MV: Rose

Finalizada em 20/02/2022
Music Video: Rose - D.O

Capítulo Único

A brisa que entrava pela janela da cozinha balançava levemente o voil. lavava a louça com os fones nos ouvidos e, dos lábios em formato de coração, saia um leve cantarolar de Love Yourself do Justin Bieber. O vento refrescante tocava a pele coberta com uma fina camada de suor devido ao forno ligado numa cozinha pequena. Lá, um bolo de veludo vermelho interagia com o calor e crescia da forma esperada no molde em formato de estrela.
Pela segunda vez, ele repassava em sua mente a lista de afazeres do dia. A primeira metade do dia fora preenchida com tarefas domésticas, a casa estava cheirando ao desinfetante floral do qual tanto gostava, a louça estava sendo lavada e o jantar estava pronto. O bolo já estava quase no ponto e ele poderia deixar sobre a mesa para esfriar.
Teria que passar no banco e ir à lavanderia na parte da tarde. Após, decidiria o que comer para o almoço: se iria ao restaurante da mãe de seu amigo ou a alguma cafeteria para tomar um affogato que estava desejando tomar desde que vira uma cena no dorama que acompanhava.
Com a louça completamente lavada e seca, o fogão desligado e o bolo sobre a mesa, foi para o quarto, tinha em mente tomar um banho rápido antes de sair. Dirigiu-se à suíte. Primeiro, procurou uma roupa no guarda-roupas e, em seguida, iria até o banheiro. O clima estava ameno, por isso, uma undershirt, blusa de algodão com botões amarela e calças jeans bastariam.
Despiu-se no quarto mesmo, jogando as peças no cesto de roupas para lavar. Conectou o celular no Echo Dot que repousava sobre a pia. Don’t Know Why, da Norah Jonas, saiu pelos alto-falantes. Cantarolando a suave música, entrou embaixo do chuveiro. Lavava o cabelo quando ouviu um barulho vindo do quarto, um som muito parecido com uma bolsa pesada sendo largada no chão de assoalho.
“Alexa, pausar música.”, disse para a caixa de som. “Amor? Como foi na sua tia? Tudo bem?”, falou, fechando o registro do chuveiro para ouvir a resposta da noiva.
“Foi ótimo! Ela está...” a resposta veio longe e foi cortada, ela parecia ter saído do quarto e ter voltado em seguida, ainda falando “... semana que vem, retira.” Ela colocou metade do corpo para dentro do banheiro, encostando-se na porta aberta. “Ela mandou um beijo para você. Disse que está com saudades.”
Voltando a ligar o chuveiro para retirar o shampoo que começava a escorrer pelos olhos, disse: “Desculpa, não consegui entender. Ela está bem?”
“Está sim! A recuperação da cirurgia está sendo ótima. Semana que vem, ela retira os pontos.” Sorriu para o noivo, que retribuiu o sorriso.
Ele desligou o chuveiro e ia pegar a toalha para sair quando soltou um pequeno hm em desaprovação. apenas suspirou, voltou para a prateleira que ficava dentro do box e pegou o condicionador. Para ele, apenas shampoo bastava, mas insistia que ele também condicionasse os fios. Dizia que, por mais que ele tivesse ótimos genes capilares, palavras dela, hidratação era importante. Não entendia e nem fazia esforço para entender, mas se ela considerava importante, automaticamente, era para ele também.
Colocando a quantidade de produto que ela ensinara nas mãos, massageou o couro cabeludo da forma que ela insistia que fizesse. Fez tudo isso sob os olhos atentos da noiva. “Se você vai ficar aí olhando, que tal me fazer companhia aqui, já que preciso deixar isso no cabelo por um tempo?” A mulher nada disse, apenas encarou-o por alguns segundos antes de retirar as roupas.
estava hiper consciente do olhar do noivo sobre o seu corpo, a leve excitação que sentia antes agora a consumia por inteiro. Entrou no box e foi diretamente aos braços do seu amado. Como sempre, a segurou de maneira firme. Amava essa característica nele. Ele sabia onde e como colocar as mãos nela, nunca de forma rude, sempre gentil e firme.
“Obrigada por ter feito o bolo.” Ela disse, ligando o chuveiro e deixando a água limpar o seu corpo.
“Sem problema. Espero que, dessa vez, eu tenha acertado a quantidade de sal.” Riram ao lembrar do último bolo que fez, saindo salgado e não doce porque, sem querer, reabastecera o açucareiro com sal naquela semana.
“Certeza de que está perfeito.” Ela falou antes de selar os lábios com os dele. O que era para ser apenas um selar de lábios se transformou em um beijo quente. Ela não sabia não dizer quem começara, apenas estava grata por ambos darem continuidade.
Entre beijos, apertos e mordidas, falou para Alexa tocar o álbum AM do Arctic Monkeys. Os primeiros acordes de Do I Wanna Know? bateram em seus ouvidos da mesma forma que o quadril de bateu no dela: preciso, profundo e deliciosamente familiar.
Com o passar do tempo e das músicas, suspiros, gemidos e entrelaço de pernas e braços foram mudando até que ambos chegaram ao ápice, um após o outro. Arabella chegava ao seu final quando o casal saiu do banheiro de banho devidamente tomado e corpos satisfeitos.
“Vou ao banco e à lavanderia, precisa de alguma coisa do centro?”, ele perguntou enquanto vestia a boxer e calças.
“Não, obrigada. Mas falando de ir a algum lugar, você se importaria de ir de bicicleta? Preciso do carro para buscar e levar meus alunos hoje. O prédio está fazendo manutenção da fiação elétrica no nosso andar, o estúdio não abrirá.”, falou enquanto encarava as roupas no armário, pensando no que vestiria naquela tarde.
“Ah, verdade. Você falou disso comigo ontem.” Amarrou o cadarço dos tênis, pegou os fones de ouvido e celular sobre a cama. “Eu vou de bicicleta. Tudo bem.” Selou os lábios com os da noiva, em uma despedida, e partiu para seus compromissos, não antes sem pegar a carteira que estava sobre o aparador na sala.
Posicionando os fones em seu local correto, colocou a playlist que estava ouvindo mais cedo e seguiu para completar sua lista do dia. Durante o caminho até o centro da cidade, passou por várias crianças brincando na rua, as flores estavam abrindo lindamente. Vez ou outra, cantarolava junto com a música que tocava, todo o trajeto com um leve sorriso nos lábios. Relembrar os momentos que tinha com sempre tinha esse efeito nele.
Resolvendo tudo o que era necessário no banco e não tendo sorte na lavanderia – pois o terno que colocara para lavar não tinha ficado pronto devido a um pequeno erro na hora do registro: o atendente colocara no sistema que a entrega deveria ser para dali a uma semana –, decidiu por tomar um cappuccino. Deixaria o affogato para outro dia, quando estivesse com .
Sentado em frente à grande janela que havia na cafeteria, ele observava o movimento na rua. Ficou por algum tempo assim, até que desse a hora de voltar para casa. O caminho de volta foi calmo e sem surpresas, o céu já começava a escurecer quando pegou a rua que daria para sua casa. Estacionou a bicicleta próximo à caixinha dos correios e entrou em casa, sendo recebido pelo delicioso cheiro do chá de folhas de pêssego. Amava chegar em casa e sentir esse cheiro, porque era o cheiro que simbolizava estar em casa, já que apenas quem fazia aquele chá era . E se ela estava em casa, nada mais importava para ele.



FIM



Nota da autora: Agradeço a leitura! Espero que tenha gostado, me conte o que achou aqui na caixinha de comentário ou pelo twitter. <3 Caso tenha se interessade e queira ler mais histórias minhas, minha página de autora está aqui embaixo! ^_^



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