MY BLOOD - Parte 1

Última atualização: 01/09/2020

Sirius entrou em seu quarto transtornado, batendo a porta com força, andando de um lado para o outro, a raiva palpitando em seu peito. Passou a mão pelos cabelos incontáveis vezes, tentando acalmar-se, mas as mãos tremiam, assim como seu corpo.
Sentia que talvez fosse ter um ataque do coração ou qualquer outra coisa do tipo, parecia que até mesmo o ar faltava em seu peito.
Xingou alto incontáveis vezes.
Odiava sua família, odiava o desejo de Sangue-Puro que eles tinham e, mais ainda, o quanto valorizavam as Artes das Trevas. Sentia nojo de todos eles, incapaz de conseguir pensar um uma única coisa boa vinda deles.
Ouviu uma batida na porta, e logo a voz de Régulo pode ser ouvida do outro lado;
— Abra logo, Sirius.
O moreno fechou os olhos, respirando fundo antes de abri-la, deixando o irmão passar, olhando-o quase assustado com o descontrole evidente no rosto do mais velho.
— É melhor nem começar a falar se não quiser apanhar, estou falando sério. — Avisou-o, ainda andando em círculos pelo quarto.
Régulo suspirou, sentando-se no canto da cama do irmão.
— Sabe que vai precisar se desculpar — disse em voz baixa.
Sirius parou por um instante, olhando-o transtornado;
— Não vai conseguir sair dessa sem pedir perdão para nossa mãe.
— Nem que eu estivesse morto! — Respondeu de imediato, apontando para fora do quarto — Acha que eu vou me desculpar por ter dito a verdade. Eu a odeio. E você também deveria, mas não pensa muito no que faz, não é? — Respondeu irônico, vendo-o travar a mandíbula — Acha que eu não sei com quem você tem andado, Régulo? Acha que eu sou idiota? Sei muito bem do seu novo clubinho.
— Não é da sua conta… — Virou para o lado, sem encará-lo.
Sirius respirou fundo, negando com a cabeça;
— Não é possível que você não saiba que isso é errado. Achei que fosse mais inteligente do que isso.
— Eu não sou você, Sirius — respondeu o encarando — não é porque você odeia nossa família que eu também odeie.
— Sei que não. — Concordou, encarando o caçula — Sempre achei que você fosse apenas acostumado a ser mimado, mas sempre achei que você pudesse ser melhor, talvez tenha me enganado. Talvez você seja igual a todos eles.
Os dois irmãos se encararam por um momento, até Sirius suspirar frustrado, negando com um aceno;
— É isso mesmo o que você quer, Régulo? Seguir os passos deles e ainda virar um Comensal de Voldemort? Acha que assim vai trazer orgulho para a família? Olhe para você, não é possível que realmente pense que está fazendo a coisa certa. Como pode se achar melhor apenas por ser Sangue-Puro?
— Você não sabe o que diz — retrucou, levantando-se —, o Lorde tem planos para nós, Sirius, poderíamos ser grandes, ele sabe recompensar os Comensais… Ele gosta da nossa família! Imagine tudo o que poderíamos conquistar! Olhe para Bella...
— Não se compare com Bellatrix, Régulo, ela é louca, completamente insana. Sempre foi. Você é melhor do que isso!
Régulo negou, tentando convencê-lo;
— Talvez se você conversasse com o Lorde, veria o mesmo que eu…
Sirius abriu à boca, incrédulo, dando um passo na direção do irmão, colocando as duas mãos sobre seus ombros, chacoalhando-o por um momento;
— Pelas barbas de Merlin, Régulo. Olhe o que você está dizendo! Tenha o mínimo de bom senso. Está se deixando impressionar com meia dúzia de palavras. Você não pode estar falando sério sobre aceitar ser um Comensal!
O mais novo negou com um aceno, afastando-se;
— Se você o escutasse…
— Já chega! — Sirius deu um passo para trás, negando, olhando-o com um misto de decepção e desprezo — Eu sempre achei que você fizesse o que te diziam para ganhar presentes ou seja lá o que fosse, mas nunca imaginei que realmente seguiria para esse lado, Régulo. Você é meu irmão, sempre esperei mais de você, acreditei que poderia ser o melhor de nós dois.
O garoto riu irônico, negando com a cabeça;
— Sou seu irmão, é? Engraçado você lembrar disso agora, quando em Hogwarts parece só ter seu grupo de amigos e nem mesmo olhar na minha cara.
Sirius cruzou os braços;
— Posso não ser um bom irmão para você, em partes porque não concordo com suas atitudes e sei o que você anda fazendo, — rebateu, arqueando a sobrancelha — mas eu, sinceramente, esperava mais de você, Régulo. Agora vejo que me enganei, você é igual aos nossos pais. Se é isso mesmo que você quer, pode sair, vá com eles admirar Voldemort, mas lembre-se que ele não vai aceitar que você saia, Régulo. Não pode dizer sim hoje, e não amanhã. Ele vai acabar com você se tentar desistir.
— Por que eu desistiria? — Tornou no mesmo instante, insolente — Não preciso seguir seus passos ou dos nossos pais, posso ser maior que todos vocês. O próprio Lorde me disse isso, ele tem planos para mim, Sirius. — Sorriu orgulhoso.
O mais velho negou com a cabeça, dando um passo para trás, abrindo à porta de seu quarto;
— Se você quer tanto ser um Comensal, pode sair, mas saiba que quando a hora chegar, se eu te encontrar por aí, não vou pensar duas vezes antes de te dar uma surra. Não vou lembrar de você como meu irmãozinho inconsequente, Régulo, vou ver apenas o que você vai ser: Um Comensal da Morte, tão desprezível quanto todos os outros.
Régulo passou por ele sem olhá-lo, parando na batente da porta, soprando por sobre o ombro;
— E eu vou ver você como todos os outros; Uma ameaça ao Lorde das Trevas que deve ser eliminada.



FIM DA PARTE 1.





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