CAPÍTULOS: [1][2]





Today & Tomorrow


Última atualização: Finalizada em 19/11/2016

Capítulo 1: Just one today


É engraçado como as coisas podem acontecer de forma irônica!
Há anos eu esperava e desejava aquele momento: a hora em que eu veria de novo minha melhor amiga de tantos anos atrás e a primeira garota por quem me apaixonei, .
Nossa “separação” tinha acontecido ainda na adolescência. Em uma segunda-feira que deveria ter sido como qualquer outra, eu tinha chegado da escola e ela tinha simplesmente ido embora, sem se despedir. Eu tinha ficado triste, decepcionado e sem entender sua inesperada partida, até descobrir sobre a divulgação, na Internet, daquele vídeo em que ela aparecia ficando com os caras que, para mim, tinham sido os mais sortudos do mundo até então.
Eu a tinha visto subir para seu quarto com Kyle, no dia do aniversário do irmão dela e ficara louco de ciúmes! E no dia em que ela e Donald ficaram juntos foi ela mesma quem me contou, sem saber o quanto aquilo doída bem do lado esquerdo do meu peito! Ela deve ter ficado sem jeito de me contar, mas eu escutei, totalmente sem querer, quando ela disse a Phoebe que tinha transado pela primeira vez com Ralph, e pensei que daquela vez eu morreria de tristeza, mas nada poderia ter me preparado para o que ainda viria.
Eu sabia que o vazamento de um vídeo como aquele acabava com a reputação de qualquer menina, e que ela devia estar destruída, naquele momento, e isso, isso sim fez um buraco enorme em mim! E eu queria poder fazer alguma coisa, qualquer coisa para diminuir seu sofrimento, mas, em vez disso, lá estava eu, alguns dias depois, no Ministério Público, assumindo ter colocado câmeras no quarto dela, gravado cenas de sua intimidade e divulgado para quem quisesse ver. Eu tinha consciência de que ela ficaria sabendo e sofreria ainda mais, mas não pude evitar.
Então, anos depois, quando ninguém mais falava nada sobre essa história, quando eu estava no auge da minha carreira no futebol, jogando no , como eu sempre quis, e tinha levado o time à final, junto com meus companheiros, tudo desmoronou de repente sobre minha cabeça, igualzinho tinha desmoronado sobre a dela, um dia.
Em plena final, eu simplesmente apaguei no vestiário e, no dia seguinte, me vi sendo acusado de ter deixado o time na mão de propósito pela imprensa, em razão de ter recebido uma boa quantia do time adversário para sair de campo e diminuir a força do , que acabou derrotado. Ninguém apresentou nenhuma prova disso, mas a desconfiança foi suficiente para que eu perdesse algumas campanhas publicitárias e o prestígio que tinha com a torcida.
Pessoas que, apenas um dia antes, estavam me colocando em um exagerado pedestal, agora estavam questionando minha índole, aproveitando para questionar também o meu talento e trazendo à tona outras histórias, a fim de tentar acabar de vez com a minha imagem.
E foi então que ela reapareceu! Surgiu em minha casa, utilizando-se de suas credenciais de jornalista, para poder falar comigo e deixar claro que tudo aquilo tinha sido uma vingança, que eu estava colhendo o que tinha plantado, que ela ainda me odiava com todas as forças!
“Surpreso?” Ela perguntou, quando percebeu que eu ficara sem palavras ao vê-la, naquele final de tarde.
“Muito.” Eu disse, ao recuperar a voz. Ela não tinha ideia de quantos sentimentos eu estava experimentando, junto com a surpresa, de quantas coisas eu queria falar para ela, naquele momento.
“Não vou tomar seu tempo.” Falou, seca, rejeitando meu convite para que se sentasse. “Não tem entrevista nenhuma! Eu, na verdade, tenho uma única pergunta pra você, Sr. . Como você se sente agora quando é pra sua cara que estão apontando o dedo? Quando é você quem tá sendo julgado e condenado? Quando finalmente você tá sentindo o gostinho de perder a admiração das pessoas? Sentindo como é ficar encurralado, hum? Me diz, null! Me conta!”
“Foi você?” Perguntei, mas já sabia a resposta. Não havia razão para que eu me surpreendesse e eu nunca ficaria com raiva dela. Eu só me sentia cansado de todo o peso que carregara nas costas ao longo dos últimos anos. Os acontecimentos que tinham feito me ver como seu inimigo podiam ter sido esquecidos por quase todo mundo, mas não era ela a única que ainda pensava neles. Eu também ainda tinha pesadelos com o vídeo na Internet e todo o resto.
“Que espeeeerto!” Falou minha antiga paixão, de forma bastante irônica, encarando-me com olhar desafiador, mas eu não pude fazer nada senão baixar os olhos, enquanto ocupava um lugar no sofá em que ela se recusara a sentar.
“Eu deveria ter imaginado. Afinal, eu não sou do tipo que coleciona inimigos. Na real, não lembro de mais ninguém que tenha razões pra ter raiva de mim e querer me prejudicar.” Comentei, com as costas curvadas, os cotovelos sobre as coxas, a cabeça baixa, os olhos procurando um ponto fixo o mais distante possível do olhar dela.
“E é só isso que você vai dizer?” Questionou, irritada.
“Eu poderia dizer que sinto muito pelo que você passou, , mas... Você não acreditaria, certo?” Dei de ombros e ela levou alguns segundos para responder. Eu poderia me desculpar de joelhos. Eu faria isso se houvesse alguma chance de ela acreditar que eu realmente sentia muito, mas não havia.
“Certo! Certíssimo!” Confirmou ela, enfim. “Não há mesmo nada a dizer. Eu só queria que você soubesse! Que você tivesse plena consciência do que fez para merecer tudo isso. Tenha uma péssima noite, Sr. .” 
Ela cuspiu na minha cara tudo aquilo que provavelmente a fizera se sentir engasgada por anos, acreditando que era meu destino ser trucidado, que o você faz de mal sempre volta para você!
Eu não tinha tentado convencê-la do contrário. Não podia culpá-la pelo ódio que sentia! Tentei esconder as lágrimas que escorregaram dos meus olhos, antes mesmo que ela partisse, teimando em entregar a dor que eu estava calando, mas tenho certeza de que ela as viu e que deve ter jurado serem lágrimas de crocodilo.
Secando o rosto, peguei as chaves do meu carro e saí, escondido, da casa. Precisava dirigir um pouco, tomar um ar, espairecer.
Enquanto eu vivia cercado de gente, trabalhando muito, conquistando coisas, eu conseguia viver o presente e pensar um pouco menos no passado, mas a presença de tinha me colocado de novo no meio do dilema de anos antes. E, se eu não podia mudar o passado, eu queria poder, ao menos, hoje, agora, fazer com que ela olhasse para mim de novo como a minha velha amiga olhava.
Eu faria quase tudo para que ela não me visse como um monstro, para que ela me deixasse abraçá-la, mais uma vez, tocar seu rosto.
O que eu queria mesmo era outro hoje!
Um hoje em que eu pudesse fazer com que ela, que eu ainda amava tanto, soubesse que eu seria capaz de tudo, tudo mesmo, para aplacar a sua dor.

Capítulo 2: Just one tomorrow


Astro do , , espancado por torcedores do time

As principais manchetes de jornais, revistas e sites diziam todas mais ou menos a mesma coisa, naquela manhã.
ficou sabendo das consequências desastrosas de sua vingança do mesmo modo que qualquer leitor, pois havia tirado o dia de folga. O encontro com , no dia anterior, a tinha deixado muito abalada, e ela merecia um descanso, principalmente considerando-se o fato de que a garota não tirava folgas com frequência.

Jogador passou a noite no hospital, em observação, mas deixou o local esta manhã. Médicos informaram que seu estado não é grave, mas que o atleta precisará ficar afastado dos gramados por algum tempo, em razão de fraturas e luxações. A assessoria do craque pede que sua privacidade seja respeitada, neste momento delicado, e promete que uma coletiva será marcada, tão logo esteja se sentindo em condições de falar sobre o ocorrido.

Ao ver a notícia na Internet, a garota saiu do apartamento, sem pensar, fez sinal para o primeiro táxi que viu e deu o endereço da casa dele.
Fãs e membros da imprensa lotavam a rua, empenhados em conseguir mais informações, apesar da expressa solicitação que havia sido feita, e ficou no meio deles, mexendo em seu celular, como se também estivesse trabalhando. Ir até ali tinha sido uma atitude passional, reflexo de sua esperança de saber mais do que os sites e a TV tinham informado, mas a verdade era que não havia nada que ela pudesse fazer. Não somente não teria como entrar na casa, visto que eles não estavam recebendo jornalistas, como também não faria sentido ir até e dizer que sentia muito. Seria tão ridículo quanto se ele próprio tivesse pedido desculpas a ela, na tarde anterior!
Ele nunca acreditaria que ela lamentava sinceramente, quando todos sabiam que os torcedores tinham-no cercado na saída de um bar, na noite anterior, por causa dos boatos de que ele havia se vendido, e quando ele bem sabia que a responsável pelo boato tinha sido ela! Soava um pouco falso mesmo, apesar de nunca haver passado pela cabeça dela a possibilidade de alguém feri-lo, em razão de um jogo de futebol, de ela jamais ter desejado causar danos à integridade física dele.
decidiu ir embora, mas antes olhou em volta, observando seus colegas de profissão em ação. Na entrada da bela casa, viu a mulher morena que a recebera no dia anterior, dando instruções aos seguranças, que mantinham as pessoas a uma certa distância da porta. Uma outra mulher, com lindos cabelos cor de fogo, falava com repórteres mais insistentes, que tentavam passar pelo cordão de isolamento formado, sempre ostentando um sorriso no rosto, o que só podia admirar.
Foi, contudo, uma terceira mulher quem lhe chamou a atenção. não a vira por vários anos, mas nunca esqueceria o rosto dela, que, por sinal, não tinha mudado quase nada. sabia que, assim como ela, Phoebe tinha voltado a morar na cidade natal de ambas, e que poderiam eventualmente se encontrar. O que causava surpresa era o fato de sua melhor amiga do ensino médio estar entrando na casa de com a secretária morena, depois de cumprimentar, com um abraço rápido, a ruiva.
Pela segunda vez naquele dia, seguiu seus impulsos, caminhando em direção à casa. Precisava saber que tipo de relação sua velha amiga tinha com o cara que havia exposto sua intimidade, destruindo sua reputação e, indiretamente, acabando também com a amizade entre as duas. Sentia-se traída, mesmo que elas tivessem se afastado e nunca mais sido amigas como antes. Esperava ao menos sororidade!
“Oi! Tudo bem?” Disse para a mulher que permanecera do lado de fora do imóvel, lidando com fãs e jornalistas. “Eu to com a Phoebe. Phoebe Delaware. Eu tinha esquecido o celular no carro.” Afirmou, mostrando o aparelho.
“Ah... ok! Ela já entrou com a Greeta.” A ruiva respondeu, abrindo passagem, e apressou o passo, chegando à sala de estar ainda a tempo de ver Phoebe subir as escadas.
Seguindo-a de perto, mas não o suficiente para ser vista, alcançou o corredor do segundo andar antes que a antiga colega de escola entrasse em um dos vários quartos e ficou encostada na parede, perto da porta do cômodo, torcendo para que ninguém fosse até ali e a pegasse em flagrante.
“Meu Deus, !” Ouviu a outra dizer. “Você tá péssimo!”
“Muito obrigado por vir até aqui me animar.” Escutou o rapaz responder, com ar irônico.
“Palhaço! Eu realmente fiquei preocupada com você.” Continuou a garota. O tom dela era sério, verdadeiramente apreensivo.
“Eu vou ficar bem. Não foi nada demais.” Ele assegurou. “Trouxe alguma coisa gostosa aí pra mim?” não podia ver, mas ele recebeu um saquinho com cookies de banana das mãos dela, que sorriu, sabendo do vício dele em sua especialidade culinária, mas não aceitou mudar de assunto.
“Eu não me preocupo com os ossos quebrados e os hematomas. Eu sei que isso é muito pouco pra te derrubar. Me preocupo com seu estado emocional.” Afirmou ela. “Disseram, em alguns jornais, que os caras conseguiram te pegar com facilidade porque você tava bêbado, e eu normalmente duvidaria disso, já que não lembro de te ver bêbado em todos esses anos de amizade, mas considerando o quanto você tava transtornado, quando me ligou, ontem...”
Anos de amizade. Amizade! Se tinha alguma dúvida sobre a proximidade entre aqueles que um dia tinham sido amigos também dela, a incerteza acabava ali! Não precisava escutar mais nada e já estava se movendo para deixar o lugar, decepcionada por Phoebe ser capaz de manter laços afetivos com uma pessoa como , quando a introdução de seu nome na conversa a paralisou.
“...procurar a . Contar a verdade pra ela, !” Phoebe parecia implorar.
“E você acha que eu não gostaria? Que eu não queria que ela soubesse que eu não sou a pessoa horrível que ela acha que eu sou?” Questionou, transparecendo enorme frustração. “Mas eu não vou. Eu não posso! Não quando...”
“Ela ficaria sabendo que o irmão dela é que é um grande filho da puta. Você já me falou isso umas mil vezes, mas ainda não conseguiu me convencer!” Interrompeu a voz feminina.
sentiu um forte aperto no peito, atingida por uma revelação que ainda não estava completa, mas já era suficientemente angustiante. Seu irmão estava envolvido, de alguma forma, nos eventos que tinham mudado os rumos de sua vida!
“Tudo que eu fiz foi justamente pra ela não descobrir isso. Você sabe que, quando meu irmão veio me pedir pra assumir tudo, no lugar dele, porque ele já era maior e eu, ainda não, eu tava mais do que disposto a dizer não e deixar que ele se fodesse como merecia! Ele só me convenceu quando disse que quem tinha colocado a câmera tinha sido o Noah, e que ele só tinha feito a parte de baixar o vídeo no youtube. Ela não merecia saber que o irmão tinha feito aquilo! Ela ainda não merece!”
sentiu uma fraqueza no corpo todo, que foi escorregando pela parede, até que ela estivesse sentada no chão do corredor. Seu próprio irmão tinha colocado câmeras em seu quarto e dado o vídeo para o mais velho dos garotos colocar na Internet! Se alguém tivesse lhe contado algo tão grave, ela provavelmente acharia que a pessoa estava tentando prejudicá-lo, provocar um conflito familiar, ou – se fosse contando – simplesmente se livrar da culpa. Naquela situação, contudo, em que o antigo vizinho não sabia que ela estava ouvindo, quais eram as chances de ele ter inventado aquela versão? Teria feito isso apenas para conseguir o apoio de Phoebe e nada mais?
“A Greeta pediu que eu não ficasse muito, porque você tá se recuperando ainda.” Ao sair de uma espécie de transe, no qual não sabia por quanto tempo tinha ficado, escutou Phoebe falar. “Se precisar de mim, me liga que eu volto. Não tenho nada programado pra hoje, ok?”
“Ok. Posso ligar pra pedir mais desses cookies?” Perguntou e nitidamente estava mastigando a guloseima. Phoebe riu e percebeu que ela estava bem mais próxima da porta que antes.
“Você vai ficar sem se exercitar um tempo, então não pode se encher de carboidrato, não.”
não escutou a resposta de , pois, recuperando as forças, levantou-se e tratou de sair rápido, não só do corredor como da casa. Não sabia bem para onde iria ou o que faria. Não tinha certeza sobre mais nada! Só de que precisava sumir do lugar em que sequer deveria estar, invadindo o domicílio alheio, escutando a conversa dos outros, descobrindo que havia uma versão tão diferente para a história da vida dela e não sabendo se deveria acreditar nesta outra versão, ainda mais cruel.
Para seu azar, ela não chegou longe o suficiente para evitar o confronto com a realidade.
“O que houve com a sua amiga? Ela não parecia nada bem!” A garota que tinha deixado entrar, por pensar que ela acompanhava Phoebe, indagou, quando esta última se despedia dela, na porta da mansão.
“Amiga?” Ela franziu a testa, confusa.
“É... a sua amiga. Aconteceu algo com ela?” Reforçou a pergunta, olhando na direção de , que caminhava pela calçada, a passos largos, mas ainda estava perto o bastante para ser reconhecida pela menina com quem era grudada na adolescência. Não recebeu resposta, pois Phoebe correu na direção de , não querendo arriscar não alcançá-la.
!” Falou, ofegante, quando estava bem atrás dela, e a outra parou, sabendo que não teria mais chance de fugir, mas não se virou. Phoebe se enfiou na frente dela, encarando-a.
“Não pode ser verdade! Não pode!” falou, sentindo lágrimas escorrerem por seu rosto. “Como você pode acreditar que o meu irmão fez aquilo? Você não vê que o tá mentindo? Que ele quer você do lado dele? E como você pode não ter contado pra mim que ele inventou essa história? Como você pode?”
Phoebe suspirou. Tentou fazer um carinho no braço de , mas ela se esquivou. Podia imaginar o quanto doía uma revelação como aquela e entendia a negação! Não deixaria, contudo, que continuasse achando que era alguém que ele não era. Não mais!
“Será que a gente pode conversar em algum lugar? Por favor!” Pediu e recebeu um aceno de cabeça apenas, mas já era alguma coisa.
Parou um táxi e deu o endereço de um bistrô ao motorista. Nunca imaginara na vida que um dia ela e poderiam se reencontrar e se sentir desconfortáveis na presença uma da outra, como estava acontecendo, mas ela tinha esperança de que isto fosse mudar, em breve.
“Eu também achei que tinha sido o , .” Phoebe finalmente tocou no assunto que as tinha levado ao bistrô, depois de as duas fazerem seus pedidos, mais para se livrar da garçonete do que por estarem de fato com vontade de comer alguma coisa. “Eu fiquei morrendo de raiva e não queria mais olhar na cara dele sequer! Pior do que a raiva, só a tristeza que eu sentia porque a minha família não queria que eu falasse mais com você, e a sua também não queria que você tivesse contato com ninguém, então não facilitou em nada, e não quis me dar nem mesmo um telefone ou email.”
“E então ele se aproveitou da sua tristeza e te convenceu...”
“Não! Ele não me convenceu de nada.” Assegurou. “Foi só alguns anos depois que eu soube de tudo. Eu tinha acabado a faculdade e voltado pra casa dos meus pais, pra poupar dinheiro, porque queria abrir um negócio. E o meu irmão continuava morando lá, já que ele começou a trabalhar com o meu pai, logo depois da escola, e não foi pra faculdade. Ele continuava super amigo do Flynn e eu acabei escutando uma conversa deles, em que o Flynn falava que tinha filmado uma garota menor de idade, com quem ele ficou, e que tava a fim de jogar na Internet, e o meu irmão dizia que ele não devia fazer isso porque, dessa vez, ele não ia ter o irmão mais novo pra assumir a culpa.”
Ela fez uma pausa, enquanto a garçonete colocava sobre a mesa a salada de massa integral com frango que ela pedira e a Caesar salad de . Colocou alguns pedaços do fusilli na boca e observou apenas mexer em seu prato, empurrando croutons de um lado para o outro.
“Então, eu procurei o .” Resolveu continuar contando. “Foi um pouco difícil, porque ele já tava ficando famoso e acharam que eu era uma fã, mas eu consegui convencer a governanta da mansão a falar com ele, e dizer que era Phoebe Delaware quem queria ser recebida. Eu gritei com ele, disse que não entendia como ele podia ter protegido o Flynn! E foi então que ele me falou que, na verdade, quis poupar você, já que o irmão dele nunca deixaria de falar da participação do seu irmão na história, se soubessem da dele.”
“E você simplesmente concordou em não me contar.” A voz de soou dramaticamente calma. A salada à sua frente continuava intocada, apesar de a garota parecer muito entretida revirando seus ingredientes.
“Foi nessa época que eu consegui finalmente pegar seu endereço de email com a sua mãe e te mandei umas três ou quatro mensagens que você nunca respondeu.” Finalmente sua acompanhante levantou os olhos da comida e a encarou, com uma expressão que parecia um pedido de desculpas. “Eu entendi o fato de você não querer voltar a falar comigo. Eu não tinha lutado pela nossa amizade... tinha sido uma fraca! Mas isso me deixou sem opção. Eu não podia simplesmente contar algo tão grave por email!”
empurrou o prato para o lado, desistindo de fingir que pretendia comer em algum momento. Colocou os cotovelos na mesa e enterrou o rosto nas mãos. Respirando fundo, deixou que a verdade penetrasse nela, causando tanta dor quanto a própria morte do irmão teria causado. De certa forma, era a morte do irmão que ela pensava conhecer.
“O que eu vou fazer, Phoebe? Como eu vou conviver com o Noah, sabendo que ele teve coragem...?” O choro engasgado na garganta não permitiu que ela continuasse. A outra garota apenas apertou sua mão, tentando reconfortá-la. Não sabia realmente o que dizer!
Como não havia clima para que as duas permanecessem no bistrô, comendo e colocando o assunto em dia, logo elas pediram a conta. Phoebe deixou em frente ao prédio em que ela morava e seguiu no táxi, mas não antes de dar à velha amiga seus números de telefone e afirmar que ela podia ligar, a qualquer hora do dia ou da noite.
A ligação veio dois dias depois, e as duas marcaram um encontro em um pequeno bar. Dessa vez, elas puderam conversar bem mais e ficou sabendo que Phoebe se formara em nutrição, depois se especializara em gastronomia funcional e, atualmente, trabalhava com fabricação de lanches fitness. Tinha se casado, alguns anos antes, com um colega de profissão, mas estava divorciada desde o ano anterior.
“Eu não me casei. Nem sei se quero.” Comentou, por sua vez. “Sempre foi difícil confiar em alguém, depois... Você sabe.”
“Mas, no final das contas, o cara por quem você era apaixonada só quis te proteger.” A amiga argumentou. “Ele te amava tanto que não se importou em ser apontado, condenado... Ele hoje é um super astro, com um vidão de fazer inveja, mas ele passou poucas e boas, na época, sabe?”
“E eu ainda o fiz passar por mais algumas agora, né?” Suspirou. “Como ele tá? Ele já sabe que eu descobri?”
“Uhum.” A outra confirmou. “E ele ficou bem preocupado! Quis saber como você tinha reagido, e até se você já tinha falado com o Noah, mas eu disse que não fazia ideia.”
“Eu falei.” Respondeu, empurrando um nó que se formou em sua garganta com cerveja. “E ele implorou pelo meu perdão, mas... eu não sei se consigo.”
“Entendo.”
“Você acha que ele aceitaria falar comigo? O ...” Questionou, esperançosa.
“Você tá brincando?” A outra riu. “Se ele não estivesse com as duas pernas engessadas e nem achasse que você talvez precise de um tempo, ele mesmo teria corrido até você! É incrível como ele ainda é louco por você!”
Peraí, Phoebe. Do que você tá falando? O era meu amigo só!”
“Um amigo apaixonado por você!” Ela deu de ombros, como se estivesse falando de algo óbvio, e arregalou os olhos.
“Mais uma coisa que você não me contou?”
“Eu não tinha como te contar, porque ele nunca confessou. Eu só... Era tão óbvio! E ainda é.”
virou o resto da cerveja, em um só gole, e pediu outra. Cada dia aquela reviravolta em tudo que ela pensava que sabia sobre seu passado ficava maior! Aquela informação, é claro, era boa, e nem se comparava com descobrir que o irmão tinha caráter duvidoso, mas, ainda assim, era muita coisa para digerir!
A jornalista, então, tentou deixar esta nova revelação de lado e focar no fato de que devia desculpas ao jogador de futebol. Pediu a Phoebe que telefonasse para ele e perguntasse se podia visitá-lo, no dia seguinte, e bem na hora marcada – às cinco da tarde, a pedido dele – foi recebida em uma sala íntima, onde o chá estava servido para dois, com biscoitos, torradas e bolos de mais de um tipo.
“Você não precisava sair do quarto.” Ela comentou, sem jeito, quando ele foi trazido por Greeta, sentado em uma cadeira de rodas.
“Eu preciso aproveitar cada desculpa que tiver ao meu alcance pra sair daquele quarto, acredite.” Ele respondeu, bem humorado. “Senta.” Pediu, apontando para uma das cadeiras à mesa, enquanto a secretária colocava a cadeira de rodas no lugar de uma outra.
, eu nem sei por onde começar.” A garota falou, quando ficaram a sós.
“Os biscoitos em formato de estrela são da loja da Phoebe. Eu te aconselho a provar logo, porque eles não costumam durar muito na minha frente.” Brincou e ela riu.
“Você sabe que eu não to falando do lanche. Eu não sei nem como começar a te pedir desculpas...”
“E você não precisa, ! Não foi sua culpa.” Assegurou. “Por anos, você acreditou que eu tinha filmado você, exposto você...”
“E por isso eu tinha o direito de quase acabar com a sua carreira?” Indagou, dramática.
“Não exagera, vai? Eu ainda sou jogador do ...”
“E odiado por alguns fãs, a ponto de te quebrarem vários ossos!” Ela não se convenceu. “Eu preciso consertar isso. Preciso contar a verdade.”
“Mas nem pensar! De jeito nenhum! Se você falar pra alguém da imprensa que plantou uma nota, você não vai ser só mandada embora, você vai se queimar completamente! A sua carreira, sim, vai ficar totalmente arruinada, !”
Ela o encarou, por alguns segundos, pensativa. Não podia negar que ele estava certo e, por mais que ela tivesse cometido um erro, não sabia o que faria da vida, se tivesse que deixar de exercer a profissão de jornalista.
“Em menos de uma semana, eles esquecem de mim.” Ele continuou, vendo que ela estava ponderando suas opções. “O que mais tem é escândalo envolvendo jogador de futebol! No começo da semana que vem, aparece um indiciado por estar devendo uma fortuna em impostos, no final dela, outro é pego no exame antidoping, e vida que segue.”
“Mas não é justo. Eu preciso fazer alguma coisa.” estava envergonhada de deixar que pensassem mal dele, para salvar a própria pele.
“Tem uma coisa que você pode fazer.” afirmou e, enquanto tomavam o chá, ele explicou o plano para melhorar a imagem dele, sem acabar com a carreira dela.
Alguns dias depois, os jornais de todo o mundo estavam falando sobre o exame antidoping feito no dia da final de que não participara, que apontavam para o fato de ele ter ingerido uma quantidade grande de tranquilizante.
As amostras de sangue de todos os atletas eram recolhidas e enviadas para laboratório em todos os jogos, mas apenas alguns resultados dos testes eram enviados para o clube, em um sistema de revezamento. Foi a jornalista quem insistiu para que o clube pedisse os resultados de , dizendo que soubera, de fonte segura, que ele fora drogado.
É óbvio que houve quem argumentasse que o exame não provava nada, uma vez que ele podia ter tomado remédios para dormir, de propósito, mas a dúvida plantada foi suficiente para que patrocinadores voltassem a ter interesse em e alguns fãs fizessem plantão na porta de sua casa, levantando cartazes com pedidos de desculpa.
Além disso, ele estava certo ao dizer que logo seria esquecido, graças a algum outro escândalo. Um de seus companheiros de permaneceu por cinco semanas na mídia, suspeito de envolvimento em tráfico de entorpecentes, e o nome de não apareceu mais em lugar nenhum, a não ser na escalação do time.
“Esse me surpreendeu, de verdade. Eu nunca poderia imaginar que ele fosse bandido!” Phoebe comentou, pegando a garrafa de vinho tinto e enchendo a taça de .
“Nem eu.” concordou, empurrando sua taça vazia na direção da amiga, para que ela a completasse também. “E eu acho que o contrato dele já era, mesmo que ele não tenha sido julgado ainda e os advogados digam que ele não pode ser considerado culpado, enquanto isso não acontecer.”
“Ele pode não ser culpado ainda, aos olhos da justiça, mas a verdade é que é só questão de tempo. Ele tinha muita droga na casa de praia!” Phoebe argumentou, tomando um gole do merlot italiano que levara para o jantar na casa dela.
“E, segundo um amigo meu que tá trabalhando nessa pauta, ele ainda tentou dizer que a droga era do sogro, acabou brigando com a mulher, e ela não só tá pedindo o divórcio, como resolveu entregar a conexão dele com uma provável quadrilha.” comentou. Não havia problema em dividir esta informação, pois já estaria no jornal na manhã seguinte.
Além do mais, ela vinha se reconectando com os amigos de longa data, em encontros que aconteciam pelo menos uma vez por semana, e eles demonstravam ser as mesmas pessoas em quem confiava, sem pestanejar, no passado. Por que não depositar confiança neles agora, se o único motivo que julgara ter para desconfiar tinha sido uma mentira?
“Eu ouvi um boato sobre o divórcio. E também soube que ele corre risco real de ser dispensado, sem que o clube precise pagar multa rescisória nem nada. Tem uma cláusula nos nossos contratos que determina que, se a gente responder processo criminal, o clube tem razão idônea pra nos encostar.” falou, e era a mais pura verdade.
No final da semana seguinte, quando e Phoebe foram prestigiar um dos jogos do , o jogador em questão já não podia ser visto nem mesmo no banco dos reservas.
“Você nasceu para fazer isso, campeão!” Phoebe comentou, trocando um high five com , quando ele se juntou a elas, em um pub próximo ao estádio, depois de tomar banho e trocar de roupa. Ele marcara dois dos cinco gols do time, em uma vitória esmagadora, na qual o goleiro deles também brilhara, não deixando nenhuma bola passar.
“Não posso discordar. Eu não me vejo mesmo fazendo mais nada.” Ele respondeu, antes de dar um beijo no rosto de e sentar à mesa. “Talvez, quando não der mais pra jogar, eu possa ser treinador, mas já prevejo que vou sofrer pra ficar na lateral, ao invés de entrar no campo.”
“A gente tava tentando escolher alguma coisa pra comer, antes de você chegar.” informou, empurrando o cardápio que estava sobre a mesa na direção dele. “Ela vetou batatas fritas e embutidos, como sempre.”
“Eu não sou o único de nós que ama a profissão, afinal.” Ele riu, enquanto revirava os olhos. A obsessão da amiga por cada ingrediente que colocava na boca era a razão para eles quase sempre se reunirem na casa da chef funcional. O fato de atrair a atenção das pessoas e de paparazzi, onde quer que fosse, também era um bom motivo para não se encontrarem em bares e restaurantes, mas, já que dessa vez eles tinham acabado em um pub e estavam bebendo chopp em canecas enormes, ela queria se jogar no carboidrato e na gordura trans, para variar.
“Dois a um para as fritas hoje, P.” sentenciou. “Amanhã você prepara o que quiser, na minha nova cozinha gourmet.” Ele piscou para , que quase perdeu o fôlego, mas conseguiu dar um sorrisinho de volta. Foi a vez de Phoebe fazer careta, mas, no íntimo, ela estava mais feliz de ver os amigos ficando cada vez mais relaxados perto um do outro, do que chateada por eles estarem se alimentando mal. Além do mais, poder estrear a cozinha nova da mansão, antes mesmo do chef que trabalhava para o famoso atleta, era uma ótima recompensa, e a história ficou melhor ainda quando ela conseguiu convencer a aprender alguns pratos funcionais.
“Eu vou ter que comprar isso lá pra casa, então?” perguntou, enquanto manejava um cortador que fazia abobrinhas, cenouras e outros legumes adquirirem uma forma parecida com a de espaguete.
“Eu tenho mais de um. Levo pra você, semana que vem.” A nutricionista respondeu.
“Parece que, no fim das contas, com um pouco de tecnologia, eu não sou tão ruim assim na cozinha!” Observou a outra, continuando a preparar o prato. Do canto do olho, percebeu que a observava, como se estivesse encantado, mesmo que ela estivesse fazendo algo absolutamente simples.
Pensou que talvez tivesse chegado o momento em que ela poderia, enfim, pensar sobre o que P lhe dissera a respeito do amor de por ela, que talvez tivesse enfim que sair daquela zona de conforto que era a amizade deles.
E percebeu que provavelmente não tinha sido a única a decidir que era hora de os dois encararem seus sentimentos, quando Phoebe lhe enviou uma mensagem de whatsapp, dizendo que não poderia ir à casa dela e preparar o jantar combinado, duas semanas depois, quando voltou de uma viagem de dez dias. Ele já estava no apartamento e, desse modo, os dois ficaram a sós, pela primeira vez depois do chá de desculpas.
“Eu ainda to aprendendo, como você sabe. E ela me pediu pra comprar atum fresco! Isso eu não vou saber fazer, de jeito nenhum.” Riu. “Mas eu posso improvisar alguma coisa ou a gente pode optar por delivery.”
“Na real, depois desses dias todos nos Estados Unidos, eu to sentindo falta de uma coisa mais caseira, se não for te dar muito trabalho. Como eu posso ajudar?” Ele disse, arregaçando as mangas longas da camiseta.
“Imagina! Um jogador famoso, com um salário milionário, na cozinha, como meu ajudante?” Riu.
“Você me conheceu muito antes disso tudo, . Eu sou só o seu de sempre.”
“Meu ?” Falou, surpresa e esperançosa, mas logo levou um pequeno balde de água fria.
“É. O s-seu velho amigo ... de sempre.”
“Amigo, né?” Suspirou. “Sabe, ... Eu posso apostar que a Phoebe não veio hoje de propósito, pra deixar nós dois sozinhos. Ela me disse que tem certeza que você me ama, e não só como amigo.”
‘Ela disse isso?” Perguntou, desconcertado.
“Uhum.” Confirmou, se aproximando dele. “Ela tá errada? Você me enxerga e sempre me enxergou só como amiga?”
Ele a encarou, por alguns segundos, sem muita certeza do que responder. Por fim, engoliu seco e decidiu não subestimar a inteligência dela.
“Não, ela não tá errada. Ela tá certa. Mas é que ela não devia ter te falado isso. Pelo menos não agora, quando a gente tá se reaproximando e eu não quero arriscar isso. Eu já passei tempo demais sem você na minha vida e...”
“Eu também não quero deixar de ter você na minha vida, , mas a vida é feita de riscos! Eu não posso ter medo de perder a sua amizade, medo de ficar com um cara que tem quase cem milhões de seguidores no Instagram, medo de virar um furo de reportagem, ao invés de conseguir um. Eu não tiro você da minha cabeça e... isso é mais importante que tudo.”
Sem esperar resposta, ela segurou o rosto dele com as duas mãos e beijou seus lábios, pela primeira vez. Também sem mais hesitar, ele a abraçou pela cintura, trazendo o corpo dela para junto do seu e aprofundando o beijo.
Ficaram assim, por um bom tempo, sem se comunicar a não ser pela linguagem corporal, que falava da paixão que haviam tentado não alimentar, mas crescera dentro deles, se espalhando como um vírus do bem.
“Eu te amo desde criança, .” Ele disse, acariciando o rosto dela. “Você sempre foi tão linda, cheia de energia, alegre, engraçada. As nossas conversas eram as melhores! Menos quando você contava de algum cara...”
“Só pra tentar te deixar com ciúmes!”
“E eu morria! Principalmente porque eu não fazia ideia de que eu tinha chance. Eu achava aqueles caras uns sortudos da porra. Eu me roía de inveja deles!”
“E eles já devem ter se mordido de inveja de você por todas as modelos gatas que você namorou. Uma vingança e tanto!” Brincou.
“Eu sei que eles não sabem disso, mas eles não tinham razão pra ter inveja. Eu namorei garotas lindas, sim, e algumas são pessoas muito legais, com quem eu mantenho contato. Só que eu nunca me envolvi completamente. Eu sempre tive você no meu pensamento, mesmo não dividindo isso com ninguém, porque eu sabia que qualquer um diria que eu só tinha uma obsessão por você, daquelas que a gente tem pelas coisas que carregam vários e se junto com elas.”
E se eu tivesse tido coragem de me declarar?
E se os nossos irmãos não fossem dois irresponsáveis?
“Eu tenho muita mágoa deles, . Não sei se vou conseguir conviver com o Noah normalmente, daqui pra frente.” Deu um suspiro carregado de pesar. “Mas, em relação a nós dois, isso já ficou pra trás. Eu não quero mais pensar no tempo perdido.”
Dessa vez foi ele quem a beijou, lentamente, como para confirmar que eles ainda tinham todo o tempo do mundo à disposição.
“Eu te amo, . Te amo desde que te conheci e você se ofereceu para carregar a única caixa que o meu pai tinha me dado pra levar do carro pra dentro da casa, no dia da nossa mudança.” Ela segurou a mão dele na sua. “Você é gentil, doce, amigo, e não é nada mau que seja lindo também e tenha ficado ainda mais, depois de virar atleta profissional.” Sorriu, com malícia.
Entrelaçando os dedos nos dele, ela o puxou na direção do quarto, onde debutaram na atividade de se amar, a noite toda.
É claro que eles eventualmente deixaram a cama para comer alguma coisa e passaram tempo conversando também, mas nenhum dos dois trouxe mais à tona qualquer suposto motivo para não ficarem juntos. Já não importava se, no passado, ele havia sentido medo, ou se ela o tinha odiado por anos, vítima de um falseamento da realidade.
Tudo de que eles precisavam era do futuro à sua frente, de um amanhã compartilhado. E ele estava surgindo no horizonte, quando os dois pegaram no sono, bem no lugar a que pertenciam, nos braços um do outro.
Fim



Nota da autora: Mais uma história concluída. Se você chegou até o fim, me conte, por favor, o que achou. São só uns minutinhos pra você, mas significará muita coisa pra mim! Beijos mil <3

Fics da autora:

A Chave Para O Coração
Dos Tons Pastel Ao Vermelho
Herança De Grego
Quando nossos corpos falam
Entre outras...
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