Sussurros do coração

Última atualização: História finalizada

Capítulo Único

Ela não falara comigo a noite inteira, sua postura perante minha família fora impecável e suportara todos os comentários ácidos com elegância. e eu havíamos combinado de manter um relacionamento de fachada por três meses, apenas o suficiente para cobrir os feriados no final do ano. Ela havia comparecido às reuniões familiares, passara algumas noites e aqui estávamos agora.
No primeiro mês, a amizade construída entre nós era frágil, minhas atitudes foram alvo de seus comentários, e com razão! Eu não era uma pessoa muito fácil de se lidar, haviam barreiras construídas ao meu redor, conforme o que havia aprendido ao longo da minha criação. Foram grandes os obstáculos que enfrentamos para manter o relacionamento de fachada.
No segundo mês, a conversa entre nós se tornou mais profunda, compartilhamos nossos medos enquanto revelamos as partes mais feias de nossas personalidades.
Meu pai demorou a acreditar em nossa farsa, um homem rígido como o patriarca Akashi dominava o ambiente empresarial japonês por uma boa razão! Demonstrações castas de afeto foram acordadas entre nós, tive que criar uma versão minha apenas para esse relacionamento, mas aos poucos, em conjunto com sussurros de meu tolo coração, estava me perdendo nessa farsa… E estávamos justamente no último mês! Passado o feriado do início do ano, não estaríamos mais nesse tipo de relacionamento.
E eram esses irritantes sussurros que ocupavam minha mente naquela noite, meus olhos pareciam incapazes de desviarem de . Acompanhava a conversa de meus tios com acenos de concordância, alguns comentários ocasionais, mas meu olhar não foram lhe direcionados nem uma única vez!
A garota que eu conhecia superficialmente havia tomado meus pensamentos com mais frequência do que sequer admitiria! Era um acordo! Apenas uma desculpa para impedir meu pai de controlar ainda mais a minha vida! Um Akashi sempre sai vencedor em uma luta, mas naquela em específico fui o único a perder quando estava ganhando.

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Obrigatoriamente havia uma reunião entre meu pai e tios da qual eu tinha que participar - ocorria todos os feriados, como uma reunião de acionistas. Reuniões como essa me esgotavam, justamente por isso estava sentado em um dos bancos do jardim. Os arranjos e esculturas haviam sido escolhidos por minha mãe, da qual me restavam apenas fragmentos de lembranças.

— O que houve? — indagou sentando-se ao meu lado, seus olhos possuíam um olhar de preocupação genuína.
— O de sempre. — Ofereci um breve sorriso, voltando meu olhar para o céu encoberto por nuvens. A neve havia dado um tempo, embora o frio permanecesse.
— O jardim ainda permanece tão belo quanto no verão. — Ela comentou tentando me distrair.
— Tem algo que eu gostaria de te mostrar. — Me levantei, estendendo minha mão para ela.
— Preciso pegar minha bolsa? — Ela indagou curiosa.
— Não irá precisar. — A respondi, vendo-a apertar os lábios insatisfeita pela falta de informação. — Você irá adorar, seja paciente. — Ri do olhar de desagradado que recebi.
— Sempre tão reticente! — Ela me respondeu com acidez, o que me provocou ainda mais o riso.

A levei pelo jardim. Passando algumas árvores, escondido entre os arbustos, havia uma passagem. Desci a escadas, destrancando a porta e a auxiliei a chegar até a câmara. Dentro do recinto, havia um jardim completamente único.

— São poucos que conhecem este lugar. Meu pai havia pedido para construírem esse espaço para minha mãe já que ela sempre amou flores. — Segui até o centro do espaço em silêncio. — Minha mãe me trazia algumas noites aqui e me contava histórias enquanto observávamos as estrelas deste painel.
— Ela deve ter sido uma ótima mãe. — se aproximou, cobrindo a distância entre nós, seus olhos possuíam uma mensagem que eu ainda não havia aprendido a decifrar.
— Nos restam duas semanas… — Iniciei minha fala, me ouvia com atenção. — Embora o plano original fosse apenas três meses, eu não vejo razão em prosseguir com isso.

Ela se afastou em choque e parecia magoada. Cobri a distância entre nós e segurei ambas as mãos dela. Sem entusiasmo, ela olhou em meus olhos, e lhe ofereci um cálido sorriso.

— Não precisamos manter o acordo quando o que temos é recíproco. — Levei a mão dela aos meus lábios, deixando um casto beijo nela.
— Você está brincando comigo, Sei-kun?! — A desconfiança ainda era palpável.
— Eu não teria lhe mostrado esse lugar, caso estivesse mentindo, eu não lhe conto mentiras, minha cara. — Pisquei um olho enquanto levava minha mão em direção a face dela. — Acaso estou errado?
— Você de fato ama estar certo! — Ela riu, se divertindo. deitou sua cabeça em meu peito enquanto abraçava minha cintura. — Não me diga que planejou tudo isso?
— Não, dessa vez foi pura coincidência me confessar de forma tão clichê! — A assegurei, afagando os cabelos dela com suavidade. — Obrigado.
— Pelo o quê? — Ela elevou sua face, me indagando confusa.
— Por tudo. — Deixei um cálido beijo sobre a fronte dela.

Ela sorriu graciosamente. Deixei meus braços a envolverem, antes de inclinar minha face, pousando meus lábios sobre os dela. O Natal não fora um total fracasso, não quando eu a possuía ao meu lado!


FIM



Nota da autora: Eu simplesmente amo o personagem Akashi Seijuro em Kuroko no Basket, ele é retardado, como frio e indiferente, mas no final tem um grande coração. Eu gostaria que essa história aquecesse o coração de vocês. Obrigada a todos que chegaram até o fim da história 🎄💕
Boas festas ✨🎄🎆💖


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