume porque, daqui a pouco, ela vai começar a fazer força. – Ela bateu rapidinho na porta. – E outra, , se isso for fingimento e você estiver com dor, grita, esperneia, estamos acostumados. – Ela riu fraco em meio a uma careta e eu ri.
– Você está bem, amor? – Perguntei para ela.
– Estou. – Ela sorriu, passando a mão que tinha o soro em sua testa, e suspirou. – A sensação é diferente. Não sei explicar, parece que eu ganhei um chute na boca do estômago mas, ao mesmo tempo, dá para aguentar. – Ela suspirou. – Sei lá.
– Você está meio pálida, amor.
– Eu estou cansada. – Ela suspirou, encostando a cabeça no travesseiro. – Ah! – Ela fez uma careta forte, apertando a mão nas laterais da cama. – Essa foi forte. – Ela fechou os olhos. – Ah, meu Deus, só porque você falou. – Ela se ajeitou na cama, passando a mão na barriga. – Jesus! – Ela falou, fechando os olhos.
– Eu vou chamar a doutora de novo. – Falei, puxando o saco lacrado com a roupa do hospital, e saí correndo da sala, batendo a mão no balcão em frente ao quarto de . – Janice! – Gritei para a enfermeira que ajudara .
– É agora? – Ela perguntou.
– Acho que sim. – Falei meio desesperado e puxei o saco, rasgando-o e pegando o avental azul.
– Vou enviar um chamado. – Ela falou, pegando o telefone, anunciando para o hospital e, em seguida, veio me ajudar a fechar o avental em minhas costas.
Eu voltei para o quarto e notei que dava alguns gritos, segurando com força as laterais da cama, puxando a respiração diversas vezes. Passei a mão em sua testa, sentindo-a suar. Ela franziu a testa e fechou os olhos diversas vezes.
– Vai nascer? – A doutora apareceu e respondeu com um grito de dor. – Aguenta, , aguenta. Preciso de uma equipe aqui. – Ela gritou pelo corredor e foi para o banheiro que tinha no quarto, tirando seu avental, colocando uma roupa do hospital, com blusa e calça azul e ouvi o barulho da pia.
apertou minha mão nesse momento e ela deu um sorriso desajeitado para mim. Além da Janice, a enfermeira que já nos antedera antes, mais duas enfermeiras entraram no quarto, todas com a roupa do hospital, colocando as luvas de látex, puxando as diversas mesas ao redor e colocando nelas os materiais necessários para o parto. forçou o corpo para frente e apertou a barriga, suspirando.
– Vamos trazer esse bebê ao mundo. – Eliza falou.
– , a tarefa é simples. Quando a contração vier, você faz força, ok?! – Ela se colocou sentada em frente de e colocou suas pernas em posição ginecológica, fazendo com que minha esposa escorregasse as costas na cama e afirmasse sem falar nada. – Vamos começar então. – Ela falou e eu respirei fundo, sentindo minha esposa apertar firmemente minha mão. – Annie, olhe as contrações no monitor e me avise.
– Contração. – Foi como a enfermeira Annie respondeu e, em seguida, deu um grito, apertando minha mão fortemente.
– Ah! – Ela forçava a cabeça para frente e a deixava cair logo em seguida com força no colchão. – Meu Deus.
– Contração. – Segurei a mão da minha esposa com as duas mãos e comecei a respirar fortemente, tentando manter o controle.
– Vamos, , mais um pouco. – A doutora falou, mantendo a calma. – Ele precisa vir sozinho. – Ela falava calmo, atenta ao que fazia.
– Contração. – gritou alto dessa vez, fazendo com que seus cabelos caíssem em seu rosto e sua respiração ficasse cada vez mais acelerada.
– Ah! – Minhas mãos estavam vermelhas por causa da dela e suas unhas me marcavam.
– Vai, , ele está vindo. – gritou em meio ao barulho do quarto. – Eu já estou vendo. – Fiquei empolgado um momento para ver, mas não iria a lugar nenhum. – Empurra, , empurra com toda a sua força. – A doutora falou.
fechou os olhos fortemente e, antes que a enfermeira gritasse ‘contração’ novamente, ela franziu o rosto, entreabriu os lábios e, em meio ao grito e ao movimento, ela forçou o corpo, apertando minha mão fortemente, a outra na cama e urrou de novo, fazendo seu rosto ficar vermelho.
– Não para, , não para! – Ela puxava o ar fortemente e logo gritava mais uma vez, apertando mais ainda a minha mão.
– Contração!
– Tá quase, , tá quase! A cabeça está saindo. – Senti um nervosismo passar pelo meu corpo e suspirei, sentindo minha respiração ficar rápida como a de . – Força, força, força!
A doutora usava essa palavra como seu mantra. A enfermeira falava da contração em uma velocidade rápida, o que me fazia imaginar as dores que estaria sentindo, e minha esposa gritava de dor e apertava minha mão com força. Seus cabelos já caíam em seu rosto, colavam em sua testa e ela soltava o ar pela boca, puxando pelo nariz rapidamente.
Até que tudo parou.
Um choro fino ocupou o quarto e, automaticamente, um sorriso se formou no rosto de minha esposa. Senti meus olhos embaçarem pelas lágrimas que logo caíram pelas minhas bochechas. Aproximei meu rosto do de , dando um beijo em sua testa, ouvindo-a soltar o ar fortemente com o cansaço visível em seu rosto. Ela tinha as mesmas lágrimas em seu rosto e encostou o rosto no meu, com um largo sorriso no rosto.
Olhamos para doutora Eliza, que se aproximava com um embrulho ainda ensanguentado nos braços e um largo sorriso no rosto. Ela também tentava se segurar, mas tinha lágrimas deslizando pelos seus olhos.
– É uma menina! – Ela falou sorrindo e eu suspirei. – Uma princesa.
Ela colocou o embrulho no colo de e eu vi o rosto da minha filha. Ela tinha os olhos espremidos ainda, um resmungo saindo pelos pequenos lábios, os cabelos castanhos escuros molhados e as mãozinhas finas, se mexendo firmemente.
– Afinal, feliz ano novo. – A doutora suspirou e fechou os olhos.
– É um feliz ano novo. – Falei, acariciando o cabelo da minha filha.
– Eu vou dar um tempo para vocês. – Ela falou, puxando o ar novamente. – Olhem aqui! – Ela falou e eu olhei em direção a câmera do celular e logo ela se afastou, suspirando.
– Ela é linda! – falou, soltando um suspiro de vez em quando, com um largo sorriso nos lábios.
– Ah, meu bem, eu sei que está frio, mas precisamos pesar você, fazer todos os testes... – Ouvia Janice cochichando com e eu ria fraco, era engraçado.
Eu estava ao lado de na cama, abraçando-a enquanto ela comia alguma coisa. Passava da meia noite e só faltava fazer os testes para eu ir apresentá-la para nossa família. Eles já haviam sido notificados de que o bebê já nascera, mas Eliza deixou para nós contarmos o sexo do bebê.
– Ela tem 51 centímetros e três quilos e 300 gramas. – Ouvi um resmungo vindo do meu bebê. – Pronto! Vamos aquecer agora.
– É normal? – perguntou.
– Completamente normal, totalmente bem. – Ela sorriu, pegando mais um pouco da sua gelatina e colocando na boca. – Ela é perfeita.
– Graças a Deus. – Falei e ela sorriu.
– Vamos deixar essa princesa linda. – Janice falou, pegando o macacão rosa que Lílian e Scott deram.
Notei que ele era um rosa bem claro, fechado nas mãos e nos pés, e tinha uma touquinha que imitava as orelhas de um coelho.
– Ah, como ela está linda! – Janice se virou para gente. – Você pode levar ela, Chris, mas não demora, precisamos fazer a primeira amamentação. – afirmou com a cabeça.
– Ok. Já volto, tá?! – sorriu para mim, dando um beijo em minha testa, e eu me aproximei de Janice, segurando meu bebê em meus braços, vendo sua boquinha abrir diversas vezes e seus olhos também. – Ela tem olhos azuis. – Falei surpreso.
– Ela tinha que puxar você, não é?! – fez um bico e riu logo em seguida. – Tudo bem, ouvi falar que pode alterar. – Ela piscou para mim e eu ri.
Eu tinha certa prática com crianças já, afinal, minha irmã já tinha três filhos e eu acompanhei o nascimento de cada um deles, além de alguns fãs que colocavam seus filhos em meus braços, mas aquilo era diferente. Era minha filha e eu tinha medo de errar. Segurei o pequeno embrulho em meus braços e a vi abrir a boca diversas vezes, mas o que ela queria fazer mesmo era dormir. Os olhos estavam quase completamente fechados, como se lutasse com o sono.
Ajeitei a coberta ao redor do seu corpo, mantendo seu corpo quente. Eu estava com calor já, mas o tempo estava frio. Abri um sorriso para e saí do quarto, acompanhada pela enfermeira. Provavelmente, ela sabia da experiência – ou falta de experiência – de novos pais. Andei pelo corredor, com os braços em volta da minha filha e as lágrimas deslizando pelos meus olhos lentamente. Aquele bebê era meu, minha filha.
Assim que as portas se abriram para a sala de espera, todas as pessoas que estavam em volta se levantaram rapidamente, algumas com as mãos no rosto, outras só incrivelmente surpresas. Umas eu não identifiquei, já que meus olhos estavam embaçados.
– Eu quero que vocês conheçam minha filha, . – Falei, pressionando meus lábios uns nos outros, puxando a respiração fortemente.
– Ah, meu querido. – A mãe de se aproximou, acariciando a cabeça da sua neta. – Ela é linda! – Ela sorriu e eu afirmei com a cabeça.
– Aqui, vovó. – Falei, colocando minha filha no colo de sua avó, que soltava uma risada para mim.
– Ah, meu Deus! – Lílian apareceu atrás de sua mãe, olhando para sua afilhada. – Ela é linda demais. – Seus olhos estavam igualmente marejados como o meu. – Parabéns, Chris. – Ela se aproximou de mim e me abraçou forte, fazendo com que eu derramasse mais algumas lágrimas.
– Belo trabalho, irmão. – Minha irmã Carly veio em seguida e me abraçou fortemente, me fazendo passar os braços pela cintura. – Quem diria que você seria o segundo da lista, hein?!
– Pois é! – Shanna apareceu logo atrás, apertando meus ombros com firmeza, e eu ri fraco. – Parabéns!
– Obrigado por me deixar ser parcialmente responsável pela sua pequena. – Scott falou, visivelmente emocionado, passando as mãos diversas vezes em seus olhos.
– Eu que agradeço! – Falei, sentindo-o bater as mãos em minhas costas.
– Parabéns, meu filho. – Olhei para minha mãe, que agora tinha nos braços, e abri um sorriso, afirmando com a cabeça. – Bom trabalho. – Ela falou, dando um beijo na testa da neta.
– Como está ? – Derek perguntou, me abraçando.
– Ela está bem, muito bem, só cansada. – Falei, abraçando Rupert em seguida.
– Parabéns, cara, ela é linda. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça, puxando o ar com dificuldade pelo nariz.
– Que coisinha mais fofa que você fez seu tonto! – Tara falou com minha filha no colo e um largo sorriso no rosto. – Parabéns! – Ela disse. – Ah, meu Deus, eu vou chorar. – Ela falou, respirando fundo e me entregando novamente minha filha. – Cuida bem dela. – Eu afirmei com a cabeça. – É uma pedra preciosa.
– Eu quero ver. – Ouvi a voz fina de Liana, então abaixei meu corpo, com em meu colo, e Liana se debruçou em minhas pernas para ver o pequeno embrulho em minhas mãos. – Oi, bonequinha. – Ela falou toda sorridente, mexendo as mãos na frente do bebê, fazendo com que déssemos risada. – Eu sou Liana. – Olhei para Rupert, que tinha certo orgulho no rosto, e sorri para ele, que retribuiu. – Sou sua nova amiga. – Ela sorriu, mexendo seu vestido de manga comprida.
– Ela vai demorar um pouco para poder brincar contigo, filha. – Derek falou, abaixando ao lado da filha.
– Tudo bem, eu espero. – A pequena deu de ombros e depositou um beijo na cabeça da minha filha.
– Pena que os meninos dormiram. – Carly falou, olhando para seus filhos espalhados no sofá.
– Vai ter tempo. – Falei, afirmando com a cabeça, e ela sorriu.
– Vamos voltar, ela precisa mamar. – A enfermeira falou em uma voz calma e eu afirmei com a cabeça. – Em breve vocês poderão entrar.
– Está tudo bem com as duas, vocês estão muito bem. Assim que amanhecer, eu já vou dar alta para vocês. – Eliza sorriu, apoiada na maca de . – Eu ainda vou fazer o acompanhamento dela, mas já quero dizer para vocês serem muito felizes, ok?! Esqueçam o passado, o agora que importa. – abriu um largo sorriso, suspirando.
– Obrigada, doutora! Você também, Waton. – O casal sorriu e os abraçou.
– Nós queremos vocês bem sempre. – O psicólogo de falou, com um sorriso largo no rosto. – Você tem nossos telefones. Qualquer coisa, é só ligar. Qualquer coisa mesmo. – Afirmamos com a cabeça.
– A gente volta daqui a pouco. – Eliza falou e, cumprimentando nossas mães, saíram do quarto.
– Me deixa tirar isso de você. – Janice, a enfermeira, falou, e tirou o aparelho de pressão do braço de , em seguida desconectando o soro de sua mão e colocando um curativo no lugar. – Vou dar um tempo para vocês. – Ela sorriu, conferiu o berço de e saiu do quarto em seguida.
– É uma nova etapa. – A mãe de falou e eu me sentei novamente no sofá, observando minha filha de perto enquanto Liana observava atentamente o berço. – Você vai se dar bem, nunca vi alguém cuidar de boneca tão bem. – soltou uma gargalhada, fechando a boca logo em seguida e olhando para , que ainda dormia calmamente.
– Não é a mesma coisa, mãe. – Ela afirmou.
– Não, mas é bem parecido, na verdade. – Minha mãe entrou na conversa, passando a mão em meu rosto. – Mas, dessa vez, a fralda estará cheia de verdade. – Ri fraco.
– Não precisa fazer caretas para ela, Scott, ela está dormindo. – Ouvi a voz de Lílian e soltei uma risada fraca, ignorando os dois.
– Você está rodeado de crianças, já sabe cuidar deles um pouco. Vai dar tudo certo. – Carly falou e eu afirmei com a cabeça.
– O povo do Brasil já sabe? – perguntou para sua mãe.
– Já sim. Já mandei foto no grupo da família, está todo mundo aloprado. – Lílian se meteu no papo e eu ri fraco.
– A avó já está sabendo também? – Ela continuou.
– Já sim. Mais tarde você liga para ela. – Minha sogra deu um beijo na testa de sua filha e foi se sentar ao lado de Tara.
– Posso postar a foto no Twitter, ? – Perguntei para ela, mexendo nas fotos do meu celular.
– Pode sim. Posta uma no meu Instagram depois, por favor? – Ela perguntou e eu acenei com a cabeça.
– Vou postar no seu Instagram e depois compartilho no Twitter então. – Falei, pegando seu celular na sua bolsa.
– Parabéns, filho. – Virei o rosto e vi meu pai na porta do quarto.
Eu me levantei, deixando o celular no sofá, e andei até ele, o abraçando forte.
– Obrigado, pai! – Falei, sentindo-o bater em minhas costas levemente.
– Cadê ela? – Ele perguntou e eu o acompanhei até o berço onde agora estava de olhos abertos, segurando um dos dedos de Scott, que ria para ela. – Ah, que linda! – Ele falou, passando o braço em minhas costas. – E você, ? Tudo certo? – Ela afirmou com a cabeça.
– Tá tudo ótimo. – Ela abriu um largo sorriso, seguindo de um bocejo.
– Vejo que está cansada. – Ela riu fraco, virando o corpo na cama.
– Um pouco, não foi tão fácil! – Ela riu fraco, suspirando.
– Vamos deixar você descansar. – Minha mãe falou, fazendo com que o pessoal do quarto se levantasse.
– Você vai querer sair pela frente? – Megan cochichou em meu ouvido.
– Está cheio? – Perguntei, virando para ela, que afirmou com a cabeça.
– Vamos sim. – falou, olhando para nós. – Não vamos esconder ninguém, é muito pior. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
– Ela está certa. – Megan falou e eu concordei.
– Só controle eles, por favor. Não quero nenhum acidente.
– Já passaram um cordão, deixando a rua livre. – Afirmei com a cabeça.
– Obrigada, Megan.
– Estarei aqui quando vocês saírem, não se preocupe. – Ela falou, me abraçando rapidamente, e deu um beijo na testa de . – Descanse. – Ela ordenou para e minha esposa afirmou com a cabeça.
– Aqui! – Entreguei uma sapatilha para , que riu fraco. – Lílian trouxe. – Falei e ela afirmou com a cabeça.
– Ela é incrível, Chris! – Ela falou, olhando nossa filha no berço com um sorriso imenso no rosto. – Ela é nossa.
– Foi o que eu pensei. – Falei, colocando as bolsas novamente no sofá e me aproximando das duas.
– Eu não acredito que ela está aqui com a gente. – Afirmei com a cabeça, sentando ao seu lado.
– Evans. – Falei e virou o rosto para mim, com um largo sorriso no rosto. – Nascida no dia 31 de dezembro de 2015 às 23h57min. – Continuei e ela riu, encostando a cabeça em meu ombro.
– Que horário, não?! – riu fraco.
– Ela é da noite! – Falei e sorriu. – Vai ser baladeira igual o pai. – ergueu o rosto e tocou seus lábios nos meus em um beijo sutil.
– Obrigada! – Ela falou e eu sorri.
– Por quê? – Coloquei seu cabelo atrás da orelha.
– Por realizar meus sonhos. – Abri um largo sorriso, passando as mãos pelo seu corpo, abraçando-a.
– Vamos? – Ouvi a voz de Megan e eu e rimos. – Adoro ver vocês apaixonadinhos. – Ela comentou com um largo sorriso no rosto e eu ri fraco, me levantando.
– Está tudo pronto.
– Obrigada! – falou para a enfermeira e elas se abraçaram levemente.
– Se você precisar de mais algumas aulas de como dar banho no bebê ou trocar fralda, é só voltar. – riu e afirmou com a cabeça.
– Obrigada por tudo. – Eu falei e pegou nossa filha nos braços, ajeitando a touquinha em sua cabeça, então eu peguei as bolsas.
– Obrigada! – Megan falou e saímos do quarto, acenando para a equipe médica que estava do lado de fora.
observava cada movimento de nossa filha. Eu ia ao seu lado com sua bolsa na mão e a mala do bebê nos ombros e Megan na frente, abrindo caminho e segurando a porta para nós. Nossa família já tinha ido, sobrara somente nós três e Lílian, que se levantou assim que aparecemos na sala de espera, e me ajudou com a bolsa de , se colocando um pouco atrás de nós.
O silêncio lá dentro era incrível, até que as portas automáticas se abriram. Tinha bastante gente na porta do hospital, todos sendo barrados por uma cerca que havia sido colocada após nossa chegada. soltou uma risada fraca ou um sorriso lindo e eu parei ao seu lado por alguns segundos, vendo mais ajeitar nossa filha do que prestar atenção nas fotos. Dei um beijo em sua cabeça e ela sorriu para mim, dando uma piscadela.
Megan desceu os degraus do hospital e abriu a porta do carro do lado onde a cadeirinha do bebê estava. Desci os degraus, ajudando , e ela tirou o bebê da manta que o cobria e o ajeitou na cadeirinha, tendo ajuda de Megan para ajustar. Assim que nossa princesa estava presa, ela deu a volta no carro junto de mim, dando uma acenada rápida para os paparazzis.
– Desculpa fazê-los trabalhar no ano novo, gente. – Ela comentou e eles riram.
– Sem problemas. – Um deles falou e ela entrou no carro, com Lílian ao seu lado, e eu fui com Megan na frente.
– Para casa? – Megan perguntou e soltou um suspiro aliviado.
– Sim, por favor. – Ela sorriu, olhando nossa filha.
Assim que entrei em casa, tinha algo diferente na nossa sala de estar. As coisas estavam mais arrumadas, as malas do pessoal hospedado em casa não estavam mais lá. Tinha um carrinho de bebê preto com rosa montado junto com um daqueles cercadinhos, todos no meio da sala, mas não tinha ninguém. Eu e Chris nos entreolhamos, franzindo a testa, e ele colocou o bebê conforto na bancada. Tirei as bolsas dos meus ombros e coloquei ao seu lado, dando uma conferida nela, que dormia pacificamente.
Eu tirei o moletom de Chris e o coloquei no sofá, seguindo pelo corredor de casa. Nosso quarto estava normal, vazio, o cinema também. Seguimos para o quarto de visitas que tinha a porta fechada, Chris encostou o ouvido na porta e pude ouvir algumas conversas. Encostei a mão na maçaneta e abri a porta, que dava para o quarto de visitas – ou melhor, antigo quarto de visitas.
Scott e Derek estavam jogados no chão, montando um berço branco, Carly e Rupert montavam alguns móveis que eu nunca havia visto na minha vida e Marcus, Carlos e minha mãe pintavam uma das paredes com um rosa claro maravilhoso. A outra já estava listrada do mesmo tom com branco e as outras duas estavam completamente brancas. Shanna tinha em suas mãos a primeira letra de e a decorava com diversas borboletas, Tara colocava fotos em diversos porta-retratos pequenos.
– O que está acontecendo? – Perguntei, incrivelmente surpreendida pela situação. – Onde vocês conseguiram tudo isso? – Soltei uma risada fraca, levando as mãos até a boca.
– Não era para você entrar! – Ouvi um coro e, em seguida, o mesmo coro deu risada.
– Lílian! – Scott reclamou e eu ri fraco, vendo minha irmã surgir rápida atrás de mim.
– Isso está lindo, gente! – Abri um largo sorriso, entrando no quarto bagunçado. – Onde vocês conseguiram tudo isso? – Perguntei, sentindo Chris me abraçar pela cintura.
– A gente escondeu algumas caixas no quartinho antes de encontrar vocês naquele dia. A gente queria fazer uma surpresa. – Marcus falou e eu abri um sorriso.
– Mas e a cor? – Perguntei, vendo algumas faixas cor de rosa nos armários.
– Parece que teremos que jogar um galão de tinta fora. – Scott comentou e eu ri fraco.
– Obrigada, gente! – Falei com um largo sorriso no rosto. – Não precisava, mesmo. – Virei para Chris, que tinha um sorriso também. – Você sabia? – Ele afirmou com a cabeça.
– Scott não sabe contar segredos. – Ele contou e eu ri fraco.
– Agora cai fora, vai descansar ou cuidar da nossa bebê, qualquer coisa, mas fique longe daqui. – Lisa falou brava e se levantou, expulsando nós dois do quarto. – Vai, sai! – Ouvi a porta bater atrás de mim.
Eu e Chris nos entreolhamos e ele desandou a rir. Franzi a testa e olhei para ele, soltando uma risada em seguida.
– Sem graça! – Falei, dando um tapa em seus ombros.
– Vou pegar a Leslie e apresentar o novo membro da família. – Chris falou enquanto voltávamos para a sala e eu puxava um banco, ficando de frente para , que tinha os olhos azuis abertos.
– Ok, só cuidado! – Falei, abaixando os cabelos arrepiados da minha filha. – Eu já te alimento, pode ser? – Falei com ela, fazendo um carinho de leve em sua barriga e abrindo um largo sorriso.
A felicidade era incrível... Indescritível, na verdade. Era demais! Eu era mãe, tipo... Como assim?! Era uma loucura falar aquilo, eu era mãe dessa coisa linda e maravilhosa, eu que fiz... Não tinha palavras para explicar essa emoção, era um fato. Eu esperei tanto tempo por ela e ela estava ali. E eu estava pronta para cuidar dela.
– Leslie, devagar! – Chris reclamou mas, em dois segundos, uma buldogue raspava as patas em minhas pernas e eu desviei a atenção da minha filha por um segundo.
– Ei, menina! – Falei, acariciando sua cabeça e suas orelhas, a sentindo lamber meu rosto diversas vezes, me fazendo rir. – Calma, calma! – Passei a mão em seu pelo mesclado. – Temos uma surpresa para você. – Falei, vendo-a se acalmar aos poucos conforme eu a acariciava. – É mais um membro para a família. – Coloquei a mão na barriga, sentindo-a murcha, e ela se sentou no chão, obediente, como se entendesse. – Traga ela aqui, Chris.
– Devagar, Leslie! – Ele afastou Leslie com a mão por um momento e colocou o bebê conforto no chão, onde estava quieta, com os olhos abertos. – Essa é a . – Leslie ficou alvoroçada por alguns segundos e Chris colocou a mão nela novamente, fazendo-a parar um pouco. – Devagar, ela é frágil! – Ele falou e ela se aproximou devagar do bebê.
Leslie começou a cheirar os pezinhos do bebê, fazendo com que recuasse os pés, talvez em cócegas. Leslie deu mais um passo para frente e Chris tirou sua mão, fazendo com que ela passasse, deixando nós dois atentos. Ela aproximou o focinho bem perto de e desceu o focinho pelo pescoço, passando pelo corpinho, até chegar aos pés novamente. soltou um espirro em seguida, me fazendo rir fraco. Leslie olhou em volta, começando a dar uma volta em torno de si mesma, e se deitou aos pés de , observando-a atentamente.
– O que isso quer dizer? – Perguntei a Chris, que abriu um sorriso largo.
– Está tudo bem. – Ele se levantou, segurando minha mão. – Ela vai cuidar da nossa filha. – Soltei uma risada fraca e ele me abraçou, passando os braços pelo meu corpo, me fazendo suspirar. – A família está completa.
Ouvi um barulho baixo e, automaticamente, abri os olhos, prestando mais atenção ao barulho que vinha da babá eletrônica. Soltei meu corpo de Chris, que já acordava também, e olhei para o relógio. Passava das 6 da manhã, já estava amanhecendo. Passei a mão no rosto, coloquei meus chinelos de forma desajeitada e saí do quarto, sentindo as mãos de Chris passar em meus ombros. Entrei no quarto de princesa da , onde várias coroas e ursos polares estavam espalhados pelo quarto, e vi que o sol começava a entrar pela persiana. Cocei os olhos novamente, abri a cortina que ficava em volta de seu berço no meio do quarto e a vi.
Ela estava com seu pijama de frio, os braços mexendo freneticamente e a boca sem dente aberta, deixando que seu choro ecoasse pelo quarto e seus olhos derrubassem diversas lágrimas. Segurei suas costas e sua cabeça e a ergui do berço, colocando-a em meu peito, esperando que isso a acalmasse, me fazendo sentir aquela sensação de novo. Felicidade.
– Ela está parecendo um relógio. Todo dia, essa hora. – Comentei com Chris, que estava sentado em um banco próximo ao trocador, coçando o rosto.
– Acho que devemos começar a colocar nosso despertador pra essa hora, aproveitar essa rotina dela. – Ele falou, então eu afirmei com a cabeça, me aproximando da cadeira de balanço que estava no canto do quarto, e me sentei com ela em meu colo.
– Vamos ver se dá certo. – Falei, abaixando minha blusa, sentindo um frio passar pelo meu corpo, e a coloquei próximo a meu seio. Ela o abocanhou sem dificuldades. Seu choro acalmou e ela começou a sugar o leite fortemente, movimentando os lábios com a mão apoiada em meu peito.
– Já faz um mês, amor. – Ele comentou, apontando para a primeira foto de nós três, e eu abri um sorriso, soltando uma risada fraca.
– O tempo passa rápido e a gente nem vê, e a gente pensa que pode controlar isso de alguma maneira. – Falei, suspirando e olhando para ela novamente.
– A gente está participando, é o nosso jeito de fazer isso. – Ele falou, eu concordei, vendo-a soltar meu seio, e passei a mão em sua fralda.
– Ela precisa ser trocada, amor. – Falei, ajeitei minha blusa antes de levantar com ela em meu colo e a entreguei para Chris, trocando de lugar.
Chris havia ficado bom nisso. Decidimos dividir as tarefas. Como eu amamentava, ele a trocava. Não sempre, pois ele não estava em casa todo o tempo por causa do seu trabalho, mas era na maior parte das vezes.
Eu o observei abrir o macacão vermelho de nossa filha e o colocar no cesto de roupa sujas. Abriu sua fralda, fazendo a mesma careta de sempre e me fazendo rir. Ele a tirou e dobrou, jogando no lixo, e pegou o algodão, molhando-o um pouco com água e limpou nossa pequena, que tinha os olhos fixos nele e os dedos na boca. Ele a secou e passou pomada de assaduras, a vestindo com a fralda novamente, que fazia com que chegasse quase em seus bracinhos. Eu entreguei um macacão amarelo para ele, que a vestiu, erguendo a cabeça dela de leve e abotoando na frente até que ela estivesse pronta.
– Linda! – Ele falou para ela e eu sorri, dando um beijo em sua bochecha.
– Vamos, precisamos do nosso café da manhã agora. – Comentei, Chris pegou no colo e me seguiu em direção a cozinha.
– Ah, meu Deus, que vontade de morder essa gorda. – Ouvi Lílian falando e olhei para o tapete da sala, onde estava deitada, olhando para um dos milhares brinquedos que minha irmã havia trazido para ela. – Ela engordou bastante, . Olha essas pernas gostosas! – Ela sorria para , que ria a cada vez que apertava aquele boneco.
– O leite dela é forte! – Chris gritou e eu virei o rosto para ele.
– Não caiu bem. – Minha mãe falou e eu ri fraco.
– Desculpe! – Ele respondeu e eu sorri.
– Lílian, você tem que parar de trazer presente a cada mês que ela completa, está lotando o quarto dela. – Reclamei, batendo meu pé levemente em suas costas.
– Ah, qual é, . Só três.
– Não, três meses. Presentes foram logo uns 30. – Falei, olhando o laço que eu acabara de desembrulhar.
– Alguns foram da avó, da tia, do pessoal lá do Brasil... Eles querem te ver. – Ela falou. – Bem, você, eles já conhecem. Querem conhecê-la. – Ela fez cócegas na barriga de , que gargalhava.
– A gente vai programar isso. – Chris falou e eu afirmei com a cabeça.
– Sim, vamos sim. – Eu me levantei do sofá e me sentei ao lado de Lílian, levantando minha filha um pouco. – Olha, tia, o que eu já sei fazer. – Falei, colocando-a sentada e segurando seu corpinho para ela não bater o rosto no chão, já que ela ia e voltava para frente e para trás diversas vezes.
– Essa bunda pontuda ainda. – Lílian brincou, fazendo-a rir. – Daqui a pouco, ajeita e consegue se firmar. – Ela apertou novamente o brinquedo e riu, tentando pegar o brinquedo e o deixando cair diversas vezes.
– Ok, eu vou ver aqui e te aviso. – Ouvi a voz de Chris cada vez mais perto e ele se sentou no sofá atrás de mim.
– O que foi? – Perguntei, encostando minhas costas em suas pernas.
– O que você acha de cruzar a Leslie? – Ele perguntou e eu franzi a testa.
– Eu não sei, Chris, eu não entendo muito disso. – Falei, olhando para ele.
– Você acha que é uma boa ideia?
– Eu realmente não sei. Quantos anos ela precisa ter para a gestação? Quantos filhotes nascem? Quanto tempo dura a gestação? Eu tenho muitas dúvidas, na verdade. – Olhei rapidamente, que ainda ria.
– Ela está na fase da gestação, na verdade. Se demorar mais um ano, mais ou menos, já começa a ficar tarde e nem sempre dá certo. – Ele mordeu o lábio.
– Você entende disso mais que eu, amor.
– Se vocês cruzarem a Leslie, eu quero um filhotinho! – Lílian falou imediatamente e eu soltei uma risada.
– Eu vou ver direitinho, ok?! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
– Obrigada por cuidar dela, Megan! – Falei para Megan, que olhava tanto Joseph como nos carrinhos na sala da sua casa.
– Sem problemas. – Ela falou, se sentando novamente no sofá. – O que achou do filme?
– Eu prefiro não dizer, honestamente! – Eu estava realmente puta.
– Esse filme lançou há quase um mês. Você só conseguiu assistir agora e ainda não gostou? – Ela perguntou, abismada.
– Eu gostei, na verdade. Era necessário fazerem isso com o Capitão América, mas eu não gostei, ok?! – Eu reclamei e ela suspirou em seguida. – Eu o imagino como o Chris, então doeu muito. – Falei, puxando o ar fortemente.
– Eu nunca a senti apertar tanto minha mão como nesse filme. – Chris falou, apertando meus ombros, e eu suspirei.
– Eu vou ter pesadelos essa noite, com toda certeza! – Suspirei e Megan riu.
– Bem, acho melhor irmos. Está tarde já, e amanhã tem aniversário dessa mamãe aqui! – Chris apertou meus ombros e eu revirei os olhos, me aproximando do carrinho de , onde ela tinha um mordedor na boca e o mordia de todos os jeitos.
– A mordedora aí! – Falei, tirando o brinquedo de sua boca para, dois segundos depois, ela colocar de volta.
– É os cinco meses, Joseph também era assim. É fase! – Megan falou e eu ri, dando um beijo em sua bochecha e acariciando os cabelos lisos e loiros de Joseph.
– Obrigada por essa, Megan. Nos vemos amanhã. – Ela afirmou com a cabeça.
– Afinal, você nunca mais vai perder uma première, ok? – Ela reclamou comigo e eu abri a boca, surpresa.
– A estava com febre, não ia deixa-la com algum estranho, nem vem. – Reclamei. – E nem confio muito em babás também. – Falei e empurrei o carrinho dela para frente. – Quase que o Chris não foi também.
– Eu matava vocês dois se isso acontecesse. – Ela falou brava e eu revirei os olhos.
– Chris, você já deu banho nela? – Falei, entrando no quarto de Leslie com a mamadeira na mão, e trombei com Chris, que saía do mesmo.
– Dei! – Ele falou, dando um beijo em minha testa e seguindo para fora do quarto, e eu ouvi uma risada vinda do berço.
Aproximei do berço e abri a cortininha, vendo toda risonha, balançando as mãos e as pernas, usando sua roupinha que deixava os braços e as pernas de fora. Estávamos em junho, estava bem calor em Los Angeles.
– Ei, que felicidade toda é essa? – Perguntei, passando a mão em sua barriga. – Papai estava brincando contigo de novo? – Virei meu rosto para a porta, onde Chris tinha um sorriso discreto nos lábios, e abaixei a cabeça. – Linda! – Puxei o banco para mais perto e apoiei o rosto em seu berço, fazendo com que ela rolasse no mesmo para olhar para mim.
Passei a mão em suas pernas gordinhas e aproximei o rosto dela. Ela estava cheirosa, acabara de sair do banho. Testei a quentura do leite na mamadeira e tirei a tampa, entregando para ela, que pegou e colocou na boca, começando a sugar o líquido rapidamente.
– Ei, garota, devagar ou vai vomitar! – Falei, observando-a entornar a mamadeira com a ajuda dos pés, o que me fazia rir sempre.
– Ela é gulosa, igual à mãe. – Ouvi a voz de Chris atrás de mim.
Encostei minhas costas em seu corpo e o senti tirar meu cabelo dos ombros, acariciando meus ombros levemente.
– Não só a mãe. – Respondi, olhando para cima, e ele sorriu, dando um beijo em minha testa.
– Isso é verdade! – Ele assumiu e eu ri, olhando para minha filha novamente que quase terminava o leite.
– Gulosa mesmo! – Passei as mãos em suas pernas e, logo, ela finalizou o leite.
– Ela está ficando cada dia mais a sua cara. – Chris comentou. – Se não fosse os olhos, ela seria sua cópia exata. – Sorri, pegando a mamadeira de volta, vendo-a se agitar. – Posso fazer? – Chris perguntou e eu apontei para o berço.
– Ah, mas que homem mais maduro. – Falei enquanto ele pegava e a colocava em seu colo, batendo levemente em suas costas.
– É divertido! – Ele se justificou e eu balancei a cabeça, ouvindo o arroto baixo de . – Essa é a minha garota!
Passei a mão nos cabelos de e olhei para sua boquinha, onde tinha dois dentes em cima e dois dentes em baixo.
– E esse picador de papel? – Falei para ela que riu, mostrando os dentinhos.
– Nossa menina está crescendo rápido. – Chris falou e eu sorri, o abraçando, enquanto ela olhava para mim.
– E você brigava comigo que eu cansava rápido. – Falei para Leslie, acariciando sua barriga. – Não é fácil ficar prenha, não é?! – Comentei, sorrindo. – Ela está bem? – Virei para Chris, que tirava do cercadinho do meio da sala e a colocava no tapete ao meu lado.
– Muito bem. – Chris respondeu, se sentando ao meu lado. – Ela é forte. – Ele respondeu, acariciando nossa cadela.
– Você dá uma olhada nelas que eu vou preparar a papinha da . É só esquentar. – Comentei, dando uma olhada em volta. – Ela vai escapar! – Falei para Chris, que estava desatento.
já estava há uns três passos de adulto da gente. Ela começara a engatinhar assim que entrara no sétimo mês e estava deixando eu e Chris doidos. Quando estávamos fazendo alguma coisa, ela ficava no cercadinho. Estava bem ágil e, quando via, ela já estava longe, querendo brincar com Leslie, que não estava no melhor ânimo ultimamente, já que sua barriga já estava estufada e a deixava cansada bem mais rápido. Chris pegou pela cintura e a ergueu em seu colo, fazendo-a rir. Ela sabia que estava fazendo coisa errada.
– Você para, hein, menina?! – Chris falou sério para ela, e ela simplesmente deu risada na cara dele, me fazendo gargalhar. – Estamos vendo como eu tenho poder aqui! – Ele falou e eu me levantei, dando de ombros.
– Acontece! – Respondi, seguindo para a cozinha e lavando minhas mãos.
– Vamos comer, menina? – Chris perguntou para ela, me seguindo para a cozinha e puxando o cadeirão para perto da bancada.
batia as mãos.
– Mas gosta de comer essa menina! – Falei, pegando um dos potes de papinha que eu já descongelara na geladeira, o despejei em uma panelinha e coloquei no fogo por alguns segundos.
– É de nascença! – Chris me respondeu, segurando nossa filha no cadeirão.
Coloquei sua papinha de cenoura com batata no pratinho dela e peguei a colher, mexendo a comida devagar, esperando que ela esfriasse um pouco. Puxei um banco para perto dela e coloquei o prato na mesinha em sua frente, vendo suas mãos agitando freneticamente.
– Vai ser um desafio! – Chris reclamou.
Eu peguei um pouco do creme amarelado e aproximei da sua boca, vendo-a vir para frente para sugar a comida. Ela ficou brincando com a comida na boca, derrubando um pouco pelas laterais, e eu tentei pegar com a colher, repetindo o processo diversas vezes.
– Acho que ela enjoou! – Chris falou, me fazendo fechar os olhos quando ela bateu a mão no prato, fazendo respingar um pouco do creme, e riu da sujeira na sua mão.
– Está achando legal, é?! – Brinquei com ela e estiquei o corpo para pegar um pano e a olhei colocar o dedinho na boca, rindo em seguida.
– Ela realmente gosta da sua comida. – Soltei uma risada fraca, o senti empurrar meu ombro para o lado e eu fiz o mesmo.
– Todo mundo gosta. – Pisquei para ele.
– Como foi? – Chris perguntou assim que eu entrei em casa.
Joguei minha bolsa e alguns papéis no chão e o abracei fortemente, tentando inutilmente segurar as lágrimas que insistiam em cair. Fechei os olhos, escondendo o rosto na curva do seu pescoço, e soltei o ar pela boca diversas vezes, sentindo meu nariz entupir, fazendo com que eu respirasse com mais dificuldade. Chris me abraçou fortemente, como ele sempre fazia, até que eu sentisse confortável o suficiente para me soltar dele.
– Foi tudo certo! – Falei, passando as mãos em meus olhos e puxando o ar novamente, vendo Chris passar o dedo levemente embaixo dos meus olhos. – Eu estava louca para sair da revista aí, quando eu saio, tem essa dor toda em volta. – Passei a mão no primeiro botão da minha camisa, desabotoando.
– Vai ficar tudo bem, você fez o que achou melhor. – Sorri para ele.
– Foi o melhor. Eu quero ficar com minha família, não dá para eu ficar lá, pensando em vocês, ou o contrário, estar aqui com coisas pendentes na revista. – Falei, abrindo minha camisa e revelando meu body branco.
– Eu vou gostar de te ver em casa também. – Ele falou, dando um beijo em meus lábios.
– Se você não se importar, eu vou ficar em casa um tempo até pensar o que eu farei para me ocupar. – Ele abriu um largo sorriso, passando os braços pelo meu corpo.
– Eu não me importo. – Ele falou, sorrindo.
– Agora deixe me ver minha pequena antes de tomar banho.
– Estão lá no quarto, estava dando uma olhada em alguns roteiros.
– Para dirigir ou atuar? – Perguntei, andando em sua frente.
– Um pouco dos dois. – Ele respondeu e eu sorri, entrando no quarto e encontrando a cena mais fofa do mundo.
estava deitada no bebê conforto que estava colocado no chão. À sua volta, Leslie estava lá com três dos seus filhotes mamando, todos quietos, mas tinha um que havia sumido. Não sei como, mas estava no bebê conforto de e andava pelo seu corpo, fazendo com que ela passasse a mão nele. Encostava a boquinha no filhote enquanto ele tentava subir.
– Ah, meu Deus, Chris, filma isso! – Falei animada, sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto de novo.
– Que coisa mais linda! – Chris comentou e eu me ajoelhei perto da cena, observando fazer caras e bocas e, ao mesmo tempo, dar risada enquanto um dos filhotes andava por ela e tropeçava nos cantos do bebê conforto.
– Essa menina é uma figura. – Falei, dando um beijo em sua testa, fazendo-a puxar meus cabelos de leve.
Olhei para Leslie, amamentando seus filhotes de poucas semanas, e me lembrei da vez que a adotamos. Ela era daquele tamanho, pequena e sapeca. Se fosse nossa vez de adotar, com certeza escolheríamos essa sapeca de novo, e a genética não negava. Senti um dos filhotes encostar-se em meu pé e o peguei, acariciando sua cabeça levemente. Leslie tinha dado cria a quatro filhotes, cada um de uma cor, o que facilitava na hora de identificar cada um. Tinha um preto, um cinza, um branco e o mesclado, que era o que estava escalando minha filha.
– Delícia, né?! – Chris fazia caras e bocas para minha filha enquanto dava papinha para ela. – Mamãe que fez. – Ele falou e eu ri, passando as mãos nos meus cabelos recém-lavados. – É gostosa, não?!
– Chris, você está parecendo um tonto. – Falei para ele, sentando ao seu lado na bancada.
– Viu?! É assim que você faz quando dá comida para ela, mamãe. – Revirei os olhos, soltando uma risada fraca, e mordi um pedaço do lanche em minha frente.
– Eu não faço tanta careta assim. – Falei, franzindo a testa.
– Mamãe faz careta, não faz? – Chris falou para , que riu, mexendo as mãos alegremente, e eu revirei os olhos.
– Mamá! – Eu arregalei meus olhos e soltei o lanche no prato novamente.
– Ah, meu Deus! – Chris falou empolgado, se levantando do banco, e eu fiz o mesmo.
– O que você disse, amor? – Perguntei, olhando para ela.
– Mamãe faz careta, não faz? – Chris repetiu o que ele falou.
– Mamá! – A resposta da foi imediata, me fazendo abrir a boca surpresa.
– Ah, meu Deus! – Falei, empolgada. – É a mamãe, amor.
– Mamá! – Ela repetiu, falando diversas vezes. – Mamá, mamá!
– Meu amor! – Tirei do cadeirão, colocando-a em meus braços, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
– Eu estou chorando aqui. – Chris falou, passando a mão nos olhos, e eu sorri, encostando minha cabeça na dele, olhando para nossa pequena.
– E papai? Você consegue falar, amor? – Perguntei, sentindo as mãozinhas dela apoiadas em meus ombros. – Papai? – Ela olhou para nosso rosto, intercalando entre mim e Chris, passando os olhos confusos entre os nossos rostos, de um lado para outro. – Mamãe. – Apontei para mim.
– Mamá! – Ela respondeu.
– E papai. – Apontei para Chris.
Ela olhou para ele, mexendo a cabeça para o lado, confusa.
– Papai. – Repeti
– Pa-pá? – Ela falou e Chris só faltou explodir de alegria ao meu lado, me fazendo gargalhar de felicidade, girando minha fila em meu colo. – Papá! – Ela falou com mais convicção, batendo palmas por ter acertado, e gargalhou conosco.
– Ela fala! – Chris falou animado e eu ouvi Leslie latir, se aproximando, junto de seus filhotes. – Eu preciso filmar isso. – Ele falou animado, procurando pelo meu celular no bolso.
– Sorria! – Scott falou, apontando a câmera para , que estava sentada no chão, mexendo em diversos cupcakes que estavam em sua frente.
– Eu nunca gostei tanto de ver os meus cupcakes serem usados para outro propósito além do comível. – Falei, sentindo Chris me abraçar pela cintura, e encostei meus lábios em seu rosto, o beijando levemente.
– Mas ela come também. – Chris apontou para nossa filha, que agora lambia as mãozinhas sujas de brigadeiro, me fazendo rir.
– Um ano já, hein, meu filho? – Lisa apareceu atrás de nós e eu sorri.
– Um ano dela e dois nossos. – Chris falou e me apertou em seus braços, me fazendo encostar meu corpo nele, sentindo o perfume dele em meu corpo.
– Quem quer bolo? Ou champanhe? Ou um pouco de cada? – Rodrigo apareceu, com a boca cheia de doces, e eu olhei para ele. – Essa família é demais. É aniversário, aniversário de casamento e ano novo, tudo ao mesmo tempo. – Ele soltou uma risada e eu tomei sua taça de champanhe.
– Se controla. – Coloquei a taça na mesa e ele franziu a testa. – Tem crianças aqui. – Falei, apontando a cabeça para os sobrinhos de Chris, Liana e o filho de Megan, que corriam pelo quintal de casa enquanto fazia sua lambança pessoal.
– Feliz aniversário, amor. – Virei para Chris e o senti apertar minha cintura, fazendo com que eu ficasse na ponta dos pés, sentindo os lábios de Chris colados nos meus e suspirei, apertando minhas mãos em seus ombros.
– Se controla, tem crianças aqui. – Ouvi a voz debochada de Rodrigo e virei o rosto para ele, fazendo uma careta.
– Gente, vocês não vão querer perder isso. – Ouvi a voz de Scott e virei em sua direção, ficando boquiaberta.
engatinhara até um dos bancos espalhados pelo quintal e se colocara em pé, apoiando firmemente no banco. Ela virou o corpo em minha direção e se soltava de leve do banco, virando os pezinhos devagar. Aproximei dela um pouco, me ajoelhando no chão, estendendo meus braços para frente. Ela soltou uma risada e começou a dar um passo de cada vez, na minha direção. Ela tropeçou e caiu no chão, fazendo um bico, tremendo os lábios.
– Não, não. – Falei para ela. – Levanta! – Eu a animei e ela sorriu, engatinhando até o banco novamente e se levantando. – Devagar! – Insisti, tentando controlar minha respiração.
Ela apoiou no banco, subindo aos poucos, e se colocou em pé. Ela virou o corpo para nós. Sim, além de mim e de Chris, o resto dos convidados parou para olhar esse acontecimento. Ela tirou as mãos do banco e começou a colocar um pé na frente do outro, devagar. Ela começou a andar em minha direção devagar, animada com a nova descoberta e, quando eu notei, meus olhos já estavam completamente marejados, soltando a respiração fortemente.
– Vem, meu amor! – Falei e ela acelerou o passo, meio sem ordem, e eu ri e chorei ao mesmo tempo.
Não sabia definir, tinha um arrepio passando pelo meu corpo, uma corrente elétrica incrível. tropeçou no último passo e se apoiou em meus braços, fazendo com que as lágrimas finalmente caíssem de meu rosto. Apertei minha filha em meus braços e senti Chris nos abraçando, me fazendo respirar fundo diversas vezes. Aquilo era perfeito. Tudo estava perfeito.