Capítulo Único
O dinheiro move o mundo e consequentemente move as pessoas. Toda e qualquer pessoa que disser "eu não preciso de dinheiro para ser feliz" estaria mentindo uma vez que quando se encontra sem dinheiro, a felicidade também não se faz presente. Há as pessoas que nascem em berços de ouro, banhados a regalias e destinados a não ter que se dar o gosto do esforço para conseguir o que quer na vida porque todo o seu futuro já é planejado, mas infelizmente, assim como para se manter o equilíbrio, para toda coisa boa é necessário também a existência do mal tal como as pessoas que lutam para ter uma vida digna mesmo que precisem passar por situações extremas. era uma dessas pessoas. Ao nascer, tinha uma boa vida pela frente com pais que a amavam, mas no momento em que seus pais perderam seus respectivos empregos, tudo começou a desandar para a família . Os bicos em diversos trabalhos foram sua única opção para que sobrevivesse e pudesse colocar alguma comida dentro de sua própria casa. Aguentou bastante coisa em seus trabalhos, inclusive comentários sujos de homens bêbados no bar em que trabalhava até ser contatada por uma mulher. Roxanne Miller via um grande potencial em e pela beleza estonteante da mulher, sabia que ela ganharia muito mais em uma noite do que em todas as horas de trabalho. Com o pequeno cartão em mãos, se perguntava se realmente precisava fazer aquilo para viver, mas nas condições em que se encontrava, aquilo de certa forma lhe pareceu bastante interessante. Achava que vender seu corpo seria literalmente se prostituir, mas estava completamente errada. Era um trabalho que seria bastante difícil de contar aos pais que fazia, porém, na primeira noite em que esteve em cima de um palco, teve certeza de que talvez aquele fosse o futuro mais promissor que havia encontrado depois de muito tempo.
Homens são animais. Animais que necessitam estar sempre em busca de uma carne para se sentirem másculos e terem a sensação de que eles mandam em alguma coisa, mas quando estão pagando por ter uma mulher, na verdade é a mulher que manda por ali. Foram meses passando por diferentes situações até se encontrar onde estava. Era reconhecida pelo seu trabalho. Era reconhecida por ser quem ela era e não por usar outros meios para crescer dentro do trabalho. Diversas versões de homens passavam por aquele mesmo local em busca de diversões. era o tipo de mulher que colocava tudo de si no que fazia e por isso arrancava suspiros e consequentemente dinheiro da maioria dos pervertidos que apareciam em sua busca. A mulher nunca precisou ir além de suas danças para conseguir um bom dinheiro. Trabalhava com seu corpo, mas apenas ela mesma podia tocar. Existem sim dentro da Sinríx as mulheres que por um preço além da dança investem nisso e se entregam em uma noite de puro prazer, mas no meio de toda aquela libertinagem, acreditava que seu corpo era seu templo e que deveria compartilhá-lo com quem sentisse vontade, não com quem tivesse maior quantia na carteira.
Como todo lugar de trabalho, a rivalidade é sempre a maior arma, principalmente vinda de mulheres. A rivalidade feminina se faz presente na maioria dos ofícios e não seria diferente dentro do ramo de strippers. O carisma, atenção, charme e aparência contavam bastante na profissão, já que cada dançarina era escolhida a dedo pelos frequentadores e assim, a popularidade é moldada a partir de tais requisitos. A inveja, por exemplo, transformava as garotas ali em animais sedentos por atenção. Era simples, cada uma tinha um show a fazer e esse show era sua única forma de sustento. Se o seu posto fosse passado para outra pessoa, sua freguesia diminuiria e assim menos dinheiro seria feito. Era questão de lógica. Algumas garotas conseguiam ser baixas o suficiente para alimentar inseguranças de outras dançarinas ali, as fazendo desistirem do trabalho, mas no momento em que conheceram , não faziam ideia de que ali estava alguém que não se perderia em lavagens cerebrais de pessoas ambiciosas. Não. Porque no fundo também era ambiciosa, mas usava tudo ao seu favor. Não deixava passar nada. Não precisava cuidar da vida de ninguém, já que a única que interessava de fato era a sua, porém, suas companheiras de trabalho mantinham seu olhar sempre sobre ela, esperando apenas um deslize para que elas tivessem sua cabeça em uma bandeja. Em uma certa noite de trabalho, não era o seu dia de destaque e por isso estava as sombras de Roxanne. Roxanne havia se tornado mais do que uma amiga para porque ela conseguiu a ajudar de maneiras que ela jamais imaginou e por isso sempre teve o sentimento de que lhe devia uma.
No final do expediente de madrugada, o seu turno já havia acabado. Estava livre para aproveitar a noite na boate caso quisesse e, ao se trocar, Roxanne quis dar um pequeno recado pessoalmente para em seu camarim. Uma pessoa queria a conhecer, mas não como a dançarina da noite. Era alguém em especial que estava ali a esperando e que segundo ela não sairia dali até conhecê-la melhor. tentava recusar aquele convite, mas era difícil competir com o poder de persuasão de Roxanne, que a fez aceitar sem reclamar. Tudo o que não queria naquele momento era se envolver com alguém, mas, assim que viu quem a esperava, com toda certeza pensou que seria uma pegadinha ou uma brincadeira de mal gosto. estava encostado na traseira do carro, fumando um cigarro enquanto admirava o céu estrelado que fazia na noite fria em que se encontravam. O frio na barriga se fez presente no corpo da mais nova, mas não era por se tratar dele e sim por se lembrar dos olhares que havia recebido dentro da boate por ele. Seu olhar era como se atravessasse sua pele, fazendo com que descobrisse todas as camadas existentes por dentro de uma que se apresentava nas noites usando um alter ego diferente do que costumava ser chamada de dia. era lindo e assim como era visto em todas as capas de revistas e na televisão, porém, pessoalmente a visão era ainda melhor. Seja você mesma. Era a frase que se passava na cabeça de como um looping infinito como se fosse a primeira vez que se encontrava com um homem. Mas não era qualquer homem. Era , o que mais poderia acontecer de inusitado? Sair nas capas de revista no outro dia como acompanhante misteriosa do homem? Não. Não poderia se dar aquele gosto, mesmo que ainda sim quisesse conhecer melhor o homem. O que poderia dar errado vindo de dois adultos em plena madrugada? Olhando por este lado? Nada. Exceto por alguns espíritos sorrateiros tentando acabar com sua carreira, ou melhor, seus colegas de trabalho. Não será a mais bela, a mais gostosa, a mais intimidadora ou a mais sexy que irá chamar a atenção de alguém. A química acontece naturalmente e quando acontece… Não há inveja nesse mundo que acabe com ela.
FLASHBACK ON.
Todos os dias a mesma rotina se faz presente. Acordar cedo, ir à academia, tomar um café, trabalhar, almoçar, estudar e trabalhar à noite. A mesma rotina todos os dias e a única coisa que me motiva a continuar lá é o dinheiro. A hipocrisia já não é mais uma característica minha porque aceitei que tudo o que tenho hoje é graças ao dinheiro e, se não fosse por ele, jamais estaria aqui para contar história. Eu cresci em um meio aprendendo que tudo nessa vida só depende de nós mesmos e de nossa força de vontade. A fé pode mover montanhas, mas eu também posso mover montanhas da minha maneira, e eu estava lá, movendo minha própria montanha dia após dia. Lidar com comentários sobre minha pessoa já era rotina, principalmente os maldosos em relação à minha personalidade e até mesmo meu jeito de agir com os outros. Alguns poderiam me rotular como "nariz em pé", mas a questão era que ninguém vê nossas lutas diárias ou sabe de nossa vida por inteiro, mas também, quem é obrigado a isso? A melhor parte disso tudo era não dever nada a ninguém e principalmente não precisar dar ouvidos a tudo o que dizem. A inveja é apenas um reflexo de que o seu sucesso incomoda os outros e enquanto o meu sucesso estiver me deixando feliz, eu ficarei ainda mais feliz em saber que existem pessoas que preferem reclamar do outro do que mudarem a si próprios. O salto alto e as roupas mínimas já não faziam parte de minha caracterização fora do palco. A procura todas as noites era pela America Ó'nix , mas até então essa era a primeira vez em que recebia o recado de que gostariam de conhecer a pessoa por detrás dos saltos e maquiagens pesadas. Eu era apenas uma mulher simples, com o desejo de poder ir para casa e tomar um banho demorado antes de me deitar, mas, observando de longe quem me esperava, parecia brincadeira.
Analisei a silhueta do mais velho, piscando algumas vezes até realmente reconhecê-lo e entender onde eu estava me enfiando. conseguia ser impecável até com um cigarro nos lábios e o ato dele soltar a fumaça entre os lábios, soprando para cima, com toda certeza geraria gritos internos em todas as suas admiradoras. era o típico cantor que num estalo de dedos conseguia qualquer mulher aos seus pés e principalmente na sua cama. Ok. Eu sei que é feio rotular as pessoas, mas era algo que exalava do homem que me esperava e, querendo ou não, uma pontada de nervoso fazia frente em meu corpo. O frio na barriga como um adolescente descobrindo uma nova paquera era estranho de se sentir, já que há um bom tempo eu mal me ligava como era estar com alguém dessa forma. Eu não me encontrava dessa maneira por ser fã dele ou por conhecer seu trabalho, mas me senti assim porque instantaneamente, no momento em que nossos olhares se encontraram, consegui sentir a mesma paixão e desejo que senti quando estava em cima do palco há algumas horas. Havia algo de diferente naquele olhar. Era um olhar sincero, mas ao mesmo tempo sugestivo para algo a mais e junto de seu sorriso ladino super charmoso era capaz de fazer com que qualquer mulher perdesse seu raciocínio em questão de segundos.
— Eu realmente pensei que você recusaria o meu convite. Roxanne me disse que você era… — ele colocou o dedo sobre o próprio queixo como se tentasse lembrar de suas palavras — um pouco difícil.
— Eu deveria ser fácil para você? — Com uma sobrancelha arqueada, mantive meu olhar fixo ao dele.
— Temos um bom ponto aqui. — Ele apontou para mim com a mão que segurava o cigarro e o jogou no chão, pisando em cima para apagá-lo. — Não quero que seja fácil para mim, na verdade, quero conhecê-la melhor.
— América Ó'nix. Você pode me ver todos os dias aqui a partir das oito da noite, provavelmente me verá com menos roupas que agora e não faço programas. Acho que isso é o suficiente para nós dois. Posso ir embora agora? — Com um sorriso tranquilo nos lábios, cruzei os braços numa pose, esperando ser liberada para ir embora, o problema foi que a reação de foi rir em vez de ficar sério. Eu era uma piada?
— — ele disse meu nome pausadamente, fazendo meu corpo se arrepiar. Meu nome realmente saía de forma bonita de seus lábios. — Quero te conhecer melhor. Quero saber se você também sentiu a mesma coisa que eu senti lá dentro, porque se eu estou parado aqui na tentativa de pelo menos lhe pagar uma bebida, eu acredito que ainda tenho essa chance.
— Uma bebida. — Levantei o dedo indicador à sua frente, como se estivesse fazendo um trato com ele. — Você pode ser bonito, mas eu não vou cair nesse joguinho e principalmente no seu charme. — Sorri, sabendo que aquilo era mentira. Eu já havia caído. Se não fosse pela firmeza de meus pés no chão, provavelmente ele teria percebido como eu tremia de nervosismo ao ouvir suas palavras sobre nossa troca de olhares. A noite seria longa.
Não era falta de confiança em mim mesma ou baixa estima, mas ainda assim a pergunta "Por que logo eu?" ainda estava rondando minha mente como se realmente eu tivesse sido escolhida a dedo, mas, no fundo, eu entendia que não era bem assim. Eu apenas entendia porque compartilhava daquele mesmo sentimento, mas, diferente dele, eu jamais tomaria a iniciativa de ir até ele para conversar, já que minhas chances com ele eram uma em um milhão e por questões do destino eu estava gastando essa minha única chance o conhecendo melhor. No quesito conhecer homens, eu sempre fui uma pessoa difícil de se lidar, não me deixando levar por nenhum comentário maldoso ou até mesmo ficando por baixo em situações com o sexo oposto. Aprendi com meu maior exemplo de vida, minha mãe, a não deixar que ninguém derrubasse a coroa em minha cabeça, mesmo que no final eu ficasse sozinha. O último relacionamento não havia sido um dos melhores e eu estava disposta a manter envolvimentos distantes, até agora. era incrivelmente paciente e bastante cheio de conversa. Não havia maneiras de ficar desconfortável na presença do mais velho porque ele esbanjava uma simpatia de dar inveja em qualquer ser humano na terra. O seu sorriso conseguia roubar a cena mais do que seus olhos azuis, mas com toda certeza o conjunto por completo era de se dar todo o respeito. Algumas doses de tequila misturadas com cerveja já faziam parte do nosso organismo e o burburinho causado por comentários alheios sobre nós dentro da boate já se fazia presente. Não precisava ser nenhum gênio para saber que mais cedo ou mais tarde o relatório sobre minha vida estaria pronto na mesa das fofoqueiras de plantão, mas eu não dava a mínima. Nenhuma delas estaria em meu lugar justamente por serem da forma como são. Meu corpo já sentia os efeitos do álcool, mas não o suficiente para ficar bêbada e pagar algum vexame qualquer. A conversa com era completamente agradável e no meio dessa conversa eu conseguia ver em seus olhos novamente a chama de desejo justamente porque em mim ela também existia. O pudor dentro de mim, que há alguns momentos se fazia presente, agora já estava indo embora juntamente à minha vergonha, se é que era possível sentir vergonha com a vida que levava. Sentado em uma das cadeiras de frente para o bar, levou sua mão até o acolchoado de onde eu estava sentada, ficando com seus dedos a poucos centímetros de tocar em minha bunda e aproximou seu rosto do meu para que pudesse sussurrar algo em meu ouvido.
— Preciso fumar um cigarro. Quer ir lá fora comigo?
Eu realmente precisava responder essa pergunta ou ele simplesmente queria ter a certeza de que eu aceitaria o seu convite? Quando se afastou de mim com um sorriso um tanto quanto malicioso em seus lábios, foi a brecha que tive para colocar em prática o que já queria. Pedi nossa última rodada de shots e virei a bebida assim que chegou, sentindo o líquido queimar pela garganta, mas não achando ruim aquela sensação, muito pelo contrário. Levantando de onde eu estava e segurando na mão de , caminhei tranquilamente por entre as pessoas até a porta de saída, onde dava para o lugar que nos encontramos anteriormente.
— Você vive isso todos os dias? — Com o cigarro em seus lábios, ele o acendia com um isqueiro que trazia em seus bolsos. — Parece ser cansativo — o mais velho disse, encostando-se à traseira de seu carro, batendo ao seu lado para que eu fizesse o mesmo.
— Vivo. Parece estranho, mas com o tempo você se acostuma. No começo era difícil, entende? Até você levar o jeito e se sentir confortável com toda exposição... Às vezes tenho que lidar com alguns comentários sem poder revidar — suspirei, me encostando ali enquanto encarava o nada à minha frente.
— E o que você faria se não trabalhasse com isso? — Da mesma maneira que eu, encarava o nada à nossa frente, dando leves tragadas em seu cigarro.
— Não sei. Eu realmente nunca pensei em ter um futuro brilhante pela frente. Sempre quis ter dinheiro e ajudar minha família, acho que esse era meu plano para o futuro. Mas agora que já consegui e conquistei minha independência, talvez seja a hora de pensar mais sobre isso.
— Acho que você seria uma ótima dançarina. Deveria investir nisso. Uma pena que não contrato dançarinas porque, se não, você estaria assinando um contrato neste momento — brincou, tragando e soltando a fumaça de seu cigarro e tomei a liberdade para tomá-lo de seus dedos e levar até minha boca.
— E por acaso teria alguma cláusula sobre se envolver com suas futuras dançarinas, senhor ? — De forma despreocupada depois de tragar o cigarro, soltei a fumaça para cima, logo descendo meu olhar para de encontro ao dele com um sorriso sapeca no rosto.
— Eu não sei, mas a única dançarina que eu gostaria de ter nesse momento é você, . Você conseguiu mexer comigo de uma maneira que me faltam palavras para descrever. Não estou falando somente no sentido sexual da coisa, mas… — ele fez uma breve pausa, levando sua mão até meu rosto, fazendo com que eu o olhasse nos olhos — você despertou algo dentro de mim. Sei que nossas vidas não batem uma com a outra, mas… se ao menos pudesse viver essa noite com você, seria o suficiente.
Além de ser o pacote completo da perdição, o homem à minha frente sabia muito bem como desestabilizar uma mulher. Merda. Eu estava completamente caidinha por aquele papo que me esqueci do cigarro em meus dedos. Não tive sequer tempo de responder aquilo, porque num ato impulsivo, meus dedos largaram o cigarro, deixando-o cair no chão e, sem pensar duas vezes, minha mão estava sem seu rosto, o puxando para que nossos lábios se encontrassem. E quando se encontraram, a sensação de borboletas no estômago novamente se fez presente, deixando as coisas ainda melhores. logo segurou em minha cintura, fazendo com que eu me levantasse de onde estava e ficasse no meio de suas pernas enquanto ele ainda permanecia encostado em seu carro. Os dedos do mais velho se embrenharam em meus cabelos soltos e os puxaram suavemente sem que me machucasse, mas que fosse extremamente gostoso sentir aquilo. Nossas línguas se enroscavam uma na hora, misturando nossos gostos de cigarro e cerveja gelada. A combinação perfeita para aquela noite. Sua barba tocava em minha pele a cada troca de lados em nosso beijo e eu gostava daquele atrito, mas ainda assim imaginava como seria ela tocando minhas coxas. As mãos de logo desceram, passeando pelo meu corpo como se fizesse o reconhecimento que tanto queria, mas pela forma que me observava, era óbvio que já sabia cada parte de meu corpo que tocaria caso tivesse a oportunidade. As mãos firmes e fortes pararam em minha bunda, apertando aquela região com certa força, causando uma reação instantânea em meu corpo e fazendo-me suspirar contra seus lábios. Como um simples beijo tinha a fórmula secreta para me excitar? Não era apenas um beijo. Era o beijo. O beijo que encaixa. Aquele beijo que você sabe que jamais encontrará alguém no mundo igual a ele. Aquele beijo que vai te foder de todas as maneiras possíveis. Separando nossos lábios, minha mão repousou sobre o seu rosto. Seus olhos eram azuis como o mar e da mesma forma que o mar era profundo, era capaz de você se perder naquela imensidão. Iluminado apenas por um poste quase apagado no estacionamento vazio, acariciou sua bochecha com meu próprio lábio inferior preso em meus dentes e com a vontade de sanar apenas uma dúvida.
— Por que eu? Dentre todas as garotas… Por que me escolheu?
— Não fui quem te escolhi. Pode soar meio brega, mas o destino que nos escolheu. Eu não iria vir aqui hoje. Na verdade, eu nunca venho a lugares desse tipo. Você pode pensar que eu sou o cara que tem uma lista extensa de telefones de mulheres aleatórias, mas não. Eu só queria desestressar. Roxanne é minha amiga de infância, sempre que passo pela região tiro um dia para visitá-la. Você apareceu no momento certo. Não me imagino em outro lugar a não ser vivendo isso agora com você. — Seu sorriso era sincero e por um minuto senti uma pontinha de tristeza em meu peito por saber que aquilo era mais um lance de uma noite que não daria em nada.
Eu não esperava aquilo. Não estava preparada para ouvir aquelas palavras de uma forma tão sincera e inusitada. Se apenas os olhares já haviam mexido de certa forma comigo, agora ouvir aquilo com toda certeza havia desarmado uma parte de mim que nem mesmo eu sabia que poderia ser desarmada. Olhando fixamente em suas orbes azuis, me permiti sorrir com tais palavras que traziam sensações inexplicáveis para a minha realidade. Aproximando nossos lábios novamente, dessa vez foi o meu momento de tomar as rédeas da situação. Passeando minha mão pela lateral de seu corpo, subi até o seu bíceps, onde segurei aquela parte de seu corpo que tanto havia me chamado a atenção e, sorrindo contra seus lábios, meus dedos tomaram o rumo de seus cabelos, os puxando devagar para que eu pudesse tomar seus lábios num beijo completamente voraz e fogoso. Eu queria mais. Muito mais do que aquele beijo. Aquilo era um convite para que eu pudesse senti-lo e o interesse era mútuo. segurou em minha cintura, afastando meu corpo do dele e com um sorriso em seus lábios indicou com a cabeça o seu carro. Provavelmente queria ir a algum lugar, mas não. Eu não conseguiria esperar por isso.
— Nós não precisamos ir a lugar algum — sussurrei brevemente, depositando um beijo rápido em seu pescoço.
Sentada dentro de seu carro no banco passageiro, inclinei o meu corpo sobre o de e antes que ele pudesse falar ou fazer alguma coisa novamente, nossos lábios estavam iniciando um beijo. Era em uma completa sintonia que dava vontade de ser acordada com esse beijo todos os dias. Não havia um defeito nesse homem que eu pudesse expor nesse momento porque a cada minuto eu me surpreendia cada vez mais. Ele segurou em meu rosto, me puxando para que eu ficasse em seu colo e logo fiz o que ele queria, com um sorriso travesso em meus lábios. O encarar nos olhos de cima era muito mais excitante do que eu imaginava. As mãos fortes dele abriam os botões da camisa que eu estava usando e quando me dei conta, uma parte de minha roupa foi jogada para o banco de trás de seu carro. Aquilo era surreal. De olhos fechados, beijos molhados e mordidas eram distribuídas desde o meu pescoço até o meu colo, fazendo com que meu corpo se arrepiasse com todo aquele toque. Era uma tarefa muito ardilosa não poder fazer muito barulho por ali, mas eu não ligava nem um pouco para as regras de conduta. Ao rebolar sobre o seu corpo, eu já podia sentir embaixo de mim sua ereção presente, o que me fez ter uma ideia. Saindo de cima de seu colo, a feição do mais velho chegou a ser engraçada, já que ele de fato não esperava aquilo, mas, assim que minhas mãos passearam por sua coxa e chegaram ao cós de sua calça, ele soube o que tinha em mente.
— Quero brincar com você. — Passando a língua entre os lábios, sorri da forma mais safada o possível.
Ter aquele homem em minhas mãos era a única coisa que eu queria. Senti-lo e fazê-lo gemer meu nome seriam apenas as consequências daquela vontade. Era impossível não pensar em qualquer coisa envolvendo sexo diante daquele homem porque ele exalava sem ao menos perceber. Seus lábios se mantinham presos no próprio lábio inferior como se estivesse esperando pelo o que eu faria a ele. Mas eu gostava de provocar. Delicadamente, minha mão deslizou por sua coxa, tocando seu membro marcado por cima de seu jeans apertado. Minha boca salivava em resposta àquilo. De forma tranquila, meus dedos passavam por cima de seu cinto até conseguir de fato abri-lo e o retirar. Nossas respirações pesadas se tornaram quase uma e pelo silêncio da noite juntamente ao do veículo era um motivo a mais para sentirmos mais tesão do que o normal. Desabotoando sua calça, elevou seu quadril contra minha mão, como se estivesse implorando pelo contato, e eu sorri, porque era aquilo que eu queria que ele fizesse.
— Você vai me matar desse jeito. — Suspirando, permanecia atento a cada movimento planejado por mim.
— E prometo que a única forma que você vai morrer hoje é de prazer.
Sem mais delongas, sua calça foi puxada para baixo junto de sua cueca, liberando seu membro que pulsava por um contato físico. Timidamente, minha mão se envolveu na base e o corpo do maior embaixo de mim estremeceu, eu pude sentir aquilo. Me debruçando sobre o seu colo, minha língua passeou suavemente em sua glande antes de colocá-la em minha boca o suficiente para que chupasse somente aquela região. Os suspiros de faziam minha intimidade pulsar de uma maneira incontrolável, me fazendo esfregar uma perna na outra. Em um curto espaço de tempo, abocanhei seu membro devagar, o colocando dentro de minha boca por inteiro e segurando alguns segundos. gemeu e eu tive a certeza de que gostaria de colocar aquele gemido como despertador do meu telefone de tão gostoso que havia sido ouvir aquilo. Engolindo a minha saliva, comecei a movimentar minha mão sobre seu membro, o masturbando enquanto ele se aventurava em também me tocar. As mãos do homem abaixaram as alças de meu sutiã, liberando meus seios por completo, totalmente expostos a ele. Os dedos de tocaram meus mamilos, que se enrijeceram rapidamente, e em seguida um beliscão foi dado ali, revertendo todo aquele estímulo em pulsações em minha intimidade, que parecia chamar por ele. Novamente, minha boca se encontrava em seu membro, fazendo movimentos de vai e vem enquanto com uma mão livre o masturbava juntamente. Eu fazia questão de deixar seu membro completamente babado, sugando por completo no momento em que subia, ousando demorar um pouco mais ao chegar à sua glande, rodeando-a com a ponta da língua apenas para provocá-lo ainda mais. Nossas posições dentro daquele pequeno espaço do carro eram mínimas, mas não era um problema para o desempenho de nossa performance. Entretanto, enquanto eu conseguia o dar todo o prazer que queria, também se empenhava em me dar o que eu merecia. Com as pernas afastadas e com fácil acesso aos seus dedos, sua mão rapidamente subiu a saia que usava, tocando minha intimidade por cima da calcinha. Minha buceta estava molhada, inchada e completamente pulsante por aquele homem e ele sabia disso. Afastando minha calcinha com o dedo indicador, sobre o meu clitóris agora estava o mesmo dedo junto ao dedo médio, estimulando aquele ponto de prazer. Por um breve momento, eu me perdi no que estava fazendo. Gemendo com aquela sensação, meu quadril automaticamente rebolava em busca de mais contato com sua mão, enquanto com a minha continuava a masturbá-lo. Meus gemidos foram abafados por novamente tê-lo em minha boca, sentindo seu gosto e engolindo seu pré-gozo. Era surreal a forma como nossa conexão era única, mas precisávamos de mais. Muito mais.
— Eu preciso sentir você. Por favor — num sussurro, quase numa súplica diante dele, implorei mentalmente para que ele me fodesse ali e agora.
Em questão de segundos, tudo o que estávamos fazendo foi cessado. Senti-lo pulsar em minha boca e saber que ele gemia por minha causa eram fatores que facilmente me fariam chegar a um orgasmo sem muito esforço, porém queria fazer daquilo um momento somente nosso e inesquecível. Num ato breve, suas mãos fortes se encontravam puxando meu corpo e eu apenas fazia o que ele queria, me sentando sobre seu colo. ajeitou o banco de seu carro, o empurrando para trás o suficiente para que eu tivesse um bom espaço para me movimentar e sorri em sua direção, espalhando minhas mãos em seu peitoral. Ele estava mais vestido do que eu e aquilo não era algo legal para meus olhos. Minhas unhas desceram devagar até a barra de sua camisa, a levantando e mostrando todo aquele corpo escondido debaixo daquele pedaço de pano. Não pude evitar morder os lábios num sorriso completamente safado enquanto meu quadril levemente rebolava sobre seu membro rígido, causando uma fricção gostosa a ponto de me fazer suspirar. Ao perceber que ele queria tomar as rédeas da situação, com apenas uma das mãos, o fazendo se deitar novamente sobre o banco, levei meu dedo indicador até seus lábios, indicando que quem estava no comando era eu. Apoiando os joelhos ao lado de suas pernas o suficiente para que eu conseguisse me mover, logo segurei em seu membro rígido pronto para que o pusesse ter dentro de mim. Ao deslizar sobre ele até que me preenchesse por completo, mantive meu olhar totalmente fixado em , que fazia o mesmo e ambos gememos em aprovação quando ele estava todo dentro de mim. Nossas respirações estavam ofegantes e nem havíamos começado ainda a melhor parte. Os vidros de seu carro estavam embaçados por todo nosso envolvimento e a meta era que aquilo piorasse. Mas no melhor sentido. Aos poucos, meu quadril começou a se movimentar, indo e vindo sobre ele devagar, me acostumando com aquela sensação gostosa de prazer que estava me invadindo. Passeando minhas unhas agora por cima de sua pele, ao aumentar a velocidade que me movia sobre ele, fazia questão de arranhar ali com certa força para que deixasse futuras marcas. Ele não iria escapar de mim tão facilmente assim. Se não pudesse estar com ele, estaria em suas lembranças. Fechei meus olhos, inclinando a cabeça para trás enquanto deixava meu corpo se levar pelo tesão consumido. Fui despertada de meus devaneios assim que senti um tapa forte em minha bunda, fazendo com que um pequeno grito rapidamente abafado por minha mão em minha boca fosse ouvido por ele. As mãos másculas e grandes de agarraram meu quadril numa força que me fizeram de imediato voltar a encará-lo, mas não consegui manter o contato visual por muito tempo porque seu quadril tornou a se movimentar contra o meu numa certa rapidez que fez com que meus olhos se revirassem por puro prazer instantâneo. Minhas mãos que estavam em seu peitoral agora se encontravam escorregando pela janela abafada por nossas respirações e, cá entre nós, eu não dava a mínima caso alguém aparecesse por ali e visse todo aquele espetáculo digno de um filme pornô. O perigoso sempre consegue ser o mais excitante. Precisei me recompor quando ele cessou seus movimentos, mas em questão de segundos voltei a me movimentar sobre ele, dessa vez com mais vontade. Ele entrava e saía de mim bem devagar enquanto meu quadril se remexia o suficiente sobre ele para que o deixasse completamente entregue a mim. Com minhas mãos espalmadas novamente em seu peitoral, eu gemia. Gemia com gosto, com vontade, com tesão. Gemia porque conseguia sentir cada movimento dentro de mim, chegando até a fazer com que me contraísse sobre ele involuntariamente. Os gemidos e grunhidos que escapavam da boca daquele homem me faziam delirar tal como se fôssemos melodia proibida de ser ouvida.
Em uma certa brecha, o homem se inclinou para frente, tomando meus lábios num beijo rápido por conta de nossos ofegos e logo sua mão deslizou até meu pescoço, o apertando. Puta merda. Aquilo parecia ser irreal em minha mente. Sua mão apertando meu pescoço teve total impacto em minha buceta, que se contraiu instantaneamente sobre ele, sem pensar duas vezes. Aquilo era covardia de marca maior. Sentindo aquela sensação do ar sendo pouco a pouco tomado de mim, ele aumentou a velocidade de suas estocadas enquanto fazia com que eu mantivesse meu olhar ao dele. Eu queria muito poder fechar os olhos e me deliciar com toda aquela sensação que era entregue ao meu corpo, mas eu não conseguia. Algo no olhar de fazia com que eu permanecesse o encarando até que ele soltasse meu pescoço e deixasse que meu ar voltasse sem parar sequer suas investidas contra minha intimidade. Eu pulsava e o sentia pulsar dentro de mim. Não conseguia controlar meus gemidos na altura do campeonato e sabia que não aguentaria mais. Mesmo que quisesse prolongar aquele ato por horas, dias, semanas, meses… mas droga… aquilo estava longe de ser realidade. Nessa altura do campeonato, o carro deveria estar fazendo movimentos mais do que suspeitos e quem tivesse o descuido de passar por fora assistiria tudo aquilo de graça. Eram reboladas, arranhões, chupões e especialmente tapas misturados aos gemidos e a atmosfera quente e abafada dentro do carro até que ambos chegássemos ao nosso ápice. Em seus lábios, enquanto o beijava da maneira mais intensa, porém demorada, me desfiz em um orgasmo diferente de todos os que já senti na vida. Meu corpo tremia sobre o dele, seguido de espasmos que enquanto ele ainda se movimentava, me faziam de certa forma quase revirar os olhos de tanto prazer. Eu me encontrava em torpor, totalmente desproporcional à vida real, fazendo com que me apoiasse sobre seu corpo, cortando o beijo para que gemesse e me controlasse em seu colo. se movimentava embaixo de mim, me deixando numa posição completamente confortável porque agora tinha meu olhar completamente sobre ele. Seu corpo suado, brilhando apenas pela luz do poste que ultrapassava os vidros de seu carro, era digno de algo a não se esquecer. Suas feições e seus gemidos só evidenciaram que ele estava prestes a gozar e em um incentivo tratei de novamente voltar a beijá-lo, mas de forma lenta até o instante em que senti seus dedos se entrelaçarem em meus cabelos, os puxando para um beijo e assim o sentindo se entregar ao prazer. Com a cabeça deitada em seu ombro, permanecemos ali em silêncio. Minha mão afagava seus cabelos molhados pelo suor e a ponta de seus dedos subiam e desciam em minhas costas. Nós não precisávamos falar nada um com o outro porque no fundo qualquer palavra dita estragaria aquele momento.
— Quando vou te ver novamente, ? Isso não pode acabar assim — o mais velho quebrou o silêncio e passou a mão pelo meu rosto, acariciando minha bochecha com seu dedo polegar dessa vez. — Algo que me diz que vou precisar te ver mais vezes.
— Você sabe onde me encontrar. Sabe com quem conversar. Sabe para quem eu trabalho. — Fiz uma breve pausa com um sorriso ladino no rosto. — Eu sempre vou estar por aqui, mas você… Já não sei. Não consigo imaginar quantas mulheres queriam estar no meu lugar agora.
— Talvez nenhuma delas chegaria aos seus pés. E não estou mentindo, estou sendo apenas sincero com você, sem esperar nada em troca.
Havia algo ali que ambos sequer conseguiríamos entender. Só havia algo ali. Sem mais. Sem menos. Algo diferente dos demais. Algo que parecia ser muito mais do que uma simples transa. Mas o futuro é incerto e adora pregar peças de mau gosto. Em uma única noite, era possível sentir tanto do que em uma vida inteira ou isso é exclusividade apenas dos filmes de romance genéricos? Apenas o tempo pode responder isso. Num único ato, sorrindo ao fixar meu olhar novamente em suas orbes azuis pouco iluminadas, um beijo suave foi depositado em sua boca. Um beijo tranquilo e sereno como o clima em que estávamos. Um beijo de despedida. Mesmo querendo começar tudo de novo.
FLASHBACK OFF.
O único problema da inveja é que quando não são tomadas as rédeas da situação antes que possa acontecer algo, acaba sendo tarde demais para parar alguém. Dentro do estabelecimento, Maya e Celine discutiam fortemente sobre . Enquanto trabalhavam na noite anterior, as duas, no momento em que estavam deixando o lugar, deram de cara com uma visão um tanto quanto peculiar para ambas. As mulheres não se contentaram em saber que fora a escolhida por para uma conversa, mas ao perceberem que os dois tiveram muito mais do que uma simples conversa, estavam prontas para puxar o tapete da até então preferida da noite. Não se importavam ao menos se aquilo acabaria com a reputação de porque no fundo não ligavam para o homem e sim para a posição diante de Roxanne, a dona do lugar onde trabalhavam. Fotos e vídeos de e dentro do carro foram feitos pelas garotas cegas pela inveja, como se aquilo realmente fosse um prêmio, mas estavam completamente erradas sobre o que fariam. Na noite daquele dia, haveria um show. Um único show. Nada mais nada menos do que estaria nos palcos. As duas mulheres enquanto estavam sentadas se arrumando, acreditavam firmemente na hipótese de que se Roxanne soubesse da verdade sobre , com certeza derrubariam toda a fama construída por ela num piscar de olhos, justamente pelo fato de Roxanne e estarem conversando tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Aquilo de certa forma instigava os mais diversos pensamentos errados na concorrente e até então colega de trabalho.
— Ela pensa que está me enganando, mas sei o que está acontecendo. — Enquanto passava o batom vermelho rubi nos lábios, Maya encarava o espelho, denotando todo seu descontentamento na frase ao se referir sobre .
— O que você quer dizer com isso? — Celine, intrigada, olhou de soslaio para a amiga ao lado, enquanto passava o rímel em seus cílios postiços já colados.
— Não haja como se não tivesse visto a forma como ela olhou para ele. — Colocando o batom já fechado sobre a mesa, ela continuou encarando sua figura no espelho. — O jeito que ela entra aqui com todo aquele cabelo e maquiagens, achando que está arrasando. Ela provavelmente pensa que ele gosta dela. — As últimas palavras saíram da boca da mulher num tom de puro deboche, seguido de uma risada baixa.
— Eu não sei por que você se preocupa com isso. De todas as pessoas, você é a que mais deveria saber que ninguém pode amarrar aquele homem.
— Se essa nova garota acha que pode entrar aqui e tirá-lo do meu negócio — ela fez uma breve pausa, bebendo um whisky com gelo em seu copo e passou a língua pelos lábios suavemente para não borrar o batom — espere até a chefe saber com quem ela anda dormindo.
— Você é má — Celine retrucou a resposta da amiga, logo rindo confiante no que ela dizia.
— . — Roxanne apareceu em meio à porta. — Sua hora chegou.
Poderosa. Destemida. Sexy. Confiante. Quatro palavras que definiam muito bem como a mulher se sentia naquele momento. Estava pronta para se apresentar porque no fundo sabia que tudo o que fazia era o melhor e se esforçava para ter aquele reconhecimento. Levantando-se da cadeira, ajeitou os cabelos que caíam pelos ombros em cachos volumosos, sentindo-se satisfeita com a aparência e como aquilo lhe deixava ainda mais bonita do que já era. Se sentir desejada era uma das coisas mais gostosas de se sentir e ser paga para aquilo com certeza lhe deixava ainda mais contente e excitada em fazer parte daquilo proposto por Roxie. O salto alto de plataforma preta envernizada ressoava a cada passo no chão, indicando que estava prestes a fazer o show. O que mais sabia fazer de melhor.
— Senhora se senhores, chegou a hora de nossa atraente e sedutora atração acabar com a sanidade de vocês. Preparem as carteiras. Desfaçam o nó de suas gravatas. Encham o copo de bebida e se deliciem com o pecado em carne e osso. — A voz de Joe vinha do palco. Ele estava anunciando que sua hora havia chegado. — Por mais que ela dispense apresentações, eu insisto em dizer todas as noites que quem vem agora ao palco vai fazer vocês se perderem na intensidade de sua beleza. A mulher que todos os homens desejam em sua cama e a que todas as mulheres queriam ser. A Sínrix tem o prazer de apresentar, com vocês, América Ó’nix.
Por incrível que pareça, não era a atração principal ali. Poderia até ser para as meninas, mas o lugar era inteiramente de . A mulher a passos lentos e completamente sensuais caminhava até o mastro onde dançaria enquanto a banda começava com o cortejo sensual. Pela primeira vez naquela noite, elevou o seu olhar de encontro ao de , que se sentia um tanto quanto surpreso porque não sabia muito bem que seria justamente ali a fazer a apresentação. sabia que o veria novamente no outro dia, mas fez questão de parecer que não sabia de nada. Era óbvia e nítida a tensão sobre os dois diante daquele palco, mas como a mais nova sabia muito bem como contornar a situação, ela simplesmente lhe dançou o melhor sorriso, seguido de uma piscadela antes de se segurar na barra. Era como se a música entrasse por seus ouvidos e fizesse com que ela se movimentasse sozinha ao compasso do que era apresentado e nada a pararia. Nada mesmo. Ela descia devagar, com uma jogada de ombros enquanto suas mãos se encontravam para cima, deslizando pelo metal até ela se levantar novamente, empinando sua bunda de uma maneira que fez com que todas as pessoas sentadas ali fossem à loucura, jogando notas de dinheiro sobre o palco. A língua da dançarina passeava pela própria boca enquanto ouvia a voz de ressoando nos altos falantes do estabelecimento, lhe trazendo lembranças tão prazerosas que era impossível fingir que aquilo não lhe afetava. Passeando a mão pelo próprio copo como se estivesse se mostrando para o público, ela se lembrava de cada toque firme do mais velho na noite anterior. Aquilo a deixava extasiada. Sentia seu corpo pegando fogo e não sabia ao certo se era por estar fazendo o que gostava ou se era apenas por ter lembranças de um sexo maravilhoso com um homem à sua frente. ainda se encontrava vestida com um sobretudo prateado, mas que logo foi retirado por ela mesma em um movimento, exibindo uma lingerie com cinta liga vermelha combinando brevemente com seus lábios cor de sangue. A peça de roupa foi jogada ao lado na pequena passarela que havia no palco montado para si e sem mais delongas ela correu, se segurando na barra e entrelaçou suas pernas, fazendo com que suas mãos ficassem livres o suficiente para que ela fosse para trás e encostasse-as no chão. Voltando à posição normal, ela novamente segurou no ferro, subindo até perto do teto e deslizando, apenas segurando com suas mãos enquanto suas pernas faziam um breve movimento como se andasse. Aquilo exigia extrema força dela, mas também arrancava urros e assobios de quem estava ali para prestigiá-la.
estava bem atrás dela tendo aquela visão privilegiada. Não sabia ao certo como reagir com aquilo porque no fundo mexia com ele de uma maneira incontrolável. Ele a observava da cabeça aos pés e sabia muito bem que se não estivesse ali no meio da apresentação, com certeza estaria em uma cama fazendo diversas coisas com ela. Seus olhos pairavam não somente sobre seu corpo, mas principalmente em seu rosto. Suas feições. Não havia esquecido de nenhum momento que havia tido com ela na madrugada anterior, muito pelo contrário, aquilo se repetia em sua mente como num looping e era possível ver em sua mente cada lembrança de prazer de sobre ele enquanto ela cavalgava em seu colo dentro de seu carro. Ele sorria de uma forma sacana enquanto com seu microfone fazia questão se segurá-lo no pedestal, se movendo no compasso da música a qual cantava. Ele passava a língua nos lábios em momentos oportunos, como se deliciasse com a dança de , mas tinha completa noção de que todos ali estavam com as mesmas intenções que ele. Não tinha como não estar. Agora ajoelhada, vinha na direção de , que nem se deu ao luxo de perceber à sua volta como chovia dinheiro em cima do palco por conta daquela pose que ela havia feito. Em um certo momento, era como se nada mais ali importasse. Não havia apresentação, não havia gritos e muito menos estavam sendo observados. parou ajoelhada na frente do homem, que continuou com o microfone nos lábios enquanto ainda permanecia fazendo sua apresentação, mas no momento em que a música se tornou apenas instrumental, ela se levantou lentamente, sem deixar de manter o contato visual com o homem em nenhum momento, até que estivesse com o rosto rente um ao outro. As orbes azuis de pareciam estar enfeitiçadas pelas orbes da mais nova enfeitadas por uma maquiagem completamente carregada. Mordendo o lábio inferior, ela chegou a segurar na gola da jaqueta que ele usava e ao roçar seus lábios um no outro. Num movimento repentino, ela sorriu, o empurrando para trás, voltando a andar para o centro, onde gritos de loucura eram dados por aquela provocação dela. Maya de longe estava mais do que com raiva por conta daquela cena e mais ainda por todo protagonismo o qual era achava que deveria ser seu, não dela. Com seu melhor sorriso no rosto, se deitou sobre o chão, enquanto ainda fazia a sua performance. A música era lenta, então ela ainda conseguia dar o seu melhor, passando a mão por seus seios, sua barriga, suas pernas, alternando movimentos entre elas e voltando a subir no pole dance. Eram voltas e mais voltas diferentes, poses nunca vistas e difíceis de fazer. De fato, ela se entregou àquela apresentação como ninguém. Aquele era o seu diferencial: se entregar a qualquer coisa sem nenhum medo do que aconteceria no futuro. Talvez tenha sido assim que chegou a conquistar .
A apresentação era breve, apenas uma música, e então seria aberto para outras garotas se apresentarem e, num ato totalmente impulsivo, caminhou até onde a banda estava e se abaixou da forma mais sexy o possível, empinando seu quadril e pegando uma garrafa de alguma bebida que ali havia. Não se importava com o que era, só queria dar um gran finale em seu número. Desfilando, ela novamente parou à frente do mastro no qual começou a se apresentar e despejou a bebida por inteiro em sua boca, deixando com que ela escorresse por seu corpo, assim se misturando com o seu suor. Notas e mais notas de dinheiro foram jogadas em cima do palco, levando os presentes ali à loucura com a apresentação. Com um sorriso satisfeito no rosto, assim que acabou a música, as luzes se apagaram para que posteriormente pudessem fazer a troca e Joe voltar aos palcos na espera da próxima dançarina. Entre alguns passos em meio a alguns feixes de luz, passava pelos corredores para ir até o próprio camarim, mas no caminho foi interrompida por uma forte mão envolvendo seu braço e a puxando para uma porta qualquer de um cômodo vazio do corredor. O cheiro de álcool ainda exalava do corpo da mais nova, mas era irreconhecível para ela saber que o cheiro do homem ali com ela era um bastante conhecido. estava ali, segurando e prensando seu corpo contra o de na parede enquanto suas respirações ofegantes se entrelaçaram uma à outra antes dele tomar os lábios dela num beijo completamente cheio de vontade, como se estivesse com saudade de seus lábios. Talvez estivesse mesmo. Dessa vez, o beijo parecia ser muito mais intenso do que o último que deram e as circunstâncias só faziam aquilo ser mais intensificado. As mãos apressadas de retiraram a jaqueta de , jogando no chão. Eles não estavam em posição de perder tempo algum. Não tiveram sequer tempo de transarem como da última vez, mas queriam repetir aquilo. Era uma necessidade gritante do corpo dos dois. A braguilha da calça jeans do mais velho foi aberta pelas mãos hábeis e pequenas da dançarina e seu corpo logo foi erguido pelo mais velho rapidamente, fazendo com que as pernas dela se entrelaçassem em sua cintura e ele então pudesse ter o contato tão esperado com seu corpo. Sua calça foi descida até seus joelhos junto de sua cueca e a calcinha da mulher recostada à parede foi posta para o lado para que então ele a penetrasse. Os gemidos de ambos ressoavam como uma música que agradasse a todos os gostos. Ele investia contra ela, alternando entre beijos em seus lábios e em outros momentos beijos pelo seu pescoço. Por sorte, seus gemidos eram abafados pela alta música do lado de fora, mas mesmo se não houvesse nenhuma música, estariam nem um pouco preocupados com o que ouviriam dos dois. Estavam tão conectados um ao outro que era impossível se preocuparem com o resto do mundo a não ser com os dois. Com a mão no rosto de , acariciava devagar sua bochecha com um sorriso no rosto antes de voltar a beijá-lo. Eram como o dia e a noite. O sol e a lua. O fogo e o gelo. O yin e o yang. Se completavam sem ao menos perceber que se completavam. O completo equilíbrio estava nos dois. Um sabia como desestabilizar o outro em questão de segundos e isso bastava.
— Por que eu não te conheci antes? — sussurrou no ouvido de . Os dois agora estavam no chão, exaustos, porém ainda assim trocando carícias tímidas.
— Um certo homem me disse um dia que “pode soar meio brega, mas o destino que nos escolheu”. — Ela sorriu, afagando os cabelos dele de uma forma suave para que não bagunçasse seu topete invejável. Depois de um breve silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro, resolveu fazer uma pergunta que a intrigava. — Quando você volta?
— Eu não sei. — Aquela resposta pareceu ter o pego de surpresa. Suspirando, virou o rosto para o lado e a encarou nos olhos. — Mas eu não quero perder isso. Nós. Eu não quero ser simplesmente uma foda sua e acordar no outro dia como se nada houvesse acontecido. Quero te conhecer. Quero saber mais sobre você. Saber mais por trás dessa mulher batalhadora e durona que tive o prazer de conhecer. Não acredito em acasos, . Acredito que a vida é feita para ser vivida e eu estou disposto a viver uma parte dela te conhecendo melhor. — Com um sorriso sincero, levou o dedo polegar até a bochecha dela, sem desviar o olhar. — Pode ser idiota, mas sei que você também sente isso. Se eu estiver errado, eu sumo da sua vida agora, mas se eu estiver certo, por favor, espero que queira viver isso comigo.
— Você sabe muito bem como convencer uma mulher a fazer qualquer coisa com você, não é? — Mesmo rindo, não quis transparecer o que estava sentindo. Seu estômago fora tomado pelas intensas e famosas borboletas, fazendo com que ela pensasse um minuto sobre o seu pedido. — Eu estaria mentindo se não concordasse com tudo o que você disse. Isso é tão… — Ela suspirou com um sorriso quase bobo entre os lábios. — Eu juro que se você fizer eu me arrepender disso, te mato com as minhas próprias mãos. E não estou nem brincando, eu sou muito boa em luta corporal.
— Você é sempre durona assim ou é charme pra me conquistar? — brincando, se virou ficando com o corpo por cima do dela e lhe deu um selinho demorado. — Eu sei muito bem que você é boa em qualquer coisa corporal. — Com um sorriso sapeca no rosto, começou a distribuir beijos pelo rosto dela até o seu pescoço. — Eu poderia fazer isso pro resto da minha vida, mas realmente precisamos voltar à nossa triste realidade.
— — segurou no rosto do homem, fazendo com que ele a encarasse —, a realidade lá fora pode muito bem esperar por mais algumas horas.
E como num ato mais simples do mundo, ela se virou no chão, ficando sobre ele. Sentada em seu colo, a mulher passou suas unhas vagarosamente por baixo da camisa do homem embaixo de si, mordendo o lábio inferior sem precisar falar nada. Ambos sabiam muito bem o que aconteceria dali para frente e não negariam aquela química em nenhuma das hipóteses. Algumas horas de sumiço a mais não matariam ninguém, exceto os dois, que seria muito provável de morrerem de prazer.
Homens são animais. Animais que necessitam estar sempre em busca de uma carne para se sentirem másculos e terem a sensação de que eles mandam em alguma coisa, mas quando estão pagando por ter uma mulher, na verdade é a mulher que manda por ali. Foram meses passando por diferentes situações até se encontrar onde estava. Era reconhecida pelo seu trabalho. Era reconhecida por ser quem ela era e não por usar outros meios para crescer dentro do trabalho. Diversas versões de homens passavam por aquele mesmo local em busca de diversões. era o tipo de mulher que colocava tudo de si no que fazia e por isso arrancava suspiros e consequentemente dinheiro da maioria dos pervertidos que apareciam em sua busca. A mulher nunca precisou ir além de suas danças para conseguir um bom dinheiro. Trabalhava com seu corpo, mas apenas ela mesma podia tocar. Existem sim dentro da Sinríx as mulheres que por um preço além da dança investem nisso e se entregam em uma noite de puro prazer, mas no meio de toda aquela libertinagem, acreditava que seu corpo era seu templo e que deveria compartilhá-lo com quem sentisse vontade, não com quem tivesse maior quantia na carteira.
Como todo lugar de trabalho, a rivalidade é sempre a maior arma, principalmente vinda de mulheres. A rivalidade feminina se faz presente na maioria dos ofícios e não seria diferente dentro do ramo de strippers. O carisma, atenção, charme e aparência contavam bastante na profissão, já que cada dançarina era escolhida a dedo pelos frequentadores e assim, a popularidade é moldada a partir de tais requisitos. A inveja, por exemplo, transformava as garotas ali em animais sedentos por atenção. Era simples, cada uma tinha um show a fazer e esse show era sua única forma de sustento. Se o seu posto fosse passado para outra pessoa, sua freguesia diminuiria e assim menos dinheiro seria feito. Era questão de lógica. Algumas garotas conseguiam ser baixas o suficiente para alimentar inseguranças de outras dançarinas ali, as fazendo desistirem do trabalho, mas no momento em que conheceram , não faziam ideia de que ali estava alguém que não se perderia em lavagens cerebrais de pessoas ambiciosas. Não. Porque no fundo também era ambiciosa, mas usava tudo ao seu favor. Não deixava passar nada. Não precisava cuidar da vida de ninguém, já que a única que interessava de fato era a sua, porém, suas companheiras de trabalho mantinham seu olhar sempre sobre ela, esperando apenas um deslize para que elas tivessem sua cabeça em uma bandeja. Em uma certa noite de trabalho, não era o seu dia de destaque e por isso estava as sombras de Roxanne. Roxanne havia se tornado mais do que uma amiga para porque ela conseguiu a ajudar de maneiras que ela jamais imaginou e por isso sempre teve o sentimento de que lhe devia uma.
No final do expediente de madrugada, o seu turno já havia acabado. Estava livre para aproveitar a noite na boate caso quisesse e, ao se trocar, Roxanne quis dar um pequeno recado pessoalmente para em seu camarim. Uma pessoa queria a conhecer, mas não como a dançarina da noite. Era alguém em especial que estava ali a esperando e que segundo ela não sairia dali até conhecê-la melhor. tentava recusar aquele convite, mas era difícil competir com o poder de persuasão de Roxanne, que a fez aceitar sem reclamar. Tudo o que não queria naquele momento era se envolver com alguém, mas, assim que viu quem a esperava, com toda certeza pensou que seria uma pegadinha ou uma brincadeira de mal gosto. estava encostado na traseira do carro, fumando um cigarro enquanto admirava o céu estrelado que fazia na noite fria em que se encontravam. O frio na barriga se fez presente no corpo da mais nova, mas não era por se tratar dele e sim por se lembrar dos olhares que havia recebido dentro da boate por ele. Seu olhar era como se atravessasse sua pele, fazendo com que descobrisse todas as camadas existentes por dentro de uma que se apresentava nas noites usando um alter ego diferente do que costumava ser chamada de dia. era lindo e assim como era visto em todas as capas de revistas e na televisão, porém, pessoalmente a visão era ainda melhor. Seja você mesma. Era a frase que se passava na cabeça de como um looping infinito como se fosse a primeira vez que se encontrava com um homem. Mas não era qualquer homem. Era , o que mais poderia acontecer de inusitado? Sair nas capas de revista no outro dia como acompanhante misteriosa do homem? Não. Não poderia se dar aquele gosto, mesmo que ainda sim quisesse conhecer melhor o homem. O que poderia dar errado vindo de dois adultos em plena madrugada? Olhando por este lado? Nada. Exceto por alguns espíritos sorrateiros tentando acabar com sua carreira, ou melhor, seus colegas de trabalho. Não será a mais bela, a mais gostosa, a mais intimidadora ou a mais sexy que irá chamar a atenção de alguém. A química acontece naturalmente e quando acontece… Não há inveja nesse mundo que acabe com ela.
Todos os dias a mesma rotina se faz presente. Acordar cedo, ir à academia, tomar um café, trabalhar, almoçar, estudar e trabalhar à noite. A mesma rotina todos os dias e a única coisa que me motiva a continuar lá é o dinheiro. A hipocrisia já não é mais uma característica minha porque aceitei que tudo o que tenho hoje é graças ao dinheiro e, se não fosse por ele, jamais estaria aqui para contar história. Eu cresci em um meio aprendendo que tudo nessa vida só depende de nós mesmos e de nossa força de vontade. A fé pode mover montanhas, mas eu também posso mover montanhas da minha maneira, e eu estava lá, movendo minha própria montanha dia após dia. Lidar com comentários sobre minha pessoa já era rotina, principalmente os maldosos em relação à minha personalidade e até mesmo meu jeito de agir com os outros. Alguns poderiam me rotular como "nariz em pé", mas a questão era que ninguém vê nossas lutas diárias ou sabe de nossa vida por inteiro, mas também, quem é obrigado a isso? A melhor parte disso tudo era não dever nada a ninguém e principalmente não precisar dar ouvidos a tudo o que dizem. A inveja é apenas um reflexo de que o seu sucesso incomoda os outros e enquanto o meu sucesso estiver me deixando feliz, eu ficarei ainda mais feliz em saber que existem pessoas que preferem reclamar do outro do que mudarem a si próprios. O salto alto e as roupas mínimas já não faziam parte de minha caracterização fora do palco. A procura todas as noites era pela America Ó'nix , mas até então essa era a primeira vez em que recebia o recado de que gostariam de conhecer a pessoa por detrás dos saltos e maquiagens pesadas. Eu era apenas uma mulher simples, com o desejo de poder ir para casa e tomar um banho demorado antes de me deitar, mas, observando de longe quem me esperava, parecia brincadeira.
Analisei a silhueta do mais velho, piscando algumas vezes até realmente reconhecê-lo e entender onde eu estava me enfiando. conseguia ser impecável até com um cigarro nos lábios e o ato dele soltar a fumaça entre os lábios, soprando para cima, com toda certeza geraria gritos internos em todas as suas admiradoras. era o típico cantor que num estalo de dedos conseguia qualquer mulher aos seus pés e principalmente na sua cama. Ok. Eu sei que é feio rotular as pessoas, mas era algo que exalava do homem que me esperava e, querendo ou não, uma pontada de nervoso fazia frente em meu corpo. O frio na barriga como um adolescente descobrindo uma nova paquera era estranho de se sentir, já que há um bom tempo eu mal me ligava como era estar com alguém dessa forma. Eu não me encontrava dessa maneira por ser fã dele ou por conhecer seu trabalho, mas me senti assim porque instantaneamente, no momento em que nossos olhares se encontraram, consegui sentir a mesma paixão e desejo que senti quando estava em cima do palco há algumas horas. Havia algo de diferente naquele olhar. Era um olhar sincero, mas ao mesmo tempo sugestivo para algo a mais e junto de seu sorriso ladino super charmoso era capaz de fazer com que qualquer mulher perdesse seu raciocínio em questão de segundos.
— Eu realmente pensei que você recusaria o meu convite. Roxanne me disse que você era… — ele colocou o dedo sobre o próprio queixo como se tentasse lembrar de suas palavras — um pouco difícil.
— Eu deveria ser fácil para você? — Com uma sobrancelha arqueada, mantive meu olhar fixo ao dele.
— Temos um bom ponto aqui. — Ele apontou para mim com a mão que segurava o cigarro e o jogou no chão, pisando em cima para apagá-lo. — Não quero que seja fácil para mim, na verdade, quero conhecê-la melhor.
— América Ó'nix. Você pode me ver todos os dias aqui a partir das oito da noite, provavelmente me verá com menos roupas que agora e não faço programas. Acho que isso é o suficiente para nós dois. Posso ir embora agora? — Com um sorriso tranquilo nos lábios, cruzei os braços numa pose, esperando ser liberada para ir embora, o problema foi que a reação de foi rir em vez de ficar sério. Eu era uma piada?
— — ele disse meu nome pausadamente, fazendo meu corpo se arrepiar. Meu nome realmente saía de forma bonita de seus lábios. — Quero te conhecer melhor. Quero saber se você também sentiu a mesma coisa que eu senti lá dentro, porque se eu estou parado aqui na tentativa de pelo menos lhe pagar uma bebida, eu acredito que ainda tenho essa chance.
— Uma bebida. — Levantei o dedo indicador à sua frente, como se estivesse fazendo um trato com ele. — Você pode ser bonito, mas eu não vou cair nesse joguinho e principalmente no seu charme. — Sorri, sabendo que aquilo era mentira. Eu já havia caído. Se não fosse pela firmeza de meus pés no chão, provavelmente ele teria percebido como eu tremia de nervosismo ao ouvir suas palavras sobre nossa troca de olhares. A noite seria longa.
Não era falta de confiança em mim mesma ou baixa estima, mas ainda assim a pergunta "Por que logo eu?" ainda estava rondando minha mente como se realmente eu tivesse sido escolhida a dedo, mas, no fundo, eu entendia que não era bem assim. Eu apenas entendia porque compartilhava daquele mesmo sentimento, mas, diferente dele, eu jamais tomaria a iniciativa de ir até ele para conversar, já que minhas chances com ele eram uma em um milhão e por questões do destino eu estava gastando essa minha única chance o conhecendo melhor. No quesito conhecer homens, eu sempre fui uma pessoa difícil de se lidar, não me deixando levar por nenhum comentário maldoso ou até mesmo ficando por baixo em situações com o sexo oposto. Aprendi com meu maior exemplo de vida, minha mãe, a não deixar que ninguém derrubasse a coroa em minha cabeça, mesmo que no final eu ficasse sozinha. O último relacionamento não havia sido um dos melhores e eu estava disposta a manter envolvimentos distantes, até agora. era incrivelmente paciente e bastante cheio de conversa. Não havia maneiras de ficar desconfortável na presença do mais velho porque ele esbanjava uma simpatia de dar inveja em qualquer ser humano na terra. O seu sorriso conseguia roubar a cena mais do que seus olhos azuis, mas com toda certeza o conjunto por completo era de se dar todo o respeito. Algumas doses de tequila misturadas com cerveja já faziam parte do nosso organismo e o burburinho causado por comentários alheios sobre nós dentro da boate já se fazia presente. Não precisava ser nenhum gênio para saber que mais cedo ou mais tarde o relatório sobre minha vida estaria pronto na mesa das fofoqueiras de plantão, mas eu não dava a mínima. Nenhuma delas estaria em meu lugar justamente por serem da forma como são. Meu corpo já sentia os efeitos do álcool, mas não o suficiente para ficar bêbada e pagar algum vexame qualquer. A conversa com era completamente agradável e no meio dessa conversa eu conseguia ver em seus olhos novamente a chama de desejo justamente porque em mim ela também existia. O pudor dentro de mim, que há alguns momentos se fazia presente, agora já estava indo embora juntamente à minha vergonha, se é que era possível sentir vergonha com a vida que levava. Sentado em uma das cadeiras de frente para o bar, levou sua mão até o acolchoado de onde eu estava sentada, ficando com seus dedos a poucos centímetros de tocar em minha bunda e aproximou seu rosto do meu para que pudesse sussurrar algo em meu ouvido.
— Preciso fumar um cigarro. Quer ir lá fora comigo?
Eu realmente precisava responder essa pergunta ou ele simplesmente queria ter a certeza de que eu aceitaria o seu convite? Quando se afastou de mim com um sorriso um tanto quanto malicioso em seus lábios, foi a brecha que tive para colocar em prática o que já queria. Pedi nossa última rodada de shots e virei a bebida assim que chegou, sentindo o líquido queimar pela garganta, mas não achando ruim aquela sensação, muito pelo contrário. Levantando de onde eu estava e segurando na mão de , caminhei tranquilamente por entre as pessoas até a porta de saída, onde dava para o lugar que nos encontramos anteriormente.
— Você vive isso todos os dias? — Com o cigarro em seus lábios, ele o acendia com um isqueiro que trazia em seus bolsos. — Parece ser cansativo — o mais velho disse, encostando-se à traseira de seu carro, batendo ao seu lado para que eu fizesse o mesmo.
— Vivo. Parece estranho, mas com o tempo você se acostuma. No começo era difícil, entende? Até você levar o jeito e se sentir confortável com toda exposição... Às vezes tenho que lidar com alguns comentários sem poder revidar — suspirei, me encostando ali enquanto encarava o nada à minha frente.
— E o que você faria se não trabalhasse com isso? — Da mesma maneira que eu, encarava o nada à nossa frente, dando leves tragadas em seu cigarro.
— Não sei. Eu realmente nunca pensei em ter um futuro brilhante pela frente. Sempre quis ter dinheiro e ajudar minha família, acho que esse era meu plano para o futuro. Mas agora que já consegui e conquistei minha independência, talvez seja a hora de pensar mais sobre isso.
— Acho que você seria uma ótima dançarina. Deveria investir nisso. Uma pena que não contrato dançarinas porque, se não, você estaria assinando um contrato neste momento — brincou, tragando e soltando a fumaça de seu cigarro e tomei a liberdade para tomá-lo de seus dedos e levar até minha boca.
— E por acaso teria alguma cláusula sobre se envolver com suas futuras dançarinas, senhor ? — De forma despreocupada depois de tragar o cigarro, soltei a fumaça para cima, logo descendo meu olhar para de encontro ao dele com um sorriso sapeca no rosto.
— Eu não sei, mas a única dançarina que eu gostaria de ter nesse momento é você, . Você conseguiu mexer comigo de uma maneira que me faltam palavras para descrever. Não estou falando somente no sentido sexual da coisa, mas… — ele fez uma breve pausa, levando sua mão até meu rosto, fazendo com que eu o olhasse nos olhos — você despertou algo dentro de mim. Sei que nossas vidas não batem uma com a outra, mas… se ao menos pudesse viver essa noite com você, seria o suficiente.
Além de ser o pacote completo da perdição, o homem à minha frente sabia muito bem como desestabilizar uma mulher. Merda. Eu estava completamente caidinha por aquele papo que me esqueci do cigarro em meus dedos. Não tive sequer tempo de responder aquilo, porque num ato impulsivo, meus dedos largaram o cigarro, deixando-o cair no chão e, sem pensar duas vezes, minha mão estava sem seu rosto, o puxando para que nossos lábios se encontrassem. E quando se encontraram, a sensação de borboletas no estômago novamente se fez presente, deixando as coisas ainda melhores. logo segurou em minha cintura, fazendo com que eu me levantasse de onde estava e ficasse no meio de suas pernas enquanto ele ainda permanecia encostado em seu carro. Os dedos do mais velho se embrenharam em meus cabelos soltos e os puxaram suavemente sem que me machucasse, mas que fosse extremamente gostoso sentir aquilo. Nossas línguas se enroscavam uma na hora, misturando nossos gostos de cigarro e cerveja gelada. A combinação perfeita para aquela noite. Sua barba tocava em minha pele a cada troca de lados em nosso beijo e eu gostava daquele atrito, mas ainda assim imaginava como seria ela tocando minhas coxas. As mãos de logo desceram, passeando pelo meu corpo como se fizesse o reconhecimento que tanto queria, mas pela forma que me observava, era óbvio que já sabia cada parte de meu corpo que tocaria caso tivesse a oportunidade. As mãos firmes e fortes pararam em minha bunda, apertando aquela região com certa força, causando uma reação instantânea em meu corpo e fazendo-me suspirar contra seus lábios. Como um simples beijo tinha a fórmula secreta para me excitar? Não era apenas um beijo. Era o beijo. O beijo que encaixa. Aquele beijo que você sabe que jamais encontrará alguém no mundo igual a ele. Aquele beijo que vai te foder de todas as maneiras possíveis. Separando nossos lábios, minha mão repousou sobre o seu rosto. Seus olhos eram azuis como o mar e da mesma forma que o mar era profundo, era capaz de você se perder naquela imensidão. Iluminado apenas por um poste quase apagado no estacionamento vazio, acariciou sua bochecha com meu próprio lábio inferior preso em meus dentes e com a vontade de sanar apenas uma dúvida.
— Por que eu? Dentre todas as garotas… Por que me escolheu?
— Não fui quem te escolhi. Pode soar meio brega, mas o destino que nos escolheu. Eu não iria vir aqui hoje. Na verdade, eu nunca venho a lugares desse tipo. Você pode pensar que eu sou o cara que tem uma lista extensa de telefones de mulheres aleatórias, mas não. Eu só queria desestressar. Roxanne é minha amiga de infância, sempre que passo pela região tiro um dia para visitá-la. Você apareceu no momento certo. Não me imagino em outro lugar a não ser vivendo isso agora com você. — Seu sorriso era sincero e por um minuto senti uma pontinha de tristeza em meu peito por saber que aquilo era mais um lance de uma noite que não daria em nada.
Eu não esperava aquilo. Não estava preparada para ouvir aquelas palavras de uma forma tão sincera e inusitada. Se apenas os olhares já haviam mexido de certa forma comigo, agora ouvir aquilo com toda certeza havia desarmado uma parte de mim que nem mesmo eu sabia que poderia ser desarmada. Olhando fixamente em suas orbes azuis, me permiti sorrir com tais palavras que traziam sensações inexplicáveis para a minha realidade. Aproximando nossos lábios novamente, dessa vez foi o meu momento de tomar as rédeas da situação. Passeando minha mão pela lateral de seu corpo, subi até o seu bíceps, onde segurei aquela parte de seu corpo que tanto havia me chamado a atenção e, sorrindo contra seus lábios, meus dedos tomaram o rumo de seus cabelos, os puxando devagar para que eu pudesse tomar seus lábios num beijo completamente voraz e fogoso. Eu queria mais. Muito mais do que aquele beijo. Aquilo era um convite para que eu pudesse senti-lo e o interesse era mútuo. segurou em minha cintura, afastando meu corpo do dele e com um sorriso em seus lábios indicou com a cabeça o seu carro. Provavelmente queria ir a algum lugar, mas não. Eu não conseguiria esperar por isso.
— Nós não precisamos ir a lugar algum — sussurrei brevemente, depositando um beijo rápido em seu pescoço.
Sentada dentro de seu carro no banco passageiro, inclinei o meu corpo sobre o de e antes que ele pudesse falar ou fazer alguma coisa novamente, nossos lábios estavam iniciando um beijo. Era em uma completa sintonia que dava vontade de ser acordada com esse beijo todos os dias. Não havia um defeito nesse homem que eu pudesse expor nesse momento porque a cada minuto eu me surpreendia cada vez mais. Ele segurou em meu rosto, me puxando para que eu ficasse em seu colo e logo fiz o que ele queria, com um sorriso travesso em meus lábios. O encarar nos olhos de cima era muito mais excitante do que eu imaginava. As mãos fortes dele abriam os botões da camisa que eu estava usando e quando me dei conta, uma parte de minha roupa foi jogada para o banco de trás de seu carro. Aquilo era surreal. De olhos fechados, beijos molhados e mordidas eram distribuídas desde o meu pescoço até o meu colo, fazendo com que meu corpo se arrepiasse com todo aquele toque. Era uma tarefa muito ardilosa não poder fazer muito barulho por ali, mas eu não ligava nem um pouco para as regras de conduta. Ao rebolar sobre o seu corpo, eu já podia sentir embaixo de mim sua ereção presente, o que me fez ter uma ideia. Saindo de cima de seu colo, a feição do mais velho chegou a ser engraçada, já que ele de fato não esperava aquilo, mas, assim que minhas mãos passearam por sua coxa e chegaram ao cós de sua calça, ele soube o que tinha em mente.
— Quero brincar com você. — Passando a língua entre os lábios, sorri da forma mais safada o possível.
Ter aquele homem em minhas mãos era a única coisa que eu queria. Senti-lo e fazê-lo gemer meu nome seriam apenas as consequências daquela vontade. Era impossível não pensar em qualquer coisa envolvendo sexo diante daquele homem porque ele exalava sem ao menos perceber. Seus lábios se mantinham presos no próprio lábio inferior como se estivesse esperando pelo o que eu faria a ele. Mas eu gostava de provocar. Delicadamente, minha mão deslizou por sua coxa, tocando seu membro marcado por cima de seu jeans apertado. Minha boca salivava em resposta àquilo. De forma tranquila, meus dedos passavam por cima de seu cinto até conseguir de fato abri-lo e o retirar. Nossas respirações pesadas se tornaram quase uma e pelo silêncio da noite juntamente ao do veículo era um motivo a mais para sentirmos mais tesão do que o normal. Desabotoando sua calça, elevou seu quadril contra minha mão, como se estivesse implorando pelo contato, e eu sorri, porque era aquilo que eu queria que ele fizesse.
— Você vai me matar desse jeito. — Suspirando, permanecia atento a cada movimento planejado por mim.
— E prometo que a única forma que você vai morrer hoje é de prazer.
Sem mais delongas, sua calça foi puxada para baixo junto de sua cueca, liberando seu membro que pulsava por um contato físico. Timidamente, minha mão se envolveu na base e o corpo do maior embaixo de mim estremeceu, eu pude sentir aquilo. Me debruçando sobre o seu colo, minha língua passeou suavemente em sua glande antes de colocá-la em minha boca o suficiente para que chupasse somente aquela região. Os suspiros de faziam minha intimidade pulsar de uma maneira incontrolável, me fazendo esfregar uma perna na outra. Em um curto espaço de tempo, abocanhei seu membro devagar, o colocando dentro de minha boca por inteiro e segurando alguns segundos. gemeu e eu tive a certeza de que gostaria de colocar aquele gemido como despertador do meu telefone de tão gostoso que havia sido ouvir aquilo. Engolindo a minha saliva, comecei a movimentar minha mão sobre seu membro, o masturbando enquanto ele se aventurava em também me tocar. As mãos do homem abaixaram as alças de meu sutiã, liberando meus seios por completo, totalmente expostos a ele. Os dedos de tocaram meus mamilos, que se enrijeceram rapidamente, e em seguida um beliscão foi dado ali, revertendo todo aquele estímulo em pulsações em minha intimidade, que parecia chamar por ele. Novamente, minha boca se encontrava em seu membro, fazendo movimentos de vai e vem enquanto com uma mão livre o masturbava juntamente. Eu fazia questão de deixar seu membro completamente babado, sugando por completo no momento em que subia, ousando demorar um pouco mais ao chegar à sua glande, rodeando-a com a ponta da língua apenas para provocá-lo ainda mais. Nossas posições dentro daquele pequeno espaço do carro eram mínimas, mas não era um problema para o desempenho de nossa performance. Entretanto, enquanto eu conseguia o dar todo o prazer que queria, também se empenhava em me dar o que eu merecia. Com as pernas afastadas e com fácil acesso aos seus dedos, sua mão rapidamente subiu a saia que usava, tocando minha intimidade por cima da calcinha. Minha buceta estava molhada, inchada e completamente pulsante por aquele homem e ele sabia disso. Afastando minha calcinha com o dedo indicador, sobre o meu clitóris agora estava o mesmo dedo junto ao dedo médio, estimulando aquele ponto de prazer. Por um breve momento, eu me perdi no que estava fazendo. Gemendo com aquela sensação, meu quadril automaticamente rebolava em busca de mais contato com sua mão, enquanto com a minha continuava a masturbá-lo. Meus gemidos foram abafados por novamente tê-lo em minha boca, sentindo seu gosto e engolindo seu pré-gozo. Era surreal a forma como nossa conexão era única, mas precisávamos de mais. Muito mais.
— Eu preciso sentir você. Por favor — num sussurro, quase numa súplica diante dele, implorei mentalmente para que ele me fodesse ali e agora.
Em questão de segundos, tudo o que estávamos fazendo foi cessado. Senti-lo pulsar em minha boca e saber que ele gemia por minha causa eram fatores que facilmente me fariam chegar a um orgasmo sem muito esforço, porém queria fazer daquilo um momento somente nosso e inesquecível. Num ato breve, suas mãos fortes se encontravam puxando meu corpo e eu apenas fazia o que ele queria, me sentando sobre seu colo. ajeitou o banco de seu carro, o empurrando para trás o suficiente para que eu tivesse um bom espaço para me movimentar e sorri em sua direção, espalhando minhas mãos em seu peitoral. Ele estava mais vestido do que eu e aquilo não era algo legal para meus olhos. Minhas unhas desceram devagar até a barra de sua camisa, a levantando e mostrando todo aquele corpo escondido debaixo daquele pedaço de pano. Não pude evitar morder os lábios num sorriso completamente safado enquanto meu quadril levemente rebolava sobre seu membro rígido, causando uma fricção gostosa a ponto de me fazer suspirar. Ao perceber que ele queria tomar as rédeas da situação, com apenas uma das mãos, o fazendo se deitar novamente sobre o banco, levei meu dedo indicador até seus lábios, indicando que quem estava no comando era eu. Apoiando os joelhos ao lado de suas pernas o suficiente para que eu conseguisse me mover, logo segurei em seu membro rígido pronto para que o pusesse ter dentro de mim. Ao deslizar sobre ele até que me preenchesse por completo, mantive meu olhar totalmente fixado em , que fazia o mesmo e ambos gememos em aprovação quando ele estava todo dentro de mim. Nossas respirações estavam ofegantes e nem havíamos começado ainda a melhor parte. Os vidros de seu carro estavam embaçados por todo nosso envolvimento e a meta era que aquilo piorasse. Mas no melhor sentido. Aos poucos, meu quadril começou a se movimentar, indo e vindo sobre ele devagar, me acostumando com aquela sensação gostosa de prazer que estava me invadindo. Passeando minhas unhas agora por cima de sua pele, ao aumentar a velocidade que me movia sobre ele, fazia questão de arranhar ali com certa força para que deixasse futuras marcas. Ele não iria escapar de mim tão facilmente assim. Se não pudesse estar com ele, estaria em suas lembranças. Fechei meus olhos, inclinando a cabeça para trás enquanto deixava meu corpo se levar pelo tesão consumido. Fui despertada de meus devaneios assim que senti um tapa forte em minha bunda, fazendo com que um pequeno grito rapidamente abafado por minha mão em minha boca fosse ouvido por ele. As mãos másculas e grandes de agarraram meu quadril numa força que me fizeram de imediato voltar a encará-lo, mas não consegui manter o contato visual por muito tempo porque seu quadril tornou a se movimentar contra o meu numa certa rapidez que fez com que meus olhos se revirassem por puro prazer instantâneo. Minhas mãos que estavam em seu peitoral agora se encontravam escorregando pela janela abafada por nossas respirações e, cá entre nós, eu não dava a mínima caso alguém aparecesse por ali e visse todo aquele espetáculo digno de um filme pornô. O perigoso sempre consegue ser o mais excitante. Precisei me recompor quando ele cessou seus movimentos, mas em questão de segundos voltei a me movimentar sobre ele, dessa vez com mais vontade. Ele entrava e saía de mim bem devagar enquanto meu quadril se remexia o suficiente sobre ele para que o deixasse completamente entregue a mim. Com minhas mãos espalmadas novamente em seu peitoral, eu gemia. Gemia com gosto, com vontade, com tesão. Gemia porque conseguia sentir cada movimento dentro de mim, chegando até a fazer com que me contraísse sobre ele involuntariamente. Os gemidos e grunhidos que escapavam da boca daquele homem me faziam delirar tal como se fôssemos melodia proibida de ser ouvida.
Em uma certa brecha, o homem se inclinou para frente, tomando meus lábios num beijo rápido por conta de nossos ofegos e logo sua mão deslizou até meu pescoço, o apertando. Puta merda. Aquilo parecia ser irreal em minha mente. Sua mão apertando meu pescoço teve total impacto em minha buceta, que se contraiu instantaneamente sobre ele, sem pensar duas vezes. Aquilo era covardia de marca maior. Sentindo aquela sensação do ar sendo pouco a pouco tomado de mim, ele aumentou a velocidade de suas estocadas enquanto fazia com que eu mantivesse meu olhar ao dele. Eu queria muito poder fechar os olhos e me deliciar com toda aquela sensação que era entregue ao meu corpo, mas eu não conseguia. Algo no olhar de fazia com que eu permanecesse o encarando até que ele soltasse meu pescoço e deixasse que meu ar voltasse sem parar sequer suas investidas contra minha intimidade. Eu pulsava e o sentia pulsar dentro de mim. Não conseguia controlar meus gemidos na altura do campeonato e sabia que não aguentaria mais. Mesmo que quisesse prolongar aquele ato por horas, dias, semanas, meses… mas droga… aquilo estava longe de ser realidade. Nessa altura do campeonato, o carro deveria estar fazendo movimentos mais do que suspeitos e quem tivesse o descuido de passar por fora assistiria tudo aquilo de graça. Eram reboladas, arranhões, chupões e especialmente tapas misturados aos gemidos e a atmosfera quente e abafada dentro do carro até que ambos chegássemos ao nosso ápice. Em seus lábios, enquanto o beijava da maneira mais intensa, porém demorada, me desfiz em um orgasmo diferente de todos os que já senti na vida. Meu corpo tremia sobre o dele, seguido de espasmos que enquanto ele ainda se movimentava, me faziam de certa forma quase revirar os olhos de tanto prazer. Eu me encontrava em torpor, totalmente desproporcional à vida real, fazendo com que me apoiasse sobre seu corpo, cortando o beijo para que gemesse e me controlasse em seu colo. se movimentava embaixo de mim, me deixando numa posição completamente confortável porque agora tinha meu olhar completamente sobre ele. Seu corpo suado, brilhando apenas pela luz do poste que ultrapassava os vidros de seu carro, era digno de algo a não se esquecer. Suas feições e seus gemidos só evidenciaram que ele estava prestes a gozar e em um incentivo tratei de novamente voltar a beijá-lo, mas de forma lenta até o instante em que senti seus dedos se entrelaçarem em meus cabelos, os puxando para um beijo e assim o sentindo se entregar ao prazer. Com a cabeça deitada em seu ombro, permanecemos ali em silêncio. Minha mão afagava seus cabelos molhados pelo suor e a ponta de seus dedos subiam e desciam em minhas costas. Nós não precisávamos falar nada um com o outro porque no fundo qualquer palavra dita estragaria aquele momento.
— Quando vou te ver novamente, ? Isso não pode acabar assim — o mais velho quebrou o silêncio e passou a mão pelo meu rosto, acariciando minha bochecha com seu dedo polegar dessa vez. — Algo que me diz que vou precisar te ver mais vezes.
— Você sabe onde me encontrar. Sabe com quem conversar. Sabe para quem eu trabalho. — Fiz uma breve pausa com um sorriso ladino no rosto. — Eu sempre vou estar por aqui, mas você… Já não sei. Não consigo imaginar quantas mulheres queriam estar no meu lugar agora.
— Talvez nenhuma delas chegaria aos seus pés. E não estou mentindo, estou sendo apenas sincero com você, sem esperar nada em troca.
Havia algo ali que ambos sequer conseguiríamos entender. Só havia algo ali. Sem mais. Sem menos. Algo diferente dos demais. Algo que parecia ser muito mais do que uma simples transa. Mas o futuro é incerto e adora pregar peças de mau gosto. Em uma única noite, era possível sentir tanto do que em uma vida inteira ou isso é exclusividade apenas dos filmes de romance genéricos? Apenas o tempo pode responder isso. Num único ato, sorrindo ao fixar meu olhar novamente em suas orbes azuis pouco iluminadas, um beijo suave foi depositado em sua boca. Um beijo tranquilo e sereno como o clima em que estávamos. Um beijo de despedida. Mesmo querendo começar tudo de novo.
O único problema da inveja é que quando não são tomadas as rédeas da situação antes que possa acontecer algo, acaba sendo tarde demais para parar alguém. Dentro do estabelecimento, Maya e Celine discutiam fortemente sobre . Enquanto trabalhavam na noite anterior, as duas, no momento em que estavam deixando o lugar, deram de cara com uma visão um tanto quanto peculiar para ambas. As mulheres não se contentaram em saber que fora a escolhida por para uma conversa, mas ao perceberem que os dois tiveram muito mais do que uma simples conversa, estavam prontas para puxar o tapete da até então preferida da noite. Não se importavam ao menos se aquilo acabaria com a reputação de porque no fundo não ligavam para o homem e sim para a posição diante de Roxanne, a dona do lugar onde trabalhavam. Fotos e vídeos de e dentro do carro foram feitos pelas garotas cegas pela inveja, como se aquilo realmente fosse um prêmio, mas estavam completamente erradas sobre o que fariam. Na noite daquele dia, haveria um show. Um único show. Nada mais nada menos do que estaria nos palcos. As duas mulheres enquanto estavam sentadas se arrumando, acreditavam firmemente na hipótese de que se Roxanne soubesse da verdade sobre , com certeza derrubariam toda a fama construída por ela num piscar de olhos, justamente pelo fato de Roxanne e estarem conversando tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Aquilo de certa forma instigava os mais diversos pensamentos errados na concorrente e até então colega de trabalho.
— Ela pensa que está me enganando, mas sei o que está acontecendo. — Enquanto passava o batom vermelho rubi nos lábios, Maya encarava o espelho, denotando todo seu descontentamento na frase ao se referir sobre .
— O que você quer dizer com isso? — Celine, intrigada, olhou de soslaio para a amiga ao lado, enquanto passava o rímel em seus cílios postiços já colados.
— Não haja como se não tivesse visto a forma como ela olhou para ele. — Colocando o batom já fechado sobre a mesa, ela continuou encarando sua figura no espelho. — O jeito que ela entra aqui com todo aquele cabelo e maquiagens, achando que está arrasando. Ela provavelmente pensa que ele gosta dela. — As últimas palavras saíram da boca da mulher num tom de puro deboche, seguido de uma risada baixa.
— Eu não sei por que você se preocupa com isso. De todas as pessoas, você é a que mais deveria saber que ninguém pode amarrar aquele homem.
— Se essa nova garota acha que pode entrar aqui e tirá-lo do meu negócio — ela fez uma breve pausa, bebendo um whisky com gelo em seu copo e passou a língua pelos lábios suavemente para não borrar o batom — espere até a chefe saber com quem ela anda dormindo.
— Você é má — Celine retrucou a resposta da amiga, logo rindo confiante no que ela dizia.
— . — Roxanne apareceu em meio à porta. — Sua hora chegou.
Poderosa. Destemida. Sexy. Confiante. Quatro palavras que definiam muito bem como a mulher se sentia naquele momento. Estava pronta para se apresentar porque no fundo sabia que tudo o que fazia era o melhor e se esforçava para ter aquele reconhecimento. Levantando-se da cadeira, ajeitou os cabelos que caíam pelos ombros em cachos volumosos, sentindo-se satisfeita com a aparência e como aquilo lhe deixava ainda mais bonita do que já era. Se sentir desejada era uma das coisas mais gostosas de se sentir e ser paga para aquilo com certeza lhe deixava ainda mais contente e excitada em fazer parte daquilo proposto por Roxie. O salto alto de plataforma preta envernizada ressoava a cada passo no chão, indicando que estava prestes a fazer o show. O que mais sabia fazer de melhor.
— Senhora se senhores, chegou a hora de nossa atraente e sedutora atração acabar com a sanidade de vocês. Preparem as carteiras. Desfaçam o nó de suas gravatas. Encham o copo de bebida e se deliciem com o pecado em carne e osso. — A voz de Joe vinha do palco. Ele estava anunciando que sua hora havia chegado. — Por mais que ela dispense apresentações, eu insisto em dizer todas as noites que quem vem agora ao palco vai fazer vocês se perderem na intensidade de sua beleza. A mulher que todos os homens desejam em sua cama e a que todas as mulheres queriam ser. A Sínrix tem o prazer de apresentar, com vocês, América Ó’nix.
Por incrível que pareça, não era a atração principal ali. Poderia até ser para as meninas, mas o lugar era inteiramente de . A mulher a passos lentos e completamente sensuais caminhava até o mastro onde dançaria enquanto a banda começava com o cortejo sensual. Pela primeira vez naquela noite, elevou o seu olhar de encontro ao de , que se sentia um tanto quanto surpreso porque não sabia muito bem que seria justamente ali a fazer a apresentação. sabia que o veria novamente no outro dia, mas fez questão de parecer que não sabia de nada. Era óbvia e nítida a tensão sobre os dois diante daquele palco, mas como a mais nova sabia muito bem como contornar a situação, ela simplesmente lhe dançou o melhor sorriso, seguido de uma piscadela antes de se segurar na barra. Era como se a música entrasse por seus ouvidos e fizesse com que ela se movimentasse sozinha ao compasso do que era apresentado e nada a pararia. Nada mesmo. Ela descia devagar, com uma jogada de ombros enquanto suas mãos se encontravam para cima, deslizando pelo metal até ela se levantar novamente, empinando sua bunda de uma maneira que fez com que todas as pessoas sentadas ali fossem à loucura, jogando notas de dinheiro sobre o palco. A língua da dançarina passeava pela própria boca enquanto ouvia a voz de ressoando nos altos falantes do estabelecimento, lhe trazendo lembranças tão prazerosas que era impossível fingir que aquilo não lhe afetava. Passeando a mão pelo próprio copo como se estivesse se mostrando para o público, ela se lembrava de cada toque firme do mais velho na noite anterior. Aquilo a deixava extasiada. Sentia seu corpo pegando fogo e não sabia ao certo se era por estar fazendo o que gostava ou se era apenas por ter lembranças de um sexo maravilhoso com um homem à sua frente. ainda se encontrava vestida com um sobretudo prateado, mas que logo foi retirado por ela mesma em um movimento, exibindo uma lingerie com cinta liga vermelha combinando brevemente com seus lábios cor de sangue. A peça de roupa foi jogada ao lado na pequena passarela que havia no palco montado para si e sem mais delongas ela correu, se segurando na barra e entrelaçou suas pernas, fazendo com que suas mãos ficassem livres o suficiente para que ela fosse para trás e encostasse-as no chão. Voltando à posição normal, ela novamente segurou no ferro, subindo até perto do teto e deslizando, apenas segurando com suas mãos enquanto suas pernas faziam um breve movimento como se andasse. Aquilo exigia extrema força dela, mas também arrancava urros e assobios de quem estava ali para prestigiá-la.
estava bem atrás dela tendo aquela visão privilegiada. Não sabia ao certo como reagir com aquilo porque no fundo mexia com ele de uma maneira incontrolável. Ele a observava da cabeça aos pés e sabia muito bem que se não estivesse ali no meio da apresentação, com certeza estaria em uma cama fazendo diversas coisas com ela. Seus olhos pairavam não somente sobre seu corpo, mas principalmente em seu rosto. Suas feições. Não havia esquecido de nenhum momento que havia tido com ela na madrugada anterior, muito pelo contrário, aquilo se repetia em sua mente como num looping e era possível ver em sua mente cada lembrança de prazer de sobre ele enquanto ela cavalgava em seu colo dentro de seu carro. Ele sorria de uma forma sacana enquanto com seu microfone fazia questão se segurá-lo no pedestal, se movendo no compasso da música a qual cantava. Ele passava a língua nos lábios em momentos oportunos, como se deliciasse com a dança de , mas tinha completa noção de que todos ali estavam com as mesmas intenções que ele. Não tinha como não estar. Agora ajoelhada, vinha na direção de , que nem se deu ao luxo de perceber à sua volta como chovia dinheiro em cima do palco por conta daquela pose que ela havia feito. Em um certo momento, era como se nada mais ali importasse. Não havia apresentação, não havia gritos e muito menos estavam sendo observados. parou ajoelhada na frente do homem, que continuou com o microfone nos lábios enquanto ainda permanecia fazendo sua apresentação, mas no momento em que a música se tornou apenas instrumental, ela se levantou lentamente, sem deixar de manter o contato visual com o homem em nenhum momento, até que estivesse com o rosto rente um ao outro. As orbes azuis de pareciam estar enfeitiçadas pelas orbes da mais nova enfeitadas por uma maquiagem completamente carregada. Mordendo o lábio inferior, ela chegou a segurar na gola da jaqueta que ele usava e ao roçar seus lábios um no outro. Num movimento repentino, ela sorriu, o empurrando para trás, voltando a andar para o centro, onde gritos de loucura eram dados por aquela provocação dela. Maya de longe estava mais do que com raiva por conta daquela cena e mais ainda por todo protagonismo o qual era achava que deveria ser seu, não dela. Com seu melhor sorriso no rosto, se deitou sobre o chão, enquanto ainda fazia a sua performance. A música era lenta, então ela ainda conseguia dar o seu melhor, passando a mão por seus seios, sua barriga, suas pernas, alternando movimentos entre elas e voltando a subir no pole dance. Eram voltas e mais voltas diferentes, poses nunca vistas e difíceis de fazer. De fato, ela se entregou àquela apresentação como ninguém. Aquele era o seu diferencial: se entregar a qualquer coisa sem nenhum medo do que aconteceria no futuro. Talvez tenha sido assim que chegou a conquistar .
A apresentação era breve, apenas uma música, e então seria aberto para outras garotas se apresentarem e, num ato totalmente impulsivo, caminhou até onde a banda estava e se abaixou da forma mais sexy o possível, empinando seu quadril e pegando uma garrafa de alguma bebida que ali havia. Não se importava com o que era, só queria dar um gran finale em seu número. Desfilando, ela novamente parou à frente do mastro no qual começou a se apresentar e despejou a bebida por inteiro em sua boca, deixando com que ela escorresse por seu corpo, assim se misturando com o seu suor. Notas e mais notas de dinheiro foram jogadas em cima do palco, levando os presentes ali à loucura com a apresentação. Com um sorriso satisfeito no rosto, assim que acabou a música, as luzes se apagaram para que posteriormente pudessem fazer a troca e Joe voltar aos palcos na espera da próxima dançarina. Entre alguns passos em meio a alguns feixes de luz, passava pelos corredores para ir até o próprio camarim, mas no caminho foi interrompida por uma forte mão envolvendo seu braço e a puxando para uma porta qualquer de um cômodo vazio do corredor. O cheiro de álcool ainda exalava do corpo da mais nova, mas era irreconhecível para ela saber que o cheiro do homem ali com ela era um bastante conhecido. estava ali, segurando e prensando seu corpo contra o de na parede enquanto suas respirações ofegantes se entrelaçaram uma à outra antes dele tomar os lábios dela num beijo completamente cheio de vontade, como se estivesse com saudade de seus lábios. Talvez estivesse mesmo. Dessa vez, o beijo parecia ser muito mais intenso do que o último que deram e as circunstâncias só faziam aquilo ser mais intensificado. As mãos apressadas de retiraram a jaqueta de , jogando no chão. Eles não estavam em posição de perder tempo algum. Não tiveram sequer tempo de transarem como da última vez, mas queriam repetir aquilo. Era uma necessidade gritante do corpo dos dois. A braguilha da calça jeans do mais velho foi aberta pelas mãos hábeis e pequenas da dançarina e seu corpo logo foi erguido pelo mais velho rapidamente, fazendo com que as pernas dela se entrelaçassem em sua cintura e ele então pudesse ter o contato tão esperado com seu corpo. Sua calça foi descida até seus joelhos junto de sua cueca e a calcinha da mulher recostada à parede foi posta para o lado para que então ele a penetrasse. Os gemidos de ambos ressoavam como uma música que agradasse a todos os gostos. Ele investia contra ela, alternando entre beijos em seus lábios e em outros momentos beijos pelo seu pescoço. Por sorte, seus gemidos eram abafados pela alta música do lado de fora, mas mesmo se não houvesse nenhuma música, estariam nem um pouco preocupados com o que ouviriam dos dois. Estavam tão conectados um ao outro que era impossível se preocuparem com o resto do mundo a não ser com os dois. Com a mão no rosto de , acariciava devagar sua bochecha com um sorriso no rosto antes de voltar a beijá-lo. Eram como o dia e a noite. O sol e a lua. O fogo e o gelo. O yin e o yang. Se completavam sem ao menos perceber que se completavam. O completo equilíbrio estava nos dois. Um sabia como desestabilizar o outro em questão de segundos e isso bastava.
— Por que eu não te conheci antes? — sussurrou no ouvido de . Os dois agora estavam no chão, exaustos, porém ainda assim trocando carícias tímidas.
— Um certo homem me disse um dia que “pode soar meio brega, mas o destino que nos escolheu”. — Ela sorriu, afagando os cabelos dele de uma forma suave para que não bagunçasse seu topete invejável. Depois de um breve silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro, resolveu fazer uma pergunta que a intrigava. — Quando você volta?
— Eu não sei. — Aquela resposta pareceu ter o pego de surpresa. Suspirando, virou o rosto para o lado e a encarou nos olhos. — Mas eu não quero perder isso. Nós. Eu não quero ser simplesmente uma foda sua e acordar no outro dia como se nada houvesse acontecido. Quero te conhecer. Quero saber mais sobre você. Saber mais por trás dessa mulher batalhadora e durona que tive o prazer de conhecer. Não acredito em acasos, . Acredito que a vida é feita para ser vivida e eu estou disposto a viver uma parte dela te conhecendo melhor. — Com um sorriso sincero, levou o dedo polegar até a bochecha dela, sem desviar o olhar. — Pode ser idiota, mas sei que você também sente isso. Se eu estiver errado, eu sumo da sua vida agora, mas se eu estiver certo, por favor, espero que queira viver isso comigo.
— Você sabe muito bem como convencer uma mulher a fazer qualquer coisa com você, não é? — Mesmo rindo, não quis transparecer o que estava sentindo. Seu estômago fora tomado pelas intensas e famosas borboletas, fazendo com que ela pensasse um minuto sobre o seu pedido. — Eu estaria mentindo se não concordasse com tudo o que você disse. Isso é tão… — Ela suspirou com um sorriso quase bobo entre os lábios. — Eu juro que se você fizer eu me arrepender disso, te mato com as minhas próprias mãos. E não estou nem brincando, eu sou muito boa em luta corporal.
— Você é sempre durona assim ou é charme pra me conquistar? — brincando, se virou ficando com o corpo por cima do dela e lhe deu um selinho demorado. — Eu sei muito bem que você é boa em qualquer coisa corporal. — Com um sorriso sapeca no rosto, começou a distribuir beijos pelo rosto dela até o seu pescoço. — Eu poderia fazer isso pro resto da minha vida, mas realmente precisamos voltar à nossa triste realidade.
— — segurou no rosto do homem, fazendo com que ele a encarasse —, a realidade lá fora pode muito bem esperar por mais algumas horas.
E como num ato mais simples do mundo, ela se virou no chão, ficando sobre ele. Sentada em seu colo, a mulher passou suas unhas vagarosamente por baixo da camisa do homem embaixo de si, mordendo o lábio inferior sem precisar falar nada. Ambos sabiam muito bem o que aconteceria dali para frente e não negariam aquela química em nenhuma das hipóteses. Algumas horas de sumiço a mais não matariam ninguém, exceto os dois, que seria muito provável de morrerem de prazer.
FIM
Nota da autora: Sem nota.
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