The Voux: Especial Dia dos Namorados

Postada em: 12/06/2023

Prólogo

Os almoços de domingo eram sagrados.
A tradição tinha começado logo depois que Gina saiu de Hogwarts. Era um tanto quanto doloroso para a garota observar todos os cantos da Escola e sentir a nostalgia lhe invadir ao relembrar todos os momentos que passou com os amigos, agora todos formados. Conversava com vários outros alunos, claro, mas nunca seria a mesma coisa que estar com o grupo completo.
Assim que ela se formou, foi uma grande festa. Ao contrário do que sua mãe esperava, a ruiva não retornou para a Toca. Após muita conversa com Harry, que morou com Sirius por todo aquele ano, decidiram morar juntos. Afinal, por que não? Todos os outros casais já moravam mesmo.
Fizeram um majestoso almoço em um domingo para todos, o melhor dia para se encontrarem, e, extremamente felizes com o reencontro, prometeram sempre almoçarem juntos nesse mês, durante todas as semanas.
Foi fácil manter o combinado até virar uma tradição. Primeiro porque moravam realmente próximos, e segundo porque era o melhor momento para relaxar e conversarem, sem jamais perderem o contato e proximidade.
E toda semana tinha uma notícia diferente, o que era ótimo.
Nessa, era a vez de Fred e serem os anfitriões.
As irmãs Voux moraram por praticamente um ano juntas. A mera hipótese de se separarem após tantos anos parecia absurda, mas ambas tinham aceitado muito bem quando pensaram que seria uma boa experiência estarem com seus respectivos namorados.
E, de fato, tinha sido.
Fred e George finalmente realizaram seus sonhos. Depois que saíram de Hogwarts, abriram sua própria loja. A Gemialidades Weasley era um sucesso, as vendas aumentavam absurdamente a cada ano que passava. Poucas foram as vezes em que choraram, mas as lágrimas de felicidade foram impossíveis de evitar quando agradeceram os amigos pela ajuda financeira — já que eles tinham economizado e separado especialmente para isso.
Volta e meia, ajudava os meninos na loja. Desde o sucesso do experimento da bala afrodisíaca, eles resolveram investir na comercialização de produtos voltados para a vida sexual. E talvez fosse relevante mencionar que todos foram previamente testados por Fred e
De qualquer forma, eles construíram um andar sobre a loja, com dois apartamentos com isolamento acústico, então não eram incomodados pelo barulho da loja — fator importante para , já que era inventora de Feitiços e escreveu tantos livros, atualmente lecionados em Hogwarts e nas demais Escolas de Bruxaria, que precisava de silêncio, com um pouco de música alta, para se concentrar. Praticamente todos os dias esbarrava com George e Angelina, que moravam na porta da frente. A cunhada estava, na maioria do tempo, vestida de branco porque trabalhava como enfermeira no Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos.
ficou com receio de perder um pouco do contato com a irmã ao longo do tempo, mas rapidamente notou que era impossível. Elas moravam na mesma rua, então se viam direto. Draco praticamente já morava em sua casa quando foi embora e, como ele vivia com em seu quarto, a mudança foi absurdamente fácil.
Tinha sido um ano perfeito para o casal, eles viviam conhecendo mais e mais um ao outro, corpo incluso, então não havia mais para pedir. Draco, assim como Harry, Rony e Hermione, também era auror no Ministério da Magia, o que só aumentava a presença de Potter em sua casa. Eles tinham se tornado ótimos amigos. Tudo estava maravilhosamente perfeito.
Isso até não estar mais.
As constantes brigas com Draco, agora sérias, desgastaram o relacionamento. E somente percebeu que era o fim quando se encontrou sozinha, com o armário parcialmente vazio — as roupas dele não estavam mais lá após quatro anos morando juntos.
Mas, de qualquer forma, o tempo curava todas as feridas, não era? E a garota não iria atrapalhar um almoço em família com sua melancolia. Ela guardaria o sentimento bem escondido, no fundo.
, Fred, , George, Angelina, Rony, Hermione, Harry e Gina estavam sentados, conversando enquanto comiam. A maior saudade da época de Hogwarts era, sem dúvidas, a comida preparada pelos elfos. Pelo menos a falta de comida os fez se esforçar na cozinha.
E, sendo quem eram, claro que tinham enfeitiçado a louça, de modo que ainda eram magicamente servidos. Dessa vez, tinha feito o prato principal, uma lasanha de berinjela enorme, capaz de alimentar 20 pessoas — quando, na verdade, estavam somente em 9. Porém, quem julgaria o apetite da família Weasley?
Fred preparou o acompanhamento e Gina trouxe, muito contente, o mousse de limão feito por Molly para a sobremesa.
— Vocês não acreditam quem entrou em contato comigo essa semana! — Hermione anunciou baixinho para , e Angelina, que se aproximaram mais para ouvir a amiga. Gina, que estava ao seu lado, deu uma risadinha.
— Vocês realmente não vão acreditar… — comentou, dando mais uma garfada em sua comida.
— Odeio quando vocês duas decidem fazer drama — resmungou, revirando os olhos. — Quem?
Viktor Krum! — Gina soltou, quase não se aguentando com a fofoca, fazendo as três arregalarem os olhos, completamente chocadas.
A verdade era que, depois que o relacionamento de Hermione e Krum havia terminado — e ela e Ron finalmente se acertaram —, nunca mais haviam falado com búlgaro, afinal, ele embarcou em uma turnê pelo mundo como jogador profissional de quadribol no time de seu país.
— Krum?! — Angie falou alto, atraindo a atenção de seu namorado e cunhado, que estavam entretidos em uma conversa sobre o lançamento de um produto em questão que deu muito certo na loja Gemialidades Weasley.
— Amor, acho que Ron não escutou, será que você poderia falar um pouquinho mais alto? — George respondeu, sapeca, fazendo com que Angelina revirasse os olhos. Era óbvio que Rony não ficaria feliz se soubesse disso e ela se arrependeu no mesmo instante em não ter controlado o tom de voz.
— Desculpa, amiga — Angie falou para Mione, que balançou a mão em um gesto como se dissesse que estava tudo bem.
— Mas e aí, o que ele te falou? — perguntou, totalmente focada na história. Fazia um tempo em que não tinham fofocas boas para contar e ela estava muito curiosa naquela em particular.
— Primeiro ele disse que tinha sonhado comigo e por isso decidiu ligar, então perguntou se eu estava bem, e quis saber como estava o meu trabalho no Ministério. Nisso, acabamos conversando um pouco sobre esse tempo em que não nos falamos e, pasmem… ele perguntou se eu ainda estava com o “ruivinho sem graça”!
— Não acredito! — falou, com o queixo caído.
colocou a mão sobre a boca, balançando a cabeça negativamente, em choque com a audácia.
— Que ruivinho sem graça? — Rony, que até então estava completamente alheio à conversa que as mulheres estavam tendo ao seu lado, por estar empolgado demais com a comida, assim como seu melhor amigo, perguntou.
Fred e George se entreolharam, sorrindo abertamente.
Você — Fred respondeu, achando graça, e o empurrou com o ombro. Era impossível ficar no mesmo lugar com os três irmãos sem alguma provocação acontecer. — Amor, ele estava implorando por uma resposta!
Ron o encarou, confuso, e então passou os olhos por cada pessoa que participava da conversa, chegando, por fim, em sua namorada, que deu um sorriso amarelo, fazendo-o perceber exatamente o que estava acontecendo ali.
— Não acredito que você está contando sobre aquele idiota! — ele reclamou, cruzando os braços e fechando a cara no mesmo instante, que agora estava mais avermelhada que o normal.
— Ah, lindo, não vamos precisar ter essa conversa de novo, não é? — Mione falou, passando sua mão carinhosamente pelo braço do ruivo emburrado ao seu lado.
— Não… — ele grunhiu baixo, enquanto todos seus amigos prendiam a risada com a cena. — Vocês estão achando graça, é?! Eu sei que estão querendo rir, seus filhos da…
Sua frase ao menos chegou a ser completada. Sua namorada esticou o pescoço e levou os lábios em seu ouvido, sussurrando algo que o fez ficar ainda mais vermelho e se calar quase que no mesmo segundo.
— Prefiro ignorar o que eu acabei de ouvir — foi a vez de Gina resmungar. — Eca.
— Pois eu também preferi ignorar certos sons aquela vez em que você e Harry… — Rony começou a falar e, ao ver que Gina já abria a boca para retrucar, Mione interrompeu.
Enfim! — disse, voltando-se para as amigas como se nada tivesse acontecido, ignorando a briga que quase se iniciou ao seu lado. — Por mais que ele estivesse brincando, eu respondi que ainda estava, sim, com ele, e que não poderia estar mais feliz por isso.
— Ah, que fofinho! — Harry brincou, apertando as bochechas do melhor amigo, que o fuzilou com o olhar.
— Achei que Krum foi um pouco abusado ao se referir a Ron daquele jeito. Se tivesse sido comigo, mesmo na brincadeira, eu teria desligado na cara dele na hora. Quer dizer, vocês não têm mais tanta intimidade, né? — respondeu, mexendo em suas unhas, e e Angie concordaram prontamente.
— Eu também acho! — Ron falou, parecendo extremamente feliz com o comentário de . Contudo, antes que pudessem falar sobre qualquer outra coisa, Fred pigarreou, chamando a atenção de todos.
— Bom, vou aproveitar esse momento super alegre, divertido e harmonioso para falar o motivo que os trouxeram aqui, além do almoço, é claro! — ele falou, segurando a mão de por cima da mesa. — Eu e minha digníssima namorada gostaríamos de fazer uma proposta para vocês…
O restante dos convidados encarou os anfitriões em silêncio, aguardando ansiosamente.
— O que vocês acham de viajarmos para Ibiza? — perguntou, encarando as oito pessoas à sua frente com um sorriso enorme de expectativa.


Capítulo Único

Três meses depois…
Sexta-Feira, 1 p.m
Pov’s
Era o grande dia!
Eu estava tão animada que não conseguia parar quieta. Tudo seria perfeito, eu tinha certeza disso. Ibiza, além de ser magnífica, tinha um dos melhores climas durante o mês de fevereiro.
Tinha certeza de que seria difícil convencer a galera, afinal, passaríamos duas semanas lá e, por conta dos trabalhos, todos teriam que tirar férias. Foi mais fácil do que eu tinha imaginado.
Fiquei alguns dias conversando com Fred e montando argumentos individuais para convencer cada um deles — e, no final, acabei precisando somente insistir um pouco mais com . O lado bom era que eu já sabia que com ela o convencimento seria mais árduo.
Depois do almoço, minha irmã me chamou e disse que amaria qualquer viagem com todos nós, porque tinha uma saudade absurda disso, mas que ir sozinha e solteira com tantos casais durante a época do dia dos namorados era pedir para sofrer.
Apesar de entender o seu receio, respondi que, com certeza, encontraria alguém lá porque Ibiza tem um monte de gente bonita, sarada e bronzeada. Além disso, reforcei que todos éramos amigos e sabíamos a hora de namorar e a hora de aproveitarmos os passeios.
Meio relutantemente, ela aceitou, mas me pediu para esquecer isso de procurar alguém. Não que eu realmente fosse, até porque já tinha outros planos.
— Não estamos esquecendo nada, né? — perguntei, encarando as duas malas de viagem enfeitiçadas no centro da sala de estar do apartamento. Conferi umas três vezes se pegamos todos os itens de tamanho receio de ter deixado alguma coisa passar. Dei graças por existir um feitiço que fizesse caber tantas coisas dentro de malas tão pequenas, ou precisaríamos de, no mínimo, cinco delas para levar tudo.
— Não, meu amor, está tudo aí. Acho difícil esquecer alguma coisa quando se está levando praticamente a casa inteira — Fred brincou, rindo ao ver o olhar feio que eu lancei em sua direção.
Em seguida, como se soubesse exatamente o que eu precisava, aproximou-se de mim e colou nossos lábios em um selinho demorado, me fazendo suspirar e ignorar toda a ansiedade que estava sentindo com a viagem.
— Vai ser a melhor viagem de todas — ele falou, me abraçando com ternura.
— Tenho certeza disso — respondi, sorrindo, inalando o cheiro de seu perfume.
No mesmo segundo, um toquezinho repetitivo começou a tocar e eu percebi que era o meu celular. Ao ver na tela do aparelho quem era, o levei na orelha e atendi.
— Pronto para as melhores duas semanas da sua vida?! — perguntei sem nem mesmo o cumprimentar.
— Mais que nunca! — Draco respondeu, mais animado do que eu esperava.
Ok, todos devem estar se perguntando “Draco Malfoy?”. E a resposta era sim, o próprio!
Draco e terminaram há alguns meses e, mesmo se amando, não deixam o orgulho de lado para fazer o que era o certo — no caso, reatarem o namoro. Por esse motivo, decidi dar uma forcinha para que isso pudesse acontecer e, como havíamos combinado de viajar para a Espanha, qual seria a melhor oportunidade se não essa?
Então, depois de anotar os prós e contras, convidei-o, dizendo que minha irmã não conseguiu pegar duas semanas de férias do trabalho e que não iria conosco.
Foi engraçada, e um tanto quanto fofa, sua preocupação por acreditar que minha irmã ficaria irritada se soubesse que ele iria viajar com nossos amigos — e, com toda certeza, ela ficaria —, porém garanti que conversamos sobre e ela disse não se incomodar.
Mesmo que a verdade fosse justamente o contrário.
Pois bem, vocês sabem o meu nome, mas podem me chamar de cupido.
Depois da euforia passar um pouco, perguntei algumas vezes quais as chances de tudo dar errado e me odiar para sempre por agir em suas costas, mas Fred me confortou falando que as chances de eles reatarem eram absurdamente grandes.
Eu torcia para que fossem. Não parecia certo que eles estivessem separados.
— Então nos vemos no ponto de encontro daqui a vinte minutos, certo? — ele perguntou. Seria um pouco difícil bancar a atriz vendo-o pessoalmente, mas teria que me controlar muito bem até chegarmos lá.
— Isso, nós já estamos quase prontos para aparatar, só precisamos levar as malas para o apartamento de George — falei, vendo Fred murmurar para colocar no viva-voz e assim o fiz.
— E com “nós”, ela quis dizer “eu” — ele comentou, fazendo o loiro rir alto do outro lado da linha. Apenas sorri, vendo meu namorado se afastar para carregar as malas para fora do apartamento.
— E os outros? — Draco perguntou.
— Eles vão no fim da tarde — respondi e o ouvi concordando.
Como minha irmã ficaria até mais tarde no trabalho e só então iria para a Espanha, nos dividimos em grupo para ninguém ficar sozinho. Eu, Fred, George, Angelina e Draco agendamos um horário bem mais cedo que os demais para usar a chave de portal e os demais iriam algumas horas depois.
O que, na verdade, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, porque poderia muito bem decidir não ir mais ao encontrar seu ex-futuro-namorado conosco.
Bem como era extremamente capaz que Draco também resolvesse deixar de ir ao saber que sua presença a incomodaria. E já era suficiente ter que aguentar o drama que seria quando eles descobrissem sobre a situação.
Mas, em compensação, voltaríamos juntos para Londres no fim das férias e, com sorte, todos em casal!
— Nos vemos lá! — Após conversar sobre mais alguns detalhes essenciais da viagem, me despedi e desliguei o telefone.
— Estamos prontos — Fred apareceu na porta do apartamento, com George e Angie ao seu lado. — Vamos?
— Vamos! — respondi, completamente feliz e animada com os próximos 15 dias.

Sexta-Feira, 6 p.m
POV’s
Como a casa na qual Harry e Gina moravam era caminho, combinei que deixaria meu carro lá assim que saísse do trabalho, porque ficaria bem mais fácil nos encontrarmos e aparatamos até o local onde estava a chave de portal.
Depois que Harry colocou as malas no porta-malas, seguimos direto. Foi tão rápido que mal tivemos tempo de conversar. Gina estava contando como o treino de ontem tinha sido cansativo e que ela estava um pouco dolorida ainda. Tinha orgulho demais toda vez que lembrava que ela era jogadora profissional no Harpias de Holyhead.
Aproveitei a última semana para correr com todo o trabalho porque duas semanas de férias era bastante tempo e me atrasaria demais. Tive a oportunidade de usar o dia de ontem para conferir uma última vez se tinha pegado tudo que precisava. Odiava passar perrengue em viagem e, pelo fato de precisar agendar o uso da chave do portal, não arriscaria esquecer alguma coisa em Londres.
E, por falar nisso, a viagem foi tranquila. Tinha me acostumado muito com essa situação nos últimos tempos. Mione e Rony já estavam lá quando chegamos, o que era um milagre porque o ruivo vivia se atrasando.
Assim que chegamos na Espanha, fomos para um canto escuro e aparatamos diretamente para casa. Graças a Merlin, a outra parte do grupo tinha vindo antes e avisaram que passariam no mercado para comprar um pouco das comidas.
A casa era simplesmente linda e enorme, nos entreolhamos completamente em choque em como aquilo tudo era perfeito.
— Realmente vão ser as duas melhores semanas da nossa vida — Rony falou, de queixo caído, enquanto segurava duas malas de viagem.
— Eu não tenho dúvidas disso — Gina concordou, abrindo um sorriso gigantesco. — Vamos entrar?
Assim que tocamos o interfone e Angie abriu o portão, ficamos absolutamente sem palavras. O primeiro cômodo que vimos, ao entrarmos, era a sala de estar, que tinha um sofá gigantesco no centro — onde George encontrava-se sentado, completamente à vontade.
Se eu já estava maravilhada somente com aquela sala, mal podia imaginar como os demais cômodos eram. Isso sem falar da cidade em si. Enquanto planejávamos a viagem, e eu listamos todos os lugares que precisávamos conhecer e repassamos para o grupo aprovar.
— Finalmente! Vocês demoraram, hein — ele falou, nos cumprimentando. — E aí, gostaram dessa belezinha? — Ele abriu os braços, indicando a casa. — Porque eu estou me sentindo podre de rico aqui!
— A ficha caiu de que vamos passar quinze dias só agora. Estou mais animada que antes! — Mione respondeu, sorridente.
— Estou doida para ver os quartos — Gina comentou, recebendo apoio de Harry.
Ah, é claro que estava…
Eu só torcia para que todos os casais se lembrassem da presença dos outros e utilizassem o Abaffiato antes de começarem qualquer coisa.
— Podem ir lá escolher o de vocês — Angie falou, rindo com a empolgação dos nossos amigos. — Nós estamos no que fica em frente às escadas.
Eu, particularmente, não gostava especificamente desse quarto. Sempre fui um tanto quanto sistemática quando se tratava dessas coisas, mas meu raciocínio fazia sentido. Por ser o quarto mais próximo das escadas, logo, era o mais suscetível a ouvir barulhos e conversas altas.
— E Fred e ? — Rony perguntou, sua voz demonstrando curiosidade e preocupação ao mesmo tempo. Coitado, ele era conhecido por sempre pegar os piores quartos. — Tenho certeza que escolheram o melhor de todos!
Essa é a vantagem de chegar antes, irmãozinho — George piscou, brincando com o desespero do garoto.
— Mas, nesse caso, todos os quartos são praticamente iguais — Angelina respondeu, ignorando o comentário do namorado e, consequentemente, acalmando Ron. — E eles ficaram no da ponta direita.
O ruivo suspirou, levando as mãos e agradecendo à Merlin. Balancei a cabeça negativamente, rindo de sua atitude. Parecia uma criança e duvido que algum dia isso fosse mudar.
— E falando neles, onde estão os dois? — Mione perguntou, olhando ao redor para ver se os encontrava. George e Angie se entreolharam antes de responder e eu já imaginei exatamente onde eles poderiam estar.
Bom, não que eu estivesse em uma posição de julgar. Se viesse, horas antes da metade do grupo, com meu namorado, também aproveitaria o tempo da melhor forma.
— Estão meio… ocupados — ele respondeu, fazendo com que Mione ficasse com o rosto completamente vermelho.
— Ah, entendi. — Ela sorriu, tentando não demonstrar o quão envergonhada estava.
— Bom, como os quartos são todos iguais, eu vou tomar uma água e depois subo para o que sobrou — anunciei, pronta para ir até a cozinha. Mesmo usando um vestido, estava morrendo de calor. A diferença de temperatura entre a Inglaterra e a Espanha era absurda. Eu estava com um casaco enorme quando saímos, mas o tirei no mesmo segundo em que cheguei aqui.
— Aproveito que já estou subindo e levo sua mala para um dos quartos, pode deixar — Harry falou, disposto a ajudar. Sorri e o agradeci, feliz por ter um amigo tão incrível e generoso. Eu detestava, mais que tudo, carregar as coisas. Por mais que a mala não fosse pesada, me dava preguiça pensar em subir as escadas com ela.
Enquanto ele, Gina, Mione, Rony, Angie e George subiam, caminhei até a cozinha. O ambiente era bem amplo, o que me agradava. Em geral, eu gostava bastante de cozinhar. Dividimos as tarefas antes de vir, porque haja dinheiro para comer fora todo dia.
Todos os armários eram brancos, o que destacava os detalhes cinza grafite dos eletrodomésticos.
Além das janelas enormes que iluminavam o cômodo com a luz natural, e a porta de vidro que conectava com a área externa da casa, havia uma passagem para a lavanderia — que apesar de não passar de um quartinho, não deixava de ser super bem decorado, com alguns quadros na parede e vasinhos de plantas nas prateleiras.
Demorei alguns segundos até encontrar o armário de copos e o enchi de água com um feitiço simples. Antes da viagem, todos concordaram em tentar usar o mínimo possível das varinhas, mas estava tão acostumada que tinha certeza de que seria uma tarefa difícil.
Após tomar toda a água, enxaguei o copo e o deixei secando na pia, então fui em direção às escadas para conhecer o meu quarto dos próximos dias. Observei o corredor e vi que, na ponta esquerda, minha mala estava perto do único quarto com a porta aberta. Aquele provavelmente seria o meu, então fui até lá.
Mas, ao me aproximar o suficiente, quase não acreditei no que estava vendo. Meu bom humor praticamente se esvaiu instantaneamente do meu corpo, me deixando com os sentimentos mais amargos na boca.
As batidas do meu coração ficaram irregulares e eu senti o típico frio na barriga descrito em situações de pura ansiedade. Felizmente, tinha deixado o copo lá embaixo. Caso contrário, com certeza o deixaria cair e o vidro cortaria meu pé inteiro.
Conhecia bem o suficiente a silhueta do bruxo que estava de costas para saber de quem se tratava. Aqueles fios loiros, tão extremamente claros que pareciam platinados, iluminados pelo sol eram inesquecíveis.
Foi impossível impedir as lembranças que invadiram minha mente, bem como um mix de sentimentos divergentes se apossarem do meu ser.
Eu amava morar com o Draco.
Por incrível que parecesse, nos complementávamos muito bem. As tarefas eram sempre bem divididas, conforme nossa rotina, para não pesar o lado de ninguém. Rotineiramente, ele me acordava sempre com o café da manhã pronto porque sabia que, se dependesse de mim, eu passaria o dia sem nem comer.
Os dias eram perfeitos e as noites eram mais intensas ainda, como se fosse possível.
Apesar de ele trabalhar fora todos os dias, eu passava a maior parte do tempo em casa, no meu escritório. Tudo estava indo bem, até o dia da minha promoção.
Foi incrível, comemoramos com nossos amigos em um jantar maravilhoso em um restaurante escolhido por mim e voltamos para casa cedo, prontos para dar início a nossa comemoração particular entre os lençóis. Draco sempre me apoiou durante o crescimento da minha carreira como jornalista.
No entanto, eu comecei a ficar… talvez obcecada seja a palavra certa para descrever como eu estava com os casos que pegava.
Eu era reconhecida na área e tinha uma estante inteira com os prêmios recebidos, mas não era o suficiente. Comecei a me dedicar tanto que não dava atenção a mais nada. Foram vários os almoços de domingo e outros momentos que acabei perdendo.
Draco e eu começamos a brigar constantemente. Eu sempre estava cansada e estressada e sabia que descontava muito nele, mas não conseguia evitar, por mais que tentasse. Absolutamente tudo me irritava. Foram dois meses assim até que, em uma dessas discussões, Draco disse que não era esse tipo de relacionamento que queria.
Que eu não era mais a Voux Sinclair pela qual ele se apaixonou perdidamente. Que não queria mais brigar comigo porque não fazia bem para nenhum de nós.
Então, nessa mesma noite, ele pegou suas coisas e foi embora, saindo da minha vida.
Demorei a acreditar que isso tinha acontecido. Mais de 4 anos morando juntos era coisa demais para digerir. Passei praticamente três noites seguidas em claro, revivendo tudo que aconteceu. Liguei para depois disso e pedi que fosse até minha casa.
Conversamos sobre tudo e foi um tanto quanto difícil reconhecer meu erro. Gina e Hermione vieram me visitar também. Fazia tanto tempo que não tínhamos uma conversa dessas, que me senti como se estivesse na escola novamente, com minhas amigas sempre prontas para fofocarmos.
Eu as amava tanto, não tinha como não ser grata por tudo que sempre fizeram e seguiam fazendo por mim.
Com algumas semanas de resoluções e idas ao meu curandeiro de mente, consegui definir e remodelar meus horários de trabalho, organizando minha vida profissional sem excluir a parte da vida pessoal. Queria falar com Draco, mas ficava entre a vergonha e o medo dele não querer mais reatar comigo — já que tinha simplesmente sumido da minha vida.
Demorei algum tempo até me convencer de que, sim, eu quem deveria ir atrás. Portanto, peguei as chaves e saí de casa sem nem pensar. Dirigi até seu trabalho, sem me importar com as multas que provavelmente levaria devido ao excesso de velocidade. Pelo horário, chegaria em seu horário de almoço, o que me daria tempo suficiente para pedir desculpas e dizer que queria marcar um horário para conversarmos direito.
Passaram somente duas semanas desde que deixamos de morar juntos, o que era pouco tempo. Eu estava me sentindo leve, pronta para recomeçar. Estacionei o mais perto que pude, porque a rua estava bem lotada e segui andando.
Até que congelei, estática, no lugar. A cena a seguir fez meu coração murchar e foi difícil conter as lágrimas que encheram meus olhos. Era inacreditável, de verdade. Com as mãos trêmulas, dei meia volta e segui correndo de volta ao carro.
A cena de Draco beijando uma mulher loira que eu não somente tinha visto algumas vezes quando almoçamos juntos, como também o tinha alertado porque conhecia bem o tipo de olhar que ela dava para ele — era o mesmo que todas as garotas de Hogwarts davam quando queriam ficar com Malfoy.
Não foi somente a humilhação que me magoou, mas a falta de consideração dele por mim. Como ele podia fazer isso? Depois de só duas semanas!? Era um absurdo. Eu não sabia quem era aquela pessoa na minha frente, porque não poderia ser o Draco que dizia me amar todos os dias e deixava bilhetinhos pela casa porque acabaram se tornando “nossa coisa”.
Por isso, mesmo quando meus amigos queriam falar dele, eu cortava o assunto na hora. Se dependesse de mim, Draco Malfoy nunca mais seria nada na minha vida. Já que eu não significava nada pra ele mesmo…
Piscando algumas vezes para acordar, voltei ao presente, atônica. Encarei por mais alguns segundos o garoto guardando suas roupas no armário do quarto.
Do meu quarto.
— O que está fazendo aqui?! — falei baixo, sem saber exatamente o que mais poderia dizer.
Mesmo com o tom quase que em um sussurro, Draco se assustou e virou para me olhar tão rápido que eu me senti tonta ao encarar aqueles olhos cinza esverdeados. Ele derrubou a peça de roupa que tinha em mãos, um casaco que foi o presente que lhe dei no último natal. Realçavam os seus olhos.
? — Ele parecia tão em choque quanto eu, sua voz rouca demonstrando surpresa me fez pensar que ele estava quieto há algum tempo. — Eles disseram que…
Eles?! — Não levou mais de 5 segundos para que minha ficha caísse. Draco estava em choque porque não sabia que eu vinha. Tudo aquilo foi armado e eu tinha certeza de quem estava cuidando de todo o plano por trás disso. Portanto, deixei o homem para trás e me virei no mesmo segundo, atravessando o corredor diretamente para a porta fechada do outro lado com toda a raiva que eu poderia acumular. — VOUX!

Sexta-Feira, 5:40 p.m
Fred POV’s
Cara, minha namorada era maravilhosa.
Mesmo depois de tantos anos namorando, jamais encontraria palavras suficientes para descrever o quão apaixonado por ela eu era.
estava boba com os roupões na cama e pegou um para experimentar. Eu ri de sua animação e fiz o mesmo. O tecido macio parecia abraçar minha pele, me fazendo suspirar.
Ibiza parecia mais o paraíso e nem havíamos saído de casa ainda. Eu estava absurdamente ansioso com a viagem, mal conseguia me conter. Seria um passo importante para o que viria a seguir.
— Nós temos nossa própria banheira! — Ouvi a voz de vindo do banheiro e, em seguida, voltando para o quarto. Ela parou na porta, apoiando o ombro no batente de madeira com um sorriso enorme no rosto. — Você acredita nisso? Nós precisamos aproveitar muito bem ela nesses dias.
— Nós obviamente vamos aproveitar muito o quarto todo. Cada canto dele — declarei, me aproximando lentamente e passando os braços ao redor de sua cintura, enquanto a olhava fixamente nos olhos. Aquele tom de azul claro que eu nunca me cansaria porque pareciam prontos para me levar aos céus. — Mas acho que agora poderíamos começar pela cama. O que acha? — Deixando um beijo em seu rosto, a puxei para o centro do quarto, onde a enorme cama ficava.
Me deitei no colchão, sentindo o lençol de cetim.
não tardou em se juntar a mim. Contudo, ao invés de se sentar na cama, posicionou as coxas sobre mim e se sentou no meu colo. Sorrindo maliciosamente, ela abaixou a parte superior do corpo até seu rosto estar próximo do meu.
Minhas mãos soltaram o lençol e não demoraram a encontrar sua cintura, pressionando-a exatamente contra mim. Ainda assim, não era o suficiente. Desci um pouco e encontrei sua bunda, apertando-a com vontade enquanto a puxava em minha direção novamente.
suspirou meu nome contra meu ouvido e meu membro latejou, querendo-a. Ela deslizou a boca sobre meu pescoço e eu arfei. Ter ciência de que ela estava sentada em mim, vestindo somente um vestido e uma calcinha minúscula de renda me deixava louco.
Sabia que, devido ao fato dela usar biquíni nos próximos dias, não poderia deixá-la marcada. O controle que tive para não desferir um tapa em sua nádega perfeitamente redonda foi absurdo.
Colei nossas bocas com voracidade, no entanto, não estava pensando o mesmo que eu. Rindo baixinho, ela se afastou minimamente para nossos lábios roçarem um contra o outro, se provocando.
Colocando a ponta da língua para fora, percorreu a extensão dos meus lábios sem pressa. Eu estava tremendamente excitado, apertando-a com vontade enquanto ela rebolava levemente em cima de mim.
Quando, finalmente, sua boca pressionou a minha, minha língua fez questão de cumprimentar a sua com o máximo de calma que me forcei a ter. Tivemos tempo suficiente para aprofundarmos os nossos conhecimentos sobre o outro durante esses anos, mas era injusto não citar que sempre soube como me beijar.
Puxei seu pescoço com minha mão, sentindo seus fios de cabelo grudarem levemente no suor. Girei-a rapidamente, trocando de posições. Amava quando ela ficava por cima, mas tinha certos planos para estrear a cama
Contudo, ao que parecia, a vida tinha outros para nós.
Soube disso quando escutamos um grito escandaloso. Encarei , sabendo exatamente o que aconteceria em poucos segundos. O barulho de passos firmes no corredor ecoava mais alto do que imaginamos e, no momento seguinte — mais rápido do que previmos, alguém tentava derrubar a porta do nosso quarto conforme a esmurrava.
Alguém não. .
, abre aqui agora! — A voz furiosa de veio do outro lado da porta um pouco abafada, mas ainda sim alta o suficiente. Se não tivéssemos cogitado esse tipo de situação, estaríamos surpresos agora.
era bem assustadora quando queria ser.
— Ah, pensei que teríamos mais um tempinho antes deles chegarem — minha namorada falou, suspirando. — Queria tanto ignorar ela e ficar aqui…
— Eu acho que essa é uma das suas melhores ideias, linda — respondi, dando um sorriso brincalhão e encostando nossos lábios brevemente em um beijo, tentando estender ao máximo esse momento.
Senti suas unhas passarem lentamente pelas minhas costas e, como resposta, firmei meu aperto em suas coxas. Teria até me esquecido que ainda estava ali, se não fosse por sua voz provar o contrário.
Voux, se você não abrir essa porta em um minuto, eu juro por tudo que vou…
— Não acredito nisso — resmunguei, encarando a porta impacientemente. Poucas coisas me deixavam mais irritado do que me atrapalharem justamente nessa hora, mas eu sabia que ela tinha seus motivos mais que suficientes, então não cheguei a ficar irritado.
— Vamos lá, ela não vai sair daqui até me xingar pessoalmente — suspirou mais uma vez, me empurrando até sair de baixo de mim, mas não sem antes sussurrar no meu ouvido. — Mais tarde eu prometo que vou te recompensar por isso…
— Vou me certificar disso — respondi com um sorriso satisfeito, selando mais uma vez nossos lábios rapidamente antes de caminhar até a porta.
Agradecendo mentalmente o fato de estar usando aquele roupão — que acabava escondendo com facilidade a minha situação, destranquei a porta e a abri, encontrando de braços cruzados, me encarando furiosa.
— E aí, cu — a cumprimentei com um apelido que gosto de usar com ela, dando um sorriso. Era um diminutivo de cunhada, que facilmente parecia um xingamento. Totalmente propício para o momento. — Está gostando de Ibiza?
— Cadê ela? — perguntou, ignorando completamente o que eu falei. , que até então estava se escondendo da irmã nas minhas costas, apareceu, com o corpo ainda atrás de mim.
— Oi — ela falou, dando um sorriso nervoso. — Olha, antes de você dizer alguma coisa, quero que saiba que isso foi para o seu bem!
Meu bem?! Você está doida? , você sabe muito bem que não é você quem tem que decidir me juntar com ele ou não! — gritou, bufando. — E espero que saiba, também, que eu vou embora daqui! Não vou ficar depois de toda essa armação e, ainda por cima, dividindo o quarto com ele!
Eu, que até então estava servindo de escudo para minha namorada, arregalei os olhos. Ela não podia ir embora. Caso contrário, eu estaria ferrado.
, você não pode ir — verbalizei, chamando sua atenção. Seus olhos verdes encontraram os meus e pude perceber que ela havia entendido o motivo no mesmo momento.
Eu tinha um plano para essa viagem e não poderia completá-lo sem ali.
A verdade é que morar com a só me fez ter certeza de que fomos feitos um para o outro. A harmonia da nossa convivência, as histórias que vivemos e a divisão de tarefas bem delimitada. É óbvio que tivemos algumas discussões durante esse tempo, mas eram tão poucas e bobas que se tornaram irrelevantes.
Eu amava sua leveza e como ela parecia completar meu jeito brincalhão. Mesmo as nossas opiniões e decisões eram sempre em sintonia. Se antes eu era totalmente apaixonado por ela, hoje eu não saberia descrever minimamente o efeito que esse sentimento provocava em mim ao saber que ela era minha e que eu era dela.
E o termo namorados parecia pequeno o suficiente para descrever sua importância em minha vida.
Já morávamos juntos, mas eu queria oficializar nossa relação. Queria que ela soubesse que eu a queria tanto que jamais conseguiria sequer pensar em ter olhos para qualquer outra pessoa. Esse tipo de sentimento era uma loucura porque nunca tinha pensado em ter nada tão sério com alguém.
Até Voux chegar e me demonstrar que um relacionamento com alguém que se amava — e que te amava na mesma intensidade — era como andar sobre as nuvens sem nunca ter morrido. Era ir ao céu toda vez que encontrava aqueles olhos azuis brilhando por mim.
Ou seja, era a hora de pedi-la em casamento.
Quando decidi isso, tudo ficou extremamente claro na minha cabeça. Precisava ser marcante, nada menos do que ela merecia. Então, fiz a coisa mais lógica que poderia. Chamei George e para serem a força tarefa do meu casamento, que concordaram na hora em me ajudar a organizar tudo.
E eu sabia que meu olhar transmitia meu desespero. Tudo tinha que ser perfeito, ela não poderia ir embora! O clima ficaria bem chato, sem contar que não poderia simplesmente pedir em casamento sem sua irmã e melhor amiga aqui.
— Eu… — ela respondeu, quase que em um sussurro. — Merda. Eu odeio todos vocês.
— Isso quer dizer que vai ficar? — perguntou, com os olhos brilhando de expectativa. Eu estava quase tão ansioso quanto ela para a resposta, mas tentei não demonstrar.
suspirou, cansada, e então concordou com a cabeça. Sua irmã deu um gritinho e pulou em cima da ruiva, a abraçando.
— Só porque eu já tirei minhas férias…
Suspirei de alívio e gritei internamente. Tinha plena ciência do quão puta a ruiva estava. Minha orelha começou a queimar e eu sabia que era porque estava me xingando de todas as ofensas possíveis, em todas as línguas possíveis.
— Desculpa por isso, mas tenho certeza de que vai ser a melhor viagem das nossas vidas! — falou, a voz abafada pelo contato com . A garota revirou os olhos e me fuzilou com eles. Engoli em seco, sorrindo amarelo.
— Tá legal, mas sem mais nenhuma armação! — respondeu, passando os braços ao redor das costas de e correspondendo o gesto de carinho.
— Eu prometo! — minha namorada falou, levantando o dedinho e cruzando com o de . Com o olhar que recebeu de , soube na hora que era bom que ela honrasse suas palavras.
Era um pouco engraçado ouvir garantir com tanta certeza que essa seria a melhor viagem de sua vida sem saber o que eu faria, porque eu planejava nada menos que isso. Talvez sua intuição indicasse algo.
Eu só estava ansioso para transformar esse sonho em realidade.

Sexta-Feira 6:30 p.m
Draco POV’s
Eu não queria, de maneira alguma, causar intriga.
No início, o choque foi absurdo porque me pareceu inacreditável que estivesse aqui e não em Londres, como nossos amigos me garantiram. Porém, segundos depois, percebi que fui tapado demais para ter caído nesse tipo de emboscada.
Era óbvio que eles fariam isso, ainda mais se tivesse arquitetado tudo. Depois que começamos a namorar, acabei tendo um convívio muito grande com o grupo inteiro. Em Hogwarts, por sermos de casas diferentes, era um pouco mais difícil. Mas depois, trabalhando com Potter, Hermione e o segundo Weasley mais novo, foi mais prático.
Começar a frequentar suas casas aos domingos e ter a casa frequentada nos uniu bastante. Mesmo no término, quando as coisas pioraram e eu parei de frequentar esses eventos, eles seguiram falando comigo, mas era nítido que a prioridade sempre seria a .
E eu estava bem com isso, era o mais lógico a ser feito.
Tentei ignorar os gritos de , mas era um pouco difícil não perceber o seu descontentamento com a situação. Ao mesmo tempo, eu não sabia o que fazer. Ibiza, ainda mais nessa época do ano, era lotada, então seria impossível encontrar outro lugar decente para ficar — e, particularmente, eu era um tanto quanto exigente com isso.
A outra opção seria utilizar a chave do portal para retornar, mas tinha sido bastante clara ao demonstrar a satisfação em ter conseguido marcar aqueles dois horários, o que foi uma luta, porque todos os outros dias já estavam reservados.
Mesmo duvidando um pouco daquilo ser verdade ou não, ela não era o tipo de pessoa que conseguiria esconder isso.
Também não poderia trocar de quarto, até parece. Não invadiria a privacidade dos outros quatro casais. Hm, eu poderia até dormir no sofá. Não seria a situação mais confortável do mundo, mas pelo menos não era no chão.
Tudo que eu poderia fazer, então, era esperar. Após lavar o rosto para desestressar, me sentei na cama, colocando a mão entre as cabeças. As malas de estavam encostadas na parede ao lado da porta e tive que me controlar muito para não organizar suas coisas.
Quando começamos a morar juntos, bateu o pé falando que não teríamos nenhum elfo doméstico para trabalhar para nós. Assim, precisei me virar e começar a fazer as coisas domésticas. Descobri que era ótimo em organização e, para minha surpresa, gostava disso. , por outro lado, não era um exemplo, de modo que acabamos deixando isso sob minha responsabilidade.
Que saco, eu sentia tanto sua falta…
Aluguei um apartamento perto do Ministério e morava sozinho desde então. Era tão estranha a casa vazia, sem nunca ouvir sua voz — e olha, ela amava falar e não parava um minuto sequer —, sua risada e todas as fofocas no mundo bruxo que descobria antes de todo mundo devido ao trabalho. Tudo nela era apaixonante.
— Ok, eu sei que você quer me matar, mas confia em mim, foi para o bem de vocês — disse, com os braços apoiados na cintura, enquanto me observava. Estava tão perdido em pensamentos que ignorei o barulho da porta abrindo.
Me ajeitei na cama, a observando melhor. Ergui a sobrancelha quando ela disse que foi para o nosso bem.
— Eu sei que é uma situação chata, mas realmente acredito que essa viagem vai unir vocês novamente. Sei que vocês não iriam atrás do outro para conversar tão cedo, isso se ainda fossem, mas não posso deixar minha irmã jogar a melhor parte dela no lixo por algo completamente resolvível. Do mesmo jeito que, como sua amiga, não vou deixar você perder a mulher da sua vida. Espero que você veja isso como uma oportunidade.
Sendo sincero, por alguns meses, eu torci tanto para que me chamasse que praticamente voltaria rastejando se ela me pedisse. Em todas as nossas brigas desde adultos, agora com teor sério, era sempre eu quem ia atrás. Bati o pé porque quem, dessa vez, pareceu não dar valor ao que tínhamos foi ela.
— Eu até consigo entender, mas não gostei da forma que vocês fizeram isso — expus, torcendo a boca. Meu medo era que isso piorasse tudo. detestava esse tipo de situação, quando se sentia forçada a algo.
— E peço desculpas, em nome de todo mundo, porque eles concordaram com minha ideia. Sei que não foi legal mesmo, e não queria esconder nada de vocês, principalmente dela.
Concordei com a cabeça. No fundo, eu não estava irritado. Era sacanagem deles? Óbvio que sim. Mas, em contrapartida, seria mesmo um ótimo momento para nos resolvermos, seja para o melhor ou para seguirmos como estávamos.
Se eu detestava deixar as coisas mal resolvidas, detestava três vezes mais. O que me deixou curioso para descobrir por que ela estava demorando tanto para falar comigo.
— Mas, falando a verdade, você acha que iriam conversar se não fosse assim? — ela me perguntou, mordendo a ponta do dedo. sabia a resposta antes mesmo que eu respondesse. — Pois é. Mas anota o que eu tô falando: vocês vão me agradecer depois.
— Sinceramente? Eu espero que sim — falei, rindo com o nariz.
— Fico feliz em ver que você está aberto para isso — ela sorriu e eu concordei com a cabeça. — Bom, mas é isso, espero que dêem um jeito de se organizar aqui no quarto nesses próximos dias.
— Eu também. Mas obrigado por vir falar comigo — respondi e a vi sorrir de forma acolhedora.
Assim que saiu do quarto, aproveitei para tomar um banho. Além disso, desceu depois da discussão entre ela e sua irmã e, conhecendo-a bem o suficiente, tinha certeza de que ela não voltaria para o quarto tão cedo.



Quando o sol desapareceu do céu, Gina passou para nos avisar que essa noite iríamos sair para jantar e conhecer um pouco mais da cidade. Admito que pensei que o clima não ficaria um dos melhores após toda a confusão, mas me surpreendi ao ver que foi completamente o contrário.
Todos estavam felizes e tranquilos como se nada tivesse acontecido quarenta minutos atrás. Até mesmo , percebi, estava se esforçando para que a noite corresse bem.
Como imaginei, não se dirigia muito a mim. Ela fazia alguns comentários curtos, ou respondia alguma pergunta básica, mas no geral tentava não ficar perto — o que, verdadeiramente, me estressava um pouco.
Após minha conversa com sua irmã, consegui enxergar as coisas do seu ponto de vista e ver a viagem como uma oportunidade para nos reconectarmos, algo que eu realmente gostaria que acontecesse.
Apesar disso, o jantar foi absolutamente incrível e, talvez fosse o clima quente da Espanha, ou as várias pessoas sorridentes nas ruas, mas eu realmente estava animado com os próximos dias.
Tentamos aproveitar ao máximo nossa primeira noite fora de casa e, quando voltamos, todos já estavam bem cansados. Bom, todos menos eu. Durante o caminho de volta, fiquei pensando em como seria quando chegássemos. Obviamente, não gostaria de dormir junto comigo, mas em compensação, não teria outro lugar para isso.
Foi quando, após todos darem boa noite e entrarem cada casal em seu quarto, que me encontrei sozinho com minha ex-namorada.
O silêncio que pairava entre nós era desconfortável, por isso tentei quebrar o gelo. Seria insuportável se continuássemos assim.
— Sua irmã é bem determinada quando quer algo — comentei, enquanto pegava seu pijama e entrava no banheiro para se trocar. Aproveitei para fazer o mesmo no quarto. Estava tão quente que coloquei somente uma bermuda. Mesmo com climatizador, eu iria morrer se dormisse com mais tecido que isso.
Após algum tempo sem resposta, que já estava me deixando agoniado, ela abriu a porta com um sorriso leve nos lábios. Naquele segundo, com aquele sorriso, quase me esqueci de tudo que havia acontecido entre nós, era como se nunca tivéssemos terminado.
— Eu e meus pais sempre falamos que ela sabe exatamente como conseguir o que quer — deu de ombros, agindo como se não tivesse ficado irritada mais cedo e quase destruído a porta.
— Conheço outra pessoa que é assim também… — respondi, um pouco mais baixo, abrindo um singelo sorriso também ao pensar em como e se pareciam nesse quesito, e evitei olhá-la enquanto pegava alguns cobertores no armário para colocar no chão.
Senti minha nuca queimar e sabia exatamente o que estava causando aquilo. Quem estava causando aquilo.
— O que você está fazendo?
— O quê? — perguntei, confuso, levantando meus olhos até os dela. Os olhos verdes de me encaravam como se eu tivesse um terceiro olho no meio da testa.
— Você não vai dormir no chão, né? — disse com os braços cruzados, sentada no lado direito da cama.
Pelo seu tom de voz, soube imediatamente que não tinha sido uma pergunta.
Demorei alguns segundos até entender o que ela queria dizer.
Ah, claro! O sofá. Provavelmente vai ser mais confortável, mas acho que acabaria atrapalhando quem acorda mais cedo... — resmunguei. Comecei a tirar o que havia montado no carpete do chão quando a ouvi bufar.
— Draco, você não precisa dormir em outro lugar. Pode ficar na cama — ela explicou. Depois de tantos anos com ela, eu sabia ler todas as emoções que apareciam em seu rosto. Apesar de manter a pose de quem não ligava, sabia que ela estava receosa. Eu também estava. — Dividimos a cama por anos, não significa que, só porque não estamos mais juntos, precisamos agir como se isso fosse um absurdo.
E por longos cinco segundos eu não sabia o que dizer.
Eu dormiria ao lado de , depois de tantos meses acostumado com a cama gelada.
Era informação demais para mim.
— É. Você tá certa — respondi. Em um silêncio um tanto quanto embaraçoso, fui me deitar ao seu lado.
Alguns bons minutos tinham se passado desde que desligamos a luz, mas eu não conseguia dormir. Fechei os olhos, contei números um por um até perder o raciocínio. Abri os olhos, observando os fios ruivos de espalhados pelo travesseiro, contrastando com a cor clara da fronha. Sua respiração pesada denunciava que ainda estava acordada, provavelmente tão nervosa quanto eu.
Tentei me ajeitar melhor na cama, o que resultou que eu fosse um pouco mais para o centro. No entanto, no segundo seguinte, ela fez o mesmo, se aproximando de mim. Como ela estava de costas, nossa posição era quase como se estivéssemos de conchinha, só faltava grudarmos nossos corpos mesmo.
Engoli em seco, resistindo ao impulso de me aproximar. Tudo que eu pensava era em como queria voltar no tempo, alguns meses atrás, e ter conversado direito antes de terminar com ela.
Suspirando, enfiei a cabeça no travesseiro e voltei a contar números até apagar de exaustão.
Acordei no dia seguinte sentindo um cheiro familiar de frutas vermelhas. Era até clichê dizer que meu coração se apertou ao senti-lo, mas era a pura verdade. Desde antes de começarmos a namorar, esse tinha se tornado o meu aroma favorito.
Abri os olhos com calma. O relógio marcava 8 a.m., mostrando que ainda estava bem cedo. Ótimo, tinha me enviado um cronograma com as atividades do dia e a primeira começava às 10 a.m., me dando tempo suficiente para tomar um banho e me arrumar.
Quando fui levantar o braço para pentear o cabelo para trás, percebi que algo estava em cima dele. Olhando para baixo, identifiquei imediatamente o motivo do aroma ter penetrado minhas narinas.
estava me abraçando.
Talvez abraçando fosse uma sutileza para a situação.
Éramos mais um emaranhado de corpos, com as pernas entrelaçadas e metade do seu corpo sobre o meu. Seus braços rodeavam minha cintura e uma das minhas mãos estava em suas costas enquanto a outra apertava sua coxa.
Meu coração tinha parado de funcionar somente para voltar a bombear com toda força do mundo.
Queria congelar esse momento e viver aqui, para sempre.
Não queria soltá-la de modo algum, mas, infelizmente, sabia que ela ficaria irritada se acordasse e estivéssemos nessa posição. disse que ela ainda tinha sentimentos por mim e o que eu menos precisava era que eles se transformassem em raiva.
Afastando seu cabelo do meu peito, dedilhei meus dedos em uma carícia suave na sua bochecha. era tão calma dormindo… Suspirei, tentando me afastar de seu corpo, empurrando-a delicadamente para o lado.
Ignorando minhas tentativas, se remexeu e eu parei de respirar mais uma vez. Seus braços fizeram mais força para me abraçar e eu peguei sua mão, puxando para que ela me soltasse.
A ruiva resmungou um “Fica comigo” e eu precisei unir todas as forças que tinha para ignorar o pedido e fazer o que era certo. Minhas atitudes só serviram para que ela ficasse mais manhosa, levantando o corpo e jogando-se em cima de mim, encaixando sua cabeça em meu pescoço.
— Pare de se mexer, estou tentando dormir — ela disse, mas sabia que estava sonolenta demais para raciocinar.
— Eu sei — sussurrei, rindo baixinho e acariciando seus cabelos. — Me deixa te colocar na cama e você poderá dormir no travesseiro.
— Você é meu travesseiro, gostoso. Agora fica quieto.
A risada chegou a minha boca antes mesmo que eu pudesse evitar e eu gargalhei quando ela me chamou por esse apelido. Meu corpo tremeu todo e eu senti as lágrimas atingirem meus olhos.
, por outro lado, não achou engraçado. Ela bufou contra meu pescoço e levantou o tronco, em uma posição que a deixava sentada em minhas pernas. Meu sorriso morreu na hora e calor me preencheu intensamente.
Fazia tanto tempo que eu não ficava com ninguém. Desde que terminamos, meus amigos tentaram me arrastar para alguma garota nos bares que íamos, mas eu não tinha olhos para ninguém. Era como se tivesse meu coração entre suas mãos, segurando firmemente enquanto apertava, e tudo que me sobrava era a dor.
Coloquei as mãos em seus quadris, cuidadosamente, e ela mordeu o lábio, seu corpo reagindo ao meu. me encarou brevemente antes de descer o olhar até minha boca e se concentrar por um tempo. Deslizei os dedos pelo tecido leve até encontrar a pele macia de sua cintura. Ela respirou fundo e eu senti quando isso a arrepiou.
Não falei nada. Uma parte de mim tinha receio de atrapalhar o nosso momento, enquanto a outra estava tão envolvida pela situação que mal conseguia raciocinar.
Com um pouco de coragem, arrisquei-me e levantei mais a mão esquerda, passando vagarosamente pelo caminho de suas costas e subindo aos poucos, sentindo meus dedos formigarem ao longo do processo. abriu os lábios, respirando ofegante, e se inclinou levemente para frente.
Aproveitei a iniciativa e repeti seus movimentos. Minhas costas desgrudaram da cama e minha cabeça foi em direção à dela. Sua boca convidava a minha a se juntar, puxando-me cada vez mais perto por esse laço invisível entre nós.
Antes que eu pudesse fazer o movimento final, arregalou os olhos e voltou à posição inicial, se afastando de mim para, em seguida, se levantar da cama nervosamente.
— Banho! Eu… Eu preciso de um banho. É. Vou lá, então, tomar banho — ela praticamente gritou, correndo até o banheiro para se trancar lá.
Esfreguei o rosto entre as mãos, bufando alto com frustração. Estávamos tão perto de acabar com a saudade arrebatadora que destruía meu peito a cada segundo que eu respirava.
Me agarrei no fato de que me abraçou enquanto dormia. Mesmo que esse fosse o nosso ponto alto da viagem, eu não poderia reclamar. Não quando o universo foi bondoso o suficiente para me conceder algumas horas com a garota que amava em meus braços.
Agora só me restava esperar que ela saísse de lá para que eu pudesse tomar meu banho. Fred me encaminhou um roteiro feito por sua namorada e a primeira programação do dia consistia em um café da manhã em um quiosque em frente à praia e, depois, uma excursão para conhecermos os principais pontos turísticos daqui.
Me animei ao pensar que, ainda que a situação não estivesse resolvida com , pelo menos passaria algum tempo em sua presença.
Na minha mente estava claro que, depois de hoje, eu e estaríamos a pouquíssimos passos de nos resolvermos oficialmente e voltarmos a ser o casal que eu tanto gostava, ou que, pelo menos, nossa relação melhorasse.
O problema era que eu não poderia estar mais enganado.
Ela simplesmente me ignorou durante o horário do café da manhã, e durante todo o caminho até a praia em que passamos a tarde também.
Tentei puxar assunto com ela algumas vezes, visando aliviar o clima tenso, mas recebia apenas a resposta da pergunta feita e nada mais. Quase grunhi de insatisfação, querendo jogar tudo para cima e questioná-la diretamente, mas nossos amigos estavam sempre por perto e eu não queria fazer cena.
Estava extremamente chateado e irritado com por fingir que nada havia acontecido entre nós e, ainda por cima, ignorar minha presença em qualquer ambiente que estivéssemos.
Sem saber o que poderia fazer para mudar essa situação, resolvi que a ignoraria da mesma forma. Não somente meu ego estava machucado, mas meus sentimentos também. Se ela queria ser infantil, pois bem, eu poderia ser também.

Sábado 9 p.m
Fred POV’s
— Estou pronta! — falou assim que saiu do banheiro, caminhando até parar em minha frente, com os braços na cintura. Observei-a completamente encantado, me perguntando como ela conseguia ficar cada dia mais linda. — O que achou, amor?
Ela deu uma volta, ainda no mesmo lugar, enquanto eu abria um sorriso. usava um vestido curto preto — que ficava ainda mais curto devido ao salto alto que usava —, colado no corpo. Na parte de trás, graças ao recorte da peça de roupa, suas costas estavam quase que completamente expostas, o que me fez suspirar ao imaginá-la sem nada.
— Eu acho que poderíamos ficar aqui nesse quarto a noite toda. Você está maravilhosa — respondi, fazendo-a rir, enquanto passava as mãos ao redor do seu quadril e a puxava para perto. Aproximei meu rosto do seu ouvido, sentindo seu perfume doce de baunilha. — Nunca vou me cansar de dizer o quão linda você é.
Ela sorriu, me encarando com os olhos azuis claros brilhando da mesma forma que sempre ficavam quando eu a elogiava.
— Eu não reclamaria de ficar aqui com você… — ela respondeu com a voz baixa, confessando algo que eu já sabia, depositando vários selinhos em meus lábios. — Mas nós precisamos ir.
Fiz uma careta ao vê-la se afastar de meu toque.
— Você sabe que se insistir um pouquinho mais é capaz de me fazer ficar, e como isso não pode acontecer, acho melhor descermos — ela completou, rindo, ao ver minha expressão insatisfeita.
— Tá legal, vamos — falei, me levantando. — Mas antes… — continuei, segurando seu rosto entre minhas mãos e colando nossos lábios em um beijo calmo para, por fim, sairmos do quarto.
— Agora só falta você, Gina! — Rony gritou ao nos ver, cruzando os braços. Ela sempre enrolava muito, era inacreditável.
Rony, apesar de viver atrasado, não tinha muita paciência quando eram os outros que faziam. Volta e meia alguma das meninas discutia com ele, mas não adiantava muito.
— Incrível como você não muda — Gina resmungou, enquanto descia as escadas. Harry, que a esperava ali por perto, sussurrou algo em seu ouvido que fez sua expressão mudar no mesmo segundo.
Revirei os olhos, contendo outra careta. Não queria nem pensar no que ele poderia ter falado para a minha irmã.
— Então, vamos? — Foi quem perguntou. Ela parecia querer fugir para longe de Draco, que estava sentado ao seu lado.
até comentou comigo enquanto nos arrumávamos sobre como os dois haviam ficado distantes durante o dia. Pelo jeito as coisas não estavam saindo conforme ela planejou, mas minha namorada ainda tinha esperanças pelos próximos doze dias e, para falar a verdade, eu também.
Todos concordaram com e nos preparamos para aparatar. Essa noite iríamos para uma balada bruxa muito famosa por aqui chamada Amnesia e, assim que entramos no lugar, entendemos o motivo de sua fama.
O lugar estava lotado e uma música eletrônica animada fazia com que o ambiente ficasse ainda melhor. As luzes azuis e roxas intercalavam em pontos da multidão, de modo a ocasionar a imersão de todos que estavam frequentando o local, me relaxando imediatamente e me fazendo sorrir.
Dizer que estava lotada era eufemismo. No entanto, havia espaço suficiente para que ficássemos confortáveis por lá. Era óbvio, algumas pessoas já tinham bebido mais que suficiente e acabavam esbarrando nos outros e provavelmente entraria mais gente depois.
Cada noite oferecia um estilo de balada diferente e todas pareciam igualmente incríveis. Não à toa, Amnesia foi considerada a melhor casa noturna do mundo por três vezes consecutivas. Por isso, não poderíamos vir para Ibiza sem visitarmos esse lugar.
E, sendo sincero, tinha escolhido o melhor dia para virmos. Hoje, o tema da festa era neon, então as luzes coloridas iluminavam bem as roupas, principalmente de quem estava com tecido fluorescente.
Sorri, vendo que o rosto de brilhava devido ao iluminador que ela passou. Linda, sempre tão linda.
Após passar longos minutos procurando um lugar mais calmo, dentro do possível, nos reunimos em um círculo na parte mais escura. Quase não consegui observar as expressões animadas e ansiosas dos meus amigos para o que viria a seguir.
— Vocês trouxeram, né? — Rony perguntou eufórico, intercalando seu olhar entre mim e George.
— Claro que trouxemos! Quem você acha que somos? — George respondeu, franzindo os olhos, como se ele o tivesse insultado. — Mas se preparem, porque hoje será a noite mais incrível da vida de vocês.
— Não espero menos que isso, amor — Angie comentou, animada, recebendo um selinho rápido de G. Ela e sempre nos ajudavam com os novos produtos, e praticamente previram tudo que seria um ótimo lançamento.
— Esse é um produto que queríamos muito lançar na loja, mas que não teria como não estrear os efeitos dele com vocês antes — falei, sorrindo abertamente. — Como falamos antes, é uma balinha que causa excitação, desperta ainda mais nossos sentidos, os deixando mais sensíveis, e nos deixa mais despertos. Os efeitos duram mais ou menos quatro horas.
Levei minha mão direita até o bolso da calça e tirei um pacote pequeno de lá enquanto explicava, vendo pelo canto do olho George indicar o número quatro com os dedos, reiterando a informação.
Nós não tínhamos o hábito de usar esse tipo de coisa, mas Ibiza era uma experiência que precisávamos abraçar por completo. Logo, quando fechamos a viagem, decidimos desenvolver esse produto especialmente para isso — mas que, como temos certeza de que nossos clientes da loja vão gostar, também pretendemos comercializar em Londres.
— O resto deixei em casa para não ultrapassarmos o limite — avisei, derrubando dez balas pela minha mão e a esticando no centro da roda. — Cada um pega uma.
Após Ron, Mione, Gina, Harry, , George e Angelina pegarem suas balas e as engolirem, fiz o mesmo com a minha, só então percebi que haviam sobrado duas — o que, pelas contas, não era para acontecer.
Franzi as sobrancelhas, encarando todos os meus amigos com dificuldade, devido à falta de iluminação, e perguntei:
— Onde e Draco estão?
Merda… — Harry xingou, olhando para os lados desesperadamente, percebendo que havíamos perdido os dois no meio do caminho.
— Precisamos encontrar eles! — Mione falou, preocupada, se levantando rapidamente. — Melhor nos dividirmos em casais mesmo para fazer isso, quem achar primeiro avisa pelo colar e nos encontramos aqui. Pode ser?
Todos concordaram e eu e nos afastamos de todos, cada casal indo para uma direção. Eu só torcia para que os encontrássemos antes que a bala começasse a fazer efeito porque senão…
— Em horas como essa que eu agradeço à nossa inteligência — minha namorada comentou, segurando o pequeno colar entre os dedos.
Nele havia um pingente redondo que, a princípio, era tão escuro que parecia ser preto. Cada um dos nossos amigos possuíam um e, quando alguém precisava, era só murmurar um feitiço que inventou e eles acendiam, tornando-se um cristal vermelho sangue.
— Você, Mione, Gina e foram ótimas criando isso — concordei, segurando sua mão um pouco mais forte para atravessarmos uma multidão.
Alguns segundos depois, parou de andar e aproximou o ouvido do meu para falar.
— Mas sabe que essa é uma ótima oportunidade para eles se resolverem?
— Você acha? — questionei, parando para pensar na situação.
— Praticamente certeza, pensa comigo… Eles se perderam juntos, é tempo suficiente para eles se resolverem. Mas, de qualquer forma, se eles tão juntos, então tá tudo bem. Mesmo que eles discutam, o Draco não deixaria ela sair andando sozinha por aqui. A gente deveria aproveitar a festa, já estamos aqui mesmo.
— É, você tá certa — disse, depois de ponderar o que ela tinha pensado.
Fazia completamente sentido. A balada era incrível e maravilhosa para não aproveitarmos, preocupados se eles estariam bem quando tínhamos certeza de que estariam. Uma coisa seria se tivessem se perdido sozinhos, principalmente a , mas não foi o caso.
A batida alta era tão boa de ouvir que , sorrindo, balançava o quadril no ritmo da música. Paramos no mesmo lugar e seus olhos se iluminaram quando perceberam a intensidade do meu olhar.
Ela arqueou a sobrancelha em tom provocativo antes de levantar os braços e, de fato, começar a dançar. Respirei fundo, sentindo meu peito subir e descer conforme eu me forçava a engolir o resto da bebida em meu copo.
Eu e George fizemos uma inspeção geral e garantimos que a bala poderia ser utilizada com álcool sem problema algum.
Mesmo assim, eu sentia meu corpo queimar. era hipnotizante, eu não conseguia desviar o olhar do seu corpo. Sob a luz lilás, ela se destacava. O salto alto dava alguns centímetros de altura, e valorizava suas pernas torneadas.
O vestido parecia fazer parte de si, complementando todas as suas curvas, mas minha maior vontade era tirá-lo. Salivei, pensando em como minha futura esposa era gostosa.
Minha futura esposa. Minha.
Suspirei, pensando em como isso parecia certo.
Me aproximei, posicionando as mãos em sua cintura para dançarmos juntos. Ela estava de costas para mim e seu primeiro movimento foi rebolar. Apertei com mais força sua pele, arfando contra seu pescoço.
percebeu meu estado rapidamente, virando o rosto estampando um sorriso safado na cara. Antes que eu falasse qualquer coisa, ela puxou meu lábio entre seus dentes. Sem pressa, aproveitando o momento.
Fechei os olhos quando senti a ponta de sua língua contornar minha boca entreaberta, misturando levemente o sabor das bebidas que ingerimos mais cedo. Quando suguei sua língua, se virou completamente para mim, posicionando os braços em meus ombros e apertando com força.
Nosso suor se misturava enquanto eu a beijava com vontade, como se fosse possível proclamá-la mais que já havia feito durante toda essa vida juntos. Perdi a noção do tempo em que estávamos ali e quase esqueci que estávamos em público quando subi as mãos pelas coxas de , encontrando sua bunda coberta pelo tecido, excitado com a posição.
Ela me afastou, rindo baixinho, e me observando curiosa. Ergui a sobrancelha, questionando-a silenciosamente.
— Não acha que foi rápido demais? — brincou comigo, ironizando meu estado. Estreitei os olhos, estando bem ciente da minha situação. — Pensei que íamos ter um tempo para fazer o que eu tinha planejado para essa noite…
Eu estava completamente duro por ela.
Foi só um beijo e, mesmo assim, senti o calor em minhas veias. Eu sabia que era, em partes, efeito da bala que havíamos acabado de tomar, mas isso não importava, não quando eu só queria estar sozinho com ela.
— O que você tinha planejado? — perguntei suavemente, me rendendo a curiosidade. Seus lábios se aproximaram do meu ouvido, enquanto suas unhas subiam pelo meu abdômen por baixo da camisa. Ela estava me deixando louco.
Strip-tease.
Céus.
, eu juro por Deus que se não chegarmos em casa em cinco minutos, eu vou te foder aqui mesmo — respondi, respirando fundo e sentindo seu perfume doce. Era um aviso.
Ela mordeu os lábios, reprimindo um sorriso.
— Vamos. — Então, após segurar minha mão, aparatamos para a casa onde estávamos ficando.
Estávamos bem no centro da sala de estar. Nos entreolhamos rapidamente, e eu assobiei. Algumas peças de roupas estavam jogadas pelo chão, fazendo um pequeno rastro até o andar de cima. Fiquei aliviado ao pensar que eles subiram ao invés de resolver terminar o trabalho no sofá mesmo.
— Parece que alguém teve essa ideia antes de nós… — brincou enquanto subíamos as escadas rapidamente.
— Uma pena, eu ia amar ouvir você gemendo em cada canto dessa casa — sussurrei em seu ouvido, confidenciando o que tinha pensado desde que pisamos o pé aqui, vendo-a prender a respiração enquanto minhas mãos deslizavam pela sua cintura, subindo para o resto de seu corpo..
— Fred… — ela suspirou quando apertei um de seus seios, massageando o mamilo rígido por baixo do tecido do vestido. Como não gostava de usar sutiã, meus dedos calejados de tanto segurar a vassoura nos treinos de jogos de quadribol tiveram contato direto com a parte sensível de sua pele.
— Assim mesmo. — Sorri ladino, movimentando-me devagar até arrancar um pequeno gemido dela.
colou nossos lábios em um beijo desesperado no meio do corredor, me empurrando até que minhas costas encostassem na parede. Não perdi tempo ao segurar suas coxas, a trazendo para o meu colo.
Andei rapidamente com até o último quarto do corredor, meio que aos tropeços pela pressa, trancando a porta e lançando um abaffiato antes de a colocar sobre o lençol de cetim que forrava a cama.
Seu corpo encontrou o meu outras diversas naquela noite, melhorando a cada vez. A junção da garota que eu amava com o fato de estarmos em Ibiza, e termos chupado uma bala afrodisíaca nos fez colocar em prática boas páginas do Kama Sutra, um manual de posições sexuais famoso no mundo trouxa, que separamos para testar.
Apesar de termos voltado cedo para casa, fomos dormir somente quando os raios de sol invadiram a janela e começaram a clarear o quarto, completamente saciados.

Sábado 10 p.m
POV’s
— Merda, Draco. Nós nos perdemos deles! — bufei, demonstrando completamente minha irritação. Meu rosto estava fechado e eu segurei com força o copo de Gin que carregava. Eu poderia ter me perdido com qualquer pessoa, mas o universo é um desgraçado e resolveu que deveria ser justo com o meu ex namorado. Que tinha feito algumas coisas na noite anterior que ex-namorados não deveriam fazer. — Agora temos que ficar aqui e procurá-los, juntos!
— Você fala como se fosse a pior coisa que poderia te acontecer. — O ouvi falar, enquanto andava na minha frente, no meio das pessoas. Revirei os olhos, sem muita paciência para ele.
— Deve ser porque é.
Não era verdade.
Eu poderia enumerar milhares de outras coisas piores antes de chegar no tópico “ficar sozinha com Draco Malfoy”.
E eu sabia que, apesar de ter pouquíssimas chances de Draco me ouvir por conta da música alta, ele seria capaz de me ouvir. Ele sempre ouvia.
E também sabia que minha resposta o deixaria nervoso, mas isso não me impediu de falar. Estava tão estressada com tudo que estava acontecendo que não pensei nisso.
Só percebi o quanto havia o afetado quando ele parou, e eu bati em suas costas.
Qual é o seu problema?! — ele perguntou, se virando e me encarando profundamente, inclinando a cabeça para perto da minha. Aqueles olhos cinza esverdeados que eu tanto admirei e decorei ao longo dos anos me analisavam com fúria visível.
Você é o meu problema! — respondi, controlando a respiração para não demonstrar que estava abalada com o contato repentino, sem desviar meu olhar do seu.
Automaticamente me lembrei da época em que ainda estudávamos em Hogwarts. Nos primeiros anos, acabei me acostumando a receber esse tipo de olhar de Draco. Na maioria das vezes, retribuía com um pior. Mas depois que começamos a namorar, nunca mais senti sua raiva queimar minha pele.
Não até agora.
Até poderia dizer que sentia falta, mas não seria verdade também. Ou pelo menos não sentia falta disso, não dessa parte.
— Eu?! Eu sou seu problema? — ele riu, de forma tão irônica que um arrepio subiu por minha espinha. — Eu não parecia um problema de manhã!
Eu arregalei os olhos.
— Que engraçado, não parecia, mas você sempre foi a porra do problema! — eu praticamente gritei, sentindo minha garganta arranhar conforme as lágrimas enchiam meus olhos. Me virei no mesmo momento, andando na direção contrária para qualquer lugar que não fosse perto dele.
Eu me sentia tão idiota por ter tido aquele momento de fraqueza.
Quando acordei, de manhã, seus braços entrelaçados no meu corpo, minha primeira reação foi simplesmente não querer sair, com o conforto de estar em seus braços, que por tantos anos foram meu lugar favorito.
Por um momento, eu esqueci tudo que havia acontecido entre nós.
Porém, um breve lapso de consciência me atingiu logo depois. A boca que se aproximava para beijar a minha era a mesma que fez o mesmo com sua colega de trabalho, pouco depois do nosso término.
Murmurei o feitiço adequado para deixar tudo silencioso ao meu redor assim que entrei no banheiro e chorei no banho, me abraçando enquanto a dor invadia toda parte do meu ser. Estúpida. Não sabia como suportar o sentimento que me preenchia. Posicionei minha cabeça entre minhas pernas e continuei deixando meu coração escorrer através das minhas lágrimas.
Se evitar Malfoy fosse o melhor a ser feito para não terminarmos essa viagem comigo sendo presa e com ele dentro de um caixão, então tudo bem, eu faria isso.
Durante o restante do dia, evitei olhá-lo pensando que, se Merlin fosse piedoso o suficiente, me faria ignorar a reviravolta que meu estômago fazia toda vez que ele se aproximava de mim. Mesmo na praia foi difícil, ainda mais porque ele tinha malhado bastante ao longo desses anos e estava absurdamente gostoso com os músculos bem desenhados em seu abdômen.
Mas, obviamente a vida tinha que me pregar peças, e eu terminaria a noite ao seu lado, em uma boate lotada, sem conseguir me comunicar com meus amigos. Maldita hora em que esqueci meu colar.
— Que merda você está falando, ? — Ouvi sua voz se aproximando cada vez mais e o gosto de desespero invadiu minha boca. Ele segurou no meu pulso, me impedindo de continuar andando. — Olha pra mim.
Draco estava me pedindo. Por isso, respirei fundo antes de encará-lo rapidamente.
— Nós estamos no meio de uma festa, não vamos conversar sobre isso aqui — declarei, tentando controlar meu tom de voz que sempre se elevava quando eu ficava irritada.
Não era possível que ele fosse tão sonso em acreditar que isso seria o suficiente para me fazer esquecer do que ele fez. Ou pior, para perdoá-lo e voltar aos seus braços, como uma idiota.
— Ok — ele disse, suspirando.
— Ok? — perguntei em modo automático, sem entender por que ele tinha desistido tão rápido de argumentar. Ele sempre insistia.
— Ok, não vamos discutir aqui. — Ele deu de ombros.
Mais uma vez naquela noite, arregalei os olhos quando entendi o que ele queria dizer. Olhei para sua mão segurando meu pulso firmemente, mas sem força para chegar a machucar, antes de voltar a observar seu rosto.
— Não! Você nem cogite a possib… — comecei, mas logo fechei os olhos quando percebi o ambiente ao meu redor mudando. Não podia acreditar que Malfoy simplesmente tinha aparatado comigo de volta para a casa. — Que droga! Tá louco?
— Nós precisamos conversar.
— É claro que precisamos, mas estávamos no meio de uma festa! Não era lugar e nem hora para falar sobre nosso relacionamento — reclamei, revirando os olhos. Não que eu estivesse exatamente no pique de curtir uma noite lá, mas ainda assim, não estava tão pronta para encarar as coisas. Eu nem tinha bebido o suficiente para isso.
— Por que eu sempre fui o problema? — ele cruzou os braços enquanto me encarava, ignorando completamente o meu comentário anterior.
— Draco…
— Me explica, . Porque, eu não sei se você sabe, mas nós não terminamos por minha causa! Então, talvez seja normal que eu esteja confuso e queira saber melhor qual a droga do problema que eu te causei.
Ok, golpe baixo levantar minha culpa.
— Você até está certo sobre o término, mas eu não sou a culpada por não estarmos juntos! Ah, disso eu posso te dar certeza — gritei, colocando as mãos na cintura e bufei uma risada, apesar de não achar graça da situação. Era isso, o pouco de paciência que me restou foi completamente para o ralo.
— Como assim?
— Pois é. Eu fui atrás de você, Draco — falei, diminuindo o tom de voz. — Mas nosso relacionamento não deve ter significado tanto assim pra você, já que estava agarrando aquela mulher.
Eu pegando outra mulher? O que você tá… — Draco fez uma pausa, torcendo a cara em uma careta e respirando fundo. — Espera aí, você foi… Quando? — ele perguntou, me encarando como se dependesse daquela resposta.
— Duas semanas depois que terminamos — respondi, baixando meus olhos para o chão, me sentindo sem forças. Não queria mais aquilo, não queria me lembrar daquele dia. Minha visão já estava completamente embaçada com as lágrimas que ainda não tinham escorrido pelo meu rosto.
Draco deu um passo em minha direção, aproximando nossos corpos. Ergui meu rosto pronta para mandá-lo a merda, mas então fiquei sem palavras.
Ele estava sorrindo?
— Por que você… — tentei falar, mas seus olhos brilhavam de um jeito que fazia tanto tempo que eu não via que minha frase morreu. Foi quando ele começou a rir que eu estreitei os olhos, confusa com a situação. — O que é tão engraçado?
Perguntei sem grosseria, apenas curiosidade.
— Eu só não acredito que ficamos tanto tempo longe por causa de um mal entendido.
— Mal entendido?
— Por Merlin, , eu nunca quis ficar com aquela mulher! Ela tentou me beijar, mas eu afastei ela no segundo seguinte — ele explicou, segurando meus rostos entre minhas mãos. O tempo pareceu parar quando observei o cinza me transmitir a verdade em seus olhos. Agora era eu quem não estava acreditando naquilo. — Céus, foi por isso que Hermione me tratou tão mal naquele dia. Ela precisou ver as câmeras de segurança daquele lugar para acreditar em mim, tem noção?! — ele riu novamente, como se aquilo tudo fosse extremamente cômico.
— Como é?
Na mesma hora, lembranças de Mione me contando isso invadiram minha mente. Estava tão puta com a situação que comecei a me irritar com o que ela dizia. Como poderia ser verdade se eu tinha visto com meus próprios olhos?
Suspirei fundo, pensando em como tudo poderia ter sido tão diferente se eu tivesse ouvido minha amiga e ido atrás dele. Mas eu me senti tão otária na hora. Claro, tínhamos terminado, logo, não era como se ele tivesse qualquer obrigação e responsabilidade comigo…
Se ele quisesse ficar com alguém, eu não deveria realmente me importar. No entanto, eu senti o desrespeito por mim, por tudo que passamos e enfrentamos juntos, e não consegui evitar ficar irritada.
— Nunca beijei nenhuma outra mulher depois de você, .
Eu fiquei em silêncio por alguns segundos, tentando racionar.
— Você tá tentando me dizer que perdemos esses três meses por realmente uma coisa dessas?
— Sempre tomamos tanto cuidado durante o nosso relacionamento para não acontecer a falta de comunicação, mas no final de tudo foi o que realmente nos prejudicou… — Sua mão direita fez um carinho na minha bochecha. Queria fechar os olhos sentindo seu toque, mas não conseguia deixar seu olhar. A outra mão desceu deslizando pelo meu corpo, aplicando exatamente a força que eu gostava. Quando ela encontrou minha cintura, fixou-se lá. — Eu estou tentando dizer que não tem nenhum motivo para não estarmos juntos agora.
Sem me dar qualquer chance de resposta, Draco me beijou.
Diferente da primeira vez em que nos beijamos, esse não foi desesperado. Foi saudoso, sentimental.
Draco reivindicava cada pedaço do meu ser como se seu e eu suspirei quando senti sua língua invadir minha boca, e tudo que eu podia sentir era o gosto da saudade. Ele me empurrou para trás, pressionando seu corpo contra o meu enquanto minhas costas grudavam na parede.
Sua mão puxou meu cabelo para trás, usando exatamente a quantidade de força perfeita que eu tanto adorava. Meus quadris se esfregavam nos seus com possessividade e eu sentia o quão duro ele estava através das camadas que nos distanciavam.
Draco segurou com força o tecido do meu vestido, puxando-o tão forte que senti quando o tecido rasgou sobre minha pele e ofeguei em sua boca, afastando nossos rostos.
— Ei! Eu gosto desse vestido — repreendi e ele riu, segurando meu queixo entre as mãos. Seus olhos estavam escurecidos de desejo e eu mal tive tempo para raciocinar que deveria estar irritada. O efeito foi totalmente o contrário, na verdade, e eu estava quente como o inferno.
Foi tão excitante que meus joelhos ameaçaram ceder.
Draco mergulhou em meu pescoço, mordiscando enquanto arrastava os fiapos de minha pele, me desfazendo da peça que vestia. Ele subiu os beijos até meu ouvido, sussurrando com a voz roupa:
— Não acho que você vá reclamar quando eu enfiar tão fundo em você a ponto de te fazer gritar.
Meu coração bateu forte e eu varri minhas mãos sobre os músculos delineados do seu peito, deslizando para suas costas e puxando-o contra mim para que nossas bocas pudessem se encontrar mais uma vez.
Draco soltou meu cabelo no momento em que empurrei sua camisa pelos seus braços, cravando as mãos em minha bunda e me impulsionando para cima, levantando-me em seus braços. Eu tranquei meus tornozelos atrás de suas costas, sentindo seu membro com ainda mais intensidade.
Utilizando seu corpo para me prender contra a parede, Draco arrastou sua mão para baixo, afastando o tecido da minha calcinha de renda verde e quase engasguei quando ele enfiou três dedos em mim de uma vez. Eu estava tão encharcada que os dedos desciam e subiam com facilidade absurda. Ofeguei, encostando a cabeça na parede e respirando fundo, o ritmo perfeito para eu me contorcer de prazer.
Draco sorriu e me puxou para um beijo, praticamente devorando-me. Ele retirou os dedos de mim e eu gemi sofrido, decepcionada pela ausência do prazer que estava sentindo. Draco abaixou a calça e agarrou meu quadril, empurrando-se dentro de mim.
Gemi tão alto que imaginei que toda a população espanhola soubesse exatamente o que estávamos fazendo aqui.
— Porra, eu amo olhar para você e saber que você está assim por minha causa.
Draco se afastou e voltou a enfiar todo seu comprimento em mim novamente, meus olhos incapazes de desviar dos seus. Eu sabia que minhas bochechas estavam vermelhas pela excitação, mas as senti arder com a intensidade dessa frase.
Sua boca encontrou meu mamilo e ele mordeu com leveza. Afundei minhas unhas em seus ombros como resposta. Era mais que apenas sexo. Eu sabia disso e tinha consciência de que ele também.
Não fui capaz de conter o grito quando senti meus músculos se apertando em torno dele enquanto Draco mantinha o ritmo implacável, parecendo insaciável. Eu estava zonza e apertei minhas pernas com mais intensidade ao seu redor, seu nome deixando minha boca quando o prazer percorreu meu corpo.
Draco me acompanhou, gemendo contra meu pescoço, chegando ao seu limite também.
— Eu amo você. — Ele me beijou, mais lenta e profundamente. Seus lábios se moviam em uma carícia atenciosa e eu quase chorei com a verdade desse fato.
— Eu amo você — respondi, encaixando meus braços ao seu redor, aproveitando o calor de seu corpo que alcançava o meu coração.



O dia seguinte foi uma loucura, para dizer o mínimo.
Quando nos reunimos, todos pareciam ansiosos para saber como tinha sido nossa noite. Me senti mal, por alguns segundos, por saber que eles perderam um bom tempo nos procurando enquanto estávamos em casa.
Porém, graças à bala que o Fred e George tinham desenvolvido, nenhum casal aguentou muito tempo lá e todos acabaram voltando para casa para terminarem a noite aqui, devidamente em seu quarto.
Ninguém ficou surpreso de nos ver juntos no dia seguinte e, sinceramente, nem nós estávamos muito. Explicamos o que tinha acontecido e todos ficaram bastante felizes. Tive que aguentar alguns minutos da Mione me dizendo que eu era muito boba, mas dei de ombros.
Começamos a aproveitar a viagem como casal e conseguimos conversar bastante sobre o que aconteceu durante esse tempo que ficamos separados. Expliquei para Draco as resoluções que tinha feito em relação ao meu trabalho, prometendo seguir com esse equilíbrio entre vida pessoal e profissional para darmos certo.
Além disso, o pedido de casamento do Fred se aproximava. Apesar de estarmos absurdamente nervosos, eu e George estávamos nos esforçando para acalmar o futuro noivo e organizando tudo para que saísse exatamente como Fred tinha planejado. Ainda éramos os únicos que sabíamos sobre isso, então a responsabilidade era enorme.
Mas, em geral, eu estava feliz porque não poderia estar perfeito e as estrelas pareciam ter se alinhado para que tudo estivesse dando certo.

Nove dias depois…
Sábado, 10 p.m
Pov’s
Ao contrário das outras noites, resolvemos manter a programação entre nós.
Aproveitamos o dia conversando, rindo e bebendo na piscina. Estávamos tão relaxados que aceitamos tranquilamente quando George sugeriu que fôssemos para a praia, aproveitar o barulho do mar.
Imediatamente concordamos e começamos a nos arrumar, vestindo a roupa adequada. Os meninos colocaram as bebidas em uma bolsa térmica junto com algumas frutas e petiscos para beliscarmos.
Após estender a manta que trouxemos na areia com a ajuda de Gina, todos se sentaram em uma roda. George e Angie enchiam algumas taças com um espumante que levamos enquanto conversávamos.
— Nove dias atrás, você falou que eu te agradeceria. Pelo que podemos ver hoje, você estava certa — Draco falou ao meu lado, rindo enquanto passava o braço ao redor dos ombros de .
— Eu sempre estou — brinquei, o fazendo rir.
— Mas isso não muda o fato de ter sido uma sacanagem — minha irmã entrou no assunto, arqueando a sobrancelha.
Sabia que ela estava certa, mas não iria admitir que agi dessa forma.
— Sacanagem foi você bater na porta do meu quarto que nem louca quando descobriu e me atrapalhar em um ótimo momento — respondi. Fred, que havia acabado de se sentar ao meu lado, concordou prontamente, apoiando a mão em minha coxa.
— Quis te chutar de lá — ele completou, enquanto dava de ombros. Ela sabia que ele poderia dizer o que quisesse porque ela arrumaria um jeito de fazer pior. — Mas, apesar da já ter nos atrapalhado algumas vezes, ninguém nunca supera a Gina na época em que ainda estávamos em Hogwarts.
— Tenho traumas até hoje — Hermione resmungou.
— Ei! Eu não fazia ideia de que vocês viviam se pegando escondido — minha amiga bufou, levantando as mãos para deixar claro que não tinha culpa de nada. — Quer dizer, até teve uma vez que eu fiquei bem desconfiada, porque estava super esquisita… Aquele dia que você ouviu Fred e George conversando e ficou brava, lembra?
— Ela com certeza lembra — Fred respondeu, piscando e me fazendo sorrir instantaneamente com as lembranças no chuveiro, vendo-o se ajoelhar e… Céus, aquele dia foi ótimo.
— Acho que nem preciso te confirmar, né? — falei, dando de ombros, vendo Gina fingir que vomitava.
— Também nunca vou esquecer daquele dia, foi quando ela me disse que nosso beijo havia sido “apenas coisa de momento” — Harry comentou, fazendo aspas com os dedos, parecendo emburrado ao lembrar. riu alto, assim como os outros. — Momento engraçado esse que tá durando até agora, viu…
— Ele estava tão apaixonadinho por você — comentou. — Foi difícil ficar quieta após as horas que passamos juntos com ele falando sobre você.
— Ah, amor, se servir de consolo, eu também gostava de você… Só não tinha aceitado ainda — Gina confessou, dando um selinho em Harry, enquanto Rony ria sem tentar disfarçar.
— E eu não sei o que você está rindo, Ronald! Foi apaixonado por anos pela Mione e ficou todo chateado quando ela ficou com o Viktor Krum — o menino de óculos acusou o ruivo, que abriu a boca em completo choque, enquanto Mione mordia os lábios, claramente tentando não rir.
Como ousa?! Meu próprio melhor amigo…
— Por Merlin, como você é dramático, Weasley — Draco brincou, fazendo todos gargalharem.
— É claro que sou! Hermione escondeu esse relacionamento com o Krum por meses. Nós só fomos descobrir na noite do baile! — ele respondeu, indignado.
— Aham, com certeza foi só porque ela escondeu que você ficou tão triste naquela noite… — Gina resmungou, desdenhando do motivo que sabíamos ser falso e Ron a fuzilou com o olhar.
— Mas tem um casal que ganha o prêmio com esse lance de esconder relacionamento… — Harry disse, olhando diretamente para e Draco. O loiro deu de ombros e ela sorriu amarelo. Eu era a única que sabia da maioria dos momentos que eles passaram juntos no começo, o restante acabou sabendo somente depois que se assumiram mesmo.
— Vocês iam me encher o saco se descobrissem. É óbvio que eu não ia contar! Vai que a gente terminasse logo depois, só traria mais dor de cabeça — ela respondeu. Ninguém conseguiu negar diante dos fatos. — E nós conseguimos aproveitar muito bem, mesmo assim. Não é?
Muito bem — Draco concordou, dando um selinho breve em .
— Vocês podem falar o que quiserem. Na minha visão, só uma pessoa soube aproveitar muito bem as oportunidades que a vida deu — falei, chamando a atenção de todos. — Angie foi a única que ficou com o George e com o Fred. Amiga, você é minha heroína e nem sabe.
foi a primeira a gargalhar, batendo palmas para o que eu disse. Ao contrário de Gina, que fez uma careta, Harry riu demais. Ao nosso redor, todos começaram a rir também. Angie estava com as bochechas coradas, mas sorrindo bem aberto com a constatação.
— E agora está namorando com o gêmeo mais bonito — George completou, dando um sorriso confiante. Fred não respondeu, mas eu sabia que ele discordava. Eu também.
— Eu diria que nós duas tivemos sorte, amiga. — Ela deu uma piscadinha e eu entendi exatamente o que ela quis dizer. Não poderia concordar mais.
— Olha, na verdade… — comecei a falar, levando um leve peteleco na testa de George. — Qual é? Eu te amo, G, mas tenho que defender meu homem nessa!
— É, G, pare de ser um bebezão. Você sabe que não deve se meter com uma mulher que está defendendo o homem dela — Fred brincou e eu precisei me segurar para não rir dessa frase.
Era tão engraçado mesmo quando eles começavam a discutir sobre isso.
— Nossa, por que ninguém me defende assim? — Rony reclamou, cruzando os braços e fazendo biquinho.
— Ah, amor. Você é o meu Weasley preferido, sabe disso — Mione assumiu a tarefa, apesar de ainda estar rindo de seu comportamento, e abraçou o namorado de lado.
— Vou deixar você acreditar nisso, Ronyzinho — Gina respondeu, com um sorriso.
— De qualquer forma, essa era a viagem que eu precisava para descansar um pouco — Harry verbalizou o que todos estávamos pensando.
— Está sendo incrível, de verdade — Gina concordou. — E ainda tenho certeza de que vamos fazer outras viagens tão boas quanto essa.
— Você sabe que nós dependemos de você, né? — ri, sendo sincera enquanto falava. — Foi tão difícil fazer você tirar essas férias…
O cronograma dela era simplesmente horroroso, principalmente considerando a quantidade de treinos e viagens que ela fazia mensalmente com as Harpias de Holyhead.
também não fica para trás nessa — Gina tentou livrar-se da culpa, jogando-a na minha irmã. Se essa conversa tivesse acontecido antes, eu até concordaria, até porque bateu o pé para não ir no começo, mas depois ela milagrosamente aceitou bem fácil.
— Ei! Nem foi tão difícil assim… — minha irmã se defendeu, argumentando. — Eles estavam loucos para que eu tirasse minhas férias, então nem reclamaram quando eu pedi. Foi mais uma surpresa do que qualquer coisa.
— Bom, pelo menos o Hospital St. Mungus liberou a Angie sem grandes problemas também — Mione disse, aproveitando a deixa.
— De fato, eu tinha bastante horas extras para tirar — a bruxa concordou. — E aqui está tão bom que eu não tenho nem tempo de sentir saudades de estar ajudando quem sofreu algum acidente mágico.
— É estranho que você sinta saudades disso — Rony comentou, balançando a cabeça como se estivesse afastando a ideia de que alguém gostava mesmo de lidar com esse tipo de coisa.
Rimos, relembrando de como ele tinha pavor de qualquer acidente que considerasse como nojento. Me lembrei do que tinha acontecido nos nossos anos iniciais em Hogwarts, quando Harry, Rony e ainda odiavam Draco.
Estávamos participando do treino do time de Quadribol quando os jogadores da Sonserina aparecerem, alegando que era a vez deles treinaram. Rony e Draco trocaram algumas farpas e, não lembro exatamente o que o Malfoy falou, mas meu amigo ficou tão possesso que tentou enfeitiçá-lo.
O que teria sido engraçado, se sua varinha não estivesse com problemas e o feitiço se voltasse contra ele. Rony começou a vomitar lesmas no chão imediatamente, foi bem nojento.
Desde então, ele não quis mais saber de nada disso.
— Ei, o que você acha de darmos uma volta pela praia? — Fred sussurrou em meu ouvido, para que ninguém ouvisse.
— Eu acho uma ótima ideia, meu amor. — Sorri, feliz pelo convite.
A conversa continuou e nossos amigos nem mesmo se ligaram no momento em que nos levantamos e nos afastamos deles — isso poderia ter sido em função das milhares de vezes que já saímos dessa mesma forma para fazer certas coisas, mas ninguém podia reclamar porque todos fizeram e ainda faziam.
Fred entrelaçou nossas mãos enquanto caminhávamos descalços pela praia.
Admito que nunca gostei muito da sensação da areia em contato com a minha pele, mas dessa vez não estava me incomodando. Sabe quando está tudo tão bom que nem mesmo as coisas que normalmente te deixam desconfortável te afetam?
Era assim que eu estava me sentindo.
— Te chamei para caminhar comigo porque queria te mostrar algo… — Fred falou, de repente, chamando minha atenção. — Esses dias, me peguei pensando no dia em que nos beijamos pela primeira vez.
— A primeira, primeira mesmo, ou a segunda que contamos como primeira? — perguntei, achando graça na situação.
A real era que a primeira vez que nos beijamos, os dois estavam bêbados. Eu, um pouquinho mais que Fred, o que acabou causando a perda das minhas memórias daquele momento no dia seguinte. Inclusive, ele quem me contou sobre isso um bom tempo após começarmos a namorar.
— A segunda que contamos como primeira. — Ele sorriu, explicando. — Aquela semana eu estava certo de que você estava começando a me odiar e não queria mais falar comigo.
— E, enquanto isso, eu estava assustada demais para lidar com a vontade de ficar com o meu melhor amigo enquanto convivia com ele todo tempo livre de todos os dias que tínhamos juntos — respondi, me lembrando de toda aquela sensação. O desespero que senti quando percebi que talvez pudesse acabar com a nossa amizade para sempre. — Eu sempre escondi muito bem a quedinha que tinha de você e, do nada, simplesmente não conseguia mais. O que tinha naquela bala, afinal de contas?
Enquanto conversávamos, fomos diminuindo os passos até pararmos de andar.
— Mas foi a melhor coisa que poderia acontecer — Fred respondeu, ficando na minha frente. — Naquele dia, eu tive a certeza de que nós não íamos mais nos separar, de que nossa amizade nunca mais seria a mesma, porque amigos não se amam do jeito que nós nos amamos, e de que você era e sempre foi a mulher da minha vida.
Meus olhos se encheram de lágrimas. Era simplesmente impossível não me sentir feliz por ser amada por Fred Weasley. Suas palavras sempre eram as mais carinhosas, amorosas e orgulhosas sobre nós, e eu não poderia pedir mais nada.
— Antes de vir para Ibiza, planejei uma surpresa para você… — ele continuou, ainda me observando com um sorriso nos lábios.
Antes que eu pudesse perguntar o que era, o céu se iluminou, cheio de fogos de artifício mágicos. Arfei, maravilhada com a vista.
— Isso me lembra do dia em que me convidou para o baile… — brinquei, enquanto observava por mais alguns segundos a dança que eles faziam no céu, com as cores se intercalando e formando uma linda mistura de azul e branco. Simplesmente lindo, eu amava brilhos e cores. Me virei para Fred novamente, prestes a falar sobre o quão nostálgica eu estava.
No entanto, quando meus olhos focaram nele, não tive forças para encontrar minha voz.
Fred Weasley estava ajoelhado no chão, com os olhos brilhando refletindo os fogos e uma caixinha azul na mão. O anel mais magnífico que eu já tinha visto estava no centro.
Em toda a minha vida, eu nunca pensei que seria tão sortudo por me apaixonar pela minha melhor amiga. Você me faz feliz mais do que eu poderia, algum dia, imaginar ser. Por isso, eu queria te perguntar… Voux, você aceita se casar comigo?
Tudo ao meu redor parou.
O tempo parecia ter congelado, os fogos não se movimentavam mais pelo céu e eu não ouvia nada enquanto todas as memórias dos momentos que vivemos juntos passavam pela minha cabeça, como se eu estivesse vivendo e sentindo todas aquelas sensações de uma vez só.
E eu, de fato, estava.
Não saberia explicar o turbilhão de sentimentos nem se eu estivesse com um dicionário ao meu lado. A euforia, excitação, felicidade, amor, desejo, carinho, admiração… Céus. Nada conseguia descrever o que era aquilo que eu estava sentindo.
— É claro que sim! — respondi com a voz completamente embargada pelo choro que estava preso em minha garganta.
Fred se levantou, puxando-me para ele e me rodopiou antes de me beijar com força, animado. Ouvimos palmas ao nosso redor e percebi, minutos depois, que nossos amigos tinham nos encontrado.
Ainda que todos estivessem emocionados, e George pareciam ter entrado em uma batalha para decidir quem segurava mais o choro. Ri com meus próprios olhos embargados pelas lágrimas que derramava e soube, naquele mesmo instante, que essa era a melhor viagem da minha vida.
Ao voltarmos para a casa, não enrolamos muito para dizer que estávamos com sono e que iríamos para o quarto. Ninguém ali era burro — talvez Ron, um pouquinho (brincadeira) —, então sabiam exatamente que gostaríamos de comemorar nosso noivado de uma forma mais… privada.
Eu havia falado coisas no ouvido de Fred durante todo o caminho de volta e, Céus, eu estava torcendo para que ele me empurrasse na primeira rua escura e me fodesse sem nos importar com ninguém ao redor.
Mas ele havia planejado algo, e eu não poderia estar mais ansiosa para isso.
Assim que chegamos perto o suficiente da cama, Fred me pegou pela cintura e me puxou até estarmos caídos, deitados, meu corpo por cima do dele, enquanto ria com sua ação.
Porém, minha risada morreu assim que nossos olhares se encontraram. Eu não conseguiria, nem se quisesse, explicar os sentimentos que enxergava através de seus olhos castanhos, mas um claramente se sobressaia naquele momento.
Seus joelhos pressionaram contra o interior das minhas coxas e eu prendi um gemido.
— Céus… — Fred suspirou antes de colar nossos lábios em um beijo desesperado, meu coração batendo tão forte que tinha certeza que ele certamente podia ouvir.
Suas mãos em meu quadril ficaram mais firmes, puxando-me ainda mais em direção ao seu corpo, aliviando momentaneamente a urgência em senti-lo.
Arfei, mordendo seu lábio inferior com mais força ao senti-lo tão duro embaixo de mim.
Peguei sua mão, e a levei aos lábios, pressionando um beijo em seus dedos. Com o calor invadindo meu rosto, guiei sua palma para baixo, até a minha garganta, sobre o inchaço dos meus seios e estômago, suspirando profundamente enquanto a levava para baixo da minha cintura, para onde eu mais queria.
Escutei-o praguejar ao afastar minha calcinha para o lado e sentir minha umidade. Eu estava tão molhada que, com o seu simples ato, engoli um gemido de antecipação. Fred puxou sua própria mão livre, a estendendo para enrolá-la em meu pescoço. Sua boca se chocou contra a minha novamente enquanto seu polegar circulava contra o lugar mais sensível entre minhas coxas.
Senti minha respiração ficar cada vez mais ofegante, meu gemido cada vez mais necessitado e eu sabia o que estava vindo.
Meu corpo estava quente e, quando Fred enfiou dois dedos em minha intimidade, praticamente gritei de prazer, fechando meus olhos com força ao sentir o meu orgasmo atingir cada parte do meu corpo intensamente.
Abri os olhos para encarar meu futuro marido e, por Merlin, ver seu rosto em puro êxtase ao me ver…
, eu preciso de você. Agora — confidenciou, vendo seus olhos brilharem.
Eu não precisei responder, Fred sabia que eu precisava dele tanto quanto ele precisava de mim, então apenas me virou na cama, deixando-me por baixo do seu corpo.
Ainda estava de biquíni, então apenas puxei a parte de cima sobre minha cabeça e ele gemeu de prazer, espalmando meu seio e rolando sua língua sobre meu mamilo endurecido.
Seu polegar patinou sobre meu outro seio e eu absorvi seu toque, as ondas de êxtase perseguindo umas às outras.
Levantei minhas pernas, uma de cada lado dele. Seus beijos estavam quentes, cada um acendendo uma chama na minha pele e deixando-a lá para queimar para sempre enquanto ele se movia mais e mais. Seus dedos se engancharam em minha calcinha e os arrastaram pelas minhas pernas.
Sua língua quente deslizou sobre mim e eu gritei, resistindo para receber cada grama de prazer que ele tinha para dar. Ele passou a língua em volta de mim como as últimas mil vezes antes, sabendo exatamente como me estimular. Ele tinha o controle total e isso estava me levando à loucura.
Fred — eu implorei, seu nome dançando na minha boca.
Ele se afastou e eu joguei a cabeça para trás, desesperada pelo seu toque. Não demorou até que ele se movesse entre minhas pernas e me possuísse com um forte impulso dos quadris.
Meus dentes roçaram seu ombro e ele enfiou a mão em minha nuca, puxando para me fazer olhar para ele. Seus olhos brilharam com a potência das estrelas que víamos através dos telescópios nas aulas de Astronomia e eu envolvi minhas pernas em volta dele, minhas unhas cravadas em suas costas.
Fred moveu-se para trás antes, tirando quase todo o seu membro de mim e eu resmunguei. minha lamúria não durou muito, porque ele rapidamente se enterrou em mim. Sua boca encontrou a minha enquanto ele se enterrava com fervor.
A pressão começou a crescer dentro de mim como se estivesse esperando por este momento há muito tempo. Fred posicionou a mão na parte de trás da minha coxa esquerda, apertando com vontade ao mesmo tempo que diminuía o ritmo, me atraindo para mais perto do clímax com os movimentos provocadores de seus quadris.
Seu corpo estremeceu enquanto ele reunia suas forças para se conter e a visão deste homem caindo em ruínas por mim fez minha cabeça girar. Eu estava ofegante, em seguida, gritei, mergulhando na melhor sensação que já conheci. Senti que ele me seguiu, suas mãos agarrando os lençóis ao meu lado, seu corpo caindo sobre mim e seus quadris firmemente travados contra os meus.
Eu estava exausta e eufórica ao mesmo tempo. Fred roçou seu lábio contra o meu e meus olhos se abriram para encontrar os seus, transmitindo as palavras de amor que nossas bocas não estavam falando.
Fred rolou para fora de mim e eu olhei para o teto, descansando a mão contra minha barriga.
Virei o rosto para o lado, encarando Fred. Ele me olhava com um sorriso calmo nos lábios, como se nunca tivesse estado tão em paz quanto agora, e eu sabia exatamente como era sentir isso.
— Esse é o melhor dia da minha vida — sussurrei, completamente feliz.



Os dias se passaram com tranquilidade e, principalmente, com muita felicidade envolvida. Finalizamos a viagem com a sensação de que havíamos concluído nossos propósitos e que tudo estava caminhando para um futuro melhor que o presente, que já estava maravilhoso.
Eu passei o último dia ameaçando não deixar Ibiza nunca, afirmando que nos mudaríamos para cá assim que realizássemos a cerimônia de casamento. Fred riu de minha empolgação, suspirando feliz com o tanto que essa viagem foi significativa para nós.
Não somente nós, mas como para todos os casais. Todos afirmaram que foi perfeita para aproximá-los do parceiro ainda mais, bem como de todos os amigos. Sentia falta de nosso tempo em Hogwarts, mas ficava satisfeita em saber que nossa presença na vida do outro ainda era frequente.
Fred e eu iniciamos os preparativos para o nosso casamento, contanto com o apoio total dos nossos amigos, o que intitulou de “Missão Força Tarefa: Padrinhos”. Ela estava realmente focada nisso e eu descobri como sua participação foi importante para que o pedido acontecesse. Quando eu descobri isso, entendi por que ela aceitou tão rápido viajar conosco.
E, por falar em minha irmã, não demorou nem dois dias para que voltasse a morar com Draco quando chegamos em nossa cidade. Ele se mudou de volta para o apartamento que dividiram por tantos anos, nos convidando para uma pequena festa de comemoração.
Tudo estava tão perfeito que eu não podia pedir por outra vida que não essa.
Ficava me perguntando quais serão os passos seguintes entre nós…
Fiz uma aposta saudável com Fred — nada como ele fazia com G antigamente — sobre quem seria o próximo casal a se casar, ou então, sendo um pouco mais ousada, engravidar…
Admito que essa era uma ideia que me agrada muito, e tinha que controlar muitas vezes meu noivo para que isso não acontecesse tão cedo, mas ainda assim não apostaria em nós.
O que achava que aconteceria era: Mione e Rony iam descobrir uma gravidez em pouco tempo — obviamente ela ia surtar devido à falta de planejamento, e ele também pelo simples fato de estar se tornando um pai.
Nesse meio tempo, Draco pediria em casamento e todos nós iríamos participar como padrinhos e madrinhas — com Mione grávida de, pelo menos, uns 7 meses. Imaginei que, não muito tempo depois, George e Angie também iriam se casar e, logo após a lua de mel, voltariam com uma surpresinha para nós. Sinceramente, sempre quis ser tia!
Tinha a leve impressão de que Harry pediria a Gina em casamento e eles iriam esconder — ou tentar — de todos a princípio, aparecendo após um mês de uma viagem somente dos dois para contar que a cerimônia seria realizada em dois meses. Rápido e repentino assim. Bem a cara deles.
A filha — e eu tenho certeza que será uma menina, não me perguntem o porquê — de Mione e Ron completaria seu primeiro ano quando seus pais forem se casar e ela iria roubar a atenção de todos na cerimônia ao entrar andando — claro, uma garota prodígio —, junto com sua avó, como daminha de honra.
Mas, claro, isso tudo era apenas uma suposição… Teríamos que esperar para ver o que o futuro reservou para nós, apesar de saber que estaremos sempre juntos.


Fim



Nota da autora: Oi, lindinhas, nosso primeiro especial saindo (finalmente!). Vocês não sabem, mas levamos mais de um ano reescrevendo essa história até que ficasse de um jeito que nos agradasse. É muito difícil, somos sempre exigentes com o que escrevemos! Quando começamos a escrever o especial, foi muito difícil pensar neles fora de Hogwarts e bem mais velhos, mas, conforme os nossos casais foram se juntando, foi impossível não imaginá-los no futuro - todos juntos, do seu jeito. Definimos os trabalhos deles baseando no que é canon e no que é headcanon (ou o que seria, se o Fred não tivesse ido de comes e bebes... Enfim, tópico sensível), e adaptamos os das meninas com base no que elas sempre tiveram interesse em Hogwarts. A viagem surgiu também porque haja condição desse grupo parar quieto em algum lugar kkkkk impossível! E não poderíamos negar que Ibiza é o destino perfeito. Afinal, quem não amaria uma viagem para lá? E vocês sabem que a gente gosta de uma pitadinha de drama, então... Ficaram muito chocados quando viram que a e o Draco tinham terminado? Queremos muito saber a reação de vocês! Pelo menos tudo deu certo no final... Muito certo, né? Com o Fred organizando tudo só para poder pedir a em casamento, com a ajuda do George e da , planejando bem abaixo do nariz da nossa bruxinha e ela sequer desconfiou! Fala sério, esse pedido foi totalmente nostálgico também, não acham? Estamos realmente torcendo para que vocês tenham gostado desse especial e de ver um pouquinho dos nossos casais favoritos juntos, no futuro, superando todas as dificuldades! Amamos vocês, obrigada por acompanharem essa fanfic.
Até um próximo especial,
Gi e Ju.
Xx



Outras Fanfics:
The Voux

Nota da beta: SURTOS Y SURTOS!
Tudo bem que no início elas lidaram com algumas ameaças de morte quando eu vi que elas separaram a do Draco e ele ainda beijou outra mulher...... Mas depois de ler essa PERFEIÇÃO eu perdoei elas!
Juro, agora eu quero ir pra Ibiza! Que inveja que eu senti daquela casa, gente! E das sortudas que namoram Fred Weasley e Draco Malfoy...
Tudo nessa história foi entregue com maestria, mas não dava pra ser diferente com essas duas escrevendo, né? Ver o futuro deles encheu meu coração de felicidade, mas também de melancolia, aquela sensação bem de "meu Deus, eu peguei você no colo e olha seu tamanho agora!"
Meninas, obrigada por sempre fazerem tanto por nós, suas leitoras (porque óbvio que além de beta eu sou fã e leitora). Vocês são maravilhosas!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

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