Atenção

Essa história é focada no mundo dos famosos. Todos os artistas da vida real existem, mas as músicas e filmes expressos aqui poderão ter autores, diretores e datas de lançamento diferente da vida real. Exemplo: Demi Lovato é uma pessoa real na história, mas uma música dela lançada em 2008, usada na história, não será dela e sim da personagem principal e pode ter um lançamento mais antigo ou mais atual. Como outros artistas e filmes que podem ter seus diretores ou astros diferentes do que é na vida real.


Prólogo

Antes de tudo - 2003

Virei mais um gole de tequila para dentro do corpo e senti o mesmo arrepiar automaticamente transformando meu rosto em uma careta e abaixei a cabeça sobre a mesa de madeira. Fechei os olhos, sentindo a dor de cabeça sumir rapidamente e respirei fundo. Me assustei quando ouvi um toque e a tela do meu notebook se iluminar.
Ergui meu pescoço com dificuldade e olhei para a tela do aparelho, me fazendo espremer meus olhos devido à iluminação. Um e-mail que eu não usava há alguns anos foi aberto na tela do computador e olhei para o mesmo que estava na lista de não lidos. Um e-mail de um conhecido da Virgin Records. Cliquei no mesmo.
Acho que está na hora de voltar”, estava escrito no e-mail e eu franzi a testa, soltando uma risada fraca, claramente bêbada.
Não tenho motivos para isso”, respondi, provavelmente errando alguma palavra no meio do caminho e quando fui abaixar a tela, ouvi outro toque e ergui os olhos para a tela novamente.
Tem sim. Assista!”, foram as palavras escritas e abaixo um vídeo anexado ao e-mail, ajeitei meu corpo na poltrona e cliquei para baixar o mesmo, vendo o símbolo carregar aos poucos e suspirei, pegando a garrafa de água ao meu lado e virei em minha boca, jogando-a vazia no lixo.
Assim que o vídeo baixou, eu o abri, notando uma mulher loira em meio a uma quadra de escola, com diversas pessoas sentadas atrás dela, conferindo um papel antes de se dirigir ao microfone. Ela começou a falar em alguma língua que eu não conhecia, mas uma legenda improvisada me ajudou.
- “E agora, nosso último competidor é , cantando Thank You For The Music.” - Ela falou e as pessoas começaram a aplaudir. Uma menina com os cabelos castanhos e óculos de grau se levantou usando um vestido preto até o joelho e se dirigiu até o microfone nitidamente nervosa, já que ela não parava de mexer as mãos. Ela olhou para frente por um momento e respirou fundo.
- “Vai nessa, !” – Alguém gritou da plateia e ela sorriu, antes de virar o rosto para um dos lados e confirmar com a cabeça, fazendo com que uma música conhecida chegasse a meus ouvidos.
- “I'm nothing special, in fact I'm a bit of a bore. If I tell a joke, you've probably heard it before...” – As pessoas logo gritaram quando ela começou, sua voz não tinha nada de especial, mas com um pouco de treino, poderia ser melhorada. – “But I have a talent, a wonderful thing, 'cause everyone listens when I start to sing”. – A voz ficou mais forte nesse momento, me fazendo arregalar os olhos. – “I'm so grateful and proud, all I want is to sing it out loud, so I say thank you for the music, the songs I'm singing, thanks for all the joy they're bringing...” – Ela começou a se soltar no refrão, começando realmente a sentir a música. – “Who can live without it? I ask in all honesty, what would life be? Without a song or a dance what are we, so I say thank you for the music, for giving it to me.” – Quando ela terminou o primeiro trecho, as pessoas começaram a aplaudir e a gritar algumas palavras que a legenda não me ajudou.
Enquanto a música continuava, ela sorria e se soltava, suas mãos pararam de ficar coladas ao corpo e ela começou a mexer e a erguer ambas, a cada nota forte da música e, quando a música terminou, não só a plateia, mas o pessoal que estava atrás se levantou, gritando e aplaudindo a menina, fazendo com que ela abrisse um sorriso e ficasse visivelmente envergonhada com a reação do público, sendo abraçada pela mesma loira do começo, e sorriu.
Me assustei com o barulho de outro e-mail chegando e o carreguei, abrindo um sorriso com ele. “Diamante bruto, não?! Acha que consegue lapidar? A gravadora a quer... ACHE!” soltei uma risada, pegando o telefone fixo ao lado da porta e discando o número que eu tentara diversas vezes e sempre desligava antes do começo.
- Centro de Reabilitação de Los Angeles. – Foi o que eu ouvi e respirei fundo.
- Aqui é Jessica Stone, eu gostaria de me internar, por favor. – Eu falei e engoli em seco, quase me arrependendo em seguida. – E preciso que venham me pegar. – Falei, respirando fundo.
- Claro, só nos dizer o endereço.



Ato Um:
Make a Wish – 2004 a 2005


Capítulo 1

Larguei meus livros de Machado de Assis de lado por um momento ou do contrário eu dormiria sentada naquela escrivaninha e realmente não seria muito bom acordar com meu pai gritando que eu estava dormindo ao invés de estudar. Parei no banheiro para passar uma água no rosto e andei em direção à cozinha, cantarolando alguma música em tom baixo, antes de deslizar pelo tapete da cozinha. Procurei um pacote de pipoca no armário e arranquei-o, colocando-o dentro do micro-ondas e selecionando três minutos e enquanto estourava, procurei uma bacia para despejar o conteúdo na mesma.
O barulho sonoro me despertou da decoreba que eu tentava lembrar para a prova de literatura brasileira e puxei o saco do aparelho e despejei o conteúdo em uma bacia, aproximando a mesma do saleiro e enchi de sal, até imaginando que meu cardiologista me mataria na próxima consulta. Antes de voltar para a minha atenção aos clássicos brasileiros, a campainha tocou.
Saltitei pela sala de TV e olhei pela lente olho de peixe com dificuldade, já que aquilo era bem mais baixo do que minha altura permitia e observei uma loira muito bem arrumada, passando as mãos nos cabelos lisos e franzi a testa. Bonita demais para ser uma das namoradas do meu pai. Segurei a maçaneta com uma mão e com a outra eu abracei meu balde de pipoca. A porta fez o barulho infernal de sempre e eu coloquei primeiro a cabeça para fora, a taxa de qualquer tipo de crime na cidade era igual à zero, mas não era todo dia que tinha um estranho na sua porta, ainda mais com um BMW 2003 novinha estacionada na rua.
- Ei. – Falei, colocando o corpo para fora, notando que estava muito mal vestida com meu short e regata, enquanto aquela mulher usava um lindo sobretudo, deveria estar morrendo de calor. – Posso te ajudar? – Falei e ela abriu um sorriso para mim.
- Hey. – Notei um sotaque forte. – Hablas English? Entendeste inglês? – Ela perguntou, fazendo uma dificuldade incrível para falar.
- Inglês? Sim. – Falei, usando meus conhecimentos adquiridos em seis anos de inglês particular. – Está procurando alguém? – Parece que uma luz surgiu em seus olhos, feliz por alguém entender sua língua, a cidade era pequena, mas fazíamos parte da civilização.
- Sim, sou Jessica Stone, de Los Angeles, Estados Unidos.
- Eu sei onde fica Los Angeles. – Falei, dando um sorriso torto.
- Bom! – Ela riu fraco. – Eu procuro por , é você, certo? – Franzi a testa, pronta para sair correndo novamente para dentro.
- Depende! Quem gostaria? – Perguntei, colocando uma pipoca na boca.
- Eu sou empresária de músicos de uma gravadora de Los Angeles, e eu recebi um vídeo seu, será que poderíamos conversar?
- Sobre o quê? – Perguntei, aquele papo estava muito estranho.
- Acho que você deve estar receosa sobre isso. – Ela falou, tirando do bolso um cartão. – Eu trabalho na Virgin Records, moro em Los Angeles, me mandaram um vídeo seu cantando e gostaríamos de te oferecer um contrato. – Soltei uma risada fraca.
- Desculpa, é que é estranho acreditar, uma mulher de Los Angeles, vindo para o Brasil, ou melhor em Relva, para conversar comigo, me oferecer um contrato? Você disse sobre vídeo, que vídeo? – Quando vi estava falando muito rápido.
- Nós encontramos as melhores vozes, não é fácil, mas temos nosso pessoal. – Ela sorriu. – Já sobre o vídeo, creio que foi em uma formatura, certo? – Ela abriu sua pasta e puxou um notebook da mesma, eu só tinha visto um negócio daquele na internet, assim que ela abriu aquilo, a tela se acendeu e um vídeo subiu rapidamente.
- Oh, meu Deus, aquelas vacas! – Falei alto em português, trocando de mãos com ela, lhe entregando a bacia de pipoca e observei o vídeo em que eu cantava uma das minhas músicas favoritas no palco do concurso de talentos do Ensino Médio no fim do ano passado. – Onde você encontrou isso?
- A pessoa que me enviou é um colega meu da gravadora, antes disso, eu não sei te informar, estava rondando pelo ICQ.
- Aquelas...
- Você canta muito bem, sabia? Precisa de um pouco de treino, mas com os professores certos, será um sucesso. – Ela falou, virando o rosto para o vídeo, onde eu estava com meu vestido no joelho, cantando bem próximo ao microfone, segurando-o.
- E você é realmente da Virgin Records? – Ela afirmou com a cabeça. – Gravadora dos The Rolling Stones, Mariah Carey, Lenny Kravitz, Spice Girls?
- Você sabe! – Ela sorriu.
- É difícil de acreditar em tudo isso. – Suspirei, devolvendo seu notebook. – A sorte não bate na nossa porta desse jeito.
- Foi o jeito que conseguimos te contatar, estamos te procurando há quase um ano, senhorita. – Ela sorriu. – Queremos te fazer famosa.
- É muito para processar. – Suspirei.
- Posso te mostrar, então. Tem algum responsável em casa? – Pisquei por alguns segundos.
- Posso ligar para meu pai. – Falei.
- Brandon, venha! – Ela falou um pouco mais alto e um homem mais velho, gordo e barbudo, usando algumas correntes de ouro saiu da BMW e se colocou ao lado da tal Jessica.
- Você que vai ser o novo sucesso da nossa gravadora? – Ele perguntou, estendendo a mão e eu balancei a cabeça, ainda meio perdida com o que estava acontecendo.
- Eu... Eu não sei. – Respondi franca, com a cabeça meio perdida ainda.

Jessica e Brandon entraram em casa e eu fiquei um pouco receosa naquilo. Eles eram dois estranhos e eu ainda estava com algumas dúvidas de que eles realmente fossem da Virgin Records e se fossem o que eles estavam fazendo na porta da minha casa? Ok, eu tinha um pequeno talento para canto, e minha voz ficava muito boa em Thank You For The Music do ABBA, mas por que eu? Quantas pessoas do mundo também tinham esse talento?
Eu os ajeitei no sofá da sala de estar e deixei a pipoca para eles, não sabia se eles estavam com fome. Eu não sabia como agir, na verdade. Corri para dentro e liguei imediatamente para meu pai que trabalhava em um restaurante no centro da cidade. Perguntei se ele podia vir para casa, que eu tinha uma emergência, não entrei em detalhes, mas como meu pai era pai solteiro, ele disse que estaria em casa em breve.
Soltei um suspiro e dei uma olhada no espelho. Eu era estranha. Usava aparelho nos dentes, óculos de grau, não tão fortes, mas que deixavam minha visão embaçada quando eu não os usava e escondiam meus olhos castanhos. Meus cabelos eram castanhos e ondulados e meu corpo não era o mais bonito. Eu tinha um metro e 80, isso era alta, mas eu não tinha a melhor postura e não era pequena, meus ombros eram largos e eu tinha uma barriguinha saliente. Nunca havia namorado e tinha muita insegurança sobre sexo. Eu já tinha 17 anos, me fazia de forte, mas às vezes eu não era.
Ajeitei minha blusa que estava enrolada em um dos ombros e respirei fundo, soltando o ar diversas vezes e balancei a cabeça, calçando meus chinelos e caminhei em direção à sala, tentando manter minha respiração calma. Antes de entrar na sala, observei o tal Brandon e Jessica novamente. Eles eram diferentes, mas normais. Apesar da barba longa e de algumas correntes, Brandon tinha uma feição calma no rosto. Se sua barba fosse branca, ele poderia ser confundido com o Papai Noel. Já Jessica era uma mulher muito bonita, mas visivelmente acabada. Seus cabelos loiros escuros, seus olhos verdes e sua pele bronzeada podiam chamar atenção de qualquer homem à distância, mas ela tinha marcas fortes de cansaço em seu rosto.
- Você voltou! – Brandon falou e eu afirmei com a cabeça, andando em direção à poltrona mais próxima e me sentei na mesma.
- E então...?! – Perguntei, mexendo minhas mãos.
- Queremos te oferecer um contrato, . – Brandon falou e eu arregalei os olhos, respirando fundo e batendo as mãos na poltrona ao meu lado.
- Desculpe, mas eu ainda estou um pouco desconfiada com isso tudo. Isso não pode estar acontecendo. – Falei, franzindo a testa. – Não sei nem como chamei vocês para entrar em casa e não chamei a polícia.
- Porque você é curiosa. – Jessica abriu um sorriso. – Você quer saber onde isso vai dar. – Ponderei com a cabeça e suspirei.
- Posso pedir para saber um pouco mais sobre vocês, pelo menos? – Perguntei. – Pode me convencer.
- Claro! – Jessica tirou a bolsa do braço e se colocou para frente, apoiando as mãos em seus joelhos. – Meu nome é Jessica Stone, eu tenho 42 anos, sou formada em música pela Universidade Juilliard em Nova York com foco em produção musical e também em administração, relações públicas e produção fonográfica pela universidade de Los Angeles. – Arregalei os olhos, surpresa. – Trabalho há 22 anos na Virgin Records. Meu trabalho é empresariar e ajudar na produção dos novos artistas. – Ela falou e eu franzi os lábios. – Cuidei da produção de todos os álbuns da Spice Girls, Mariah Carey e Lenny Kravitz.
- Nossa, meus parabéns! – Falei sincera. – Esse currículo me deu inveja. – Falei honesta e ela abriu um sorriso.
- Obrigada! – Ela falou sorrindo.
- Meu currículo não é tão glamoroso quanto da Jessica. – Brandon falou e eu soltei uma risada fraca. – Eu não tenho formação em faculdades, tenho só o dom nos dedos mesmo. Eu tenho 49 anos, não trabalho para a Virgin, eu sou contratado pelos artistas ou para produções independentes de músicas ou álbuns. – Afirmei com a cabeça. – Que talvez você conheça, eu produzi as músicas Crazy in Love da Beyoncé, Someday do Nickelback e Fighter da Christina Aguilera.
- Isso é demais! – Falei feliz, pulando na cadeira e colocando uma perna para baixo do corpo. – Isso é sério mesmo?! – Perguntei e eles afirmaram com a cabeça.
- Jessica trabalha na Virgin, informaram sobre você e ela me pediu pessoalmente para te produzir, caso você aceitasse.
- Se eu aceitar, sendo isso uma suposição... Como seria? – Perguntei, passando as mãos uma na outra.
- Bem, primeiro seria feito uma entrevista contigo, para que possamos saber em que gênero você entraria, saber quais são seus gostos musicais, além disso, escolheríamos uma banda para trabalhar diretamente contigo em gravações, shows e videoclipes, depois aconteceria a parte que chamamos de transformação, onde tornamos você uma pessoa para ser divulgada para fora. – Afirmei com a cabeça. – Nesse meio tempo você teria aulas de canto, para descobrir sobre sua voz e também de alguns instrumentos caso você queira tocar algum. – Afirmei com a cabeça novamente. – Depois disso entramos na produção de músicas, escrever, produzir, gravar, gravar videoclipes e tudo mais.
- Eu não sei escrever música. – Fui honesta.
- Esse é o de menos. – Ela falou. – Temos uma equipe de escritores prontos para escrever músicas que se baseiem em sua vida pessoal e nos seus gostos. – Abri um sorriso, suspirando e joguei meu corpo para trás.
- Isso é sério?! – Perguntei. – Tipo, vocês não vão me sequestrar, não vão roubar meu dinheiro, e nem me matar? – Brandon imediatamente riu.
- Você acha que se a gente fosse fazer isso, a gente estaria perdendo tempo conversando? – Ele falou e eu soltei uma risada.
- Você tem razão. – Suspirei e me joguei na poltrona, fechando os olhos. – Eu não sei o que fazer.
- Bem, acho que você poderia começar me dizendo quem você é. – Jessica falou e eu me ajeitei na poltrona novamente. – O que você faz, o que você gosta de fazer, que tipo de músicas você gosta, caso você aceite ser nossa nova cantora, como você se imagina daqui a alguns anos?
- Nossa! – Suspirei, pensando. Isso era graça, porque eu já tinha a resposta. – Eu sou . – Suspirei. – Só . Eu tenho 17 anos, nasci e cresci aqui em Relva, no estado de São Paulo, nunca viajei para fora, só visitei algumas cidades aqui de perto. – Balancei a cabeça. – Eu faço faculdade de Letras em São Paulo, viajo todo dia e estou no primeiro ano. – Os vi concordar com a cabeça. – Eu sou uma menina que não viveu muito, eu nunca namorei, eu nunca transei, eu não ligo muito para festas. – Dei de ombros. – Mas eu gosto de cantar, juntar com as minhas amigas e ganhar delas no karaokê. – Brandon riu com isso. – Se eu ficar famosa um dia, eu quero ser uma famosa que as pessoas gostem de ser fãs. Pois eu vejo artistas esnobando fãs e não é assim que você deve devolver o carinho. Eu quero dar atenção a eles, ser uma pessoa comum aos olhos deles. – Mordi meu lábio inferior. – Eu gosto de diversos tipos de música, eu gosto de pop, rock, pop rock, punk, clássico, músicas brasileiras. – Dei de ombros. – Eu gosto de todo tipo de música que eu possa dançar, não importando o ritmo. – Jessica sorriu. – Eu amo uma boa batida de bateria, amo um solo de guitarra, mas amo ouvir de leve um violino ou algum instrumento de sopro que faça as pessoas arrepiar. – Suspirei. – Eu também amo uma batida, tipo aquelas de boate, que te faz se mexer e enlouquecer. – Quando vi, já estava com um sorriso no rosto.
- Impressionante. – Jessica falou com um sorriso no rosto.
- O quê? – Perguntei.
- Você teve uma visão em sua mente, não teve? – Ela perguntou e eu ri fraco, sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas. – Você já pensou sobre isso diversas vezes, não?
- Já! – Fui honesta. – Muitas vezes.
- Se a gente não viesse atrás de você, você correria atrás desse sonho em sua cabeça? – Neguei com a cabeça rapidamente.
- Algumas pessoas crescem com pais e em lugares que você tem mais chance, eu não. – Mordi meu lábio inferior. – Meu plano é me formar na faculdade, talvez ficar em São Paulo, conseguir um emprego e viver dessa forma.
- E com a gente aqui? Você se daria uma chance? – Suspirei.
- As pessoas não dão tanta bola para brasileiros. – Balancei a cabeça. – Talvez seria um desperdício do seu tempo. E de dinheiro também.
- Eu vou contar algo para você, , que eu prometi que eu deixaria de fora dessa conversa. – Ela falou, esticando a mão para segurar a minha. – Eu saí da Virgin faz três anos. – Ela foi honesta. – Eles me demitiram porque eu era alcoólatra. – Franzi a testa. – Eu era descontrolada, eu acordava e bebia café com vodca, com rum, andava com uma embalagem na minha bolsa e isso me quebrou um pouco. – Ela apertou minha mão. – Então, eles me demitiram, e a Virgin nunca pede desculpas ou se redimi com os antigos, mas quando eles acharam seu vídeo, eles vieram diretamente falar comigo. – Ela falou sincera. – E quando eu ouvi sua voz, vi que tinha um diamante escondido ali. – Sorri. – E eu me internei em uma clínica de reabilitação por causa de você. – Suspirei. – Eu fiquei quase um ano internada, enquanto a Virgin procurava por você. – Ela apertou minha mão. – Então, não venha dizer que seria um desperdício de tempo e de dinheiro, porque eu estou disposta a nunca mais colocar uma gota de álcool na boca, para fazer com que você seja o maior sucesso que esse mundo já viu. – Abri um sorriso. – E você vai ser, menina. Só basta querer.
- Eu... – Suspirei. – Eu não sei o que dizer. – Falei fraco e ela riu junto de Brandon.
- Não precisa dizer nada. – Ela sorriu para mim. – Você pode pensar.
- Oh, meu Deus, filha, qual é a emergência? – Meu pai escancarou a porta da garagem, me assustando.

- Deixa eu ver se eu estendi. – Meu pai e seu inglês travado, ergueu sua mão e respirou fundo. – Vocês querem fazer minha filha famosa?
- Na verdade, queremos produzi-la e com isso vem a fama. – Brandon falou e Jessica revirou os olhos, olhando para meu pai novamente.
- Sim, queremos. – Ela abriu um sorriso e meu pai suspirou.
Meu pai encostou o corpo no sofá e respirou fundo, coçando a cabeça e soltou o ar pela boca. Eu não podia ler seus pensamentos, mas eu podia tentar imaginar o que ele estava pensando e para isso eu te darei fatos. Meu pai tem 40 anos e cuida de mim sozinho desde meus seis meses. É aquela história clichê de que minha mãe me abandonou assim que eu desmamei. O motivo? Não me pergunte. E onde ela está? Não sei. Essa não é uma daquelas histórias que a pessoa ache isso relevante. Eu não acho. Ela me abandonou, espero que nunca volte.
Enfim, e além de cuidar de mim sozinho, com algumas namoradas ocasionais, ele sempre trabalhou. Ele tem um restaurante italiano no centro da cidade, que tem crescido bastante conforme a cidade crescia. Então, era costume ficarmos separados, já que ele trabalhava na parte do dia e deixava um gerente na parte da noite. Eu era o contrário, estudava a noite e ficava o dia inteiro em casa. Mas se eu decidisse seguir esse sonho, ele ficaria sozinho de vez. E de certa forma eu também, mas aposto que não estaria sozinha, e sim, ocupada com outras coisas.
Passei a mão no rosto e suspirei, esperando pela sua resposta. Assim como os outros dois da sala. Eles estavam pacientes, eu não, então eu suspirei, passando as mãos no rosto e me levantei.
- Até quando vocês estarão na cidade? – Perguntei.
- Vamos embora amanhã, mas você pode nos ligar. – Jessica falou, se levantando também.
- Nós precisamos conversar. – Falei, apontando para meu pai com a cabeça. – É um grande passo! – Falei, mordendo meu lábio inferior e ela afirmou com a cabeça.
- Bem, eu espero vê-la novamente, senhorita do sobrenome estranho. – Soltei uma risada e ela esticou um cartão para mim. – Não desperdice seus sonhos. – Ela segurou minha mão e afirmou nela.
- Espero seu e-mail, . – Brandon falou com um sorriso no rosto e eu afirmei com a cabeça.
- Espero que o receba. – Falei sincera e eles se retiraram pela porta da frente, fazendo com que eu ouvisse um estalo da mesma.
Ouvi a BMW ir embora pelo ronco do motor e virei meu rosto para olhar para meu pai que estava visivelmente estático. Caminhei até ficar ao seu lado e me sentei no sofá, passando meus braços pela sua cintura e encostei minha cabeça em seu ombro. Ele passou o braço pelos meus ombros e encostou a cabeça na minha, suspirando.
Eu o deixei assim por um momento, eu dei o tempo para ele, ele precisava pensar. E eu suspirei, fazendo um carinho em suas costas devagar. Até que ele ergueu o corpo e eu o soltei. Ele passou as mãos nos olhos que estavam visivelmente inchados e virou o rosto para mim com um sorriso no rosto.
- O quê? – Perguntei e ele balançou a cabeça.
- Você tem que aceitar isso. – Ele falou e eu arregalei os olhos, muito surpresa.
- Pai...
- Lembra que eu falava para as pessoas que você é a minha estrela e elas riam? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça, soltando uma risada fraca. – Você tem que provar para eles que eu estava certo. – Soltei uma risada e o abracei forte, sentindo-o apertar meus braços.
- Pai... – Ele segurou meu rosto em suas mãos.
- Você não me fala, filha, mas você sonha com isso. E você sonha porque pode. Sua voz é maravilhosa. – Ele acariciou meu rosto e sorriu. – Eu vou deixar isso em suas mãos. – Ele falou. – Você já é grandinha o suficiente para decidir o que fazer da sua vida. – Dei um sorriso de lado e ele deu um beijo em minha bochecha. – Eu tenho que voltar para o restaurante, mas pense com carinho, ok?! – Ele se levantou e ajeitou seu terno. – Eu te amo e quero o melhor para você.
- Também te amo, pai. – Falei e afirmei com a cabeça, vendo-o ir em direção à porta da garagem e sair pela mesma, fechando-a em seguida.
- Prova de literatura brasileira. Nota zero. – Falei para mim mesma, já sabendo que eu não conseguiria mais focar nisso e sim no que acabara de acontecer.

Voltei para meu quarto e fechei o livro de Machado de Assis, esperava conseguir lembrar algo sobre Capitu e Bentinho quando eu li no ensino médio, e quem sabe a professora deixaria eu usar o livro para colar algumas partes que fossem perguntadas? Enfim, eu joguei o livro da biblioteca da faculdade na cama e limpei minha escrivaninha, ligando o estabilizador e a CPU, ouvindo o barulho alto do mesmo e sentei na cadeira em frente ao computador, esperando o computador iniciar.
Assim que o computador iniciou, vi meu papel de parede com uma foto do Simple Plan, uma banda que eu estava começando a gostar e soltei uma risada fraca. Podia ser eu no computador de outra pessoa. Balancei a cabeça, tentando tirar esses pensamentos da minha cabeça e vi meu ICQ abrir automaticamente, dessa vez eu não apertei em conectar e sim fechei o programa.
Abri o navegador e fui ao site de pesquisa. “Jessica Stone” foi o que eu pesquisei e apertei enter, vendo a seta do mouse girar e suspirei. Assim que a página carregou, as notícias começaram a aparecer. “Jessica Stone está de volta a Virgin Records”, “Jessica Stone é internada em centro de reabilitação”, “Produtora Jessica Stone é demitida por alcoolismo”. Arregalei os olhos surpresa e comecei a abrir as páginas aos poucos, vendo-as atualizarem conforme eu clicava nelas.
Fui avançando as páginas e encontrei um texto um pouco mais esclarecedor sobre ela. “Virgin Records e seus empresários: Jessica Stone”. Isso estava em um blog sobre música de um jornalista aparentemente famoso. No texto ele era bastante analítico, falava sobre ela ter começado cedo e sobre sua habilidade em ser produtora, empresária e agente em alguns casos, focando em suas diversas formações.
Falava também sobre o fato dela ser rígida e dura com seus artistas. O que eu achei estranho, a pessoa que estava em minha frente parecia bem calma, principalmente na parte que ela disse que esperaria que eu corresse atrás dos meus sonhos. Ignorei essa parte, preferia ter minhas próprias opiniões sobre ela.
No texto também falava sobre seus problemas de alcoolismo, não sei os outros, mas nesse texto ele falava sobre a pressão da gravadora em cima dela, já que ela tinha sido parte importante no descobrimento de diversos artistas do mundo, até alguns que tinha optado por outras gravadoras. Fiquei surpresa em ver diversos nomes conhecidos.
Rolei a página mais para baixo e vi algumas fotos dela. Algumas novas, que mostrava ela da mesma forma que eu a vi em casa, loira, bonita, mas visivelmente cansada. E em outras ela mais nova, até uma dela com seus 20 anos, época que ela disse que começou. Fiquei realmente surpresa, tinha foto dela com os mais diversos famosos que eu vi na vida. Na maioria das fotos ela usava uma credencial no pescoço, provavelmente para shows e eventos e eu fiquei realmente feliz com o que vi.
Essa mulher era foda!
Sorri com esse pensamento e fechei a página, voltando para o site de pesquisa e escrevendo “Brandon” e parei um pouco, não lembrando se ele tinha dito seu sobrenome ou algo assim, mas acabei colocando “Brandon produtor de Crazy In Love”, e dei enter novamente, vendo a página carregar.
Beyoncé lança música nova”, era o título da matéria e no resumo da página tinha a frase “parceria com os produtores... Brandon Barret”. Foquei nisso e voltei no site de pesquisa e coloquei em imagens, vendo a capa do single Crazy In Love aparecendo e mudei as palavras “Brandon Barret”, digitei e esperei a página carregar novamente e imediatamente abri uma foto do mesmo homem que esteve sentado em minha casa mais cedo e eu arregalei os olhos. Em algumas fotos ele estava com a mesma barba e correntes que eu vi em casa, mas em algumas ele era mais novo e tinha uma barba mais curta ou mais fina e eu até ri sozinha.
Então era verdade! Soltei uma gargalhada em casa, ouvindo minha voz ecoar pelo quarto e balancei a cabeça. Eu realmente não sabia o que fazer. Cliquei na minha pasta de documentos e procurei por vídeos, vendo alguns vídeos que eu tinha gravado de mim cantando e abri o vídeo do show de talentos da escola e tive ótimas lembranças daquele momento.
Eu estava muito nervosa aquele dia. Além de alguns aniversários, natais e algumas apresentações esporádicas no restaurante do meu pai, aquela era a primeira vez que eu cantei para fora. Minha escola não era muito grande, afinal, a cidade não era muito grande. Mas era uma apresentação de talentos que englobava alunos da quarta série até o último ano do ensino médio. Não era obrigado a participar mostrando seus talentos, mas tinha três canções em grupo, então era obrigado que os alunos participassem do evento no geral.
Então, 30 alunos por sala, vezes oito... Pois é, tinha bastante gente, além dos pais presentes! Eu engoli o medo e fui. E ainda me orgulhava pelo prêmio em cima da estante e dos 300 reais que eu havia ganhado de primeiro lugar. O qual eu usei para viajar com minhas amigas na formatura.
Não que a comissão julgadora fosse produtores de Hollywood, mas eram meus professores da vida inteira, de matemática, educação física e português. E eu fiquei feliz por eles ficarem boquiabertos quando eu comecei a cantar, e também virem me perguntar porque eu nunca tinha mostrado isso antes. Senti um arrepio passar pelo meu corpo e passei a mão em minha bochecha, sentindo uma lágrima solitária escorrer por lá.
Mas se meus professores achavam que eu tinha uma chance, era uma coisa. Mas agora, produtores de Hollywood, de uma das maiores gravadoras do mundo achar que eu era boa, era algo totalmente diferente. E eles estavam dispostos a me esperar.
Balancei a cabeça novamente e suspirei, jogando meu corpo na cadeira, olhando para o teto. Eu não tinha a mínima ideia do que fazer com a minha vida.

- O quê? – Ouvi a voz das minhas duas amigas gritarem em minha frente e até me assustei, olhando em volta da lanchonete, notando que algumas pessoas tinham olhado em nossa direção e eu soltei uma risada fraca, bebendo mais um gole do meu refrigerante.
- Isso é sério? – Marina perguntou, apoiando as mãos na mesa.
- Pelo jeito sim, eu pesquisei sobre eles na internet, eles são incríveis! – Falei, balançando a cabeça.
- Oh, meu Deus! Minha amiga vai ser famosa! – Lara gritou, dando pulinhos na cadeira.
- Calma, eu não sei ainda, eu não fechei ainda.
- O quê? – Elas gritaram novamente e eu me assustei, revirando os olhos.
- Você não vai perder essa chance, mulher. – Marina falou. – Eu não vou deixar você perder essa oportunidade.
- Eu não sei, gente!
- Não! Não e não! – Lara falou, batendo com as mãos na mesa. – Uma das minhas melhores amigas têm a chance de fazer sucesso no mundo todo e ela tem motivos para isso. Olha sua voz, . – Ela gritou e eu abri um sorriso, sentindo minhas bochechas queimarem.
- Mas e se não der certo? E se eles não gostarem de mim? E se eu for uma cantora de um sucesso só?
- Você está falando mil ‘e se’ negativos. E eu vou falar só um para você. – Marina falou. – E se der certo, minha amiga? – Senti meu corpo arrepiar e balancei a cabeça, nervosa.
- Eu não sei, tem um preconceito enorme com brasileiros em Hollywood. – Falei honesta.
- Não foi a tal da Jessica que disse que faria de tudo para você dar certo? – Marina perguntou, olhando bem em meus olhos e eu joguei meu corpo na cadeira, respirando fundo.
- E outra você não tem nada a perder, . Eles vão investir em você, então é só você estar lá. E estando lá, caso não dê certo com eles, alguém vai ver você.
- E problemas de criação? E se não concordamos com as coisas? – Perguntei, olhando para elas.
- Nesse caso, você faz igual a todos, aceita o que eles disserem e quando tiver alguma autonomia, começa a exigir coisas do seu jeito. – Lara falou com um sorriso no rosto.
- Viu?! – Marina a apoiou.
- Vocês são práticas demais. – Falei e elas riram.
- Mas falando sério agora, amiga, eu não sei o que você está pensando em fazer, mas seu pai e suas amigas, que são suas âncoras aqui no Brasil, já te liberaram. – Marina falou, segurando minha mão por cima da mesa. – Você já pesquisou sobre eles, são pessoas realmente legítimas com o que te falaram. A única coisa que te prende é você mesma. – Afirmei com a cabeça e apertei sua mão.
- Se você aceitar, só não se esquece da gente. – Lara falou, colocando a mão por cima das nossas e eu sorri.
- Impossível se esquecer de você, Lara! – Marina falou e eu soltei uma risada.
- Ai! – Lara riu e fingiu que ficou brava.
Focamos em nossos lanches e na porção de batata frita em nossa frente e eu suspirei. “Mudar”, era uma palavra que Jessica tinha falado. O que será que ela significava com isso? Entre o bem e o mal, uma coisa era certa, não existiam famosos feios. Até os mais feinhos têm seu glamour e isso era algo que eu com certeza não tinha. Bem, não exatamente. Eu tinha minhas qualidades. Mas eu não fazia nem de longe o tipo famosa.
- Eu pensei que nunca tivesse chance. – Falei para as meninas e elas viraram o rosto para mim.
- Talvez. – Lara falou, com a boca cheia de batatas. – Mas agora você tem e você vai agarrá-la com todas as suas forças. – Ela falou confiante e abriu um sorriso. – Você é capaz! - Senti meu corpo arrepiar e afirmei com a cabeça, soltando um suspiro.

- Toc, toc! – Ouvi a voz e a batida e virei meu rosto, dando de cara com meu pai na porta do meu quarto.
- Ei! – Falei e abaixei meu lápis, ignorando as lições de espanhol por um tempo.
- Posso entrar? – Ele perguntou e eu franzi a testa.
- Alguma vez eu o impedi? – Falei e girei a cadeira da escrivaninha, vendo-o entrar e se sentar em minha cama e abotoar as mangas da sua camisa social. – Por que você está tão misterioso? – Perguntei e ele riu fraco, passando nos cabelos grisalhos.
- Amanhã eu vou para São Paulo, falar com novos fornecedores e quero que você vá comigo. – Ele falou e eu franzi a testa.
- Pai, eu amo comer, mas eu odeio ficar visitando fornecedores. – Falei e ele soltou uma risada.
- Eu sei, querida! – Ele falou sorrindo. – Mas você vai. – Ele falou e eu joguei a cabeça para trás. – Eu marquei para você tirar seu passaporte e seu visto. – Arregalei os olhos e encarei seu rosto.
- Pai...
- Você vai, filha! – Ele se levantou e se colocou em minha frente. – Eu não quero saber e também não quero ser o culpado pela minha filha não realizar os sonhos dela.
- Mas, pai...
- Eu sei que você quer ir, mas você está com um conflito interno em me deixar sozinho, não? – Ele falou e eu dei um sorriso de lado, rindo fraco. – Eu vou ficar bem, querida. – Ele se ajoelhou em minha frente e segurou minhas mãos. – Não é como se eu não aguentasse mais um baque em minha vida.
- Vem comigo, então. – Falei, apertando suas mãos.
- Não, querida! – Ele sorriu. – Você vai encarar essa sozinha e eu acompanharei todos os resultados. – Abri um sorriso de lado, suspirando.
- Você vai ficar bem? – Perguntei.
- Claro que vou, querida! Não sou tão fraco quanto pareço. – Ele brincou e se levantou. – E nem tão velho. – Revirei os olhos.
- Para, pai, eu falo sério! – Falei.
- Eu também. – Ele sorriu. – Imagina daqui alguns anos eu te visitando e você ocupada com seus shows, sessão de fotos e entrevistas? – Ele brincou e eu ri fraco, mordendo o lábio inferior.
- Eu sempre vou ter tempo para você, pai. – Falei sorrindo. – E para as meninas. – Ele riu.
- Acho importante! – Ele se levantou. – Eu sei que tem algum tempo para você ir ainda, você ainda tem que ver se eles te aceitam ainda, mas eu posso só te pedir uma coisa? – Ele perguntou e se sentou na cama novamente.
- Claro! O que você quiser! – Falei.
- Não mude quem você é. – Ele falou. – Você é humilde, batalhadora, incrível, alegre, autêntica... – Ele falou. – Não mude, ok?! Dê valor às pessoas que te ajudarem a crescer e principalmente àqueles que te apreciarão. – Ele falou sério. – Combinado? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça. – E nunca se esqueça de onde você veio. – Ele falou e eu abri um sorriso.
- Nunca! – Falei honesta e suspirei. – Não vou esquecer.
- E quando você estourar e começar a conhecer outras pessoas, não se deixe envolver, ok?! – Franzi a testa. – Você nunca foi do tipo que chamasse atenção, então já que agora você vai chamar, tente não se envolver em escândalos, ok?!
- Até parece que você não me conhece! – Falei e ele riu fraco.
- Eu vou trabalhar, mas parece que você também tem muito que fazer. – Ele falou e eu virei meu rosto para o livro em minha mesa e ri fraco.
- Pois é! Espero pelo menos terminar o semestre bem.
- É uma boa! – Ele brincou. – Ah e não se esqueça de enviar um e-mail para Jessica. – Ele falou e eu franzi a testa.
- Era isso que você quis dizer sobre eu ter que fazer? – Ele deu de ombros e se virou, saindo do quarto.
Soltei uma risada fraca e comecei a ligar meu computador novamente. Peguei meu Nokia 1100 cinza e enviei uma mensagem para Lara e Marina, as duas iguais: “Eu vou para Hollywood!”. E soltei uma risada fraca.
Encarei a tela do meu computador, aberto em meu e-mail e peguei o cartão de visita em meu porta-lápis, observando o e-mail de Jessica e abri um novo e-mail e digitei o mesmo, soltando uma respiração forte antes de estralar meus dedos e começar a escrever e-mail, mas não muito certa em que escrever. Já passara quase um mês desde que eles vieram aqui em casa pela primeira vez e eu tinha medo de ter perdido a chance.
Ignorei as palavras bonitas e as delicadezas e fui direto ao ponto. “Ainda me querem? Porque eu aceito”. Foi o que eu escrevi e eu enviei, sem pensar muitas vezes e respirei fundo, fechando os olhos. Agora era só esperar.
Não demorou nem que eu cansasse meu pescoço, pois um barulho alto, vindo das caixinhas de som, me distraiu e eu olhei para o computador novamente. Vendo que eu havia recebido um novo e-mail. Uma resposta quase imediata de Jessica.
Pela sua demora você é uma pessoa bem racional. Quando te vejo?” Ela respondeu e eu dei uma risada fraca, não acreditando no que estava lendo. “Vou tirar o visto e fazer meu passaporte amanhã, talvez demore uns dias por causa da burocracia”. Respondi e soltei uma risada, vendo meu celular tocar com um SMS de Marina, mas ignorei, pois em seguida Jessica já tinha respondido.
Vou providenciar uma carta para você explicando exatamente o que você fará aqui, será mais fácil deles liberarem o visto. E um contrato de empregado que comprove seu vínculo conosco. Só para ter uma explicação. Isso não é seu contrato de cantora e você nem deve assiná-lo ainda. Envio mais tarde”, foi o que ela escreveu e eu suspirei, ficando um pouco mais calma, já que eu realmente nem sabia que tipo de visto pedir, trabalho ou lazer. Afinal, qual meu pai havia pedido? Ignorei isso por um tempo e respondi a ela “Obrigada! Vou esperar”. Abri um sorriso largo.
Posso preparar sua chegada, então?” Ela perguntou no próximo e-mail e eu sorri. “Com certeza”. Respondi e joguei meu corpo na poltrona. Esperando a resposta chegar. “Quando tiver tudo certo, me avise para reservar sua passagem, isso é por nossa conta”. Arregalei os olhos, surpresa com isso e sorri. “Pode deixar! Estou empolgada com isso”. Respondi e soltei um suspiro.
Ouvi um barulho novamente vindo das caixas do computador e atualizei a página novamente vendo uma pequena frase, que fez com que um largo sorriso se abrisse. “Acredite, nós também!

- Não chore! – Falei firme para meu pai e ele afirmou com a cabeça, puxando a respiração com força.
- É impossível! – Ele falou e passou os braços pelo meu corpo, fazendo com que eu colocasse as minhas em sua barriga. – Se cuida, ok?! E me mantenha informado, é só o que eu peço.
- Pode deixar, pai. – Falei suspirando. – Assim que eu chegar lá tentarei comprar um chip de lá e um computador para gente conversar. – Falei e ele sorriu, dando um beijo em minha bochecha e notei seu rosto vermelho.
- Sim, por favor. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça, sentindo meus lábios tremerem. – Eu coloquei uma boa quantia de dinheiro na sua conta, use o cartão se necessário, não hesite. - Afirmei com a cabeça.
- Fique bem, minha querida! – Minha avó falou e eu afirmei com a cabeça, abraçando a mais baixa. – Seu pai ficará bem aqui. – Ela falou e passou a mão em meu rosto e eu suspirei, afirmando com a cabeça.
- Obrigada, vovó! – Falei sentindo-a estalar um beijo em minha bochecha e suspirei. – Pode deixar!
- E não se esqueça da gente! – Lara falou e ela e Marina correram me abraçar, fazendo com que eu soltasse uma risada.
- Nunca! – Falei séria e puxei o ar forte em meu peito e elas me soltaram. – Se cuidem também. – Falei abraçando Lara, sentindo-a apertar meu corpo com seus braços.
- Não se esqueça de que a gente confia em você, a gente sabe da sua capacidade. – Ela falou olhando em meus olhos. – Não deixe que ninguém vá lá e te desmereça só porque você ainda não sabe. – Ela falou. – Você vai saber e vai ser a melhor do mundo. – Ela falou e eu sorri, soltando-a e sentindo Marina me abraçar em seguida, escondendo o rosto em meu pescoço.
- Eu nunca pensei que isso fosse acontecer, a gente sempre prometeu fazer tudo junto e ficar juntas pelo resto da vida, mas uma nova etapa te chama minha amiga e, mesmo sem a gente, você vai conseguir passar por isso, ok?! – Ela falou e virou o rosto para mim. – Prometa que vai tirar tudo isso de letra e que da próxima vez que você estiver nesse aeroporto, estaremos nós quatro e um monte de fãs e paparazzi querendo seu autógrafo ou tirar uma foto sua! – Ela falou e eu ri fraco, sentindo as lágrimas começarem a cair dos meus olhos e respirei fundo.
- Eu prometo! – Falei, passando a mão livre em meus olhos e sorri.
- Vai, filha, já liberou sem embarque. – Meu pai falou conferindo o relógio e eu afirmei com a cabeça.
- Eu amo vocês! – Falei e meu pai me abraçou de novo, e eu pude notar que ele chorava agora.
- Eu também, meu anjo! – Ele falou e me soltou em seguida.
Conferi a passagem em minha mão e suspirei, ajeitando a mochila em minhas costas e minha bolsa em minha mão e suspirei, puxando o ar fortemente. Entrei na pequena fila do embarque internacional e andei a passos lentos, sentindo meu corpo arrepiar. Eu estava indo, mas eu não sabia quando voltaria.
- Boa tarde! – A mulher falou e eu estiquei minha passagem para ela, puxando o ar forte, tentando conter as lágrimas e ela conferiu a mesma. – Pode passar.
Ela falou e eu dei um passo para frente, mas olhei rapidamente para trás. Vendo meu pai, minha avó e minhas duas amigas e senti um aperto no coração. Todos estavam com os olhos avermelhados e tentavam esconder de todas as maneiras e eu estava do mesmo jeito, tentando me conter, mas em vão.
Estiquei minha mão para eles, e os quatro fizeram a mesma coisa, abrindo diversos sorrisos nervosos, e eu sorri também. Vendo-os com os olhos levemente embaçados e fechei os olhos por um momento e virei meu rosto para a porta novamente.
- Vai lá e arrasa, ! – Ouvi a voz de Lara e virei meu rosto novamente, soltando uma risada e abri um sorriso, entrando na sala de embarque com as lágrimas escorrendo pelos meus olhos.

Puxei minha mala pesada assim que me livrei da imigração e andei pelos corredores do LAX, seguindo as placas para a saída. Jessica disse que teria alguém me esperando, mas ela havia sido sucinta até demais nisso, eu não saberia quem era ou como era. Mas não importava, eu estava em Los Angeles.
As portas duplas se abriram assim que eu me aproximei dela e eu vi diversas pessoas esperando por diversas pessoas. Suspirei e olhei em volta, vendo diversos motoristas com placas com nome de pessoas e soltei uma risada, balançando a cabeça. Passei a mão em meu cabelo que deveria estar horrível pela viagem e dei mais alguns passos, saindo do meio da multidão.
- ! – Ouvi algo similar com meu nome e virei meu rosto para o lado que vinha e senti um alívio passar em meu corpo quando vi Jessica parada do outro lado da divisão com uma placa com meu nome.
Segui em frente, passando pelas pessoas e andei em sua direção, vendo-a abrir um sorriso quando eu cheguei perto e esticar a mão para pegar minha mala e eu agradeci silenciosamente.
- É bom ver você! – Ela sorriu, passando um dos braços pelos meus ombros e eu sorri.
- É bom estar aqui! – Falei e sorri. – Demorei muito?
- Não, que isso! – Ela falou e eu sorri. – Vamos, tem um carro nos esperando. – Ela falou e eu me coloquei a andar ao seu lado, tentando olhar tudo em volta, para conhecer o máximo possível.
- Bom dia! – Um homem dos seus 30 anos falou e eu sorri.
- , esse é Juan, ele será seu motorista aqui em Los Angeles quando precisar. – Ela falou e eu sorri.
- Oi! – Não sabia como cumprimentá-lo, então estiquei minha mão para ele que sorriu, apertando-a com firmeza. – Prazer!
- O prazer é meu, senhorita! – Ele respondeu. – Posso pegar suas bolsas? – Ele perguntou com um forte sotaque espanhol e eu afirmei com a cabeça, dando minha bolsa para ele e tirando a mochila das costas, vendo-o ir em direção ao porta-malas e colocar minhas bolsas e Jessica abriu a porta de trás do carro para mim e entrei no mesmo, colocando o cinto de segurança.
- Espero que goste daqui, . – Jessica falou assim que fechou a porta do carro.
- Eu também. – Falei sincera e soltei a respiração forte.
- Foi difícil a despedida? – Afirmei com a cabeça.
- Foi sim! – Suspirei e abri o vidro, olhando para a vista.
- Você deve estar cansada da viagem. – Ela falou e eu desviei o rosto para olhar a loira.
- Um pouco, mal dormi. – Falei honesta e ela afirmou com a cabeça.
- Vamos, então. – Ela falou e logo seu celular tocou e eu foquei em olhar para a paisagem.

Eu não conhecia muito de Los Angeles para falar por onde exatamente passamos. Mas o percurso de carro do aeroporto para onde é que estávamos indo durou cerca de 40 minutos e eu até me assustei com a distância.
Assim que saímos do aeroporto eu notei as letras LAX que vemos em filmes e abri um sorriso, finalmente caindo a ficha de onde eu estava. O resto do caminho ele ia por diversas avenidas longas, o que fazia que eu não tivesse muito tempo para aproveitar a paisagem, pois era muita via expressa.
Notei que estávamos em uma área mais nobre da cidade, as casas ou prédios tinham uma arquitetura mais atualizada, jardins bonitos e muito verde. Mas eu realmente não sabia me localizar e dizer onde eu estava, mas eu não estava me importando, provavelmente teria espaço para turismo depois.
- Nessa rua é a gravadora. – Jessica apontou para uma rua à direita enquanto estávamos paradas em um semáforo e notei que tinha bastantes prédios empresariais.
Seguimos em frente por mais duas quadras e Juan entrou à direita, andando mais um pouco antes de parar na portaria de um condomínio e falar com a pessoa que o atendia. Só consegui ler “Park Brea LA Apartments”.
O condomínio era gigante. Eu não estou exagerando. Deveria ter umas 20 torres e parecia uma mini cidade lá dentro, com diversas ruas, carros e pessoas andando para lá e para cá, incluindo crianças brincando nas quadras. Ele parou em uma das torres que pareceu ser no meio do condomínio e logo em seguida eu saí do mesmo ao lado de Jessica.
- Pode subir as malas, Juan? – Jessica perguntou e eu virei para Juan.
- Claro, senhorita! – Juan sorriu e eu acenei para ele.
- Obrigada! – Falei para ele que abriu um sorriso e eu virei para frente de novo, tendo que correr um pouco, pois Jessica já estava dentro do hall do prédio e eu olhei em volta rapidamente vendo o quão bonito e espaçoso ele era.
- Entre! – Ela falou e eu entrei no elevador, vendo-a apertar o último botão, 12º andar.
Não deu tempo de pensar, pois o elevador subiu rapidamente, dando até uma leve vertigem e as portas se abriram. Ela tirou uma chave do bolso e saiu do mesmo, andando pelo hall entre os apartamentos. Eram quatro ao todo.
- Espero que goste! – Ela falou e destravou a porta que dizia 112 e eu franzi a testa quando a porta se abriu.
Assim que ela abriu a porta, eu me surpreendi, você entrava direto em uma sala de estar e de jantar. À esquerda tinha uma sala de jantar com uma mesa com tampo de vidro oval e quatro poltronas, beirando a larga janela tinha um pequeno móvel. Em frente tinha uma sala de TV. Um sofá de três lugares bege, uma poltrona da mesma cor, em sua frente uma televisão de tela mais fina, em cima de um raque vermelho escuro, que eu me surpreendi. Eu nunca tinha visto algo assim em minha vida. No meio tinha uma mesa de centro da mesma cor que o raque e ao lado do sofá maior, duas pequenas mesas da mesma cor, uma delas estava um abajur ligado.
- Ande, vá conhecer! – Ela falou e eu entrei na porta à esquerda, dando de cara com uma cozinha.
A mesma tinha armários planejados, fogão, geladeira, cafeteira, um grill, todos os tipos de itens de cozinha que você podia imaginar. E do outro lado tinha uma porta que dava para a sala de jantar e outra que dava para um armário, que estava cheio.
Saí pela porta da sala de jantar e atravessei a porta e dei de cara com outras duas, uma à direita, que dava para um banheiro com pia, banheira e vaso sanitário, todos em porcelana branca e à esquerda notei o quarto. Ele era simples, tinha um tapete branco no meio dele, uma cama de casal ao fundo do quarto, com um abajur de cada lado, em cima de mesas de cabeceira e, além disso, tinha somente um móvel no quarto, com alguns porta-retratos vazios em cima dele.
Próximo a esse móvel tinha outra porta, dando de cara com um closet espaçoso, com algumas roupas de cama e banho ali, e eu fiquei surpreendida. Saí do quarto e voltei para a sala de TV, vendo que Jessica estava lá, com agora Juan e minhas malas, e eu olhei para ela, tentando entender.
- E aí, gostou?
- Gostei, mas o que é isso? – Perguntei.
- Aqui é sua nova moradia, . – Ela falou e eu arregalei os olhos sem vergonha. – Espero que você se sinta em casa. – Ela sorriu.
- Mas, Jessica, eu não...
- Esse é um dos apartamentos que a gravadora tem, é seu pelo tempo que você quiser. E você não precisa pagar nada por ele. – Ele falou e eu passei a mão na testa.
- Nossa! É lindo demais! – Ela falou e eu suspirei.
- Bem, regras básicas de condomínio, não pode barulho após as 22hs, é permitido animais, tem um interfone na cozinha caso queira falar com a portaria ou com outro prédio. Tem um telefone na sala, aceita ligações internacionais, caso queira falar com seu pai e também tem um notebook em algum desses armários que você pode usar à vontade. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça, suspirando com o que ela falava. – Tem comida no armário, luz, gás e água funcionando, e qualquer coisa esse é meu telefone. – Ela falou, esticando seu cartão de visita para mim novamente e eu sorri.
- Obrigada, Jessica, por tudo! – Suspirei e ela sorriu, passando os braços pelo meu corpo.
- É o mínimo que posso fazer. – Ela me soltou e segurou meu rosto com as mãos. – Quero que você se sinta em casa e confortável em falar comigo sobre o que precisar. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça, sorrindo.
- Obrigada! – Suspirei e dei uma olhada em volta.
- Agora descanse, amanhã começamos os trabalhos. – Ela falou com um sorriso no rosto e se aproximou da porta.
- Espero que goste daqui! – Juan falou e eu sorri, vendo-o sair pela porta.
- Que horas? – Perguntei e ela sorriu.
- Não se preocupe, eu cuido disso! – Ela falou e acenou para mim e puxou a porta em seguida, me deixando sozinha em meu apartamento.



Capítulo 2

Puxei a coberta, me escondendo embaixo dela e suspirei, franzindo meus olhos. Eu não queria acordar. Virei meu corpo na cama e notei que girei um pouco mais do que o costume e me assustei, abrindo meus olhos imediatamente e soltei a respiração forte em seguida, finalmente me encontrando. Eu não estava em Relva, estava em Los Angeles.
Passei a mão na testa e me sentei na cama, pegando meus óculos ao lado. Dei uma olhada naquele quarto que parecia gigante para mim. Não que eu morasse em um cubículo no Brasil, mas pela decoração, parecia que tinha muito mais espaço vazio. Joguei a coberta para o lado e saí da cama de casal, encontrando o notebook jogado no chão. Aquilo era novinho, eu nunca tinha visto na vida.
Desamassei minha calça de moletom e arrumei a cama, se fosse para eu morar sozinha, que pelo menos eu me mantivesse organizada. Peguei o aparelho no chão e coloquei em minha cama, ligando-o novamente. Provavelmente eu havia deixado minhas amigas falando sozinha no ICQ noite passada. E agora elas deveriam estar dormindo. Olhei para o relógio em uma das mesas de cabeceira e vi que era pouco depois das nove da manhã. Estava relativamente cedo.
Peguei minha mala e mochila que estavam jogadas no canto do quarto e as coloquei na cama, abrindo-as, e vi as roupas que estavam lá dentro e separando por categorias. Blusas de manga comprida, camisetas, regatas. Shorts, calças jeans, calças de moletom, roupas de ginástica, roupas íntimas, roupas de banho e calçados. Eu havia literalmente limpado meu armário de Relva, tinha sobrado somente algumas roupas mais velhinhas.
Entrei no closet e liguei a luz, aquele negócio era imenso. Minhas roupas pareciam tão poucas para aquilo, mas suspirei e dei algumas voltas para o quarto e para o closet e consegui ajeitar minhas roupas nas prateleiras com todas as minhas roupas, provavelmente ajeitaria de forma diferente depois de alguns dias.
Coloquei meus tênis, sandálias e rasteirinhas em uma das prateleiras que parecia ter sido reservado para isso. Tinha por volta de umas 12 prateleiras ao todo de cima a baixo e eu usei duas de sapato e três de roupas, tirando algumas gavetas que eu guardei minhas calcinhas, sutiãs e meias.
Voltei para o quarto e tirei alguns produtos de beleza que eu havia trazido para Los Angeles da mochila. Sabonetes, cremes, xampus, condicionadores, maquiagem e um secador de cabelo. Atravessei o pequeno corredor e entrei no banheiro. Ele era bem grande e tinha um armário embaixo da pia, que foi onde eu coloquei tudo isso. Feliz em ter achado alguns rolos de papel higiênico. Essa casa realmente estava cheia, e eles tinham feito tudo isso para mim.
Voltei para o quarto e guardei a mala embaixo de tudo do closet e puxei a porta, dando uma volta ao redor do quarto e vendo se tudo estava parcialmente arrumado. Aparentemente sim. Soltei um suspiro e fui para o computador, encontrando um e-mail de meu pai e mensagens das minhas amigas que eu realmente não tinha respondido na noite passada.
Respondi meu pai. Ele havia perguntado como havia sido o voo, se eu estava gostando de tudo e como eu estava. E eu tinha respondido falando que estava tudo bem até agora e que eles tinham ‘me dado’ um apartamento, pelo menos era o que parecia. E era isso que ele respondera agora. Surpreso com a preocupação que estavam tendo comigo e que esperava que isso continuasse por bastante tempo. Escrevi um novo e-mail desejando bom dia, apesar de que lá já passara da hora do almoço e falei que estava meio perdida com o que aconteceria hoje, mas que estava tudo bem.
Fechei o notebook novamente e calcei meus chinelos, eu ainda não saberia como lavar as roupas, mas que pelo menos elas demorassem a sujar, então. Abri a porta do hall que dava para a sala e saí da mesma, pensando no que eu poderia tomar de café, já que os americanos tinham uma alimentação um pouco diferente da minha, mas me lembrei do cereal, serviria até eu aprender a me virar.
- Bom dia! – Me assustei, erguendo o rosto para Jessica que estava sentada no sofá da sala de TV com diversos papéis em sua frente e coloquei a mão no peito, sentindo minha respiração acelerada.
- Pelo amor de Deus. – Falei tentando normalizar a respiração.
- Pode se acostumar! Isso vai ser frequente. – Ela falou e eu suspirei, me aproximando dela.
- Você poderia ter me avisado ontem. – Falei, coçando minha cabeça.
- Assim não teria tanta graça. – Ela falou, erguendo os olhos e abrindo um sorriso largo e eu ri fraco.
- Ok, tá valendo! – Falei, suspirando. – A gente tem algum compromisso hoje? – Perguntei e ela se levantou.
- Vários! – Ela falou. – Mas creio que você merece um café da manhã. – Afirmei com a cabeça e ela apontou em direção à cozinha. – Eu espero.
Passei por Jessica e entrei na cozinha, dando uma olhada rápida no armário e achei o cereal que eu havia pensado pouco antes e abri a geladeira, achando também uma garrafa de leite. Coloquei o cereal em uma vasilha e enchi um copo com leite, colocando para ele esquentar alguns segundos no micro-ondas e fui guardando as coisas enquanto ele esquentava.
Peguei um pote de açúcar e coloquei uma colher dentro do pote e assim que o leite apitou, eu joguei em cima do mesmo, mexendo para que o açúcar se dissolvesse. Peguei o pote e uma colher e voltei para a sala, onde Jessica estava e me sentei na poltrona, erguendo meus pés e começando a comer meu cereal.
- O que temos para hoje? – Perguntei e ela virou o rosto para mim por um momento, mas logo se virou para seus papéis.
- Você vai ter uma reunião com Patrick Wilson hoje. – Ela falou e eu franzi a testa, colocando mais uma colherada na boca e franzi o rosto.
- Ok... – Falei com a boca cheia.
- Ele é o atual presidente da Virgin Records de Los Angeles. – Arregalei os olhos, surpresa e balancei a cabeça. – Foi a equipe dele que te encontrou e é a ele que você responde financeiramente e de forma administrativa. – Ela riu fraco. – Que é a única coisa que importa para ele, dinheiro. – Ela deu de ombros. – Economia e música não combinam. – Ela sussurrou e suspirou. – Mas ele é o chefe, então, fazer o quê?! – Soltei uma risada fraca.
- Ok! – Falei e abaixei a tigela, apoiando-a em meu colo. – E o que eu devo esperar dessa reunião? – Perguntei.
- Muito nariz em pé e arrogância. – Ela falou sincera, sem tirar o rosto dos seus papéis, que ela passava com os olhos sem nem desviar.
Soltei um suspiro e coloquei a tigela na mesa de centro e passei as mãos uma na outra, estralando os dedos e me levantei, suspirando. Passando a mão na testa, pensando se falava ou não o que eu estava pensando.
- O quê? – Ela perguntou, virando o rosto para mim.
- Eu sou esquentada, Jessica. – Falei pegando a tigela novamente. – Eu não levo desaforo. – Respirei fundo.
- E por que você está dizendo isso?
- Porque se ele começar a falar besteira, eu com certeza responderei à altura.
- Vai ser interessante ele ver alguém realmente lutando pelo o que quer. – Ela falou e colocou os papéis na mesa.
- Como assim? – Perguntei, levando a tigela de volta para a cozinha e colocando na pia, junto com um prato vazio e alguns talheres.
- Vamos dizer que a Virgin tem certo status. – Ela falou um pouco alto.
- Sim, é famosa por ser uma das melhores gravadoras do mundo. – Falei, voltando para a sala.
- Exato. – Ela suspirou. – E isso traz muitas pessoas com dinheiro. Ou seja, pais ricos que veem um simples talento em um filho e quer ganhar dinheiro com isso. – Ela se levantou e empurrou meus ombros, indo em direção ao quarto. – Então, eles investem na Virgin, nós fazemos seu filho famoso e pronto. – Franzi a testa. – Mas isso não dura muito.
- E o que isso tem a ver? – Perguntei.
- Que você está fazendo parte de uma revolução, . – Ela falou e me soltou. – Se troca.
- Como assim? – Perguntei.
- Você é uma das primeiras pessoas a ser contratada por talento bruto e não por dinheiro. Você não entrou com o dinheiro, nós entramos. Estamos gastando contigo esperando por um retorno que pode ser milhões de vezes maior do que passagem, moradia e aulas. – Afirmei com a cabeça.
- Ok, e daí? – Perguntei.
- E daí que ele está meio estremecido com isso. Entrar dinheiro é sempre melhor que sair, certo? – Ela deu de ombros. – Mas eu tenho esperança que isso vai dar certo. – Ela balançou a cabeça. – Se troca! – Ela falou novamente e eu me virei para o closet.
- E o que eu visto? – Perguntei.
- O que você usaria na sua casa. – Ela falou suspirando.
Entrei no closet e suspirei, dando uma olhada em volta. Estava razoavelmente calor em Los Angeles, era julho, então dava para relaxar, mas não colocaria shorts agora, era o que eu usaria em casa, mas não vamos abusar. Dei uma olhada nos meus vestidos pendurados nos cabides e abri um sorriso, dando uma passada por eles.
Meus vestidos eram simples, a maioria deles floridos ou com estampas coloridas, e todos eles até o joelho, comprados em lojas baratas no Brasil. Eu não era de usar marcas, não por não gostar, mas porque não faz sentido comprar uma blusa de 500 reais, quando posso gastar 20 e comprar mais e esses vestidos eram a minha cara, eu tinha uns 15 em casa e havia trazido todos.
Escolhi um azul mais discreto com desenho de folhas em um tom mais escuro e me olhei no espelho da parede, respirando fundo e balancei a cabeça para o lado, indecisa sobre isso, mas dei de ombros, abaixei meu corpo e coloquei uma rasteirinha, quase caindo para me apoiar em algum lugar. Saí do closet e Jessica olhou para mim, afirmando com a cabeça e eu sorri, seguindo para o banheiro.
Primeiro de tudo eu passei fio dental e escovei os dentes. Deixei meu sorriso o mais bonito possível, era complicado usar aparelho fixo, mas fiz o meu melhor trabalho. Olhei meu cabelo no espelho e passei a escova no mesmo, notando que fiz uma cagada. Meu cabelo era ondulado, então ao fazer isso, eu havia acabado de deixá-lo armado. Franzi a testa e peguei uma piranha jogada por ali e prendi meu cabelo para trás.
Peguei meu corretivo e passei sobre as espinhas mais visíveis de meu rosto, pelo menos para dar uma escondida. Não perderia meu tempo com base, demoraria demais. Passei um lápis escuro nos olhos e um batom discreto nos lábios, só para dar uma hidratada nos mesmos e saí do banheiro, puxando a porta em seguida.
- O que acha? - Jessica me olhou de cima a baixo e afirmou com a cabeça, com um sorriso no rosto.
- Está boa! – Ela falou e eu afirmei com a cabeça, sorrindo. – Vamos, então. – Ela se levantou, começando a sair do apartamento e eu só tive tempo de pegar minha bolsa e jogar meu celular e passaporte nela, antes do elevador quase fechar em cima de mim.

Juan estava lá embaixo nos esperando novamente. Ele era uma pessoa simpática, enquanto Jessica ficava fechada, focada em seu celular que abria para cima, com tela colorida, teclado com todas as letras e coisas legais, ele conversava comigo. Mostrava os lugares, e dava dicas de lugares para comer e afins. Não que tivesse muito tempo para conversarmos e tudo mais, pois assim que saímos do condomínio, ele virou à esquerda, depois novamente, descendo por uma avenida por um tempo e virou à esquerda novamente na Wilshire Boulevard, parando pouco tempo depois.
Com certeza ficamos parados mais tempo no sinal lá atrás. Desci do carro animada e dei uma olhada em volta. O prédio do lado nosso da rua era feito com granito marrom, vidros translúcidos e tinha uma arquitetura diferente, parecia feito em camadas, sendo cada camada mais alta que a anterior.
Logo notei que tinha alguns carros de marca, apesar de que eu havia acabado de sair de uma BMW 5 modelo 2004, inteira preta. Então, provavelmente o grupinho do outro lado da rua me olhava tão surpreso quanto eu.
Do outro lado da rua tínhamos um shopping. Não um daqueles grandes shoppings que encontramos por aí, mas uma galeria, com diversas lojas e restaurantes. Fiquei feliz por saber que tinha uma Starbucks por ali. Seria bom para quando eu estivesse com preguiça de fazer café da manhã.
- Vamos! – Jessica falou e eu acenei para Juan, seguindo Jessica por entre as portas do prédio.
Entramos imediatamente em um elevador, o qual Jessica apertou para o segundo andar e eu entrei no mesmo, notando até os pequenos detalhes. Assim que a porta se abriu, pude ver o logo gigante da Virgin Records em vermelho e abri um sorriso. Estava realmente acontecendo.
Jessica cumprimentou a moça da recepção e eu fiz o mesmo. Ela era bonita, os cabelos pretos bem brilhosos e um vestido vermelho colado no corpo. Fiquei até assim, se era para eu me vestir daquele jeito, teríamos sérios problemas. Mas não me preocupei tanto com isso. Assim que passamos pelo lado esquerdo, que poderia também ter sido à direita da recepção, abriu uma grande sala. E quando eu digo grande, deveria ocupar o andar inteiro e pelas placas lá de fora, tinha muita coisa naquele prédio.
Nesse grande salão tinha alguns sofás largos jogados por ali, com algumas pessoas conversando por ali, outras andando de um lado para outro, mas a maioria de forma relaxada, ninguém deveria estar tão nervosa quanto eu, mas eu respirei fundo. Nesse hall gigante, tinha várias portas, onde você podia ler muitas coisas, sala de tal pessoa, de outra pessoa, estúdio de áudio, estúdio de ritmo, de orquestra, banheiro e por aí seguia. Cada porta com uma placa vermelha indicativa em cima.
- Ei, Brandon! – Jessica falou à minha frente e eu virei meu rosto para olhar para quem ela falava.
- E aí, ela veio! – Brandon falou e eu alcancei Jessica, vendo o grandão e barbudo em minha frente e abri um sorriso em ver mais um rosto conhecido. – Como está? – Ele estendeu a mão para mim e eu bati na sua palma. – Nervosa?
- Um pouco, mas estou bem! – Falei honesta, com um sorriso no rosto.
- Isso que eu gosto de ver. – Ele sorriu.
- Vai participar da reunião? – Jessica perguntou.
- Nem a pau, tenho que terminar algumas mixagens com o D. – Ele deu de ombros. – Quem sabe um almoço aqui mais tarde? – Ele falou e virou para mim. – Gosta de comida mexicana?
- Nunca comi na verdade. – Franzi a testa. – Mas não sou fresca para nada. – Ele riu e afirmou com a cabeça.
- Ah, vou gostar de você. – Ele riu e balançou a cabeça. – Vai dar tudo certo! – Ele falou e piscou para mim e eu ri fraco.
- Stone! – Eu e Jessica viramos nossas cabeças imediatamente, dando de cara com um homem mais velho, deveria ter a idade de Jessica, usava um terno e tinha um semblante sério.
- É ele? – Sussurrei para Jessica e ela virou para mim.
- Não, mas vamos. – Ela falou e andou em minha frente, comigo ao seu lado, tentando me manter calma.
- Você está atrasada. – O homem falou e Jessica nem se abalou.
- Estaria atrasada se tivessem estipulado um horário. – Ela falou suspirando. – Cadê seu pai? Fui chamada para falar com ele, não contigo. – Ela falou e eu abri um sorriso de lado, quase falando um ‘toma’ para ele, mas fiquei quieta.
- Essa é ela? – Ele virou para mim e eu franzi a testa. Eu era da altura dos dois, ou mais alta, mas parecia uma criança ali.
- ‘Essa’ tem nome, senhor. – Falei, tentando me manter educada ao máximo. – É .
Ele ficou quieto por um tempo, me olhou de cima a baixo e franziu a testa. Tentei decifrá-lo. Ele era um homem bonito, se eu o conhecesse melhor poderia dizer que ele era a fim de Jessica, era só uma suposição, mas que tinha uma tensão ali, isso tinha. Talvez até tivesse sido negado por ela.
- Sou Brent, senhorita . – Ele falou e eu acenei com a cabeça. – Vamos entrar. – Ele indicou a porta e Jessica entrou na frente, e eu a segui.
A sala era fina e funda. Uma mesa de vidro com poltronas de couro preto nela, uma pequena mesa de centro mais à frente, com dois sofás à espera. O senhor, que deveria ser quem eu tinha vindo ver, estava sentado em um dos sofás de couro. O corpo relaxado no mesmo e o rosto atento em algo que passava na TV presa à parede.
Ele tinha os cabelos cheios e brancos, a pele um pouco enrugada, mas ele estava bem para ser pai do tal Brent. Ele se levantou quando entramos e ajeitou o paletó, abotoando-o e achei que até foi gentil quando nos cumprimentou.
- Patrick! – Jessica falou, cumprimentando-o com a mão.
- Jessica. – Ele retribuiu e virou o rosto para mim. – Você deve ser , certo? – Ele se embolou um pouco em meu sobrenome e eu afirmei com a cabeça, segurando a risada. – Devo ter pronunciado errado.
- Está tudo bem. – Falei, apertando sua mão.
- Sentem-se. – Ele falou, se sentando novamente e eu e Jessica o fizemos no mesmo sofá, enquanto seu filho sentava ao lado do pai. – Eu sou Patrick Wilson, , já deve ter ouvido falar de mim.
- Sim, por um momento pensei que você fosse aquele ator. – Falei sincera e ele riu fraco.
- É normal. – Ele falou sério e eu parei de rir. – O que ouviu falar sobre mim, ?
- Que você é o diretor da Virgin Records e que eu devo responder a você, principalmente.
- Só isso? – Eu menti, afirmando com a cabeça. – E você sabe o que isso significa? – Ele perguntou.
- Que você é o responsável pelo investimento em mim, ou seja, você que está gastando comigo... – Ele pareceu gostar da resposta.
- E você acha que é merecedora desses gastos? – Jessica se mexeu ao meu lado.
- Desculpe, senhor, mas creio que você deve responder a essa pergunta. – Falei, me ajeitando no sofá.
- Desculpe...?
- Vocês vieram atrás de mim, não eu. – Dei de ombros. – Eu estava cuidando da minha vida no Brasil quando bateram à minha porta me oferecendo uma chance, eu não sou tonta, por isso aceitei, mas vocês vieram até mim, não o contrário.
Queria ter visto a cara de Jessica nesse momento, mas não me atrevi a me virar. Eu talvez não devesse ter sido tão sincera. Ele ficou quieto, Jessica ficou quieta, Brent ficou quieto e eu escolhi me calar também. Jessica havia feito um pouco de terrorismo sobre Patrick Wilson, mas ele parecia ser o tipo de gente que precisava ser duro, quem sabe com o tempo eu me acostumasse a ele... Se eu passasse por essa reunião.
- Eu quero que você me convença que eu estou gastando bem.
- Você não está feliz por eu estar aqui, certo? – Perguntei, jogando na lata.
- ... – Estiquei a mão para Jessica.
- Não é fácil achar um talento fora e ter que engolir o orgulho, certo? – Perguntei, suspirando. – Minha nacionalidade não define quem eu sou. – Falei. – Mas faz parte de quem sou. – Balancei a cabeça. – Se eu estou aqui é porque eu valorizo a oportunidade. Se eu não soubesse cantar, eu com certeza teria negado. Ou você sabe cantar, ou você não sabe. – Dei de ombros. – Eu sei.
- Cante, então! – Ele falou e eu franzi a testa, tentando não me desesperar. – O ritmo que quiser, a música que quiser, mas cante. – Ele ordenou e eu virei o rosto para Jessica.
- Faça o que ele diz. – Ela disse e eu suspirei.
- E não se esqueça de que eu já vi seu vídeo. – Ele falou e minha carta na manga já era, Thank You For The Music estava fora de cogitação.
Coloquei a cabeça para funcionar um pouco e fechei os olhos por um momento, tentando passar pela minha cabeça qualquer coisa que funcionasse e suspirei. Nada estava aparecendo na minha cabeça. Passei os olhos em volta e abri um sorriso de lado quando vi um pôster antigo de Os Miseráveis e eu sabia que o impressionaria.
Deixei minha bolsa no sofá e me levantei, tentando me manter reta. Cantar sentada até funcionaria, mas em pé o ar saia de forma mais correta, o que faria com que eu não tivesse que me esforçar demais. Fiz uma contagem rápida em minha cabeça, ouvi o som do piano em minha mente e comecei.
- I dreamed a dream in time gone by... – Comecei devagar, mantendo minha voz calma. - When hope were high and life worth living. – Respirei fundo. - I dreamed that love would never die, I dreamed that God would be forgiving. – Dei uma rápida respirada, sentindo minha voz mais fina que o normal, mas continuei. - Then I was young and unafraid... – Alonguei a última palavra, sentindo minha voz se ajeitar. – And dreams were made and used and wasted. – Respirei novamente. - There was no ransom to be paid, no song unsung, no wine untasted. – Senti minhas mãos começarem a subir, como elas sempre faziam em uma nota alta e eu tentei me conter. - But the tigers come at night. – Forcei a garganta, ouvindo minha voz mais grave. - With their voices soft as thunder. – Alonguei a última palavra novamente, mas por pouco tempo. - As they tear your hope apart, as they turn your dream to shame... – Mostrei minha potência na última nota, sentindo um orgulho forte e um arrepio passar pelo meu corpo e puxei o ar novamente para a próxima frase.
- Chega! – Ouvi e eu franzi a testa, e me sentei novamente. Jessica esticou a mão sobre minha perna e eu virei para ela, o qual ela sorria, afirmando com a cabeça.
- E então, você está investindo em algo bom? – Perguntei, voltando à pergunta de antes e olhei para ele que tinha a surpresa visível nos olhos.
- Não foi perfeito, mas sim. – Ele falou e se levantou, fazendo com que todos se levantassem com ele. – Quero-a pronta para o lançamento em seis meses. – Ele falou e começou a seguir para sua mesa. – Incluindo uma mudança visual, Jessica. – Ele disse e Jessica me empurrou um pouco em direção à porta.
Eu estava perdida um pouco, não sabendo o que fazer, quando notei eu havia saído da sala, tropeçando em meus pés e quando vi, a porta estava fechada atrás de mim e Jessica me abraçava fortemente. Tentei retribuir, mas eu estava totalmente perdida.
- O que aconteceu? – Perguntei e ela virou o rosto para mim.
- Você está dentro. – Ela suspirou. – Você tem um contrato com a Virgin Records. – Dei um gritinho o que a fez rir e a abracei novamente, louca para contar isso para todo mundo.
- Oh, meu Deus! – Coloquei as mãos na boca. – Isso é demais.
- Você teve uma ótima ideia em cantar I Dreamed a Dream. – Ela falou. – Patrick gosta bastante desse musical. – Ele falou e eu sorri.
- Apelei pelo sentimental. – Falei e ela riu.
- E conseguiu. – Sorri orgulhosa de mim mesma. – Até arrepiei. – Ela passou a mão no braço. - E não me arrepio por qualquer coisa. – Senti minhas bochechas avermelharem e suspirei. - Vamos assinar o contrato? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça, começando-a seguir para frente do estúdio novamente.
- Deixa eu perguntar, você não gosta daquele Brent? – Olhei para ela que soltou uma risada fraca.
- Eu fui casada com ele. – Arregalei os olhos, realmente surpresa e ela riu com a minha reação. – Comecei a beber pelo o que esse casamento me causou, além da pressão do trabalho. – Ela deu de ombros e acenou para a morena de vestido vermelho. – Contrato musical de , para Jessica Stone. – Ela falou e a morena fez algumas coisas no computador e acenou com a cabeça.
- Está imprimindo. – Ela falou e Jessica andou comigo até a impressora que ficava na lateral e tivemos que esperar um tempo, aquilo não parava de sair coisas.
- Como é trabalhar com ele? – Perguntei.
- Brent? – Ela riu fraco. – Não é ruim, ele só me ama ainda, mas... Não, obrigada. – Ela suspirou e encostou-se à impressora. – Me vejo como uma mulher poderosa e não posso ser poderosa com ele na minha cola. – Ela negou com a cabeça.
- Também te acho poderosa, Jessica. – Ela virou o rosto para mim e sorriu, antes de dar atenção à impressora novamente, tirando um calhamaço de papel da mesma e apoiar no balcão da recepção.
Era mais grosso que um livro, isso era certeza, a impressão havia sido ligeira. Ela pegou um furador de papel, fez dois furos nas laterais das folhas e colocou um gancho nas mesmas. Ela deu uma conferida rápida em algum lugar e me entregou.
- Onde eu assino? – Perguntei e ela esticou a mão no contrato novamente.
- Não. – Ela falou. – Você vai levar para casa, vai ler, vai ver as nossas condições, seus direitos e seus deveres. Caso você não concorde com algo, você deve colocar uma sugestão melhor. – Ela falou e eu suspirei. – Caso você queira a avaliação de um advogado, posso te indicar nosso advogado para você conversar. – Assenti com a cabeça.
- Tem algo que eu deveria mudar de cara? – Perguntei e ela franziu com a cabeça.
- Eles oferecem um contrato para cinco CDs. – Ela falou. – Isso é demais, depende do seu tempo de produção, isso pode levar 10, 12 anos. Ofereça metade. Dois é pouco, pois poucas pessoas estouram em dois CDs, e três vai mostrar que você está disposta a nos ajudar e a te ajudar. – Ponderei com a cabeça e peguei minha nova apostila.
- Ok, vou ver sobre isso. – Acenei com a cabeça. – Me passa o telefone do advogado, caso eu precise.
- Mandarei por e-mail. – Afirmei com a cabeça.
- Eu posso ir para casa? – Perguntei e ela abriu um sorriso.
- Juan está te esperando lá embaixo. – Cliquei no elevador, esperando-o chegar.
- Obrigada! – Agradeci sinceramente. – Te espero amanhã cedo para me assustar?
- Quem sabe... – Ela falou e as portas do elevador se abriram e eu entrei no mesmo, apertando o botão do térreo.
- Ah, Jessica, o que ele quis dizer com mudança de visual? – Ela soltou uma risada e negou com a cabeça.
- Calma, , tem muita coisa ainda. – Ela falou com as portas se fechando e eu não sabia se ficava calma ou tensa.

Eu até precisei ligar para o advogado que Jessica me indicou, o senhor Jeffrey White, mas só para perguntar o que eu deveria fazer caso eu quisesse que algo mudasse. Achei que não seria simples como riscar o escrito e escrever à caneta do lado, mas era isso mesmo! E também mudei poucas coisas.
Indiquei o que Jessica falou de mudar o contrato de cinco CDs, para três. Não que eu fosse para outro lugar, mas era para início, não entendi o porquê, na verdade. E eu tinha um prazo de 15 anos para gravar esses álbuns, achei demais. Era muita coisa. Mas deixei de lado, não mudaria o que me beneficiava.
Eu mudei também sobre tempo de trabalho. Era quase como um emprego, em tempos de produção eu deveria me manter presente a oito horas de serviços por dia. Ou seja, entre produção e gravação de música, videoclipes, presença em eventos da empresa, em outros. Achei justo.
E a última coisa que eu mudei foi sobre a produção. Tinha um nome de Henry George, que eu não conhecia, além dele, eu coloquei o nome de Brandon, nem sabia se isso era possível, mas o cara era bom, então seria bom ter pessoas assim à minha volta.
Eu cochilei três vezes enquanto eu lia àquelas 139 páginas. Era chato, era muitas cláusulas legais que eu vi, mas que eu não havia entendido nada e sabia seriamente que isso não afetaria minha vida.
Algumas coisas que me chamaram a atenção foi o fato de que, naquele contrato, tinha algumas posses para mim. Falando que pelo período de vigência desse contrato, o apartamento que eu estava era meu, com contas pagas, sem nenhum tipo de cobrança nem da emprega (Virgin), nem do inquilino. O que eu achei bom, não precisaria procurar moradia por um bom tempo. Além disso, eu teria um motorista disponível para mim 24 horas por dia, embaixo achei o nome de Juan. Que bom, eu já estava acostumada com ele.
Tinha também uma parte que talvez me explicasse sobre o que o senhor Wilson falou sobre ‘mudança visual’, tinha uma lista enorme de pessoas que trabalhariam comigo. E eu não digo relacionada à música. Digo relacionado à saúde e beleza. Tinha nome de professores de educação física, cabeleireiros, maquiadores, dermatologistas, dentistas e de algumas outras especialidades que eu nem sabia o que era.
Depois disso eu acabei falando com meu pai um pouco. Ele estava cuidando do restaurante, então estava no caixa, com o computador aberto no e-mail, foi bom falar com ele de verdade um pouco. Era tanta coisa na minha cabeça, que eu nem sabia o que contar primeiro e olha que o dia havia sido bem curto.
Eu pulei o almoço, então depois que meu pai realmente começou a trabalhar na hora do jantar no Brasil, eu estava com o estômago colado nas costas. Acabei achando macarrão no armário e queijo na geladeira e me americanizei, fazendo meu primeiro Mac ‘n’ Cheese, provavelmente não exatamente como a receita manda, mas ficou gostoso.
Depois, antes do fim do dia eu desci para dar uma volta no condomínio. Juan estava lá quando eu desci e eu falei que ele podia ir para casa, que eu não iria para lugar nenhum naquele dia e ele afirmou com a cabeça, deixando seu cartão, caso eu precisasse.
O condomínio era grande, afinal, muitas torres. Mas tinha grandes piscinas, grandes quadras poliesportivas, quadras de tênis, academias de ginásticas e outras coisas mais. Não me dei ao trabalho de conhecer as pessoas, todos que passavam por mim andavam de cabeça baixa, então eu preferi ignorar também.
Quando voltei, eu acabei enrolando um pouco no sofá, assistindo alguns filmes que passavam na TV e acabei adormecendo. Quando acordei passava das três horas da manhã e passava um filme estranho. Me levantei com preguiça e me joguei na cama, pegando no sono quase instantaneamente. Acho que ainda não estava acostumada com o fuso-horário.

- Ontem você me perguntou o que eu quis dizer sobre mudança visual, certo? – Jessica falava enquanto andávamos em direção ao prédio da gravadora.
- É, mas acho que eu já descobri isso pelo contrato. – Respondi, com o mesmo em meus braços.
- Sim, mas isso ainda deve uma explicação. – Ela falou, apertando o botão do elevador. – Você é uma menina bonita, mas você não é o que as pessoas dizem como vendível.
- Vendível? – Perguntei, franzindo a testa e entrando no elevador ao seu lado.
- Sim. – Ela suspirou. – As pessoas se inspiram em pessoas da TV, certo? – Ela perguntou, se virando para mim.
- E ninguém sonha em usar aparelho, óculos... Não é natural. – Suspirei, revirando os olhos.
- Exatamente. Eu sei que é chato, mas é uma exigência da gravadora. – Ela suspirou. – Mas também não cuidamos só da beleza, cuidamos da sua saúde e do seu preparo físico. – Ela falou e eu ponderei com a cabeça.
- Eu não vou mentir para você e dizer que eu estou feliz com quem eu sou, porque nenhuma pessoa da minha idade está, isso é raro. Só vou te pedir uma coisa. – As portas de elevador abriram e eu me vi em um salão de beleza.
- Diga. – Ela falou, virando o rosto para mim, segurando a porta do elevador.
- Eu não quero mudar quem eu sou. Por dentro. – Suspirei e ela me puxou para sair do elevador e olhou para mim, afirmando com a cabeça.
- Espero que não, e também espero que você lute para ser quem você é, . – Ela suspirou. – As pessoas costumam perder a real identidade quando entram nesse mundo, não perca.
- Agora é fácil falar, então, por favor, me ajude. – Ela sorriu e passou os braços pelos meus ombros.
- Vamos fazer isso juntas. – Ela sorriu. – Eu nunca tive o prazer de ser mãe, e você não tem uma mãe que possa contar faz muito tempo, então vamos fazer juntas, ok?! – Afirmei com a cabeça. – E você não precisa ter medo, todas as pessoas que cuidarão de você são de confiança. – Afirmei com a cabeça. – Alguns são um pouco excêntricos. Mas isso de tá o direito de ser também. – Soltei uma risada fraca e afirmei com a cabeça novamente.
- Ok! – Falei rindo e ela sorriu.
- Você é uma boa pessoa, . Mas você sabe o que quer, então, ironicamente, você vai se dar bem nesse mundo. – Afirmei com a cabeça, rindo fraco.
- Eu não choro fácil, mas isso está me deixando emotiva.
- Vamos seguir em frente, então! – Ela falou e eu sorri, acompanhando-a quando ela começou a andar.
Aquele andar era bem parecido com a da Virgin, o grande salão aberto e as salas aos arredores, mas as diferenças também eram gritantes. O branco era predominante ali, ao invés dos carpetes e paredes amarronzadas da Virgin. E a sala, ao invés de serem todas secretas, tinha paredes e portas de vidro, onde era possível ver todas as pessoas trabalhando. Jessica abriu a porta de uma das poucas salas fechadas e eu franzi a testa, seguindo-a pelo caminho.
- Ah, ela está aqui! – Ouvi uma voz fina e Jessica foi abraçada por uma pessoa bastante alta.
- Como está, Robb? – Ela perguntou e vi seu rosto, finalmente.
Ele era moreno, tinha os cabelos cacheados, mas sua pele era branca como um papel. Ele tinha grandes óculos em frente a seus olhos, mas tinha um sorriso feliz demais nos grossos lábios. Franzi a testa, seria ele que cuidaria de mim? Fiquei meio preocupada por um momento, mas eu estava lá sem preconceitos.
- Essa é ela? – Ele perguntou, se virando para mim, e eu juro que fiquei travada igual um manequim.
- É ela sim! – Jessica falou e ambos olharam para mim, como se me analisassem.
Robb começou a andar ao meu redor, e não sei se era uma coisa boa. Ele com certeza estava me analisando. Ele olhou para meu corpo, tirou meus óculos, olhou fundo em meus olhos e os colocou de novo. Ele passou as mãos em meus cabelos longos, apalpando-os. E também continuou girando em volta do meu corpo, apertando diversas partes do meu corpo. Costas, barriga e seios, que fez com que eu desse um tapa em sua mão, surpresa.
- Só checando. – Ele falou, esticando as mãos e se voltou ao lado de Jessica.
- E aí? – Jessica perguntou e ele colocou a mão no queixo, soltando suspiros altos diversas vezes.
- Não vou mentir que temos grandes trabalhos pela frente, mas não vai ser nenhum desafio. – Ele suspirou, olhando para mim. – Ela é bonita, de um jeito rústico. Só precisamos sumir com essas espinhas, mostrar os olhos, os dentes, dar uma ajeitada nesse cabelo, colocá-la em forma...
- Dá para fazer isso em seis meses? – Jessica perguntou e Robb riu ao seu lado.
- Se ela fizer tudo que eu mandar, fazemos até em menos. – Ele falou e eu comprimi os lábios, afirmando com a cabeça.
- Ok! – Respondi. – Quando podemos começar? – Perguntei e Robb abriu um sorriso.

- Primeiro vamos começar por uma avaliação, sua, ok?! – Ele falou, pegando uma prancheta com diversos papéis colados a ela.
- Ok! – Falei, suspirando. – Isso consiste em...? – Ele perguntou.
- Perguntas e mais perguntas sobre você e seus hábitos diários. – Ele suspirou e eu me ajeitei na cadeira e a sua frente. - Preparada?
- Acho que sim. – Respondi e olhei para Jessica que estava focada em outras coisas.
- Nome completo.
- . – Respondi.
- Idade.
- 17 anos. – Suspirei, aquilo ia demorar.
- Data de nascimento. – Ele falou e eu suspirei.
- 27 de junho de 1986. – Deixei meu corpo escorregar na poltrona.
- Profissão dos pais.
- Meu pai é dono de um restaurante italiano. – Respondi.
- E a mãe?
- Me abandonou com seis meses. – Respondi e ele olhou para mim por cima da prancheta. – Isso não é relevante. – Ele deu de ombros e voltou para sua lista de perguntas.
- Alguma doença genética? – Soltei um suspiro.
- Tenho bronquite desde que nasci, isso conta? – Perguntei.
- Sim. – Robb falou. – Ainda mais para uma cantora. – Virei para Jessica e ela deu de ombros.
- Vamos resolver isso. – Ela sorriu e eu afirmei com a cabeça.
- É alérgica a algum tipo de medicamento? – Robb continuou.
- Sim, a alguns. – Respondi e ele afirmou com a cabeça.
- Vou precisar do nome deles. – Ele falou.
- Vou pedir para meu pai os nomes. – Ele afirmou com a cabeça.
As perguntas continuaram assim. Englobando realmente todos os lados da minha vida. Perguntando coisas sobre minha saúde, se eu havia feito tratamentos para o corpo ou para o cabelo, se meu cabelo era natural, que problemas de visão eu tinha, quais eram os meus problemas dentários, se eu havia feito alguma plástica, se eu era virgem, quais eram meus hobbies, o que eu costumava comer de café da manhã, almoço, lanche e janta, se eu já havia feito dieta, se era frequentadora de academias e ginástica.
- Eu nadava durante o ensino médio. – Respondi e ele afirmou com a cabeça.
- Você gostava? – Ele perguntou, abaixando a prancheta.
- Bastante, melhor que ficar vendo os minutos rolarem exaustivamente na academia. – Ele ponderou com a cabeça e afirmou com a cabeça.
- Você sabe que isso aumenta seus ombros, certo? – Ele perguntou.
- Sei. – Respondi. – Mas não é como se eu fosse uma pessoa pequenininha. – Ele soltou uma risada fraca.
- Você está certa. – Ele sorriu, voltando para a poltrona.
Aquela conversa durou por umas duas horas, e eu não estou exagerando. O relógio atrás de Robb girava com uma lentidão incrível. Alguns momentos eu estava na poltrona, outras eu já tinha esticado os pés sobre a outra poltrona e em outros momentos deitada no sofá, quase dormindo. Aquilo era totalmente desgastante. Se eu tinha algum pudor ou segredo, eu poderia simplesmente ignorar, porque eles saberiam mais de mim do que eu mesma.
- Pronto, Jessica. – Ele falou e eu suspirei alto, erguendo meu corpo do sofá. – Eu vou fazer uma análise do que ela precisa, mas você já pode levá-la para Kate para começar o tratamento agora.
- Ok! – Jessica se levantou e eu respirei fundo, antes de colocar meu corpo para cima, eu estava realmente cansada. – Vamos. – Ela falou e eu bocejei, acompanhando-a para fora da sala.
- Te vejo depois, anjinho. – Robb falou e eu acenei para ele.
- É sobre ele que você falou de excentricidade? – Perguntei a Jessica, enquanto andávamos para outra sala.
- Um pouco. – Ela disse e eu ri.

- Ah! Tá doendo, tá doendo, tá doendo. – Repetia sem parar.
- Calma! Tá saindo! – A tal da Kate falou espremendo mais um cravo meu. – É o último! – Ela falou e eu senti uma pontada em meu rosto.
- Você está dizendo isso faz tem... Ah! – Gritei novamente quando ela apertou novamente.
- Eu juro, está acabando! – Ela falou apertando mais um cravo e eu franzi o rosto, sentindo-a apertar próximo a minha boca, entortando-a.
O ‘está acabando’ dela demorou mais umas quatro espremidas. Aquilo estava virando tortura já. Isso porque ela não tinha nem começado a mexer nas espinhas, só estava cuidando dos cravos. Meu rosto deveria estar todo avermelhado.
- Agora eu vou passar um creme em seu rosto para relaxar. Pode arder um pouco, mas aliviará as marcas. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça, sentindo-a começar a passar algo gelado em meu rosto.
- E o resto? – Perguntei, abrindo os olhos.
- Você não tem muitas espinhas, eram mais cravos que se tornaram em algo mais. O que eu já tirei vários. – Ela falou, passando levemente o creme em meu rosto. – Você vai tomar um remédio, ele faz com que todas as espinhas saiam, e extingue-as. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça. – Deixando o rosto limpo, aí depois que fizermos isso, ajeitamos as manchas.
- E isso vai melhorar em menos de seis meses? – Perguntei.
- Te daremos uma dose alta, não é muito bom para seus exames de sangue, por isso você o fará duas vezes por mês. – Afirmei com a cabeça. – E para agilizar o processo, por favor, tente não estourar a espinha, ok?!
- Ok! – Suspirei, fechando os olhos novamente.
- Além dos comprimidos, você terá que lavar o rosto duas vezes por dia com os sabonetes que eu te der e aprenda a passar protetor solar. – Ela soltou o ar fortemente e eu abri os olhos novamente, franzindo a testa.
- Está muito ruim? – Perguntei e ela virou o rosto para mim novamente.
- Não, não é nada contigo. – Ela falou, suspirando. – Na verdade, você está muito bem. – Ela balançou a cabeça. – É que as pessoas vêm aqui, eu faço tudo o que posso fazer com o que me dão e aí a pessoa não faz o que eu peço e quem fica ouvindo depois sou eu. – Ela deu de ombros e balançou a cabeça. – Desculpe, eu não deveria...
- Eu estou disposta a tudo o que vocês disserem, Kate. – Falei. – Eu não sei como isso funciona, mas sei que vocês tem mais experiência do que eu. – Ela afirmou com a cabeça. – Eu farei o que você pedir, Kate. Eu quero que isso funcione.
- Espero poder acreditar em você, senhorita. – Ela abriu um sorriso de lado. – Você é diferente, chegou a nós de forma diferente...
- Vocês esperam resultados diferentes, então. – Falei e ela afirmou com a cabeça.
- Sim. – Ela disse.
- Se eles me derem essa chance de fazer direito, vocês terão. – Falei, suspirando e ela afirmou com a cabeça.
- Jessica me contou sobre seus medos acerca de sua nacionalidade. – Olhei para ela.
- Você acha que eu não devo tê-los? – Ela virou o rosto para mim e pensou um pouco para responder.
- Eu vi seu vídeo... Você não tem que ter medo de nada. – Ela respondeu e eu senti um sorriso se formar em meu rosto.
- Espero que esteja certa. – Respondi, fechando os olhos novamente.

- Oh, isso não está tão ruim quanto me disseram. – A dentista falava, movimentando minhas gengivas para ver meus dentes e eu já nem lembrava o nome dela. – Bem, claro que você terá que usar aparelho móvel pelo resto da vida, mas podemos resolver isso. – Ela falou, soltando minhas gengivas.
- Eu comecei a usar aparelho porque alguns dentes começaram a andar novamente e estava ficando feio. – Falei.
- Então, você está usando o aparelho só para contenção. – Ela falou, e eu a olhei pegar alguns aparelhos dentários.
- Deve ser! Eu deveria usá-lo por mais um ano. – Ela suspirou e fechou os olhos.
- Ai como esse povo adora me dar desafios. – Ela balançou a cabeça e suspirou. – Eu vou tirar seu fixo, fazer o molde para você do aparelho móvel e fazer um clareamento, e amanhã você volta aqui para já começar a usar o aparelho novo, estamos combinadas?
- Claro! – Balancei a cabeça afirmativamente e ela começou a mexer em minha boca novamente.
Eu comecei a ouvir os estalos do alicate em meus dentes. Ela havia começado pelo aparelho de baixo. Eu já havia usado aparelho quando mais nova, não que tenha adiantado muita coisa, pois eu estava usando-o novamente, então eu sabia o que ela estava fazendo e sabia como meus dentes ficariam. Feios. Levemente amarelados, com alguns lugares em branco, onde ela tiraria os braquetes.
A cada estalo eu sabia que era um a menos, o que me deixava feliz. Eu odiava usar aquilo. Eu não era cuidadosa que ficava três anos cuidando dos dentes por dia e quando prendia algum pedaço de comida, realmente me incomodava. Você podia estar com seus amigos e, sem ao menos sentir, um pedaço de comida em seus dentes. Era péssimo! Mas já que eles precisavam tirar, eu não iria reclamar.
- Vamos agora. – Ela falou e ergueu a cadeira. – Seus lábios ficarão caídos por alguns dias, mas isso é normal. – Afirmei com a cabeça e ela me entregou um espelho e eu abri um sorriso.
- Obrigada! – Falei, me olhando no espelho, notando meus dentes amarelados, como eu acharia que ficava.
- Eu vou fazer o molde e já resolvemos esse amarelado, ok?! – Afirmei com a cabeça e me encostei na cadeira novamente, olhando para a parede de vidro, onde Jessica estava do outro lado, atenta em alguma revista.
A dentista se afastou para a outra bancada por um momento e começou a mexer em uma massa um pouco rosada, era quase um cimentinho. Aquilo entraria na minha boca? Franzi a testa só de imaginar, mas se era necessário...
Nossa! Eu estava realmente mais aberta às coisas. Se eu tinha que fazer alguma coisa fora da minha zona de conforto, eu normalmente negava. Apesar de que, aceitar um contrato e ir morar sozinha, antes de fazer meus 18 anos, era algo realmente estranho para mim. Era uma nova versão minha, aparentemente.
- Eu vou colocar isso na sua boca. – Ela voltou com um molde e a tal massa em cima dele. – Isso é um pouco nojento, ele vai colar na sua boca e quando ele formar um vácuo, eu vou tirar, ok?! – Ela perguntou eu afirmei com a cabeça.
Ela abriu minha boca com a ajuda das mãos, colocando minha gengiva para cima e empurrou o tal cimento em minha boca, na hora senti ânsia de vômito, mas segurei, não era como se tivesse espaço em minha boca. Ela pressionou ele em meus dentes e no céu da boca e contou alguns segundos, antes que ele soltasse quase sozinho da minha boca e ela puxasse para fora.
- Pronto! – Ela encarou o molde. – Muito bem, está perfeito. – Ela o apoiou na bancada. – Água? – Ela me ofereceu e eu assenti com a cabeça, abrindo a boca e ela colocou a mangueirinha em minha boca e eu bochechei bastante, antes de cuspir o mesmo para fora.
- Isso é nojento! – Falei, passando o dedo em meus dentes, vendo se não tinha sobrado nada.
- Tá acabando, prometo! – Ela falou, trazendo o molde de baixo e eu abri a boca, respirando fundo.
Ela repetiu o processo embaixo e separou os moldes do lado de fora, me deixando bochechando por um tempo enquanto ela saía da sala e depois voltava. Nesse tempo eu fiquei me encarando no espelho, meus lábios estavam caídos, mas era muito bom estar sem aparelho novamente.
Quando ela voltou, ela deixou a cadeira novamente e começou a fazer o clareamento em meus dentes, tenho que dizer que essa hora foi meio desconfortante. Ela fazia a limpeza com bicarbonato de sódio e isso era muito salgado, quando eu engolia sem querer, dava um arrepio horrível no corpo. E quando ela acabou foi preciso limpar meus óculos, meus lábios e ainda colocou flúor na minha boca. Que se eu achava que tinha tido ânsias o suficiente naquele dia, ali foi o ponto alto e ela falava que eu tinha que segurar na boca por um minuto, pelo menos.
Mas quando saí de lá, além dos dentes incrivelmente sensíveis, eu gostara do resultado.

- Oi, , eu sou Max, seu novo oculista. – O senhor mais velho com os cabelos loiros me cumprimentou e eu fiz o mesmo, entrando no outro consultório, fazendo com que Jessica ficasse para o lado de fora novamente naquele dia.
- Oi! – Respondi, cumprimentando-o, com a voz um pouco fanha, por causa do aparelho móvel. – Desculpe. – Falei e ele riu fraco.
- Não se preocupe. – Ele indicou uma cadeira e eu me sentei e ele foi para outro lado da mesa. – Não preciso nem perguntar por que está aqui, não é? – Ele tocou em seus óculos levemente e eu afirmei com a cabeça.
- Pois é! – Ri fraco.
- Me dê-os aqui, por favor. – Tirei meus óculos e entreguei a ele, sentindo meus olhos embaçarem automaticamente.
Max foi até uma das diversas máquinas que ele tinha em seu consultório e colocou cada lente dos meus óculos nele, observando-o por uma lente e eu dei uma olhada em volta, não que algo tivesse mudado, mas aquilo tudo cansava, e eu sabia que estávamos só no começo.
- Você tem graus fortes. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – Eu estou distorcido para você? – Ele perguntou.
- Um pouco. – Falei e ele afirmou com a cabeça e suspirou.
- Bem, vamos ver o que podemos fazer por você. Por favor, venha aqui. – Ele indicou outra poltrona e eu me sentei na mesma, quando ele colocou as lentes em meus olhos, não sabia o nome daquilo, mas pareciam óculos gigantes. – Você me diga quando piorar ou melhorar, combinado? – Ele falou e eu afirmei com a cabeça, sentindo as lentes geladas em meu rosto.
- Ok. – Falei e ele mexeu na lente.
- Consegue identificar o quadro? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Está pior. – Falei e ele foi mudando as lentes, enquanto eu falava se melhorava ou piorava, já acostumada com aquele teste.
- E agora, consegue ler? – Ele perguntou.
- Agora sim! – Falei, vendo as letras nítidas.
- Leia para mim, por favor.
- A, F, O, L...
- A linha de baixo, por favor. – Ele falou.
- X, S, N...
- Consegue ler a menorzinha? – Franzi os olhos, mas li.
- K, G, P, Q. – Ele tirou as lentes dos meus olhos.
- Sem alteração no grau, mas parabéns. – Ele disse e eu ri. – Poucas pessoas leem à última. – Ri fraco. – Vamos sentar novamente. – O segui até a mesa novamente e apoiei os braços em meu colo.
- Eles querem que eu te dê lentes, mas tem um problema. – Ele suspirou. – Você tem miopia e astigmatismo, e são graus altos. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – E para isso, suas lentes precisam ser duras. – Ele suspirou. – E eu sei como elas são desconfortáveis.
- Não tem outro jeito? – Perguntou.
- Até tem, são as lentes gelatinosas. Mas para o seu grau, elas não existem. Então, eu te dou uma ideia. – Ele falou. – Você faz as lentes duras, convencionais para eventos em que você precise ler algo, faz as gelatinosas para eventos mais descontraídos, como shows e afins, e uns óculos bonitos param quando você não quiser usar nenhuma das duas.
- Mas eu vou conseguir ver quanto nas lentes gelatinosas? – Perguntei.
- O necessário. – Ele falou. – Você vai poder ir a shows, identificar o local, espaço, ver seus colegas de banda, comunicar com o pessoal. Você só não vai poder ler cartazes e coisas escritas de longe.
- Não parece tão ruim. – Falei.
- Não é, só não dá para você usar sempre, porque você irá forçar muito sua vista. – Afirmei com a cabeça.
- Pode mandar fazer, então. – Falei.
- Promete para mim que não vai usar sempre? – Ele me encarou.
- Prometo. – Ri fraco. – Eu não consigo ficar sem enxergar. – Falei e ele riu.
- Em até uma semana elas estão prontas, e os óculos você pode fazer em qualquer ótica. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – Deixa eu preparar uma receita para você.

- Ei, Jessica. – Falei entrando em sua sala na gravadora, naquele dia.
- Ei, garota, e aí, tudo certo? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Tem dois minutos?
- Claro, entre! – Ela se ajeitou em sua poltrona e eu entrei na sala, fechando a porta atrás de mim. – O que houve?
- Queria discutir um negócio que eu estive pensando nessas últimas semanas. – Atravessei sua sala e me sentei em uma das poltronas a sua frente.
- Claro, diga! – Ela falou e eu apoiei os braços em sua mesa.
- Eu gostaria de continuar a faculdade. – Imediatamente ela franziu a testa. – Vocês estão fazendo um imenso investimento em mim, mas eu gostaria de ter uma segunda opção, caso isso não der certo.
Ela jogou o corpo para trás na cabeça novamente e respirou fundo, olhando para um ponto ao longe, como se estivesse pensando. Ela ficou quieta por um tempo e eu dei esse tempo para ela, batendo a ponta dos dedos levemente na poltrona. Até que Jessica tombou o rosto na poltrona e se aproximou de mim novamente.
- Eu não sei, . Eu entendo seu lado, mas você aguenta? Você vai conseguir conciliar tudo isso?
- Eu era uma das melhores alunas na minha sala, Jessica. E eu ainda ajudava meu pai no restaurante alguns dias. – Balancei com a cabeça. – Eu só quero ter uma segunda opção. Porque se isso não der certo, eu vou ter que correr para alguma outra coisa.
- Se você acha que consegue... – Ela disse e eu afirmei com a cabeça.
- Eu acho e eu vou. – Balancei a cabeça. – Eu fico na parte da manhã na faculdade e na parte da tarde e da noite eu me dedico a vocês. Se eu precisar, eu fico acordada a noite para estudar. Eu só quero uma segunda opção. – Ela afirmou com a cabeça, ponderando com a cabeça.
- Você pensou em alguma faculdade? – Ela perguntou.
- Não muito, eu só conheço a UCLA aqui em Los Angeles, mas deve ser muito difícil de entrar, e realmente não posso pagar.
- O que você fazia no Brasil?
- Chama Letras. – Falei em português. – É uma área que estuda as línguas, os idiomas, suas literaturas, além de englobar pesquisas e literaturas modernas.
- Um segundo. – Ela virou para seu computador e digitou algumas coisas um pouco, enquanto ela pesquisava, eu batucava na cadeira novamente. – Nós temos o equivalente a isso na UCLA que chama Linguística. É basicamente o que você me disse. – Ela virou a tela para mim. – “Enriquecimento sobre o conhecimento da natureza, da gramática e da história da linguagem. É um curso que relaciona com filosofia, antropologia e psicologia cognitiva...” O que acha? – Ela virou para mim.
- Podemos tentar, mas eu não posso pagar, e isso não faz parte da gravadora.
- Que por sinal, acho melhor esconder de Brent e Patrick por um tempo. – Ela falou e suspirou e eu ri. – Bem, eu sei que essas faculdades adoram ter alguém diferente andando pelo campus deles, se eu falar que você é nosso novo lançamento, quem sabe eles não te dão um desconto? – Ela falou e eu ri fraco.
- Isso seria chantagem. – Ela deu de ombros.
- Seria se eu estivesse mentindo. – Soltei uma risada fraca. – Vou ligar para o centro de admissão, marcar uma entrevista, assim você começa no semestre que vem, ok?! – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu vou falar com meu pai, então. – Empurrei minha cadeira para trás.
- E eu vou te infernizar para você estar aqui todo dia a uma da tarde, combinado?
- Combinado! – Soltei uma risada fraca. – Obrigada. – Sorri.
- Ei, . – Ela me chamou e eu virei para ela novamente. – Você está ficando maravilhosa. – Afirmei com a cabeça, sorrindo e puxei a porta.

- Eu estou atrasada! – Malhei o botão do elevador diversas vezes, vendo-o fechar lentamente e subir. Parecia lento, mas ele estava na sua velocidade normal.
Encostei as costas no elevador pelos poucos segundos que ele subia os dois andares e abriu o andar novamente, me fazendo dar de cara com outra atendente do salão, ou sei lá o que aquilo fosse e a cumprimentei com o olhar e corri para um dos lados do salão, me surpreendendo com o que estava do outro lado.
- Surpresa! – Jessica, Brandon, Robb e mais algumas pessoas que eu via naquele salão diariamente gritavam para mim.
- Oh, meu Deus! – Soltei uma risada, vendo o local todo decorado com balões pratas, placas de feliz aniversário, balões pelo chão e uma mesa com bolo e as velas que formavam o número 18 e diversos docinhos a sua volta.
- Feliz aniversário, menina! – Jessica se aproximou, passando os braços em meu corpo e eu a abracei forte, sentindo as lágrimas rolarem pelos meus olhos.
- Não acredito que vocês fizeram isso. – Limpei os olhos, suspirando e ela me soltou, olhando fundo em meus olhos.
- 18 é uma data importante. – Ela sorriu. – Você já vai passar o aniversário longe das pessoas que você ama, mas não quer dizer que você não deve comemorar. – Abri um sorriso e beijei sua bochecha.
- Obrigada! Está incrível. – Suspirei, passando a mão nos olhos.
- Venha, apague a vela! – Ela me aproximou da mesa e eu respirei fundo. – Não se esqueça do pedido. Fechei os olhos, pedindo pela única coisa que eu estava lutando naquele momento: ser um sucesso. E assoprei as velas, sorrindo.
- Obrigada! – Repeti, suspirando.
- Discurso! – Robb foi quem começou a gritar, fazendo com que todas as pessoas à minha volta o acompanhassem. – Discurso!
- Eu acho que eu só tenho a agradecer. – Falei, suspirando. – Vocês todos estão fazendo um trabalho incrível para fazer com que eu tenha alguma chance nesse mundo dos famosos e isso tudo sem nem ao menos saber quem eu sou. – Balancei a cabeça. – Eu me lembrarei disso tudo daqui alguns anos, quando eu estiver sendo esse sucesso que todos esperam. – Suspirei. – E eu realmente não esperava que fossem fazer isso por mim, é muito mais do que eu esperava. – Prensei os lábios uns nos outros. – Obrigada! - O pessoal começou a aplaudir e sorri.
- Eu tenho que dizer uma coisa, . – Brandon se aproximou de mim e eu virei o rosto para ele. – Você é da família agora. – Ele falou. – Você é da família Virgin agora e estamos todos contigo. Seremos sucesso quando você fizer esse sucesso. – Ele passou a mão em meus ombros. – Mas você tem que ser batizada antes. – Franzi a testa.
Ele de um lado e Robb do outro empurraram minha cabeça em direção ao bolo, prensando meu rosto no mesmo e eu ergui o corpo novamente, ouvindo as pessoas rirem e eu soltei uma risada, passando as mãos nos olhos, tirando o bolo do mesmo e jogando no chão.
- Feliz aniversário! – Brandon gritou eu ri, sentindo-o me abraçar novamente. – Estamos juntos contigo, garota!



Capítulo 3

Olhei meu corpo em frente ao espelho e fiquei meio tensa com o que vi. Passei a mão sobre o maiô em meu corpo e puxei as alças do mesmo para cima, tentando ajeitar meus seios dentro do mesmo, que pareciam amassados. Ajeitei o mesmo no bumbum, virando de costas e checando se estava tudo certo e se nada de errado estava aparecendo em excesso.
Fiz um coque forte em meu cabelo com a fivela em meu braço e peguei a touca, colocando-a em meu cabelo, me certificando que tudo estivesse para dentro, coloquei os óculos de nadar na cabeça, e coloquei o roupão, amarrando-o e voltei para o armário, trancando-o com o cadeado e saí do banheiro, colocando a chave no bolso do roupão.
Andei pelo pequeno corredor e a piscina aquecida do condomínio se abriu para mim e ela estava vazia. Não sei se era o horário ou se era comum, mas fiquei feliz por isso. Jessica e outra mulher estavam na ponta da piscina conversando e eu cheguei perto das duas.
- Oi. – Falei e elas viraram para mim.
- , essa é Debbie, ela será sua personal trainer, não só para agora, mas para sempre. – Afirmei com a cabeça e olhei para a mulher da pele morena e dos cabelos platinados, ela era bonita.
- Me falaram que você nadava quando era mais nova, certo? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Sim, bastante! – Respondi.
- Você acha que vai ser suficiente para ela ficar em forma, ganhar preparo físico e tudo mais?
- Natação é um ótimo exercício, seca tudo e cansa bastante, só não parece porque está na água, mas é uma boa. – Debbie falou e eu afirmei com a cabeça. – Mas vou tentar alinhar um pouco de aeróbica, colocar ela para correr um pouco, para não ficar presa a uma piscina. – Jessica afirmou com a cabeça. – Vamos começar então? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça. – Pode entrar na piscina.
Tirei meu roupão e pendurei em um dos ganchos que tinha colocado na parede e tirei meus chinelos, me aproximando da beirada da piscina. Coloquei um pé para dentro e caí na mesma, afundando meu corpo inteiro na mesma, sentindo meu corpo relaxar com a temperatura alta da piscina. Fazia um bom tempo que eu não entrava na água.
- Vamos ver como você está. – Debbie se aproximou da piscina e eu segurei na beirada. – Faça quatro chegadas de crawl. Vai e volta conta como uma, ok?! – Afirmei com a cabeça. – Quando quiser.
Encostei os pés no chão da piscina e abaixei meus óculos, ajeitando-os e foquei no fim da piscina, respirando fundo. Abaixei meu corpo e dei impulso na parede, mantendo o corpo esticado até dar vontade de respirar pela primeira vez e comecei a movimentar meus braços. Tentando dar ao menos três braçadas antes de tirar a cabeça para respirar novamente.
Fazia tempo que eu não fazia aquilo, mas quando eu notei, já estava batendo os pés do outro lado da piscina e voltando. Eu tentava manter a respiração controlada, mas eu realmente não estava acostumada àquilo. Devia fazer pouco mais de um ano que eu não fazia nenhum tipo de exercício físico.
- Bom! – Debbie falou, batendo palmas quando eu terminei a primeira chegada. – Faltam três. – Ela gritou e eu abaixei na água novamente, ouvindo-a falando por pedaços quando eu tirava minha cabeça da água. – Uma hora por dia, hein?! - Abaixei novamente e suspirei.
Minha agenda estava aumentando exponencialmente e eu estava começando a pensar se eu teria tempo para tudo que estavam programando para mim. Parei de pensar nisso quando finalizei a segunda piscina, sentindo meu coração bater mais forte e afundei meu corpo na água um pouco, respirando fundo.

Coloquei uma roupa qualquer que estava atrás da porta e pendurei a toalha no boxe. Peguei meu aparelho e o coloquei, prendendo-o em meus dentes e puxei a porta em seguida e me joguei na cama, vendo Marina na tela acenando para mim.
- E aí, famosa? – Ela perguntou e eu soltei uma risada. – Como está?
- Tudo certo e contigo? – Respondi, puxando o computador para mais perto.
- Tá difícil falar contigo, hein?! – Ela falou e eu ri.
- Nem fala. – Suspirei. – Mas eu tento achar alguns minutos para responder os e-mails, provavelmente antes de dormir. – Falei e ela riu.
- É, mas sem antes enviar frases sem fim e me deixando perdida. – Ri fraco.
- Eu prometo que vou te compensar. Quando começar a entrar dinheiro, eu trago vocês para cá. Eu estou morando em um apartamento enorme, uma vizinhança muito boa, é tudo demais aqui. – Ela riu fraco.
- Vou esperar mesmo. – Ela riu fraco. – Espera um pouco, minha colega de quarto está me chamando.
Ela falou e sumiu da tela, e eu apoiei minha cabeça nas mãos, fechando os olhos. Pareceu uma eternidade, mas eu tinha certeza que havia passado somente alguns segundos. Talvez Marina fosse demorar um pouco mais.
- ! – Senti alguém me mexer e abri meus olhos, dando de cara com o computador ligado em minha frente e virei o rosto para o lado, dando de cara com Jessica. – Vamos, tem mais um compromisso hoje. – Ela falou e eu clareei a cabeça, vendo uma mensagem de Marina.
Voltei e você estava dormindo, espero que esse esforço te traga muitas coisas boas, amiga. Nos falamos depois”. Era o que estava escrito e eu me levantei, abaixando a tela do notebook e me levantei olhando para Jessica.
- ! – Ela chamou de novo e eu cocei os olhos.
- Dois segundos. – Balancei a cabeça e suspirei. – Fala.
- Você tem compromisso, vamos! – Ela falou e eu me levantei, procurando pelos meus tênis pelo quarto, balançando a cabeça.
- Eu estou deixando a desejar com as minhas amigas e minha família. – Falei e ela suspirou.
- Vai melhorar, eu prometo. – Ela sorriu. – É só nesse começo, depois sua vida pessoal ficará mais calma. – Afirmei com a cabeça e foquei em amarrar meus cadarços. – Ou pior. – Ela suspirou e eu virei o rosto para ela. – Se ficar pior é bom, poxa! – Soltei uma risada fraca e afirmei com a cabeça.

- Cheguei. – Fechei a porta da sala atrás de mim, vendo Jessica, Brandon e mais algumas pessoas que eu não conhecia dentro da sala de música da gravadora e todos olharam para mim quando eu entrei na mesma.
- Boa tarde, . – Jessica se levantou e eu me aproximei deles que estavam em volta de alguns instrumentos.
- Oi, oi! – Falei para o pessoal e me sentei no sofá ao lado de Brandon. – O que eu vou aprender hoje? – Perguntei, sentindo a respiração pesada.
- Hoje você vai aprender a cantar. – Ela sorriu e eu franzi a testa.
- Ok... – Falei e Brandon se levantou ao meu lado.
- Você tem uma voz maravilhosa, , mas você não tem técnica, não controla sua respiração, não sabe ir do grave para o agudo, não aguentaria um pocket show, se fosse necessário. – Brandon falou e eu afirmei com a cabeça, confirmando com ele.
- Eu não entendo, então aceito tudo que vocês falaram. – Eles riram fraco.
- Como eu adoro pessoas compreensivas. – Brandon falou e riu.
- Enfim, com isso, agora, todos os dias, vocês terá três horas de aula de canto, no horário que for melhor para você. – Jessica falou se levantando. – E nessas aulas você irá tonificar sua voz, melhorá-la, fazer com que ela chegue ao máximo na sua potência. – Ela suspirou. – Sabemos que isso não será feito em quatro meses, mas será o suficiente para gente te lançar. – Afirmei com a cabeça.
- Como assim? – Perguntei.
- Com esse treinamento, você conseguirá aguentar pequenos shows, apresentações em programas de TV, gravação de CDs e outras coisas. – Confirmei com a cabeça. – Porque para atingir sua potência máxima, isso pode demorar anos e realmente não podemos esperar anos.
- Mas nesses primeiros meses eu vou aguentar fazer tudo que eu precisarei fazer e mais um pouco? – Perguntei e Jessica confirmou com a cabeça.
- Sim, vai, e aí com o passar do tempo, você mesma conseguirá se treinar, fazer exercícios vocais, treinar sua potência, seu preparo físico vai te ajudar e tudo mais. – Afirmei com a cabeça.
- Ok, vamos lá, então! – Brandon falou. – Eu vou te apresentar nosso trio favorito. O trio M. – Ele disse apontando para as pessoas. – Esses são Michael, Melody e Mikayla. Eles vão te treinar.
- Oi. – Acenei para eles e elas sorriram, eles não tinham nenhum brilho de fama entre eles, eles eram três pessoas normais, com seus 30 a 50 anos, mais ou menos.
- Cada um deles foca em uma parte da música, potência de voz, treinamentos vocais, controle de respiração... Então, você ficará uma hora por dia, com cada um deles e eles vão te ajudar com isso. – Afirmei com a cabeça, me levantando também.
- Certo! – Suspirei e eles sorriram.
- Eu já vou adiantar que isso vai te cansar, . – Michael falou. – Terá dias que você ficará sem voz, dor nas cordas vocais, inchaço, então estamos aqui para evitar que isso aconteça em um dia importante, em uma apresentação importante.
- Nós iremos te machucar para te treinar. – Mikayla falou e eu afirmei com a cabeça, respirando fundo. – Mas você ficará bem, nós prometemos, vale a pena. – Ela sorriu e eu suspirei, afirmando com a cabeça.
- Ok! – Soltei a respiração com força. – Com quem eu começo?
- Com todos. – Melody, a mais velha se aproximou. – Nós vimos seu vídeo, ouvimos falar de você, mas precisamos saber o quanto você aguenta de verdade. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
- Tudo bem. – Suspirei. – Como isso vai acontecer?
- Nós selecionamos diversas músicas, cada uma com um gênero e uma potência diferente e nós vamos pedir para que você cante-as, assim a gente consegue descobrir que ritmo e que notas você tem mais facilidade e as que você tem mais dificuldade. – Ela falou, pegando alguns papéis na mesa.
- Uma avaliação, então? – Perguntei e ela sorriu.
- Exatamente. – Ela sorriu. – As letras das músicas estão aqui, então mesmo se você não souber, tente seguir o ritmo, caso você não conheça alguma música, a gente toca a primeira estrofe e o primeiro refrão para você pegar e você acompanha o segundo. – Afirmei com a cabeça, engolindo em seco. – E caso você conheça, você já segue cantando.
- Certo! – Suspirei.
- Se aproxime aqui do microfone, por favor. – Ela falou e eu segui para o microfone, apoiando as folhas na mesa alta que tinha em sua frente. – Vou pedir para vocês se retirarem, para deixá-la mais confortável. – Melody se virou para Jessica e Brandon e eu arregalei os olhos.
- Claro! – Jessica falou. – Estaremos lá fora. – Ela sorriu para mim e eu afirmei com a cabeça, vendo-os sair pela porta.
- Nós não vamos te judiar, , prometemos. – Mikayla, a mais jovem e mais simpática, falou sorrindo.
- Eu só estou um pouco assustada. – Suspirei.
- Não precisa ficar. – Ela acariciou meu cabelo. – Vamos começar? O dia vai ser cheio.
- Claro! – Suspirei, fechando os olhos por um momento.

- Eu realmente preciso comer alguma coisa, Jessica. – Falei, sentindo minha barriga e garganta doer, enquanto eu a seguia pelas diversas portas da gravadora.
- Eu sei, por isso que eu fui uma pessoa muito legal e marquei essa reunião do restaurante mexicano do outro lado da rua. – Ela falou e eu suspirei, abrindo um sorriso, enquanto ela chamava o elevador.
- Obrigada! – Sorri e ela me abraçou pelos ombros.
- Eu sei o que você gosta, mulher. Te conheço faz pouco tempo, mas te entendo, . – Ela apertou o botão do térreo no elevador e a porta se fechou em nossa frente.
- Só achei injusto você marcar outra reunião enquanto eu mal consigo fazer com que minha voz saia. – Senti minha voz falhar enquanto eu falava palavras com ‘s’ e engoli a saliva, coçando a garganta.
- Eu sei, eu sei! – Ela ergueu as mãos, saindo do elevador, já era noite lá fora. – Mas eu realmente não posso adiar isso, precisamos começar a decidir isso nessa semana ainda. – Afirmei com a cabeça e suspirei, vendo Juan se aproximar.
- Ainda não, Juan, aguenta mais um pouco! – Falei, segurando suas mãos e ele sorriu. – Quer saber? – Virei para ele. – Vou para casa a pé, chego lá em dois minutos. – Ele riu.
- Certeza? – Ele perguntou com seu forte sotaque mexicano.
- Certeza! Descanse, Juan! Te vejo amanhã cedo. – Ele sorriu e beijou minhas mãos e eu corri em direção à Jessica que estava do outro lado da rua.
- Com quem eu vou falar hoje? – Perguntei, vendo-a falar com a menina que estava em frente à porta do restaurante e ela se virou para mim em seguida.
- Com a nova adição da sua equipe. – Ela suspirou. – Além de mim e de Brandon, você precisa de mais pessoas, muito mais pessoas. – Ela começou a seguir a mulher e eu a segui, entrando no restaurante.
- Como assim? – Perguntei.
- Produtores, , conselheiros, pessoas de confiança, você tem que formar sua banda e é por isso que estamos aqui. – Avistei Brandon na mesa com mais um cara que eu já tinha visto na gravadora em outros momentos.
- ! – Brandon veio feliz me abraçar e eu sorri, retribuindo. – Quero te apresentar Henry George. – Ele falou, apresentando o amigo que se levantou.
Henry era mais comum, ele não era tão grande como Brandon e também nem tão novo. Ele tinha os cabelos loiros, quase brancos, a pele branca, o corpo um pouco mais alto que de Brandon, mas também mais velho. Ele deveria ter a idade de Patrick, ou um pouco menos.
- É um prazer conhecê-la, senhorita. – Ele apertou minha mão e a beijou e eu fiquei envergonhada.
- Obrigada! O prazer é meu. – Sorri.
- Henry que te achou, . – Jessica falou, virando para mim e eu arregalei os olhos.
- Mesmo?
- Sim! – Henry sorriu. – Você é muito boa, menina! – Sorri. – Essa sua perda de voz é provisória, em breve melhora. – Soltei uma risada.
- Só tenho que apresentar um trabalho na faculdade amanhã, quero ver como isso vai acontecer. – Ele riu e Jessica indicou as cadeiras e eu me sentei em uma delas, na frente de Henry e Brandon.
- Henry é um produtor musical, além de ser o braço direito de Patrick, então ele caça os nossos talentos e tenta produzir, pelo menos no começo, o trabalho das caças dele. – Jessica falou e eu soltei uma risada fraca.
- Além disso, eu sou musicista. – Ele falou. – Toco trompete, saxofone e tuba. – Ri fraco.
- É a primeira pessoa que eu conheço que fala que toca tuba.
- Não sou tão novo mais, senhorita. – Ri fraco e ele sorriu.
- Certo e Henry vai fazer parte da minha equipe agora? – Perguntei.
- Se você quiser. – Soltei uma risada fraca.
- Eu não entendo muito, gente, se vocês me falam que ele é bom, eu vou confiar em vocês. – Dei de ombros. – E ele é simpático. – Henry sorriu. – Além do mais, quem toca tuba, gente? Eu super posso precisar disso na minha banda. – Brandon gargalhou e uma garçonete colocou os cardápios em nossa frente.
- Agora você pegou no ponto certo, . – Henry falou, pegando um bloco de anotações em sua pasta.
- Como assim? – Perguntei.
- Você precisa escolher uma banda para te acompanhar. – Jessica virou o rosto para mim, sorrindo e eu arregalei os olhos, visivelmente surpresa.
- Eu vou poder escolher? – Perguntei rindo.
- Nós te aconselharemos sempre, mas você vai fazer parte dessa escolha diretamente. – Brandon falou e eu sorri.
- Oh, meu Deus, isso é tão legal! – Dei um pulo na poltrona, fechando o cardápio, mais interessada na conversa do que na fome.
- Jessica me disse que quando te conheceu, você praticamente visualizou algo para ela, e eu gostaria de saber o que você imagina, para podermos ver se isso é possível. – Henry falou e eu sorri.
- Nossa! – Suspirei, respirando fundo e tombei a cabeça para o lado. – Eu acho que não imagino nada diferente do básico, eu só quero que possamos fazer as coisas ao vivo. – Balancei a cabeça.
- Como assim? – Henry perguntou.
- Eu sei que tem alguns sons que as pessoas fazem na música que não pode ser replicada no show e acabam usando elementos diferentes ou até sons gravados, então eu gostaria que eu tivesse uma banda que eu pudesse replicar ao vivo. – Suspirei e Henry confirmou com a cabeça.
- O que você imagina?
- Um guitarrista, um baterista, talvez alguém que me apoie no canto, pelo menos no começo. – Dei de ombros. – Pretendo aprender a tocar algumas coisas, mas acho que para começo, seria bom algo assim. – Suspirei.
- Eu vou dar uma olhada no que temos, nos músicos que são relacionados à gravadora, nos vídeos que recebemos diariamente, tentar achar alguém que tenha o seu perfil. – Henry falou.
- Pessoas que me ajudem! – Falei.
- Como assim? – Jessica repetiu a pergunta.
- Pessoas com conhecimento de músicas, conhecimento de produção de músicas, escrever músicas, alguém que chegue e colabore, não que só lhe seja entregado o que fazer e ele repetir e ir para casa. – Prensei meus lábios uns nos outros e Henry afirmou com a cabeça.
- Acho que podemos fazer isso. – Henry sorriu e escreveu algo em seu bloco de anotações.
- Alguma outra exigência? – Jessica se virou para mim.
- Acho que não. – Suspirei, passando os olhos pela bandeira do México impressa no cardápio.
Eles desviaram do olhar, começando a olhar para seus cardápios e eu suspirei, passando o dedo levemente em cima da bandeira e suspirei. Eu tive a minha chance, porque outras pessoas não poderiam ter também?
- Acho que eu tenho uma sim. – Suspirei e todos ergueram os olhos para mim. – Diversidade. – Falei.
- Quê? – Brandon perguntou.
- Vocês deram chance para uma brasileira, que não tinha nada a ver com isso. – Balancei a cabeça. – Que nem devia estar aqui e que provavelmente sofrerá um grande preconceito, mas vocês não estão preocupados, pois vocês estão vendo o resultado final. – Suspirei novamente. – Eu quero dar chance a outras nacionalidades. – Falei. – Não foquem em americanos, procurem fora, deem chance a pessoas de fora, é só o que eu peço. – Suspirei e Henry olhou em mim com um sorriso no rosto.
- Acho que posso mexer uns pauzinhos para fazer isso acontecer. – Ele falou e eu sorri, voltando a focar no cardápio em minha frente.

- Não surte, ok?! – Falei para meu pai, enquanto abria a porta do meu apartamento.
- Filha, você tem um motorista particular, mora em um condomínio de luxo, eu realmente nem sei mais o que esperar. – Soltei uma risada e abri a porta do meu apartamento.
- Seja bem-vindo. – Falei e dei espaço para ele entrar em minha casa.
- Oh, meu Deus! – Foi o que ele falou e eu ri fraco, vendo-o entrar aos poucos em casa e começar a andar pelo local.
Era a primeira vez que meu pai vinha me visitar. Ele tinha arranjado um gerente para ficar por alguns dias no restaurante e vir conhecer um pouco do meu novo mundo. Ele começou a andar pelas portas e eu parei na sala, esperando. Ele passou pela sala, cozinha, sala de jantar, foi para meu quarto, voltou e tinha a cara surpresa em seu rosto.
- Tudo isso sem pagar nada? – Afirmei com a cabeça.
- Eles chamam isso de investimento. – Falei, suspirando. – Quando eu cheguei eu tinha tudo cheio, armários cheios de comida, alguns produtos de limpeza e higiene, as coisas vão acabando e eu vou comprando...
- E você tem tudo que precisa aqui? – Ele mexeu em meus livros da faculdade em cima da mesa de jantar.
- Sim, supermercado, restaurantes, academia, muitos delivery! – Falei e ele riu.
- Isso é incrível, . Mas você não se sente solitária? – Ele perguntou.
- É meio difícil ficar solitária quando eu saio de casa às sete da manhã e volto 11, meia noite, ou até depois. – Ele riu e se aproximou de mim, segurando minhas mãos.
- Você está aguentando tudo isso? Você parece cansada, filha. – Ri fraco.
- Eu estou! – Afirmei com a cabeça. – Mas eu estou começando a ver resultado e isso é bom demais. – Ele sorriu e afirmou com a cabeça.
- Você está diferente. – Ele falou. – Com o rosto mais limpo, mais magra, os braços mais fortes. – Ri fraco. – Nem parece a mesma pessoa que eu vi há três meses.
- Tudo isso faz parte da mudança visual da Virgin Records. – Falei e ele riu.
- Você parece feliz. – Ele falou, suspirando.
- Eu estou, pai! Eu estou disposta a tudo isso e estou gostando bastante. – Ele sorriu e eu virei o rosto para porta, onde ela estava sendo destrancada. – É só difícil não ter muita privacidade. – Falei e virei meu corpo para a porta, onde Jessica entrava. – Oi! – Falei.
- Amém, você está aqui! – Ela falou. – Estou te ligando faz tempo, você deveria estar na piscina faz duas horas.
- Eu sei, mas fui pegar meu pai no aeroporto. – Dei espaço para ela ver meu pai e ela arregalou os olhos.
- Senhor ! – Ela falou, estendendo a mão para ele.
- Olavo, por favor! – Meu pai falou e ela sorriu.
- Eu não sabia que ele estava vindo. – Revirei os olhos.
- Quando eu digo que você não me ouve, eu não minto. – Virei para ela. – Faz uma semana que eu estou falando que meu pai vai chegar.
- Desculpe! – Jessica falou, erguendo as mãos. – Sei que vocês querem conversar e tal, mas o que o senhor acha de acompanhar um pouco do treinamento da sua filha? – Ela falou e meu pai afirmou com a cabeça.
- Acho que é uma boa. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Vou pegar minha bolsa. – Falei, entrando no quarto, procurando minha mala de ginástica e voltando para a sala. – Podemos ir!
- Vamos, então! – Jessica se virou para porta e eu virei para meu pai.
- Se der tempo, eu te levo para jantar mais tarde. – Falei, trancando o apartamento e ele afirmou com a cabeça, me abraçando pelos ombros.

- Olá, Megan! – Falei para a morena, quando as portas do elevador se abriram e ela sorriu.
- Olá, ! – Ela sorriu e eu equilibrei os livros da faculdade em minha mão e coloquei em cima da bancada.
- Guarda para mim? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça.
- Como sempre! – Ela riu e eu sorri para ela, puxando o moletom da UCLA e colocando em cima da pilha de livros.
- Obrigada! – Sorri e ela riu fraco. Eu comecei a me dirigir para dentro, vendo Robb parado com os braços cruzados em frente a sua sala e eu fiz uma careta. – Eu sei, estou atrasada. – Falei, erguendo as mãos. – Prova de espanhol, precisei ficar até o fim. – Falei, sabendo que eu tinha me ferrado na prova, mas ignorei. – O que faremos hoje? – Ele franziu os lábios e riu.
- Hoje eu vou dar um jeito nesse seu cabelo. – Imediatamente segurei a ponta dos meus cabelos, nervosa e comecei a segui-lo.
- A gente já não tinha acabado com essa transformação visual, não? – Perguntei e ele riu, e entrei no salão de beleza.
- Sim, mas você tem ficado sobre grande estresse ultimamente, seu cabelo está seco, sem cuidado, sem corte, além do cloro da natação que mata, então vamos dar um jeito nisso. – Ele falou e indicou o lavatório para eu me sentar e jogar os cabelos para trás.
- O que você quer fazer nele? – Perguntei.
- Dar uma cortada, só para tirar esse triângulo que está embaixo. – Afirmei com a cabeça. – Dar uma bela de uma hidratada, ver se essas ondas naturais se mantenham. – Ele começou a mexer em meu cabelo e senti a água gelada tocar meu coro cabeludo. – Talvez fazer até algumas mechas loiras.
- Não! – Falei, abrindo os olhos, e olhando para ele. – Eu amo meus cabelos castanhos, então, por favor, não vamos mexer nele por enquanto, pode ser? – Abri um sorriso e ele começou a lavar meu cabelo.
- Tem certeza? – Ele perguntou.
- Tenho, quero fazer minha primeira aparência pública como eu mesma e não como alguém diferente do que sou. – Ele ponderou com a cabeça e suspirou alto.
- Ok, ok! – Ele falou e continuou a lavar meu cabelo, enquanto eu fechei os olhos.
Quando eu conheci Robb, eu sabia que ele era um personal stylist, mas com o passar do tempo eu comecei a vê-lo diversas vezes no salão de beleza, realmente fazendo o cabelo de outras pessoas. Eu havia notado que ali era um SPA, praticamente, várias pessoas iam lá, faziam o que precisavam fazer e só, e como ficava em cima da gravadora, eles haviam feito uma parceria muito lucrativa.
Após terminar de lavar meu cabelo, Robb me colocou sentada em uma poltrona de cabeleireiro e começou a pentear meu cabelo, deixando-o reto para todos os lados, e depois cortou as pontas, deixando que o cabelo ficasse do mesmo tamanho de todos os lados, incluindo na frente, o que era bom, já que eu não tinha franja.
Após fazer isso ele secou meu cabelo, o que demorou um pouco, meus cabelos eram longos e eu tinha muito cabelo, então isso demorava um pouco. Mas ele só estava secando, não estava fazendo escova, nem nada do tipo.
- Ok, , vou admitir, seu cabelo é muito bonito! – Ele falou, chacoalhando meu cabelo, enquanto eu tentava isolar o barulho do secador, mas preferi não responder, o barulho era ensurdecedor.
Quando ele terminou de fazer isso, ele separou meu cabelo por mechas e começou a hidratar, pelo menos era o que parecia que ele estava fazendo com aquele pote gigante de creme. Ele colocava creme, passava um pente bem fino entre os fios, tirando excesso de creme e passava para a próxima, até terminar. Que ele colocou uma toalha em meu cabelo, erguendo meu cabelo.
- Acho que você pode ir para suas aulas de canto, enquanto isso. – Ele falou, secando as mãos.
- Assim? – Perguntei e ele riu.
- Se acostume, querida! – Ele riu. – Ainda não chegou o momento, mas chegará uma época em que você ficará confortável até demais em nossa frente. – Ele disse, eu ri, abrindo a porta do salão.

Bati à porta da sala de música, vendo Jessica, Brandon e Henry lá dentro pelo vidro da porta e Jessica fez um movimento para que eu entrasse e eu o fiz. Ouvindo a porta bater automaticamente e me aproximei deles, que estavam sentados em volta de uma mesa, com um computador no mesmo.
- E aí, por que me chamaram? – Parei atrás deles e Jessica virou o rosto para mim.
- Se você topar, achamos o primeiro membro da sua banda. – Ela falou e eu arregalei os olhos, puxando uma cadeira ali perto para me sentar perto deles.
- Sério?! – Perguntei e eles riram.
- Sério! – Henry abriu uma ficha, começando a ler. – Seu nome é Giovanni Bolzan, gosta de ser chamado de Jack, ele é italiano, de Turim, tem 19 anos, estuda música na Itália desde que tinha três anos e faz um cover quase perfeito do Adam Levine. – Ele falou e eu franzi a testa.
- Esse nome não me é estranho. – Falei, suspirando.
- Ele é o vocalista do Maroon 5, conhece? – Arregalei os olhos, reconhecendo.
- São eles que cantam “this love has taken its toll on me, she said goodbye too many times before, and her heart is breaking...”?
- Eles mesmo! – Jessica falou e riu.
- Parece que alguém está melhor. – Brandon comentou e eu ri.
- Sim. – Ri fraco. – Mas eu não sirvo para cantar essa música, muito fino. – Eles riram.
- E é por isso que pensamos nele. – Henry se virou para mim. – Sua voz é muito grave, , então você vai se dar melhor com notas mais altas, mas seria bom alguém que pudesse segurar as notas mais baixas quando você precisasse. – Ponderei com a cabeça, mexendo para os lados.
- Parece uma boa. – Falei rindo e eles se viraram para o computador.
- Saca só! – Henry deu play no vídeo.
A música que eu cantara pouco antes começou a tocar, visivelmente saindo de caixas de som, já que não tinha ninguém atrás dele. Ele usava uma calça jeans e uma blusa polo. Ele mexia as mãos conforme a batida da música, como se estivesse contando, até que começou a cantar.
- I was so high I did not recognize, the fire burning in her eyes, the chaos that controlled my mind – Me surpreendi, ele cantava muito parecido com o vocalista do Maroon 5, poderia dizer que era a mesma pessoa. - Whispered goodbye and she got on a plane, never to return again, but always in my heart... – Ele afastou a voz do microfone um pouco, deixando a última palavra sumir no ar e agitou o corpo respirando fundo. - This love has taken its toll on me, she said goodbye too many times before...
Comecei a prestar atenção em Jack quando a câmera se aproximou mais do rosto dele. Ele era clássico dos italianos que eu via nos jogos. Cabelos curtos e pretos, contrastando com a pele clara. Sua boca era larga, seus olhos escuros e seu nariz um pouco pontudo e grande, bem de italiano. Seu corpo era magro, mas ele aparentava ser bastante alto no vídeo.
Me debrucei um pouco sobre o ombro de Henry e Jessica e pausei o vídeo, me sentando na poltrona novamente, coçando a testa e suspirei. Notando que os três olharam para mim e eu suspirei.
- Em quanto tempo ele pode estar aqui? – Perguntei e vi que Jessica abriu um sorriso.
- Entraremos em contato com ele, e esperamos que ele esteja aqui em até uma semana. – Brandon falou, já pegando o notebook.
- Será que ele aceita?
- Ele faz parte da nossa base de dados, então ele meio que está esperando ser chamado há um tempo. – Jessica falou e eu afirmei com a cabeça.
- Temos um então! – Falei sorrindo.
- Vou preparar um contrato para backing vocal, então. – Jessica se levantou e eu suspirei, vendo Henry me encarar.
- Você acha que eu fiz uma escolha certa? – Perguntei.
- Eu acho. – Ele sorriu. – Jack é bom, e tem as qualidades que você pediu. – Ele ergueu dois dedos. – Tem conhecimento na área e é estrangeiro. – Soltei uma risada, afirmando com a cabeça.
- Espero que ele seja legal. – Falei, suspirando.
- Também espero. – Henry foi honesto.
- E-mail mandado, caso ele não responda em até 12 horas, eu ligo para Itália. – Brandon falou e eu me levantei.
- Bem, já que resolvemos aqui, melhor eu voltar para meu treinamento vocal. – Empurrei a cadeira de volta para o local e os dois homens riram.
- Melhor mesmo, porque está tendo resultado! – Henry falou e eu acenei rindo.

Um, dois, três, quatro. Ergui a cabeça, passando o braço e puxei o ar forte, cinco. Coloquei a cabeça na água novamente e encarei os azulejos da piscina. Um, dois, três, quatro. Repeti o movimento da respiração, mas virando a cabeça para outro lado, vendo Debbie me acompanhar do lado de fora da piscina.
Vi que a parede estava próxima e virei meu corpo, quase em uma cambalhota e chutei a parede, voltando. Um, dois, três, quatro. Ergui a cabeça, passando o braço e respirando, ouvindo Debbie gritar algo, mas sem decifrar, eu estava no fim, não iria parar agora. Tentei forçar meus braços a ir mais forte e puxei o ar mais forte, notando que não seria o suficiente e eu teria que respirar na terceira vez.
Respirei e abaixei a cabeça, contando mais algumas vezes, notando que minha respiração estava falhando, mas eu conseguia chegar até o fim! Ergui a cabeça na próxima respiração, vendo a parede próxima novamente e na última braçada, deixei que meu corpo flutuasse até a parede, onde eu bati minha mão na mesma, erguendo o corpo na água.
- É! – Debbie gritou comemorando e começou a bater palmas. – Isso, garota! – Ela gritou e eu virei de costas, apoiando as costas na parede e o pescoço na beira da piscina, respirando fundo.
- Como fui? – Perguntei, com a respiração acelerada e ela correu pela lateral da piscina, até se colocar atrás de mim.
- 13 chegadas em 10 minutos. – Ela falou e eu abri um sorriso, sentindo meu peito acelerado. – Bateu outro recorde, menina! – Virei meu corpo na água e ela estendeu a mão o qual eu bati na dela.
- Nossa! – Falei, puxando o ar e abaixei meu corpo na água um pouco, encostando meu corpo lá embaixo e voltei, passando as mãos no rosto.
- Vamos de novo? – Ela perguntou, se sentando na plataforma de salto e eu joguei a cabeça para trás, boiando sobre a água.
- Me dá cinco minutos, por favor. – Falei, e ela afirmou com a cabeça, soltando uma risada.
- Contando! – Ela gritou e eu suspirei, passando a mão em minha barriga e joguei a cabeça para trás, dando uma cambalhota de costas e fiquei em pé na piscina novamente.
Apoiei meus braços na beirada da piscina e puxei o ar forte, sentindo a touca prender minha orelha. Ajeitei a mesma e soltei minhas orelhas, me certificando que não tinha entrado água nelas. Meu corpo estava seco, e eu tinha que fazer hidratação no cabelo a cada duas semanas, era a única parte ruim em nadar todos os dias, mas eu estava melhorando conforme o tempo.
Eu havia perdido 12 quilos desde que começara, então eu havia secado bastante. E, além disso, minha barriga estada torneada, tinha algumas gordurinhas ainda, mas ela estava dura e isso era bom demais. Outra coisa que eu havia notado de diferente era que meus braços e coxas estavam firmes, eu estava entrando em forma e isso estava acontecendo ao longo dos dias.
Claro que eu havia restringido muito minha alimentação. Eu fazia uma dieta rigorosa, tão rigorosa que eu chorava por não poder morder uma barra de chocolate, ou ao menos beber um achocolatado pela manhã. Mas eu estava vivendo a base de café e cereais sem açúcar pela manhã, e muita salada na hora do almoço e janta. E eu tinha dia para comer doces, que era de domingo. E ainda era controlado. Acho que a última vez que eu fiz um brigadeiro e comi inteiro foi na minha pequena festa de despedida, no Brasil, e isso já fazia quase quatro meses.
Mas apesar de muitas restrições, era algo bom, pois eu estava vendo resultado, o que fazia com que eu me esforçasse mais para melhorar. E, outra coisa boa, era ver Patrick e Brent na gravadora e eles notarem que tinha um resultado, que o investimento estava valendo a pena. Além do mais, Jessica tinha uma reunião semanal com eles, o qual contava e mostrava os vídeos e fotos da minha melhora.
- Vamos de novo! – Debbie gritou e eu coloquei os óculos de nadar. – Em três, dois, um... – Abaixei meu corpo na água e chutando a parede, fazendo ondulação de perna e erguendo meu braço no nado borboleta, puxando a respiração forte antes de abaixar o rosto na água novamente.

- Nem pensar, Robb, desiste! – Falei para ele, vendo a porta do elevador se abrir e eu saí do mesmo, com ele atrás de mim.
- Mas ia ficar tão bonito! – Ele soltou um suspiro, me seguindo.
- Eu prometo que quando decidir mudar a cor do meu cabelo, eu vou diretamente a você, pode ser? – Perguntei e ele revirou os olhos.
- Eu tenho outra escolha? – Ele perguntou.
- Espero que não e nem tente mexer no meu cabelo enquanto eu estiver dormindo! – Falei e avistei Jessica no meio do grande salão com mais algumas pessoas e me aproximei deles, vendo Robb parar em uma das poltronas.
- Querida, você chegou! – Ela me avistou e eu abri um sorriso, me aproximando dela. – Quero que você conheça uma pessoa. – Ela falou e virou meu corpo para o lado.
- Jack Bolzan. – Falei e o garoto abriu um sorriso.
- Essa é , nossa garota principal. – Jessica sorriu e eu me aproximei de Jack.
- É um prazer conhecê-lo, você tem uma voz maravilhosa. – Falei e ele sorriu.
- Eles estavam me mostrando seu vídeo e eu achei você extraordinária! – Soltei uma risada, afirmando com a cabeça.
- São sua família? – Falei para as duas mulheres ao seu lado, uma mais nova e outra mais velha. A mais velha tinha o cabelo escondido por baixo de um lenço e a mais nova tinha os cabelos clarinhos.
- Sim! – Ele se virou. – Minha mãe Branca e minha irmã Gemma.
- É um prazer conhecê-lo. – Dei um beijo na bochecha em cada uma, vendo-as sorrir.
- Eu adorei a sua iniciativa em trazer pessoas de outras nacionalidades para a banda, e fico feliz que tenha escolhido meu filho. – Branca falou e eu abri um largo sorriso.
- O ponto alto de escolha foi o talento, mas foi muito bom ele fazer parte da diversidade. – Ela riu. - E você, qual sua idade? – Perguntei para a mais nova que estava quieta.
- Eu tenho 10. – Ela sorriu.
- Você é uma graça, sabia? – Falei e ela soltou uma risada.
- Eu sei que vocês tem muito que fazer, tem que se conhecer melhor, mas você tem outro compromisso agora, . – Jessica falou, conferindo seu relógio e eu fiz um bico, derrubando os ombros para frente.
- Eu não aguento mais! – Falei e ela soltou uma risada.
- Só mais dois meses. – Ela falou e Jack riu ao meu lado.
- O que eu tenho agora? – Perguntei, suspirando.
- Aula de dança 101. – Franzi a testa.
- Oh, meu Deus! Eu pareço uma pata dançando! – Falei e ela riu e Jack e sua irmã seguraram a gargalhada.
- Vamos mudar isso! – Ela sorriu. – E você pode vir junto, Jack, assim vocês vão se conhecendo.
- Oh não, eu não danço! – Ele ergueu as mãos.
- Vamos mudar isso! – Repeti a frase de Jessica e ele riu fraco.
Eu já havia confundido o nome de todas as pessoas que eu conhecia naquela gravadora e no andar de cima. Naquele dia eu havia conhecido Will, meu professor de dança. Ele não me daria rotinas, ele me daria movimentos de dança que eu pudesse inserir às minhas músicas para me movimentar um pouco mais nos palcos, então era muito variado os passos e a aula era bem aberta.
Jack foi comigo, o que deu para eu conhecê-lo um pouco. Quando ficamos sozinhos ele imediatamente me falou que era uma pessoa brincalhona, que adorava fazer graça de tudo e de todos. Falando isso ele logo emendou ao fato de ele ser gay, então era um jeito dele se defender de agressões.
Eu logo o parei por aí, eu realmente não me importava quem ele beijava. Ele era bom e com a ajuda dele eu realmente poderia fazer algo a mais nessa banda, trazer coisas diferentes e toques diferentes. Nesse assunto, ele acabou falando que não era muito de escrever músicas, mas gostava bastante de ficar mexendo no som das músicas e ver no que ia dar, e eu gostei bastante de saber disso.

- Ei, garota! – Ergui o rosto da mesa e Jessica entrava em casa.
- Não me diga que eu tenho outro compromisso hoje, eu tenho uma prova amanhã e realmente deixei tudo para última hora. – Falei, fazendo uma cara sofrida.
- Não, não! – Ela falou e entrou em casa, com Brandon atrás de si. – Prometo que não tomarei muito do seu tempo.
- Ok! – Falei e desviei meu rosto dos livros, vendo ela e Brandon entrarem em casa e se sentarem à minha volta na mesa de jantar da minha sala.
- Nós acabamos de voltar de uma reunião com Patrick e Brent. – Jessica falou e eu suspirei. – E vamos precisar mudar algumas coisas.
- O quê? – Perguntei, apoiando meus braços na mesa. – Estamos com o tempo curto, o que eles querem mudar agora? – Perguntei, franzindo a testa.
- Seu nome de apresentação. – Jessica falou e eu fiz uma careta.
- Eles acham que o nome é muito difícil de ser pronunciado, você pode notar, nem nós pronunciamos seu nome de maneira certa ainda. – Brandon falou e eu afirmei com a cabeça.
- Então, eles querem que eu crie um nome artístico? – Perguntei, balançando a cabeça negativamente.
- Não um nome, um sobrenome artístico. – Jessica falou.
- Como? – Perguntei.
- Um sobrenome artístico que seja fácil de ser dito, que independente da língua, todos saibam pronunciar sem dificuldades. – Brandon falou. – Algo que as pessoas não tenham que pensar para falar. – Soltei um suspiro e apoiei minha cabeça em minhas mãos.
- Meu nome não é o problema? – Perguntei.
- Não, eles deixaram claro. Pode até ser algo diferente, mas é a sua identidade, a gente não quer tirar isso de você. – Jessica falou.
- E mudando meu sobrenome não vai tirar? – Perguntei.
- Eu sei que é difícil algo assim, , mas pense comigo. – Jessica falou. – Quando você for famosa, as pessoas saberão seu nome verdadeiro, e elas se referirão a você como e não como nome e sobrenome, entende? – Suspirei.
- Um nome fácil, simples de pronunciar e, provavelmente, fácil de lembrar? – Repeti o que Brandon falou.
- Sim, exatamente! – Jessica falou.
- Simples, fácil... – Cortei Brandon.
- Stone! – Falei, olhando para eles e vi Jessica confundir a cabeça.
- Como assim? – Jessica perguntou.
- Um sobrenome simples, fácil, que fica bem com qualquer nome. – Jessica riu, não acreditando no que eu estava falando. – Stone. – Falei e Brandon gargalhou ao meu lado e eu sorri.
- Você quer usar meu sobrenome como seu nome artístico? – Jessica perguntou e eu dei de ombros.
- Você que me encontrou, Jessica. Você que tem me ajudado desde que eu vim para cá, nada mais justo do que você ter uma porcentagem nessa história. – Ela abriu um largo sorriso, negando com a cabeça.
- Mas tem que ser algo pessoal, . – Ela falou.
- Exato! – Falei. – Já que eu não posso ter meu sobrenome, que é a coisa mais pessoal que eu posso ter, que seja algo que lembre isso. – Ela esticou minha mão sobre a mesa, apertando.
- Tem certeza disso? – Ela perguntou.
- Se você não se importar. – Falei e ela negou com a cabeça.
- Stone. – Ela falou, suspirando alto.
- Combina! – Brandon falou. – Fica muito bom. – Ele sorriu.
- Acho que podemos ver com que Patrick e Brent acham disso. – Jessica falou e eu sorri.
- Então, pode dar essa ideia a eles. – Eles se levantaram da mesa, com sorrisos no rosto.
- Até amanhã, Stone. – Brandon falou e eu sorri, rindo. – Deus!
- Se não der certo, a gente tenta, Barret, que tal? – Brandon gargalhou, e negou com a cabeça.
- Stone fica muito melhor. – Ele falou antes de sair pela porta e Jessica saiu atrás, acenando para mim e eu mandei um beijo para ela, sorrindo.
- Stone. – Falei, suspirando e puxei meu caderno da faculdade, escrevendo Stone, fazendo uma grande curva do S, vendo como ficaria. – Fica muito bom. – Suspirei e tentei focar em meus livros novamente.

- Oh, meu Deus! – Falei, saindo do carro, quando Juan abriu a porta. – O que está acontecendo aqui? – Perguntei.
- Parece que eles estão fazendo algum tipo de audição hoje. – Juan falou e eu apertei os olhos.
- Jessica te falou algo? – Perguntei.
- Só isso mesmo! – Suspirei, franzindo a testa.
- Eu não sei quanto tempo isso vai demorar, mas provavelmente deve ter alguma relação comigo. – Falei e ele soltou uma risada.
- Com certeza, senhorita. – Ele falou e eu suspirei.
- Leva minhas coisas para casa e pode fazer o que Jessica pediu para você fazer, aposto que ela tem uma lista enorme para você. – Ele soltou uma risada e confirmou com a cabeça.
- Quando nunca? – Ele perguntou e eu acenei para ele, procurando na minha bolsa o crachá da gravadora, que provavelmente seria necessário.
Andei pelo lado de fora, seguindo a fila de pessoas e em frente ao elevador tinha um segurança que logo quis me barrar, mas eu estendi o crachá para ele que chamou o elevador para mim e eu entrei sozinha no mesmo quando ele chegou, apertando o primeiro andar e logo vi o logo vermelho da gravadora na parede e acenei para assistente que estava lá.
- Você chegou bem na hora. – Henry falou, me assustando e olhei para ele.
- Por quê? – Perguntei e ele começou a andar pela gravadora, onde podia notar diversas pessoas com violões e guitarras jogadas pelo chão do grande salão da gravadora.
- Eles estão fazendo algumas seleções de pessoas para sua banda e para o banco de dados e eles estão quase fechando com mais um.
- Para qual posição? – Ele abriu a porta da sala de música e eu entrei.
- Guitarrista e ele também sabe cantar. – Henry falou baixo e olhei para frente, vendo Jessica, Brandon, Brent e meus professores de canto de costas para mim e um garoto que deveria ter mais ou menos a minha idade, na sua frente.
O garoto era bonito. Ele tinha olhos azuis, a pele clara e os cabelos pretos, bem escuros. O cabelo era bem penteado, com uma franja ajeitada para o lado. Ele estava bem vestido para um menino dessa idade, calça jeans, blusa social de meia manga azul e não consegui ver seu tênis. Ele deveria estar bem tenso com todas aquelas pessoas olhando para ele.
- Então, você veio para essa audição separada, pois nosso pessoal realmente gostou de você e porque também estamos procurando para uma banda que será anunciada em algumas semanas e estamos meio atrasados com isso. – Jessica falou e olhei para a reação do garoto. – E queremos ver se você é qualificado para fazer parte dessa banda.
- Tudo bem. – Ele falou, abrindo um sorriso bonito.
- Vamos do começo então. – Brandon falou. – Se apresente, por favor.
- Meu nome é Michael Derrick, gosto que me chamem de Mike. Eu tenho 18 anos, sou de uma pequena cidade chamada Baraboo, no estado de Winsconsin. Aprendi a tocar violão e guitarra com meu pai, quando eu tinha 11 anos e realmente gostei disso e vi que eu era bom no que fazia. – Ele falou, apoiando a mão em seu violão. – Com o tempo eu comecei a cantar também, mas meu foco sempre foi o violão. – Vi que Jessica afirmou com a cabeça. – Eu ando o país tocando em alguns barzinhos.
- Vida pessoal? – Brandon perguntou.
- Minha mãe chama Amy, meu pai Nathan, tenho um irmão que chama Mackenzie. – Ele falou. – E namoro há três anos. – Afirmei com a cabeça.
- Vamos ouvir você tocar, então. – Ouvi a voz de Brent e Mike afirmou com a cabeça.
- Vou tocar Here Without You do 3 Doors Down. – Ele falou e eu franzi a testa, não reconhecendo a música.
- Quando quiser. – Jessica falou e ele começou a dedilhar a música no violão e eu imediatamente a reconheci.
- A hundred days have made me older, since the last time that I saw your pretty face. – Ele tinha uma voz muito calma e eu abri um sorriso, sentindo meu corpo arrepiar. - A thousand lies have made me colder. – Ele enfatizou a última palavra. - And I don't think I can look at this the same. – Notei seus dedos que mexiam as cordas com agilidade. - But all the miles that separate. – Ele respirou fundo. - They disappear now when I'm dreaming of your face. – Ele abriu um sorriso de leve e eu tive que sorrir junto, sentindo vontade de cantar com ele. - I'm here without you baby, but you're still on my lonely mind. – Ele parou de dedilhar em alguns momentos, fechando os olhos para cantar o refrão. - I think about you baby, and I dream about you all the time. – Dei passos leves até ficar próxima de Jessica. - I'm here without you baby, but you're still with me in my dreams. – Ele continuou tocando. - And tonight, it's only you and me, yeah. – Ele finalizou a frase, continuando a passar os dedos na corda.
- Sim! – Falei, desviando a atenção das pessoas, incluindo de Mike, que olhou surpreso para mim. – Ele está dentro. – Falei.
- Mesmo? – Mike e Brent perguntaram ao mesmo tempo.
- Tem certeza, ? – Jessica perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Com toda certeza! – Falei abrindo um sorriso.
- Você ouviu sua chefe, Mike. – Jessica se virou para o menino que sorria abobado. – Essa é , Mike, a cantora principal da banda. – Mike se levantou, vindo em minha direção.
- Oh, meu Deus, muito obrigado! – Ele falou, esticando a mão na minha e eu o cumprimentei, vendo-o rir. – Você não vai se arrepender.
- Eu sei que não! – Falei, sorrindo.
- Minha namorada não vai acreditar nisso. – Ele falou e vi Jessica pelo ombro dele, sorrindo para mim, afirmando com a cabeça.
- Ela está aqui? – Perguntei e ele afirmou com a cabeça.
- Sim, ela ficou lá fora.
- Vamos conhecê-la então. Eles têm que preparar seu contrato ainda. – Ele abriu um largo sorriso e Henry também sorria para mim, feliz com minha decisão.
- Lacey! – Ele gritou, saindo da sala e uma loira bonita virou o rosto para gente. – Eu consegui! – Ele falou e ela abriu um largo sorriso surpresa e eu soltei uma risada, era demais a felicidade dele.
- Mesmo? – Ela perguntou e se aproximou de nós.
- Sim, eu tô na banda dela! – Ele falou, apontando para mim e eu ri. – Vai ser lançada em breve.
- Obrigada por dar uma chance a ele, ele quer isso faz tempo. – Ela falou e eu apertei sua mão.
- Por favor, gente, não me tratem como se eu fosse grande coisa, eu tenho a idade de vocês. – Falei e eles riram.
- Desculpa, mas isso é incrível. – Mike falou e eu ri.
- Bem, eu não sei se tenho mais compromissos para hoje, mas caso não, eu vou ligar para Jack, ele é um dos meus backing vocal. – Falei rindo. – A gente marca de jantar juntos, que tal? Vocês aproveitam e se conhecem. – Ele afirmou com a cabeça.
- Vai ser legal! – Ele sorriu, abraçando sua namorada.
- ! – Me chamaram e eu virei o rosto, vendo Brandon na porta de uma sala. – Venham aqui, os dois, vamos resolver isso! – Ele falou baixo e eu afirmei com a cabeça, vendo a fila de pessoas fazendo teste e andei em sua direção, sendo seguido por Mike e Lacey.

- Ei, tá livre agora? – Tomei um susto com Jessica batendo em meu ombro e eu bufei, vendo o grande risco que fiz em meu caderno.
- Posso estar se tiver algo mais legal que fim de semestre para me entreter! – Ela riu e eu fechei meu caderno.
- Você disse que não sabe escrever músicas, certo? – Virei meu corpo para ela, afirmando com a cabeça.
- Não é como se eu tivesse alguma história para contar dessa minha vida supermovimentada! – Ela riu e estendeu a mão para que eu levantasse.
- É, se você escrever uma música sobre você nesse ânimo, aposto que não vai ser sucesso! – Ela comentou. – E precisamos que seja sucesso. – Ponderei com a cabeça e joguei meu caderno no sofá, seguindo-a.
- Então...?
- Você será entrevistada pelos nossos escritores de músicas, eles te farão perguntas sobre sua vida e, acredite, eles podem falar da sua bala favorita, que vai ser sucesso. – Soltei uma risada fraca. – É sério! – Ela abriu uma porta e eu entrei, me assustando com as diversas pessoas ali dentro.
- Oh, meu Deus!
- Só responda ao que eles perguntarem, ok?! Não vai doer. – Virei para o grupo de 20 pessoas na minha frente e prendi a respiração.
- Certeza? – Perguntei, virando o rosto, mas ela já tinha fechado a porta. – Oi. – Virei para o pessoal novamente e vi que tinha uma cadeira na frente deles.
Tinha pessoa de diversas idades e diversos tipos, baixas, altas, magras, gordas, brancas, negras, asiáticas, nerds, com aparência de pais, com aparência de adolescentes. Todos os tipos, mas todos eles tinham blocos e canetas de anotação em seu colo. Me sentei na cadeira em frente a eles, ouvindo meu tênis deslizar pelo chão e suspirei.
- Nós estamos aqui para fazer perguntas sobre você, sua vida, seu passado, seu presente, seu futuro, perguntas que podem nos ajudar a escrever músicas que mais se assemelhem com a sua vida. – Uma das pessoas falou e eu afirmei com a cabeça. – Tudo bem para você?
- Claro! – Falei.
- É bom lembrar que todas as respostas que você der aqui são confidenciais e as letras só serão passadas para a produção depois que você ler, corrigir e aceitá-las, combinado? – Outra pessoa falou e eu afirmei com a cabeça, suspirando.
- Podem começar. – Falei.
- Quem é ? – Uma das pessoas perguntou.
- Eu sou uma garota comum, não muito diferente de outras pessoas, eu tenho sonhos, medos, bafo matinal. – As pessoas riram. – Eu fico entediada fácil... Eu sou quieta. – Suspirei. – Nunca me envolvi em encrencas e nem gosto. Eu fico muito na minha, mas gosto de surpreender as pessoas. – Vi diversas pessoas abaixando a cabeça e me surpreendi.
- Como você se sente em relação à Los Angeles?
- Eu gosto daqui, ainda não me sinto em casa, mas eu realmente gosto daqui, afinal, é o lugar que me deu uma oportunidade em mostrar quem eu sou de verdade.
- Seus sonhos vão se realizar aqui? – Suspirei.
- Por enquanto eles já estão se realizando, me pergunte de novo daqui dois anos. – Eles riram.
- Você namora?
- Não e nunca namorei. – Abri um sorriso de lado.
- Por quê? – Dei de ombros.
- Eu nunca me apaixonei de verdade. – Falei. – E também nunca realmente me importei em namorar, as coisas têm que acontecer devagar.
- Como você sabe se nunca se apaixonou? – Soltei uma risada.
- Eu acho que vai ser igual nos filmes, entende? Aquele transe, as borboletas no estômago, um olhar diferente, algo assim.
- Tipo amor à primeira vista?
- Algo assim, silencioso igual, que faz com que sua vida mude de rumo. O dia vai ficar mais bonito, nós teremos diversas coisas em comum, ou nenhuma, e tudo vai ser lindo. – Vi algumas mulheres sorrirem.
- Como você vai se sentir no seu primeiro show? – Ri fraco.
- Eu não consigo pensar muito sobre isso, eu começo a ficar nervosa e preocupada, é assustador pensar nisso.
- Você tem medo de palco?
- Nunca tive, mas tenho medo de decepcionar as pessoas.
- Nos mostraram algumas fotos de quem você era e quem você é, você sente falta do que era?
- Não creio que eu mudei tanto. – Suspirei. – Eu posso ter mudado minha pele, meus dentes, estar usando roupas mais estilosas, estar mais forte, mas eu ainda sou a mesma pessoa, ainda sinto falta da minha casa, dos meus amigos... – Balancei a cabeça. – Até estou devendo com meus amigos, mas sei que eles estarão comigo quando eu voltar.
- Você tem amigos no Brasil?
- Tenho sim! – Afirmei com a cabeça, sorrindo.
- Que tipo de amiga você é?
- Você sempre vai poder contar comigo, sempre! Eu posso parar algo importante para ajudar quem precise, eu sou o tipo de amiga que você vai gostar de ter por perto. – Algumas pessoas sorriram. – Se eu fizer parte do seu hall de amigos, ninguém vai se importar mais que eu.
- O que vocês faziam no Brasil? - Soltei uma risada.
- A gente era muito relaxado, fazíamos festa do pijama toda hora, ouvíamos músicas, brincávamos de karaokê. – Ri fraco. – Eu sempre ganhava. – Eles riram. – Tirávamos muitas fotos, dançávamos.
- E com sua banda? É como fazer novos amigos, certo?
- Sim, eu espero que eu possa ter a mesma liberdade com eles e que eles se tornem grandes amigos meus.
- E como famosa? Ídolo de alguém?
- Espero poder ajudar, espero ser presente, quero que saibam que sempre podem contar comigo. – Afirmei com a cabeça, suspirando.
- Você tem medo de que a fama te mude?
- Mais ou menos. – Suspirei. – Eu tenho uma visão minha no futuro e espero que eu ainda possa ser a mesma pessoa, com poucas mudanças.
- Você se arrepende de ter vindo para LA?
- Ainda não. – Eles riram. – Ainda sou uma garota realizando o sonho.
- Como você se sente com essa mudança repentina?
- Eu sempre fui muito racional, era assim e pronto, mas eu coloquei a cara no mundo e vim, mesmo com medo, achando que podia ser mentira, mas eu vim e não pretendo desistir sem lutar.
- Você está meio que vivendo cada dia como se fosse o último?
- Algo assim. – Suspirei. – Estou aproveitando todas as oportunidades. Essa pode ser minha única chance.
- Que tipo de famoso você quer ser? Grandioso igual quem?
- Oprah talvez? – Eles riram. – Igual à família real? – Eles riram novamente. – Eu quero ser eu.
- Falaram que você tem certo medo por ser de fora, é isso mesmo?
- Sim, um pouco.
- Por quê?
- Porque eu posso perder tudo em um piscar de olhos. – Franzi meus lábios, suspirando.
- Como você quer que as pessoas te vejam?
- Quero que elas me escutem antes. – Suspirei. – Depois a gente cuida da aparência. As pessoas julgam muito pela capa, não sou nenhuma modelo, mas posso surpreender.
- O que você acha da palavra supermodelo para você?
- Péssima! – Eles riram. – Eu mato um McDonalds em dois minutos e ainda penso em repetir. – Algumas pessoas gargalharam. – Está bem difícil me manter em forma, viu?! É minha maior tortura.
- Você acha que as pessoas se inspirarão em você?
- Espero que sim! – Falei. – A gente tem que começar a se inspirar em pessoas mais parecidas conosco do que as que aparentam ser de outro mundo.
- Você realmente acha que pode surpreender os americanos nesse seu lançamento?
- Acho! – Abri um largo sorriso. – Quem sabe mostrar um pouquinho de amor? – Soltei uma risada. – Eu estou me apaixonando por esse país, quero que ele se apaixone por mim também. Não quero que olhem para mim como se eu fosse um extraterrestre, quero fazer parte sem que as pessoas me olhem estranho na rua. – Vi algumas pessoas sorrir e fazer anotações.
- Você diz como se fosse uma pessoa e não um país inteiro. É difícil agradar todos.
- Sim, mas é um país com diversas pessoas, certo? Eu não sou perfeita, nem eles. – Suspirei. – A gente pode se dar bem, se eu agradar metade, acho que estou contente.
- Você parece que vai lutar pelo seu reconhecimento.
- Eu vou, com unhas e dentes. – Suspirei. – Eu posso errar, eu posso falhar, mas vou mostrar quem eu sou e para o que eu vim. Quem sabe eu possa trazer algo diferente?
- Porque você escolheu a música Thank You For The Music para aquele vídeo?
- É minha música favorita no mundo, e eu acho que me encaixo bastante nela e minha voz fica boa também. – Suspirei.
- Voltando a falar sobre família e sobre sua mãe?
- Não é importante.
- Ela te... Abandonou?
- Exatamente! – Falei. – Eu tinha seis meses, não é como se eu tivesse lembranças de uma figura materna, minha avó paterna foi mais mãe do que a pessoa que me teve. – Dei de ombros.
- Você não sente nada em relação a isso.
- Não tem o que sentir, tive uma vida muito boa sem uma mãe e vou continuar tendo. – Soltei uma risada fraca e notei que eles se silenciaram por um tempo.
- E sobre seu estilo? Vestido e tênis?
- Eu disse que estava mais estilosa.
- Você gosta de se vestir assim?
- Sempre gostei, mas nunca foi socialmente aceitável! – As pessoas mais jovens riram. – Mas parece que para ser famosa, você tem que ditar uma moda.
- Qual seu recado para os americanos que te esperam?
- Vou falar a mesma coisa de quando eu brincava de esconde-esconde. – Suspirei. – Pronto ou não, lá vou eu! – Abri um sorriso.

- Mais alto! – Michael gritou em meu ouvido e eu senti minha garganta doer, mas gritei o mais alto que pude e soltei o ar com força. – Muito bom! – Ele falou, batendo em minhas costas. – Toma um pouco de água e relaxa. – Afirmei com a cabeça e me joguei na cadeira atrás de mim e vi Michael fazendo algumas anotações, enquanto eu tentava controlar minha respiração.
- Ei! – Vi a porta se abrindo e Brandon passando por ela. – Posso ter cinco minutos?
- Claro! – Michael falou, apertando meus ombros e eu sorri para ele, vendo Brandon entrar na sala e eu coloquei o canudo do meu copo na boca, dando longos goles, sentindo a garganta pegar um pouco para engolir.
- O que você tem para me mostrar, Brandon? – Perguntei e ele apoiou o notebook em uma mesa à minha frente.
- Eu acho que encontrei seu baterista. – Arregalei os olhos e me ajeitei na poltrona.
- Mesmo? – Ele afirmou com a cabeça.
- Eu sou produtor, então eu entendo um pouco de ritmo e esse garoto tem. – Ele começou a mexer no notebook.
- Quem é ele? – Perguntei.
- Louis Saint-Claire, natural de Marselha, na França, tem 22 anos, está estudando para ser advogado. – Ele falou, olhando para o computador. – Aparentemente tem uma banda com os amigos, mas a gente recebeu esse e-mail da nossa afiliada da França o qual ele se oferece sozinho, e acho que pode ser uma ideia. Parece que ele está meio triste com a faculdade de direito. – Soltei uma risada.
- Me animei. Mostre! – Falei e ele deu play no vídeo.
O vídeo começava focado em três homens, um à esquerda, um à direita e um central, que era o cara atrás da bateria. Imediatamente pude notar que ele era loiro, com o cabelo meio caído no rosto e aparentemente bem alto e forte.
Eles fizeram uma contagem silenciosa e o tal Louis começou o ritmo, batendo fortemente na bateria. Reconheci por ser Lifestyles of the Rich and Famous do Good Charlotte, tocava bastante nas rádios do Brasil.
- I'm seeing it on TV, or read in a magazines, celebrities that want sympathy. – O cantor principal começou, mas eu não estava prestando atenção nele, estava prestando atenção no loiro que mexia a cabeça para os lados e fazia seus cabelos o acompanhar. - All they do is piss and moan inside the rolling stone, talkin'gabout how hard life can be.
Além da sua habilidade de tocar bateria agitadamente, e acompanhar a música perfeitamente, eu notei que ele mexia os lábios próximos a um microfone colocado próximo a ele, ele estava fazendo a segunda voz também, já que o guitarrista estava focado só em tocar guitarra.
Mas minha decisão não foi feita pelo canto ou pela bateria, foi quando acabou o segundo refrão, quando a música dá uma explosão, que eu sempre achei que fosse algum efeito da música, até Louis recriar atrás da bateria.
- If money is such a problem, well they got mansions, think we should rob them. – O cantor falou e se afastou do microfone um pouco, tocando seu instrumento.
- Rob them. – Ouvi a voz de Louis baixa ao fundo. O baixista cuidou do ritmo nessa hora, impedindo que ficasse quieto e Louis se manteve atento ao que fazia, virando o rosto para os diferentes tipos de caixas que tinha em sua frente. - They would fall, they would fall, they would fall... – Louis cantou baixo novamente e em um movimento rápido ele ergueu as duas baquetas e o joelho e bateu com força em três lugares diferentes, o qual fez seu público gritar e eu abrir um sorriso.
- Lifestyles of the rich and the famous, they're always complaining, always complaining. – O baixista voltou ao microfone animado, com um riso no rosto e notei Louis novamente, com um sorriso no rosto e se esforçando a terminar a música junto de todos, fazendo a plateia aplaudi-los e eu ficar boba com um sorriso no rosto.
- O quê você achou? – Brandon perguntou.
- Eu não entendo muito de bateria. – Falei. – Mas esse cara tem estilo. – Soltei uma risada.
- E canta! – Michael falou e eu me assustei.
- É, tem isso também! – Soltei uma risada.
- Isso é um sim? – Brandon perguntou.
- Eu perguntaria para falar com Jessica, mas ela me deu autonomia com Mike, creio que me dará autonomia com ele também. – Soltei uma risada e ele afirmou com a cabeça.
- Estou realmente gostando da sua banda, viu?! – Brandon falou, pegando o notebook na cadeira na nossa frente.
- Eles estão lá fora ainda? – Perguntei.
- Estão, Jack e Mike só. – Ele suspirou. – Ambos fazendo treinamento.
- Treinamento? – Perguntei.
- É! – Ele falou. – Jack está com Mikayla e Mike está com Henry. – Afirmei com a cabeça. – Não adianta você estar em perfeita forma e eles não. – Ponderei com a cabeça e ri fraco.
- Verdade! – Falei.
- Seus cinco minutos acabaram faz tempo, Brandon, vai, cai fora! – Michael falou, expulsando Brandon da sala. – E você, já que ouvimos Good Charlotte, vamos passar para o rock mais rápido? Dar uma esquentada na voz. – Afirmei com a cabeça e me levantei.

- Seu sotaque é estranho! – Jack falou cumprimentando Louis que soltava uma risada.
- Como se o seu não fosse, Jack! – Falei para ele rindo.
- Molto benne! – Eu e Mike brincamos, fechando as mãos e gargalhando em seguido.
- Isso é xenofobia! – Ele brincou, revirando os olhos e se jogou no sofá de casa.
- É divertido, nem vem! – Falei rindo. – E outra, todos temos sotaques aqui, é uma grande mistura isso e a gente é obrigado a se virar com isso. – Dei de ombros, pegando mais um pedaço de pizza e colocando em meu prato.
- Isso é verdade! – Mike falou mordendo sua pizza. – O que você está criando, ? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Simples, se eles estão dando chance para uma brasileira que não tava nem perto daqui, por que não dar chance para outras pessoas do mundo?
- Eu não sou de fora. – Mike reclamou.
- Sei não se a tal de Baraboo tá no mapa, cara! – Louis brincou e eu gargalhei, jogando a cabeça para trás.
- Convenhamos, Wisconsin tá bem longe! – Jack afirmou com a cabeça rindo.
- É perto de Nova York. – Mike ponderou com a cabeça e riu.
- Sua namorada não quis vir, Mike? – Perguntei.
- Jessica disse que seria bom para gente se conhecer, achei que seria bom vir só eu. – Ele mordeu a pizza.
- Se vocês são algo sério, ela vai ser da família, Mike. – Dei de ombros. – E três anos é bastante sério para mim. – Ele soltou uma risada.
- A gente se conhece desde pequeno. – Ele abriu um sorriso. – Gosto bastante dela.
- Ela é legal! – Falei. – E bastante bonita. – Ele assentiu com a cabeça.
- E sobre você, ? – Louis perguntou. – Família, namorados?
- Bem, minha vida é simples, sem namorado, isso é fato. Eu morava com meu pai, minha mãe me abandonou com seis meses e é isso que eu tenho de drama na minha vida. – Todo mundo fez uma cara má e eu suspirei. – Já avisando, isso não é ruim! – Dei de ombros. – Por que todo mundo pensa que é algo ruim?
- Por que é?! – Jack perguntou.
- Seria se eu tivesse alguma lembrança dela, mas pelo fato dela ser uma mera estranha para mim, eu estou bem com isso. – Dei de ombros. – Tem muitas coisas ruins para ficar triste. – Suspirei. – Aposto que você tem mais motivos para ser triste, Jack. – Ele arregalou os olhos. – Sua mãe é careca, Jack, e não é só na cabeça. – Ele suspirou. – O que ela tem?
- Ela tem câncer de mama. – Ele suspirou e eu mordi meu lábio inferior. – Ela está em tratamento.
- Deseje melhoras para ela, ok?! – Suspirei. – Eu gosto muito da sua mãe. – Segurei sua mão e ele abriu um sorriso.
- Isso é foda, cara! – Louis falou, bebendo mais um gole de seu refrigerante.
- Acredite, isso é só uma das coisas ruins que aconteceu na minha vida. – Ele riu fraco.
- Pode se abrir com a gente! – Mike falou, ajeitando seu corpo no chão de casa.
- Foi exatamente isso, na verdade. – Ele riu fraco e eu franzi a testa. – Quando eu tinha 12 anos, eu descobri que eu era diferente. – Ele falou e eu franzi a testa. – Eu sou gay. – Afirmei com a cabeça. – E eu beijei um garoto na minha turma de futebol e meu pai viu, ele me expulsou de casa, e minha mãe não deixou. – Ele abriu um sorriso. – Aí ele mandou ela escolher, eu ou ele. – Ele balançou a cabeça.
- Ela escolheu você. – Falei e ele afirmou com a cabeça.
- Sim. – Ele afirmou com a cabeça.
- Eu disse que tinha pessoas com problemas piores. – Ele riu fraco, balançando a cabeça.
- É você e sua mãe só?! – Louis perguntou.
- Não, eu tenho uma irmã, Gemma.
- É muito italiano, né?! Gemma e Giovanni. – Mike brincou e Jack gargalhou.
- E você, Mike? - Jack perguntou.
- Eu, um irmão, mãe e pai, nenhum problema ainda. – Ele falou, ponderando com a cabeça.
- Nada? – Jack perguntou. – Eu que sou amaldiçoado? – Ri fraco.
- O maior problema que teve em casa foi quando meu irmão engravidou uma menina com 15 anos, aquilo foi mais dramático do que problemático. – Ele deu de ombros e eu ri.
- Mas ele cuida da criança? – Louis perguntou.
- Sim, sim, ele só não está com a mãe da criança, mas cuida dela sim. – Afirmei com a cabeça.
- Louis, algo a revelar? – Mike passou a bola.
- Quando eu fui fazer faculdade em Paris, meus pais se divorciaram dois meses depois. – Arregalei os olhos, surpresa.
- Nossa, que timing! – Falei e ele riu.
- Nem foi tão surpresa, porque eu os via mais como amigos do que um casal, mas, parece que ambos estão felizes. – Ele deu de ombros e afirmei com a cabeça.
- A uma banda totalmente estranha e complicada! – Levantei meu copo e eles riram, fazendo o mesmo.
- Ah, que gracinha! – Virei, vendo Jessica entrando em meu apartamento. – Estão se conhecendo melhor.
- Oh, meu Deus, Jessica, ninguém tem 10 anos aqui. – Falei e ela riu.
- Vamos trabalhar. – Ela falou.

- Eles deveriam colocar a gente para treinar juntos. – Louis falou quando o elevador se abriu em nossa frente.
- Como se tá faltando sincronia? – Perguntei rindo, parando.
- Não, senhorita, me desculpe, mas não posso permitir sua entrada. – A assistente da vez falou e eu franzi a testa.
- Tem que ter alguém aqui para me receber. – A mulher falou.
- Você não vem? – Mike perguntou.
- Já vou! – Falei me aproximando do balcão.
- Algum problema aqui, Megan? – Perguntei, me apoiando no balcão, olhando para a negra dos cabelos pretos e ondulados.
- Essa mulher quer entrar e falar com alguém, mas não posso permitir sua entrada sem que ela tenha horário marcado. – Suspirei.
- Por que você quer falar com alguém? – Perguntei a ela.
- Eu ouvi falar sobre testes para uma nova banda, eu quero fazer esse teste.
- Mas o teste acabou há semanas, você chegou atrasada. – A assistente falou e eu suspirei.
- Eu estou livre agora, eu cuido dela. – Falei, vendo a negra abrir um sorriso.
- Obrigada! – Ela falou empolgada.
- Sério? – Virei para a Megan.
- Se ver Jessica, peça para me encontrar na sala de música. – Peguei um bloco de papel e caneta.
- Pode deixar! – Ela afirmou.
- Vamos! – Virei para a mulher, me achando a dona do negócio e ela me seguiu.- Já volto! – Falei para meus companheiros de banda quando eles me olharam surpresos e eles afirmaram com a cabeça, mesmo com dúvidas nos olhos. – Pode entrar. – Abri a porta da sala de música e ela passou e eu fechei a porta atrás de mim.
- Quem é você? – Ela perguntou.
- Eu sou , a vocalista da banda que estavam procurando por pessoas. – Ela arregalou os olhos e eu afirmei com a cabeça, com um sorriso no rosto.
- Nossa! – Ela falou surpresa.
- Pode ficar onde se sentir mais confortável. – Ela falou e eu me sentei em uma das cadeiras, vendo-a se colocar em minha frente em pé. – Qual seu nome, idade, de onde você é, e o que te traz aqui?
- Meu nome é Emni, tenho 24 anos. – Ela falou.
- Eni? – Anotei.
- E-M-N-I. – Ela falou, suspirando. – Mas pode me chamar de Emily Lizarde. – Ela falou, suspirando.
- Por quê? – Perguntei.
- É o nome que eu me dei quando me mudei para os Estados Unidos. – Afirmei com a cabeça.
- O que veio fazer aqui nos Estados Unidos?
- Acho que deveria mostrar meu talento, antes de mostrar a parte ruim.
- Eu realmente não ligo o quão ruim sua vida foi, se você for alguém que vale a pena, você vai ficar, é assim que funciona comigo. – Ela abriu um sorriso de leve e afirmou com a cabeça.
- Eu sou de Botswana, um país da África. – Afirmei com a cabeça. – Teve uma infestação de HIV e AIDS no país e para ajudar, os Estados Unidos tirou diversas crianças do continente, incluindo a mim. – Suspirei e afirmei com a cabeça. – Eu não conhecia meu pai e minha mãe morreu de AIDS pouco depois que eu nasci. – Afirmei com a cabeça e prensei meus lábios. – Eu morei em um orfanato até completar 16 anos e depois tenho me virado bem sozinha.
- Desculpe. – Falei, suspirando. – Não era a coisas assim que eu me referia. – Suspirei e ela afirmou com a cabeça.
- Sem problemas, as pessoas não esperam. – Ela falou e eu confirmei.
- Você tem...?
- Sim, eu sou HIV positivo. – Ela afirmou com a cabeça. – Faço exames regularmente e ainda não desenvolvi a doença. – Ela falou.
- Espero que nunca desenvolva. – Fui honesta e suspirei. – Só faltou uma pergunta, o que veio fazer aqui?
- Eu quero uma chance, eu sempre tive uma vida mediana, sendo jogada de um lado para outro, então quando notei que tinha uma voz boa, achei que pudesse fazer alguma diferença.
- Você pode! – Falei e suspirei. – O que vai cantar?
- Vou cantar My Immortal do Evanescence. – Afirmei com a cabeça, surpresa por ela escolher essa música, mas abri um sorriso.
- Música difícil.
- Sim, mas combina comigo. – Ela falou e eu sorri.
- Quando quiser. – Falei e como ela estava sem acompanhamento musical, ela começou de uma vez só.
- I'm so tired of being here. – Ela começou devagar. - Suppressed by all my childish fears. – Ela tinha uma voz mais madura, bem diferente da minha, de Jack, ou Mike, sua voz estava pronta. - And if you have to leave, I wish that you would just leave, because your presence still lingers here, and it won't leave me alone. – Ela cantou, sua voz era sutil, mas tinha um poder diferente nela, talvez emoção. - These wounds won't seem to heal. – Ela aprofundou o final. - This pain is just too real. – Ela fez novamente, fazendo uma careta quando cantou. - There's just too much that time cannot erase. – Ela acompanhou exatamente a versão da música, fechando os olhos e sentindo a música em suas mãos, como eu fazia e eu me levantei da cadeira, com a mesma surpresa que Henry teve ao me encontrar.
- When you cried I'd wipe away all of your tears. – Senti liberdade em acompanhá-la e ela abriu os olhos surpresa, mas feliz. - When you'd scream I'd fight away all of your fears. – Senti minha voz na intensidade certa e Emily sorria. - And I held your hand through all of these years. – Minha voz abriu mais em hand, mas ela manteve sua entonação. - But you still have...– Paramos juntas. - All of me. – Sua voz ficou mais fraca e eu a animei com o olhar.
- I've tried so hard to tell myself that you're gone. – Cantei sozinha, sentindo meus olhos cheios de lágrimas e ela continuou.
- But though you're still with me. – Ela continuou, com um sorriso gigante no rosto. - I've been alone...
- All along. – Cantamos juntas e eu abri um largo sorriso, dando pulos pela sala de música.
- O que está acontecendo aqui? – Virei meu rosto para a porta, dando de cara com Jessica, Brandon, Jack, Mike e Louis.
- O que você acha? – Perguntei ainda rindo.
- Foi um espetáculo. – Brandon falou com um sorriso no rosto.
- Essa é Emily, minha nova backing vocal. – Virei para a negra que tinha as mãos no rosto. – É o que eu posso oferecer por agora. – Falei e ela afirmou com a cabeça.
- É mais que o suficiente. – Ela falou e abriu os braços, para que eu a abraçasse, fazendo com que eu segurasse as lágrimas.
- Vamos cuidar de você agora, Emily, ou melhor, Emni. – Falei ao pé do seu ouvido e ela soltou um suspiro alto.

- Tempo! – Jessica falou e todos paramos de cantar ou tocar, ouvindo somente a bateria de Louis um pouco atrasada.
- O que foi? – Perguntei, segurando o microfone.
- Eu vou ter que sair, então vou ter que encurtar isso um pouco. – Ela suspirou.
- O que você acha? – Ela abriu um sorriso.
- Eu estou gostando muito do que estou ouvindo. – Ela falou e eu abri um sorriso, ouvindo Louis comemorar batendo os pratos da bateria.
- Tá faltando alguma coisa. – Brandon falou e eu suspirei, revirando os olhos.
- Estraga prazeres. – Mike sussurrou e eu segurei a risada.
- Tá faltando algo, sério! – Ele falou, mexendo as mãos. – Não é que algo esteja ruim, está faltando algo. – Ele falou, balançando a cabeça.
- Um baixo! – Louis falou, fazendo com que Brandon estalasse os dedos e apontasse para o francês.
- Exatamente! – Brandon gritou. – Falta mexer mais no ritmo, baixo pode ser delicado, mas quando precisa aparecer, ele aparece.
- Ok, então temos menos de 15 dias e precisamos arranjar um baixo. – Mike ergueu a mão, mas Jessica não viu. – Enfim, deixa eu só fechar isso antes de eu ir, tenho uma reunião em... – Ela olhou o relógio. – Estou atrasada. – Ela suspirou. - Enfim, os escritores de músicas estão escrevendo músicas, mas eu falei com a e ela disse que seria muito bom se vocês realmente fossem uma banda juntas e não só uma banda de apoio.
- Como assim? – Emily perguntou.
- Que bom que alguém perguntou. – Ela sorriu. – Ela é uma leiga no assunto, não entende de quase nada.
- Obrigada! – Falei, revirando os olhos.
- Então, ela quer ajuda, ajuda para produzir músicas, criar ritmos, escrever músicas, ensinar a tocar instrumentos. – Afirmei com a cabeça. – Ela quer que vocês sejam uma equipe, apesar do nosso contrato principal ser com ela.
- Mesmo? – Mike falou animado, segurando sua guitarra.
- Que parte? – Perguntei.
- Que podemos escrever músicas e ajudar na produção? – Ele falou.
- Sério! – Falei. – Isso é para ser algo meu, mas já que eu não tenho essa capacidade, que seja algo nosso, como um grupo. – Ele deu um pulo alto no ar.
- Isso é demais! – Louis falou, tirando as palavras da boca dele e eu ri.
- Obrigado! – Mike falou e eu afirmei com a cabeça.
- Enfim, falado isso, eu vou para reunião e a gente corre para achar um baixista. – Mike ergueu a mão de novo. – Combinado? - Ela perguntou.
- Jessica, para de ignorar o Mike, por favor? – Perguntei. – Fala.
- Eu conheço um baixista. – Ele falou.
- Ele é bom? – Jessica perguntou.
- Quem? – Falei por cima.
- Lembra que eu disse que tinha um irmão gêmeo?
- Você nunca disse que tinha um irmão gêmeo. – Eu e meia sala falamos juntos.
- Nossa! – Ele falou. – Mas eu disse que tinha um irmão.
- Disse! – Várias pessoas repetiram.
- Então, ele!
- O que teve uma filha nova? Ele é seu irmão gêmeo? – Perguntei.
- Pois é, teve uma menina com 15 anos, podemos passar para parte relevante.
- Ele é bom, Mike? – Brandon perguntou.
- Devo ter alguns vídeos dele aqui. – Ele falou, correndo para sua bolsa.
- Vai ser só difícil identificar os dois. – Jack falou.
- Acredite, não vai! – Ele falou, pegando seu notebook e eu franzi a testa.

- Vocês não são nada parecidos! – Bati no ombro de Mike.
- Eu disse! – Ele falou, bebendo um gole de refrigerante e eu ri, balançando a cabeça.
- Ele é gente fina! – Falei, sorrindo, vendo o irmão cabeludo de Mike.
- Apesar do cabelo grande e das diversas tatuagens, e um pouco de irresponsabilidade e volatilidade, somos bem parecidos.
- Irresponsabilidade e volatilidade? – Perguntei, virando para ele. – Você podia ter dito isso antes de fechar um contrato com ele.
- Ele teve uma filha com 15 anos, você esperava o quê? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Verdade! – Suspirei, virando o rosto para o salão da gravadora onde a banda, pais e amigos estavam reunidos.
- A gente vai ser uma grande família, não?! – Perguntei e ele virou ao meu lado.
- Nós já somos. – Ele bateu a mão em meu ombro.
- Espero que esteja certo. – Suspirei.
- Está. – Jack apareceu ao lado. – Olhe nossos pais, gente. – Virei para meu pai que falava com sua mãe. – Parece que eles se conhecem há décadas.
- Ou querem saber onde envolveram seus filhos. – Dei de ombros e Jack riu, engasgando com o refrigerante.
- É uma boa opção também! – Ele falou, puxando o ar forte.
- Vai dar tudo certo, gente. Se deu até agora, não tem muito mais o que dar errado. – Suspirei.
- ‘Não sermos sucesso’, talvez? – Mack apareceu em minha frente e eu dei de ombros.
- Somos contratados de uma das mais famosas gravadoras do mundo. – Falei. – Vocês realmente acham que isso vai dar errado? – Perguntei e ele ponderou com a cabeça.
- Você tem razão. – Ele falou.
- Vou te dar algumas presilhas de Natal. – Falei e ele riu fraco.
- Obrigado! – Ele brincou.
- Ei, podemos conversar? – Ouvi a voz de Jessica atrás de mim e virei meu corpo para ela, entregando meu copo a Mike.
- O que foi? – Perguntei.
- Parabéns! – Ele falou.
- Pelo quê?
- Faltando cinco dias para o prazo de Patrick, vocês estão prontos e afiados para serem lançados pela gravadora. – Ela me estendeu um papel.
- Obrigada! – Abri um largo sorriso. – É bom ter todo mundo aqui prestigiando a gente. – Suspirei. – O que é isso?
- Seu contrato atual. O que envolve os direitos e deveres seus e da banda, como pagamentos salariais e tudo mais. – Ela falou. – Seria bom você ver e discutir comigo, se quiser alguma alteração. – Afirmei com a cabeça.
- Quem sabe eu dou uma olhada amanhã? – Falei, sorrindo para ela. – Aproveita a festa, Jessica. – Falei e ela deu de ombros.
- Como se eu conseguisse. – Ela estendeu o celular que brilhava em sua mão e eu peguei o mesmo, negando a chamada.
- Você consegue! – Falei e ela riu, passando o braço pelos meus ombros, me abraçando.
- Te desejo muita sorte nessa próxima etapa, garota, o mais fácil já foi, agora vamos botar para quebrar. – Ela sussurrou contra meu ouvido e eu afirmei com a cabeça, sorrindo.
- Nós vamos! – Suspirei. – Eu vou! – Ela afirmou com a cabeça.
- Eu estou orgulhosa de você. – Abri um largo sorriso.
- Eu também! – Ouvi uma voz masculina na lateral e vi meu pai próximo de nós. – Eu também, querida.

- Eu preciso de um banho, preciso dormir. – Emily falava ao meu lado e eu ri.
- Também, eu matava o Jack se ele tivesse feito isso comigo. – Passei a mão em seu cabelo, tirando um pouco de cobertura de bolo do mesmo.
- Somos parceiros de apoio, a gente tem que se dar bem. – Ela disse e eu ri.
- É, mas tudo têm limites. – Falei e ela riu.
- Vamos embora, vai, preciso ir para casa. – Ela falou.
- Dorme em casa hoje, Juan até te leva se preferir, mas vamos, vai ser divertido! – Falei, acenando e ela afirmou com a cabeça e andei ao seu lado saindo do banheiro da gravadora.
- Eu vou abusar das suas coisas, então. – Ela disse e eu ri.
- Pode abusar! – Falei e ela riu e eu parei, ouvindo alguma mixagem de som.
- Sabonete, xampu, condicionador...
- Espera! – Ergui a mão e ela ficou quieta e eu segui o barulho do som. – Tem alguém trabalhando aqui ainda. – Falei andando pelas salas internas da gravadora.
- Poderia jurar que era Jessica, mas ela saiu correndo daqui, praticamente.
- Ela foge do Brent. – Falei rindo.
- Por quê? – Emily perguntou.
- Eles foram casados. – Emily fez um barulho assustada.
- Sério?
- Ela que me contou. – Falei, colocando o rosto em uma das portas de vidro e vi alguém com uma aparelhagem de mixagem, fazendo alguns sons bem legais. – Espera um pouco.
Abri a porta e ele nem ao menos notou que eu havia entrado, ele era mais velho, isso era certeza. Seus olhos eram puxados, sua pele bem branca e seus cabelos escuros e curtos. E ele mexia na aparelhagem com uma grande experiência.
- Ei! – Falei, e ele olhou para mim.
- Oi! – Ele falou. – Posso te ajudar? – Ele perguntou.
- Você trabalha aqui? – Perguntei.
- Sim, eu produzo algumas músicas. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – E você?
- Stone! – Falei, e ele afirmou com a cabeça, meu nome estava em todo canto na gravadora.
- Oh, então é você! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- O que você faz em seu horário de folga...
- David! – Ele falou. – Eu dou aula de música. – Ele falou.
- Eu realmente gostei do seu som, você consegue reproduzir sons para um show ou gravações? – Perguntei.
- Claro, é como tocar piano. – Ele falou rindo. – O que eu toco também.
- Você toca piano e é DJ? – Perguntei.
- Estranho, não?! – Ele falou e eu ri.
- Mais ou menos. – Suspirei.
- Eu canto um pouco também, gosto mais de rap. – Uma luz se acendeu em minha mente.
- Você gostaria de fazer parte da minha banda? – Perguntei. – Acho que poderia muito bem usar um DJ. – Ele abriu um sorriso.
- Mesmo?
- Se você não tiver medo de palco e não se importar em ficar com muitas crianças ao seu redor. – Ele riu.
- Não me importo. – Ele falou.
- Te vejo amanhã, então? – Perguntei.
- Com certeza! – Ele falou e eu abri um sorriso, virando de costas.
- Oh, David! – Virei novamente. – De onde você é?
- Nasci no Japão, mas estou aqui há 20 anos. – Ele falou e eu abri um sorriso.
- Isso é demais! – Falei e ele riu. – Até amanhã! – Falei, puxando a porta novamente.

- Então, David Sakawa? – Ouvi Jessica atrás de mim e eu ergui o rosto, abrindo um sorriso.
- O que acha?
- Parece que eu não preciso achar nada, você já está sabendo tomar suas próprias decisões. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça, sorrindo.
- Se a banda é minha, eu preciso ser mais autônoma sobre ela.
- Maneira aí, Patrick não estava muito feliz com uma banda de seis, muito menos de sete. – Ela falou e eu me levantei, vendo Robb começar a mexer em meu vestido florido, esticando-o para baixo.
- David já tinha um contrato aqui, não é como se fosse mudar muita coisa. – Falei.
- É, só alguns zeros a mais no seu contracheque. – Ela falou e eu franzi a testa. – Mas é uma boa aquisição, David é um gênio. – Ela suspirou. – Você vai aprender bastante com ele. – Afirmei com a cabeça.
- Olha para cima, querida. – Robb falou e eu fiz o que ele pediu, sentindo-o passar lápis de olho em mim. – Novamente. – Fiz o que ele pediu e pisquei diversas vezes, relaxando. – Rosa ou vermelho? – Ele apareceu com batons.
- Robb, ela só tem 18 anos! – Jessica falou e eu ri.
- Gosto tanto de um vermelho. – Brinquei e ela riu.
- Abre! – Robb falou e eu entreabri os lábios, sentindo-o passar o batom rosa pink em mim e eu deslizei um lábio no outro, espalhando o mesmo. – Deixa eu ver esse cabelo, a roupa. – Dei uma volta no meu corpo, ouvindo o tênis deslizar no chão. – Você está maravilhosa. – Ele falou, jogando a parte da frente do meu cabelo para trás. – Vai arrasar.
- Obrigada, Robb! – Falei e Jessica segurou minhas mãos sorrindo.
- Vamos arrasar? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça, acompanhando-a para fora do camarim.
A sala de sessão de fotos da gravadora estava uma confusão, tinha diversas pessoas lá, além dos familiares que queriam estar nesse momento importante, o fotógrafo, Patrick e Brent Wilson, Brandon, Henry, meus professores de canto, treinadores, e claro, sete araras de roupas, sete personal stylist e sete de tudo.
- Olha como ela está! – Jack que estava colocando um colete falou e eu dei uma volta, vendo a banda pronta ao lado.
- Vamos fazer isso? – O fotógrafo da gravadora, Malcon, falou e eu afirmei com a cabeça. - Vamos fazer uma com a banda inteira para registro, depois a gente faz individuais e algumas mais descontraídas, pode ser? – Ele perguntou, com uma câmera gigante em sua mão.
- Perfeito! – Patrick falou e eu pisquei para ele, vendo-o sorrir e mandar um sinal de positivo para mim.
- Todos no espaço, então. – Ele falou, apontando para o fundo branco e eu fui a primeira a pisar no mesmo, vendo Emily, Jack, Mike, Mack, Louis e David se juntarem a mim. – É algo sério, não... – O fotógrafo deu sua câmera para a assistente e começou a tentar arrumar a gente dentro do fundo branco. – Vai ser difícil isso. – Ele suspirou, coçando a testa.
- Por que não fazemos um triângulo? – Perguntei e ele franziu a testa.
- Como assim?
- David e Louis para o fundo! – Falei, acenando para que eles fossem para trás. – São os mais altos, então podem ir. – Falei e eles riram, se colocando lá atrás. – Um em cada lateral. – Eles fizeram o que eu mandei. – Jack e Emily, meus apoios, em diagonal a eles, mas para dentro.
- Entendi. – O fotógrafo falou. – Ótima ideia! Pode fechar um pouco mais, queremos o rosto de vocês. – Ele falou.
- Mack e Mike! – Falei. - Faz o mesmo. – Falei, vendo-os se colocarem perto de mim.
- E você no meio! – Virei meu rosto para os holofotes, me colocando na diagonal dos gêmeos. – Mais sério, gente, entreabram as pernas, mãos cruzadas em frente ao corpo, não no peito. – O fotógrafo falou. – Isso, rosto sério. – Ele falou. – Alguém me dê uma guitarra para segurar? – Ele falou e imediatamente uma guitarra vermelha apareceu em sua mão e ele apoiou no chão, e eu segurei na mesma, apoiando meu corpo nela. – Feição séria! – O fotógrafo gritou novamente e saiu de cena, pegando a câmera novamente e apontando em direção a nós. – Está perfeito. – Ele falou e o flash estourou em nossa cara, me fazendo abrir um sorriso.
- Apresentando oficialmente Stone e sua banda... – Jessica foi interrompida.
- The Fucking Stone. – Mack gritou e eu virei o rosto para ele. – O quê? – Ele perguntou.
- Eu gostei! – Falei e virei meu rosto para a foto novamente, vendo mais alguns flashes estourar em meu rosto, mas dessa vez eu tinha um sorriso gigante no rosto.
- The Fucking Stone. – Jessica falou. – Vocês amam meu sobrenome, não?! – Soltei uma risada.
- Sim! – Falei rindo.



Capítulo 4

Passei a mão na cabeça e respirei fundo, puxando o ar forte, sentindo os cabelos caírem novamente em meu rosto e senti meu peito inflar, me fazendo soltar o ar! Fiz isso e soltei novamente, balançando a cabeça para os lados, para ver se espantava o medo da minha mente.
- Você está bem? – Ouvi a voz de Jessica na minha cabeça e abri os olhos, dando de cara com ela em minha frente.
- Quantas pessoas têm na outra sala? – Perguntei.
- Umas 100. – Ela falou e eu fechei os olhos novamente, coçando a cabeça novamente. – Tem menos pessoas que o seu show de talentos.
- Lá eu não seria avaliada por produtores, cantores, empresários, imprensa... Eu cresci com aquele pessoal. – Falei suspirando e ela se levantou em minha frente.
- Aqui a maioria é sua família e da banda. – Ela acariciou meu cabelo. - Não se preocupe, vocês vão se sair bem.
- Isso não depende deles, depende de mim. – Falei, suspirando.
- Sim, isso é!
- Eu não deveria ter escolhido essa música. – Balancei a cabeça.
- Deveria sim, o foco é você, , você pode mudar isso com o tempo, mas, por enquanto, eles são sua banda de apoio. – Ergui meu corpo da cadeira.
- Sim, mas eles são tudo para mim, Jessica! – Falei, passando a mão no rosto. – E eu os conheço há tão pouco tempo.
- Então, seja uma boa líder e faça com que eles não queiram sair da banda, mas a realidade vai ser essa, , você os lidera. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça. – Deixa eu ver você! – Ajeitei meu corpo e soltei os braços, e ela arrumou o cachecol em meu pescoço. – Está com frio? – Ela perguntou e eu neguei com a cabeça. – Se olhe no espelho, vê se está tudo certo!
Fiz o que Jessica pediu e me coloquei na frente do espelho. Meu cabelo escuro estava preso para trás, com uma presilha, somente tirando a franja do rosto. Meu rosto estava com pouca maquiagem, um batom claro, uma marcação fraca nos olhos, mas as bochechas bem avermelhadas por causa do frio.
Arrumei a jaqueta jeans e ajeitei o cachecol, para dentro, respirando fundo. Mexi as pernas dentro da calça jeans e me abaixei para ajeitar a bota por cima da calça, mexendo os pés para ver se relaxava e respirei fundo.
- Você está vestida de forma mais comum do que a maioria dos famosos que passou pela minha mão! – Soltei uma risada e virei para Jessica.
- Eu sou comum. E também não gosto de parecer uma palhaça. – Ela soltou uma risada.
- Eu sei! Você está muito bem para sua primeira aparição oficial. – Afirmei com a cabeça e ela checou o relógio. – Eu vou checar os outros, ver se está tudo pronto e já volto para te buscar, tente não vomitar, ok?! – Soltei uma risada e engoli em seco.
- Não comi nada, não tenho o que vomitar!
- Beba um refrigerante, pelo menos. – Afirmei com a cabeça e vi a mesa na lateral da sala e ela abriu a porta.
- Opa! – Emily falou do outro lado e eu ri. – Ei! – Ela sorriu.
- Está tudo bem? – Jessica perguntou a ela.
- Sim, mas Jack está surtando um pouco. – Ela comentou.
- Mas ele não vai fazer nada! – Soltei uma risada.
- Eu sei, mas ele está nervoso. – Ela deu de ombros e Jessica saiu correndo da sala, me fazendo rir. – Como você está? – Emily se virou para mim.
- Bem, por enquanto! – Falei e ela sorriu.
- Vai dar tudo certo, você vai se dar bem. – Afirmei com a cabeça. – Essa é sua música, garota! – Ela se sentou em uma cadeira ao meu lado e eu suspirei.
- Confio que sim! – Falei, afirmando com a cabeça e ela sorriu.
- Então relaxa, larga os braços, respira fundo. A gente se conhece há pouco tempo, mas a gente se importa um com outro e nossas famílias também e todos estão torcendo por você.
- Você trouxe alguém? – Perguntei.
- Trouxe sim, meu namorado!
- Hum, você tem namorado? – Ela riu fraco.
- Amir. A gente nasceu juntos, viemos na mesma época e pelo mesmo motivo para a América, fomos para o mesmo orfanato. – Ela deu de ombros. – Ele é a pessoa que eu mais confio no mundo, então as coisas acabaram se unindo sem querer. – Afirmei com a cabeça.
- Ele é...?
- Não, ele não, então nossa vida sexual é bem pequena. – Soltei uma risada e ela balançou a cabeça.
- Mas você tem alguém, é algo bom! – Ela afirmou com a cabeça feliz e se levantou.
- Sim, além dele, todo mundo veio! – Afirmei com a cabeça. – Família sua, do Jack, do Louis, do Mike, Mack e do Dave. – Ela falou.
- A filha do Mack veio?
- Veio! – Ela falou animada. – Mas não a vi ainda, estão lá fora. – Afirmei com a cabeça.
- Vai ser legal ver esse povo.
- Ei! – Jessica apareceu novamente. – Está na hora.
Senti minha respiração falhar por alguns segundos, mas logo soltei o ar forte. Me olhei no espelho, tentando esquentar minhas mãos e puxei a jaqueta para baixo novamente, respirando fundo.
- Vamos fazer isso!

- Olá, boa noite! – Vi Patrick se colocar em frente ao microfone e respirei fundo. – Como diretor da Virgin Records, é um prazer estar aqui, pronto para anunciar a nossa aposta para 2005. – Ele falou, se dirigindo ao pessoal que o aplaudiu. – Esse ano, temos o prazer de anunciar uma cantora. Ela não é tão nova como as pessoas que costumamos divulgar, mas é alguém que valia à pena investir. – Ele abriu um sorriso. – Ela tem 18 anos e vem de um país longe daqui, e veio com uma banda em peso para realmente ganhar a confiança de vocês e que vocês possam esperar grandes coisas dela. – Ele virou em minha direção com um sorriso no rosto. – Por favor, vamos receber aqui, a pessoa que vocês vieram ver, Stone! – Ele falou e ouvi as pessoas o aplaudirem e ele desceu do palco em minha direção, confirmando com a cabeça e eu fiz o mesmo.
Minha banda subiu em minha frente e começou a se organizar em cima do palco. Louis e David nas laterais atrás, David no piano e Louis se sentou na cadeira livre, já que não tinha bateria no palco. No meio atrás, já que o palco era pequeno, Emily e Jack, sentaram na frente de Louis. E logo depois, Mike e Mack, um em cada ponta na frente. Olhei para minha banda me olhando esperançosa lá em cima e eu coloquei minhas botas para andar e subi os poucos degraus que me distanciava deles.
Eu vi as pessoas que estavam em frente ao palco devido as luzes ligadas no salão. Diversas pessoas muito bem vestidas, câmeras de vídeo e de fotos apontadas para mim e todos com aquela cara de paisagem. E por um momento me lembrei que não tinha preparado nada para falar a eles. Vi meu pai na lateral em pé, com os braços cruzados sobre o peito e um sorriso confiante e eu preferi não dizer nada.
- Vai, Dave! – Falei para ele e ele me olhou assustado, mas eu virei meu rosto novamente para a plateia e para o pedestal com o microfone em minha frente.
Dave movimentou suas mãos de forma delicada em cima do piano dando início àquela música que eu já conhecia de cor há muito tempo e que treinei bastante no último mês e também para o show de talentos. Respirei fundo antes de fazer com que minha voz saísse.
- I'm nothing special, in fact I'm a bit of a bore. – Respirei novamente, ouvindo Dave mudando as notas rapidamente. - When I tell a joke you've probably heard it before. – Senti meus dedos movimentarem em minha coxa como se fosse um piano e continuei. - But I have a talent, a wonderfull thing... - Abri um sorriso. - Because everyone listens, when I start to sing! – Comecei a me soltar, livrando uma mão do microfone. - I'm so grateful and proud, all I want is to sing it, out loud. – Dei uma curta respirada, me preparando para o refrão. - So I say thank you for the music, the songs I'm singing. – Senti minhas mãos continuarem com a leveza da música e fiz o movimento rápido das notas com a cabeça, abrindo um sorriso. - Thanks for all the joy they're bringing. Who can live without it? I ask in all honesty, what would life be? – Cantei novamente. - Without a song or a dance what are we? – Movimentei os ombros, soltando ambas as mãos do microfone, ao notar diversos sorrisos começando a surgir da plateia. - So I say thank you for the music for giving it to me.
Dei uma olhada em volta, movimentando somente os olhos e tive vontade de gargalhar, não era nenhum motivo de piada, mas eu estava feliz em cima daquele palco, eu estava relaxada e aquilo era muito bom.
- Father says I was a dancer before I could walk. – Fechei meus olhos, sentindo a batida da música em meus ouvidos e a relação com a minha vida. - He says I began to sing long before I could talk. – Abri os olhos novamente, mirando meu pai com os olhos. - And I've often wondered, how did it all start? – Senti minha voz quebrar ao fim da frase e respirei, forçando que a voz saísse mais forte. - Who found out that nothing could capture a heart like a melody can? – Subi na maior nota com força, e desci novamente abrindo um sorriso. –Well, whoever it was, I'm a fan. – Movimentei meus ombros, como sempre fazia e abri um largo sorriso.
Cantei novamente o refrão, tentando brincar mais com os pequenos movimentos que eu fazia, com a mão e com a cabeça, olhando sugestivamente para as pessoas ali, tentando saber o que elas estavam pensando.
- I've been so lucky. – Olhei para Jessica ao lado do palco. - I am the girl with chocolate hair. – Mudei a música ao meu favor e sorri, tomando fôlego. -I wanna sing it out to everybody. What a joy, what a life, what a chance. – Nesse momento me vi grata por tudo.
Independente do que rolaria no final daquele dia, e no começo do próximo, eu estava pronta e estava pronta para lutar por ele também. Repeti o refrão, me esforçando para terminar bem.
- So I say thank you for the music, for giving it to me. – Involuntariamente ergui a mão para o peito, respirando fundo. - So I say thank you for the music, for giving it to me. – Cantei novamente, alongando o final, e acompanhando as notas que Dave tocou para mim.
As pessoas esperaram com que Dave terminasse as últimas notas completamente e eu fechei os olhos nesse momento, vendo a cabeça ir para baixo. Quando a última nota tocou, os aplausos vieram, fazendo com que eu erguesse o rosto novamente para ver o que estava acontecendo.
As pessoas começavam a se levantar de seus lugares, aplaudindo por nós e não eram as pessoas das laterais e dos fundos, eram as da frente, a da imprensa especializada que estava ali hoje. Podia ser só educação, mas um sorriso enorme apareceu em meu rosto e eu virei de lado, vendo que minha banda também me aplaudia e eu afirmei com a cabeça, em agradecimento.
- Mackenzie Derrick, Mike Derrick, Louis Saint-Claire, Jack Bolzan, Emily Lizarde e David Sakawa. – Apresentei minha banda e virei para eles novamente. – Obrigada! – Falei e saí do palco, descendo os degraus, vendo Jessica lá embaixo com um grande sorriso no rosto e os braços abertos para mim.
- Meus parabéns! – Ela me abraçou fortemente e eu encostei o rosto em seu pescoço. – Foi incrível.
- Eu não sei se foi o suficiente. Deveria ter chegado batendo o pé na porta. – Ela afastou o rosto de mim.
- Você mostrou técnica vocal, o que eles apreciam. Na primeira música de lançamento, a gente pode chegar batendo o pé na porta. – Ela falou sorrindo. – E ainda cantou ABBA, quem canta ABBA? – Ela perguntou rindo e senti mais algumas pessoas me abraçarem, me apertando contra Jessica.

- Foi muito bom! – Meu pai foi o primeiro a vir falar comigo quando eu fui liberada para me divertir na festa e eu o abracei forte, sentindo-o beijar minha cabeça diversas vezes. – Foi demais mesmo! – Ele acariciou minhas costas e sorriu para mim. – Vai ser sucesso!
- Espero! – Ri fraco. – Eu preciso de comida e algo para beber. – Falei e continuei a andar, vendo minha banda parar meu pai e eu fui parada pela mãe de Jack.
- Posso te dar os parabéns? – Ela falou e eu abri um sorriso.
- Sempre, Branca! – Ela sorriu e me abraçou.
- Vai dar tudo certo, viu?! Você arrasou no ABBA. – Ri fraco e afirmei com a cabeça.
- Amanhã a gente descobre! – Sussurrei e ela sorriu.
- Parabéns! – A pequena Gemma falou e eu pisquei para ela, seguindo para a nossa mesa livre e me joguei na poltrona, vendo diversas pessoas acenarem para mim.
Joan e Maurice, os pais de Louis, na mesma mesa que Amy e Nathan, pais de Mack e Mike, e Lacey, namorada de Mike, e a pequena Melanie de três anos, filha de Mack. Na mesa de Branca e Gemma tinha meu pai, Marina e Lara, minhas amigas do Brasil e Amir, namorado de Emily.
- Oi, garota! – E à minha frente tinha a esposa de David.
- Virginia! – Ela sorriu e se sentou em uma das cadeiras.
- Magnífico, querida! – Ela falou e a morena dos cabelos encaracolados deu um beijo em minha bochecha.
- Obrigada! – Falei suspirando.
- Parece que você está tensa! – Ela falou e eu ri fraco.
- Eles estão me analisando como se eu fosse comida. – Me referi à imprensa sutilmente e ela virou o rosto em direção a eles.
- Não importa, foi incrível! – Ela sorriu e eu afirmei com a cabeça.
- Foi mesmo! – Hiroshi, a mãe de David se aproximou com seu sotaque japonês e eu acenei com a cabeça, sorrindo.
- Obrigada, senhora! – Falei e ela acenou com a cabeça sorrindo.
- Eles falam com a gente, você fala com eles? – Ouvi Louis atrás de mim e ergui a cabeça, para olhar o loiro.
- Não sei. – Suspirei e vi algumas pessoas daquela área se levantar.
- Acho que a primeira opção. – Louis falou e em dois segundos ele tinha sumido.
- Eu vou também! – Virginia falou e eu me senti tensa.
- Virgínia... – Tentei chamá-la de volta. - Oh, meu Deus! – Respirei fundo.
- , que prazer que foi isso. – O jornalista falou e eu acenei com a cabeça, endireitando meu corpo na cadeira.
- Obrigada, fico feliz que tenha gostado. – Sorri sincera, respirando fundo, sentindo frio nas mãos novamente.
- Eu tenho uma pergunta para você, quais seus planos para o ano que vem? CDs? Videoclipes?
- Olá, . – Outro apareceu, me assustando. - Já tem data do lançamento do seu primeiro CD? Estamos loucos para ouvir.
- Senhores! – Jessica apareceu me aliviando. – Não é porque nossa estrela fica no salão que permitimos perguntas. – Ela falou o mais educada possível. – Hoje é uma festa, foi a estreia de , deixa-a se divertir também. – Mantive um sorriso no rosto quando os jornalistas olharam para mim e eles acenaram com a cabeça. – Em breve marcaremos uma coletiva de imprensa e vocês poderão enchê-la de perguntas.
- Obrigado! – Um deles falou e ambos se retiraram rapidamente e eu aliviei na poltrona.
- Obrigada! Eu não sabia o que dizer. – Roubei uma tortinha do prato que colocaram na mesa e eu agradeci ao garçom movimentando os lábios, mordendo-a rapidamente.
- Eu sei! A gente não pode aliviar por dois segundos e os urubus já querem colocar o carro na frente dos bois. – Ela revirou os olhos. – Nesse caso não, porque realmente não têm planos ainda, mas vou te dar autonomia para isso. – Afirmei com a cabeça. – Agora relaxa, coma, em breve isso já acaba. – Ela falou e eu suspirei.
- E aí, como foi sua primeira resposta à imprensa? – Jack apareceu de volta e Louis ao seu lado, ambos sentando-se à mesa.
- Da próxima vez que você fugir, eu vou te bater, Louis. – Falei honesta, apontando um breadstick para ele e ele afirmou com a cabeça, tirando o mesmo de minha mão e mordendo.
- Relaxa, garota! – Jack falou. – Agora é só relaxar por duas semanas e aparecer aqui na segunda semana de janeiro. – Ele falou.
- Vai para casa? –Perguntei.
- Não sei, minha mãe quer ficar na Itália, eu queria que ela ficasse comigo... Vamos ver! – Ele deu de ombros. – Você?
- Eu vou, não quero passar frio! – Ele riu e Louis o acompanhou.
- Creio que quase todos vamos para casa, não?! – Dave apareceu, puxando outra cadeira.
- Você foi demais! – Falei, segurando sua mão e ele sorriu, acenando com a cabeça.
- Você também! – Ele beijou minha cabeça e eu suspirei.
- Agora só esperar os jornais. – Suspirei.
- Minha irmã estava correndo lá pelo meio, quem sabe ela não tenha algo para contar? – Jack falou rindo.
- E aí, turminha? – Os gêmeos apareceram e eu ri. – Nos veremos só ano que vem, então?! – Ele falou. - Ou alguém vai ficar?
- Preciso achar lugar para morar, cara! – Mike falou. – Não dá para pagar albergue para sempre.
- Eu tenho planos para o ano que vem, então, por favor, se aquietem. – Jessica falou, e eu ri. – Ano que vem todos estarão com casas, estilo da .
- Pensei que só a estrela tinha esse privilégio. – Jack falou e eu revirei os olhos.
- Alguém faz esse idiota calar a boca! – Falei e Emily apareceu atrás dele, assustando-o fazendo a mesa gargalhar de rir.
- Eles vão servir o jantar, gente, e tá com um cheiro maravilhoso! – Ela suspirou.
- Tchau! – Mack empurrou a cadeira, seguindo para o buffet e todos nos entreolhamos, correndo atrás dele e rindo.

- Obrigada, Juan! – Falei, quando ele tirou minha mala do carro. – Pode ir, não vou mais sair. – Ele afirmou sorrindo.
- Sim, senhorita, muito obrigado! – Juan agradeceu com a cabeça e deu a volta no carro novamente. – Ah, senhorita! – Virei o rosto para ele. – Que 2005 seja o seu ano! – Abri um largo sorriso, afirmando com a cabeça.
- Obrigada, Juan! Você vai me ver arrasando! – Ele afirmou com a cabeça e sorriu.
Virei de frente para o prédio e pendurei a bolsa nos ombros e segui para dentro do hall do mesmo, chamando o elevador. Acenei para a pessoa que saiu do mesmo e entrei em seu lugar, apertando o último andar e vi as portas fechar e logo se abrir novamente, me dando tempo de tirar a chave da bolsa.
Saí do elevador e respirei fundo, finalmente chegando em casa, voltar do Brasil cansava um pouco e agora que meu pequeno medo de voar já tinha sumido, eu tinha ficado mais relaxada durante os voos e dormia, mas nesse eu não tinha dormido, e foi bem complicado!
- E aí, garota? – Virei meu rosto, vendo alguém saindo do apartamento da frente e soltei uma risada.
- Jack? – Virei para ele, largando a porta do meu apartamento aberta e ele se aproximou de mim, me dando um grande abraço.
- Como foi o natal, ano novo, Brasil? – Retribuí o abraço, apertando-o forte.
- Foi tudo bem! – Sorri. – Virou meu vizinho, é?! – Perguntei e ele riu.
- Não só eu! – Ele me soltou e correu para a porta ao lado da sua e bateu. – Emily! – Ele gritou e eu ri.
- Jessica ajeitou todos, então? – Perguntei e ele riu.
- Sim, agora estamos todos pertos. – Ele falou e eu ri.
- Mack, Mike, David, Louis? – Perguntei.
- Louis está na porta ao lado da sua, mas ele não voltou da França ainda, estava esperando você ou ele.
- E onde os outros estão?
- Ei,! – Emily saiu do seu apartamento e eu a abracei forte. – Tudo bem?
- Tudo bem e contigo? – Falei.
- Tudo certo! – Ela sorriu.
- Mack e Mike estão em uma das torres aqui do lado que o apartamento é um estúdio, Mack para ter mais espaço para a pequena dele e Mike porque ele prefere para ensaiar sem dar eco. – Jack continuou falando.
- David?
- Ele já tinha a casa dele, não é?! Mas ele vai se mudar para um dos apartamentos de três quartos, aqui ou ali, ele já é casado, pretende ter família, suas intenções são outras. – Confirmei com a cabeça.
- Tá certo, mas, pelo menos, todos estão aqui. – Falei. – Minha casa vai continuar sendo o ponto de referência para todo mundo, então tá tudo certo. – Dei de ombros.
- Ei, ! – Virei para o lado e vi o namorado gato de Emily. Ele era alto, com a pele escura e os cabelos ralos e os olhos igualmente escuros, ele era lindo!
- Amir! – Falei, abraçando-o em seguida. – Feliz ano novo!
- Para você também. – Ele sorriu. – Para você também, ‘futura estrela’.
- Oh, meu Deus! – Soltei uma risada fraca. – Esses artigos vão me seguir até minha morte.
- É um bom jeito de começar! – Ele falou e eu ri.
- Tomara! Agora o trabalho de verdade começa! – Ele afirmou com a cabeça.
- Vai dar tudo certo! – Ele sorriu e abraçou Emily de lado.
- Bem, gente, eu vou entrar. – Falei. – Não dormi no voo e acho melhor estar bem alerta para amanhã!
- Nem fala! – Emily brincou e eu ri.
- Boa noite, qualquer coisa mandem SMS. – Falei e os três afirmaram com a cabeça.
- Boa noite! – Responderam e eu entrei em meu apartamento, fechando a porta.

- O que faremos hoje? – Mike falou, apoiando as mãos na mesa redonda.
- O que precisa tirar a gente da cama antes do sol nascer? – Franzi a testa com o que Mack falou e bati a mão na mesa, fazendo-o se assustar e levantar a cabeça.
- São quase 9 da manhã e o sol tá no céu faz tempo. – Falei e Emily e David riram ao meu lado.
- Sai da mesa, Mack! – Jessica falou e ele se levantou, jogando a cabeça para trás, fazendo seus cabelos pretos caírem nos olhos. – Hoje eu vou ensinar vocês a falar com a imprensa.
- Falar com a imprensa? – Louis repetiu.
- Exatamente! – Ela se afastou da lousa com diversos quadrados na mesma e eu franzi a testa.
- Mas é só falar, não?! – Louis continuou. – Tive um pouco de comunicação social da faculdade, manter contato, ida e volta, entre outros. – Ele falou, como se fosse óbvio.
- Mas para isso você precisa das informações, certo? – Jessica falou e ele pressionou os lábios.
- Certo! – Ele riu.
- E é basicamente isso, nós tentaremos ao máximo esconder o produto final. – Ela falou. – E o que é o produto final? – Ela ergueu os ombros. – As músicas e o primeiro álbum de vocês. – Afirmei com a cabeça. – Do resto, vocês podem dar as informações, podem falar que pretendem lançar um clipe no fim de junho! – Ela sorriu olhando para mim. – Podem também falar que pretendem lançar o álbum em julho. – Ela sorriu. – Nunca deem datas exatas, porque nesse trabalho ocorrem muitos atrasos e as coisas podem mudar, então vamos trabalhar com ideias. –Afirmei com a cabeça.
- O que são essas datas que você falou? – David perguntou. – Suposições?
- Não, é o calendário que eu estou propondo para você! – Ela falou e até Mack arregalou os olhos.
- E como vai ser? – Perguntei animada.
- A gente vai treinar um pouco, saber como vocês estão como banda sonoramente e com isso, a gente vai começar a produção das músicas e dos CDs, como nenhum de vocês, além do David, tem experiência nisso, vocês irão acompanhar e aprovar ou desaprovar. – Afirmei com a cabeça. – E com isso começado, vamos partir para a divulgação. – Afirmei novamente.
- Isso quer dizer que a gente vai ter mais tempo livre. – Emily falou.
- Além disso, todos vocês terão aulas diárias com seus professores de canto e de instrumentos, além de fazer exercícios físicos diários, emagrecer e comparecer e ir bem na faculdade. – Movimentei a cabeça, rindo fraco.
- Vai, ! – David brincou e eu fiz bico.
- Faz parte! – Suspirei.
- Então é isso.
- Só isso? – Mack falou e eu ri.
- É! Agora levanta a bunda daí, vai aquecer sua voz, pegar seu baixo e treinar com Henry! – Jessica falou e virou o rosto para mim. – , fica um segundo, por favor. – Me apoiei na cadeira que eu tinha acabado de levantar e ela esperou todos saírem da sala.
- O quê? – Perguntei.
- Sobre a imprensa, nós realmente gostamos da receptividade que teve na festa de fim de ano, então eles estão extasiados, isso quer dizer que você não pode errar, ok?! Sei que você não entende muito de instrumentos e ritmos, mas imagine como você gostaria de ser vista pela primeira vez ao vivo, com seu videoclipe sendo tocado na Times Square. – Arregalei os olhos. – Porque isso pode acontecer.
- Ok! Vou pensar! – Afirmei com a cabeça e ela sorriu.
- Como passou o ano?
- Tudo certo! – Ri fraco. – E o seu?
- Passei com Brent, apesar de toda história, ainda somos amigos.
- Que bom, Jessica, te quero feliz! – Falei e ela me abraçou de lado, saindo da sala.
- E sobre o negócio da imprensa, você fala com eles, ok?! Apesar de você querer tornar algo da banda...
- O foco sou eu... Eu sei! – Ela riu fraco. – Mas normalmente em bandas é só o vocalista, mas minha banda é foda...
- Ah! – Virei o rosto, vendo Mack cair do sofá e Louis e Jack rirem dele.
- Em todos os sentidos. – Falei, sorrindo para Jessica que revirou os olhos e saiu.

- Tá livre? – Ergui a cabeça, vendo Jessica em minha frente.
- Michael quer que eu, Emily e Jack cantemos juntos. – Falei. – Apesar de todos cantarem, nossas vozes precisam estar interligadas ao máximo, vai ser mais fácil quando tivermos minhas músicas, mas...
- Patrick quer falar com você. – Ela falou e eu franzi a testa.
- Agora?
- Agora! – Ela repetiu e eu afirmei com a cabeça e me levantei da cadeira, seguindo-a para fora da sala de música. – Já trago ela de volta, Melody! – Jessica falou, quando encontrou minha professora no meio do caminho e ela afirmou com a cabeça.
- O que eles querem? – Perguntei para Jessica, saindo no grande salão da gravadora.
- Eu não sei! – Ela foi sincera e nos aproximamos da sala de Patrick e eu respirei fundo. – Boa sorte! – Ela bateu à porta.
- Entre! – Alguém respondeu e eu abri a porta e entrei na mesma, vendo Jessica não entrar e fechá-la, me fazendo arregalar os olhos e ela afirmou com a cabeça, como se isso me ajudasse a dar forças.
- Pode se sentar, ! – Patrick falou e eu afirmei com a cabeça, me aproximando da mesa e me sentando em sua frente, enquanto seu filho estava em pé ao seu lado e eu acenei a cabeça para ambos e coloquei as mãos nos braços da poltrona.
- Fiquei sabendo que queria falar comigo. – Falei e o mais velho acenou com a cabeça.
- Queria sim, não tivemos chance de conversar depois da sua apresentação oficial da gravadora e eu estive ocupado nesse começo de ano. – Assenti com a cabeça, como se entendesse.
- Sem problemas! – Respondi.
- Eu tenho que te dizer que estou feliz, . – Abri um pequeno sorriso. – Eu duvidei de você e fico feliz por estar errado. – Assenti com a cabeça. – Você, realmente, vai ser nosso novo sucesso.
- Obrigada, senhor. É o que eu espero! – Ele sorriu e ajeitou os óculos no rosto.
- Eu sei o que dizem de mim aí fora e sei que não pareço muito interessado com o que acontece no mundo da música propriamente dito, mas eu sou uma coruja, observo de longe, e eu gosto de ver quando meus artistas vão bem. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – Sabe por quê? – Ele perguntou.
- Traz dinheiro para empresa! – Fui sincera e ele abriu um sorriso.
- Certamente, senhorita . – Ele falou e eu ri fraco. – Então, o que eu quero dizer é que eu estarei olhando cada passo seu e espero não me arrepender de ter te dado uma chance.
- Você não vai, Patrick! – Falei me levantando da cadeira. – E você sabe por quê? – Apoiei as mãos em sua mesa.
- Por quê? – Ele perguntou.
- Porque diferente de artistas que pagam para estar aqui, eu estou aqui porque vocês me escolheram. – Ergui o rosto para Brent também. – E vou lutar para ter meu lugar no mundo, só ter paciência. – Abri um sorriso.
- Gosto de ver como pensa, . – Ele acenou com a cabeça e eu afirmei.
- Algo mais? – Perguntei. – Eu tenho que voltar para meus treinamentos.
- Você pode ir. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Tenham um bom dia! – Falei e virei de costas, apertando o casaco em meu corpo, abrindo a porta e saí da sala.
- E aí? – Virei o rosto, vendo Jessica apoiada na parede. – Tentei ouvir, mas não deu muito certo, o que ele queria? – Parei e virei o rosto para frente, franzindo a testa e os lábios.
- Começou bem, falando que está feliz pela repercussão do lançamento oficial da gravadora e tal... Mas eu juro que no momento seguinte ele falou algo como faça dar certo ou caia fora. – Virei o rosto para ela novamente e ela arregalou os olhos claros.
- E o que você falou? – Ela perguntou.
- Que eu só estou aqui porque eles me escolheram, e que vou lutar para ficar. – Ela manteve os olhos arregalados.
- Desafiando o chefe, ? – Dei de ombros e ela riu.
- Não é como se eu estivesse errada!
- Você está certa! – Jessica falou.
- E outra! – Falei. – Até onde eu me lembro, em uma das milhares páginas do contrato, as cláusulas de quebra de contrato valem para mim e para ele. – Jessica abriu um sorriso, movimentando a cabeça para os lados.
- Você realmente leu o contrato.
- Claro! – Falei, andando para frente. – A gente se vê mais tarde. – E deixei Jessica rindo sozinha.

- Galerinha, eu cheguei! – Abri a porta da sala de reunião. – Vocês eram em maior número. – Falei para os escritores de músicas e alguns riram. – E vocês estavam como aula, da última vez. – Franzi a testa.
- O motivo do seu encontro com a gente é outro. – Um ruivo pouco mais velho que Emily falou. – A gente não vai te fazer perguntas. Vamos te mostrar algumas coisas.
- Letras? – Perguntei, puxando a cadeira vazia e me sentando em volta da mesa redonda.
- Letras! – Outra pessoa falou e eu fiquei animada.
- Oh, meu Deus! – Comecei a pular na minha cadeira.
- Antes de mais nada queríamos te explicar como funciona isso. – Brandon apareceu ao meu lado e deu a volta, ficando do outro lado da mesa, à minha frente. – Eles te fizeram perguntas, escreveram músicas relacionadas com a sua resposta, mas você não é obrigada a gostar de tudo, todos aqui concordam com a negação. – Algumas pessoas riram e eu sorri. – Mas, ao negar uma música, ou não colocá-la em seu CD, ela vai diretamente para a gaveta. – Ele falou. – O que é a ‘gaveta’? São as músicas em nossa base de dados que foram escritas para momentos como esse e foram negadas. Então, sempre que algum artista precisa de alguma música, ele pode abrir essa gaveta e escolher qualquer música. Incluindo você, se precisar algum dia. – Afirmei com a cabeça.
- Resumindo, por mais que a música possa se referir à minha vida, ela não será minha e sim dos escritores e da gravadora?
- Exatamente! – Brandon sorriu e pegou uma pasta que um dos escritores deu para ele e se levantou. - E tem mais um detalhe, a gravadora lhe dá um número de músicas para o álbum e você pode concordar e tudo bem, ou você pode comprar mais ou tentar conversar e convencer eles a colocar mais.
- Comprar? – Franzi a testa.
- Cada música a mais, aumenta os gastos do CD. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça e suspirei.
- Que pesado! – Cocei a cabeça.
- Sim, e a gravadora te deu 10 músicas para seu primeiro álbum. – Ele falou e eu sorri. – É um número pequeno, mas é bom, dá para você se mostrar, mostrar para o que veio, fazer uma divulgação ótima com esse CD e depois para o segundo, eles liberam mais músicas. – Afirmei com a cabeça.
- Ok, vai dar certo! – Falei e ele afirmou com a cabeça, colocando a pasta em minha frente.
- E mais uma coisa, isso são letras, somente letras, não tem música aqui, então quando formos para produção, palavras podem ser mudadas, tiradas, coisas para conciliar.
- Entendi. – Virei a cabeça para ele. – Posso ver a pasta agora? – Ele riu com algumas pessoas ao nosso redor.
- Têm 18 músicas, você tem que escolher 10. – Ele disse. – Tome o tempo que precisar. – Ele se levantou.
Acho que agora eu entendia porque eu não fui apresentada aos escritores de músicas, era tenso isso, escolher músicas ou não escolher e pensar que podia magoar algumas pessoas, por isso eu fiquei tensa, mas preferi pensar que todos ali eram profissionais e entenderiam minhas decisões. Do contrário, porque deixariam que eu escolhesse?
Foquei nos 18 papéis em minha mão. Todos eles tinham o símbolo timbrado da gravadora do lado direito da página e em cima de tudo o nome dela e do autor, para fins de direitos autorais. Eu relaxei meu corpo na cadeira e coloquei os papéis em meu colo, começando a ler um por um com calma, tentando visualizar que pergunta foram feitas para sair as músicas e eu soltava risada sozinha em alguns momentos.
Algumas músicas foram fáceis descartar, não tinha nada a ver comigo, era como se eu lesse sobre outra pessoa, mas outras, estava na cara que era sobre mim. Quando eu terminei a leitura toda, eu vi que tinha descartado três já de cara, então voltei à leitura, tentando pensar em ritmos que bateriam com a letra.
Em alguns papéis, quando a pessoa usava gíria, para uma ótima ajuda, tinha a explicação entre parênteses o que eu achei demais. Tinha músicas que se referia ao futuro, o que fez com que minha cabeça voasse longe, imaginando se todo esse trabalho realmente desse certo. Algumas músicas falavam de amor, amigos, futuro, mas a maioria mostrava quem eu era, o que eu gostava, o que eu sonhava e como eu via a vida, o que deixou a escolha um pouco mais difícil.
O problema foi ter 11 nas mãos e precisar excluir uma.
- Qual é o preço de comprar uma música a mais? – Perguntei, erguendo o rosto e Brandon riu.
- Conseguiu reduzir para 11? – Afirmei com a cabeça.- Estou impressionado, normalmente as pessoas demoram mais e selecionam menos. – Ele falou e eu ri. – O que acontece agora é que eu pego as músicas, vou falar com o senhor Brent Wilson do financeiro e ele vai analisar esse caso com a equipe da gravadora e com a sua. – Afirmei com a cabeça. – Depois eu volto com a resposta. – Ele empurrou a cadeira. – Reunião encerrada por enquanto. – Afirmei com a cabeça e fiz o mesmo, vendo Brandon aparecer ao meu lado e eu entreguei os papéis selecionados para ele.
- Oh, gente! – As pessoas pararam. – Obrigada! – Eles riram. – Foi realmente incrível, tem letras que realmente parecem que estão lendo minha mente. – Falei, suspirando. – Eu fui selecionando por afinidade mesmo. – Ri fraco. – Mas tem poemas incríveis aqui. Obrigada! –Suspirei e deixei que eles saíssem da sala.
- E aí? – Brandon se aproximou de mim. – O que achou?
- Tem coisas incríveis. – Falei, suspirando. – Algumas eu mal posso esperar ver pronta. – Sorri.
- Tem alguma preferida? – Ele perguntou.
- Tem sim! – Falei. – Dando uma olhada nos papéis em sua mão. – A 11! Eu imaginei um violino, um violoncelo, vai ser ótimo para o ‘pé na porta’ que eu falei para Jessica.
- Vou dar uma olhada e ver se dá para pensar em algo. – Ele piscou e eu sorri, abraçando-o.
- Obrigada, Brandon!
- Não precisa agradecer, querida! – Ele sorriu e eu afirmei com a cabeça.

- If I could say what I want to say, I'd say I want to blow you away. Be with you every night, am I squeezing you too tight? – Movimentei meus ombros, mexendo o corpo em volta do pessoal. - If I could say what I want to see, I want to see you go down on one knee, marry me today. – Movimentei as mãos para baixo, vendo Mike sorrindo enquanto tocava. - Yes, I'm wishing my life away... – Soltei uma risada. - With these things I'll never say.
- What is... – Jack e Emily cantaram juntos me fazendo sorrir. – Wrong...
- What's wrong with... – Cantei sozinha, olhando para cima.
- My tongue? – Jack e Emily me acompanharam.
- These words keep slipping away. – Coloquei a mão no peito, endireitando o corpo.
- Away... – Jack e Emily continuaram na segunda voz. – Stutter.
- I stutter I stumble. – Virei o rosto para Louis na bateria. - Like I've got nothing to say. – Senti minha voz afinar do jeito certo no final da música e eu respirei. - Yes, I'm feeling nervous. – Vi Mike olhar sugestivamente para mim enquanto tocava o violão. - Trying to be so perfect. – Respirei novamente. - Cause I know you're worth it, you're worth it, yeah... – Comecei a pular enquanto cantava, animando para que Louis tocasse mais rápido.
- La, da, da, da, la, da, da, da... – A banda toda começou a cantar junto, me fazendo soltar algumas risadas de felicidade, mas uma batida forte nos fez parar bruscamente.
- Maravilhoso! – Jessica entrou na sala de música aplaudindo.
- Você realmente odeia a gente cantando. – Emily comentou.
- Eu gosto! – Jessica se defendeu.
- Você sempre nos interrompe! – Falei, me jogando no sofá atrás de mim.
- Quando eu exigir que vocês ensaiem três, quatro horas por dia, vocês vão pedir para eu interromper vocês! – Soltei uma risada fraca.
- O que você quer? – Perguntei.
- Precisamos falar sobre divulgação, as pessoas precisam voltar a falar sobre você, a imprensa parou um pouco, isso precisa voltar. Para o povo querer você, estar louca pelas músicas, álbuns, videoclipes, shows, qualquer coisa.
- Jessica, me perdoe se eu estiver errado, mas vocês lançaram a gente cedo demais, eu não sabia na época, achei que logo depois começaria a produção de músicas inéditas, mas tem um monte de coisa ainda...
- Pois é, notei isso agora! – Ela revirou os olhos. – Precisamos pensar em algo para que as pessoas voltem a falar de você.
- Por que vocês não lançam um vídeo da cantando? Fazem uma edição diferente, como um teaser e pronto. – Mack falou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e eu franzi a testa, surpresa.
- Não podemos lançar nada inédito. – Jessica falou.
- Quem disse que precisa ser algo inédito?
- É, ele tá certo! – David falou. – E o vídeo do Natal? Não dá para lançar? Algo tipo ‘o que vem por aí’? Faz um teaser como o Mack disse e pronto, vai dar tempo para o povo falar, e pelo menos algumas entrevistas vocês podem conseguir. – Ele deu de ombros. – Vocês ainda são a Virgin Records, gente, eles querem saber de coisas novas. – Jessica colocou a cabeça para pensar.
- Conseguimos 11 músicas, ! – Brandon abriu a porta, nos assustando e eu sorri.
- Eba! – Falei e Louis bateu as baquetas na bateria e Brandon sumiu pela porta.
- Vou dar essa ideia para o povo de marketing, tem um novo site de disseminação de vídeos, o YouTube, diversos famosos estão colocando os vídeos lá, é bem legal! – Afirmei com a cabeça.
- Ok, nos informe, mas não interrompe a gente. – Falei, movimentando as mãos e revirei os olhos e ela riu.
- Ok, senhores, ok! – Ela falou e eu ri, vendo-a sair da sala de música.
- Vamos, gente! Mais uma música.
- Mantêm na Avril Lavigne e vamos para Losing Grip agora. – David falou e eu afirmei com a cabeça.
- E um, dois, três quatro...

- Obrigada, Juan, te espero aqui a uma. – Falei, acenando para ele que entrara no carro novamente e segui em direção a um dos prédios da UCLA.
- Ei! – Me assustei com a garota que apareceu ao meu lado com livros na mão, igual a mim.
- Oi! – Respondi.
- Sou Rachel! – Ela falou sorrindo.
- ! – Sorri de volta, continuando a seguir em direção ao prédio.
- Eu sei quem você é. – Ela falou e eu parei de andar, virando o corpo para ela. – A nova aposta da Virgin, certo?
- Como...?
- Eu tenho 19 anos, gosto de música e leio sites de notícia. – Ela falou e eu abri a boca, fechando-a diversas vezes e a ouvi rir. – Foi difícil identificar você na sala de aula, você é bem quieta para quem quer dominar o mundo da música. – Soltei uma gargalhada.
- Dominar o mundo da música? – Ri fraco. – Oh, eu preciso passar por muitas coisas para estar nesse nível. – Ela sorriu. – É só difícil estar focada em diversas coisas ao mesmo tempo e ainda ter ânimo para ouvir sobre literatura espanhola às oito da manhã. – Ela riu e afirmou com a cabeça.
- Isso é! Mas por que você não larga a faculdade? Não é como se fosse precisar. – Ri fraco.
- Aí que tá, eu não sei. – Dei de ombros. – Eu sou brasileira e sei como os americanos são um pouco relutantes com mudanças, desculpe, mas é como eu vejo. – Ela afirmou com a cabeça.
- Não se preocupe, eu sou mexicana, para começar! – Ela riu. – Mas você está certa! É difícil se enturmar.
- Terceiro mexicano que eu conheço aqui! – Ri fraco.
- Bem, você está em Los Angeles, esse pedaço já fez parte do México um dia. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
- Você está certa! – Falei e ela riu.
- Mas aposto que se a maior gravadora do mundo deu uma chance para você, pouca coisa você não é. – Ela sorriu, voltando a andar, subindo as escadas para dentro do prédio.
- É com isso que eu vou dormir feliz todas as noites.
- Então, quando posso esperar para ouvir algo seu? – Ela perguntou e eu ponderei com a cabeça.
- Em breve já tem coisa para atiçar o pessoal. – Afirmei com a cabeça sorrindo. – Depois me diga o que achou.
- Direi e com certeza vou divulgar para faculdade inteira! – Soltei uma risada, mexendo os ombros.
- Obrigada!
- Aula de espanhol agora? – Ela perguntou.
- Não, linguística aplicada. – Falei e ela franziu a testa. – Por que a gente não se encontra na praça de alimentação no intervalo? – Perguntei.
- É, vai ser legal! – Ela sorriu, afirmando com a cabeça. – Até mais.
- Até! – A vi seguir para outro corredor e eu subi as escadas em minha frente. E eu sorri realmente feliz por esse papo de cinco minutos.

- É assim que uma música acontece, ! – Brandon falou animado para mim.
- Isso está legal demais, gente! – Falei levantando correndo do sofá e indo em direção a eles. – Faz isso de novo, Dave! – Falei para ele e ele deu play, repetindo o som anterior e eu pulei novamente animada. – Você está remixando piano.
- Não. – Ele falou. – O piano está no fundo e eu estou remixando a batida da bateria do Louis, escuta de novo. – Ele colocou e eu ouvi com mais atenção. – O piano e a batida continuam durante a música inteira. A mixagem acontece em alguns momentos.
- Oh, meu Deus! – Falei rindo. – Isso é demais! Como a ideia vem? – Puxei a cadeira para perto da mesa de som.
- Produzir músicas a partir da letra é complicado. – Brandon falou. – É uma sucessão de acertos e erros, mas quando vocês escreverem as músicas, a gente já vai saber qual ritmo dar para a música, se você escreveu a música feliz, contente, a gente já vai saber o tom que dar, se foi algo mais triste, choroso, a gente foca em algo mais depressivo, e por aí vai...
- Isso é demais, cara! – Ri fraco.
- E afinal, eu pensei sobre a música 11 que você disse. – Brandon falou. – E comecei a pensar sobre ela e acho que vou chamar um quarteto de cordas para colocar naquela música, ela merece muito.
- Falando nisso. – Corri para minha bolsa e peguei minhas cópias das letras das músicas. – Eu adicionei uma palavra depois do nome da música, acho que vai ser aquela chamada de atenção que eu estava falando que eu precisava. O que você acha? – Entreguei o papel para ele.
- Em parênteses? – Ele perguntou.
- Eu coloquei em parênteses só para... Sei lá! – Ele riu.
- Vai ser uma bela de uma chamada de atenção. – Ele riu. – Mas acho que rola sim, vai ficar bem legal. – Ele sorriu. – Você no centro do palco, o quarteto de cordas à sua volta, somente uma luz focada em você e...
- Eu estava pensando diferente, na verdade. – Falei ele sorriu.
- Interessante. – Ele falou. – Diga!
- Minha banda inteira canta, certo? Todos os sete cantam! – Falei sugestivamente.
- Certo! – Brandon falou e David se virou para mim.
- Então, por que não chutar a porta e colocar todos para cantar? – Perguntei e ele franziu os lábios, digerindo a ideia. – Porque convenhamos, foi ridículo aquela performance no natal. De sete pessoas, duas fizeram alguma coisa. – Ele suspirou e afirmou com a cabeça. – Da próxima vez eu vou ter que mostrar para o que eu vim, e eu vou querer com essa música e com a capacidade completa da minha banda. – Suspirei.
- Dá para fazer isso funcionar. – Henry entrou na conversa. – Dá muito para fazer isso funcionar, cara! Vai ficar animal! – Ele falou rindo.
- Que merda, cara! – Brandon falou rindo. – A menina já tá sabendo das coisas. – Pisquei para ele. – Ok, e o resto das músicas, algumas anotações? Ideias de ritmo? – Ele perguntou e eu comecei a pegar papel por papel.
- Aqui eu pensei em um piano, só isso! – Falei. – Alterei algumas palavras para que ficasse minha cara, mas nada demais, Mike mexeu também. – Entreguei o papel a ele.
- Ok, também imaginei isso. – Brandon falou.
- A segunda vocês estão mexendo. – Falei, entregando a ele.
- Você sabe que na hora da montagem do álbum não é essa ordem, certo? – Henry perguntou.
- Foi o número que tinha nos papéis, eu segui! – Falei e ele riu.
- Nessa daqui eu pensei algo divertido, sabe? Uma guitarra crua, a bateria, algo bem banda mesmo, guitarra, baixo e bateria. – Falei. – É uma letra divertida, então trazer isso para a música também, mas tentar mostrar um pouco de potência musical. – Falei.
- Continue! – Brandon falou escrevendo na pressa no papel.
- Essa também! – Puxei um papel entre as outras. – É divertido isso, então torne divertido, sabe? Fazer com que as pessoas dancem, se animem.
- E essa? – David me entregou um papel.
- Não pensei, fala do meu lar, tá realmente difícil pensar se lenta seria melhor.
- Eu tive umas ideias sobre essa. – Mike falou se levantando do seu lugar. – Uma batida mais constante da bateria e da guitarra, o ritmo sendo mudado com a pronúncia das palavras, sabe? Música e melodias totalmente sutis, para focar nas palavras, eu sei que isso vai ser importante para todo mundo. – Ele falou, dando de ombros.
- Fiquei meio confuso, mas depois você tenta mostrar. – Brandon falou e Mike riu com ele.
- Essa daqui eu pensei totalmente louca! – Mike falou. – A letra começa bem devagar, bem tipo, eu estarei contigo, farei o que você precisar e tal, pode começar bem devagar, um violão, uma batida na caixinha, algo bem discreto, mas no refrão entra tudo, sabe? A batida da bateria fica mais forte, o violão vira guitarra! – Ele falou animado e eu gargalhei.
- Isso tá demais! – Falei pulando.
- Quem olha de fora pensa que vocês são loucos. – Louis comentou.
- Então vem ajudar, que estamos falando de bateria toda hora. – Comentei.
- Louis, você sabe fazer aquele conjunto de tocar aqui, ali e depois girar em todos os bumbos da bateria?
- Claro que sei, cara! O que você tá pensando? – Louis se levantou do sofá, se aproximando da gente.
- E essa, ? – Brandon jogou um papel em minha direção.
- Sabe aquela história de um barzinho de um violão? Basicamente isso! – Falei, entregando de volta. – É bem pessoal essa, eu gostei bastante, ele pegou minhas respostas e colocou numa música, eu gostei muito.
- Essa daqui também, não?! – Dave me entregou mais uma.
- Sim, com certeza! – Falei, devolvendo as duas folhas para ele.
- E sobram duas, e aí?
- Essa daqui, é minha favorita! – Louis puxou uma das duas folhas. – Deixa comigo, vai ficar legal, confia. – Ele falou e eu ri.
- E a outra? – Brandon perguntou.
- Eu jogaria um piano nessa, e uma mixagem por cima, bem sutil. A letra já é bem forte, não precisa de nada. – David falou, suspirando.
- Isso é verdade! – Falei, afirmando com a cabeça.
- Bem, acho que temos bastante trabalho com isso, vamos botar a mão na massa? – Brandon falou suspirando.
- Vamos, vamos! – Falei animada, pulando.
- Ela pula, gente! – Henry falou e eu ri, abraçando-o de lado.
- Louis, para cabine agora, quero ver o que o Mike falou, vamos tentar. – Louis afirmou com a cabeça e entrou na cabine, fechando a porta. – Vamos devagar, ok?! – Brandon falou pelo microfone e eu suspirei, me sentando na cadeira novamente.
- Isso é só produzir as músicas, certo?
- Sim, a gente está gravando a demo das músicas, com a demo, a gente ouve, vê o que ficou bom, ruim, muda o que precisa e depois parte para gravação oficial. – Afirmei com a cabeça, apoiando meus braços na mesa de som.
- Vamos lá, quero ver essas músicas prontas.

- Respira fundo, . Vai dar tudo certo! – Falei, respirando fundo.
Olhei para o espelho que tinha ali do lado e notei minha roupa. Camiseta simples do Mickey, um colete vermelho escuro por cima, um short de alfaiataria e uma sandália com um pequeno salto nos pés. Joguei meu cabelo para trás, deixando que as ondas caíssem em meus ombros e respirei fundo, ajeitando minhas pulseiras. Robb tinha feito um trabalho legal.
Eu não conhecia muito o trabalho da Ellen, o programa havia começado há uns dois anos, mas eu sabia que estava tendo uma boa repercussão. Não passava no Brasil e até assisti alguns episódios aqui em Los Angeles, mas era um programa diurno, então eu normalmente não estava em casa para assistir, mas ela era divertida e legal, e ela tinha vindo aos bastidores para me conhecer o que me deixou mais relaxada.
- E agora, pela primeira vez em rede nacional, com exclusividade para nosso programa, por favor, vamos receber a inédita Stone. – Ouvi a apresentadora gritar e a pessoa do outro lado falou para eu seguir e sorri, colocando meus pés para andar.
Andei pelo pequeno corredor, chegando no estúdio azul, vendo Ellen DeGeneres parada próxima a uma das poltronas no meio do estúdio. Acenei rapidamente para o pessoal da plateia que aplaudia para mim e sorri para Ellen, sentindo-a me abraçar rapidamente e retribuí, sorrindo e ela indicou a poltrona e eu me sentei, vendo-a fazer o mesmo e cruzei a perna, apoiando os braços em cima do joelho.
- Nossa, bem-vinda, bem-vinda! – Ellen falou e eu sorri. – É ótimo que possa vir e que nosso programa seja sua primeira aparição.
- Obrigada. – Ri fraco. – É muito bom estar aqui. – Fui honesta.
- As pessoas estão indo à loucura por causa de um cover que foi divulgado, como está sendo essa repercussão? – Ela perguntou, olhando para mim.
- Ultimamente eu tenho ficado tão ocupada que está sendo complicado acompanhar a repercussão externa, mas em jornais, revistas, sites, é incrível o que um teaser pode causar nas pessoas.
- Sim, nós te chamamos aqui por causa desse teaser, que nos enlouqueceu, quem é ela, o que ela faz, de onde é? Precisamos de respostas! – Ellen brincou e eu gargalhei.
- Obrigada!
- Eu não posso negar em perguntar, vocês lançaram o teaser, está tendo uma resposta incrível e depois? O que vem agora?
- Nós temos um calendário... – Ri fraco. – As pessoas, incluindo a mim mesma, pensam que quando lança um artista, uma música, foi lançado e pronto, mas tem muita coisa por trás dos bastidores que a gente nem imagina. – Ela afirmou com a cabeça. – Faz um ano que eu vim para a gravadora e a gente não conseguiu lançar nada, porque é algo muito complexo.
- Mas vem coisa por aí?
- Sim, com certeza! – Falei animada. – Estamos em produção de CD, músicas, creio que em até três ou quatro semanas vocês já terão novidades.
- E eu tenho uma pergunta, por que você escolheu Thank You For The Music do ABBA como a sua música de lançamento? – Soltei uma risada. – Porque ABBA é do meu tempo, eu ouvi ABBA com meus 15, 20 anos. – Afirmei com a cabeça.
- Eu cresci ouvindo bastante ABBA, meu pai realmente gosta de músicas, diversos cantores e ABBA, Bee Gees, Queen para ele era o topo assim, e eu gostei, e essa música realmente representa tudo sobre eu e o canto, além de ser a música o qual a gravadora me encontrou.
- Falaram que você não é daqui dos Estados Unidos, certo?
- Certo, eu sou brasileira. – Falei.
- Nossa! – Ela falou surpresa. – Tá bem longe de casa.
- Sim, bastante! – Ri fraco.
- E como foi que eles te encontraram? – Ela perguntou.
- No ano anterior eu tinha me formado no ensino médio e teve um show de talentos de fim de ano, como é de costume. Eu participei pela primeira vez, cantei Thank You For The Music e minhas amigas filmaram e começaram a mandar para diversos e-mails, produtoras, gravadoras, pessoas influentes, sem que eu soubesse.
- Oh, meu Deus. – Ellen comentou rindo.
- E aí passou um tempo e minha empresária bateu a minha porta, minha cidade é minúscula e ‘oi, eu sou da Virgin e queremos te oferecer o contrato’.
- Oh, meu Deus! – Ellen começou a gargalhar e a plateia a aplaudir. – É mentira!
- Eu achei que fosse! –Soltei uma risada. – Fiquei meio desconfiada, depois deixei entrar, conversamos rapidamente, mas depois que foram embora, eu saí correndo para pesquisar quem eram e o que faziam.
- Você não aceitou na hora?
- Não, com certeza não! – Ri fraco. – Sou cética demais, quando a esmola é muito boa, o santo desconfia, não é?! – Ela riu.
- E você nem tem mais sotaque.
- Quase um ano treinando diariamente, convivendo só com americanos... As coisas vão acontecendo.
- E você veio sozinha? Sua família não veio?
- Não, não veio. Meu pai tem um restaurante na minha cidade e está indo muito bem, sabe? Além de que não tem motivo para ele largar tudo e vir por algo que a gente nem sabia se ia dar certo. – Ela concordou com a cabeça.
- E sua mãe?
- Eu não tenho mãe, na verdade, ela me abandonou há muito tempo. – Falei afirmando com a cabeça.
- Sinto muito. – Ela tocou minha mão.
- Não sinta, eu tinha seis meses, meu pai fez os dois papéis e nunca foi um problema para mim. – Ela afirmou com a cabeça.
- Ah, que bom, então! – Ela sorriu. – Então, veremos muito mais sobre você ainda esse ano.
- Espero que sim! – Sorri.
- Essa foi Stone, senhoras e senhores, podem esperar novidades incríveis dela e não se esqueçam de assistir ao vídeo no YouTube oficial dela. – Ellen falou enquanto o pessoal gritava e aplaudia e eu acenei com a cabeça, sorrindo e os câmeras fizeram um movimento com a mão e as luzes fortes se apagaram e a plateia ficou em silêncio. – Obrigada mesmo por vir, você está destinada a grandes coisas. – Ellen falou quando levantamos.
- Obrigada mesmo! Foi incrível te conhecer, foi incrível estar aqui! – Falei e ela me abraçou novamente, sorrindo. – Obrigada.
- Espero que volte para cantar. – Acenei com a cabeça.
- Eu também! – Sorri e me afastei dela, voltando para o mesmo lugar de antes.
- Meus parabéns, foi incrível! – Jessica falou quando a encontrei e a segui em direção ao camarim.
- Obrigada, foi legal, ela é bem gente fina! – Falei, suspirando relaxada, sentindo meus ombros caírem.
- Temos mais dois programas de TV aqui em Nova York ainda. E mais três de rádio. – Ela falou e eu acenei com a cabeça. – Isso porque você não lançou nada, hein?! – Ela brincou e eu ri.
- Isso vai mudar em breve. – Falei, entrando no camarim.

- Temos aqui agora uma pessoa muito bonita! – Franzi a testa, soltando uma risada. – Ela vai estar na casa de vocês todos os dias, com suas músicas, shows e videoclipes e falta pouco para ela ser sucesso, confira o clipe!
O teaser que a gravadora lançou foi passado no telão. Eles haviam feito uma edição com que as cenas do vídeo, intercalassem com imagens da minha sessão de fotos feita no fim do ano passado. Eu estava bem fofa naquela sessão de fotos, então estava bem feliz com o resultado. Minha primeira sessão de fotos oficial estava demais. Arrumei as mangas da minha blusa de manga comprida e respirei fundo, já era a quarta roupa do dia. Ouvi a plateia gritar.
- E agora, a inédita Stone. – Ouvi o barulho, a música e os gritos e me coloquei a andar pelo pequeno corredor.
O corredor era mais curto que na Ellen, e logo eu saí para dentro do estúdio. Andei em frente, acenando rapidamente para o pessoal que me aplaudia e logo virei para a direita vendo Jay Leno ao meu lado. E sorri, vendo-o estender a mão para mim e o cumprimentei, sentindo-o me abraçar rapidamente e ele sorriu, indicando as poltronas. E me sentei na mais próxima a mesa, me virando para ele.
- Seja bem-vinda! – Ele falou sorrindo para mim e eu acenei com a cabeça.
- Obrigada, obrigada! – Sorri, apoiando as mãos nos joelhos.
- Eu tenho que dizer: que mãos geladas! – Soltei uma risada e mexi nas mãos, esfregando uma na outra.
- Nervosismo, acordei hoje de madrugada e me falam ‘então, vamos para Nova Iorque, você participará de diversos programas, amanhã estamos de volta’. – Arregalei os olhos e ele gargalhou.
- As coisas são rápidas assim?
- Sim, aparentemente sim, é realmente complicado! Então não tive tempo de me preparar. –Brinquei e ele riu.
- Eu tenho que dizer, provavelmente já ouviu de diversas pessoas, mas ABBA? – Soltei uma gargalhada. – Que pessoa de 18 anos escolhe ABBA como música de lançamento?
- Oh, Deus! – Ri. – Essa música tem significado para mim, se você prestar atenção na letra, é bem significativo.
- Mas agora, esse teaser lançado, temos coisas novas saindo por aí? – Afirmei com a cabeça. – Porque eles estão fazendo uma super divulgação sua e eu falo, gente, o que esperar?
- Muitas coisas, eu espero! – Ele riu fraco. – Estamos com um calendário bem apertado, saio bem cedo de casa, durmo bem tarde, então estamos bem ocupados para lançar as coisas o mais rápido possível. – Ele acenou com a cabeça.
- E você não está sozinha nessa, não é?! Estava conversando com sua empresária e você está armada de todos os lados.
- Sim, eu estou! – Afirmei com a cabeça, mexendo as mãos. – Quando eu cheguei em Los Angeles em maio do ano passado, eu falei que eu sabia cantar e só, eu não tinha noção de grave e agudo, da potência da minha voz, tocar instrumentos e muito menos escrever uma música. – Ele gargalhou, jogando a cabeça para trás. – Então eu fui armada de todos os lados, produtores, escritores de música, professores de canto, dança, personal trainer, além de uma banda que entende das coisas, a maioria cresceu no mundo da música e o resto está igual a mim, lutando comigo para recuperar esse tempo perdido.
- Quem você tem com você agora? – Ele perguntou.
- Nossa, vamos ver se eu lembro de todo mundo! – Ele riu. – Além de Patrick e Brent Wilson, os incríveis diretores da gravadora, eu tenho Jessica Stone como empresária, Brandon Barret e Henry George como produtores fixos, Michael, Melody e Mikayla professores de canto, Will, professor de dança, Debbie,personal trainer, além disso, têm os professores específicos de guitarra, baixo, bateria e piano para a minha banda. A incrível equipe para deixar a gente bonita, Robb Mathews, meu personal stylist, e toda sua turma, Malcon da fotografia e vídeos. Se eu não esqueci de alguém, mais a minha banda! – Falei sorrindo e ele arregalou os olhos.
- É bastante gente! – Afirmei com a cabeça. – E sua banda é composta por pessoas de partes do mundo.
- Sim, sim! – Ri fraco. – Eu sou brasileira, para começar. Depois temos Jack Bolzan, ele é italiano, Louis Saint-Claire é francês, David Sakawa japonês, Emily Lizarde da Botswana, além de Mike e Mack Derrick, os gêmeos, que são de Wisconsin. – Ele riu fraco.
- Vocês são sete, cinco são de diversas partes do mundo e dois de Wisconsin? – Afirmei com a cabeça rindo. – E são gêmeos ainda?
- Sim! – Ri fraco. – Mas eles são bem diferentes.
- Mas temos uma foto de todos vocês, certo? – Ele perguntou e a foto da sessão de fotos com todos sérios apareceu no telão para o pessoal e eu vi na pequena tela em minha frente.
- Sim, é minha banda. – Falei feliz. – Eles são demais.
- Quem é quem aí? E o que faz na banda?
- Em frente temos eu, na segunda fileira Mack e Mike, os gêmeos.
- Fácil de identificar! – Jay comentou e eu ri.
- Sim, o Mack é o cabeludo e tatuado e Mike o bonitinho. – Ele afirmou com a cabeça fazendo a plateia rir. – Mack no baixo e Mike na guitarra. Depois atrás temos Jack e Emily, meus apoios vocais.
- Fáceis de identificar. – Soltei uma risada.
- E atrás, temos o louro Louis, meu baterista, e David meu DJ...
- Você tem um DJ na sua banda?
- Que também toca piano! – Falei e ele riu, surpreso.
- É uma galera de peso mesmo! – Afirmei com a cabeça sorrindo.
- Sim, eu estou bem feliz com esse grupo. – Afirmei com a cabeça.
- E vocês estão treinando bastante ultimamente?
- Estamos em produção das músicas e treinando.
- As músicas novas?
- Não, nós treinamos com covers inicialmente, para ajustar os problemas da banda, voz e tudo mais. – Ele afirmou com a cabeça.
- Pode dar uma palinha para gente? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- É, acho que posso fazer isso! – Eu ri, recebendo um microfone da minha mão e eu ri, já treinada para caso isso precisasse.
Respirei fundo e dei alguns toques no microfone para saber se ele estava realmente ligado e dei uma tossida rápida, testando a voz e me levantei, como me foi ensinado, a voz saía melhor.
- I've found a reason for me... – Alonguei o final como a música do Hoobastank, fechando os olhos instantaneamente. - To change who I used to be... – Fiz novamente com um sorriso no rosto. - A reason to start over new... And the reason is you. – Respirei rapidamente. - I've found a reason to show... – Alonguei o final novamente. - A side of me you didn't know... – Acompanhei a música em minha cabeça. - A reason for all that I do... – Respirei para o final, abrindo os olhos. - And the reason is you. – Encurtei o final, abaixando o microfone, ouvindo as pessoas gritarem e aplaudirem, me fazendo rir.
- Nossa! Nossa! – Jay Leno se levantou aplaudindo. – Isso foi demais! Vocês ouviram essa voz? – Ele virou para plateia e eu sorri, levemente emocionada. – Isso foi incrível. Você vai arrasar nessa cidade, nesse país, nesse mundo. E sinto que vou te entrevistar diversas vezes. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu espero! – Falei, afirmando com a cabeça.
- Sem acompanhamento musical, incrível! – Leno continuou a aplaudir sorrindo. – Essa é Stone, em breve música nova, CD, tudo. Essa menina vai arrasar! – Ele falou e eu abaixei a cabeça em agradecimento, ouvindo as pessoas me aplaudirem. – Fique aí que já voltamos! – Ele falou e como no programa da Ellen, os holofotes se apagaram e eu entreguei o microfone para a menina que apareceu ao meu lado.
- Obrigada! – Falei.
- Isso foi incrível. – Leno apareceu ao meu lado. – Você vai arrasar, te desejo toda sorte do mundo. – Ele me abraçou e eu retribuí o abraço.
- Obrigada! – Sorri, afirmando com a cabeça.
- E espero que volte, com a sua banda para cantar e para eu conhecer todos eles.
- Com certeza! – Falei rindo e ele sorriu e eu acenei, me retirando do estúdio por onde entrei e ouvi as pessoas gritarem e eu sorri, acenando para elas.
- Foi demais! – Jessica apareceu novamente e eu sorri.
- Obrigada! – Suspirei.
- Eu fiquei todo arrepiado. – Robb falou quando entrei no camarim e eu ri.
- Eu chorei, . – Jessica falou. – Foi lindo mesmo! – Ela falou eu acenei com a cabeça. – Vamos para o Jimmy Kimmel agora? – Ela perguntou e eu franzi a testa, com cara de cansada. – Eu sei, garota, divulgação é a pior parte.
- Na verdade, eu até gosto. – Falei. – Eu gosto de falar, e as pessoas estão interessadas em ouvir, então é demais!
- Ah, que bom, então. Porque vai ter bastante! – Ela falou e eu ri.

- Fala com ela. – Ouvi alguém suspirando e virei o rosto para o lado, vendo David e Mike conversando. – Tá legal, cara. Ela vai gostar.
- Não dá, o álbum tá cheio já. – Mike respondeu e Jack virou a poltrona na direção deles e eu franzi a testa.
- Cara! – David bateu em sua cabeça. – Alô! – Ele apontou para mim e eu acenei com a ponta dos dedos, descendo os pés da mesa de som e virando o corpo.
- Qual o problema aqui? – Perguntei, abaixando meu livro de educação, cultura e sociedade, que eu teria prova no dia seguinte.
- Eu... – Mike balançou a cabeça. – É besteira! – Ele falou.
- Ele escreveu uma música para você! – David falou, puxando o caderno da mão de Mike e vindo em minha direção.
- Sério?! – Falei feliz, pegando a folha.
- Todo mundo deu palpite, a gente conversou... – Ele deu de ombros.
- Sobre o que é? – Olhei para folha. – Pop Princess? – Perguntei e ele afirmou com a cabeça.
- É sobre você. – Ele falou. – Quem sabe podemos escrever o Pop Queen em alguns anos?
Passei os olhos pelos garranchos rabiscados de Mike e abri um sorriso, rindo fraco com as palavras que ele escolhia. Aquilo estava demais, era simplesmente incrível. Coloquei a mão na boca, emocionada e suspirei, isso foi escrito para mim, pela minha banda e estava muito bom.
- Você realmente pensa assim? – Perguntei sorrindo.
- Algumas coisas são para rimar, mas a gente está pensando nisso como fã, você vai arrasar, . – Afirmei com a cabeça, puxando o ar, suspirando.
- Boneca de glitter, por exemplo. – Falei e ele com Jack e David riram.
- Exato! – Mike falou.
- Eu adorei, gente! E se vocês deixarem, eu quero essa música no álbum.
- Vai ser legal, fiz Emily cantar e ficou muito bom na voz dela, na sua vai ficar ótima. – Ele falou rindo.
- Não, não. Vocês vão cantar isso. – Entreguei o caderno de volta a ele. – A música é de vocês. E são vocês falando sobre mim, por que eu deveria cantar? – Perguntei e ele sorriu, afirmando com a cabeça.
- Obrigado, vou pensar em um ritmo bem legal! – Ele falou e eu o abracei, sorrindo.
- Só espero que Lacey não tenha ficado com ciúmes. – Falei e ele riu.
- Ela deu palpite em algumas coisas, ela já viu isso! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu vou atrás de Brandon, ver se conseguimos comprar uma música a mais, essa está demais! – Falei rindo. – Tem que estar no álbum.

- A hora da verdade! – Brandon entrou no estúdio, fazendo um drama e eu, como o resto do pessoal, olhamos sem entender.
- Oi? – Emily falou.
- O estúdio acabou de ser alugado oficialmente para a gravação do primeiro CD de Stone, como também o contrato de gravação foi realizado e já tem o calendário para lançamento do primeiro videoclipe, do álbum e de mais três videoclipes pré-aprovados!
- Oh, meu Deus! – Falei animada e a minha banda reagiu da mesma maneira, comemorando.
- E quando vai ser? – Mack perguntou.
- Esse mês vamos finalizar a produção das demos e em julho vocês entram em estúdio, gravam videoclipe e lançam, talvez tome agosto. – Brandon falou animado!
- Isso é demais! – Emily falou ao meu lado.
- E tem mais uma coisa! – Brandon falou. – A gravadora aprovou 13 músicas para esse primeiro álbum!
- Seria ótimo se a gente tivesse 13 músicas. – Falei.
- Sua versão de Thank You For The Music vai entrar também.
- Eba! – Jack falou animado, começando a pular comigo.
- Vai! Vai! Vai! – Mack juntou a ele, fazendo com que todos começassem a pular em círculos e rissem.
- Por enquanto vocês podem voltar às suas atividades. – Brandon falou se retirando da sala, me fazendo rir. – Já volto para continuarmos os trabalhos, Dave! – Ele gritou e eu ri.
- Isso vai ser demais! – Falei, jogando meu corpo no sofá de novo.
- Gostaram das novidades? – Jessica apareceu pela porta do estúdio.
- É demais! – Falei rindo – 13 músicas!
- E quatro videoclipes. – Balancei a cabeça.
- Parece um sonho. – Suspirei.
- Posso te falar outro sonho? – Ela perguntou mais baixo, se abaixando em minha frente.
- Pode! – Falei no mesmo tom, olhando em volta se mais alguém prestasse atenção.
- Tome! – Ela me entregou um envelope preto e eu abri o mesmo correndo.
- Première? – Perguntei.
- Sim, é um novo filme de super-heróis, eles vão fazer uma première em Nova York e eu consegui te colocar na lista dos convidados. – Ela falou e eu abri a boca, surpresa. – Mas eu só consegui dois convites. Então, pensa se você quer levar alguém de dentro, ou de fora, para não dar brigas. – Afirmei com a cabeça, quieta.
- Pode deixar. – Suspirei. – Talvez Jack, ele já terminou sua parte na produção das demos, Emily também, mas ela tem Amir. – Jessica afirmou com a cabeça. – Outra opção era Louis, mas ele tem muito o que fazer ainda. – Jessica confirmou novamente.
- É uma boa ideia, Jack é quieto. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça rindo.
- Sim, quando é? – Peguei o convite.
- Seis de julho, é uma quinta-feira. Provavelmente terá que faltar a aula na sexta, mas é uma coisa boa para você começar a aparecer e ser convidada para esses lugares. – Afirmei com a cabeça. – E seria bom você dar uma pesquisada sobre o filme, elenco, sinopse, essas coisas.
- Pode deixar! – Afirmei com a cabeça.
- Acho que de todos, só um tem pouco tempo de carreira, os outros têm bastante. – Afirmei com a cabeça.
- Pode deixar, vou procurar! – Falei.
- E outra coisa, vá encontrar Robb, ver uma roupa legal para ir. – Acenei com a cabeça.
- Ok, obrigada! – Agradeci e ela se levantou do chão, saindo pela porta e eu suspirei.

- Você acha que eu estou bem? – Perguntei, passando a mão em meu vestido preto.
- Está muito bonito e adequado, . – Jack falou e eu ajeitei seu colete em cima da blusa social, sem paletó e ele sorriu, afirmando com a cabeça.
- Vamos? – Ele perguntou e eu respirei fundo.
- Falta a Jessica!
Passei a mão em meu vestido preto, ele tinha laços nas alcinhas finas. Era grudado no tórax, o que me deixou feliz por ter perdido alguns quilos para poder usar algo mais colado. E a saia era mais solta, mas com pontas de tamanhos diferentes. Nas contas ele era simples, mas tinha um trançado aberto. Robb tinha escolhido uma sandália inteira preta para mim, com um salto não tão alto, havia feito uma maquiagem bem leve, com um batom rosa claro e alisou meu cabelo, deixando-o solto.
- Cheguei! – Jessica apareceu e sorri para ela.
- Como devemos agir aqui? – Jack perguntou.
- Vocês vão passar pelo tapete vermelho, tirar fotos em frente aos pôsteres do filme, depois vem a parte de entrevistas, eles sempre perguntam aos convidados o que eles estão achando e tudo mais, então respondam o que perguntarem. E ... – Ela virou para mim. – Se te perguntarem sobre o álbum, pode falar que vocês vão entrar em estúdio na semana que vem. – Afirmei com a cabeça. – E sorriam, aproveitem!
- Obrigada! – Falei, suspirando.
- Eu estarei por aí, qualquer problema, só me chamem. Ah, e andem igual caranguejo, de lado. – Ela falou e começou a seguir em direção ao tapete vermelho em Nova York e eu ri fraco.
- Senhorita? – Jack ofereceu seu braço e eu ri, aceitando e segurando, andando atrás de Jessica.
Na verdade não tinha exatamente um tapete vermelho, o que foi engraçado. O piso era de paralelepípedo, e de um lado tinha os fotógrafos e os repórteres, e do outro tinha os pôsteres colocados em tripés do filme, que eu já tinha visto diversas vezes, enquanto procurava sobre o filme online.
Era um filme sobre quatro cientistas que descobriam poderes após irem ao espaço e lutavam para salvar o mundo de uma ameaça. No pôster, tinha um moço pouco mais velho que eu, que pegava fogo, outro que era uma pedra, uma mulher loira, muito bonita, e o último que estava somente parado, mas que eu sabia que se esticava.
- Pronta? – Jack perguntou se referindo ao início dos fotógrafos e eu afirmei com a cabeça.
- A gente tira algumas juntos e depois separado, que tal? – Cochichei para Jack, abaixando a cabeça um pouco.
- Boa! – Ele falou.
Eu virei o rosto em direção aos fotógrafos, ainda segurando o braço de Jack e os flashes me cegaram um pouco. Eu estava de lente, então tive que piscar um pouco, pois eu realmente havia ficado cega.
Tentei fingir como se eu estava acostumada a fazer aquilo e sorri em direção aos fotógrafos, ouvindo eles gritarem para olhar aqui e ali, então movimentava a cabeça devagar, com um sorriso bonito no rosto. Tentei acompanhar enquanto Jack virava o rosto para os lados, para virar para o mesmo lado, e acho que saiu algumas fotos boas.
- Se separem e, , não se esqueça de tirar fotos de costas. – Assenti com a cabeça.
Andamos um pouco em silêncio e eu soltei o braço de Jack, andando um pouco mais à frente. Parei em frente a um pôster, colocando a mão na cintura e sorri para as fotos, vendo diversos flashes em meu rosto. Passei a mão no cabelo, jogando-o para trás e virei o corpo, ficando levemente de lado, vendo os fotógrafos disparando flashes em meu rosto e virei novamente após um tempo.
Jack estava ao meu lado, com as mãos nas laterais do corpo, uma no bolso, depois fora, sorrindo para as fotos. Jack tinha um sorriso bonito, afinal, ele era muito bonito, tinha aquele charme incrível, os cabelos puxados para trás com bastante gel e ele tinha tirado a barba.
- Vamos? – Ele se virou para mim e eu afirmei com a cabeça, segurando em seu braço novamente.
- Entrevistas agora! – Falei, andando a poucos passos vendo um dos produtores acenar para que eu me aproximasse e eu o fiz, com Jack ao meu lado.
- Oi! – A repórter falou feliz. – Stone está aqui com a gente.
- Sim! – Falei rindo.
- Seu primeiro evento? – Ela perguntou.
- Sim, nosso primeiro evento.
- Esse é Jack, certo? – Ela perguntou e Jack afirmou com a cabeça. – É um prazer.
- O prazer é meu. – Jack falou sorrindo.
- E o que estão achando do evento?
- Está ótimo, estamos empolgados. – Respondi sorrindo.
- Já que está aqui, queremos saber de uma coisa. – Ela falou sorrindo. – E o álbum? Músicas? Estamos empolgados. – Soltei uma risada.
- Eba! – Ri fraco. – Isso é importante! Nós vamos tirar o fim de semana para descansar e segunda-feira entraremos em estúdio. E até o fim do mês vocês terão novidades.
- Yes! – Ela falou animada. – Vamos esperar! – Ela sorriu. – Boa sorte para todos vocês. – Assenti com a cabeça e dei um passo para o lado, me esbarrando em alguém.
- Oh, meu Deus, me desculpa. – Falei, olhando se eu não tinha pisado no pé da pessoa e ergui o rosto.
- Sem problemas! – Ele ergueu o rosto para mim também, rindo.
- Minha primeira vez...
- Eu entendo! – Ele falou rindo e eu olhei para seu rosto.
- Ei, você é o cara do filme! – Apontei para ele e depois para o pôster.
- Sim, . – Ele falou sorrindo, particularmente ele estava mais bonito no pôster, aquela combinação barba, cabelo e bigode não tinham valorizado-o. – E você é a menina do vídeo.
- Sim, Stone. – Ele estendeu a mão e eu o cumprimentei. – Desculpe novamente! – Falei rindo e ele riu junto, enquanto eu me retirava da fila de entrevistadores, rindo.
- Bela jogada, ! – Jack falou e eu gargalhei.
- Oh, meu Deus, não acredito que eu fiz isso! – Falei, colocando a mão na boca, indo em direção à sala de cinema.
- O que houve? – Jessica apareceu, enquanto riamos.
- Eu pisei no pé da estrela do filme! – Falei rindo.
- E aí?
- Ele levou na boa. – Falei, dando de ombros.

Antes do filme em si, teve a apresentação do elenco, o qual eu vi o cara que eu tinha pisado no pé com um terno azul escuro listrado e ri sozinha, sentindo Jack me cutucar, e depois, o resto do pessoal. Depois disso teve uma linda queima de fogos no píer que deixava a estátua da liberdade incrível, senti por não ter levado uma câmera, aquilo estava maravilhoso.
Depois disso, fomos para o filme, a sorte foi que eu e Jack conseguimos um lugar bem no meio da sala, em todos os sentidos, então pudemos ver o filme de um lugar bom. E o filme era realmente legal! Tinha diversas cenas de ação, mas tinha uma comédia impregnada no mesmo que fazia com que eu desse risada todas as horas, algumas até não conseguindo me conter e rindo alto demais.
O personagem do tal , que eu havia pisado no pé, era demais! Todas as piadas do filme eram dele ou implicando com outro personagem, era uma dupla muito legal. Quando o filme acabou diversas pessoas ficaram de pé, aplaudindo o filme e eu me toquei que não estava no sofá de casa e me levantei, vendo o elenco do filme nas últimas poltronas com sorrisos no rosto.
- O que achou do filme? – Engoli meu refrigerante na after-party, vendo aparecer ao meu lado e eu ri.
- Foi muito legal, mesmo! – Falei sorrindo. – Você é bom! – Falei honesta.
- Obrigado! – Ele falou, pedindo uma bebida no bar.
- Oh. – Me lembrei. – Jack Bolzan, meu backing vocal e , o fatídico moço! – Falei e ambos se cumprimentaram rindo.
- Esse é meu irmão. – Ele falou, acenando para o cara um pouco mais novo que ele, mas com certeza ainda mais velho que eu, que era a sua cara. – .
- Oi, é um prazer! – Falei, cumprimentando-o rapidamente com um aperto de mão e Jack fez o mesmo.
- Seu vídeo é incrível, você tem bastante talento! – Ele falou e eu sorri.
- Oh, que amor. Obrigada! – Falei honesta, sorrindo e ele afirmou com a cabeça.
- Mal vejo a hora de vocês lançarem coisas novas.
- Eu também, para ser honesta. – Falei rindo, e Jack e riram comigo.
- Vai ser demais! – falou e eu sorri.
- Com licença, eu já volto. – falou e se retirou.
- E aí, é verdade mesmo que vocês são de diversos países? Vi no Jay Leno. – ficou com a gente, puxando papo.
- Sim, meio que uma exigência. – Jack brincou rindo.
ficou com a gente por um bom tempo, na verdade. Depois acabei descobrindo que era o segundo ou terceiro filme de e ele estava acompanhando o irmão, mas que era difícil ficar sozinho, só seguindo o irmão e a gente estava na mesma situação, então não ligamos em ficar com ele.
apareceu algumas vezes, mas ele sempre tinha compromisso, tirar fotos com pessoas, com o elenco, acabou que tirou uma foto de nós quatro, o que eu acho que deve ter ficado muito bonita. Eu acabei conhecendo as outras quatro pessoas do elenco, eles eram bem legais e fiquei feliz por todos terem mencionado meu vídeo, me deixando realmente orgulhosa.
Mas realmente ficamos falando mais com , andando pelo local, basicamente reconhecendo território. Mas foi legal, era legal, ele era alegre igual Jack o que foi realmente divertido. Antes de ir embora, eu e trocamos números telefônicos, eu estava precisando de amigos em Los Angeles. Quando eu disse isso, ele falou que era de Boston, me deixando depressiva, mas ele falava que mantinha contato, com certeza.



Capítulo 5

- Então, o que acharam? – Jessica desligou o rádio e endireitou seu corpo na cadeira.
- Eu não consigo acreditar que é a gente. – Mike falou rindo.
- Está muito bom! – Jack riu com ele.
- Está meio cru, mas já deu para ter uma ideia. – Dave sorriu, me fazendo rir.
- ? – Jessica virou o rosto para mim e eu sorri.
- Deus! – Falei, rindo e endireitei meu corpo na cadeira. – Isso está cru, falta guitarras, bateria, baixo, violinos, sobreposição de vozes, mas eu gostei. – Suspirei. – Não acredito que é minha voz.
- Pode acreditar! – Henry falou e eu sorri.
- Bem, e agora? Qual o próximo passo? – Emily perguntou.
- Bem, agora vamos escolher as quatro músicas que farão parte da divulgação desse álbum como têm diversas músicas lentas, aconselho duas lentas e duas agitadas, incluindo a primeira música de trabalho de vocês.
- Show Me Love! – Eu falei, vendo meus companheiros falarem junto comigo.
- Nossa! – Brandon riu. – Essa foi fácil.
- Essa música... – Falei rindo. – Vocês ouviram essa letra? Imagina quando a gente trouxer o quarteto de cordas para incrementar isso... Nossa!
- Eu concordo. Vai ser o pé na porta que a quer. – Louis falou rindo.
- É a minha primeira escolha também. – Henry disse. – Essa música é muito boa, a letra é incrível, o ritmo foi trabalhado com maestria... Vai calar a boca do pessoal na hora.
- Então vai ser Show Me Love. – Jessica escreveu em um papel. – E a segunda? – Suspirei.
- Aí complica. – Falei.
- Alguma rápida. Show Me Love é rápida, mas não o tipo de rápida que dê para dançar. – Jack falou, batendo os dedos na mesa.
- Me and My Girls. A música é simples, a letra cola na língua rapidamente, consigo imaginar em um videoclipe simples e barato, e ainda a gente faz menção a alguns famosos da atualidade. – Emily falou, se ajeitando na cadeira e eu virei para ela. – O que você acha? – Ela virou o rosto para mim e eu suspirei.
- O que vocês acham? – Perguntei de volta, passando os olhos pelos membros da minha banda.
- Eu consigo imaginar a gente de pijama, num quarto, na maior depressão, fazendo nossas coisas e depois emendar em um show, dar aquela mudada rápida. – Mack falou e eu ri com ele.
- Tipo isso! – Emily riu e ambos tocaram mãos.
- Meninos...? – Virei para eles.
- Eu fiz uma boa mixagem nessa música, eu topo. – David falou, dando de ombros.
- Espera, gente! – Mike falou, balançando a cabeça e os rostos viraram para ele.
- O quê? – Louis falou.
- é muito educada para dizer, então a gente vai ter que resolver isso para dar certo desde o começo. – Ele falou empurrando a cadeira.
- O que foi, Mike? – Perguntei.
- Você é a estrela, . – Ele falou suspirando. – Você tem que fazer essas escolhas. – Ele disse, balançando a cabeça. – Somos só sua banda! – Ele passou a mão na testa. – Ela tem deixado a gente fazer parte das coisas, da produção, das músicas, dos eventos, mas tem algumas decisões que ela vai ter que fazer sozinha.
- Mike... – Falei.
- Não, . Eu sei! Você é legal demais. – Ele riu, andando atrás de mim. – Mas a estrela é você, e estamos aqui para te ajudar, mas não quer dizer que temos que estar em tudo, opinar em tudo, fazer parte de tudo. – Ele sorriu para mim.
- E ninguém vai ficar chateado se você quiser um momento para você. – Louis entendeu, afirmando com a cabeça. – Ele está certo, gente. – Ele deu de ombros. – Somos sete pessoas, é muita coisa para tudo. – Ele riu. – Mas fomos contratados como banda de apoio, e é o que seremos. – Ele sorriu. – A melhor. – Mack começou a zonear, batendo palmas fazendo com que todos os acompanhassem.
Olhei para Jessica e ela sorria para mim, afinal, era o que ela estava me falando desde que a banda se formou. Mas algo que ninguém entendia, era que eu precisava deles. Eu mal entendia as notas necessárias para cantar certa música, nunca havia escrito uma música na vida, David e Mike estavam me ensinando a tocar piano e violão, respectivamente, para que eu começasse a entender mais de notas musicais. Então não era só questão de estar sendo educada, era porque nós precisamos ser um grupo, para fazer as coisas dar certo.
- Ok, ok! – Me levantei da cadeira, fazendo a zona parar. – Obrigada por isso, é importante para mim que vocês permitam que eu tome certas decisões sozinhas, eu agradeço e aceito. Mas eu quero que vocês saibam que estamos juntos nessa. – Sorri. – Se eu falhar, estamos todos demitidos. – Eles riram. - Eu sou uma iniciante que deu certo. Então, eu preciso de vocês. – Mack começou a zonear novamente e eu revirei os olhos.
- Então, a escolha está em suas mãos, . – Jessica botou a bola novamente em minhas mãos e eu suspirei, fechando os olhos.
- Quatro músicas? – Perguntei.
- Quatro. – Jessica repetiu.
- Show Me Love. – Falei, respirando fundo. – Me and My Girls, porque eu realmente quero ver todo mundo de pijama. – Falei, vendo Emily rir e afirmar com a cabeça. – Além de que, escreveram essa música pensando nas minhas amizades e vocês são meus amigos agora. – Jack segurou minha mão por cima da mesa e eu suspirei. - Suddenly, porque eu acho que vai ser a representação perfeita de tudo que está acontecendo. – Jessica afirmou com a cabeça. – E, para mostrar todo o nosso poder como banda, uma mais despreocupada, que eu amei a letra, Freak the Freak Out. – Falei afirmando com a cabeça.
- Gostei das escolhas. – Brandon falou e eu agradeci com a cabeça.
- E minha banda, o que achou? – Olhei em volta.
- Eu gostei, vai ser ótimo! – David falou rindo.
- Eu amo Suddenly, não tem nem o que falar. – Emily falou. – e um piano não têm como não fazer sucesso. – Ela riu.
- Eu estou com a Emily. – Jack falou. - Acho que são escolhas ótimas.
- Bem, eu amo esse álbum, nunca trabalhei tanto com ritmos diferentes dentro da bateria, então isso foi um aprendizado. – Louis falou sorrindo.
- E você, zoeiro? – Virei para Mack.
- Eu amo você, . – Ele falou rindo. – Você me deu a oportunidade de sair da inércia, e eu estou feliz por isso.
- Então está decidido. – Jessica falou, suspirando. - Amanhã quero todos vocês aqui às cinco da manhã. E, , o mais rápido possível. – Ela falou. – Todos estarão em confinamento de estúdio. E, durante esse momento, vamos decidindo gravação de videoclipe, sessão de fotos e tudo mais. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça. – E, já informando, como é o primeiro álbum, as divulgações são mais rápidas, ok?! O pessoal não pode se esquecer de você. – Afirmei com a cabeça.
- Ok! – Falei, suspirando.
- Vão para casa, descansem, ou aproveitem seu domingo, mas amanhã cedo quero todo mundo aqui. – Ela falou fechando a pasta e empurrou a cadeira, fazendo com que fizéssemos o mesmo.
- Estou indo para a Starbucks pegar um muffin de chocolate, um frapuccino gigante, os bons que me sigam! – Anunciei.
- Já era! – Louis falou animado. – Tô dentro!
- Demorou! – Mack falou, passando os braços pelos ombros.
- Olha o doce! – Jessica gritou.
- Emagreci 20 quilos em um ano. – Cantarolei para Jessica e ela balançou a cabeça. – Vou comer doce sim!
- Mike, liga para Lacey; Emily para o Amir; David para Virgínia. Fala para eles nos encontrarem aqui na frente! – Jack falou para todos.
- Já estou ligando! – Emily falou, com as mãos na orelha e eu ri.

- Olá, querida! – Apoiei na mesa da recepcionista do dia e ela sorriu.
- O que você quer, ? – Ela perguntou, apoiando as mãos no balcão.
- Onde eles estão? Não os achei no estúdio. – Apoiei meu rosto também, ajeitando meus óculos de grau e ela riu.
- Começa a gravação de álbum hoje, não?! – Ela mexeu rapidamente em meu computador e eu ri, afirmando com a cabeça. – Subsolo três.
- Oi? – Perguntei.
- Aqui em cima a gente só faz gravações rápidas. Coisas que precisam ser guardadas a mil chaves é lá embaixo. – Franzi a testa afirmando com a cabeça.
- Obrigada! – Falei, voltando para dentro do elevador e apertei o botão S3. – Tchau. – Acenei enquanto o elevador fechou e voltou a descer.
Assim que as portas se abriram novamente eu vi a mesma situação lá do primeiro andar, o logo em vermelho da gravadora, e um homem sentado na recepção. Eu olhei para ele, ele olhou para mim. E eu saí da caixa de metal, não tinha porta para nenhum lado dessa vez, era tudo fechado.
- Oi! – Falei, erguendo a mão.
- Stone, certo? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Sim! – Falei.
- Você pode entrar! – Ele falou e acenou para uma barra de metal que eu não tinha notado na parede. – Só empurrar.
Franzi a testa e dei alguns passos até a barra de metal e vi que uma luz em cima estava vermelha, o homem me encorajou a abrir e eu empurrei a mesma, vendo-a abrir para uma sala com a luz mais escura. Mas não era isso, o local era escuro. Todo acolchoado nas laterais com uma espuma preta, o carpete era preto, os sofás que tinhas espalhados ali eram pretos, só o teto e algumas mesas eram vermelhas, para dar o contraste.
Reconheci o ritmo de Show Me Love imediatamente e olhei para frente. Dentro da cabine no meio, ao fundo, tinham quatro mulheres com violinos e violoncelos, tocando aquele ritmo que eu tinha ouvido diversas vezes no piano ou no violão, fazendo meu corpo arrepiar e abrir um largo sorriso involuntário.
Após os sofás e mesas, tinha uma larga mesa de som, com diversas luzes brilhando e pinos subindo e descendo conforme o ritmo da música mudava. Essa era a cabine do meio que podia ser notado que a bateria estava colocada lá dentro também. O espaço era grande. Dos lados, tinham mais três cabines. Uma com um microfone, em outra Mike estava sentado lá tocando, mas o som não saía para gente e mais para a lateral, uma com um piano.
Prestei atenção na música novamente e notei que meu corpo permanecia arrepiado. Só aquele som cru já estava maravilhoso. Suspirei e me aproximei do pessoal. Brandon e Henry estavam próximos à mesa de som junto de dois outros homens. David estava na lateral focando em algum papel em sua mão. Jack e Emily estavam jogados nos sofás, e Mack e Louis não estavam no meu campo de visão.
- Ei! – Me aproximei de Jack e Emily falando baixo.
- Você pode falar normal aqui! – Emily falou e eu ri fraco, colocando meu material da faculdade de lado.
- Quais os avanços de hoje? – Perguntei.
- , que bom que você chegou! – Brandon falou e eu me aproximei do barbudo, sentindo-o me abraçar de lado. – Quero te apresentar algumas pessoas. – Ele falou. – Max Stevens e Patrick Cornickt. – Cumprimentei a mão do primeiro que era ruivo e baixo e do segundo que tinha a pele escura e careca.
- Como estão? – Perguntei.
- Essa é nossa artista. – Brandon falou me sacudindo e eu ri.
- É um prazer! – O ruivo falou.
- Então, Max e Patrick estão nos ajudando na produção e gravação do álbum. – Brandon falou. – Já trabalhei com eles em algumas coisas, e eles deram algumas sugestões que podemos fazer.
- Obrigada, meninas! Acho que conseguimos. – Ouvi a voz de Henry falar pelo microfone.
- Isso é Show Me Love, não?!
- É sim! – Brandon falou rindo. – Gostou? – Afirmei com a cabeça.
- Está demais! – Suspirei. – E esse estúdio, estou amando! – Ri fraco.
- Que bom! – Brandon sorriu. – Deixa eu te colocar por dentro do que a gente fez hoje. – Ele falou, andando para a lateral e eu vi um grande quadro com diversos quadrados com coisas à fazer e feitas. – Como você não vai participar da música nós fizemos Pop Princess inteira, Mike trouxe a melodia pronta, só fizemos alguns ajustes, David gravou piano de Live Like There’s No Tomorrow, Ready or Not, Suddenly e Thank You For The Music e Max está ajudando Mike nos ajustes de músicas que vão violão e não guitarra. – Afirmei com a cabeça. – Como Ordinary Girl, Right Here e When Love Comes Around.
- Vocês estão indo muito bem! – Falei rindo.
- Quatro produtores e quatro cabines, é algo muito bom. – Ele riu.
- Ok, e agora? – Perguntei.
- Bem, vamos terminar com Mike no violão. Depois vamos partir para Louis na bateria, depois volta Mike nas músicas com guitarra, depois você, quando você acabar, fazemos os ajustes necessários e regravações, antes de fazer o backing vocal de Emily e Jack e, por último, David cuida da mixagem nas músicas que precisa. – Afirmei com a cabeça.
- Vocês estão muito organizados. – Suspirei.
- Obrigada, meninas! – Henry falou acenando.
- Oh, meninas, essa é Stone. – Brandon falou para o quarteto de cordas que saía da cabine.
- Oh, é um prazer! – Elas falaram quase juntas e eu ri, cumprimentando todas elas.
- Essas são Gina, Annie, Patrícia e Mônica, seu quarteto de cordas. – Ele falou e eu acenei para as mulheres, elas eram tão diferentes, mas todas muito bonitas.
- Meu? – Perguntei.
- Sim, para gravações, performances e o que você precisar. – Uma delas falou e eu sorri.
- Henry escolheu pessoalmente. – Brandon falou.
- Nossa, obrigada! Eu estava ouvindo, vocês arrasaram! – Falei e elas riram.
- Obrigada! – Uma delas falou.
- Deixa eu decorar, quem é quem mesmo?
- Gina! – A ruiva, baixa e gordinha falou. – Violino.
- Annie. – A alta de pele branca e cabelos pretos falou. – Violino.
- Patrícia. – A morena alta de cabelos cacheados falou. – Violoncelo.
- Mônica. – A loira de olhos azuis falou. – Violino.
- Isso é demais! – Falei rindo. – É um prazer. Eu sou e espero encontrá-las em breve novamente. – Falei e elas riram.
- Vamos trabalhar? – Brandon distraiu a gente e elas acenaram, saindo e dando rápidos beijos em minha bochecha quando passaram por mim.
- O que posso fazer? – Perguntei.
- Ou você ouve o que a gente tem, ou você pode ver se Mike precisa de alguma ajuda. – Afirmei com a cabeça.
- Ok. – Suspirei e virei para Jack e Emily que estavam focados em um videogame que eu não tinha notado. – Ei, vamos trabalhar? – Brinquei e eles riram, largando os controles.
- Ainda bem, minha bunda está quadrada. – Jack brincou rindo.
- Cadê Louis, Mack e David? – Perguntei.
- Foram pegar algo para comer lá no mexicano. – Emily falou e eu afirmei com a cabeça.
- Bom, estou com fome. – Eles riram.

- Cause when love comes around, it comes without a sound. – Coloquei a mão no fone de ouvido. - It makes all the stars shine show... Desculpe. – Falei, balançando a cabeça.
- Devagar, . – Ouvi a voz de Patrick no fone de ouvido e afirmei com a cabeça. – Do refrão novamente, pode ser? – Ele perguntou.
- Pode sim. – Falei suspirando.
- Quando quiser. – Ele falou e eu respirei fundo.
- Cause when love comes around, it comes without a sound. – Fechei os olhos, ouvindo minha voz delicada pelo fone de ouvido. - It makes all the stars shine so bright. – Fiquei feliz por ter acertado. - Gray skies turn into blue, you would like to feel it too. – Movimentei. - That's the way, that it feels when love comes around. – Cantei o refrão inteiro.
- Muito bom! – Patrick falou. – Dois segundos. – Ele falou e eu fiz um muxoxo com a boca.
Ele provavelmente conferiu o áudio do refrão, antes de passar para a próxima estrofe, como estávamos fazendo desde que eu havia chegado. Estiquei o corpo para trás, estralando meus braços e virei o corpo de um lado para outro, respirando fundo.
- . – Ouvi uma voz.
- Oi!
- David aqui. – Ele falou e eu virei o rosto, tentando ver quem estava na mesa de som e acenei para ele.
- Diga! – Falei.
- Eu tive uma ideia para as vozes de apoio nessa música. – Ele falou. – Algo bem sutil.
- Ideias são sempre bem vindas.
- Colocar Jack cantando no refrão baixo contigo, como segunda voz mesmo e Emily fazendo um ‘uh, uh, oh’, ao fundo.
- Durante o refrão?
- Sim, só durante o refrão! – Afirmei com a cabeça.
- Anota aí para gente testar depois. – Falei.
- Anotado! – Ele disse e eu ri.
- Pronto, . – Patrick falou. – Próxima estrofe, quer que repasse?
- Não, acho que agora já peguei! – Falei rindo e ele acompanhou.
- Quando quiser, então! – Olhei para a letra da música em minha frente e respirei fundo, Jessica havia dito que eu estava demorando um pouco mais que o planejado para gravar as músicas, pois eu comia as palavras. E tinha o pequeno problema de respirar forte no microfone. Então li com calma, repassei as palavras na minha boca, antes de começar.
- Stood all day in the sun, we were having fun, talking 'bout the bands we love to hear. – Movimentei a cabeça no ritmo. - Told a secret in his ear, he was suddenly so near, my heart was beating faster then it should. – Puxei um pouco do ar. - And then he realized, this love he could not fight... – Alonguei a última frase.
- Perfeito, garota! – Patrick gritou e eu ri fraco. – Mas faremos de novo, porque a gente sempre faz de novo. – Soltei uma gargalhada no microfone.
Essa música era curta, então depois da segunda estrofe, era só repetição de refrão, então eu logo saí da cabine, me sentando junto de Patrick e Henry, que estavam na mesa de som hoje e ouvimos o que tínhamos pronto. O que era quase tudo, faltava só as vozes de apoio que David tinha dado ideia. Então fiquei toda feliz por ir até a tabela e riscar voz de When Love Comes Around.
Depois eu voltei para cabine para gravar a voz de Suddenly, que também só faltava minha voz. Tinha o quarteto de cordas no fundo que as meninas já haviam gravado na parte da manhã e David já havia gravado o piano diversas vezes, ele gostava de ter certeza.
O chato de gravar essa música foi que era só minha voz, não entraria Jack, Emily e nem uma mixagem no fundo, então eu precisava me concentrar, mas era difícil, pois, mesmo não tendo escrito aquela música, eu sentia uma emoção enorme ao cantá-la, então fazia com que minha voz ficasse embargada diversas vezes, impedindo que as gravações fossem rápidas. Então Mack e Louis ficavam no vidro fazendo com que eu respirasse e em alguns momentos até faziam gracinha.
E, para finalizar àquele dia, eu gravei Thank You For The Music, o que foi fácil, afinal, quantas vezes eu já tinha cantado essa música? Então foi até que rápida, optamos por fazer as mudanças poéticas que eu havia feito na apresentação de fim de ano da Virgin, trocar cabelo loiro por moreno e por aí vai. Jessica achou que ficaria legal. E, apesar daquele dia ter sido rápido, eu cheguei em casa depois da meia-noite.

- Nossa! Mal posso esperar por isso! – Rachel falou rindo, colocando uma colher de iogurte na boca. – Como é gravar? - Ela perguntou.
- Coisa de outro mundo. – Falei rindo. – É tudo dividido, eles gravam guitarra, depois bateria, depois voz um, aí faz a mixagem, depois entra as vozes de apoio, aí vai e volta. – Ri fraco. – Parece uma zona, mas quando a gente está lá, até que faz sentido. – Ela riu fraco e eu puxei minha bolsa, pegando uma barra de cereal.
- Vai ser legal demais! Mal vejo a hora de você vir com seguranças para faculdade e tudo mais. – Rachel falou e eu ri fraco. – As pessoas já te olham sabendo quem você é, imagina quando elas realmente souberem. – Revirei os olhos.
- Rachel, vamos relaxar, vai! Tem muito o que acontecer ainda. – Falei rindo e guardei minha barra novamente na bolsa.
- Não vai comer? – Ela perguntou.
- Não aguento mais ver isso. – Cocei a cabeça e ela riu.
- Mas adianta, garota. Você está bem diferente de quando apareceu aqui pela primeira vez.
- E aí, meninas? – Johnny apareceu, se sentando em uma das cadeiras vagas. – Sobre o que estão falando?
- Sobre a , é claro! – Rachel falou rindo, colocando o pote vazio em cima da mesa.
- Já tem alguma data aí? – Ele perguntou.
- Ainda não, mas em breve. Calma, gente! – Eles riram. – Assim vocês me atiçam e tem muita coisa para acontecer ainda. – Falei, balançando as mãos.
- No dia que esse álbum lançar, eu juro que eu vou subir na mesa e gritar para o mundo comprar! – Johnny falou rindo.
- Nesse dia, eu provavelmente não estarei aqui, então gravem para eu ver! – Falei e eles riram.
- A gente espera você estar aqui, então. – Rachel falou e eu afirmei com a cabeça.
- Cara, eu vou ter uma amiga famosa, quantas pessoas podem dizer isso? – Johnny falou batendo na mesa, chamando atenção de algumas pessoas e eu ri.
- Poucas, agora vamos, está na hora! – Falei rindo, pegando minha bolsa na mesa.

- Oi, ! – Brent foi o primeiro a me cumprimentar quando eu entrei na sala de Patrick naquele dia, vendo os dois e Jessica sentados à mesa.
- Ei, me chamaram? – Perguntei.
- Quais são as atualizações do subsolo? – Jessica perguntou e eu me aproximei deles, me sentando na cadeira que Brent me indicava.
- Temos, oficialmente prontas, When Love Comes Around, Suddenly, Thank You For The Music, Pop Princess, Ordinary Girl e Right Here. – Falei, contando nos dedos.
- Quais são essas três últimas? – Patrick perguntou.
- Pop Princess é as que os meninos escreveram para mim I lost myself at your show last night. – Brent imediatamente reconheceu. - Ordinary Girl é aquela sometimes I’m lazy, I get bored, I get scared, I feel ignored, I feel happy, I get silly, I choke on my own word... – Ele afirmou com a cabeça. – E Right Here é all you have to do is call my name, no matter how close or far away, ask me once, and I’ll come, I’ll come running.
- Muito bem, gostei dos ritmos. – Patrick falou e eu ri, agradecendo com a cabeça.
- E a gente pretende começar com Live Like There’s No Tomorrow. – Falei. – David foi para o piano agora, regravar.
- Nós não te seguraremos por muito tempo. – Brent falou.
- Nós só queremos que você escolha o nome do álbum. – Jessica falou e eu arregalei os olhos.
- Oh, meu Deus! – Coloquei as mãos na boca. – Mas já?
- Já! – Jessica falou rindo.
- Eu posso pensar? – Perguntei.
- Até pode, mas você não consegue pensar em nada? – Brent perguntou, se sentando ao meu lado.
- Como o quê? – Mexi os ombros.
- Alguma coisa que marcou lá no começo, algo quando você veio para cá, algum nome, alguma pessoa, alguma situação...? – Jessica perguntou.
- Uma das coisas mais legais foi quando vocês fizeram uma festa surpresa para mim. – Ri fraco e balancei a cabeça. – Eu lembro que antes de ter a cabeça enfiada no bolo, eu fiz um pedido para que essa confusão desse certo. – Balancei a cabeça rindo.
- E esse não é um nome bom? – Brent virou para mim.
- Que nome? – Perguntei.
- “Make a Wish”. – Ele falou e eu joguei minhas costas na poltrona, pensativa. – Te fiz pensar, não?!
- Por acaso você é algum psicólogo, Brent? – Perguntei e ele riu.
- Não, senhorita. – Afirmei com a cabeça.
- O que você achou? – Jessica perguntou.
- Eu gostei bastante! – Falei rindo, quando notei eu jogava a cabeça para trás gargalhando.
- Eu gostei também. – Jessica falou. – É simples, fácil de lembrar, e consigo pensar em imagens para sessão de fotos. – Ela falou e eu ajeitei meu corpo.
- Que seja Make a Wish, então. Eu já fiz o meu, agora que as pessoas tenham os dela. – Abri um sorriso, afirmando com a cabeça.
- Então está decidido! – Patrick falou, suspirando. – Agora você pode voltar lá para baixo. – Ri fraco, assentindo com a cabeça.
- Obrigada, Brent! – Dei um abraço rápido nele. – Por essa eu não esperava. – Falei rindo e corri até a porta, saindo da sala rapidamente.

- Como você está se sentindo? – Robb me perguntou assim que eu saí do banheiro com o vestido da sessão de fotos.
- Pinica um pouco, mas é bonito. – Passei a mão no longo vestido preto de lantejoulas e descolei do corpo um pouco.
- É um vestido de lantejoulas, . É outro nível. – Robb brincou e chacoalhou meu cabelo, deixando-o levemente armado.
- Só não sei se as botas combinam. – Ergui a barra do vestido, para que ele não deslizasse no chão. – Qual foi a ideia dessa sessão de fotos?
- O novo e o velho, minha querida! – Robb falou. – As botas representam a do Brasil e o vestido longo representa a de Los Angeles. Ou seja, você pode ser as duas. – Ele falou e eu ri.
- Se o conceito é esse, acho que vai dar certo. E a casa? – Perguntei para o cenário. Uma casa antiga à beira da praia. Havíamos viajado alguns minutos para chegar até lá.
- O propósito foi a varanda que tem nessa casa. – Um homem apareceu e eu virei o rosto, franzindo a testa.
- Eu conheço você! – Falei, tentando lembrar.
- Malcon Morrison. – Jessica falou. – Ele fez a primeira sessão de fotos de vocês e como você ficou confortável com ele, achei que gostasse de repetir a dose.
- Oh, é claro! O cara que me fez gargalhar. – Estendi minha mão para ele que apertou.
- As fotos ficaram maravilhosas. – Malcon falou e eu ri.
- Sim, ficaram! – Ele disse. – E eu pretendo repetir a dose hoje. Vai ser só você?
- A capa e a contracapa vai ser só ela, achei que podíamos fazer essas imagens primeiro, aproveitar a luz do sol e depois a gente junta todo mundo. – Jessica falou, balançando as mãos.
- Claro, perfeito! – Malcon falou. – Você já está confortável com a câmera? – Ele perguntou.
- Bem, em qualquer lugar que eu vou, a gravadora está filmando coisas, então acho que sim. – Falei, dando de ombros.
- Então, vamos fazer o seguinte. – Ele disse e estendeu a mão para mim e eu a segurei. – Sente-se nas escadas, por favor. – Ele falou e eu desci devagar, segurando sua mão até me sentar no topo da pequena escada da varanda. – Primeiro tiramos as fotos da capa e depois a gente brinca um pouco, pode ser? – Afirmei com a cabeça.
- Claro! E qual vai ser a foto de capa? – Perguntei e ele riu.
- O nome do álbum vai ser Make a Wish, certo? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Sim, vai!
- Eu peguei diversos dentes de leão. – Uma assistente o entregou uma caixa. – Sabe aquela flor?
- Sei, nossa! Vai ficar legal! – Liguei rapidamente o que ele queria dizer.
- No seu aniversário você fez um pedido e assoprou uma vela. Aqui você vai fazer um pedido e assoprar o dente de leão. – Ele me entregou o primeiro e eu achei muito lindo. – Já avisando, assopre com força, essas coisas são difíceis de sair. – Ele riu e eu afirmei com a cabeça.
- Pode deixar! – Ri fraco.
- Vamos lá, então. Brinque com o dente de leão, assopre, deite-se, role, sorria, faça cara de metida, dê risada. E vai pegando os dentes de leão. – Ele falou e eu ri fraco.
Eu desci um degrau, ajeitando meu corpo e dobrei as pernas, puxando o vestido um pouco para cima, aquilo estava bastante justo. Segurei o dente de leão e vi Malcon já preparado para tirar fotos e assoprei o mesmo, fechando os olhos instintivamente.
- Isso, maravilhoso! – Malcon falou e eu ouvia os cliques e sentia os flashes em meu rosto. – Assopre, brinque, se jogue! – Ele falava e eu o acompanhava, rindo toda vez que ele falava isso.
Eu fiz várias fotos na escadaria de frente da casa, assoprando o dente de leão ou só segurando-o, rindo com o cabinho sozinho, fazendo caras e bocas e com muitas risadas. No segundo momento, Malcon pediu para eu descer mais um degrau e me deitou na escada, com uma mão na flor e o corpo jogado para trás, como se eu estivesse tomando sol, ele falou que queria mostrar a abertura que tinha na lateral do vestido. Depois, ele pediu para eu largar a flor e fazer algumas poses fofas e engraçadas, então eu fiz careta, mostrei a língua, joguei o cabelo para os lados, tentei dar meu melhor sorriso e afins.
Ainda na escadaria, ele fez fotos de frente, para que mostrasse um pouco da bota escura em meus pés e com certeza os pés que eu deixava torto. Em seguida, ele pediu para que eu levantasse e andasse um pouco pela praia, falou para que eu me sentisse uma diva. Então eu inclinava o corpo para trás, colocava a mão na boca, me fazia de surpreendida, andava bem reta, colocava a mão na cintura, eu estava me sentindo uma diva mesmo, era a primeira sessão de fotos que eu fazia. Após esse comentário, trouxeram um chapéu para mim, o que eu brinquei bastante com ele, como se eu fosse a Rose DeWitt Bukater de Titanic.
Alguns momentos eles paravam a sessão de fotos e vinham ajeitar minha maquiagem, o sol estava quente e eu estava sentindo meu corpo derreter dentro daquele vestido, apesar dele ser bem aberto. As fotos continuaram e, por fim, eu peguei o dente de leão, para que ele fizesse imagens de frente minha, o qual eu fazia diversos pedidos e brincava com a pequena bolinha branca em minhas mãos.
Depois de muitas risadas, minha banda chegou e consegui fazer fotos com eles. Havia sido realmente engraçado, porque eu estava com uma roupa um pouco mais chique, e eles estavam de jeans e camiseta, mas que acabou dando um contraste engraçado comigo. Eles faziam diversas poses, me erguiam, fingiam que eram estrelas e foi uma diversão engraçada. Seria bom ter eles nos meus encartes. E claro, que por último, fizemos a nossa foto em triângulo, que era o único jeito de juntar todos em uma foto só.

- I am confident, but I still have my moments. Baby, that’s just me. – Acompanhei minha gravação. – I’m not a supermodel, I still eat McDonalds. Baby, that’s just me. – Jack gargalhou ao meu lado.
- Essa parte! – Ele falou.
- Some may say I need to be afraid of losing everything, because of where I had my started and where I made my name. Well everything is the same, in a La La Land machine. – Acompanhei a música.
- Machine, machine! – Jack fez a segunda voz e eu gargalhei.
- Who said I can’t wear my Converse with my dress? Well, baby, that’s just me. – Gargalhei novamente. – And who said I can’t be single, I have to go out and mingle. Baby, that’s not me. – Jack ainda ria ao meu lado. – Essa música é muito eu.
- É, mas a melhor parte são as suas notas altas que você grita e arrasa tudo, e com certeza a guitarra. – Louis falou, girando as baquetas em seus dedos.
- Você também tá bem ritmado, Louis! – David falou. – Está demais.
- Eu lembro da gravando isso, eu pensei que ela estivesse tendo uma síncope na cabine. – Emily brincou e eu a empurrei com o ombro.
- A mexe as mãos para cantar, os cabelos, é divertido ver ela nas músicas rápidas. – Mike falou e eu ri. – Vai ficar legal no show.
- Se eu já me empolgo na cabine, imagina com espaço. – Brinquei, vendo o pessoal gargalhar.
- Vamos ser honestos, vocês sete estão em sincronia agora, isso que faz isso ser demais! – Brandon falou, virando a cadeira da mesa de som.
- I won’t change anything in my life! – Gritei no ritmo da música.
- I won’t change anything in my life! – Jack e Emily gritaram comigo.
- I’m staying myself tonight! – Fiz novamente.
- I’m staying myself tonight. – Jack e Emily fizeram a segunda voz.
- La, la, la, la, la... – A banda inteira cantou reduzindo a voz, deixando somente o ritmo da bateria e do teclado.
- Com isso, podemos riscar La La Land. – Henry falou. – Todos aprovaram?
- Sim! – Nós sete, mais Jessica e Brandon gritaram e David, que estava mais perto do quadro, se levantou para riscar o mesmo.
- Vamos ver como ficou Live Like There’s no Tomorrow, então? – Brandon falou e a gente afirmou com a cabeça e ele deu play, fazendo com que o som do piano com a leve batida de bateria ao fundo fosse ouvida.
- If time came to end today, and we left too many things to say. If we could turn it back, what would we want to change? – Ouvi minha voz sair pelos alto-falantes e suspirei, aquela música definia perfeitamente a minha decisão de vir para cá. – Now’a the time to take a chance. Come on, we gonna make a stand. What have we gotta lose, the choice is in our hands... – Passei a mão no rosto, sentindo Louis segurando meus pés em seu colo.
- And we can find a way to do anything, if we try to... – Emily cantarolou baixo.
- Live like there’s no tomorrow. – Cantei baixo.
- Cause all we have is here right now. – Emily continuou.
- Love like it’s all we know. – Continuei.
- The only chance that we ever found. – Sorri para Emily.
- Believe in what we feel inside, believe and it will never die. Don’t ever let this life pass us by. Live like there’s no tomorrow. – Finalizei o refrão, vendo o pessoal sorrir para mim.
O resto da música se seguiu da mesma maneira, eu cantava baixo as minhas partes e Emily me acompanhava nas dela. Era um bom jeito de treinar as sobreposições de voz. Jack e Emily lembravam as partes que eles cantaram, então era bom na hora de decorar o ritmo das músicas e as pausas de cada um.
- Ok, pode marcar como pronta, David! – Brandon falou, virando o corpo novamente. – Eu gosto dessa música, é inspiradora. – Ele sorriu.
- Por hoje é só, então! – Henry falou e eu suspirei, afirmando com a cabeça.
- E amanhã, o que vai ser? – Perguntei.
- Vamos gravar todos os áudios e mixagem de Me and My Girls...
- And we play our favorite songs. – Jack começou.
- And we scream out, all night long. – Emily continuou.
- Uh, uh, uh, uh, oh... When is just me and my girls. – Mack cantarolou em seguida.
- All the lights, turn them off, is too loud in here to talk...
- Ok, ok! – Henry me cortou e eu franzi os lábios.
- I don’t understand a word you say. – Brinquei e ele mostrou a língua e eu ri.
- E faremos os consertos de You’ll Aways Find Your Way Back Home para riscar da lista. – Ele continuou. – Além de dar uma nova conferida em Show Me Love para o videoclipe.
- Ok, combinado, então! – Abaixei os pés. – Quem vai comigo para o condomínio? Juan deve estar me esperando ainda. – Fiz uma cara sofrida. – Coitado!
- Vamos! – Jack falou.
- You’ll always find your way back home, you can change your style, you can change your jeans, you can learn to fly, and you can chase yous dreams, you can laugh and cry, but everybody knows... – Cantarolei.
- You’ll always find your way back home! – Gargalhei quando toda banda, até os produtores nos acompanharam.
- Chega! – Henry gritou. – Vão para casa.

- Posso falar uma coisa? – Mike ergueu a mão, colocando a caneta na boca.
- Pode falar, Mike. – Joguei meu corpo para trás na cadeira, virando o rosto para ele.
- Essa música, nada mais nada menos, fala de amor, certo? Que alguma alma gênio fez uma relação com o medo da , e de nós, não ser aceita pelos americanos. Não é? – Ele falou.
- Sim, é exatamente isso! – Falei, mexendo os ombros.
- Por que não fazer um videoclipe pedindo permissão para entrar nesse mundo, então? Não só nos Estados Unidos, mas também no mundo da música? Ser educado uns com os outros, fazer com que até os nossos concorrentes gostem da gente? – Passei a mão na testa, coçando-a e respirei fundo.
- A ideia é muito boa, Mike, mas como a gente vai elaborar isso? Porque a teoria é sensacional. – Falei rindo.
- Calma, uma coisa de cada vez. – Ele falou e voltou a morder a caneta e eu ri.
- Preto e branco, todo mundo bem vestido, a orquestra tocando junto, talvez mesclando cenas de um casal brigando, tentando se reconciliar... – Louis começou a falar.
- Tem que ser o francês! – Jack brincou e ambos riram.
- Eu gosto da ideia do Mike e do Louis. – Jessica falou, também com aquela cara pensativa.
- Porque nós... – Parei um pouco, colocando a mão na boca e tentando ver como seria essa elaboração melhor.
- O quê? - Jessica perguntou e eu balancei a cabeça.
- Mike falou sobre pedir permissão para entrar nesse mundo, certo? – O pessoal afirmou com a cabeça.
- É... – Mike concordou.
- Por que então a gente não faz exatamente isso? - Me levantei da cadeira, empurrando a mesma.
- É! Mas como...
- A gente esquece os instrumentos, de todo mundo, deixa só a orquestra aparecendo. Divide a música em pedaços para cada um, todo mundo sabe cantar, a gente tem que focar nisso. Aí intercalado com a cena de todos nós cantando, lindo e bem vestido em preto e branco, nós intercalamos nossas reais posições, além da pequena história de amor.
- Porra, se a gente conseguir fazer isso vai ficar bom demais! – Brandon foi sincero. – Não vai ser só um videoclipe, vai ser uma obra de arte! – Ele riu fraco e bateu a mão na mesa, suspirando. – Vai ser bom, Jessica.
- E está fácil demais de executar. – Ela colocou a mão na testa. – E onde faríamos a gravação? – Ela perguntou.
- Algo bem rústico, um galpão, um campo de futebol... – Mack falou. – Algum lugar que dê para colocar a orquestra para cima e deixar todo mundo no mesmo campo de visão.
- Vou programar isso, então. – Jessica falou e virou para Brandon. – Leve todos para o estúdio agora, dividam a música entre todos e regravem. – Ela empurrou a cadeira. – Vê com a , a ideia foi dela. – Ela olhou para mim e eu afirmei com a cabeça, sorrindo.

Ouvi um barulho estranho e despertei, mas sem vontade de abrir os olhos. O sol entrava pela janela e batia em meu rosto. Eu sentia que estava toda torta na cama, pois meu corpo doía, e meu braço caía da cama. Virei meu corpo, ficando de cara para cima e puxei a coberta novamente, sentindo-a um pouco mais fina que o normal e abri os olhos, dando de cara com a luz ligada e os fechei novamente, respirando fundo. Eu havia dormido com a luz ligada?
Abri os olhos novamente devagar e notei que eu não estava em meu quarto e dei um pulo, olhando em volta e me vi no estúdio de gravação. Oh, meu Deus, eu havia dormido ali? Olhei para Mike que estava jogado da mesma maneira que eu no outro sofá e David já estava sentado à mesa de som.
- Que horas são? – Gritei para David e ele conferiu o relógio dele.
- 7:45. – Ele falou e eu arregalei os olhos, joguei meu corpo para cima e dei graças a Deus por estar com alguma roupa, procurei pelo meu tênis pelo estúdio e comecei a calçá-lo.
- Eu tenho aula, caramba! – Falei realmente brava. – Que merda! A gente dormiu aqui?
- Sim, ficamos terminando as coisas e você foi a primeira a capotar.
- Droga! – Falei novamente e levantei meu corpo, puxando minha mochila e colocando nas costas.
- Relaxa, . Juan está aí embaixo. – Suspirei agradecida.
- Ok, mas eu preciso estar na UCLA em 15 minutos e daqui para universidade demora uns 25. – Falei suspirando.
- , vai! Depois a gente se fala. – David falou e eu saí correndo.
- Amo vocês! – Gritei em direção a porta e puxei a mesma. – Oi, Henry. – Troquei de lugar com ele, pegando o elevador aberto. – Tchau, Henry! – Falei novamente e apertei o botão do térreo.
O elevador chegou rapidamente e logo avistei a BMW preta 2005 da gravadora e rezei para que Juan estivesse lá dentro e corri em sua direção, respirando fundo quando o encontrei lá dentro. Ele ligou o carro rapidamente e seguimos em direção à faculdade. Juan não conseguiu impedir que eu chegasse atrasada na aula prática de interpretação textual, mas conseguiu fazer com que eu chegasse até o limite de 15 minutos de atraso.
Me joguei ao lado de Rachel, na cadeira do corredor e ela franziu a testa ao olhar para mim e eu puxei meu caderno da bolsa, procurando uma caneta e comecei a anotar o que estava escrito na lousa. Era aula prática, então era algum exercício que deveríamos fazer e entregar ao final da aula.
- Você está com a mesma roupa de ontem. – Rachel cochichou para mim.
- Eu sei. – Suspirei, olhando para frente. – Saí daqui e fui para gravadora, não consegui voltar para casa. – Falei, sentindo minha cabeça pesar. – Não tomei nem banho, tem um perfume aí?
- Johnny que é louco de andar com os perfumes. – Soltei uma risada fraca e fiquei quieta, quando a professora olhou para mim.
- Nem ligo, perfume masculino é bom! – Falei e ela riu fraco.
- Oh, deixa eu te contar a maior. – Rachel falou, aproximando a mesa mais da minha. – Tinha um grupinho de meninas do primeiro ano atrás de você.
- O que elas queriam? Já me livrei dos xerox do ano passado. – Falei.
- Não, nada disso. – Ela falou. – Elas queriam autógrafos.
- O quê? –Virei meu rosto para ela.
- Era o que parecia, perguntaram de você, com cadernos e canetas na mão. – Ela deu de ombros. – Está acontecendo! – Ela cochichou.
- Está! – Suspirei, com um sorriso no rosto. – Eu dormi em um sofá no estúdio hoje, estou acabada. – Falei. – Minhas costas estão moídas.
- Falta muito para acabar? – Terminei de copiar.
- Duas músicas, mas que precisam ser gravadas do zero. – Ela me chacoalhou. – Gravo o videoclipe no fim de semana.
- Que música? – Ela perguntou.
- Não adianta eu falar, porque você não vai saber. – Notei a professora virando novamente. – Fica quieta, a gente conversa na hora do exercício. – Falei, empurrando-a com o cotovelo e ela riu.

- As fotos ficaram maravilhosas, Malcon! – Falei, apertando as setas no computador. – Eu gostei de todas! – Falei e ele riu.
- Fico feliz que tenha gostado, . – Ele comentou. – Eu gostei muito de fotografar vocês, foi legal demais.
- Obrigada! – Sorri. - E agora, o que eu faço?
- Você escolhe duas, a capa e a contracapa, e a gravadora se encarrega em escolher as fotos do encarte.
- Mas...
- Eles já estão cientes em também escolher fotos com sua banda. – Afirmei com a cabeça.
- Bom! Muito importante! – Falei e ele riu.
- E quais são as suas escolhas? – Ele perguntou e eu abri a pasta novamente, vendo as miniaturas.
- Tenho que pensar que na parte de trás vai ter coisas escritas...
- Isso, é importante dar esse espaço a eles. – Cocei a cabeça.
Comecei a abrir as miniaturas das minhas fotos favoritas, acho que era um bom jeito de começar. As minhas favoritas são as da escada, as outras até que estavam bonitas, mas não tanto para capa de álbum. E aquelas sentada com a bota aparecendo, também não gostei tanto e nem as do chapéu.
- Ok, eu acho que já sei. – Falei, abrindo duas fotos. – Essa para capa, e essa como contracapa. Meio que o antes e o depois. – Malcon virou o rosto para olhar e concordou com a cabeça.
- Acho que são ótimas escolhas, ! – Ele falou e eu sorri.
Para a capa, eu havia escolhido a primeira foto que havíamos tirado, eu segurando o dente de leão, com os olhos fechados e assoprando o mesmo, onde boa parte já tinha voado pelos ares. E a segunda eu escolhi uma que eu estava mais séria, com o joelho para cima, somente segurando a flor em minha mão.
- Estão muito bonitas! – Ele sorriu. – Agora tem algo que eu gostaria de falar contigo, que é questão de escolha. – Ele virou para mim. – Normalmente a gente escolhe alguma coisa que vai ser igual em todos os seus ombros, talvez uma marca, uma letra, uma cor... Alguma coisa que a pessoa saiba antes mesmo de ler que esse álbum é seu.
- Nossa! Alguma coisa que vai ser igual sempre?
- É uma opção, mas você não precisa escolher algo também.
- Que tal uma borda? – Perguntei. – Uma borda da cor predominante na foto? Essa parece ser cores terrosas, dourado. Algo bem discreto, talvez transparente em alguns momentos. Porque fontes e marcas eu canso fácil. – Falei e ele riu.
- Acho que sei de um efeito que ficaria muito bom aí. – Afirmei com a cabeça.
- Obrigada, Malcon! – Sorri, movimentando a cabeça.
- Em dois dias no máximo as edições já estarão com a gravadora, para mandar produzir. – Afirmei com a cabeça.
- Mal vejo a hora! – Falei e ele riu.
- Eu também! É um álbum muito esperado. – Afirmei com a cabeça, suspirando.
- Espero que não decepcione. – Respirei fundo.
- Acho difícil.

- Bem-vindos ao Gillette Stadium, lar do New England Patriots. – Jessica falou quando passamos pelo campo de Boston, onde seria a gravação de Show Me Love, realmente surpresos pela imensidão daquilo.
No local que deveria estar a grama estava um grande linóleo preto, escondendo o mesmo. Ao lado oposto de onde estávamos tinha um pano preto, somente para esconder que era um estádio. Na área acima tinha vários daqueles suportes de construção, onde as minhas meninas do quarteto de cordas estavam posicionadas, todas muito bem vestidas igual a mim.
Segurei a barra do meu vestido preto longo e deslizei pelo linóleo preto, o meio estava reservado para a gravação principal, mas nas laterais tinha a bateria de Louis, a guitarra de Mike, o baixo de Mack, a mesa de mixagem de David e três pedestais com microfone.
- Isso está demais! – Falei rindo.
- Tá foda demais, cara! – Mack deu alguns pulos com seu smoking preto e branco e eu ri.
- Vamos fazer marcação de posições e um primeiro ensaio? – O diretor, que eu havia conhecido nos bastidores, gritou no microfone e eu andei devagar em cima do linóleo, até ficar no meio do pessoal, pouco à frente das armações e soltei meu vestido, sentindo bater em meus pés descalços.
- Você está linda, . – David falou e eu sorri, piscando para ele.
- Vocês também. – Suspirei.
Eu estava com um vestido longo preto, desenhado especialmente para o videoclipe pela Gucci, ele era todo coberto com pedras na parte do tórax inteiro, impedindo que eu ao menos tocasse nele. E na parte debaixo, parecia o vestido da Mortícia Addams, ele era justo no corpo e abria uma pequena calda embaixo. Em meu pescoço tinha um colar igualmente grande, e devido a altura que eu ficava, optamos para que eu ficasse sem saltos. Meus olhos estavam maquiados com um preto bem forte nos olhos e um batom discreto. Os cabelos estavam ondulados nas pontas, espalhados pelas minhas costas e ombros.
Os cinco meninos estavam de smoking preto e somente a camisa era branca para dar o contraste e todos com os cabelos muito bem arrumados. E Emily estava com um vestido preto, mas o dela era diferente. Tinha pequenas mangas e era mais simples, mas igualmente longo.
- , um passo para frente, por favor. – O diretor falou e eu fiz o que ele pediu. - Mack e Mike, fiquem dos dois lados de . – Ele continuou.
A ideia do triângulo havia sido boa para qualquer situação. Era bom para identificar nossos locais no palco e também para a nossa divisão, como na gravação desse videoclipe.
Eu estava me sentindo diferente naquele vestido, se eu estivesse de salto, poderia dizer que era a pessoa mais poderosa do mundo, eu estava realmente feliz com o conceito do videoclipe, ficaria simplesmente maravilhoso.
- Funciona da seguinte maneira, dublem como se estivessem cantando de verdade. – O diretor continuou. – Se para cantar você faz força, então faça força para dublar. Está claro?
- Sim! – Mike falou e eu apontei os polegares para o diretor.
- Cada um canta sua parte, os outros fiquem quietos, se movimentem e tal, mas não cantem, tá?! E na hora do refrão, quero todos empolgados. Todos cantam, então nada mais justo que uma empolgação coletiva. – Afirmei com a cabeça. – Já conversamos sobre isso mais cedo. – Ele estava certo. – Se vocês ouvirem sons duplos é por causa dos violinos e do violoncelo. – Ele falou. – Mas na edição isso é alterado. – Apontei o polegar novamente. - Vamos só ajustar a luz que fazemos a primeira gravação.
Enquanto eles desligavam as luzes do estádio e ligaram os holofotes em cima da gente, eu repassei todas as partes que seriam gravadas por quem. Mike, Jack, refrão com todos, depois eu. Segunda estrofe com Mack, Emily, eu e vai para o refrão novamente com todos, acabando comigo. Depois entrava eu, com a segunda voz intercalada de Jack e Emily, antes do refrão Mike, Mack, Louis e David. Voltava todos juntos para o refrão e acabava comigo.
- Prontos? – O diretor perguntou e eu senti um frio passar pelo meu corpo. – Sejam vocês mesmos para cantar e agir, ok? – Afirmei com a cabeça e suspirei. – Câmeras rolando, playback. – Ele olhou para nós. – Ação!

- Ah, que bom que você conseguiu vir! – Falei, abraçando-o.
- Você está na minha cidade, eu não podia perder. – falou e eu sorri, o soltando. – Não me deixaram entrar.
- Desculpe, não entendo que supersegurança foi essa. – Falei rindo e arrumei a mochila nas costas.
- Gravando clipe no estádio dos Patriots, se meu irmão ficar sabendo ele já vai se apaixonar por vocês. – Soltei uma risada fraca.
- Não fui eu que escolhi, mas a gente acaba ficando mais próximo dos times que nossos amigos gostam. – Ri fraco. – Ultimamente eu torço pelo Olympique de Marselha, a Juventus de Turim e por aí vai. Acho que ainda tem vaga para futebol americano. – riu.
- Coloca New England Patriots aí. – Ri fraco. - E agora, vai fazer o quê?
- A ideia era ir para o hotel, mas estou na sua cidade, só não posso entrar em baladas, mas uma pizza eu topo.
- Podemos ir, então. – Ele falou rindo.
- Você vai, ? – Jack passou por mim.
- Jack, , se lembram? – Jack parou imediatamente, antes de entrar na van.
- Oh, cara! Tudo bem? – Ele cumprimentou .
- Como você tá? – falou o mesmo e eu ri.
- Vamos comer pizza com a gente?
- Italiano não nega pizza, mas hoje eu prometi que conversaria com minha mãe, faz tempo. – Ele falou, negando com a cabeça. – A gente se vê depois? – Ele perguntou.
- Claro, cara! – Acenei para Jack e fez o mesmo.
- Vamos, ? – Jessica passou por mim.
- Posso sair com ? – Apontei para o loiro ao meu lado. – A gente se conheceu naquela première, ele é irmão do . – Apontei.
- Oh, desculpe! – Jessica parou, cumprimentando . – Pode ir, só chegue ao hotel antes da meia-noite, amanhã tem mais! – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
- Pode deixar! Será que o pessoal quer ir?
- Vão vocês, vou resolver algumas coisas do álbum com eles, amanhã falo contigo.
- Fechado! – Falei, colocando minha mochila nas costas. – Então, vamos?
- Vamos! – falou animado. – Meu carro está lá no estacionamento. – Ele apontou e eu falei, seguindo-o. – E aí, como vão os preparativos?
- Quase lá! – Falei rindo. – Eu estou tão empolgada que acho que vou ter um ataque cardíaco. – Brinquei e ele riu.
- Ah, mas assim que é bom! – Ele comentou. – Meu irmão quase surtou na primeira estreia dele.
- Foi recente? – Perguntei.
- Faz uns quatro anos, foi um filme meio sátira, é engraçadinho, mas ele é o personagem principal, então ele estava feliz demais. – Ele riu fraco. – Aí ele fez mais... – Ele contou nos dedos. – Três filmes e está indo bem.
- Parece que esse da première está tendo bastante público nos cinemas. – Comentei e ele riu.
- Vamos ver, ele está gostando!
- E onde ele está agora? Mora aqui ou em Los Angeles?
- Ele fica um pouco lá, um pouco cá. Agora está terminando as divulgações do filme, ele está em Londres, se eu não me engano. – falou, destrancando a porta do carro.
- Ah, legal! Mal vejo a hora para minha começar. – Ele riu.
- Vai ser ótimo! – Ele comentou rindo.

- I scream your name. It always stays the same! I scream and shout! So, what I'm gonna do now, is freak the freak out, hey! – Cantei, acompanhando a música.
- Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! – A banda começou a gritar junto. – Woah, oh, oh! Woah, oh, oh, oh!
- Freak the freak out, freak the freak out. – Emily continuou fazendo a segunda voz repetidamente.
- I scream your name, but you never listen! – Continuei sozinha. – No, you never listen! – Movimentei a cabeça no ritmo da música. – But you never listen. – Cantei o final.
- Uhul! – Mack gritou batendo palmas e me fazendo rir.
- Com isso terminamos mais uma música. – Brandon falou e Louis e Mack correram em direção à lousa, fazendo com que eu erguesse os pés para que eles passassem.
- Gente do céu, é só um quadro! – Falei, abaixando os pés em seguida.
- Falta só uma, gente! – Jessica falou animada. – Prontos para revisar a última música do álbum e fechar isso? – Ela perguntou.
- Vai logo! – Falei empolgada e ela riu.
- Quando quiser, Brandon. – Jessica falou e a música com David no piano começou quase que imediatamente.
- I’m the kinda of girl, who doesn't say a word. Who sits at the curb and waits for the world, but I'm about to break out, about to break out. I'm like a crook tonight. – Cantei vendo todos movimentando os ombros conforme eu acompanhava a versão do CD. - I caught you staring at me and I was thinking clearly. And now I'm like a bee and I'm huntin' for the honey. And I'm kinda shy but, you're super fly, I could be your kryptonite.
- Oh, oh, oh, oh, oh, oh! – Emily e Jack cantaram sincronizados.
- Light my heart up, baby, like a matchstick! – Cantei rindo.
- Oh, oh, oh, oh, oh, oh! – Minhas vozes de apoio continuaram.
- And hit the gas quick. – Cantei sozinha.
- Ready or not, here I come. Where you are? The night is young. In the crowd the music's loud, but I will find you. – Minha banda toda acompanhou, tendo Jessica e Brandon conosco. - Ready or not, here I come. I like your face, do you like my song? Just sing it! La, la, la. La, la, la. And I will find you. Ready or not, ready or not.
A música continuou dessa mesma maneira. Eu cantava a minha parte, Emily e Jack as deles e no refrão todo mundo se unia e cantava junto, fazendo com que tudo acabasse em risada.
- Eu gosto do seu rosto, você gosta da minha música? – Mack encostou a cabeça em meu ombro e eu franzi a testa.
- Desculpa, Mack, não vai rolar. – Falei e ele franziu os lábios rindo.
- É engraçada a parte que fala dos 35 carros, do iate, morar perto da Oprah! – Mike falou, rindo logo em seguida.
- E claro, a parte do Príncipe William e da Kate, se os dois terminarem, o nosso símbolo de amor já era. – David brincou e eu gargalhei.
- Se eles não terminarem no próximo mês, já está bom demais! – Jessica falou rindo.
- A mixagem do David ficou muito massa nessa música. – Louis falou. – Mixando os discos ali. – O francês imitou o japonês e coloquei a mão no rosto para segurar a risada.
- Podemos fechar isso, Brandon? – Jessica perguntou.
- , nos dê o prazer e vá riscar o último ponto do quadro, por favor. – Brandon falou e eu me levantei, pegando o marcador vermelho e pintando o quadro escrito edição ao lado de Ready or Not, completando o nosso quadro.
- Trabalho completo, galera! – Brandon falou, começando a aplaudir e eu me levantei o acompanhando, como todas as pessoas da sala.
- Parabéns, gente! Estou orgulhosa de vocês! – Jessica falou e ela me abraçou forte, me fazendo colocar um sorriso imenso no rosto.
- Arrasou, garota! – Brandon veio em seguida e eu ri fraco.
- Obrigada! – Falei e logo Emily me abraçava o que acabou se tornando um abraço grupal, fazendo com que a gente pulasse rindo.
- Foi bom! – Suspirei. – Agora vamos para os próximos passos.
- Sim! – Jessica falou. – Agora Brandon vai gravar as músicas, vou mandar para a produção e a gente se vê amanhã à noite, aqui na gravadora, para o lançamento do videoclipe. – Afirmei com a cabeça.
- Vamos arrasar, galera! – Mack gritou e eu ri, sentindo David me abraçar de lado.
- Vai meter o pé na porta e ainda vão pedir mais. – David falou baixo para mim e eu sorri, afirmando com a cabeça e dei um beijo em sua bochecha.
- Obrigada! – Falei e ele afirmou com a cabeça.

- Oh, meu Deus, vocês conseguiram vir! – Avistei Rachel e Johnny na entrada da gravadora, um pouco deslocados.
- A gente não ia perder isso por nada! – Johnny falou e ele me abraçou forte. – Meus parabéns! Vai dar tudo certo! – Ele falou e eu sorri, suspirando. – E você está muito bonita. – Dei uma volta ao redor do corpo, mostrando meu vestido curto e Rachel me abraçou.
- Isso é demais! – Ela falou e suspirou.
- Vem, deixa eu apresentar rapidamente a galera para vocês! – Fiquei ao lado deles e olhei para o pessoal distribuído no grande salão da gravadora. – Jack e sua irmã Gemma; Emily e Amir; Mike, Mack, Lacey, Amy e Nathan; - Falei enquanto eu apontava. – Louis e seus pais Maurice e Joan; David e Virginia; e meu pai Olavo perto da Jessica. – Falei, olhando para o pessoal. – Além de produtores, diretores, meus professores de canto, dança e por aí vai! – Falei dando de ombros e eles riram. – Tem comida e bebida ali do lado, fiquem à vontade. –Falei e bebi mais um gole do meu refrigerante.
- , é agora! – Jessica gritou e eu saí correndo desesperada para frente da TV junto dos meus membros de banda e nos acomodamos no sofá que tinha ali, fazendo com que as outras pessoas se acomodassem atrás de nós.
- E hoje é dia de estreia! – A apresentadora da MTV apareceu na tela e eu respirei fundo. – Hoje é dia de lançamento de uma das cantoras mais esperadas desde o fim do ano passado. – Ela falou animada. – Temos aqui o primeiro single de Stone e sua banda. – Ela falou sorrindo. – Demorou, mas eu tenho que dizer que está maravilhoso! – Ela movimentou as mãos rapidamente. – Com essa música e com esse videoclipe ela está pedindo permissão para entrar nesse mundo e eu com certeza permito! – Ela sorriu. – E vocês? Prontos para decidir? – Ela apontou para tela. – Agora, o lançamento do primeiro videoclipe de Stone, Show Me Love America. – Ela gritou e sumiu da tela.
As imagens em preto e branco começaram a passar, intercalando entre o casal de atores do vídeo, meu quarteto de cordas, a banda completa e, quando focou em mim, a música começou, me fazendo arrepiar.
Mike iniciava cantando a primeira parte, aquele cabelo arrumado, o pequeno sorriso no rosto, o smoking muito bem ajeitado, intercalando com imagens dele sozinho, do quarteto de cordas atrás, e do casal no filme.
Jack era o seguinte, ele tinha até feito a barba para o videoclipe. Ele tinha o sorriso mais aberto na hora de cantar e nesse momento dava para começar a notar a história do videoclipe. Um casal que havia se separado, mas não havia superado essa distância. Louis tocando bateria sozinho foi mostrado.
Quando o refrão começou uma lágrima começou a escorrer de meu rosto, e foi engraçado o modo que todos nós mexemos as mãos de forma sincronizada. As câmeras haviam focado em nós de todas as maneiras, separados, unidos, de longe, de perto, e eu fiquei feliz que eu ficava bem cantando, muito melhor do que eu achava que parecia.
A segunda estrofe começou com Mack cantando, aqueles cabelos longos presos em um rabo de cavalo havia ficado engraçado, mas ele estava muito bonito, ainda mais com suas tatuagens subindo pelo seu pescoço.
Emily foi a seguinte e dava para notar que ela era a mais contida, apesar dela cantar uma estrofe menor, a câmera ficou bastante tempo nela, acompanhando seus cabelos pretos alisados e soltos, e o vestido caindo delicadamente pelo seu corpo magro.
Para finalizar a estrofe, foi minha vez, focando bastante em meu rosto e eu ri fraco, sentindo meus lábios tremer, aquilo estava lindo. Quando eu cantei a nota mais forte da música, o pessoal da minha banda começou a me empurrar e a me aplaudir, me fazendo chorar mais ainda.
O refrão seguiu da mesma maneira, mas as imagens começaram a passar mais rapidamente, mostrando a atriz do videoclipe correndo, eu sabia do porquê disso e mostrou mais algumas imagens minhas e dos membros da banda sozinhos.
Focou em Louis por poucos segundos, mas focou em mim, que gritei em uma das partes mais intensas da música, fazendo com que começasse a chover na cena da banda completa e, enquanto eu repetia essas notas altas, mostrou Mike, Mack, Emily, Louis, Jack e David fazendo a segunda voz para mim, enquanto eu mantinha meus olhos fechados.
Quando o ritmo começou a ficar mais lento, me mostrou de olhos fechados, intercalando com cenas do casal em momentos felizes, intercalando com a banda toda molhada e para o homem do casal começando a correr atrás da moça.
Nesse momento as cenas do casal e do meu rosto começaram a ser intercaladas mais rapidamente, meu rosto foi ficando cada vez mais perto e quando o casal se cruza sem se ver e Jack faz a nota mais fina, eu abro os olhos, mostrando a cena da banda inteira para o refrão. E, nesse final, o casal não fica junto.
- All you had to do was show me love. – Cantei baixo as últimas palavras, sentindo meus olhos embaçados e suspirei alto, ouvindo o pessoal aplaudir e joguei meu corpo no sofá, abrindo um largo sorriso.
- E isso não foi tudo, tem seu primeiro álbum, Make a Wish, para ser lançado em 10 dias. É o que você ouviu. Consegue aguentar? – A apresentadora brincou. – Porque eu não sei se aguento! – Ela brincou. – Espero que tenham gostado e entrem em nosso site para assistir de novo, ou fiquem de olho aqui na MTV. – Ela acenou para tela e os créditos começaram a subir na tela.
- Discurso! Discurso! – O pessoal começou a rir e minha banda atiçou mais ainda.
- Ok, ok! – Me levantei, passando as mãos embaixo dos olhos e virei para o pessoal que esperava. – Eu acho que tudo que eu tenho para dizer é obrigada! – Falei suspirando. – Esse clipe ficou maravilhoso, o álbum que sai em alguns dias também ficou maravilhoso, e espero que a gente consiga a repercussão esperada, porque trabalhamos duro e valeu a pena. – Suspirei. – Obrigada a todos que fizeram parte direta ou indiretamente no vídeo, no álbum, ou que só nos apoiaram. Vocês são importantes para mim, obrigada! – Falei e juntei as mãos em agradecimento, ouvindo-os me aplaudir novamente.
- Vamos nos divertir que amanhã a gente vê a repercussão disso! – Jessica gritou.

- Obrigada, Juan, te vejo à uma. – Falei e o mexicano afirmou com o polegar e eu fechei a porta do carro, virando para a UCLA.
Procurei Rachel ou Johnny rapidamente com o olhar, mas eles já deveriam estar na sala, como sempre, eu estava em cima da hora. Andei em direção ao prédio antigo segurando meus livros e suspirei, eu estava cansada, mesmo depois de uma noite de 12 horas de sono. Fazia tanto tempo que eu não dormia tão bem assim, mas mesmo assim perdi hora.
- ? – Ergui meu rosto, dando de cara com um grupo de cinco meninas.
- Oi! – Falei rindo.
- É você mesmo! – Ela deu um gritinho e eu ri. – Me dá um autógrafo?
- Claro! – Falei rindo e ela me estendeu uma caneta e eu assinei o caderno que ela dava rapidamente, fazendo um Stone rapidamente.
- Obrigada! – Ela falou e eu sorri, seguindo em frente.
- Stone! – Uma pessoa gritou e eu parei novamente.
- ! – Outra pessoa gritou e eu dei uma volta ao redor do corpo, vendo pessoas de todos os cantos correndo em minha direção.
- Me dá um autógrafo?
- Não acredito que você realmente estuda aqui.
- Seu clipe é maravilhoso!
- Assina aqui para mim?
As pessoas começaram a aumentar em um nível e quando eu notei eu estava totalmente zonza e não conseguia mais ver o prédio ou algum caminho livre e respirei fundo, tentando me controlar. Aquilo não estava acontecendo, como eu sairia dali? Comecei a assinar o que as pessoas colocavam em minha frente, mas em um momento meus livros caíram no chão e eu só tomei cuidado para segurar minha bolsa firmemente, mas as pessoas começaram a empurrar e eu já não conseguia raciocinar.
Uma pessoa me segurou pelo braço e me levou e eu só acompanhei, não sabendo quem era, e quando notei, vi uma pessoa mais velha tentando me tirar dali, mas as pessoas seguiam a gente, e eu tropeçava nos pés das pessoas e o cabelo já tinha caído nos olhos, eu realmente não sabia onde estava indo.
- Se afastem agora! – Vi dois seguranças fazerem um cordão de isolamento e eu fui puxada novamente pela mulher mais velha. – Agora! – Os seguranças gritaram novamente. – Deixem-na passar! – Fui puxada novamente e saí do grupo, acompanhando a mulher.
- Ande mais rápido, por favor. – Notei que era minha professora de literatura espanhola e a segui, apressando o passo e logo entrei no prédio e subi as escadas com a professora rapidamente, passando por diversas salas, até que fui colocada em uma cadeira e a porta da sala fechada e eu só conseguia sentir meu corpo inteiro tremer.
- Aqui, beba! – Uma secretária me entregou um copo, que eu notei ser água, e comecei a beber o mesmo levemente. – Vai te acalmar.
- O que está acontecendo aqui? – Vi a diretora do centro de linguística aparecer e quando seus olhos caíram sobre mim, ela suspirou. – Acho que já entendi. – Ela seguiu para a mesa em que estávamos e ocupou um lugar. – Você está bem?
- Sim, me desculpe! Eu não sei o que aconteceu...
- Não precisa se desculpar, criança! – Ela falou sorrindo. – Os adolescentes estão cada dia mais insanos. – Ela balançou a cabeça e suspirou.
- Eu tenho aula, senhora! – Ela ergueu a mão.
- Beba sua água, respire fundo. Você não vai sair daqui sem segurança. – Ela falou.
- O que podemos fazer sobre isso? – Minha professora de literatura espanhola falou.
- Quem ficou sabendo que eu estudo aqui? – Falei baixo.
- As notícias correm, em um dia você é só uma aluna, no dia seguinte você lança um videoclipe maravilhoso e todas as pessoas que alguma vez já te viram aqui espalham a notícia. – Afirmei com a cabeça, bebendo mais um gole de água.
- Eles já se dissiparam, senhora. – Um homem com o uniforme de segurança apareceu na porta da sala. – Está livre!
- Obrigada! – Ela falou e respirou fundo. – Já tivemos famosos aqui, mas faz bastante tempo! – Ela balançou a cabeça. – Tem alguém que eu possa ligar para nos ajudar a resolver esse problema? Por mais que eu não seja muito adepta a isso, caso você queira continuar a frequentar a faculdade, você vai precisar de segurança. – Ela falou, batendo a mão na mesa.
- Pode ligar para minha empresária, Jessica. – Peguei minha bolsa, procurando um cartão dela na minha carteira e estendi sobre a mesa.
- Aqui, creio que é da senhora! – Outro segurança apareceu com meus livros e eu suspirei.
- Obrigada! – Agradeci, pegando-os. – Alguns são da biblioteca. – Balancei a cabeça.
- Zac e Paul, por favor, acompanhem até a sala de aula, e fiquem lá, até a empresária dela chegar, esperamos resolver isso ainda hoje. – A diretora do curso falou e eu me levantei.
- Obrigada! – Agradeci.
- Além disso, parabéns pelo videoclipe, muito sucesso para você! – Ela sorriu e eu agradeci com a cabeça.

Respira, , conta até 10. Um, dois, três, quatro, cinco... Se acalma! Movimentei meus ombros e respirei fundo. Olhei para o lado de Mack e não consegui enxergá-lo. Essa era a intenção, eu sabia que eles estavam à minha volta, mas seria muito bom se eu realmente conseguisse vê-los. Respirei fundo novamente e o barulho da vinheta do programa começou a tocar e as pessoas voltaram a se sentar. Podia reconhecer com o olhar diversos artistas que eu realmente gostava. Mas uma luz no meio do pessoal se acendeu, mostrando Rachel McAdams com um microfone em suas mãos.
- E agora, fazendo a primeira apresentação do seu primeiro single aqui no Teen Choice Awards 2005, por favor, recebam, Stone. – Ela falou e eu contei até três em minha mente.
Meu quarteto de cordas começou a tocar perfeitamente e os holofotes foram direcionados a eles. Olhei à minha volta e a luz não chegava em mim, como havia sido ensaiado no dia anterior, mas fazia com que eu visse Mack e Mike em meu lado, Jack e Emily a seus lados e Louis na bateria e David no piano, um em cada canto do palco, formando a ponta de um triângulo, mas bem mais espaçado no palco da premiação.
- You should've known I love you. – Os holofotes ligaram em cima de Mike quando ele começou a cantar. - Though I'll never say it too much. Maybe you didn't get me, maybe I'll never know what I done. – Abri um sorriso, vendo-o se soltar no palco, mas sem sair muito do seu lugar.
- Now I'm lost in the distance. – A luz em Mike desligou e ligou uma em Jack. - You're looking me like a stranger. Cause how it looks right now to me is it you're scared of the danger. – Ele abriu um sorriso, mexendo suas mãos conforme as notas para cantar.
- I could've shown you America. – Todas as luzes se acenderam, quando os sete integrantes cantaram juntos. - All the bright lights in the universe. – Abri um sorriso, sentindo meu corpo leve. - Could have reached, the highest heights, a different place, a different life. – Movimentei as mãos com um sorriso em direção ao público. - Remember that night underneath the stars, for a minute I thought the world was ours.
- All you had to do was show me love.
– Cantei sozinha e os holofotes se desligaram, ouvi os toques de Louis e a segunda estrofe começou.
- Yeah it's true you know, we're not perfect. – Mack apareceu em cima do holofote, se soltando mais, movimentando o corpo. - There's a fire inside of me. It means I'll fight for the things that are worth it, if it makes me feel complete. – Ele virou um sorriso em minha direção e Emily começou.
- Cause I'm hitting rocks, and I'm taking shots. I'm prepared to lose everything I've got. – Abri um sorriso, dando um passo para frente, sentindo a luz em meu rosto.
- Now I'm lost in the distance, you're looking me like a stranger. – Abri um sorriso em direção ao público que começou a gritar. - Cause how it looks right now to me, that nothing can save us. – Fechei as mãos fortemente, acompanhando a nota mais alta e as luzes se acenderam para todos novamente.
- I could've shown America, all the bright lights in the universe. – Cantamos o segundo refrão mais animado, mas sem sair muito do lugar devido aos holofotes. - Could have reached, the highest heights, a different place, a different life. Remember that night underneath the stars, for a minute I thought the world was ours.
- All you had to do was show me love. – Cantei calma. - Show me love! – Soltei a voz, gastando toda a potência que eu tinha treinado por mais de um ano. - Love. Show me love, love. – Jack e Emily seguiam fazendo a segunda voz e Mike e Mack tocavam seus instrumentos com mais garra.
- Show me love, show me, show me love, show me, show me love. Show me love.
- Love, love. – Fechei os olhos, ouvindo Jack cantar e me senti no clipe novamente. - Show me love... – Louis bateu forte na bateria e eu abri os olhos, vendo uma tira branca de luz no chão passar pelo palco de cada lado do triângulo, me colocando bem no meio, e refletir em um X para o público, fazendo o pessoal gritar. - Yeah.
- I could've shown America, all the bright lights in the universe. – Cantei sozinha, ouvindo Jack e Emily fazer as segundas vozes. - Could have reached, the highest heights, a different place, a different life. – Mike sorriu para mim, tocando sua guitarra e eu sorri para ele, sentindo minhas mãos se mexerem com pressa e eu ficar cada vez mais próxima do público. - Remember that night underneath the stars, for a minute I thought the world was ours. – Sorri para o público. - All you had to do was show me love. – Ouvi as últimas notas de David. - All you had to do was show me love. – Abri um sorriso quando a música acabou e a plateia imediatamente começou a gritar e a aplaudir e eu soltei um suspiro, sentindo meu corpo arrepiar e aquele sentimento de choro passar pela minha garganta novamente.
Virei para minha banda e todos tinham a mesma cara assustada e eu comecei a rir, acho que era a única coisa que representava o que eu sentia. Nem me ligava que as luzes não haviam sido apagadas e que eu, supostamente, deveria sair do palco. Mas o pessoal não se sentou e nem parou de aplaudir, fazendo com que eu acenasse com a cabeça, muito feliz com aquela recepção.
- E agora, recebendo o prêmio de revelação do ano. – Ouvi Hilary Duff no canto do palco e virei o rosto. – Stone! – Ela gritou e minha boca foi para o chão.
Jack foi o primeiro que chegou até mim, pulando alegremente e eu estava muito estática, não sabendo como agir ou o que dizer. Vi uma pessoa atrás de Hilary aparecer com a prancha de surfe na mão e eu ri fraco, caminhando até a mesma e ela sorriu, me entregando a prancha e eu a abracei rapidamente.
- Obrigada! – Falei entre risos e choros e me coloquei no microfone enquanto minha banda a cumprimentava e eu não conseguia falar, o pessoal realmente não parava de gritar e aplaudir. – Oh, meu Deus! – Falei rindo, segurando a prancha em minhas mãos. – Obrigada! – Falei e as pessoas se silenciaram. – Eu realmente não esperava por essa. – Balancei a cabeça. – Se por uma música vocês estão me recebendo assim, eu mal vejo a hora de lançar mais e mais coisas para vocês. Obrigada por me escolherem! – Sorri e o pessoal começou a me aplaudir e eu fui abraçada por David e Mike e saímos do palco, juntamente com Hilary Duff, com um sorriso gigante no rosto ainda.

- Isso que é uma surpresa! – Ouvi uma voz e tirei os olhos dos meus pés doendo e olhei com um copo de bebida na mão. Ele estava mais bonito que na première, os cabelos curtos e baixos, uma barba e bigode bem sutil no rosto.
- Oh, meu Deus, oi! – Falei, me levantando e dei um beijo em sua bochecha, e ele me abraçou rapidamente.
- Você deveria estar celebrando! – Ele falou rindo. – Você fez uma apresentação excepcional, ganhou uma prancha e está sentada? – Ele riu e eu suspirei.
- Meus pés estão me matando. – Falei rindo e ele se sentou no sofá ao meu lado. – Estou só representando aqui! – Brinquei e ele riu.
- Parabéns, por sinal, foi maravilhoso! – Ele falou um pouco alto em meu ouvido e eu ri.
- Você viu? – Perguntei gritando para ele e ele afirmou com a cabeça.
- Eu vi pela TV, na verdade. Só vim na after-party! – Ele riu e eu afirmei com a cabeça. – Foi maravilhoso mesmo! – Ele falou e eu sorri, suspirando.
- Obrigada! – Abri um largo sorriso, ficando levemente vermelha. – Estava nervosa e agora que passou, nem acredito que consegui fazer isso. – Joguei meu corpo para trás e suspirei.
- Você encontrou meu irmão, não foi? – Ele perguntou.
- Sim, falamos de você! – Gritei novamente e ele riu.
- Gravaram no estádio dos Patriots, não?! – Ele riu. – Apesar de que nem parece.
- Essa é a intenção. – Brinquei e ele revirou os olhos.
- Mas está bonito, eu gostei muito! – Ele falou. – Você canta muito.
- Vou lançar o CD em Nova York no sábado, se quiserem ir...
- Estarei ocupado, mas falarei para ir! – Afirmei com a cabeça.
- Eu mando um álbum para você depois. – Falei e ele riu fraco, acenando com o dedo e virou o rosto, já que alguém o tocava.
- Jessica! – Ele falou para a loira em pé ao seu lado.
- , essa é Jessica, minha namorada. – Me levantei, cumprimentando-a. – Essa é Stone, da música que eu falei.
- Oh, claro! – Ela abriu um largo sorriso para mim. – Você arrasa! – Ela falou e eu sorri.
- Obrigada! – Agradeci com a cabeça.
- Vai ficar aí, quer nos acompanhar...? – começou.
- Não se preocupe! – Gritei para ele. – Louis foi pegar uma bebida para mim e David foi pegar o gelo. O resto da banda tá se divertindo. – Falei e ele franziu a testa.
- Não é mais fácil já colocar o gelo na bebida? – Ele riu.
- Preciso de gelo para os pés! – Ele movimentou a cabeça como se entendesse e eu ri.
- Que cabeça! – Ele riu e eu afirmei com a cabeça. – A gente se esbarra por aí?
- Claro, divirtam-se! – Falei acenando para os dois e me sentei no canto da festa novamente.
- Cheguei! – David apareceu primeiro. – Está tudo bem?
- Sim, apareceu aqui. – Falei e ele colocou a bolsa de gelo em meus pés descalços e eu respirei fundo, sentindo-os doer.
- Quem? – Ele perguntou.
- Fez aquele filme que eu e Jack fomos na première. – Ele se sentou ao meu lado.
- Ah tá! – Ele riu fraco e eu suspirei.
- Eu quero ir para casa! – Gemi e David afirmou com a cabeça.
- Só mais um pouco, a noite é sua! – Ele falou e eu afirmei com a cabeça, relaxando minha cabeça em seus ombros.



Capítulo 6

As portas do elevador se abriram e eu tirei os fones do meu iPod da orelha. Na ida e na volta da faculdade que eu usava o tempo para repassar as minhas músicas, além claro, de ser legal ouvir minhas próprias músicas, era demais! Avistei uma caixa com o logo da Virgin em meu capacho e um papel em cima.
Franzi a testa e olhei para o capacho dos apartamentos de Jack, Emily e Louis e estavam vazios. Alguém já devia ter saído de casa. Tirei a chave da bolsa e abri a porta, pegando a caixa em seguida. Estava bem pesada. Andei rapidamente até a mesa da sala e voltei para fechar a porta. Me ajoelhei na cadeira e puxei a folha que estava em cima da caixa, reconhecendo a assinatura de Jessica no final da página.
Você tem a primeira caixa! Tire essa cara confusa do rosto e leia até o fim! Essa é a primeira caixa dos seus CDs, elas são sete, uma para cada membro da banda, entreguei as outras conforme nós os selecionamos. Nessa caixa, você vai encontrar 50 cópias do seu CD, incluindo a primeira de todas, sem logo, sem impressão, sem nada (essa você guarda para você). Você pode dar isso para familiares, amigos, fazer o que quiser com ele. E comemore! Porque o resultado está incrível! PS: tem uma surpresa para você.
Abri a caixa com a chave de casa e a puxei, encontrando no topo de tudo um quadro, com a capa do CD estampada em 30x30cm e abri um sorriso, pegando-o e suspirei, dando uma volta pela sala, já imaginando onde colocaria, em cima do sofá, a parede era larga e não tinha nada ali.
Foquei na caixa novamente e tinha diversos CDs empilhados, todos com a minha foto com os cabelos ao vento, o vestido preto e o dente de leão voando em direção à câmera, com os escritos Stone em uma letra cursiva e o nome do CD em uma fonte diferente, bem bagunçado. Peguei o primeiro e toquei na borda dourada quase discreta e sorri. Aquilo era o resultado de mais de um ano.
Abri o CD e encontrei uma montagem com fotos do momento que eu fiz com a banda e tirei o CD da forma e segui até o som, ligando-o e colocando o CD no mesmo e dei play, me sentando na poltrona. Ready or Not começou a tocar e eu suspirei, ouvindo os toques de David do piano e logo minha voz sobre a música e abri um largo sorriso, deixando meu corpo cair na poltrona.
Soltei um suspiro e comecei a pensar o que eu faria com esses 50 CDs e notei que, já que minha banda também tinha dado para meus membros de banda, eu tinha poucas pessoas para mandar. Meu pai, minha avó e minhas duas amigas no Brasil, amigos aqui nos Estados Unidos tinha Rachel e Johnny, ah, além de e , que eu tinha prometido mandar. Suspirei e comecei a lembrar de todas as pessoas que tinham me ajudado a fazer tudo isso e acho que havia chegado nos 25... Sobrava metade.
Soltei uma risada e fui em meu quarto rapidamente e peguei meu notebook, acessando meu MySpace, era uma rede social nova, eu tinha o costume de usar o Orkut no Brasil, mas aqui nos Estados Unidos não era muito conhecida, e como o MySpace estava bombando agora, Jessica achou que seria interessante eu manter contato com os fãs assim. E ela tinha razão. A cada dia mais as pessoas me seguiam e eu ficava muito feliz por isso.
O que fazer com 25 cópias de Make a Wish?” postei e fechei o computador novamente, sem esperar alguma resposta daquilo.
Fui para a cozinha e peguei um pacote de salgadinhos e voltei para a sala, aquele dia seria só eu, um pacote de salgadinhos e ouvir minhas músicas passando uma a uma... Quem se importa que eu tinha trabalhos para entregar no dia seguinte? Cuidaria disso mais tarde.

- Ok, ok! Eu sei que as críticas são ótimas, que vocês estão felizes, mas precisamos falar sobre a divulgação. – Ela tentava nos acalmar e eu ri, batendo na mão de Jack.
- Isso vai ser demais! – Jack falou rindo e eu pisquei para ele.
- Ei! – Jessica gritou novamente e todos nós ficarmos quietos. – Obrigada, turma do barulho. – Ela suspirou e olhamos para ela. – Agora que a gravação do álbum acabou e o álbum será lançado na próxima semana, nós precisamos falar sobre a divulgação dele. – Ela se sentou novamente em sua cadeira.
- Ok. – Respondi, já que ninguém mais falou algo. – Como isso acontece?
- Bem, agora que vocês estão com os holofotes em vocês, vocês irão a programas de TV, falarão como álbum é lindo e maravilhoso, cantarão as músicas, shows e turnês! – O pessoal começou a prestar mais atenção nessa última palavra. – Como é o primeiro álbum, normalmente não desce para outros países, fica aqui, no Canadá e no México principalmente, mas, como vocês são de diversas partes do mundo, estamos observando alguns comentários do Brasil, Itália, Franca... E por aí vai. – Ela balançou a cabeça. – Mas, pelo menos por agora, pretendemos começar por aqui mesmo, ok?!
- Ok! – Respondi novamente.
- Como funciona normalmente? – Ela falou. – Nos programas, vocês normalmente terão uma entrevista e depois cantarão alguma música de divulgação que é Show Me Love. De vez em quando terão programas que será mais de uma, então, eu só peço, não cantem nenhuma das outras três que virarão single. – Ela fez sinal de positivo e a banda inteira a copiou.
- E sobre o lançamento do CD? – Louis perguntou, girando uma caneta na mão como se fosse baqueta.
- Virgin Records da Times Square em Nova York, com patrocínio da Planet Hollywood, com toda a atenção do mundo virada para vocês. – Comecei a aplaudir e a pular na cadeira e ri em seguida. – Com direito à performance de Show Me Love no meio da Times Square.
- Oh, meu Deus! – Gritei rindo, colocando a mão na boca em seguida.
- Espero que esteja pronta para esse tipo de atenção. Tapete vermelho, coletiva de imprensa e tudo que vocês tiverem direito! – Abri um sorriso, suspirando.
- Sobre os shows. – Brandon falou. – Como álbum é pequeno, só 13 músicas, a gente acha que você aguenta um show com isso de música. Você não precisa decidir agora, mas o que acha?
- Talvez, acho que quando começarmos a ensaiar a gente vai ter uma ideia. Mas tem bastante música lenta. – Afirmei com a cabeça.
- Aproveitando esse assunto, acho interessante você já fazer uma setlist. – Afirmei com a cabeça. – Faça como achar melhor. Mas começar com uma música rápida e terminar com Show Me Love seria interessante. – Brandon falou e eu afirmei com a cabeça. – São dicas, depois de um tempo você pega. – Ele piscou para mim e eu ri.
- Ok, o que mais? – Suspirei.
- Robb quer te encontrar, ele diz que o longo de Show Me Love é incrível, mas não para um lançamento ao nível Times Square, jeans será mais apropriado. – Jessica falou e eu soltei uma risada.
- Ok, então setlist, álbum, shows, lançamento... Acho que vai dar certo! – Dei de ombros e ela riu.
- Vai ter que dar certo. Ou você e Patrick terão que se enfrentar mais um pouco. – Jessica brincou.
- Ah, ele é um pé no saco, mas Brent é legal. – Jessica revirou os olhos.
- Ok, vamos mudar de assunto.
- Mas a gente gosta tanto de falar da sua vida pessoal, Jessica. – Emily brincou, sorrindo para ela e eu ri, colocando as mãos na boca.
- Oh, meu Deus, eu lido com um monte de crianças.
- Ei, não é verdade! – David falou.
- Ah não, até você, David! – Ela apontou para o mais velho. – Ter 35 anos e conviver com crianças de 19 a 25 não te faz mais maduro do que eles. – Mack começou a rir descontroladamente e eu franzi a testa, olhando para ele. – Ou vai me dizer que alguém que tem essa risada e uma filha de três anos é maduro o suficiente? – Prensei os lábios um no outro, segurando a risada.
- Ok, vamos continuar no assunto dos shows? – Perguntei.
- É, acho que a pessoa mais madura aqui é a . – Jessica falou suspirando. – Enfim, vão para o segundo andar, quero uma repaginada em vocês, corte de cabelo, de barba, principalmente no Mack, não vejo seu rosto faz tempo. – Segurei a risada novamente. – E escolham suas roupas para o lançamento, veja o que ele tem lá, certeza que tem marcas oferecendo roupas. – Afirmei com a cabeça, empurrando a cadeira.
- Jessica e Mack, uma história de amor. – Louis comentou se levantando.
- Eu não me dou muito bem com crianças, então acho que não vai dar certo. – Jessica falou e eu fiquei quieta, tomando meu caminho para fora da sala de reunião.
- Ô levou toco! – Mike bateu nas costas do irmão.

Passei a mão no vestido dourado por baixo e vi o laço amarrado abaixo dos seios e ajeitei o mesmo. Mexi meus pés rapidamente, para ver se o salto alto branco não mataria meus pés e achei que não, mas depende do tempo que eu ficaria com ele. Joguei meus cabelos para frente, arrumando-o e suspirei, me olhando no espelho.
Eu estava feliz, isso ninguém podia negar, aquele sorriso em meu rosto não saía dali e eu realmente não queria que ele saísse tão cedo. Ajeitei as alças grossas do vestido e peguei o sobretudo bege de meia manga que Robb tinha separado junto para mim e o vesti, abotoando as casinhas uma por uma e notei que o vestido sumia por baixo, me deixando realmente feliz, seria uma surpresa na hora da festa.
Limpei o rímel que havia borrado na parte de baixo dos meus olhos e passei a mão em meus lábios, cobertos por um rosa delicado. Era bom aprender a se maquiar para essas situações, mas quando Robb tinha tempo, ele fazia a festa e eu agradecia por estar mais glamorosa, mas aquele dia, minha maquiagem simples teria que servir.
- Ei! – Vi meu pai entrando no quarto pelo espelho e abri um sorriso, virando o corpo. – Eu não consigo acreditar. – Ele passou as mãos nos olhos e eu ri fraco. – Você está tão linda, querida.
- Obrigada! – Suspirei e ajeitei a meia manga do casaco e o amarrei na cintura.
- Está com medo? – Ele perguntou e eu me aproximei do mesmo, ajeitando sua gravata.
- Um pouco. – Confessei e ergui os olhos para o mais velho. – Mas estou confiante. – Ele sorriu e deu um beijo em minha testa.
- Vai dar tudo certo. – Ele falou e eu afirmei com a cabeça.
- Pronta? – Vi Jessica na porta e ela sorriu. – Você está maravilhosa. – Ela falou. – Dá uma voltinha. – Soltei uma risada e fiz o que ela pediu. – Perfeito!
- Robb acerta na maioria das vezes. – Falei e ela afirmou com a cabeça.
- A limusine já está aqui, esperando por vocês. Senhor Olavo, o senhor me acompanha? – Meu pai virou.
- Sim, já vou! – Ele falou e Jessica se retirou, fazendo com que ele virasse para mim novamente. – Boa sorte, ok?! Seja aquela pessoa amorosa que conviveu comigo pelos últimos 17 anos. Me promete? – Afirmei com a cabeça.
- Ok, pai. Eu prometo. – Sorri e ele beijou minha testa novamente e saiu do quarto com um sorriso no rosto.
Virei meu corpo para o espelho novamente e respirei fundo. Deixei minhas coisas no quarto de luxo do hotel em Nova York e peguei minha chave, saindo do mesmo e puxei a porta. Jessica estava em frente ao elevador me esperando e eu sorri para ela, entrando no mesmo.
- Tente se manter sempre feliz. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça. – Você será fotografada a todo momento. – Afirmei com a cabeça. – Terão fãs te esperando também. – Virei o rosto para ela. – Dê atenção.
- Fãs?
- Pois é! – Ela sorriu e eu suspirei, mordendo meu lábio inferior, rindo.
Ao chegar no lobby do hotel, eu me juntei aos meus membros de banda, todos com roupas indicadas por Robb, cada um lindo do seu jeito. Saímos do hotel com alguns fotógrafos soltando flashes em nossos rostos e eu abri um sorriso para eles, logo entrando na limusine, ficando realmente surpresa com o espaço que tinha lá dentro.
Eu acabei ficando próximo ao motorista, bem no outro canto e cumprimentei Juan do outro lado, feliz por ser alguém conhecido. Ironicamente, ninguém falou nada o caminho inteiro, nem Jack ou Mack, acho que todos estavam igualmente nervosos. Foquei em conferir minha maquiagem e meu cabelo. Eu queria parecer bem, porque eu me sentia bem.
O trânsito ficou caótico por um momento, afinal, estávamos em Nova York, então eu fiquei relaxada, mas por pouco tempo, até ouvir diversas pessoas gritando e Emily cutucou meu braço me fazendo olhar pela janela. Quando Jessica disse que tinha fãs, eu não esperava que ela estivesse falando sério, mas ela estava e não eram poucos. Os fãs estavam amontoados na Times Square, dificultando a passagem da limusine.
- Juan, abre aqui em cima. – Apontei para o teto solar e ele apertou um botão, fazendo com que o mesmo se abrisse e eu fiquei de pé no carro, colocando minha cabeça para fora e sentindo minha boca ir para o chão.
Nós estávamos quase em frente à mega loja da Virgin Records na Times Square, mas cerca de dois quarteirões estavam tomados por pessoas que começaram a gritar mais quando eu apareci no topo da limusine, me deixando realmente extasiada. Arregalei os olhos e coloquei a mão na boca.
Um palco estava montado no meio da galera, com câmeras viradas para todos os lados. Abri um largo sorriso quando olhei para a loja de Virgin, todos os painéis disponíveis tinham a capa do meu CD à mostra e nos telões da Times Square também, me deixando realmente estática.
- , o que houve? – Alguém do carro perguntou e Mike apareceu ao meu lado, ficando igualmente boquiaberto. – Oh, meu Deus! – Ele falou assustado. – Isso é para você, garota! – Ele me sacudiu pelos ombros e me abraçou em seguida, finalmente fazendo com que minhas lágrimas caíssem.
- É para gente! – Cochichei contra seu pescoço e senti um solavanco quando o carro parou, me fazendo olhar para frente novamente, tinha um pequeno tapete vermelho no começo da loja, com fãs dos dois lados guardados por grades.
Abaixei meu rosto e vi que o povo começara a sair do mesmo, se arrastando pelos bancos de couro do carro. A cada um que saía as pessoas gritavam lá de fora, David e Mike foram os dois anteriores a mim. Quando eu saí, eu senti uma dor forte nos ouvidos e vi a reação de surpresa e felicidade na cara das pessoas, mas pude segurar isso por pouco tempo, já que um dos seguranças esperando na porta do carro me puxou, para que pudessem recolocar a grade.
Soltei um largo suspiro, olhando para as pessoas ali presentes e vi que elas tinham fotos e diversas coisas relacionadas a mim ou aos meus membros de banda. Logo os seguranças nos indicaram a entrada e os seguimos um pouco relutantes.
Dentro da loja a festa era outra. Diversos fotógrafos estavam prontos para tirar fotos nossas do pequeno tapete vermelho e logo à frente, no meio da loja, tinha um pequeno palco, com meu CD em um tripé, que me fez sorrir novamente. Acenei para os fotógrafos, andando a passos lentos em direção ao palco. Sorri para alguns fotógrafos, me sentindo a estrela... Apesar de que eu era a estrela aquela noite.
Subi no palco, seguida de meus membros da banda e Patrick Wilson estava lá no canto, e foi o primeiro a me cumprimentar, fazendo com que eu sorrisse e virei para os membros da minha banda felizes e consegui notar que meu CD tocava ao fundo bem baixo.
- Boa tarde a todos! – Patrick começou a falar no microfone e eu parei de observar ao redor para prestar atenção nele. – Hoje é com felicidade que estamos reunidos aqui para o lançamento do primeiro álbum da nossa nova aposta, Stone. – Ele indicou a mim e eu sorri, confirmando com a cabeça, ouvindo aplausos. – Foi um prazer acompanhar o processo da transformação de uma mulher em uma artista e ver esse álbum tornando forma, até hoje, seu lançamento! – Ele sorriu para mim. – Então, aqui está, Stone. – Ele falou e as pessoas começaram a me aplaudir e eu sorri, pegando o microfone da mão de Patrick.
- Obrigada! – Abri um sorriso, olhando para a imprensa presente. – É um prazer estar aqui para o lançamento do meu álbum. Foi um trabalho cansativo até esse dia, mas também foi incrivelmente prazeroso. Eu tenho que agradecer a essa banda incrível ao meu lado que me ajudou a fazer tudo da melhor maneira possível e que acabou se tornando uma família para mim. Obrigada! – Devolvi o microfone para Patrick ele sorriu afirmando com a cabeça.
- Vamos para a cerimônia! – Ele falou animado e eu franzi a testa.
- Cerimônia? – Falei para ele e duas pessoas trouxeram uma mesa com uma placa clara em cima e eu franzi a testa.
- É uma tradição, no lançamento do álbum, uma cerimônia de marcar as mãos na argila para deixar guardado para a posteridade. – Patrick falou e eu abri um largo sorriso, sempre via os famosos fazendo aquilo, mas nunca me dei conta de que pudesse acontecer comigo.
- Você coloca as mãos separadamente, faz uma pressão e depois escreve seu nome e data. – Uma das pessoas que subiu a placa cochichou para mim e eu afirmei com a cabeça.
Calculei mais ou menos o espaço antes de prensar minha mão naquela coisa estranha e os ajudantes prensaram todas as partes da minha mão no mesmo, antes de afirmar com a cabeça e eu puxar as mesmas devagar, erguendo as palmas da minha mão e sorri. Peguei um largo palito que me entregaram e eu escrevi Stone e datei o dia, um dos dias mais importantes da minha vida.

- É simples. – Jessica falou para nós em fila. – São cerca de cem fãs escolhidos, conversem, assinem a capa do CD e passem para frente, não demorem! – Afirmei com a cabeça. – Sentem-se nessa ordem , Mike, Mack, Jack, Emily, David e Louis. As pessoas começam de Louis e deixam para o final. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
- Ok, podem ir! – Ela falou e eu suspirei, passando pela cortina que uma das pessoas da loja abriu e eu ouvi as pessoas gritarem, e os flashes surgirem, me fazendo abrir um largo sorriso e acenei para elas.
Mike veio logo atrás de mim, depois Mack, Jack, Emily, David e Louis. O engraçado é que para cada um tinha um grupo que gritava o que eu fiquei bastante feliz, eles tinham fãs também. Nós puxamos as cadeiras e nos sentamos. Vi perto de Louis uma grande pilha de encartes e do meu lado os CDs sem encartes. Max, um dos produtores, apareceu ao meu lado e se sentou e eu sorri. Ele seria minha ajuda.
A primeira fã que apareceu estava muito feliz em estar ali. Ela dava pequenos pulos de felicidade igual a mim e tinha um pôster nas mãos. Louis começou assinando e passou o encarte para David, fazendo-a cumprimentar um por um, até chegar em mim. Eu era brasileira, então, quando ela chegou perto, com lágrimas nos olhos, eu me levantei e dei um abraço forte nela, vendo-a respirar forte diversas vezes até se acalmar.
- Qual seu nome? – Perguntei e ela suspirou antes de falar.
- Olívia. – Ela disse eu sorri, autografando o encarte e virei o mesmo, escrevendo “que essas músicas te inspirem, Olívia”. E entreguei de volta.
- Espero que goste! – Falei e ela sorriu.
- Eu também. – Ela comemorou e logo Max a ajudou a sair do pequeno palco.
E assim seguiu por mais 99 pessoas... Bem, pelo menos era o número que Jessica tinha dado e eu creio que era mais ou menos o número de pessoas que passaram por ali. Aquilo era divertido, mas depois de um tempo ficava cansativo, mas eu realmente não estava me importando. Eu tinha lançado uma música e as pessoas faziam filas para pegar um autógrafo nosso e lotaram dois quarteirões da Times Square para nos ver... Eu realmente não esperava por tudo aquilo. Meu sonho tinha proporções bem menores.
No começo eu estava meio travada, abraçava as pessoas e perguntava o nome delas, mas não sei se foi elas ou eu, mas elas começaram a falar mais, perguntar coisas sobre nós, ou só falar que estava muito feliz em estar ali. Pelo que eu entendi, as cem primeiras pessoas a ficar na fila tiveram essa oportunidade em vir falar conosco.
Mas a melhor coisa foi notar favoritismo. O que eu achei que aconteceu até rápido demais. Eu abraçava todas as pessoas, mas eu notava que em alguns momentos cada pessoa se levantava e abraçava as fãs. Mike e Mack foram os que mais levantaram. Mike era o tipo certinho e Mack era seu oposto o que eu achei realmente divertido, mas a maioria dos fãs me olhava com aquele olhar vermelho de choro e eu só queria abraçá-los por um tempo, porque eu entendia isso.
Eu realmente entendia isso, no dia do Teen Choice Awards eu fiquei realmente estática quando encontrei algumas pessoas, era complicado você fazer parte desse mundo, mas ainda ficar totalmente estático quando conhecia algum dos seus ídolos. Eu havia me encontrado com Hilary Duff, Rachel McAdams, Blake Lively, Mischa Barton, JoJo, Amanda Bynes, Alexis Bledel, Emma Roberts, Raven, pessoas que eu assistia na TV e no cinema, e quando elas falavam que tinham gostado da minha música, eu realmente não sabia como agir.
E aqui não era diferente. Eu não sabia quem eram as pessoas que vinham falar comigo, mas era como se eu tivesse que fazer amizade com a pessoa em um período de 30 segundos, e tentar dar o melhor exemplo possível. Mas acho que apesar de tudo, nós tínhamos nos saído muito bem.
Ao final, nós posamos para algumas fotos, os sete abraçados, sorrindo, sérios, até que Jack ou Mack começaram a soltar risadas e as coisas ficaram realmente engraçadas. Fazendo com que a gente saísse do palco, seguindo para a festa que estava acontecendo em nossa homenagem.

- Você é uma linda, sabia? – Ajeitei o vestido da pequena Melanie e a morena abriu um sorriso lindo, me abraçando forte.
- Obrigada! – A menina de três anos falou e eu estalei um beijo em sua bochecha, colocando-a no chão.
- Como vocês lidam com isso? – Perguntei para Delilah, mãe de Melanie e ela riu fraco, dando de ombros. – Eu nunca sei quando vocês estão bem ou quando estão querendo se matar.
- Na maioria das vezes eu quero matar Mackenzie, mas aí eu lembro que Melanie precisa de um pai. – Soltei uma risada fraca, balançando a cabeça.
- Quer saber o que eu acho? – Perguntei.
- Eu tenho até medo do que você acha, . – Soltei uma risada fraca.
- Vocês até podem tentar, mas sempre vão se pertencer. – Ela revirou os olhos.
- Viu?! – Ela falou rindo. – Por favor, não. Não aguento alguém como Mack na minha vida, pelo menos agora está mais fácil dele pagar a pensão. – Ri fraco.
- Ah, qual é, Delillah, não vamos ser tão dramáticas. – Comentei e ela afirmou com a cabeça.
- Licença. – Alguém me tocou e eu virei o rosto. – Que festa, não?!
- ! – Abracei meu novo loiro favorito e ele retribuiu me apertando fortemente.
- Meus parabéns! Já ouvi a cópia que você me mandou e, com certeza, esse CD me inspirou. – Soltei uma risada fraca, realmente envergonhada. – E obrigada por se lembrar de mim.
- Vamos dizer que você é um dos poucos amigos que eu criei fora da banda.
- Eu ainda estou aqui. – Delilah reclamou e eu mostrei a língua para ela.
- Vai procurar sua filha! – Falei e ela riu, saindo de perto.
- E agora você vai cantar na frente de toda a Times Square? – perguntou.
- Eu estou bastante nervosa. – Respirei fundo.
- Você já lidou com uma apresentação em rede nacional...
- Eu sei, mas é totalmente diferente. – Falei e ele riu. – As pessoas tinham que estar lá, aqui elas querem estar. – Balancei a cabeça. – Mas vamos lá, vai ser divertido.
- É assim que se fala. – Ele me chacoalhou e eu ri fraco.
- E você, veio sozinho?
- Me perguntando se meu irmão veio junto?
- Daria na mesma! – Falei e ele riu.
- Gostando do meu irmão.
- Oh, Deus! – Falei rindo, ficando envergonhada. – Ele é bonitinho, mas namora e tenho certeza que me vê como uma criança. – Ele deu de ombros.
- Se ele vê assim, ele é um tonto! Mas ele não veio. – Ele falou passando o braço em meus ombros. – Então, como está seu contato com o pessoal da banda?
- Estamos nos enturmando aos poucos, ficamos bastante tempo juntos, então não é como se tivéssemos segredos um com o outro. – Balancei a cabeça e ele afirmou.
- Jack é gay, certo? – Virei o rosto para ele.
- Seu gaydar apitou, por acaso? – Ele gargalhou ao meu lado.
- Mais ou menos. – Ele falou rindo. – Eu conversei com ele um pouco e ele tem jeito.
- Ele é. – Falei rindo.
- Solteiro?
- Oh não! – Falei. – Nada de pegar amigo meu, depois não dá certo e eu tenho que escolher. – Balancei a cabeça.
- Ok, vou me controlar. – Ri fraco, me servindo de um pouco mais de refrigerante.
- Oi, ! – Jessica apareceu em nossa frente e a cumprimentou rapidamente. – Vamos nos preparar, ? Vocês precisam relaxar um pouco antes.
- Claro! – Entreguei meu copo a . – Espero te encontrar depois.
- Claro, não perderia por nada! – Ele falou eu ri fraco, dando um rápido beijo em sua bochecha.
- Me ajude a juntar os outros e me encontre no andar de cima. – Jessica falou e eu afirmei com a cabeça, avistando Mike conversando com sua namorada Lacey.

Saí atrás de David da loja da Virgin da Times Square, ouvindo alguns fãs voltarem a gritar, passei correndo pelo corredor, seguindo-os, e os holofotes e as telas da Times Square me denunciaram, fazendo com que o povo gritasse mais e mais. Subi no palco, passando pelos panos pretos que estavam em volta do palco de vidro e eu suspirei.
- Nossa! – Mike falou rindo e eu sorri, pedindo-o para ficar quieto.
- As pessoas podem ouvir. – Falei baixo e senti um holofote em meu rosto e ergui o rosto, vendo um helicóptero cortando a Times Square e suspirei. – Oi, meninas! – Acenei para meu quarteto de cordas que estavam sentadas em duas laterais do palco quadrado e eu me aproximei do meu microfone, e conferi a altura do pedestal rapidamente.
- Tudo pronto aqui? – Jessica apareceu embaixo do pano e eu afirmei com a cabeça. – Quando começarem, a gente abaixa as cortinas. – Ela falou e eu afirmei com a cabeça.
Passei a mão uma na outra e senti um arrepio passar pelo meu corpo, eu não deveria ter tirado meu casaco, aquele vestido dourado era bem fino... Ou era só nervosismo. Passei as mãos umas nas outras e joguei os cabelos para trás, vendo Mike e Mack se colocarem ao meu lado e olhei para trás, Louis e David no canto e Jack e Emily próximo ao meu quarteto de cordas.
- Na minha contagem. – Sussurrei. – Três, dois um. – Falei baixo, apontando com os dedos.
Meu quarteto de cordas começou no segundo seguinte e as cortinas caíram dos quatro lados, fazendo as pessoas gritarem e isso me assustar. Mike começou a cantar logo em seguida, e eu acho que travei um pouco. As pessoas tinham aumentado bastante na Times Square quando o dia escureceu, me impedindo de ver o fim daquela rua. Jack começou novamente, me tirando do transe e eu respirei fundo, antes de começar a cantar com todos juntos.
Eu realmente me soltei naquele momento, minhas mãos se mexiam conforme a música e eu sentia a emoção passar por meu corpo, abrindo um largo sorriso com a recepção das pessoas que cantavam.
Tentei me movimentar pelos quatro cantos do palco, afinal, tinha pessoas de todos os lados, mas o palco era pequeno para 11 pessoas, mas eu realmente não me importava, eu estava emocionada em estar ali e as lágrimas em meus olhos me provaram isso.
Vi uma câmera passar em direção ao meu rosto e eu soltei um suspiro, sentindo um arrepio gigantesco passar em meu corpo, tinha câmeras, luzes, gritos e pessoas, centenas de pessoas e aquilo me emocionava, eu nunca imaginava que aquilo podia acontecer.
Sorte que não era minha parte de cantar, pois quando olhei ao fundo da Times Square, pude me ver, como se me olhasse no espelho, soltei uma risada, acompanhando meus movimentos na tela e soltei a voz forte, ouvindo-a ecoar pelos holofotes, me fazendo segurar o microfone com mais força e me manter firme no pedestal, mostrando tudo que eu podia mostrar ali e agora.
- All you had to do was show me love. – Cantei as últimas palavras, erguendo o rosto novamente vendo as pessoas baterem palmas e gritarem por nós e eu passei a mão no rosto, sentindo-o molhado. Isso era surreal!
- Stone, Stone, Stone... – Minha boca foi para o chão quando as pessoas começaram a gritar por nós e eu realmente estava perdida.
- Eles querem mais. – Mack falou em meu ouvido e eu olhei para Jessica, era para eu sair dali, mas eu realmente não podia subir no palco, cantar uma música de três minutos e meio e sair.
- Vamos com Right Here. – Cochichei e Mike afirmou com a cabeça, ajeitando o violão no ombro e acenando com a cabeça para todos os membros da banda.
- Certeza? – Mack perguntou.
- Não! – Ri fraco e acenei para Mike que começou os pequenos toques da música.
- I'll be right here when you need me. Anytime just keep believin'. And I'll be right here. – Comecei cantando baixo, ouvindo as pessoas responderem a mais uma música. - If you ever need a friend, someone to care and understand, I'll be right here. – Louis apressou os momentos da bateria, me fazendo pular no meu lugar, vendo o pessoal se empolgar comigo. - All you have to do is call my name, no matter how close or far away, ask me once and I'll come, I'll come runnin. – Mack e Mike se viraram para meu lado e eu sorri. - And when I can't be with you dream me near, keep me in your heart and I'll appear. – Olhei para uma menina chorando segurando na grade e eu acenei para ela, vendo-a sorrir. - All you gotta do is turn around, close your eyes, look inside, I'm right here.– Abri um sorriso ao ver as mãos para cima e ri fraco.
A música se seguiu assim até o fim, não tinha vozes de apoio, cordas ou mixagem nessa, mas era uma que eu sabia que não tinha tanto problema em divulgar assim, mas as pessoas gostaram. Assim que eu terminei a música agradeci a vinda do pessoal, deixei o microfone onde estava e desci do palco, com minha banda e o quarteto de cordas atrás de mim.
- Eu sei, eu sei! – Falei, erguendo as mãos assim que eu vi Jessica dentro do evento novamente.
- Você está louca? – Ela perguntou.
- Fique feliz por eu não ter cantado uma terceira, se você tivesse a visão que eu tive de lá de cima, você entenderia do porque eu fiz isso. – Ela franziu a testa. – Você não vê fim, Jessica, parece ano novo. – Falei e senti meu corpo arrepiar. – Foi surreal.
- Eu te entendo. – Ela suspirou e balançou a cabeça. – Patrick está puto contigo, mas eu te entendo, vou te proteger nessa. – Ela me abraçou forte. – Vocês foram bem demais, só vamos precisar de um palco maior da próxima vez. – Soltei uma risada fraca.
- Por favor! – Falei e ela riu fraco.
- Se divirtam mais um pouco, vai demorar para gente conseguir sair daqui. – Afirmei com a cabeça, abraçando-a e vi atrás dele que comemorava sozinho e eu pisquei para ele.

- Patrick, agora não! – Jessica falou revirando os olhos.
- Não, Jessica, ela não pode fazer isso, quem ela pensa que é? – Suspirei e foi minha vez de revirar os olhos.
- Eu sou alguém desconhecido que vendeu 20 mil cópias nos Estados Unidos do CD de lançamento em uma noite. Eu não sei, mas para alguém que vocês estavam com medo de me contratar, é uma coisa boa. – Falei, soltando o ar forte pelo nariz.
- Mas você não pode simplesmente fazer o que quer, há regras, protocolos, você não pode fazer o que quer na hora que quer. – Ele gritou novamente.
- Você já pensou que as coisas podem mudar? Eu penso de forma diferente da sua e têm outras seis pessoas na minha banda que pensam de forma diferente e, apesar de eu ser o ponto principal, eu tenho que ouvi-los se eu quiser fazer as coisas direito.
- Mas...
- Eu não vou pedir desculpas por isso, da próxima vez, sobe no palco. É fácil sorrir para imprensa e falar que está tudo lindo e maravilhoso, mas não são eles que vão pagar nossas contas, são os fãs gritando lá fora, e eu não fiz nada mais do que agradá-los. – Suspirei. - Você decide o que faz, mas ainda temos um contrato. – Pisquei para ele. – Nós não precisamos ser inimigos, Patrick.
- Nós temos que ir, . – Jessica falou e eu suspirei, ajeitando as mangas da minha camiseta polo.
- Vou pensar. – Patrick falou e eu afirmei com a cabeça, seguindo Jessica para fora da sala e andando pelos corredores do hotel que estávamos hospedados em Nova York.
- O que aconteceu com aquela menina com medo que eu encontrei há dois anos? – Ela perguntou e eu ri fraco, entrando no elevador.
- Cresceu. – Respondi e suspirei em seguida. – Não vou deixar ninguém passar a perna em mim.
- Eu entendo. – Ela afirmou com a cabeça. – Mas vamos tentar não ser despedida no primeiro álbum, ok?! – Ela perguntou e eu dei de ombros.
- Como se ele fosse fazer isso, a quebra de contrato para qualquer lado equivale a uma nota preta e ele ama dinheiro, não?!
- Sim! – Ela riu. – E ele provavelmente vai te ouvir, as vendas estão bem, vamos ver na semana que vem quando chegar a outras partes do mundo.
- Mal posso esperar para chegar no Brasil. – Terminei a frase e as portas do elevador se abriram, e eu andei com Jessica pelos corredores, vendo alguns seguranças contendo os fotógrafos e acenei para eles rapidamente.
Entramos na sala que seria a coletiva de imprensa e só faltava eu, todos os meus membros da banda já estava colocados na longa mesa e os jornalistas e fotógrafos estavam a postos. No que eu passei pelo corredor lateral, as pessoas ficaram realmente ansiosas e começaram a falar todas juntas e pude sentir alguns flashes em meu rosto.
Subi os poucos degraus do palco montado e acenei rapidamente para Louis, Jack e Mike e me sentei no meio da mesa, acenando para Mack, Emily e David do outro lado. Antes de tudo, eu ajeitei o microfone em minha frente, vendo se a altura estava certa e suspirei.
- Então, faremos isso de forma ordenada, uma pergunta para cada um e depois retornaremos para quem quiser mais. – Jessica falou na lateral do palco. – As perguntas serão direcionadas à e passadas pelos membros da banda se necessário. – Devo ter feito uma careta, porque tinha bastante gente, e eu teria que responder perguntas de todos. Mantive um sorriso no rosto. – Podemos começar? – Ela virou para mim e eu acenei com a cabeça. – Primeira fileira... – Ela falou, entregando o microfone.
- Hilary Black, ABC. – A morena falou e eu afirmei com a cabeça. – Qual foi sua inspiração para esse álbum?
- Primeiro de tudo, bom dia! – Falei e as pessoas riram. – Acho que a principal inspiração foi a mim mesma, trabalhei com diversos escritores de músicas que conseguiram enxergar de forma sutil e explícita ao mesmo tempo algumas situações da minha vida, alguns pensamentos, convicções, então desde o começo, o foco foi eu. Quem eu era, e quem eu sou agora nessa nova fase.
- Maria Stephens, VH1. Quem você era e quem você é agora? – Soltei uma risada fraca.
- Bem, o que algumas pessoas não sabem é que Stone é um nome artístico, então antes de vir pra cá, eu era , 17 anos, estudante de letras, filha... Agora eu sou Stone, 19 anos, cantora, ainda tentando ser estudante de letras, filha, e por aí vai, é algo mais complexo, mas ainda tento manter raízes de quem eu fui lá no Brasil, para manter o máximo possível de naturalidade. Eu realmente gostava de quem eu era, e não pretendo mudar tão rápido.
- E por quê? Stone? – A mesma pessoa perguntou e eu suspirei.
- Eu tinha que pensar em um nome mais fácil. – Falei e a jornalista riu. – E aí me lembrei da pessoa que me ajudou a chegar nesse patamar e foi a Jessica, vocês todos conhecem sua história e foi minha chance, mas foi a nova chance dela também, eu coloquei os nomes lado a lado e gostei, e acho que foi o mínimo que eu podia fazer para agradecer. – Virei para Jessica e ela sorriu, agradecendo com a cabeça.
- John Craster, Disney Channel. E por que o nome Make a Wish para seu primeiro álbum?
- Meu maior medo quando eu cheguei aqui era ter uma negação pelo fato de eu ser de fora, então no meu aniversário de 18 anos, o pessoal da gravadora fez uma festa para mim, por ser uma data importante e eu fiz um pedido, para que tudo isso desse certo. – Sorri. – E Brent, um dos coordenadores financeiros da gravadora fez algumas perguntas para mim que isso ficou fácil, simples, e foi a decisão mais importante. – Ele sorriu.
- Lena Hadley, CNN Music. – Acenei com a cabeça. – Há muitos boatos acerca da música Show Me Love, falam que você estava pedindo permissão para entrar nesse mundo da música, como foi isso?
- É basicamente isso, na verdade. – Soltei uma risada. – Por causa desse primeiro medo, nós ficamos apreensivos em como aparecer pela primeira vez e aí trouxeram essa letra maravilhosa para gente e as coisas fluíram.
- E a ideia do vídeo...?
- Isso foi Louis. – Virei o rosto para ele que se assustou, mas se aproximou do microfone.
- Eu sou francês, então quando falaram sobre chegar pedindo licença e tudo mais, a ideia de ser preto e branco, vestido formalmente, pudesse ser o começo das coisas acontecendo e depois veio com a ideia de dividir a música, mostrar o que a banda é capaz e ficou incrível. – Ele riu fraco.
- Anna Madden, MTV. Acho que uma pergunta boa é essa, apenas uma música do álbum foi escrita pela banda, então eu queria saber do que vocês são capazes? Que mais nós temos que ficar de olho?
- Acho que diferente de muitas bandas, todos os sete cantam ou tem conhecimento em canto. Somos uma banda com um DJ e também que diversas pessoas têm conhecimento em música, em canto... David era produtor de música e professor, Mike e Jack cresceram na música, então... – Balancei as mãos. – E no começo, teve certa pressa em ajeitar as coisas e finalmente lançar, mas agora que entendemos as instruções, nós pretendemos mostrar do que somos capazes, mostrar letras criadas por nós, ajeitar o som, focar em tudo isso.
- A música Pop Princess foi feita para quem exatamente? – Virei o rosto para Mike e ele gargalhou antes de responder.
- É para . Acho que foi um modo de agradecer, sabe? Ela foi contratada e depois quis dar chance para outras pessoas e isso veio na cabeça, e a gente começou a trabalhar na brincadeira e ela gostou e pediu para ir para o álbum. – Pisquei para ele.
- Então, foi sua a ideia de trazer pessoas de diversas partes do mundo?
- Sim, foi! – Afirmei com a cabeça. – Nós somos uma Torre de Babel complexa, e acho que com essa mistura podemos trazer grandes surpresas.
- Qual é o seu som? O foco de vocês?
- Acho que podemos dizer que não temos foco. – Falei e minha banda riu ao meu redor. – Eu encontrei Jack cantando Maroon 5, Louis cantando Good Charlotte, Mike Three Doors Down, David mixando coisas, Emily cantou Evanescence, e Mack foi na sorte, tocando Blink 182. – Ele riu e mostrou a língua. – Eu cantei ABBA e Os Miseráveis na minha audição... Não tem explicação, não dá para rotular. – Eles riram. – Somos diversos pedaços que se juntam e algo dá certo. – Dei de ombros. – Acho que esse é nosso foco, dar certo.

- Podem, por favor, parar de rir? – Mack falou, entrando no set do videoclipe de Me and My Girls e Louis gargalhou dando eco no quarto montado.
- Senta perto do Jack, por favor. – Malcon, meu fotógrafo e escolhido para diretor do clipe falou. – Vamos começar com algo mais sério, mas de boa. Temos livros, notebooks, iPod, cada um pegue alguma coisa, se joga em cantos do quarto que vamos começar a gravar primeiro focando na . – Ele mexia as mãos e eu me sentei na cama, encostando minhas costas na parede, sentindo minhas pantufas quase saírem. – Vai ter uma câmera nela e outra no quarto, passando entre vocês. Aí na segunda vez a gente grava todos vocês brincando, cantando, rindo e por aí vai.
- Amanhã eu vou poder tirar esse pijama ridículo? – Louis cochichou jogado ao meu lado na cama e eu ri, dobrando as pernas e mantendo meu corpo o mais reto possível.
- Nem tá tão ruim, gente, estamos super respeitosos. – Emily falou, ajeitando as mangas do pijama dela.
- É um pijama que David usa, não eu. – Mack falou e David virou o corpo para ele.
- Ei! – Ele reclamou.
- Desculpe! – Ele falou e vi Malcon revirar os olhos.
- Vamos começar ou vou fazer vocês colocarem pantufas e pijamas de animais amanhã de novo. – Malcon brincou e eu ri, vendo um dos cinegrafistas colocar a câmera em minha frente.
- Levanta mais o corpo. – Ele falou para mim e eu ergui mais o corpo, deixando bem reto na parede atrás de mim.
- Não, amanhã é a outra parte do videoclipe, nós como pessoas normais em um show. – Mack reclamou.
- Chato! – Mike falou e jogou uma almofada na cabeça do irmão. – Nem lembro de quem foi essa ideia, mas você devia estar nessa.
- É, ou por acaso você queria aparecer pelado? – Emily perguntou. – Porque aposto que é como você dorme. – Ela brincou e ergui o rosto, sentindo a maquiadora passar um brilho labial em meus lábios e jogar meus cabelos para trás.
- Tudo certo? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça, indo para Louis, passando pó no rosto dele.
- Eu encontrei isso para você, Mack. – Malcon jogou um urso de pelúcia nele, eu soltei a risada e Mack ficou quieto, revirando os olhos.
- Ok, todos prontos? – Malcon perguntou, se colocando no meio do quarto com mais uma câmera que estava presa em um apoio.
- Sim. – Ouvi Mike falar e afirmei com a cabeça.
- Ok, câmeras rolando. – Malcon falou mais alto. – Canta para câmera, , interaja com a câmera. – Ele falou para mim e eu afirmei com a cabeça. – Em três, dois, um... – Ele falou e respirou fundo. – Playback!
- And we play our favourite songs, and we scream out all night long. Like ooh, oh. When it's just me and my girls. – Movimentei os lábios e mexi a cabeça enquanto cantava. - All the lights turn them off, it's too loud in here to talk, I don't understand a word you say. – Balancei a cabeça para o lado, girando os dedos perto do rosto. - Gotta sleep but instead, karaoke on the bed, taking duck face pics right and left. – Brinquei virando o rosto para um lado e outro. - We get crazy with it, we get stupid with it, we don't care if people stare, when we wobble in it...

- Meu Deus! – Johnny falou e eu ri.
- Carl e Ariella, meus seguranças. – Apontei para as duas pessoas atrás de mim. – Johnny e Rachel, meus amigos da faculdade.
- É um prazer. – Johnny falou acenando. – Como isso funciona?
- Eles vão me seguir para qualquer lugar aqui na faculdade, no condomínio que eu moro e quando eu colocar a cara na rua. – Falei suspirando. – Finjam que eles não estão aqui, mas eles são legais. – Virei para eles e ambos sorriram.
- Ok, vamos, então. Precisamos pegar lugar perto se tivermos alguma chance de me dar bem na prova de ética do trabalho. – Rachel falou, começando a andar rápido em direção ao prédio em minha frente.
- Alguém estudou? – Perguntei.
- Tentei, mas quando cheguei nas diferenças de injúria, calúnia e difamação eu senti meu cérebro derreter. – Johnny falou dramático como sempre. – Você?
- Até parece. Fiquei gravando a segunda parte do Me and My Girls até tarde, para vocês terem uma noção, eu tomei banho só hoje. – Passei as mãos nos cabelos ainda úmidos.
- Quando lança? – Johnny perguntou.
- Em três dias. – Falei, suspirando.
- Agora é rezar para o professor estar animado e dar consulta. – Rachel falou e subimos os degraus do prédio.
- Trouxe todas as anotações e textos grifados. – Falei.
- Você ao menos leu. – Johnny revirou os olhos e eu ri, vendo a sala do auditório começando a encher.
- Até parece, peguei dos textos da Rachel. – Falei ele franziu os lábios. – Qual é a parte do ‘eu estou sem tempo’ que você não entendeu? Não tá dando, tenho três videoclipes para gravar, turnê para preparar, um show em Los Angeles... Não dá, não dá!
- Estamos fodidos! – Ele falou e eu suspirei.
- Contanto que eu me forme em quatro anos, eu realmente não me importo, acho que já consigo pagar uma dependência. – Falei e suspirei. - Pega ali na frente. – Apontei para três lugares vagos.
- Na frente? – Johnny reclamou.
- Sim, os professores sempre sabem que quem cola está no fundo. – Falei e Rachel desceu os degraus correndo e colocou um livro em cada cadeira e se sentando na do meio.
- Ah, que inferno! – Johnny suspirou.
- Não vai ter problema aqui. – Virei para meus seguranças. – Vocês podem ficar aqui na frente, assim que eu acabar eu posso ir embora, não vai ter a segunda aula. – Eles afirmaram com a cabeça. – Obrigada! – Sorri e Ariella afirmou com a cabeça.
Depois daquele pequeno incidente na faculdade, eu havia ficado realmente assustada com o poder do pessoal, eu não sei como saí inteira daquilo, mas demorou um pouco para Jessica poder contratar pessoas de confiança para ficar comigo, mas eu havia me dado bem com esses dois. Carl era do tipo quieto, ele era branco pálido, cabelos loiros ralos, grande e gordo, já Ariella conversava mais comigo quando estávamos seguindo para os lugares, ela era mais baixa que eu, mas forte, tinha a pele negra, os cabelos escuros lisos e lindos olhos verdes, além de Juan que estavam sempre por perto.
Era estranho chegar na faculdade com dois armários ao meu lado, mas eu havia ficado muito apavorada depois daquele dia e não queria que acontecesse de novo. Eu não me importava em falar com fãs, mas quando eu ficava sem respirar, foi preocupante.
Sentei no meu lugar e entreguei o caderno de volta para Rachel e puxei meu estojo da bolsa pegando as canetas e guardei novamente, colocando todos os papéis embaixo da mesa e suspirei, olhando para Johnny que lia loucamente a maior quantidade de papéis por minuto.
- Bom dia, alunos! – O professor entrou na sala e os alunos começaram a entrar em desespero. – Guardem todo o material embaixo da carteira e desliguem os celulares. - Ele falou, enquanto subia para o pequeno palco em cima da sala.
- Deixa ser com consulta a prova! – Um dos alunos gritou e eu ri fraco.
- Até deixo, mas você só pode consultar suas anotações, quem não copiou nada no semestre, sinto muito. – Fiquei feliz por ter pego o caderno de Rachel nos 45 do segundo tempo e puxei o meu embaixo da carteira, abrindo na matéria dele. – Vocês terão uma hora e meia para fazer a prova, não aceito resposta a lápis, e caso tenha, será desconsiderado. – Ele falou pegando as folhas. – Só olhem quando eu disser. – Ele passou por mim e colocou duas folhas sobre minha mesa e respirei fundo, contando até 10. – No final da prova, não se esqueçam de assinar a lista de presença e da avaliação. – Ele falou. – Podem começar.
Virei a prova e respirei fundo, tentando me concentrar. Mas antes de ler a primeira questão, eu comecei preenchendo o cabeçalho e tentei controlar meus nervos, era a prova mais complexa do semestre ou do curso inteiro e que valia metade da nota final, eu não havia estudado nada, e a cópia do caderno de Rachel estava horrível.
Mas tinha que dar certo.

- E agora, aqui no Video Music Awards, apresentando seu novo single, Me and My Girls. – Ouvi Kelly Clarkson falando. - Por favor, recebam, Stone. – Contei até três em meus pensamentos antes da música começar.
- And we play our favourite songs, and we scream out all night long. Like ooh, oh. - Eu, Jack e Emily começamos a cantar juntos, lado a lado, quando as luzes se acenderam. - When it's just me and my girls. – Me separei deles, andando sozinha para frente, enquanto Mack e Mike me acompanharam lado a lado com seus instrumentos.
- All the lights turn them off, it's too loud in here to talk. I don't understand a word you say.– Comecei a caminhar em direção ao público, vendo o pessoal em pé dançando. - Gotta sleep but instead, karaoke on the bed. Taking duck face pics right and left. – Movimentei o corpo e a cabeça, como ensaiado dias antes. - We get crazy with it, we get stupid with it, we don't care if people stare, when we wobble in it. – Movimentei a cabeça, mexendo na ponta dos cabelos cacheados para a premiação. - We get diva on it, we get Bey on it, yeah!
- We get Britney, Pink, Lenny Kravitz, Mariah on it. – A banda cantou junto e o público gritou alto, me fazendo sorrir.
- And we play our favourite songs, and we scream out all night long. Like, ooh, oh. When it's just me and my girls. – Cantamos juntos novamente e Mike encostou as costas em mim, tocando a guitarra e eu balancei a cabeça rindo. - And we dance like no one's watching, we crack up booty popping like. – Mack bateu o quadril no meu me fazendo sorrir. - Ooh, ooh. When it's just me and my girls.
- Watch me now. – Ouvi a voz de David no remix e o ritmo mudou. - Me and my girls. Me-me and my girls, me and my girls.– Parei no meio do palco, movimento o quadril conforme o ritmo, vendo Mack imitando de forma engraçada. - Po-p-pop it, pop it, pop it. Me and my girls, me-me and my girls, me and my girls. Po-p-pop it, pop it, pop it.
- My voice is gone, got my favourite PJs on, times like this don't always come along. – Dei alguns passos para frente, ficando bem próximo ao fim do palco, com o microfone próximo ao rosto. - You're all I need, there's nowhere I'd rather be than to have you crazy freaks with me.
- We get crazy with it, we get stupid with it, we don't care if people stare, when we wobble in it. – Jack e Emily cantaram juntos. - We get diva on it, we get Bey on it, yeah! We get Britney, Pink, Lenny Kravitz, Mariah on it. – Soltei uma risada fraca.
- And we play our favourite songs, and we scream out all night long. Like, ooh, oh. When it's just me and my girls. – Todos cantaram juntos novamente. - And we dance like no one's watching, we crack up booty popping like, ooh, ooh. When it's just me and my girls.
- Watch me now. – David cantou e nós cinco nos aproximamos novamente. - Me and my girls. Me-me and my girls, me and my girls. Po-p-pop it, pop it, pop it. Me and my girls, me-me and my girls, me and my girls. Po-p-pop it, pop it, pop it.
- Break-it-down now, break-it-down now, break-it-down now, break-it-down. – Eu e Emily olhamos uma para outra para cantar essa parte juntas. - Break-it-down now, break-it-down now, break-it-down now, break-it-down.
- And we play our favourite songs, and we scream out all night long. Like, ooh, oh. When it's just me and my girls. – Cantei sozinha no fim da música. - And we dance like no one's watching, we crack up booty popping like, ooh, ooh. When it's just me and my girls. – Pisquei para o câmera em minha frente.
- Watch me now. – Dave cantou a última parte fazendo as luzes se apagarem e eu respirar fundo, com a respiração acelerada.
A vinheta de propaganda passou e eu segui para fora do palco, seguindo Mack ou Jack. Me vi nos bastidores novamente, seguindo Emily e tirei minha jaqueta de couro, aquilo foi desnecessário.
- Ainda acho essa música muito feminina, mas ficou demais, tu arrasou. – Mack falou ao meu lado e eu ri fraco, passando o braço pelos seus ombros.
- Estamos aprendendo ainda, Mack, se eu deixo vocês participarem muito, não dá certo, se eu deixo vocês não participarem, eu me sinto uma idiota sozinha no palco. – Suspirei, continuando a andar.
- Arrasou, . – Vi um dos gêmeos do Good Charlotte falar, abraçado a Hilary Duff, e ele esticou a mão, com que eu batesse na mesma, rindo.
- É que essas apresentações você sempre tem que se permanecer animado, mas calma, tem turnê chegando, a gente vai se ajeitando. – Mack passou o braço em meus ombros, entrando no camarim.
- Todo mundo quer aparecer um pouco. – Louis falou atrás de nós e eu ri, olhando para o loiro com os cabelos molhados e sem camisa.
- E você não? – Virei para ele.
- Eu sou mais na minha, por que você acha que eu sou baterista? – Ri fraco.
- Relaxa, tá no começo, daqui uns 10 anos todo mundo vai saber seu lugar certinho. – Ri fraco, me jogando no primeiro sofá que eu vi ali perto.
- Vocês foram muito bem. – Jessica falou. – Mas realmente, eu deveria ter ouvido a , faltava uns dançarinos ou algo assim. – Revirei os olhos.
- Me ouve da próxima vez. – Baguncei os cabelos, sentindo-os dar nós em meus dedos.
- Faremos todos os ajustes até a turnê. – Afirmei com a cabeça, puxando meu All-Star para fora.
- Precisamos ocupar o espaço para me deixar em evidência, mas aí o palco fica vazio... – Suspirei.
- Ei, tá de mau humor, é? – Jessica me cutucou.
- Só não sei se essa música foi uma boa escolha para single.
- As vendas e visualizações estão indo muito bem, obrigada. – Jessica falou e eu sorri.
- É que eu não gostei dessa apresentação. – Balancei a cabeça, suspirando.
- Vão ter melhores. – Emily se encostou em mim e eu sorri.

- Como isso funciona? – Perguntei, erguendo meus pés para a mesinha de centro.
- Bem, não é muito difícil. – Henry falou, suspirando. – Como seu álbum teve somente 13 músicas, nós colocaremos todas elas na setlist do show. Mas aí vai de você pensar quais músicas combinam entre si, para dar uma ligação durante o show.
- Como assim? – Perguntei.
- Ritmos. – Jessica falou. – O fim de uma música não pode quebrar com o começo de outra, pois em boa parte do show você não fala nada, então tem que pensar em algumas coisas assim. – Afirmei com a cabeça e olhei para o papel em branco em minha frente.
- E também, você pode pensar em colocar alguns covers durante o show, para aumentar ele.
- Oh não! – Suspirei. – Thank You For The Music só tem no meu álbum por motivos óbvios que todos sabemos, mas as pessoas vão pagar para me ver, não vou encher de covers. – Neguei com a cabeça.
- Com 13 músicas talvez com alguns arranjos e coisas diferentes a gente consiga fazer um show de uma hora e meia, um pouco menos. – Henry falou e eu suspirei.
- Para começo está muito bom. – Afirmei com a cabeça.
- Ah, e uma dica, a música mais famosa sua é Show Me Love, então seria interessante você começar o show com ela, ou terminar. – Jessica falou e eu cocei a cabeça.
- Não sei se é uma música para início de show, mas pode ser para o fim. – Falei.
- É uma boa também. – Henry falou e eu comecei a escrever número de um a 13 na folha e ao lado do último número escrevi Show Me Love. – Seria interessante fazer um encore.
- O que é isso? – Perguntei.
- É quando você ‘termina o show’. – Ele fez aspas com as mãos. – Mas volta para outra música, aí você voltaria para Show Me Love. – Ri fraco.
- Ia ficar legal. – Falei e ele sorriu, piscando para mim.
- Ok. Me dê alguns minutos. – Falei e foquei em pensar nessa setlist.
Na minha opinião, um show tem que começar grande e terminar grande, com músicas agitadas, para o pessoal pular bastante e ter um meio morno, para que as pessoas pudessem respirar um pouco e tomar uma água.
Optei por começar o show por La La Land, em seguida You’ll Always Find Your Way Back Home, algo agitado. Em seguida, eu desacelerei um pouco, escolhei Right Here e When Love Comes Around, são músicas mais lentas, mas que ainda dava para as pessoas dançarem um pouco e tudo mais. Depois, para dar um tempo para mim, eu coloquei Pop Princess, já que em seguida coloquei diversas músicas que eu cantava sozinha: Ordinary Girl, Thank You For The Music, Suddenly e Live Like There’s No Tomorrow, em um clima mais lento. E, para terminar o show, foi uma leva de Ready or Not, Me and My Girls, Freak The Freak Out e Show Me Love, para que as pessoas dançassem e pulassem loucamente.
- Acho que terminei. – Estendi a folha para Henry que a leu atentamente.
- Foi rápido. – Ele riu e eu afirmei com a cabeça.
- O que acha?
- Parece que as músicas estão em uma combinação plausível, vou ouvir isso nessa ordem e mais tarde te dou a resposta, pode ser? – Henry falou e eu afirmei com a cabeça.
- Algo mais? – Perguntei.
- Precisamos decidir sobre figurino, dançarinos. – Jessica falou.
- Figurino eu acho que a gente podia focar em algo bem mais relaxado, tipo jeans e camiseta, bota ou tênis, algo que não me faça cansar tão rápido.
- Tenho certeza que Robb vai pensar em algo. – Jessica falou e eu afirmei com a cabeça.
- E acho que, além de Me and My Girls, não sei se realmente as músicas precisam de coreografias, acho que eu e os garotos damos conta. – Suspirei. – Além de que assim, a gente reduz o orçamento e faz com que a vontade de Patrick me matar diminua. – Henry gargalhou em minha frente.
- Ok, é uma ideia boa, mas vocês vão ter que aparentar realmente agitados e animados, isso vai depender do entrosamento de vocês. Vamos ver como vai ser os primeiros ensaios. – Afirmei com a cabeça.
- Eu escolhi uma banda que pode ser boa ou ruim, e acho que não é questão de eu ficar em evidência, é questão de que eu vou me sentir mais confortável com eles. – Dei de ombros.
- Vamos fazer funcionar, . – Jessica falou e eu afirmei com a cabeça.

- Estamos aqui com Stone, Jack Bolzan, Emily Lizarde, David Sakawa, Louis Saint-Claire, Mack e Mike Derrik. – Sorri para Jimmy Kimmel. – Não me esqueci de ninguém.
- Não, não! – Rimos juntos.
- Me digam, como foi isso? é a estrela, mas todos aparecem...? – Ele perguntou.
- Quando eu comecei, eu fiquei surpresa pelas pessoas dar atenção a uma brasileira, eu moro em uma cidade que é um ovo, então eu pensei, vamos dar chance a outros e foi assim que surgiu essa mistura de nacionalidades, gostos e interesses. – Falei e ele sorriu.
- Vocês estão indo muito bem, o primeiro álbum bateu recorde de vendas, Show Me Love não para de tocar nas rádios, agora com Me and My Girls, vocês estão realmente mostrando a que vieram. – Assenti com a cabeça. – E todos fazem alguma coisa na banda? – Ele perguntou.
- Sim. – Mike falou. – Todo mundo tem um conhecimento bastante específico na área, então a gente, como banda, tenta repassar isso para os outros membros da banda.
- Como assim? – Kimmel perguntou.
- Bem... – Ouvi a voz de Mack atrás de mim.
- Assim, eu sei piano e sabe cantar, então eu tenho ensinado ela a tocar piano, e ela tem me ajudado a melhorar meus vocais. – David falou.
- Oh, isso é realmente interessante! – Ele sorriu. - E o que vocês já aprenderam nesse ano?
- Eu estou melhorando no violão/guitarra e no piano, além de começar a esboçar algumas letras de músicas. – Falei.
- Eu estou tentando não parecer um pato enquanto danço. – Jack falou e eu gargalhei.
- Eu e Mike estamos nessa também. – Mack falou me fazendo rir.
- Mas vocês têm uma bela ginga no baixo e na guitarra. – Mack gargalhou.
- Obrigado!
- Mas e aí, vocês se conhecem há mais de um ano, as coisas estão rolando e aí como vocês se sentem?
- Acho que posso dizer por todos que somos uma família. – Louis falou.
- Oh! – Falei para ele que riu.
- Vamos fazer um jogo de perguntas rápidas, então. Quem é o mais agitado da banda? – Ele perguntou.
- , com certeza . – Jack falou.
- Ei! – Falei.
- Como assim? – Kimmel perguntou.
- Ela faz faculdade de manhã, corre para o estúdio, depois ainda se exercita, vai para casa, faz as coisas da faculdade, volta, quando você entra ela está com diversos papéis na mão, essa mulher é McGyver. – Jack falou e eu ri.
- O mais inconsequente.
- Mack. – A banda falou quase em sincronia.
- Obrigado! – Mack falou rindo.
- Mais prestativo?
- David ou Mike. – Falei, balançando a cabeça. – Tanto que sempre está nós três, sempre. Os outros é algo mais esporádico.
- O mais quieto?
- Emily. – Jack falou. – Ou Louis. – Ele riu. – Um dos dois.
- O mais arrumado.
- Dave! – Ouvi a voz de Emily primeiro e ele riu.
- E sobre a língua, todos falam em inglês, mas vocês já tentaram falar a língua dos outros? Temos português, japonês, francês, italiano...
- A gente até brinca um pouco, quando a gente quer xingar, nós xingamos nas nossas nacionalidades. – Brinquei.
- Mack e Mike se ferram. – Jack riu.
- Falando sério agora, na Botsuana, país da Emily, eles falam inglês, mas a língua Tswana é muito falada e realmente complicada. – Falei rindo.
- Então, vocês estão bem engajados em culturas, nacionalidades...?
- Falta só a turnê pelos nossos lares. – Falei e ela sorriu.
- Isso é demais e incrível. – Ele sorriu. – E sobre a turnê, está para começar.
- Sim, temos um show no Staples Center em breve, que vai ser nossa base para onde marcar shows, locais e tudo mais, aí vamos começar a nos preparar. – Falei alegre.
- Isso é muito bom! Eu já garanti meu ingresso, se você quer ver e esses seis arrasando no Staples Center, compre seus ingressos agora. – Ele sorriu. – Vamos para o intervalo que depois tem eles arrasando com a música...
- Ready or Not! – Falei, vendo a plateia gritar, me fazendo sorrir.
- Até já! – Kimmel falou, e a vinheta do programa começou.

- Patience runnin' thin, runnin' thin, come again. Tell me what I get, opposite, opposite. Show me what is real, if it breaks, does it heal?! Open up your ear, why you think, that I'm here?! – Sentia minha voz raspando e o suor em meu rosto, mas eu não queria parar. - Keep me in the dark, are you even thinkin' of me?! Is someone else above me?! Gotta know, gotta know. What am I gonna do?! Cause I can't get through to you, so, what's it gonna be, tell me, can you hear me?! – Cantei alto a última parte, vendo Mike me acompanhar em todos os movimentos.
- I'm so sick of it, your attention deficit, never listen, you never listen. I'm so sick of it, so I'm throwing on a fit. Never listen, you never listen. – Comecei a pular junto com a plateia, com um sorriso enorme no rosto no meu primeiro show e lotado. - I scream your name! It always stays the same! I scream and shout! So, what I'm gonna do now, is freak the freak out, hey! – Gritei.
- Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh, oh! – Minha banda começou a empolgar a plateia junto de mim, enquanto eu forçava meu gogó. - Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh, oh!
- Easy come, easy go, easy come, easy go. – Jack e Emily cantaram baixo e o ritmo ficou mais lento somente Mike na guitarra.
- Can you hear me?! – Cantei baixinho e David arrasou na mixagem.
- I scream your name! It always stays the same! I scream and shout! So, what I'm gonna do now, is freak the freak out, hey! – Comecei a pular com Mike e Mack ao meu lado, sentindo meus cabelos baterem em meu rosto. - Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh! Woah, oh, oh, oh! – Eu abri um largo sorriso com o público gritando com a gente e pulando, fazendo com que as lágrimas voltassem aos meus olhos como surgiram em quase todas as músicas, principalmente os aplausos em Suddenly.
- Freak the freak out, freak the freak out, freak the freak out... – Jack e Emily repetiam com a música bem baixo.
- I scream your name! But you never listen! – Abri minha boca, forçando a voz. - No, you never listen! – Me aproximei bem do fim do palco. - But you never listen... – Suspirei, vendo as luzes se apagarem e os gritos da plateia e corri rapidamente para fora do palco, e peguei uma garrafa de água.
- Oh, meu Deus, isso foi incrível. – Falei, respirando fundo, sentindo as lágrimas escorrerem de meus olhos.
- Isso foi demais! – Mack falou agitado e eu virei a garrafa de água inteira na boca.
- Foi incrível, gente, agora voltem lá e arrasem! – Jessica falou e jogamos as garrafas no lixo rapidamente e voltamos ao palco com as luzes ligadas.
- Vocês pensaram que tinha acabado? – Gritei para o público que respondeu. – Eu tenho que agradecer vocês por esse show incrível, lotado, aqui no Staples Center. – Abri um sorriso, vendo o pessoal do fundo pela iluminação. – Vocês são demais. – Suspirei, com o coração acelerado. – Antes da última música, eu gostaria de apresentar vocês à minha banda. – Falei virando meu corpo para eles. – Mike Derrick! – Gritei e Mike acenou para o público, tocando alguns acordes em sua guitarra. – Mack Derrick. – Virei para o cabeludo que copiou o irmão em seu baixo e jogou beijos à plateia. - Jack Bolzan!
- E aí, galera? – Ele gritou do fundo.
- Emily Lizarde! – Ela sorriu e acenou para o pessoal. – Na bateria, Louis Saint-Claire. – Falei, e Louis bateu rapidamente nas caixas da bateria. – E nosso DJ e pianista, David Sakawa. – Ele fez uma mixagem rápida em sua mesa. – E agora, que ficaram presentes em nosso show, meu quarteto de cordas maravilhoso, Gina, Annie, Patrícia e Mônica. – Acenei para elas no degrau de cima do palco, atrás de tudo. – Muito obrigada por virem, pelo carinho e espero vê-los de novo. – Eles sorriram. – E essa é Show Me Love. – Falei e meu quarteto começou a música imediatamente, me fazendo abrir um largo sorriso.

- Oh, meu Deus! – A próxima fã apareceu com os olhos vermelhos e eu abri os braços para ela, ignorando o fato de eu estar toda suada. – É você mesmo!
- Sou eu! – Falei rindo e a soltei devagar. – Está tudo bem?
- S-sim. – Ela sorriu para mim. – É um prazer. – Ela sorriu e eu não pude conter em sorrir com ela.
- Sorriam! – Malcon, meu fotógrafo particular falou e eu a abracei, vendo Mike abraçá-la também e sorri para a foto.
- Obrigada! – Ela falou e eu dei outro beijo em sua bochecha, antes que ela saísse.
- Isso é demais! – Outra menina apareceu pela cortina feliz, segurando um urso de pelúcia e Mike foi o primeiro a abraçá-la. – Isso é para mim? – Ela entregou para ele e eu sorri. – Obrigado.
- Você é meu favorito.
- Viu, , nem todos gostam de você? – Abri a boca rindo e a menina sorriu, seguindo para me abraçar e eu sorri.
- Eu estou aqui por você, principalmente. – A loira falou para mim e eu sorri, abraçando-a fortemente. – O show foi incrível.
- Você gostou? – Ela foi passada para Louis. – Qual sua música favorita?
- Oh, eu tento não ser clichê, mas Show Me Love... – Ela abriu um sorriso.
- Yeah! – Jack brincou. – Show Me Love é a boca do povo. – Ele falou e eu ri.
- Vamos juntar para a foto. – Malcon falou novamente e eu sorri. – Pronto!
- Obrigada mesmo! – Ela falou, antes de sair da sala.
- Acabamos. – Malcon falou. – 10 fãs sorteados pela Kerrang! – Ele falou, suspirando.
- Ah, já?! Foi tão legal! – Falei animada, passando o braço na testa que suava. – Mas eu esperava algo mais informal. – Suspirei.
- Como assim? – Louis perguntou.
- Sei lá, uma festa, um jantar, algo assim. Não foi esse caso, mas tem situações que as pessoas ficam horas na fila, pagam caro e ficam 10 segundos com os ídolos, é idiotice. – Balancei a cabeça, prendendo meus cabelos em um rabo de cavalo.
- Dá para pensar nisso, . – Jessica falou do outro lado da sala. – É mais caro, com certeza, mas é mais íntimo também.
- Isso, a palavra é essa, íntimo! – Falei rindo.
- E agora, vão fazer o quê?
- Quem quer ir para balada? – Louis perguntou.
- Eu topo! – Emily disse. – Vou ligar para Amir.
- Eu também! – David falou. – Vou ligar para Virgínia.
- Ah, indo em baladas. – Louis brincou.
- E nós, pobres mortais menores de 21 anos, estão convidados para comer pizza em casa. – Falei e Mike afirmou com a cabeça.
- Topo! – Ele bateu palmas.
- Eu tenho identidade falsificada, eu vou. – Mack falou.
- Vai nada! – Jessica gritou em seguida. – Nem se atreva a se envolver em confusão. – Ela falou. – , Mike, Mack e Jack para a pizza, o resto, façam o que quiser, vejo vocês na segunda. – Ela falou. – Bom show, galera! Vocês arrasaram. – Ela piscou.
- Isso, turma! – Jack gritou aplaudindo e todos fizemos o mesmo, incluindo a equipe técnica que ia e vinha pelo camarim.
- Espero vocês lá fora. – Jessica falou.
- Bem, quem quiser pizza, só ir em casa, eu vou me matar em alguns pedaços e depois dormir feliz. – Falei sorrindo.
- Ah lá! Tá feliz, hein mulher?
- Por que eu não estaria? Fiz meu primeiro show com sucesso, em uma das casas de show mais famosas do mundo, ainda estava lotada e eu não caí ou perdi a voz... – Falei sorrindo. – Eu estou feliz demais.
- À Stone. – Mike sorriu. – Nossa Pop Princess.
- À . – O povo repetiu sorrindo e eu agradeci com a cabeça.

- Bom dia. – Brent apareceu na sala de reuniões e eu e a banda viramos o rosto para ele. – Desculpe o atraso.
- E aí, Brent? – Falei para ele que sorriu. – Surpresa em te ver.
- Brent veio aqui para conversarmos sobre a turnê de vocês, já que ele cuida da parte financeira, para discutir com vocês como vai ser a viagem realmente. – Jessica falou e eu afirmei com a cabeça. – Fique à vontade.
- Bem, conversando com o conselho, nós decidimos que vocês farão uma turnê por todos estados dos Estados Unidos apenas, apesar do CD de você estar tendo bastante receptividade, ter ganhado disco de ouro e de sei lá mais o quê, vocês não tem caixa para irem para fora do país, ou seja, teria que ser cobrado um alto valor nos shows e não sabemos se as pessoas estão dispostas a isso ainda. – Afirmei com a cabeça.
- Como assim caixa? – Mack perguntou.
- Dinheiro na conta da banda de vocês. – Brent explicou e ele afirmou com a cabeça. - Mas em compensação, como o CD está indo muito bem pelos Estados Unidos, optamos por uma turnê pelos 50 estados do nosso país.
- Isso é demais! – Louis falou animado e eu abri um sorriso.
- Sim, vão ser 50 shows em 50 estados, nós já fizemos um calendário de viagens e vocês começarão em São Francisco, aqui na Califórnia e terminarão em Boston, no estado de Massachusetts.
- Legal! – Falei animada, pensando em convidar para os shows.
- O que eu aconselho? – Ele falou. – Deem o melhor de si em todos os shows, mas principalmente preparem algo especial para o começo e para o fim da turnê. O show aqui em Los Angeles foi extraordinário, foi muito bom mesmo, . E com isso, vocês podem incluir algumas brincadeiras, com o tempo vocês estarão menos travados, e por aí vai. – Afirmei com a cabeça.
- Ok, e como essa turnê será feita? – Perguntei.
- Nós já mandamos confeccionar um ônibus para vocês, que vai ser o novo melhor amigo, vocês passarão três meses nele, convivendo entre si, sem ver suas famílias, vai ser algo novo, que espero que vocês gostem, porque farão muito isso. – Jessica falou e eu soltei uma risada fraca.
- 50 shows em três meses é muito tempo, normalmente faríamos isso em menos tempo. – Brent falou.
- Mas como vocês estão no começo ainda, não estão acostumados, colocaremos um espaço maior para vocês pegarem o jeito, com o tempo as dores começam a aparecer, problemas de voz... – Jessica começou a falar. – Faremos no fim do ano, então estará frio e tem bronquite, não queremos atacar nada, para nada dar errado. – Soltei uma risada fraca. – Combinado?
- Combinado! – Falamos juntos.
- E claro, vocês estarão viajando pelo país, somos legais a ponto de deixar vocês fazerem turismo. – Brent completou.
- Ah, obrigada! – Falei fofa para ele. – Não sei por que as pessoas não gostam de você, Brent, você é um amor. – Ele franziu a testa e eu olhei para Jessica, vendo-a revirar os olhos.
- Obrigada, . – Brent falou sem entender e eu ri.
- Ok, e como vai ser o mapa de viagem? Nós vamos dirigir, como estamos de orçamento? – David perguntou diversas coisas confundindo minha cabeça.
- Vamos lá. – Brent pegou uma folha. – Vou falar o nome dos estados, depois vocês veem as cidades. – Ele riu e eu afirmei com a cabeça.
- Chamada oral, Brent, estados e suas capitais. – Mack brincou e ele riu.
- Aí que tá, tem alguns estados que vocês não cantarão na capital, gente. – Ele falou. – Cidade mais populosas são nossa prioridade. – Mas vamos lá, ordem dos Estados. Califórnia, Nevada...
- Vegas! – Mack gritou e eu soltei uma risada fraca.
- Vai ser lá mesmo. – Brent falou. - Arizona, Novo México, Texas, Louisiana, Mississipi, Alabama, Florida, Geórgia, Carolina do Sul, Carolina do Norte, Richmond, West Virginia, Kentucky, Tennessee, Missouri, Arkansas, Oklahoma, Kansas, Colorado, Utah, Oregon, Washington, Idaho, Montana, Wyoming, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Nebraska, Iowa, Minnesota, Wisconsin.
- Wisconsin! – Mike falou animado. – Onde é o show?
- Milwaukee. – Brent aflou e Mike bateu palmas animado.
- Illinois, Indiana, Michigan, Ohio, Maryland, Pensilvânia, Nova York, Vermont, Nova Hampshire, Maine. Daí vão para o Alasca, Havaí e voltamos para Delaware, Nova Jersey, Connecticut, Rhode Island e termina em Massachussets. – Ele respirou fundo depois que acabou.
- E isso termina a era Make a Wish. – Jessica falou. – E ouvi algo de vocês querer escrever músicas e tal, acho que podem começar a escrever a partir daí, porque não queremos demorar muito para lançar o outro. – Ela balançou a cabeça. – Acho que dois anos por era, é uma contagem boa.
- É, acho que dá. – Afirmei com a cabeça.
- Sei que tem um tempo ainda, mas para a turnê, é bom uma mala pequena, porque o espaço no ônibus não é muito grande, e Robb vai cuidar da roupa de vocês, então ele vai levar os jeans, as camisetas, os tênis. Tá fácil.
- A gente só precisa pensar em um modo de começar e terminar a turnê de modo extraordinário. – Emily comentou, batendo a ponta das unhas na mesa.
- A gente vai pensar em algo. – Falei. - Temos bastante cabeça para pensar. – Suspirei. – Vamos focar em fazer a maior turnê que o mundo já viu.

- ...It's happening now. – Me vi na tela erguendo os braços, mais empolgada. - As my dreams begin to reign. I wanna sing, who loves me for me, what's inside. – Abaixei o braço, apoiando no microfone novamente. - I wanna be positive, love right away, there's so much for you. This is life...
A câmera mudou de foco e meu quarteto de cordas começou a tocar enquanto passava diversas imagens de nós como banda rindo, brincando, trabalhando e até alguns shows, me fazendo abrir um largo sorriso de felicidade.
- Suddenly, I am center stage. Suddenly, I am not afraid. Suddenly, I believe again, in the blink of an eye. – Focou em meu rosto novamente, e na tela eu suspirei, erguendo os olhos para a câmera. - My dreams begin to reign... – A eu na tela abaixou os ombros e deixou o microfone cair no chão, seguindo para fora do palco, fazendo com que as luzes se apagassem e a música acabasse.
Soltei um suspiro de felicidade e passei a mão no rosto, notando que eu estava lacrimejando. Passei as mãos nos olhos e suspirei, descendo o vídeo e vendo os diversos comentários que já tinha, mesmo tendo sido lançado no YouTube há menos de 10 minutos. A maioria dos comentários era uma carinha triste, e os escritos era palavras de como incrível e magnífico aquilo estava e eu suspirei, fechando a tela do notebook e peguei meu BlackBerry, respondo a mensagem de “Suddenly está online” de Jessica. “Incrível” foi o que eu escrevi antes de enviar e sorri.
Na minha caixa de e-mails e meu celular tinha diversas mensagens sobre o novo videoclipe, mas eu as ignorei por enquanto e, sozinha, tentei entender um pouco o que estava acontecendo ali. De um dia para o outro eu havia virado uma grande estrela e as coisas simplesmente fluíram. Meu medo de como fazer isso, sobre a receptividade, simplesmente sumiram, agora eu só tinha orgulho de me ver na TV e no computador e saber que todo aquele medo e esforço estavam valendo a pena.
Meu celular apitou novamente e eu o peguei, só para ver se era Jessica, mas não, era um número desconhecido. Abri a mensagem e li o que estava escrito “Você está arrasando em todas, hein?! Quando podemos te ver?” Franzi a testa e cocei a testa. Ok, obrigada, mas quem tinha mandado? O aparelho apitou novamente e vi a mensagem. “Opa, aqui, me deu seu número”. Soltei uma risada fraca e balancei a cabeça.
Eu tinha certa paixonite em . Ele era bonito, mais maduro, mas com certeza não era o cara para mim, pelo menos não para a eu atual, além do fato de que ele tinha uma namorada, a atriz Jessica Anders, mas era bom ter um colega nesse grupo que realmente se importava com a gente.
Obrigada, significa muito para mim! Minha primeira turnê termina em Boston, antes do Natal eu estou aí”. Respondi e larguei o aparelho, levantando do sofá e segui para a cozinha para procurar algo para comer.
Parei quando o celular apitou novamente e soltei uma risada fraca. Correndo para pegá-lo. “Precisamos nos encontrar, eu estou em LA, você está em LA? Café?” Dizia a mensagem e eu sabia que eu devia negar, mas eu não consegui. “Meio cansada, não quer vir para o Park Brea?” A mensagem veio instantânea. “Claro, me mande o endereço”.
Me levantei do sofá e enchi minha tigela de cereais e voltei para a sala, feliz por ter o fim do dia só para mim. Fazia tempo que isso não acontecia. Eu fiquei na faculdade até tarde terminando alguns trabalhos com Rachel e Johnny e depois nadei um pouco e só. Nem Jack, Louis ou Emily tocaram aqui em casa, só tinha encontrado Mack na academia do prédio.
A campainha tocou e eu realmente me assustei, me levantando correndo e seguindo para o quarto para colocar um sutiã, pelo menos. Eu estava de shorts, regatas e pés descalços, era outubro ainda, estava calor. Deslizei para perto da porta e abri a mesma, destravando rapidamente.
- Ei! – Ele falou e eu me assustei.
- Você veio! – Falei rindo.
- Eu disse que vinha, não recebeu minhas mensagens? – Dei espaço para ele entrar no apartamento e vi que seu cabelo estava ralo, sua barba por fazer, mas ele estava um pouco mais largo.
- Receber, eu recebi! – Fechei a porta e virei para ele que olhava minha sala.
- Belo lugar. – Ele falou e eu ri.
- Então... – Dei a volta. – Você queria café, aceita um brasileiro? É bem forte. – Falei.
- Por que brasileiro? – Ele perguntou e eu segui para a cozinha, vendo-o me seguir.
- Porque eu sou do Brasil. – Falei e vi seus olhos se arregalarem. – Meu pai me manda algumas coisas. – Dei de ombros e ele riu.
- Isso é demais! Eu não sabia disso. – Ele falou e eu pisquei, pegando o pote de café no armário. – Então, você disse que sua turnê vai passar em Boston.
- Vai acabar em Boston, na verdade. – Falei rindo. – 50 shows, 50 estados.
- Uou! Vai ser demais, eu vi algumas coisas do show aqui em Los Angeles, pena que eu não fiquei sabendo. – Ele franziu os lábios.
- Bem, acontece. – Dei de ombros. – Mas foi bom, foi... – Balancei a cabeça. – Libertador, como se eu pertencesse àquele lugar. – Suspirei.
- É legal te ouvir dizer. Que bom que está dando certo! – Afirmei com a cabeça. – Me diga quando serão a venda dos ingressos, vou levar minha família inteira no show.
- Por favor! – Falei rindo. – Mas eu tenho alguns ingressos que eu ganho, envio para vocês.
- Obrigado. – Ele falou sorrindo e eu suspirei.
- E você, como está? – Perguntei.

- Você precisa soltar mais esses ombros. – Will, nosso professor de dança falou em minha frente e pegou o microfone em minha mão. – Tente algo assim. – Ele começou a andar em frente na sala de ensaios, balançando as pernas. – When love comes around, it comes without a sound... Sabe? Mexa os dedos, faça uma leitura com a música. – Ele me entregou o microfone de volta. – Do refrão, Mike. – Will falou e Mike começou a tocar o violão novamente e eu respirei fundo.
- When love comes around. – Tentei relaxar como Will tinha falado. – It comes without a sound, and make all those stars shine so bright... – Virei o rosto para cima. – Grey skies turn int blue, you would like to feel it too...
- Melhor! – Will falou, batendo palmas. – Eu não sei nem por que estamos fazendo isso. – Ele virou para Jessica. – Eles ensaiaram sozinhos para o show no Staples Center e ela se saiu muito bem. – Ele suspirou. – não é do tipo que precisa de coreografia, ela se empolga com a música. Então quando ela quer ela dança, quando ela quer ela anda de um lado para o outro. O povo estava bem animado. – Will finalizou.
- E eu posso dizer uma coisa? – Emily ergueu a mão.
- Diga! – Jessica falou.
- Isso está ridículo. – Ela sorriu fraco e eu segurei a risada. – tem só 19 anos, não adianta querer tentar deixar ela sexy ou diferente, tem que vir dela. As pessoas têm que se inspirar nela pelo o que ela é hoje, não com essas danças. Quem sabe daqui um tempo? Precisamos trabalhar com o que tem.
- Obrigada! – Acenei com a cabeça.
- E qual a ideia de vocês? Tem poucos dias para o começo da turnê.
- Por que vocês não nos deixam sozinhos por duas horas? – David perguntou. – Vamos ensaiar a setlist inteira de uma vez só como se estivéssemos no show, não temos pessoas gritando, nem aquele ânimo, mas pode dar certo.
- É uma boa ideia! – Will falou.
- Ok, volto em duas horas. – Jessica disse, dando meia volta com Will e saindo da sala e fechando a porta.
- Você realmente acha que isso vai dar certo? – Louis perguntou.
- E por que não? – David falou. – Finjam que as pessoas naquele espelho são os fãs, e não nossos reflexos. Vamos demarcar com a fita o chão, para fingir que é o palco, a parte de cima onde fica o quarteto, a pequena passarela, aí a gente começa como se fosse o show. E não para, errou? Continua. E se empolguem!
- Ok! – Falei, afirmando com a cabeça e Mack jogou a fita para David. – Começamos por La La Land, só não se esqueçam dos arranjos.
- Pelo menos alguma coisa está pronta! – Gina brincou do canto da sala e eu mostrei a língua para ela que riu.
- Ok, marcado. – David falou. – Se vocês saírem da linha caia, porque é o fim do palco. – Soltei uma risada fraca e liguei meu microfone, girando-o na mão.
- Então, vai, todo mundo fora do palco. – Bati palmas, seguindo para o fundo.

Coloquei a mão na boca assim que eu saí do brinquedo e saí correndo em direção à primeira lata de lixo que eu vi e vomitei na mesma, sentindo nojo de mim mesma e passei a mão na boca, tomando cuidado para não sujar minha blusa e vi um lenço ser esticado para mim e peguei o mesmo da mão de Jessica, limpando a boca.
- Aqui! – Ela esticou uma bala e eu peguei a mesma, colocando imediatamente na boca.
- Tá tudo bem? – Jack foi o primeiro a aparecer e eu afirmei com a cabeça.
- Pelo menos a filmagem ficou legal e eu peguei você vomitando. – Malcon voltou com sua câmera e eu revirei os olhos para ele. – Qual é, vai ser um videoclipe divertido. – Ele balançou a cabeça.
- Claro que a cena da montanha russa tem quase todo mundo cantando, menos a , mas acho que ficou legal. – Mack deu de ombros e eu mostrei o dedo do meio para ele, revirando os olhos.
- Ok, obrigada pelas brincadeiras, onde agora? – Suspirei, mexendo a bala dentro da minha boca.
- Pensei em fazer uma cena andando. Vocês andando pelo parque, cantando, fazendo caras e bocas, algo mais descontraído. – Malcon falou.
- Eu quero uma cena abraçando o Mickey. – Fiz bico.
- Não! – Jessica falou. – Já foi difícil para eles deixar a gente gravar aqui em Anaheim, imagina deixar você abraçando o Mickey.
- Ok, depois que acabar, eu vou atrás do Mickey. – Fiz bico e ela riu.
- Podemos fazer essa cena que Malcon falou, depois ir na roda gigante. – Mike falou.
- E no Splash Moutain, acho que ficaria legal algo aquático no meio. – Louis falou.
- Sim, gente, temos passe livre para tudo, só não mostrar que estamos na Disney, sem símbolos e tudo mais, mas para quem conhece vai ficar óbvio. – Malcon falou.
- Vamos, então. Mas depois quero ir no Dumbo. – Falei, erguendo a mão e o pessoal riu.
- Ok, mas vamos gravar essa primeira, vamos para perto do lago, que teremos mais espaço para andar em linha reta. – Ele falou e começou a andar e nós os seguimos.
Essa ideia de gravar o clipe de Freak the Freak Out em um parque de diversões veio de Mack e eu simplesmente adorei, é algo mais divertido, que realmente podia mostrar algo como amigos e família. Em Me and My Girls as coisas mostravam isso também, mas algo mais sem graça. O clipe mostrava nosso tédio, e depois virando estrelas da música, mas esse, realmente nos mostraria divertindo como grupo.
Estávamos desde cedo aqui na Disneylândia e eu estava feliz por estar lá, não era a de Orlando, mas era um sonho se tornando realidade, quem sabe durante a turnê eu conseguiria um tempo para visitar a Disney de lá? O show seria em Orlando mesmo, vai que... Mas só de estar aqui, ver o Mickey e os personagens em diversos cantos, já me encantava, eu amava os filmes da Disney e sempre foi um sonho vir aqui e agora gravar um videoclipe aqui? Era demais.
Enquanto andávamos pelos corredores da Disneylândia, eu podia ouvir o grito de diversas pessoas, mas eu só podia acenar para elas, afinal, eu estava ocupada. Apesar de que o círculo de seguranças a nossa volta impedia que eles chegassem perto também.
- Ok, vamos lá! – Malcon falou. – Formem o triângulo de vocês, mas perto. – Me coloquei na frente, vendo Mike e Mack se colocarem ao meu lado. – Pronto! Ok, eu vou começar a música e vocês começam. Eu vou andando e vocês vão andando, foque na câmera, o resto de vocês brinquem, se divirtam, só não saia dos seus lugares. – Ele falou e eu ri fraco.
- Vai ser difícil. – Jessica cochichou e eu pisquei para ela.
- Ok, em três, dois, um... – Uma música baixa começou do celular do assistente de Malcon e eu balancei a cabeça um pouco, começando a dar passos para frente.
- Are you listening? Hear me talk, hear me sing. Open up the door, is it less? Is it more? – Balancei a cabeça, revirando os olhos. – When you tell me to beware, are you here, are you there? Is it something I should know? Easy come, easy go? – Balancei o corpo de um lado para o outro. – Noddin’ you hear, don’t hear a word I said. I can’t communicate when you wait, don’t relate. I try talk to you. – Estiquei o braço em direção a Malcon, colocando as mãos na cabeça em seguida. – But you never even know, so, what it’s gonna be, tell me, can you hear me? – Pisquei.
- I’m so sick of it. – Senti o pessoal começando a pular atrás de mim e suas vozes cantarem comigo e eu sorri. – You attention déficit, never listen, never listen...

- Toc, toc! – Ouvi a porta bater e desliguei meu arroz do forno e corri em direção a sala, sentindo meus chinelos colarem no chão e quase tropecei, mas abri a porta logo em seguida.
- Louis! – Falei, vendo meu baterista loiro na porta com uma cara estranha. – Ei, o que foi?
- Posso entrar? – Ele perguntou.
- Claro! – Abri espaço e fechei a porta logo que ele entrou. – Aconteceu alguma coisa?
- Eu queria conversar um negócio contigo, na verdade, porque eu realmente não sei como agir.
- Claro, Louis, o que houve? - Indiquei o sofá e ele logo se sentou no mesmo e eu me acomodei ao seu lado.
- No nosso contrato tem alguma coisa relacionada a namoros? Ou coisas do tipo? – Franzi a testa.
- Quê? – Balancei a cabeça. – Não, nada a ver, por quê?
- Eu acho que conheci o amor da minha vida. – Ele falou, com o rosto franzido e ergueu os olhos para meu rosto surpreso.
- Oh, meu Deus, sério?! – Me aproximei dele, pulando no sofá.
- Sim... Bem, eu acho que sim. – Ele suspirou.
- Quem é? Eu a conheço? Onde vocês se conheceram?
- Eu a conheci na gravação de Freak the Freak Out. – Ele coçou a nuca.
- Oh, meu Deus, mesmo? Como ela é? Nome?
- O nome dela é Agatha, àquela hora que fui comprar cachorro-quente ela estava na minha frente na fila e deu problema no troco dela e quando ela virou para pedir desculpas ela começou a puxar papo. – Ele balançou a cabeça. – Ela sabia quem a gente era, o que foi bem legal, mas não surtada, igual alguns fãs, ela só sabia. E trocamos telefone e começamos a conversar.
- Oh, Louis, isso é tão demais! – Bati palmas sorrindo.
- E aí não queria me envolver em algo que pode não dar certo.
- Se você acha que é sério, vai na fé, Louis. Não creio que Jessica vai se importar com isso.
- Eu quero que vocês a conheçam, ela não é a típica beleza humana, mas eu gostei dela.
- Como assim?
- Ah, ela é baixinha, gordinha, cabelos pretos, meio gótica...
- Ah, Louis, eu pensando que ela era alienígena e tal, para de graça! – Revirei os olhos. – Se você gosta dela, certeza que vamos gostar também. – Toquei suas mãos. – Vá ser feliz, moleque. – Ele afirmou com a cabeça e estalou um beijo em minha bochecha.
- Quero ver se eu a trago para o show da turnê em Orlando. – Ele coçou a nuca.
- Claro, vai ser ótimo! Vamos adorar conhecê-la, e espero que você seja feliz. – Sorri e ele afirmou com a cabeça.
- Obrigado, .
- Quer almoçar? – Perguntei. – Arroz tá saindo do forno.
- Não, já almocei, vou dormir agora. – Ele riu fraco e eu afirmei com a cabeça. – Obrigado. – Ele acenou com a cabeça, indo para perto da porta.
- Espero que continue apaixonado assim, Louis. Você fica tão bonitinho! – Gritei e ele revirou os olhos.
- Tchau, . – Ele falou e bateu a porta, me fazendo rir.



Capítulo 7

- Acho melhor a senhorita olhar pela janela. – O motorista falou e eu tirei a atenção da minha mensagem para olhar para fora.
Em frente ao Bill Graham Civic Auditorium, local que seria meu show em São Francisco, as pessoas estavam amontoadas em filas do lado de fora. No grande gramado que tinha em frente ao local, alguns grupos estavam sentados em rodas, provavelmente as pessoas das arquibancadas, mas próximo a porta e virando as laterais, diversos grupos formavam filas.
Algumas pessoas estavam sentadas conversando, outras em pé, mas o que me deixou surpresa foi a quantidade de pessoas com blusas minhas, o que fez com que eu abrisse um largo sorriso surpresa.
O insulfilm do carro era bem escuro, então eu fiquei observando o pessoal por um tempo, até o carro passar pela lateral do local e eu tentei ver a altura daquilo, não era tão alto, mas, com certeza, era bastante fundo. Sete mil pessoas era o que eu conseguia pensar. E estava lotado. Eu havia tocado no Staples Center com o dobro de pessoas, mas era diferente. Lá eu tive muita imprensa, amigos e equipe me prestigiando, aqui eu estaria dando a cara tapa para fãs. Somente fãs. As coisas estavam acontecendo rápido demais. Olha o que uma boa gravadora consegue fazer.
Observei na lateral do prédio e me assustei ao ver um grande pôster meu que vinha do teto ao chão, onde alguns fãs tiravam fotos. Era eu, pela roupa, no show do Staples Center, eu cantava bem empolgada, minha boca estava aberta, meus cabelos bagunçados para cima e de olhos fechados. Senti orgulho daquela foto, eu estava realmente dando tudo de mim.
O motorista embicou no local do show, sua entrada foi liberada e a porta foi aberta para mim. Ajeitei o boné em minha cabeça e acenei para Carl e Ariella que me esperavam e eu os segui para dentro do Bill Graham, entrando no elevador com eles. O elevador dava para o lobby do local, que tinha uma forma arredondada, mas grandes portas logo a frente, que deveriam dar para a frente do palco.
Olhei para as laterais e vi uma tenda montada na lateral, era o meu merchandise, eu nem sabia o que era vendido no meu merchandise, mas ele estava ali, e os vendedores dali olhavam para mim surpresos e eu me aproximei do mesmo, curiosa em ver o que tinha ali.
- Oi, tudo bem? – Perguntei para eles, estendendo a mão para os três apertarem e eles sorriram. – O que vocês têm aqui?
- Ah... – O homem de óculos balançou a cabeça rindo. – Desculpe, não sabíamos que você viria aqui.
- Eu não vinha, na verdade. – Fui honesta. – Mas eu preciso passar por aqui. – Ele riu e afirmou com a cabeça.
- Bem, nós temos modelos de blusas com sua foto, com frases da música, CDs, fotos autografadas, pôster da turnê, bandana, bandeiras de todos os países da banda. – Ele foi apontando para as coisas e eu suspirei.
- Eu posso ficar com algumas coisas? – Perguntei.
- Claro! – Eles falaram juntos e eu olhei para as diversas opções.
- Eu vou querer uma blusa com o logo da turnê e com as datas, quero a “Suddenly people know my name” e essa preta de Show Me Love escrito em rosa. – Apontei para as três. – Acho que G, para ficar mais larga. – O moço assentiu com a cabeça e eles pegaram as minhas escolhas e dobraram, colocando em uma sacola com o meu rosto. – Até a sacola tem meu rosto? – Brinquei e eles riram.
- Tudo! – Ele falou e eu sorri.
- Obrigada, podem colocar na minha conta? – Perguntei.
- Hum, a renda vai para você mesmo, senhorita...
- Oh! – Franzi a boca rindo. – Obrigada, mesmo assim. Espero ver vocês em outros shows. – Falei, acenando na direção deles.
Segui meus seguranças pela lateral, caminhando com eles. Tinha diversas escadas que davam para os assentos acima, mas continuamos em frente. Até que Ariella abriu uma porta pesada na lateral e indicou o caminho para mim. Entrei na mesma, vendo um corredor branco e longo, Carl passou em minha frente, me indicando o caminho e eu comecei a ouvir vozes, virando para a esquerda no corredor.
Algumas pessoas passavam por entre as quatro portas e eu bisbilhotei dentro de cada uma. As duas da esquerda eram camarins, tinha diversas araras de roupas e eu encontrei Robb conferindo tudo lá dentro. Nas da direita, uma estava preparada para receber os fãs e a outra tinha uma mesa de lanche para gente, o que fez com que eu roubasse um pedaço de queijo.
- Aqui é a entrada do palco. – Carl falou e eu segui por aquele caminho, subindo as escadas rapidamente.
O local parecia um labirinto, eu segui pelo corredor, vendo uma luz à minha frente e andei em frente, tinha um grande espaço do lado de trás, onde estavam as caixas de som. Continuei seguindo em frente e comecei a ver meu palco. Tinha duas rampas nas laterais do palco e, lá em cima, de um lado estava a bateria de Louis e do outro o piano e mesa de som de David. Em frente ao fim das rampas estavam Jack e Emily com seus pedestais. No meio deles, tinha os instrumentos do meu quarteto de cordas.
- Olha quem chegou! – Jack piscou para mim e eu ri, continuando em frente, vendo Mack e Mike nas laterais e onde deveria ser meu lugar, Jessica o ocupava.
- Nossa diva chegou! – Jessica falou e eu revirei os olhos, arrastando meus pés em sua direção, para ter uma visão total do local.
Todas as luzes estavam ligadas e aquele espaço era diferente, não sei explicar. No Staples Center eu não tive tempo para fazer uma inspeção, então foi subir no palco e acontecer, mas agora, era tudo incrível. A passarela era pequena, deveria ter três metros para frente e três para as laterais, mas eu não consegui ter a visão inteira, então eu pulei para a área da plateia e andei até o meio do público, acenando para o pessoal da mesa de som.
- O que acha? – Jessica falou no microfone.
- Pode ligar as luzes? – Perguntei para o pessoal da mesa de som e eles ligaram os holofotes rapidamente, fazendo com que tudo ficasse mais lindo.
Dali, eu pude ver o pano preto ao fundo, ele tinha Stone escrito em letras cursivas e vermelhas, com uma silhueta minha ao fundo. Era muito bonito. Adorei a concepção de pessoas no palco, Louis e David lá em cima, já que eles não podiam se mexer, Jack e Emily mais soltos aqui embaixo e mais a frente Mike e Mack ao meu lado.
- E aí...? – Jéssica gritou.
- Está demais! – Falei rindo. – Obrigada. – Virei para o pessoal da mesa de som, acenando para eles.
- Eu aconselho vocês a dar uma passada no som com o pessoal ali de baixo e ver se está tudo certo, em duas horas os portões vão abrir. – Jessica falou e eu afirmei com a cabeça, andando em direção ao palco.
- Pode deixar.

Coloquei meu colete vermelho e conferi meu look em frente ao espelho. Jeans, camiseta que eu tinha roubado do merch, o colete e botas de cano alto. Era outubro, o tempo estava começando a mudar no norte, mas na Califórnia estava quente, como boa parte do ano.
Peguei o lápis de olho na minha nécessaire e passei em cima e embaixo dos olhos, para focar bastante nos mesmos e peguei um batom rosa e passei nos lábios, para dar uma cara melhor em meu rosto. Suspirei e passei as mãos em meus cabelos, e segurei todos os fios juntos, fazendo um rabo de cavalo alto. Eu quase morri de calor no show de Los Angeles e não pretendia passar pela mesma situação.
- Perfeito! – Robb falou ao meu lado e eu suspirei, conferindo o relógio, era perto das oito da noite.
- Acho que está na hora. – Falei e ele afirmou com a cabeça.
- Sim, mas vai dar tudo certo. – Robb falou e se levantou. – Respire fundo, conte até 10. – Puxei o ar e soltei. – Você já fez isso antes. É só repetir e repetir e repetir. – Ri fraco e o abracei rapidamente.
- Me deseje sorte!
- Sempre, minha querida, você é nossa diva e merece todo sucesso do mundo. – Sorri para ele e dei um rápido beijo em sua bochecha.
- Vamos. – Ele abriu a porta do meu camarim e eu saí do mesmo, ouvindo o pequeno salto grosso da minha bota bater no chão e entrei no camarim ao lado onde minha banda e equipe estava reunida.
- Pronta? – Jessica perguntou e eu afirmei com a cabeça. – Então, vamos. – O pessoal se levantou.
- Po-posso tirar um momento para falar algumas coisas? – Perguntei.
- Claro! – Jessica falou e todo mundo focou em mim.
- Eu queria agradecer a vocês por isso. – Suspirei. – Eu me imaginei nessa situação diversas vezes, pegando o ônibus e conhecendo o mundo e agora eu estou aqui, além de poder fazer o que eu gosto, para as pessoas que eu gosto. – Balancei a cabeça. – Mas eu realmente não sabia que ia ser tão rápido, então quero agradecer ao pessoal da minha gravadora, representado aqui por Jessica e Brent, aos meus produtores, a minha equipe, ao pessoal da montagem dos palcos, que infelizmente eu não sei o nome de todos, mas sei que são essenciais para o que vai acontecer agora. Espero que vocês estejam gostando disso e de tudo que estamos ganhando com essas conquistas. É muito importante para mim. Eu penso que se agora eu estou assim, em alguns anos eu terei reconhecimento mundial, e quero ter todos vocês perto de mim. – Juntei as mãos. – Eu espero não ser metida ou nariz em pé e que em 10 anos eu possa olhar para trás e ver a mesma pessoa de hoje. Persistente, mas não metida, não chata. – Jessica abriu um sorriso.
- À Stone. – Jessica falou alto.
- À Stone. – Todos da sala repetiram e eu abri um sorriso.
- E à The Fucking Stone. – Brinquei e Mack gritou comemorando.
- Vamos arrasar, pessoal. – David gritou, batendo palmas e nós o acompanhamos.
- David e Louis, Mike e Mack, Jack e Emily, Gina, Patrícia, Mônica, Annie e , vão. – Jessica falou e o pessoal começou a sair do camarim nessa ordem e eu fiz o mesmo, pegando meu ponto com alguém no corredor, coloquei o fone em meu ouvido e o fio passou debaixo da minha blusa antes de ser preso na minha calça. – Vai dar tudo certo. – Jessica tocou meus ombros. – Seu pai te desejou boa sorte. – Ela sussurrou e eu afirmei com a cabeça.
- First Wish Tour... Aqui vou eu. – Falei e olhei para o corredor vazio em minha frente e respirei fundo, antes de subir as escadas rapidamente, vendo o pessoal começar a se organizar no palco, que estava com as cortinas fechadas, e uma pequena luz para enxergar.
Peguei meu microfone com um dos técnicos e andei em direção a meu lugar no palco, vendo um pequeno X marcado embaixo do meu pedestal. Encaixei o microfone no mesmo e fechei os olhos, ouvindo o pessoal falar lá atrás.
- Me ouvindo? – Ouvi Jessica em meu ponto e ergui o dedo indicador. – Ótimo. – Ela respirou. – Louis, é com você, em cinco, quatro, três, dois, um...
A contagem foi lenta, mas quando parou, todas as luzes foram apagadas e o público começou a gritar, fazendo com que meu estômago embrulhasse e eu já havia ido ao banheiro hoje. Ouvi as baquetas de Louis fazer a contagem e o arranjo que eles tinham preparado para a primeira música começou.
Não podia olhar muito para trás, mas Mike ao meu lado tinha colocado seus dedos para funcionar e o som ecoou pelo local e eu tirei o microfone rapidamente do pedestal, me colocando ao lado do mesmo. Depois do arranjo pronto, tudo ficou em silêncio, fazendo com que o público gritasse mais. Nesse momento olhei para Mike e assenti com a cabeça, e os acordes de La La Land começou e a cortina caiu rapidamente em nossos pés, fazendo com que eu pudesse sorrir para o pessoal de São Francisco.
- I am confident, but I still have my moments. Baby, that's just me. – Comecei a cantar, apoiada no pedestal. - I'm not a supermodel, I still eat McDonalds. Baby, that's just me. – Soltei do pedestal, começando a caminhar em direção ao público. - Well, some may say I need to be afraid of losing everything, because of where I had my started and where I made my name. Well everything's the same, in a La-la land machine. Machine. – Ouvi Jack e Emily na segunda voz e continuei, vendo Mike e Mack ao meu lado. – Who said I can’t wear my converse with my dress? Well, baby, that’s just me! – Balancei minha cabeça, sentindo meu cabelo bater em minhas costas e eu notei que o que eu faria era incontrolável... E eu simplesmente continuei fazendo.

Soltei um suspiro alto e olhei para a Torre Eiffel e todas as luzes, aquilo era depressivo. Estar em Las Vegas e não poder curtir Las Vegas. David, Louis, Emily e Jack estavam lá embaixo curtindo o cassino do Caesars Palace e eu estava tentando me contentar com o lindo quarto que eu havia ficado.
Com os 21 anos recém-feitos de Jack, ele decidiu aproveitar lá embaixo e Mike e Mack haviam sumido pouco antes da nossa chegada. Jessica não estava perto, então Mack talvez tenha ido apresentar sua identidade falsa. E eu me ferrei.
Olhei para uma fonte d’água um pouco mais perto do hotel e ela se mexia de diversas formas, as luzes mudavam de cor, eram coisas assim que representavam Las Vegas e eu estava pedindo para ser dois anos mais velha.
Puxei a cortina do quarto e me joguei na cama de casal, Emily não estava lá, então ela não se importaria se eu abusasse do seu espaço um pouco. Liguei a TV e comecei a zapear os canais, mas parecia que tudo estava conspirando contra mim, não tinha nada interessante passando. Eu já tinha tomado banho, preparado as coisas para o show no dia seguinte, dado um jeito na minha mala, tirado algumas fotos da vista, agora eu estava presa aqui dentro. Carl e Ariella estavam de seguranças na porta. Eu já tinha tentado sair, Carl só me deu aquela olhada e eu voltei para dentro rapidinho.
- Ei! – Virei o rosto para porta vendo Mike entrar, com um violão na mão.
- Ei, onde você estava? – Ajeitei meu corpo na cama, me sentando.
- Falando com Lacey. – Ele deu de ombros. – Ela está empolgada com o show em Wisconsin.
- Tenho que dizer que também estou, não é Taraboo, mas é seu estado.
- Baraboo, mas você chegou perto. – Soltei uma risada fraca e ele se sentou na beirada da cama. – Achei que podemos trabalhar um pouco.
- Oh não, Mike, eu estou presa em um quarto de hotel em Vegas, Jessica quer fazer um tour pela cidade com todos juntos, então eu tenho motivos para estar depressiva, não quero ensaiar agora. – Falei e ele afirmou com a cabeça.
- Eu sei, mas você está indo bem nas suas lições de violão, quem sabe a gente precise de mais uma guitarra no show? – Ele perguntou e eu suspirei. – Além disso, é sempre bonito uma mulher tocando violão.
- Você é um amor, Mike, já te falei isso?
- Já sim, bastante por sinal. – Ri fraco e ele colocou o violão em meu colo e eu ri.
- Não se preocupe, vocês são minha família. – Falei e ele riu, mostrando a língua para mim. – A gente come junto, dorme junto, se troca junto. Qual é! Já vi o pênis do seu irmão.
- Acho que o mundo já viu o pênis do Mack. – Ele brincou e eu ri. – Ok, vamos parar de graça. – Ele falou. – Tenta tocar When Love Comes Around inteira.

- ...Then between the sand and stone, could you make it on your own. – Apressei o dedilhar no violão, mudando os acordes. - If I could, then I would, I'll go wherever you will go. – Ouvi minha voz ecoar pela sala. - Way up high or down low, I'll go wherever you will go. – Desacelerei os dedos novamente. - And maybe, I'll find out a way to make it back someday, to watch you, to guide you, through the darkest of your days. – Respirei, jogando o cabelo para trás. - If a great wave shall fall and fall upon us all, then I hope there's someone out there, who can bring me back to you. If I could...
- Chega! – Parei as cordas do violão, olhando um Mack raivoso aparecer pelo corredor do ônibus.
- Ah, Mack, vai se ferrar. – Mike gritou, jogando uma almofada nele. – Ela tava indo tão bem.
- Tem gente querendo dormir. – Ele respondeu e eu revirei os olhos.
- Já passam das quatro da tarde. – David falou, conferindo o relógio de pulso.
- A gente teve show ontem e Jack fala a noite toda. – Ele coçou a testa.
- Nós não vamos ficar quietos porque a Bela Adormecida quer dormir. – Falei. – Porque quando você inventa de pegar aquele baixo às cinco da manhã ou chegar bêbado da farra, ninguém reclama... – Falei dura com ele. – Se quiser dormir, fique à vontade, eu não vou parar. – Respirei fundo quando terminei e ele me encarou um tempo, antes de sair pelo corredor novamente e subindo em sua cama.
- Essa foi forte. – Emily cochichou.
- Posso ter exagerado um pouco, mas é seis contra um, ele está enchendo o saco desde Las Vegas. – Balancei a cabeça.
- Prefiro não falar nada. – Louis falou brincando com suas baquetas.
- Bom dia! – Jessica apareceu, se pendurando no ônibus em movimento e eu tirei o violão do caminho e ela sentou no sofá em U no fundo do ônibus. – Problemas no paraíso?
- Só estresse. – Jack falou.
- Pois é, ficar três meses juntos, trancado em um ônibus, acordando, dormindo e comendo juntos, é um desafio para mente humana. – Ela falou e eu ri fraco. – Não vou culpar vocês. – Afirmei com a cabeça. – Mas por que vocês não dão um tempo? Estamos entrando no estado do Alabama, já, já vamos parar, então deem uma descida, esticar as pernas. – Assenti com a cabeça e Mike foi o primeiro a se levantar, sendo seguido por Louis, indo para a frente do ônibus.
- Posso ser calma de vez em quando, mas posso ser bem difícil também. – Suspirei.
- Eu sei! – Jessica falou. – Mas todos são assim. – Ela deu de ombros. – E não é porque vocês são uma banda que isso vai ser diferente. Uma hora enjoa, os pequenos motivos, de repente, viram coisas gigantescas... Mas vocês estão muito bem ainda. – Ela sorriu.
- Ninguém se matou. – Jack comentou e eu gargalhei.
- Não descarte isso ainda. – Jessica falou e eu arregalei os olhos. – Vai ter bastante briga, mas vai ter brincadeiras também. – Afirmei com a cabeça sorrindo.
- Jessica, o Craig está te chamando. – Mike falou do motorista e Jessica se levantou.
- Ah, , você está melhorando bem. – Jessica apontou para o violão. – Continue assim que em breve te coloco para tocar no show. – Ri fraco.
- Obrigada. – Peguei o violão novamente, colocando em meu colo e ela foi para frente. – Vai, de novo. – Respirei fundo.
- Um, dois, três, quatro. – Jack fez a contagem e eu comecei a dedilhar a música do The Calling em meus dedos.
- So lately, been wondering, who will be there to take my place?

- Oi, pessoal, aqui, eu estou nos bastidores do show em Orlando que começa daqui algumas horas. – Tropecei para trás. – Não ri, Malcon.
- Não estou rindo. – O cara atrás da câmera gritou e eu continuei a andar.
- Bom, hoje é um dia muito feliz para gente porque estamos em Orlando, a cidade da Disney. – Segurei a câmera, chacoalhando-a um pouco. – Mas, tem um porém. – Fiz careta. – Vamos ficar menos de 10 horas na cidade. – Fiz bico. – Porque vamos continuar a viagem durante a noite, até a cidade de Atlanta, na Georgia. – Fiz positivo. – Porque temos outro show amanhã. – Cocei a cabeça. – Quem fez esse calendário mesmo? – Virei para o lado, vendo Emily rir ao meu lado e dar de ombros. - Enfim, pessoal de Orlando, eu espero que vocês aproveitem o show e realmente não se importem, porque eu vou entrar no palco com orelhinhas do Mickey. – Pisquei para eles.
- É nessa parte que eu corto e coloco cenas do show. – Malcon falou abaixando a câmera e eu ri. – Tá se acostumando a falar com a câmera, hein?! – Ri fraco, mordendo os lábios.
- Ah, a gente vai começando a brincar e, na teoria, eu estou falando contigo, não com a câmera. – Dei de ombros, virando o corpo e ele riu.
- Aonde vamos agora? – Ele perguntou.
- Vamos conferir o palco para o show de hoje para ver se está tudo certo. – Passei pelo corredor, acenando para alguns dos trabalhadores que passavam por lá e subi os degraus que davam para o palco. – Dê uma olhada aqui. – Apontei para as guitarras dispostas lado a lado atrás do palco. – Essas são todas as guitarras do Mike. – Passei a mão nelas. – Ele tem o dom de estourar corda de guitarra. – Olhei para câmera e dei de ombros. – Temos baixos, conjuntos de baquetas, microfones extras, pedestais extras, tudo fica nesse cantinho escuro do palco que ninguém vê. – Dei mais alguns passos para dentro do palco. – E aqui está nosso lindo palco, que com luzes e holofotes fica muito mais bonito. – Brinquei. – Lá em cima temos Louis e David, aqui embaixo Jack e Emily e aqui na frente fica eu, Mack e Mike. – Virei para Malcon novamente. – Os responsáveis por mais de 50% da diversão do show inteiro. – Dei de ombros.
- Corta! – Malcon falou e abaixou a câmera.
- O quê? – Perguntei.
- Louis está aparecendo no fundo.
- Ah, mas não tem problema.
- Com a namorada dele. – Ele falou e eu virei o rosto em direção ao espaço vazio em frente ao palco.
Louis estava no meio do local, conversando com uma garota, provavelmente deveria ser a Agatha que ele me contou, ela era daqui, apesar de terem se conhecido na outra Disney. Ele era bem alto para ela, ela deveria bater no peito dele ou algo assim. Ela era baixinha e gordinha como ele tinha falado, mas essa menina tinha estilo. Seus cabelos eram pretos bem escuros, e ela usava uma saia jeans e meias altas que me deixou com inveja.
- Já volto! – Falei para Malcon e desci os degraus que tinham em frente ao palco e passei pela grade já colocada e andei em direção a eles, vendo Louis olhar para nós, soltando uma risada fraca. – Oi, gente!
- Oi! – Eles falaram juntos.
- Quem é sua amiga, Louis? – Perguntei, me fazendo de desentendida.
- Agatha, ; , Agatha. – Ele falou e eu dei um rápido abraço na mesma, eu era um pouco mais baixa que Louis, então tive que me abaixar bastante.
- É um prazer te conhecer. – Ela falou com um sorriso de orelha a orelha.
- Ah, o prazer é meu! – Abri um sorriso. – Louis falou bastante de você. – Abri um sorriso e vi o francês me fuzilar com o olhar.
- Oh, obrigada! – Ela riu fraco.
- Então, você vai ficar para o nosso show? – Perguntei.
- Não perderia essa oportunidade por nada. – Ela riu fraco.
- Creio que terão muitas oportunidades para você. – Pisquei para ela que ficou vermelha e Louis também. – Então, você quer dar uma volta lá dentro? Emily está lá e em breve todo mundo vai aparecer para fazer um rápido ensaio, você pode acompanhar se quiser.
- Claro, vai ser ótimo! – Ela falou rindo e eu comecei a andar com eles ao meu lado. – Sei que não deveria dizer isso, já disse para Louis diversas vezes, mas vocês são muito bons.
- Oh, obrigada! – Agradeci de coração. – É bem importante para mim, nosso começo está dando muito certo. – Suspirei e subi os degraus. – Vamos lá, primeiro de tudo, esse é Malcon nosso fotógrafo, cinegrafista pessoal e diretor de vários videoclipes. – Falei, apontando para ele.

- Olá, Nashville! – Gritei para o público que respondeu com gritos, me fazendo rir. – Eu gostaria de ser a primeira a dar as boas-vindas à First Wish Tour. – Eles gritaram novamente e eu coloquei a mão acima dos olhos, para enxergar o público. – Uau! Temos uma plateia boa aqui hoje.
- E aí, Nashville? – Mack gritou empolgado no microfone, me fazendo rir. – É incrível poder estar em uma das cidades americanas mais importantes da música. – Ri vendo o pessoal gritar novamente.
- Eu ainda não consigo acreditar em tudo isso, é uma honra poder fazer esse show e ainda mais ter esse local lotado com pessoas que gostam da nossa música. – Falei no microfone e eles gritaram. – Obrigada por isso.
- , é verdade que você é fã da música cowntry? – Mike perguntou, emendando um de nossos diálogos pré-prontos.
- Sim, é verdade! Eu acho incrível o jeito que vocês dançam, o ritmo, e o engraçado é que no Brasil temos o sertanejo, que é bem parecido, mas é dançado diferente. – Segurei o pedestal e comecei a virar o corpo, como se fosse dança à dois.
- Olha, temos uma bandeira do Brasil ali! – Louis gritou da bateria e eu virei o rosto para ele que estava em pé em seu banco, por favor, não caia. – À sua esquerda ali em cima. – Virei o rosto para o pessoal que chacoalhava a bandeira e um rosto gigante se abriu em meu rosto e uma lágrima solitária escorreu pelo mesmo.
- Podemos iluminar ali? – Perguntei para o povo da produção e eles ligaram o holofote em cima deles. – Vocês são brasileiros?
- São! – Mack gritou animado com a resposta.
- Estão curtindo o show? – Perguntei e eles fizeram sinal de positivo.
- E vocês, estão gostando do show? – Mike gritou e o povo gritou.
- Vocês gostaram dos nossos looks? – Segurei o chapéu de cowboy em minhas mãos e passei a mão nas tranças e o povo gritou.
- Mas tenho que dizer que está quente aqui. – Mack reclamou, abrindo os botões da blusa fazendo as mulheres gritarem.
- Ei, temos um grupo de favoritos do Mack aqui? – Perguntei e elas continuaram gritando. – E Mike? – Os gritos foram menores. – Acho que é a vez do Mack.
- Tudo bem, eu supero. – Mike brincou.
- Vocês estão prontos para dançar? – Gritei e eles responderam. – A próxima música é chamada Ready or Not. Manda a ver, Dave! – Gritei para ele que começou imediatamente a tocar o piano.

- Eu realmente amei Show Me Love, é uma música incrível. – Autografei seu CD e devolvi para ela.
- Obrigada! – Agradeci. – É emocionante. – Movimentei os ombros.
- O quê? – Ela perguntou.
- Oh, vocês virem falar comigo, falar sobre o quanto gostam das músicas, do CD, de mim, da banda. É tudo muito emocionante, acho que nunca vou me acostumar com isso. – Soltei uma risada fraca, respirando fundo.
- É bom saber que é valorizado. – Ela suspirou.
- Eu já estive desse lado antes. – Pisquei para ela que afirmou com a cabeça.
- Obrigada!
- Obrigada por vir! – Acenei para ela e vi a próxima fã se aproximando. – Oi! – Sorri para ela, vendo-a com as mãos no rosto, e os olhos vermelhos. – Oh, meu Deus, está tudo bem? – Me levantei.
- É que... Eu... Você! – A ouvi com dificuldades para falar e eu a abracei.
- Calma, respira! – Falei, passando as mãos em suas costas. – Respira fundo! – Falei, me afastando devagar dela que agora tinha as mãos abaixadas. – Pronto? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça. – Agora você pode dizer! – Brinquei e ela riu, me estendendo os pôsteres e CD para mim.
- Eu sou muito sua fã, não acredito que estou aqui! – Ela deu um pulo e eu sorri.
- Ah, que bom que você conseguiu ganhar.
- Na verdade foi minha irmã, fiz minha família inteira participar para vir aqui. – Terminei de assinar as coisas dela e entreguei de volta.
- Eu faria a mesma coisa! – Ri fraco e ela riu. – Gostando da turnê, te vejo no show à noite, não é?!
- Claro, com certeza! – Ela riu e eu sorri abertamente. - Estava contando os dias. – Ela sorriu.
- Então, te vejo lá, espero que cante muito.
- Com certeza! – Ela sorriu e seguiu em frente.
- Parece que está indo muito bem. – David sussurrou ao meu lado e ri.
- Acho que foi porque eu acordei de bom humor hoje.
- O que está difícil atualmente. – Mostrei a língua e ele riu.
- Acho que é o cansaço. – Balancei a cabeça.
- Metade já foi, falta metade. – Ele falou e eu ri.
- Falta metade, David, vamos encarar! – Brinquei e ele riu, batendo a mão na minha. – Presta atenção.
- Oi! – David falou para o próximo fã que apareceu e se levantou para abraçá-lo e eu sorri, apesar de ser cansativo e às vezes irritante, era demais isso, as pessoas vinham e conheciam mais da gente do que nós mesmos e a sensação era simplesmente maravilhosa.

- Oh, meu Deus, isso foi incrível! – Jessica falava ao pé das escadas, enquanto entregava uma toalha para cada membro da banda que descia as escadas.
- Wisconsin tem poder, amor! – Mack falou, pulando os últimos degraus e enrolando a toalha em seu pescoço.
- Tenho que admitir que deve ter sido o melhor show da turnê inteira. – Desci os degraus devagar, pegando a toalha na mão de Robb e respirei fundo.
- É porque é o lugar de Mack e Mike. – Jessica falou. – O povo sabe disso, e faz questão de mostrar carinho.
- Foi incrível! – Emily falou, encostada no batente do camarim e eu ri.
- Sério, eu acho que vou ficar rouca. – Brinquei e Jessica arregalou os olhos.
- Nem brinque com isso.
- Oi! – Olhei para frente do corredor.
- Mãe! – Mike gritou, correndo em direção a mulher baixa que estava do outro lado do corredor.
- E aí, pai! – Mack gritou, abraçando forte o homem alto.
- Nossos meninos arrasaram hoje. – Senti um arrepio passar pelo meu corpo e olhei para eles e suspirei.
- Obrigado, pai. – Mike falou soltando eles e eu suspirei, entrando no camarim e roubando uma banana, passei a toalha rapidamente no rosto suado e enrolei no pescoço.
- Foi demais, mesmo! – Jack apareceu ao meu lado. – Na parte lenta do set, tinha muita gente cantando junto e chorando. – Ele roubou algumas uvas. – Parece que quanto mais o tempo passa, mais o pessoal o povo fica afiado.
- Eu acho que foi o primeiro show que eu realmente chorei em Suddenly. – Balancei a cabeça. – Quando você lembra que essa história não significava nada quando foi escrita e agora faz todo sentido... – Suspirei. – É uma coisa de outro mundo. – Dei de ombros e abri minha banana, mordendo-a rapidamente.
- Sabe, eu estou muito orgulhoso de fazer parte disso. – Ele falou e eu encostei a cabeça em seu ombro.
- Eu também, Jack, brigo com vocês, acordo de mau humor, mas eu gosto muito de vocês. – Suspirei, e ergui o rosto novamente. – Agora eu preciso de um banho e vamos jantar em algum lugar.
- , Jack! – Virei o rosto, vendo Mack e Mike com seus pais.
- Pai, mãe. – Mike falou. – Não sei se lembra de Jack e da nossa estrela, . – Soltei uma risada fraca e me aproximei deles, deixando o resto da banana na mesa.
- Senhor e senhora Derrick, é ótimo revê-los. – Abracei o pai deles rapidamente e depois a mãe.
- Ah, querida, vocês estão indo tão bem. – A senhora baixa falou e eu afirmei com a cabeça. – É tão bom acompanhar esse crescimento. – Ri fraco, assentindo com a cabeça.
- Obrigada! – Abri um sorriso. – Curtiram o show?
- Sim, bastante! – O pai deles falou. – Mas, por favor, Amy e Nathan, nada de senhor e senhora. – Ri fraco.
- Vou tentar, Nathan. – Brinquei e ele riu.
- Então, vocês terão que correr para o próximo estado, ou podem passar um tempo conosco? – Amy perguntou e eu fingi ponderar com a cabeça.
- Estávamos pensando em jantar com vocês. – Olhei no relógio. – Sei que são quase 10 da noite, mas creio que encontramos algum lugar aberto em Wisconsin. – Brinquei e eles riram.
- Acho que consigo arranjar um local. – Nathan falou, pegando o celular.
- Ele vai perguntar se vocês gostam de frango frito. – Mack falou e seu pai bateu em seu braço.
- Com licença? – Ele brincou e eu sorri.
- Nossa, agora olhando mais de perto, desculpe, Nathan, mas eles são a cara de Amy. – Jack falou, colocando mais uvas na boca.
- Eu sei, eu sei! – Nathan ergueu as mãos rindo.
- Michael! – Ouvi um grito da porta e vi uma loira e uma morena aparecerem na porta.
- Lacey! – Mike desviou dos seus pais e sua namorada pulou em seus braços.
- Oi, gente! – Delilah apareceu com Melanie no colo.
- Olha quem está aí! – Gritei.
- Tia . – A pequena estendeu os braços e eu a trouxe para meu colo.
- Ei, você estava no show? – Perguntei com os olhos arregalados.
- Eu tava! – Ela mordeu os lábios.
- E você gostou? – Perguntei.
- Eu adorei! – Ela falou rindo e eu estalei um beijo em sua bochecha.
- E essa blusa? – Fiz cócegas em sua barriga, vendo uma das blusas do meu merch.
- É sua! – Ela falou, rindo.
- Agora é sua! – Falei. – Você está muito linda! – Falei e ela abriu um largo sorriso.
- Como que fala? – Mack falou para a filha.
- Obrigada! – Melanie falou e eu ri vendo a pequena ir para o colo do pai.
- Delilah! – Vi a morena se aproximar meio envergonhada. – Hey there Delilah, what is like in New York City? I’m a thounsand miles away, but girl, tonight, you look so pretty. Yes, you do. Times Square can’t shine as bright as you...
- ! – Ela me parou e eu revirei os olhos.
- I swear is truth. Não sei como eu sou cantora, todos me interrompem! – Voltei para mesa e peguei minha banana.
- Você é muito inconveniente. – Delilah falou e eu ri, abraçando-a rapidamente.
- E todos vocês me amam mesmo assim. – Dei de ombros e ela riu.
- Oi, ! – Lacey apareceu ao meu lado e eu sorri.
- E aí, garota? – A abracei rapidamente. – Tudo certo?
- Tudo certo! – Ela falou rindo. – Belo show. – Abri um sorriso.
- Obrigada, foi muito bom tocar aqui! – Suspirei.
- E aí, vamos sair? – Nathan perguntou. – Eu reservei lugar em um restaurante, não é de frango frito, Mackenzie! – A sala gargalhou, era sempre engraçado ouvir o nome verdadeiro de Mack, e o mesmo revirou os olhos.
- Vamos, deixa eu só organizar essa galera. – Coloquei dois dedos na boca e assoviei alto, fazendo algumas pessoas mais próximas colocar a mão no ouvido. – Atenção, The Fucking Stone. – Gritei. – Temos reserva para um restaurante, quem for, se troque e nos encontre lá fora em 20 minutos. Quem não for, ficará preso no ônibus da turnê. – Falei e assoviei novamente, vendo o pessoal começar a se movimentar rapidamente. – Vocês cinco podem esperar aqui. – Falei, apontando para os sofás, onde cada um foi pegando sua mochila rapidamente.
Me aproximei da mesa de comida novamente e terminei minha banana com a maior calma do mundo, jogando a casca no lixo. Fui perto do sofá e peguei minha mochila, saindo da sala e segui para o camarim, batendo na porta antes de entrar.
- . – Gritei, abrindo a porta devagar e entrando no mesmo.
David e Louis já estavam prontos sentados no sofá, eles tinham adiantado enquanto ficamos conversando com os familiares de Mack e Mike. O resto se trocava. Depois de 33 shows, a gente já havia perdido totalmente o pudor em frente a nós mesmos. Não adiantava querer ficar escondendo o corpo aqui e ali enquanto tínhamos uma sala para os sete se trocar. Então, com o tempo, isso foi simplesmente ignorado.
Achei um lugar perto da mesa e apoiei minha mochila na mesma, puxando uma troca de roupa, jeans e camiseta. Tirei meus tênis de forma desajeitada e puxei a blusa por cima, trocando-a pela limpa e joguei a suja em um cesto que tinha ali, Robb cuidava para que as roupas fossem lavadas e devolvidas para nós.
Tirei a calça jeans e troquei pela limpa também e me apoiei na mesa, para recalçar meus tênis. Procurei dentro da bolsa pelo desodorante e repassei por baixo da blusa rapidamente e fui até o banheiro, esperando Jack sair do mesmo e dei uma lavada no rosto, meu lápis estava borrado um pouco embaixo e meu batom já havia saído. Refiz ambos rapidamente e tirei as lentes de contato dos olhos, descansando os mesmos, e logo abri espaço para Emily entrar.
Olhei pelo reflexo do espelho ela tomar seus remédios e voltei a guardar minhas coisas dentro da bolsa. Peguei meus óculos e os coloquei, sentindo meus olhos agradecer por aquilo. Conferi se minha bolsa do aparelho estava na mesma e procurei por uma escova, passando rapidamente em meus cabelos úmidos, e guardei tudo, suspirando.
- Prontos? – O pessoal se entreolhou e eu coloquei a mochila nas costas, vendo o povo começar a andar porta afora. – Está tudo bem? – Olhei para Emily saindo do banheiro.
- Sim, só os remédios diários. – Afirmei com a cabeça, sorrindo.
- Então, vamos. – Indiquei a porta para ela, vendo se nada havia faltado e peguei rapidamente meu celular, mandando um e-mail para meu pai “Wisconsin cumprido, faltam só seis shows para eu te ver”.
- Vamos? – Jessica estava parada no corredor e eu afirmei com a cabeça, bocejando rapidamente. – Carl, Ariella. – Ela falou para meus seguranças e um se colocou a frente e outro atrás.
Andei com Jessica ao meu lado na direção oposta da que eu estava acostumada. Em minha frente tinha minha banda e os familiares dos gêmeos. Assim que as portas de fora foram abertas, eu comecei a ouvir os gritos e flashes e suspirei, vendo Jessica indicar a caneta para mim. Apoiei a mochila melhor em minhas costas e saí do corredor, vendo os fãs dos lados da saída, com os seguranças nos indicando o caminho.
- , ! – Ouvi o pessoal gritar e fui para um lado, sorrindo e assinando os pôsteres que estavam dispostos ali para mim.
- Oi! – Falei para algumas pessoas, assinando capas de CD e camisetas.
- Vamos! – Jessica falou em meu ouvido e acenei para o pessoal, seguindo os cabelos loiros de Carl, antes de entrar no carro preparado para mim, logo minha empresária entrou atrás de mim e o carro saiu, com os fãs ainda gritando por nós.

Abri os olhos lentamente e virei o corpo na cama, quase caindo do outro lado e segurei minhas mãos na mesma, ajeitando meu corpo e olhei para cima, para o pequeno espaço de 60 centímetros que eu tinha do meu corpo para o teto. Virei para a pequena janela que tinha ao lado da cama e vi as árvores passando rapidamente, bocejei.
Abri a cortina do meu lado e coloquei os pés para fora, demorando um pouco para pisar no chão, conferindo se Louis não tinha deixado os braços para fora novamente naquele dia. Fui no pequeno armário na lateral da minha cama e peguei minha bolsa de higiene pessoal e a troca de roupa que estava separada e andei até a parte de trás do ônibus, acenando para David que estava jogado no sofá, mexendo no computador e ele sorriu.
- Bom dia! – Falei baixo e ele assentiu com a cabeça e eu abri a porta do banheiro.
- Ei! – Ouvi e vi Mack no vaso sanitário e fechei a porta novamente.
- Desculpe! – Falei para ele.
- Ah, que cheiro! – David reclamou e eu coloquei a mão na testa, suspirando.
- Mackenzie Derrick. – Apontei para o banheiro. – Esperava algo diferente? – O japonês riu fraco e deu de ombros.
- Pronto, tá livre, madame! – Mack saiu do banheiro, espirrando seu desodorante em mim.
- Não faça isso, pode causar uma explosão! – David brincou e eu ri, antes de entrar no pequeno banheiro e puxei a porta.
Abri minha bolsa e peguei o perfume, espirrando um pouco, vendo se o cheiro saía mais rápido e suspirei. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e lavei meu rosto, sentindo o ônibus balançar um pouco, mas eu já estava acostumada. Terminei de lavar o rosto e coloquei a escova de dente na boca, enquanto fazia minhas necessidades fisiológicas. Cuspi a pasta na pia e dei a descarga.
Puxei minha blusa do pijama para cima e coloquei o sutiã e uma camiseta leve, passaríamos o dia todo na estrada hoje e, em breve, todo mundo estaria dormindo de novo, comendo ou ensaiando. Pena que a parte de descanso não era, oficialmente, descanso. Troquei a calça do pijama por um shorts e juntei minhas coisas, saindo do banheiro, vendo se alguém estava esperando, mas não.
Guardei minhas coisas no pequeno armário ao lado da cama e voltei para perto da David, ligando a cafeteira e pedindo dose dupla de expresso e logo vi a máquina derrubar café no copo. Coloquei açúcar no mesmo e mexi rapidamente, antes de fechar a tampa, medidas de segurança em um ônibus em movimento, e me sentei ao lado de David.
- O que está vendo? – Me aproximei dele, vendo-o mexer no notebook.
- Vendo os vídeos que saiu do show de ontem, comentários, críticas... – Ele deu de ombros. – Nada que a gente precise se preocupar.
- Algo ruim? – Perguntei e ele negou com a cabeça.
- Não, estamos indo melhor que a encomenda. – Ele brincou e eu ri.
- Estamos, Dave, nós estamos. – Suspirei, bebendo um gole do café quente. – E Virgínia? – Apontei para a conversa no MSN que piscava.
- Ela vai bem. – Ele riu. – Trabalhando bastante, ela passou mal noite passada, é péssimo não poder estar com ela. – Afirmei com a cabeça.
- Nem diga! – Suspirei.
- E a faculdade? – Ele perguntou para mim e eu suspirei.
- Tive que adiar as provas desse semestre, a faculdade concordou que eu não perdesse o semestre inteiro, eu optei em fazer as provas durante a viagem, mas não confiam que eu não cole... E estão certos. – David riu. –Vou fazer na primeira semana do ano que vem, no começo do novo semestre. Vamos ver se eles não voltam atrás.
- Espero que não! – Ele falou. – Você pode não usar isso, mas vai ter um certificado de curso superior. – Assenti com a cabeça.
- E de quebra, eu vou conquistar o mundo.
- Nem posso rir disso, porque está virando verdade. – David riu e eu dei de ombros.
- Oi, gente! – Mike apareceu na pequena sala, se sentando em um canto do sofá.
- Bom dia. – Falei e ele assentiu com a cabeça, coçando os olhos.
- Acordou cedo, o que foi? – David, o paizão, perguntou.
- Eu preciso de papel e caneta. – Empurrei o bloco e a caneta pela mesa, em sua direção.
- O que foi?
- Eu acho que estou com uma ideia para uma música. – Ele encostou as costas no sofá e começou a rabiscar.
- Eu preciso tentar fazer isso também. – Falei suspirando.
- É fácil, pegue os melhores ou piores sentimentos, suas emoções, suas ideias, suas opiniões sobre si e o mundo e escreva. – Mike falou. – O mais fácil é criar uma música por cima depois. – Ri fraco, acenando com a cabeça e ele tirou algumas folhas do bloco e o jogou de volta para mim. – Só colocar a mente para funcionar.

- Estamos em Nova York, e vamos tocar em um dos lugares mais famosos do mundo, o Madison Square Garden. – Falei andando por onde seria o campo de basquete, que estava coberto com uma madeira branca. – Esse lugar já grandes lendas da música como Michael Jackson, Britney Spears, Shakira. – Soltei uma risada, andando de costas. – E hoje é a nossa vez. – Apontei para câmera. – Todos os lugares vendidos, para o segundo maior show dessa turnê. – Falei.
- Por que segundo? – Malcon perguntou.
- Porque Boston vai ser o maior. – Dei de ombros, andando em direção ao palco e subindo pelos degraus. – Esse é o palco, que vocês já estão acostumados em ver, mas dessa vez ele é um pouco maior. – Apontei para as laterais. – E tem um espaço maior para correr, pular e cair. – Ri fraco, lembrando do show da Filadélfia, na Pensilvânia. – Sim, eu caí durante Right Here, mas é assim que se aprende. – Dei de ombros. – E, além do show ser nesse lugar incrível, nós temos mais surpresas aqui. – Chamei a câmera e desci as escadas que davam para o camarim e entrei em uma das portas. – Temos meu pai, minha avó e minhas amigas do Brasil para nos ver hoje. – Apontei para eles. – E a mãe e irmã de Jack também. – Apontei para elas. – Isso é motivo o suficiente para gente estar empolgado em dar o nosso melhor hoje. Certo, Gemma? - Apontei para a irmã mais nova de Jack.
- Certo! – Ela falou e eu ri.
- O que vocês fazem agora? – Malcon perguntou.
- O pessoal está terminando de arrumar o som, e daqui a pouco vamos fazer uma rápida passagem, que daqui duas horas as portas serão abertas para esse povo entrar e aí ficaremos aprisionados aqui nesse espaço que está virando nossa casa. – Dei de ombros e Malcon riu. – Me dá um tempo, ok?! – Falei e ele abaixou a câmera. – Vê se algum dos garotos não quer falar algo.
- Eles devem estar dormindo ainda. – Dei de ombros.
- Acorde-os! – Falei e ele confirmou com a cabeça rindo e eu segui para dentro da sala.
- Ainda não acredito que você realmente virou uma estrela. – Lara falou em inglês e eu dei de ombros.
- Todos os ventos estão conspirando a favor. – Falei rindo e ela afirmou com a cabeça se levantando.
- Vocês estão indo muito bem. – Branca, mãe de Jack falou e eu afirmei com a cabeça. – Até na Itália o pessoal está falando de você.
- No Brasil também. – Marina falou e eu suspirei. – Vocês pretendem fazer turnê mundial?
- Não com esse CD. – Falei honesta. – Queremos emendar a produção de outro CD rápido, a gente tá sendo um sucesso, mas podem se esquecer de nós rapidamente. – Dei de ombros. – Acabando a turnê, teremos uns dois meses de férias, aí vamos começar tudo de novo.
- É bom, mas eu duvido que irão se esquecer de vocês. – Branca falou e eu ri fraco.
- Espero que não. – Falei sincera e suspirei. – E você, como está?
- Hoje é um dia bom. – Ela falou afirmando com a cabeça.
- Você pode assistir ao show daqui dos bastidores, se preferir.
- Obrigada, querida! – Ela falou honesta, balançando a cabeça.
- Oh, e eu tenho um presente para você. – Falei, seguindo para o outro cômodo, pegando uma bandana do merch e voltei. – Achei que você ficaria bem radical. – Estiquei a bandana para ela que respirou fundo e se levantou, prensando os lábios uns nos outros.
- Ó, querida! – Ela me abraçou forte e eu senti vontade de chorar.
- Estamos juntas nessa. – Falei suspirando, passando as mãos em meu rosto e dei um beijo na testa da mais baixa.
- Obrigada! – Ela apertou a bandana nas mãos. – Significa muito para mim.
- Você é uma parte importante da nossa equipe. – Suspirei.
- Obrigada! – Ela falou feliz e eu limpei suas lágrimas.
- Você é mais forte do que parece, Branca. – Falei, respirando fundo.
- Mãe! – Jack apareceu na sala e eu afastei, dando espaço para ele abraçar sua mãe e eu suspirei, me sentando ao lado do meu pai que me abraçou rapidamente.
- Pequenas ações. – Ele falou em meu ouvido e eu afirmei com a cabeça.
- É o mínimo que podemos fazer. – Suspirei.
- Vamos, vamos, vamos! – Jessica apareceu na sala, batendo palmas. – Banda no palco em cinco minutos. – Ela gritou e eu suspirei, me levantando.
- Querem assistir ao pré-show? – Perguntei.
- Com certeza! – Lara e Marina se levantaram rapidamente e eu ri.
- E você, vovó? – Perguntei em português. – Quer assistir ao ensaio?
- Vou tirar uma soneca para aguentar na hora do show. – Ela suspirou.
- Fique à vontade. – Falei, sorrindo. – Qualquer coisa pode chamar qualquer um aqui para te ajudar. – Falei. – Só não prometo que saibam português. – Ela riu.
- Obrigada, querida. – Ela sorriu. – Vai lá. – Afirmei com a cabeça e segui meu pai para o corredor e subi no palco.
- Pessoal convidado lindo que amamos. – Jessica gritou. – Fiquem nas laterais, por favor.
- Ouviu, Gemma? – Falei para a irmã de Jack. – Sem invadir o palco.
- Tá, eu entendi da primeira vez. – Ela riu fraco, cruzando os braços e eu caminhei até o meio do palco, segurando meu microfone.
- Vamos repassar o set lento, ok?! – Jessica gritou. – Dave, no piano.
- Posso? – Perguntei. – Eu tenho treinado.
- Não temos muito tempo, então não erre. – Jessica falou e eu ri fraco, subindo pelas escadas laterais até o piano.

- E agora, apresentando o prêmio de álbum pop/rock favorito, recebam ao palco, Backstreet Boys! – A voz do AMA falou e eu gritei junto com o pessoal, vendo uma das minhas bandas favoritas subir ao palco.
- Obrigado! – Howie falou no microfone.
- E aí! – Brian gritou.
- Uhul! – Kevin gritou também, me fazendo rir.
- Não sei sobre vocês, mas é muito bom estar de volta. – Howie falou.
- Isso! – Brian seguiu.
- Hoje esse prêmio representa o CD que mais marcou esse ano de 2005. – Howie falou.
- E também, a representatividade de maior venda e sucesso no país e no mundo. – Brian falou.
- Os prêmios são escolhidos e nós não sabemos até esse momento. – Kevin falou, contornando Brian.
- E, por isso, os envelopes chegam selados, até a hora da apresentação. – Nick falou, se inclinando para o microfone.
- Agora, os indicados para álbum pop/rock favorito. – AJ falou, e a tela se iluminou, com a voz falando.
- Álbum Pop/Rock favorito. – Foi dito. – Green Day, American Idiot. – O pessoal gritou e eu aplaudi. – Coldplay, X&Y; Kelly Clarkson, Breakaway; The Black Eyed Peas, Monkey Business; e Stone, Make a Wish. – Senti meu coração parar por um segundo e respirei fundo, eu estava concorrendo com gente gigante, no mundo da música há tempos.
- E o American Music Awards vai para... – Brian falou abrindo o envelope. – Stone, Make a Wish. – Meus olhos se arregalaram e minha boca foi parar no chão. Mike me chacoalhou e eu levantei da cadeira, abraçando-o fortemente e soltei uma risada sozinha.
- Vai, vai! – Mike falou e eu segui para o palco, com ele ao meu lado, subindo os degraus e andando em direção aos Backstreet Boys.
- Parabéns! – Nick foi o primeiro a me abraçar e eu só conseguia rir, passando por Brian, Kevin Howie e AJ por último, que me entregou o prisma do AMA e eu me coloquei em frente ao palco.
- Oh, meu Deus! – Falei rindo, enquanto o pessoal aplaudia. – Obrigada, obrigada! – Falei rindo. – Eu realmente não tenho muito o que dizer, eu já achei uma honra ser indicada para essa categoria com um CD novo, contra pessoas que estão no mundo da música há muito mais tempo. – Respirei. – E ainda ganhei o de artista revelação, então, obrigada! – Segurei o prêmio com força. – Obrigada por nos dar essa chance em mostrar a vocês para o que viemos. – Respirei fundo. – Isso significa muito para mim. – Soltei o ar pela boca. – E ainda receber o prêmio dos Backstreet Boys, isso é demais! – Virei para os cinco que estavam no canto do palco rindo. – Obrigada por nos darem essa oportunidade. – Assenti com a cabeça e virei as costas, vendo a vinheta começar a tocar e segui para fora do palco com Mike, rindo. – Obrigada! – Falei para os meninos dos Backstreet Boys que saiam juntos pelos bastidores.
- Você merece, garota. – Brian falou e eu sorri.
- Obrigada! – Ri fraco. – Às vezes acho que a ficha não caiu ainda.
- Ela pode nunca cair, viu?! – Kevin falou e eu suspirei, afirmando com a cabeça.
- Mas viver o sonho é bom. – Howie completou e eu afirmei com a cabeça.

- Com licença. – A aeromoça apareceu ao meu lado e eu ajeitei meu corpo, passando a mão no rosto. – Desculpa te incomodar, senhorita Stone, mas tem duas meninas querendo falar contigo. Elas estão pedindo há um tempo. – Abaixei os pés e endireitei meu corpo.
- Claro, claro! – Respirei fundo. – Só me dê dois minutos, por favor. – Falei respirando fundo e dei uma ajeitada rápida em meu cabelo e passei a mão no rosto, e estralei o pescoço, colocando a poltrona do avião na vertical.
Olhei para o lado e Mike dormia todo desajeitado na sua poltrona e eu ri fraco, balançando a cabeça. Ajeitei meu corpo na cadeira e peguei um marcador na minha bolsa e respirei fundo, acenando para a aeromoça e ela fez o mesmo sinal e duas meninas passaram para a primeira classe. Uma deveria ter a idade de Gemma, uns 10, 12 anos, a outra era mais velha, talvez um pouco mais nova que eu.
- Oi! – Falei para elas que tinham largos sorrisos no rosto.
- Oi! – Elas falaram juntas.
- Desculpa te atrapalhar. – A mais velha falou.
- Ah, não se preocupe com isso. – Falei sorrindo. – Como estão?
- Bem! – Elas falaram sorrindo.
- O que posso fazer por vocês? – Elas me esticaram encartes de CD e um pôster.
- Pode assinar?
- Claro! – Falei, começando a assinar os produtos rapidamente. – Qual são seus nomes?
- Marissa e Viola. – A mais velha falou pelas duas e eu assinei o pôster no nome de ambos.
- Belos nomes! – Falei sorrindo.
- Obrigada! – Elas falaram.
- Você é muito bonita! – A mais nova falou e eu sorri.
- Obrigada! – Falei rindo fraco. – Por que vocês não me dão um abraço e um beijo cada uma? – Perguntei e elas abriram um sorriso e eu me levantei, abraçando a mais velha e estalando um beijo em sua bochecha primeiro e depois me sentei novamente, para fazer o mesmo com a mais baixa.
- Vocês vão ao show de Newark? – Perguntei, me referindo para onde eu estava voando.
- Sim, com certeza! – Elas falaram animadas.
- Espero que gostem! – Sorri e elas acenaram. – As vejo lá. – Falei e elas saíram em direção à aeromoça.
- Obrigada! – A mesma falou e eu assenti. – Sei que você não precisa...
- Não se preocupe. – Falei rindo. – Na verdade, eu preciso. – Respirei fundo. – Elas pagam minhas contas. – Brinquei e ela afirmou com a cabeça.
- É um jeito diferente de pensar. – Dei de ombros.
- Já estive do lado delas, eu sei como é. – Falei e ela sorriu.
- É um prazer te conhecer. – Ela se levantou novamente e andou até seu posto novamente.
- Eu sei que está fingindo, Mike. – Falei e virei o rosto para ele que tinha um olho aberto e ria.
- Não é como se você falasse muito baixo. – Ele falou e eu revirei os olhos.
- Cala a boca!

- Ei, olha quem voltou para turma do ônibus. – Falei e ela riu, dando de ombros.
- Está quase no fim. – Jessica falou e ela apontou para o espaço ao seu lado. – Sente-se aqui, precisamos conversar. – Peguei o copo de café cheio e me sentei ao seu lado, bebendo um gole.
- Eu odeio quando você fala assim. – Brinquei e ela riu.
- Não se preocupe! – Ela falou. – Só tenho algumas informações para te passar. – Ela falou e afirmei com a cabeça.
- Ok.
- Make a Wish virou disco do ouro no Brasil, Itália, França, México, Argentina, Austrália, Canadá e no Reino Unido. – Arregalei os olhos. – Isso quer dizer que o número de vendas para esse patamar em cada país foi batido.
- Não são iguais? – Perguntei.
- Não, isso varia com a população. – Afirmei com a cabeça.
- Isso é bom demais, não é?! – Perguntei e ela riu fraco.
- Sim, mas tem mais. – Ela respirou fundo. – E já virou disco de platina aqui nos Estados Unidos e no Japão. – Arregalei os olhos. – Isso é cinco vezes mais que o ouro.
- Oh, meu Deus! – Senti meus olhos lacrimejarem e o ar faltar, me fazendo respirar igual cachorrinho. – Isso é incrível. – A abracei de lado e ela riu fraco.
- Eu sei, querida, eu sei. – Ela suspirou. – Mas tem mais.
- Mais? – Perguntei e ela afirmou com a cabeça.
- Desde o começo das vendas, Boston tem sido um problema, marcamos em um lugar e ele lotava, remarcamos em um local maior e lotava e foi assim por quatro lugares. – Arregalei os olhos.
- Aonde vai ser o show de Boston? – Perguntei.
- No Gillette Stadium. – Arregalei os olhos.
- O estádio do New England Patriots onde a gente gravou Show Me Love? – Gritei um pouco alto demais.- Oh, meu Deus! – Senti meu corpo tremer e arrepiar e a barriga borbulhar.
- O que foi? – Vi Louis, Mike e Emily caírem de suas camas.
- Vocês vão tocar no Gillette Stadium em Boston. – Jessica falou.
- Oh, meu Deus! – As reações foram as mesmas que a minha e eles logo se aproximaram de nós.
- É nosso primeiro show em estádio. – Emily falou.
- Vocês dão conta? – Jessica nos desafiou.
- O que foi? – David e Jack apareceram em seguida.
- Quantas pessoas? – Louis perguntou.
- 50 mil pessoas. – Meu corpo foi para trás rapidamente e eu travei, tentando me lembrar de respirar.
- Vamos fechar a turnê com um show para 50 mil pessoas? – Mack apareceu atrás de todos.
- Vamos! – Falei, puxando e soltando o ar diversas vezes.
- Oh, meu... – Jack deixou a palavra no ar.
- Oh, e ela te contou dos discos de ouro e de platina que ganhamos? – Falei e eles arregalaram mais o CD.
- Ah, e já que vai ser algo grande, encomendei o primeiro DVD de vocês, e vai ser gravado aqui em Boston. – Ela falou. – Façam o melhor show da turnê. – Ela suspirou.
- Eu acho que vou voltar para cama depois dessa. – Falei, deitando minha cabeça na mesa.

- Suddenly, I am center stage. Suddenly, I am not afraid. Suddenly, I believe again. In a blink of an eye, it's happening now. – Apertei as mãos em meu vestido, fechando os olhos e inclinando o corpo para frente. - As my dreams begin to reign. I wanna sing who loves me for me, what's inside. I wanna be positive, love right away, there's so much for you. This is life. – Ergui o corpo, ouvindo Gina tocando o violino e olhei para o público, vendo duas pessoas acenando para mim, e , fazendo com que um largo sorriso abrisse em meu rosto e eles sorriram, notando que eu vi. Meu quarteto começou a tocar junto e eu ergui o corpo. - Suddenly, I am center stage. Suddenly, I am not afraid. Suddenly, I believe again, in the blink of an eye... – Respirei fundo. - My dreams begin to reign. – Ouvi os dedos de David no piano e sorri, respirando fundo e ouvindo o pessoal gritar por mim e as luzes se apagarem.
Virei a garrafa em minha boca rapidamente, e olhei para Mike que fazia positivo para mim e eu assenti com a cabeça, agradecendo e me devolveram o microfone novamente e eu andei para a frente do palco, vendo as luzes da frente se ligarem novamente, mostrando somente eu, Mike e Mack.
- E aí, Boston?! – Gritei vendo o pessoal responder. – Eu tenho que dizer que hoje é um dos momentos mais importantes de nossa carreira. Porque esse é o único show que está sendo feito em um estádio. – Falei e o pessoal gritou novamente e eu ri. – Nós começamos a marcar em lugares menores, e lotaram rapidamente e quando vimos estávamos aqui no Gillette Stadium. – Eles gritaram novamente. – Que é um lugar importante para nós, pois gravamos o clipe de Show Me Love aqui. – Eles gritaram novamente.
- Acho que eles não sabiam disso. – Mack brincou e eu ri.
- Sim! – Falei. – E também, é um show importante, pois todos nossos amigos e familiares estão aqui, nos prestigiando. – Olhei para e bem próximos ao palco e sorri. – Então obrigada a todos, esse ano foi incrível para todos nós, nós éramos nada, e estamos em cima desse palco hoje. – Apontei. – Nessa mesma época no ano passado nós estávamos sendo apresentados para a imprensa e olhe tudo que aconteceu depois disso. – Falei e eles gritaram. - Sim, é um momento importante para nós, estamos gravando nosso primeiro DVD aqui hoje, com mais de 50 mil pessoas presentes, com fogos de artifício, troca de figurinos e muitas surpresas para vocês. – Eles gritaram novamente.
- Mas, aparentemente temos mais surpresas aqui hoje? – Mike falou e eu ri.
- Sim! – Falei e as luzes de trás do palco ligaram, mostrando um piano de calda aqui embaixo.
-Tãram! – Mike brincou e o pessoal aplaudiu.
- Nosso show está quase no fim, temos só cinco músicas, mas para terminar o set lento, nós preparamos algo especial para vocês. – Falei e segui para o piano, me sentando no mesmo e ajeitando a barra do meu vestido e coloquei o microfone no apoio em cima do piano.
- Tenham paciência, ok?! – Mack gritou e eu revirei os olhos.
- Essa próxima música é para você que pensa muito antes de agir, que pensa nos outros antes de pensar em você, que tem dúvidas e medos, pensando em magoar os outros. – Falei, erguendo a tampa do piano. – Você precisa viver como se não houvesse amanhã. – Falei e o público gritou.
David começou a mixagem de fundo da música junto comigo e eu comecei a dedilhar meus dedos nas notas do piano, começando Live Like There’s No Tomorrow. O holofote estava só em mim, mas sabia que logo Jack e Emily apareceriam ao meu lado. Abaixei as mãos do piano, focando no canto.
- If time came to an end today, and we left too many things to say. If we could turn it back, what would we want to change? – O público gritou e eu abri um sorriso. Voltei as mãos para o piano, tocando delicadamente as notas. - Now'a the time to take a chance, come on, we gotta make a stand. What have we gotta lose, the choice is in our hands. – Respirei novamente. - And we can find a way, to do anything, if we try to live like there's no tomorrow. – Minha banda entrou toda junta, me fazendo arrepiar.
- 'Cause all we have is here, right now. – Vi Jack na minha visão e sabia que Emily estava atrás de mim.
- Love like it's all that we know. – Fechei os olhos, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
- The only chance that we ever found.
- Believe in what we feel inside. Believe and it will never die. Don't ever let this life pass us by. Live like there's no tomorrow. – Abri um sorriso, respirando fundo, continuando sozinha e abaixei as mãos do piano. - If there never was a night a day, and memories could fade away. Then there'd be nothing left but the dreams we made. – Voltei a passar os dedos nas notas, movimentando o corpo conforme preciso. - Take a leap in faith and hope you fly, feel what it's like to be alive. Give it all that we've got and lay it all on the line.
- And we can find a way to do anything, if we try to live like there's no tomorrow. – O público cantou junto me fazendo parar por um momento, e voltar no refrão.
- 'Cause all we have is here, right now. – Jack cantou, sorrindo para mim.
- Love like it's all that we know. – Senti minha garganta forçar e respirei fundo.
- The only chance that we ever found.
- Believe in what we feel inside. Believe and it will never die. Don't never let this life pass us by. Live like there's no tomorrow. – Respirei fundo, balançando a cabeça. - Be here by my side, we'll do this together. Just you and me. Nothing is impossible, nothing is impossible. – Forcei os dedos nas notas, repetindo as palavras e Mike apareceu ao lado de Jack em um pequeno solo de guitarra. - Live like there's no tomorrow. – Senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- 'Cause all we have is here, right now.
- Love like it's all that we know. – Respirei fundo, deixando Emily cantar sozinha por um tempo.
- The only chance that we ever found.
- Believe in what we feel inside. Believe and it will never die. Don't never let this life pass us by. Live like there's no tomorrow. – Voltei forte, apertando as notas do piano. -Live like there's no tomorrow. Live like there's no tomorrow. – Suspirei, ouvindo a música acabar e abaixei a cabeça, ouvindo o público gritar e as luzes se apagarem acima de mim.

- Uhul! – Olhei para frente, vendo toda equipe acumulada no corredor da saída do show me aplaudindo e respirei fundo, passando as mãos nos olhos.
- Oh, meu Deus. – Falei, soltando o ar com dificuldade.
- Precisa de um lenço? – Robb perguntou e eu puxei o ar, afirmando com a cabeça e ele me estendeu o dele, me fazendo respirar fundo.
- Foi demais! – Brandon me abraçou pela cintura, me pegando no colo e eu ri fraco, sentindo meu nariz entupir.
- Foi... – Respirei fundo e o abracei forte, escondendo meu rosto em seus ombros.
- Você merece tudo isso, garota. – Ouvi a voz de Jessica perto do meu ouvido e ela beijar minha cabeça e eu respirei fundo, passando o lenço em meus olhos.
- Eu não consigo acreditar. – Falei. – E vocês ainda me fazem isso tudo, todo mundo aqui. – Abracei Henry em seguida e ele riu fraco.
- Sim, , todos aqui por você. – Ele falou e eu sorri, afirmando com a cabeça.
- Para de filmar, Malcon! – Falei e ele riu.
- Não mesmo. – Ele falou e eu ri fraco, tentando puxar o ar novamente, mas tendo que o fazer pela boca.
- Todo mundo está te esperando. – Jessica falou e eu respirei fundo, apontando para a sala mais larga dos bastidores e ela afirmou com a cabeça.
Dei um rápido beijo em Brent que estava na porta antes de entrar na mesma, fazendo com que as lágrimas caíssem com mais força de meus olhos, deixando minha visão embaçada. Todos estavam lá. Meu pai, minha avó, minhas amigas do Brasil, meus amigos da faculdade, a família e namorada de Louis, a família de Jack, a família e esposa de David, a família e namoradas de Mack e Mike, o namorado de Emily e , e sua família, além da minha banda, que deveria ter planejado isso.
- À minha filha, Stone, a maior cantora da década. – Meu pai falou, esticando um copo de bebida em minha direção e diversas pessoas repetiram o gesto.
- À Stone. – Coloquei as mãos no rosto, apertando os dedos em meus olhos.
- Eu não sei o que dizer. – Falei, com a voz embargada e o pessoal sorriu. – Eu só tenho que agradecer. – Suspirei, passando a mão no nariz. – Isso é muito mais do que eu imaginei. – Ergui os olhos para luz. – Eu pensei em barzinhos e mil pessoas. Com certeza não pensei em estádios e discos de ouro ou platina e prêmios da música. – Respirei fundo. – Eu só posso agradecer. –Suspirei. – Desde que eu os conheci, vocês foram muito bons para mim, mesmo em realmente me conhecer e eu vivo falando que nós somos uma família, é porque somos uma família. – Suspirei. – Uma família grande, onde cada parte tem seus defeitos, seus problemas, suas aflições. – Suspirei balançando a cabeça. – Vocês são minha família. – Coloquei a mão no peito. – Obrigada. – Suspirei, passando a mão nos olhos.
- Ó! Eu vou chorar também. – Jack se aproximou de um, me abraçando forte e quando notei diversas pessoas estavam em cima de mim.

- Ei, posso ter um minutinho contigo? – Virei o rosto, encontrando .
- Oh. – Passei os braços pelos seus ombros, abraçando-o fortemente.
- Eu já sabia, mas não custa te falar. – Ele respirou fundo. – Você arrasa, brasileirinha. – Movimentei com a cabeça rindo.
- Obrigada por vir, que bom que gostou! – Ele afirmou com a cabeça e me soltou.
- Ei, parabéns! – falou, passando os braços pelo meu corpo.
- Ó, . – Ele me apertou contra seu corpo e eu respirei fundo.
- Você precisa parar de chorar. – Ele falou e estalou um beijo em minha bochecha e eu ri.
- Eu vou tentar. – Passei a mão nos olhos. – Vocês gostaram? – Perguntei e ele afirmou com a cabeça.
- Acho que falar que você arrasa é pouco, foi demais, incrível, e olha que eu não sou fã de pop, mas até eu dancei. – Ri fraco.
- Quem sabe você vira meu fã? – Brinquei.
- Com certeza virei! – Ele falou e eu sorri, suspirando.
- , deixa eu te apresentar algumas pessoas. – falou e eu me virei para ele. – Minha mãe Lisa, e nossas irmãs Carly e Shanna.
- Ó, oi! – Falei para elas, dando um beijo na bochecha de cada uma. – É um prazer, que bom que vieram!
- Você nos enviou vários ingressos, a gente teve que dar um jeito. – Ri fraco, chacoalhando os ombros.
- Você é incrível, o show foi demais... – A mais nova falou e riu.
- Obrigada! – Falei rindo. – É muito bom ter essa resposta.
- Eu não via um show desses há muito tempo. – A mãe falou e eu sorri, assentindo com a cabeça.
- Eu vou precisar de bastante água, comida e da minha cama pelos próximos dois meses. – Falei e eles riram. – Vocês vão ficar, né?!
- Como assim?
- O Natal é em poucos dias, cada um vai para um canto, nossa comemoração é aqui e agora! – Falei rindo, ouvindo um estalo e virei o rosto. – Viu, Jack já abriu o champanhe! – Eles riram.
- Claro, vai ser um prazer. – falou sorrindo e eu afirmei com a cabeça.
- Alguém quer fazer algum discurso? – Jack gritou, começando a servir os copos e eu suspirei.
- Eu já fui! – Falei, dando de ombros.
- Mas ainda assim, seria legal você falar algo. – A mãe dele brincou e eu dei de ombros.
- Ok, me dê um copo, eu vou pensar. – Falei e ele me estendeu um copo com refrigerante e eu cocei a cabeça, pensando em algo. –Acho que eu vou agradecer a algumas coisas. – Falei e o pessoal riu. – A esse incrível ano, aos incríveis amigos e familiares, a essa incrível banda, aos melhores momentos da minha vida. – Estiquei o copo de refrigerante. – Feliz Natal, pessoal! – Falei, suspirando.
- Feliz Natal! – Eles completaram e todos bebemos um gole.
- Por favor, alguém diga alguma coisa, ficou péssimo. – Louis falou e eu mostrei o dedo do meio para ele.
- Eu vou falar algo, na verdade. – David se colocou em meio a roda.
- Que milagre! – Emily falou irônica e eu ri.
- É porque é uma época de milagres. – Ele suspirou e passou as mãos nos olhos. – Quer falar, Virgínia? – Ele virou para sua esposa e ela sorriu, se aproximando do marido.
- Eu não costumo enrolar, e fazer as coisas sem planejamento, mas parece que nem tendo cada segundo do dia planejado, você tem controle da sua vida. – Ela falou suspirando. – Ah, chega vai. – Franzi a testa. – Eu estou grávida! – Ela falou e eu soltei um grito, e dando um pulo no lugar, vendo refrigerante cair em ao meu lado.
- Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! – Pulei no lugar, feliz com a notícia.
- De trigêmeos! – Ela completou e todo mundo arregalou a boca.
- Oh. meu Deus! – Falei novamente, e corri em direção aos dois, para abraçá-los. – É sério? – Perguntei, sentindo meus olhos embaraçarem novamente.
- É sério! – Ela falou e eu a abracei apertado.
- Vocês serão ótimos pais. – Falei, dando um beijo em David em seguida. – Três bebês! – Falei animada. – A família tá crescendo! – Falei rindo e ela sorriu, afirmando com a cabeça. – Parabéns! – Suspirei e ela afirmou com a cabeça, respirando fundo. – Feliz Natal, pessoal! – Falei, suspirando.
- Feliz Natal. – Eles repetiram e eu suspirei virando meu corpo para trás, vendo com uma mancha grande em sua blusa.
- Desculpe. – Sussurrei para ele e franzi a testa.
- Não se preocupe! – Ele falou rindo e eu sorri, abraçando-o.
- Pode me xingar, nada vai me deixar triste hoje. – Suspirei e ele afirmou com a cabeça. – Eu tenho amigos, eu tenho uma família...
- Não vou xingar. – Ele falou baixo próximo ao meu ouvido e eu relaxei o corpo, suspirando.



Fim do Primeiro Ato



Continua...



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