Última atualização: 09/04/2024

Capítulo 1


“Queria ser de novo uma menina,
meio selvagem, impetuosa e livre; rindo dos problemas, em
vez de me deixar enlouquecer por eles.”
(O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Bronte)



A noite estava linda, apesar das nuvens cobrirem a lua cheia, mas, mesmo assim, era uma bela noite. A temperatura estava amena, por volta dos 14 graus, o que era muito favorável para , que adorava o frio com todas as suas forças. Ainda assim, nada era perfeito, há dias não chovia em Londres e o clima seco a afetava diretamente com suas crises diárias de rinite, ou ainda pior, sinusite – coisas que a irritavam profundamente. E irritavam ainda mais por ela não fazer o que mais gostava: sair, conversar com pessoas novas e se divertir ao lado de seus amigos. Na verdade, não tinha tantos amigos como gostaria, mas o seu fiel parceiro estava sempre ao seu lado.
— Credo, só foi pensar em você, que você já apareceu. – ela comentou entre risos. - Filhote do capeta.
Ao cair os olhos em , logo viu como nada estava bem. O seu melhor amigo parou na porta daquele apartamento velho, encolheu os ombros e de repente seus olhos verdes tão expressivos já não brilhavam mais com tanta força.
— Ei, tá tudo bem? – ela se levantou rapidamente do sofá para acolher o amigo.
— Eu fui demitido. – anunciou sentindo o amargor em suas palavras.
— O merda do Sr. Jenkins daquela padaria teve coragem de te demitir? Patético.
As coisas não estavam fáceis. Na verdade, nunca estiveram. Os dois ainda tinham sorte de receber um pouco de auxílio da família, mas ainda assim, impossível para se sustentar numa capital daquela proporção. era estudante de música, ainda conseguia alguns trocados em bares pela cidade, mas nada de luxuoso. E não poderia contar muito com aquele salário minúsculo da livraria.
— Não se preocupe, tudo vai ficar bem.
— Normalmente quem fala isso sou eu. – ele respondeu, sorrindo para a amiga, achando graça naquele otimismo. – E geralmente você não acredita.
— Odeio todo esse papinho good vibes, mas por você... – aproximou-se do amigo e deu um beijo na bochecha. – Até posso tentar.
Era óbvio que estava triste e ver seu amigo naquele estado mexeu demais com o coração de . Claro, eles eram amigos inseparáveis, desde a infância viviam colados. Mas ainda assim, nada tirava a motivação de de ir a tal festa dos calouros.

Ela estava entediada, desesperada em busca de diversão e simplesmente não sabia mais o que fazer. O fim das férias era terrível, mas além do período letivo ele trazia algo emocionante: festas da faculdade. Ela odiava o tédio, não suportava ficar com as pernas para o ar, sem ter nada para fazer.
— Que seja! Foda-se. – ele desabafou, jogando a mochila ao lado e indo em direção a cozinha. – E essa maquiagem toda? Vai pra casa de algum cara e eu não tô sabendo?
— Uh, adoro quando você é ciumento! – murmurou, caminhando até o amigo e soltando uma risadinha. – Na verdade essa maquiagem toda é para a festa que você vai comigo.
— Festa? – perguntou, depois de dar um gole no copo d’água e deixar o recipiente na bancada para encarar a amiga. – Não me diz que é aquela merda dos calouros. Festa à fantasia sem ser Halloween. Não, não…
— Festa de calouros na república dos formandos. Por favor, vai… – juntou as mãos pedindo súplica. – Você vai negar um favorzinho pra mim? Estou pagando suas contas a partir de agora, !

soltou uma risada, sabendo que não conseguiria resistir ao pedido de . O que ela não pedia chorando, que ele faria sorrindo?

— Tá, tá, tudo bem. Eu vou! Mas não espere que eu fique animado, ok? – respondeu, fazendo um gesto de rendição.

deu um pulinho de alegria, animada por ter convencido a acompanhá-la.

— Como se não bastasse uma gota de álcool no seu sangue para você virar a maior piranha do Reino Unido. – deu um tapinha no braço de , provocando o amigo. – O maior aquariano nato que esse mundo já viu.
— Sexo me faria bem. As coisas com Alex não estão bem.
— Viu só? Você já tem um ponto para se divertir. Aliás, vai que você encontra alguém que goste tanto de transar com você e até queira dividir as contas do apartamento com a gente, né? – sugeriu, tentando animar .

Ele assentiu, ainda risonho, sabendo que não podia recusar a chance de sair com sua melhor amiga, mesmo que estivesse se sentindo um pouco desanimado.

— Certo, vamos nos arrumar então. Mas primeiro, preciso te dar um abraço por ser a melhor amiga do mundo. – disse, abrindo os braços para .

Ela não hesitou e correu para abraçá-lo apertado.

— Você também é o melhor amigo do mundo, . – afirmou, com um sorriso reconfortante. – E a maior piranha também. Agora vai logo se arrumar. Por Hades, só os deuses sabem como você demora pra arrumar esse cabelo.

Após o abraço, eles foram para seus respectivos quartos se arrumarem para a festa. escolheu uma fantasia simples de pirata, enquanto optou por uma roupa de fada, complementada por uma maquiagem delicada.

Depois daquele abraço apertado na cozinha, os dois se separaram e foram para seus respectivos quartos se arrumarem para a festa. Enquanto demorava um pouco mais no banho e na escolha da fantasia, já estava pronta e esperando por ele na sala, impaciente como sempre. Alguns gritos escapavam de seus lábios conforme o tempo passava e seu amigo não aparecia pronto. Quando finalmente apareceu, vestido com sua fantasia, não conseguiu segurar o riso.

— Sgt. Pepper? Porra! De novo? – perguntou, divertindo-se da situação. – Impressionante como você demora pra usar a mesma fantasia todo ano. Pensei que você tivesse ido pra Nárnia pelo seu guarda-roupa.

revirou os olhos, já estava bastante acostumado com as brincadeiras de , ela costumava ter comentários bem ácidos para qualquer coisa do dia a dia.

— Muito engraçadinha você, Mia Wallace. – ele apontou o dedo para a amiga, reconhecendo a inesquecível cena de Pulp Fiction. – Vamos logo antes que a festa acabe sem a gente. Já chamou o Uber? – perguntou, colocando um chiclete na boca.
— A gente vai a pé, garoto. Isso se chama corte de gastos. - respondeu, abrindo a porta da entrada para passar.

Os dois saíram do apartamento, seguiram em direção à festa dos calouros e receberam olhares atravessados enquanto passavam pelas ruas, mas nada que incomodasse tanto e , os dois já estavam acostumados a serem estranhos desde os tempos da escola em Holmes Chapel. Assim que viraram a esquina, encontraram o local da festa. O lugar estava lotado, com uma fila se estendendo até a calçada e jovens bebendo e fumando como se não tivessem nada a fazer no dia seguinte. fez uma careta ao pensar aquilo, a maior parte dos estudantes era da elite inglesa, óbvio que não sabiam como era importante acordar no domingo para decidir se era hora de fazer faxina em casa ou ir à feira. As luzes vermelhas e a música alta indicavam que a festa já estava em pleno vapor.

— Lotado demais. Por Zeus! – ela reclamou enquanto algum garoto daquela festa pisava em seu pé. – Merda, meu sapato novo!
Ao entrarem, foram recebidos por uma multidão de pessoas dançando e conversando animadamente. O som pulsante preenchia o ambiente, tornando difícil até mesmo ouvir a própria voz. Claro que nenhum dos dois conseguiu reconhecer outros alunos da universidade, todos estavam bem vestidos demais e ocupados em entregar um alter-ego para esconder suas personalidades podres e desinteressantes.

— Não acredito que vim até aqui pra isso. – exclamou , frustrado com a quantidade de gente recém saída do ensino médio.

— Ei, se reclamar é pior. Vamos pegar uma cervejinha pra você, zangadinho. – sorriu , empurrando o corpo de para que ele a acompanhasse até onde os coolers estavam. Eles se misturaram à multidão, dançando e aproveitando a energia contagiante da festa. Apesar dos problemas e preocupações, naquela noite queria se divertir e fazer esquecer um pouco daqueles problemas do dia a dia. Às vezes a única coisa que os jovens precisavam era uma festa caótica para realinhar os chakras.

Por sorte, o cooler estava cheio com cerveja de ótima qualidade. Aquilo era um alívio, principalmente para o fígado, ele sofreria menos com a ressaca do dia seguinte. antes de agarrar a primeira longneck, viu uma garrafa de tequila abandonada em cima da bancada com limão e sal logo ao lado.
— Tá, isso aqui é perfeito. – ela comentou, seus olhos brilhavam com o desejo de beber.
— Você nem ao menos sabe se isso tá com droga ou não. Larga essa merda. – falou , cuidadoso.
— Que chato, você já foi mais legal antes, vida.
Em um movimento ágil ela entregou o copo de shot para o amigo, separando a quantidade de sal e as rodelas de limão para dar início àquela festa.
— Arriba, abajo. – falou antes de passar o sal na língua.
— Al centro y adentro! – exclamou extasiada após virar seu primeiro shot e chupar a fatia de limão.
Enquanto e se divertiam com os shots de tequila e as bebidas do cooler, eles foram engolidos completamente pela música alta e vibração da festa. Voltaram para a pista, onde conseguiram rir e dançar, deixando de lado por um momento todas as preocupações do dia a dia. sentia a energia pulsante da noite, o álcool aquecendo seu corpo e tornando tudo ainda mais excitante. Interessada em possíveis oportunidades, ela olhou ao redor, buscando alguém que parecia interessado em conhecê-la. Ela olhou ao redor, observando as pessoas dançando e se divertindo, e então seus olhos encontraram alguém que chamou sua atenção. Não para ela, infelizmente.

— Ei, tem alguém te secando ali! – ela disse, apontando discretamente na direção de um rapaz que parecia ser exatamente o tipo de , ele logo seguiu o olhar de e sorriu ao ver o cara em questão. – Aprovado?
— Quem sabe? – respondeu , devolvendo cum um sorriso malicioso.
— Isso é um sim? Ou um não? – perguntou curioso, percebendo a mudança na expressão do amigo.

— Isso é um talvez. – respondeu, sorrindo de lado, esquivando-se da pergunta propriamente.

riu baixinho, divertida com a situação. Ela conhecia bem o amigo e sabia reconhecer quando ele estava interessado em alguém. E aquele cara alto, forte e com a mandíbula bem definida parecia ser exatamente o remédio que precisava para ser curado naquela noite.

— Bom, acho que você precisa repensar o seu “talvez”. – ela comentou, dando de ombros, fingindo não se importar. – Quer dizer, olha o jeito que ele dança. Deve ser bom de cama.

— Ele parece ser bem gostoso. Preciso analisar o caso. Acho que é hora de eu entrar em ação. – brincou, piscando para antes de se dirigir na direção do rapaz.
Idiota. revirou os olhos e riu, desejando que o amigo tivesse mais sorte que ela naquela noite, que já parecia ter acabado para ela.
Quando desapareceu do seu campo de vista, ela deu um suspiro longo. Uma voz em sua cabeça não parava de gritar para que ela voltasse logo à cozinha em busca de mais bebidas. Com a festa em seu auge, ela teria sorte com todos dançando no salão, e claro ela reconheceria as garotas nojentas da sua turma que bajulavam os caras mais velhos para se darem bem durante o semestre. Na faculdade tudo parecia patético demais e nada certo, quem falou que seria uma ótima ideia decidir o seu futuro aos 17 anos?
Desta vez a cozinha estava um caos: vários pacotes de petisco abertos, copos jogados na pia e uma lixeira lotada com latas de cerveja. O cheiro era horrível, mas estava decidida a pegar mais um shot de tequila para engolir a sua bad repentina.
— Preciso de um copo limpo.
Uma voz rouca e deliciosa interrompeu seu movimento de levar a bebida até a boca. Ela revirou os olhos, impaciente com aquela criatura que acabou de estragar seu momento sad girl. Mas assim que virou sentiu suas pernas fraquejaram com a beleza daquele homem. Eram os olhos mais lindos que ela já tinha visto, o resto também. Ele não era exatamente jovem como os outros universitários da festa, mas nem tão velho ao ponto de ser um sugar daddy. arqueou a sobrancelha interessada naquela figura.
— Você não vai encontrar nada aqui. – ela respondeu, depois o sal no dorso da mão e beber sua tequila.

— Acho que é o contrário na verdade.
Demorou um segundo para que voltasse a olhar para o homem e perceber que ele não tinha tirado os olhos dela. Ela soltou uma risada franca, achando graça naquele olhar adorável por trás do óculos de grau.
— Copo limpo. Cara, isso é uma festa universitária. – murmurou de forma irônica, achando óbvio que ele jamais encontraria nada limpo ali. – Boa sorte.
caminhou até a parte externa de casa rezando para que aquele cara ficasse na cozinha por um bom tempo. Ele parecia ser exatamente o que ela precisava para perder a cabeça e ela não estava disposta a isso. Escolheu a beira da piscina para sentar e se aproximou um pouco para brincar com a água. A gostosa temperatura daquela piscina aquecida pareceu massagear a ponta de seus dedos e talvez tudo que precisasse era de um pouco de prazer.
— Narciso morreu assim. – aquele mesmo cara da cozinha tinha surgido ao seu lado, sentando ao seu lado e brincando com a água da mesma forma que ela fazia.

— Ou talvez uma ninfa tenha afogado Narciso porque ele estava enchendo o saco enquanto a pobre coitada tentava beber um pouco de tequila.

O canto de seus lábios se curvou em um sorriso ladino. Ele insistia em olhar no rosto de o tempo inteiro e ela se sentiu incomodada demais com aquela insistência. Ela não costumava encarar pessoas sempre e aquele par adorável de olhos estava a intimidando.
Em alguns segundos, conseguiu perceber seus cílios grandes e volumosos batendo contra a pálpebra enquanto ele piscava. Uma barba bem feita emoldurava seu rosto perfeitamente e dava um charme mais elegante do que ela gostaria de admitir. Ele era bem mais velho, isso era óbvio. Mas lindo. Lindo pra caralho.

não deveria ter se incomodado com aquele olhar descarado do homem sobre seu corpo. Ela estava fazendo o mesmo, a camisa branca de linho estava bem apertada em seu corpo e mostrava como ele tinha braços fortes, além das tatuagens que escapavam pela manga do tecido.
— A visão te agrada, homem de Sonserina? – ela quebrou o silêncio quando identificou o símbolo do comensal da morte na gravata verde que ele usava.
— Visão? - arqueou a sobrancelha, confuso.
— Não é da piscina que eu tô falando. – ela suspirou fazendo seu peito subir e descer, indicando o tanto que ele olhava para o decote da sua fantasia.

Os dois trocaram um olhar breve, e não pôde deixar de notar o charme natural daquele homem. Ele tinha uma aura intrigante, que a deixou curiosa para saber mais. Não ganharia naquele com aquele flerte idiota, mas não queria perder a chance.
— Acho que me apaixonei nesse sangue falso escorrendo pelo seu peito. – ele respondeu com um sorriso malicioso nos lábios.
— Agora sim. Se tivesse sido sonso, eu realmente ficaria bem chateada.
Ela deixou outra risada escapar.
— Vamos começar isso de novo. – ele parou de brincar com a água e se virou em direção à . – Então, o que uma garota como você está fazendo sozinha em uma festa como essa?

— Bem, sozinha não é a palavra certa. Vim com meu amigo, só que ele encontrou alguém mais interessante. Mas a essa altura, ele provavelmente já deve ter ido pra casa do carinha que ele estava flertando. – explicou ela, olhando em volta para tentar encontrar . – Mas você não parece ser o cara que vem sempre em festas universitárias. Quer dizer, quem busca um copo limpo numa república. Você é idiota ou o quê?
— Bem, acho que isso significa que estamos ambos um pouco perdidos esta noite. – ele comentou, com um brilho nos olhos. – Já passei dessa fase de festas universitárias. Só quis reviver o espírito para o doutorado.
— Hm, doutorado. Pelo menos você tem uma boa desculpa. – sorriu, apreciando a sinceridade dele. – A sua tese é sobre o quê?
— Ícaro.
— O mito grego? Claro. Fã de Potter e estudioso de contos clássicos, só podia ser um pouco maluco. – ela riu, balançando a cabeça. – Bom, eu só vim pela emoção dessa festa caótica. Bebidas, fantasia, enfim. Puro suco de escapismo da vida real.

O homem riu, um som que ecoou suavemente no ambiente agitado da festa. Ele parecia à vontade, e não pôde deixar de se sentir atraída por sua confiança tranquila.

— Escapismo, hein? — ele repetiu, parecendo intrigado. — Eu consigo me identificar. Na verdade, pensei sobre isso na minha tese. A possibilidade de voar tão alto ao ponto de nem se importar com a queda. Já passou por isso?

assentiu, sentindo-se estranhamente conectada a ele. Havia algo na maneira como ele a entendia sem precisar de muitas explicações que a deixava à vontade. Soltou uma risada irônica, visto que odiava papos filosóficos demais em festas, mas ela amava literatura e não podia deixar de achar graça naquele desabafo.
— Não deve ter passado por isso. Você é linda demais para cair assim, né?
Ele perguntou, quebrando o breve silêncio entre eles.

— Acho que todos nós já fomos meio Ícaro. Você é maluco. — ela brincou, levantando uma sobrancelha sugestivamente.
— E você é linda.
— Você já disse isso. — sentiu seu coração bater mais forte quando ele repetiu o elogio.
— Pra você ver como eu tô certo disso.

sorriu, sentindo-se lisonjeada com o elogio repetido. Mas não conseguia negar a atração que começava a sentir por ele, só que sua natureza ácida a impedia de se entregar totalmente ao flerte.
— Na verdade acho que você tá viajando, cara. E sua imaginação tá tão alta quanto a de Ícaro. – ela retrucou, provocando-o de forma divertida.
— Talvez. Mas acredite em mim, a visão lá de cima é bem tentadora. — ele respondeu com um brilho travesso nos olhos, a ponta de seu dedo indicador passou pela bochecha da garota suavemente.
sentiu um arrepio percorrer sua espinha, incapaz de ignorar a intensidade do olhar daquele homem. Ela sabia que deveria manter sua guarda alta, mas havia algo nele que a atraía irresistivelmente.
— Você me levaria pra voar perto do sol com você? — ela perguntou, divertindo-se com aquela situação nada habitual de usar referências gregas como flerte.
— Só se você estiver pronta para cair comigo. — sua voz soou suave e envolvente.

Com um sorriso travesso, se aproximou daquele homem, seus lábios encontrando os dele num beijo ardente. Com as línguas grudadas, percebeu que ele conseguia ser ainda mais interessante do que falando sobre literatura clássica. Cada toque incendiava seu corpo, despertando a adrenalina que apenas beijar um desconhecido era capaz de fazer.
As mãos firmes dele passariam a explorar sua cintura, enquanto buscava desesperadamente sua nuca, querendo mais daquela intensidade para explorar seu corpo.
A melhor parte era que ele parecia ser insaciável. Sem descolar de seus lábios, ele tinha sido ágil demais para pegar pela cintura e a fez deitar na beira da piscina. A garota sentiu seu corpo estremecer ao entrar em contato com a água molhando sua camisa. Ele colocou as mãos por baixo da camisa branca que fazia parte de sua fantasia e as deixou correr livremente por ali, alcançando cada centímetro de pele exposta. Também não demorou muito para que ele abrisse os primeiros botões.
— Então era isso que você queria quando ficou encarando o meu decote. — ela quebrou o beijo para olhar melhor para aquele desconhecido. A cara dele excitada conseguia ser ainda melhor do que antes.
— Eu fiquei imaginando como seria enfiar o meu rosto bem aqui. — ele retrucou com a voz rouca, deixando seu indicador correr pelo colo dos seios de .
Ela não esperava por uma resposta tão sincera e sua lubrificação natural não a deixaria mentir. sentiu que poderia explodir de tesão bem debaixo dele.

Ele fez um carinho suave enquanto a observava com atenção. pôde ver como a boca do homem estava vermelha pela pressão do beijo. A maneira que aqueles olhos claros passeavam entre seu rosto e seus seios cobertos por um sutiã preto a fizeram rir de um jeito adorável.

! Quero ir embora! – a voz de a despertou daquele momento e ela arregalou os olhos com susto.

Com muita força, ela conseguiu empurrar o corpo daquele homem para trás, já pronta para ir embora, antes que a pegasse ali.

. Que nome lindo. – ele considerou, observando a maneira frenética que ela abotoava os botões da camisa. – Uma deusa romana.
— E agora a sua deusa vira a Cinderela na hora de ir embora. - ela sussurrou, olhando diretamente para ele. – Meu amigo costuma ser bem chato quando nada dá certo pra ele. E acredite, hoje é o dia perfeito para ele não ser nada agradável.

O homem não pareceu nada assustado com aquela ideia. Ele até analisou a situação por um momento, mas logo riu de um jeito sedutor.
— Por um beijo tão bom vale o risco. - retrucou, desta vez levantando-se também e ajeitando suas roupas.
O elogio dele fez sorrir, sentindo-se com autoestima alta, apesar da situação constrangedora. Com um último olhar para o homem misterioso, ela se afastou, pronta para enfrentar as consequências daquela escapada completamente inesperada.

— Ei, eu não sei seu nome. – falou mais alto, chamando atenção para que ele pudesse notar.

O homem misterioso sorriu de forma enigmática, seus olhos brilhando com uma intensidade que deixou ainda mais intrigada. sorriu de volta, encolhendo os ombros desta vez.

— Quer saber, deixa pra lá. A gente nunca mais vai se ver.





Continua...



Nota da autora: oiê! há anos eu não escrevo, então tirar essa ideia da minha cabecinha e colocar num arquivo docx levou tempo, coragem e paciência. espero que gostem da história, eu amo literatura e a cultura clássica da grécia antiga é algo que eu amo muito. então, aguardem por piadinhas e referências de deuses gregos e contos no geral. o icarus falls é um marco na minha vidinha de fã do zayn, então, se sintam em casa: leiam, comentem e mandem mensagens, caso queiram.
por último e não mais importante, quero agradecer as minhas duas amigas: Kari, por ter criado essa capa maravilhosa, reler comigo pacientemente, por me incentivar a escrever e por ter um coração raro. E Rafaela, por ter trazido mais arte e amor na minha vida. E por me apresentar o universo grego na minha vida, sem você, nada disso existiria.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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