Finalizada em: 27/07/2023

Capítulo Único

Aquele era o seu primeiro dia dos namorados solteira em anos. E, mesmo que você não estivesse em clima de festa, aceitou ir para o fim de semana em uma casa de praia com todos os seus amigos solteiros, como faziam todos os anos. Por um longo período, você se privou disso, pois era uma das únicas que estava em um relacionamento. Bom, pelo menos em um monogâmico.
Durante anos, você achou que sua relação se tornaria um casamento. Estava pronta para receber o pedido a qualquer momento. E qual não foi a sua surpresa ao descobrir que, na realidade, seu namorado iria casar, mas com outra? Ou melhor, constituir família com outra, já que o filho deles estava a caminho…
Como era de se esperar, ao chegaram na casa de praia, boa parte foi para… Exatamente, para a praia. A outra parte ficou arrumando a festa de mais tarde. Ali, todos eram comprometidos apenas com os festejos e com a putaria.
E, por mais que não estivesse no clima, você queria participar de tudo que seus amigos propusessem: dançar como se não houvesse amanhã, beber como se não tivesse fígado, virar noites e mais noites, usar alguma coisa que seus amigos tivessem comprado, quem sabe até transar com alguém, afinal, o rebuceteio era uma característica muito presente no grupo.
Todos, sem exceções, já haviam no mínimo se beijado. Alguns haviam formado ménages. Os mais modestos haviam dado rapidinhas escondidas em alguma festa ou encontro.
Você, além de ter beijado todos, havia “brincado” com algumas pessoas. Mãos nervosas em áreas quentes e úmidas, bocas que deliciosamente passeavam por corpos não tão desconhecidos e alguns orgasmos que roubavam o fôlego e aceleravam o coração por longos segundos.
Retornar para esses fins de semana se mostrou uma surpresa. Haviam algumas pessoas que você não conhecia, logo, ainda não tinha beijado, tampouco feito qualquer outra coisa. Haviam algumas pessoas interessantes, com as quais você com certeza puxaria conversa e, até mesmo, pediria o telefone se a oportunidade surgisse.
Todavia, inimigos da espontaneidade como eram, seus amigos propuseram um jogo: sete minutos no céu. Como se não tivessem 30 anos, estavam inventando desculpas para fazer sexo oral em algum cômodo aleatório da casa com todos ao redor sabendo. Patético, foi tudo o que você conseguiu concluir em pensamento, revirando os olhos quando te convidaram.
Saindo como a chata do rolê, você foi a única que se recusou a entrar na brincadeira e, por isso, irritada, voltou para a parte interna da residência, indo em busca de uma cerveja gelada.
Após sacar a tampa da garrafa, deu uma golada grande, mas não pôde evitar ver em sua visão panorâmica um dos novos integrantes do grupo que você ainda não conhecia se aproximando. Com um baseado nos lábios, o homem se apoiou no balcão que separava vocês dois.
― Eu achei que você estava zoando quando disse que não ia participar.
― Acho meio idiota inventar esse tipo de coisa apenas pra ficar cheio de mãos bobas com uma pessoa com quem muito provavelmente você já transou.
― Bom, eu não transei com ninguém aqui.
― É a sua primeira viagem com o pessoal? ― Assentiu, dando uma tragada no fumo. ― Tá explicado. Mas, acredite, até o fim dessa viagem, você só não vai comer ninguém se não quiser. ― Observando-o, você bebericou sua cerveja de novo.
― E você?
― Eu o quê? ― Franziu as sobrancelhas.
― Não foi participar da brincadeira, mas está interessada em alguém?
― Bom, se eu estiver, essa pessoa vai saber.
― Como?
― Vou dizer a ela que tenho interesse. ― Encolheu os ombros.
― E você gosta que faça isso com você também? ― Você assentiu, sem entender qual era o ponto. ― Então, tenho interesse. ― Soprou uma pequena quantidade de fumaça por uma pequena fresta entre os lábios.
Atônita, você continuou o encarando tentando compreender como aquela conversa havia chegado até ali. Por fim, dando uma risadinha, voltou a tomar sua bebida antes de concluir:
― Você tá me zoando.
― Não. Não estou. Eu realmente estou interessado. ― Apagou o cigarro em um cinzeiro sobre a bancada, contornando-a para ficar frente a frente com você.
Sem dizer uma única palavra, você continuou a olhá-lo, se perguntando o que havia feito para fazê-lo largar todos os outros do lado de fora e vir atrás da “chata do rolê”. Quer dizer, o fato de você não aceitar participar daquela bobagem poderia muito bem significar que você não tinha interesse em nada nem em ninguém, certo?
― Nós dois nem nos conhecemos.
― Não seja por isso. . ― Estendeu a mão para cumprimentá-la.
― Não é bem isso que eu tinha em mente. ― Sem lhe dar tempo para concluir qualquer outro pensamento, o homem envolveu sua cintura com a mão que estava estendida, acabando com o espaço que havia entre vocês dois.
A palma de suas mãos eram macias e contrastavam com as pontas dos dedos calejados pressionados contra sua pele desnuda. Seus rostos estavam tão próximos um do outro que ela podia sentir a respiração dele contra sua pele, o cheiro de maconha e álcool muito presentes em cada pequena lufada de ar.
Devagar, o homem foi aproximando os lábios dos seus, roçando as bocas uma na outra antes de investir em um beijo. Talvez estivesse apenas testando qual seria sua resistência a esse tipo de aproximação.
Naturalmente, ao sentir a boca dele contra a sua, você entendeu que não era uma brincadeira, que aquele estranho dos cabelos encaracolados, dedos ásperos e peito desnudo por uma camisa aberta estava interessado de verdade em você, independente de quais eram os seus termos.
Ao sentir a língua dele em contato com sua, um arrepio percorreu sua espinha, eriçando todos os pelos do seu corpo. E, quanto mais tempo vocês se beijavam, mais você tinha vontade de permanecer o beijando. Havia algo nele que a fazia molhar a própria calcinha, tamanha a excitação pelo momento.
Não, ele ainda não havia feito nenhuma investida sexual, mas se fizesse, você não o impediria. Talvez nem mesmo tivesse forças para isso. O que se provou verdade.
De um jeito gostoso, mas que, ao mesmo tempo, soou meio vulgar, ― era este o seu nome? ― segurou seu rosto com uma das mãos, fazendo sua cabeça pender para um dos lados para que pudesse beijar e lamber seu pescoço.
A forma como sua boceta reagiu quando a língua dele se arrastou por sua pele foi quase como se ele a tivesse chupado. Um suspiro chegou a escapar de sua garganta e você agradeceu por não haver mais ninguém na parte interna da casa.
Virando-a de costas para ele, colou seus corpos de novo. Pela primeira vez, você conseguiu sentir o quão duro ele estava dentro de seus shorts. Mas esta não foi a única coisa que você pode sentir. As mãos dele massageando seus seios, o calor que ele emanava passando para o seu corpo sem nenhuma cerimônia, os lábios em sua orelha.
Apoiando suas mãos no balcão, você acabou inclinando seu quadril, chocando-se contra o dele, provocando-o. Você se esfregou nele, esperando que compreendesse que não havia o menor problema se quisesse avançar o sinal. Você estava pronta. No ponto certo.
Passando um braço pela frente se seus ombros, como se fosse lhe dar um mata-leão, puxou-a para perto novamente para sussurrar ao pé do seu ouvido.
― Você não precisa se desesperar, querida. Entendi o que você quer. ― Depositando um beijo em seu ombro, continuou: ― Abra o seu short e deixe o resto comigo.
Tentando disfarçar a urgência, suas mãos correram para o cós da peça, abrindo-o o mais rápido que conseguiu. E, por mais que não tivesse pedido, você aproveitou a oportunidade para já se livrar daquela roupa apertada e pouco maleável, que quase não te permitia fazer nada do que planejava.
Somente de biquíni, você esperou até sentir aqueles mesmos calos que pressionaram suas costas descendo por entre suas pernas. Entretanto, antes de fazê-lo, segurou seu rosto com uma das mãos e enfiou dois dedos em sua boca.
― Chupa ― continou a usar aquele mesmo tom de voz aveludado e grave de anteriormente.
Obedecendo, você fechou os olhos e se permitiu chupar sem nenhum pudor. Por um segundo, você até ficou ansiosa por repetir os mesmos movimentos com o conteúdo de dentro da bermuda dele.
Retirando-os da sua boca, com todo cuidado, levou os dedos para dentro da sua calcinha, passando a acariciar seu clitóris com pequenos círculos desenhados com precisão.
De olhos fechados, você sentia cada vez que ele se arrastava lentamente sobre o seu ponto mais sensível. O calafrio que se espalhou pelo seu corpo o fez tentar se dobrar, porém o braço de em frente aos seus ombros lhe impediu.
Suas mãos formigavam de ansiedade para descerem até o meio de suas pernas e acelerarem as coisas, entretanto, você tinha certeza que ele a impediria de tentar qualquer coisa. Por isso, tentou contentar-se com as vezes que ele completava mais uma volta.
Quando deslizou aqueles mesmos dedos para dentro de sua boceta, o ar saiu pesado de seus pulmões, facilmente transformando-se em um gemido rouco quando chegou em sua garganta. Em resposta, além de lamber o lóbulo de sua orelha, aquele “abraço” que te não te permitia se mexer se tornou apenas uma mão em volta do seu pescoço, apertando-o.
Não tão devagar quanto antes, seus dedos voltaram a se mexer dentro de você, entrando e saindo. Encontrando seu ponto G, no primeiro gemido que você deu, parece ter entendido que aquele era o lugar exato para permanecer.
Conforme o homem aumentava a velocidade, mais você queria. Você seria capaz de implorar pra que ele te fizesse gozar, entretanto, as palavras nem mesmo saíam da sua boca. O máximo que conseguia produzir eram gemidos, que acompanhados de alguns espasmos pelo corpo, só provavam o quanto você estava fora de controle.
Novamente apoiando as mãos sobre a bancada, você sentiu seu pescoço ser liberado e os dedos saírem de dentro de sua vagina. Mas, antes que pudesse reclamar, sentiu uma das mãos do homem sobre suas costas empurrando-a para que deitasse o tronco no balcão.
Assim que o fez, desamarrou um dos lados de sua calcinha, abaixou-se, desta vez, para cobrir sua boceta com sua boca quente de lábios macios. Além da sensação, você queria conseguir vê-lo, no entanto, a posição lhe impedia, o que a deixou levemente frustrada.
Esta frustração, todavia, não durou por muito tempo, já que sentir toda a destreza dele enquanto a chupava ocupou o espaço de todo e qualquer pensamento na sua cabeça.
A medida que ficava mais e mais excitada, não eram só as forças de seus membros que se esvaíam. Era como se, de repente, você se esquecesse como se faziam coisas básicas, como falar, se mexer ou pensar. Seu cérebro, aos poucos, estava derretendo, assim como sua vagina fazia a cada passada de língua de .
Ao mesmo tempo que seus joelhos falhavam, suas pernas e seu abdômen estavam enrijecidos, anunciando que você estava por um triz. Demonstrando que também havia percebido, o homem passou a chupá-la com mais afinco, concentrando-se principalmente em seu clitóris.
Em questão de segundos, todo seu corpo pareceu colapsar, desfazendo-se em um orgasmo que a fez estremecer da cabeça aos pés. Ainda assim, isso não foi o suficiente para fazê-lo parar. Ao invés disso, afastando-se alguns centímetros, levantou-se do chão e emaranhou os dedos em meio aos seu cabelos volumosos. Puxando-a para cima pelos fios, deixou-a de pé para virá-la de frente para si, beijando sua boca com voracidade por alguns segundos. Em seguida, abaixou-se mais uma vez, enfiando-se em meio às suas pernas.
Sem muita cerimônia, penetrou-a com dois dedos de novo, mas, agora, acompanhando os movimentos com a boca sobre seu clitóris. Na velocidade e na intensidade que lhe soavam corretas, você estava apenas emendando um orgasmo no outro. A sensação era de que sua boceta poderia ficar dormente a qualquer instante, já que algumas partes de seu corpo nem existiam mais. Pelo menos, era isso que você sentia.
A respiração entrecortada, o coração acelerado, os membros trêmulos e um calor que chegava a pinicar a pele. O prazer era realmente uma coisa engraçada.
Era como estar morrendo ― não que você soubesse como era a sensação de morrer ―, mas, ao mesmo tempo, era como se estivesse mais viva do que nunca.
Olhando-o nos olhos, você pôs as mãos em seus cabelos encaracolados, afastando-os de seu rosto e apertando as mechas entre seus dedos. Por mais que fosse difícil manter os olhos abertos, em prol daquele contato visual que te deixava cada vez mais excitada, você fez o impossível para não quebrá-lo.
Contudo, quando você gozou pela segunda vez, foi inevitável, você cerrou as pálpebras e deixou a cabeça tombar para trás, quase como se tivesse transcendido e estivesse prestes a abandonar o próprio corpo.
Como se escalasse seu corpo, alcançou sua boca de novo, ambas as mãos adentrando pelas suas madeixas, iniciando um beijo lento, mas cheio de tesão, como se estivesse pronto para lhe engolir. Ele não só tinha seu gosto, como tinha o seu cheiro, o que a deixou inebriada. Só não saberia dizer se eram os hormônios resultantes dos dois orgasmos ou se era a chama que ele parecia ter acendido em você.
Desvencilhando-se brevemente, o homem seguiu lhe encarando, como se guardasse cada milímetro de seu rosto na memória.
― Você deveria dormir no meu quarto essa noite. ― Pôs uma mecha de seu cabelo atrás de uma de suas orelhas.
Sentindo seu pau próximo ao seu quadril, ousada, você depositou a mão sobre o volume em meio às pernas dele.
― Só dormir? Eu tinha outros planos.
― Bom, se você aguentar… ― deixou no ar.
― Você está fazendo a suposição errada.
― E qual seria a correta?
― Se você, meu caro, vai aguentar. ― Um sorriso malicioso tomou conta de seus lábios.
― Isso é algo que você só vai descobrir se vier comigo.
Dando uma mordida leve no lábio inferior dele, você se afastou para juntar seu short do chão e amarrar a parte de baixo de seu biquíni. Por fim, começou a caminhar rumo aos dormitórios, deixando-o para trás.
― Você não vem? ― questionou parada em frente à porta de um dos quartos.
Sorrindo, o homem a seguiu para sabe-se lá Deus o que você tinha em mente para a noite de ambos.




FIM.



Nota da autora: Sem nota.




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