Prólogo
Thomas Blake encarou seu reflexo no espelho observando sua vestimenta preta, passou a mão pelos botões de veludo de seu paletó, seus dedos um pouco trêmulos. Ele respirou profundamente por alguns momentos, esvaziando seus pensamentos, apoderando-se de suas emoções. Um dos principais fundamentos de um bom legilimente era o controle de seus sentimentos. Naquela noite, mais do que outras, Blake esperava perfeição de si mesmo.
Passara os últimos meses se preparando para receber a Marca Negra – teve que passar por lições intermináveis sobre a supremacia bruxa – de como identificar nascidos trouxas, como aplicar eficientemente técnicas de tortura e interceptar mensagens de inimigos. No seu íntimo, ele tinha medo de não ser forte o bastante, de acabar se transformando nessa versão que tanto abominava.
Na calada da noite, sempre com o maior cuidado, ele e sua mãe treinavam oclumência em uma tentativa de esconder a real razão pela qual eles estavam ali. Seu estômago contorceu-se em um nó, e ele sentiu o gosto de biles invadir a sua boca. Blake fechou os olhos concentrando-se, seus ombros pesados. Se encarou mais uma vez no espelho como se buscasse por respostas, como se suas feições tão parecidas com as de seu pai verdadeiro, pudessem lhe dar pistas de como suportar algo tão atroz.
Regulus Black morrera como um espião, tentando proteger quem mais amava no mundo, sua mulher e seu bebê ainda por nascer. Thomas rangeu os dentes realmente se questionando se tinha o que era necessário para seguir em frente. A situação de seu predicamento parecia o sufocar. Em um breve momento de clareza, ele teve sua resposta. Seu pai se sacrificou por amor. E ele estava prestes a fazer o mesmo. Suas similaridades inquestionáveis. O rosto sorridente de preencheu seus pensamentos, e ele fechou os olhos, deixando-se perder em seus olhos castanhos por um momento.
- Querido? - a mãe de Blake chamou no batente da porta. – Está na hora.
A matriarca vestia uma expressão que ele nunca vira em seu rosto.
Os dois saíram da casa dos Hamptons onde estiveram hospedados pelos últimos três meses e seguiram a trilha por trás da mansão floresta adentro. O silêncio sepulcral não assustou o bruxo, ele caminhou com passos confiantes, o braço de sua mãe enroscado delicadamente no seu.
Eles caminharam alguns minutos até se depararem com uma clareira no centro da mata. Um grande círculo composto de pessoas com vestimentas pretas e chapéus pontiagudos os aguardava. Cada um deles segurava uma tocha fumegante de fogo verde. Blake sentiu sua mãe soltar uma lamúria quase que imperceptível como se estivesse conduzindo seu filho direto para a morte, e de certa forma, talvez estivesse. O homem, no entanto, não desviou os seus olhos das figuras que com certeza o encaravam debaixo de suas máscaras monstruosas e prateadas.
Ele também não ficou comovido ao perceber que no centro jaziam meia dúzia de corpos, suas expressões de terror denunciavam o trauma sofrido por eles antes de seu falecimento. Blake fez toda a força para que conseguisse controlar sua ânsia, colocou as mãos para trás para disfarçar o quão estavam trêmulas. Os corpos dos trouxas estavam decapitados, seus membros superiores foram substituídos pelos inferiores, suas entranhas penduradas em seu torço, grandes tarântulas saindo de suas bocas. Blake quis gritar horrorizado pela visão de seus corpos mutilados, mas manteve seu olhar fixo ao centro na sua frente sem nem ousar alterar o ritmo de sua respiração.
Sua mãe soltou seu braço devagar e ele caminhou para o centro sozinho, os corpos dos trouxas aos seus pés, o sangue derramado entrando em contato com seus pés descalços, e ele sentiu a náusea o invadir mais uma vez. Naquele momento, ele fez um juramento: de que todos eles pagariam por sua perversidade.
Um rosto conhecido saiu do círculo que o rodeava e juntou-se lentamente ao seu lado. Luke demonstrava um contentamento sádico. Blake desviou os olhos do bruxo, fixando seus olhos para a floresta adiante, um gesto minúsculo, mas que não passou despercebido pelo outro.
Hampton abriu um novo sorriso cheio de malícia pensando em como Thomas Blake era fraco e nada digno de sua linhagem milenar puro sangue. Luke se aproximou dos corpos dos trouxas, os observando com apreciação, feito um artista que observava sua obra. Ele empurrou a cabeça de um dos corpos, mais tarântulas saindo da boca do trouxa. Os aracnídeos tinham sido sua ideia, uma mensagem simples, mas eficiente para seu receptor. Blake não reagiu, mas Luke teve certeza de que ele entendera sua mensagem, afinal, um passo em falso e terminaria exatamente como eles.
Em um movimento discreto com a varinha, ele decidiu explorar os pensamentos de seu oponente, mas se deparou com uma muralha fortificada. Luke franziu o cenho tentando encontrar alguma falha em sua fortaleza. Foi a vez de Blake encará-lo com um sorriso sarcástico, mas seu sorriso logo se desfez quando ele percebeu um movimento, uma sombra percorrendo a parte mais densa da floresta.
Ele apertou os olhos tentando enxergar alguma coisa para além da escuridão, mas não conseguia acompanhar a velocidade da criatura. Compreendeu que o quer que aquilo fosse estava correndo em círculos como se fosse um predador em busca de sua presa. Blake concentrou-se para manter a calma, seus batimentos cardíacos acelerados, seus instintos anunciando o perigo iminente.
Seus olhos escanearam mais uma vez a paisagem à sua frente se deparando com dois olhos vermelhos ofídicos brilhando no meio da mata densa. Todos os outros presentes começaram a bater suas tochas no chão formando um grande coro rítmico. As sombras deram lugar a um homem de carne e osso. Se é que Blake poderia descrevê-lo assim. Suas feições o lembravam de uma serpente venenosa. Uma espécie de homem e criatura coexistindo no mesmo corpo físico.
O barulho cessou instantaneamente quando o homem levantou as mãos como se estivesse reconhecendo a plateia pela primeira vez. Nesse momento, ele e Luke se curvaram em sua presença como foram orientados, em sinal de profundo respeito e júbilo
- Luke Hampton – a voz de serpente de Voldemort sibilou na floresta – Levante-se e receba a maior honra que um bruxo puro sangue pode receber.
O homem se levantou com altivez caminhando com passos confiantes em direção ao bruxo. Ele olhou ao redor buscando o rosto do pai entre os outros Comensais da Morte e recebeu um aceno de aprovação. Blake continuou curvado, seus olhos fixos no chão.
- Eu, Luke Hampton, juro solenemente servir ao Lord das Trevas, lutar pela supremacia dos bruxos e pela completa subjugação de trouxas e mestiços.
- Se divulgar os segredos do Lord das Trevas, será julgado e sofrerá o castigo como traidor, que é a morte! - todos os outros gritaram em um uníssono.
Luke abriu os botões de sua manga esquerda e esticou o braço em direção ao Lord das Trevas. Voldemort encostou sua varinha de osso em sua pele pálida e um desenho pontilhado começou a ser marcado em forma de tatuagem em sua pele. O processo não era simples nem rápido, e muito doloroso, o feitiço pontilhava vagarosamente o desenho feito uma agulha. Blake pode observar o sangue de Luke gotejando na grama ao seu lado.
Blake se manteve calmo, seu coração batendo na mesma frequência, quando chegou sua vez, não havia traço de hesitação em seu rosto. Ele precisaria deixar Thomas Blake morrer para se tornar Thomas Black - herdeiro da casa Black e servo do Lord das Trevas.
Voldemort estudou suas feições por um instante como se buscasse semelhanças com a de seu falecido servo.
- Eu, Thomas Blake, juro solenemente servir ao Lord das Trevas, lutar pela supremacia dos bruxos e pela completa subjugação de trouxas e mestiços.
- Se divulgar os segredos do Lord das Trevas, será julgado e sofrerá o castigo como traidor, que é a morte - todos os outros gritaram mais uma vez selando seu destino. Thomas Blake desabotoou sua manga esquerda e esticou o braço para que Voldemort finalizasse o ritual. A dor era inimaginável, mas o bruxo se manteve tranquilo, controlando seus batimentos, e preenchendo seus pensamentos com tudo o que Voldemort desejava ver. Quando finalmente terminou, Blake admirou a serpente e caveira agora incrustada em sua pele, alterando para sempre o curso de sua vida.
- Vocês não são mais indivíduos, são agora parte de uma unidade maior. Uma unidade que não hesita em eliminar qualquer obstáculo em seu caminho - Blake retrocedeu seus passos participando agora do círculo com os demais.
- Nós estamos prontos para lutar pela grandeza do sangue puro, pela supremacia dos bruxos, pela completa subjugação dos trouxas e mestiços. Nós desejamos impor nossa vontade sobre todos que são inferiores a nós – todos repetiram em uníssono. Blake levantou sua varinha para o alto e junto com os outros desenhou uma Marca Negra no céu.
Passara os últimos meses se preparando para receber a Marca Negra – teve que passar por lições intermináveis sobre a supremacia bruxa – de como identificar nascidos trouxas, como aplicar eficientemente técnicas de tortura e interceptar mensagens de inimigos. No seu íntimo, ele tinha medo de não ser forte o bastante, de acabar se transformando nessa versão que tanto abominava.
Na calada da noite, sempre com o maior cuidado, ele e sua mãe treinavam oclumência em uma tentativa de esconder a real razão pela qual eles estavam ali. Seu estômago contorceu-se em um nó, e ele sentiu o gosto de biles invadir a sua boca. Blake fechou os olhos concentrando-se, seus ombros pesados. Se encarou mais uma vez no espelho como se buscasse por respostas, como se suas feições tão parecidas com as de seu pai verdadeiro, pudessem lhe dar pistas de como suportar algo tão atroz.
Regulus Black morrera como um espião, tentando proteger quem mais amava no mundo, sua mulher e seu bebê ainda por nascer. Thomas rangeu os dentes realmente se questionando se tinha o que era necessário para seguir em frente. A situação de seu predicamento parecia o sufocar. Em um breve momento de clareza, ele teve sua resposta. Seu pai se sacrificou por amor. E ele estava prestes a fazer o mesmo. Suas similaridades inquestionáveis. O rosto sorridente de preencheu seus pensamentos, e ele fechou os olhos, deixando-se perder em seus olhos castanhos por um momento.
- Querido? - a mãe de Blake chamou no batente da porta. – Está na hora.
A matriarca vestia uma expressão que ele nunca vira em seu rosto.
Os dois saíram da casa dos Hamptons onde estiveram hospedados pelos últimos três meses e seguiram a trilha por trás da mansão floresta adentro. O silêncio sepulcral não assustou o bruxo, ele caminhou com passos confiantes, o braço de sua mãe enroscado delicadamente no seu.
Eles caminharam alguns minutos até se depararem com uma clareira no centro da mata. Um grande círculo composto de pessoas com vestimentas pretas e chapéus pontiagudos os aguardava. Cada um deles segurava uma tocha fumegante de fogo verde. Blake sentiu sua mãe soltar uma lamúria quase que imperceptível como se estivesse conduzindo seu filho direto para a morte, e de certa forma, talvez estivesse. O homem, no entanto, não desviou os seus olhos das figuras que com certeza o encaravam debaixo de suas máscaras monstruosas e prateadas.
Ele também não ficou comovido ao perceber que no centro jaziam meia dúzia de corpos, suas expressões de terror denunciavam o trauma sofrido por eles antes de seu falecimento. Blake fez toda a força para que conseguisse controlar sua ânsia, colocou as mãos para trás para disfarçar o quão estavam trêmulas. Os corpos dos trouxas estavam decapitados, seus membros superiores foram substituídos pelos inferiores, suas entranhas penduradas em seu torço, grandes tarântulas saindo de suas bocas. Blake quis gritar horrorizado pela visão de seus corpos mutilados, mas manteve seu olhar fixo ao centro na sua frente sem nem ousar alterar o ritmo de sua respiração.
Sua mãe soltou seu braço devagar e ele caminhou para o centro sozinho, os corpos dos trouxas aos seus pés, o sangue derramado entrando em contato com seus pés descalços, e ele sentiu a náusea o invadir mais uma vez. Naquele momento, ele fez um juramento: de que todos eles pagariam por sua perversidade.
Um rosto conhecido saiu do círculo que o rodeava e juntou-se lentamente ao seu lado. Luke demonstrava um contentamento sádico. Blake desviou os olhos do bruxo, fixando seus olhos para a floresta adiante, um gesto minúsculo, mas que não passou despercebido pelo outro.
Hampton abriu um novo sorriso cheio de malícia pensando em como Thomas Blake era fraco e nada digno de sua linhagem milenar puro sangue. Luke se aproximou dos corpos dos trouxas, os observando com apreciação, feito um artista que observava sua obra. Ele empurrou a cabeça de um dos corpos, mais tarântulas saindo da boca do trouxa. Os aracnídeos tinham sido sua ideia, uma mensagem simples, mas eficiente para seu receptor. Blake não reagiu, mas Luke teve certeza de que ele entendera sua mensagem, afinal, um passo em falso e terminaria exatamente como eles.
Em um movimento discreto com a varinha, ele decidiu explorar os pensamentos de seu oponente, mas se deparou com uma muralha fortificada. Luke franziu o cenho tentando encontrar alguma falha em sua fortaleza. Foi a vez de Blake encará-lo com um sorriso sarcástico, mas seu sorriso logo se desfez quando ele percebeu um movimento, uma sombra percorrendo a parte mais densa da floresta.
Ele apertou os olhos tentando enxergar alguma coisa para além da escuridão, mas não conseguia acompanhar a velocidade da criatura. Compreendeu que o quer que aquilo fosse estava correndo em círculos como se fosse um predador em busca de sua presa. Blake concentrou-se para manter a calma, seus batimentos cardíacos acelerados, seus instintos anunciando o perigo iminente.
Seus olhos escanearam mais uma vez a paisagem à sua frente se deparando com dois olhos vermelhos ofídicos brilhando no meio da mata densa. Todos os outros presentes começaram a bater suas tochas no chão formando um grande coro rítmico. As sombras deram lugar a um homem de carne e osso. Se é que Blake poderia descrevê-lo assim. Suas feições o lembravam de uma serpente venenosa. Uma espécie de homem e criatura coexistindo no mesmo corpo físico.
O barulho cessou instantaneamente quando o homem levantou as mãos como se estivesse reconhecendo a plateia pela primeira vez. Nesse momento, ele e Luke se curvaram em sua presença como foram orientados, em sinal de profundo respeito e júbilo
- Luke Hampton – a voz de serpente de Voldemort sibilou na floresta – Levante-se e receba a maior honra que um bruxo puro sangue pode receber.
O homem se levantou com altivez caminhando com passos confiantes em direção ao bruxo. Ele olhou ao redor buscando o rosto do pai entre os outros Comensais da Morte e recebeu um aceno de aprovação. Blake continuou curvado, seus olhos fixos no chão.
- Eu, Luke Hampton, juro solenemente servir ao Lord das Trevas, lutar pela supremacia dos bruxos e pela completa subjugação de trouxas e mestiços.
- Se divulgar os segredos do Lord das Trevas, será julgado e sofrerá o castigo como traidor, que é a morte! - todos os outros gritaram em um uníssono.
Luke abriu os botões de sua manga esquerda e esticou o braço em direção ao Lord das Trevas. Voldemort encostou sua varinha de osso em sua pele pálida e um desenho pontilhado começou a ser marcado em forma de tatuagem em sua pele. O processo não era simples nem rápido, e muito doloroso, o feitiço pontilhava vagarosamente o desenho feito uma agulha. Blake pode observar o sangue de Luke gotejando na grama ao seu lado.
Blake se manteve calmo, seu coração batendo na mesma frequência, quando chegou sua vez, não havia traço de hesitação em seu rosto. Ele precisaria deixar Thomas Blake morrer para se tornar Thomas Black - herdeiro da casa Black e servo do Lord das Trevas.
Voldemort estudou suas feições por um instante como se buscasse semelhanças com a de seu falecido servo.
- Eu, Thomas Blake, juro solenemente servir ao Lord das Trevas, lutar pela supremacia dos bruxos e pela completa subjugação de trouxas e mestiços.
- Se divulgar os segredos do Lord das Trevas, será julgado e sofrerá o castigo como traidor, que é a morte - todos os outros gritaram mais uma vez selando seu destino. Thomas Blake desabotoou sua manga esquerda e esticou o braço para que Voldemort finalizasse o ritual. A dor era inimaginável, mas o bruxo se manteve tranquilo, controlando seus batimentos, e preenchendo seus pensamentos com tudo o que Voldemort desejava ver. Quando finalmente terminou, Blake admirou a serpente e caveira agora incrustada em sua pele, alterando para sempre o curso de sua vida.
- Vocês não são mais indivíduos, são agora parte de uma unidade maior. Uma unidade que não hesita em eliminar qualquer obstáculo em seu caminho - Blake retrocedeu seus passos participando agora do círculo com os demais.
- Nós estamos prontos para lutar pela grandeza do sangue puro, pela supremacia dos bruxos, pela completa subjugação dos trouxas e mestiços. Nós desejamos impor nossa vontade sobre todos que são inferiores a nós – todos repetiram em uníssono. Blake levantou sua varinha para o alto e junto com os outros desenhou uma Marca Negra no céu.
Capítulo 1 – A residência Blake
piscou os olhos sentindo a claridade da luz solar invadir seu quarto, ela esquecera mais uma vez de fechar as cortinas antes de cair na cama. Ela também tinha ido dormir com a mesma roupa do dia anterior, chegara tão cansada que nem se deu ao trabalho de trocá-las.
Há três meses desde que se mudou permanentemente para a antiga casa de Thomas Blake, seguia uma rotina religiosamente. Logo de manhã, vasculhava os jornais em buscas de notícias, depois passava pelo menos uma hora se transfigurando em uma pessoa totalmente diferente para que não fosse reconhecida por outros bruxos, depois seguia para o Ministério da Magia, Beco Diagonal e Hogsmeade respectivamente.
Ela estalou as costas se arrependendo no mesmo instante por ter se transfigurado em uma velha senhora no dia anterior, porém ela percebeu com o tempo que esta era a melhor forma de conseguir ouvir conversas alheias e passar despercebida. O esforço para encontrar Blake estava chegando ao limite de suas forças, física e psicológica. Contudo, apesar de toda sua dedicação, ela não conseguiu achar sequer um sinal de seu paradeiro. Era como se ele tivesse deixado de existir, ou pior, nunca tivesse existido. comprimiu seus lábios em uma linha reta tentando manter a calma. Ataques de pânico eram agora parte de seu dia a dia. Blake não poderia estar morto, poderia? Certamente ela ficaria sabendo de alguma coisa. Sua intuição constantemente sussurrava em seu ouvido que o bruxo continuava vivo.
O quarto de Blake era simples, mas aconchegante, se não fosse talvez pela bagunça. As gavetas estavam reviradas, seus pertences espalhados pelo chão. O bruxo deve ter partido às pressas. não teve coragem de colocar as coisas no lugar. Suas coisas agora misturadas as dele. Ela encontrava certo conforto na bagunça como se de certa forma ela fosse a comprovação da existência do bruxo, talvez também porque os pôsteres trouxas lhe lembrassem seu antigo quarto. De seus pais e irmãos tão queridos.
Nos primeiros dias, ela começou a procurar por pistas que pudessem lhe ajudar em sua busca, no quarto de Blake, ela encontrou os seus instrumentos musicais, algumas partes de seus uniformes de Hogwarts, e algumas fotografias de sua época na escola de bruxaria, uma foto dos dois no baile do 4º ano estava na sua mesa de cabeceira.
Em um dia que estava particularmente desesperada e acabou por revirar o restante de suas gavetas, a bruxa se deparou com um brilho prateado, um pedaço de metal ou latão, ela não tinha certeza. Curiosa, aproximou-se, puxou o objeto, e sua respiração falhou por um momento ao se dar conta de que Blake deixou sua gaita de boca para trás. Encontrá-la foi um grande choque para , o bruxo nunca tinha se separado daquele objeto pessoal, e isso era um pensamento nada reconfortante. Ela pegou o porta-retratos nas mãos, algo que fizera recorrentemente no último mês, e ao admirar o menino sorridente na foto, um pensamento horrível lhe ocorrera – que aquela verão só existia no passado, e ela temeu por ele – pela versão que aos poucos ele estava se tornando.
apertou o porta retrato contra o peito, sentindo-se um grande fracasso – fizera uma promessa, e iria até as profundezas do inferno para cumprí-la, mas por alguma razão todas as vezes que tivera uma pista sequer sobre o paradeiro de Thomas Blake, terminava em uma rua sem saída. Ela checou o horário e decidiu tomar um banho, na esperança de que isso a melhorasse um pouco um pouco sua aparência. Ela estava mais magra do que de costume, grandes olheiras arroxeadas circulavam seus olhos castanhos. Ela teve a impressão que tinha envelhecido alguns anos.
Sentiu uma inquietação diferente pela primeira vez em três meses, e isso se deu ao fato de que tinha sido convidada para sua primeira reunião com a Ordem da Fênix, organização pela qual ela já estava trabalhando assim que virou maior de idade. Era a primeira vez que veria Ron Weasley depois de quase três meses.Os dois não mantiveram contato, a última vez que o vira foi na plataforma 9/3/4.
deixou a água quente bater em seus cabelos na esperança de que esta levasse embora toda a tensão e nervosismo que se acumularam nos últimos dias. Ela fechou os olhos e visualizou o rosto de Ron pela primeira vez em muito tempo, e instantaneamente sentiu um friozinho na barriga. O bruxo continuava lhe despertando emoções profundas. Não era como se ela tivesse conseguido esquecer tudo o que se passou entre eles em tão pouco tempo.
Tentou não criar expectativas, afinal os dois tinham terminado, mas falhou miseravelmente, porque queria que ele a achasse bonita e não se sentir bonita. Ela baixou a cabeça rindo desse pensamento tão frívolo. nem parecia mais a mesma pessoa. Ron provavelmente tinha esquecido de sua existência. Seus olhos marejaram instantaneamente, mas ela não se permitiu quebrar. Olhou mais uma vez para e tirou o batom sentindo-se ridícula.
Desceu as escadas de dois em dois e pegou seu casaco, já estavam no final de julho, e as temperaturas em Londres começavam a ficar cada vez mais baixas. Sem esquecer de lançar um feitiço de desilusão para que conseguisse passar despercebida, e aparatou para encontrar-se com Ava pelo caminho.
Sua melhor amiga estava sendo sua rocha nos últimos tempos. não conseguiu convencê-la a fugir do país, portanto a bruxa decidiu enfeitiçar seus pais e mandá-los para a Nova Zelândia junto com os pais da amiga. Ava continuou morando em sua antiga casa já que ainda não tinha descoberto uma forma de fazê-la fiel ao segredo da casa de Blake.
O feitiço era deveras complicado, e francamente, com todas as investigações relacionadas a Blake somadas às tarefas que receberam da Ordem da Fênix, não sobrava tempo para elas se dedicarem a essa tarefa em particular. deu uma risadinha baixa quando encontrou a amiga há algumas quadras da London Bridge. Ava sempre teve muita habilidade de se transformar em animais, e hoje ela tomara a forma de um pequeno castor. Talvez tivesse que dizer à amiga que o animal não era muito típico da região, e que ela precisava parar de escolher animais por serem fofinhos. Ela quase fora capturada por um trouxa quando se transformou em um porquinho da índia. Ela assobiou duas vezes e Ava entendeu o sinal correndo imediatamente em sua direção. acomodou o animal-melhor amiga em seu bolso e aparatou mais uma vez. A sensação de ter seu corpo comprimido nunca era das melhores, mas isso durou apenas um minuto quando ela se deparou como uma paisagem muito familiar.
Ela encheu os pulmões com o ar fresco da toca - ficou observando alguns momentos a casa pelo lado de fora, enquanto esperava sua amiga se transformar novamente em um ser humano. Ela sorriu lembrando da primeira vez que visitara a casa de Ron, nada tinha mudado, talvez a casa estivesse ainda mais torta, ainda assim acolhedora como ela se lembrava. Pareceu ter uma movimentação de dentro da casa e ela soube que todos estavam reunidos.
- Você está pronta? - perguntou Ava entrelaçando o braço da amiga.
- Nem um pouco - a outra lhe deu alguns tapinhas no braço.
foi recebida pela senhora Weasley com um grande abraço. Ela aproveitou o contato do calor humano, como se pudesse diminuir um pouco de sua carência de afeto.
- Oh querida, deixe-me olhar para você - disse a mulher segurando em seus braços - você não anda se alimentando direito mocinha! Você me prometeu que iria se cuidar.
- Vamos Molly, já estamos todos reunidos - apressou Arthur - Ela vai fazer você comer até ganhar uns 5 quilos ainda hoje.
conteve uma risadinha e seguiu para a cozinha onde todos estavam reunidos, professor Lupin e Tonks, Hagrid, os gêmeos Fred e George, Professor Moody, Hermione e…Ron.
Os olhos dele suavizaram por um momento, e ele levantou-se brevemente da mesa como quem gostaria de seguir em sua direção, mas se conteve. Ele pareceu perceber o estado de sua aparência, e se arrependeu de ter tirado o batom, não que ela acreditasse que fosse possível maquiar sua péssima aparência.
- Não podemos perder mais tempo - resmungou olho tonto Moody se levantando da mesa - ocupou outra cadeira, acenando brevemente com a cabeça para os demais.
- Como vocês sabem o garoto Potter irá completar 17 anos em alguns dias e precisamos transferi-lo da casa dos Dursley sem que o rastreador seja acionado. Isso quer dizer que podemos utilizar apenas alguns métodos não rastreáveis como vassouras e testrálios. Mundungo Fletcher - observou o homem com cara de trambiqueiro pela primeira vez - teve uma ótima ideia - o que não lhe é algo recorrente…mas precisaremos de sete Potters.
- 7 Potters? - Fred riu-se incrédulo.
- Como conseguiremos sete Potters? - Jorge ironizou logo em seguida.
- Vamos usar poção polissuco? - Hermione respondeu a pergunta de todos.
- Preciso de 6 pessoas para serem voluntárias para serem Harry Potter, assim não saberemos quem é o verdadeiro.
pensou em argumentar como esse plano não parecia ser dos melhores, mas todos pareciam concordar com a proposta.
- Podemos ajudar - disse - você pode ser Harry e eu sua protetora - perguntou a Ava - que concordou parecendo tranquila. Ron pareceu prender a respiração para não soltar um palavrão.
- Se ela pode, eu também irei - comentou o bruxo
- Vocês mal se formaram, não pode se envolver nisso - interferiu Molly
- Não é como se tivesse um exército à nossa disposição mamãe - Fred Weasley retorquiu com ironia.
- Todos sabíamos do risco quando nos juntamos à Ordem da Fênix - Remo Lupin encerrou a conversa.
As próximas duas horas foram basicamente um treinamento do passo a passo de como tudo iria acontecer. Na teoria tudo parecia simples. Seis pessoas se transformariam em Harry Potter e as outras sete seriam os protetores, responsáveis pelo seu ‘’Potter’’ chegar em segurança em uma das casas de membros da Ordem. e Ava aparatariam direto para a casa dos Weasley. conseguiu elencar pelo menos dez falhas nesse plano, e como tudo seria bem mais simples se Harry utilizasse meio de transportes trouxas, mas todos pareciam bem resolvidos com o plano, e não houve abertura para questionamentos.
O estômago da bruxa já estava roncando quando Olho Tonto repassava o plano mais uma vez, quando Molly o interrompeu para servir o jantar. Ela sentiu a boca salivar quando sentiu o cheiro de strogonoff, torta salgada e batatas assadas com alecrim. Molly piscou para ela e serviu o seu prato antes que a bruxa pudesse fazê-lo.
- Fiz especialmente para você - sussurrou a mulher e teve que se segurar para não cair em lágrimas. Ela nunca esqueceria desse pequeno ato de gentileza da Sra. Weasley.
comeu devagar apreciando cada pedaço de seu jantar. Ela sentia muita falta de comer em família, principalmente agora que fazia todas as suas refeições sozinha. Na verdade, a bruxa mal se alimentava, não sentia fome, apenas uma profunda tristeza. Estar ali entre amigos e com a barriga cheia, levantou seus espíritos, e ela se viu mais uma vez capaz de enfrentar o que estava por vir. Ron não se enganou com seus sorrisos falsos, lhe lançou olhares de preocupação durante todo o jantar. Ela conteve um sorriso. Desde quando Ron Weasley se tornara tão perceptivo?
Já era quase uma hora da manhã quando os convidados começaram a se retirar, e e Ava aproveitaram a deixa. Rony a seguiu para o lado de fora e a bruxa teve certeza que não conseguiria evitar essa interação.
- Eu achei que algo terrível tivesse acontecido. Enviei mais de cem cartas. Você desapareceu - Ron tentou manter sua voz calma, mas ele parecia no limite.
- Você me escreveu cartas?
- É claro que sim. Você acha que eu simplesmente iria te esquecer? - ele respondeu com raiva. deu um passo para trás impactada por suas palavras. Sim. Foi exatamente isso que achou. Nem se preocupou em dizer onde iria. Não era como se ela não tivesse notícias dele. Se não tivesse, provavelmente teria ficado maluca.
Rony pareceu perceber seu conflito interno e a trouxe para um abraço forte. Seu corpo chegou a relaxar com o contato. E ela não resistiu o abraçando de volta.
Precisou daquele abraço mais do que admitia para si mesma.
- Você está com algum problema? Precisa de algum lugar para ficar? Você sabe que pode ficar aqui - insistiu ele a segurando delicadamente pelos braços.
sacudiu a cabeça. Suas emoções por todo o lado.
- Preciso ir.
- Me fale o que está acontecendo - insistiu ele.
- Não posso…- o bruxo abriu a boca para contra argumentar - mas vou manter contato, tudo bem?
Ron suspirou fundo a mirando por alguns momentos até que cedeu assentindo a cabeça.
- Aqui - entregou vários papéis em suas mãos - as cartas que escrevi.
Há três meses desde que se mudou permanentemente para a antiga casa de Thomas Blake, seguia uma rotina religiosamente. Logo de manhã, vasculhava os jornais em buscas de notícias, depois passava pelo menos uma hora se transfigurando em uma pessoa totalmente diferente para que não fosse reconhecida por outros bruxos, depois seguia para o Ministério da Magia, Beco Diagonal e Hogsmeade respectivamente.
Ela estalou as costas se arrependendo no mesmo instante por ter se transfigurado em uma velha senhora no dia anterior, porém ela percebeu com o tempo que esta era a melhor forma de conseguir ouvir conversas alheias e passar despercebida. O esforço para encontrar Blake estava chegando ao limite de suas forças, física e psicológica. Contudo, apesar de toda sua dedicação, ela não conseguiu achar sequer um sinal de seu paradeiro. Era como se ele tivesse deixado de existir, ou pior, nunca tivesse existido. comprimiu seus lábios em uma linha reta tentando manter a calma. Ataques de pânico eram agora parte de seu dia a dia. Blake não poderia estar morto, poderia? Certamente ela ficaria sabendo de alguma coisa. Sua intuição constantemente sussurrava em seu ouvido que o bruxo continuava vivo.
O quarto de Blake era simples, mas aconchegante, se não fosse talvez pela bagunça. As gavetas estavam reviradas, seus pertences espalhados pelo chão. O bruxo deve ter partido às pressas. não teve coragem de colocar as coisas no lugar. Suas coisas agora misturadas as dele. Ela encontrava certo conforto na bagunça como se de certa forma ela fosse a comprovação da existência do bruxo, talvez também porque os pôsteres trouxas lhe lembrassem seu antigo quarto. De seus pais e irmãos tão queridos.
Nos primeiros dias, ela começou a procurar por pistas que pudessem lhe ajudar em sua busca, no quarto de Blake, ela encontrou os seus instrumentos musicais, algumas partes de seus uniformes de Hogwarts, e algumas fotografias de sua época na escola de bruxaria, uma foto dos dois no baile do 4º ano estava na sua mesa de cabeceira.
Em um dia que estava particularmente desesperada e acabou por revirar o restante de suas gavetas, a bruxa se deparou com um brilho prateado, um pedaço de metal ou latão, ela não tinha certeza. Curiosa, aproximou-se, puxou o objeto, e sua respiração falhou por um momento ao se dar conta de que Blake deixou sua gaita de boca para trás. Encontrá-la foi um grande choque para , o bruxo nunca tinha se separado daquele objeto pessoal, e isso era um pensamento nada reconfortante. Ela pegou o porta-retratos nas mãos, algo que fizera recorrentemente no último mês, e ao admirar o menino sorridente na foto, um pensamento horrível lhe ocorrera – que aquela verão só existia no passado, e ela temeu por ele – pela versão que aos poucos ele estava se tornando.
apertou o porta retrato contra o peito, sentindo-se um grande fracasso – fizera uma promessa, e iria até as profundezas do inferno para cumprí-la, mas por alguma razão todas as vezes que tivera uma pista sequer sobre o paradeiro de Thomas Blake, terminava em uma rua sem saída. Ela checou o horário e decidiu tomar um banho, na esperança de que isso a melhorasse um pouco um pouco sua aparência. Ela estava mais magra do que de costume, grandes olheiras arroxeadas circulavam seus olhos castanhos. Ela teve a impressão que tinha envelhecido alguns anos.
Sentiu uma inquietação diferente pela primeira vez em três meses, e isso se deu ao fato de que tinha sido convidada para sua primeira reunião com a Ordem da Fênix, organização pela qual ela já estava trabalhando assim que virou maior de idade. Era a primeira vez que veria Ron Weasley depois de quase três meses.Os dois não mantiveram contato, a última vez que o vira foi na plataforma 9/3/4.
deixou a água quente bater em seus cabelos na esperança de que esta levasse embora toda a tensão e nervosismo que se acumularam nos últimos dias. Ela fechou os olhos e visualizou o rosto de Ron pela primeira vez em muito tempo, e instantaneamente sentiu um friozinho na barriga. O bruxo continuava lhe despertando emoções profundas. Não era como se ela tivesse conseguido esquecer tudo o que se passou entre eles em tão pouco tempo.
Tentou não criar expectativas, afinal os dois tinham terminado, mas falhou miseravelmente, porque queria que ele a achasse bonita e não se sentir bonita. Ela baixou a cabeça rindo desse pensamento tão frívolo. nem parecia mais a mesma pessoa. Ron provavelmente tinha esquecido de sua existência. Seus olhos marejaram instantaneamente, mas ela não se permitiu quebrar. Olhou mais uma vez para e tirou o batom sentindo-se ridícula.
Desceu as escadas de dois em dois e pegou seu casaco, já estavam no final de julho, e as temperaturas em Londres começavam a ficar cada vez mais baixas. Sem esquecer de lançar um feitiço de desilusão para que conseguisse passar despercebida, e aparatou para encontrar-se com Ava pelo caminho.
Sua melhor amiga estava sendo sua rocha nos últimos tempos. não conseguiu convencê-la a fugir do país, portanto a bruxa decidiu enfeitiçar seus pais e mandá-los para a Nova Zelândia junto com os pais da amiga. Ava continuou morando em sua antiga casa já que ainda não tinha descoberto uma forma de fazê-la fiel ao segredo da casa de Blake.
O feitiço era deveras complicado, e francamente, com todas as investigações relacionadas a Blake somadas às tarefas que receberam da Ordem da Fênix, não sobrava tempo para elas se dedicarem a essa tarefa em particular. deu uma risadinha baixa quando encontrou a amiga há algumas quadras da London Bridge. Ava sempre teve muita habilidade de se transformar em animais, e hoje ela tomara a forma de um pequeno castor. Talvez tivesse que dizer à amiga que o animal não era muito típico da região, e que ela precisava parar de escolher animais por serem fofinhos. Ela quase fora capturada por um trouxa quando se transformou em um porquinho da índia. Ela assobiou duas vezes e Ava entendeu o sinal correndo imediatamente em sua direção. acomodou o animal-melhor amiga em seu bolso e aparatou mais uma vez. A sensação de ter seu corpo comprimido nunca era das melhores, mas isso durou apenas um minuto quando ela se deparou como uma paisagem muito familiar.
Ela encheu os pulmões com o ar fresco da toca - ficou observando alguns momentos a casa pelo lado de fora, enquanto esperava sua amiga se transformar novamente em um ser humano. Ela sorriu lembrando da primeira vez que visitara a casa de Ron, nada tinha mudado, talvez a casa estivesse ainda mais torta, ainda assim acolhedora como ela se lembrava. Pareceu ter uma movimentação de dentro da casa e ela soube que todos estavam reunidos.
- Você está pronta? - perguntou Ava entrelaçando o braço da amiga.
- Nem um pouco - a outra lhe deu alguns tapinhas no braço.
foi recebida pela senhora Weasley com um grande abraço. Ela aproveitou o contato do calor humano, como se pudesse diminuir um pouco de sua carência de afeto.
- Oh querida, deixe-me olhar para você - disse a mulher segurando em seus braços - você não anda se alimentando direito mocinha! Você me prometeu que iria se cuidar.
- Vamos Molly, já estamos todos reunidos - apressou Arthur - Ela vai fazer você comer até ganhar uns 5 quilos ainda hoje.
conteve uma risadinha e seguiu para a cozinha onde todos estavam reunidos, professor Lupin e Tonks, Hagrid, os gêmeos Fred e George, Professor Moody, Hermione e…Ron.
Os olhos dele suavizaram por um momento, e ele levantou-se brevemente da mesa como quem gostaria de seguir em sua direção, mas se conteve. Ele pareceu perceber o estado de sua aparência, e se arrependeu de ter tirado o batom, não que ela acreditasse que fosse possível maquiar sua péssima aparência.
- Não podemos perder mais tempo - resmungou olho tonto Moody se levantando da mesa - ocupou outra cadeira, acenando brevemente com a cabeça para os demais.
- Como vocês sabem o garoto Potter irá completar 17 anos em alguns dias e precisamos transferi-lo da casa dos Dursley sem que o rastreador seja acionado. Isso quer dizer que podemos utilizar apenas alguns métodos não rastreáveis como vassouras e testrálios. Mundungo Fletcher - observou o homem com cara de trambiqueiro pela primeira vez - teve uma ótima ideia - o que não lhe é algo recorrente…mas precisaremos de sete Potters.
- 7 Potters? - Fred riu-se incrédulo.
- Como conseguiremos sete Potters? - Jorge ironizou logo em seguida.
- Vamos usar poção polissuco? - Hermione respondeu a pergunta de todos.
- Preciso de 6 pessoas para serem voluntárias para serem Harry Potter, assim não saberemos quem é o verdadeiro.
pensou em argumentar como esse plano não parecia ser dos melhores, mas todos pareciam concordar com a proposta.
- Podemos ajudar - disse - você pode ser Harry e eu sua protetora - perguntou a Ava - que concordou parecendo tranquila. Ron pareceu prender a respiração para não soltar um palavrão.
- Se ela pode, eu também irei - comentou o bruxo
- Vocês mal se formaram, não pode se envolver nisso - interferiu Molly
- Não é como se tivesse um exército à nossa disposição mamãe - Fred Weasley retorquiu com ironia.
- Todos sabíamos do risco quando nos juntamos à Ordem da Fênix - Remo Lupin encerrou a conversa.
As próximas duas horas foram basicamente um treinamento do passo a passo de como tudo iria acontecer. Na teoria tudo parecia simples. Seis pessoas se transformariam em Harry Potter e as outras sete seriam os protetores, responsáveis pelo seu ‘’Potter’’ chegar em segurança em uma das casas de membros da Ordem. e Ava aparatariam direto para a casa dos Weasley. conseguiu elencar pelo menos dez falhas nesse plano, e como tudo seria bem mais simples se Harry utilizasse meio de transportes trouxas, mas todos pareciam bem resolvidos com o plano, e não houve abertura para questionamentos.
O estômago da bruxa já estava roncando quando Olho Tonto repassava o plano mais uma vez, quando Molly o interrompeu para servir o jantar. Ela sentiu a boca salivar quando sentiu o cheiro de strogonoff, torta salgada e batatas assadas com alecrim. Molly piscou para ela e serviu o seu prato antes que a bruxa pudesse fazê-lo.
- Fiz especialmente para você - sussurrou a mulher e teve que se segurar para não cair em lágrimas. Ela nunca esqueceria desse pequeno ato de gentileza da Sra. Weasley.
comeu devagar apreciando cada pedaço de seu jantar. Ela sentia muita falta de comer em família, principalmente agora que fazia todas as suas refeições sozinha. Na verdade, a bruxa mal se alimentava, não sentia fome, apenas uma profunda tristeza. Estar ali entre amigos e com a barriga cheia, levantou seus espíritos, e ela se viu mais uma vez capaz de enfrentar o que estava por vir. Ron não se enganou com seus sorrisos falsos, lhe lançou olhares de preocupação durante todo o jantar. Ela conteve um sorriso. Desde quando Ron Weasley se tornara tão perceptivo?
Já era quase uma hora da manhã quando os convidados começaram a se retirar, e e Ava aproveitaram a deixa. Rony a seguiu para o lado de fora e a bruxa teve certeza que não conseguiria evitar essa interação.
- Eu achei que algo terrível tivesse acontecido. Enviei mais de cem cartas. Você desapareceu - Ron tentou manter sua voz calma, mas ele parecia no limite.
- Você me escreveu cartas?
- É claro que sim. Você acha que eu simplesmente iria te esquecer? - ele respondeu com raiva. deu um passo para trás impactada por suas palavras. Sim. Foi exatamente isso que achou. Nem se preocupou em dizer onde iria. Não era como se ela não tivesse notícias dele. Se não tivesse, provavelmente teria ficado maluca.
Rony pareceu perceber seu conflito interno e a trouxe para um abraço forte. Seu corpo chegou a relaxar com o contato. E ela não resistiu o abraçando de volta.
Precisou daquele abraço mais do que admitia para si mesma.
- Você está com algum problema? Precisa de algum lugar para ficar? Você sabe que pode ficar aqui - insistiu ele a segurando delicadamente pelos braços.
sacudiu a cabeça. Suas emoções por todo o lado.
- Preciso ir.
- Me fale o que está acontecendo - insistiu ele.
- Não posso…- o bruxo abriu a boca para contra argumentar - mas vou manter contato, tudo bem?
Ron suspirou fundo a mirando por alguns momentos até que cedeu assentindo a cabeça.
- Aqui - entregou vários papéis em suas mãos - as cartas que escrevi.
Continua...
Nota da autora: MENINAS! Desculpe a demora. Eu fui viajar e fiquei quase um mês fora! Vou me organizar melhor para vocês não ficarem tanto tempo sem att!
Um beijo <3
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