One
Eles estavam felizes, pelo menos ela estava. sorria como uma criança enquanto a abraçava, eles eram um casal perfeito.
Aquela cena me machucava muito, por mais errado que aquilo pudesse ser, eu amava com todas as forças do meu ser, mas ele era proibido. Vi dizer algo a ele e depois vir em minha direção, forcei um sorriso a ela quando a mesma parou na minha frente.
- Porque você esta parada ai? - perguntou me olhando com um sorriso bobo nos lábios.
- Nada. Estou bem - respondi tocando suas mãos.
- Tem certeza, você parece tristinha - comentou.
- Já disse, não é nada. Talvez seja só cansaço - menti. Bom, em parte não era mentira, eu trabalhei tanto esse último mês que eu precisava de férias.
- Você trabalha demais, - murmurou.
- Eu sei - concordei.
- Você precisa também de um namorado - disse.
- Isso é uma coisa que eu posso resolver daqui uns anos - falei.
riu.
- Bom, eu estava pensando que podíamos sair qualquer dia desses, sabe pra colocar o papo em dia – sugeriu. Seus olhos azuis me fitavam com carinho.
- É precisamos sim - concordei, apertei suas mãos.
- O que as moças conversam tanto? - meus olhos fixaram nele, e meu coração acelerou e meu corpo se arrepiou por completo. tinha esse poder sobre mim que nem eu mesma sabia explicar.
- Estava aqui dizendo pra , que ela precisa arranjar um namorado - contou apertando as mãos dele que estavam em seus ombros.
- Ah sim - seu sorriso era nitidamente forçado.
- Bom, eu preciso ir ao toalete - avisou. Ela sorriu para mim deu um selinho em antes de se afastar de nós.
- Esta procurando namorado, ? - indagou me fazendo olhá-lo.
- Talvez seja isso mesmo que me falte. Um homem livre e desimpedido pra me fazer feliz - respondi. me encarou, e depois de longos segundos riu baixo.
- Eu não sou o suficiente pra você? - seus olhos azuis brilhavam tanto.
- Sabe o que é - me aproximei mais um pouco para que só ele pudesse ouvir o que eu tinha a dizer, ele sorriu - Talvez eu só esteja cansada de ser a segunda opção. Eu mereço mais que ser a sua diversão nas horas vagas - meu tom de voz era firme.
- Quem esta dizendo isso é você - retrucou. Senti as pontas de seus dedos tocarem o meu braço. Me afastei dele por segurança.
- Voltei - era de volta sorridente enganchou o braço no dele e eu senti meu coração doer.
- Acho que já vou, amanhã vou visitar meus pais - disse, eu precisava sair dali, não que aquela social não estivesse boa, mas ficar perto de não iria me fazer bem de jeito nenhum.
- Ah que pena, mas mande um beijo pra eles e para Lia - pediu. Ás vezes eu tinha a impressão de que não conseguia parar de sorrir.
- Claro - sorri pra ela - Bom, eu vou indo - abracei apertado, eu era uma falsa sem caráter - Tchau - eu não iria abraçá-lo ou algo do tipo, mas pareceu perceber isso e se aproximou de mim e deixou em minha bochecha um beijo suave.
- Faça uma boa viagem - desejou sorridente. Agradeci e me afastei deles, minha bochecha formigava por conta daquele contato simples de seus lábios.
Agradeci por finalmente ter chegado em casa, tomei um banho rápido, coloquei meu pijama, eu precisava terminar de arrumar a minha mala sairia cedo do dia seguinte, e não esquecer nada. Eu precisava relaxar um pouco e principalmente ficar longe de .
Fechei a mala e a levei para a sala deixando do lado da porta, estava voltando para o quarto quando a campainha tocou, bufei.
Dei meia volta e abri a porta, tal foi a minha surpresa ao ver parado ali.
- O que veio fazer aqui, ? - indaguei segurando firmemente na maçaneta.
- Me despedir - disse num obvio.
- Você já fez isso - rebati ainda parada no mesmo lugar.
- É, mas não do jeito certo - sorriu, tomou minha cintura com rapidez e em segundos sua boca estava na minha. Eu podia ter tentado resistir, mas a quem eu queria enganar eu não sabia dizer Não quando o assunto era , eu era um monstro eu sei, na verdade nós dois éramos, dois monstros cruéis.
Eu o amava, isso eu não podia negar e eu me agarrava a qualquer fio de esperança de que ele pudesse sentir algo por mim também, eu precisava acreditar que isso pudesse ser verdade.
Quando acordei no dia seguinte, eu estava sozinha na cama como sempre, eu me senti um lixo, e as lagrimas vieram. Eu tinha que tomar uma decisão pra minha vida.
Aquela cena me machucava muito, por mais errado que aquilo pudesse ser, eu amava com todas as forças do meu ser, mas ele era proibido. Vi dizer algo a ele e depois vir em minha direção, forcei um sorriso a ela quando a mesma parou na minha frente.
- Porque você esta parada ai? - perguntou me olhando com um sorriso bobo nos lábios.
- Nada. Estou bem - respondi tocando suas mãos.
- Tem certeza, você parece tristinha - comentou.
- Já disse, não é nada. Talvez seja só cansaço - menti. Bom, em parte não era mentira, eu trabalhei tanto esse último mês que eu precisava de férias.
- Você trabalha demais, - murmurou.
- Eu sei - concordei.
- Você precisa também de um namorado - disse.
- Isso é uma coisa que eu posso resolver daqui uns anos - falei.
riu.
- Bom, eu estava pensando que podíamos sair qualquer dia desses, sabe pra colocar o papo em dia – sugeriu. Seus olhos azuis me fitavam com carinho.
- É precisamos sim - concordei, apertei suas mãos.
- O que as moças conversam tanto? - meus olhos fixaram nele, e meu coração acelerou e meu corpo se arrepiou por completo. tinha esse poder sobre mim que nem eu mesma sabia explicar.
- Estava aqui dizendo pra , que ela precisa arranjar um namorado - contou apertando as mãos dele que estavam em seus ombros.
- Ah sim - seu sorriso era nitidamente forçado.
- Bom, eu preciso ir ao toalete - avisou. Ela sorriu para mim deu um selinho em antes de se afastar de nós.
- Esta procurando namorado, ? - indagou me fazendo olhá-lo.
- Talvez seja isso mesmo que me falte. Um homem livre e desimpedido pra me fazer feliz - respondi. me encarou, e depois de longos segundos riu baixo.
- Eu não sou o suficiente pra você? - seus olhos azuis brilhavam tanto.
- Sabe o que é - me aproximei mais um pouco para que só ele pudesse ouvir o que eu tinha a dizer, ele sorriu - Talvez eu só esteja cansada de ser a segunda opção. Eu mereço mais que ser a sua diversão nas horas vagas - meu tom de voz era firme.
- Quem esta dizendo isso é você - retrucou. Senti as pontas de seus dedos tocarem o meu braço. Me afastei dele por segurança.
- Voltei - era de volta sorridente enganchou o braço no dele e eu senti meu coração doer.
- Acho que já vou, amanhã vou visitar meus pais - disse, eu precisava sair dali, não que aquela social não estivesse boa, mas ficar perto de não iria me fazer bem de jeito nenhum.
- Ah que pena, mas mande um beijo pra eles e para Lia - pediu. Ás vezes eu tinha a impressão de que não conseguia parar de sorrir.
- Claro - sorri pra ela - Bom, eu vou indo - abracei apertado, eu era uma falsa sem caráter - Tchau - eu não iria abraçá-lo ou algo do tipo, mas pareceu perceber isso e se aproximou de mim e deixou em minha bochecha um beijo suave.
- Faça uma boa viagem - desejou sorridente. Agradeci e me afastei deles, minha bochecha formigava por conta daquele contato simples de seus lábios.
Agradeci por finalmente ter chegado em casa, tomei um banho rápido, coloquei meu pijama, eu precisava terminar de arrumar a minha mala sairia cedo do dia seguinte, e não esquecer nada. Eu precisava relaxar um pouco e principalmente ficar longe de .
Fechei a mala e a levei para a sala deixando do lado da porta, estava voltando para o quarto quando a campainha tocou, bufei.
Dei meia volta e abri a porta, tal foi a minha surpresa ao ver parado ali.
- O que veio fazer aqui, ? - indaguei segurando firmemente na maçaneta.
- Me despedir - disse num obvio.
- Você já fez isso - rebati ainda parada no mesmo lugar.
- É, mas não do jeito certo - sorriu, tomou minha cintura com rapidez e em segundos sua boca estava na minha. Eu podia ter tentado resistir, mas a quem eu queria enganar eu não sabia dizer Não quando o assunto era , eu era um monstro eu sei, na verdade nós dois éramos, dois monstros cruéis.
Eu o amava, isso eu não podia negar e eu me agarrava a qualquer fio de esperança de que ele pudesse sentir algo por mim também, eu precisava acreditar que isso pudesse ser verdade.
Quando acordei no dia seguinte, eu estava sozinha na cama como sempre, eu me senti um lixo, e as lagrimas vieram. Eu tinha que tomar uma decisão pra minha vida.
Two
Estacionei o carro em frente a casa dos meus pais, eles moravam perto da praia então clima lá era super gostoso principalmente nesta época do ano. Desci do carro e caminhei pela estradinha que meu pai fez para que não pisarmos em sua grama verde, toquei a campainha e não demorou muito e Lia minha irmã mais velha abriu a porta.
- ! - ela pulou em cima de mim rindo. Apertei meus braços em volta dela.
- Senti saudades sua louca - falei carinhosa sentindo o cheiro de shampoo e de perfume favorito da minha irmã.
- Eu também senti saudade - murmurou - Vem entrar Leo esta doido pra te ver - contou enquanto me puxava casa a dentro. Leo era o meu sobrinho de seis anos, fruto do casamento dela, Lia estava separada a um ano e meio e estava bem mais feliz agora, segundo ela.
- Também estou doida pra ver aquele sapeca - comentei, eu adorava o Leo, ele era sim um garoto incrível.
- E também quero que conheça o Misha - disse enquanto seguíamos para a cozinha.
- Quem é Misha? - perguntei confusa, mas antes que ela pudesse responder já havíamos chegado a cozinha, minha mãe correu para me abraçar, ela usava o mesmo avental azul de sempre parecia uma peça de roupa dela, eu me lembro quando criança sempre a via com aquele avental.
- Oi mãe - a abracei apertado. Eu senti tanta falta daquele abraço do cheiro dela.
- Que saudade meu anjinho - ela sussurrou no meu ouvido.
- Também senti mãe.
- E do paizão não sentiu - meu pai disse brincalhão, soltei minha mãe e corri para o meu velho. Era bom estar em casa.
Lia me apresentou Misha, seu novo namorado ele era legal e gostava do Leo isso pra mim já era o suficiente. Nós tomamos café juntos e foi uma festa só, meu celular tocou algumas, mas ignorei por serem todas de e acabei desligando o aparelho. Resolvemos ir á praia antes do almoço, Leo ficou super animado e foi o primeiro a entrar no carro, meu pai e Misha foram com Leo para a agua e ficamos as três os observando.
- Misha parece ser um cara legal - comentei enquanto observava os três.
- Ele é - Lia concordou - Leo o adora - completou.
- Ele é um ótimo rapaz - mamãe disse.
- O importante é que ele gosta do Leo e de você - murmurei.
- Ah isso é verdade - ela concordou ainda observando os três.
- Onde vocês se conheceram? - perguntei curiosa.
- Na escola de Leo - respondeu - O sobrinho dele estuda lá também, e nesse dia Misha foi buscá-lo - explicou.
- Que Legal - comentei, eu estava feliz por ela, pelo menos uma de nós tinha se dado bem até o momento no quesito amor.
Voltamos para casa, ajudei minha mãe e Lia a fazer o almoço, e foi muito divertido fazia tempo que eu não me divertia daquele jeito, talvez fosse o trabalho que me tomava todo o tempo e só tinha tempo pra fazer comida congelada. Ou talvez fosse por não conseguir pensar em mais nada que não fosse . Eu realmente precisava tirar férias longas e de preferência bem longe de Londres.
Eu já tinha perdido a noção de quanto tempo eu estava sentada naquela varanda a brisa gostava que batia ali refrescavam um pouco o calor que fazia naquela noite. Fiquei tão distraída que nem ao menos vi Misha se aproximar e sentar-se ao meu lado no sofá.
- Aqui esta bem mais fresco - ele disse me assustando um pouco.
- Nem vi você chegar - falei, ele riu baixo.
- Desculpe. Você estava distraída - explicou.
- Tudo bem - suspirei, abaixei o olhar, sorrindo fraco.
- Sabe - pigarreou - Eu fiquei ansioso para conhecer você - disse, me fazendo olhá-lo.
- Ah é por que? - indaguei.
- Lia e Leo, falaram tanto de você - contou. Eu ri.
- Que bom. Eu fico muito feliz por você e Lia - comentei, ele assentiu - Espero que sejam felizes - acrescentei.
- Sua irmã é muito especial, meio maluca - brincou me fazendo rir - Mas ela é especial.
- Leo também adora você - comentei.
- Ele e um garoto incrível - eu sentia sinceridade em suas palavras - Eu o adoro - sorriu pra mim.
- É bom saber que finalmente Lia encontrou alguém que goste dela de verdade - murmurei.
- Ela chegou no momento em que eu mais precisava - começou - Eu tive um relacionamento não muito bom sabe. Já faz quase um ano, mas algo assim deixa a gente arrasado - ele deu um sorriso torto - Eu fui muito magoado e sua irmã a cada dia que passa esta fechando essa ferida. Eu amo a Lia - ele me olhou nos olhos e eu soube que ele era o certo para Lia.
- Bom, pelo menos uma de nós está se dando bem no amor - comentei baixo.
- Ah vai me dizer que você não tem ninguém? - indagou, nós rimos.
- Na verdade é uma história bem complicada - murmurei.
- Como assim? - perguntou me olhando com as sobrancelhas franzidas.
Eu sentia que podia confiar nele.
- Ele não é pra mim - recostei as costas no sofá - Eu o amo - confessei - Mesmo sabendo o quão errado é.
- Ele também ama você? - quis saber, me fazendo suspirar cansada.
- Eu não sei - dei de ombros - Às vezes... - balancei a cabeça negativamente - Às vezes, eu acho que ele gosta de brincar com os meus sentimentos - eu tentava segurar as lágrimas, meu coração doía só em pensar em , e em como ele brincava com o meu amor.
- Olha , desculpa - pigarreou - Mas esse cara não ama você - pude sentir seus olhos em mim, mas não tive coragem de olhá-lo de volta - E me desculpa de novo, mas esse cara é um idiota.
Eu ri sem humor algum, Misha estava certo, eu tinha consciência de que não era o homem certo pra mim, mas era tão difícil me manter longe.
- Eu sei - assenti - Eu não sei o que fazer em relação a isso Misha - disse a verdade, eu estava cansada de toda aquela situação.
- Talvez você precise tomar uma decisão, você não pode passar a vida sendo prisioneira a um sentimento por alguém que você nem ao menos sabe se é recíproco - cada palavra dele era como um soco no meu estômago - Esse cara não merece esse amor todo que você sente por ele.
Eu sorri fraco e o olhei com lagrimas nos olhos.
- Minha irmã tem um bom conselheiro - comentei.
Misha respirou fundo passou a mão pelo cabelo e riu fraco.
- Desculpe - pediu - Mas é que você parece ser uma mulher incrível e não merece sofrer assim.
- Obrigada. Você está certo, eu tenho que dar um jeito na minha vida - concordei, por que ele estava certo.
- Tio Misha.
Leo apareceu já de pijama e coçando os olhos, seus cabelos claros estavam bagunçados.
- O que foi? - Misha o chamou e assim o pequeno fez vindo até ele, e subindo em seu colo - Por que não esta na cama? - perguntou.
- Posso dormir com você e a mamãe? - quis saber, sua voz era dengosa aquele garoto ganhava qualquer um.
- Claro que pode, vamos, vou colocar você na cama - Misha sorriu para o meu sobrinho, que se aninhou mais a ele - Eu já vou indo - disse se virando pra mim, sorri em resposta, me levantei e dei um beijinho em Leo.
- Obrigada por me ouvir - toquei seu ombro - Você é um bom ouvinte.
- Que nada - sorriu maroto piscando em seguida - Sabe o amor não machuca ou te faz sofrer, se esta fazendo é por que não é de verdade - murmurou.
Ele entrou com Leo em seus braços. Fiquei pensando em toda aquela conversa, minha cabeça estava uma confusão eu não sabia o que fazer, me dominava de uma forma que por mais que eu tentasse eu não conseguia sair. Eu o amava.
- ! - ela pulou em cima de mim rindo. Apertei meus braços em volta dela.
- Senti saudades sua louca - falei carinhosa sentindo o cheiro de shampoo e de perfume favorito da minha irmã.
- Eu também senti saudade - murmurou - Vem entrar Leo esta doido pra te ver - contou enquanto me puxava casa a dentro. Leo era o meu sobrinho de seis anos, fruto do casamento dela, Lia estava separada a um ano e meio e estava bem mais feliz agora, segundo ela.
- Também estou doida pra ver aquele sapeca - comentei, eu adorava o Leo, ele era sim um garoto incrível.
- E também quero que conheça o Misha - disse enquanto seguíamos para a cozinha.
- Quem é Misha? - perguntei confusa, mas antes que ela pudesse responder já havíamos chegado a cozinha, minha mãe correu para me abraçar, ela usava o mesmo avental azul de sempre parecia uma peça de roupa dela, eu me lembro quando criança sempre a via com aquele avental.
- Oi mãe - a abracei apertado. Eu senti tanta falta daquele abraço do cheiro dela.
- Que saudade meu anjinho - ela sussurrou no meu ouvido.
- Também senti mãe.
- E do paizão não sentiu - meu pai disse brincalhão, soltei minha mãe e corri para o meu velho. Era bom estar em casa.
Lia me apresentou Misha, seu novo namorado ele era legal e gostava do Leo isso pra mim já era o suficiente. Nós tomamos café juntos e foi uma festa só, meu celular tocou algumas, mas ignorei por serem todas de e acabei desligando o aparelho. Resolvemos ir á praia antes do almoço, Leo ficou super animado e foi o primeiro a entrar no carro, meu pai e Misha foram com Leo para a agua e ficamos as três os observando.
- Misha parece ser um cara legal - comentei enquanto observava os três.
- Ele é - Lia concordou - Leo o adora - completou.
- Ele é um ótimo rapaz - mamãe disse.
- O importante é que ele gosta do Leo e de você - murmurei.
- Ah isso é verdade - ela concordou ainda observando os três.
- Onde vocês se conheceram? - perguntei curiosa.
- Na escola de Leo - respondeu - O sobrinho dele estuda lá também, e nesse dia Misha foi buscá-lo - explicou.
- Que Legal - comentei, eu estava feliz por ela, pelo menos uma de nós tinha se dado bem até o momento no quesito amor.
Voltamos para casa, ajudei minha mãe e Lia a fazer o almoço, e foi muito divertido fazia tempo que eu não me divertia daquele jeito, talvez fosse o trabalho que me tomava todo o tempo e só tinha tempo pra fazer comida congelada. Ou talvez fosse por não conseguir pensar em mais nada que não fosse . Eu realmente precisava tirar férias longas e de preferência bem longe de Londres.
Eu já tinha perdido a noção de quanto tempo eu estava sentada naquela varanda a brisa gostava que batia ali refrescavam um pouco o calor que fazia naquela noite. Fiquei tão distraída que nem ao menos vi Misha se aproximar e sentar-se ao meu lado no sofá.
- Aqui esta bem mais fresco - ele disse me assustando um pouco.
- Nem vi você chegar - falei, ele riu baixo.
- Desculpe. Você estava distraída - explicou.
- Tudo bem - suspirei, abaixei o olhar, sorrindo fraco.
- Sabe - pigarreou - Eu fiquei ansioso para conhecer você - disse, me fazendo olhá-lo.
- Ah é por que? - indaguei.
- Lia e Leo, falaram tanto de você - contou. Eu ri.
- Que bom. Eu fico muito feliz por você e Lia - comentei, ele assentiu - Espero que sejam felizes - acrescentei.
- Sua irmã é muito especial, meio maluca - brincou me fazendo rir - Mas ela é especial.
- Leo também adora você - comentei.
- Ele e um garoto incrível - eu sentia sinceridade em suas palavras - Eu o adoro - sorriu pra mim.
- É bom saber que finalmente Lia encontrou alguém que goste dela de verdade - murmurei.
- Ela chegou no momento em que eu mais precisava - começou - Eu tive um relacionamento não muito bom sabe. Já faz quase um ano, mas algo assim deixa a gente arrasado - ele deu um sorriso torto - Eu fui muito magoado e sua irmã a cada dia que passa esta fechando essa ferida. Eu amo a Lia - ele me olhou nos olhos e eu soube que ele era o certo para Lia.
- Bom, pelo menos uma de nós está se dando bem no amor - comentei baixo.
- Ah vai me dizer que você não tem ninguém? - indagou, nós rimos.
- Na verdade é uma história bem complicada - murmurei.
- Como assim? - perguntou me olhando com as sobrancelhas franzidas.
Eu sentia que podia confiar nele.
- Ele não é pra mim - recostei as costas no sofá - Eu o amo - confessei - Mesmo sabendo o quão errado é.
- Ele também ama você? - quis saber, me fazendo suspirar cansada.
- Eu não sei - dei de ombros - Às vezes... - balancei a cabeça negativamente - Às vezes, eu acho que ele gosta de brincar com os meus sentimentos - eu tentava segurar as lágrimas, meu coração doía só em pensar em , e em como ele brincava com o meu amor.
- Olha , desculpa - pigarreou - Mas esse cara não ama você - pude sentir seus olhos em mim, mas não tive coragem de olhá-lo de volta - E me desculpa de novo, mas esse cara é um idiota.
Eu ri sem humor algum, Misha estava certo, eu tinha consciência de que não era o homem certo pra mim, mas era tão difícil me manter longe.
- Eu sei - assenti - Eu não sei o que fazer em relação a isso Misha - disse a verdade, eu estava cansada de toda aquela situação.
- Talvez você precise tomar uma decisão, você não pode passar a vida sendo prisioneira a um sentimento por alguém que você nem ao menos sabe se é recíproco - cada palavra dele era como um soco no meu estômago - Esse cara não merece esse amor todo que você sente por ele.
Eu sorri fraco e o olhei com lagrimas nos olhos.
- Minha irmã tem um bom conselheiro - comentei.
Misha respirou fundo passou a mão pelo cabelo e riu fraco.
- Desculpe - pediu - Mas é que você parece ser uma mulher incrível e não merece sofrer assim.
- Obrigada. Você está certo, eu tenho que dar um jeito na minha vida - concordei, por que ele estava certo.
- Tio Misha.
Leo apareceu já de pijama e coçando os olhos, seus cabelos claros estavam bagunçados.
- O que foi? - Misha o chamou e assim o pequeno fez vindo até ele, e subindo em seu colo - Por que não esta na cama? - perguntou.
- Posso dormir com você e a mamãe? - quis saber, sua voz era dengosa aquele garoto ganhava qualquer um.
- Claro que pode, vamos, vou colocar você na cama - Misha sorriu para o meu sobrinho, que se aninhou mais a ele - Eu já vou indo - disse se virando pra mim, sorri em resposta, me levantei e dei um beijinho em Leo.
- Obrigada por me ouvir - toquei seu ombro - Você é um bom ouvinte.
- Que nada - sorriu maroto piscando em seguida - Sabe o amor não machuca ou te faz sofrer, se esta fazendo é por que não é de verdade - murmurou.
Ele entrou com Leo em seus braços. Fiquei pensando em toda aquela conversa, minha cabeça estava uma confusão eu não sabia o que fazer, me dominava de uma forma que por mais que eu tentasse eu não conseguia sair. Eu o amava.
Three
O fim de semana foi ótimo, na verdade foi bem melhor do que eu esperava. Foi bom ter conhecido Misha, além de ter ganhado um cunhado, ganhei também um grande amigo sem dúvidas.
Meu celular não parava de tocar avisando que mensagens tinham sido recebidas, metade delas era de . Não respondi nenhuma, me joguei na cama depois de banho.
Acordei no dia seguinte com meu despertador soando alto por todo o quarto, levantei com preguiça me arrastei até o banheiro tomei um banho refrescante e demorado, hoje seria um longo dia de trabalho. Coloquei um vestido preto e um salto, me arrumei rapidamente, joguei a bolsa no carro segui para o hospital, eu sou pediatra e amo a minha profissão. Quando cheguei recebi de Lore alguns prontuários, o dia seria realmente longo.
- Você vai ficar bem querido - garanti ao pequeno que me olhava serio, acariciei seus cabelos escuros e olhei para a mãe dele - Mesmo que ele não goste, ele precisa tomar os antibióticos nos horários certos - alertei a mãe da criança.
- Sim doutora - ela assentiu.
- Certo, tenha uma boa tarde - sorri para ela.
- Boa tarde, vamos Lucas - ela o pegou pela mão e saíram.
Respirei fundo, e comecei a ajeitar a minha mesa, desliguei o computador. Meu celular tocou chamando a minha atenção, era uma mensagem de Lia me convidando para ir passar alguns dias com ela e Leo, eu tinha mesmo férias que eu não tinha tirado, talvez fosse uma boa ideia. Coloquei o celular sobre a mesa e no mesmo instante ele voltou a tocar, meu sorriso desapareceu ao ver o nome de na tela do celular.
"Preciso te ver"
Era tudo o que dizia. Um nó se formou em minha garganta, eu precisava dar um fim naquilo o mais rápido possível. Duas batidas na porta me assustaram trazendo-me de volta para a realidade.
- Oi - abriu a porta.
- Ah... Oi - me levantei e fui até ela
- Oi sumida - ela sorriu e me abraçou. Por mais hipócrita e falso que possa parecer, eu tinha sentir falta dela.
- Foi só um fim de semana - eu ri de seu exagero.
- Eu sei - ela riu junto se afastando - Você tem tempo para um café? – perguntou. Eu a senti um tanto eufórica. Olhei em meu relógio de pulso.
- Vinte minutos até o próximo paciente - respondi, peguei o celular e o enfiei no bolso do jaleco - Vamos.
Nós saímos da sala e fomos até a lanchonete do hospital, contou sobre o seu fim de semana com , tive que sorrir e fingir que aquilo não me machucava.
- E como esta o pessoal? - ela quis saber enquanto bebericava o café.
- Bem. Lia esta de namorado novo - contei.
- Ah que bom - sorriu gentil.
- É - concordei - O Misha é uma pessoa ótima - sorri ao me lembrar dele - Acho que finalmente Lia encontrou o cara certo - afirmei.
- Isso é maravilhoso, Lia merece ser feliz - assentiu - Agora só falta você - disse, neguei prontamente forcando um sorriso.
- Acho que não.
- Bom, então acho que vou precisar arranjar alguém pra você - murmurou. Seus olhos azuis tinham um brilho.
- Por que? - indaguei confusa.
Ela sorriu, desviando seus olhos dos meus por segundos.
- me pediu em casamento - contou. Foi como se um buraco tivesse sido aberto embaixo dos meus pés - Isso não é ótimo? - o sorriso dela parecia querer rasgar seu rosto de felicidade.
Foi tudo automático desde o sorriso que ofereci, os parabéns e o abraço que dei nela. Nunca senti dor tão forte como aquela, e foi então que eu cheguei a conclusão de que Misha estava certo, não me amava e muito menos merecia o amor que eu sentia por ele. Eu precisava respirar, me despedi o mais depressa que pude de e sai dali sem nem a menos ter tocado no meu café. Meu corpo tremia e tudo o que eu queria fazer era chorar, acabei esbarrando em alguém.
- Me desculpe - pedi baixo, num fio de voz.
- Ei , o que foi? - era Caleb, cirurgião e diretor do hospital, ele me segurou pelos ombros e eu no consegui aguentar mais aquilo estavam e sufocando me matando por dentro e chorei ali mesmo na frente do meu chefe. Caleb me abraçou dando-me o que eu precisava no momento um ombro amigo.
Caleb me levou para a minha sala e ficou comigo ate que eu me acalmasse.
- Esta mais calma? – perguntou atencioso. Funguei e assenti – Você precisa de alguma coisa? – insistiu.
Respirei fundo e o olhei, seus olhos castanhos me fitavam com ansiedade.
- Eu preciso de alguns dias – murmurei.
- O que houve? É algum problema aqui? Eu posso tentar resolver – ofereceu preocupado.
- Não – neguei – É pessoal. Caleb, por favor, são só alguns dias – implorei, eu precisava desaparecer daquela cidade, por algumas semanas.
Ele suspirou, desviando seus olhos dos meus por segundos voltando a cravar suas esferas castanhas nas minhas.
- Eu tenho notado que você anda um tanto quanto diferente esses últimos dias, parece chateada preocupada e o que aconteceu há alguns minutos só me provou que você precisa de um tempo fora do hospital – comentou. Caleb passou uma das mãos nos cabelos não tão cumpridos – Eu não sei o que esta acontecendo com você, mas preciso que esteja cem por cento aqui.
- Eu sei – concordei.
- Você tem férias pendentes – continuou, suspirando em seguida – Então acho que esse é o momento perfeito para que você se ausente – disse – Talvez você possa passar seus pacientes para Phill ou Christina.
- Sim – aquilo era tudo o que eu precisava – Muito obrigada Caleb – apertei as mãos do meu chefe em agradecimento – Eu prometo voltar cem por cento – dei minha palavra.
- Tire o tempo que precisar. O seu lugar ainda estará aqui quando voltar – garantiu. Caleb sorriu fraco pra mim, me passando confiança e tranquilidade ao apertar meus dedos.
- Muito obrigada – não pensei muito e no segundo seguinte eu o estava abraçando, ele retribuiu meu gesto apertando-me em seus braços aconchegantes.
Arrastei a mala até o carro, já deixaria tudo pronto, bem cedo eu viajaria. Tal foi minha surpresa ao abrir a porta e encontrar prestes a tocar a campainha.
- Ei – ele sorriu. Aquela droga de sorriso era o meu fim.
- O que veio fazer aqui? – perguntei num tom um tanto rude.
- De quem é essa mala? – indagou, olhando pra mim e depois para a minha mala.
- Minha – murmurei, tentando passar pela porta com a mala, mas ele entrou.
- Sua? – ele franziu as sobrancelhas, confuso – Vai viajar outra vez? – ele me olhou.
- Eu não te devo explicações – retruquei rude. Tentei passar por ele puxando a mala, mas fui barrada.
Meu corpo inteiro se arrepiou pelo mínimo toque de suas mãos em meus braços.
- Você vai viajar e não ia me contar? – quis saber.
Eu ri, ri de raiva. Quem ele pensava que era.
- E você? – o encarei séria, soltei o puxador da mala e me livrando de seu toque – Por qualquer segundo que seja você pensou em me contar que vai se casar? – vi a expressão dele passar de confusa para surpresa e um tanto quanto culpada.
- Ela já te contou, não foi? – murmurou.
Eu senti como se tudo fosse desmoronar, eu era mesmo uma idiota.
- É só isso que tem a me dizer? – o confrontei sentindo as lágrimas ameaçarem vir e lutando para que isso não acontecesse, não merecia minhas lágrimas.
- , escuta – se aproximou quando dei um passo para trás – Eu ia te contar. Me desculpe eu só...
Recusei seu toque quando ousou fazê-lo.
- Quando? Quando estivesse no altar? – engoli em seco, encarando seus olhos azuis – Eu fui muito idiota por acreditar que por um momento você pudesse ter me amado – falei magoada, lhe dei as costas, eu estava perdendo a batalha para as malditas lágrimas.
- eu amo você, é só que...
- Não – o interrompi, eu não iria permitir que ele fizesse aquilo comigo, o encarei novamente eu podia sentir meu rosto começar a esquentar e meus olhos arderem – Eu não quero ouvir suas mentiras, eu não quero ouvir mais nada – gritei irritada. Meu coração doía tanto – Eu quero que você vá embora da minha casa agora mesmo – passei por ele segurando a maçaneta da porta que ainda continuava aberta. As lágrimas já tomavam meu rosto que eu tinha desistido de segurar assim como o soluço que me escapou.
- – seu tom soou um tanto desesperado assim como seus poucos passos até mim – Me deixa explicar – implorou.
- Não eu já cansei – a voz saiu embargada quando o confrontei novamente – Já me cansei das suas mentiras, cansei das migalhas que você me dá – me aproximei, estava paralisado seus olhos azuis brilhavam por conta das lágrimas que se formava neles – Será que só você não percebe o quão errado isso . Você não percebe o mal que estamos fazendo um para o outro e para a – mordi o lábio para conter outro soluço – Você não percebe que isso me machuca tanto, isso é tão cruel. Você é cruel, – passei as mãos no rosto para tirar as lágrimas que não paravam de cair, puxei os cabelos para trás num ato desesperado de tentar manter o controle que realmente não existia mais.
- Eu amo você – sussurrou, ele estava chorando.
- Seu cretino, mentiroso – meu autocontrole foi para o espaço e o ataquei com tapas e socos em seu peito, na tentativa de machuca-lo de alguma forma – Você é um monstro , eu te odeio tanto.
Ele me segurou pelos pulsos puxando-me para seus braços para sua boca. Eu tentei me livrar dele, continuando socando e estapeando seu peito coberto pela camisa de botão preta, mas eu não tive mais forças. Era ele quem estava ali, era a boca dele que estava grudada na minha, eu não tinha forças para negar aquele beijo.
Escutei o baque da porta ao se fechar tão violentamente, e sentir em seguida a dor quando as minhas costas se chocaram contra a mesma segundos depois quando me prendeu ali. Sua boca era exigente ao manter aquele beijo intenso e forte, apertei meus dedos em seus cabelos me entregando ao desejo.
tocava meu corpo como se quisesse gravar cada pedaço do meu corpo mesmo que ainda coberto pelas roupas e naquele instante eu decidi que seria a última vez e eu seguiria a minha vida.
largou meus lábios para beijar meu rosto, queixo e pescoço, eu não conseguia manter mais os olhos abertos, meu coração batia acelerado. Ele me pegou no colo voltando a juntar nossas bocas e passou a andar comigo, ele conhecia tão bem aquela casa não precisava ser guiado.
- Eu te odeio – soprei entre o beijo, as lágrimas misturando-se ao nosso beijo.
mordeu meu lábio inferior, apertou minhas coxas com certa força, prendendo-me contra a parede do corredor, seus olhos azuis prenderam-se aos meus. Sua respiração estava descontrolada assim como a minha também.
- Não posso perder você, – seu murmúrio foi sôfrego – O que eu posso fazer? O que eu posso dizer para que você não me deixe? – ele tocou meu rosto com carinho e por um instante eu quis acreditar nele.
- Não diz nada – limpei as lágrimas do rosto dele – Só toque-me, e me faça sua uma última vez – supliquei baixo.
- Por favor – choramingou contra minha boca.
Eu o amava tanto, mas aquele amor era uma doença.
Então ele me beijou mais uma vez e quando me deitou sobre os lençóis pouco depois, eu me proibi de pensar em qualquer outra coisa que não fosse nós dois naquela noite.
me amou como nunca tinha feito antes, cada segundo que nós nos soltávamos um do outro para que cada centímetro de nossas peles pudesse ficar expostas um para o outro, eu pedia por ele, gritava por mais, pelo calor pelos beijos e pelos toques dele. beijou meu corpo com carinho enquanto eu marcava o dele com minhas unhas e com meus beijos.
Da minha boca só saiam gritos, gemidos e o nome dele, o quarto estava quente como o inferno. Me contorci nos lençóis quando a boca dele tomou minha intimidade, então eu gritei mais alto pedindo por mais, cada vez mais.
Apertei os lençóis, cobriu meu corpo suado com o seu, eu o beijei entrelaçando nossos dedos.
- ... – arfei. Ele mordeu lábio inferior, abri os olhos encontrando os dele fixos nos meus – Eu amo você – sussurrei, calou meu gemido com seus lábios quando me fez sua mais uma vez.
Seu corpo se esfregava ao meu, ele arfava cada vez mais alto a cada segundo que seus movimentos ficavam mais rápidos e fortes. Escutar seu gemido rouco no meu ouvido quando atingiu o orgasmo foi o fim pra mim e eu o acompanhei gritando de tanto prazer, meu corpo relaxou pouco depois, me senti leve e por um instante tão dele. Adormeci nos braços do homem que eu amava.
Horas depois eu acordei, já era dia, ainda dormia ao meu lado, aquela era então a minha chance. Eu estava decidida, a nossa história – se é que um dia existiu – tinha chegado ao fim. Tomei um banho, me troquei depressa e silenciosamente. Observei-o por alguns segundos, ele devia ter sido desde o começo, mas não foi e eu precisava aceitar e superar aquilo, esquecer aquele amor doentio, me aproximei da cama somente para deixar uma breve carta sobre a mesma.
Respirei fundo e finalmente sai dali, com o coração sangrando e com lágrimas tomando meu rosto. Por mais errado que pudesse ser o meu coração era dele e eu o amaria para sempre.
Meu celular não parava de tocar avisando que mensagens tinham sido recebidas, metade delas era de . Não respondi nenhuma, me joguei na cama depois de banho.
Acordei no dia seguinte com meu despertador soando alto por todo o quarto, levantei com preguiça me arrastei até o banheiro tomei um banho refrescante e demorado, hoje seria um longo dia de trabalho. Coloquei um vestido preto e um salto, me arrumei rapidamente, joguei a bolsa no carro segui para o hospital, eu sou pediatra e amo a minha profissão. Quando cheguei recebi de Lore alguns prontuários, o dia seria realmente longo.
- Você vai ficar bem querido - garanti ao pequeno que me olhava serio, acariciei seus cabelos escuros e olhei para a mãe dele - Mesmo que ele não goste, ele precisa tomar os antibióticos nos horários certos - alertei a mãe da criança.
- Sim doutora - ela assentiu.
- Certo, tenha uma boa tarde - sorri para ela.
- Boa tarde, vamos Lucas - ela o pegou pela mão e saíram.
Respirei fundo, e comecei a ajeitar a minha mesa, desliguei o computador. Meu celular tocou chamando a minha atenção, era uma mensagem de Lia me convidando para ir passar alguns dias com ela e Leo, eu tinha mesmo férias que eu não tinha tirado, talvez fosse uma boa ideia. Coloquei o celular sobre a mesa e no mesmo instante ele voltou a tocar, meu sorriso desapareceu ao ver o nome de na tela do celular.
"Preciso te ver"
Era tudo o que dizia. Um nó se formou em minha garganta, eu precisava dar um fim naquilo o mais rápido possível. Duas batidas na porta me assustaram trazendo-me de volta para a realidade.
- Oi - abriu a porta.
- Ah... Oi - me levantei e fui até ela
- Oi sumida - ela sorriu e me abraçou. Por mais hipócrita e falso que possa parecer, eu tinha sentir falta dela.
- Foi só um fim de semana - eu ri de seu exagero.
- Eu sei - ela riu junto se afastando - Você tem tempo para um café? – perguntou. Eu a senti um tanto eufórica. Olhei em meu relógio de pulso.
- Vinte minutos até o próximo paciente - respondi, peguei o celular e o enfiei no bolso do jaleco - Vamos.
Nós saímos da sala e fomos até a lanchonete do hospital, contou sobre o seu fim de semana com , tive que sorrir e fingir que aquilo não me machucava.
- E como esta o pessoal? - ela quis saber enquanto bebericava o café.
- Bem. Lia esta de namorado novo - contei.
- Ah que bom - sorriu gentil.
- É - concordei - O Misha é uma pessoa ótima - sorri ao me lembrar dele - Acho que finalmente Lia encontrou o cara certo - afirmei.
- Isso é maravilhoso, Lia merece ser feliz - assentiu - Agora só falta você - disse, neguei prontamente forcando um sorriso.
- Acho que não.
- Bom, então acho que vou precisar arranjar alguém pra você - murmurou. Seus olhos azuis tinham um brilho.
- Por que? - indaguei confusa.
Ela sorriu, desviando seus olhos dos meus por segundos.
- me pediu em casamento - contou. Foi como se um buraco tivesse sido aberto embaixo dos meus pés - Isso não é ótimo? - o sorriso dela parecia querer rasgar seu rosto de felicidade.
Foi tudo automático desde o sorriso que ofereci, os parabéns e o abraço que dei nela. Nunca senti dor tão forte como aquela, e foi então que eu cheguei a conclusão de que Misha estava certo, não me amava e muito menos merecia o amor que eu sentia por ele. Eu precisava respirar, me despedi o mais depressa que pude de e sai dali sem nem a menos ter tocado no meu café. Meu corpo tremia e tudo o que eu queria fazer era chorar, acabei esbarrando em alguém.
- Me desculpe - pedi baixo, num fio de voz.
- Ei , o que foi? - era Caleb, cirurgião e diretor do hospital, ele me segurou pelos ombros e eu no consegui aguentar mais aquilo estavam e sufocando me matando por dentro e chorei ali mesmo na frente do meu chefe. Caleb me abraçou dando-me o que eu precisava no momento um ombro amigo.
Caleb me levou para a minha sala e ficou comigo ate que eu me acalmasse.
- Esta mais calma? – perguntou atencioso. Funguei e assenti – Você precisa de alguma coisa? – insistiu.
Respirei fundo e o olhei, seus olhos castanhos me fitavam com ansiedade.
- Eu preciso de alguns dias – murmurei.
- O que houve? É algum problema aqui? Eu posso tentar resolver – ofereceu preocupado.
- Não – neguei – É pessoal. Caleb, por favor, são só alguns dias – implorei, eu precisava desaparecer daquela cidade, por algumas semanas.
Ele suspirou, desviando seus olhos dos meus por segundos voltando a cravar suas esferas castanhas nas minhas.
- Eu tenho notado que você anda um tanto quanto diferente esses últimos dias, parece chateada preocupada e o que aconteceu há alguns minutos só me provou que você precisa de um tempo fora do hospital – comentou. Caleb passou uma das mãos nos cabelos não tão cumpridos – Eu não sei o que esta acontecendo com você, mas preciso que esteja cem por cento aqui.
- Eu sei – concordei.
- Você tem férias pendentes – continuou, suspirando em seguida – Então acho que esse é o momento perfeito para que você se ausente – disse – Talvez você possa passar seus pacientes para Phill ou Christina.
- Sim – aquilo era tudo o que eu precisava – Muito obrigada Caleb – apertei as mãos do meu chefe em agradecimento – Eu prometo voltar cem por cento – dei minha palavra.
- Tire o tempo que precisar. O seu lugar ainda estará aqui quando voltar – garantiu. Caleb sorriu fraco pra mim, me passando confiança e tranquilidade ao apertar meus dedos.
- Muito obrigada – não pensei muito e no segundo seguinte eu o estava abraçando, ele retribuiu meu gesto apertando-me em seus braços aconchegantes.
Arrastei a mala até o carro, já deixaria tudo pronto, bem cedo eu viajaria. Tal foi minha surpresa ao abrir a porta e encontrar prestes a tocar a campainha.
- Ei – ele sorriu. Aquela droga de sorriso era o meu fim.
- O que veio fazer aqui? – perguntei num tom um tanto rude.
- De quem é essa mala? – indagou, olhando pra mim e depois para a minha mala.
- Minha – murmurei, tentando passar pela porta com a mala, mas ele entrou.
- Sua? – ele franziu as sobrancelhas, confuso – Vai viajar outra vez? – ele me olhou.
- Eu não te devo explicações – retruquei rude. Tentei passar por ele puxando a mala, mas fui barrada.
Meu corpo inteiro se arrepiou pelo mínimo toque de suas mãos em meus braços.
- Você vai viajar e não ia me contar? – quis saber.
Eu ri, ri de raiva. Quem ele pensava que era.
- E você? – o encarei séria, soltei o puxador da mala e me livrando de seu toque – Por qualquer segundo que seja você pensou em me contar que vai se casar? – vi a expressão dele passar de confusa para surpresa e um tanto quanto culpada.
- Ela já te contou, não foi? – murmurou.
Eu senti como se tudo fosse desmoronar, eu era mesmo uma idiota.
- É só isso que tem a me dizer? – o confrontei sentindo as lágrimas ameaçarem vir e lutando para que isso não acontecesse, não merecia minhas lágrimas.
- , escuta – se aproximou quando dei um passo para trás – Eu ia te contar. Me desculpe eu só...
Recusei seu toque quando ousou fazê-lo.
- Quando? Quando estivesse no altar? – engoli em seco, encarando seus olhos azuis – Eu fui muito idiota por acreditar que por um momento você pudesse ter me amado – falei magoada, lhe dei as costas, eu estava perdendo a batalha para as malditas lágrimas.
- eu amo você, é só que...
- Não – o interrompi, eu não iria permitir que ele fizesse aquilo comigo, o encarei novamente eu podia sentir meu rosto começar a esquentar e meus olhos arderem – Eu não quero ouvir suas mentiras, eu não quero ouvir mais nada – gritei irritada. Meu coração doía tanto – Eu quero que você vá embora da minha casa agora mesmo – passei por ele segurando a maçaneta da porta que ainda continuava aberta. As lágrimas já tomavam meu rosto que eu tinha desistido de segurar assim como o soluço que me escapou.
- – seu tom soou um tanto desesperado assim como seus poucos passos até mim – Me deixa explicar – implorou.
- Não eu já cansei – a voz saiu embargada quando o confrontei novamente – Já me cansei das suas mentiras, cansei das migalhas que você me dá – me aproximei, estava paralisado seus olhos azuis brilhavam por conta das lágrimas que se formava neles – Será que só você não percebe o quão errado isso . Você não percebe o mal que estamos fazendo um para o outro e para a – mordi o lábio para conter outro soluço – Você não percebe que isso me machuca tanto, isso é tão cruel. Você é cruel, – passei as mãos no rosto para tirar as lágrimas que não paravam de cair, puxei os cabelos para trás num ato desesperado de tentar manter o controle que realmente não existia mais.
- Eu amo você – sussurrou, ele estava chorando.
- Seu cretino, mentiroso – meu autocontrole foi para o espaço e o ataquei com tapas e socos em seu peito, na tentativa de machuca-lo de alguma forma – Você é um monstro , eu te odeio tanto.
Ele me segurou pelos pulsos puxando-me para seus braços para sua boca. Eu tentei me livrar dele, continuando socando e estapeando seu peito coberto pela camisa de botão preta, mas eu não tive mais forças. Era ele quem estava ali, era a boca dele que estava grudada na minha, eu não tinha forças para negar aquele beijo.
Escutei o baque da porta ao se fechar tão violentamente, e sentir em seguida a dor quando as minhas costas se chocaram contra a mesma segundos depois quando me prendeu ali. Sua boca era exigente ao manter aquele beijo intenso e forte, apertei meus dedos em seus cabelos me entregando ao desejo.
tocava meu corpo como se quisesse gravar cada pedaço do meu corpo mesmo que ainda coberto pelas roupas e naquele instante eu decidi que seria a última vez e eu seguiria a minha vida.
largou meus lábios para beijar meu rosto, queixo e pescoço, eu não conseguia manter mais os olhos abertos, meu coração batia acelerado. Ele me pegou no colo voltando a juntar nossas bocas e passou a andar comigo, ele conhecia tão bem aquela casa não precisava ser guiado.
- Eu te odeio – soprei entre o beijo, as lágrimas misturando-se ao nosso beijo.
mordeu meu lábio inferior, apertou minhas coxas com certa força, prendendo-me contra a parede do corredor, seus olhos azuis prenderam-se aos meus. Sua respiração estava descontrolada assim como a minha também.
- Não posso perder você, – seu murmúrio foi sôfrego – O que eu posso fazer? O que eu posso dizer para que você não me deixe? – ele tocou meu rosto com carinho e por um instante eu quis acreditar nele.
- Não diz nada – limpei as lágrimas do rosto dele – Só toque-me, e me faça sua uma última vez – supliquei baixo.
- Por favor – choramingou contra minha boca.
Eu o amava tanto, mas aquele amor era uma doença.
Então ele me beijou mais uma vez e quando me deitou sobre os lençóis pouco depois, eu me proibi de pensar em qualquer outra coisa que não fosse nós dois naquela noite.
me amou como nunca tinha feito antes, cada segundo que nós nos soltávamos um do outro para que cada centímetro de nossas peles pudesse ficar expostas um para o outro, eu pedia por ele, gritava por mais, pelo calor pelos beijos e pelos toques dele. beijou meu corpo com carinho enquanto eu marcava o dele com minhas unhas e com meus beijos.
Da minha boca só saiam gritos, gemidos e o nome dele, o quarto estava quente como o inferno. Me contorci nos lençóis quando a boca dele tomou minha intimidade, então eu gritei mais alto pedindo por mais, cada vez mais.
Apertei os lençóis, cobriu meu corpo suado com o seu, eu o beijei entrelaçando nossos dedos.
- ... – arfei. Ele mordeu lábio inferior, abri os olhos encontrando os dele fixos nos meus – Eu amo você – sussurrei, calou meu gemido com seus lábios quando me fez sua mais uma vez.
Seu corpo se esfregava ao meu, ele arfava cada vez mais alto a cada segundo que seus movimentos ficavam mais rápidos e fortes. Escutar seu gemido rouco no meu ouvido quando atingiu o orgasmo foi o fim pra mim e eu o acompanhei gritando de tanto prazer, meu corpo relaxou pouco depois, me senti leve e por um instante tão dele. Adormeci nos braços do homem que eu amava.
Horas depois eu acordei, já era dia, ainda dormia ao meu lado, aquela era então a minha chance. Eu estava decidida, a nossa história – se é que um dia existiu – tinha chegado ao fim. Tomei um banho, me troquei depressa e silenciosamente. Observei-o por alguns segundos, ele devia ter sido desde o começo, mas não foi e eu precisava aceitar e superar aquilo, esquecer aquele amor doentio, me aproximei da cama somente para deixar uma breve carta sobre a mesma.
Respirei fundo e finalmente sai dali, com o coração sangrando e com lágrimas tomando meu rosto. Por mais errado que pudesse ser o meu coração era dele e eu o amaria para sempre.
Fim
Nota da autora: Já faz tanto tempo, desde a última vez que mandei algo para o site, e desde a última vez que tive animação para escrever algo, mas eu culpo a minha ansiedade por querer fazer alguma coisa legal e antes mesmo de começar já desistir. Mas eu sinto que esse ano eu consiga fazer algumas coisas bem produtivas, eu estou contando com isso e rezando para a minha parte criativa não parar outra vez. Bom, espero que tenham gostado, por favor, não deixem de comentar e até a próxima.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Quer saber quando esta fic irá atualizar? Acompanhe aqui.
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