Última atualização: 25/03/2019

Prólogo

We keep this love in a photograph
We made these memories for ourselves.
Narradora

Frustrada. Irritada. Chateada.
Eram algumas palavras que podiam definir no momento. Pegando uma fotografia lágrimas vieram em seus olhos, uma foto deles depois do primeiro aniversário do Ben, eles estavam tão felizes não deixavam o casamento cair na rotina e para aproveitar decidiram voltar ao Caribe, onde foi sua lua-de-mel, agora com seus filhos. Lembrou-se da primeira vez que Jasmine a chamou de mãe, ela não poderia estar mais feliz, a relação com a menina só melhorava, mesmo depois de sete anos ela ainda vibrava cada vez que a garota a chamava de mamãe. Não podia esquecer-se do Ben, o garoto que agora tinha seis anos recém-completados, que apesar de ser adotado era a cópia fiel do , até mesmo na forma de defender a irmã mais velha, que já estava virando uma mocinha, dos garotos.
Escutou passos próximos então colocou rapidamente a fotografia de lado e enxugou as lágrimas.
— Mamãe? — A voz de sono da Jasmine quebrou o silêncio da cozinha. — Tudo bem? — Ela perguntou olhando para a mesa feita e sentou-se ao lado da mãe.
— Tudo bem, meu anjo. — Respondeu forçando um sorriso para a filha. — Aconteceu algo?
A menina negou com a cabeça olhando a fotografia ao lado da mãe. — Só estava com sede.
— Ben está dormindo? — Perguntou à filha, ela amava a presença da Jas, mas precisava ficar sozinha.
— Uhum. — Jas respondeu. — Ele não chegou, não é mesmo? — Questionou em tom mais baixo.
Sem condição de responder depois de ser desarmada dessa forma, apenas assentiu. Ela não queria que os problemas com interferissem na relação dele com os filhos, e ela sabia que por ser mais apegada à ela Jasmine iria querer tirar satisfação com o pai, de certa forma se sentia culpada pela garota sempre tomar suas dores e querer brigar com , mesmo amando a Jasmine como se a tivesse carregado no próprio ventre ela era apenas filha dele, por mais que doesse admitir.
— Mãe, vamos subir. — A garota se levantou e segurou a mão de . — Você precisa descansar já são duas da manhã.
— Ei, a filha aqui é você! — brincou para descontrair o momento. — Vamos lá garotinha, te colocarei na cama.
Elas subiram a escada em meio a brincadeiras e ao chegar ao quarto da filha, esperou ela se deitar para plantar um beijo em sua testa. — Boa noite meu amor, durma bem.
? — Estranhou a garota chamar por seu apelido depois de tanto tempo. — Eu sei que meu pai está errado, fico triste quando ele se esquece dos nossos compromissos também, mas ele te ama muito, nunca duvide disso. — sentou-se ao lado da filha dando-a um sorriso fraco. — Eu poderia ser pequena na época, porém via a quantidade de mulheres que entravam e saiam da vida do papai, ele nunca tratou nenhuma como lhe tratou, até mesmo a forma de olhar.
— Eu também o amo muito Jas, assim como amo você e seu irmão. — disse fazendo cafuné na garota — Porém a vida de adulto é complicada, relacionamentos mais ainda. — A filha apenas assentiu. — Podemos dormir?
— Boa noite mamãe. — A garota respondeu sorrindo. — Te amo!
— Eu também te amo Jas. — Respondeu antes de fechar a porta atrás de si. Passou no quarto de Benjamin para ver se estava tudo bem como de costume, o garoto dormia sereno o que a fez sorrir e beijá-lo na testa da mesma forma que fez com Jasmine e sussurrou. — Eu te amo Ben.
Parou no corredor observando a porta do seu quarto, o lugar que até certo tempo atrás era seu ninho de amor agora se tornara o point das brigas. Abriu a porta e olhou para o criado-mudo sorrindo inconscientemente ao ver outra foto, uma dela, e as crianças na casa de campo da família , eles estavam próximos ao lago e até Snow estava na foto, seu sorriso aumentou ao lembrar do cachorro que teve que ficar uma tia de por causa da alergia de Ben. Seguiu para o banheiro, precisava tirar a maquiagem e relaxar com um banho quente, suspirou quando se olhou no espelho, retirou o vestido cor de vinho que usava, a intenção era o seu marido tirar o vestido e eles terem uma noite maravilhosa como sempre acontecia nos jantares de casal que eles planejavam, mas isso não ocorreu.
Depois de um banho relaxante se deitou na cama olhando para o lado vazio, ela já estava cansada dessa situação e achava que tinha algo acontecendo, nunca deixou a família em segundo plano por causa do trabalho e a primeira lágrima solitária escorreu quando imaginou que ele tivesse outra. Ela nunca foi uma fraca e odiava se sentir assim, virou-se para o lado oposto e ficou pensando sobre a vida até ouvir barulhos no andar de baixo, obviamente tinha chegado e não demorou muito para ele adentrar o quarto. Ela tentou fingir que estava dormindo para evitar o marido e ficou aliviada ao ver que ele não tentara acorda-la, olhou para o relógio quando escutou a porta do banheiro sendo fechada, exatamente quatro horas da manhã, bufou irritada e fechou os olhos até sentir a cama afundar ao seu lado indicando que se deitara.
? — Ele chamou após se virar para ela. Com os batimentos acelerados ela tentara ficar o mais serena possível, o quarto escuro ajudava e logo desistiria de obter uma resposta. — Eu... — começou falar, porém se conteve. Oras, ele realmente tentaria algo sendo que ela estava dormindo? — Boa noite. — sussurrou mais para si do que para esposa que até então pensara que estivesse dormindo.
Rapidamente o dia clareou e se levantou para preparar o café das crianças, notou que seu marido ainda dormia ao seu lado e sentiu vontade de bater nele por ser tão lindo até dormindo, o semblante angelical quase a fazia esquecer-se de todas as falhas dele. Lembrou do momento em que ele deitou ao lado dela e começou dizer algo, um traço de curiosidade transpareceu em seu semblante, o que ele falaria para ela? Explicar-se-ia? Mais desculpas sobre reuniões e mais reuniões? Ou desta vez ele teria uma explicação plausível?
Mandou mensagem para Alexa avisando que iria para o restaurante hoje, St. Patrick agora possuía uma filial, tinha se tornado um restaurante bastante conceituado e depois de se casar ela resolveu parar de trabalhar todos os dias e na cozinha, ia apenas três vezes à semana e em horários que as crianças estivessem compromissos, como nas terças e quintas que Jasmine além da escola tinha aula de ballet e esgrima e Benjamin tinha natação e judô. Como precisava esquecer os problemas ela abriria uma exceção hoje e trabalharia pela manhã e uma parte da tarde depois de deixar as crianças na aula de reforço.
Entrou no quarto da filha e já a encontrou pronta, o problema para acordar era Benjamin. — Bom dia mãe, dormiu bem? — Disse Jasmine penteando o cabelo. — Meu pai está em casa?
assentiu e deu um beijo na testa da menina. — Bom dia, filha. — Antes de sair do quarto lembrou à filha sobre a aula de reforço. — Não demore Jasmine, você irá para escola e não à um concurso de beleza! Desça rápido para o café. — Disse fechando a porta atrás de si e sorrindo ao entrar no quarto do Ben e o ver sentado na cama resmungando antes de se abaixar e calçar os sapatos.
— Bom dia filho. — Disse e deu risada da cara mal humorada do filho. — Não demore, ok?
Ele afirmou com a cabeça. — Mamãe? — chamou antes que a porta pudesse ser fechada. — Faz panquecas com mel para mim? — Ela assentiu rindo.
Antes de descer notou os movimentos em seu quarto mostrando que já estava acordado, ela ainda não sabia como encará-lo. Desceu e começou preparar o café, o cheiro das panquecas estava ótimo e ao ver passos na cozinha imaginou ser o filho e virou sorrindo, desmanchando-o logo depois de descobrir de quem se tratava os passos.
— Oi. — arrumava a gravata e olhava para sorrindo de lado. — Bom dia.
— Bom. — respondeu simplesmente.
— Carinho... Sobre ontem, eu... Bom, eu posso... Desculpe-me. Eu juro que tentei sair mais cedo, mas... — Ele começou se explicar e virou-se irritada fazendo sinal para que ele se calasse.
— Eu não quero saber . — Ela disse e ele engoliu seco, ela o chamava de quando estava muito, muito irritada. — Eu estou cansada. Cansada !
— Me deixe explicar, amor. — Ele tentou se aproximar, mas foi impedido por ela. — me escuta, eu não posso deixar meu trabalho e pessoas na mão por um capricho seu.
— Mas deixar sua família na mão você pode? — Ela questionou irritada. — Estou cansada de constantemente ser colocada em segundo plano, o que está havendo ? Você não era assim!
— Oh sim, claro, a culpa em querer dar uma vida boa para minha família é completamente minha! — Ele disse irônico. — Se eu faço tudo isso é porque quero o melhor para vocês.
— Não , não me venha com essa história novamente! — Ela o interrompeu. — Você já parou para pensar que esse melhor não seja realmente melhor?
— Não é isso que você diz quando te dou joias e sapatos de grife. — comentou pegando a xícara e pondo café.
o encarou surpresa. — Você é um imbecil! — Virou-se novamente para a panela a sua frente. — Você sabe que eu não estou falando de coisas materiais, . — Falou em tom mais baixo, ele realmente a tinha magoado. — Eu não sei mais se consigo segurar isso sozinha.
— Como assim segurar sozinha? — se levantou e foi para perto dela. — No que está pensando?
Antes que pudesse responder as crianças entraram alheias, ou assim achavam, ao clima tenso que estava instalado da cozinha.
— Oi papai. — Ben correu abraçando o pai. — Vamos jogar bola amanhã?
— Bom dia. — Jasmine disse seca, oh sim, ela estava irritada com e parece que estava sentindo o clima tenso. — Oi. — Respondeu o pai e forçou um sorriso quando ele beijou sua testa.
— O café está pronto. — avisou baixo terminando de arrumar a mesa. — Crianças não demorem eu levarei vocês.
— Não precisa, eu levo as crianças. — disse.
— Eu irei sair, é caminho. — respondeu rígida. — E você tem o seu trabalho. Não iria querer se atrasar, não é mesmo? — Perguntou irônica e apenas assentiu.
— Mãe, nós vamos almoçar o gatô que a senhora fez ontem? — Ben quebrou o silêncio. — Papai você ama gatô, não é?
— Sim garotão! — respondeu sorrindo e olhou para que estava de cabeça baixa cortando a panqueca. Ela tinha feito o prato favorito dele e ele a tinha deixado esperando, não tinha desculpas para aquilo, e sabia que ela não entenderia o motivo real, mas ele precisava fechar o contrato com a empresa em Londres e aquele era o único momento, com tantos problemas na empresa do pai e em sua empresa que mal se lembrara do compromisso com a mulher.
levantou antes de terminar e foi em direção a pia depositando seu prato. — Crianças? Vocês ficarão com vovó Diana essa noite, certo?
— Mãe! — Jasmine resmungou. — Você disse que iriamos assistir ao filme hoje.
— Eu irei dar umas aulas de culinária na escola de uma amiga. — se explicava para a garota. — Será apenas por três meses e duas vezes por semana meu anjo, terei muito tempo para assistir quantos filmes quiser.
a olhara como quem pedia uma explicação mais concreta, desde quando ela fazia compromissos sem conversar com ele, não que ele exigisse, mas a relação deles sempre foi à base de conversas antes de tomar quaisquer decisões. ao perceber o olhar do marido sobre si tentou ignorá-lo ao máximo, enquanto terminavam o café.
— Já estou indo. — desceu as escadas encontrando e os filhos na sala terminando de se aprontar. — Tem certeza que não quer que eu leve as crianças?
— Sim. — Respondeu a mulher sem olhar para ele. — Tchau.
Murmurando algo afastou para despedir-se dos filhos e cravou uma luta interna sobre ir ou não dar um beijo em como geralmente fazia, achou melhor não fazer e limitou-se a dar um aceno.


Daylight

This is our last night but it's late
And I'm trying not to sleep.
Por

O dia no restaurante foi corrido, assim como para na empresa, e o fato do pai estar querendo se aposentar só pioravam as coisas, mesmo tendo o trabalho dividido com os irmãos, tecnicamente ele era dono de duas empresas.
— Vamos sair hoje à noite? — perguntou Alexa entrando no meu escritório. — Deixei o Nathan na casa da Noah, meus pais estão lá...
— Não vai dar amiga. — Respondi sem tirar os olhos do computador.
— Vamos , por favor! — Insistiu. — Deixe as crianças com seus pais ou com a Diana.
Finalmente olhei para minha amiga que estava com a cara de cachorro sem dono. — Eles já irão para casa da Diana. — Dei risada. — Eu tenho que dar aula hoje Alê, lembra que Andie abriu um curso de gastronomia? Então, eu darei algumas aulas lá.
— Que merda, ! — Alê resmungou. — Nós precisamos sair, colocar as novidades em dias e falar mal dos nossos !
— Se for assim você precisará de um longo tempo livre. — Sorri tristemente — Tenho muito a falar do meu ...
— Vamos mudar de assunto... — Alexa cortou ao me ver cabisbaixa. — Como está o tratamento?
— Está indo bem, mas não sei se quero continuar. — Respondi mordendo o bocal da caneta. — Quando descobrimos que havia chances de engravidar estávamos em uma fase boa do casamento, já faz quase dois anos que venho tentando, e olha que eu sigo o tratamento corretamente, e nada! — Disse chateada. — Agora que a situação está nesse pé eu não sei se uma criança seria... Bom, não sei explicar.
— Talvez um bebê seja a solução para isso . — Tentou me alegrar. — Não dizem que são os filhos que salvam casamentos em ruínas?
— Nem sempre... Eu tenho medo que os exames não estejam corretos, tenho medo de me iludir mais a cada dia achando que em algum momento poderei ter um filho, gerado por mim. Tudo que eu passei anos acreditando foi apenas um resultado equivocado, quem sabe ele também não é um resultado equivocado?
Antes que a conversa se prolongasse nossos telefones tocaram na mesma hora, cada qual teve que revolver seus problemas e logo depois retomar o trabalho. No final da tarde antes de seguir para o prédio onde daria aulas tinha ligações perdidas do , não quis retornar, obviamente ele iria perguntar sobre o novo trabalho.
Não demorei muito a chegar ao local que Andie indicou, quarenta minutos antes, para ser mais exata, liguei para minha amiga avisando que estava a sua espera e liberaram minha entrada no estacionamento.
— Muito, muito obrigado mesmo ! — Disse Andie assim que abriu a porta abraçando-me fortemente. — Eu sei o quão corrida é sua vida e você arrumou tempo para me ajudar.
— Amigos são para isso, não? — Respondi retribuindo o abraço. — Me diga o que preciso fazer!
Andie explicou os temas que deveria abordar na aula e entregou a lista de alunos daquela turma, antes de entrar na sala liguei para Diana querendo ter notícias das crianças.
— Boa noite. — Disse envergonhada ao entrar na sala, não estava acostumada com aquilo. Um coral de “boa noite” em resposta foi ouvido. — Me chamo e sou uma das donas do St. Patrick, darei algumas aulas para vocês e bem, eu não estou acostumada com isso então precisarei da compreensão de todos. — Completei rindo.
— Teremos que nos apresentar? — Um homem baixo perguntou com voz delicada.
— Claro, eu preciso conhecer vocês. — Respondi sorrindo — Poderia começar?
— Me chamo Michael, Mikey para os íntimos, tenho vinte quatro anos e estou muito triste de ser o único homem da turma. — Falou homem fazendo um sinal de aspas com os dedos, comprovando as suspeitas de que era gay para .
— Bom, pode ficar feliz que de acordo com a lista você não é o único homem da turma. — Comentei divertida dando uma piscadela para ele.
Eram poucas horas de aula e rapidamente finalizei o plano da aula do dia, logo engatei uma conversa com os alunos.
— Professora? — Uma garota chamada Lauren, mais nova da turma a chamou.
— Me chamem de , por favor. — Disse fazendo careta — Vou me sentir uma velha se vocês continuarem me chamando de professora, lembro das minhas professoras velhas e sem humor. — Falei fazendo todos rirem.
. — Lauren frisou o apelido — Perdão o questionamento indiscreto, mas você é casada?
Sorrindo acenei com a cabeça. — Sim, sou casada e tenho dois filhos.
— Uau! — Denise, uma das mais velhas da turma, falou — Como manteve seu corpo? Olhe para mim, apenas com um filho me acabei. — Deu risada.
— Bem, um é adotado e a mais velha é minha enteada. — Disse sem graça e ouvi murmúrios de desculpas — Não precisam se desculpar, eles são meus filhos. — Ri para descontrair.
Uma batida na porta me fez olhar para porta encontrando Andie com um cara não muito alto e forte.
— Um aluno atrasado para você . — Disse entrando sendo acompanhada do homem — Ele te explicará o motivo do atraso.
— Olá, professora. — O homem dono de uma voz grossa disse sorrindo.
— Pode me chamar de . — Disse envergonhada, ele me olhava como se estivesse analisando uma presa.
. — Disse lentamente — Prazer.

[...]


Por

Passava das vinte e três horas e não atendia as minhas ligações isso me deixara muito irritado. Já estava a caminho de casa e lembrei-me que as crianças dormiriam na casa de minha mãe, e decidir ligar para saber como estavam.
— Oi mãe, é o . — Disse assim que ela atendeu.
— Oi filho, como está? — Ela perguntou — Está tudo bem? Aconteceu algo? Foi com ?
— Ei, dona Diana, se acalme! — Ri do jeito preocupado da minha mãe, coisas típicas — Estou bem, só liguei para saber das crianças, e não sei se aconteceu algo com , ela está me ignorando.
— O que você fez ? — Perguntou a mais velha em tom de reclamação.
— Por que eu teria feito algo? — Disse indignado. — Me esqueci do nosso jantar porque estava fechando negócios, não vem ao caso... — Tentei mudar o foco do assunto — Como estão as crianças?
— Depois precisamos conversar, mocinho. — Ela continuou e resmunguei. — Já estão dormindo, chegaram cansados e ainda fomos ao parque.
— Tudo bem... — Respondi triste, pois queria falar com meus filhos. — Mãe, preciso desligar já estou chegando em casa. — Disse estacionando e notando que o carro de não estava lá. — Te amo! Cuide-se.
Caminhei pela casa sozinho, odiava me sentir assim, passara o dia todo pensando sobre o que falara. Fiquei muito mal por não estar dando a assistência adequada para minha própria família, tirei o paletó deixando-o na poltrona e fui procurar meu vinho favorito na adega, voltando para me sentar no sofá.
Não demorou muito para que pudesse ouvir o ranger da porta e os passos delicados de , continuei bebericando o vinho olhando para um ponto fixo a minha frente.
— Oi. — disse ao entrar na sala. — Não sabia que chegaria tão cedo.
— Oi. — Respondi sem me virar. — Não sabia que chegaria tão tarde. — Ao ouvir a risada de incredulidade de finalmente me virei, olhando-a de cima a baixo. Oh, céus! Não existia um dia sequer que não agradecia à Deus por aquela mulher ser minha, ela era tão linda, por dentro e por fora. Meus pensamentos foram partidos quando sentou-se ao meu lado e pegou a taça quase vazia da minha mão.
Peguei a garrafa para que pudesse colocar mais vinho para minha esposa, logo depois de fazê-lo observei-a bebericando, então puxei seus pés até meu colo tirando o sapato alto e fazendo massagem em cada pé, sorri ao ouvi-la dar um pequeno gemido.
— Cansada? — Perguntei realmente curioso.
— Um pouco. — Respondeu sem me olhar e se inclinou no sofá para ficar em uma posição quase deitada — E você?
Ao parar de sentir as minhas mãos ásperas massageando seus pés ela abriu seus olhos e antes que pudesse fazer algo por causa da surpresa eu a beijei, um beijo violento, como se quisesse projetar nele tudo o que estava sentindo, a irritação por ela estar me ignorando, por eu não estar presente como deveria, e por fim, a frustração depois de uma semana de abstinência sexual, uma coisa rara entre nós. me beijava com a mesma intensidade, passando todas suas frustrações e irritações, seus dedos se prenderam na minha nuca arranhando e puxando alguns fios de cabelo, a dor era um afrodisíaco para mim quando vinha daquela mulher. Minhas mãos ásperas caminhavam de maneira bruta pelo corpo da morena, apertando-lhe os seios por cima do vestido, logo desci os beijos para o pescoço dando mordidas e pressionando meu quadril ao dela. — Minha. — Disse em seu ouvido, depois que ela gritou com a pressão exercida por mim em sua pélvis. Na verdade, não soube identificar se foi por causa da mordida que havia acabado de lhe dar ou porque tinha descido meus dedos até intimidade da mesma, massageando o clitóris com o dedão e penetrando superficialmente outros dois dedos ainda por cima da sua pequena e molhada calcinha.
— Você não teve ninguém para te satisfazer hoje? — Ela perguntou em meio a suspiros me deixando confuso.
Indignado com o que a mulher tinha dito, afastei a calcinha e penetrei os dedos - que antes estavam massageando superficialmente - fortemente fazendo-a arquear as costas, logo levei a outra mão para a sua nuca puxando seu cabelo e dando mordidas em sua área clavicular, que certamente ficariam roxas no dia seguinte, mas não se importava já que o prazer era maior. Muito menos eu, já que adorava marca-la para que todos soubessem que tinha dono. — Não estou entendendo, querida. — Respondi entre suspiros o comentário dela.
— Não se faça de desentendido, querido! — Ela resmungou em meio a gemidos e notou que já estava quase nua, se não fosse por sua calcinha - que não perdi tempo em rasgá-la em dois minúsculos pedaços fazendo minha esposa resmungar e se afastar para tirar seu sutiã jogando-o longe. — Você está muito desesperado. Sabia que era meu conjunto favorito? — Disse ofegando quando me afastou para tirar a calça — Te deixaram em abstinência, huh?
— Você. Só você me deixou em abstinência ! — Disse voltando a deitar por cima dela, agora apenas com camisa e uma cueca boxer preta. — Não há mais ninguém amor. — Cansado dos joguinhos e preliminares, sem dar um aviso prévio, esperar uma resposta ou algum rebatimento do que falou de , abaixei a cueca e penetrei-a fortemente arrancando um grito gutural de ambos. — Apenas você!
— Ninguém. — Eu dizia a cada estocada entre sussurros e vagarosamente para que ela entendesse — Só você ! — Diminuindo o ritmo das estocadas me virei ainda dentro dela, colocando-a sentada em meus quadris para apreciar melhor a vista do seu corpo.
No controle, subia e descia lentamente para me torturar, eu apenas a olhava com lábios entreabertos, ora ela rebolava, ora quicava deixando-me cada vez mais extasiado de prazer. Cansado da tortura rodeei minhas mãos na cintura dela ajudando nos movimentos, como era claramente mais forte eu a levantava e descia em ritmo mais rápido, arqueando os meus quadris ao mesmo tempo em que a puxava de encontro a minha pélvis adorando ouvir o barulho dos corpos suados se batendo. se ajeitou em meu colo, puxando meus cabelos e arqueando o busto em um pedido silencioso de atenção, que foi rapidamente entendido, logo abocanhava um seio, sugando-o como uma criança faminta, mordiscando e distribuindo selinhos molhados enquanto o outro se contentava com minha mão apertando e beliscando o bico turgido. Logo chegara ao ápice, após mais algumas estocadas também encontrei minha liberação.
— Cansada? — Perguntei deitando-a no sofá de bruços e plantando beijos e mordidas em suas costas.
gemeu e negou com a cabeça, mas decidiu reafirmar, pois imaginara que eu não prestava atenção em seu rosto — Não.
— Ótimo, pois também não estou nada cansado. — Disse virando-a de frente para mim novamente e descendo os beijos pelo vale entre seus seios, barriga, pulando para as coxas, o que a fez resmungar.
Ri mentalmente da reação da mulher erguendo o olhar para lançar um olhar de escárnio e só de vê-la nua, suada, vermelha e gemendo meu nome em um pedido para que desse atenção a sua intimidade, senti meu orgasmo próximo novamente. Subi os beijos para os lábios vaginais de e me afastei um pouco quando ela prendeu as pernas em meu pescoço apertando mais ainda minha boca contra sua intimidade molhada. — Gostosa. — Disse após sugar fortemente o clitóris inchado. Brincando como se estivesse beijando-a na boca, saboreava cada canto do interior de , nunca me cansava do seu gosto, e a saudade que estava deixava tudo ainda melhor, não demorou muito para que ela avisasse que estava perto do seu segundo orgasmo, fazendo-me endireitar e penetrá-la novamente, porém dessa vez queria tudo mais devagar para que aproveitasse o momento. O beijo se tornou calmo, respirações entrecortadas, suspiros, gemidos baixos, sussurros, pedidos de desculpas e declarações ao pé do ouvido de .
Fazia no mínimo uns dez minutos que já tínhamos chegado ao segundo orgasmo, estava deitada por cima de mim, como de costume ficava manhosa pós-sexo, mas estranhei a falta de reação da minha esposa. — ? — Chamei-a e não obtive resposta. — Carinho? Você está viva? — Disse rindo ao ouvir um murmúrio da mulher que ainda não se mexia. — Diga-me que não te machuquei, não quero sair desse sofá direto para um hospital, no máximo iremos para nossa cama.
— Deixe-me recuperar, ! — Ela disse manhosa finalmente aconchegando-se mais a mim.



Fire Bomb

You could’ve been a apart of a masterpiece
Fluid in the breaks was the last to leave
Thats the thing.
Por

Não sabia exatamente que horas tinha ido para cama, a única coisa que me lembrava era de carregando-me escada a cima estilo noiva, ainda estávamos nus e eu estava imobilizada já que meu esposo me segurava possessivamente pela cintura e sua outra mão descansava em minha bunda. Afundei o rosto em seu pescoço sentindo seu cheiro próprio, um tanto amadeirado, misturado com o maravilhoso cheiro de suor proveniente do sexo e sorri me lembrando da noite passada. Céus! Poderiam criar um perfume com o cheiro de , tinha certeza que seria o melhor do mundo, senti um aperto forte em minha nádega e um murmurar dele, apoiei o queixo de maneira que pudesse observar o seu rosto, ele ainda estava dormindo e eu continuei o observando. Cada pinta, cada fio da sua barba por crescer, cada minucioso detalhe, sorrindo sem graça minutos depois quando ele abriu lentamente os olhos e percebi que ele havia me chamado diversas vezes.
— Perdão, eu estava distraída. — Disse corada. Mesmo após anos de casados ele me deixava encabulada.
— Distraída com meu lindo rosto? — Ele questionou rindo. — Acontece sempre com pessoas bonitas isso. — Completou e dei um tapa no braço dele sussurrando um “convencido” — Bom dia, Flor!
Dei um selinho nele. — Bom dia, baby! — Sorri mais ainda quando ele mordeu meu lábio inferior — Vamos para o banho senhor sujinho?
— Só se a senhora sujinha me acompanhar. — Disse ele afastando a coberta e inclinando sobre mim de modo que estivéssemos ainda mais entrelaçados, sorriu sacana ao me ver arrepiada — Acho que ainda não estamos sujos o suficiente para tomar banho querida.
A mão de foi para o meu seio apertando-o, fazendo-me gemer antes que pudesse dar uma resposta — ... Baby, nós temos que... , amor, para... — Dizia em meio a suspiros e gemidos baixos enquanto a mão de seguia para minha intimidade e sua boca ocupava o local que sua mão esteve anteriormente.
Finalmente quando ajeitou seu membro de forma que me penetrasse profundamente. — como eu secretamente desejava. — O seu celular tocou, ele nem sequer se afastou de mim, imaginei que planejava ignorar e me afastei o deixando frustrado, sussurrei um “atenda, pode ser algo de urgente.” Logo me afastei da cama. - ainda nua. - e segui para o banheiro.

***



Por

Espero que tenha a porra de um bom motivo para ter me ligado há essa hora. — Disse depois de ler “Trenton” no visor.
Qual é bro, já passa das dez horas. — Trenton disse rindo. — Mamãe quer saber se você vem almoçar aqui hoje, bom, você e .
Eu iria, e com bom humor, se você não estivesse empatado minha foda! — Falei raivoso.
Eu ia lá saber que vocês estavam fazendo maratona de sexo? — Perguntou Trenton. — Volte para cama e vá aproveitar sua mulher.
Se você não faz isso com sua mulher, lamento. — Disse me levantando. — Não voltarei para cama, vou para o banheiro.
Após desligar o celular segui para o banheiro e sorri com a cena, cantarolava Dirrty de Christina Aguilera e dançava no ritmo da música o que era bastante sexy, meu querido companheiro que o diga. Sorri quando ela cantou uma parte em especial e senti meu corpo responder instantaneamente àquela indireta.
Table dancin', glasses are crashin'
No question, time for some action.

Entrando na parte de banho sem ser percebido pela mulher que balançava os quadris no ritmo. Assustei-a, fazendo ela dar um gritinho quando juntei meu membro duro em suas nádegas.
— Quer que eu te mostre a ação? — Sussurrei sensualmente. se virou entrelaçando as pernas na minha cintura fazendo com que nossas intimidades se encontrassem provocando gemido de ambos.
— Trabalho? — Ela perguntou em relação à ligação.
— O empata foda do Trenton. — Revirei os olhos. — Minha mãe nos chamou para almoçar lá.
sussurrou apenas “ok, nós vamos” e tentou descer do meu colo, o que não foi possível, pois a apertei pela cintura e beijei o pescoço dela mostrando que não pretendia parar ali.
Gonna get rowdy, gonna get a little unruly, get it fired up in a hurry. — Falei antes de beijá-la na boca e posicionar nossas intimidades. — Wanna get dirty, it's about time that I came to start the party, sweat drippin' over my body... — Por fim penetrando-a.

[...]


O meu humor estava ótimo, fazia o café da manhã — que estava mais para almoço — e me brigou ligar para Trent pedindo desculpas pela forma que o tratei e avisar que iriamos sim almoçar lá. Eu, é claro, acrescentei que iriamos, mas não chegaríamos cedo, fazendo Trenton rir e perguntar se voltaríamos para cama, pois assim não empataria a nossa “foda” novamente.
— Eu não acredito que você falou isso para seu irmão ! — Disse a mulher constrangida após a minha conversa com meu irmão. — Aposto que ele falará para Alexa e ela não me deixará em paz, babaca. — Resmungou me fazendo gargalhar, Alexa era insuportável quando queria e se tornava ainda mais quando tinha algo erótico no meio.
— Não menti, Flor. — Disse me aproximando dela que estava fazendo as panquecas. — Nós iremos transar em paz como dois coelhos no cio. Esse é meu plano e ele não empatará novamente. Eu e você sairemos satisfeitos dessa.
tentava a todo custo fazer o café sem causar um rebuliço na cozinha, mas as minhas mãos nervosas percorrendo todo seu corpo sem pudor algum não lhe permitia, por fim só tomamos café depois que a puxei para a parede mais próxima segurando-a como se fosse uma pluma, afastando nossas roupas as pressas e penetrando-a. Não a larguei pelos minutos seguintes e tomamos café em meio a beijos.
— Vai trabalhar hoje? — perguntou ao me ver no sofá esperando-a terminar de se arrumar para que pudéssemos ir para casa de minha mãe.
Demorei um pouco de responder, creio que a deixando em alerta, mas logo me virei para ela. — Não planejo, deixei tudo pronto essa semana para que não precisassem de mim.
— Ainda bem. — Ela disse sentando em meu colo. — Eu sinto sua falta, as crianças também.
— Eu amo muito vocês. — Disse pondo uns fios soltos atrás da sua orelha e alisando as sardas que tanto amava. — Me perdoe pelas falhas, eu só quero o melhor para vocês.
— Tudo bem. — Deu-me um selinho castro — Só não prometo aceitar se isso acontecer novamente. Vamos?
Fiz uma careta. — Precisamos mesmo ir? — Resmunguei quando ela se levantou e me puxou pelas mãos. — Poderíamos voltar para cama... — Disse abraçando-a por trás e colocando a mão por dentro do vestido dela até alcançar a pequena calcinha. — Sua bocetinha está molhadinha para mim, tem certeza que quer ir?


***


Por

As investidas de não foram aceitas, e agora ele acabava de estacionar o carro em frente à casa de seus pais com uma cara nada boa. — Sorria e nada de grosserias, ! — O adverti.
— Não precisa ficar ditando o que tenho que fazer. — Ele resmungou por ter levado esporro — Eu não sou mais criança!
Sorri tirando o cinto e me aproximando dele. — Na verdade, você está parecendo uma criança. Uma grande criança mimada que fica mal-humorada quando lhe é negado o seu doce preferido.
— Sim, foi-me negado o meu doce favorito. — Ele respondeu alisando o interior da minha coxa — Não há como ficar feliz com isso.
Antes que ele pudesse aproximar a mão da sua região favorita e começasse me beijar no pescoço, várias batidas na janela nos tiraram daquela bolha de excitação. Olhamos rapidamente para o lado apenas para ver uma mãozinha insistente batendo na janela, logo ajeitei o meu vestido e sai do carro sorrindo ao pegar nosso caçula no colo.
— Oi, meu amor, senti tanto sua falta. — Disse distribuindo beijinho por todo o rosto do garoto — Se comportou?
Sorrindo com o mimo ele apenas concordou com a cabeça e se virou para o pai. — Papai, você vai jogar bola comigo?
O coloquei no chão revirando os olhos. Homens! Mesmo os tendo fora somente por uma noite estava morrendo de saudade dos meus filhos e meu pequeno mal me dera atenção.
— Hum... Acho que sua mãe está com ciúmes, Ben. — disse rindo enquanto subíamos a escadas, entrelaçou nossas mãos e deu-me um beijinho de esquimó — Acho que nós deveríamos fazer uma série de cosquinhas para ela se sentir amada novamente. — Disse rindo o que me fez dar um tapa em seu braço.
Ben se aproximou abraçando-me nas pernas. — Eu também senti muitas saudades, mamãe, um tantão assim. — Disse enquanto me apertava mais e mais. — Só não senti saudades quando a vovó nos levou para o parque e me deixou comer muito doce.
Sorri ao ver Diana na porta nos esperando, ela revirara os olhos sussurrando: “crianças e sua mania de ser sincera!”. Entramos e fomos até o quintal, à cena era típica de um filme, a família reunida, assando carnes de hambúrgueres e curtindo a piscina.
Ao nos ver Jasmine saiu da piscina rapidamente ignorando os gritos de Emy. Abriu um largo sorriso ao ver as nossas mãos entrelaçadas, ela ficava muito mal com as brigas constantes, mesmo que tentássemos fingir quando ela e Benjamin estavam próximos, era notório o clima sempre tenso e a falta da troca de carinhos que ela se lembrava bem na época que namorávamos e até mesmo alguns anos após o casamento.
Logo engatara uma conversa com seu pai e seus irmãos. Eu estava no “Clube da Luluzinha” com Diana, Alexa e Cami, e as crianças brincavam na piscina, Nathan, ou só Nate, era a companhia perfeita para Ben e Emily para Jas. Todos se sentaram a mesa quando a comida finalmente ficou pronta, já passava das duas da tarde. Em meio a bagunça escutei o celular de tocar e ele rapidamente pedir licença para atender.
Com a demora Diana pediu para que fosse chamá-lo, as crianças reclamavam de fome e ela queria que todos almoçassem juntos. Adentrei a casa encontrando , ainda ao telefone, encostado no braço do sofá, ele não me vira, pois estava costas, me aproximei vagarosamente querendo pregar-lhe um susto, mas fiquei paralisada ao escutar a conversa.
Ela não pode saber Maggie. dizia — Bom, nós podemos ir na sexta, tudo bem?
Maggie? Quem era Maggie? Apenas se lembrava de Lucila a mais antiga e fiel secretaria de . Tudo bem, aquilo poderia ser apenas um encontro de negócios. Gostaria de pensar assim.
Eu estive em falta, não sei mais quais desculpas dar para por chegar atrasado. — respondeu ele apreensivo, passava a mão pela nuca como se tivesse fazendo algo de errado, isso não passou em branco, o conhecia a tempo suficiente. — Talvez se eu chegar cedo esses dias, na sexta eu poderei ver que barco que alugaremos sem problemas, creio que ela entenderá.
Eu não queria acreditar, se sentia otária por ter acreditado em . Me sentia usada, traída e milhares de outras palavras que não sabia descrever. Sem chão. Dei meia volta em direção ao jardim, passando antes no lavabo para ver meu estado, não queria demonstrar fraqueza, se achava que poderia me fazer de idiota estava muito enganado. Dois poderiam jogar aquele jogo, não?
— Onde está ? — Perguntou Diana ao me ver se aproximando.
— Ela já está vindo. — Dei de ombros — Podemos começar a comer? — Falei pegando o prato das crianças para os servir.
Não demorou para que se juntasse novamente a nós no quintal com um sorriso no rosto, o que me deixava ainda mais irritada. Ele sentou ao meu lado e me abraçou pela cintura, fiquei rígida e ele certamente estranhou meu comportamento robótico.
— O que houve? — Perguntou-me.
— Nada. — Respondi simplesmente sem o olhar — Deveria haver algo?
O restante da tarde foi repleto de tensão, todos perceberam a repentina alteração em meu humor, principalmente meu marido que tentara de tudo para descobrir o que estava havendo de errado. Mesmo desistindo das perguntas, não parara de tentar me mimar.
— Ei, você não está bem. — Camila se aproximou assim que tive um tempo sozinha na cozinha — Quer desabafar?
— Não há nada Cami, só estou cansada. — Suspirei.
Camila me observou por um tempo. — Tudo bem, se não quiser falar eu entendo, só não minta dizendo que está bem, quando claramente não está, . — Segurou minha mão — E todos estão achando que é algo relacionado à , o pior de tudo que ele parece não saber o motivo.
— Eles nunca sabem o motivo, não é mesmo? — Disse irônica.




Jealousy

So, no I know I should have treated you better
But me and you were meant to last forever.

Narradora

Quarta-feira. não tinha tirado do pensamento o telefonema, todos os dias após o ocorrido chegara cedo, isso a irritava profundamente e o pior, ele agia como se nada tivesse acontecido. Desde segunda-feira o evitara na cama, e sentia-se culpada por amar o fato do Benjamin pegar uma gripe, pois assim ele dormiria com eles. Porém, hoje não teria o Ben para ajudar já que iria dar aula e as crianças ficariam com Diana, tentara se arrumar o mais rápido possível para não precisar encontrar com , apesar de estar com raiva dele não tinha certeza se seria forte o bastante para recusar alguma investida, ele estava sedento por sexo e, bem, ela estava da mesma forma.
Tamborilava os dedos no volante enquanto tentava acompanhar uma música aleatória que surgiu no rádio, não demorou muito para estar estacionando o carro e adentrando o prédio para que pudesse esquecer dos problemas. Apesar de não ser uma cozinha como estava acostumada, dar aulas parecia um bom step para isso.
– Chegou cedo. – Disse Andie ao ver parada próxima a sua mesa – Oi.
– Hmm, nem percebi o horário. – Mentiu – Tudo bem?
Andie analisava várias papeladas e dividia a atenção para com ela – Tudo ótimo, só muito trabalho. – Disse levantando alguns papeis. – E contigo? As crianças e ?
– Estamos todos bem. – respondeu sorrindo e levantando da cadeira. – Eu acho. – Sussurrou antes de se afastar. – Bom, vou para sala dar uma lida no plano de aula, ok?
– Ok, , desculpa não te dar atenção. – Andie disse antes que a amiga saísse. – Me desculpe mesmo, estou tão atarefada.
respondeu com um “não tem problemas” amigavelmente e seguiu para sala. Sentia que precisava urgentemente arrumar algo para fazer, não conseguia tirar as palavras de da mente e isso a deixava mal. Entrou na sala perdida em pensamentos.
– Oi. – Uma voz grossa se fez presente na sala vazia, obviamente a assustando, pois não tinha visto ninguém quando entrara e agora analisava o homem que estava sentando no fundo da sala – Você entrou tão aérea que não quis me manifestar, tudo bem?
– Hum... Eu... Tudo bem. – Disse um pouco perplexa, jurava que a sala estava sem ninguém – Oi.
– Me desculpe se te assustei senhorita... – Disse ele tentando se lembrar do sobrenome. – Senhorita?
– Senhora . – Disse sorrindo acuada. – Porém, só , por favor!
– Tudo bem . – Ele disse sorrindo olhando-a de cima a baixo.
Era um sobrenome conhecido pensara ele, mas não se apegou a isso já que estava ocupado demais a observando morder os lábios e olhar para o papel a sua frente.
– Perdão, qual o seu nome? – Finalmente o olhou nos olhos.
– Parker. – O moreno que tinha leves traços de cubano, ou venezuelano talvez, respondeu. – Parker Hayes.
– Prazer. – Sorriu.
– O prazer é todo meu. – Ele falou e sorriu ao perceber que ela estava tímida. – Queria me desculpar pelo atraso da aula passada e saber o que perdi.
– Sem problemas. – Disse sentando. – Te darei a apostila que iremos trabalhar, não foi nada mais que a apresentação do assunto.
– Obrigado. – Ele respondeu e se sentou mais próximo dela. – Eu não imaginava que teria uma professora tão nova. – Deu risada sendo acompanhado. – Na verdade, eu imaginava que seria uma velhinha que me lembrasse a minha avó.
– Perdão se não sou o esperado. – fez graça, mais solta com a presença do homem. – Eu não imaginava que teria um aluno homem, ainda mais assim... Não me leve a mal, digo um homem mais velho.
Ele riu com o seu comentário. – Tem o Mikey. E bom, eu gostaria que falasse experiente no lugar de velho.
– Tudo bem. – Assentiu. – E bom, não sei se Mikey gostaria de ser enquadrado como homem.
– Seu sorriso é lindo. – Comentou fazendo-a corar pela segunda ou terceira vez na noite. – Perdão pelo comentário, é que você parecia tão triste ao entrar e é quase um pecado essa situação já que seu sorriso é lindo.
– Galanteador, huh? – Respondeu rindo e logo tentara mudar o assunto – Por quê escolheu esse curso?
– Bem, eu trabalho em uma empresa bastante conceituada, amo meu trabalho, mas sempre tive vontade de aprender cozinhar. – Ele explicou. – Na verdade, queria aprimorar meus conhecimentos.
– Nada sobre atrair mulheres? – Arqueou a sobrancelha. – Lembro que tinha vários desses na faculdade.
– As mulheres são um bônus, eu realmente gosto de cozinhar. – Respondeu. – Seu marido era um desses?
– Definitivamente não! – Disse lembrando-se da época que era apenas uma vizinha e ouvia os resmungos da Jasmine sobre as comidas ruins que fazia, geralmente nada saudáveis para uma criança, além das brigas com Diana sobre sempre comer em restaurantes. – Ele é um desastre na cozinha.
– Você o ama muito não é? – Ele perguntou e o olhou como se perguntasse o porquê daquele questionamento. – Me desculpe, é porque seus olhos adquiriram um brilho diferente ao falar dele. Não é da minha conta, não é mesmo?
– Sim, eu o amo muito. – Respondeu fitando a aliança. – Amor é pouco para o que sinto por ele, porém...
– Porém? – Ele questionou quando a frase morreu.
Antes que pudesse receber uma resposta os outros alunos começaram entrar e Parker rapidamente voltou para seu lugar dando-lhe uma olhada insinuando que a conversa continuaria depois.
Ele se mostrava interessado mesmo sabendo que era casada, oras, ele estava tranquilo com essa situação, não era a primeira vez que ele se interessava por uma mulher casada, ele sabia como lidar.
A aula seguiu perfeitamente, ela amava passar tudo o que sabia e imaginar cada aluno daquela sala com seu próprio negócio, era um tanto gratificante. Porém, o olhar penetrante de um certo aluno a deixara incomodada, mas não demorou muito para a aula chegar ao fim e aos poucos os alunos irem se despedindo, sentiu um alívio quando Andie entrou na sala impedindo que ela ficasse a sós novamente com Parker.

***

– Oi, meus amores. – cumprimentou os filhos que estavam assistindo um filme na sala. – Por quê não ficaram na casa de vovó Diana?
– Papai passou cedo por lá. – Respondeu Ben, já que sua irmã mexia no celular. – Bem cedinho mamãe, e a gente foi ao parque também. – Ele disse sorridente fazendo sorrir também. Tudo que deixava suas crianças felizes automaticamente a deixava feliz.
– Amanhã quero que me contem tudo! Agora os dois pra cama. – Disse e Ben levantou ou braços para que a mãe pudesse carregar. Manhoso igual , não perdia oportunidade de ficar agarrado com a morena.
Procurou pelo andar inferior e não o encontrou, subiu com Ben no colo e Jasmine ao seu encalço resmungando sobre ter que dormir já que a mesma não estava com sono, foi arrumar o Ben e deixou escovando os dentes enquanto ia procurar , ela não sabia como iria o olhar sem gritar e perguntar sobre a suposta traição, contou de um até dez entrando no escritório achando que ele estaria lá, estava errada.
– Onde está seu pai, Jas? – Perguntou ao ver a filha no corredor.
– No quarto, eu acho. – Ela respondeu e seguiu a mãe – Pai? – Disse ao entrar no quarto procurando . – Papai?
– Varanda! – Elas ouviram em um tom abafado. – Oi, meu amor. – Disse ao ver Jasmine – Oi, meus amores. – Riu ao ver adentar a varanda também.
– Só queria desejar boa noite. – Ela disse o abraçando. – Te amo muito papai, boa noite.
sorria com a cena. Era de praxe ela se derreter toda vez que presenciava momentos de carinho entre o marido e os filhos. – Boa noite meu anjo, durma bem. – Ele plantou um beijo na cabeça da menina. – Te amo muito mais, filha.
– Onde está o Ben? – Perguntou à esposa enquanto observava a filha sair do quarto, aproveitou para se aproximar dela.
– No quarto se preparando para dormir e... – Ela respondeu, porém foi interrompida por um beijo surpresa, mesmo não querendo retribuir, não queria se afastar.
– Mamãe? Papai? – A voz doce se fez presente entre eles.
Afastaram-se e olharam para o garotinho com um moletom de naves espaciais. bufou pela interrupção, mas logo se abaixou sorrindo para que pudesse desejar boa noite ao filho. saiu para colocar o filho na cama e ao voltar estava no banheiro, o celular dele tocou, não era seu costume atender, porém depois da conversa de dias anteriores ela não conseguiu conter a curiosidade. Ao pegar o telefone a chamada caiu, pôde ver o nome “Maggie” no visor, não demorou muito para receber uma mensagem, olhou para porta do banheiro notando que o marido ainda estava no banho, assim decidiu abrir e ler a mensagem.

Está com sua esposa? Desculpe-me ligar agora, mas queria confirmar sobre sexta a noite. Estou muito ansiosa , você vai amar o barco que eu escolhi, na verdade foram três, os mais românticos. Xx :)







Continua...



Nota da autora: Ok, acho que esse foi o primeiro capítulo quente de verdade que fiz... Estou reescrevendo a maioria dos capítulos, digam-me se estão gostando ou não, elogios ou críticas, estou aberta a tudo. Xo.


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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