FINALIZADA.

2º Round: Gank ou bait?

— Acho que isso não vai funcionar, meu bem — consegui falar entre uma respiração e outra.
— O quê? — ofegou, parando de se mexer repentinamente.
Isso aqui — apontei pra minha perna entrelaçada no seu ombro — Não tá dando muito certo, esqueci de pegar a licença de mulher elástica naquela escola do quarteto fantástico, desculpa.
Ele mordeu os lábios e riu, tirando meus calcanhares de seus ombros e passando minha perna em volta de sua cintura. Muito bem, melhor assim, muito melhor.
— E agora? — ele disse naquela voz abafada infernal, entrando dentro de mim devagar como eu tinha dito um milhão de vezes que amava.
— Ah, sim! — Foi a única coisa que consegui dizer até senti-lo se enterrar com mais força, como o belo animal que eu sempre soube que era. Soltei um gemido alto, pedinte, olhando pra ele com minha melhor cara de "pode ir mais fundo, babe, do jeito que a gente gosta.
Bem, eu geralmente tinha o que pedia com .
A cintura daquele cara não tinha qualquer limite. Ele se mexia tão rápido que eu não via, só sentia, o que era o essencial, é claro, mas caramba… Eu não tinha tempo de raciocinar. Só gritava, e apertava o lençol ao meu lado, tentava xingar, berrar, dizer alguma coisa como um ser humano normal, mas o que eu diria? Estava em êxtase. Com tanta adrenalina no sangue como uma drogada. E eu nunca tinha experimentado cocaína, mas tenho certeza que o barato devia ser como o "efeito metendo".
Minha nossa, não sirvo pra nomear muita coisa, mas eu nomeava aquele cara como o maior deus do sexo da minha vida.
E ele passou a vida jogando vídeo games. Fala sério!
Quando ele viu que eu iria começar a gozar, começou a ir devagar como o bom filho da puta que era. Essa era outra característica de Yoon : gostava de prolongar o momento. E como gostava. Assim como prolongou nosso primeiro beijo, prolongou sua confissão e estava prolongando para outra coisa também.
Tipo um convite pra me mudar de vez pro apartamento dele. Ou então contar do nosso relacionamento pra alguém.
Grunhi, empurrando-o para o lado pra ficar por cima. Ele arfou, pegando logo na minha cintura com força, preparado para a sessão de cavalgadas que eu estava prestes a conceder. E sem modéstia, eu era muito boa nisso. Pelo menos, não passei a faculdade inteira mexendo com eletrônicos, mesmo que eu já fosse estupidamente apaixonada por esse cara.
— Devo dar o que você quer hoje, meu bem? — falei naquele tom aveludado, bem perto do seu nariz, roçando meus lábios no dele.
— Tudo o que você quiser — ele respondeu, meio desnorteado, como se eu tivesse expelido clorofórmio em seu nariz — Você é perfeita,
Droga. Ele me olhava de um jeito tão reverente e apaixonado que era impossível não caprichar.
E devo dizer: caprichei e muito naquela sentada.
É tão clichê dizer que via estrelas ou se sentia numa montanha russa quando tinha um orgasmo, mas a verdade é que: era algo muito, muito parecido com isso. Eu juro. Porra, era um alívio do corpo inteiro, caramba. Como quando a gente tá apertada pra ir no banheiro, e quando chega lá, agradece a todos os deuses que existem por conseguir soltar. A referência foi péssima, mas é por esse caminho.
Me derramar com o toque dele sempre foi tão normal durante a minha vida, mas agora, tendo esse homem oficialmente como meu, as coisas tinham ganhado uma proporção gigantesca. E como essas coisas eram loucas! Tive certeza absoluta que eu não sabia nada sobre o amor antes de começar a beijar esse homem, mesmo que eu dissesse que o amava desde os meus 19 anos.
Porque no amor, as coisas nunca são o suficiente. Era uma maluquice. Mesmo depois de 3 meses, eu acordava com esse cara e não queria ir embora nunca mais. Parecia gostar dele mais do que gostei ontem, e o amanhã só deus sabe. Tinha medo do meu coração explodir desse jeito porque pra onde caralhos ia tanto sentimento? Ou tudo isso ficava escondido em algum canto só pra pular de surpresa como aqueles palhaços na caixa e me dar um susto toda vez que ele abria um sorriso? Ou até quando fazia um mísero carinho no meu cabelo quando tentávamos assistir um filme? Ou quando eu o via de longe em alguma reunião e ele parecia tão gostoso e sexy dentro de uma camisa social? Até quando eu o via jogando no computador e dando ordens aos caras do time, fala sério, olha onde essas coisas foram parar!
Se tivesse de usar uma gíria dentro do mundo de pra explicar tudo isso, diria que esse homem literalmente bugou todo o meu sistema nervoso.
Como eu disse: é maluquice. Nada do que eu experimentei antes. Quer dizer, toda essa parte do desejo só tinha se amplificado do que eu já sentia. Porque descobri, dentro desses 3 meses sendo a namorada de Yoon , que o amor tinha a outra parte.
A parte das brigas. Das intolerâncias. Das milhares de discordâncias que me deixavam a ponto de surtar. E entre essas brigas sempre tinha um tópico mais importante de todos:
Meu querido irmãozinho, Eunwoo.
É. O melhor amigo de .
Nessa parte, ninguém precisava me lembrar que eu estava correndo com um skateboard direto pra um lugar chamado "me fodi".
Mas, de novo: estava prolongando coisas e eu estava puta com isso. Pelo menos, há duas horas atrás, antes de ele me provocar com aqueles beijos de merda no meu pescoço e eu acabar bem aqui, pelada em cima dele.
Filho da puta do caralho. Pro quinto dos infernos com esse homem perfeito.
Ofegante até a morte, ergui as costas, sorrindo com o resquício de prazer que ainda saía de mim e dele. Amava quando ele gozava dentro de mim. Amém que fui muito bem educada sexualmente (não graças ao meu querido irmão) e glória a deus e aos métodos contraceptivos que me permitiam sentir isso sem pensar em surpresas inesperadas.
Imaginei a vida toda como seria o sexo com , e tenho certeza que até hoje achava que eu estava vivendo um looping infinito de um sonho erótico.
Ele ergueu as costas pra sentar, me puxando pra mais perto, beijando a minha boca com ferocidade como sempre fazia, com uma paixão tão ardente que me deixava totalmente desestruturada. Ele ignorava totalmente o fato de que eu precisava respirar, o que só me fazia pensar que ele sofreu o mesmo desejo por aquele beijo nos últimos 6 anos tanto quanto eu — o dele ainda mais reprimido do que eu, graças a - de novo - meu querido irmãozinho).
— Amo você, . — Sabia que ele diria isso, nesse tom claustrofóbico de desejo e paixão como sempre dizia, mas que todas as vezes faziam meu coração pular pela boca como se eu estivesse escutando pela primeira vez — Amo tanto você...
— Também amo você — recuperei meu tom de voz, beijando-o na mesma intensidade, mas não durou nem 1 minuto. Logo ergui os olhos, pegando seu rosto entre as mãos — Mas agora preciso ir.
E simplesmente tasquei um selinho nele e comecei a me levantar.
piscou os olhos, desentendido. Abriu e fechou a boca várias vezes antes de dizer:
— O quê?
— Disse que preciso ir, tenho que chegar cedo na empresa amanhã já que nossos queridos garotinhos decidiram descontar todo o nervosismo da primeira chave do torneio nos meus equipamentos — respondi enquanto pegava minhas roupas.
— Não, espera... Eu sei que você tem que estar lá, nós íamos juntos, lembra? — ele se levantou, pegando em meus ombros — Você ia dormir aqui...
— É, eu ia, assim como quase todos os dias, mas como eu disse: preciso chegar cedo amanhã — falei com mais firmeza, e num tom óbvio, colocando a calcinha de volta.
permaneceu parado enquanto eu me vestia. Parado, confuso e pelado, e reitero a última parte porque tinha ódio de como minha perna fraquejava com aquela visão perfeita que não fazia mais parte do meu sonho, e como meu corpo queria urgentemente largar tudo e voltar pra cama com ele, mas eu tinha um posicionamento a defender.
Ele deu um suspiro e virou pra mim.
— Que papo é esse, ? — ele pegou na minha mão, me encarando de cima — Desde quando chegar cedo é uma desculpa pra você não ficar? Suas coisas estão aqui, seu material também. Isso é por causa da discussão de mais cedo? Sobre o Eunwoo?
Plim-plim. O que você acha? — ironizei, soltando minha mão. Prendi o zíper do jeans enquanto ouvia bufar novamente atrás de mim.
— Não acredito que está brava com isso de novo... — ele murmurou, em um tom político e diplomático como quem está se preparando pra um discurso de sermão pra merda de uma criança.
Trinquei os dentes, virando pra ele imediatamente.
— Não, meu bem, não tô brava com isso de novo. Na verdade, tô indo embora pra não ficar, tentar conversar, você vir com essa porra de lábia pra cima de mim, transarmos feito dois coelhos e acordar muito bem satisfeita, porém com o total de zero coisas resolvidas. Então, se não se importa, vou pra minha casa e falamos disso em outro dia.
Lancei o meu melhor sorriso debochado e filho da puta e agarrei minha bolsa, torcendo pra que aquele crápula falasse alguma coisa, qualquer coisa que me fizesse ficar.
— É só um tempo, — ele disse em um tom cansado. Aliás, repetiu o que sempre disse — Já expliquei isso. Eunwoo é meu melhor amigo, mas acima disso, ele é seu irmão. E sempre respeitei toda essa intimação que ele colocou em você, toda essa super proteção que me afastaram por muito tempo, mas pra quebrar isso precisa de tempo, planejamento...
— Ah, fala sério, ! — chiei, me virando pra ele de novo — Estamos juntos há 3 meses, e eu já disse que entendo completamente essa coisa de deixar nosso lance em off porque a mídia é uma filha da puta e pode dizer coisas horríveis sobre mim, sobre nós, sobre o time e blá-blá-blá, mas quer saber? Tô pouco me lixando de mentir pra um país inteiro, mas não aguento mais mentir pras pessoas que eu amo. Não quero estar tão feliz sozinha, entendeu? E fala sério, ninguém fica tão feliz assim por causa de um prêmio nerd por tanto tempo, essa desculpa não cola mais.
— Eu sei, eu sei — ele se aproximou de mim rápido, pegando meu rosto com toda a porra da delicadeza de sempre, como se eu fosse quebrar — Eu entendo seu lado, também me sinto assim, mas o torneio tá chegando, a unidade da K&K já fica um caos com os preparativos, os treinos só aumentam e, com meu novo cargo, tudo fica mais difícil. Não é só um jogador de Multiverse Flag namorando, é o vice-presidente da K&K, você entende?
— Tenho certeza que Daisy não contaria isso a ninguém. Muito menos Moonbin, ou Eunwoo...
— Eu sei, mas...
— Não. Eu não vou discutir isso agora de novo. Você já sabe o que eu penso — soltei dele, agora me certificando de andar rapidamente até a porta de novo, ficando seguramente a uma distância considerável daquele homem (repetindo: pelado) antes que eu perdesse as forças — Adeus, Yoon , te vejo amanhã. Claro, se seus seguranças permitirem.
...
Não ouvi. Simplesmente, abri a porta e saí direto pro elevador no fim do corredor, abandonando o homem que eu amava e que me deixava incrivelmente puta junto com metade das minhas coisas pra trás.

🎮


Acordar cedo era um pesadelo.
Acordar cedo sem era uma tortura.
Levantei em total desamparo, e passei por todos os processos matutinos daquele dia até chegar à catraca da K&K por pura força do ódio. Agradeço aos céus e terra por não ter decidido me esperar em algum lugar, ou simplesmente ter aparecido no meu campo de visão naquele dia. Ninguém merece uma DR logo de manhã, ainda mais se ela acontece em farpas silenciosas no meio de outras pessoas.
Falando sério, nunca dei a mínima pra namorar escondido. Sabia que se algum dia alcançasse esse nível com , era o mais sensato a se fazer. Um relacionamento com o melhor dos E-Sports não me dava o luxo de trocar carícias fofas e ridículas em público, muito menos pegar na sua mão e levá-lo ao cinema em uma sala coletiva. Mas caralho, querer esconder até dos nossos amigos? Do meu irmão, que era a única família que eu tinha? Qual era o problema dele?!
A resposta de era sempre a mesma: "Espere o final do torneio. No final, vamos contar, eu prometo, só mais um pouco", o que era totalmente ridículo porque a temporada de Multiverse Flag durava meses e, reiterando: eu não dava a porra da mínima pro mundo inteiro. Eu só não queria viver o melhor momento da minha vida sem poder compartilhar com Daisy.
Fala sério, eu merecia contar pra alguém que estava namorando o cara dos meus sonhos sem ser a minha terapeuta!
Passei pela porta automática direto para o covil dos moleques, que já estavam a todo vapor naqueles computadores, concentrados de um jeito que só duas coisas deixavam uma pessoa assim: café ou LSD. Considerando que suas pupilas ainda estavam no lugar, vou apostar no café. Em muito café.
— Bom dia — murmurei a contragosto. Achei ter falado baixo o suficiente, mas os pequenos já começavam a confusão de arrastar cadeiras para se levantarem e me cumprimentarem — Pelo amor de deus, fiquem sentados! Já conversamos sobre isso — bufei, revirando os olhos — Voltem ao trabalho. Se forem bonzinhos e não quebrarem um mísero circuito hoje, ganham um chocolate.
Eles balbuciaram coisas incompreensíveis entre si, mas caguei. Continuei andando até minha sala, onde Jinwoo já estava parado segurando meu café.
— Bom dia ou só dia? — perguntou.
— Quero um ácido em vez de café — peguei a bebida, trotando até a mesa de madeira no centro.
— É, só dia — ele murmurou e eu me joguei na cadeira, bebendo um grande gole daquela coisa amarga e perfeita pro meu humor — O que houve? Brigou com o namorado de novo?
— Por que você sempre acha que eu briguei com meu namorado?
— Porque ele é a única pessoa que você briga e continua chateada depois de 30 minutos. Com pessoas normais, você só xinga e começa a rir, não dá pra levar a sério — ele deu de ombros, e odiei a forma como eu era tão transparente pra esse cara — Isso quer dizer que ele consegue te deixar brava de verdade. Tem certeza que quer continuar com isso?
Olhei pra ele com uma sobrancelha erguida. Jinwoo sempre me fazia a mesma pergunta quando eu chegava de cara feia no trabalho: "Brigou com o namorado?", "Sim", "Por que não larga esse cara, pelo amor de deus?"
Claro, ele não fazia ideia de quem era meu namorado. Mas parecia um pouco interessado no meu status de relacionamento desde que anunciei que não estava mais disponível para negócios.
— Infelizmente, quero muito continuar com isso, Jinwoo. Você imagina o porquê? — Coloquei as duas pernas em cima da mesa, recostando na cadeira e sussurrei: — O dele é de um tamanho especial.
Ele fez uma careta imediata e eu soltei uma gargalhada, puxando a primeira folha da pilha da minha mesa, encarando os primeiros pedidos de conserto do dia.
— Você é ridícula, — murmurou, indo até sua mesa do outro lado — Tenho saudades da época em que você enchia o saco por ter olhos só pra Yoon .
Sufoquei uma risada, e só ignorei ele. Ter um amor platônico e sonhador era realmente uma melhor tática em relação a toda a turbulência que um relacionamento de verdade podia ter.
Mas Jinwoo não tinha ideia de como os sonhos que viravam realidade eram muito mais prazerosos.

🎮


King bateu o último copo de soju na mesa, porque tenho certeza que ele não aguentaria muito mais depois daquele.
Comecei a rir como uma pata porque bem, eu já estava igual a ele. Claro que, notoriamente, eu aguentava mais do que um adolescente, mas isso não muda o fato de que já estava mais pra lá do que pra cá. E confesso que aquela noite de bebedeira não poderia ter vindo em um momento melhor.
Quando eu estava com raiva, o meu corpo precisava de margueritas. Margueritas feitas especificamente por MJ, mas não tinha achado aquele desgraçado em lugar nenhum, então as dessa noite teriam que bastar.
O garoto de 19 anos pesou as pálpebras enquanto eu puxava seu copinho, colocando mais bebida.
— Ei, , acho que ele já encerrou por aqui — Jinwoo tentou dizer, mas revirei os olhos de tédio.
— Eu me recuso a acreditar nisso. Ei, você! King! — gritei, e o garoto virou a cabeça devagar na minha direção — Você acabou de entrar no time principal, por acaso é um mariquinha? Devo ir dedurar que alteraram sua classificação final? Reage, caramba!
— Não, não! — ele disse rapidamente, e ergui uma sobrancelha — Não sou um mariquinha, noona. É só que…
— Achei que diria isso! Ei, garçom! — gritei para o vento, deslizando o copo de soju pela mesa até o garoto. Um cara alto se aproximou rapidamente de mim — Traz mais uma rodada da verdinha com cerveja, e também...
— Oh meu deus! — Outra voz veio da fileira de meninos sentados na mesa ao lado. Os burburinhos fizeram com que King engasgasse com a próxima dose e seus olhos esbugalhassem totalmente ao olhar pra alguém atrás de mim.
— Cacete... — Jinwoo sussurrou, ajeitando a camisa de botões imediatamente até se levantar — Que surpresa vê-lo aqui, senhor Yoon.
Virei a cabeça devagar pra trás. E eu digo bem devagar, porque ela já estava girando tanto que se eu piorasse a situação, sofreria as consequências no chão. Quando entrou em meu campo de visão, veio acompanhado de mais um cara igualmente alto, mas muito mais sorridente do que meu namorado: Moonbin.
— E aí, ! — ele riu, trocando nosso famoso toque de mãos — Caraca, você não perde tempo mesmo! Já trouxe o novato pra comemorar!
— Ele precisa entender as coisas da vida antes de perdê-la completamente pra vocês, entende — estreitei os olhos, agora encarando parado e me olhando com uma expressão meio... Ah sei lá, ele parecia um cão abandonado — Perderam alguma coisa aqui?
— Por que não atende o telefone? — perguntou imediatamente, sem sequer pensar nos outros, mas aquela não era uma informação que nos entregava. Eu e ele nos conhecíamos a vida toda, e não era um segredo que eu era apaixonada por ele, ou que tínhamos uma certa conexão chamada Eunwoo, ou que fosse esquisito que tivéssemos um ao outro na lista de contatos.
Mas, bem, talvez fosse um pouco estranho o fato de ELE estar me ligando.
— Eu nem sei onde está meu celular — falei num tom que beirava o óbvio! Ele abriu a boca pra responder, mas Moonbin falou na frente:
— Viu, cara? Eu falei que ela estava bem, qual é, é a ! Mas já que estamos aqui, que tal participarmos do batismo desse garotinho? — Moonbin deu dois tapas nos ombros de enquanto apontava para o King sorridente e bobão. Jinwoo limpou a garganta.
— Acho que não é uma boa ideia....
— É uma ótima ideia! — gritei, puxando mais um copo — Vamos lá, King! Tá quase completando as 25 doses, você consegue, garoto! Força!
Ouvi um gritinho animado de Moonbin, que rapidamente veio pra se sentar do meu lado numa folga que sempre era característica dele. Olhei pelo canto do olho a tempo de ver caminhar pra se sentar no mesmo lugar, e fechando ainda mais a cara por ter que fazer isso do outro lado. Pra se sentar na minha frente.
Confesso que olhar pro rosto dele era sempre um respiro pro meu dia, mas a última coisa que eu precisava hoje era aguentar aquela expressão de você se lembra que precisamos conversar?
Moonbin começou a distribuir os copos, colocando mais soju do que eu normalmente colocaria, mas que se dane. King entornou o líquido sem pestanejar, e eu puxei uma garrafa inteira nas mãos, arrastando-a para perto. semicerrou os olhos na minha direção, tomando-a de volta de mim e me servindo sem qualquer gentileza.
Tudo bem, ele estava bravo. Era compreensível. Mas minha cerveja não tinha nada a ver com isso, caramba!
Com algumas doses, eu já nem me preocupava mais com o fato de não parar de me olhar e da cabeça de Jinwoo já ter desabado no tampo da mesa. Me lembraria com certeza de zoar muito dele por ter desmoronado primeiro do que um garotinho de 18 anos.
Bem, no caso, King ruiu logo depois. Tipo, literalmente depois.
Minha cabeça girava quando brindei com Moonbin mais uma vez. As bochechas queimavam junto com a minha pele, e mal percebi quando o peso de seus braços vieram parar nos meus ombros.
— Esse maldito Jinwoo. Ei, Park Jinwoo! — grunhi, soltando um ronco pelo nariz para segurar a gargalhada, batendo com um ombro no meu amigo desacordado. Eu não tinha a intenção de ser bruta, mas controle era algo que gente embriagada não tinha — Será que ele vai me demitir se eu tirar uma foto dele?
— Acho que ninguém te demitiria, . Sabe, você é demais, as pessoas não são malucas — senti de novo aquele peso nos ombros e franzi o cenho, olhando pra frente imediatamente. encarava Moonbin com o maxilar trincado. Dava pra ver todos os seus músculos faciais. Uma coisa bem assustadora.
Isso me pareceu um pouco urgente. Só um pouco.
No entanto, meu cérebro não estava funcionando muito bem. Continuei rindo de Moonbin, de Jinwoo e King sendo completos perdedores naquela mesa, de como eu tinha uma porrada de trabalho pra fazer no dia seguinte e em como o meu namoro com o único cara que eu já pensei em namorar estava sendo tão diferente de tudo que eu imaginei.
É, quando a gente bebe, os problemas se parecem com pessoas reais, e todas elas ocupam um lugar na sua mesa, te olhando da mesma forma como estava: podemos conversar agora?!
Acho que eu provavelmente diria alguma coisa pra ele, mas de repente levei um susto quando Moonbin colocou o dedo molhado do copo na minha bochecha, e dei de cara com seu rosto a alguns metros nada agradáveis perto de mim.
— Ouviu? Ninguém é maluco de tentar tirar você de perto dos pupilos, ! O que seria do meu teclado mecânico sem você? Eu não poderia vencer nenhuma merda de bot!
Ri pelo nariz, olhando de relance pra , que continuava na mesma posição, como se fosse encarnar algum buff de seu avatar de Multiverse Flag e dizimar Moonbin ali mesmo.
— Você é um pouco menos maluco por reconhecer isso, Moon — e mexi os ombros pra que ele tirasse o braço de cima de mim — É sempre bom me reunir com fãs, mas vou encerrar o esquema de hoje. Ficar de ressaca numa sexta de manhã é totalmente anti glamouroso pra uma garota como eu.
E desci minha última dose pela garganta, sabendo que estava a um passo de perder a linha de verdade. E estava tudo bem em perder a linha, sério, mas isso provavelmente causaria problemas ao meu querido namorado, e eu não estava afim de ouvir mais sermões.
— Ah, que isso, sei que você aguenta mais, . Senta, vamos beber eu e você — ele voltou a colocar aquele braço irritante pelo meu ombro de novo, se aproximando ainda mais do que antes. Olhei pra pelo canto do olho, calado como uma pedra, e isso nunca tinha sido um bom sinal.
Bem, pela minha curta, porém proveitosa experiência com ele, aquilo definitivamente não era bom sinal.
— Ah, seu fofo, você continua com a mesma lábia ridícula — ri, empurrando seu braço de novo, e Moonbin também riu porque não estava nada bem. Foi quando se levantou de repente, passando uma mão pelos cabelos.
, acho que é hora de ir pra casa — ele disse de um jeito tão polido que nem parecia que tinha tomado umas 6 doses de soju. Aquele desgraçado simplesmente era imune à qualquer dose de álcool, e repito: passou a vida jogando video-games!
— Agora? Mas eu...
— É, agora. Por favor, nós podemos...
— Ei, Yoon, peraí, você disse que não ficaria de gracinha hoje. Deixa a , o irmão dela não precisa s…
— Moonbin, juro que vou falar como seu amigo... — apoiou uma palma pesada na mesa, encarando o cara do meu lado com muita impaciência anormal — Será que dá pra você tirar a porra do braço da minha namorada?
Moonbin continuou rindo pelos próximos 10 segundos até ter finalmente retido as palavras de e lentamente escondeu os dentes, dando lugar a uma palidez e choque, arregalando os olhos pequenos.
Bem, eu também fiquei desse mesmo jeito. Juro. O álcool do meu cérebro foi evaporado rapidinho com aquela expressão raivosa de .
— Quê?! — Eu e Moonbin dissemos juntos. Talvez não no mesmo intuito, mas a pergunta saiu ao mesmo tempo.
— Cara, que papo é esse? — Moonbin ia se preparar pra rir de novo, mas só faria isso se fosse louco porque a expressão de Yoon era assassina.
— É, é minha namorada, seu noob. Agora solta ela, pelo amor de deus! Não vê que ela já te afastou mil vezes? — ele puxou rapidamente minha cadeira para o lado, dando um susto em Moonbin — Podemos ir agora, ? Sério.
Ele me deu uma última encarada antes de sair para o caixa e me deixar ali, olhando pra Moonbin com cara de tacho.

🎮


— Ei, ei! — pisei em falso no meio da calçada, agarrando a mão de ainda mais forte antes que eu me desequilibrasse por completo. Tinha sorte do meu namorado ter mais de 1,84 de altura ou sinceramente passaria por situações desagradáveis até demais — Você precisa se explicar, mocinho.
Tudo bem, eu estava ridícula. Completamente alucinada e bêbada, mesmo que a situação anterior ainda estivesse piscando em rosa choque e glitter na minha cabeça.
— Vou te levar pra casa — ele só disse isso, naquele tom mandão de sempre, ainda com os dentes cerrados como se estivesse com raiva. Raiva.
— Não vou pra casa até você me explicar que porra foi aquela ali atrás — soltei minha mão da sua, os olhos um pouco menos desfocados, mas ainda bem debilitados.
suspirou, revirando os olhos como sempre.
— Aqui não é o melhor lugar pra conversar — ele pegou minha mão de novo, dessa vez com mais cuidado porque eu parecia estar realmente capengando e cairia a qualquer momento, e os faróis dos carros e o barulho de motos da avenida não ajudavam em nada.
Tentei lutar contra, mas minha capacidade de lutar por alguma coisa tinha se esvaído junto com a minha noção. Os sons ao redor foram abafados assim que entrei no seu carro, e joguei a cabeça pra cima enquanto esperava que ele entrasse. Quando o fez, percebi que ele ainda estava sério e carrancudo no momento em que girou a chave e entrou no trânsito.
— Fiquei preocupado com você — disse depois de um tempo de silêncio.
— Preocupado com o quê?
— Você sumiu, . O dia todo. O que é, agora a gente briga e você vai desaparecer como uma forma de me punir, é isso?
Ok, ele estava nervoso. Zangado era uma palavra melhor.
— Eu não sumi — respondi, com um certo tom indignado.
— Ah, não? Ir encher a cara com o celular desligado não foi nada?
— A minha bateria acabou, caramba! E calhou de eu estar em uma comemoração muito legal com seu novo pupilo, porque sabe, eu curto encher a cara quando tô nervosa ou sem saber o que fazer. Uma gostosa também passa por esse tipo de coisa, sabia?
revirou os olhos até quase sumirem nas órbitas. É, ele estava acostumado a escutar esse tipo de coisa, e que se foda se eu estava bêbada, era a verdade: se ele estava com raiva pelo sumiço, eu estava frustrada por um acúmulo de sujeira que foi empurrada pra debaixo do tapete por meses! Eu merecia um momento de purificação.
— Isso é ridículo, . Qual é, você não pode fazer isso assim, não quando eu…
— Você o quê? Não quando você quer estar no controle de tudo? Quando você simplesmente tá pouco se fodendo com as minhas opiniões? Quando tudo tem que ser do jeito que você quer? Ah, fala sério…
, caralho, não é desse jeito! Será que você não consegue parar e pensar um pouco? — ele bufou, e pude ver seus dedos apertando o volante. quase nunca levantava a voz, e algo em mim dizia que se eu continuasse, veria essa coisa inédita acontecendo — Você diz como se eu quisesse te esconder do mundo e não é isso, você sabe que não.
— Sinceramente, eu não sei de nada, — trinquei os dentes, virando o rosto pra ele — E que se foda o mundo, lindinho, já falei que me gabar pra um bando de menininhas que tô sentando no famoso não faz a minha praia, mas dizer isso pra minha melhor amiga? Ah, sim, eu faço questão! Aliás, você acabou de fazer isso pro paspalho do Moonbin e se diz tão preocupado com meu querido irmãozinho. Parabéns, quem diria que o capitão da K&K fosse tão contraditório!
Ele trincou todos os músculos faciais quando girou para uma rua, apoiando um cotovelo na janela como uma tentativa de não fazer o que as pessoas normalmente fariam nessa situação: gritar. Espernear. Tipo o que eu estava fazendo.
Racionalmente? Esse homem conseguia ficar ainda mais lindo e gostoso com aquela expressão séria de puro controle. Emocionalmente? Estava com tanta raiva dele, e com tanto tesão também, que queria tirar a roupa e causar um incêndio naquele carro, pra no final conseguir levantar e ir pra minha casa de novo porque, como eu disse: estava com raiva.
— Por que você não confia um pouco em mim? — perguntou com a voz baixa e abafada, sem me olhar — Sei que não sou o cara mais disponível do mundo, mas sempre tento não te deixar pensar que me esqueci de você ou qualquer coisa assim. Quero ficar com você o tempo todo, , quero tanto que corro o risco de você cansar de mim ou coisa parecida. E eu sei como fazer nosso relacionamento dar certo, da forma certa, tenho um plano…
— Seu maldito plano me parece muito com um bait. Sabe essas emboscadas que você grita com os seus submissos? Pois é, tô por dentro do seu vocabulário nerd, Yoon.
Ele me olhou de relance por dois segundos até respirar fundo de novo.
— Não sei mais o que fazer pra te explicar que só estou te pedindo um pouco mais de tempo. Só um pouco.
Quando ele virou a cabeça pra mim de novo, senti meu peito afundar. Os olhos dele não passavam muita coisa, e a voz era firme e confiante, como sempre soava na maioria das vezes, mas agora eu sentia algo como… Um desalento. Uma emoção. Algo profundo. Algo não ensaiado para se dizer em frente às câmeras. Era algo exclusivamente pra mim.
No entanto, bêbados são idiotas e soltei apenas um “humpf” com a garganta, em desdém, e voltei a olhar pra fora.
Maldito . Odiava quando ele mexia com meu coração desse jeito. Mais do que isso: odiava quando mexia com as minhas ideias. Com meus princípios. Quando me convencia a ceder ao lado racional da força.
Que se foda toda essa sensatez.
Ficamos em silêncio por quase 5 minutos até que ele estacionasse de novo, bem entre uma árvore e outra no meio fio. Foi quando eu percebi que minha cabeça estava escorregando no vidro da janela e a entrada iluminada daquele edifício não me era nada estranha.
Ergui as costas imediatamente, trincando os dentes.
— Você disse que ia me levar pra casa — acusei, com todo o rancor na voz.
— Estamos em casa — respondeu simplesmente. Fiquei com mais raiva ainda.
— Essa é a sua casa!
— Qual é a diferença?
Parei. falou de um jeito tão certeiro que fez meu coração inchar como um peixe-boi.
— Como eu disse: estamos em casa.
O que isso queria dizer?
Merda. Mil vezes merda. Esse cara não podia me desarmar tão fácil desse jeito.
Por isso, não pude fazer nada quando meu corpo foi pra cima dele sem mais nem menos. Um desejo do tamanho de Seul me dominava como se eu não mandasse em mais nada. Controle sobre os próprios impulsos? Isso era coisa de gente que não estava apaixonada, que não tinha as veias pulsando e o sangue correndo por causa de uma única pessoa. Fala sério, como devia ser a vida dessa gente?! Como era não sentir o corpo inteiro entrar em combustão por causa de um beijo?
Na verdade, um beijo era pouco, era ridículo perto de tudo que eu queria fazer com esse cara.
Ele me retribuiu da mesma forma, o que me deixou completamente acesa mesmo estando no fim do meu estado de embriaguez. Coloquei as mãos em seus ombros, seu rosto, nos botões da camisa, em tudo que eu conseguia alcançar mesmo com a porra daquele câmbio entre nós, e pareceu tão elétrico quanto eu ao tomar meu rosto, me beijando com tanta paixão que nenhum fôlego era capaz de suportar.
— Diz que vai ficar — ele sussurrou em cima da minha boca e ah, vá se foder, Yoon ! Fazer isso não me dava nenhuma escolha!
Não vi o momento em que saímos do carro. Não vi quando chegamos no elevador. Nem lembro de ter dado boa noite ao senhor Nam, o porteiro, o que era preocupante porque pobre homem, estava acostumado com meus cumprimentos, mas nem ele me faria largar daquele jeito. Que se foda as reconciliações a curto prazo com sexo selvagem, eu explodiria se não subisse nesse homem nesse exato momento.
Entramos aos beijos no apartamento, desesperados por qualquer contato. Senti o gosto de álcool forte em sua língua, e me perguntei se a cabeça dele estava girando tanto quanto a minha, mesmo que agora eu soubesse que a cerveja não era mais a culpada disso porque a presença de causava a mesma porra de efeito no meu cérebro. Quando ele grudou minhas costas na parede da sala, esperei sinceramente que tivesse fechado a porta da frente porque imediatamente subi minha blusa pra cima, sentindo o corpo em chamas, e notei sua boca no meu pescoço, no meu colo, as mãos agarrando minha bunda como se quisesse tocar em tudo ao mesmo tempo.
Sorvi uma inspiração. Até o cheiro dele me inebriava e isso era totalmente bizarro. Puxei o colarinho de seu casaco pra que ele me beijasse de novo, e movi a perna para andar pelo menos até o sofá. logo meteu a mão por cima da minha boceta, protegida inutilmente pelos meus jeans, onde ele fez questão de começar a desfazer o zíper, sem parar de me beijar. Acho que eu me desesperaria muito mais se ele parasse de me beijar, ou se parasse de me tocar desse jeito pervertido, e também…
Assim que pensei nisso, um barulho alto veio logo do meu lado. Com o susto, dei um pulo, olhando pra trás no mesmo instante. O abajur ao lado do sofá simplesmente tinha ido ao chão quando bati nele ao subir na mesa porque, aparentemente, planejava me foder em um lugar inusitado.
— Des…
— Não importa — ele me puxou para mais um beijo, totalmente desnorteado pelo tesão. Não questionei sua decisão, deixando que minha bunda achasse uma posição bem confortável pra que ele finalmente puxasse minha calça pra fora e eu estivesse meio caminho andado de recebê-lo ali dentro.
Ele parou um pouco pra escanear meu corpo de cima a baixo, como de costume. Desde que transamos pela primeira vez depois daquela festa, sempre fazia isso: observava intensamente para captar cada detalhe meu como se estivesse olhando pra uma pintura. Bem, eu sabia que não tinha o corpo mais perfeito do mundo, mas que se foda, não é mesmo? Ainda era uma grande gostosa e me olhava com muito, muito tesão.
Me vi enclausurada pelos seus beijos de novo, macios, quentes, loucos, me levando pra outra dimensão. Senti o corpo ser erguido repentinamente pra cima e logo prendi as pernas ao redor de sua cintura até que ele chegasse no sofá, onde notei seu pau tão duro na minha pelve que me preocupei do quanto ele devia estar segurando.
— Me deixa te chupar — ele murmurou bem em cima da da minha boca e acendeu todos os fogos de artifício do meu corpo.
— Permissão concedida, Yoon — falei com sofrimento e senti outro solavanco quando tive o corpo jogado para o lado, onde rapidamente me deitei de bruços e empinei a bunda pra que ele fizesse o que fazia de melhor: me foder.
Era sempre a mesma coisa, com um toque de libido extra: respirava pesado, puxava minha calcinha até os tornozelos e ativava o frio anormal no meu estômago quando eu pensava no que estava por vir. Era uma ansiedade maluca, sem igual. Já estava segurando um gemido antes mesmo que ele me tocasse, e quando fez, caralho, não sei explicar.
Meus joelhos tremeram quando ele começou colocando dois dedos para esfregar meu clitóris, e isso já foi o suficiente pra me deixar encharcada. Antes que começasse a mandar ver, ele puxou uma das almofadas e meteu embaixo da minha barriga, empinando ainda mais minha bunda e, finalmente, tão ansioso quanto eu, enfiou a boca pra dentro de mim.
Porra, que delícia.
A língua dele dançava na minha boceta e levei uma das mãos para trás, agarrando seu cabelo, puxando-o enquanto sentia tudo que oferecia. Suas mãos apertaram minhas nádegas, puxando as duas metades para uma melhor visão, e recebi um belo tapa à medida que dispus do meu melhor gemido. Rebolei com gosto em cima da sua boca, ainda que ele apertasse mais a minha bunda para estabilizá-la, mas eu não era de ferro. Era totalmente impossível me manter parada enquanto ele me chupava e, depois de alguns segundos, agora estocava os dedos dentro de mim.
Nem queria pensar em como devia estar seu pau naquele momento. Se pensasse, eu gozaria muito rápido e Deus me livre gozar agora; as coisas não tinham chegado nem na metade.
Meus olhos reviraram nas órbitas quando ele girou o dedo do meio bem na minha vulva, me fazendo soltar um grito seco de pura tortura. Filho da puta, gemi, mais alto que o necessário, e torci para que aquelas paredes da sala fossem mais parecidas com a do quarto. Qualquer pessoa que passasse no corredor perceberia claramente que uma garota estava sendo esfolada dentro daquele apartamento — ou se preparando pra isso.
movimentou a língua por toda a extensão das minhas paredes, indo de cima a baixo sem dó de investir com os dedos ao mesmo tempo, e desejei por um momento estar usando aquele plug anal guardado em algum lugar da minha gaveta porque estava mais do que pronta pra recebê-lo em todos os lugares, sentindo todas as minhas partes pulsarem de desejo, emitindo um grito desesperado para que ele entrasse logo e literalmente acabasse comigo.
Deus do céu, o que diria meu pai se visse a perfeita pervertida que eu tinha me tornado? Eu poderia literalmente implorar para , de uma forma totalmente patética e verdadeira.
Antes que eu desequilibrasse tudo e gozasse sem dó nenhuma, virou o meu corpo para cima, esticando minhas costas pelo estofado, tão ofegante e desnorteado que me fez acender ainda mais. Sempre era bom saber que deixei um cara assim, ainda mais um cara que eu amo. Era a essência de uma foda inesquecível.
Ele tirou a camiseta branca que ainda usava, e suas mãos eram rápidas para desatar cintos e desafivelar botões, mas ficaram lentos quando perceberam que abri as pernas em totalidade, jogando um braço para trás para apoiar o corpo em um cotovelo e com o outro, levei os meus próprios dedos para acariciar meu clitóris com o lábio entre os dentes, exibindo o perfeito erotismo que o deixaria tão louco quanto eu.
Em um delay repentino, se abaixou pra me beijar ferozmente, o que não sei se foi a melhor opção, porque logo quis passar as pernas para prendê-ali mesmo, e movi as mãos para terminar de abaixar seus jeans e puxar o tão esperado pau pra fora, que estava quente e duro como eu queria, completamente úmido por todo o líquido pré-gozo que ele havia soltado naqueles breves momentos em que me fazia uma mulher semi realizada.
— Você é tão gostoso — balbuciei, com água na boca. Agora eu queria chupá-lo, mas também queria sentar nele, ou queria receber aquela coisa dentro de mim por todos os lados, ficava muito difícil pensar enquanto ele me beijava…
— Você é perfeita — ele desceu até o meu pescoço, e o masturbei com mais vontade, sabendo que aquela ardência repentina era de um chupão e que ele certamente respirava ainda mais pesado na curva da minha clavícula. Eu estava seriamente começando a ficar desesperada.
— Sei disso, gatinho — puxei seu rosto pelo cabelo da nuca, olhando-o com um sorriso sapeca — Mas tá na hora de me fazer pedir arrego.
rosnou intensamente entre os dentes, chutando o restante da calça para longe e puxando meu corpo para a frente, abrindo minhas pernas pelos joelhos. O brilho da cidade invadindo o cômodo o deixava um milhão de vezes mais lindo, reverente, uma verdadeira obra de arte que me faria ajoelhar sem pensar. Minha boceta latejava, meu corpo inteiro pedia em silêncio por , que brincou na minha entrada com a cabeça molhada de seu pau, ameaçando entrar e sair.
Filho da puta desgraçado.
— Merda,
Antes que eu protestasse, senti o impacto quando ele se enterrou completamente dentro de mim. Primeiro em uma tacada só, depois retornando devagar, passeando pelo meu clitóris e me fazendo grasnir em um grito seco, disperso. Agarrei aquela almofada de antes, prendendo a respiração. aumentou os movimentos mais rápido do que antes, e senti algo muito forte subir por todo o meu torso, aquela angústia crescente de mais, mais, mais, mais.
Mordi os lábios, fincando as unhas em seu antebraço, onde ele agarrava uma das minhas pernas e a puxava para cima, se enterrando mais fundo. Joguei a cabeça para trás, lutando desesperadamente contra a vontade de gritar, murmurando palavras incompreensíveis enquanto ele trincava o maxilar e metia uma, duas, três vezes por segundo, me deixando sem rumo e sem reação.
— Porra! — pra piorar, o canalha simplesmente meteu o dedo para estimular meu clitóris, e perdi a força nos braços usando tentei agarrar em qualquer coisa do sofá. Com a boca entreaberta, eu nem conseguia mais gemer enquanto tinha o corpo vibrando e balançando diante das investidas de , que de repente inclinou as costas pra me beijar.
E que beijo! Combinado com as estocadas, tinha se transformado genuinamente no melhor ato sexual da vida de . Claro, quando se descobre que fazer amor é muito mais gostoso que trepa casual, toda a sua vida muda.
— Vou gozar bem gostoso em você — ele murmurou em cima da minha boca de novo, e fui ao delírio quando senti os espasmos de sua perna.
Agarrei sua nuca mais uma vez, sofrendo para afastar o rosto e retorquir:
— Na minha boca, — exigi, e baixei mais a voz: — Ou em um lugar bem mais delicioso…
Mordi os lábios e o afastei, fazendo-o me encarar com dúvida por meio segundo até entender. Bem, eu o fiz entender quando virei de lado e puxei as duas nádegas para que ele visse o quanto eu estava sinalizando, pedindo uma visita sua diretamente onde deveria estar um plug. respirou ainda mais fundo, enlouquecido, praguejando com força enquanto se levantava, segurando o pau erguido para a frente.
— Caralho, , vou te foder tanto… — tinha mais luxúria naquele olhar e naquelas palavras do que em todas as outras noites juntas. Não sabia o que era. Talvez sentisse a mesma coisa que eu: um desejo avassalador que parecia não ter fim, e essas coisas eram preocupantes, volto a repetir; porque não pensei nem por um segundo antes de me empinar inteira no sofá na sua direção e engolir aquele pau sem qualquer pudor.
Se eu o chupasse por muito tempo, ele com certeza gozaria na minha boca e, por mais que isso seja insanamente tentador, eu queria aquele pau em outro lugar, bem mais apertado, apropriado, delicioso, mais desafiador e que nos faria gozar como nunca.
Chupei olhando pra cima, vendo-o agarrar meu cabelo em um pedido por misericórdia porque ele não aguentaria. Antes que ele começasse a me xingar, umedeci toda a extensão de seu pau, lotado de veias saltadas, e passei a língua nos dedos, masturbando-o por um segundo e, em seguida, coloquei um deles na minha própria bunda empinada, validando o convite já feito: você sabe o que fazer, gatinho. Preciso que você chegue lá pra eu ver uma coisinha.
Devo ter repetido isso, porque afastou meu rosto e me virou de costas, onde tive o quadril erguido pra cima e sorri com o lábio entre os dentes enquanto descansava a lateral do rosto naquela almofada e sentia sua língua se mexer alegremente no meu cu, pouco antes de receber uma enterrada devagar e certeira.
Puta que me pariu.
O barulho de seu corpo no meu era a única coisa que podia desmantelar toda a minha série de gemidos sofridos porque dessa vez era impossível segurar. Não sei o que pensar sobre o fato de nunca ter tido nenhuma pena do meu canal mais apertado, desde a primeira vez, mas eu não queria que fosse o contrário. Sorri, franzindo o cenho, pedindo por mais enquanto ele me comia com força, ou com tanta força quanto permitia sem que eu explodisse. Seu pau se apertava no meu interior, e eu via desajeitadamente no rosto dele o quanto estava se segurando, e segurando, e segurando…
Com um gemido seco e constante, ele se retirou de dentro de mim a tempo de explodir em cima da minha bunda, onde senti o líquido quente escorrendo devagar até minha coxa, entrando pelos grandes lábios da boceta, fazendo um caminho inverso pela minha barriga.
Voltei a me colocar de joelhos, afastando o cabelo do rosto suado enquanto balançava a bunda de um jeito erótico para que ele a apertasse, e me beijasse de novo como fez, para logo depois apertar um dos meus seios e me encarar de cima.
— Você é a garota mais safada do universo — e disse isso sem um pingo de desgosto. Mordi os lábios dele com um sorriso, estendendo a língua para que a chupasse.
— Isso é porque você ainda não viu o que eu quero fazer depois.
grunhiu quando soltou meu rosto, bagunçando os cabelos já bagunçados enquanto buscava algo pelo cômodo.
— Espera. Vou limpar você.
E saiu para algum lugar, sem se importar de estar totalmente exposto pela luz de fora, que só agora percebi que vinha da porta de vidro da varanda, totalmente descoberta com as cortinas longas afastadas para o canto, transformando tudo que eu e fizemos ali num verdadeiro filme pornô in natura.
Sufoquei uma risada, tendo certeza que ainda estava um pouco bêbada pra não me importar com isso, assim como não me importava com o assunto inacabado por ora, e deixei o corpo cair livremente no sofá, esperando que meu homem voltasse e eu pudesse me aproveitar de mais uma foda de reconciliação. Uma das melhores.

🎮


Com toda certeza aquele barulho não vinha do meu celular.
Meu aparelho tinha um toque padrão, escandaloso e bem inconveniente, eu admito. Dava pra saber que estava na área só por ouvir aquela batida pesada de hip hop americano dos anos 90. Mas, bem, era uma explosão que acabava em 10 segundos. O toque de era silencioso, pacato, acompanhado de mais uma vibração alta do que qualquer outra coisa, mas que se mantinha por quase dois minutos inteiros.
Foi o tempo que aquela insistência levou para que eu apertasse os olhos pra luz do sol, e levantasse a cabeça no momento em que fazia a mesma coisa.
O celular dele estava gritando como um louco em cima da mesinha de cabeceira.
Ele grunhiu, puxando-o para ler o visor, os olhos tão baixos quanto os meus. Normalmente, quando tínhamos uma noite daquelas e acabavámos no quarto do caos, ele costumava tacar o foda-se e o celular junto em qualquer canto porque me comer era coisa mais interessante a ser feita, mas hoje, quando ouviu o barulho na mesa, ele fez uma careta de aborrecimento e pegou o aparelho, olhando o nome no visor.
— Preciso atender — resmungou brevemente antes de me dar um beijo rápido na testa e se levantar, atendendo a ligação enquanto saía aos tropeços do quarto por tentar andar e enfiar a calça de moletom ao mesmo tempo.
Bufei, levando um tempo para associar por causa do maldito sono. Um edredom fino era a única coisa que cobria minha cintura e a brisa fina de fora balançava a cortina de uma forma que faria certamente meu sono ser assassinado. Aliás, já foi: a luz do sol estava por toda parte e eu não voltaria mais a dormir. Bem, se não voltasse pelos próximos 3 minutos, esse era o meu destino.
Adivinhe só: ele não voltou.
Pela maldita ligação.
Tá legal, não era culpa dele, eu admito. desligava todos os aparelhos que o relacionava ao trabalho depois das 7 da noite, então alguém o estava perturbando de seu telefone pessoal! E fala sério, esperava muito que não fosse minha sogra — que ainda não sabia ser minha sogra — porque talvez eu não conseguisse abrir as pernas para o seu filho embaixo do chuveiro daqui a pouco enquanto me lembrava que a doce senhora Yoon conversou sobre biscoitos de gengibre assando do outro lado da linha e talvez tenha avisado sobre sua próxima visita a Seul, onde ela se sentaria naquele sofá onde fui totalmente arrombada…
Minha nossa.
Joguei as pernas pra fora da cama e me coloquei de pé, sentindo a barriga roncar de fome e a ânsia por um café estupidamente forte. Puxei uma das camisetas de , o uniforme com o logo da K&K e segui para a cozinha, onde vi a silhueta do meu namorado gesticulando com as mãos e falando bem rápido recostado no parapeito da varanda.
Mas antes de chegar à cozinha, passei pela sala caótica e reparei imediatamente no abajur que derrubei a noite passada. Mal me lembrava dele — até porque é muito difícil lembrar de alguma coisa quando tinha um pau na boca —, e até poderia pensar em ir abater minha vontade de café primeiro, mas os móveis daquele apartamento eram ridiculamente caros e eu não estava afim de me sentir em dívida com meu namorado.
Por isso eu me abaixei pra pegar o abajur.
E foi nessa hora que vi a outra coisa que tinha caído.
Superficialmente, não parecia nada interessante. Era só um envelope grande marrom, que não me dizia respeito e que eu provavelmente deveria apenas pegar e colocar onde estava.
Só que uma porção do papel tinha vazado para fora. E novamente: eu poderia apenas colocá-lo de volta pra dentro e guardar na mesa como bem faria uma pessoa que cuida da própria vida.
Mas, bem, eu vi meu nome no papel.
E, bom… Quando as coisas levam o nosso nome, tudo muda, não é mesmo? Pelo menos, deveriam mudar!
Peguei o envelope, franzindo a testa com confusão. Quando puxei os papéis e dei uma olhada rápida pelo conteúdo, foi como se genuinamente tivessem me dado um soco no nariz.
Não sei por quanto tempo fiquei parada ali, lendo e relendo aquelas palavras com a boca se escancarando como um funil ao contrário. Não existem muitas por aí, tenho certeza disso. E sei que é tecnicamente meu chefe, mas não li o nome da K&K em lugar nenhum. Aquele pedaço idiota de papel não estava me dizendo nada com clareza e isso era enlouquecedor!
Não sei por quanto tempo fiquei parada até ouvir um som externo de novo, conhecido como a voz de .
, desculpa te acordar assim, foi o Minhyuk. Era sobre uma reunião que… — ele parou e sei exatamente porque. Ainda levei um tempo pra me virar pra ele devagar, e vi sua cor se tornar ainda mais pálida do que já era.
— O que raios é isso aqui? — perguntei, ainda com o tom abalado. Eu só sentia uma enorme perplexidade, e isso geralmente me dava vontade de rir de nervoso, mas nem isso estava sendo possível.
— Droga — ele trincou os dentes e atravessou a sala pra pegar aquele papel de mim, passando uma mão pelo cabelo — Onde você achou isso?
— Ele… Ele caiu ali… — apontei pra qualquer canto, e engoli em seco, fixando o olhar nele — Isso… O que diabo é isso, ?
Ele não respondeu. Vi sua glote subir e descer e mesmo assim, o desgraçado não disse nada.
— Não era pra você ter visto isso agora.
— Caralho, que se foda, agora eu já vi! E quero entender: o que é essa coisa? Por que tem meu nome? O que é meu nisso? — gesticulei com os braços, agitada — O que tá acontecendo?
trocou o peso de uma perna pra outra, fechou os olhos com força como se estivesse se xingando por dentro e depois deu um longo suspiro, abrindo e fechando a boca várias vezes.
— Eu comprei uma casa.
Levantei uma sobrancelha, esperando por mais.
— Parabéns? — ironizei — O que isso…
— Comprei uma casa pra gente — ele interrompeu duramente, falando em derrota — É nossa. Isso aqui é só um contrato que eu pretendia te mostrar depois. Bem depois…
Senti minhas pernas fraquejarem. Na verdade, posso jurar que nunca senti uma moleza tão grande na área dos braços, dos pés, dos dedos e de todas as juntas do meu corpo, e meu coração com certeza não ia ficar de fora da festa no meu organismo intitulada de “quando resolve me pegar de surpresa” e quis ser arrebatado pra fora da minha caixa torácica.
Eu juro, pouquíssimas vezes na vida fiquei sem palavras, e aquela foi uma dessas vezes.
— V-você… Calma… — respirei fundo, porque as palavras não conseguiam formar liga na minha boca — Você tá dizendo que comprou uma casa pra gente?
— Estou. E se me perguntar o porquê, vou dizer que você já sabe a resposta — ele se aproximou de mim, olhando do alto, ainda com o rosto cerrado, mas tão mais tranquilo, como se estivesse aliviado de algum jeito por ter colocado aquilo pra fora — Você sabe que eu te amo, . Te amo de verdade. Achei que tudo que eu teria na vida era fazer isso de longe, mas agora que finalmente tenho a garota dos meus sonhos, não quero perder tempo. Quero viver com você. E quero fazer isso num lugar à sua altura.
Meus ouvidos captavam só metade dos sons do ambiente. O oxigênio parecia preso na minha garganta. A porra do meu coração estava obstruindo a passagem de ar no meu pulmão, cacete! Ele estava inchando como um paciente de Chagas!
Um lugar à minha altura tinha tantos zeros assim?
— Minha nossa. Minha nossa… Espera, você está me pedindo em casamento? — arregalei os olhos, paralisada como uma estátua. Minhas mãos tremiam como Parkinson. Eu estava entrando em uma puta crise de choque anafilático!
Acho que ele percebeu a mesma coisa, porque prontamente pegou nos meus ombros e se aproximou de mim.
— Não. Não! Não estou te pedindo em casamento, . Ainda não — reiterou, o que ajudou um pouco para o efeito de pânico passar. Será que as bombinhas de asma funcionavam em pessoas que não tinham asma? — Vem cá, senta aqui.
Deixei que ele me puxasse pro sofá, inspirando e expirando pelo diafragma como tinha aprendido em uma oficina de redução de estresse uma vez. Precisava fazer todas as técnicas de relaxamento que eu conhecia antes que tivesse outro ataque.
— Desculpa ter te assustado. Como eu disse, não era pra você ver isso agora. Meu contador deve ter deixado ali quando fizemos a reunião, e trabalhei até tarde ontem e me esqueci também, enfim… Agora você viu — ele suspirou em derrota de novo, e pegou na minha mão — O lance é que eu te pedi um tempo até ter tudo pronto. A parte burocrática da compra acabou só há duas semanas, o torneio começa na semana que vem e tenho que estar 110% focado nisso pra conseguir o tempo que eu solicitei.
— Que tempo? — perguntei com a garganta totalmente seca.
— Minhas férias — ele respondeu com um levantar de ombros acanhado — Nossas férias.
Fiquei sem palavras de novo. Por que esse cara estava jogando tanta coisa em cima de mim desse jeito hoje?
Nossas? — dessa vez minha voz saiu até grogue demais.
Com um sorriso filho da puta de tão lindo, ele concordou com a cabeça, fazendo um carinho no meu dedo.
— Eu não tava brincando quando disse que quero ficar com você o tempo todo — suspirou, me olhando muito profundamente — Conversei com meu assessor sobre a compra da casa, sobre o tempo de folga, pedi que batesse com as suas, revisamos as possibilidades de ganhos e perdas, de aumento e queda de ações, e vencer o campeonato vai ser um bom argumento pra finalmente ficar um bom tempo fora. Eunwoo disse que…
— Eunwoo?! Espera, você contou isso pro Eunwoo?
Tinha me esquecido desse detalhe. Dessa porra de detalhe!
— Sobre a casa? Sim. Ele é meu advogado reiterou em óbvio, mas eu continuava de boca aberta — Sobre as minhas férias? Também. Sobre você? — ele se inclinou na minha direção, passando um dedo pela minha bochecha enquanto me encarava com doçura e muito amor, tanto amor que eu perdia o ar — Iria deixar pra contar amanhã quando ele pousasse em Seul.
Tentei falar, mas minha língua dobraria na mesma hora e isso não daria certo. Eu parecia estar num acesso de encefalite, as expressões faciais travadas, todas as palavras perdidas.
— Eunwoo está vindo? — quando finalmente consegui falar, a voz saiu em um sussurro que nem sei como ele escutou. O filho da puta nem me avisou!
— Chega em 24 horas. Era uma surpresa — deu mais um sorrisinho, ainda com o dedo no meu rosto — Pensei em ir almoçar com ele, contar as novidades, exibir umas conquistas da minha conta pra deixá-lo impressionado antes de me apresentar como o namorado da sua irmã. Por isso andei tão ocupado nos últimos tempos. Quero que ele veja relevância nos meus resultados, . Que veja que posso te proteger tanto quanto ele.
Tive vontade de revirar os olhos. Meu Deus, por que essa gente pensava que eu precisava da porra de um macho alfa pra me proteger? Que coisa mais brega! Eu andava com um canivete e pilotava uma Ninja, eu era o próprio macho alfa, caramba!
Mesmo assim, eu não podia negar que meu coração se sentiu tão bem, tão seguro e tão entregue nesse homem que me senti tão feliz a um ponto que jamais imaginei que fosse me sentir.
Foi quando, finalmente, as informações se organizaram no meu cérebro e eu consegui enfim abrir um sorriso desacreditado.
— Você é completamente maluco — minha voz saiu fina, e até um pouco embargada. Ele se aproximou pra me dar um beijinho, daqueles bem lentos e fofos dos dramas que me derretiam por completo — Maluco, ! Fala sério… Eu gritei com você. Ah merda, fui embora daquele jeito ontem, e fui uma completa vaca por brigar…
— Não. Não, para com isso — ele selou os lábios no meu nariz, sorrindo de um jeito fofo — É lógico que eu quero gritar pro mundo inteiro sobre nós dois, . Quero há muito tempo. E por isso me descontrolei lá no bar com Moonbin, porque tenho me segurado todo esse tempo — suspirou, baixando os olhos — Mas eu preciso agir na hora certa. Antes de qualquer um, Eunwoo precisa saber primeiro. Faço questão disso. Vou armar o gank e derrotar o monstro mais difícil primeiro. Depois, todos os outros ficam mais fáceis.
Balancei a cabeça e ri.
— Por que fico tão molhada ouvindo um homem de 25 anos fazendo analogias de games?
— Isso me lembra de uma coisa… — ele voltou a pegar na minha cintura, me encarando com luxúria antes de me tomar nos braços de novo, e pronto, eu já estava completamente acesa e pegando fogo por causa de um raspar de dedos no meu quadril.
Mas isso não importava. Era como se todas as brigas e todo o estresse que senti não valessem de nada. Absolutamente nada. Me sentia tão amada e desejada por esse homem que não sabia mais o que pedir aos céus. Existia alguma coisa que eu não tinha?
— Tudo bem, Yoon. Se for assim, me permita imitar seu nicho: GG, capitão! WB! — sussurrei em seu ouvido, e ele sorriu feliz, voltando a me beijar, mas me afastei de novo — E ah! Não aceito menos do que 2 cachorros.
— O que você quiser — ele me deu um selinho demorado, agarrando meu rosto entre as mãos de um jeito apaixonado — Agora, por favor, não vai mais embora. Descobri que é horrível dormir sem você, e preciso de uma boa noite de sono pra continuar sendo o melhor.
Como se fosse possível, sorri ainda mais.
— Não vou embora. Nunca mais vou embora, Yoon .
E agarrei aquele homem com ainda mais fogo do que estava antes.
Definitivamente, era o dia mais feliz da minha vida. Porque eu sabia exatamente onde passaria o resto dela. Ou talvez porque eu teria 2 cachorros com . Ou talvez porque ele realmente era um romântico brega que sempre achei que fosse. Ou porque ainda não tinha caído a minha ficha que eu estava com o cara dos meus sonhos depois de tantos anos.
Larguei qualquer peça de roupa que restava ali mesmo, deixando que ele me guiasse pra onde quisesse. Era uma analogia pra vida. Não importava onde e como fosse essa casa, tudo que eu queria era viver com .
Sei lá, parecia que o amor acaba se transformando em mais amor. E, no fim, eu estava certa: a vida era um grande GG/WB, com alguns baits, ganks e noobs, mas estava sendo bem boazinha comigo do jeito que era.
Well done, fellas.


FIM.



Nota da autora: ô gente, tô boiola demais. Esses dois sempre foram TUDO PRA MIM!
Espero que vocês tenham gostado de ver mais uma palhinha de Nancy e Sanha porque senti muita falta quando terminei Only Girl ahahaha naquela época, eu não tava no clima de escrever restrita, mas aqui eu literalmente pensei que só se vive uma vez. E viva esse casal perfeito.
Obrigada pela sua leitura até aqui e não esqueça de fazer um comentário 💓

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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.




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