Finalizada

Capítulo Único

— 308 pontos, 9 pole-positions, 11 pódios, 3 vitórias e o vice-campeonato mundial! Pelo amor de Deus Charles!! — Sainz disse abrindo a porta do simulador que o companheiro de equipe estava enfiado havia pelo menos umas cinco horas.
— Se eu tivesse me esforçado mais, esse título seria meu! — Leclerc disse derrotado, recostando no banco e relaxando um pouco o corpo.
— Essa temporada foi a mais vitoriosa na sua carreira, para com isso, e olha que nem tem tanto tempo correndo pela fórmula 1, não é aí, passando todas as horas dos seus dias, até uma nova temporada, enfiado nesse simulador, que vai poder mudar o passado e nem conquistar o futuro, você sabe que simuladores são muito bacanas, mas o bicho pega mesmo quando estamos na pista e teremos nossos dias de treino pré temporada para isso, fora que é final de ano e eu não vou para minha viagem de descanso e te deixar aí, enfurnado nessa cápsula que parece que vai te lançar diretamente para o espaço. — Carlos foi sincero, era inadmissível o companheiro de equipe se isolar e se desgastar daquela maneira no simulador.
— Eu preciso ser melhor que a última temporada, eu preciso me esforçar mais. — Charles era um homem muito gentil, educado, alto astral e simpático, mas também era muito teimoso, principalmente quando o assunto era sua profissão.
—  A temporada da nossa equipe foi marcada por diversos erros, e em um todo, falta de comunicação, erros humanos, estratégicos, você não pode achar que vai resolver tudo sozinho, enfiado dentro desse simulador, queridão! Nos GPs de Mônaco, da Inglaterra e da Hungria, por exemplo, cometeram erros de estratégia, minando as suas boas chances de vitória. Isso vai ter que ser conversado com os chefes de equipe, os engenheiros, estrategistas, mecânicos e toda a equipe incluindo nós, só que você sabe onde todas essas pessoas estão? — Sainz não desistiria fácil de Leclerc.
— Não, Carlos, eu não sei! — Na verdade Charles sabia, mas não daria o braço a torcer, jamais.
— Nem eu, porque estão todos de férias, com suas famílias, seus amigos, em seus barcos, ou casas, eu não me importo! Só me importo que você esteja aí, dias e dias nesse simulador. — Sainz estava quase arrancando o companheiro de equipe pelos cabelos de dentro do grande aparelho.
— Mas eu iria para onde? Não comprei nenhuma passagem para a casa da minha família e se eu for ficar por aqui, eu vou acabar voltando, então vai, curte suas férias, descansa e toda essa baboseira que está tentando me convencer. — Leclerc não tinha por que mentir, não iria mesmo sair daquele simulador se ficasse na cidade e não tinha programado nada para sair dali.
— Você não quer voltar por causa dela, né? — Carlos sabia que aquilo seria apelativo, mas ou dava um mata leão no outro e mandava ele de jatinho para longe dali, ou o fazia tomar uma decisão de forma mais "pacífica".
— Que? Quem? Ela? Pifff. Você só pode estar louco. Acompanhou como nosso relacionamento se desgastou, e como chegou ao fim mutuamente. — Charles foi pego de surpresa com aquela fala do amigo.
— Se poupe Charles, nós sabemos que ela voltou para lá, para passar um tempo com os pais, eu não te julgo, eu juro! Isso não é um julgamento. — Sainz colocou os óculos escuros nos olhos e Leclerc julgou o amigo por aquilo, estavam em um lugar fechado sem a possibilidade de entrada de sol, na verdade, nem estava sol onde o complexo em que os simuladores ficavam, era inverno, muito provavelmente tinha neve caindo do lado de fora.
— Tanto faz, eu só não tô a fim das perguntas ao vivo sobre porque eu preferi ser um cara solteiro focado na minha carreira, do que continuar com a mulher que meus parentes já tinham até planejado como seriam nossos filhos. Pelo menos não enquanto um novo ano ainda não chegou, então, por favor, me deixa definhando aqui e treinando para ganhar a próxima temporada? — Pensou que se suplicasse, o outro deixaria ele em paz e com foco naquele objetivo, embora soubesse que Carlos tinha razão com tudo que disse sobre a equipe e tudo mais, mas ele não queria se indispor, já estava indisposto com tudo pela temporada, estressado era o mínimo que estava se sentindo naquele momento.
— Não! — Carlos disse simples.
— Que? — Charles sabia que Carlos não era muito de se meter na vida alheia, por isso estranhou a atitude do amigo.
— Eu não vou te deixar aqui, vem, vamos para o Caribe! — Pegou o pulso de Leclerc e saiu "arrastando" ele para fora do equipamento.
— Como assim? — Perguntou, já andando com os próprios pés.
— Você tem vinte minutos para arrumar suas coisas, o jatinho está esperando. — Sainz disse levantando os óculos e dando uma piscadinha para Charles.
— Mas…
— Vinte minutos Leclerc, vinte minutos!

Carlos foi embora, deixando Charles meio sem reação, seria mesmo uma boa coisa se distrair, estava pensando demais nas corridas, na família, e em tudo o que estava acontecendo na sua vida naquele momento.

— Sabia que não iria me decepcionar! — Sainz disse feliz ao ver o mais novo como uma pequena bolsa de viagem pendurada nos ombros andando lentamente pelo corredor do jatinho.
— Eu só vim pela viagem grátis. — Leclerc jogou a bolsa em um dos assentos vagos e se sentou em um na frente do amigo.
— Você não era assim quando eu te conheci! — Sainz disse servindo um pouco de champanhe da garrafa que estava no baldinho sobre a mesa, em uma taça já reservada para Charles.
— Você jura? — Leclerc disse, olhando para as bolhas fervilhando na taça de cristal.
— O que? Não é a bebida oficial dos pilotos? — Carlos riu, enquanto levava a sua taça até os lábios.
— Eu prefiro uma cerveja, mas tudo bem! — Virou todo o líquido da taça de uma vez, sentindo o gelado da bebida passando por dentro de si e o amargor do sabor em sua garganta.

A viagem demorou o suficiente para que Charles dormisse quase tudo o que não dormiu nos últimos dias e tempo de Carlos contar umas piadas horríveis, que Leclerc podia muito bem passar a vida toda sem ouvir, que não faria mal algum.

St. Barth estava belíssima como sempre! Charles gostava muito do fato do companheiro de equipe ter uma casa enorme lá, eles tinham ido algumas outras vezes com outros companheiros de competição. Aquele era mesmo o lugar de Sainz, ele era apaixonado por todo tipo de navegação e iates e lá era um lugar lindo, o clima era ótimo e a popularidade das navegações era algo conhecido no mundo todo. Muitos ricos e famosos iam até o local para férias e para fotos em seus iates de luxo.

— Coloca sua roupa de banho! Nosso iate está esperando. — Sainz disse já vestido com sua bermuda azul clara de banho, sem camisa, com os mesmos óculos que estava usando quando o abordou naquele simulador horas antes. Charles queria muito tirar uma soneca, mas pela energia de Carlos, sabia que aquilo era impossível.
— Mas não íamos esperar os outros? — Ele podia se agarrar em um fio de esperança de que Carlos guardasse toda aquela energia para o outro dia, onde outros amigos chegariam para sim começarem a curtição.
— Não, eu já aluguei o barco, levanta essa bunda logo daí, temos reservas para o jantar em Saint John's, lá na Antígua e Barbuda. — Charles ficou momentaneamente tonto com tantas informações, e não sabia em que parte da viagem, ele tinha programado tudo aquilo, às vezes esquecia como o outro era tão pró ativo e que encarnava um golden retriever de tanta animação vez ou outra.
— Quando você...? — Leclerc parou o questionamento no meio quando Sainz saiu pela porta e não deu nem ouvidos. Ele desistiu de tudo naquele momento, levantou se arrastando até suas coisas e pegando seu calção listrado em laranja, verde água e azul marinho, e uma camisa de botão azul clara.

Menos de 10 minutos depois ele já estava parado no meio da sala, trajando suas roupas e com um óculos de sol pendurado no decote da camisa que estava com três botões abertos.

— Magnífico. Vamos! — Sainz disse com um sorriso brilhante nos lábios.

E eles foram, Charles não queria mais protestar, estava sem energia até para aquilo, talvez um pouco da energia do mar e do sol ajudasse a melhorar o humor, não estava de mau humor, mas se tivesse dormido por algumas horas, estaria bem mais feliz.
O iate era lindo, Leclerc já havia estado em muitos, mas nenhum como aquele, Sainz tinha se superado! Enquanto o mais velho foi para a cabine de pilotagem, Charles foi dar uma volta na embarcação, queria encontrar uma cama onde se deitaria um pouco, antes da viagem no mar começar de fato! Claro que já tinham saído do porto, mas seria uma viagem um pouco longa, então podia se deitar por alguns minutos.

O Carlos? — Leclerc chamou o amigo em voz alta, para que ele o escutasse lá da cabine. O mais novo estava na parte de baixo, explorando os quartos, banheiros e outros "cômodos" do lugar.
— Fala, meu mestre. — Sainz respondeu no mesmo tom.
— No seu pacote tem alguma coisa 'a mais', inclusa? — Perguntou com um tom de curiosidade que deixou Sainz em alerta.
— Não, até dispensei o condutor, porque sei que você é um fresco com gente estranha em um lugar isolado, como o mar e…
Quem são essas mulheres então? — O tom de curiosidade mudou para um leve desespero.
— Que? Que mulheres? — Sainz ancorou o barco onde estavam e desceu até Leclerc, que olhava estático para duas mulheres, que também estavam estáticas olhando para ele.
— Ãan, quem são vocês? — Uma das mulheres perguntou no idioma que eles estavam falando, só que com um sotaque bem carregado.
— Somos os "donos" desse barco e vocês? — Sainz fez aspas nos donos porque não eram, mas tinham pago por ele, pelo menos por algumas boas horas.
Eu não sabia que os donos dos barcos que navegavam eles. — Uma das mulheres falou em uma língua que eles já tinham ouvido na vida, mas não se lembravam e muito menos entenderam.
— Que? — Os dois homens disseram juntos sem entender nada.
— É estranho que aqui no Caribe os proprietários dos barcos que os pilotem, foi isso que ela disse. — A primeira mulher disse na língua deles novamente. — É bem estranho, porque o cara na agência não comentou nada sobre isso, claro que a gente sabia que teria um piloto, mas não que fossem dois e que eles eram os donos. Escuta! Vocês moram aqui também, ou? — Estava falando com a amiga que balançava a cabeça positivamente, e no final direcionou a pergunta para eles.
— Eu não estou entendendo. — Charles disse, estava tudo meio confuso mesmo.
— Ela disse que…
— Não Carlos, eu entendi o que ela disse, eu só não entendo o que está acontecendo.
— Meu Deus! — A segunda mulher disse na língua que todos estavam falando colocando a mão na boca. — Amiga, acho que caímos em um golpe — Disse aquela parte novamente na língua em que eles não entendiam.
, em inglês, por favor, eles não estão entendendo. — A primeira mulher disse para a amiga, que fez um bico nos lábios.
Problema é deles, o pessoal nem fala inglês aqui disse, novamente na língua estranha para eles.
— Português! — Carlos disse do nada, quando a mulher ia abrir a boca para falar, provavelmente traduzir o que disse antes.
— Isso! — As duas disseram juntas.
— Vocês são portuguesas? — Leclerc perguntou, se lembrando que as pessoas falavam aquele idioma perto da Espanha.
— Não! Brasileiras. — A primeira mulher disse, em um tom tão agressivo que ele quase riu, mas estava preocupado ainda com aquela situação.
— Acho que estamos sofrendo um golpe! — disse e o inglês dela era péssimo mesmo, eles tinham que admitir, talvez por isso ela quisesse falar em português, pelo menos com a amiga.
— Como assim? — Sainz perguntou confuso.
Nossa , esses caras são burros, ou o que? disse em português novamente, se expressava melhor mesmo daquele jeito.
! — chamou a atenção da amiga.
— Tá, tá! Olha eu acho que alugaram o barco de vocês para gente e pelo visto, caímos em um golpe, porque vocês não estão sabendo de nada! — explicou devagar, mais para ela conseguir encaixar as palavras, do que para que eles entendessem.
— Não, esse barco não é nosso, nós não moramos aqui, nós também alugamos ele. — Carlos disse e as coisas entraram nos eixos, todos conseguiram entender a situação de forma efetiva.
Puta que me pariu disse olhando para . — Eu vou matar aquele filho da puta! — Ela estava indignada.
— Eu não acredito que ele alugou para duas pessoas diferentes. — Leclerc disse, estava tão indignado quanto . — Eu só não digo que o mato, porque preciso ganhar a próxima temporada, se não…
— Tá bom, tá bom, seus estressadinhos, mas o que vamos fazer? — disse querendo uma solução.
— Vamos voltar! — Leclerc disse mais rápido que um raio.
— O que? Não! — disse cruzando os braços.
— Você quer ficar em um iate com dois estranhos? — estava confusa, sabia que a amiga era ressabiada, assim como ela, que vinham de um país e uma sociedade global como um todo machista e sexista, e que dificilmente se sujeitariam a uma situação como aquela, embora fossem lindos, ainda eram homens desconhecidos.
— O bonitinho com cara de neném disse que não mataria alguém por que quer ganhar uma temporada, seja lá o que isso significa, e o bonitão ali. — Apontou com a cabeça para Sainz. — É bonito demais para acabar na cadeia por matar a gente. Você sabe o que fazem com rostinhos bonitos como o seu na cadeia, não sabe, amor? — disse tudo naturalmente, e a última parte direcionou para Carlos, que ficou com cara de "sério isso?"
— A gente tá aqui ainda. — Charles disse meio espantado com a fala da mulher.
— Eu sei docinho, eu sei! — Ela não ligou muito para ele.
— Ok, a doida da vota em seguirmos até nosso destino…
— Que é? — Carlos perguntou interrompendo o raciocínio de .
— Temos uma reserva para jantar em Saint John's! — estava animada enquanto respondia aquilo, foi um pouco estranho para os rapazes, mas a própria amiga tinha chamado de doida, quem eram eles para contrariar.
— Ok, isso é muito estranho! — Carlos constatou olhando para elas, como se as medisse.
— Vocês são stalkers? Fãs loucas, dessas que invadem a privacidade das pessoas e se fazem de sonsas? — Charles disse em um tom um pouco ríspido, mas Carlos entendia que as pessoas às vezes passavam dos limites.
— Tá bom, você é realmente um gato, os dois são, mas acho muita prepotência achar que somos stalkers. — disse calma, sabia que voaria no pescoço do rapaz se ela não tomasse controle da situação.
— A autoestima do homem hetero é realmente uma coisa absurda, devia ser vendida em frascos por aí, para que todo mundo ache que o mundo gire em torno de seus umbigos, pelo menos uma vez na vida. Como é a sensação, ein, docinho? — O sarcasmo de ultrapassava até mesmo sua dificuldade em falar inglês.
— Wow! Ok, calma garotas. Temos nossos motivos para pensar isso. — Carlos disse, tentando conter os ânimos.
— Ah claro, o fato de terem nascido com pintos no meio das pernas, dão direito aos homens de fazerem tudo, não é mesmo? Ainda mais se forem padrão assim com essas barrigas de tanquinho definidas pela academia que fazem. — não conseguia não querer socar a cara deles e deixar sua insatisfação evidente.
— Tá! Isso é agressivo demais, até para uma fã louca. — Leclerc disse, parando para pensar na atitude das moças.
— E porque seríamos fãs de dois desconhecidos, convencidos e babacas, como vocês? — Dessa vez quem disse, olhando diretamente para Charles.
— Porque somos famosos? — Carlos disse meio confuso também.
— Os famosos quem? Idi e Ota? — estava com a cara mais azeda do que qualquer outra que ele já tinha posto os olhos.
— Os nomes Charles Leclerc e Carlos Sainz, não remetem vocês a nada? — Carlos disse, como se elas fossem de outro planeta.
— Não? — disse em um tom de "porque deveríamos saber?"
— Já sei! — disse como se uma luz tivesse acendido na mente dela. — Vocês são aquelas pessoas ricas, tipo socialites ou subcelebridades do tiktok que ninguém liga?
— Tiktoker? — Vocês moram em Marte? — Leclerc disse como se elas morassem mesmo em outro planeta.
— Ex-Big Brothers? — tentou adivinhar mais uma vez. Eles tinham cara daquele tipo de coisa.
— Pera aí! Talvez eles sejam esses influencers falidos, que invadiram nosso barco e agora estão fazendo a gente achar que eles são famosos e que a gente tá errada aqui. — disse, e até que fazia sentido, pelo menos para elas.
— Vocês sabem quem é Ayrton Senna? Disseram que eram brasileiras. — Charles perguntou, tentando uma nova abordagem. As vezes só não estavam ligando nome a coisa.
— Ele foi o MAIOR piloto de Fórmula 1 de todos os tempos, o que isso tem a ver com vocês? — respondeu, meio confusa com a mudança radical de assunto.
— Ele foi mesmo! — Charles disse abrindo um sorriso lindo. — Então… nós somos pilotos da Ferrari.
— Ninguém quer saber o carro de voc… Ah! — mesmo parou seu raciocínio quando percebeu do que estavam falando. — Vocês são pilotos de fórmula 1? Faz sentido. — Ela começou a rir, sendo seguida por .
— Bom, a gente não acompanha nada de fórmula 1, e nenhuma modalidade de corrida de carros, motos, bikes e essas coisas. — disse, em um tom calmo. Estavam se entendendo novamente.
— Como assim? — Leclerc perguntou confuso, como se todo mundo tivesse obrigação de saber coisas da fórmula 1.
— Como assim, como assim? — não queria ser grossa, mas ele estava quase implorando. — Não sabendo, oras, pessoas tem gostos distintos e a gente não gosta de perder nosso tempo vendo caras riquinhos correndo em carrinhos, como no Mario kart. — Ela tentou não ser tão ácida, mas claro, falhou miseravelmente.
— Riquinhos? Vemos que você não sabe mesmo nada de fórmula 1. — Leclerc disse rindo.
Graças à Deus! respondeu em português. Fazendo uma careta.
— Certo, os dois tanquinhos são pilotos de fórmula 1. Acho que não vamos morrer e ter nossos corpos jogados ao mar. — disse tentando mudar de assunto, para que a melhor amiga e o carinho bravinho não saíssem na mão.
— E vocês são? — Carlos foi na onda dela para que o barco não pegasse fogo com as faíscas que os dois estavam soltando ali.
— Nós duas somos melhores amigas, brasileiras como já contamos, ela é a e eu sou a , não famosas, tirando férias no Caribe, levando um golpe provavelmente e se a gente não sair daqui agora, perderemos nossa reserva no restaurante e estaremos perdendo mais dinheiro. — Disse derrotada, estava ansiosa por aquelas férias e embora estivessem com uma condição boa naquele momento da vida, não era o suficiente para desperdiçar daquela maneira.
— Certo, certo! A gente vai perder a nossa também se voltarmos. — Carlos disse abrindo um sorriso.
— Eu não ligo! — Charles disse, ainda emburrado.
— Riquinho eu não sei, mas mimado, com certeza. — disse passando por Leclerc e saindo daquele quarto onde a conversa acontecia.
— Está agindo mesmo como um riquinho mimado. — Carlos aproveitou o gancho para tirar sarro da cara do amigo.
— Se quiserem voltar, a gente lança um bote e vocês vão. Pagamos o aluguel desse barco tanto quanto vocês. — disse olhando para eles, errada não estava.
— E quem vai pilotar? Carlos perguntou vitorioso, sabia que as meninas não pilotavam, porque julgaram que eles eram os pilotos do barco, então, se eles fossem embora de alguma forma, ficariam paradas ali, até a guarda costeira socorrer.
— Ai que inferno, viu? — Ela protestou. — Vamos voltar, vai! — Passou pela porta emburrada, parecia mesmo chateada.
— Você desistiu do jantar? — Sainz foi atrás da mulher, deixando um Charles bufando para trás.
— Ué, eu não vou nadando, né? — Ela estava procurando a amiga com os olhos. estava tempo demais em silêncio para o gosto dela.
— Você não vai ter que nadar, pequena sereia, eu vou pilotar. — Ele disse indo até a cabine de pilotagem e sendo seguido pela mulher.
— Me ensina a ligar o barco, caso vocês decidam pegar um jatinho lá e largar a gente? — Ela pediu tão animada que ele só soube rir e deixar que ela o seguisse.

                                                          xx

— Eu vou processar até a última geração daquele babaca! — disse extremamente irritada, estava deitada de barriga para cima, na parte do barco que era feito para tomar sol, com a saída de praia que vestia enquanto conversava com os homens, no rosto. Disse alto, porque sentiu alguém se aproximando de onde ela estava.
— Eu tenho ótimos advogados! — Ela levantou em um salto, quando ouviu a voz masculina responder sua indignação.
— A Ferrari te dá esses benefícios? — Perguntou sentando direito e vendo ele se sentar ao seu lado.
— Eu só estou na firma pelos benefícios, tem convênio médico, vale alimentação, companheiro de equipe que nos leva em viagens chiques. — Ele parecia mais relaxado naquele momento, sabia que se ficasse só estressado, o único que sairia perdendo por não aproveitar, seria ele.
— Meu Deus! O emprego dos sonhos, não tem uma vaga lá para mim não? — perguntou rindo, não detestava o que fazia, tinha estudado muito para ser o que era, mas estava entrando na onda e também parecia querer aproveitar, eram realmente férias merecidas.
— Aposto que seu emprego é bem bacana, afinal, vocês estão em um iate no Caribe. — Ele estava curioso com o que elas faziam, não era muito fã de ficar “preso” com pessoas que não conhecia e já que eles iam passar algum tempo juntos, preferiu conhecer as moças melhor.
— É, estou bem feliz com as minhas Minas, eu nasci pra isso! — Ela disse super empolgada e ele fez uma cara de espanto.
— Vocês fazem garimpo ilegal? — Perguntou assustado que as pessoas que faziam aquele tipo de coisa falasse tão abertamente sobre.
— Pelo amor de Deus! Não! O que você pensa que eu sou? — riu — Eu sou engenheira de minas e a é psiquiatra, está estudando psiquiatra forense, sabe, tipo CSI? — Mesmo com o idioma péssimo, parecia que ela estava se virando bem naquela conversa.
— O que uma engenheira de minas faz? — Estava curioso, era a primeira vez que ouvia aquilo.
— Bom, basicamente permitimos que a exploração de minérios seja feita de forma segura e com máximo aproveitamento, somos capacitados a buscar recursos naturais, tipo, ferro, petróleo, alumínio, ouro, água mineral e essas coisas. — Os olhos dela brilhavam enquanto falava sobre aquilo.
— Que diferente, mas é bem legal, eu gosto de gente que cuida da natureza e dos recursos naturais. — Ele disse envolvido em toda aquela conversa, não parecia muito, mas ele era um entusiasta com aquelas coisas do meio ambiente, sabia que a terra era o único lugar no sistema solar que era possível fazer o que ele amava, que eram as suas corridas, então tinha de preservar aquilo.

Continuaram conversando, e se bicando vez ou outra, até que chegaram ao destino, estava entardecendo, tiveram sorte que o mar estava tranquilo, e conseguiram navegar com mais velocidade, chegando antes da hora prevista no destino.

— Chegamos! — Carlos gritou da cabine, enquanto encontrava um lugar para atracar.
— Graças a Deus! — olhou para o aparelho celular conferindo as horas. — E ainda chegamos cedo!
— Qual restaurante vocês tem reserva? — Leclerc perguntou, como quem não queria nada.
— Nem vem que não tem, quem é amigo que paga viagem cara é o bonitão ali. — disse rindo e apontando com a cabeça para Sainz, que conversava calorosamente com .
— Você vai negar que eu file a bóia de graça? Minha viagem toda está à base de 0800 ou permuta, o que custa? — Os dois tinham passado tanto tempo juntos conversando naquela viagem, tinham criado aquele laço que permitia que brincassem um com o outro daquela maneira.
— Hey bonitão! — chamou por Sainz. — Qual restaurante você vai levar seu amigo passa fome, aqui? — Disse naquele tom de brincadeira que estavam usando.
— O nome dele é Carlos. — Charles disse em um tom sem animação nenhuma.
— Que? — diminuiu o sorriso dos lábios, e voltou a atenção para o homem ao seu lado.
— O nome dele não é bonitão, é Carlos. — Leclerc respondeu.
— Ah, desculpe, vou parar de chamar seu namorado de bonitão, te incomoda? — Ela sorriu amarelo, estava um pouco envergonhada.
— Ele não é meu namorado, nós somos…
— Ah relaxa cara, eu sei como é estar apaixonada por um amigo, mas ele nunca te assumir, vou te dar uma dica de ouro, não vale a pena, você sofre, se ilude e ainda por cima se sujeita a coisas péssimas. — Ela estava se levantando para descer e vestir alguma coisa mais apropriada para ir ao restaurante, tudo bem que todo mundo andava de biquíni e roupa de praia por aqueles lugares, mas ela não queria ir jantar com um biquíni rosa alaranjado e um camisão transparente preto.
— Não… — Charles teve uma crise de riso muito forte, que não conseguiu nem terminar o raciocínio.
— Ah não é isso! — ficou de pé, quando já era seguro e estendeu a mão para ajudar  o outro a se levantar também, para que fossem embora juntos dali. — É a profissão de vocês, né? Não pega bem esportistas na modalidade de vocês, que é uma coisa tão hétero cis, serem gays, mas com a gente não tem problema, não vamos contar o segredo de vocês…

Quando Leclerc já estava em pé, em frente a mulher, já que ela o ajudou a ficar naquela posição, deu um selinho demorado nos lábios dela, parou de falar e até fechou os olhos com o contato. Assim que eles separaram os lábios, Charles olhou para ela e sorriu.

— Como é difícil te fazer ficar quieta, mesmo com seu inglês péssimo. — Ele disse em um tom baixo, olhando nos olhos dela.
— Mas e seu namorado…
— Meu Deus, mulher. Eu acabei de te beijar e você ainda tá nessa de que ele é meu namorado? — Charles achou engraçado toda aquela situação, não ficou com seu humor diferente quando ela chamou o amigo do bonitão, porque gosta dele romanticamente, ele nem sabia porque tinha ficado daquele jeito, mas descobriu ali, parado tão perto dela, que era porque estava interessado na mulher.
  — Isso não foi um beijo, foi um selinho e…
Novamente não conseguiu terminar a frase, porque os lábios dele estavam de volta aos dela. Só que dessa vez enfiou as mãos nos cabelos dele, aproximou mais os corpos e usou a língua, pedindo passagem para que ela entrasse na boca do homem e eles dessem um beijo de verdade. Sabia que em alguns lugares do mundo, os caras não usavam muito a língua para aquele tipo de contato, então, já que estava ali, com a boca grudada nele, faria o trabalho completo.
E até que ele beijava bem, os braços envolveram sua cintura delicadamente, mas as mãos apertaram firme o local que estavam paradas puxando mais o corpo de ao seu. Eles só interromperam aquela pegação quando ouviram os amigos ao fundo.

— O que eu te disse? Passa para cá meus dez euros. — Era a voz de . reconheceria aquela voz em qualquer lugar do mundo.
— Mas eles estavam quase se matando. — Carlos abriu a carteira puxando uma nota e colocando na mão de .
— Já ouviu falar de enemies to love? Tem gente que gosta de "brigar" para entrar no clima, eu acho muito cansativo, mas às vezes acontece naturalmente, e a gente sabe que muita implicância é tesão reprimido. — foi falando enquanto se afastava com Carlos, para a parte de baixo do barco. — Mas, por favor, deixem para se comer depois! Eu estou faminta e se eu perder minha reserva, eu mato os dois. E , você sabe que eu estou estudando muito e sei como esconder um corpo. — Falou um pouco mais alto, para que os dois continuassem ouvindo o que ela dizia.
— Ela é meio CSI que você disse né? — Charles perguntou sorrindo.
— Ahaam! — Respondeu pegando a mão dele e descendo. — Às vezes, como os peritos criminais e com fome, como os criminosos. — riu, da cara de espanto que o homem fez e pelo fato de ter parado no meio do caminho do deck até onde as coisas delas estavam.
— É brincadeira, não é? — Perguntou meio com medo do que a mulher fosse responder.
— Claro que é! Você acha que se minha amiga fosse uma criminosa, eu sairia contando para as pessoas assim? — Revirou os olhos em um deboche zueiro e continuou rindo.

                                                           xx

Dawne's Soleil Kafe! disse olhando para os rapazes. O grupo já estava fora do barco, em solo são joanense, vendo se iriam para o mesmo lado, e que horas se encontrariam para o retorno.
— A nossa é no Mico's Jerk City. Nos encontramos aqui depois do jantar ou…?
— Vamos nos falando. — completou a frase de Carlos. — Se alguém quiser estender a noite, como não vamos embora hoje mesmo, porque está tarde, daí combinamos, anotem seus números aqui… — Entregou seu aparelho celular para Charles. — Daí criamos um grupo. Eu prometo que não vou passar para ninguém…
— Até porque ninguém que a gente conhece daria a mínima para isso! — disse em um tom ácido, ainda estava meio bravinha com aquela história de "fãs malucas". Sabia que já tinha passado, mas seu sarcasmo gostava de cutucar.
— Combinado, se divirtam e tomem cuidado! — Carlos disse, arrastando Leclerc para o lado oposto do das meninas. E viu quando lançou um beijinho do ar para o amigo.

— Para quem não gosta de estranhos, o senhor está indo muito bem! — Sainz disse, depois que se afastaram bem das mulheres.
— Para a sua informação, conversamos tempo suficiente para não sermos mais estranhos e vai cuidar da sua vida, faz favor? — Riu, achou peculiar mesmo como se soltou fácil com aquela mulher, tinha que admitir que às vezes parecia um bicho do mato, mas ela tinha uma coisa diferente, era extremamente linda e atraente, mas não era só aquilo, ele não sabia o que era, mas era algo mais.

Depois do jantar, assim que terminaram de pagar a conta, os rapazes receberam uma mensagem nos celulares em um grupo que eles nem sabiam que estavam.

Grupo: Caímos em um Golpe?

~: Olá companheiros de golpe, estão afim de dormir cedo, como bons e velhos idosos, ou querem ir para um lugar mais animado?

~Leclerc: Eu dormiria, numa boa!

~: Chatão demais, Deus me Livre.

~Sainz: O que as moças têm em mente?

~: Queremos dançar, mas aparentemente não temos muitas opções aqui.

~Leclerc: Poxa, que pena, vamos ter que dormir.

~: A gente pode trancar ele no banheiro do barco? Por favor?

~Sainz: Estou quase trancando ele no banheiro aqui do restaurante. rsrs

~Leclerc: Hey!

~:  Temos duas opções. A primeira é irmos ao Diamond Edge Night Club, que é uma casa noturna de procedência duvidosa, com garotas nuas em cima de palcos com pole dance.

digitando…

~Leclerc: Escolho a segunda!

~: Primeira decisão sentada do dia! Mas não era você que ia ficar no barco dormindo?

digitando…

~Leclerc: Talvez eu não vá! Mas não quero meus amigos em uma boate de striptease, ainda mais se vocês estão afim de dançar. Não recomendo!

~: Segunda, irmos para St. Maarten, que é aqui pertinho e a vida noturna lá é bem mais atrativa.

~Sainz: Já até sei para onde podemos ir.

~Leclerc: Bliss?

~Sainz: Com certeza! Onde vocês estão?

~: Estamos esperando por vocês aqui na frente do barco, na próxima parada a chave fica com a gente!

~Sainz: Combinado! Já estamos chegando!

~Leclerc: Chegando onde? Se acabamos de levantar a bunda da cadeira do restaurante?

~Sainz: Porque eu sou seu amigo mesmo?

~: Parem de brigar e venham logo!

Eles demoraram um pouco para chegar até elas, pois estavam realmente acabando de sair do restaurante, encontraram as mulheres sentadas no chão do pier, brincando de alguma coisa que eles não identificaram, com suas mãos, estavam provavelmente entediadas.
— Moças! — Carlos anunciou a chegada deles.
— Finalmente! — disse se levantando.
— Que pressa é essa? — Leclerc ficou um pouco incomodado demais com a animação da mulher para ir para a balada.
— A gente tá meia hora esperando os "corredores", eu quero me arrumar para dançar, eu ein. — Ela disse reclamando e entrando na frente de todo mundo - tirando Sainz, porque ele estava com as chaves.
— Liga não gato, ela estava reclamando de ficar sentada ao relento, dois minutos depois que chegamos aqui. — disse dando alguns tapinhas no braço de Leclerc, tentando reconfortar a cara estranha que ele fez, conhecia a amiga e sabia que paciência não era seu forte.

Enquanto eles navegavam até a próxima ilha, as garotas se arrumavam em um dos dois quartos que o barco possuía. Como resolveram compartilhar aquela viagem, separaram os quartos para que ninguém ficasse desconfortável e todos pudessem descansar. Foi o tempo certinho de viagem, assim que Sainz parou na plataforma para amarrar o barco, elas subiram. Estavam de tirar o fôlego, não que no normal já não fossem bonitas, mas eles ficaram de queixo caído. As cores de suas roupas combinavam com o tom de suas peles, a maquiagem estava impecável, fora é claro o cheiro maravilhoso que vinha da loção hidratante que usavam e de seus perfumes.

— Vocês tem 30 segundos! — disse, enquanto enchia a taça que segurava na mão, com um vinho branco, que eles não faziam ideia de onde tinha vindo.
— Escutaram a mulher! — disse dando de ombros e bebericando um pouco da bebida também.

Todos sabiam que aquele tempo não era o suficiente e que aquilo era modo de falar, mas não demoraram muito para se arrumar, embora dramática, tinha razão, eles demoraram para encontrar com elas no barco e além de ser super chato, ainda era perigoso, estava tarde e elas estavam desacompanhadas, então, resolveram se redimir e andarem mais rápido naquele momento. Isso não mudou o fato de estarem lindos, Ambos já exalavam aquela beleza naturalmente, e arrumados para uma boa noite de dança, ficaram ainda melhores.

— Uau, que gatos! — disse, assobiando logo em seguida.
— Estão mesmo, vamos? — também não conseguia tirar os olhos dos rapazes, parecia até que eles estavam se conhecendo agora.
— Pera aí, a senhora de 84 anos, não ia ficar aqui? — perguntou, enquanto andavam para fora da embarcação.
— Você está linda demais, para andar por aí sozinha, sabe, achei que precisasse da minha companhia, eu faço papel de namorado falso muito bem, uma vez uma mulher super chata abordou o Carlos em uma balada lá na Holanda e eu tive que fingir que éramos um casal. — Ele começou a rir enquanto se lembrava do episódio.
— Com tanto que garanta que eu vou conseguir dançar em paz, sem ninguém se esfregando em mim contra a minha vontade,, tá combinado. — Ela respondeu, estava feliz que ele ia também, falou aquilo só para provocar, e ele estava lindo demais para que ela o trancasse no banheiro.

E eles seguiram, tiveram de chamar um carro de aplicativo, porque não era tão perto assim, quantos os restaurantes em Sant John's, mas foi uma viagem tranquila. Como estavam em alta temporada, pelas muitas férias na mesma época e as festas de fim de ano, o lugar estava um pouco mais cheio do que o imaginado, mas nada que fosse incômodo ou como as baladas em outros lugares que já tinham ido na vida. Conseguiram pegar uma mesa mais afastada, mas também, não influenciou em nada, porque logo que chegaram as meninas foram para a pista de dança e eles ficaram esperando pelas bebidas.  Mesmo tentando e muito, não conseguia seguir o ritmo de , a mulher parecia que era incansável, depois de três músicas seguidas, voltou até onde os homens estavam e foi se hidratar, precisava de água antes de tudo e sentar, suas pernas estavam começando a doer.

— Vai, quem é o próximo? Aquela mulher não vai sair da pista tão cedo, e eu não me levantar daqui enquanto minha água e meu drink não chegarem. — Disse jogando na roda, sabia que curtia sozinha, mas estavam em quatro, alguém poderia ajudar a amiga a curtir melhor aquela pista. Carlos fez menção em se levantar.
— Eu vou, aproveito e levo uma cerveja para ela, ela gosta né? — Ele anunciou já em pé, pegando as duas cervejas que o garçom estava trazendo, que era um pedido dele e de Carlos, que ficou com cara de besta sem a sua bebida.
— Ela ama! — Respondeu para Leclerc. — Amigo, aproveita, me trás uma água sem gás, outra cerveja para meu amigão aqui. — Bateu a mão nos ombros de Carlos. — E um Sexy on the beach para mim. — Essa última parte dos pedidos direcionou todas ao homem que servia as bebidas e essa foi a deixa para que Leclerc fosse até onde estava.
Chegando mais perto, viu que ela estava um pouco incomodada com um cara que não parava de falar coisas no ouvido dela e estava mais perto do que ela gostaria. Não que ele conhecesse muito da mulher, mas pela cara dela, conseguia saber quando estava insatisfeita com alguma coisa.

Baby! — Ele disse em um tom alto, chamando a atenção da mulher e do homem que estava rondando por ela. — Trouxe a sua cerveja! — Ele se aproximou mais, entregando a garrafa na mão dela, que aproveitou que estavam perto e deu um selinho nos lábios dele.
— Muito obrigada, querido! Dança essa comigo? — A feição dela estava muito melhor, um alívio se instaurou em seu rosto, aquele cara estava mesmo enchendo o saco dela.
— Ele é seu… — O homem ainda tentou insistir, vindo para perto de onde estavam.
— Eu sou o namorado dela, sim! E você já está indo, não é mesmo? — Charles respondeu pela mulher, sabia que existiam caras que não entendiam um não, ainda mais quando ele saia da boca da mulher que estavam afim, só entendiam que estavam invadindo o espaço alheio, quando tinha outro homem na jogada e aquilo era muito chato.
— Desculpa aí, desculpa aí. — Ele finalmente foi embora e respirou fundo, estava frustrada e todos a um km de distância conseguia ver aquilo.
— Eu sinto muito! — Charles tentou animar a mulher. Que virou o líquido da garrafa quase de uma vez em um único gole.
— Tranquilo, não é como se eu já não estivesse acostumada. Agora eu consigo dançar em paz, já que o "meu namorado" veio me salvar — Fez aspas, rindo, não queria que aquele episódio estragasse sua noite, estava mesmo acostumada com situações como aquelas, ou se divertia como dava ou ficava remoendo aquilo e deixava aquele babaca acabar com a noite toda dela.

Eles seguiram dançando juntos, algumas músicas bem agarradinhos, e outras separados, mas sempre juntos. Já tinham se largado da cerveja, quando XT4S1S da Danna Paola começou a tocar.

Eu absolutamente amo essa MUSICA! disse em português, puxando ele mais para o meio da pista, não dando tempo dele perguntar o que ela estava falando.

começou a rebolar bem perto ao corpo dele nas primeiras linhas da música, e ele ia a seguindo, mesmo sendo um pouco mais "duro" do que ela na dança.
Carita de inocente! se virou para ele, pegando seu queixo com uma das mãos pressionando as bochechas de leve, enquanto cantava para ele aquela parte da música, ali ele já entendia um pouco mais, como era em espanhol e seu companheiro de equipe também era. — Pero nada obediente — Desceu os dedos da mãos que estava segurando o rosto dele segundos atrás pelo pescoço dele até chegar no seu peitoral, coberto com a camisa. — Sé qué tienes en mente. — Aproximou os corpos e sussurrou no ouvido dele, esbarrando os lábios na bochecha dele para afastar a boca de lá. — Y, entre tanto ruido, quiero aceptar, yeah. — Finalizou junto com a música e sem nem pensar, enfiou a boca na boca dele, iniciando um beijo quente e cheio de vontade e desejo, estavam naquele clima de "amor e ódio" desde o momento em que se conheceram, e ali, depois de tanto calor das danças e das pessoas ao redor, não aguentava mais não beijar - novamente aquele homem.
O beijo esquentou, e os corpos se grudaram ainda mais, enquanto a batida da música embalava toda aquela pegação e as mãos dele passeavam pelo corpo dela, teve um estalo e lembrou que estava se pegando fortemente com um cara famoso dentro de uma balada pública e embora fosse solteira e não ligasse para com quem terminaria sua noite, mas podia parar na mídia e certamente não precisava que os caras babacas do serviço dela, que, muito provavelmente conheciam aquele rapaz e não a deixariam em paz pelo resto do tempo lá vissem, então se afastou, recuperando o fôlego e o puxando pelo braço até onde os amigos estavam conversando animadamente em espanhol.

— Cadê as chaves? — perguntou em inglês, mas quase engasgando, porque o cérebro entrou em parafuso por um minuto, por causa dos muitos idiomas.
— Que? — ficou confusa.
— As chaves do barco, vamos embora! — Ela ainda segurava a mão de Charles com uma das mãos e a outra estava entendida em direção da amiga.
Vamos? — Todos, exceto perguntaram simultaneamente.
— Vocês dois, não! — Aprontou para e Carlos que ainda estavam sentados. — Nós sim! — Aprontou para Charles e ela.
— Porque? — perguntou, se arrependendo no momento em que as palavras saíram da boca dela.
Quero sentar nesse macho, e acho que em uma balada com gente desconhecida não é o ideal revirou os olhos, estendendo a mão com as chaves.
— Eu acho que entendi o que ela disse! — Carlos riu da cara que fez com o comentário dele.
— Deixa baixo bonitão, não tenham pressa em voltar. Beijo, amo vocês! — Ela disse, pegando as chaves da mão de , e levando Leclerc para fora, para que fossem embora logo.
Ele estava inebriado com aquela mulher, depois daquela pegação toda na pista de dança, não reclamou nem por um minuto por estarem a caminho do barco e terem deixado a balada nem na metade, embora tenham dançado algumas músicas juntos, ainda estava cedo e ele não tinha bebido nada mais que uma única cerveja, não sabia porque ela quis ir embora, mas também não era burro, mesmo pensando com a cabeça debaixo, sabia que era famoso e que as notícias corriam por aí. Então era o melhor a se fazer.
Não perceberam quanto tempo demorou o trajeto de volta e nem o que fizeram para chegar onde estavam, mas aquela altura, já estava sentada com uma perna em cada lado do corpo de Charles, e ele sentado em um dos estofados que compunham o deck principal do iate. Não perderam tempo nem descendo até as cabines, estavam sedentos e cheios de tesão, o beijo que davam era não intenso e cheio de malícia, que fazia com que a mulher naturalmente rebolasse no colo dele, sem música e nem nada, somente com o barulho das ondas, a forma que as ondas balançavam brevemente o barco também ajudava naquele vai e vem.

Não sabiam o que aconteceria dali para frente, mas teriam a melhor noite de suas vidas naquele iate, e naquela ilha maravilhosa.



Fim



Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Gente o surto com o Leclec chegou e eu nem sei o que passou por cima de mim, quer dizer, eu sei né, foi um carro vermelho da Ferrari, eu quero dizer que comecei a história apaixonada pelo Charles e sai cadelando pelo Carlos kkkkkk Quem sabe minha próxima fic não seja com o Sainz, fica aí no ar hahahahahaha. Espero que goste e não esquece de comentar, ok? .
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.   



 

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