Finalizada em 08/01/2021

Capítulo Único

Im Jaebeom era classificado como um dos melhores investigadores da delegacia de Seul. Mesmo sendo jovem, sua reputação era perfeita e ele nunca deixava um caso sem solução ou um bandido impune. Havia se formado como primeiro de sua turma na academia, seu perfeccionismo era uma de suas muitas qualidades e características.

Há alguns meses, o delegado o havia sido incumbido de prender uma das maiores corredoras clandestinas de que se havia notícias, mas a missão se provou uma grande teia de aranha, cheia de artimanhas e problemas. A jovem corredora não tinha uma identidade, só um codinome, Lince, tudo por conta de seus olhos refletores e perigosos. Essa corredora estava deixando Jaebeom com os nervos abalados, já que ele nunca conseguia encontrá-la.

Mas Jaebeom não tinha medo dela, nem de nenhum corredor clandestino, ele já havia conseguido até pegar alguns deles, todos filhinhos de papais ricos, que os tiravam da cela na manhã seguinte e ainda saíam com um sorriso vitorioso no rosto. Para Jaebeom, aquela missão agora era questão de manter sua honra e seu nome na corporação intactos.

E lá estava ele mais uma vez, olhando os sites e fóruns de corrida, atrás de algum indício de movimentação de alguma corrida ou de vendas de veículos, e não encontrou nada, nenhuma pista, nenhuma brecha. Ele respirou fundo mais uma e vez e por pouco não jogou o notebook da corporação do outro lado da sala.

- Jaebeom! – JinYoung, o outro detetive da delegacia, o chamou. Estava com um sorriso gigante no rosto e aquele sorriso só poderia significar uma coisa. – Meu informante acabou de me mandar uma dica.

- Onde e que horas? – Foi tudo o que Jaebeom quis saber, ele estava começando a ficar estressado com todo aquele jogo sem solução.

- Gangnam, às 23. É tudo o que tem na mensagem. – JinYoung passou a informação e também encaminhou a mensagem para Jaebeom.

- Okay! – Jaebeom olhou as horas em seu relógio, faltavam poucos minutos para a hora indicada na mensagem. Rapidamente pegou sua jaqueta de couro e as chaves de seu carro e partiu sem nem agradecer a JinYoung pela ajuda, ele iria fazê-lo depois, se pegasse a tal corredora naquela noite. Ele precisava voar se quisesse realmente conseguir tal feito.

...


Do outro lado da cidade, em um bar qualquer, estava , a amante do perigo. Não falava de seu passado, ninguém sabia de onde ela realmente tinha vindo, muitos diziam ser do Canadá, outros apostavam que era dos Estados Unidos, mas ninguém realmente sabia. Ela nunca se envolvia demais ou falava com outros corredores sobre si, era uma incógnita, muito desejada e invejada.

Uma jovem rica, boa lábia, uma líder nata! Seus cabelos, outrora curtos e azuis, agora estavam voltando à cor natural, mas ainda com as pontas enormes e azuis, seus olhos sempre marcados pela maquiagem pesada e os lábios vermelhos convidativos, que agora bebericavam o copo de suco. Ela não podia beber algo com álcool, não agora.

Era difícil ver com algum companheiro, ela só usava os homens e os descartava, eles eram bons só para satisfazê-la, depois era cada um para o seu lado e nada de trocar telefones. A jovem nunca se apaixonou, não que ela lembrasse, o amor era uma distração e ela não tinha tempo e nem ninguém interessante o suficiente para se distrair.

agora estava olhando o GPS e as notícias. Seus informantes lhe disseram que a polícia estava na cola deles, então ela mesma teria de enviar o convite da corrida daquela noite e decidir o lugar estava difícil, o forte dela era mesmo correr. Organização e todo o esquema de recolhimento do dinheiro das apostas eram com seus empregados. Sorriu abertamente quando lembrou que as ruas de Gangnam eram perfeitas para a corrida daquela noite, queria se divertir e correr.

“Gangnam, às 23.”

Digitou e enviou para os principais contatos, eles fariam o resto do trabalho por ela, afinal, eles recebiam para fazer tais tarefas.

...


Jaebeom podia jurar que ele rodou todo o bairro e nada de carros luxuosos ou cheios de toda a parafernália precisa para que um carro corresse nas ruas de Gangnam e causasse túmulos e euforia. Olhou para o relógio no painel de seu carro, era quase meia-noite, não encontraria mais nada ali. Apertou o volante com força e dirigiu até o bar mais próximo, iria descontar sua raiva em bom copo de whisky.

Toda essa missão estava lhe tirando a paciência e o resto de sanidade que possuía. Estava cansado, precisava de foco, mas precisava mais do que tudo de descanso também. Levantou da mesa e deixou alguns trocados para pagar as duas doses que bebeu e um pouco para o garçom e saiu acenando somente com a cabeça, precisava de um banho e de sua cama urgente.

...


Quando Jaebeom acordou, já passava das duas da tarde. Ele estava realmente cansado, seu corpo e mente agradeceram pela boa noite de sono e descanso. Pegou o celular na mesinha ao lado da cama e zapeou os diversos grupos de corrida em que havia entrado, todos falavam da performance impecável da Lince e ele revirou os olhos sem se dar conta. Aquela mulher estava lhe dando nos nervos, precisava se livrar dela logo, colocá-la atrás das grades e enfim ter suas tão sonhadas férias.

Ele enfim levantou e foi se arrumar para trabalhar, fez um lanche reforçado e comeu rapidamente, se houvesse mais alguma informação sobre novas corridas hoje, ele queria chegar lá o mais rápido possível.

Quando chegou à delegacia, Jaebeom foi surpreendido por JinYoung. Ele estava eufórico e isso era raro para o detetive mais velho. JinYoung sempre estava com a cara fechada ou concertado demais em seus vários monitores.

- Jaebeom! – Ele praticamente corria pela delegacia.

- Hyung, JinYoung! Hyung! – Jaebeom advertiu.

- Okay! – Ele reverenciou o mais velho e voltou a despejar sua torrente de palavras. – Temos uma pista quente para hoje, minha fonte jura que a informação para essa noite não falha.

- Continue! – Jaebeom falou enquanto se dirigia para sua mesa e ligava os monitores e o notebook.

- Bom, a fonte disse que a Lince foi quem planejou a corrida de ontem e a ganhou. Ela encerrou a corrida em primeiro, pegou o dinheiro das apostas e dividiu com os homens que organizam todo o esquema, depois disso ela foi embora. Informaram que ela está com o cabelo azul ainda, mais comprido, porém azul.

Jaebeom ouvia cada uma das palavras de JinYoung, mas se perguntava se aquilo não era uma informação desnecessária, afinal, quase todos os jovens tinham o cabelo colorido naquele país, era a tal da moda. Ele acabou rindo sozinho, parecia um velho, sendo que provavelmente tinha a mesma idade de muitos deles. JinYoung parou de falar e isso atraiu a atenção de Jaebeom.

- Desculpa, JinYoung, eu estava pensando em algumas coisas. – Confidenciou.

- Tudo bem! Eu sei que você está bastante empenhado em resolver esse caso. – JinYoung disse tocando o ombro de Jaebeom. – Continuando, esse é o endereço para hoje, saiu mais cedo e deve dar tempo de você armar alguma coisa, uma emboscada ou simplesmente averiguar toda a situação e armar algum plano, sei que você consegue.

JinYoung entregou uma folha para Jaebeom, na tal folha continha o endereço, horário da corrida e o mapa em miniatura da região. Jaebeom agradeceu dessa vez, acreditava que sua falha na busca anterior teria sido castigo pela sua falta de educação.

- Valeu, JinYoung! Eu te devo uma! – Deu um abraço de lado enquanto davam seu aperto de mãos ensaiado. – Agora deixa eu ir nessa, tenho umas pessoas para prender!

Jaebeom saiu matutando como faria para passar despercebido pelos corredores e não parecer um caipira com seu carro simples, ou parecer um tira. Foi então que lembrou que seu amigo tinha algo que ele poderia usar. O policial pegou o celular no bolso e discou o número de seu melhor amigo desde criança.

Um toque, dois, três, quatro, ele estava quase desistindo quando a voz furiosa de Mark soou do outro lado da linha.

- Espero que seja importante JB, eu estava numa foda maravilhosa e você atrapalhou! – O amigo resmungou.

- Não quero saber da sua vida sexual, Mark Tuan! – Ele riu sem graça. – Faz tempo que ninguém me chama assim e sem mais enrolações, quero que me empreste sua moto!

- Nada disso! Você não vai tocar naquela belezinha! – O Tuan vociferou.

- É para uma missão, Mark. Me ajuda, vai! – Jaebeom implorou, ele sabia que Mark cederia, mas precisava pedir com jeitinho.

- O que você não me pede rindo que eu não faço chorando? – Ironizou Mark.

- Que horas posso passar aí? Não quero correr o risco de pegar você pelado e fazendo coisas que não quero ver. – Jaebeom riu e Mark riu tão alto quanto o amigo.

- Em uma hora você pode vir. – E a ligação foi encerrada sem que Jaebeom pudesse agradecer.

Jaebeom olhou as horas no visor e viu que tinha tempo para montar algum plano de última hora. Dirigiu até sua casa, tomou um banho e procurou por algo despojado no guarda-roupa, tinha que parecer com eles. A jaqueta de couro, com a calça jeans um pouco surrada dava pro gasto, escondeu o coldre da arma por baixo da camiseta e verificou a munição da pistola, estava tudo em perfeita ordem.

O jovem policial saiu de casa com a cabeça a mil, seu coração parecia que ia sair pela boca. Não era a primeira vez que ele estaria disfarçado, mas era a primeira missão que o deixava tão eufórico. Ele dirigiu até a casa de Mark tamborilando os dedos sobre o volante, seu corpo não o ajudava a se acalmar.

Assim que chegou na pequena mansão do amigo, Jaebeom tocou a campainha, o interfone foi ativado e ele pôde ouvir a voz de Mark o mandando entrar.

- Espero que me entregue ela inteira, Im Jaebeom! Meu pai não me daria outra dessas nem que eu implorasse. – Mark advertiu enquanto entregava a chave da Ducati.

- Eu vou ter cuidado, Mark. Só preciso dela para pagar de mimado. – Jaebeom alfinetou o amigo.

- Mimado é o seu... – Mark ia xingar Jaebeom, mas ele o interrompeu.

- Olha que horas são! Estou atrasado! – JB desconversou. – Preciso ir nessa! Amanhã te devolvo sua filha. Tchau!

Jaebeom saiu rindo dos resmungos e palavrões ditos por Mark. O amigo tinha mais ciúmes de seus pertences do que das namoradas. Ele pilotou a moto até o ponto de encontro dos corredores, tentando sempre dar um ar de quem estava ali para curtir realmente as corridas. Várias jovens de cabelo azul passavam por ele e piscavam sempre que o viam encostado na moto de Mark, ele sorria falsamente para cada uma delas, qualquer uma poderia ser a tal Lince.

Foi então que um carro chamou a atenção de Jaebeom, um Mustang, ano 1967, totalmente reformado, pintura novíssima, aros potentes e uma direção de dar inveja em qualquer colecionador. E no volante? Uma jovem estrangeira, de cabelos compridos, metade naturais, metade azul, o olhar penetrante não combinava com o sorriso doce que ela sustentava. O policial não conseguia tirar os olhos dela, nada o fazia parar de encará-la.

Um dos carros com alto-falante anunciou o início das corridas. Jaebeom sacou seu celular do bolso e começou a tirar fotos de todos os corredores que eram chamados, ele não era o único com o aparelho em mãos, então passou despercebido. Seu queixo quase caiu e seus olhos saíram da caixa, quando a corredora principal foi chamada.

- E com vocês a nossa Lince! – Jaebeom viu a jovem de cabelos coloridos entrar no Mustang e seguir para a dianteira de todos os carros que estavam ali.

Era ela! Sua cabeça lhe disse, mas Jaebeom não sabia ao certo o que fazer, chamar reforços, ou ir atrás dela sozinho? Prendê-la agora? Correr riscos ou agir com cautela? Sua cabeça estava a mil e suas mãos suavam. O policial então resolveu que era melhor agir quando não tivesse ninguém por perto.

...


E como esperado, ganhou a corrida, recebeu seu prêmio e iria para casa. Iria, se não fosse pelo rapaz encostado numa Ducati quando ela chegou no circuito. Ele não tirava os olhos de cima dela e ela disfarçadamente também não parava de olhar para ele. Sentiu algo diferente naquele rapaz de jaqueta de couro e cabelo penteado de maneira despojada.

“Droga, ! É só mais um playboy!”, ela pensou quando deu a volta e encostou próximo do rapaz.

- Moto legal! Encontrou numa caixa de cereal? – provocou o cara sem nem ao menos o conhecer. Sorrindo, ela saiu do carro e se encostou no capô.

- Não, mas não foi no ferro velho onde você pegou essa múmia aí! – O moreno devolveu a provocação.

- Você tem um ótimo senso de humor... – Ela cruzou os braços apertando os seios no decote, chamando a atenção do moreno, reação que não passou despercebida por ela.

- JB! – Ele disse engolindo em seco. – Mas falando sério, a moto não é minha. Peguei emprestada para poder impressionar alguma garota, mas até agora não deu muito certo.

- Deveria tentar ser você mesmo, JB. Nem todas se impressionam com essas coisas exageradas, tem aquelas que gostam de coisas simples e velhas! – apontou para o carro atrás de si. – A propósito, me chamo !

- Nome diferente, eu já sabia que você não era daqui, mas isso não importa né? – Ele piscou para a jovem. – Já que eu preciso ser eu mesmo, que tal tomarmos umas cervejas juntos e batermos um papo?

- Okay! Eu topo! – respondeu rápido, ela queria conhecer o rapaz e estava disposta até a ter uma transa de uma noite só, já que seu corpo reagia diferente perto do moreno.

- Me espera aqui! – Jaebeom saiu de perto de e foi buscar algumas cervejas no bar improvisado pelos corredores e aproveitou para mandar uma mensagem para Mark buscar a moto. Ele colocou a chave no espaço que Mark o indicou e seguiu com as bebidas para onde havia deixado . – Estou pronto!

sorriu ao ver as cervejas na mão de JB e abriu o porta-malas para que ele colocasse as bebidas no cooler que ela tinha guardado ali. Os dois entraram no carro rapidamente e JB se deixou ser levado pela bela motorista em seu carro deslumbrante.

Ele reconheceu o lugar onde ela estacionou, era o Monte Namsan, um dos lugares mais bonitos de toda a Seul. Eles pararam e abriu o porta-malas para tirar o cooler e uma manta. JB apenas observava cada passo dado por ela, naquele momento, ele já havia esquecido o motivo de estar ali e apenas conseguia observar.

Depois de pegar tudo, entregou o cooler para JB e travou o carro. Com a manta em uma mão, ela agarrou a mão livre de JB e o levou pelo caminho conhecido por ela, gostava de visitar o monte e pensar na vida quando não estava correndo. JB não protestou sobre o contato repentino, muito pelo contrário, ele gostou.

- O lugar é muito bonito! – Ele quebrou o silêncio.

- Eu sempre venho aqui quando preciso descansar.

estendeu a manta no chão e se sentou, em seguida, bateu no espaço ao seu lado para que o rapaz se sentasse. Os dois abriram uma cerveja para cada e começaram a papear sobre carros, a vida e os relacionamentos que haviam se metido.

Jaebeom não soube dizer exatamente quando começou a olhar demais para e sua boca, só soube que o gosto era maravilhoso e que queria mais dela. , num impulso, sentou-se sobre o colo de JB e tirou sua jaqueta, as roupas foram embora e o pudor e a vergonha foram junto.

estava acostumada a comandar e era assim que seria, ela rebolou sobre a ereção do moreno, arrancando dele um arfar rouco, o pré-gozo já lubrificando sua entrada. Ela não esperou por uma concordância da parte dele, posicionou o membro dele em sua entrada e deslizou para baixo, arfando a cada centímetro dentro de si.

Jaebeom arfou mais alto, algo parecido com um urro, ao ter cavalgando em seu colo. Suas mãos foram de encontro à bunda dela, para auxiliar nos movimentos, mas ela não precisava disso, a adrenalina em suas veias a deixava cada vez mais sedenta por contato. As bocas travavam uma batalha por espaço, as unhas de arranhavam as costas de JB, fazendo ele jogar a cabeça para trás e gemer o nome dela.

Aquela era a transa mais perfeita da vida dos dois, os corpos se encaixavam perfeitamente e o ritmo deles era frenético. estava começando a ficar cansada, JB percebeu e a virou, deitando-a na manta e estocando o mais fundo e rápido que podia, ele não estava mais ligando se ela era uma criminosa e ele tinha que prendê-la. Queria se desfazer dentro dela e urrar mais uma vez.

Sentiu as paredes dela se apertando ao redor de seu membro e gemeu ao sentir ela chegar ao orgasmo, estocou mais algumas vezes e se derramou dentro dela.

Cansado e suado, ele apenas fechou os olhos por alguns segundos, foi o que ele julgou ser. Quando abriu novamente os olhos, não havia mais nenhum sinal de , somente um bilhete.

“Deveria ter escondido melhor seu distintivo, Im Jaebeom! Da próxima vez quem sabe você realmente não me prende!
Beijos!
Sua .”


FIM



Nota da autora: Espero que você tenha gostado dessa shortfic e que tenha se iludido tanto quanto eu! Até a próxima!



Qualquer erro no layout dessa fanfic, notifique-me somente por e-mail.


comments powered by Disqus