Última atualização: 23/09/2021

1. A Busca



Em meio as montanhas perdidas entre os Montes Cárpatos, na antiga Transilvânia, atual Romênia, num castelo imponente construído na Idade média, um moreno de cabelos negros longos, com estatura média, olhos penetrantes, um sorriso enigmático, dono de uma pele alva tão branca como a neve, vestindo um lindo terno de seda e cetim inteiramente preto, corte feito sob medida ressaltando suas curvas e modelando suas pernas, um lindo sapato social de couro igualmente preto, está sentado na sala do trono que um dia já foi de um reinado em tempos antigos e hoje serve como museu histórico da cultura local.
O moreno estava entediado, era muito chato administrar um museu, não precisava nada disso, tinha acumulado inúmeras riquezas durante muito tempo, só o fazia mesmo para se conectar com o tempo atual. Seu amigo, agora loiro e descobriu novas tonalizações que combinavam com seus antigos fios escuros, adentra a sala do trono e puxa uma conversa sobre existir novas faculdades e novos cursos relativos a história daquela região:
— Me conte mais sobre esses cursos, estou querendo fazer algo diferente — relata o moreno interessado na prosa do amigo.
— Fiquei sabendo entre os convidados que visitaram o museu, sobre uma faculdade que ensina história medieval para alunos defenderem sua tese de mestrado, não seria mesmo muito legal? — O loiro fala entusiasmado com as informações.
— Como isso pode ser útil para diminuir o meu tédio? — O moreno não está entendendo a visão do amigo com essa faculdade.
— Pensa um pouco! Estamos num castelo da Idade Média, que é fonte dos estudos deles. — O loiro fala já impaciente que o amigo não possa ainda ter entendido.
— Tá! E daí? Onde você quer chegar com isso? Afinal, onde fica essa faculdade?— O moreno estava se chateando mais ainda, sem paciência para descobrir charadas.
— Nossa! Hoje você tá lento, ainda não comeu? A faculdade fica em Tóquio, e daí surgiu essa oportunidade de expandir, abrir nossas portas para o mundo exterior. — O loiro passa as mãos pelos cabelos em sinal de indignação, chegando mais perto de onde o moreno está sentado.
— Tô achando que você bebeu algo estragado ontem. Me explica essa relação entre o meu castelo e essa faculdade de Tóquio? Como assim abrir as portas para o mundo exterior? — o moreno começa ficar irritado com essa prosa totalmente sem sentido ainda para ele.
— Cara, assim fica difícil! Vamos oferecer bolsas de estudos para os estudantes virem pesquisar e estudar como parte de sua tese acadêmica. Entendeu agora? — O loiro explica suas intenções com os estudantes da faculdade.
— Deixa eu ver se entendi, daremos uma viagem com tudo pago e hospedagem para estudantes do exterior, apenas porque tenho bom coração. Qual sua intenção em trazer gente de fora para cá? — O moreno fica pensativo coloca o cotovelo sobre o joelho e segura o queixo olhando fixo para o loiro que abaixado a sua frente.
— Imagina a diversão que será eles andando pelo castelo, bisbilhotando e fazendo perguntas sobre o mito da região. Poderemos ajudar contando nossas histórias, até levando eles ao festival. — O loiro enfim diz a intenção do seu plano, trazer pessoas de fora que não vão ficar com medo de fuçar e tentar desvendar os segredos do local sobre o mito dos vampiros.
— Você é um gênio! Pessoas novas, podemos conversar, ensinar, seduzir e nos alimentar de suas ideias, no sentido figurado é claro! Perfeito! — Agora o moreno entendeu onde o amigo loiro queria chegar, trazer gente de fora para eles seduzirem, acabando com tédio e planejamento uma aventura para lá de sexual com os visitantes estrangeiros.
— Obrigado, Mestre Aoi, vou me preparar para viajar, então. — O loiro suspira e sorri, pois agora pode ir de avião, que é um meio transporte muito rápido bem melhor que viajar de navio que levava meses para chegar e ele ficava com muita fome durante a viagem, e alguns passageiros sempre morriam estranhamente toda vez que estava a bordo.
— Vá logo Reita, faça isso! Encontre 3 belos rapazes, de preferência se já forem amigos, no mesmo curso. Deixa eu procurar aqui no celular um nome em japonês para você se apresentar na faculdade. Que tal Suzuki Akira? — O moreno escolhe assim o novo nome que eles irão usar agora.
— Parece bem rebelde, meio bad boy, combina comigo. Mestre Aoi, também devia escolher um novo nome? Algo mais sombrio e misterioso como Shiroyama Yuu, vi uma vez numa revista, era de um executivo excêntrico de sucesso no Japão. — O loiro Reita também dá um nome japonês para o moreno Aoi.
— Gostei, agora sou Shiroyama Yuu, apresente meus cumprimentos aos estudantes, sei que terá bom gosto na escolha. Não demore nem mais um minuto, o festival será em 2 semanas. — O moreno Aoi, agora sob nome de Yuu, sorri para Reita que sai apressado para cumprir os desejos de seu Mestre.
O moreno Yuu se levanta de seu trono,seguindo na direção da cozinha do castelo, a parte aberta ao público é separada dos cômodos que residem. Chegando a cozinha, há alguns funcionários lá e Yuu avisa que vai esperar o jantar servido com um bom vinho e uma sobremesa, que eles não se demorem muito pois está com muita fome.
Uma bela jovem copeira com uma bandeja na mão se direciona até a sala de jantar, Yuu está sentado na ponta da mesa de madeira enorme com muitas cadeiras. A jovem coloca a bandeja sob a mesa, com uma garrafa de vinho tinto, uma taça de cristal e um prato com um bife bem mal passado no ponto de cru. A mesma serve o moreno, colocando o vinho na taça e entregando a ele que segura a taça, cheira seu bouquet e prova o vinho tinto, em seguida repousa a taça na mesa.
Puxa o braço da moça ao lado, fazendo-a ficar bem perto dele, que sente a pulsação acelerada no seu pulso vendo as veias azuis saltarem, com a unha do dedão pressionando aquela veia fazendo um leve furo até o sangue começar a sair.
Yuu então leva o pulso da jovem a boca revelando suas presas e se delicia daquele néctar vital o sugando freneticamente, satisfazendo sua fome e sede de sangue, afinal era um Vampiro que tinha muitas posses e riquezas, aprendera no tempo atual que não havia mais necessidade de matar a vítima e esconder como antigamente.
Agora ele conhece pessoas que se oferecem para sentir a sua mordida e ficavam curtindo como se fosse uma droga, não entendia isso nessa nova geração mas era ótimo, pois sempre tinha sangue à sua disposição. Não precisa mais caçar e nem fugir de caçadores, de certo modo era uma vida muita boa, mais estava sempre entediado com a facilidade que o dinheiro lhe fornecia, a idéia de Reita era muito boa poderia brincar e caçar de novo, seduzir e fazê-lo seu servo, parecia ser bem divertido quando pensava esperava pela volta do amigo.

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POV Reita.

Com apenas poucas horas de voo eu já estava em Tóquio, alguns anos passados eu e mestre Yuu passamos uma temporada aqui no Japão, antes das guerras aprendemos um pouco da cultura e seu idioma. Segui em direção a Universidade de Estudos Estrangeiros de Kyoto, já havia pesquisado onde ficava localizada. Na região metropolitana de Keihanshin sendo uma das principais instituições de ensino superior do país. A instituição é uma das universidades japonesas que disponibilizam maior quantidade de disciplinas em inglês, e agora está oferecendo um curso completo de Mestrado em História Medieval.
Eu já havia ligado para o Reitor e agendado um horário a tarde para nossa conversa, ele ficou muito interessado na proposta de Shiroyama Yuu, que pediu um encontro no recinto universidade para conhecer o local e onde era realizado curso no período noturno, e por ventura conhecer os alunos.
Sem perder tempo, peguei outro transporte, o trem bala que é muito famoso no país e, em menos de uma hora, já tinha chegado no meu destino. Sendo bem recebido pelo Reitor, que me levou para um tour na Universidade para conhecer a classe da disciplina de História Medieval.
Por volta de 10 alunos se interessaram pelo conteúdo oferecido, a modalidade oferecida era defesa de tese para Mestrado em História Medieval. O Reitor pediu licença ao professor para comunicar a notícia, me apresentando como assistente do Curador Shiroyama Yuu do Museu do Castelo de Bran, conhecido como Castelo de Drácula, e ver se haveria algum interessado.
— Prazer, sou Suzuki Akira. — Todos me olharam e fiquei os observando.
Enquanto ele falava, fiquei observando os alunos na intenção de encontrar uns rapazes que fossem agradar o Mestre Yuu, quando ele mencionou que a bolsa de estudos seria oferecida para 3 alunos com todas as despesas pagas e hospedagem no antigo mosteiro que resistiu ao ataque dos turcos.
Um rapaz loiro, alto, vestindo uma blusa caindo no ombro e uma bota longa por cima de uma calça de couro bem justa modelando sua perna que estava cruzada, virou para o colega do lado para lhe falar, um rapaz de moreno com cabelo curtos descoloridos num tom violeta, vestindo uma calça jeans justa com um coturno, uma camisa branca com colete por cima e uma echarpe cinza no pescoço, mas o que me chamou mais atenção nele foi quando virou para falar com o amigo loiro deu um sorriso com covinhas dos dois lados que me apaixonei na hora e que risada gostosa ele tinha.
Faltava um rapaz para completar minha busca, um baixinho loiro com jeito nervosinho e elétrico, vestindo um terninho de veludo, com uma bota com salto alto, o paletó era aberto até o peito em formato de V, ele falava rápido e tinha uma voz calma e às vezes forte num tom grave, aproximando dos outros dois, apurei minha audição para ouvi-los e percebi que estavam interessados no castelo e no mosteiro, do jeito que conversavam entre si pareciam ser amigos. Acredito ter encontrado os amigos com interesse mútuo e que estavam dispostos a viajar e pesquisar sobre a região.
Mas não podia apontar para eles no meio de todos, sem um motivo plausível, foi então que tive a ideia de falar para o Reitor passar uma lista dos interessados e a possibilidade de viajar em menos de uma semana, assim já eliminava aqueles que ficam pensando se vão ou não. Passada a lista, o Reitor se despede avisando que analisaria os pedidos e voltaria em breve com a resposta.
Nós fomos para sua sala, ele começa a falar sobre as burocracias que envolviam uma proposta desse tamanho, que para ser registrado e válido com tese de Mestrado, ele devia fazer testes com os alunos, provas e montar relatórios esperar resposta do conselho da Universidade, também a questão dos vistos de permanência para estudos e outras coisas mais.
Tudo o que ele estava falando começou a me dar dor de cabeça, aquilo ia demorar muito, eu não tinha muito tempo, o festival era em 2 semanas, até arrumar os passaportes dos rapazes levaria quase 5 dias para embarcar no avião. Então resolvi do modo mais fácil, virei para o Reitor e o hipnotizei o fazendo marcar os rapazes que gostei, que não precisava se preocupar que toda a papelada referente a bolsa de estudo e que tudo já estava resolvido. Assim os rapazes seriam transferidos do curso da Universidade de Tóquio para a Curadoria do Museu para suas pesquisas.
Falei para ele avisar os rapazes no dia seguinte que teriam 3 dias para arrumar as malas, que o vôo estava marcado para o quarto dia a noite.
Com o histórico acadêmico deles, descobri seus nomes para fazer os passaportes, o loiro alto chamava Takashima Kouyou, o moreno de covinhas era Tanabe Yutaka e o baixinho irritado tinha o nome de Matsumoto Takanori, agora era só esperar o Reitor dar as boas novas para eles e esperá-los em nosso castelo. Mestre Yuu vai ficar muito contente com eles andando por lá e investigando, espero que ele se divirta.

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POV OFF.

Depois de alguns dias, os jovens estudantes estavam eufóricos e prontos para o embarque no aeroporto de Tóquio para Brasov, na Romênia. Cinco dias haviam se passado desde que Suzuki Akira tinha ido à Universidade e oferecido a bolsa de estudos para suas teses de Mestrado em História Medieval. Quando no dia seguinte, o Reitor mandou chamar Yutaka-san, Takanori-san e Kouyou-san, na sua sala para parabenizá-los por terem sidos escolhidos para a ganhar a bolsa de estudos, eles ficaram imensamente felizes, mas logo avisou que Akira-san tinha deixado instruções claras que eles teriam poucos dias para arrumar as malas, que seus passaportes com vistos estariam autorizados para o embarque em cinco dias.
Então lá estavam eles viajando para outro país em busca de conhecer e comprovar suas ideias e teorias sobre os mitos dos vampiros e comprovar sua possível existência. Com algumas horas de voo logo já estariam chegando a seu destino, tinham feito um roteiro dos lugares que seriam alvos de suas pesquisas, enquanto arrumavam suas malas Uruha pesquisou os castelos, Kai era mais interessado nas igrejas fortificadas, Ruki gostava da arquitetura das construções e já tinha feito esboços das locações que até só tinha visto fotos ou online.
Chegando ao aeroporto de Brasov, eles desembarcam bem cansados, não sabiam que demoraria tanto, mas enfim já estavam na Romênia e precisavam ir para cidade de Sighisoara, onde o Conde Drácula nasceu. Indo na direção da porta de saída para procurar um táxi que os levariam até lá, viram um senhor de terno escuro com os nomes deles escrito numa placa, ao se aproximarem viram que se tratava de um motorista que lhe falou.
— Ohayoo! Yutaka-san, Takanori-san e Kouyou-san, fizeram uma boa viagem? Shiroyama-sama me enviou para levá-los até Sighisoara. Vamos, o carro está esperando — diz o Motorista, cumprimentando eles.
— Arigatô, é muita consideração de Shiroyama-san se preocupar conosco. — Kai fala e os outros acenam com a cabeça.
Eles seguem o motorista que coloca toda a bagagem deles no porta malas, os amigos entram na parte traseira da limusine e o motorista segue viagem por mais duas horas até Sighisoara. O veículo é bem equipado, com tela de LCD para vídeos ou músicas, além de doces, chocolates e bebidas naquelas garrafinhas pequenas, com um mini frigobar, que tinha uma garrafa de saquê e copos para eles degustarem durante o caminho.
— Não vejo a hora de conhecer o nosso anfitrião Shiroyama, será que é bonito? — Uruha suspira e fala do seu interesse.
— Com certeza! Ele deve ser milionário para nos dar uma bolsa de estudo e pagar todos os gastos. Olha só esse carro, nunca pensei que entraria em um algum dia. — Ruki fala admirando o carro, e tudo que tem dentro dele.
— Queria encontrar com Suzuki Akira, achei ele tão misterioso com aquela faixa no nariz, o que será que ele esconde?— Kai menciona ter admirado Akira naquele dia mesmo sendo por pouco tempo que ele ficou na classe.
— Vocês estão esquecendo que viemos aqui para estudar, não para namorar. Vocês dois não têm jeito mesmo. — Ruki reclama que os dois amigos já estão com ideias em arrumar parceiros.

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Sighisoara, na Romênia, é uma cidade que fica na montanhosa região da Transilvânia, tem ares medievais, com igrejinhas, casebres coloridos e construções antigas, como se tivesse parado no tempo. E é lá que se encontra o lugar onde nasceu Vlad Tepes, o príncipe da Valáquia que inspirou o vampiro mais famoso da história.
A terra natal de Vlad fica no centro do país, é patrimônio histórico da Unesco e, entre mistérios e lendas, torna-se o ponto de partida para um tour na Transilvânia. Sighisoara é uma cidade fortificada, tendo como principal atração a Torre do Relógio com 102 degraus, o lugar acolhe também o Museu de História onde eles irão conhecer Shiroyama Yuu. Repleta de histórias fantasiosas, a torre foi construída no século 13, foi reformada agora em sua base tem uma pousada que mantém o lugar com o aluguel de quartos.
Foi nesse lugar que o motorista os deixou. Já era fim de tarde, eles entraram para se registrar e ver os quartos, a pousada não era muito grande, e a atendente disse que só tinha dois quartos separados, senão tinha problema de dividir e uma pessoa fica sozinha num quarto.
— Sem problemas. Tiramos na sorte quem vai ficar num quarto sozinho. — Uruha fala dando risada olhando para o Ruki.
— Você diz isso porque sempre ganha, não sei como você consegue esse feito. — Ruki reclama com Uruha, pois ele rouba nesse tipo de aposta de sorte.
— Ruki, vou fazer assim eu e Uruha tiramos a sorte ver quem fica no quarto com você, o que acha? O perdedor dorme sozinho. — Kai resolve o problema tirando a sorte com Uruha.
— Tá, eu perdi! Mas é até melhor, poderei namorar sem um colega de quarto resmungando que quer estudar. — Uruha provoca Ruki, pois na faculdade eles dividiam o quarto.
— Ah...! Uruha, você só pensa nisso. Seu pervertido. Acha mesmo que vai encontrar alguém aqui para ficar de safadeza? — Ruki suspira, pois Uruha sempre deixa os estudos meio de lado atrás de ficar com alguém.
— Vamos para o quarto, Ruki, não sei porque você tenta. Sabe que ele é assim e não vai mudar estando em outro país. — Kai fala vendo a indignação de Ruki, pegando sua bagagem e indo para o quarto que a atendente lhe explicou e deu sua chave, com Ruki o seguindo.
Os quartos ficam no piso térreo em forma de U, de um lado o refeitório e do outro os quartos. O quarto de Uruha ficou mais ao fundo distante do que Kai e Ruki, que está mais perto da entrada e da comida. Eram simples como a região mesmo, por sorte tinham banheiro e chuveiro dentro dos mesmos, o que não é costume na Europa, quem reformou devia ser ocidental e também pensou na questão do turismo.
Havia uma cama de casal no quarto de Uruha, uma TV numa cômoda e guarda roupa com duas portas, alguns cabides e um cobertor bem grosso e peludo, aquela região era conhecida por ser muito fria à noite. Já o quarto do Kai e o Ruki, tinha duas camas de solteiro e uma TV presa na parede, também com guarda roupas e banheiro incluído.
Já instalados em seus quartos, combinaram que um banho e um descanso seriam bem-vindos, mais tarde a noite, sairiam para procurar o que comer, pois a pousada não serve janta. Quando estavam de carro, viram um barzinho e um restaurante no centro histórico da cidade, que daria para ir a pé.

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Após um bom descanso, os amigos foram para o bar aproveitar a noite, não era muito grande, mas bem aconchegante, e também servia pizza além das bebidas. Eles se sentaram numa mesa quase na entrada que tinha acabado de ficar livre, estavam conversando e bebendo cervejas enquanto esperavam a pizza chegar. Essa era sua primeira noite num lugar diferente e a vista era muito bonita durante o dia, planejavam visitar o museu do castelo e outras ruínas e igrejas históricas. Ruki e Uruha estavam sentados de costas para rua e Kai de frente para eles, vendo as luzes da cidade esperando alguém aparecer.
— Kai-san, o que você tanto olha para fora? Não prestou atenção em nada que falei. — Ruki chama atenção do amigo, passando a mão na frente do seu rosto.
— Ouvi sim, você quer ir na igreja e passear numas ruínas. Tô só olhando a vista que o lugar tem. — Kai fala voltando seu olhar para mesa e os amigos e dá um gole na sua cerveja.
— A sua vista não seria um loiro de cabelo arrepiado com uma faixa no nariz? — Uruha fala provocando o amigo. — Por que se for tem um assim sentado no balcão atrás de você.
Kai se vira rapidamente para trás procurando o rapaz no balcão e não há ninguém sentado lá, ficando bravo com a brincadeira de Uruha que está rindo que quase passa mal, sendo repreendido pelo Ruki.
— Isso não teve graça, Uruha. Só vi um moreno lá fundo que não tira os olhos de você. — Kai fala forçando Uruha olhar o balcão, mas ele fala a verdade.
— Acha mesmo que vou cair na mesma pegadinha? — Uruha responde para Kai, e disfarçando olhar no fundo do bar e vê o moreno de cabelo negros bebendo um drink sentado no balcão que pisca para ele.
— Por que então você olhou? Ele tá lá, não tá? — Kai retruca o com Uruha.
— Tá sim, fiquei com vergonha, parece que ele piscou para mim. Ruki dá uma olhada vê se tá lá mesmo. — Uruha fala cutucando Ruki para olhar.
— Parem vocês dois, não dá para ter uma conversa sobre outras coisas que não sejam os problemas amorosos de ambos. — Ruki já estressa, pois sempre sobra e fica de vela. — Vamos comer, vai, a pizza já veio e tô com muita fome.
A noite segue tranquila e divertida com eles comendo e bebendo, se divertindo. Uruha está flertando de longe com moreno no fundo, piscando e elevando seu copo para ele, o mesmo está retribuindo o gesto. Já haviam terminado a pizza, quando Uruha estava tomando coragem para ir até o moreno, queria conhecê-lo depois todas aquelas insinuações, mas quando estava quase se levantando, Suzuki Akira apareceu na mesa e viram os olhos de Kai brilharem, soltando um suspiro apaixonado e Ruki ri do amigo que ficou envergonhado.



2. Qual o seu desejo?

— Konichiwa! Rapazes, fizeram uma boa viagem? — Akira cumprimenta a todos. — Já se hospedaram?
— Fizemos, sim! Queria agra..de..cer o carro para me buscar… nos buscar... todos nós…. — Kai se atrapalha todo para falar com Akira, ficando corado.
— Por nada, Yutaka-san! Sei como é difícil conseguir um táxi no aeroporto. — Akira responde olhando apenas para o Kai, esquecendo dos outros.
— Akira-san, já nos instalamos na pousada… da Torre do relógio. — Ruki fala tentando chamar atenção dele.
— Por que não senta e divide uma cerveja com Kai-san de uma vez? — Uruha fala assim, pois Akira está na sua frente atrapalhando sua visão.
— Kai-san é um apelido então, mais fácil de guardar, o meu é Reita. Bem direto você Kouyou-san… — Akira não perde tempo, se sentando ao lado de Kai, que acena para o garçom trazer mais uma cerveja.
— Gomenasai! Reita-san ficou na minha frente na hora que eu ia conhecer o more… Ah, ele sumiu! Será que foi ao banheiro? — Uruha se levanta e fica olhando ao fundo e para frente também.
— Senta aí, Uruha-san! Uma hora ele aparece de novo. — Ruki puxa o amigo de volta a cadeira. — Tá nos envergonhando na frente do Reita-san.
— Ruki-san, você se preocupa demais, ele nem tá ligando para nós. — Uruha fala num tom mais baixo perto da orelha do Ruki. — Tá vendo? Ele só tem olhos para as covinhas sedutoras do Kai.
— Uruha-san, vai ver se o seu moreno tá lá na esquina e me deixa em paz.— Kai se vira para Uruha falando num tom mais sarcástico.
— Vocês são muito divertidos, falam o pensam e não levam desaforo para casa. — Reita está segurando o copo, enquanto ri do jeito deles interagir. — São amigos há muito tempo?
Eles se entreolham e começam a contar nos dedos, fazendo gestos com as mãos e gargalhando, deixando Reita confuso.
— Não sei dizer ao certo, mas acho que foi quando começamos a faculdade. — Ruki diz tentando se lembrar ao certo.
— Deve ser mesmo, cada um fazia um curso diferente no mesmo prédio. Sempre nos encontrávamos no refeitório — Uruha relata como foram se conhecendo.
— Então, entre várias conversas, descobrimos que tínhamos um gosto em comum: História Medieval. Então seguimos estudando juntos, até chegar no Mestrado. — Kai fala, degustando o resto da sua cerveja e olhando maliciosamente para Reita.
— Para estarem fazendo Mestrado, isso já data de uns 10 anos? — Reita diz devolvendo a provocação do Kai passando entre os lábios e mordendo o canto da boca. — Esse tempo só sendo estudantes e amigos? Sem algo a mais?
— Tô sempre envolvido com os estudos, mas esses dois só pensam em se divertir e namorar, os trabalhos de grupo sempre sobram para mim. — Ruki reclama que ele veio para estudar e os dois só pela diversão.
— Hummm! Temos CDF aqui! Sou como seus amigos, não ligo muito para estudos. — Reita diz chegando bem mais perto de Kai, sussurrando no seu ouvido e fazendo ele se arrepiar todo.
— Reita-san, você conhece o moreno que estava lá no canto do balcão?— Uruha pergunta, por ele ser da região pode saber algo.
— Uruha-san, nem prestei atenção. Estava com os olhos em outra pessoa. — Reita diz olhando para o moreno de covinhas ao seu lado, que está sorrindo. — Já pensou que ele pode ter ido ao banheiro?
— Ah… pode ser! Boa ideia, vou lá. Já bebi muito mesmo. — Uruha está se levantando da mesa e olha para o baixinho com cara fechada ao seu lado. — Cuida das minhas coisas que já volto, não demoro.
Ruki olha para Uruha se encaminhando para o banheiro, deixando ele na mesa, como companhia do Kai e o Reita que já estão meio altos das bebidas e animados demais, só cochichando um com o outro. Ainda não se pegaram pois devem estar com vergonha do amigo na mesa. Kai está no canto da mesa e se levanta, dizendo que está com vontade de fumar e Reita fala que o acompanha, se levantando também para ir lá fora, pois dentro do restaurante não é permitido.
— Ruki-san fica de olho em tudo, já volto, só irei lá fora fumar. — Ruki olha para o Kai com ar de inquisidor da desculpa que o amigo deu.
— Pensei que tinha parado há mais de 1 ano... Tá tendo uma recaída?— Kai passa por ele dando um sorriso malicioso.
— Talvez! Vou ver ainda, qual aroma de cigarro Reita tem a me oferecer?— Kai fala para Ruki que fica bravo por ter ficado só na mesa.
— Esses dois sempre fazem isso. Ai, que saco! Sozinho não importa o lugar — Ruki suspira, terminando de comer o último pedaço de pizza e bebendo o restante da cerveja. — Uruha é outro, foi morar no banheiro. Misericórdia! Esses são os amigos que fui arrumar.

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POV Ruki.

Desde que conheci eles na época da faculdade, tive sentimentos além da nossa amizade. Uruha com seu jeito atirado e meigo, sempre bem arrumado e estiloso, sua voz é doce e seus lábios formam um bico de pato que quero muito provar, mas não tenho coragem de me declarar e acabo só falando dos estudos.
O Kai então… Meu Deus! Que sonho de moreno! Quando veio se sentar à mesa no refeitório a primeira vez, ele apenas sorriu com aquelas lindas covinhas dizendo que também tinha interesse em história, me encantei no mesmo instante pelo moreno, mas também só sei ajudar ele nos trabalhos e nunca falei dos meus sentimentos. Eles sempre me arrastam para festas para me divertir e acabo ficando sozinho porque queria me divertir com eles, outras vezes só sei ficar chateado e reclamar dos seus casos amorosos, afinal, eles não sabem dos meus sentimentos.
— Aff… sempre assim! Eles arrumam ficantes em qualquer lugar, pois não tenho coragem de me declarar… — Falo sozinho jogando as palavras ao vento.
Suspiro chateado comigo mesmo, batendo os dedos na mesa, esperando eles voltarem, mas tenho certeza que vão demorar. Uruha deve ter encontrado o moreno no banheiro para demorar tanto. Kai com aquela desculpa que ia fumar, deve estar dando uns pegas no loiro da faixa...
— Qual seria seu desejo? — Fico procurando quem fez a pergunta, não vejo ninguém. Será que foi o vento?
— Ruki você já deve tá bêbado escutando vozes! Quem vai gostar de mim? Sou chato e irritante… — Sinto um vulto passar por mim e um leve calafrio.
— Fui eu que perguntei. Qual seu desejo Ruki? — Fico estático vendo um moreno pálido com olhos penetrantes me encarando. Como um transe respondo de modo automático:
— Queria que eles fossem meus amantes. Imagino os dois me fodendo e me levando a loucura de prazer. — Que foi isso? Por que falei essas coisas para um estranho?
— Posso realizar seu desejo, Ruki. — Seus olhos brilham como duas bolas de fogo, não consigo me mexer nem parar de fixar meu olhar nele.
— Quem é você? Como assim, realizar meu desejo? Nunca contei isso para ninguém. — Por que estou sentindo que ele está lendo minha mente? O moreno pálido é muito sedutor e não estou resistindo aos encantos, dizendo o que só guardei para mim.
— Sou alguém que pode realizar seu desejo mais profundo. Aceita minha oferta? — Ter eles para mim é tudo que eu queria, mas qual será o preço disso? Ele deve querer algo.
— Certeza que você vai querer alguma coisa em troca, ninguém realiza um desejo de graça. — Então vejo o moreno sorrir de lado de modo malicioso, mais ainda, seus olhos estão fixos ao meu olhar, sinto minhas mãos mais leves e posso me mover.
— Bem esperto você, Ruki. Minha oferta é simples: seja meu servo no meu castelo, que os farei eles seus amantes eternos. Preciso de sua resposta de modo urgente. Sim ou Não? — Servo deve ser como um mordomo, tipo isso… será que isso é um sonho?
— Devo ter bebido demais, essa oferta é surreal, aposto que isso tudo é uma alucinação, fruto da mente, você nem é real. — O moreno se inclina e coloca sua mão sobre minha, ela fria e me causa arrepio, era real ele estava mesmo ali.
— Sou tão real quanto você. Última chance Ruki, seu tempo está acabando. Sim ou Não? Já estou indo embora. — Não posso deixá-lo ir, essa pode ser minha única chance.
— Eu... não sei o que um servo faz, mas… sim, eu aceito sua oferta. Qual seu nome, estranho? — Sinto um vulto se aproximar do corpo, olho o moreno que está ao lado. Como ele fez esse movimento? Eu estava olhando para ele na minha frente, agora ele sussurra ao meu ouvido.
— Apenas me chame de MESTRE! Agora, meu servo, você só lembrará dessa conversa e sua escolha no momento que seu desejo for realizado.
Minha mente fica enevoada, sinto um vento frio encostar na minha pele e um arrepio sobe na coluna, me fazendo tremer. Me pego olhando para fora vendo as luzes e segurando um copo vazio na mão alheio a tudo, só então escuto a voz de Uruha me chamar. Há quanto ele está ali? Será que cochilei? Se for, tive um sonho bem estranho…
— Ruki-san, vamos embora. Já acertei a conta. Assim você pode dormir na pousada, não mais na mesa. — Que mico acabei dormindo na mesa, tudo não passou de um sonho.
— Uruha-san, você demorou tanto que acabei cochilando. Cadê o Kai? Ele saiu para fumar com o loiro da faixa, Reita, e ainda não voltou. — Digo me levantando, olhando para Uruha que pegava suas coisas. Pego as do Kai, pois ele vai dividir o quarto comigo.
— Kai-san deve estar lá fora. Quando foi que ele voltou a fumar? Vamos chamá-lo para ir embora. — Também fiz a mesma pergunta e fomos na direção da saída do restaurante.

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POV OFF.

Ruki e Uruha estão na frente do restaurante procurando por Kai e apesar das luzes da rua, está bem escuro, poucas estrelas iluminam a noite. Vasculhando as laterais do local, eles veem duas pessoas nas sombras se espremendo contra parede, a possibilidade de ser Kai e o Reita é enorme e não há mais ninguém ali. Eles se aproximam lentamente usando a lanterna do celular apontada para o chão para não tropeçar em nada. Confirmam sua suspeita quando Uruha aponta a luz para o casal e chama o amigo.
— KAI-SAN, é você que tá aí? — Uruha pergunta para o rapaz que tá sendo prensando na parede, tendo seu pescoço atacado pelo loiro do cabelo arrepiado.
— Pode ir embora, Uruha-san. Depois eu vou, tô ocupado agora. — Kai fala e continua beijando os lábios de Reita, e seus corpos estão próximos se esfregando um no outro.
— Nada disso! Kai-san, você está com a gente e vamos embora juntos. Não vou dormir sozinho, num país e num lugar estranho. Pode vir comigo agora! — Kai para o beijo e olha bravo, pois a luz do celular está no seu rosto.
— Takanori-chan, você já é adulto e pode muito bem dormir sozinho. Me deixa em paz. — Kai volta aos beijos com Reita.
Irritado com o deboche do amigo, Ruki vai até os dois e puxa Kai pelo braço desfazendo o contato dos dois e deixando o moreno muito bravo.
— ME LARGA! Tá pensando que é minha mãe para mandar em mim? — Kai se solta das mãos do Ruki, lhe dando uma bronca, ambos agora estão nervosos.
— Kai-san, não precisa brigar com ele. Vê, já é tarde mesmo. Amanhã vejo você no museu à tarde. — Reita intervém resolvendo a briga dos amigos.
— Vamos, Kai e Ruki! Vocês dois não precisam ser exaltar desse jeito. — Uruha tenta acalmar os ânimos dos amigos, se despedindo de Reita.
— Até amanhã Reita-san. — Kai fala, selando outro beijo no loiro como adeus.
— Boa noite, Ruki-san, Uruha-san! — Reita se despede dos dois também. — Kai-san, tenha uma boa noite de sono.
Todos se despedem, seguindo em direção a pousada para dormir, amanhã a agenda está cheia de compromissos eles tem que visitar vários locais, incluindo o museu.

3. Sighisoara

O dia amanheceu muito bonito, os raios do sol entravam pelas frestas das janelas dos quartos da pousada, já estava bem quente logo cedo. Ruki já tinha levantado e entrado no banheiro estava tomando um banho para começar o itinerário de visitas que ele já vinha programando desde que saiu do Japão. Kai ainda estava deitado na cama, estava fingindo que ainda dormia para não conversar com o colega de quarto, ficou muito bravo que ele atrapalhou seu encontro com o Reita, forçando-o a voltar com eles para pousada.
Ruki já saiu do banheiro só a toalha ao redor do corpo, procurando sua cueca boxer na mala, ainda não teve tempo de arrumar suas roupas no guarda roupas do quarto da pousada. Também separou uma roupa confortável para aquele dia que começou quente. Naturalmente sem lembrar que tinha uma outra pessoa no quarto, jogou a toalha de lado e vestiu a boxer estando de costas para a outra cama.
— Taka-san, esse strip-tease de manhã é um pedido de desculpas por atrapalhar meu encontro ontem à noite? — Kai fala olhando direto para o colega que está de costas distraído, e fica assustado com a pergunta do colega.
— Gomenasai, Kai-san, por ontem. Fiquei com medo de ficar aqui sozinho. Acho que cochilei na mesa ontem, tive um sonho bizarro que me assustou… — Ruki se vira para responder ao amigo que tá deitado sem camisa, com os braços atrás da cabeça o encarando de cima em baixo.
— Sabe, Taka-san, nunca tinha percebido que você tem até um corpo bonito e bem definido. Tem malhado? — Ruki envergonhado com as palavras do Kai, veste sua calça rápido e a camiseta também, ele embola a toalha de banho e joga no moreno.
— Acordou já debochando de mim, Kai-chan. Não sabia que era vingativo. — Kai está olhando para Ruki sorrindo maliciosamente com suas covinhas aparecendo. — Se você demorar muito vamos perder a hora do café.
— Vingativo? Não entendi isso. Só não sei como Ruki-san ainda não arrumou um parceiro. Tem vários atributos, é inteligente, tem bom gosto para roupas, bem atraente por sinal… — Kai senta na cama enquanto fala com Ruki que já saiu da sua frente atrás de um sapato, com o rosto corado.
Kai por fim se levanta indo ao banheiro, ele dá uma outra olhada no amigo, que está calçando o sapato. Ao passar perto dá um assobio para o Ruki que fica mais nervoso.
— Para com isso, Kai-san! Não tem graça. — Ruki reclama com o moreno que segue rindo para o banheiro.
— Seu único defeito é sempre estar reclamando de tudo, fora isso você é até bem gostoso. — Kai provoca o amigo que está mudando de cor e com muita vergonha.
— Kai-san, você deve tá de ressaca ainda, para de falar essas coisas… Aff… — Ruki está pronto, parado perto da porta de saída do quarto ainda com o rosto vermelho dos comentários do moreno. — Vou indo na frente para encontrar com Uruha-San. Depois nos encontre lá.
Ruki nem espera pela resposta e já vai saindo, deixando Kai falando sozinho no banho. Sai pensando no que o moreno com covinhas falou sobre sua pessoa. Então Kai já esteve notando sua pessoa, Ruki vai andando e dando um sorriso porque foi notado, só falta mesmo coragem para declarar que também gosta do moreno.
Já perto da entrada Ruki a vista Uruha esperando por ele para ir ao refeitório.
— Ohayou, Ruki-san! Dormiu bem acompanhado? — Uruha já manda um bom dia com duplo sentido, fazendo um Ruki irritado responder de forma negativa.
— Você também vai tirar uma com minha cara hoje… — Ruki já fala nervoso e segue andando para o refeitório. — Kai-san deve tá bêbado ainda para dizer aquelas gracinhas para mim…
— Acordou atacado, Taka-san. Só perguntei se vocês dormiram bem, que mal tem nisso? — Uruha olha para os lados à procura do Kai. — Cadê Yutaka-san, afinal? — Aquele pervertido do Kai-san, ficou se trocando logo ele aparece para o café. — Ruki ainda está indignado com o moreno. — Eita… o que ele disse para você ficar assim? — Uruha fala, olhando para o amigo à sua frente. Kai que vinha atrás encosta no seu ombro e responde:
— Kai-san, só disse que ele é inteligente, atraente e bem gostoso, se não fosse a mania de estar sempre reclamando já teria arrumado alguém. — Kai responde dando um sorriso fazendo Uruha sorrir também, deixando Ruki mais vermelho ainda.
— Vocês tiraram o dia para ficar de gozação comigo, não é possível… — Ruki pega seu café e pão com queijo e vai para mesa com com mais duas cadeiras. — Achei que fossem meus amigos…
Uruha se dirige à mesa do café da manhã se servindo de um copo de suco de laranja e um pedaço de bolo, Kai também se serve pegando café com leite pão com frios, acompanhado do amigo até a mesa onde Ruki estava sentado.
— Ah… Quanto drama! Ruki-san, até parece que não sabe aceitar um elogio. — Kai fala se sentando na mesa, eles são os únicos nesse horário no refeitório.
— Ruki-san, se divertir um pouco também faz bem. Você só sabe enfiar a cara nos livros, aproveita um pouco as oportunidades que aparecem. — Uruha fala para o amigo que lhe olha nos olhos dando um pequeno sorriso.
— Uruha-san, concorda com o que Kai-san disse sobre eu só viver reclamando? — Ruki fala ainda de cabeça baixa, dando um gole no seu café, esperando a respostas deles.
— Sim, eu concordo. Isso faz parte do seu jeito de ser, só que às vezes chega ser irritante. — Uruha responde olhando para a cara espantada do amigo. — Fora isso, gosto muito de você, Ruki-san.
— Não estaríamos aqui se não fosse por você nos ajudar a passar no curso. — Kai diz já terminando seu café. — Afinal, qual é a nossa agenda de visitas para hoje? Certeza que preparou tudo, como disse bem inteligente.
— Nem sei o que dizer! Sem a companhia de vocês, eu nem teria terminado a faculdade ainda, ainda bem que vocês são meus amigos. — Ruki já terminou seu café, já melhorando seu humor, afinal, eles vieram passear e descobrir novos locais.
Ruki retira da sua mochila uma pasta com algumas folhas impressas dos locais que ficam ali na cidade, eles podem visitar a pé. Pois os Castelos são mais afastados da cidade e necessita de transporte, algumas igrejas fortificadas só dá para chegar até certo ponto de carro depois só a pé ou de carroça.
— Podemos aproveitar que ainda é de manhã conhecer a Praça da Cidadela. É uma vila medieval na entrada da cidade integrada com o Centro Histórico da Cidade, depois a Igreja da Colina, dizem tem um cripta embaixo do altar e um cemitério antigo. Tem uma excursão chamada The Dracula Investigation, que os guias contam a história de Vlad Tepes com uma exibição audiovisual da vida dele, terminando na casa em que ele nasceu, onde funciona um restaurante e o Museu das Armas. A Torre do Relógio com uma escadaria circular de madeira íngreme de 5 andares para ver o relógio funcionando e do alto dá para ver toda cidade. A Torre foi reformada e passou a abrigar no sentido vertical o Museu de História.
— Ruki-san, isso tudo não dá para conhecer num dia só. — Uruha fala olhando tudo o que o amigo quer visitar. — Mais uma coisa: não somos turistas com dias contados, viemos para estudar a região e esses lugares podemos visitar aos poucos...
— Respira, Ruki-san! Não precisa se desesperar, vamos ver tudo isso, sim… mas não tudo hoje. — Kai fala rindo mostrando suas covinhas pois Ruki está eufórico com todos os lugares nas suas folhas. — Não dá para pular logo para o Museu de História?
— Kai-san está interessado na história da cidade, no que vai ter no museu? — Ruki parece feliz, com interesse na pergunta do amigo.
— Não… isso é para você que gosta de relíquias. — Kai não dá a resposta que Ruki esperava, e gesticula para saber o porquê. — Reita-san falou que estaria lá no museu, quero muito encontrá-lo de novo.
— Kai-san, será que o nosso anfitrião Shiroyama Yuu vai estar lá também? — Uruha diz com uma feição nas nuvens, pensando como ele deveria ser e se seria gay como Reita.
— Só vocês mesmo pensando só nos seus encontros amorosos. Kai-san, terá que ser só à tarde por causa do horário que abre, das 15:00 às 18:00. — Ruki responde para ele, que ficou meio chateado por ser somente a tarde. — Vamos então à Praça da Cidadela, antes que o sol fique forte demais para caminhar…
Os amigos se levantam da mesa, passando pelo balcão do café, cada um pega uma garrafa de água para se hidratar, pois a caminhada será longa. Então saem da pousada em busca de explorar aquela cidade com construção medieval.

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Sighisoara é provavelmente a mais bonita cidade da Transilvânia. A cidadela é a entrada da cidade, com um arco de pedra fortificado, com outras torres em volta, tem o centro histórico medieval mais bem preservado, a cidadela começou a ser construída aproveitando as ruínas de muralhas anteriores no século 12 e faz parte do grupo de sete cidades medievais fortificadas da Romênia.
Eles estavam numa pousada perto da Torre do Rélogio, mais ele só abriria a tarde então desceram pelo arco dentro da torre que dá acesso a Praça da Cidadela, com ruas ainda feitas com blocos de pedras, rendendo uma boa caminhada circular entre algumas das nove torres de defesa da cidadela, preservadas até hoje.
São elas: Blacksmiths’ Tower (Torre dos ferreiros),
Butchers’ Tower(Torre dos açougueiros),
Cobblers’ Tower (Torre dos sapateiros),
Furriers’ Tower (Torre dos Furriers),
Ropemakers’ Tower (Torre dos Ropemakers),
Tailors’ Tower (Torre dos Alfaiates),
Tanners’ Tower (Torre dos Curtidores) e
Tinsmiths’ Tower (Torre dos Funileiros).
Os nomes em inglês representam cada uma das guildas comerciais que atuavam na cidade e eram responsáveis pela defesa da cidade murada.
Ruki estava eufórico, não parou um minuto, andou por todas elas, tirando fotos e lendo todas as placas sobre a história de cada uma, isso arrastando Kai e Uruha que não aguentavam mais de tanto andar e escutar como amigo estava contente, já estavam visitando as torres por mais de duas horas.
A fome já estava batendo pesada no estômago dos dois amigos que pediram para o Ruki parar e procurar um restaurante por perto. O cansaço era visível no rosto do Kai e Uruha que só queriam uma cadeira na sombra para passar o resto de tarde, aquele baixinho parecia não cansar, não estavam dispostos a ser arrastados para nenhuma torre, ruína ou igreja mais hoje.
— Como vocês são devagar, cansaram muito rápido ainda temos metade do dia e muitos lugares ainda para ver. — Ruki desabafa com os amigos que já estavam nitidamente cansados.
— Qual a parte do não precisamos ver tudo num dia só, você não entendeu, Ruki-san?— Kai fala, procurando um lugar para sentar ali na praça da cidadela.
— Ruki-san, não dou mais um passo antes de almoçar, tô morto de fome. Vamos procurar um lugar para comer… — Uruha diz, olhando para os lados à procura de um restaurante próximo.
— Tudo bem… deixa eu olhar aqui nas minhas folhas as melhores opções. — Ruki começa a virar as folhas e Uruha fica impaciente com aquilo.
— Aff… isso vai demorar muito. Kai-san, acessa a internet pelo celular, procurando restaurantes aqui nessa região. — Uruha fala para Kai, que tira o celular do bolso e começa a procurar.
De acordo com a localização encontrada no Maps, estavam bem mais longe do que imaginavam, todas aquelas ruas estreitas e voltas o fizeram ficar distante do centro que tinha os restaurantes. Já estavam na parte baixa da cidade perto da entrada da grande escadaria que levava a Igreja da Colina. Localizada no final de uma rua sem saída que conectava a Praça da Cidadela com a Igreja da Colina.
A Escada dos Alunos, como também era conhecida, é uma peça interessante da arquitetura medieval construída assim para proteger os alunos do frio e da chuva, pois no passado a Igreja era um local de estudo.
Ruki sabia muito bem onde estava, queria conhecer o local e o antigo cemitério saxão que ficava nessa Igreja, a escadaria era longa e possuía 175 degraus depois da reforma, originalmente já teve 300 degraus, inteiramente feita de madeira e pedra, era fechada e coberta de madeira, o que a tornava bem assustadora dando significado a expressão encontrar a luz no fim do túnel fazer sentido.
— Uruha-san, não tem nada aqui. Os restaurantes ficaram todos lá no centro da cidade. — Kai fala mostrando no celular o lugar que estavam, enquanto olhava atento para eles com um folha na mão. — Taka-san, você nos trouxe para uma rua sem saída, só essa escada para uma igreja, o jeito é voltar todo sentido a torre do Relógio.
— Na verdade, sim, mas não estamos perdidos, quero conhecer a Igreja da Colina que fica subindo essas escadas. — Ruki fala sob os olhares incrédulos deles. — Kai-san, tem um lugar aqui onde podemos comer, ainda visitar o subsolo que Uruha-san vai amar.
— Tô sem paciência, para jogos de adivinhação Ruki-chan. Fala logo! — Uruha está ficando nervoso com a calma do baixinho loiro a sua frente.
— O Lugar chama Adega do Teo bem ali, naquela porta de madeira com várias flores na entrada, que também é uma pousada e serve refeições. — Ruki indica o local para os amigos que se encaminham para lá. — A adega fica no subsolo, onde você pode degustar a bebida tradicional do país, a tuicã, também outros destilados de ameixa, pêra, damasco e maçã. Dizem que o conhaque de ameixa é ótimo, ele também tem uma cerveja artesanal.
— Ruki-san, até que fim sua pesquisa foi útil. Achou um lugar que agrada nosso paladar. Foi bom ter trazido você junto. — Uruha dá um abraço no Ruki. Kai lhe dá um sorriso mostrando suas covinhas.
— Então vocês não... estão mais bravos comigo? — Ruki está com vergonha do abraço que Uruha lhe deu. — Depois podemos subir as escadas e visitar a Igreja da Colina?
— Por que estaríamos bravos? Sem sua pesquisa, estaríamos perdidos precisando de um guia. — Uruha acena com a cabeça para Kai que concorda. — Se eu ainda estiver em condições depois da degustação, podemos pensar nisso. Não é mesmo, Kai-san?
— Isso mesmo, Uruha-san. Agora vamos comer, senão vou passar mal com esse sol na minha cabeça. — Kai já está entrando, seguido pelos outros dois amigos, sendo recebidos pelo dono da adega.

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Aquela tarde foi bem proveitosa depois do almoço e a degustação dos vinhos, destilados, conhaque e licores já nem sabiam mais de tantos sabores que experimentaram. Apesar de meio alegres e um pouco embriagados, Ruki conseguiu convencê-los a subir as escadas até Igreja da Colina, às vezes tropeçando em alguns degraus, Kai e Uruha subiam ajudando um ao outro, mas por fim chegaram ao alto do colina e a vista era maravilhosa, o sol se escondia entre as torres dando um efeito de entardecer incrível.
Lá do alto dava para ver boa parte da cidade, que parecia até ser grande vista de cima. Dentro da igreja seu interior foi lindamente restaurado, Ruki ficou admirando os fragmentos de murais de 1483-1488, o período anterior à Reforma de Martinho Lutero, e móveis de estilo renascentista…, enquanto Kai e Uruha estavam sentados descansando da subida.
Havia três brasões de madeira esculpidos, encontrados nas ante salas das paredes laterais, pertenciam a Mathias Corvin e sua esposa Beatrix, ao príncipe da Transilvânia Stephen Bathory de Nyir (1479-1493) e ao rei da Polônia e Hungria, Wladislav o 3º. Inicialmente era uma igreja católica, tornou-se a principal igreja dos habitantes saxões de Sighisoara, que mudaram do catolicismo romano para o luteranismo após a Reforma de 1547.
Ao lado da Igreja tinha um cemitério antigo saxão, com lápide de pedra e mármore com escritos muito antigos. Ruki perguntou aos amigos se queriam ir com ele ver, mas eles só disseram para não demorar, pois queriam chegar a tempo de ir no Museu de História já passava das 3 da tarde e tinham uma boa caminhada de volta, Kai queria muito encontrar com Reita.
Depois de um tempo Ruki voltou, chamando eles para irem embora. Kai e Uruha, apesar do cansaço, gostaram muito da aventura, mais feliz ainda por estar voltando, o que fizeram pelo caminho de pedra na lateral da escadaria para aproveitar a natureza e ir mais rápido pois o caminho de volta era só subida até chegarem à Torre do Relógio. Por sorte avistaram um comboio de excursão indo para a Torre, então conseguiram uma carona para descansar os pés de toda a caminhada.

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Mais de uma hora eles levaram para chegar à Torre do Relógio, pois o comboio era uma charrete puxada por cavalos, naquela cidade isso era muito comum e também porque havia falta de ônibus. Já passava das 5 da tarde ee o Museu ficava aberto até 6 da tarde, pairou uma dúvida se daria tempo de passar na pousada para uma ducha ou ir direto para o Museu, pois para chegar no seu topo eram mais 100 degraus.
Optaram por seguir em frente, já estavam ali mesmo; se fossem para a pousada era arriscado cair na cama e acordar só no dia seguinte. O Museu mesmo não era espetacular, apresenta a evolução do artesanato na Transilvânia e possuía uma coleção de móveis renascentistas, instrumentos médicos, artefatos etnográficos, belas artes e coleção de relógios antigos.
O mais interessante foi a sala de tortura, era a mesma sala onde os prisioneiros eram torturados e as confissões extorquidas durante a Idade Média. Alguns dos incríveis instrumentos e métodos de tortura estavam em exibição.
O que faz a Torre ser muito visitada, é a vista de 360 graus quando você chega no topo, se tem uma vista excelente de toda Sighisoara. O Relógio da torre funciona desde a Idade Média.
Quando eles chegam ao topo ficam maravilhados com a vista, com estatuetas do relógio que são dois anjos: um que representa o dia aparece da manhã para tocar o sino e um anjo segurando duas velas acesas simbolizando a noite.
Assim como havia combinado, Reita aparece na Torre, para alegria de Kai que esperou o dia todo por esse encontro.
— Konichiwa, Kai-san! Uruha-san, Ruki-san. Como foi o dia de vocês? — Reita fala se dirigindo a Kai, que já abriu um sorriso mostrando suas covinhas para o recém-chegado.
— Nós visitamos as Torres da Cidadela e a escadaria e a Igreja da Colina. — Ruki, ao lado de Uruha apoiado na madeira do observatório da torre, conta radiante os lugares que eles se aventuraram. — Ah… também o cemitério da colina e agora o Museu.
— Então foi divertido? — Reita se aproxima, dando um selinho em Kai que estava sorrindo desde que ele chegou, sentindo o gosto das bebidas. — Uhmm… bom… vejo que já conheceram a Adega do Téo. O que acharam?
— Para mim foi o único lugar que compensou toda essa caminhada. — Uruha fala sobre a degustação das bebidas na adega. — O conhaque e os licores são magníficos... só assim para conseguir subir aqueles degraus.
Enquanto Uruha falava da sua degustação, um moreno de cabelos negros e lisos, com estatura média, vestindo sapato social preto bem lustrado, uma calça social preta com um a camisa de linho tambem com botões prateados e segurando um páleto e uma das mãos jogado nas costas, se aproximou de Reita, fazendo Uruha e outros olharen diretamente para ele.
— Gomenasai, não percebi que Yuu-san estava aqui do meu lado — Reita se dirige ao moreno ao lado. — Deixa eu fazer as devidas apresentações. Shiroyama Yuu, curador do Museu de Bran, este são Yutaka-san, Takanori-san e Takashima-san, os estudantes do Japão.
— Prazer em conhecê-los! Podem me chamar de Yuu. — Yuu cumprimenta eles com a reverência de costume japonês, se inclinando para eles. Quando vai na direção de Uruha, seu olhar se eleva fixando nele e sorrindo ao ver como o loiro é bonito e também o encara diretamente. — Estou feliz por finalmente conhecer, Takashima-san…
— Prazer é todo meu, mas pode me chamar de Kou ou Uruha, é mais fácil assim. — Uruha fala sem tirar os olhos do moreno enigmático a sua frente. — Yuu-san, era você no bar outro dia?
— Uruha-san, pode me chamar de Aoi se quiser. — Yuu se encaminha para perto o loiro, passando por Ruki no meio, entre os amigos. — Não, cheguei hoje de viagem, Reita veio na frente para recebê-los e instalá-los na pousada.
— Yuu-san, vai ficar também num hotel aqui na cidade? — Ruki pergunta, tentando não ser ignorado e sentindo que está segurando vela para os casais recém-formados à sua volta. — Acabei de ter um dejavú. Parece que já te vi em algum lugar…
— Não vou ficar num hotel, tenho residência aqui. Vê aquele casarão naquela colina? É onde fico quando venho para a cidade. — Yuu, ao lado de Uruha, aponta para dois casarões numa montanha próxima a praça da cidadela, encostando sua mão na de Uruha no beiral de madeira da torre, se virando para responder ao Ruki. — Quem sabe num sonho distante, Ruki-san…
— Como sabe nossos apelidos, Yuu-san? — Ruki pergunta, intrigado com sua resposta, pois não lembra de ter mencionado seu apelido quando foi apresentado.
— Akira-san já me contou tudo sobre vocês, até seus apelidos. — Yuu fala dando um sorriso pequeno para o baixinho loiro desconfiado. — Por acaso vocês estariam com fome depois de toda essa aventura de hoje?
— Demorou… tô com muita fome mesmo. — Uruha fala, voltando para os amigos. — Vamos embora! Já cansei da visita à Torre do Relógio. Yuu-san, tem um lugar perto que indica? Meus pés estão que não se aguentam mais de tanto andar.
— Uruha-san, nem fale se não fosse aquela carona na charrete, não teria conseguido subir até aqui, são degraus demais... — Kai diz rindo e olhando para Reita ao lado, dando a mão para ele.
— Nossa! Como vocês são chatos. Não existia um elevador no século 12. — Ruki diz, se encaminhado para descer as escadas circulares, deixando os amigos se seus encontros amorosos para trás. — Vou indo na frente para não ficar empatando o casal…
Uruha e Kai não contém o riso diante das palavras de Ruki, que sempre está implicando com eles, não importa onde. Junto de Yuu e Akira, eles começam a fazer a descida da torre, conversando até chegar ao nível da rua, encontrando com Ruki seguindo em direção ao restaurante ali perto, para completar a noite desse dia de aventuras.

4. O festival...


POV OFF

Aquela noite foi bem divertida, Yuu os levou ao restaurante perto da Torre do relógio. Depois de tanta caminhada, os estudantes estavam com muita fome que pediram um pouco de cada porção do cardápio, incluindo a bebida tradicional do país, a Tuica. Yuu pediu um vinho tinto de uma safra bem antiga, que ele e Reita se serviram enquanto esperavam os pedidos chegarem.
Conversaram sobre tudo um pouco, a viagem, o passeio, os lugares que visitaram, o qual somente Ruki era o mais interessado com toda essa pesquisa, seu reconhecimento acadêmico seria recompensado com seu título de Mestre. Seus amigos se esqueceram das pesquisas assim que conheceram os anfitriões, já se envolvendo em namorar com eles.
Yuu mencionou sobre o festival dos vampiros que seria na noite seguinte, nas ruínas de um cemitério antigo, perto do casarão que ele residia. Kai ficou interessado em ir conhecer, deixando Ruki empolgado, mas sua intenção real era ficar mais íntimo do loiro misterioso ao seu lado. Uruha gostou da ideia de saber um pouco mais sobre a história de como os vampiros salvaram a cidade da invasão dos turcos, mas como o amigo queria era mesmo ficar com o moreno enigmático que estava pagando sua estadia na cidade.
Algum tempo depois, os pedidos chegaram, eles se deliciaram com as porções e pratos diferentes do que estavam acostumados, o qual Reita e Aoi acompanhavam só observando e bebendo vinho.
— Yuu-san, não vai comer? — Uruha pergunta, pois ele só está bebendo e não tocou em nada.
— Verdade! Vocês nos convidaram para comer, estão sem fome? — Kai fala para o loiro ao seu lado.
— Quando fomos encontrar com vocês, nós já havíamos tomado o que vocês chamam de café de tarde. — Aoi responde para todos, levando o copo de vinho à boca para mais uma degustação.
— Kai-san, não estou com fome agora, sirvam se à vontade, talvez mais tarde. — Reita responde, dando um selinho no moreno.
Mesmo estranhando a resposta, os estudantes continuam sua refeição, conversando e se divertindo.
Ao fim das refeições, Yuu já se sentia bem mais próximo de Uruha, no entanto, que trocavam uns beijos acompanhado com vinho, no outro lado da mesa, Reita e Kai aproveitavam o vinho e já estavam bem mais avançados nos beijos.
Ruki havia sentado na ponta da mesa para não atrapalhar os casais, enquanto estavam comendo e conversando, estava tudo bem, agora ele se sentia deslocado ali, só olhando os amigos namorando, ele ficando como um castiçal na mesa. Pediu licença e foi ao banheiro para dar mais privacidade aos namorados.

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Depois de um tempo, Ruki volta do banheiro, junta seus pertences, se despedindo deles, dizendo que vai embora, que eles podem ficar namorando.
— Ruki-san, melhor não, é muito perigoso andar sozinho à noite. — Yuu fala, olhando para ele. — Estou de carro, eu deixo vocês na pousada.
— No que você tava pensando, Taka-kun? Não foi você mesmo que disse viemos juntos? — Uruha repreende o amigo. — Eu não deixaria você anda por aí sozinho, ainda mais a noite.
— Gomen. Não queria atrapalhar o namoro de vocês. — Ruki fala, olhando para os amigos como seus pretendentes — Já que estou sem acompanhante.
— Ruki-san, quem sabe, com suas pesquisas, você conheça alguém legal, é só se soltar mais e aproveitar as oportunidades que aparecem. — Kai tenta animar o amigo. — Mas antes disso acontecer segurança em primeiro lugar.
— Prontos para ir? Já acertei a conta. — Yuu fala, voltando-se para mesa, estendendo a mão para Uruha.
— Sim, Yuu-san, estou muito cansado dessa aventura. Taka-kun quis visitar tudo num dia só. — Uruha diz, rindo, olhando para o amigo, que fica envergonhado com o comentário.
— Vamos, Reita-san, quero descansar para aproveitar a noite deste festival que vocês relataram. — Kai diz, se levantando, sendo abraçado pela cintura pelo loiro que coloca seu queixo no seu pescoço, dando um beijo na sua orelha, o fazendo arrepiar...
— Se não for problema atrapalhar aceito a carona, só quero um banho e minha cama. — Ruki fala seguindo para fora do restaurante com os outros logo atrás.
Ambos entram no carro, seguindo em direção a pousada que fica a poucos minutos dali. Assim que chegam, o primeiro a descer é o Ruki, se despedindo e agradecendo por aquela noite agradável e a carona, entrando rapidamente para seus amigos terem um tempo extra com seus namorados.
— Yuu-san, não quer entrar e conhecer meu quarto? — Uruha indaga o moreno ao volante, entre os beijos. — Estou sozinho no quarto.
— Hoje não, vocês devem estar cansados. — Yuu responde, selando os lábios do maior ao seu lado. — Amanhã venho buscar vocês assim que escurecer, e levarei você para conhecer o meu quarto… quer dizer…. minha casa.
— Reita-san, nem posso pedir isso para ti, estou dividindo o quarto com o Taka. — Kai diz, sorrindo e mostrando covinhas, sendo tomado por mais um beijo longo e demorado.
— Não se preocupe com isso. Só dar uma câmera para seu amigo, que saímos de fininho para aproveitar o festival a sós. — Reita fala, com um sorriso malicioso, olhando para Kai.
Com muito custo eles se despedem de Reita e Aoi, já ansiando pela noite seguinte, que por ventura será bem interessante.


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Na noite seguinte…

Como havia prometido, ao entardecer Aoi e Reita já esperavam por eles na entrada da pousada. Uruha estava bem animado. tinha feito uma make para noite com tons castanhos puxando para o dourado, vestia uma calça preta de couro com uma bota, uma blusa preta com mangas cavada e com pedrarias na frente, por cima jogou um colete de tecido transparente na cor preta que ia até o meio da coxa, para completar a composição jogou uma echarpe com fios prateados, estava pronto para o encontro.
Yuu quando desceu do carro estava impecável, vestia uma calça jeans preta bem justa, calçando um coturno preto, uma camisa branca com um blazer preto por cima, indo ao encontro de Uruha selando seus lábios como cumprimento. Em seguida Reita desce, caminhando até a entrada, vendo seu moreno muito bem vestido, sorrindo e deixando suas covinhas mais salientes, Kai apertou o passo quando viu o loiro com a faixa enigmática escondendo o nariz, lhe dando um abraço e um beijo.
Ruki vinha logo atrás, vestindo um terninho vinho, onde o blazer tinha detalhes dourados acompanhado do decote em V, mostrando um pouco da pele alva do seu peitoral. Ele tinha uma câmera profissional pendurada no pescoço, celular numa mão e um bloco de notas na outra. Reita olhou para o Kai e riu, lembrando do comentário feito no dia anterior, Ruki estava pronto para analisar e recolher dados da pesquisa, até a câmera ele tinha.
Todos estavam prontos, adentraram ao carro, indo na direção do casarão para conhecer o festival em homenagem aos vampiros…
O lugar quando visto da Torre do relógio parecia próximo, mas era bem longe, situado na parte sul da cidadela, com apenas alguns minutos de carro já estavam no lugar. Como era um evento regional havia muitas pessoas, algumas a cavalo, outras com máscaras e segurando estacas e bastão com lamparinas.
Rapidamente Yuu estacionou o carro, eles desceram super animados, o mais empolgado em saber sobre a origem dessa festividade era o Ruki, que já começou tirando fotos e analisando tudo à sua volta.
Reita estava abraçado a Kai, que também ficou maravilhado com as roupas folclóricas e uma cantiga que eles entoavam, andando em círculos, dando uns saltos e levantando os bastões e lamparinas.
Yuu seguiu com Uruha, andando até um local perto de umas lápides que havia um caldeirão suspenso espetado na terra com água fervendo, intrigado, Uruha perguntou ao moreno qual o significado daquilo, chamando a atenção dos outros dois amigos que se aproximaram para ouvir.
— É um costume meio bárbaro antigo. — Yuu olha para o caldeirão fervendo com uma concha grande dentro que ele começa a mexer. — Os habitantes tinham medo que o mal que atacou os turcos se espalhasse pela cidade.
— O que aconteceu? — Ruki pergunta, prestando atenção no conto.
— Mesmo que os vampiros tenham salvo os habitantes da cidade fortificada da invasão turcos, eles ainda tinham medo, pois os vampiros ainda tinham fome. — Reita comenta, olhando para as pessoas à sua volta.
— Para se proteger do mal que tinha se assolado a cidade, os camponeses traziam um cavalo branco para o cemitério e o fazia pular as covas novas. — Yuu dá uma pausa e aponta para a encenação que os habitantes realizavam. — Se o cavalo não pulasse a cova por 3 tentativas, ali estaria enterrado um vampiro.
— Que estranho isso — Kai diz, com ar pensativo. — Os habitantes comemoram que os vampiros salvaram sua cidade, mas ao mesmo tempo tinham medo de ser atacados por eles.
— E o que eles faziam, quando suspeitaram de um dos mortos? — Uruha pergunta, meio assustado em saber a resposta.
Ruki estava concentrado e gravava toda a história com celular, também observava a encenação das pessoas da cidade.
— Aí que fica bizarro. Todos em volta espetavam aquela cova com várias estacas. — Yuu observa as feições de espanto dos rapazes. — Depois abriam a cova, retiravam o coração e o ferviam com algumas ervas e o caldo era servido para todos, assim ficariam protegidos contra o mal.
— Nunca ouvi falar disso nas pesquisas que fiz. Um pouco bárbaro isso, até arrepiei… — Ruki comenta, olhando os nativos repetindo o que Yuu contou.
— Estamos falando sobre o mito dos vampiros, certo? — Uruha fala, olhando para Yuu que tem um brilho estranho nos olhos. — Na verdade, os camponeses não sabem o que matou os turcos, acham que foi obra de vampiros porque encontraram os corpos com as gargantas dilaceradas, mas talvez pode ter sido um animal.
— Pode ter acontecido isso mesmo. Essas histórias são parte do folclore daqui da região. Não sabemos então o que é fato ou mito, sempre foi contada desse modo. — Reita fala, abraçando Kai, dando um cheiro no seu cabelo e um beijo no seu pescoço, o fazendo se arrepiar.
— Vê aquele com a máscara toda enfeitada, é imagem do cigano que fez um acordo com o Mestre do vampiros. — Yuu aponta para um dos habitantes. — Ele ofereceu uma pedra que gotejava o sangue de todos os santos, que ele tinha trazido de Roma, para vampiros não mais atacar a cidade.
— Em gratidão, o cigano do povo da cidade deixou as ruínas para os vampiros. — Reita termina a história. — Desde aquele dia, mais ninguém da cidade foi atacado.
Eles se entreolham, pensativos com o que acabaram de ouvir, pois parece ser mais história por ser fruto da imaginação dos camponeses do que um fato real.
— História assustadora, aposto que contam para as crianças que não querem dormir a noite. — Kai compara a esse conto com estórias para dormir que também dão medo.
— Yuu-san, acredita mesmo que os vampiros ainda estão nas ruínas? — Uruha pergunta, achando que tudo aquilo é pura invenção dos camponeses, pois não sabiam explicar o que aconteceu.
— Uruha-san, vampiros são imortais, portanto, vivem muito tempo. — Yuu fala, virando o loiro e selando um beijos em seus lábios. — Você pode ter encontrado com um e nem desconfiou da pessoa.
— Ruki-san, é bem possível que você encontre um vampiro bem atraente para lhe fazer companhia. — Uruha comenta, debochando do amigo com bloco de notas na mãos. — Aproveita a noite, vai se divertir um pouco.
— Chega de pesquisa por hoje, só essa história já está boa. — Kai fala, animado para ficar logo mais íntimo do loiro que o está abraçando calorosamente. — O que acham de marcar de se encontrar nesse caldeirão daqui umas 2 horas? Que tal?
— Concordo com Kai-san. Quero mesmo dar uma volta com Yuu-san. — Uruha está feliz em ficar com o moreno a sós.
— Só se vocês prometerem não me esquecer aqui sozinho. — Ruki avisa da condição de deixar eles com seus namorados. — Não sei voltar para pousada daqui.
— Ah... Taka-san, não iremos esquecer de ti. — Uruha fala para acalmar o amigo.
— Pode confiar, mesmo que eu me atrase um pouco, venho lhe buscar.. — Kai confirma que voltará para encontrar ele.
Assim eles se separam, indo se divertir cada um à sua maneira...

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POV Uruha.

Fomos dar uma volta, para curtir um pouco, queria muito ficar a sós com o moreno. Yuu caminhou um pouco por entre as pessoas do festival, na direção de uma trilha.
— Uruha-san, quer conhecer minha casa? — Yuu segurando minha mão, pergunta. — Lá é mais confortável e podemos beber, tenho ótimos vinhos.
— Vamos rápido… Estou mesmo com a boca seca. — Uruha responde, passando a língua nos lábios. — Adoro um bom vinho, ainda mais acompanhado.
Seguimos por aquela trilha escura, confesso que fiquei com medo, mas Yuu estava me dando a sua mão fazendo me sentir mais seguro. Adentramos o casarão por uma porta que nos levou diretamente a cozinha, onde Yuu foi a geladeira de vinhos, escolhendo um vinho tinto.
Na mesa havia uma cesta com frutas, sendo uma delas uva rosada, num cacho bem grande, ele abriu a porta de um armário e pegou duas taças.
— Kouyou-san, poderia trazer a cesta com uvas? — Yuu pede, olhando para mim, então pego a cesta, segurando a alça.
— Adoro degustar uvas com um bom vinho. Como acertou meu gosto? — Será que ele lê a mente? Talvez também aprecie.
— Não foi difícil, um bom apreciador de vinhos gosta de frutas para acompanhar a bebida. — Yuu fala, de um modo tão suave e gostoso de ouvir. — Me siga, vou te levar para conhecer meu quarto.
Mais do que rápido, subimos as escadas, cruzamos uma sala, depois passamos um corredor e outra escada até chegar no seu quarto, o lugar é tão grande que é preciso um guia para não se perder.
Assim que entro no quarto do moreno, fico maravilhado com a riqueza de detalhes dos móveis de madeira que parecem ser bem antigos e entalhados a mão. Havia uma cama enorme no centro quarto, com pilares de madeira nas pontas, com cortinas de tecido esvoaçante branco, com várias almofadas e um lençol de cetim num tom escuro.
— Gostou do quarto, Uruha-san? — Yuu pergunta, vendo minha admiração.
— É muito lindo e bem espaçoso. — Falo, chegando perto de um dos pilares para sentir a textura. — Adorei os entalhes em madeira.
— Pode colocar a cesta na cama, vou abrir o vinho. — Yuu foi em direção a uma cômoda, colocou as taças sobre ela para abrir o vinho. — Fique à vontade, Kou-san.
Coloco a cesta com as uvas no meio da cama e sento na beirada para tirar a bota, deixando-a de lado, subo para o meio da cama, que é maior que uma queen size. Dentro do quarto está quente e mais o calor que sinto vendo o moreno servir o vinho, retiro o colete longo e echarpe, deixando ao meu lado, fico apenas com a blusa regata. Seguro o cacho de uvas, tirando uma e mordendo-a, esperando o moreno se aproximar com o vinho. — Aqui está sua taça de vinho, Kou-san. Confortável? — Yuu entrega minha taça, e faz uma manobra com os pés para tirar os sapatos e se ajeita na cama, entre a cesta e eu.
— Estou bem acomodado, muito macio esse colchão. — Estou sentado meio de lado, com as pernas para o outro lado, degusto o vinho. — Que delícia! Vinho tinto suave, doce. Perfeito.
Me insinuo para moreno, comendo uva de modo provocante, passando a língua nos lábios e mordendo o canto da boca, ele me olha, suspira e bebe um gole, deixando escorrer no canto da boca, acredito que foi propositalmente.
— Que descuidado você foi, Aoi-san! Escorreu no canto da boca, deixa eu limpar para você. — Com o dedo indicador, passo no líquido escorrido, levando de volta à boca, onde o chupo por inteiro por duas vezes seguidas. — O vinho com o seu sabor fica bem melhor…
— Experimente uma uva para ter certeza se o sabor é o mesmo — Aoi não podia ser mais provocante, segurando uma uva com dentes, que me inclinei para pegar, encostando nos seus lábios, mordendo-a devagar. — Melhorou o sabor?
— Sim, tem uma textura macia e quente. — Yuu bebe mais um pouco, agora ele passa uma uva dentro do copo, deixando vinho pingar entre os dedos e o leva a minha boca, onde chupo seus dedos com a fruta.
Me arrepio todo com o olhar predador dele para o meu movimento de chupar seus dedos, que os leva de volta, agora mexendo o vinho com um deles. Yuu lambe o mesmo de modo provocante e sensual, se inclinando para na minha direção.
— Quer provar o vinho dos meus lábios, Kou-san? — Yuu está me provocando, vejo luxúria e desejo nos seus olhos que brilham e tomo seus lábios para um beijo mais demorado, degustando o vinho, ele interrompe o beijo afastando de mim.
— Aoi-san, seus lábios são melhores que a taça de vidro. — Não sei quanto tempo mais resistirei a esse jogo de sedução que ele está fazendo, apenas deixo me levar pego mais uma uva e bebo mais um gole, só de olho no moreno me secando com os seus olhos negros.
— Uruha-san, você está brincando com fogo, sabia? — Yuu termina seu vinho, colocando a taça de lado na cômoda, também bebo o restante do vinho, então pega a taça da minha mão. — Certeza que não tem medo de se queimar? Esse jogo pode ser perigoso…
— Se Shiroyama-san for esse fogo, acho que vou arriscar mesmo sendo perigoso. — Yuu empurra a cesta para um lado qualquer e avança para cima de mim, segurando minha cintura com força, fazendo o corpo colar um no outro, e começa um beijo desesperado e longo, seus lábios são macios e carnudos, se movem muito rápido e só paramos para ganhar fôlego.
— Kouyou-san lhe desejo desde a primeira vez que coloquei olhos em ti. — Yuu está me beijando por toda volta do pescoço, ombro, deslizando a língua pelo lóbulo da minha orelha mordendo a ponta. — Não estava mais segurando essa vontade de possuí-lo. Você é um pecado, muito gostoso...
Voltamos aos beijos mais afoitos, cheios de desejo, nossas línguas se cruzam formando uma batalha, cada vez mais rápido, prolongando o ósculo por alguns minutos, até que fico sem ar novamente, me separando dele. As suas mãos que estavam nas costas, descem até a beira da minha blusa, puxando para remover aquele tecido incômodo, assim que fico com o peito a mostra, Yuu me empurra na cama para me deitar, sentando sobre minha pernas, me analisando.
Lentamente ele abre os botões da sua camisa, me torturando com a visão dele tirando a camisa, que foi jogada em algum canto do quarto. Yuu se inclina em cima do peito para mais um beijo ardente e outras carícias, suas mãos desceram até minhas pernas e sinto meu membro dá umas fisgadas com seu contato. Ele é puro fogo, prazer e adrenalina, ter esse moreno se esfregando em mim é muito excitante, ele tinha razão, acho que vou me queimar com esse fogo todo.
— Yuu, tira, quero sentir você...
Ele vai me beijando do ombro por toda extensão do meu peitoral, passando a língua pelos mamilos, seguindo para o umbigo, o qual ele circula lambendo dentro do orifício, não consigo segurar, soltando alguns gemidos abafados com esses contatos.
Antes de abrir a calça, ele passa suas mãos no meu peito, num movimento de subir e descer, só então vai para os botões e o zíper abrindo muito devagar, certeza que está me torturando com isso. Então levo minhas mãos para tentar arrancá-la de uma vez, mas Yuu as segura, tirando dali num movimento. Sem eu perceber, já estou totalmente nu com o membro desperto na sua frente, me fazendo ficar corado de vergonha.
— Kou-san, por que a vergonha? Não achei que fosse tão lindo!
Yuu se afasta e coloca meu membro quase todo na sua boca, me fazendo gemer seu nome, quando senti sua língua roçando na pele sensível.
— Aoi... hummm…
Esse homem vai me levar à loucura, agora sinto a felação aumentar ele está sugando muito rápido com o movimento de vai e vem, puxo seu cabelo para tentar um beijo, o orgasmo está próximo posso, gozar em algum momento se continuar assim.
— Quero sentir você, Aoi… tira tudo.
Minhas mãos vão a sua calça, que abro rapidamente, puxando as duas peças para baixo, vendo seu membro desperto e duro, gotejando, com uma das mãos segurei-o, antes dele tirar a calça, começando o movimento de vai e vem, escuto ele gemer, arqueando as costas e voltando a me olhar com um desejo profundo.
— Mais rápido, Kou...you...
Intensifico os movimentos, sentindo aumentar de volume e molhar minha mão com líquido do pré gozo, está perto do ápice, irá gozar logo. Notei suas pupilas dilatarem, seus olhos agora possuem um brilho intenso diferente de antes, como o quarto está iluminado por apenas duas lamparinas, não estou vendo direito, mas parece que mudaram de tom, é provável ser efeito do vinho junto com toda essa excitação.
Yuu segura minha mão, fazendo parar antes do ápice, ele se afasta, tirando o restante da sua roupa, se deitando colocando seu corpo nu sob o meu, me beijando sem parar, com leves mordidas no pescoço, orelha, ombro, queixo, voltando aos lábios sem pudor, mordendo partes dos lábios só para ouvir meus gemidos. Ao mesmo tempo que nos beijamos, nossos membros estão roçando um no outro, seu corpo está rebolando sobre o meu, me levando ao êxtase, coração disparado, temperatura elevada, já nem sei mais o que fazer, apenas esperando alcançar o auge dessa excitação.
— Yuu, não aguento mais. Me fode de uma vez!
— Kouyou, seu desejo é uma ordem.
Yuu senta nos meus joelhos, colocando a cabeça entre minhas pernas, passando a língua pela virilha, indo para meu membro, descendo para me dar um beijo grego, depois soprando o local, provocando mais um arrepio na espinha.
— Uruha, fica de quatro para mim, gostoso.
Atendo seu pedido na hora, virando e me posicionando de costas para ele, que se encaixa na minha abertura esfregando-se contra ela, estou com o rosto abaixado entre os lençóis, corpo arqueado e bunda empinada.
— Que visão! Farei você meu para sempre, Kouyou.
Sem aviso prévio, ele me invade, grito seu nome e praguejo por ele não ter me preparado antes, ele espera um tempo, para me acostumar com o volume e começar a me estocar, aumentando a velocidade e, cada vez que encosta na próstata, grito algo desconexo, ele sorri e faz de novo. Ele puxa minha cintura, me fazendo ficar ereto ao seu peito, Yuu coloca sua cabeça no meu ombro, com as mãos na minha cintura faz meu corpo subir e descer, entendo o movimento e começo a fazê-lo, ele leva sua mão ao meu membro esquecido seguindo os mesmos movimentos do meu corpo.
— Hummm… continua! KouYou, com mais força.
Minhas pernas começam a falhar, ele percebe segura minha cintura para uma estocada, atingindo a meu ponto doce, sinto ele se desfazer dentro de mim com um jato quente.
— Goza para mim…
Yuu sussurra na minha orelha, me arrepiando com o contato. Sinto sua língua no meu pescoço e os movimentos no meu membro estão cada vez rápidos e intensos, em segundos estou gozando, me desfazendo na sua mão, ao mesmo tempo dou um grito, pois ele acabou mordendo meu pescoço com força, assim que essa loucura chega ao seu ápice.
— Ai! Yuu, seu animal… isso doeu.
— Gomen, foi intenso demais. Me descontrolei.
Yuu sai de dentro de mim, deitamos de lado, tentando nos acalmar desse orgasmo que acabamos de ter. Estou sentindo sua língua passar por onde ele mordeu, sua saliva parece anestesiar o lugar, com certeza vai ficar uma marca roxa. Uma sonolência começa a me ocorrer e me viro para beijar o moreno antes de cair no sono, estou acabado, isso foi surreal.
— Acho que me queimei. Mas valeu a pena, você é muito intenso e fogoso.
— Avisei que seria perigoso. Gomen pela mordida… mas eu tinha que provar, Kouyou, você é muito delicioso. — Yuu se vira, pega a taça e coloca um pouco de vinho, dando um gole antes. — Aqui, beba um pouco de vinho, já, já que a dor passa.
Pego a taça e bebo tudo, beijando-o no processo, bocejando em seguida e me entrego ao sono.
— Yuu, acho que o amo. Dorme aqui junto comigo…. — Puxo o lençol para cobrir a nós dois, pois uma brisa fria está entrando no quarto.
— Sim, meu anjo das trevas. — Yuu se ajeita, ficando de conchinha e abraço sua cintura, coloco meu rosto no seu ombro para sentir seu cheiro. — Tenha bons sonhos, Kouyou-san.
— Ahh! Me acorde… na hora de buscar o Ruki. Certo? — Falo lentamente, bocejando entre as palavras.
— Pode deixar mandarei alguém buscar ele. — Me entrego ao sono e nem escuto direito o que moreno responde.
Minhas pálpebras estão pesadas e meu corpo dolorido e muito cansado, me entrego ao sono, agarrado ao moreno misterioso.

5. Comida Exótica


POV Kai.

Depois que nos despedimos do Ruki, que foi todo eufórico tirar outras fotos e entrevistar as pessoas da cidade que faziam a encenação folclórica, Yuu e Uruha já haviam sumido no meio da multidão, por fim, fiquei a sós com o meu loiro enigmático.
Reita me encantou desde a primeira vez que o vi ainda no Japão, seu jeito de falar e seus beijos naquele dia no restaurante me deixou com vontade de conhecê-lo mais a fundo. Se não fosse o baixinho estressado do Ruki com medo de ficar sozinho, já teria descoberto o que ele esconde por debaixo da faixa que o faz ser tão misterioso e muito gostoso.
Caminhávamos por entre as pessoas, observando aquela festa que era bem estranha e um pouco sinistra como a história do caldeirão. Então vi a barraca de bebidas típicas com salgados diferentes, juntei a mão do loiro e saí correndo, indo naquela direção para experimentar a comida da região, que ao meu ver parecia exótica.
Reita gargalhou do meu jeito de ter arrastado ele em meio a multidão atrás de comida, então me virei, olhei para ele e sorri mostrando minhas covinhas. Na barraca não entendi nada que a mulher falou, então apontei o que eu queria. Reita comprou um copo de licor de tuicã para mim e um de vinho tinto para ele, mais dois daqueles salgados que eu nem sabia do que eram, mas eu estava com muita fome mesmo e se fossem ruim, ia servir para me sustentar e passar a fome. — Kai-san, o que está procurando, olhando para os lados?
— Um lugar para sentar, mas as mesas estão todas lotadas. Não vou sentar no chão nem em lápides para comer.
— Te entendo. É bem estranho mesmo para quem vem de fora. O pessoal daqui não liga muito para isso.
— Sim, me parece meio desrespeitoso com os mortos, além de se fazer uma festa num cemitério antigo.
— É realizada assim há muitos anos. Kai-san, tenho uma boa notícia. Quer saber?
Olho para ele, segurando as bebidas e fico imaginando o que pode ser, ele está com um sorriso um tanto safado, como se estivesse aprontando uma travessura. — Reita-san, diz rápido essa notícia! Para que o suspense?
— Só para ver sua reação. Essas suas covinhas são tão lindas.
— Ah… Para com isso! Assim fico envergonhado.
— Posso dar um jeito nisso. Olha, Yuu-san deixou a chave do carro comigo.
— Por que não disse, Reita-san? Vamos logo! É melhor lugar para sentar para comer.

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Para nossa sorte, o carro não estava longe. Yuu estacionou bem acima da entrada da festa, um pouco distante da aglomeração de pessoas que entravam e saíam do local. Reita abriu a porta e sentamos no banco dos passageiros atrás, pois esse modelo tinha um braço no meio do banco que possuía porta copos retrátil. Bem mais confortável que lá fora! Reita ligou o som com controle remoto, escolhendo uma playlist com músicas de J-Rock. Algumas bandas eram conhecidas por mim, que sorri com a escolha e comecei a comer meu salgado.
Reita apenas bebia seu vinho e ficava me olhando comer. Ele estava me secando e, a cada gole, eu via sua língua passar de um lado para o outro nos lábios, mordendo o canto da boca. Era muito provocante.
Me apressei em comer, pois queria provar daqueles lábios sedutores dele. Bebi um pouco do licor para ajudar a engolir o salgado, que não identifiquei do que era seu recheio, mas era muito saboroso, acredito que exagerei comprando dois, o primeiro já saciou minha fome, vou guardar o outro para mais tarde.
— Reita-san, faz tempo que você mora aqui na região? — Pergunto para saber um pouco dele.
— Aqui na cidade venho sempre na época do festival. Yuu-san tem morada aqui também. — Reita bebe um pouco e continua — Aquele casarão ali no fim da trilha do cemitério, ele herdou de um ancestral.
— Entendi. Vocês vem mais a passeio, certo? — Suspiro e bebo mais um tanto do meu licor, fixando meu olhar no seu. — Vocês se conhecem há muito tempo?
— Sim, moramos no Castelo de Bran e agora tem uma ala que você pode se hospedar e passar uma noite no mesmo local que Conde Vlad viveu. — Acertei quando ele foi na faculdade, ele falou algo sobre o Castelo. — Já faz algum tempo que somos sócios, mas nos conhecemos há muito mais tempo.
— Está na nossa lista para visitar os castelos da região. Esse é o mais famoso deles. — Reita termina seu vinho, levantando o braço do porta copos e chegando mais perto. Também finalizo minha bebida, me aproximando dele. — Que legal! São amigos de longa data também?
— Pode-se dizer que temos um interesse em comum. Manter viva a crença na história dos vampiros que é o que alimenta o turismo das cidades daqui da Romênia. — Reita está bem perto de mim, sentir o seu perfume e ver lábios se mexerem quando fala é muito tentador. — Você não estaria fazendo essa pesquisa se não acreditasse.
— Então, Ruki-san é o mais empolgado com as pesquisas. Uruha e eu estamos só na cola dele, o tema é bastante interessante. O mais difícil é encontrar provas que vampiros existiam mesmo. — Reita me puxa para bem perto dele e começa a passar as mãos no meu cabelo, encostando para sentir o cheiro, me causando arrepios.
— E se eu pudesse provar para você que vampiros existem, o que faria com essa informação? — Reita tá só me provocando, falando perto do meu ouvido e cheirando meu pescoço. Não vou resistir em agarrá-lo e terminar com esse joguinho.
— Não sei o que dizer. Seria surreal talvez, mas bem perigoso se ele não for amigável. — Dou risada do meu comentário. Reita aproveita e encosta seus lábios nos meus e sinto o breve gostinho de vinho, mas ele se afasta.
— Perigoso… Amigável...? Não acha que tá querendo demais? Que tal apenas sedutor e misterioso, já não basta para gostar dele? — Nem sei o que responder com as provocações dele, ele me beija na ponta da orelha, me fazendo tremer e passa a língua no meu pescoço descendo até o ombro.
— Sedutor e misterioso combina muito com você, só falta saber se o vampiro seria tão gostoso como Reita-san é. — Levo minhas mãos as suas costas arranhando lentamente, ele suspirou, me olhando nos olhos. — Será que beija tão bem como você?
Reita me puxa para um beijo voraz, encostando seus lábios nos meus com rapidez e sugando todo meu ar.
Sua língua pediu passagem, encontrando com a minha, mantendo o ósculo e o tornando cada vez mais necessitado, fazendo meu rosto corar com a intensidade. Minhas mãos estão nas suas costas, arranhando mais forte, ouvindo seu gemido no meio do beijo.
As suas mãos estão segurando meus cabelos, me fazendo aos poucos colar meu corpo ao seu. Minha respiração fica alterada e preciso recuperar o fôlego, quebrando o ósculo para tomar um ar, apesar que o carro está todo fechado, começando ficar embaçado com toda aquela excitação.
Sinto suas mãos descer para minha cintura, apertá-la com suas mãos fortes, entrar por deixado do tecido e acariciar minha pele que já se encontra suada. Vejo seus olhos ficarem mais brilhantes e fogosos. Esse homem vai me levar à loucura!
— Sua pele é tão macia e cheirosa. Ainda não tinha sentido essa sensação com alguém. Quero muito possuir você. — Reita sussurra perto do meu ouvido, beijando toda a extensão do meu pescoço, queixo e indo para clavícula, passando sua língua no lugar todo. — Seu pescoço é uma tentação. Posso querer deixar uma marca aqui e fazê-lo só meu.
— Ah! Rei-chan… Seu perfume é muito sedutor, assim como o dono dele. — Inclino minha cabeça para o lado e acho que ele encontrou meu ponto fraco agora, passando a língua no lóbulo da minha orelha dando uma mordida na ponta, me fazendo gemer. — Hum… Assim não! Me arrepio todo, Rei-chan.
— Bom saber… Ahh! Que é sensível nessa área. Já sei onde provocá-lo. — Reita volta sua mão nos meus cabelos, se aproximando e encostando os lábios de leve, dando mordidas na parte carnuda sem deixar que eu o beije de volta. — Então, eu beijo bem para ser o seu vampiro?
— Rei-chan tem todos atributos para ser meu vampiro. É sedutor, misterioso com essa faixa e sobre o beijo, quero provar de novo só para ter certeza. — Vejo ele me olhar com desejo e prazer. Quero muito senti-lo junto ao corpo. — Tá ficando meio quente aqui, deve ser toda essa nossa roupa. Acho que podíamos nos livrar dela.
Voltamos aos beijos, agora mais afoitos e desesperados, era tão intenso que aquele carro seria pequeno para nós dois. O beijo alternava em batalha de línguas e as mordidas nos lábios, com ele descendo por todo pescoço, depois voltando a me beijar ,me deixando sem fôlego e totalmente entregue aos desejos. Reita usava uma camisa de botões, que comecei a tentar desabotoar nos intervalos do nosso beijo, sem sucesso. Era muita distração! Ele parou, se afastou um pouco e foi abrindo lentamente; o que eu queria mesmo era estourar todos os botões. Aquilo era provocante demais.
Reita estava rindo do meu nervosismo. Ele estava fazendo aquele strip tease de propósito só para me provocar. Nem dei tempo dele abrir os últimos botões e avancei indo beijar seu pescoço que estava agora amostra e toda aquela pele branca como porcelana, tirando alguns suspiros e gemidos dele, sentindo o cheiro do seu cabelo e roçando minha língua no seu pescoço.
Minhas mãos estavam nas suas costas, lhe arranhando e em seguida o empurrei para se deitar no banco, aproveitando para beijar cada centímetro da sua pele, indo castigar seus mamilos, que alternava entre beijar um e apertar o outro. Senti seu corpo estremecer quando desci com a língua e circulei seu umbigo, ouvindo ele gemer meu nome.
— Kai… Quero sentir você… Tira... — Suas mãos foram até a barra da minha camiseta, puxando-a para cima. Levantei os braços para me livrar daquele tecido incômodo, sendo jogado em algum lugar do carro. Ele passou suas mãos no meu peito, também apertando meus mamilos e me fazendo suspirar com a sensação prazerosa desse contato. — Kai-san, você é um humano com quem eu realmente quis ficar íntimo.
— Ah… Seu humano? — Eu ri. — Tá falando como um vampiro, Rei-chan! — Suas mãos são frias e estão alisando minha pele quente, descendo para minha cintura e me puxando para deitar sobre si, colando nossos corpos e voltando a me beijar na volta do pescoço, sussurrando algo sem sentido que só consegui gemer e suspirar com a sensação. — Grr… quer me enlouquecer… assim…?
— Tudo em você parece gostoso, mas seu pescoço é um pecado. Queria muito mordê-lo e provar seu sabor. — Reita tá assumindo o papel de ser um vampiro, essa sedução fugiu do controle e seu corpo colado no meu me faz querer mais. Já sinto meu baixo ventre fisgar excitado, seu membro preso na calça roçando na minha intimidade. Já estou sentindo aumentar de volume, então levo minha mão para senti-lo e percebo que já se encontra úmido. — Kai-chan, você ainda gostaria de mim se fosse um vampiro igual a lenda?
Me desvencilho do seu abraço, levantando um pouco o corpo e fixando meu olhar no seu que está brilhante. Tudo tudo nele é provocante e ao mesmo tempo misterioso, pois estou me entregando a um homem loiro e enigmático, o qual sinto uma atração que não sei explicar e agora essa pergunta: Será possível mesmo? A lenda é verdadeira?
— Sinto uma atração enorme por ti que não sei explicar, mas todo esse seu mistério me seduziu. Por que eu deixaria de gostar de ti? Estou em perigo com esse seu segredo? — Vejo ele me olhar com prazer e luxúria, voltando a puxar para mais um beijo longo e demorado. Suas mãos estão nas minhas costas e voltam a me arranhar com força, indo até minha cintura, tentando abrir meu cinto da calça com a mesma vontade que eu de se livrar do resto da roupa que nos impede de ficar íntimos. O ar me faltou e o afastei para tomar fôlego. — Vim para cá para descobrir a verdade sobre a existência de vampiros. Foi o que eu disse antes: Seria surreal.
— Nem eu sei explicar, talvez, mas senti meu coração voltar a bater quando te vi. Você me fez querer viver de novo. — Reita se levanta do banco, ficando frente ao meu rosto, pegando minha mão e colocando no seu peito e a dele no meu. Sinto as batidas aceleradas. Ele chega à sua cabeça perto do meu cabelo, sussurrando no meu ouvido. — Quer ser meu amante imortal, Yutaka-san?
— Pedindo assim, não tem como resistir. Hum... Gostoso, sedutor querendo me amar... Não posso deixá-lo sozinho. — Volto a beijá-lo com muito fervor, agora sabendo que ele também tem sentimentos por mim e quer ficar comigo além da nossa atração física.— Quero sentir você… Tira tudo… Akira-san.
Reita cessa o beijo, descendo suas mãos na minha calça, abrindo o cinto, o zíper e tirando a calça junto com minha boxer. O espaço do banco é meio apertado e ele as tira com um pouco de dificuldade, me deixando nu na sua frente. Então ajoelhei no banco sentando em cima das minhas pernas, ficando bem envergonhado do membro já duro, com ele me olhando como se fosse uma presa e ele o predador. Faço o mesmo com sua calça e boxer, arrancando tudo; ele senta como eu e me encara como se fosse uma pintura que deve apreciada. Fiquei olhando ele: sua pele é pálida, parece feita de cera; seus braços, barriga e coxas são bem torneadas com um pouco de músculo, gostosas de apertar, minha respiração está ofegante e estou vermelho com ele me encarando.
Não aguento só ficar olhando. Levo minhas mãos nas suas pernas, alisando as coxas, subindo na direção da virilha para ir de encontro ao seu membro já úmido. Assim que coloco as mãos nele, começo o movimento de vai e vem.
Reita agarra meu cabelo com força, me inclinando para o lado esquerdo, começando beijar meu pescoço e toda a extensão da clavícula até o ombro, voltando para o lóbulo da orelha mordiscando cada pedaço e dando selinhos com mordidas nos meus lábios, enquanto o masturbo lentamente.
— Mais rápido… Não pare… Kai. — Ele fala com uma voz doce mas grossa, continuando a provocação com mordidas e passando a língua no pescoço e na orelha. Isso está me levando à loucura e ao êxtase, causando gemidos e arrepios por todo meu corpo.
Sinto que ele está ficando excitado e seu membro aumentar de volume, ficando duro, mais um pouco irá chegar ao ápice e gozar. Intensifiquei os movimentos para fazê-lo atingir o orgasmo, mas ele segura minha mão, parando o movimento, trocando a mão que segurava meu cabelo, para colocar agora no meu membro esquecido, fazendo os movimentos de vai e vem bem mais intenso que eu fazia. Com a mão direita livre, ele passa atrás do meu pescoço e voltamos aos beijos, que estão cada vez mais insanos, intercalando com gemidos quando ele volta a beijar meu pescoço.
— Vamos chegar ao orgasmo juntos. Assim irei lhe morder e fazê-lo meu para sempre, Kai...— Reita fala perto do meu ouvido, me beijando e mantendo o ritmo dos movimentos no meu membro. Minha respiração está bem alterada e cada investida no meu pescoço, vocalizo gemidos altos. Assim não vou aguentar muito tempo e vou gozar daqui a pouco. — Kai… Você é um pecado que quero cometer sempre.
— Arg… Rei-chan…! Me morder? Isso deve doer. Sou tão gostoso assim, que quer tirar um pedaço meu? — Ele acredita mesmo que é um vampiro e está agindo como um. Volto minha mão em seu membro, voltando os movimentos de vai e vem até atingirmos o ápice ao mesmo tempo. Reita geme e grita algo desconexo com meus movimentos. Estou sentindo que vou gozar antes dele. Nossos corpos colados, suados e a adrenalina correndo, causando arrepios, estou me entregando ao prazer total. — Reita… Vou… Gozar. Não dá para segurar mais.
— Kai… Não vai doer… Não vou tirar nenhum pedaço, só vou provar seu sangue para saber se é tão delicioso como seus beijos e sua pele. — Não esperava por essa resposta, então fixo meus olhos nos seus e agora que notei: Eles estão diferentes. Como não percebi antes? Eles estão vermelhos! Coloco minha outra mão no seu ombro, levemente o empurrando e diminuindo o movimento em seu membro. Reita me encara também e sorri maliciosamente. Vejo claramente agora, com a pouca luz dentro do carro embaçado, duas presas afiadas no seu sorriso. — Por que parece assustado? Não falei que ia provar que existimos? Ainda vai querer ser meu amante?
— Você… É… Mesmo um vampiro... Reita! — Me engasgo com as palavras. Eu não tô sonhando! Toda essa atração física está explicada: estou me agarrando com um lindo vampiro e esse é todo o seu mistério. — Não tô assustado. Eu estou… Uau! Nem sei o que dizer. Você... É real mesmo, Reita! — Volto a aumentar os movimentos e quero muito ter um orgasmo com ele. — Ahh…! Sedutor, misterioso, excitante... Tudo se encaixa! Meu lindo vampiro! Goza junto comigo.
— Grr... Kai! Hum... Fiquei com medo que não fosse me aceitar. — Ele volta a beijar meus lábios e retribuo beijando também, com muito prazer e desejo. — Não queria perdê-lo ou ter que forçá-lo a esquecer o que sou, já lhe amo tanto, meu humano com lindas covinhas.
Foram poucos minutos apenas depois da sua revelação, que chegamos ao ápice e tivemos um orgasmo ao mesmo tempo. O líquido quente estava escorrendo no nosso corpo e foi tão intenso que gemi alto. Reita grunhiu e soltou um grito que me pareceu um uivo, me fazendo amolecer nos seus braços. Ainda aproveitando nosso orgasmo, ele passou a língua algumas vezes seguidas no meu pescoço um pouco inclinado, posicionou suas presas e as afundou na minha pele.
Dei um grito agudo, seguido de um gemido. Senti apenas duas picadas de agulhas e, como ele disse, não doeu. Agora a sensação é prazerosa, colando nossos corpos e com sua mão nas minhas costas, está me empurrando, friccionando os nossos corpos nesse contato, enquanto ele sugava de mim. Estou entregue a esse momento que não sei explicar o que estou sentindo. São muitas sensações que estou em êxtase.
— Delicioso! Yuta-chan, você é muito saboroso. Seu sangue é especial, saciou minha sede. — Reita retirou suas presas e depois passou várias vezes a língua no local. Incrível que não sinto mais dor. Outra verdade: sua saliva é anestésica. — Serás meu amante por toda eternidade! — Reita mordeu o canto dos seus lábios, deixando sair seu sangue e se aproximou para me beijar. Sei o que isso significa: ele quer me tornar igual a ele e, assim, ficaremos juntos para todo sempre. O beijei sem pensar no que poderia me acontecer. Sempre desejei muito encontrar alguém que me amasse como ele. — Ao acordar, serás um lindo moreno vampiro com covinhas.
— Nunca imaginei que encontraria o amor nos braços de um vampiro. Se eu estiver sonhando, não me acorde. Quero aproveitar esse momento. — Reita me deitou no banco e me abraçou. Meu corpo estava mole, suado, com os batimentos disparados e a respiração alterada. Continuei beijando seus lábios até que uma sonolência me ocorreu. — Não me deixe esquecer de encontrar Ruki-san, o baixinho tem medo de ficar sozinho.
— Apenas descanse, meu lindo príncipe vampiro. — Reita está me abraçando pelas costas, fazendo uma conchinha naquele banco traseiro apertado. Ele está fazendo um cafuné, com seu nariz entre meu cabelo e orelha, passando a língua de leve; sua voz está saindo sussurrada e parece bem longe. Estou me sentindo meio lento, como se tivesse sido drogado, tudo está ficando enevoado e só quero dormir. — Na hora certa você vai encontrar com ele, e vai levá-lo até o casarão em busca do seu amigo, Uruha. Mas não conte nada para ele sobre nós, mesmo se ele descobrir a mordida. Yuu-san preparou uma surpresa para realizar seu desejo.
— Ruki-san tem um desejo? Ah… Tô ficando com sono e cansado. Não estou pensando direito. Mas farei o que você me pediu, meu mestre. Akira-san. — Pergunto, bocejando entre as palavras. Não estou mais conseguindo manter as pálpebras abertas e me rendo a sonolência, sendo embalado pelo loiro vampiro que está agarrado a mim. — Yuu-san também é... Um vampiro?
— Em breve você vai descobrir. Bons sonhos, meu Dark Angel, Yuta-chan! — Nem ouço direito sua resposta, me entrego ao sono profundo e ficamos ali juntos, com nossos corpos nus colados esperando a euforia passar dentro do carro no meio de uma festa num cemitério antigo.

6. O mistério do casarão



POV RUKI

Depois que me separei do Kai e do Uruha, que decidiram ir namorar em vez de se preocuparem com o motivo real pelo qual viemos à Romênia, em busca de respostas para nossa tese de Mestrado. Como sempre fui eu que fiz as pesquisas, nem estava ligando para o namoro deles, esse festival tinha muito conteúdo e histórias para o meu relatório.
A começar pela história que Yuu contou, aproveitei para tirar fotos das pessoas que faziam a encenação folclórica da busca pelo vampiro no cemitério. Só que sem um intérprete não deu muito certo entrevistar os habitantes, pois meu inglês não é fluente, alguns só falam o idioma nativo.
Então usei a câmera para gravar e tirar fotos, aquilo era muito divertido para mim, estava em contato com o objeto dos meus estudos: reunir provas da existência dos vampiros. Aproveitei para dar uma volta em todas as barracas do festival, comprando lembrancinhas, salgados diferentes e o licor de tiucã, a bebida regional.
O tempo que tínhamos combinado de voltar a nos encontrar já havia passado, incrível como duas horas passam rápido quando você está se divertindo. Me encaminhei na direção do caldeirão que deveria ser o ponto de encontro. Tinha quase certeza que eles ainda não estariam lá, nunca foram muito pontuais e devem estar se agarrando em algum lugar ainda.
Como era de se esperar, eles não estavam no caldeirão, espero que não tenham esquecido de mim, eles tinham prometido, não sei voltar para pousada, tá muito escuro e não lembro onde está o carro.
Para distrair, vou beber um pouco e comer o que sobrou na minha sacola, parado aqui sozinho é muito assustador. Cadê aqueles dois irresponsáveis? Quanto tempo ainda vou ficar aqui esperando?

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Já havia passado da meia-noite, nenhum dos dois havia aparecido e ainda por cima estavam muito atrasados, nem sei quanto tempo passou. Por que concordei em me separar deles?
E agora? O que farei? Agora estou com muito medo de ficar aqui sozinho, isso é bem assustador, vejo a festa ir se esvaziando e as pessoas indo embora. Como faço para pedir ajuda, se nem sei falar o idioma deles, como fazer alguém me entender?
No meio da multidão que está saindo da festa, até que enfim vejo um rosto conhecido, o moreno de covinhas vindo na minha direção. Suspiro aliviado, ele pode estar atrasado, mas não se esqueceu de mim. Parece que bebeu, está andando meio trocando as pernas. Cadê o Reita? Por que o Kai está sozinho?
Vou ao seu encontro, ele me pareceu estar perdido.
— Kai-san! Estou aqui! — Grito por ele.
— Takanori! Cadê você? Não estou te vendo! — Melhor chegar mais perto.
— Você demorou, por um momento achei que tinha esquecido de mim. — Chego perto, colocando a mão no seu braço, ele me olha com ar de sono e cansaço.
— Gomenasai a demora, meu amigo, já estou aqui, nunca iria te esquecer. — Com ele aqui já não sinto mais medo.
— Eu fiquei com medo, não sei voltar daqui para pousada. — Estranho, só ele apareceu, nada dos outros. Onde será que estão?— Onde está Uruha-san? Por que o Reita não está com você?
— Ruki-san, precisamos ir encontrar com Uruha-san no casarão, ele foi com Yuu-san para lá. — Como assim?! Não foi o combinado. — Reita-san que falou, vamos nos encontrar lá. Venha ele me mostrou o caminho.
— Yutaka-san, olha para mim, o que está acontecendo? Isso não foi combinado. — Kai pega no meu braço e continua andando, parece que tá em modo automático. — Por que temos que ir buscar ele?
— Akira-san, me pediu para levar você e encontrar com ele no casarão. — Estamos saindo do cemitério, entrando numa floresta escura, como sabe o caminho se nunca estivemos aqui? — Uruha-san está lá com Yuu-san. Vamos mais rápido! É perto! Depois dessa parte escura da floresta, não largue o meu braço.
— Kai-san estou com medo, você não é assim, tá agindo muito esquisito. — Aperto o passo, nem em sonho quero me perder dele. — Esse casarão é aquele que Yuu-san mostrou que mora lá dá torre?
— Acredito que sim, Ruki-san. Depois você pergunta para ele. — Kai está me assustando, dentro da casa eu converso com ele. — Já estamos chegando, estou vendo a porta que Reita falou, é só entrar e estaremos seguros.
— Seguros? Estávamos correndo perigo, Kai-san?— Ele só acena com a cabeça em sinal de positivo, abrindo a porta e entramos no parece ser a cozinha do casarão. — Quer me explicar isso? O que houve?

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Estamos dentro do casarão, Kai está agindo de modo estranho, me arrastou para cá apenas dizendo que Uruha estava aqui. Kai estava com Reita mas sumiu deixando ele sozinho. O mais intrigante como ele sabia o caminho?
— Kai-san, fala logo, que perigo estávamos correndo? Onde está o Reita? Você não estava com ele na festa?
— Ruki-san, a floresta era escura e tinha lobos e outras criaturas da noite. Não era para parar, siga em frente, sem olhar para trás. Foram essas as palavras do Reita.
— Sim, essa parte eu entendi. Floresta escura! Lobos? Criaturas!? Mas por que Uruha-san não foi ao nosso encontro? Certeza que aquele pervertido ficou se agarrando com Yuu, e perdeu a hora, só pode ter sido isso.
— Ruki-san, se você já sabe a resposta, por que fica perguntando? Venha, vamos subir, o Reita mandou encontrar com eles numa sala no segundo andar. O casarão é muito grande, cuidado para não se perder.
— Grande e com pouca iluminação, bem bonito e assustador. Kai-san, me espere e não saia andando rápido assim. Você esteve aqui antes?
— Ruki-san, não demore muito, estou com muito sono, por isso estou indo rápido. Quero encontrar Uruha-san e cair na cama. Nunca estive, somente agora contigo.
— Isso é muito estranho! Kai-san, tô com medo, esses anfitriões são bem suspeitos com aquela história dos vampiros. Agora você me arrasta para esse casarão depois da festa. E se for verdade…
— Verdade que vampiros existem? Não foi por isso que viemos, Ruki-san? Não seria ótimo encontrar um nesse casarão antigo? Cuidado! Não fique para trás, vai que tem um aqui com fome, você pode ser o seu jantar.
Kai continua andando sem parar, saímos da cozinha e passamos por um grande hall de entrada com escadas dos dois lados, na qual estamos subindo, chegando ao corredor enorme com muitas portas que, para mim, são quartos. Acredito que não tem uma sala aqui, Kai está me assustando com suas respostas, esse casarão tem tudo para ser um lar de vampiros.
Seguindo o corredor, encontramos duas portas, que Kai empurra e entramos, parece ser uma sala de espera onde a visita fica esperando, há um conjunto de sofá com muitas almofadas, um lindo tapete, muitos quadros pela parede e uma cortina enorme que vem do teto até o chão.
— Vamos sentar aqui e esperar, esse lugar é muito grande. Espero estar na sala certa.
— Cadê seu celular, Kai-san? Manda mensagem para Uruha-san, desse jeito ninguém vai nos encontrar.
— Ficou no carro do Reita. Nem lembrei dele, estava um pouco distraído. Então saí correndo para te encontrar.
— Que vergonha! Kai-san, você ficou se agarrando com Reita no carro, no meio da festa? Por que não fomos para carro em vez de vir a pé para o casarão?
— Uruha-san não estava no carro e não podia entrar com ele no meio da festa para te buscar. Reita foi deixar o carro na frente do casarão, enquanto encontramos o nosso amigo. Liga você, onde está o seu celular?
— Gastei toda bateria, gravando a encenação folclórica. Juntei bastante material para nossa pesquisa e esqueci de trazer o cabo para carregar.
— Faz assim, se eles demorarem muito, vamos abrindo e batendo em cada uma dessas portas até achar Uruha-san, antes que eu durma aqui nesse sofá mesmo.
Aquela não devia ser a sala certa, ficamos um tempo lá e nem sombra de alguém aparecer, essa história de Kai está mal contada, sendo muita suspeita. Reita e Yuu saíram com eles, só o Kai voltou e está agindo muito estranho, parecendo que está sendo manipulado ou ouvindo vozes mandando ele seguir e cumprir uma ordem.
Cansamos de ficar esperando e fomos batendo e abrindo a cada porta daquele corredor, acho que foram umas 5 ou 6, eram somente quartos enormes, todos arrumados e vazios. Kai viu uma outra escada ligando para uma outra parte do casarão e seguimos para ela. Tenho até medo de dizer para ele, mas com a pouca iluminação e andando sem rumo, estamos perdidos aqui dentro. Não vimos ninguém, um lugar tão grande assim devia ter funcionários, mas como já deve passar da 1 da manhã todos deviam estar dormindo.
Assim como Kai, também estava cansado de procurar, então na última porta que abrimos, ele entrou, indo em direção da cama, deitando nela e puxando os lençóis para cima do seu corpo, fiquei só observando, não acreditando naquilo. Eu queria ir à pousada, tomar um banho, trocar de roupa e descansar no meu quarto com meus pertences.
— Kai-san, você não pode dormir aí, não é nosso quarto. Nem fomos convidados, não achamos os donos desse casarão enorme.
— Ruki-san, estou muito cansado e com sono. Amanhã procuramos mais nosso amigo Kouyou, que deve tá dormindo em algum quarto também.
— Como assim, dormindo?! Yutaka-san, o que você sabe e não tá me contando?
— Vem dormir, Taka-chan, amanhã eu lhe conto. Não vai querer ficar acordado, ouvindo os uivos dos lobos e os sons do casarão. Fecha a porta e vem deitar comigo.
— Yutaka-chan, não fala essas coisas, sabe que tenho medo de ficar sozinho. Acorda vamos procurar o Kou, estou com pressentimento ruim sobre esse lugar.
Foi inútil, ele simplesmente apagou, por mais que eu sacuda ou chame ele não acorda. O que aconteceu com ele e com o Kou? Por que parece que não tem ninguém nesse lugar? Mas sinto uma presença como se fosse uma sombra ou um fantasma me observando.
Por que mais eu tente ficar acordado, já pressinto uma sonolência chegando, meus olhos estão pesados e não vou resistir muito tempo. Esses sons são mesmo assustadores, pelo menos não estou sozinho, vou ficar bem juntinho do Kai, talvez se uma dessas criaturas entrar aqui tenho meu amigo para me proteger.

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POV OFF

Os raios solares entrando pela fresta da cortina daquele quarto e o canto dos passarinhos anunciam o início da manhã, a claridade começava aumentar com o vento balançando o tecido da cortina. Ruki depois de algum tempo acordado, escutando os sons estranhos que os animais à noite faziam perto do casarão, acabou cedendo ao sono, entrando debaixo das cobertas e ficando bem colado no Kai que estava no sono profundo.
Ruki foi acordando aos poucos, ainda estava com medo da noite estranha que passou, mesmo que tenha dormido bem e super confortável naquela cama espaçosa ao lado do seu melhor amigo. Queria saber: por que aquilo aconteceu? Por que Kai o arrastou para lá, em busca do Uruha? Num casarão assustador de madrugada, para acabar dormindo num dos quartos.
Agora, durante o dia, seria mais fácil investigar a fundo toda essa história. Ruki criou coragem, se levantando para ver melhor o quarto, que estava ficando cada vez mais iluminado. Percebeu que era maior que esperava, a cortina cobria o que devia ser uma porta balcão para uma sacada que ficou aberta a noite, andaram tanto que ainda devem estar no andar superior do Casarão.
Perto dessa porta havia uma mesa com algumas cadeiras e o mais incrível que tinha uma bandeja com café da manhã para os hóspedes clandestinos. Como sabiam em que quarto estavam nesse casarão enorme? Quando foi que essa pessoa entrou, sem fazer barulho? Será que faz muito tempo que amanheceu?
Ruki tenta acordar Kai que se encontra num sono pesado ainda. O que ele fez para estar tão cansado assim? Kai parece acordar levemente e reclama do excesso de claridade e que o sol está atrapalhando ele dormir.
— Kai-san, acorda, alguém sabe que estamos aqui.
— Ruki, me deixa dormir… em paz… Por que você acha isso?
— Tem uma bandeja com café da manhã para nós na mesa, perto da cama.
— Lógico que eles sabem que estamos aqui, Ruki. Reita mandou eu te trazer para o casarão, depois ele ia se encontrar comigo.
— Cadê ele, Kai? Por que não veio ao nosso encontro ontem à noite?
— Não sei. Nós nos perdemos, procurando o Uruha se lembra?
— Pode começar a me explicar o que tá acontecendo aqui? Onde tá o Uruha? Quem são essas pessoas, Yutaka-san?
— Fala mais devagar, Taka-chan! Ainda tô dormindo, são muitas perguntas. Ahhh… Fecha essa cortina, tá muito sol… Vai comer, você deve estar com fome.
Ruki está incrédulo com as faltas de respostas do Kai, como se ele não tivesse se importando de estar num lugar estranho pela primeira vez e tá agindo como se tudo aquilo fosse normal.
— Chega de dormir, Kai-san! Vem comer junto comigo. Levanta logo ou vou te derrubar da cama.
— Larga mão de ser chato, Taka-chan! Não estou com fome, deve ser muito cedo ainda.
— Já que trouxeram vou comer tudo, então! Quero ver você achar o caminho da cozinha na hora que der fome.
— Vai fundo! Agora me deixa descansar mais um pouco, ainda temos que encontrar o Kouyou.
Ruki, ainda na cama, sacudiu Kai para ele levantar, mas só o fez esconder debaixo das cobertas, fazendo Ruki gargalhar, levantando, indo à mesa e se servindo do belo e delicioso café que lhe foi deixado no quarto.
— Vamos, Kai-san, deixa de preguiça e vem comer. Tem frutas, pão, geléia, queijo, café, leite e mel.
— Pode ir comendo, Taka-chan. Depois eu vou comer. Tá muito sol aí perto de você, queria meus óculos escuros.
— Certeza que você está bem? Não está com febre? Você nunca reclamou do Sol.
— Deve ser ressaca, minha cabeça está doendo e meus olhos estão incomodados com a claridade. Que mania de ficar perguntando antes da gente acordar direito… — Ah… Kai-san! Só está eu e você aqui, acordei nervoso e preciso conversar para me distrair. E não explicou por que estamos aqui ainda.
Kai tentava ignorar a presença falante do amigo, ficando quieto na sua, a cama estava macia e quentinha, não queria precisar se levantar. Ruki estava comendo, mas não parava de falar que queria companhia, já tinha dormido naquele lugar estranho praticamente só. Cansado da resmungação do baixinho, Kai se viu obrigado a levantar, se esticando e indo até mesa mesmo fosse para comer uma fruta para o Ruki ficar calado.
— Satisfeito, Taka-chan? Vou sentar com você, não vai me deixar dormir mesmo.
— Kai-san, o melhor jeito de curar a ressaca é um bom gole de café. Você vai ver melhorar logo.
— Sei disso, só que estou mais cansado que com fome. Vou aceitar o café já que insiste.
— Agora, sim! Tá parecendo você mesmo, nunca foi de rejeitar café da manhã. Aqui, experimente essa torrada com geléia de uva.
— Taka-chan, você não muda mesmo. Tudo tem que ser do jeito que você planejou…
— Se eu deixasse por conta sua e do Uruha, nunca teríamos tirado o diploma da faculdade. São meus melhores amigos, tenho que cuidar de vocês, mesmo quando me deixam sozinho.
Kai abre um sorriso mostrando suas covinhas para o amigo, que fica contente por ele sentar para conversar e aproveitar aquele café da manhã no casarão. Mas quando Kai movimenta sua cabeça para o lado, seu pescoço mostra marcas da noite que ele teve com o Reita.
— Yutaka-san, não é para menos que você está todo dolorido. Quem foi o selvagem que te deixou todo roxo? Isso vai demorar para sumir.
— Taka-chan, acha que é meu dono agora? Tive um momento mais íntimo com o Reita. Vai ficar me julgando agora?
— Só pouco, você nunca chegou nesse estado. Olha que você já ficou tão bêbado que o levei quase desmaiado para casa. Seus namoros nunca foram selvagens, a ponto de… isso no seu pescoço... é uma mordida?
— Hã… O que você está falando, Ruki-chan? Mordida? Tá delirando, baixinho.
— Agora vai se fazer desentendido?! Não para cima de mim, Kai-san. Tá bem à vista.
Ruki estava de frente para Kai na mesa redonda com quatro cadeiras, deixando sua xícara sobre a mesa, se levanta, indo até a outra cadeira próxima ao amigo, sentando e levando a mão no queixo do Kai, fazendo-o virar o pescoço. Confirmando as suas suspeitas, não era só um chupão roxo, havia duas marcas de dentes deixando dois furos simétricos no local.
— Hummm… Kai-san, tem duas marcas de dentes e não é qualquer uma, quando você morde algo fica a marca de todos dentes, essa é bem específica.
— Ruki-chan, fala logo, tá me deixando aflito. Reita-san é muito gostoso e fogoso, ele achou meu ponto fraco foi dando vários beijos e mordidas no meu pescoço e pelo meu corpo.
— Me poupe dos detalhes da sua aventura amorosa. Sei como isso acontece. Só que a mordida aqui foi feita por dois caninos afiados. Reita-san só poder ser um...
— Vampiro?! Só porque estamos na Romênia, investigando sobre isso... Agora você está achando que nosso anfitrião pode ser um!
— Por que não? Os dois são suspeitos, só nos encontraram de noite, não jantaram, só beberam vinho. Yuu contou aquela história sobre os vampiros como se ele tivesse vivenciado aquilo. E agora você tá com essa mordida bem sugestiva aqui!
— Não surta, Taka-chan! Você só tá influenciado pela pesquisa e o festival de ontem. Eu só saí para namorar assim como Uruha-san.
— Já surtei faz tempo, quando você me arrastou para esse casarão à noite, fiquei com muito medo, depois que você decidiu dormir e me deixou sem explicação.
— Expliquei sim! Uruha-san veio para cá com Yuu-san. Akira-san falou para me encontrar com ele aqui e trazer você junto. Mas já era tarde, eu cansei e dormi.
— Lógico, porque pensei nisso! A sua sonolência, parece que estava seguindo ordens de um Mestre, sua aversão ao sol e agora falta de apetite. Kai-san, não percebeu que ele bebeu seu sangue e quis apenas se alimentar? Você é só um passatempo.
— Ruki-san, tô achando que o sol tá fritando seus miolos. Está misturando a pesquisa com a realidade... Na qual vampiros são só um mito, contos para assustar os camponeses.
— Reita-san usou hipnose para Kai-san esquecer esse detalhe. Então, Uruha deve estar na mesma situação. Precisamos achar ele rápido, antes que o vampiro o deixe seco.
— Uruha-san está bem, ele tá com o Yuu-san. Vamos, quero encontrar ele e o meu Reita, já estou com saudades.
Ruki percebe que não vai resolver tentar dizer que o amante de Kai é um vampiro igual ao das lendas. Kai foi hipnotizado para negar a existência deles, ele nem tocou no café e nem na torrada, só ficou segurando. Ruki se levanta dizendo ele já terminou de comer, para seguirem procurando Uruha, torcendo para ele ainda estar vivo.
— Vamos, então, Kai-san. Esse lugar é muito grande e quero aproveitar o sol para procurar Uruha-san. Ir embora para pousada. Estou com mau pressentimento.
— Tudo bem, Taka-chan. Você vai ver que é só delírio da sua cabeça. Melhor ficarmos juntos é fácil se perder nesses corredores.

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Depois de saírem do quarto, Ruki e Kai pararam na porta, olhando para os dois lados, tentando descobrir de onde vieram na noite passada, talvez se encontrasse algum funcionário para ajudar, mas o lugar agora iluminado pela claridade do dia continuava deserto sem ninguém.
Seguiram para um lado andando sem rumo, novamente abrindo as portas dos quartos que foram encontrando no caminho e nada do amigo nem dos donos do casarão. Kai encontrou uma escada que os levou para outra ala do casarão, o lugar era imenso e muito lindo, era todo decorado com muitos quartos e umas salas de espera para visitas. Só que estava vazio, sendo um perfeito labirinto. Kai viu mais duas portas à sua frente, o qual abriu seguido do Ruki, era um enorme salão para baile com dois tronos ao fundo. Certamente o local pertenceu a um rei ou imperador no passado.
— Kai-san, não tem ninguém, só quartos e salas vazias. Onde eles estão? Estou ficando cansado disso.
— Ruki-san, também não sei, Reita-san falou que ia se encontrar aqui comigo. Estou tão preocupado quanto você. Esse casarão é um labirinto acho que estamos perdidos.
— Não tem como desistir agora, já estamos aqui. Uruha-san está aqui em algum lugar. Só se eles estiverem nos procurando para um lado e estamos andando para outro. Quem trouxe a bandeja do café da manhã só nos encontrou porque paramos num quarto.
— Tem mais quartos nesse corredor, vamos entrar em um esperar, não está dando certo, essa busca. Não sei mais voltar para o que estávamos antes. Tenta um desses aí na frente vou fechar as portas desse salão.
— Tudo bem, Kai-san, vou indo lá, quem sabe dou sorte? Não demore, estou com medo de ficar sozinho nesse lugar.
Ruki segue para próximo quarto que fica um pouco mais longe do salão, ainda olha para trás para ver se o amigo está vindo antes dele entrar. Kai está fechando as duas portas com um pouco de dificuldade, mas acena para Ruki ir verificar mais esse cômodo. Devagar, Ruki abre a porta e adentra no quarto, olhando para seu interior. Ao que parece este foi usado, havia uma bandeja com restos de uva no chão e uma garrafa de vinho perto da cama.
Esta era entalhada na madeira sendo muito grande, no estilo dossel com cortinas transparentes em volta da cama que possuía lençóis de cetim num tom escuro em contraste com o tecido da cortina. Ruki percebeu o movimento de uma pessoa no centro da cama, se aproximando e afastando a cortina, encontrando o belo amigo Uruha, ainda adormecido, ao olhar em volta, vê a sua bota longa no chão, ao lado da cama e algumas peças da sua roupa jogadas num canto da cama.
Ruki fica contente, saindo um pouco do quarto para avisar Kai que encontrou Uruha. Só que, para desespero dele, o amigo não está mais no corredor. Ele estava bem atrás do Ruki, antes dele abrir a porta. Quem estava brincando com ele? Como pode isso ele encontrar um amigo e perder outro? Onde ele foi? Será que alguém o pegou? Agora Ruki tem que acordar o Uruha para procurar o Kai.
— Uruha-san, acorda! Já amanheceu! Você dormiu demais.
— Já vou, mãe! Só mais 10 minutos! Hum… hoje não tem aula, posso dormir até mais tarde.
— Kouyou, não sou sua mãe! Você não está em casa! É o Ruki.
— Ruki… Meu amigo… tenho que me encontrar com ele… Já é de manhã? Meu Deus! Esqueci do Ruki…
Uruha dá um pulo da cama, se levantando assustado, olhando em volta, vendo a claridade entrando no quarto e Ruki na sua frente, olhando para ele. O loiro agarra o baixinho com força pela cintura.
— Gomenasai, Ruki-san! Não foi minha intenção, acabei dormindo demais. Gomen.
— Sem problemas, Uru-san. Bom que eu te encontrei, receber esse abraço me deixou mais contente. Kai-san foi me buscar e me trouxe aqui nesse casarão, dizendo que você veio com Yuu-san para cá.
— Cadê ele? Kai-san não estava com você? Eu pedi para Yuu-san me acordar, mas ele também não está aqui. Que estranho!
— Então, ele ficou comigo a noite e acabamos dormindo num quarto, depois de cansar de te procurar. Agora que achei você, ele sumiu.
— Talvez o Reita o tenha encontrado? Onde será que o Yuu foi? Ele estava dormindo junto comigo. Ruki-san, foi você que vestiu esse pijama de cetim preto em mim?
— Eu não, cheguei agora! Deve ter sido seu amante, Yuu, deixa eu ver como você ficou… Hummm… ele tem bom gosto. Você ficou lindo nele.
Uruha libera Ruki do abraço para ver como estava vestido, gostando do resultado. Ruki passa a mão pelos cabelos loiros do amigo, fazendo ele inclinar a cabeça para o lado, revelando uma marca de mordida no seu pescoço, feita por dois caninos igual ao Kai. O que ele suspeitava é que Yuu também é um vampiro.
— Uruha-san, tem uma marca de mordida no seu pescoço. O que você fez com Yuu-san ontem à noite?
— Ahhh... isso! Yuu-san se empolgou na hora do sexo, quando tivemos um orgasmo juntos, ele me mordeu. Mas ele pediu desculpas depois, foi muito intenso.
— Por que você e Kai-san têm essa mania de compartilhar detalhes íntimos da vida sexual de vocês? Ele também foi mordido no pescoço.
— Eita… Reita-san é fogoso assim também… Ui! Que gostoso! Kai-san também teve um momento íntimo intenso com direito a mordida.
— Chega de falar disso! Uruha-san você tem uma marca de dois furos no pescoço. O que significa que você foi mordido por um vampiro, igual ao Kai-san.
— Taka-chan, você tá doido, delirando! Esquece um pouco a pesquisa e volta para realidade. Vampiros são contos de ficção, lendas para assustar os mais medrosos.
— Pronto! Agora são dois que foram hipnotizados para esquecer, estão dizendo a mesma coisa. Vamos, Uruha-san! Coloque sua roupa e bota, temos que achar Kai-san antes que os vampiros acordem e sair desse lugar, enquanto está de dia.
— Relaxa, Taka-chan. Meu namorado não é um vampiro, você vai ver, já estou com saudades do meu moreno fogoso.
— Kou-chan, se lembra como chegou aqui nesse quarto? É um labirinto esse lugar, precisamos achar aquele Hall de entrada, deve ser a saída daqui.
— Não me lembro, Yuu que me guiou até aqui, subimos umas escadas e passamos por uns corredores, até entrar nesse quarto. Onde Reita falou que ia encontrar com vocês? Onde foi que você viu Kai-san, antes dele sumir?
— Lembro do Kai dizer que o Reita estaria numa sala de visitas no segundo andar, mas ficamos esperando em uma sala pequena e ninguém apareceu. Ele ficou fechando as portas de um salão de baile no fim do corredor, antes que eu entrasse nesse quarto.
— Vamos lá, procurar nesse salão, foi o último lugar que você o viu. Quem sabe, se dermos sorte, ele está com o Reita. E pode me dizer se sabe onde o Yuu foi?
— Pode ser uma boa ideia. Uruha-san, você vai procurar Kai-san de pijama?
— Ruki-san, vou, sim, vai demorar ficar trocando de roupa. Encontrar o Kai é mais importante, estou confortável nele.
Ruki dá risada do amigo Uruha, ele tem razão, encontrar o outro amigo é prioridade. Uruha ficou bem bonito naquele pijama, colocando apenas sua bota, se levantando da cama e seguindo com Ruki para fora do quarto.
As portas do salão de baile que Ruki tinha visto antes ficavam no fim desse corredor, eles caminhavam até lá. Uruha não estava sonolento como Kai, parecia revigorado e bem disposto até demais para quem nunca foi fã de acordar cedo, ao contrário do amigo, não reclamou do corpo dolorido e nem de dor de cabeça, a garrafa de vinho estava vazia, ele devia estar de ressaca, mas não apenas reclamou do excesso de claridade assim como o Kai.
— Kou-san, são essas aqui as portas que Kai estava fechando. Fique perto, não quero lhe perder também.
— Vou ajudar você, elas parecem grandes e pesadas. Você é bem pequeno Taka-chan.
— Sabia que estava demorando para começar a trolhar com a minha altura.
— Adoro ver você nervosinho, é tão fofo. Sabe que te amo, Taka-chan.
Ruki fica envergonhado, corando, seu rosto está vermelho com o comentário do amigo. Os dois abrem a porta, olhando para o grande salão, estão entrando e mais ao fundo eles observam que sentado num dos tronos está Yuu.
Ao seu lado, sentado no chão, está o Reita com Kai com a cabeça deitada no seu colo, ele está passando a mão nos seus cabelos cor de vinho, fazendo um carinho no moreno que está sorrindo aparecendo suas covinhas.
Ruki fica muito desconfiado daquela cena toda, Uruha, atrás de si, está feliz vendo seu namorado sentado parecendo um lorde.


7. O mistério do casarão - Parte 2



POV OFF

Yuu fica encarando o baixinho, enquanto eles vão se aproximando deles. Ruki para a uma certa distância deles e pede para Uruha ficar junto com ele, o loiro está querendo ir ao encontro do amante.
— Viu, Ruki-san, não falei que estávamos com sorte? Todos estão aqui. Ohayoo, Yuu-san!
— Meu querido Uruha-san, dormiu bem? Vejo que gostou do meu presente. Está divino! Por que não vem até mim, meu lindo príncipe Kou?
— Yuu-san, dormi muito bem. Por que foi embora? Adorei o presente, serviu perfeitamente. Estou indo, meu amor.
— Uruha-san, espere! Fique aqui comigo mais um pouco, não quero ficar aqui só.
— Taka-chan, só um pouco mais. Você nunca está sozinho, estamos todos aqui.
— Kai-san, encontrei o Uruha. Por que sumiu? Me deixou preocupado com você. Vamos embora?
— Taka-chan, eu não sumi. Akira-san me achou no corredor, então acabei ficando com ele, já que ouvi você falando que tinha achado o Uruha, só não deu para avisar. É cedo para ir embora, quero ficar mais um pouco curtindo meu amor.
— Estou cansado, Yutaka, demorou muito para encontrar o Uruha. Quero ir para pousada logo. Por favor, meu amigo. Vamos!
Ruki olha fixo para Kai que está gostando do carinho do Reita. Então Yuu o encara, fazendo uma pergunta:
— Ruki-san, não gostou da minha hospitalidade? Mandei até lhe servir café da manhã no quarto. Por que quer ir embora tão cedo?
— Seu casarão é ótimo, apreciei muito o café da manhã. Arigatô. Quero muito voltar para pousada, meus pertences estão todos lá. Preciso organizar os dados da pesquisa, carregar o celular. Amigos, vamos embora! Já abusamos demais dos nossos anfitriões.
Yuu está provocando Ruki, o deixando arrepiado com o jeito que fala, suas perguntas o estão deixando nervoso, como se ele não quisesse que nenhum dos amigos saíssem da sua presença. Uruha está muito inquieto, andando atrás do Ruki, querendo ir até Yuu, mas ao mesmo tempo ficando com ele.
— Não poderei ir embora, você tinha razão Ruki-san. Meu lugar agora é com o Reita.
— Depois você volta, Kai-san, para ficar mais com o Reita. O que te impede de ir embora?
— Ruki-san, quero ficar mais um pouco com Yuu-san, antes de ir embora.
— Qual o problema de vocês dois? Vamos indo enquanto é dia tá claro e tem sol forte.
— Esse é o problema, querido Takanori-san, não posso te seguir mais no sol. Você acertou, o Reita é um…
— Vampiro?! Você ainda quer ficar? Ele só quer seu sangue. É tudo uma ilusão, ele não te ama, só está te usando. Venha comigo, Yuta-san.
— Você está errado, Ruki-san. Reita declarou seu amor por mim. Me tornando igual a ele para ficarmos juntos para sempre.
Kai abre os olhos olhando na direção do Ruki, que fica assustado quando vê que seus olhos estão vermelhos e tem duas presas salientes no sorriso do amigo. Aquela sonolência e dores no corpo eram apenas um estado de transição. Reita sugou seu sangue e depois compartilhou o seu próprio para Kai ser um vampiro também. Ruki dá uns passos para trás, se segurando em Uruha sem olhar para ele.
— Uruha-san, vamos embora somos nós dois agora. Kai-san não vai poder ir conosco.
— Ruki-san, lamento ter deixado você sozinho e esquecido de você na festa. Mas…
— Você já pediu desculpa, não fiquei só eu tinha o Kai, mas agora só tenho você. Venha antes que seja tarde demais.
— Amigo Ruki, já é tarde demais, você acertou. Também não poderei ir. Gomenasai, você terá que seguir sozinho.
Ruki estranha a conversa do amigo, se virando para olhar para ele, se assustando ainda mais que antes. Uruha estava olhando para suas mãos e colocando os dedos na boca sentindo os dentes que apareceram, duas presas afiadas e olhos vermelhos penetrantes fixados no amigo Ruki, que involuntariamente está dando passos para trás, tentando se distanciar do amigo vampirizado, encostando na parede.
— Ah…! Não... você também, Uruha? Yuu-san foi só para isso que você nos trouxe para esse lugar. A pesquisa era uma farsa, você só queria se divertir e se alimentar dos estudantes de fora.
— Muito inteligente, Ruki-san! Sua pesquisa não é uma farsa, é verdadeira. Aqui está a prova: vampiros são reais. Por que está bravo? Não era isso a base da sua investigação?
— Isso não pode ser real, é muito assustador isso. Por que todo esse trabalho de ganhar nossa confiança, se você só queria se alimentar?
— Ruki-san, isso tudo que aconteceu com seus amigos faz parte do seu desejo?
— Desejo?! Do que você tá falando? Eu vim para estudar os mitos do lugar.
— Claro... Você não se lembra do pacto que fez comigo no bar? Falei que podia realizar seu desejo, mas tinha um preço e você aceitou.
— Não sei nada disso. Fiquei sozinho na mesa do bar e cochilei. Só lembro de te conhecer na Torre do relógio.
— Déjà Vu! Você disse para mim lá na torre. E do sonho, tá lembrado? Você falou: “Queria que eles fossem meus amantes. Imagino os dois me fodendo e me levando a loucura de prazer.”
— Nunca disse isso em voz alta. Você é um demônio, me enganou leu minha mente. Não falei nada dos meus amigos serem vampiros.
— Não lhe enganei, você aceitou minha proposta. Não precisei ler sua mente, você apenas respondeu minha pergunta.
— Qual foi essa proposta que você diz que aceitei?
— Minha proposta foi simples: Seja meu servo no meu castelo, que os farei eles seus amantes eternos. Ruki-san, você aceitou oferecendo seus amigos para realizar seu desejo.
— Socorro! Não fiz nada disso, foi tudo ilusão, era só um sonho, não era para ser real.
— Ruki-san, está na hora de servir seu Mestre. Seus amigos serão seus amantes eternos, mas você precisa alimentá-los antes.
— Uruha-san, Kai-san, é tudo mentira dele! Eu não queria que vocês fossem vampiros, só que gostassem de mim mais intimamente, assim como sempre amei os dois.
— Ruki-san, só agora que você se declara para mim e para o Kai? Quantos anos morando juntos e você só brigando com meus namorados e falando de estudos? Olha só o que você fez.
— Taka-chan, sempre gostei de ti e queria compartilhar sentimentos mais íntimos com você. Se você tivesse dito que me amava, eu não teria ficado com o Reita, talvez teria sido diferente. Só que agora estou sentindo um aroma muito bom vindo de você. Melhor você ir embora não sei se posso me controlar.
Kai se levanta, indo na direção de Ruki, que acaba sendo prensado na parede pelos dois amigos que o estão cheirando e passando a língua nos lábios sedentos.
— Ruki-san, nós te amamos. Não queremos te machucar, mas estamos sentindo uma fome estranha e você parece muito apetitoso, tá cheirando muito bem. — Uruha e Kai falam juntos o que estão sentindo pelo amigo.
— Fuja, amigo, você ainda pode se salvar. Corra! Vai para o mais longe que você puder. — Kai sussurra no ouvido do Ruki, para que ele vá embora.
— Gomenasai, meus amigos, Uruha e Kai. — Ruki se desculpa e vai saindo de lado.
Ruki olha para os amigos, eles estão assustados e parecem famintos. Se afastando para o lado, consegue sair do enlace do abraço deles com algumas lágrimas nos olhos. Saindo correndo, chorando pelo corredor afora em busca de uma saída da confusão que ele causou.
— Reita-san, ele fugiu! Isso vai ser divertido, faz tempo que não caço um ratinho num labirinto… — Yuu se levanta, andando até os novatos que parecem incomodados com aquilo.
— Bom divertimento, Mestre Aoi. Vou arrumar o salão para a próxima diversão. — Reita chama os novos vampiros para ajudá-lo. — Uruha e Kai venham comigo.
— Mestre Akira, irei com você. Mas o que vai acontecer com o Ruki? — Kai fala, meio triste, para Reita.
— Só não machuque o Ruki, por favor, Mestre Aoi. — Uruha fala, olhando para Yuu.
— Não se preocupe, meu querido Kou, só vou trazê-lo de volta. — Yuu fala, saindo do salão.
— Nada, só me ajude arrumar o lugar para ficar aconchegante para quando Yuu trazê-lo de volta. — Reita fala, acalmando seu amado Kai.

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POV YUU

Quando Reita veio com essa ideia de trazer estudantes de fora para fazer pesquisas aqui na região sobre o mito envolvendo os vampiros, no começo achei que não seria tão interessante. Mas quando esses lindos japoneses chegaram, mudei de ideia, pensei em interagir e criar uma espécie de conexão com eles.
Tudo ganhou uma forma de jogo de sedução quando Ruki me revelou seu desejo. Então a visita deles me deu ânimo para investir num sentimento há muito tempo esquecido, poderia tentar amar novamente. O loiro, Uruha, foi muito fácil de seduzir e conquistar, foi prazeroso passar a noite com ele, queria um amante e senti isso por ele, resolvi não só me alimentar e fazer dele um vampiro para ser eterno junto a mim.
Reita se afeiçoou ao moreno de covinhas assim que foi escolhê-los, ainda no Japão. Já estamos juntos há alguns anos, sendo parceiros vampiros, nunca tivemos um relacionamento amoroso. Depois de muito tempo, Reita ainda não tinha encontrado um humano que fosse além de ser apenas alimento, um amante era tudo que ele procurava e com o moreno ele teve essa conexão. Kai também aceitou que ele era um vampiro sem problemas.
Ruki acabou sendo um bônus, o loiro baixinho é o mais inteligente, arisco e desconfiado dos três amigos. O único que veio para Romênia estudar, mas escondia uma paixão imensa pelos amigos, que nunca teve coragem de se declarar. Por que não realizar seu desejo sendo a fonte alimento dos seus queridos amigos?
— Ruki, sabe que não adianta se esconder, conheço cada canto desse casarão.
Vou percorrendo, andando calmamente pelos corredores do casarão, prestando atenção aos sons e ruídos à minha volta.
— Sabe que minha audição é muito bem apurada. Posso ouvir as batidas do seu coração acelerado. Não achou a saída, tô certo?
Devo estar perto, ele cansou de correr, esses corredores são mesmo um labirinto, se escondeu para descansar.
— Prometi a seus amigos que não iria lhe machucar. Melhor você aparecer por vontade própria. Se caso não, fica difícil cumprir minha promessa.
Ruki não está respondendo, bem esperto ele, vou ter que usar outro métodos para fazer ele sair do seu esconderijo.
— Você é inteligente, Ruki-san, sabe que um vampiro na transição pode morrer se não se alimentar nas primeiras horas. Você não tá pensando no Uruha e no Kai?
O jeito será apelar mesmo, vou ser mais dramático, quem sabe, fazendo uma ameaça.
— Já que você não se importa mesmo com eles, vou terminar o que devia ter feito quando vocês chegaram aqui.
Ouço umas as batidas do coração ficarem mais aceleradas e um movimento de passos num quarto aqui perto.
— Então vou apenas me alimentar do Uruha e falar para Reita fazer o mesmo com o Kai, depois descartar os corpos. Achei que você se importava com eles.
Continuo ouvindo passos nervosos, então uma voz assustada ecoa de um dos quartos.
— Yuu-san, você não faria isso, faria? Quer que eu me sinta mais culpado se eles morrerem?
Já sei onde ele está, agora é fazer ele sair no quarto e vou surpreendê-lo antes que tente escapar de novo.
— Sou um vampiro, talvez eu faria, mas gostei de vocês e preciso cumprir o pacto que fizemos.
— Não era assim que desejei ficar com eles. Também não quero ficar sem eles.
— Então por que você não sai? Assim pode ficar com eles.
Parece que deu certo, uma porta de um quarto na minha frente se abre e o loiro baixinho sai, se escorando na parede.
— Melhor assim! Me dê sua mão, Ruki-san. Vou te levar aos seus futuros amantes eternos.
O loiro estica a mão, tremendo de medo, muito nervoso, sinto adrenalina correndo na sua pulsação, esse cheiro é muito inebriante instiga meu lado vampiro aparecer. Quando estou quase pegando na sua mão, Ruki levanta os olhos e me encara em pânico, percebo que ele vê minha forma vampira.
— Shiroyama, não vou com você. Kai mandou eu correr, ainda posso me salvar…
Ruki dispara a correr novamente, dou uma boa gargalhada, coitado o loirinho; está tão iludido que pode fugir que dou uns cincos minutos de vantagem para ele achar que está me despistando. Fazia muito tempo que não me divertia assim. Usando minha velocidade, apareço em menos de um minuto na sua frente, ele salta para trás com o susto.
Até que ele correu bastante, já estava perto das escadas do Hall da entrada, quase achou a saída, prenso ele na parede, parece um ratinho acuado com respiração ofegante, tentando ainda escapar. Sussurro no seu ouvido, sentindo a textura dos seus cabelos.
— Grr… Ruki! Te achei, agora não tem mais para onde fugir!
— Por favor! Não me machuque…
— Sou um vampiro de palavra, prometi ao meu Kou que não iria te machucar. Mas nada me impede de experimentar, se você é mesmo apetitoso.
Cheiro seu cabelo e toco a ponta da orelha com a língua, fechando meus olhos por um segundo, sentindo seu aroma. Ruki aproveita esse momento e se esquiva de mim, passando por baixo do meu braço e tentando correr, não dou tempo para isso. Sou mais rápido e dou um pulo, agarrando-o pelas costas e segurando seus braços, levantando um pouco do chão, virando-o de frente para mim, apertando ele contra a parede com força. Ruki treme, ficando assustado com meus olhos vermelhos e minhas presas próximas a seu pescoço, onde passo a língua e sussurro lentamente com uma voz grave.
— És meu servo, foi o pacto! Vais me obedecer agora, Taka-chan.
Apenas encosto minhas presas no seu pescoço, o loiro acaba desmaiando nos meus braços só com medo de ser mordido. Acredito que exagerei no susto, assim fica mais fácil levá-lo e cumprir minha promessa com Kou. Vou passar no quarto e preparar ele para a festa do pijama no salão que o Reita ficou arrumando com os novatos.

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Algum tempo depois…

Entro no salão com o Ruki ainda desmaiado nos braços. Reita fez um bom trabalho, trouxe uma linda cama grande de metal, colocando ela e seu colchão no centro do salão, de frente para o trono.
Então coloco o convidado especial, que está no meu colo, deitado na cama, Reita não esqueceu os acessórios extra acoplados na cama, duas tiras de couro pretas, com algemas nas pontas cada uma num lado da cama. Não queremos que o loiro tente fugir novamente quando acordar, então prendo seus pulsos com cada uma das algemas, deixando ele confortável na cama, entre as almofadas. É um colírio para os olhos ver o loirinho dormindo com o pijama de cetim preto igual do Uruha.
Pergunto ao Reita onde estariam os outros dois amigos, para começar nossa festinha particular.
— Deixei eles no quarto depois que trouxemos a cama. Kai ficou de se trocar e coloquei seu pijama na cama. Uruha ficou junto para ajudar.
— Já pode buscá-los, Reita. Nosso convidado especial já está pronto. Eles devem estar famintos.
— Sim, Mestre Aoi! Vou lá chamar eles, quero muito ver como meu Kai ficou vestido com pijama de cetim.
— Hum… Reita, foi a melhor ideia que você já teve, estou me divertindo muito.
Reita sai só do salão rindo, faz tempo que ele também não tinha algo diferente para fazer. Aquele museu era muito chato e entediante, a vinda dos japoneses para cá está cada vez mais interessante, acabou com meu tédio. Fico perto da cama, olhando Ruki dormindo, fazia tempo que eu não apreciava um humano, ele tem uns traços diferentes, tornando-o belo e exótico, assim como seus amigos.
Não demora muito e Reita volta com Uruha e Kai, tenho que dizer que estão maravilhosos. Uma festa do pijama requintada num salão ricamente decorado em um casarão antigo medieval, só falta uma banda para tocar no baile...
— Kouyou-san, meu amor, cumpri minha promessa, e trouxe Ruki para nossa festa.
— Por que ele está amarrado na cama? Yuu-san, como será essa festa?
— Meu amor! Ruki é muito arisco, tem mania de correr. Melhor assim, ele não foge.
Uruha se aproxima da cama junto de Kai, o moreno de covinhas não gosta do que está acontecendo, e me acusa:
— Por que o Ruki está desmaiado? O que você fez para ele ficar assim? — Kai não gosta do jeito que o amigo está.
— Gomen, Kai-san. Acho que exagerei um pouco no susto, ele desmaiou nos meus braços. — O loiro ficou assustado quando falei mais grosso com ele.
— Como vou saber que ele tá bem e você não o machucou? — Uruha não parece contente, tá desconfiado que machuquei seu amigo.
— Kai e Uruha podem verificar, não tem nenhuma marca. É todo de vocês. — Ruki só desmaiou e eu trouxe ele intacto para eles. Por que estão bravos?
— Como assim?! — Uruha pergunta, olhando espantado para mim.
— Ruki-san é a oferenda para aliviar essa fome que vocês estão sentindo. — Faz parte do pacto, para ficar com os amigos ele deve alimentá-los primeiro.
Os dois se afastam da cama, negando com a cabeça, olhando assustados para mim e para o Reita. Entendo que eles estão relutantes em morder o amigo, Kai falou para ele fugir, eu capturei ele e o trouxe de volta.
— Ruki-san ama muito vocês dois. Por isso fez um pacto comigo para realizar esse desejo. — O loiro quer ter um orgasmo com os amigos, só tô realizando a minha parte do acordo.
— No desejo dele não estava incluído que seríamos vampiros, Yuu-san! E nem que ele seria o nosso alimento. — Uruha parece que não gostou da parte de ser vampiro.
— Ops… Isso pode ser considerado um bônus? Nem sempre sai do jeito que se imagina… — Avisei ao Ruki que teria um preço, acho que ele não entendeu direito quando aceitou.
— Bônus!? Reita-san, sou apenas um prêmio para você? Achei que me amava quando me mordeu… —Kai olha para o loiro com uma expressão decepcionada.
— Não, Yutaka, meu amor. Você é muito especial, nunca amei um humano antes, por isso lhe mordi, mas você tem que se alimentar primeiro. — Reita responde para Kai.
Reita tenta se aproximar do Kai para abraçá-lo, ele o empurra para ficar longe, ele está um pouco triste com o vampiro. Uruha está me encarando com uma feição muito brava, não está acreditando no que tá acontecendo, tento me aproximar dele e ele saí para outro lado da cama, mandando não chegar perto.
Ruki começa dar sinais que vai acordar, deixando seus amigos Uruha e Kai apreensivos, com a reação dele. Chegam perto da cama um de cada lado, Uruha tenta falar com o Ruki a distância.
— Ruki, querido, você está bem? Taka-chan, não fica com medo estou aqui.
— Uru-chan? Por que você está aqui no meu quarto? Ainda devo estar sonhando...
Kai se aproximou, chamando o amigo, sem contar ainda onde ele tá, tenta apenas acordar ele.
— Ruki-chan, não é sonho, e você não está num quarto, só numa cama.
— Kai-san, por que parece que estou amarrado na cama? O que vai fazer comigo?
— Melhor abrir os olhos Ruki-san, você vai entender.
Ruki abre os olhos, vendo Kai que lhe sorri, mostrando as covinhas que Reita adora, olhando para o lado, vê Uruha com uma expressão mais alegre ao vê-lo acordado. Então ele percebe que seus pulsos presos acima da cama, movimenta com força puxando na tentativa de se soltar. Estou com Reita ao meu lado nos pés da cama, o loiro me vê e surta, movendo seu corpo na cama, um pouco nervoso, seguro suas pernas para ele não se machucar, ele fixa seu olhar em mim e sua respiração está alterada, se continuar assim ele vai passar mal e Uruha vai me culpar, preciso acalmá-lo primeiro.
— Ruki-san, você acordou, que bom! Se acalme, seus amigos estavam preocupados contigo. Uruha-san, Kai-san podem ver ele está bem.
— Maldito Yuu! Me solte agora! Uruha, Kai, me ajudem! Por que só estão me olhando?
— Calma! Assim você vai se machucar, e atrapalhar nossa festa particular do pijama.
— Não me peça calma! Você me enganou, me perseguiu e quase me matou de susto. Acordo amarrado numa cama. O que é isso!? Por que estou com um pijama? Igual ao Uruha… e o Kai… Quem me vestiu?
— Quem dá as ordens aqui sou eu! Não lhe enganei, fizemos um pacto e você fugiu. Cansei de ser paciente, está preso de castigo por ser um servo desobediente. Planejei essa festa para ser elegante, divertida e civilizada. Podia fazer como os antigos e deixar você preso nas masmorras escuras e úmidas, sem conforto e sem sangue…
Uruha e Kai me olham assustado com a minha alteração de voz, esse loiro baixinho é muito nervoso e não aceita minhas ordens com facilidade, só ficou mais calmo depois da ameaça. Que servo fui arrumar?
— Mestre Aoi, não precisa se alterar, nosso convidado já entendeu o recado, não é mesmo, Ruki-san? — Reita fala, tentando amenizar o clima que ficou.
Ruki balança a cabeça em sinal positivo, ficando mais calmo, só então tirei as mãos das suas pernas, ele me olha assustado enquanto vou me aproximando do Uruha, que está perdido sem saber o que fazer. Reita também se aproxima do Kai que está com olhar distante.
— Já estou calmo e vou me comportar, Yuu-san. Pode me soltar agora, não vou causar mais problemas. — Ruki está tentando fazer o mesmo que fiz com ele no corredor: me manipular para soltá-lo, o baixinho aprende rápido.
— Vou pensar! Antes precisamos dar início na nossa festa. Se você se comportar mesmo, deixo Uruha lhe soltar. — Uruha me encara, sem entender o que quero dizer.
— Yuu-san, por que depois? Solte ele agora. Quero uma explicação — Uruha continua bravo, me enchendo de pergunta.
— Reita-san, me conte: por que o Ruki está amarrado e vestimos esses pijamas? — Kai indaga Reita, num tom repreendedor.
— Vocês são mesmo impacientes, meus queridos novatos. Os pijamas são para comemorar a iniciação de vocês como vampiros, como se fosse um baile de formatura. — Eles ainda não compreendem. Ruki volta a se agitar, melhor eu agir rápido já que a explicação não está dando certo.
— Yuu-san tentou explicar, mas vou resumir de modo fácil. Ruki desejou ficar com vocês como seus amantes. O preço é ele servir de bolsa de sangue para vocês não morrerem na transição, assim ele terá seu desejo realizado. — Reita explicou muito bem, Kai está segurando a barriga tentando ignorar a fome. — Kai-san, estou ouvindo sua barriga com fome. Sei que está evitando sentir esse cheiro vindo do Ruki, que pode saciar sua fome.
— Não posso morder o Ruki! Ele é meu amigo. Mesmo que tenha essa fome me apertando aqui na barriga, é muito errado isso. — Kai se afasta de perto da cama e Reita o segura.
— Taka-chan, por que não desejou ser rico, ter um carro novo ou uma casa? Meu amigo, estou com medo, não sei se vou me segurar, não queria ter que lhe morder, a fome tá apertando. — Uruha está com medo e dá uns passos para trás, então amparo ele.
— Kai-san, Uruha-san! Tudo bem, já aceitei isso. Só não quero perdê-los, eu devia ter falado dos meus sentimentos antes, muito antes. Gomenasai… Amo muito vocês! — Essa declaração do Ruki que eu precisava para fazer eles se alimentarem.

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Sem perder muito tempo, me aproximo do pulso amarrado do Ruki, testando a pulsação, procurando a veia. Com meu anel de unha de prata pressiono na veia até furar e o sangue começar a sair. Ruki geme e começa a se mexer, digo sobre o perigo desse movimento.
— Melhor não se mexer, posso errar a veia e você morrer antes de alimentar seus amigos. — Ruki me olha, atento, com ele só funciona na ameaça. — Não queremos isso. Seja um bom servo, que será recompensado.
Retiro a unha, provando seu sabor; é muito apetitoso mesmo. Olho para Uruha que, ao ver o sangue, mostrou sua forma vampira, com seus olhos vermelhos e lindas presas afiadas. Pego no seu braço, o colocando sentado na cama frente ao pulso gotejando o líquido rubro. Ensino como ele deve fazer, passando a língua primeiro, depois posicionando as presas e mordendo devagar para não doer muito e sugando compassadamente. Ruki solta uns gemidos de dor, depois de alguns minutos chama o nome de Uruha.
— Ah… Kou..you… Hum… não tão rápido! Pare! Tá doendo… um pouco agora.
Dou uns toques no ombro do Kou, para ele diminuir a velocidade e ir parando, tirando as presas, passando a língua para anestesiar o lugar. Recém criados não têm controle, como mestre tenho que ensinar como parar e não beber demais e às vezes a pessoa pode morrer. Kou se saiu bem, não perdeu uma gota seus olhos vermelhos parecem radiantes e confiantes agora.
Olho para Reita, ele entende ser sua vez de ensinar ao Kai. Ele escolheu o pescoço, passando a unha e fez um risco na pele que começou a sair umas gotículas de sangue. Segurando Kai pela cintura, o faz sentar na cama, ficando próximo do pescoço, cheirando seus cabelos primeiro. Estou monitorando as reações do Ruki, ele está bem nervoso, se arrepiando com o contato do moreno, agora que sentiu a língua na sua pele, ele parou de se mexer, ficando estático, somente seu coração e respiração estão alterados.
Kai percebe a alteração dos movimentos do Ruki, nesse ritmo ele pode ter um ataque. Kai sussurra no seu ouvido algo que o faz diminuir os batimentos e melhorar a respiração, então crava seus dentes no amigo, sugando devagar. Sua mão direita está na lateral da cintura, subindo e descendo enquanto ele se alimenta, Ruki solta uns gemidos diferentes de quando Uruha o mordeu, parecem mais prazerosos como se ele tivesse curtindo a mordida e os toques do amigo.
— Hummm… Yuta…ka, ah...! Seus toques são… sua boca é tão quente… Devagar Kai!
Assim como Uruha, os novatos começam a sugar cada vez mais rápido, a adrenalina da sede de sangue na primeira mordida é extasiante, eles não conseguem parar sozinhos, às vezes bebendo demais a pessoa pode ficar muito debilitada, sem força e desmaiar.
— Yuta-kun, chega, já está bom! Se beber demais, Ruki vai ficar sem forças para brincar com vocês.
Kai cessa a mordida, retirando suas presas, passando a língua nos lábios, sorrindo com suas covinhas para o Ruki, que dá um sorriso contido. Kai anestesia o local da mordida com sua saliva até parar de sangrar, ele levanta o corpo e, ainda sentado, observa o amigo deitado com respiração um pouco ofegante, passando sua mão no peito dele.
— Arigatou, Ruki-san seu sangue é muito delicioso, passou minha fome. E você, Uruha? Como se sente?
— Muito saboroso! Estou me sentindo ótimo. Quero experimentar um pouco desse corpo agora.
Uruha está alisando o peitoral do corpo do Ruki e sua mão vai de encontro com a mão do Kai, eles se tocam e olham um para o outro maliciosamente, passam a língua nos lábios e fixam nos olhos do Ruki para ver sua reação.
— Por que vocês estão me olhando assim? O que está passando na mente dos dois? — Ruki tá espantado com os olhares pervertidos dos dois para ele, se mexe puxando os braços. — Yuu-san, fui um bom servo, pode me soltar agora?
— Uruha-san que vai decidir isso. Como prometido, a chave das suas algemas está nas mãos dele. — Entrego a pequena chave para o loiro e sussurro no seu ouvido: — Apesar que você pode aproveitar um pouco, Kou-san. Veja, ele tá preso com tiras de couro, submisso à sua vontade, você pode torturar ele com prazer e sem pudor, sem ele poder te tocar. Tá imaginando isso?
— Hum… Que ideia mais pecaminosa, Mestre Aoi! — Uruha está com chave na mão, balançando-a entre os dedos na frente do Ruki, olhando para o Kai. — Kai-san quer brincar um pouco com as sensações e os toques?
— Ah… Kou-chan! Que pergunta? Claro que quero brincar, provocar sensações sem ele poder nos tocar. Vai ser divertido provocar o Chibi assim. — Kai desce sua mão até a virilha do Ruki, massageando a lateral do seu membro, fazendo o Ruki gemer com o contato. — Ahh….! Senti uma ereção querendo se juntar à festa.
— Uruha, vamos! Deixa de brincadeira! Abra logo essas algemas! — Ruki tá implorando para Uruha soltar ele. Ele ainda não entendeu como vai ser a festa. — Kai, por favor me solta! Não fica só olhando. Ah… Me ajuda!
— Kai-san, você pode ajudar nosso convidado Ruki, com esse gel térmico beijável, com sabor de Ice menta, vai deixar ele nas alturas com a sensação e suas brincadeiras ainda mais divertida e gostosa — Reita entrega para o Kai uma bisnaga do gel que ele segura, dando uma risada, mostrando suas covinhas e deixando o Ruki agitado. — Bom divertimento, Dark Angel. — Reita se afasta, indo sentar no trono no fundo do salão.
— Para completar a festa do pijama, um presente que você pode querer usar para acompanhar as algemas… — Ruki me olha espantado, tentando levantar a cabeça para ver o que coloco nas mãos do Uruha. — Nada melhor que uma boa venda combinando com seu pijama para aguçar os sentidos da presa. — Me afasto da cama, indo sentar junto do Reita só para apreciar o espetáculo.
— Seus vampiros… malditos…! Uruha, cadê a chave? — Uruha balança a chave, guardando no bolso, fazendo um sinal negativo com o dedo. — Por favor, me solta! Quero amar vocês. Senti-los e tocar na pele dos dois.
— Não se preocupe, Chibi, vamos amar tanto você... — Uruha fala, dando beijos curtos no pescoço do Ruki. — Que quando você pedir por mais, vou privar sua visão para curtir você delirando com os toques mais intensos.
— Espero que você aguente firme, Ruki-chan. Vamos levar você à loucura com as sensações prazerosas. Você vai pedir para terminar logo. — Kai está atiçando ele, com a mão por cima da calça do pijama, dando uma risada malvada. — Eu vou negar e continuar até chegar ao puro êxtase.

8. Desejo realizado



POV OFF

Ruki nem consegue responder, Uruha tomou seus lábios, o beijando vorazmente, ele quase perde o fôlego, se engasgando e ficando com a respiração ofegante.
Kai abre os botões da camisa do pijama dele, mostrando toda aquela pele branca arrepiada com os toques de Uruha que voltou a beijá-lo. O moreno se aventura beijando o peitoral do loiro, beijando toda lateral até chegar nos mamilos róseos, ele está beijando um, passando a língua circulando ele, e apertando o outro, sentindo os espasmos do corpo se arcando para cima se livrar do contato.
— Hum… Ruki! Vou marcar essa sua pele branca... você é tão gostoso… — Kai está dando mordidas na extensão da barriga, com a língua circulou dentro do seu umbigo, ouvindo ele gemer enquanto Uruha o beija sem pudor.
Uruha cessa o beijo para Ruki respirar, ele vai beijando do pescoço até chegar no outro mamilo, sugando-o leve, dando mordidinhas na ponta. Kai para de beijar a barriga para atacar os lábios do Ruki que está gemendo com o toque de Uruha.
— Uruha… ahh…! Faz assim, não… me deixar tocá-lo…
Uruha solta uma gargalhada com o pedido do amigo, que agora está sendo devorado pelo moreno, que o beija ferozmente dá para perceber uma batalha de língua durante o beijo que cessa por minutos depois, por estar amarrado perde o fôlego fácil, entra em desespero tentando se livrar os pulsos.
— Kai… hum...! Me solta, não tô aguentando… quero pegar seus cabelos.
— Ar… Chibi…! Nem começamos, já tá pedindo arrego? Ainda vou chupá-lo… — Uruha fala, beijando todo seu peito indo até o umbigo colocando a língua dentro fazendo Ruki levantar as costas do colchão.
Kai dá uns beijos ao longo do pescoço, voltando a castigar o mamilo direito. Uruha, por sua vez, foi beijar o outro mamilo, fazendo Ruki entrar em colapso, ele tenta se mexer se arrepiando todo com as sensações, tanto que seus gemidos às vezes são palavras sem sentido, desconexas, seu corpo está quente e suado com o toques dos dois ao mesmo tempo.
Os dois param de beijar os mamilos, que ficaram bem vermelhos, e só para provocar mais a sua presa. Uruha e Kai começam a se beijar na frente do Ruki, com abraços e puxão de cabelos, o beijo é de língua, sendo bem intenso, cheio de luxúria e provocação um com outro. Deixando Ruki mais excitado com a cena, estar preso é torturante para ele.
— Isso é muita maldade! Vocês se tocando e se abraçando, eu só olhando, também quero.
— Está gostando do que vê? Não poder tocar deixa você mais excitado? — Uruha provoca Ruki com suas perguntas.
— Lógico que estou gostando, Uru-chan. Chega de graça, me solta! Tô implorando!
— Kou-chan, ele já está implorando. O que acha de fazer um Strip-tease para ele? — Kai olhando para o loiro que está desesperado com a provocação dele.
— Como você é mal, Yuta-kun. Adorei a ideia! Será que ele aguenta? — Uruha ri, olhando para Ruki que está indignado com os amigos.
— Vocês dois não se atrevam a fazer isso! Seus vampiros… pervertidos… não imaginei que gostariam de me torturar.
— Ruki, você é tão gostoso, assim, indefeso, impossível não querer fazer coisas más e pervertidas contigo. — Kai passa a mão pelo corpo dele, indo até sua virilha para apertar seu membro por cima da calça que já está úmido e quase duro.
Ruki geme com o contato, Kai está acariciando seu membro, pressionando só sentindo o volume aumentar. Uruha puxa Kai para sua frente, lhe dando um beijo depois, virando para o Ruki, falando com uma voz gostosa.
— Aproveite bem o que você vai ver agora, depois você só irá sentir… — Uruha dá uma risada malvada.
— Uru-chan, quando foi que você ficou tão mal assim? Esperava isso do Kai, ele sempre foi mais malicioso.
Uruha continua rindo do Ruki, está adorando provocá-lo dessa maneira. Kai também está se divertindo com esse momento. Uruha começa a desabotoar os botões do pijama do Kai lentamente, quando chegou no último, colocou as mãos nos ombros do moreno e deslizou pelos braços até tirar tudo.
Na sequência, distribuiu beijos por todo pescoço e peito do Kai, arrancando uns gemidos dele, ao mesmo tempo, as mãos dele estavam massageando o corpo desnudo do Ruki, apertando as pontas de mamilos, o escutando arfar em cada aperto.
— Tá gostando, Ruki-chan? Quer tocar? — Kai se abaixa e o beija rapidamente, mordiscando seus lábios.
— Ah… Kai! Seu moreno… gostoso, me deixa tocá-lo. — Ruki se mexe todo na tentativa de chegar perto do Kai que levanta mostrando suas covinhas num sorriso safado.
Kai leva suas mãos à blusa do pijama do Uruha, fazendo a mesma coisa com loiro, passando a mão no seu peito debaixo para cima, chegando nos ombros, tirando as mangas, deslizando pelos braços até arrancar o tecido. As mãos do Kai vão nas costas do loiro, o arranhando enquanto o beija por todo pescoço e clavícula.
A reação do Ruki é se movimentar para os lados, levantar as pernas, tentar um jeito de não ficar ali só olhando aquela provocação. Kai cessa os beijos e Uruha abaixa para dar um beijo no Ruki deixando-o sem fôlego.
— Kou-chan… hummm! Quero brincar com você! Vamos, os dois, não acham que me torturaram demais? Tirem essas algemas já está doendo.
Uma gargalhada por parte dos dois serviu de resposta para os apelos do loirinho, que já estava todo suado e sentindo pegar fogo só de olhar aqueles dois perversos judiando dele.
— Ainda não! Temos mais uma brincadeira para fazer com você. Humm…
— Kai-san, vamos brincar de quente e frio? Cadê o gel? Podia pegar ele.
— Já ia perguntar quando a festa ia começar esquentar.
— Vou livrar desse tecido que falta, para ver se ele já tá no ponto…
Uruha puxa a calça do Ruki de um lado e o Kai outro, retirando ela, jogando no chão. Ruki está semi-nu, ficando apenas com sua boxer preta.
— Olha, Kai ainda precisa de um incentivo para ficar ereto. Qual tal testar se o gel funciona?
Então Kai puxa a boxer para baixo, liberando um membro já bem desperto, passando o gel na mão, pegando firme, flexionando para cima e baixo, fazendo Ruki gemer muito alto com o contato. Uruha coloca um pouco na mão passando em volta dos mamilos que massageia até esquentar, então ele vem com a língua, passando no gel comestível, dando a sensação de frio e calor. Ruki entra em êxtase com essas sensações, que não sabe se tenta mexer o corpo, se grita ou tenta soltar os braços, seus pulsos já estão bem marcados.
— Chega! Por favor… Uru… Kai... Tô implorando… já é demais. Deixa eu colocar minhas mãos em vocês.
— Tão gostoso e tão desobediente. Implorando outra vez. Merece levar uma punição.
— Uru-san… vocês já estão... me torturando… ai... Kai, tá muito quente, não vou aguentar vou gozar.
Kai diminui os movimentos antes que ele goze, para maior desespero dele, passando a língua só na ponta da glande e soprando para gelar, causando arrepios e espasmos pelo seu corpo. Com um pouco mais de gel na mão, Kai passa nos dois testículos, massageando e sentindo esquentar, apertando um de cada vez, depois soprando e completando a sensação com a língua até a ponta do membro, só para ouvi-lo gemer e se contorcer.
— Kai… pode continuar… me chupa! Quero ver já que não me deixam tocar.
— Uhmm… Taka-chan, já sei qual será sua punição? Ah…
— Kou-chan… Punição!? Já estou preso aqui… Quer me torturar mais ainda… Com o quê?
— Yuta-kun, vai fazer um ótimo trabalho lhe chupando. Só que você só vai sentir….
— Uru-chan, não conhecia esse seu lado sádico… Por que está sendo tão mau?
— Apenas um castigo de leve por fazer eu e o Kai subir aquelas escadas até a colina…
— Gomen, estava empolgado com a pesquisa. Não achei que fosse vingativo.
Uruha olha para o Kai, dando um sorriso maldoso em resposta ao pedido de desculpa do Ruki. Ambos começam a beijá-lo, um de cada lado do ombro até o pescoço do loiro, dando um beijo triplo, selando os lábios dele com as duas línguas tocando na sua, distraído com o beijo, ele fecha os olhos, então Uruha aproveita o momento para colocar a venda preta que Yuu lhe deu, ouvindo Ruki praguejar xingando os dois.
— Seus safados…vocês... me enganaram! Uruha, você vai ser só a hora… que eu tiver livre…
— Ah… tô morrendo de medo! Você é nosso pet, Chibi! Melhor ser obediente ou coloco uma mordaça na sua boquinha linda.
— Você não ousaria fazer isso! Kai me salva! Cadê você?
— Bem aqui, no meio das suas pernas. Agora geme bem alto! Quero muito te ouvir. Depois me diz quem foi o melhor de nós dois.
Kai aperta as coxas dele, dando dois tapas, se posiciona na frente do membro ereto, o colocando na boca todo de uma vez, chupando bem forte, mantendo a felação contínua e rápida, os gritos de prazer do loiro são altos com palavras sem sentido e pedindo por mais.
Uruha está observando a cena, passando suas mãos no peito segurando as vezes quando ele arca o corpo em desespero com aquela sensação.
— Kai…. mais rápido... não para… Me fode com sua boca!
Kai cessa sua felação mais intensa, passando a língua agora só na glande, deixando ele furioso por não fazê-lo gozar novamente.
— Maldição… Kai! Me deixa gozar! Você quer matar assim?
— Ainda não! Agora é a vez do Uruha provar um pouco.
Eles trocam de lugar, Kai dá um beijo rápido, dando uma mordida na parte carnuda dos lábios, que volta a gemer extasiado, com a felação do Uruha que está apertando suas coxas para manter o ritmo. As mãos do Kai também estão sobre o peito dele, se movimentando para frente e para cima e baixo.
— Hum… Kou… tô quase lá… ah…. chupa mais rápido.
Uruha faz o mesmo que Kai, quando percebe que Ruki perto de alcançar o ápice e ter um orgasmo, vai diminuindo a velocidade, deixando ele no ponto de novo por pura maldade.
— Não… Uru… Gomen… Quero gozar! Seus putos…
— Ah… Ruki! Que delícia! Ouvir suas desculpas…
— Uruha, quanta maldade com o Chibi! Não judia dele assim...
— O desejo é meu ! Yuu-san, eu quero o direito de fazer um pedido.
Uruha olha para Yuu, esperando seu consentimento, ele está sentado ao fundo do salão com Reita, acenando em positivo para o loiro. Uruha se aproxima do rosto do Ruki, lhe dando um beijo e retirando a venda, sussurrando no seu ouvido:
— Tudo bem! Mestre Aoi, permitiu. Pode fazer seu pedido, Ruki-san? — Uruha fala com Ruki sobre Yuu.
— Ruki-san, você está sendo um bom servo, brincando com meus vampiros. Vou deixar você fazer um pedido sobre seu desejo. — Yuu está apreciando os vampiros torturando seu amigo loiro.
— Queria que eles me soltasse para tocá-los, quero torturar eles e provocá-los também. — Ruki tenta convencer Yuu.
— Boa tentativa! Tentando me enganar de novo, Ruki! Está muito divertido assim, essa excitação e tortura que eles estão fazendo com você submisso na cama. Era esse seu pedido? — Yuu negou o pedido do Ruki. — Uruha, coloca a venda de volta e não tira mais.
— Não… espera... tenho outro pedido! Kou não precisa colocar a venda. — Ruki foi rápido em mudar de ideia.
— Fale logo! Agora que tava esquentando, tô adorando ver essa tortura. — Yuu pede para Ruki diga logo seu outro pedido.
— Quero poder mandar eles se tocarem. Um dando prazer para outro, já que não posso tocá-los. Quero ver e torturar eles para gozarem para mim.
— Hum…. bom pedido! Gostei da idéia, o submisso mandando nos torturadores. — Yuu curtiu o pedido do Ruki. — Uruha-san e Kai-san, agora vocês vão seguir as ordens do meu servo Ruki. — Como quiser, Mestre Aoi, vamos obedecer o Chibi... Gostou do pedido Kai-chan? — Uruha pergunta para o amigo, dando uma risada gostosa.
— Está perfeito para mim! Ruki-san, será que você está preparado para isso? — Kai provoca o loiro com a pergunta .
— Não esqueçam de usar o gel. Quero ver vocês pegando fogo, assim como fizeram comigo. — Ruki já foi firme na ordem, vai fazer o mesmo que aprontaram com ele. — Minha vez de torturar vocês.
Ambos dão uma boa gargalhada das exigências do loiro, se levantando da cama, tirando suas calças junto com a boxer, voltando a se ajoelhar ao lado do corpo do Ruki. O membro deles está encostando no peito dele causando arrepios no mesmo.
Kai pega o gel e esfrega na mão, passando a bisnaga para Uruha, que faz o mesmo. Primeiro eles passam suas mãos nos seus membros, espalhando o gel e se masturbando, deixando o pênis duro.
— Quero ouvir vocês gemendo meu nome. Já estão sentindo esquentar? — Ruki comanda eles se tocando.
— Grr… Ruki… seu puto… gosta assim... tá pegando fogo. — Uruha obedece, gemendo e continuando a se tocar.
— Taka… ahhh… tá ficando duro… e fritando na minha mão. — Kai geme o nome, sendo obediente, e sem tirar a mão esperando a ordem do loiro.
— Assim que eu gosto! Tá ótimo assim! Vamos! Agora quero ver vocês dando prazer um para o outro! — Ruki dá ordem de como ele quer.
— Ahh… seu pequeno pervertido. Tá se achando, né? — Uruha fala rindo do amigo.
— A tortura vai se maior para ti, Taka-chan. Ver você preso deixa isso mais gostoso. — Kai fala provocando ele.
— Chega dessa conversa, façam isso logo! A tortura será para vocês também. — Ruki fala, sorrindo, esperando os dois se entregarem ao prazer.
Kai dá um beijo em Uruha, eles encostaram suas testas para se equilibrar, pegando um no membro do outro, começando um movimento de vai e vem lento e contínuo, proporcionando prazer, levando ao êxtase rapidamente, gemendo alto e se beijando às vezes.
— Mais rápido… Kou… com vontade. Yuta… faz ser mais prazeroso… Quero ver vocês pegando fogo.
Ruki está se contorcendo vendo aquilo, ele tenta se mexer e puxa os pulsos, sem sucesso, mordendo os lábios e passando a língua com vontade de participar. É muito mais torturante para ele, os dois em cima dele já estão pegando fogo, ele percebe que estão perto de gozar e manda parar como fizeram com ele.
— Parem agora! É uma ordem! Estão proibidos de gozar. — Ruki fala com voz grave e bem alta, fazendo os parar e olhar para ele.
— Como assim!? Parar não queria ver a gente pegando fogo? — Uruha fala com a mão ainda no Kai.
— Sim, quero muito! Só não quero que gozem, pois não me deixaram gozar duas vezes também. — Ruki se mexendo e fala por que mandou parar.
— Olha quem também sabe ser vingativo. — Kai sorri, mostrando suas covinhas, colocando sua outra mão no membro do Ruki. — Agora podemos gozar juntos e entrar em combustão…
Então, desobedecendo a ordem do Ruki, eles voltam ao movimentos de vai e vem, Kai apoia sua cabeça no ombro do Uruha para masturbar os dois, enquanto Uruha faz o mesmo nele. Os gritos e gemidos se tornam mais intensos, Ruki não consegue mais dar nenhuma ordem. Kai tem uma pegada forte, apertando e movimentando rápido suas duas mãos e, em questão de minutos, eles alcançam o ápice de toda essa excitação. Uruha foi o primeiro a gozar, na sequência Ruki nas mãos do Kai, que acabou se desfazendo nas mãos do Uruha com os gemidos de prazer dos dois.
Ruki está entregue, não tem mais força para nada, totalmente exausto. Uruha cai do seu lado acabado, tentando se recuperar. Kai está do outro lado, recuperando o fôlego, dois orgasmos ao mesmo tempo era demais para ele. Foi brutal esse orgasmo triplo, eles ficam beijando os ombros e a lateral do peito do loiro que fala suspirando entre as palavras.
— Kou-chan… a chave… por favor... meus pulsos doem!
— Gomen, Ruki-san, está aqui em algum lugar, só preciso achar minha blusa.
— Taka, você tá bem? Gomen, a tortura! Você é muito gostoso, impossível resistir.
— Yuta… acho que sim… foi muito intenso… nunca tive um orgasmo assim.
— Achei! Gomenasai, Ruki, eu me empolguei quando vi você amarrado. Pronto, já estão abertas, está livre.
— Amo muito vocês! Que delícia! Agora posso deslizar minha mão nos seus corpos.
— Seus pulsos ficaram marcados. Kai-san e eu vamos passar a língua para melhorar.
— Ruki-chan, nossa saliva tem poder anestésico, logo estará pronto para outra.
— Yuta… agora só quero descansar... com vocês me abraçando...

.:.:.:.:.


No fundo do salão, Yuu e Reita ficaram de Voyeur daquela festa do pijama, o desejo do Ruki foi muito prazeroso para todos. Vendo que eles terminaram o ato sexual, e estão recuperando as forças deitados os três juntos, Reita pergunta ao amigo se estava gostando e se divertindo.
— Mestre Aoi, meus parabéns pelos seus 150 anos! Enfim, gostou do presente?
— Ah… Reita, eles são lindos! Foi uma ótima escolha, vou ter diversão por muito tempo.
— Sei que são seus presentes… Hum… queria pedir…
— Já até sei o que você quer, Reita. Vi seus olhos brilhando por ele…
— Está tão aparente assim?! Eu nunca tinha sentido algo assim antes por um humano.
— Isso se chama amor. Acho que está apaixonado pelo moreno de covinhas.
— Os vampiros também podem amar? Assim que o vi no Japão, apareceu esse sentimento no meu peito.
— Sim, meu amigo, também temos o direito de amar. Ele é todo seu, sei que lhe fará muito feliz.
— Arigato, Mestre Aoi. Ele é o amante que sempre procurei durante esses 50 anos que vaguei solitário, até encontrar a companhia do amigo.
— Os dois loiros já vão me dar bastante diversão. Uruha é um amor, um príncipe, meu anjo das trevas. Agora o desafio vai ser controlar o gênio do Ruki, ele é difícil de dominar e não aceita ordens com facilidade.
— Mestre Aoi vai ter bastante trabalho, não ficará mais entediado. Ruki é bastante inteligente e pode cuidar do Museu durante o dia. Será seu servo e protetor do segredo dos vampiros, pois ama muito seus amigos e não vai querer que algum caçador nos descubra.
— Boa ideia, Reita, só deixar o Ruki envolvido com os estudos da história da região, ele será muito útil. Venha, vamos nos juntar a eles.
Então Yuu se levanta todo feliz do seu trono, rindo da conversa com Reita, o castelo agora não vai ficar mais vazio, os três japoneses fazem parte da família vampira. Reita se aproxima do Kai, dizendo que agora eles vão morar juntos no castelo de Bran, poderão sair como um casal para passear e arrumar um bom jantar à noite, então eles se beijam.
Yuu conta para Ruki que como ele foi um bom servo, vai deixar ele tomar conta de toda parte histórica do Museu, o deixando feliz, pois adora estudar. Yuu abraça Uruha que está deitado pelas costas lhe dando vários beijos no ombro e no pescoço, e que agora eles serão uma grande família vampira feliz.
Yuu diz ao Ruki que ele será o protetor deles durante o dia, e seu amante e do Uruha durante à noite. Uruha fica muito feliz, beijando Ruki, que ainda está tentando entender do que Yuu está falando, mas está contente, que seu amigo também será seu amante junto do moreno vampiro gostoso.
— Ruki-san, sei que está cansado, mas eu estou com fome. Quero provar de ti.
— Tudo bem! Meu Mestre Aoi pode provar, afinal sou seu servo e estou aqui para servi-lo.
— Viu, Reita, ele aprende rápido! Quer provar? Parece bem apetitoso.
— Ruki-san, você ainda tem forças para eu lhe provar também.
— Acredito que sim. Ainda resta alguma força.
Yuu morde o pulso de um lado e Reita morde o outro pulso, ter ambos o sugando provoca alguns gemidos, ele é recompensado com os dois amigos lhe beijando para agradá-lo por ser um ótimo amigo e um humano delicioso. Ambos param rápido, era só para experimentar do loiro mesmo que só gosta de estudar e agora arrumou dois amantes vampiros.



Fim.



Nota da autora: Sem nota.

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