Fanfic finalizada.

Capítulo Único

“There's nowhere we need to be, no, no, no...
I'ma get to know you better, kinda hope we're here forever”



21h00

Assim que atendo o telefone conectado ao alto-falante do carro, já consigo notar o desespero na voz da minha irmã.
— Onde você está? Não sabe que já deveria estar aqui? — ela está praticamente berrando comigo. Arrisco soltar um risinho, com cuidado para que ela não escute e se estresse ainda mais. Ela é tão nervosa.
— Quer ter calma? — pergunto, já na defensiva. — Estou dando uma passada no escritório para pegar os presentes das crianças.
— Por que diabos você deixaria os presentes no escritório? — ela responde, ainda indignada com meu pequeno atraso.
— Não conhece seus filhos? Eles mexem em tudo que é meu. Achariam os presentes em questão de horas. — respondo, já revirando os olhos, mesmo que ela não possa me ver. Eu não tinha dito nada além do óbvio.
, por favor, não se esqueça de que está com a maior parte das compras e que ainda temos que organizar tudo…
— Não se preocupe, vou voltar rapidinho. Prometo que chego antes do Papai Noel! — assim que acabo de falar, já desligo para não ouvir mais gritos.
Estaciono bem em frente ao empresarial onde trabalho e, ao descer do carro, sinto a mistura da neve com lama de rua sujar uma das minhas botas. O que dizer sobre Nova Iorque?
Fomos todos liberados mais cedo no trabalho hoje, por isso que, quando entro, não vejo ninguém além do porteiro, que parece um tanto quanto impaciente (e com motivos!). Dou boa noite e saio correndo para pegar o elevador. Enquanto estou nele, sinto que as luzes estão um pouco mais fracas do que o costume, mas ainda estou tão esbaforida pela pressa de voltar para casa que não dou a mínima importância.
Entro na grande sala que compartilho com mais um colega e vejo que ele ainda está aqui, sentado sozinho e com o olhar fixo no computador, mal piscando, mesmo que pareça bem cansado.
— Oi, .
Ele olha para mim assustado, como se não tivesse notado minha presença até então e eu estivesse puxando sua mente de volta para a realidade após horas e horas de trabalho.
— Ah, oi, . — ele diz, esforçando-se para parecer simpático, mas noto que está realmente cansado. entrou na empresa há pouco menos de três meses e ainda fica horas após o expediente, acredito que para mostrar ao nosso chefe que é competente e puxar o saco dele. — Nem percebi que as horas tinham passado tão rápido…
Tenho quase certeza de que ele está mentindo, já que faz isso quase todas as noites.
— Bom, eu só voltei para pegar alguns presentes que escondi aqui, já que é impossível esconder qualquer coisa na minha casa. — assim que termino a frase, me pergunto por que estou dando satisfações a ele, mas também noto que ele está prestando atenção no que digo.
é um daqueles caras que te deixam nervosa por algum motivo, mas não parecem perceber isso. Por ser introvertido, não sei quase nada sobre sua vida, mesmo dividindo uma sala com ele. Não nos falamos muito quando estamos trabalhando.
Noto uma garrafa de vinho embrulhada em uma sacola transparente e um laço mal feito em cima de sua mesa que, por algum motivo, me desperta a curiosidade.
— Então, grande encontro hoje à noite? — pergunto, apontando para a garrafa e dizendo a mim mesma que não me importo caso ele tenha, mas sinto um pequeno desconforto enquanto espero a resposta.
— Ah, sim. — ele responde, e abre um sorriso. — Eu, meu sofá e a Netflix.
— Não tem família na cidade? — pergunto, enquanto subo em uma cadeira para pegar os presentes e me arrependo de ter deixado todos escondidos na estante mais alta do escritório, que fica bem ao lado da minha mesa.
— Não… — ele dá de ombros. — Meus pais morreram quando eu tinha quinze anos e meus avós ainda moram na Inglaterra então…
— Ah, sinto muito.
Fico em silêncio por alguns segundos, me amaldiçoando por ter tocado no assunto. Então, decido pegar os presentes de uma vez, dar o fora dali e deixá-lo em paz, sem minhas perguntas inconvenientes. Ainda estou na ponta dos pés, esticando os braços, quando ele pergunta:
— O que comprou para dar de presente? — pergunta, e noto que ainda está me observando. Ele não parece nem um pouco interessado em ir embora, provavelmente esperando eu sair para continuar trabalhando.
Antes que pudesse responder, um grande apagão toma conta não só do escritório, mas da cidade inteira, pelo que vejo da janela. Isso só pode significar que…
— Ah, não. Não, não, não, não… — digo, descendo da cadeira em um pulo e correndo para a grande porta de vidro que nos prende ali com uma fechadura eletrônica.
Vejo acender a lanterna que guardamos para situações como esta, mas ainda estou tentando empurrar a porta, sem sucesso.
— Calma, , respire. — ele fala, se aproximando, respirando fundo e pedindo para que eu o acompanhe. Respiro fundo algumas vezes com ele, mas ainda estou nervosa. — A fechadura é eletrônica, mas também abre com a chave reserva, certo?
Eu apenas assenti, respirando fundo mais uma vez, já que mal consigo falar.
— Ótimo! — ele continua, calmo e esperançoso. — Você tem essa chave?
— Está… no meu carro. — respondo, baixinho.


“There's nobody on these streets.
If you told me that the world's ending, ain't no other way that I can spend it.”


22h00

— Ainda estou sem sinal. — Já havíamos reiniciado nossos celulares algumas vezes. — Acho que as torres das operadoras também sofreram com o apagão.
Solto um grunhido nervoso, passando as mãos pelo rosto dramaticamente.
— Não consigo acreditar nisso.
— Não precisa ter medo, vão nos tirar daqui logo.
— Não estou com medo, , estou com pressa. — respondo, como se aquilo fosse algo óbvio.
Abro uma das janelas, me arrependendo no segundo seguinte, quando sinto o ar frio quase congelar minhas bochechas. Assim que a irritante dor aguda passa, coloco a cabeça para fora e começo a gritar, pedindo ajuda, mas ninguém escuta. está me olhando, de braços cruzados, encostado em sua mesa, e posso ver um sorriso no canto do seu rosto, como se aquela fosse a cena mais cômica que ele já viu na vida.
— Argh, não tem uma alma viva passando por essas ruas. — reclamo, já fechando a janela.
— E para quem estava gritando até agora, então? — ele pergunta, alargando o sorriso. Tenho certeza de que ele está se divertindo às minhas custas e fico um pouco irritada.
— Para os prédios vizinhos, talvez. — respondo, dando de ombros, não querendo parecer uma idiota na frente dele.
— Uau, você deve estar querendo mesmo sair daqui, não é? — ele solta uma risada nasalada, balançando a cabeça.
Sinto uma onda de culpa me atingir. Será que eu estava sendo indelicada todo esse tempo e nem ao menos percebi?
— Olha, claro que quero muito sair daqui, mas não tem nada a ver com você. — começo a explicar. — É só que… é véspera de Natal. A noite mais importante do ano!
Ele me olha, nada impressionado com meu exagero, como se estivesse perguntando: “O que tem de tão especial na véspera de Natal? É só uma noite como qualquer outra.”, como tantas pessoas já fizeram. Bom, não espero que ele entenda.
— Tudo bem, você não precisa entender. — digo, levantando as mãos em desistência. — Se quiser ser o Grinch, seja o Grinch.
— Certo. — ele responde, mas parece ainda mais confuso. — Quem é Grinch?
Fico em silêncio por alguns segundos, tentando digerir aquela informação.
— Não acredito. Você nunca assistiu a esse filme? Nunquinha? — ele balança a cabeça. — Bom, pelo menos o Grinch passa a gostar do Natal no final.
— Você já me deu um spoiler sobre o final do filme? — ele fala, agora rindo abertamente, sem tentar esconder que estava achando aquilo tudo muito engraçado.
— Não achei que fosse ver! — digo, na defensiva.
— Você é uma figura, . Gosto de conversar com você.
Posso sentir minhas bochechas corarem. Ficamos em silêncio por mais alguns minutos, apenas observando a neve cair do lado de fora. Mesmo não querendo estar ali, não posso dizer que a vista não era linda. Ainda estou presa em meus próprios devaneios quando digo:
— Quer mesmo saber por que dou tanta importância a essa data? — posso vê-lo assentir. — Minha irmã e eu sempre fomos fascinadas por tudo que envolve o Natal, por algum motivo do qual não sabemos bem, desde quando éramos mais novas. Arrisco dizer que dávamos mais importância ao Natal do que a nossos próprios aniversários. — hesito por um momento, sem saber se devo falar abertamente sobre meus sentimentos com ele, que está, como antes, prestando atenção em cada palavra que digo. — As músicas e filmes natalinos, o clima frio, as decorações com luzinhas por todas as partes, inclusive na nossa casa… Nós podíamos viver em pé de guerra o ano inteiro, mas em dezembro nosso amor pela data nos unia. — digo, sorrindo.
— Deve mesmo ser bem especial. — ele responde, também sorrindo, e já me sinto à vontade para continuar falando sobre o assunto.
— A melhor parte era que, quando mais novas, nossos pais sempre faziam um grande jantar e convidavam todos os nossos parentes. A casa costumava ficar super cheia e animada.
— Costumava? Não costuma mais?
— Ah, não. Com o tempo, os parentes pararam de vir. Acho que preferem frequentar festas mais sofisticadas do escritório, onde podem fazer network, ou algo assim. — disse, dando de ombros.
— Parece burrice. — ele fala, me fazendo sorrir ainda mais. — Eu costumo trabalhar porque não tenho com quem comemorar a data, mas não consigo imaginar nada melhor do que uma casa cheia de pessoas que te amam, comendo, bebendo, abrindo presentes…
Sinto novamente uma onda de culpa me atingir. Por que tenho que falar tanto e acabar tocando em assuntos delicados? Só podia ser algum tipo de especialidade minha. devia me odiar ao invés de gostar tanto de conversar comigo, isso sim.
— Mas e você, seus pais e sua irmã continuaram fazendo o jantar especial? Por isso estava com tanta pressa? — ele pergunta, e fico aliviada em ver que ele não estava abalado com a história.
— Sim. Nós duas fizemos a promessa de que sempre faríamos aquele jantar, com nossas próprias grandes famílias, não importa se os outros parentes não quiserem ir. Minha irmã casou e teve meus três sobrinhos, sabe, os donos dos presentes que vim buscar.
sorri e me distraio um pouco, percebendo que ele estava um pouco mais perto de mim do que antes. Deus, por que ele tem que ser tão bonito?
— E você…?
— Ah, eu descobri recentemente… — faço uma pausa, tomando coragem para falar aquilo em voz alta. — Descobri que não posso ter minha própria grande família, se é que me entende.
— Sinto muito, . — ele diz, após alguns segundos em silêncio. Talvez estivesse se condenando por ter feito aquela pergunta, mas eu não ligo.
Sinto suas mãos tocarem as minhas. Elas estão frias, mas, com alguns segundos, começam a esquentar sob minha pele, o que acho reconfortante, de algum modo.
— É, eu também. — minha voz falha um pouco. — Bom, eles não deixam de ser a minha grande família, por isso não suporto o fato de não estar lá com eles agora.
não diz nada. Apenas abre a janela novamente, que tínhamos fechado por causa do frio, e coloca a cabeça para fora. Ele solta um palavrão, baixinho, quando sente o ar gelado entrar em contato direto com ele, o que me faz rir.
— O que está fazendo? — pergunto.
não responde, apenas começa a gritar por ajuda, como eu fazia há alguns minutos. No fundo, sabemos que ninguém vai ouvir, mas o fato dele estar tentando porque era importante para mim, me fez querer abraçá-lo.


“I could stay here for a lifetime.”


23h00

— Até nos tirarem daqui, já vamos ter congelado. — reclama, enquanto cruza os braços. Vejo que ele está tremendo um pouco e eu também.
Pode ser coisa da minha cabeça, mas sinto o ambiente esfriar a cada minuto que passo ali. Fico me torturando, olhando para o aquecedor que não podia ser ligado devido à falta de energia, e rezando para que, por algum milagre, ele funcionasse mesmo assim.
— Também estou com fome. — falo. Estou sentada no chão, encolhida no canto da sala que julgo estar um pouco menos frio, já bem longe da janela. A vista com a neve não valia isso tudo.
— Espere. — diz, levantando-se e indo em direção à sua mesa. Ele abre uma das gavetas e tira uma caixa de barrinhas de proteína de dentro dela. Depois vai ao bebedouro, pegando dois copos de plástico e servindo-os com o vinho que tinha guardado para mais tarde. — Não é uma ceia natalina ideal, mas… — ele senta perto de mim, com nosso banquete. — Acredito que o vinho vá nos aquecer um pouco.
— Por que tem tantas barras de proteína na sua mesa? — digo, rindo. — Você é uma tão fitness assim?
— É tão difícil assim de acreditar? — ele finge estar ofendido. Quase respondo que não, mas não digo nada. Na verdade, é bem fácil notar o físico agradável dele, mesmo embaixo das camisas sociais que ele costuma usar para trabalhar. — Sendo bem sincero, as tenho mais para não perder tanto tempo saindo para fazer lanches ou almoçar.
— Ah, sim. Claro.
É tudo que consigo dizer. Além de ficar trabalhando após o expediente, ele realmente não costuma sair muito da sala. Como se estivesse lendo minha mente, ele fala:
— Sabe, , sei que todos do escritório pensam que eu sou um puxa-saco do chefe, que quero me mostrar eficiente a todo custo, ou que sou um workaholic, ou algo do tipo.
Ainda penso em dizer que não, mas não quero ser tão cara de pau. As pessoas costumam comentar bastante sobre aquilo. Estranho mesmo seria se ele não tivesse ouvido nada.
— Eu não me importo. — ele continua. — Mas queria mesmo que você soubesse que não é por causa disso…
Dou um grande gole de vinho para disfarçar que fiquei um pouco nervosa escutando aquilo. Isso quer dizer que ele se importa com o que penso dele?
— Tudo bem… — digo, para encorajá-lo a continuar falando.
— Eu só não gosto muito de ir para casa, sabe, lembrar que estou sozinho. Meus avós moram longe, mal os vejo durante o ano, não tenho muitos amigos na cidade, a maioria deles já têm suas famílias… acho que foi por isso que fiquei tarde até hoje também. — ele fala, olhando diretamente para mim com um olhar bastante intenso e sinto vontade de abraçá-lo novamente. — Sinto muito por você estar passando a noite aqui, mas se quer saber, estou feliz de estar aqui com você. — ele sorri timidamente.
— Estou feliz por você estar aqui também. — respondo, retribuindo o sorriso.
— Não precisa falar isso para que eu me sinta melhor…
— Não estou! — digo, rindo. — Você até que não é má companhia.
Perco a noção do tempo enquanto estamos comendo as barrinhas, tomando vinho e conversando banalidades. O clima entre nós é leve, divertido e até permito-me esquecer que estava presa ali em plena noite de Natal. Porém, quando acabamos nossa ceia improvisada, sinto o frio nos atingir novamente, talvez ainda pior que antes, fazendo meu queixo tremer um pouco. logo percebe.
— Vem aqui. — ele diz, sentando-se ao meu lado e estendendo o braço para que eu possa me aconchegar nele. — Eu não mordo e meu suéter é bem quentinho, prometo.
Vou sem pestanejar, sentindo o algodão grosso esquentar minha pele quase que instantaneamente. Consigo sentir o cheiro do seu perfume e fico entorpecida por alguns segundos, mas trato de me recompor logo.
— Obrigada. — digo, sorrindo.
Ficamos em um silêncio confortável por alguns minutos, apenas nos aquecendo e sentindo a respiração um do outro.
— Sabe, você ainda pode ter sua grande família. — ele fala, e percebo que está tenso. — Já pensou em adotar?
— Sim, várias vezes. Acho que não tenho coragem de adotar sozinha.
— Faça isso com alguém então. — dou uma risada debochada em resposta.
— Não tenho muita sorte nesse quesito. Demoraria um bocado.
— Sei bem como é. — ele solta um risinho nervoso.
Olho para seu rosto, dessa vez bem de perto. Sinto que poderia ficar ali por uma vida inteira, apenas observando seus detalhes. Ele olha para mim também e não parece intimidado com a proximidade. Escutamos seu relógio apitar, marcando meia noite em ponto, mas ainda não quebramos o contato visual.
— Feliz Natal, .
— Feliz Natal, .
Em poucos segundos, as luzes da sala estão acesas novamente e meu celular começa a apitar com a chegada de todas as mensagens de voz que recebi naquele tempo. Dou um pulo, pegando o aparelho rapidamente e ligando para minha irmã. Não deixo de pensar em como ela deve estar preocupada. Ela atende logo após o primeiro toque.
— Onde você está? Está viva? Pelo amor de Deus, me diga onde está!
— Claro que estou viva! — respondo, assustada com a pergunta. — Fiquei presa no escritório por causa do apagão. Não se preocupe, estou indo!
Desligo e vejo que já está de pé, pegando os presentes do meus sobrinhos em cima da estante e entregando-os para mim com um sorriso meio triste.
— Ainda pode aproveitar a noite. — ele fala, mas não sinto vontade de deixá-lo.
— Por que não vem comigo? — tento parecer descontraída, mas acho que ele percebe que estou nervosa.
— Ahn, não… obrigado, mas esse tempo é seu e da sua família.
— Vamos, … minha família não se importa e temos muita comida por lá. Essas barrinhas não podem ter sido o seu único jantar. Além do mais, gosto da sua companhia.
Vejo um sorriso genuíno surgir em seus lábios e não consigo deixar de sorrir também. Ele ainda demora mais alguns segundos ponderando se deveria ir, mas acaba concordando. Damos uma ajeitada rápida na bagunça que fizemos no escritório e nos certificamos de que fechamos bem a janela. Assim que entramos no carro, ligamos o aquecedor ao máximo e rimos por ainda estarmos morrendo de frio. Durante todo o caminho, ainda não consigo parar de sorrir, sem coragem de admitir que aquela havia sido uma das noites de Natal mais especiais que já tive.


“We got all that we need here tonight.”


Alguns anos depois

Ela se parecia muito com ele, o que me fazia amá-la ainda mais, se é que isso fosse possível. Sempre que falava sobre a semelhança entre os dois, ele respondia, “você está doida, isso é impossível”, mas sei que, no fundo, concorda comigo. Ajeito o grande laço vermelho em sua cabeça, que ela guarda especialmente para noites de Natal e dei um beijo em sua bochecha. Respondo algumas perguntas sobre que horas o Papai Noel deve chegar quando entra em casa com o resto das compras. Ela corre em sua direção e sobe em seu colo, rindo enquanto ele enche seu rostinho de beijos. Ele pisca para mim e vem em minha direção, me dando um beijo, e a mistura do frio dos seus lábios com o quente dos meus parece perfeita. Grinch está passando na TV e nos sentamos para assistir enquanto esperamos meus pais e minha irmã com os filhos e o marido. Sinto dificuldade em me sentar de um jeito confortável com a barriga de oito meses que carrego, mas dou um jeito. Sempre me perguntam se acredito em milagres de Natal e eu respondo “como não acreditar?”. Gosto de pensar que, o primeiro milagre de Natal que nos aconteceu foi termos ficado presos naquele escritório, dando início a nossa história. O segundo foi termos conseguido adotar Livie, a pequena luz das nossas vidas. E agora, o terceiro, crescendo dentro de mim. Escuto várias pessoas falarem que depois que adotaram e pararam de tentar, conseguiram engravidar, então talvez não tenha sido milagre algum, mas não me importo. Eles são tudo que importa para mim, tudo que preciso nas noites de Natal e todas as outras noites da minha vida. Esqueça a casa cheia, a grande decoração com luzinhas ou qualquer outra coisa. e eu sabíamos que, se estivéssemos juntos, tudo ficaria bem.


FIM



Nota da autora: Espero que tenham gostado e que essa história tenha deixado os corações de vocês bem quentinhos! Escrevi grande parte dela escutando a música “stuck with u” da Ariana Grande e Justin Bieber, se quiserem entrar no clima. Se possível, comentem o que acharam! <3

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