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The Maid Of Honor






Última atualização: 08/03/2017

Capítulo Único


Quando a garota chegou, ninguém conseguia tirar os olhos de sua imagem. estava tão bonita e com um sorriso tão estonteante que quem a visse poderia pensar que aquele grande dia era seu, e não de sua amiga de infância que iria se casar. Com um vestido rosa com uma tonalidade incomum como todas as outras madrinhas e seus cabelos pretos presos em uma trança, a menina passava pelas pessoas com o mais belo sorriso que já havia visto cumprimentando a todos e agradecendo pela presença.
estava chocado demais para parar de olhar a mulher que habita seus sonhos desde o primeiro olhar. A primeira vez que a viu, o homem ficou encantado por sua beleza fora do comum e seu olhar penetrante. Os dois conversaram horas e horas no sofá da casa do noivo em um aniversário do mesmo, anos antes, falando sobre a vida, descobrindo que já haviam estudados juntos, se conhecendo. Naquela época, tinha acabado de ser aceita na universidade que tanto queria estudar, enquanto ainda tentava resolver se seguiria a carreira na faculdade que estava seguindo, a desejo do seu pai ou tentaria descobrir do que realmente gostava. O que será que aconteceria se ele contasse que atualmente está trabalhando com o seu pai por não comodismo?
Naquele dia, saiu da casa do amigo extasiado; o que mais tarde descobrira que era na verdade uma paixão. Não conseguia tirar aquela mulher de sua cabeça. O jeito doce dela falar, o jeito com que ela sorria, como ela mexia no cabelo, cada detalhe, cada detalhezinho ficou cravado em sua mente durante todo esse tempo, e agora parecia tão irreal vê-la tão de perto.
A menina percebeu que alguém olhava para ela e quando encontrou seu admirador, sorriu, um sorriso tímido, mas lindo.

— Ela está linda, né? — Perguntou , o noivo e amigo de longa data de . Na concepção de uns, ele poderia ser considerado ainda um menino. Tinha acabado de se formar em direito, aos 21 anos, e já estava casando! Todos que conheceram ele e no início da relação já poderia dizer que os dois iriam em algum momento se casar, mas ninguém imaginou que seria tão cedo assim.
— Com a mais absoluta certeza.
— Eu até hoje não entendo o porquê você não pegou o número dela ou se quer procurou saber dela depois daquela noite.
— Ah, cara.... Eu também não sei — falou o homem, colocando as mãos sobre o rosto. — Acredito que seja porque eu não sabia o que era naquela época, sabe?
— E o que impediu você de a procurar depois que você entendeu o que sentia? Vai me dizer que ficou com medo de contar a uma mulher que estava apaixonado por ela? Pensei que a fase não se apaixona por ninguém já tivesse passado há muito tempo.
— E passou, . Você sabe que passou. O problema é que quando eu percebi, já tinha passado mais de um ano, ela não iria nem mais se lembrar de mim...
— Aí que você se engana, meu amigo. — bate no braço de , como se socializasse com a tristeza do homem.

Nesse mesmo momento, se viu a cerimonialista correndo pela porta da Igreja proclamando que a noiva tinha chegado e que era para todos se arrumarem. viu seu amigo ficar tenso e engolir o seco. O maior momento de sua vida tinha chegado.

— Silêncio, por favor! — Gritou a mulher toda vestida de preto. — Eu irei falar os casais, ok? Então, assim que eu disser os nomes, achem seu par e formem a fila, lembrando que as madrinhas vão para o lado esquerdo, e os padrinhos, direito. — A cerimonialista parou de falar para olhar os padrinhos e madrinhas, e ver se todos tinham entendido.
— Vou lá. — Falou , apertando as mãos de ao mesmo tempo que os nomes começavam a serem chamados. Aos poucos, uma pequena fila se formava na frente da Igreja, esperando para o momento que todos entrariam por aquela porta.
— Sr. e Srta. .

encarou a mulher ainda incerto se sua mente só tinha imaginado isso ou se era real, porém, quando chegou sorrindo para ele, o homem teve certeza absoluta de que seu sonho estava se tornando real.

— Olá! — Disse a mulher timidamente, o homem, por sua vez, ofereceu o braço a ela. Começaram então a andar em direção à Igreja. Ele definitivamente estava sonhando.
— Olá.
— Nunca mais te vi depois daquele dia.
— E nem eu te vi mais depois daquele dia — os dois sorriram. Mal a garota sabia o quanto a mão de suava pelo fato de estarem perto um do outro.
— Receio que isso seja verdade — comentou. Após um tempo que já tinham se posicionado, os dois não conversavam mais. A voz na cabeça de gritava para ele falar mais alguma coisa, no entanto, ele estava travado demais para dizer qualquer coisa. , por sua vez, não aguentava mais aquele silêncio mórbido que se instalou entre os dois. — Então, o que você anda fazendo atualmente?
— Ah, estou trabalhando com o meu pai. Não consegui achar uma paixão.
— Jura? Mas você está feliz trabalhando como economista?
— Não é como se eu estivesse totalmente apaixonado por economia, mas também não é como se me visse fazendo outra coisa além dessa.
— Talvez essa seja a sua paixão no final das contas e você só ainda não tenha descoberto isso.
— Talvez... E você? Já se formou na faculdade?
— Ainda não, mas estarei até o final desse ano.
— E quais são os seus planos para depois da faculdade?

Os dois criaram uma bolha. Ficaram ali mesmo, conversando na porta da Igreja enquanto não entravam, e quando isso finalmente aconteceu, desejou ter mais tempo com as mãos de perto de seu peito.
Passara a cerimonia toda a olhando, sem prestar atenção em nada. No final da mesma, até tentou ficar perto da garota, porém, como a melhor amiga da noiva, não ficava muito tempo sozinha.
Na festa, também foi difícil conseguir ficar perto da mulher, porém, quando os noivos entraram e fizeram a famosa primeira dança do casal, chamou .
Os dois ficaram agarradinhos durante um tempo, somente curtindo a música. conseguia sentir o coração acelerado do rapaz ao seu ouvido enquanto seus pés movimentavam conforme a música. estava com as mãos espalmadas nas costas da menina, tentando cada vez mais trazê-la mais para perto.

— O que você está achando da festa? — Perguntou ele, antes que perdesse a sua cabeça e fizesse alguma coisa que não devesse.
— Está maravilhosa. Na verdade, como a sempre sonhou — ele suspirou.
— O que houve?

não conseguia se conter. Ele queria beijá-la! A menina estava tão linda, sendo tão delicada, e parecia que o seu lugar era exatamente esse, justamente nos seus braços.
Ele engoliu o seco.
A música acabou.
Ela saiu dos seus braços, deixando um rastro quente em seu peito. Assim que a menina levantou seu olhar para o homem a sua frente, outra pessoa invadiu aquela bolha que tão cuidadosamente eles tinham se inserido. Era um velho amigo de que agora pedia o prazer da companhia da garota na próxima música, que ela aceitou, mais por educação.
Algumas músicas depois, já havia dançado com cinco homens diferentes. Todos por simpatia da garota. , é claro, ficou com ciúmes, mas , em determinado momento o trouxe de volta a sua consciência e o fez reparar que ela somente dançou realmente perto, com ele.
Após um tempo, veio atrás dele no bar para que tirassem uma foto com os noivos, e isso o deixou ter alguns minutos a mais com a mulher.

— Então... — Falou ela, sorrindo, enquanto ele se virava para a melhor amiga da noiva — irei fazer meu discurso agora, mas depois gostaria de falar com você. Pode ser?

Aflito, o homem só sacudiu a cabeça, e pode contemplá-la andando até o pátio central da casa de festas. As rosas vermelhas espalhadas por todo o local contrastavam com o vestido da garota, e as luzes do candelabro, salientavam o seu andar. E naquele momento finalmente percebeu uma fenda no vestido de . Uma fenda bem agradável.

— Boa noite a todos. Para que não me conhece, eu sou , a melhor amiga da noiva — ela começou. — Nós estamos aqui hoje para celebrar uma união de um casal que se ama muito; mas antes de eu começar a falar sobre os dois, vamos falar sobre a . Minha amiga, nós somos amigas desde que eu me entendo por gente. Sei todos os seus segredos, todos os seus medos, todas as suas angustias, e você sabe as minhas. Nós passamos por alguns problemas, e brigas, porém, nada que não tenhamos conseguido passar por. Nós estávamos brigadas quando o seu relacionamento com o começou, há uns quatro anos atrás. Eu lembro que eu fiquei extremamente preocupada com você, pois mesmo já tendo estudado com o há muitos anos atrás, eu não conhecia aquele novo para quem você havia entregado seu coração. Eu tive medo por você, e quis muitas vezes largar a minha birra, o meu orgulho para conversar com você e cantar as nossas músicas de fossa. Eu queria poder te escutar falando de como foi o seu primeiro encontro, e o que aconteceu com vocês. Para falar a verdade, eu não consegui me segurar, e no dia seguinte, já tínhamos voltado a andar juntas. Quando eu conheci o , eu tive certeza absoluta de que vocês dois ficariam juntos pelo jeito que vocês se olhavam. Eu aprendi que não importa quanto tempo passe, o amor sempre dura se ele for verdadeiro; não é importante a idade, a classe social, o país, a cultura. O que importa é o amor. Então, um brinde ao amor.

Todos ergueram as suas taças e proferiram a palavra amor. Quando voltou a caminhar em direção a , o garoto não sabia mais o que fazer. O que ela queria conversar com ele?

— Soube que você tem uma moto. É verdade? — levantou as sobrancelhas enquanto tentava raciocinar a pergunta da mulher. — É que eu amo motos.
— Sim. Está no estacionamento, quer ver?
—Posso?
— Claro que pode, .

Os dois começaram a caminhar em direção ao estacionamento, e fez o favor de ser um cavalheiro e entregar o casaco de seu paletó para a bela dama.

— Desde quando você se interessa por motos?
— Desde que o meu tio me colocou em uma garupa e me levou para um passeio. Eu amo a adrenalina que a moto proporciona. É como se somente o destino pudesse controlar o que irá acontecer comigo. Fora que estar sobre duas rodas é maravilhoso! Até tirei a carteira de moto antes da de carro.

Os dois chegaram à moto dele, e logo subiu na moto e começou a analisá-la, enquanto o homem, para não babar muito, tentava focar seus pensamentos em chutar as pedrinhas a sua volta.

— Posso pilotar?
—Desculpa? — A menina deveria estar começando a achar que ele era surdo!
— Vem, sobe na garupa. Vamos dar uma volta.

E como se ainda estivesse em transe, foi.
Os cabelos de chicoteavam no ar, e um sorriso moleque não saia de sua boca. A fenda do vestido estava toda aberta, deixando as belas pernas da moça totalmente à mostra. E mesmo que eles só tenham dado uma pequena volta pelo quarteirão, o garoto não conseguia deixar de sentir o perfume da bela garota o embebedando.
Quando os dois finalmente voltaram para a festa, desceu primeiro, e ajudou a madrinha a descer de sua moto. Os dois ficaram se olhando, quando finalmente resolveu fazer alguma coisa. Ele colocou suas mãos na cintura da menina como se pedisse a permissão para algo. não se moveu, então o homem entendeu aquilo como um sim. Ele se aproximou, e se aproximou mais, até que finalmente colou seus lábios nos dela.
Finalmente ele beijou a melhor amiga da noiva, e ela deixou bem claro que também estava doida por esse momento, já que em meio aos beijos ela comentou:

— Finalmente.

E lá ficaram os dois, encostados na moto do rapaz, em um estacionamento deserto, embaixo da luz do luar, no casamento dos seus amigos.
e , em determinado momento se aproximaram da janela para verem as estrelas, um hábito dos dois desde que começaram a namorar. Quando viram o outro casal no estacionamento, não conseguiram segurar o sorriso.

— Desde o momento que eu vi esses dois juntos, eu sabia que eles iriam terminar juntos.
— Foi por isso que você pediu à cerimonialista para colocar os dois juntos nessa noite?
— Mais é claro, meu amor. Todos merecem ter um final feliz igual ao nosso.

Fim.



Nota da autora: (08/05/2017) Sem nota.




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