Última atualização: 11/06/2018

Capítulo Único


Eu não acredito que estava atrasada outra vez. Por que eu não consigo ser pontual? Desci as escadas do prédio com certa rapidez enquanto ia colocando uma outra blusa dentro da bolsa e arrumava a pilha de livros que precisava devolver para a biblioteca.
Andava e corria ao mesmo tempo, apesar de atrasada eu nunca conseguia não passar pela floricultura. Adorava o cheiro das flores e a organização que aquele lugar tinha me fazia bem. Dessa vez não poderia parar e apreciar tudo aquilo, então apenas passei apressadamente até trombar em alguém bruscamente.
- AI! – Berrei. – QUENTE. QUENTE. QUENTE. – Sem pensar duas vezes eu tirei a blusa do meu corpo. Estava eu no meio da rua e de sutiã.
- Você veio correndo e se esbarrou em mim garota. Agora eu tô sem café e você está... Sem blusa?! – Corei no mesmo instante.
- Eu tenho que ir. – Disse e saí correndo já vestindo a blusa reserva que tinha na bolsa.
- Espera, você esqueceu a blus... – Era meio tarde.
***

- Que bom que você veio comigo, Milla. Eu sou indecisa e preciso redecorar minha casa.
- Conta comigo sempre, . Pra isso servem as melhores amigas.
Entramos na floricultura, em busca de alguns arranjos. Caminhei tranquilamente enquanto observava as prateleiras.
- Olá. Posso ajudar? – Ouvi uma voz atrás de mim e dei um pulo.
- Então, eu estou procurando alg...
- VOCÊ? – Dissemos ao mesmo tempo. – O QUE FAZ AQUI? – Ao mesmo tempo outra vez.
- Eu trabalho aqui. – Ele disse, por fim.
- Estou redecorando minha casa. – Me justifiquei. – Preciso de alguns arranjos. Pode me ajudar?
- Vocês se conhecem? – Milla questionou confusa.
- Sim. Ele é o garoto do banho de café.
- Nossa, ele é um gato. Você prestou atenção nisso?
- Shhhhhhh... Fala baixo Milla. E não, não tive tempo de reparar se ele era bonito ou não.
- Repara agora. Ele ta sorrindo e vindo com um vaso em mãos.
- O que acha de suculentas? – Ele disse. – São simples, bonitas e não dão trabalho.
- São lindas. Esse vaso é tão delicado. Quanto custa? Eu quero levar. – Disse com um sorriso enorme.
- É um presente. Cortesia da casa. Você ainda vai comprar outras flores, aceite como um incentivo.
- Obrigada. Sobre os vasos... hum... Quero aqueles quatro ali na última prateleira da direita para a esquerda. Se você puder embalar com cuidado para que eu possa levar, agradeceria imensamente.
- Solicitarei a entrega a domicílio. Só aguardar que hoje ainda chegarão.
- Obrigada mais uma vez. Milla, vamos.
Eu e minha amiga saímos da floricultura e fomos tomar um café. Ela estava com um novo namorado e queria muito me contar, passamos a maior parte do tempo falando sobre o novo rapaz. Nos despedimos e fui para casa aguardar pelas flores.
***

A campainha toca e eu me deparo com o mesmo atendente da loja. Bonito, agora pude reparar bem. . Vi seu nome no crachá.
- Olá . Suas flores.
- Como você sabe o meu nome?
- O recibo. – Ele balançou o papel de frente ao meu rosto como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Obrigada, . – Ele me olhou confuso. – Seu crachá. – Apontei e ele assentiu. Eu ia fechando a porta e ele voltou.
- Ei, podemos tomar um café qualquer dia desses? Não vou sujar você, eu prometo.
- É claro. No sábado? Depois que sair da floricultura?
- Combinado.
Mandei uma mensagem para Milla avisando que sim, eu iria sair com o florista gato. Ela o chamava assim.
***

Fiquei parada esperando que saísse a gente pudesse caminhar até a cafeteria. Ele não demorou a chegar e tinha uma sacola em mãos. Um presente?
- Isso é seu. – Peguei e abri um embrulho.
- Minha blusa. Limpa. Nem lembrava mais dela.
- Eu não poderia esquecer, essa blusa me deu a chance de encontrar você outra vez. – Meu sorriso saiu quase involuntário. – Vamos?
Assenti e fomos andando. Ele começou a me falar sobre como gostava do seu emprego na floricultura e eu estava achando tudo muito interessante. Ele entendia muito de flores e até fez a gentileza de me presentear com uma rosa amarela. Coloquei a rosa em meu cabelo e ele tomou a frente para me ajudar a arrumar a flor já presa em meu cabelo.
Estávamos parados em frente a cafeteria enquanto ele ajeitava o meu cabelo. Ele deu um passo a frente, aproximando ainda mais nossos corpos. Senti um pouco de vergonha naquele momento, era uma proximidade inesperada. Ele terminou de arrumar a flor e olhando para mim, disse:
- Linda.
- É uma flor muito bonita.
- Eu não estava falando da flor. – Estava bem vermelha naquele momento. Um verdadeiro tomate.
A conversa nunca cessava e ele era muito atencioso. Pagou nossos cafés e até comprou um doce pra mim, sem saber que era meu preferido. Ponto pra ele. Saímos do café e fomos andando até um parque ali próximo.
- Acho que vai chover. Tem nuvens se formando.
- Você quer ir para casa? – Ele questionou. – Eu a levo se for sua vontade.
- Não, estou bem. Nosso passeio está sendo interessante. – Assim que concluí minha frase senti pingos d’água atingirem minha pele. – Eu não disse que ia chover? – Soltei a frase enquanto gargalhava já me sentindo molhada o suficiente pra querer sair dalí.
- Vem, vamos embora.
- Não. Vamos tomar esse banho de chuva. Isso não te remete a infância? – Levantei a cabeça em direção ao céu e deixei que a chuva me molhasse por completo.
Ele começou a se aproximar de mim, pegou uma de minhas mãos e enlaçou nossos dedos. Continuou a se aproximar e com a sua mão livre tateou meu rosto com ternura. Olhei em seus olhos e eles tinham um brilho especial. Dessa vez eu me aproximei um pouco mais dele. Coloquei a minha mão livre em seu pescoço e me aproximei ainda mais. Ele finalmente diminuiu a distância que existia entre a gente e nos uniu em um beijo. Um beijo delicado, mas intenso. Sua língua pediu passagem e eu rapidamente concedi. Ele continuava com a mão em meu rosto enquanto nossas línguas travavam uma batalha intensa.
Ele se afastou por alguns instantes e mais uma vez nos olhamos nos olhos. Dessa vez já tínhamos sorrisos nos rostos e concordamos que era ali, naquele parque vazio, na chuva que a nossa história estava começando. Foi tudo assim. Ao acaso.




Fim!



Nota da autora: Alô alô gente bonita. Adivinha só quem se meteu a escrever outra ves?!
Vou confessar pra vocês que eu amo tanto escrever fics água com açúcar. Essa história caiu no meu colo e eu adorei cada palavrinha dela. Espero que gostem. XOXO, Iana





Outras Fanfics:
Shortfics
How I Forgot You
Ficstapes/Mixtapes
01. 31/12
11. You Don't Love Me
16. Heaven
Music Video
Blank Space
Confident (Parceria com Rah)


comments powered by Disqus