MV: Driver's License

Finalizada em: 14/05/2021
Music Video: Driver's License - Olivia Rodrigo

Capítulo Único

Encarei o volante e respirei fundo ao som do barulho da seta do carro. A cada vez que ia soltando lentamente a embreagem, lembrava dos momentos que tentava ensinar-me a dirigir. Estávamos tão animados com a prova de direção, que eu finalmente poderia dirigir até a casa dele e não depender de nenhuma carona.
Já era de noite, a rua estava tranquila e dirigir era a única maneira de eu me sentir mais próxima dele.
Lembro-me das idas a pé até sua casa e como eu ficava brincando com aquele teclado no chão do quarto dele enquanto ele se mantinha ocupado.
As lágrimas caíam pelo meu rosto só de pensar que, naquele momento, ele estava com aquela garota loira mais velha e como isso me deixou insegura. Eu pensava que nós tínhamos tudo para sermos felizes, no nosso próprio mundo, um típico romance jovem de cidade pequena.

*Flashback on*

estava deitado em sua cama, mexendo no celular, e deitei junto a ele, observando-o nos mínimos detalhes. Eu adorava como os cachos de seu cabelo caíam pelo seu rosto, dando um ar angelical e um charme que eu amava. Ele parecia estar bem focado no que estava fazendo e nem notou minha presença.
- Ei, amor. Com quem você está falando? - Cheguei mais perto e passei meus dedos contornando seus lábios rosados. - A gente poderia ir ao cinema hoje, o que você acha?
- Hm, com ninguém importante. Acho que hoje não dá, marquei com os meninos para jogar um novo jogo. A gente pode ir amanhã. - respondeu bem seco, o que era bem estranho pois costumava ser bem carinhoso.
- Amanhã está perfeito. Quero preparar um final de semana bem divertido para a gente. E não se esqueça que, semana que vem, eu pego minha carteira de motorista, finalmente, depois de longos anos. - Falei animada e entusiasmada. - Você me ajudou muito, então nada melhor que te recompensar.
- Tudo bem, . Eu confio em você. - Ele beijou minha testa e saiu da cama.
O resto da tarde se resumiu em quantos passos eu conseguia dar na sala de jantar na casa dele e mexer no lustre enquanto ele aparentava não ligar para a minha presença. Sentia que tinha algo errado, mas não queria ser a namorada chata e insegura que queria controlá-lo.

*Flashback off*

Havia exatamente uma semana desde que tudo o que eu tinha desfez-se bem em frente aos meus olhos. não respondia direito minhas mensagens ou nunca estava em casa quando eu aparecia. O chão do meu quarto virou meu novo lugar para pensar sobre tudo e eu mantinha comigo o teclado dele, na esperança de que ele fosse buscar e pudesse explicar o que estava acontecendo.

*Flashback on*

A noite estava linda e decidi ir no cinema ao ar livre, aproveitar que eu poderia dirigir e treinar um pouco mais minha direção. Haviam muitos carros, mas um deles chamava a minha atenção. Era o carro dele.
Tomei coragem e decidi enfrentá-lo ali mesmo. Ele não podia sumir sem dar nenhuma explicação e não podia passar como a namorada maluca.
Meus amigos já estavam cansados de ouvir o quanto eu sentia a falta dele, mas eles não o conheciam do jeito que eu o conhecia.
Caminhei até o carro preto e bati duas vezes no vidro, que foi abaixando logo depois.
- Oi, você precisa de alguma coisa? - Uma garota linda e loira me perguntou, nunca a tinha visto antes, mas ela parecia ser um pouco mais velha.
- Eu tô procurando o . Você sabe onde ele está? - Mas que pergunta idiota, .
- Meu namorado foi ao banheiro rapidinho, você quer deixar algum recado? - A garota me encarou, seu tom de voz indicava ciúmes e eu só conseguia encará-la.
Minhas pernas bambearam e saí dali o mais rápido possível. Eu sabia que não éramos perfeitos e que, como todo casal, nós tínhamos nossos problemas, mas eu nunca me senti assim por ninguém.

*Flashback off*

Não conseguia imaginar o motivo para ele fazer uma coisa tão horrível como essa, de usar-me e descartar-me como um objeto.
Como você podia estar tão bem já que eu fui embora, ?
As luzes ligadas dos carros, os sinais, tudo me lembrava ele. Os jardins dos vizinhos que a gente admirava, via seu rosto no carro branco pelo qual ele era apaixonado.
Nada mais fazia sentido porque tudo me lembrava ele, e isso era tão triste... E céus, eu ainda o amava pra caralho.
Mais um dia sem rumo, dirigindo pelas ruas em que a gente costumava passar, um nó na garganta se formou e não consegui evitar.
Parei em frente à casa que eu já conhecia muito bem e vários momentos passaram pela minha cabeça.
Ele dançava com ela do mesmo jeito que ele costumava dançar comigo. Ele disse que era para sempre, mas estava dirigindo sozinha pela sua rua.


FIM.



Nota da autora: Sem nota.

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