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Finalizada em: 21/03/2020

Prólogo.

Flashback

Virou-se assustado, olhando em todas as direções;
- Fleur? – será que tinha encontrado com alguma das criaturas de Hagrid? – FLEUR? – gritou o mais alto que pode, dando meia volta e correndo para a direção que ele achava que o som tinha vindo.
Correu por mais ou menos dois minutos, mas não conseguiu escutar mais nada.
Será que ela já estava bem?
Quando se virou para uma nova trilha a esquerda, escutou um barulho alto e, ao virar-se, com a varinha em punho, viu Vítor Krum parado, entrando no mesmo caminho que ele.
- Ah, é você... – suspirou aliviado, tornando a olhar para o outro lado. Será que Krum também tinha ouvido o grito da francesa? – Escuta... – virou-se para o búlgaro, vendo-o erguer o braço com a varinha, apontando em sua direção. Diggory franziu o cenho, confuso. Que droga de brincadeira era aquela? – Que é que você está fazendo? – gritou indignado, era assim que Krum queria vencer? – Que diabo você pensa que está fazendo? – perguntou novamente, vendo-o caminhar em sua direção, o olhar fixo no lufo.
Cedrico deu um passo para trás, erguendo a varinha, mal acreditava que Krum estava mesmo pronto para atacá-lo.
- Crucio!
No instante seguinte Cedrico estava jogado ao chão, a varinha longe de suas mãos.
Se contorcia no gramado, sentindo o ar faltar em seus pulmões.
Ouvia os próprios gritos, desesperados, saindo por sua garganta.
Os pensamentos agitados em sua cabeça não o deixavam pensar com clareza, mas a falta de ar em seus pulmões começou a deixá-lo tonto, enjoado.
- Cedrico! – ouviu uma voz ao fundo de sua mente gritar, e então a dor sumiu.
Se manteve parado, arfando, o corpo trêmulo.
Não conseguia colocar-se em pé naquele instante.
Seus pensamentos ainda agitados dificultavam o entendimento da situação.
Alguém abaixou-se ao seu lado, chacoalhando-o pelos ombros.
- Cedrico! Está tudo bem? Consegue se levantar?
Aos poucos conseguiu focar o rosto de Harry Potter, o garoto o encarava preocupado.
- Diggory?
- Está... Eu... – olhou para os lados confuso, ainda sentindo certa dificuldade para respirar. – Krum... Ele, se aproximou pelas minhas costas...
Potter olhou para um ponto logo a frente, voltando a virar-se para Diggory pouco depois, o qual tentava levantar-se com certa dificuldade, estendeu a mão para ajudar o colega.
- Você ouviu a Fleur gritar?
- Acha que ele a pegou também?
- Talvez... Vamos terminar a prova e sair desse lugar!
Cedrico concordou, aceitando a mão estendida como apoio, firmando os pés no chão com certa dificuldade.
Potter virou-se, dando alguns passos para frente, após disparar faíscas vermelhas no local em que Vítor estava caído.
- O que você ach... Diggory?
Cedrico sentiu-se tonto, a cabeça girava e a falta de ar ainda presente.
Fechou os olhos, incapaz de mantê-los aberto e, tudo o que percebeu no instante seguinte, foi à escuridão dominá-lo.

Flashback off.

Diggory abriu os olhos com certa dificuldade, a claridade o incomodando momentaneamente.
Passou a língua pelos lábios secos, olhando para o próprio corpo; estava sem camisa e parte de seu braço enfaixado e com uma pasta laranja, que ele reconhecia por ter usado depois da primeira prova, quando tinha queimado parte de seu corpo.
Ao virar a cabeça para os lados, aos poucos reconheceu a Ala Hospitalar, e, mais lentamente ainda, seu cérebro pareceu lembrar-lhe o que tinha acontecido;
O Torneio Tribruxo tinha acabado. Ele tinha perdido.
Sentiu a frustração e irritação dominarem seu corpo, mas distraiu-se ao ouvir cochichos vindos de algum ponto ao lado. Virou-se para a maca próxima a porta de saída, vendo várias pessoas no local, ao olhar com mais atenção, reconheceu os Weasley e Hermione por ali, não conseguindo ver direito quem era o outro homem, mas percebeu que era Potter quem estava na maca. Também não viu , o que o fez arquear a sobrancelha por um instante, questionando internamente onde a namorada poderia estar.
Pouco mais de dois minutos depois, enquanto olhava entediado para o teto, ouviu passos e virou a cabeça, vendo-a entrar no local, segurando um copo de café, enquanto vários outros flutuavam próximos a ela.
A garota olhou em sua direção, abrindo um sorriso grande ao notar que ele já estava acordado.
Esqueceu-se do feitiço e do próprio copo, correndo em sua direção para abraçá-lo, ouvindo um barulho alto quando todos os cafés tinham caído ao chão.
O pessoal olhou ao redor, assustado com o que acontecia, até verem-na sobre o lufo.
- Eu disse que era melhor se eu e Fred fossemos, mas ninguém quis me escutar! - Jorge falou em voz alta - Não derrubaríamos nada só porque o bonitão da escola está acordado!
- É, agora teremos que ir buscar do mesmo jeito! - Fred concordou - Obrigado, Black!
O casal ignorou os comentários dos gêmeos, continuando abraçados por alguns instantes, até a loira se afastar, beijando-lhe os lábios demoradamente. Diggory esqueceu-se de qualquer frustração ou pensamento derrotado que tinha até um minuto atrás, tê-la próximo era suficiente, mas quando a garota juntos suas bocas, ele sentiu como se já pudesse enfrentar mais três dragões.
- Isso foi por eu estar preocupada! - sussurrou ao afastar-se, vendo-o abrir os olhos um pouco desnorteado - E isso, é por me fazer ficar preocupada! – o estapeou no ombro que não estava machucado.
- Ouch! - exclamou a encarando, sorrindo de canto.
- É sério, Diggory. Se você não tivesse colocado seu nome no Cálice nada disso teria acontecido e você não estaria aqui. Consegue imaginar o que poderia ter acontecido se você pegasse aquela Taça? - replicou nervosa, deixando as brincadeiras de lado.
Cedrico franziu o cenho, confuso;
- Se eu tivesse chego até a Taça eu… Ganharia mil galeões?
negou com a cabeça, apontando com a cabeça para a maca de Potter;
- A Taça era uma Chave de Portal, - suspirou, não sabendo como contar tudo o que tinha acontecido de forma resumida, por isso achou melhor falar apenas o principal - Você-Sabe-Quem retornou.
Diggory abriu a boca chocado, demorando alguns segundos para processar a informação.
- O que…? Como…?
- Veja só quem acordou! - ouviram uma voz aproximando-se.
- Te conto mais tarde. - avisou, logo vendo o pai parar ao seu lado.
- Espero que esteja bem disposto, ainda não tivemos nossa conversa! – Sirius sorriu, piscando para Cedrico quando este o olhou, surpreso com sua presença. – Fiquei pensando se um duelo ainda é apropriado, ou vocês são modernos demais para essas coisas? Eu tive que duelar algumas vezes quando estava estudando... – comentou pensativo, o braço cruzado e a mão esquerda coçando a barba – Nunca com o pai de alguma namoradinha, mas dá no mesmo, não é verdade? – sorriu para os dois.
sentiu o rosto esquentar e olhou para o lado contrário de Cedrico.
O garoto, por sua vez, manteve o contato visual com Sirius, embora não parecesse capaz de pensar em uma resposta, era informação demais e minutos de menos para processar tudo aquilo. Sorriu nervoso para o homem.
- Como se sente? – Black questionou quando notou que os dois adolescentes pareciam constrangidos. – Soube que foi muito bem no Torneio!
- Nem tanto assim, não é? – deu um sorriso amarelo, apontando para a parte do corpo machucada. - E também não ganhei.
Sirius abanou a mão no ar, sentando-se ao seu lado na cama.
- Mas foi o Campeão de Hogwarts, huh? E eu soube que você foi atacado pelo Krum durante a prova... – encarou-o por alguns instantes. – O que, se pensarmos bem, até que foi uma coisa boa, não? Quem sabe o que poderia ter acontecido…
Diggory concordou, ainda um tanto confuso com tudo.
- Quem sabe... – respondeu em voz baixa, com um sorriso triste nos lábios finos.
Black sorriu para o rapaz, antes de levantar-se, bagunçando rapidamente os cabelos de Cedrico, apertando-lhe o ombro em seguida.
- Descanse bem, Diggory, não gostaria de tornar a ver minha filha chorando pelos cantos, preocupada com você...
- Pai! - O que? Não era para ele saber?
Cedrico olhou para a garota, de braços cruzados, olhando séria para Sirius.
- De qualquer forma, preciso resolver algumas coisas para Dumbledore. Nos vemos em breve, Diggory!
- Foi um prazer, senhor. – apertou-lhe a mão, firmemente.
Sirius sorriu de canto.
- Aperto de mão forte, muito bem. Não tem mais com o que se preocupar, , seu namorado já está bem. Essa noite não vai precisar ficar acordada do lado dele!
abriu a boca, chocada, o rosto mais vermelho do que nunca.
- Eu te odeio! - sussurrou para o pai, vendo-o gargalhar, jogando os cabelos para trás.
- Não seja tão exagerada! – Sirius aproximou-se, abraçando-a apertado, sendo retribuído da mesma forma. – Eu também te amo. Nos vemos logo, ok?
- Mas...
- Eu prometo! – segurou-lhe nos ombros, encarando-a por alguns instantes, assumindo uma pose séria – Preciso fazer o que Dumbledore me pediu. Mantemos contato! – beijou-lhe a bochecha. – Até logo, Cedrico, conversamos mais tarde!
Acenou com a mão, escutando uma resposta breve.
Viram Sirius passar novamente pela maca na qual Harry estava, despedindo-se rapidamente do afilhado, antes de tornar a se transformar no grande cachorro negro.
Cedrico coçou a sobrancelha, sem jeito, antes de olhar para a namorada, que permanecia com o olhar na porta.
- Então... Você ficou aqui a noite toda? – perguntou em tom baixo, tentando esconder o sorriso que crescia em seus lábios.
o olhou com a sobrancelha arqueada.
- Patético, Diggory. Patético!
Cedrico novamente deu de ombros, sorrindo sem jeito para a garota.
- Eu te amo, sabia?
balançou a cabeça e olhou para o lado oposto, tentando esconder, sem muito sucesso, um sorriso tímido. Notou quando a mão do lufo envolveu a sua, apertando-a gentilmente.
- Não consegui parar de imaginar o que poderia ter acontecido com você se chegasse naquela Taça… - confessou em voz baixa. - Harry quase morreu, Ced - encarou-o por um instante, em meio a um suspiro - Entende o que eu digo?
Cedrico deixou o olhar cair sobre o grupo do outro lado, respirando fundo antes de voltar a atenção para a namorada;
- Não tem mais com o que se preocupar, . Eu estou aqui e não pretendo mais ficar longe de você. Eu juro que na próxima não colocarei meu nome!
Sorriu para o namorado, antes de inclinar-se em sua direção, beijando-lhe os lábios.

Um.

Diggory estava sentado no parapeito do corredor, olhando distraidamente para os jardins, nos quais os estudantes continuavam a conversar e se despedir dos visitantes, antes que estes fossem embora. A confusão na final do Torneio e o anúncio de Dumbledore de que Voldemort tinha retornado não parecia importante naquele momento.
Poucos alunos falavam a respeito, a maioria não parecia ter assimilado a importância daquela informação e outros tantos, talvez 90% dos estudantes, não estava realmente convencido.
Afinal, apenas Harry Potter tinha o visto, e Dumbledore só dizia que o Lorde das Trevas tinha retornado, por causa do garoto.
Mas e as provas?
Cedrico era um dos poucos que tinha acreditado na história, internamente sabia que só tinha acreditado por saber de todos os detalhes, talvez se só tivesse uma versão mal contada como os outros, também não acreditasse.
Se fosse sincero, parte do motivo de Cedrico acreditar de prontidão em tudo aquilo, mesmo antes de ter todos os detalhes, era porque acreditava.
E era porque Dumbledore acreditava, o diretor já estava tomando as devidas precauções, embora Cedrico não soubesse exatamente quais, tinha dito que o bruxo tinha dado ordens para alguns professores e para Sirius, a missão deles era de reunir alguns amigos antigos e conversarem com outras tantas pessoas.
Dumbledore preparava-se para uma Guerra que o Ministério e o próprio Ministro, nem mesmo cogitavam.
Fudge achou ridícula a simples ideia de Voldemort ter retornado.
Era um absurdo, e por isso o Ministério decidiu abafar os comentários.
Com tudo isso acontecendo, mesmo embora seu orgulho parecesse ter sofrido um grande golpe por ter perdido para Potter no Torneio, Cedrico conversou com o garoto, oferecendo algum apoio caso viesse a precisar de alguma coisa.

Assustou-se quando sentiu alguém apertar-lhe os ombros, virando-se e vendo sorrir para ele, antes de pegar impulso para sentar-se ao seu lado, cruzando as pernas. Permaneceram em silêncio por alguns instantes, olhando para o pessoal rindo nos gramados.
- O que foi? - perguntou ao perceber o sorriso contido que ela mantinha nos lábios.
deu de ombros, o sorriso crescendo aos poucos.
- Não vai me contar?
- Dora me mandou uma carta pela manhã… Talvez… Talvez meu pai passe alguns dias em casa com a gente… - encarou-o sorridente.
Cedrico piscou surpreso, sorrindo em seguida, vendo a animação da loira.
- Fantástico!
- Eu sei! - concordou com a cabeça, tornando a olhar para os colegas, o sorriso ainda presente em seu rosto.
Diggory permaneceu olhando-a por tempo indeterminado, sorrindo consigo mesmo, até ela olhar em sua direção, curiosa com seu sorriso fácil sem motivos aparentes.
- O que foi?
- Gosto de te ver sorrindo. - deu de ombros, vendo-a ficar levemente constrangida. - Você fica realmente fofa quando fica vermelha, mas não é mais tão fácil te fazer ficar com vergonha desde que começamos a sair…
- E esse é seu objetivo para hoje, Diggory? - questionou rindo fracamente, sentindo o rosto esquentar cada vez mais.
- Talvez, mas também tenho outra coisa em mente, sabe?
- Hm, e o que seria? - riu ao vê-lo ficar em pé, apoiando o braço na perna na garota, inclinando-se em sua direção.
- Vou deixar você descobrir sozinha dessa vez… - piscou antes de beijá-la.
Black riu baixinho contra os lábios do namorado, antes de passar os braços por seu pescoço, acariciando-lhe os cabelos curtos.
Cedrico chegou em casa mais sorridente do que o normal por duas razões simples:
Primeiro, tinha se despedido muito bem da namorada em uma das salas de aula vazias, para compensar os dias que não se veriam.
E, a segunda, tinha sido a primeira vez, que realmente aparatara!
A sensação era horrível, mas ao mesmo tempo era ótimo poder finalmente fazer aquilo sem precisar da ajuda dos pais por ser menor de idade. Não precisava mais de vassouras, lareiras ou do nightbus. Poderia estar em qualquer lugar que quisesse em poucos segundos.
E, obviamente, uma das vantagens de agora ser considerado maior de idade, era que poderia, por exemplo, aparatar na casa de a hora que quisesse.
Óh, aquilo era fantástico!
Já se imaginava fazendo algumas visitas noturnas para a namorada, depois, é claro, de descobrir os dias que Sirius Black estaria por perto. A última coisa que queria era o pai da garota o encontrando escondido em algum canto.
Conversava com os pais enquanto comia, contando-lhes sobre o ano turbulento e tudo o mais que se lembrava. O casal o deixava a par das novidades, que não eram muitas, dos meses que ele esteve na Escola.
- Ah, Ced, vamos viajar nessas férias! Seu pai conseguiu alguns dias de folga! - Rachel contou empolgada, olhando do marido para o filho.
Cedrico parou de mastigar, franzido o cenho.
- Viajar?
- Vamos visitar seu avós, estivemos com eles no Natal, mas como você estava em Hogwarts, prometemos que assim que retornasse das aulas iríamos para lá!
- Estão morrendo de saudades, não paravam de perguntar sobre você, querido.
O rapaz tomou um gole de suco, pensando sobre o assunto.
Até não era má ideia visitar os avós em Liverpool, mas aquilo significava que não poderia ver , e seu recente plano de visitá-la à noite, não seria colocado em prática.
- Quanto tempo?
- Umas três ou quatro semanas, talvez um pouco mais…
- Eu provavelmente voltarei para o trabalho antes, mas vocês ficarão mais dias, seus tios e primos também estão indo!
- Será ótimo poder rever todo mundo, eles não estavam no Natal. - Rachel comentou, sorrindo para o filho.
- Você pode contar sobre o Torneio, filho!
Cedrico suspirou um tanto frustrado.
- O que foi, querido?
- Eu… Tinha planejado passar alguns dias com a
Amos abanou a mão, rindo levemente.
- Vocês poderão se ver quando voltarmos, garanto que ninguém vai morrer de saudades! Além do mais, já passam o ano todo juntos!
- Mas… Um mês? Não pode ser sei lá… Umas duas semanas?
- Um mês passa tão rápido quanto duas semanas, vocês nem vão perceber!
- Talvez pra você… - reclamou apoiando o rosto na mão.
- Jovens, sempre tão dramáticos…
- Por que você não a convida, Ced? - Rachel sugeriu animada. - Tenho certeza que todos vão gostar de conhecê-la!
Cedrico sorriu com a ideia, ajeitando-se na cadeira, seria ainda melhor passar alguns dias com ela longe de Londres, sem tanta supervisão da família, mas logo desfez o sorriso;
- Ela não vai.
- Como sabe? Nem perguntou… Tenho certeza que Andrômeda confiaria de deixá-la passar alguns dias conosco…
- É claro que separaríamos os quartos… - Amos comentou, vendo o filho engasgar-se com o suco que tomava. Após poucos segundos, no qual ainda sentia o rosto queimar, e via o sorriso divertido do pai, finalizou seu raciocínio:
- Sirius vai ficar na casa dos Tonks por alguns dias, não vejo a menor possibilidade dela querer ficar longe de casa…
- Ah, mas isso vai ser muito bom para eles! - Rachel novamente sorriu, Cedrico a encarou - Ela não passa muito tempo com o pai, Ced, vai ser bom para eles. Os dois precisam disso!
- E essa viagem vai ser boa pra vocês dois também, filho. É sempre bom sentir um pouco de saudades de quem se ama, melhora a relação!
Cedrico encarou seu pai por alguns instantes, rolando os olhos e negando com a cabeça, rindo baixo.

o abraçou por vários minutos na entrada de casa, despedindo-se antes da viagem dos Diggory para Liverpool. Prometeram mandar cartas durante as semanas que estivessem separados, e, aproveitando o momento que tinham sozinhos, após certificar-se que não tinha ninguém na rua, Cedrico virou-se para beijá-la com intensidade, querendo memorizar com detalhes, para as semanas que passariam distantes.
Mal se imaginava ficando um mês longe dela, principalmente depois de terem avançado um pouco mais o contato, desde o dia da terceira prova do Torneio Tribruxo. Diggory sentia um arrepio passar por seu corpo só de lembrar-se daquele momento.
apertou-lhe os ombros, arfando leve quando o rapaz mordeu-lhe o lábio inferior, antes de ouvirem um latido alto, próximo demais;
Cedrico soltou-a no mesmo instante, virando-se assustado para os lados, sua mente fértil já imaginava Sirius apontando-lhe a varinha e azarando-o ali mesmo. Contudo, para sua sorte, não era um cão negro que estava latindo, era apenas o cachorrinho do vizinho, latindo para um pássaro que tinha pousado na cerca que separava os dois terrenos.
- Você parece nervoso…- cantarolou, segurando a risada.
- Você não pode me culpar por ter medo do seu pai. - resmungou, antes de respirar fundo, tornando a abraçá-la por alguns instantes. - Te vejo na volta!
- Sentirei saudades!


Dois.

Diggory aproveitava as últimas horas que passaria com os primos, no The Cavern Club, um pub inglês bastante popular na cidade, tanto para trouxas quanto para bruxos. Se você soubesse fazer o pedido certo. Os bruxos tinham um tipo de senha, para acesso a outra parte do pub, longe dos olhos curiosos dos trouxas.
Cedrico vinha se sentindo muito bem, agora que era maior de idade, conseguia fazer várias coisas que queria há anos, e não era permitido pela lei.
Com todas as novidades e o tempo em que passou com os primos, aquele mês realmente passou mais rápido do que o esperado, mas também não era verdade a parte que seu pai insistia em repetir, dele praticamente não sentir saudades da namorada. Na verdade, parecia uma eternidade desde que tinham se visto pela última vez.
Tinham trocado algumas cartas durante aquelas semanas, mas Cedrico sempre tinha a impressão que a garota estava deixando de lhe contar alguma coisa, e ele esperava descobrir assim que a encontrasse. também não tinha dado muitos detalhes sobre Sirius, embora tivesse dito que estava vendo-o com certa frequência.
- Ora, se não é o concorrente número um de Cedrico, novamente aparecendo no jornal! - Brandon apareceu rindo, mostrando-lhes a edição do Profeta Diário. Cedrico arqueou a sobrancelha, primeiro para o riso fácil do primo - visivelmente bêbado -, segundo pela brincadeira. Se arrependeu até o último fio de cabelo por ter comentado sobre a namorada ser tão próxima a Harry.
Cedrico então pegou o jornal, dando uma olhada na primeira página; Potter tinha usado o feitiço do Patrono na frente de um trouxa.
Franziu o cenho, confuso.
No fundo sabia que deveria ter algum motivo para o garoto ter feito aquilo, embora o jornal parecesse negar veementemente, e exigisse que o Ministério tomasse uma atitude severa, já que Harry Potter, embora famoso, ainda era menor de idade.
Era até irônico ver uma matéria no folhetim, falando mal do garoto, visto que até pouco mais de um mês antes, pareciam colocar Harry como um herói; o grande Campeão de Hogwarts.
Deixou o jornal de lado, tornando a prestar atenção na conversa dos primos, enquanto tomava sua bebida. Sentia falta de passar tempo com eles, costumavam ser todos muito próximos quando mais novos, e achava que acabariam juntos em Hogwarts, mas Brandon e a gêmea, Bethany, acabaram na Escola de Bruxaria dos Estados Unidos, Ilvermorny, já que o marido de sua tia, irmã de sua mãe, era de lá. Os três sempre acabavam em pequenas discussões para decidir qual era a melhor e, mesmo negando infinitamente, os gêmeos sabiam que Hogwarts era superior, e até tinham uma pequena inveja de Cedrico, por ter sido selecionado para a Escola.
- Então, quando vamos conhecer sua garota? - Brandon tornou a questionar, esticando-se em sua cadeira e olhando ao redor.
Diggory deu de ombros, um sorriso leve no rosto.
- Quando forem à Londres posso apresentar, vão gostar dela!
- Isso se vocês ainda estiverem juntos, não é? - Brandon tornou a rir, cutucando o primo. - Depois de tantos dias, talvez ela já esteja com Potter novamente!

A garota terminava de escovar os dentes quando escutou a campainha tocando no andar de baixo. Sorriu sozinha, antes de sair do banheiro e descer as escadas, vendo Cedrico conversar com Andrômeda.
O rapaz virou-se para a escada, vendo-a descer os últimos degraus, o sorriso tomou seu rosto, assim como o dela, quando andou em sua direção, abraçando-o apertado.
- Bom, acho melhor deixar vocês dois conversarem, não? Imagino que tenham muito para colocar em dia. - Andy disse antes de virar-se em direção a cozinha - Prometo que não conto para o Sirius que os deixei sozinhos! - piscou para o casal, rindo consigo mesma.
Cedrico passou a língua pelos lábios finos, olhando ao redor.
- Seu pai está aqui?
riu negando com a cabeça, antes de puxá-lo pela mão em direção ao seu quarto.
Assim que passaram pela porta do cômodo, Diggory a puxou para um novo abraço, muito mais apertado e demorado que o anterior, tentando de alguma forma suprir o tempo que tinham ficado afastados.
- Caramba, eu realmente senti sua falta! - sussurrou contra seu ouvido, vendo-a rir baixinho.
- Eu também, mais do que achei que sentiria! Quer dizer, um mês não é assim tanto tempo, não é? - afastou-se momentaneamente dele, olhando os olhos cinzentos do namorado. Cedrico fez careta.
- Eu descobri que um mês é muito tempo!
- Mas aposto que você se divertiu com seus primos, não? - questionou sorrindo.
Diggory reparou que a garota parecia mais relaxada e animada do que se lembrava, e tinha um brilho diferente nos olhos, e também parecia incrivelmente mais linda para ele, talvez fosse o sorriso fácil ou o tempo que não a tinha visto, imaginá-la nunca era tão bom quanto tê-la ao seu lado.
Cedrico concordou com a cabeça, antes de colocar as mãos no rosto da namorada, olhando-a nos olhos por alguns instantes, movimentando os lábios para sussurrar um “senti sua falta”, em seguida curvou-se para beijá-la com toda a vontade que tinha guardado durante as últimas semanas.
Passaram incontáveis minutos aos beijos e abraços, até a garota o afastar lentamente, com os lábios vermelhos e o batimento alto, enquanto tentava normalizar a respiração.
Abriu os olhos, sorridente, vendo-o sorrir de volta, mordendo levemente o lábio inferior.
Diggory suspirou, passando a mão pelos cabelos, antes de virar-se, sentando-se na cama ao lado.
- Você não corta mais o cabelo? - questionou rindo, parando em frente ao namorado e passando os dedos pelos cabelos dele, compridos o suficiente para jogá-los para trás. - Está querendo ficar igual meu pai, é?
Cedrico riu antes de passar os braços pela cintura dela, que continuava em pé.
- Não, só não tive tempo de cortá-los ainda, resolvi ver minha garota antes, sabe? - piscou - Você, por outro lado, andou cortando esse cabelo, não? Está bem mais curto do que da última vez que te vi! - comentou puxando uma das mechas loiras.
concordou balançando a cabeça, para que ele visse melhor o corte.
- Digamos que eu não sou muito à favor de passar calor, e está absurdamente quente esse verão! Estava pensando em mudar a cor também, mas não gostei muito do resultado… - deu de ombros.
- Espera, você pintou? Como eu não tenho nenhuma foto desse acontecimento? - questionou surpreso, vendo-a negar.
- Dora se passou por mim, foi extremamente legal e assustador ao mesmo tempo!
Cedrico gargalhou, concordando.
- Não me importaria se você mudasse, mas gosto deles loiros! - piscou.
- Eu sei, também gosto… É só que… - suspirou, parecendo acanhada - Pareço muito com a minha mãe, sabe?
O lufo concordou com um aceno, sorrindo pequeno.
- Mesmo que você seja idêntica a ela, não quer dizer que seja a mesma pessoa, .
suspirou, concordando, embora ainda parecesse um tanto incerta.
- Você poderia me ajudar a escolher uma nova cor, posso pedir quando Dora chegar!
- E se eu confundir vocês duas e beijar a errada?
A loira abriu a boca inconformada;
- Passa umas semanas fora e nem lembra mais quem é sua namorada, Diggory?
O rapaz riu, negando, antes de puxá-la para mais perto, aproveitando para beijá-la mais uma vez. Com seus braços ao redor da cintura de Black, Cedrico teve extrema facilidade para fazê-la sentar-se em seu colo, passando as pernas de cada lado de seu corpo. colocou os braços ao redor de seu pescoço, acariciando-lhe a nuca e puxando seus cabelos vez ou outra, enquanto se beijavam. Até ambos se empolgarem, e Cedrico acabar caindo de costas sobre o colchão, com a garota por cima, rindo da situação que se encontravam, embora o rapaz não parecesse se importar, descendo a mão pelas costas dela, apertando-lhe a cintura.
- Chega, chega! Me conta sobre suas férias!
Cedrico fez careta ao ser afastado, demorando alguns segundos para normalizar a respiração, mas começou a contar-lhe sobre tudo o que tinha acontecido naquelas semanas, dando alguns detalhes que ele não tinha contado nas cartas que trocaram. Contou algumas situações que passou com os primos, os passeios que fez - ouvindo-a reclamar que gostaria de conhecer Liverpool, mal havia saído de Londres durante todos aqueles anos - e o quanto os dois queriam conhecê-la e, entre uma história e outra, aproveitou para beijá-la sempre que tinha vontade.
- Mas e você? Não recebi muita coisa nas suas cartas, não é? O que você estava escondendo, Black?
abriu a boca, uma falsa surpresa em seu rosto, e então voltou a sorrir animada. Encostou-se na parede ao lado da cama, cruzando as pernas, enquanto começava a contar sobre as últimas semanas, vendo Cedrico deitado, apoiando o cotovelo na cama e a cabeça na mão;
- Bem, como eu não viajei não teve muitas novidades, não é? Fiquei em casa na maior parte do tempo… - deu de ombros, mas Diggory notou que o sorriso permaneceu em seus lábios.
- E seu pai?
- Ele ficou aqui na primeira semana, mas começou a achar muito arriscado, principalmente porque aconteceu duas vezes de Aurores aparecerem aqui, sem avisar, por sorte não deu em nada, porque ninguém sabe que ele é um Animago…
- E…?
- O que?
- Você está sorrindo demais para ter passado só uma semana com Sirius, e tenho certeza que não é por minha causa que você está assim tão feliz...
- Ei! É claro que eu fico feliz em te ver, seu bobo!
Cedrico sorriu, aproximando-se novamente para beijá-la na bochecha, mas logo se afastou, aguardando a resposta da garota.
- Bem… Digamos que… - tornou a passar a mão pelos cabelos do rapaz.
- Que…?
- Digamos que… Eu esteja morando com meu pai nas últimas três semanas!
- O QUE? - questionou surpreso. - Como? Você acabou de dizer que…
- Eu seeeei! - concordou animada - Mas ele voltou pra casa da família, não é o melhor lugar do mundo, na verdade às vezes me lembra a sala do Snape… - contou com uma careta - Mas, bem, tenho meu próprio quarto e posso passar o tempo com ele!
- Isso é maravilhoso! - Cedrico sorriu para a namorada. - Como está sendo?
franziu o nariz, suspirando em seguida.
- Um pouco… Movimentado. Tem muita gente naquela casa, na maior parte do tempo a sra. Weasley quer nos fazer de Elfos… Eu não nasci pra tirar pó. Nem pra cozinhar! Você tem noção do quão ruim fica minha comida? Papai deixou pro Bicuço e nem ele comeu. Bicuço come de tudo, Ced!
- Quer dizer que um dia casarmos e dependermos de você na cozinha, vamos morrer de fome?- Diggory perguntou com a sobrancelha arqueada, gargalhou quando a viu concordar. - Ainda bem que eu me viro bem! - piscou divertido, encostando-se na parede e passando um braço por seus ombros, puxando-a para seu lado. encostou a cabeça no peito do rapaz, entrelaçando sua mão com a livre dele, brincando com seus dedos. - Mas me explica uma coisa, não entendi bem… Por quê você diz que tem tanta gente na casa? E por que a mãe do Rony está lá?
- Godric Gryffindor! Eu não te contei! - virou-se agitada, batendo com a mão na testa - Merlin! Desculpa, se bem que… Não podia ter contado por cartas… - comentou pensativa. - Enfim… Papai ofereceu a casa para ser a sede da Ordem da Fênix!
- A Ordem do quê?

Diggory esperava, nem tão pacientemente, sentado no sofá, batucando os dedos no joelho. Olhava o relógio de cinco em cinco segundos, esperando que o tempo passasse muito mais rápido do que, de fato, estava passando.
Já era ruim o suficiente não ver a namorada sempre que queria, já que ela estava com o pai na sede da Ordem, e o lugar era secreto, então Cedrico não podia visitá-la. Não ainda. Mas ele conseguia entender essa parte e até lidou muito bem com tudo, pelo menos até duas semanas atrás, quando descobriu por uma carta dela que Harry Potter estava na sede.
No mesmo instante começou a questionar se não poderia passar no lugar, ou se ela não poderia ir até sua casa, o que seria ainda melhor já que não teriam Sirius por perto; por mais que detestasse admitir, Diggory tinha sim certo medo do homem.
O pior era que ele não a culpava por querer ficar em casa com o pai, sabia o quanto a garota sentia falta dele, nem por um momento, reclamou por ela não querer deixar o lugar. O problema era saber que Potter agora estava ao seu lado, vinte e quatro horas por dia.
Já não bastava isso em Hogwarts?
Cedrico confiava na namorada, mas não tinha tanta certeza se confiava em Harry Potter, e sabia o quanto os dois eram próximos. Tentou por diversas vezes se distrair com qualquer coisa que não envolvesse os dois juntos na mesma casa, mas parecia que toda vez que começava a pensar em outra coisa, sua mente o fazia lembrar de Black e Potter.
Tinha uma mistura de sentimentos dentro de si; frustração, ciúmes, raiva e culpa.
Sentia-se culpado por imaginar algo que provavelmente estava acontecendo apenas em sua cabeça. Sentia-se culpado por imaginar que poderia corresponder aos sentimentos de Potter, os quais Diggory nem sabia se realmente existiam e, principalmente, ela já o havia dito anteriormente que apenas via Potter como um amigo, quase como irmão. E aquilo deveria ser o suficiente, mas não era;
Cedrico sabia que gostava dele tanto quanto ele gostava dela, mas tinha medo de descobrir como ela reagiria, se um dia Potter se declarasse.
Seria possível que ela o deixaria para ficar com Harry?
Era um ciúme quase irracional, mas simplesmente não conseguia evitar, por mais que tentasse, e era isso que o fazia se sentir tão culpado. Odiava sentir-se daquele jeito.

A campainha finalmente tocou às 14h35, e o rapaz levantou com um pulo, andando até à porta, abrindo-a sorridente.
- Olá, Tonks!
A mulher estava com os cabelos azulados, compridos, presos em um rabo-de-cavalo alto, e vestia seu casaco habitual do trabalho, por cima das roupas normais.
- E aí, priminho? Ou eu deveria dizer cunhadinho? Não sei bem… Enfim…
Cedrico riu constrangido, antes de perguntar se a mulher não queria entrar, o que foi negado rapidamente.
- Na verdade estamos com um pouco de pressa, digamos que estou atrasada para uma reunião… - rolou os olhos.
Diggory concordou, apenas avisando sua mãe que estava saindo.
Os dois seguiram lado-a-lado até o meio da calçada de entrada, quando Tonks segurou no braço de Cedrico, prontos para aparatarem, já que ele nem mesmo sabia para qual local estavam indo.

O lufo ainda detestava aquela sensação, mas era algo tão rápido, que não dava muito tempo para pensar a respeito. Quando abriu os olhos, notou estar parado em frente à um pequeno parque, em uma área residencial, cheia de trouxas.
Atravessaram a rua e pararam na calçada, casas iguais estavam à frente, Diggory notou que a casa à direita tinha o número onze, e a esquerda o número treze.
Ninfadora colocou a mão no bolso do casaco, tirando um pequeno pedaço de pergaminho amassado, entregando-o para Cedrico.
- Leia rapidamente, é nossa senha! - piscou para o rapaz.

“A sede da Ordem da Fênix encontra-se no Largo Grimmauld, número doze, Londres.”

Quase no mesmo instante, no qual Dora pegou de volta o bilhete, queimando-o, Cedrico viu uma nova construção começar a se materializar entre as casas onze e treze. Abriu a boca um tanto surpreso com aquilo.
não tinha dito que a Casa dos Black estava sob feitiços como aquele.
Os dois subiram os degraus de entrada, e Tonks abriu a porta, deixando-o entrar primeiro, seguiram por um corredor escuro e um tanto empoeirado.
- Molly ainda não fez o pessoal limpar essa parte - cochichou sorridente -, eles não param de reclamar que estão trabalhando mais que Elfo Doméstico!
Cedrico riu, lembrando-se da última carta que tinha recebido da namorada, falando sobre isso.
- Finalmente, Ninfadora!
Diggory novamente foi surpreendido ao ver Olho-Tonto-Moody parado no canto da sala, próximo de Remo Lupin. Quando Severo Snape apareceu, vindo de um corredor lateral, Cedrico achou que tinha voltado para Hogwarts mais cedo. Parte dos professores estavam ali, incluindo, Minerva McGonagall, que conversava com um bruxo negro e careca, que parecia estranhamente familiar, mas Diggory não o reconhecia.
- Boa tarde, Sr. Diggory!
O lufo reparou que talvez fosse muito óbvia sua cara de surpresa, por isso logo tratou de arrumar a postura, virando-se para a professora, que foi quem o cumprimentou, atraindo também a atenção dos demais presentes na sala.
- Boa tarde, professora.
- Cedrico!? - Lupin parecia um tanto surpreso ao vê-lo.
- Ele veio ver a ! - Tonks avisou, Diggory sentiu o rosto esquentar quando Remo arqueou a sobrancelha, olhando-o sorridente, assim como Minerva.
- Diggory, é? - Moody o olhou de cima a baixo - Você já é maior de idade, não? Ouvi boas coisas a seu respeito.
- Hm… Obrigado. - agradeceu constrangido, ainda sendo analisado pelo ex-Auror.
- Quim Schacklebolt - o homem negro adiantou-se, esticando a mão -, prazer.
- Igualmente - Cedrico respondeu apertando-lhe a mão direita -, o senhor é um Auror também, não? Quim concordou com um aceno.
- Soube que esteve muito bem no Torneio… - elogiou educadamente.
- Bom, eu não ganhei… - deu de ombros, sem graça.
- Mas foi o verdadeiro Campeão de Hogwarts! Se não tivesse acontecido tudo o que aconteceu, tenho certeza que estaria com a Taça. - Minerva argumentou, fazendo-o ficar um tanto constrangido com o elogio - Cedrico é um aluno modelo na Escola, Monitor-Chefe, se não estou errada?
O rapaz concordou animado, lembrando-se do novo cargo;
- Recebi a notícia ontem!
- Como é? Você virou Monitor-Chefe?
Diggory virou-se em tempo de ver e Hermione entrando na sala, vindas de outro cômodo.
- Alguém vai ter problemas… - Mione cantarolou rindo, olhando de soslaio para a amiga, antes de cumprimentar o rapaz.
- Eu não estou gostando dessas ameaças, Granger. - arqueou a sobrancelha, virando-se para Minerva, ao tempo que chegava ao lado do namorado - Estou começando a pensar que estão querendo me cercar, na esperança que eu pare de perder pontos pra Grifinória!
- O que não seria uma má ideia, não é mesmo? - McGonagall a olhou significativamente.
- Eu recupero no Quadribol, professora! - respondeu rindo, antes de abraçar o namorado.
Ouviram um pigarro, e ao olhar, Cedrico viu Sirius Black parado, de braços cruzados e o olhar preso no casal.
- Não é porque eu autorizei o relacionamento que eu aceito tanta demonstração de afeto, ainda mais embaixo do meu teto!
Diggory afastou-se da garota rápido demais, parecendo ligeiramente nervoso quando se adiantou para cumprimentar o homem, ouvindo uma risada ao fundo.
- Até parece, você fala mais dele do que a ! - Remo contou divertido, fazendo o resto do pessoal olhar para Sirius surpreso.
Black abriu e fechou a boca, sem reação.
- Eu… Só disse que ele parece um bom aluno, ou não é verdade? - Virou-se para Minerva, que concordou segurando um sorriso.
Snape rolou os olhos, entediado.
- Muito bonito o momento, mas acredito que agora que Ninfadora chegou, podemos começar a reunião, não?
notou o olhar irritado que a prima direcionou ao mestre de poções, por tê-la chamado pelo nome de batismo.
- Falta o Arthur… - a mulher falou, ao notar que o Weasley mais velho não estava entre eles.
- Ele não virá, está no Ministério. - Quim avisou-a.
- Muito bem, muito bem, então vocês três podem ir subindo. - Moody apontou para as duas garotas e Cedrico, demorando o olhar no rapaz - Apesar de…
- Nem pensar. - Minerva negou com a cabeça, sabendo o que Alastor queria - Diggory é maior de idade, mas ainda está estudando.
- O que…? - o lufo questionou confuso, sem entender o que aquilo significava.
virou-se de um professor para outro;
- Vocês querem que Cedrico entre para Ordem? - questionou surpresa - Estou aqui fazem quase dois meses e ninguém me aceita, ele chegou fazem cinco minutos e já tem convite? Acho injusto!
- Ninguém vai entrar na Ordem, principalmente alguém menor de idade e irresponsável como você! - Snape respondeu friamente.
No mesmo instante Sirius deu um passo à frente, pronto para começar uma discussão.
- Vamos começar, temos muito o que resolver. Além do mais, nenhum estudante vai entrar para Ordem! - Minerva interferiu, dando um passo em direção a Sirius, olhando séria dele para Snape. E então olhou para os três adolescentes - Vocês já podem subir.

Hermione abriu a porta do segundo quarto no corredor, entrando e sendo seguida pelo casal, Cedrico logo viu Harry, Rony, Gina e os gêmeos sentados em duas camas de solteiro que tinha ali, conversando. Os cinco pararam, virando-se para a entrada, percebendo que as duas garotas não estavam mais sozinhas.
- Olá, Cedrico. - Gina foi a primeira a dizer, seguida pelos quatro garotos.
- Oi, tudo bem? - perguntou simpático, acenando para todos.
Sentou-se ao lado de , na cama a esquerda, enquanto olhava ao redor.
O quarto era um tanto escuro, as paredes tinham sinais de infiltração e parte do papel de parede estava gasto, mas ao prestar mais atenção nos móveis, Diggory teve certeza que o quarto costumava ser bastante luxuoso; e foi então que Cedrico lembrou-se do quão importante era o nome Black antes de toda a confusão com Sirius, e quão rica era a família.
Os Diggory tinham dinheiro, e o sobrenome já tinha sido importante, Eldritch Diggory, tataravô de Cedrico, chegou a ser Ministro da Magia e o primeiro a recrutar uma Comissão de Aurores na Inglaterra, também começou a questionar o uso de Azkaban como prisão, mas morreu ao pegar Varíola de Dragão, antes de chegar a alguma decisão sobre o local.
Os Diggory tinham certo respeito na comunidade bruxa, mas Cedrico sabia que não era um sobrenome tão grande quanto o sobrenome Black, e nem tão ricos.
A Família Black era extremamente conhecida, respeitada e temida por muitos. Se voltassem quase duas décadas, antes de Sirius ser preso em Azkaban, antes da Primeira Guerra Bruxa, os Black eram uma das principais famílias, junto aos Lestrange e, mais recentemente, os Malfoy, principalmente porque as três famílias mantiveram uma aliança por muitos anos, casando-se entre si para manter a linhagem e o Sangue-Puro. Contudo, após Voldemort ser derrotado, parte desse prestígio foi perdido: os Black não chegaram a declarar que eram a favor do Lorde das Trevas, mas a maioria sabia que eles concordavam com muitas das ideias de Riddle; Os Black não aceitavam Sangues-Ruins, desprezavam os trouxas. E, como Sirius e eram agora os últimos a carregarem o sobrenome Black, podia-se dizer que a família já não era importante como antes; embora ainda fosse um sobrenome imponente, Black agora só era ligado ao Comensal foragido, principalmente porque a maioria não sabia que era a filha de Sirius, a grande maioria não fazia ideia do que tinha acontecido com a filha dos dois Comensais seguidores de Voldemort;
Até descobrir sobre a garota, Cedrico achava que a criança tinha morrido quando os pais foram presos, assim como boa parte da população.
- Moody praticamente chamou Cedrico para a Ordem! - ela contou para o pessoal no quarto, Diggory notou todos os olhares viraram-se em sua direção.
- Como é? Por que? - os gêmeos questionaram ao mesmo tempo.
- Porque ele é maior de idade e um exemplo de estudante! - deu de ombros, olhando de canto para o namorado, que fez careta.
- Mas nós já temos 17! - Jorge reclamou indignado.
- Não é só por isso, - Mione negou, atraindo a atenção de todos - Cedrico é maior de idade, bom aluno e ótimo em feitiços, não? E foi muito bem avaliado no Torneio, principalmente se considerarmos que ele foi o Campeão pela Escola. Harry não teria participado em situações normais.
o cutucou na cintura, vendo-o sorrir de lado ao tempo que tentava segurar a risada ao ouvir os elogios de Granger.
- Cedrico pode entrar na Ordem e nós não? - Harry perguntou levemente irritado. - Desculpe, Diggory, mas… - o rapaz levantou-se, andando de um lado para o outro - Quer dizer, eles nem mesmo saberiam que Voldemort retornou se eu não tivesse dito, não é?
- Harry… - Hermione chamou, mas o amigo ignorou.
- Me deixaram no escuro o verão todo, e agora Cedrico entra na Ordem por ser maior de idade?
O lufo arqueou a sobrancelha, não gostando de como soou o que Potter tinha dito.
- Eu não vou entrar, Minerva disse que nenhum estudante vai. - avisou segurando-se para não ser rude.
- É, mas Moody ficou interessado, tenho certeza que vão te chamar quando terminar Hogwarts... - comentou pensativa, Cedrico a olhou curioso.
Sabia o que a Ordem da Fênix significava, sabia o que tinham feito durante a Primeira Guerra, sentiu-se extremamente feliz e orgulhoso de si mesmo, por Alastor Moody, um dos maiores Aurores que já existiu, considerá-lo para o grupo. Porém agora, olhando para todos naquele quarto, achava que ninguém o considerava capaz de participar de algo como aquilo. E saber que a namorada parecia hesitante com aquela possibilidade, o fez sentir-se mal por saber que ela não o considerava bom o suficiente.
Principalmente por saber que achava Harry Potter uma ótima adição para a Ordem.
Parecia que tinha voltado meses no tempo, e estavam naquela mesma conversa sobre ele colocar, ou não, seu nome no Cálice de Fogo.
Naquele instante Cedrico começava a achar que não tinha sido uma boa ideia ir até o local, talvez devesse ter ficado em sua casa.
Continuaram conversando sobre o assunto, passando para o possível motivo da reunião que acontecia no andar de baixo. notou que Cedrico estava extremamente quieto, não fazendo comentários sobre a conversa, e foi ainda mais evidente que tinha algo o incomodando, quando ele suspirou ao seu lado, parecendo impaciente.
- De qualquer forma, nem Dora nem papai estão dizendo muita coisa… - rolou os olhos, levantando-se - Se alguém tiver alguma ideia… - deixou subentendido que ela estava disponível para qualquer coisa que os ajudasse a descobrir o que acontecia. - Quer conhecer o resto da casa? - perguntou para Diggory, que a olhou após alguns segundos, concordando com um aceno e a seguindo para fora do quarto.
- Acho melhor você não conhecer o quarto dela, lembre-se de que Sirius está no andar de baixo, Cedrico! - Fred gritou antes de fecharem a porta.
- E ele é um assassino louco e perigoso! - Jorge completou, rindo junto dos demais.

Ignorando a brincadeira dos gêmeos, o primeiro, e único, lugar que levou Cedrico foi para seu quarto, o último cômodo do lado esquerdo do corredor do segundo andar.
Esperou o rapaz entrar para fechar a porta, andando até sua cama grande, sentando-se na mesma enquanto via o namorado olhando ao redor.
O quarto estava muito mais organizado do que o outro, tinha dito que passou algumas tardes junto de Sirius arrumando-o para deixá-lo um pouco mais seu.
Boa parte da decoração de seu quarto na casa dos Tonks foi transferida para lá; uma grande bandeira da Grifinória ocupava boa parte da parede lateral, ao lado da porta tinha uma escrivaninha e um grande espelho, e ao redor várias fotos coladas.
Cedrico reparou nas duas únicas com porta-retratos ali, ambas recentes;
, Sirius e Ninfadora estavam sentados no sofá da casa dos Tonks, com Andy e Ted em pé logo atrás, riam para a foto, levantando copos de alguma bebida em um brinde silencioso.
Na outra foto, Diggory lembrava-se bem dela, sua mãe tinha tirado no dia da terceira tarefa do Torneio, quando estavam juntos andando pelos terrenos de Hogwarts, Cedrico abraçava a namorada pela cintura, e ambos riam para a câmera.
Sorriu levemente ao lembrar do dia, e então suspirou, puxou a cadeira da escrivaninha, sentando-se na mesma, encarando os pés.
suspirou audivelmente, antes de cruzar as pernas;
- Não entendo, de verdade, Cedrico. Você disse que queria vir aqui, que estava com saudades e tudo o mais, e agora mal me olha na cara? - questionou com a voz baixa. Diggory travou a mandíbula, olhando para o chão escuro. - Eu posso pelo menos saber o motivo dessa vez?
- Não é como se eu quisesse ficar brigando com você…
- Mas é exatamente isso que você está fazendo agora, e eu nem sei o motivo.
Cedrico levantou-se frustrado, cruzando os braços e andando de um lado para o outro no quarto.
- Pelo mesmo motivo do ano passado, você não confia em mim.
- O QUE? - perguntou incrédula. - Quando foi que eu não confiei em você? Olha, se foi pelas suas admiradoras, eu tinha motivos, ok? Elas claramente queriam te beijar!
Diggory sorriu triste, colocando as mãos nos bolsos da calça.
- Não quero dizer no sentido de traição, . - explicou chateado, vendo-a franzir o cenho confusa - Quero dizer que você nunca me acha capaz de fazer algo, quando sugeri colocar meu nome no Cálice ano passado, o tempo todo você ficava dizendo o quanto era perigoso e que eu poderia me machucar…
- Se eu não me engano, você acabou queimado em duas tarefas, e teve Krum te azarando com uma Maldição Imperdoável, não? - arqueou a sobrancelha.
Cedrico concordou com um aceno, fechando os olhos por poucos segundos.
teve a impressão que o namorado parecia cansado, mas não soube dizer do quê. - Eu, na verdade, não sei o que te dizer. - deu de ombros, olhando para baixo, estava sendo sincero, nem ele mesmo sabia o que o incomodava tanto, não sabia definir o misto de sentimentos e pensamentos que o ocupavam.
- Se você não me disser, não tenho como saber o está acontecendo, Ced. - levantou-se, se aproximando dele.
- Eu sei… É só… - o rapaz suspirou, passando a mão pelos cabelos - Você sabe o quanto eu gosto de você, , mas a sensação que eu tenho é que você não confia em mim, que você realmente não me acha capaz de fazer as coisas…
- Que coisas?
- A Ordem, por exemplo. Eu entendo seus amigos não me acharem capaz, mas você? - ele a encarou por alguns instantes.
Aos poucos a garota parecia entender ao que ele se referia, ao tempo que parecia tirar um peso de seus ombros e a angústia do peito. Nem mesmo notou o quão aflita estava com aquela conversa, até sentir um alívio passar por seu corpo.
- É esse o problema? - ela negou com a cabeça, não podendo deixar de sorrir.
- Você acha pouco? - cruzou os braços impaciente.
- Não acho que você não seja capaz de fazer as coisas, Diggory. Tanto que foi o Campeão de Hogwarts, huh? - sorriu, passando os braços por sua cintura - Só me preocupo com você, é diferente. Não quer dizer que não te ache corajoso ou que não sei que você se sairia bem. Contudo, por alguma razão, você só quer participar de coisas perigosas, primeiro o Tribruxo, agora esse súbito interesse na Ordem…
- Você pareceu bem chateada por Olho-Tonto ter sugerido isso.
- Mas é óbvio! - reclamou impaciente, batendo o pé no chão de forma mimada - Sabe o tempo que eu estou tentando descobrir alguma coisa? Sabe o número de vezes que eu já perguntei ao meu pai o que está acontecendo e não tive resposta? E você chegou e no mesmo instante Moody já quer te recrutar? Não é por ser você, Ced, eu teria a mesma reação se fosse outra pessoa.
Diggory passou a língua pelos lábios finos, pensando sobre o assunto, finalmente passando os braços pela cintura da garota.
- Você parece aceitar muito bem se chamarem Harry para a Ordem.
- Porque se o Raio puder participar, quer dizer que eu também posso! Sou mais velha e estamos na mesma sala. Não tem muita coisa que ele faça que eu não saiba, sem contar que em noventa por cento das vezes que ele fez alguma besteira, eu estava junto. - deu de ombros, explicando seu ponto de vista - Papai é o responsável legal por Harry, então se ele deixar Potter entrar na Ordem, não existe razão para eu não entrar.
- Então por que eu tenho a sensação que você sempre está de acordo com Harry participar de qualquer coisa mais arriscada, mas quando eu digo que quero fazer algo diferente você reclama?
tornou a negar com a cabeça, um sorriso leve nos lábios.
- Você não saber o número de vezes que eu e Harry brigamos por essas coisas, não quer dizer que não aconteça, Cedrico. Potter é meu melhor amigo, me preocupo muito com ele, e me preocupo ainda mais com você, porque não consigo imaginar o que eu faria se alguma coisa te acontecesse. Harry é meu amigo, mas não adianta eu ameaçá-lo… Ele simplesmente faz o que quer, não é? Assim como você, no final das contas.
Diggory encarou-a por alguns instantes.
- Meio que me ofende você continuar achando que eu gosto mais do Potter, ou que eu vá te trocar por ele a qualquer momento, ou que eu não confio em você e na sua capacidade. Achei que já tínhamos passado desse ponto depois de todo esse tempo…
- Eu sei… - ele concordou, frustrado consigo mesmo e sua confusão de sentimentos e ciúme. - É só… - Cedrico virou-se para a namorada, apertando-a contra ele - Não é como se eu conseguisse evitar, sabe? Eu tento, de verdade, mas não consigo não pensar em vocês dois… Você sabe… E eu sei o quanto isso é irritante, eu confio em você , mas…
- Diggory, se eu quisesse namorar Harry Potter eu já teria dito isso faz tempo. - falou séria, encarando os olhos cinzas do rapaz - Não me importa o que as pessoas dizem dele, ou de você. Harry é meu melhor amigo e você meu namorado, eu vejo uma grande diferença nisso. E o fato de estar mais próxima dele, porque somos da mesma Casa, ou porque ele está aqui, não muda o que eu sinto por você. Consegue entender isso?
O lufo suspirou, concordando com a cabeça.
- Desculpa…
- Não precisa me pedir desculpas, Diggory, só lembra disso na próxima vez, ok? Porque não tem condições a gente ter essa mesma conversa toda semana!
Cedrico sorriu triste.
- Prometo que vou me esforçar - avisou, tornando a puxá-la pela cintura -, mas eu estava reparando… Estamos sozinhos, e eu ainda nem te beijei…
- Você é meio lento mesmo, não é? - a garota comentou envolvendo o pescoço dele com os braços, Cedrico gargalhou antes de encostar os lábios nos dela, beijando-a enquanto pressionava seu corpo contra o da namorada.

Assim que a reunião terminou e os membros da Ordem se dispersaram, a maioria deixando a casa, Black saiu da cozinha, espreguiçando-se no caminho até a sala, estranhando ao notar o silêncio que prevalecia no lugar. Ao prestar um pouco mais de atenção, percebeu que não era apenas na sala, mas a casa inteira estava naquele silêncio, suspeito demais para o número de adolescentes que estavam ali.
Subiu as escadas para o segundo andar, podendo ouvir alguns cochichos vindos do quarto no qual Harry dividia com Rony, bateu na porta antes de entrar, vendo os Weasley, Mione e o afilhado o olharem no mesmo instante.
- Já acabou a reunião?
- Como foi?
- O que decidiram?
- O que está acontecendo?
Black negou com a cabeça, divertido com a reação das crianças. - Molly provavelmente me mataria se eu contasse e… - Sirius contou rapidamente o número de pessoas dentro daquele quarto, dando por falta de duas. - Cadê…?
- Eu disse que não era uma boa ideia o Cedrico conhecer o quarto da … - Fred comentou em voz alta, negando com a cabeça, viu Sirius olhá-lo assustado antes de deixar o cômodo.
Black saiu dando passos largos pelo corredor, até chegar ao quarto da filha, abrindo à porta de supetão.
- BLACK!? O que é isso??

Três.

A garota arqueou a sobrancelha, inclinando levemente a cabeça para o lado, passando a língua pelos lábios, enquanto tentava entender o drama do pai, que continuava parado na entrada de seu quarto, com o rosto vermelho e a respiração falha, olhando dela para Cedrico, aguardando uma explicação.
Diggory olhou surpreso para o homem, e então olhou para o lado, vendo a namorada parecendo tão confusa quanto ele próprio. Tornou a olhar para Sirius, notando quando o mesmo respirou fundo, acalmando-se.
- Do que, diabos, você está falando, pai? - perguntou finalmente.
Sirius pigarreou baixo, sentindo o desespero aos poucos esvair-se, ao notar que, na verdade não tinha razão para preocupações. Olhou atentamente para os dois por alguns instantes, apenas para certificar-se de que não estavam tentando enganá-lo de alguma forma.
Contudo, Diggory estava bem longe de sua filha, sentado na ponta da cama, com as pernas compridas esticadas, e com o que parecia ser uma foto em mãos, enquanto , uma criança inocente que talvez nem devesse ter um namorado, estava com as pernas cruzadas, no meio da cama, com um livro aberto à sua frente. Não tinham rostos vermelhos, respirações falhas ou roupas amarrotadas, definitivamente, um bom sinal.
- Hm… Bem… - Sirius sentiu-se ligeiramente constrangido, sendo analisado pela filha, que manteve os olhos nele o tempo todo, encarando-o desconfiada - Fred disse que… E vocês estavam com a porta fechada… - explicou-se, colocando uma mão no bolso na calça, enquanto passava a outra pelos cabelos compridos.
Demorou alguns segundos para entenderem ao que ele se referia, mas no instante seguinte Diggory ficou vermelho, gaguejando algo difícil de compreender, mas Black poderia afirmar que ele queria dizer um eu nunca faria nada disso, senhor.
O que, é claro, não era totalmente verdade, mas Diggory torcia para que Sirius não pudesse ler seus pensamentos, principalmente os que envolviam a filha do homem.
, também ficou vermelha, mas por outro motivo.
Levantou-se andando até o mais velho, puxando-o pela mão e fechando a porta para que Cedrico não os ouvisse.
- Eu não acredito no que você estava insinuando. Você… Por Godric Gryffindor. Como é que… - falava nervosa, sem conseguir concluir as frases. A respiração acelerada, enquanto passava a mão pelos cabelos loiros - Pai… Como… Por…
- Não foi bem minha culpa… - avisou, embora não a olhasse - Quer dizer, o que eu deveria esperar? Vocês dois sozinhos, a porta fechada… Fred disse… Bem, não importa.
- Eu esperava mais de você, pai. - a garota falou séria, parando de andar em círculos e o encarando finalmente. - E achei que você esperasse mais de mim. Confiasse mais em mim.
Sirius suspirou, concordando com um aceno.
- Essa coisa de ser pai de adolescente é muito complicada, sabe? - admitiu com um sorriso pequeno. - Não sei muito bem como reagir a certas coisas… Era mais fácil cuidar de você quando era um bebezinho, quando mal sabia engatinhar, e mesmo assim não me dava um segundo de sossego, mexendo em tudo o que alcançava… - relembrou com pesar - Agora você já é uma garota crescida, com um namorado - fez careta -, um namorado maior de idade, vale lembrar. Não é que eu não confie em você, mas tem certas coisas que acontecem que ninguém me ensinou como devo reagir… Ainda mais depois de ter passado tantos anos longe, não te conheço tão bem quanto antes… É difícil aprender sozinho, sabe?
baixou a cabeça, suspirando antes de voltar a encarar o homem.
- É estranho ter toda essa preocupação. Principalmente quando você demonstra o tempo todo. Andy não era assim, ela simplesmente confiava que eu agiria bem, e caso não acontecesse ela me deixava de castigo mais tarde, mas nunca ficou falando muita coisa como você tem feito… - encolheu os ombros, sorrindo de lado - Não sei se já me acostumei com essa ideia de pai ciumento…
Sirius riu baixinho, puxando-a para um abraço apertado.
- Também não estou acostumado com minha filha namorando, mas vamos tentar resolver isso, ok? Vou tentar me controlar melhor quando ver vocês dois juntos, mas agradeceria se não ficassem sozinhos com a porta fechada. Eu já tive dezessete anos e sei exatamente como é. Confio em você, mas no momento não sei se confio tanto no Cedrico, é difícil de acreditar, mas eu já fui adolescente com uma namorada dois anos mais nova, sabe?
- Sirius Black III, eu realmente não preciso ter esse tipo de imagem na minha cabeça! - reclamou ainda abraçada com o homem, afastando-se momentaneamente apenas para encará-lo - Prefiro manter sua imagem de pai conservada!

O restante das semanas passaram com mais rapidez do que esperavam, principalmente com Sra. Weasley os forçando a continuarem a limpar a casa, de forma a torná-la mais habitável.
- Não sei pra que, a gente vai voltar pra Hogwarts, Sirius não vai se incomodar de ter alguns cômodos bagunçados… - os gêmeos reclamavam vez ou outra, assim como o restante.
As reuniões da Ordem continuavam sendo secretas, embora um detalhe ou outro tivesse escapado depois que Sirius tinha contato que Voldemort buscava uma arma secreta.
As teorias eram várias, mas ninguém estava perto de descobrir qual seria essa arma.
Não tiveram nada realmente importante acontecendo desde a audiência de Potter no Ministério, o que era um tanto entediante para os Weasley e Hermione.
Harry e , por outro lado, não reclamavam, na verdade estavam adorando poder passar todos aqueles dias com Sirius, que sempre contava alguma história sobre os tempos dos Marotos em Hogwarts, Lupin normalmente precisava interromper as narrativas, visto que eram sempre muito mais exageradas do que ele se lembrava.
Faltando poucos dias para voltarem à Escola, e a casa novamente se tornar um tanto solitária, Sirius foi, aos poucos, isolando-se do restante, passando bastante tempo com Bicuço. Fato que não passou despercebido pela filha, que sempre que conseguia escapar da limpeza, subia para o quarto e sentava-se no chão sujo de penas, ao lado do pai, enquanto viam o hipogrifo limpar as próprias asas. Nessas horas eles não conversavam muito, apenas ficavam sentados lado-a-lado, sorrindo sempre que Bicuço fazia algum barulho inusitado, e aquilo era o suficiente para ambos.
O pior momento na opinião de Black e Potter foi no dia no embarque na plataforma.
Sirius deveria ficar em casa, enquanto os outros iriam com Olho-Tonto, Tonks e mais alguns, e, após uma despedida com muitos abraços e algumas lágrimas, quando já estavam saindo do Largo Grimmauld, um grande cachorro preto começou a segui-los, querendo passar mais alguns instantes com os dois.
E, ao atravessarem o portal da plataforma 9 ¾, Almofadinhas ficou sobre as patas traseiras, abraçando-os antes que os dois embarcassem, atraindo a atenção de alguns estudantes, entre eles Draco Malfoy, que olhou desconfiado para o cachorro, antes de embarcar junto com o pessoal da Sonserina.
Cedrico apareceu após despedir-se dos pais, andando até o grupo, coçando atrás da orelha do cachorro, que latiu contente para o lufo, abanando o rabo agitado.
Assim que todos embarcaram e o trem partiu, o cachorro e o pequeno grupo de escolta, desaparataram.

Diggory passou um bom tempo na cabine de e seus amigos, conversando amigavelmente com Potter, inclusive jogando uma partida de snap explosivo com ele, e xadrez bruxo com Rony, perdendo de lavada, o que não foi surpresa para ninguém já que todos perdiam para o ruivo no jogo.
Horas depois despediu-se deles, e foi para a cabine dos amigos conversar, antes de juntar-se com o restante dos monitores (incluindo Granger, Weasley e, para surpresa dos três, Malfoy), tirando algumas dúvidas e ensinando-lhes como agir com os outros alunos.
Entre a confusão de ajudar Hagrid a separar os alunos do primeiro ano, e confirmar que todos os outros alunos pegaram as carruagens, Diggory não tornou a ver a namorada, só encontrando-a com o olhar rapidamente na mesa da Grifinória, durante o jantar de boas-vindas. A menina conversava empolgada com alguns colegas da Casa, enquanto esperavam o discurso de Dumbledore.
Cedrico parecia que não comia há dias, embora fizessem apenas algumas horas desde que tinha comido alguns pedaços de bolo que comprou com a bruxa do carrinho, sentia um buraco em seu estômago, e começou a tamborilar os dedos da mesa, esperando a comida que não vinha. Seu desespero só aumentou quando percebeu que o discurso de Dumbledore não seria curto, muito pelo contrário.
E, para surpresa de todos, a nova professora interrompeu o falatório do diretor, começando um monólogo chato que começou a dar-lhe sono, embora, no final, ele tivesse entendido ao que a mulher se referia, e não gostou nem um pouco do que ela tinha dito. Não sabia dizer o quanto de poder ela teria na Escola, mas se fosse maior do que de McGonagall a qual era Vice-Diretora, o ano seria, no mínimo, complicado.



Quatro.

Cedrico tinha terminado sua ronda, antes de seguir com sua mochila para a biblioteca, pronto para colocar algumas matérias em dia e estudar para seu NIEM’s. Tinha apenas uma semana que as aulas tinham retornado, mas já era incrivelmente exaustivo o número de matérias acúmuladas, principalmente em Poções e Transfigurações.
Suspirou frustrado ao não encontrar Black em nenhuma das mesas de estudo, e logo juntou-se aos amigos, mais ao fundo, retirando os livros grossos e pesados, enquanto puxava alguns rolos de pergaminhos, tinteiro e pena.
Sempre que ouvia um barulho na porta, olhava na direção, esperando ver a namorada entrar a qualquer momento. Apenas confirmou no relógio em seu pulso que as aulas da garota já tinham terminado há uns bons quarenta minutos, mas nem sinal dela.
Não tinham, realmente, combinado de se encontrar para estudarem, mas Cedrico tinha esperanças que acontecesse, embora parte de si achasse bom ela não estar ali;
Era difícil para ele se concentrar nos estudos quando a loira estava ao seu lado, mas notou que também era complicado prestar atenção em todas as suas anotações quando não a via. Tinha dois dias que não conseguiam conversar direito, Diggory estava mais atarefado do que o normal com suas tarefas de Monitor, agora que tinha sido promovido, e a quantidade de estudos não facilitava nenhum dos lados; tinha começado a se preparar, mais cedo do que gostava, para seus NOM’s no final do ano. E nenhum dos dois teve tempo de sequer pensar no Quadribol, embora o lufo já devesse estar se preocupando com a nova temporada.
- Cedrico, se você não fizer a lição eu não consigo copiar, sabia? - Emmett sussurrou para o amigo, vendo-o rolar os olhos no instante seguinte, rindo baixo.
- Talvez você devesse fazer hoje, e eu copiar, apenas para variar.
- Não queremos diminuir suas boas notas, não é? - sorriu enquanto Diggory negou com a cabeça, suspirando antes de voltar sua concentração para o pergaminho a sua frente.

esticou-se na cadeira, estralando os dedos após deixar a pena ao lado do pergaminho.
- Por Merlin, eu não aguento mais escrever, meus dedos doem! - reclamou antes de prender os cabelos que soltaram-se de seu coque preso com lápis.
- Poderíamos estar lá fora, aproveitando que ainda não é inverno! - Rony concordou frustrado, olhando pela janela da torre para os gramados verdes.
- Podem ir, mas quando vocês reprovarem em seus exames, não digam que eu não avisei! - Hermione murmurou, antes de voltar a prestar atenção em suas anotações.
- Alguém aqui sabe mesmo como motivar os amigos, ein? - sorriu irônica, levantando-se pouco depois.
- Não é como se funcionasse com você, é? - a amiga respondeu no mesmo tom, olhando-a rapidamente.
- Relaxa, Mione, só vou esticar as pernas um pouco. E eu já terminei o resumo de Adivinhação e a lição de Feitiços. Aproveito para ver se Harry ainda está com a cara de sapo, faz mais de duas horas que ele saiu, e eu ainda não jantei! - terminou, antes de retirar-se, podendo escutar o ruivo reclamar por também estar com fome, embora tivesse jantado mais cedo.
Black desceu as escadas até o Salão Principal, encontrando poucas pessoas jantando, não localizou nem Cedrico na mesa da Lufa-Lufa, nem Harry junto com os amigos da Grifinória, mas aproveitou para pegar um pedaço de torta de rins, ovos e bacon para comer.
- Acho que você tem estudado muito, porque isso é café-da-manhã, não jantar, Tonks! - Simas riu apontando com a cabeça para o prato da colega.
- Tão engraçado esse rapaz! - negou com a cabeça, mastigando um pouco de bacon - Vocês viram o Potter? - perguntou entre uma garfada e outra. Simas rolou os olhos, Neville e Dino negaram. - Você sabe que é bem ridículo acreditar no Profeta ao invés de acreditar em Harry e Dumbledore, não é? - comentou em voz baixa com o colega ao seu lado, tomando um gole de suco antes de virar-se para o mesmo. - Quantas vezes Potter estava errado sobre alguma coisa, e quantas ele já enfrentou Voldemort? Pense um pouco nisso antes de ficar contra ele, Simas. - terminou antes de levantar-se, não finalizando sua refeição enquanto deixava o Salão, olhava para baixo enquanto andava, distraída com o cadarço desamarrado, esbarrando em alguém ao passar pela porta.
- Harry?!
- Hm, oi. - o rapaz respondeu, rapidamente colocando as mãos dentro dos bolsos, ato que não passou despercebido pela loira, a qual arqueou a sobrancelha por alguns instantes, antes de tornar a conversar.
- Estava indo te procurar. Como foi?
- Nada demais… - deu de ombros, entrando no Salão Principal, junto com - Ela me fez repetir uma frase várias vezes…
- Qual frase? - perguntou no tempo em que os dois sentaram lado a lado na mesa da Grifinória, um tanto afastados de Simas.
- Não devo contar mentiras. - sorriu de lado, esticando a mão direita para pegar um pouco de suco de abóbora.
o olhou por alguns instantes, enquanto o colega se servia do jantar e, ao notar que ele não diria muito mais a respeito, suspirou mexendo nos cabelos, agora soltos, e sentando mais despojadamente no banco.
- Você sabe que a Angelina é a nova Capitã, certo? - perguntou retoricamente, vendo-o concordar com a cabeça. - Ela vai começar as inscrições para goleiro. - explicou olhando em volta, suspirando enquanto encarava alguns colegas que ainda jantavam. - Vamos ser massacrados, não vamos?
- Por que diz isso? - Harry perguntou com um meio sorriso, antes de levar um pedaço de bacon a boca.
- Porque é a verdade. Ninguém é tão bom quanto Wood, e soube por fontes confiáveis, que no caso sou eu mesma, - contou rindo - que McLaggen vai tentar ocupar a posição.
- E ele não é bom? Ele sempre fala que é maravilhoso no Quadribol…
- Se ele fosse tão bom já estaria no time, não concorda? Ele não entrou nem como reserva. Olivio deveria saber que ele não é tudo aquilo, espero que Angelina não cometa o erro de aceitá-lo.
Potter riu com gosto.
Não admitia isso com frequência, mas gostava quando reclamava de alguém com ele, fofocava. Principalmente porque lhe permitia pensar em outros assuntos, e esquecer momentaneamente os problemas, como naquele momento.
passou a língua pelos lábios, e virou-se na direção de Harry, ao notá-lo rir tanto.
- Gosto de ouvir sua risada, sabia? - comentou displicente, tornando a olhar para frente, pegando uma maçã do cesto, Harry sentiu as bochechas esquentarem - Fazia tempo que não te via rindo. Eu sei que tem motivos, mas… Tente relaxar mais, está mais estressado que a Mione com os NOM’s. - virou-se para olhá-lo rapidamente, sorrindo de lado - Aliás, falando em NOM’s, como eu sou muito legal, deixo você copiar minha lição. Só não deixe a Granger ver. - piscou antes de levantar-se, mordendo a maçã vermelha. - Nos vemos no Salão Comunal, Raio. - disse passando a mão pelos cabelos curtos e arrepiados do rapaz, antes de andar para a saída.

Cedrico voltava junto com os colegas do sétimo ano para o Castelo quando viu a namorada subindo as escadas.
- Hey! - chamou mais alto, subindo alguns degraus para poder alcançá-la.
Black virou-se pouco antes do lufo a encontrar no meio do segundo lance.
- Olhá só quem apareceu! - sorriu para o rapaz, que parou dois degraus abaixo. - Fui te procurar na biblioteca, mas já estava fechada… Achei que estivesse no seu Salão Comunal…
- Tive aula de Astronomia, - ergueu o braço direito, mostrando o livro que carregava. - mas e você? Não te vi o dia inteiro…
- Pois é senhor Monitor Chefe, agora que você está com mais este cargo fica difícil mesmo. - arqueou a sobrancelha, encostando-se de braços cruzados no corrimão. - Mas na verdade eu passei as horas vagas estudando. Acredita nisso?
Cedrico riu baixo, concordando com a cabeça, apontando para a maçã que a garota segurava.
- Você vai terminar isso? Estou com fome. - fez cara de sofrido, vendo-a estender a fruta pouco depois. - Já vai dormir? - perguntou enquanto mastigava.
- Não, ainda não terminei meu trabalho de DCAT. - olhou para o lado por um instante, para ter certeza que ninguém se aproximava. - O que achou da cara de sapo?
Diggory arqueou a sobrancelha, antes de sentar-se no degrau do lado oposto, encostando-se na parede e esticando as pernas, deixando seu livro de astronomia no degrau de cima.
- Achei ok. Não tivemos muitas novidades, ela chegou na sala e fez um discurso sobre os outros professores, falou sobre o Ministério e passou alguns textos para lermos. - deu de ombros. - Você pelo visto já está de implicância, não?
Black abriu a boca indignada.
- Não estou de implicância. A mulher é louca! Não vai nos deixar treinar os feitiços, disse que é desnecessário sabermos nos defender! Para que serve uma aula de Defesas se a gente não vai saber se defender? - questionou abrindo os braços, frustrada - E nos tirou cinquenta pontos.
- O que você fez? – perguntou curioso, terminando sua maçã. Conhecia a namorada bem o suficiente para saber que ela era bem capaz de perder até duzentos pontos para a Grifinória.
- Nada. - rolou os olhos, logo fazendo menção de sentar-se, de forma que Diggory puxou as pernas, dando-lhe espaço - Dessa vez não fui eu. Harry começou a falar sobre a última tarefa do Torneio, sobre Voldemort, e bem, você pode imaginar, não é?
Cedrico suspirou, concordando com a cabeça.
- Potter também não perde uma chance de arrumar problemas. Poderia simplesmente ter ignorado tudo.
o encarou por longos segundos.
- Você está mesmo defendendo a mulher? Não foi você quem me disse que esse ano seria mais difícil com ela aqui?
- Eu não estou defendendo ninguém! - negou com a cabeça - Estou dizendo que ele poderia ter evitado. Só isso.
- Você evitaria se estivessem te chamando de mentiroso? Eu sei que eu não evitaria. Poderia perder quinhentos pontos.
- Tenho certeza que sim. - riu baixo, notando que a namorada ainda parecia incomodada - Potter não está errado em tentar se defender, mas ele pode evitar alguns dos problemas, não é? Por exemplo, se ele tivesse se mantido em silêncio não teria ficado de castigo.
franziu o cenho por alguns instantes.
- Como sabe que ele estava de castigo?
- Precisei entregar alguns trabalhos na sala da Umbridge, ele estava lá quando entrei. - passou a mão pelos cabelos - Será que podemos mudar o assunto agora? Realmente não queria ficar falando sobre essas coisas no único momento que estamos juntos.
- Tudo bem… - concordou suspirando, sabia que se mantivessem a conversa acabariam brigando, e era a última coisa que ela queria naquele momento. - Quer falar sobre o que?
Diggory sorriu de lado.
- Na verdade, não estou realmente interessado em conversar nesse instante.
Viu a loira o olhar chocada, embora um sorriso tomasse os cantos de seus lábios, o que só aumentou quando o lufo aproximou-se o suficiente para encostar sua boca na dela.
- Eu só quero ver se te encontram nos amassos no meio das escadas, vai perder seu título de Monitor-Chefe! - soprou contra os lábios finos do rapaz, ouvindo-o rir baixo.
- Eu vou me arriscar dessa vez.

Com um mês que as aulas tinham retornado, a única novidade era o número de decretos criados por Dolores, que tinha sido nomeada Alta Inquisidora pelo Ministro, o que significava que a mulher tinha liberdade para fazer o que quisesse em Hogwarts, principalmente aterrorizar os alunos. As aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas continuavam tão ruins quanto na primeira semana, e tão entediantes quanto as de História da Magia, e agora Umbridge também estava encarregada de avaliar os outros professores, podendo demitir quem quisesse, se achasse necessário.
O mais impressionante em tudo aquilo era o número de pais que concordavam com aquelas atitudes do Ministério, interferindo na educação em Hogwarts.
- Edwiges?! - Potter sorriu ao ver a ave branca aproximando-se, na hora do Correio Coruja. Estava há mais de uma semana esperando uma resposta de Sirius.
terminava de ler a carta enviada pelos Tonks, quando notou sua coruja parada na mesa, com um pedaço de pergaminho amarrado em sua pata. Acariciou-lhe as penas por alguns instantes, após desamarrar a carta, e logo os dois pássaros tornaram a voar para fora do Salão, em direção ao Corujal.
- E então? - Mione perguntou em voz baixa para os dois, após notar que já tinham terminado de ler suas correspondências. - Alguma novidade sobre a Ordem?
- Aparentemente as coisas não vão bem, o que não é uma novidade. - suspirou, guardando o bilhete no bolso da capa. - Mas é melhor conversarmos sobre isso depois. - olhou por sobre o ombro, vendo a professora próxima a mesa.

No sábado, enquanto voltavam mais animados para o Salão Comunal depois de terem passado o dia estudando, mas embaixo de uma árvore próxima ao Lago Negro, ao invés de ser na Torre da Grifinória, como de costume, ou na biblioteca, o trio encontrou com Potter, já sentado em uma das poltronas próximas à lareira, enquanto lia o livro recomendado para o trabalho de História da Magia.
- Faz tempo que você voltou? Podia ter ido encontrar conosco! - Rony falou ao jogar-se no sofá, deixando os livros espalhados de qualquer jeito no chão.
- Não muito. - respondeu dando de ombros, enquanto Mione sentava-se ao lado do ruivo, e ao chão, próxima à lareira, aquecendo-se um pouco.
O inverno ainda não tinha chegado, mas já começava a esfriar e, após passar às duas últimas horas no vento gelado, era bom estar em um lugar quente para variar.
- Como foi com a Umbridge? - Hermione questionou, retirando o casaco que usava.
- Ok, nada fora do normal. - tornou a responder, ainda olhando para o livro.
- O que aconteceu com a sua mão? - perguntou de repente, encarando a mão esquerda do amigo, que parecia ter uma cicatriz grande.
- Nada. - apressou-se a dizer, mostrando a mão direita. Black arqueou a sobrancelha, um sorriso irônico nos lábios, antes de aproximar-se, puxando a outra mão de Potter.
Demorou alguns segundos para a garota entender o que era, a expressão concentrada em seu rosto fez Harry respirar fundo, tornando a negar com a cabeça quando o encarou finalmente.
- Não foi nada, sério.
- Nada? - foi Mione que começou, também olhando para a mão do colega e entendendo rapidamente o que acontecia. - Você tem de fazer queixa, contar para Dumbledore.
- Não, Hermione. Você não entende.
- A mulher está te torturando, Harry! - Rony concordou, mas Harry os ignorou, deixando o livro de lado e levantando-se. - Se seus pais soubessem disso…
- Mas eu não tenho pais, tenho Rony? - falou por sobre o ombro, fechando as mãos em punho.
- Não, não tem. - concordou, levantando-se devagar. - Mas não quer dizer que a mulher possa fazer o que quiser e você aceitar.
- Não estou aceitando nada.
- Desculpe, mas se você não quer falar sobre isso nem para os seus amigos, imagino que Umbridge alcançou o objetivo dela de te deixar isolado. Ou você acha que todas as provocações nas aulas, para te fazer parecer um louco, são sem querer? - cruzou os braços, encarando-o significativamente por alguns instantes. - Se você é ingênuo a esse ponto, sinto muito, mas eu não sou.
- está certa, Harry. Precisamos fazer alguma coisa. É muito simples.
- Não tem nada de simples nisso, Mione. - respondeu frustrado, passando a mão pelos cabelos curtos, virando-se para a janela, notando a chuva que começava a cair do lado de fora.
- Então nos explique.
- Não é preciso, - continuou, soando fria a cada palavra, porque sabia o quanto irritava ao outro quando ela fazia isso, mas era sempre um bom jeito de fazê-lo agir da maneira correta. Embora correta, talvez não fosse a melhor das palavras. - Harry está querendo provar algo; que não é um garotinho assustado o qual precisa de Dumbledore ou de qualquer pessoa para resolver seus problemas. Ou talvez ele só não esteja acostumado a ser ignorado pelo diretor. Ou por ninguém, quer dizer, é o Menino que Sobreviveu, não? - terminou irônica.
Potter virou-se com raiva, os punhos fechados, e a mandíbula travada.
- O que foi? Estou errada? Ou estou cem por cento certa? - sorriu de lado, irritando-o ainda mais.
- Você não sabe o que está dizendo.
- Talvez, mas me parece muito simples; você quer resolver tudo sozinho, porque se Dumbledore não quer falar com você, então ninguém pode te ajudar, não é? - colocou as mãos nos bolsos, parecendo extremamente casual, como se conversassem sobre a próxima partida de Quadribol. - Não sei se você se lembra, Potter, mas boa parte das vezes que você teve algum problema, um de nós, ou os três, estávamos juntos de você.
- Não é nada disso… - negou com um aceno rápido.
- Vocês ouviram isso? - Rony perguntou de repente, atraindo a atenção dos três amigos. - O que…? - virou-se para a lareira.
- Pai? - exclamou surpresa, aproximando-se apressada.
- Eu… Esqueci de avisar, - Harry suspirou - recebi um bilhete hoje… - deu um sorriso sem graça.
- Olá! - a voz rouca de Sirius preencheu a sala vazia, os quatro aproximaram-se ainda mais, após certificar-se que ninguém estava à vista. - O que está acontecendo?
- Umbridge. - Potter falou rapidamente, não dando chance de ninguém contar sobre a pequena discussão de poucos minutos - Não nos deixa usar as varinhas em aula, e já está mandando tanto quanto Dumbledore.
- Era de se imaginar… - Black suspirou - Achamos que Fudge não os quer treinados em combate…
- Em combate? - Rony perguntou confuso.
- O que eles acham que está acontecendo nessa Escola? Que estamos juntando um exército, ou…
- Exatamente. - Sirius concordou com a filha - Ele está cada dia mais louco, está achando que Dumbledore está criando um exército para invadirem o Ministério.
- Quando a gente acha que vai ter um pouco de paz… - Weasley suspirou, jogando-se novamente contra o sofá.
- E quanto a Ordem? - Harry questionou ansioso.
Sirius demorou alguns instantes para responder.
- Os outros não querem que eu diga isso à vocês, mas… As coisas não vão nada bem… - respirou fundo, concluindo sua frase em seguida - Voldemort está ficando cada vez mais poderoso, e juntando seguidores mais rápido do que conseguimos.
- Pai, você acha que Fudge ou Umbridge podem estar trabalhando com ele? Ou talvez sob algum feitiço?
- Pouco provável… Cornélio está com medo de perder seu cargo como Ministro, e Dolores… Bem, ela não é muito agradável…
- O que faremos? - Rony foi o primeiro a se manifestar, após algum tempo de silêncio.
- Bem… Voc… - o homem parou de falar abruptamente - Vem vindo alguém. Sinto muito, mas, por hora, pelo menos, parece que vocês estão sozinhos nessa.

Assim que Sirius sumiu os quatro espalharam-se pela sala, com os pensamentos a mil enquanto tentavam, de alguma forma, arrumar alguma solução para tudo aquilo.
- Umbridge quase nos faz esquecer de todos os problemas, não é? - comentou, prendendo os cabelos. - Quer dizer, quem se lembra do mundo lá fora, quando temos a cara de sapo bem aqui?
- De qualquer forma, - Hermione começou - temos que ser práticos. Não temos como ajudar nas coisas da Ordem, mas podemos fazer algo para resolver o problema mais próximo; Umbridge não está nos deixando usar magia, e não está nos ajudando a passar nos NOM’s. E se ela não quer nos ensinar, precisamos de outro professor.
- O que quer dizer? - os três perguntaram confusos.
- Precisamos de alguém que nos ajude a aprender a nos defendermos por conta própria, se o Ministério não que admitir o retorno de Você-Sabe-Quem, bem, não podemos sair ameaçando todos para que acreditem em Harry, mas podemos tomar conta de nós mesmos.
- Eu ainda não entendi… - o ruivo começou, levantando-se do sofá e aproximando-se dos outros três que estavam em pé, próximos a janela.
Granger respirou fundo, fechando os olhos por alguns instantes, antes de virar-se para Potter;
- Precisamos de alguém que já tenha experiência em batalhas, precisamos estar prontos.
- Você está dizendo o que eu acho que você está dizendo? - perguntou surpresa, quando Mione concordou com a cabeça, a garota sorriu - Eu adorei a ideia!
- Que ideia? - os dois perguntaram.
- Precisamos que você nos ensine, Harry.
- Vocês… Precisam… Que eu... O quê?

Cedrico bateu na porta de carvalho, e pouco depois pode escutar os saltos batendo contra o chão, até que à porta se abriu e Dolores Umbridge sorriu para ele, parecendo quase fofa.
- Diggory, obrigada por vir, entre, por favor. - deu espaço para o lufo, que ajeitou a alça da mochila em seu ombro, antes de sentar-se na cadeira que a mulher indicava.
- Algum problema, professora? - questionou quando a mesma sentou-se, enquanto lhe oferecia uma xícara de chá, a qual foi educadamente recusada.
- Não, exatamente… - sorriu para o aluno, colocando cinco colheres de açúcar em seu próprio chá. - Como Alta Inquisidora, é meu dever me preocupar com a educação e o bem-estar de todos os alunos de Hogwarts, como você sabe, - sorriu novamente, antes de tomar um gole do líquido claro em sua xícara de porcelana - estou ainda em um período de avaliação dos seus outros professores. - Diggory concordou, mantendo a expressão neutra. - Mas também me preocupo com alguns alunos, os que eu vejo que tem potencial, como você, Cedrico.
- Potencial?
- Oras, não se faça de rogado, querido. Você é Monitor Chefe, um aluno modelo, o melhor em seu ano, Capitão do time de Quadribol, um dos Campeões da Escola no Torneio do ano passado… - encarou-o, esperando alguma reação, a qual não veio.
Diggory era cauteloso, não faria qualquer comentário sem ter certeza do que se tratava aquele chamado.
- É óbvio que você tem potencial para ser um grande bruxo, Diggory. Seu pai é um ótimo funcionário do Ministério, e, eu estava conversando com o Ministro há poucos dias sobre isso, você tem chances de ser ainda melhor do que seu pai. Talvez chegar até mesmo ao cargo de Ministro em alguns anos, como seu tataravô. Imagino que você esteja almejando um cargo no Ministério, não é?
- Hm… Bem… Quando eu terminar os estudos, talvez…
- O que você pretende, querido? - sorriu, encorajando-o.
- Talvez… O setor de Cooperação Internacional… - respondeu um tanto sem graça, sentindo seu rosto esquentar.
- Ora, ora, já consigo te ver como chefe do setor! - juntou as mãos, olhando para algum ponto da parede com uma expressão exageradamente feliz. - Por isso acho importante termos esta conversa, Cedrico. Eu quero te ajudar a conseguir o que você deseja no futuro.
- Hm… Obrigado, eu acho… - deu um pequeno sorriso, embora soubesse que a mulher não falava isso apenas por querer ser legal. Era tão óbvio que Dolores queria algo em troca, que Cedrico sentia-se até ofendido por ela achar que poderia enganá-lo daquela forma.
- Mas, para isso, você precisa ter um currículo impecável, o que você certamente já tem, e, alguém que te indique. Você sabe, indicação hoje em dia é tudo.
- É claro…
- Por isso, estive pensando… - novamente o sorriso exagerado, Cedrico manteve uma expressão educadamente curiosa. - Eu preciso de alunos como você ao meu lado, Diggory, para mantermos a ordem e voltarmos aos bons costumes que tanto prestigiam o nome de Hogwarts.
- Entendo…
- Eu acho que você seria uma ótima escolha, é popular e influente. As pessoas escutam as suas ordens, você se sairia muito bem e, é claro, eu deixaria Fudge muito bem informado da sua colaboração.
Cedrico concordou com um aceno, olhando para as próprias mãos, enquanto escutava a mulher pigarrear antes de terminar sua frase;
- Só tem um pequeno problema, é claro.
Diggory a olhou, agora genuinamente curioso.
- Sua namorada.
- ? O que tem de errado com ela? - questionou nervoso.
Dolores sorriu, levantando-se de sua cadeira estofada e dando a volta em sua mesa, puxando a cadeira ao lado de Cedrico, sentando e encarando-o.
- Você sabe tão bem, ou até mesmo melhor do que eu, Cedrico. Sua namorada é bem… Problemática, para dizermos o mínimo.
Diggory permaneceu em silêncio, mais por não acreditar no que estava ouvindo, do que por não ter uma reação apropriada para o momento.
- Ela está sempre perdendo pontos para a Grifinória, as notas não são as melhores… está sempre no local errado com as pessoas erradas.
- A senhora quer dizer Harry Potter? - perguntou descrente. - O problema com é por ela ser amiga de Potter?
Umbridge respirou fundo, permanecendo com o sorriso, que no momento Cedrico queria poder arrancar de seu rosto, antes de negar com a cabeça.
- Não é apenas o Potter. Você deve saber… Imagino… Sobre a família dela…? O motivo de morar com os Tonks?
Cedrico concordou com um aceno, mantendo os dentes cerrados e a mandíbula travada.
- Pois bem, você não vai querer sujar seu futuro por causa de uma namoradinha da Escola, não é?



Cinco.

Diggory saiu da sala de Umbridge e seguiu direto para seu dormitório, ignorando por completo a ronda que deveria fazer, antes de terminar suas obrigações como Monitor Chefe aquela noite. Tomou um banho rápido e colocou sua calça de pijama, deitando-se pouco depois.
Não quis conversar com os colegas de quarto, e nem se importou em fingir prestar atenção no que diziam, simplesmente não ligava.
Sua cabeça parecia pesada com o tanto de coisas que a enchiam, nunca imaginou que algum de seus professores pudesse se incomodar com seu relacionamento com . Era óbvio que ele tentava passar o maior tempo possível com a garota, mas isso não atrapalhava suas obrigações como Monitor, nem como capitão do time de Quadribol, e claramente não atrapalhava suas notas, nem as dela. As notas da garota tinham aumentado consideravelmente nos últimos dois anos, e era justamente por estudarem juntos que isso acontecia;
McGonagall tinha comentado sobre isso não tinha nem uma semana: A professora de Transfiguração o elogiou por ter conseguido fazer a aluna realmente prestar atenção nas aulas, e se dedicar aos estudos, os trabalhos dela só não eram melhores que os de Hermione.
E Diggory nunca deixou suas notas baixarem, sempre manteve a mesma média alta, continuava sendo o melhor aluno de seu ano e nada tinha mudado.
Mas aquilo não parecia suficiente para Dolores Umbridge.
O que a mulher tinha sugerido era absurdo;
Cedrico não poderia terminar com a namorada, não poderia e, principalmente, não queria.
Não fazia o menor sentido em sua cabeça.
Obviamente ele desejava ter um bom emprego quando saísse de Hogwarts, ainda não tinha se esquecido do que tinha dito para pouco antes da terceira prova do Torneio Tribruxo, quando estavam sozinhos no corredor, depois de passarem algum tempo aos beijos.
Ele falava sério, realmente tinha intenção de trabalhar e ter dinheiro suficiente para quando se casassem, não que realmente estivessem pensando no assunto no momento, mas era algo para o futuro.
Diggory não imaginava como seria ter outra garota em sua vida, porque tinha a melhor de todas e era extremamente apaixonado por ela.
Não era possível que não conseguiria um emprego, um bom emprego no Ministério, por namorar a filha de Sirius Black.
Ele era o melhor aluno de Hogwarts desde seu primeiro dia na Escola!
Umbridge não deveria estar falando sério, provavelmente só quis assustá-lo.
Mas aquilo levantava outro ponto; Por quê toda essa raiva de ?
Não era possível que fosse apenas por ela ser filha de Sirius, ninguém do Ministério sabia que os dois conversavam, ou que ela tinha passado o verão na companhia do pai.
Para todos os efeitos ela tinha passado as férias com os Tonks e continuava sem qualquer contato com Sirius, imaginando que ele era um assassino foragido de Azkaban.
Seria possível que tudo aquilo era por a garota ser amiga de Potter?
Diggory sabia que Harry continuava sendo impertinente durante as aulas e continuava a ficar em detenção, mas aquilo era Potter, não .
Até onde sabia, a namorada ainda não tinha aprontado nada contra a professora, embora não gostasse dela, assim como boa parte dos alunos.
Então qual era a razão para tudo aquilo?
E quais eram as chances reais da mulher estar falando sério sobre sua relação com Black afetar um possível emprego?

Cedrico esperava encostado em uma pilastra, enquanto os alunos começavam a sair da sala de Snape, não demorando a visualizar a loira com os cabelos presos em um rabo-de-cavalo, sair acompanhada dos três amigos. Andou apressadamente até a namorada, escutando parte da conversa, na qual Granger reclamava com a amiga;
- Cinquenta pontos, você perdeu cinquenta pontos em uma única aula!
- E como isso foi minha culpa? - arqueou a sobrancelha. - Se Malfoy não tivesse começado… - Não importa, você sabia que Snape iria tirar pontos e continuou a briga!
- Tudo bem, recupero no Quadribol, relaxa!
- Esse é o problema, vocês poderiam conseguir mais pontos, não recuperar os que perderam! E nem sabem se vão ganhar! Nem goleiro à Grifinória tem!
- Mas ainda temos Harry e eu mesma, o que já significa vitória contra qualquer time! - deu de ombros, convencida. Cedrico riu baixo, atraindo a atenção do quarteto. - Hey!
- Olá, - acenou com a cabeça para os outros três - será que podemos conversar antes da sua próxima aula?
- Mas é claro! - sorriu, esperando enquanto os amigos se afastaram, Hermione virou-se falando mais alto.
- Não se atrase, ou Umbridge vai acabar tirando mais pontos!
- Tá, tá! - ergueu a mão, fazendo pouco caso.
- O que aconteceu com Snape? - Diggory questionou após dar um rápido beijo na namorada, e ambos seguirem pelo corredor.
- Briguei com Draco, e só eu perdi pontos. Como sempre.
- E por que vocês brigaram? – tornou entrelaçando suas mãos.
- Porque ele é um babaca - respirou fundo, baixando o tom de voz, parecendo um tanto alterada ao relatar -, e porque ele estava insinuando coisas sobre meu pai.
Cedrico arqueou a sobrancelha, olhando assustado para a garota.
- Que coisas?
- Eu acho que Draco o reconheceu na estação, quando fomos embarcar.
- Mas para isso ele teria que saber que Sirius é um Animago, quais as chances?
- Não sei, mas não gostei do tom que ele usou. - negou com a cabeça, apertando levemente a mão que segurava a de Cedrico.
O lufo negou com a cabeça, parando de andar e puxando a outra para olhá-lo.
- Não se preocupe, não tem chances do Draco saber de nada, ele provavelmente só estava querendo te irritar, e conseguiu, não? Até pontos você perdeu… Cinquenta! - afinou a voz, tentando soar igual Hermione, fazendo-a rir levemente.
- Enfim - deu de ombros, querendo mudar de assunto -, o que aconteceu? Você não deveria estar na biblioteca, ou algo assim?
- Quadribol, na verdade - corrigiu, precisava mesmo começar a preparar seu time se quisesse ter chances de vencer o jogo contra Corvinal -, mas precisava conversar com você antes… Quer dizer, - se enrolou, passando a mão livre pelos cabelos - eu precisava tirar uma dúvida.
- Pode falar. - disse curiosa, parando no final das escadas e o olhando.
- Você… - olhou para os lados, certificando-se que estavam sozinhos - Como está sua situação com a Umbridge?
Black franziu o cenho, estranhando a pergunta, dando de ombros em seguida.
- Eu a detesto, mas até o momento nada de novo. Não perdi pontos, se é o que você quer dizer, até agora só Snape teve essa honra! - sorriu, quase orgulhosa de seu bom desempenho. Cedrico riu de leve, negando com a cabeça. - Por que?
- Eu só… Queria ter certeza. - passou a língua pelos lábios, tornando a sorrir de lado - Umbridge me parece mais severa que Snape, é melhor você tomar cuidado nas aulas dela.
apenas confirmou com a cabeça, não parecendo se importar muito com o aviso.
E então voltaram a andar, um pouco mais apressados, pois ela já estava quase atrasada para sua próxima aula.
- Te vejo na hora do almoço? - perguntou antes de subir o último lance de escadas, separando-se do lufo.
- Com certeza! - sorriu para ela, beijando-lhe os lábios um pouco mais demoradamente, antes dela se afastar e subir correndo, esperando chegar na sala antes da professora.
Diggory sorriu de lado, antes de respirar fundo e olhar o relógio, andando para o Salão Principal, que estava parcialmente vazio, e puxar um pergaminho em branco de sua mochila, começando a elaborar táticas para sua equipe.

O restante da semana correu sem fortes emoções, embora Diggory tivesse notado que, sempre que Umbridge passava por ele, fosse nas aulas ou pelos corredores, a mulher sorrisse sugestiva, quase como se quisesse lembrar-lhe da conversa que tiveram.
Cedrico tinha pesquisado os horários da professora, e evitava andar com quando sabia que ela estaria por perto, na verdade, com o passar dos dias, a garota foi notando que cada vez menos andavam juntos pelos corredores, e só se encontravam na biblioteca para estudar, ou em alguma sala vazia depois do horário das aulas para uns amassos.
Até o momento não tinha visto nada demais naquilo, por não achar que era algo intencional, mas mudou completamente de atitude em uma tarde, quando estavam juntos e, ao ver Umbridge se aproximando, Cedrico se afastou apressado, soltando sua mão e dando bons passos para trás.
A professora passou pelo casal, sorrindo para o lufo e olhando de cima a baixo para a garota, que arqueou a sobrancelha e continuou a encarar-lhe, não parecendo minimamente abalada.
- Menos cinco pontos para a Grifinória. - a mulher disse sorrindo, anotando algo em sua prancheta e começando a se afastar.
Diggory respirou fundo e fechou os olhos, sabendo o que viria a seguir.
- Desculpe, o que foi que a senhora disse?
- Menos cinco pontos para a Grifinória, querida. - repetiu pausadamente, sorrindo.
Black sorriu de lado, concordando com um aceno.
- Eu poderia saber o motivo? Pelo que me consta, não estou fazendo nada contra as regras.
- Seu uniforme está desalinhado! - avisou, apontando para a gravata solta da aluna.
a olhou incrédula, mas Dolores apenas virou-se e continuou seguindo seu caminho, ralhando com alguns alunos mais à frente.
- Isso não pode ser sério. - reclamou enquanto a mulher se afastava, Cedrico a encarou por alguns instantes, negando com a cabeça. - Eu vou matar aquela mulher.
- Eu avisei que você deveria ter cuidado… - começou, mas ficou em silêncio ao notar o olhar que a namorada lhe lançou.
- Você está dizendo que a culpa foi minha?
- Não, eu só…
- É por isso que você não quer mais andar comigo? - cruzou os braços, desabafando irritada.
- O que…? Eu não…
- Eu já percebi, Cedrico. Você não quer ser visto em público comigo, é isso?
- É claro que não, , não diga bobagens. - negou com a cabeça.
- Então me explica, por que você se afastou quando a cara de sapo chegou? E por que você só pode encontrar comigo à noite, quando não tem ninguém por perto?
- Não sei do que você está falando. - desconversou, olhando para o lado.
Black esperou alguns segundos, mas ao notar que ele não iria dizer mais nada, descruzou os braços, dando-lhe as costas e seguindo na direção contrária.
- … Espera! Eu não… - parou de falar quando ela virou o corredor, sumindo de sua vista. - Droga! - baixou a cabeça, suspirando.

Black não falou com Cedrico no resto da tarde, e não apareceu para jantar à noite, de forma que o lufo não conseguiu se explicar com ela. Pensando bem, talvez até tivesse sido bom, nem mesmo sabia como se explicar.
O que ele poderia dizer?
Era óbvio que ele estava a evitando, não porque não gostava de andar com ela, era a melhor hora do seu dia quando estava com a namorada! Mas achou que se Umbridge não os visse juntos o tempo todo, talvez a professora não tivesse motivos para implicar com a garota.
Cedrico só não queria que ela perdesse pontos, ou acabasse em detenção por sua causa, embora continuasse sem entender o motivo do interesse da professora em seu relacionamento.
No sábado, Cedrico tentou falar com a garota durante o café, mas ela não estava no Salão quando ele chegou, e precisou se apressar, pois tinha reservado o Campo de Quadribol para treinar durante a manhã, e seu time já o esperava.
Passou quase duas horas conversando com o grupo, explicando as novas táticas que tinha bolado e motivando os jogadores como podia, aceitando sugestões sempre que alguém tinha uma nova ideia.
Quando finalmente subiram em suas vassouras, Cedrico passou um bom tempo sobrevoando o Campo, vendo a forma que estavam jogando, e como estavam aderindo às novas estratégias. Sorrindo animado com o que estava vendo durante aquelas horas.
Se treinassem com empenho, teriam grandes chances de vencer o jogo contra a Corvinal, embora o outro time fosse forte.

estava sentada entre Harry e Rony, enquanto escutavam Hermione falar para o grupo de alunos que tinha aparecido no Cabeça de Javali. No meio do discurso, Potter levantou-se dando sua versão sobre alguns casos, e negando quando a amiga disse que ele estava sendo modesto.
- É verdade que você sabe conjurar um Patrono Corpóreo? - uma das garotas perguntou, o que gerou uma rodada de perguntas sobre as habilidades de Harry.
- No terceiro ano ele afastou mais de cem Dementadores, eu vi! - contou, vendo as caras surpresas dos colegas, Harry a olhou, sorrindo agradecido. - E salvou meu pai. - sussurrou para apenas ele ouvir, fazendo-o rir baixo.
- E é por isso que estamos aqui, precisamos que alguém nos ajude a nos defender, a nos proteger de… Voldemort! - Hermione finalmente disse, respirando fundo. - Precisamos que você nos ensine, Harry.
Assim que a reunião terminou, e o grupo assinou seus nomes no pergaminho encantado por Granger, o quarteto foi voltando para Hogwarts, sem muito ânimo de continuarem em Hogsmeade, especialmente porque começava a esfriar.
- Eu ainda não entendi uma coisa, - Mione começou, chamando a atenção dos amigos, mas virou-se diretamente para - por que Cedrico não veio?
Harry rolou os olhos, dando uns passos à frente e acompanhando Rony, conversando sobre qualquer outro assunto que não fosse Diggory. Não que não gostasse do lufo, apenas… Bem, honestamente ele não gostava de Cedrico. E sabia que era algo recíproco.
- Porque eu não contei. - deu de ombros, olhando para frente e escondendo as mãos nos bolsos do casaco. Respirou fundo quando notou que a amiga continuava esperando uma resposta mais completa - Brigamos ontem antes que eu pudesse falar, e bem, se depender de mim não vou dizer tão cedo.
- E qual foi o motivo? - questionou diminuindo o passo, assim como a outra.
- Lembra o que eu falei, sobre Umbridge me descontar pontos por causa da minha gravata? - Granger concordou com um aceno - Cedrico, meio que insinuou que era minha culpa. E não foi a primeira vez, ele vive falando para eu não arranjar problemas com ela…
- Bem, isso não é exatamente um mau conselho. - Hermione começou incerta.
- É, mas ele tem evitado andar comigo, porque não quer que ela veja.
- Como é? Por que?
- Não sei, e, sinceramente, não sei se quero saber. Se ele está com medo dela, problema é dele. - reclamou, dando passos mais rápidos.
- Você deveria conversar com ele!
- Eu já sei o que ele vai me dizer, Hermione. Que não é nada disso, que eu estou louca, ou sei lá. - exasperou-se - Eu sei do que estou falando, quando eu perguntei ele desconversou, se não quis me explicar quando eu pedi, agora não quero saber.
Granger rolou os olhos, rindo leve.
- Eu não dou até amanhã à noite para vocês estarem bem!

Contrariando a expectativa de Granger, não fez as pazes com Cedrico no final de semana, na verdade nem mesmo o viu por mais de um minuto. Se esbarraram no domingo de manhã, e Cedrico até parou para dar oi, mas logo foi carregado por Emmett e o restante do time para o Campo de Quadribol, para treinarem antes do jogo na próxima semana.
O time passou boa parte do domingo treinando, antes de darem lugar para o grupo da Corvinal, que também precisava usar o campo. E quando Cedrico finalmente estava livre para procurar a namorada, ela estava na Torre da Grifinória, fazendo trabalhos e estudando, e não pode falar com ele.
A dúvida que ficou em sua cabeça por alguns minutos era se ela não podia ou não queria, mas confirmou ser a primeira quando conseguiu conversar com Hermione na hora do jantar. Embora tivesse aquela pequena porcentagem de orgulho, motivo o qual ela não estava exatamente se esforçando para conversar com ele.
Com a demora para resolverem tudo, Cedrico resolveu que precisava explanar suas dúvidas com alguém, precisava de um conselho sobre o que deveria fazer, e só conseguiu pensar em uma pessoa para fazer isso. Talvez não fosse a ideal, mas naquele momento pareceu sua primeira e única saída.
A parte ruim, é claro, era precisar de alguns dias para ter uma resposta de sua carta.
Na segunda o lufo chegou no Salão Comunal no horário do correio, logo vendo que estava entretida lendo uma carta, que, pelo sorriso em seu rosto, ele tinha certeza que vinha de Sirius. Diggory leu a carta dos pais e a guardou no bolso, querendo lembrar-se de passar no Corujal ainda aquela tarde para responder, contudo, a que esperava, ainda não tinha chego, o que não era exatamente uma surpresa, já que tinha enviado na noite anterior.
Quando estava indo para as estufas, para sua última aula do dia, encontrou os alunos do quinto ano voltando para o Castelo, sorriu ao encontrar , conversando com Neville. Cedrico desviou seu caminho, parando na frente da namorada, sorrindo para ela.
- Oi, Neville. - acenou para o outro, que respondeu um pouco sem graça. Não tinha problemas com Cedrico, mas sempre ficava um pouco intimidado quando alunos de outras Casas falavam com ele. - Podemos conversar mais tarde? - perguntou para a garota.
o olhou por alguns instantes, dando de ombros pouco depois.
- Às oito no lugar de sempre? - sussurrou em seu ouvido, quando curvou-se para beijar-lhe a bochecha. Notou que ela o olhou torto por alguns instantes, provavelmente incomodada por ele ainda querer se encontrar escondido, mas acabou por concordar.

Diggory desceu as escadas e seguiu pelo corredor à esquerda, andando tranquilo e, vez ou outra, olhando para os lados, certificando-se que não tinha ninguém por perto. Encontrou com Filch pouco depois, desejando-lhe um “boa noite” educado, antes de virar o corredor e entrar na terceira sala, vazia.
Sorriu ao perceber que já estava lá, sentada em uma cadeira mais ao canto, olhando pela janela. Bateu com a varinha na porta, tornando a trancá-la, como sempre estava antes de chegarem, e andou na direção da namorada.
- Boa noite! - sorriu, colocando as mãos nos bolsos e parando ao seu lado.
- Boa... - respondeu sem se alterar, olhando-o brevemente.
Cedrico suspirou, passando a mão pelos cabelos e, então, puxando uma cadeira, sentando-se ao seu lado.
- Sei que está chateada comigo, e eu sei que realmente parece que estou te evitando, mas…
- Se você disser que eu estou imaginando coisas, eu vou embora. - cortou, encarando-o levemente irritada. Diggory concordou com a cabeça, suspirando.
- Eu estou, - confirmou - mas não é por opção, ou porque não quero que nos vejam juntos. Sabe que eu gosto de mostrar para todo mundo que você é minha garota! - comentou a encarando, vendo-a rolar os olhos, mas um sorriso leve em seus lábios, o que era um bom sinal. - É só que a Umbridge está mesmo de olho em você, não sei o motivo, mas parece que ela procura alguma razão para te tirar pontos, ou dar detenções, assim como faz com Potter. - o encarou, a sobrancelha arqueada - Não quero que ela use nosso namoro como desculpa para uma detenção. - Suspirou, ao olhar em seus olhos, achando melhor ser totalmente honesto - E, bem… Ela me chamou para conversar há alguns dias…
- Sobre? - questionou curiosa.
- Hm… Bem, falou sobre meu histórico como estudante, e dizer que poderia conseguir um bom emprego do Ministério se tivesse a pessoa certa me indicando… Entende? - a garota concordou com um aceno, esperando a conclusão - Ela… - suspirou antes de finalizar - Disse que eu não deveria sair com você, que deveríamos terminar.
Black o olhou incrédula, sem saber o que dizer por um instante, e então travando a mandíbula.
- É por isso que está me evitando? Quer terminar?
Foi a vez de Diggory a olhar surpreso, negando no mesmo instante, parecendo chocado por ela considerar aquilo, nem mesmo tinha passado por sua cabeça terminar.
- Por Helga Hufflepuff, , é claro que não. Só não sei porque ela está tão na sua cola, achei melhor que ela não nos visse juntos o tempo todo para não correr o risco de ter problemas para você…
- Para mim ou para você? - replicou ácida.
- O que quer dizer?
- Ela está te oferecendo um bom emprego, não?
Cedrico piscou duas vezes ao entender ao que ela se referia, sentindo-se frustrado com aquilo.
- Acha mesmo que eu terminaria com você por causa da droga de um trabalho no Ministério? - a garota deu de ombros, um pouco desconfortável - Prefiro Azkaban à terminar com você.
A menina permaneceu alguns instantes em silêncio, pensando a respeito.
- Eu não sabia exatamente o que pensar, você estava me evitando sem motivos…
- Eu sei… Sinto muito - passou a mão nos cabelos, irritado com a situação toda -, mas não quero, nem por um minuto, que você pense que eu quero terminar, ou que te colocaria em segundo lugar em qualquer coisa. Eu só não sei o que fazer com tudo o que está acontecendo…
aproximou-se, entrelaçando seus dedos.
- Podemos nos ver fora dos horários, se você acha mais fácil assim.
Cedrico olhou para suas mãos juntas, apertando-a gentilmente.
- Gosto de andar com você pelo terreno, . - encarou-a - E não quero precisar ter um relacionamento escondido, mas não faço ideia do que fazer nesse momento. Você achou mesmo que eu estava querendo me afastar de propósito?
Ela deu de ombros, não respondendo de imediato.
- Não sei, você e a Hermione nunca querem quebrar as regras, a princípio imaginei que depois daquele decreto sobre manter uns trinta centímetros de distância, você estivesse com medo de se aproximar…
- Ah, por Hufflepuff! - resmungou, escutando a risada baixa da garota a sua frente - Eu largava o trabalho de Monitor sem pensar duas vezes. - piscou sorrindo de lado para a garota. - Eu prometo que vamos resolver isso, ok?
- Eu sei, confio em você.
- Será que podemos esquecer isso por um momento e nos concentrar em algo ainda mais importante?
- Que seria…?
Diggory mordeu o lábio inferior, parecendo levemente pensativo.
- Não sei, talvez aproveitar o que não aproveitamos no final de semana? Me parece uma boa ideia!
sorriu quando notou o lufo aproximando-se de seu rosto, encarando-a por alguns instantes, antes dele juntar seus lábios. Passou as mãos por seu pescoço quando Cedrico a puxou para mais perto, logo levantando-se e a puxando com ele, juntando seus corpos e não demorando para aprofundar o beijo.
Cedrico sempre aproveitava os momentos que tinha sozinho com , embora não pudesse a beijar sempre que queria nos corredores, contentava-se em andarem juntos, apenas porque sabia que poderiam se encontrar depois e ele a beijaria o quanto quisesse.
Não demorou para dar alguns passos cambaleantes até a parede mais próxima, prensando-a contra a mesma, e descendo os beijos para seu pescoço, sentindo-a ofegar, enquanto puxava seus cabelos com certa força.

Cedrico ainda tentava recuperar a respiração descompassada, enquanto ajeitava os cabelos, após a namorada sair em direção ao Salão Comunal da Grifinória. Sentia o corpo quente e certas partes mais visíveis que o normal, e foi por isso que ainda esperava para poder sair da sala e voltar para seu dormitório.
Estava ficando cada vez mais complicado para ele passar aqueles momentos com Black, eram sempre bons e rápidos demais. Queria ter mais tempo com ela, mas também ficava nervoso por sempre esperar um algo a mais.
Desde a terceira prova do Torneio Tribruxo, era sempre assim que se sentia quando ficavam sozinhos, em um lugar mais reservado. Vários beijos, muitos apertos, alguns suspiros mais longos, mas sempre paravam nisso. sempre parecia saber quando o namorado estava prestes a perder o controle, e o interrompia na hora certa, (ou errada, na opinião de Cedrico). Entretanto, ele sabia o motivo dela se afastar; entendia muito bem o que todo aquele excesso de reações significava, e ela não estava pronta para dar aquele passo.
Diggory nem mesmo reclamava, pois entendia perfeitamente, ainda era nova, por mais que não parecesse em alguns momentos, e eles namoravam a menos de um ano.
Não era porque Cedrico já tinha saído com outras garotas, que faria o mesmo com ela.
Embora quisesse, muito.
Por hora, contentava-se com os beijos mais longos.
Respirou fundo uma última vez, antes de abrir à porta e sair em direção ao seu Salão Comunal, andando rapidamente até lá, com um sorriso em seus lábios.

No outro dia pela manhã, no caminho para o Salão Principal, um aglomerado de alunos estava parado em frente ao portal, enquanto Filch pendurava mais um decreto;
82
Todos os estudantes serão submetidos a interrogatórios sobre suspeitas de atividades ilícitas.

Cedrico leu e releu o artigo, o cenho franzido enquanto tentava entender o motivo. Não fazia sentido em sua cabeça, o que ela considerava “atividades ilícitas”?
A menos que Fred e Jorge estivessem vendendo seus logros escondidos, já que tinham sido proibidos, não tinha muito mais o que a professora pudesse considerar irregular.
Cedrico sentiu quando alguém pegou em sua mão, virando-se em tempo de ver a namorada parar ao seu lado, olhando para o decreto novo, franzindo o cenho por alguns instantes, antes de arquear a sobrancelha.
- Uau, alguém está realmente preocupada com as teorias de conspiração contra o Ministério.
- Shiu! - apertou-lhe a mão, olhando para os lados.
A última coisa que precisavam era da garota sendo levada para interrogatório.
- O que? Ah, por favor, não me diga que está preocupado com essa bobagem? - abanou a mão no ar, rolando os olhos e rindo baixo. - Vamos, eu tenho aula com a Minerva, isso sim é preocupante! Sabe o tamanho do trabalho que ela pediu…? - puxou-o pela mão, entrando no saguão acompanhada de Cedrico, que riu baixo, negando com a cabeça.
Beijou-lhe a testa antes de se separarem para suas mesas, voltando a se encontrar rapidamente antes das aulas do dia iniciarem.

- Ela suspeita, não é? - Hermione comentou em voz baixa, enquanto andavam para a próxima aula.
- Ela não teria como saber… - Rony negou com um aceno, parecendo preocupado. - Será que alguém contou?
- Não, se ela tivesse alguma prova já teria nos expulsado, são apenas suspeitas. - argumentou, ajeitando a mochila em seu ombro - Mas talvez devêssemos esperar um pouco antes de fazer uma reunião…
- Não faz diferença, - Harry deu de ombros, atraindo a atenção dos amigos - ainda não encontramos um lugar bom o bastante, só teremos uma reunião depois disso.
Quando estavam cruzando a sala, Granger sentou-se rapidamente ao lado de , o que fez Potter arquear a sobrancelha, já que era sempre ele quem sentava ao lado da garota naquelas aulas. Deu de ombros dando a volta, sentando-se com Rony, na mesa a frente.
- O que foi?
- Você já contou para o Cedrico?
- Ainda não, - negou com a cabeça - esqueci de dizer ontem… Acabamos ocupados... - sorriu de canto, vendo a amiga rolar os olhos.
- Talvez seja melhor esperar um pouco, soube que ela está de olho nele.
Black virou-se para a amiga, a expressão confusa.
- Ela quer que Cedrico a ajude a monitorar a Escola e os alunos, dizem que prometeu algumas indicações para quando ele sair de Hogwarts… Sabe? Para trabalhar no Ministério…
- Como você está sabendo disso? - perguntou desconfiada, Hermione olhou para o lado, desviando o olhar - Hermione…
- Eu escutei Draco comentando com a Pansy ontem, quando estava fazendo a ronda…
A garota respirou fundo, não respondendo nada, aproveitando quando McGonagall entrou na sala poucos segundos depois, para fingir prestar atenção em seu livro.

Não demorou nem um dia para mais alguns decretos serem criados, nenhum realmente importante, ou preocupante, apenas as mesmas besteiras de sempre, na opinião de grande parte dos alunos, até que um chamou suas atenções;
98
Aqueles que desejarem se juntar a Brigada Inquisitorial para créditos extras, poderão se inscrever no escritório da Alta Inquisitora.
- Só o pessoal da Sonserina vai se inscrever… - Weasley comentou, dando a volta no aglomerado e andando até a mesa, não demorando para pegar uma grande quantia de bacon.
- Não sei, - Harry começou em voz baixa -, soube que ela tem pego pesado com alguns alunos… Talvez o pessoal que se sinta ameaçado não queira se arriscar…
- Talvez eu me inscreva. - comentou antes de tomar seu suco, os três a olharam surpresos - Seria bom, sabe? Estar infiltrada! - piscou.
- Até parece que ela vai deixar, - Potter riu - você provavelmente é a segunda pessoa que ela mais quer expulsar, logo atrás de mim!
A garota respirou fundo, deixando seu copo na mesa, virou-se com a sobrancelha arqueada.
- Então eu tenho que fazer alguma coisa, - respondeu, alterando a postura - não nasci para ficar em segundo na vida, Potter. Vou passar você na lista dela!
- Ah, pelas calças de Merlin! - Granger ralhou, rolando os olhos, enquanto os dois riam.
- Potter? Tonks? - Angelina apareceu poucos segundos depois.
Desde que assumiu como Capitã do time de Quadribol, Angelina parecia muito mais estressada que o habitual, embora ainda não estivesse no mesmo nível de Olívio.
- Estamos com problemas!
- O que aconteceu? - Harry perguntou, virando-se no banco para ficar de frente com a colega.
- Umbridge ainda não assinou a permissão do nosso time, ainda não podemos jogar.
- O que? Ela pode não liberar? O que ela disse? - perguntou exasperada.
Angelina respirou fundo, passando a mão pelos cabelos longos e negros.
- Que ainda está estudando a possibilidade, - passou a mão no rosto, nervosa - eu só queria pedir para vocês dois se comportarem. Eu sei que você tem tido problemas nas aulas dela Harry, mas, - suspirou - ela pode usar isso para não nos deixar jogar!
- Não pode ser… - negou com a cabeça.
- Eu não estou pedindo, na verdade estou mandando, ou vocês dois se comportam, ou estão fora do time, entendidos? - colocou as mãos na cintura, querendo soar imponente, mas no final da frase fez uma cara de quem poderia chorar a qualquer momento, quase desculpando-se pelo tom de voz usado.
- Sem problemas. - responderam em uníssono.
- Vocês acham que…?
- Não! - Harry cortou o ruivo - Não pode! Não pode.
- Eu uso o poder a mim investido como filha de um Comensal foragido se ela não liberar a gente pra jogar!
- Ah, pronto. Daqui a pouco vão criar a nova versão dos Marotos! - Granger rolou os olhos, rindo em seguida, junto com os amigos.

No final da aula de Herbologia, seguiram direto para o Salão Principal, querendo comer o máximo que podiam depois de duas horas num trabalho pesado, e chato, no qual reenvasaram algumas plantas venenosas.
Estavam conversando e comendo tranquilos, quando Umbridge entrou seguida de um grupo de alunos, Draco foi o primeiro que Black viu, logo atrás da professora. Rolou os olhos, voltando a virar-se para seu prato de comida, quando escutaram o pigarro da mulher.
- Eu quero apresentar a vocês - começou sorridente, olhando demoradamente para a mesa da Corvinal, Lufa-Lufa e, então Grifinória -, os primeiros integrantes da Brigada Inquisitorial! Lembrando, que quem quiser participar, é só falar comigo! - apontou para o grupo, que fez fila ao seu lado.
Meia dúzia de alunos da Sonserina, dois da Corvinal (o que já era uma surpresa), Filch, que a fez rolar os olhos, e…
- Cedrico? - a voz de Rony chegou aos seus ouvidos.
encarou o namorado por alguns instantes, notando sua cabeça baixa e a expressão séria em seu rosto. O pequeno distintivo brilhando em sua capa, logo ao lado do M de Monitor. Pareceu levar uma eternidade até Diggory erguer o rosto, olhando para os colegas e, por fim, virando para a mesa da Grifinória.
A expressão confusa da namorada logo mudou ao encará-lo nos olhos, a loira negou com a cabeça, tornando a virar-se em direção aos amigos, mas Diggory notou o olhar decepcionado. Respirou fundo, fechando os olhos por alguns segundos, antes de ouvir a voz da professora, dizendo que já podiam ir almoçar com seus colegas.
Cedrico andou diretamente para sua mesa, não querendo olhar para mais ninguém, ao sentar-se ao lado de Emmett, o lufo encarou-o por alguns instantes, a expressão tão confusa quanto de .
- Por que?
O rapaz demorou um minuto completo para respondê-lo, servindo-se antes de dar de ombros, soprando um simples;
- Crédito extra.



Seis.

sabia que tinha algo muito errado acontecendo com Cedrico, principalmente quando ele não a procurou por uma semana inteira, além de ter desviado da garota sempre que se encontravam nos corredores ou no Salão Principal. Ele apenas dava um sorriso amarelo e dizia estar ocupado, sumindo rapidamente de sua vista. Por mais que a incomodasse, não o procurou. Se Diggory queria ter segredos e, de alguma forma, concordava com o que o Ministério estava fazendo em Hogwarts, não era ela quem iria dizer alguma coisa.
Mas se fosse sincera, ela só não tinha reclamado ainda, porque não tinha conseguido conversar com o namorado. O que a deixava três vezes mais frustrada que o normal.
Resolveu dedicar-se aos estudos, voltando a pedir ajuda para Hermione sempre que precisava, e, agora que o time de Quadribol estava liberado por Umbridge, voltou a treinar com o máximo de empenho possível. Também estava ansiosa para a primeira reunião do grupo contra o Ministério, que aconteceria naquela noite, e, ao notar que Harry parecia muito mais preocupado e nervoso com a reunião, tirou o dia de estudos para ajudá-lo a se acalmar e concentrar-se em outra coisa que não fosse a aula de mais tarde.
Os dois passaram a parte da tarde que não tinham aulas sentados no gramado do terreno, tentando ignorar o vento frio que se aproximava e conversando sobre coisas banais, que não os lembrasse de Hogwarts e nenhum dos problemas relacionados ao retorno de Voldemort.

Aquilo, é claro, não passou despercebido por Diggory, que tinha acabado de enviar uma carta aos pais, quando olhou pela janela do Corujal, logo localizando os dois sentados, muito próximos, perto do Lago Negro. Sabia que tratava-se da namorada, pois os cabelos loiros e compridos da garota eram únicos na Escola, e o uniforme da Grifinória apenas confirmou. Apoiou-se no parapeito da janela, cruzando os braços e os olhando por algum tempo, queria saber o que tanto conversavam, e porque estavam tão próximos.
E, o pior, em sua opinião, é que não era a primeira vez que aquilo acontecia na semana, todas as vezes que encontrava com Black, ela parecia muito próxima de Potter. Por mais que tivesse prometido a si mesmo que não teria mais ciúmes de Harry, era algo quase impossível de se cumprir. Sabia que os dois eram amigos e respeitava, mas não via necessidade em estarem sempre tão próximos.
Ele nunca ficava tão próximo das colegas quando estavam conversando.
No fundo não achava que ela pudesse traí-lo daquela forma, mas também não era como se Diggory estivesse sendo o namorado mais presente do ano no momento, o que só aumentava seu medo da garota acabar por terminar o relacionamento, já um tanto conturbado, dos dois.
Cedrico sabia que Potter tinha muito mais em comum com ela do que ele, e os dois eram amigos desde a primeira semana em Hogwarts, eram melhores amigos. Também sabia que os dois tinham segredos demais, e, ele tinha certeza, nem Rony ou Hermione sabiam de todos.
Contudo, Diggory também sabia que Potter estava interessado em Cho Chang, tinha reparado já no final do ano anterior o quanto ele parecia nervoso quando a corvina se aproximava, e suas suspeitas foram confirmadas quando soube que o apanhador tinha a convidado para o Baile de Inverno. Diggory tinha até mesmo pensado em tentar ajudá-lo a conquistar a Chang, mas não sabia qual era a melhor forma de abordar o assunto, os dois não eram amigos, não existiam razões para Cedrico chamá-lo para conversar e falarem de Cho. Talvez ficasse muito óbvio que ele queria tirar Potter de perto de Black se o fizesse.
Na verdade, já tinha tentado puxar aquele assunto com a namorada, para saber como ela reagia a situação, e sorriu sozinho ao lembrar-se de como ela não pareceu se importar;
“- Isso é sério? Ah, não acredito que o Raio não me contou! - rolou os olhos, coincidentemente, Chang passou pelo casal, apenas alguns metros de distância - Com tanto que ele não a deixe pegar o pomo-de-ouro só porque ela é a namorada dele…
- Quer dizer que também seria errado eu falar para o Emmett deixar você fazer alguns gols? - perguntou rindo. A garota o olhou com a sobrancelha arqueada, piscando em seguida.
- Ced, meu amor, eu não preciso da ajuda do Emmett para marcar! E eu te conheço, você nunca deixaria isso acontecer; Quadribol é Quadribol, relacionamentos à parte.”
Porém, até onde Diggory sabia, Potter não tinha conseguido nada com Chang e continuava muito próximo de , mais ainda na última semana. E Cedrico sabia que tinha culpa, se não estivesse se esquivando na garota, talvez as coisas estivessem diferentes.
- Espiando sua namorada, Diggory?
Cedrico virou-se assustado, vendo Draco Malfoy na entrada do Corujal, um sorriso enviesado em seus lábios. O lufo rolou os olhos, tornando a olhar pela janela.
- Como se eu precisasse…
- Eu acho que precisa, ou não teria ciúmes sempre que a visse com Potter.
O apanhador tornou a virar-se para Draco, cruzando os braços e apoiando-se na parede, enquanto o sonserino chamava sua coruja, entregando-lhe um pergaminho pouco depois.
- Como é?
Draco deu uma risada baixa, dando de ombros.
- Eu já vi sua expressão sempre que Potter se aproxima, Diggory. Você detesta vê-lo com minha priminha.
- Você não sabe do que está falando.
- Não sei? - ironizou, virando-se para a saída - Você quem sabe, mas se fosse a minha namorada, eu faria algo a respeito.
Diggory sorriu de lado, irônico.
- Talvez eu devesse xingá-la na frente de todos, não? Parece um bom jeito de conseguir chamar a atenção de uma garota.
Malfoy o encarou por alguns instantes, chegando a abrir a boca, antes de virar-se e descer as escadas, a raiva transparecendo em seu olhar.
- Babaca… - Diggory disse baixo, antes de tornar a olhar pela janela, não encontrando ou Harry no lugar de antes, e, ao olhar o relógio, se deu conta que estava atrasado para a próxima aula, descendo correndo as escadas.

Assim que a Armada de Dumbledore terminou a primeira reunião do grupo, na Sala Precisa, todos voltaram para seus Salões Comunais, em grupos pequenos, tentando não chamar atenção.
- Foi uma boa aula, Harry, já pode candidatar-se para professor de DCAT no futuro! - piscou para o amigo, que riu negando com a cabeça.
- Eu espero ter uma carreira maior do que um ano, obrigado! - comentou enquanto andavam de volta para a Torre da Grifinória.
- Eu nunca entendi, sabem? - Rony puxou o assunto, o cenho levemente franzido. - Por que todos os professores de DCAT só permanecem um ano?
- Ninguém sabe. - Mione deu de ombros, parecendo animada depois da reunião. - Mas não era assim antes, teve um professor que ensinou por quase trinta anos antes de sair, eu li em Hogwarts Uma…
- Ok, ok, mas pensem pelo lado positivo, - cortou o pequeno discurso que os três sabiam que viria de Granger - significa que só temos que aguentar Umbridge esse ano, e no próximo ela já terá ido embora. Não pode ser tão ruim, não é?
- Poder pode, mas é um pensamento bom. - Harry concordou.
- A luz no fim do túnel! - Weasley encerrou rindo, junto com os amigos.
- Mas temos que tomar cuidado, com ela e o pessoal da Brigada… - Hermione lembrou-os - Além do mais… Eu… Eu… - parou de falar assim que alguém entrou no corredor no qual estavam. Os quatro ficaram em silêncio, e Harry escondeu o Mapa do Maroto dentro do bolso, torcendo para que não fosse Umbridge. Poucos segundos depois, os quatro respiraram um pouco mais tranquilos ao notar que era Cedrico quem tinha virado no corredor, parecendo um tanto confuso ao notar os quatro por ali.
- Hm, já passou do horário… - começou encarando-os desconfiado.
- Estávamos levando os dois de volta para a Torre. - Hermione respondeu rapidamente, apontando para Harry e . - Eu disse que já estava tarde, mas… Bem…
- Entendo. - Cedrico pareceu um pouco mais mal-humorado ao entender que Black estava, novamente, sozinha com Potter, independente do horário que fosse. - É melhor vocês dois se apressarem, se mais alguém os vir aqui fora esse horário, vão perder pontos.
- Tudo bem, obrigado. - Harry acenou com a cabeça, puxando pelo braço para que seguissem o corredor, Hermione e Rony ficaram um pouco para trás, para ajudar Cedrico com a ronda.
- Podem ir, vocês dois - comentou em voz baixa -, também já estou indo para minha Casa.
- Bem, boa noite, Cedrico! - Rony sorriu, antes de andar apressado atrás dos outros dois.
Hermione ficou parada por alguns instantes, olhando-o de canto ao notar que o mais velho parecia chateado.
- Vocês deveriam conversar - começou em voz baixa, atraindo sua atenção. -, nós dois a conhecemos bem, se você não for o primeiro a puxar o assunto, não vai falar nada e vocês vão continuar brigados.
- Não estamos brigados…
- Muito bem, vão continuar sem se falar e se ignorando. - corrigiu, os braços cruzados.
Cedrico suspirou, dando de ombros.
- Não tenho nada para dizer, eu sei qual é o problema e não posso mudá-lo. - desabafou - E vai continuar não aceitando, fim de papo.
- Eu sei que não é da minha conta, mas… - esperou até Cedrico voltar a encará-la, concordando com a cabeça e a incentivando a continuar - O que aconteceu?
Diggory bufou um tanto impaciente, passando a mão pelos cabelos e encostando-se na pilastra próxima, os braços cruzados e o olhar baixo.
- Sinceramente? Não faço ideia. Quando vi já estava com metade da escola me detestando por estar na Brigada, entre eles minha namorada. Eu só queria que esse ano acabasse logo.
Granger sorriu sem jeito, concordando com um aceno.
Identificava-se muito com Diggory em alguns pontos, em outros nem tanto, mas gostava do lufo, ele era uma boa pessoa e um bom aluno.
- É seu último ano na Escola, você precisa ir bem nos NIEM’S e créditos extras são sempre bem vindos, não?
Cedrico concordou após alguns instantes, Hermione colocou a mão em seu ombro, parecendo solidária aos seus dilemas.
- No final vai dar tudo certo, você vai ver. - começou - Mas, Diggory, de verdade, se vocês dois não conversarem logo, as coisas vão piorar e vocês vão acabar terminando. Imagino que não seja isso que você queira, estou certa?
O lufo fechou os olhos, concordando com um aceno de cabeça, enquanto suspirava.
- Obrigado, Hermione. - sorriu pequeno em sua direção - Das bruxas da sua idade você é a mais inteligente! - piscou brincando, já tendo visto aquela brincadeira algumas vezes. Granger sentiu o rosto esquentar, negando sem graça.

No sábado pela manhã, quando o Correio Coruja chegou, Diggory recebeu a resposta de sua carta enviada há quase duas semanas.

“Demorei para responder, porque não sabia se queria dar conselhos para você. Talvez eu prefira que continue afastado da minha filha, Diggory.
Por outro lado, já recebi umas três cartas de falando sobre isso, e estou começando a me incomodar.
Não tenho muito o que te dizer, imagino que você já saiba o que deve fazer, não?
Fale com ela, Cedrico. Explique o motivo de ter aceitado entrar no grupo da Umbridge.
Se você permanecer em silêncio, sem dizer que estava tentando ajudá-la, não demora muito eu serei obrigado a te azarar por fazê-la chorar.
Gosto de você, Cedrico, mas tenho minhas obrigações de pai.
Apenas converse com ela, tenho certeza que vai entender.

Sirius.”

O lufo sorriu pequeno, achando engraçado a forma do homem tentar ajudá-lo.
Gostava de saber que tinha a confiança de Sirius, e que o homem até gostava dele, mesmo que um pouco. Provavelmente as coisas mudariam se algum dia Black imaginasse o tipo de pensamentos que Cedrico tinha, mas até esse dia, o qual Diggory esperava que nunca chegasse, era bom saber que poderia conversar com o homem.
O conselho não tinha sido muito diferente do de Hermione na noite anterior, o que apenas confirmava o que ele já sabia; Ou conversavam, ou acabariam terminando, e aquilo era a última coisa que o rapaz queria.
Tinha passado parte da noite pensando no que Granger tinha dito, sobre como as coisas só piorariam se eles continuassem fingindo que nada tinha acontecido, até chegar ao ponto que a melhor saída seria o término.
Se já detestava ficar alguns dias longe dela, nem mesmo gostava de imaginar como seria se eles, de fato, terminassem.
Gostava demais da namorada para sequer considerar não tê-la ao seu lado, e, foi por tudo isso, que depois do café-da-manhã, saiu a procura da garota.

Diggory esperou no fim das escadas por vários minutos até passar por ali, já usando seu uniforme de Quadribol, levantou-se apressado, chamando-a no instante seguinte.
- Oi…
- Oi.
Os dois se encaram por vários segundos, até o lufo soltar o ar de uma única vez, parecendo frustrado consigo mesmo.
- Eu só queria te desejar boa sorte. - sorriu de lado, vendo-a concordar com um aceno.
- Obrigada.
Continuaram sem conversar, apenas se encarando até o lufo fechar os olhos, baixando a cabeça e negando algumas vezes.
Era estranho para ele não saber o que dizer, ou como agir.
Cedrico sempre sabia o que fazer em situações normais, mas nunca era tão fácil quando ela estava ao seu lado.
Já tinha imaginado aquela conversa algumas vezes, e em nenhuma pareceu tão difícil quanto estava sendo naquele momento.
No fundo nenhum dos dois sabia o que dizer, nem o que queriam ouvir.
Apenas não queriam continuar naquela situação estranha e um tanto constrangedora.
Estavam sem conversar há vários dias e quando acabavam no mesmo lugar não sabiam como agir, inventando desculpas e afastando-se apressados.
Não era assim que deveria ser, Cedrico estava em seu último ano em Hogwarts, queria aproveitar o tempo que tinha com a namorada antes de se formar, mas nada tinham saído como planejado por ele, muito pelo contrário.
Nunca pareceram tão distantes como estavam naquele ano, e, o próximo passo em sua cabeça, era o término. Algo que ele nem mesmo gostava de imaginar.
- Eu realmente não sei o que dizer… - colocou as mãos nos bolsos, ainda olhando para os próprios pés.
o olhou por alguns instantes, notando que também não sabia como agir ou o que deveria dizer, por fim resolveu fazer a única coisa impulsiva que lhe ocorreu naquele instante;
- Cedrico… - começou com a voz baixa, não sabendo se teria coragem para terminar aquela frase, não tinha pensado sobre aquilo antes, mas agora que passou por seus pensamentos, parecia quase bizarro e ela já se arrependia por ter começado.
Encarou os olhos cinzentos do lufo por alguns instantes, tentando definir o que tinha ali, mas ele só parecia extremamente chateado, e ela não fazia ideia do motivo, se era por estarem brigados, ou se era por toda a situação.
E se tivesse chegado o ponto que ele não gostava mais dela?
E se ela tivesse sido implicante o suficiente para ele deixar de querer ficar com ela?
Sentiu o peito apertar com a ideia de Cedrico já não sentir o mesmo que antes.
E se ele gostasse de outra pessoa?
Talvez ele só não tivesse coragem de encerrar tudo com ela, em consideração ao tempo que tiveram juntos.
Talvez não terminasse por medo do que Sirius poderia fazer.
Diggory poderia ter se arrependido de tê-la pedido em namoro.
Se fosse aquilo, o que ela faria?
- Vocêquerterminar? - perguntou rápida, incerta.
Respirando fundo no instante seguinte, mas parecia que todo o ar do mundo não era o suficiente naquele momento.
Cedrico a olhou confuso por longos segundos, parecendo demorar para entender o que ela tinha dito. Na verdade, ela notou que tinha dito rápido demais, e que talvez ele realmente não tivesse entendido. Mas, antes que ela pudesse fazer a pergunta novamente, Diggory pareceu um tanto surpreso, quase chocado com aquilo, abriu a boca algumas vezes, mas não disse nada. Olhou para o lado, passando a língua pelos lábios secos, tornando a virar-se para , encarando-a.
- Você quer terminar?
Encararam-se por algum tempo, ambos pensando no assunto.
O que faria se Diggory dissesse que sim? Como passaria o resto do ano encontrando com ele pelos corredores, fingindo que nada aconteceu? E se ele começasse a namorar outra garota?
Diggory tinha a mesma coisa em mente, e se ela tivesse tocado no assunto porque queria terminar com ele? E se ela começasse a namorar Harry Potter ou qualquer outro cara na Escola? E se ela terminasse com ele, porque simplesmente não gostava mais de Cedrico? O que ele faria? Nem mesmo imaginava como seria passar dias, semanas e meses, olhando para ela, sabendo que não era mais sua namorada, que não estavam mais juntos, que ela não gostava mais dele.
A falta de resposta dos dois lados os deixou ainda mais nervosos, sem saber o que se passava com o outro.
- Tonks! - Angelina chamou de repente, assustando-os - O que está fazendo? Precisamos ir, o jogo já vai começar!
- Certo… - concordou com a voz baixa, notando sua boca seca e a respiração acelerada. - Conversamos depois do jogo, ok? - pediu sem olhá-lo, não tendo coragem de encará-lo naquele instante.
Desceu os degraus que faltavam, andando apressadamente até Angelina, logo a seguindo para fora do Castelo, em direção ao campo.
Diggory soltou o ar assim que notou estar sozinho, fechando os olhos e os punhos.
Seu coração batendo acelerado contra o peito.
O que estava acontecendo ali?

A partida tinha começava há vários minutos, o jogo seguia com a Grifinória ganhando por 40 a 0 e, por mais que Cedrico tentasse se concentrar em assistir junto com os colegas, no fundo parecia que nada estava acontecendo, embora tivesse escutado várias vezes os gritos de “Weasley é nosso Rei”. Sentia-se como se ainda estivesse na escadaria, aguardando a garota com o uniforme vermelho e o número 5 brilhando nas costas, responder se queria ou não terminar o namoro.
Seu coração parecia bater pesado contra seu peito, sua vontade era gritar da arquibancada, chamar seu nome e implorar para que ela não o deixasse. Queria gritar que a amava e que não importava-se com o Ministério, nem Umbridge nem nada, porque se ela não estivesse ao seu lado, as coisas não faziam sentido.
Por que ele iria precisar de um bom emprego se ela não fosse mais sua namorada?
Diggory lembrava-se com perfeição da primeira vez que a escutou dizendo que o amava, antes da terceira prova do Torneio Tribruxo, meses antes, e de como se sentiu quando escutou aquilo. Lembrava-se tão bem quanto todas as outras vezes que tinha acontecido, assim como se lembrava de boa parte das conversas que tinham tido ao longo dos anos que se conheciam, e de como gostava de tê-la ao seu lado.
Cedrico ainda sentia-se do mesmo jeito quando a beijava, mas e se não fosse recíproco?
E se ela não se sentisse mais do mesmo jeito quando estava com ele?
Por mais que ele quisesse gritar que a amava, não tinha nada que ele pudesse fazer se ela não sentisse o mesmo.
- WOW! - Emmett gritou ao seu lado, e, automaticamente, Cedrico olhou para o céu, não demorando para ver que tinha acontecido algo grave na partida;
Um dos batedores da Sonserina tinha arremessado um balaço contra uma das artilheiras da Grifinória, acertando-a em cheio.
- Ela está bem? - Emmett tornou a dizer ao seu lado, parecendo preocupado.
Foi só aí que Diggory notou quem tinha caído.

A partida foi interrompida assim que atingiu o chão, com mais impacto do que gostaria, por não estar controlando sua vassoura. A artilheira arrastou-se pelo gramado, com a mão na cabeça, gemendo baixo enquanto os companheiros de time aterrissavam ao seu lado.
- Eu não acredito que ele fez isso! - Angelina gritava, histérica, enquanto se aproximava. - Você está bem?
- ? - a voz desesperada de Harry aproximou-se de seus ouvidos, e logo sentiu suas mãos tocarem-lhe as costas e o braço, enquanto ele tentava saber se ela estava bem.
Ao fundo escutava Madame Hooch gritar com quem quer que fosse, mas não se importava, sua cabeça doía demais para prestar atenção em qualquer outra coisa.
Parte de si questionava-se como aquilo tinha acontecido, seu orgulho estava ferido.
Como podia não ter visto um balaço vindo em sua direção?
Sabia que estava distraída naqueles minutos iniciais, por mais que tentasse prestar atenção no jogo, sua mente não parava de mostrar-lhe imagens de Cedrico Diggory, mas não achou que fosse o suficiente para cair da vassoura. Aquilo chegava a ser humilhante!
- Deixe-me ver, Potter, saia da frente! - sentiu quando uma mão gelada tocou-lhe o rosto, logo virando-a de lado. Não demorando a reconhecer Madame Pomfrey, olhando-a séria enquanto tentava ver se estava machucada.
- Tem muito sangue! - uma voz falou mais ao fundo.
Black tentou levar a mão, novamente, até a cabeça, mas foi impedida pela enfermeira.
- Sou eu quem tem que ver isso, Tonks. - ralhou a mulher.
- Como ela está? - McGonagall perguntou apreensiva, chegando afoita até o gramado.
- Preciso de alguns minutos para saber…
Após vários minutos, nos quais Pomfrey passou fazendo um curativo no corte grande em sua testa, enquanto examinava os sinais vitais da jogadora, Angelina foi a primeira a perguntar;
- Ela pode continuar a jogar?
- Eu diria que não, - a mulher começou, terminando o curativo. - Tonks precisa de…
- Eu posso jogar! - falou com a voz fraca, tentando sentar-se no gramado.
- Claramente não pode. - a mulher ralhou, empurrando-lhe o peito com força, para que voltasse a deitar.
Escutava a torcida da Sonserina gritar, parecendo rir da situação inteira, enquanto os demais colegas xingavam. Harry estava ajoelhado ao seu lado, esperando para saber como ela estava.
- Eu já estou bem… - repetiu, respirando fundo e afastando as mãos habilidosas da enfermeira.- Eu posso continuar o jogo.
- Se o corte abrir…
- Eu faço outro curativo. - virou-se para Potter, assim que sentou-se no gramado, sentindo a cabeça tornar a doer. - Pegue a droga do pomo de uma vez, Raio.
Harry riu, concordando com a cabeça, antes de levantar-se e esticar a mão, para servir de apoio para a amiga.

Cedrico pareceu impaciente por vários minutos em seu lugar nas arquibancadas, queria descer até o gramado, ver se a garota estava bem, mas não podia fazer isso. Não era seu time que estava jogando e, mesmo sendo monitor, não tinha autoridade para tanto.
Acalmou-se um pouco ao ver que estava se mexendo, tentando levantar-se, mas foi apenas quando ela ficou em pé que ele respirou aliviado, notando que ela continuaria na partida, mesmo com um curativo grande na testa e parte da cabeça enfaixada.
Angelina aproximou-se para conversar com ela, antes da garota comentar algo com Rony e Harry e, então, tornar a pegar sua vassoura.
Madame Hooch tornou a apitar depois que o campo já estava liberado e os jogadores em suas vassouras, não demorando a jogar a Goles.
Cedrico aplaudiu, comemorando entusiasmado quando a namorada marcou um gol, e comemorou da mesma forma as outra cinco vezes que ela repetiu o feito, embora tenha notado que em alguns momentos ela ficasse parada no ar, levando a mão na cabeça, parecendo cansada.
Desejou que Potter pegasse logo o pomo, para encerrarem a partida de uma vez e, felizmente, seu pedido não demorou a acontecer. Pouco mais de três minutos depois, Potter alcançou o pomo-de-ouro, agarrando-o e dando uma volta pelo campo com a mão erguida.
Assim que o jogo terminou Cedrico desceu o mais rápido que pode, não demorando a chegar no gramado, que tinha sido invadido pelo pessoal da Grifinória. Demorou alguns minutos para encontrar , aproximando-se dela assim que o fez.
Os dois se encararam por alguns instantes, e Diggory pode ver que o curativo que ela tinha já estava manchado de sangue novamente, olhando-a preocupado.
- Você está bem?
- Vou sobreviver. - sorriu de lado, dando de ombros.
Cedrico concordou com um aceno, demorando alguns instantes para se pronunciar.
- Parabéns pelo jogo, foi muito bem…
- Obrigada!
- Tonks! - McGonagall apareceu no meio da multidão - Ótimo jogo, agora você precisa ir à Ala Hospitalar e… Ah, Diggory, - a professora sorriu quando o viu -, faça o favor de acompanhá-la, sim?
- Claro, professora.
O casal seguiu em silêncio, e Cedrico segurou em sua mão quando foram passar no meio dos torcedores, para garantir que não se separariam. Sentiu seu coração bater apertado quando a mão da garota envolveu a sua, sem saber se aquela seria a última vez que aquilo aconteceria ou não.
seguiu carregando sua vassoura, a qual Cedrico ofereceu-se para levar pouco depois, antes de irem guardá-la para, só então, seguirem para dentro do Castelo.

Madame Pomfrey terminou os curativos e pediu para a garota permanecer ali aquela noite, em observação devido a pancada na cabeça, principalmente depois dela ter dito que sentia-se um tanto enjoada. Assim que a enfermeira deixou-os sozinho, Cedrico levantou-se da cadeira em que estava sentado, puxando a cortina ao redor da maca em que estava, dando-lhes um pouco mais de privacidade, tornando a sentar-se ao lado da garota pouco depois.
- Sente-se melhor?
- Com sono, na verdade, mas não posso dormir por algumas horas, então… - deu de ombros, vendo-o concordar com um aceno.
- Você deveria contar ao Sirius, ele vai gostar de saber que vocês ganharam o primeiro jogo… Mas provavelmente vai ficar preocupado com você… - lembrou-se, franzido o cenho. riu baixo ao seu lado, concordando.
- Provavelmente vai querer saber quem foi… - ponderou por alguns instantes, após tornarem a ficar em silêncio. - Ele gosta de você, sabe? - comentou em tom baixo - Meu pai…
Cedrico a encarou com a sobrancelha arqueada, um sorriso no canto dos lábios.
- Achei que ele estava esperando a melhor oportunidade para me azarar…
- Talvez. - riu, olhando-o de lado.
baixou o olhar para o lençol que a cobria, passando os dedos pelo mesmo, sentindo o tecido distraída, enquanto tentava arranjar um novo assunto.
Diggory respirou fundo, esticando a mão e pegando na mão direita da garota, apertando-a gentilmente junto a sua. Os dois passaram alguns segundos olhando para seus dedos entrelaçados, sem nada dizer, até Diggory erguer o olhar para o rosto dela, começando em tom baixo;
- Eu não quero terminar. Eu sei que não estamos muito bem, e que eu não tenho sido o melhor namorado do mundo nas últimas semanas, mas eu não quero terminar. - desabafou, encarando os olhos - As últimas semanas só não foram piores que as duas últimas horas que eu passei sem saber se você quer terminar comigo. Se você me disser que não gosta mais de mim, infelizmente não tem nada que eu possa fazer para mudar isso, mas se você me disser que quer terminar por causa dos últimos dias… … Eu sei que esse ano tem sido uma confusão, e pensamos diferente em alguns pontos, mas…
- Eu não quero terminar com você, Cedrico. Isso nunca me passou pela cabeça. - apertou-lhe a mão, sorrindo de lado - Não sei o que te fez entrar no grupo da Umbridge, realmente não acho que seja algo bom, e você está certo, estamos em lados opostos esse ano, por assim dizer, mas eu não terminaria com você por causa do Ministério, Diggory. Você é uma boa pessoa, independente do que esteja acontecendo agora.
Cedrico mordeu o lábio inferior, concordando com um aceno.
- Eu prometo que vou te explicar os meus motivos, eu só não posso fazer isso agora…
- Eu acredito em você, Cedrico.
O lufo suspirou aliviado, sorrindo antes de inclinar-se na cadeira, em direção a cama em que a namorada estava, encostando os lábios nos dela.



Sete.

Cedrico quase parecia uma nova pessoa, sentia-se mais animado do que tinha estado desde que o semestre tinha começado, embora continuasse sem pode estar com a namorada o tempo todo, o fato de saber que ela entendia sua situação ajudava bastante, e os encontros depois das aulas também eram bastante satisfatórios.
O jogo contra a Corvinal tinha sido complicado, mas conseguiram ganhar por uma diferença pequena de 20 pontos, e agora estavam logo atrás da Grifinória na busca pela Taça. Era difícil, mas não impossível.
Os estudos seguiram como sempre, deixando-lhe mais tempo do que gostava na biblioteca, fazendo todos os trabalhos necessários e estudando para as provas que estava tendo antes da pausa para o fim de ano.
Seus trabalhos extracurriculares no momento não exigiam muito, com a Brigada Inquisitorial em um número cada vez mais alto, na maior parte do tempo ele só evitava que algum aluno da Sonserina exagerasse nos castigos e pontos descontados dos colegas das outras Casas.
Quase não ouvia mais reclamações sobre Potter e Black da professora, já que os dois pareciam sempre muito comportados em aula e pelos corredores, Umbridge, é claro, suspeitava de algo e queria que Cedrico descobrisse o que eles faziam, mas o lufo não estava assim tão empenhado em passar essa informação. Era óbvio para ele que os dois estavam aprontando, mas ainda não tinha lhe contado nada, e ele suspeitava que ela nem diria, principalmente depois que Diggory lhe disse ter escutado uma conversa de Umbridge com Snape, na qual ela pedia pelo Veritasserum.
Cedrico não ficava de todo feliz com a aproximação da namorada com Harry, mas tentava demonstrar menos o ciúmes, e até estava se saindo muito bem. Claro que ficava curioso para saber o que eles faziam, e até acreditava que a professora estava certa ao achar que eles se reuniam com outros estudantes, mas não tinham perguntado para , e nem pretendia tão cedo, apenas para o caso de Umbridge usar o soro da verdade com o lufano.

tinha acabado de sair do Salão Comunal, carregando sua bagagem, pronta para voltar para sua casa durante o feriado. Cedrico estava sentado no último degrau, esperando-a para irem juntos até o trem que os levaria de volta à Londres. , ele notou, parecia mais nervosa que o normal, embora não tivesse dito nada. Diggory queria perguntar porque Harry e os Weasley tinham saído de Hogwarts no meio da noite anterior, mas ela não parecia querer comentar sobre aquilo, mantendo a expressão nervosa em seu rosto.
Estavam quase embarcando quando Dolores Umbridge a puxou pelo braço, parecendo mais histérica do que o costume;
- Você, senhorita, me diga, onde está Harry Potter?
Cedrico permaneceu ao seu lado, mantendo uma mão no ombro da namorada. sorriu de lado para a professora, aproveitando aquele pequeno momento no qual a mulher não tinha qualquer vantagem sobre a mesma; McGonagall estava à poucos metros de distância.
- No meu malão ele não está, professora. Não posso ajudar, desculpe.
A voz insolente da mais nova fez a expressão da mulher alterar-se, parecia que uma veia explodiria em seu rosto. Umbridge sorriu da mesma forma, curvando-se levemente em sua direção;
- Se eu fosse você, tomaria cuidado com o que diz, nunca se sabe quando um segredinho pode se espalhar pela escola, não é mesmo, Black?
A garota respirou fundo, não deixando-se abalar, mantendo o sorriso em seus lábios.
- Ainda bem que eu sou eu e a senhora é a senhora, não concorda? - baixou o tom de voz, dando um passo em direção a professora - Eu também teria cuidado se fosse a senhora, até parece que está ameaçando uma aluna, filha de um assassino foragido de Azkaban… Eu me pergunto o que ele faria se soubesse… - afastou-se, voltando ao tom alto e animado de antes - Boas festas, professora.
Diggory mordeu o lábio, apenas acenando com a cabeça para a mulher, segurando a risada enquanto puxava a namorada pela mão para entrarem no trem. Black virou-se uma última vez para olhar a expressão horrorizada de Umbridge, antes de embarcar.

Cedrico aproveitou que Hermione tinha saído da cabine, faltando poucos minutos para chegarem à Estação de Kings Cross, para despedir-se da namorada, já que não a veria pelas próximas duas semanas, queria que pudessem passar o Natal juntos, mas viajaria com sua família e estaria com Sirius e os Tonks.
Assim que chegaram à Estação, não demorou para avistar seus pais e Ninfadora, conversando em um canto um pouco afastados da multidão.
Abraçou os pais antes de cumprimentar Dora, e esperou enquanto sua mãe conversava com , que sempre parecia muito tímida perto de Rachel, o que o fazia rir levemente.
Despediu-se beijando-lhe a bochecha, apertando levemente sua cintura, ouvindo-a rir contra seu pescoço, antes de aparatar com os pais depois de passarem pelo portal, enquanto agarrou-se no braço da prima, para voltarem ao Largo Grimmauld.

sentiu os braços de Sirius ao seu redor assim que passou pelo corredor, não demorando nem dois segundos para corresponder ao abraço apertado do pai, contente por finalmente vê-lo depois de tantos meses afastados.
- Como está? - a voz rouca do homem perguntou baixo, antes de soltá-la.
- Melhor agora, pai! - piscou animada, sabendo o quanto ele gostava de quando ela o chamava daquela forma. Sirius passou a mão pela cabeça da filha, dando uns tapinhas parecidos com os que ela dava quando ele estava em forma de cachorro, algo como se dissesse “boa garota!”, o que a fez rir antes de virar-se para cumprimentar o restante do pessoal.
Embora quisesse visitar o Sr. Weasley, depois do ataque de Nagini, optou por ficar em casa e passar o tempo que tinha com Sirius. Conversaram bastante e ele a ajudou com alguns deveres de casa, adorando poder relembrar as épocas de Hogwarts.
- E como estão as coisas com a Umbridge? - perguntou assim que a filha espreguiçou-se, deixando a pena sobre o pergaminho aberto. deu de ombros.
- Talvez eu a tenha lembrado que você é um foragido perigoso de Azkaban… - comentou segurando um sorriso. O homem arqueou a sobrancelha, aguardando a conclusão da história - Ela estava de marcação comigo, e quis me ameaçar quando eu estava para embarcar, era óbvio que eu não deixaria por menos, não é verdade?
- O que foi que você fez?
- Ela quis dizer que se eu não cooperasse, ela poderia deixar escapar meu segredinho, - deu de ombros novamente, tomando um gole de seu suco - eu só a lembrei que você continua foragido, e que seria interessante saber qual seria sua reação se descobrisse que alguém do Ministério está me ameaçando…
Sirius baixou a cabeça, mordendo o lábio inferior e fechando os olhos por alguns instantes, no fundo queria rir, mas ao invés disso, manteve uma pose séria, suspirando antes de começar seu discurso de pai preocupado;
- Por mais que eu adore saber que você herdou essa parte de mim, você fez errado. Dolores pode mesmo espalhar na Escola que você é minha filha, e isso causaria muitos problemas…
cruzou os braços, encarando o mais velho.
- O Ministério sempre soube disso, e mesmo depois que você escapou nunca me perguntaram nada…
- Mas a maioria dos seus colegas não sabem, e é melhor manter dessa forma.
- Pai, o máximo que iria acontecer é terem medo de mim, o que eu acho ótimo para as partidas de Quadribol…
- Eu estou falando sério, .
- Eu também! - protestou, batendo com a mão na mesa. - Se o Ministério é burro de achar que você é um Comensal, o problema não é meu.
- Vai ser se toda a Escola souber que você é minha filha.
- Sirius Black III, - começou levantando-se, com as mãos na cintura - a filha sou eu e o sobrenome é meu. Se eu quem estou em Hogwarts não vejo problemas que todos descubram que meu pai é o primeiro bruxo que fugiu de Azkaban, por que você se importa? Além do mais, todo mundo que realmente me importa já sabe que sou sua filha. - deu de ombros, voltando a sentar-se, jogando os cabelos para trás. - Vão me prender por ser sua filha? Eu vou derrubar aquele Ministério todinho!
Sirius manteve-se sério por alguns instantes, abrindo um sorriso orgulhoso logo depois. Pensou em várias coisas que poderia dizer naquele momento, mas não conseguiu achar nada muito significativo, ao invés, levantou-se, dando a volta da mesa da cozinha e beijando-lhe a cabeça, antes de retirar-se por alguns instantes; não precisava vê-lo chorando.

Sr. Weasley teve alta do St. Mungus na manhã de Natal, e todos aproveitaram a ocasião para fazer um brinde em sua homenagem, entre tantos brindes que faziam aquele dia; Por Harry que tinha avisado a todos e assim salvo Arthur, por Sirius que emprestava a casa para todos e Remo por ter sido o melhor professor que já tiveram. Rony que era Monitor, pelos gêmeos que ainda não tinham recebido um berrador aquele ano, por que tinha perdido 70 pontos pela Grifinória até o momento, pela Sra. Weasley que tinha feito uma comida muito boa, pelo bruxo responsável por inventar o hidromel (embora Rony, Harry, e Gina não tivessem experimentado), por Rony que tinha ido muito bem como goleiro, e Gina como artilheira. Ao terminarem a grande rodada de brindes, finalmente começaram a almoçar, antes de trocar os presentes; Os Weasley deram seus famosos agasalhos tricotados à mão por Molly, ganhou um preto com um grande “B” dourado no meio, o qual ela achou muito apropriado e vestiu de imediato, já imaginando usá-lo quando fosse à Hogsmeade. Rony lhe deu uma barra de chocolates da Dedos de Mel, Hermione (que passava o Natal na França com os pais), lhe mandou uma nova coleção de penas, incluindo uma colorida que só era possível ver o que se escrevia após dizer um feitiço. Harry deu-lhe uma camiseta de seu time favorito de Quadribol; Ballycastle Bats. Cedrico mandou-lhe uma caixa de doces enorme, a qual ela provavelmente demoraria meses para terminar. Remo lhe deu um livro sobre Runas Antigas, que era uma de suas matérias favoritas e, finalmente, Sirius saiu por alguns minutos da sala, voltando com um pacote comprido e fino, que a filha não precisou de muitos segundos para adivinhar o que era.
- Achei injusto só ter dado uma vassoura nova para Harry, Feliz Natal!

- Vitor eu te amo, Vitor eu te amo sim! Quando estamos distantes meu coração bate só por vocêeee!
Sirius e Lupin pararam na entrada da sala, olhando aquela cena e segurando uma risada; dançando uma espécie de falsa com Fred, enquanto Jorge e Harry cantavam, fingindo reger uma orquestra. Gina gargalhava ao lado, sentada na ponta do sofá e vez ou outra juntando-se ao coro. Rony estava emburrado no canto, os braços cruzados e o rosto tão vermelho quanto seus cabelos.
- O que está acontecendo aqui? - Black perguntou disfarçando a risada.
- Estamos reencenando a história de amor de Rony Weasley e Vitor Krum! - Jorge começou a explicar, sendo atrapalhado por um grito de Fred;
- Krum bobão, Krum bobão!
- Ele é um artista! - completou juntando as mãos e suspirando, forçando uma expressão apaixonada.
O grupo começou a gargalhar, principalmente quando Rony mandou-os calar a boca, dizendo que nunca tinha dito aquilo.
- Por que essa implicância? - Remo questionou sentando-se na poltrona próxima.
- Krum quase foi nosso cunhado, - Gina comentou rindo - mas Hermione Granger foi mais rápida!
Mais risadas vieram quando a ruiva terminou o comentário, fazendo o irmão ficar tão envergonhado, que acabou levantando-se e subindo às escadas em direção ao seu quarto.
- Não deviam fazer isso... - Sirius comentou coçando a barba, olhando sério para os estudantes.
- Ele ficou assim agora, mas minutos atrás estava rindo quando estávamos imitando a ! - Harry explicou sentando-se no lugar que o amigo desocupou.
- Rony não sabe brincar! - concordou, jogando-se no sofá oposto, no qual seu pai estava.
- Eu perdi essa imitação? Quero ver! - pediu sorridente, vendo a filha rolar os olhos e negar com a cabeça.
Os gêmeos levantaram-se no mesmo instante;
- Você sabe com quem está falando? - Fred afinou a voz, colocando uma mão na cintura e arqueando a sobrancelha, sorriu de lado antes de completar - Black, herdeira do sobrenome mais nobre e importante do mundo bruxo. Filha do único bruxo que fugiu de Azkaban!
- Eu nunca disse isso! - protestou em meio à risadas.
- Por enquanto, , por enquanto.
- É, agora que você vai dizer que é uma Black, já posso te ver jogando os cabelos loiros pro lado e dizendo isso. - Jorge riu, acompanhado pelos demais.
- Não vou negar que me pareceu uma ótima ideia, só preciso da oportunidade correta! - sorriu esperta, fazendo-os rir por mais tempo.
- Remo, eu tenho uma dúvida; - Harry chamou o homem, virando-se sério para o mesmo, atraindo a atenção dos colegas - Sirius era arrogante em Hogwarts, ou adquiriu essa característica sozinha?
- Hey! - pai e filha falaram ao mesmo tempo. Lupin riu baixo, concordando com a cabeça.
- Sirius até hoje é uma das pessoas mais arrogantes que eu conheço, acho que esse detalhe está impregnado no DNA dos Black, Régulo era igual!
- Hey! - reclamaram novamente, quase parecendo ofendidos.
- Não gostei do que você está insinuando, Aluado. - o mais velho reclamou, cruzando os braços.
- Godric Gryffindor nos proteja, parece que estou vendo a ! - Jorge comentou fingindo-se chocado.
- Ah, cala a boca! - a loira reclamou dando língua.
- Brincadeiras à parte, , Jorge está certo. Você se parece muito com Sirius!
Os dois se entreolharam rapidamente, arqueando as sobrancelhas, antes de darem o mesmo sorriso de lado, tão típico de ambos.
- Olha só, quem diria que mesmo com tantos anos distante, você acabaria tendo as mesmas manias, não é? - Black sorriu para a filha, parecendo orgulhoso por notar tantas similaridades.
- Como eu disse, - Remo interrompeu sorridente - deve ser algo do DNA de vocês!

Sirius e Remo olharam surpresos quando viram Harry, e os gêmeos descendo as escadas, usando seus uniformes da Grifinória, enquanto Gina vinha mais atrás, usando uma capa preta e os cabelos presos em um coque apertado, um livro embaixo do braço e a varinha na mão. Parou no último degrau, gritando com o quarteto;
- Por que eu não estou surpresa em ver vocês dois em detenção, de novo? - questionou ríspida, na sua melhor imitação de Minerva McGonagall.
Harry, que tinha os cabelos mais armados que o normal, passou a mão pelos mesmos, tentando parecer ainda mais desleixado, exatamente como diziam que seu pai fazia;
- Não foi nossa culpa, professora, Almofadinhas…
- Hey, não venha colocar a culpa em mim, Pontas! - protestou, tornando a erguer o rosto pra professora, arrumando sua capa, mantendo a pose elegante, os cabelos curtos e pretos levemente ondulados nas pontas, o que surpreendeu Sirius o qual não sabia que a filha já tinha tamanho domínio em transfiguração.
- Professora, - Fred e Jorge começaram, passando na frente do casal, os cabelos claros da cor de Lupin, as roupas um pouco sujas e um arranhão em suas bochechas esquerdas - eu tentei pará-los, sinto muito. Fracassei no meu dever de Monitor! - baixaram a cabeça ao mesmo tempo.
Sirius e Remo não conseguiram controlar a gargalhada depois daquela frase, Black curvando-se ligeiramente, a mão na barriga.
- Quase uma viagem ao tempo! - Lupin comentou em meio a risadas.
- Eu nunca mais conto nada sobre essa época, vocês usam contra nós!
- Ainda bem que vocês pararam, já estava imaginando que teria que fingir beijar alguém! - comentou rindo, apontando a varinha para o próprio cabelo, que voltou a ser loiro e comprido, enquanto sentava-se no sofá, seguida pelos outros quatro; Gina soltou o coque, e Harry tentava baixar os cabelos curtos. Os gêmeos não pareciam se importar com os cabelos claros, deixando-os daquela forma, e apenas limpando o corte em seus rostos.
- O que quer dizer com isso? - Sirius questionou com a sobrancelha arqueada.
- Remo me contou que você beijava todo mundo, pai. - deu de ombros, sem se incomodar.
- Quem diria que Cedrico seria tão parecido com Sirius, ein? - Fred comentou pensativo.
- Como é? - o homem tornou a perguntar, parecendo confuso.
- Cedrico namorou Hogwarts inteira antes de começar a sair com a ! - o ruivo explicou-se, olhando de canto para a garota.
- Pois é, essa é a prova que ele não é perfeito! - rolou os olhos, entediada.
- Cedrico Diggory? - Black pareceu extremamente surpreso. - Aquela cara de bom moço é apenas para me enganar?
- Talvez seja esse o charme dele… - Gina comentou em voz baixa, vendo concordar com um aceno.
- Cedrico até saiu com a namorada do Harry! - Jorge relembrou, fazendo tanto Potter quanto mexerem-se desconfortáveis.
- Ela não é minha namorada…
- Mas você estava a beijando pelos corredores, logo ela é algum casinho… - Fred replicou rindo, vendo-o ficar vermelho. Depois de Rony, que continuava emburrado no quarto, Harry era sua segunda pessoa favorita para envergonhar.
- Como é que é? - Sirius encarou o afilhado, que deu de ombros. - Quem é?
- A japonesinha Chang, que deu o fora no Harry ano passado! - Jorge explicou.
- Ela não me deu o fora, só tinha outro par…
- E foi aí que o Harry chamou a para o Baile, e ela não quis ir!
- O QUE?
- Não foi nada demais, pai…
- Você chamou minha filha para um Baile, Harry Potter? - Sirius virou-se sério, encarando-o descrente. Harry olhou assustado para o padrinho, então o homem passou a encarar a filha, sentada ao lado de Potter - E por que foi que você não aceitou, ?
- Porque já tinha combinado de ir com Cedrico, - deu de ombros novamente, passando a língua pelos lábios - Harry me deixou como segunda opção, papai. Minha auto-estima foi atingida!
- Ah, cala a boca! - Potter comentou baixo, um tanto envergonhado.
- Eu não acredito no que estou vendo, você deixou minha filha como segunda opção?
- Por um instante achei que Sirius estava com ciúmes, agora tenho a sensação que ele está triste por não ter ido… - Remo comentou coçando a barba rala.
e Harry se entreolharam, começando a rir em seguida, negando com a cabeça.
- Sirius, me diz uma coisa - Fred começou, sentando mais na ponta do sofá e encarando o homem -, você e James tinham algum tipo de plano de juntar o casalzinho aqui - apontou para os dois amigos - quando eles crescessem, para juntar as famílias?
- O que?? - Black falou com a voz uma oitava mais fina, pigarreando antes de continuar, levantando-se do sofá e afastando-se em direção às escadas - É claro que não, que ideia…
Remo começou a gargalhar, enquanto os adolescentes o encaravam, um tanto confusos.
- Isso foi um sim? - perguntaram ao mesmo tempo, não tendo nenhuma resposta de Lupin.



Oito.

O retorno das aulas não foi tão bom quanto Cedrico esperava, após voltarem dos feriados, passou janeiro e fevereiro inteiro ocupado com todas as suas tarefas tanto como Monitor Chefe quanto como Capitão do time de Quadribol, além é claro, de estudar cada vez mais para os NIEM’s que se aproximavam. O resultado de tudo isso era passar cada vez menos tempo com , que também parecia sempre ocupada.
Não conseguiam passar mais do que alguns poucos minutos juntos, nos finais de semana, quando não tinham treino de Quadribol, ou matérias acumuladas para estudar. Outro ponto que, por mais que o lufo não quisesse admitir, tinha voltado a incomodá-lo, era o fato dela estar sempre junto de Harry Potter, fossem nas aulas ou nos tempos livres. Entendia que eles eram amigos e estavam no mesmo ano, mas não conseguia evitar vê-los juntos o tempo todo, principalmente depois de ouvir Fred e Jorge comentando sobre Sirius ser muito favorável ao casal Black-Potter.
O auge foi numa noite, quando estava terminando sua ronda, pronto para voltar para o Salão Comunal, e encontrou os dois saindo de uma sala no corredor, andando juntos, conversando em voz baixa, enquanto sorriam um para o outro. Diggory precisou fazer um grande esforço para não sacar sua varinha e lançar algum feitiço em Potter, ao invés, apenas postou-se na frente dos dois, impedindo-os de descerem as escadas. Os dois o olharam assustados por um instante, mas relaxaram quando viram que era Cedrico.
O lufo manteve os braços cruzados, a expressão séria, olhando de um para o outro.
- Posso saber o que fazem aqui a essa hora?
Os dois se entreolharam rapidamente, fez um sinal com a cabeça, e Harry afastou-se devagar, dando um boa noite baixo, enquanto Black aproximava-se do Monitor.
- Estou esperando uma resposta antes de descontar pontos da Grifinória.
arqueou a sobrancelha, sorrindo de lado, descrente.
- Até parece…
O lufo respirou fundo, a raiva subindo por seu ser, antes de falar em voz alta;
- Menos cinco pontos para a Grifinória. Alunos fora da cama.
Black o olhou surpresa, a boca ligeiramente aberta.
Piscou duas vezes antes de entender que Cedrico tinha, finalmente, resolvido assumir sua posição como Monitor e agora estava a castigando por quebrar as regras, ignorando o fato de serem namorados.
não chegava a culpá-lo, mas nunca imaginou que ele fosse realmente fazer aquilo um dia.
Parte de si estava um tanto desapontada.
Cruzou os braços, acenando com a cabeça, antes de dizer boa noite e começar a se afastar.
Diggory a segurou pelo braço, puxando-a para o canto da parede, não querendo correr o risco de serem pegos por outros professores;
- O que estava fazendo com Potter?
- Nada. - respondeu, sem encará-lo, enquanto soltava-se.
Cedrico respirou fundo, passando a mão pelos cabelos.
- Se bem me lembro, quando eu te chamei para sair hoje, você disse que estaria estudando a noite toda, - comentou em voz baixa - não estou vendo nenhum livro.
o encarou de sobrancelha arqueada, tornando a cruzar os braços.
- O que você está querendo insinuar?
- Insinuar? - riu irônico - Não estou mais insinuando. Fazem dias que estou procurando um tempo para ficar com você, mas você nunca pode, está sempre ocupada, sempre com Potter. E agora vejo os dois saindo rindo de uma sala, no meio da noite, depois de ter me dito que não sairia da Torre da Grifinória. O que você acha que eu estou dizendo?
Black fechou os olhos por um instante, concentrando-se em não começar a gritar no corredor, contendo a raiva por, de novo, notar a desconfiança de Cedrico;
- Eu não aguento mais, Diggory. Quantas vezes eu preciso dizer que Potter é meu amigo? Quantas vezes você vai sair me acusando por algo que eu não fiz? Se é assim tão difícil para você confiar em mim, acho melhor terminarmos por aqui. - olhou-o séria, a raiva presente em sua voz. - E só para você saber, - continuou antes de começar a afastar-se - não estávamos sozinhos, tinha mais vinte alunos com a gente, incluindo Justino e Ana que são da Lufa-Lufa. Se não acredita em mim, pode perguntar para eles. - encerrou antes de dar as costas, afastando-se rapidamente pelas escadas.
Diggory continuou encarando o lugar no qual ela estava antes, processando a ideia de que tinha acabado de terminar o namoro deles, por mais um estúpido ataque de ciúmes de Cedrico. O ano não estava sendo fácil para eles, e tiveram outras vezes que ele achou que talvez terminassem, mas nem por um instante imaginou que seria por aquilo.

Diggory não conseguiu dormir aquela noite, e nem concentrar-se nos estudos no dia seguinte. Ficava repassando mentalmente as últimas brigas que tinha dito com a garota, sempre pelo mesmo motivo.
Aproveitou o intervalo do almoço para perguntar à Ana Bolt, que tinha acabado de sentar-se na mesa da Lufa-Lufa, se ela tinha mesmo estado com na noite anterior, mas o fez de forma sútil;
- me contou que vocês estavam juntas ontem, não é?
- Ah, sim! - sorriu - Ela foi minha dupla na reunião da Armada, me ajudou com o feitiço do Patrono, estou quase conseguindo executar um corpóreo! - contou animada, antes de virar-se para começar a conversar com uma amiga.
Cedrico fechou os olhos, arrependendo-se no mesmo momento por ter, mais uma vez, a acusado de traí-lo.
Passou o resto do dia pensando em um jeito de tentar se redimir, mas não a viu em nenhum momento. Encontrou Hermione saindo da biblioteca antes do último período de aula, e ao perguntar a Granger sobre a loira, Mione apenas negou com a cabeça, dizendo que não era um bom momento para os dois conversarem. Cedrico notou o tom repreensivo em sua voz, claramente o julgando pelo o que tinha feito.

Demorou quase uma semana para finalmente conseguir conversar com a garota, que voltava de Hogsmeade com os amigos, mas aceitou vê-lo por um momento.
Caminharam juntos até o campo de Quadribol, sentando-se na arquibancada. Ficaram em silêncio por alguns minutos, olhando a neve que caia, fevereiro estava ainda mais frio que o normal.
- Eu sinto muito, de verdade. - disse finalmente, a voz baixa, olhando-a de lado.
suspirou, concordando com a cabeça.
- Eu também sinto, Cedrico, sinto porque você não confia em mim.
O lufo fechou os olhos por alguns instantes, não sabendo como responder.
No fundo aquilo era verdade e ele sabia, não tinha como negar, ao mesmo tempo que confiava em , não conseguia demonstrar aquilo, porque sempre que a via com Potter tinha certeza que algo aconteceria, que a proximidade dos dois, em algum ponto deixaria de ser apenas amizade. E, para sua triste surpresa, ele mesmo estava a afastando e jogando-a nos braços de Harry.
- Eu não quero perder você. - soprou baixo, quase em um sussurro.
demorou algum tempo para responder, mas ele a escutou fungando.
- Eu amo você, Diggory. - disse finalmente, passando a mão pelos olhos - Eu te amo, mas eu não quero continuar desse jeito. A gente passou a maior parte desse ano brigando, quando não era por causa da Umbridge, era o seu ciúmes. Eu não aguento mais.
Cedrico olhou para frente, o chão branco, coberto de neve.
- Você quer mesmo terminar, não é?
negou com um sorriso triste.
- Eu não quero, mas acho melhor se não nos falarmos por um tempo. Estamos indo por dois lados diferentes Cedrico, eu não quero atrapalhar seu caminho para um bom cargo no Ministério, mas eu não vou deixar de ser quem eu sou ou fazer o que eu quero por isso.
Diggory mordeu o lábio inferior, concordando com um aceno.
aproximou-se, o abraçando apertado e sendo correspondida da mesma forma, fungou baixo contra seu pescoço antes de levantar-se, sorrindo triste e afastando-se.
Cedrico permaneceu sentado na arquibancada, o coração apertado e uma lágrima escorrendo por seus olhos cinzas.



Nove.

Diggory continuou seguindo seus afazeres como Monitor e Capitão do time de Quadribol, além de passar algum tempo ajudando na Brigada Inquisitorial, embora fosse bem menos do que devesse, usando sempre a desculpa que precisava estudar para os NIEM’S.
Umbridge pareceu muito satisfeita quando notou que o lufano e Black não estavam mais juntos, resolvendo usar isso a seu favor; sabia que a garota, assim como Potter, estava armando alguma coisa; Eles tinham um grupo para duelos, mas Dolores ainda não tinha conseguido descobrir como ou onde funcionava. Sabendo que o casal estava separado, Diggory agora poderia ajudá-la a descobrir, era apenas uma questão de tempo.
Esperou o final da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, para chamar o lufano antes do mesmo sair;
- Diggory, preciso que passe na minha sala após as aulas, ok? Tenho alguns assuntos que gostaria de conversar.
Cedrico concordou com um aceno, não parecendo muito animado.
A verdade era que Diggory parecia fazer tudo no automático nas últimas semanas e, quando não estava ocupado com alguma coisa, ficava na biblioteca ou em seu quarto, lendo um livro ou dormindo. Tomava cuidado para não encontrar com nos corredores, sabendo as aulas que ela tinha e como se evitarem. Depois de terem oficialmente terminado, só a encontrou duas vezes, na saída de uma das aulas de McGonagall e no Salão Principal, durante o almoço. Até as refeições eles faziam em horários diferentes, evitando-se o máximo possível. Parte de si sentia a falta da garota, queria poder conversar com ela, queria ter no mínimo sua amizade de volta, mas sabia que não seria fácil, e que não era a melhor hora para aquilo. Diggory não conseguia olhar para Black apenas como uma amiga, como tinha sido no começo. Ele não conseguia apagar de sua memória tudo o que tinha acontecido entre os dois, e os sentimentos que ainda tinha por ela. Embora estivesse se esforçando.
tinha razão quando disse que eles estavam seguindo caminhos diferentes, e que tinham cada vez menos em comum. Não parecia um problema no começo, mas talvez fosse para o futuro, mesmo sem Potter no meio.
também não estava tão animada quanto Cedrico achava, mas esforçava-se para continuar agindo normalmente e fazer o que sempre fazia. No fundo achava que era uma questão de tempo até voltar com o lufano, tinha certeza que ele ainda gostava dela tanto quanto ela gostava dele, achava que só precisavam de um tempo, que logo estariam juntos como antes. Talvez a distância ajudasse, pelo menos tinha sido isso que Hermione aconselhou. O problema para ela foi quando encontrou Cedrico conversando com outra garota, Cho Chang. Os dois estavam sentados lado-a-lado na biblioteca, conversando em voz baixa, escondeu-se entre as estantes de livros, olhando de longe os dois. Notou o sorriso fácil no rosto de Diggory e os cochichos entre eles, até a corvina pegar na mão de Cedrico.
Segurou a raiva e a vontade de chorar, dando as costas e afastando-se o mais rápido que pode da biblioteca, derrubando alguns livros no caminho, recebendo um sermão da bibliotecária, mas não parando para ouvir por mais de dois segundos, não querendo que Cedrico a visse ali.
Potter a encontrou no canto da escada, abraçada as próprias pernas enquanto olhava para o nada, perdida em pensamentos. Sentou-se ao seu lado, puxando um assunto qualquer para distraí-la.
Não precisava perguntar o que tinha acontecido, era um tanto óbvio que ela estava triste por causa de Cedrico desde o dia que terminaram. E, mesmo que tentasse negar para si mesmo, Harry não estava de todo chateado por aquilo, é claro que não gostava de ver sua melhor amiga daquele jeito, mas parte de si estava realmente contente que ela tinha, finalmente, terminado com Diggory.
Nunca gostou de ver os dois juntos, Cedrico podia até ser legal, mas não o suficiente para estar com Black, nem mesmo sabia o que ela tinha visto no lufano.
Estavam rindo juntos conforme Harry lhe contava sobre as ideias dos gêmeos para darem vomitilhas para Umbridge comer, quando Cedrico e Chang passaram no corredor, andando juntos, embora não muito próximos. Os quatro se encararam por alguns segundos, apenas acenando com a cabeça, Cho foi a única que chegou a dizer oi, correspondido apenas com um sorriso amarelo dos dois. Cedrico chegou a parar por um instante, como se fosse dizer algo, mas, ao invés, apenas acenou novamente, afastando-se acompanhado pela garota.
- Eu achei que você estava saindo com a Chang. - comentou após alguns segundos.
- É, eu também. - deu de ombros, franzido o cenho por um instante - Devo encarar isso como um recado sutil para não chamá-la para sair novamente, não é?
riu baixo, concordando.
- Nem tão sutil. O que foi que você fez?
- Eu não fiz nada, para dizer a verdade, foi a Hermione. Naquele dia que me chamou para a entrevista com a Skeeter.
A garota concordou com um aceno, lembrando-se vagamente de Potter ter dito que a corvina não pareceu muito satisfeita por ele sair no meio do encontro.
- Então ela e o Diggory estão juntos? - questionou interessado. deu de ombros.
- É o que parece, não?
- Que ótimo - disse quase irônico -, fomos os dois trocados pelos dois alunos exemplares.
- Imagino que é nossa culpa, huh? Nossa imagem não é das melhores na Escola.
- Pode ser, mas eu não trocaria nossa fama de querer destruir o Ministério por boas notas. - deu de ombros, sorrindo de lado.
- Fale mais alto, talvez Umbridge só precise de uma confissão nossa para nos mandar à Azkaban! - piscou, vendo-o rir concordando.

Quando Cedrico entrou na sala da professora, sentou-se na cadeira almofadada, tentando ignorar os miados irritantes dos gatos nas paredes, e o cheiro doce que o lugar tinha. Não escutou muito do que Umbridge começou lhe dizendo, principalmente quando ela citou o nome de . A imagem recente da garota com Potter não o deixava concentrar-se em nada mais. Eles não pareciam juntos, mas estavam perto o suficiente, rindo de alguma piada interna.
Sua vontade era de ter puxado Potter e jogando-o escada abaixo, afastando-o de sua garota. Porém, não era mais sua garota, e se as coisas continuassem daquele jeito talvez ela não voltasse a ser por muito tempo. Sentiu-se burro também ao notar o olhar dela sobre Cho, quis lhe dizer que eles não tinham nada, mas percebeu que não era necessário, eles não estavam juntos. Embora tivesse medo de que ela achasse que ele a tinha trocado rápido, seguido em frente e a esquecido.
Aquilo não era verdade.
Queria dizer que só tinha conversado com a apanhadora da Corvinal por alguns minutos, que não tinha sido nada sério. Acalmou-se por alguns minutos quando Cho disse que tinha saído com Harry, mas só até ela dizer que não tinha rendido, que o garoto a tinha deixado de lado para encontrar com Hermione.
O suspiro aliviado que escapou por seus lábios ao ouvir aquilo não podia ser descrito em palavras.
Harry estava interessado em Hermione, pelo menos foi isso que Chang entendeu.
Muito melhor, até achava que os dois combinavam. Hermione era legal, Potter não era de todo ruim. Eles eram amigos e, de fato, estavam sempre próximos também, mas Diggory não tinha notado, porque sempre ocupava-se em ver sua namorada com Harry, só aquilo era suficiente para irritar-lhe. Mas, então, se Potter e Granger estavam juntos, não tinha motivos para ter ciúmes.
Desejava que tivesse conversado com Chang antes, que ela tivesse dito aquilo dias atrás, talvez ele ainda estivesse com .
Umbridge continuava a falar e Cedrico concordava com a cabeça vez ou outra, embora não prestasse nenhuma atenção. Reconheceu as palavras Ministério, Fudge, carreira e futuro. Nenhuma delas lhe interessava no momento, queria sair daquela sala e ir encontrar com , pensar em um jeito de se desculpar e reatar o namoro, queria poder beijá-la novamente.
Aceitou quando a professora entregou-lhe uma xícara de chá, mesmo que não quisesse, apenas para fingir prestar atenção no assunto, parecer interessado.
Tomou um gole do chá e segurou a careta, era extremamente doce.
Umbridge continuou falando, levantando-se de sua cadeira por alguns instantes e rodeando a sala, Diggory aproveitou para jogar o restante do chá na planta mais próxima, o gosto exagerado do açúcar ainda presente em sua boca.
Sentiu-se estranho por alguns instantes, parecia que sua língua formigava e, quando Umbridge sentou ao seu lado, Cedrico não conseguiu pensar em nada que não fosse na voz irritante da mulher, com perguntas e mais perguntas;
- O que Black e Harry Potter estão fazendo?
- Eles têm um grupo secreto, ensinam os alunos a usarem feitiços.
- Quantos alunos?
- Não sei, mais de vinte.
- Onde eles se reúnem?
- Não sei, eu não estou no grupo, não tenho muitas informações.
- Quem mais faz parte?
- Granger, os Weasley, Cho Chang, alunos da Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa.
Umbridge sorriu, os olhos brilhando enquanto levantava-se.
- Uma última pergunta, Diggory. - Cedrico virou-se para olhá-la - sabe o paradeiro de Sirius Black?
- Sim, senhora. Eles conversam por cartas.
- Excelente.

Demorou vários minutos para o efeito da poção passar, e só então Diggory tomou consciência do que tinha acontecido, e do que ele tinha dito. Procurou por todo o Castelo, tentando um jeito de avisá-la do que tinha feito, ela precisava contar a Sirius que ele talvez não estivesse seguro. Agradeceu imensamente a professora não ter lhe perguntado se ele sabia o local em que Black se escondia, tinha certeza que seria uma questão de minutos até o Ministério aparecer e tornarem a levá-lo para Azkaban.
Também precisava avisar sobre a Armada, não poderiam se reunir por algum tempo, talvez Umbridge procurasse algum dos outros alunos, alguém que fizesse parte, mas Cedrico não a encontrou. Nem Potter, Weasley ou Granger.
Quando virou um corredor no terceiro andar sentiu o coração bater acelerado;
A professora estava junto com Filch, Malfoy e mais alguns alunos da Brigada, e, ao lado, Cho Chang.
- Bombarda! Uma pequena explosão foi ouvida, e então as paredes ruíram, revelando a sala secreta com um grupo grande de alunos, poucos segundos depois viu Draco puxar , arrastando-a junto com Potter para o lado, enquanto os demais alunos seguiam para outro caminho, junto com a Brigada.

Esperou do lado de fora da sala de Dumbledore até aparecer, mas mesmo depois de quase uma hora ela ainda não tinha saído, e quando o fez, junto a Potter, estavam sendo novamente arrastados pela professora. Ela o encarou por poucos segundos, antes de Umbridge a puxar pelo braço, levando-a pelo corredor.
Fudge logo apareceu, junto com Quim e mais algumas pessoas que ele não conhecia. Quim o olhou de lado, piscando sutilmente. Tão rápido quanto apareceram, saíram pelo corredor, Cedrico ainda conseguiu ouvir algo sobre o Profeta Diário e Dumbledore, mas não entendeu o que significava.
Demorou alguns minutos para encontrar a sala na qual os alunos estavam de castigo, precisando esperá-los por quase duas horas até começassem a sair. Permaneceu sentado no chão, ao lado da parede, aguardando até Black aparecer, junto do trio de amigos, a segurando pelo ombro quando passou por ele, vendo-a o olhar desconfiada por alguns instantes.
- Podemos conversar? É importante.
concordou com um aceno, afastando-se junto com o lufo pelos corredores, até entrarem em uma sala vazia, fechando a porta ao passar.
- O que aconteceu? - foi a primeira coisa que perguntou.
- Sua namorada nos entregou, foi isso que aconteceu. - respondeu em voz baixa, os braços cruzados.
- Cho não é minha namorada, não tenho absolutamente nada com ela. - aproveitou para explicar-se. deu de ombros.
- Fudge acha que queremos atacar o Ministério, e que foi tudo culpa de Dumbledore. Ele fugiu. - contou, passando as mãos pelo rosto cansado. Foi aí que Cedrico notou algo em sua mão esquerda, aproximou-se devagar, segurando a mesma junto a sua.
O sangue ainda escorria sobre os dizeres em vermelho “Ninguém é maior que o poder do Ministério”. Soltou o ar que nem tinha percebido segurar, fechando os olhos por alguns instantes.
- Eu sinto muito. - disse em voz baixa, negou com a cabeça.
- Não foi sua culpa, foi Chang quem contou.
Cedrico então mordeu o lábio inferior, encarando-a nos olhos por alguns instantes, sentindo o medo se apoderar dele para quando ela soubesse o que tinha feito. Por um segundo quis não contar, mas Sirius poderia estar em perigo agora, e seria sua culpa se o homem fosse capturado. Negou com a cabeça, um sorriso triste em seus lábios.
- Foi minha culpa. - soprou quase em um sussurro. Black arqueou a sobrancelha, a expressão confusa - Umbridge me chamou na sala dela hoje, falou sobre coisas do Ministério e me deu um chá para tomar.
- O que você tomar chá com ela tem a ver?
Diggory engoliu em seco, passando a língua pelos lábios antes de continuar;
- Ela colocou alguma coisa no chá, eu…
A expressão confusa da garota foi dando lugar a uma surpresa, e então incrédula.
- Você…?
- Eu não consegui evitar, ela me perguntou e quando eu vi já estava falando. - contou apreensivo, a voz desesperada - Me perguntou quem se reunia com vocês e onde era, eu disse que não sabia o lugar, mas falei o nome de Cho. Foi por isso que Umbridge foi até ela, talvez tenha dado a mesma poção, eu não sei.
deu as costas ao lufo, ainda escutando-o se desculpar e tentar explicar o que tinha acontecido.
- Tem mais uma coisa… - passou a mão pelos cabelos, parecendo mais nervoso. - Ela perguntou sobre Sirius.
Black gelou por dentro, prendendo a respiração.
- Ela sabe? Você contou? - perguntou em voz baixa, Diggory negou.
- Ela perguntou se você sabe onde ele se esconde, eu disse que sim. Ela vai monitorar suas cartas, todas elas.
Black respirou fundo por um instante, fechando os olhos por breves momentos, antes de tornar a encará-lo;
- Se alguma coisa acontecer com meu pai, Diggory…
- Ele vai ficar bem, você sabe como Sirius é… E, Quim faz parte, não é? Não vai deixar ninguém o pegar.
negou com um aceno, olhando-o com tanta raiva, que Diggory estava esperando que a qualquer momento ela pegasse sua varinha e o azarasse.
- Se pegarem meu pai por sua causa, eu nunca vou te perdoar.
Disse da forma mais fria que pode, antes de afastar-se a passos largos, Cedrico a chamou, tornando a pedir desculpas, tentando justificar o que tinha acontecido, mas ela não deu atenção, logo sumindo pelo corredor escuro.


Dez.

A garota passou a semana nervosa, principalmente por não conseguir se comunicar com Sirius, e avisar o que estava acontecendo. Tinha medo que uma das cartas fosse interceptada, e não poderia arriscar-se desse jeito. Harry parecia tão nervoso quanto, mas, diferente dela, não chegou a culpar Diggory por aquilo, mesmo que não gostasse tanto do lufo.
- Se ela colocou uma poção da verdade, não tinha o que ele fazer, .
- Bem, se ele não tivesse dado chance ao azar, talvez isso não tivesse acontecido! - retrucou nervosa.
A solução foi, mesmo que arriscada, tentar enviar uma carta codificada para os Tonks, aproveitando para tentar avisar que Dora também poderia estar sendo monitorada;
Olá, família de cabelos coloridos.
Tá tudo bem aqui, Umbridge insuportável como sempre, não vejo a hora de ter férias!
Infelizmente Dumbledore fugiu e agora estamos sendo todos monitorados 24 horas pela cara-de-sapo, E TORTURADOS TAMBÉM, eu juro que se eu ficar com essa cicatriz feia na minha mão eu vou divulgar isso para os outros jornais que não seja o Profeta Diário!
Acredita que ela está usando Veritaserum? Enganou Diggory e ele tomou, falou mil coisas pra ela. Eu aposto que tem alguma regra sobre isso ser ilegal! EU QUERO ELA EM AZKABAN!
No mais, tudo certo. Minhas notas estão boas, nada para se preocupar!
E o meu cachorro? Ele tem se comportado?
Queria que as férias chegassem logo, assim poderia vê-lo e levá-lo para passear.
Manda um beijo para o Almofadinhas!
Nos vemos em algumas semanas,

Beijos, amo vocês!
.

Durante as semanas que se passaram, não tiveram notícias sobre Sirius, o que significava que eles tinham entendido seu recado. Potter parecia ainda mais chateado, pois o padrinho era o único com quem se comunicava por cartas, e agora não recebia corujas de ninguém, embora, sempre lhe mostrasse um pedaço das cartas que recebia dos Tonks, as quais tinham alguma nota para Harry, escrita por Sirius.
A entrevista que Harry tinha dado para O Pasquim, para contar em detalhes a volta de Voldemort, tinham finalmente saído. E, mesmo com o Ministério tentando inviabilizar a matéria, muitos bruxos tiveram acesso a mesma, duvidando cada vez mais da palavra de Fudge e do Profeta Diário.
As pessoas estavam com medo, mas estavam aos poucos acreditando e se protegendo.
Nesse meio tempo, Cedrico fez a única coisa que ainda podia; cuidar da única parte de sua vida que ainda tinha controle. Largou de vez a Brigada Inquisitorial, tendo até mesmo começado uma discussão com Umbridge a respeito do uso de Veritaserum, conseguindo ainda o apoio de McGonagall, mas, sem Dumbledore presente, não poderiam fazer muito mais, e precisaram deixar aquilo de lado, afinal, como Dolores mesmo disse; o Ministério estava do seu lado, o poder era totalmente dela.
Dedicou-se ao Quadribol, conseguindo deixar seu time em segundo lugar no final do campeonato. O último jogo tinha sido contra a Sonserina, tendo ganho por 320 x 170. Um jogo antes, contra a Grifinória, perderam por 220 x 250, o qual já tinha sido bem esquisito, já que Potter e os gêmeos Weasley tinham sido expulsos do time, após uma briga com Draco Malfoy.
A Grifinória terminou em primeiro, com apenas 80 pontos de vantagem para a Lufa-Lufa, ao mesmo tempo que tinha ficado extremamente frustrado consigo mesmo, por não ter conseguido esperar o time ter uma vantagem maior antes de pegar o pomo, parte de si ficou feliz ao ver tão alegre, aproveitando para parabenizá-la quando se encontraram no dia seguinte;
- Obrigada. - sorriu animada. Cedrico ficou alguns instantes em dúvida se deveria abraçá-la, por isso acabou apenas esticando a mão, para um cumprimento formal, e extremamente embaraçoso. Black franziu o cenho por alguns instantes, aceitando o aperto, mas aproximando-se o suficiente para o abraçar rapidamente.
Diggory sorriu pequeno, retribuindo o gesto e terminando com um beijo em sua bochecha.
- E seu pai? - perguntou em voz baixa, tomando cuidado para ninguém escutá-los.
- Está tudo bem, ele está seguro. - respondeu no mesmo tom, suspirando em seguida. - Eu acho que te devo desculpas.
Diggory arqueou a sobrancelha, colocando as mãos no bolso da calça, negando com um aceno.
- Se eu estivesse no seu lugar, provavelmente teria feito pior do que gritar.
- Eu, sinceramente, duvido. - sorriu pequeno - E não foi sua culpa, não tinha como você saber, não é? Sei que em uma situação normal não teria dito nada. Me desculpa?
O lufo tornou a abraçá-la, por mais tempo do que da primeira vez.
- Não tenho nada para desculpar, está tudo bem.
Começaram a andar juntos pelo corredor em direção ao Salão Principal para almoçarem.
- E como estão as coisas na Brigada?
Deu de ombros.
- Não faço ideia, não estou participando.
o encarou de lado por alguns instantes, concordando com um aceno.
- Ela parou com os castigos?
- Sim, não seria bom pra ela se alguém mais visse não é? O pessoal que vai avaliar os NOM’S estão chegando essa semana…
Diggory concordou, sentindo-se satisfeito por conseguir manter uma conversa razoável com Black.
- Confiante?
- Provavelmente menos do que a Hermione, - deu de ombros - mas nada muito preocupante. E você? Os NIEM’s são essa semana também, huh?
- Tudo em ordem. - sorriu de lado - Não passei sete anos sendo o melhor aluno do meu ano, para errar agora! - piscou divertindo, vendo-a rir ao concordar.
Separaram-se assim que passaram pela porta principal, andando em direção a mesa de suas Casas, apenas acenando um para o outro. Não tinham conversado por muito tempo, nem nada realmente sério, mas o suficiente para deixar Cedrico sorrindo por toda a tarde, e muito mais bem humorada do que nos últimos dias.

A semana de NOM’s e NIEM’s como todos imaginavam, vinha sendo um tanto estressante para todos os alunos que estavam prestando os testes, mas até então nada fora do normal tinha acontecido. Black, Potter e Weasley tinham plena consciência que suas notas não seriam tão boas quanto as de Granger, mas pareciam bastante satisfeitos com seus desempenhos até o momento. A prova de Defesa Contra a Arte das Trevas tinha sido ainda melhor para e Harry do que para Hermione, que na hora de enfrentar o bicho-papão acabou gritando e correndo, desesperada.
- O que aconteceu? O que você viu? - Rony questionou curioso.
- Minerva, Minerva… - dizia entre lágrimas - Disse que eu reprovei em todos os testes!
segurou a risada, abraçando a amiga de lado, enquanto dizia estar tudo bem. Harry sorriu de lado, mas deu tapinhas em suas costas, como se quisesse a consolar. Rony, por outro lado, apenas gargalhou com a situação inteira, deixando-a ainda mais nervosa.
Cedrico entretanto, não teve qualquer problema com suas avaliações, tinha certeza que sua melhor nota seria em Transfiguração, principalmente ao ver McGonagall sorrir para ele, assim que terminou sua demonstração. Também tinha ido muito bem em Feitiços, Aritmância, Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas, mas sentia que não tinha dado o seu melhor na prova de História da Magia, porém nada que o preocupasse muito.
A última prova para os alunos do quinto ano era de História da Magia, enquanto a de Cedrico e mais um grupo de colegas era Runas Antigas.
estava quase dormindo em cima do pergaminho, não fazia ideia do que estava escrevendo, nem mesmo se lembrava de ter estudado aquela parte sobre a Revolução dos Duendes, procurando mais a fundo, teve um rápido flashback de Hermione brigando com ela e Harry por estarem jogando snap explosivo ao invés de estudarem, o que, agora, parecia realmente uma péssima ideia.
Olhou para o lado, vendo Potter extremamente confuso, e parecendo tão sonolento quanto ela. Duas cadeiras mais à frente, viu Rony praticamente babando em seu pergaminho, por outro lado, Hermione, sentada na sua frente, estava escrevendo freneticamente, deixando-a ainda mais nervosa.
Aconteceu tudo muito rápido depois disso, em um momento estava tentando focar-se em inventar alguns nomes para não deixar a questão em branco, e no outro ouviu fortes barulhos vindos de fora da sala. Umbridge, sentada no centro do Salão Comunal, na cadeira que pertencia a Dumbledore, levantou-se hesitante quando os barulhos aumentaram.
Gritou uma ou duas vezes para os alunos tornarem a prestar atenção da prova, mas todos viraram-se quando um novo barulho, parecido com um tiro de canhão, foi ouvido.
As paredes do Salão pareciam tremer com o barulho, e quando Umbridge abriu a porta, Fred e Jorge entraram voando pela sala, soltando feitiços e jogando alguns de seus logros. Pergaminhos voaram enquanto os alunos gritavam, aplaudindo a confusão que se formava. Umbridge tentava pará-los, sem sucesso e, em determinado momento, os gêmeos lançaram uma espécie de dragão de fogo, que correu pela sala em direção a diretora.

Cedrico estava respondendo a última parte de seu teste quando começou a ouvir uma gritaria vinda do andar inferior. Explosões e mais gritos, junto com, ele estranhou por alguns instantes, palmas. Virou-se para a examinadora, que também parecia confusa com o que estava acontecendo, levantando-se para ver mais de perto. O grupo com pouco mais de vinte alunos, já que Runas Antigas era uma matéria opcional, deixou o teste de lado, olhando para a porta, e esperando alguma explicação sobre o ocorrido.
- Mas… o que?
- Olhem! - um dos alunos gritou, apontando para a janela.
Todos levantaram-se ao verem fogos de artifício explodindo no céu, e um grupo de alunos correndo para os jardins. Cedrico logo reconheceu os gêmeos Weasley com suas vassouras, vários metros do chão, enquanto jogavam mais alguns feitiços, animando os quintanistas.
Diggory procurou com o olhar, logo reconhecendo , com seus cabelos extremamente loiros, no meio da multidão, parecendo tão animada quanto os demais.
- Sem nenhum controle… - a examinadora dizia, também prestando atenção na confusão - Alvo jamais deixaria uma coisa assim acontecer… Muito bem, voltem para seus exames, vocês têm mais quarenta minutos.
Mesmo que contrariados, o grupo de alunos voltou a sentarem-se em suas mesas, tentando retomar a concentração no teste, o que era difícil, especialmente com a gritaria que continuava do lado de fora. Cedrico estava curioso para saber o que acontecia, sorriu sozinho ao pensar que isso com certeza seria o suficiente para puxar assunto com Black por, pelo menos, uma hora. Achava que estava na hora deles voltarem a serem amigos, queria ter sua companhia de volta, mesmo que não pudesse a beijar.
Voltou a olhar sua prova, muito mais animado para terminá-la logo, do que quando começou, mais de uma hora atrás.
Contudo, o plano de Diggory de, assim que terminasse sua prova, procurar e conversar sobre o que tinha acontecido, não saiu tão bem quanto o esperado; quando entregou os dois pergaminhos, sentindo-se bastante aliviado por finalmente ter terminado as provas, e um tanto nervoso ao lembrar-se de que, em menos de duas semanas, Hogwarts terminava para ele, procurou Black pelo Salão Principal, mas não a encontrou. Perguntou para alguns alunos da Grifinória, mas nenhum deles parecia tê-la visto. E os outros três amigos da loira também não estavam à vista.
Pensando que ela tivesse voltado para o Salão Comunal, Diggory voltou para o Salão da Lufa-Lufa, aproveitando para tomar um banho antes do jantar, poderia conversar com ela depois da refeição, talvez para relembrarem algumas das noites que ficaram depois do horário em alguma sala vazia, conversando sobre assuntos diversos, ou apenas aproveitando o tempo que tinham juntos. Cedrico suspirou, reparando na falta que sentia da garota, desde às conversas bobas que tinham, até os beijos que davam quando estavam completamente sozinhos.
Foi só quando o jantar estava terminando e ele ainda não tinha a visto, o que já tinha o deixado um tanto preocupado, que Diggory começou a ouvir alguns comentários;
“Eles foram pegos pela Umbridge, invadiram o escritório dela durante a confusão com os Weasley!”
“Falaram que eles estavam tentando conversar com Dumbledore”
“Foram até a Floresta Negra, e não voltaram mais”
“Longbottom, Di-Lua e a garota Weasley também foram pegos!”
socou o Malfoy!”

Quando ouviu a última frase, o que não parecia nem um pouco improvável, Diggory passou a observar a mesa da Sonserina, procurando por Draco, mas não o encontrando.
Tinha algo muito errado acontecendo, e ele não fazia ideia do que poderia ser.
Não parecia nem um pouco estranho os quatro tentarem invadir o escritório de Umbridge, mas não fazia ideia do motivo que os levaria a fazer aquilo.
Alguma coisa muito séria precisava ter acontecido para chegarem àquilo, mas o que seria?
Levantou-se de sua mesa, ignorando as demais conversas dos amigos, procurou com os olhos na mesa dos professores, mas também não encontrou Snape - já que McGonagall tinha sido levada ao St. Mungus poucos dias antes, após ser estuporada por alguns bruxos do Ministério -, talvez o professor soubesse o que estava acontecendo…
Encontrou-o em sua sala, escrevendo em um pedaço de pergaminho;
- Senhor…?
- O que quer, Diggory?
- Eu soube… Eu ouvi… - começou, não sabendo bem o que dizer - Está tudo bem?
Severo rolou os olhos, impaciente, antes de levantar-se, andando a passos largos pela própria sala, em direção a saída. Por um momento, Cedrico teve certeza que o professor o mandaria sair, principalmente quando o agarrou pelos ombros, mas ao invés, saiu junto com o lufo, descendo rapidamente as escadas.
- Potter teve uma falsa visão, acha que o Lorde das Trevas tem Black junto dele.
- O que?
- Black é irresponsável, não seria surpresa nenhuma ser capturado - resmungou -, mas desta vez foi uma falsa visão, mas é claro que arrogante como Potter é, não sabe disso, e nem considerou essa possibilidade.
- Então… Eles estão na Floresta como falaram?
- Não. - negou em tom baixo, ainda puxando-o pelo ombro - Eles estão no Ministério.
- Eles… O que?
- Foram para Londres, imagino que sete adolescentes do quarto e quinto ano sejam o suficiente para derrotar Comensais da Morte, não é mesmo? - comentou ironicamente.
- É uma emboscada!
- Me surpreende que para um aluno tão inteligente, você tenha demorado tanto para entender algo tão simples, Diggory. - Snape replicou áspero. O lufo não incomodou-se, no entanto.
Estava preocupado com o que estava acontecendo, para ligar para o professor o chamando de burro.
- Como faço para chegar até lá? - perguntou de repente. Snape o encarou. - No Ministério…?
O bruxo rolou os olhos, abrindo a porta da sala de Umbridge.
- Você não vai, a esta hora a Ordem já está lá.
- Sirius…?
- Obviamente, ele gosta de chamar atenção.
Diggory sentiu o coração acelerar, não tendo ideia do que poderia fazer para ajudar de alguma forma, uma sensação ruim dentro de seu peito. Não tinha como aquilo acabar bem, eles não podiam lutar contra Comensais da Morte, e se o próprio Voldemort aparecesse? E se, de fato, pegassem Sirius? E, pior ainda, se algo acontecesse com ?
Como tinha sido tão burro de não ter percebido que tinha algo errado antes?
Talvez se não tivesse sido idiota o suficiente durante o ano inteiro, não teria terminado com ele, e ela teria contado o que estava acontecendo antes de invadirem o escritório da diretora, ou antes de irem ao Ministério.
Nunca se perdoaria se algo acontecesse com ela, ou mesmo qualquer um dos outros, sabendo que talvez pudesse ter ajudado de alguma forma.
Snape o empurrou em direção a cadeira mais próxima, dando a volta e sentando-se na cadeira da diretora.
- O que…?
- Só nos resta esperar por notícias da Ordem.

Talvez se a perguntassem o que tinha acontecido mais tarde, não soubesse explicar.
Tinha sido tudo uma confusão de cores e feitiços, a última coisa que lembrava-se com exatidão era de ter entrado para fazer a última prova do ano, depois daquilo nada parecia fazer sentido.
Em um momento estava rindo com os amigos por causa dos gêmeos, no outro Harry tinha tido uma visão de Sirius sendo torturado.
Em um instante estavam invadindo a sala de Umbridge, e no outro ela tinha socado Draco, depois disso encontraram com Harry e Hermione saindo da Floresta Negra e, então, voavam para Londres em testrálios, o que era ainda mais estranho, já que nem mesmo conseguia ver no que estava montada.
E então a verdade veio à tona; Era tudo mentira.
Sirius nunca esteve em perigo, mas agora eles estavam cercados por Comensais da Morte.
Lembrava-se vagamente de ter gritado alguns feitiços, de ter acertado um ou outro Comensal, mas nada que fosse o suficiente para deixá-los em segurança.
Harry tinha a profecia em suas mãos, mas nenhum deles tinha um plano para escapar.
Logo estavam novamente cercados, e nada poderiam fazer sobre aquilo.
Porém, a maior surpresa daquela noite, foi quando o capuz de um dos Comensais caiu, e, assim que olhou em sua direção, a reconheceu; Victoria Lestrange Black estava parada diante de seus olhos. A mulher loira, de olhos claros a encarou por alguns instantes, não parecendo nem um pouco surpresa de encontrá-la ali, apenas indiferente.
- Mamãe e filha estão juntas, é? - Bellatrix riu ao notar as duas se encarando.
No momento seguinte estavam todos presos e sem suas varinhas, enquanto Harry parecia não ter outra escolha a não ser entregar a profecia.
E tudo tornou a acontecer muito rápido novamente, Sirius apareceu, saindo do véu logo atrás de Harry, e no momento seguinte a Ordem estava quase toda ali.
Seu pai a puxou junto com Harry para o canto, pedindo para manterem-se escondidos enquanto os adultos tomavam conta do resto. Permaneceram olhando todos os duelos que aconteciam por alguns minutos, e logo viu seu pai reparar em Victoria, do outro lado da sala, duelando com Ninfadora, e então ele tomou o lugar de Dora. O casal se encarou por alguns instantes, até Sirius sorrir irônico;
- Como está, meu amor?
Victoria sorriu da mesma forma, os olhos brilhando;
- Muito melhor do que você, querido, os anos em Azkaban não te fizeram muito bem, não é?
- Nem à você. - respondeu no mesmo tom, antes de erguer a varinha; uma luz vermelha saiu da mesma, em direção a mulher, que desviou com facilidade, antes de devolver o ataque.
assistiu sua mãe e seu pai duelarem mais do que os outros, defendendo-se e atacando em um piscar de olhos, não pareciam reparar em mais ninguém ao redor.
- Esse é o tipo mais estranho de briga de casal que eu já vi na minha vida. - Luna comentou ao seu lado.
Neville gritou quando Dumbledore apareceu, os Comensais pareceram ainda mais nervosos, incluindo Victoria, que se distraiu por um instante, sendo atingida por um feitiço estuporante lançado por Sirius no momento seguinte, caindo desacordada. Sirius olhou ao redor, vendo Dora duelando com Bellatrix, deu um passo para ajudar a sobrinha, logo reparando que algo não estava certo; Lestrange sorria como uma psicopata, o que seria normal, se o bruxo não a conhecesse tão bem, tinha algo a mais ali. E ele estava certo.
Bellatrix nocauteou Dora e virou-se para Sirius, mas não foi para ele que seu feitiço foi lançado, no último momento ela virou-se, apontando na direção de .
Sirius gritou quando notou o que acontecia, mas não foi rápido para evitar que sua filha fosse atingida. Harry ainda tentou puxá-la para o lado quando viu o raio que a atingiria, mas não foi o suficiente; a garota foi lançada vários metros no ar, caindo com um baque forte no chão, o sangue escorrendo por sua testa.
Bellatrix gargalhou, antes de esquivar-se de outros feitiços, derrubar Remo e correr escada acima, escapando de Dumbledore no caminho.
Potter encarou caída, desacordada, seu coração bateu acelerado, o medo espalhando-se por seu corpo. Seus olhos recusando-se a ver a imagem, com o medo do que aquilo poderia significar.
Sirius correu em direção a filha, ignorando todo o resto, lágrimas já inundando os olhos do homem. Potter virou-se na direção das escadas, vendo Bellatrix no topo, os demais Comensais presos ou desmaiados. Pulou por sobre Rony, que estava encolhido no caminho, pisando na mão do ruivo sem querer, antes de sair em disparada atrás de Bellatrix.
Sirius alcançou a garota, puxando-a para seus braços, tirando parte dos cabelos loiros caídos por sobre o rosto desacordado da menina. Limpou um pouco do sangue que escorria por sua testa, tentando estancá-lo, com medo de tentar sentiu o pulso da garota. Chacoalhou-a devagar nos braços, chamando seu nome, sem ter qualquer resposta.
Hermione tinha as mãos no rosto, lágrimas caindo incessantes por seus olhos, assim como de Luna e Gina. Neville e Rony olhavam para a cena sem saber o que dizer. Quim aproximou-se aflito, enquanto Moody acordava Remo e Ninfadora. Assim como o grupo de Comensais que tinha sido estuporado, amarrando-os juntos.
Victoria pareceu demorar alguns instantes para entender o que acontecia, sua cabeça latejando, seu olhar logo preso da reação assustada de todos os membros da Ordem, que encaravam Sirius Black ao canto, agachado, segurando alguém em seus braços. No segundo instante reconheceu os cabelos loiros que o ex-marido afagava;
- Ela está morta? - questionou em voz alta, sendo ignorada por todos.
- Bellatrix. - Lucius disse ao seu lado, em um sussurro audível apenas para ela.
Dumbledore deu passos largos em direção à garota, embora parte de si quisesse ir atrás de Potter, sabendo o que poderia estar acontecendo no outro andar.
Ajoelhou-se ao lado de Sirius, o homem mais pálido do que ele jamais tinha visto;
- Eu não… Eu não consigo sentir o pulso… - soprou desesperado com a voz embargada, enquanto encarava o bruxo - Ela não tem pulso… Dumbledore… Por favor…

Diggory roía as unhas, ansioso. Balançava o pé tentando conter um pouco da aflição que sentia, do nervosismo. Pareciam horas intermináveis sem qualquer notícia do que estava acontecendo, sem saber se estavam todos bem, sem saber se estava okay. Já estava escuro, era o meio da madrugada, e eles ainda não tinham notícias.
Snape parecia entediado, aproveitando para ler um livro que estava sobre a mesa, estava quase na metade quando ouviu um estalo vindo da lareira às suas costas; Severo e Cedrico viraram-se ao mesmo tempo para ver o que era, logo reconhecendo Quim falar das chamas;
- Voldemort não conseguiu a profecia. - começou com a voz grave, Diggory levantou-se de sua cadeira, se aproximando e agachando-se em frente a lareira.
- Tá todo mundo bem? - perguntou nervoso, o coração acelerado.
Quim o encarou por alguns instantes, negando com a cabeça.
- Duelamos com os Comensais, Bellatrix estava entre eles. - aguardou alguns instantes para continuar, parecendo não saber o que dizer, Diggory sentiu a mão tremer e o ar faltar-lhe.
- Perdemos alguém? - Severo questionou finalmente.
- Não sabemos ainda… foi levada ao St. Mungus, Dumbledore disse que é grave.


Onze.

Diggory batia o pé incessantemente, angustiado com a demora.
Estava sentado em uma das cadeiras disponíveis na sala de espera do hospital, junto com boa parte da Ordem da Fênix, os Weasley e Granger.
Pelo o que sabia, Sirius tinha sido arrastado pelo Ministério, ainda como o assassino foragido de Azkaban, mas Dumbledore, Quim e Olho-Tonto tentavam resolver a situação, depondo a seu favor. E Potter tinha sido obrigado a ficar e dar um novo depoimento sobre todos os acontecimentos desde a Terceira Tarefa do Torneio Tribruxo.
Ninfadora parecia tão nervosa quanto ele, a mulher roía as unhas, esperando por notícias.
Já fazia horas que estavam ali, e não tinham dito absolutamente nada sobre o estado de . Tudo o que sabia, era que a garota tinha chegado desacordada e quase sem pulso.
Passados mais alguns longos minutos, ouviram alguma vozes alteradas, e logo Sirius Black apareceu em um rompante, assustando algumas das pessoas que não sabiam que o bruxo tinha sido inocentado. Por sorte, Olho-Tonto e Dumbledore foram rápidos o suficiente para protegê-lo dos feitiços que alguns tentaram lançar sem que o homem se desse conta, preocupado em saber de sua filha.
- O que aconteceu? Como ela está? - questionou com a voz rouca, olhando para todos, esperando que alguém pudesse lhe responder.
- Ninguém sabe, Sirius, - Ninfadora começou, ficando em pé - ainda não falaram nada.
- Isso não pode ser bom, não é? Se fosse algo simples já teriam avisado. - virou-se para a enfermeira que passava, puxando-a pelo braço - Quero ver minha filha!
- Sirius, se acalme. - Dumbledore pediu com a voz baixa, pouco mais alta que um sussurro. - Não adianta você gritar, o máximo que vai conseguir é ser estuporado pela segurança. Ela vai ficar bem.
Black pensou em argumentar, mas desistiu, jogando-se em uma cadeira próxima, baixando o rosto.
Potter sentou-se ao lado dos amigos, acenando com a cabeça para Cedrico.
Diggory queria saber exatamente o que tinha acontecido, mas não achava que era o melhor momento para perguntar. Conforme o tempo passava, sentia-se mais nervoso, aflito.
Por que demoravam tanto para dizer como ela estava?
Passados alguns minutos, Sirius levantou-se impaciente, pronto para invadir o quarto em que a filha estava, para ver com seus próprios olhos o estado da garota, mas antes que seguisse pelo corredor, o bruxo responsável por apareceu, sorrindo para o grupo.
- Ela vai ficar bem, não se preocupem.
Foi quase palpável a onda de alívio, Black chegou a colocar a mão sobre o peito, parecendo tirar um peso sobre os ombros; as horas que passou depondo e as chances de voltar para Azkaban não foram nada perto do desespero de não saber como a garota estava.
- Eu já posso vê-la?
- Ela está descansando, - o homem informou, paciente - mas já está fora de perigo. Perdeu bastante sangue, e como a pancada foi forte, pode ser que esteja um pouco confusa, mas nada muito preocupante.
- Confusa como? - Tonks perguntou com o cenho franzido.
- Sem saber o que aconteceu nas últimas horas, nada sério, apenas temporário. Então, quando entrarem, não comecem a fazer mil perguntas ou passar muitas informações ao mesmo tempo, vão com calma. E é melhor não entrar todo mundo! Ela pode ficar assustada!
- Eu vou! - Sirius avisou, já seguindo pelo corredor no qual o medibruxo tinha vindo.
Cedrico sentiu-se um tanto frustrado, queria poder vê-la com seus próprios olhos, saber que estava bem, mas também imaginou a felicidade que ela sentiria quando visse o pai ao seu lado. Sorriu, antes de voltar a sentar-se na cadeira, um tanto mais relaxado por saber que pelo menos ela não corria nenhum risco. E foi então que se permitiu virar para Dora e perguntar o que tinha acontecido, como tinha acabado daquele jeito.

A loira abriu os olhos, demorando até conseguir focar sua visão em algo, notando o quarto claro no qual se encontrava. Por alguns instantes achou que estivesse na Ala Hospitalar, mas então notou que o local não era conhecido, era um quarto melhor e tinha apenas mais uma maca vazia ao seu lado direito. Sentiu o corpo doer quando mexeu-se, sua cabeça parecia pesar uma tonelada, e a dor era forte a ponto de fazê-la querer fechar os olhos e voltar a dormir o máximo possível, a claridade parecia atrapalhar ainda mais sua situação.
Respirou fundo, sentindo-se um tanto enjoada, mas, ao olhar para o lado, viu Cedrico deitado, todo torto numa cadeira que não parecia muito confortável. Diggory parecia cansado, dormia desajeitado, e ela pensou na dor que ele sentiria quando acordasse. Sorriu pequeno por saber que ele estava ali, que ele tinha se preocupado, mesmo que não estivessem juntos.
Suspirou olhando para o lado, tentando recobrar as lembranças da luta no Ministério, sem saber como tinha acabado; lembrava-se de Dumbledore aparecendo.
Harry ao seu lado, e seu pai lutando com Bellatrix.
Um arrepio passou por sua espinha e o ar pareceu faltar por alguns instantes.
Será que Sirius estava bem?
Por que não estava ali com ela?
Será que tinha sido capturado?
- Ei! - ouviu a voz baixa de Cedrico, enquanto o lufo coçava os olhos, passando a mão pelos cabelos bagunçados - Como está?
- Tudo bem, acho. - sorriu pequeno, tentando não passar-lhe o desespero que sentia. Papai está bem, papai está bem, repetia como um mantra, tentando focar-se no que Diggory falava, aos poucos tentando entender o que tinha acontecido e descobrir se estavam todos bem. O medo de perguntar em voz alta e ter uma resposta negativa era grande demais. O que faria se Sirius não estivesse bem? E se ele estivesse em Azkaban?
Cedrico, por sua vez, comentou superficialmente sobre como ela tinha ido parar no St. Mungus, alegando que não tinha todos os detalhes, por medo dela ficar nervosa ao saber como as coisas tinham se desenrolado. Diggory então puxou um novo assunto, tentando conversar sobre coisas banais, ao invés de pensarem sobre os últimos acontecimentos.
aceitou a conversa, dando continuidade na mesma, seu peito ainda parecia apertado sem saber sobre Sirius, mas o medo de confirmar que ele estava em Azkaban, era maior do que qualquer coisa naquele momento.
- Bem, talvez tenhamos uma boa notícia em Hogwarts para o próximo ano. - Cedrico começou, sorrindo pequeno, o encarou curiosa. - Umbridge não vai continuar, não depois dessa noite. Imagino que são menos chances de você perder alguns pontos!
A garota sorriu pequeno, concordando com a cabeça.
- Não sei bem, talvez tenha que me cuidar mais agora que você não vai estar mais lá para encobrir minhas fugas.
Diggory concordou sorrindo nervoso, era estranho demais pensar que não estaria na escola no próximo ano, que talvez estivesse trabalhando, ou qualquer outra coisa que bruxos formados faziam.
- Quando vai ser sua formatura?
- Hm… Daqui há duas semanas, de acordo com minhas notas…
- Como se tivesse alguma chance de você ser reprovado. - comentou tranquila, fazendo-o rir baixo. - Estarei convidada para te ver em trajes a rigor novamente?
Diggory concordou sorridente.
- Espero contar com sua ilustre presença. - piscou divertido, vendo-a concordar com um aceno.
O rapaz chegou a abrir a boca para comentar algo, mas desistiu, olhando para suas mãos com o cenho franzido.
- O que foi?
- Hm… Eu iria comentar sobre o Baile de Inverno, mas… Bem… - deu de ombros, sem graça.
concordou sem nada dizer, ainda era uma das melhores noites que tinha tido na vida, só não era melhor do que a noite que tinha encontrado Sirius pela primeira vez, na qual soube que o pai era inocente. O Baile com Cedrico vinha logo atrás, sendo tão importante quanto.
- Eu estive pensando… - pigarreou, querendo que a voz saísse mais confiante - Eu sei que as coisas estão um pouco estranhas ainda, mas… - o encarou, esperando que ele continuasse - Será que podemos voltar a ser amigos? Mesmo que não seja como antes… Quer dizer… Eu só… Eu só não gostaria de perder totalmente o contato com você…
A loira concordou, sorrindo em sua direção.
Um tanto triste por saber que o máximo que ele estava querendo era sua amizade, no fundo esperava que ele fosse propor dos dois voltarem, mas, pensando bem, talvez ele não quisesse mais, principalmente por estar quase fora de Hogwarts. Se já tinha sido difícil com eles podendo se ver quase todos os dias, nem mesmo imaginava como seria complicado agora que eles nem mais estariam juntos na Escola.
- Eu adoraria, Ced.
O lufo sorriu, antes de inclinar-se para lhe beijar a bochecha.
Não era nem de longe o que ele queria, mas era melhor do que nada.
Pensaria nos próximos passos depois que já estivesse recuperada e eles pudessem se encontrar fora do hospital.
Continuaram conversando por mais alguns instantes, até a porta abrir de supetão, e Sirius entrar ansioso. O homem focalizou sua visão na loira, acordada e conversando na cama, e o sorriso gigante em seu rosto não pode ser evitado, andou em sua direção extremamente aliviado por vê-la acordada. Tinha passado horas ao seu lado quando ainda estava dormindo, apenas para saber se ela estava bem, e queria ter esperado para quando ela acordasse, mas ainda precisou voltar para dar mais alguns depoimentos ao Ministério, já que só tinha conseguido algumas horas para visitá-la.
- Finalmente, achei que precisaria de alguma poção para você acordar!
abriu o mesmo sorriso, respirando fundo ao ver seu pai ali, antes de sentir os braços do mais velho ao seu redor, apertando-a por alguns longos minutos.
O medo sumindo de seu ser, o coração batendo tranquilo e o peito parecendo mais leve.
Sirius então se afastou, colocando as mãos em seus ombros, encarando-a sério;
- Se você ousar me deixar preocupado dessa forma outra vez, eu juro que você vai passar o resto da vida de castigo!

tinha sido liberada do St. Mungus e pode ficar em casa, ao invés de ir para Hogwarts nos últimos dias, já que nem prova nem aula ela teria. Só voltou para a Escola um dia antes do término, para a formatura de Cedrico.
Usava um vestido preto com pequenas pedrinhas brilhantes, um salto não muito alto, e os cabelos loiros presos em um penteado bonito, com algumas mechas soltas e onduladas.
Notou, assim que passou pelos corredores, os olhares de vários colegas sobre si, e, embora seu orgulho insistisse em dizer que sim, sabia que não era por seu vestido bonito que a encaravam. Todos os alunos já estavam sabendo que ela era filha de Sirius Black, o bruxo que passou anos em Azkaban, preso por um crime que não cometeu, e depois ficou 2 anos foragido, antes de ser inocentado. Parte deles ainda olhava incerta, um pouco assustada, a grande maioria olhava com curiosidade, cochichando ao seu redor sobre o assunto. Encontrou os Diggory juntos com outros pais na entrada do Salão Principal, esperando para poderem entrar para o início da cerimônia.
- , querida! Como está? - Rachel perguntou ao vê-la, abraçando-a por alguns instantes, olhando para seu rosto, procurando vestígios do acidente de dias antes.
- Estou bem, obrigada. - sorriu antes de cumprimentar Amos, os dois virando para elogiá-la, dizendo o quão bonita estava.
- Ced vai ficar feliz em te ver assim, ein? - o homem comentou brincalhão, levando uma pequena cotovelada da esposa, que lhe negou com a cabeça. Talvez tivesse esquecido que eles tinham terminado, ou talvez tivesse feito de propósito;
Amos era muito bom em fazer comentários inconvenientes às vezes.
- E Sirius? - Rachel questionou, olhando por sobre o ombro da loira, esperando encontrar o homem caminhando em direção ao pequeno grupo.
- Ah, ele não achou uma boa ideia vir, ainda tem muita gente comentando sobre ele, achou que chamaria mais atenção que os formandos… - coçou a nuca, sem graça. Os Diggory concordaram com um aceno, ao tempo que a mais velha lamentava que ele não pudesse comparecer.
Quando as grandes portas de carvalho foram abertas, o grupo, com cerca de 60 pessoas, entre pais, irmãos e amigos, seguiu em direção as cadeiras enfileiradas.
As quatro mesas compridas tinham sido retiradas, dando lugar para cadeiras individuais na frente da mesa dos professores, a qual também não estava mais presente, embora os professores todos se encontrassem por ali.
Não demorou muito para a cerimônia começar, com os diretores de cada Casa chamando os nomes dos formandos, que vinham de um corredor lateral para pegarem suas varinhas, em um sinal de que, agora, poderiam usá-las fora de Hogwarts.
Assim que os alunos da Corvinal, Grifinória e Sonserina saíram, a Professora Sprout foi mais a frente, começando a chamar os alunos da Lufa-Lufa; Cedrico, como tinha sido o único a se formar com honras, foi o último a ser chamado, pois seria ele quem encerraria a cerimônia:
- Cedrico Edmund Diggory!
O rapaz andou em direção a professora, ouvindo uma salva de palmas e os gritos animados que ele reconheceu virem de seu pai e , fazendo-o segurar a risada enquanto negava com a cabeça.
Olhou rapidamente para eles assim que a professora entregou sua varinha, agradecendo antes de apertar a mão de Dumbledore e dos demais professores. Parou ao lado do diretor para iniciar seu discurso, o qual tinha treinado algumas vezes em frente ao espelho. Sorriu na direção de , antes de pigarrear e começar em seu tom mais formal possível;
- Boa noite à todos, agradeço em nome dos meus colegas a presença de vocês hoje. - virou-se para Emmett rapidamente, o qual segurava a risada e agradecia mentalmente por não precisar fazer aquilo - Depois de sete anos finalmente estamos livres das aulas e estudos, - ouviu alguns gritos aliviados dos colegas -, infelizmente, - recomeçou encarando-os - essa era a parte fácil da nossa vida. - fez uma careta para os amigos, sendo acompanhado com lamentos e suspiros - De qualquer forma, foram sete anos de muito aprendizado e capacitação para o que nos espera daqui pra frente.
sorria conforme Diggory falava, parecendo extremamente confiante em tudo o que dizia. Quando o discurso terminou, após mais alguns minutos, ele tornou a agradecer aos convidados, antes de ser aplaudido e descer em direção aos pais, sendo abraçado pelos mesmos, antes de virar-se sorridente para a loira.
- Fico feliz que tenha vindo! - disse um pouco constrangido ao abraçá-la.
- E você achou que eu perderia a formatura do melhor aluno, capitão e monitor de Hogwarts? - piscou, vendo-o rir - Papai pediu desculpas por não poder vir, ele achou que não seria uma boa roubar a atenção da noite!
Cedrico sorriu, concordando, antes de encaminharem-se a uma das mesas pequenas que, assim que a cerimônia das varinhas tinha se encerrado, apareceram pelo salão. Todas com os nomes dos alunos que se formavam, e o número de convidados que cada um tinha.
Os quatro conversaram por algum tempo antes do jantar ser servido, e, após quase uma hora, uma música começou a tocar. Cedrico aproveitou o momento para chamar para uma dança, a qual ela aceitou na mesma hora, aproximando-se dos outros estudantes que também dançavam na pequena pista improvisada.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas dançando abraçados.
- Como estão as coisas? - puxou o assunto, virando-se para olhá-la.
- Tudo bem, quer dizer… - suspirou - Estamos bem, mas tem sempre alguém esperando para tentar ver meu pai, e nem todos parecem confiar que ele não é o assassino foragido. - Imagino que ainda vá demorar um pouco para isso mudar, mas pelo menos agora o Sirius pode sair de casa, não é?
- Sim, mas ele ainda prefere fazer isso como cachorro, diz que é mais fácil! - confessou, vendo-o rir ao saber.
- Tenho certeza que logo todo mundo esquece isso e Sirius vai andar livremente por aí! - acenou sorridente. - Acho que não comentei antes, mas você está realmente bonita hoje.
A garota corou fortemente, agradecendo em voz baixa.
Era estranho ficar tão tímida em sua presença depois de tanto tempo juntos, pareciam que estavam de volta no tempo quando não sabiam que gostavam um do outro.
Continuaram dançando, conversando sobre coisas aleatórias, mas quanto mais ficavam juntos, mais Cedrico pensava na falta que sentia dela ao seu lado, e no quanto ele tinha errado para causar a separação dos dois. E sabia que a pior parte tinha sido por seu ciúmes exagerado.
- O que foi? - perguntou quando notou o cenho franzido e o olhar baixo do lufano.
Diggory sorriu pequeno, dando de ombros.
- Sinto sua falta. - sussurrou.
parou de dançar, encarando-o por um instante.
Cedrico apenas a olhou, sem saber se tinha dito algo errado, mas no momento seguinte, a garota colocou as mãos sobre seus ombros, antes de esticar-se um pouco, juntando seus lábios.
Por uma música parecia que tudo estava bem, e, novamente, eles estavam juntos.
Ela era sua garota, no final das contas.



Doze.

Diggory ajeitou o cabelo, olhando-se no espelho, confirmando que estava bem apresentável.
Sentia o nervosismo querer dominá-lo, um frio na barriga parecido com os dias que jogava Quadribol, só que muito pior;
Era seu primeiro passo no mundo real, a partir deste dia não tinha mais Hogwarts, pontos ganhos ou aulas de Transfiguração.
Daquele momento em diante Cedrico estava em uma realidade completamente diferente dos últimos sete anos, e nem mesmo sabia se estava pronto para aquilo, no fundo temia que seu tempo na Escola não tivesse sido o suficiente.
Respirou fundo, encarando seu reflexo por alguns instantes, antes de deixar o olhar focalizar em uma foto presa no canto do espelho; tirada quase dois anos atrás, durante a Copa Mundial, na qual usava um cachecol da Irlanda, os cabelos loiros bagunçados por causa do vento, ria em sua direção.
Cedrico puxou-a com cuidado, olhando para a imagem da garota por algum tempo, era uma de suas fotos preferidas dela, lembrava-se daquele momento como se ela estivesse ao seu lado, rindo por causa de uma piada que ele tinha feito.
Suspirou antes de tornar a prendê-la no espelho, o estômago agora revirava por causa dela, e da falta que sentia de Black, a qual não via desde o dia de sua formatura, há quase seis semanas.
Tinham trocado algumas cartas durante aquele tempo, mas estava de férias com Sirius e fazia semanas que tinha deixado Londres. Não que fosse mudar muita coisa se ela estivesse por lá; Depois do beijo no dia da formatura, a loira não tocou mais no assunto, e Cedrico também não soube como voltar a falar sobre.
Acabaram apenas sorrindo sem graça e, mesmo que parte de Diggory tivesse esperanças que tudo voltasse ao normal, soube que não seria assim tão fácil quando Black, sutilmente, desviou de pegar em sua mão. Queria conversar com ela, mas não achava certo fazer aquilo por cartas, então continuava esperando que ela voltasse para casa, para ver como seria a situação dos dois.
Saiu de seu quarto, caminhando lentamente até a cozinha, pegando qualquer coisa para comer, antes de ouvir seu pai o chamando para irem ao Ministério. Sentia uma corrente de nervosismo passar por seu corpo, nem mesmo sabia o que faria no trabalho, e sentia uma pressão extra por saber que a única razão de ter conseguido aquela vaga era justamente por ser filho de Amos Diggory. Estavam apenas lhe fazendo um favor, e Cedrico não queria perder aquela chance.

Diggory passou a semana um tanto quanto entediado, mas se o perguntassem no trabalho ele sempre dizia estar satisfeito e empolgado. Na verdade, por estar nos seus primeiros dias e ainda ser recém-graduado, só o que ele fazia era revisar alguns textos e documentos que nem eram assim tão importantes no momento. Esperava que ao fazer tudo certo, pelo menos recebesse algo mais interessante para fazer, já que até então só não estava mais chato do que as aulas do Prof. Binns.
Passou a sexta-feira mais feliz, ao receber uma carta de , dizendo já estar de volta em Londres e que se ele, de fato, quisesse visitá-la, seria bem-vindo.
Quando saiu do trabalho, avisou ao pai que primeiro passaria na casa dos Black, vendo Amos arquear a sobrancelha, sorrindo de canto ao dar um tapinha em suas costas.
Aparatou pouco depois até o Largo Grimmauld, encarando as casas enquanto esperava a número 12 se materializar; mesmo não sendo mais um fugitivo, Sirius ainda mantinha a casa sob proteção, assim evitando os trouxas e vários bruxos curiosos.
Bateu na porta e esperou, ouvindo passos logo depois;
- Diggory! - sorriu ao olhá-lo, dando espaço para que o mesmo entrasse.
- Como vai? - cumprimentou-a beijando-lhe a bochecha. - Como foram as férias?
- Maravilhosas! - respondeu animada, Cedrico reparou enquanto andavam até a sala, que a garota estava bem bronzeada - Estou até triste que acabaram!
Caminharam pelo corredor em direção a cozinha, na qual Sirius parecia entretido cozinhando;
- Cedrico, quanto tempo! - sorriu para o rapaz, que se aproximou, cumprimentando-o. - Soube que começou a trabalhar?
- Sim, um pouco chato na verdade. - deu de ombros, rindo sem graça.
Explicou o que fazia para os dois, ao sentar-se envolta da mesa, tendo a atenção dividida entre sua história e Sirius reclamando que não estava dando certo a receita que Andrômeda tinha passado.
- De qualquer jeito, como foi meu pai quem conseguiu o trabalho, acho que não posso reclamar muito, não é?
- O que quer dizer? - questionou confusa.
Cedrico passou a língua pelos lábios, parecendo ainda mais sem graça;
- Estou meio que “em teste”, sabe? E só consegui isso porque meu pai tem um cargo ok no setor de Execução de Leis.
Sirius riu, negando com a cabeça, fazendo os dois o encararem confusos;
- Você deve ser bem ingênuo para acreditar nisso, Diggory. Por mais conhecido que seu pai possa ser, não foi por causa dele que você conseguiu seu emprego.
- Perdão?
Black encarou-o por um instante, sorrindo de lado;
- Minerva disse que você era um dos melhores alunos de Hogwarts, não? Se formou com honras? me disse que sua pior nota foi um “Excede Expectativa” no NIEM’s, seu currículo escolar já é melhor que mais da metade das pessoas que trabalham no Ministério. - deu de ombros, voltando a mirar a panela que fervia - Se dê um pouco mais de crédito, Diggory.
Cedrico sorriu constrangido, olhando para as próprias mãos por uns instantes;
- Agora ele ficou sem graça, pai. - cantarolou, olhando-o de lado.
O homem riu, antes de xingar alto, frustrado;
- Seja lá o que Andy faz, não é nada parecido com isso. Vou sair para comprar comida, vocês dois se comportem até eu voltar! - avisou, jogando o conteúdo da panela na pia, uma gosma esverdeada.
Cedrico arqueou a sobrancelha, olhando com certo nojo para a mistura;
- Já sei com quem você não aprendeu a cozinhar!
riu, concordando com um aceno;
- É porque você não viu ele tentando cozinhar comida espanhola, muito pior.
- Como foram as férias? - perguntou sorrindo.
- Boas, muito boas. Fomos para uma cidade de trouxas na Espanha, com uma praia muito bonita! Nos últimos dias passamos por um vilarejo bruxo de lá, papai queria comprar umas bebidas. - pensou um pouco, negando com a cabeça - Tenho quase certeza que ele saia à noite, depois que eu tinha ido dormir.
- Por que? - questionou genuinamente curioso.
- Digamos que ele pareceu bem interessado na dona do restaurante trouxa, jantávamos lá quase todas as noites.
- Seu pai teve um encontro?
- Provavelmente mais de um - fez careta -, nunca perguntei porque é o tipo de coisa que não preciso saber sobre ele. Mas não duvido que ele volte quando eu estiver em Hogwarts!
- Caramba… - franziu o cenho - Até faz sentido, quer dizer, ele não chega a ser velho, não é? Sirius tem quantos anos?
- Trinta e sete. Não me importo que ele tenha encontros, até ficaria surpresa se não tivesse, porque ele é bonitão - deu de ombros -, o problema é pensar sobre isso.
Cedrico gargalhou, concordando.
- Também não gosto muito de pensar sobre meus pais e o relacionamento deles. - fez careta.
Os dois ficaram em silêncio por um momento;
- Você não tem mais dor de cabeça? - perguntou, referindo-se ao incidente com Bellatrix há quase dois meses.
- Não, já estou pronta pra outra. - piscou, vendo-o negar com um aceno.
- Não foi a melhor das experiências te ver em uma cama de hospital… - suspirou, vendo-a rir baixo.
- Agora você sabe como eu me senti no quarto ano, durante as provas do torneio.
Cedrico olhou-a por um momento, passando a língua pelos lábios.
- Estou pensando em entrar na Ordem. - contou em voz baixa, querendo saber sua reação. - Quim falou comigo sobre isso no início da semana…
Black o encarou um pouco surpresa, sorriu leve;
- Faz sentido, Moody queria te recrutar no ano passado, não?
- É, mas isso foi antes, não? Não sei se vou conseguir ajudar tanto assim… - deu de ombros, um tanto incerto.
- Bem, é como papai disse, você deveria se dar um pouco mais de crédito, Cedrico, você era o melhor aluno em Feitiços e Transfiguração, não é?
- Não acho que seja suficiente pra isso. Foi por isso que conversei com Quim, pra saber se teria como ter algum treino extra, entende? Aprender mais coisas.
- O que ele disse?
- Que Olho-Tonto provavelmente vai querer me ensinar pessoalmente.
passou a mão pelos cabelos, jogando-os para o lado, sorriu para ele;
- Se prepare, quando a Dora estava treinando para ser Auror com ele, vivia reclamando que ele era muito severo.
Cedrico concordou rindo, aproveitando que estavam sozinhos;
- Eu queria conversar com você sobre outra coisa também, mas entendo se você não quiser.
A garota o encarou, esperando que ele continuasse:
- Eu… Bem, queria saber se… - coçou a nuca um tanto constrangido, sem saber o que dizer. Tinha treinado aquilo tantas vezes, imaginando tudo o que falaria quando estivessem juntos, mas não parecia capaz de lembrar-se de nada no momento. - Queria saber como ficamos…? Vou entender se você não quiser mais sair comigo, talvez no seu lugar eu fizesse o mesmo… - suspirou, sem coragem de encará-la, olhando para as próprias mãos em cima da mesa de carvalho - Eu só… Não queria manter isso tão estranho, sabe? Sinto sua falta, nem que seja apenas como amigos… Eu sei que tínhamos meio que acertado isso antes, mas bem… Eu queria saber se teria outra chance com você...
Olhou-a de canto, reparando que a garota também não o encarava, parecia um tanto pensativa, encarando a parede.
- Você acha que poderíamos ser amigos, Ced? Como antes? - perguntou, olhando-o por um instante. Diggory passou a língua pelos lábios, pensando por um momento.
Sorriu triste ao constatar que nunca seria igual, negando com um aceno.
- Também acho que não.
- Então… é isto, não é? - questionou, chateado - Sinto muito por isso.
franziu o cenho por um instante, confusa;
- Por ter estragado tudo.
- Bem, - coçou o nariz, olhando-o divertida em seguida - não acho que a culpa foi inteiramente sua, não é como se eu não quisesse ter te beijado, é? Quem diria que isso arruinaria qualquer chance de voltarmos a ser apenas amigos?
Diggory riu sem jeito, ainda sem conseguir olhá-la.
- Cedrico? - chamou-o após alguns instantes de silêncio, o rapaz a olhou sem saber direito o que fazer. - Você quer voltar a namorar comigo? - sorriu para ele, rindo baixo quando o viu a encarar confusa por uns instantes.
- Eu… Não entendo. Você disse que queria ser minha amiga…
- Não, eu perguntei se você achava que poderíamos ser apenas amigos, como antes. Nunca disse que era o que eu queria, era só uma dúvida. - explicou, dando de ombros.
Cedrico se sentiu estúpido ao notar o tempo que passou a encarando, demorando a entender ao que ela se referia, rindo de si mesmo pouco depois.
- Espere só até eu contar ao seu pai que foi você quem me pediu em namoro!
Os dois riram encarando-se, ambos se sentindo idiotas e, ao mesmo tempo, mais leves, por saberem que tinham mais uma chance.
- Eu sou completamente apaixonado por você, Black. - ele soprou contra seus lábios, quando aproximou-se o suficiente para beijá-la.

estava terminando de arrumar seu malão para iniciar mais um ano em Hogwarts, enquanto o pai e Cedrico esperavam na sala, conversando sobre Quadribol e alguns outros assuntos aleatórios.
- Senhor, eu estava pensando… Queria na verdade pedir um favor… - Diggory começou, fazendo Sirius arquear a sobrancelha.
- Outro além de eu permitir que namore minha filha? - viu-o rir sem graça, acenando com a cabeça - Pode dizer, Cedrico, e, pelas barbas de Merlin, quantas vezes vou precisar dizer para parar de me chamar de senhor? Já passamos dessa fase.
- Desculpe, Sirius… - recomeçou, pigarreando, um tanto envergonhado - Bem, não sei se comentou com você… - olhou-o por um instante, esperando alguma reação enquanto falava - Quim conversou comigo sobre eu entrar na Ordem, gostaria de ajudar de alguma forma, entende?
- Eu já ouvi a respeito, Ninfadora comentou comigo. Você vai começar a aprender algumas coisas com Alastor, não?
- Sim, senhor… Digo, Sirius… - suspirou, coçando a nuca - Não que ele não seja incrível, é claro, mas, bom…
- O que foi, Diggory? - o homem perguntou finalmente, vendo-o cada vez mais vermelho e sem graça. Se não estivesse tão curioso, faria alguma piada.
- Eu queria saber se poderia me treinar também? Entendo se não puder ou quiser…
- Eu? Por que?
- Bem, eu sei que você era muito bom com feitiços em Hogwarts, e ainda conseguiu virar um Animago no quinto ano, não? Independente do motivo, isso era muito avançado. E eu sei que você sabe alguns feitiços que eu nem faço ideia de como executar, ou mesmo os conheça, entende? Sem contar que foi o único a fugir de Azkaban, não?
Sirius olhou para o lado, tentando segurar o sorriso orgulhoso e um tanto arrogante, sabendo que o que o outro tinha dito era verdade, mas era ainda melhor por escutar de outra pessoa. Ainda mais ao ver que Cedrico parecia impressionado com cada feito do homem.
- Acredito que te ensinar algumas coisas seja o mínimo para retribuir a comida que você me deu há três anos, não? - comentou, não querendo soar tão amigável.
- Achei que era por isso que você estava ok comigo saindo com sua filha... - mencionou, sorrindo de lado.
- Bem isso também, mas sendo tão parecida comigo, se eu dissesse não, era capaz de vocês aparecerem casados na semana seguinte. - deu de ombros, vendo-o rir ao concordar. - Pois muito bem, Diggory, depois você me avisa os horários que terá com Olho-Tonto, ou eu converso com ele, assim também fico sabendo o que ele vai te ensinar…
Cedrico concordou satisfeito, empolgado com a possibilidade de aprender tantos feitiços novos com dois dos maiores bruxos que ele conhecia;
- Obrigado, Sirius.

Os dois andavam juntos pela estação em direção a Plataforma de embarque. Sirius tinha sido convencido a deixar de sair como cachorro, pois a garota queria poder finalmente se despedir dele decentemente antes de embarcar para a Escola, e mesmo que achasse que seria um tanto incômodo, não pode negar-lhe aquilo, também querendo ter aquele momento de pai e filha.
Atravessaram juntos o portal, enquanto conversavam, não demorou muito para Sirius começar a reparar nos olhares que recebiam, mas tentou ignorá-los, permanecendo junto à filha enquanto esperavam por Harry que chegaria junto com os Weasley.
- Finalmente, achei que tinham perdido o horário! - ouviram uma voz familiar, virando-se para o lado e encontrando Tonks, junto com Andy, Ted e Cedrico.
- O que todos vocês estão fazendo aqui?
- Encontrei com Ced no Ministério sexta e ele me falou que Sirius não viria de cachorro! - piscou divertida, cumprimentando os dois.
- Sem contar que estávamos com saudades de te trazer para embarcar! - Andy comentou, abraçando-a apertado - Quase não aparece para nos visitar!
- Tia, eu tava lá na quarta-feira! - negou com a cabeça, rindo com o drama.
- Foi o que eu falei, mas você acha que ela me escuta? - Ted rolou os olhos, sorrindo antes de abraçá-la.
- Achei que você estaria com Olho-Tonto? - Sirius questionou um tanto confuso com a presença de Diggory, tinha permitido que o casal ficasse sozinho por alguns minutos, acreditando que não se veriam na estação.
Cedrico deu de ombros, rindo culpado;
- Talvez eu esteja um pouco atrasado… - abraçou a namorada de lado, beijando-lhe a bochecha, apenas para evitar problemas futuros com o mais velho.
- Nossa, vocês realmente não vivem sem mim, não é? Veio todo mundo me dar tchau! - soltou ao olhar para o grupo, todos a encararam por alguns instantes, rolando os olhos ou negando com a cabeça.
- Mas você é bem filha do seu pai! - Andy negou rindo. Sirius deu uns tapinhas desajeitados em sua cabeça, como se acariciasse um animal de estimação;
- Criei muito bem nos últimos anos!
- Ah, os ruivos! - Dora acenou para o grupo que tinha acabado de passar pelo portal, Harry e Mione os acompanhavam. Potter foi sorridente em direção ao padrinho, apertando-o em um abraço.
- Ainda bem que chegaram, já estava pensando que eu iria sozinha pra Escola e precisaria me esforçar mais para perder pontos em nome de todos nós! - comentou, abraçando os amigos e os Weasley rapidamente.
Hermione negou com a cabeça;
- Por um segundo pensei que você iria se esforçar para dar o seu melhor...
- Oras, Mione, mas o nosso melhor é perder pontos! - Harry deu de ombros, concordando com a loira.
- Quem mais vai desafiar o Ministério se não nós? - Rony argumentou do seu canto.
- Saudades da Hermione que fundou a Armada de Dumbledore! - Gina suspirou ao seu lado, fazendo os outros rirem.
Os estudantes se despediram do grupo, com muitos abraços e recomendações para, de fato, escutarem Hermione e ficarem longe de confusões;
- É tão legal vocês ainda acharem que a gente vai se comportar… - Rony sorriu, olhando para sua mãe que fez careta.
- Sim, em cinco anos de Hogwarts invadimos a Floresta Negra, a sala do Snape e o próprio Ministério, mas no sexto ano vamos apenas estudar! - concordou, rindo enquanto negava com a cabeça.
- Quando foi que vocês invadiram a sala do Severo? - Tonks questionou surpresa.
Rony, Hermione e Harry encararam a loira com os olhos arregalados;
- Que foi? Eu não sabia que era segredo!
- Só tentem não serem expulsos, lembrem-se que só faltam dois anos, ou três no caso da Gina!- Sirius acrescentou, olhando para a mais nova, que sorriu para ele.
- E eu não vou conseguir acobertar as saídas de vocês fora do horário! - Diggory relembrou, olhando para e Harry que não eram monitores.
- Ah, mas agora que você não está mais em Hogwarts não tem porque a sair da Torre depois do horário, né ? - Gina cutucou-a com o cotovelo, vendo Sirius engasgar com a própria saliva, recebendo tapinhas nas costas dados por Ted, o qual achava a situação inteira muito divertida;
- Como é que é?
Diggory ficou roxo, mas a loira apenas encarou a mais nova, dando de ombros;
- Ginevra, se você quiser me constranger precisa mais do que insinuar que eu saia toda noite para beijar o Cedrico!
- Como é? - Black tornou, olhando de um para o outro.
- Olha, vocês vão voltar para Hogwarts, mas eu continuo vendo o Sirius toda semana, agradeceria se parassem com os comentários. - Cedrico pediu, juntando as mãos como se implorasse.
- Muito bem, é melhor vocês embarcarem antes que o bonitão aqui tenha uma morte precoce! - Dora comentou, apontando rindo para o outro.
Diggory e Tonks se davam muito bem, se viam quase todos os dias no Ministério e também andavam juntos após o trabalho, vez ou outra Dora dava algumas dicas de feitiços para ele, ajudando-o como podia. Além de saírem para beber algumas vezes, para conversarem sobre coisas banais, ou sobre o quão frustrada Ninfadora ficava sempre que Remus não entendia seus comentários, ou fingia não os entender; Até o momento Cedrico era o único que sabia sobre os sentimentos de Dora pelo mais velho, e ela gostava de ter contado, Diggory era um bom ouvinte e conselheiro.
Despediram-se mais uma vez, abraçando todos antes de embarcarem, virou para o lado de Cedrico, o qual fez menção de inclinar-se para beijá-la, mas viu Sirius parado encarando os dois de braços cruzados, por isso só suspirou e beijou-lhe a bochecha, vendo-a rir ao negar;
- Medroso. - sussurrou ao abraçá-lo apertado.
- Ele pode fingir que estava me treinando e me matar escondido, ok? - respondeu, em meio a risadas.
Antes de subir no trem, deu a volta correndo, fazendo o grupo olhá-la confuso, achando que tinha esquecido algo, mas ela apenas aproximou-se puxando Cedrico pela camiseta, beijando-lhe os lábios rapidamente.
- Tchau, Ced!
Diggory sorriu de lado, passando a mão pelos cabelos quando ela se afastou.
- Eu não fiz nada! - avisou, olhando para o pai da namorada, o qual rolou os olhos.
- Graças a Merlin vocês vão passar alguns meses separados!
Esperaram o trem partir e, assim que virou a primeira curva, despediram-se uns dos outros, antes de aparatarem para fora da estação.

Alastor Moody resmungou frustrado com o atraso do outro, reclamando ainda mais quando ele explicou que tinha ido até Kings Cross.
- O que estamos fazendo aqui é importante, Diggory, você pode beijar sua namorada mais tarde.
- Desculpe, não vai se repetir! - sorriu sem graça, embora não estivesse nem um pouco arrependido de ter ido se despedir da garota, a qual só voltaria a ver dali há várias semanas, por poucas horas, em Hogsmeade.
- Muito bem, agora que você já sabe como usar o Animus Corpus, vamos dificultar as coisas; As Maldições Imperdoáveis. Já sabe usar alguma delas?
- Apenas em teoria. - respondeu simples, quando Olho-Tonto o encarou por alguns instantes sentiu-se um tanto ingênuo e burro por não ter se preparado para aquilo. - Desculpe.
- Não precisa se desculpar, Diggory, - suspirou - em tempos normais qualquer um que tenha acabado de se formar e não trabalhe como Auror não sabe nem a teoria de boa parte desses feitiços, mas não estamos em tempos normais, não é? Muito bem, se você já sabe o teórico, vamos ver se consegue o prático. Comecemos com o Imperius.
Cedrico concordou com a cabeça, segurando a varinha enquanto esperava que Moody utilizasse algum feitiço como das outras vezes, nos quais ele pudesse praticar.
- É em mim que você deve usar essa maldição, Diggory. Não tenho como saber se está sendo eficiente de outro jeito. Muito bem, estou esperando!

Ele precisou de algumas tentativas antes de realmente conseguir acertar a mão, sentia-se mal por precisar uma Maldição em Olho-Tonto;
- Vamos lá, não se deixe apegar por aparências. E se eu fosse um Comensal da Morte? Alguém que você precisa enfeitiçar para conseguir algo importante? Vamos, Diggory!
- Império! - soprou apontando a varinha para Moody.
O homem ainda o olhava exasperado por alguns instantes, esperando o ataque que Cedrico hesitava, mas logo sua expressão alterou para uma suave, quase infantil.
O rapaz o encarou por alguns instantes, sorrindo sozinho ao reparar que finalmente tinha conseguido;
- Ahn… Dê uma pirueta! - pediu vacilando, sem saber o que fazer.
No instante seguinte Moody virou-se numa pirueta um tanto desengonçada, fazendo o mais novo rir baixo. Pensou por um momento, passando a língua pelos lábios;
- Entregue-me sua varinha.
Moody, com as mãos trêmulas, fez o que o outro pediu.
Assim que a pegou, Cedrico baixou a própria, deixando de lançar o feitiço.
O mais velho piscou, balançando a cabeça;
- Muito bem, Diggory, inteligente. - apontou para a varinha que estava nas mãos do outro. - Agora vamos para a outra parte da Maldição.
Cedrico arqueou a sobrancelha, confuso.
- Que outra parte?
- A qual é você quem está sob a Maldição e deve evitar fazer o que eu mando, - sorriu - e acredite, isso é muito mais difícil. Império!

O grupo sentou-se na sala para a primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, esperando Snape terminar o monólogo de como os professores que eles tinham tido anteriormente eram ruins. O que gerou certa revolta nos alunos da Grifinória; Remus Lupin era o melhor professor que eles tinham tido, e, ao irritarem Snape com o nome do “rival”, perderam 10 pontos antes mesmo da aula começar.
- Pelo menos a gente só aguenta ele até o final do ano… - resmungou, apoiando o queixo na mão, olhando entediada para o homem.
- E não tem como ele ser pior que a Umbridge, não é? - Harry concordou ao seu lado, folhando o livro.
Snape olhou para os dois adolescentes cochichando no canto, aproveitando-se da posição para fazer comentários relacionados à Sirius; agora que não era segredo para ninguém que a garota era filha de Black, não tinha porque ele perder as oportunidades de irritá-la. Sua vingança pessoal pelos tempos de Hogwarts, já que não poderia descontar em Sirius ou James, aproveitava as duas pessoas mais próximas à eles para fazê-lo;
- Sexto ano e continuamos tendo as duas estrelas da Escola achando que podem quebrar as regras, não? Conversar enquanto um professor fala, por exemplo.
Os dois olharam para o mais velho, fechando a cara no mesmo instante e ignorando a vontade de gritar com ele.
- Imagino que agora que todos sabemos sobre Black, você se sinta a nova sensação de Hogwarts, uh? Ainda mais do que antes? - virou-se diretamente para a loira, que respirou fundo, a imagem e a voz de Hermione pareciam gritar em sua cabeça “não responda!” - É realmente surpreendente que você se pareça tanto com ele, mesmo que Sirius tenha passado tantos anos em Azkaban, não? - falava, parado próximo a mesa dos dois, que pareciam se contorcer para não responder. O restante da sala estava no mais completo silêncio, apenas encarando a cena, esperando por alguma informação que pudesse surgir e que não fosse de conhecimento público - Tão arrogante e insuportável quanto o papai.
baixou a cabeça, tremendo de raiva, os olhos fechados. Sua vontade era pegar a varinha e estuporá-lo ali mesmo. Ledo engano achar que ele não poderia ser pior que Umbridge.
- Só esperamos que, agora que veio a público sua descendência, você não aproveite do seu papai para virar uma delinquente igual à ele, embora já esteja bem próxima...
Black levantou-se de supetão, batendo com força na mesa e encarando o mais velho;
- Não fale do meu pai, professor. - cuspiu a última palavra, com tanta raiva que precisava segurar a vontade de puxar a varinha do casaco.
Pode ver pelo canto do olho Mione suplicando para ela sentar-se, enquanto Harry puxava-a pela capa, parecendo tão frustrado quanto a própria.
Snape riu enviesado, aproximando-se ainda mais da aluna;
- Ou o quê você vai fazer?
- Eu? Nada, mas nunca se sabe o que o meu pai poderá fazer, não é? Como disse, ele passou algum tempo em Azkaban, deve ser ainda mais fácil duelar com você.
A cor sumiu do rosto do mais velho, que aproximou-se tanto dela, que a loira conseguia ver seu reflexo nos olhos escuros e cheios de raiva do homem;
- Menos 50 pontos para a Grifinória, pela insubordinação. E se você não se sentar agora, será um mês de suspensão, Tonks.
Black o encarou por mais alguns segundos, em uma batalha interna se deveria ou não fazer o que ele mandou, não queria perder tantos pontos no primeiro dia de aula, mas a mínima ideia de que Snape ainda tinha algum poder contra ela a deixava ainda mais nervosa.
- Ótimo. Faça até dois! - virou-se, pegando suas coisas para deixar a sala, parando antes de passar pela porta - E não se esqueça, professor, meu sobrenome é Black.

Quando o trio passou pela entrada do Salão Principal, encontraram sentada à mesa da Grifinória, a qual ainda estava um tanto vazia.
- Eu não acredito que você perdeu cinquenta pontos em meio dia de aula! - Hermione ralhou, sentando ao seu lado, chamando atenção de alguns estudantes - Você já viu a ampulheta na entrada? É a única em negativo!
não comentou nada enquanto tomava seu suco, vendo Harry sentar-se à sua frente, sorrindo pequeno para ela.
- Você tem que pensar mais nas consequências das suas atitudes e…
- Hermione, chega. - Potter pediu em voz baixa, servindo-se de purê de batatas.
- Não, não. Não é assim que funciona. Vocês têm que parar com isso. Nem começamos o ano e já estamos devendo pontos e…
Black virou-se para a amiga, encarando-a séria por um instante, Mione olhou-a um tanto surpresa com a reação da outra, não parecia com raiva, apenas cansada e séria;
- E o que eu deveria fazer, Hermione? Deixar o Snape falar o que bem entender do meu pai? Eu posso perder mil pontos ou ser expulsa dessa Escola, mas nunca mais vou deixar nem ele nem ninguém falar absolutamente nada de ruim sobre Sirius, entendeu? - puxou sua mala que estava no chão - Uma boa tarde para vocês.
Mione continuou olhando para o local no qual a amiga estava segundos antes, um tanto sem reação com o que tinha acontecido, virando-se aos poucos em direção aos dois amigos;
- Você vai culpá-la por isso, Hermione? - Harry soltou finalmente - Tá todo mundo falando sobre ela e o Sirius desde o final do ano passado, e você vai culpá-la por estourar com o Snape quando ele estava provocando o tempo todo? - arqueou a sobrancelha para a amiga, vendo-a olhar para baixo.
- E pensar que você é a mais inteligente desse grupo… - Rony negou com a cabeça, antes de morder um pedaço de frango.


Treze.

Cedrico deixou o material sobre a mesa, pegando seu casaco e despedindo-se dos colegas, antes de deixar o escritório em direção ao elevador. Puxou a gravata que usava, afrouxando-a alguns centímetros.
- Olá, Diggory! - uma das bruxas do Departamento o cumprimentou assim que ele entrou - Já está indo para casa? - a mulher perguntou sorridente.
Scarlet era apenas três anos mais velha do que Diggory, e ele lembrava de tê-la visto algumas vezes em Hogwarts, tendo pertencido a Corvinal.
- Boa noite! - sorriu para a bruxa, educado - Não, tenho mais alguns compromissos antes de ir para casa. E você?
O sorriso da morena aumentou;
- Na verdade, estava pronta para te chamar para um drink, mas já que você tem outro compromisso, vamos deixar para outro dia.
Diggory sentiu o rosto esquentar um pouco quando a mulher piscou em sua direção, apenas acenando com a cabeça, antes de mirar a porta do elevador.
- O que você fará neste final de semana? - insistiu, vendo-o coçar a nuca, sem graça.
- Ahn.. Bem…
O elevador abriu as portas e Ninfadora entrou sorridente no mesmo, acenando para os dois;
- Como vai, priminho? Tudo certo para esse final de semana?
O outro riu, concordando aliviado;
- Sim, estava prestes a dizer para Scarlet que tenho planos com você e mais alguns amigos. - explicou-se, olhando de soslaio para a mulher - Desculpe.
A mais velha concordou, não parecendo nem um pouco abalada.
Despediu-se dos dois quando o elevador parou no térreo;
- Não se preocupe Diggory, tenho certeza que ainda teremos uma oportunidade de nos conhecermos muito melhor!
Ninfadora abriu a boca, chocada com o que ouviu, então virou-se para o outro, com a sobrancelha arqueada, enquanto andavam em direção a saída;
- Eu acho bom você não estar pensando em sair com ela, Scar é legal, mas você está namorando a minha prima.
Diggory a encarou sério por um instante;
- Até parece, estou contando os dias para encontrá-la em Hogsmeade, porque sairia com outra mulher? Ainda mais uma do Ministério. Seria no mínimo mais discreto, não?
- Ah, eu sei lá. - deu de ombros - Homem é tudo estranho, não sei se dá pra confiar muito só porque vocês parecem mais quietos que outros.
- Vocês? - sorriu de canto, vendo-a ficar sem graça.
- Você me entendeu… Enfim - deu de ombros, olhando para o lado -, é melhor não se atrasar. Te vejo amanhã, ok? Tchau, Ced!

Olho-Tonto esperou pouco paciente até Cedrico apontar a varinha para o animal, e, embora dissesse o feitiço, ambos sabiam que nada aconteceria, porque Diggory não queria matá-lo.
Bufou após a terceira tentativa do mais novo;
- O que estamos fazendo aqui? Achei que você queria aprender feitiços para defender-se e atacar. - esbravejou a poucos passos do rapaz.
- Eu quero, mas… - suspirou - Preciso treinar com um coelho?
- Não temos como saber se você vai conseguir se não treinar, não? E se aparece a oportunidade de matar o Lorde das Trevas? Vai hesitar?
- É diferente… É um coelho! Como vou matar um coelho? - repetiu, virando-se com certa frustração.
- Pense em outra coisa, ignore o animal. E se fosse um Comensal? Concentre-se Diggory. Treine sua mente. Em uma batalha você não pode pensar do que seria certo ou errado. Estamos em guerra, você tem sua varinha para se defender e muitas vezes apenas uma oportunidade para revidar; vai atacar ou deixar-se ser atacado? Prefere ver algum aliado ser morto porque hesitou?
Cedrico encarou os pés por alguns segundos, era óbvio para Alastor a briga interna que o mais novo passava; seus princípios o impediam de atingir seu potencial.
Resolveu aproveitar-se do ponto fraco do outro, precisava que Diggory parasse de pensar tanto antes de agir, ou morreria antes que pudesse tirar a varinha do bolso.
- E se fosse sua namorada em perigo, Cedrico? - começou, atraindo sua atenção - E se Black estivesse aqui, e um Comensal a atacasse? Imagino que você fosse querer salvá-la, não?
Cedrico respirou fundo, fechando os olhos, tornou a virar em direção ao coelho, sua mão tremia ligeiramente;
- Avada Kedavra.

Ele ficou quieto por alguns minutos, ouvindo o discurso de Moody e apenas concordando com a cabeça, sem ter muito o que dizer. Sentindo-se mal pelo o que havia feito, sabia que Olho-Tonto estava certo e ele deveria parar de hesitar, não poderia pensar tanto em uma luta, mas aquilo era totalmente diferente de precisar lançar a Maldição da Morte em animais.
- Como está indo com a poção? - o mais velho questionou ao notá-lo em silêncio por tanto tempo.
Diggory abriu a boca, mostrando a folha de mandrágora que estava embaixo de sua língua há dias demais;
- Preciso de mais duas semanas para terminar.
- Já encontrou o resto das coisas?
- Sim, Sirius conseguiu tudo o que falta, só estamos esperando a época para fazer a poção.
- Excelente, será bom termos mais um Animado no grupo, principalmente um que os Comensais não conheçam, a essa altura não podemos confiar que Almofadinhas não seja de conhecimento de Voldemort.
- É verdade que os Animagos são reflexos do Patrono? - Diggory questionou após alguns instantes.
- Não necessariamente, o animal que você vira ao usar um feitiço como esse é reflexo da sua personalidade, o Patrono pode alterar-se com o passar dos anos, de acordo com o emocional do bruxo. Por que? Qual seu Patrono Corpóreo?
Cedrico suspirou, coçando a barba rala que crescia;
- Um texugo. Esperava poder virar um animal um pouco mais discreto que isso...
conversava com Potter, o qual ainda parecia incerto sobre o teste que precisaria fazer em poucos dias; achava que era muita responsabilidade ser o novo Capitão do time da Grifinória.
- Ah, para de reclamar, Raio, pelo menos agora você tem algo pra se vangloriar, outro que dizer que escapou do Voldemort três vezes.
- Eu nunca falo isso, , é você quem sempre lembra. - o outro negou com a cabeça.
- Ah, é… Mas você está perdendo sua chance. De qualquer forma - deu de ombros -, eu não acredito que a Minerva não me deixou com nenhum título importante; Não sou Monitora, não sou Capitã… - suspirou, apoiando o queixo na palma da mão - Minha popularidade pode estar ameaçada, ainda mais que Cedrico nem mesmo está aqui para sermos vistos juntos!
Harry a encarou por alguns instantes, rindo pouco depois;
- Do que está falando? Você ainda pode usar o sobrenome, não?
- É, mas já não tem mais o mesmo efeito, ainda mais que eu passo tanto tempo de castigo nas masmorras, pra quem eu vou dizer que sou filha de Sirius Black? Pras paredes?
- Como vai essa parte?
- Nada que eu não esperasse, Filch está adorando me colocar pra limpar tudo o que está empoeirado nesse Castelo, parece a mãe do Rony. - deu de ombros.
- E a Hermione? - tornou, mexendo-se no banco. - Ela parece chateada por vocês não estarem conversando…
rolou os olhos, passando a mão pelos cabelos soltos;
- Eu já disse que estou de bem com ela, é a Mione quem está agindo estranho. Ela me pediu desculpas e eu aceitei, não tem muito mais o que fazer… - olhou para o lado, vendo Gina e Rony passarem pela entrada do Salão - Ei, você acha que esse ano eles desenrolam?
- Eles quem? - perguntou confuso.
A loira negou com a cabeça, assustada com a lentidão do amigo;
- Hermione e Rony é claro, ou acha que vamos passar mais um ano com eles fingindo que não se gostam?
Harry escancarou a boca, encarando-a chocado.
- Não me diga que você não sabia? Godric Gryffindor que te proteja, Harry Potter, você é muito devagar.
- Ah, cala a boca! - resmungou, olhando para o pergaminho aberto com alguns rabiscos que nem ele entendia.
- Do que estão falando? - os dois ruivos perguntaram ao se aproximarem, sentando ao lado dos dois.
- Táticas de Quadribol! - Harry respondeu rápido, olhando de canto para a amiga, que encarava o Weasley de lado, um sorrisinho nos lábios.
- O que foi? - Gina perguntou ao ver a cara de quem aprontava da outra.
- Nada, só estava pensando comigo mesma o quanto garotos podem ser devagar, não?
- Oh, sim! - a ruiva concordou rindo - Mais lentos que qualquer Trasgo!
- Ei! - os dois reclamaram, olhando de uma para outra.
- Mas qual o motivo exato para isso? - Gina tornou, ainda divertida.
passou a língua pelos lábios, olhando de um para outro;
- Acho melhor não dizer perto deles, te conto mais tarde. - piscou, vendo-a concordar.
Harry rolou os olhos, negando com um aceno, enquanto Rony olhava de um para outro, extremamente curioso.

As duas garotas conversavam no Salão Comunal, sussurrando e até mesmo cogitando uma aposta sobre Rony e Mione, a qual apareceu pouco depois vinda da biblioteca, e estava prestes a subir direto ao dormitório, se não fosse pela loira rolar os olhos e chamá-la para se juntar a elas;
- Caramba, Granger, eu já disse que está tudo certo, vai continuar sozinha?
Hermione mordeu o lábio inferior, suspirando antes de seguir até as amigas.
- Eu só acho que ainda parecemos estranhas, entende?
- Ah, mas quem foi que te disse isso? Mione você não é estranha não, lembra que até o Krum te chamou para o Baile? - fez piada, vendo-a rir fraco. - É sério, estamos bem, ok?
- Okay! - sorriu, puxando uma cadeira e sentando junto com as duas, deixando os livros de lado - Então, sobre o que vocês estavam cochichando?
Gina começou a rir, negando;
- Tenho certeza de que você não vai querer saber.
- Como é? Por que?
sorriu de lado, aproximando-se mais da outra;
- Estávamos comentando que Harry ainda não sabia que você gosta de Rony, e vice-versa.
Granger abriu a boca, o rosto pálido, até pigarrear algumas vezes, negando com a cabeça;
- Tá vendo, nem a Mione acredita que Potter pudesse ser tão devagar! - a ruiva apontou, rindo junto com a outra, enquanto viam Hermione sem graça.
- Por que estão falando disso? E parem de falar, alguém pode escutar.
- Ah, relaxa, ninguém tá prestando atenção. E estamos falando baixo. - abanou a mão no ar - Estava falando com o Harry mais cedo e lembrei disso, não sei bem o motivo. Aí comentei com ele e o Raio ficou chocado quando eu contei!
Hermione suspirou, parecendo mais tranquila;
- Não estou muito surpresa, são todos lentos mesmo.
- Você quer alguma ajuda com isso? - Gina perguntou sorrindo, sentando mais na ponta da cadeira. - Poderíamos insinuar algo para meu irmão, porque se você ficar esperando ele fazer algo… Por Merlin, você vai ficar mais sozinha que a Lula Gigante!
- É, a gente poderia falar que você tem um encontro! Lembra como ele ficou durante o Baile? Insuportável de chato!
- Sim, coitada da Patil! - a mais nova concordou.
- Das duas, né? Porque o Harry também foi péssimo! - Mione acrescentou - Mas acho que não tem muito o que fazer…
- Ah, eu posso pensar em umas três coisas! Podemos falar, por exemplo, que você tem um admirador secreto. Assim não precisa dizer o nome de ninguém! - Gina replicou, toda animada.
- Ou, podemos fazer muito melhor do que isso! - sorriu, ao ver um grupo de garotos passar pelo quadro da Mulher Gorda.
- O que? - pediram ao mesmo tempo.
- Mione, você não falou que o Córmaco ficou todo se insinuando pra você? - sorriu para a amiga, que ficou vermelha.
- Que nojo!
- Concordo, ruiva, poderíamos encontrar alguém melhor, porém - juntou-se mais das duas, sorrindo de canto - o Córmaco vai tentar entrar no time da Grifinória como goleiro, não? Vai ser uma disputa entre ele e o Rony nos campos e fora deles. - piscou brincalhona, vendo as duas rirem, embora Mione parecesse extremamente sem graça.
- Harry vai abrir vaga para goleiro? - questionou surpresa.
- Aparentemente ele precisa abrir para todas as posições, mas eu já disse que se ele me substituir eu vou estuporá-lo e jogar o corpo no Lago Negro. - deu de ombros, Gina concordou na mesma hora.
- Ei, e a melhor parte disso tudo é que o Rony é super inseguro! Vai querer morrer quando vir o McLaggen chegando! – Weasley concordou maravilhada.
- O que acha, Mione?
Granger mordeu o lábio inferior, negando após pensar por alguns segundos;
- É melhor deixarmos tudo como está, dependendo de como forem as coisas, eu falo com vocês!
- Ah, só porque a gente já tinha planejado tudo! Eu falei para fazermos sem contar! - Ginevra bufou, jogando-se contra o encosto da cadeira.

Potter, é claro, nem mesmo considerava trocar as três artilheiras por quem quer que fosse, conhecia Kátia Bell, e Gina bem o suficiente para saber que não tinha a menor chances de montar seu time sem qualquer uma delas, contudo, para ser justo, precisava fingir que as vagas também estavam abertas.
Estranhou o número de alunos ao redor e, estressou-se bastante ao notar que mais da metade não eram nem alunos da Grifinória.
- Era só o que me faltava. - resmungou com as três meninas, as quais estavam mais próximas, negando com a cabeça.
- Tá popular, ein, Potter? - Kátia riu, vendo-o rolar os olhos.
- Eu estava quase te entregando o cargo de Capitão, - disse para , que abriu um sorriso, fazendo pose. - mas aí não teríamos time, porque o pessoal ainda tem medo do Sirius.
A loira fechou a cara, xingando-o baixo.
Quando o teste pode, finalmente, começar, Potter notou que as arquibancadas estavam cheias de alunos de outras casas, curiosos. Achava que se esperasse mais tempo Rony ganharia mais confiança, mas talvez seu plano tivesse ido por água abaixo, visto que ele ficava ainda mais nervoso na frente do pessoal.
Não foi surpresa para ninguém que Bell, Black e Weasley foram escolhidas as três artilheiras principais, ainda mais após o teste ter sido realizado e elas terem se saído extremamente bem. Os batedores não eram nem próximos de serem Fred e Jorge, mas talvez não fossem dos piores, Peakes e Coote pareciam a melhor dupla para a posição. O principal problema no momento era a vaga de goleiro, pois McLaggen estava indo tão bem quanto Rony. Pelo menos até o último lance, (no qual as três artilheiras trocavam a goles, em uma jogada normal, porém rápida), no final Gina lançou a bola nos aros e Córmaco saíu totalmente da direção da mesma, levando o gol.
Potter suspirou aliviado, apitando e encerrando o teste; agradeceu todos os presentes e parabenizou seu time, antes de marcar o primeiro treino da temporada para a próxima semana.
- Vocês não acharam extremamente estranho o Córmaco ter errado daquele jeito? - Gina comentou ao seguir junto de Harry e para o Salão Principal, Rony tinha ficado um pouco mais atrás, conversando com Simas e Dino. - Ele estava em todas as bolas!
O trio encarou o loiro, que andava logo à frente deles, parecendo um tanto chateado, até bater com tudo em uma das estátuas, derrubando-a.
- Estranho? - Black sussurrou ao passarem por ele, olhando-o por sobre o ombro - Eu diria que isso está muito mais próximo de uma azaração do que qualquer outra coisa…
- Mas quem…? - Harry começou, chegando à mesa da Grifinória, na qual Mione estava escondida atrás de um grande livro de Astronomia. - Eu não acredito... Hermione!?
- O que? - perguntou sem olhá-los, a voz baixa.
- A pessoa, quando tá apaixonada, ela perde o controle. - riu, recebendo um tapa fraco da outra, ao sentar-se ao seu lado. - Mas nunca mais faça isso quando for sobre Quadribol, se Rony falhar esse ano a culpa é sua!

Cedrico focalizou os cabelos loiros da namorada, que se aproximava do Três Vassouras, junto do trio de amigos, rindo baixo ao notar o moletom preto com o grande B dourado no meio, a abraçou apertado quando ela parou sorridente ao seu lado;
- Senti sua falta! - ouvi-a dizer próxima a sua orelha, a apertou ainda mais em seus braços.
- Também senti a sua! - respondeu, puxando-a para um beijo.
- Ah, oi? - Rony resmungou quando chegou próximo aos dois, Mione e Harry apenas gritaram de longe em cumprimento, logo entrando no bar. - Deixa só eu contar para o Sirius!
Black apenas retirou um dos braços que estava envolta do pescoço do namorado, mostrando o dedo do meio para o ruivo.
- Mal educada! - riu antes de entrar no bar, junto com os outros dois amigos, deixando o casal do lado de fora.
Separaram-se pouco depois, ainda sorrindo um para o outro, Diggory passou a abraçar de lado;
- Quer entrar aqui ou…?
- Ou?
- Não faço ideia, mas qualquer lugar que não tenha tanta gente e eu possa te beijar sem ouvir piadas sobre seu pai!
riu, concordando antes de darem as mãos e seguirem pelas ruas lotadas de estudantes, em direção a um ponto mais isolado. Quando se deram conta, estavam próximos a Casa dos Gritos, o que não era de todo ruim, pois quase nenhum estudante aparecia por aquele lado, ocupados demais no Três Vassouras ou na Dedos de Mel.
- Não é muito romântico, uh? - Cedrico comentou ao pararem, sentando-se no chão gelado, por cima de uma toalha que ele conjurou instantes depois.
- Cedrico, tem três meses que não nos vemos, não estou nenhum pouco preocupada com romantismo!
O outro gargalhou concordando, antes de puxá-la para mais perto, beijando-a com vontade.
Em dado momento, após muitos beijos longos e saudosos, Diggory a puxou para seu colo, querendo mais contato com a outra.
- Esqueci de dizer, - soprou contra seus lábios, ouvindo-o murmurar - Feliz Aniversário, Ced.
- , faz mais de um mês! - ele riu fraco, tornando a beijar-lhe o pescoço, fazendo-a se arrepiar por completo.
- Mas não estávamos juntos mês passado, estávamos? Só dizer por carta é estranho.
- Não foi de todo ruim, - respondeu, passando a língua pelos próprios lábios, sentindo-a acariciar seus cabelos - porque eu não poderia te beijar mesmo, então até que foi um bom timing para você ficar de castigo!
- Ei, nunca é uma boa eu ficar de castigo com o Snape - negou, fazendo careta -, mas o que aconteceu? Não entendi por que você também não poderia vir!?
Cedrico passou a mão pelo cabelo bagunçado, enquanto ainda mantinha a outra sobre a cintura da mais nova;
- Eu disse que Sirius e Olho-Tonto estão me treinando, não?
- Sim, papai falou que é super engraçado sua cara sempre que ele te ameaça durante os treinos! - sorriu para ele, vendo-o rolar os olhos.
- Bem, aprendi algumas coisas com Moody e agora… - respirou fundo, pensando no trabalho ainda incompleto - estou tentando virar um Animago.
- Você o que? - a loira gritou assustada, afastando-se bons centímetros dele. - Como assim você estava me escondendo isso o tempo todo? Por Merlin, Diggory!
- Não estava escondendo! - defendeu-se - Só que ainda não sei se vai dar certo, é super complicado e pode demorar pra sempre agora, porque fazem quase três semanas que estou esperando uma tempestade que não acontece nunca!
- Você ficou com aquela folha o mês todinho na boca? - questionou enojada, vendo-o confirmar - Ainda bem meeeesmo que eu fiquei de castigo. Que coisa mais nojenta!
- E você acha que essa foi a pior parte? - concordou, fazendo careta - se você visse a cor da poção que eu vou precisar tomar depois… Eu nem sei porque topei fazer isso! E sabe o que é pior? - a garota arqueou a sobrancelha, negando curiosa - Eu possivelmente vou virar o reflexo do meu Patrono, que é um texugo! O que eu vou fazer como texugo?
abriu um sorriso, virando-se para o lado, colocando a mão sobre a boca, tentando abafar o som das risadas;
- Isso mesmo, ria mais do seu namorado.
- Eu não acredito que você vai ser um texugo, Cedrico! - explodiu em risadas - Que texuguinho mais gracinha, ein? - apertou-lhe as bochechas, vendo-o rolar os olhos, enfezado. - Mas você não sabia que eles são bichos sociáveis e destemidos? Além de extremamente fofos.
Cedrico arqueou a sobrancelha, encarando-a;
- Como é que você sabe disso?
Deu de ombros, sorrindo de lado;
- Foi a Mione que me disse uns anos atrás, quando estávamos falando sobre os animais de cada Casa. Eu jurava que o leão da Grifinória era o mais forte, né? Porque realmente é, dá licença! Proteja minha Grifinória! - avisou, fazendo pose e estufando o peito, Cedrico riu com gosto - E ela falou que na verdade o texugo é tão destemido que pode matar cobras e enfrentar leões.
- Então você está dizendo que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts? - sorriu de lado, vendo-a negar rapidamente.
- Estou dizendo que texugos não são inúteis, calma lá! Grifinória sempre será a melhor Casa, mas admito que a Lufa-Lufa é quase tão boa quanto!
A garota abriu a boca segundos depois, rindo ao tempo que negava;
- O que foi agora?
- Mas era óbvio que você seria um texugo, não? Quer alguém mais lufano do que você, Cedrico? Caramba, a Minerva vai chorar de orgulho quando souber que você vai se transformar num animal que representa uma das Casas de Hogwarts!
O casal se despediu depois de algumas horas juntos, nas quais aproveitaram o tempo sozinhos para alguns amassos, antes de sentirem frio e fome o suficiente para obrigá-los a levantarem-se e seguirem de volta para perto das lojas, parando para comerem algo quase no final da tarde, e tomarem algumas cervejas no Três Vassouras.
- Te vejo no Natal! - Cedrico a abraçou, apertando-lhe contra si.
- Espero que chova antes disso! - sussurrou em sua orelha, vendo-o concordar antes de beijarem-se uma última vez. - Aproveita e diz oi para meu pai e os Tonks quando os encontrar! E manda um beijo pra sua mãe também, faz tempo que não falo com ela.
Cedrico riu, concordando;
- Ela não para de perguntar como você está indo na escola, se perdeu mais pontos, ficou chocada quando disse que você enfrentou o Snape.
- Pois diga que até agora só perdi aqueles no primeiro dia, estou me comportando bem esse ano!

estranhou chegar até a Torre da Grifinória sem encontrar nenhum dos amigos, mas achou que talvez eles tivessem ficado um pouco mais em Hogsmeade, por isso seguiu para ser dormitório, aproveitando para tomar um banho e esquentar-se um pouco depois de tantas horas no frio. Não que reclamasse, na verdade poderia passar a noite inteira na neve com Cedrico, e ainda assim seria pouco.
Sentia o corpo esquentar só de lembrar das horas que tinham passados juntos, por um tempo achou que estivesse daquela forma já que fazia tempo que não se viam, mas soube que não era apenas saudades quando olhou-se em um dos espelhos do banheiro, notando a marca arroxeada em seu pescoço quando tirou o cachecol, lembrando-se dos beijos do mais velho.
Respirou fundo, soltando o ar devagar.
Sabia que Cedrico estava há bastante tempo em um ponto de querer mais do que beijos, mas agradecia por ele não mencionar com ela ou pedir por algo que ela não se sentia pronta a fazer. Era uma das coisas que mais gostava no namorado, ele sabia dar-lhe espaço.
Contudo, já fazia tempo que ela sentia quando as coisas mudavam com ele, quando deixavam de ser apenas alguns amassos em salas vazias ou em suas casas durante as férias. E, por mais que às vezes permitisse que ele puxasse um pouco sua camiseta, ou a apertasse com mais força, fosse a bunda ou as coxas, sabia pará-lo antes que fizessem algo que ela talvez se arrependesse mais tarde. No fundo já começava a achar que talvez estivesse no mesmo estágio que Cedrico, ou pelo menos perto o suficiente.
Sentia o corpo esquentar sempre que pensava no namorado, e os beijos não pareciam mais ser o suficiente para matar as saudades, fosse por estarem separados nos últimos meses ou mesmo quando estavam juntos em Hogsmeade ou nas férias. Continuava a parecer que sentir falta dele.

Assim que terminou seu banho e trocou suas roupas pelo uniforme da escola, desceu as escadas, olhando rápido pelo Salão Comunal, não encontrando nenhum dos três por ali.
- Ah, finalmente! Por que demoraram tanto? - perguntou ao esbarrar com eles nas escadas.
Mione começou a relatar o que tinha acontecido com Kátia Bell, a qual tinha sido levada para o hospital após ser enfeitiçada com uma magia poderosa.
- E você acusou o Draco? - questionou por fim, sentada junto aos amigos no canto das escadas do quinto andar, nenhum deles se importou quando a escada começou a se mexer, virando em outra direção.
- É muito suspeito, não é? Toda essa história dele ser um Comensal…
- Você acha que ele é um Comensal, Harry, nós nunca concordamos e nem provamos nada. - Granger cortou, olhando-o significativamente.
- Ah, não sei… Eu até acho que o Harry pode ter razão nesta parte, embora não ache que ele tenha muita coisa que Voldemort possa se interessar - deu de ombros, pensativa -, contudo… - virou-se para o amigo - Encontrei com Draco quando estava saindo da Dedos de Mel, e pelo o que disseram, foi bem próximo desse horário que vocês encontraram a Kátia.
- Tem certeza que era ele? - Potter perguntou ansioso, suspirando quando a viu concordar com um aceno;
- Ele estava junto com o grupinho de sempre, Pansy Parkinson não perdeu a oportunidade de falar besteira, então quando eu a xinguei de volta vi Draco no canto, parecia distraído, mas estava junto com eles.
Harry passou a mão pelos cabelos, frustrado.
- Deve ter alguma coisa no meio, não faz sentido.
Mione parecia fazer um grande esforço para prestar atenção no assunto, pois já estava claro que não aguentava mais;
- Bom, não temos nenhuma prova que Draco fez qualquer coisa errada, não é? Então é melhor deixarmos isso de lado.
- E o que vamos fazer com o time da Grifinória? - Rony tornou de repente, Mione rolou os olhos, não se importando muito.
Por algum motivo, que fugia muito do entendimento de qualquer um dos outros três, Hermione nunca teve o mesmo interesse que eles em Quadribol, achava até superestimado.
- Vou ter que pegar um dos reservas, não? - Harry suspirou, coçando o nariz. - Falarei com Demelza amanhã.
- Achei que chamaria o Dino para substituir a Katia, - arqueou a sobrancelha, vendo-o negar, dizendo que Demelza parecia voar melhor - ainda bem, depois da ruiva e Bell, ela foi com quem me dei melhor nos passes, Dino jogava mais forte do que precisava na hora de passar, teve duas vezes que eu quase derrubei a Goles e aí precisei lançar de qualquer jeito para o gol...
- Foi em uma dessas que o Córmaco defendeu, não? - Weasley tornou, olhando de canto para Hermione - Ele está interessado em você, sabia, Mione?
- Patético. - a outra respondeu, virando para o lado, sentindo as bochechas esquentarem. Harry e se entreolharam, segurando a risada.

Na manhã do jogo, Black esperou Rony sair acompanhado dos dois batedores do time antes de puxar Potter para o lado;
- Você colocou mesmo a Felix no suco dele? - cochichou enquanto andavam mais devagar em direção ao campo, Harry pareceu chocado - Raio, eu sei que ele estava péssimo nos treinos, mas se for verdade e a Minerva descobrir, nunca mais vamos jogar.
- Não sei do que você está falando! - negou com a cabeça - Vamos logo, ainda temos que trocar de roupa!
Para surpresa e, talvez, um pouco de sorte, nem Draco nem Vaisey, que era o melhor artilheiro da Sonserina, jogariam a partida, o que já deixava o time inteiro mais confiante.
Assim que Madame Hooch apitou o início do jogo, lançando a Goles, os jogadores se posicionaram em campo, voando em todas as direções, Gina Weasley acabou por pegar a bola por primeiro, fazendo um lançamento rápido para Demelza, que, embora estivesse nervosa com a primeira partida, fez um ótimo passe para , que só teve o trabalho de tirar do goleiro, Urquhart, e lançar no terceiro aro, abrindo o placar.
Harry aplaudiu, vibrando assim como a torcida nas arquibancadas, olhando para o lado à procura do Pomo-de-Ouro. No meio tempo que sobrevoou o campo, Grifinória marcou mais dois gols e Rony defendeu maravilhosamente bem um lançamento da Sonserina.
A única coisa que parecia incomodar a todos os jogadores do time vermelho, eram os comentários maldosos vindos de Zacarias Smith, um aluno da Lufa-Lufa que não perdia a oportunidade de falar besteiras; após insinuar que os Weasley só estariam no time por serem amigos de Potter, e que os dois batedores não eram bons o suficiente, começou a falar sobre Black;
-... Me parece que nem os jogadores da Sonserina querem se aproximar muito da artilheira, provavelmente, assim como todos na Escola, ainda estão desconfiados com toda a história dela ser filha de Sirius Black.
Com o jogo em 90x0 para a Grifinória, não sentiu nenhum pouco de culpa quando fez sinal para Gina lançar a Goles, parando bem à frente de Zacarias, e quando a bola estava apenas alguns metros de distância, vindo rápida e forte, desviou-se, deixando-a passar e acertar em cheio o lufano.
- Opa, desculpa aí!
Pode ouvir Minerva gritar da bancada dos professores, mas não deu atenção, tornando a sobrevoar o campo enquanto Madame Hooch tornava a iniciar o jogo.
Harry, pouco depois, ficou assustado ao notar que o apanhador da Sonserina estava próximo do Pomo, voando o mais rápido que podia até o mesmo, conseguindo distrair por um instante o jogador, apenas o necessário para apanhar a bolinha dourada;
- Ganhamos! - gritou, erguendo o braço e sobrevoando o campo - Ótimo jogo, time! - parabenizou seus jogadores, quando os mesmos se aproximaram - Cadê a Gina?
- Desculpe professora, esqueci de frear! – a ruiva dizia para McGonagall, após ter colidido com Smith, o qual mexia-se bobamente entre os escombros.
- Eu juro que se ele falar mais qualquer coisa eu vou empurrá-lo da Torre de Astronomia! - cochichou para Harry, enquanto desciam juntos para o gramado.
- Festa na Torre da Grifinória!
Assim que Potter explicou o que, de fato, tinha acontecido com a bebida de Rony, a qual não tinha nem uma gota de poção da sorte, Weasley e Granger tornaram a brigar e cada um seguiu para um canto, deixando os dois amigos sem saber direito o que fazer.
aproveitou que não tinha tantos alunos tão próximos, ainda um tanto apreensivos com ela e seu pai, para comer e beber tranquila, estava já se despedindo de Harry antes de subir para tomar um banho quando os dois (e todo os alunos da Grifinória) viram Rony e Lilá Brown aos beijos;
- Eu diria que ele precisa aprender a beijar! - comentaram rindo antes dela subir para o quarto.

Embora tenham se doído por Hermione e, de fato, achassem um tanto nojenta a relação de Rony com Lilá, já que eles não pareciam ter limites e se agarravam em qualquer canto, tanto quanto Harry preferiram não se envolver, apenas escutavam o que cada um tinha a dizer, contudo, sempre que tinha uma oportunidade, Black aproveitava para fazer comentários ácidos sobre o ruivo, o qual ficava extremamente sem graça.
E, é claro, como Lilá parecia estar sempre ao redor de Weasley durante boa parte do tempo livre, os dois acabaram passando mais tempo do que gostariam na biblioteca, com Mione.
- Você não vai na festa? - Harry questionou surpreso, vendo a loira negar com um aceno;
- Primeiro eu não tenho ninguém para levar, afinal você convidou a Luna, não é? - arqueou a sobrancelha - Agora nem com você eu posso ir, não vou aparecer sozinha e nem chamar ninguém para ir comigo já que Ced não está mais aqui. E também não tenho nenhuma roupa festiva para esse ano e não vou gastar meu dinheiro comprando uma em cima da hora! E, por último, tirando vocês dois e Gina, não gosto de ninguém que está nesse clube e todo mundo fica me encarando, vocês não lembram do jantar?
- Eu achei que você gostasse de ter atenção… - Mione comentou, sorrindo de canto.
deu de ombros;
- Não desse tipo, nem posso azarar ninguém por me irritarem! Além do mais, fiquei de conversar com meu pai, então…
- Como é que você vai fazer isso? - Harry perguntou agitado.
- Você não lembra aquele espelho que ele nos deu, não? Você não acha mesmo que eu fico semanas esperando por Corujas quando posso falar com ele em dois minutos, não é?
Harry coçou a nuca, desconfortável, sentindo-se idiota por nunca ter usado o objeto, nem mesmo lembrava-se onde o tinha deixado.
- Aquilo é ilegal, sabia? - Hermione comentou com a amiga, vendo-a rolar os olhos;
- Mione, tem tanta coisa que eu faço que é ilegal que se alguém aqui, além do Snape, quisesse mesmo me expulsar, eu provavelmente nem teria entrado em Hogwarts! Ou você acha que tudo o que a gente fez durante esses anos foi ok? Menina, você fez uma poção Polissuco, lembra?
- Era diferente… - respondeu em voz baixa, tornando a olhar para seu livro.
Os dois riram da amiga, antes de Harry virar-se em sua direção;
- E com quem é que você vai para a festa?
Hermione ficou roxa, falando tão baixo que os amigos tiveram que se curvar para escutarem;
- Córmaco McLaggen.

Black e Potter despediram-se dos Granger na estação de Kings Cross, e seguiram juntos com Sirius por alguns minutos, enquanto esperavam os Weasley; Harry tinha sido convidado a passar o Natal em uma praia trouxa junto com , Sirius, os Tonks e os Diggory, mas preferiu aceitar o convite de Rony e ficar com os ruivos durante aquelas duas semanas de férias.
Sirius, embora tivesse pensado várias e várias vezes sobre deixar sua filha no mesmo local que Cedrico, usando roupas de banho, acabou por concordar que seria muito bem-vinda duas semanas na praia, fugindo do frio que fazia aquela época do ano. Contudo, como também queria passar o tempo com Harry e o afilhado não tinha se interessado em ir para praia, revezaria para ficar com os dois adolescentes.
- Até a volta, Harry! Feliz Natal!
- Nos vemos daqui há alguns dias, ok? - Sirius sorriu para o rapaz, abraçando-o antes de despedirem-se dele e dos Weasley aparatando logo depois.

Dias depois Com o passar da semana e a festa de Natal sendo melhor do que o esperado, Cedrico teve que voltar ao trabalho, e Sirius aproveitou que o rapaz não estaria por perto, para passar alguns dias com Harry, sabendo que sua filha estaria protegida.
Diggory é claro, não podia mais esperar para voltar à praia, e olhava ansioso para o relógio, esperando o horário para ir embora do Ministério.
O dia tinha sido extremamente entediante, quase sem nada para fazer, batucava os dedos na mesa de mogno, esperando e olhando vez ou outra para a mala, ao canto da sala, parecendo chamá-lo, apressando-o.
Queria já estar com a namorada, que não via há cinco dias; não que fossem muita coisa, já que quase não se viam durante o ano, mas parecia pior por saber que ela estava tão perto.
Respirou fundo, inclinando a cadeira para trás, tentando passar o tempo, naquela última meia hora interminável.
Quando o relógio finalmente deu cinco e meia, Cedrico levantou-se apressado, pegando suas coisas e caminhando para fora do escritório vazio, era o único trabalhando naquele dia.
Cumprimentou algumas pessoas no elevador e nos corredores, não querendo se demorar mais que o necessário para sair do prédio. Chegou à rua movimentada, e andou apressado até uma rua secundária, segurando firme em sua mochila, aparatando pouco depois.

Assim que abriu os olhos, em frente à casa de praia em que seus pais estavam com os Tonks, Cedrico sorriu animado, andando apressado para dentro do lugar, retirando a gravata que usava no caminho. Não estava quente, afinal era inverno, mas também não estava frio como em Londres, para vestir tanta coisa.
Chegou cumprimentando os pais e os Tonks, olhando ao redor à procura da namorada, que logo descobriu estar na praia. Trocou-se o mais rápido que pode, saindo em busca de depois de comer um pedaço do bolo de chocolate de Andy; a mulher cozinhava bem demais para que ele pudesse recusar.
Cedrico sentiu a brisa vinda do mar assim que colocou os pés descalços na areia branca e fofa da praia de Great Bay, seu lugar preferido para passar as férias.
A praia era na grande parte do tempo deserta, com alguns quilômetros de areia extremamente branca e águas de tons esverdeados ou azulados, dependia muito do dia.
A floresta e o verde envolta do lugar, dificultava um pouco a chegada, então por mais que fosse bela, os trouxas não costumavam ir tanto ao lugar.
Great Bay não era só maravilhosa durante o dia, tinha a paisagem ainda mais deslumbrante durante as noites estreladas, as quais eram raras devido ao tempo tipicamente inglês, mas as poucas vezes que Diggory foi sortudo o bastante para ver o céu sem nuvens à noite, foram às noites mais belas que já teve.
Seu olhar percorreu a extensão da areia do lado direito, mas tudo o que via era a paisagem deserta do local, virou-se para o outro lado procurando algo. Procurando alguém.
Estreitou os olhos vendo um pontinho destacando-se na areia clara. Sorriu sabendo quem seria, começando a andar até lá.
Black estava deitada sobre uma toalha, parecendo entretida lendo um livro, o qual Cedrico não conseguia ver o nome, devido à distância, mas duvidava que fosse da escola. Foi aproximando-se devagar, mantendo um sorriso nos lábios com a concentração da namorada.
De repente, ela olhou para o lado, vendo-o se aproximar lentamente.
Diggory notou o sorriso que ela deu em sua direção, fazendo-o sorrir automaticamente. No instante seguinte ela corria até ele, diminuindo rapidamente a distância entre os dois.
O rapaz abriu os braços quando ela se aproximou o suficiente, sabendo o que viria a seguir; Black pulou em cima dele, apertando-o com força.
Cedrico segurou-a assim que a sentiu envolver seu pescoço com os braços, pressionando seus corpos e enterrando seu rosto contra os cabelos loiros, bagunçados dela. Girou-a no ar por alguns instantes, fazendo-a gargalhar próximo ao seu ouvido, de forma que os pelos de sua nuca arrepiaram por completo.
Por Merlin, ele nunca cansaria de escutar aquela risada!¹

¹A continuação das férias de Black & Diggory na praia pode ser lida no Especial de B&D II! O link encontrasse abaixo da N/A, junto com as outras fanfics.


Quatorze.

Cedrico e Sirius conversavam na sala, enquanto esperavam a garota descer com o malão para poder retornar a Hogwarts.
- Será que um dos bonitos aí embaixo poderia me ajudar com o malão? Ah, é, não preciso. - riu sozinha, usando ela mesma sua varinha para deixar a mala pesada flutuar a sua frente.
Os dois rolaram os olhos, negando com a cabeça;
- Olha, isso é o tipo de coisa que eu não vou sentir falta quando você sair, já perdeu a graça tem dias. - Sirius comentou ao vê-la descendo.
- Talvez pra você que tem permissão para isso desde sempre, pai, pra mim ainda é novidade! - deu de ombros, sorrindo satisfeita por já ser maior de idade. - Espera só até eu poder aparatar!
- Oh, aí sim ninguém vai parar essa menina! - Cedrico negou com a cabeça, pesaroso. - É capaz de aparatar na sala do Ministro, só para dizer que sabe.
- Merlin que continue dando paciência aos professores de Hogwarts para lidarem com tanto adolescente chato o ano inteiro!
- Menos o Snape! - deu de ombros, ignorando a parte em que poderia fazer um drama ofendido.
- De fato, ele você pode atrapalhar o ano todinho, quanto mais melhor. Só cuidado com os pontos da Grifinória. - alertou-a, sorrindo de lado.
- Vamos então? Já que vocês só reconhecem o quanto sou legal quando eu estou longe… - deu de ombros, escutando-os rir ao levantarem-se, aparatando pouco depois.
Diggory aproveitou que Sirius conversava com Harry para abraçar a namorada, beijando-lhe demoradamente a bochecha;
- Vou sentir sua falta!
- É bom que sinta mesmo! - avisou, abraçando-o apertado - Te vejo em algumas semanas, Ced! - piscou, beijando-lhe os lábios por um momento.
- Muito bem, já chega, você tem um trem para pegar! - ouviram Sirius gritar, logo tratando de separá-los. - Já passaram o feriado inteiro juntos, está na hora de você voltar para Hogwarts!
- Também vou sentir sua falta, pai! - sorriu, abraçando-lhe apertado.
- Até a volta, filha.

Harry contava sobre suas suspeitas com Draco para as duas amigas, já que nenhuma delas esteve presente, assim como toda a visita do Ministro, o qual pediu-lhe ajuda;
- Caramba, eles estão cada vez mais sem limites. Todo mundo cagou na sua cabeça ano passado, agora querem que você os ajude? Será que já estão organizando uma retratação no Profeta Diário? Era o mínimo.
- Até parece… - Harry negou para a loira. - Mas e sobre o Draco, ein?
- Faz até um pouco de sentido, mas é como o Remo disse, Snape poderia estar fingindo ajudar…
- Ok, Mione, mas isso quer dizer que ele trabalha para Voldemort, não?
Granger pareceu um tanto contrariada ao concordar, mas logo já tratou de conseguir uma desculpa. Parecia tão interessada em achar outra solução para aquilo quanto Lupin e Arthur.
- Vocês vão ver quem está certo no final! - Potter cruzou os braços, frustrado.
- Ah, finalmente! Agora sim! - elogiou-o, sorrindo, fazendo os dois olharem-na confusos - Demorou 16 anos, mas Harry Potter finalmente está usando seu status de Menino-Que-Sobreviveu para fazer as pessoas concordarem com ele! Ensinei direitinho!
- Ah, fica quieta! - Harry negou rindo, antes de colocar uma porção de salgadinhos na boca. - E como foram as férias de vocês?
Black virou-se para os doces que tinha comprado, fingindo interesse em ler as embalagens;
- As minhas foram ok… - respondeu em voz baixa, o rosto um tanto vermelho, algo que não passou despercebido por Hermione, a qual arqueou a sobrancelha para a amiga, mas ficou em silêncio.

Diggory chegou na casa de Sirius, o qual já o esperava do lado de fora, sentado na escadaria, como um cachorro. Quando viu o rapaz parado na esquina, o cachorro negro levantou-se, andando apressado até ele. Cedrico segurou na pata do animal, aparatando segundos depois.
Sirius encarou-o por alguns instantes, vendo-o tentar, novamente, transformar-se, mas não era tão fácil usar transfiguração em si mesmo, era muito mais difícil do que usar em objetivos inanimados, coisa que Cedrico fazia muito bem.
Já fazia vários dias que estavam naquele mesmo feitiço, e Diggory continuava com dificuldades na parte final da transformação, o que o deixava extremamente irritado.
- Não está ruim, Diggory, só precisa se concentrar melhor. Está quase conseguindo…
- Bem, quase não me ajuda muito não? Nem a mim, nem a ninguém. - suspirou, cansado.
- Garanto que após conseguir se transformar umas duas vezes, depois será muito fácil. - deu de ombros. - Como está indo com Olho-Tonto?
- Melhor do que aqui, pelo menos lá eu sinto que estou progredindo…
Sirius rolou os olhos;
- Vocês jovens são muito desesperados, sabe quanto tempo eu demorei para conseguir chegar nessa parte em que você está? Meses.
- Mas você tinha quinze anos, Sirius. Quinze.
- Você está quase conseguindo, Diggory, só falta a listra nas costas e a coloração certa, e estará perfeito. Se dê um pouco mais de crédito, sim? É uma magia muito avançada, se fosse tão fácil virar um Animago todos os bruxos seriam.
Cedrico concordou a contragosto, sentando-se no gramado por alguns instantes, descansando.
Achou que a parte mais difícil já tinha passado; ficou um mês com aquela folha de mandrágora na boca, esperou semanas por uma chuva de raios e ainda teve que tomar a poção - a qual tinha um gosto e cor horrível. Pensou que após passar por tudo aquilo, pelo menos a transformação seria fácil. Ledo engano.
Olhava o céu já escuro ao redor, sentindo a brisa gelada bater contra seu rosto, bagunçando seus cabelos.
- Posso te fazer uma pergunta? - olhou o mais velho de canto, o homem parecia relaxado, escorado em uma árvore próxima, fazendo pequenos feitiços com a varinha, apenas para se distrair. Concordou com a cabeça, aguardando-o continuar - Se, hipoteticamente, você estivesse em um relacionamento, e tivesse outra pessoa interessada em você…
- Diggory, se você terminar sua frase dizendo que está enganando minha filha, eu juro que eu te mato agora mesmo e ninguém vai achar seu corpo, e não tem nada de hipotético no que estou dizendo.
Cedrico riu, negando veemente;
- É claro que não, que mania de querer me matar sem eu ter feito nada! - passou a mão pelos cabelos, Sirius continuava o encarando de braços cruzados e a sobrancelha arqueada - Tem uma mulher no Ministério, trabalhamos no mesmo Departamento, ela meio que me chamou para sair algumas vezes…
- E o que foi que você disse?
- Que não podia, sempre invento alguma desculpa…
- Ela sabe que você namora? E que eu sou o pai da sua namorada? E que eu vou matá-lo se você fizer minha filha sofrer? - perguntou olhando-o significativamente.
Cedrico concordou, rindo baixo ao ver que o mais velho continuava sem perder uma chance de ameaçá-lo, no fundo agradecia por Sirius continuar daquele jeito, pelo menos demonstrava que ele ainda não sabia o que tinha acontecido entre ele e . E Diggory preferia que continuasse assim, se ele já o ameaçava por achar que ele faria a garota chorar, imagine o que faria se descobrisse o que tinham feito durante o feriado?
- Ela sabe, eu falei assim que voltei com a , contei que tinha voltado com minha namorada e tudo o mais…
- E?
- Não parece ter feito muito efeito, volta e meia ela comenta sobre estar em Hogwarts e eu não, coisas assim.
Sirius o encarou de lado por um momento, relaxando por alguns instantes; se fosse sincero, sabia que Cedrico não faria nada errado, ele realmente gostava de sua filha e, para sua tristeza, também gostava de Diggory. Já sabia desde o começo que não teria muito o que fazer para mantê-los longe um do outro, no fundo gostava de Cedrico e até o achava um ótimo rapaz: se sua filhinha inocente tinha que sair com alguém, ele ficava feliz em saber que pelo menos era uma pessoa como o ex-lufano. Contudo, precisava manter sua pose de pai preocupado, ciumento e perigoso; Pelo menos para isso seu tempo em Azkaban tinha servido, não que ele realmente achasse que o mais novo acreditasse muito em suas ameaças, mas pelo menos garantia o respeito.
- Qual era a pergunta?
- O que você faria para isso parar? Se nem dizendo que namoro adiantou?
- Bem, sinceramente não tem muito mais o que dizer, apenas que você não tem interesse em sair com ela. De qualquer forma, você deveria contar pra sobre, porque se ela descobrir por outra pessoa você terá problemas…
Diggory arqueou a sobrancelha, olhando-o desconfiado;
- Você vai contar?
Sirius deu de ombros;
- Não me entenda mal, mas não é como se eu fosse ficar muito triste se minha filha permanecesse solteira por mais tempo. Ela claramente ainda é muito jovem para estar namorando!
- Sirius, ela invadiu o Ministério com dezesseis. Agora é maior de idade e já pode usar magia fora da Escola, mas não pode namorar? - questionou divertido.
- Por mim não namoraria antes dos vinte e cinco. Todos fazem coisas idiotas antes dessa idade.
Cedrico passou a língua pelos lábios, segurando a vontade de rir;
- Você não casou com vinte? E foi pai com vinte e um?
- Exatamente, e veja só como eu terminei; minha adorável esposa estava em Azkaban e minha filha está namorando desde os quinze. O mínimo que eu espero é que vocês não sejam tão irresponsáveis quanto eu fui, e, sinceramente, não sei se confio em você tanto assim.
O mais novo olhou para baixo, um tanto constrangido, concordando com a cabeça;
- Não tem com o que se preocupar, Sirius. Eu prometo.
Com o passar do tempo, parecia que Mione e Rony nunca mais ficariam no mesmo ambiente sem brigarem, pelo menos era isso que Harry e achavam. O que, querendo ou não, acabava por separar os quatro; ficava ao lado da amiga, passando tempo demais na biblioteca - o que não era de todo ruim devido as matérias e trabalhos acumulados. E Harry passava algum tempo com Rony, ouvindo-o falar que não tinha sentido Hermione ainda estar brigada com ele, pois ele nunca a prometeu nada. Pelo menos até Lilá aparecer, porque sempre que o casal estava junto, Potter dava um jeito de sumir bem rápido.
Harry também estava empenhado em conseguir a memória que precisava com Horácio, para assim saberem o que Voldemort havia descoberto em seu último ano em Hogwarts. Uma das partes ruins de ter seus amigos separados era justamente isso; ter que repetir tudo duas vezes, e ainda escutar Rony e Mione falando mal das ideias um do outro.
A única coisa “boa” nisso tudo era que Black estava tão sem paciência quanto ele, e não perdia as oportunidades de mandar os dois amigos calarem a boca, principalmente Rony porque todos sabiam que ela sempre defenderia Hermione, mesmo que a amiga também não estivesse totalmente certa;
- Olha, Rony, você não abre sua boca para falar mal da Granger, porque se eu bem me lembro foi você quem fez um escândalo quando ela foi ao Baile com o Krum, e ela sim não te devia satisfação de absolutamente nada. E mesmo assim você acabou com a noite dela, com a minha e a do Harry também. Então cala a boquinha, viu? Se não fosse por você atrapalhando o tempo todo, talvez ela estivesse até hoje namorando o melhor apanhador do mundo que, inclusive, é um gato. Pelo menos ela conseguiu beijá-lo, várias vezes. E pelo o que fiquei sabendo os beijos dele foram pra lá de satisfatórios!
O resultado do comentário foi Weasley com o rosto tão vermelho quanto seus cabelos, e o silêncio dele pelo resto do tempo que passaram juntos. A loira não sabia se era por vergonha ou raiva do seu comentário, mas também não se importava; a única pessoa que poderia brigar com Hermione era ela mesma, jamais deixaria Rony ou qualquer outro garoto magoar sua melhor amiga, e no fundo era uma de suas atividades favoritas deixar o ruivo de boca fechada.
Gina também passava bastante tempo com eles agora, principalmente com Black e Granger, já que estava sem paciência para seu irmão. Sem contar que sempre pedia conselhos para as duas, pois seu relacionamento com Dino parecia cada dia mais conturbado;
- Em resumo; garotos são insuportáveis! - concluiu, tendo as duas concordando;
- E extremamente idiotas! - Hermione acrescentou.
- E absurdamente ciumentos! - finalizou. - Por que a gente gosta deles mesmo?
- Definitivamente não por opção! - Granger logo respondeu, bufando impaciente, enquanto comia mais uma bomba de chocolate; as três estavam reunidas no dormitório do sexto ano, já que as companheiras de quarto de e Hermione não estavam por ali.
- Eu só queria entender como eles são tão devagar e inseguros para as coisas, é tão irritante! - Gina suspirou - E eu odeio que alguém queira me dizer o que fazer, e por alguma razão eles se sentem nesse direito!
- Oh, sim! - apontou para a ruiva, concordando veemente, com o canto da boca sujo de creme - Eu queria matar o Cedrico toda vez que ele vinha insinuando que eu tinha algo com o Harry, ou falava como se quisesse que eu deixasse meus amigos de lado. Sinceramente, não sei como eu nunca azarei ele em tantos anos. Vontade não faltou!
- Menina, sim! - a Weasley mais nova gritou - Dino ontem veio falar sobre a minha roupa, eu juro pra você que eu fiquei bem pertinho de socar a cara dele, igual a Mione fez com o Draco!
Granger ficou vermelha, mas gargalhou lembrando-se do ocorrido.
- Eu não sei se devo ficar triste ou feliz por não estar em um relacionamento, porque só parece horrível!
- Ah, tem seu lado bom… - Gina começou - Mas nem sempre vale o estresse!
Black terminou de mastigar, concordando enquanto levava o copo de suco até a boca;
- Eu acho assim, - começou, engolindo antes de continuar, limpando a boca com a mão - se chegar ao ponto que você chora mais do que ri, menina é hora de aparatar bem rápido! Porque esse foi um dos motivos de ter terminado com Ced no ano passado, estava insuportável ficar com ele no mesmo ambiente, porque a gente sempre brigava. Por tudo! - suspirou, cansada só de lembrar da situação - O lado bom disso é que funcionou e nós dois melhoramos, mas se tivesse ficado daquele jeito, eu provavelmente estaria beijando outras bocas!
As duas riram bastante, concordando;
- Quem vocês super gostariam de beijar? - Gina questionou animada - Eu peço desculpas desde já, mas preciso dizer que sempre achei Diggory maravilhoso!
Black arqueou a sobrancelha, dando de ombros;
- Você e boa parte da escola! Como, em nome de Godric Gryffindor, eu comecei a namorar ele? Não tenho ideia, mas se ele me perguntasse eu me faria de bem “olha eu beijo quem eu quiser, viu? Tô disputadíssima!”, só pra ele não se garantir demais! - respondeu, jogando os cabelos para trás e os prendendo em um rabo-de-cavalo - Eu com certeza teria beijado o Wood, achava ele muito gato! E, se não tivesse uma personalidade insuportável, o próprio Córmaco! - Gina e Hermione a olharam surpresas - Aí, gente, ele é bonito, viu? Pena que por dentro ele é pior que um Trasgo!
- Sim, se ele não fosse tão irritante, não me importaria de beijá-lo! - Mione concordou, dando de ombros - Adorava o Lino também! Bonito e engraçado! Ah, e o Davis da Corvinal, tão lindo!
- Sabem quem ficaria maravilhoso de boca fechada? - Gina tornou, atraindo a atenção das duas - Malfoy! Porque, infelizmente, ele é bonito.
- Ew, você sabe que ele é meu primo, não? - tornou, fazendo careta. Notaram que Hermione ficou em silêncio, baixando a cabeça e mexendo no pacotinho de Feijõezinhos de Todos os Sabores. - O que foi?
- Ahn? Nada? - pigarreou, ainda sem olhá-las - Mas pelo o que eu soube Draco beija todo mundo sem problemas, não?
- Pois é, tem gente que não se importa com o conteúdo: não vê a Lilá beijando meu irmão? - então virou-se para Mione, sorrindo amarelo - Desculpa, amiga, mas que péssima escolha, viu? De todos os meus irmãos, justo o Ronald?
- Sim, Fred e Jorge muito melhores! Gui e Carlinhos nem se fala, se eu fosse mais velha com certeza gostaria de ser sua cunhada! - a loira apontou para Gina, que começou a gargalhar - Rony só está melhor rankeado que o Percy, e só porque o Percy tá metido com o Ministério!
- Exato! - Weasley concordou, Mione deu de ombros;
- Não é como se eu escolhesse, não é? - suspirou - Mas e o Harry gente? Ninguém comentou do Harry, vai me dizer que ninguém nunca pensou em beijar o Menino-Que-Sobreviveu? Eu sei que eu já! - confessou, corando - No terceiro ano ele estava tão bonito!
Gina ficou tão vermelha quanto seus cabelos, baixando a cabeça;
- Você ainda gosta dele? - perguntou chocada, abrindo a boca.
- Ai, não tanto quanto antes, mas fico toda boba quando ele fala comigo! Mas é só uma paixonite platônica gente! E você? Vai me dizer que todos esses anos andando pra cima e pra baixo juntos, nunca pensou em nada?
- Ah, - deu de ombros - eu ficava meio boba no primeiro ano, mas acho que era mais por ser o famoso Harry Potter, não por de fato gostar, sabe? Mas se eu fosse solteira e não achasse que atrapalharia nossa amizade eu beijaria, com certeza. Acho que o Potter já foi, ou é - virou-se para Gina, arqueando a sobrancelha -, o crush de todo mundo na Escola! Tem que ter alguma recompensa ter enfrentado o Voldemort tantas vezes, não?
- Mudando um pouco de assunto, - Mione recomeçou, tomando um gole de suco - o que foi que aconteceu nas suas férias? Você ficou muito estranha quando perguntamos disso na volta para Hogwarts e eu te conheço bem demais para saber que algo aconteceu! O que foi?
Black arqueou a sobrancelha, encarando-a por alguns instantes. Gina olhou de uma para a outra rindo, antes de pegar o travesseiro mais próximo e jogar na loira;
- Para de deixar todo mundo curioso, o que rolou?
- Eu não sei do que vocês estão falando. - olhou para o canto, com a maior cara de culpa possível.
- Bem, você pode contar para nós ou eu posso perguntar para o Sirius! - Mione ameaçou brincando, vendo-a abrir a boca e xingá-la baixinho.
- Isso foi baixo, Granger.
- E aí? - Gina insistiu, vendo-a dar de ombros - É o que eu tô pensando?
- Não sei legilimens, Weasley, não tenho como saber o que você tá pensando, sabe? - a outra respondeu, sorrindo de lado.
- Você e o Diggory… Sabe? - insistiu, rindo - Vocês foram para os finalmentes?
coçou a sobrancelha, olhando para baixo por um instante, suspirando;
- Talvez…
- Eu não acredito! - Hermione gritou, logo baixando a voz quando as duas pediram - Eu sabia que você tinha aprontado alguma coisa! Eu tinha certeza! Por que não me falou antes?
- Ah, eu não sei… Fiquei com vergonha…
- Godric Gryffindor nos proteja, alguma coisa deixou Black com vergonha!
- Ah, cala boca, Weasley! - a outra riu, jogando alguns doces na ruiva
- Pois muito bem, abre o jogo! Como foi?
- Estranho! - confessou, fazendo careta - Muito estranho, no começo eu só me perguntava o que eu tava fazendo ali, mas depois foi muito bom! Não que eu tenha como comparar, mas Ced é muito bom no que faz! - riu sem graça, vendo as amigas fazerem caras engraçadas, chocadas com tudo.
- E os detalhes, Black? Conta mais!


Janeiro correu sem grandes novidades, até finalmente terem o final de semana livre para visitar Hogsmeade. E é claro, o casal combinou de se encontrar no vilarejo, o que acabou não dando certo, já que ele não apareceu no local combinado na hora marcada.
A loira andava emburrada, de cabeça baixa, resmungando por nem mesmo ter sido avisada do atraso, voltando para Hogwarts quando esbarrou com alguém, virando-se em tempo de ver Harry a olhar assustado;
- Ah, é você. O que faz aqui sozinha? - perguntou passando a mão pelo ombro.
- Diggory não apareceu. - rolou os olhos - E você?
- Bem, minhas opções eram ficar estudando com Mione ou ficar com Uon-Uon e Lilá, os quais não passam mais de dois segundos sem se beijarem.
- É… Um pouco nojento, não?
Harry fez uma careta leve, acenando positivamente.
- Quer tomar alguma coisa?
Black concordou e logo caminharam em direção ao Três Vassouras, o qual estava cheio de estudantes e outros bruxos. Harry foi pegar as cervejas enquanto encontrava um lugar para sentarem, uma mesa mais ao fundo, de frente a uma janela um tanto empoeirada. Sinalizou com a mão quando viu o amigo a procurando pelo lugar.
- Então… - a garota começou, após tomarem um gole de suas bebidas e se encararem sem ter muito o que dizer.
- Então… - ele concordou, sorrindo de lado. - Como estão as coisas?
- Nada demais - pensou um pouco - As aulas estão melhores sem a Umbridge, - Harry concordou junto dela - estou aguardo meu Capitão dizer quando teremos mais um treino de Quadribol - arqueou a sobrancelha, vendo-o rir - e as aulas estão sob controle. McGonagall até elogiou meu último trabalho, sinto que evolui! E você?
Potter gargalhou, concordando.
- Ainda não sei se sirvo para Capitão, é estranho ter o time todo dependendo das minhas decisões… - argumentou, pensando um pouco - As aulas estão boas, mas não tive elogios da Minerva!
- Mas teve do Horácio, não? - arqueou a sobrancelha, vendo-o rir sem graça. - Não estou julgando, provavelmente usaria o livro também. Sabe o que seria ainda melhor? - Potter a encarou, curioso - Se as aulas ainda fossem com o Snape, já pensou a cara dele quando você começasse a ser o melhor da turma? - riu, vendo-o concordar, logo parando de sorrir ao pensar em Snape - O que foi?
Harry travou a mandíbula por um tempo, pensativo, passando a mão na sobrancelha, distraído.
- Eu… - olhou-a por um tempo, antes de aproximar-se, curvando-se sobre a mesa, vendo-a fazer o mesmo - Vou te contar uma coisa que ninguém mais sabe, bem, só Sirius e Lupin, mas enfim… Lembra quando eu tinha as aulas de Oclumência com ele? - concordou, esperando-o continuar - Bem, ele encerrou tudo, certo? Mas não foi sem motivos…
- O que aconteceu? - perguntou curiosa.
- No último dia, eu estava com raiva dele ver todas as minhas memórias e eu não conseguir parar, certo? Então quando ele foi usar Oclumência de novo, eu usei Protego.
- Esperto, faria o mesmo! - comentou, vendo-o sorrir.
- Então, aconteceu que eu consegui ver algumas lembranças dele…

tornou a recostar-se na cadeira, encarando os olhos verdes do amigo.
- Não me entenda mal, Harry, é óbvio que James e Sirius não estavam certos, para falar a verdade não me surpreende muito saber sobre papai, - comentou, passando a língua pelos lábios antes de continuar - mas, era diferente, não? E Remus falou que ele mudou depois que começou a sair com a sua mãe…
- Pode ser, mas dizerem que eles faziam isso por serem jovens e inconsequentes? Nós somos e não fazemos nada assim.
- Não? - a outra argumentou, vendo-o a encarar confuso - Tudo bem, tirando o Draco e alguns alunos da Sonserina, nunca arranjamos briga com outros alunos, ainda mais sem motivo dessa forma, mas… Inconsequentes? Harry, no primeiro ano fomos atrás do Quirrell, não? E no segundo atrás do basilisco?! Quer dizer, mal sabíamos Wingardium Leviosa… Quanto mais eu penso sobre essas coisas, mais penso o quanto fomos burros. Podíamos ter morrido, os quatro.
- Mas é diferente de sair azarando alguém apenas por estar entediado! - retrucou, vendo-a suspirar, concordando.
- Eu sei, porém, pelo o que você disse Snape também não era nenhum santo, não? Ele chamou sua mãe de Sangue-Ruim quando ela tentou ajudá-lo…?
Harry concordou, mexendo com as mãos, parecendo um tanto chateado.
- Sempre que falavam que eu sou parecido com meu pai achava que era algo bom, entende? Mas agora… - suspirou.
tornou a aproximar-se, colocando sua mão sobre a do amigo;
- Como eu disse, não tem justificativa nenhuma para como nossos pais se comportavam, mas ao menos James mudou, não foi? Virou outra pessoa quando começou a sair com Lilian, e, você precisa lembrar disso mais do que qualquer outra coisa, Harry; - o garoto a encarou, curioso - James pode ter sido um babaca quando mais novo, mas sempre teve o coração no lugar certo, não? Ele lutou contra Voldemort na Primeira Guerra, entrou na Ordem e…
- Eu sei… - suspirou, concordando com um aceno.
- E se sacrificou pra tentar ajudar você e sua mãe. Ele não agiu certo quando era novo, mas depois melhorou como pessoa e tentou salvar vocês, não foi?
Potter a encarou, franzindo o cenho;
- O que quer dizer? Como sabe disso?
tornou a recostar no apoio da cadeira, mordendo o lábio inferior.
- Como sabe disso?
Suspirou antes de continuar;
- Sirius estava um tanto bêbado nas nossas férias, - começou com a voz baixa - um dia estava chorando e me contou do dia que ele foi preso, o dia que seus pais morreram.
Harry abriu a boca, sem saber o que dizer.
- O que aconteceu? - perguntou já sentindo a voz falhar.
- Ele nunca soube ao certo, acho que ninguém sabe. - tornou a segurar a mão do amigo - Quando ficou sabendo do que aconteceu, papai foi até Godric's Hollow - mordeu o lábio, sem saber ao certo como continuar, não achava certo ser a pessoa quem contava aquilo, Harry talvez nem mesmo precisasse saber -, ele disse que a casa estava em ruínas, parte do teto tinha caído… James estava perto das escadas, Harry… - sentiu um nó na garganta, vendo Potter abaixar a cabeça, fungando - Sirius disse que… Ele parecia bloquear o caminho, entende? Porque sua mãe e você estavam no seu quarto…
Harry puxou as mãos, cobrindo o rosto, sentindo as lágrimas escorrerem.
levantou-se, dando a volta na pequena mesa e sentando-se ao seu lado, abraçando-o desajeitadamente, enquanto o outro continuava a cobrir o rosto.
- Eu sinto muito.


Potter precisou de vários minutos para se recuperar, e nem por um segundo se sentiu julgado por , ela continuou ao seu lado, abraçando-o, mexendo com seu cabelo vez ou outra.
Suspirou por fim, sentindo-se mais calmo, passando a mão pelo rosto e limpando os vestígios de lágrimas.
- Está ok? - ouvi-a perguntar após alguns instantes, Harry concordou com um aceno.
- Obrigado. - soprou baixo, vendo-a sorrir pequeno, piscando para ele.
- Está com fome? Não almocei, não me importaria de comer alguma coisa… - comentou, puxando um assunto diferente, vendo-o tornar a concordar, agradecido. - Já volto.
retornou um tempo depois com dois pastelões de rins e duas bombas de chocolate, dando de ombros quando o amigo arqueou a sobrancelha;
- Passei na Dedos-de-Mel, é sempre bom ter sobremesa, não?
Comeram em silêncio, parte porque realmente estavam com fome, parte porque não sabiam como começar um novo assunto, Harry se sentia um pouco constrangido, e não tinha certeza do que falar no momento. Foi só quando começaram a comer a sobremesa que Potter puxou um novo assunto;
- E você levou um bolo, é?
A garota sorriu sem graça, dando de ombros.
- Diggory quem saiu perdendo. - piscou, vendo-o rolar os olhos, tomando mais um gole de sua bebida. - E você? Fazia tempo que não conversávamos, não é?
- , a gente conversou hoje cedo… - arqueou a sobrancelha, confuso.
- Quero dizer conversar igual fazíamos, de tudo e nada ao mesmo tempo, sabe? Além do mais, temos Mione e Rony, então estamos sempre juntos, mas não exatamente, entendeu?
Potter passou a língua pelos lábios finos, concordando com a cabeça.
- Eu sei, sinto falta disso, porém a culpa é sua. - deu de ombros, limpando as mãos após terminar de comer.
arqueou a sobrancelha, mastigando devagar;
- Como isso é minha culpa?
- Bem, você está muito ocupada com o Cedrico, não? - sorriu sem graça.
- Ced nem está em Hogwarts esse ano, Harry - lembrou -, mas admito que posso ter mal administrado meu tempo ano passado. - concordou, suspirando - Foi mal.
Harry riu, negando com um aceno.
- Não precisa se desculpar por preferir passar o tempo com seu namorado.
- Ei, não disse que prefiro. - negou - É só… Diferente, sabe? Mas é óbvio que gosto de passar o tempo com vocês, e gosto de quando conversarmos sem ter Rony e Mione gritando pelos cantos.
- Bem, eu quase sinto falta dos dois brigando o tempo todo do que se ignorando dessa forma… - comentou pensativo, vendo-a concordar após tomar um gole de bebida.
- É estranho, né? E sabe o que é pior? Eu duvido que Rony goste da Lilá, acho que ele só está saindo com ela porque a Gina falou que ele era o único que não tinha beijado ninguém.
Harry gargalhou, concordando.
- Com certeza ele já beijou muito mais do que eu. - sorriu sem graça, lembrando-se de seus encontros um tanto fracassados com Cho no ano anterior.
- Potter, tenho certeza que Rony já beijou mais do que eu, você e Granger juntos! - riu com o amigo.
- Mas você não fica muito atrás, não? Vivia sumindo com o Diggory... - arqueou a sobrancelha, sugestivo. sorriu de canto, o rosto um tanto avermelhado.
- Foi diferente, e nem era tanto assim…
Potter sorriu pequeno, olhando para seu copo quase vazio.
- Outra bebida? - a garota perguntou, Harry concordou vendo-a levantar.
- Pode deixar, eu pago essa! - chamou, antes dela sair, negou, mas acabou pegando o dinheiro quando ele ofereceu dois galeões. - Você pagou o almoço.
O garoto suspeitou que ela talvez não quisesse correr o risco de conversar sobre seu relacionamento com Cedrico, o que, no fundo, talvez fosse uma boa ideia, Harry não queria ter muitos detalhes.
- Pois bem, - disse ao colocar o copo em frente ao apanhador - já sabemos que eu sumia à noite para dar uns beijos no Ced, mas e você?
Harry a encarou, franzindo o cenho;
- Nada contra o Diggory, mas ele não é bem meu tipo… Nunca sumi para beijá-lo.
Os dois riram por algum tempo, Potter reparou por alguns instantes no sorriso de Black, lembrando-se do quanto gostava de vê-lo, a garota ficava ainda mais bonita quando sorria.
- Idiota. - negou, ainda com vestígios do riso fácil nos lábios - Quero dizer, e você Harry Potter, interessado em alguém ou ainda pensando em Cho…?
- Que? Não… Não, com a Cho foi estranho… - ajeitou-se na cadeira, deixando o braço sobre a mesa de madeira. - Não gostava de verdade dela, era mais…
- Físico? - arqueou a sobrancelha, lembrando-se de Hermione definindo o relacionamento que tinha com Krum no quarto ano.
- Exato. - sorriu sem graça, o rosto um tanto avermelhado - Achei que gostava, mas acho que foi só… Sei lá…
- A primeira garota que você se interessou? - tentou completar, o cenho um tanto franzido.
- Acho que sim… Não sei bem se a primeira, mas a que dava para tentar algo, não?
- O que quer dizer? - questionou confusa, curvando-se levemente sobre a mesa, cruzando os braços e os apoiando na madeira.
- Ahn… - coçou o pescoço, pouco à vontade com o rumo da conversa - Talvez fosse um pouco parecido com o Rony agora, sabe? Quer dizer, Hermione estava saindo com o Victor e você namorava o Cedrico…
começou concordando, mas então parou no meio do gesto, negando com a cabeça em seguida;
- Harry, você chamou a Cho para o Baile. Eu só comecei a namorar o Cedrico depois… E até então a única que já tinha dado uns beijos era Mione.
Potter passou a língua pelos lábios, pensativo.
- Quem diria, né? E a gente pensando que ela só estudava na biblioteca… - tentou mudar o foco, sorrindo pequeno. Black concordou rindo baixo, mas não deixando o assunto anterior morrer.
- Pois é, mas e você? Então Cho não foi seu primeiro interesse? - perguntou curiosa. - Qual é, Harry, sabe que não vou contar para ninguém o que você me disser!
- Eu sei… - suspirou, olhando pela janela - É só… Estranho falar disso com você.
- Somos amigos, não somos? Eu só não falo do Diggory porque sei que vocês dois não se entendem tão bem, e nem acho que você queira saber sobre muita coisa, mas não significa que não confiaria de falar com você, ou que não quero saber sobre sua vida, sabe?
Harry sorriu um tanto triste, a garota percebeu e ficou preocupada com a reação;
- O que está acontecendo, Harry?
- Quando foi que você começou a gostar dele? - tornou, vendo-a arquear a sobrancelha, suspirando em seguida.
- Não sei ao certo, sabia que ele era bonito - deu de ombros -, mas não tinha reparado nele desse jeito, só via que sempre tinha alguma garota o olhando e coisas assim, mas não me importava… No terceiro ano ele foi de um cara que eu conhecia em Hogwarts para um amigo que me ajudava com os estudos e que eu gostava de passar o tempo, não muito diferente de você, na verdade… Exceto a parte de me ajudar a estudar! - riu, vendo-o sorrir pequeno, concordando - Acho que foi só no último dia de aula que eu percebi que gostava dele, porque ele estava beijando outra garota. - rolou os olhos - Nem mesmo sabia porque estava com tanto ciúmes…
Harry passou a língua pelos lábios;
- Foi por isso que você estava chorando antes de voltarmos para casa?
concordou, lembrando-se do acontecido pouco depois.
- Nem queria olhar pra ele, mas não era como se fosse culpa do Cedrico, porque não tínhamos nada, entende? Mas foi por causa disso que eu soube.
- E sabia que ele gostava de você? - tornou, interessado.
- Não com certeza, as vezes achava que sim, mas também achava que era coisa da minha cabeça. Só soube mesmo no Baile…
Potter assentiu, pensando sobre o assunto.
- Você acha que se não tivesse ido com ele as coisas seriam diferentes? Por exemplo, se tivesse ido comigo?
- Se você não tivesse me chamado como segunda opção? - questionou, arqueando a sobrancelha, cruzando os braços emburrada, Harry riu - Não sei, nunca pensei sobre isso para falar a verdade, mas acho que só demoraria um pouco mais para acontecer… Por que?
- Só curiosidade, é estranho, não? Eu nunca soube de quem eu gostava, acho que até o terceiro ano nem gostava de ninguém, então comecei a me sentir estranho, mas aí achei que era coisa da minha cabeça…
- Com a Cho?
- Não, - negou, triste - com a Cho foi… Sei lá. - sorriu pequeno - Achava ela bonita e jogava bem no Quadribol, um dia fiquei olhando pra ela na mesa da Corvinal e quando vi já estava interessado, mas nunca fez muito sentido pra mim, eu mal conversava com ela.
concordou pensativa, estava morrendo de curiosidade para saber de quem Harry gostava, mas pelo tanto que ele enrolava, tinha quase certeza que ele não contaria de forma alguma.
- Então… Essa menina que você gosta, você conversa com ela?
Potter concordou com um aceno, um tanto vermelho.
- É da Grifinória? - ele tornou a concordar, suspirando.
- Acho melhor pararmos por aqui, ok? Não adianta conversar sobre isso, , não faz diferença.
- Por queeee? - perguntou arrastado - Qual é, Harry, me conta! Juro que não conto pra ninguém! Menos ainda pro Sirius ou pro Rony, ninguém vai saber nem comentar sobre! Juro!
O garoto soltou o ar lentamente, pensando sobre.
- Ela gosta de outro cara, não vai acontecer nada.
- Como você tem certeza?
- Eu só sei. - deu de ombros, sorrindo triste.
mexeu-se na cadeira, empenhada em ajudar o amigo.
- Mas, não quer dizer nada, não é? Ela está saindo com esse cara? Ele gosta dela?
Harry tinha medo de falar muito e ela descobrir sozinha, mas achou que a melhor saída para terminarem o assunto logo seria contar em partes a verdade;
- É complicado.
- Por que? Quer dizer… Se eles não estão juntos, você nem sabe se ele gosta dela…?
- Ele gosta, eu sei que sim.
- Ele é legal?
Potter pensou por um momento, por fim concordando.
- Mas, Harry, se… - parou por um instante, pensativa.
Potter sentiu um frio no estômago quando ela mudou a face pensativa para uma quase entendida, fechou os olhos por um instante.
- É a Hermione?
- O que? - perguntou surpreso
- Mione gosta do Rony, ele gosta dela, é óbvio, mas o relacionamento deles é complicado. Ela é da Grifinória, vocês conversam desde sempre e o cara é legal…?
Harry abriu a boca um tanto atônito, nem por um instante pensou em Mione, mas até fazia sentido a garota pensar na amiga como o amor não correspondido de Harry.
- Digamos, hipoteticamente, que seja ela. Entendeu? Não tem o que fazer.
mordeu o lábio, encarando-o por algum tempo.
- Você deveria falar com ela.
- O que? Para quê?
- Harry, vocês são amigos, mesmo que nada aconteça entre vocês dois, como vai ser se ela começar a sair com Rony? Você vai se sentir ainda pior do que gostando dela sem ela saber.
Ele negou com um aceno.
- Só vai piorar tudo, . Estamos bem desse jeito, não é? E se, hipoteticamente, ela para de falar comigo? Não tem porque estragar a amizade. Não tem o que fazer, eu descobri tarde demais que gostava dela e agora ela gosta de outro.
- Por isso começou a sair com a Cho…?
Harry concordou mais uma vez, cada vez mais chateado com o assunto.
- Achei que era melhor tentar investir nisso, entende? Não era como se eu achasse ok gostar de uma amiga, ainda mais com a situação toda.
sorriu triste, concordando também.
- Você deveria dizer pra Mione, Harry. Tenho certeza que ela vai entender, não é sua culpa, ninguém escolhe de quem gostar. E é injusto você se sentir mal por algo assim.
Potter baixou a cabeça, pensando sobre o assunto, sentia o peito doer.
- Pensa como vai ser pior se eles começarem a sair juntos sem saberem que você gosta dela? Sem nem evitarem dar uns beijos perto de você…
O garoto fechou os olhos, lembrando de todas as vezes que quis azarar Diggory, apenas por ele estar perto de , ou por estarem de mãos dadas.
Black esticou a mão mais uma vez, segurando a do amigo.
- Vai ficar tudo bem, Harry.
Potter sentiu o coração pesar, o corpo aquecer quando notou suas mãos juntas. Suspirou.
- Tem certeza que acha uma boa ideia?
- É você quem decide, Cicatriz, mas eu acho que você não pode guardar isso pra sempre.
Harry respirou fundo mais uma vez, soltando em voz baixa;
- É você.
inclinou a cabeça confusa, o cenho franzido.
- Eu o que…?
Potter encarou os olhos , sorrindo triste.
demorou alguns segundos para entender ao que ele se referia, parecendo surpresa, abrindo a boca, tentou dizer algo mesmo sem saber o que, por fim pigarreou;
- Você disse que era a Hermione...
Ele negou com a cabeça, mantendo o olhar nela e o sorriso calmo nos lábios;
- Você quem falou dela, . Eu usei “hipoteticamente”.
A loira concordou depois de alguns segundos, ainda parecendo um tanto chocada.
- Sinto muito. – ele disse sem graça, dando de ombros.
A garota tornou a encará-lo, negando.
- Eu também, mas por você nunca ter me dito isso antes, Harry. - mordeu o lábio, sem saber como continuar - Como foi que isso aconteceu?
Ele deu de ombros, pensando por um momento;
- Não sei bem, você sempre foi minha melhor amiga, não é? No terceiro ano comecei a me sentir estranho quando estávamos juntos, ou quando você me abraçava, mas achei que era da minha cabeça… - explicou, encarando suas mãos juntas na mesa - Foi quando você começou a passar o tempo todo com o Diggory, achei que tinha ciúmes porque nós não estávamos próximos como antes, sabe? Mas que fosse só isso. Quando comecei a achar que estava gostando de você, comecei a querer pensar em outra garota, foi meio que por aí quando comecei a reparar na Cho. Seria bem mais fácil gostar dela, não?
olhou para baixo, escutando seu melhor amigo dizer todas aquelas coisas sem saber como reagir. Sentia-se burra por nunca ter reparado em nada daquilo.
- Era por isso que você ficava vermelho quando eu te elogiava, não é? - falou ao tornar a encará-lo, Harry concordou - Achei que só não tivesse se acostumado com elogios e ficava sem graça…
Potter riu, sem emoção.
- Parte por isso mesmo, sou humilde. - tentou fazer graça - Porém, nunca fiquei assim quando a Mione me elogiou.
Os dois ficaram em silêncio por um instante, e Harry teve medo de perder sua amizade com a garota.
- Não é como se eu quisesse, sabe? Eu juro que não queria, . - falou em voz baixa, vendo-a tornar a olhar para ele, sorrindo pequeno. – Não torço para que você termine com o Cedrico, sabe? Eu sei o quanto você gosta dele, e eu sei que ele gosta de você.
negou com a cabeça, tornando a dar a volta na mesa, sentando ao seu lado e juntando suas mãos.
- Não é sua culpa, Harry. - falou com a voz falha, deixando uma lágrima escorrer.
Harry concordou, sentindo o peito doer.
- Eu sei que você é feliz com ele, - soprou - eu vejo o jeito que vocês se olham, sabe? E você é minha melhor amiga, eu estou realmente feliz por você estar tão bem com ele.
sorriu sem graça, sentindo o próprio peito apertar;
Odiava ver Harry triste e saber que era por sua causa, parecia mil vezes pior.
- Eu não queria me apaixonar por você, .
- Como é? - ouviram uma voz a direita, virando-se no mesmo instante ao reconhecê-la. - O que foi que você disse, Potter?
Cedrico olhou para o outro chocado, logo notando as mãos dos dois juntas.
Encarou a namorada por um instante, reparando nas lágrimas em seus olhos.
- O que está acontecendo?
- Cedrico… - a garota pediu com a voz baixa, enquanto Potter olhava para o lado, frustrado, soltando suas mãos. - Não é nada disso.
- Nada o que? Ele não acabou de dizer que está apaixonado por você? Eu escutei errado por acaso?
levantou-se por um instante, colocando a mão em seu braço.
- Me dá alguns minutos, ok?
- Você só pode estar brincando comigo! - retrucou revoltado, Potter continuava olhando pela janela. - Você quer que eu saia para você ficar com ele depois dele ter se declarado?
- Cedrico, por favor. - a loira pediu, encarando os olhos cinzas do namorado - Espera lá fora, ok? E nós conversamos.
Diggory tornou a abrir a boca, mas olhou da namorada para Potter, antes de suspirar, concordando com um aceno e saindo do local.
Black tornou a sentar ao lado do amigo.
- Desculpe, eu - Harry começou, mas a garota negou.
- Não tem que se desculpar por nada, Raio. - sorriu pequeno - Eu quem deveria ter notado isso antes, não é? Eu sinto muito por nunca ter percebido.
- Não tinha como você saber…
- De qualquer forma, você é meu melhor amigo Harry, eu nunca quis te deixar triste, você é uma das pessoas que eu mais amo no mundo. Eu não quero nunca perder você, Cicatriz.
Potter riu baixo, concordando, passando a mão por baixo dos óculos, evitando as lágrimas.
- Eu fico feliz de verdade por saber que você está bem, mesmo que seja com o Diggory e ele tenha ganho no Quadribol um dia.
Os dois riram baixo.
- Eu queria muito poder te fazer a pessoa mais feliz do mundo, sabe? - começou, vendo-o concordar, sorrindo de lado. - Sabia que eu tinha uma queda por você no primeiro ano? - contou, vendo-o a olhar surpreso. - Por que acha que eu concordei com aquele plano de passar por um cachorro de três cabeças?
Tornaram a sorrir um para o outro, e então se abraçaram.
- Se depender de mim nós nunca vamos ser estranhos um para o outro e sempre vamos ser próximos desse jeito, ok? - avisou, vendo-o concordar, agradecendo em voz baixa - Não precisa agradecer, Harry. Eu te disse uma vez, não foi? Precisa mais do que um Diggory pra você me perder!
- Acho melhor você falar com ele, não? - avisou, afastando-se.
- Você está bem? - perguntou olhando-o.
- Não, - confessou rindo - mas tinha razão, foi melhor contar do que continuar guardando comigo. Vou tomar mais uma cerveja antes de voltar pra Escola, não se preocupe, se nem Voldemort conseguiu me matar, não vai ser por isso que eu vou morrer.
riu junto dele, concordando.
- Te vejo depois no Salão Comunal? - Harry concordou, sorrindo pequeno - Eu amo você, Raio.
Potter riu, abraçando-a mais uma vez;
- Eu sei, eu sou o Menino-Que-Sobreviveu, todo mundo me ama.

Diggory estava de braços cruzados, olhando para o chão coberto de neve, esperando pela loira. Sua cabeça estava a mil e no fundo ele voltou a se sentir um tanto inseguro; No final esteve sempre certo, Potter estava apaixonado por sua namorada.
Sabia que não gostava de Harry daquele jeito, mas estava um tanto apreensivo de que isso agora mudasse. Os dois eram melhores amigos desde o primeiro ano, estavam sempre juntos, tinham coisas demais em comum, eram quase perfeitos um para o outro.
Bufou impaciente, queria voltar para dentro do Três Vassouras e falar com Potter.
Como assim agora ele estava se declarando para sua namorada?
Esperava que não esquecesse do que tinha com Cedrico para ficar com ele.
Ouviu a sineta do bar e logo uma mão tocou em seu braço, fazendo-o ignorar seus pensamentos.
- Ei! - viu Black sorrir em sua direção, os olhos um tanto avermelhados - O que aconteceu com você? Por que atrasou tanto?
Diggory respirou fundo, tentando acalmar-se.
- Tentei te mandar uma coruja ontem, mas era óbvio que não chegaria em tempo. - rolou os olhos, passando a mão pelos cabelos - Precisei trabalhar pela manhã, e tive uma reunião da Ordem depois do almoço, só consegui sair agora.
concordou;
- Esperei por horas e você não apareceu, achei que pudesse ter acontecido algo, mas estava com raiva. - sorriu pequeno, vendo-o inclinar-se para dar-lhe um beijo na bochecha.
- Oi!
A garota riu baixo, abraçando-o por alguns instantes.
- Podemos sair do frio? - pediu ao soltarem-se, Cedrico concordou e andaram de mãos dadas até uma loja de chás e bolos próxima.
- Então, o que aconteceu com você e Potter? - perguntou por fim, assim que sentaram-se lado a lado e fizeram seus pedidos.
suspirou, juntando suas mãos e apoiando a cabeça no ombro do namorado.
- Estávamos conversando sobre diversas coisas, sabe? Fazia tempo que não saíamos só os dois. Então comecei a perguntar como estava a vida amorosa dele, se estava interessado em alguém ou se ainda gostava da Cho…
- E ele falou que estava apaixonado por você.
- Não. - cortou, negando com um aceno - Ele nem queria dizer nada, depois eu comecei a achar que fosse da Mione, e disse que ele deveria contar para ela, porque antes de tudo eles são amigos e ela entenderia. E ele não poderia guardar para sempre uma coisa assim.
Cedrico ficou em silêncio, escutando-a sem fazer outros comentários, apenas mexendo em seu chá quando o mesmo foi entregue.
- Foi bem triste, sabe? E eu não sei como nunca reparei nisso, Ced, ele é meu melhor amigo. Eu meio que deveria saber, não é? Sendo sobre mim ou qualquer outra pessoa.
- Você não teria como adivinhar sem ele falar, embora eu suspeitasse.
rolou os olhos, encarando-o de lado.
- Você não fazia ideia, não tem nada a ver com o seu ciúmes.
Diggory arqueou a sobrancelha, dando de ombros.
- Mas em partes eu estava certo, não? Ele gosta de você.
- O que não significa que eu goste dele também, não dessa forma.
- Eu sei, desculpe. - suspirou - Sinto muito por tudo isso. Deve ser difícil para ele.
Black concordou em silêncio, tornando a encostar sua cabeça no ombro do outro.
- Não sei o que eu poderia fazer para ajudar…
- Não tem o que fazer, . Não tem como controlar uma coisa assim. - explicou - Talvez com o tempo ele encontre alguém com quem goste de sair e, de repente, se apaixona por essa pessoa, mas não tem o que você fazer para adiantar esse processo.
- Poderíamos apresentar alguém para ele, não? - sugeriu pensativa.
- Se você começar a tentar arranjar encontros para ele só vai piorar as coisas. O melhor que você tem a fazer é agir normalmente até que ele siga em frente.
- Talvez não devêssemos ficar tão juntos quando ele estiver perto… - sugeriu, olhando-o de canto.
Cedrico pensou por um instante, concordando;
- Não sei se isso vai ajudar muito, mas podemos tentar. - passou a língua pelos lábios antes de concluir - Vou conversar com ele na próxima vez que nos vermos.
- Como é? - perguntou surpresa.
- Me desculpar, no mínimo. - deu de ombros - Não fui a melhor das pessoas com ele nos últimos anos, não é?
A loira sorriu, beijando-lhe a bochecha.
- Obrigada.


Quinze.

- Mais uma vez, é importante lembrarmos dos três D’s quando aparatamos! Destinação, Determinação e Deliberação; Primeiro, concentrem a mente na destinação desejada - dizia Twycross -, neste caso, o interior do seu aro. Agora, façam o favor de se concentrar nessa destinação. Segundo, focalizem a sua determinação de ocupar o espaço visualizado, deixem este desejo fluir da mente para todas as partículas de seus corpos! - continuava o bruxo do Ministério, encarava o aro empoeirado a sua frente, respirando fundo enquanto tentava manter sua mente focada no local - Três, e somente quando eu der a ordem… Girem o corpo, sentindo-o penetrar o vácuo, mexendo-se com deliberação! Quando eu mandar… Um...
A loira sentiu o coração acelerar conforme a contagem começou, fechando os olhos por um instante, ouvia um murmurinho ao lado, mas tentou manter-se focada no que interessava;
- Três!
Black girou no corpo, assim como todos os alunos ao redor, mas, como a grande maioria, apenas cambaleou por alguns instantes, demorando algum tempo para conseguir equilibrar-se e não cair de cara no chão. Ao olhar para os colegas, que também preparavam-se para o teste, reparou que estavam todos parecendo tão atordoados quanto ela, menos Hermione Granger;
A amiga tinha sido a única a conseguir aparatar.
- Excelente, senhorita Granger! - elogiou o bruxo, pode ver McGonagall acenar com a cabeça para a outra, em um cumprimento silencioso. - Muito bem, todos vocês, é só fazerem como a senhorita Granger! Concentrem-se, arrumem seus aros e vamos tentar outra vez.
A segunda e a terceira vez não mudaram muita coisa, apenas que Rony foi um dos alunos que acabou por girar demais e cair por sobre outro colega.
Harry, ela pode ver, parecia mais focado em espiar Draco do que tentar aparatar.
Hermione era a única que continuava a conseguir aparatar com êxito, o que era elogiado a cada vez por Twycross e fazia os demais alunos rolarem os olhos, embora estivessem acostumados com a colega sempre se saindo bem na Escola.
O estrunchamento de Susane Bones tinha sido a coisa mais emocionante da aula, pelo menos até a décima tentativa, na qual, finalmente, Black tinha conseguido algum progresso, embora ao invés de aparatar dentro de seu arco, acabou uns bons metros à frente, próxima a Flitwick, que sorriu encorajador, dizendo que estava quase conseguindo. Talvez fosse verdade, mas sentiu-se tão enjoada, que nem mesmo queria tentar outra vez; era ainda pior aparatar sozinha do que quando acompanhava Sirius, Ninfadora ou Cedrico; sentia como se fosse vomitar a qualquer momento.
Felizmente, ou infelizmente, Black não sabia ao certo dizer, conforme as demais aulas foram passando, não fez muito progresso; as poucas vezes que tinha conseguido aparatar tinham sido longe do seu objetivo, uma delas terminou no aro de Neville e na outra tinha caído aos pés de Snape, que não perdeu a chance de fazer piada com a falta de controle da mais nova.
Com o passar de fevereiro e o inverno, aos poucos, se distanciando, nada muito relevante havia acontecido na escola, os treinos de Quadribol continuavam iguais, as aulas estavam boas - Harry continuava sendo um sucesso em Poções - e, para chateação dos outros dois amigos, Rony e Mione continuavam sem se falar.
Black e Potter, por outro lado, continuavam com a amizade de sempre, conversaram mais um pouco assim que voltaram de Hogsmeade e, embora se sentisse um tanto culpada por toda a situação, Harry a havia garantido que não tinha com o que se preocupar; aquilo acabou ficando como um segredo dos dois e eles seguiram tão amigos quanto antes.
Parte de Harry parecia mais tranquila desde que havia se declarado; sempre soube que nada aconteceria entre eles já que a amiga estava namorando com Diggory, mas ela estava certa quando o disse que era melhor tirar aquilo do peito. Agora seu único problema era tentar descobrir o que Malfoy fazia quando sumia, e o frustrava ainda mais saber que nenhum dos amigos parecia muito intrigado com o assunto, embora concordasse que era suspeito.

No dia primeiro de março, após tomarem café, e Gina seguiram para a Torre da Grifinória, deixando Hermione lendo um livro no Salão Principal, pegando os presentes que tinham comprado para Rony e seguiram até o dormitório masculino, prontas para parabenizá-lo. Estranharam quando não o encontraram na cama ou no Salão Comunal, viram Lilá chorando ao canto, sendo consolada pelas amigas, o que parecia ainda mais estranho. Esperaram por um tempo até encontrarem com Neville, que disse ter visto Harry carregar Rony, o qual estava mais aéreo que o normal.
As duas deram de ombros e voltaram a encontrar com Hermione, esperando que em algum momento os amigos aparecessem. Foi apenas uma hora depois, quando estavam conversando sobre o que fariam em Hogsmeade mais tarde, que McGonagall apareceu dizendo para Gina correr até a enfermaria, pois Rony tinha sido envenenado.
Hermione foi a primeira a levantar-se, exasperada, correndo em direção a Ala Hospitalar, seguida pelas outras duas, ao chegarem, entretanto, apenas encontraram com Harry, que estava encostado na parede, aguardando por mais informações. Potter contou o que tinha acontecido e desculpou-se quando Granger o confrontou por não ter ido avisar mais cedo sobre Rony, fora isso, não tinham qualquer informação adicional sobre o estado de Rony; McGonagall, Dumbledore e Madame Pomfrey entravam e saiam da enfermaria, mas não diziam nada a respeito.
Passaram o dia esperando para poderem ver o ruivo, o qual souberam que estava melhor próximo às três horas, (o que lembrou Black do encontro que havia marcado com o namorado em Hogsmeade e ela não compareceu), mas só puderam, de fato, entrar para vê-lo às 20h, embora Rony continuasse desacordado. Sr. e Sra. Weasley apareceram no final da tarde para ver o filho, agradecendo imensamente a Harry por ter salvo a vida do amigo, e então foram para o escritório de Dumbledore.
Fred e Jorge apareceram pouco depois, e, mais uma vez, Harry contou o que tinha acontecido.
- O que vocês faziam em Hogsmeade? - Gina perguntou curiosa.
- Viemos dar uma olhada na Zonko’s, estamos pensando em comprar a loja para termos uma filial das Gemialidades aqui. - Fred começou a explicar.
- É, mas não vai ser muito útil se vocês não puderem mais sair da Escola - Jorge concluiu -, mas pensamos nisso depois.
- Então encontramos com Cedrico no Três Vassouras - Fred recomeçou, virando-se para , que sorriu amarelo -, esqueceu de encontrar o seu namorado bonitão, não foi?
- Estava esperando para dar os parabéns ao Rony antes de ir para lá, aí quando a Minerva falou que ele estava aqui esqueci completamente. - explicou-se, dando de ombros.
- Tudo bem, ficamos bebendo juntos por um tempo, ele é mais engraçado do que parecia em Hogwarts - Jorge comentou, impressionado -, contou umas piadas ótimas.
arqueou a sobrancelha, não lembrava-se da última vez que Diggory tinha lhe contado alguma piada.
- Aí recebemos a notícia que Rony estava aqui faz alguns minutos, viemos direto, acredito que ele entendeu o motivo de você não ter aparecido. - Fred concluiu, piscando de lado para a loira.
- São mais de oito horas, ele estava esperando que eu fosse aparecer essa hora?
- Claro que não, - Jorge negou - mas ficamos bebendo e conversando, quando vimos já era tarde…
- Mas o que importa é; quem tentaria envenenar Rony?
- Quem disse que era para Rony? - Gina tornou - Conversamos sobre isso mais cedo, não achamos que uon-uon fosse o alvo.
- Harry? - Fred arriscou.
- Mais provável Dumbledore, Slughorn disse que daria o hidromel ao diretor. - Harry comentou pensativo, passando a língua pelos lábios.
- Então quem quer que fosse não o conhecia muito bem - Mione começou, atraindo a atenção de todos, estava quieta a tarde toda, não tendo participado da primeira roda de conversa sobre o assunto -, qualquer um que conhece Slughorn saberia que haveria uma grande possibilidade dele guardar uma coisa gostosa daquelas para si mesmo.
- Her-mi-o-ne.
Todos ficaram em silêncio e encararam o Weasley desacordado, o qual balbuciava palavras incompreensíveis, pouco depois roncou alto voltando a ficar em silêncio.
No momento seguinte ouviram um barulho alto, e Hagrid entrou pela enfermaria, sujando de lama o chão limpo do local;
- Acabei de saber, estava na Floresta… Aragogue não está bem de saúde… Estive com ele a tarde inteira… Vim jantar agora e a professora Sprout me contou…
- Por mim poderia morrer logo - cochichou próxima a Harry, o qual concordou com um aceno. Nenhum dos dois esquecia-se da aranha gigantesca que tentou devorá-los anos antes.
- Olha só para ele deitado aí… - negou com a cabeça ao ver Rony - Coitadinho… Como ele está?
- Nada mal, disseram que estará bem em poucos dias. - Harry sorriu confiante para o meio-gigante, que concordou com a cabeçona.
- Quem poderia querer envenená-lo?
- É o que estamos discutindo - Fred contou, cumprimentando o guarda-caças com um aperto de mão.
- Talvez alguém esteja com raiva do time de Quadribol da Grifinória? - arriscou-se - Primeiro Kátia, agora Rony… Vocês três tomem mais cuidado! - apontou para Gina, Harry e .
- Não vejo ninguém querendo liquidar um time todo de Quadribol… - comentou Jorge.
- Wood teria feito isso com o time da Sonserina se não tivesse que pagar pelo crime - Fred argumentou, querendo ser justo.
- Não acho que tenha algo com o time da Grifinória, mas os casos estão ligados. - Mione tornou, vendo o grupo virar-se para olhá-la. - Os dois casos deveriam ter sido letais; Katia e Rony tiveram sorte, ao mesmo tempo não eram os alvos do envenenador. O que o torna ainda mais perigoso, já que não se importa com o número de vítimas.
- Seja quem for, vai ficar mais desesperado ou mais ousado, não? Duas tentativas falhas de chegar ao Dumbledore. - acrescentou - Quem sabe o que fará na próxima vez? Talvez ele mesmo tente atacar o diretor…
- Dumbledore não se deixaria pegar desse jeito, ele é inteligente.
- Sim, Gina, mas você já pensou na possibilidade de ser um aluno? Dumbledore não desconfiaria de um aluno, não? - a loira continuou, virando-se de lado para Potter - Você provavelmente estava certo sobre suas suspeitas - cochichou, vendo-o acenar em sua direção, parecendo satisfeito por mais alguém finalmente entender que Malfoy deveria estar envolvido com tudo.

Harry, Mione e voltaram para a Torre da Grifinória, após serem expulsos da Ala Hospitalar por Madame Pomfrey. Voltaram intrigados com a discussão que Hagrid havia presenciado entre Dumbledore e Snape, mas as duas garotas acabaram por ir direto para suas camas quando viram que McLaggen esperava por Harry no Salão Comunal.
Conforme lembrado pelo rapaz, Rony não poderia jogar a partida de Quadribol, e ele ganharia a vaga de goleiro por, pelo menos, um jogo.
Os comentários de de que talvez fosse melhor jogar com um a menos pareceram cada vez mais sensatos conforme os treinos aconteciam. Córmaco não gostava de receber ordens, agia como se fosse o capitão do time e irritava todos os companheiros, quando se virou para Black dizendo que ela deveria voar, a loira encarou-o com tanta raiva, que Harry teve certeza que ela o azararia naquele mesmo instante, e ele quase esperava que ela o fizesse.
- Se você não voltar para aqueles aros eu juro que você nunca mais vai voar na sua vida, porque sempre que chegar perto de uma vassoura vai se lembrar do dia que eu arrebentei a sua cara.
Após esse comentário e, ao vê-la segurar a varinha com firmeza, Córmaco de fato voltou a sobrevoar os aros, embora continuasse a palpitar.
- Eu sabia que em algum momento o medo que o pessoal tem de você por ser filha de Sirius serviria para alguma coisa! - Gina disse sorridente ao final do treino, quando passaram por McLaggen, vários metros à frente.
- Harry, essa é nossa última chance de jogar sem ele amanhã, você tem certeza que não vai aproveitá-la? - a loira questionou, vendo-o rir, mas negar com certo pesar. - Nem McGonagall se importaria se isso acontecesse, talvez até nos desse pontos extras!

Como previsto, o jogo contra a Lufa-Lufa acabou por ser um desastre desde os primeiros minutos, já que McLaggen estava muito mais interessado em mostrar a todos os jogadores da Grifinória o quanto eles estavam fazendo de errado, ao invés de cuidar dos aros, o que deixou extremamente fácil para o time amarelo fazer o número de gols que quisesse, e o que era ainda pior para o time vermelho: Zacarias Smith era um dos artilheiros do time.
Harry Potter, que era basicamente a única esperança do time de conseguir terminar logo aquela partida horrível, acabou sendo nocauteado por um balaço lançado pelo próprio goleiro da Grifinória. Depois de ser carregado para a Ala Hospitalar e o jogo voltar a ter início, as coisas só ficaram piores; com um jogador a menos, o qual era o capitão do time, Córmaco se sentiu ainda mais livre para dar ordens, e cuidou menos ainda dos aros, levando um gol atrás do outro e, os gols que as artilheiras da Grifinória marcaram, não foram nem próximos do suficiente para evitar a derrota humilhante; 320 x 80.
Ao final da partida, embora todos estivessem preocupados com Potter, os jogadores da Casa cercaram o goleiro no vestiário, e, enquanto Cootes e Peakes cuidavam da porta, para que ninguém se aproximasse, Black, junto de Gina e Demelza, andou furiosa até Córmaco, empurrando-o em direção ao armário de vassouras;
- Qual é o seu problema? Qual é a droga do seu problema? Você acabou com a gente, McLaggen. Não tínhamos defesa nenhuma! A Lufa-Lufa nem precisava se preocupar com você, porque você nunca estava no seu lugar! Que droga de goleiro é você?
- A culpa não foi minha se vocês não fizeram os gols, eu disse que estava voando baixo e…
- Se você abrir a sua boca - ameaçou, puxando a varinha contra o grandalhão -, eu juro que vai fazer uma visita ao St.Mungus. Você nunca mais vai entrar para o time da Grifinória, está me ouvindo? Eu não quero saber quem é o Capitão. Se você ousar aproximar-se desse time de novo, eu juro que eu acabo com você!
- E vai ter ajuda! - Gina completou, de braços cruzados próxima a loira.
- Está feliz agora? Praticamente acabou com as nossas chances de ganhar a Taça. Como foi que levou dezessete gols em menos de 20 minutos de jogo? Era quase um por minuto. O que é que tem de errado com você?
- O que está acontecendo aqui? - gritou McGonagall, aparecendo à porta; a dupla de batedores acabou aproximando-se do grupo, esquecendo-se de vigiar.
- Reunião do time, professora. - sorriu falsa, vendo a mulher arquear a sobrancelha e alarmar-se ao vê-la empunhando a varinha.
- Não me interessa se a Grifinória foi humilhada em campo, nada justifica vocês ameaçarem outro jogador do time.
- Ele não é um jogador do time, professora. - Demelza pronunciou-se.
- Nunca será! - Coote concordou.
- Foi, de fato, uma vergonha o que aconteceu - Minerva concordou, parecendo tão irritada quanto os alunos -, mas independente do que tenha feito de certo ou errado em campo, vocês não podem fazer uma coisa dessas, onde é que você estava com a cabeça, Black? - virou-se para a loira, que deu de ombros, tornando a guardar a varinha;
- Bem, estava pensando que eu deveria tê-lo azarado ontem à noite, assim teríamos mais chances de ganhar o jogo. E que se a senhora não tivesse aparecido, teria sido divertido mandar o Córmaco para a Ala Hospitalar para encontrar com Harry e Rony por lá. - respondeu com sinceridade, encarando o companheiro de time por sobre o ombro, vendo-o se encolher.
- Já chega! - gritou a mais velha, o rosto vermelho - Todos vocês, voltem para o Salão Comunal, agora! E se eu souber que qualquer um de vocês tornou a brigar dessa forma… - respirou fundo, indignada. O pequeno grupo foi se dispersando sob o olhar atento da professora de Transfiguração, mas quando foi andando em direção a saída, após deixar sua vassoura no armário, Minerva a segurou pelo ombro. - Como é que você faz uma coisa dessas? - ralhou quando os demais se afastaram, andando lado a lado com a loira de volta ao castelo.
- Ah, professora, não vai dizer que não teve nenhuma vontade de expulsá-lo ao ver o que ele fez no jogo? Ele tirou o Harry de campo com menos de dez minutos! E não parou um segundo no lugar dele, meu arrependimento é não ter enfiado a Goles na...!
- Já chega, - negou ríspida - é claro que me dói ver a Grifinória ser humilhada dessa forma, e é claro que pensei na falta de sorte por Weasley estar na Ala Hospitalar, mas isso não justifica o que vocês estavam prestes a fazer!
- Era só para assustá-lo, professora. – respondeu a mais nova.
Minerva a encarou por vários minutos, antes de suavizar minimamente a expressão séria;
- Depois de Potter você é a escolha lógica para ser Capitã do time, precisa ter compostura, não pode se portar assim. Se eu descobrir que você fez qualquer coisa contra McLaggen em qualquer canto desse Castelo, você estará fora da próxima partida, entendeu?
A loira concordou em meio a suspiros;
- Como se fizesse alguma diferença, quais são as chances de conseguirmos a Taça agora? - resmungou antes de despedir-se de McGonagall, seguindo pelo corredor em direção a Ala Hospitalar.


Cedrico sorriu confiante após terminar o treino da semana com Alastor, vendo o mais velho olhá-lo com certo orgulho. Tinha conseguido vencê-lo em um duelo, o que ainda parecia um tanto improvável ao seu ver.
Já havia ganho de Gui e Tonks, mas não imaginava que pudesse ganhar de Olho-Tonto, deveria ter duelado com Sirius, mas o mais velho rejeitou a ideia no mesmo instante;
- Se ele se machucar vão achar que foi de propósito! - negou com um aceno, passando a mão pelos cabelos enrolados.
- E se ele ganhar, você perde o respeito! - Tonks completou, divertida.

Diggory terminou o treino animado, embora estivesse realmente cansado; faziam dias que não conseguia descansar o suficiente, sempre que saia do Ministério encontrava com alguém da Ordem para treinar, e os poucos finais de semana que teve livre aproveitou para repassar o que tinha aprendido, ou melhorar sua transformação em Animago.
- Acho que está pronto para voltar a participar de missões, não? - Alastor começou, olhando-o por alguns instantes - Vai acompanhar Tonks amanhã, Diggory. Descanse para estar bem disposto.
- Qual a missão? - perguntou curioso, tornando a colocar a jaqueta que estava mais ao canto do esconderijo em que se encontravam, em um terreno próximo à Costa.
- Achamos que os Comensais estão procurando mais algumas pessoas do Ministério… - Gui começou em voz baixa - Dentre eles Miraphora Mina.
- Por que esse nome me é familiar…? - Cedrico questionou confuso, tentando juntar um rosto ao nome.
- Mina trabalha no Departamento de Mistérios. - Moody começou, ficando mais sério - É provável que Voldemort esteja querendo algo de dentro do Ministério.
- Ou apenas querendo ter controle, - Sirius continuou com a voz rouca - se ele conseguir alguém do Departamento de Mistérios, ficará mais fácil para ele controlar o Ministério.
- Vamos ficar de tocaia, dentro e fora do Ministério, - Moody acrescentou - você poderá ficar com Tonks amanhã, já que Gui e Remo estarão envolvidos em outra missão.
- Protegendo alguém?
Sirius e Alastor se entreolharam, negando com um aceno;
- Dumbledore pediu para ficarmos de olho em Hogwarts, ele precisa resolver assuntos urgentes e se afastará da escola por alguns dias.
- Foi por isso que encontrei com Quim em Hogsmeade não foi? - Cedrico constatou um tanto surpreso, nem mesmo sabia que a Ordem estava vigiando Hogwarts. - Acham que alguém pode invadir à Escola? Por isso estão atacando os alunos?
- Não sabemos realmente o que está acontecendo, - Sirius suspirou - Dumbledore não nos disse muito, apenas pediu para ficarmos de olho quando ele precisar se ausentar, por precaução.
- Potter está certo que Draco Malfoy está envolvido com os ataques… - contou, encarando o mais velho, Sirius apenas assentiu.
- Eu sei, conversamos sobre isso no Natal.
- Meu pai foi investigar as pistas de Harry, não temos nada contra Draco. - Gui completou, vendo-o concordar. - Você sabe de alguma outra coisa?
- Não muito, comentou sobre essas suspeitas com Malfoy, acham que ele pode ser um Comensal no lugar de Lucius.
- É muito improvável que o Lorde das Trevas procure um adolescente, mesmo que por vingança. - Alastor comentou em tom baixo - Mas Snape e outros professores estão de olho nele, no momento, nossa maior preocupação está no Ministério, e é por isso que você ficará de olho em Mina, Diggory.
Cedrico concordou no mesmo instante, passando a língua pelos lábios secos, olhou para baixo por um momento;
- Mas e se algo acontecer em Hogwarts… Se a Escola for atacada…
- Estamos nos assegurando que nada aconteça, mas se Voldemort conseguir atacar a Escola, então todos iremos para lá. Inclusive você, Cedrico.
O rapaz concordou respirando fundo, sabia que Hogwarts não era nem um pouco segura de forma geral, sempre tinham alguma ameaça próxima, mas imaginar que alunos estavam sendo deliberadamente atacados e estavam correndo risco de um ataque de Comensais, mudava completamente o panorama.

Cedrico aparatou no local combinado, há várias quadras do endereço de Mina, encontrando Tonks pouco depois; a mesma se passava por uma senhora que caminhava pela rua com um carrinho de compras.
Usaram um feitiço de desilusão e seguiram em silêncio pela noite escura, até chegarem em uma casa desocupada, na esquina de frente à casa da bruxa, local no qual ficariam de tocaia por horas.
- Animado com mais uma ronda? - Dora perguntou após alguns instantes de silêncio, as luzes na casa de Mira tinham se apagado há poucos minutos, logo depois das 22 horas.
- Bem, melhor do que ficar só treinando, não? - respondeu sorrindo pequeno, apreciando a nova oportunidade; tinha sido tirado de campo após ter sido nocauteado pouco depois de entrar em uma briga contra Comensais, acordando no St. Mungus quase uma semana depois.
- Confiante?
- Nunca o suficiente! - riu baixo, negando.
- Qual é, você esteve bem no treinamento, Moody não te mandaria aqui de volta se não achasse que você está pronto!
Conversavam pouco para passar o tempo, mas sem se distrair muito ou chamar atenção, revezando para olhar as janelas da casa, esperando por movimentações diferentes, vez ou outra Cedrico aproveitava que agora era um Animago, para andar sorrateiro até o jardim da casa, garantindo que estava tudo em ordem.
Passaram mais algumas horas por ali, ambos sonolentos, revezando na vigia, enquanto o outro cochilava por algum tempo.
Cedrico inclinava a cadeira de madeira em que estava sentado para trás, os pés esticados sobre a mesa de canto, contando do relógio o tempo que faltava para poder descansar mais um pouco, antes de chamar Tonks para a próxima ronda, quando notou uma luz acender na casa azul do outro lado da rua. Sentou-se direito por um momento, esfregando os olhos cinzentos, antes de voltar a prestar atenção no que acontecia, se era só um alarme falso, ou algo mais importante. Ficou em pé quando viu mais uma luz acender-se na casa;
- Tonks - chamou pouco mais alto que um sussurro, pegando a varinha que estava ao lado. - Ninfadora! - tocou-lhe o ombro, andando para fora da casa ao ver uma terceira luz acender-se.
- O que…? - começou bocejando assustada, logo vendo o mais novo sinalizar com a cabeça.
A Auror levantou-se de imediato, parecendo mais acordada do que nunca, enquanto caminhavam rapidamente até a casa.
Dora explodiu à porta de entrada assim que ouviram um grito vindo do segundo andar, Cedrico piscou algumas vezes quando viu a mulher loira à sua frente, apenas confirmando que não era sua namorada quando a mesma olhou em sua direção. Era absurdo o quão parecidas as duas eram; mesma cor de cabelos, mesmo tamanho, poucos detalhes em seu rosto a diferenciavam da filha, além da cor dos olhos, os de Victoria eram bem mais escuros.
- Tia, que surpresa! - Ninfadora disse assim que viu a mulher, a qual arqueou a sobrancelha - Espera só até eu contar para o tio que você estava aqui!
Victoria sorriu de lado;
- Mande lembranças, espero encontrar com ele em breve.
Diggory apontava a varinha para a mulher, seu cérebro parecia recusar-se a sequer considerar atacar a loira, sentia como se fosse atacar a própria namorada.
Victoria usava um tom de voz cordial, como se tivesse encontrado a sobrinha em um supermercado, após algumas semanas sem vê-la. Os olhos escuros viraram-se para o rapaz, olhando-o de cima à baixo, analisando-o;
- Então você é o namorado da minha filha, não é? Muito prazer. - sorriu de lado, cumprimentando-o. Cedrico olhou rapidamente para Tonks, um tanto confuso com a situação, ela quase parecia inofensiva. - Acredito que tenha ouvido falar de mim, ou talvez não, soube que minha filha e meu marido não gostam de compartilhar memórias sobre nossa família...- acrescentou.
Dora rolou os olhos;
- Talvez eles tenham seus motivos, não? - sinalizou para Cedrico, enquanto dava passos para o lado, tornando a ouvir barulhos no andar superior, deixou que Diggory se entendesse com sua tia, subindo apressada para o quarto, no qual Mina tentava afastar Yaxley.
Cedrico continuou parado, apontando a varinha para a mulher, pronto para atacá-la caso tentasse fazer algo, mas Lestrange tinha um olhar um tanto curioso em sua direção;
- Diggory, não é? Conheci seus pais quando estive em Hogwarts.
Ele travou a mandíbula, firmando a varinha;
- Não se preocupe, querido - sorriu para ele -, não vou atacá-lo, não é por você ou por Ninfadora que estou aqui hoje.
Por algum motivo, Diggory acreditou no que a mulher tinha dito, baixando ligeiramente sua varinha, embora a mantivesse firme em sua mão, ainda apontada para ela;
- Achei que Comensais gostassem de matar quem não segue Voldemort. - falou por entre dentes, vendo-a suspirar, dando de ombros;
- Bem, não sou uma Comensal qualquer, sou? - passou a língua pelos lábios, ainda parecendo interessada no mais novo - Já temos Bella para matar por diversão, e você precisaria ser uma ameaça para eu considerar atacá-lo. Você e Ninfadora estão longe de serem meus alvos, se eu quisesse matá-los, teria feito quando estavam vigiando sonolentos - tornou a sorrir, Cedrico engoliu em seco - além do mais, imagino que minha filha ficaria chateada se eu o matasse, não?
- E por que você se importa? - perguntou por fim.
Victoria deu de ombros, olhando para um porta-retratos da casa;
- Se eu quisesse que ou Sirius sofressem de verdade, eu faria pessoalmente. Qualquer outra coisa que aconteça com eles está fora do meu alcance.
- Realmente, é de se surpreender que ela não goste de uma mãe tão zelosa quanto você. - replicou, irônico, vendo-a sorrir largo;
- Cuidado com o que diz, Diggory, você não é meu alvo, mas nada impede que eu deixe outro comensal se divertir.
Cedrico ouviu um barulho alto e então um grito masculino, Victoria continuava a encará-lo curiosa, mas virou-se por sobre o ombro em direção a escada, quando viu Yaxley descendo apressado;
- Vamos embora.
- Concluiu a missão? - perguntou em tom baixo, vendo-o negar com um aceno, ao tempo que via Cedrico parado próximo à porta.
- Ora, ora, temos uma criança fora de Hogwarts.
- Não. - Victoria negou quando o viu ergueu o braço. - Ele não é a missão. Vá buscá-la.
- Por que você mesma não vai enquanto eu aproveito um pouco? Já faz algum tempo que eu não mato adolescentes! - sorriu encarando Diggory, que devolveu de forma irônica;
- Tente a sorte!
Lestrange olhou de canto para o mais novo, antes de virar ela mesma a varinha, tão rápido que nenhum dos homens sequer viu o movimento;
Explodiu parte da casa, fazendo o segundo andar vir abaixo. Cedrico jogou-se para o lado, ouvindo Tonks gritar por cair de repente, assim como Mina, que acabou soterrada por parte dos escombros.
Victoria andou por sobre o local, chutando para longe a varinha da sobrinha, enquanto agarrava Mina pelas vestes. Desviou-se por um triz do feitiço que Cedrico lançou, enquanto ele arrastava-se desajeitado, a perna extremamente dolorida.
- Quem sabe na próxima, bonitão. - lançou-lhe um expelliarmus, fazendo com que sua varinha voasse alguns metros - Mande lembranças à minha filha, tenho certeza que a verei muito em breve. Yaxley.
Dois segundos depois os três tinham aparatado, sumindo na escuridão.
- Tonks? - Cedrico chamou em voz alta, ouvindo-a resmungar de um canto. - Consegue andar?
- Tem certeza que não morremos? - perguntou após alguns instantes, enquanto tentava, sem sucesso, sair do lugar - Como está?
- Acho que quebrei a perna.


Dezesseis.

encarava o livro sem conseguir registrar o que lia, tinha certeza que já havia visto aquele parágrafo no mínimo quatro vezes, e lembrava-se vagamente da voz do Prof. Flitwick dizendo como seria a forma correta de fazer o feitiço, mas tudo o que vinha à sua mente eram frases da carta que recebeu horas antes pelo Correio Coruja;
Cedrico e Dora tinham sido atacados por Comensais durante uma missão, sendo um deles sua mãe.
Victoria havia atacado Diggory e Tonks ao mesmo tempo e era uma sorte enorme os dois não terem se machucado mais; Cedrico já estava bem, embora estivesse com alguns cortes pequenos no rosto e ombro, devido à queda do teto. Enquanto Tonks tinha um machucado grande nas costas, mas já estava sendo tratado e a Auror sentia-se melhor.
Sabia que ambos estavam bem, mas não conseguia parar de pensar o que aquilo significava; sua mãe poderia ter ferido gravemente, ou até mesmo matado, duas das pessoas que ela mais amava no mundo.
Nem conseguia imaginar o que faria se algo assim acontecesse, não poderia imaginar sua vida sem a prima, a qual ela tinha como irmã desde sempre, ou sem o namorado. E a pior parte de tudo aquilo era pensar que sua própria mãe os tinha atacado daquela forma (a qual, por sinal, era tia de Ninfadora).
Também imaginava a reação do pai ao saber daquilo, Sirius deveria estar ainda mais transtornado que ela, ainda mais sabendo o quão irônica Victoria era, mandando lembranças e garantindo que logo os veria, como se fossem uma família feliz.
Virou-se quando Mione tocou em seu braço, apontando para a varinha de Black, a qual, sem que a loira notasse, soltava pequenas faíscas vermelhas. Deixou o objeto sobre a mesa, tentando prestar atenção na tarefa mais uma vez.
“Mande lembranças, tenho certeza que a verei em breve”, o que ela queria dizer com aquilo?
Talvez soubesse de algo que a Ordem ainda não tinha noção? Seria um ataque de Voldemort?
Distraiu-se por um instante quando Harry e Rony entraram no Salão Principal, andando até a mesa da Grifinória, sentando-se ao lado dela e de Mione;
- Draco têm estado na Sala Precisa! - falou em voz baixa - Dobby acabou de me dizer! Era por isso que não conseguia encontrá-lo no Mapa!
- Faz sentido, talvez os marotos nem mesmo soubessem dela, ou talvez seja parte do feitiço da sala, não? - Hermione respondeu - Descobriu o que ele faz lá?
Potter travou a mandíbula, negando com um aceno. Hermione concordou em silêncio, tornando a prestar atenção em sua lição.
- Poderíamos investigar… Podemos entrar lá, quer dizer ele entrou ano passado não foi? Junto de Umbridge…
- Mas ele sabia exatamente o que fazíamos lá, enquanto você só tem suspeitas, não vai adiantar pedir para a Sala se transformar no lugar que Draco faz seu trabalho de Comensal da Morte. - Granger retrucou em voz baixa, mal tirando os olhos do pergaminho. - Você deveria é se concentrar na lembrança que Dumbledore quer que você recupere, Harry.
- Bem, eu já tentei de tudo, não foi? Simplesmente não tenho tido muita sorte no momento. - bufou impaciente, olhando para a mesa da Sonserina, notando a falta de Draco, Crabbe e Goyle.
- Harry? - a loira virou-se para ele de supetão, agarrando seu braço - É isso!
- Isso o que? - perguntou assustado com a reação dela.
- Sorte! Você precisa de sorte! - sorriu para ele, logo vendo-o bater com a mão na testa.
- Não acredito que não pensei nisso antes!

A Sra. Diggory entrou no quarto do filho, após bater na porta, vendo-o terminar de calçar os sapatos, pronto para sair de casa mais uma vez;
- Você tem certeza que é uma boa ideia Ced? - questionou preocupada, escorada na porta.
- O que quer dizer? - replicou confuso, terminando de amarrar os cadarços.
- Estou preocupada com você, filho, eu e seu pai estamos. Já é a segunda vez que você se machuca! - aproximou-se, quando ele sorriu, estendendo a mão para que ela sentasse ao seu lado na cama.
- Já conversamos sobre isso antes, mãe, está tudo bem, não foi nada sério, vê? - puxou a camiseta para cima, mostrando que todos os cortes já estavam cicatrizados.
- Não foi sério dessa vez, mas e se for da próxima? Já não bastou tudo o que aconteceu quando participou do Torneio? Resolveu agora se arriscar ainda mais?
Cedrico passou a língua pelos lábios finos, pensando nas palavras que usaria;
- Eu sei que é perigoso mãe, e sei que não tem nada que eu possa dizer para que você ou meu pai concordem com isso, mas é a coisa certa e vocês sabem disso.
- Não precisa estar na Ordem para mostrar que está contra Você-Sabe-Quem! - replicou nervosa, já sentindo as lágrimas chegarem aos olhos.
- Você sabe melhor do que eu o que significa ele ter retornado, mãe, e que se não fizermos algo para tentar pará-lo, logo as coisas estarão piores do que da primeira vez. Eu sei que não preciso fazer nada disso, mas não posso ficar olhando tantas pessoas se machucarem sem fazer nada. Não foi assim que vocês me criaram! - sorriu de lado, passando a mão pelo rosto da mulher, secando suas lágrimas. - Vai ficar tudo bem, ok? Eu prometo para você.
Rachel concordou em silêncio, acenando com a cabeça, fungando baixo;
- Só me diga uma coisa; não é por causa dela que está fazendo tudo isso, é?
Cedrico tornou a encarar os olhos da mãe, o semblante confuso;
- . Eu sei que foi por causa dela que você resolveu participar do Tribruxo, porque queria chamar sua atenção. Não é por causa dela, é? Ou por que a família dela está envolvida com tudo isso? Tenho certeza que ela não deixaria de namorar com você se você não participasse dessa Ordem!
O rapaz riu baixo, negando com a cabeça;
- Não é por causa da , mãe. Eu prometi que nunca mais faria nada arriscado sem achar que fosse necessário, o que é um pouco irônico se a gente parar pra pensar que é sempre ela quem faz o que não deve, não é? - arqueou a sobrancelha, mantendo o sorriso calmo - Eu realmente acho que é importante fazer isso, não estaria sem dormir direito tantas noites se não achasse que é o certo, sabe disso não é? Não é por orgulho ou capricho, ou para chamar atenção da minha namorada, mas porque eu sei que é necessário e eu devo fazer o que puder para ajudar.
A mulher respirou fundo, sorrindo pequeno;
- Ao mesmo tempo que eu quero te proteger eu vejo o quanto você cresceu nos últimos anos, não apenas por estar tão mais alto do que eu, - brincou, fazendo-o rir nasalado antes de abraçá-la - mas cresceu como bruxo e como homem, entende? Estou tão orgulhosa de você, Cedrico! Mesmo que quase me mate de preocupação toda semana!

O grupo encarou Harry quando ele contou tudo o que tinha acontecido, desde que pegou a lembrança (embora tivesse ocultado essa parte já que Gina estava presente), seu duelo com Draco e a detenção com Snape.
- Eu disse que esse Príncipe tinha algo de errado! - Hermione comentou sem conseguir se conter - Olha a confusão que você se meteu e…
- Dá um tempo, Hermione! Draco queria usar uma Maldição Imperdoável, você deveria estar feliz que ele tinha esse trunfo! - Gina pronunciou-se, atraindo a atenção de todos.
- É claro que estou feliz que Harry não foi amaldiçoado! - Hermione gralhou ofendida - Só estou dizendo que se não fosse por esse Príncipe…
- Eu não teria conquistado a Felix ou salvo o Rony ou…
- Conquistado sua fama de mestre de poções! - Granger concluiu, vendo o amigo bufar irritado.
- Convenhamos, - começou a dizer - você só odeia o Príncipe Mestiço porque finalmente alguém conseguiu ser melhor do que você em alguma matéria, e você não suporta não ser considerada a aluna mais inteligente da classe, Mione. - encarou a amiga, que abriu a boca, completamente ofendida - E é claro que o Harry manteve o livro porque gostou de ser o centro das atenções por algo que não envolvesse ser O Escolhido, o Menino-Que-Sobreviveu e todo o resto que a gente já sabe. Então essa briga de vocês durante o ano todo foi por puro ego de ambos os lados. - acrescentou, vendo-os fecharem a cara - Depois vocês tem a coragem de dizer que eu sou a pessoa mais egocêntrica desse grupo.
Gina e Rony riram, ainda vendo os outros dois amigos de cara fechada.
- De qualquer forma - Mione recomeçou, deixando claro que não iria continuar como a vilã da conversa -, imaginaria que devido suas chances do jogo de sábado…
- Ah, nem comece a falar sobre Quadribol, Granger, todos aqui sabem que você não dá a mínima! - Gina negou com a cabeça, fazendo a amiga se calar, vermelha - Arranja outro argumento.
- Bem, mas nisso ela está certa, - Harry resmungou a contragosto - não poderei jogar e agora só compliquei mais ainda as nossas chances.
- Eu não acredito que minha única chance de ser Capitã desse time vai ser numa situação lamentável como essa, eu não mereço isso! - Black cruzou os braços, jogando-se contra a poltrona.
- É por isso que a gente sempre fala que você é a egocêntrica! - Rony apontou, sorrindo de lado.

Os jogadores da Grifinória estavam reunidos no vestiário, aguardando o horário do jogo começar, todos parecendo mais nervosos que nunca. Black respirou fundo, encarando-os de lado, antes de chamá-los para o meio;
- Muito bem, Harry Potter não está presente, mas ainda somos um time ótimo e podemos ganhar de qualquer outra Casa, principalmente agora que Córmaco não está no gol! - começou, vendo-os rir de nervoso - Não tivemos muito tempo para treinar, mas todos sabemos que Gina é rápida o bastante para pegar o Pomo, por isso, Ruiva, assim que estivermos com a vantagem necessária, vá atrás daquela bola. Se, por acaso, qualquer um de vocês verem Chang disparando para o Pomo, esqueçam o restante do jogo e lancem os dois balaços nela! - pediu apontando para os batedores - Não adianta de nada derrubarmos os outros artilheiros se ela pegar o Pomo. Vamos manter nossas prioridades! Kátia - virou-se para a jogadora que retornava ao time, após meses fora -, Demelza, vamos manter as jogadas rápidas pelo lado direito, a Corvinal não é muito forte nesse setor, e para o lado esquerdo vamos trocar bastante passes, até termos abertura suficiente, ok? E, Rony, - virou-se para o amigo, que parecia verde - se precisar vomitar agora, vá em frente, mas quando subir na vassoura você tem que estar preparado para defender como nunca na sua vida, entendeu? - esticou a mão no centro do grupo, esperando que todos fizessem o mesmo - Muito bem, não me orgulho disso, mas se necessário, gritem para os corvinas que viram Sirius Black ou até mesmo um Dementador, façam o que for necessário para ganharmos o jogo. Só não derrubem ninguém porque não quero mais ninguém expulso! - respirou fundo, olhando para cada um dos colegas - Vamos ganhar esse jogo, todo mundo sabe que a Grifinória é a melhor Casa e tem o melhor time, provem isso hoje.
Black andou até o centro do gramado, cumprimentando Bradley, o Capitão da Corvinal, assim que Madame Hooch apitou, os dois subiram em suas vassouras, assim como o restante dos jogadores, e logo depois, a Goles foi lançada;
O nervosismo pareceu sumir por completo no time de Godric Gryffindor, Bell pegou a Goles e seguiu em disparada para os aros, lançando a bola para , que desviou-se de Chambers, o goleiro corvina, e tornou a lançar para Katia, que marcou o primeiro gol da partida. Após esse primeiro lance, pareceu que o time inteiro recuperou a boa forma, ignorando por total as inseguranças. Tudo saia como planejado, faltava pouco para cobrirem a diferença que precisavam para terem chances de ganhar a Taça, mas Cho Chang avistou o pomo e Gina precisou segui-la de perto, Black lançou a Goles para Demelza e virou-se para Peakes, gritando para que o batedor lançasse um balaço em Chang, o qual a apanhadora desviou-se com rapidez. Weasley conseguiu cobrir a distância que faltava, empurrando Cho com o ombro, tentando tirá-la do caminho do Pomo.
- Joguem outro balaço! - Black gritou nervosa, apontando para as duas; o jogo estava em 220x160 e a Grifinória precisava de pelo menos mais três gols para conseguir a vantagem necessária - Demelza, a bola! - tornou a gritar, precisavam garantir mais alguns pontos antes do Pomo. Katia tornou a pegar a bola, lançando-a em direção aos aros, mas Chambers conseguiu defendê-la.
Ouviram um barulho alto, e ao olhar por sobre o ombro, Black suspirou aliviada, assim como todos os alunos da Grifinória; O segundo balaço acertou Cho em cheio, fazendo-a parar de perseguir o Pomo por alguns instantes, o suficiente para perdê-lo de vista.
Com os dois times marcando o tempo todo, o jogo estava extremamente acirrado, parecia que toda vez que estavam próximos de atingir a marca necessária, Corvinal marcava um gol e os deixava em desvantagem novamente; ganhariam o jogo, mas não a Taça.
Em determinado momento não tiveram mais o que fazer, Demelza tinha se machucado ao se chocar com Egwu, e mal conseguia voa. Gina precisava refazer as contas a cada pouco e Coote ziguezagueava Chang, garantindo que se ela avistasse o Pomo, ele lançaria outro balaço na jogadora. Rony começava a ficar cada vez mais nervoso quando tomava um gol, e parecia uma questão de tempo até tudo desandar como tinha sido a partida passada;
- Ruiva! - gritou ao aproximar-se de Gina - Pegue o Pomo!
- Mas o placar…? - começou, entendendo quando a loira negou com a cabeça.
- Vamos marcar por honra, não podemos ficar tão atrás no placar! - avisou a Katia e Demelza, que concordaram no mesmo instante, preparando-se para outra jogada que tinham treinado. - Rony, chega de tomar gol! - gritou para o ruivo, mesmo sabendo que aquilo talvez piorasse a situação. Black marcou mais três vezes, antes de começarem a escutar os gritos dos torcedores, o time todo esqueceu-se por um momento da partida, enquanto viam as duas apanhadoras voando com os braços esticados em direção a bolinha que voava poucos centímetros à frente.
Por um segundo ninguém soube o que aconteceu, Chang e Weasley acabaram por trombar-se no chão enquanto tentavam alcançar a bola, e um silêncio tomou conta do lugar, até que Gina ergueu o braço direito, segurando o Pomo de Ouro entre os dedos.
Embora a torcida da Grifinória gritasse empolgada com a vitória, os jogadores do time não pareceram tão animados de início, sentindo o gosto amargo do segundo lugar; 450x380 Assim que perceberam o placar final, os alunos da Corvinal começaram a gritar, comemorando a conquista da Taça após tantos anos.
- Ótimo jogo, time! - parabenizou-os quando se aproximaram - Vamos levar mais uma Taça para a Torre! - sorriu para eles, antes de seguirem para o Salão Comunal, junto com os outros alunos, que estavam realmente animados pela partida.

- Qual é, não foi tão ruim assim, tá todo mundo feliz, tá vendo? - Hermione falou sentando-se ao seu lado na escadaria dos dormitórios.
- É, eu sei, pelo menos conseguimos algo.
- Então por que continua com essa cara? Deveria estar comemorando com o pessoal! - insistiu, vendo-a encarar o copo vazio.
- Ah, sei lá, Quadribol costuma ser a única coisa que eu tenho certo controle, entende? Desde que entrei no time só perdemos a última partida, e agora nem conseguimos o primeiro lugar, por causa de trinta pontos? Talvez se eu não ficasse gritando para Peakes e Coote acertarem a Cho tivéssemos marcado esses gols…
- Você fez o que um bom líder precisa fazer; se preocupar com o grupo todo para que o resultado final seja o melhor possível, ninguém está te culpando por não ter marcado mais gols.
- Exatamente! - Gina parou na frente das duas, sorridente - Se for para culparmos alguém, comecemos com Harry que não estava na partida, e o meu irmão por ter levado tantos gols.
- Falando no Potter... - apontou com a cabeça ao ver o amigo entrando pela passagem da Mulher Gorda. Rony foi correndo na direção do amigo, apontando para a Taça de segundo lugar, enquanto Harry era levantado pelos outros colegas;
- Eu não acredito que ele nem esteve em campo hoje e foi carregado por todos, enquanto nós mal recebemos parabéns?! - Gina comentou frustrada.
- Ah, o machismo do Quadribol… Lembra quando mulheres nem podiam jogar? - argumentou ao ver a cena, rolando os olhos.
- Eu me recuso, viu? Como é que ele e o Rony são sempre os heróis do jogo até quando não fazem nada? - apontou para os dois, distraídos com a comemoração - Enquanto nós fazemos todo o trabalho e ainda escutamos idiotas como o Córmaco e Simas dizendo que deveríamos ter esperado para pegar o Pomo?
- E você me perguntando o motivo de não estar me divertindo nessa festa… - virou-se para Mione, que olhava para a cena toda fazendo careta.
- Como se você se importasse muito com isso! - riu para a amiga - Quando foi que você se importou com esse tipo de coisa vindo de garotos?
- Nunca, mas porque nunca dei motivos para me criticarem, sempre joguei bem então eles não tinham como dizer que eu não deveria estar em campo ou sei lá - deu de ombros -, em último caso ameaçava todo mundo, agora nem isso posso fazer porque McGonagall tá de olho em mim desde o incidente com o Córmaco. Tá triste, viu?
- É por isso que eu espero pelo dia que teremos um time de Quadribol só de mulheres para ganhar de todos os homens! - Gina cruzou os braços, olhando com descaso o grupo de garotos mais à frente.

As semanas seguintes seguiram sem grandes movimentações, o grupo do sexto ano preparava-se para as provas finais e, embora ainda não soubessem o que Draco fazia na Sala Precisa, volta e meia e Harry passam por ela usando a Capa de Invisibilidade, esperando terem sorte de encontrar Malfoy saindo da mesma.
Black jogava uma partida de Snape com o Weasley, enquanto Hermione estava entretida com um livro de Astronomia, quando Harry apareceu correndo no Salão Comunal, fazendo um sinal para que os três o acompanhassem até o dormitório masculino.
- O que aconteceu? - Rony perguntou ao ver o amigo esbaforido, puxando algo de dentro do malão.
- Dumbledore achou uma e eu vou com ele! - contou rápido, não dando chance para os amigos fazerem comentários - O problema é o seguinte; Trelaweny escutou Malfoy na Sala Precisa, gritando vivas, comemorando por ter conseguido fazer o que estava fazendo o ano inteiro, e Dumbledore não estará em Hogwarts essa noite, ou seja, Draco e Snape poderão executar seja lá qual for o plano deles sem interrupções, porque Snape sabe como evitar todos os feitiços de proteção que Dumbledore lançou na Escola…
- Mas Harry… - Hermione começou, sendo calada no mesmo instante;
- Escutem! - irritou-se, jogando o Mapa do Maroto para ela - Dumbledore acha que eu só vim para buscar a Capa, mas vocês precisam ficar de guarda! Se Draco ou Snape tentarem algo vocês precisam ficar alertas! - entregou um pé de meia para Rony.
- Ahn… Obrigado? Mas para que preciso de uma meia?
- Precisa do que está dentro dela, é a Felix Felics, dividam entre vocês! Hermione, chame quem conseguir encontrar da AD para ajudarem, vocês precisam ficar alertas hoje!
- Não Harry, você leva a Felix, vai precisar mais do que a gente!
- Não, Mione, estarei com Dumbledore, vou ficar bem. Agora façam o que eu digo, ok? Quero ter certeza que todos estarão bem se eu estiver certo…
- E você sabe que está! - completou sorrindo pequeno, vendo-o concordar.
- Eu disse para vocês o ano inteirinho! - resmungou, passando a mão pelos cabelos bagunçados - Muito bem, preciso ir agora, até depois.
- Boa sorte!
- Para vocês também!

O trio se encarou por alguns instantes após a saída de Potter;
- Muito bem, vocês ouviram o Harry, vamos nos preparar para isso; - começou, pensando rapidamente em um plano para manterem o controle - Rony, procure Draco no Mapa, se não o encontrar no Salão da Sonserina, sabemos que deve estar na Sala Precisa, e faremos tocaia. Hermione, aqueles galeões ainda funcionam, não é? Ótimo, use-o para tentar convocar o pessoal da AD. Vamos dar alguns minutos para ver quem aparece.
- Malfoy não está em lugar nenhum! - Rony falou olhando os principais locais da Escola.
- E o Snape? - Black perguntou, enquanto Granger corria para o dormitório feminino, procurando o falso galeão que usaram para se comunicar com os membros da Armada de Dumbledore no ano anterior.
- Está na sala dele! - apontou no mapa, após alguns instantes.
A loira andava pelo dormitório pensando em como poderiam cobrir os dois sem levantarem suspeitas, se pelo menos Harry não tivesse precisado da Capa…
- O que está acontecendo? - Gina perguntou enquanto era arrastada por Mione para dentro do quarto.
- Ah, ótimo! Precisamos de você, Ruiva! - sorriu ao vê-la, enquanto Hermione explicava rapidamente o que acontecia, após entregar uma das moedas para cada um dos amigos.
- E o que faremos? Qual é o plano?
- Primeiro precisamos saber quem mais vai aparecer, para termos uma noção de quantos seremos! - Black respondeu, aguardando algum pronunciamento de Granger;
- Já mandei a mensagem, precisamos esperar alguns minutos para ver se temos respostas!
- Ok, só que não temos tanto tempo assim. - continuou, passando a mão pelos cabelos - Já sei! Precisamos saber o que Draco está tramando, Crabbe e Goyle estão na Sala Precisa?
- Não, - responder Rony após poucos segundos - estão no Salão Comunal da Sonserina.
- Bem, então é pior ainda, porque se nem está precisando contar com sua proteção de sempre, Draco está mais confiante que o normal. Vocês fiquem aqui, se Snape está na sala dele, não precisamos nos preocupar com ele de imediato.
- O que você vai fazer? - Gina perguntou ao vê-la andar para próximo da porta;
- Ficar de tocaia na Sala Precisa, vocês continuem de olho no Snape e aguardando respostas da AD. Se Snape sair da sala dele, um de vocês precisa segui-lo, vamos nos comunicando pelos galeões!
- E se te pegarem? - Hermione gritou.
- Granger, eu estou sempre fora da cama depois do horário, ninguém vai ficar surpreso com isso. Me avisem se algo mudar!

Black andou sorrateira pelos corredores, escondendo-se atrás de armaduras ou em salas vazias sempre que ouvia passos. Depois do que lhe pareceram horas, finalmente chegou ao corredor da Sala Precisa, escondendo-se atrás de uma estátua, enquanto esperava por Draco.
Pegou o galeão do bolso, o mesmo não mostrava nenhuma informação nova, então deveriam estar bem, no fundo desejava que Harry estivesse errado sobre tudo, e que pudesse reclamar com ele da noite mal dormida quando voltasse. Respirou fundo, acalmando as batidas do coração, ao tempo que encarava a saída da Sala.
O que Draco poderia estar fazendo ali?
Já estava entediada por passar tanto tempo sem fazer nada, quando sentiu o Galeão esquentar em seu bolso, mas antes que conseguisse entender a mensagem, ouviu passos aproximando-se do corredor, e logo tratou de encolher-se o máximo possível prensando-se contra a parede, torcia para que fosse Filch e que o mesmo estivesse distraído com algo. Ou que talvez fosse algum aluno aleatório, quem sabe um casal querendo ficar sozinho?
- O que está fazendo fora do seu Salão Comunal, srta. Black? - ouviu a voz de McGonagall, respirou fundo, antes de olhar para a professora, a qual não parecia nenhum pouco feliz em vê-la ali.
- Boa noite, Professora! - sorriu inocente, levantando-se.
- O que está fazendo aqui, senhorita?
- Estava… Tentando chegar até a biblioteca, sabe? Queria um livro na Seção Reservada e não teria como conseguir com a Madame Pierce, não é?
- Uhum, e ao invés de estar no primeiro andar acabou escondendo-se no sétimo?
- Me perdi, professora. - justificou-se, sorrindo amarelo.
- Volte agora para seu Salão Comunal ou eu descontarei pontos por estar fora da cama.
Black coçou a nuca por um instante, pensando em algo que pudesse dizer;
- Na verdade estava te procurando, Professora! - Minerva encarou-a por alguns instantes, esperando pela próxima desculpa que a garota inventaria - Queria saber como me sai na prova, e… Ah, bem, a senhora sempre foi minha professora favorita, não é? Então fiquei pensando, já que meu pai e Moody estão ensinando Cedrico alguns feitiços diferentes, a senhora poderia me ensinar alguns também? Quer dizer, Diggory já vira um Animago e eu nem sei usar um feitiço de Desilusão? Claramente se eu soubesse a senhora nem me veria aqui, entende? Imagina o tanto de pontos que estaríamos salvando para a Grifinória?
- É realmente impressionante o número de mentiras que você consegue contar em tão pouco tempo. - respondeu com os braços cruzados - Agora volte para seu dormitório, é uma ordem.
Black suspirou, negando com a cabeça;
- Sinto muito, Professora, não posso.
- Como é?
- A culpa é toda do Harry, pode brigar com ele! - deu de ombros, vendo-a a arquear a sobrancelha - Potter pediu para vigiar Draco, estou só fazendo um favor.
- Por que ainda estão insistindo nessa história de Draco Malfoy ser um Comensal?
- Professora, depois de tantos anos eu nem discuto mais com o Potter, ele sempre acaba estando certo, sabe do futuro melhor que a Trelawney, não que seja difícil também - deu de ombros, vendo a professora olhar para o lado -, hoje em dia eu só concordo com o que ele diz e faço o que me pede.
- Pois bem, vamos conversar sobre isso amanhã, agora, pela última vez…
- Espere um pouco, como a senhora sabia que eu estaria aqui? - questionou de repente, cruzando os braços - A senhora não sabia, não é? - arqueou a sobrancelha - Então significa que também está vigiando Draco?
- Para seu dormitório, Black!
- Mas professora, se a senhora também quer vigiar ele podemos nos ajudar, eu fico aqui e se eu bater nele só perco uns pontos, não é? Mas pelo menos ele não pode fazer nada de ruim, e a senhora pode ir atrás do Snape!
- Já chega, Black! - exasperou-se - Estou dando uma ordem, volte agora para seu dormitório e deixe que os adultos façam a segurança da Escola!
- Tecnicamente eu já sou considerada adulta, tenho dezessete, lembra?
- Agora!
abriu a boca para argumentar mais uma vez, mas calou-se ao ouvirem barulho de passos e sussurros vindo de um corredor lateral
- Para seu dormitório, agora! - a mais velha apontou, segurando a varinha, pronta para andar até a movimentação.
- Não posso deixar a senhora sozinha! - negou, retirando sua varinha do bolso.
- Quem foi que disse que ela estará sozinha? - ouviu uma voz rouca a suas costas, virando-se em tempo de ver Sirius desfazendo o feitiço de desilusão, assim como Cedrico e, vindo mais ao fundo no corredor, Dora, Gui e Lupin. - Vocês não acharam que Dumbledore sairia de Hogwarts sem deixar a Ordem fazendo a segurança, não é? - piscou para a filha, que ainda olhava surpresa para o grupo. - Agora volte para a Torre da Grifinória e deixe que nós assumimos daqui pra frente! Isso é uma ordem!
Cedrico sorriu por um instante em sua direção, antes de seguir o restante do grupo pelo corredor em frente. Black pensou por um instante, queria seguir a todos, ajudá-los, mas talvez pudesse fazer aquilo de outra forma.
Deu a volta e correu em direção as escadas, quase caindo quando uma delas começou a mexer-se.
- ! - Mione gritou no topo de outra, junto dos ruivos, Neville e Luna. - O que está acontecendo? Vimos você e a Minerva no Mapa, de repente Draco saiu com várias pessoas da Sala Precisa!
- Comensais! - gritou de volta, esperando a escada parar para poder correr até eles - A Ordem também está aqui, foram todos atrás deles!
- Qual o plano? - Neville perguntou aflito, sua camiseta estava um tanto suada.
- Ah, finalmente, senti falta da AD, agora vamos poder usar os feitiços que aprendemos! - Luna disse animada, os olhos arregalados na direção de Black.
- Certo… - concordou - Muito bem, acho que no momento não temos muitas escolhas para plano, não é? Os Comensais já estão aqui, assim como a Ordem, a única forma de ajudar seria duelando contra eles. - virou-se para cada um por um instante - Ninguém tem obrigação de passar por isso de novo, sabemos como foi no Ministério, deve ser igual, ou até pior do que o ano passado. Se alguém não quiser ir, não será covarde, provavelmente apenas muito sensato! - deu de ombros, pensando nas probabilidades de luta.
O grupo de entreolhou, todos assustados sabendo que, mais uma vez, estariam em perigo, mas ao mesmo tempo querendo ajudar de alguma forma;
- Harry não pensaria duas vezes… - Rony começou.
- Mas nós não somos Harry Potter, ninguém precisa fazer nada que não queira, porque outro alguém faria. - negou com um aceno - É uma decisão pessoal. Muito bem, - virou ao ver que todos pareciam incertos - todos fechem os olhos por um momento, - certificou-se que todos fizeram antes de falar - quem quer dar meia-volta, levanta a mão.
Ao abrir os olhos, reparou que ninguém o tinha feito, sorrindo para os amigos;
- Bom, não se esqueçam, mirem todos os Comensais com os feitiços mais doloridos que souberem, se ficar feia a situação, escondam-se ou peçam ajuda para alguém da Ordem! Não corram atrás de ninguém sozinhos, ok? Não se separem do grupo!
- ! - Mione a puxou pelo braço enquanto desciam apressados - Você não tomou ainda! - mostrou-lhe o frasquinho com um pouco da poção da sorte.
- Todos vocês já tomaram?
- Menos você e Luna, encontramos com ela quando estávamos saindo para te procurar.
Black concordou pegando o frasco, tinha menos de um gole ali, não seria suficiente para dividirem. Tirou a rolha e deixou o líquido encostar em seus lábios fechados, e então entregou-lhe para Luna;
- Tome o resto, vamos precisar de toda a sorte que pudermos ter!


Dezessete.

O grupo seguiu escada abaixo, escutando vozes altas conformem aproximavam-se do corredor que dava acesso a Torre de Astronomia; empunharam as varinhas tentando feitiços que iluminassem o caminho, mas nada funcionava, independente de qual fosse o feitiço que os Comensais haviam usado ali, nada resolvia.
- O que fazemos? - Rony tornou a gritar, conforme andavam.
- Não temos o que fazer agora, apenas lutar! - respondeu, tentava enxergar o vulto dos amigos, mas parecia impossível. Demoraram mais algum tempo para conseguirem sair da penumbra, embora o corredor seguinte não estivesse muito iluminado, conseguiam ver alguns vultos e explosões de cores sempre que feitiços eram lançados.
A Ordem parecia dividida, assim como os Comensais, duelavam por todo o corredor.
Mesmo sem conseguirem ver direito o que acontecia, parecia claro que a Ordem estava em desvantagem, ouviram Minerva gritar com Flitwick e então o professor de Feitiços correu pelo corredor lateral, ao tempo em que Gina e Luna correram para ajudar Tonks, que duelava com dois Comensais. Remo estava ocupado lutando contra um loiro grandalhão que não conhecia, mas que disparava feitiços para todos os lados, sem se importar com quem acertava.
Cedrico e Minerva duelavam com os Carrow, dois Comensais recém-saídos de Azkaban, conforme noticiou o Profeta, semanas antes. Sirius e Bellatrix estavam mais ao canto, xingando um ao outro enquanto lançavam feitiços. Gui duelava com Greyback, Rony e Neville até correram em sua direção para ajudá-lo, mas antes foram atacados por outro Comensal desconhecido. olhou para todos os lados, fez menção de aproximar-se de alguns duelos, mas então notou os cabelos loiros de Draco, passando despercebido pelos de mais, enquanto corria em direção a Torre de Astronomia; Saiu em disparada atrás do primo, poderia não ser importante pará-lo, mas ela queria fazê-lo da mesma forma, era culpa dele que seguidores de Voldemort estivessem na Escola.
- Abaixe-se! - ouviu o grito de Cedrico, e logo um jato de luz passou a centímetros do seu corpo, após jogar-se ao chão em um reflexo rápido.
Draco parou quando o jato vermelho acertou um ponto próximo a ele, logo vendo correr em sua direção escada acima, apontou a varinha para a prima, a mão trêmula;
- Não deveria estar aqui, Black!
- Nem você, Malfoy! - devolveu da mesma forma, pronta para azará-lo, mas se distraiu por um momento quando viu alguém tocar o ombro do outro;
- Boa noite, querida! - Victoria sorriu para a mais nova, acenando com a cabeça para Draco, que afastou-se escada acima. - Quanto tempo não nos vemos! Nem tivemos uma chance de conversar ano passado… - inclinou a cabeça, os cabelos loiros caiam pelos ombros.
sentiu a mão vacilar por um momento, sem saber como agir ao encarar novamente os olhos de sua mãe; ela estava certa, não tinham conversado da outra vez, mal a olhou por mais de alguns segundos, apenas quando a mesma batalhava com Sirius.
- Teve um bom ano? - tornou a falar, descendo alguns degraus.
Ouviu um grito desesperado vindo atrás de si, e aquilo pareceu despertar a mais nova para o que acontecia, tornando a estender a mão com firmeza, apontando a varinha para o peito da mulher;
- Saia do meu caminho, Victoria.
A loira sorriu de canto, os olhos pareceram brilhar por um momento;
- Conheci seu namorado há algumas semanas, bonitão, boa escolha. - a mulher encarou-o de longe, duelando ao lado de Minerva contra os Carrow.
olhou o namorado pelo canto do olho, Cedrico parecia bem, defendendo-se e atacando na mesma intensidade.
- Me lembrou um pouco de seu pai na verdade, vamos esperar que tenha um futuro melhor que o de Sirius, não?
Black apertou a varinha na mão, apertando-a contra a mulher que estava apenas alguns centímetros de si;
- Não abra sua boca para falar do meu pai.
Victoria arqueou a sobrancelha, afastando-se minimamente quando a varinha começou a queimar o tecido de sua blusa.
- É impressionante o quanto você se parece com ele, mesmo tendo passado tantos anos com Andrômeda, aliás, você deveria estar ajudando Ninfadora, ao invés de estar atrás de Draco, ele é o menor dos seus problemas essa noite.
- Tem razão, - passou a língua pelos lábios - porque perder tempo com Malfoy quando poderia azarar você, não é mesmo?
Lestrange usou a varinha para proteger-se em um piscar de olhos, subindo dois degraus enquanto se protegia de outro feitiço lançado pela mais nova;
- Imaginei que tivesse treinado mais do que isso, filha, não me diga que Sirius não te ensinou nada?
A cada vez que via o sorriso calmo nos lábios da mulher, ou que ela a chamava de filha, parecendo nada mais do que uma mãe preocupada, sua raiva crescia.
Nem mesmo via o que acontecia ao seu redor, preocupava-se apenas em atacar Victoria com todos os feitiços que vinham à sua cabeça, mas não pareciam o suficiente, a mais velha era muito mais ágil do que ela, desviava com facilidade de seus ataques.
Victoria então começou a descer a escada, forçando-a a fazer o mesmo, logo estando junto aos de mais, precisando preocupar-se em não acertar alguém que não fosse sua mãe.
Fora isso, a mulher não parecia nem um pouco interessada em atacá-la de volta, apenas defendendo-se e fazendo comentários sobre o quão fraca ela parecia ao duelar;
- Esperava mais de você, , rodeada de membros da Ordem e mesmo assim não consegue me atacar? Imaginei que Sirius ou Minerva a treinariam melhor do que isso, mas pode ser que eles te vejam como você realmente é; uma garotinha mimada e fraca, que nem mesmo vale à pena treinar para combate, não?
- Para uma Comensal você também não é muita coisa, é? - respondeu da mesma forma - Todos conhecem Bellatrix e sabem que ela é louca, mas e você, mamãe? Abandonou a própria família para ajudar Voldemort e nem mesmo ataca ninguém? Imagino que Voldemort sim deva ficar desapontado.
O sorriso em seus lábios vacilou por um momento;
- Não sei se você tem coragem ou apenas não aprendeu a ter limites, para dizer o nome do Lorde das Trevas com tamanho deboche.
- Não é dele que estou debochando, embora é claro, nem mesmo tenha conseguido matar um bebê de um ano, - riu, aproveitando o momento de distração para acertar-lhe com um feitiço, lançando-a com força contra a parede, sorriu para a mulher - como eu disse, a decepção é você.
Victoria a encarou por um momento, e então virou o rosto, encontrando o olhar de Sirius, sorrindo para o ex-marido, antes de apontar a varinha para a filha;
- Você deveria ser mais cuidadosa, está sempre nos locais errados, na hora errada!
caiu de joelhos, soltando a varinha no mesmo instante e levando as mãos ao pescoço, sentindo o sangue quente escorrer pelo corte que a mulher tinha feito. Por um momento achou que a própria Victoria havia se assustado com o resultado, dando um passo em frente, como se fosse ajudá-la, mas ouviu o grito de Diggory, ignorando a mais nova e correndo para as escadas, junto de Aleto Carrow.
- Sirius! - Cedrico gritou para o mais velho, logo jogando-se ao lado da namorada, o olhar desesperado. - Está tudo bem, vai ficar tudo bem, ! Sirius! - gritou novamente, logo vendo-o correr em direção a filha, puxando-lhe as mãos para baixo para ver o tamanho do corte.
- Respire fundo, vai ficar tudo bem, ok? Não se mexa muito! - disse, sorrindo fraco em sua direção, mas a garota conseguia ver o olhar desesperado do pai, mesmo que ele fingisse estar calmo. - Diggory, a Ordem.
- Mas…
- Vá ajudar a Ordem!
Cedrico vacilou por um momento, não querendo sair do lado de , enquanto Sirius lançava um contra-feitiço para estancar o sangue. Beijou-lhe a testa antes de voltar a correr para o lado oposto, lançando feitiços para quebrar o bloqueio feito pelos Comensais.
- Não sou nenhum medibruxo, mas acho que dessa vez não será necessário te levar ao St.Mungus! - dizia com a voz trêmula, tentando passar confiança para a mais nova.
- O que aconteceu? - Mione perguntou, assustada ao ajoelhar-se ao lado dos dois, segurando a mão ensanguentada da amiga, que mantinha os olhos fechados, tentando ignorar a dor que sentia.
- Victoria é muito habilidosa com alguns feitiços - Sirius resmungou, ainda concentrado no contra-feitiço que, lentamente, fechava o corte -, felizmente esse corte não foi tão profundo quanto poderia ser, ou teríamos problemas maiores!
- O que acha que vai acontecer com Gui? - Mione perguntou ao homem, o tom de voz baixo, enquanto ainda apertava a mão da amiga.
- O que… - começou com a voz fraca, sentindo a garganta doer ainda mais.
- Psiu! - Sirius negou com a cabeça - Fique quieta!
- Gui foi atacado por Greyback, - Hermione explicou - Rony e Flitwick o levaram para a Ala Hospitalar… Sirius, você acha que…?
- Não sou o melhor para falar sobre o assunto - respondeu, apontando com a cabeça para Remo -, mas acredito que não será tão ruim, não estamos em lua cheia, Greyback não estava transformado.
Ouviram passos e gritos e, embora não pudesse virar o pescoço para ver o que acontecia, soube que os Comensais voltavam correndo da Torre de Astronomia.
- Vai! - apontou com a cabeça, a voz fraca, tornando a colocar a mão sobre o corte, agora fechado, embora ainda dolorido. - Estou ok!
Sirius ponderou por um instante, mas levantou-se apressado, tornando a duelar contra os Comensais que corriam pelo corredor, lançando feitiços para trás.

Cedrico entrou na Ala Hospitalar poucos minutos depois de ter deitado em uma maca, enquanto Granger passava unguento dado por Madame Pomfrey sobre o corte recém-fechado, ao tempo que a mais velha cuidava dos ferimentos de Gui.
- Como estão? - perguntou afobado, aproximando-se da maca da namorada, a qual fez um joinha com a mão, mantendo uma careta em seu rosto.
Cedrico sentou-se ao seu lado, oferecendo-se para colocar ele mesmo o curativo sobre o ferimento. Permaneceram os três sentados na maca, enquanto Rony andava de um lado para o outro, aguardando para saber do irmão mais velho. Neville estava sentado em uma cadeira próxima de Luna, a cabeça enfaixada depois de ter sido golpeado por um dos Comensais.
Sirius, Remo e Tonks entraram logo depois, aproximando-se para ver como todos estavam.
Black encarou a filha por um momento, abraçando-a apertado;
- Está de castigo! - sorriu ao olhar novamente em seus olhos.
- O que…? Por que? - questionou descrente, a voz fraca.
- Por ter me desobedecido, mandei voltar para seu Salão Comunal, lembra?
A garota passou alguns segundos com a boca aberta, sem conseguir pensar em qualquer resposta. Cedrico riu baixo ao seu lado, balançando a cabeça.
- Contudo, - Sirius continuou, mantendo uma mão em seu ombro - estou orgulhoso.
A loira rolou os olhos, sorrindo de canto.
Nem cinco minutos depois, Harry e Gina passaram pela porta da enfermaria, andando até próximo ao grupo. Potter logo foi abraçado por Sirius, o qual queria confirmar que o afilhado não estava machucado.
- O que aconteceu com o Gui? – Potter perguntou ao ver o rosto extremamente machucado e ensanguentado do primogênito dos Weasley.
- Foi atacado por Greyback durante a luta. - Remo contou em um suspiro, olhando com pesar para o ruivo.
- Mas ele não vai virar um… Vai? - Rony questionou preocupado, olhando de canto para o ex-professor.
- Não sabemos como vai ser ainda, Rony, Fenrir não estava transformado, mas ainda carrega o veneno consigo, não temos como saber o quanto Gui foi afetado por enquanto…
- Onde está Dumbledore? - tornou no mesmo instante - Gui foi atacado enquanto seguia ordens dele, ele tem um dever para com meu irmão e…
- Rony… - Gina começou em voz baixa - Dumbledore está morto.
- O que? - Sirius gritou olhando-a assustado.
- Não! - Remo virou-se nervoso.
Madame Pomfrey e Luna colocaram as mãos na boca, não acreditando no que ouviam. Neville encolheu-se na cadeira a qual estava sentado, abraçando as pernas. Hermione e Rony encaravam Harry, o qual apenas abaixou a cabeça, confirmando silenciosamente. Lupin desabou em uma cadeira, as mãos cobrindo o rosto. Dora e Sirius negavam com a cabeça, em completa descrença, enquanto o homem passava a mão pelos cabelos nervosamente. Cedrico fechou as mãos em punho, virando a cabeça para o lado, como se não pudesse olhar para ninguém, enquanto fechou os olhos por alguns instantes, soltando o ar com força;
- Você está bem? - Harry perguntou após alguns instantes, apontando para seu pescoço.
- Estou ok. - deu de ombros, a voz saiu baixa. - Como foi que ele morreu?
- Snape o matou - respondeu Harry - eu estava lá e vi. Voltamos direto para a Torre, porque vimos a Marca lá… Dumbledore estava debilitado, fraco… Mas acho que sabia que era uma armadilha, porque me imobilizou, não pude fazer nada… Estava com a Capa da Invisibilidade… - Potter quase parecia querer justificar seus atos, ou a falta deles, como se achasse que alguém pudesse culpá-lo por deixar o diretor morrer - Então Malfoy entrou e desarmou Dumbledore…
Hermione levou as mãos à boca, Rony gemeu. Luna encolheu-se ao lado de Neville, a boca trêmula. Gina sentou-se na maca de Gui, próxima aos pés do irmão, pensando no que ouvia.
por um instante olhou para Sirius, que apenas negou com a cabeça, sabendo o que ela diria.
- Logo depois chegaram outros Comensais… Depois Snape e… Snape o matou. Usou a Avada Kedavra. - Harry respirou fundo, não conseguindo continuar. Sentou-se em uma cadeira vazia ao lado de Gina.
pigarreou, querendo forçar a voz a sair, mas antes que pudesse tentar falar, Cedrico franziu o cenho;
- Escutem!
Dê algum lugar ouviram a Fênix de Dumbledore cantar de uma forma que ninguém jamais ouviu, um lamento comovido de terrível beleza. Quanto tempo ficaram ali, escutando aquela música, não saberiam dizer, mas parecia que aquele canto fazia diminuir um pouco a dor que cada um sentia com a perda do diretor.
O momento foi quebrado quando ouviram a porta da enfermaria tornar a abrir, e McGonagall entrar por ela, alguns cortes no rosto e as vestes um tanto rasgadas, assim como os outros ela também demonstrava os sinais da batalha recente.
- Molly e Arthur estão a caminho - então virou-se para Potter - Harry, que foi que aconteceu? Hagrid disse que você estava com o Professor Dumbledore quando aconteceu…
- Snape matou Dumbledore - respondeu o garoto.
Minerva o encarou por um instante, então seu corpo balançou de modo alarmante, Sirius logo empurrou uma cadeira para próximo da mulher, que desabou sobre a mesma, secando as lágrimas dos cantos dos olhos em um lenço escocês.
- Snape… Sempre nos perguntávamos… Mas ele confiava… Sempre… Não consigo acreditar…
- Snape era um excelente oclumente, Minerva - Remo começou com a voz grave -, sempre soubemos disso….
- Mas Dumbledore jurou que Severo estava do nosso lado! - resmungou Tonks, os braços cruzados - Sempre achei que Dumbledore soubesse de algo que não tinha nos dito…
- Ele sempre insinuou que tinha uma razão inabalável para acreditar em Snape. - concordou a mais velha, ainda secando as lágrimas - Todos desconfiávamos, mas Dumbledore tinha certeza absoluta…
- Eu gostaria de saber o que foi que ele disse para convencer Alvo de que realmente estava do nosso lado. - Dora suspirou, passando a língua pelos lábios.
- Eu sei. - Harry começou, chamando a atenção de todos - Snape passou a Voldemort a informação que o fez caçar meus pais. Então Snape disse a Dumbledore que não tinha noção do que estava fazendo, que lamentava realmente o que tinha feito. Lamentava que tivessem morrido.
- E Dumbledore acreditou nesse conto de fadas? - Sirius esbravejou - Snape odiava James! Sempre fazendo comentários… Insinuações… - negou com a cabeça, enfurecido - Deveríamos é tê-lo deixado morrer nos tempos de Hogwarts!
- Sirius! - Remo chamou a atenção, sendo ignorado pelo amigo.
- E estou errado? Snape estava sempre colocando aquele nariz enorme onde não era chamado, se tivesse morrido era muito bem feito! James e Lilian estariam vivos para começo de conversa, assim como Dumbledore!
Todos ficaram em silêncio, ouvindo Black praguejar em voz alta, desejando ele mesmo encontrar Snape para acertar as contas.
- Espere um momento! - começou, a voz rouca saia um tanto chiada - Quer dizer que Dumbledore acreditou em Snape, um Comensal da Morte assumido e fiel a Voldemort, só porque ele disse “sinto muito”? - questionou, encarando Harry, que acenou com a cabeça, sem saber o ponto que a amiga queria chegar - Mas quando meu pai foi acusado de matar os Potter, que só estavam sendo perseguidos por causa de Snape, não passou pela cabeça de Dumbledore tentar descobrir se era verdade?
- … - Sirius começou, mas ela o ignorou, levantando-se transtornada.
- Ele acreditou sem nem mesmo conversar com meu pai se ele teria mesmo entregado o melhor amigo e ajudado Voldemort, mesmo que durante todo os anos de Hogwarts Sirius tenha desprezado as Artes das Trevas e ido contra a família toda para ficar na Ordem!? E feito tudo o que Dumbledore pediu para ajudar? Mesmo assim ele deixou que meu pai passasse doze anos preso, sem nem questionar se estava ou não envolvido, enquanto Snape só precisou chorar para ser inocentado por ele?
- Não foi tão simples… - Sirius recomeçou, mas a garota o encarou enraivecida, apontando para a janela, gritando como podia, embora sua voz não saísse mais alta do que um sussurro.
- É claro que não foi simples, você passou doze anos preso em Azkaban, enquanto Snape só precisou dizer que estava arrependido de ter causado a morte dos pais de Harry, e foi inocentado de tudo! Pois para mim parece muito claro que Dumbledore não era nem tão justo, nem tão esperto quanto todos pensávamos. Ou será que simplesmente não se importava com você por ser um Black? Porque se você é um Black claramente deveria ser um Comensal da Morte, não? Embora Snape, é claro, seja a vítima influenciável! - vociferou, ninguém tentou interrompê-la - E agora olhe só, Dumbledore está morto porque o protegido dele o matou, e você só está fora de Azkaban, porque escapou por conta própria. Se quer saber, foi muito que bem feito para ele! - finalizou, dando as costas e saindo da enfermaria sem olhar para trás, os cabelos loiros balançando conforme ela andava.
O grupo permaneceu em silêncio, sem saber o que dizer após a saída da garota, até Gina virar-se para Cedrico, falando baixo;
- Não vai atrás dela?
Diggory negou com um aceno, embora aquela fosse sua vontade;
- Ela não vai querer falar nem ver ninguém agora, é melhor que fique um pouco sozinha…
Ninfadora então pigarreou, parecendo incerta, mas falando quando notou que todos a olhavam;
- Sei que é ruim dizer isso, ainda mais se considerarmos que Dumbledore está… - passou a língua pelos lábios - Mas ela não está de toda errada, não é? Quer dizer, ele realmente acreditou nas desculpas de Snape, mas nem considerou saber sobre Sirius…
- Não foi tão simples, - Black negou com um aceno, os braços cruzados - todos achavam que eu era o fiel do segredo dos Potter, e estava na cena do crime quando o Ministério chegou…
- Mas não investigamos - Remo concordou com Dora -, você não teve um julgamento ou, ao menos, alguém que tivesse tentado escutar seu lado da história. Apenas o deixamos em Azkaban… - respirou fundo, olhando para o amigo - Quando soube o que tinha acontecido, achei que seria impossível, mas, bem… Depois que Victoria também foi presa, as coisas pareciam fazer mais sentido…
- E ninguém pensaria em Pettigrew… - Sirius concordou calmo.
Tornaram a ficar em silêncio por alguns instantes, até Harry tornar a questionar o assunto inicial;
- Mas como Snape se envolveu na batalha?
- É tudo minha culpa! - Minerva disse, parecendo desorientada com tudo o que acontecia - Pedi para Filio chamar Snape quando vimos os Comensais… Ele estava na sala dele, talvez não soubesse… Achei que era besteira o que tinha dito sobre vigiá-lo, ou mesmo Malfoy…
- O que aconteceu? - Potter perguntou ansioso, olhando para os amigos;
- Enviamos mensagens para o pessoal da AD, mas só Luna e Neville responderam, - Mione contou, apontando para os dois colegas - saiu para vigiar Draco na Sala Precisa, enquanto a gente acompanhava no Mapa o Snape.
- E Draco? - tornou a perguntar, ansioso.
- Ficou algumas horas na Sala Precisa, mas saiu por outro corredor, talvez soubesse que estávamos na entrada principal… - Mione contou, parecendo sem graça – Durante os duelos na Torre de Astronomia, enquanto nos separamos para ajudar a Ordem contra os Comensais, viu Draco e começou a segui-lo na escadaria, mas…
- O que?
- … - Sirius recomeçou - Acabou se distraindo…
- Com o que? - tornou confuso.
- Victoria. - sorriu sem ânimo - Victoria apareceu na escada, e as duas começaram a duelar...
- Foi ela quem…? - apontou para o próprio pescoço, o padrinho apenas concordou com a cabeça.
- Falando nisso, - Gina começou, olhando para Harry - foi uma sorte termos a Felix, parecia que os feitiços desviavam da gente o tempo todo! Neville só se machucou porque tentou atravessar a barreira dos Comensais e … Não sei por que ela se machucou… - a ruiva franziu o cenho.
- Porque ela não tomou a poção! - Hermione suspirou - Não tomou para deixar para Luna!
- Então, o Snape…? - Harry tornou, após concordar com o que as duas tinham dito.
- Flitwick foi chamá-lo e, sinceramente, todos ficamos felizes ao saber que Severo estava vindo, estávamos em desvantagem desde o começo! - Remo explicou, cansado - Quando Gui foi atacado tivemos que tirar Greyback de cima dele, e isso deu ainda mais vantagem aos outros Comensais. Chegou um ponto que cada um que ainda duelava estava contra dois ou três!
- Num momento todos os Comensais passaram pelas escadas e nós não conseguimos segui-los, tinha algum feitiço bloqueando a passagem. - Sirius continuou, soando mais frustrado ao concluir - Quando Ranhoso passou, imaginei que soubesse de algum feitiço que nós não sabíamos, afinal era um ex-Comensal, não?
- Tentei passar pela escada logo após dele, mas fui arremessado igual ao Neville, que também já tinha apagado porque bateu a cabeça! - Lupin colocou a mão sobre o ombro do rapaz, como se o consolasse.
- Independente do que aconteceu na Torre, a saída deles não fez sentido nenhum, - Cedrico começou, atraindo a atenção de todos por ser a primeira vez que falava; na maioria das reuniões da Ordem, Diggory apenas escutava o que diziam, só dando sua opinião quando sabia do que falava - deixamos Snape e Draco saírem porque achamos que estavam sendo perseguidos, mas os Comensais estavam em vantagem, e só Bellatrix e Greyback tentaram lutar, todos os outros correram para o jardim, e quando Snape gritou alguma coisa, até os dois que tinham ficado saíram.
- Porque Snape não queria mais lutar, - Harry concluiu - ele gritou que já tinham terminado, já tinha matado Dumbledore…
- Como foi que não percebemos que Snape e Malfoy estavam envolvidos? Deixamos os dois correrem sem nem mesmo tentar impedi-los! - Sirius pareceu transtornado, tornando a xingar em voz alta.
- Bem, - Rony começou sem graça - nós avisamos, mas vocês não confiam no que dizemos…
- Eu não entendi uma coisa… - Mione começou, virando-se para os mais velhos - Se não era por causa do Draco, por que estavam no sétimo andar?
- Dumbledore pediu para vigiarmos a Escola, - Minerva contou, fungando - disse que precisaria se ausentar por algumas horas e todos deveríamos vigiar, principalmente o sétimo andar.
- Quando encontramos com , tínhamos certeza que os outros não estariam longe e logo estariam em apuros - Dora sorriu para os estudantes - Mas parece que foram vocês que acabaram nos ajudando!
- Só não sei como os Comensais entraram - Cedrico comentou, pensativo -, todas as passagens estavam bloqueadas…
- A Sala Precisa, tem um Armário Sumidouro, era isso que Malfoy ficou fazendo o ano todo, tinha outro na Borgin & Burkes! - Potter virou-se para os amigos, olhando-os significativamente.
Hermione baixou a cabeça, o rosto vermelho, Rony olhou para as próprias mãos;
- Ainda não acredito que Malfoy fez isso mesmo.
- Não acho que ele teria matado Dumbledore - Harry negou, tornando a atrair atenção de todos -, ele parecia assustado. Dizia que Voldemort mataria a ele e aos pais se não o fizesse, mas ele estava hesitando…
- Fico pensando se tivesse continuado amiga dele, igual quando eram novos, se ele ainda seria assim, ou talvez tivesse crescido uma pessoa melhor… - Tonks comentou, aleatória, atraindo a atenção dos estudantes;
- Como é? - Rony foi o primeiro a dizer em voz alta - Eles eram amigos?
- Por pouco tempo… Vocês não sabiam?
Ouviram passos e a porta novamente ser aberta, Sr. e Sra. Weasley entraram apressados, Minerva levantou-se no mesmo segundo, aproximando-se do casal;
- Arthur… Molly… Eu sinto muito…
- Gui! - sussurrou a mulher, aproximando-se do filho desacordado - Ah, Gui!
Lupin, Tonks, Gina e Harry levantaram-se, dando mais espaço para os pais do rapaz.
A Sra. Weasley curvou-se para o filho, beijando-lhe à testa.
- Você disse que Greyback o atacou? - perguntou Arthur, aflito, encarando McGonagall - Mas não estava transformado? Então, o que significa isso? Que acontecerá ao Gui?
- Ainda não sabemos, Arthur… - disse a mais velha, olhando para Lupin.
- É provável que haja certa contaminação, Arthur - começou o homem, olhando-o com pesar - São ferimentos malditos, não vão cicatrizar por completo. É um caso raro, talvez único… Não sabemos qual será o comportamento dele quando acordar…
A Sra. Weasley então começou ela mesma a cuidar dos ferimentos do filho mais velho, enquanto os demais olhavam para a cena sem ter muito o que dizer ou fazer;
- E Dumbledore… - começou Sr. Weasley após algum tempo - Minerva, é verdade… ele realmente…?
Quando Minerva confirmou, o homem tornou a suspirar, ainda mais pesaroso. Gina, que estava sentada na maca ao lado, junto com Cedrico e Mione, virou-se para olhar à porta, estreitando o olhar; Fleur andou até a maca de Gui, uma expressão aterrorizada no rosto.
- É claro que a aparência não conta… Não é… Realmente importante… - dizia Molly, os olhos presos no filho, sem prestar atenção no redor - Mas ele era um garotinho tão bonito… E ia se casar…
- E que é que a senhorra querr dizerr com isse? - perguntou Fleur no mesmo instante - Que querr dizerr com “el ia se casarr”?
Os demais afastaram-se momentaneamente, dando mais espaço para as duas mulheres; Fleur estufou o peito, aproximando-se mais da maca;
- Bem… Só que… - começou a mulher, um tanto espantada.
- A senhorra ache qe Gui vai desistirr de casarr comigue? - quis saber a francesa, jogando os cabelos para trás, parecendo ainda mais bela que o normal. - A senhorra ache qu porr côse desses morrdides, el non vai me amarr?
- Não! Não foi isso…
- Porrqu el vai!
- Você acha que ela vai azarar sua mãe? - Cedrico sussurrou com a ruiva ao seu lado, olhando a cena com um sorriso leve nos lábios.
- Talvez…? - respondeu, ainda olhando de boca aberta.
- Serrá preecise mais qu um lobisome para fazerr Gui deixarr de me amarr!
- Bem, é claro… Mas pensei que… Visto que… Talvez…
- A senhorr pensô qu eu non ia querrerr casarr com el’? Err’ esse a su esperrance? - desafiou a mais nova, ficando ao lado de Molly - Qu me imporrte a aparênce deel? Ache qu su bastante bonite porr nós dois! Todes esses marrcas mostrram qu me marride é corrajose! Eu non deixarrie Gui quande ma precisse de mim! E eu é qu vou fazerr isse! - acrescentou ao puxar o unguento das mãos da Sra. Weasley, empurrando-a para o lado.
Em um segundo momento as duas mulheres se abraçavam, chorando e se desculpando uma com a outra por ações passadas.
- Está vendo?! - exclamou Dora, com a voz cansada, encarando Lupin, que começou a olhar para o chão - Ela ainda quer casar com Gui, mesmo que ele tenha sido mordido! Ela não se incomoda!
- É diferente… - respondeu o homem, tão baixo que se não estivessem no mais completo silêncio, ninguém mais teria escutado sua resposta - Gui não será um lobisomem típico… São casos completamente diferentes…
- Mas eu também não me incomodo! Nem um pouco! - Ninfadora revoltou-se.
Sirius piscou várias vezes, pigarreando ao entender o que se passava;
- Como é? Vocês…? Quê? - perguntou estarrecido, apontando de um para o outro. - Eu esperava mais de você Remo! - Sirius virou-se para o outro - Não posso confiar em mais ninguém! Primeiro Diggory, agora você? - levantou as mãos para cima, indignado. Cedrico encarou-o totalmente confuso; - Todos sabem que eu só era educado com você por causa de ...- deu de ombros.
- Logo quando achei que estávamos progredindo… - negou com a cabeça.
- E você? Pensei que fôssemos amigos! Como foi que nunca me contou…? E minha sobrinha...? - Sirius tornou para Lupin, que suspirou cansado.
- Não disse porque não tem nada para ser dito sobre o assunto. Nunca tivemos nem teremos nada!
- E já dissemos que está sendo ridículo! - Sra. Weasley interviu.
- Vocês também sabiam? - Black tornou encarando o grupo - Por que só eu não sabia? Sua mãe sabe? - virou-se para a sobrinha, que apenas suspirou, abaixando a cabeça. Então virou-se para Remo - Não acredito que é por sua causa que Dora está desse jeito!? E por que é que você está a rejeitando dessa forma? Ela por acaso não é boa o suficiente para você? - cruzou os braços, a cara fechada - Minha sobrinha não é boa para você, Remo?
- Não é nada disso! - o amigo negou - Sou velho demais, pobre demais e perigoso demais para ela… Ninfadora merece alguém jovem e saudável.
- Mas ela quer você - interpôs Arthur, com um sorriso pequeno - Afinal de contas, Remo, os homens jovens e saudáveis não permanecem sempre assim. - Apontou com a cabeça para o filho, deitado entre eles.
- E a família tem dinheiro - Sirius continuou -, se seu problema é a falta de trabalho, pois bem, podem morar comigo até conseguirem um lugar. Sempre que posso te ajudo, agora você fica desprezando minha sobrinha desse jeito?
- Admito que estou surpreso com Sirius concordando com isso tudo… - Arthur sorriu para o homem, que deu de ombros;
- Em um mundo ideal nenhuma das duas sequer pensariam em namoro, mas se não tem jeito… O que me ofende é não ter me dito nada! Somos amigos há anos e é essa a consideração?
Remo abriu a boca, mas não chegou a dizer o que pensava, finalizando o assunto com a primeira coisa que pensou;
- Não é o melhor momento para discutirmos sobre isso. Dumbledore está morto…
- Dumbledore teria se sentido o mais feliz dos homens em pensar que havia um pouco mais de amor no mundo… - disse secamente Minerva, no momento em que as portas se abriram e Hagrid entrou.
- Fiz o que mandou, professora… Re… Removi ele, a professora Sprout fez a garotada voltar para a cama, professor Slughorn disse que o Ministério foi informado, já devem estar chegando…
- Obrigada, Hagrid - levantou-se a mulher -, terei de ver o pessoal do Ministério quando chegarem, Hagrid, por favor, avise aos diretores das Casas, Slughorn pode representar a Sonserina… De que quero vê-los sem demora no meu escritório. Gostaria que você se reunisse a nós, também. - Hagrid assentiu, logo virando-se para sair na Ala Hospitalar - E antes de me reunir com o Ministério, eu gostaria de dar uma palavrinha com você, Harry… Se quiser me acompanhar…
Harry se ergueu, acenando para os amigos enquanto afastava-se com McGonagall.
- Que acham que vai acontecer? - Rony perguntou olhando para a porta fechada.
- Acredito que podem fechar à Escola… - Remo respondeu, cruzando os braços.
- O que? - gritaram os estudantes, logo ouvindo Madame Pomfrey mandá-los falarem baixo.
- Não podem fechar Hogwarts! - Mione exclamou, chocada.
- Infelizmente, - Sirius concordou com o amigo - é uma opção plausível, com tudo o que aconteceu esse ano… E com Dumbledore morto…
- Mas outros diretores já morreram e nunca fecharam a Escola! - Gina argumentou - Já tivemos anos piores, quer dizer, e o Torneio? Tínhamos um Comensal na escola o tempo todo e nem sabíamos! Voldemort voltou e…
- É diferente, - Lupin interrompeu o raciocínio da mais nova - nunca nenhum diretor foi assassinado por um professor da Escola…


Antes de ir embora com o restante do grupo, Sirius procurou a filha pelo Castelo, encontrando-a no Salão Principal, sentada sozinha à mesa da Grifinória, andou até ela, sentando-se ao seu lado no banco;
- Como está?
- Bem… - deu de ombros, a voz falha.
- Quer conversar?
- Não tem o que conversar - negou com um aceno -, sabe que é verdade, Dumbledore não se importou com você em Azkaban, mas protegeu Snape como se ele não tivesse feito nada! - resmungou, olhando para o lado.
Sirius concordou em meio a suspiros;
- Acha que eu não pensei nisso durante todos esses anos? - questionou em voz baixa, atraindo seu olhar - Que não me perguntei como ninguém sequer considerou a possibilidade da minha inocência? E eu nem mesmo sabia que Severo tinha sido responsável por Voldemort procurar pelos Potter…
- Então por que continuou fazendo tudo que Dumbledore pediu? - questionou com o cenho franzido - Você não devia nada a ele!
- Não, não devia, - ele concordou, sorrindo triste - mas ainda era a melhor opção que tínhamos, não? Voldemort sempre teve medo de Dumbledore, e errando ou não, Alvo sempre foi um bruxo muito inteligente e poderoso.
- Nem tão inteligente assim… - disse com a voz baixa.
- De qualquer forma, Dumbledore sempre foi a melhor chance que poderíamos ter contra Voldemort, e por mais que eu tivesse minhas diferenças com ele, nunca questionei suas ordens, - suspirou, passando a mão pelos cabelos - Dumbledore sempre soube que minha prioridade era você, então se tivesse a mínima chance de mantê-la a salvo, eu faria o que ele mandasse.
A loira pensou por alguns instantes sobre tudo aquilo, passando a língua pelos lábios;
- Sabe que ele basicamente manipulou todo mundo, não é?
- Possivelmente, - concordou, estralando o corpo, preparando-se para levantar - mas sempre buscando um resultado melhor para a maioria, e em tempos como esse, é isso que vale.
acenou com a cabeça, embora não parecesse muito convencida.
- Não espero que você coloque Dumbledore em um pedestal, mas devemos admitir que, embora ele errasse, era um grande bruxo e a perda dele é enorme.
- Talvez… - deu de ombros - Quem sabe se ele tivesse sido mais inteligente na hora de escolher inocentar alguém, não estivesse vivo?
Sirius concordou, colocando a mão em seu ombro;
- Não ignore tudo o que ele já fez de bom por um erro…
- Que te custou doze anos em Azkaban, e teria sido muito mais se não tivesse fugido!
- Ainda sim, Dumbledore pode ter errado com nossa família - encarou-a por alguns instantes -, mas pense no número de pessoas que ele ajudou durante todos esses anos, não apenas contra Voldemort!


Nos dois dias que se seguiram, muitos alunos voltaram às pressas para suas casas, os exames foram cancelados e parte do Ministério estava hospedada em Hogwarts, assim como muitos bruxos em Hogsmeade, esperando para prestarem as últimas homenagens ao ex-diretor;
O funeral acontecia nos terrenos da Escola, próximo ao Lago Negro.
Várias cadeiras estavam dispostas em frente ao caixão branco, bruxos e bruxas de várias partes vieram para se despedirem, incluindo Madame Maxime, que tinha vindo da França. Vários bruxos comerciantes de Hogsmeade e do Beco Diagonal estavam por lá. Empregados do Ministério estavam espalhados pelas cadeiras, incluindo Umbridge, o que não passou despercebido pelo grupo de amigos;
- É só ter a oportunidade certa e faço o barulho dos centauros - Rony cochichou para eles, fazendo-os rir de leve.
Dora e Lupin estavam sentados lado a lado, e a mulher parecia novamente feliz, mesmo que também sentisse o pesar da perda de Alvo.
- Como foi que isso aconteceu? - perguntou em tom baixo para Cedrico, sentado ao seu lado na fileira de trás.
- Sirius obrigou Remo a conversar com Tonks, conversar de verdade, não apenas dizer que não daria certo e correr como ele havia feito nos últimos meses. Ele admitiu que também a ama e resolveu dar-lhes uma chance! - sorriu olhando para os dois de mãos dadas - Soube que sua tia não gostou muito…
- Ah, imaginei! - suspirou negando - Andy é maravilhosa, mas ainda é uma Lestrange, tem certos preconceitos… Melhora com o tempo e a convivência.
não tinha mais o curativo em seu pescoço e a voz estava normal, agora tudo o que havia no local era uma cicatriz fina que, segundo Madame Pomfrey, deveria sumir em algumas semanas.
Começaram a ouvir uma música alta e bonita vinda de um canto, e ao olharem ao redor puderam ver os sereianos à margem do Lago, também prestando suas homenagens. Em seguida, uma chuva de flechas foi atirada no espaço ao lado, enquanto os Centauros estavam parados nas sombras da Floresta Negra, também despedindo-se do diretor.
- Vocês conseguem imaginar o tamanho da importância do Dumbledore para até os Centauros virem se despedir? - Mione comentou olhando para o local no qual eles estavam.
- Nenhum diretor vai conseguir chegar ao mesmo nível - Gina concordou, sentada ao seu lado, seguida por Harry e Rony.
- Não sei, Minerva é muito boa! - analisou, olhando para a professora mais ao canto.
- Você acha que ela vai ser a diretora? - Rony questionou surpreso.
- Teoricamente ela já é, não? - Hermione opinou, também em voz baixa.
- Já está usando o escritório que era do Dumbledore - Harry contou, lembrando-se da conversa que teve com ela anteriormente.
- Sempre achei ela uma bruxa brilhante - Black comentou -, mas vai ser quase impossível alguém quebrar as regras agora.
- Não que você se importe com a autoridade dela, não? - a ruiva riu para a amiga, que concordou.
- Nem ela quer me castigar mais, já viu que não faz diferença. Venci no cansaço!
- McGonagall só será diretora se Hogwarts abrir no próximo ano - Cedrico acrescentou, fazendo-os se virarem para olhá-lo -, ainda não decidiram se vão reabrir, parece que os Conselheiros estão hesitando, e o Ministério está contra.
- Não é como se aqui fosse mais perigoso que outro lugar, muito pelo contrário, pelo menos têm vários bruxos fazendo a proteção, não é? - Rony argumentou, olhando para os professores em um canto.
- Mesmo com toda a proteção ainda tivemos dois alunos envenenados, não? Foi sorte não acontecer nada mais sério com você ou com a Bell, e não podemos esquecer de Malfoy deixando os Comensais entrarem na Escola e o que aconteceu depois… - concluiu, vendo-os consentir em silêncio.
- Como vocês acham que Draco está? - a loira perguntou após alguns instantes - Que foi? Harry falou que ele só estava atacando porque era ameaçado...
- É o que parecia… - Potter deu de ombros - Mas esse sempre foi o sonho dele, não é? Trabalhar para Voldemort…
- Não acho. - Black disse confiante, atraindo a atenção deles - Não estou querendo dizer que ele é um garotinho inocente, mas Draco não era assim antes. Se ficou desse jeito foi, e muito, por causa dos pais. Se eu tivesse ido morar com os Malfoy quando meus pais foram para Azkaban, estaria igual à ele…
- Não sei se tanto assim… - Cedrico começou, olhando para o homem à frente - Você é muito parecida com Sirius, e ele também foi criado da mesma forma que Draco e não acabou virando um Comensal, não é?
- Você acha que se tivesse ido para a Sonserina estaria próxima de Draco hoje? - Gina questionou curiosa, vendo-a franzir o cenho, pensativa;
- Não aconteceria, eu já tinha meu discurso preparado para implorar pra mudar de Casa ou sair da Escola se caísse na Sonserina. Treinei o verão inteiro antes de vir para Hogwarts!

O quarteto se separou do restante mais ao final do funeral, quando algumas pessoas já começavam a se dispersar;
- Vocês acham mesmo que não vão abrir a Escola no próximo ano? - Rony questionou, jogando uma pedrinha no Lago.
- Acho que vão sim, é como você disse está igual em todo o lugar - deu de ombros, suspirando -, se tiverem alunos para vir, acredito que os professores estarão aqui para ensinar…
- Não faz diferença, - Harry começou olhando para o castelo -, pelo menos para mim, abrindo ou não, não virei ano que vem.
- Eu tinha certeza que você diria isso! - Hermione sorriu fraco em sua direção.
- E o que vai fazer? - perguntou o ruivo, olhando para o amigo.
- Bem, vou para a Rua dos Alfeneiros, porque era o que Dumbledore iria querer, mas apenas por uns dias…
- E depois?
- Pensei em visitar Godric’s Hollow, quer dizer, meus pais estão enterrados lá, não? Pensei em fazer uma visita depois de tantos anos… - coçou o nariz, olhando para baixo por um momento - Depois… Bem, vou caçar as horcruxes.
- Tudo bem, vamos com você! - Granger sorriu em sua direção, o garoto virou-se assustado para os três.
- Que…? Não!
- Ah, qual é, você acha mesmo que vai conseguir se virar sozinho? Nem mesmo descobriu quem é R.A.B! - Black abanou a mão no ar - Se não estiver conosco, é provável que nem consiga sair de Londres!
- Não é minha parte favorita do dia, mas tem razão! - Rony acrescentou, fazendo careta - Sempre estivemos juntos, não é? Não vai ser agora que vamos deixar você sozinho.
- Eu… É muito arriscado…
- Diga-nos uma novidade agora! - Mione riu, colocando uma mão em seu ombro - Sempre soubemos que era arriscado, Harry.
- É, ou você acha que cachorros de três cabeças, basilisco, Dementadores, Comensais e todo o resto durante esses anos foram como tomar um chá? Você não teria passado do primeiro ano sem a gente!
Harry encarou a loira por um momento, rindo em seguida.
- Mas só podemos ir após o casamento de Gui e Fleur! Minha mãe vai nos matar se não aparecermos!
- Ah, ótimo… Será realmente bom participar de um casamento… - ironizou o mais novo.
- Eu acho que vai, sim, pra amenizar a situação toda… - deu de ombros - E não sabemos quando vamos ver o pessoal de novo, vai ser bom ter um momento de calma antes de começarmos a procurar pela alma de Voldemort!
- Caramba menina, precisa dizer isso assim? - Rony encolheu os ombros, assustado.
- E o que você acha que são as Horcruxes, Ronald? - perguntou Hermione, as mãos na cintura.
- Ah, eu sei o que são… É só… Pesado para se dizer desse jeito…
- Pelas barbas de Merlin! - ralhou a outra.
Black aproveitou a pequena confusão para puxar Potter para o canto, os dois pararam lado a lado;
- Era para ser uma surpresa, mas já que provavelmente não teremos tempo… - sorriu para ele - Papai comprou uma casa fora de Londres, um terreno enorme, Bicuçu parece que já está adorando ter tanto espaço, para variar um pouco…
- Isso é ótimo! Sirius deve estar contente por poder se afastar de tanta gente curiosa no Largo Grimmauld…
- Sim! - concordou a outra, lembrando da foto que o pai lhe mandou semanas antes, junto com o hipogrifo em frente à casa nova - Mas não era essa a melhor parte; Ficamos parte do verão trabalhando nela, pintando e arrumando. Meu quarto, é claro, é maravilhoso porque tenho muito bom gosto, você sabe! - piscou, vendo-o rir - Mas arrumamos o seu também! Colocamos algumas coisas da Grifinória e outras coisas que achamos que você gostaria, mas tem bastante espaço para você arrumar como quiser…
- Eu… Tenho meu próprio quarto? - piscou atordoado.
- É claro que sim, não achou que meu pai compraria uma casa sem ter um quarto para você, não é?
Harry abriu um sorriso enorme, olhando para baixo por um instante, passando a mão pelos cabelos bagunçados. Nunca tinha tido um quarto só seu, que fosse realmente seu. Herdou o segundo quarto de Duda, mas não sentia como se fosse seu, na verdade nada naquela casa parecia dele… Mas agora teria um quarto para decorar como quisesse na casa do padrinho.
Suspirou ao lembrar que possivelmente não poderia visitar a casa e, menos ainda, ver seu quarto;
- Talvez pudéssemos passar lá antes de sair para… Sabe? - sugeriu ao ver o sorriso diminuir no rosto do amigo.
- Talvez…
Ficaram em silêncio por um momento, olhando para o grupo de pessoas mais atrás;
- Você tem certeza de que quer ir junto? - Potter questionou, olhando para a amiga - Você poderia ficar com Sirius, sei que ele gostaria de passar mais tempo com você… E tem Diggory também…
acenou, passando a mão pelos cabelos loiros;
- Tenho certeza que papai adoraria passar mais tempo com nós dois, e não seria nada mal ver Ced com mais frequência, mas eu já disse que você é meu melhor amigo Raio, e não tem nada que eu não faria por você. Então se precisamos sumir por um tempo para achar sabe-se-lá-aonde uma forma de acabar com Voldemort, que seja. Tenho certeza que os dois vão entender!
- Então é isso, não é? - concordou o outro, olhando mais uma vez para o castelo - Acho que é verdade o que dizem; Hogwarts nunca parece tão bonita até o momento que você sabe que nunca mais vai voltar!


Dezoito.

olhou sorridente para a prima, ajeitando o enfeite em sua cabeça, para que o mesmo não ficasse torto;
- Está maravilhosa!
- Obrigada! - sorriu nervosa, passando a mão pelo vestido que usava, o mesmo era colorido, porém de um jeito elegante, destacando ainda mais os cabelos rosas e compridos, presos em um rabo-de-cavalo alto e elegante. - Nem acredito que isso está realmente acontecendo! Achei de verdade que Remo nunca aceitaria…
- Ninguém consegue ficar longe de você, Dora, é óbvio que o Lupin apaixonado por você, não seria diferente. Só precisava tomar juízo! Olha a mulher com quem ele vai casar agora! - a mais nova elogiou, piscando para a mulher.
- Deveria agradecer ao seu pai mais vezes por isso! - riu concordando.
- Pronta? - perguntou após alguns instantes, vendo-a concordar depois de respirar fundo, acalmando-se. - Tonks?
- Só queria que meus pais estivessem realmente felizes por mim, entende?
Black aproximou-se, abraçando-a apertado;
- Tenho certeza que eles vão entender Dora, eles estão preocupados, mas sempre vão ficar felizes por você! - afagou-lhe os cabelos por um instante, não querendo estragar o penteado - Vai dar tudo certo! E você está realmente maravilhosa! - beijou-lhe a bochecha, antes de sair.
Acenou com a cabeça para o pequeno grupo mais à frente, avisando que a noiva estava pronta, antes de ficar ao lado de Cedrico e Sirius, ao tempo que Ted caminhou para o fundo do salão.
Uma música calma começou e pouco depois Ninfadora e o pai caminharam de braços dados até o pequeno altar improvisado, onde Remo esperava, sorrindo para a mulher;
- É melhor você realmente cuidar dela! - Ted sussurrou para o outro, ao apertarem as mãos, antes de juntar-se aos convidados, sentando-se em uma das cadeiras, ao lado da esposa.
Quim Shacklebolt começou a cerimônia, embora não tivesse, de fato, o poder de realizá-la oficialmente, era a única opção viável para o casal, já que o Ministério da Magia não aceitava o casamento de lobisomens. A cerimônia em si não era oficial para o Ministério, eles nem mesmo sabiam da realização, mas era simbólica para o casal.
- Remo, você aceita Ninfadora como sua esposa? - perguntou com sua voz grave.
- Aceito! - disse, olhando nos olhos da mulher, que mantinha um sorriso tão grande em seu rosto, que não achava que um dia poderia sentir-se mais feliz do que naquele momento.
- Ninfadora, você aceita Remo como seu esposo?
- Com certeza! Aceito! - respondeu animada, fazendo os demais rirem baixo.
- Eu então os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva! - acrescentou para Lupin, que inclinou-se para juntarem os lábios.
O pequeno grupo aplaudiu o casal, parabenizando-os antes que os dois aparatassem para um esconderijo protegido pela Ordem, para terem alguns dias de sossego.
- Ainda brava, tia? - virou-se para Andy, que mantinha o olhar preso no chão.
- Tenho certeza que Remo é uma boa pessoa, mas não posso ser hipócrita ao ponto de dizer que estou feliz… Nenhuma mãe ou pai desejam que os filhos casem com um lobisomem… É… Perigoso… Ninfadora poderia casar-se melhor…
- Mas é dele que ela gosta, Andrômeda - Sirius interviu, colocando uma mão em seu ombro -, sei que pode não parecer o ideal, mas ela está feliz, não? Casou-se com o homem que ama. Não é isso que conta? A felicidade dos filhos?
- Ainda sim, - a mulher suspirou - ele é um lobisomem! E se algo acontecer?
- Dora é uma Auror e membro da Ordem, e após todos esses anos, imagino que Lupin saiba se cuidar quando está em época de lua cheia, vai ficar tudo bem! - Ted acrescentou, passando o braço pelos ombros da mulher.
- Espero que estejam certos, porque se algo acontecer à ela… - silenciou-se - É melhor voltarmos agora, até mais.
Despediram-se, abraçando a sobrinha e apertando as mãos dos demais, aparatando pouco depois.
- Achei que ela já tivesse aceitado… - Quim comentou após o casal afastar-se.
- Sinceramente, ela só veio para deixar Tonks feliz - Sirius explicou -, Ted aceitou melhor, mas também não está muito confiante. Contudo, entendo o lado deles, imagino que se fosse o mesmo com também não estaria de todo feliz com a situação… - comentou, coçando a barba - Mas é o que eu disse, no final o importante é Dora estar feliz com suas escolhas, não?
- Só espero que Remo não faça nada idiota! - deu de ombros - Que foi? Eu ouvi vocês conversando sobre ele querer cancelar o casamento! - encarou o pai.
- Remo também não se sente bem com a situação, ele sabe o que pode dar errado - Quim explicou.
- Mas ele também está feliz, não é? Nunca o vi tão sorridente quanto hoje! - Cedrico acrescentou, vendo-os concordar.
- Ninfadora sabe o que faz - Moody começou -, é um tanto espevitada, mas sabe o que faz! - Alastor então virou-se para Quim - É melhor irmos, e Diggory, você faz a ronda de amanhã junto com Gui!
- Achei que Gui estava liberado até o casamento? - Sirius arqueou a sobrancelha, olhando para o mais velho.
- Mudança de planos, não temos pessoal o suficiente para cobrir o tempo todo, Gui voluntariou-se para participar do grupo de transporte de Potter na próxima semana, temos que rever o plano todo.
Cedrico bateu na porta de entrada, ajeitando os cabelos um pouco mais compridos do que o acostumado, estava trabalhando tanto entre o Ministério e as funções extras na Ordem, que quando tinha um tempo para cortar o cabelo, simplesmente preferia descansar ou ver a namorada, e não parecia que ela se importava com seu cabelo vários centímetros mais longos.
- Oi! - sorriu quando a garota abriu a porta, logo puxando-o para dentro.
- O que foi? - estranhou a pressa da outra.
- Papai saiu. - encarou-o, arqueando uma sobrancelha, sugestiva.
Diggory passou a língua pelos lábios secos, contendo um sorriso de lado;
- Vai demorar?
- Pelo menos mais uma hora.
O rapaz abriu o sorriso, aproximando-se da namorada, puxando-a para um longo beijo.
Fazia algum tempo que eles não conseguiam ficar sozinhos, depois que Black voltou de Hogwarts, Sirius pareceu focado em não dar uma oportunidade para os dois ficarem “de agarramento”, como ele gostava de dizer.
Diggory estava quase certo de que Sirius tinha alguma espécie de feitiço que o avisava quando o rapaz estava muito próximo de , pois era quase como se ele aparatasse ao lado dos dois no instante seguinte.
Parte de si, entretanto, preferia dessa forma, pois Sirius tinha receio em deixar o casal sozinho por imaginar que Cedrico poderia “avançar o sinal”, como já tinha comentado outras vezes. E era claro que ele preferia que Black imaginasse que eles mal se beijavam do que descobrir que eles já tinham transado; não que tivessem dito muitas oportunidades após a primeira vez na praia, de qualquer forma, era melhor que Sirius continuasse a pensar que estava atrapalhando-os o suficiente para nada acontecer.
Conseguirem ficar, de fato, sozinhos, era uma surpresa realmente boa que eles deveriam aproveitar o quanto pudessem, já fazia quase um mês desde que tinham conseguido ter privacidade o suficiente para mais do que uns amassos.
Subiram as escadas rapidamente, a última coisa que precisavam era Sirius abrindo à porta de casa e dando de cara com o casal aos beijos no sofá.
A loira também parecia extremamente feliz em poder passar algum tempo com o namorado, sentia sua falta durante o ano letivo, principalmente depois que ficou difícil de se encontrarem em Hogsmeade devido ao trabalho do outro. Contou nos dedos o tempo que faltava para as férias, e não ter aproveitado como queria deixava-a, no mínimo, desapontada.
Assim que fechou a porta de seu quarto, Diggory tornou a puxá-la para perto de si, finalmente beijando-a como queria e aproveitando para deixar as mãos vagarem pelo corpo da outra. Sentia falta de tê-la por perto, gostava de quando ficavam sozinhos para conversar e passar o tempo, mas não seria hipócrita de fingir que não sentia falta do resto.
Quando começou a beijar seu pescoço e sentir seu perfume, foi que Cedrico notou que sentia falta dela muito mais do que imaginava. Parecia que faziam anos que não se viam, embora estivessem juntos pelo menos duas vezes na semana desde que ela havia voltado de Hogwarts.

- Shiu. Você ouviu isso? - a loira questionou com o cenho franzido, empurrando-o para o lado.
- Isso o que? - perguntou distraído, voltando a beijar-lhe o queixo, apertando-a contra si.
Ouviram um barulho alto da sala, e logo ouviram a voz de Sirius;
- , já voltei!
Os dois se encararam assustados, Diggory pareceu perder a cor do rosto, até então um tanto avermelhado, rapidamente.
- Ele vai me matar. - sussurrou apavorado, vendo-a morder o lábio inferior, levantando-se da cama e jogando-o sua camiseta e calça.
- Se esconde, rápido.
Demorou dois segundos para o rapaz mexer-se, ainda um tanto apreensivo, puxando as roupas e os sapatos que estavam jogados no chão, arrastando-se para baixo da cama.
tornou a deitar, puxando as cobertas por sobre o corpo, agitou a varinha para as luzes apagarem, e então fingiu dormir.
- ? - Sirius tocou na porta, antes de abri-la.
A luz do corredor iluminou minimamente o quarto, e só o que o homem pôde ver foi a mais nova dormindo, abraçada ao travesseiro.
- Depois passa horas acordada à noite… - resmungou consigo mesmo, fechando a porta.
O casal esperou até não ouvirem mais nenhum passo ou barulho, para começarem a se mexer. Cedrico saiu debaixo da cama, se vestindo em poucos segundos.
- Nunca pensei que eu sobreviveria a esse momento, estou um pouco surpreso. - contou em voz baixa, fazendo-a rir.
- Vou confirmar se ele está no quarto antes de você sair.
Andou até o corredor, abrindo a porta com cuidado para não fazer nenhum barulho e colocou a cabeça para fora; ouviu os passos e algo caindo vindo do quarto do pai, e então acenou para o namorado.
- Seja rápido e silencioso!
Os dois andaram apressados pelo corredor em direção as escadas, Cedrico descia dois degraus de cada vez, até pisar em falso e cair dos últimos, fazendo um barulho alto;
- Você está bem? - a garota sussurrou assustada, vendo-o fazer uma careta, colocando a mão nas costas, a qual tinha batido ao escorregar.
- ? É você? - ouviram a voz de Sirius, próxima do corredor.
- Eu… Caí da escada! - gritou, sinalizando para o namorado correr até a porta.
Cedrico beijou-lhe rapidamente os lábios, antes de andar mancando para à saída.
A garota sorriu, negando com a cabeça.
- O que aconteceu? - Sirius apareceu no topo da escada, preocupado.
- Ahn… Estava com um pouco de sono, desci pra pegar água e não vi o último degrau… - sorriu para o pai, que rolou os olhos, voltando para seu quarto.
- Pensei que estava dormindo, achei que tinha mais alguém na casa…
Cedrico esperou meia hora, sentado ao lado de Bicuçu no galpão que Sirius havia construído para o hipogrifo há alguns metros da casa. O animal não se incomodou com a companhia, até gostou do carinho que recebia do rapaz, antes de começar a limpar as penas e preparar-se para dormir.
Diggory respirou fundo, arrumando os cabelos e a roupa da melhor forma possível, antes de caminhar para a casa e bater na porta;
- Boa noite, Sirius! Como vai?
- Cedrico? Achei que não viria aqui hoje… - comentou surpreso, dando espaço para o mais novo entrar - Não era para você estar em uma missão ou algo do tipo?
- Ah, Moody acabou trocando de última hora, Quim foi no meu lugar já que estarei na guarda de Potter. - deu de ombros, as mãos nos bolsos da calça.
- Ced! - apareceu do topo da escada, os cabelos molhados do banho recente. - Parece que fazem semanas que não te vejo! - sorriu inocente, beijando-lhe os lábios por um instante.
- Ah, pronto. - Black rolou os olhos, sentando-se no sofá e puxando o livro que lia. - Porta aberta e nada de passarem mais de dez segundos se beijando, estarei de olho.
- Sim, senhor!

Harry viu pela porta de vidro várias pessoas aparecendo à medida que os Feitiços da Desilusão se desfaziam. Em frente a todos, viu Hagrid, de capacete e óculos de proteção, montando uma gigantesca motocicleta com um sidecar preto. A volta, outras pessoas desmontavam de vassouras, dois Testrálios e, para sua surpresa, Bicuço.
O grupo logo entrou pela casa e Harry abraçou os três amigos, o padrinho e Hagrid, cumprimentando Moody, Fleur, Gui, Lupin, Fred, Jorge e Cedrico, sorridente.
Se espremeram na cozinha enquanto Olho-Tonto explicava o que aconteceria para tirarem Harry com certa segurança da casa.
Potter continuou reclamando por alguns instantes, após Mione puxar alguns fios de seu cabelo.
- Eu achando que tínhamos deixado os dias de Poção Polissuco no segundo ano… - suspirou , olhando com pesar para o cantil a sua frente.
- Você parece muito mais gostoso que o Crabbe ou o Goyle, Harry! - Granger comentou, olhando para seu copo.
- Como é? - Rony questionou, o ar risonho.
Granger ficou vermelha no mesmo instante.
- Você entendeu o que eu quis dizer… - falou em voz baixa, ouvindo alguns risos ao redor.
Moody rolou o olho mágico, batendo no chão com seu cajado.
- Muito bem, muito bem. Quando eu disser três, vocês tomam ao mesmo tempo… Um, dois, três!
Hermione cresceu alguns centímetros, Fleur, Fred, Jorge e Rony encolheram. continuou na mesma altura, mas seus cabelos, assim como de Mione e Fleur, pareceram reentrar na cabeça, escurecendo.
Os gêmeos viraram-se, se encarando por um instante;
- Uau… Estamos idênticos!
- Não sei, acho que estou mais bonito! - Fred argumentou, olhando o próprio corpo.
- Bah! - exclamou Fleur, mirando-se no microondas - Gui, nam olhe parra mim: estam horrenda!
- Fale por você! - retrucou, próxima a Cedrico e Sirius, que olhavam divertidos para o grupo de Harry’s - Nunca me senti melhor! Estou pronta para salvar o mundo bruxo, ou escapar mais uma vez do Lorde das Trevas! - disse sorridente, fazendo pose.
- Isso é tão estranho! - Diggory comentou ao lado de Gui, o qual riu concordando.
arqueou a sobrancelha;
- Sabia que eu sou O Escolhido? Escapei de Voldemort três vezes, você me respeita, Diggory!
- Eu nunca falei assim! - o verdadeiro Potter comentou ao seu lado, negando com um aceno.
- Está perdendo seu tempo, Raio, deveria aprender comigo enquanto eu sou você! - sorriu para ele, fazendo-o rir.
- Eu vou tomar uma poção dessas para ser você, quero ver se será tão engraçado… - rolou os olhos.
- Não é uma boa ideia, Harry, já imaginou se o Cedrico te confunde com a verdadeira? - Fred falou alto.
- Eu já consigo ver a cena, Diggory todo feliz indo beijar a Black e, opa, era o Harry! - Jorge completou, as gargalhadas.
Cedrico e Harry ficaram constrangidos, enquanto os demais riam.
- É óbvio que isso não aconteceria! - Diggory negou, sorrindo pequeno - Acho que sei diferenciar minha namorada, mas admito que pela primeira vez Sirius não tem com o que se preocupar; pelo menos pelas próximas horas eu não terei vontade nenhuma de beijá-la - então virou-se olhando para o homem, parado ao seu lado -, não que eu fosse fazer isso, de qualquer forma. Só nos beijamos na bochecha!
Sirius o encarou com a sobrancelha arqueada, fingindo acreditar na cara inocente do outro.
- Chega de conversa, estamos com o tempo apertado, vocês todos coloquem as novas vestes! - Moody gritou, deixando um saco com calças, camisetas e jaquetas iguais no chão.
- Eu sabia que era mentira aquela história de tatuagem! - Rony mencionou ao ver o próprio peito nu.
- Caramba, Harry, sua visão é horrível mesmo! - Granger comentou do canto, colocando um dos óculos.
- Cedrico como você se sente podendo finalmente ver sua namorada sem roupas, e ela nem estar com o corpo dela mesma? - Fred tornou a questionar do canto, querendo mais que tudo deixá-lo sem graça na frente de Sirius, adorava quando Cedrico se sentia ameaçado por Black. Diggory apenas riu do canto, os braços cruzados, negando com a cabeça.
- Até parece...
- Até parece o que, Cedrico? - Sirius virou-se afoito, olhando bem para sua cara.
Diggory ficou vermelho.
- Até parece que eu iria querer vê-la sem roupas, Sirius, nunca. Só depois do casamento!
- Casamento? - Black tornou, passando a mão pelos cabelos, agitado.
- Relaxa, pai. O máximo que aconteceu aqui foi ele tirar a camiseta molhada depois da prova no Lago Negro, no Tribruxo. - o Harry mais próximo apareceu, colocando a jaqueta.
- Ótimo, peguem suas corujas empalhadas, e vamos separando os pares! - Moody cortou, antes que Sirius pudesse dar mais algum ataque. - Rony, você vai comigo. Arthur e Fred…
- Eu sou o Jorge! Nem quando somos o Harry vocês conseguem nos diferenciar?
- Desculpe Jorge…
- Eu só estou zoando você, na verdade sou o Fred!
- Chega! - Olho-Tonto tornou, fazendo os adolescentes pararem de sorrir - O outro, Fred ou Jorge, seja lá quem for, você vai com Remo no Testrálio.
- Ainda bem que ainda não estamos na lua cheia, não é?
- Srta. Delacour…
- Vou levar Fleur em um testrálio - disse Gui - Ela não gosta muito de vassouras!
Fleur foi para o lado do noivo, lançando-lhe um olhar apaixonado. olhou para Harry, ao seu lado, rindo baixo;
- Sua sorte é que eu não vou beijar o Cedrico enquanto pareço com você! - piscou brincalhona, antes de levar uma cutucada na costela.
- Srta. Granger você vai com Sirius no hipogrifo.
Mione seguiu tranquila para o lado de Sirius, que sorriu de volta para a garota, apoiando uma mão em seu ombro.
- Black, você segue com Diggory, em vassouras. E Harry, o verdadeiro, você vai com Hagrid.
- Acho bom mantê-la em segurança, ou você realmente terá problemas comigo dessa vez, Cedrico. - Sirius avisou, olhando da filha para o mais velho.
O rapaz concordou com um aceno, sem qualquer vestígio de brincadeiras;
- Não se preocupe, dou minha palavra.
rolou os olhos levemente;
- Te vejo depois, pai! - abraçou-o de lado.
Sirius também aproximou-se do afilhado, sorrindo para ele, enquanto passava a mão por seus cabelos arrepiados.
- Tome cuidado você também, nos vemos daqui a pouco.
- Achamos que os Comensais esperarão que você esteja voando em vassouras - Alastor avisou, vendo o mais novo um tanto constrangido, andando em direção ao sidecar - Snape já teve tempo suficiente para acabar de informar a eles tudo que sabe sobre você, por isso, se toparmos com Comensais, apostamos que irão escolher primeiro um Harry que pareça à vontade montando uma vassoura.
Harry concordou com um aceno, sentindo-se um tanto aflito ao pensar sobre isso; Fred, e Rony estariam em vassouras.
- Boa sorte à todos! Nos vemos em meia hora n’A Toca! Quando eu contar três! Um…
- Quer apostar uma corrida, Cicatriz? - piscou em sua direção, preparando a vassoura.
Harry riu, negando, segurando a gaiola de Edwiges entre suas pernas.
- Até mais tarde, Black!
- Três!
Os testrálios, hipogrifo, vassouras e a moto de Hagrid saíram ao mesmo tempo, subindo juntos no céu escuro, ganhando cada vez mais altura. sentiu o frio da noite sobre seu rosto e corpo; Moody poderia ter encontrado roupas mais quentes do que aquilo, nem queria imaginar o estado em que estaria até chegarem à casa de Quim, a qual ela e Diggory pegariam a Chave de Portal até a casa dos Weasley.
Não pareciam nem ter pego altura suficiente, quando ouviu uma movimentação estranha ao seu lado, olhou por sobre o ombro, em tempo de ver mais três sombras que não pertenciam aos membros da Ordem começarem a seguí-los.
- Diggory! - gritou virando-se para o namorado, Cedrico já tinha a varinha em mãos, apontando-a para uma das sombras, disparando um feixe de luz azulada. As sombras se separaram por um instante, mas não demoraram nem vinte segundos para tornarem a aparecer.
- Continue indo, precisamos chegar ao ponto! - ele gritou, voando ao seu lado, a expressão séria enquanto circulava ao seu redor, garantindo que nenhum dos Comensais se aproximasse demais da garota.
- E os outros?
- Você ouviu o Moody, temos que continuar. Siga o plano! - tornou a gritar ao seu lado, antes de mirar a varinha para um dos Comensais, o qual reconheceu pouco depois como Avery.
A garota apontou a própria varinha para uma sombra ao seu lado, sem nem ver quem tentava acertar, abaixou-se rapidamente com a vassoura, desviando de um jato de luz vermelha, ao tempo que lançava outro feitiço, acertando quem quer que fosse na terceira tentativa.
Cedrico sumiu de sua vista por um momento, mas logo reapareceu, voando ao seu lado. notou um corte profundo em seu rosto, entretanto, ele sorriu para ela, garantindo que estava bem, dizendo para continuarem.
Tudo ficou silencioso por um momento, e não sabiam se era algo bom ou não, não conseguiam ver mais nada devido à escuridão que os cercava.
Precisaram desviar as vassouras para lados opostos de repente, pois duas sombras apareceram logo no caminho dos dois, separando-os.
conseguia ver pelo canto do olho a troca de feitiços entre Cedrico e o Comensal que o perseguia, enquanto ela mesma gritava feitiços aleatórios que vinham à sua mente, desviando-se com rapidez sempre que via um feixe de luz em sua direção.
O Comensal emparelhou-se com ela, e assim que sua máscara caiu, reconheceu seu tio, Rodolfo Lestrange. O qual sorria com os dentes amarelados em sua direção;
- Será você dessa vez, Potter?
encarou-o por um segundo, sorrindo antes de apontar-lhe a varinha:
- Descubra sozinho. - a luz vermelha foi de encontro ao homem, o qual desviou-se com agilidade do feitiço;
- Potter! - Diggory gritou ao aproximar-se.
Por um momento sentiu-se satisfeita ao ver que, por mais preocupado que estivesse, Cedrico não deixou-se levar pelo momento, e seguiu o plano.
Aquilo, no entanto, pareceu ser a confirmação que Lestrange aguardava, sorrindo antes de parar de segui-los por um momento.
- Você está bem? - perguntou ao aproximar-se, vendo-a concordar. - Abaixe-se!
Black deitou-se sobre a vassoura, virando de ponta cabeça, ao tempo que Cedrico lançava um feitiço estuporante na nova sombra que apareceu ao seu lado. O casal assustou-se ao notar que não era apenas um Comensal, mas o próprio Voldemort.
- Então aqui está você, Harry? - disse em tom divertido, voando ao lado da garota, sem uma vassoura ou qualquer outro meio que pudesse mantê-lo no ar. Voldemort realmente voava.
Dois outros Comensais apareceram, separando o casal.
Diggory duelava poucos metros abaixo, enquanto tentava aproximar-se da namorada mais uma vez.
- Cuidado, Tom. - a garota disse a primeira coisa que veio à sua cabeça, notou os olhos vermelhos brilharem - Não vai querer ser derrotado mais uma vez, não é?
Voldemort esticou a varinha em sua direção, mas seu olhar parou por um instante na que estava nas mãos da garota, sorrindo de lado.
- Você quase conseguiu uma Maldição da Morte pela petulância, Black. Mas tenho outros planos para você! - afastou-se de repente, ao tempo que Cedrico aproximava-se afoito, emparelhando as vassouras.
- Você está bem? O que aconteceu?
- Ele viu minha varinha! Sabia que não era o Harry! - disse olhando para trás, não vendo mais nenhuma das sombras. - Cadê todo mundo?
Diggory respirou fundo, procurando qualquer sinal do grupo.
Ouviram então um barulho alto, e luzes começaram a formar-se à menos de um quilômetro, do lado contrário ao que deveriam voar.
- Temos que ajudá-los! - gritou olhando na direção das luzes, parou a vassoura no ar, seguida por Diggory, o qual estava em uma batalha interna; ao mesmo tempo que queria ajudá-los, precisava tirar Black dali o mais rápido possível.
- Precisamos seguir o plano… - disse sem tanta convicção, olhando para as luzes que se intensificaram.
- Cedrico… - começou, encarando-o nos olhos.
Diggory a olhou por um instante; ainda parecia com Potter, e se a atingissem por pensarem que era Harry?
- Fique atrás de mim. - disse por fim, antes de voltarem a voar, seguindo para a direção dos gritos.

Gui e Fleur estavam cercados por quatro Comensais, o testrálio não conseguia voar sem ser bloqueado pelo grupo. Fleur gritava feitiços de proteção, tentando evitar que o animal fosse atingido, enquanto Gui tentava se encarregar dos Comensais.
Por um momento pensou que estavam com ainda mais problemas, ao ver mais duas sombras aproximando-se, mas viu um dos feitiços ser lançado contra uma das sombras ao seu lado esquerdo, acertando-a no ombro, logo reconheceu Diggory e um dos Harry’s ao seu lado.
- Cuidado! - Black gritou, apontando a varinha para Dolohov, que tentava acertar Fleur pelas costas.
A francesa escorregou do testrálio quando o animal mexeu-se nervoso, caindo rapidamente.
- Não! - Gui gritou desesperado, tentando afastar-se dos Comensais para ajudá-la.
deixou-os, deitando-se sobre a vassoura, acelerando o voo para tentar pegar Fleur antes que a mulher batesse em algo.
Cedrico e Gui tentaram segui-las, mas foram impedidos pelo grupo, que não parava de lançar-lhes feitiços da morte.
estava apenas alguns metros de distância, conseguia escutar o grito desesperado da mulher, conforme ela caída. Delacour tentou esticar as mãos para que a outra conseguisse segurá-la, mas girava rápido no ar, incapaz de manter-se estável. Black a agarrou pela jaqueta, puxando-a com força, enquanto tentava manobrar com a vassoura, emparelhando com a francesa pouco depois, a qual a agarrou desesperada, jogando-se sobre seu corpo. Demoraram alguns instantes para conseguirem ajeitar-se, mas logo Fleur estava sentada atrás da mais nova, segurando-se com força;
- É porr isse qu eu odeiam voarr! - suspirou, ainda agitada com tudo.
- Caramba, você claramente nunca jogou Quadribol, não é? Já caí da vassoura umas quatro vezes! - contou, tentando amenizar o clima, enquanto tornavam a voar para próximo dos outros dois.
Fleur tentou rir, mas ainda parecia assustada demais para qualquer coisa;
- Obrrigade!
olhou por sobre o ombro, piscando de lado;
- Eu sou O Escolhido, é meu dever ajudar!
Diggory ainda duelava com Dolohov quando viu os dois Harry Potter’s voando na mesma vassoura, em direção ao grupo. Antônio lançou uma Maldição da Morte, a qual Cedrico desviou por um triz, o que o deixou com ainda mais raiva, no instante seguinte o rapaz lançou ele mesmo um jato verde em direção ao Comensal.
ficou um tanto surpresa ao notar, não achava que o namorado estivesse pronto para matar uma pessoa, mas não o julgava por usar a Maldição em meio ao duelo.
Gui derrubou Rowle da vassoura, após quase ser nocauteado pelo mesmo, e então virou-se para ajudar Diggory, mas não foi necessário, pois o outro conseguiu estuporar Dolohov poucos segundos depois.
- Estão todos bem? - Weasley perguntou, olhando diretamente para a noiva, a qual parecia um pouco enjoada. Voou para perto das duas, ajudando-a a subir novamente no testrálio. - Não sei como agradecer a vocês dois, não estaríamos aqui agora se não tivessem aparecido.
- Eu cerrtemment naum estaria! - Fleur comentou, encarando a mais nova, agradecida.
- Não tem o que agradecer, tenho certeza que fariam o mesmo. - Diggory respondeu, ao reparar que a namorada estava um pouco constrangida. - É melhor continuarmos, não? Devemos ser os últimos a chegar!
- Sim, já perdemos a primeira Chave de Portal, - Gui concordou, olhando o relógio de pulso - se formos rápidos agora, talvez consigamos a segunda.
- Até daqui há pouco! - acenaram uns para os outros, antes de Cedrico e voltarem a voar na direção norte, enquanto o casal no testrálio seguiu em frente.
Cedrico olhou para o lado, notando os cabelos loiros voando com o vento, sorriu sozinho;
- Olha só, voltou a ser você mesma!
virou-se confusa, olhando para o próprio corpo, nem mesmo tinha reparado.
- Finalmente, achei que minha visão estava arruinada para sempre! - disse, retirando o óculos que usava e colocando-o no bolso
- Está bem? Está muito quieta. - perguntou ao seu lado, ao aproximarem-se do perímetro protegido.
Black concordou com a cabeça, suspirando em seguida;
- Só queria confirmar que estão todos bem.
- Não se preocupe, - Diggory sorriu - logo estaremos todos juntos e você poderá contar que salvou a noiva!
riu baixo, concordando com a cabeça;
- Potter teve tanta sorte de eu nunca ter tentado ser apanhadora, obviamente seria melhor que ele!
Diggory gargalhou, sentindo-se mais tranquilo ao notarem que já tinham passado o local protegido, logo os dois pousaram no quintal de Quim. Cedrico abraçando-a apertado assim que desmontaram das vassouras;
- Você foi muito bem hoje!
- Você também, até parecia um Auror! - sorriu de lado, antes dele inclinar-se, juntando seus lábios em um beijo rápido. - Como está o corte?
- Nada que vá me matar, não se preocupe.
Ouviram passos apressados, e, no instante seguinte, Shacklebolt apareceu, respirando aliviado ao notar o casal.
- Por Merlin, vocês estão muito atrasados! O que aconteceu? - perguntou chamando-os para entrar, notando o corte em Diggory.
- Fomos atacados pouco depois de sairmos, - explicou, aceitando uma xícara de chá que lhe foi oferecida - dezenas de Comensais, depois o próprio Voldemort.
Quim respirou fundo, negando com a cabeça;
- Como foi que a notícia se espalhou? Não tinha como saberem…
- Você vai junto par’A Toca? - perguntou, dando um gole na bebida, sentindo o corpo todo esquentar.
- Sim, precisamos saber o que aconteceu… Por falar nisso, está na hora da terceira Chave! - apontou para uma escova de dentes, que começou a brilhar.
Os três aproximaram-se, deixando às xícaras na mesa e, Cedrico e , segurando firme em suas vassouras.
Assim que bateram no gramado, varinhas foram erguidas em direção aos três;
- Diggory, o que foi que lhe mandei no último dia do Torneio Tribruxo? - Sirius questionou sério, a varinha na direção de seu peito.
- Pai! - protestou assustada, Cedrico, entretanto, não parecia abalado.
- Um pedaço de pergaminho com a pata de um cachorro.
- Shacklebolt, qual foi a última coisa que Dumbledore nos disse?
- Harry é nossa melhor esperança, confie nele.
Sirius respirou fundo, baixando a varinha, assim como Lupin e Arthur.
- Finalmente! - puxou para um abraço apertado, sendo retribuído da mesma forma - Vocês demoraram, e não sabemos por quem fomos traídos, precisávamos confirmar!
- Estão todos bem? - Diggory perguntou ao seguirem em direção a casa.
Remo pareceu perder um pouco de cor em seu rosto;
- O que aconteceu? - questionou nervosa, sentindo o pai apertar-lhe o ombro.
- Snape apareceu, acertou Jorge com um feitiço… Ele está bem, mas… - a voz de Lupin se perdeu, ao entrarem na casa, viram o grupo reunido ao redor do sofá, o ruivo deitado, rodeado pelo gêmeo e a mãe.
Tonks puxou a prima para um abraço, assim que a viu, apertando-a contra si;
- Você demorou, ficamos preocupados! - sussurrou em seu ouvido.
- Agora vocês vão poder nos diferenciar, não é? - brincou, fazendo uma leve careta com a dor. reparou na faixa em sua cabeça, e o sangue que se acumulava na região da orelha. - Com ou sem orelha, ainda sou o mais bonito. - deu de ombros, virando-se para Remo - Não se preocupe, poderia ser pior se você não estivesse lá.
Lupin concordou com um sorriso pequeno, embora continuasse a se sentir culpado.
- Cadê o Olho-Tonto? - Quim perguntou ao olhar o grupo, notando a falta do mais velho.
Ninguém falou nada por um instante;
- Voldemort… - Rony falou em voz baixa, parecendo ainda mais sem graça e vermelho do que o costume.
Diggory fechou os olhos, bufando frustrado ao abaixar a cabeça encarando o chão. segurou em sua mão, apertando-a gentilmente;
Moody, assim como Sirius, era quem mais tinha ajudado Cedrico com os feitiços no último ano, ensinando-lhe de tudo um pouco, confiando nele para ser membro da Ordem.
- Voldemort apareceu para todos? - Quim tornou, após alguns instantes de silêncio.
Remo, Arthur e Gui negaram com a cabeça. Black então encarou o casal ao seu lado;
- O que aconteceu com vocês?
- Aqui, querido! - Molly disse a Cedrico, entregando-o uma toalha molhada em algum remédio vermelho - Vai cicatrizar mais rápido.
- Obrigado. - sorriu de canto, colocando a toalha sobre a bochecha, limpando o corte - Alguns Comensais nos cercaram, e depois Voldemort apareceu… - virou-se para , esperando que a mais nova continuasse.
deu de ombros;
- Ele achou que eu era o Harry por um momento, depois viu minha varinha e saiu…
- Por que ele achou que era eu? - Potter questionou do outro lado da sala, arqueou a sobrancelha, pronta para dizer o óbvio - Quero dizer, ele não tentou atacar Rony ou Mione...
Black mordeu o lábio inferior;
- Não sei bem, talvez eu tenha soado como você. Não iria dizer que não era você, não é? Se fosse para dizer que você estava com o Hagrid não precisaríamos do Polissuco.
- O que você disse? - Sirius questionou curioso.
- Perguntei se ele estava pronto para ser derrotado mais uma vez. - deu de ombros, coçando o nariz, distraída, ouvindo a risada dos gêmeos.
- Não é hora para fazer piadas, - Remo negou com a cabeça - não precisava dizer que não era o Harry, mas não pode arriscar-se assim. Ele poderia ter te matado só pela brincadeira.
- Ele iria, - começou, suspirando - mas viu minha varinha e notou que não era o Harry, aí… - engoliu em seco - Aí ele saiu.
- Isso foi antes ou depois de vocês aparecerem para nos ajudar? - Gui questionou curioso.
- Antes.
- Como assim? - Arthur olhou do filho para o casal - O que aconteceu?
Cedrico e se entreolharam;
- Pouco depois vimos umas luzes não muito longe, resolvemos ajudar…
- Vocês deixaram o plano de lado? - Lupin parecia chocado.
- Graças à Merlin vocês deixaram o plano de lado - Gui agradeceu, sorrindo de canto, aproximando-se para apertar a mão de Diggory -, certamente não estaríamos conversando se não tivessem aparecido. Estávamos cercados e Fleur acabou caindo do testrálio…
- Não me entenda mal, Gui, estou mais do que feliz por vocês dois estarem bem, mas quando montamos um plano como esse, temos que segui-lo, Cedrico.
Diggory concordou com a cabeça, embora não se sentisse de todo culpado.
- Agrradeço porr aperrecerem! - Fleur aproximou-se, abraçando o casal e beijando-lhes a bochecha, demorando-se um pouco mais em Black - Voou mui biem!
A loira pareceu extremamente constrangida;
- Ah, você sabe… Jogava Quadribol… E não é como se você fosse muito pesada… - coçou a nuca, ficando vermelha ao notar o tamanho do sorriso da francesa.
Virou-se para Cedrico que a olhava curioso quando a mulher se afastou;
- Ela é bonita, me deixa sem graça. - sussurrou, fazendo-o segurar a risada.
Enquanto o grupo conversava sobre os próximos passos, incluindo o resgate do corpo de Olho-Tonto, Sirius aproximou-se de Cedrico, puxando-o para um canto.
- Quer dizer que, além de fugir do plano inicial, você ainda arriscou a vida da minha filha mais um pouco? - cruzou os braços, vendo-o ficar totalmente sem graça, sem saber o que dizer.
- Eu…
- Muito bem, - suspirou, passando as mãos pelo cabelo - apesar de tudo, eu teria feito a mesma escolha. Bom trabalho, Diggory.

Após Remo, Gui e Cedrico saírem para procurar o corpo de Moody, o restante do grupo se dispersou aos poucos, voltando para suas casas. Harry, por um momento, ficou perdido.
- Também já vou indo… - anunciou, levantando-se da cadeira na qual estava sentado.
- Vai pra onde? - questionou com a sobrancelha arqueada.
- Para outro lugar, não posso ficar aqui… É perigoso e…
- Harry, mas foi justamente por isso que te trouxemos para cá, fizemos tudo o que podíamos para protegê-lo! - Sra. Weasley avisou, sorrindo bondosa.
- Sei que sim, e agradeço por isso, mas se Voldemort descobrir que estou aqui…
- E como descobriria? Temos treze locais que você poderia estar! - Arthur avisou, enquanto tomava mais um gole de Uísque de Fogo.
- É justamente por isso que você não vai para nossa casa, Harry - Sirius acrescentou -, achamos que seria o primeiro local que Voldemort tentaria te achar, mesmo que não saiba com certeza a localização, plantamos pistas falsas por semanas, mas concordamos que aqui você estaria mais seguro do que conosco.
- Vocês não entendem… Não estou pensando na minha segurança…
- Sabemos que não é isso, Harry - Molly concordou, passando a mão por seus cabelos -, mas se você for embora, tudo o que fizemos por você terá sido em vão.
- Você deve ficar aqui, Harry! - brandou Hagrid, após minutos de silêncio, ainda pesaroso pela perda de Alastor.
- É, perdi minha orelha sangrenta por nada? - Jorge negou, apontando para a cabeça.
- Você realmente acha que vai conseguir se proteger e nos proteger estando sozinho, ao invés de seguir com o plano da Ordem? - negou, encarando o amigo - Ouviu o que Quim disse mais cedo? Dumbledore pediu para confiarem em você, vai ser muito burro se deixar tudo isso e correr por aí, desprotegido.
- Eu não… - negou com a cabeça;
- Harry, você não pode nem aparatar sem que o Ministério saiba onde você está! - Mione lembrou, fazendo-o desistir por um instante.
- Muito bem, tudo resolvido então! - Sirius sorriu ao vê-lo sem argumentos - Como seu padrinho, estou dando uma ordem. - avisou-lhe quando se aproximou para abraçá-lo - Queria que você pudesse conhecer sua nova casa, mas vai ter que ficar para outra hora! - piscou para o afilhado. - Nos vemos daqui alguns dias!


Diggory mexeu-se sonolento na cama, abrindo os olhos após ouvir o barulho da coruja ao canto, que tinham derrubado alguns petiscos no chão. Virou-se para o lado, vendo sentada de pernas cruzadas, enquanto folheava um livro de Runas Antigas;
- Olha só para você, estudando antes mesmo das aulas começarem… - brincou com a voz rouca, antes de espreguiçar-se - Por que não me acordou?
- Porque você está cansado - deu de ombros, olhando-o por um instante, antes de voltar sua atenção para o livro.
O rapaz bocejou, coçando os olhos e arrumando os cabelos ao sentar-se na cama, colocando as pernas para fora da mesma e procurando os sapatos;
- É melhor eu ir embora, antes que Sirius apareça me expulsando - avisou, calçando-os.
- Ced - a loira começou incerta, vendo-o fazer um barulho com a boca, para mostrar que estava ouvindo -, precisamos conversar.
Diggory olhou-a por sobre o ombro, o cenho franzido, notando o tom sério em sua voz;
- O que aconteceu?
Black olhou para o livro em suas mãos, fechando-o devagar, enquanto ainda pensava na melhor forma de falar que ela iria embora por tempo indeterminado. Fazia semanas que adiava aquela conversa, mas depois de ter contado a Sirius mais cedo naquele dia, não tinha outra escolha a não ser contar para Cedrico, não poderia simplesmente sumir após o casamento e deixar-lhe uma carta, embora tivesse considerado aquela opção. Qualquer coisa parecia melhor do que encarar os olhos cinzentos do namorado e dizer que não estariam mais juntos;
- Eu… - começou em voz baixa, mexendo-se desconfortável - Vou viajar…
Cedrico tornou a sentar-se direito, virando-se para a garota, o olhar perdido;
- Viajar? Para onde?
- Eu… Bem… - passou a mão pelos cabelos, nervosa, embaralhando-se com as palavras.
- O que está acontecendo, ?
- Mione, Harry, Rony e eu precisamos fazer uma coisa, é importante… - olhou-o de canto, Cedrico respirou fundo encarando o colchão. - Dumbledore… Ele pediu para Harry fazer uma coisa e vamos ajudá-lo com isso, entende?
- Que coisa?
- Não posso te dizer… Nem pra você, nem para ninguém, ele nos fez prometer…
- Era por isso que Potter estava com ele aquela noite, não? - questionou ao tornar a olhá-la, vendo-a confirmar com um aceno.
- Não posso dizer muito, Ced, mas é importante… É para termos uma chance contra Voldemort…
- E por que vocês quatro? Quer dizer, seria muito melhor alguém da Ordem ir junto, não?
- Sei que sim, mas Dumbledore não queria que outras pessoas soubessem… - suspirou - Sabe que eu contaria para você se pudesse, mas eu prometi…
Diggory concordou com um aceno, olhando para frente.
- Quanto tempo vai ficar fora?
A garota não respondeu de imediato;
- Não faço ideia. Até conseguirmos o que estaremos procurando.
- Semanas, então? Meses? - voltou a olhá-la, esperando por uma resposta melhor.
- Não sei, Ced… Imagino que meses, talvez alguns anos…
- Anos? - falou em voz alta, ficando em pé, tentando controlar-se - Você vai sumir por anos e acha que eu estou ok com isso? Sirius já sabe?
- Sim, contei hoje… Ele provavelmente disse tudo o que você vai falar, Cedrico, mas é uma coisa que precisamos fazer. Que eu preciso fazer.
- Não entendo… - negou, passando a mão pelos cabelos - Como vocês quatro, que nem terminaram os estudos, vão conseguir derrotar Voldemort? Tudo bem, Potter é O Escolhido, mas isso é ridículo!
não respondeu nada, apenas deu de ombros, sem ter o que dizer para aquele argumento, ela mesmo achava a ideia toda uma loucura.
- Vocês têm algum plano? Sabem para onde vão? Como vão se proteger?
Novamente ela apenas negou, deixando-o ainda mais nervosa;
- Vocês vão acabar mortos em menos de duas semanas, isso sim. Não faz qualquer sentido…
- Nunca disse que fazia…
- Como Dumbledore mandaria vocês, desprotegidos, fazerem qualquer coisa? Harry nem é maior de idade ainda!
- Eu sei… Honestamente, não estou nem um pouco entusiasmada com isso, Cedrico, mas é importante e…
- Vai ajudar a derrotar Voldemort! É, você já disse isso. - bufou frustrado, andando pelo quarto.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, durante o tempo em que Diggory continuava a bufar, incomodado com a situação inteira. Fazia comentários aleatórios, negando o tempo todo. Não conseguia acreditar que Alvo Dumbledore tinha mandado quatro adolescentes para fazer algo tão perigoso, e o pior era nem mesmo saber o que, de fato, estavam indo fazer. Ou quanto tempo demoraria.
- Cedrico? - chamou em voz baixa, vendo-o parar de andar, tornando a encará-la. - Não sei quanto tempo isso vai levar, podem ser semanas, talvez um ano ou dois, quem sabe mais…
- Não está me fazendo sentir melhor saber disso. - respondeu, irritado.
- Eu sei, eu só… - respirou fundo, olhando para baixo por um instante - Não é justo com você…
- O que?
- Não posso pedir para você ficar esperando sabe-se lá quanto tempo, Cedrico…
- Que quer dizer? - tornou confuso, olhou em seus olhos, incapaz de proferir aquelas palavras, mas ele entendeu ao vê-la com os olhos marejados o que ela queria - Está terminando comigo? - questionou em voz alta, perplexo. - Você está terminando comigo?
Black baixou a cabeça, acenando positivamente, os cabelos loiros caindo sobre seu rosto.
Diggory engoliu em seco, sem conseguir dizer nada, sentiu o peito apertar.
Ficaram longos minutos em silêncio, sem nem mesmo conseguirem se olhar durante aquele tempo.
- E se eu disser que espero? - começou em voz baixa, a visão embaçada pelas lágrimas.
- Cedrico…
- Eu espero. Dois, cinco anos se for preciso.
O casal se entreolhou por um momento, Diggory tinha os olhos marejados, evitava chorar respirando fundo para manter o controle, em contrapartida, Black nem mesmo tentava segurar o choro, deixando as lágrimas escorrerem livremente por seu rosto.
- Não posso pedir para você fazer isso - negou triste -, não sei como vão ser as coisas Cedrico, não posso pedir para você parar sua vida e me esperar!
- Você não pediu. - deu um passo em sua direção, sorrindo pequeno - Mas não consigo imaginar uma vida sem você, se tiver que esperar para você fazer isso… Que seja.
baixou a cabeça, viu quando o outro sentou-se ao seu lado, pegando em sua mão;
- A gente faz dar certo…
Black fechou os olhos, respirando fundo;
- Eu não vou poder falar com você por esse tempo, Ced…
Cedrico concordou com a cabeça, embora sentisse o coração pesar por apenas imaginar como ficaria tanto tempo longe dela, principalmente sem saber como estaria.
- Eu sei… - respondeu em voz baixa - Sei que não tem nada que eu possa dizer que te faça mudar de ideia sobre ir com eles, e se você diz que é importante, que Dumbledore realmente pediu para vocês fazerem sem contar a mais ninguém… - suspirou - Eu só quero saber que em algum momento eu vou ter você de volta, pode ser daqui um mês ou três anos, eu só preciso saber que em algum momento você vai voltar pra mim… Eu amo você, Black.
A garota virou-se em sua direção, jogando os braços e o corpo sobre o dele, abraçando-o apertado, escondendo o rosto na curva de seu pescoço, deixando as lágrimas molharem a camisa que o namorado usava;
- Eu amo você, Diggory.
Sirius fechou os olhos por um momento ainda escorado na parede lateral, passou as mãos pelo rosto e respirou fundo antes de jogar os cabelos para trás, virando-se em direção à porta: viu o casal abraçado no meio da cama, antes de sua filha inclinar-se para beijar o namorado;
- Uhm, - pigarreou chamando a atenção dos dois - achei que só se beijavam na bochecha?
Cedrico sorriu de lado, sem graça, enquanto tornou a sentar-se ao seu lado, ainda segurando a mão do outro. - Está tarde, não?
Diggory concordou no mesmo instante, levantando-se;
- Já estava de saída!
Black negou com a cabeça, sabendo que poderia se arrepender a qualquer momento daquela decisão;
- Tudo bem, pode dormir aqui hoje. - avisou, vendo os olhares surpresos dos dois - A porta vai ficar totalmente aberta e eu quero suas varinhas, nada de Abaffiato ou qualquer outro feitiço! - deu passos para dentro do quarto, estendendo a mão - E vou ficar vindo aqui de tempos em tempos para garantir que não estão aprontando!
- Que foi que aconteceu? - perguntou confusa, entregando-lhe as varinhas.
O mais velho deu de ombros, não querendo se prolongar no assunto;
- Talvez eu tenha escutado uma ou duas frases da conversa…
- Estava ouvindo uma conversa privada, pai? - questionou surpresa, sentindo-se totalmente constrangida com a situação.
- Não é privada se à porta está aberta… - deu de ombros, andando para fora do quarto - Boa noite.

abriu a porta, sorrindo ao ver Ninfadora e Remo do lado de fora, dando-lhes espaço para entrar, ao tempo que abraçava a prima;
- Como foi a lua de mel? - perguntou a mais velha, que riu sem graça;
- Muito boa, melhor que o esperado para os tempos atuais! - piscou, antes de virar-se para cumprimentar Sirius e Cedrico.
- E aí, Remo? - a garota virou-se para o ex-professor.
- Como vai?
- Ah, você sabe, aprendendo uma coisa aqui e outra lá… - deu de ombros, olhando-o de canto. - Sabia que agora que você casou com a Dora, isso quer dizer que você é da família, correto?
Lupin riu, concordando com um aceno;
- Imagino que sim…
- Pois é… - encarou-o por um instante - Fico pensando se ela chegou a te dizer que nós sempre nos abraçamos quando nos vemos…
- Remo não gosta muito de abraços, ! - Dora contou da sala, ouvindo a conversa próxima à porta.
- Azar dele! - respondeu, aproximando-se para abraçá-lo apertado, reparando que ele ficou sem graça no primeiro momento, mas correspondeu logo depois - Bem-vindo à família!
- Já podemos ir? - Sirius perguntou, após cumprimentar o amigo - Vamos nos atrasar se demorarmos muito…
- Ahn… - Dora começou tentando segurar o sorriso.
- Que aconteceu? - Cedrico perguntou ao olhá-la, conhecia Ninfadora o suficiente para saber que a mulher estava desesperada para contar algo.
- Temos uma novidade! - anunciou, olhando de lado para o marido.
Lupin manteve-se em silêncio, um sorriso quase imperceptível em seus lábios.
Os outros três olhavam para o casal, esperando pela notícia;
- Estou grávida! - Tonks gritou feliz, não conseguindo conter a risada.
abriu a boca, chocada, ao tempo que Cedrico assobiava surpreso e Sirius piscava lentamente, como se precisasse de alguns segundos para entender o que aquilo significava.
- É sério? - a loira foi a primeira a se pronunciar, começando a dar gritos animados junto com a prima, abraçando-a por minutos intermináveis - Não acredito que você vai ter um bebê! Meu Merlin!
- E eu? Você acha que eu tenho maturidade para ter um filho, ? - a mulher devolveu, rindo de felicidade e nervosismo, antes de soltar mais uns gritinhos animados com a outra.
Cedrico estendeu a mão para cumprimentar Lupin, dando palminhas em suas costas;
- Meus parabéns! É fantástico!
Então virou-se para Ninfadora, assim que a namorada soltou-se dela;
- Caramba, Tonks! - riu para ela, abraçando-a em seguida - Você será uma mãe maravilhosa! - disse próximo ao seu ouvido, escutando-a agradecer, abraçando-o animada - Fico feliz de verdade por você, vai ser a criança mais sortuda do mundo!
- Pelas barbas de Merlin, vocês não perderam tempo mesmo! - Sirius disse por fim, antes de virar-se para o melhor amigo - Meus parabéns!
Remo o encarou por um segundo, antes de aceitar o abraço do outro.
- Você sabe o que isso pode significar - sussurrou para o amigo, aproveitando que os outros estavam distraídos. - Sirius…
- Conversamos sobre isso depois, Aluado! - respondeu no mesmo tom, olhando-o sério por um momento. - Tonks! - virou-se para abraçar a sobrinha - Mal posso esperar para estragar essa criança!
- Não acredito que serei obrigada a gastar todo meu dinheiro comprando presentes para esse bebê! - concordou com o pai, sorridente.
- Quando vocês vão saber se é menino ou menina? - Cedrico perguntou animado, o casal deu de ombros;
- Estamos pensando em esperar até nascer! - Dora suspirou - Não sei se aguento tanto!
- Esperem só até todo mundo saber!
- Sobre isso… - Remo pronunciou-se, colocando as mãos nos bolsos da calça - Preferimos não anunciar agora…
- Por que? - Sirius questionou surpreso.
- É o casamento de Gui e Fleur hoje, não queremos tirar o foco deles, contamos em outro momento! - Tonks deu de ombros - Só contamos para vocês porque eu precisava compartilhar com mais alguém!
- Seus pais não sabem? - Cedrico perguntou admirado.
- Não, ainda não… Vamos esperar mais um pouco para contar!
- Bem, - Remo começou, evitando mais perguntas - é melhor nós irmos, não? O casamento já deve começar!
Os cinco andaram para fora da casa, aparatando segundos depois n’A Toca.
Seguiram os convidados pelo gramado, aproximando-se dos gêmeos, Rony e Harry (o qual estava ruivo devido à poção polissuco), os quais levavam os convidados aos seus lugares;
- E aí, Raio? - sorriu em sua direção, abraçando-o - Feliz Aniversário!
- Achei que te veria ontem?! - comentou encarando-a por um segundo, o cenho franzido.
- Ah, pois é… Estávamos vindo quando recebemos o recado do Sr. Weasley falando sobre o Ministro… Papai preferiu não vir para não correr o risco de dar de cara com ele, entende? Mas seu presente claramente vai ser muito melhor agora que ele perdeu a festa! - piscou, vendo-o rir. - Recebeu o meu?
- Sim, é fantástico! - agradeceu sorridente, ao lembrar-se da caixa enorme que tinha recebido no dia anterior, carregado por três corujas - Não precisava, principalmente a coleção completa!
- Ah, - deu de ombros - não é sempre que se faz dezessete, não é?
- Você sabia que Dumbledore te deixou algo? - acrescentou em voz baixa.
- Como é? O que? - a garota pareceu extremamente surpresa.
- Não sei, o Ministro não quis dizer nem deixar aqui, já que você não estava… Parece que vai precisar ir ao Ministério para receber…
- Ah, sem chances. - negou com um aceno - Vou pedir para Dora pegar em meu lugar, que será que ele me deixou?
- Nem ideia, mas ele deixou um desiluminador para Rony, um livro de contos para Mione e meu primeiro Pomo de Ouro, junto com a espada de Gryffindor.
- Você ganhou a espada? - perguntou pasma.
- Não, ele não quis me deixar, e disse que ela tá sumida… - a garota arqueou a sobrancelha para o amigo, que deu de ombros. - Não faço nem ideia…
- Caramba… E por que demoraram tanto para entregar se fazem semanas que… Você sabe…?
- Mione diz que eles deveriam estar testando tudo no Ministério, para ver se tem alguma pista adicional, ou sei lá…
- E tem?
- Não que a gente tenha encontrado...
- Harry! - Sirius aproximou-se do afilhado, abrindo os braços, após conversar com os gêmeos - Feliz Aniversário! Sinto muito por não ter aparecido… Estávamos prontos para vir!
- Tudo bem, já explicou! Mas perderam um bolo bem gostoso! - riu, abraçando o padrinho.
- Ah, como assim? Não ficou nem um pedacinho? - a garota cruzou os braços - Que absurdo!
- Seu presente está te esperando em seu quarto! - Sirius avisou, apertando-lhe o ombro e piscando para o mais novo - Podemos trocar uma palavra, Harry? - pediu em voz baixa.
- Pode ser após o casamento? Eu deveria ajudar com os convidados… - sorriu sem graça, vendo-o piscar em sua direção. - Aliás, vocês ficam por aqui - apontou para o corredor central - Terceira fileira à esquerda!
Sirius seguiu pelo caminho indicado, juntando-se a Tonks e Lupin que seguiam ao lado de Rony.
Cedrico aproximou-se junto de Fred, rindo da conversa do ruivo;
- Estou falando sério, a melhor coisa que nos aconteceu ultimamente foi esse casamento, você já viu as primas da Fleur?
- Ein? - chamou a atenção dos dois, vendo o namorado erguer as mãos;
- Eu não disse nada! - então virou-se para o ruivo ao lado da namorada - Como vai, Harry?
- Cedrico, - sorriu educado, apertando-lhe a mão - tudo certo!
- Feliz Aniversário!
- Obrigado!
olhou para os dois, naquele clima estranho que sempre ficavam por não se gostarem muito, mas que parecia ainda pior desde que Cedrico o ouviu se declarar, embora ambos parecessem muito educados.
- Ei, Gina! - a loira sorriu para a ruiva, dando-os às costas e seguindo até a amiga.
- Que sutil… - Cedrico comentou sem graça, colocando as mãos no bolso da calça.
- E você esperava algo diferente? - Harry riu sem jeito, passando a mão na nuca.
Os dois ficaram em silêncio, olhando Gina e conversarem mais ao canto, rindo de alguma coisa. Diggory respirou fundo, passando a mão pelos cabelos, bagunçando-os levemente;
- Ahn… me falou sobre a viagem de vocês… - comentou, olhando-o de canto. Harry concordou com a cabeça, mantendo-se em silêncio - Você tem certeza sobre isso? Quero dizer… Não seria melhor chamar alguém da Ordem para acompanhá-los?
Potter negou com um aceno;
- Seria mais fácil, - concordou lentamente - mas Dumbledore pediu para não contarmos a mais ninguém… - então virou-se para o mais velho - Eu disse que nenhum deles precisava me seguir, falei para ficar com você e Sirius, mas…
Cedrico riu nasalado, olhando-o divertido;
- E você achou realmente que ela deixaria você na mão numa hora dessas? - tornou a passar a mão pelos cabelos, olhando a namorada cumprimentar Hermione. - Soube assim que ela me contou, que nada que eu pudesse dizer a faria mudar de ideia… Ela gosta de você, sabe? - acrescentou, tornando a encará-lo de canto.
Potter respirou fundo, olhando-o nos olhos;
- Sei, mas de uma forma totalmente diferente; é minha melhor amiga, em nenhum momento achei que ela terminaria com você para ficar comigo, Cedrico… Eu…
Diggory negou novamente, não deixando-o concluir sua raciocínio;
- Não precisa se explicar, Harry. Demorei um tempo, admito, mas sei o quanto vocês são próximos e o quanto você é importante para ela, e que não tem nada que ela não faria por você. - deu de ombros, sorrindo de lado - Não vou mentir, continuo não caindo de amores por vocês dois juntos, mas sei que você é o melhor amigo dela e no final é isso que importa, não? - Harry o olhou por um momento, concordando devagar - Se eu preferia que você estivesse interessado em outra garota? Com certeza, mas também sei que nada disso é sua culpa, nem de ninguém e não vou me colocar no meio da amizade de vocês por ciúmes. Se diz que vocês precisam sumir por uns tempos… - respirou fundo - Espero que fiquem bem e que dê tudo certo…
Potter não soube o que dizer, mas continuou a encará-lo por um momento, sorrindo em seguida;
- Não é como se eu achasse você tudo aquilo também… - deu de ombros, vendo-o rir - Mas sei o quanto ela gosta de você, Cedrico, sempre soube na verdade… - avisou, olhando para as três garotas ao canto - Como eu disse, não esperava que ela fosse terminar o namoro de vocês quando eu contei… Fico feliz por saber que ela está com alguém que gosta dela, de verdade, e fico contente de saber o quão feliz ela está, mesmo que seja com você - sorriu de canto -, sempre será minha melhor amiga e isso é tudo!
Cedrico concordou, sorrindo tranquilo para o ruivo, estendendo a mão;
- Estamos ok? Não precisamos ser super amigos, mas estamos bem?
- Com certeza! - sorriu, apertando-lhe a mão.
Cedrico sorriu para Krum quando este se aproximou estendendo a mão, abraçando-o de lado, antes de entregar o convite para Rony, o qual olhava duvidoso para o mesmo;
- Está marravilhosa! - acrescentou para Hermione, a qual ficou vermelha e derrubou sua bolsa de contas.
- Não sabia que você… Que bom te ver! - sorriu, ainda constrangida, ao cumprimentá-lo.
- O que está fazendo aqui? - Rony gralhou ao lado, o rosto tão vermelho quanto de Granger.
- Fui convidado porr Fleur! - então virou-se para cumprimentar o ruivo, que não sabia ser Harry Potter, e - Continuem juntos? - apontou para ela e Diggory, o qual concordou sorridente - Então o prróximo deve serr seu casamente? - riu, olhando para o casal.
- Se o pai dela não me matar antes, talvez! - Cedrico piscou, rindo junto dele.
Rony era o único que parecia incomodado com a chegada do búlgaro, e só piorou sua careta quando viu piscando sugestiva para Hermione.
- É melhor todos sentarmos, já está quase na hora! - Harry avisou, oferecendo-se para mostrar o lugar de Krum, querendo afastá-lo do amigo, antes que o ruivo falasse algo que pudesse constranger à todos.
A tenda estava toda decorada, cadeiras douradas estavam dispostas nas laterais de um longo tapete roxo, os postes que sustentavam a tenda estavam decorados com guirlandas de flores brancas e douradas, e os gêmeos tinham prendido um enorme buquê de balões dourados sobre o ponto exato em que Gui e Fleur fariam os votos.
Assim que todos estavam em seus lugares, não demorou nem cinco minutos para que Sr. e Sra. Weasley andassem pelo corredor, sorrindo para os convidados, ambos extremamente bem vestidos para a ocasião. No instante seguinte, Gui e Carlinhos (que era o padrinho do irmão), caminharam para a frente da tenda, usando vestes a rigor com rosas brancas na lapela. Fred assobiou alto em aprovação, causando uma onda de risos pela tenda.
Então a multidão fez silêncio e o volume da música foi aumentando, aparentemente vinda dos balões dourados que enfeitavam o local.
- Não é certo que a Fleur seja tão bonita! - sussurrou ao lado de Cedrico, enquanto todos levantavam-se para ver a francesa acompanhada dos pais, caminhar pelo tapete.
Várias pessoas exclamaram ao vê-la andar com tamanha graciosidade, usando um vestido branco simples, que esvoaçava levemente conforme ela andava, parecendo ainda mais bela que o normal, a tiara de Tia Muriel dando ainda mais destaque aos seus cabelos.
Gina e Gabrielle, a irmã mais nova de Fleur, usavam trajes dourados, caminhando logo atrás da noiva, jogando pétalas de rosas brancas pelo caminho.
Assim que a francesa chegou aonde estava o sorridente Gui, ele pareceu tão belo quanto a noiva, e suas cicatrizes nem mesmo pareciam existir.
Com o decorrer da cerimônia era possível escutar os convidados fungando, emocionados com a união do jovem casal.
Quando Gui e Fleur finalmente se beijaram, todos tornaram a se levantar, aplaudindo os dois, enquanto as cadeiras em que antes estavam sentados, flutuaram organizadamente pelo local, deixando um grande espaço no meio da tenda para os convidados dançarem, enquanto mesas eram postas nas laterais, e os garçons começavam a servir as bebidas e comidas.
Tentaram aproximar-se do casal, o qual estava cercado pelos demais convidados, os parabenizando e desejando felicidades;
- Aqui! - Sirius apontou para uma mesa mais ao canto, sentando-se em uma das cadeiras, logo sendo acompanhado por Remo, Dora, Cedrico e , ainda deixando vago mais um local. Dora pegou um suco de abóbora, ao tempo que os homens pegaram uma taça de um Hidromel envelhecido e uma taça de champagne.
Black viu por entre a multidão os três amigos sentados em um canto, junto a Luna, e observou com um sorriso nos lábios, Rony puxar Hermione para a pista de dança, claramente fugindo de Krum, que havia juntado-se a eles, e agora conversava com Harry, parecendo um tanto carrancudo.
- Que ótima ideia! - Diggory comentou próximo ao seu ouvido, ao reparar no casal, em sua opinião um tanto improvável, que dançava: Rony parecendo um tanto desengonçado, e Mione bem constrangida, embora sorrisse bastante. - Quer dançar?
O rapaz virou o resto do conteúdo de sua taça, antes de levantar-se, oferecendo o braço para a namorada, que aceitou rindo.
Seguiram de braços dados mais para meio da multidão, logo começando a dançar no ritmo da música que tocava.
- Quem diria que tudo o que precisava era do Vitor aparecer para Rony tomar uma atitude! - comentou próxima ao ouvido de Cedrico, vendo-o rir, negando com um aceno;
- Não acredito que nunca soube desses dois…
- Eu sei! - a garota concordou rindo - E a gente achando que Mione era esperta, né? Foi escolher logo o cara que a mais faz chorar!
- Ah, mas isso não quer dizer nada, né? E o Malfoy!? - replicou aos risos, lembrando-se da cena que presenciou anos antes. o encarou com o cenho franzido, confusa com o comentário;
- Que tem a ver uma coisa com a outra, Diggory?
Ele abriu e fechou a boca, balançando a cabeça em negação;
- Não, quis dizer que Draco deve ter a feito chorar mais que Rony, não? - deu de ombros, sorrindo amarelo. - Enfim, não consegui dizer antes, mas está bem bonita! - apontou para o vestido esverdeado que ela usava - Mais que o normal! - piscou, vendo-a rir constrangida.
- Para você ver, não uso só o uniforme de Hogwarts e jeans!
- Fica linda igual! - sorriu galanteador, vendo-a gargalhar - Ih, não vou te elogiar mais! - rolou os olhos, logo sentindo os lábios dela juntarem-se aos seus por alguns instantes, aproveitando que usando o salto alto, ficava quase na sua altura.
- Não precisa, eu sei que estou um arraso! - soou divertida.
Cedrico concordou a contragosto, fazendo careta.
- Sabe do que mais? Deveríamos esperar Sirius beber um pouco mais e dar uma fugida, o que acha? Aposto que ele não lembraria de nos procurar por um tempo!
O casal olhou em direção a mesa, vendo o mais velho conversar com o afilhado, parecendo mais sério que o costume;
- Aposto que está falando sobre a viagem! - a loira contou, olhando para os dois - Ficou horas tentando me convencer de contar para ele alguma coisa…
- Não está de todo errado, não é? - respondeu, a sobrancelha arqueada. - De todo jeito, quer dar uma volta? - sorriu de lado, piscou em sua direção, concordando com um aceno, virando-se e puxando-o pela mão por entre a multidão.

Separaram-se ao ouvirem passos, e logo Fred Weasley apareceu de braços dados com uma das primas de Fleur; os quatro se olharam um tanto constrangidos, antes do ruivo dar uma piscadela;
- Parece que todos tivemos a mesma ideia, não? - deu de ombros, vendo o casal rir sem graça, ajeitando-se - Sirius estava procurando por vocês há alguns minutos…
Cedrico o encarou por um instante, em dúvida se era verdade ou se o outro só queria que o casal liberasse o espaço no armário de vassouras acoplado a casa dos Weasley.
- Certo, tudo bem… - suspirou, passando a mão pelos cabelos bagunçados.
Deram espaço para os dois, andando lentamente de volta para a tenda, tendo certeza que estavam ajeitados o suficiente para que Sirius não surtasse em frente à todos os convidados.
Mal tinham pego uma taça de bebida, e o homem apareceu em frente ao casal, os braços cruzados e a expressão séria;
- Pai! Estava te procurando! - sorriu para o mais velho, puxando-o pelo braço - Dança comigo? - pediu animada, tomando o resto do champagne e entregando a taça para Cedrico, arrastando o pai em direção a pista, que ainda tinha vários casais ao redor.
- Não pense que não sei o que está fazendo… - comentou de cara fechada, passando os braços pelos ombros da filha.
- Do que está falando? Só achei que poderíamos dançar um pouco, ter um momento pai e filha…
Sirius a encarou por um instante, rolando os olhos, sorrindo de canto.
Dançaram por alguns minutos, conversando sobre assuntos aleatórios, antes da loira olhar para o pai, mudando a expressão divertida para uma séria;
- Então, quando é que vou conhecer sua namorada?
Sirius engasgou-se com a própria saliva, tossindo algumas vezes antes de recuperar-se, pigarreando;
- Não sei do que está falando…
- Pai, eu vejo você saindo de casa à noite, ok? Fica falando de mim, mas pelo menos você conhece o Ced, e eu que nem sei com quem você sai? - tornou, vendo-o ficar sem graça, olhando para o lado. Sorriu sozinha, adorando a situação;
- Não é nada de mais…
- Bem, se você sai quase todas as noites, imagino que seja alguma coisa mais séria do que você diz, não? Eu a conheço?
Black respirou fundo, negando com um aceno;
- Não, não conhece. É uma trouxa.
- O que? - abriu a boca surpresa - Como foi que…? Ela sabe que você…? Caramba!
Sirius deu de ombros, passando a mão pelos cabelos, enquanto balançavam-se ao som da música;
- A conheci há alguns meses, não é a mulher da Espanha! - encarou-a por um instante, explicando - Embora fosse bem bonita… Enfim, a conheci quase por acidente, estava em um bar trouxa e esbarrei com ela na saída, a ajudei a carregar as compras…
- Que cavalheiro! - ironizou, vendo-o rir nasalado.
- Conversamos por alguns minutos e acabamos marcando de sair após alguns dias… Como eu disse, nada de mais.
- Pai, fazem semanas que vocês saem, é óbvio que é algo sério! Pelo menos pra ela! Vocês já conversaram sobre isso? Ela sabe que você tem uma filha?
- Sabe, foi uma das poucas coisas que pude contar sem revelar muito, não?
- E quando vou conhecê-la?
Sirius tornou a negar, suspirando;
- Não vai, não tem como dar certo. Já era para ter terminado tudo, mas…
- Você gosta dela! - observou, sorrindo para o pai. - Acha que ela gosta de você também? Deveria contar, se der errado é só apagar a memória, não?
Black riu sem humor:
- Não é tão fácil quanto você acha, , além do mais…
O homem ficou em silêncio, olhando para o ponto de luz que rompeu pela tenda, assustando a todos os convidados, aos poucos a voz grave de Quim pode ser ouvida:
- O Ministério caiu. Scrimgeour está morto. Eles estão vindo.



Dezenove.

O tempo pareceu congelar por um instante, apenas o suficiente para todos entenderem o que aquilo queria dizer. ainda encarava o Patrono de Quim, o qual continuava a repetir as mesmas palavras, quando se deu conta do que acontecia ao redor;
Convidados gritavam e aparatavam o mais rápido que conseguiam, pessoas se empurravam naqueles minutos de pânico, ao mesmo tempo que Comensais da Morte apareciam entre eles, rasgando a tenda, incendiando o local.
Os membros da Ordem que estavam presentes tentavam ajudar os convidados e começavam a duelar com os seguidores de Voldemort; Black olhou em volta assustada ao se dar conta que não estava com sua varinha, a mesma havia ficado no bolso de Cedrico, já que ela não tinha como carregar. Procurou-o com o olhar, o encontrando a poucos metros de distância duelando com um dos Comensais, correu entre a multidão até o namorado, ouvindo Hermione gritar ao canto, junto com Harry e Rony;
- Vamos!
- Minha varinha! - respondeu apontando, abaixando-se quando uma luz passou por sobre sua cabeça, atirando-se embaixo de uma das mesas: - Diggory!
Cedrico tentava aproximar-se dela, segurava ambas as varinhas, ao tempo que defendia-se com Protego. Virou-se o suficiente apenas para jogar-lhe o objeto, o qual caiu próximo aos seus pés, engatinhou em direção a mesma, quando viu alguém pisar sobre a mesma, sorrindo em sua direção;
- Ora, ora, o que temos aqui! - Bellatrix sorriu, olhando para a sobrinha - Que péssima hora para perder sua varinha!
Black a encarou por um instante, conseguindo escutar o grito de Harry ao fundo:
- Não! !
Bellatrix distraiu-se por um instante, virando o olhar para Potter, o qual voltava a forma normal com a Poção Polissuco perdendo seu efeito, os olhos da bruxa brilharam, a distração foi suficiente para que a loira atirar-se contra a mulher, desequilibrando-a o suficiente para recuperar sua varinha.
- ! - Mione tornou a gritar, atraindo mais atenção dos Comensais!
Black lançou o primeiro feitiço que veio à mente contra eles, estuporando o mais baixo;
- Vão! Agora! - disse para os amigos, ao ver o número de bruxos que lançava feitiços no trio, não teria tempo de juntar-se à eles, era arriscado ter Potter ali, ele precisava ir embora. - Vão!
Viu quanto Hermione agarrou Harry e Rony pelos braços, aparatando em um segundo; Sentiu o vazio preenche-la em um piscar de olhos, mas não teve como pensar sobre a separação do grupo, tornando a lançar feitiços para defender-se.
Cedrico tentava aproximar-se da namorada, mas não conseguia evitar o Comensal com o qual duelava, quanto a máscara caiu, conseguiu reconhecer Dolohov, por fim jogou-se contra uma das mesas, apenas o suficiente para mirar em outro Comensal, que aproximava-se de pelas costas, e logo a mesa que o escondia foi arremessada no ar, e Antonio o acertou de lado colocando fogo em suas vestes, o qual ele apagou segundos depois.
Sirius duelava ao canto com Victoria, ridiculamente próximos um do outro, por um momento Cedrico achou que os dois conversavam, mas tão rápido quanto essa ideia chegou a ele, foi varrida de sua mente ao ouvir o grito da loira, um corte formando-se em seu rosto.
Diggory postou-se ao seu lado, tentando atacar todos que tentavam aproximar-se, enquanto lançava feitiços de proteção, tentando evitar que tornassem a ser atingidos, um filete de sangue escorria por seu rosto.
Um feitiço vindo do lado direito acertou um dos Comensais que os cercavam, e o casal pode avistar Gui Wesley aproximando-se para ajudá-los, seguido de Carlinhos e Fleur.
Bellatrix gritou enraivecida quando um dos feitiços a atingiu no braço, parecendo surtar mais do que o normal, girando nos calcanhares e lançando feitiços da morte para todos os lados, por pouco não acertando Gina, que estava mais ao fundo, duelando ao lado dos gêmeos.
Em um piscar de olhos eles pareceram cercados por dez Comensais, ao tempo que outros afastavam os demais. Sirius gritava feitiços, tentando aproximar-se da filha, Victoria agora duelava com Tonks. Os Weasley tentavam ajudar o casal, mas os bruxos de Voldemort pareciam focados em afastá-los, deixando Black e Diggory isolados, defendendo-se e atacando como conseguiam e, por vezes, sendo atingidos em alguma parte do corpo. Cedrico precisou desistir de atacar quando notou o número que os cercava, lançando feitiços de proteção para todos os lados, tentando evitar que o pior acontecesse.
Victoria derrubou Ninfadora, desviando com destreza dos feitiços que a Ordem lançava em sua direção, aproximando-se dos Comensais, os quais davam espaço para ela chegar ao casal, a mulher encarou a filha por um instante logo sorrindo confiante em sua direção ao erguer a varinha. Cedrico postou-se à frente da garota, encarando a mais velha, a varinha direcionada ao peito da mulher. Victoria piscou para ele, lançando-o para o outro lado da tenda, fazendo com que o rapaz caísse por sobre as mesas ao canto.
- Não sei você, mas eu já cansei de tudo isso. Você vem comigo!
Acertou-lhe com um feitiço de corpo-preso, segurando-a pelo braço no momento seguinte, mas antes que conseguisse aparatar com a filha, Sirius aproveitou que a Ordem distraia parte dos Comensais, e jogou-se por entre eles, derrubando alguns com as próprias mãos, atirando-se sobre as duas, agarrando a ex-mulher pela capa.
Quando os três aparataram, os Comensais que restavam sumiram segundos depois, deixando os membros da Ordem espalhados pela tenda, sem ideia do que fazer para ajudar os Black.
Diggory levantou-se com a ajuda dos gêmeos, mal conseguindo ficar em pé devido aos machucados causados nos últimos minutos, mas não se importou com nada disso, olhava atônito para o local no qual e Sirius tinham sumido.
A loira bateu com força no chão, não conseguia mexer-se, mas sentia a dor atingir seu corpo por completo; sentia o gosto do próprio sangue na boca, partes de si pareciam arder, e não achava que estaria consciente por muito tempo, nem mesmo tinha certeza que estava naquele momento, tudo o que sua mente registrava era a sensação de queimação.
Ouvia vozes ao redor, reconhecia uma delas, mas não conseguia ligá-la a um rosto, nem mesmo conseguia gritar, pedir ajuda.
Os minutos pareciam horas, e, aos poucos, sentia o corpo desfalecer, tomado pela dor.
Sentia os próprios olhos pesarem, afogando-se com o próprio sangue.
Alguém segurou sua cabeça, levantando-a, ao mesmo tempo que seu corpo parecia mais leve, mas no instante que o feitiço foi desfeito, começou a tremer como se estivesse tendo uma convulsão.
A dor, lentamente, diminuia, continuava a escutar uma voz ao seu lado e o gosto de sangue já não era mais presente em sua boca. Tentou abrir os olhos, mas os mesmos pareciam pesar mais que o normal:
- Está tudo bem agora, descanse.

Sirius olhou para trás uma última vez, vendo Victoria desacordada no chão, antes de pegar a filha nos braços e aparatar de volta para casa.
Deitou-a no sofá da sala, pensando em tudo o que havia acontecido nas últimas horas.
Respirou fundo ao olhar para a garota desacordada, fechou os olhos, negando com um aceno pensando em tudo o que poderia acontecer se ela tivesse sido capturada pelos Comensais, um arrepio passou por seu corpo ao imaginar o que Voldemort faria com ela.
Andou até a cozinha, enchendo um copo de água, tomando-a em três goles, depois encheu-o com uma dose de Uísque de Fogo, virando-o de uma única vez.
Puxou a varinha no bolso, enviando um recado para a Toca, avisando-os de que estava tudo bem agora, eles estavam ok.
Voltou a andar para a sala, sentando-se na poltrona ao lado do sofá, pensativo.
Seu afilhado tinha sumido com mais dois adolescentes, não fazia ideia de onde tinham ido, ou o que fariam, e sabia que não contaria, mesmo que tivesse ficado.
E a que custo ela havia ficado?
Talvez teria sido melhor se ela tivesse ido junto com os amigos, talvez estivesse mais segura longe da Ordem, longe de Voldemort.
Curvou-se ligeiramente, baixando a cabeça e a apoiando nas mãos, os braços sobre as pernas.
O que faria para garantir a segurança da filha agora que o Ministério havia sido tomado?
Sabia que, por hora, estavam seguros em sua casa, ninguém fora da Ordem sabia de sua localização, ou tinha acesso a senha para entrar na residência. Contudo, Sirius conhecia Voldemort, sabia do que ele era capaz.
Sentia-se extremamente cansado com tudo o que tinha acontecido, queria descansar, tomar um banho e relaxar por algumas horas, pensar em tudo com calma, mas também não queria sair do lado da filha; queria estar com ela o tempo todo, embora sentisse que, aos poucos, perdia o talento para protegê-la, defendê-la.
O que faria se Lorde Voldemort conseguisse capturá-la em algum momento? Como conseguiria tirá-la dele? Tinha certeza que talvez morresse tentando, e estava ok com isso, mas como conseguiria protegê-la se estivesse morto? Como poderia garantir sua segurança?
Ouviu uma batida na porta, e logo Cedrico, Remo e Carlinhos entraram apressados, vendo os dois na sala, a garota desacordada. Sirius percebeu quando Diggory abriu a boca assustado ao reparar na namorada desmaiada e com machucados visíveis.
- O que aconteceu? - perguntou ao se aproximar, ajoelhando-se ao lado da loira, passando a mão pelo rosto dela, ignorando os próprios ferimentos no corpo machucado e dolorido, querendo certificar-se de que ela estava bem.
- Victoria acabou aparatando em outro local, uma rua deserta, imagino que não quisesse revelar o esconderijo deles… - Black começou, a voz pouco mais alta que um sussurro, antes de levantar-se, acenando com a cabeça para que os homens o seguissem até a cozinha, servindo-os de Uísque de Fogo. - acabou estrunchando, e precisei duelar com Victoria antes de poder ajudá-la… Perdeu bastante sangue, mas está bem agora, deve acordar em poucas horas… Como estão todos? - tornou, olhando para os outros.
- Tudo bem, - Carlinhos suspirou - foi sorte ninguém ter se ferido mais grave, achamos primeiramente que os Comensais estivessem à procura de Harry, mas…
- Mas eles pareceram muito interessados em ! - Lupin completou, olhando significativamente para o amigo - O que acha que Você-Sabe-Quem poderia querer com ela? - Sirius sorriu quase irônico para o outro ao notar a falta de uso do nome do Lorde - Descobrimos que o nome está enfeitiçado. Comensais aparecem assim que dizemos o nome dele. Não importa se tem qualquer feitiço ao redor.
Black suspirou, negando com a cabeça;
- Pensei em mil coisas, mas não consigo chegar à nenhuma conclusão; Talvez seja o fato dela ser uma Lestrange-Black legítima… Não consigo ignorar o fato do Lorde prezar por Sangue-Puro e famílias tradicionais e, convenhamos, os nomes Lestrange e Black sempre foram extremamente respeitados no mundo bruxo, e o renderam muitos seguidores, não? é a última da linhagem de ambos os lados!
- Acha que ele poderia estar interessado nela por causa do sobrenome? - o Weasley questionou surpreso.
- É uma opção… - concordou o mais velho, passando a mão pela barba crescida - Também, é claro, pode ser o fato de ser amiga de Harry, ele pode querer saber o paradeiro dele…
- Não acho que seja isso, nenhum dos Comensais nem mesmo tentou aproximar-se de Rony ou Hermione. Bellatrix foi direto nela enquanto os outros duelavam… - Remo negou - Acredito que isso seria um bônus ela saber sobre Harry, mas não que tenha sido essencial. - tornou a olhar para o amigo - Talvez Victoria?
Black o encarou por um momento, concordando;
- Cogitei essa possibilidade, mas não faz sentido… Por que ele se preocuparia em reunir mãe e filha? E, por mais que esteja bem avançada em feitiços e transfiguração, não vejo nada de excepcional que o fizesse procurar por ela devido aos seus talentos...
- Usá-la contra a Ordem, talvez? - Cedrico pronunciou-se em voz baixa, olhando para o copo vazio à sua frente, os braços cruzados sobre a mesa. - sabe sobre alguns assuntos internos, os esconderijos de todos os membros e quem faz parte da Ordem, até os que trabalham encobertos no Ministério. Se Você-Sabe-Quem a tiver como Comensal, quem de nós irá duelar contra ela? Sei que eu não o faria...
- Pelo pouco que conheço dela, - Carlinhos se pronunciou, negando - não me parece alguém que ele dobraria tão fácil para ter ao seu lado como seguidora…
- Mas ele não precisaria convencê-la, - Sirius concordou com Cedrico - existem outras formas de fazer com que alguém o siga…
- Imperius… - o ruivo acrescentou, considerando a possibilidade. - Mas, por que ela?
- Talvez por tudo o que foi citado; - Remo começou, atraindo a atenção de todos - é a herdeira dos Lestrange-Black, é filha de uma das Comensais mais fiéis de Você-Sabe-Quem, pode não ser a melhor aluna de Hogwarts, mas é habilidosa o suficiente em duelos e tem potencial para crescimento, ainda mais se considerarmos tudo o que Victoria e Sirius são capazes de fazer. Ela sabe muito sobre a Ordem e também é amiga de Harry Potter há anos.
- O pacote completo!
- Muito melhor do que o Lorde das Trevas poderia esperar, não? - Remo concordou com Carlinhos - Rony veio de uma família de bruxos, mas os Weasley são considerados traidores do sangue. Hermione é uma nascida-trouxa, por mais inteligente que seja, Você-Sabe-Quem nunca a aceitaria como Comensal. preenche todos os requisitos.
- Acham que ele continuará atrás dela? - Diggory questionou, olhando pela primeira vez para os homens no local.
- É uma possibilidade… - Lupin acenou lentamente.
Cedrico olhou diretamente para Sirius, o qual estava com o olhar preso em um canto da cozinha.
- O que faremos?
O mais velho o encarou de volta, piscando lentamente;
- Não acredito que tenha muito o que ser feito, poderia passar anos presa dentro de casa e, ainda sim, se o Lorde das Trevas realmente a quiser, vai encontrar um jeito de pegá-la.
- Não vai nem mesmo fazer nada? - perguntou exasperado - Mudá-la para algum outro esconderijo?
- Aqui é a melhor opção que temos no momento, - deu de ombros, pensativo - ninguém mais sabe do lugar, e está sob meus cuidados.
- E acha que isso é suficiente? Deveríamos tirá-la do país pelo menos por alguns meses! - sugeriu, indignado com a calma do homem.
Sirius Black levantou o olhar para Cedrico, sorrindo de lado, a voz soando baixa e calma;
- Não pense, nem por um minuto, que você se preocupa mais com a minha filha do que eu, Diggory. Sei o que o interesse do Lorde significa, mas também sei o que está em jogo aqui e, creio eu, sou muito mais capaz de protegê-la do que você. Se achasse que ela estaria mais segura em outro local do que em casa, certamente a levaria para lá.
- Não quis dizer… - começou, desculpando-se sem jeito.
- Sei que não. - Sirius acenou com a cabeça, mostrando que estava tudo bem entre eles.
- Muito bem, - Remo voltou a falar após alguns segundos de silêncio - isso nos leva a outro ponto: O que podemos fazer sobre a missão que Dumbledore deu a Harry?

Dora respirou aliviada ao saber que Sirius e estavam bem, mas sua calma momentânea se esvaiu assim que viu o marido pegar suas coisas e seguir pelo corredor, mal olhando para ela;
- O que pensa que está fazendo? - perguntou frustrada, as mãos na cintura - Que acha que está fazendo, Remo?
- Preciso descansar, tenho mais uma missão e…
- Não, não tem. - respondeu ácida - Falei com Quim e ele disse que vai enviar outra pessoa.
- Você o que? - Lupin virou-se para a mulher, irritado.
- Você não fica em casa, está quase todas as noites fora! - reclamou, magoada - Sabe que preciso de você aqui também!
Remo respirou fundo, fechando os olhos por um instante;
- Sei, mas você também sabe que temos algo maior acontecendo e…
- E temos outras pessoas para ajudar, você não precisa participar de todas as missões! - completou, exasperada - Por qual motivo você odeia tanto ficar em casa? Por que está sempre me evitando?
- Não é nada disso, Ninfadora… - negou com a voz baixa, sem olhar para a mulher.
- É sim, é claro que é. Você nem consegue olhar para mim! - acusou, aproximando-se e puxando-o pela camisa - Está arrependido, não está?
Remo não respondeu nada de imediato, apenas levou as mãos até as da esposa, fazendo com que ela o soltasse;
- Preciso descansar, conversamos mais tarde…
- Não! - gritou, a raiva transparecendo em cada nota de sua voz - Não, vamos conversar agora! O que você quer que eu faça, Remo? O que acha que vai acontecer? Acha que por não estar em casa as chances de nosso filho nascer infectado serão menores? Acha que é por convivência que você vai passar para ele?
- Não é nada disso… - negou com um aceno, respirando fundo antes de virar-se para ela.
- Então o que é? Está arrependido!? - tornou a perguntar, embora sofresse sabendo que a resposta era positiva, mesmo que ele negasse. - Preferia ter continuado agindo como se não tivesse nada entre nós? Preferia ter continuado fugindo?
Lupin passou a língua pelos lábios, olhando para baixo, sem nada responder.
- Se é assim que você se sente, pode ir embora! - disse impulsiva, enraivecida - Se não quer estar conosco, não precisa ficar. Pode ir, Remo, é isso que você quer desde o começo, não? Pois bem, não estou mais te impedindo! Vá embora! - apontou para a porta pela qual o homem tinha acabado de passar.
Remo a encarou por um instante, sem saber o que dizer, vendo toda a mágoa refletir nos olhos de Ninfadora. Concordou com a cabeça, andando em direção à saída;
- Vá para sua casa, ficará melhor com sua mãe.

Remo encarou o trio baixando as varinhas, felizes em vê-lo;
- Que foi que aconteceu no casamento? Estão todos bem? - foi a primeira coisa que Harry questionou, olhando ansioso para o homem.
- Sim, nada com o que se preocupar de imediato! - avisou, sentando-se na cadeira da cozinha - Estavam atrás de , não de você - explicou, vendo-os o encararem confusos.
- Por que?
- Bem, temos apenas teorias, é claro, mas imaginamos que ela seja o novo alvo do Lorde das Trevas por ser uma Sangue-Puro e…
- Eu sou Sangue-Puro! - Rony comentou, assustado com a possibilidade de começar a ser caçado pelos Comensais.
- Sim, mas também é considerado um traidor de sangue - explicou paciente -, no caso de , tirando Sirius, Andrômeda e Dora, todos seguiram a arte das trevas, o irmão mais novo de Sirius, Régulo, por exemplo, era um fiél. Sem contar, é claro, que Victoria é uma Comensal próxima dele, e muito prestigiada por todos os anos que serviu à ele, e bem, temos o óbvio também, que era o fato de ser sua amiga há anos.
- Como ela está? Por que não a trouxe com você? Aliás, como sabia que estávamos aqui? - Potter questionou ao mesmo tempo, Lupin ergueu as mãos, pedindo por calma;
- Ela está bem, Victoria tentou capturá-la, mas Sirius conseguiu intervir, está em casa. Não a trouxe, porque, primeiro, não sabia se vocês estariam aqui, foi um palpite de sorte…
- Harry teve essa ideia, - Mione contou - como Sirius e não gostavam daqui e se mudaram, além da sede da Ordem ter trocado de local, imaginamos que aqui seria a melhor saída por enquanto!
- Inteligente! - Lupin concordou - De qualquer forma, continua desacordada devido ao estrunchamento, deve demorar alguns dias para se recuperar bem…
- Ela estrunchou? - Rony questionou surpreso.
- Victoria tentou aparatar com ela, Sirius impediu, mas no meio de tudo ela acabou se machucando, já está melhor, não é nada grave… Só precisa de algum descanso…
Concordaram com a cabeça, Harry parecia pensativo.
- Enfim, imaginei que vocês pudessem precisar de uma ajuda extra, entendem?

estava sentada no chão, olhando Bicuçu limpar as penas distraidamente.
Passou a mão pelo corte que cicatrizava aos poucos em seu peito, dias após o casamento, ainda pensava no motivo dos Comensais estarem atrás dela. Não fazia sentido Voldemort querê-la, foi então que lembrou-se do dia que saíram da Rua dos Alfeneiros, quando o Lorde das Trevas apareceu ao seu lado, dizendo ter um plano para ela, ao invés de matá-la;
Que plano era aquele? O que ela poderia oferecer à Voldemort para ele querer tê-la ao seu lado?
Um arrepio passou por seu corpo ao imaginar o que poderia ter acontecido se Sirius não tivesse conseguido impedir Victoria de levá-la. Pensou na cobra Nagini e de como ela tinha atacado Arthur Weasley dois anos antes, e se Voldemort mandasse o animal matá-la? Parecia claro para ela que seria uma morte muito pior do que um Avada Kedavra, nem conseguia imaginar a dor que a cobra deveria causar.
Então lembrou-se de algo muito mais importante do que tudo isso; se Lorde Voldemort conseguisse a capturar em algum momento, poderia usar suas memórias contra Potter, ele descobriria sobre as Horcruxes.
Mordeu o lábio inferior, pensativa e assustada.
Não tinha combinado um local de encontro com os amigos, eles possivelmente já estavam longe de Londres há muito tempo. Precisava tentar fazer algo para ajudá-los, mas não sabia o que seria possível fazer naquele momento, sem estar com eles, nem mesmo sabia como começar a procurá-los, ou tentar descobrir onde estavam escondidos os objetos.
Respirou fundo ao, finalmente, aceitar que não estaria à procura das Horcruxes com o trio.
Só podia esperar que tudo desse certo, e que os amigos estivessem à salvo.
Contudo, sabia o que deveria fazer para evitar que Voldemort descobrisse qualquer coisa sobre Harry e o plano de Dumbledore.
Levantou-se do chão sujo, passando as mãos na calça, limpando-a da terra, antes de aproximar-se do hipogrifo, acariciando suas penas por instantes, antes de sair do galpão.
Sirius folheava um jornal trouxa, vendo a listagem de mortes “suspeitas”, as quais os trouxas não conseguiam explicar; Voldemort e os Comensais estavam agindo cada vez mais e, mesmo que o Profeta Diário não divulgasse a listagem de bruxos desaparecidos, sabia que mais e mais famílias bruxas eram mortas a cada dia.
- Pai? - levantou o olhar para a loira, que estava parada à sua frente, a expressão séria em seu rosto. - Preciso da sua ajuda.
- O que aconteceu? - questionou preocupado, deixando o folhetim de lado.
- Preciso que lance um Obliviate em mim!
- Como é? - espantou-se, levantando-se da cadeira e dando a volta da mesa, aproximando-se da mais nova - Do que está falando?
- Se Você-Sabe-Quem conseguir chegar até mim, não posso deixar que ele descubra o que Harry e os outros estão fazendo, ele não pode saber de forma alguma!
Sirius negou com um aceno, colocando a mão em seu ombro;
- Não precisa se preocupar com isso, vamos mantê-la segura, não é?
- Sei que sim, mas não posso arriscar, pai, preciso que faça isso por mim! - explicou, suspirando - Não vou conseguir encontrar com Harry ou os outros, e a única coisa que posso fazer para ajudá-los agora, é garantir que Você-Sabe-Quem não descubra o plano de Dumbledore. É a única chance que temos contra ele!
O homem a encarou por incontáveis minutos, em silêncio. Por fim concordou com um único aceno de cabeça, pegando a varinha que estava sobre a mesa;
- Foque em tudo que precisa que seja esquecido!
fechou os olhos, respirando fundo, pensando em cada uma das lembranças do sexto ano, de cada conversa que tiveram sobre as reuniões de Harry com Dumbledore. Concentrou-se em todas as vezes que falaram sobre Voldemort, e sobre as possibilidades de finalmente conseguirem destruí-lo de uma vez por todas. Pensou em cada uma das Horcruxes que o diretor havia mencionado; o diário, o anel, a taça, a cobra, o colar, alguma coisa de Gryffindor ou Rowena.
- Pronta? - ouviu a voz do pai, abriu os olhos, concordando com um aceno. Sirius passou a língua pelos lábios, erguendo a varinha em sua direção - Obliviate!
Por um momento sentiu-se estranhamente vazia, como se sua mente levitasse, por uma fração de segundos Sirius viu a expressão da filha alterar-se para uma um tanto sonhadora, os olhos perderam o foco por um instante, mas no seguinte a loira franziu o cenho, olhando-o confusa;
- Por que está com a varinha apontada para mim?
Sirius sorriu de canto, dando de ombros;
- Estava ameaçando te colocar de castigo!

A garota abriu a porta, dando de cara com Cedrico e, para sua surpresa, Quim Schacklebolt, deu-lhes espaço para entrar na casa, cumprimentando o namorado e o Auror.
- Sirius está por aí? - Quim perguntou, olhando ao redor, não era comum o homem visitá-los, sempre ocupado com a Ordem e o Ministério.
- Estou! - ouviu-se a voz do outro, o qual descia as escadas, vindo do segundo andar da casa. - Obrigado por vir!
- O que está acontecendo? - questionou curiosa - Estão todos bem?
Cedrico sorriu para ela, concordando com a cabeça;
- Não se preocupe, está tudo ok.
- Seu pai me contou sobre o interesse de Você-Sabe-Quem por você, e também disse que você quer ajudar a Ordem, - contou-lhe Quim, vendo-a acenar com a cabeça - o que não seria nada mal, visto que estamos em grande desvantagem no momento, precisamos de toda a ajuda que pudermos ter!
- E eu sei que não vou conseguir te deixar trancada dentro de casa por muito mais tempo… - Sirius colocou as mãos no bolso da calça que usava, olhando para a filha.
- Temos que garantir que você esteja preparada para qualquer coisa, desde Comensais até o próprio Lorde! - Schacklebolt contou, sorrindo de lado para ela - Preparamos um treinamento muito parecido com o de Diggory para você.
- Não acredito?! Vão finalmente me treinar para combate? - pareceu surpresa, embora o sorriso crescesse em seu rosto.
- Já passa da hora de você saber se defender melhor do que apenas com o que aprendeu em Hogwarts!
- Sem contar que Tonks não pode mais ajudar com as missões, - Cedrico contou, fazendo um gesto com a mão em direção à barriga, fazendo referência a gravidez da mulher - precisamos de alguém para o lugar dela! - piscou, vendo-a rir ao concordar.
- Pronta para começar?
- Com certeza!

Diggory limpava o suor da testa, aproveitando o intervalo para descansar um pouco, sentando-se na sombra de uma das árvores do campo em que estavam. Sirius olhava para o céu claro, o cenho franzido, pensativo, enquanto conversava com Quim, o qual a dava dicas para melhorar sua postura e execução de feitiços. A garota era, de longe, a mais cansada de todos; estava extremamente vermelha e, mesmo que os cabelos loiros estivessem presos em um coque frouxo, o suor ainda deixava alguns fios grudados em seu rosto.
Cedrico sorriu sozinho ao ver o quanto ela se dedicava para acertar, repetindo inúmeras vezes o posicionamento indicado pelo Auror.
Levantou-se, caminhando até Sirius, parando ao seu lado;
- Está tudo bem?
Black suspirou, olhando-o de lado e colocando uma mão em seu ombro;
- Vai ficar melhor quando tudo isso acabar, não é? Até lá, vamos nos virando como podemos.
Então olhou na direção dos outros dois, passando a língua pelos lábios e acenando com a cabeça para Quim, o qual deu um passo para o lado, vendo o homem erguer a varinha;
- Acabou o descanso!
nem teve tempo de virar-se para olhar o pai, e foi arremessada, caindo alguns metros à frente: a camiseta ficou rasgada, galhos e folhas presos em seus cabelos;
- Que? - gritou frustrada, levantando-se com as mãos nas costas.
- Tem que estar preparada para ataques surpresa, são os mais importantes!
Com o decorrer das horas, a garota estava cada vez mais cansada e com alguns cortes e machucados por todo o corpo, além de ter as roupas sujas e rasgadas devido ao número humilhante de vezes que acabou no chão, sem conseguir defender-se o suficiente dos ataques;
- Não acredito que estão os três me atacando ao mesmo tempo! - resmungou ao levantar-se, reparando na ardência do joelho ralado, fazendo uma careta.
- Você experimentou isso na prática há apenas alguns dias atrás, sabe que poderia acontecer a qualquer momento, tem que pensar rápido e estar preparada para isso! - Sirius respondeu, rindo baixo da situação da mais nova.
- Está pensando muito na hora de atacar, - Cedrico avisou, reconhecendo o mesmo erro que cometia quando ele mesmo começou a treinar - tem que deixar fluir espontaneamente. Só apontar a varinha e deixar o primeiro feitiço que vier à sua mente sair!
- E se eu machuco alguém? - replicou, franzindo o cenho.
- Desculpe, - Quim começou com a voz grossa - achei que o objetivo aqui era justamente você saber defender-se e atacar com o máximo de força que puder, o tempo de Expelliarmus e estuporamentos ficou para trás!


Remo esperou até que a porta fosse aberta, dando de cara com Sirius, o qual pareceu um tanto surpreso ao vê-lo parado ali;
- Você tem muita coragem… - começou irritado, cruzando os braços - Abandonou Ninfadora grávida?! Em que foi que você se transformou?
Lupin baixou a cabeça, concordando com um aceno, ao tempo que entrava na casa, mesmo que contra a vontade do amigo;
- Eu sei… Eu sei…
- Não, não sabe. Se soubesse não teria feito nada disso! Como você teve coragem de abandoná-la desse jeito? Grávida de um filho seu? - gritou irritado, Remo olhou em direção as escadas, apontando com a cabeça para as mesmas - foi para a casa dos Diggory…
Lupin suspirou, andando de um lado para o outro na sala, ao tempo que Black sentou-se no sofá, olhando-o atravessado.
- Sei que não foi a melhor das escolhas…
- Passou longe de ser! Nada que você pudesse ter feito seria pior do que isso! - interrompeu-o, agressivo.
O homem bufou, passando a mão pelos cabelos ralos;
- Eu disse, desde o começo, que não era uma boa ideia, nada disso, desde o casamento!
- Mas casou-se do mesmo jeito, não foi? Reclamou, xingou, mas no fim casou porque quis, ninguém o obrigou! Sinceramente, vendo você agora, realmente acho que seria melhor que Ninfadora não tivesse casado, ela merece uma pessoa melhor do que você!
- Eu sempre disse isso… - colocou as mãos nos bolsos, olhando para baixo.
Sirius levantou-se, andando lentamente até ficar na frente do amigo;
- Não venha se vitimizar dizendo que é por ser um lobisomem, nem Ninfadora nem nenhum de nós nunca achou que esse seria um problema. Sua falta de caráter ao abandoná-la, sim. Nunca esperaria isso de você!
Remo o encarou, a raiva passando por seus olhos;
- Vocês admitindo ou não, licantropia é sim um problema. Eu falei para você quando soubemos da gravidez, as chances dessa criança nascer com a doença…
- E você acha que fugindo de casa e abandonando os dois diminuirá as chances?
- Não é nada disso… Eu só…
- O que? Não tem absolutamente nada que você possa dizer para justificar o que fez, Remo, deve saber disso melhor do que eu. Se veio até aqui buscando apoio, não o terá de mim. - cruzou os braços, a expressão séria - Já deve se considerar com sorte por eu não o mandá-lo para o St. Mungus agora mesmo, ou pior.
- Você não entende…! - frustrou-se, voltando a andar em círculos - Como posso viver sabendo que, além de colocar Ninfadora em perigo todos os meses, ainda posso ter passado minha doença para uma criança? Como vou conseguir viver comigo mesmo se essa criança nascer com esse problema?
Sirius negou com a cabeça;
- E consegue viver consigo mesmo sabendo que abandonou a mulher e a criança quando mais precisaram de você?
- É diferente… Provavelmente estarão melhor sem mim! - negou, esfregando o rosto com as mãos, estressado - Essa criança com certeza estará melhor sem saber do pai!
- Ah, sim, com certeza. - Sirius concordou irônico - Vai ser muito feliz sabendo que foi abandonada pelo pai…
- Você sabe que não é o que quero dizer! - gritou, apontando para um canto qualquer - Como vai ser quando essa criança crescer e entender o que o pai dela é?
Sirius passou a língua pelos lábios, cruzando os braços;
- Invente as desculpas que precisar para justificar suas ações, Remo, mas não espere que eu vá concordar com isso ou dizer que está certo. - disse em voz baixa, olhando-o sério e irritado - Vai se sentir mil vezes pior quando descobrir que perdeu todos os momentos que poderia ter com essa criança, o nascimento, os primeiros passos, as primeiras palavras… - negou com um aceno - Todo o medo que você sente agora, Aluado, não vai ser nada comparado com a dor de perder o crescimento de seu filho.
O homem baixou a cabeça, respirando fundo, sabendo que o amigo dizia por experiência. Passou a mão pelos cabelos, soltando o ar lentamente;
- Como ela está? - questionou por fim.
- Com raiva, obviamente, - encarou-o - acima de tudo decepcionada, mas está fazendo seu melhor para não se preocupar com você, apenas com a criança.
Lupin concordou, incapaz de dizer algo;
- Ted fugiu de casa, - contou em voz baixa, vendo-o arquear a sobrancelha - com toda essa caça aos nascidos-trouxas, achou que as deixaria mais seguras se fosse embora…
Remo jogou-se contra o sofá, pensativo, olhando para as próprias mãos;
- E se a criança nascer com licantropia, Sirius?
- Então vai precisar de você mais ainda, pois é quem vai poder ensinar tudo o que precisa e garantir a segurança dela, não? - replicou, olhando-o de canto.
Entendia parte do nervosismo do amigo, mas não poderia dizer que era solidário ao que ele tinha feito, em sua opinião, nada justificava o abandono de uma criança.
- E então? O que vai fazer?
- Imagino que vou precisar me esforçar para Ninfadora me perdoar… - suspirou, vendo o amigo concordar com um aceno;
- Pode passar à noite aqui, se quiser, mas é bom que vá falar com ela amanhã!


Cedrico aparatou no Ministério e caminhou em direção aos elevadores, estava um tanto sonolento devido às horas que tinha passado acordado na noite anterior, terminando um relatório que deveria ser entregue ainda pela manhã; teria o feito há dias se não estivesse ocupado ajudando no treinamento de , que agora estava há poucos passos de conseguir transformar-se em um Animago.
Bocejou alto, passando a mão nos olhos, até que a porta se abriu, viu Runcorn e Mafalda o olharem um tanto surpresos, fechou a cara ao entrar no elevador, apenas acenando com a cabeça.
Na parada seguinte, Umbridge e Scarlett entraram conversando;
- Mafalda, foi o Trevors quem te mandou para me ajudar, não? Ótimo, então não precisarei de você hoje Scarlett! - virou-se sorrindo irritante como sempre para a mulher, que concordou com um aceno, aproximando-se de Cedrico, com o falso pretexto de terem muitas pessoas no espaço;
- Apertado, ein? - piscou para o rapaz, que apenas concordou com um aceno.
- Diggory? - Umbridge chamou, vendo-o encará-la com a sobrancelha arqueada - Nenhuma novidade sobre aquele assuntinho? Lembre-se que se soubermos que anda escondendo o paradeiro de sua namoradinha…
- Posso acabar em Azkaban, sim, eu sei. - respondeu sem ânimo, tornando a olhar para frente - Continuo sem saber de nada, não é como se eu estivesse tentando contato com minha ex, de qualquer forma. - resmungou, dando de ombros.
Scarlett riu baixo ao seu lado. Umbridge continuava com o sorriso insuportável nos lábios;
- Acredita nele, Alberto? - virou-se para o homem que estava quieto, olhando para baixo.
- Eu… - gaguejou, pigarreando em seguida - Imagino que Diggory não mentiria sobre algo tão sério…
- Talvez você devesse fazer mais algumas investigações… - avisou a mulher, vendo-o concordar com um aceno, sem nada dizer. - Você não vai descer? - tornou ao ver o elevador abrir as portas.
- Ahn… Eu… - tornou a pigarrear - Na verdade, preciso falar com você Diggory. - olhou-o por sobre o ombro, vendo o outro arquear a sobrancelha.
- Tenho uma reunião agora e…
- É urgente! - respondeu fazendo pose, Cedrico concordou com um aceno, saindo do elevador, respirando fundo.
Caminharam pelo corredor, passando por algumas salas fechadas, até que o homem parou em frente a sala de Umbridge, encarando o olho mágico que antes pertencia a Moody pendurado na porta.
- Entre aqui! - disse em voz baixa, sacando a varinha e abrindo a porta.
- O que…? - questionou confuso, sem saber o que o homem dizia - Essa sala é…
- Apenas entre!
Diggory olhou as paredes rosadas com enfeites de gatos, era quase um déjà-vu de seu último ano em Hogwarts, quando entrou no escritório da, então, professora. Cruzou os braços, olhando para Runcorn, enquanto o mesmo vasculhava os arquivos que estavam na sala;
- Então, o que quer? Já disse que não sei de nada sobre ou Sirius.
- Nós dois sabemos que isso é mentira - Antonio disse por sobre o ombro, ainda vasculhando as gavetas -, Diggory, sou eu! - virou-se por fim, encarando o outro. Cedrico o encarou confuso, sem saber o que dizia - Harry Potter!
- O que…? - balbuciou desconfiado, passando a língua pelos lábios.
Harry parou a sua frente, o encarando;
- Durante o Torneio Tribruxo, te falei sobre os dragões e você me passou uma dica sobre o Ovo de Ouro, e nenhum de nós estava acreditando no outro até falar que era sério!
Cedrico piscou, abrindo à boca alguns centímetros;
- Harry? Que é que está fazendo aqui? Se alguém te descobre…
- Sim, eu sei! Mas precisávamos vir! - explicou, passando a mão pelos cabelos - Infelizmente nosso plano foi horrível e já deu totalmente errado!
- Rony e Hermione…?
- Sim, a mulher que você viu no elevador e, bem, Cattermole, mas não sei aonde Rony está…
Diggory negou com a cabeça, parecendo nervoso;
- Vocês tem que sair daqui agora, posso procurar por eles, mas você não pode estar aqui! É quase como se você se entregasse aos Comensais!
- Sei que sim, mas não tínhamos outra opção, uma das coisas que procuramos está com Umbridge, precisamos encontrar!
Cedrico concordou com um aceno, parecendo pensativo;
- Qual é o plano de vocês?
- Bom, o plano inicial era não nos separarmos! - sorriu amarelo, vendo-o rolar os olhos.
- Escolheram os funcionários errados para estarem andando juntos, todo mundo desconfiaria!
- Olha, a ideia foi toda da Hermione, estamos há semanas observando todo mundo…
- E saíram com esses três? Caramba. - negou com a cabeça - Talvez seja melhor voltarem outro dia, se precisam estar juntos, a melhor opção seria o pessoal do…
- Não sei se conseguimos voltar outro dia! - respondeu apressado - Precisamos encontrar Rony e Hermione, mas também preciso achar o que estamos procurando, e já que estamos no escritório de Umbridge… - olhou ao redor, tornando a abrir as gavetas.
- O que está procurando? - questionou, deixando a mala que carregava em uma das cadeiras, virando-se para ajudar a procurar.
Harry hesitou por um instante, mas por fim acabou dizendo;
- Um colar...
- Um colar? Veio até aqui por causa de uma jóia? - perguntou descrente, vendo-o negar.
- Não é um colar qualquer, mas… Não posso dizer muito, enfim, é de ouro, com um S cravado e… Que foi?
Cedrico suspirou, negando com a cabeça:
- É o colar que Umbridge usa pra cima e pra baixo, diz para todo mundo que é uma herança de família!
Potter abriu a boca, soltando a pilha de documentos que segurava.
- Só pode ser brincadeira… - frustrou-se, passando a mão pelos cabelos.
- Que isso? - o outro apontou para os papéis em cima da mesa, aproximando-se para olhar.
Viram fichas de alguns membros da Ordem, com informações básicas, Moody e Dumbledore tinham um grande X sobre as fotos, com um carimbo escrito “morto”. Sobre a foto de Hermione havia um “Procurada para o Registro de Nascidos-Trouxas”, na foto de Rony tinha “Doente”. Cedrico surpreendeu-se ao ver sua foto com “Rastreado”, assim como a de Arthur Weasley, sendo que a dele tinha uma observação em letras garrafais “Acredita-se saber o paradeiro dos Black”.
Já sobre a foto de Sirius e os dizeres “Procurado para Investigação”, Cedrico pegou o arquivo sobre a namorada, travando a mandíbula ao ler:


LESTRANGE BLACK

REGISTRO SANGUÍNEO: Sangue-Puro.
Envolvida com a Ordem da Fênix e amiga de Harry Potter.

FAMÍLIA: Filha de Sirius Black III (procurado para Investigação), Membro da Ordem da Fênix, ex-detento em Azkaban “possivelmente inocente dos crimes que foi condenado”.
Filha de Victoria Lestrange Black, condenada à Azkaban por crimes contra o Ministério. Seguidora d’Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

SEGURANÇA: PROCURADA. Forte probabilidade de estar junto ao Indesejável N°1 ou saber como contatá-lo.
OBS: Cedrico Diggory (RASTREADO) possivelmente sabe de seu paradeiro.

- Muito propício! - observou, respirando fundo antes de voltarem a guardar os documento.
- Como estão as coisas? - Harry perguntou após alguns instantes, olhando para a foto da amiga.
- O de sempre, - Cedrico comentou, dando de ombros - continuamos tentando recrutar mais algumas pessoas, tentando proteger outras… A maioria está com medo de dizer que é contra Você-Sabe-Quem, então não temos muito o que fazer, principalmente com os Nascidos-Trouxas, acham que se estiverem fora do radar não vão ser levados para questionamento...
- Acha que tem muitos acreditando no que dizem no Profeta?
- É difícil saber, - pensou por um instante - como eu disse, muitos sabem que o Ministério está sendo controlado, mas ninguém quer arriscar a própria vida ou da família declarando-se contra o Ministério e a Nova Ordem, não é? Imagino que tenha um número alto de pessoas que acreditam que você não tem nada haver com a morte de Dumbledore, mas não podemos esperar que eles se manifestem sem termos algo realmente grande acontecendo, entende? Todos estão assustados…
- E da Ordem? Todos bem? já está melhor?
- Sim, está aprendendo alguns feitiços novos, ajudando em algumas missões mais simples por enquanto e… - franziu o cenho - Como sabe que ela estava mal?
Potter mordeu o lábio inferior antes de responder;
- Lupin nos disse, encontramos com ele dias após o casamento… Acha que ela ainda pode nos ajudar?
Diggory hesitou, incerto de sua resposta;
- achou melhor apagar parte das memórias do ano passado, para o caso de algo dar errado e, bem… Sabemos que os Comensais estão atrás dela, ela preferiu não arriscar que Você-Sabe-Quem descobrisse sobre o plano de vocês… Não sei o quanto poderia ajudar agora, porque ela não sabe o que estão fazendo, mas imagino que ela gostaria de encontrar com vocês da mesma forma…
Potter pensou por um segundo, Black tinha sido extremamente prudente ao tomar uma decisão como aquela, e, de fato, só precisariam relembrá-la de tudo para que ela pudesse ajudá-los, mas ao mesmo tempo saber que Voldemort também estava atrás dela…
- Não acha que ela estaria mais segura com vocês? - perguntou olhando para Cedrico, o mais velho suspirou, passando a mão pelos cabelos.
- Sinceramente? Não faço ideia. Não sei o que vocês estão fazendo, mas só por já terem aparecido por aqui, quer dizer que devem estar se arriscando tanto quanto ela vai se arriscar ao continuar ajudando a Ordem e lutando contra Comensais, então… Bem… Acredito que seja uma escolha dela ir ou ficar!
Harry concordou, olhando para o relógio, tinha que encontrar com os amigos para saírem o mais rápido possível dali. Cedrico provavelmente estava certo, precisariam voltar outro dia para tentar pegar o colar, ou talvez atacar Umbridge em sua casa…
- Você sabe aonde Umbridge mora?
Negou com um aceno;
- Acho que quase ninguém deve saber, mas posso tentar descobrir…
Potter acenou, pensando no que estava prestes à fazer;
- Diga à o que aconteceu hoje, e, se ela resolver ir com a gente, que venha nos encontrar, estamos no Largo Grimmauld e...
- Vocês o que? - assustou-se com a obviedade do lugar. - Não me admira Lupin tê-los encontrado dessa forma!
- Não era o lugar ideal, mas foi tudo muito rápido no casamento, não? - explicou-se, não querendo que Diggory pensasse que Harry não era um bom líder, embora ele mesmo se questionasse - E como Sirius e se mudaram, e a casa não era mais usada por ninguém, imaginamos que fosse uma boa saída por agora…
Cedrico concordou, embora não parecesse confiar que fosse um bom local;
- Snape sabe sobre a casa, talvez não fosse uma boa ideia continuarem lá por muito tempo… - passou a língua pelos lábios secos - Mas, realmente, é tão óbvio que nunca me passaria na cabeça que vocês estavam lá… Imaginei que já tivessem deixado Londres…
- Por favor, - pediu, olhando-o de canto - não fale para mais ninguém além dela sobre isso, sei que Sirius apareceria no mesmo segundo, e realmente não podemos envolver mais pessoas nisso..
- Tudo bem, - concordou - mas o mais importante agora, é tirar vocês três daqui em segurança! Tem algum plano para isso?
Potter suspirou, frustrado com si mesmo;
- Sinceramente? Foi um plano tão infantil que estou surpreso que ninguém tenha nos visto ainda. Mas parecia tão bom… - resmungou, olhando para os próprios sapatos.
Diggory solidarizou-se por um instante, sorrindo de lado;
- É mais difícil quando saímos de Hogwarts, né? Muito bem, - recomeçou - sabemos aonde Hermione está, você vai precisar descer até o subsolo e pedir a Umbridge por ela, não tenho autoridade para isso, seria muito estranho se eu pedisse para ver Mafalda… - pensou por um instante - Enquanto isso, procuro por Rony pelo Ministério, não deve ser tão difícil de encontrá-lo… E nos vemos na entrada dos elevadores, ok? Assim vocês três saem daqui em segurança e pensam em um novo plano, antes que alguém os descubra.
- Obrigado!
Diggory e Potter ficaram em silêncio assim que as portas do elevador se abriram e, por um instante, os dois surpreenderam-se com a sorte que tiveram;
- Bom dia… - cumprimentou Reginald Cattermole, as roupas molhadas.
- Rony? - Harry chamou - Sou eu!
- Ah, Harry! Esqueci qual era sua cara e… - olhou assustado para Cedrico.
- Tudo bem, aí, Rony? - sorriu o outro, vendo-o o encarar sem graça.
- Cadê a Hermione? - tornou ao reparar na falta da amiga.
- Com Umbridge, - Harry contou - e parece que o medalhão está com ela também!
- Com Hermione? - perguntou confuso, vendo-o negar.
- Que? Não! Cedrico disse que Umbridge usa o medalhão o tempo todo!
- Como vamos tirar dela? - questionou ansioso, suspirando em seguida - Esse foi um péssimo plano, o pior que já tivemos! Não diga à que eu disse isso, - apontou para Cedrico - mas sinto falta de quando ela palpitava nas coisas, nunca nada deu tão errado quanto hoje! E olha que foi por causa dela que eu acabei de castigo com o Filch no primeiro ano!
- Rony, aquilo foi totalmente proposital! - Potter lembrou-o, rindo baixo ao pensar no ocorrido.
- Sim, eu sei, para você ver que até quando era por vingança os planos dela funcionavam! - resmungou, passando a mão pelos cabelos molhados. - Muito bem, o que fazemos agora?
Harry olhou para Cedrico, já que também não tinha muitas ideias;
- Improvisamos? - arriscou-se, Diggory negou.
- Continuamos com o que foi combinado anteriormente, - encarou-o de canto - você vai precisar descer no Departamento de Mistérios e… - Cedrico então olhou para Rony, rindo sozinho - Caramba o plano de vocês é horrível…
- Achei que já tínhamos todos concordado com isso… - Harry rolou os olhos, vendo-o rir e negar com a cabeça;
- Mas vocês são extremamente sortudos! - completou, sorrindo para ambos - A esposa de Cattermole está em julgamento hoje, pela Regulamentação dos Nascidos-Trouxas!
- E isso é bom, por que... ? - Rony começou, não entendendo como aquilo poderia ajudar em algo.
- Porque é a desculpa que vocês precisam para chegarem até Hermione!
- É claro, posso levá-lo até lá! - Harry riu, olhando para Rony - Ninguém vai desconfiar se você estiver indo ao julgamento da sua mulher!
- Exatamente! - Cedrico concordou, apertando um botão de emergência no elevador, fazendo-o parar com um tranco e os outros dois quase caírem ao se desequilibrarem, pegos de surpresa - Runcorn está envolvido com a maioria das investigações que estão acontecendo no Ministério, foi, inclusive, quem entrevistou a mim e ao Arthur. Ninguém se surpreenderia com você lá embaixo, e Rony têm a desculpa de ser apenas um marido preocupado com a esposa!
- Isso foi realmente um golpe de sorte! - Rony concordou, abobado com a coincidência - Espera, e qual é a sua desculpa para descer? - apontou para Cedrico, o mesmo não respondeu de imediato.
- Ele não vai. - Harry constatou, olhando-o por um instante - Se algo der errado e descobrirem que estamos aqui, e que Diggory sabia, só vão aumentar a vigia, e vão confirmar que você sabe sobre !
Ele concordou com um aceno de cabeça, quase desculpando-se com o olhar;
- Sei que o que estão fazendo é importante, mas não posso arriscar que o Ministério descubra onde ela está, uma vez que saibam, os Comensais vão saber.
Harry concordou com a cabeça, sabendo que, embora quisesse ajudá-los, Cedrico tinha a namorada como prioridade, e não o julgava por aquilo, em seu lugar, possivelmente varia o mesmo.
- O que posso fazer hoje é ajudá-los a sair daqui discretamente. Quando formarem um novo plano para voltar, posso tentar ajudar, contudo, por hora, não tenho como enfrentar Umbridge ou qualquer um dos bruxos que estão naquele departamento.
- Você já fez mais do que o suficiente! - Harry agradeceu - Estaríamos com muito mais problemas se não tivesse te encontrado.
Diggory encarou o relógio de pulso, tornando a olhar para os dois em seguida;
- Vocês têm dez minutos para inventarem alguma coisa e saírem com Hermione. Espero vocês no átrio com uma passagem liberada para fora do Ministério! - avisou, soltando o botão de emergência e saindo do elevador, acenando uma última vez para os dois garotos.

Diggory olhou a movimentação em volta, ao tempo em que fingia ler a edição do Profeta Diário, cumprimentando alguns bruxos que passavam por ele. Ouviu um burburinho sobre invasores no Ministério e uma invasão a sala de Umbridge, fechou os olhos por um instante, sabia que havia sido uma péssima ideia deixar Potter pegar o olho mágico na porta de Dolores.
Uma gritaria vindo dos andares inferiores foi o suficiente para saber que os três haviam sido descobertos; Assim que o elevador parou no saguão, Potter e Hermione saíram apressados, seguidos por mais um grupo de Nascidos-Trouxas e Rony, que ainda estava sob efeito da poção.
Cedrico acenou com a mão e, quando Harry aproximou-se falou apressado;
- Terceira passagem à direita, rápido!
Yaxley e outros bruxos do Ministério saíram de outro elevador, gritando;
- É Harry Potter! Parem-no! - agitou a varinha, fazendo com que as passagens fossem fechando, uma a uma, enquanto outros bruxos viravam-se para ver o que acontecia, atordoados, e outros começavam a tumultuar, tentando parar Potter.
Cedrico viu-se sem opções a não ser agir; o trio não conseguiria sair do Ministério sozinhos. Apontou a varinha para a pilha de jornais, fazendo-os voarem na direção dos bruxos, enquanto enfeitiçava meia dúzia, imobilizando-os por alguns segundos.
Harry olhou para trás, lançando alguns feitiços enquanto corria, viu Diggory derrubar a maioria dos bruxos que os seguiam, mas terminar sendo desarmado por outros três, os quais o estuporaram de uma só vez;
- Não! - gritou, considerando voltar para ajudá-lo, mas Hermione o empurrou em direção a passagem, antes que aquela também se fechasse.

Sirius abriu à porta de casa, assustando-se com os gritos de ajuda que vinham de Schaklebolt, o qual carregava Cedrico pelo jardim;
- Que foi que aconteceu com ele? - questionou enquanto segurava o outro braço do rapaz, levando-o para dentro de casa e deitando-o sobre o sofá.
- Potter invadiu o Ministério! - Quim virou-se, secando a testa, devido ao cansaço de carregá-lo. - Diggory o ajudou a fugir, mas…
- Cedrico!? - gritou ao vê-lo, descendo as escadas apressada - O que aconteceu? Ele está bem? - questionou ao ajoelhar-se ao lado do namorado.
- Harry invadiu o Ministério - disse novamente, olhando da loira para Sirius -, não sei o motivo, mas os três estavam lá! - então apontou com a cabeça para Diggory - Ele os ajudou a escapar e foi atacado por outros bruxos do Ministério no meio da confusão - explicou, respirando fundo - Precisei da ajuda de Arthur e alguns Aurores para conseguir trazê-lo antes que pudessem descobrir sobre vocês ou Potter. Cedrico não pode voltar ao Ministério, ficou comprovado que ele é aliado de Harry, se alguém o pegar será enviado à Azkaban! Por isso achei melhor trazê-lo para cá do que o levar para casa…
- Claro! - Sirius concordou no mesmo instante - Fez bem, Quim. Vamos avisar aos Diggory que ele está em segurança! - comentou, passando a mão pelos cabelos, respirando fundo - Mas por que Harry entrou no Ministério?
- Não sabemos, a única coisa que ficou claro é que invadiu o escritório de Umbridge, mas não se sabe se levaram algo, Dolores não disse nada sobre isso, embora esteja mais histérica do que o normal. Fugiram com um bando de Nascidos-Trouxas.
- Ced vai ficar bem? - perguntou olhando para Quim, mal prestando atenção no que diziam, passando os dedos pelos cabelos do namorado.
- Vai sim, - o homem sorriu para ela - foi estuporado por mais de um bruxo, mas vai ficar bem, não se preocupe, Cedrico é novo e forte, não deve demorar a acordar.
- , avise aos Diggory que ele está aqui e diga para garantirem que não estão sendo seguidos antes de virem! É melhor que saibam que Cedrico está bem antes que alguém do Ministério apareça por lá e diga mentiras!
A loira concordou com a cabeça, olhando para o namorado mais uma vez, antes de levantar-se indo para outro cômodo, concentrando-se no recado e no patrono que deveria enviar, ainda não tinha muita habilidade no feitiço.
- Acha que ele sabe para onde foram? - Sirius perguntou para Quim assim que a filha saiu da sala.
- Talvez, mas definitivamente sabe o motivo de terem ido até lá, foi visto com Harry desde o começo…
- Como foi que entraram?
- Polissuco, Cedrico estava andando com Runcorn. Potter escolheu uma das piores pessoas para usar a Poção… Totalmente improvável os dois juntos…
- Será que Diggory já sabia sobre isso? - tornou a questionar, em tom baixo.
- Acho pouco provável, no mínimo daria opções melhores para o Polissuco, não? - Quim respondeu, cruzando os braços. - De qualquer forma, foi uma sorte que conseguiram escapar, Yaxley quase os capturou, só consegui trazer Diggory porque ele não estava no Ministério! - respirou fundo - É melhor eu voltar antes que desconfiem! Se souber de mais alguma coisa aviso! - apertou a mão de Sirius.
- Novamente, obrigado, Quim! - agradeceu o outro, levando-o até à porta - Se conseguir vir aqui mais tarde, quando Diggory acordar…
Negou com um aceno;
- Não acho que vou conseguir sair do Ministério tão cedo, vou precisar ajudar na segurança e nas investigações!
- Como foi que saiu sem que ninguém o visse? - perguntou curioso, Quim deu de ombros, modesto;
- Não saí, estou em meu escritório preenchendo relatórios!

Diggory terminava de contar o que tinha acontecido no Ministério, embora ocultasse a parte em que sabia qual era o esconderijo de Potter, quando ouviram uma batida na porta.
Sirius levantou-se no mesmo instantante, empunhando a varinha por precaução, até ver Amos e Rachel do outro lado, dando espaço para que os dois entrassem;
- Cedrico! - a mulher respirou aliviada, abraçando apertado o filho, antes de colocar a mão sobre seu rosto, analisando-o, garantindo que não estava machucado - O que foi que aconteceu com você? Seu pai chegou em casa dizendo que tinha sido atacado! Que estavam te procurando por todo o Ministério! - então virou-se para os outros dois, sorrindo sem graça para ambos - Desculpem… Boa noite!
- Esqueça as boas maneiras - Sirius sorriu, abanando a mão -, Quim achou mais prudente trazê-lo para cá, justamente por saber que estão atrás dele!
- Mas o que foi que aconteceu? - Amos perguntou atordoado, após abraçar o filho, sentando-se na poltrona ao lado - Falaram que Harry Potter invadiu o Ministério…?
Cedrico voltou a repetir o que tinha acontecido, porém com muito menos detalhes, para não preocupar os pais, e para que não soubessem de muita coisa, por segurança.
Rachel respirou fundo, negando com um aceno;
- Você me desculpe, Sirius, - falou ao olhar para o homem, sentado mais ao canto junto à filha - mas eu disse desde o começo que não queria você metido com nada disso, não foi? - tornou para o filho - Agora está sendo procurado por todo o Ministério! Pode ir para Azkaban!
- Mãe, por favor…
- Por favor, digo eu, Cedrico! - ralhou a mais velha, nervosa. - Olha só a confusão que se meteu!
- E o que eu deveria fazer? - respondeu impaciente - Deixar com que pegassem Potter? Por Merlin, não sou mais uma criança, sei muito bem o que faço!
- Se fosse verdade não estaria sendo perseguido pelo Ministério! Já foram questionar seu pai, já foram até nossa casa para te procurar! Que é que vai fazer agora?
- Rachel, acalme-se! - Amos pediu, soando cansado.
- Me acalmar? Você acha que isso é certo? - a mulher tornou para o marido, e então virou-se para os Black, os quais mantinham-se em silêncio. - Não me entenda mal, Sirius, - começou, tentando não parecer grosseira - mas não me parece muito justo que Cedrico esteja no meio do Ministério, arriscando-se dessa forma, enquanto você está dentro de casa!
- Rachel!
- Mãe!
Sirius levantou a mão para os outros dois, sorrindo calmo para a mulher;
- Pode dizer, Rachel, pode dizer o que pensa…!
A mulher aprumou-se, pigarreando antes de olhar para o homem;
- Não me entenda mal, por favor. - pediu, tentando acalmar-se - Sei que você sofreu muito, por anos, e, definitivamente, não gostaria que nada de ruim acontecesse a você, nem a , é claro! - acrescentou, olhando para a loira, que deu um meio sorriso, sem graça - Mas não me parece certo que Cedrico precise se arriscar tanto, enquanto você está escondido de todos!
- Ainda bem que está escondido, - Cedrico interrompeu - ou não teríamos um lugar seguro nesse momento!
- Eu entendo sua preocupação, Rachel - Sirius começou, ignorando o que o mais novo dizia -, de verdade, se fosse o contrário eu também estaria transtornado com a situação, preocupado com a segurança de minha filha. - sorriu calmo para ela - E entendo que pareça que estou em segurança dentro de casa, o que, de fato, estou, já que poucas pessoas sabem sobre este local, apenas quem é de minha extrema confiança, - acrescentou, olhando dela para Amos - mas não significa que não saia para ajudar como posso, em missões ou batalhas contra Comensais. Ou que não esteja garantindo que minha filha saiba se proteger caso algo pior aconteça. - passou a língua pelos lábios - Também concordo que Cedrico têm se arriscado mais do que o devido, ás vezes em coisas que nem mesmo sabemos, como o ocorrido de hoje! - avisou, encarando-o por alguns instantes com a sobrancelha arqueada - Mas também admito que todos reconhecemos os esforços de seu filho e somos gratos por podermos contar com ele como um membro da Ordem, - Cedrico sorriu de lado, olhando de Sirius para a namorada, que piscou em sua direção, não esperava ouvir elogios de Black, embora soubesse que o homem vivia de implicância com ele por brincadeira -, mas também entenderemos se ele quiser afastar-se de tudo isso, e não deixaremos de garantir a segurança dele e, mesmo a de vocês, se isso acontecer!
- Entendemos a situação - Amos pronunciou-se -, sabemos o quão importante é o que estão fazendo, e até gostaríamos de ajudar, - acrescentou - e ao mesmo tempo que ficamos orgulhosos de Cedrico, também estamos preocupados. Não é a primeira nem a segunda vez que ele acaba se machucando, e agora está sendo procurado por todo o Ministério…
- Pai, eu sei o que estou fazendo…
- Será que sabe? - Rachel questionou, e então virou-se para , que continuava em silêncio em seu canto - Às vezes sinto que continua sendo por sua causa que ele faz tudo isso!
- Como é? - perguntou surpresa, mais chocada com o tom de voz que a mulher tinha usado, do que com o que insinuava; Rachel era sempre extremamente amável com ela.
- Sabe que gosto de você, e fico muito feliz de saber que estão juntos, - começou, passando a mão pelos cabelos soltos, quase sem graça por dizer aquilo - mas ainda tenho a impressão de que Cedrico só quer chamar sua atenção!
- Mãe! - Diggory exasperou-se - Pelas barbas de Merlin, olha o que está dizendo mulher!?
Rachel o ignorou, continuando a encarar a loira;
- Foi assim no Torneio Tribruxo, o que me garante que não seja a mesma coisa? Que Cedrico esteja fazendo isso tudo para chamar sua atenção, talvez para não se sentir menos capaz já que você e toda sua família estão lutando contra Você-Sabe-Quem?
não soube o que responder por um instante, ainda chocada com as insinuações da mulher, olhou dela para o namorado, e então voltou a encará-la;
- Só se fosse muito burro! - respondeu a primeira coisa que veio à mente - Nunca pedi para Cedrico arriscar-se, muito pelo contrário, até preferia quando ele era só o garoto bom exemplo de Hogwarts! - negou com um aceno, sem saber direito o que a mulher esperava que ela respondesse - Nunca disse que queria um namorado que lutasse contra Comensais e Você-Sabe-Quem, e nem mesmo estávamos juntos quando ele resolveu entrar na Ordem! - lembrou-a - Depois de todo esse tempo imagino que seu filho me conheça melhor do que isso, para achar que ainda precisa fazer algo para chamar minha atenção para que eu goste dele. Nunca pedi para Cedrico fazer nada disso!
Rachel abriu à boca para respondê-la, mas o rapaz foi mais rápido;
- Já chega, mãe! Quanto drama sem necessidade, eu estou bem! E já conversamos sobre isso várias vezes, não tem nada haver com ou com orgulho próprio. Meu pai acabou de dizer que entende que é importante e que até gostaria de ajudar mais! Por que é tão difícil de entender que já sou adulto o suficiente para tomar minhas próprias decisões e saber o que devo ou não fazer?
- Você entende o que está acontecendo, Cedrico? - a mulher respondeu no mesmo tom, virando-se aborrecida para o filho - Entende que agora está em perigo o tempo todo? Além de Comensais da Morte, o próprio Ministério está atrás de você! Que é que vai fazer agora? Fugir?
Sirius pigarreou, chamando a atenção dos três;
- Sei que não é a melhor situação, e, acredite, sei o que significa se Cedrico for capturado pelo Ministério, mas ele é bem-vindo para ficar aqui por quanto tempo for necessário, e vocês dois são bem-vindos para visitá-lo sempre que quiserem. Gostando ou não, no momento essa casa é o local mais seguro que temos!
Rachel saiu minutos depois, ainda contrariada com toda a situação, enquanto Amos desculpava-se pela atitude da esposa, e agradecia a hospitalidade de Sirius, além de prometer entregar algumas peças de roupa do filho no dia seguinte, antes de ir ao trabalho.
Sirius respirou fundo, jogando-se contra a poltrona depois que o casal foi embora, encarando os dois jovens a sua frente;
- Que bela confusão, Diggory!
Cedrico riu baixo, coçando o pescoço;
- Obrigado por me deixar ficar por aqui!
- Sobre isso, - começou o mais velho, cruzando os braços - já que estarão sob o mesmo teto vinte e quatro horas por dia, espero que mantenham o mínimo de decência e não fiquem de agarramento o tempo inteiro! E você vai dormir no quarto de Harry, e se eu ao menos suspeitar que…
- Sirius, - Diggory interrompeu, sorrindo sem graça - vai passar mais duas semanas com aquela folha de mandrágora na boca, não tem a mínima chance de acontecer qualquer coisa entre a gente!
- Ah, mas agora é assim? - questionou a outra - Bom saber que é por isso que você tem me evitado!

Black aparatou no meio da rua escura, usando um feitiço de desilusão ao andar até a frente do Largo Grimmauld, mas, antes que chegasse perto o suficiente, já pôde ver Quim Schaklebolt junto de bruxos do Ministério, entrando e saíndo da casa. Algo tinha dado errado, de alguma forma tinham descoberto que aquele era o esconderijo de Harry, esperou por alguns instantes, tentando descobrir se o tinham capturado, mas após alguns minutos, um Auror saiu dizendo que não tinha nem sinal de Potter, embora ele, certamente, tenha estado na residência anteriormente.
Sentiu-se burra por não ter pensado em procurar na casa, mas ao mesmo tempo achava aquele um péssimo esconderijo; Snape sabia sobre o local e era um dos Fiéis do Segredo, o que significava que Voldemort também sabia do local, assim como outros Comensais.
Pensou por alguns instantes, concentrando-se no endereço dos pais de Hermione, se o Sr. e Sra. Granger haviam se mudado para a Austrália, a casa estaria vazia, e poderia ser o novo esconderijo do trio.
- Alohomora! - sussurrou, apontando a varinha para a porta, entrando instantes depois. - Lumus!
Olhou ao redor não encontrando qualquer sinal de que alguém estivesse residindo ali nas últimas semanas; a casa tinha um cheiro levemente incômodo, indicando que estava fechada há tempos, o sofá estava com um saco plástico o protegendo, e a estante da sala cheia de pó. Andou pelos outros cômodos, não encontrando nada fora do lugar, ou que indicasse que havia sido invadida por alguém. Frustrada, saiu da casa, pensando por alguns instantes em outras residências que eles pudessem ter se escondido, cogitou a casa de Moody, mas não fazia ideia do endereço, e duvidava que os amigos soubessem.
Por fim, completamente contrariada, voltou para casa.
Com o passar das semanas, ficou cada vez mais comum Cedrico, e Sirius envolverem-se em missões, juntos ou separados, principalmente depois que Remos diminuiu consideravelmente o número de noites livres, ficando ao lado de Tonks o máximo que podia. Mais para o final de novembro, aparatou na praia, caminhando até o Chalé das Conchas, resmungando sozinha com toda a areia que entrava em seus sapatos, parou por um instante à porta da casa, tirando os tênis para retirar o amontoado de areia, antes de chamar por Gui e Fleur;
A francesa abriu à porta, sorrindo animada para a loira, cumprimentando-a com um abraço;
- Entrre, entrre, como vai? - perguntou, oferecendo um pedaço de bolo e um pouco de chá.
- Tudo bem, só vim deixar algumas coisas que Quim pediu, e avisar ao Gui sobre a próxima missão! - comentou, sentando-se na cadeira de frente para à porta.
- Oh, sim, Gui já deve voltarr, foi comprrar algumas coisas!
Conversaram por alguns minutos, até ouvir passos do lado de fora, enquanto Fleur tinha ido ao banheiro. Black piscou duas vezes em direção à porta, coçando os olhos por um instante, mas ao tornar a olhar pelo pequeno espaço com vidro, viu Gui entrando na casa, sorrindo ao vê-la;
- ! Como vai? - aproximou-se para cumprimentá-la, deixando algumas sacolas na mesa - O que foi?
- Ahn… - pigarreou, sem graça, levantando-se para abraçá-lo - Eu… Podia jurar que vi Rony…
- Oh! - riu sem graça - Acontece bastante, meus pais vivem confundindo todos nós… Fleur uns dias atrás me confundiu com Carlinhos, acredita? - contou, passando a mão pelos cabelos compridos. sorriu em sua direção, concordando com um aceno.
- Pois é… Talvez seja porque estava pensando neles mais cedo… - explicou, sem graça - Enfim… - recomeçou, quando Fleur voltou, dando um selinho em Gui antes de juntar-se aos dois - Quim pediu se você consegue ajudar Cedrico amanhã a vigiar um bruxo do departamento de Mistérios, agora que o corpo de Mina foi descoberto, ele acha que Você-Sabe-Quem já tem um novo alvo… Ele vai fazer a ronda de hoje.
- Claro, claro que sim! - acenou positivamente - Então é verdade sobre Mina? O corpo e todo o resto?
A loira suspirou, concordando com um aceno;
- Está pior do que parecia, né?
- Soube que você vai parrticiparr da rrádio dos gêmeos? - Fleur comentou, querendo mudar um pouco de assunto, sentindo o ar pesar.
- É algo legal o que estão fazendo, mas não vou conseguir por agora, só depois do Natal…
- E seu aniversário? - Gui tornou, lembrando-se do dia - Não vai mais comemorar?
- Parece estranho, né? Ainda mais que nem todos vocês poderiam participar… E meu pai vai precisar viajar para resolver umas coisas para a Ordem, quem sabe mais pra frente…
- Pelo menos esperramos vocês parra o Natal! - Fleur acrescentou, sorridente.
- Obrigada, mas acho que dessa vez vamos ficar com Dora e Andrômeda, e elas não estão muito animadas desde que o Ted foi embora…
- Nenhuma notícia dele? - Gui tornou, pesaroso. A loira negou com a cabeça, não dizendo mais nada sobre o assunto.
- Parece que não conseguimos mais ter uma conversa sem pensar em tudo que está errado, né? - sorriu sem graça - De qualquer jeito, acho melhor eu voltar, só vim entregar os mapas mesmo... Nos falamos mais tarde! - levantou-se, despedindo-se do casal com um abraço, antes de sair pela porta. Andou alguns passos, esperando que os dois voltassem para dentro da casa, antes de dar a volta no terreno, retirou a varinha do bolso, andando em torno da casa, desconfiada.
Por um instante achou que Rony, Mione e Harry pudessem estar por ali, tinha certeza que havia visto o ruivo, e não o confundiu com Gui. Olhou ao redor do chalé, ficou em silêncio por alguns instantes, esperando ouvir a voz de algum dos amigos, mas nada aconteceu.
Suspirou frustrada, andando novamente em direção à praia, seria ainda pior se descobrisse que os três amigos estavam ali e nem mesmo a avisaram.
Olhou para o céu que escurecia rapidamente, sorrindo de lado ao ouvir um trovão mais distante, pelo menos uma coisa boa poderia acontecer antes de seu aniversário!
sentia as gotas grossas da chuva gelada caírem sobre seu corpo, enquanto caminhava apressada para o bosque em que havia escondido o frasquinho com os ingredientes da poção, o coração palpitava em seu peito, a ansiedade dominando-a;
Contou os passos até o centro da floresta, e então andou para a direita, reconhecendo a árvore na qual tinha escondido o frasco, evitando-o que pudesse pegar a luz solar. Sorriu ao ver que, no lugar dos ingredientes anteriores, agora havia uma poção vermelho sangue, pegou-a antes de aparatar no instante seguinte de volta para casa.


Sirius sorriu pela janela ao vê-la andando em direção ao galpão, o qual haviam enfeitiçado para aquele momento, enquanto Bicuçu tinha sido levado para outro terreno, escondido de trouxas e, ainda sim, seguro.
A garota respirou fundo, fechando os olhos por um instante, antes de virar a poção de uma vez só, e então, apontou a varinha para o coração;
- Amato Animo Animato Animagus!
Segundos depois sentiu o coração bater mais rápido, escutava uma segunda batida assemelhar-se com a primeira, e então uma dor absurda parecia queimar todo o seu corpo. Caiu de joelhos, incapaz de controlar os gritos, sentindo a própria voz começar a falhar, conforme os gritos aumentavam, a dor lancinante parecia crescer mais e mais, contudo, minutos depois, não sentiu mais nada. Abriu os olhos, olhando ao redor, estranhando tudo por um momento;
O galpão parecia muito maior, e, embora parecesse ver de uma altura muito menor do que o acostumado, conseguia enxergar tudo com mais detalhes. Sentia diferentes odores pelo local; o cheiro do hipogrifo, embora nunca o tivesse notado, o cheiro da chuva e um pouco de mofo também. Ouviu um barulho baixo vindo de um canto mais afastado, e a curiosidade a fez ir, devagar, até o local. Andar no começo era estranho, parecia muito mais leve, mas ao mesmo tempo mais difícil, não sabia equilibrar-se bem, preferiu arrastar-se pelo chão. Demorou um pouco, mas finalmente aproximou-se o suficiente do barulho, reconhecendo, pelo cheiro, antes mesmo de ver o animal; um camundongo roía parte da madeira do galpão, abrindo um espaço para o lado de fora. sentiu o corpo mexer-se sem que pudesse controlar, agitou-se e então, sem nem saber como ou o porquê, pulou no roedor, mas o animal fugiu por uma fresta. Ela então começou a usar as patas dianteiras, fazendo um buraco entre a terra e madeira, tentando espreitar-se pelo local, mas sempre que estava próxima de fazer um espaço grande o suficiente para passar, a terra voltava a preencher o espaço e ela precisava recomeçar a escavar.
Frustrou-se após algum tempo, procurando outros meios de sair do lugar em que estava. Não entendia muito o que fazia, ou o por quê, apenas o fazia. Precisou de algum tempo para conseguir equilibrar-se o suficiente para pular, mas finalmente o fez, caindo da parte de cima do galpão, quando não conseguiu segurar-se, escorregando e caindo de costas ao chão. Gemeu ao sentir a dor em seu corpo, mas logo ouviu outro barulho aproximar-se, e sentiu o cheiro de outro animal vindo em sua direção. Escondeu-se entre o feno, esperando em silêncio, até que a porta foi aberta, e um grande cachorro negro apareceu no galpão. O animal abaixou-se, o focinho cheirando o chão por alguns instantes, até ele olhar na direção da raposa, escondida ao canto. Latiu em sua direção, então deitou-se no chão sujo, esperando que ela se aproximasse.
Precisaram de vários minutos para que ela se sentisse confiante o suficiente para isso, mas, aos poucos, foi chegando mais perto do cachorro, farejando-o por alguns segundos. O cão levantou-se devagar, sentando-se em sua frente e começando a cheirá-la.
Latiu uma segunda vez, assustando-a de leve, mas logo ficou nas quatro patas, mostrando-lhe como andar e correr no pequeno espaço que tinham.
Quando já estava amanhecendo, o cachorro tornou a sentar-se vendo-a se aproximar curiosa, o rabo balançando, enquanto pulava pelos cantos. O cão negro fechou os olhos por um segundo, e quando tornou a abri-los, a raposa viu-se diante de um homem de cabelos e barba compridos;
- Sua vez! - sussurrou, estendendo a mão para que ela se aproximasse, cheirando-o. - Você consegue, vamos lá! - disse enquanto acariciava a cabeça do animal - Lembre-se de quem você é!
A raposa sentou-se de frente para o homem, fechando os olhos por alguns instantes. Sirius pegou a manta que tinha deixado ao lado do feno, jogando-a sobre a raposa enquanto ela tornava a se transformar.
- Muito bem, o próximo passo é conseguir transformar-se de volta com suas roupas! - piscou, abraçando-a assim que a loira tornou a olhar em sua direção.

Conforme os meses passavam, a Ordem tinha cada vez mais dificuldades em concluir com êxito suas missões, Voldemort conseguia mais seguidores, fosse por lealdade ou medo, e muitos bruxos nascidos-trouxas precisavam fugir de suas casas e abandonar suas famílias, na esperança de conseguirem, ao menos, continuarem vivos.
Contudo, em abril, deixou de lado a segurança de sua casa quando Sirius e Cedrico não estavam, e resolveu arriscar-se um pouco mais, porém, em sua opinião, por um excelente motivo; Ninfadora estava em trabalho de parto, e o mínimo que ela poderia fazer era comprar ela mesma um presente para a criança!
Andou pelas ruas do Beco Diagonal, mais vazias que o costume, usando uma capa grossa e escondendo os cabelos loiros, entrou em uma loja de brinquedos, procurando algo que pudesse dar para o bebê. Estava um tanto distraída procurando o melhor presente possível, quando alguém bateu na janela da loja, chamando sua atenção e apontando com a cabeça para o beco lateral da loja. A loira mordeu o lábio inferior, concordando com um aceno antes de agarrar o presente e levá-lo até o balcão, deixando dois galeões pelo mesmo, saindo da loja no instante seguinte.
Olhou para os lados, antes de entrar no beco, vendo a figura de Draco Malfoy na escuridão;
- O que quer? - perguntou grosseira, a varinha em mão.
O primo rolou os olhos, falando em voz baixa quando ela se aproximou;
- Pegaram Harry Potter.
- O que? - questionou assustada, sentindo o coração falhar uma batida. - O que quer dizer?
Draco respirou fundo, puxando-a para o canto, falando apressado;
- Um grupo de Sequestradores os pegaram há alguns dias, Potter, Granger e Weasley, por algum motivo os levaram até minha casa…
- Como…? Eles estão bem? Ainda estão lá? O que aconteceu? Você-Sabe-Quem…?
- Não! - negou apressado, fazendo sinal com a mão para que ela se calasse - Bellatrix quis ter certeza, Potter estava com um feitiço no rosto, não parecia ele mesmo… - explicou, passando a língua pelos lábios finos - Conseguiram escapar antes que Você-Sabe-Quem aparecesse!
Black deixou um suspiro aliviado, passando a mão pela testa, pensativa;
- Por que está me contando sobre isso?
Draco deu de ombros;
- Granger foi torturada, acho que acabou falando sobre vocês, Victoria disse que encontraria com Sirius ela mesma, ameaçou Bellatrix se ela se aproximasse de vocês, disse que é ela quem deve levá-los ao Lorde das Trevas…
A loira arqueou a sobrancelha, não parecendo muito surpresa;
- Não deu muito certo da última vez, não? - respondeu baixo, franzindo o cenho ao pensar no assunto - O que aconteceu depois que voltaram sem ninguém?
- Você-Sabe-Quem ficou… irritado. Não foram dias muito bons… - olhou para baixo, não querendo falar mais sobre o assunto.
- Draco… - a outra chamou após alguns instantes de silêncio, atraindo sua atenção - Sabe que podemos te proteger, não é? Até seus pais se você quiser.
Malfoy riu sem humor;
- Vocês mal conseguem se proteger… - negou com um aceno.
- Mesmo assim, podemos te deixar em um lugar seguro.
- Eu estou bem, só estou contando porque te vi na loja… Sorte sua que não foi outra pessoa quem te viu… - deu de ombros, passando a língua pelos lábios.
abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas ao invés, puxou o braço do primo, assustando-o por um instante quando a viu puxar a varinha;
- Fique quieto!
Draco sentiu um incômodo enquanto a loira marcava seu braço com algo que ele não conseguia ver;
- Se mudar de ideia, - avisou ao soltá-lo - só precisa dizer que quer ajuda e vai saber aonde eu estou. Não faça com que eu me arrependa disso, Malfoy.


Remo andava de um lado para o outro na sala, passando a mão pelos cabelos ralos, volta e meia parava de frente para a escada, encarando o segundo andar da casa, e então voltava a andar em círculos.
estava sentada no sofá, as pernas cruzadas e o pé balançando o tempo todo, mostrando sua impaciência com a espera, já nem tinha mais unhas para roer, mas continuava mordiscando a cutícula do polegar.
Sirius era o que parecia mais tranquilo, tomava seu suco de abóbora enquanto lia um livro qualquer que estava em cima da mesinha, quando ouvia um grito mais alto vindo do segundo andar, olhava por sobre o ombro em direção às escadas, e logo voltava a sua leitura.
Lupin suspirou exasperado, esfregando o rosto com as mãos quando o relógio bateu nove horas;
- Por Merlin! Quanto tempo vai demorar?
- Calma, Aluado, daqui uns dias quando não conseguir mais dormir à noite, vai sentir falta do tempo da gravidez! - Sirius respondeu em voz baixa, antes de folhear o livro.
arqueou a sobrancelha, olhando para o pai;
- Bom saber que você fala por experiência!
O homem riu, encarando a loira:
- Você foi um pesadelo no primeiro mês, não dormia por nada. Achei que enlouqueceria com você gritando a noite toda! - Sirius então virou-se para Remo, rindo do desespero do amigo, enquanto esticava o braço no encosto do sofá, sentando-se mais despojado - O que acha de uma aposta? - sussurrou para a filha - Tenho certeza que vai ser um menino!
- Pai, é você que paga minha mesada… - deu de ombros, rindo - Aposta aceita!
Lupin, aéreo a conversa em volta, estava perdido em pensamentos, parte de si desesperada para que a criança nascesse logo, cada vez mais nervoso ao ouvir os gritos de Tonks quando estes eram mais altos, e a outra continuava ansiosa para saber se o filho ou a filha nasceria saudável, ou se herdaria sua doença. Mesmo após todos aqueles meses, e todas as conversas que teve com Ninfadora, ainda não sabia ao certo como reagiria se a criança nascesse com licantropia; gostava de imaginar que não a trataria diferente e a amaria igual, seria ainda mais cuidadoso com ela, mas no fundo tinha medo que a rejeitasse sem nem mesmo perceber, ou que a criança o rejeitasse quando crescesse e entendesse tudo aquilo, fosse por herdar a doença do pai, ou por ter um pai lobisomem, qualquer uma das alternativas o fazia questionar-se mil vezes mais se aquela tinha sido uma boa escolha, se tinha feito a coisa certa.
Sentou-se no segundo degrau da escadaria, baixando a cabeça nos joelhos e respirando fundo, sentiu um aperto em seu ombro, e logo Sirius estava ajoelhado em sua frente;
- Vai dar tudo certo, Aluado. - disse com a voz baixa, encarando-o com firmeza, passando-o segurança - E estaremos sempre aqui, pra você, para Ninfadora e para seu bebê. Vai ser um excelente pai!
Remo concordou com um aceno, sorrindo fraco para o melhor amigo.
Por um momento não escutaram mais nenhum grito, tudo estava silencioso na casa, segundos depois escutaram um grito agudo de criança e então, Lupin nem soube como ou quando, mas as lágrimas caíram incessantes por seu rosto, e ele logo foi abraçado por Sirius, o qual o puxava para cima, dizendo coisas que ele nem mesmo conseguia entender, o tempo pareceu parar por um minuto;
- Vai logo, vai conhecer sua criança, Aluado!
O homem subiu as escadas trôpego, mal conseguia apoiar-se no corrimão, os olhos embaçados e o coração acelerado, andou até o quarto ao final do corredor, sentiu-se ligeiramente enjoado, sentia como se fosse desmaiar a qualquer instante.
Foi só quando viu Dora às lágrimas segurando a criança, que pareceu entender que aquilo estava mesmo acontecendo.
- Seu filho nasceu extremamente saudável! - Andrômeda sorriu em sua direção, os olhos cheios de lágrimas e as mãos ainda com um tanto de sangue. - Parabéns, Remo!
Lupin cambaleou até a cama, e então a esposa olhou em sua direção; a expressão cansada, os cabelos coloridos molhados, colados na testa devido ao suor, mas Ninfadora nunca esteve tão linda para ele quanto naquele momento, enquanto segurava o filho dos dois em seu colo;
- Ele é perfeito, Remo! - sussurrou chorosa, mostrando-lhe a criança quando o homem sentou ao seu lado na cama. - Nosso menino é perfeito!


Vinte.


Diggory sacou a varinha por baixo da manga do agasalho que usava, dando passos curtos pela noite escura, notando o silêncio do local. A brisa batia em seu rosto, bagunçando seus cabelos, a noite anormalmente fria para aquela época do ano. Cedrico olhou por sobre o ombro, vendo um vulto seguindo-o mais afastado, sorriu de canto antes de virar-se na alameda à direita, estacando por um instante ao reparar que não tinha apenas um Comensal o seguindo; Outros quatro estavam à sua espera.
Cedrico sentiu a respiração parar por um momento ao entender que, na verdade, eram eles quem tinham caído em uma emboscada, e não o contrário.
Victoria Lestrange, ele reconheceu os longos cabelos loiros conforme a mulher se aproximava, sorriu em sua direção;
- Última chance para correr, bonitão! - disse suavemente, Diggory sorriu de lado, irônico;
- Eu digo o mesmo, sogrinha!
- Óh, ele já se considera parte da família - ouviu a voz irritante de Bellatrix, a qual se aproximava por suas costas, sendo o vulto que ele havia visto o seguindo, o sorriso enviesado em seus lábios -, talvez seja hora de mostrarmos como recepcionamos nossa adorada família! - sorriu ainda mais, ouvindo algumas risadas ao fundo.
Diggory mirou a varinha para Bellatrix, quando a mulher deu mais um passo em sua direção, esperando que a mesma fosse atacá-lo;
- Calma, Bella, - Victoria recomeçou, sorridente, passando a mão pelos cabelos - é até covardia todos atacarmos uma criança que mal sabe se defender…
- Se ele já se acha corajoso o suficiente para nos enfrentar, deve merecer o que vai lhe acontecer! - a outra respondeu no mesmo instante; Diggory mal teve tempo de lançar um feitiço de proteção, tão rápido havia sido o ataque da mulher.
Aquele pareceu ser o sinal que os outros Comensais esperavam, no instante seguinte Cedrico viu-se cercado por quatro dos cinco, apenas Victoria não parecia interessada em atacá-lo naquele momento, embora parecesse se divertir com a cena.
Diggory sabia que se não começasse a contra-atacar suas chances seriam mínimas, mas não tinha tempo o suficiente para fazê-lo; mal conseguia se defender dos ataques.
Momentos depois um dos Comensais caiu com um grito, distraindo os outros, no que Cedrico aproveitou para estuporar um dos atacantes, antes que, vindo de algum ponto às suas costas, uma raposa pulasse por sobre seu ombro, atacando o Comensal mais próximo, fazendo com que o mesmo cambaleasse com o ataque repentino, tentando tirar o animal de seu pescoço.
Cedrico sorriu de canto ao reconhecer o grande cachorro negro que também apareceu por ali, atacando como podia os seguidores de Voldemort;
- Ora, ora, parece que agora temos mais do que um cachorro na família - Bellatrix começou rindo, antes de parar em frente a raposa, a qual naquele momento Cedrico achou extremamente pequena e indefesa -, é como dizem: a fruta não cai muito longe do pé, não é? - os olhos brilharam quando apontou a varinha para o animal de pelagem avermelhada, o qual rosnava em sua direção, mas não foi rápida o suficiente; no último segundo, antes que o feixe de luz a acertasse, a raposa pulou para o lado, aproveitando para atacar outro Comensal próximo.
Diggory investiu contra Bellatrix no mesmo instante que livrou-se de Múlciber, tentando evitar que a mulher se aproximasse muito da raposa ou do cachorro, o qual agora rosnava em direção a Victoria, rondando-a, pronto para atacá-la.
Bellatrix Lestrange ria a cada ataque, divertindo-se com o que acontecia ao redor, foi quando um dos ataques de Diggory passou por um triz de seu corpo, que a mulher pareceu levar aquilo à sério e irritar-se;
- Você deveria ter escolhido o lado vencedor, bonitão!
- Talvez não tenha reparado, mas foi isso que eu fiz, Bella! - respondeu no mesmo tom, tornando a atacá-la.
Victoria defendia-se sem realmente atacar, parecendo tão divertida quando a irmã com a situação toda, o sorriso sempre presente em seus lábios;
- Nada mal, filha, olha só para você, finalmente resolveram mostrar-lhe como lutar de verdade. Pena que, com quatro patas, não seja a mesma coisa! - piscou, vendo-a rosnar em sua direção, antes de correr para a mulher, pulando nas costas do cachorro para impulsionar-se, pulando mais alto em direção ao rosto da loira, conseguindo morder-lhe o braço quando a mesma elevou-o para proteger-se. Victoria gritou ao sentir a dor causada pela mais nova, precisando sacudir o braço algumas vezes para afastá-la, apontando a varinha em direção ao cachorro quando esse correu para atacá-la ao mesmo tempo, o qual foi lançado por alguns metros e caiu com um baque surdo.
- É isso o que acontece quando você desafia a mamãe! - a mulher soprou na direção da filha, a qual entrou na frente do cachorro, para evitar que a mesma tornasse a atacá-lo, contudo, foi para Diggory que Victoria apontou sua varinha.
Cedrico caiu no chão no mesmo instante, sem nem mesmo saber o que tinha acontecido,
sentia o corpo inteiro queimar com o feitiço, um tipo de Incarcerous muito mais avançado; além das cordas em torno de seu corpo, Diggory sentia a pele afoguear conforme as mesmas se prendiam com mais força.
Bellatrix e Victoria sorriram ao ver o desespero do rapaz, ao tempo que o cachorro levantou-se apressado, tornando a avançar contra as duas mulheres, enquanto a raposa tentava roer as cordas que prendiam Cedrico. O animal afastou-se dele por um instante, notando que nada do que fazia surtia efeito, fechando os olhos antes de tornar a transformar-se.
- Ora, vejam só quem resolveu dar o ar da graça! - Bellatrix gargalhou, ainda apontando a varinha para o cachorro, tentando acertar-lhe.
pegou a varinha de Diggory, a qual estava caída ao chão, mirando com toda sua raiva na mulher, sorrindo de canto ao ver que havia a acertado, antes de tornar sua atenção para o namorado.
Victoria respirou fundo, afastando-se do cachorro e segurando a irmã que estava caída, contorcendo-se com a Maldição Cruciatus, antes de aparatar segurando-a junto de si.
Assim que as duas sumiram o cachorro transformou-se, e Sirius se aproximou do casal, assustando-se ao ver o estado em que Diggory se encontrava.

Quim Schaklebolt aparatou na esquina e andou apressado até o beco lateral, logo encontrando os três ao chão, Sirius tentava parar o sangramento e os cortes sobre a pele de Diggory, enquanto segurava a cabeça do rapaz, tentando fazê-lo parar de contorcer-se tanto;
- Quim, não sei mais o que fazer! - o homem disse assim que o viu, ainda mirando a varinha para o corpo do mais novo; os cortes em Cedrico ficavam cada vez mais profundos, embora Sirius conseguisse parar um ou outro, logo eles voltavam a forma inicial e o sangue tornava a jorrar.
- Precisamos levá-lo ao St. Mungus, não temos outra opção. - avisou assim que o encarou o rapaz, tentando ele mesmo alguns contra-feitiços - Que foi que Bellatrix fez?
- Não foi ela, - começou nervosa, os olhos marejados e o medo presente em sua voz, devido a situação do namorado - Victoria.
O Auror concordou com um aceno, juntando-se a Sirius para segurarem Cedrico, aparatando segundos depois.
- Tem certeza que é uma boa ideia? - Sirius perguntou assim que atravessaram a rua em direção ao hospital.
- Vocês dois fiquem aqui, tentarei resolver a situação e…
- Eu vou com você! - a loira disse no mesmo instante, negando-se a ficar longe de Diggory.
- , sei que está preocupada, mas vocês três são procurados, já será bem difícil conseguir atendimento para Cedrico sem que chamemos muita atenção, se vocês dois aparecerem juntos…
- Mas…
- , a prioridade agora é Diggory ser atendido, vamos dar um jeito de você entrar para vê-lo depois! - Sirius segurou-a pelo braço, acenando com a cabeça para Quim, o qual puxou o rapaz consigo antes de entrar no St. Mungus, pedindo ajuda.


O cachorro negro estava deitado na calçada em frente ao hospital, olhando para o lado sempre que alguém passava pela calçada e mexia com ele, latindo vez ou outra.
Ficou nas quatro patas e tornou a andar para a lateral do prédio, virando-se em uma ruazela escura, aproximando-se da loira, que continuava encolhida entre algumas caixas, escondida atrás de uma caçamba de lixo, roía as unhas devido ao nervosismo;
- E aí? - perguntou assim que viu o animal aproximar-se, suspirando ao vê-lo negar com a cabeça, antes de voltar para a frente do St. Mungus.
Black frustrou-se, passando as mãos pelo rosto cansado, o nervosismo presente em cada uma de suas ações. Não sabia mais o que fazer, fazia quase duas horas que Quim havia entrado com Cedrico e até então não tinha nenhuma informação.
Já deveria ter avisado aos Diggory sobre o acontecido, mas simplesmente não sabia como faria para contar aos pais do namorado que o mesmo estava machucado e ninguém fazia ideia do estado em que se encontrava.
Respirou fundo, cansada de esperar por alguma notícia; precisava ver com os próprios olhos.
Apontou a varinha para si mesma, mudando os cabelos e, com mais trabalho do que imaginou que teria, o próprio rosto. Não era nenhuma Poção Polissuco, mas deveria ser o suficiente para conseguir entrar sem que ninguém reparasse em si.
Atravessou a rua e andou decidida até o local, vendo o cachorro sentado, de guarda.
- Já volto! - sussurrou ao passar pelo mesmo, escutando-o latir em sua direção.
Entrou pelo hospital, cumprimentando dois bruxos que faziam a guarda do local, logo andando em direção a recepção, parando em frente a uma bruxa de cabelos vermelhos. Por um momento não soube o que dizer; Era possível que Quim tivesse usado algum disfarce para que atendessem Cedrico, e ela corria o risco de estragar tudo naquele momento.
- Gostaria de visitar um paciente que deu entrada há pouco mais de duas horas! - começou, passando a língua pelos lábios - Um assunto particular!
A mulher arqueou a sobrancelha;
- Nome do paciente?
- A senhora não está me entendendo, - começou, respirando fundo para não gritar - é um assunto confidencial.
- Sem nome, sem visita.
A garota pensou rápido, respirando nervosa;
- Ela está comigo! - ouviu a voz grossa de Schacklebolt, o qual aproximou-se segundos depois, colocando uma mão em seu ombro - A srta. Folks é uma Auror em treinamento, ficará responsável pelo paciente. - explicou para a recepcionista, que concordou no mesmo instante.
Os dois andaram pelo corredor, a garota ainda sentia o coração bater acelerado;
- Que ideia idiota foi essa? Quer ser pega?
- Precisava saber o que estava acontecendo Quim, como ele está? - pediu aflita, vendo-o suspirar, passando a mão na careca brilhante.
- Não sei ainda, estão tentando parar o feitiço, mas têm perdido muito sangue, é possível que fique com várias cicatrizes pelo corpo.
- Mas está bem? Não corre nenhum risco, certo?
Schaklebolt passou a língua pelos lábios grossos, apontando para o corredor no qual deveriam entrar;
- Só saberemos o estado de Diggory quando conseguirem parar o feitiço e o sangramento.

Sirius passou de cabeça baixa pelos corredores, carregando uma sacola em suas mãos, virou o último corredor, o qual ainda estava em construção, andando até o final do mesmo, logo vendo a filha sentada em uma das cadeiras que estavam ali, sentando-se ao seu lado instantes depois;
- Novidades? - perguntou ao beijar-lhe a testa, vendo-a negar com um aceno, suspirando cansada. - Deveria ir para casa dormir um pouco, imagino que Diggory vai ficar incomodado ao acordar e saber que você passou a semana sem sair daqui, não é? Mal se alimentando ou dormindo.
A loira o encarou de lado, sorrindo fraco.
- Estou bem pai, dormi algumas horas.
Black negou, passando a mão pelos cabelos compridos;
- Trouxe algumas roupas para você trocar… - olhou para o quarto a frente, com a porta fechada, ao tempo que a escutava agradecer - Você já viu como ele está?
- Não, Rachel está com ele. Amos saiu faz algumas horas para ir trabalhar, disse que volta mais tarde…
- Ainda não estão conversando?
A garota deu de ombros, sem graça;
- Amos pediu desculpas, mas não é como se ela estivesse errada, não é? Cedrico está desse jeito por causa da Ordem…
O homem concordou com um aceno, suspirando em seguida.
- Como estão as coisas? - perguntou em voz mais baixa, vendo-o dar de ombros.
- O mesmo de sempre, imagino. Estamos em desvantagem agora que vocês dois e Ninfadora estão afastados, mas também não é como se fossemos duelar com Você-Sabe-Quem…
- Elas não apareceram mais? Victoria e Bellatrix?
- Por enquanto não, imagino que Bella esteja transtornada por você ter conseguido acertá-la, não? - sorriu de lado para a filha, embora ela pudesse perceber o tom preocupado do mais velho. - É melhor mesmo que você esteja um pouco afastada disso, vai estar mais louca que o normal se encontrar com você numa próxima missão…
- Bem, não é como se eu fosse sorrir ao encontrar com ela ou Victoria depois do que fizeram com Cedrico! - respondeu, passando a língua pelos lábios - É a segunda vez que Diggory se machuca por causa dela!
Sirius Black concordou com um aceno, embora não parecesse nenhum pouco satisfeito com a situação inteira, sabendo que sua filha iria querer vingar-se da própria mãe pelo ataque ao namorado. O homem parecia mais cansado que o normal, observou ao olhá-lo de canto, talvez fosse pelo número de missões que ele estava nas últimas semanas, já que ela e Cedrico estavam fora de ação, embora soubesse que parte daquilo era preocupação; Sirius se preocupava com sua filha e Cedrico, o qual estava há duas semanas desacordado no St.Mungus, mas também se preocupava e muito com Harry Potter, o qual ninguém tinha informações há mais de oito meses, desde que o trio invadiu o Ministério da Magia.
- Vai ficar tudo bem, pai, - a garota começou, vendo-o a olhar com a sobrancelha arqueada - no final a gente vai ganhar!

Cedrico sentiu a cabeça e o corpo doer assim que abriu os olhos, a luz fraca do local o incomodou momentaneamente. Precisou de alguns instantes para lembrar-se do que tinha acontecido, virando-se assustado para os lados, a procura de e Sirius, focalizando a visão em sua mãe, a qual estava em pé, olhando por uma janela.
- Mãe, - chamou com a voz rouca, vendo-a virar-se no mesmo instante para encará-lo, sorrindo grandemente. - o que aconteceu? e Sirius estão bem?
Notou quando a mulher respirou fundo, por fim concordando com um aceno enquanto se aproximava, segurando em sua mão;
- Estão ótimos, é com você que devemos nos preocupar, não é? Não sabe o susto que seu pai e eu levamos ao saber que você estava machucado, Ced! Fazem quase três semanas que você está desacordado!
Cedrico concordou com um aceno, olhando para o próprio corpo, boa parte de seu tronco e braços estava enfaixada, e por um momento o desespero atingiu-lhe ao pensar no quão machucado poderia estar, lembrando-se da dor que sentiu com o ataque de Victoria.
- Estou bem agora, mãe, não se preocupe. - sorriu de canto para a mulher, que logo aproximou-se, beijando-lhe a testa e acariciando seus cabelos. - e Sirius também estão aqui? Se machucaram?
Rachel pareceu impaciente, negando com a cabeça;
- Não aconteceu nada, Cedrico, estão ótimos, pare de se preocupar tanto com eles!
- Mãe, - o rapaz negou com um aceno, cansado, entendia o medo e preocupação de sua mãe, mas ao mesmo tempo incomodava-o que ela não entendesse o motivo de tudo aquilo, ou o por que dele preocupar-se - não quero começar uma nova briga com você pelo mesmo motivo, sabe o quanto prezo por sua opinião e o quanto gosto de você, também sei que se preocupa comigo e, infelizmente, tive alguns problemas ao longo do ano, mas acho que já passou da hora de você entender o motivo disso tudo, não é? Sabe porque estou na Ordem, não quero me machucar, obviamente, mas sempre será um risco e…
- Não venha me dizer que eu devo aceitar tudo isso, Cedrico. - a mulher cortou no mesmo instante - O dia que você tiver um filho entenderá o que eu e seu pai passamos agora! Por mais nobre que seja o motivo, não pode pedir para que eu concorde. Você acabou de passar vinte dias desacordado, você quase morreu Cedrico. O que é que eu e seu pai faríamos se o pior tivesse acontecido com você? É claro que eu não quero Você-Sabe-Quem no poder, mas isso seria a menor das minhas preocupações se algo acontecer com você, entende isso? Minha vida acabaria junto com a sua, Cedrico, independente de quem vença essa Guerra!
Diggory respirou fundo, concordando com um aceno;
- Então é melhor continuar torcendo para que acabe logo e para eu não me machucar tanto, não? - sorriu pequeno, vendo-a negar com um aceno, olhando para o lado, os olhos marejados. Cedrico passou a língua pelos lábios, olhando ao redor. Parte de si estava preocupada e outra parte um tanto triste, ambos pelo mesmo motivo; não estava por ali. Poderia significar que ela estava machucada, assim como ele, ou que estava bem e teria saído para alguma outra missão, o que ele entenderia, mas o deixava um tanto triste por ela não estar ali esperando por ele.
Rachel notou o olhar do filho preso à porta, o cenho franzido e a expressão um tanto triste em seu rosto. Suspirou, dando-se por vencida.
- Ela está bem, Ced. - garantiu, vendo-o encará-la no instante seguinte - Está lá fora, passou todos os dias aqui esperando você acordar. - logo um sorriso apareceu no rosto do filho, e a mulher negou com um aceno andando em direção à porta - Sou sua mãe, te coloquei no mundo, mas a única pessoa que você quer ver é sua namorada! - reclamou, vendo-o rir.
- Não é bem assim… - respondeu em voz baixa, sorrindo mais ao vê-la abrir a porta, saindo em seguida. Não demorou mais de cinco segundos para que Cedrico visse a loira passando apressada pela porta, sorrindo em sua direção ao tempo que aproximava-se o suficiente para abraçá-lo.
- Se você fizer isso de novo, eu nem sei o que te faço! - ouviu-a dizer próximo ao seu ouvido, ainda abraçados - Como se sente, Ced?
- Melhor agora, não? - piscou, notando o olhar dela por seu corpo machucado - Estou bem, não se preocupe. E você? Sirius está bem?
- Estamos! - garantiu - Papai está em uma missão com Gui agora, também estava preocupado com você, até disse que sentia sua falta em casa!
Diggory arqueou a sobrancelha, descrente;
- Falta de ameaçar me matar sempre que me vê te beijando?
A loira riu, concordando;
- Provavelmente! Tem certeza que está bem? - tornou a questionar, tocando-lhe gentilmente o peitoral enfaixado.
- Sim, mas talvez melhore mais rápido se ganhar uns beijos! - piscou, vendo-a negar com a cabeça, parecendo triste. - O que foi?
- Foi sério dessa vez, Ced, você passou semanas desacordado. Demoraram horas para conseguirem parar o feitiço… Achei… Achei que… - fechou os olhos por um instante, deixando uma lágrima escorrer.
- Ei, eu estou bem, de verdade. - avisou, apertando-lhe a mão - Está tudo bem agora, . Já passou!
- O medibruxo disse que você provavelmente ficará com algumas cicatrizes…
Cedrico passou a língua pelos lábios, sorrindo de canto;
- A menos que você me diga que não quer mais namorar comigo por causa disso, não vejo problemas.
Black sorriu em sua direção, fazendo uma careta leve;
- Você pode ter furúnculos cobrindo seu corpo todo e ainda vai ser o cara mais bonito que eu conheço!
- Bom saber! - piscou sorrindo, embora sentisse o corpo doer levemente sempre que mexia-se na cama. - Minha mãe disse que você esteve aqui o tempo todo, por que estava lá fora?
Por um momento, Cedrico percebeu, a garota pareceu sem graça, desviando o olhar, antes de respondê-lo em voz baixa;
- Ah, bem… Imaginei que ela iria preferir um pouco de privacidade…
O rapaz passou a língua pelos lábios, encarando-a de canto, negando com a cabeça no instante seguinte;
- Vocês brigaram, não é? Ela está te culpando pelo o que aconteceu?
A loira não respondeu de imediato, mantendo o olhar distante do namorado;
- Dá para entender o lado dela, Ced, foi realmente sério dessa vez, e seus pais só tem você, não é? Imagina o que passou na cabeça deles durante esses dias?
Diggory suspirou, parte de si entendia de fato o motivo dos pais estarem tão preocupados, principalmente sua mãe, por outro lado, não conseguia aceitar o fato dela querer culpar outras pessoas pelas decisões de Cedrico; ninguém o forçou a nada, se ele estava na Ordem era por vontade própria.
- Ela sabe o quanto isso é importante e que fui eu quem escolhi fazer parte, - disse olhando para a porta - e sempre soubemos dos riscos, se ela quiser culpar alguém por tudo isso, é comigo que ela deve falar, ou talvez com alguns Comensais, não? - brincou, embora o sorriso que deu não tivesse sido acompanhado pela loira - Sabe que ela gosta de você, certo? Acredito que depois disso tudo acabar ela volte ao normal, mas admito que estou bem surpreso com algumas atitudes dela…
deu de ombros, suspirando;
- Cada um reage de uma forma diferente, não? Um ano atrás o Ministério preferiu fingir que não tinha nada acontecendo, agora estão todos assustados, não dá para culpá-la pela forma que ela se preocupa com você, Ced. Rachel é sua mãe, imagino que você seja sempre a prioridade dela.
Diggory a encarou por alguns instantes, parecendo levemente surpreso com o que escutou;
- Você realmente cresceu nos últimos meses, não foi? Dois anos atrás você estaria discutindo com ela, igual fez com meu pai quando ele perguntou se você torceria para Potter no Torneio, agora está escutando tudo o que minha mãe te fala e entendendo o lado dela. Estou impressionado!
- Ah, cala a boca, Diggory! - a outra rolou os olhos, sorrindo pequeno.
- Por que está assim? - questionou após alguns instantes, notando o olhar preocupado e ainda um tanto triste da namorada. - Aconteceu mais alguma coisa?
suspirou, encarando-o em seguida;
- Você sabe que foi Victoria quem te atacou, não é? - respondeu em voz baixa, vendo-o concordar com um aceno - Não contei isso para seus pais, disse apenas que foi um Comensal, mas é a segunda vez que ela te ataca, Ced. Meu pai estava machucado e eu não tinha uma varinha para me defender, mas ela preferiu atacar você. Não pode ser coincidência.
Cedrico respirou fundo, fechando os olhos antes de contar-lhe algo que estava em sua cabeça há alguns meses;
- Victoria me disse uma vez que se ela quisesse que você ou Sirius sofressem, ela mesmo se encarregaria de fazer isso acontecer, mas que o que outros Comensais ou Você-Sabe-Quem fazem, estava fora do controle dela. - passou a língua pelos lábios, tornando a falar - De lá pra cá, já nos encontramos outras três vezes, e a única vez que ela te atacou foi na Torre de Astronomia, e Sirius disse que não foi nem perto do que ela poderia ter feito. No casamento ela poderia ter me atacado de verdade, mas apenas me tirou de perto de você e, naquele beco, você mesmo disse, estava sem varinha, mas em nenhum momento ela te machucou, não foi?
- Que quer dizer? - perguntou com o cenho franzido, ele deu de ombros.
- Sei que parece loucura, mas não acho que ela esteja, de fato, tentando te machucar, . Quando eu quebrei a perna, ela poderia ter me matado naquela hora, mas a impressão que eu tive depois, pensando sobre tudo, foi que ela apenas queria sair dali antes que algo pior acontecesse, porque Yaxley queria duelar comigo, mas ela simplesmente explodiu o teto. Não faz sentido nenhum ela não ter se encarregado de matar a mim ou Tonks tendo uma oportunidade daquelas, ou deixado que Yaxley o fizesse. Victoria já teve várias oportunidades de realmente matar alguém, mas nunca o fez. Por que?
- Andy me disse uma vez que Bellatrix é a única que se diverte machucando outras pessoas, Narcisa prefere manter-se afastada de tudo, fingindo que nada acontece, enquanto Victoria só faz algo quando necessário. Papai falou que é por isso que ela era a preferida de Você-Sabe-Quem, disse que escutou várias vezes em Azkaban outros Comensais falando que ela era mais centrada, que apenas cumpria as ordens dele, enquanto Bellatrix chamava atenção de todos.
- Mesmo assim, - Cedrico recomeçou - em uma guerra como essa, não faz sentido ela não aproveitar as oportunidades que teve para machucar ou matar alguém. Seria uma forma de preservar a si mesma e a Você-Sabe-Quem, não? Quanto mais baixas a Ordem tiver, menos irão lutar contra eles. Não é questão de fazer por prazer, mas por lógica; ela não mata alguém hoje, quando tem a oportunidade, e amanhã essa pessoa mata outro Comensal.
- Você fala igual o Moody! - sorriu pequeno, vendo-o dar de ombros.
- Foi ele quem me disse isso enquanto me treinava, mas faz todo sentido. De qualquer forma, - continuou - não me parece que ela esteja querendo machucar você ou Sirius.
- Como não, Cedrico? Você quase morreu dessa vez, ela sabe que me atingiria com isso, mesmo não sendo diretamente à mim o ataque.
- Sim, mas pense, em nenhum momento ela tentou te machucar, e ela precisava escolher entre nós três para atacar, a escolha mais fácil seria um de vocês, que nem estavam com varinhas para se defender, mas ela me acertou!
- Acha mesmo que ela se importa com isso? - questionou com a sobrancelha arqueada, um sorriso irônico nos lábios - Que não está me atacando por ser minha mãe? Não é como se ela tivesse se importado com isso nos últimos dezoito anos, Cedrico.
- Eu sei, eu disse que parece loucura, mas é a impressão que eu tenho sempre que ela está por perto. Ela é boa o suficiente para atacar todo mundo, mas nunca matou nenhum membro da Ordem, e sempre tenho a sensação que ela e Sirius conversam quando estão juntos… Provavelmente devem estar se xingando, mas…
- O que? Como assim? - perguntou de repente, interrompendo-o.
- Na Torre de Astronomia, depois que Draco e Snape saíram correndo e estávamos atrás dos Comensais, teve uma hora que tive certeza de vê-los juntos, cheguei a parar por um instante para ver se Sirius precisava de ajuda, mas ela simplesmente saiu correndo e ele nem mesmo tentou atacá-la. Na hora pensei que ele estava preocupado com você e por isso preferiu não continuar duelando, mas era o mais lógico, atacá-la enquanto fugia, não seria muito nobre, mas não é como se alguém se importasse com isso no momento, é? - contou, percebendo quando ela passou a olhar para o lado, pensativa - E no casamento foi a mesma coisa, teve um instante que me pareceu que eles conversavam, e no momento seguinte Victoria estava duelando com Ninfadora e Sirius com outros Comensais, mas por que não se atacaram?
respirou fundo, mordendo o lábio inferior por um momento, antes de dizer em voz alta algo que a incomodava há algum tempo;
- Depois do casamento, quando eu estrunchei, - começou, atraindo a atenção do namorado - teve uma hora que eu ouvi alguém conversando comigo, mas não parecia a voz do meu pai, entende? - olhou-o incerta - Eu conseguia ouvir a voz dele bem baixinha, enquanto a dor diminuía, mas tive certeza que havia outra voz falando comigo...
- Victoria. - Cedrico sussurrou surpreso, vendo-a confirmar.
- Pensei que talvez eu tivesse imaginado, por causa da dor, e depois meu pai disse que eles duelaram antes que ele pudesse me ajudar, não é?
- Você deveria perguntar à ele, , saber se realmente faz sentido, talvez nós dois tenhamos interpretado errado as atitudes de Victoria e não é nada disso, mas você precisa conversar com Sirius para saber.
- Ah, sim, vai ser uma ótima conversa; - respondeu com a sobrancelha arqueada e um sorriso cínico nos lábios - Oi pai, e aí, você e minha mãe continuam conversando, mesmo depois dela ter nos abandonado para ajudar Você-Sabe-Quem?
Diggory riu, negando com a cabeça;
- Você pode ser muito mais sutil do que isso, tenho certeza!
A loira chegou a abrir a boca para responder, mas Rachel passou pela porta, junto do medibruxo amigo de Quim, o qual tinha aceito cuidar dos ferimentos de Cedrico.


Ninfadora sorriu escorada a parede, ao ver o casal sentado no sofá, brincando com seu filho; segurava o garotinho no colo, enquanto Cedrico estava ao lado, ainda com algumas marcas avermelhadas espalhadas pelo corpo, fazendo cócegas na barriga da criança, parando por alguns instantes para deixá-lo respirar antes de repetir o gesto, ouvindo a risada alta dele como resposta.
Teddy já tinha um tufo colorido de cabelos e parecia sempre atento ao que acontecia ao seu redor, virando os olhos para os lados sempre que ouvia vozes diferentes.
Andrômeda e Sirius estavam mais ao canto, conversando entretidos, olhando vez ou outra quando ouviam a risada um pouco mais estridente do garotinho.
- Quem é o garoto mais lindo do mundo todo? - dizia com uma voz engraçada, fazendo caras e bocas para o bebê, que ria mexendo as mãozinhas agitado - É você!
- Quem vai ser o melhor jogador de Quadribol do mundo? - Cedrico dizia ao seu lado, fazendo cócegas na barriga gordinha de Teddy - Será que fazem uniforme de Quadribol pro tamanho dele? - perguntou no instante seguinte, passando a mão pelos cabelos, o cenho franzido.
- Acho que primeiro ele precisa aprender a andar! - Dora riu, aproximando-se do casal e pegando o filho no colo - Já tá com fome?
- A gente podia ter um desses! - Cedrico comentou pouco depois, passando o braço pelos ombros da namorada, enquanto recostava-se no sofá. o encarou com a sobrancelha arqueada;
- Espero que você esteja insinuando da gente roubar o Teddy!
- Eu espero o mesmo! - ouviram a voz de Sirius, o qual encarou Diggory com cara de poucos amigos - Era só o que me faltava, ser avô tão novo!
- Caramba, Sirius, já pensou no quanto você vai poder estragar a criança? - Cedrico respondeu rindo, vendo-o arquear a sobrancelha, pensativo.
- Desculpe, mas o que te faz pensar que eu tenho responsabilidade o suficiente para ter um filho? - questionou olhando-o como se o namorado tivesse perdido a cabeça. - Eu provavelmente esqueceria a criança em algum canto!
- Ah, disso eu tenho certeza! - Diggory concordou rindo, vendo-a rolar os olhos - Não quis dizer pra agora, de qualquer forma… - deu de ombros - Mas já pensou o quão bom ele ou ela seria em Quadribol?
- Ninguém venceria a Grifinória por sete anos! - riu, pensando sobre o assunto, Cedrico fez careta;
- O que te faz pensar que iria pra Grifinória ou invés da Lufa-Lufa?
- Até parece que seus genes seriam predominantes - a loira comentou irônica -, passei doze anos longe do meu pai e somos idênticos, imagina uma criança que vai ter nós dois ao lado o tempo todo! Você já tem que se dar por satisfeito pela criança usar seu sobrenome, Diggory.
Cedrico cruzou os braços emburrado, negando com a cabeça;
- Aposto que vai para a Lufa-Lufa!
- Por Merlin, acho que nem Dora e Remo estão pensando para qual Casa o Teddy vai, e vocês já estão brigando por isso? - Andrômeda comentou aos risos.
Sirius concordou divertido, passando a mão pelos cabelos compridos, antes de virar-se para o mais novo;
- Espero mesmo que não estejam me dando uma indireta, porque eu juro que sumo com seu corpo se você tiver engravidado minha filha, Diggory.
Cedrico engasgou-se com a própria saliva, negando veementemente, o rosto vermelho;
- Não tem nem como, Sirius!
O homem encarou a filha, disposto a descobrir se era alguma indireta, a mesma deu de ombros;
- Pai, você consegue garantir que a gente passe mais tempo separados agora do que quando estávamos em casas diferentes, a gente nem se beija!
Sirius abriu a boca para retrucar, mas antes que pudesse à porta da entrada abriu-se de supetão, assustando-os por um instante, até verem Remo olhar em volta, afoito;
- Potter invadiu Gringotes!
- O que? - perguntaram ao mesmo tempo, levantando-se e se aproximando de Lupin, o qual respirava fundo, tentando recuperar o fôlego;
- É o que estão dizendo, os três invadiram o Gringotes e fugiram em um dragão! Ninguém sabe o motivo…
Viraram-se para a loira, que sorriu de lado;
- Será que ninguém lembra que papai apagou minha memória? Sei tanto quanto vocês!
- Por que é que eles invadiriam o Gringotes? - Sirius começou, andando de um lado para o outro - Quais as chances de entrarem procurando por ouro?
- Nenhuma, principalmente por causa do cofre que invadiram; Bellatrix Lestrange.
- Que é que eles poderiam querer no cofre dela? - Cedrico questionou confuso, passando a língua pelos lábios - Será outra jóia?
- Que jóia? - Sirius questionou curioso, vendo Andrômeda afastar-se para ficar com Dora, querendo evitar que ela descesse e escutasse sobre a confusão que estavam.
- Ahn, bem, quando invadiram o Ministério, Harry me disse que estavam procurando por um colar…
- E você só nos diz isso agora? - Remo perguntou, negando com um aceno - Que tipo de colar?
- Não faço ideia, parecia bem normal, Umbridge dizia que tinha herdado de alguém da família, que era uma prova do Sangue-Puro de todos eles!
- Eles fugiram mesmo em um dragão? - questionou impressionada, vendo o outro concordar - Não acredito que me deixaram para trás nisso! - negou com a cabeça, cruzando os braços, chateada.
- Quer invadir um banco agora? - Sirius arqueou a sobrancelha.
- Ah, sei lá, invadiram o Ministério sem mim, não foi? Aposto que eu teria um plano muito melhor do que o deles! - deu de ombros, vendo-os negarem com a cabeça.
- E o que foi que aconteceu? Para onde foram? - Cedrico tornou.
- Ninguém sabe, conseguiram fugir e ninguém nem sabe o que roubaram, mas Você-Sabe-Quem está furioso, - Lupin contou, soando pesaroso no instante seguinte - matou todos que estavam lá quando chegou; bruxos e duendes.
- Seja lá o que roubaram, deve ser importante para o Lorde estar tão furioso… - Sirius comentou, coçando a barba - Mas o que poderiam querer no cofre de Bellatrix?

Estavam reunidos na sala, ainda pensando em teorias que talvez se encaixassem com o recente feito de Potter, Granger e Weasley, quando uma luz prateada irrompeu pela janela, parando no meio de todos;
- Harry Potter está em Hogwarts! Preparem-se para lutar! Passagem pelo Cabeça de Javali!
A voz de Quim soou grave por alguns instantes, e ainda podiam ouvi-la reverberar pela sala enquanto o Patrono se desfazia. O grupo pareceu sair de um transe após alguns instantes, piscando e olhando uns para os outros, sabendo o que aquilo significava.
- Bem, é isso, então! Chegou à hora! - Sirius foi o primeiro a pronunciar-se, levantando-se da cadeira, virando em um gole o resto do Uísque de Fogo em seu copo.
Ninfadora parou na escada com Teddy em seu colo, ainda olhando para o ponto em que o Patrono havia sumido, passou a língua pelos lábios, pigarreando ao vê-los se arrumando para saírem;
- Remo…
Lupin parou por um momento ao virar-se para a esposa, sentindo o peso da escolha que estava prestes à fazer; Batalhar contra Voldemort e seus Comensais correndo o risco de não voltar para casa, ou ficar com Dora e Teddy em segurança.
Andrômeda seguiu com Cedrico, Sirius e para o lado de fora da casa, despedindo-se de cada um ao tempo que deixavam o casal ter um momento à sós.
Sirius virou-se para a filha por um momento, sabendo qual seria sua resposta, mas não podendo deixar de pedir-lhe aquilo, sabendo que ela talvez estivesse em um risco maior que os outros;
- Você tem certeza que quer ir? Talvez devesse ficar e…
- Sem chances, pai, não vou ficar aqui vendo todo mundo lutando, não foi para isso que me treinaram durante todo esse tempo?
O homem suspirou, passando as mãos pelos cabelos, logo mirando o namorado da mais nova;
- Você não diz nada sobre isso, não?
Cedrico deu de ombros, sem graça;
- Mais fácil ela me fazer ficar do que o contrário!

Remo abraçou a esposa e o filho ao mesmo tempo, lutando com a própria vontade de ficar para protegê-los, o medo de não tornar a vê-los o dominava por completo.
- Você poderia ficar… - Ninfadora começou em voz baixa, deixando lágrimas grossas caírem por seus olhos.
- Sabe que não posso, Dora, - respondeu no mesmo tempo, encarando-a nos olhos - nem você ficaria se não tivesse Teddy aqui… - virou-se para o filho, pegando-o no colo, vendo-o mexer-se agitado em seus braços - Preciso fazer isso para garantirmos que Teddy terá um futuro melhor do que o nosso! - tornou a olhar para a esposa, que consentiu triste.
- Eu vou com você!
- O que? Não, Ninfadora!
- Você mesmo disse, Remo, - a mulher olhou-o decidida - faremos isso para garantir que Teddy viva em um mundo melhor do que o nosso, eu tenho que ajudar! - explicou-lhe, vendo-o negar assustado - E, por favor, não me chame de Ninfadora!
Remo sorriu pequeno, concordando, ao tempo que tornava a abraçá-la;
- Você deve ficar e cuidar do Teddy, Dora, mantê-lo a salvo. Deixe essa luta para os outros, Teddy precisa de você!
- Assim como precisa de você, Remo! - protestou, olhando para o filho, que continuava a brincar com os cabelos do pai, alheio a conversa. - Por favor, não me peça para ficar, como vou ficar tranquila sem ter notícias suas ou dos outros? Preciso lutar, Remo!
- Você precisa ficar com o nosso filho, Dora, assim que isso tudo acabar voltarei para casa para ficar com vocês, mas não poderei lutar contra Você-Sabe-Quem sabendo que você também estará lá!
- Remo…
- Por favor, preciso saber que você e Teddy estão a salvo! Nos vemos depois, eu prometo! - disse segurando em seu ombro, tornando a abraçá-la - Conhecer você foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida, nunca fui tão feliz como sou tendo vocês dois, não posso arriscar perdê-los, Dora! Preciso que entenda, eu amo vocês. Por favor, fique aqui!
O pequeno garoto resmungou ao sentir-se esmagado pelos pais, fazendo com que os dois rissem baixo, antes de afastarem-se. Ninfadora fungava, limpando as lágrimas que escorriam por seus olhos, enquanto Remo beijava a bochecha gordinha do filho, antes de virar-se para a esposa, beijando-lhe os lábios demoradamente.
- Tome cuidado, Remo!
- Vejo vocês dois mais tarde!

sorriu assim que passou pela entrada vinda do Cabeça de Javali, localizando os três amigos mais à frente, abraçando-os apertado;
- Caramba, nem acredito que estou há tanto tempo sem ver vocês! Como estão? É verdade que invadiram o Gringotes sem mim?
- Você não faz ideia da falta que fez durante esses meses! - Mione disse, ainda abraçando-a.
- Invadimos o Gringotes e, assim como no Ministério, o plano foi horrível! - Rony admitiu assim que se separaram - Você realmente fez falta!
A loira riu para o ruivo, virando-se para Harry;
- Então, qual o plano agora?
- Não temos nenhum! - confessou, coçando a nuca - Mas precisávamos vir!
- Harry Potter! - o garoto virou-se assim que escutou a voz do padrinho, o qual vinha junto de Cedrico e Remo pela passagem. Sorriu aproximando-se de Sirius, abraçando-o apertado.
- Que aconteceu com Diggory? - Hermione perguntou ao cumprimentá-lo com um aceno, notando as marcas em seu braço esquerdo.
- Caímos numa emboscada há algumas semanas, - explicou, olhando de canto para o namorado, que cumprimentava outros alunos - fomos atacados por Comensais e Ced ficou alguns dias hospitalizado, tá cheio de marca pelo corpo, - suspirou, então virando-se para a amiga - mas continua bonitão! - piscou vendo-a rir ao concordar.
- Muito bem, qual é o plano? - Remo perguntou ao se aproximar do pequeno grupo. O olhar de todos voltou-se para Harry Potter, o qual, por um instante, não soube o que fazer.
- Voldemort já sabe que estou aqui, McGonagall está reunindo os outros professores para protegerem a Escola, Snape fugiu! - avisou, vendo o grupo se entreolhar - Mas temos que tirar a maioria do pessoal, não podemos deixar todos aqui com Voldemort e Comensais prestes a invadir!
- Mas nós queremos ajudar! - um aluno do terceiro ano da Corvinal gritou, tendo o apoio de outros colegas.
- Se Você-Sabe-Quem está atacando, podemos ajudar! - Simas concordou, e mais um grupo de alunos gritou incentivando-os.
Remo Lupin virou-se para os estudantes;
- Não podemos pedir para nenhum aluno menor de idade permanecer aqui, por mais que vocês queiram ajudar, não podem ficar! - os alunos mais novos protestaram, mas, após Quim com sua voz grossa mandá-los voltarem pela passagem ao Cabeça de Javali, os alunos formaram filas para atravessarem a passagem.
- Gina, você deve ir também! - Molly avisou, apontando para a filha, a qual protestou veemente.
- Não! Como posso ficar sozinha em casa quando toda minha família está aqui? Não vou!
- Não estou perguntando, Ginevra! - a Sra. Weasley disse séria, ignorando o choro da mais nova - Você vai voltar para casa!
- Se me permite, - Sirius começou, olhando de canto para a ruiva - talvez ela possa ficar aqui, Molly? Assim não estará em perigo, mas também estará próxima o suficiente para saber o que acontece!
Arthur concordou, embora a esposa parecesse hesitante;
- Tudo bem, mas não saia dessa sala, está me ouvindo?
- Muito bem, para quem vai lutar - Quim recomeçou, atraindo a atenção de todos - vamos nos separar em setores para cobrir todos os terrenos! Precisamos encontrar Minerva e os outros! Para o Salão Principal todo mundo! - apontou, sendo o primeiro a sair da sala, todos os outros começaram a seguí-lo, mas Harry esperou, junto com Hermione, Rony e ;
- E aí?
- A última horcrux é o Diadema perdido de Corvinal! - Potter disse para a loira, a qual pareceu confusa por alguns instantes - Você não lembra que é isso que estamos procurando, não é? - sorriu amarelo, vendo-a fazer uma careta - Pois bem, precisamos achar e destruir o Diadema e a cobra Nagini, se conseguirmos, então Voldemort estará vulnerável e poderemos matá-lo!
- Bem, imagino que não seja difícil encontrar a cobra, não? - a garota começou, passando a língua pelos lábios - Matá-la é outro coisa! - então virou-se para Mione, ao seu lado - Eu deveria saber o que é uma horcrux?
A amiga sorriu, abraçando-a novamente;
- É um objeto que contém um pedaço da alma de Voldemort! - explicou, vendo a amiga olhá-la chocada por um instante, mas sem ter tempo de deixá-la fazer comentários a respeito, emendou mais alto - Como vamos destruir a horcrux sem a espada de Gryffindor, Harry? - questionou nervosa.
Rony abriu a boca, sorrindo de lado;
- A Câmara Secreta! - os três viraram-se para olhá-lo, não fazendo ideia do que ele dizia - O Basilisco ainda está lá, não é? Foi com a presa dele que você destruiu o diário!
- Brilhante! - Hermione aprovou no mesmo instante.
- Desculpe, mas o que? - Black perguntou extremamente confusa, mas não tiveram tempo de explicar-lhe.
- Ok, pegue o Mapa - avisou Harry, tirando o mesmo do bolso e entregando ao casal de amigos - depois nos encontrem! Vamos, precisamos achar esse Diadema!
Seguiram para o Salão Principal, encontrando os alunos e professores separando-se em grupos, prontos para defender Hogwarts.
Remo e Quim seguiam junto aos gêmeos para os jardins, enquanto Sirius e Cedrico seguiam junto de Gui e Percy para as torres. Sirius e Cedrico pararam por um instante assim que encontraram com Harry e , Black abraçou-os apertados;
- Se cuidem, se algum de vocês se machucar ficará de castigo para sempre! - avisou, encarando-os por um momento. - Faça o que tem de fazer, vamos pará-los o máximo de tempo que conseguirmos! - disse para o afilhado, o qual concordou, tornando a abraçá-lo, ao tempo que despedia-se momentaneamente do namorado;
- Te vejo daqui há pouco, ok? - soprou contra seu pescoço, apertando-o em seus braços, sendo retribuída da mesma forma.
- Com certeza, tome cuidado! - Cedrico pediu, inclinando-se por um instante para juntar seus lábios em um beijo rápido, antes de apertar a mão de Harry e tornar a afastar-se com Sirius.

- Você tem certeza que ela disse isso? - perguntou enquanto os dois subiam as escadas apressadamente, em direção a Sala Precisa.
- Sim, Helena contou ter roubado o Diadema da mãe e Voldemort o achou, depois escondeu em Hogwarts, aposto que foi no dia que veio para a entrevista para o cargo de professor! Dumbledore jamais suspeitaria, e Riddle se achava melhor que todos, jamais imaginaria que outros tantos alunos conheciam a Sala!
- Consegue imaginar o que teria acontecido se Dumbledore o contratasse? - comentou distraída, virando o último corredor em direção a sala. - O número de alunos que teriam virado Comensais?
- Não acho que Dumbledore considerou nem por um instante contratá-lo, não é?
- Bem, e por que foi que ele o aceitou em Hogwarts? Você mesmo disse que ele estava desconfiado de Voldemort quando ele abriu a Câmara!
Potter parou por um momento, encarando a amiga antes de tornar a olhar para a entrada invisível da sala;
- Falamos sobre isso mais tarde, precisamos achar aquele Diadema!
Os dois passaram pela entrada, reparando no local praticamente vazio;
- Dora? Que é que você faz aqui? - perguntou surpresa assim que encontrou com a prima, a qual sorriu, abraçando-a - E o Teddy?
- Deixei com minha mãe, não podia ficar sem saber o que está acontecendo… Vocês viram Remo?
- Da última vez que o vi estava com um grupo de alunos em direção aos jardins e… Dora!
A loira gritou, mas a prima já andava para fora da sala.
- E Neville? - uma senhora com roupas extravagantes e um chapéu grande questionou, olhando diretamente para Harry - Viram meu neto?
- Está lutando…
- Obviamente! - respondeu estufando o peito, orgulhosa - Com licença, preciso ajudá-lo! - e sem dizer mais nada, seguiu para fora da sala, deixando os dois amigos e Gina para trás.
- Gina, também precisamos que você saia daqui, mas apenas por um minuto! - Potter acrescentou ao vê-la sorrir, concordando rapidamente - Você deve ficar esperando no corredor e voltar em seguida, Gina?!
- Até parece que a ruiva ficaria para trás, - negou com a cabeça - a garota era uma das melhores na Armada! Lembra quando ela atacou um grupo da Sonserina?
- É, mas ela é menor de idade, não? Molly não a quer lutando! - avisou, enquanto os dois saíram da sala, esperando-a se transformar no que precisavam.
- Harry! ! - ouviram o grito de Hermione, e logo puderam ver o casal aproximar-se com os braços abarrotados de dentes do basilisco. - Vocês precisavam ver, Rony foi fantástico! Realmente brilhante!
O rosto de Weasley ficou tão vermelho quanto seus cabelos com o elogio da amiga;
- Caramba, eu fico alguns meses distante e agora vocês até estão sendo legais um com o outro? Que foi que aconteceu durante esse ano?
- É melhor você nem saber! - Potter respondeu, passando a mão pelos cabelos - Vamos? O Diadema está aqui e…
- Esperem um momento! E os Elfos? - Rony perguntou de repente, fazendo os três o encararem - Ninguém os avisou sobre a Batalha, é? Estão todos nas cozinhas!
- E o que você está sugerindo? Que coloquemos os Elfos para lutar? - Black questionou com a sobrancelha arqueada, vendo-o negar no mesmo instante.
- É claro que não, mas deveríamos mandá-los fugir, não queremos um bando de Dobby’s, não é? Não podemos pedir para que morram por nós!
No instante seguinte ouviram um barulho alto quando Hermione derrubou todos os dentes de basilisco que carregava, e atirou-se contra o ruivo, beijando-lhe avidamente. Rony abriu os braços, derrubando a vassoura e os ossos que carregava, logo tratando de corresponder o beijo tão empolgado quanto Granger, tirando-a do chão por alguns instantes.
Black e Potter se entreolharam sem graça, olhando para o lado por um instante, antes de Harry pigarrear;
- Oi? Tem uma guerra rolando aqui! Isso é hora?
- Exatamente, colega, não existe hora melhor que essa! - Rony respondeu após afastar-se de Mione, os dois extremamente sorridentes, embora estivessem com os rostos vermelhos.
- Tá aí uma coisa que eu não imaginei ver hoje! - sorriu para a amiga, que correspondeu tímida.
- Muito bem, será que podemos nos concentrar agora? - Harry pediu, antes de ver os dois amigos agachando-se para pegar os dentes de basilisco e todos entrarem na Sala Precisa.


Draco entrou na frente de Crabbe e Goyle, impedindo-os de avançarem contra o grupo;
- Não, o Lorde quer Potter vivo!
- E por acaso estou tentando matá-lo? - vociferou Goyle, empurrando o loiro para o lado - Não recebo mais ordens suas, Draco, você e seu pai já eram!
Malfoy irritou-se, tornando a empurrar o colega de Casa para o lado;
- Não entende? Potter entrou aqui para procurar esse Diadema, deve ser importante e…
- Quem se importa com o que você acha, Malfoy? Se não sair da frente, acertamos você também! - Grabbe respondeu no mesmo tom, aproveitando que Hermione aproximava-se, para lançar um feitiço da Morte, que por pouco não a atingiu.
- Protejam-se! - Potter gritou para os amigos quando viu Crabbe e Goyle tornarem a avançar contra os quatro, lançando feitiços da morte.
- Era só o que me faltava, ter medo desses dois idiotas! - Black gritou irritada, escondida atrás de uma pilha de livros, virando-se no instante seguinte e acertando Goyle no peito com um jato de luz vermelha.
- Sua gentalha! - Crabbe respondeu enfurecido, gritando Crucio de tempo em tempo, tentando acertá-la.
- Vai procurar o Diadema, Potter! - a loira disse por sobre o ombro, defendendo-se com facilidade dos ataques do sonserino - Pode deixar que desse aqui eu cuido!
Draco Malfoy ficou mais afastado, vendo-os duelarem, ao tempo que Harry, Hermione e Rony escalavam uma pilha de objetos, tentando encontrar o tal Diadema. O loiro olhou na direção deles, e então virou-se para a prima, vendo-a rir de Crabbe, deixando-o ainda mais irritado.
- Jura que isso é o melhor que você consegue fazer? - ironizava, vendo-o lançar feitiços da Morte com mais empenho, mas nem próximos de acertá-la.
Draco viu Crabbe levantar-se após alguns instantes, enraivecido por ter sido derrubado por Black, e então tornar a apontar a varinha para ela, logo percebendo o trio que estava distraído com a procura do Dia-D, e lançando um feitiço contra a Sangue-Ruim que estava ali. No entanto, Malfoy foi mais rápido ao perceber o que ele fazia;
- Não! - gritou, usando a própria varinha para tirar Hermione do caminho, fazendo com que ela caísse da pilha, mas pelo menos não fosse atingida pelo feitiço da Morte.
Contudo, apenas percebeu o que ele havia feito, os amigos acharam que ele tinha gritado e a derrubado por notar que Hermione segurava o Diadema Perdido. Porém, não tiveram tempo de conversar, pois no instante seguinte Crabbe lançava jatos de fogo na direção de todos.

Sirius descia as escadas apressado, acompanhado de Cedrico e Quim, protegendo-se vez ou outra de feitiços ou ataques inesperados de aranhas gigantes ou, como aconteceu próximo ao jardim, dos gigantes que tentavam pisoteá-los.
Black afastou-se do grupo, após derrotar um dos Comensais com quem duelava, aproveitando a distração dos outros para seguir por um corredor lateral ao ver Victoria Lestrange caminhando pelo mesmo. Correu até ela, puxando-a pelo braço assim que chegou perto o suficiente;
- O que está acontecendo? - perguntou apressado, a voz pouco mais alta que um sussurro, enquanto olhava afoito para os lados, garantindo que ninguém os veria. - Qual é a ordem de Voldemort?
- O de sempre - a mulher respondeu no mesmo tom, passando a língua pelos lábios secos -, quer que encontremos Potter, mas quer ele vivo. O Lorde sabe que se causar baixas o suficiente, Potter se entregará. É só uma questão de tempo.
O homem encarou a mulher por alguns instantes, negando em seguida;
- E ?
Victoria respirou fundo, olhando-o aflita;
- Se conseguirmos capturá-la viva, ótimo. Mas se ela entrar na frente de alguém, temos ordens para matá-la. Você sabe o que isso significa, não sabe?
- Ele sabe que não vai conseguir levá-la sem lutar - constatou nervoso, olhando para baixo por um instante.
- Vão matá-la Sirius, - a mulher puxou-o pela blusa - Bellatrix está empenhada em vingar-se por terem sujado o nome da família; Ninfadora, e você.
Black então riu, negando com um aceno, ao tempo que abanava a mão no ar;
- Como se ela fosse forte o bastante para isso…
- Pode não ser tão forte, mas você sabe que ela não se importa de morrer por Voldemort, e vai levar o maior número de bruxos que conseguir junto dela!
Sirius suspirou, passou a mão pelos cabelos compridos.
- O que vai fazer? - a loira questionou, encarando-o.
- Lutar, não é? Não temos outra opção.
- E ? - perguntou apreensiva, vendo-o negar com um aceno.
- Está com Harry, mas não faço ideia do que estão fazendo ou em que parte do castelo estejam, não a vejo desde que vocês conseguiram invadir…
Victoria negou no mesmo instante;
- Ela não pode estar com ele, Sirius, vão pegar os dois! Ou matá-la se atrapalhar a captura de Potter!
- Você acha mesmo que vou conseguir afastá-la nesse momento? - questionou com a sobrancelha arqueada, um sorriso quase irônico nos lábios.
A mulher negou, olhando por uma das janelas quebrada, vendo a confusão que se encontrava do lado de fora do castelo.
- Diggory, - começou, olhando de canto para o rapaz, vendo-o duelar com outro Comensal, notando Hagrid próximo a eles, tentando derrubar Comensais com as próprias mãos - se tirarmos ele do caminho, vai se afastar assim que souber.
- Você está sugerindo matá-lo? - perguntou perplexo, vendo-a rolar os olhos.
- É claro que não, Sirius, - negou impaciente - ferí-lo. Se Diggory não estiver em condições de lutar, se afastará para garantir que ele esteja bem, não?
Black negou no mesmo instante;
- Você tentou isso da última vez e quase o matou! E se algo acontecer com ele hoje é mais provável que ela vá atrás de quem o acertou para vingar-se, principalmente se for você ou Bellatrix.
Lestrange suspirou, esfregando o rosto com as mãos;
- Como foi que chegamos a esse ponto, Sirius?
- Me pergunto isso todos os dias.

rolou para o lado assim que passaram pela porta da Sala, batendo a vassoura com força contra a parede de frente, caindo de costas e tossindo um bom tanto da fumaça que tinha respirado. Draco estava encolhido ao seu canto, os cabelos loiros e o rosto branco sujos de fuligem, encarava a parede atrás de si, vendo Goyle levantar-se e correr para o corredor lateral, nem mesmo olhando para o grupo que deixava para trás;
- Crabbe… - murmurou em voz baixa, parecendo incapaz de processar o que tinha acontecido minutos antes. - Crabbe…
- Está morto, Draco! - a loira respondeu no mesmo tom, encarando-o com o cenho franzido, sem saber se estava realmente solidária com o acontecido.
- E foi muito que bem feito! - Rony vociferou mais ao canto, ao lado de Hermione e Harry - Tentou matar a todos nós, não foi?
Ouviram um grande estampido vindo do lado de fora do castelo, e naquele instante pareceu que todos lembraram-se do que a batalha ainda acontecia.
- Cadê a Gina? - Harry questionou olhando ao redor, levantando-se desajeitado - Deveria estar esperando aqui fora para voltar à Sala e…
- Caramba, você acha que ainda vai funcionar depois do que aconteceu? - Rony replicou, também levantando-se, esfregando o peito dolorido. - Nos separamos para procurar…
- Não! - Hermione respondeu no mesmo instante, cortando-o, olhando de canto para Malfoy, que continuava encolhido ao canto - Vamos ficar juntos, não podemos nos separar e… O que é isso no seu braço, Harry?
- Que? Ah… - esticou o pulso, mostrando o diadema com um líquido espesso, parecido com sangue, porém escuro, escorrendo do mesmo. Potter sentiu o objeto vibrar em sua mão por um instante, e então partir-se ao meio.
- Deve ter sido o Fogomaldito! - Hermione concluiu ao olhar o objeto.
- O que? - Rony perguntou sem entender, parecendo tão confuso quanto o amigo.
- Fogomaldito, é uma das substâncias que podem destruir as Horcruxes, mas eu nunca, jamais me atreveria a usá-lo, como será que Crabbe…
- Aposto que foi com os Carrow! - Potter respondeu a pergunta incompleta.
- Uma pena que não tenha prestado atenção em como fazer para apagá-lo, não é? - Black comentou de seu canto, atraindo a atenção dos amigos, então virando-se para o primo, o qual ainda parecia perdido em pensamentos, olhando para as próprias mãos.
- Bem, mas vocês não percebem? - Mione continuou, sorrindo pequeno - O Diadema já era, então só nos resta a cobra e…
Novamente ficaram em silêncio ao escutarem um barulho ainda maior que o anterior, e então gritos cada vez mais próximos; os Comensais de Voldemort finalmente haviam invadido o castelo.
Vindo por um corredor lateral viram Fred e Percy aparecerem, tentando afastar um grupo de Comensais que aproximava-se por ali.
Draco levantou-se no mesmo instante, correndo para o outro lado. também havia se levantado, e assim como os amigos empunhava a varinha na direção dos Comensais que apareciam, mas por um segundo precisou pensar no que estava prestes a fazer;
- Encontro com vocês daqui a pouco!
- O que? - Harry virou-se, mas a loira já corria atrás de Malfoy pelo corredor lateral.
- Você está brincando Percy? - ouviram Fred dizer risonho, ao tempo que os Comensais e o próprio Ministro da Magia estavam estuporados próximo a eles - Você está realmente brincando, Perce? Acho que nunca vi você brincando desde que era…
E aquela fração de segundos que tudo parecia bem, logo foi para os ares, junto com parte do corredor, o qual explodiu em um ataque.
Potter agarrou-se com força na própria varinha, sabendo que era sua única fonte de defesa, e então viu-se soterrado nos escombros da parede que havia vindo abaixo. Limpou a testa suja de sangue e ajudou Hermione, a qual estava mais próxima, a levantar-se, no instante seguinte ouviram um grito angustiante, o qual fez com que o sangue em suas veias congelasse.
Sentiu-se mais assustado do que nunca em sua vida, e por um instante não soube o que fazer;
- Não! Não! Fred! Não! - ouviram o grito de Percy, os três ruivos agachados ao canto, Rony tinha lágrimas grossas rolando por seu rosto, não parecendo capaz de mover-se naquele momento. Percy chacoalhava o irmão, gritando seu nome;
Fred estava caído com os olhos abertos, o sorriso ainda presente em seus lábios.

Black puxou Draco pelo braço assim que o alcançou no corredor, puxando-o para um canto afastado daquela confusão;
- Está na hora de escolher, Malfoy! - avisou, ainda segurando firme em seu pulso, vendo-o a encarar apreensivo - Você sabe o que deve fazer, não? Vai continuar fingindo?
Draco bufou, passando a mão pelos cabelos;
- O que você espera que eu faça? Duele contra Comensais? Ataque Você-Sabe-Quem? Sabe o que ele fará comigo e com minha família se isso acontecer?
- E você acha que todo mundo que está lutando hoje não tem o mesmo medo? - retrucou irritada - Malfoy, minha família, meu namorado e meus amigos estão aqui hoje, você acha mesmo que eu não penso que pode acontecer algo com eles? Ou comigo? Você acha realmente que todo mundo aqui não pensa nas consequências de lutar contra Voldemort? Ah, por Merlin, ele mora na sua casa e você não consegue nem ouvir o nome dele? - revirou os olhos ao vê-lo fazer uma careta.
Ficou em silêncio por um instante, encarando-o com a sobrancelha arqueada, ao notar que nada havia mudado na expressão dele, suspirou, negando com a cabeça;
- Achei que você fosse melhor do que isso, Draco, pensei que você ainda poderia ser aquele garoto legal que eu conheci anos atrás e que foi meu amigo, mas parece que eu me enganei. - comentou, cruzando os braços - Você é desse jeito não por falta de opções, mas porque é conveniente. Pois bem, se eu tornar a te encontrar hoje, não espere que eu vá salvar sua vida de novo, porque eu vou quebrar a sua cara, Malfoy!
Deu-lhe as costas, mas foi puxada no instante seguinte, batendo com força contra a parede, ao tempo que sentia a mão do primo em sua boca, impedindo-a de fazer qualquer som.
- Shiu!
No momento seguinte pode ver dois Comensais passarem apressados pelo corredor, não notando os dois primos que estavam ao canto.
- Diferente de você eu não tenho uma segunda chance, ok? - respondeu em tom baixo, após notarem que estavam sozinhos - Você tem opções: seu pai, Ninfadora, Diggory… Que é que eu tenho? O que você acha que vai acontecer comigo se Você-Sabe-Quem matar meus pais?
- E você prefere ter Voldemort no poder? Acha que assim ele não vai matar seus pais na primeira oportunidade? Acha que ele vai se importar com o que vocês fizeram por ele, Draco? - negou com um aceno, passando a língua pelos lábios - Olhe ao redor, Malfoy, é isso que você quer?
Draco abaixou a cabeça, não respondendo.
- Eu te ofereci ajuda semanas atrás, você sabe que não estaria sozinho. Se não é capaz de se importar com ninguém além de você mesmo, é melhor correr antes que se machuque, seu medroso.
Malfoy abriu a boca para responder a loira, mas ela tornou a lhe dar as costas, andando para outro lado do corredor, logo juntando-se a Gina e Luna, que duelavam contra Yaxley.

- Potter!
Dois Comensais da Morte mascarados achavam-se parados ali, mas antes que pudessem acabar de erguer suas varinhas, foram arremessados no ar, caindo alguns metros de distância, desacordados. O trio virou-se surpreso para o lado, logo vendo aproximar-se, os cabelos loiros sujos de sangue, assim como boa parte de seu corpo e roupas.
- Que foi que eu perdi? - questionou apressada.
- O que foi que aconteceu com você? Você está bem? - Harry tornou no mesmo instante, aproximando-se e tocando-lhe o braço, procurando por um machucado inexistente.
- Óh, não se preocupe, acabei rolando numa poça de sangue de uma aranha enquanto lutava junto de Gina e Luna.
- Nojento! - Rony resmungou, encarando-a com uma careta.
- Concordo! Então, o que foi que eu perdi nos últimos minutos? - tornou a perguntar, notando os olhares dos amigos.
- Gina e Luna estão bem? - Mione questionou, ignorando a pergunta anterior, vendo-a concordar;
- Seguiram para outra parte do castelo junto com a Sra. Weasley!
Os três pareceram respirar aliviados ao saberem que as três mulheres encontravam-se bem, e, no momento seguinte, notou os olhos vermelhos do ruivo.
- O que aconteceu?
- Fred… - Rony respondeu em voz baixa, sentindo a vontade de chorar voltar.
A loira abriu a boca, sem saber ao certo o que dizer ou mesmo fazer com aquela informação.
- De todo jeito, - Mione começou após alguns instantes de silêncio - descobrimos onde Voldemort está, e precisamos ir atrás da cobra!
- Mas não tem necessidade de nós quatro irmos até lá! - Harry interviu.
- Certo, bom então a escolha mais lógica seria eu, obviamente! - Black concordou, vendo os três a encararem - Que foi? Enquanto vocês estavam caçando horcruxes eu estava treinando e duelando com Comensais, sou de longe a mais capacidade para matar Nagini! E eu nem mesmo tive o prazer de destruir uma das horcruxes de Voldemort! Sem contar que vocês invadiram o Ministério e o Gringotes sem mim, me deixar matar a cobra é o mínimo para que eu possa perdoá-los!
Os amigos riram ao vê-la tentar jogar o cabelo para o lado, mas estufar o peito da mesma forma ao notar que não seria possível devido ao sangue que deixava os fios loiros grudados.
- Não é uma questão de habilidade… E precisamos ter cuidado…
- Potter, qual parte do “duelando com Comensais” você não entendeu? Sabe a quantidade de missões que eu participei nesses últimos meses? E o número de Comensais que eu nocauteei? Até virei um Animago, não tente tirar isso de mim, Raio!
- Como é? Que animal você virou? - Rony perguntou chocado e, ao mesmo tempo, impressionado.
- Uma raposa! - deu de ombros, querendo soar humilde, embora o sorriso convencido estivesse presente em seus lábios.
- Ah, esqueça! Vamos todos ou ninguém vai! - Weasley contradisse, vendo Hermione prontificar-se para ir no lugar da amiga.
- Mas Harry não pode ir! Se algo der errado Voldemort não pode pegá-lo!
- Então vamos nós três!
- Negativo!
Ouviram um estrondo e, ao reparar em carteiras voando em sua direção, achataram-se contra a parede, logo reparando em McGonagall atravessando o corredor, preparando-se para atacar os Comensais que aproximavam-se;
- Atacar! - a bruxa gritou ao virar no próximo corredor, nem mesmo notando o quarteto escorado na parede lateral.
- Vamos! - Harry disse, jogando sobre eles a Capa da Invisibilidade, que já não era grande o suficiente para cobri-los por completo, mas não acharam que alguém fosse se importar com pés e pernas, no meio de toda aquela confusão.
No caminho até a Casa dos Gritos, enquanto passavam pelos corredores em direção aos jardins, pararam vez ou outra para atacar algum Comensal que ameaçava os amigos, contudo, ao chegarem aos jardins, ao pararem para ajudar Dino Thomas que duelava junto a Parvati Patil com um Comensal, ouviram o mesmo gritar;
- Tem alguém invisível ali!
O Comensal mascarado foi estuporado, mas outros ouviram o que ele havia dito e aproximaram-se para descobrir o que acontecia.
- O que vamos fazer agora? - Rony perguntou apreensivo ao olhar o número que se aproximava apressado, não conseguiriam derrubar a todos, menos ainda correr sem serem pegos.
- Ah, cara, eu realmente espero que vocês me deem um bom presente no meu próximo aniversário! - resmungou, antes de dar um passo para o lado, tirando totalmente a Capa de si - Matem a cobra, sim? - sussurrou, antes de virar-se para os Comensais, ignorando o chamado de Harry - Mione, quer fazer o favor de tirá-los daqui? - disse por sobre o ombro, antes de andar em direção ao grupo mascarado, erguendo a própria varinha - E então, quem vai ser o primeiro a querer me enfrentar?

A loira atacava os Comensais que aproximavam-se, aceitando de bom grado a ajuda de Dino e Parvati, quando os dois colegas se juntaram a ela. Viu Diggory duelando com Fenrir Greyback mais ao canto do terreno, e por um momento assustou-se ao ver o lobisomem avançar contra Cedrico, pronto para atacá-lo, mas o namorado afastou-se com rapidez.
Rapidez a qual não teve para defender-se do ataque repentino, e então estava caída de costas, sentindo o corpo dolorido, ao tempo que um dos Comensais mascarados aproximou-se, puxando-a pelas vestes;
- A levarei para o Milorde, cuidem do resto! - gritou a voz feminina, puxando-a para um canto após arrematar sua varinha. - Silêncio! - disse mais baixo enquanto afastavam-se.
A garota tentou escapar, sem êxito, mas conseguiu gritar o suficiente para que Diggory notasse o que acontecia, e vir a seu socorro, após deixar Greyback inerte no gramado.
- Parece que o bonitão aqui não aprendeu, não é? - Victoria riu quando Cedrico aproximou-se correndo, com a varinha em punho; - Se eu fosse você abaixaria isso! - piscou para ele, segurando uma adaga contra o pescoço da filha.
Diggory ficou sem reação por um instante, encarando da mulher a namorada, passando a língua pelos lábios;
- Não sei vocês, mas estou realmente cansada de lutar! - tornou a dizer, tranquila.
O rapaz sentiu a mão vacilar por um instante, logo baixando a varinha, embora seguisse caminhando em direção as duas, que agora andavam de costas até um local mais isolado e escuro do terreno;
- Ótima escolha, Diggory. - disse por fim, baixando a adaga, ao tempo que capturava a varinha do outro - Sinto muito pelo outro dia, mas vocês não me deram opções, não é? - avisou, antes de soltar a filha, cruzando os braços e encarando os dois jovens - Imagino que ainda não encontraram Sirius?
- Se você encostar no meu pai... - vociferou, olhando-a com raiva.
Victoria arqueou a sobrancelha, sorrindo de lado;
- Querida, se eu quisesse realmente matar qualquer um de vocês, seu pai nem mesmo teria saído de Azkaban. Você não acreditou mesmo naquela historinha de cachorro dele, não é?
A surpresa passou pelo casal, e a mulher aproveitou para aproximar-se de ambos, puxando-os para perto, dizendo em voz baixa e apressada;
- Embora seja meu passatempo favorito desmentir boa parte das histórias de Sirius, não temos tempo para isso agora! - então puxou a filha pelos ombros - Sei que você não recuperou o que Dumbledore deixou para você, teria sido muito mais fácil se tivesse, mas tivemos que improvisar um pouco, não?
- O que…?
A mulher respirou fundo, negando com um aceno;
- Não temos tempo para isso, precisamos agir e com rapidez. O Lorde sabe que Potter o encontrará antes do dia amanhecer, e é importante que você não o acompanhe! Voldemort não pode por as mãos em você, nem nenhum outro Comensal, entende? Potter precisará encontrá-lo sozinho, sua preocupação e dos outros deve se manter na cobra!
- O que…? Como é que você sabe disso? - balbuciou assustada, piscando confusa.
- Régulo me contou sobre as horcruxes antes de ir atrás daquele medalhão, confiou que no momento certo eu passaria essa informação para frente!
- Horcruxes? - Cedrico questionou totalmente confuso, encarando as duas mulheres.
Victoria o olhou com a sobrancelha arqueada;
- Partes da alma de Voldemort, é por isso que ele não pode morrer! - explicou-lhe rapidamente - Francamente, para um membro da Ordem que foi treinado por Moody, eu esperava que você tivesse um conhecimento maior, Diggory!
O casal tornou a se entreolhar, no momento em que Victoria entregava-lhes suas varinhas;
- Potter deve morrer antes da cobra, é essencial que isso aconteça!
- Harry deve…? Não! - protestou no mesmo instante.
- Vai acontecer você querendo ou não, só assim teremos uma chance contra o Lorde das Trevas. Potter precisa encontrá-lo sozinho.
- Você só pode estar brincando! - Cedrico respondeu, negando com a cabeça - Ninguém vai deixá-lo se entregar.
- Me desculpe, mas achei que a prioridade aqui fosse matar Voldemort! - questionou, colocando as mãos na cintura, então passou as mãos pelos cabelos loiros, tornando a encará-los - Precisamos focar na cobra, uma vez que Nagini esteja morta, poderemos atacar o Lorde.
- Harry foi matar Nagini junto dos outros! - a garota revelou, apontando com a cabeça para o terreno mais afastado - Foram para a Casa dos Gritos.
- Duvido que consigam, Voldemort não está sozinho, e não será tão fácil. Nagini não é uma cobra comum… - passou a língua pelos lábios - Precisaremos atacá-la após a morte de Potter, Nagini será a última Horcrux a ser destruída, e uma vez que o garoto esteja morto, o Lorde vai se sentir invencível!
- Eu sou o único preocupado com a naturalidade que você está falando sobre a morte de Harry Potter? - Cedrico questionou desacreditado, negando com a cabeça.
concordou com ele, mas Victoria não os deu atenção;
- Sirius sabe que precisamos matar a cobra, mas não sabe sobre Potter. Temos o começo de um plano, mas para funcionar precisamos que Voldemort esteja distraído o suficiente e Potter já esteja morto!
- E como é que vamos distrair Voldemort? - Diggory tornou - Ele nem mesmo apareceu para a batalha!
- Você disse que ele vai aparecer depois de atacar Harry, não? - começou, embora se sentisse estranha de sequer imaginar a morte do melhor amigo - Posso distraí-lo o suficiente quando isso acontecer!
- Cuidado! - Victoria puxou-os mais para o canto, ao notar o grupo de Comensais que atacava membros da Ordem. Diggory virou-se, percebendo a desvantagem em que Remo, Dora e Quim estavam, principalmente ao reparar que Bellatrix também juntava-se aos companheiros.
- Pode ir!
Cedrico virou-se para a namorada, parecendo em dúvida por um momento ao olhar dela para Victoria, por fim concordando com um aceno, e afastando-se apressado para ajudar-lhes, enquanto mãe e filha continuavam a conversar.


Harry permaneceu ajoelhado ao lado de Snape, sem saber o que fazer ao encarar os olhos já sem vida do homem, apertando o pequeno frasco com as lembranças em sua mão, até que, de súbito, uma voz aguda e fria falou tão perto que ele se pôs de pé com um salto, pensando que Voldemort tivesse voltado à sala.
A voz do Lorde das Trevas ressoou nas paredes e no chão, e Harry percebeu que o bruxo estava se dirigindo a Hogwarts e a toda a área vizinha, para que os residentes de Hogsmeade e todos que ainda lutavam no castelo o ouvissem tão claramente como se estivesse ao lado deles;
Vocês lutaram valorosamente, Lorde Voldemort sabe valorizar a bravura.
Vocês sofreram pesadas baixas.
Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isso aconteça.
Cada gota de sangue mágico derramado é uma perda e um desperdício.
Lorde Voldemort é misericordioso. Ordeno que as minhas forças se retirem imediatamente.
Vocês têm uma hora. Deem um destino digno aos seus mortos. Cuidem dos seus feridos.
Eu me dirijo agora diretamente a você, Harry Potter. Você permitiu que os seus amigos morressem por você ao invés de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na Floresta Proibida. Se ao fim desse prazo, você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então a batalha recomeçará.
Desta vez eu participarei da luta, Harry Potter, e o encontrarei, e castigarei até o último homem, mulher e criança que tentou escondê-lo de mim.
Uma hora.


Sirius ajoelhou-se no chão assim que aproximou-se do grupo nos jardins, sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto sem que nem mesmo notasse, apertando a mão de Remo junto à sua, sentindo à perda do único amigo que havia restado dos tempos de Escola;
Seus dois melhores amigos estavam mortos pelo mesmo motivo.
O olhar então caiu alguns metros à frente, e não demorou muito para reconhecer o outro corpo caído, sem vida. Levou as mãos trêmulas a boca, fechando os olhos descrente. Negou com a cabeça ao aproximar-se, puxando o corpo da sobrinha junto ao seu, abraçando-a apertado.
Cedrico e Quim esperaram um pouco mais afastados, em silêncio.
Diggory passou as mãos pelos olhos, sentindo-os marejarem, limpando as lágrimas que começavam a cair por seu rosto, antes de fungar passando a palma da mão pelo nariz, e aproximar-se de Sirius, apertando-lhe o ombro em um sinal de conforto.
Schaklebolt respirou fundo olhando para o céu escuro, antes de também aproximar-se;
- Sirius, temos menos de uma hora, é melhor levarmos os dois para dentro do castelo e nos prepararmos para o restante da batalha.
Black concordou com a cabeça, ainda segurando a sobrinha nos braços.
Levantou-se lentamente, puxando-a consigo, carregando-a para dentro, enquanto Cedrico e Quim puxavam o corpo inerte de Remo.

Diggory olhou ao redor após deixarem o corpo de Lupin e Tonks lado a lado, no chão do Salão Principal, vendo o grande número de corpos espalhados pelo local; em sua maioria estudantes, alguns aparentando serem novos de mais para estarem ali, mas que ignoraram as ordens de saírem da Escola, e arriscaram as próprias vidas para tentarem parar Voldemort e seus Comensais da Morte.
Notou mais ao canto os Weasley juntos, curvados sobre alguém ao chão. Fechou os olhos por um momento, antes de dar passos lentos em direção ao grupo, não demorando a notar que era um dos gêmeos que estava caído; Jorge chorava sobre o corpo do irmão, enquanto Molly abraçava-o de lado.
Gui estava junto de Fleur chorando em silêncio, quando olhou para Cedrico, acenando com a cabeça para o amigo, o qual murmurou “sinto muito”. Gui concordou, passando a língua pelos lábios, antes de deixar o olhar vagar pelo Salão, logo notando Sirius sentado entre Remo e Tonks.
O Weasley franziu o cenho, virando-se para Diggory, a pergunta silenciosa estampada em sua fase; teve como resposta o aceno do outro, que nem mesmo conseguia mais olhar para o número de corpos caídos, com medo de reconhecer mais rostos amigos.
Minutos depois notou quando Hermione e Rony entraram pelo Salão de mãos dadas, andando diretamente para os Weasley, Harry Potter apareceu em seguida, parecendo incapaz de olhar nos olhos de ninguém, o rosto baixo com a expressão desolada.
E por um momento desesperou-se ao não ver junto deles, o medo dominou por completo seu corpo, fechou as mãos em punho olhando ao redor, procurando com os olhos a namorada, mas não encontrando-a em lugar nenhum.
Deu passos em direção à saída do Salão, determinado a procurá-la por todo o castelo, mas antes que chegasse ao portal, sentiu o alívio passar por seu corpo ao notar a loira aproximando-se; o cabelo bagunçado e sujo, junto com alguns arranhões e cortes por seu rosto e braços.
Cedrico deu passos largos em sua direção quando ela o olhou, andando apressada até ele e abraçando-o com força;
- Você está bem? - ouviu-a perguntar em voz baixa, Cedrico concordou, embora não parecesse capaz de falar naquele momento.
- Cadê meu pai? - questionou olhando para os lados, logo vendo-o levantar-se, andando em sua direção.
O homem apertou-a em seus braços, acariciou os cabelos da filha, ainda incapaz de segurar as lágrimas.
- O que aconteceu? - perguntou em voz baixa, olhando ao redor.
Black sentiu os olhos marejarem assim que viu o corpo de Remo, abraçando ainda mais forte seu pai, sabendo o quanto ele deveria estar sofrendo com a perda do amigo, mas foi quando seu olhar focalizou o corpo ao lado de Lupin que a garota sentiu o ar faltar-lhe.
Sentiu como se alguém tivesse puxado seu coração para fora do peito ao ver os cabelos coloridos da prima, andou lentamente até a mesma, ajoelhando-se ao seu lado, sentindo o corpo tremer conforme o choro aumentava.
Curvou-se sobre o corpo de Ninfadora, apertando-o contra o seu, abraçando-a;
- Dora, não! - dizia baixinho, esperando que, de alguma forma, a mulher pudesse responder-lhe.
O aperto em seu peito parecia crescer, o nó em sua garganta a impedia de respirar direito. Continuou abraçada a prima, acariciando os cabelos rosa da mesma. Sentiu quando Cedrico ajoelhou-se ao seu lado, mostrando-lhe que estava ali com ela;
- Que foi que aconteceu? - perguntou em voz baixa, incapaz de conter o choro.
- Bellatrix. - respondeu em voz baixa, vendo-a concordar com um aceno.
afastou-se da prima, deitando com cuidado seu corpo ao chão, vendo a varinha da Auror pousar ao seu lado.
Pegou a mesma, colocando-a no bolso da calça, imaginando que deveria entregar-lhe a Andrômeda mais tarde, e então, ao pensar na tia, lembrou-se também do pequeno Teddy, e sentiu um aperto no coração por saber que agora ele cresceria sem nenhum dos pais ao seu lado.
Deixou-se ser abraçada por Cedrico, retribuindo o aperto instantes depois, chorando em silêncio contra seu peito, ouvindo-o sussurrar em seu ouvido;
- Vai ficar tudo bem!

- Aonde você pensa que vai? - perguntou ao ver Potter descer as escadas em direção ao jardim - Não seja idiota, Raio!
Harry sorriu ao virar-se para a loira, suspirando ao encará-la.
- Tenho que fazer isso, só assim poderemos terminar com tudo! - disse calmo.
- Ótimo, vou com você! - a loira responder no mesmo instante, descendo mais um degrau e ficando na mesma altura dele. Potter, entretanto, negou com um aceno;
- Não, vocês precisam ficar e matar a cobra. O plano é esse. Depois que Nagini estiver morta, Voldemort estará vulnerável de novo, e aí sim poderemos acabar com isso.
- Não vou deixar você se entregar sozinho, Potter, - Black negou no mesmo instante, sentindo o aperto em seu peito, sabendo o que tudo aquilo significava - já não bastou ter me deixado para trás quando invadiu o Gringotes? No mínimo deve me deixar ir com você!
- Não! - o garoto tornou a dizer, olhando sério para a loira - Tem que ser eu, e eu sozinho. Você deve ficar e continuar o que começamos!
- Harry Potter, você é meu melhor amigo, não posso de verdade deixar você fazer isso. Eu prometi que estaria ao seu lado sempre que precisasse, quer momento melhor do que esse?
Potter riu sem humor;
- Eu sei que você iria junto, mas agora é comigo. Eu preciso fazer isso. Voldemort têm que me matar, agora eu sei disso. Está tudo bem, - garantiu, segurando em sua mão - acho que no fundo sempre soube disso… Vai ficar tudo bem!
- Potter, você acabou de dizer que vai deixar Voldemort matá-lo, não está nem perto de estar tudo bem!
- Vai ficar! - tranquilizou-a - Eu realmente preciso que você confie em mim agora! Eu preciso fazer isso e conto com vocês três para matarem a cobra e acabarem com Voldemort, ok? Tenho que ir agora! - disse virando-se de costas, voltando a descer um degrau, logo sentindo a amiga puxar-lhe pelo braço, jogando-se contra ele e abraçando-o apertado.
- Você sabe que sempre foi como um irmão para mim, não é? Que sempre te considerei como minha família!
Potter concordou, rindo fraco;
- Sim, e até um tempo atrás era ruim pensar que eu gostava de você e você me via como um irmão. - confessou, reparando que talvez fosse importante esclarecer aquele ponto - Mas hoje eu sei que também te vejo como uma irmã, você é minha melhor amiga, e, talvez, se não tivesse Diggory no meio, eu teria te chamado para sair, mas provavelmente não teria dado certo. Então fico feliz que sejamos amigos. - encarou-a por um instante, sorrindo de lado - E eu acho que gosto de outra garota!
arqueou a sobrancelha;
- É, eu reparei como você estava preocupado com a ruiva hoje! - piscou, vendo-o rir ao concordar sem graça.
- Você é de verdade a melhor amiga que alguém poderia sonhar em ter, e eu realmente agradeço por tudo o que você, Rony e Mione fizeram por mim durante todo esse tempo, por sempre estarem comigo, mas eu tenho que fazer isso sozinho! - então cruzou os braços, sorrindo confiante para a amiga - Essa é sua chance de matar Nagini, não?
A garota fungou, negando com um aceno;
- Até parece, eu vou matar o próprio Voldemort!
Potter riu, concordando e a abraçando por uma última vez, antes de dar as costas e jogar a Capa da Invisibilidade sobre si, caminhando sozinho em direção à Floresta.



O grupo se preparava para voltar a lutar, sabendo que não teriam muito tempo antes de Voldemort e os Comensais voltarem a aproximar-se do castelo.
Quim reunia todos que ainda estavam bem para continuarem a batalha, começando a dar ordens de como poderiam tentar pará-los, quando, de repente, ouviram a voz de Gina Weasley;
- Alguém viu o Harry?
O burburinho começou e cabeças se viraram para todos os lados, procurando pelo garoto. O olhar de todos logo direcionou-se ao trio de amigos, mais ao canto, em silêncio.
- Onde está Potter? - Quim perguntou em voz alta aproximando-se dos adolescentes.
Hermione baixou a cabeça, não conseguindo conter as lágrimas desde que a amiga contou-lhe o que Harry havia feito, enquanto Rony a abraçava, incapaz de dizer qualquer coisa.
virou-se para o homem, dizendo em voz baixa;
- Dumbledore disse para confiarmos nele, Harry está nos dando uma chance de vencer Voldemort.
Schaklebolt a encarou por um instante, concordando com um aceno ao entender o que aquilo significava.
- Vocês o deixaram ir? - puderam ouvir a voz de Molly, horrorizada. - Não!
- Potter fez o que achou certo, - Quim recomeçou, virando-se para os demais - agora cabe a nós torcer para que ele consiga derrotar o Lorde das Trevas, e estarmos preparados para enfrentar o inimigo, se eles tornarem a aproximar-se desse castelo.
- Eles estão vindo! - ouviram a voz de Simas gritar da entrada do Salão - Comensais e Você-Sabe-Quem! Estão vindo da Floresta!
Quim, Sirius, Minerva e Arthur foram os primeiros a atravessarem o Salão em direção à saída, seguidos por todos os outros, varinhas em punho, prontos para reiniciar a batalha;
- Não! - o grito de Minerva foi o primeiro que ouviram, ao notar o corpo inerte de Potter nos braços de Hagrid.
- Não!
- Potter!
- Não! Harry! Harry!
Aos poucos, ainda que desacreditados, todos confirmaram com os próprios olhos que Harry Potter estava morto, Voldemort havia vencido.
Sirius fechou os olhos por um instante, incapaz de aceitar a morte do afilhado, as mãos tremiam; havia perdido mais um membro da família por causa de Voldemort. sentiu o braço de Cedrico sobre seus ombros, apertando-a contra si, as lágrimas rolando por seu rosto, o aperto em seu peito, sabendo que parte daquilo havia sido sua culpa, deveria tê-lo impedido.
- Silêncio!- gritou o Lorde, e todos o encaram por um momento, a derrota estampada em suas faces - Ponha-o ao chão, Hagrid, aos meus pés que é o lugar dele. - então virou-se para o grupo a sua frente - Estão vendo? Harry Potter está morto! Entenderam agora, seus iludidos? Ele não era nada, jamais foi, era apenas um garoto, confiante de que os outros se sacrificariam por ele! Mas eu o venci! Ele foi morto tentando sair escondido dos terrenos do castelo, morto tentando se salvar…
- Mentiroso! - gritou de seu canto, passando a mão pelo rosto, limpando as lágrimas que caíam por seus olhos - Diferente de você que passou à noite escondido, Harry foi até à Floresta sabendo que morreria!
O sorriso enviesado no rosto de Voldemort se desfez e ele deu um passo em direção ao grupo em frente ao castelo, agitando sua varinha por um instante;
- Temos aqui uma voluntária para demonstrar o que acontecerá com aqueles que insistirem em lutar?
Black sentiu o corpo agir contra sua vontade e, por mais que Sirius e Cedrico tentassem a segurar, nada puderam fazer quando Voldemort tornou a agitar a varinha, lançando-os alguns passos para trás.
- Ora, ora, se não é minha futura Comensal favorita! - disse, passando a língua pelos lábios - Temos um lugar para uma Sangue-Puro como você, sua mãe já está ao nosso lado, será uma honra para você fazer parte do nosso grupo!
- Quer dizer que seria uma honra para você ter alguém como eu no seu grupinho, não? - replicou irônica, sorrindo de canto, viu os olhos vermelhos do Lorde piscarem em sua direção.
Voldemort riu, e junto dele outros Comensais.
- Você realmente se acha especial, não é?
- Oh sim, - sorriu da mesma forma, mesmo que caída de joelhos em frente ao bruxo - e muito mais forte que o melhor de seus seguidores.
- Pois bem, parece que teremos realmente uma demonstração do meu poder e dos meus Comensais! - tornou a sorrir, olhando para o grupo atrás de si, que ria com entusiasmo. Tornou a mexer sua varinha e o feitiço que segurava a loira já não estava mais presente, e ela pode levantar-se, ainda encarando-o com o sorriso convencido que o Lorde logo passou a detestar. - Bellatrix, sei que você gosta de se reunir com sua família!
A mulher deu um passo à frente, rindo loucamente:
- Isso será divertido!
- Não! ! - Sirius gritava, tentando aproximar-se, mas um segundo feitiço de Voldemort tornou aquilo impossível; como se uma barreira invisível os segurasse, não deixando ninguém aproximar-se.
Tia e sobrinha se encaram por um instante, sorrindo uma para outra ao começarem a se rodear;
- Pronta para perder, Bella? - provocou-a, vendo os olhos da mulher quase saltarem de órbita devido ao ódio que sentia.
- Pronta para se reunir a sua priminha, ? - respondeu da mesma forma, e no instante seguinte todos puderam ver os jatos de luz que saíam de cada varinha;
Atacavam-se e se defendiam com rapidez, vez ou outra provocando-se com algum comentário.
- Isso é o melhor que consegue fazer, tia? - a loira ria, lançando mais um jato de luz vermelho contra a mulher, e logo desviando de um verde quando a mulher lançou-lhe a Maldição da Morte.
- Você não vai gostar nada do que vai acontecer com você! - gritou enraivecida e, por um momento todos pareceram parar para assistir o duelo, até que ouviram um grito;
- Onde está Harry?
Voldemort foi o primeiro a virar-se para o lado, notando que o corpo de Potter já não estava mais entre eles. Olhou assustado para os lados, reparando no garoto correndo há alguns metros de distância;
- Está vivo!
- Potter está vivo!
O segundo de distração de Black, olhando ao redor para ver o que acontecia, foi o suficiente para Bellatrix desarmá-la, e antes mesmo que pudesse notar o que tinha acontecido, a loira foi arremessada no ar, caindo com um baque surdo no chão.
A distração de Voldemort também foi notada por todos, quando o escudo invisível se desfez e eles tornaram a se espalhar pelo terreno, começando a duelar, ao tempo que os Centauros lançavam flechas em direção aos Comensais, vindos da Floresta Proibida.
Parte do grupo se empurrou por entre as portas, voltando para dentro do castelo, mas Sirius e Cedrico tentavam aproximar-se de Bellatrix e , as quais pareciam ignorar todo o resto.
- Uma última palavra para se despedir? - a mulher sorriu, apontando a varinha para a loira.
Black tornou a encará-la, o sorriso arrogante nos lábios, ao tempo que tocava o bolso de trás da calça, puxando lentamente a varinha de Ninfadora;
- Vá para o inferno! - disse, antes de apontar o objeto para Lestrange, a qual foi pega de surpresa com a ação, caindo de joelhos no jardim, ainda com a expressão surpresa, a qual logo transformou-se em uma desesperada, ao sentir o corte aprofundar-se por seu corpo e o sangue começar a escorrer.
Bellatrix levou as duas mãos até o pescoço, respirando com dificuldade, ao tempo que a loira aproximou-se;
- Isso é pela Dora! - sussurrou próxima ao ouvido da tia, antes de tornar a encará-la, apontando a varinha para seu peito. - Avada Kedavra!
viu o corpo da mulher cair por sobre o gramado em um ângulo estranho e, por um momento, surpreendeu-se ao notar que havia realmente usado a Maldição da Morte em Bellatrix, e mais ainda ao perceber que não se sentia mal por aquilo.
Tinha sido uma reação impensada, a qual ela não estava arrependida.
- Você está bem? - ouviu a voz de Diggory ao seu lado, vendo-o olhar o corpo inerte de Lestrange, antes de encará-la. Sirius estava ao lado, quando seus olhos encontraram com os da filha, ele não pareceu surpreso, mas também não demonstrava orgulho na atitude, assim como Cedrico, ele sabia que havia sido uma ação necessária, mesmo que soubessem que no fundo a loira só queria se vingar pela morte de Ninfadora.
- Se estão todos bem, é melhor entrarmos, Voldemort ainda está em pé!


Seguiram para o Salão Principal, onde a batalha continuava, e não foi necessário muito tempo para separam-se e começarem a duelar ou ajudarem outros, em determinado momento Potter finalmente apareceu, tirando a Capa da Invisibilidade, encarando Voldemort;
- E como é que você vai duelar, Potter? Pode ainda estar vivo, mas nem sua varinha você tem! - riu-se, assim como os Comensais que estavam próximos.
Draco olhou para a varinha que segurava, após sua mãe devolver-lhe quando carregaram Harry para fora da Floresta, e então olhou para a cena poucos metros à frente, tomando a decisão que, ele sabia, o colocaria tão em risco quanto os demais, mas precisava fazer aquilo;
- Potter! - gritou ao aproximar-se correndo do outro, lançando-o a varinha, a qual Harry não demorou a capturar.
- Malfoy, eu sabia! - Voldemort disparou irritado, virando-se para acertá-lo, mas antes que conseguisse tal feito, Sirius colocou-se à frente do loiro, usando um feitiço de proteção;
- Parece que o Lorde se esqueceu do seu bichinho de estimação! - sorriu, apontando com a cabeça para a cobra, Voldemort virou-se por sobre o ombro, podendo ver no último instante o corpo de Nagini em combustão; A cobra mexeu-se desesperada, o fogo a queimava de forma rápida e poucos instantes depois, a mesma caiu inerte, ainda em chamas.
Lorde Voldemort então notou a cabeleira loira próxima ao réptil e o sorriso de Victoria Lestrange aparecer em seu rosto, tão arrogante quanto o da filha e do marido;
- Um brinde à sua derrota, Milorde!
O grito de fúria do Lorde das Trevas reverberou por todo o Salão, o ódio e o medo o dominaram; havia perdido Bellatrix, sua melhor Comensal, e Nagini, sua última horcrux.
Victoria preparou-se para o ataque vindo do bruxo, mas surpreendeu-se quando o sentiu vir de um ponto às suas costas, pegando-a despreparada.
O rosto de Rodolfo Lestrange contorceu-se em um sorriso triunfante ao ver sua própria irmã morrer diante de seus olhos, determinado a vingar-se pela morte de Bellatrix e proteger seu mestre.
- Não! - Sirius gritou desesperado, tentando aproximar-se junto com a filha, ambos tentando lançar feitiços em Rodolfo, o qual escapava sem dificuldade dos ataques, até sentiu o jato de luz verde atingir seu peito, lançado por Diggory, o qual aproximou-se sem que ele notasse.
- Já chega! - Voldemort tornou a gritar enfurecido, virando-se para Harry; - Vamos acabar com isso, Potter. Está na hora de você morrer, de uma vez por todas!
Harry Potter e Tom Riddle começaram a se rodear, não deixando mais ninguém atrapalhar o momento e, no fundo, todos sabiam, Harry Potter era quem deveria derrotar o Lorde das Trevas;
- Avada Kedavra!
- Expelliarmus!

O estampido foi o de um tiro de canhão e as chamas douradas que jorraram entre as duas, no centro absoluto do círculo que eles tinham descrito, marcaram o ponto em que os feitiços colidiram. Harry viu o jato verde da maldição de Voldemort ir de encontro ao seu próprio feitiço, viu a Varinha das Varinhas voar para o alto, escura contra o nascente, girar pelo céu encantado e girar pelo ar em direção ao senhor que se recusava a matar e que viera, enfim, tomar legitimamente pose dela.
Potter a agarrou no mesmo instante em que Voldemort caía para trás de braços abertos, as pupilas ofídicas dos olhos vermelhos virando para dentro.
Tom Riddle bateu no chão com um baque, seu corpo fraco e encolhido, as mãos brancas vazias, o rosto de cobra apático e inconsciente;
Lorde Voldemort estava morto, atingido pelo ricochete de sua própria maldição.

Potter andou pelo Salão Principal, caminhando por entre as pessoas que, em geral, comemoravam. Logo avistou sentada ao lado de Sirius, enquanto Quim e Cedrico estavam em pé em frente a eles, conversando sobre as próximas atitudes do Ministério. Harry aproximou-se quando a viu olhar em sua direção, acenando com a cabeça para que se juntasse a eles;
- Então você será o novo Ministro, não? Me parece a escolha mais óbvia! - Sirius dizia para o Auror.
- A prioridade agora deve ser avisar a família de todos e preparar um funeral adequado! - Schaklebolt respondeu, “é por isso que você é a melhor escolha para Ministro, sempre pensa nos outros primeiro” Cedrico comentou, vendo-o negar com um aceno, humilde, Quim então virou para o lado quando Potter sentou-se junto da loira, sorrindo levemente para o rapaz - Sei que está cansado Harry, mas precisaremos de um depoimento sobre os últimos meses, não precisará ser hoje, mas…
- Tudo bem, acho que prefiro terminar tudo agora para poder descansar mais tarde! - concordou, vendo-o acenar positivamente.
- Bem, enquanto você vai ao Ministério, vamos até a casa de Andrômeda - Sirius recomeçou, apontando dele para a filha, que continuou em silêncio, sentindo-se ainda pior ao pensar em como contaria aquilo para Andy -, depois poderá finalmente ir para casa conosco, uh? - sorriu para o afilhado, que concordou no mesmo instante.
- Espera aí! - Cedrico interrompeu, virando-se com os braços cruzados para Sirius - Quer dizer que agora que Harry está aqui eu terei que sair do quarto? - questionou com a sobrancelha arqueada, fazendo a namorada rir de leve, assim como Quim e Potter.
- Pois é, Diggory, - o homem concordou, esticando o braço sobre a mesa atrás de si - suas férias acabaram, hora de voltar para sua casa!
O rapaz fez uma careta, negando com um aceno;
- Está vendo? Isso não aconteceria se você tivesse comprado aquela casa maior que eu te falei!
- Podemos conversar? - Harry perguntou em voz baixa para a loira, que concordou, levantando-se junto dele, ouvindo o pai resmungar um “abusado” para Cedrico.
Juntaram-se a Hermione e Rony, os quais estavam sentados na escadaria em frente ao Salão, as mãos dadas enquanto conversavam em voz baixa.
Subiram os quatro até a sala do Diretor, a qual naquele momento encontrava-se fazia, mas os quadros dos diretores passados comemoravam, assim como todos os demais.
Potter parou em frente ao retrato de Dumbledore, conversando com o mesmo;
- Eu deveria entender tudo isso? - perguntou em voz baixa para Mione, que riu, negando com um aceno.
- Podemos colocar a conversa em dia mais tarde!
- E tem isso mais isso. - disse mostrando-lhe a Varinha das Varinhas. Hermione e Rony pareceram segurar a respiração por um instante, o que não deixou Harry nem um pouco feliz, enquanto a loira só o olhava com o cenho franzido, confusa com tudo o que acontecia. - Não a quero.
- Que? - Rony exclamou em voz alta - Você ficou maluco? Sabe o que nós poderíamos fazer com uma varinha dessas?
- Nós? - Hermione perguntou encarando-o irônica.
- Por que todo mundo quer tanto essa varinha? - Black questionou apontando com a cabeça para a mesma, não vendo nada de excepcional nela.
- Essa é a Varinha das Varinhas, a mais poderosa de todo o mundo! - Rony explicou apressado, olhando de canto para o amigo que a segurava.
- A do conto dos Três Irmãos? A que todo mundo morreu pra ter? - tornou descrente, vendo-os confirmarem com um aceno - E você quer ter uma varinha que provavelmente vai fazer alguém vir atrás de você e te matar no meio da noite, Ruivo?
- está certa, - Harry cortou antes que o amigo pudesse protestar - sei que é poderosa, mas eu não a quero. Não vale a confusão que gera e, sinceramente, eu era mais feliz com a minha. Portanto…
Harry procurou na bolsa pendurada ao pescoço e retirou as duas metades do azevinho ainda ligadas apenas por um fio da pena da fênix. Sabia que era um tiro no escuro, mas algo em sua cabeça dizia que poderia dar certo;
Colocou os pedaços na escrivaninha do diretor, e tocou-a com a ponta da Varinha das Varinhas;
- Reparo!
Puderam ver as faíscas vermelhas que juntavam as duas partes formando um todo novamente, e Harry sabia que havia conseguido, quando tornou a segurar em sua mão, sentiu o calor conhecido de quando a pegou pela primeira vez; A varinha era sua.
- Se eu deixar a varinha no local de origem, e se morrer de morte natural, como Ignoto, o seu poder será rompido, não é? Ninguém terá vencido o senhor anterior da Varinha.
Dumbledore assentiu, sorrindo para Harry, orgulhoso.
- Você tem certeza? - Rony tornou, incapaz de se conter, o amigo concordou, virando-se para os três.
- Já tive problemas suficientes para a vida inteira, acho que agora posso ter um pouco de paz, não?
O trio concordou, e sorriu de canto para os amigos, antes de virarem-se para retornarem juntos ao Salão Principal;
- Vocês já pensaram como vai ser boa a vida dos professores ano que vem sem ter nenhum de nós perdendo pontos?

Epílogo.

19 anos depois

Os Diggory andavam juntos pela estação de King’s Cross, os dois garotos mais novos empurrando seus carrinhos com os malões e suas corujas, enquanto o mais velho com seus cabelos coloridos, os acompanhava rindo, o casal seguia mais atrás, vez ou outra chamando a atenção do mais novo que corria na frente de todos.
Não demorou para ouvirem as conversas altas, risadas e gritos assim que atravessaram a Plataforma 9 ¾; famílias se despedindo dos filhos, alunos reencontrando amigos e o grande trem vermelho parado na estação, enquanto o maquinista ajudava alguns alunos a embarcarem.
- Bem, vou dar uma volta ver se encontro algum conhecido! - Teddy avisou, passando a mão pelos cabelos azuis, antes de virar-se para os primos - Tenham um bom ano, ok? Qualquer novidade me avisem! - abraçou-os por alguns segundos, brincando com o cabelo bagunçado do mais novo, antes de começar a se afastar entre a multidão.
- Acho bom você não chegar tarde em casa! - Cedrico falou mais alto, antes que o rapaz sumisse, vendo-o responder com um joinha, sem nem mesmo olhá-lo - Eu quero me despedir, vou ficar meses sem ver meus primos, ele disse! - o homem resmungou, andando com a família para um canto menos movimentado da plataforma.
- E você acreditou? - o filho mais velho riu, aproximando o carrinho do trem - Vou colocar minhas coisas, quer ajuda Max?
O Diggory mais novo deu de ombros, olhando para os lados;
- Alguém tá vendo o James?
- Tenho certeza que eles chegarão logo, ok? Não precisa se preocupar, e não é como se vocês dois não tivessem se visto ontem! - comentou, segurando as gaiolas das corujas, enquanto Cedrico e Kalel colocavam os dois malões no trem. - Max? Aonde você vai?
- Encontrar meus amigos! - gritou, andando de costas, antes de sumir da visão dos pais.
- Excelente, perdemos dois de três! - resmungou a mulher, antes dos dois homens descerem do trem, olhando ao redor. - Você não saia da minha frente até embarcar, - apontou para o mais velho, o qual riu concordando com um aceno - gosto de fingir que tenho controle com pelo menos um de vocês!
Kalel cumprimentou alguns colegas que passavam por ele, piscando ou passando a mão pelos cabelos sempre que alguma garota sorria em sua direção, dando pequenas risadinhas ao vê-lo.
O rapaz era uma cópia do pai, com a única exceção dos cabelos loiros os quais tinha herdado da mãe, mas até suas atitudes eram idênticas a de Cedrico quando tinha sua idade.
- Não esqueça, agora que virou Monitor tem mais responsabilidades, não pode sair por Hogwarts aprontando ou aproveitando-se para castigar os alunos que não gosta! - o pai aconselhava, olhando-o de lado, enquanto mantinha um braço sobre os ombros da esposa - E precisa manter suas notas, não pode relaxar com os estudos, está em ano de NOM’s!
- Eu sei, pai… - suspirou, ajeitando a gola da camisa que usava.
- E sempre que tiver um tempo livre precisa ficar de olho no seu irmão! - lembrou-o, vendo o filho rolar os olhos - Não o deixe aprontar tanto!
- E ele se importa com o que eu falo? Vai se juntar com o Potter e perder quinhentos pontos! - avisou, cruzando os braços - Ainda bem que são da Grifinória!
- Bem, se ele entrar para o time de Quadribol talvez melhore um pouco, tenho certeza que Minerva vai ameaçar tirá-lo da equipe se não se comportar! - a mulher ponderou.
- Como se isso fosse adiantar, - Cedrico negou com a cabeça, conhecendo bem o filho que tinha - nem com você fez diferença, imagina com Max que consegue ser pior!
- Não entendi o que quis dizer com isso!? - a mulher arqueou a sobrancelha, cruzando os braços. Marido e filho riram, antes de Kalel puxar outro assunto com os pais, enquanto esperavam o horário de embarque.
- Oi tio! Oi tia! Oi Kal! Cadê o Max? - James Sirius apareceu sorridente, parando o carrinho em frente aos três, enquanto os pais e os dois irmãos mais novos aproximavam-se.
- Olha, essa é uma boa pergunta! - a loira respondeu, beijando-lhe a bochecha - Ansioso para seu segundo ano?
- Nem tanto, Alvo está morrendo de medo! - contou rindo ao ver o irmão aproximar-se emburrado - Vou procurar o Max! - disse ao afastar-se correndo.
- Muito educado meu filho! - Evie suspirou, negando com a cabeça - Como estão?
- Melhor agora que vamos nos livrar de dois dos três, não? Finalmente um pouco de sossego! - Cedrico respondeu sorridente, vendo o filho encará-lo negando com a cabeça.
- E cadê o Teddy? - Harry perguntou ao reparar que o afilhado não estava por perto.
- Sumiu assim que passou pelo portal, engraçado que o único motivo aparente dele ter vindo era para se despedir dos primos...
- É claro que sim, - Cedrico completou o comentário da esposa - aposto que está com alguma namoradinha!
Os quatro Granger-Weasley aproximaram-se pouco depois, com uma Hermione chorosa ao despedir-se da filha que, assim como Alvo Potter, iniciaria seu primeiro ano em Hogwarts;
- Kal, - Hermione virou-se para o rapaz, que a encarou curioso - eu sei que você não gosta muito disso, mas se importaria de dar uma olhada na Rosinha, por favor? Pelo menos nas primeiras semanas? Ver se está tudo certo!
- Mãe! - a garota resmungou - Não precisa, Kalel! - disse ao notar o olhar do mais velho em sua direção, extremamente vermelha, não querendo que o rapaz pensasse que ela era uma criança que precisava de uma babá.
- Sem problemas! Rosinha é legal, - o Diggory disse, piscando para a mais nova, que começou a encarar os próprios pés, roxa de vergonha, mas segurando a vontade de sorrir ao saber que ele a achava legal. - não é como se fosse dar metade do trabalho do meu irmão e James…
- Aproveitando, - Evie acrescentou, apontando para Alvo - poderia ver se esse aqui também se comporta? Têm tudo para ser um bom aluno, mas tenho medo que acabe na Floresta Proibida por ouvir o que o James diz e...
- Por que estão falando meu nome? - o mais velho dos Potter apareceu seguido de Max, virando-se para os Granger-Weasley - Vocês demoraram!
- Vocês não sabem o que a gente viu! - Max começou rindo, após cumprimentar todo mundo - O Teddy se agarrando!
- Sim, e sabem com quem? Com a Victorie! - James completou, sorrindo de orelha a orelha.
- Vocês entenderam? - o Diggory mais novo perguntou ao reparar que nenhum dos adultos pareceu se importar.
- Ah, seria lindo se eles se casassem! - Lilly Luna acrescentou, os olhos brilhando - Assim ele seria realmente da nossa família!
- Como se o Teddy já não fosse jantar lá em casa quatro dias na semana… - Harry negou com a cabeça - Qual seria o próximo passo? Se mudar de vez?
- Olha, não era de todo ruim! - Cedrico sorriu - Já chegou na idade de sair escondido ou não dizer que horas volta… Não me importaria de não ter essa preocupação por algumas semanas!
- Ele poderia ficar no meu quarto! - James acrescentou ao ver o que o outro dizia - Eu posso dividir com Al!
- Nem pensar, - Harry negou olhando para o filho - o dia que eu quiser a casa destruída deixo vocês dois no mesmo quarto e o Teddy no ao lado!
- Na verdade, - começou pensativa - se ele estiver mesmo saindo com Victorie, vai é acabar passando o tempo todo na casa de Gui e Fleur! - então virou-se para o filho mais velho - Você nem pense em seguir por esse caminho, ainda está muito novo para pensar em namoradas!
- Mãe, eu já tenho quinze, sabe?
- Continua sendo novo! - Evie concordou ao ver o olhar desesperado da amiga - Uma criança! - Sim, deve se concentrar nas suas notas, deixar para pensar nisso depois dos NIEM’S! - Hermione acrescentou, fazendo com que os homens rissem.
- Ixi, mãe, - Max começou sacana - tarde demais, Kal já está se agarrando pelos corredores de Hogwarts!
- Cala boca, garoto!
- Como é? Que história é essa? Max, você está encarregado de atrapalhar seu irmão sempre que o vir com uma garota!
- Fechado!
- Pai?! - o outro virou-se para Cedrico, suplicante.
O homem olhou da esposa para o primogênito, por fim encarou o relógio de pulso;
- Quase onze horas, melhor embarcarem!
- Você está ferrado! - Max riu, apontando dele para James - Não vamos te deixar em paz por nem um segundinho!
- Você nem vai nos ver chegando, ganhei a Capa da Invisibilidade do papai! - o Potter completou sorridente, passando um braço pelos ombros do amigo.
- Eu vou usar essa Capa para esconder o corpo de vocês na Floresta Proibida! - ameaçou, encarando-os com a sobrancelha arqueada.
- Ah, como eu amo esses momentos em família! - Rony suspirou sonhador, causando uma onda de risos nos adultos.
O grupo despediu-se instantes depois, acenando para os filhos já dentro do trem, sabendo que só tornariam a vê-los no Natal, o qual, é claro, seria tão tumultuado quanto todos os eventos em que estavam todos juntos.
- Eu ainda não consigo acreditar que já estamos mandando as crianças para a Escola! - Hermione fungou, não evitando as lágrimas, sorriu para a amiga;
- Eles estão bem, Hogwarts é o lugar mais seguro que existe!



FIM.



Nota da autora:
*Lembrando sempre que B&D 2 faz parte do "Potterverso", os acontecimentos da Parte 2 e 3 são possíveis devido aos acontecimentos finais de Uma Nova História 2. Incluindo a introdução e desenvolvimento de Evie Darling Potter, a qual vocês podem acompanhar a tragetória em After All.

Olá!
Só queria agradecer do fundo do coração todas vocês que acompanharam (e ainda acompanham) esse casalzinho!
Black & Diggory III já está no FFOBS e vocês podem seguir todo o desenvolvimento desde o final da Batalha de Hogwarts até o Epílogo final.
Mais uma vez, MUITO OBRIGADA por todos esses anos, meses, ou até mesmo semanas. Todo comentário e incentivo foi muito importante pra mim, e agradeço demais por todos eles!
Beijão e até logo.



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