Sussurros de uma noite inacreditável

Atualizada em: 24/12/2021

Capítulo Único

O despertar fora implacável, respiração descompassada dando a impressão de que não havia oxigênio suficiente na sala... Meus olhos foram aos poucos se acostumando ao ambiente, identificando objetos e acalmando aos poucos minha respiração irregular. Eu não tinha a mínima ideia de onde estava, mas eu sabia que estava ali por causa de Geto; embora não soubesse qual era o local e quanto tempo estava desacordada, havia escutado conversas enquanto estava inconsciente. O suficiente para me dizer que havia passado tempo demais ali, me sentei retirando tubos de meu braço esquerdo sentindo a tristeza transbordar…
Eu o havia procurado por anos, meu irmão mais velho havia se tornado um traidor; queria saber os motivos e razões que o levaram a agir desse modo, mas quando enfim o vi fui colocada para dormir. Aquilo machucava ainda mais a ferida não cicatrizada, Geto havia me deixado sozinha! Ele era a minha única família, nossos pais haviam morrido em confronto com maldições, mas isso poderia ocorrer a qualquer feiticeiro jujutsu, ser abandonada por ele era mais do que eu poderia suportar.
O ambiente estava escuro, não havia nenhuma luz com exceção ao aparelho que antes estava ligado ao meu corpo; testei a mobilidade de meus membros e se eu conseguiria utilizar minha habilidades como feiticeira. Após alguns minutos testando-me deixei a câmara, a porta de uma madeira espessa fora aberta com certa dificuldade. Os corredores eram ladeados por inúmeras portas, pareciam labirintos, ao ouvir sons de risos guturais me escondi na primeira porta encontrando Nishimya. Ela era uma das pessoas essenciais em minha vida, ela fora minha sênior antes de um acidente grave a impedir de prosseguir na carreira como feiticeira jujutsu. Nishimya era como uma figura materna, embora fosse alguns anos mais velha que eu, tal como Gojo, Nanami e meu irmão. Ela me deu suporte quando Geto me abandonou e Nanami quebrou o meu coração, foram circunstâncias extremas que se seguiram quase que uma após a outra. Me aproximei iluminando o caminho com uma chama, desfiz os talismã e amarras assim que verifiquei seu estado; aliviada por ela estar bem e sem qualquer dano a tirei dali. Se Nishimya estava no mesmo local que eu só poderia ser uma estratégia de meu irmão, ele sabia o que ela significava para Gojo.
Luzes e alguns enfeites natalinos eram vistos pela cidade e com a confinação do taxista, o qual conseguimos solicitar após escapar do local em que fomos aprisionadas, era noite de Natal! O aperto em meu peito se intensificou, alguns anos atrás havia preparado uma surpresa para Nanami neste dia; procurei manter minha face límpida sem qualquer traço que indicasse minha dor. O restaurante de Nishimya estava um desastre, eu sabia que isso tinha sido obra do meu irmão, Gojo surgiu testando-me para verificar se não era apenas uma ilusão projetada por Geto. Entre discussões e brincadeiras houve uma ceia, algo especial que acalentou meu coração ferido. O clima agradável ruiu com uma ligação de Nanami, nós havíamos nos reconciliado antes de meu irmão me sequestrar mas ainda havia tantas coisas não resolvidas entre nós, a insegurança quanto aos reais sentimentos dele…

" Estava abalada demais para lidar com Nanami. "

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Nishimya havia adormecido, ela passara boa parte da noite me distraindo com conversas e buscando me ouvir como uma mãe faria; mesmo que ela própria tivesse passado por momentos difíceis ainda assim me colocara deitada em ao seu lado enquanto ia aos poucos me fazendo abaixar a guarda. Incapaz de desligar minha mente sai para tomar ar fresco, era o início da manhã e o sol ainda não havia feito seu caminho pelo horizonte. O clima frio me fazia sentir que estava viva, em meu íntimo desejava rever Nanami mas eu não estava segura quanto a essa decisão.
Um carro estacionou em frente ao restaurante, e então tudo parecia estar em câmera lenta... Nanami e Gojo saíram do carro ao mesmo tempo em que o sol ia surgindo no horizonte.
— Akemi! — O tom de voz grave ressoou pelo meu corpo, meu coração encontrou um ritmo acelerado enquanto Nanami se aproximava.
Antes que eu encontrasse a minha voz, os lábios de Nanami selaram os meus, seus braços me envolveram em um abraço enquanto seu perfume inundava meus sentidos. A aveludez de sua boca contra a minha me fazia suspirar, suas mãos me seguravam com firmeza e ao mesmo tempo delicadeza. Um grunhido fez com que Nanami separa-se lentamente seus lábios dos meus, ainda mantendo seu braço ao meu redor ele encarou o responsável pelo barulho, cuja pessoa era Gojo Satoru.
— Eu entendo esse sentimento Nanami mas não está sendo precipitado quando ainda não pedira a autorização para estar com Akemi outra vez?! Você já a machucou uma vez, não quero ver Akemi-chan ferida por você novamente. — Ele estava sério agindo como a figura de um irmão e protetor.
— Assim como Nishimya é a sua razão para viver, Akemi é a minha. — Nanami deixou um beijo em minha testa antes de se curvar a Gojo. — Não irei cometer o mesmo erro outra vez,me permita ter Akemi como minha parceira outra vez.
Eu os observei atônita, Nanami não era alguém que se curvaria facilmente, principalmente se a pessoa para a qual tivesse que se curvar fosse Satoru, Kiyotaka sabiamente observava tudo no mais profundo silêncio dentro do automóvel; Gojo riu alto antes de se pronunciar.
— Como sempre uma figura extremamente séria. — Satoru sorriu com tranquilidade. — Não volte a machucar novamente.
Com isso ele me lançou uma piscadela antes de adentrar o restaurante; Nanami me observava com seus olhos topázios em sua face séria mas tão belamente esculpida. Eu nunca me cansava de observá-lo! Ele me ofereceu um sorriso cálido desfazendo a seriedade.
— Eu senti a sua falta. — Ele sussurrou em meu ouvido assim que me aproximei.
— Eu amo você. — O beijei rapidamente antes de seguir em direção ao automóvel de Kiyotaka.
Ele me seguiu pouco depois, da janela no segundo andar eu podia ver a figura de Gojo. Sorri para ele, Satoru riu antes de piscar um olho e deixar a janela provavelmente seguindo até Nishimya. Kiyotaka me saudou a sua maneira, Nanami estava com seu braço envolto de meus ombros enquanto conversava com Kiyotaka. Em algum momento do trajeto entre o restaurante de Nishimya e a casa de Nanami acabei caindo no sono, a maciez de um colchão e o calor corporal de alguém foi o que me despertou.
Kento respirava tranquilamente, sua face geralmente séria estava serena, as rugas entre seus olhos haviam suavizado. Deslizei minha mão por sua face como estivesse gravando-a nas pontas de meus dedos; havíamos encontrado tantas barreiras em nosso relacionamento, foram tantos obstáculos que nos marcaram de formas diferentes...e mesmo após tantas dificuldades ainda assim encontramos o caminho de chegar um até o outro. Sorri enquanto me perdia em meus pensamentos, me assustei ao sentir a mão de Nanami entrelaçar, o som de seu riso preencheu o quarto com calor. Meu sorriso se alargou, eu não achava que poderia amá-lo mais do que já o amava, mas ele sempre me surpreendia.
— Você deveria descansar. — O tomando grave dele natural se aprofundou por ter despertado a pouco tempo, aquela voz fazia as batidas do meu coração errarem o compasso.
— Eu estou bem. — Me deitei acima dele, pousando minha cabeça em seu peito desnudo. — Eu tenho tudo o que preciso diante meus olhos. — O provoquei piscando um olho enquanto passava a língua em meus lábios, ele acompanhou o movimento com seus olhos.
— O que eu faço com você?! — Ele me respondeu com humor enquanto invertia nossas posições, uma das pernas dele estava entre as minhas, seus braços o mantinha acima de mim.
— Adoraria receber meu presente de natal já que ficamos separados por tempo demais. — Meus olhos mantinham-se presos ao olhar intenso de Kento, enquanto passava minhas mãos por seu tronco.
— Não somos um dos casais mais românticos. — Ele afirmou com provocação, não éramos românticos mas nem por isso deixávamos de expressar o que sentíamos.
— Seu pedido ao Gojo me pareceu um ato bem romântico. — Devolvi a provocação dedilhando os músculos do abdômen dele.
— Ele não vai me deixar em paz pelo resto de meus dias por causa disso. — Ele baixou sua cabeça deslizando seus lábios pelo meu pescoço.
— Vou adorar ver este espetáculo. — Gargalhei ao sentir as mãos dele sobre áreas sensíveis que provocavam cocégas.
Uma batalha para me livrar das insistentes mãos de Nanami, ele me fazia rir enquanto me segurava no lugar sem qualquer dificuldade. Tentava me mover e o afastar mas em vão já que ao rir ficava sem forças para reagir, Nanami possuía um sorriso largo em seus lábios enquanto seus olhos brilhavam tais como turmalinas.
— Trégua, por favor. — Minha voz saiu baixa ofegante ainda rindo.
Ele me soltou apenas para me beijar enquanto sua mão elevava minha cintura enquanto a outra segurava minha face, eu não me importaria de passar o resto de meus dias nos braços dele. Seus lábios moviam-se com firmeza arrancando suspiros dos meus, seus dedos adentraram minha camisa dedilhando minha coluna antes de se espalhar entre minhas omoplatas me deixando ainda mais próxima dele; a boca deixou a minha movendo-se por minha face antes de seguir para meu pescoço.
— Posso aturar Gojo, posso suportar tudo contanto que você esteja ao meu lado. — Ambas as mãos dele seguraram minha face enquanto os olhos dele prendiam os meus em sua intensidade e calor.
— Sua forma de dizer que me ama é um charme sem igual. — O empurrei de encontro ao colchão me sentando sobre a cintura dele. — Mas é exatamente isso que eu amo em você. — Ergui as mãos de Nanami acima de sua cabeça entrelaçando-as enquanto me deleitava outra vez de seus lábios.
Toques firmes, roupas espalhadas e o encontro de duas almas tornando-se em uma... Não havia nada que eu desejasse mas naquele feriado tão mágico!




Fim.



Nota da autora: A long está sendo trabalhada então espero que tenham gostado dessas prévias, são pequenas mas possuem todo o meu carinho. Me digam o que acharam 💕

Ordem de leitura:

1. E se eu me importar ?
2. Sussurros de uma mente adormecida.
3. Sussurros de uma noite inacreditável.

Histórias relacionadas:

1. Não tenha medo esta noite.
2. Eu estou aqui.






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