31 de Outubro de 1981, Parte 1

Última atualização: 01/09/2020

Único

James Potter estava cansado de se esconder. Mas ao olhar o rosto do filho, enfeitado com os lindos olhos verdes da sua tão amada esposa. Respirou fundo.
“Por eles, vale a pena qualquer coisa”.
Lilian estava na cozinha, organizando as coisas após o jantar.
Sentia falta dos amigos.
Aluado, Almofadinhas e Rabicho…
Quando será que os veria novamente?
Sentiu um pesar no coração ao lembrar que estava desconfiado de Lupin como um espião.
Ele jamais desconfiaria de qualquer maroto, morreria pelos amigos. E sabia que os amigos fariam isso por ele.
Falaria com Sirius na próxima visita, para trazer Lupin com ele na outra visita.
Harry chamou a atenção do pai, James olhou para o filho e pegou sua varinha, fazendo sair baforadas de fumaças coloridas, Harry adorava isso.
Sempre tentava pegar a fumaça e segurá-la em suas pequenas mãozinhas.
E sempre olhava frustrado para a mão, quando não conseguia.
Lily entrou na sala.
“Eu acho que o gato tem algum problema com os presentes da Petúnia, primeiro o vaso, agora aquele tapete horrível que ela nos deu” a ruiva falou.
James riu com a esposa e ergueu Harry, entregando-o para mãe.
E então, em um movimento descuidado e de alguém que tem muita confiança em seus amigos, jogou a sua varinha no sofá, espreguiçando e bocejando.
Ouviu um estampido alto e levantou-se rapidamente indo até o hall, esquecendo de pegar a sua varinha.
Ao vê-lo, seu coração gelou.
— Lily, pegue Harry e vá! É ele! Vá! Corra! Eu o atraso…
James gritou para a esposa; ao ver o sorriso que surgiu no rosto de Voldemort pensou em tudo que deixaria para trás: sua esposa, seu filho, seus filhos…
Pensou em Peter, que devia ter sido torturado para entregar o segredo…
Então veio o clarão verde e tudo acabou.

Lily estava desesperado, tinha escutado o estampido e um barulho. James não pegou a varinha. Tampouco ela.
Amontoou móveis para servir como uma barreira entre eles e Voldemort. Mesmo sabendo que era em vão.
Abraçou seu filho fortemente, as lágrimas caíam incessantemente, não poderia deixar ele machucar o Harry. Já o tinha tirado o James, o Harry não.
Como ele os tinha encontrado?
Será que o Peter? Ah não… Sofreu ao pensar no amigo ferido.
Escutou a porta atrás de si sendo arrombada, e ouviu o barulho das cadeiras e caixas sendo lançadas para o lado com um simples aceno de varinha.
Colocou o Harry no berço, beijando sua testa e virou para encarar a face do mal. Abriu os braços, ocultando o seu bebê, implorando com as palavras e o olhar que deixasse a sua criança em paz.
— O Harry não, o Harry não, por favor, o Harry não! — implorou.
— Afaste-se, sua tola… afaste-se, agora… — Voldemort alertou.
— Harry não, por favor, não, me leve, me mate no lugar dele… — implorou novamente, de forma profunda pelo filho.
— Este é meu último aviso…
— Harry não! Por favor… tenha piedade… — implorava por algo que sabia que Voldemort não possuía — tenha piedade… Harry não! Harry não! Por favor… farei qualquer coisa… — agarrou-se a esperança. Ele não a tinha matado imediatamente, como fez com o James, se implorasse mais, conseguiria poupar a vida de Harry pela dela.
— Afaste-se… afaste-se, garota…
Lily percebeu quando o olhar de Voldemort mudou.
Abriu ainda mais os braços, criando uma barreira de proteção para o seu filho.
Seu pequeno Harry.
Seu bebê a quem tanto amava. Chorou pela vida que o Voldemort queria tirar dele.
E implorou uma última vez, em seu íntimo “Harry não, por favor”.
A luz verde saiu da varinha do bruxo das trevas.
E tudo desapareceu.






Fim!





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