Finalizada em: 28/05/2021
Music Video: Veneno - Anitta

Capítulo Único

Uma luta eterna entre o que é considerado normal e o que não é. Inmaculatus caçando Extraordinários pelo mundo todo e realmente os matando como se estivessem em um abate. A ordem é matar todos. Crianças, jovens, adultos. Todos sendo diferentes, possuindo alguma habilidade especial fora do comum deverão ser exterminados.
O que é diferente não deverá existir mais.


.


— Você tem certeza de que quer estar no meio deles? — O subsecretário da Irlanda falava comigo em uma conferência por vídeo.
Bebi um gole do champanhe que a aeromoça me serviu, sorrindo para ele bem convencida de que ele sabia da minha resposta apenas pelo meu olhar.
— Aonde mais eu iria querer estar? — Ele riu baixinho, começando a passar as instruções para os outros.
Tinha sido difícil chegar até esses homens importantes, me infiltrar neles, mas Roman tinha amigos, eu também tinha. Antes de ser a Diretora eu costumava andar com esses tipos de homens sem fazer nada com eles, apenas os convencendo de que eu sempre tinha razão, eu não entendia como eu conseguia fazer aquilo, mas agora eu entendia muito bem como e porquê. Levantei do meu assento, seguindo para o banheiro espaçoso do meu jatinho, trocando aquele vestido para uma calça e regata, colocando a jaqueta por cima e tirando os saltos para um coturno. Sai do banheiro, sendo alertada de que pousaríamos na base aérea e que os generais estavam me esperando.
Peguei os óculos escuros da minha prada, os colocando e olhando pela janelinha redonda o exército ali embaixo, marchando e fazendo reverências. Respirei fundo, clareando minha mente, faria tudo aquilo e muito mais para me vingar de cada morte que Francesca tinha causado no Instituto. Nem que eu mandasse cabeça por cabeça empilhada em caixas de presentes e deixasse na porta da fortaleza dela. Assim que o jatinho pousou, levantei novamente, pegando minha bolsa e me encaminhando para a saída. Desci as escadas e notei um capitão, o general e um soldado virem até mim.
, faz um tempo já. — Abri meu maior sorriso falso, dando um abraço nele.
— General Corb, Capitão . — Cumprimentei em um meneio de cabeça assim que saio do abraço, olho para o jovem soldado que tinha ali e vejo que ele não era só um soldado apesar do uniforme.
Era o filho do Capitão, sorri para ele que não devolveu meu sorriso, apenas me encarou de baixo para cima com aquele típico olhar que eu tiraria com um soco.
— Imaginei que ela seria mais bonita pelo que me falaram — ele comentou, isso me fez erguer a sobrancelha com a ousadia dele. O seu pai o olhou como se fosse lhe arrancar o couro e ele revirou os olhos.
— Senhora . — Fez uma reverência, mas claramente estava fazendo aquilo por obrigação. Semicerrei os olhos pra ele, dessa vez eu desci meu olhar por ele e demonstrava que não via nada demais além de um garoto mimado que tentava chamar atenção. Então dei de ombros, passando por eles e seguindo para a cabine onde conversaríamos, sendo seguida pelos três.
Quem comandaria todas missões seria eu, então precisava tomar cuidado e ser mais astuta do que o tigre que morava dentro de mim. Não era apenas controlar meus poderes e habilidades especiais. Por ter virado diretora do Institutum Peculiari não me tornava a mais controlada e expert em todas minhas habilidades. Depois do que houve com aquele aluno…
Ainda conseguia sentir seus lábios bem próximos dos meus. Sua respiração embolada na minha. Sua pele suada contra a minha e aquele ringue de treinamento pegando fogo.
O que estava acontecendo comigo?
Foco, . Foco.

MÉXICO atrás



Fazia mais de um mês que não aparecia no Instituto, estava no México dessa vez. Tinha passado até pelo Brasil, estava bem bem bem longe de casa. Sentia falta, obviamente, mas era melhor assim. Só voltaria para dar aulas e depois voltaria às minhas viagens, eu estava descontrolada e fora de mim. Tinha quase beijado um aluno e a pior parte disso era me arrepender de não ter beijado.
Droga, .
Rolei meus olhos com esse pensamento, deixando de lado mais uma vez, passei minhas mãos pelo vestido extremamente colado em meu corpo, em seguida passei a língua em meus lábios pintados de vermelho. Os cabelos soltos de uma maneira selvagem, tinha os deixado mais compridos com umas ondas volumosas, os fazendo cair em meu decote nada modesto. Estava acontecendo uma festa no salão de festas do hotel que eu estava hospedada, as minhas coordenadas diziam que os ordinários estariam aqui caçando, mais inocentes sendo perseguidos por monstros feitos eles. Não mais. Não quando eu estivesse por perto.
Calcei os scarpins, abrindo a porta do quarto e passando pelo corredor, atraindo olhares dos hóspedes ali, apertei o botão do elevador. Ignorando os olhares queimarem em mim porque era uma reação que eu estava acostumada, fazia parte da minha habilidade e essa noite eu não estava a controlando. A porta do elevador se abriu e estava ali, seus olhos se arregalaram ao me ver, ficando até de boca aberta e isso me fez rir.
– Você pode disfarçar melhor que isso – provoquei, parando ao lado dele e esperando o elevador descer para a festa. Ele ainda me olhava, surpreso, admirado, descontrolado e isso me fez sorrir vitoriosa.
— Como foi mesmo que você falou quando me conheceu? – estalei os dedos como se tivesse mesmo esquecido e ouvi ele rir.
— Você é muito esnobe mesmo, . – Ele soltou, rindo mais um pouco.
Então o olhei e ele devolveu o olhar no mesmo segundo. Seus olhos eram castanhos claros, ele tinha uma cicatriz pequena ao lado dos lábios, ele era inteirinho sexy, talvez para uma mais jovem de outra época. Todo tatuado, bronzeado, forte como um guerreiro que ele era. Um soldado que teve seus dias de glória. E sem falar da marra que ele tinha, nada estava bom, nada parecia o bastante e um ego absurdamente grande. Só não maior que o meu, claro.
— Sou irresistível a você, ? – O homem ergueu uma sobrancelha, então eu ri e neguei com a cabeça.
— Você não viu ainda o que é ser irresistível, . – Desviei meu olhar dele, endireitando melhor minha coluna e saindo na frente dele quando a porta se abre, mas sinto ele segurar meu braço.
O encarei de uma maneira perigosa pra ele não fazer mais aquilo.
— Cuidado, tá? Eu te dou cobertura sempre – falou baixinho perto do meu ouvido, e eu engoli em seco, assentindo rapidamente.
Ele soltou meu braço e eu segui pela festa, passando pelas pessoas que dançavam, rebolavam uma música sexy que parecia ser daquela cantora brasileira que dançava muito bem. Quando cheguei no meio da pista, girei meu corpo, jogando meus braços de um lado para o outro, fazendo o mesmo com meus cabelos e em seguida com meu quadril. Rebolando de um lado para o outro, deixando minha habilidade se espalhar por mim, aproveitar que eu tinha a deixado se apoderar, tinha permitido que ela se extravasasse da forma que ela foi criada para ser. Exalando sensualidade como uma sereia fazia com sua voz, atraindo todos olhares e os deixando absolutamente hipnotizados.
Afastei uma perna da outra, expondo minha coxa e então passando meus dedos nela até levantar meu vestido, parando no momento certo. Joguei meus cabelos para frente, empinando minha bunda para trás e rebolando exatamente conforme a batida, sorrindo de canto ao ver os alvos certos ficarem hipnotizados por mim. “Cuida el terreno. No sabes en lo que te estás metiéndo. Una vez que tú siembres en otro suelo”
A voz de Anitta dominava o lugar, permitindo que a batida da música percorresse meu corpo todo como uma serpente que começava deslizar de uma das minhas pernas, rastejando pelo corpo como aquela batida sexy que se apoderava de mim e fazia todos aqueles olhos só prestarem atenção em mim.
— Porque yo soy tu veneno controlando tu cuerpo – cantei junto, mordendo meu lábio enquanto descia até o chão, passando minhas mãos na parte de trás do meu corpo e subindo junto conforme elas subiam. - Tú me das lo que quiero. Soy tu veneno, estás jugando con fuego – sorri maldosa ao ver os idiotas distraídos com a isca, encarei o principal deles.
Aquele que tinha matado uma família inteira no Brasil mês passado e eu tinha chegado perto demais.
Cuidao, que te quemo – cantei enquanto o encarava profundamente, usando a profundidade dos meus olhos para atraí-lo ainda mais.
Joguei meus cabelos para trás, deslizando meus dedos dos meus lábios por toda minha pele exposta, passando pelo meu pescoço até a curva dele, até perto do meu decote e o adentro, o puxando mais para baixo. Ele se levantou da cadeira e começou a andar até mim entre todas aquelas pessoas, sorri vitoriosa e estiquei meus braços na direção dele, o chamando, rebolando de um lado para o outro. O atraindo para o fundo do mar como uma sereia faria. E eu o devoraria todinho.
Assim que ele chegou bem perto, abracei sua nuca com meus braços, roçando meu corpo todinho no dele e o ouvindo suspirar.
– Eu faço qualquer coisa por você. Qualquer coisa. – Abri mais o sorriso, passando a mão em seu rosto, alisando-o. — Porque yo soy tu veneno controlando tu cuerpo – cantei perto dos seus lábios, quando ele vai me beijar, o impedi. – Achei que Francesca os avisaria da minha habilidade. Talvez até tenha avisado, mas não acharam fórmula possível pra protegê-los do canto da sereia. – Rosnei contra sua pele, mordendo e a puxando, ele suspira totalmente entregue a mim. – Você vai sair daqui, pegar a arma que você tem em sua calça, chamar seus homens, meter uma bala na cabeça de cada um e depois – Fiz ele olhar bem em meus olhos –, vai apontar para sua cabeça e apertar o gatilho. – O soltei , deixando ele seguir sua nova missão. Dei uns passos para trás, sentindo meu estômago revirar e saindo dali para o bar no mesmo momento. Eu me sentia bem quando usava minha habilidade, mas era só na hora. Não gostava de usá-la para fazer o mal mesmo que o mal merecesse. Eles tinham tirado tudo de muita gente no Instituto. Mas eu aprendi que usar nossas habilidades para a violência era se igualar a eles. Porém, se eu não fizesse nada eu me destruiria por completo.
— Depois do que eu vi você fazendo, esperava que sua feição estivesse melhor que isso. – Ouvi a voz de Rodriquez atrás de mim, olhei para ele.
— Queria que eu estivesse em cima do balcão comemorando e tirando minha roupa? Eu passo – chamei o garçom e pedi um whisky com gelo e ele pede o mesmo que eu.
— Não falei nada de tirar a roupa — brincou, acabei rindo em seguida. Apoiando meus cotovelos no balcão e vendo que sua camisa por dentro da jaqueta estava suja de sangue. Arqueei a sobrancelha para ele e ele deu de ombros, rolando os olhos. — Enquanto você rebolava eu soquei alguns no banheiro. – Suspirou cansado, e eu o empurrei de leve e agradeci ao garçom quando trouxe nossas bebidas.
Tomei uns bons goles da minha, relaxando por completo e suspirando baixinho por me sentir um pouquinho melhor.
— Você é mesmo professora? E seus alunos não se apaixonam por você? – soltei outra risada com sua pergunta, jogando minha cabeça para o lado, ficando mais leve.
— Eu sou muito profissional com eles, não teriam porque se apaixonar por mim. Os trato com respeito, com carinho, como se eles fossem meus...tigrinhos. – Sorri carinhosa ao lembrar deles. Ele ficou me olhando com um sorriso admirado, então assentiu brevemente.
— E por que você tá fugindo de lá então? – retraí os lábios ao ouvir sua pergunta, inspirando profundamente e virando o líquido todo do copo.
— Porque eu falhei com eles, isso pesou minha consciência e eu acabei me perdendo no caminho. Quase não tratei um deles com o respeito que ele merece. – Pedi outra bebida para o garçom, voltando a olhar .
— Fugir não é a resposta, . Acho que nós dois sabemos disso. – Ele pegou seu copo que ainda estava intacto e virou em uma golada só. – Termina de acabar com a raça de mais alguns desses bastardos, volta para o castelo, resolva o que você tiver que resolver com esse tal aluno e segue sua vida. Não fuja, não combina com você. – Então se levantou, passando por mim e parando no meio do caminho. — Não sou louco de não me sentir atraído por você, . Mas tenho juízo o suficiente para me manter longe. Eu te respeito muito, você é uma guerreira leal e honrosa. E eu aprendi na guerra que não devemos deixar de fazer nada porque o outro dia pode nem vir. Você é uma professora dentro daquele lugar bizarro, mas fora dele você é essa pessoa que você quer ser. Fora dele você pode realizar seus desejos. E os sortudos serão aqueles que fazem parte deles. – Piscou o olho para mim, voltando a se afastar.
Encarei o copo à minha frente, suspirando pesadamente. Virei novamente o líquido, empurrando o copo na madeira do balcão.
Minha mente viajou no momento em que abaixei a guarda com o

Flashback:

Seu corpo pressionava o meu contra a parede, não conseguia nem mexer o meu tronco porque ele sabia que eu usaria qualquer espaço que ele desse ao meu favor. E então eu comecei a me desesperar, estava presa, encurralada, um tigre posto numa jaula. Estava perdendo essa luta. Não podia perder, minha natureza se negava a isso. Aprofundei meus olhos nele, encarando seus olhos que pareciam verdes vistos de longe, mas olhando agora bem de perto eram azuis. Um azul tão misterioso quanto ele. O sangue escorrendo na lateral de seu rosto só o deixava mais com aquele visual bad boy que ele tinha. Apostava que ele partia corações por aí, mas nem deveria perceber porque o dele já estava partido com tantas mortes em sua família, tanto fardo a carregar.
Meus olhos passearam por seu rosto, ficando um pouquinho aliviada que as marcas não ficariam tão feias, ele tinha um rosto lindo e seria péssimo marcá-lo. Eu tinha esquecido quem eu era, quem eu deveria ser, tinha esquecido qual era minha função, o meu papel em tudo isso. E nesses segundos que eu tinha esquecido de tudo nunca me senti tão bem, tinha esquecido que a era a Diretora desse lugar, a professora daquele aluno, a mulher que estava em luto por dias, por semanas. Naquele momento eu era aquela garota que amava dar uns socos em uns caras, que era livre pra pensar e fazer o que quiser, eu era aquela garota loira que podia ter o mundo nas mãos. Naquele momento eu não pensava, só ganhava.
Naquele momento eu desci meus olhos para os lábios de , aproximando meu rosto do dele, deixando nossas testas encostadas. Permitindo sair meu ar pesado ali em seus lábios, olhei em seus olhos mais uma vez, engolindo a seco e encostando meus lábios nos dele, apenas os passando de baixo para cima, sem tirar meus olhos dos dele. Impulsionei meu corpo contra o dele, se é que era possível já que estávamos grudados um no outro, mas rocei meu quadril para frente. Segurei seu lábio inferior com delicadeza entre meus dentes, o puxando lentamente, sem nem sequer piscar meus olhos que ainda estavam vidrados nos dele.
Mais uma vez esfreguei meu quadril contra ele, deixando um leve suspiro sair dos meus lábios e escorrendo direto para os dele, onde roubei um selinho salgado por causa do sangue e assim que eu senti seu corpo relaxar, usei a parede ao meu favor, usando meus pés, mais precisamente dizendo, meus calcanhares, para impulsionar meu corpo pra frente, saindo daquela parede e então dou uma joelhada entre as pernas dele, conseguindo me libertar. E só então dou por mim o que eu tinha acabado de fazer ali, arregalo meus olhos e o encaro em choque.
— O treino acabou. — foi o que consegui dizer, dando as costas para ele e me encaminhando a saída dali, mas paro no meio do caminho. — Obrigada, . — solto sem me virar para olhá-lo, sendo verdadeira naquele agradecimento, no entanto, saí da arena de uma vez.


Semanas depois:


entrou na sala onde seria a aula por vídeo chamada e nas mãos dele estavam as correntes grossas que eu havia pedido. Sorri fechado para ele em um agradecimento silencioso. Ele ainda mantinha sua expressão de curiosidade com o que eu iria fazer com aquelas correntes. Ajeitei a regata preta que eu usava com um jeans mais surrado, um visual que os alunos nunca tinham visto, talvez. Sempre eram roupas mais sociais e um pouco mais sofisticadas. Tirando quando alguns treinavam comigo, daí sim eram roupas de treino. Não sentia vontade alguma de me arrumar por mais que minha habilidade me implorasse por isso, era quase como se ela chorasse.
Passei os dedos em meus fios claros, sentindo o carpete coçar meus pés, estava descalça porque nem procurar por um sapato eu tive vontade. A noite de ontem tinha sido cansativa, lutamos tanto pra percebermos que tinha sido sim em vão, eles já tinham levado os prisioneiros para a fortaleza e os filhos da puta que deixaram para trás fora só para nos despistar.
Odiava quando Francesca estava um passo à frente, ela parecia conseguir prever os meus passos, mas eu também ansiava o dia que ela iria pisar falso e quando esse dia chegasse eu me deliciaria ao soltar todo meu ódio em cima dela. Diziam que a fúria de um tigre o deixava mais forte do que um próprio leão adulto faminto. Suspirei intensamente quando vi ligar o que tinha que ligar, mas segurei o braço dele quando ele ia ligar a câmera. Ele me olhou na mesma hora, mas seus olhos não continham desentendimento ou confusão, ele parecia entender o porquê eu ter feito aquilo.
— Ei, tá tudo bem. Você continua sendo a , dá uma surra em qualquer mané que te desafiar. — Soltei uma risadinha disso e nego levemente com a cabeça.
— Desde quando você tá sendo legal comigo? Quando isso aconteceu? Estou perdida. — Brinquei com ele, rindo um pouco.
— Desde quando eu vi você em ação. Porra, mulher, você sabe bater! — Gargalhei disso e joguei a cabeça para trás.
— Então você tem medo de mim agora? — ergui ambas sobrancelhas e ele nega rapidamente. — Apanho com orgulho e tenho certeza que ainda consigo te socar. — Agora mudo minha expressão para uma de dúvida se ele tinha mesmo me desafiado.
— Desafio aceito, hein? Vê se não chora depois que vai ficar feio para o seu lado. — Dei um olhar firme para ele, olhando a hora e vendo que eu não podia mais adiar aquilo.
Pelo menos uma última aula eu tinha que dar para eles até Roman achar outra pessoa pra me substituir.
— Minha vida inteira eu me senti insegura, minha habilidade é a minha força e também minha maior fraqueza. Eu sei o que eu vou ver quando olhar pra eles assim que você ligar essa câmera. — Minha voz saiu baixa porque até de falar aquilo em voz alta já me dava pavor. — Eles vão me julgar, com certeza. Eles vão para a aula achando que eu vou estar na sala, mas eu não vou. Eu sei que eu deveria ser a pessoa mais forte para eles, a aula hoje é exatamente sobre isso e eu não sou, estou longe de ser forte. — Senti meu peito doer, arder até e o ar praticamente faltar.
Engoli a seco e olhei para que me olhava com atenção, sem esboçar nada.
— Não é difícil enxergar um tigre quando olho pra você. Quando qualquer pessoa olha pra você. Foda-se como eles vão te olhar, só você sabe o que você passou e o que está sentindo. Você é a professora deles e não a babá. Erga-se e dê a porra da aula logo, . — Franzi o cenho pela maneira como ele tinha falado comigo e deixei uma risada rouca escapar, estava surpresa pelo abuso e ao mesmo tempo me senti bem por aquilo.
Era um chacoalhão que eu precisava pra deixar ele ligar a câmera logo. Esperei pacientemente eles indo aparecendo.
Os alunos já estavam na sala, tentei não passar meu olhar pra ver cada um ou quem estava lá, quem tinha faltado. Não olhei para nenhum deles. Apenas respondi por educação e forcei um sorriso ou outro. Sabia que veria decepção nos olhos dele e nem precisava de habilidade pra isso. me olhava como se esperasse mais calorosidade da minha parte com eles, mas eu estava sim apática. Olhei para um dos quando ele entrou e senti meu peito doer por não saber do paradeiro de ainda.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para AJ mais uma vez perguntando se ele tinha conseguido saber de alguma coisa.
Droga, inferno mesmo! Ele voltaria para aquela droga de castelo nem que eu o puxasse pelos cabelos de volta. Porra mesmo!
Notei que todos já estavam ali, a porta tinha sido fechada por uma aluna.
— Sei que não é minha obrigação pedir desculpas por isso, mas eu vou pedir mesmo assim, então peço desculpas por não estar totalmente presente na aula aí com vocês. Estou em missões pelo mundo e neste momento estou no México de malas prontas para ir pra outro lugar. — pigarreei, me afastando um pouco da câmera e apontando o atrás de mim. — Este é o soldado e ele me ajudará com a aula de hoje. — Sentei no chão mesmo, inspirando profundamente e olhando para pegar as correntes e se aproximar de mim ainda sem entender o motivo das correntes.
— O que ele vai fazer comigo vai ser o que a voluntária da outra turma irá fazer com cada um de vocês. Hoje vamos aprender a super-força, não aprender, apenas deixá-la aflorar. É uma habilidade extremamente perigosa, a qual devemos sempre usar com sabedoria e total controle. É uma habilidade que pode machucar a nós mesmos se não soubermos usar.
Enquanto eu falava, me enrolava com aquelas correntes grossas e pesadas até, dei um sinal pra apertar mais e quando ele o fez, esboçei uma careta por ele ter apertado a sério mesmo.
— Nenhum tigre fora feito para ser preso. Não fomos feitos pra ficarmos presos em jaulas. Não somos cobaias! — Deixei a raiva sair na minha voz, sabia que muitos deles já tiveram experiências com aquele monstros da floresta. Já foram presos e torturados, e por pura sorte conseguiram escapar. — Essa aula eu quero passar pra vocês que não há possibilidade de nos enjaular e que não deixem fazerem isso com vocês. Quero que vocês liberem toda a raiva, toda a frustração, quero que cada um sinta o pior que existe dentro de vocês, eu quero o descontrole quando vocês estiverem amarrados. Eu quero sentir a raiva, o ódio, a vontade de se vingar daqueles que tiraram quem vocês mais amavam. Liberem o tigre furioso, deixe ele rugir, deixe ele se aflorar por cada centímetro de seus corpos. Essa é a super-força! — parecia sim que eu estava dando um discurso como se eles fossem para a guerra, mas estávamos em guerra.
Eu tentaria ensinar a eles tudo que eu podia mesmo que essa aula pudesse ser a última. Presos e acorrentados eles não seriam mais. Rodriquez prendeu um cadeado grande e agora eu estava totalmente presa, nem me mexer eu conseguia. As correntes prendiam meus braços junto ao meu corpo e eu já sentia o desespero crescer por dentro de mim. Aquele medo de ser uma prisioneira, aquela fadiga de não poder fugir, não poder correr.
Fechei meus olhos e mordi meus lábios, prendendo a respiração porque meu coração batia tão forte que sentia que ele poderia sair pela minha boca. Eu sentia a raiva, sentia tanta raiva que eu poderia fácil explodir qualquer coisa que me tirasse do sério. Era prazeroso demais sentir o sangue daqueles filhos da puta nas minhas mãos, mas seria melhor ainda se fosse o sangue daquela cretina. Céus, como eu sentia raiva, a raiva era tanta que eu conseguia sentir ela lamber minha pele como se tivesse uma língua áspera cheia de espinhos.
No entanto, conseguia sentir o tigre despertado dentro de mim, os dentes à mostra e o rugido. Aquele rugido certeiro, os olhos pegando fogo pra atacar exatamente a jugular de sua presa. Então senti meus braços se movimentando dentro daquelas correntes, puxei mais o ar e quando o soltei, abri meus braços com tanta força e tanta raiva que grunhi junto, fazendo as correntes se arrebentarem e voarem pelo quarto, quase acertando que tinha se abaixado na mesma hora. Ofegante por saber como aquela habilidade nos consumia, olhei para eles e dei o aval para a voluntária pegar uma das correntes no canto da sala. — Quem quer ser o primeiro?
Só que mais uma vez falhei com eles. Meus olhos procuravam aquele único aluno. Após minha saída do castelo, também saiu, foi embora. Ninguém sabia para onde ele tinha ido. Aquilo tinha feito um buraco enorme no meu peito como uma ferida que só parecia crescer cada segundo que eu não sabia seu paradeiro.
Ah, ! Se eu pudesse eu o socaria, depois o beijaria até meu ar faltar e eu sentir vontade de rasgar suas roupas.
E eu me odiava por pensar em algo assim!
Desde quando eu tinha voltado a ser tão descontrolada daquela forma? Eu era . A diretora da Bellatorum. Deveria ensiná-los a controlar suas habilidades, mas estava me sentindo tão descontrolada que já não sabia se era possível ser mentora de alguém.

Missão Natal:



Estava no carro com alguns dos meus homens e , estávamos a caminho do orfanato e em algumas horas seria manhã de natal. Não poderia deixar que o presente de natal daquelas crianças que já não tinham nada fosse a tortura, até a morte poderia ser um presente comparado ao cair nas mãos da bruxa da Francesca. Lutaria até arrancar a última cabeça de um homem dela porque eu ainda não estava preparada para morrer, então não morreria.
— As armas estão na mochila, .
Assenti para , dando de ombros e ajeitando a jaqueta de couro surrada. Assim que chegamos no local, os carros foram estacionados na rua de trás pra não dar alerta de que estávamos aqui. Sai do carro, ignorando as armas porque eu só precisava de mim mesma pra matar aqueles desgraçados miseráveis. Coloquei as mãos nos bolsos, caminhando calmamente pela rua enquanto os caras se posicionavam com suas armas.
— Atirem para matar, sem pensar duas vezes. E não se preocupem comigo — falei em voz alta, virando a esquina e olhando rapidamente para o céu que estava bastante estrelado, a lua estava incrível também.
Era para eu estar com a minha irmã naquele momento, não deveria estar lutando na noite de natal e por isso estava mais puta ainda. Assim que virei a rua vi os Immaculatus ali, eles pegaram suas armas no segundo em que me viram.
— O tigre em mim está faminto, meninos. — Fiz um biquinho, alisando levemente minha barriga, sendo cínica como eles adoravam. — Vocês estragaram minha ceia, e a ceia do castelo é impressionante! Então vocês devem imaginar o quanto eu estou...muito puta. — Estreitei meus olhos para eles, parando na porta do orfanato, sendo a guardiã.
Tirei a jaqueta lentamente, deixando ela escorrer pela minha pele até acertar o chão.
— Se quiserem essas crianças vão ter que passar por cima de mim, meninos. — Abri os braços para eles ficarem à vontade. — Estou deliciada em vê-los tentar. — Pisquei um olho para eles, vendo eles ficarem extremamente putos.
Assim que ouvi eles destravarem as armas, usei a intangibilidade pra fazer as balas me atravessarem sem causar dano algum, ficando parada até eles descarregarem a porcaria toda do cartucho em mim. E quando terminaram, apenas passei as mãos na minha blusa pra limpar a poeira.
— Minha vez? — Abri um sorriso de pura felicidade, deixando meus olhos ficarem vermelhos e queimando alguns deles com a visão de calor.
Ouvindo os gritos deles soarem como música em meus ouvidos. Porém, quase me distrai e quase não vi um se aproximar, mas fui rápida o bastante para desviar de sua faca, chutando sua mão e o fazendo soltá-la, ele sacou um canivete da manga de sua jaqueta e cortou o ar na minha frente várias vezes tentando me pegar, mas usei o que veio por trás e o joguei contra o outro, fazendo ele ser esfaqueado. Acertei uma cotovelada em outro atrás e chutei o saco do cara da faca que voltou a me atacar. Joguei meu corpo para trás dando uma estrela no chão e chutando o maxilar de um, sorri de leve ao deixar meu corpo ficar invisível e então apenas fui nocauteando aqueles que tinha sobrado. Quando não sobrou nenhum em pé, voltei ao normal.
— Viram? Não preciso de armas — falei para os caras que nem sequer tinham usado suas armas. Assim que comecei a subir as escadas para ver se as crianças estavam bem, a porta se abriu e congelei na mesma hora ao ver Francesca ali em carne e osso. Ela sorriu na mesma hora pra mim, batendo palmas.
— Bravo, diretora . Que show espetacular, sabia que valeria a pena vir até aqui para assisti-la em ação. Queria que seus alunos pudessem vê-la fazer isso, iriam adorá-la ainda mais. — Aquele demônio de mulher ainda aplaudia com um sorriso maldito nos lábios. — Eles ainda te adoram? Afinal, você não foi forte o bastante para protegê-los, quantos morreram mesmo? Até perdi a conta.
Fui avançar para arrancar a cabeça dela, mas saiu muito mais dos homens dela de trás dela e todos eles com uma criança no braço, uma arma apontada na cabeça de cada uma.
— Recua, tigre. Agora! — Ordenou, fazendo-me dar um passo para trás
mandando meus homens fazerem o mesmo. — O que eles diriam se vissem você falhar de novo com eles? Se vissem você aí parada vendo todas essas crianças morrerem na sua frente? Eu adoraria ver a decepção nos olhos deles. Você é fraca, pobre garota assustada. Você é fraca, todos os diretores são fracos. São apenas sombras do Roman porque ele é egoísta demais e covarde demais pra vir me enfrentar. — Senti meu sangue esquentar como se ele fervesse mesmo dentro do meu corpo, eu queria matar ela com minhas próprias mãos, queria arrancar sua pele com minhas unhas.
Eu sentia tanta raiva que eu poderia matá-la agora sem me importar com as crianças, mas se eu fizesse isso a única parte boa que tinha restado em mim iria embora e eu seria igual a eles.
Seria um monstro.
— Queria te fazer ver cada aluno seu morrer, queria poder fazer você assistir a morte deles e os olhos deles apagarem. Como será que o iria reagir ao ver seus irmãos morrerem e a diretora não poder fazer nada? — Quando ouvi o nome de não consegui me segurar, quando fui abrir a boca para soltar o grito, um barulho ainda mais alto me atingiu, ela uma bomba de som que ela usava para nos fazer perder habilidades. — Ele é o seu preferido? Você deixaria essas crianças morrerem por causa do seu amor adolescente? Você me enoja, ! Que decepção! — Francesca berrou, me vendo caída no meio daquela rua.
Sentia meus ouvidos sangrarem e eu senti ainda mais raiva, tanta raiva que meu coração chegava a queimar dentro do meu peito.
— Estou pouco me fodendo para o que você pensa ou não, Francesca. Você é apenas um verme tentando ser mais alguma coisa na porra da cadeira alimentar, mas a verdade é que você sabe que pode ser esmagada a qualquer segundo e tem medo disso. E chega ser bonitinho ver o seu desespero em chamar nossa atenção. Você é a mimada daqui e vai ser uma honra ver você tentar pegar os meus alunos. — Cuspi o gosto amargo que senti e me levantei, eu conseguiria lutar com ela sem habilidade alguma. — Encosta em qualquer aluno meu de novo que eu quebro seus braços apenas pra me aquecer. E fala do de novo que eu arranco seus olhos, verme. — Praticamente rosnei, ela pegou a arma no segundo seguinte e atirou em mim, acertando na minha barriga.
Grunhi, sentindo a bala me atravessar, apertei a ferida e mesmo assim chamei ela e qualquer bosta de servo dela para uma luta. Então ela começou mesmo mandar um por um e mesmo baleada e ferida, sem poder algum, comecei a lutar com um por um. Nocauteando o primeiro com uma chave de esquerda e um soco bem no pescoço, o fazendo perder o ar e cair no chão, aproveitando ele sem reações, chutei a costela do da esquerda, o derrubando logo em seguida. Girei meu corpo, sentindo a ferida me incomodar e me fazer perder o ar com mais facilidade, só que mesmo assim não parei, continuei lutando, socando aqueles monstros que matam crianças só por eles serem diferentes deles. Era a mesma luta por anos e essa víbora de mulher não se cansava de tentar nos exterminar.
Por mais que eu estivesse me cansando, por mais sangrando que eu sentia estar, não parei. Um tigre não parava nunca. Ele continuava até vencer ou ser derrubado de uma vez, sem retornos. Sentia os socos acertando meu corpo quando todos vieram de uma vez, realmente querendo me acorrentar.
Nunca! Jamais seria acorrentada.
Lutei pela minha liberdade, lutei pela liberdade daqueles que se sentiam diferentes, eram considerados diferentes apenas por não se encaixarem na sociedade, sendo caçados como animais, mortos apenas pelas diferenças. Assassinados brutalmente só porque o comum tem medo do desconhecido e não tenta nem ao menos conhecer. Então eu morreria lutando, mas nunca me renderia. Sabia que cada tigrinho que eu tinha de aluno também não cederia. Não morreriam sem nem ao menos lutarem. Éramos assim e ninguém jamais nos mudaria.
Até que meus olhos se arregalaram e as íris claras se tornaram amarelas assim que o orfanato explodiu por inteiro, fazendo a pressão empurrar e jogar nossos corpos para longe. Gemi de dor ao sentir meu corpo rolar no asfalto para bem longe de onde estava, fazendo mais cortes e mais ferimentos por ele todo. Fechei meus olhos, me focando apenas na dor que estava sentindo, em cada corte novo que fora feito em meu corpo. Entreabri meus lábios ao deixar o ar entrar, permitindo que todas minhas habilidades voltassem a serem ativadas em cada célula que existia dentro de mim. Eu era feita de cada habilidade daquelas, todas elas que me faziam ser uma aberração aos olhos daqueles monstros que nos matavam exatamente por isso. Mas todas elas me deixavam… Forte e invencível.
Abri meus olhos novamente e vi com uma metralhadora na mão, correndo na minha direção com os olhos preocupados. Sorri de leve para ele quando ele se aproximou, se abaixando ao meu lado.
— Você é dura na queda mesmo, . Estão todos a salvo, vamos sair daqui — falou, me estendendo a mão, a qual eu segurei com um sorriso no rosto.
Então ouve um estouro, um barulho estrondoso e senti sangue espirrar no meu corpo e rosto. Os olhos de se abriram mais e depois desceram juntamente dos meus por todo seu corpo até chegar no buraco que haviam feito em seu corpo. Arregalei os meus e prendi o ar, o soltando em seguida e perdendo completamente o fôlego.
— Não! — berrei, me levantando em seguida, sentindo que estava ainda me curando de todas as feridas e então vi o Inmaculatu com a arma mais perto.
Estreitei meus olhos e soltei um urro, praticamente um rugido de tanto ódio, liberando absolutamente toda a minha vida em cima daquele verme filho da puta. Deixando a visão de calor se ativar em minhas orbes, as queimando e em seguida queimando aquele monstro, o fazendo agonizar enquanto pegava fogo no chão. Sentia meu corpo pegando fogo também e então fechei meus olhos, desativando a visão de calor para poder abri-los de novo.
Virei meu rosto para o lado onde o corpo de caiu e uma lágrima grossa e quente escorreu pelo meu rosto ao vê-lo completamente sem vida, sem me dar nem os segundos para me despedir. Levei minha mão suja de sangue e trêmula até seu rosto, alisando de leve a lateral dele em tom de agradecimento por tudo que ele havia me feito até agora. Então encostei meu rosto em seu peito, sentindo tudo dentro de mim voltar a doer com mais força.
Estava tão cansada de perder as pessoas. Exausta de perder aquela luta que nem deveria existir.
O mundo nunca mudaria? Sempre tentariam exterminar o que era diferente dos outros?
— Sinto muito, . Foi uma grande honra lutar ao seu lado, bravo guerreiro. — Ergui meu rosto e fechei seus olhos ao sussurrar aquelas palavras com extrema dor e pesar. — Nunca me esquecerei de você que foi um verdadeiro herói.
Permiti que o luto tomasse conta de mim naquele instante mais uma vez na minha vida. Mas também realmente tomando uma decisão.
Sozinha eu não conseguiria. Precisava voltar para os meus alunos. Precisava assumir quem eu era. Mas antes de tudo isso, precisava aceitar para mim mesma o que eu queria, o que eu desejava.

Uns dias depois



Estiquei meus braços ao me espreguiçar naquela cama. Tinha tomado uma bela surra na noite passada, mesmo com os poderes regenerativos, ainda sentia o baque de ter apanhado e quase ter falhado. Precisava treinar mais, queria pedir pra Roman, mas ele nunca aceitaria. Sentia que a cada cabeça que eu arrancava mais eu me perdia.
Quem era a ? Não queria saber, queria apenas sentir a dor deles nas minhas mãos e os gritos nos meus ouvidos.
Sentei na cama e me levantei. Ajeitando a camisola de seda no meu corpo ao caminhar para o terraço do quarto de hotel, pensando em voltar com a yoga, mas estava preocupada demais com o paradeiro de naquele momento. Engoli a seco por estar me sentindo absolutamente culpada por ele ter fugido. Era minha culpa, eu deveria estar naquela droga de castelo. Kai — minha outra aluna, tinha mandado um garoto pro coma. Tudo estava se descontrolando lá e o Roman se recusava a achar um substituto pra mim logo. Tinha que levar o de volta sim, nem que fosse a última vez que eu visse o castelo.
Aquele maldito garoto teimoso pra caralho mesmo.
Estava com raiva da imprudência dele, por ele não ter pensado em como seus irmãos ficariam se o perdessem, por ele não ter pensado que eu iria até os confins da terra para buscar ele. Então olhei no celular e era uma mensagem de Aleczander que era um dos diretores do Instituto, o diretor dos poderes da mente, ele tinha tido uma premonição de , quer dizer, uma localização mais exata. Ele não tinha muitos detalhes do que tinha visto, mas só o endereço. Era o bastante para mim. O agradeci por aquele favor e quase o agradeci por estar sendo legal comigo quando eu claramente não merecia.
Tirei a camisola, tomamos um banho e vesti um macacão preto apertado que dava facilidade aos meus movimentos, também era programado para se adaptar às minhas habilidades. Calcei os coturnos com estampa de zebra.
Peguei apenas minha jaqueta e sai do quarto do hotel, pegando as chaves do carro na recepção, tentando ser o mais rápida que eu conseguia. Meu foco ultimamente tinha sido apenas encontrar o .
Não me importava com missão alguma, apenas com ele.
Nem que eu tivesse que entrar no próprio inferno para salvá-lo e trazê-lo de volta, eu faria.
O tigre tinha voltado e agora ele estava ainda mais predador do que jamais estivera.



FIM.



Nota da autora: Olá, amados e queridos leitores. Espero que tenham curtido somente 5% de quem é a Naomi porque ela é muito mais que isso mostrado, tem tanta tanta tanta coisa dela que precisaria de uma long mesmo. Mas ela é uma personagem de um RPG onde os personagens pertencem a esse castelo estilo X-Men, eles têm poderes especiais, e a Naomi é uma das diretoras, ela é a diretora daqueles que possuem habilidades físicas, como super-força, super-velocidade e a habilidade dela que é essa, chamada de Atração Física, onde ela hipnotiza a pessoa como um canto da sereia, porém apenas a olhando e ela a obriga fazer o que ela quiser.
Queria também dedicar a Jaden Forest que é a dona do Gael, ele é outro personagem incrível, mais um personagem da Jaden que tem meu coração todinho. Ow mulher pra criar personagens perfeitos já chegam roubando os corações dos meus facinho facinho. Te amo, amiga, você é a melhor <33






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