Prólogo
"Querido Ron,
Que surpresa receber sua pequena coruja (Pititinho, é esse o nome dele, correto?). Não se preocupe, assim que ele ciscou em minha janela, deixei que descansasse no poleiro de minha coruja, a viagem de Devon até Kenmare não deve ter sido fácil para essas asinhas — devo admitir que Osbourne não ficou muito contente em dividir seus petiscos com Pititinho.
Sobre seu convite para passar as últimas semanas de férias em sua casa, eu aceito sem sombra de dúvidas!
Mal posso esperar para treinarmos a Finta de Wronski (é isso mesmo que você leu, eu sou a mais nova apanhadora da Corvinal — Potter finalmente terá uma jogadora à sua altura) e para eu finalmente conhecer A Toca!
Chegarei pela rede de flu na manhã do dia quinze de agosto.
Nos vemos logo!
P.S.: peço que Fred e George não aprontem gracinhas na lareira de sua casa. "
Que surpresa receber sua pequena coruja (Pititinho, é esse o nome dele, correto?). Não se preocupe, assim que ele ciscou em minha janela, deixei que descansasse no poleiro de minha coruja, a viagem de Devon até Kenmare não deve ter sido fácil para essas asinhas — devo admitir que Osbourne não ficou muito contente em dividir seus petiscos com Pititinho.
Sobre seu convite para passar as últimas semanas de férias em sua casa, eu aceito sem sombra de dúvidas!
Mal posso esperar para treinarmos a Finta de Wronski (é isso mesmo que você leu, eu sou a mais nova apanhadora da Corvinal — Potter finalmente terá uma jogadora à sua altura) e para eu finalmente conhecer A Toca!
Chegarei pela rede de flu na manhã do dia quinze de agosto.
Nos vemos logo!
P.S.: peço que Fred e George não aprontem gracinhas na lareira de sua casa. "
A Toca
Segurando meu malão e a gaiola vazia de Osbourne, eu surgi na lareira dos Weasley na data e hora combinada. As chamas verdes do pó de flu começavam a desaparecer quando, gritando animada e descendo apressadamente do andar de cima, Gina surgiu ao meu encontro.
— ! Finalmente! — A ruiva me puxou para fora da lareira, dando tapinhas em meus ombros para retirar a fuligem. — Ainda bem que você chegou mais cedo, Fred e George estavam prestes a tapar a lareira para que você perdesse a entrada!
— Aqueles dois… — murmurei, estreitando os olhos. Gina riu e então eu a abracei com força. — Ah, Ginny, tenho tantas coisas para lhe contar! Você precisa ir para minha cidade algum dia desses. Estamos em clima de festa, você sabe, para a Copa Mundial de Quadribol.
— Até parece que a Irlanda vencerá a magnífica seleção da Bulgária! — Com tom de deboche, Ron nos observava no canto da sala, de braços cruzados e a testa franzida.
Apesar da afronta pessoal, corri até ele para lhe dar um abraço apertado. Assim que envolvi meus braços ao redor de seu pescoço, percebi que Ron não sabia ao certo como responder ao carinho e que, de última hora, decidiu colocar delicadamente suas mãos em minha cintura.
— Ronald só consegue falar sobre Krum e o time búlgaro — interrompendo o momento, Gina encarou o irmão.
Soltei Ron e o encarei, a sobrancelha erguida. Não pude evitar de notar que seu rosto estava corado, ou pelo nosso abraço ou por Gina ter falado mais do que deveria. Para piorar a situação de Ron, antes que ele pudesse se explicar, a voz dos gêmeos soou, vindo dos andares de cima da Toca:
— Oh, Viktor Krum, oh.
Não pude conter a risada e ao meu lado, Ron afundou o rosto em suas mãos.
— Ora, Fred e George, deixem seu irmão em paz! — Também soando de um andar superior da casa, a voz aguda de Molly ricocheteou clara e audível pelas paredes da Toca. — , querida, você já está aqui?
Deixando Ron e Gina na sala, fui em direção à base da escada. Ao olhar para cima, me surpreendi com a altura da casa. Haviam cinco andares no total e todos os corredores pareciam tortos, sobrepondo-se irregularmente. No segundo e terceiro andar encontravam-se as cabeças dos gêmeos e de Molly, respectivamente. Ao me verem, os três sorriram — o belo e carinhoso sorriso dos Weasley.
— Olá senhora Weasley, muito obrigada por me acolher neste verão! — Acenei para a bruxa, que em resposta balançou a mão, indicando que não havia o que eu agradecer. Em seguida, encarei os dois pares de olhos que me observavam, zombeteiros. — Fred. George.
— . — Eles responderam juntos, inicialmente sérios, mas logo vieram correndo em minha direção.
Em um piscar de olhos, senti os braços dos gêmeos me erguendo no ar, ambos comemorando minha chegada. Não pude deixar de sorrir, sentindo a alegria aquecer meu coração. Desde que os conheci na plataforma nove três quartos, em meu primeiro ano indo à Hogwarts, todos sempre foram muito carinhosos comigo — mesmo não sendo uma grifinória — os Weasleys sempre me trataram como um deles.
— Roniquinho nos contou que você é a mais nova apanhadora da Corvinal. — George falou, pousando meus pés no chão e me guiando de volta para a sala, onde Ron revirava os olhos e Gina ria em silêncio.
— Espero que não leve para o lado pessoal quando nós batermos o balaço em sua direção — completando a fala do irmão, Fred se jogou na poltrona listrada e começou a cutucar a gaiola vazia de Osbourne. — Onde está sua coruja?
— Provavelmente ele já está retornando de sua viagem para a casa dos Granger. Eu enviei uma carta para Mione antes de sair de casa… Aliás, Harry está aqui?
Satisfeito com o rumo da conversa, Ron voltou a participar:
— Ainda está dormindo em meu quarto. Ele chegou ontem. Nós tivemos que buscá-lo em Little Whinging na casa de seus tios e, bem, digamos que eles não ficaram muito felizes em nos ver. Exceto por Harry, é claro.
— Você deveria ter visto! George e eu testamos nossa mais nova gemialidade no primo chato de Harry e funcionou! Em breve, venderemos para toda Hogwarts.
— Gemialidade? — Franzi o cenho, olhando dos gêmeos para Gina e por último para Ron. — Alguém pode me explicar o que é isso?
— Fred e George estão inventando objetos enfeitiçados. — Gina deu de ombros.
— Por enquanto, temos apenas caramelos incha-língua, mas George e eu estamos trabalhando nas orelhas extensivas. — Fred sussurrou, para que sua mãe não escutasse. — Mamãe ainda não aprovou nosso negócio, por isso é melhor não tocar nesse assunto com ela.
— Pode deixar, seu segredo está seguro. — Pisquei para Fred.
Limpando a garganta, Ron chamou a atenção. Ele segurava meus pertences e sorriu quando nossos olhares se cruzaram.
— Você vai dormir no quarto de Gina, no primeiro andar — ele falou, indo em direção à escada. Eu o segui, deixando seus irmãos para trás. — Meu quarto fica no quinto andar, bem embaixo do sótão.
Ron apontou com a cabeça para o último andar da casa. Apesar de querer focar no que ele falava, minha atenção estava dividida: primeiro, eu absorvia cada detalhe aconchegante da Toca, decorada em tons de terracota e vermelho, com vários objetos antigos mágicos e trouxas (aquilo era um patinho de borracha?); segundo, e sem querer, eu estava abismada com o fato de que Ron havia crescido e ficado mais forte, tão forte que carregou meu malão pesado sem dificuldade alguma.
— Tudo bem aí? — Me observando com um ar leve e risonho, Ron parou na porta do quarto de Gina.
— Tudo! — Rapidamente, limpei a garganta e subi os últimos degraus, ficando ao seu lado. — Obrigada pela ajuda, Ron.
— Sem problemas — respondeu tranquilo, dando um meio sorriso. — Vou deixar você se acomodar, enquanto isso eu tentarei acordar Harry.
Ron deixou meu malão sobre a cama e se afastou em seguida. Escutei o rangido da madeira sob os pés de Ron, que subiu apressado para o último andar da Toca, e, assim que ouvi a porta do seu quarto se abrir, eu finalmente pude respirar.
— ! Finalmente! — A ruiva me puxou para fora da lareira, dando tapinhas em meus ombros para retirar a fuligem. — Ainda bem que você chegou mais cedo, Fred e George estavam prestes a tapar a lareira para que você perdesse a entrada!
— Aqueles dois… — murmurei, estreitando os olhos. Gina riu e então eu a abracei com força. — Ah, Ginny, tenho tantas coisas para lhe contar! Você precisa ir para minha cidade algum dia desses. Estamos em clima de festa, você sabe, para a Copa Mundial de Quadribol.
— Até parece que a Irlanda vencerá a magnífica seleção da Bulgária! — Com tom de deboche, Ron nos observava no canto da sala, de braços cruzados e a testa franzida.
Apesar da afronta pessoal, corri até ele para lhe dar um abraço apertado. Assim que envolvi meus braços ao redor de seu pescoço, percebi que Ron não sabia ao certo como responder ao carinho e que, de última hora, decidiu colocar delicadamente suas mãos em minha cintura.
— Ronald só consegue falar sobre Krum e o time búlgaro — interrompendo o momento, Gina encarou o irmão.
Soltei Ron e o encarei, a sobrancelha erguida. Não pude evitar de notar que seu rosto estava corado, ou pelo nosso abraço ou por Gina ter falado mais do que deveria. Para piorar a situação de Ron, antes que ele pudesse se explicar, a voz dos gêmeos soou, vindo dos andares de cima da Toca:
— Oh, Viktor Krum, oh.
Não pude conter a risada e ao meu lado, Ron afundou o rosto em suas mãos.
— Ora, Fred e George, deixem seu irmão em paz! — Também soando de um andar superior da casa, a voz aguda de Molly ricocheteou clara e audível pelas paredes da Toca. — , querida, você já está aqui?
Deixando Ron e Gina na sala, fui em direção à base da escada. Ao olhar para cima, me surpreendi com a altura da casa. Haviam cinco andares no total e todos os corredores pareciam tortos, sobrepondo-se irregularmente. No segundo e terceiro andar encontravam-se as cabeças dos gêmeos e de Molly, respectivamente. Ao me verem, os três sorriram — o belo e carinhoso sorriso dos Weasley.
— Olá senhora Weasley, muito obrigada por me acolher neste verão! — Acenei para a bruxa, que em resposta balançou a mão, indicando que não havia o que eu agradecer. Em seguida, encarei os dois pares de olhos que me observavam, zombeteiros. — Fred. George.
— . — Eles responderam juntos, inicialmente sérios, mas logo vieram correndo em minha direção.
Em um piscar de olhos, senti os braços dos gêmeos me erguendo no ar, ambos comemorando minha chegada. Não pude deixar de sorrir, sentindo a alegria aquecer meu coração. Desde que os conheci na plataforma nove três quartos, em meu primeiro ano indo à Hogwarts, todos sempre foram muito carinhosos comigo — mesmo não sendo uma grifinória — os Weasleys sempre me trataram como um deles.
— Roniquinho nos contou que você é a mais nova apanhadora da Corvinal. — George falou, pousando meus pés no chão e me guiando de volta para a sala, onde Ron revirava os olhos e Gina ria em silêncio.
— Espero que não leve para o lado pessoal quando nós batermos o balaço em sua direção — completando a fala do irmão, Fred se jogou na poltrona listrada e começou a cutucar a gaiola vazia de Osbourne. — Onde está sua coruja?
— Provavelmente ele já está retornando de sua viagem para a casa dos Granger. Eu enviei uma carta para Mione antes de sair de casa… Aliás, Harry está aqui?
Satisfeito com o rumo da conversa, Ron voltou a participar:
— Ainda está dormindo em meu quarto. Ele chegou ontem. Nós tivemos que buscá-lo em Little Whinging na casa de seus tios e, bem, digamos que eles não ficaram muito felizes em nos ver. Exceto por Harry, é claro.
— Você deveria ter visto! George e eu testamos nossa mais nova gemialidade no primo chato de Harry e funcionou! Em breve, venderemos para toda Hogwarts.
— Gemialidade? — Franzi o cenho, olhando dos gêmeos para Gina e por último para Ron. — Alguém pode me explicar o que é isso?
— Fred e George estão inventando objetos enfeitiçados. — Gina deu de ombros.
— Por enquanto, temos apenas caramelos incha-língua, mas George e eu estamos trabalhando nas orelhas extensivas. — Fred sussurrou, para que sua mãe não escutasse. — Mamãe ainda não aprovou nosso negócio, por isso é melhor não tocar nesse assunto com ela.
— Pode deixar, seu segredo está seguro. — Pisquei para Fred.
Limpando a garganta, Ron chamou a atenção. Ele segurava meus pertences e sorriu quando nossos olhares se cruzaram.
— Você vai dormir no quarto de Gina, no primeiro andar — ele falou, indo em direção à escada. Eu o segui, deixando seus irmãos para trás. — Meu quarto fica no quinto andar, bem embaixo do sótão.
Ron apontou com a cabeça para o último andar da casa. Apesar de querer focar no que ele falava, minha atenção estava dividida: primeiro, eu absorvia cada detalhe aconchegante da Toca, decorada em tons de terracota e vermelho, com vários objetos antigos mágicos e trouxas (aquilo era um patinho de borracha?); segundo, e sem querer, eu estava abismada com o fato de que Ron havia crescido e ficado mais forte, tão forte que carregou meu malão pesado sem dificuldade alguma.
— Tudo bem aí? — Me observando com um ar leve e risonho, Ron parou na porta do quarto de Gina.
— Tudo! — Rapidamente, limpei a garganta e subi os últimos degraus, ficando ao seu lado. — Obrigada pela ajuda, Ron.
— Sem problemas — respondeu tranquilo, dando um meio sorriso. — Vou deixar você se acomodar, enquanto isso eu tentarei acordar Harry.
Ron deixou meu malão sobre a cama e se afastou em seguida. Escutei o rangido da madeira sob os pés de Ron, que subiu apressado para o último andar da Toca, e, assim que ouvi a porta do seu quarto se abrir, eu finalmente pude respirar.
Quadribol
Alguns dias haviam se passado desde que cheguei à Toca e nesse meio tempo, me diverti tanto que minhas bochechas doíam de tanto sorrir. Imagino que nunca estive tão feliz antes.
A senhora Weasley havia me empanturrado de comida caseira — o cozido de cordeiro com batatas da plantação dos Weasley foi o meu favorito. O senhor Weasley questionava Harry todos os dias sobre artefatos trouxas e eu me encantava junto dele a cada vez que Potter nos explicava algo novo. Os gêmeos desapareceram por dias a fio, trancafiados em seu quarto, provavelmente elaborando suas gemialidades. Já Ron, Harry, Gina e eu aproveitamos o tempo para conversar sobre quadribol, apostando quem seria o vencedor da Copa Mundial, sobre como seria a primeira partida entre Grifinória e Corvinal nesse ano letivo e argumentando sobre quem sabia fazer mais manobras de olhos fechados, Harry ou eu.
— Aposto um galeão que irá despistar Harry e agarrar o pomo de ouro — falou Gina, enquanto subíamos o morro mais próximo da Toca.
— Você nem tem esse dinheiro, Ginny! — Ron murmurou, equilibrando a caixa contendo as bolas de quadribol de segunda mão. — E eu aposto que Harry garantirá a vitória para o nosso time. Sem ofensas, .
Ao ouvir isso, eu parei de caminhar, fazendo Ron quase colidir em minhas costas. Eu sei que deveria estar irritada com a descrença de Ron, mas eu sabia que ele estava dizendo aquilo só para defender seu amigo. Harry sorriu sem graça quando eu me virei para os dois, meus braços cruzados e a sobrancelha erguida.
— Ron, hoje, Harry e eu vamos jogar um amistoso. Não tem motivo para vocês dois apostarem qualquer dinheiro imaginário que seja! — falei, notando que as bochechas do garoto começavam a corar. — Mas, assim que estivermos em Hogwarts, a história será diferente. Aí você pode apostar cinquenta galeões, assim, Ginny e eu podemos dividir o montante e nos esbaldar com livros da Floreios e Borrões e doces da Honeydukes!
Pisquei para Harry, que entendeu o recado e sorriu confiante:
— Pensei que corvinos fossem mais sábios. Todos sabem que eu sou o melhor apanhador de Hogwarts. Apostar contra mim é pedir para perder dinheiro — rindo, Harry me provocou. Em resposta, dei um soco de leve em seu ombro e continuei a seguir Gina.
Assim que chegamos no topo da colina, deixamos nossos pertences na grama e só então percebi como aquele lugar era bonito. Rodeado de campos verdes e pequenas casas de madeira, o cenário aconchegante fez meu coração parar.
— Eu facilmente moraria aqui… — sussurrei, inebriada com a sensação de estar em um lugar como este.
— Pode não ser muito, mas é nossa casa. — Surgindo ao meu lado, Ron respondeu, tão perdido na paisagem quanto eu.
Enquanto as vozes de Harry e Gina soavam há alguns metros de nós, notei que Ron havia parado bem próximo de mim. O dorso de sua mão roçando na minha.
— É o suficiente — disse, desviando o olhar para encarar o rosto de Ron. Ele olhava para um ponto distante, perdido em pensamentos, mas com um pequeno sorriso formando em seus lábios.
Meus olhos trilharam um caminho de seus cabelos vermelhos, para as sardas que pintavam as maçãs de seu rosto até sua boca rosada.
— Ei casal, vamos jogar ou não? — O grito de Harry interrompeu o momento.
Assim que Ron voltou a olhar para mim, nossos olhos se chocaram — verde e castanho, criando ondas que fizeram meu coração acelerar.
— Você sabe que eu não queria te ofender, certo? — ele falou, segurando minha mão enquanto caminhamos em direção aos outros. Ao sentir seu toque, arregalei os olhos, mas tentei disfarçar rapidamente. — Se eu pudesse apostar em uma jogadora que realmente tem um futuro no quadribol profissional, essa pessoa seria você. Harry pode ser bom, mas você é ainda melhor e sabe disso. Não precisa da minha aprovação para ter certeza do seu talento.
— Obrigada, Ron. Não se preocupe, não estou brava com você. — Soltei sua mão, apesar do meu coração pedir por mais contato, e me virei para ele, sorrindo como se nada estivesse acontecendo dentro de mim. — O mínimo que espero é que você torça por mim quando eu for jogar contra Malfoy e Diggory.
— É claro, estarei gritando seu nome bem alto e irei soltar fogos filibusteiros quando você apanhar o pomo de ouro!
Sorri em gratidão e então, antes que pudesse responder Ron, senti Gina me puxar pelo braço, cansada de esperar por nós para podermos jogar a partida.
— Vocês podiam reservar um tempo para flertes depois do quadribol e, de preferência, longe de mim! — ela resmungou e tudo que fiz foi rir em resposta.
A senhora Weasley havia me empanturrado de comida caseira — o cozido de cordeiro com batatas da plantação dos Weasley foi o meu favorito. O senhor Weasley questionava Harry todos os dias sobre artefatos trouxas e eu me encantava junto dele a cada vez que Potter nos explicava algo novo. Os gêmeos desapareceram por dias a fio, trancafiados em seu quarto, provavelmente elaborando suas gemialidades. Já Ron, Harry, Gina e eu aproveitamos o tempo para conversar sobre quadribol, apostando quem seria o vencedor da Copa Mundial, sobre como seria a primeira partida entre Grifinória e Corvinal nesse ano letivo e argumentando sobre quem sabia fazer mais manobras de olhos fechados, Harry ou eu.
— Aposto um galeão que irá despistar Harry e agarrar o pomo de ouro — falou Gina, enquanto subíamos o morro mais próximo da Toca.
— Você nem tem esse dinheiro, Ginny! — Ron murmurou, equilibrando a caixa contendo as bolas de quadribol de segunda mão. — E eu aposto que Harry garantirá a vitória para o nosso time. Sem ofensas, .
Ao ouvir isso, eu parei de caminhar, fazendo Ron quase colidir em minhas costas. Eu sei que deveria estar irritada com a descrença de Ron, mas eu sabia que ele estava dizendo aquilo só para defender seu amigo. Harry sorriu sem graça quando eu me virei para os dois, meus braços cruzados e a sobrancelha erguida.
— Ron, hoje, Harry e eu vamos jogar um amistoso. Não tem motivo para vocês dois apostarem qualquer dinheiro imaginário que seja! — falei, notando que as bochechas do garoto começavam a corar. — Mas, assim que estivermos em Hogwarts, a história será diferente. Aí você pode apostar cinquenta galeões, assim, Ginny e eu podemos dividir o montante e nos esbaldar com livros da Floreios e Borrões e doces da Honeydukes!
Pisquei para Harry, que entendeu o recado e sorriu confiante:
— Pensei que corvinos fossem mais sábios. Todos sabem que eu sou o melhor apanhador de Hogwarts. Apostar contra mim é pedir para perder dinheiro — rindo, Harry me provocou. Em resposta, dei um soco de leve em seu ombro e continuei a seguir Gina.
Assim que chegamos no topo da colina, deixamos nossos pertences na grama e só então percebi como aquele lugar era bonito. Rodeado de campos verdes e pequenas casas de madeira, o cenário aconchegante fez meu coração parar.
— Eu facilmente moraria aqui… — sussurrei, inebriada com a sensação de estar em um lugar como este.
— Pode não ser muito, mas é nossa casa. — Surgindo ao meu lado, Ron respondeu, tão perdido na paisagem quanto eu.
Enquanto as vozes de Harry e Gina soavam há alguns metros de nós, notei que Ron havia parado bem próximo de mim. O dorso de sua mão roçando na minha.
— É o suficiente — disse, desviando o olhar para encarar o rosto de Ron. Ele olhava para um ponto distante, perdido em pensamentos, mas com um pequeno sorriso formando em seus lábios.
Meus olhos trilharam um caminho de seus cabelos vermelhos, para as sardas que pintavam as maçãs de seu rosto até sua boca rosada.
— Ei casal, vamos jogar ou não? — O grito de Harry interrompeu o momento.
Assim que Ron voltou a olhar para mim, nossos olhos se chocaram — verde e castanho, criando ondas que fizeram meu coração acelerar.
— Você sabe que eu não queria te ofender, certo? — ele falou, segurando minha mão enquanto caminhamos em direção aos outros. Ao sentir seu toque, arregalei os olhos, mas tentei disfarçar rapidamente. — Se eu pudesse apostar em uma jogadora que realmente tem um futuro no quadribol profissional, essa pessoa seria você. Harry pode ser bom, mas você é ainda melhor e sabe disso. Não precisa da minha aprovação para ter certeza do seu talento.
— Obrigada, Ron. Não se preocupe, não estou brava com você. — Soltei sua mão, apesar do meu coração pedir por mais contato, e me virei para ele, sorrindo como se nada estivesse acontecendo dentro de mim. — O mínimo que espero é que você torça por mim quando eu for jogar contra Malfoy e Diggory.
— É claro, estarei gritando seu nome bem alto e irei soltar fogos filibusteiros quando você apanhar o pomo de ouro!
Sorri em gratidão e então, antes que pudesse responder Ron, senti Gina me puxar pelo braço, cansada de esperar por nós para podermos jogar a partida.
— Vocês podiam reservar um tempo para flertes depois do quadribol e, de preferência, longe de mim! — ela resmungou e tudo que fiz foi rir em resposta.
Gui e Carlinhos
Ao anoitecer, retornamos para a Toca e, logo no jardim dos fundos, encontramos Fred, George e dois outros homens altos e com o mesmo cabelo tom de fogo dos Weasley. Os quatro estavam sentados ao redor de uma pequena fogueira, conversando animadamente.
— , esses são meus irmãos Gui e Carlinhos. — Ron apontou para os dois outros Weasley enquanto nos aproximávamos do grupo. — Não sabia que eles viriam passar as férias em casa neste ano.
Assenti em resposta e notei que Gina correu em direção aos irmãos mais velhos, pulando em um abraço apertado e desengonçado. Pelo visto, aquela foi uma surpresa para ela também. Harry e eu ficamos mais afastados, permitindo que os irmãos tivessem o seu reencontro. Ao meu lado, Potter parecia tão perdido quanto eu.
— Vocês não vão acreditar no que vimos quando estávamos vindo para cá! — Gui, o homem de rabo de cavalo e brinco de argola, colocou as mãos nos ombros de Gina e mirou seu olhar para Ron. — Encontramos um lago secreto, logo após o declive do Stoatshead Hill! Amanhã, podemos passar o dia inteiro por lá, aposto que a água estará perfeita.
— Me parece um ótimo plano — Ron sorriu, os olhos brilhando. — O que vocês acham? — Ele se virou para onde Harry e eu estávamos.
— Soa perfeito para mim — respondi, sorrindo envergonhada ao receber todos os olhares.
Carlinhos, o outro Weasley, sorriu amigavelmente para mim, o que inevitavelmente fez meu coração disparar. Eu já tinha escutado as histórias dos irmãos mais velhos de Ron — em especial de Carlinhos — pois ele sempre adicionava o fato de que seu irmão trabalhava com dragões na Romênia para fortalecer seu argumento de como sua família era incrível — exceto por Percy. Apesar disso, eu nunca havia o visto antes, por isso sua beleza me encantou.
Por lidar com dragões, as criaturas mais perigosas do mundo mágico, Carlinhos tinha um físico forte, a pele queimada devido os dias embaixo do sol e os braços contendo cicatrizes e queimaduras, que lhe davam um ar aventureiro.
Ron não pareceu notar que meus olhos não saíam de cima de seu irmão, mas Gina, que voltou a ficar do meu lado, pareceu perceber e por isso me cutucou com o cotovelo.
— Vocês devem ser Harry e ! — Gui voltou a falar, estendendo sua mão para nós dois. — Mamãe não para de falar sobre vocês.
— Olá! — pigarreei, quebrando o olhar com Carlinhos, e voltando ao planeta Terra. — Ron também fala muito de vocês! Mal consigo imaginar você trabalhando em Gringotes, Gui.
— Pois é, meu visual deixa todos os duendes desconcertados. — Ele riu, satisfeito que eu tenha reparado em quão descolado ele era.
— Mas, então. — Gina mudou o assunto. — O que vocês estão fazendo aqui fora?
Harry e Ron sentaram-se no gramado e quando Gina e eu fizemos menção de fazer o mesmo, Carlinhos se levantou e puxou Gui junto, sinalizando para que nós duas nos sentássemos nas cadeiras.
— Ah, não tem problema…
— Por favor, não é problema algum para mim! — Carlinhos respondeu tranquilamente, o que fez meu coração palpitar novamente.
Gina me puxou pela mão e nós nos sentamos ao lado dos gêmeos:
— Viemos aqui para mostrar a Gui e Carlinhos nossa nova invenção. — George sussurrou, enquanto Fred olhava de esguelha para os lados. — Chamamos esse protótipo de Fogos Espontâneos Weasley.
Arregalei os olhos, surpresa. Então era isso que os dois estavam aprontando todo esse tempo!
— Mas como vocês vão nos mostrar os fogos sem fazer barulho? — Harry questionou, as sobrancelhas erguidas em dúvida.
— Sua mãe vai enlouquecer se vir as fagulhas no ar, tão próximas de seu jardim e de suas macieiras — completei, incrédula.
— É meu caro Potter e minha doce , seria uma pena se os fogos fizessem barulho e queimassem as frutas e vegetais que minha mãe insiste em cultivar… — Fred passou os dedos pelo queixo, como se alisasse sua barba invisível.
— Mas, por um acaso do destino, mamãe e papai foram para a cidade dos trouxas estocar comida para nosso jantar especial de amanhã — falou George, que se levantou e colocou uma caixa sobre o assento de sua cadeira.
Entre nós, a fogueira crepitava e o silêncio dentro da Toca era perceptível. Realmente, o senhor e a senhora Weasley haviam confiado em Gui e Carlinhos para cuidar de nós enquanto eles estivessem fora — o que foi um grande erro.
Do outro lado da fogueira e sentado à minha frente, notei que Carlinhos escutava atentamente aos irmãos, sorrindo como se tivesse orgulho deles. Gui fazia o mesmo.
— Amanhã é um dia especial? — perguntei, antes que os gêmeos pudessem fazer sua demonstração.
— Claro! — Fred respondeu enquanto o irmão tirava da caixa os fogos. — Amanhã será o último jantar em que todos nós estaremos reunidos! No dia após o jantar, vamos para a partida da final da Copa Mundial de Quadribol e no dia seguinte vamos voltar para Hogwarts!
— Vocês não vão assistir a partida? — Harry perguntou para os Weasley mais velhos.
— Papai não conseguiu ingressos suficientes para todos, por isso decidimos deixar que você e fossem em nossos lugares — Gui respondeu.
— Desse jeito me sinto mal — falei baixinho, mas Carlinhos pareceu me escutar.
— Não fique! Nosso tempo como torcedores de quadribol já se foi. — Carlinhos riu e Gui o encarou como se estivesse ofendido. — Soube que você é a mais nova apanhadora da Corvinal. Quem sabe não se inspira com as manobras que verá na partida?
Do outro lado da fogueira, Ron pareceu notar que seu irmão estava sendo encantador demais comigo, pois logo em seguida riu em desdém e falou:
— Ela não precisa se inspirar em nada. É uma jogadora profissional nata. Está em seu sangue vencer qualquer partida.
Prendi a respiração, chocada com a fala de Ron. Ao meu lado, Gina tentou espairecer o ar:
— Ele só está dizendo isso porque ele e Harry perderam o amistoso contra nós duas. Dizer isso faz sua derrota ser menos dolorosa.
— A verdade é que somos mesmo melhores que eles. Se eu pudesse, chamaria Ginny para o time da Corvinal! — Tentei amenizar o clima, tirando o foco de todos sobre Ron. — Mas de qualquer forma, agradeço por vocês cederem os ingressos. Na próxima Copa, tentarei recompensá-los.
— Mal posso esperar! — Gui piscou para mim.
Carlinhos olhou para Ron, como se não estivesse entendendo a agressividade do irmão, mas logo deixou o assunto para trás, quando o som agudo de fogos de artifício agarraram nossa atenção. Cortando o ar, o primeiro projétil dos gêmeos explodiu a alguns metros acima de nós, liberando faíscas vermelhas e verdes, que logo formaram a letra W.
— Genial! — Me levantei da cadeira, sentindo a felicidade invadir meu corpo. — Vocês são os melhores inventores que já conheci!
— Obrigado! — os dois responderam ao mesmo tempo.
Abaixei o olhar para analisar todos que estavam ali, ao redor da fogueira. Cada um dos Weasley tinha o rosto com sardas voltado para o céu, os olhos brilhando de choque e alegria. Harry parecia tão encantado quanto os outros, com as faíscas coloridas reluzindo em seus óculos redondos. A única pessoa que tinha o rosto abaixado assim como eu era Ron, que me observava sorridente.
Tentei ignorar a falta de ar em meus pulmões e o nó que se formava na minha garganta, mas nada parecia me distrair daquele sentimento — a sensação de que eu estava rodeada de pessoas que me amam e, em especial, na companhia de um garoto ruivo, alto e de olhos verdes que parecia sentir o mesmo que eu.
— , esses são meus irmãos Gui e Carlinhos. — Ron apontou para os dois outros Weasley enquanto nos aproximávamos do grupo. — Não sabia que eles viriam passar as férias em casa neste ano.
Assenti em resposta e notei que Gina correu em direção aos irmãos mais velhos, pulando em um abraço apertado e desengonçado. Pelo visto, aquela foi uma surpresa para ela também. Harry e eu ficamos mais afastados, permitindo que os irmãos tivessem o seu reencontro. Ao meu lado, Potter parecia tão perdido quanto eu.
— Vocês não vão acreditar no que vimos quando estávamos vindo para cá! — Gui, o homem de rabo de cavalo e brinco de argola, colocou as mãos nos ombros de Gina e mirou seu olhar para Ron. — Encontramos um lago secreto, logo após o declive do Stoatshead Hill! Amanhã, podemos passar o dia inteiro por lá, aposto que a água estará perfeita.
— Me parece um ótimo plano — Ron sorriu, os olhos brilhando. — O que vocês acham? — Ele se virou para onde Harry e eu estávamos.
— Soa perfeito para mim — respondi, sorrindo envergonhada ao receber todos os olhares.
Carlinhos, o outro Weasley, sorriu amigavelmente para mim, o que inevitavelmente fez meu coração disparar. Eu já tinha escutado as histórias dos irmãos mais velhos de Ron — em especial de Carlinhos — pois ele sempre adicionava o fato de que seu irmão trabalhava com dragões na Romênia para fortalecer seu argumento de como sua família era incrível — exceto por Percy. Apesar disso, eu nunca havia o visto antes, por isso sua beleza me encantou.
Por lidar com dragões, as criaturas mais perigosas do mundo mágico, Carlinhos tinha um físico forte, a pele queimada devido os dias embaixo do sol e os braços contendo cicatrizes e queimaduras, que lhe davam um ar aventureiro.
Ron não pareceu notar que meus olhos não saíam de cima de seu irmão, mas Gina, que voltou a ficar do meu lado, pareceu perceber e por isso me cutucou com o cotovelo.
— Vocês devem ser Harry e ! — Gui voltou a falar, estendendo sua mão para nós dois. — Mamãe não para de falar sobre vocês.
— Olá! — pigarreei, quebrando o olhar com Carlinhos, e voltando ao planeta Terra. — Ron também fala muito de vocês! Mal consigo imaginar você trabalhando em Gringotes, Gui.
— Pois é, meu visual deixa todos os duendes desconcertados. — Ele riu, satisfeito que eu tenha reparado em quão descolado ele era.
— Mas, então. — Gina mudou o assunto. — O que vocês estão fazendo aqui fora?
Harry e Ron sentaram-se no gramado e quando Gina e eu fizemos menção de fazer o mesmo, Carlinhos se levantou e puxou Gui junto, sinalizando para que nós duas nos sentássemos nas cadeiras.
— Ah, não tem problema…
— Por favor, não é problema algum para mim! — Carlinhos respondeu tranquilamente, o que fez meu coração palpitar novamente.
Gina me puxou pela mão e nós nos sentamos ao lado dos gêmeos:
— Viemos aqui para mostrar a Gui e Carlinhos nossa nova invenção. — George sussurrou, enquanto Fred olhava de esguelha para os lados. — Chamamos esse protótipo de Fogos Espontâneos Weasley.
Arregalei os olhos, surpresa. Então era isso que os dois estavam aprontando todo esse tempo!
— Mas como vocês vão nos mostrar os fogos sem fazer barulho? — Harry questionou, as sobrancelhas erguidas em dúvida.
— Sua mãe vai enlouquecer se vir as fagulhas no ar, tão próximas de seu jardim e de suas macieiras — completei, incrédula.
— É meu caro Potter e minha doce , seria uma pena se os fogos fizessem barulho e queimassem as frutas e vegetais que minha mãe insiste em cultivar… — Fred passou os dedos pelo queixo, como se alisasse sua barba invisível.
— Mas, por um acaso do destino, mamãe e papai foram para a cidade dos trouxas estocar comida para nosso jantar especial de amanhã — falou George, que se levantou e colocou uma caixa sobre o assento de sua cadeira.
Entre nós, a fogueira crepitava e o silêncio dentro da Toca era perceptível. Realmente, o senhor e a senhora Weasley haviam confiado em Gui e Carlinhos para cuidar de nós enquanto eles estivessem fora — o que foi um grande erro.
Do outro lado da fogueira e sentado à minha frente, notei que Carlinhos escutava atentamente aos irmãos, sorrindo como se tivesse orgulho deles. Gui fazia o mesmo.
— Amanhã é um dia especial? — perguntei, antes que os gêmeos pudessem fazer sua demonstração.
— Claro! — Fred respondeu enquanto o irmão tirava da caixa os fogos. — Amanhã será o último jantar em que todos nós estaremos reunidos! No dia após o jantar, vamos para a partida da final da Copa Mundial de Quadribol e no dia seguinte vamos voltar para Hogwarts!
— Vocês não vão assistir a partida? — Harry perguntou para os Weasley mais velhos.
— Papai não conseguiu ingressos suficientes para todos, por isso decidimos deixar que você e fossem em nossos lugares — Gui respondeu.
— Desse jeito me sinto mal — falei baixinho, mas Carlinhos pareceu me escutar.
— Não fique! Nosso tempo como torcedores de quadribol já se foi. — Carlinhos riu e Gui o encarou como se estivesse ofendido. — Soube que você é a mais nova apanhadora da Corvinal. Quem sabe não se inspira com as manobras que verá na partida?
Do outro lado da fogueira, Ron pareceu notar que seu irmão estava sendo encantador demais comigo, pois logo em seguida riu em desdém e falou:
— Ela não precisa se inspirar em nada. É uma jogadora profissional nata. Está em seu sangue vencer qualquer partida.
Prendi a respiração, chocada com a fala de Ron. Ao meu lado, Gina tentou espairecer o ar:
— Ele só está dizendo isso porque ele e Harry perderam o amistoso contra nós duas. Dizer isso faz sua derrota ser menos dolorosa.
— A verdade é que somos mesmo melhores que eles. Se eu pudesse, chamaria Ginny para o time da Corvinal! — Tentei amenizar o clima, tirando o foco de todos sobre Ron. — Mas de qualquer forma, agradeço por vocês cederem os ingressos. Na próxima Copa, tentarei recompensá-los.
— Mal posso esperar! — Gui piscou para mim.
Carlinhos olhou para Ron, como se não estivesse entendendo a agressividade do irmão, mas logo deixou o assunto para trás, quando o som agudo de fogos de artifício agarraram nossa atenção. Cortando o ar, o primeiro projétil dos gêmeos explodiu a alguns metros acima de nós, liberando faíscas vermelhas e verdes, que logo formaram a letra W.
— Genial! — Me levantei da cadeira, sentindo a felicidade invadir meu corpo. — Vocês são os melhores inventores que já conheci!
— Obrigado! — os dois responderam ao mesmo tempo.
Abaixei o olhar para analisar todos que estavam ali, ao redor da fogueira. Cada um dos Weasley tinha o rosto com sardas voltado para o céu, os olhos brilhando de choque e alegria. Harry parecia tão encantado quanto os outros, com as faíscas coloridas reluzindo em seus óculos redondos. A única pessoa que tinha o rosto abaixado assim como eu era Ron, que me observava sorridente.
Tentei ignorar a falta de ar em meus pulmões e o nó que se formava na minha garganta, mas nada parecia me distrair daquele sentimento — a sensação de que eu estava rodeada de pessoas que me amam e, em especial, na companhia de um garoto ruivo, alto e de olhos verdes que parecia sentir o mesmo que eu.
O Lago
Levamos uma hora para chegar até o lago secreto que Gui e Carlinhos haviam encontrado. O caminho todo foi acompanhado dos gêmeos cantarolando, alegres com o sucesso de sua segunda gemialidade, e de Ron reclamando de como seus pés doíam.
— Eu podia vir voando com a Firebolt de Harry — resmungou. — Mas Gui insistiu em vir a pé!
— Não podíamos correr o risco de um trouxa nos ver — sem se importar com a birra do irmão, Gui respondeu.
— Ron, pare de reclamar. Campeões de Hogwarts estão acostumados em realizar esforços físicos. — Carlinhos falou, mas logo se arrependeu de ter aberto a boca.
Campeão de Hogwarts? Eu nunca tinha escutado esse termo, e parecia que nem Gina, Harry, Ron ou os gêmeos sabiam do que se tratava. Gui, que caminhava à frente de nós e ao lado de Carlinhos, arregalou os olhos para o irmão, confirmando que ele havia dito mais do que deveria.
— O que você quis dizer com isso, Carlinhos? — Fred indagou.
— Não posso dizer mais nada! — o mais velho respondeu rapidamente, como se quisesse fugir do assunto.
— Ora, vamos Carlinhos! — Ron pressionou. — O que é um Campeão de Hogwarts? É algum torneio especial de quadribol?
— É um título especial de monitor-chefe? — Gina entrou no jogo de adivinhação.
— É o aluno que consegue conquistar a aprovação de Snape? — rindo, Harry perguntou.
Notei que as costas de Carlinhos ficaram tensas. Ele não sabia o que responder e, provavelmente, se eu o pressionar mais um pouco ele iria abrir a boca:
— Tem relação com algum tipo de competição especial que acontece em Hogwarts?
Gui e Carlinhos pararam de andar e Gina e eu quase esbarramos nos dois. Carlinhos se virou para mim, os olhos brilhando:
— Agora entendo porque você é a única corvina entre nós.
Sorri orgulhosa, empolgada por ter acertado. Os gêmeos, que estavam atrás de nós, me abraçaram, comemorando.
— Essa é a nossa amiga! Inteligente, linda e talentosa! — os dois cantaram juntos.
— Agora que adivinhou, vocês dois podem nos dar mais explicações! — de braços cruzados, Gina falou.
Ron e Harry finalmente haviam nos alcançado e balançavam a cabeça, interessados em saber mais.
— Tudo bem, tudo bem! Mas isso é um segredo, compreendem? — Gui falou sério.
— Vocês não podem contar para ninguém ou nossa família terá grandes problemas. — Carlinhos completou, com o mesmo semblante.
Engoli em seco e troquei olhares com Gina. Os outros garotos ficaram quietos. Gui e Carlinhos se aproximaram de nós e o segundo sussurrou:
— Hogwarts sediará o Torneio Tribuxo neste ano.
— Torneio Tribuxo? — Ron repetiu em voz alta e recebeu socos dos irmãos mais velhos.
— Não fale em voz alta, Ron! — Gui tapou a boca do irmão.
— Mas é isso mesmo que vocês ouviram. — Carlinhos completou. — Por enquanto, apenas alguns funcionários do Ministério estão cientes do que irá acontecer em Hogwarts esse ano. Percy foi um deles e acabou nos contando.
— Percy contando algo de interessante? — George riu. — Essa é nova!
Minha cabeça estava recheada de pensamentos. Torneio Tribuxo? Em Hogwarts? Tudo que eu sabia sobre o evento era que reunia três escolas bruxas de países diferentes em uma enorme competição, talvez tivesse alguns galeões envolvidos para o vencedor. Mas eu teria que visitar a biblioteca de Hogwarts assim que retornasse para lá, para poder saber mais sobre o tal Torneio.
— Enfim, não vamos falar mais nada. Podemos continuar o caminho até o lago? — Carlinhos tirou todos de nossos pensamentos e apontou para o horizonte, escondido pelo topo da colina. — Está logo ali, só mais alguns passos!
Seguimos os Weasley mais velhos, questionando-os sobre como funcionava a competição, quem poderia se candidatar, qual seria o prêmio e o mais importante: quais seriam os desafios.
Apesar do silêncio de Gui e Carlinhos, finalmente chegamos ao lago e, realmente, era uma pérola escondida diante de todos nós, bruxos e trouxas. A água cristalina refletia os feixes de luz do sol, que brilhava acima de nossas cabeças, e a beira do lago tinha uma grama baixa e com flores silvestres.
Ron gritou, alegre, por finalmente poder largar a mochila pesada de suas costas e se jogar de cabeça na água. Harry foi mais cuidadoso, entrando como uma pessoa normal, e seguiu o amigo. Os gêmeos, que carregaram sua caixa de gemialidades até ali, se sentaram na beira do lago e começaram a descarregar suas invenções — a mais nova gemialidade era uma espécie de navio de brinquedo. Gina e eu decidimos entrar na água para ficar junto de Ron e Harry. Gui e Carlinhos começaram a armar, usando suas varinhas, uma pequena mesa de madeira, onde iríamos almoçar.
— Seus irmãos são incríveis — falei para Ginny enquanto nós caminhávamos para o centro do lago, afundando nossos corpos na água gelada a cada passo.
— Se você conhecesse Percy, não diria isso com tanta certeza.
— Às vezes esqueço que você tem um irmão como Percy, tão dedicado ao trabalho no Ministério que prefere usar as férias para escrever uma análise sobre fundos de caldeirão. — Gina riu com a minha fala. — E olha que eu sou uma corvina!
— Bem, vamos mudar de assunto e falar sobre um irmão mais interessante… Que tal sobre Carlinhos? — ela me cutucou, o sorriso maroto no rosto. — Eu reparei na conexão instantânea entre vocês dois.
— Ginny! — Arregalei os olhos, pedindo para ela falar mais baixo. Ron e Harry ainda estavam distantes de nós, mas talvez pudessem escutar o que estávamos falando. — Carlinhos é ótimo, lindo, mas mais velho que eu! Está fora de cogitação! E aliás, Ron não gostaria disso.
— A questão da idade realmente é um problema, mas quem sabe no futuro, quando você tiver se formado de Hogwarts? — a ruiva balançou as sobrancelhas, me provocando. — Mas, o que você quer dizer sobre Ron? Achei que vocês eram apenas amigos.
Engoli em seco e foquei o olhar em Ron, que ria de algo que Harry havia dito. Eu o conheci quando tinha onze anos, era bochechudo, tinha olhos brilhantes e cabelo arrumado. Hoje, Ron havia ganhado alguns centímetros, estava mais forte, o rosto mais definido, mas o olhar encantador continuava o mesmo. Meu coração está em uma zona de conflito e imagino que isso ocorra com todos que consideram atravessar a barreira da amizade para tentar algo a mais.
— Para ser sincera, não sei o que está acontecendo — falei.
— Finalmente um problema que não sabe decifrar! — Gina falou sorridente, mas me abraçou de lado. — Sei como você se sente, parece que existe uma redoma de vidro que te separa do amor da sua vida. Um garoto inalcançável, mas ao mesmo tempo próximo.
— Você está se referindo ao que sente em relação a Harry, não está? — ergui a sobrancelha, desafiando-a.
— Claro, quem mais seria? — Gina deu de ombros. — Eu gosto dele, mas ele não me vê da mesma forma. Talvez, se eu fosse mais corajosa, se eu dissesse algo para ele, isso mudaria. O mesmo pode ser dito sobre você e Ron. Ele gosta de você, , mas precisa de algo concreto para tentar quebrar essa redoma que os distancia.
Respirei fundo, analisando tudo o que havia escutado. Gina tinha razão, se eu tomasse o primeiro passo, talvez aquele sentimento pesado em meu coração se aliviasse.
— Você é incrível, sabia? — falei, me virando para olhar a ruiva. — Tive medo de que você não gostasse da ideia de seu irmão gostar de mim e vice-versa, mas você é uma garota além de seu tempo Ginny.
— Obrigada! — ela balançou os cabelos, rindo. — Agora, vamos lá. Ron e Harry estão nos olhando.
— Acho que você seria uma bela Campeã de Hogwarts — Ron falou para mim, enquanto nós nos apoiamos na boia, flutuando no centro do lago. Harry e Gina haviam voltado para a terra, ao lado dos gêmeos.
— Está falando sério? — olhei para ele, sentindo as minhas bochechas começarem a esquentar.
— Sim. Você é inteligente e sabe andar em uma Nimbus 2001 de olhos fechados. Além disso, é respeitada por todos em Hogwarts.
Sorri para o garoto, grata por ele ter me contado tudo aquilo.
— Você também seria um bom Campeão de Hogwarts — falei, notando que os olhos de Ron brilharam ao ouvir minhas palavras. — Você é esperto, por vezes teimoso, mas acho que seria um perfeito candidato.
— Eu não sei… — ele gaguejou, quebrando nosso olhar. Ron fez círculos na água com o seu dedo indicador e continuou a falar — Não me vejo como um herói... Não. Esses são Gui e Carlinhos, até mesmo Fred e George. Harry então, ele sim é o Escolhido. Mas eu? Sou apenas um garoto que arranja encrenca sempre que estou em Hogwarts, o garoto que recebe as coisas usadas dos irmãos e que não tem habilidade para feitiços nem para o quadribol. É, esse sou eu. Seria um sonho se pudesse vencer alguma vez na vida, mas não acho que essa será a minha oportunidade.
Notei que a voz de Ron demonstrava toda sua tristeza e inseguranças. Sem pensar duas vezes, coloquei a minha mão sobre a dele, chamando sua atenção. Seus olhos verdes grudaram nos meus e ao mesmo tempo senti uma onda elétrica percorrer meu corpo.
— Para mim, você é mais do que isso, Ron.
Senti sua mão ficar tensa embaixo da minha e então eu fiz menção de me afastar. Antes que pudesse notar, Ron me puxou de volta, aproximando nossos rostos até que nossas testas ficassem unidas. Em momento algum a conexão entre nossos olhos se rompeu.
— Talvez isso seja o suficiente — ele respondeu, um pequeno sorriso se formando em seu rosto, iluminado pelo pôr do sol.
Ficamos assim por mais alguns minutos, nossas respirações em um ritmo só, meu olhos focados nos dele. Nunca senti tanta paz quanto naquele momento.
Ron fechou os olhos, sentindo o meu calor em sua pele, então, antes que eu ou ele pudéssemos dizer algo, escutei os gêmeos nos chamando para que voltássemos para a Toca.
— Obrigado por ter aceitado passar as férias aqui comigo. — Ron sussurrou.
— Foi ótimo passar todo esse tempo com você, Ron — respondi, já sentindo falta da proximidade entre nós dois.
— Imagino que em Hogwarts não vou te ver tanto como agora. Cada um de nós em sua respectiva torre, cruzando os dedos para nos encontrarmos nos corredores.
— Ora, não seja tão dramático Ron! — ri, apesar de saber que aquilo era verdade. — Podemos nos encontrar mais vezes, você sabe que é só me convidar, não sabe?
Ron engoliu em seco e em resposta eu me afastei dele, saindo da boia.
— Convidar para sair? — ele gaguejou.
— Sim. Para que mais? — tentei esconder a decepção de minha voz. — Para mim, está claro que há algo entre nós. Mais do que uma simples amizade.
As bochechas de Ron começaram a corar, mas agora que eu havia declarado meus sentimentos, não iria parar:
— Eu também não quero estragar nossa amizade, mas não acho que o amor possa arruinar o que temos agora. Na verdade, acho que pode até ajudar. Mas isso depende de você Ron. Então eu te pergunto, o que você quer de mim?
Silêncio. Ron não sabia para onde olhar, como se tivesse sido abordado antes do tempo. Ele provavelmente não gostava de mim da mesma forma.
— Eu preciso pensar, . Me desculpe.
Ron ficou parado, me olhando, mas eu não sabia mais o que dizer ou o que fazer. Eu havia dito o que deveria e agora não estava mais em minhas mãos. Deixei Ron no lago e saí dali, arrasada por não ter conseguido a resposta que esperava.
Assim que cheguei na beira do lago, onde apenas Gina e Harry nos aguardavam, puxei minha amiga pelo braço e saí caminhando ao seu lado, de volta para a Toca. Ginny entendeu o que havia acontecido e não me fez perguntas. Caminhamos em silêncio até chegarmos em seu quarto, onde eu pude chorar silenciosamente por um amor não correspondido.
— Eu podia vir voando com a Firebolt de Harry — resmungou. — Mas Gui insistiu em vir a pé!
— Não podíamos correr o risco de um trouxa nos ver — sem se importar com a birra do irmão, Gui respondeu.
— Ron, pare de reclamar. Campeões de Hogwarts estão acostumados em realizar esforços físicos. — Carlinhos falou, mas logo se arrependeu de ter aberto a boca.
Campeão de Hogwarts? Eu nunca tinha escutado esse termo, e parecia que nem Gina, Harry, Ron ou os gêmeos sabiam do que se tratava. Gui, que caminhava à frente de nós e ao lado de Carlinhos, arregalou os olhos para o irmão, confirmando que ele havia dito mais do que deveria.
— O que você quis dizer com isso, Carlinhos? — Fred indagou.
— Não posso dizer mais nada! — o mais velho respondeu rapidamente, como se quisesse fugir do assunto.
— Ora, vamos Carlinhos! — Ron pressionou. — O que é um Campeão de Hogwarts? É algum torneio especial de quadribol?
— É um título especial de monitor-chefe? — Gina entrou no jogo de adivinhação.
— É o aluno que consegue conquistar a aprovação de Snape? — rindo, Harry perguntou.
Notei que as costas de Carlinhos ficaram tensas. Ele não sabia o que responder e, provavelmente, se eu o pressionar mais um pouco ele iria abrir a boca:
— Tem relação com algum tipo de competição especial que acontece em Hogwarts?
Gui e Carlinhos pararam de andar e Gina e eu quase esbarramos nos dois. Carlinhos se virou para mim, os olhos brilhando:
— Agora entendo porque você é a única corvina entre nós.
Sorri orgulhosa, empolgada por ter acertado. Os gêmeos, que estavam atrás de nós, me abraçaram, comemorando.
— Essa é a nossa amiga! Inteligente, linda e talentosa! — os dois cantaram juntos.
— Agora que adivinhou, vocês dois podem nos dar mais explicações! — de braços cruzados, Gina falou.
Ron e Harry finalmente haviam nos alcançado e balançavam a cabeça, interessados em saber mais.
— Tudo bem, tudo bem! Mas isso é um segredo, compreendem? — Gui falou sério.
— Vocês não podem contar para ninguém ou nossa família terá grandes problemas. — Carlinhos completou, com o mesmo semblante.
Engoli em seco e troquei olhares com Gina. Os outros garotos ficaram quietos. Gui e Carlinhos se aproximaram de nós e o segundo sussurrou:
— Hogwarts sediará o Torneio Tribuxo neste ano.
— Torneio Tribuxo? — Ron repetiu em voz alta e recebeu socos dos irmãos mais velhos.
— Não fale em voz alta, Ron! — Gui tapou a boca do irmão.
— Mas é isso mesmo que vocês ouviram. — Carlinhos completou. — Por enquanto, apenas alguns funcionários do Ministério estão cientes do que irá acontecer em Hogwarts esse ano. Percy foi um deles e acabou nos contando.
— Percy contando algo de interessante? — George riu. — Essa é nova!
Minha cabeça estava recheada de pensamentos. Torneio Tribuxo? Em Hogwarts? Tudo que eu sabia sobre o evento era que reunia três escolas bruxas de países diferentes em uma enorme competição, talvez tivesse alguns galeões envolvidos para o vencedor. Mas eu teria que visitar a biblioteca de Hogwarts assim que retornasse para lá, para poder saber mais sobre o tal Torneio.
— Enfim, não vamos falar mais nada. Podemos continuar o caminho até o lago? — Carlinhos tirou todos de nossos pensamentos e apontou para o horizonte, escondido pelo topo da colina. — Está logo ali, só mais alguns passos!
Seguimos os Weasley mais velhos, questionando-os sobre como funcionava a competição, quem poderia se candidatar, qual seria o prêmio e o mais importante: quais seriam os desafios.
Apesar do silêncio de Gui e Carlinhos, finalmente chegamos ao lago e, realmente, era uma pérola escondida diante de todos nós, bruxos e trouxas. A água cristalina refletia os feixes de luz do sol, que brilhava acima de nossas cabeças, e a beira do lago tinha uma grama baixa e com flores silvestres.
Ron gritou, alegre, por finalmente poder largar a mochila pesada de suas costas e se jogar de cabeça na água. Harry foi mais cuidadoso, entrando como uma pessoa normal, e seguiu o amigo. Os gêmeos, que carregaram sua caixa de gemialidades até ali, se sentaram na beira do lago e começaram a descarregar suas invenções — a mais nova gemialidade era uma espécie de navio de brinquedo. Gina e eu decidimos entrar na água para ficar junto de Ron e Harry. Gui e Carlinhos começaram a armar, usando suas varinhas, uma pequena mesa de madeira, onde iríamos almoçar.
— Seus irmãos são incríveis — falei para Ginny enquanto nós caminhávamos para o centro do lago, afundando nossos corpos na água gelada a cada passo.
— Se você conhecesse Percy, não diria isso com tanta certeza.
— Às vezes esqueço que você tem um irmão como Percy, tão dedicado ao trabalho no Ministério que prefere usar as férias para escrever uma análise sobre fundos de caldeirão. — Gina riu com a minha fala. — E olha que eu sou uma corvina!
— Bem, vamos mudar de assunto e falar sobre um irmão mais interessante… Que tal sobre Carlinhos? — ela me cutucou, o sorriso maroto no rosto. — Eu reparei na conexão instantânea entre vocês dois.
— Ginny! — Arregalei os olhos, pedindo para ela falar mais baixo. Ron e Harry ainda estavam distantes de nós, mas talvez pudessem escutar o que estávamos falando. — Carlinhos é ótimo, lindo, mas mais velho que eu! Está fora de cogitação! E aliás, Ron não gostaria disso.
— A questão da idade realmente é um problema, mas quem sabe no futuro, quando você tiver se formado de Hogwarts? — a ruiva balançou as sobrancelhas, me provocando. — Mas, o que você quer dizer sobre Ron? Achei que vocês eram apenas amigos.
Engoli em seco e foquei o olhar em Ron, que ria de algo que Harry havia dito. Eu o conheci quando tinha onze anos, era bochechudo, tinha olhos brilhantes e cabelo arrumado. Hoje, Ron havia ganhado alguns centímetros, estava mais forte, o rosto mais definido, mas o olhar encantador continuava o mesmo. Meu coração está em uma zona de conflito e imagino que isso ocorra com todos que consideram atravessar a barreira da amizade para tentar algo a mais.
— Para ser sincera, não sei o que está acontecendo — falei.
— Finalmente um problema que não sabe decifrar! — Gina falou sorridente, mas me abraçou de lado. — Sei como você se sente, parece que existe uma redoma de vidro que te separa do amor da sua vida. Um garoto inalcançável, mas ao mesmo tempo próximo.
— Você está se referindo ao que sente em relação a Harry, não está? — ergui a sobrancelha, desafiando-a.
— Claro, quem mais seria? — Gina deu de ombros. — Eu gosto dele, mas ele não me vê da mesma forma. Talvez, se eu fosse mais corajosa, se eu dissesse algo para ele, isso mudaria. O mesmo pode ser dito sobre você e Ron. Ele gosta de você, , mas precisa de algo concreto para tentar quebrar essa redoma que os distancia.
Respirei fundo, analisando tudo o que havia escutado. Gina tinha razão, se eu tomasse o primeiro passo, talvez aquele sentimento pesado em meu coração se aliviasse.
— Você é incrível, sabia? — falei, me virando para olhar a ruiva. — Tive medo de que você não gostasse da ideia de seu irmão gostar de mim e vice-versa, mas você é uma garota além de seu tempo Ginny.
— Obrigada! — ela balançou os cabelos, rindo. — Agora, vamos lá. Ron e Harry estão nos olhando.
— Acho que você seria uma bela Campeã de Hogwarts — Ron falou para mim, enquanto nós nos apoiamos na boia, flutuando no centro do lago. Harry e Gina haviam voltado para a terra, ao lado dos gêmeos.
— Está falando sério? — olhei para ele, sentindo as minhas bochechas começarem a esquentar.
— Sim. Você é inteligente e sabe andar em uma Nimbus 2001 de olhos fechados. Além disso, é respeitada por todos em Hogwarts.
Sorri para o garoto, grata por ele ter me contado tudo aquilo.
— Você também seria um bom Campeão de Hogwarts — falei, notando que os olhos de Ron brilharam ao ouvir minhas palavras. — Você é esperto, por vezes teimoso, mas acho que seria um perfeito candidato.
— Eu não sei… — ele gaguejou, quebrando nosso olhar. Ron fez círculos na água com o seu dedo indicador e continuou a falar — Não me vejo como um herói... Não. Esses são Gui e Carlinhos, até mesmo Fred e George. Harry então, ele sim é o Escolhido. Mas eu? Sou apenas um garoto que arranja encrenca sempre que estou em Hogwarts, o garoto que recebe as coisas usadas dos irmãos e que não tem habilidade para feitiços nem para o quadribol. É, esse sou eu. Seria um sonho se pudesse vencer alguma vez na vida, mas não acho que essa será a minha oportunidade.
Notei que a voz de Ron demonstrava toda sua tristeza e inseguranças. Sem pensar duas vezes, coloquei a minha mão sobre a dele, chamando sua atenção. Seus olhos verdes grudaram nos meus e ao mesmo tempo senti uma onda elétrica percorrer meu corpo.
— Para mim, você é mais do que isso, Ron.
Senti sua mão ficar tensa embaixo da minha e então eu fiz menção de me afastar. Antes que pudesse notar, Ron me puxou de volta, aproximando nossos rostos até que nossas testas ficassem unidas. Em momento algum a conexão entre nossos olhos se rompeu.
— Talvez isso seja o suficiente — ele respondeu, um pequeno sorriso se formando em seu rosto, iluminado pelo pôr do sol.
Ficamos assim por mais alguns minutos, nossas respirações em um ritmo só, meu olhos focados nos dele. Nunca senti tanta paz quanto naquele momento.
Ron fechou os olhos, sentindo o meu calor em sua pele, então, antes que eu ou ele pudéssemos dizer algo, escutei os gêmeos nos chamando para que voltássemos para a Toca.
— Obrigado por ter aceitado passar as férias aqui comigo. — Ron sussurrou.
— Foi ótimo passar todo esse tempo com você, Ron — respondi, já sentindo falta da proximidade entre nós dois.
— Imagino que em Hogwarts não vou te ver tanto como agora. Cada um de nós em sua respectiva torre, cruzando os dedos para nos encontrarmos nos corredores.
— Ora, não seja tão dramático Ron! — ri, apesar de saber que aquilo era verdade. — Podemos nos encontrar mais vezes, você sabe que é só me convidar, não sabe?
Ron engoliu em seco e em resposta eu me afastei dele, saindo da boia.
— Convidar para sair? — ele gaguejou.
— Sim. Para que mais? — tentei esconder a decepção de minha voz. — Para mim, está claro que há algo entre nós. Mais do que uma simples amizade.
As bochechas de Ron começaram a corar, mas agora que eu havia declarado meus sentimentos, não iria parar:
— Eu também não quero estragar nossa amizade, mas não acho que o amor possa arruinar o que temos agora. Na verdade, acho que pode até ajudar. Mas isso depende de você Ron. Então eu te pergunto, o que você quer de mim?
Silêncio. Ron não sabia para onde olhar, como se tivesse sido abordado antes do tempo. Ele provavelmente não gostava de mim da mesma forma.
— Eu preciso pensar, . Me desculpe.
Ron ficou parado, me olhando, mas eu não sabia mais o que dizer ou o que fazer. Eu havia dito o que deveria e agora não estava mais em minhas mãos. Deixei Ron no lago e saí dali, arrasada por não ter conseguido a resposta que esperava.
Assim que cheguei na beira do lago, onde apenas Gina e Harry nos aguardavam, puxei minha amiga pelo braço e saí caminhando ao seu lado, de volta para a Toca. Ginny entendeu o que havia acontecido e não me fez perguntas. Caminhamos em silêncio até chegarmos em seu quarto, onde eu pude chorar silenciosamente por um amor não correspondido.
A Final
Apesar do jantar da noite anterior ter sido maravilhoso — repleto de cozidos, doces caseiros e risadas — o clima entre Ron e eu não estava nada bom. Graças a Ginny e aos gêmeos, eu não precisei olhar para Ron na mesa de jantar. Como se tivesse compreendido, ele passou a noite conversando apenas com Harry e algumas vezes com Gui. Arthur, o pai de Ron, havia nos mandado dormir cedo, pois sairíamos cedo na manhã seguinte.
Acordei com os raios de sol entrando pelos vãos da janela mal vedada de Gina. Ela ainda dormia quando decidi tomar banho e me preparar para um novo dia. Hoje veríamos a grande final da Copa Mundial de Quadribol e eu não deixaria que o mal estar da noite anterior afetasse o meu humor.
Assim que saí do banheiro, com o cabelo úmido e vestindo a camisa do time irlandês, me deparei com Ron do outro lado do corredor. Ele tinha acabado de acordar, seus cabelos cor de fogo bagunçados e usando um pijama dos Chudley Cannons.
— Dia — falei com a voz firme, um leve tom de rancor soando ao fundo.
— Dia — Ron respondeu, incerto sobre como agiríamos hoje.
Respirei fundo, afastando a dor em meu coração, e apontei para as vestes laranjas de Ron:
— O pijama é bonito, mas o time está errado.
Ron ergueu o olhar, abrindo um pequeno sorriso em seu rosto sardento. Notei que seus olhos estavam inchados, como se tivesse chorado na noite anterior. Será que Harry me contaria sobre o que aconteceu?
— Como se um pijama das Holyhead Harpies fosse melhor — ele riu, balançando a cabeça em negação.
Soltei o ar, aliviada por perceber que o clima entre nós havia amenizado. Ron se aproximou, o que fez meu coração palpitar, mas então eu compreendi que ele iria usar o banheiro:
— Gui acordou mais cedo que eu e decidiu tomar um banho de rei no banheiro lá de cima — Ron passou do meu lado, parando a uma pequena distância de mim.
— Não use o meu shampoo! — falei, arrancando uma leve risada do garoto. — Estou falando sério.
— Sim senhora! — Ron bateu continência, mas logo fechou o seu semblante, como se uma ideia tivesse passado pela sua cabeça. — Sobre ontem…
— Não precisamos falar sobre isso aqui e agora, Ron — o interrompi. Eu não queria que o restante da família Weasley soubesse do pequeno drama entre nós dois.
— Tudo bem, quem sabe mais tarde?
— Mais tarde — assenti e caminhei de volta para o quarto de Gina, deixando-o sozinho no corredor.
Após o café da manhã, deixamos a Toca, Molly, Gui e Carlinhos para trás. Arthur liderou o caminho até a Stoatshead Hill, onde aguardamos a chegada dos amigos do senhor Weasley para usarmos uma Chave de Portal — uma bota velha e encardida — para chegar ao lugar onde ocorreria a partida da final.
Para minha surpresa, Cedrico Diggory e seu pai surgiram, subindo o morro pelo lado oposto pelo qual nós chegamos.
— Arthur! — o homem mais velho gritou, abrindo os braços para dar um abraço apertado no senhor Weasley. — Peço desculpas pela demora, Cedrico se atrapalhou na hora de fazer as malas e acabamos descobrindo que esquecemos a nossa tenda em casa.
— Ora Amos, não há com que se preocupar! Temos um espaço sobrando em nossa tenda, se Cedrico quiser, pode dormir com Fred e George. Quanto a você meu amigo, tenho certeza que Ludo Bagman pode encontrar um espaço para você na tenda dos funcionários do Ministério! — Arthur deu duas palmadinhas no ombro do amigo.
Os dois homens caminharam em direção à Chave de Portal, enquanto os gêmeos, Ron, Harry e Gina os seguiram. Notei que Cedrico me observava atentamente e eu fiz questão de o encarar de volta.
Cedrico usava uma camisa da Irlanda, que caiu bem em seu corpo esguio e forte. Em seu ombro, ele carregava uma mochila pequena, segurando-a por apenas uma alça. Seus cabelos castanhos voavam conforme a brisa passava por seu rosto, belo e agradável de se olhar. Percebi que Cedrico abriu um pequeno sorriso, amigável e ao mesmo tempo provocante.
— Está analisando a competição? — ele perguntou, dando alguns passos em minha direção.
— Como é? — estreitei as sobrancelhas e, sem pensar duas vezes, cruzei os braços.
— Soube que você é a nova apanhadora da Corvinal — Cedrico me olhou dos pés à cabeça, fazendo uma onda elétrica percorrer meu corpo. Então, ele estendeu a mão e disse — Prazer em conhecê-la, sou Cedrico Diggory, o apanhador da Lufa-Lufa.
— Eu sei quem você é — resmunguei, mas logo me arrependi ao notar que o brilho no olhar do garoto se intensificou. Ele estava se achando, disso eu tinha certeza.
— E eu também sei quem você é — ele disse com a voz aveludada. — Mas prefiro que nosso primeiro encontro seja formal, para que sempre se lembre de mim.
Mordi meu lábio inferior e notei que os olhos escuros do garoto acompanharam meu movimento. Abri um sorriso, sentindo meu coração acelerar e estendi minha mão, entrando no jogo:
— Sou , o prazer é todo meu.
Cedrico suspirou, satisfeito, então começou a caminhar em direção à Chave de Portal, onde o restante do grupo nos aguardava. Caminhei ao seu lado, notando como ele era alto e esbelto.
— Fico feliz que você esteja torcendo pelo melhor time — ele falou, observando minha camisa que combinava com a sua.
— Não sei se reparou, mas eu sou irlandesa — eu ri, forçando meu sotaque. Cedrico estreitou os olhos, como se não estivesse acreditando.
— Uma bela garota e um belo sotaque, não tinha como não reparar.
Senti borboletas voarem em minha barriga e imagino que Cedrico tenha reparado, pois ele me deu um sorriso tranquilizante, como se fosse diminuir a quantidade de flertes por minuto.
Quando nós dois chegamos até o grupo, troquei olhares com Gina, que me olhou estupefata e fez um joinha com a mão, discretamente. Ao seu lado, Ron tentava não me encarar, talvez ele não se importasse ou não quisesse se importar. Os gêmeos pareciam ansiosos demais, pois assim que nós chegamos, eles gritaram em uníssono:
— , já pedimos milhares de vezes para você deixar os flertes para depois! Temos uma partida para assistir!
Todos os olhares se voltaram para mim e Diggory, que deu um sorriso galanteador se virou para mim:
— Eu levo a culpa dessa vez. — Cedrico falou alto para todos ouvirem e em seguida sussurrou para mim — Vamos para a partida?
Assenti, ainda sem palavras, e fiquei ao lado de Cedrico. Nós dois fechamos o círculo ao redor da bota encardida e então, à mando do senhor Weasley, todos nós tocamos na Chave de Portal, rumo à partida da Copa Mundial de Quadribol.
Assim que chegamos, o senhor Weasley, Cedrico e os gêmeos começaram a montar a tenda. Harry e Ron foram andar pelo espaço, enquanto Gina e eu ficamos aguardando ao lado das malas.
— Então quer dizer que você e Ron fizeram as pazes hoje de manhã? — Gina indagou.
— Não sei dizer ao certo. Está mais para quebrar o gelo do que fazer as pazes. — Engoli em seco. — Ron queria conversar direito sobre o que aconteceu no lago, mas eu não deixei. Não queria dar a Fred e George a chance deles testarem a orelha extensível deles.
Gina riu silenciosamente, sem prestar muito atenção no que eu dizia, pois ela assistia a movimentação ao nosso redor. Haviam muitos bruxos de diferentes lugares por ali, muitas tendas e bandeiras coloridas e — é claro — muitas pessoas voando em suas vassouras, jogando partidas amistosas de quadribol. Gina tinha os olhos fixos na goles, que voava de mão em mão durante uma partida feminina que ocorria próximo de nós.
— Você deveria tentar entrar no time da Grifinória — falei, seguindo o seu olhar. — Eu adoraria jogar contra você.
A ruiva arregalou os olhos e se jogou contra mim, me fazendo rir.
— Quem sabe no próximo ano…
Antes que eu pudesse retrucar, o senhor Weasley nos chamou, convidando-nos para entrar na tenda recém feita. Com minha varinha, fiz todas as malas me seguirem para dentro da tenda, onde as deixei no centro da sala principal. O interior da tenda mágica era tão espaçoso quanto uma casa comum. Ao longe, escutei os gêmeos conversando com Diggory.
— Você e , hein? — escutei a voz de Fred. — Ela é nossa garota de ouro, é bom você não aprontar nada com ela, Diggory.
Sorri, mal acreditando que os gêmeos estavam dando uma de "irmãos mais velhos", me protegendo. Ao meu lado, Gina revirou os olhos. Continuamos escutando a conversa.
— Você tem a minha palavra de que não tenho más intenções, Fred — a voz suave de Cedrico soou clara e firme. — Só quero conhecê-la melhor, talvez levá-la para tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras.
Eu e Gina trocamos olhares. Tomar cerveja amanteigada era sinônimo de um encontro!
— Você é muito sortuda, ! — a ruiva sussurrou, seus olhos brilhando. — O aluno mais bonito de Hogwarts está interessado em você! Sei que eu deveria ser a favor do meu irmão, mas estamos falando de Cedrico Diggory! O que você está pensando?
Um nó se formou em minha garganta. Pensar em Ron, no lago, fazia meu coração acelerar, mas se ele tivesse escolhido manter a nossa amizade ao invés de algo a mais, então eu deveria escolher Cedrico, certo? Diggory é perfeito, educado e o melhor de tudo, tem interesse em mim, assim como eu estou começando a ter nele.
— Estou pensando em como prefiro ocupar meu tempo com quadribol ao invés de garotos — respondi, balançando meu corpo e me afastando dali, desistindo de escutar a conversa.
— Somos mais parecidas do que eu imaginei — Gina me abraçou de lado e nós saímos da tenda.
Acordei com os raios de sol entrando pelos vãos da janela mal vedada de Gina. Ela ainda dormia quando decidi tomar banho e me preparar para um novo dia. Hoje veríamos a grande final da Copa Mundial de Quadribol e eu não deixaria que o mal estar da noite anterior afetasse o meu humor.
Assim que saí do banheiro, com o cabelo úmido e vestindo a camisa do time irlandês, me deparei com Ron do outro lado do corredor. Ele tinha acabado de acordar, seus cabelos cor de fogo bagunçados e usando um pijama dos Chudley Cannons.
— Dia — falei com a voz firme, um leve tom de rancor soando ao fundo.
— Dia — Ron respondeu, incerto sobre como agiríamos hoje.
Respirei fundo, afastando a dor em meu coração, e apontei para as vestes laranjas de Ron:
— O pijama é bonito, mas o time está errado.
Ron ergueu o olhar, abrindo um pequeno sorriso em seu rosto sardento. Notei que seus olhos estavam inchados, como se tivesse chorado na noite anterior. Será que Harry me contaria sobre o que aconteceu?
— Como se um pijama das Holyhead Harpies fosse melhor — ele riu, balançando a cabeça em negação.
Soltei o ar, aliviada por perceber que o clima entre nós havia amenizado. Ron se aproximou, o que fez meu coração palpitar, mas então eu compreendi que ele iria usar o banheiro:
— Gui acordou mais cedo que eu e decidiu tomar um banho de rei no banheiro lá de cima — Ron passou do meu lado, parando a uma pequena distância de mim.
— Não use o meu shampoo! — falei, arrancando uma leve risada do garoto. — Estou falando sério.
— Sim senhora! — Ron bateu continência, mas logo fechou o seu semblante, como se uma ideia tivesse passado pela sua cabeça. — Sobre ontem…
— Não precisamos falar sobre isso aqui e agora, Ron — o interrompi. Eu não queria que o restante da família Weasley soubesse do pequeno drama entre nós dois.
— Tudo bem, quem sabe mais tarde?
— Mais tarde — assenti e caminhei de volta para o quarto de Gina, deixando-o sozinho no corredor.
Após o café da manhã, deixamos a Toca, Molly, Gui e Carlinhos para trás. Arthur liderou o caminho até a Stoatshead Hill, onde aguardamos a chegada dos amigos do senhor Weasley para usarmos uma Chave de Portal — uma bota velha e encardida — para chegar ao lugar onde ocorreria a partida da final.
Para minha surpresa, Cedrico Diggory e seu pai surgiram, subindo o morro pelo lado oposto pelo qual nós chegamos.
— Arthur! — o homem mais velho gritou, abrindo os braços para dar um abraço apertado no senhor Weasley. — Peço desculpas pela demora, Cedrico se atrapalhou na hora de fazer as malas e acabamos descobrindo que esquecemos a nossa tenda em casa.
— Ora Amos, não há com que se preocupar! Temos um espaço sobrando em nossa tenda, se Cedrico quiser, pode dormir com Fred e George. Quanto a você meu amigo, tenho certeza que Ludo Bagman pode encontrar um espaço para você na tenda dos funcionários do Ministério! — Arthur deu duas palmadinhas no ombro do amigo.
Os dois homens caminharam em direção à Chave de Portal, enquanto os gêmeos, Ron, Harry e Gina os seguiram. Notei que Cedrico me observava atentamente e eu fiz questão de o encarar de volta.
Cedrico usava uma camisa da Irlanda, que caiu bem em seu corpo esguio e forte. Em seu ombro, ele carregava uma mochila pequena, segurando-a por apenas uma alça. Seus cabelos castanhos voavam conforme a brisa passava por seu rosto, belo e agradável de se olhar. Percebi que Cedrico abriu um pequeno sorriso, amigável e ao mesmo tempo provocante.
— Está analisando a competição? — ele perguntou, dando alguns passos em minha direção.
— Como é? — estreitei as sobrancelhas e, sem pensar duas vezes, cruzei os braços.
— Soube que você é a nova apanhadora da Corvinal — Cedrico me olhou dos pés à cabeça, fazendo uma onda elétrica percorrer meu corpo. Então, ele estendeu a mão e disse — Prazer em conhecê-la, sou Cedrico Diggory, o apanhador da Lufa-Lufa.
— Eu sei quem você é — resmunguei, mas logo me arrependi ao notar que o brilho no olhar do garoto se intensificou. Ele estava se achando, disso eu tinha certeza.
— E eu também sei quem você é — ele disse com a voz aveludada. — Mas prefiro que nosso primeiro encontro seja formal, para que sempre se lembre de mim.
Mordi meu lábio inferior e notei que os olhos escuros do garoto acompanharam meu movimento. Abri um sorriso, sentindo meu coração acelerar e estendi minha mão, entrando no jogo:
— Sou , o prazer é todo meu.
Cedrico suspirou, satisfeito, então começou a caminhar em direção à Chave de Portal, onde o restante do grupo nos aguardava. Caminhei ao seu lado, notando como ele era alto e esbelto.
— Fico feliz que você esteja torcendo pelo melhor time — ele falou, observando minha camisa que combinava com a sua.
— Não sei se reparou, mas eu sou irlandesa — eu ri, forçando meu sotaque. Cedrico estreitou os olhos, como se não estivesse acreditando.
— Uma bela garota e um belo sotaque, não tinha como não reparar.
Senti borboletas voarem em minha barriga e imagino que Cedrico tenha reparado, pois ele me deu um sorriso tranquilizante, como se fosse diminuir a quantidade de flertes por minuto.
Quando nós dois chegamos até o grupo, troquei olhares com Gina, que me olhou estupefata e fez um joinha com a mão, discretamente. Ao seu lado, Ron tentava não me encarar, talvez ele não se importasse ou não quisesse se importar. Os gêmeos pareciam ansiosos demais, pois assim que nós chegamos, eles gritaram em uníssono:
— , já pedimos milhares de vezes para você deixar os flertes para depois! Temos uma partida para assistir!
Todos os olhares se voltaram para mim e Diggory, que deu um sorriso galanteador se virou para mim:
— Eu levo a culpa dessa vez. — Cedrico falou alto para todos ouvirem e em seguida sussurrou para mim — Vamos para a partida?
Assenti, ainda sem palavras, e fiquei ao lado de Cedrico. Nós dois fechamos o círculo ao redor da bota encardida e então, à mando do senhor Weasley, todos nós tocamos na Chave de Portal, rumo à partida da Copa Mundial de Quadribol.
Assim que chegamos, o senhor Weasley, Cedrico e os gêmeos começaram a montar a tenda. Harry e Ron foram andar pelo espaço, enquanto Gina e eu ficamos aguardando ao lado das malas.
— Então quer dizer que você e Ron fizeram as pazes hoje de manhã? — Gina indagou.
— Não sei dizer ao certo. Está mais para quebrar o gelo do que fazer as pazes. — Engoli em seco. — Ron queria conversar direito sobre o que aconteceu no lago, mas eu não deixei. Não queria dar a Fred e George a chance deles testarem a orelha extensível deles.
Gina riu silenciosamente, sem prestar muito atenção no que eu dizia, pois ela assistia a movimentação ao nosso redor. Haviam muitos bruxos de diferentes lugares por ali, muitas tendas e bandeiras coloridas e — é claro — muitas pessoas voando em suas vassouras, jogando partidas amistosas de quadribol. Gina tinha os olhos fixos na goles, que voava de mão em mão durante uma partida feminina que ocorria próximo de nós.
— Você deveria tentar entrar no time da Grifinória — falei, seguindo o seu olhar. — Eu adoraria jogar contra você.
A ruiva arregalou os olhos e se jogou contra mim, me fazendo rir.
— Quem sabe no próximo ano…
Antes que eu pudesse retrucar, o senhor Weasley nos chamou, convidando-nos para entrar na tenda recém feita. Com minha varinha, fiz todas as malas me seguirem para dentro da tenda, onde as deixei no centro da sala principal. O interior da tenda mágica era tão espaçoso quanto uma casa comum. Ao longe, escutei os gêmeos conversando com Diggory.
— Você e , hein? — escutei a voz de Fred. — Ela é nossa garota de ouro, é bom você não aprontar nada com ela, Diggory.
Sorri, mal acreditando que os gêmeos estavam dando uma de "irmãos mais velhos", me protegendo. Ao meu lado, Gina revirou os olhos. Continuamos escutando a conversa.
— Você tem a minha palavra de que não tenho más intenções, Fred — a voz suave de Cedrico soou clara e firme. — Só quero conhecê-la melhor, talvez levá-la para tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras.
Eu e Gina trocamos olhares. Tomar cerveja amanteigada era sinônimo de um encontro!
— Você é muito sortuda, ! — a ruiva sussurrou, seus olhos brilhando. — O aluno mais bonito de Hogwarts está interessado em você! Sei que eu deveria ser a favor do meu irmão, mas estamos falando de Cedrico Diggory! O que você está pensando?
Um nó se formou em minha garganta. Pensar em Ron, no lago, fazia meu coração acelerar, mas se ele tivesse escolhido manter a nossa amizade ao invés de algo a mais, então eu deveria escolher Cedrico, certo? Diggory é perfeito, educado e o melhor de tudo, tem interesse em mim, assim como eu estou começando a ter nele.
— Estou pensando em como prefiro ocupar meu tempo com quadribol ao invés de garotos — respondi, balançando meu corpo e me afastando dali, desistindo de escutar a conversa.
— Somos mais parecidas do que eu imaginei — Gina me abraçou de lado e nós saímos da tenda.
A Marca Negra
Naquela noite, meu coração acelerou e desacelerou tantas vezes que eu estava começando a ficar tonta. Não, não foi por conta de Ron — que insistiu em ficar do meu lado durante a partida inteira, conversando comigo como se nada de estranho tivesse acontecido entre nós — nem por conta de Cedrico — que se posicionou do meu outro lado e que comemorava comigo, me abraçando e me erguendo no ar, a cada ponto marcado pelos artilheiros da Irlanda.
Naquela noite, eu estava extasiada com o quadribol.
Toda a emoção que senti ao ver a quantidade de bruxos reunidos, as jogadas bem calculadas de ambos os times e as reações dos Weasley e de Diggory inundaram os meus sentidos. Eu estava tão feliz!
Minha alegria pela vitória da Irlanda — apesar do Viktor Krum (ídolo de Ron) ter apanhado o pomo, encerrando a partida antes que a derrota da Bulgária se tornasse vergonhosa — era compartilhada por Diggory, que, em um momento de empolgação, me abraçou e afundou seu rosto em meu pescoço, deixando um leve beijo em minha pele.
Aquilo fez a minha noite ainda mais emocionante.
Quando Cedrico se afastou e nossos olhos se encontraram, eu senti um choque elétrico percorrer o meu corpo. Porém, antes que pudéssemos aproveitar aquela sensação, um grito horrível soou em nossos ouvidos e ao fundo a multidão começou a correr para todas direções.
A última coisa que pude ver antes de ser levada para fora dali foi o rosto de Cedrico, preocupado, e seu braço esticado em minha direção, tentando me segurar.
Braços e pernas batiam contra meu corpo, apressados para fugir do estádio de quadribol. Meu corpo estava sendo arrastado pelos braços fortes de Ron, suas mãos fechadas firmemente ao redor do meu pulso.
Eu não estava entendendo o que estava acontecendo, até que meus olhos se voltaram para o céu, onde uma enorme marca se alastrava entre as estrelas: a Marca Negra.
Voldemort a tinha conjurado? Os Comensais da Morte estavam aqui conosco? Onde estava o restante da família Weasley? E Harry, ele estava seguro?
Eram tantas perguntas, mas não havia tempo de dizê-las em voz alta. Ron me puxava, determinado. Ele provavelmente sabia para onde devia me levar, pois em momento algum olhou para os lados.
Tirei sua mão do meu punho e decidi entrelaçar nossos dedos. Essa não foi uma escolha romântica, foi puro instinto. Ron olhou para mim, sua testa franzida de preocupação, e voltou a abrir o caminho, que agora eu reconheci como sendo o morro onde a Chave de Portal que utilizamos nessa manhã nos deixou.
Ao redor da bota encardida, vi o restante dos irmãos Weasley. Porém, não encontrei Harry.
— Onde está o Harry? — gritei desesperada, para que Ron pudesse me escutar. — Essa é a Marca Negra! Harry deve estar em perigo! Precisamos ajudá-lo…
— Meu pai deve estar com ele, — a voz de Ron falhou e ele olhou ao seu redor, enxergando nada além da escuridão e de pequenas chamas distantes, onde ficava o espaço das tendas. — Ele mandou que viéssemos para cá imediatamente.
Eu engoli em seco e olhei para Gina, Fred e George. Eles pareciam tão assustados quanto eu. Ron estava mais energético, como se estivesse ponderando voltar para a multidão à procura de Harry.
— Se você for, eu vou junto — sussurrei, prevendo o que Ron estava planejando.
— Vamos aguardar mais um pouco. Tenho certeza de que meu pai está com ele.
Minutos se passaram e a sombra da caveira com uma serpente saindo de sua boca continuava no céu. Nada de Harry. Nada do senhor Weasley. Ao meu lado, Gina chorava em silêncio e Fred e George a abraçavam. Ron batia o pé esquerdo contra o chão, os olhos fixos nas árvores.
De repente, o som de folhas sendo pisadas e de galhos sendo afastados soou do nosso lado direito. Saindo entre as árvores, um garoto alto e de camisa verde servia de apoio para um outro garoto menor e de vestes de trouxa, que mancava e tinha uma linha de sangue escorrendo de sua testa.
— Harry! — Gina gritou e correu na direção dos dois, parando próxima de Potter para analisá-lo. — O que aconteceu?
— O senhor Weasley me direcionou para onde eu deveria encontrá-los e ele se reuniu com o restante dos funcionários do Ministério. — A voz de Harry soou cansada, como se ele tivesse corrido uma longa distância. — Logo na entrada da floresta, eu tropecei em um galho e meus óculos se quebraram. Para melhorar, acabei sendo pisoteado por alguns bruxos. Cedrico me encontrou e me ajudou.
Diggory levou Harry até nós e então o colocou no chão. Potter respirou fundo várias vezes e então olhou para Ron:
— Seu pai pediu que voltássemos para a Toca sem ele. Aparentemente, ele terá de lidar com todo o caos instaurado pelos Comensais e só voltará amanhã de tarde para sua casa.
Ron engoliu em seco e estendeu a mão para ajudar Harry a se levantar:
— Estão todos bem? — Ron olhou para cada um de nós, parando um segundo a mais em mim, e quando todos disseram que sim, ele apontou para a bota com a cabeça. — Então vamos embora.
Naquela noite, eu estava extasiada com o quadribol.
Toda a emoção que senti ao ver a quantidade de bruxos reunidos, as jogadas bem calculadas de ambos os times e as reações dos Weasley e de Diggory inundaram os meus sentidos. Eu estava tão feliz!
Minha alegria pela vitória da Irlanda — apesar do Viktor Krum (ídolo de Ron) ter apanhado o pomo, encerrando a partida antes que a derrota da Bulgária se tornasse vergonhosa — era compartilhada por Diggory, que, em um momento de empolgação, me abraçou e afundou seu rosto em meu pescoço, deixando um leve beijo em minha pele.
Aquilo fez a minha noite ainda mais emocionante.
Quando Cedrico se afastou e nossos olhos se encontraram, eu senti um choque elétrico percorrer o meu corpo. Porém, antes que pudéssemos aproveitar aquela sensação, um grito horrível soou em nossos ouvidos e ao fundo a multidão começou a correr para todas direções.
A última coisa que pude ver antes de ser levada para fora dali foi o rosto de Cedrico, preocupado, e seu braço esticado em minha direção, tentando me segurar.
Braços e pernas batiam contra meu corpo, apressados para fugir do estádio de quadribol. Meu corpo estava sendo arrastado pelos braços fortes de Ron, suas mãos fechadas firmemente ao redor do meu pulso.
Eu não estava entendendo o que estava acontecendo, até que meus olhos se voltaram para o céu, onde uma enorme marca se alastrava entre as estrelas: a Marca Negra.
Voldemort a tinha conjurado? Os Comensais da Morte estavam aqui conosco? Onde estava o restante da família Weasley? E Harry, ele estava seguro?
Eram tantas perguntas, mas não havia tempo de dizê-las em voz alta. Ron me puxava, determinado. Ele provavelmente sabia para onde devia me levar, pois em momento algum olhou para os lados.
Tirei sua mão do meu punho e decidi entrelaçar nossos dedos. Essa não foi uma escolha romântica, foi puro instinto. Ron olhou para mim, sua testa franzida de preocupação, e voltou a abrir o caminho, que agora eu reconheci como sendo o morro onde a Chave de Portal que utilizamos nessa manhã nos deixou.
Ao redor da bota encardida, vi o restante dos irmãos Weasley. Porém, não encontrei Harry.
— Onde está o Harry? — gritei desesperada, para que Ron pudesse me escutar. — Essa é a Marca Negra! Harry deve estar em perigo! Precisamos ajudá-lo…
— Meu pai deve estar com ele, — a voz de Ron falhou e ele olhou ao seu redor, enxergando nada além da escuridão e de pequenas chamas distantes, onde ficava o espaço das tendas. — Ele mandou que viéssemos para cá imediatamente.
Eu engoli em seco e olhei para Gina, Fred e George. Eles pareciam tão assustados quanto eu. Ron estava mais energético, como se estivesse ponderando voltar para a multidão à procura de Harry.
— Se você for, eu vou junto — sussurrei, prevendo o que Ron estava planejando.
— Vamos aguardar mais um pouco. Tenho certeza de que meu pai está com ele.
Minutos se passaram e a sombra da caveira com uma serpente saindo de sua boca continuava no céu. Nada de Harry. Nada do senhor Weasley. Ao meu lado, Gina chorava em silêncio e Fred e George a abraçavam. Ron batia o pé esquerdo contra o chão, os olhos fixos nas árvores.
De repente, o som de folhas sendo pisadas e de galhos sendo afastados soou do nosso lado direito. Saindo entre as árvores, um garoto alto e de camisa verde servia de apoio para um outro garoto menor e de vestes de trouxa, que mancava e tinha uma linha de sangue escorrendo de sua testa.
— Harry! — Gina gritou e correu na direção dos dois, parando próxima de Potter para analisá-lo. — O que aconteceu?
— O senhor Weasley me direcionou para onde eu deveria encontrá-los e ele se reuniu com o restante dos funcionários do Ministério. — A voz de Harry soou cansada, como se ele tivesse corrido uma longa distância. — Logo na entrada da floresta, eu tropecei em um galho e meus óculos se quebraram. Para melhorar, acabei sendo pisoteado por alguns bruxos. Cedrico me encontrou e me ajudou.
Diggory levou Harry até nós e então o colocou no chão. Potter respirou fundo várias vezes e então olhou para Ron:
— Seu pai pediu que voltássemos para a Toca sem ele. Aparentemente, ele terá de lidar com todo o caos instaurado pelos Comensais e só voltará amanhã de tarde para sua casa.
Ron engoliu em seco e estendeu a mão para ajudar Harry a se levantar:
— Estão todos bem? — Ron olhou para cada um de nós, parando um segundo a mais em mim, e quando todos disseram que sim, ele apontou para a bota com a cabeça. — Então vamos embora.
O Embarque
Após o evento trágico da final da Copa Mundial de Quadribol, os pais de Ron ficaram mais preocupados com a segurança de todos nós, principalmente agora que iríamos para Hogwarts.
— Tenho plena confiança de que Dumbledore irá protegê-los enquanto estiverem em Hogwarts — Molly falou, enquanto observava Arthur, Gui e Carlinhos colocarem nossos malões no carro. — Mas tenho medo do que pode acontecer fora do castelo. Por isso, não quero vocês perambulando sem a presença de um professor ou monitor-chefe, entenderam?
Eu, Gina, Ron, Fred, George e Harry assentimos como filhos obedientes. Eu não estava com medo, mas a senhora Weasley tinha razão, Ron e Harry tinham o dom de se meter em lugares errados e em momentos piores ainda.
— Muito bem, vamos nos separar em grupos, mas todos nos veremos uma última vez na plataforma nove três quartos. — Molly apontou para Carlinhos. — Filho, vá com Gina e pela rede de flu até o Caldeirão Furado e de lá pegue o meio de transporte trouxa até a estação. Gui, vá com Fred e George em sua moto. Eu e seu pai levaremos as malas, corujas, Harry e Ron de carro.
Todos nós assentimos e cada um foi para seu respectivo lado. Gina e eu seguimos Carlinhos até a sala de estar da Toca. Eu observei a casa uma última vez, suspirando grata pelas memórias que fiz ali, e então me posicionei entre as chamas verdes da lareira. Carlinhos estendeu o pote com as cinzas e deu uma piscadela para mim:
— Não se esqueça de dizer em alto e bom som!
Sorri para ele e peguei um punhado de cinzas. A noite anterior foi uma montanha-russa de emoções e eu mal podia esperar para chegar em Hogwarts, onde eu tinha certeza de que teria alguma paz. Pelo menos, é o que eu acho.
— Caldeirão Furado! — falei de forma clara ao soltar o punhado de cinzas, que queimaram em chamas verdes.
Senti meu corpo ser transportado para longe da Toca, mas meu coração estava tranquilo, pois logo naquela tarde eu chegaria em minha outra casa: Hogwarts.
— Tenho plena confiança de que Dumbledore irá protegê-los enquanto estiverem em Hogwarts — Molly falou, enquanto observava Arthur, Gui e Carlinhos colocarem nossos malões no carro. — Mas tenho medo do que pode acontecer fora do castelo. Por isso, não quero vocês perambulando sem a presença de um professor ou monitor-chefe, entenderam?
Eu, Gina, Ron, Fred, George e Harry assentimos como filhos obedientes. Eu não estava com medo, mas a senhora Weasley tinha razão, Ron e Harry tinham o dom de se meter em lugares errados e em momentos piores ainda.
— Muito bem, vamos nos separar em grupos, mas todos nos veremos uma última vez na plataforma nove três quartos. — Molly apontou para Carlinhos. — Filho, vá com Gina e pela rede de flu até o Caldeirão Furado e de lá pegue o meio de transporte trouxa até a estação. Gui, vá com Fred e George em sua moto. Eu e seu pai levaremos as malas, corujas, Harry e Ron de carro.
Todos nós assentimos e cada um foi para seu respectivo lado. Gina e eu seguimos Carlinhos até a sala de estar da Toca. Eu observei a casa uma última vez, suspirando grata pelas memórias que fiz ali, e então me posicionei entre as chamas verdes da lareira. Carlinhos estendeu o pote com as cinzas e deu uma piscadela para mim:
— Não se esqueça de dizer em alto e bom som!
Sorri para ele e peguei um punhado de cinzas. A noite anterior foi uma montanha-russa de emoções e eu mal podia esperar para chegar em Hogwarts, onde eu tinha certeza de que teria alguma paz. Pelo menos, é o que eu acho.
— Caldeirão Furado! — falei de forma clara ao soltar o punhado de cinzas, que queimaram em chamas verdes.
Senti meu corpo ser transportado para longe da Toca, mas meu coração estava tranquilo, pois logo naquela tarde eu chegaria em minha outra casa: Hogwarts.
FIM.
Nota da autora: Oi! Espero que tenha gostado de Summer With The Weasleys e de ter passado um pedacinho de suas férias ao lado dessa família tão querida! Quero agradecer a todos por terem chegado até aqui e dizer que (se tudo der certo) eu tenho planos para escrever uma continuação para história e dar seguimento aos nossos personagens em Hogwarts durante o Campeonato Tribruxo.
Se você quiser se aprofundar ainda mais na história, tem a playlist de SWTW (é só clicar no link do Spotify) e você pode me seguir no Instagram para ficar de olho nas novidades!
Ah, e não esqueça de deixar um comentário, suas opiniões e surtos!
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Blast from the Past
Nota da Scripter:
Aiai, que fanfic mais gostosinha! Que o Rony é o Weasley mais lerdo, não surpreende ninguém, não é mesmo? Hahahah, no aguardo da continuação!!!!
Porém, não nego que bateu o ciuminho de ver o Ced hauisdhuiashd, no mais, ME MANDA A SEGUNDA PARTE QUE VOU AMAR SCRIPTAR!!!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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Nota da Scripter:
Porém, não nego que bateu o ciuminho de ver o Ced hauisdhuiashd, no mais, ME MANDA A SEGUNDA PARTE QUE VOU AMAR SCRIPTAR!!!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.