Prólogo
respirou fundo mais uma vez, observando, pela janela fechada do táxi em que estava, a fachada do Grand Theatre surgir linda à sua frente. Voltar a Wolverhampton não estava muito em seus planos, não depois de anos morando em Roma, mas seu chefe havia decidido que ela não era mais dedicada o suficiente para continuar trabalhando para ele e ela precisava de um tempo para si, e um novo teto - sem aluguel a ser pago - para morar.
Day 1
Olá, sou Watson, um cão da raça Dogue Alemão. Meu dono é o famoso cantor Liam Payne e está é a história de como ele e a minha veterinária preferida, , se reencontraram, graças a mim.
Tudo começou em uma viagem de fim de semana para Wolverhampton...
Naquela sexta de tarde nublada, Liam estacionava o carro na entrada da garagem da casa de sua família. Depois de dirigir quatro horas, desde sua casa em Londres, tudo o que o cantor queria era poder aproveitar ao máximo aqueles três dias com sua família, já que, devido à sua agenda, havia um bom tempo que não vinha para casa. O moreno desligou o carro, desafivelou o cinto e desceu, logo abrindo a porta de trás e a minha caixa de transporte, para que eu pudesse descer do carro e começar a correr pela casa, como sempre fazia. Enquanto ele foi até o porta malas começar a tirar as coisas, com o auxílio da mãe, que aparecera à porta logo que ouviu o barulho de um carro estacionando, eu saí do carro, mas, por alguma razão, estava sem vontade de correr pela casa, algo me incomodava, então eu apenas passei pela porta e me joguei de barriga no chão, com a cabeça sobre minhas patas dianteiras, poucos metros depois dela.
Liam não demorou muito para entrar, carregando uma bolsa de viagem transpassada em seu peito, o celular e a chave do carro em uma mão e uma sacola de papel da Adidas na outra. Ele deixou tudo sobre o sofá da sala, abrindo a mala e retirando de lá o saco de petiscos que eu adorava. Com um sorriso, ele veio até onde eu estava, ergueu o petisco à minha frente e falou:
- Você se comportou muito bem na viagem, então merece um destes – ele disse, todo bobo, esticando o petisco em minha direção, para que eu pudesse comê-lo. Porém, eu não queria comer, na verdade não queria fazer nada agora, eu estava com uma dor estranha demais para querer fazer qualquer coisa. Liam estranhou meu comportamento, então deixou o petisco de lado e tentou brincar comigo, como sempre fazia quando eu ficava por algum período quieto demais, mas, começando a afagar minha cabeça, orelhas, pescoço e logo chegando à minha barriga. Ao que ele tocou naquela região, uma dor bem intensa me atingiu, então, involuntariamente, eu acabei rosnando pra ele, o que o assustou bastante, a julgar pela expressão. Como se quisesse se certificar de que algo estava errado comigo naquela região, ele fez menção de me tocar novamente ali, mas eu apenas choraminguei para ele, o encarando com olhos tristes, e ele parou na hora. – Tem algo errado com você, não tem, amigão? – ele falou com a voz alternada entre a preocupação e a tristeza e eu apenas choraminguei de novo, concordando, e parei de encará-lo, para passar a encarar o chão.
Aquilo foi o suficiente para Liam sair do meu campo de visão, ir atrás a mãe falar que precisava de um veterinário e logo vir ao meu encontro, colocando o celular no bolso da calça e a chave do carro em mãos. Ele passou rapidamente por mim, destravou o carro, colocou a chave na ignição, abriu a porta do banco de trás e logo voltou, me pegando cuidadosamente no coloco, o que, ainda sim, me provocou uma leve dor, me fazendo choramingar novamente, enquanto ele se apressava, comigo nos braços, em direção ao carro. Após Liam me colocar com cuidado no banco de trás, ele fechou a porta de trás e abriu a do motorista, se acomodou no banco, fechando a porta e afivelando o cinto, e logo estávamos indo em direção à clínica do Dr. Stephen Gilbert.
Como Liam dirigiu meio rápido, foi questão de poucos minutos para chegarmos à clínica com fachada de tijolinhos, uma ampla porta de empurrar central e um osso gigante fixado à parede com o escrito “Take Care Veterinary” em azul. Com uma agilidade impressionante, ele fez todos os procedimentos para estacionar, desligar e sair do carro e correu em direção à recepção da clínica. Instantes depois, a porta traseira foi aberta e três pessoas surgiram no meu campo de visão, Liam, a recepcionista e um rapaz usando um jaleco branco, que não parecia ser o veterinário. Eles rapidamente me tiraram do carro, o rapaz de jaleco me pegou no colo e me levou para dentro da clínica, com a recepcionista indo na frente para abrir todas as portas e Liam logo atrás, me olhando com uma expressão preocupada. Eles me deitaram numa espécie de maca prateada, com uma inclinação e um buraco no meio. A recepcionista saiu, provavelmente indo chamar o veterinário, enquanto Liam ficava ao meu lado, afagando minha cabeça e o rapaz de jaleco me olhava piedoso.
Instantes depois, uma moça apareceu. Ela tinha um cabelo castanho liso, com as pontas enroladas, exaltando o lilás que se iniciava na metade do cabelo. Carregava junto ao corpo uma prancheta e no bolso inferior do jaleco branco, um Otoscópio. Bordado no bolso superior esquerdo do jaleco, o nome Drª aparecia em roxo escuro, quase azul. Ela entrou na sala distraída, olhando somente pra mim, mas quando ela olhou para o meu dono, ela parou de andar na hora e pareceu ficar pálida (Liam é um gato e famoso, já estou acostumado a reações desse tipo quando saímos para passear), enquanto o afago de Liam parou na hora e sua mão despencou ao lado de seu corpo. Na hora, confesso que fiquei meio confuso, porque não entendia o que estava se passando ali. Porém, ao olhar para Liam e ver a expressão de choque no rosto dele, entendi tudo: eles tinham um passado!
Os dois ficaram se encarando abobalhadamente por alguns segundos, o que foi bem constrangedor para mim e para o outro rapaz, então não estranhei quando ele pigarreou levemente, como se quisesse chamar a atenção da médica. pareceu despertar do choque, piscando rapidamente, finalmente falando:
- Liam Payne! – ela falou, meio animada meio em choque, sorrindo para ele, voltando a andar, dessa vez em sua direção.
- , quanto tempo! – ele sorriu para ela, a abraçando, e lhe dando um beijo na bochecha, ainda sem conseguir se desfazer da expressão de choque.
- Sim. Faz o quê, uns sete anos? – ela brincou, tentando soar natural, mas, eu descobri mais tarde, no fundo estava em pânico pela materialização de seu passado à sua frente, o que explicava sua expressão, também, de choque. – O que esse garotão aqui tem, hein? – ela perguntou, dessa vez olhando pra mim, afagando minha cabeça e atrás das minhas orelhas. De cara, eu gostei dela! Ela tinha um sorriso gentil, olhos meigos e um sorriso bonito, além da voz doce e do carinho gostoso. Com ela ali, eu sentia que ficaria bem logo.
- Eu não sei direito. Quando acordei hoje, ele estava bem, correndo pela casa e quase destruindo tudo pelo caminho. – Liam falou, rindo de leve ao final. – Porém, quando cheguei na casa da minha mãe, depois de dirigir de Londres até aqui, ele estava estranho, não queria petisco e quando tentei fazer carinho na barriga dele, ele rosnou para mim e depois choramingou. – Ele falava meio triste, olhando para ela e voltando a me afagar também.
- Certo. – foi tudo o que ela respondeu, antes de parar de me afagar e começar a anotar algo em sua prancheta. – Bom, nós precisamos fazer um ultrassom para ver se conseguimos descobrir o que ele tem – enquanto ela falava, Liam apenas concordava com a cabeça. – Só depois o exame, consigo te dizer o que ele tem e os próximos passos.
- Pode fazer o que precisar. – Liam respondeu prontamente e ela concordou com a cabeça.
- George, por favor, busque a aparelhagem. – ela falou para o rapaz de jaleco, que, agora, acredito ser o estagiário, e ele logo saiu a sala. Enquanto George buscava o aparelho, ficou fazendo alguns procedimentos em mim, como olhar dentro de meus ouvidos e minha boca. Assim, que ela terminou, George já estava de volta na sala com uma máquina bem alta e estranha, que eu julguei ser o aparelho de ultrassom.
- Ele não parece ser muito agressivo, mas vou precisar da sua ajuda. – ela voltou a falar, olhando para Liam. – Preciso que segure as patas dianteiras dele, enquanto George segurará as traseiras, pois, como terei que passar um gel na parte inferior dele e depois ficar tocando-o com o transdutor, pode ser que ele sinta algum incômodo e queira se levantar, ou algo assim. – falava, se mostrando bem inteligente, e Liam apenas concordava com a cabeça.
Pouco tempo depois, eu estava imobilizado pelos dois, enquanto começava os procedimentos do exame. Ela passou uma espécie de gel na minha barriga, o que me deixou meio em pânico e me fez olhar para Liam com olhos tristes, e logo estava passando aquele aparelho em mim, o que me deixava nervoso e, as vezes, fazia a dor se acentuar, me fazendo querer sair correndo dali e me esconder.
Felizmente, o exame durou pouco tempo, cerca de meia hora, e eu logo me vi livre daquela sensação estranha que o gel com o aparelho em contato com a minha pele causava. limpou e desligou o equipamento e logo George saía da sala, o levando consigo, junto com o Otoscópio que trouxera quando entrou na sala.
- Bom, os órgãos estão normais, com confirmações normais. – ela começou a falar e Liam e eu suspiramos de alívio juntos. – Mas o intestino tem um corpo estranho, que eu não sei te dizer exatamente o que é, pode ser que ele tenha comido algo, um pedaço de meia, por exemplo, que o corpo dele não conseguiu digerir e acabou parando no intestino, o que explica a dor e a falta de ânimo dele. Sabe se ele comeu algo estranho nos últimos dias?
- Infelizmente não sei. Ele é muito enérgico, então, sempre acaba destruindo algo que pegou para brincar, tipo meus chinelos e meias, talvez em uma dessas situações ele acabou comendo algo. – Liam falava, e meu íntimo queria rir, apesar das minhas condições. Eu não podia fazer muita coisa, se mascar os chinelos e meias dele era legal e a cara de bravo que ele fazia era mais ainda.
- Meu conselho é: vamos deixar ele passar 24h aqui, em observação, para vermos se ele consegue excretar o corpo estranho e comer. Se ele conseguir, amanhã à tarde você já pode levar ele embora; se não, teremos que operá-lo. – enquanto falava calma, eu via a expressão de leve pânico de Liam se assemelhar à minha. Claro que eu estava com dor e queria acabar com ela, mas uma operação me deixava em pânico. Eles podiam me rasgar! Imagino que entendeu meu pânico em relação à notícia, já que eu fiquei meio agitado, pois ela logo voltou a fazer carinho em minha cabeça, o que me fez aquietar na hora. O carinho dela era muito bom!
- Certo! O bem-estar dele é muito importante para mim, vamos fazer isso – Liam respondeu depois de alguns segundos de pânico.
- Preciso que venha comigo, para assinar alguns papéis – falou e Liam concordou com a cabeça. Antes dos dois saírem da sala, George voltou e pediu que ele me levasse para o setor de observação, resumindo meu diagnóstico e explicando que teria que ser feito comigo. Basicamente, eu ficaria o resto do dia e parte do dia seguinte na clínica, em observação constante, com o objetivo de me fazer comer e tentar melhorar sozinho, o que eu não sabia se conseguiria, porque a última coisa que eu queria agora era comer. – Eu sei que dói, mas você vai ficar bem. Pode confiar em mim, garoto – falou, afagando minha cabeça uma última vez aquele dia e me olhando nos olhos. Se eu estivesse em meu estado normal, teria dado uma lambida no rosto dela naquela hora. Ela era um amor. Enquanto os dois foram em direção à recepção, George me levou para junto de outros animais, no setor de observação.
- Não sabia que estava de volta a Wolverhampton – Liam falou, depois de assinar alguns papéis, olhando para , que estava parada ao seu lado, com uma mão apoiada na bancada da recepção.
- Depois do colégio, passei para uma faculdade na Itália e me mudei. Ao fim do curso, acabei ficando por lá mesmo, morando em Roma e trabalhando em uma clínica grande lá. Voltei por esses dias para cá, depois de ser demitida. Como estou morando de novo com a mãe e essa clínica é do segundo marido dela, achei que não custava ajudar aqui – ela falou, tirando o jaleco e o deixando sobre a bancada, juntamente com a prancheta que ainda carregava consigo.
- Já vai embora? – meu garoto perguntou, ao reparar nas ações de .
- Sim, estou aqui desde cedo.
- Posso te pagar um café? – Liam perguntou e, quando eu soube disso, nunca me senti tão orgulhoso. concordou com a cabeça e logo os dois estavam saindo da clínica, indo em direção a uma cafeteria ali perto.
- Depois do colégio eu acabei tentando o The X Factor e lá tudo mudou. Quer dizer, eu tentei entrar como cantor solo e saí de lá com uma banda com outros quatro garotos, milhões de fãs pelo mundo, contrato com gravadora, turnês mundiais, CDs a serem gravados... e olha que nós nem ganhamos a competição. – Liam falava, no meio da conversa dos dois sobre o que lhes aconteceram nos últimos anos, por entre goladas em seu café.
- Parece surreal para mim. – disse, batendo a mão esquerda na caneca de chocolate quente que segurava sobre a mesa, logo passando a segurar a caneca com ambas as mãos.
- Para mim também, até hoje, acredite. – ele disse, sorrindo. – Mas nós acabamos dando um tempo da banda, depois que um integrante saiu. Nós até tentamos continuar juntos, só nós quatro, até gravamos um CD, mas meio que estava um clima estranho. No fim, acabamos optando pelo break e cada um meio que se dedica à própria carreira agora.
- Mas vocês ainda conversam? Digo, os quatro, pelo menos.
- Sim, sim. Eu converso bastante com o Niall, o Harry também, às vezes. Com o Louis acaba que conversamos pouco, ele passou por muita coisa difícil recentemente e acabou se isolando um pouco, mas nós quatro sempre tentamos conversar e nos apoiar, afinal, nunca vamos deixar de ser “os garotos da 1D”. Espero que possamos voltar a ser 1D, um dia, eu sinto falta de passar horas em viagens com eles.
Nesse momento, três garotas que tinham acabado de entrar na cafeteria, reconheceram o Liam e foram em direção à mesa onde o casal estava, pedindo licença e perguntando se ele poderia tirar uma foto com elas. Enquanto Liam concordava e sorria para a selfie, observava a cena com um brilho no olhar e um sorriso bobo no rosto, por de trás da caneca suspensa no ar. Ele quase havia se esquecido o quanto Liam era fofo.
Depois do café, Liam se ofereceu para levar para casa, como eu tinha certeza que faria. Como ela concordou, ele a levou e aproveitou para confirmar se seria ela que tomaria conta do meu caso, mesmo que eu tivesse que ser operado. Após a garota concordar e dele deixá-la em casa, o moreno foi embora. Ao chegar em casa, sua mãe o esperava, sentada no sofá da sala. Preocupada com a minha saúde e com a pequena demora do filho, Karen pulou do sofá assim que ouviu o barulho de chaves batendo contra a porta, indo de encontro ao mesmo.
- Como está o Watson? Por que ele não veio com você? – a loira disparou a perguntar, assim que o meu dono entrou na casa e trancou a porta.
- Ele teve que ficar em observação, parece que comeu algo que ficou preso no intestino e que se não conseguir excretar, vai ter que operar amanhã. – Liam falou, suspirando, e a senhora levou a mão aos lábios, surpresa. – Mas sabe o que foi mais estranho mesmo? Que a estava lá
- ? ? A ? – Karen perguntou, ainda mais em choque.
- Sim, mãe, A – Liam respondeu, rindo de leve do espanto da mãe.
- E como se sentiu em relação a isso? – a loira perguntou, arqueando levemente as sobrancelhas.
- Normal – Liam respondeu, dando de ombros. A loira apenas revirou os olhos e eu teria feito o mesmo, se estivesse lá. Mentiroso!
- Quer dizer que, depois de todo esse tempo sem se falarem e se verem, ela ter aparecido, assim, do nada, na sua frente, não mexeu nem um pouco com você? – a mãe de Liam insistiu, voltando a arquear levemente as sobrancelhas.
- Tá, eu me senti estranho. Foi inevitável olhar pra ela e não lembrar de tudo. Nós namoramos no colégio, tenho foto com ela no anuário escolar, com a legenda Para sempre. Como posso esquecer alguém que me deu tanto para lembrar?
Karen apenas riu, voltando a falar pouco depois: - Já parou para pensar que talvez a razão para nenhum de seus relacionamentos terem dado certo seja ela? – a loira ergueu uma das sobrancelhas, antes de subir a escada em direção ao seu quarto.
Tudo começou em uma viagem de fim de semana para Wolverhampton...
Naquela sexta de tarde nublada, Liam estacionava o carro na entrada da garagem da casa de sua família. Depois de dirigir quatro horas, desde sua casa em Londres, tudo o que o cantor queria era poder aproveitar ao máximo aqueles três dias com sua família, já que, devido à sua agenda, havia um bom tempo que não vinha para casa. O moreno desligou o carro, desafivelou o cinto e desceu, logo abrindo a porta de trás e a minha caixa de transporte, para que eu pudesse descer do carro e começar a correr pela casa, como sempre fazia. Enquanto ele foi até o porta malas começar a tirar as coisas, com o auxílio da mãe, que aparecera à porta logo que ouviu o barulho de um carro estacionando, eu saí do carro, mas, por alguma razão, estava sem vontade de correr pela casa, algo me incomodava, então eu apenas passei pela porta e me joguei de barriga no chão, com a cabeça sobre minhas patas dianteiras, poucos metros depois dela.
Liam não demorou muito para entrar, carregando uma bolsa de viagem transpassada em seu peito, o celular e a chave do carro em uma mão e uma sacola de papel da Adidas na outra. Ele deixou tudo sobre o sofá da sala, abrindo a mala e retirando de lá o saco de petiscos que eu adorava. Com um sorriso, ele veio até onde eu estava, ergueu o petisco à minha frente e falou:
- Você se comportou muito bem na viagem, então merece um destes – ele disse, todo bobo, esticando o petisco em minha direção, para que eu pudesse comê-lo. Porém, eu não queria comer, na verdade não queria fazer nada agora, eu estava com uma dor estranha demais para querer fazer qualquer coisa. Liam estranhou meu comportamento, então deixou o petisco de lado e tentou brincar comigo, como sempre fazia quando eu ficava por algum período quieto demais, mas, começando a afagar minha cabeça, orelhas, pescoço e logo chegando à minha barriga. Ao que ele tocou naquela região, uma dor bem intensa me atingiu, então, involuntariamente, eu acabei rosnando pra ele, o que o assustou bastante, a julgar pela expressão. Como se quisesse se certificar de que algo estava errado comigo naquela região, ele fez menção de me tocar novamente ali, mas eu apenas choraminguei para ele, o encarando com olhos tristes, e ele parou na hora. – Tem algo errado com você, não tem, amigão? – ele falou com a voz alternada entre a preocupação e a tristeza e eu apenas choraminguei de novo, concordando, e parei de encará-lo, para passar a encarar o chão.
Aquilo foi o suficiente para Liam sair do meu campo de visão, ir atrás a mãe falar que precisava de um veterinário e logo vir ao meu encontro, colocando o celular no bolso da calça e a chave do carro em mãos. Ele passou rapidamente por mim, destravou o carro, colocou a chave na ignição, abriu a porta do banco de trás e logo voltou, me pegando cuidadosamente no coloco, o que, ainda sim, me provocou uma leve dor, me fazendo choramingar novamente, enquanto ele se apressava, comigo nos braços, em direção ao carro. Após Liam me colocar com cuidado no banco de trás, ele fechou a porta de trás e abriu a do motorista, se acomodou no banco, fechando a porta e afivelando o cinto, e logo estávamos indo em direção à clínica do Dr. Stephen Gilbert.
Como Liam dirigiu meio rápido, foi questão de poucos minutos para chegarmos à clínica com fachada de tijolinhos, uma ampla porta de empurrar central e um osso gigante fixado à parede com o escrito “Take Care Veterinary” em azul. Com uma agilidade impressionante, ele fez todos os procedimentos para estacionar, desligar e sair do carro e correu em direção à recepção da clínica. Instantes depois, a porta traseira foi aberta e três pessoas surgiram no meu campo de visão, Liam, a recepcionista e um rapaz usando um jaleco branco, que não parecia ser o veterinário. Eles rapidamente me tiraram do carro, o rapaz de jaleco me pegou no colo e me levou para dentro da clínica, com a recepcionista indo na frente para abrir todas as portas e Liam logo atrás, me olhando com uma expressão preocupada. Eles me deitaram numa espécie de maca prateada, com uma inclinação e um buraco no meio. A recepcionista saiu, provavelmente indo chamar o veterinário, enquanto Liam ficava ao meu lado, afagando minha cabeça e o rapaz de jaleco me olhava piedoso.
Instantes depois, uma moça apareceu. Ela tinha um cabelo castanho liso, com as pontas enroladas, exaltando o lilás que se iniciava na metade do cabelo. Carregava junto ao corpo uma prancheta e no bolso inferior do jaleco branco, um Otoscópio. Bordado no bolso superior esquerdo do jaleco, o nome Drª aparecia em roxo escuro, quase azul. Ela entrou na sala distraída, olhando somente pra mim, mas quando ela olhou para o meu dono, ela parou de andar na hora e pareceu ficar pálida (Liam é um gato e famoso, já estou acostumado a reações desse tipo quando saímos para passear), enquanto o afago de Liam parou na hora e sua mão despencou ao lado de seu corpo. Na hora, confesso que fiquei meio confuso, porque não entendia o que estava se passando ali. Porém, ao olhar para Liam e ver a expressão de choque no rosto dele, entendi tudo: eles tinham um passado!
Os dois ficaram se encarando abobalhadamente por alguns segundos, o que foi bem constrangedor para mim e para o outro rapaz, então não estranhei quando ele pigarreou levemente, como se quisesse chamar a atenção da médica. pareceu despertar do choque, piscando rapidamente, finalmente falando:
- Liam Payne! – ela falou, meio animada meio em choque, sorrindo para ele, voltando a andar, dessa vez em sua direção.
- , quanto tempo! – ele sorriu para ela, a abraçando, e lhe dando um beijo na bochecha, ainda sem conseguir se desfazer da expressão de choque.
- Sim. Faz o quê, uns sete anos? – ela brincou, tentando soar natural, mas, eu descobri mais tarde, no fundo estava em pânico pela materialização de seu passado à sua frente, o que explicava sua expressão, também, de choque. – O que esse garotão aqui tem, hein? – ela perguntou, dessa vez olhando pra mim, afagando minha cabeça e atrás das minhas orelhas. De cara, eu gostei dela! Ela tinha um sorriso gentil, olhos meigos e um sorriso bonito, além da voz doce e do carinho gostoso. Com ela ali, eu sentia que ficaria bem logo.
- Eu não sei direito. Quando acordei hoje, ele estava bem, correndo pela casa e quase destruindo tudo pelo caminho. – Liam falou, rindo de leve ao final. – Porém, quando cheguei na casa da minha mãe, depois de dirigir de Londres até aqui, ele estava estranho, não queria petisco e quando tentei fazer carinho na barriga dele, ele rosnou para mim e depois choramingou. – Ele falava meio triste, olhando para ela e voltando a me afagar também.
- Certo. – foi tudo o que ela respondeu, antes de parar de me afagar e começar a anotar algo em sua prancheta. – Bom, nós precisamos fazer um ultrassom para ver se conseguimos descobrir o que ele tem – enquanto ela falava, Liam apenas concordava com a cabeça. – Só depois o exame, consigo te dizer o que ele tem e os próximos passos.
- Pode fazer o que precisar. – Liam respondeu prontamente e ela concordou com a cabeça.
- George, por favor, busque a aparelhagem. – ela falou para o rapaz de jaleco, que, agora, acredito ser o estagiário, e ele logo saiu a sala. Enquanto George buscava o aparelho, ficou fazendo alguns procedimentos em mim, como olhar dentro de meus ouvidos e minha boca. Assim, que ela terminou, George já estava de volta na sala com uma máquina bem alta e estranha, que eu julguei ser o aparelho de ultrassom.
- Ele não parece ser muito agressivo, mas vou precisar da sua ajuda. – ela voltou a falar, olhando para Liam. – Preciso que segure as patas dianteiras dele, enquanto George segurará as traseiras, pois, como terei que passar um gel na parte inferior dele e depois ficar tocando-o com o transdutor, pode ser que ele sinta algum incômodo e queira se levantar, ou algo assim. – falava, se mostrando bem inteligente, e Liam apenas concordava com a cabeça.
Pouco tempo depois, eu estava imobilizado pelos dois, enquanto começava os procedimentos do exame. Ela passou uma espécie de gel na minha barriga, o que me deixou meio em pânico e me fez olhar para Liam com olhos tristes, e logo estava passando aquele aparelho em mim, o que me deixava nervoso e, as vezes, fazia a dor se acentuar, me fazendo querer sair correndo dali e me esconder.
Felizmente, o exame durou pouco tempo, cerca de meia hora, e eu logo me vi livre daquela sensação estranha que o gel com o aparelho em contato com a minha pele causava. limpou e desligou o equipamento e logo George saía da sala, o levando consigo, junto com o Otoscópio que trouxera quando entrou na sala.
- Bom, os órgãos estão normais, com confirmações normais. – ela começou a falar e Liam e eu suspiramos de alívio juntos. – Mas o intestino tem um corpo estranho, que eu não sei te dizer exatamente o que é, pode ser que ele tenha comido algo, um pedaço de meia, por exemplo, que o corpo dele não conseguiu digerir e acabou parando no intestino, o que explica a dor e a falta de ânimo dele. Sabe se ele comeu algo estranho nos últimos dias?
- Infelizmente não sei. Ele é muito enérgico, então, sempre acaba destruindo algo que pegou para brincar, tipo meus chinelos e meias, talvez em uma dessas situações ele acabou comendo algo. – Liam falava, e meu íntimo queria rir, apesar das minhas condições. Eu não podia fazer muita coisa, se mascar os chinelos e meias dele era legal e a cara de bravo que ele fazia era mais ainda.
- Meu conselho é: vamos deixar ele passar 24h aqui, em observação, para vermos se ele consegue excretar o corpo estranho e comer. Se ele conseguir, amanhã à tarde você já pode levar ele embora; se não, teremos que operá-lo. – enquanto falava calma, eu via a expressão de leve pânico de Liam se assemelhar à minha. Claro que eu estava com dor e queria acabar com ela, mas uma operação me deixava em pânico. Eles podiam me rasgar! Imagino que entendeu meu pânico em relação à notícia, já que eu fiquei meio agitado, pois ela logo voltou a fazer carinho em minha cabeça, o que me fez aquietar na hora. O carinho dela era muito bom!
- Certo! O bem-estar dele é muito importante para mim, vamos fazer isso – Liam respondeu depois de alguns segundos de pânico.
- Preciso que venha comigo, para assinar alguns papéis – falou e Liam concordou com a cabeça. Antes dos dois saírem da sala, George voltou e pediu que ele me levasse para o setor de observação, resumindo meu diagnóstico e explicando que teria que ser feito comigo. Basicamente, eu ficaria o resto do dia e parte do dia seguinte na clínica, em observação constante, com o objetivo de me fazer comer e tentar melhorar sozinho, o que eu não sabia se conseguiria, porque a última coisa que eu queria agora era comer. – Eu sei que dói, mas você vai ficar bem. Pode confiar em mim, garoto – falou, afagando minha cabeça uma última vez aquele dia e me olhando nos olhos. Se eu estivesse em meu estado normal, teria dado uma lambida no rosto dela naquela hora. Ela era um amor. Enquanto os dois foram em direção à recepção, George me levou para junto de outros animais, no setor de observação.
- Não sabia que estava de volta a Wolverhampton – Liam falou, depois de assinar alguns papéis, olhando para , que estava parada ao seu lado, com uma mão apoiada na bancada da recepção.
- Depois do colégio, passei para uma faculdade na Itália e me mudei. Ao fim do curso, acabei ficando por lá mesmo, morando em Roma e trabalhando em uma clínica grande lá. Voltei por esses dias para cá, depois de ser demitida. Como estou morando de novo com a mãe e essa clínica é do segundo marido dela, achei que não custava ajudar aqui – ela falou, tirando o jaleco e o deixando sobre a bancada, juntamente com a prancheta que ainda carregava consigo.
- Já vai embora? – meu garoto perguntou, ao reparar nas ações de .
- Sim, estou aqui desde cedo.
- Posso te pagar um café? – Liam perguntou e, quando eu soube disso, nunca me senti tão orgulhoso. concordou com a cabeça e logo os dois estavam saindo da clínica, indo em direção a uma cafeteria ali perto.
- Depois do colégio eu acabei tentando o The X Factor e lá tudo mudou. Quer dizer, eu tentei entrar como cantor solo e saí de lá com uma banda com outros quatro garotos, milhões de fãs pelo mundo, contrato com gravadora, turnês mundiais, CDs a serem gravados... e olha que nós nem ganhamos a competição. – Liam falava, no meio da conversa dos dois sobre o que lhes aconteceram nos últimos anos, por entre goladas em seu café.
- Parece surreal para mim. – disse, batendo a mão esquerda na caneca de chocolate quente que segurava sobre a mesa, logo passando a segurar a caneca com ambas as mãos.
- Para mim também, até hoje, acredite. – ele disse, sorrindo. – Mas nós acabamos dando um tempo da banda, depois que um integrante saiu. Nós até tentamos continuar juntos, só nós quatro, até gravamos um CD, mas meio que estava um clima estranho. No fim, acabamos optando pelo break e cada um meio que se dedica à própria carreira agora.
- Mas vocês ainda conversam? Digo, os quatro, pelo menos.
- Sim, sim. Eu converso bastante com o Niall, o Harry também, às vezes. Com o Louis acaba que conversamos pouco, ele passou por muita coisa difícil recentemente e acabou se isolando um pouco, mas nós quatro sempre tentamos conversar e nos apoiar, afinal, nunca vamos deixar de ser “os garotos da 1D”. Espero que possamos voltar a ser 1D, um dia, eu sinto falta de passar horas em viagens com eles.
Nesse momento, três garotas que tinham acabado de entrar na cafeteria, reconheceram o Liam e foram em direção à mesa onde o casal estava, pedindo licença e perguntando se ele poderia tirar uma foto com elas. Enquanto Liam concordava e sorria para a selfie, observava a cena com um brilho no olhar e um sorriso bobo no rosto, por de trás da caneca suspensa no ar. Ele quase havia se esquecido o quanto Liam era fofo.
Depois do café, Liam se ofereceu para levar para casa, como eu tinha certeza que faria. Como ela concordou, ele a levou e aproveitou para confirmar se seria ela que tomaria conta do meu caso, mesmo que eu tivesse que ser operado. Após a garota concordar e dele deixá-la em casa, o moreno foi embora. Ao chegar em casa, sua mãe o esperava, sentada no sofá da sala. Preocupada com a minha saúde e com a pequena demora do filho, Karen pulou do sofá assim que ouviu o barulho de chaves batendo contra a porta, indo de encontro ao mesmo.
- Como está o Watson? Por que ele não veio com você? – a loira disparou a perguntar, assim que o meu dono entrou na casa e trancou a porta.
- Ele teve que ficar em observação, parece que comeu algo que ficou preso no intestino e que se não conseguir excretar, vai ter que operar amanhã. – Liam falou, suspirando, e a senhora levou a mão aos lábios, surpresa. – Mas sabe o que foi mais estranho mesmo? Que a estava lá
- ? ? A ? – Karen perguntou, ainda mais em choque.
- Sim, mãe, A – Liam respondeu, rindo de leve do espanto da mãe.
- E como se sentiu em relação a isso? – a loira perguntou, arqueando levemente as sobrancelhas.
- Normal – Liam respondeu, dando de ombros. A loira apenas revirou os olhos e eu teria feito o mesmo, se estivesse lá. Mentiroso!
- Quer dizer que, depois de todo esse tempo sem se falarem e se verem, ela ter aparecido, assim, do nada, na sua frente, não mexeu nem um pouco com você? – a mãe de Liam insistiu, voltando a arquear levemente as sobrancelhas.
- Tá, eu me senti estranho. Foi inevitável olhar pra ela e não lembrar de tudo. Nós namoramos no colégio, tenho foto com ela no anuário escolar, com a legenda Para sempre. Como posso esquecer alguém que me deu tanto para lembrar?
Karen apenas riu, voltando a falar pouco depois: - Já parou para pensar que talvez a razão para nenhum de seus relacionamentos terem dado certo seja ela? – a loira ergueu uma das sobrancelhas, antes de subir a escada em direção ao seu quarto.
Day 2
No dia seguinte, na parte da tarde, Liam vem me ver. já está na clínica desde cedo, cuidando de outros animais e passando toda hora para me ver e me fazer carinho. Sério, se o Liam não quiser ela na vida dele, eu a quero na minha.
Assim que o meu dono gato aparece na porta da sala do setor de observação, eu tento me animar. Ainda que não me sinta melhor, afinal não comi e nem bebi água (beber água me fez vomitar uma vez, durante a madrugada, então nem tentei de novo), eu estava com saudade dele. Ele me afaga na cabeça e pergunta “Como você está, garotão?”. Parece feliz e eu fico feliz por isso. Não deixo de notar que, na outra mão, sem ser a que me afaga, ele carrega uma sacola, que parece ser um embrulho para presente. Mesmo amando presentes, sinto que esse não é pra mim. Algum tempo depois, ele sai da sala, dizendo que já volta. Sei que está indo atrás dela, então nem me entristeço.
Liam caminha pela clínica, em busca da sala de atendimento que está, ouvindo sua voz logo depois. Assim que ele se aproxima do local, ele para, prestando um pouco mais de atenção na conversa, já que a porta estava aberta.
- A Candy é uma menina forte e ficará ótima – parece ser a voz de falando, dessa vez mais perto da porta.
Segundos depois aparece no corredor, poucos passos à frente, segurando uma gata branca de pelos longos no colo, sendo seguida por uma criança e sua mãe. Depois de fazer mais um pouco de carinho na gata, a morena entrega o animal para a criança, que lhe agradece com um sorriso, se despedindo. As três passam ao lado de Liam no corredor e ele sorri para a garota, que parece estar feliz demais com seu animal.
Aproveitando que a morena estava sozinha, Liam caminha até ela, com a sacola, outrora em mãos, semi escondida atrás de seu corpo.
- Oi! – o cumprimenta com um sorriso, assim que ele para à frente dela.
- Oi. Eu passei para ver o Watson, ele parece estar meio na mesma. – Liam falou, com uma expressão meio triste, encarando o chão.
- Infelizmente, sim, ele não apresentou melhora. Estávamos esperando você chegar para conversarmos.
- Sim, mas antes de irmos lá... eu... tenho uma coisa pra te dar – o cantor disse, entregando a sacola de presente, que carregava desde que descera do carro, para a morena. – No caminho para cá, vi em uma loja e lembrei de você, de como você gostava de ganhar bichinhos de pelúcia, então tive que parar para comprar – ele falava, enquanto a morena abria o pacote, tirando de dentro um ursinho de pelúcia creme, com detalhes marrom.
- Obrigada, eu amei. – disse, sorrindo, o abraçando em seguida. Depois dela guardar o bichinho em sua sala, os dois foram em direção à sala do Dr. Stephen, para conversarem sobre a cirurgia que eu teria que passar.
- Como ele não apresentou melhora, não comendo e nem excretando o corpo estranho, teremos que operar. – o Dr. Stephen falava, enquanto Liam apenas concordava com a cabeça. – Deve ser algo rápido, de no máximo duas horas, e, com sorte, amanhã o Watson já poderá ter alta.
- Amanhã?
- Sim, pois, apesar da cirurgia geralmente ser tranquila, devemos deixá-lo em observação após a conclusão, para termos um prognóstico melhor. – foi a vez de falar e de Liam mudar sua expressão tranquila para uma levemente confusa. - Bom, o prognóstico dele é reservado enquanto não tirarmos isso dele, depois da retirada, se ele voltar a comer e agir normalmente, o prognóstico já melhora, e aí ele receberá alta. Como vocês vieram rapidamente, as chances de tudo dar certo são grandes.
Após mais algumas perguntas, Liam assinou mais alguns papeis e logo estavam todos vindo em direção a onde eu estava. Assim que chegaram, Liam me afagou um pouco, explicou que a ia cuidar de mim, para eu ficar melhor, e que ele vinha me ver depois, enquanto afagava atrás das minhas orelhas. Depois que ele saiu, e o padrasto dela começaram os preparativos e logo estávamos todos prestes a iniciar a cirurgia.
Como eu recebi uma anestesia inalatória, eu não sei muito o que aconteceu durante o processo, sei apenas que fiquei apagado durante todo o processo e mais algumas horas. Assim que a cirurgia acabou e eu fui para o setor de recuperação pós cirurgia, foi até a recepção falar com Liam, ele estava preocupado e ela queria contá-lo que tudo tinha corrido bem.
- Nós conseguimos remover o corpo estranho, mas não conseguimos saber o que era, por ele ter mastigado bastante.
- Devia ser alguma de minhas meias – Liam comentou, rindo de leve, sendo acompanhado por .
- Como explicamos, ele vai passar o resto do dia de hoje e amanhã, aqui. Entretanto, se quiser, pode vê-lo.
- Eu quero, por favor – após Liam dizer isso, ele se levantou da cadeira onde estava sentado e os dois vieram na sala onde eu estava.
- Ele está muito zonzo, mas acordado. – a morena falou, assim que eles pararam à minha frente – Pode fazer carinho, se quiser – Liam concordou com a cabeça e logo eu pude sentir mão grandes me acariciando.
- O que vai fazer agora? – ele perguntou, depois de algum tempo afagando minha cabeça, desviando o olhar de mim para a veterinária. – Ia te chamar para ir ao David Austin comigo, faz tempo que não vou lá e hoje me deu vontade.
- Aquele lugar ainda existe? – ela brincou – Eu topo, sim, quero ver se as rosas ainda estão de pé. – comentou rindo de leve, sendo acompanhada por Liam.
Após a morena guardar algumas coisas e pegar outras, os dois se dirigiram ao jardim. Durante o caminho, pouca conversa ocorreu, já que ambos estavam imersos demais em suas próprias recordações envolvendo o lugar, para se atentarem ao silêncio em que o interior do veículo se encontrava. Algum tempo depois, eles chegaram ao jardim, que se encontrava exatamente igual ao que ambos se lembravam. , que nunca mais viera ao local desde o ensino médio, o olhava encantada, enquanto caminhava à frente de Liam, por entre as roseiras, se questionando como o local permanecera quase o mesmo em todos esses anos.
- O BALANÇO! – a morena gritou, ao enxergar a estrutura metálica branca do balanço e correr até ele. Liam, tomado pelo susto do grito da veterinária, demorou alguns segundos para começar a correr também, mas logo os dois alcançaram o brinquedo, se sentaram e começaram a balançar. – Esse lugar me lembra tanta coisa... – disse, em meio ao ir e voltar do brinquedo, encarando as roseiras poucos metros à frente.
- A gente vinha aqui direto.
- Sim, você as vezes não queria se sentar no balanço e passar vergonha comigo, então ficava simplesmente me balançando – ela riu de leve, ao se lembrar, mas Liam ficou quieto. – Mas, me conta – ela voltou a falar, depois que seu riso cessou e um breve silêncio se instalou entre os dois - O que mais aconteceu na sua vida em todos esses anos, além da boyband mundialmente famosa?
- Bom, eu tive um filho, o nome dele é Bear.
- Uau!
- Sim. – ele disse, sem graça – Uma mudança e tanto.
- Nada que você não dê conta, sempre achei que você seria um pai babão – falou, rindo de leve ao final, se arrependendo logo depois, fazendo-a corar levemente e Liam desviar seu olhar das roseiras para encarar a lateral do rosto dela.
- Eu sempre pensei que a mãe seria você. – ele soprou e a morena não conseguiu mais não encará-lo.
Um silêncio meio constrangedor se instalou entre os dois, fazendo com que Liam desviasse o olhar dela para o jardim, novamente.
- Não vou negar que não pensei em você e em como poderia ter sido se tivéssemos tomado decisões diferentes. – falou, fazendo com que o moreno voltasse a encará-la. – Mas era nosso destino. Quer dizer, você sempre quis ser cantor, e agora olha só você, acabou de lançar seu álbum solo, tem uma legião de fãs que o adoram... eu não consigo vê-lo fazendo outra coisa.
- Nem sendo um pai babão – meu dono brincou, depois de algum tempo absorvendo o que a veterinária disse e o impacto que aquilo causara em seu interior, para tentar melhorar o ‘clima’ da conversa, fazendo com que a morena risse.
- Isso também, mas não vem ao caso – foi a vez de brincar, poucos segundos antes do telefone dela tocar.
A veterinária deu um pulo para fora do balanço, dando alguns passos de distância de Liam, já com a chamada aceita e o telefone encostado à orelha. Após alguns segundos em ligação, ela voltou até onde o cantor estava, encontrando-o já fora do balanço, de pé, aguardando-a.
- Era da clínica, tiveram uma complicação no quadro de um dos meus pacientes – a veterinária explicou, assim que parou próximo ao moreno. – Eu preciso voltar.
- É com o Watson? – meu dono perguntou, preocupado, recebendo uma negação com a cabeça da parte de . – Tudo bem, eu te levo.
Assim que o meu dono gato aparece na porta da sala do setor de observação, eu tento me animar. Ainda que não me sinta melhor, afinal não comi e nem bebi água (beber água me fez vomitar uma vez, durante a madrugada, então nem tentei de novo), eu estava com saudade dele. Ele me afaga na cabeça e pergunta “Como você está, garotão?”. Parece feliz e eu fico feliz por isso. Não deixo de notar que, na outra mão, sem ser a que me afaga, ele carrega uma sacola, que parece ser um embrulho para presente. Mesmo amando presentes, sinto que esse não é pra mim. Algum tempo depois, ele sai da sala, dizendo que já volta. Sei que está indo atrás dela, então nem me entristeço.
Liam caminha pela clínica, em busca da sala de atendimento que está, ouvindo sua voz logo depois. Assim que ele se aproxima do local, ele para, prestando um pouco mais de atenção na conversa, já que a porta estava aberta.
- A Candy é uma menina forte e ficará ótima – parece ser a voz de falando, dessa vez mais perto da porta.
Segundos depois aparece no corredor, poucos passos à frente, segurando uma gata branca de pelos longos no colo, sendo seguida por uma criança e sua mãe. Depois de fazer mais um pouco de carinho na gata, a morena entrega o animal para a criança, que lhe agradece com um sorriso, se despedindo. As três passam ao lado de Liam no corredor e ele sorri para a garota, que parece estar feliz demais com seu animal.
Aproveitando que a morena estava sozinha, Liam caminha até ela, com a sacola, outrora em mãos, semi escondida atrás de seu corpo.
- Oi! – o cumprimenta com um sorriso, assim que ele para à frente dela.
- Oi. Eu passei para ver o Watson, ele parece estar meio na mesma. – Liam falou, com uma expressão meio triste, encarando o chão.
- Infelizmente, sim, ele não apresentou melhora. Estávamos esperando você chegar para conversarmos.
- Sim, mas antes de irmos lá... eu... tenho uma coisa pra te dar – o cantor disse, entregando a sacola de presente, que carregava desde que descera do carro, para a morena. – No caminho para cá, vi em uma loja e lembrei de você, de como você gostava de ganhar bichinhos de pelúcia, então tive que parar para comprar – ele falava, enquanto a morena abria o pacote, tirando de dentro um ursinho de pelúcia creme, com detalhes marrom.
- Obrigada, eu amei. – disse, sorrindo, o abraçando em seguida. Depois dela guardar o bichinho em sua sala, os dois foram em direção à sala do Dr. Stephen, para conversarem sobre a cirurgia que eu teria que passar.
- Como ele não apresentou melhora, não comendo e nem excretando o corpo estranho, teremos que operar. – o Dr. Stephen falava, enquanto Liam apenas concordava com a cabeça. – Deve ser algo rápido, de no máximo duas horas, e, com sorte, amanhã o Watson já poderá ter alta.
- Amanhã?
- Sim, pois, apesar da cirurgia geralmente ser tranquila, devemos deixá-lo em observação após a conclusão, para termos um prognóstico melhor. – foi a vez de falar e de Liam mudar sua expressão tranquila para uma levemente confusa. - Bom, o prognóstico dele é reservado enquanto não tirarmos isso dele, depois da retirada, se ele voltar a comer e agir normalmente, o prognóstico já melhora, e aí ele receberá alta. Como vocês vieram rapidamente, as chances de tudo dar certo são grandes.
Após mais algumas perguntas, Liam assinou mais alguns papeis e logo estavam todos vindo em direção a onde eu estava. Assim que chegaram, Liam me afagou um pouco, explicou que a ia cuidar de mim, para eu ficar melhor, e que ele vinha me ver depois, enquanto afagava atrás das minhas orelhas. Depois que ele saiu, e o padrasto dela começaram os preparativos e logo estávamos todos prestes a iniciar a cirurgia.
Como eu recebi uma anestesia inalatória, eu não sei muito o que aconteceu durante o processo, sei apenas que fiquei apagado durante todo o processo e mais algumas horas. Assim que a cirurgia acabou e eu fui para o setor de recuperação pós cirurgia, foi até a recepção falar com Liam, ele estava preocupado e ela queria contá-lo que tudo tinha corrido bem.
- Nós conseguimos remover o corpo estranho, mas não conseguimos saber o que era, por ele ter mastigado bastante.
- Devia ser alguma de minhas meias – Liam comentou, rindo de leve, sendo acompanhado por .
- Como explicamos, ele vai passar o resto do dia de hoje e amanhã, aqui. Entretanto, se quiser, pode vê-lo.
- Eu quero, por favor – após Liam dizer isso, ele se levantou da cadeira onde estava sentado e os dois vieram na sala onde eu estava.
- Ele está muito zonzo, mas acordado. – a morena falou, assim que eles pararam à minha frente – Pode fazer carinho, se quiser – Liam concordou com a cabeça e logo eu pude sentir mão grandes me acariciando.
- O que vai fazer agora? – ele perguntou, depois de algum tempo afagando minha cabeça, desviando o olhar de mim para a veterinária. – Ia te chamar para ir ao David Austin comigo, faz tempo que não vou lá e hoje me deu vontade.
- Aquele lugar ainda existe? – ela brincou – Eu topo, sim, quero ver se as rosas ainda estão de pé. – comentou rindo de leve, sendo acompanhada por Liam.
Após a morena guardar algumas coisas e pegar outras, os dois se dirigiram ao jardim. Durante o caminho, pouca conversa ocorreu, já que ambos estavam imersos demais em suas próprias recordações envolvendo o lugar, para se atentarem ao silêncio em que o interior do veículo se encontrava. Algum tempo depois, eles chegaram ao jardim, que se encontrava exatamente igual ao que ambos se lembravam. , que nunca mais viera ao local desde o ensino médio, o olhava encantada, enquanto caminhava à frente de Liam, por entre as roseiras, se questionando como o local permanecera quase o mesmo em todos esses anos.
- O BALANÇO! – a morena gritou, ao enxergar a estrutura metálica branca do balanço e correr até ele. Liam, tomado pelo susto do grito da veterinária, demorou alguns segundos para começar a correr também, mas logo os dois alcançaram o brinquedo, se sentaram e começaram a balançar. – Esse lugar me lembra tanta coisa... – disse, em meio ao ir e voltar do brinquedo, encarando as roseiras poucos metros à frente.
- A gente vinha aqui direto.
- Sim, você as vezes não queria se sentar no balanço e passar vergonha comigo, então ficava simplesmente me balançando – ela riu de leve, ao se lembrar, mas Liam ficou quieto. – Mas, me conta – ela voltou a falar, depois que seu riso cessou e um breve silêncio se instalou entre os dois - O que mais aconteceu na sua vida em todos esses anos, além da boyband mundialmente famosa?
- Bom, eu tive um filho, o nome dele é Bear.
- Uau!
- Sim. – ele disse, sem graça – Uma mudança e tanto.
- Nada que você não dê conta, sempre achei que você seria um pai babão – falou, rindo de leve ao final, se arrependendo logo depois, fazendo-a corar levemente e Liam desviar seu olhar das roseiras para encarar a lateral do rosto dela.
- Eu sempre pensei que a mãe seria você. – ele soprou e a morena não conseguiu mais não encará-lo.
Um silêncio meio constrangedor se instalou entre os dois, fazendo com que Liam desviasse o olhar dela para o jardim, novamente.
- Não vou negar que não pensei em você e em como poderia ter sido se tivéssemos tomado decisões diferentes. – falou, fazendo com que o moreno voltasse a encará-la. – Mas era nosso destino. Quer dizer, você sempre quis ser cantor, e agora olha só você, acabou de lançar seu álbum solo, tem uma legião de fãs que o adoram... eu não consigo vê-lo fazendo outra coisa.
- Nem sendo um pai babão – meu dono brincou, depois de algum tempo absorvendo o que a veterinária disse e o impacto que aquilo causara em seu interior, para tentar melhorar o ‘clima’ da conversa, fazendo com que a morena risse.
- Isso também, mas não vem ao caso – foi a vez de brincar, poucos segundos antes do telefone dela tocar.
A veterinária deu um pulo para fora do balanço, dando alguns passos de distância de Liam, já com a chamada aceita e o telefone encostado à orelha. Após alguns segundos em ligação, ela voltou até onde o cantor estava, encontrando-o já fora do balanço, de pé, aguardando-a.
- Era da clínica, tiveram uma complicação no quadro de um dos meus pacientes – a veterinária explicou, assim que parou próximo ao moreno. – Eu preciso voltar.
- É com o Watson? – meu dono perguntou, preocupado, recebendo uma negação com a cabeça da parte de . – Tudo bem, eu te levo.
Day 3
Ao acordar naquela manhã, eu estava muito melhor. Nada mais de tontura por causa da anestesia, nem de dor... eu estava como novo! me veio me ver logo que chegou, trazendo uma comida mole, mas com cheiro bom, que logo reconheci como sendo um daqueles sachês com pastinha de frango com legumes. Comi tudo na mesma hora! Afinal, eu estava com fome e a comida era boa, não podia bobear.
- Vejo que alguém acordou bem melhor hoje – ela disse, afagando atrás das minhas orelhas e no topo da minha cabeça e eu lati em concordância, colocando minha língua para fora. – Bom garoto! – ela sorriu para mim, aproximando o rosto do meu focinho e eu não pude evitar dar uma lambida no nariz dela, fazendo-a rir.
- Ora ora, três dias com ela e eu já sou trocado? – ouvi a voz de Liam vinda da porta e no mesmo instante virei meu rosto em sua direção, latindo para ele em seguida, enquanto erguia o rosto.
- Parece que alguém está doido para ir para casa – a minha linda veterinária brincou, assim que meu dono parou ao lado dela e começou a me fazer carinho também. Receber carinho dos dois ao mesmo tempo era tão bom.
- Deu tudo certo então?
- Deu tudo certo, Watson? Sem mais dor? – a morena perguntou, com o rosto novamente próximo ao meu focinho. Como resposta, eu lati alto, colocando novamente a língua para fora. – Acho que essa alegria é resposta o suficiente – ela falou, olhando para Liam e sorrindo.
- O que eu preciso fazer agora, além de levar meu garotão pra casa?
- Eu vou te passar uma receita, porque ele vai ter que tomar alguns remédios por alguns dias, mas o principal é só dar comidas moles para eles por uns quinze dias, pode ser aquelas papinhas que vendem em sachê. – a morena falava e o cantor apenas concordava com a cabeça. – E você, rapaz – ela se virou para mim novamente, me olhando brava – Se mantenha longe de chinelos e meias, ok? – assim que ela falou, eu me encolhi, choramingando baixo, por ter sido repreendido.
Assim que me tirou da sala de recuperação e eu pude finalmente ficar de pé, me sentindo bem, eu pulei primeiro em Liam, com a boca aberta, focinho molhado e língua pra fora, depois em , como que, do meu jeito, agradecendo aos dois por terem cuidado de mim.
Liam colocou a guia em mim, me mantendo seguro ao seu lado (na alegria que eu estava, não duvido que, se deixassem, eu sairia correndo pela clínica, assustando os outros animais e fazendo uma pequena bagunça) e nós ficamos na recepção esperando por , que fora buscar a receita. Assim que ela voltou, entregou a receita para Liam e assumiu a minha guia, para que Liam pudesse assinar alguns papéis referentes à minha alta.
Assim que o meu dono cantor terminou de assinar os papéis e pagar, ele pegou de volta minha guia e se despediu da recepcionista, agradecendo. foi conosco até o carro, rindo de mim toda vez que eu me animava e queria sair correndo, puxando Liam. Os dois se encaravam, sem dizer nada, não sei porque, mas estavam bastante próximos, então eu acabei tendo uma ideia. Como a guia era meio grande e Liam estava distraído, aproveitei para enrolá-la em volta dos dois, deixando-os ainda mais juntos. Eu sabia que Liam precisava de um empurrão e eu, como seu melhor amigo, o ajudei com isso.
- Eu não posso me despedir de você, de novo – ele falou, olhando nos olhos.
- Então não se despeça – foi tudo que ela falou, antes de beijá-lo. Claro que, eu fui a loucura, né? Meu dono sendo beijado pela melhor veterinária do mundo?! Quem não iria? O problema foi que, no meu pequeno surto de felicidade, eu acabei de puxei ainda mais a guia que Liam ainda segurava, então os dois acabaram indo ao chão.
Assim que entenderam o que aconteceu, os dois me olharam com uma expressão meio brava, mas eu fiz uma cara de inocente, então logo eles começaram a rir da situação, com Liam voltando a beijá-la pouco depois.
Ai, esses humanos... não sei porque insistem nessa mania de beijo se lamber é bem mais legal.
- Vejo que alguém acordou bem melhor hoje – ela disse, afagando atrás das minhas orelhas e no topo da minha cabeça e eu lati em concordância, colocando minha língua para fora. – Bom garoto! – ela sorriu para mim, aproximando o rosto do meu focinho e eu não pude evitar dar uma lambida no nariz dela, fazendo-a rir.
- Ora ora, três dias com ela e eu já sou trocado? – ouvi a voz de Liam vinda da porta e no mesmo instante virei meu rosto em sua direção, latindo para ele em seguida, enquanto erguia o rosto.
- Parece que alguém está doido para ir para casa – a minha linda veterinária brincou, assim que meu dono parou ao lado dela e começou a me fazer carinho também. Receber carinho dos dois ao mesmo tempo era tão bom.
- Deu tudo certo então?
- Deu tudo certo, Watson? Sem mais dor? – a morena perguntou, com o rosto novamente próximo ao meu focinho. Como resposta, eu lati alto, colocando novamente a língua para fora. – Acho que essa alegria é resposta o suficiente – ela falou, olhando para Liam e sorrindo.
- O que eu preciso fazer agora, além de levar meu garotão pra casa?
- Eu vou te passar uma receita, porque ele vai ter que tomar alguns remédios por alguns dias, mas o principal é só dar comidas moles para eles por uns quinze dias, pode ser aquelas papinhas que vendem em sachê. – a morena falava e o cantor apenas concordava com a cabeça. – E você, rapaz – ela se virou para mim novamente, me olhando brava – Se mantenha longe de chinelos e meias, ok? – assim que ela falou, eu me encolhi, choramingando baixo, por ter sido repreendido.
Assim que me tirou da sala de recuperação e eu pude finalmente ficar de pé, me sentindo bem, eu pulei primeiro em Liam, com a boca aberta, focinho molhado e língua pra fora, depois em , como que, do meu jeito, agradecendo aos dois por terem cuidado de mim.
Liam colocou a guia em mim, me mantendo seguro ao seu lado (na alegria que eu estava, não duvido que, se deixassem, eu sairia correndo pela clínica, assustando os outros animais e fazendo uma pequena bagunça) e nós ficamos na recepção esperando por , que fora buscar a receita. Assim que ela voltou, entregou a receita para Liam e assumiu a minha guia, para que Liam pudesse assinar alguns papéis referentes à minha alta.
Assim que o meu dono cantor terminou de assinar os papéis e pagar, ele pegou de volta minha guia e se despediu da recepcionista, agradecendo. foi conosco até o carro, rindo de mim toda vez que eu me animava e queria sair correndo, puxando Liam. Os dois se encaravam, sem dizer nada, não sei porque, mas estavam bastante próximos, então eu acabei tendo uma ideia. Como a guia era meio grande e Liam estava distraído, aproveitei para enrolá-la em volta dos dois, deixando-os ainda mais juntos. Eu sabia que Liam precisava de um empurrão e eu, como seu melhor amigo, o ajudei com isso.
- Eu não posso me despedir de você, de novo – ele falou, olhando nos olhos.
- Então não se despeça – foi tudo que ela falou, antes de beijá-lo. Claro que, eu fui a loucura, né? Meu dono sendo beijado pela melhor veterinária do mundo?! Quem não iria? O problema foi que, no meu pequeno surto de felicidade, eu acabei de puxei ainda mais a guia que Liam ainda segurava, então os dois acabaram indo ao chão.
Assim que entenderam o que aconteceu, os dois me olharam com uma expressão meio brava, mas eu fiz uma cara de inocente, então logo eles começaram a rir da situação, com Liam voltando a beijá-la pouco depois.
Ai, esses humanos... não sei porque insistem nessa mania de beijo se lamber é bem mais legal.
Fim.
Nota da autora: Ai meu Deus, ainda não acredito que consegui desenvolver essa shortfic!
Confesso que nunca me imaginei escrevendo algo sendo narrado pelo cachorro e que foi muito estranho hahaha
Espero que gostem e comentem, se quiserem.
Caso queiram dar uma chancezinha para alguma outra história minha, a listinha está logo ali embaixo e a seguir estão as minhas redes sociais, Whats e o link do meu grupinho do facebook.
Milhões de lambeijos!
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Confesso que nunca me imaginei escrevendo algo sendo narrado pelo cachorro e que foi muito estranho hahaha
Espero que gostem e comentem, se quiserem.
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