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Última atualização: 20/10/2023

15.

Diggory ouviu o relógio apitando ao lado da cama, tateando até desligá-lo e voltar a virar-se sobre o colchão. Esticou o braço até alcançar a mulher ao seu lado a apertando contra si, sorriu sozinho ao sentir o perfume característico da loira, a qual continuava adormecida.
Era assim todas as manhãs nos últimos dois meses, com exceção dos dias que também precisava acordar cedo para algum compromisso, caso contrário ela só levantaria perto do horário de Cedrico sair para desejar-lhe um bom dia, já que ainda estava de férias do Quadribol.
Cedrico também não era uma pessoa muito matutina, mas comparado a esposa, Diggory não era assim tão mal-humorado pela manhã. Ainda achava engraçado pensar que agora estavam casados após tantos anos se preocupando em se esconder de Sirius para ter um tempo sozinho com a mulher, era estranho pensar que agora dividiam uma cama todas as noites e, ainda assim, maravilhoso. Estavam numa fase de apenas aproveitar a companhia um do outro e, se fosse sincero, agora que acordavam e dormiam juntos, parecia sentir mais falta dela durante o dia do que quando ficavam algum tempo sem se verem antes do casamento. A convivência também aumentava a saudades, era estranho e fantástico, pois assim que saia de casa já começava a contar o tempo para voltar. E Cedrico esperava que ficassem daquela forma por anos, em sua cabeça nada poderia ser melhor do que voltar para casa e encontrar esperando por ele.
Aos poucos reorganizavam suas rotinas agora que teriam mais tempo juntos, quando não estavam no trabalho ou em alguma campanha que envolvesse o Puddlemere, revezavam os finais de semana entre um almoço com os Diggory ou com Sirius, por vezes juntando as duas famílias, além de pelo menos uma vez por semana pegarem Teddy para fazer alguma coisa ou simplesmente dormir no apartamento deles, deixando Andrômeda com mais um dia para fazer suas coisas sem preocupar-se com o neto. O restante do tempo passavam juntos, geralmente dentro de casa - na cama ou no sofá - o que era, com certeza, a parte preferida de Cedrico, mas também passeavam em parques ou restaurantes.
Há poucos dias resolveram que já era hora de voltarem a sair com os amigos, fato que gerou várias piadas, mas nenhum dos dois chegou a se importar.
No início da semana haviam ido jantar com Monty e Sophie em um novo restaurante que abriu em um bairro bruxo, na quarta-feira Harry chamou o casal para almoçarem junto dele e de Gina no intervalo do Ministério, o que aproveitou para emendar um dia de compras com a ruiva. Para o sábado haviam combinado de saírem, mas separados; Cedrico iria beber com Monty e Davies, enquanto havia marcado de encontrar as amigas para fofocarem.
O único encontro que haviam marcado e que ele preferia ter recusado, era a festa que eles deveriam ir naquela noite, embora ainda considerasse inventar que estava passando mal para fugir da socialização;
Desde que havia se mudado para o prédio, Diggory sorria cordialmente para seus vizinhos, mas não se aprofundava em nenhum assunto e mal tinha mais de trinta segundos de conversa com qualquer um deles. Não que tivesse problema com Trouxas, mas preocupava-se em acabar falando mais do que deveria e terminar se comprometendo de alguma forma. Queria evitar ter qualquer confusão que pudesse envolver o Ministério ou precisar chamar algum bruxo para apagar a memória de alguém. E estava indo tudo muito bem, pelo menos até se mudar para o local e achar que seria legal conhecerem melhor os vizinhos.
Não vai ser mais difícil do que era conversar com a Genevieve no começo, Ced!”, afirmou assim que contou ter aceito o convite do casal do andar de cima para uma festinha de “boas-vindas”. Diggory discordava por completo, Genevieve era apenas uma Trouxa contra cinco bruxos. Lá seriam apenas dois bruxos contra, no mínimo, quatro Trouxas.
Eles estavam em desvantagem, era apenas uma questão de segundos para aquilo tudo desandar, mas é claro que ele não podia negar.
O loiro aprendeu, mais cedo do que gostaria, que Sirius e Amos estavam terrivelmente certos quando disseram que, a partir do momento que estivessem casados, ele perderia qualquer poder de decisão.
Mulheres eram muito difíceis, e ele sabia daquilo.
, é claro, sempre teve uma personalidade forte, mas até então ele achava que não era nada demais, mesmo quando brigavam. Porém agora as coisas eram completamente diferentes.
A loira tinha uma carta na manga que ele não havia se dado conta até estarem dividindo a mesma casa: era ela quem dizia se as coisas estavam bem o suficiente para eles terminarem a noite entre beijos, suspiros e gemidos. Se não estivesse, ela simplesmente diria boa noite e viraria para o lado, pronta para dormir.
E era claro que Cedrico fazia o possível para estar tudo bem entre eles, pelo menos durante aqueles primeiros meses. Daves e Monty concordavam com sua atitude e diziam que fariam a mesma coisa se estivessem em seu lugar:
De nada adianta o orgulho nessas horas — Rogério havia dito.
É melhor ser contrariado e ter uma boa noite de sexo, do que estar certo e terminar dormindo no sofá! — Emmett completou, contando que seu relacionamento não era muito diferente com Winter — E nem mesmo estamos casados, cara!.
Ao pensar nisso, Cedrico se sentia mais confiante, afinal não era só ele quem passava por tudo aquilo, a cada vez que conversava com alguém achava que era um problema geral: mulheres sempre tinham a última palavra e cabia aos homens aceitarem.
Enquanto colocava os pergaminhos que precisava dentro de sua maleta, ouviu os passos da mulher no corredor, aproximando-se do loiro e o abraçando pelas costas. Cedrico sorriu sozinho ao sentir os lábios dela em um beijo suave em sua nuca.
— Bom dia, Ced! — Disse baixinho, ao tempo que ele se virou sorrindo para um beijo rápido.
— Achei que você estava desmaiada, não se mexeu nem quando eu levantei — riu ao passar os braços por sua cintura.
— Não é minha culpa se você acorda tão cedo — deu de ombros, afastando-se apenas o suficiente para ajeitar a gola da camiseta que ele usava. — Tenha um bom dia e não se atrase!
— É impressão minha ou estou sendo mandado embora da minha própria casa? — Arqueou a sobrancelha, vendo-a concordar sorrindo culpada.
— Quero dormir mais um pouco antes de ir pra casa da minha tia.
— Mas o Teddy não vem amanhã? — Tornou confuso, vestindo sua jaqueta enquanto se preparava para sair.
— Sim, mas falei que o levaria para almoçar no Beco — explicou, sorrindo de lado em seguida — ele está tentando nos convencer a comprar uma vassoura, Andy está doida com a ideia!
Diggory riu, passando a mão pelos cabelos;
— Coitada, não vai ter um minuto de paz!
— Nem a gente! Quem você pensa que ele vai chamar para brincar? O padrinho dele? Claro que não!
— E tá errado em querer voar com a melhor jogadora da Liga? — Rebateu, logo notando o sorriso convencido da mulher.
A premiação foi pouco mais de uma semana após o casamento, mas ainda adorava comentar sobre o troféu que estava na estante da sala, visível para qualquer pessoa que entrasse no apartamento.
— É por isso que eu casei com você! — Riu, jogando os braços sobre o pescoço do loiro e beijando-lhe demoradamente, até o loiro se afastar com um suspiro, olhando o relógio de pulso antes de passar a mão pelos cabelos.
— Preciso ir…
— Tudo bem, mas não se atrase na volta e não esqueça de pedir para o Monty a garrafa de bebida para levarmos!
Cedrico concordou, embora ainda contrariado.
— Tem certeza que…?
— Tenho! Não vamos cancelar, agora vai logo antes que você perca seu posto de melhor funcionário daquele lugar por atrasar trinta segundos! — Brincou, empurrando-o de leve. — Até depois Ced, amo você!

O garotinho de cabelos coloridos jogou-se nas pernas da mulher assim que ela passou pela sala, abaixando-se o suficiente para pegá-lo no colo e beijar sua bochecha, suja de chocolate.
— Está vendo, Teddy? Eu disse que era melhor ir tomar banho logo! — Andrômeda ralhou colocando as mãos na cintura. — Cada dia que passa esse menino presta menos atenção no que eu digo!
riu baixo, negando com um aceno:
— Vamos logo pro banho, Azulão, ou a gente não vai passear!
O pequeno Lupin fez a maior cara de sofrimento que conseguiu, antes de descer do colo da loira e correr em direção às escadas, subindo desengonçadamente, enquanto beijava a bochecha da tia e seguia com a mulher para o segundo andar.
— Por algum motivo eu realmente achei que seria mais fácil cuidar dele, mas pelo visto seu pai estava com a razão: é impossível o filho da Dora que tem você e Harry Potter como padrinhos ser bem comportado!
— Não entendi o que você quis dizer! — A loira respondeu, falsamente ofendida, antes de rir baixo, entrando no quarto do afilhado para escolher uma roupa enquanto Andy o levava para tomar banho.
Minutos depois a mais velha apareceu com o neto no colo, enrolado em uma toalha, reclamando por estar tão molhada quanto ele, já que a criança não parou de fazer bagunça.
— E como estão as coisas em casa? — Questionou enquanto ajudava a vestir Teddy.
— Tudo bem, Ced tá trabalhando bastante como sempre, volta e meia faz hora extra ou leva alguma coisa pra fazer em casa… E eu estou dormindo sempre que posso enquanto ainda estou de férias. Daqui uns dias já volto pra rotina de treinos e dietas, não gosto nem de pensar! — Fez careta, dando um longo suspiro em seguida. Andrômeda riu, negando com um aceno;
— E nada de viagem? Achei que eles fossem liberar Cedrico alguns dias…
— Eu também! — Respondeu rápido — Mas mal deixaram ele faltar segunda-feira!
— Veja o lado bom, logo mais ele ganha uma promoção! — Brincou.
— Não sei se é necessariamente bom, ele vai trabalhar mais ainda! — Suspirou, logo sorrindo para o afilhado — Está pronto?
— Tô ‘ponto! — Sorriu largo, os dois dentes da frente faltando.
— Então vamos embora, garoto! Quer que a gente traga alguma coisa, tia?
— Não trazendo todos os doces que ele quiser comprar, já é o suficiente!
— Ah, táz sim! — Teddy pediu, cruzando os braços e fazendo as duas mulheres rirem.

Diggory espreguiçou-se ao sentir a coluna doer pela postura pouco confortável que se encontrava, curvado sobre sua mesa com pilhas de pergaminhos para revisar. Suspirou frustrado ao notar que já era hora de voltar para casa e não havia dado conta nem da metade das coisas que deveria fazer naquele dia. Intimamente culpava o Ministro e o Chefe do Departamento pelo atraso: passaram a manhã toda tentando resolver sobre as novas regras de exportação de produtos vindos das Américas.
Resmungou sozinho, já imaginando que passaria mais um final de semana trabalhando, enquanto colocava os pergaminhos em sua mala, ignorando aquela parte de si que gritava que deveria ficar pelo menos mais umas duas horas no trabalho: era capaz de aparatar ali mesmo para arrastá-lo para a festa. E, ao pensar na mulher, riu sem humor por saber que ela estava certa quando dizia que ele trabalhava demais, mesmo quando não precisava; Era sempre o primeiro a chegar e, na maioria das vezes, o último a sair. Até mesmo seu chefe costumava ir embora antes que ele.
Ignorando tudo aquilo, despediu-se dos colegas que ainda estavam por lá e foi em direção ao elevador, massageando o pescoço dolorido enquanto andava. Sentiu o estômago roncar e lembrou-se do único sanduíche que comeu horas antes, esperava ter alguma coisa em casa antes de irem para a festa, afinal não sabia o que seria servido e, embora não se importasse em provar diferentes coisas, nem sempre gostava do que experimentava.
Deu de cara com Potter quando a porta do elevador abriu, o uniforme molhado e os cabelos pretos mais bagunçados do que nunca.
— Explodiu alguma coisa? — Perguntou, segurando a risada. Harry suspirou, tirando os óculos embaçados e tentando, inutilmente, limpá-los.
— Nem queira saber, estou pronto para azarar alguém. — Respondeu mal-humorado — Essa sexta está cada dia pior e ainda são seis horas.
— O que aconteceu? — Tornou com o cenho franzido, estranhando a atitude do mais novo.
— Briguei com a Gina — resmungou, travando a mandíbula — e nem foi minha culpa…
— Potter, é sempre sua culpa. Lembre disso. É a primeira regra de um relacionamento!
Harry bugou, negando com um aceno:
— Por que toda mulher é assim?
— Essa é a pergunta de um milhão de galeões. Se descobrir, me avise! — Brincou, ao tempo que o elevador parou no saguão de entrada — Não importa o que aconteceu, se desculpe. Peça desculpas e diga que não fará novamente! Preferencialmente dê algo que você sabe que ela gosta, por exemplo, eu sempre levo chocolates com caramelo para .
Harry suspirou, concordando derrotado:
— Você deveria escrever um livro com essas dicas, conheço vários caras que comprariam!
Cedrico riu, negando com um aceno:
— Com o tempo você descobre algumas coisas sozinho, não se preocupe!
— Às vezes me pergunto se teria sido mais fácil se estivesse namorando com a Cho ou com a Romilda!
Diggory fez um sinal com a mão, para ele falar mais baixo:
— Não deixe ninguém ouvir isso, está querendo uma morte precoce?
— Precisamente o meu ponto! — Respondeu, rindo nasalado. — Como foi que eu caí num relacionamento em que não tenho direito a opinar?
— E eu sei lá? — Cedrico passou a mão pelos cabelos — Estou indo em uma festa de Trouxas, Potter, você acha que eu realmente sei a resposta para essa pergunta?
— É, vou lembrar disso sempre que eu achar que estou mal… — Brincou, aproximando-se do ponto de aparatação na rua — Você casou com a , não tem como eu estar pior do que isso!
— Não pense que eu não vou contar para ela que você disse isso! — Avisou rindo, antes de sentir a característica sensação de enjoo, aparecendo instantes depois na rua de casa, andando os poucos metros restantes até o prédio.
Cedrico pendurou sua jaqueta no cabideiro atrás da porta, logo deixando a pasta no chão ao lado do sofá. Ouviu a música que vinha do rádio e a voz de cantarolando junto, riu sozinho ao entrar no quarto, vendo-a se balançar no ritmo enquanto colocava os brincos.
— Jamais imaginaria que chegaria o dia em que você estaria pronta antes de mim!
— Você está atrasado — apontou ao encará-lo por um instante, sorrindo em seguida quando ele se aproximou para um beijo rápido.
— Potter me parou para conversar — explicou, desviando a atenção do seu atraso para o moreno — brigou com a Gina e queria ajuda para resolver as coisas!
— Por que brigaram? — Tornou curiosa, parando de se arrumar, Cedrico deu de ombros.
— Não faço ideia, mas ele parecia chateado.
— Aposto que a culpa foi dele! Gina reclamou que ele está muito desligado em tudo! — Comentou, tornando a olhar-se no espelho enquanto fazia sua maquiagem — Agora vai tomar banho e se arrumar, Ced!

Diggory respirou fundo, fechando os olhos por um instante enquanto a loira tocava a campainha do apartamento vizinho:
— Vai dar certo, Ced, confia em mim!
— Que bom que vocês vieram! — A mulher abriu a porta sorridente, logo puxando-os para dentro de casa. — Estava falando com o Danny, como pode a gente morar no mesmo prédio há meses e nunca parar para conversar? — Dizia animada, agradecendo quando Cedrico entregou a garrafa de vinho que havia pego com Monty. — Fiquem à vontade, temos comidas e bebidas espalhadas!
O casal se entreolhou, sorriu confiante, enquanto Cedrico deu de ombros: Já estava lá mesmo, não teria muito mais o que fazer a não ser tentar aproveitar e ficar atento para a loira não falar nada do que não deveria.
Minutos depois, entre apresentações e o desconforto inicial por estar em um local sem conhecer mais ninguém, Cedrico começou a se sentir confiante. Fosse pela cerveja que lhe foi oferecida (e felizmente era uma das bebidas Trouxas que ele gostava) ou por estar entendendo o assunto que Daniel, seu vizinho de anos, contava. Entre uma conversa e outra junto do anfitrião e dos outros vizinhos, Vini e Mark, descobriu que tinha mais em comum com eles do que imaginava em um primeiro momento, tirando, é claro, a parte em que ele era um bruxo.
Embora fosse mais novo que os vizinhos, a diferença de idade não era tão grande e em questão de relacionamento, ficou satisfeito ao saber que estava em situação parecida com os outros: Danny e Isa estavam juntos desde o primeiro ano da faculdade, mas só agora a morena tinha mudado para morar com ele e o casamento estava marcado para o final do ano. Vini e Peter, o qual não pode participar da festa por estar em uma viagem à trabalho, estavam juntos há poucos meses, mas já estavam morando juntos. Já Mark era o único que também estava casado há alguns meses, com a namorada de anos.
E, ao ser questionado sobre o próprio relacionamento, disse que haviam se conhecido em um internato que estudaram e estavam casados há pouco mais de dois meses depois de anos sofrendo com o sogro que sempre que tinha uma oportunidade fazia uma piada querendo afastá-lo. Os homens riram, tendo se identificado com o caso e mais ainda quando começaram a conversar sobre como era difícil morar junto com outra pessoa.
também ria divertida com as duas mulheres, tomava cuidado com o que dizia, pensando em todas as histórias que havia contato para Genevieve quando a francesa começou a namorar com seu pai. Não precisava mudar muita coisa com relação à família e ao casamento, mas ao invés de dizer que era uma jogadora famosa de Quadribol, disse trabalhar com marketing esportivo o que, em teoria, não era de todo uma mentira já que estava sempre envolvida nas propagandas do time. Ok, ela era a pessoa fotografada e dando entrevistas, mas ainda sim era uma *meio verdade* e aquela havia sido a melhor desculpa que Emmett e Harry haviam criado para sua situação. Contudo, não esperava com o gritinho empolgado de Georgia, chamando Mark no mesmo instante, enquanto apontava para a loira.
Cedrico e arregalaram os olhos no mesmo instante em que entenderam que Mark trabalhava com a mesma coisa, embora não fosse muito voltado para esportes. Em seguida os homens empolgaram demais com a conversa, querendo saber quais esportes e times ela trabalhava e se teria chance de conseguir ingressos ou camisetas de algum time.
A loira só faltou desmaiar, desesperada com à proporção que aquilo tomou, cogitando usar a varinha (que nem mesmo havia levado) e lançar um obliviate em todos. Diggory tentou contornar a situação, dizendo que a mulher não tinha tanta influência assim, apenas trabalhava em algumas campanhas, mas nada muito grandioso e aproveitou para perguntar se eles haviam assistido o último jogo do Arsenal (um dos únicos times que Cedrico havia decorado o nome). Para o grande alívio do jovem casal, os rapazes começaram a falar sobre futebol e esqueceram completamente sobre e sua possível profissão.
Algumas horas depois, embora tivesse se divertido muito mais do que imaginou a princípio, Diggory resolveu que já passava da hora de voltarem para casa quando viu a esposa derrubando boa parte do drink que tomava, rindo junto das outras mulheres, já visivelmente bêbada. Era melhor encerrar a noite cedo do que correrem o risco de mais alguma complicação junto do grupo.
não parecia muito feliz com Cedrico se despedindo de todos, dizendo que precisavam ir embora já que acordariam cedo no dia seguinte, mas acabou concordando ao lembrar-se de que passaria o final de semana com o afilhado e não seria legal estar de ressaca na presença do garoto.
Antes de saírem do apartamento combinaram com o grupo de saírem para jantar na próxima semana em um restaurante indiano que havia aberto no centro de Londres há pouco mais de um mês e, sendo sincero, Cedrico estava realmente animado com a ideia, e mesmo que jamais fosse confessar para a loira, estava contente por terem passado aquelas horas com os vizinhos e até já cogitava ir a um jogo de futebol com os novos amigos, afinal, não havia como nada sair errado durante um jogo, fosse de futebol ou uma partida de Quadribol!


16.

As vozes altas podiam ser ouvidas por todos os lados, sobressaindo umas às outras conforme o grupo grande e barulhento conversava, as garrafas de bebidas esvaziavam com rapidez, mas logo eram repostas, para alegria de todos;
Os Weasley ainda usavam o nascimento da pequena Victoire, que já estava com quase seis meses, como desculpa para festejarem com a família e amigos.
O clima de paz no mundo bruxo era celebrado por todos desde o final da Batalha de Hogwarts. Os Comensais que restavam estavam, em grande maioria, em Azkaban ou em fases finais de julgamentos por suas ações, de forma que mesmo os Aurores estavam com bastante tempo livre nos últimos meses, pelo menos da parte prática, já que precisava ajudar nas provas para os julgamentos.
A boa fase da família ruiva se estendia para todos os membros;
Gui e Fleur seguiam tão apaixonados quanto quando se casaram, agora extremamente felizes com o nascimento da primeira filha, embora fosse difícil acompanhar o ritmo de um bebê em casa e isso os privasse de muitas atividades. Enquanto Fleur estava em casa cuidando da criança, Gui havia parado um pouco com as viagens internacionais e permanecia apenas no Gringotes, assim estando mais próximo para ajudar a esposa.
Carlinhos, embora solteiro - o que rendia a Sra. Weasley tentando encontrar-lhe uma namorada sempre que o via -, seguia viajando por vários países para cuidar de dragões, embora mantivesse sua moradia na Romênia, sendo um dos principais responsáveis do local e até mesmo aparecendo em algumas entrevistas sobre os animais.
Percy já havia deixado todos os erros anteriores para trás e tentava, com bastante dificuldade, deixar suas ambições um pouco de lado para permanecer mais tempo perto da família, procurando ser um pouco mais presente nas reuniões e um pouco mais espirituoso com as brincadeiras ao redor, parecendo muito mais bem-humorado do que nos anos anteriores.
George, é claro, seguia sendo um dos que mais sofria com a perda do gêmeo, mas tentava, aos poucos, recuperar o ânimo de sempre e pensar um pouco menos na falta que sentia de Fred. Seguia com as Gemialidades Weasley a todo vapor, sendo uma sensação sempre que lançava um novo produto. Agora também estava em um relacionamento com Angelina Johnson, a ex-colega da Grifinória nos anos de Hogwarts, mesmo que ainda não fosse oficial e nem tivesse a apresentado para os pais, as coisas estavam indo muito bem para ele.
Gina, durante a temporada de Quadribol, passou a comparecer com menos frequência nas reuniões de finais de semana, afinal seu lugar nas Harpias havia sido conquistado com muito esforço e ela não queria arriscar perder algum treino e acabar no banco de reservas, além de precisar seguir uma dieta alimentar bastante restrita, para sua infelicidade. Sem contar, é claro, que sempre que conseguia um tempo livre, preferia passá-lo ao lado de Potter.
Já Rony era o que melhor conseguia conciliar a vida profissional com a pessoal. Com o trabalho no Ministério diminuindo, o ruivo começou a ajudar Jorge na loja alguns dias na semana, além de ter tempo para a namorada - embora fosse Mione quem estivesse sempre ocupada com o número de leis que queria rever ou melhorar. Ao mesmo tempo, embora tivessem um desentendimento ou outro, o relacionamento dos dois ia muito melhor do que ele esperava nos primeiros meses de namoro. E, embora seguisse fingindo não entender as indiretas de Granger, o ruivo começou a sentir a necessidade de passar mais tempo com a morena. Ele via a forma que Diggory falava sobre o casamento dele com algumas vezes quando almoçavam juntos, e parte dele quis aquilo também, mesmo sabendo que não era fácil e que por vezes o loiro reclamasse de brigas desnecessárias.
E foi por isso que o Weasley havia feito questão de convidar os amigos para estarem naquele almoço, afinal queria todas as pessoas mais importantes para ele e Mione presentes - o que incluía o Sr. e Sra. Granger, que ainda pareciam extremamente encantados com tudo o que viam e experimentavam!
Rony esperou as sobremesas serem servidas antes de respirar fundo e ficar em pé, atraindo a atenção de um ou outro, embora a maioria continuasse entretida com as conversas paralelas. O ruivo pigarreou pouco depois, mais alto ao ver que George continuava conversando com Harry e Gina, até que todos na mesa, de fato, olhavam para ele.
— O que foi Roniquinho? — George perguntou, fazendo os mais novos soltarem risadinhas do apelido, enquanto Rony sentia o rosto esquentar.
Ignorando o pequeno momento de constrangimento, o rapaz pigarreou novamente olhando diretamente para a namorada, a qual estava sentada a sua frente do outro lado da mesa.
— Hermi-ione — começou, gaguejando, o rosto e as orelhas tão vermelhos quanto seus cabelos. — Vamos nos casar! — Disse com a voz mais fina e alta do que havia planejado, ignorando por completo todas as frases que tinha treinado anteriormente para deixar a situação toda mais romântica, como sabia que ela gostaria.
O silêncio que se estendeu após a frase foi palpável, metade estava esperando pelos risos, imaginando que talvez fosse algum tipo de brincadeira, e a outra parte, vinda das mulheres em sua maioria, não acreditava que o pedido havia sido daquela forma.
Contudo, Hermione não se importou com nada daquilo. É claro que ela já falava sobre o assunto há meses, comentava sobre desde que a amiga havia começado a preparação para o próprio casamento, mesmo que o seu relacionamento com Weasley fosse mais recente. Imaginava que seria um super pedido, com uma grande declaração vinda de Rony, e agora estava ali, no meio das pessoas que mais gostava no mundo, ouvindo a frase que tanto queria. Bem, talvez não fosse exatamente a forma que ela queria, mas Ronald Weasley não era exatamente o tipo de fazer declarações, ainda mais em público. Conseguia ver seu constrangimento e sabia que ele provavelmente tinha metido os pés pelas mãos, mas nada daquilo importava.
— Sim! — Foi só o que conseguiu dizer, pouco mais alto que um sussurro, sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto!
O ruivo sorriu largamente para a morena, acenando com a cabeça em sua direção, satisfeito que tenha acertado. No momento seguinte Gui assobiou longamente, e o pessoal começou a levantar para dar os parabéns ao casal. George gritou um sonoro “finalmente”, acompanhado de risadas e mais uma rodada de brindes para comemorar a novidade!
Após mais duas horas de conversas e muita bebida, além das mulheres presentes se juntando para falar dos preparativos do casamento - que nem havia data marcada -, o pessoal foi se despedindo, desejando felicidades mais uma vez ao casal e agradecendo a Molly e Arthur pelo convite para o almoço.
Rony aproveitou para ir junto de Mione acompanhar os pais de volta para casa e, assim que se despediu dos futuros sogros, aproveitou para aparatar junto da noiva para outro local, aproveitando um tempo apenas deles.

— É Potter, agora só falta você — comentou assim que voltaram para a casa de Sirius, junto com Cedrico, para cumprimentarem o mais velho que não viam há alguns dias.
— Só falta ele para quê? — Sirius questionou assim que desceu as escadas e encontrou o pequeno grupo entrando em casa. Logo aproximando-se para abraçar a filha e apertar a mão do genro.
— Para tomar uma atitude — Cedrico riu ao sentar no sofá — Rony acabou de pedir Hermione em casamento.
— Mas já? — Tornou surpreso.
— Como “já”, pai? Aqueles dois estavam naquele chove e não molha há anos, talvez mais tempo do que a gente — apontou dela para Cedrico, ao seu lado.
— Também não vamos exagerar — o loiro negou rindo; de fato Weasley e Granger se conheciam a mais tempo e, lá pelo quarto ano, já era um tanto visível que a implicância dos dois tinha outro motivo, mas Cedrico e começaram a se entender e a sair poucos meses após perceberem que estavam apaixonados.
— De qualquer forma, — Black começou coçando a barba — não faz tanto tempo assim que estão juntos, faz?
— Oficialmente, uns dois anos…Três? Lembro que foi no meio da Batalha — Potter deu de ombros, não se importando. — Mas concordo com Sirius, não é tanto tempo assim…
— Ah, claro — a loira riu — está pensando em uma desculpa para quando Gina vier te cobrar, né?
Harry fez careta, nem mesmo imaginando casar-se tão cedo. Não que não quisesse estar junto da ruiva, mas ainda estavam confortáveis daquela forma, pelo menos ele estava e esperava que ela também.
— Gina está muito ocupada com Quadribol! — Avisou rapidamente, fazendo os três rirem.
— E Hermione está com o Ministério, mas veja só… — rebateu de imediato.
— Você não ouse falar nada — apontou o dedo para a mulher, fazendo uma careta em seguida — por Merlin, tenho pena do Rony, você já estava assustadora quando estava para casar, imagina a Mione? E Gina não será muito diferente, quero evitar o máximo possível!
Diggory segurou a risada, lembrando-se das semanas que antecederam o casamento e como estava histérica. Realmente concordava com Potter, a reação da loira foi completamente inesperada e é claro que Hermione, que era muito mais organizada e metódica, seria pior. Boa sorte, Weasley!
— Alguém tem que pensar nas coisas — rebateu dando de ombros — se depender de vocês nada sai conforme o planejado!
— Oi? — Cedrico tornou com a sobrancelha arqueada.
— Ah, você é o ‘menos pior’! — Respondeu, fazendo aspas com os dedos e segurando a risada ao ver a cara do marido.
— De qualquer forma — Sirius continuou, ignorando a pequena discussão do casal — quando será a festa?
— Nem ideia! O pedido foi tão aleatório, que estou até surpresa que tenha acontecido!
— Eu não — Harry comentou, fazendo os três o encararem — bem, não achei que seria hoje… Mas Rony comentou algumas vezes que parecia legal a ideia de casamento, porque o Diggory tinha falado alguma coisa uns dias antes — deu de ombros —, claro que não achei que ele ia intimar a Mione a casar, — riu ao lembrar da cena — mas estava na cara que ele falaria alguma coisa em breve!
— Hm, jamais imaginaria que o Ruivo tomaria uma atitude antes de você… — provocou, fazendo Sirius e Cedrico segurarem a risada com a careta de desagrado do mais novo.
— E quem disse que não tomei atitude nenhuma? — Arqueou a sobrancelha, sorrindo debochado ao ver a expressão surpresa dos três — Você já casou, o Rony vai casar — começou a enumerar — é claro que não vou ficar pra trás e aguentar vocês me enchendo o saco o tempo todo!
— Ué, vai pedir a Gina em casamento agora? — Diggory tornou confuso com a conversa.
— É claro que não! — Harry negou de imediato.
— Se você está pensando em trazer a Weasley para morar aqui sem casar — Sirius começou — pode tirar o Hipogrifo da chuva!
— Na verdade é justamente o contrário…
— Arthur e Molly deixaram você morar lá? — quase gritou, surpresa com a informação.
— O que? É claro que não! — Potter riu — Eu vou procurar outro lugar para morar! — Explicou, sorrindo pequeno.
— Que? Por que? — e Sirius tornaram ao mesmo tempo.
— Como ‘por que’? — Suspirou, empurrando o óculos que escorregava pelo nariz — Acabei de falar, todo mundo está fazendo algo mais “adulto” — deu de ombros — já que não quero casar agora, pelo menos posso ter meu próprio espaço!
— E perder a vida boa daqui? — perguntou surpresa, Cedrico a encarou com a sobrancelha levantada — Ah, qual é, se não fosse pra casar eu não teria saído de casa!
Sirius sorriu largo com a informação, ao tempo que Diggory negava com a cabeça;
— É bom ser reconhecido!
— É, mas todo mundo sabe que a só casou pra poder ficar sozinha no quarto com o Diggory! — Potter soltou, fazendo o sorriso do padrinho desmanchar e o casal de loiros corar fortemente.
— Queria entender porque sempre sobra pra mim quando você quer provocar a … — Cedrico resmungou, evitando o olhar do sogro.
— Porque só assim pra eu ter alguma vantagem — deu de ombros, rindo do dedo do meio que a mulher mostrou em sua direção.
— Voltando ao assunto — Sirius pigarreou — então você não achou que era bom me falar que quer sair de casa antes, Potter?
— Acabei de decidir! — Confessou, sentindo o rosto corar levemente — Mas não se preocupe, tenho certeza que vou demorar pra encontrar alguma coisa boa!
Sirius rolou os olhos, negando com a cabeça enquanto se levantava para pegar uma taça de hidromel.
— E você pai, vai fazer o que? — perguntou mais alto, para que o homem escutasse da cozinha.
— Como assim? — Perguntou pouco depois ao voltar para a sala com uma garrafa de cerveja amanteigada para os três e sentar-se, apreciando sua taça da bebida âmbar.
— Bem, se o Raio vai sair mesmo, você poderia aproveitar e trazer a Genevieve pra cá…
— É impressão minha ou você está querendo casar todo mundo? — Harry acrescentou, segurando a risada.
— No seu caso, vou alertar a Gina pra ficar longe mesmo! — Debochou, virando novamente para o mais velho — E aí? Vocês nunca falaram disso?
Black deu mais um gole em sua bebida, antes de concordar com um aceno lento.
— É claro que já falamos disso, diferente de Harry eu não sou de enrolar minhas namoradas — respondeu, rindo junto do casal ao ver a cara mortificada do moreno.
— E o que estão esperando? — Cedrico perguntou curioso.
— Não sei — passou a mão pelos cabelos, jogando-os para trás — acho que ela talvez esteja com vergonha do Potter.
— De mim? Por que?
— Não importa, agora você pode dizer que ele vai embora! — A loira lembrou, sorrindo ao pensar sobre o assunto. Gostava de Genevieve e sabia o quanto o mais velho estava feliz com a namorada e, se Harry realmente estava considerando sair de casa, não tinha motivos para Sirius ficar sozinho com Bicuço!
— Ih, parece que a quer um irmãozinho — Cedrico comentou displicente, segurando a risada ao ver a cara do sogro.
— Mais fácil um filho, não? — Harry respondeu pelo padrinho, não querendo perder a oportunidade de fazer o loiro ficar sem graça.
— Não, obrigada, já temos você pra ficar de babá! — A loira rebateu, rindo debochada do moreno.
— Por Merlin, nem agora que você saiu daqui vocês dois param de se provocar? — Sirius resmungou, rolando os olhos — Será que é pedir muito um dia de paz?
— E você tá cada dia mais resmungão, — Potter rebateu, virando-se para o casal sentado ao seu lado, fingindo sussurrar na direção deles, embora fosse alto o suficiente para Black escutar — aposto que é a idade!
— Harry Potter, ao invés de você sair por livre e espontânea vontade vai acabar expulso, isso sim. Quero ver onde vai dormir! — Apontou com o dedo na cara do afilhado, que apenas deu de ombros — Eu vou pros Diggory até achar um lugar pra mim.
— Quando você diz “os Diggory” quer dizer nós? — apontou dela para o marido — Ou os pais do Ced?
Os três riram da pergunta.
— E você não é uma Diggory agora? Então se acostume com “os Diggory” porque é sobre você mesma!
fez careta, o que não passou despercebido pelo loiro.
— E você acha que ela usa? — Cedrico resmungou de seu canto — Outro dia o Puddlemere perguntou se ela queria mudar o nome no uniforme e ela disse não!
— Não é que eu não goste — tentou se defender, se mexendo incomodada — mas não combina muito com o Black, além do mais eu passei anos usando o sobrenome dos Tonks, nada mais justo que usar o sobrenome do meu pai por mais algum tempo — deu de ombros, a bochecha levemente corada ao explicar seus motivos.
Sirius piscou em sua direção, sorrindo largamente com a informação.
— Hmf, — Cedrico cruzou os braços — tudo bem, quando tivermos uma criança vai ser o meu sobrenome mesmo! — Sorriu de canto, rindo ao ver a cara de poucos amigos do sogro.
— Olha só, então os filhos estão em pauta mesmo — Potter comentou de novo, fazendo o casal negar com a cabeça.
— Com a temporada de Quadribol? Sem chance! — Falaram ao mesmo tempo, nem mesmo cogitando a possibilidade, ambos empolgados demais com o quão bem o Puddlemere estava indo nos últimos anos, além de terem certeza que nenhum deles estava pronto para uma criança tão cedo, Teddy era o máximo que podiam lidar.

As semanas passaram agitadas e, com a notícia do noivado de Weasley e Granger, quem também passou a mandar várias indiretas sobre uma oficialização de relacionamento foi Sophie Winter. Estava há mais de um ano morando com o namorado, mas nem sinal de que Montgomery queria algo mais sério e foi sobre aquilo que ela reclamou em voz alta quando foram jantar com os Diggory;
— Pois é, o Rony pediu a Hermione em casamento, daqui a pouco até o Potter está se casando e eu serei a única solteira do Ministério!
— Que? Como assim solteira, mulher? — Emmett rebateu no mesmo instante, logo arrependendo-se ao ver o olhar de poucos amigos da namorada.
— Se eu não sou casada, estou mais próxima de ser solteira do que comprometida, não concorda?
Cedrico e trocaram olhares divertidos, logo baixando os rostos para não rirem da conversa.
— Você está exagerando — Monty comentou baixo, pronto para continuar comendo, mas parou ao ouvir a mulher bufar irritada — desde quando você quer casar? Achei que estava tudo ótimo só morando juntos.
— E estava, antes. Agora até o Diggory que sempre foi sonso já casou…
— É o que? — Cedrico reclamou arqueando as sobrancelhas, apenas vendo o sorriso debochado da morena.
— Rony que é outro lerdo também pediu a Granger. O Rogério já está falando de casamento com a Evie e…
— Como é? — perguntou em voz alta — Desde quando?
— Calma, depois eu conto — interrompeu a loira, tornando a virar-se para Monty — e a gente nada. E aí?
— “E aí”, o que? — Perguntou confuso.
— Você não tem nada para me falar? — Insistiu, cruzando os braços. — Eu juro por Merlin, Montgomery, se você não falar nada eu vou te mandar pro St. Mungus!
O rapaz virou-se desacreditado para o casal de amigos, que acompanhavam a cena sem saber o que dizer, embora parecessem bem divertidos com o desenrolar.
— É assim que você quer me convencer a casar? Me ameaçando?
— Acho que você já teve tempo suficiente para decidir sozinho! — Retrucou irritada.
Emmett passou as mãos pelos cabelos, suspirando derrotado antes de virar-se por completo na direção da morena;
— Sophie Winter, se existe uma pessoa nesse mundo capaz de me forçar a casar, é você. E não é que eu nunca pensei nisso — explicou-se — só não estava com tanta pressa, eu ainda lembro do Diggory aqui reclamando do estresse que foi aguentar a , — Cedrico gritou um ‘hey’ ao sentir o tapa ardido em seu braço, após a fala do amigo, o qual riu junto da namorada — e nós dois sabemos que você é violenta demais para eu querer te ter por perto nervosa por tanto tempo! De qualquer jeito — pigarreou, agitando a varinha em direção ao garfo sobre a mesa e transformando-o em um anel simples —, quer casar comigo?
— Por Merlin, foi tão inesperado! — Winter gritou, colocando as mãos sobre o rosto, fazendo o namorado gargalhar — É claro que eu aceito! — Disse apressada, jogando os braços para cima do rapaz e beijando-lhe fervorosamente e ignorando por completo os pigarros vindos do casal ao lado.
— Parabéns, casal! — Cedrico gritou, jogando um pedaço de pão na direção deles, para se afastarem. — Quando vai ser a festa? — Emendou rápido, sorrindo sacana para o melhor amigo.
— Ah, com certeza a Soph já tem tudo preparado — riu ao abraçar a amiga —, mas vamos fofocar sobre isso depois junto com as outras meninas, quero saber sobre o Daves e a Evie, abre o jogo!
— Não foi nada demais — abanou a mão no ar — nos esbarramos no Ministério outro dia e eu perguntei quando ela vem pra cá e ele comentou que não sabe porque a Darling tá em treinamento, e já estava considerando pedi-la em casamento pra ver se ela volta pra Inglaterra!
— Deixa eu ver se entendi — Monty arqueou a sobrancelha —, você me fez acreditar que até o Davies está para casar e nem é verdade?
— Esse mundo é dos espertos, meu amor! — Piscou divertida.
O casal terminou de se despedir dos amigos ao vê-los saindo do prédio, Winter saltitante por finalmente ter conseguido fazer Emmett pedir um compromisso mais sério e ainda o convencer a marcar um jantar para contar aos outros amigos e familiares e, por mais que o moreno tentasse negar e mostrar que não estava nenhum pouco empolgado com nada daquilo, era visível a felicidade dele também. Ao final da noite, após ter tomado mais algumas taças de hidromel, Monty confidenciou a Cedrico que já estava sim pensando em pedir a namorada em casamento, mas queria fazê-la sofrer um pouco mais. Diggory nunca entendeu muito bem a dinâmica do relacionamento dos dois amigos, mas ficava feliz em saber que eles estavam bem.
— Se as coisas continuarem nesse ritmo, Potter não vai ter escolha a não ser pedir Gina em casamento também — comentou rindo antes de sentar-se no sofá, sendo seguido por pouco após ela completar suas taças com o restinho de bebida que havia sobrado.
— A sorte dele é que a ruiva não está muito interessada, mas não duvido que ela comece a mudar de ideia vendo todo mundo casando!
— Monty disse que a culpa é nossa, porque nenhuma das meninas estava pensando nisso antes de casarmos — ouviu a risada da esposa ao seu lado, vendo-a acenar com a cabeça.
— Ah, eu tenho certeza que sim! Mione mesmo estava focadíssima no Ministério, agora só fala da festa que quer fazer e das datas disponíveis para casar. Soph não vai ser muito diferente disso — tomou mais um gole antes de estalar a língua, virando-se para o homem — estou surpresa com o papo sobre o Daves e a Evie, tinha certeza que Rogério seria um solteirão, não solteiro de verdade, mas sem interesse nenhum em casar!
— Você e eu somos dois — concordou devagar —, mas deve estar sentindo saudades da Darling… Tem algumas semanas ele falou que estava planejando tirar uns dias de férias para poder visitá-la — relembrou, espreguiçando-se em seguida — sorte a nossa não precisar de nada disso!
— É… — a loira riu baixo, negando com um aceno — sinceramente, jamais imaginaria que todos já estaríamos casando e fazendo todas as coisas de adultos responsáveis, quer dizer — encarou o marido, sorrindo de lado — você eu imaginava, Mione também, sempre tiveram esse ar mais adulto responsável, mas eu casada e o Rony noivo? Jamais tão cedo. Potter é o único que segue mais próximo do que eu imaginava…
— Pois é, quem diria que aquele grupo de desordeiros se transformariam em adultos focados — debochou, sentindo um pequeno soco em seu braço como resposta. — Mudando parcialmente de assunto — acrescentou ao lembrar-se da conversa com seus pais no dia anterior —, minha mãe quer saber sobre netos…
o encarou por um instante, rindo nervosa em seguida.
— O que você respondeu?
— Que não estamos nem considerando, mas que se ela quiser podemos levar o Teddy pra umas visitas! — Piscou esperto, fazendo-a rir.
— É justamente por momentos como esse que eu te amo!


17.

Com o passar dos meses, a dinâmica do casal não mudou muito; costumava passar ao menos dois dias na semana viajando com o time, mas sempre que estava na cidade para um jogo local, Cedrico - normalmente junto de Sirius e em boa parte dos jogos, Harry -, aproveitava o ingresso grátis para ver a esposa jogar em seu time favorito. Vez ou outra o loiro também precisava viajar a trabalho, mas dificilmente ficava mais de três dias fora de casa. E, é claro, nos dias de folga, o casal levava Teddy para passear e dormir na casa com eles e, em algumas noites livres, continuavam a encontrar os amigos ou familiares sempre que possível.
Contrariando a vontade de Potter, mesmo com 06 meses de procura, ele ainda não havia encontrado nada que gostasse para sair da casa do padrinho. Não que ele estivesse muito focado em procurar outro local, no geral esperava a indicação de algum amigo ou funcionário do Ministério que sabia sobre sua ideia de sair de casa, mas ele mesmo não estava se esforçando tanto assim. Na verdade, admitia para si mesmo (nunca para os outros), que ele havia falado que queria se mudar apenas para não ser o único “crianção” que não pensava no futuro, mas estava de fato muito confortável morando com o padrinho. Parte porque nunca tinha realmente morado com ninguém que o quisesse por perto e realmente gostasse de sua companhia. Era bom chegar em casa e ter alguém esperando por ele, mesmo que fosse para reclamar de alguma coisa ou fazer alguma piada constrangedora.
Sirius, obviamente, não se importava de ter o afilhado por perto, ainda mais depois que a filha saiu de casa, detestava a ideia de morar sozinho após tantos anos em Azkaban. Por um tempo até considerou chamar Cedrico para morar com eles ao invés de ter a loira saindo de casa, mas além de saber que o casal precisava do próprio espaço, preferia manter sua mente sã fingindo não saber o que se passava na vida de casada da filha. Por Merlin, ela ainda era uma garotinha!
Agora também tinha Genevieve, a qual havia perdido um pouco da vergonha que tinha de Potter, então não se importava de dormir algumas noites na casa. Geralmente mais de algumas. O próximo passo era a mudança em definitivo, a qual Sirius já esperava que acontecesse a qualquer momento, mas dependia da francesa conciliar seu trabalho, afinal a distância até Londres era realmente grande.
Já Rony e Hermione continuavam a organizar tudo para o casamento, bem, Mione organizava tudo, o ruivo dizia que já havia feito sua parte e agora era com ela, afinal “Garotas entendem disso!” e, se fossem sinceros, sabiam que Granger era muito detalhista e gostava das coisas de uma certa forma para aceitar as ideias do noivo. Já estavam buscando a data ideal, tentando conciliar as férias dos dois no Ministério junto a um clima agradável para usar o vestido que já havia encontrado. Algo que causou uma leve revolta nas amigas, abismadas com a rapidez que ela havia conseguido.
Sophie Winter, para alegria de Monty, já estava mais tranquila, afinal a morena queria o pedido de casamento, não necessariamente a festa, então não estava com muita pressa. Inclusive falava bastante sobre a possibilidade de viajarem só os dois ao invés de fazerem um super casamento, podiam apenas se reunir com os amigos e familiares mais próximos para um jantar. A ideia havia começado com um comentário de Emmett semanas após o pedido, de início a morena negou, sabendo que o namorado só não queria gastar muito com a festa, mas ao pensar melhor sobre a ideia, gostou bastante. Já achava que havia mais chances da viagem do que da festa, inclusive fazia roteiros em destinos que chamavam mais sua atenção.


Faltando poucos dias para o Natal, o casal aproveitou os dias de folga para irem junto de Teddy para o Beco Diagonal, procurar os últimos presentes e mais algumas coisas que precisavam antes do jantar na casa de Sirius, o qual se descobriu um grande anfitrião desde que teve seu nome limpo com o Ministério: Gostava de ver a casa cheia e usava o máximo de desculpas possíveis para reunir a família, obviamente o Natal também seria em sua casa, assim como foi a Páscoa e mais uma dezena de almoços e jantares ao longo do ano.
Estavam parados na frente de uma loja de brinquedos, enquanto Teddy tentava decidir qual jogo queria de presente, quando ouviram uma voz conhecida a poucos passos de distância;
— Se não é a melhor jogadora da Liga e o futuro diretor do Departamento Internacional!
O casal virou-se rindo para Gui e Fleur, a qual carregava a pequena Victoire no colo.
— Ora, ora, se não é a família mais bonita da Inglaterra! — respondeu no mesmo tom, fazendo-os rir. — Como estão?
— Cansados! Mas finalmente estamos conseguindo dormir melhor — Gui respondeu, enquanto cumprimentavam o casal, então virou-se para Teddy, que continuava a olhar pela vitrine, concentrado em algo que ele não via — E aí, garoto!?
— Ah, oi! — Sorriu, abraçando rapidamente as pernas do casal, antes de se virar triste para Diggory — Eu ainda não sei qual eu quero!
— Tudo bem, Teddy, voltamos depois para você escolher! — Sorriu, passando a mão pelos cabelos coloridos do garoto.
— Comprra de Natal? — Fleur perguntou, vendo-os concordarem — Também deixames parra última horra — dizia com seu sotaque carregado.
— Mas a gente pode usar a Victoire de desculpa, eu disse que não precisamos nos preocupar! É só deixar ela com meus pais e estaremos bem! — Gui comentou, e então sorriu sacana para o casal à frente — Pena que vocês não tem essa desculpa, não é?
— E vamos continuar sem ela por mais um tempo! — disse apressada, vendo o loiro concordar rapidamente.
— Teddy é mais do que o suficiente de criança em casa, deixa ele continuar sendo o único por mais alguns anos!
O ruivo então agachou-se na frente do menino, perguntando com um sorriso no rosto:
— Mas você não gostaria de outra criança pra brincar? Um priminho?
Teddy confirmou no momento segundo, acenando com a cabeça repetidas vezes.
Gui sorriu largamente para Cedrico, vendo-o fazer uma careta, apontando em seguida para a garotinha no colo de Fleur:
— Aqui Teddy, daqui uns meses ela já vai poder brincar com você! Vão se divertir bastante!
Gui gargalhou, negando levemente.
— Quero só ver quando vocês tiverem uma criança, vai ser hilário!
— Vamos focar no que importa? — mudou de assunto, batendo palmas duas vezes — Temos compras a fazer e esse local não vai ficar menos lotado tão cedo!
Combinaram de se separarem para as devidas compras e, após terminarem, se encontrarem no Caldeirão Furado para conversarem um pouco e comerem alguma coisa, já que a última vez que haviam se visto foi durante o almoço que resultou no noivado de Rony e Hermione.
Quase três horas depois, a pequena família apareceu no bar, não demorando para verem o garoto de cabelos coloridos acenando para eles, em uma mesa um pouco mais afastada. Com poucos minutos de conversa, após fazerem seus pedidos, virou-se para Fleur ao ver que a bebê estava acordada, sentada no colo da mãe.
— Será que eu posso segurar?
— Clarro qe si! — A francesa respondeu sorridente, a ajudando a pegar a criança, cuidando com a cabeça. Victoire remexeu-se por alguns instantes, parecendo incerta se queria ou não ficar no colo de outra pessoa.
— Ah, você não vai chorar, né? — começou a falar encarando a garotinha de olhos azuis — Você não vai fazer isso comigo, vai, Vic?
A criança piscou, ainda desconfiada se estava ou não confortável, até que Teddy se aproximou da madrinha, para ver a menina de perto. O garoto não era acostumado com crianças, sendo o único da família e sempre recebendo atenção por isso, então as poucas vezes que viu Victoire queria ficar por perto, porque a curiosidade era grande. Queria brincar com ela, mas sabia que não podia por ela ser muito novinha, e na maior parte do tempo ela só dormia.
— Quando ela cresce pa gente bincar? — Perguntou ansioso, olhando para os adultos ao redor, que riram da afobação do menino.
— Ixi, acho que vai demorar um pouco ainda, a Vic tá muito bebezinha — o ruivo explicou sorrindo —, só se você quiser companhia pra dormir! Nisso ela é ótima! — Brincou, aproveitando para cutucar o casal mais uma vez. Adorava ver Diggory nervoso com a ideia de uma criança — Mas você pode pedir pros tios te darem um priminho pra brincar!
Teddy arregalou os olhos, virando apressado na direção deles:
— Séiô? Eu quelo!
Cedrico sorriu forçado para ele, passando a mão por seus cabelos.
— Mas isso vai demorar muito, Teddy. Até você poder brincar já vai tá quase indo pra Hogwarts!
— Ah, mas eu quelo... de pesente de Natal! — Bateu palmas animado com a ideia, sorrindo largamente.
riu nervosa, negando rápido.
— Vai ficar querendo, garoto!
— Não é assim que funciona, Teddy — Cedrico tentou explicar, tentando facilitar sua situação ao ver a carinha triste que ele fez —, não é muito mais legal ganhar os dois jogos que você queria? Vai aproveitar muito mais!
O menino abriu a boca, apontando com os dedos:
— Os dois?
— Os dois! — Cedrico garantiu, ganhando um forte abraço em seguida, sorrindo debochado para Gui – Resolvido!
O Weasley gargalhou, concordando com um aceno:
— Meus parabéns, um ótimo negociador!
— É importante conhecer bem o seu público! — Piscou brincalhão, logo começando um novo assunto com o ruivo, enquanto as duas mulheres conversavam e Teddy permanecia ao lado do casal, comendo quietinho e vez ou outra tentando brincar com a criança no colo da madrinha.

Na noite do dia 24 o casal aparatou em Tutshill, carregava as sacolas de presentes enquanto Cedrico levava dois pratos de sobremesa que haviam comprado, afinal os dotes culinários da loira continuavam baixíssimos para que eles arriscassem levar alguma coisa em uma festa. Diggory já era cobaia o suficiente para os dias que ela resolvia tentar algo na cozinha, não que ele se incomodasse já que era sempre divertido e rendia boas risadas - embora uma vez tenha sido necessário uma consulta no St. Mungus pois a loira havia exagerado nos ingredientes e o resultado não foi dos melhores.
Entraram na casa, logo sentindo o cheiro gostoso que vinha na cozinha, já ouvindo algumas vozes animadas. Além dos dois residentes da casa, Genevieve, Andrômeda e Teddy também já estavam lá, assim como Amos e Rachel, para completa surpresa de Cedrico.
— Chegaram os atrasadinhos! — Harry falou assim que viu o casal, dando uma risada sacana em seguida — Imagina só porque eles se atrasaram, Sirius…
Black engasgou-se com a bebida que tomava, fazendo o pessoal segurar risadinhas enquanto e Cedrico coravam fortemente, cumprimentando a todos em seguida.
— Pra sua informação, Quatro-Olhos, só nos atrasamos porque ficamos esperando pelas sobremesas! — Apontou para as sacolas que o loiro deixava sobre a mesa.
— Hm, claro, agora é assim que chamam... — Murmurou, enquanto Black parecia cada vez mais pálido. Amos riu divertido, após abraçar o filho e a nora;
— Vamos lá, Sirius, já fazem meses que os dois casaram, já deveria ter passado dessa fase!
— É Sirius, lembra que você até viu…
— Potter, se você não calar a boca agora mesmo, vamos trocar o Natal pelo seu enterro — cortou, encarando-o com a sobrancelha arqueada. Harry gargalhou, erguendo as mãos em sinal de rendição.
— E é bom você parar antes que cause um ataque do coração em Sirius! — Genevieve concordou, olhando divertida para o homem.
— Não está mais aqui quem falou!
Alheio a tudo o que acontecia ao redor, Teddy só reparou realmente na entrada dos últimos convidados após terminar de abrir os presentes que havia ganho, sorrindo largamente ao correr na direção dos dois, abraçando uma perna de cada um, até que Cedrico riu, pegando-o no colo e dando um beijo na sua bochecha gordinha, virando-o para a esposa no instante seguinte, quando o garoto estendeu os braços para que ela o pegasse também, ganhando um abraço apertado o suficiente para fazê-lo reclamar.
— E meu pesente?
— Edward Lupin! — Andy chamou, colocando as mãos na cintura — O que foi que conversamos?
— Tudo bem tia, — riu, deixando o garoto em pé em cima da cadeira próxima — temos um acordo esse ano!
Cedrico tirou os dois pacotes da sacola grande que a loira havia deixado de lado, entregando-os para a criança, que negou pouco depois;
— E meu pimo?
— Seu o que? — Sirius perguntou em voz alta, encarando assustado o casal.
— Meu pimo, era meu pesente de Natal! — Teddy disse sorridente.
— Não era não! — Cedrico negou de imediato, sentindo o rosto quente enquanto todos encaravam os dois, esperando por explicações — O trato era os dois presentes, lembra? Tá aqui, Feliz Natal!
— Ah, não foi dessa vez que ganhamos um netinho! — Rachel suspirou, segurando a risada ao ver a careta do jovem casal.
— Eu ainda quero uma Copa Mundial antes de começar a pensar nisso, vamos com calma! — replicou, sentando ao lado da tia e ignorando a leve confusão.
— E desde quando você está sendo cogitada para a Copa? — Harry perguntou curioso, vendo-a dar de ombros.
— Não estou, mas é meu foco atual!
— E como estão as coisas no time? — Andy perguntou curiosa, havia visto alguns comentários sobre uma possível transferência da sobrinha para outro time, mas achava improvável qualquer coisa acontecer e a loira não contar para a família.
— Tudo normal, imagino... Fora o Woody gritando mais do que nunca agora que virou capitão!
— E essas matérias sobre você sair do Puddlemere? — Amos também perguntou, interessado.
— É mentira! — Cedrico respondeu sorridente.
— Acho que entraríamos em uma crise no casamento se eu saísse — comentou, olhando de canto para o marido, fazendo o restante rir — falando no time, vou jogar dia 26 a tarde, se alguém quiser ver o jogo…
— É por isso que eu sempre fui a favor desse casamento! — Amos tornou sorridente, piscando da mulher para o filho.
— A Minerva respondeu se vai conseguir ir dessa vez? — Sirius perguntou instantes depois, tomando um gole de hidromel. concordou com a cabeça.
— McGonagall? — Harry tornou surpreso.
— Sim, eu já havia chamado ela algumas vezes, mas não conseguia acertar o horário por causa das aulas, como a maioria dos alunos voltaram para o feriado de final de ano, ela consegue sair de Hogwarts para o jogo!
— Nem sei por que fiquei surpreso — Potter comentou no momento seguinte, negando com um aceno — você sempre foi a preferida dela!
— Sou até hoje! — Sorriu convencida, fazendo-o rolar os olhos.
— Também, com o tanto de visitas que você fez a sala dela, não é pra menos! — Andrômeda comentou, ouvindo as risadas. não negou, apenas deu de ombros. Pouco depois Harry emendou uma história sobre o Ministério e, quase meia hora depois, o jantar foi servido, seguido por boas horas de conversas, risadas e muita bebida.

Perto das 14h da tarde, na terça-feira, Cedrico aparatou junto de Teddy e Amos próximo a arena do Puddlemere, vestindo a camiseta com o nome e número da esposa por baixo da jaqueta do time. Teddy olhava animado ao redor, sendo carregado nos ombros do loiro,
enquanto balançava uma pequena bandeira azul escura com o brasão em dourado.
Foi o primeiro a reconhecer o padrinho mais à frente, junto de Sirius e uma outra mulher que ele lembrava vagamente de já ter visto.
— Tio Éuí! — Gritou, acenando com as mãos para o moreno.
— Chegaram cedo, ein? — Amos sorriu ao ver o grupo, cumprimentando-os.
— Nunca é cedo para Quadribol! — Harry respondeu rindo, pegando o afilhado no colo pouco depois.
— Como vai, Professora? — Cedrico sorriu para a mulher, que riu ao negar.
— Acho que já faz algum tempo que podemos mudar esse tratamento, não é?
— Deixa assim, Minerva, depois você vai achar que é falta de respeito — Sirius argumentou, puxando conversa enquanto esperavam a hora de entrar no estádio.
Para Teddy era sempre uma festa ver uma partida de Quadribol, ainda não entendia muito sobre o jogo, mas achava divertido tudo o que podia fazer sempre que Cedrico o levava. Primeiro ficou realmente surpreso quando descobriu que estava jogando, mesmo que ele mal conseguisse vê-la durante a partida, mas sempre comemorava bastante quando o loiro dizia que ela havia marcado um gol. Mas, além da festa ao redor, a melhor parte para o garoto era saber que podia pedir praticamente qualquer coisa que Cedrico, Sirius ou Harry comprariam para ele: um doce, um sanduíche, um suco ou um brinquedo que vendessem do lado de fora da arena, e é claro que ele aproveitava esses momentos.
Assim que viu uma criança mais velha do que ele, andando com um novo brinquedo do time, puxou a jaqueta do padrinho, apontando no mesmo instante para o objeto;
— Óia, tio, — então sorriu largamente para o moreno — Teddy pode te um?
Potter procurou pelas barracas ao redor alguma que vendesse o brinquedo, seguindo junto do menino, o qual saltitava de mãos dadas com ele.
— Não que eu possa julgar — Sirius comentou ao olhar a cena —, mas tenho a leve impressão que estamos mimando demais esse garoto!
— Ah, eu sempre soube disso — Cedrico concordou rindo, dando um gole em sua bebida. — Outro dia ele fez uma carinha de coitado e quando vi já tínhamos comprado três brinquedos diferentes pra ele. Fácil assim!
Amos riu, olhando a movimentação ao redor;
— Ele é a única criança, imagino que seja normal ser mimado…
— Eu acho que é por serem todos exagerados mesmo — McGonagall comentou, virando-se para Diggory no momento seguinte — aliás, você sempre me pareceu mais sensato, fico surpresa em saber que você também se deixa levar dessa forma! — Disse divertida, o loiro riu.
— A convivência com eles me influenciou — apontou para Sirius, fazendo a mulher rir ao concordar.
— E como estão as coisas em Hogwarts, Minerva? — Amos questionou curioso.
— Muito mais calmas agora que me livrei de Potter, Black e Weasley, não é?
— Aposto que sente nossa falta! — Harry comentou rindo ao ouvir o que a mulher havia dito, voltando de mãos dadas com Teddy, que agora mostrava o novo brinquedo para Cedrico.
— Bem, não posso dizer que ficava entediada com vocês ao redor. — Admitiu, fazendo-os rir — Mas é bom ter um pouco de tranquilidade depois de tudo, estamos implementando algumas regras novas e temos alguns alunos aprontando aqui e ali, mas depois de lidar com vocês — olhou para Potter —, com os gêmeos Weasley e com Sirius e James, acho que não tenho com o que me preocupar, e pelo menos consigo ver um jogo de Quadribol de vez em quando!
— Pelo menos já está bem preparada para quando esse aqui for — Diggory apontou para Teddy, que andava entre eles, correndo do brinquedo de 20 centímetros que o seguia: um mini jogador em uma vassoura.
— E sabendo que é a Andrômeda quem está criando — Sirius argumentou —, e Dora e cresceram como cresceram, não imagino que ela vá conseguir um trabalho muito melhor com esse.
— Eu sinceramente tenho pena dessa mulher, não deve ter sido fácil conviver com aquelas duas, e agora tem mais esse... — Harry comentou, negando com um aceno.
— Porque você deveria ser muito melhor, não é? — Cedrico arqueou a sobrancelha, fazendo o moreno rir.
— Sempre me comportei em casa, só dava trabalho na escola! — Deu de ombros, Minerva negou com a cabeça, descontente.
— Eu só fico imaginando como vai ser quando esse pessoal começar a ter filhos — Sirius apontou com a cabeça para o afilhado e o genro —, a tendência é serem muito piores!
— Bem, Ginevra e Cedrico não davam trabalho, espero que os filhos puxem a eles!
— Infelizmente para você, Minerva, acho muito difícil! — Amos disse rindo.
— Não que eu esteja pensando no assunto — Harry falou, antes de dar uma bebericada em sua cerveja —, mas a gente já sabe que eles provavelmente vão puxar a mim e a !
— Se considerarmos que mesmo sem crescer perto de Sirius e James vocês acabaram iguais a eles… — Cedrico concordou devagar, fechando os olhos por um instante — Por Merlin, não quero nem pensar como sobreviverei a isso!
— Eu já pensei em tudo, quando a hora chegar vou largar com os Weasley — Potter avisou, sorrindo largamente —, eles já tem muita experiência, vão tirar de letra!
O grupo gargalhou, ao tempo que Sirius o chamava de irresponsável.
— Espero já ter passado esse problema para outro — Minerva suspirou, nem querendo pensar no que enfrentaria em alguns anos quando os ex-alunos começassem a mandar os filhos para Hogwarts.
— O papo está bom, — Black começou, ainda rindo da conversa — mas acho melhor irmos entrando, o jogo começa em quinze minutos!
Terminaram suas bebidas, entrando na arena junto com boa parte dos fãs que ainda estavam do lado de fora, Cedrico tornou a pegar Teddy no colo apenas por garantia, já que o garoto tinha mania de sair correndo por entre os adultos sempre que demoravam para chegar em algum lugar que ele queria. Potter afastou-se momentaneamente para pegar bebidas para todos enquanto o restante seguiu até os lugares marcados. Harry mal havia entregue os copos quando começaram a ouvir a escalação dos dois times, ao tempo que entravam em campo, cinco minutos depois o juiz soltou o Pomo de Ouro e a partida se iniciou.

saiu do vestiário terminando de colocar sua jaqueta, carregando a bolsa do time sobre o ombro, enquanto andava em direção ao acesso das arquibancadas. O estádio já estava vazio, tendo apenas a equipe de limpeza por ali, por isso não teve problema algum para encontrar a família sentada em algumas cadeiras, conversando e rindo de algum assunto. Sorriu para o afilhado quando o garoto olhou em sua direção, pulando da cadeira que estava sentado e correndo até ela.
— Bom jogo! — Disse ao abraçá-la pelas pernas, antes de sentir os braços da loira ao redor de suas costas, pegando-o no colo.
— Obrigada, Teddy! Gostou?
— Sim! Fez gol pa mim? — Perguntou agarrado ao seu pescoço.
— É claro que sim, todos foram pra você! Pra quem mais seria?
Teddy apontou para Cedrico, que levantava junto do restante;
— Eu disse que era meu o gol! — Avisou, sorrindo largo para o homem.
— Me sinto traído! — Diggory fez uma careta leve, fazendo o garotinho rir. Aproximou-se o suficiente para um selinho rápido, a parabenizando pela boa partida do dia.
então virou-se sorridente para McGonagall;
— Fico feliz que tenha conseguido vir dessa vez, Professora!
— E eu pelo convite, é bom poder assistir a partida ao invés de só saber pelo Profeta Esportivo como foi o jogo! — Respondeu, abraçando-a apertado.
Era fato que um professor não poderia fazer distinção entre um aluno ou outro, embora sempre tivessem seus favoritos. Por algum motivo que ela nunca soube exatamente definir, era uma de suas favoritas dentre vários alunos que gostava, desde o primeiro ano da menina no castelo. Com o passar dos anos, embora estivesse sempre quebrando regras e perdendo mais pontos do que Minerva gostaria de tirar, soube que a garota tinha bastante potencial para Transfiguração, mesmo sem muito esforço, mas sabia que era mesmo no Quadribol que ela teria sucesso, por isso no quinto ano, quando entrou em sua sala e disse que gostaria de tentar jogar profissionalmente, embora escutasse isso por diversas vezes ao longo dos anos, sabia que a loira era uma das poucas que realmente teria qualidade para aquilo, assim como Olivio Wood (que coincidentemente também jogava pelo Puddlemere) e Carlinhos Weasley, embora o ruivo tenha preferido dragões ao esporte. Outro aluno que também tinha potencial para tentar uma carreira era Harry Potter, mas sabia que o moreno estava muito mais destinado a ser um Auror do que um Apanhador.
De qualquer forma, embora ainda negasse sempre que alguém comentasse sobre o assunto, era, de fato, sua favorita e também gostava de saber que o sentimento era recíproco, já que era a professora preferida da loira, algo que desconfiou durante sua época em Hogwarts, mas que havia sido confirmado apenas em sua festa de casamento, em um comentário divertido de Harry, logo após a mulher ter tirado uma foto com os recém-casados;
— É claro que precisava ter uma foto sozinha com a Professora favorita, depois você diz que não é puxa-saco!
Aquele comentário, junto com o de Sirius de que Minerva havia sido a primeira a receber um convite do casamento, foi o suficiente para a mestra de Transfigurações precisar respirar fundo algumas vezes para não deixar a emoção tomar conta, ainda mais quando reparou que seu lugar era na primeira fileira. E ainda não havia esquecido de que havia recebido um convite para a primeira partida profissional da loira, embora não tivesse comparecido por causa da escola. Aquele foi apenas o segundo jogo que conseguiu ir, mesmo que recebesse convites regularmente, mas gostava de acompanhar o desempenho da ex-aluna pelas notícias e ficava contente em saber que ela estava se saindo tão bem. E, é claro, gostava de saber que estava feliz com Cedrico, sempre soube que o casal tinha futuro e que Diggory era um bom rapaz para ela ter ao lado e foi por isso que, por vezes, fingiu não ter visto os dois juntos após o horário. Intimamente torcia para que Hermione Granger nunca soubesse de nada daquilo!
— Tem tempo de jantar conosco hoje? — convidou animada, vendo a mais velha concordar com um aceno.
— Para quem já está longe da escola o dia todo, ficar mais algumas horas não fará tanta diferença!
Enquanto o grupo se preparava para sair do estádio, Sirius, que já estava levemente alterado pela bebida, disse em voz alta;
— Então hoje é por minha conta!

abriu a porta de casa próximo às dez da noite, deixando Cedrico entrar primeiro já que o loiro carregava um Teddy adormecido no colo. Enquanto a loira deixava as coisas na sala, ele seguiu até o quarto do meio, no qual o garoto costumava dormir sempre que passava o final de semana com eles, deixando-o na cama e tirando seus tênis. entrou pouco depois no quarto, pegando um pijama com desenhos de Tronquilhos do armário para trocar a roupa do garoto, minutos depois Teddy já estava embaixo das cobertas, com seu lobo de pelúcia ao lado.
Cedrico saiu do banho secando os cabelos ao tempo que a loira saia do quarto, indo tomar uma ducha ela mesma, para esquentar-se e relaxar antes de dormir. Quando saiu, já sentindo o corpo todo implorar por um descanso depois de horas jogando no frio, o outro já estava embaixo das cobertas, parecendo tão cansado quanto ela própria e talvez estivesse mesmo, afinal Diggory passou o dia com Teddy, o que sempre exigia muito já que ele não parava quieto por muito tempo.
— Pronta para dormir por uma semana? — Perguntou divertido quando a mulher se deitou ao seu lado, aconchegando-se contra seu peito.
— Com certeza! — Riu baixo, sentindo o braço de Cedrico em sua cintura, apertando-a gentilmente — Todo mundo aproveitou o jogo?
— Sim, McGonagall parecia bem impressionada — comentou, passando a língua pelos lábios — comemorou bastante todos os gols que você fez!
— Sinceramente, acho que só não pedi pra sair no meio da partida, fingindo alguma lesão, porque ela estava assistindo — confessou, escutando-o rir nasalado — é sério, Ced, tava muito frio! Eu não sentia meus dedos, tinha umas horas que eu escutava meus dentes batendo. Foi horrível!
— Tava frio mesmo, mas depois que começamos a beber acho que ninguém mais sentiu tanto…
— Bom saber que estavam todos bêbados sem nem ver o que estava acontecendo!
— Eu não disse isso — riu, negando com um aceno —, embora seu pai estivesse bem perto. Sabe o que ele me disse hoje?
— Não faço ideia, mas deve ter sido constrangedor.
— Sempre é — concordou —, mas ele veio me dizer no final do jogo que embora queira muito um neto, que acha bom a gente esperar, porque ele ainda é novo para ser avô, diferente do meu pai! — Contou rindo, lembrando-se das caras que o homem havia feito ao falar do assunto.
— E por que ele começou a falar disso? — Questionou rindo.
— Ah, comentamos alguma coisa sobre crianças antes da partida, como eles vão se comportar em Hogwarts e coisas assim, aparentemente é um consenso geral que qualquer criança sua ou do Potter vão quebrar todas as regras possíveis! Minerva já está considerando se aposentar antes de mandarmos um filho pra escola!
riu, concordando com a cabeça;
— Por Merlin, vai ser um pesadelo!
— Justamente! Talvez devêssemos seguir a ideia de Harry e deixar com meus pais ou Andrômeda, acho que o Sirius também não daria conta…
— É claro que daria — replicou — porém a criança vai ser ainda pior em Hogwarts, tenho certeza que ele ensinaria tudo de errado que ela pode fazer!
— Eu já consigo imaginar seu pai incentivando a criança a ganhar um berrador ou algo do tipo.
A loira riu mais uma vez antes de inclinar-se alguns centímetros, sorrindo de lado ao encará-lo;
— Ainda bem que temos tempo pra nos preocupar com isso depois — começou, beijando-lhe o canto dos lábios em seguida —, agora, o que acha de comemorarmos a vitória do time?
Diggory riu nasalado, os olhos fechados aproveitando o carinho, ao tempo que a puxava para mais perto, juntando seus corpos;
— Achei que estivesse cansada…
— Nunca cansada demais pra você!

Cedrico jogou a camisa que usava em algum canto, antes de voltar a inclinar-se sobre a esposa, beijando-lhe avidamente o pescoço, ouvindo-a suspirar contra seu ouvido ao tempo que puxava seus cabelos curtos. Estava no meio do processo de retirar sua camisola, passando suas mãos por toda a extensão do corpo da loira, quando ouviu batidas fortes na porta do apartamento. o afastou por um instante, confusa com o barulho.
— É aqui? — Perguntou com a respiração entrecortada, o peito subindo e descendo rapidamente.
— Deve ser engano — respondeu, pronto para continuar de onde haviam parado quando, mais uma vez, alguém bateu na porta da casa. — Só pode ser brincadeira! — Resmungou, frustrado antes de se afastar por completo, levantando-se instantes depois para atender a porta. Segurou a vontade de xingar quando ouviu o barulho mais uma vez, passando as mãos pelos cabelos bagunçados. Abriu a porta, pronto para mandar quem quer que fosse embora, mas franziu o cenho assim que encarou a mulher parada do lado de fora;
— Astória?
— Desculpe o horário — disse apressada, um tanto constrangida ao reparar que o loiro estava sem camisa — está?
— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou, abrindo espaço para a morena entrar no apartamento.
— Astória? — Viraram-se ao ouvir a voz da loira, que entrava na sala vestindo um roupão por cima do pijama. — Draco está bem?
A mulher respirou fundo, sem saber direito como dar a notícia;
— Draco pediu pra avisar… — Começou em voz baixa, apertando as mãos nervosamente — Sua tia foi internada no St. Mungus,
— O que aconteceu? — Cedrico questionou preocupado.
— Não sei ao certo, um dos vizinhos dela a levou para o hospital no início da noite, Draco descobriu há poucos minutos e pediu para avisar…
— Andrômeda? — A loira perguntou em voz baixa, demorando para entender o que ela queria dizer. — Como…?
— Não tenho muitas notícias — Astória repetiu nervosa, encarando a loira —, não sei bem o que aconteceu, , mas parece ser grave!

18.

O pequeno grupo andou rapidamente pela recepção do St. Mungus, Sirius foi o primeiro a pedir direções para o quarto no qual Andrômeda se encontrava. parecia tremer ao seu lado, não tendo dito nenhuma palavra desde que o casal aparatou em sua casa, com um Teddy adormecido nos braços de Cedrico. Deixaram o garoto junto a Harry e seguiram para o hospital minutos depois, para mais informações.
— Ela ainda está em atendimento — uma das recepcionistas avisou, apontando pelo corredor —, no momento ela está no segundo andar, mas o medibruxo ainda está examinando antes de definir o problema.
— Podemos vê-la? — Sirius pediu, mas a mulher negou.
— Vocês podem ficar na área de espera no segundo piso, mas só vão conseguir vê-la depois que for confirmado o diagnóstico, se não for nada contagioso.
O moreno concordou com um aceno, seguindo para o local indicado com o casal ao seu lado. Sentarem-se lado a lado em completo silêncio. Cedrico tinha um dos braços sobre as costas de , fazendo um carinho leve enquanto a mulher estava curvada para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça baixa. Sirius balançava a perna, olhando para o relógio preso à parede de tempos em tempos, já frustrado com a demora. Quando estava prestes a levantar para pedir novas informações, o medibruxo apareceu com a expressão cansada e olheiras fortes embaixo dos olhos:
— Vocês são os parentes de Andrômeda Tonks?
— Isso mesmo! — Black confirmou de imediato, levantando-se junto dos outros dois.
O homem suspirou, concordando com um aceno e passando a língua pelos lábios antes de tornar a falar:
— Andrômeda acabou de tomar uma poção e deve dormir por algumas horas, mas chegou com grande falta de ar e depois de algumas horas as bolhas começaram a se espalhar pelo corpo… O tom esverdeado não deixa mais dúvidas, ela está com Varíola de Dragão!
O trio se entreolhou confuso:
— Mas a doença não estava praticamente erradicada? — Sirius foi o primeiro a questionar, o bruxo tornou a suspirar ao negar.
— Infelizmente estamos infestados de casos de Varíola de Dragão, e não apenas do Dente-de-Víbora-Peruano… Estamos enfrentando uma nova variação e, por hora, as poções que temos para tratar não são suficientes, ainda mais na idade dela…
— O que quer dizer? — perguntou apreensiva.
O homem baixou os ombros em sinal de derrota:
— Podemos deixá-la confortável com as poções, mas não podemos fazer muito por sua recuperação. Não sabemos bem como Andrômeda reagirá à doença nos próximos dias, infelizmente, não estamos muito esperançosos…
abriu a boca, sem nada dizer, sentindo um aperto no peito ao ouvir aquilo e uma súbita vontade de chorar, mas as lágrimas não vieram. Era como se seu corpo estivesse entorpecido com a notícia, para poder reagir.
— Podemos vê-la? — O moreno perguntou com a voz rouca, tão abalado com a notícia quanto a filha.
— Não é o ideal, o contágio é muito rápido…
— Mas é assim tão perigoso se algum de nós tiver? — Cedrico questionou em seguida.
O homem meneou a cabeça:
— É difícil saber, a maioria dos casos mais sérios são realmente com bruxos ou bruxas acima dos sessenta, mas já tivemos alguns internamentos de jovens que tiveram reações mais fortes. Eu não recomendaria que todos vocês entrassem para vê-la.
— Mas se um de nós entrar e pegar, vai passar para os outros igualmente, não? — Sirius rebateu, apontando de um para outro — Ela é minha filha e ele é meu genro.
O médico concordou lentamente, não querendo prolongar muito o assunto.
— No mínimo evitem interagir com outras pessoas, para não propagar ainda mais a doença.
— Por quanto tempo?
— Entre a incubação até o tempo em que não existe mais contágio, seriam 20 dias.
— Mas estivemos com ela ontem — Sirius lembrou, erguendo as sobrancelhas. O médico negou com um aceno:
— Ao que se sabe, o contágio acontece junto aos sintomas, então se ela não estava se sentindo mal quando estava com algum de vocês, as chances de terem são pequenas. Está tudo muito rápido e não temos muitas informações, mas todos os pacientes que tivemos até o momento, pegaram ao se aproximarem de alguém que já demonstrava os sintomas. — Explicou cansado. — De qualquer forma, ela estará dormindo pelas próximas horas, vamos esperar que Andrômeda acorde e faremos mais algumas avaliações, após isso um de vocês poderá entrar para vê-la.
O medibruxo se despediu, dizendo que voltaria com informações quando soubesse.
— Não tem como não entrar para vê-la — disse no mesmo minuto.
— Você ouviu o doutor, precisa evitar o contato com outras pessoas para não contagiar mais ninguém — Sirius alertou, olhando a movimentação ao redor antes de continuar — Você vai precisar falar com seu time antes de pensar em ver Andrômeda…
— O que? — Questionou confusa.
— Você tem um contrato com o time, — Cedrico concordou — não pode simplesmente se expor dessa forma, sabendo que vai perder diversos jogos e não avisar o time.
— Exatamente!
— Dane-se o time — respondeu na mesma hora —, não vou deixar de ver minha tia por isso!
— Tenho quase certeza que não será um problema — Sirius rebateu, encarando-a por um instante —, mas não é “dane-se o time” — alertou, arqueando a sobrancelha —, você tem um contrato, querendo ou não, deve satisfação a eles.
A loira bufou, rolando os olhos:
— Vou no primeiro horário resolver isso e volto aqui para ficar com ela!


Com o passar dos dias, Teddy seguia alheio ao que estava acontecendo ao seu redor, apenas satisfeito por estar na casa de Sirius, sempre ficando junto com Harry, , Sirius ou Cedrico. A única pessoa que faltava era sua avó, a qual disseram estar doente e por isso distante, mas que quando ela melhorasse ele poderia vê-la de novo. Teddy não reclamava, estava passando seu tempo brincando com todos e comendo doces e outras coisas que gostava, embora e Sirius parecessem um pouco mais distraídos quando estavam com ele, não que o garoto parecesse se importar com aquilo.
Estava todo sorridente tomando seu sorvete ao lado de Harry e Cedrico, na cozinha da casa de Sirius, quando ouviram a porta da sala se abrir. Pouco depois Sirius apareceu na entrada da cozinha, sorrindo pequeno na direção de Teddy, os olhos avermelhados, ao mesmo tempo que uma porta batia no andar de cima.
— Sirius…? — Harry chamou baixo, com o tom de voz contido, o homem apenas negou com um aceno, respirando fundo ao olhar para baixo.
O garoto viu Cedrico levantar-se da mesa, aproximando-se do mais velho e abraçando-o sem jeito, dizendo algo em voz baixa. Pouco depois ele saiu da cozinha e Teddy escutou seus passos subindo a escada. Seu sorvete já começava a derreter, e ele queria continuar tomando, mas ficou curioso com o que acontecia, mesmo sem entender direito. Sabia que Sirius estava triste, viu o padrinho levantar-se e colocar uma mão no ombro do homem antes de abraçá-lo, e então Teddy o viu chorar baixinho.
Saiu do seu lugar na mesa, aproximando-se e abraçando suas pernas compridas, sem saber o que acontecia, mas não gostava de ver ninguém chorar.
Sempre que Teddy estava triste, alguém o abraçava e ele se sentia muito melhor com aquilo. Esperava que Sirius também se sentisse melhor com o abraço.
O garoto sentiu os braços do mais velho o puxarem para cima, segurando-o no colo e abraçando-o, não muito forte para não machucá-lo, mas o mantendo perto por vários minutos.
Teddy voltou ao chão, sentindo quando o moreno mexeu em seus cabelos, em um gesto automático, antes de dizer que precisava de um banho e ir para seu quarto. Olhou para o padrinho, que continuava parado ao lado, sem saber ao certo o que fazer.
Harry sorriu pequeno para o afilhado, estendendo a mão para que fosse com ele:
— Quer dar um abraço na madrinha? — Perguntou baixinho, vendo-o concordar animado.
Subiram as escadas devagar e então pararam em frente ao quarto da loira, que havia voltado a dormir ali, agora acompanhada de Cedrico, enquanto Andy estava no hospital. Teddy às vezes dormia com eles, às vezes com Harry e vez ou outra com Sirius, de acordo com quem passava a tarde cuidando dele. Potter deu duas leves batidas na porta e logo ouviram um ‘entra’ baixinho e o garoto correu para dentro, não demorando para ver a loira sentada no canto da cama, com Diggory ao seu lado, um braço sobre suas costas.
— Tá bem tia? — Perguntou confuso ao vê-la chorando. negou com um aceno, tentando dar um sorriso para deixá-lo menos nervoso. Teddy abriu os braços, pulando sobre a mulher, abraçando-a como podia antes de ser puxado para seu colo.
— Sinto muito, — Harry disse ao sentar-se do outro lado da loira, a mão sobre sua cabeça e um sorriso triste nos lábios. A mulher apenas concordou, sem ter muito mais o que dizer.
Potter levantou-se pouco depois, dizendo que iria fazer algo para eles comerem, já que sabia que Sirius e mal tinham tomado café-da-manhã e duvidava que eles tivessem comido nas últimas horas. Teddy continuou no colo da madrinha por incontáveis minutos, em silêncio, fazendo um carinho em seu cabelo comprido.


No decorrer da semana as coisas não mudaram muito. A pior parte, para todos, foi explicar para Teddy, novo demais para entender o que acontecia. Eles tentaram explicar-lhe no mesmo dia no final da tarde que Andy não poderia voltar para ficar com ele, mas o garoto não pareceu compreender bem o que acontecia, distraindo-se com facilidade com seus brinquedos, embora notasse que todos estavam tristes.
Sirius acabou encarregando-se de acertar tudo para o funeral de Andrômeda, tendo a ajuda de Cedrico na parte burocrática, já que não tinha cabeça para tudo aquilo.
Haviam combinado de Harry e Gina ficarem com Teddy durante o dia, só indo para os minutos finais do velório, não querendo expor a criança a tudo aquilo, enquanto e Sirius foram os primeiros a chegar, recepcionando e aceitando as condolências de todos que queriam se despedir da mulher.
As horas pareciam passar em um piscar de olhos, ao mesmo tempo em que tinha a impressão que estava há dias fazendo aquilo. Achava que a tia gostaria de saber que era assim tão querida por tantas pessoas; Amigos da mulher, conhecidos dos Tonks, ex-colegas de trabalho de Ninfadora e Ted, bruxos e bruxas que haviam lutado na Batalha de Hogwarts e pessoas próximas a e Sirius, todos estavam lá por pelo menos alguns minutos.
Todos que a conheciam sabiam o quão boa a mulher havia sido, mas ouvir todas aquelas palavras não facilitava em nada, não diminuía a dor de ter perdido mais um membro da família. Saber que agora tinha perdido as três pessoas com quem havia crescido parecia pesar muito mais do que poderia imaginar. A família que esteve ao seu lado durante toda sua vida não estava mais ali: os Tonks haviam a acolhido quando ela mais precisou e agora ela tinha perdido todos. Mas era adulta, sabia o que tudo aquilo significava, já não podia dizer o mesmo sobre o afilhado que nem mesmo conhecia os pais ou o avô e agora tinha perdido a mulher que o criava desde os primeiros dias. Teddy mal entendia o motivo de não ter sua mãe e pai ao lado, como seria agora que não teria Andrômeda também?
Mas ela não o deixaria de lado, é claro que não. Sabia que nunca seria o mesmo do que a criança crescer ao lado dos pais ou dos avós, mas ela estaria ali com ele em todos os momentos. devia aquilo aos Tonks. Havia prometido para o próprio garoto que sempre estaria com ele. Não seria agora que ela viraria as costas para o afilhado.
Dora sabia que ela o protegeria se fosse necessário, foi por isso que a escolheu como madrinha, e agora ela faria aquilo: Cuidaria dele da mesma forma que Andy, Ted e Dora haviam cuidado dela por anos.

Harry e Gina aparataram junto de Teddy, andando pelo terreno florido até a casa mais à frente, onde acontecia o velório.
— Poque tem tanta gente? — O garoto perguntou curioso, segurando seu brinquedo de pelúcia, enquanto era carregado no colo pelo padrinho.
— Eles também vieram dar tchau pra Andy, Teddy — Harry contou baixinho, olhando-o de lado — tá vendo o tanto de gente que gosta dela?
O garoto acenou com a cabeça, sorrindo ao pensar naquilo. Embora não entendesse o motivo de precisar se despedir da avó.
Gina apontou com a cabeça mais para o lado, vendo a família reunida em um canto, andando até eles. Molly chegou a colocar a mão sobre a boca ao olhar para o garoto de cabelos azuis no colo do moreno, sem nem conseguir imaginar como ele ficaria ao entender o que acontecia. Por um momento agradeceu por ele ser novo demais para saber o que era tudo aquilo.
Teddy sorriu assim que viu a pequena Victoire no colo de Gui, acenando para a bebê que o olhava curiosa, rindo baixinho ao sentir a mão do garoto apertando de leve a sua, quando Harry aproximou-se o suficiente. O grupo sorriu com a cena, todos parecendo aliviados com a ideia do garoto continuar alheio ao que acontecia.
Pouco depois Teddy viu Cedrico mais à frente, conversando com outro homem que o garoto já tinha visto algumas vezes, embora não lembrasse do nome. Não demorou para mexer-se no colo do padrinho, apontando com a mão para o loiro.
Harry riu fraco, concordando com um aceno ao deixá-lo no chão;
— Eu até sentiria ciúmes de ser trocado dessa forma… — Comentou baixinho com o garoto, que riu antes de correr até Diggory.
O loiro concordou com um aceno ao que o amigo falava, suspirando pesaroso ao olhar para frente, passando a mão pelos cabelos;
— Não sei como vai ser, — dizia baixo — logo agora que as coisas pareciam estar se acertando para todos…
— Tio Cedí!
Virou-se em tempo de sentir os braços do garoto agarrarem-no pela perna, sorrindo de lado antes de pegá-lo no colo, viu Potter ao lado dos Weasley mais ao canto.
— Como vai, Teddy? Comeu bem?
— Sim, tio Éuí deu sovete po Teddy depois do almoço! — Contou feliz, fazendo os dois homens rirem.
— Lembra do Monty? — Perguntou, apontando para o amigo, que ergueu a mão para fazer um toque com o mais novo, que concordou animado, esticando a mão para acertar a do mais velho. Cedrico pensou por um momento, se era melhor deixá-lo ali fora por mais alguns minutos ou se talvez fosse bom entrar logo, sabendo que tinham só mais alguns minutos antes do velório terminar.
Potter e Gina os cumprimentaram por um instante antes de entrarem, sorrindo pequeno para o garoto antes de seguirem de mãos dadas, vendo o número de pessoas espalhado pelo local.
Harry franziu o cenho por um instante ao notar Draco Malfoy mais a frente, parecendo ter acabado de chegar e, ao seu lado, Astória, Narcisa e Lucius.

aceitou o abraço do primo, agradecendo em voz baixa pela ajuda dos últimos dias, pois era o loiro quem passava parte das informações sobre o estado de saúde de Andrômeda, quando os medibruxos demoravam para darem retorno. Astória sorriu triste em sua direção, aproximando-se para o abraço, dizendo algumas palavras de consolo, garantido que se precisassem de algo, ela e Draco também estariam ali para ajudar.
Draco olhou incerto por um instante para Sirius, mas o moreno apenas esticou a mão para um aperto, parecendo incapaz de qualquer coisa naquele momento. Também lembrando-se de agradecer pela ajuda de Malfoy durante a internação de Andy. Astória o abraçou por alguns segundos, parando ao lado do namorado enquanto Narcisa e Lucius estavam ainda ao lado de .
As duas mulheres se encaram por um instante, não eram próximas. Diferente de Draco, não havia tentado qualquer aproximação com os tios, embora soubesse de algumas coisas pelo primo. Mas aquele não era o momento para relembrarem problemas passados, da mesma forma que ela perdia sua tia, Narcisa perdia uma irmã.
— Eu sinto muito — disseram ao mesmo tempo. A mais velha pareceu vacilar por um instante, antes de baixar a cabeça, deixando lágrimas escorrerem por seu rosto bonito.
— Andy me falou que vocês estavam trocando cartas — comentou baixo, sabendo da tentativa de reaproximação das duas mulheres nos últimos meses. Narcisa concordou com um sorriso pequeno antes de fungar baixo;
— Parece que demorei mais do que deveria para isso…
E então as duas mulheres se abraçaram, chorando juntas antes de se afastarem. Narcisa virou-se para Sirius, acenando com a cabeça antes de aproximar-se para um abraço, mais rápido do que o anterior, mas que ambos entendiam como uma trégua após todos aqueles anos. Era hora de deixar tudo aquilo para trás, haviam coisas mais importantes no momento.
Lucius foi o mais incomodado com tudo, não se sentindo à vontade por estar no local, mas fazendo aquilo pela esposa. Encarou a sobrinha por um instante, estendendo a mão para um aperto;
— Eu sinto muito, .
— Obrigada — respondeu no mesmo tom, acertando o aperto de alguns segundos. Já sendo mais do que ela poderia esperar vindo dele. Lucius encarou Sirius quando a esposa se afastou do moreno, apenas estendendo a mão e acenando com a cabeça por alguns instantes. Narcisa aproximou-se no caixão ao lado, passando um minuto inteiro olhando para a irmã, antes de deixar mais algumas lágrimas caírem, afastando-se pouco depois ao lado da família, mantendo-se mais afastados da multidão.
Harry e Gina aproximaram-se pouco depois, apenas abraçando os dois por algum tempo, sem terem mais nada a dizer depois de tantos dias juntos.
então olhou para frente, vendo Cedrico andando até ela com Teddy ao seu lado, segurando em sua mão. Sentiu os olhos marejarem ao abaixar-se por alguns instantes, olhando nos olhos do afilhado:
— Quer dar tchau pra Andy?
O garoto acenou animado, estendendo os braços quando a loira fez menção de pegá-lo. Respirou fundo por um instante, antes de andar com ele até perto do caixão.
Os dois olharam a mulher por alguns instantes, a loira sem saber o que dizer para o afilhado, apenas esperando pela reação dele. Teddy manteve o olhar na avó por alguns instantes, o cenho franzido ao encarar a loira;
— Ela tá domindo? Não pode acodá?
negou com um aceno, segurando a vontade de chorar.
— Lembra que a gente disse que ela ficou doente e não podia voltar pra casa, Teddy? — Disse baixinho, vendo-o concordar — Agora ela tá descansando…
— Vó não volta pa casa comigo? Teddy fica sozinho? — Questionou assustado.
— Teddy, você nunca vai ficar sozinho! — Garantiu, sorrindo de lado para ele — Mas agora é a gente que vai cuidar de você, tá?
O garoto concordou, voltando a olhar para Andrômeda, as lágrimas chegando aos olhos escuros dele;
— Ela não que fica comigo? Eu não fui bonzinho?
— É claro que não, Teddy, você sempre foi bonzinho! Ela só não podia ficar aqui agora — tentou explicar, sentindo o peito apertar — por isso a gente vai cuidar de você.
— Vó tá com a mamãe e o papai? — Tornou curioso, vendo a loira concordar, sorrindo pequeno.
— Tá sim, e todos eles gostam muito de você! — Garantiu.
Teddy concordou com um aceno, olhando mais uma vez para a mulher e esticando-se para beijar-lhe a testa, antes de dizer ‘tchau’ baixinho, voltando a abraçar no instante seguinte, sentindo as lágrimas caírem por seu rosto.


Cedrico aceitou o chá que sua mãe entregou junto a um pedaço de bolo, tendo ido para uma visita após sair do trabalho, antes de retornar para a casa de Sirius onde estavam desde que Andrômeda ficou doente.
ainda estava com mais duas semanas de licença do time antes de precisar voltar para os treinos e jogos. Cedrico havia conseguido alguns dias com seu chefe, mas precisou retornar ao trabalho na segunda-feira após o enterro, assim como Harry. Agora, além de e Sirius, Genevieve também estava na casa, ajudando a cuidar de Teddy.
— E como estão as coisas nesses dias? — Rachel perguntou ao sentar-se ao lado do marido no sofá, ainda sentindo-se triste pela perda da amiga de quem se aproximou tanto nos últimos anos.
O loiro suspirou, dando de ombros;
— O mesmo, vai precisar voltar a treinar em alguns dias, então vamos ver como será a rotina com Teddy durante o dia…
Amos franziu o cenho por um instante, levemente confuso;
— Mas ele vai continuar com Sirius, vai ver vocês com a frequência de antes, não?
Cedrico o encarou por um instante, passando a língua pelos lábios;
— Teddy vai morar conosco, pai, só precisamos acertar a rotina durante a semana para o horário que estaremos fora.
Pode ver o olhar surpreso vindo dos pais, antes dos mesmos se entreolharem, Rachel começando a falar de forma contida;
— Acha que é uma boa ideia, filho? Vocês acabaram de casar, estão acostumados com a rotina de vocês e já vão pegar uma responsabilidade dessas? Talvez Sirius…
— Teddy é mais acostumado conosco — interrompeu, negando com um aceno —, ele vai demorar muito mais para se adaptar com Sirius e Harry do que se ficar no apartamento, ele já dormia conosco toda semana, é muito mais fácil pra ele!
— Imagino que sim — Amos tentou, pensando bem nas palavras —, mas sua mãe está certa, é uma responsabilidade enorme, Ced… Vocês mal casaram e já vão criar uma criança?
— Não era o ideal — concordou, passando a mão pelos cabelos, cansado das noites mal dormidas —, mas com tudo o que aconteceu, não tem como ser diferente!
— Realmente não consigo imaginar como é para ele perder tantas pessoas tão novo — Rachel continuou —, e sei que se sente responsável por ele, principalmente por ter morado com os Tonks por tantos anos, mas sugerir que vocês fiquem com a criança talvez…
não disse nada — contou, negando com um aceno para encerrar logo o assunto —, ela não pediu para levar o Teddy para morar conosco, mas é o mais fácil para a adaptação dele. Teddy já está mal pensando que é culpa dele não ter Andrômeda aqui, não vamos deixar ele demorar mais tempo ainda para acostumar-se com outra casa e outras pessoas que ele não é tão próximo. É claro que ele gosta do Harry e do Sirius, mas é com a que ele tem dormido nos últimos dias. — Explicou pesaroso — É claro que não era a melhor hora para termos uma criança em casa, mas não tem o que ser discutido, Teddy vai morar conosco!

Diggory entrou pela porta do quarto secando os cabelos do banho recente, vendo a loira colocar o garoto para dormir no berço ao lado da cama, mesmo que ambos soubessem que em algum momento, no meio da noite, Teddy acabaria na cama ao lado deles.
Pendurou a toalha atrás da porta, deitando-se pouco depois e esperando a mulher deitar-se ao seu lado, cobrindo-os, prontos para dormir.
— Tem certeza?
— Hm?
— Teddy…
Cedrico sabia que embora fosse algo que ela realmente queria, gostaria de ter certeza de que ele também estava okay com aquilo, e não era apenas impondo a presença do afilhado em suas vidas.
— E você acha que vou arriscar deixar essa criança morando com Sirius e Harry? — Questionou divertido, apertando sua cintura e puxando-a mais para perto de si — Quero dar uma chance de Teddy ir para Hogwarts sem perder mil pontos para a Lufa-Lufa!
riu baixinho, concordando com um aceno, virando-se para abraçá-lo de frente.
— Como é que nós vamos cuidar de uma criança, Diggory? — Tornou em um sussurro — Tenho medo de esquecê-lo em algum canto e sair de casa…
— Não se preocupe, você sabe que sou muito responsável! — Brincou, inclinando-se para encostar suas testas — Vai dar tudo certo, , seremos ótimos pais!

19.

O casal olhou com expectativa para o garoto, quando ele abriu a porta do quarto, aguardando por sua reação.
Teddy olhou ao redor, andando devagar até próximo a cama, apontando para ela;
— É po Teddy?
— É sim! — sorriu, aproximando-se do afilhado e ajudando-o a subir na cama — O que achou?
— É gande!
— Porque você também já está ficando enorme — Cedrico piscou em sua direção, fazendo-o rir antes de jogar-se de costas no colchão, esticando os braços e pernas, como se estivesse tentando fazer anjos de neve.
— Gostou?
— Sim! — Concordou, sentando-se e olhando para o próprio quarto com as mudanças recentes;
Já faziam quase três meses que o garoto tinha ido morar com o casal, e após os primeiros dias, Cedrico e Harry começaram a levar vários dos enfeites, mobílias e brinquedos que ele tinha na casa dos Tonks para o apartamento, embora mantivessem o berço por mais um tempo, não que fizesse muita diferença, já que o garoto dormia com eles na maior parte da noite. Não era uma rotina fácil para nenhum dos envolvidos, mas aos poucos todos se acostumavam com ela; Assim que voltou aos treinos e jogos, Diggory começou a acordar alguns minutos mais cedo para levá-lo para a casa de Sirius, na maioria das vezes ainda dormindo em seus braços. Nos dias em que a loira terminava o treino antes, passava na casa do pai para pegar o garoto, mas nos dias de jogos era Cedrico quem encontrava Teddy sorrindo em sua direção, pronto para ir para sua nova casa. Não que ele não gostasse de passar as tardes com Sirius e Genevieve, ou ver o padrinho quase todos os dias, mas gostava de ficar com os Diggory. Talvez pela presença constante do casal em sua vida desde que ele se lembrava, talvez porque eles sempre o levavam para passear e ele se divertia bastante quando estava com os dois, fosse o que fosse, não era difícil para ninguém reparar na preferência que Teddy tinha por eles, já desde bebê. Harry era um que sempre reclamava ao ver o afilhado querer ficar com Cedrico do que com ele, contudo, agora parecia bom que ele fosse tão apegado ao casal, pois facilitava sua adaptação.
Para o casal não havia sido um grande problema terem a criança por perto, embora fosse preciso incluí-lo em várias atividades no dia a dia, num primeiro momento não estava sendo difícil adaptar-se a tê-lo em casa, embora fosse mais cansativo do que imaginaram. Principalmente à noite, quando Teddy acordava e acaba indo dormir com eles: a cama não parecia assim tão grande para os três, visto que o garoto se mexia bastante enquanto dormia. Parte do motivo de Cedrico ter sugerido comprarem uma cama para ele, não que esperasse que o garoto deixasse de dormir com eles de uma hora para outra, mas com Teddy tendo seus 03 anos recém completados, o garoto já estava grande demais para um berço. Certificaram-se de pegar uma cama com grades laterais, nada muito alto, mas que fosse o suficiente para não o deixar cair ao se virar no meio da noite. No canto próximo aos pés havia uma escada de dois degraus para que ele pudesse subir e descer quando quisesse.
— Teddy vai domi aqui? — Perguntou, já puxando seu Pelúcio de brinquedo para os braços.
— Só se você quiser — sorriu, mexendo em seu cabelo colorido —, mas está cedo pra dormir, não quer comer antes?
— Temos pizza — Cedrico avisou, vendo-o engatinhar para fora da cama apressado, já dizendo que estava morrendo de fome, antes de jogar-se nos braços do loiro, pedindo pela pizza.



— Chegou à mamãe! — ouviu assim que se aproximou da mesa das amigas, já reunidas no restaurante esperando por ela. — Vamos até desculpar o atraso, já que ela provavelmente estava trocando fraldas!
— Pra sua informação — começou antes de sentar-se, acenando para todas —, Teddy não usa mais fraldas!
— E quem disse que eu me referia a criança? — Winter retrucou no mesmo instante, passando a língua pelos lábios — Estava falando do Diggory mesmo!
rolou os olhos com o comentário, enquanto Mione e Gina disfarçaram risadinhas.
— Não se esqueça que agora eu carrego esse sobrenome também — respondeu, passando a mão pelos cabelos soltos —, vamos com calma quando se referir ao Diggory!
— Ah, quando você não estava envolvida na piada, tudo bem? — Hermione questionou rindo, vendo-a concordar.
— Ninguém ousava realmente fazer piada com o meu nome, todo mundo muito assustado com o que a filha de Sirius Black poderia fazer! — Piscou, não demorando a fazer seu pedido por bebida quando uma garçonete se aproximou.
— Vamos devagar no álcool, estamos no final da temporada — Gina lembrou, tomando ela mesma uma bebida alcóolica e ganhando apenas uma sobrancelha arqueada como resposta.
— Digo o mesmo, Weasley! E como estão para o jogo contr…
— Ah, não! — Mione choramingou, negando de imediato — Ninguém vai falar de Quadribol aqui, não!
— Você convida duas jogadoras para sair e não quer ouvir falar sobre isso, Mione? — Sophie questionou rindo.
— Eu tinha outros planos quando chamei vocês!
— Que seriam? — Questionaram ao mesmo tempo.
Granger sorriu largo, puxando uma pasta grande de dentro da sua bolsa.
— Quero a opinião de vocês para o que tenho organizado para o casamento!
— Já decidiram a data? — Gina perguntou confusa, Mione concordou.
— Eu decidi, né? — Negou com um aceno — Rony parece que pensa que já casamos, pois não está nenhum pouco interessado em organizar nada!
— Achei que você quem tinha proibido ele de palpitar — adicionou rindo, lembrando do comentário de Harry semanas atrás.
— Ah, isso também — deu de ombros — ele não é muito bom com decorações, então estava sugerindo coisas horríveis!
— Tá chamando meu irmão de cafona, Hermione? — A ruiva perguntou ao encará-la, fazendo uma cara falsamente brava.
— Não que seja uma novidade, — Sophie começou, segurando a risada — lembram da roupa dele no Baile? Coitado!
O grupo não conseguiu segurar as risadas, concordando ao lembrar-se da cena.
— Mas não foi culpa dele — Mione tentou ser solidária, embora ainda risse. — Enfim, o que vocês acham se LIMPA ESSA MÃO PRIMEIRO! — Disse em tom mais alto ao ver Sophie se esticando para pegar a pasta.
As três a encaram de olhos arregalados, Gina quase derrubando a bebida que estava tomando, enquanto Winter pegava o guardanapo mais próximo. soltou uma risadinha para descontrair os segundos de silêncio;
— Caramba, estou até pensando em perguntar ao Rony se ele tem certeza que quer casar…
— Sim, se ela está assim com a pasta, imagina quando vai fazer outras coisas? — Winter concordou, dando uma piscada maliciosa na direção da morena, vendo-a ficar roxa e negar com a cabeça.
— Nunca achei que chegaria o dia que eu ficaria com pena do meu irmão — Gina concordou com as amigas, fazendo Mione ficar ainda mais constrangida.
— Desculpe, eu só…
— Relaxa, Granger! — Sophie deu de ombros, mostrando as mãos limpas — Será que eu posso agora?
— O que você pensou? — tornou após agradecer pela bebida recém entregue pela funcionária — Qual vai ser a data?
— Dia quinze de setembro!
— Final de semana?
— Sim, um sábado! Pensei que o clima será agradável também — contava animada —, porque ainda estaremos saindo do verão, então vai dar pra aproveitar bem o final de tarde!
— Ah, maravilhoso! Adoro casamentos em climas agradáveis para usar vestidos escandalosos — Sophie sorriu largamente, segurando a risada ao ver a cara surpresa da morena. — Já vi um perfeito com um decotão!
— Você está com um súbito desejo de morte, Winter? — Gina perguntou rindo, olhando de canto para a futura cunhada. — Querendo chamar mais atenção que a noiva?
— Bem, vocês sabem que eu não farei um casamento — respondeu, dando de ombros — acabei de pensar em usar o da Mione para festejar o meu também! O que acha? — Perguntou sorrindo inocente para a amiga, notando a expressão assustada e o rosto pálido.
— Você está brincando, não é?
Winter gargalhou, dando-lhe um tapinha nas costas;
— É claro que sim, se eu resolvesse casar com o Monty e dar uma festa, não iria querer ninguém tirando meu brilho!
— Não que fosse uma tarefa fácil — riu — não duvidaria nada de você aparecer com um vestido de noiva transparente ou algo do tipo!
— Ah, seria um evento inesquecível — piscou para a loira.
— Vamos voltar ao ponto principal — Gina apontou para Hermione — antes que eu comece a falar do meu próprio casamento, sendo que nem noiva estou!
— E você quer ficar? — questionou interessada, desculpando-se com um olhar com Granger por mudar o foco mais uma vez — Sabe que Harry é muito devagar para entender qualquer indireta!
A ruiva riu, concordando;
— Não penso muito nisso ainda, mas quem sabe vendo o casamento da Mione eu não me animo e já intimo o Potter?
— Já consigo ver a cena: você pegando o buquê e encarando o Raio para ele fazer o pedido!
— E ele não fará — Winter completou a fala da loira —, porque ele provavelmente não vai entender o que está acontecendo!
— Vocês fazem muito pouco do Harry — Mione interferiu rindo dos comentários —, não é que ele não entenda, ele finge não entender! São duas coisas completamente diferentes!
— Sim, ele está muito acomodado morando com meu pai e saindo para dar uns beijinhos na ruiva — piscou para a amiga.
— Deveria fazer igual eu fiz com o Emmett — Sophie palpitou —, ameaça só pra ele tomar uma decisão ao ver que não manda em nada do relacionamento, depois desiste deixa de lado porque não quer casar tão rápido!
Gina gargalhou, jogando os cabelos para trás e ajeitando-se na cadeira quando a garçonete voltou para anotar os pedidos;
— Quem sabe eu não faça isso em alguns meses? Por enquanto eu também estou bem fingindo não entender nada! — Piscou esperta, escutando-as rirem antes de pedirem comida e voltarem a falar sobre o casamento de Mione.


sorriu ao entrar em casa e ver Cedrico sentado ao chão junto de Teddy, montando torres com os bloquinhos de brinquedo que ele havia ganhado de aniversário poucas semanas antes.
— Tá atasada! — O garoto apontou assim que a viu, logo voltando sua atenção aos brinquedos. Cedrico riu nasalado, olhando de canto para a mulher;
— Está vendo? Nem preciso me preocupar mais com seu horário, Teddy faz isso por mim — piscou, escutando-a rir ao tirar a jaqueta que usava e aproximar-se, sentando no canto do sofá, próxima de onde os dois estavam. — Como foi?
— Tudo certo, Mione está ficando louca com tantos preparativos, mas pelo menos já definiu uma data para o casamento — contou, enquanto o loiro voltava a ajudar Teddy —, vai ser num sábado de setembro!
— Ela sabe que você e Gina, muito provavelmente, terão Quadribol, não? — Questionou ao olhá-la de lado, deu de ombros.
— Não tenho certeza se ela pensou nisso, mas não comentamos nada, mais perto vemos o que fazer… — disse sem se importar muito, é claro que não queria perder um jogo, mas também não iria perder o casamento da amiga. Pelo menos esperava que não.
— Seu pai e Harry passaram aqui mais cedo — avisou, recostando as costas do canto do sofá, logo sentindo os dedos da esposa em seus cabelos — Potter disse que Sirius ficou sentido de não termos aparecido para o almoço hoje — contou rindo baixo.
— Como se não os víssemos quase todos os dias — respondeu, sorrindo de lado.
— Bem, eu não iria dizer isso pra ele, não é? Joguei a culpa em você, que iria sair com suas amigas, então aproveitei para ver meus pais — explicou — aliás, minha mãe mandou uma torta que sabe que você gosta!
— Ah, as vantagens de ser querida pelos sogros — brincou, escutando-o bufar ao negar.
— Pois eu acho que ela está tentando te agradar na expectativa que você mude de ideia e queira ter um filho logo — disse, olhando-a de canto. fez careta;
— Já temos o Teddy, porque ela quer outra criança tão rápido?
— Não faço ideia, deve ser a idade — deu de ombros —, mas eu disse a mesma coisa. Pelo menos ela pode ver o Teddy com frequência, então não precisa pensar em netos por um tempo!
— Deixa meu pai saber que sua mãe está querendo que tenhamos filhos, ele fica desesperado com a ideia de ser avô tão rápido!
— Mas isso é porque ele não quer admitir a idade — respondeu ao encará-la rindo — é completamente diferente!
— Depois você não sabe porque ele fica de implicância com você — negou com um aceno — acabou de chamá-lo de velho!
— É, mas ele não está aqui para ouvir — piscou, virando-se para o garoto no instante seguinte ao ouvirem o barulho das peças caindo e a risada alta de Teddy.
— De novo? — Pediu para Cedrico, apontando para as peças espalhadas.
Diggory acenou com a varinha, juntando-as em segundos e fazendo o garoto bater palmas animado;
— Tenho certeza que ele só está derrubando essas torres para eu fazer isso — sussurrou com —, é a quinta vez que ele faz isso!
— Já pensou como será quando ele tiver idade para entender que pode pegar uma varinha e tentar fazer isso ele mesmo? — Respondeu no mesmo tom, vendo o afilhado voltar a brincar.
— Espero que demore bastante ou eu quem vou me sentir velho!


O casal se despediu de Teddy, que já corria pela sala junto ao padrinho, pedindo por sorvete. Despediram-se de Sirius e Genevieve e logo andaram de mãos dadas para fora da casa, rindo do garoto;
— É por isso que ele passa mal, seu pai e Harry só dão sorvete pra ele! — Cedrico observou, negando com um aceno.
— Confio que Genevieve vai saber impor limites hoje à noite — piscou. Embora Sirius e Harry não fossem tão preocupados com a alimentação de Teddy, sabia que a francesa cuidaria para que ele comesse algo saudável ao invés de se afundar em doces.
Era estranho após quase 6 meses morando junto com Teddy terem uma noite apenas deles, ainda mais com a temporada de Quadribol acontecendo e Cedrico recém-promovido no trabalho. Eram poucas as noites que os dois tinham livres, e quando acontecia preferiam sair os três para jantar ou apenas ficarem em casa, relaxando e aproveitando o descanso bem-vindo. Mesmo sendo de fato bem cansativa a nova rotina, e por diversas vezes estressante, nenhum dos dois se arrependia de terem pego o garoto para morar com eles. Em um mundo ideal eles ainda teriam um tempo sozinhos antes de começarem a ter a responsabilidade de criar uma criança, mas a realidade era outra e, no final, eles estavam felizes com ela.
As horas pareceram voar durante o jantar no restaurante favorito dos Diggory, enquanto conversavam sobre as últimas novidades em seus trabalhos e outras coisas banais do dia a dia. Em determinado momento, quando estavam prontos para dar a noite por encerrada, um rapaz parou hesitante próximo a mesa deles, os olhos brilhando em direção a loira, o que fez Cedrico arquear a sobrancelha por alguns instantes, levemente enciumado ao notar o sorriso que ele direcionava a mulher;
— Desculpe atrapalhar, mas… Você é Black, não é? — Perguntou ansioso, vendo-a concordar segundos depois.
Diggory achou melhor não mencionar que agora a mulher era Black-Diggory, já que ainda não havia trocado o sobrenome no uniforme (no fundo queria que mudasse logo, mesmo que entendesse o motivo de manter o sobrenome de Sirius por mais tempo).
— Poderia me dar um autógrafo?
Cedrico acompanhou a interação dos dois em silêncio, não negava a pontada de ciúmes sempre que algum fã (homem, com idade próxima a deles) se aproximava pedindo por fotos ou autógrafos. era sempre muito simpática e sorridente e ele entendia o motivo; ficava realmente orgulhoso de ver o número de fãs que a loira tinha conquistado e o número de elogios que recebia, mas uma partezinha ainda sentia ciúmes. Não era mais o ciúmes irracional dos anos de Hogwarts que havia até mesmo atrapalhado o namoro deles, mas o sentimento ainda estava lá, lembrando-o que haviam outros caras interessados em , mesmo que na grande maioria das vezes, fosse apenas pela habilidade da mulher no Quadribol.
O rapaz virou-se para Cedrico, mantendo o sorriso animado de quem havia acabado de conhecer seu ídolo (o qual o loiro já havia visto várias vezes em outros fãs de );
— Caramba, você deu muita sorte mesmo, não é? Casado com a melhor jogadora da Liga!
Diggory riu de leve, concordando com um aceno.
— Demorou alguns anos, mas finalmente meu esforço foi recompensado! — Brincou, logo notando a careta da esposa.
Não muito depois, pagaram a conta e andaram para fora do restaurante, caminhando de mãos dadas enquanto olhavam a movimentação ao redor. Diggory então parou de andar, fazendo com que vira-se para olhá-lo com o cenho franzido;
— Você sabe o que dizem sobre jogadores de Quadribol? — Perguntou de repente, manteve a expressão confusa, negando com um aceno — Que estão sempre procurando uma boa pegada! — Sorriu malicioso, escutando-a gargalhar ao seu lado.
— Você tem sorte por ter essa carinha bonita, porque o flerte é horrível!
Cedrico riu antes de sussurrar próximo a orelha;
— Eu tenho sorte por ter você como esposa!
sorriu largo ao tornar a olhar nos olhos cinzentos do loiro, entrelaçando os braços em seu pescoço:
— Eu acho que deveríamos terminar essa noite na cama — piscou antes de esticar-se alguns centímetros para alcançar os lábios finos de Cedrico, o qual riu baixo ao apertar-lhe a cintura;
— E você tem a audácia de dizer que meu flerte não funciona!

20.

já estava com o uniforme do treino, olhando Reina jogando algumas Goles em direção ao Wood, num leve aquecimento antes de iniciarem o treino do dia. O último antes do jogo do final de semana contra o Wimbourne, as chances de vitória, como sempre, eram grandes para o Puddlemere. Não que fosse um jogo fácil, mas eles tinham certa vantagem, era só o início da temporada, mas o Puddlemere United estava empatado em primeiro lugar junto do Montrose, as Harpias vinham logo atrás apenas alguns pontos atrás. Os jogos principais ainda não tinham acontecido, ainda tinham mais quatro antes de enfrentarem as Harpias e uma rodada depois teriam o jogo contra o Montrose. Era importante que ganhassem do Wimbourne, precisavam manter uma sequência boa de pontos para garantirem os Playoff e, se tudo desse certo, mais um título ao final da temporada. Estavam todos motivados, vindos de uma excelente campanha e o título da Liga do ano anterior, a equipe era a mesma, ainda mais entrosada do que antes. Eles tinham tudo para ter um ano tão bom quanto o anterior!
Estava terminando sua água antes de pegar a vassoura, quando viu um dos MediBruxos do time se aproximar, sentando ao seu lado com uma expressão séria, o cenho franzido. O técnico veio logo depois, passando a mão pelos cabelos curtos.
— Algum problema? — Perguntou ao ver os dois parados ao seu lado, parecendo incertos do que dizer.
— o mais velho disse suspirando, passando a mão pelos cabelos mais uma vez antes de tornar a olhar para a loira —, precisamos conversar.
A mulher mordia o canto da unha, aguardando o resultado dos exames que tinha feito. Haviam dito que só levaria alguns minutos para ter uma resposta, mas já sentia como se fossem horas que estivesse esperando. Sentia a ansiedade do que tudo aquilo poderia significar naquele momento e, principalmente, sentia o coração bater acelerado.
É claro que só poderia ser outra coisa, qualquer outra coisa.
Talvez estivesse ficando doente.
Poderia ter comido algo que fez mal.
Lembrou-se que dias antes precisou tomar uma poção porque estava muito enjoada, mas imaginou que fosse pelo almoço do final de semana; Genevieve havia feito uma de suas receitas e estava uma delícia, mas era muito forte.
Mas é claro que só poderia ser aquilo ou talvez um resfriado.
Poucos meses atrás os exames de Wood estavam alterados porque ele estava doente e tomou uma poção com algum ingrediente que alterou sabe-se-lá-o-que, não era algo tão inusitado.
Respirou fundo, tentando acalmar-se e ignorar todos os pensamentos que vinham considerando aquela possibilidade e tudo o que precisaria mudar em sua vida. Não!
Era claro que era só algum resfriado. Dias antes haviam todos treinado na chuva, a mudança de clima deveria tê-la atingido, era apenas isso. Só podia ser.
Ouviu seu nome ser chamado minutos depois por uma das bruxas que trabalhavam no hospital, pedindo para que ela a acompanhasse até o consultório.
respirou fundo, sentindo as mãos tremerem levemente antes de levantar-se, seguindo a morena pelo corredor.


Diggory chegou em casa próximo às 22 horas, completamente exausto e morrendo de fome. Não sabia dizer o que estava maior: sua raiva, cansaço ou fome.
Já fazia semanas que estava chegando mais cedo e saindo mais tarde no Ministério; seu antigo Chefe havia se aposentado, outro havia entrado no lugar e o trabalho estava sobrando. A promoção que havia recebido agora não parecia tão vantajosa, pois o aumento de salário não parecia suficiente para as várias horas extras que estava fazendo. Não via a hora de contratarem mais bruxos para o Departamento, pois estavam abarrotados de trabalho e não tinham funcionários suficientes.
Deixou a mala e a capa sobre o sofá, enquanto tirava os sapatos, notando a casa silenciosa e escura. Andou diretamente para a cozinha, estranhando levemente ao não encontrar nenhuma comida pronta; não era uma cozinheira muito boa, mas sempre deixava algo para quando ele chegava mais tarde. Pensou por alguns instantes, considerando se poderia ter esquecido alguma data importante ou feito algo que a deixasse com raiva. Arregalou os olhos por um segundo, pensando que poderia ter esquecido algo relacionado a Teddy, mas então lembrou-se que o garoto dormiria na casa de Sirius, pois era o dia em que Harry cuidaria do afilhado. Sentiu o estômago roncar, mas precisava descobrir o que poderia ter feito de errado pra se desculpar. Apagou a luz da cozinha e seguiu em direção ao quarto, vendo sentada na cama, embaixo das cobertas com um livro em mãos. Passando a língua pelos lábios por um instante, incerto sobre como seria recebido, mas a loira sorriu levemente em sua direção e, sem nem mesmo ter percebido o quão apreensivo estava, Cedrico sentiu o corpo relaxar ao perceber que não estavam brigados.
— Tudo bem? — Perguntou para garantir, vendo-a acenar com a cabeça, embora um tanto quieta. Aceitando o beijo nos lábios quando o loiro aproximou-se o suficiente.
— Você demorou… — Disse baixo, vendo-o suspirar ao concordar, passando a mão pelos cabelos curtos.
— Eu sei, não aguento mais — explicou-se, enquanto tirava a camisa e a calça — vou só tomar um banho e já venho deitar. Você já jantou?
negou com um aceno, dizendo apenas que não estava com fome. Cedrico estranhou mais uma vez ela não ter mencionado qualquer comida para ele. Mas imaginou que ela pudesse apenas estar cansada, afinal também tinha uma rotina de treinamento e, nos últimos dias, acabava passando mais tempo com Teddy quando estava em casa e Diggory no Ministério até mais tarde.
Cedrico tomou um banho rápido, sentindo o corpo relaxar embaixo da água quente e, logo depois, fez um sanduíche para ter algo no estômago. Menos de vinte minutos depois, estava de volta no quarto. continuava na mesma posição, com o livro no colo, mas olhou em sua direção quando o mais velho começou a falar sobre seu dia;
—... é sério, não dá pra acreditar que eles deixem tudo para última hora desse jeito, sabe? Não vai demorar muito vou ter que fazer hora extra o final de semana todo. Não sei como ainda não contrataram outra pessoa pra… — Parou ao reparar que a esposa parecia perdida em pensamentos — Aconteceu alguma coisa? — Perguntou aproximando-se e sentando ao seu lado, colocando um braço por seu ombro — ?
A mulher respirou fundo, fechando os olhos por um instante antes de falar rapidamente;
— Rescindiram meu contrato com o Puddlemere.
— O que? — Questionou ao olhá-la, chocado — Por que fariam isso? Você acabou de ganhar o prêmio de melhor jogadora da Liga! Não tem qualquer sentido!
encarou os olhos cinzentos do loiro, falando tão baixo, que se não estivessem no mais completo silêncio, ele jamais escutaria;
— Eu estou grávida, Ced.
Diggory manteve o cenho franzido por alguns instantes, o rosto levemente inclinado, tentando entender o que havia dito. Abriu a boca alguns centímetros ao processar aquela informação. Um meio sorriso surgiu em seus lábios finos, conforme negava com a cabeça, a risada rouca;
— É brincadeira, né?
Cedrico esperava que a qualquer segundo ela começasse a rir, dizendo que só estava brincando com ele, mas não aconteceu. manteve a expressão insegura em seu rosto, aguardando por alguma reação dele.
O loiro levantou-se da cama, passando a mão pelos cabelos enquanto andava pelo quarto;
— Não… Não pode ser, . Grávida? Não, não… Você tem certeza? Não pode ser… Não estamos prontos para ter um filho. — Dizia, gesticulando bastante e olhando para todos os lados, negando a cada instante — Uma coisa é termos o Teddy, conseguimos nos adaptar a rotina dele, mas um bebê? Não, não pode ser. Isso deve estar errado. Como você sabe? Passou mal, foi? Não quer dizer que seja uma gravidez…
— Eu fiz um teste hoje cedo — a mulher contou, respirando fundo — antes do jogo do final de semana, fizemos os testes de rotina e os meus estavam diferentes. Falaram que poderia ser gravidez, — explicou, passando a língua pelos lábios — fui ao St. Mungus à tarde, Cedrico.
Diggory a encarou por um instante, ainda parecendo atônito, tornando a negar com um aceno, quase desesperado;
— Não podemos ter um filho agora, … Não temos nem condições de ter um bebê em casa. Não pode ser isso…
sorriu triste, passando a mão pelos olhos;
— Me dispensaram do time, talvez eu possa voltar a jogar depois, mas… — Baixou os olhos para as mãos, respirando fundo.
Cedrico inspirou profundamente, soltando o ar instantes depois, antes de andar até a mulher, tornando a sentar ao seu lado;
— Tá tudo bem, , vamos dar um jeito — disse baixo, passando os braços por seus ombros, apertando-lhe gentilmente.
— Você mesmo disse, Ced — ela negou baixo, chorosa — não temos condições de ter um bebê agora…
Diggory passou a língua pelos lábios, sorrindo pequeno depois;
— Vamos dar um jeito, amor. Vai dar tudo certo!

O casal estava deitado, Cedrico olhava para o teto com os braços atrás da cabeça, enquanto estava de costas para ele, em silêncio, achava que ela já estava dormindo, afinal eram quase duas da manhã. Sentia o corpo exausto, mas não conseguia desligar sua mente; não conseguia parar de pensar que a mulher estava grávida.
Aquilo mudava drasticamente a vida dos dois, já havia sido uma grande mudança terem Teddy em casa, obviamente ele amava ter o garotinho por perto e não se arrependia da decisão de pegá-lo, mas um bebê era totalmente diferente.
Lupin já estava grande o suficiente para pedir as coisas que ele queria e conseguiam deixá-lo com Sirius e Genevieve durante o tempo que precisavam trabalhar, mas não poderiam fazer o mesmo depois que a criança nascesse.
teria que ficar em casa por, no mínimo, um ano após o nascimento. E ele sabia o quanto ela deveria estar chateada por ser cortada do time de Quadribol, estava extremamente empolgada em estar indo tão bem no Puddlemere e já terem rumores sobre propostas para as Harpias.
Tinha também o lado financeiro: teriam ainda mais gastos com duas crianças em casa e uma fonte de renda a menos. Obviamente ainda tinham uma reserva guardada no Gringotes, mas Cedrico duvidava que fosse o suficiente. Ele teria que começar a trabalhar mais tempo, para conseguir mais dinheiro, talvez nos finais de semana, pagavam o dobro para aquilo! E, é claro, teriam que dar adeus à viagem que estavam planejando em dezembro, precisariam guardar o dinheiro para comprar as coisas do bebê!
Também teriam de pensar em uma forma de mudar, mais uma vez, a rotina de Teddy e fazê-lo se acostumar com a ideia de que teria outra criança em casa… E se ele ficasse com ciúmes? E se pensasse que o casal gostava menos dele por terem outra criança?
Teriam que conversar com ele sobre aquilo.
Lembrou-se então de que teria que arrumar um quarto para o bebê, precisava desfazer o escritório no quarto vago e colocar um berço e outras coisas mais. Teria que achar um espaço para deixar suas coisas, não teriam mais lugar no apartamento… Talvez fosse uma boa ideia mudarem para um local maior, com mais espaço para as crianças.
Diggory suspirou, ainda pensativo, aquele era, de fato, o pior momento para terem um filho. Mal haviam se acostumado com as responsabilidades com Teddy, um bebê exigiria o triplo de atenção e cuidados e Cedrico realmente não sabia se estavam prontos para tanto; eram novos demais para já terem que se responsabilizar por duas crianças.
Como ele sustentaria , Teddy e seu filho?
Ou talvez fosse uma filha…
Seria legal ter uma menina.
Sorriu sozinho imaginando uma garotinha correndo pela casa, pensando que ela seria mais parecida com e, embora fosse adorável imaginar uma pequena cópia da esposa, também lhe daria muito mais trabalho. Talvez fosse o troco por todas as vezes que enganou Sirius e entrou no quarto de escondido. Diggory então pensou sobre o que faria quando a garota fosse mais velha, teria que monitorar todos os passos dela, para garantir que nenhum garoto fizesse o que ele tinha feito quando queria estar junto da namorada. Talvez fosse melhor ter outro menino mesmo, pelo menos eles já tinham certa experiência com Teddy, não deveria ser tão diferente com o filho.
O loiro passou a língua pelos lábios, parando um momento para pensar sobre a única coisa que ainda não tinha cogitado;
Cedrico estava prestes a ter um filho com .
Não era o momento ideal, mas teria um filho com a esposa.
Deixou um sorriso tomar seus lábios ao pensar sobre aquilo; sempre imaginou que passaria a vida ao lado de e, em algum momento, teriam filhos. Pensava em ter dois, pois sabia o quão ruim era ser filho único e não ter ninguém para brincar.
Olhou de canto para a esposa, virando-se na cama e abraçando-a por trás, não estava acontecendo como ele havia imaginado, mas não importava;
Estava, de fato, formando a família que queria com a mulher que amava e, agora, teriam os dois filhos que ele sempre quis.
Definitivamente valeria a pena fazer horas extras por eles.

não havia dormido muito bem, sentia-se extremamente cansada, mas a pior parte era não saber o que fazer dali pra frente. Havia sido um baque enorme e totalmente inesperado. Cedrico estava certo quando disse que eles não estavam prontos para ter mais uma criança em casa, principalmente um bebê. E, tinha o Quadribol também. Estava indo tão bem no esporte, construindo uma boa carreira junto ao Puddlemere, e agora tinha acabado. Eles haviam dito que ela poderia tentar retornar após a gravidez, mas seriam praticamente dois anos sem jogar, era provável que não conseguisse voltar a boa forma, achava que eles haviam dito aquilo só para tentar animá-la, mas é claro que eles também haviam ficado surpresos e completamente preocupados; a temporada havia começado, era um péssimo momento para perderem uma jogadora porque seria extremamente difícil conseguirem alguém para substituí-la.
Mas, no fundo, estava completamente apavorada com toda a ideia. Não sabia se conseguiria dar conta daquilo. Cedrico era responsável, sempre teve muito jeito com o Teddy, mas ela não. Demorou meses para começar a entender o que o afilhado precisava quando chorava, Andromeda sabia de imediato, mas ela não. Nas primeiras semanas estava sempre ansiosa quando pegava ele no colo, com medo de derrubá-lo ou fazer algo que o machucasse. E se fosse a mesma coisa com o próprio filho? Não poderia esperar que Cedrico fizesse tudo sozinho ou que teria outra pessoa para fazer aquilo por ela, por mais que soubesse que obviamente teriam ajuda. Sentiu as lágrimas chegarem aos olhos mais uma vez, chorando baixinho para não acordar o loiro dormindo ao seu lado.
Foi naquele momento que reparou seu maior desespero com toda a situação: estava, é claro, chateada por precisar abrir mão da carreira quando estava indo tão bem no Quadribol, mas seu maior medo era não saber cuidar direito da própria criança.
E se não fosse uma boa mãe? E se fizesse tudo errado? Sabia que Cedrico seria com certeza um excelente pai, mas e se ela fosse uma mãe horrível?

Diggory abriu os olhos ao ouvir o barulho ao lado, demorou alguns instantes para entender que era quem chorava copiosamente. Aproximou-se da esposa, passando o braço por seus ombros e puxando-a para seu peito, o cenho franzido;
— Qual o problema, ? — Questionou apreensivo, escutando-a chorar mais forte.
— E se eu fizer tudo errado? — Ela perguntou pouco depois, entre soluços.
Cedrico precisou de alguns segundos para entender ao que a mulher se referia, negando no instante seguinte.
— Está brincando? Você já viu o tanto que cuidou do Teddy nos últimos anos? Como poderia fazer tudo errado? — Respondeu confiante.
— É diferente…
— Eu sei que sim — concordou, apertando-a contra si — mas vai dar tudo certo, . Estamos indo bem com o Teddy, não é? Tenho certeza que nas primeiras semanas estaremos desesperados — comentou brincando —, e depois de uns dias vai dar tudo certo!
— Mas você mesmo disse, Ced… Não podemos ter um filho agora…
Diggory suspirou, negando em seguida;
— Podemos e vamos ter. Só está acontecendo mais rápido do que eu imaginava, não achei que tivéssemos outra criança por pelo menos uns dois anos, mas vamos fazer dar certo… Quer alguém mais preparado que nós dois pra cuidar de criança?
Ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas abraçados pensando no que estava acontecendo e como uma nova criança mudaria a vida deles.
— Precisamos contar pra todo mundo — o loiro comentou baixinho, fazendo uma careta — seu pai vai querer me matar! — riu fraco, ainda completamente apavorada com a ideia, enquanto Cedrico fazia comentários aleatórios, tentando distraí-la — Acha que Teddy vai gostar de ter outra criança? Fiquei pensando nisso antes de dormir, talvez ele fique com ciúmes, não é? Acha que precisamos ver outro lugar para morar ou podemos esperar mais alguns meses? E temos que pensar em nomes…
— Ced…?
— Hm?
— Você tá feliz? — Questionou em um sussurro, preocupada com a resposta.
Diggory afastou-se alguns centímetros, olhando em seus olhos antes de responder:
— Estou completamente apavorado, mas não poderia estar mais feliz do que agora!

O casal encarou o garoto de cabelos azuis em expectativa, na dúvida se ele tinha realmente entendido o que estava acontecendo. Teddy olhou para as mãozinhas, parecendo incrivelmente pensativo para uma criança de apenas três anos. Resolveram das mais alguns instantes para o garoto absorver a informação, não querendo pressioná-lo, ao mesmo tempo estavam completamente ansiosos enquanto esperavam sua reação. Haviam passado horas pensando em como conversar com o garoto sobre ter mais uma criança em casa em apenas alguns meses. Sabiam que a rotina de todos mudaria, mas Teddy era o único que não entenderia exatamente o que estava acontecendo. Ele já havia comentado algumas vezes sobre ter outra criança para brincar e, agora que Victoire estava maiorzinha, ele gostava de ficar perto dela, fazendo-a rir, mas era completamente diferente de ter uma criança 24 horas por dia.
O menino olhou para os dois, perguntando baixinho;
— Teddy vai embola?
— Por que você iria embora? — perguntou com a cabeça inclinada, em dúvida. O garotinho deu de ombros, olhando pra baixo.
— Você não quer ter mais uma criança em casa? — Cedrico tornou, passando a língua pelos lábios. Ele concordou com a cabeça, mas não disse nada.
— Teddy, é claro que você vai continuar morando com a gente — a loira garantiu, fazendo-o olhá-la no mesmo instante —, vamos ter mais uma criança e pode ser que, às vezes, você precise dormir na casa do vô Sirius e do tio Harry, mas você sempre vai morar com a gente!
— Nossa família vai crescer um pouco, mas você vai continuar aqui, Azulão! — Cedrico confirmou, passando a mão pelos cabelos coloridos do garoto, vendo-o sorrir antes de pular no casal, abraçando-os como podia.
— Teddy gota de moar aqui!

A primeira ideia deles era de aguardar mais um pouco antes de anunciar a gravidez, mas sabiam que era quase impossível não contar para a família, principalmente com Teddy já sabendo, era uma questão de poucos minutos de conversa para o garoto acabar espalhando a notícia. E é claro que já haviam alguns questionamentos com a ausência da loira nas últimas duas partidas, as quais o Puddlemere havia justificado com algum mal-estar, mas também não poderiam esconder por muito tempo. Haviam dado apenas duas semanas para contar para quem precisava, antes de fazerem uma coletiva e justificarem realmente a falta da mulher pelo restante da temporada.
Aproveitaram o almoço de domingo que, mais uma vez, seria na casa de Sirius, convidando também os pais de Cedrico para anunciarem para todos de uma única vez.
Não foi muito fácil desviar a atenção de Teddy das conversas, mas fizeram questão de levar alguns brinquedos para ele se distrair o suficiente para não dizer nada antes da hora. Cedrico parecia o mais ansioso, pois embora imaginasse que todos ficassem felizes, sua preocupação maior era com a reação de Sirius; preferia sempre deixar o sogro feliz pois, embora não admitisse em voz alta, tinha um certo receio quando o mais velho parecia bravo com ele. Talvez fossem os anos em Azkaban. Sabia que Black era uma boa pessoa, mas era extremamente protetivo com , não sabia ainda como reagiria com a notícia de uma gravidez, ainda mais quando todos sabiam que ele não gostaria de ser avô tão cedo, diferente de seus pais, que embora sempre anunciassem que acham o casal muito novos para certas responsabilidades (como quando decidiram levar Teddy para morar com eles), não viam a hora de terem um neto.
— E aí, , quando você vai me oferecer um ingresso pra próxima partida? — Harry questionou sorrindo largamente para a loira.
— Por que agora não aproveita que sua namorada está jogando para pedir ingressos pra ela? — Sirius questionou vendo o afilhado dar de ombros;
— É legal também, mas eles não são muito bons, não é? — Respondeu sem graça, escutando risadas ao lado. A primeira oportunidade de Gina estava sendo justamente com o Chudley Cannons, para grande alegria de Rony e parte dos ruivos. Nem tanto para a garota que, embora estivesse grata pela chance, estava tendo certa dificuldade já que o time não era lá aquelas coisas. Tinham, é claro, melhorado muito desde sua estreia, mas ainda não era o suficiente para grandes partidas. Gina estava quase desesperada por uma chance de mudar de time, mas tinha um contrato de duas temporadas com eles.
— Repita isso na frente do Rony, por favor — comentou sorrindo de lado, adorava implicar com o time do amigo.
— Então, vai me conseguir um ingresso pro próximo jogo ou só o Diggory tem direito?
O casal se entreolhou, enquanto Cedrico terminava de mastigar um pedaço de torta, deixando o garfo sobre o prato enquanto a esposa tomava um gole de suco.
— Não sei bem quando jogarei de novo… — começou devagar, atraindo o olhar do restante do pessoal.
— Aconteceu alguma coisa? — Amos foi o primeiro a questionar, curioso. Assim como Cedrico, Sirius e Harry, também mantinha uma certa presença nos jogos da nora, embora com uma frequência menor, mas ficava sempre orgulhoso em falar de como a mulher estava indo bem para os colegas, assim como havia sido com Cedrico ao longo dos anos.
mexia o pé, ansiosa, mordendo o canto do lábio ao tornar a olhar para o marido, logo vendo-o respirar fundo antes de colocar uma mão sobre a sua, sorrindo de lado ao anunciar em voz alta:
está grávida!


Observaram a reação de cada um mudar completamente ao entender o que acontecia; Harry, que estava sentado ao lado de , foi o primeiro a virar-se animadíssimo com a notícia, abraçando apertado a melhor amiga;
— Eu vou encher tanto o saco dessa criança que você não tem ideia — falou brincando, antes de fazer o mesmo com Cedrico — Vamos descobrir se a teoria que essa criança será imparável é verdade! — Encarou de canto, notando o quão feliz ela parecia, mesmo que um tanto hesitante, assim como Diggory que não escondia o sorriso. Era tão estranho imaginá-la tendo um filho, conhecia a loira bem demais para saber que ela deveria estar completamente surtada com a ideia e era divertido pensar em acompanhar essa mudança na vida dela, mesmo que fosse quase inacreditável pensar em qualquer um deles tendo filhos, parecia que até ontem ainda estavam perdendo pontos em Hogwarts!
Genevieve foi a segunda a levantar-se, sorrindo grandemente ao cumprimentar o jovem casal. Havia se apegado demais a loira com o passar dos meses de convívio e também gostava muito de Cedrico, o rapaz era sempre muito querido e educado com ela, e gostava do fato de não ser tão “escandaloso” como Sirius, Harry e . Mal podia esperar para ver os dois lidando com mais uma criança!
Rachel sentiu os olhos marejarem ao abraçar apertado o filho, parte de si ainda achava o casal muito novo para tamanha responsabilidade, mas ao mesmo tempo queria muito ter um neto, mais um, já que agora Cedrico via Teddy como um filho. Imaginou que demoraria mais tempo para aquilo acontecer, mas estava realmente feliz com a ideia, abraçando logo em seguida. Amos veio logo atrás, abraçando o filho e dando-lhe palmadinhas nas costas, a ideia de ser avô o agradava imensamente, já podia ver o neto (ou neta) correndo pela casa, embarcando para Hogwarts e, quem sabe, ingressando na Lufa-Lufa! As chances de ser uma criança comportada como Cedrico havia sido talvez não fossem grandes, mas tinha certeza que seria um ótimo jogador de Quadribol, assim como o casal. Amos sentia aquele imenso orgulho que sempre teve do filho aumentar ainda mais (se é que aquilo era realmente possível!), ao vê-lo construindo sua própria família!
olhou ansiosa para o pai, enquanto era abraçada pelo sogro, ao tempo que o moreno levantava-se da cadeira, parecendo um tanto quanto pensativo. Escutava as vozes animadas ao lado, enquanto todos se cumprimentavam, Harry ainda fazendo algumas piadas sobre a criança, mas a mulher estava com a atenção focada em Sirius, aguardando por sua reação.
A ideia de ser avô tão rápido, de fato, não era muito esperada por Sirius, nem imaginava que pudesse realmente acontecer antes de alguns (bons) anos. Então pensou em Teddy e em como o casal havia assumido totalmente a responsabilidade pelo garotinho, estando atualmente muito mais próximos de serem pais do que tios/padrinhos, mas não esperava que fossem ter outra criança. Aquilo era realmente uma surpresa enorme. Encarou a filha por alguns instantes, notando a apreensão na expressão da loira, antes de negar com um aceno, levantando-se para abraçá-la apertado;
— Não pense que eu não vou estragar essa criança, porque eu vou — disse baixinho, escutando-a rir nervosa enquanto retribuía o abraço. Aproximou-se instantes depois de Cedrico, o qual o olhou ansioso por um momento, embora ainda fosse possível notar o sorriso de canto do loiro.
— É, parece que finalmente chegou a hora de admitir a idade, Sirius — Harry falou em voz alta —, já é avô e tudo! — Comentou displicente, escutando as risadas ao redor — Não espero outra coisa do que ser convidado para ser padrinho dessa criança! — Avisou ao casal.
— Não sei se você é exatamente o melhor exemplo, tendo em vista que você sempre deixa Teddy só comer doces! — Cedrico respondeu, apontando de canto para o garotinho que seguia entretido com o desenho que pintava para se importar com a comoção dos adultos.
— Falando nisso — Rachel começou quando voltaram a sentar-se, ainda animados com a novidade —, como vão fazer agora?
deu um tapinha nas costas do marido, sorrindo solidária;
— Alguém vai trabalhar dobrado e não serei eu, já que estou muito ocupada gerando uma criança!
— Boa sorte, Diggory, já é chata no dia a dia, imagina agora! — Potter brincou, recebendo uma cotovelada da loira.
Cedrico riu, concordando de leve, embora não parecesse nem um pouco incomodado com a ideia. Ainda estava completamente apavorado de saber que agora seriam responsáveis por duas crianças. Financeiramente talvez não fosse um problema: haviam feito as contas no dia anterior e, considerado uma boa parte do salário de que eles não gastavam e estava guardado, junto com o que ela havia ganho nos últimos meses entre premiações do time e vendas de material, eles não precisavam realmente se preocupar com dinheiro por, no mínimo uns dois anos (vivendo muito bem), e eles ainda nem haviam pensado no quanto ela havia herdado de Victoria (que estava reservado para possíveis emergências), mas Diggory precisava saber que, se o Gringotes pegasse fogo e eles perdessem todo o ouro que tinham, ainda conseguiriam o suficiente para viverem, mesmo que isso significasse algumas horas a mais de trabalho por algum tempo.
, é claro, não estava nenhum pouco preocupada com o dinheiro, pois sabia que se precisassem de algo Sirius ainda poderia ajudar (mesmo que Cedrico fosse orgulhoso demais para pedir dinheiro para o sogro), em contrapartida, ainda pensava incessantemente na possibilidade de não saber cuidar bem da própria criança!

No decorrer da semana acabaram por contar para mais alguns amigos, afinal era uma questão de dias até ser noticiado pelo Puddlemere e não acharam justo os mais próximos não saberem por eles mesmos. Então não demoraram a juntar todo mundo em um jantar e contar a novidade;
Rony, assim como Harry, ficou completamente surpreso, mas incrivelmente feliz pela amiga. Hermione abraçou fortemente o casal, não demorando a começar a passar diversas informações que julgava importantes, principalmente para Cedrico já que conhecia a loira o suficiente para saber que ela esqueceria tudo em dois minutos. Gina, ao mesmo tempo que estava feliz pela amiga, era a mais próxima de entender o dilema que a mulher estava, já que precisava abrir mão do Quadribol por alguns (longos) meses. Sophie já dizia querer parar na loja mais próxima para comprar o máximo de presentes possíveis para a criança que viria, empolgada com a ideia de mimar um bebê, assim como fazia com Teddy sempre que o via. Monty não ficava atrás da morena, realmente feliz pelo melhor amigo tendo um filho e já tendo certeza que a Lufa-Lufa ganharia um excelente bruxo (ou bruxa). E, enquanto parabenizava o casal, Daves brincou que estava na hora de todos começarem a fazer o mesmo, se quisessem manter a próxima geração crescendo juntos, reclamando levemente pelo fato da namorada ainda estar em seu treinamento com a MACUSA, o que dificultava as coisas.
E, em meio a uma brincadeira e outra, embora fosse claro que o casal ainda estava ansioso com tudo o que viria e com as mudanças que inevitavelmente aconteceriam, também era óbvio para todo o grupo de amigos, e para qualquer pessoa que visse de fora, que além de com certeza serem ótimos pais, os Diggory não poderiam estar mais felizes com o aumento da pequena família que haviam formado!

21.

Não foi exatamente uma surpresa para o loiro quando as coisas começaram a sair do controle com a gravidez de . Muito pelo contrário, ele diria que já era esperado desde a primeira semana. Até ficou surpreso pelo tempo que demorou para começar a acontecer. Todos os amigos e familiares fizeram piada sobre o assunto, todos. Absolutamente todo mundo que conhecia a mulher sabia que durante aqueles meses Diggory precisaria de sorte, pois era exagerada e dramática na mesma proporção.
Talvez fosse porque nas primeiras semanas ela estava apenas aproveitando o tempo disponível com Teddy que a loira estivesse mais tranquila com tudo aquilo, mas no fundo Cedrico já se preparava para o que poderia vir a qualquer momento. Já tendo ouvido diversas histórias dos colegas no trabalho, sobre como as coisas haviam mudado durante a gravidez das esposas e, depois, com o nascimento da criança. Diggory, embora soubesse que as coisas seriam mais difíceis, não pensava que pudesse mudar tanto assim, afinal já eram acostumados a ter uma rotina envolvendo Teddy. E, embora o choque inicial, ambos estavam realmente felizes com a ideia de serem pais de mais uma criança, porque para eles Teddy de um jeito ou de outro era o primeiro, inclusive ficavam realmente ofendidos quando alguém insinuava que o garoto não era: Se morava com eles e estavam o criando, Teddy Lupin era tão filho daquele casal quanto qualquer outra criança que pudessem ter, independente do sobrenome que tivesse. É claro que não era sempre fácil e faziam questão de Teddy saber o máximo possível sobre Ninfadora e Remo, tendo fotos do casal próximo a cama do garoto, para que ele sempre pudesse olhar para os pais, mas Cedrico e já o consideravam como um filho praticamente desde o primeiro dia que o levaram para morar com eles. E Teddy, no momento, apenas aproveitava o tempo extra que tinha em casa com , não parecendo muito interessado em outra criança, imaginavam que enquanto não visse o bebê, ele seguiria do mesmo jeito.
De qualquer forma, as coisas começaram a ficar agitadas pouco mais de um mês após terem descoberto sobre a gravidez; inicialmente era só uma conversa ou outra sobre o que teriam que mudar no apartamento e algumas ideias de nomes. Um brinquedo ou uma roupa diferente que compravam, ainda sem saber se seria um menino ou menina, haviam resolvido que esperariam mais alguns meses antes de realmente começarem a mudar o que precisavam, pois ainda tinham um bom tempo para se organizarem e Cedrico bastante trabalho para fazer, então precisava do espaço.
A primeira mudança, para infelicidade da mulher, foram os enjoos matinais, um dia simplesmente acordou antes das seis horas e correu para o banheiro, desde então suas manhãs começavam da mesma forma, o que a deixava um tanto mal-humorada. E logo ela começou a passar mal com comida, às vezes eram os cheiros mais fortes, outras era o gosto que parecia estranho e, não demorou muito, qualquer refeição virou um verdadeiro desafio para encontrarem algo que não a fizesse passar mal.
A segunda mais significativa foi a partir do terceiro mês, na qual Cedrico sempre parecia o mais afetado; começou a mudar de humor extremamente rápido, em um momento estava sorridente ao seu lado dizendo o quanto o amava, e no segundo parecia brava com ele por qualquer motivo que achasse, por diversas vezes resultando no loiro dormindo no sofá e implorando por desculpas mesmo quando não tinha feito absolutamente nada de errado.
Não muito depois, começou a ficar extremamente emotiva, chorando por diversos motivos diferentes; em uma das vezes começou porque acabou queimando o bolo que tentou fazer para Teddy. Teve vezes que chorou devido ao clima e então as mudanças de planos que precisavam fazer. Chorava quando Teddy se machucava brincando e por não estar mais morando junto a Sirius, mesmo vendo o pai quase todos os dias. Chorava de saudades de absolutamente todo mundo, às vezes mais sérias eram, claro, quando envolviam os Tonks, mas diversas vezes chorava por não ver os amigos com a mesma frequência da época de Hogwarts, já que eles estavam trabalhando; Potter, Weasley e Granger apareciam de duas a três vezes na semana para visitas, almoços ou jantares, mas não parecia o suficiente. Chorou em todas as partidas que o Puddlemere perdeu, sentindo-se culpada por não estar no jogo. E ficou completamente magoada quando Cedrico não trouxe doces para ela, mesmo que o loiro não fizesse ideia de que ela queria - aparentemente ele precisava descobrir aquilo sozinho e, a partir da segunda vez que aconteceu, começou a ter sempre alguma coisa diferente na pasta, para o dia que ela pedisse, porque ele não podia simplesmente entregar no dia que ela não queria.
Estavam sendo meses cada vez mais difíceis e Diggory respirava fundo antes mesmo de entrar em casa, sem saber exatamente o que esperar da mulher, e nem mesmo reclamava sabendo que não era necessariamente culpa da loira, então apenas implorava por desculpas ou apenas a abraçava escutando-a chorar, garantindo que tudo ficaria bem.
O auge, em sua opinião, foi aos sete meses de gravidez;
Chegou em casa próximo às 23h00 devido às horas extras que estava fazendo nas últimas semanas e simplesmente encontrou tudo escuro. Num primeiro instante não estranhou, achando que talvez a mulher e a criança já estivessem dormindo pelo horário, Teddy dormia próximo às sete e meia e costumava estar na cama próximo às nove horas. Deixou suas coisas no canto, fazendo o mínimo de barulho possível para não acordá-los, enquanto andava até o corredor.
Abriu a porta do quarto do garoto, franzindo o cenho ao não encontrá-lo na cama, mas imaginou que estivesse dormindo junto da loira, como ainda era bem comum de acontecer. Sua surpresa foi realmente ao abrir a porta do próprio quarto e não encontrar nenhum dos dois deitados. Sentiu o desespero bater ao imaginar que pudesse ter acontecido alguma coisa com um dos dois, voltando apressado pelo corredor, sem nem mesmo saber o que fazer, até notar um pedaço de pergaminho em cima da mesa.
Se antes estava assustado, naquele momento Diggory sentiu-se completamente apavorado:
“Estamos indo embora. Adeus.”


Cedrico piscou incontáveis vezes, tentando entender o que poderia ter acontecido, desesperando-se completamente ao se dar conta de que e Teddy haviam saído de casa. Não fazia ideia do motivo, pensando rapidamente em qualquer coisa que pudesse ter feito para ocasionar aquela situação. Virou-se aflito por alguns instantes, não demorando para sair de casa em direção a casa do sogro, sabendo que deveria ser o primeiro local que procuraria.
Sua mão tremeu ao bater na porta da casa, vendo algumas luzes acesas do lado de dentro, mesmo com o horário tardio. Imaginou por um instante que o homem talvez não o deixasse entrar para falar com a loira, possivelmente o ameaçasse por ter feito o que fez. Seja lá o que tiver feito!
Pouco depois a porta foi aberta e encarou Sirius Black, esperando por alguma bronca, talvez até uma azaração, mas para sua completa surpresa o moreno tinha um sorriso nos cantos dos lábios, fazendo um sinal para que entrasse na casa, parecendo divertido com tudo.
…? — Perguntou incerto, olhando para os lados.
— Está no quarto, boa sorte, vai precisar!
— O que…?
Sirius apenas riu apontando com a cabeça para as escadas, antes de sentar-se no sofá, voltando sua atenção para o livro aberto ao lado. Diggory passou a língua pelos lábios antes de começar a subir as escadas. Fosse o que fosse, não poderia ser tão ruim se Sirius nem mesmo parecia preocupado… A menos que estivesse considerando a separação do casal!, talvez ainda torcesse para deixar o loiro e voltar para casa!
Cedrico respirou fundo antes de bater levemente na porta do antigo quarto da mulher, nem mesmo esperando uma resposta antes de entrar com cuidado.
? — Chamou em voz baixa, vendo-a deitada na cama. A loira nem sequer virou-se em sua direção — O que aconteceu? — Novamente não teve resposta, aproximando-se devagar, sem saber exatamente o que fazer. Passou a mão pelos cabelos, respirando fundo antes de começar a implorar por desculpas; Qualquer que fosse o motivo, deveria ser suficiente dizer que sentia muito e não repetiria suas ações, não? — Eu sinto muito… Não quis… — passou a língua pelos lábios, sem saber o que dizer já que não sabia o que poderia ter feito, mas sentando-se ao seu lado — Não quis te deixar triste, sinto muito…
A loira continuou sem responder, mas ele pode ouvi-la fungando baixinho. Colocou a mão por sobre seu ombro, apertando-o gentilmente.
, por que você saiu de casa? — Perguntou no mesmo tom, sentindo o coração bater apertado ao considerar a possibilidade dela não voltar com ele.
O que faria se realmente tivesse feito algo errado o suficiente para a loira não querê-lo mais? Já haviam se desentendido inúmeras vezes, mas nunca havia saído de casa. Poderia colocá-lo para dormir no sofá, mas em nenhum momento parecia considerar deixá-lo. Nunca havia passado por sua cabeça uma situação na qual a loira o deixaria após estarem casados, independentemente do motivo da briga que tivessem. Parecia simplesmente irreal para Cedrico, principalmente agora que estavam prestes a ter uma criança juntos!
— Porque você não nos quer mais na sua casa — respondeu tão baixo, que se não estivesse no mais completo silêncio, apenas ouvindo as batidas aceleradas do próprio coração, Diggory não teria escutado.
Franziu o cenho no mesmo instante, piscando os olhos confuso;
— O que? Do que está falando? Quando foi que eu disse que não queria mais você em casa?
— Você não precisa dizer, Cedrico, eu já percebi! — Respondeu, limpando as lágrimas, ainda sem olhá-lo. Diggory abriu e fechou a boca, completamente surpreso.
— Percebeu o que, ?
— Você não nos quer por perto! — Disse, agora parecendo com raiva — Fazem semanas que você evita ficar conosco, saindo cedo e voltando quando já estamos dormindo! Já entendi tudo, Diggory!
— Você está louca, ? — Exasperou-se ao entender o que acontecia, respirando fundo antes de continuar, notando o tom de voz mais alto do que gostaria — Estou passando mais tempo trabalhando, não estou tentando me afastar de você ou do Teddy. Não é como se eu estivesse passeando enquanto vocês estão em casa!
A mulher não respondeu nada, ainda encolhida em seu canto. Cedrico negou com um aceno, dando a volta na cama e abaixando-se de frente a loira, notando os olhos avermelhados da mulher. Era completamente absurdo em sua cabeça ela sequer considerar que ele não a queria por perto - agora parecia fazer sentido em sua cabeça Sirius ter achado toda a história divertida!, mas a loira parecia realmente magoada com tudo aquilo e, mais uma vez, ele imaginou que a culpa fosse da gravidez.
— Eu sinto muito se passei a ideia de que não queria ficar com vocês — falou baixinho, passando a mão pelos cabelos da esposa —, é a melhor parte do meu dia voltar pra nossa casa e encontrar você e Teddy, e mal posso esperar para termos mais uma criança! — Sorriu de lado quando ela finalmente encarou seus olhos — Eu sei que tenho passado mais tempo do que deveria no trabalho e vou tentar melhorar isso, mas não é porque estou no Ministério até mais tarde que não quero estar com vocês. Você só pode estar completamente louca se achou mesmo que eu não quero mais ter vocês, . Eu amo você e a pequena família que temos!

Diggory revirou-se na cama ao ouvir o alarme apitando, suspirando já cansado antes de desligá-lo. Contrariando sua vontade e, principalmente de , não conseguiu diminuir muito suas horas no trabalho, mas ao menos tinha um acordo para ficar três semanas em casa assim que o bebê nascesse. Não que achasse que iria descansar com duas crianças em casa, mas já era melhor do que nada e sabia que a loira precisaria de ajuda. Talvez realmente o largasse se Cedrico não ficasse os primeiros dias em casa quando o bebê chegasse.
Sorriu de lado ao pensar no assunto, sentando no canto da cama e vendo dormir, colocou a mão por sobre a barriga da mulher, acariciando-a levemente. Ainda se surpreendia sempre que o bebê começava a se mexer, era a coisa mais assustadora e incrível que já havia presenciado. Lembrava-se bem da primeira vez que aconteceu e do susto que levou ao ver o quanto a criança se mexia, por algum motivo achou que era algo delicado, quase imperceptível, completamente diferente do que aconteceu. Mas era realmente incrível poder presenciar tudo aquilo, sabendo que em poucas semanas aquela criança estaria ali com eles, provavelmente chorando e deixando todo mundo acordado por dias. Cedrico mal podia esperar por tudo aquilo!
Levantou-se pegando suas roupas, parando por um instante no quarto de Teddy, rolando os olhos ao lembrar-se que o garoto havia dormido na casa de Sirius pois tinha saído para passear com o padrinho no dia anterior.
Minutos depois, Cedrico voltou ao quarto com os cabelos ainda molhados, enquanto tentava amarrar a gravata, reparando na mulher sentada na cama com a mão na barriga.
— Tudo bem? — Perguntou ao se aproximar-se para um beijo rápido, mas parou ao notar a expressão confusa da loira.
— Não sei, — disse baixo, respirando fundo — acho que o bebê só está um pouco agitado…
Diggory sentou ao canto, estendendo a mão sobre a barriga da mulher, sentindo a criança movimentar-se.
— Quer um chá?
fez uma careta leve, negando com um aceno. Não aguentava mais tomar tanto chá como estava fazendo nas últimas semanas.
— Quer que eu chame seu pai? — Questionou ao ficar em pé, terminando de arrumar a gravata.
— Não precisa, Ced — sorriu pequeno, ainda respirando fundo algumas vezes, tentando ignorar o desconforto.
Diggory colocou as mãos na cintura, encarando a mulher por um instante, incerto sobre o que fazer. De forma geral, não era nada sério quando o bebê se mexia, e as duas vezes que achou que pudesse ser algo diferente foram ao St. Mungus, apenas para descobrir que era um desconforto normal para o número de semanas de gestação. Ainda tinha quase três semanas para a data prevista de nascimento, mas a partir da próxima semana já não ficaria sozinha em casa, apenas por garantia.
Por fim o loiro concordou com um aceno, mandaria uma coruja para o sogro, apenas por garantia, assim que chegasse no Ministério.
— Bem, então vejo vocês mais tarde! — Beijou-lhe os lábios, piscando para a mulher antes de sair do quarto, pegando sua pasta e casaco instantes depois, pronto para sair de casa para o trabalho.
Cedrico estava fechando a porta do apartamento quando escutou o grito desesperado da loira, sentiu a mão tremer e o coração bater acelerado ao ouví-lo.
Abriu a porta apressado, entrando e jogando as coisas de qualquer jeito ao correr em direção ao quarto, encontrando às lágrimas, ainda tentando respirar fundo para acalmar-se.
— O que…? — Começou a falar, logo reparando no estado da mulher.
Sentiu o desespero passar por seu corpo ao entender o que acontecia;
estava tendo o bebê!


Sirius entrou apressado pelo St. Mungus junto a Teddy, seguindo instantes depois pelo corredor indicado pela mulher na recepção. O garotinho de cabelos azuis olhava ansioso para os lados, sem saber exatamente o que estava acontecendo, mas não gostava do lugar: as poucas vezes que havia ido lá era porque tinha se machucado ou comido muito doce e passou mal, em duas das vezes estando junto a Harry (o qual o garoto se lembrava de ter escutado ou Cedrico reclamando com o padrinho pelo o que pareciam horas intermináveis - Teddy sempre ficava satisfeito por não precisar ser ele quem recebia a bronca, já que consideravam castigo o suficiente ter passado mal e precisar tomar alguma poção que ele não gostava)!
Não muito depois, Sirius viu Cedrico sentado em uma cadeira mais à frente em um corredor lateral, mexendo agitado a perna enquanto mantinha a cabeça baixa, o corpo curvado.
— O que está acontecendo? — Perguntou assim que se aproximou o suficiente, vendo o genro encará-lo no instante seguinte, enquanto Teddy corria até o loiro.
— Eu não sei! — Respondeu nervoso, levantando-se ansioso, sorrindo levemente para o garoto antes de passar as mãos nos cabelos azuis. — Levaram ela para uma sala e me pediram para esperar, mas faz quase trinta minutos e ninguém disse nada! Só me perguntaram se eu queria avisar alguém que estávamos aqui, pedi pra avisar você e meus pais… — Passou a mão pelos cabelos, olhando ao redor — Eu estava saindo de casa, Sirius… Se demorasse um minuto a mais estaria sozinha!
— Mas ela não estava — o mais velho o encarou, colocando uma mão em seu ombro —, o que poderia ter acontecido não importa agora, Cedrico, você estava lá para ajudar, vai ficar tudo bem!
— Cedrico! — Ouviram outra voz chamando, virando-se em tempo de verem Rachel andar apressada até o grupo — O bebê já nasceu? O que aconteceu? — Questionou rapidamente, abraçando-o por um instante.
— Ainda não, quer dizer… — Cedrico olhou ansioso para Sirius — Eles já teriam me dito se tivesse nascido, né?
Sirius riu baixo, concordando;
— Vão te chamar para acompanhar o nascimento, Diggory!
Antes que o loiro pudesse relatar o que havia acontecido para a mãe, Amos aproximou-se junto a Hermione, cumprimentando-os antes de sentarem nas cadeiras, esperando por novidades.
— … E estou esperando desde então — finalizou, passando a mão pelos cabelos mais uma vez —, mas já deveriam ter me dito algo, não é?
— Não é porque a bolsa estourou que o bebê já está nascendo, Ced — Rachel explicou, embora também ansiosa com o nascimento da criança — ainda pode demorar algumas boas horas! Eles devem apenas estar confirmando que está bem!
— Horas? — Questionou no mesmo segundo, apavorado.
— Ah sim, — Sirius riu — demorou mais umas duas horas para nascer depois que entramos aqui — relembrou rindo — estava apavorado!
— Duas? Passei o dia todo na espera desse aqui — Amos apontou com a cabeça para Cedrico, que arqueou a sobrancelha surpreso.
— Que bom que vocês só esperam — Rachel debochou — quem sofre somos nós!
— Ah, bem… — Sirius deu de ombros — Precisa avisar mais alguém?
— Não pensei muito — Cedrico deu de ombros —, só lembrei de vocês…
— Encontrei essa aqui na saída — Amos riu, piscando para Hermione.
— Pedi para avisarem o Rony, Harry e Sophie, mas acho que só vão conseguir mais tarde, tinham uma missão logo cedo!
— E avisei Montgomery também — Amos tornou — encontrei com ele quando estava saindo da minha sala, disse que precisava participar de uma reunião, mas vinha logo depois e também avisaria Rogério — explicou, vendo o filho concordar com um aceno.
— Acho que só falta a Gina…? — Mione perguntou, sem saber ao certo se teria mais algum amigo próximo que gostariam de avisar.
— Pedi para falarem o Malfoy também, parece que está em atendimento…
Sirius deu uma risadinha ao ouvir;
— Harry vai querer morrer se a criança nascer sem ele estar aqui, não para de falar sobre ser padrinho e claramente está preocupado em perder o lugar para o Malfoy!
— Ah, mas isso é porque ele não superou não ser chamado para o casamento! — Granger concordou aos risos — Mas não sei se ele é um bom exemplo… O que acha Teddy? — Perguntou para o garotinho, que parecia entediado com a conversa, mas olhou para cima quando foi mencionado — Harry é um bom padrinho?
— É sim, Teddy toma sovete! — Fez joinhas, sorrindo grandemente com os dois dentinhos faltando, fazendo o grupo rir.
— Se isso é a única coisa que faz ele ser um bom padrinho, realmente a competição não está aquelas coisas! — Ouviram Emmett dizer aos risos ao se aproximar do grupo — Já pode me chamar para ser o do que tá vindo, Ced, posso fazer melhor do que isso! — Piscou ao cumprimentar o melhor amigo com um tapinha no ombro, antes de acenar para os outros — E a ? E o bebê?
— Gostaria de saber também! — Respondeu impaciente, pronto para sair em busca de informações, quando viu uma enfermeira aproximar-se;
— Sr. Diggory? — Chamou olhando para todos, Cedrico deu um passo à frente, ansioso. — Se puder me acompanhar, o bebê está para nascer!
Diggory sentiu o coração acelerar, concordando com um aceno, parecendo incapaz de dizer qualquer coisa, mas sentindo alguns tapinhas nas costas e mais algumas palavras que não conseguia distinguir no momento.
Cedrico entrou menos de cinco minutos depois na sala, conforme indicado pela morena, já vestindo um tipo de avental branco por cima das roupas. Viu o medibruxo mais a frente junto a uma enfermeira, o homem acenou com a cabeça para o loiro, sorrindo em sua direção, assim como a mulher ao seu lado. Diggory olhou para o lado contrário, vendo uma terceira enfermeira mais próxima à cama, conversando em voz baixa com , segurando em sua mão enquanto a loira respirava fundo, os olhos fechados e a expressão de dor presente em seu rosto. O homem andou rapidamente para perto da esposa, sorrindo nervoso para a mulher quando ela o viu ali. A enfermeira saiu de perto de , apontando para que ele fosse para o local, e no mesmo instante que a loira segurou em sua mão, Cedrico sentiu um aperto forte. Não sabia exatamente o que fazer para tentar ajudar, apenas vendo respirar fundo, tentando ignorar a dor que sentia conforme as contrações aumentavam. Passou a mão por seus cabelos, um tanto molhados de suor, garantindo que tudo ficaria bem.
Poucos instantes depois, ouviram o medibruxo anunciar que estava na hora dela começar a fazer força.

— Parabéns, é um menino!
Cedrico sentiu o peito inflar, logo sentindo as lágrimas chegarem aos olhos e o sorriso ocupar seus lábios ao notar que aquela coisinha rosada, cheia de sangue e um tipo de gosma estava alí entre eles; seu filho com a mulher que amava tinha finalmente nascido.
Tornou a se aproximar da esposa que parecia extremamente cansada, a boca ligeiramente aberta e o rosto suado. Sorriu para ela, passando a mão por sua testa, retirando os fios de cabelos grudados, beijando-lhe os lábios por um segundo;
— Eu amo você!
sorriu fraca, os olhos quase fechados devido ao esforço, enquanto via as enfermeiras pegarem o bebê para limparem;
— Como ele é?
— A coisa mais enrugada e cheia de sangue que eu já vi, — disse rindo — é maravilhoso!
Os dois sorriram um para o outro, as lágrimas de felicidade descendo por ambos os rostos.
— Você é incrível, sabia disso? — Soprou para a mulher, encostando as testas. sorriu, negando com um aceno, parecendo cansada demais para dizer qualquer coisa — Obrigado!
— Vamos limpá-lo antes de vocês poderem pegá-lo, — o medibruxo que havia feito o parto começou a dizer, sorrindo para o casal antes de virar-se diretamente para —, você precisará de uma poção revigorante e, depois de pegar seu filho, precisará descansar também!
O bruxo tornou a parabenizá-los antes de sair da sala para voltar ao trabalho;
— Vou dizer que está tudo bem já que estão com ele, volto em um minuto! — Cedrico avisou, beijando-lhe os lábios mais uma vez, antes de uma das enfermeiras aproximar-se com a poção.

Diggory respirou fundo, passando a mão pelo rosto e cabelos, antes de passar pela porta de acesso ao corredor, vendo o grupo espalhado, sentado nas cadeiras ou em pé, conversando. Ficaram em silêncio assim que o viram, encarando-o cheios de expectativas;
— É um menino! — Sorriu, tornando a sentir o peito estufar e o coração bater apressado, conforme seu cérebro processava mais e mais a ideia de que seu filho tinha nascido. Achava que o sorriso nunca mais sairia de seu rosto.
Sua mãe abraçou-o apertado, chorando contra seu peito;
— Ah, Ced! Um garotinho!
— Nem acredito que sou avô! — Amos dizia alegre, aproximando-se quando o loiro soltou-se de Rachel. — Parabéns, filho!
Sirius parecia um tanto aéreo, mas sorriu em sua direção abraçando-o;
— Parabéns, vovô Sirius! — Cedrico disse em voz baixa, ouvindo-o rir rouco.
— Parabéns, papai! — Apertou-lhe o ombro, sorridente — Como ela está?
— Tudo bem, foi fantástica! — dizia, abraçando Hermione a qual estava em lágrimas ao parabenizá-lo — Está tomando uma poção agora, daqui a pouco já vai para outro quarto junto com o bebê!
— E como ele é? Como foi? — Monty perguntou animado ao parabenizar o melhor amigo.
— A coisa mais estranha que eu já vi! Foi horrível, achei que desmaiaria só de ver, mas ele é lindo! — Contou rindo, agachando-se para olhar Teddy, que continuava sentado na cadeira, parecendo entediado — Ei, você ouviu? Agora você tem um bebê para brincar! Vai ajudar a cuidar dele, não é?
Teddy o encarou por alguns instantes, suspirando ao concordar;
— Tudo bem, eu divido meus brinquedos com ele!
Cedrico riu, abraçando-o e beijando-lhe a bochecha, antes de tornar a levantar-se;
— Não acredito que já tenho duas crianças para criar, vou precisar de um aumento! — Disse ansioso, passando a mão pelos cabelos mais uma vez, escutando os risos ao redor.
— Vai precisar de horas extras, isso sim! — Monty brincou, vendo-o fazer uma careta ao concordar. — Isso merece um brinde para comemorar!
— Está de brincadeira? Se eu sair de perto da pra beber, essa criança já será órfã de pai! — Respondeu no mesmo instante, escutando a gargalhada do moreno.
— Não se preocupe, bebemos em homenagem a vocês! — Piscou, vendo Sirius concordar ao seu lado.
— E quando podemos ver e o bebê? — Hermione perguntou no momento seguinte.
— Ela vai para outro quarto daqui a pouco, acho que já vão poder entrar!
— É melhor deixarmos ela descansar um pouco antes de todo esse agito — Rachel comentou, sabendo o quão exausta a loira deveria estar com tudo.
— Sim, sim, enquanto vocês têm um tempo para descansar, podemos comemorar um pouco — Sirius argumentou.
— É quase hora do almoço — Amos concordou animado — vamos comer alguma coisa e brindar antes de voltarmos para ver o mais novo Diggory! — Piscou para o filho.
Sirius desfez o sorriso no mesmo instante ao lembrar-se que a criança dificilmente carregaria seu sobrenome, o que não passou despercebido pelo genro que apenas sorriu em sua direção.
— Bem, vou entrar para ver como eles estão, só vim mesmo pra avisar que está tudo certo! — Disse animado, brincando com os cabelos de Teddy por um momento.
— Nos vemos depois, filho! — Rachel tornou a abraçá-lo — Dê os parabéns para , ela quem fez todo o trabalho! — Brincou, vendo-o rir ao concordar.
— Preciso voltar para o Ministério — Mione avisou, ainda sorrindo pelo casal de amigos — assim que der volto para conhecer o bebê!
— Idem — Monty concordou — já avisamos para o pessoal que nasceu o garotão!
— Aproveitando — sorriu para os dois —, se puderem avisar ao Ministro que estou entrando de licença hoje, agradeço!

sentia-se muito melhor, embora ainda estivesse incrivelmente cansada. Nem conseguia acreditar na dor que sentiu e, menos ainda, que realmente tinha dado à luz e agora o bebê já estava entre eles. Parecia tão estranho saber que não teria mais a criança se mexendo dentro de si, e ao pensar naquilo sentiu os olhos marejarem.
— Você está bem? — Ouviu a voz de Cedrico, o qual entrava no quarto com um copo d’água em mãos, oferecendo-a. — O que aconteceu?
— Nada — negou com um aceno, passando a mão pelos olhos antes de aceitar a água, tomando um gole. — É só difícil de acreditar…
Diggory riu, concordando com um aceno;
— Eu sei — sentou-se no canto da cama, passando o braço por seus ombros —, ainda não tenho certeza se entendi o que aconteceu! Estava esperando ter mais alguns dias para assimilar tudo — confessou, embora ainda fosse visível o sorriso em seu rosto.
— A gente precisa escolher o nome, Ced — lembrou de repente — acho que não podemos ficar chamando de bebê pra sempre!
— Bem, pelo menos já podemos eliminar as opções para meninas — deu de ombros, sorrindo de lado ao pensar no filho.
Não muito depois, o casal viu uma enfermeira entrar no quarto com a criança no colo, deixando-o com a loira para tentar amamentá-lo. Cedrico esperou mais ao lado, ainda parecendo aéreo com tudo o que acontecia naquele dia, mas sentindo-se imensamente feliz ao ver a mulher com a criança. Contava as horas para poder ir para casa com , Teddy e o novo bebê, mesmo sabendo que seria no dia seguinte, pois a mulher e a criança ainda precisavam ficar ali, apenas por segurança.
Voltou a aproximar-se quando a enfermeira saiu do quarto, tornando a sentar-se ao lado da loira, ficaram incontáveis minutos em silêncio, apenas encarando a criança sonolenta.
O casal num primeiro momento não o achou tão semelhante a nenhum dos dois, talvez precisassem de mais tempo para começar a notar, com exceção dos olhos; o garotinho tinha poucos fios de cabelo em um tom de loiro mais escuro do que o do casal, mas os olhos eram cinzas iguais aos de Diggory.
— Pelas barbas de Merlim! — Sirius exclamou assim que passou pela porta, acompanhado de Teddy, Amos e Rachel, sorrindo grandemente ao ver o neto junto a filha.
O casal riu ao olhar para o grupo aproximando-se.
— Ele é a sua cara, Cedrico! — Rachel avisou assim que colocou os olhos no neto.
O casal se entreolhou por um instante, segurando o riso.
— Os olhos, de fato — Amos concordou, analisando melhor a criança — mas Ced era um pouco mais bochechudo quando nasceu… — considerou por um momento, fazendo o filho corar ao ouvir as risadinhas de .
— Infelizmente não posso dizer que parece com você — Sirius suspirou ao lado da filha —, e você nasceu com um tufo de cabelos extremamente loiros, iguais aos de Victoria.
— Hm, será que isso quer dizer que meus genes serão mais fortes do que esperávamos? — Cedrico perguntou rindo, olhando de canto para o sogro.
— Ele pode ser a sua cara e a personalidade completamente ao contrário! — O homem respondeu rápido, fazendo-os rir.
— Ah, talvez eu prefira que ele seja um pouco parecido com o Ced — ponderou ao considerar as histórias que ouvia de quando era criança —, talvez seja melhor no começo…
— Com medo de sofrer o que fazia sua tia passar, é? — Amos questionou divertido, vendo-a suspirar ao concordar.
— Ele só dome? — Teddy perguntou ao lado de Sirius, inclinando-se na cama e ficando nas pontas dos pés. Cedrico o pegou no colo no momento seguinte, para que pudesse ver melhor a criança.
— Você também dormia bastante quando era desse tamanho!
O garoto o encarou surpreso, parecendo chocado com a ideia de já ter sido daquele tamanho.
— Será que já posso pegar meu neto? — Sirius virou-se para a filha, vendo-a sorrir ao concordar, não demorando para inclinar-se e pegar o bebê pela primeira vez.


Continua...



Nota da autora:Chegou o primeiro mini-Diggory!
E qual a aposta de vocês para essa nova fase além de muito surto e cenas fofas?
Até logo mais!
Ahhh, não esquece de deixar um comentário aqui, viu? Assim eu sei se vocês tão curtindo!





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