Última atualização: 24/04/2023

UM

Conforme combinado na noite anterior com os amigos, Cedrico aparatou em Dorset pouco antes das onze horas da manhã, caminhando as quadras que faltavam em direção ao estádio do Puddlemere United. Não demorou para ver uma grande quantidade de fãs usando camisas e blusões azul marinho com o emblema do time. Ele mesmo estava com uma dessas por cima da camiseta, a qual tinha o nome e número da namorada. Esfregou as mãos, já se arrependendo por não ter pego um par de luvas, conforme andava entre a multidão vendo a neve acumulada no chão.
Viu um grupo de ruivos quando chegou em frente a uma das barracas próximas à entrada principal do estádio, sorrindo pequeno ao andar até eles.
— Finalmente, Diggory — Daves gritou assim que o avistou se aproximando, segurando um copo com uma bebida fumegante —, imagina se a gente conta para que você se atrasou?
— Não atrasei nada — negou com um aceno, cumprimentando os amigos — ainda têm quarenta minutos pro jogo começar!
— Mas foi o último a chegar — rebateu — deveria ter sido o primeiro! Que espécie de namorado é você? Tinha que madrugar e trazer várias bandeiras para demonstrar o orgulho de ter a namorada no time principal!
— E desde quando você se importa com Quadribol? — George arqueou a sobrancelha ao encarar a namorada — Aposto que nem sabe o nome dos outros jogadores do time.
— Mas isso não vem ao caso, não sou eu quem estou beijando ela — deu de ombros — Estou aqui para dar meu apoio moral, só preciso saber o nome da minha amiga! Porém, para sua informação, sei muito bem que Wood também está no time!
— Será que já podemos entrar? — Darling perguntou encolhida mais ao canto, tentando espantar o frio excessivo. — Estou congelando!
— Vamos beber mais um pouco antes — Monty disse ao seu lado —, você deveria experimentar a bebida, assim não passa tanto frio.
estava pronta para negar, mas ao ver a fumaça saindo do copo que Potter segurava, não pensou duas vezes antes de pegá-lo e tomar um golão, sentindo o conteúdo quente descer por sua garganta, parecendo aquecer todo seu corpo em segundos.
— Bem melhor, não? — Monty perguntou, vendo-a concordar — Mas vamos falar de uma coisa mais importante agora — fez a cara mais séria que conseguiu —, quem vai pagar a próxima rodada?
— Diggory! — Falaram em coro, fazendo o loiro bufar.
Cedrico pensou em reclamar, mas sabia que não adiantaria, então apenas andou até a barraca mais próxima para ver o que estavam vendendo, já tirando a carteira do bolso.

O grupo ocupou duas fileiras de cadeiras, já entrando no clima de jogo e começando a falar sobre as possibilidades de vitórias, embora parte dos Weasley não parecesse tão empolgado, pois torciam para o Chudley Cannons. George era o único deles que já estava pulando no lugar, erguendo os braços para cantar junto com a torcida azul, enquanto Fred e Rony apenas olhavam ao redor tomando suas bebidas e aproveitando o dia de folga para assistirem à partida. , e Hermione também conversavam e olhavam a multidão; embora não fossem as maiores fãs de Quadribol, gostavam de assistir às amigas jogarem, por isso sempre revezavam entre os jogos do Puddlemere United e Holyhead Harpies quando aconteciam em cidades próximas.
Monty estava em quase todos, pois conseguia ingressos com Gina para ver o time da namorada e, é claro, Cedrico sempre descolava uns extras com . Era um pouco complicado pra ele ter que torcer pelo time da ruiva, pois não era muito fã das Harpias, mas se empolgava em todas as partidas que via a namorada jogar.
Diggory também estava em quase todos os jogos, mas com a vantagem de ver Black jogar no time que ele torcia desde sempre; Gritava em todos os lances que a loira participava até a voz ficar rouca, vibrando muito sempre que ela fazia um gol.
No meio disso tudo, Harry, George e Rogério aproveitavam os ingressos que os amigos conseguiam para eles, nunca dizendo não ao Quadribol, independentemente do time que estivesse em campo. E, obviamente, aproveitavam o “pós-jogo” para beberem e conversarem um pouco mais antes de seguirem para suas casas.
— Vocês já pensaram como vai ser a próxima rodada? Como é que vamos escolher pra quem torcer se as duas vão se enfrentar? — Harry comentou em voz alta, com o braço sobre os ombros de enquanto assistia os quatorze jogadores entrarem em campo, voando ao redor do estádio para cumprimentar os torcedores.
— Acho melhor a gente dividir em números iguais pra não ter problemas — George sugeriu, coçando o queixo, e então virou-se para as três garotas —, mas na verdade a gente sabe que é a torcida de vocês que vai causar briga, porque vai ter uma a mais!
— Harpias! — gritou levantando a mão — E se alguém contar para a que eu escolhi primeiro, eu mato.
— Para mim tanto faz — Hermione considerou por um segundo antes de continuar — Eu posso ficar com o Puddlemere!
— Boa! Sempre soube que você era a mais esperta! — Cedrico levantou a mão para que pudesse fazer um high five com a morena, fazendo-a rir de seu comentário.
— Falta você, loirinha — os gêmeos provocaram — Qual amiga você vai escolher?
— Não vou escolher uma amiga, vou escolher um time.
— Tenta explicar isso para elas — Harry soprou aos risos.
Darling bufou, sem saber muito bem o que dizer.
— Não pode ser os dois?
— Não!
— Nem mesmo se eu tiver metade da camisa de cada cor e escrever atrás?
? — Daves gargalhou — Por Merlin! O que é ?
e Ginny, oras.
— É, se aproximou, passando o braço pelo ombro da amiga — Você tem umas quatro semanas para descobrir como sair dessa.
Pararam de conversar ao ouvir o apito da juíza indicando que o jogo estava para começar. O Pomo foi solto e, instantes depois, os Balaços foram lançados. Quando a Goles foi arremessada os times entraram em formação e a partida iniciou.


Durante as três horas e meia que se seguiram, o grupo de amigos vibrou com cada lance, comemorando quando Olivio Wood fazia uma defesa e, mais ainda, quando marcava um gol. No final, ao verem o Apanhador do time azul levantar o braço com a bolinha dourada, até mesmo Fred e Rony que não estavam tão interessados na vitória do Puddlemere, começaram a pular e aplaudir, gritando empolgados quando os jogadores do time voaram para comemorar próximo à torcida.
— Isso sim foi um bom jeito de iniciar a temporada de festas! — George espreguiçou-se, segurando a mão de enquanto esperavam o pessoal ao redor dispersar um pouco para poderem sair.
— Nem fale! Agora é só sombra e água fresca! — Rony concordou, arrumando o gorro que usava.
— Como assim? Vai sair de férias? — virou-se com o cenho franzido, vendo-o concordar empolgado.
— Peguei essa semana de descanso!
Potter girou nos calcanhares, encarando-o;
— E não achou que seria legal nos contar antes?
— Por que o Weasley conseguiu pegar essa semana e eu vou trabalhar? Eu não deveria ter preferência já que estou há mais tempo? — resmungou, apontando o dedo na cara do ruivo.
— Você? E eu que estou há quase dois anos sem férias? — Harry rebateu contrariado.
— Achou que teria vantagens por ser O Escolhido, é? — Daves respondeu, segurando a risada. — Tem que trabalhar mais que os outros mesmo!
— Sim, garantir que estamos todos à salvo para podermos aproveitar Quadribol — Monty concordou debochado.
— Pelo menos vocês terão férias — Hermione suspirou, passando a mão pelos cabelos e atraindo a atenção de todos — Eu só paro dia 25 e, depois, dia primeiro.
— Caramba, por que? — Fred perguntou de olhos arregalados — Até nós vamos fechar a loja durante essas duas semanas, dar um descanso pro pessoal!
— E eu falei que era uma péssima ideia! — George rolou os olhos — Venderíamos o dobro na semana de Natal!
— Tenho algumas coisas para fazer no Ministério e teremos menos funcionários, então troquei minhas férias para o final de fevereiro! — Mione explicou, ignorando a resposta do outro, vendo Rony dar um muxoxo triste, pois não teriam a semana livre ao mesmo tempo.
— Nossa, e eu que achei que tava ruim pegar só uma semana! — olhou pesarosa pra amiga — Nem imagino como seria trabalhar durante todos esses dias!
— Uma semana? Por Merlin, eu achei que tava pouco duas… — Monty negou com um aceno, sorrindo de canto ao ver parte dos amigos o olharem chocados.
— E vocês? — Rony virou-se para Diggory e Davies, que deram de ombros.
— Duas semanas — disseram juntos;
— O Departamento todo vai folgar, só voltamos dia sete. — Cedrico avisou, colocando as mãos nos bolsos da blusa.
— Eu tinha uns dias em aberto de hora extra, emendei tudo e também volto dia sete!
— Não me lembro de já ter sentido mais inveja do que agora — suspirou, olhando para o céu nublado, fazendo-os rir quando começaram a caminhar para a parte interna do estádio.
— E vocês planejaram alguma coisa? Hoje foi o último jogo da , não? — perguntou para o loiro, que concordou com um aceno;
só volta a treinar dia dez, estamos pensando em viajar, mas não decidimos o lugar ainda…
— Ah, vocês também? — Montgomery virou-se rindo — Gina estava querendo sair de Londres para o Ano Novo, o que acha de viajarmos os quatro?
Cedrico o encarou por um instante, fazendo careta. Harry gargalhou;
— Diggory está tentando se livrar do Sirius e agora vai ter o Emmett e a Gina pra empatar as noites!
— Mas sabe que não era uma má ideia? — George virou-se sorrindo, vendo a careta do amigo aumentar. — Poderíamos viajar todos juntos!
— Quer dizer: os que estão, de fato, de férias — Fred sorriu ao encarar Mione, que fez cara de sofredora.
— Eu adorei! — disse animada, logo vendo Harry fazer uma cara assustada.
— Vamos todos! — Monty incentivou, sabendo que Gina também aprovaria a ideia.
— Gostaria de participar do encontrinho e atrapalhar a noite de uns e outros — Rogério comentou displicente, olhando de soslaio para Diggory, que rolou os olhos —, mas tenho outros planos para as férias, talvez numa próxima.
— Está recusando nossa companhia? — Winter questionou ofendida — Duvido encontrar pessoas melhores para passar o tempo!
— Eu sei que é muito difícil se divertir sem mim, mas vocês vão sobreviver — ele piscou — Agora eu tenho um compromisso daqui a pouco e preciso ir!
O moreno se despediu dos caras com um tapinha nas costas e das amigas com um beijo no rosto, andando calmamente pelo meio da multidão até desaparecer por completo.
— Desde quando o Daves perde um pós-jogo? — Emmett ergueu as sobrancelhas, um tanto surpreso.
— Eu ainda tô tentando entender desde quando a gente sai com o Davies — George riu, sendo seguido por Harry e Cedrico.
— Será que ele tem alguém mais importante com quem estar? — considerou pensativa.
— E como alguém seria mais importante do que a gente? — rebateu, cruzando os braços.
— Alguém que oferece o que não podemos oferecer — a loira riu, olhando sugestiva.
— E quem disse que não podemos? — gargalhou, rindo ainda mais ao perceber a cara de George — Foi só uma brincadeira, Ruivo.
Continuaram discutindo a vida amorosa de Rogério por um tempo, até perderem o interesse e começarem a falar sobre a possível viagem em grupo.
— Olha quem chegou! — Fred apontou para que andava até os amigos, usando seu uniforme de treino e carregando uma mochila. — Como está a cabeça? — Perguntou ao notar o curativo sobre a mesma, a loira deu de ombros, cumprimentando-os com sorrisos e dando um selinho no namorado.
— Minha auto-estima saiu mais machucada que minha cabeça, mas nada que vá me matar — respondeu, escutando-os rirem do comentário.
— Ainda bem, — Monty interrompeu antes que Cedrico dissesse qualquer coisa — pois vamos todos passar as férias juntos e não gostaria que fosse no St. Mungus!
— Como é? — surpreendeu-se, vendo parte dos amigos concordarem empolgados.
— Nem todos, eu e Rony vamos trabalhar na semana de Réveillon.
— E o Daves tem outros planos para o final de ano — disse rápida, não perdendo a chance de espalhar a fofoca —, achamos que é com uma garota!
— Rogério Davies com uma namorada no final do ano? Uau. — Viraram-se ao ouvir a voz conhecida de Wood, que se aproximou sem que ninguém tivesse notado, logo cumprimentando os ex-colegas.
— Ai, Wood, continua um colírio para os olhos! — sorriu para o moreno, que riu sem jeito.
— Ah, pronto! Acho que é hora de você ir embora, Olivio! — George estreitou o olhar para o goleiro.
— Davies não é o único que saiu do mercado — Black disse rindo —, Wood até se atrasou para os treinos da semana…
— Não foi bem assim — respondeu sem graça, coçando o pescoço —, mas antes que você me comprometa mais, vou embora. Boas festas! — Ergueu a mão, se despedindo do grupo e andando para fora da arena.
— Como assim o Wood tá namorando e você não nos contou? — Darling encarou a amiga com as mãos na cintura.
— E desde quando você se importa com quem o Olívio namora? — Potter a olhou de cara fechada, ajeitando os óculos de aros redondos.
— Eu… É só pela fofoca — sorriu culpada, vendo-o negar com um aceno.
— Será que podemos comer alguma coisa? Estou morrendo de fome! — pediu, de braços dados com Diggory.
— Vamos, podemos almoçar juntos e…
— Por Merlin, Monty, já não basta querer viajar em grupo? Qual o próximo passo? Sugerir que todos moremos na mesma casa?
— Sabe que não seria uma má ideia?
— Eu também apoio! — respondeu erguendo a mão apenas para contrariar Diggory, que rolou os olhos, começando a andar junto da namorada para fora do estádio em busca de um local para comer.
— Vamos todos, assim podemos decidir onde vamos passar nossas férias! — George disse rindo, puxando Winter consigo.
— Qualquer lugar que não tenha neve! Não aguento mais passar tanto frio! — resmungou, andando de mãos dadas com Harry e logo sendo seguidos pelos outros.

Todo o mundo bruxo estava comentando sobre um novo restaurante não muito longe da arena, o qual saiu no Profeta Diário como um dos melhores do momento, e como todos estavam muito curiosos para saber se era realmente impressionante, não tiveram problemas em decidir onde comer.
Entraram e pediram uma mesa para dez pessoas, sendo prontamente atendidos. Alguns olhares curiosos se voltaram para o grupo que, além de ser grande, continham pessoas bem conhecidas entre os bruxos. Ignoraram a curiosidade alheia e voltaram suas atenções para o cardápio, escolhendo rapidamente o que gostariam.
— Se não vamos para nenhum lugar com neve, — Fred começou a falar — o que eu particularmente acho um desperdício, temos que ir para o hemisfério sul.
— Falou bonito, irmão — George sacaneou.
— E falou certo! — Hermione franziu as sobrancelhas.
— Vocês pensam muito pouco de mim!
As comidas chegaram rápido e Hermione franziu novamente as sobrancelhas, se perguntando quem preparava. Inclinou a cadeira alguns centímetros, antes de ser interrompida por Rony.
— Não! — O ruivo colocou a mão no encosto da cadeira, olhando sério para a namorada — Nós estamos almoçando em um lugar legal com os nossos amigos e você não vai estragar isso indo até a cozinha e discutindo se tem Elfos trabalhando injustamente.
não aguentou, soltando uma risada enquanto Granger bufava.
— Você ainda tá nessa, Mione?
— E você ainda não paga um salário para o Nero, Winter?
A morena deu de ombros, sorrindo de lado.
— Não vamos transformar isso em uma discussão — interviu veloz.
abriu a boca para provocar Hermione mais uma vez, mas alguém entrando no estabelecimento chamou sua atenção. Ela se ergueu da cadeira e levantou as mãos, acenando.
— Ei, pessoal, senta com a gente!
Gui, Fleur e Victoire se aproximaram sorrindo. Aparentemente a bebê tinha acabado de acordar, pois resmungava manhosa. Winter se esticou para pegar a sobrinha e Cedrico, que estava com uma visão melhor do balcão, pediu para que colocassem mais dois lugares na mesa. Com um aceno de varinhas duas cadeiras apareceram e logo o casal estava sentado e pronto para pedir.
— Estávamos ansiosos para saber como era esse lugar — Fleur olhou em volta.
— Nós também! — sorriu.
— E acho que por isso estamos usando praticamente todas as mesas daqui — Potter gargalhou — Eu falo que não podemos ir juntos em lugares pequenos.
— E eu falo que não precisamos fazer tudo juntos — Diggory apontou, ainda resmungando por perder duas semanas sozinho com a namorada.
— Acho que essa não é a melhor hora para te contar que todo mundo vai passar o Natal lá em casa, né? — A loira virou-se, sorrindo culpada.
Cedrico arregalou os olhos;
— O que?
, que estava mais vermelha do que seu antigo uniforme da Grifinória, explodiu em gargalhadas, levando toda a mesa a rir com ela.
— Você deveria ter visto a sua cara!
— Por que eu nunca ando com uma câmera? — Monty choramingou, erguendo as mãos e olhando para cima. jurava que ficaria sem ar.
— Pode ficar triste, Diggory — sorriu, tentando desenroscar o cabelo das mãozinhas de Vicky — Não vai ter o prazer da minha companhia e nem de nenhum dos ruivos no Natal. Mais da metade dessa mesa vai estar na Toca.
— Pobre Molly — negou com um aceno, sorrindo de canto.
— Realmente, é muito difícil lidar com todos os Weasleys de uma vez só — Fleur apontou rindo. Todos olharam para os ruivos da mesa, concordando com um aceno.
— Vamos voltar para o que realmente importa? — chamou — Um lugar quentinho e confortável para passarmos as férias?!
— Por que você é tão obcecada com lugares quentinhos, Darling? — perguntou. — Vocês já notaram que, não importa o momento, a vai reclamar que tá frio? — A loira completou, todos se encararam por alguns instantes e depois assentiram, concordando.
— Tentem dormir com ela, então. São, no mínimo, duas colchas, parece que estou entrando em um forno. — Potter reclamou, recebendo um olhar feio de .
— Imagina se Peter Darling descobre que você sabe como é dormir com a filha dele? — Gui brincou, deixando tanto Harry quanto corados.
— Mas respondendo a pergunta: eu não sou obcecada com lugares quentinhos, mas neve eu vejo todo dia aqui em Londres. Quero ir para a praia. — Darling respondeu.
— Vão viajar juntos? — Gui perguntou, cutucando a comida que tinha acabado de chegar e levando o garfo à boca.
— Quase todo mundo vai pegar férias depois do Natal — Monty olhou de relance para Rony e Hermione, com uma cara triste —, então pensamos em ir para um lugar legal.
— E o Egito? — Rony sugeriu — Lá é bem legal.
— Mas nós já fomos pra lá — George passou a mão pelos cabelos.
— E não é muito festivo... — Fred concordou.
— Algum lugar na Austrália? — Hermione arriscou.
— Dizem que é lindo — Harry acrescentou, tomando um gole de suco de abóbora.
— E que os cangurus são perigosos — Fleur completou.
— E lá tem muitos! — ressaltou preocupada.
— Cangurus? E todas as criaturas mágicas que existem na Austrália? — Monty lembrou, fazendo careta — Capaz da gente chegar e ir direto pro St. Mungus deles!
— Vamos evitar lugares que possam nos matar, por favor, já passei dessa fase de aventuras com cachorros de três cabeças — Black comentou antes de dar uma mordida em seu sanduíche.
— O que vocês acham do Brasil? — Gui sugeriu, rindo do comentário da jogadora e ignorando o olhar atravessado da esposa ao sugerir o destino. Mesmo depois de tantos anos ela ainda não tinha superado a amiga a distância, assim como ele não tinha superado a vontade de conhecer as praias brasileiras.
— Brasil? — inclinou a cabeça, pensativa — Não me parece uma má ideia.
— Não era de lá aquela… — Winter parou ao sentir várias pernas a chutarem por debaixo da mesa: um Weasley de cada canto — aquela cantora nova de pop — disfarçou, cruzando os braços e olhando feio para os ruivos — Isso que eu tenho a sua filha no colo — apontou para Gui, que sorriu culpado.
— Brasil... Brasil… Sirius não ficou lá um tempo, ? — Harry perguntou para a loira, que acrescentava sal em suas batatas.
— Acho que sim, lá por 1994 ou 95 — assentiu —, disse que gostou bastante...
— Então estamos decididos? — Fred e George perguntaram ao mesmo tempo.
? — Harry virou-se para a namorada.
— Não tenho objeções — Darling sorriu.
— Os outros? — Os gêmeos tornaram a falar juntos.
— Por que a loirinha é chamada pelo nome e nós somos “os outros”? — Monty reclamou.
— Alguma outra objeção além dessa? — Fred perguntou rindo.
— Não — Responderam em uníssono.
— Então está decidido! Vamos ver se o Sirius acha que vale a pena, e aí vemos como vamos chegar até lá!
— Então, vocês não querem ir com a gente? — se virou para Gui e Fleur. O ruivo continha uma expressão ansiosa no rosto, mas Delacour (agora Weasley) não parecia tão feliz.
— A Victoire ainda é muito nova para viajar — argumentou.
— É uma pena — Winter falou, sincera — Adoraríamos que vocês fossem.
— Vamos na próxima — a francesa garantiu sorrindo.
— E eu duvido que vai ser no Brasil — Gui bufou, ouvindo risadinhas ao redor.
— E como é que vamos chegar até lá? — perguntou preocupada — Não vou voando, nem que me paguem!
— Então você fica e vamos sem você! — debochou, vendo a amiga dar de língua.
— Não podemos aparatar até o Brasil, podemos? — George perguntou, vendo-os negarem.
— Mas não é óbvio? — Emmett tornou, segurando a risada.
— Nunca é óbvio pra eles, Monty — Mione negou com um aceno, olhando para o moreno —, quando se trata de algo dos Trouxas, eles são todos muito devagar!
— Ei! — Reclamaram em conjunto, embora soubessem que era verdade.
— E qual a sugestão? — Cedrico perguntou, olhando para Montgomery.
— Avião, oras!
— E o que é um avão? — Fred tornou confuso.
— É como se fosse um nightbus — Monty tentou explicar, pensativo — só que ele voa.
— Uau! — Fred e George disseram impressionados.
— E como funciona? — tornou curiosa. Emmett virou-se para Harry e Mione, que deram de ombros.
— Não faço ideia, algo com a gravidade… Enfim, não vem ao caso — Monty passou a mão pelos cabelos curtos — O importante é que podemos ir de avião! Posso pegar nossas passagens, só precisamos decidir para qual lugar do Brasil nós vamos…
— Posso pedir pro meu pai — respondeu —, falo com ele hoje para ver se ele tem alguma sugestão...
— Perfeito!
— Quem diria que os anos de fugitivo de Sirius Black dariam em algo bom agora — George comentou, fazendo-os rir.
— Porém, — Hermione adicionou, vendo todos virarem-se para ela — vocês tem um problema, de verdade.
— E qual é agora? — Harry tornou, já cansado de toda aquela confusão.
— Vocês precisam de documentos para embarcarem, passaporte pelo menos.
— E o que é isso aí? — questionou mais uma vez.
— É um documento Trouxa que permite que eles viajem para outros países… — Granger explicou, vendo parte dos amigos concordarem sem entender qual seria a dificuldade. — Normalmente demora semanas para conseguir!
— Semanas? Nós só temos… Sei lá, quando vamos? — começou, mas interrompeu-se ao lembrar que não fazia ideia de quando viajariam.
— Depois do Natal! — Fred e George disseram rápido
— Isso é óbvio! — Harry rolou os olhos — Poderia ser dia 29, já que nós — apontou dele para e — trabalhamos até dia 28.
— Tudo bem — retomou a fala — então temos 6 dias para conseguir esses documentos, como faremos?
— Ah, cara! — resmungou, encostando o queixo na cabeça da criança em seu colo — Logo agora que eu estava empolgada… Lá se vai nossas férias…
— Isso é praga de vocês — Fred apontou para Rony, Mione, Fleur e Gui —, só porque não podem viajar junto!
— Vocês estão esquecendo — Cedrico começou, recostando-se na cadeira e passando o braço pelos ombros da namorada — que eu trabalho no Departamento de Cooperação Internacional, não deve ser difícil conseguir esses documentos.
— Eu sempre soube que você não era só um rostinho lindo! — Black sorriu, beijando-lhe a bochecha.
— É, Diggory, finalmente está servindo para algo! — elogiou, vendo-o mostrar o dedo do meio como resposta, fazendo-a gargalhar.
— Então agora está tudo certo? — Harry esfregou as mãos — Emmett vai pagar as passagens…
— Que eu acho bom todo mundo me reembolsar! — Avisou rápido, vendo-os rolarem os olhos e concordarem.
— E Cedrico vai resolver a parte burocrática! Falta mais alguma coisa?
— Sim, onde vamos ficar? — Darling lembrou, vendo-os bufarem outra vez ao notarem que tinham mais uma coisa para resolver.


DOIS

Natal

Todos riam na cozinha da Toca, então e Hermione aproveitaram a deixa para levantar e lavar a louça. A casa dos Weasleys estava cheia naquele Natal, ainda mais com a chegada da pequena Victorie. Todos queriam que o primeiro Natal da primeira neta fosse especial.
Gui tentava comer a sobremesa com a filha no colo, mas a bebê com seus bracinhos gorduchos acariciava a cara do pai, fazendo-o rir. Cada pessoa naquela casa olhava a cena com admiração.
— Não olha muito ou a próxima é você — soprou perto do ouvido de Hermione, fazendo a mulher corar — Deixa a Vicky aproveitar como única criança por um tempo antes de estragar a vida da coitada com primos.
— Você tem um jeito muito único de pensar nas coisas — Mione rebateu, voltando a se concentrar na sua tarefa. Mas Winter estava com vontade de encher o saco da concunhada.
— Sabe, Granger — a morena riu levemente, indicando que ainda não tinha parado com as gracinhas — Você não precisa fazer o serviço doméstico para agradar a sogra, Molly já gosta de você!
— Então está insinuando que ela não gosta de você? — Gargalhou, apontando para o prato na mão da mulher.
— Ah não, eu estou mesmo é evitando o George. Ele sempre fica todo estranho quando tem algum bebê por perto.
— Acho que ele está querendo alguma coisa… — A amiga sorriu sacana.
— E vai continuar querendo — deu de ombros — Como eu disse, a pequena Victorie precisa aproveitar um pouco ser a única criança da casa.
Gargalharam e começaram a falar de como os homens eram bobos e desesperados, mas que quando precisava, não entendiam os sinais mais claros. Ninguém ali se conformava com o quanto demorou para os casais se formarem.
— Qual o assunto? — Gina perguntou, se aproximando ao perceber que as amigas mais riam do que trabalhavam.
— O seu favorito! — Hermione gargalhou.
— Quadribol?
— O seu outro assunto favorito — explicou.
— Hmmm…
— Estamos falando mal dos caras!
— Eu podia ter adivinhado essa — a ruiva gargalhou, olhando para trás — Eles estão agindo como bobos.
— Eles sempre estão agindo como bobos — Hermione deu de ombros, vendo as outras duas concordarem.
— E falando em alguém que é completamente bobo por você — olhou sugestiva — Cadê o Monty?
— Está na casa dos pais. Disse que só ia passar para deixar os presentes mais tarde e voltar para lá, parece que esse ano tem muita família reunida!
— Disso a gente entende!
— Como será que vai ser no Brasil? — Gina mudou de assunto, se desculpando ao ver a cara de Hermione.
— Não tem problema — Granger respondeu — Só ainda não acredito que vou ter que ficar aqui.
— Ainda vamos viajar muito juntos — assegurou, enquanto Gina assentiu.
Ficaram sem assunto por alguns segundos, até voltarem a olhar para o bebê.
— O Gui está se saindo super bem, não acham?
— Se não conseguir comer é se sair bem… — Gina deu um sorrisinho.
— Gui, vem aqui — Winter chamou — Alguém tem que salvar o coitado — Deu de ombros.
O ruivo entregou a bebê para Fleur e saiu com o prato na mão, colocando uma grande colherada na boca.
— Finalmente, não acredito que demorou tanto Winter — falou com a boca cheia.
— Ta muito mal humorado para quem está conseguindo comer só agora...
— Uhum — assentiu tentando engolir — Meu humor vai melhorar depois que eu terminar esse prato aqui. Qual era o assunto?
— Brasil... — Gina sussurrou, roubando um pouco do chantilly do prato do irmão.
— Ah como eu queria ir — respondeu depressa, tão feliz que nem ligou para a sobremesa roubada. Como se ouvisse a animação do pai, Victorie começou a chorar e Gui pareceu se lembrar que agora tinha uma filha — Mas quem sabe quando a Vicky estiver um pouco maior — respondeu triste — Se bem que eu não acho que a Fleur vai concordar mesmo assim…
— Isso que dá contar tudo para sua esposa — insinuou, fazendo todos rirem.
— Então você guarda segredos do meu irmãozinho, hein?
— Não só dele, meu querido Weasley...

Winter pegou Vicky para brincar, fazendo Fleur lançar um olhar agradecido. Se sentou entre Fred e George que começaram a fazer caretas para a sobrinha, que ria e batia palminhas animadas.
— Eles crescem tão rápido — Molly comentou pensativa, olhando para a cena.
— Você acha? Eles tinham a mesma mentalidade aos onze anos — Winter respondeu, balançando a cabeça.
— Eu estava pensando na bebê — a mulher riu.
— Ah sim! Ela está amadurecendo bem rápido mesmo.
— Quem está amadurecendo rápido? — Montgomery perguntou, abrindo a porta. Tinha acabado de aparatar para a Toca e pego a conversa pela metade.
— A Victorie — Molly respondeu, se levantando para abraçar o homem.
Emmett estava indo cumprimentar a namorada quando foi interrompido por , que tinha colocado Vicky no colo de um dos gêmeos e agora o esperava de braços abertos.
— Meu querido amigo Monty! — O envolveu em um abraço apertado, fazendo o homem arquear as sobrancelhas.
— Não vou comprar passagens de primeira classe para vocês dois, Winter — respondeu assim que conseguiu voltar a respirar.
— Eu nunca pediria isso para você! — A mulher negou — Obviamente vamos ficar junto com os outros.
— Então o que você quer? — Perguntou intrigado.
— Quem vê pensa que eu sempre to querendo alguma coisa...
?
— Tá bom, tá bom. Eu quero o meu presente!
— Sem presentes esse ano.
— Como assim sem presentes esse ano? — Fred se aproximou, indignado — Você tá namorando a nossa irmã, cara!
— E vocês sabem em quantos vocês são? — Falou agitado — Por Merlin, eu teria que trabalhar o ano inteiro para comprar 13 presentes de Natal! E todos os anos? Ah não, vocês que se contentem com um abraço!
— Não é assim que você vai conquistar a sogra — Hermione brincou, entrando na conversa.
— E você deveria ouvi-la, a coitada da Mione tá tentando até hoje! — gargalhou, vendo a morena mostrar a língua — Já te falei que agora a Molly sabe que você não partiu o coração do Harry e depois trocou ele pelo Krum.
— Até porque todos sabemos que você partiu o coração do Harry e depois trocou ele pelo Rony — Gina gargalhou cumprimentando o namorado com um beijo — Oi, amor!
— Então, primeiro — ele contou com os dedos — que eu saiba, nunca quebrei o coração do Harry. E outra, a Molly vai ganhar presente.
— Como esse mundo é injusto! Espero que o Potter tenha comprado presentes!

🏝 ☀️ 🧳 🏝


Os Diggory andaram juntos pelo terreno em direção a tenda estendida mais a frente, com uma grande mesa de madeira e dois bancos longos de cada lado. Teddy, que estava pendurado no colo do padrinho, foi o primeiro a avistar os recém-chegados, gritando empolgado ao ver Cedrico se aproximando com pacotes de presente;
Inalmente! — Disse saltando dos braços de Harry, que arqueou a sobrancelha, olhando-o mal humorado — E meu pesente?
— Feliz Natal pra você também, Azulzão! — Diggory riu, abaixando-se e passando as mãos nos cabelos compridos do garoto, antes de abraçá-lo. Teddy retribuiu o abraço ansioso, mas logo estendendo os bracinhos para receber seu presente, sorrindo largamente ao recebê-lo;
— Edward Tonks Lupin, isso são modos? — Andy ralhou ao aproximar-se da mesa carregando uma travessa de batatas assadas.
— Decupa. — Virou-se para os pais do loiro, sorrindo para eles — Feliz Natal!
— Ah, querido! — Rachel agachou-se, beijando-lhe a bochecha — Feliz Natal!
Amos também se inclinou alguns centímetros para mexer no cabelo do garoto, antes de seguirem até a mesa, cumprimentando Harry e Andy.
Pouco depois Sirius voltou de dentro da casa carregando duas garrafas de hidromel envelhecido e cinco garrafas de cerveja amanteigada, todas flutuando próximo a ele.
— Chegou quem faltava! — Sorriu ao abraçar os três. Cedrico reparou que o homem já estava um tanto avermelhado, o que provavelmente justificava o abraço caloroso que recebeu.
— Vocês precisam de alguma ajuda? — Rachel se prontificou ao deixar sobre a mesa o prato com pudim flamejante que havia levado.
— Não, querida, já está tudo certo, e ...
— O que tem a gente? — Darling perguntou ao vir junto da amiga, segurando alguns pratos e talheres, enquanto levava um prato de sorvetão. — Feliz Natal! — Virou-se sorrindo ao ver os Diggory por ali, aproximando-se para cumprimentá-los após deixar as coisas na mesa, sendo seguida por Black instantes depois, a qual abraçou o casal e, por último, o namorado, beijando-o por alguns segundos nos lábios, mas só até Sirius pigarrear.
— Sério, pai? — encarou o mais velho. — São 7 anos, vai continuar fazendo isso para sempre?
Sirius apenas assentiu, o que arrancou risadinhas de Harry, fazendo Cedrico e o encararem com um olhar de desagrado.
— Hey! Eu não fiz nada! Não é minha culpa se o seu sogro não gosta de você! — Harry falou maroto, apontando para o loiro.
— Eu não tenho nada contra o Diggory, só não gosto dele… — Sirius falou, arrancando um olhar indignado de e Rachel — … Muito perto da minha filha. — Completou gargalhando, antes de se aproximar do loiro e o puxar para um abraço, bagunçando seu cabelo e soltando um “bom garoto”.
— Eu acho que o Almofadinhas está um pouquinho bêbado. — comentou rindo.
— Um pouquinho? — Cedrico questionou. — Eu acho que ele me confundiu com um cachorro! — Respondeu, sentando-se à mesa ainda rindo do sogro, enquanto ajeitava os cabelos.
— Seja grato, Diggory, pelo menos agora ele gosta de você! — Harry piscou.
— Pequenas vitórias — concordou suspirando — Pensei que vocês iriam passar o natal com os Darling…? — Questionou o casal, ao tempo que se afastava para sentar ao seu lado, sorrindo para a namorada que conversava sobre a receita do sorvetão com Rachel.
— Nós íamos, até que meus pais decidiram ir passar com meus avós. Eu até gosto da minha família, mas em doses pequenas — explicou. — Só Merlin para me fazer aguentar os meus tios perguntando a mesma história ao Harry todas as vezes... — Resmungou, revirando os olhos.
— Não é minha culpa se eles me adoram. — Potter respondeu com um sorriso satisfeito. — Não tem muito o que eu possa fazer...
— Até parece! — Darling falou, bufando. — O meu tio pergunta “É verdade que você matou um basilisco quando tinha 13 anos?” e Harry vai e fala “Claro que não, eu tinha 12!” e ai segue uma interminável conversa do quão incrível é o Harry Potter. Eu não aguento isso! — A loira terminou, causando uma onda de risos.
— Mas você não me acha incrível? — Harry perguntou, fingindo estar magoado e ganhando um revirar de olhos da namorada.
— O que Harry tinha de modesto em Hogwarts, ele perdeu nesses últimos anos do Ministério! — comentou ao prestar atenção na conversa.
— Eu também ficaria um pouco metido com toda atenção que ele tem lá — Cedrico provocou — A secretária do Ministro deixa ele entrar a hora que quiser, sem hora marcada nem nada...
— Estou sentindo uma onda de ciúmes vindo do seu lado, Diggory. — Potter zombou.
— Ciúmes? Claro que não…Todo mundo sabe para quem a Srta. Smith traz chocolates banhados em Uísque de Fogo... — Diggory falou, fingindo inocência. Esses chocolates eram os favoritos de Harry.
— Como é que é, Potter? — perguntou com a voz fina, encarando o namorado que ficou extremamente vermelho. Cedrico soltou uma risadinha, sentindo-se vingado.
— É exagero do Diggory, ela só trouxe uma vez. Inclusive, foi no mesmo dia que o Cedrico ficou preso no elevador, com a Cho Chang, sabia dessa ? — Harry replicou, sorrindo malicioso ao encarar a loira. Foi a vez do loiro arregalar os olhos.
— Como é que é, Diggory? — repetiu a fala de Darling em um tom quase cômico, o que levou todos na mesa a rirem antes de começarem a se servir, não demorando para mudarem de assunto.

Com o passar das horas as garrafas de bebida foram esvaziando, assim como a comida. Pouco depois o pudim e o sorvetão também acabaram e, mais para o final, quando Amos contava uma história particularmente engraçada da sua época de Hogwarts, Harry e levantaram-se rindo, despedindo-se do pessoal antes de visitarem os Weasley, para retornarem à casa de Sirius mais tarde.
Teddy, que até então estava distraído com um dos brinquedos que havia ganho, olhou para o casal se afastando e, imediatamente, bateu as mãozinhas na mesa, virando-se assustado para os demais;
— Ninguém vai jogar Quadibol comigo?
— E você lá tem idade pra isso, garoto? — Sirius o encarou com a sobrancelha arqueada, vendo-o confirmar veementemente.
— Tenho sim, eu sô gandão já! E você me deu uma vassola!
— Vamos lá, Teddy, vamos ver se você é bom mesmo — Cedrico piscou para ele, levantando-se do banco junto com o garoto, que riu animado correndo para pegar seu presente. — Você não vem? — Virou-se para , que parecia meio adormecida sobre a mesa, cansada depois de comer tanto.
— Por Merlin, se eu me mexer agora vou morrer! — Fez a melhor cara de sofrida que pode, vendo-o rir antes de seguir Teddy pelo quintal para ajudá-lo a voar na vassoura de brinquedo.
— Ced comentou que vocês vão viajar para o Ano Novo?! — Rachel comentou com a loira, vendo o filho rindo mais ao canto com o garotinho.
— Sim, vamos com o grupo todo, vai ser uma confusão enorme! — concordou rindo.
— E já decidiram o lugar? — Amos tornou, interessado, aceitando mais uma taça de hidromel oferecida por Sirius.
— Havíamos decidido que seria no Brasil, porque Gui Weasley e papai falaram que era legal, mas não sabíamos a cidade, — explicou para o casal — mas depois que meu pai falou muito bem de um lugar que esteve, resolvemos ir todos para uma cidade do nordeste brasileiro… Qual o nome mesmo, pai?
— Recife, , Recife! Quero só ver se você passou o nome errado para seus amigos — O mais velho negou com a cabeça, segurando a risada — Uma cidade muito boa, passei alguns meses por lá na época que estava fugindo do Ministério: a praia, a comida e o clima são ótimos!
— Espero que tirem bastante fotos para podermos ver — Rachel pediu, vendo-a concordar animada.
— Mas vocês vão para praia no inverno? — Amos perguntou confuso.
— Ah, não, lá vai ser verão — respondeu —, o que me lembra que preciso comprar roupas para a viagem! — Sorriu animada, vendo seu pai rolar os olhos.
— Lá se vai metade da conta no Gringotes — suspirou, arrancando risadas.
— Eu vou usar meu dinheiro pai, relaxa!
— Acho bom mesmo ou logo é você quem vai precisar me sustentar! Está ganhando muito bem pra ficar torrando meus galeões!
— E como vocês vão até lá? Vassouras? — Andy questionou, ainda rindo de Sirius.
— Ah, vamos com um transporte Trouxa, um negócio chamado avão, não sei direito como funciona, mas Emmett e Hermione garantiram que é seguro!
— Esses Trouxas são tão criativos — Amos elogiou, vendo a mesa toda concordar —, como conseguem fazer essas coisas sem magia?
— É realmente surpreendente as coisas que eles são capazes! — Andrômeda concordou, e logo Sirius começou a contar mais sobre a cidade brasileira, fazendo a expectativa da filha aumentar.

Horas depois, Amos, Rachel, Andrômeda e Teddy já tinham ido embora e, após retornarem dos Weasley, estava sentada no sofá da sala dos Black, com a cabeça encostada no ombro do namorado. estava deitada no outro sofá, com os pés no colo de Cedrico, que fazia massagem, fazendo com que soltasse alguns sons quase devassos.
— Tem como você se controlar ai, ? Daqui a pouco o Sirius vai descer querendo saber o que está rolando na sala dele — Harry resmungou, jogando uma almofada no casal.
— Deixa de ser chato, Potter. — disse, jogando a almofada de volta e acertando-o na cabeça. — Meus pés estão me matando desde ontem e a massagem do Ced é incrível, se eu já não amasse esse homem, iria me apaixonar ao receber essa massagem! — falou, suspirando. O que arrancou risadas de . — Amiga, é sério, você deveria experimentar!
— Eu acho melhor não — Harry respondeu rapidamente, nervoso.
— Não confia no seu taco, Potter? — Cedrico questionou o moreno, com um sorriso brincalhão.
— Claro que confio, mas estamos de saída. — Acrescentou ao se levantar.
— Estamos? — perguntou rindo do namorado, que a olhou de forma sugestiva. — Ah sim, estamos.
— Vocês vão para onde? — tornou curiosa, tinha entendido que a amiga dormiria lá naquela noite.
— Vamos pra minha casa — Darling contou, sorrindo maliciosa.
— A última coisa que vocês dois vão fazer essa noite é dormir... — suspirou, com inveja. — Uma casa inteira sozinha para vocês… Não vou negar, queria. — A loira falou sonhadora, arrancando risadas.
— Vou só avisar ao Sirius que estou saindo e vamos indo, ok? — Harry disse, indo em direção às escadas.
Ou vocês dois saem de fininho, o mais silenciosamente possível, e deixamos Sirius pensando que estão em casa, enquanto isso, e eu aproveitamos. — Cedrico sugeriu, sorrindo de canto.
Harry fingiu pensar;
— Acho que posso fazer esse favorzinho, mas vocês ficam me devendo uma. — Apontou antes de ir em direção a porta e esperar , que despediu-se do casal com um aceno, fazendo o mínimo de barulho.
— Já fiz minha boa ação neste Natal — Harry riu enquanto se afastavam da casa caminhando para não acordarem Sirius com o barulho da aparatação. — Sabia que de acordo com os Trouxas, bons garotos ganham presente do Papai Noel? — O moreno adicionou rindo.
— Papai Noel é aquele velho barbudo que você me mostrou? — perguntou, confusa.
— Sim, mas eu aceito presente da Mamãe Noel também. — Potter respondeu de forma sugestiva, o encarou por alguns segundos, confusa. Quando compreendeu, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios;
— E o que você vai querer ganhar? — A loira questionou.
— Quando chegarmos a sua casa, você vai descobrir. — Potter piscou, antes de aparatem para a casa da loira.

Dentro da casa, sentou-se no sofá assim que o casal saiu pela porta, encarando o namorado com um sorriso no rosto;
— Finalmente vamos comemorar como se deve!
— Realmente, acho que você está me devendo um bom presente de Natal — Cedrico sorriu malicioso, antes de inclinar-se alguns centímetros e juntar seus lábios aos da namorada em um beijo lento — O que acha de subirmos, assim você pode chamar meu nome por outro motivo que não seja massagem? — Sussurrou ao mordiscar-lhe a orelha, vendo-a rir ao concordar, logo puxando-o escada acima o mais silenciosamente que conseguiram.
Assim que passaram pela porta, trancando-a, Diggory lançou um abaffiato antes de sentir os braços da namorada em seu pescoço, sentindo seus lábios contra os dela mais uma vez;
— Feliz Natal, Diggory!

🏝 ☀️ 🧳 🏝


— Chegamos! — gritou ao entrar no aeroporto, vários Trouxas se virando para olhá-la — É maior do que eu pensava — falou constrangida ao reparar na atenção involuntária.
— E o que você esperava? — Cedrico perguntou enquanto se aproximava com — Que apenas nós estaríamos aqui então não teria problema gritar para avisar que chegou?
— Não dá pra dizer que não me encontrou pelo meu grito — Winter deu de ombros.
— E tem razão — se adiantou para abraçar a amiga — Tivemos certeza que eram vocês assim que ouvimos sua voz!
— Tá vendo? — George cumprimentou com um beijo na bochecha e Cedrico com um meio abraço — Selo Weasley de qualidade.
— Partindo do princípio que a Winter tem esse selo, eu não tenho tanta certeza quanto a qualidade — Diggory rebateu.
— Pode parar — levantou a mão — desde quando seu namorado está tão saidinho? — Perguntou para a amiga — E desde quando os papéis se inverteram aqui?
— Ele acordou de bom humor hoje — a loira riu —, sabe como é, tirar férias do papai...
— Sirius quem deve estar pulando de alegria — Fred gargalhou — Somos só nós por enquanto?
— Harry foi mostrar o aeroporto para a — Cedrico explicou — Ela estava curiosa sobre os meios de transporte Trouxa.
— E vocês caíram nessa? Harry nunca tinha entrado em um aeroporto até hoje!
— Eu disse isso pra ele...
A morena olhou em volta mais uma vez. Várias lojas com coisas aparentemente exóticas e camisetas sem graça estavam espalhadas pelo local, mas não tinha muita ideia de para onde deveriam ir.
— E falando em casalzinho que dá perdido, cadê o Montgomery com a minha cunhada? — provocou, olhando de relance para os gêmeos que subitamente cruzaram os braços.
— Como assim?
— Eles já chegaram?
— Vocês deixaram eles saírem sozinhos?
— Nesse lugar cheio de cantos escuros?
— Calma, calma, vocês dois, eles estão atrasados…
— Estão dando um perdido em casa — brincou, recebendo um high five de .
Atenção passageiros do voo 8085 com destino a Guarulhos, São Paulo, o embarque está em andamento”
— É o nosso voo — ouviram a voz de Harry, que vinha com na direção do grupo.
— Não é não — respondeu. — Nós vamos para Recife. — Black completou, dizendo o nome da cidade corretamente, após Sirius ter repetido o nome da cidade milhares de vezes.
— É que vamos fazer uma escada, de acordo com o Monty. — respondeu a amiga, orgulhosa de ter lembrando da informação.
— Escala! — Harry corrigiu, antes de olhar ao redor — Nada do Montgomery?
— Nem sinal!
— E se ele não aparecer?
— Vamos sem ele.
— Voando?
— Eu não vou de vassoura! — rebateu de imediato.
— E prefere perder as férias? — questionou com a sobrancelha arqueada.
— Prefiro matar o Monty!
Segunda chamada para o voo 8085 com destino a Guarulhos - São Paulo
— Eu vou MATAR o Emmett — George, Fred e falaram juntos.
— Eu ajudo!
— Só pode ter acontecido alguma coisa — comentou preocupada, mordendo a unha.
— A Gina aconteceu — Harry riu, recebendo olhares furiosos — É brincadeira! — Defendeu-se apressado. Continuaram discutindo por um tempo, até que um Montgomery suado veio correndo em suas direções, mas ao contrário do que imaginavam, do lado de dentro do aeroporto.
— Por Merlin, onde raios vocês estavam? — Ele gritou, nervoso — Fazem uns vinte minutos que eu to rodando esse aeroporto, o avião já vai sair.
— Como assim? Você não acabou de chegar?
— Acabei de chegar? Eu to aqui a três horas! Era para termos nos encontrado na sala de embarque horas atrás!
O grupo se entreolhou, confuso.
— Que?
— Eu falei que era para todo mundo chegar algumas horas mais cedo e nos encontrarmos na sala de embarque — rolou os olhos.
— E falou isso pra quem?
— Pro Fred! — Apontou para o ruivo, que negou.
— Eu sou o George.
— Não é não — o verdadeiro George cruzou os braços — Tem alguns anos que você não pode mais colocar a culpa em mim!
— Maldita orelha — cerrou os olhos — Mas tá, eu achei que você tava brincando. Por que eu ia imaginar que teríamos que chegar três horas mais cedo sendo que é só entrar no avão?
— Que falta faz a Hermione... E se diz avião — Monty corrigiu — E você, Potter, qual sua desculpa?
— Nunca andei de avião. Dursleys, lembra?
Última chamada para o voo 8085 com destino a Guarulhos - São Paulo
— Depois nós discutimos de quem é a culpa, agora precisamos correr!
— Cadê a Gina?
— Ficou explicando pra aeromoça que já estamos indo! Graças a Merlin eu consegui fazer o check-in ontem!
Quando chegaram para embarcar, o portão estava quase fechando. Fizeram confusão para entregar os passaportes e as malas, e demoraram mais do que o esperado para conseguirem entrar no avião. Todos os outros passageiros já tinham se sentado e os encararam com desagrado quando os nove apareceram, mas pelo menos foi fácil localizar as três fileiras que pertenciam ao grupo, poupando o trabalho de encontrá-las.
se jogou no assento ao lado da janela com um suspiro;
— Até que enfim!
— Eu que o diga — Monty concordou, passando a mão pelos cabelos e respirando fundo; — eu sabia que daria alguma confusão, mas não imaginei que quase perderíamos o voo…
— E a gente pensando que era sua culpa, porque tinha se distraído com a Gina e por isso perderam o horário — Diggory riu, retirando a jaqueta que usava e deixando-a no colo.
— É sempre assim: vocês fazem confusão e sobra pra mim! Impressionante!

🏝 ☀️ 🧳 🏝



Após o avião decolar, e Cedrico pareceram realmente empolgados em olhar pela janela, apontando animados para a cidade diminuindo abaixo deles, enquanto Emmett ria da reação dos amigos, procurando algo para assistir pelas próximas horas.
Ensinou ao casal como conectar o fone e como procurar algo no pequeno aparelho de televisão que ficava na poltrona de frente à eles, logo vendo a garota animada com um filme que conhecia e adorava. Monty e Diggory conversaram por mais um tempo sobre coisas cotidianas até ficarem sem assunto e resolverem prestar atenção nos filmes que haviam escolhido. Pouco mais de uma hora depois o serviço de bordo começou a ser servido e, por ter maior conhecimento que os amigos, Emmett ficou encarregado de escolher o jantar e a bebida dos três.
— Como será que os outros estão indo? — Monty perguntou, tentando esticar-se para olhar algumas fileiras mais à frente.
— Acho que, enquanto não estivermos ouvindo gritos e nenhuma explosão, está tudo sob controle — Cedrico riu, tomando um gole de seu suco de laranja.
— Isso aqui parece uma delícia! — apontou para o prato, não fazia ideia do que era, mas o cheiro era muito gostoso. Sem pensar duas vezes levou uma colherada na boca e, segundos depois, sentiu os olhos arderem quando a língua queimou com o molho de tomate. Precisou colocar a mão na boca para evitar de cuspir a comida, sentindo pequenas lágrimas escorrerem por seus olhos;
— O que aconteceu? — Ouviu a voz do namorado — É ruim?
Black puxou o copo que estava na mão do loiro, tomando-o em dois goles e, em seguida, virando o seu próprio suco, colocando a língua pra fora e abanando a mão;
— Eu não imaginei que estaria tão quente!
Após a pequena confusão, na qual Emmett precisou pedir mais bebida para o amigo e reclamou mais algumas vezes pela língua queimada, os três se acalmaram terminando as refeições e voltaram a prestar atenção nos filmes que assistiam.
Não muito depois a loira se encostou no ombro de Cedrico, não demorando a pegar no sono quando ele começou a fazer carinho em sua cabeça, contudo, para desgosto do loiro, Monty também resolveu fazê-lo de travesseiro, se encostando no seu lado direito e apagando instantes depois.

Entediados, Winter e os gêmeos já não sabiam mais o que fazer. Por serem consideravelmente altos, o espaço estava pequeno para os ruivos e ainda mais para a garota que estava sentada no meio.
— Juro que não sei porque concordamos com isso — Fred bufou, soprando uma mecha de cabelo — Existem jeitos melhores de viajar.
— Como por exemplo?
— Chave de portal — respondeu convicto.
— Ah não, péssima ideia. E como pretendia fazer alguém encantar um portal para você? — riu baixinho, percebendo que alguns olhares próximos se voltaram para o trio ao ouvirem as palavras “encantar” e “portal”.
— Ah, por que você pensa em tudo, não é, Winter?
— Quase tudo, meu querido gêmeo — a morena respondeu, jogando suas pernas em cima do cunhado e se deitando no peito de George —, mas não se iluda imaginando que eu não pense em muita coisa.
Na hora do jantar, tudo no cardápio parecia estranho. Os garotos olhavam para os ingredientes tentando identificar o que era comestível e o que já não parecia tão bom.
— Consegue ver o que o Montgomery pediu? — Fred se esticou para trás, falando com o irmão — Nem para aquele ingrato vir aqui nos ajudar.
— Não consigo ver daqui — o outro ruivo resmungou — ?
— Eu quero esse, por favor — Winter falou com convicção, apontando para o cardápio.
— Como você fez? — George sussurrou no ouvido da namorada — Reconhece algum dos ingredientes?
— Não, só fechei os olhos e apontei para alguma coisa — admitiu sorrindo — Mas falei como se soubesse das coisas!
— E fez muito bem, bruxinha.
— Vamos querer o mesmo — Fred concluiu, revirando os olhos para o casal ao seu lado.
Três pratos de salada foram servidos, contendo pequenos pedaços de pão. Para completar a refeição, três garrafinhas de um líquido vermelho e ralo.
— Salada? — George reclamou — Você escolheu salada?
— Parece seguro — a garota concluiu, cutucando o conteúdo do prato com o garfo — Acho que vamos ficar bem.
— E o suco não é nada mal — Fred tomou mais um gole, para ter certeza — Tem gosto de morango.
— Estão vendo? Sempre faço boas escolhas!
— Mas sua boa escolha provavelmente nos fará morrer de fome até chegarmos! — George resmungou ao dar uma garfada na salada, escutando a namorada resmungar que era exagero.
Monty tinha proibido qualquer jogo mágico dentro do transporte, então por mais que estivessem com um baralho de snap explosivo no bolso, não conseguiram usá-lo. Decidiram então usar o resto do tempo livre para discutir as novas ideias que tinham tido para a loja, já que ela não voltaria a funcionar até o ano seguinte e gostariam de começar 2002 com novidades, sussurraram por horas e anotaram várias ideias divertidas até caírem no sono.


olhava emburrada para Gina, depois de uma briga silenciosa, a ruiva tinha conseguido ficar com o assento da janela e restava a Darling, no assento do meio, ficar esticando a cabeça tentando pegar vislumbres da paisagem.
— Darling, você já ouviu falar daquela coisa incrível chamada espaço pessoal? — Gina perguntou ao ver, mais uma vez, a cabeça de ao lado da sua.
— Se tivesse me deixado sentar na janela, eu estaria quietinha. — A loira respondeu, cruzando os braços.
— Mas aí seria a Gina se debruçando em você. — Harry respondeu seco, já faziam vários minutos que as duas mulheres discutiam. — Vocês estão parecendo duas crianças.
— Eu? Criança? A puxou meu cabelo! — A ruiva respondeu.
— E você a empurrou. — Harry mandou de volta. — Como eu disse: duas crianças.
As mulheres olharam para o moreno e deram de ombro.
— Vai, Gina, por favor. Troca de lugar comigo um pouquinho. — Darling implorou.
— Não pode trocar de lugar.
— Como você sabe disso?
— O Monty disse. Ele falou também que o melhor é a gente nem se levantar.
— E se eu precisar ir ao banheiro? — questionou, preocupada.
— Foi o que eu perguntei também.
A conversa foi interrompida pela aeromoça que chegou com o carrinho de comida.
Harry pegou o cardápio e começou a ler, escolheu seu prato e passou o papel para o lado, ao notar que o objeto não foi retirado da sua mão, viu as meninas o olhando com expectativa.
— O que foi? — O moreno perguntou.
— Você não espera que a gente escolha, não é? — sussurrou, enquanto Gina puxava o cardápio da mão de Potter.
— Isso aqui é peixe, não tem muito como errar. — A ruiva falou.
— Mas a gente não pode levantar e você vai comer peixe sem poder escovar os dentes? — Darling questionou a amiga, que pareceu pensar um pouco, antes de dar de ombros.
— Eu só vou falar com o Monty quando terminar a viagem mesmo.
— Mas eu vou ficar ao seu lado durante horas, vou ter que aguentar o mau hálito?
— Eu não tenho mau hálito! — Gina retrucou.
— Mas vai ficar.
Potter revirou os olhos e puxou o cardápio, chamou a aeromoça, que tinha se afastado, e pediu três pratos iguais com suco de laranja.
Após jantarem, as meninas estavam quase abraçadas, conversando e fofocando, enquanto olhavam para a janela. Ao que parecia, o mal delas era a fome.
Aproveitando que estavam quietas, finalmente, Harry puxou o fone de ouvido e começou a escolher um filme.
— Como assim? Tem tevilisão aqui? — perguntou com os olhos brilhando, Harry sorriu, nem tentando corrigir a namorada, sabia que não adiantava. — Eu quero assistir.
— Eu também quero — Gina falou.
Potter passou os próximos minutos ensinando as garotas a usarem o dispositivo, respirando fundo com a nova confusão das duas. Ainda tinham uma longa viagem e mais uma conexão até chegarem.


TRÊS

Assim que o piloto avisou sobre a chegada a São Paulo, Monty conseguiu ver os gêmeos se esticando sobre as poltronas, tentando descobrir o que o moreno fazia para imitá-lo. Emmett riu sozinho, esperando o avião esvaziar um pouco antes de levantar-se, retirando a mala de mão do compartimento acima, e logo Harry e um dos gêmeos faziam o mesmo. Após todas as bagagens estarem em mãos e todos se certificarem que não estavam esquecendo nada, seguiram para fora da aeronave, comentando uns com os outros sobre a experiência; Fred, George e Cedrico reclamaram sobre a falta de espaço para as pernas, já que eram os mais altos. Caminhavam seguindo Emmett pelo aeroporto, olhando ao redor com curiosidade os Trouxas brasileiros que passavam por todos os lados. De tempo em tempo Monty pedia informações para algum dos seguranças e, depois do que pareceu uma eternidade, conseguiram achar o novo portão de embarque para Recife.
— Eu estou morrendo de fome — Fred reclamou pela terceira vez em menos de vinte minutos.
— Acabamos de comer — Gina respondeu, rolando os olhos, sentada ao lado do namorado.
— E você acha que aquele pãozinho foi suficiente pra minha fome? Sem contar que pediu salada no jantar, estou com fome desde ontem a noite!
— Agora a culpa é minha? — Winter colocou as mãos na cintura — Ontem estava quase beijando meus pés de felicidade com a escolha!
— Tem comida ali — apontou para um quiosque mais ao canto, vendo o ruivo se esticar no mesmo instante.
— Monty, cunhadinho querido — Fred sorriu para o moreno, que arqueou a sobrancelha — o que acha de ir comigo pedir comida? Assim evitamos que eu peça algo que vai me matar!
— Acho improvável que qualquer coisa aqui te mate — Harry comentou, bocejando em seguida e coçando os olhos por baixo dos óculos. Havia dormido todo torto na poltrona e sentia o corpo dolorido.
— E você acha que eu vou me arriscar a ganhar mais um prato de salada? É o mesmo que a morte! — Rebateu de forma dramática. Instantes depois o ruivo seguiu junto do moreno e do irmão para comprar alguma coisa para comerem, enquanto o restante ficou sentado nas poltronas, olhando a movimentação e esperando a conexão.
— Tomara que seja rápido — comentou do seu canto — quero ver logo a praia!
— Eu só espero que Emmett tenha feito as reservas certas — respondeu, ganhando uma cotovelada de Gina.
— Até agora quem fez errado foram vocês, Monty foi muito bom em organizar tudo! — Disse, cruzando os braços.
— Olha que fofa — riu divertida — defendendo o namoradinho!
A ruiva rolou os olhos, rindo sem graça. Minutos depois os três rapazes voltaram com um sanduíche e um pacote branco com pequenos pães em formato de bola.
— O que é isso? — perguntou ao ver o namorado sentar ao seu lado, sentindo o cheiro gostoso da comida.
— Não sei o nome, mas é bom! — Respondeu antes de colocar outro na boca. Dois segundos depois George fez a maior cara de emburrado possível ao notar várias mãos se esticando no pacote, cada uma pegando uma das bolinhas, deixando apenas uma restante. — Mortos de fome!!!
— Egoísta! — Potter rebateu com a boca cheia.
Antes mesmo que o ruivo tivesse chances de reclamar mais, ouviram a chamada para o embarque para Recife, e logo o grupo (com exceção de Monty) levantou apressado, não querendo repetir a confusão anterior.
— Podem esperar mais um pouco, dessa vez demora pra chegar nossa vez de entrar! — Explicou rindo, vendo os olhares de dúvida.
— Depois não venha nos culpar por atrasos! — George avisou, tornando a jogar-se em sua poltrona.
A viagem foi, de forma geral, muito mais tranquila, embora estivessem todos ansiosos. Apenas Fred sentou-se separado do grupo, já que era o único “avulso”, mas não demorou para puxar papo com um brasileiro que sentou ao seu lado e era morador de Recife, pegando até mesmo algumas dicas com o homem, que anotou em um guardanapo algumas opções de passeios que eles não poderiam perder.

🏝 ☀️ 🧳 🏝



Quando finalmente chegaram no hotel escolhido por Monty, após uma nova confusão no aeroporto até conseguirem pegar um carro para chegar na cidade, viraram-se empolgados para todos os cantos, achando tudo incrível. Separaram-se conforme o recepcionista Trouxa lhes entregava as chaves de cada quarto, Monty mostrou como os cartões funcionavam e logo eles se separaram em dois elevadores e foram para seus cômodos para desfazerem as malas e descansarem um pouco do longo voo, antes de tornarem a se encontrarem na piscina do hotel.

mal esperou Harry abrir a porta antes de entrar no quarto, quase saltando, animada com tudo que via ao redor. Sentiu, é claro, o calor intenso pelo quarto fechado, mas Harry logo tratou de mexer em um aparelho para amenizar a temperatura, enquanto a loira corria para a janela, abrindo as grandes cortinas e olhando o mar azul do lado de fora.
Segurou a respiração por um instante, maravilhada com aquela paisagem, e ainda mais feliz por terem feito aquela viagem, mesmo com todos os problemas iniciais que tiveram, tinham certeza que seria incrível. Nem teria como não ser, já que estava em um lugar incrível e, principalmente, com Harry ao seu lado.
Virou-se sorrindo para o moreno, que ainda parecia apertar todos os botões do aparelho, resmungando baixo com a dificuldade de fazê-lo funcionar.
— Deixa disso, Harry — pediu, aproximando-se do namorado, sentado no canto da cama — vem ver o mar, olha que lindo!
— Eu vou em um minuto — disse, concentrado em sua função — estou derretendo , não vou conseguir aproveitar nada com esse calor todo!
A loira rolou os olhos, negando com um aceno, enquanto tirava sua varinha da mala ao lado, acenando com a mesma e logo sentindo o ar começar a gelar. Potter virou-se confuso, até ver Darling sorrindo em sua direção, com a varinha apontada para cima.
— Melhor?
Harry riu, concordando ao levantar-se:
— Muito! — Aproximou-se, passando os braços pela cintura da loira e beijando-lhe levemente os lábios — Obrigado. O que você queria me mostrar?
— Isso! — Apontou afoita para a janela, um sorriso enorme no rosto — Olha que lindo!
— Lindo mesmo — Harry falou, olhando para a namorada —, mas tenho uma visão muito boa daqui que, tenho certeza, vai melhorar em alguns minutos, quando tirar tudo isso aí!
o encarou, sentindo a bochecha esquentar, ao tempo que o sorriso tornou-se tão malicioso quanto o que Potter mostrava.

O trio entrou no quarto e, antes de mais nada, acenou com a varinha para melhorar a temperatura ambiente, enquanto George deixava as coisas jogadas pelo chão e Fred olhou o quarto, com as mãos na cintura:
— Não esperam que eu durma na cama com vocês, né? — Questionou debochado, logo notando o olhar arregalado do irmão.
— Eu disse que não era uma boa ideia! Você quis economizar e acabou com a gente! Vou te mandar para o quarto do Potter!
— Calma, calma — gargalhou, puxando uma porta lateral — Emmett falou que era só uma porta juntando os quartos — então franziu o cenho —, mas a menos que você vá dormir na banheira, não é essa!
— Nem essa — George respondeu ao abrir a porta para o closet.
— Finalmente! — Fred sorriu ao abrir uma terceira porta, dando de cara com um quarto igual ao que estava, minimamente menor, correndo e jogando-se na cama de casal. — Olha só todo esse espaço! Digno de um bruxo do meu calibre!
— Ótimo, então fica por aí mesmo e não incomoda! — George rebateu, antes de dar um sorriso de lado e fechar a porta, virando-se para . — Agora, acho que temos algo importante para fazer — começou com a voz sedutora, aproximando-se da namorada — o que acha de um banho e…
— Opa! — Fred gritou, com as mãos na frente dos olhos — Só vim buscar minha mala!
George rolou os olhos, queria matar Emmett por ter sugerido um quarto conjunto, sabendo que aquilo tinha sido uma péssima ideia.


Assim que entrou, correu em direção a sacada, abrindo a porta de vidro e olhando sorridente a paisagem do local. O mar parecia o mais bonito que já tinha visto, com o sol refletindo nas águas claras.
Diggory resmungou por um instante, largando as malas de qualquer jeito após ter sido encarregado de todo aquele peso. O calor parecia absurdo pelo quarto estar fechado, então logo tratou de tirar os tênis, a meia e a camiseta também, jogando-a sobre a cama antes de andar até a sacada, encostando-se ao lado da namorada para ver de tudo um pouco.
— Aquelas horas intermináveis entre avões e aeroportos com certeza valeram a pena! — Disse baixo, sentindo a brisa bater em seu rosto.
— Sim, papai estava certo sobre a cidade! — concordou no mesmo segundo, olhando para o loiro. — E a gente nem viu nada demais ainda — riu, passando os braços pela cintura do namorado quando ele se virou de frente para ela.
— Só pela parte de termos um quarto só pra nós, sem eu precisar me preocupar em entrar e sair escondido, já faria a viagem ser incrível! — Respondeu baixo, inclinando-se alguns centímetros para encostar suas bocas. — Não acha que está calor o suficiente para tirarmos isso aqui? — Perguntou entre os beijos, puxando aos poucos a camiseta que a loira usava.
— Eu sabia que não poderia ser uma boa ideia ficar no quarto ao lado deles! — Se separaram assim que ouviram o grito de Monty, parado na varanda ao lado, com Gina aparecendo aos risos instantes depois.
— Por Merlin — Cedrico resmungou — Weasley, por favor, controle seu namorado! — Pediu, antes de voltar a entrar no quarto, puxando junto dele.
— Sejam rápidos, vamos nos encontrar na piscina para beber daqui a pouco! — Ouviram o moreno gritar, gargalhando assim que ouviu Diggory xingar em voz alta.

Harry e foram os últimos a chegarem na piscina para encontrar os amigos, as meninas estavam debaixo dos guarda-sol para protegerem-se do sol forte, enquanto Fred, George e Monty estavam dentro da piscina. Diggory esperava terminar de passar protetor em suas costas, ainda com uma cara de poucos amigos, ignorando as tentativas de conversa de Montgomery.
— Olha quem finalmente resolveu dar o ar da graça e sair do quarto! — falou alto ao ver o casal se aproximando. Gargalhou ao notar o tom avermelhado em seus rostos.
— Que bom que pelo menos alguém está aproveitando essas férias — Cedrico rebateu frustrado, olhando de canto para o melhor amigo. Monty riu culpado levantando as mãos em sinal de paz;
— Eu só estava brincando, Ced, não achei que vocês iriam mesmo começar as férias assim!
— E tem outro jeito pra começar? — George rebateu pelo loiro, tão frustrado com o gêmeo quando Diggory com Monty, mas ao lembrar-se que o moreno namorava sua irmãzinha, mudou de ideia — Tem razão, aqui não é lugar disso. Nem aqui nem em lugar nenhum, não é, Ginevra?
A ruiva arqueou a sobrancelha, sem nem mesmo se dar ao trabalho de responder, enquanto tomava mais um gole da bebida que havia oferecido para experimentar.
— O que é isso? — perguntou ao sentar ao lado da ruiva, enquanto Harry deitava ao seu lado, na sombra.
— Não sei, aceitamos dicas do moço que trabalha aqui!
— E ótimas dicas, tá tudo uma delícia! — concordou, voltando a deitar-se na espreguiçadeira ao terminar de passar o protetor no namorado. — Adorei tudo o que tomei até agora!
— Falando em dicas — Fred começou, indo para a borda da piscina, ao tempo que Cedrico entrava na água —, o cara que veio do meu lado no voo me disse alguns passeios que a gente precisa fazer, inclusive um mergulho numa piscina…
— Mas você já está numa piscina, é só mergulhar! — Darling apontou o óbvio.
— Não esse tipo de piscina, é outro. No mar!
Todos encararam o ruivo com expressões confusas.
— Eu também não entendi, mas ele falou isso. Só que em outra cidade perto daqui, e tem outras coisas pra gente fazer, guardei tudo o que ele disse!
— Então quais os lugares? — Gina perguntou interessada.
— Não sei os nomes, mas parece legal. Ele disse que todo turista tem que fazer!
— Será que o Sirius fez? Ele falou algo sobre esse mergulho? — Winter perguntou ao virar-se para , que parecia distraída demais com sua bebida para prestar muita atenção na conversa.
— Hm… Já tenho um certo trabalho pra imaginar meu pai na praia, imagina mergulhando? — Deu de ombros, escutando as risadas — Mas não lembro dele comentar nada, não. Só que a comida aqui era muito boa! Ah, e ele falou de um bar também que é bem legal, tenho o nome guardado se vocês quiserem ir!
— Vamos hoje à noite? — Potter sugeriu em dúvida. Ao mesmo tempo que todos queriam aproveitar ao máximo os dias na cidade, também estavam extremamente cansados da viagem.
— E se a gente só ficasse aqui hoje e amanhã começasse a sair? — George considerou, vendo todos concordarem.
— Além do mais, a água está muito boa, não sei se quero sair tão cedo! — Monty emendou, vendo os rapazes concordarem.
Minutos depois, quando o sol baixou um pouco, as meninas e Harry também foram para a água, com exceção de que disse estar muito gelada e preferia ficar no sol. Fred encontrou uma bola e logo separam-se em times para jogar de um para o outro, fazendo uma bagunça enorme. Ao final da tarde, voltaram para seus quartos para trocarem de roupa e jantarem no hotel, decidindo por deitarem cedo para aproveitarem bem o dia seguinte.

🏝 ☀️ 🧳 🏝


Depois do café da manhã, como ninguém tinha decidido quais eram os planos para o dia, foram todos para a praia de frente para o hotel enquanto pensavam no que fazer após o almoço, apenas para aproveitarem o sol e finalmente entrarem no mar como estavam querendo.
Não tinha como passarem despercebidos por qualquer pessoa, primeiro pelo grupo numeroso falando outro idioma, segundo pelo olhar curioso e, é claro, as vestimentas: chapéus grandes, óculos de sol, bolsas coloridas e roupas de um gosto duvidoso. Embora as meninas tivessem ficado responsáveis por escolherem algumas roupas de praia para todos, o gosto para opções que pudessem se passar por Trouxas era levemente duvidoso. Monty era o único que conseguia passar com certa discrição, principalmente se comparado com a roupa de George usava: Uma bermuda roxa com desenhos verdes e uma camiseta laranja, quase da cor de seus cabelos.
O que causou reclamação de todos os rapazes foi o fato das namoradas passarem horas escolhendo as próprias roupas e pegaram a primeira coisa que viram para eles, embora nenhuma das meninas parecesse incomodada, afinal eles quem não quiseram ir nas lojas comprar.
— O que são essas placas? — perguntou ao separar-se de Cedrico e andar até uma delas, virando-se no instante seguinte para os amigos — O que são “tubarões”?
— É um peixe grande com vários dentes afiados que, às vezes, atacam pessoas — Monty explicou, também aproximando-se para ver melhor o aviso, olhando para os lados — Parece que essa praia pode ter ataque de tubarão…
— O que quer dizer? — perguntou confusa.
— Que os Trouxas não recomendam que as pessoas entrem no mar, para garantir que ninguém seja atacado…
— Está dizendo que você pegou um hotel na frente de uma praia que não podemos entrar? — Cedrico arqueou a sobrancelha, olhando para o amigo.
— Como eu iria saber disso? — Defendeu-se — Eu só estava pensando no hotel, não imaginei que não daria para entrar na água!
— E agora? — perguntou chateada — Não podemos ficar aqui?
— Podemos — Harry disse, apontando com a cabeça para as pessoas na areia — mas talvez não seja uma boa ideia entrar na água…
— E para o que mais serve uma praia se não é entrar no mar? — George frustrou-se, xingando Emmett por ter escolhido o hotel na praia errada.
— Ei, — o moreno reclamou, apontando o dedo na cara de todo mundo, já irritado com a situação toda — quem teve que correr atrás das passagens, da hospedagem e ainda ficar de babá de vocês no aeroporto fui eu. Ninguém se ofereceu para ajudar em nada, muito pelo contrário, só ficaram me mandando corujas pedindo mil coisas! Um quarto com cama grande, com comida boa, na frente do mar, com janelas grandes… Por Merlin! Eu nunca vim pro Brasil, como eu iria adivinhar que existe uma praia que tem tubarão? — Reclamou, cansado de ser acusado de tudo — Além do mais, se dependesse de vocês a gente nem teria embarcado! — Esbravejou, os amigos encolheram os ombros, se desculpando.
— Isso mesmo, parem de reclamar com o Monty! — Gina concordou, abraçando de lado o namorado e dando-lhe um beijo na bochecha.
— Ué, não era você que estava com raiva no avião de... — Harry calou-se ao ver o olhar mortal da ruiva.
— Ok, ok — continuou após os poucos segundos de silêncio que se seguiram — Mas e o que faremos? Vamos voltar para o hotel?
— Até que não era ruim — sorriu, havia gostado bastante da piscina e das comidas que estavam à disposição.
— Se vocês quiserem… — Harry deu de ombros, tornando a apontar para os banhistas na praia — Mas poderíamos ficar aqui por um tempo, depois voltamos pra lá ou fazemos outra coisa… Já estamos aqui mesmo…
— Mas e o tubarão? — insistiu, apontando para a placa ao lado.
— Não deve ser nada demais, — abanou a mão no ar, começando a caminhar pela areia, até a frente de uma tenda. Os amigos logo o seguiram, embora as meninas estivessem um pouco incertas sobre aquilo.
Juntaram duas mesas de plástico e algumas cadeiras após Harry e Monty conversarem com os donos do quiosque, o que demorou algum tempo já que ninguém falava uma palavra de português e os atendentes não sabiam inglês. Minutos depois já estavam todos sentados e conversando, planejando saírem para beber no bar indicado por Sirius mais a noite. Escolheram alguns aperitivos e bebida, aproveitando animados para tirarem algumas fotos com a câmera que haviam levado, antes de voltarem a conversar e rir de qualquer assunto que viesse à mente. Quase quarenta minutos depois, George levantou-se, reclamando do calor que fazia e dizendo que iria dar um mergulho no mar.
— E o tubarão? — perguntou alarmada, vendo-o dar de ombros.
— Vai ser rapidinho!
— Eu acho que nem deve ter tubarão por aqui — Harry emendou, concordando com o ruivo sobre dar um mergulho, também estava morrendo de calor.
— Não sei, essas placas não devem estar aí à toa… – Gina comentou, apontando para os avisos espalhados pela praia.
Os dois rapazes não pareciam abalados, abanando a mão ou rindo.
— Talvez seja assustador para os Trouxas, mas nós somos bruxos – Fred lembrou, levantando-se e tirando a camiseta que usava.
— Exatamente, já lidamos com coisas mais perigosas nas aulas de Trato de Criaturas Mágicas! – George completou o irmão, tirando os chinelos e deixando na areia, próximos da mesa.
— Sem contar que nós – Harry apontou dele para Diggory – já lutamos com dragões, um tubarão é fichinha perto disso!
— E vocês dois? – perguntou para Monty e Cedrico que deram de ombros, concordando com os amigos.
— Talvez não seja tão comum verem esses bichos, quer dizer, por que teriam tantos Trouxas aqui? – O loiro falou, passando a mão pelos cabelos antes de retirar a própria camiseta e terminar de tomar seu copo de cerveja – Vocês não vêm?
— Não! – Responderam em uníssono.
— Prefiro ficar bebendo e garantir que terminarei minhas férias com todos meus membros – respondeu, sendo apoiada pelas garotas.
— E é só o segundo dia no Brasil, não vou me arriscar! – concordou, pegando o cardápio para escolher uma nova bebida para tomar.
— Então, vamos? – Monty chamou um tanto incerto, logo vendo os quatro concordarem, já começando a caminhar em direção ao mar.
— Pode esperar aí – Gina chamou, apontando para o protetor solar – você foi o único que não passou, depois se queima e eu quem tenho que aguentar o drama!
Emmett fez careta, escutando os amigos rirem antes de virar de costas para a ruiva passar o creme, ao tempo que os outros continuaram a caminhar animados.
— Vocês não acham estranho que não tenha quase ninguém na água? – comentou olhando ao redor.
— Os poucos Trouxas estão no rasinho… – Darling concordou, mas logo se distraiu quando o garçom apareceu para anotar o novo pedido, vendo-a apontar para uma das fotos da bebida no cardápio, já que não sabia dizer os nomes.

— A água está muito boa – Fred disse ao sentir a mesma bater em seus joelhos, andando mais para o fundo junto dos amigos.
— Alguém tá vendo o tubarão? – Cedrico perguntou ao olhar para os lados, embora seguisse andando mais para o fundo, sentindo-se idiota ao procurar algo que nem sabia como era.
— É claro que não, – Harry riu, negando com a cabeça – eu duvido que tenha algum por aqui!
— Não esqueça, os Trouxas são muito dramáticos – George disse rindo.
Pouco depois os quatro relaxaram, conversando e aproveitando a água morna em que estavam.
— Eu aposto que o Montgomery está com medo – Fred apontou ao ver o moreno na areia junto das garotas – essa história de protetor foi só para despistar!
Gargalharam já combinando de zoarem o rapaz, até que George paralisou por um instante, olhando assustado para os lados.
— Que foi?
— Alguma coisa esbarrou em mim! – Respondeu alarmado.
Os outros três riram debochados, achando que o ruivo estava brincando.
— AAAAAH! ALGUMA COISA GRUDOU NA MINHA PERNA!
— TUBARÃO! – Fred berrou alarmado, nadando apressado para o raso, sendo seguido por Cedrico e Harry, enquanto George continuava a gritar pedindo socorro, pois não conseguia se soltar.
Na areia, Monty notou a movimentação estranha dos amigos quando foi se aproximando da água, logo escutando um dos ruivos gritar 'tubarão'. Virou-se desesperado, pedindo por ajuda para as pessoas que estavam perto.
As meninas levantaram apressadas, correndo até eles e gritando, desesperada por notar que era George quem tinha ficado para trás. Não demorou muito Cedrico, Fred e Harry chegaram à beira, afobados, gritando pelo ruivo. Um salva-vidas apareceu correndo, jogando-se na água para ir ajudar o ruivo, ao tempo que a multidão envolta se aproximava para ver o que estava acontecendo.
— Eu sou muito novo pra morrer! — Weasley choramingava, acenando para o homem que vinha com uma prancha em sua direção. Não fazia ideia de como pedir ajuda em português, mas achou que só de se movimentar na água e gritar desesperado resolveria a situação.
Quando o salva-vidas chegou mais perto, virou-se para os lados, parte de si procurando por algum vestígio de sangue, mas também aflito que o tubarão pudesse estar por perto. Não vendo nenhuma sombra na água, aproximou-se até segurar o braço do ruivo;
— Aonde você foi atacado? — Perguntou com um sotaque carregado, George apontava para a perna, lágrimas grossas escorrendo por seu rosto enquanto pedia por ajuda;
— Não consigo me mexer — disse aflito, apontando para a perna esquerda com a mão.
O homem concordou, assustado com a possibilidade do ruivo já ter perdido a perna ou algo do tipo, ao mergulhar para averiguar melhor a situação, notou que realmente não tinha sangue nem qualquer vestígio de mordida.
Weasley olhava para os amigos na areia, gritando por ele; nem havia se despedido de nenhum deles, nem mesmo de Fred ou .
Notou o homem submergindo, passando a mão pelos cabelos molhados antes de encará-lo com um sorrisinho debochado;
— Não tem tubarão nenhum, você só ficou preso em um monte de algas.
— Eu… O que? — Perguntou chocado quando entendeu o que ele queria dizer, logo revirando-se na água até conseguir ver sua perna, intacta. Sentiu o rosto esquentar, sorrindo completamente sem graça para o homem, mais ainda ao tornar a olhar pra frente enquanto voltavam a nadar para o raso e reparar o número de pessoas que estava por ali, querendo ver o que tinha acontecido.
— Na próxima vez que vocês virem uma placa de aviso para não fazerem alguma coisa, por favor, respeitem a placa. Assim evitamos essa confusão e qualquer situação pior do que algas — dizia, vendo-o concordar, pedindo desculpas baixinho.
— George! Tá tudo bem? — gritou quando se aproximaram, dando dois passos para dentro do mar, mas parando onde estava: não sabia dizer até onde os tubarões poderiam nadar, não se arriscaria a também ser atacada. — Vamos te levar para o hospital!
— Não precisa, moça — o salva-vidas avisou, saindo primeiro, segurando a risada — não foi tubarão nenhum, era só um monte de algas.
O grupo parou desacreditado, olhando do homem para o ruivo, o qual saia d’água de cabeça baixa, tão vermelho quanto seus cabelos, e sem qualquer marca de ataque.
— Está me dizendo que todo esse escândalo foi por uma alga? — Winter gritou estarrecida, colocando as mãos na cintura — Por Merlin! Antes fosse um tubarão!
— Que mico! — Gina falou ao olhar para os lados e ver as pessoas começando a rir ao entenderem o que acontecia. — Seria menos vergonhoso se tivesse sido um tubarão…
— E eu estaria morto! — George lembrou, embora continuasse olhando para os pés.
— Mas eu mesma vou te matar por me fazer passar essa vergonha! — tornou a dizer, acertando-lhe um tapa no braço.
— “Ai, os tubarões não são nada, estamos acostumados com criaturas piores” — zombou ao cruzar os braços e olhar debochada para o grupo de rapazes — muito corajosos!
— “Eu já enfrentei um dragão” — concordou, negando com a cabeça ao encarar Potter.
— Não foi bem assim… — Harry disse baixo.
— Como a gente ia saber que era só alga? Ele disse que foi atacado! — Cedrico respondeu, voltando a andar para as mesas junto do grupo, após os Trouxas ao redor terem dispersado.
— E vocês três foram muito amigos, não é? — Gina arqueou a sobrancelha — Saíram correndo e deixaram o George pra morrer!
— Só se fosse pra morrer afogado — Monty riu ao olhar de canto para o ruivo —, porque o tubarão mesmo não apareceu!
Ainda sendo alvo de piadas dos amigos e olhares debochados de estranhos, George começou a pedir para ir embora e, após alguns minutos, todos concordaram.
Os casais mais uma vez foram trocar de roupa e então, finalmente saíram para passear pela cidade, como ainda não sabiam muito, resolveram ficar próximos do hotel, andando pelas ruas e terminando em um grande Shopping da cidade e decidiram que no outro dia iriam seguir as dicas que o Trouxa deu a Fred no avião.
Se perderam por diversas vezes, fosse por não saberem o caminho de algo e terem dificuldade em pedir ajuda, embora estivessem indo de Táxi quando era uma distância maior, ou porque alguém ficava para trás olhando alguma coisa sem o pessoal reparar (ou propositalmente no caso de e Cedrico, que aproveitaram a distração dos amigos para ficarem alguns minutos sozinhos em um canto mais isolado, após terminarem suas compras). Por fim chegaram no hotel bem no final da tarde e foram se trocar para conhecerem o bar recomendado por Sirius.

A música alta e animada, que até mesmo rendeu tentativas de dança do grupo, a bebida gelada na noite quente, e a comida deliciosa do local fez tudo ser ainda melhor do que eles esperavam. Mais uma vez tiraram algumas fotos, aproveitaram o tempo juntos e também separados, afinal os casais queriam algum tempo juntos.
Até mesmo Fred sumiu após alguns drinks, sendo visto aos beijos na esquina junto de uma garota com quem ele dançou minutos antes.
Em algum momento, Monty e decidiram que seria uma boa ideia apostar em quem bebia mais rápido e, após começar duas rodadas na frente, a loira perdeu de lavada para o amigo. Diggory e Gina ficaram conversando enquanto julgavam a péssima ideia dos dois, e aproveitaram para comer mais, tudo o que era oferecido eles aceitavam. Em algum momento Cedrico achou que comeu algo estranho, mas foi esquecido no minuto seguinte quando o garçom chegou com mais uma rodada de bebidas.
Harry e sumiram e reapareceram por diversas vezes, fazendo com que comentasse a possibilidade de Potter ter levado sua Capa da Invisibilidade na viagem e deixando a amiga completamente constrangida, mas o sorriso em seus lábios era maior do que a vergonha e, sempre que achavam que ninguém estava olhando, os dois saíam por alguns minutos. O que, é claro, era sempre notado por todos já que eles não sabiam ser discretos.
Já Winter e George estavam dançando empolgados, tentando repetir os passos do pessoal próximo, mas acabavam rindo o tempo todo, completamente desengonçados. Sentaram-se para comer e beber com os amigos e logo estavam em pé mais uma vez, quando começavam a tocar outras músicas. Horas depois, quando o bar estava quase fechando, resolveram voltar para o hotel, cambaleando durante o caminho devido ao excesso de bebidas ingeridas.
— E se a gente parasse na praia! — sugeriu com a voz embolada.
— Você está louca? Depois da vergonha que passamos você quer voltar? — Gina perguntou surpresa, negando rapidamente.
— Já é super noite, ninguém vai ver que era a gente — deu de ombros, já puxando Cedrico pela mão. O grupo deu de ombros, seguindo o casal até a areia e sentando para olhar as estrelas e o mar, sentindo a brisa suave chegar até eles.
— Não tem como o tubarão vir até aqui, não é? — questionou minutos depois, incerta.
— Eles só ficam na água — Emmett a tranquilizou, o braço sobre os ombros de Gina, olhando sonolento para as ondas quebrando na areia.
— E se a gente entrasse na água agora e…?
— Não!
— Tudo bem, não está mais aqui quem falou — Fred resmungou, após o grito dos amigos.
Por fim, quando deu um grito por ter um siri tentando beliscar sua perna, todos resolveram voltar para seus quartos para descansarem, já que ainda tinham mais passeios para fazerem no próximo dia!




Continua



Nota da autora: Vou falar pra vocês que escrever a cena do ataque de tubarão foi o auge dessa série, nem sei se ficou bom, MAS NA MINHA CABEÇA TÁ ÓTIMO!
DAQUI A POUCO VEM O ÚLTIMO CAPÍTULO! É ISSO MESMO, encerrando Kisses depois de 3 anos! E você pode deixar um super comentário aqui

Malfeito feito!





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