The Other Malfoy

Última atualização: 31/12/2022

Prólogo

1991

Os Malfoy chegavam à estação King's Cross, a família era composta por um homem, uma mulher e um casal de gêmeos, todos tinham feições arrogantes.
— Juntos? — Draco perguntou para a irmã.
— Juntos — assentiu, segurando o carrinho.
Os gêmeos olharam para trás, procurando por algum tipo de confirmação dos pais; vendo que ambos assentiram com a cabeça, seguraram o carrinho com força e correram em direção à parede.
Quando chegaram à plataforma, não poderia estar mais maravilhada com a estação, os seus olhos brilharam ao ver a locomotiva e vários alunos de todas as idades, era uma sensação incrível. Mas logo foi tirada da sua pequena hipnose ao ouvir as reclamações do pai.
— Eu falei que deveríamos ter os levado para Durmstrang, pelo menos não iriam se misturar com pessoas de tão baixo nível — Lúcio falou com um ar de superioridade e segurou a vontade de revirar os olhos. Seguindo os olhos do pai, reparou que ele observava uma família de ruivos conversando.
— Seria muito longe, Lúcio, e Draco sabem como se portar — a mulher o tranquilizou.
— Assim espero — o homem respondeu.
respirou fundo, fingindo que não ouvira a conversa.
— Venham se despedir, queridos! — a mãe deles falou docemente, os abraçando. — Não esqueceram de nada?
— Não, mamãe, pegamos tudo — falou.
— Se percebermos que esquecemos de algo, mandaremos uma carta — Draco completou.
— Se comportem e escrevam.
— ‘Tá bom, mamãe! — responderam, juntos.
Os irmãos se olharam e encararam o pai, que os abraçou.
— Não se esqueçam de que família vocês pertencem. Não nos decepcionem — foi a única coisa que o Malfoy mais velho falou.
— E sempre cuidem um do outro — a mãe completou.
Os gêmeos terminaram de se despedir dos pais, caminhando em direção ao trem. A cabine deles foi ocupada por mais dois garotos, Vincent Crabbe e Gregório Goyle, dois garotos que foram apresentados a eles nas férias. Draco tinha se dado bem com eles, ao contrário da irmã, que não suportava nenhum dos dois.

Por volta de uma hora, decidiu que não ficaria na mesma cabine que os garotos, ela se levantou, saindo de lá.
— Onde você vai? — o irmão a questionou.
— Vou dar uma volta, voltarei logo — disse, simples.
Andou um pouco até encontrar uma cabine que só tinha dois garotos, olhou para os lados, verificando se Draco não estava atrás dela.
— Ahm… com licença, vocês se importam se eu ficar aqui? — ela falou, sorrindo fraco, vendo os dois garotos negarem, então ela adentrou a cabine.
— Sou . Só — ela se apresentou, sorrindo.
— Eu sou o Harry, Harry Potter — o menino de óculos se apresentou.
— Espera? Harry Potter? O Harry Potter? — a menina falou, apontando para a própria testa.
Harry assentiu, mostrando a cicatriz de raio.
— Incrível, não é? — o menino ruivo falou. — Aliás, sou Rony, Rony Weasley.
conseguiu ouvir a voz de seus pais em sua consciência a xingando por estar falando com um Weasley, mas ela ignorou e somente sorriu, cumprimentando o garoto.
A viagem foi extremamente divertida, mesmo que tenha brigado com o Rony várias vezes, dizendo que a Sonserina não era a casa de pessoas ruins.
Quando chegaram à Hogwarts, se despediram e correu à procura do irmão.
— Onde você estava? — ouviu a voz de Draco às suas costas.
Sabia que não poderia contar para ele que estava em uma cabine com Harry Potter e um Weasley e, mesmo odiando mentir para seu irmão, era sua única opção.
— Fiquei em uma cabine com algumas garotas — disse, simples, dando de ombros.
Os alunos estavam em uma fila, se preparando para a seleção das casas.
respirava fundo, tentando se acalmar, mas sabia que, no final, ela iria para a Sonserina.
— Malfoy, Draco!
assistiu o irmão sentar no banco com um sorriso arrogante no rosto e, em uma fração de segundo, o chapéu já anunciava que Draco era da Sonserina.
— Malfoy, !
se sentou no banquinho, sentindo o chapéu ser colocado em sua cabeça enquanto ela sorria tão arrogante quanto seu irmão. Assistiu a cara de espanto de Rony e Harry, já que a garota não tinha mencionado ser uma Malfoy.
— Você seria brilhante na Sonserina — o chapéu falou. — Mas será espetacular na… Grifinória!
Ela ouviu os alunos da mesa da Grifinória aplaudirem enquanto ela olhava para o irmão que parecia estar assustado, seguiu para a mesa da sua casa, se sentando ao lado de uma garota de cabelos volumosos.
— Hermione Granger, prazer.
Malfoy.

***

A menina tinha os cotovelos sobre a mesa e as mãos apoiadas no rosto enquanto negava com a cabeça enquanto Harry dava alguns tapinhas em suas costas em forma de consolo.
— Pelo menos o chapéu não acha que você seja uma pessoa ruim — Rony declarou.
— Você acha que me importo, Rony? Meus pais vão me matar! Vou ser expulsa de casa! — ela falou, brava.
Os alunos do primeiro ano foram chamados pelo monitor das suas casas e correu em direção ao irmão.
— Isso é inadmissível! Vou mandar uma carta para o papai agora! Como aquele chapéu velho ousa colocar você na Grifinória? — Draco dizia, incrédulo. — Mamãe e papai vão saber disso!
— Draco, não faça isso! — a menina falou em desespero. — Por favor.
— O quê? Por quê? — o irmão disse, confuso. — Não me diga que quer ficar na Grifinória? Acha que eu não vi você conversando com o traidorzinho de sangue junto com o Potter? — o garoto falava com desgosto.
— Draco! Eu não quero que papai coloque a culpa em mim! — falou, com os olhos vermelhos. — Por favor, não conta para eles, eu irei fazer isso.
O garoto olhou para ela por alguns segundos.
— Não irei contar para eles, — o irmão falou, tocando em seu ombro. — Somente cuide das amizades que está fazendo.
Draco a olhou mais uma vez antes de se virar para ir a caminho das masmorras.

***

estava sentada na escadaria que levava ao corredor onde se localizava a comunal da Grifinória, a menina estava cabisbaixa, abraçada aos joelhos.
— Ei, loirinha, você está bem?
tomou um susto ao ouvir uma voz desconhecida e ver dois ruivos idênticos sentando-se um em cada lado.
A menina somente assentiu com a cabeça.
— Se atrasou e não sabe a senha? — um dos gêmeos falou.
— Porque, se esse for o motivo, saiba que não está sozinha nessa — o outro completou.
A menina negou com a cabeça rapidamente.
— A senha é cabeça de dragão — a garota falou, ainda encarando o chão.
Os gêmeos se olharam mais uma vez.
— Espera, você é a Malfoy que veio para a Grifinória! — o ruivo exclamou. — Aliás, prazer, Fred e George Weasley. — observou os dois gêmeos se apresentarem.
— "A Malfoy que foi para a Grifinória". Papai vai adorar ouvir isso — a menina disse, ironicamente, sentindo os olhos arderem enquanto tentava segurar o choro. — Eu deveria estar na Sonserina! Igual ao meu irmão! Igual à mamãe foi e meu pai também, isso está errado. Maldito chapéu burro! — exclamou.
— Ei! A Grifinória não é tão ruim assim! — o ruivo sentado à sua direita, que agora ela reconhecia como George, falou.
— E, se você quer saber, a Grifinória é uma das melhores casas de Hogwarts! — o outro completou.
A menina revirou os olhos, olhando os dois.
— Vocês são Weasley's, Grifinória é o habitat natural de vocês! — ela falou, óbvia, continuando a olhar para os dois garotos. — Eu sou uma Malfoy, eu deveria estar na Sonserina.
— ‘Tá falando besteira, Malfoy, o chapéu seletor não erra, ele sempre sabe a casa certa de todos os alunos — Fred falou. — Então, se ele te selecionou para a Grifinória, é porque você pertence a essa casa.
— Vocês não estão entendendo! — os gêmeos arquearam as sobrancelhas. — Imagina você — apontou para um dos gêmeos — ser separado dele — apontou para o outro irmão.
— Isso nunca aconteceria! — Fred Weasley falou.
— Era o que eu e meu irmão falávamos! — a garota disse, com os olhos marejados, se levantando, limpando algumas lágrimas. — Boa noite — ela disse, indo em direção à comunal, secando algumas lágrimas dos olhos.

passou a noite em claro, tentando, repetidas vezes, escrever uma carta para seus pais, explicando o ocorrido. Não era uma coisa fácil de se fazer, já que tinha medo de seus pais a mandarem para Durmstrang e ser separada de seu irmão, com toda certeza ser separada de Draco era uma das piores coisas que poderiam acontecer.
Quando olhou seu relógio, marcava meia-noite. A carta não estava perfeita, mas só estaria perfeita se ela contasse que foi selecionada para a Sonserina, mas, como isso não aconteceu, ela simplesmente foi para seu dormitório, onde encontrou as garotas do seu ano dormindo, e enviou a carta pela sua coruja.
, você veio! Achei que estava perdida — Granger se levantou da cama, falando com a garota. — A sua cama é essa em frente à minha, guardei-a para você.
agradeceu silenciosamente a garota e se ajeitou para ir dormir, foi difícil dormir.
Não era fácil dormir, nada parecia fácil, era estranho estar longe de sua casa, estar longe de seus pais, que, agora, ela nem sabia se gostariam que ela os chamassem de pai e mãe.

***


No almoço do dia seguinte foi quando o coração de parou, as duas cartas em suas mãos, enquanto ela se sentava em frente a Harry e Rony.
— Contei para os meus pais — ela falou, rapidamente, chamando a atenção dos garotos. — Leiam e me falem se tem algo importante.
Ela colocou as cartas em frente aos garotos e os dois se olharam e abriram as cartas, lendo enquanto olhava para eles nervosamente.
— O que seria algo importante? — Harry perguntou.
— Não sei, talvez algo sobre mudar de escola, sobre ser deserdada ou não sei — falou, ansiosa.
— Pelo menos não foi um berrador — Rony falou, sorrindo fraco.
— Papai e mamãe não gostam de chamar atenção, não desse jeito, pelo menos.
— Na carta, seu pai diz que está desapontado, ele destaca bastante isso — Rony falou, olhando a carta —, que foi uma vergonha para a família.
— A sua mãe disse que não esperava por isso e que seria bom você andar com pessoas decentes para não estressar seu pai — Harry fez uma pequena pausa. — E disse que não é para contar sobre essa carta para seu pai.
— Só isso? — ela franziu as sobrancelhas, desconfiada, e os garotos assentiram com a cabeça. — Então, está tudo bem, nada além do esperado, bem menos que o esperado, na verdade.
olhou para a mesa da Sonserina, vendo seu irmão sorrir para ela, mas o mesmo fechou o rosto quando viu com quem a irmã estava.
— Não acredito que você é irmã do babaca do Malfoy — Rony falou, fazendo a garota olhar para ele, brava.
— Meu irmão não é um babaca! — ela o defendeu.
— Ei, Malfoy! Está melhor? — Um dos gêmeos ruivos apareceu atrás dela, fazendo a mesma se assustar.
— Ah, sim, estou bem — ela sorriu, sem mostrar os dentes. — Obrigada por perguntar e desculpa se fui… ahm… meio rude ontem.
— Está tudo bem, você estava nervosa — ele sorriu para ela. — Vejo vocês por aí — o ruivo se despediu dos três e se afastou.
— Do que Fred estava falando? — Rony perguntou.
— Nada demais — ela deu de ombros.
Malfoy olhou para trás novamente, mas, agora, o irmão não olhava mais para ela, Draco parecia rir com alguns amigos. Foi, então, que soube que os próximos anos seriam um pouco difíceis para eles dois.

Capítulo 1

1994

caminhava em meio ao acampamento onde iria acontecer a Copa Mundial de Quadribol. Ela e seu irmão estavam totalmente animados, mesmo sentindo que Draco não tinha contado alguma coisa a ela. Eles seguiram o pai até a cabana, cutucou o gêmeo com o cotovelo, apontando para um grupo de irlandeses fazendo uma dança engraçada, os dois riram.
Quando chegaram à sua própria barraca, olhou para os lados, era grande, bonita e confortável. Um elfo doméstico, que era desconhecido pela garota, levava alguns pertences deles, jogou sua mochila em cima de uma das camas.
— Podíamos dar uma volta no acampamento — pensou alto.
— Eu gosto da ideia — Draco sorriu para a irmã. — Podemos, pai?
O homem encarou os filhos por alguns segundos, pensando.
— Podem — ele disse, levando sua atenção para . — Se eu descobrir que foi atrás de seus amiguinhos imundos, diga adeus à sua vassoura — falou, seriamente, olhando para a filha.
— Sim, senhor — assentiu e começou a seguir Draco para fora da barraca.
Eles andaram juntos em meio à multidão e, quando Draco avistou alguns amigos, ele segurou a mão da irmã, a puxando, para não se perderem, mas não andou, ela apertou a mão de Draco e estalou a língua, chamando a atenção dele.
— Te encontro aqui em meia hora? — perguntou ao irmão.
! — o irmão a repreendeu. — Se papai descobrir…
— Ele não vai, não tem como ele nos achar nesse tanto de pessoas, Draco! — o cortou — Compre alguma coisa para ele não desconfiar!
A garota falou, se afastando, vendo o irmão revirar os olhos. Ela caminhou um pouco, passando por algumas lojinhas de lembrancinhas, onde comprou uma bandeirinha do time irlandês. Ela implorava para achar alguns de seus amigos no local e sorriu ao ver um menino alto e loiro de costas para ela.
— Diggory! — Malfoy sorriu, animada, para o garoto, que se virou, sorrindo.
— Malfoy! — Cedrico disse, abraçando . — Tudo bem?
A garota conheceu o lufano quando ela e o irmão começaram a ter um grande costume de discutir no meio dos corredores por qualquer motivo possível e Diggory, sendo um ótimo monitor, sempre tentava fazer os dois pararem de discutir. não sabia dizer quando começaram a conversar ou se tornaram próximos, mas começaram com conversas nos corredores e depois viraram bons amigos.
— Estou bem, Ced — ela sorriu. — Torcendo para a Irlanda, certo?
— Obviamente — o lufano sorriu. — Vim com os Weasley, Potter e Granger estavam com eles, também.
— Tenho que dar um jeito de falar com eles — suspirou. — Meus pais me proibiram de usar minha coruja nestas férias. — Diggory deu um sorriso triste para a garota.
— Agora faz sentido você não responder minha carta — Diggory falou, olhando para a loira. — Mas, então, quer um suco de abóbora? — Cedrico pediu e Malfoy assentiu.
acompanhou o garoto, dando algumas voltas pelo acampamento, e até tentou achar o seu trio de amigos, mas falhou. Quando faltavam cinco minutos para encontrar o irmão, se despediu do garoto, indo em direção ao local combinado, onde Draco já a esperava.
— Comprou coisas da Bulgária? Você está torcendo para a Bulgária? — falou, incrédula. — Eu me recuso a acreditar que sou sua irmã gêmea.
— Eles têm o Krum, , eles vão ganhar — Draco afirmou. — Quero ver você chorando depois que a Irlanda perder.
revirou os olhos e engatou o braço com o de seu irmão, o puxando para a barraca, seu pai os encarou como se buscasse algo que, na feição dos filhos, admitisse que se separaram, mas sabia que seu irmão nunca a deduraria.

***

Os gêmeos sorriram, animados, quando descobriram que seus lugares eram no camarote, onde poderiam assistir ao jogo perfeitamente. Eles estavam subindo até seus lugares quando identificou a família de ruivos, ela fingiu parar para amarrar o cadarço de seu tênis e, depois que já tinha perdido seu pai de vista, correu em direção aos amigos.
! — Hermione falou, animada, abraçando a amiga.
— Por que não respondeu nenhuma carta? Estamos sem notícias o verão todo — Harry falou, encarando a loira.
— Snape contou para meus pais sobre Sirius, eles tiraram minha coruja — respondeu, brava — e também porque eu voltei para casa com o cabelo rosa e vamos dizer que eles não gostaram muito do novo visual — sorriu, marota.
— Demorou muito para sair a cor? — Gina perguntou.
— Umas três semanas — disse, olhando para o próprio cabelo que já estava loiro novamente.
Se lembrou da animação que sentiu quando viu o tonalizante rosa em Hogsmeade e tinha certeza que seus pais iriam ficar irritados, então, com a ajuda de Gina, pintou seus cabelos loiros, quase brancos, de rosa, um dia antes de voltar para casa. Draco lhe deu um sermão enorme e, quando seus pais viram o cabelo da filha, a xingaram por horas. Ela pode ter se encrencado, mas não se arrependia, aliás, ver as feições chocadas de seus pais com seu ato era uma cena única.
tinha se dado muito bem com Sirius Black — depois que o quarteto descobriu que ele foi preso injustamente —, querendo ou não ela e o homem tinham quase os mesmos problemas com a família, mesmo achando que seus pais não eram tão ruins como os de Sirius foram. A garota sabia que não importava a raiva que eles sentissem, nunca iriam levantar a varinha em direção à filha.
Sirius até enviou algumas cartas para a garota, mas, infelizmente, por falta de sua coruja, ela não pôde respondê-las.
Malfoy encarou Rony por alguns segundos.
— Você está torcendo para a Bulgária? — ela olhou para os gêmeos ruivos. — Vocês não educaram o irmão de vocês?
— Ele está apaixonado pelo Krum — George falou enquanto Rony revirava os olhos.
— Ron tem coisas a menos na cabeça, — Fred passou os braços pelos ombros de .
Hermione e Gina trocaram alguns olhares enquanto sorriam.
— Meu pai conseguiu lugar para a gente no camarote! — ela mudou de assunto, alegremente.
— É sério? Que sorte! — Gina falou.
— Ser uma Malfoy tinha que ter algum lado bom — ela deu de ombros.
!? — A voz de Draco a chamou.
Ela suspirou e se despediu com um sorriso fraco e um aceno para os amigos.
— É sério, ? Se papai te visse, ele… — Draco começou a falar, mas foi cortado antes de terminar a frase.
— Eu não ligo, Draco! O que ele vai fazer agora? Não deixar eu voltar para Hogwarts ou me expulsar de casa? — falou, brava, e o irmão fechou a cara e os dois seguiram em silêncio.
— Onde estavam? — falou, encarando os filhos.
precisou amarrar o cadarço.
— Precisei amarrar o cadarço.
Os gêmeos falaram ao mesmo tempo, os dois encarando um ao outro.

O jogo chegava ao fim e não perdia nenhuma chance de zoar o irmão porque a Bulgária perdera. Draco estava estranho, estava aparentemente nervoso e ansioso, e poderia ter certeza que não era por causa das piadas.
— Está ouvindo isso, Draco? É por causa da Irlanda ser campeã — riu ao ouvir algo como fogos e gritos.
Os gêmeos olharam para fora da barraca. Os olhos de se arregalaram ao ver a situação que estava acontecendo fora da barraca. Pessoas correndo para os lados e gritos, ali estava acontecendo um ataque.
O irmão a puxou para fora da barraca e correram, mas travou quando reparou que estava sem sua varinha.
— Draco! Minha varinha ficou na cabana — avisou ao irmão —, eu vou voltar para buscar.
— O quê? Não! — o irmão falou, apertando forte a mão dela.
— Me encontra perto da chave do portal! — tentou gritar para o irmão, mas ela foi arrastada pela multidão, com sorte conseguiu chegar até a tenda, pegando sua varinha e saindo de lá apressadamente. Enquanto corria em meio às multidões de pessoas, deu de cara com Rony e Hermione.
— Vocês não deveriam estar aqui! Cadê o Harry? — a loira falou, preocupada.
— O perdemos — Rony falou.
— Que merda! Temos que sair daqui — falou, preocupada.
Rony concordou com Malfoy e os três correram para longe do local e logo acharam a família de ruivos, em que todos estavam preocupados, principalmente, com o sumiço de Harry.
— Eu preciso ir — falou, apressada.
— O quê? Ficou maluca? — Fred falou, segurando o braço da menina, a impossibilitando de sair de lá.
— Eu prometi encontrar o Draco — disse, nervosa. — Ele deve estar me esperando.
— E seu pai? — foi a vez de Arthur Weasley questionar.
— Não sei — deu de ombros —, ele não voltou para a tenda com a gente.
Arthur, Percy, Gui e Carlinhos trocaram alguns olhares por causa da fala da garota, mas ela não pareceu se importar muito.
— Bem, eu preciso encontrar o meu irmão — falou, olhando, principalmente, para Fred, que ainda segurava o seu braço.
— É perigoso demais, — Fred falou.
— Fred está certo — Hermione concordou com o ruivo.
— Eu vou ficar bem — Malfoy afirmou. — Vejo vocês na estação.
— Tome cuidado — Fred falou, sério, e a garota assentiu.
Sem ao menos ligar para as reclamações de Granger ou dos outros Weasley que estavam ali, seguiu até o local combinado com o irmão, não tinha como negar, ver tudo o que estava acontecendo era muito assustador. O coração de parou quando ela escorregou no chão e viu um grupo de homens encapuzados e mascarados passando por ela e quase ateando fogo perto de si.
— Cuidado! — um deles falou um pouco baixo. — É a filha dos Malfoy.
não pensou duas vezes antes de sair correndo, uma pontada de dúvida a atingiu.
Seu pai estaria envolvido com o Lorde das Trevas de novo? Não! Com certeza não, ele não se envolveria com isso de novo; ela pensou.
sorriu ao ver o pai e o irmão perto da chave de portal, ela estava muito mais aliviada em saber que eles estavam bem.
! — Draco a olhou, preocupado. — Você está bem?
— Estou e você? — o gêmeo somente assentiu, segurando a mão da irmã.
— Como pôde se perder, ? — o patriarca perguntou. — Venha, vamos para casa.

***

Quando chegou à casa, ela e o irmão foram recebidos pela mãe com um abraço preocupado, a garota sorriu, pois não se lembrava da última vez que a mãe lhe abraçara. A mulher analisava os filhos, procurando qualquer tipo de arranhão ou machucado, ela soltou um suspiro de alívio quando reparou que os dois estavam bem.
— Subam para se trocar, eu e o pai de vocês precisamos conversar — Narcisa encarou os filhos mais uma vez antes de os dois subirem em direção aos seus devidos quartos.
Não demorou muito para começar a ouvir os gritos incrédulos de sua mãe no andar de baixo, tentava abafar a discussão com um travesseiro em sua cabeça, mas não resolvia muito. Queria sumir ou voltar para Hogwarts o mais rápido possível.
— Se não tivessem a reconhecido, teriam machucado nossa filha, Lúcio! — Narcisa falou.
— Ela estava no lugar errado, na hora errada e com pessoas erradas! — revirou os olhos, se levantando de sua cama e indo até a sua porta.
Antes de sair do quarto, ela se apressou em pegar o baralho de snaps explosivos em sua escrivaninha e saiu do seu quarto devagar, tentando não chamar a atenção de seus pais.
— Você acha mesmo que ela já não tem uma opinião formada, Lúcio? — Narcisa falou, olhando o marido. — Ela não é mais a garotinha que a gente molda as opiniões.
tentou não focar na conversa entre seus pais, apenas indo silenciosamente até o quarto do irmão, que ela entrou sem mesmo bater à porta, encontrando o garoto tentando abafar a discussão dos pais com um travesseiro.
— Eu já tentei isso, não deu muito certo — ela falou, olhando o irmão que olhou para ela.
— Será que eles não vão parar nunca? — ele reclamou.
— Eles logo param, mamãe só está preocupada porque a gente se separou — falou, fechando a porta. — Quer jogar snaps explosivos?
Eles já estavam na segunda partida de snaps explosivos, mesmo ambos entrando em várias discussões, já que Draco afirmava que estava roubando, e a mesma sempre negava — mesmo que ela tenha tentado roubar uma ou duas vezes.
Quando eles foram para o jantar, a mesa ficou silenciosa, não conversavam muito, Narcisa às vezes perguntava como tinha sido o jogo, mas nada realmente relevante. queria perguntar sobre as pessoas que lhe reconheceram durante o ataque, queria muito perguntar se sua família estava envolvida com Voldemort novamente, mas as coisas estavam boas, fazia tempo que eles não brigavam ou discutiam, então simplesmente achou melhor ficar em silêncio para evitar qualquer desentendimento.
Depois do jantar, Draco subiu para seu quarto sem falar muita coisa e Lúcio se retirou, falando que tinha coisas no Ministério para resolver sobre o ataque, e, quando ia para seu quarto, sua mãe a chamou.
, você recebeu uma carta — a mãe avisou e ela olhou para a mulher.
— Não irá mudar nada, se eu não posso responder — a garota suspirou.
— Venha, pegue, sua coruja está em seu quarto — Narcisa falou, entregando a carta para a filha. — Tome cuidado, não deixe seu pai descobrir.
Os olhos da brilharam de animação, ela pegou a carta na mão da mãe e a encarou com um sorriso no rosto.
— Muito obrigada! — ela agradeceu, colocando as duas mãos sob o peito como mania e a mulher sorriu depois que já estava de costas e não poderia mais ver.
A garota se trancou no quarto e correu para a sua cama, abrindo a carta que estava assinada como: Aluado.

Querida Rana,

Estou morrendo de saudades, soube que seus pais te proibiram de usar sua coruja, isso explica você não ter respondido minhas cartas. Almofadinhas quase estava elaborando um plano de resgate depois que enviamos a terceira carta e não tivemos respostas. Ficamos muito preocupados, mas dessa vez demos um jeito dessa carta chegar até você.

Soubemos que se perdeu no ataque na Copa de Quadribol e, pelo amor de Merlim, Rana! Precisa ter cuidado, esses ataques são perigosos! Espero que você esteja bem e não tenha se machucado, se souber de algo relacionado ao ataque, por favor, Rana, nos avise. Temos algumas suspeitas de quais foram os comensais que participaram...

Responda essa carta o mais rápido possível, estamos preocupados.

Aluado.

Ps: Almofadinhas lhe mandou um abraço e disse que está com saudades.

Os olhos de arderam para segurar as lágrimas, adorava o professor Lupin. Se deu bem com o homem no mesmo instante, se lembrava das inúmeras vezes que tomou chá acompanhada do professor depois de brigas com seu irmão.
Ela ficou feliz em saber que o professor se importava com ela, mesmo ela tendo certeza que algumas partes da carta foi Sirius que escreveu.
Ela correu para a sua escrivaninha e começou a escrever sua resposta em um pedaço de pergaminho.

Remo,

Estou realmente feliz de receber sua carta, não aguentava mais ficar sem comunicação as férias inteiras, ultimamente meus pais têm feito isso, ameaçando me tirar algumas coisas por causa do meu "mau comportamento" ou algo do tipo, mas, não se preocupem, estou lidando bem com isso.

Sobre o ataque, eu ouvi meus pais discutindo sobre isso, mas, sendo sincera, professor, eu não acho que eles saibam de muita coisa, acredito que minha mãe somente ficou estressada pelo descuido de meu pai, já que ele não voltou para a tenda com a gente quando o jogo acabou.

E, por favor, me ensinem o feitiço ou poção que vocês usaram com Narcisa para ela me deixar responder a essa carta.

Mande um abraço para Almofadinhas, sinto falta de vocês e espero que eu consiga vê-los na estação.

Atenciosamente,
Rana

Ela não quis contar sobre o que ela ouviu durante a discussão de seus pais e como aquela pessoa a reconheceu, aliás, sabia que eles tinham uma imagem ruim de sua família — e ela não os culpava por isso porque, às vezes, até ela tinha —, mas achou melhor deixar de mencionar algumas coisas até ela entender melhor o que estava acontecendo.
não era ingênua, sabia que algo estava acontecendo com seus pais, não tinha como negar, principalmente agora depois da discussão, mas simplesmente não gostava de imaginar que eles estariam envolvidos com Voldemort, era realmente a coisa que ela mais odiava pensar no mundo.
desenhou um pequeno rostinho feliz no final da carta como se fosse algum tipo de assinatura, não deixou de dar carinho para sua coruja antes de prender a carta em sua pata, e, quando a tirou da gaiola, ficou confusa.
— Pode ir, Reggie, leve a carta até Remo e Sirius — sorriu. — Com cuidado, por favor, meu pai não pode descobrir.
A coruja piou antes de voar para longe.

Capítulo 2

— Vamos, ! — disse Draco, chacoalhando a irmã, em uma tentativa de acordá-la. — Vai ficar sem café-da-manhã!
— Quem te deu autorização para entrar no meu quarto? — resmungou a garota.
— Vem logo, senão vamos te deixar em casa e você vai perder o trem.
— Já estou levantando — reclamou, se levantando da cama, olhando para Draco, que saía do quarto dela.
se levantou de sua cama, olhando o próprio malão, reparando o modo que as coisas foram guardadas nele. Era nesses momentos que ela sentia falta de Dobby, ele sempre arrumava as coisas da garota de um modo que ela gostasse. Gostava de Tilly, a nova elfo doméstica da família, mas simplesmente não estava acostumada com o jeito que a criatura trabalhava. Dessa vez, apenas decidiu ignorar a situação, não queria ser uma garotinha mimada que iria reclamar só porque suas coisas não estavam guardadas do jeito que ela queria.
A garota se ajeitou rapidamente antes de descer as escadas da Mansão Malfoy, onde encontrou seus pais e seu irmão tomando o café da manhã. Ela não os cumprimentou, apenas se sentou ao lado de Draco, começando a se servir.
— Não irei acompanhá-los até a estação hoje — falou Lúcio. — Terei que ir mais cedo até o Ministério por causa das atividades de Hogwarts — disse, direcionado à Narcisa.
Os irmãos se olharam, confusos sobre o tal assunto, mas ficaram em silêncio, sem perguntar sobre nada. Desde o dia do incidente na Copa Mundial de Quadribol, e Draco falavam pouca coisa, visto que ambos perceberam o clima ruim dentro de casa. Não era como se seus pais estivessem brigados ou tivessem parado de se falar, na verdade, era como se aquele dia da discussão nunca tivesse existido, o que foi péssimo para a garota, que estava tentando descobrir se seus pais realmente estavam envolvidos ou sabiam sobre o ataque. E mesmo os dois fingindo que nada tinha acontecido, ainda sentiam que algo ruim estava acontecendo ou, talvez, fosse só a cabeça de , deixando-a meio paranoica com as coisas.
Quando acabaram de comer, subiram até seus quartos para terminar de pegar algumas coisas antes de irem para a estação.
— Do que você acha que papai estava falando? — Draco falou, parando no meio do corredor.
— Não sei, mas não deve ser nada demais, ele nunca fala nada muito interessante — deu de ombros, caminhando até seu próprio quarto.

Alguns minutos depois, , seu irmão e sua mãe chegaram à estação. Narcisa já tinha começado a fazer um grande monólogo para Draco, pedindo para o garoto escrever para ela, se comportar e estudar, como se ele fosse uma criança em seu primeiro ano. A garota não prestava muita atenção no que a mulher falava, começando a olhar para todos os lados, à procura de seus amigos. Ela sorriu quando viu os Weasley, juntamente com Harry e Lupin, o que a fez ficar confusa, não sabendo o motivo de o seu antigo professor estar ali, mas imaginou que ele tivesse vindo acompanhar Harry.
, tenha um bom ano — disse a mulher, chamando sua atenção. — Vai ter algo importante esse ano, então, por favor, se comporte. Não quero ver seu cabelo de uma cor diferente ao final do ano, nada de se meter em besteiras e coisas que não te ajudam na escola, imagino que você não queira ficar sem sua coruja de novo. Por favor, .
— O que vai ter de importante? Era sobre isso que papai estava falando? — perguntou , ignorando o resto da fala de sua mãe.
— Sim, mas vocês vão descobrir na escola — Narcisa falou.
— Tudo bem… eu vou indo, tchau! — se apressou em falar, se afastando dos dois, sem prestar atenção se sua mãe se despediu ou aprovou que ela saísse de lá, apenas pegou suas coisas e caminhou até a família ruiva, que conversava com o antigo professor.
— Remo! O que está fazendo aqui? — perguntou Malfoy, se aproximando.
— Olá, ! — ele sorriu, abraçando a mais nova. — Eu vim te ver, você disse que gostaria de nos ver antes de voltar para Hogwarts, mas, infelizmente, é muito perigoso para Sirius vir. Como está?
— Você veio para me ver? — perguntou, sorrindo animadamente, vendo o homem assentir. — Obrigada por vir!
, que saudades! — Molly Weasley disse, docemente.
— Sra Weasley, também senti saudades! Cadê Harry, Hermione e Rony? — perguntou , ao sentir falta dos amigos.
— Devem ter ido procurar você, logo aparecem — a mais velha respondeu, sorrindo.
— E aí, Malfoy? — disseram os gêmeos Weasley, juntos.
— Hey! — ela sorriu, abraçando os gêmeos. — Morreram de saudades? — brincou .
— Isso só aconteceu nos seus melhores sonhos, — falou Fred, fazendo a garota revirar os olhos.
Harry, Rony e Hermione não demoraram muito para voltarem, conversaram por um curto período com Lupin e com o Sr. e a Sra Weasley até chegar o horário para eles entrarem no trem. Todos se despediram dos adultos e Remo fez questão de falar para que era para ela enviar cartas para ele caso alguma coisa acontecesse ou se precisassem de algo, o que fez sorrir genuinamente e abraçar forte Lupin ao se despedir.

Já fazia algum tempo que eles tinham entrado no trem e encontrado uma cabine. Conversaram por um tempo, Harry explicou para ela sobre o sonho que teve e o que ele tinha visto na Copa Mundial de Quadribol quando se perdeu. também comentou que os comensais passaram por ela, mas, obviamente, não falou nada sobre como eles tinham a reconhecido, não estava pronta para todas as especulações que ela iria ter que ouvir de seus amigos. Enquanto isso, Hermione estava ocupada demais lendo o Profeta Diário, que comentava sobre o ataque.
— Isso é terrível, como o Ministério não descobriu quem conjurou aquilo? — perguntou Hermione. — Não tinha seguranças?
— Tinha um monte, pelo que papai disse — falou Rony enquanto comia alguns doces. — Por isso a preocupação, foi debaixo dos narizes deles.
se mexeu, desconfortável, no banco, esperando que o assunto se encerrasse logo para ela não precisar pensar mais no assunto sobre seus pais. Se sentia um pouco mal por não contar sobre tudo para seus amigos, mas ela precisava entender as coisas antes de simplesmente falar o que ela achava que sabia. Ela viu Harry se contorcer também, fazendo-a estranhar o comportamento do garoto.
— É a cicatriz, está doendo de novo, não é? — perguntou Hermione.
— Não, eu estou bem — disse Harry, negando com a cabeça.
— Deveria contar para Sirius sobre o sonho e o que você viu na Copa — falou. — Ele vai gostar de saber.
— Você acha? — Potter perguntou, olhando a loira, vendo a mesma assentir.
Harry pensou por alguns segundos até concordar em escrever uma carta para Sirius; Hermione e Rony conversavam sobre algo; já , estava perdida em seus próprios pensamentos, olhando pela janela do trem.
— O que há de errado com você? — Rony perguntou, confuso, tirando a garota de sua própria.
— Não tem nada de errado comigo — se defendeu.
— É que você está quieta, não falou quase nada hoje — explicou Hermione enquanto acariciava Bichento em seu colo. — Normalmente, você já teria dado mil voltas pelo trem dizendo que não consegue ficar parada por muito tempo.
sempre foi uma pessoa muito inquieta, que fazia piadas o tempo todo e conversava com todo mundo, então, não foi difícil para seus amigos notarem o quanto ela estava silenciosa. Mas a garota não tinha o que fazer, se encontrava em uma situação estressante por causa da sua família e não poderia contar para ninguém, nem para o seu irmão, já que isso provavelmente desenvolveria uma grande discussão entre eles e isso era uma das últimas coisas que queria agora.
— Só estou cansada, não dormi direito — disse, fingindo um bocejo. Ela se apoiou no garoto ao seu lado, fechando os olhos. — Vou te usar de travesseiro, Harry.

realmente dormiu e só acordou quando estavam chegando em Hogwarts. Os quatro dividiram a carruagem com Neville Longbottom; olhou para o céu, olhando a chuva forte que caía.
— Será que os alunos do primeiro ano realmente vão de barco? — pensou alto.
— Sim, é tradição, você não ouviu Hagrid chamando-os? — Hermione falou, olhando a amiga. — Só não sei como eles vão atravessar o lago com toda essa chuva.
Não demorou muito para que a carruagem parasse em frente ao castelo. Eles desceram correndo em direção à escola, tentando não se molhar muito. não conseguiu segurar o riso quando Pirraça jogou um balão d’água em cima da cabeça de Rony.
Agora, eles já estavam sentados à mesa, esperando ansiosamente o jantar começar. assistia a cerimônia, ela e Rony brincavam de tentar adivinhar para qual casa tal criança iria em uma tentativa de passar o tempo.
— Stewart Ackerley! — falou Minerva, chamando o garoto.
— Corvinal — murmurou .
— Não, esse aí vai para a Sonserina — disse Rony, esperando o chapéu falar algo.
— Corvinal! — o Chapéu Seletor falou, fazendo a mesa dos corvinos aplaudir enquanto Rony revirava os olhos.
— ‘Tô ganhando — disse , orgulhosa.
— ‘Tá empatado! — teimou Rony.
— Shiu! — Hermione os repreendeu antes que começassem uma pequena discussão.
Quando todos os novos alunos foram selecionados, o jantar se iniciou, fazendo soltar um suspiro, aliviada, já que estava esperando ansiosamente por essa parte; ela e todos os outros alunos começaram a se servir. sorriu para Cedrico Diggory na mesa da Lufa-Lufa, que acenou para ela de longe.
— Como consegue ser amiga dele depois do jogo do ano passado? — perguntou Fred.
Ele se referia ao jogo em que a Grifinória perdeu para a Lufa-Lufa, quando Cedrico pegou o pomo de ouro logo após Harry cair da vassoura.
— Porque eu sei separar as coisas — disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, enquanto voltava a comer.
Quando o jantar se encerrou, a garota estava pronta para ir até o dormitório, mas a voz de Dumbledore chamou a atenção de todos os alunos no salão. Ele começou a falar sobre a nova lista de Filch sobre os artefatos proibidos na escola.
— Eu tenho o doloroso dever de informar a todos que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as Casas.
— O quê!? — Harry e exclamaram, juntos.
— INJUSTIÇA! — gritou, novamente.
era obcecada por quadribol, a artilheira do time da Grifinória sabia que era boa no que fazia. Olivio Wood — o capitão do time do ano passado, tão louco por quadribol quanto a garota — a denominava como "artilheira de ouro", o que considerava um adjetivo maravilhoso, ainda mais vindo de Wood, que era extremamente detalhista com o time.
— Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo…
Dumbledore continuava seu discurso, o qual não estava mais tão curiosa para ouvir depois que descobriu que o quadribol seria cancelado. Ela ficou mexendo com os próprios dedos, decidindo ignorar todo o resto.
Um trovão ensurdecedor a assustou, as portas do Salão Principal foram abertas por um homem, ele segurava um cajado, acompanhado de uma capa de viagem preta, totalmente encharcado pela chuva. Não era possível ver o rosto dele, o homem misterioso começou a andar em direção à mesa dos professores e, quando ele estava perto o suficiente, ele apertou a mão de Dumbledore. A forte luz de um relâmpago revelou o rosto do homem, fazendo cobrir a boca com um certo choque.
No rosto dele havia diversas cicatrizes profundas, com toda certeza os olhos do homem chamavam muita mais atenção do que qualquer outra cicatriz; um de seus olhos era normal, mas o outro tinha uma coloração azul, se mexia rapidamente de um lado para o outro enquanto ficava fixo, em uma espécie de suporte de madeira, que imitava um tipo estranho de óculos, o qual estava preso em sua cabeça.
— Gostaria de apresentar o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas — Dumbledore falou, animado, em meio ao silêncio. — Professor Alastor Moody.
— O que aconteceu com ele? — cochichou Hermione. — O que aconteceu com a cara dele?
— Pelo que eu sei, ele é um ex-auror — explicou , sussurrando animadamente. — Vamos ter aula com um auror, isso é genial! As aulas dele só não vão ser melhores do que as do Lupin.
— Como eu ia dizendo… — recomeçou Dumbledore, mesmo que todos os alunos ainda prestassem atenção em Olho-Tonto Moody. — Temos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não acontece há séculos, o Torneio Tribruxo.
Era possível ouvir alguns cochichos animados pelo Salão Principal e grande parte dos alunos parecia querer prestar muito mais atenção em Dumbledore agora.
— Para aqueles que não sabem, o Torneio Tribruxo reúne as três maiores escolas europeias de bruxaria: Hogwarts, Beaubaxtons e Durmstrang. De cada uma, apenas um aluno é escolhido. As escolas revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, até que as taxas de mortalidade se tornaram tão altas que o Torneio Tribruxo foi interrompido.
— Taxa de mortalidade? Então quer dizer que pessoas já morreram? — murmurou, em choque, mas ninguém parecia prestar atenção no que ela falava.
— Durante séculos, houve várias tentativas de reiniciar o Torneio… nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal — Dumbledore explicou, olhando para os alunos. — Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final de competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.
se assustou ao ver os olhos animados de grande parte das pessoas, enquanto ouviam a explicação de Dumbledore sobre o Torneio, o qual a garota achou assustadora ao descobrir que pessoas já haviam morrido na competição.
— Estou nessa! — Fred Weasley falou, entusiasmado.
— Ansiosos como eu sei que estão para ganhar a Taça para Hogwarts — o diretor continuou —, os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos competidores. Somente os alunos que forem maiores de idade, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção.
— Claro, até porque quem tem 17 anos vira automaticamente imortal — murmurou , indignada.
Os gritos de desaprovação pela grande parte dos alunos inundaram o salão, protestando contra as regras.
Minutos depois, caminhava até a sala comunal ao lado de seus amigos. Logo atrás deles, ela conseguia ouvir Fred e George reclamando e programando algum plano para se inscreverem no Torneio.
— Por que todo mundo está ignorando o fato de pessoas já terem sido mortas nesse Torneio? — perguntou . — Por que alguém participaria disso?
— Está dizendo que, mesmo que tivesse idade para participar, não iria se inscrever? — perguntou Fred, se aproximando mais do grupo à sua frente.
— Eu não! Tenho muito amor pela minha vida! — exclamou .
— Malfoy, são mil galeões de prêmio! — George falou, em um tom sonhador. — Mas, para você, não deve ser muita coisa — o garoto ironizou, fazendo a loira revirar os olhos.
— Além do fato que parece ser legal, não é? — Rony comentou.
— Morrer parece ser legal, não é? — ironizou.
— Como você consegue ser tão dramática, Malfoy? — Fred perguntou. — Você não ouviu? Eles mudaram as regras.
— Eu concordo com , isso é maluquice — disse Hermione, enquanto murmurava algo em agradecimento.
Entrando no salão comunal da Grifinória, Rony subiu para o dormitório junto com os gêmeos, que ainda não tinham parado de tagarelar sobre o Torneio Tribruxo. se sentou no sofá perto da lareira, assistindo ao fogo.
, você não vem? — perguntou Hermione.
— Eu já vou — ela disse, sem olhar para a amiga, que logo subiu até o dormitório. Ela reparou que Potter continuava ali também. — Sem sono, Harry?
— É… — ele murmurou.
— Sabe, você deveria escrever mais para o Sirius, sei que você não quer incomodá-lo, mas ele gosta de saber como você está — o aconselhou, sorrindo.
— Eu escrevi para ele hoje, você não viu, estava dormindo — comentou Harry. — Ele gosta de saber como você está também, sempre me pergunta sobre você.
O silêncio predominava no local, enquanto continuava hipnotizada com o fogo da lareira, como se fosse uma das coisas mais fascinantes do mundo.
— Está com problemas, não é? Em casa — Harry falou. Era como se ele afirmasse, sem precisar de uma verdadeira confirmação de . — Você só fica estranha assim quando está com problemas.
— Vá dormir, Harry, o sono está atrapalhando sua cabeça — falou, sorrindo, ignorando o assunto, não querendo ter que mentir para o seu amigo.
Se despediu de Potter, caminhando em direção ao dormitório feminino, onde Hermione e as outras garotas já pareciam estar dormindo. Sentiu sua cabeça doer um pouco, mas imaginou que fosse por causa do sono que estava começando a sentir. Trocou de roupa, tentando fazer o mínimo de barulho possível, e se deitou, se colocando debaixo dos cobertores quentinhos de sua cama, não demorando muito para cair no sono.

Capítulo 3

suspirou, fechando seu livro de Runas Antigas, sentindo seu pulso doer, após ter copiado tanto. Em seu primeiro dia de aula, professora Babbling tinha feito os seus alunos copiarem um enorme texto sobre introdução de conteúdo, o que fez a garota repensar se deveria mesmo ter trocado adivinhação por runas. A aula de runas não tinha sido chata, até se interessou pelo assunto, apenas ficou chateada por ter copiado tanto em seu primeiro dia de aula, coisa que não acontecia com muita frequência em outras aulas. Lembrou-se de que, quando falou com Minerva no final do ano passado, a diretora de sua casa tinha achado uma ótima ideia a Malfoy estudar runas em vez de adivinhação, mas, agora, suspeitava que a diretora de sua casa tinha falado aquilo apenas para receber menos reclamações de Trelawney sobre , Harry e Rony conversando demais em suas aulas, como havia acontecido inúmeras vezes no ano anterior.
A Malfoy seguiu em direção à sua primeira aula de DCAT com Alastor Moody, ao lado de algumas meninas da Lufa-Lufa, que comentavam sobre o novo professor. Ela se sentia estranhamente ansiosa, gostava de pensar que iria aprender com alguém que já viveu tantas coisas. Ouviu alguns boatos pelos corredores que o homem só havia dado aula prática até o momento. não era o tipo de pessoa que se animava para ter aulas, pelo contrário, era muito comum a garota perder pontos por estar matando aula pelos corredores. As únicas aulas que já chegaram a interessá-la verdadeiramente foram as de Lupin, no ano passado, e, claro, as de voo em seu primeiro ano.
Ao se aproximar da sala, ela se sentou ao lado de Hermione, que estava sentada um pouco mais atrás de Harry e Rony.
— Vocês conseguem acreditar que Trelawney passou dever de casa no primeiro dia? — Rony reclamou, olhando para as garotas.
— Se vocês soubessem o quanto a Profa. Babbling fez a gente copiar na aula dela, teriam dó de mim! — ela dramatizou. — Meu pulso esta dormente.
— Ainda não acredito que trocou Adivinhação por Runas Antigas — reclamou Harry.
— Adivinhação é entediante — resmungou .
— Eu disse para trocar por Aritmancia — falou Hermione, olhando para a amiga. — Professor Vector não passou nenhum dever de casa para a gente.
Antes de poder se justificar, avistaram Alastor Moody chegando à sala de aula, seu pé de madeira batendo contra o chão, juntamente com o seu cajado. Todos os alunos se viraram para a frente, ajeitou sua postura enquanto ouvia os mesmos murmúrios sobre a aparência assustadora do homem. Olho-Tonto Moody parou em frente à lousa, olhando para todos os alunos com o seu olho mágico, o qual não havia reparado o quão grande era, rodando para todos os lados de forma frenética. Não havia como mentir, a aparência do homem era intimidadora, ele tinha uma feição de quem iria surtar a qualquer segundo, por isso, a sala ficou em completo silêncio quando ele se virou para os alunos.
Moody iniciou a chamada, com o seu olho na lista e outro rodopiando pelos alunos que responderam. Assim que ele leu o sobrenome Malfoy novamente na lista, ele levou seus dois olhos para a frente, encarou Draco por alguns segundos e depois , que havia acabado de responder à presença. Assim que o professor voltou a fazer a chamada, os dois se encararam, confusos.
— Podem guardar isso — Moody disse, após terminar a chamada, enquanto se apoiava em sua mesa para se sentar. — Esses livros. Não vão precisar deles.
sentiu um alívio enorme, apenas de pensar na ideia de não ter que começar a aula lendo inúmeras páginas de um livro a deixou extremamente feliz. Ela sorriu, animada, para Hermione, enquanto guardava seu exemplar de "As Forças das Trevas: Um guia para sua proteção”, em sua mochila, novamente.
— Pela carta que eu recebi do professor Lupin, vocês estão atrasados, muito atrasados, em maldições — falou Moody. — Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros, tenho um ano para lhes ensinar a lidar com as forças das trevas — ele deu uma risada áspera e tornou a falar. — O Ministério acha que eu deveria ensinar as contra maldições e parar por aí, mas eu e Dumbledore discordamos disso. Então, algum de vocês sabem quais maldições são mais severamente punidas pelas leis da magia?
levantou seu braço, receosa, assim como alguns outros alunos, conhecia as maldições, ouviu um milhão de vezes seu pai comentando sobre elas, era até estranho o jeito que aqueles feitiços eram comentados dentro de sua casa. Lucio Malfoy comentava sobre eles, após o trabalho, como se ele estivesse falando sobre um simples Wingardium Leviosa. De qualquer forma, a garota ficou surpresa ao saber que eles iriam aprender as maldições imperdoáveis tão cedo.
— Weasley — Moody falou, olhando para o Rony, mas ainda assim o seu outro olho se movia, olhando para os outros alunos.
— Uhm… meu pai falou de uma — Rony disse, um tanto hesitante. — Chama Maldição Império ou coisa assim.
— Ah, sim, seu pai sabe tudo sobre ela.
demorou alguns segundos para entender o que o homem tirava de dentro da gaveta, fazendo uma careta em contragosto ao ver a aranha no pote de vidro. Moody apanhou o inseto do frasco, a colocando na palma de sua mão.
— Império — Moody murmurou, apontando a varinha para o inseto.
Olho-Tonto dava várias ordens para o inseto, que o obedecia no mesmo segundo. A sala toda parecia se divertir, a aranha voava de um lado para o outro, pulando em cima da cabeça de alguns alunos. riu ao ver seu irmão desesperado por ter a aranha em seu rosto e ao ver a cara de assustado de Rony, apenas porque o aracnídeo passou ao lado dele. Até o próprio Moody parecia se divertir, rindo de forma estranha toda vez que mandava o inseto fazer algo.
— Acharam engraçado, não é? — Moody falou, olhando para os alunos, apanhando a aranha em sua mão. — Duvido que estariam rindo se eu fizesse isso com vocês. — As risadas se encerraram no mesmo instante. — Mais alguém conhece alguma maldição ilegal?
Hermione foi a primeira a erguer a sua mão, seguida por mais alguns alunos. se assustou com a coragem de Neville, o garoto tinha o braço esticado e um tanto quanto trêmulo, ja que não era de costume ver Longbottom interagindo em outras aulas que não fosse Herbologia.
— Qual? — perguntou Moody, olhando para Longbottom.
— Tem uma, a Maldição Cruciatus — disse Neville em um tom baixo.
O professor não hesitou por nenhum segundo ao apontar a varinha para a aranha.
— Crucio!
A aranha se espremeu, se contorcendo por completo. A sala estava em tanto silêncio por causa do choque, que, se prestasse atenção, era possível ouvir a aranha fazendo alguns barulhos. Hermione cutucou a amiga, a fazendo olhar para Neville, que parecia estar sofrendo tanto quanto o pobre inseto, o qual tinha certeza que, se pudesse falar, estaria suplicando para que Moody parasse, mas o professor apenas tinha um sorriso estranho no rosto.
— Pare! — Hermione gritou, olhando para Neville, fazendo o professor abaixar a varinha.
Moody encarou Hermione, se aproximando da mesa das garotas, fazendo Granger suspirar pesado.
— Certo, talvez possa nos dizer a última maldição imperdoável, srta. Granger — Moody disse, colocando a aranha em frente a elas, fazendo Hermione desviar o olhar.
— Avada Kedavra — falou, sem medo, antes que Hermione pudesse falar algo.
— Muito bem, srta. Malfoy — Moody disse, deixando os olhos fixos na da loira. — A última é a pior.
A garota respirou fundo, se preparando para ver o que iria acontecer com a aranha.
— Avada Kedavra! — ele gritou, fazendo a luz verde sair da ponta de sua varinha, atingindo o corpo da pobre aranha que caiu sem vida. Não houve som e nenhuma marca, ela apenas tinha morrido.
Moody agarrou o inseto morto, deixando dentro do frasco, igual à antes, quando ela estava viva. Ele parou em frente à sala, mas seu olho normal estava fixo em Harry.
— Essa é a maldição da morte. Não existe contrafeitiço. Não existe defesa. Apenas uma pessoa no mundo todo sobreviveu e ela está sentada bem aqui, bem na minha frente.
Todos encararam Harry, igual sempre faziam quando algo sobre isso era comentado. Era perceptível e quase palpável o desconforto do garoto sobre o assunto, mas Potter não era o único, Neville parecia não estar recuperado após ver a aranha sendo torturada.
— Se não existe uma contra maldição, por que estou mostrando para vocês essa maldição? Porque precisam conhecê-la. Vocês têm que reconhecer o pior, mas acredito que nenhum de vocês quer se colocar em uma situação em que precise enfrentá-la — Moody continuou um longo monólogo sobre as maldições, parecendo ignorar o fato de ter simplesmente torturado e matado uma aranha em frente à uma turma cheia de adolescentes que ainda pareciam estar em choque com o que havia acontecido.
Mas Moody apenas seguiu sua aula, normalmente, passando algumas coisas e outras no quadro, as quais nem reclamou de copiar.
Sentiu falta de Lupin, o homem sempre dava uma explicação e sempre apresentava as coisas com calma. Ele acolheu quando ela ficou com medo de saber seu bicho-papão e não quis participar da aula, ao contrário de Alastor Moody, que apenas chegou e mandou Hermione falar o feitiço que mataria a aranha, mesmo a garota parecendo abalada com isso.
sentiu um grande alívio quando foram liberados da sala de aula, o clima entre todos os alunos ficou mais leve depois da experiência traumática que foi ter uma aula com Alastor Moody. Quando se deu conta, ela já tinha se afastado de seus amigos, que tinham ido falar com Neville. caminhou para longe, imaginando que pudesse roubar sorvete na cozinha antes do jantar, para ajudá-la a limpar um pouco a cabeça, pois nunca achou que passaria por uma situação tão estranha como tinha passado durante aquela aula, o que a fez se sentir culpada por estar ansiosa para a aula, mas, agora, apenas de pensar que teria aula com o ex-Auror durante o resto do ano.
— Ei, ! — A voz de Cedrico Diggory, chamou a atenção da garota. O garoto apressou o passo, caminhando ao lado dela.
— Oi, Cedrico — sorriu gentilmente.
— Como foi a aula com Moody? Ele é meio estranho, não é? — comentou Diggory.
— Ele é completamente bizarro! Não sei como Dumbledore permitiu que um maluco como ele desse aula — disse, continuando a andar em direção às cozinhas, ao lado do garoto.
— Está muito ocupada? — ele perguntou, fazendo a garota negar com a cabeça. — Eu preciso de uma opinião sua, ou melhor, um conselho — Diggory falou, fazendo a garota parar de andar, olhando para o lufano.
— Que tipo de conselho? — ela perguntou, franzindo as sobrancelhas, confusa.
— O que acha do Torneio Tribruxo?
— Eu não acredito que você também está pensando em participar dessa coisa destrutiva! Parece que todo mundo nessa escola é meio pirado! — exclamou, cruzando os braços. — Achei que você fosse inteligente, Diggory!
— É somente uma ideia — ele se defendeu, encolhendo os ombros —, por isso queria uma opinião sobre isso.
— Se quer um conselho sincero, Diggory, eu acho que, se você realmente acha que vale tanto a pena essa "glória eterna” igual todos estão dizendo — ela fez aspas com a mão —, deveria se inscrever e provar o seu valor, mostrar que você é bom o suficiente para ser o campeão de Hogwarts. Não deve ficar perguntando o que pessoas aleatórias acham sobre isso e muito menos se privar por isso, às vezes temos que fazer as coisas que nós queremos, mesmo que outras pessoas não gostem. Mas, olhe aqui, se você se machucar, eu nunca te incentivei! — Malfoy disse, fazendo o loiro rir.
— Obrigada pelo conselho, — ele sorriu, gentilmente. — Aliás, não estou perguntando para pessoas aleatórias, apenas perguntando a opinião dos meus amigos.
A garota sorriu para o lufano, por algum motivo nunca achou que iria ser considerada uma verdadeira amiga de Cedrico. Ela gostou de ouvir aquilo, aliás, o garoto conhecia tantas pessoas e mesmo assim considerou a opinião dela. Eles conversaram por mais alguns minutos, antes de o lufano ter que se retirar para ir a algum lugar. Malfoy apenas continuou seu caminho até as cozinhas, já que, mesmo após a conversa com o garoto, ainda não tinha desistido de seu sorvete para esfriar a cabeça.

***


Os dias passaram mais rápido do que realmente imaginava, já era a manhã do dia 30 de outubro, isso significava que as comitivas das novas escolas chegariam mais tarde naquele mesmo dia, fazendo todos os alunos ficarem ansiosos para conhecer os convidados. O quarteto de grifinórios descia as escadas em direção ao Salão Principal para o café da manhã, não deixou de reparar a nova decoração do salão: as bandeiras das quatro casas indicavam as mesas de cada uma delas e, atrás da mesa principal dos professores, tinha uma enorme bandeira com o brasão de Hogwarts. Ela achou bom reparar que a escola, pelo menos, tentou melhorar a decoração para recepcionar as novas escolas.
Eles avistaram Fred e George discutindo sobre algo na mesa da Grifinória enquanto eles tomavam seu café da manhã. Os quatro se aproximaram tranquilamente.
— É chato sim. Ele não quer falar conosco, podemos enviar uma carta. Ou enfiá-la na mão dele, não pode ficar nos evitando para sempre — disse George a Fred.
— Quem está evitando vocês? — Rony perguntou, se sentando ao lado deles.
— Gostaríamos que fosse você — Fred disse, irritado.
— O que é chato? — Rony tornou a perguntar, teve a breve vontade de mandar o ruivo calar a boca, pois sabia que os gêmeos não pareciam estar de bom humor.
— Ter um babaca metido feito você como irmão — George falou.
— Por Godric Gryffindor! Quanta arrogância. Vocês pisaram em bosta de dragão quando acordaram? — reclamou, fazendo os gêmeos resmungarem.
— Tiveram alguma ideia para o Torneio Tribruxo? — Harry perguntou, mudando de assunto. — Continuaram pensando em como vão se inscrever?
— Perguntei para McGonagall como os campeões são escolhidos, mas ela não quis responder — George respondeu, amargamente. — Apenas me disse para eu calar a boca e continuar transformando meu racum.
— Fico imaginando quais vão ser as tarefas — disse Rony, pensativo. — Sabe, aposto que poderíamos dar conta, Harry e eu já fizemos coisas perigosas antes…
— Não na frente de uma banca de juízes, isso vocês não fizeram — Fred disse. — McGonagall disse que os campeões recebem pontos pela perfeição que executam as tarefas.
— Mas quem vão ser os juízes? — perguntou, curiosa, recebendo olhares confusos do grupo, visto que Malfoy nunca parecia prestar atenção quando tocavam no assunto do torneio. — O que foi? Fiquei curiosa.
— Bem, os diretores das escolas participantes sempre fazem parte da banca — Hermione respondeu. — Vocês sabiam que três ficaram feridos no torneio de 1972, quando um basilisco que os campeões deveriam capturar saiu destruindo tudo? — encarou a amiga, assustada. — Está tudo em “Hogwarts: uma história”. Embora, é claro, que esse livro não seja cem por cento confiável. ”Uma história revista de Hogwarts”, seria um título mais preciso. Ou, então, “Uma história seletiva e muito parcial de Hogwarts”, que aborda brevemente os aspectos mais desfavoráveis da escola.
— Do que é que você está falando? — perguntou Rony, confuso.
— Elfos domésticos — Hermione e falaram ao mesmo tempo. Hermione tinha um tom de voz alto, que demonstrava toda sua irritação, já , tinha uma feição entediada como se estivesse farta daquele assunto, assim como Rony e Harry.
— Nem uma vez, em mais de mil páginas de “Hogwarts: uma história”, menciona que somos todos coniventes na opressão de centenas de escravos! — disse Hermione.
apoiou o rosto em sua mão, enquanto comia a sua torrada, fazendo questão de assentir com a cabeça durante o pequeno monólogo de sua amiga, fingindo prestar atenção em cada palavra que Hermione dizia. Ao olhar para seus amigos, percebeu que não era a única cansada de tal assunto.
, você não usou seu distintivo da F.A.L.E, nenhuma vez! — reclamou Granger.
— Mione, você não acha que soaria meio hipócrita da minha parte? — disse, fazendo sua amiga franzir as sobrancelhas.
— Por qual motivo?
— Talvez pelo fato de eu ter um e também porque a primeira coisa que meu pai fez quando Dobby se libertou foi arrumar outro — ela explicou. — Aliás, até hoje sinto falta de Dobby. Não me entenda mal, eu gosto dos elfos…
— Ainda mais quando você os escraviza! — Hermione a interrompeu, brava.
— Escuta aqui, Mione, você já foi à cozinha? — Fred perguntou.
— Não, claro que não — respondeu a morena secamente. — Nem posso imaginar que os alunos devam…
— Bom, nós já fomos várias vezes para afanar comida. E encontramos os elfos e eles estão felizes. Acham que têm o melhor emprego do mundo — explicou Fred.
Antes que Hermione pudesse continuar a discussão, eles ouviram o barulho de asas se rebatendo, juntamente com as várias corujas que surgiram no Salão Principal, entregando algumas cartas e pacotes. viu a coruja de Harry se aproximar, o entregando uma carta, mas voltou a prestar atenção em seu café-da-manhã. Não era acostumada a receber cartas, seus pais quase nunca escreviam para ela. Narcisa até escrevia no início de seu primeiro ano, mas, com o passar do tempo, seus pais começaram a escrever apenas quando descobriam que a garota tinha se metido em encrenca, para castigá-la.
Minutos depois, o Salão Principal começou a se esvaziar, a escola toda estava em uma energia de ansiedade e uma grande expectativa pelas novas escolas que estariam ali em algumas horas.
— Sirius mandou você escrever — Harry falou, olhando para a loira, que assentiu, silenciosamente.
ficou um pouco surpresa em ouvir o que Harry falou, sabia que Sirius se importava com ela e se lembrava das inúmeras vezes que o homem pediu para ela escrever, mas a garota nunca quis incomodá-lo, aliás, ele tinha passado anos em Azkaban e, se estivesse no lugar dele, a última coisa que ela iria querer após fugir de uma prisão com alta segurança seria ler as cartas de uma adolescente. Sentia o mesmo sobre Remo. No ano anterior, Lupin foi uma figura paterna para a garota muito melhor do que Lucio Malfoy durante os treze anos da vida de . Nunca realmente entendeu o porquê os dois homens se importavam tanto com ela, talvez fosse pelas suas igualdades com Sirius e a ótima conexão que criou com Remo. Gostava de Black e Lupin, eles pareciam se importar verdadeiramente com ela e nunca a olhavam com aquele olhar de pena que dizia: “coitadinha, os pais dela são horríveis”, o qual era normalmente perceptível no olhar de Molly Weasley. Não que ela não gostasse da sra. Weasley, pelo contrário, adorava a mulher, mas sentia o olhar de pena dela toda vez que tocava no assunto de sua própria família e Molly Weasley estava por perto.

***


O dia correu como qualquer outro, claro que ninguém prestou atenção nas aulas de verdade, por causa da ansiedade de ver a chegada das novas escolas em Hogwarts. A única coisa que atrapalhou o dia de foi o fato de Hermione ter ficado chateada com o que a Malfoy falou sobre os elfos domésticos durante a manhã, sabia que deveria ter medido melhor suas palavras perto de Hermione, mas sabia que ela conseguiria resolver isso com facilidade.
A garota caminhava em direção à entrada do castelo para conseguir ver a chegada das novas escolas, ela tinha certeza de que os seus amigos já estavam lá, mas teve que entregar seu trabalho de História da Magia para o professor Binns. sorriu para a figura ruiva que apareceu ao seu lado com um sorriso divertido em seu rosto.
, como está sendo o dia? — Fred perguntou, visivelmente mais bem-humorado do que quando ela o viu no café-da-manhã.
— Muito bom, não vou ter aula com o Snape. Está sendo um ótimo dia — respondeu animadamente —, mas Mione ainda está chateada comigo pelo que eu disse hoje de manhã, sabe, ela acha que eu adoro escravizar os elfos.
— Talvez ter falado, "eu sinto falta do Dobby trabalhando para minha família", não tenha sido uma boa ideia — brincou Fred.
— Eu não falei isso!
— Mas soou dessa maneira — ele deu de ombros. — Em sua defesa, eu também gostaria de ter um elfo doméstico em casa.
— Por que não está lá fora com o todo mundo? — perguntou, curiosa. — Alguma pegadinha para hoje?
— Não, estamos focando em nos inscrever para o torneio — Fred falou, fez uma pequena careta a contragosto. — E por que você não está lá fora?
— Tive que entregar um trabalho para o Prof. Binns — deu de ombros.
Os dois ouviram gritos animados dos alunos vindo do lado de fora. Fred e se encararam rapidamente antes de saírem correndo em direção à entrada do castelo, onde a multidão de alunos encarava a enorme carruagem em tons de azul claro e dourado. Um garoto com as vestes azuis de um tom um pouco mais escuro do que o da carruagem saltou pela porta, abrindo uma pequena escadinha de ouro. A imagem de um salto preto surgiu no primeiro degrau da escada, dando a visão de uma mulher gigante, que, para o choque de , era maior que Hagrid.
Dumbledore começou a aplaudir, fazendo todos os estudantes acompanharem a salva-de-palmas. No rosto da mulher surgiu um sorriso gracioso enquanto caminhava até o diretor de Hogwarts, apertando a mão um do outro.
— Madame Maxime, bem-vinda à Hogwarts — Dumbledore disse.
— Dumblydorr, espero encontrá-lo com boa saúde — Madame Maxime falou, com uma voz grave.
— Olhem para o lago! — Lino berrou, apontando para o Lago Negro.
correu seus olhos pelo Lago Negro, vendo aparecer, em meio ao lago, um enorme redemoinho, fazendo surgir lentamente da água um grande barco com uma aparência estranhamente assustadora e luzes fracas que brilhavam pelas escotilhas. Quando o barco já estava completamente fora da água, navegou calmamente até a margem do Lago Negro.
— Dumbledore! — o homem alto e magro cumprimentou Dumbledore. — Como vai?
— Muito bem, obrigado, Prof. Karkaroff.
Após serem instruídos a voltar para o Salão Principal, todos se sentaram à mesa de suas respectivas casas, juntamente com as comitivas de Durmstrang e Beauxbatons. Os professores se encaminharam para a mesa principal, como de costume.
— Boa noite, senhoras e senhores, fantasmas e, muito especialmente, hóspedes — disse Dumbledore. — Convido todos vocês a comer, beber e a se sentirem em casa!
O banquete apareceu como mágica sobre a mesa, se apressou em se servir enquanto assistia Rony olhar, encantado, para Vítor Krum. Weasley não era o único, a maioria dos alunos cochichava sobre o búlgaro ou o encaravam e murmuravam coisas como: "será que ele vai participar do torneio?", "ele é tão lindo", "não acredito que Vítor Krum está aqui!". A loira conseguiu até mesmo ver seu irmão tentando puxar o saco do búlgaro, o que fez querer rir.
— Malfoy já foi para cima de Krum — Rony falou, fazendo os amigos rirem.
— Eu peço um autógrafo para você, não precisa ficar com ciúmes — brincou, fazendo o ruivo revirar os olhos, voltando ao seu jantar.
Mas, antes que alguém pudesse dizer algo, a voz de Dumbledore chamou a atenção de todos os alunos, que encararam o diretor com animação, esperando para que ele anunciasse o Torneio Tribruxo.
— Chegou o momento — Dumbledore sorriu. — O Torneio Tribruxo irá se iniciar! Mas antes, gostaria de esclarecer mais uma vez algumas regras que vigorarão esse ano. Gostaria de apresentar, para aqueles que não os conhecem, o Sr.Bartolomeu Crouch, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia, e o Sr. Ludo Bagman, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos — ele fez uma breve pausa. — Quem quiser se candidatar como campeão, deve escrever seu nome e escola em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no cálice. Os candidatos terão 24 horas para apresentar seus nomes. Amanhã à noite, Festa das Bruxas, o cálice devolverá o nome dos três alunos que ele mais achará digno de representar suas escolas. O cálice será colocado no salão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos que queiram competir. Para garantir que nenhum aluno menor de idade ceda à tentação, traçarei uma linha etária em volta do Cálice de Fogo depois que ele for colocado no saguão. Ninguém com menos de dezessete anos conseguirá atravessar a linha.
— Uma linha etária! — Fred exclamou, animadamente, com os olhos brilhando, enquanto atravessavam a porta, seguindo para a comunal. — Bom, isso deve ser contornável com uma Poção para Envelhecer, não? E, depois que o nome estiver no cálice, a gente vai ficar rindo, ele não vai saber dizer se temos dezessete anos ou não!
— Mas eu acho que ninguém abaixo de dezessete anos terá a menor chance — disse Hermione. — Não aprendemos o suficiente…
— Fale por você — disse George, rispidamente, interrompendo a garota. — Você vai tentar entrar, não vai, Harry?
— Vocês realmente acham que vão conseguir entrar nesse torneio, não é? — falou, ironicamente.
— E por quais motivos você acha que não iríamos conseguir? — perguntou George.
— Vocês não durariam cinco minutos em uma prova, não passariam nem da primeira prova.
Os gêmeos pareceram ficar extremamente ofendidos após a loira falar que eles não conseguiriam participar das provas, ambos os ruivos fecharam a cara, igual tinham feito durante o café-da-manhã. Mas, ao mesmo tempo, parecia que tinham acabado de propor um desafio a eles, o qual estavam dispostos a competir.
— É isso que vamos ver, — Fred disse, em um tom desafiador, fazendo Malfoy revirar os olhos enquanto ria enquanto continuavam caminhando até a comunal da Grifinória.


Continua...



Nota da autora: Sem nota.




Nota da beta: E o Torneio está vindo aí, eu adoro essa fase da história! Ansiosa por mais ❤️

Outras Fanfics:

➽ Complicated (Outer Banks - Em andamento)
➽ The Pogue Christmas (Spin-off de Complicated - Shortfic)


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

COMENTÁRIOS:

Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.


comments powered by Disqus