Capítulo Único
Segunda. 9 de maio, 7:00.
Thomas :
Thomas :
"Nada mais marcante que morrer jovem, pelas mãos de algum covarde, sua vida nunca vai deixar de ser notícia."
A frase que saiu no noticiário, após encontrarem o corpo de Lily Johnson nos fundos da própria casa me deu calafrios, estava escrito na parede com o sangue da própria, segundo os repórteres. A Rua Sete nunca esteve tão movimentada quanto neste dia, eu e passamos por lá assim que soubemos da notícia. Qualquer um poderia ter feito isso, se pensarmos bem, Lily tinha dado uma festa na noite anterior e quando seus pais voltaram de viagem, encontraram seu corpo no gramado dos fundos, com a garganta cortada. Provavelmente, cada um de nós que esteve na festa seria interrogado, e isso era uma merda! Não dá para imaginar a princesinha de Hill Valley sendo assassinada dessa forma, definitivamente a comoção seria grande. E como o esperado, quando e eu estacionamos nossas motos em frente à Valley School, dá para notar como todos se encontram em choque, os burburinhos e até algumas pessoas chorando pelos cantos.
— Ai meu Deus! — Diz Ashley, assim que me vê, correndo para me abraçar. — Tommy, isso é tão horrível! — A voz da loira na minha frente estava trêmula, como se estivesse prestes a chorar. fez uma cara de tédio e se afastou de nós dois, se juntando ao grupo de delinquentes que anda com ele. Apesar de ser meu irmão gêmeo, ele não é nada parecido comigo, e não suporta o fato de Ashley ser do jeito que é.
Eu beijo os lábios da minha namorada como forma de confortá-la, Lily e ela eram amigas, bom, Lily fazia parte do grupo de Ashley, mas elas estavam sempre disputando, para ver quem era a líder do grupo. Ashley só não é mais princesinha do que Lily era, porque os pais de Lily são mais ricos e compram tudo, ou compravam, que Lily queria. Não que Ashley não seja podre de rica, mas os pais dela sempre disseram que ela deveria aprender a conquistar as coisas por mérito próprio, Lily apenas estalava os dedos e conseguia tudo que queria.
Ashley se encaixa embaixo do meu braço, e nós caminhamos para dentro da escola. As pessoas prestam condolências à Ashley, na medida em que andamos pelas escola, e ela até chora algumas vezes. nos encara de longe, com uma cara de nojo, como sempre, mas há algo diferente em seu olhar quando cruza com o meu, coisa de gêmeos, a gente sente. Não que eu me importe com o que meu irmão esteja sentindo que possa estar perturbando sua paz, a ponto do seu olhar de nojo ter uma leve diferença, talvez ele só esteja assustado com tudo isso. Duvido. Mas pode ser que esteja, nunca ninguém morreu dessa maneira por aqui antes, ainda mais alguém próximo como Lily. Não de , apesar deles terem trepado algumas vezes, mas não é próximo de ninguém.
As primeiras aulas foram um saco, pessoas que fingiam estar tristes prestando homenagens de aula em aula, choradeira e coisas do tipo. É claro que todos nós estamos em choque, mas a maioria dessas pessoas está fingindo. Lily era uma vadiacom a maior parte das pessoas dessa escola, Ashley e eu éramos as únicas pessoas que eram intocáveis para ela, e eu nunca entendi muito bem o motivo. me manda uma mensagem de texto durante à aula, coisa incomum.
Mano, tem uma coisa estranha.
Diz ele.
O que?
Respondo.
A polícia está aqui, vai interrogar todos nós pela escola.
Eu imaginava que seríamos interrogados.
E o que tem de estranho nisso?
Pergunto.
Estou com uma sensação estranha.
não é o tipo de pessoa que desabafa para ninguém, muito menos para mim.
Bateu onda errada?
Pergunto.
Deixa de ser imbecil, Thomas. Eu não fumei hoje.
Esquece.
Provavelmente é o choque.
É, até porque ele é alguém que fica chocado com facilidade, apesar de ser durão.
Ok. Volte para a aula.
Respondo, e ele não diz mais nada.
Carlos me manda uma mensagem logo após , mas eu ignoro assim que leio, não me importo com interrogatórios, eu e Ashley transamos durante a festa quase toda e eu tive que ir embora porque arrumou confusão, então todo tempo que passei na festa, eu tinha um álibi e outras pessoas podiam confirmar, Julie e Evan estavam transando no chão ao nosso lado, foi algo que propomos, para tentar uma troca de casais, mas o imbecil do estragou tudo. Carlos me mandou outra mensagem, mas continuei ignorando, ele talvez seja um suspeito, porque tinha acabado de levar um chifre de Lily e eles brigaram na festa. É melhor limpar o histórico de mensagens, eu fiz algumas ofensas à Lily quando conversei com ele, espero que ele tenha limpado o dele. Volto meu olhar para Ashley, que tem um enorme cabelo loiro caindo pelos ombros, por um segundo penso o quanto sou sortudo por ter uma mulher como ela ao meu lado. Desvio meu olhar quando a porta da sala de aula se abre, eu não pensei que reconheceria aquela garota se a visse de novo, mas a reconheci. , era uma garota que perturbava no ensino fundamental, ela se mudou fazia um tempo, e desde então, ficou mais problemático.
está aqui.
Envio uma mensagem de texto para , que me responde no mesmo segundo.
O.O
?
Pergunta.
Sim, de trança e tudo.
Respondo. digita por um tempo.
Hum.
Responde, sério que ele levou tanto tempo para digitar isso?
Os olhos de encontram o meu, e eu não consigo entender se ela está assustada ou feliz, essa garota é doida. Ela se aproxima e senta na cadeira ao meu lado.
— Oi, Thomas. — Diz ela. Tá brincando? Depois de tantos anos ela sabe que eu sou o Thomas e não o ? Até a minha mãe confunde às vezes.
— Oi, ! Péssimo dia para voltar à cidade. — Respondo, enquanto o Sr. Parker está escrevendo no quadro e tem outra garota chorando falando com a sala.
— É, eu acabei de chegar e meus pais já me trouxeram direto para cá, mas vi sobre a Lily no caminho. — Respondeu ela, parecia ser a mesma garota de antes, mas algo estava diferente, tirando o fato dela estar mais gostosa, parece que todos nós somos os mesmos e ela só mudou.
— Entendi, parece que ainda gosta de usar trança. — Falei, não éramos próximos, mas ela tinha acabado de chegar em um cenário caótico, tentei ser simpático. Ela segurou a trança que caía em seu ombro e sorriu.
— Ah, isso? Foi só algo que quis experimentar. — Respondeu, sorrindo e acariciando a trança. Continua doida, pensei.
— Oi. — Disse Ashley. — A conversa está boa, por que não me deixam participar? — Ashley não gosta que outras garotas conversem comigo sem que ela participe da conversa, eu tento não julgá-la, dado aos acontecimentos de todas as vezes que ela não estava presente. pareceu não gostar do tom de Ashley, que era um tom bem venenoso.
— Oi. — sorriu. — Parece que sua namorada tem problemas, mal posso esperar para conhecer a do , se a sua é assim. — Respondeu ela, Ashley ficou ofendida, mas parecia não ter entendido ao mesmo tempo. Eu não pude conter a risada.
— A única coisa que o namora é a maconha, no máximo ele trepa com umas garotas de vez em quando. — engole seco quando falo isso, talvez ela tenha imaginado ele de outro jeito, mas é, o deu errado e eu dei certo, acontece com gêmeos às vezes. Ela não respondeu mais nada, parecia ter ficado mais nervosa do que estava. — Eu e Ashley vamos levá-la até ele, para você ver com os próprios olhos. — Ela apenas assentiu e Ashley voltou a ser simpática.
A aula acabou e o momento que eu estava esperando ia acontecer, talvez achasse que iria ter um futuro diferente. Eu e Ashley a guiamos até um grupo de delinquentes, que nos encararam assim que nos aproximamos, menos , que estava acendendo um cigarro.
— . — Falei, fazendo ele levantar a cabeça. — Lembra da , certo? — Perguntei, ele assentiu e se levantou, estava abraçada com um livro e deu um passo para frente, tirou o cigarro da boca e ofereceu a menina, que na mesma hora negou com a cabeça, fazendo-o rir.
— Ainda usa tranças, ? — Disse ele, dando um soquinho de leve no braço dela.
— Ainda está se rebelando, ? — Respondeu a garota, fazendo meu irmão dar de ombros.
— Eu nasci para isso, Thomas é o gêmeo capitão do time, que vai para Harvard e é fitness, eu sou o fracassado que fuma maconha, arruma confusão e vem para a escola obrigado. — me encarou feio, após dizer isso.
— Eu tentei, ele é assim. — Respondi, dando de ombros. Nossos celulares fizeram barulho ao mesmo tempo, incluindo o de , que ficou branca quando leu a mensagem.
— Que porra é essa?! — Exclamou . Aos poucos as outras pessoas foram pegando seus celulares, e ficando tão chocados quanto nós. Era uma foto do corpo de Lily, com sangue jorrando da garganta, parecia que tinha sido tirada pelo assassino. Ashley segurou meu braço com força e parecia que ia cair, quando a puxou pelo braço. — Você também recebeu? — As mãos da garota tremiam, e o celular caiu no chão, ela tinha sido jogada no meio daquela confusão e parecia estar passando mal.
— Você está bem? — Perguntou Clay, um dos amigos de . Parecia que estava faltando ar para ela respirar e ela estava cambaleando.
— Que foi, porra?! — Disse , com a voz alterada. — Você tinha algum problema… — Disse , tentando se lembrar de algo. — Porra, fobia à sangue! Não é? — assentiu. ajuda a garota a se sentar, e abrimos espaço para que ela pudesse respirar.
— Quem é o imbecil que manda uma coisa assim? — Pergunto.
— Algum doente. — Respondeu . — Doente o suficiente para cometer um assassinato, não duvido nada que possa fazer pior. — parecia estar ficando mais calma.
— Tudo bem? — Perguntou Ashley.
— Sim, só preciso jogar água no rosto. — Disse ela, Ashley assentiu.
— Eu também, vou com você até o banheiro. — concordou e as duas saíram juntas.
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Após receber a foto horrível daquela garota morta, Ashley me ajudou a ir até ao banheiro, ela estava tão nervosa quanto eu. Thomas disse que estaria no treino de basquete e não se importou mais quando eu melhorei. É tanta coisa para digerir ao mesmo tempo, que quando me olho no espelho e vejo a trança que fiz antes de ir para a aula, me sinto idiota e desmancho.
— Por que está desmanchando a trança? Combina com você. — Disse Ashley, enquanto lava as mãos.
— É que agora o motivo de eu ter feito essa trança parece a coisa mais estúpida do mundo. — Respondi, era verdade, eu me sentia assim. Ashley sorriu.
— Ele notou a sua trança. — Respondeu ela, me virei confusa. — O , não é como se ele olhasse para outra coisa além de peitos e bunda em uma mulher, mas ele notou sua trança. — Suspirei após ouvi-la, era meu pior pesadelo no ensino fundamental e eu era o pior pesadelo dele, éramos… nós.
— Ele costumava colar chiclete no meu cabelo, até que comecei a usar trança, que ele começou a puxar, então comecei a usar trança de lado, caindo sobre meu ombro, aí era mais difícil para ele puxar. — Respondi, molhando meu rosto.
— Você era apaixonada por ele? — Perguntou ela, pegando papéis para secar as mãos. Eu ri, não queria rir, mas foi instantâneo.
— Por ? Você o conhece? — Nós duas rimos juntas.
— Eu sou Ashley Cooper. — Disse ela. — Se bem que você já sabe que sou a Ashley. — Ela ficou constrangida.
— , o terror dos . — Sorri.
— Dos? — Perguntou ela, me dando papéis para que eu secasse as mãos e o rosto.
— É, Thomas sofria um pouco comigo e , éramos da mesma sala. — Respondi, me secando. — Mas ele merecia. — Ri, lembrando de todas as vezes que brigamos.
— Queria ter visto Tommy quando era mais novo, ele sempre foi certinho assim? — Perguntou ela, enquanto saíamos do banheiro.
— Nem sempre, mas eu sabia que ele se tornaria exatamente quem parece ter se tornado. — Ajeitei minha mochila nas costas e Ashley sorriu.
— O Tommy vale ouro, sou tão sortuda por tê-lo. — Ela parecia genuinamente feliz, nada a ver com a surtada que estava tentando me atacar no começo da aula, mas aquilo me incomodava. Como virou quem ele era? Não é como se eu esperasse grandes coisas dele, mas aquilo era demais, até para ele. Enquanto Ashley conta sobre como Thomas é incrível e como conversar comigo a fez esquecer um pouco do que estava acontecendo, meu celular toca, é uma mensagem desconhecida.
Péssimo momento para voltar para a cidade, fique longe.
Não consigo responder por ser desconhecida, mas eu ainda não tinha passado meu número para ninguém. Acontece que aquele era o melhor momento para eu estar na cidade, não eu exatamente, mas o meu pai. Meu pai foi transferido de volta para cá, é o que devo dizer para todos, mas assim que a polícia soube do ocorrido, nós voltamos. Eu não sei exatamente no que ele têm trabalhado, mas é bem mais que apenas ser um delegado, isso eu tenho certeza.
— Ai, meu Deus! — Escuto a voz de Ashley do meu lado e me disperso dos meus pensamentos. — Carlos cortou a própria garganta no vestuário. — Disse ela, com a voz trêmula e se segurando nos armários. De repente, os paramédicos e a polícia entram na escola, meu pai vem direto até onde estou.
— Vocês estão bem? — Pergunta ele.
— Não estamos machucadas, se é o que quer saber. — Respondi, ele suspirou.
— Eu preciso que vocês vão para o auditório, o assassino está ou esteve na escola, não foi suicídio. — Disse ele, nos guiando. Meu pai sempre solta essas bombas sem se preocupar, tipo quando assaltaram um banco e o assaltante estava na mesma pousada que minha mãe e eu após o assalto. Ele não se preocupou com Ashley estar ali, então provavelmente é uma notícia pública. Mas nós só fomos até o banheiro e conversamos um pouco, como isso aconteceu tão de repente? A mensagem. Alguém estava me alertando e eu precisava passar essa informação para o meu pai, quando fomos até o auditório, eu estava prestes a falar com ele, quando o celular toca de novo.
Não conte para o seu pai, ou você será o próximo alvo.
Olhei ao redor na tentativa de achar alguém com um celular descartável, mas falhei, me empurrou por trás.
— Vem, esquisita. — Disse ele, sentando ao lado de Ashley e Thomas. Me sentei ao lado dele, ele desbloqueou o celular e me mostrou uma mensagem.
Não se meta, viva sua vida normalmente, ou você será o próximo.
— Eu vi que você recebeu uma mensagem desconhecida também, por isso estou te mostrando. — Disse ele, é mesmo, ele estava atrás de mim quando abri a mensagem. Ele até tinha dito algo, mas eu estava com a mente em outro lugar e não percebi, não fui nem um pouco discreta e por sorte meu pai não viu. Não sei se é certo confiar num assassino, mas se ele está tentando me alertar, talvez não seja exatamente o assassino.
— V-vocês também receberam? — Perguntou Ashley, mostrando os celulares dela e de Thomas.
Não seja uma vadia, ou eu corto sua garganta.
Era o que dizia na mensagem dela.
Fique longe, ou acabará igual a ele.
Era o que dizia na mensagem de Thomas.
— Ótimo, agora viramos amigos próximos do assassino. — Murmurei. O policial que falava no microfone do auditório tomou a minha atenção.
— … as imagens das câmeras de segurança desapareceram, alguém com acesso direto ao vestiário entrou, cortou a garganta de Carlos Espinoza com as próprias mãos da vítima e saiu sem ser percebido, por isso, todos vocês passarão por um interrogatório, e as pessoas que estavam na festa de Lily serão interrogadas por ambos crimes. — Pelo menos nessa estou livre. — É de extrema importância que nos contem todas as informações que tiverem. — O policial abriu um slide com uma mensagem desconhecida.
Você foi avisada, vadia, hoje você morre.
— Não devemos compartilhar informações da investigação assim, mas identificamos uma mensagem similar no celular de Carlos, como se o assassino já estivesse se comunicando com ambos, antes do assassinato, então se algum de vocês receber qualquer ameaça que seja, venham até a polícia, somente nós poderemos protegê-los. — Completou o policial, nós quatro nos encaramos e nossos celulares tocaram novamente, ao mesmo tempo.
Bico calado.
Foi a mensagem que recebemos. Ninguém tinha o celular na mão, então, não era um aluno. A não ser que as mensagens fossem programadas para serem enviadas, o que também era uma opção. Droga! Ser filha de investigador me faz querer investigar também.
Terça. 10 de maio, 18:00
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Estou na porta da sala de interrogatório, improvisada na escola, tem mais algumas pessoas na fila atrás de mim. Meus pais estão sentados ao meu lado, Thomas e Ashley já tinham sido interrogados, foi interrogada ontem mesmo, nem sei porque estou me preocupando com ela, mas ela mal chegou e já a envolveram no meio dessa podridão que está acontecendo de repente, talvez para desestabilizar o pai policial dela, não sei. Não consigo não pensar em como ela estava gostosa, o tempo fez bem para ela. Jake saiu da sala e chamaram meu nome, entrei acompanhado dos meus pais, ironia do destino ou não, meu pai é o melhor advogado da cidade.
— , onde estava na hora do assassinato de Carlos Torres? — Perguntou o homem de cabelos grisalhos e aparência cansada, aquele era o pai de , Robert .
— Estava no estacionamento com Clay e Jake, Thomas, Ashley e estiveram comigo por um tempo, mas as garotas foram ao banheiro após a mensagem com as fotos do corpo de Lily chegarem no celular, e Thomas foi para a quadra, porque o treinador chamou. Eu e os caras ficamos onde estávamos antes deles chegarem. — Respondi, sem me preocupar muito, não tinha nada para esconder. O homem assentiu e anotou em um caderno.
— E no dia do assassinato de Lily Johnson? — Perguntou ele, me fazendo suspirar, meus pais não sabiam que eu tinha arrumado confusão na festa.
— Eu estava na festa, com Clay, Jake, Stefany e Mary, era a ‘mina’ que eu estava ficando. O imbecil do Mike passou a mão na bunda dela e ainda ficou me provocando, então eu soquei a cara dele. — Pude escutar minha mãe suspirando quando eu disse isso, e eu nem precisava olhar para o meu pai para saber que cara ele estava fazendo. — Isso era umas 00:50, isso eu me lembro bem, Thomas desceu de sei lá onde ele estava, e me deu uma bronca por arrumar confusão e discutimos, Lily me expulsou da festa e Thomas tomou minhas dores e foi embora comigo. Depois que cheguei em casa, Mary me mandou uma mensagem e eu mandei ela se foder, porque Ashley disse ao Tommy que ela beijou Mike, e ela queria ir para a minha casa. Depois disso eu dormi e acordei no dia seguinte. — Eu fui muito específico no que falei, não queria que suspeitassem de mim.
— Bom, o seu depoimento bate com os de todos os envolvidos. — Disse o homem, pude ver um sorrisinho nos lábios do meu pai, quando olhei de relance para o lado. — Alguém pode provar que você não saiu de casa depois de ter chegado? — Perguntou ele.
— Tem as câmeras da casa e do condomínio, vocês podem verificar. — Disse meu pai, o policial assentiu.
— Certo, mesma casa do Thomas! Por último, você conhece alguém que iria querer machucar Lily? — Ele olhou em meus olhos e eu ri fraco.
— Todo mundo? — Falei, e ele se espantou. — A escola toda odiava Lily, me desculpe a palavra, mas ela era uma vadia com todos. O primeiro que eu desconfiaria está morto, que é o Carlos, ela traiu ele com metade da escola, inclusive eu. Mas ela tratava todos mal, desde os alunos aos funcionários da escola, agora se você me perguntar se eu sei de alguém que iria querer matar o Carlos, eu não sei te responder. O Carlos era de boa, não sei como ele aguentava namorar com ela, mas ele era um cara legal. — O homem anotou um pouco, percebi que tinha um escriba no canto da sala, não tinha reparado até o momento.
— Você é o primeiro que fala algo ruim sobre a Lily. — Respondeu ele.
— Mas isso não o torna suspeito. — Disse meu pai, intervindo.
— Não… — O homem olhou para o caderno em sua frente. — Como era a relação da Lily com a Ashley?
— Ashley sempre teve tudo e a Lily também, elas eram amigas e ao mesmo tempo rivais, Lily era mais rica, mas Ashley mais popular. É o que todos sabem, eu não era próximo de nenhuma delas. — O homem assentiu.
— Isso é tudo. — Disse ele, apertando a mão do meu pai. Meu pai disse que eu não precisava responder perguntas que eu não quisesse, mas não queria parecer suspeito, então dei todas as informações que eu tinha. Minha mãe e meu pai mantiveram a cara feia até chegarmos no carro.
— Arrumando confusão em festas?! — Minha mãe estava furiosa, apesar de não transparecer. Meu pai apenas bufou, enquanto ligava o carro.
— , nós temos uma reputação. — Disse ele, saindo do estacionamento, tentando ser amigável. Eu to pouco me fodendo para a reputação da família, deixo isso pro Tommy.
— Sei. — Respondi, colocando meus AirPods, o restante da conversa não escutei, não me importava. Meu celular tocou, uma mensagem de .
Como foi?
Perguntou.
Bem, eu acho.
Respondi.
Meu pai pegou pesado?
Eu soltei um riso fraco com a mensagem.
Seu pai parecia estar se dando por vencido.
Respondi, era verdade, ele estava cansado.
Ele está bem cansado…
Quer fazer algo?
Digitando…
Não sei…
Esquece
Disse ela, e depois todas as mensagens sumiram.
Milkshake?
Perguntei.
Sim :)
Respondeu ela.
Eu te busco de moto.
Falei.
Isso eu quero ver.
:
Enquanto esperava , recebi algumas mensagens anônimas sobre tomar cuidado com onde piso. Isso me dá mais vontade ainda de rastrear essas mensagens, o que seria bem mais fácil se eu pudesse contar para o meu pai, mas eu estava com medo. Ao mesmo tempo, uma excitação tomava conta do meu peito, me tornando um pouco sádica, talvez. Vi uma luz brilhando através do vidro da porta da frente, e logo atrás um farol de carro. Meu pai e chegaram juntos, resolvi esperar até a conversa dos dois acabar, mas os dois caminharam juntos para dentro da minha casa. Eu segurava um capacete, não sabe, mas eu também tenho uma moto. Meu pai abriu a porta e ficou surpreso ao ver que eu estava esperando.
— . — Disse ele, apontando para , que entrava atrás dele. Minha mãe deve ter escutado a voz do meu pai, porque veio para a sala, correndo. Ficou surpresa ao ver .
— ?! — Disse, antes de abraçá-lo. — Como você cresceu! O que tem feito? Entre, por favor. — As bochechas de estavam levemente coradas, pensei que ele hesitaria, mas ele seguiu a minha mãe. Ela causa esse efeito em todos, ninguém resiste.
— Bom, eu tenho sido interrogado e tenho levado bastante bronca dos meus pais. — Brincou ele, minha mãe fez uma cara feia para o meu pai.
— Não sei como pensam que um de vocês pode ter feito isso. — Disse ela, sentando no sofá. Me virei e suspirei.
— Mãe, nós estamos de saída. — Falei, se deixasse, ela levaria a noite inteira falando com .
— Mas acabou de chegar. — Ela fez um biquinho, que quase me fez ceder.
— Vamos, ! — Rolei os olhos, junto com a minha mãe, que deu um beijo na bochecha de e nos acompanhou até a porta.
— Aproveitem, a partir de amanhã instalaremos um toque de recolher! — Disse meu pai, em um aceno. Que bizarro. Coloquei o capacete e subi na moto, fomos até o Valley Bar & Grill, onde costumávamos ir no fundamental, tomar milkshake, era nosso passatempo favorito.
Quando cruzamos a porta, uma nostalgia se instalou no meu peito e eu quase quis chorar vendo como o Jones envelheceu. Coloquei o capacete sobre o balcão, como e nos sentamos. Jones sorriu para e me encarou por uns segundos.
— Não posso acreditar! e aqui, aposto que querem milkshake, morango e baunilha? — Perguntou ele, animado.
— Você ainda nos conhece bem, Jones! — Respondi.
— Jamais esqueceria, até porque vem aqui uma vez na semana e pede dois milkshakes, é bem triste, na verdade, ele encara o de baunilha enquanto toma o de morango. — Jones fez uma expressão triste e eu olhei para espantada, também tinha uma expressão triste, até que os dois caíram na gargalhada.
— Fazer o que se fui deixado abandonado?! — Brincou .
— Dois milkshakes saindo no capricho. — Disse Jones, indo em direção à máquina de milkshake.
— Por um segundo, eu quase acreditei em vocês. — Falei, enquanto brincava com um guardanapo.
— Você realmente acha que me causou tanto impacto, ? — arqueou uma sobrancelha, e sua voz tinha um tom sarcástico.
— Eu não sei, me diz você. — Olhei em seus olhos, por um segundo, logo depois ele desviou o olhar. — O que você tá fazendo?
— Esperando um milkshake com você. — Murmurou.
— Não se faça de bobo, ! O que você está fazendo com a sua vida? — Nunca falei tão sério na minha vida, segurei todo o nervosismo e o soluço que insistia em tentar sair.
— Por que você se importa? — Agora foi a vez dele de olhar nos meus olhos, e eu não desviei o olhar, estava decidida e precisava ser firme.
— Porque você não é a porra de um delinquente, como Thomas disse!!! — Eu confesso, me exaltei um pouco, até Jones que vinha com os milkshakes pareceu espantado, mas não, apenas sorriu com os lábios, um sorriso totalmente idiota e sarcástico.
— Talvez eu seja, mas você com certeza não é a que eu estava esperando. — Ele riu fraco. — Você cresceu.
— E pelo visto você não. — Respondi, mexendo na taça da minha frente com um canudo, antes de colocar na boca.
— Você sabe como é, eu não gosto de competir com o Tommy, e não gosto de um terço das coisas que meus pais querem me obrigar a gostar, eu quero ser eu mesmo e deixar todo foco para ele, quanto mais merda eu fizer, mais meus pais vão esquecendo de mim. — Respondeu ele, com uma cara feia, bebendo um gole do milkshake.
— Você não muda mesmo. — Me dei por vencida, estava cansada com tudo que estava acontecendo e o pouco da minha força usei para falar firme com .
— Agradeço a preocupação, mas tem pessoas morrendo na cidade, e você recebendo ameaças. — Disse ele, me fazendo suspirar. — Relaxa, , a polícia vai conseguir pegar quem fez isso.
— É estranho, não é? — Perguntei, mais para mim do que para ele, que se inclinou para me ouvir. — A morte da Lily, eu analisei a foto, tentando ignorar todo sangue, mas o corte parecia limpo, como se a pessoa tivesse tido tempo para cortar e planejar, sem colocar muita força, o que poderia ser qualquer um.
— E o que é estranho? — Perguntou ele.
— A cena do crime estava impecável, como se fosse o crime perfeito, mas um crime no vestiário, com a escola lotada, me parece um crime meio porco, como se fosse queima de arquivo. — Completei, enquanto bebia mais um gole, assentiu e depois me encarou sério.
— Você falou sobre isso com seu pai? — Neguei com a cabeça e ele suspirou. — Você não está pensando em se meter nisso e investigar sozinha, né? — Comprimi meus lábios e deu um soco leve no balcão, como se dissesse "eu sabia". — Tá, eu te ajudo.
— Não quero sua ajuda. — Respondi, com espanto.
— Não vou deixar você se meter nisso sozinha, garota doida. — Ele puxou meu cabelo de leve. — Sabe que eu prefiro assim? Eu entendi o motivo da trança quando você chegou na escola, mas você não achou mesmo que ia me ganhar só com a trança, né? — Ele riu, enquanto enrolava uma mecha do meu ok cabelo no dedo e bebia o restante do milkshake.
— Você está dando em cima de mim? — Perguntei, séria, ele se afastou e tirou o dedo do meu cabelo, me fazendo cair na gargalhada.
— Você tem que estragar tudo. — Reclamou ele.
Quarta, 11 de maio.
Ashley Cooper:
Ashley Cooper:
As aulas foram canceladas, mas iríamos para a escola pegar o ônibus para o velório de Lily e Carlos, os corpos foram liberados depois da polícia examinar. Thomas disse que seus pais levariam ele e , mas não teria como eu ir com eles por causa de , que ia com . Os pais deles acreditavam que poderia ser uma boa influência para , então querem fazer o possível para que eles se reaproximem. Meus pais iriam chegar atrasados, então decidi ir no ônibus com os outros. Lily e Carlos eram meus amigos e aquilo me doía e me aterrorizava ao mesmo tempo. Hill Valley foi o lugar que eu cresci e sempre me senti segura aqui, é bizarro pensar que as pessoas estão morrendo aqui, e é estranho pensar que Lily não vai estar mais aqui para disputar o título de Rainha do Baile, todas as nossas disputas bestas vão fazer falta, eu até daria a coroa para ela, se fosse fazê-la voltar. Que tipo de monstro faria isso com ela? E o pior, as mensagens que tenho recebido não me tranquilizam nem um pouco, queria que Tommy fosse mais compreensivo e entendesse como me sinto, queria poder contar com ele para algo. É egoísmo pensar nisso enquanto estou indo para o velório da minha amiga? Talvez seja. Apoio minha cabeça na janela do ônibus, e respiro fundo. Se ele se importasse, teria vindo comigo, e não com e no carro dos pais dele, e eu não posso nem falar nada, às vezes sinto que ele não sente mais nada por mim e isso me deixa insegura, mas ele não faz nenhum esforço para mudar isso, e se torna cansativo. Lily sempre me disse para deixá-lo e eu pensava que ela queria roubá-lo de mim, talvez ela só se importasse mesmo. O ônibus parou em frente à igreja, e eu desci seguida do meu squad, que agora estava incompleto. Nós mandamos uma coroa de flores, mas cada uma de nós tinha um buquê de violetas em mãos, eram as flores favoritas de Lily. Resolvi não fazer questão de sentar com Tommy, me sentei ao lado de Alice e Clara, e me levantei quando chegou a minha vez de prestar uma homenagem. Suspirei ao chegar no microfone, estava me esforçando para segurar o choro, e pude ver os olhos de Tommy me dizendo "você consegue", e isso me deu forças.
— Lily e eu crescemos juntas, estudamos juntas a vida toda e fazíamos tudo juntas, até que o Ensino Médio chegou, e foi tão difícil não nos separarmos, existiam tantas coisas que só uma de nós poderia ser, e às vezes nós até disputamos, mas nunca nos separamos. Não existia Ashley Cooper sem Lily Johnson, e agora vai ter que existir. Lily amava Carlos com todas as suas forças, e eu tenho certeza que eles estão juntos em um lugar muito melhor que esse que temos que viver. Lily, você sempre será a rainha do meu baile, e nós sempre vamos estar juntas, mesmo de longe. Carlos, cuida da minha amiga aí em cima. — Foi tudo que consegui dizer antes das lágrimas tomarem conta de mim, deixei o buquê no caixão de Lily, e coloquei a minha digital no caixão dos dois, e depois as pessoas começaram a ir em filas, geralmente fazemos isso no cemitério, mas acho que por serem dois, resolveram fazer na igreja.
Na saída da igreja, senti o braço de Tommy em volta do meu pescoço, talvez eu estivesse me precipitando, eu não sabia se os pais dele haviam o obrigado a ir no carro, e ele estava ali por mim. Fomos caminhando até o cemitério, e quando os caixões desceram, parecia que parte de mim havia ido embora. E Tommy sabia disso.
Quinta, 12 de maio.
Thomas :
Thomas :
Após o enterro de Lily, eu dormi na casa de Ashley, e hoje logo cedo vim para casa. Me surpreendi ao ver e na cozinha, mas eles saíram logo depois que cheguei. Esses dois estavam juntos o tempo todo agora, não acho que vai demorar muito para que ele leve ela para a cama.
— Thomas, que bom que você chegou! Estava tentando convencer a ver um psicólogo, tudo isso afetou muito vocês e… — Eu interrompi minha mãe.
— Claro, mãe, seria ótimo! — Respondi, e subi para o meu quarto. A verdade é que eu estava pouco me importando com tudo aquilo, mas se fazia minha mãe se sentir melhor, eu aceitava. Toda minha vida estava sendo assim, achava que estava me fazendo um favor, quando fez com que eu fosse o foco dos meus pais, mas tive que ser o dobro do que eu era em tudo, pra ele ser livre e suprir as expectativas dos meus pais sobre nós dois. A minha vida "perfeita" não era nada fácil, como todos achavam que era, mas quem liga? O é um delinquente, mas é livre, eu sou o filho perfeito, mas vivo em uma gaiola. Liguei o notebook e fui verificar meus e-mails, nada de novo, só promoções de sites e anúncios de jogos, nada no calendário da semana também, as mortes de Lily e Carlos pararam tudo, a única coisa que tem nessa semana é um memorial amanhã, na escola, resolvi aproveitar para preparar algo para amanhã, já que não tinha mais nada para fazer. Me pergunto o que e estão fazendo, e Ashley, que não me mandou nenhuma mensagem até agora.
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Os pais de e minha mãe estavam adorando a nossa proximidade, o que me irritava um pouco, porque minha mãe cismou que iria me fazer esquecer um pouco a ideia de ser policial como meu pai.
— Como ela pretende que eu te convença a mudar de ideia? — Perguntou ele, jogado no chão do meu quarto, como se estivesse lendo meus pensamentos. — Te oferecendo maconha? — Completou ele, me fazendo rir.
— Tá me desconcentrando. — Respondi, fazendo com que ele risse.
— Nada? — Perguntou, se debruçando ao meu lado na cama, eu estava tentando rastrear as mensagens.
— Não, as que recebi depois parecem terem vindo que celulares descartáveis, e a com a foto da Lily está criptografada, estou tentando, mas não sou uma especialista em criptografia de ponta. — Respondi, um pouco irritada.
— Acho que está perdendo tempo. — deu de ombros e eu o encarei feio.
— Você não ajuda, e quer que eu desista? — Me sentei e cruzei os braços.
— Não quero que você desista, quero que olhe ao redor e pense mais sobre o que podemos investigar. — Respondeu ele, se sentando também.
— Bom, tem a cena do crime, que parece ter sido desesperada. — Respondi.
— E foi na escola, então… — fez sinal com a mão, e eu entendi onde ele queria chegar.
— Então teria que ser alguém que passaria despercebido na escola, porque alguém diferente chamaria a atenção! — Fiquei de pé, quando cheguei a essa conclusão.
— Então, foi um funcionário ou um aluno! — Falamos em coro, droga, era bom.
— Levando em conta a situação do crime da Lily, nenhum adulto tinha conhecimento da festa dela, isso é certo, ela sempre tomava todos os cuidados para que as festas não fossem interrompidas. — se sentou e cruzou os braços.
— Então foi um aluno. — Concluí.
— Uma líder de torcida ou um jogador. — Disse , me fazendo arquear uma sobrancelha. — Ou alguém se passando por um jogador, não é permitido entrar nas imediações dos vestiários se não for líder de torcida ou jogador, qualquer um diferente chamaria a atenção e a polícia já teria um suspeito de cara. — parecia não querer acreditar no que estava dizendo. — Se a polícia não chegou nessa parte, eles são burros, porque é muito óbvio, e nós reduzimos o número de suspeitos em um instante.
— Um jogador de basquete ou uma líder de torcida? — Coloquei a mão no queixo e riu fraco.
— Assim seria muito fácil, , mas não temos só o time de basquete na escola, e como os campeonatos começam semana que vem, todos os times estavam treinando, então, nossos suspeitos são três times: basquete, vôlei e lacrosse. — Ele contou os times nos dedos.
— , você é brilhante! Eu poderia te dar um beijo agora! — Falei, sem pensar, e correndo para anotar no meu caderno de investigação. ficou rindo fraco, e só depois eu me toquei do que eu havia dito, e me virei para ele, que tinha um sorriso malicioso nos lábios.
— Essa é sua desculpa? Por favor, , nós sempre soubemos que você sempre quis isso, não é só porque eu sou brilhante! — Eu não conseguia distinguir se ele estava me zoando ou falando sério, até que ele se levantou e chegou bem perto, me fazendo andar para trás e encostar na parede, ele colocou a mão na parede e aproximou seu rosto do meu. — Quem sabe um dia. — Sussurrou ele, caindo na gargalhada após me deixar parecendo um tomate. O empurrei de leve e me joguei na cama.
— Idiota. — Murmurei, ele se jogou do meu lado.
— Era brincadeira, ficou chateada porque queria que fosse verdade, não é? — Ele começou a enrolar uma mecha do meu cabelo nos dedos.
— Dá pra você calar a boca? — Bufei, fazendo com que ele risse alto, aparentemente ele ainda acha engraçado me ver irritada.
— Tá, tá! — Ele se deu por vencido e me encarou sério. — O que vai fazer com essas informações? — Perguntou.
— Não posso contar pro meu pai ainda. — Respondi, dando ênfase no final. — Ele me mataria se soubesse que estou investigando sem a autorização dele, então, só vou contar quando eu puder incriminar alguém. — Nossos celulares tocaram e rangeu os dentes.
— Aquele merda de novo. — Disse, rolando os olhos quando viu de quem era a mensagem, recebemos as mesmas mensagens.
Um memorial em uma Sexta-Feira 13? Que conveniente.
— Parece que ele quer fazer algo no memorial. — Disse , eu torci o lábio, muito óbvio.
— Ou talvez queira desviar a atenção da polícia. — Respondi, sorriu.
— Como eu posso tentar te convencer a não ser policial? Olha como você fica criando suas teorias e investigando. — Eu não sabia se ele estava me zoando ou estava sendo fofo, então apenas sorri.
— Você vai ao memorial? — Perguntei.
— Não tô afim, mas talvez meus pais me obriguem. — Disse, dando de ombros.
— E se você estiver comigo? Será que eles vão ligar? — Sugeri, deu um sorriso malicioso.
— Provavelmente não, já quer me arrastar para um canto, né? — Eu não quis discutir, só dei um tapa de leve no ombro dele.
— Sabe, eu senti falta disso. — Suspirei, o discurso de Ashley sobre Lily me fez refletir, antigamente não se falava de sem mencionar , e vice-versa. Por mais que a gente passasse a maior parte do tempo implicando um com o outro, ninguém tinha uma amizade como a nossa.
— Eu duvido muito, você provavelmente arrumou um novo amigo e até um namorado e esqueceu completamente de mim. — Disse ele, ainda tendo um tom brincalhão na voz.
— Na verdade, não. — Respondi, e ele parecia ter ficado surpreso. — Não fiz muitos amigos, não tive tempo, me mudei várias vezes e não acho que vai ser diferente agora, e isso até dói um pouco. — mudou a expressão, e se sentou.
— Você acha que vai ter que se mudar de novo? — Perguntou ele, parecendo que não queria saber a resposta.
— Meu pai disse que não, que é a última vez, mas não sei se consigo acreditar. — Suspirei e me virei, encarando o teto.
— Seria triste ter que me despedir dessa sua cara de tonta mais uma vez. — Disse ele, voltando a enrolar uma mecha do meu cabelo com o dedo, fazendo com que eu me virasse para ele.
— Por que você faz isso? Com o meu cabelo? — Perguntei, já era a terceira vez que ele fazia isso.
— Sei lá. — Ele riu fraco. — Parece que eu sempre tive algo com o seu cabelo, como se eu sempre usasse ele como uma desculpa para tocar em você. — Me espantei, sabia que estava morrendo por dentro ao me falar isso. — Odiei quando você começou a usar tranças de lado, por sinal. — A última declaração me fez rir.
— Isso explica tudo. — Respondi, ele tirou a mão do meu cabelo e colocou o polegar na minha bochecha.
— Que estranho... — Disse ele. — eu não me lembrava dessa sensação.
— Que sensação? — Perguntei, enquanto ele acariciava meu rosto com o polegar, estava confiante de que ele iria me zoar.
— Como se não existisse mais ninguém no mundo, e o mundo fosse nosso. — Ele sorriu, me fazendo sorrir também. Essa sensação. costumava dizer isso, e com o tempo eu comecei a sentir também.
— E o que você vai fazer, já que somos só nós dois no mundo e ele é nosso? — Brinquei.
— Não me provoque, . — Ele deu um sorriso que eu não vi nenhuma vez desde que voltou, mas que eu já conhecia, na hora o meu celular vibrou e chegou uma mensagem desconhecida, me fazendo conferir na mesma hora.
Não foda com ele.
Era o que dizia a mensagem, que me fez dar um pulo da cama e mostrar para .
Eu andava em círculos pelo meu quarto, enquanto estava furioso.
— Que porra é essa?! Eu não estava nem pensando nisso, o que esse cara quer? Ele tá te vigiando? — Ele não parava de fazer perguntas.
— Eu não sei, tá?! Para de falar por um segundo! — Respondi, nervosa. suspirou e ficou calado por uns 5 segundos.
— Eu vou passar a noite aqui. — Disse ele, me fazendo ficar mais espantada. — Não vou deixar você e sua mãe aqui, com esse maluco vigiando você, vou dormir no sofá e vou embora assim que seu pai chegar, mas não vou deixar vocês sozinhas! — E foi aí que eu me toquei que um louco provavelmente estava me vigiando, e meu pai tinha avisado que chegaria mais tarde hoje, esse era o motivo de ainda estar ali às 23:00. E foi quando eu desabei também, toda a coragem de investigadora que eu tinha alguns minutos atrás havia sumido, aquela situação era bizarra e eu poderia mesmo estar em perigo, me abraçou assim que percebeu que eu estava chorando. Foi a última coisa que eu senti, o abraço dele e o carinho no cabelo, até eu pegar no sono. Acordei quando ele estava se levantando.
— Onde vai? — Perguntei ainda sonolenta.
— Para o sofá. — Respondeu, sorrindo, puxei a manga da sua jaqueta.
— Fica aqui, por favor. — Pedi, ele hesitou, mas assentiu. Tirou a jaqueta, trancou a porta, e deitou do meu lado, me aconcheguei no seu abraço e apaguei.
Sexta, 13 de maio.
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Um despertador insuportável me acordou às 6 da manhã, e foi quando eu me lembrei que havia dormido na casa de , a garota dormia feito pedra, deitada no meu peito. Robert me mataria se me visse, mas vendo-a dormir assim, acho que valeria à pena. Ela acordou pouco depois de mim, estragando minha felicidade momentânea, porque agora ela estaria falando para me incomodar.
— Bom dia. — Disse ela, colocando as mãos no rosto.
— Bom dia. — Respondi, sorrindo, ela não mudou de posição, só se aconchegou, enquanto eu batia no despertador para parar.
— Não tem que levantar? — Perguntei, ela negou com a cabeça.
— Não tem aula, e o memorial é de noite, essa hora meu pai tá saindo e minha mãe também, vamos esperar. — Respondeu ela, me usando de travesseiro, meu corpo doía por causa da posição que dormi, e ela parecia totalmente confortável, o que me irritava, pois eu não tinha vontade alguma de me mexer por isso. Além do mais, não queria que ela lembrasse que algum maluco está atrás dela, então deixei que voltasse a dormir. Peguei meu celular e tinha 15 chamadas perdidas, uma de Tommy, duas da minha mãe e o restante de Clara, que estava furiosa nas mensagens que havia me mandado.
Ok, já vi que não quer sexo e nem fumar hoje, só não me procure quando quiser! Estou farta de estar disponível quando você quer e você nunca estar disponível pra mim! Vou procurar outra pessoa que atenda as minhas necessidades!
Clara e eu transamos algumas vezes, ela tinha dificuldade de entender que não éramos namorados, e no momento eu não estava interessado em sexo, com nenhuma garota. A minha garota estava dormindo nos meus braços naquele segundo, ela só ainda não sabia que era a minha garota. Tommy me ligou, enquanto eu tentava ler as mensagens de Clara.
— Cara! — Disse ele do outro lado da linha.
— Fala. — Sussurrei.
— Onde você está? — Perguntou.
— E desde quando você se importa? — Retruquei.
— Desde que tem um cara matando pessoas na cidade? — Respondeu ele, Tommy sabia ser insuportável quando queria, mas às vezes era um bom irmão.
— Estou com a , passei a noite aqui. — Respondi, Tommy riu do outro lado da linha.
— E ela já caiu na sua? Achei que demoraria mais. — Ele continuava rindo, insuportável, como eu disse.
— Não é nada disso, imbecil, e não é da sua conta, agora me deixa em paz! — Falei, antes de desligar. Por que todo mundo acha isso? Eu sei da minha fama, mas é a , e eram o terror do ensino fundamental, ela era minha cúmplice e parceira em tudo, jamais a trataria como tratei as outras. E por mais que eu tente lutar contra isso, ela desperta o melhor em mim, é como se a gente fosse uma espécie de yin-yang.
— O que Tommy queria? — Perguntou ela, que não estava dormindo afinal.
— Encher o saco. — Respondi, fazendo-a rir.
— Como sempre! — Ela levantou e me encarou por alguns segundos e sorriu. — Obrigada. — Disse, Deus, eu não sei se tenho mais forças para segurar, se afasta por favor.
— Pelo quê? — Perguntei, quase sem voz, ela se afastou e colocou a mão na boca.
— Por ter ficado aqui. — Respondeu, com a mão ainda na boca. — Espera aqui, que vou escovar os dentes. — Ela saiu correndo para o banheiro e eu só agradecia ao bafo matinal por fazer ela se afastar, não demorou muito e ela voltou com uma escova de dentes.
— Que isso? — Perguntei.
— Sempre soube que você não escovava os dentes. — Brincou ela. — Tá sobrando, se você quiser.
— E por que você tem uma escova de dentes sobrando? — Perguntei, indo até o banheiro.
— Eu comprei uma nova e veio essa junto. — Respondeu ela, andando em direção ao notebook. Acabei de escovar os dentes e vi que ela estava digitando sem parar no notebook.
— Tá fazendo o que? — Perguntei, sentando ao lado dela.
— Tentando descriptografar isso. — Ela estava concentrada, mas parecia mais calma que ontem. Ela parou por um segundo. — Nós vamos no memorial.
— Por que mudou de ideia? — Perguntei, calçando meu tênis.
— Porque se ele está me vigiando, talvez ele dê algum passo em falso no memorial, e aí a gente pega ele. — Respondeu ela, animada, quase me deu dó de estragar a animação dela.
— Pega ele como? É um assassino, não esquece. — Lembrei, ela assentiu.
— Vou pensar em algo. — Ela parecia determinada e aquilo me deixava motivado.
Nós fomos na minha casa após os pais dela saírem, e voltamos para a casa dela, passamos o dia andando em círculos com o que a gente tinha e planejando o que fazer caso conseguíssemos pegar o cara. Quase nos atrasamos para o memorial, mas fomos de moto e chegamos na hora, ainda não tive a oportunidade de perguntar sobre o capacete dela, mas eu perguntaria. Tommy me mandou uma mensagem dizendo que não iria pois estava com dor de barriga, e meus pais ficaram em casa com ele. A diretora estava fazendo um discurso, quando Ashley se aproximou de nós, até havia esquecido dessa garota, para ser sincero, parece que eu esqueci de todas as garotas. Ashley e cochichavam, quando virou para o lado de repente.
— A escola não deveria estar fechada? — Perguntou ela.
— E está, o memorial é apenas no campo de Lacrosse. — Respondeu Ashley, apontou para dentro da escola, onde tinha uma luz que parecia de lanterna, e estava apontando na nossa direção. Adolescentes normais chamam um adulto, sai correndo para ver o que é, e eu acabo tendo que segui-la, e só depois de cruzar o portão, percebi que Ashley estava me seguindo.
— O que vocês estão fazendo? — Sussurrou ela.
— Agora que você pergunta isso? — Respondi. abriu a porta e nós entramos, e logo que entramos, o pouco da luz que iluminava o corredor principal se apagou, e ouvimos um barulho como se a porta tivesse sido trancada, Ashley estava agarrada no meu braço, então não pude conferir. acendeu a lanterna do celular, e foi quando vimos alguém de preto passar por nós, duas vezes, na segunda ele parou no meio do corredor e se virou devagar, ele estava usando uma máscara do filme Pânico, e tinha uma faca com sangue nas mãos, Ashley apertou o meu braço com força e ele começou a andar na nossa direção, puxei para atrás de mim e nos afastamos ao máximo, ele levantou a faca, mas não nos atacou, cortou uma espécie de corda que estava amarrada na parede e um corpo ensanguentado caiu diante de nós, Ashley gritou desesperadamente e se segurou em mim, quando olhei para ela, ela tinha os olhos fechados. Quando olhei para a frente, o homem havia sumido, definitivamente era um homem, e musculoso. Alguém estava tentando abrir a porta por fora, até que conseguiu, a diretora e os professores ficaram estatelados após enxergarem o corpo na nossa frente, e quando acenderam a luz, eu pude ver o sangue escorrendo pelo corpo, um corte limpo no pescoço e o rosto de Clara, com os olhos abertos. Droga. parecia que ia desmaiar, então me virei e escondi seu rosto no meu corpo, enquanto saímos dali, Ashley continuava agarrada no meu braço.
— O que diabos vocês estavam fazendo lá dentro? — Perguntou o Agente , Robert.
— viu uma luz e saiu correndo, eu e fomos atrás e a porta estava aberta, mas quando entramos a luz se apagou e trancaram a gente. — Disse Ashley, em pouco segundos, nunca vi a garota tagarelar tanto.
— Tinha um homem… — Disse em suspiros.
— Eu tenho certeza que era um homem. — Completei. — Ele estava vestido como no filme Pânico, com uma máscara e tudo mais, correu na nossa direção com uma faca, e o corpo caiu na nossa frente, ele sumiu assim que desviamos o olhar. — Expliquei, o homem passou a mão na cabeça e assentiu.
— , você tem que tirar da cabeça essa vontade de ser uma super heroína, se e Ashley não fossem com você, o próximo corpo poderia ser o seu! — Disse o homem, de forma autoritária, Ashley deu um copo de água para , que estava ofegante. — , você se importa se me descrever tudo que lembra na delegacia? Se Ashley não se importar, gostaria que viesse também! pode prestar depoimento depois que se acalmar, mas não vai fugir disso. — Robert estava sério, mais que o normal.
— Claro, eu não me importo. — Respondi e Ashley assentiu, fomos os três na viatura e ficou no carro. Não demorou muito, nós descrevemos exatamente o que vimos e tudo que aconteceu, os pais de Ashley foram buscá-la e meus pais estavam conversando com Robert.
— , eu não vou conseguir ir para casa hoje de noite, depois disso tudo que aconteceu, você pode ficar com minha esposa e até eu voltar? — Perguntou ele, minha mãe estava quase dando pulinhos.
— Claro, senhor. — O homem assentiu e deu um tapinha no meu ombro, ele parecia o estresse em pessoa.
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e meu pai estavam conversando do lado de fora da viatura, quando meu celular tocou, era uma mensagem desconhecida.
Eu te disse.
Eu não entendi o que aquilo queria dizer, estava enjoada e estressada, entrou na viatura e meu pai dirigiu até a casa dele, e depois até a minha, deixando nós dois lá. respeitou o meu momento e ficou em silêncio, minha mãe arrumou uma cama para ele no chão, ao lado da minha. Eu tomei um banho, mas no segundo que fechei os olhos para lavar o cabelo, eu revi aquela cena, parecia um filme de terror. Saí do banheiro e estava apenas de bermuda, com o cabelo molhado, secando com uma toalha.
— Tomei um banho no outro banheiro. — Disse ele, eu assenti, poderia ter aquela visão todos os dias que não me cansaria. — Você está bem? — Perguntou ele, fazendo com que eu parasse de encarar.
— Estou, só estou com um pouco de medo, para ser sincera. — Respondi, abrindo minha gaveta para pegar um secador.
— Nem me fale. — A resposta de me surpreendeu, nunca imaginei vê-lo com medo de algo.
— Você não pode ter medo. — Brinquei.
— É, senão quem protege a princesa indefesa? — era a pessoa perfeita para estar ao meu lado nesse momento, porque ele me entende, o simples fato dele falar isso, mostra o quanto ele me entende, nós rimos e eu suspirei ao ver o quanto de cabelo que eu tinha que secar. — Quer ajuda? — Perguntou ele.
— Tenho que secar, mas tô com preguiça. — Respondi, eu estava mesmo cansada. pegou o secador da minha mão e esticou o braço para eu me sentar.
— Não deve ser tão difícil. — Disse ele, paguei para ver, e depois de uma hora secando meu cabelo, ele terminou.
— E aí? — Perguntei, e ele suspirou.
— Não foi tão difícil. — Respondeu, dando de ombros, o que me fez rir. — Você me irrita. — Disse ele, se jogando na minha cama.
— Amo saber disso. — Me joguei ao lado dele, era incrível como ele fazia todo o clima pesado desaparecer.
— Você é esquisita. — me deu um empurrão de leve, me fazendo sorrir. — Ashley estava morrendo de medo, e você não parecia estar tão assustada assim. — Suspirei após escutar isso.
— Eu não sei, às vezes parece que eu tenho uns picos de coragem e depois eu desabo. — Coloquei minha cabeça no travesseiro, a verdade é que eu só queria que aquela noite acabasse. sorriu e colocou o polegar na minha bochecha, deitando no travesseiro ao lado, mas dessa vez ele pegou no sono antes de mim. Eu não o julgo, ele dormiu fora de casa, em posições desconfortáveis e presenciou tudo aquilo, tendo que suportar a minha mente paranóica o dia todo. O têm sido um grande amigo, é impossível negar. Meu celular toca. Número desconhecido.
Alô?
Uma voz grossa do outro lado da linha, provavelmente com efeitos.
? Você achou mesmo que eu fosse te matar?
Perguntou.
Por que eu deveria achar que não?
Perguntei de volta, a voz riu. Você está certa. Mas você não é uma vadia, ainda.
Então, ele desligou, eu não sei se é algum padrão, mas Ashley recebeu uma mensagem falando algo sobre não ser uma vadia, talvez essa seja a motivação dele? Um pouco sexista, eu acho, mas é um assassino, não tem como cobrar decência.
Me joguei na cama ao lado de , que tinha um sono pesado, e continuei o observando por um bom tempo, não iria acordá-lo para dizer que recebi uma ligação que nem me deu pista nenhuma. Eu queria tanto poder aproveitar a presença dele aqui, mas enquanto tem um louco… espera, 3 mortes com o mesmo padrão em um curto período de tempo, então acho que ele pode ser chamado de Serial Killer, é, enquanto tem um serial killer pela cidade, eu não sei se consigo aproveitar.
Sábado, 14 de maio.
Thomas :
Meu despertador tocou alucinado às 7 da manhã, peguei meu celular, tinha várias chamadas e mensagem de Ashley, quando li as mensagens, entrei em desespero. Saí do quarto para procurar , que estava entrando pela porta da frente.
— Dormiu fora de novo? — Perguntei, assentiu e suspirou, se jogando no sofá. — O que aconteceu essa noite? Eu vi as mensagens de Ashley só agora, vou tomar um banho e ir para a casa dela.
— É melhor você ir mesmo, ela e ficaram bem traumatizadas, o cara estava vestido com uma máscara do Pânico, fantasiado como o assassino do filme, sabe? — Eu assenti, e bufou. — Eu me senti tão inútil, a única coisa que fiz foi me colocar na frente delas, mas ele só queria revelar o corpo da Clara. — colocou os cotovelos no joelho e as mãos no rosto. — Foi bizarro, cara. — Disse, me sentei ao lado dele, coloquei a mão em suas costas e suspirei.
— Meu Deus, a Clara… — Murmurei, sem acreditar, assentiu.
— Ah, e o Sid me mandou mensagem. — Me espantei, não estava esperando por isso. — Parece que ele vai voltar, só não disse quando. — Suspirei.
— Onde você passou a noite? — Perguntei, mudando de assunto, não queria me importar com o Sid naquele momento, muita coisa acontecendo para pensar nele.
— Com a , Robert me pediu e nossos pais praticamente imploraram para que eu fosse. — Ele rolou os olhos, enquanto tirava os sapatos.
— Não que precisasse disso, né? — me encarou feio. — Você tá caidinho pela , isso está óbvio.
— Eu não sei do que você está falando. — Desconversou, me fazendo rir.
— Você precisa parar de mentir para si mesmo, cara. — Me levantei. — Vou ver a Ashley, talvez ela precise de um psicólogo e com certeza vai fazer de tudo para não ir. — Completei, assentiu e acenou. Saí da sala deixando meu irmão exausto no sofá, se eu estivesse lá, nós juntos poderíamos ter dado uma surra nesse imbecil. E agora Sid vai voltar para a cidade? Estranho, a não ser que… a não ser que ele já tenha voltado e está dizendo isso para ninguém desconfiar dele, eu não sou nenhum investigador como e , mas eu sei que não confio no Sid.
Tomei um banho e escovei os dentes, e logo fui até a casa de Ashley, boa parte do caminho senti como se alguém estivesse me seguindo, e quando cheguei no local havia dois carros da polícia parados na porta, estacionei minha moto e abri a porta de frente com a minha chave, Ashley estava sentada no sofá e havia 5 policiais ao redor dela.
— O que está acontecendo aqui? — Perguntei, Ashley parecia aliviada ao escutar minha voz.
— Só estamos fazendo algumas perguntas. — Um deles me respondeu, se levantando, não enxerguei o agente .
— Me parece mais coação de menores, além do mais, não vejo o agente aqui, e sei que ele é o responsável pela investigação e já interrogou a Ashley ontem. — Retruquei.
— Nós viemos a mando do agente . — Uma policial irritada se levantou, sendo contida pelo outro.
— Eu acho que vocês tem uma ideia de quem é o meu pai, né? E também tem ideia de que Robert é como da família? Posso ligar para os dois agora para conversar sobre isso. — Eu acabei ficando mais furioso do que planejava, tudo bem que não sou o melhor namorado do mundo, mas quando se trata da Ashley, não respondo por mim. Ela me encarava com os olhinhos brilhando, como se segurasse as lágrimas. — Me desculpem, mas ela acabou de perder outra amiga e passar por um forte estresse, então se vocês pretendem usar qualquer coisa dessa conversa contra ela, podem desistindo, porque não vai valer de nada. — Eu estava prestes a ligar para o meu pai, quando os que estavam sentados se levantaram, e eles saíram em fila, tranquei a porta após a saída deles, e Ashley pulou nos meus braços.
— Obrigada… — Disse ela, afundando o rosto no meu peito e deixando as lágrimas rolarem, a abracei forte e nos sentamos no sofá.
— Tá tudo bem, eu tô aqui agora. — Falei, tentando confortá-la, ela estava passando por uma barra e eu entendia.
— Foi horrível, tudo. — Ela soluçava, e em todos os anos namorando com Ashley eu nunca a vi daquele jeito, tremendo e chorando, sem conseguir dizer uma palavra.
— Cadê os seus pais, Ash? — Perguntei, ela só negou com a cabeça, provavelmente trabalhando, como sempre. — Troca a roupa, a gente vai no psicólogo. — Ashley me olhou espantada e começou a negar com a cabeça quando escutou. — Amor, me deixa cuidar de você, eu não tenho a capacidade de te ajudar com esse trauma, mas um profissional tem, por favor. — Ela concordou e foi mudar a roupa. Fomos no seu carro até o hospital, onde eu tinha marcado uma consulta enquanto esperava que ela ficasse pronta, fiquei esperando na sala de espera enquanto ela estava sendo atendida. Meu celular tocou algumas vezes, mas eu ignorei, naquele momento eu só queria cuidar da Ash, e que se dane o resto do mundo. Bom, nem todo o resto.
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Cheguei no hospital e encontrei Thomas sentado na sala de espera do psicólogo, o que estranhei, a princípio.
— Thomas. — Falei, me aproximando dele.
— , o que faz aqui? — Perguntou ele.
— Eu faço acompanhamento, e desde que cheguei na cidade muitas coisas aconteceram e não tive tempo de procurar um novo psicólogo, meus pais insistiram que eu viesse após os últimos acontecimentos. — Respondi, me sentando ao lado dele, que assentiu.
— Eles estão certos, eu vim trazer a Ashley, você acredita que quando cheguei na casa dela tinha uns policiais fazendo interrogatório com ela sozinha? E seu pai nem estava lá. — Me espantei com o que ele disse, isso não é comum.
— Que absurdo, eles não podem fazer isso! — Me perguntei o motivo deles terem feito isso, mas não consegui pensar em nada, mais uma coisa para falar com meu pai. Thomas assentiu e bufou.
— A Ashley está totalmente traumatizada, e eles ainda estavam a coagindo, não consigo nem explicar o quanto estou puto. — Ele parecia mesmo nervoso, apesar de ele e terem a mesma cara, agora ele estava muito mais parecido com , ao meu ver. Eu apenas assenti, eu também estava traumatizada e eu nem sabia sobre o , mas ele sempre foi o sinônimo de coragem para mim, saber que ele teve medo me desestabilizou um pouco, como se eu pudesse vencer o mundo se ele pudesse lutar comigo, mas se ele tem medo, eu fraquejo. Sempre foi assim, a gente era uma dupla quando criança. Me despertei dos meus pensamentos porque Tommy estava me encarando, como se esperasse uma resposta.
— Desculpe, acabei me perdendo em pensamentos, mas eu entendo como Ashley se sente, você fez certo em trazê-la. — Eu dei um suspiro longo, que fez com que Thomas segurasse a minha mão. — E como você está? — Perguntou ele, não acho que consigo confiar nele para me abrir sobre qualquer coisa que seja. — Estou bem, na medida do possível. — Respondi, sem alongar muito a conversa, me veio uma pergunta na mente, mas ele foi mais rápido. — E o e você? Já se declararam um para o outro? — Talvez eu tenha corado naquele momento, eu senti meu rosto queimar. — Do que você está falando? — Antes que ele pudesse responder, meu celular tocou e era o meu pai me ligando. — Onde você tá? — Falou ele do outro lado. — No hospital, esperando a minha vez… — Ele me interrompeu. — Tô indo te buscar, não sai daí. — Ele parecia nervoso, nem me esperou responder. — O que aconteceu? — Perguntou Thomas. — Nem eu sei. — Respondi, meu celular vibrou de novo, agora eram mensagens de . Onde você tá? Recebi uma mensagem estranha e tive que falar com seu pai. E parece que aconteceu algo com a sua mãe.
Me diz onde você tá que eu vou te buscar.
Ele mandou uma mensagem atrás da outra, que me assustou.
Eu tô no hospital, meu pai está vindo, e Thomas está aqui. O que aconteceu?
Respondi, ele me enviou uma imagem, a mensagem desconhecida falava de mim. Ela está na minha mira, será que corto seu pescoço ou me divirto um pouco mais?
Gelei assim que li. Não sai daí até seu pai chegar.
O que mais eu iria fazer? Ok. Respondi, Thomas me olhou confuso, mas não disse uma palavra até meu pai chegar. E assim que chegou, eu consegui ler suas expressões, ele estava nervoso, irritado e com medo, e assim que pôs os olhos em mim, ficou aliviado. — Graças a Deus! — Disse ele, me abraçando. — Vamos embora. — Eu nem tive tempo de me despedir de Thomas e nem vi Ashley, meu pai me colocou dentro de um carro preto com vidros escuros, e encontrei minha mãe dentro dele, que parecia em choque. No caminho, meu pai contou que minha mãe recebeu uma faca ensanguentada com uma carta de ameaça no trabalho, e me deu um sermão sobre não ter contado sobre as mensagens, falou mais que devia. Meu pai estacionou e descemos do carro, era um lugar diferente, afastado da cidade, porque em volta tinha uma floresta. Vi uma placa escrita "Hostel Valley" com algumas luzes apagadas, aparentemente era um lugar muito velho. Enquanto eu analisava o local, meu pai fez nossas reservas. — O que é isso? — Perguntei, vendo as identidades na mão dele. — Vocês aqui são Lucy e Amy, você vai ser a Amy e sua mãe a Lucy, não falem com ninguém que não trabalhe aqui, não saiam do quarto sem que seja uma necessidade extrema, não passe a localização para ninguém, vocês estão seguras aqui. — Ele acariciou minha bochecha e se afastou, deu um beijo na minha mãe e foi embora. Entramos no quarto e ficamos assistindo televisão e comendo snacks o dia todo. O serviço de quarto trouxe nosso jantar assim que escureceu, e meu celular tocou, era . Até que enfim, pensei.
Desculpa mesmo ter contado para o seu pai, eu fiquei nervoso.
Disse ele. Tudo bem, eu to bem agora.
Respondi. Onde você tá? Quer que eu vá aí? Meu pai disse para não passar a localização para ninguém, mas eu confio no , vê-lo me faria bem. Hostel Valley.
Mandei o nome do lugar com a localização, e pensei no que Thomas disse, eu queria saber como se sente, quem sabe assim eu conseguiria entender como eu me sinto. Talvez essa seja uma conversa para se ter hoje, para mudar um pouco o foco da situação.
Cheguei, me encontra aqui na frente.
Disse ele. Saí de fininho para que minha mãe não me visse.
Cheguei ao lado de fora e não vi sua moto, quando pensei em pegar o celular para responder, vi alguém no reflexo e gelei. Era o assassino. Eu não podia voltar para o quarto e colocar minha mãe em risco, então eu corri, parece que ele não esperava que eu o tivesse visto. Corri para a floresta, e só depois percebi que foi a pior escolha que fiz na vida, será que era o ? Mas ele estava comigo, não faz sentido, como esse cara chegou aqui? Era o que eu me perguntava enquanto corria, mas percebi que cada vez mais adentrava na escuridão da floresta, e aquilo parecia estar ficando pior, pois havia mais obstáculos no chão. Não queria ser uma daquelas garotas burras de filme de terror, mas eu não era tão ágil como eu pensei, tropecei em um tronco, mas consegui me equilibrar, e tropecei numa pedra, caindo no chão fofo. Antes que eu pudesse reagir, ele estava perto demais, e suas mãos estavam no meu pescoço.
— Socorro! — Gritei, até que meu fôlego fosse embora. O mais engraçado é que me lembrei de quando era criança e Thomas tentou me enforcar com ciúmes de , quase pude sentir suas mãos pequenas no meu pescoço, diferente das mãos que estavam ali agora. , é você? Por que não me deixa perguntar antes de me matar? me salvou quando eu era criança e ele e Thomas nunca mais se trataram do mesmo jeito, talvez ele tenha se arrependido de brigar com o irmão e agora estava descontando em mim o que não deveria ter feito, mas não importa mais, eu não obedeci meu pai e estou vendo tudo como um borrão, talvez esse seja meu fim. Escutei um barulho de tiro, e suas mãos saíram do meu pescoço, me fazendo voltar a respirar, e ele correu. Eu tentava recuperar meu fôlego, quando alguém segurou a minha mão.
— Você está bem? — Escutei uma voz masculina, e só depois disso parei para analisar o homem na minha frente, ele tinha um cabelo bagunçado e um ar de badboy, usava uma jaqueta preta e um lenço amarrado na cintura, e eu não sei se é porque estou sentindo algo por , mas achei os dois parecidos. Senti o gosto de sangue entrando na minha boca e ele me deu o lenço da sua cintura, era um lenço vermelho e preto, que bom. — Aqui, limpe o nariz. — Obedeci, ele se abaixou na minha frente, e pude encará-lo de perto, seu rosto era agradável e ele lembrava muito .
— Obrigada. — Respondi, observei a arma na sua mão. — Por que você tem uma arma? — Perguntei, ele riu fraco.
— E por que você não tem? — Retrucou ele. — Tem um assassino na cidade, garota doida. — Ele esticou a mão para mim. — Consegue levantar? — Perguntou, eu assenti.
— Garota doida? — Murmurei, fazendo-o gargalhar.
— Desculpe, você não me conhece, ou não se lembra, eu sou Si… — Alguém o interrompeu.
— SID! — Gritou , acompanhado do meu pai, que estava colocando uma lanterna na minha cara. — Larga ela!!! — Esbravejou ele, indo em direção ao homem, eu entrei no meio.
— Ele me salvou. — Respondi, quase num engasgo.
— Sim, e eu estava nesse instante me apresentando. — O homem tinha um sorriso sarcástico. — No que você estava pensando quando eu cheguei aqui? Você não estava lutando mais.
— Eu estava lembrando de algo, e aceitando meu fim. — Respondi, dando de ombros, mordeu o lábio inferior, parecia estar com raiva.
— Do que você lembrou? — Sid insistiu.
— De quando Tommy virou apenas Thomas, quase pude sentir suas mãos no meu pescoço no lugar das do assassino. — Virei de costas para , antes de responder, eu sabia que essa situação o abalava.
— Hum. — Respondeu Sid. — Ainda assim, você não pode desistir tão fácil. — Ele deu uma piscadela e tirou um distintivo do bolso. — Desculpe a demora, Agente . — Meu pai abaixou a arma.
— Agente . — Respondeu ele.
— Sid ? Eu me lembro de alguém com esse nome. — Falei e suspirou.
— Meu irmão mais velho. — Respondeu, tentando disfarçar a mistura de raiva com felicidade, ele me abraçou, mas eu me esquivei.
— Vamos sair daqui. — Disse meu pai. não disse uma palavra até sairmos da floresta, talvez ele tenha entendido o que meu esquivo significava.
— O que diabos você fazia na floresta? — Perguntou ele, assim que chegamos no Hostel.
— Eu te mandei uma mensagem com a localização e você disse que já tinha chegado, quando vim te encontrar, encontrei o assassino. — Fiz uma cara feia ao responder e botou a mão na cabeça, Sid parecia estar se divertindo.
— O celular de foi roubado. — Respondeu meu pai.
— E era exatamente por isso que estávamos vindo para cá. — Completou . — Tive medo que algo assim acontecesse e falei com o seu pai. — Suspirei e Sid riu fraco. — E você veio correndo salvar a princesa em apuros, né? — Sid parecia estar se divertindo às custas de , que tinha uma cara feia para o irmão. — Tá apaixonadinho, ? — deu uma cotovelada em Sid, que não conteve a risada. — Quer falar sério pelo menos uma vez na sua vida, imbecil?! — estava nervoso, e estava transparecendo demais. — Certo. — Sid fez uma cara feia. — Voltem para casa, agora é fogo com fogo. — Eu entendi o que ele quis dizer, e pelo jeito que ele se vestia, ele não parecia ser um policial convencional, acho que ele deveria ser como o Jasper da minha antiga cidade, um caçador de recompensas. Ele deu uma piscadela para mim, o que parece ter irritado ainda mais. — Você está bem? — Perguntou ele, segurando minha mão. — Eu pareço bem? — Respondi, fazendo-o abaixar a cabeça. — Desculpe, eu só… — Ele me interrompeu. — Não está bem, eu entendo. — Respondeu ele, forçando um sorriso. — Me desculpe. — Não foi sua culpa, . — Ou eu acho que não. — Mas em um momento eu cheguei a acreditar que era você, desculpa. — Ele riu fraco. — Não precisa se desculpar, eu também acharia no seu lugar. — Sorrimos e eu voltei a minha atenção para Sid, que conversava com meu pai, que estava ajudando minha mãe a colocar as coisas de volta no carro. Ainda bem que não passamos tanto tempo naquele lugar. Sid era bem parecido com , apesar de ter traços que não lembravam seus pais e aquele estilo combinava com ele, era muito bonito também, e óbvio aparentava ser mais velho, parece ter percebido que eu estava analisando seu irmão, e me puxou pela mão até o carro. Me choquei quando vi o meu pescoço, as marcas estavam tão roxas que eu conseguia enxergar bem pelo reflexo do vidro. — Você pode cobrir, com maquiagem ou um lenço, não sei. — Sugeriu , neguei com a cabeça. — Não, não tenho vergonha de mostrar que fui uma sobrevivente, na verdade, eu devo minha vida ao seu irmão. — Respondi, sorriu de lado. — É, eu devo essa ao Sid também. — Ele puxou em um abraço forte, eu me sentia segura com ele. Mas ele me afastou, o que eu estranhei, e fez uma cara triste olhando para as marcas no meu pescoço. Num impulso, eu me aproximei de novo, e ele acariciou minha bochecha. — Foda-se, eu quase morri. — Falei, deixando confuso, antes de puxá-lo para perto, e ele não fez nenhum esforço para fugir. Segurou meu cabelo e me beijou como se aquilo fosse tudo que ele precisava naquele momento, e bom, era tudo que eu precisava. Eu acho que nunca dei um beijo tão intenso e tão cheio de sentimentos, eu conseguia sentir isso vindo dele também, como se a gente tivesse guardado isso por tempo suficiente e a minha quase morte tivesse dado um basta nisso. Mesmo de olhos fechados, vi uma luz na nossa direção, o que fez a gente se afastar, e quando me virei, Sid estava rindo com o celular na mão. — Eu sabia! — Disse ele, rindo. — Porra, Sid! — colocou a mão na minha cintura e me virou de costas para o irmão mais velho. — Ignora ele. — Eu até tentei, mas senti que estava sendo encarada, e agora era pelos meus pais também. — Acho melhor a gente ir. — Falei, assentiu.
Domingo, 15 de maio.
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A presença de Sid na minha casa trazia uma certa tensão, minha mãe não suportava o enteado desde que ele arrebentou a cara do Tommy. Ver que se lembrava tão bem daquele dia, me fez lembrar também do porquê Sid foi para um internato. Nunca vou me esquecer, Thomas tentou enforcar no parquinho e eu o empurrei, depois disso ele me bateu quando chegamos em casa, e me machucou feio, Sid apenas revidou. Mas minha mãe não quis saber, mandou ele para um internato, mas sempre me inspirei no meu irmão mais velho. Com tudo que aconteceu, eu nem tive a oportunidade de conversar com ele direito, ainda mais com Tommy no meu quarto logo quando acordei especulando coisas. — Thomas, eu não posso entrar em detalhes. — Respondi, quando ele perguntou pela milésima vez o que Sid estava fazendo aqui. — Ele te pediu, não é? Ele está tramando algo, ! Como ele ia saber que a estava na floresta? E por que o assassino tentou sufocar ela ao invés de cortar a garganta? Confia em mim, ele está envolvido nisso! Talvez tenha armado isso para pagar de herói, e desde quando ele entrou para a polícia? Sid é totalmente desequilibrado, você se lembra do que ele fez comigo? — Tommy não parava de tagarelar e criar teorias contra Sid, o que já estava me estressando. — Se ele é desequilibrado, você também é, não esqueça do porquê dele ter batido em você. — Respondi, Tommy não se orgulha do que fez e a gente não costumava falar disso já fazia anos, o que o fez fazer uma cara feia e dar de ombros. — Depois não diga que eu não avisei. — Disse ele, antes de sair do meu quarto. Porra mano! Que saco, não tenho um dia de paz desde que Lily morreu. Alguém bateu na porta do quarto e eu já imaginava quem era. — Entra. — Falei, vestindo uma camisa para encontrar . — Oi… Vai sair? — Perguntou Sid, entrando no quarto, assenti. — Tem um minuto? — Tenho. — Respondi, me sentando na cama, ele se sentou na beirada. — Eu andei pensando em algo, não parecia que o assassino queria matá-la ontem, ou se queria, ele tinha mais que a motivação para matar, tinha uma motivação pessoal. — Ele tinha um iPad na mão, e me mostrou imagens. — Todos tiveram cortes limpos na garganta, mas sem marcas de luta, você acha que alguém teria um motivo específico para querer matar a ? — Neguei com a cabeça, e passei a prestar atenção no que ele estava falando. — Qual foi a última vez que você viu seu celular roubado? — Na mesa de centro da sala. — Respondi, confuso. — Quem estava em casa? — Perguntou ele, parece que estava querendo insinuar algo. — Ashley e Tommy. — Respondi, sério, e Sid me encarou. — Você não acha que… — Você não desconfia? — Insistiu ele. — Claro que não! Essa implicância de vocês tem que parar! Que saco! — Esbravejei, me levantando, e recebi uma mensagem de . Não vem agora.
Fiquei confuso ao ler a mensagem, mas obedeci. Sid me encarou feio. — Somos irmãos, eu não te falaria isso se não acreditasse que pode ser verdade. — Explicou ele. — É impossível! No dia que vimos o assassino a primeira vez, Tommy estava com o pai e minha mãe. — Retruquei. — Vocês tem que se acertar, essas acusações são graves! — A última frase saiu como um desabafo da minha boca. Sid estava insistindo tanto que parte de mim começou a acreditar em Thomas. — E como você perdeu seu celular em casa? — Ele insistiu. — Eu não sei cara, só sumiu! — Já estava perdendo a paciência, e ele parou de falar, senti que ele estava querendo me colocar no meio da história e agradeci por ter calado a boca. Ele saiu do quarto em silêncio.
O que aconteceu?
Perguntei à . Pode vir agora. Respondeu ela, passei pela sala ignorando Sid e meu pai, peguei a moto e fui em direção à casa de . Passei por Tommy pelo caminho, usando uma jaqueta de couro, parece que essa disputa com o Sid vai render ainda.
Quando cheguei, Robert abriu a porta e me mandou subir, parece que com a chegada de Sid ele estava passando mais tempo em casa. estava debruçada na cama, mexendo no notebook. Coloquei as mãos na sua cintura e dei um beijo na sua nuca, fazendo-a se virar e me abraçar quase que aliviada. — Qual o motivo desse abraço assim? — Perguntei, enquanto ela voltava para a posição anterior. — Nada demais. — Ela voltou a digitar. — Tá fazendo o que aí? — Perguntei, me sentando ao lado dela. — Investigando… — Ela virou o notebook para mim. — Essa não é uma cidade grande, existem cinco lojas que vendem artigos de fantasias, olhei o registro de todas e agora estou olhando nas câmeras das que venderam fantasia de pânico dentro de um mês para ver se encontro algum aluno da nossa escola. — Ela estava bem concentrada, mordi os lábios, porque vê-la daquele jeito me dava tesão, e o pior é que ela era ela, e eu não conseguia ser com ela como era com as outras, mas ela é surreal de linda, depois daquele beijo cheio de sentimentos eu consigo assumir para mim mesmo como me sinto, e isso chega a me assustar, mas nada me assustou mais do que pensar em perdê-la. Ela olhou o celular rápido e bloqueou a tela, voltando para o que estava fazendo. Depois de um tempo a tela do celular acendeu de novo, era uma ligação e eu vi o nome "Sid", estranhei. — Quando você pegou o número do Sid? — Perguntei, ela me encarou surpresa. — Acabei de te contar todo meu esquema de investigação e você vem falar do Sid? Ele me passou o número dele caso eu precisasse de algo, precisei de ajuda com o acesso dos registros e ele me ajudou. — Respondeu, um pouco irritada e atendeu a ligação. — Oi? Onde? Não sei, está aqui, quem? Tem certeza? Não, ainda investigando, tá, vou compartilhar! Não sei, não posso garantir, sim, eu também. Ele? Não… não sei. Tá, tô em casa, ok, tchau. — Foi tudo que escutei da conversa deles, e ela desligou. — O que foi? — Perguntei, fiquei curioso. — Ele estava perguntando sobre o que descobri, e até o momento nada. — Respondeu ela, parecia incomodada. — Você acha que Thomas tem algo a ver com isso? Responda com sinceridade. — Respirei fundo após ouvir a pergunta dela. — Eu confio cem por cento no meu irmão, . — Fui o mais sincero que conseguia, ela suspirou e assentiu. O celular acendeu de novo e ela apenas ignorou, não consegui ver o que estava escrito, até que o meu tocou, era Tommy. — Que foi? — Perguntei. — ? , cara, me ajuda, a Ashley… — Ele estava ofegante. — Fala devagar, Thomas. — Respondi, fazendo voltar a atenção para mim. — Ele pegou ela… — Sua voz estava trêmula. — Me disse que se eu ligasse para a polícia ia matá-la, e mandou que vocês viessem até aqui. — Aqui onde? — Perguntei, ele me mandou um print de uma conversa desconhecida, com um endereço, e a mensagem dizia que tínhamos que ir os quatro. Naquele momento eu estava desconfiando que Sid podia ter algo a ver com aquilo, mas não quis falar nada com , ela assentiu como se dissesse que a gente ia. — Estamos indo. — Saímos correndo até a moto, percebi que pegou uma mochila no caminho, e fomos até o endereço. Thomas não estava lá, pelo menos não na frente, era um galpão abandonado, segurou minha mão e caminhamos para dentro.
No mesmo horário.
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— , está aqui! — Escutei a voz da minha mãe gritando lá de baixo. — Manda subir. — Respondi, estava folheando meu diário antigo, tentando entender porque alguém dessa cidade iria querer me matar, quando levantei o olhar, não era que estava ali, era Thomas. — E aí, gata?! — Disse ele, se aproximando e me dando um selinho. — Como está se sentindo hoje? — É sério que ele não sabe que eu sei que é ele? O que ele está fazendo? Ele se sentou ao meu lado e me abraçou com um dos braços. — Cansada, tentando assimilar o que aconteceu. — Respondi, resolvi dar corda para ver onde ele ia chegar. — E seu pai descobriu algo? — Neguei com a cabeça. — Sid é o responsável pela investigação agora, meu pai resolveu cuidar de nós, tendo em vista o que aconteceu. — Expliquei, ele assentiu. — Foda, se eu pudesse pôr as minhas mãos nesse cara… Eu nem sei o que faria. — Ele parecia estar mesmo com raiva. Mas sua expressão logo mudou e ele me puxou para um beijo, que diabos? Mesmo se eu não soubesse diferenciar os dois, nesse momento eu saberia, tem muito mais pegada. Um barulho nas escadas foi a minha deixa para fugir, peguei o celular quando ele foi verificar a porta e enviei uma mensagem para não vir ainda. Thomas se sentou ao meu lado de novo. — Você não desconfia do Tommy, né? — Perguntou ele. — Não, assim como não desconfio de você, mas não sei se você tem algo a ver com isso. — Fugi do assunto, ao mesmo tempo que continuei falando sobre. — Que bizarra essa situação. — Ele colocou a mão na cabeça. — Se bem que a gente podia desestressar… — Ele colocou a mão na minha coxa e eu tirei. — , por favor, eu não sou o tipo de garota que você está acostumado a lidar, não estraga tudo, é melhor você ir. — Foi o que eu tive forças para dizer, e ele engoliu. — Tudo bem. — Ele me deu outro beijo antes de sair, e foi embora. Fui para o banheiro correndo e lavei a minha boca umas cem vezes, não sei se devo falar sobre isso com , mas estou com vontade de vomitar. Ele queria transar comigo se passando pelo ? Que diabos?! me mandou uma mensagem perguntando o que aconteceu, eu disse que ele podia vir, mas não estava pronta ainda, precisava falar e liguei para a primeira pessoa que veio na mente. — Sid? — Falei, quando ele atendeu. — Fala aí, , o que houve? — Perguntou ele, expliquei todo o acontecido e ele bufou. — Não fala nada com o , desconfio que ele esteja ajudando o Thomas ou acobertando algo, eu vou te ligar já já.
Depois que atendi a ligação de Sid, recebeu uma ligação de Thomas, peguei a mochila com a arma que Sid me deu e fui com até o lugar. Era tipo um galpão abandonado, demos as mãos e entramos. O lugar era enorme, e como da última vez, a porta foi trancada assim que entramos. Eu queria confiar em , mas não sabia se devia. — Vamos nos separar, nos encontramos aqui em 5 minutos, se um de nós não voltar, o outro vai procurar, ok? — Sugeri. — Tem certeza? — Perguntou ele, eu assenti. — Confia em mim. — Respondi, ele sorriu e assentiu, então nos separamos. Fui para a direita e ele para a esquerda, subi umas escadas velhas e percebi que tinham gotas de sangue no chão, continuei subindo e tinha um corredor com uma única porta no fim, caminhei até lá, sempre olhando para trás, vi Ashley amarrada de cabeça para baixo e me assustei. Ainda não era a hora de tirar a arma da bolsa, mas tinha uma faca no chão, e assim eu consegui desamarrar ela. Que estava chorando e desesperada. — Ele vai nos matar. — Ele repetia isso várias vezes. — Quem??? Quem, Ashley? — Perguntei, e ela não conseguia responder. Thomas e entraram pela porta, Ashley correu para abraçar Thomas e veio até mim, me abraçando com força. — Você está bem? — Perguntou ele, eu assenti, ele suspirou e me beijou com força. Depois disso, parece que tudo virou um flash, porque aconteceu tudo tão rápido. Thomas deu um soco em , que caiu no chão. — ELA É MINHA! — Gritou ele, tinha sangue escorrendo pela boca e quando eu fui ajudá-lo, Thomas me puxou pelo braço, apertando meu pulso com força e rindo. —Thomas, você está me machucando!!! — Falei, mas ele não soltou, se levantou e o empurrou. — Solta ela, Tommy! — Ordenou ele, mas Thomas não o fez, deu um soco no seu rosto e sua mão se soltou da minha, puxei Ashley comigo e entrou na nossa frente. — O que diabos você tá fazendo? Nunca mais toque na minha garota assim! — Thomas deu risada, e estava enfurecido. — Isso tem a ver com hoje cedo? — Perguntei, se virou para mim. — Você foi na minha casa se passando pelo e… — Engoli seco. — e tentou transar comigo. — A expressão de mudou completamente, nunca achei que pudesse enxergar tanta raiva nos seus olhos. — Você enlouqueceu? — Perguntou ele, antes de perder totalmente a calma, depois de Thomas rir mais. Ele partiu para cima de Thomas, e eu aproveitei para colocar a arma na minha cintura, eles lutaram e acabou batendo a cabeça na parede com força e apagando, Ashley estava tremendo atrás de mim, Thomas nos olhou com um olhar de doido. — As minhas garotas estão aqui, e eu posso confiar em vocês, então escutem essa história. — Ele puxou uma cadeira que estava no canto do lugar e se sentou. — Lily e Carlos, o casal perfeito, tirando o fato de Lily ter tentado tocar uma punheta para mim na festa dela, o que só comprovou o que eu sabia, que ela era uma vadia. E minha mãe costumava dizer que vadias como a Amber, essa era a mãe do Sid, mereciam morrer mesmo. E eu concordo com ela, então eu cortei a garganta da Lily como um recado, e enviei as fotos para todos como um aviso para não serem vadias. ter chegado mudou meus planos, tive que programar as mensagens dela pelo celular de Carlos, que infelizmente entrou na minha lista por ter visto demais, você disse algo sobre ser uma queima de arquivos ao , e você estava certa. Eu não pretendia matar mais ninguém, aí você colou no de novo, acabei tendo que pensar em como te matar, mas a Clara apareceu na minha casa de madrugada querendo sexo com o , ela mereceu, você não acha? E você? Eu pensei em te sufocar, como eu quase fiz quando éramos crianças, seria épico e nostálgico, você não acha? Mas mudei de ideia depois de hoje, o seu beijo despertou em mim o mesmo sentimento que eu tinha quando tentei te matar quando criança, se você não for minha, não vai ser de mais ninguém. — Ele riu alto, e eu tinha vontade de vomitar, ao mesmo tempo que mantinha Ashley segura atrás de mim, mas ele empurrou a cadeira na nossa direção e foi o suficiente para que puxasse Ashley pelo braço. — Isso é doentio, Thomas! — Falei.— Solta ela, se sou eu quem você quer, solta ela. — Pedi, os olhos azuis de Ashley estavam tomados de lágrimas e ela não conseguia falar nada, principalmente depois dele colocar a faca na direção do pescoço dela. — Esse é o problema, eu não sei quem eu quero. — Disse ele. — Me responde, o que me diferencia do ? — Me surpreendi com a pergunta, para mim era muito óbvio. — Ele tem uma cicatriz na testa, é quase imperceptível, mas eu consigo vê-la porque fui eu quem causei. — Respondi, e era verdade, eu sempre soube diferenciar os dois, isso é fato, mas eu não sabia explicar o motivo, a cicatriz se tornou um motivo depois que o machuquei. Thomas sorriu. — Você é a minha garota então. — Ele passou a faca pelo pescoço de Ashley, fazendo o sangue escorrer e eu gelei, a garota caiu no chão, e seu cabelo loiro manchou de vermelho, ele foi com a faca na direção de e eu não conseguia me mexer para pegar a arma, eles iam morrer na minha frente e eu não ia poder fazer nada, eu não conseguia aceitar isso. Um sentimento de medo tomou conta do meu coração e eu me lembrei de Ashley surtando quando me conheceu, me lembrei de me recepcionando nas duas vezes que me mudei para cá, me lembrei do quanto ele cuidou de mim durante a infância e durante esse tempo desde que voltei e do beijo que demos, que me deu certeza de que eu não estava sentindo aquilo sozinha, e me lembrei das palavras de Sid, eu tenho que lutar até o fim. Puxei a arma da cintura, destravei e puxei o gatilho, atirei na perna de Thomas antes que ele conseguisse tocar em , e dei outro tiro no braço, não queria matá-lo, apenas impedi-lo de nos matar. Corri até Ashley e tirei meu cinto, colocando em seu pescoço em uma tentativa de conter o sangue. Ouvi um barulho vindo lá de baixo, e vários passos e vozes, Sid entrou na sala que eu estava, acompanhado do meu pai, com armas apontadas para nós. Alguns policiais tiraram Ashley do local, Sid apontou sua arma para Thomas, mas abaixou. — Desgraçado, por que você se parece tanto com ele? — Resmungou ele. — Como você sabia? — Perguntei.
" — Oi?
— Oi, Thomas está aqui, mas parece que vai sair de novo para algum lugar importante, saiu depressa. — Onde? — Não faço ideia, você faz? — Não sei — Está sozinha? — está aqui — Ele disse algo? — Quem? — … Deixa pra lá, acho que é besteira minha. — Tem certeza? — Sim, esquece. Descobriu algo? — Não, ainda investigando. — Compartilha sua tela comigo? — Tá, vou compartilhar! — Consegue deixar o longe de encrenca? — Não sei, não posso garantir. — Estou preocupado com ele. — Sim, eu também. — Está chateado? — Ele? Não… não sei. — Vou até aí assim que acabar, você tá aonde? — Tá, tô em casa. — Daqui a pouco vou aí. — Ok, tchau."
— Não muito tempo depois que você desligou, uma imagem de câmera cortada passou, olhei de novo os registros e teve uma pessoa que assinou com as siglas do nome: EA. E eu tinha colocado um rastreador nas motos dos dois, segui até aqui torcendo para que Thomas tivesse usado o nome dele, e parece que eu estava certo. — Suspirei após ouvir a explicação de Sid, e engatinhei até , abraçando-o, ele abriu os olhos logo depois disso. — O que aconteceu? — Perguntou ele, confuso e atordoado. — Você não se machucou, né? — Perguntou rapidamente, claramente preocupado, assim que pôs os olhos em mim. — Eu estou bem… Ashley que não está. — Meu coração apertou ao lembrar de Ashley, não tinha nem ideia se ela sobreviveria. Thomas também havia sido levado pela ambulância. — Thomas também não está. — Isso parece ter feito acordar definitivamente. — Você não o matou, matou Sid? — Perguntou rapidamente, Sid negou com a cabeça. — Não, não pude, não consigo olhar para ele sem ver você, infelizmente, que deu dois tiros nele, mas nada demais. — Respondeu Sid, com seu jeito sarcástico de sempre. — Nada demais. — Murmurou . — O que aconteceu com o Ashley? — Ajudei ele a se levantar e explicamos tudo enquanto saíamos daquele lugar.
Após a prisão do assassino.
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Doía sair do enterro de outra jovem, brutalmente assassinada por quem vivia entre nós, pessoas tiveram suas vidas ceifadas por Thomas e isso a cidade jamais esqueceria, após o escândalo que foi na mídia, a família não compareceu ao enterro, enviaram apenas uma coroa de flores. fez questão de ir, e eu e Sid o acompanhamos, estava sendo duro para ele. Depois do enterro, fomos visitar Ashley no hospital, ela ainda não conseguia falar, Sid disse que a visitaria frequentemente, mas nós também faríamos isso. Meu pai quis se mudar de novo, mas eu escolhi ficar, e dessa vez ele me escutou. Eu não podia continuar fugindo do meu amor por , principalmente depois de tudo que passamos e de tudo que ele está passando. Isso tudo deixou muitas cicatrizes, e não somente no meu pescoço ou no de Ashley, mas no coração. Ninguém nunca imaginou que Thomas seria capaz disso, apenas Sid, que veio nos mostrar o que estava bem óbvio na nossa frente. Depois de analisarmos tudo, talvez nós apenas não quiséssemos enxergar, porque estava ali o tempo todo, ele não foi nem um gênio do crime, ou foi? Pensando melhor, sim, ele foi. Porque ele era tão bom moço que ninguém desconfiaria dele, e foi por isso que não enxergamos. Eu estava feliz com e pela primeira vez na vida, estávamos sendo totalmente sinceros sobre nossos sentimentos, e aquilo bastava. Era o suficiente para que a gente se apaixonasse ainda mais, e para dar forças um para o outro.
Uma semana depois.
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Ainda não tive coragem de visitar Thomas, mesmo ele pedindo aos meus pais que eu fosse. Mas Ashley eu visitava sempre que dava, ela ainda estava sem falar e Sid disse que ela era uma boa companhia, porque não opinava na vida dele enquanto ele contava. Imagino que deve estar sendo doloroso para ela também, mas ninguém entenderia como a minha dor era. fazia o máximo por mim, e eu me tornei muito feliz ao lado dela, ela me faz querer ser melhor, como sempre fez. Demorou para que eu conseguisse entender o porquê dela me irritar tanto, agora eu sei que eu ficava tão irritado por não saber lidar com o que eu sentia por ela, e por isso eu nunca dei certo com ninguém, porque nenhuma delas era ela. Eu estava esperando por ela, que estava saindo da terapia, e tive a visão mais linda que eu poderia ter tido, o sol batendo em seu rosto e o cabelo voando, a maior parte para frente do rosto, mas ela ficou ainda mais linda. Ela estava superando a fobia por sangue, e estava cuidando do meu coração melhor que ninguém, eu quase esquecia que meu irmão gêmeo era um assassino que tentou me matar. A vida agora poderia se normalizar, e eu finalmente poderia conquistá-la cada vez mais sem ser investigando assassinatos ou correndo para ajudá-la. — No que está pensando? — Perguntou ela, colocando o capacete. — Em como o sobrenome combinaria com você um dia. — Brinquei, ela se assustou. — Qual o problema? — Ainda não me acostumei com você sendo tão romântico. — Respondeu, dando de ombros e dando a volta na moto. — Ah é?! — Me virei para ela. — Pode se acostumar então, mas saiba que ainda te considero doida. — Ela riu e parecia ter se lembrado de algo. — Agora entendi porque o "garota doida" do Sid soou tão familiar. — Ela me encarou séria, mas caímos na gargalhada. Eu já havia chamado ela daquele jeito tantas vezes, e com certeza ainda trocaríamos ofensas, mas agora ela era minha, como deveria ter sido há muito tempo. Levantei o descanso da moto e posicionei em posição de partida, embarcou e me abraçou por trás, dei a partida e saímos dali. O vento batendo no meu rosto, a garota mais linda do mundo me abraçando, nada poderia estragar aquilo, porque só aquilo seria capaz de curar o que eu estava sentindo. Adeus Tommy, estou te deixando para trás junto com tudo que aconteceu.
Fim!
Nota da autora: oii gente, tudo bem? espero que sim! espero que tenham gostado, em especial a minha
amiga secreta, confesso que queria fazer algo mais pesado de terror e tal, mas ainda não
estou acostumada com esse gênero, espero de verdade que tenha agradado! vou deixar
meu insta de autora, pra vcs conferirem minhas outras fics, e o grupo no whatsapp de
leitoras, beijos!
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