TODAS CONTRA EDWARD
Autora: Gabe Volturi
Beta: Priscila Dórea
Revisão: Sofia Queirós



Capítulo 1



"Eu estava no 8º série quando descobri que era invisível... Não invisível, era mais como..."

# Competição de Ortografia #


- Anônima - soletrei na frente da sala - A-N-O-N-I-M-A (N/A: Ela esqueceu o acento mesmo tah?!)
- Desculpe, mas está errado. E-R-R-A-D-O - o professor falou caçoando de mim, enquanto alguns alunos riam abafado e eu me retirava da frente da turma.

"Não é que eu não tenha tentado, eu sempre fui uma verdadeira..."
- Fracassada. F-R-A-C-A-S-S-A-D-A - Line soletrou e eu me virei pra ter certeza se aquilo foi pra mim.

"E quando se tratava de amor..."

# Sala de Aula #

Jonhy me chamou a atenção e passou um envelope perfumado com um coração na frente. Eu sorri pra ele e...
- Passa pra frente?! - ele pediu apontando pra loira fenomenal na carteira em frente a minha.

"Humf. Era doloroso. D-O-L-O-R-O-S-O..."

- Ashley, pra você - murmurei entregando o papel.

"E tinha mais outra coisa que trabalhava contra mim..."

# Dia de Mudança #

Ouvi batidas na porta apesar dela está aberta e me virei encarando um gato loiro de olhos azuis e corpo escultural.
- Oi, eu sou o Justin e moro aqui ao lado... A minha mãe me mandou trazer esses biscoitos - confesso, demorei, mas vi os biscoitos que ele segurava.
- Oi, eu sou Bella - caminhei até ele com um sorriso exagerado no rosto – Acabamos de nos mudar... É por isso que tem tantas caixas por todo lado.
De fato, uma casa completamente vazia exceto por trocentas caixas seria a última coisa que ele notaria.
- Nossa, caramba... - ele murmurou fitando algo atrás de mim.

"Essa outra coisa é minha mãe... Eu passo as férias de verão com ela todo ano... Mesmo meu pai reclamando. E acredite, apesar de ter mais que trinta anos ela era uma ‘coroa enxuta’. É, acho que posso chamar assim."

- Oi, eu sou Renée - ela murmurou casualmente. Justin puxou o prato de biscoitos da minha mão e foi até ela.

- Oi, eu fiz esses biscoitos pra você. Cuidado, você é quente... digo, estão quentes... muito quente.
Ela me lançou um olhar do tipo "Tira esse bebê de perto de mim!" ou "Cadê a mamadeira dele?"

"Certo, esquece o lance de ‘coroa enxuta’. Na opinião dos machos, minha mãe era gostosa. E parece que o fato de ela ser mais velha a fazia mais sexy ainda... homens. Na verdade, ela nunca teve problemas com homens, exceto para mantê-los."

# Apartamento #

- Vai sair de novo Renée?! - perguntei enquanto ela tirava várias roupas do armário e jogava em cima da cama.
Sim, Renée.
Esse é o nosso tipo de tratamento. Não cai bem eu sair á chamando de mãe. Eu me sinto infantil e ela se sente senil.
- Sim, minha menina - ela falou só sorrisos.
- E quem é agora? Médico, rock star, policial, gótico, caminhoneiro... um caminhoneiro gótico? - sim... eu fui cruel, mas é a verdade.
- Hey, eu me lembro perfeitamente de você dizer que o Benny era fofo - Benny = caminhoneiro.
- Alguém com o nome de Benny pode ser chamado de várias coisas, mas nunca de fofo.
- Não seja malvada Bella, assim você nunca vai conseguir um namorado.
Bufei entediada... como se ser malvada ou não fizesse diferença.

"O que eu mais desejo é morar sozinha, acho que de certa forma me acostumei com a solidão. Por isso, decidi no ano passado que juntaria dinheiro arrumando um trabalho de verão pra realizar esse meu desejo assim que sair da escola. O que não está longe de acontecer, já que passei para o 2º ano."

# Cafeteria = Trabalho #

- Hey Bella, atende a mesa 7 - a outra garçonete me falou enquanto se equilibrava nos patins e servia o resto dos clientes.
- Bem vindos a Sorveteria Sweet Candy. Em que posso ajudá-los? - perguntei estampando um sorriso no rosto.
Aqui o segredo é sorrir. Quanto mais gentil e falsa você for, maior sua gorjeta.
Um loiro bem familiar sorriu de canto. Eu conheço aquele loiro, conheço aquele sorriso.
Edward Cullen.
UM dos garotos mais disputados da maldita e pequena escola de Forks.
Sim, você leu maldita.
Não sei como ou porque, mas desde o meu 1° ano parece que aquela escola foi invadida por uma febre superficialista.
O que mais importa lá hoje em dia é a imagem.
Mas apesar de ser uma disputa acirrada e os garotos serem incrivelmente gatos, o Cullen acaba tirando vantagem por ser um dos poucos loiros, e por ter esse ar misterioso e sinistro.
E justamente por esse motivo que ele é o rei da galera, tanto que ele está, nesse momento, sentado com Victoria.
A vegetariana mais fútil e popular que aquela escola poderia ter.
- Oi, posso só fazer um pergunta?! – ela me chamou a atenção.
- Pois não? - resmunguei ainda tentando segurar a minha pouca educação.
- Qual o meio que eles usam pra tirar o leite usado no sorvete? -... garota esquisita.
- Como!?
- Ela quer saber qual o tipo de ordenha feita pra obter o ingrediente - Edward me explicou e eu o olhei enraivecida. Qual é?! Eu não sou retardada, isso eu já tinha sacado.
Só quero saber no que isso vai afetar o sabor do sorvete!
- É claro, por que eu me recuso a comer em um lugar onde os animais são maltratados pra satisfazer os desejos humanos - ela afirmou, fazendo uma cara de inocente que não combinou com o rosto dela.
Não combinou nem um pouco.
- Não se preocupe, não precisam matar a vaca pra extrair o leite dela. Sua mãe não corre perigo de vida - afirmei, mas na última frase eu abaixei gradativamente o tom de voz.
Mesmo em sussurro, acho que pelo menos o Edward me ouviu, pois ele fez uma cara de descrença e deboche ao mesmo tempo.
Bom, eu não quero julgar, mas ser adolescente ativista vegetariano geralmente é código pra promiscuo.
- Por você eu não preciso parar de comer carne - ela murmurou agarrando ele.
Viram, não estou inventando.
Foi uma tarde cansativa, em que eles me fizeram passear de um lado para o outro sem decidir o sabor do sorvete.
E ainda por cima, na hora de pagar, o miserável me deu uma merreca de gorjeta.
- Você sabe o porquê da gorjeta baixa - ele afirmou enquanto a namorada voltava do banheiro.
- Claro que eu sei, você é um pão duro.
Saí de lá com a maior cara da poucos amigos, o que era meia verdade. Eu não tinha poucos amigos, na verdade, eu não tinha amigo algum... .
E como eu já disse, sou a garota invisível. Ele nem deve ter me reconhecido, o que significa que não tem como se vingar por isso em Forks.

"Edward Cullen, já tinha uma namorada, é claro. E a dita cuja se vangloriava por ISSO... Fala sério..."

# Outro dia de trabalho #

"Wohhhh... Esqueçam o que eu falei. Ele tem duas namoradas"

Saí da despensa da sorveteria e dei de cara com um casal trocando beijos... meu queixo foi ao chão.
Certo, depois dessa eu posso esperar qualquer coisa.

"Aquela era nada mais nada menos que Ângela, a gênio de Forks. Fazia parte do Jornal da Escola, a Sociedade de Honra, Empreendedores Junior, Jovem Aprendiz, Big Sister, Adote um Idoso e é isso aí."

Caminhei até a mesa deles com um bloquinho de pedidos em mãos a tempo de pegar o final de uma conversa.
- Escrevi um livro infantil.

"Ohh, e escreve livros infantis."

Ela abriu o cardápio com os sabores e murmurou alguma coisa em francês sem necessidade.

- Você fica tão sexy falando francês - ele afirmou se aproximando dela e me deixando no vácuo... Filho da...
- Humm... ma chérie - ela ronronou...
Eu juro, ela não falou com dengo nem nada... Ronronou de verdade.
- Querem que eu volte mais tarde? - perguntei evitando o constrangimento e sai o mais rápido possível.

# Sábado ensolarado #

- Bella, deixa que eu cuido da louça, vai atender os clientes - Morgan pediu e eu assenti com a cabeça.
Ahhh, para com isso... TRÊS NAMORADAS?
E o cara de pau ainda escolhe a mesma mesa toda vez.
- Eu nunca vim aqui antes, espero que eles tenham um sorvete tão bom quanto dizem - que falso. Me aproximei e o encarei.
De fato, como eu disse, ele nem se lembra de mim.
Essa ai é Lauren Mallory. Faz parte do grupo das "gostosas" de Forks.
Isso é auto-explicativo.
- E a Molly disse: "Saia rosa combina com cabelo preso?" - ela relatou como se contasse a história mais emocionante do mundo.
- Com cabelo preso? - ele se fez de interessado.
Sei bem no que ele está interessado.
- É, foi o que eu disse... meio - deixei escapar um riso com a cara que ela fez e ambos me fuzilaram – O que você pode me servir que não tenha açúcar, proteínas ou carboidratos?
- Água – caçoei, sem nenhuma vontade de esconder minha ironia.
Ela pegou o cardápio, mas Edward o puxou de suas mãos.
- Eu quero dois sundaes de chocolate branco, duas camadas de calda de morango pra ela e uma cereja pra mim - ele falou como se tivesse ensaiado isso a manhã toda e mostrasse que estava no comando.
- Adoro quando faz isso - ela confidenciou, passando o dedo no rosto dele.
- Adoro fazer isso - ele sorriu torto.
- Adoro que você adore que eu adoro isso - ela revidou achando que estava falando a coisa mais filosófica do mundo.
Ergui as duas sobrancelhas e segurei o riso. Que idiotice.

"Como eu disse. Grupo de ‘gostosas’, auto-explicativo."
- Sem pressa pra trazer os sorvetes - afirmou aproximando a cadeira da garota.
- Certo.
- Você fica linda com essa blusa - ele murmurou enquanto eu recolhia os cardápios.
Pow, podia pelo menos esperar eu sair, NÉ?!
- Aposto que fica melhor sem ela - sim, mesmo me afastando o mais rápido possível, ainda consegui ouvir ISSO.
- Bells, você tá bem? - Morgan perguntou, e eu me fitei no espelho da parede ao lado.
Tava com uma expressão de quem viu a coisa mais nojenta do mundo, o que era uma meia verdade.
- Eu não entendo, essas meninas parecem tão confiantes e populares - afirmei fitando o casal e mudando completamente de assunto – Como não percebem que o Cullen está traindo elas?
- Ele só quer auto-gratificação, um galinha - ela revidou também fitando o casal – Ele sai com garotas diferentes que nunca vão se falar... - Morgan riu sem humor – E depois diz pra elas que o pai o proíbe de namorar, então terão de guardar segredo - parecia incrivelmente abalada com o que dizia.
- Como sabe tudo isso? – perguntei, olhando da mesa pra garota ao meu lado.
- Eu não sei... - ela choramingou – É um chute - e saiu correndo pra despensa.
Certo então.


Capítulo 2



Como eu disse, quero sair de casa o mais rápido possível. Não que morar com minha mãe no verão seja insuportável, e nem que passar o resto do ano em Forks com meu pai seja suicídio.
Mas, eu QUERO liberdade. Quero chegar em casa a hora que quiser (Até parece que vai acontecer algum dia), comer besteiras em frente a TV até virar o dia, ouvir música no maior volume e essas coisas básicas.
E mesmo que eu economize por um ano, eu realizarei todos esses desejos.
Então o que me resta a fazer, é passear pelas ruas de Portland e ver cada vitrine mais linda que a outra, mas SÓ ver. O que acaba sendo uma tortura psicológica se você quer saber.
Mas fazer o que?
Acabou se tornando um hábito e sempre no meu horário de almoço ou quando eu largo o trabalho mais cedo, eu pego a minha amada caminhonete e vou olhar vitrines.
Sabe como é, né?! Bom, você provavelmente não sabe... Mas pessoas sem amigos, se divertem sem amigos...
Não que eu esteja me divertindo... faço o que posso.
Olhei a vitrine principal da Velvet Raven e quase cai pra trás... Sem noção, eu preciso de uma bolsa assim.
Não que eu seja superficial e tals, mas... Cara, ta muito linda.
Rapidamente fiz um calculo mental, enquanto olhava o preço da perfeição em forma de bolsa.
Se eu comprasse, seria mais dois meses servindo mesas e lavando taças de sorvete.
É, eu posso muito bem sobreviver sem essa bolsa.
Ela nem é tão bonita assim.
A quem estou tentando enganar? Acho que a mim mesma.
- Bonita bolsa, não?! - ELE perguntou parando ao meu lado e olhando o objeto. Meu sonho de consumo.
A bolsa, não Edward Cullen.
- Engraçado você falar isso - resmunguei sendo o mais grossa possível sem saber o motivo – Pensei que a única coisa que você achasse bonito, tivesse peitos e usasse saia.
- Eu conheço você? Eu já tive "alguma coisa" com você? - ele perguntou, me fitando pela primeira vez e fazendo uma careta como se forçasse a mente a lembrar de mim.
Impossível.
- Não - respondi prontamente com um sorriso no rosto, um sorriso nada amigável se você quer saber.
Ele riu.
Idiota.

- Mas e então? - puxei assunto, não por que queria, mas o silêncio estava me incomodando – Presente para mãe?
- Namorada - ele resmungou e bufou enquanto olhava de todos os ângulos possíveis uma bolsa vermelha e horrorosa.
- Qual das três? A geniosa? Ou a vegetariana? Bom, pra você estar olhando essa bolsa, só pode ser a líder de torcida? Se bem que futilidade é o ponto em comum entre as três - resmunguei ácida, mas abaixei meu tom de voz.
Acho que tenho que parar de pensar alto sobre essas coisas quando estou perto dele. Fala sério, ele sempre me escuta.
- Como você sabe? - ele perguntou um pouco mais agressivo e eu me assustei – Espera... qual o seu nome?
O olhei assustada. Certo, é agora que ele puxa uma faca do casaco e me ameaça.
Bom, não tive tempo suficiente pra ter certeza se era isso que ele realmente ia fazer.
Corri o mais rápido possível pra longe de lá e quase derrubei uma senhora com uma pilha de livros.
Pedi mil perdões e caminhei apressada em direção a caminhonete.
Juro, não apareço em Portland nas próximas duas semanas.

# Escola #

Sentei em uma das mesas e rapidamente o grupo de meninas saíram andando de lá.
Eu, por acaso, sou alguma aberração? Tipo, um braço a mais ou algo do gênero?
Suspirei pesadamente e olhei a entrada da escola. Lá estava ele.
Edward Cullen e sua família, eles sim sabem fazer A entrada fenomenal.
Chamam a atenção de todos, mesmo que sem querer e isso acaba frustrando um pouco.
Sei lá, acho que não me sentiria a vontade se fosse o centro do universo, ou só da escola.
De onde eu estava sentada, tinha uma visão perfeita de todos lá embaixo e resolvi observar as jogadas do nosso amado aluno.
Edward cumprimentou discretamente a Lauren enquanto fingia comprar uma rifa das líderes de torcida. Depois se afastou e foi, muito cautelosamente, colocar seu nome no abaixo assinado de Victoria enquanto alisava sua mão. E por último, mas não menos insignificante, provou um doce na barraca da Ângela, com direito a ser servido na boca...
ECA... Eles me dão nojo.
Se Edward Cullen fosse um animal, eu diria que ele era uma serpente.
Sempre frio e calculista, pronto pra dar o bote e aproveitar de sua presa sem dó nem compaixão.
E como se não fosse suficiente, somos da mesma turma em 99,9% das matérias.
E o desgraçado ainda não consegue lembrar meu rosto. Eu mereço.
- Senhorita Swan, está sem par? - o professor de química perguntou, me fazendo levantar os olhos do meu caderno.
- Sim, mas não tem problema. Eu até prefiro assim - falei mais do que devia, isso já ta virando um costume.
Juro que, ao fundo, ouvi alguém falar: "Anti-social"
- Bom, receio que hoje não será possível. Pode sentar-se Senhor Cullen - ele falou apontando a cadeira ao meu lado para o garoto parado na porta.
Ótimo, agora nos somos da mesma turma em 100% das matérias.
Isso não é perfeito? Não, não é.
- Oi, eu sou Edward - ele se apresentou pela enésima vez, enquanto colocava o material em cima da mesa e se sentava ao meu lado.
- Não me diga - resmunguei sem olhá-lo. Com a visão periférica (que toda mulher tem) vi o sorriso em seu rosto desaparecer.
- Nós já tivemos alguma coisa? - ele perguntou com a sobrancelha erguida.
- Por favor, você acha que o fato de uma mulher não gostar de você, se deve ao fato de você a ter deixado? Fala sério - sim, estou estressada.
Talvez por essa ser a segunda vez que ele me faz essa pergunta, ou talvez por que ele se achar o tal e isso acaba me irritando... Ou talvez por ele nem sequer lembrar-se de mim.
Não que eu me importe.
- Hum.. Sim - ele falou arqueando as sobrancelhas de modo sexy.
- Desculpe te desapontar - falei com a voz marcada de sarcasmo.
- Você não o fez, pelo contrário. Qual o seu primeiro nome, Senhorita Swan? - eu até responderia numa boa se essa não fosse a qüinquagésima vez que ele me faz essa pergunta.
Resolvi ignorá-lo. Afundei minha cabeça no caderno e nem sequer olhei pra ele novamente durante toda a aula.
Mas nem mesmo Edward Cullen seria a única notícia do dia.


Capítulo 3



Bom, como eu disse, Edward Cullen não seria a única notícia do dia.
E, de fato, não foi.
Eu não estava com sorte hoje, e sabia que meu dia havia apenas começado.

# Aula de Educação Física #

- Exatamente. Como a senhora Paulcard foi afastada devido a problemas de saúde, hoje vamos juntar as turmas - a professora Meicap falou enquanto umas vinte e cinco garotas entravam na quadra e resmungavam.
Certo, resmungar é um pouco leve .
- Eu sei, eu sei. Todas nós nos odiamos.
- NÃO, nós odiamos você! - alguém gritou e outras abafaram o riso.
Eu odeio aula pratica.
Por que, se você não sabe, eu tenho aversão a esportes.
E com relação a bola...
Na verdade, parece que existe um imã na minha cabeça, pois a bola sempre me acerta.
E entenda que sempre, significa sempre mesmo.
- Ok, quero trabalhos em grupo de quatro pessoas na primeira semana de novembro. Entreviste o máximo de pessoas possíveis - ela afirmou grudando, sem nenhuma gentileza, um papel no mural.
- Ótimo - resmunguei mais alto do que pretendia.
- Vamos dividir as equipes, deste lado - ela apontou pra outra parte da quadra e correu os olhos pela lista de chamada.
Por favor, não me chame.
- Jéssica, Leah, Alice, e Rosalie - vi as irmãs Cullen cochicharem algo entre si.
Provavelmente alguma jogada ensaiada – Deste lado. Ângela, Victoria, Lauren e "nunca vi mais gorda" - adivinha quem era essa ultima .

- Bella - resmunguei mal humorada.

"Esporte é igual a tortura física, assim como compras é igual a tortura financeira e Edward Cullen é igual a tortura emocional."

- Oi, você é a Lauren, certo?! Eu sou a Bella - cumprimentei enquanto assumia minha posição na quadra.
- E daí? - ela me deu as costas.
Certo então. Não morro por isso .

Levante o bracinho quem quer dar um tiro em Lauren Mallory!


- Hey Angie, por que não foi na festa ontem? - uma ruiva que acabara de entrar na nossa equipe perguntou pra "sabe tudo".
Engraçado, "sabe tudo" exceto que está sendo traída. Chega a ser irônico.
- Bom, ninguém pode saber ainda, mas estou namorando... - ela colocou a mão na frente da boca e diminuiu o tom de voz.
Mas eu já sabia quem era.
Dãããããã.
Edward Cullen.
O cara que adora brincar com as mulheres.
E que a leva pra tomar sorvete lá na Sweet Candy assim como ele faz com as outras duas namoradas.
Falando nisso, acabei de perceber que TODAS as supostas namoradas dele estão na mesma equipe.
PARA TUDO... por que a Lauren ta olhando pra Ângela desse jeito homicida?
Wow, acho que ela ouviu.
A professora apitou, dando sinal pra que começássemos o jogo.
Coincidência ou não, a bola bateu na cabeça de Ângela.
- Desculpe, escapuliu - ela fingiu inocência, pra depois voltar a jogar a bola na cabeça da garota.
- Qual o seu problema? - Ângela perguntou andando em direção a líder de torcida.
- Ele é meu! - Lauren afirmou, pulando no pescoço da outra – Fique longe dele!
Aiin gente, fala sério.
Mas, por que não assistir?!
- Meninas, paz e amor. Não importa quem seja o cara, ele não vale tudo isso - Victoria entrou no meio das duas tentando separá-las.
- Não adianta, Edward Cullen é meu - Lauren grunhiu e Victoria jogou a bola que tinha nas mãos na barriga da morena.
Confesso, era uma cena realmente engraçada.
- O que deu em você? - ela perguntou.
- EU namoro Edward Cullen - a vegetariana falou, apontando para o próprio peito e abaixou-se rapidamente quando Lauren revidou a bolada.
Eu teria parabenizado ela pelo reflexo se não estivesse atrás.
Teria até achado engraçado se aquela bola não acertasse, em cheio, meu rosto.
Você deve imaginar o quanto sou branca, e por dedução, deve saber que estou ROXA, praticamente.
E foi então que tudo começou.
E quando digo tudo, quero dizer o Armageddon.
SÓ podia ser o fim do mundo.
- CHEGA! - a professora gritou, entrando no meio de todas.
E bastou que ela desse as costas e as doidas começaram a se bater de novo.
Bom, como eu já citei, tenho péssima noção de equilíbrio, e também de direção.
E acabei me enfiando no meio da porrada.
Detalhe: eu só apanhava .
Perdi a conta de quantas boladas recebi na cabeça e na barriga, e de quantas vezes fui derrubada.
Não somente eu, mas a Senhora Meicap também foi ao chão.
E foi quando ela caiu ao meu lado que eu puxei o cordão do apito de seu pescoço e soprei o máximo possível.
- AQUELE FILHO DA MÃE GALINHA ESTÁ CHIFRANDO TODAS VOCÊS E AINDA ASSIM VOCÊS FICAM SE ENGALFINHANDO COMO UM BANDO DE PIRANHAS PERDEDORAS???!! - gritei quando todas se calaram e me levantei a tempo.
- Olha a língua - a professora me repreendeu enquanto se erguia.
Sim, eu estava com raiva.
- Detenção, você, você, você e você! - ela apontou para MIM.
Pow, qual é?
Apanhei de graça e ainda tenho detenção?!
Eu mereço .

# Estacionamento #

"Estava caminhando em direção a minha caminhonete decidida, enquanto ligava para a Sweet Candy para avisar que faltaria o trabalho hoje."

Estou completamente indisposta.
Dei um passo largo demais, enquanto desviava de alguns alunos vegetais na minha frente, e escorreguei no asfalto.
Agora eu pergunto:
"Como alguém consegue escorregar no asfalto?"
E minha resposta é:
"Eu sou anormal, isso é fato."
Teria sido uma queda linda e dolorosa.
Sim, você leu TERIA.
Por que não foi.
Alguém me segurou pela cintura, impedindo que a coisa mais vergonhosa da minha vida acontecesse.
Não, não era Edward Cullen.
E se fosse, eu lhe daria um belo tapa na cara. Apanhei feito besta graças a vontade doentia que ele tem de ter mais de uma namorada.
Custa muito ser normal?
E nós temos nos esbarrado muito ultimamente.
Ou seja, problemas.
- Obrigada - falei me afastando do meu salvador e o olhando pela primeira vez.
Jacob Black.
Fiquei hipnotizada pelas iris negras por cerca de dois segundos até que ele falou e eu saí do transe.
- Disponha... mas, responda: como alguém consegue escorregar no asfalto? - ele riu.
Um riso contagiante se você quer saber.
Jacob Black era o oposto de Edward Cullen.
Pontos em comum: popularidade e beleza marcante.
Mas cada um é bonito do seu jeito.
Edward tem a pele branca, olhos dourados e cabelo loiro acobreado.
Jacob tem uma pele invejável, é um tipo de bronze natural que brilha e nem parece forçado. Olhos escuros, o que é bem raro por aqui, e cabelos negros e um pouco compridos, na altura das orelhas e incrivelmente bagunçados.
E claro. Edward e Jacob são rivais.
Por que vocês sabem... pra todo Harry Potter existe um Draco Malfoy. (Nota da Beta: Eu sou TEAM DRACO TOOOOOTAL D/G FOREVER )
O que não significa que um seja o malvado e o outro o bonzinho.
Apesar de Jacob não namorar três garotas ao mesmo tempo .
Não que eu saiba.
É, eu não sei de nada .
Talvez ele tenha três namoradas também .
- Eu me perguntava, exatamente, isso. Digamos que sou meio...
- Diferente? - ele completou, rindo novamente - Diferente é bom.
Ergui a sobrancelha.
O que ele quis dizer com isso?

Certo então.
- Bom, obrigada mais uma vez...
- Você é da minha turma de química, certo?! E... acho que da biologia também - ele analisou colocando a mão no queixo.
Sabe quando surge aquele estalo na sua cabeça?! Aquele que significa surpresa iminente?
Agora multiplica por cem. Sim, esse foi meu estalo.
- Sim, sou a Bella - sorri de orelha á orelha.
Alguém se lembra de mim.
- Oi Bella, eu sou...
- Jacob Black, eu sei - o interrompi e ele ergueu a sobrancelha sorrindo – É que... bom, eu já... já presenciei brigas entre você e Edward Cullen suficientes pra lembrar seus nomes.
- Cullen... certo. Nós não somos bem... amigos. Mas vocês parecem se dar bem, digo, são parceiros na aula de química...
- Não é uma coisa que eu possa escolher - murmurei cansada, mais pra mim mesma do que pra ele.
- Amanhã mudaremos isso - ele afirmou e foi embora antes mesmo que eu pudesse armazenar a informação.

# Dia Seguinte #

- Eu estava pensando... - Edward começou depois que eu ignorei o seu "bom dia" - Como alguém consegue escorregar no asfalto?

- Você também viu - não, não era uma pergunta.
- É, eu vi, e mais da metade da escola também - ele riu e ergueu os olhos enquanto o professor entrava na sala.
Idiota!
Resmunguei algo inaudível e indecifrável até mesmo pra mim.
- Em dupla, misturem esses ácido com as bases correspondentes e relatem a reação - o professor ordenou enquanto escrevia algo no quadro.
- Vamos começar, parceira - Edward falou com um sorriso no rosto.
- Bella?
- Hum, oi Jacob - cumprimentei quando ele parou ao meu lado.
- Hum... bom, eu estava fazendo dupla com o Quill, mas ele se queimou feio com um experimento. Quer ser minha parceira? – ele perguntou com um sorriso lindo e debochado.
- Primeiro me conte exatamente como ele se queimou - brinquei e ouvi Edward pigarrear.
Jacob e eu o ignoramos.
- Está aberto a interpretações. Quill vai dizer que a culpa foi minha, mas eu avisei: "Cara, você tá pegando fogo, corre pra se salvar" - ele fez uma careta tão engraçada que eu não pude não rir.
- Foi um aviso bem claro...
- Odeio interromper a conversa, Jacob, mas ela precisa fazer o trabalho - Edward me interrompeu, puxando meu braço em direção a bancada.
- Eu sei, por isso estou aqui. Bella, quer ser minha parceira? - ele olhou do garoto para mim com um sorriso doce.
- O que? Não seja ridículo. Não vê que Bella está fazendo dupla comigo? - Edward aumentou o tom de voz.
Bella? Ele me chamou de Bella?
Desde quando ele sabe meu nome?
- Por que não deixamos que ela escolha? - Jacob sugeriu e logo depois ambos me fitavam ansiosamente.
Certo, agora eu gelei.
Eu não podia simplesmente escolher.
Primeiro: era impossível.
Segundo: eu não queria fazer dupla com nenhum dos dois.
Foi então que me surgiu uma idéia.
Reuni toda minha coragem, estufei o peito e disse:
- Professor, preciso ir a enfermaria.


Capítulo 4



Sim, eu estava de castigo... e sabe por quê?
Por que eu apanhei feio de uma tapada na aula de Educação Física de ontem.
E não tenho certeza, mas acho que ano passado inventaram uma lei dizendo que pessoas deslocadas não têm direito a vida.
É, acho que inventaram essa lei sim, ou eu apenas sonhei.
O que é bem mais provável.
Entrei na biblioteca e me sentei em uma mesa mais afastada.
Agora me responda, por que se chama detenção?
A única coisa que fazemos é estudar sob a supervisão de alguém. Se for assim eu vivo em detenção.
E adivinha quem é meu supervisor?

Charlie

Por falar nele, preciso levar a TV pro conserto e grudar uma placa na porta da cozinha, do tipo:

PROIBIDA A ENTRADA DE PESSOAL NÃO AUTORIZADO!
Ou algo como...
AFASTE-SE, PERIGO CONTRA A NAÇÃO!

Por ai você consegue imaginar o tamanho da última tentativa frustrada que ele teve com a culinária.
Foi bem apavorante se você quer saber.
Me senti em ‘Guerra nas Estrelas’.
Ou em ‘As Crônicas de Nárnia’, quando você olha pra um boi achando que ele seria seu almoço e do anda o animal começa a ter um diálogo com o resto de sua sanidade.
Talvez eu esteja exagerando, a carne no meu prato não tentou conversar comigo, mas eu JURO que ouvi "alguma coisa" mugir.
Mas isso é passado. Aconteceu o quê... na última quinta-feira?
É, acho que foi isso.
Bom, como eu dizia...
Havia alguns alunos na biblioteca, e isso faz você pensar.

Quem iria cedo para uma detenção?
Alguém que não tem vida social.

É claro, porque eu odiaria perder um minuto sequer de castigo .
Mas, talvez eu não tenha chegado tão cedo assim. Cerca de dez minutos depois as três Senhoras Cullen entraram se estranhando.
O tal supervisor veio logo atrás.
Não dei atenção, já havia começado a estudar mesmo.
Depois fui perceber que Victoria estava sentada de costas pra mim e que a Lauren estava na mesma mesa, só que do outro lado.
Ângela estava em uma mesa ao nosso lado.

- Certo, a detenção começou. Volto já... e sem conversas - o supervisor falou saindo da biblioteca.

Eu preciso dizer que ninguém deu a mínima pra ele?
Acho que não.

- Certo, falei com o Edward - Lauren puxou assunto, chamando atenção das outras – Foi demais, ele lamentou por vocês. Ele disse que vocês tinham inveja por que tínhamos algo especial. Que não precisa ser rotulado, por que é...
- Nosso laço não-verbal e adoro como é segura? - Victoria completou, erguendo a sobrancelha.

Wow, parece que a ficha vai cair de uma vez.

- E sua dúvida me magoa. Por que você é... - Ângela arregalou os olhos e empalideceu um pouco.
- A ÚNICA GAROTA PRA MIM? - elas três falaram em uníssono.

Por um momento me veio a cabeça a idéia de dizer que já sabia de tudo. E que era nojento e divertido o jeito que ele manipulava elas como bem entendesse.
Mas ai veio um flash rápido e doloroso da última aula de educação física e preferi calar minha boca, e meus pensamentos.
Voltei minha atenção ao dever.

- Droga. Ele disse o mesmo pra todas nós - dãããããã... jura espertinha? Sim, essa foi a Lauren.
- Ele se desculpa e aí dorme conosco... - Victoria, a vagaba.

Sem ofensas.

- Vocês dormiram juntos? - Ângela a cortou com uma cara de assustada.
- Edward e eu temos algo especial - ela falou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

Bem, nem é tão anormal assim.

- O que? Sua intimidade? - ela rebateu vermelha. Não sei se de raiva ou vergonha.
- Somos vegetarianos e contra violência - Victoria afirmou rabiscando o caderno.
- Hippie vadia - Lauren "tossiu" sem nenhuma discrição.
- Pode crer Lauren. Todo mundo sabe que as líderes de torcida vão com tudo.
- Você também dormiu com ele?
- Eu e Edward fomos feitos um para o outro.
- Me desculpe. Está falando sério?
- Como se ele as levasse a sério.
- Não me compare com ela.

Certo, admito que já parei de tentar identificar quem está falando o que.
Por que nesse momento eu não conseguia ouvir nem meus pensamentos.

- Caladas! - falei sem pensar e me arrependi em seguida.
- Como é?
- Desculpem - pedi rapidamente mirando o caderno.

Qual é? Eu tô em desvantagem.

- Tem a algo a dizer?
- Não é da minha conta.
- O que?

Bom, se elas querem ouvir... quem sou eu pra privá-las desse infortúnio?!
Até me senti a vontade pra falar aquilo. Afinal, eu fiquei com o gostinho amargo da vitória, contando pra as "namoradas" de Edward que tipo de cara ele é.

- Ok, deixe-me adivinhar. Ele sempre chama vocês de "gatinha" e "amorzinho"? Não, não é afeição, desse jeito ele não confunde seus nomes - soltei de uma vez – E aquela história de um laço não-verbal ou algo especial, mas nunca namoro. E o esquema todo foi culpa sua, então você se sente culpada.
- Ah meu deus, você também sai com Edward - claro, essa besteira só poderia ter saído da boca da Lauren.

Nem em meus piores pesadelos.

- Não, eu conheci um cara como ele.

Os trocentos namorados da minha mãe.
Até que serviu pra alguma coisa.

- Você está certa, ele sempre me faz sentir culpada - Ângela confirmou.

Bom, estou na chuva. Por que não me molhar??

- Se um cara trata você assim...
- Você terminaria com ele. Blá blá blá - Lauren me interrompeu gesticulando com as mãos.
- Edward arrumaria outra namorada - Victoria afirmou mirando o chão.

Cara, essas garotas não tem amor próprio?
Hello, ele já ta traindo vocês... ainda não perceberam isso?

- Eu não disse "terminar", eu me vingaria - eu sei. Radical ao extremo.

Mas seria exatamente isso que eu faria se me encontrasse em uma situação do gênero.
Por que, se ainda não contei, eu sou muito rancorosa e vingativa.
Não que eu me orgulhe de ser assim, apenas me conformo.

- Quem é você? - Ângela perguntou com uma sobrancelha erguida.
- Já sei. É a garota que ficou doidona e foi pra reabilitação - Victoria chutou.
- Não, eu...
- Depois se afastou por bulimia.
- Não.
- Acampamento pra gordos?

O que essa garota tem na cabeça??

- Não, meu nome é... - agora diz se eu sou sortuda.
- Sem conversa - o supervisor falou entrando na sala com alguns papéis.
- Meu nome é...
- Sem conversa - me interrompeu novamente.

Deixa quieto .

# Sweet Candy #

- Bem vindo a Sweet Candy. Em que posso ajudá-lo? - falei com um sorriso falso no rosto sem nem ao menos levantar os olhos do meu caderninho de pedidos.

Por que eu não notei logo?
Aloôu, mesa 7, ou seja, Edward Cullen.

- Srta. Swan, não sabia que trabalhava aqui - ele falou com um sorriso casual.

Meu rosto morreu.
Nem falsidade suporta tamanha cara de pau.

- É, eu trabalho aqui! Em quê posso ajudá-lo? - voltei a falar bufando impaciente.
- Deve ser a pouco tempo. Nunca te vi por aqui - ele falou ignorando meu comentário e eu o fuzilei.

NUNCA ME VIU POR AQUI? TA TIRANDO COM A MINHA CARA?!

- Bom... eu, eu quis dizer que... há! - ele com certeza notou meu olhar mortal, gaguejou enquanto tentava se explicar – Espera, você já me viu aqui, certo?! Acompanhado?

Agora a ficha dele também caiu.

- Acompanhado? O que quer dizer? Pode ser um pouco mais específico, por favor? - sarcasmo tocando na lua.
- Por uma garota.
- Bom, disso eu já sabia. Ou você costuma ir a sorveterias românticas com seus amigos e escolher sempre a mesa mais afastada pra ter privacidade?
- Nós já...
- Se perguntar mais uma vez se nós já tivemos alguma coisa, juro Edward Cullen, amanhã Lauren, Victoria e Ângela vão cavar sua cova.
- Ok, esquece isso, está bem claro pra mim - ele ergueu as mãos na altura da cabeça pra mostrar que estava desarmado.

Idiota!

- O que vai querer? - resmunguei sem nenhuma educação, voltando a olhar pro meu caderninho.
- Você sempre me viu aqui, por que nunca contou pra nenhuma delas? - ele me ignorou pela segunda vez.

Ta ficando chato esse negócio de "Vamos falar de mim, por que você não é ninguém".

- Não é da minha conta. Olha, é realmente prazeroso conversar com você, mas eu estou trabalhando. Será que poderia, por favor, fazer seu pedido? - sim, eu queria fugir dali, mas também tinha muito serviço pra fazer.
- Ainda não me decidi... espera, disse que é prazeroso conversar comigo? - ele ergueu uma sobrancelha e, confesso, ficou TÃO sexy.
- Sabe o significado da palavra ironia?
- Sei, e tenho certeza de que você não usou nesse momento - sorriu de canto.
- Aproveita que ta sonhando e pede um pônei - resmunguei.

Ele riu.
Por um momento me veio a cabeça contar tudo. Contar que as namoradas do Cullen já sabiam que eram três.
E que, com certeza, ele morreria logo.
Mas eu pensei melhor. Por que estragar a festa logo agora nessa altura do campeonato?
E algo me dizia que algo muito divertido e interessante aconteceria em breve.


Capítulo 5



# Casa de Charlie #

Estava deitada (leia-se jogada) na minha cama, prestes a ter o sono mais demorado e pesado que poderia imaginar, quando Charlie bateu na porta do meu quarto.

- Preciso de ajuda - ele falou ofegante, olhando para o relógio.
- Que foi? - perguntei saltando da cama.
- ...cozinha... - foi a única coisa que o ouvi dizer, segundos depois já pulava degrau por degrau pra chegar ao dito lugar.

Definição em uma palavra:
Fumaça
Mas era tipo, BASTANTE fumaça.
E isso me faz lembrar que eu tenho que comprar aquele tal aviso.
Sabe, aquele lá... NÃO SE ATREVA A ENTRAR SEU SER ENERGUMENO, ou algo mais leve.

- PAI! - gritei cruzando os braços e me virando para a porta do cômodo.

Ele apareceu e sorriu amarelo.

- Você chegou cansada e eu não quis te incomodar - Charlie se justificou, erguendo os braços na altura da cabeça como Edward havia feito.

Bufei impaciente e abri a janela ao meu lado.
A suposta "neblina" foi se desfazendo e eu comecei a arrumar os estragos.

- Bella, será que poderia fazer alguma coisa pra jantar? Vou receber visitas e disse que faria meu peixe assado especial, mas...
- Aqui esta seu peixe assado especial - falei carrancuda jogando o "falecido" na lixeira – Não se preocupe, eu faço a janta.

Ele sorriu levemente.

- Jantar pra quatro pessoas – ele falou indo pra sala.

Pensei seriamente no que fazer pra jantar, mas com certeza não seria peixe.
Optei por fritar os bifes da geladeira.
Fácil, rápido e prático.
Cortei as verduras em rodelas, coloquei na frigideira que estava no fogo e comecei a sentir o aroma gostoso da comida de "verdade".

- PAI! - gritei – Atende a porta!

A única coisa que vi foi um vulto enorme correndo em direção a entrada.

- Billy! - ele falou parecendo saudar alguém e depois ouvi gargalhadas – E você, como cresceu rápido rapaz!

Gelei!

Rapaz?
Problemas.
Por que eu não estou "apresentável" pra receber alguém pra jantar, ainda mais um rapaz.
Acho que não contei, mas como eu estava QUASE dormindo, eu vestia uma camiseta preta e um short largo e curto de cor branca.
E como eu fiquei arrumando a cozinha, não deu tempo pra trocar de roupa.

- Bella, lembra-se de Billy? Foi dele que compramos sua caminhonete - Charlie falou entrando na cozinha empurrando um homem em uma cadeira de rodas.
- Oi - acenei levemente com a cabeça mostrando as mãos sujas.
- Deve se lembrar do filho dele, estudam na mesma escola - ele falou puxando o tal rapaz pelo braço.

Serio pai?! Não me diga. Será por que só tem uma escola em Forks?

Gelei mais ainda.

- Oi Bells - ele sorriu, caminhou até ficar de frente pra mim e me deu um beijo na bochecha.

Corei até o último fio de cabelo.

- Oi Jacob - murmurei num filete de voz me afastando o máximo possível.
- "Bella Canela" ficou vermelha - Charlie falou entre ataques de riso.

Você deve estar se perguntando:
Bella Canela?
Sim, esse foi o apelido tosco que ele me deu quando eu era pequena. Primeiro por que combina e dá eco, segundo por que eu ADORAVA canela e terceiro por que, segundo ele, canela e a cor dos meus olhos.

- Bella canela? - Jacob perguntou erguendo a sobrancelha – E eu não sabia que ficava tão a vontade em casa - murmurou me olhando dos pés a cabeça.

Senti meu rosto ficar mais quente e ele riu.

- Pai, me ajuda a por a mesa - pedi me aproximando de Charlie – Você está morto pai, pode crer que está - murmurei enquanto passava por ele e lançava meu melhor olhar homicida.
- Jacob, por que não ajuda a Bella? Eu e Billy vamos pra sala - EU VOU MATAR O CHARLIE.

E acho que ele percebeu isso por que empurrou a cadeira de Billy o mais rápido possível em direção a sala.

- Ok - Jacob respondeu e começou a arrumar.

De verdade, tipo, ele ficou mexendo nos armários até encontrar as coisas.
E encontrou .
E eu fiquei tão besta, tão aérea com aquela cena toda, que nem notei que ele havia acabado e olhava pra mim.

- Tira uma foto, dura mais tempo - ele brincou, rindo daquele jeito contagiante.
- Jacob, eu não...
- Me chame de Jake - ele pediu.
- Certo, Jake... por favor, não precisa me ajudar. Não tem problema eu arrumar tudo sozinha – pedi quase implorando e ele ergueu a sobrancelha de novo.

Sério, acho que tá na moda esse negócio de levantar a sobrancelha, por que TODO MUNDO não para de fazer isso?
Mas sinceramente, os únicos que ficam com um ar sexy são Edward e Jacob.
Só que nem em morte eu admitiria isso em voz alta.

- Vou chamá-los - ele falou com um brilho maroto nos olhos.

O que será que está planejando?

Que saco! Odeio boiar na conversa.
O que posso dizer sobre aquele jantar?
Bom, foi bem... traumatizante.
Você concordaria comigo se estivesse no meu lugar.
E concordaria mesmo que não estivesse.
Por que depois de cinco minutos de jantar, Charlie ouviu a TV anunciar o início do jogo de basquete e ele se mandou pra sala, arrastando Billy junto.

O que significa que eu fiquei sozinha com Jacob ou Jake, como ele insiste que eu o chame.

- Jacob é um nome bonito - retruquei pela enésima vez.
- Isabella também.


Golpe baixo.

- Certo Jake! Se você insiste - me rendi.

Você não sabe o quanto ele pode ser chato.
Ficamos nessa conversa a noite toda. Eu me recusava a trocar de assunto.
Jacob tem tendência a me deixar sem graça e eu evitava isso o máximo possível.

# Escola #

Quando entrei na aula de biologia a professora ainda não estava.
Mas havia uma quantidade extremamente grande de alunos.
O que assusta um pouco se você quer saber.

- O que faz aqui? - perguntei ao meu "parceiro", enquanto me sentava e colocava os livros na mesa.
- Pedi para o Newton trocar de lugar comigo - Edward respondeu com um sorriso inocente.

Bufei.

- Isso eu já percebi. Só não entendo por que.
- Tenho meus motivos e...
- Bells - Jacob me cumprimentou, parando ao meu lado e me dando um beijo na bochecha.

Tive um deja vú da aula de química.
E ele terminava em uma briga entre Jacob e Edward, e minha tentativa frustrada de fugir de ambos.

- Oi Jaco... - parei com o olhar que ele me lançou – Jake... oi Jake.

Ele sorriu abertamente.

- Bom dia, Edward - ele falou com deboche.
- Dia, Jacob - ele respondeu mal humorado.
- Bells, depois nos vemos - Jake falou com aquele mesmo brilho maroto nos olhos da noite anterior – Ah, e o jantar ontem na sua casa estava uma delicia, você cozinha muito bem.

E saiu.
Dei de ombros e percebi os olhos arregalados de Edward.
HEY, eu cozinho bem sim, não precisa se assustar por isso.
Imbecil.


- Trocam beijos, atendem por apelido, jantam juntos... - Edward concluiu fitando o ...nada?! – Estão juntos?

Espera!
Isso não é da sua conta.
Além de ser uma completa mentira.

- Não - respondi com uma cara de "Você é idiota?".
- Hum... ótimo. Jacob não é bom pra você. Ele é galinha demais.


Hah! Pode crer.

- Que irônico. Você não seria a pessoa mais aconselhável pra falar isso - falei grosseira defendendo Jake.

Ele me olhou torto.

- Então o defenda, mas não diga que não avisei - ele falou juntando o material e saindo da sala enquanto a professora entrava.

Ela olhou pra ele por um minuto, deu de ombros e continuou seu caminho.
Isso que é ter moral.
Não vi Edward durante o resto das aulas que nos fazemos juntos.
E olha que são muitas matérias.
Certo, são todas as aulas .
Como se eu me importasse.

# Sweet Candy #

Ainda estava com muita raiva de Edward quando fui trabalhar.
Qualé?
Garoto sem noção.

- Bella, tem umas amigas suas no balcão.
- Certo...

ESPERA!

EU NÃO TENHO AMIGAS.

Corri da dispensa e dei de cara com Ângela, Lauren e Victoria, e pior, JUNTAS.

- Bella Swan, certo?! - Ângela perguntou sorrindo.
- Certo - falei e as guiei para a mesa mais afastada das outras.

Sentamos.
Por isso a mesa precisa ser afastada.
Se meu chefe me visse enrolando seria "adeus apartamento".
Ou seja, "adeus liberdade".
E isso eu ao posso aceitar, de jeito nenhum.

- Bom, você nos mostrou a verdade. E queremos que se junte a nós - Ângela falou.
- Eu o que?
- Isso mesmo. Eu sou contra a matança de animais, mas pra Edward Cullen eu abro uma exceção - Victoria afirmou mexendo os braços freneticamente.
- Matança?

E, só pra variar, eu boiei geral .

- Bella, nós vamos nos vingar de Edward e você vai ajudar - ela afirmou.
- Vou? Todas vocês? Juntas? - ahhh, vamos lá. Você há de concorda que é anormal.
- Bella - Lauren chamou minha atenção e confesso que ela estava extremamente séria, o que é bem estranho – Você mostrou que nós temos algo em comum.
- Vocês tem?
- Sim, todas queremos matar Edward Cullen e de quebra, ganhar alguma diversão - ela disse voltando a expressão de deboche – Vai nos ajudar?

Percebi que as três me olhavam ansiosas e não consegui me conter.

- Certo então.

Em seguida elas estavam em cima de mim, rindo e me abraçando, e eu estava no chão, completamente sem ar.


Capítulo 6



# Esconderijo #

Ângela havia providenciado o "esconderijo perfeito" que de perfeito não tem nada, mas dá pro gasto.
Poucas pessoas conhecem e as que têm esse conhecimento, são confiáveis.
"Angie" havia nos mostrado uma sala secreta passando pela biblioteca e a sala do grupo de estudos.
Era um tipo de "sala depósito", com pilhas de documentos e vários outros papéis espalhados e separados em caixas de papelão.
E computadores.
MUITOS computadores.
De todo tipo também.
Era lá que eu estava nesse momento.
- Meninas, sentem-se - Angie falou ligando o retroprojetor e mostrando a imagem de Edward sem camisa no painel - Vic, pode desligar a luz?... É o controle, escrito "luz".
É, talvez burrice seja um vírus e Victoria e Lauren estão na UTI.
Ou talvez em estado terminal.
As luzes foram apagadas e isso fez com que a imagem de Edward ficasse mais visível.
E bem, não sei o que dizer.
Mas ele É gostoso, isso é fato.
Só de olhar para o sorriso torto, você é hipnotizada.
É aconselhável que feche os olhos, mas acaba sendo inevitável.
Eu TIVE que continuar olhando.
O peitoral perfeito, músculo e abdômen alinhados e...
Fim da imagem .
- Vamos lá meninas. O que Edward tem que nos chamou atenção? A popularidade? Ou seria algo físico? O cabelo? O sorriso? - Ângela perguntou admirando o slide mais que o necessário.
- É tudo - Vic falou também, babando pela foto – Os olhos, a pele alva, o jeito como os músculos se contraem quando ele abraça e...
- É, NÓS sabemos - Lauren falou carrancuda cruzando os braços.
Uhhhhhhh, clima tá ficando pesado.
- Meninas, parem com isso. Briguem com o Edward - Ângela sugeriu enquanto eu começava com meu coro de "BRIGA, BRIGA, BRIGA, BRIGA".
As três me fitaram.
- O quê? - fiz cara de inocente.
Resultado dessa palhaçada toda:
Bom, perdi tempo, paciência e um teste surpresa de história no primeiro tempo.
Que maravilha.

# Refeitório #

- Oi, você é Bella, certo?! - NO WAY.
Nem a pau.
Isso é impossível.
Sacas?
I-M-P-O-S-S-Í-V-E-L
- Sim, você é Alice, não?! Irmã de Edward! – perguntei, mesmo sabendo a resposta.
- Isso. Quer se sentar conosco? - ela perguntou com um sorriso sincero e doce, apontando a mesa com o restante de sua família.
Jasper estava, como sempre, com uma expressão indecifrável. Emmett tinha um sorriso confortante e os ombros relaxados. Rosalie fazia cara feia e cruzava os braços. E Edward, bem mais pálido que o normal, fitava o chão.
- Hum, talvez não seja uma boa idéia...
- Não seja boba - ela me interrompeu, puxando meu braço em direção a fila.
- Não, de verdade, obrigada, mas... - parei no meio da frase.
Ahhhhhhhhh.
Não é justo.
Ela tá fazendo a carinha do gato de botas do Shrek.
NINGUÉM resiste a essa cara.
Olhos brilhantes, dedos entrelaçados, expressão esperançosa...
ISSO É APELO EMOCIONAL.
E é irresistível.
(N/A: eu faço essa carinha: ^^)
- Tudo bem - falei pegando apenas um refrigerante.
Ela me puxou rapidamente, e com delicadeza, em direção a mesa.
E bastou que eu chegasse para Edward se levantar e ir embora.
É, ótima idéia :T.
- Não ligue pra ele Bella. Está com raiva da gente e não de você - Emmett explicou com aquele mesmo sorriso e eu assenti apesar de não entender nada.
Percebi que Rosalie lançava um olhar amargo em direção a mesa de Jacob e ele revidava.
Segurei o refrigerante nas mãos como se minha vida dependesse disso e ela me fitou.
- O que ele viu em você? - ela perguntou com um olhar esnobe.
Imaginei que ela estivesse se referindo a Jacob, por que ela COM CERTEZA não estaria falando de Edward.
Estaria?
- Provavelmente, o que não viu em você - sim, sou respondona.
Emmett gargalhou, mas tipo, gargalhou mesmo e recebeu uma cotovelada no estômago por parte da loira que me olhava feio.
OKAY.
- Não dê atenção a Rose - Alice aconselhou agarrando o braço de Jasper.
Aiin. Eles formam um casal tããããooo bonitinho .
Mas é melhor guardar esse comentário.
- A Rose se acha muito mais inteligente... não, melhor,.. a Rose se acha A mais inteligente - Emmett alfinetou, a abraçando pelos ombros e apertando seu rosto no pescoço dela.
- Eu sou - ela afirmou.
Não fui com a cara dela.
Por que ela tem que ser a melhor?
Só por que é a mais rica, bonita e antenada?
Certo, isso é suficiente :T.
Mas a Alice também é assim. Digo, linda, rica e antenada, e nem por isso é esnobe.
- Qual é a velocidade da luz? - Jasper se pronunciou pela primeira vez, entrando na brincadeira e rindo de leve.
Mas tipo, bem leve mesmo.
- 1079252848,8 Km/h.
E não é que ela respondeu mesmo.
Mas bem, isso não prova que ela é a mais inteligente. Só quer dizer que ela é atenta.
- E qual a velocidade do escuro? - Emmett brincou arrancando risos de todos e uma revirada de olhos da loira.
Com exceção de Rosalie, Edward tem uma família bem agradável.
E isso me faz pensar.
Por que ele é assim?

# Sweet Candy #

Meu trabalho acabara se tornando prioridade número um.
- Bella, tem certeza que ele vem hoje? - Lauren perguntou me cutucando exageradamente.
- Sim, nas terças ele traz você, quintas é a Vic e sextas a Ângela. Toda quarta ele vem sozinho.
As três me olharam assustadas.
- Por que não nos contou?
- Alguém me deu chance?
E antes que começássemos mais uma briga, Edward entrou na sorveteria e sentou na sua eventual mesa 7.
- Por que só você o atende? - Vic perguntou rancorosa com um tom de voz enciumado.
Ah meu deus! Ela ainda gosta dele.
Fala sério.
E quanto ao amor próprio?
- Não sei se você percebeu. Mas todos os meninos o odeiam e o invejam, e as meninas choram por que já saíram com ele e acabou - falei levemente irritada e incrédula.
- Que seja. Bella sabe o que fazer - Angie falou mudando de assunto.
- Ainda estou em dúvida se é uma boa idéia.
Não era difícil realizar o plano. Eu só tinha medo das conseqüências.
Vic havia falado que Edward era alérgico a amêndoas.
E a idéia delas era que eu servisse um sorvete com esse ingrediente.
Mas eu estava com muito medo mesmo.
Não sabia o quão forte era.
E eu já li casos de alergia que acabaram em morte. Não quero ir pra cadeia por homicídio culposo.
- Não se preocupe Bella. Não é uma alergia forte - Vic me garantiu empurrando a taça de sorvete já pronta – Eu já vi. Ele só fica vermelho e com o rosto inchado.
- Tem certeza?
- Sim.
OKAY.
Assenti pegando a taça e respirando fundo.
- E sorria. Seja gentil com ele - Lauren aconselhou.
HEY, eu sou muito gentil, tá?!
Concordei e fui atendê-lo.
- Olá - cumprimentei sorrindo e colocando a taça na frente dele – Cortesia da casa.
Ele sorriu.
- Bom, obrigado. Qual o sabor? - ergueu a sobrancelha olhando para a cor do sorvete.
MEU DEUS! ELE DESCONFIA...
- Caramelo - falei associando a cor a um sabor qualquer.
Ele saberia que não era caramelo quando provasse, mas fazer o quê?
- Certo - ele sorriu novamente e começou a comer.
Um minuto depois...

CARAMBA, ELE TA FICANDO BEM VERMELHO.

# Hospital #

Sim, estou no hospital.
Acho que não sou tão sangue frio quanto achei que fosse.
Quando vi Edward anormalmente vermelho e sem ar entrei em desespero. E quando ele começou a ficar inchado,... melhor não comentar.
Sem nem avisar meu chefe, peguei minha caminhonete e o levei ao hospital.
Minha consciência é maior que minha crueldade.
Afinal, por que eu estou fazendo isso?
Todo mundo sabe que Edward é galinha e mesmo assim as garotas fazem fila pra sair com ele.
O que significa que elas gostam de ser enganadas.
Nesse momento eu estava no quarto com Edward e ele dormia.
O rosto já estava consideravelmente melhor. Só as bochechas que estavam levemente avermelhadas e faziam contraste com o rosto de pele branca.
Uma graça .

Não acredito que pensei isso.
Apesar de ser verdade.
- Oi - ele falou rouco sorrindo para mim de maneira doce.
Como ele pode sorrir? Eu quase o matei.
Me aproximei da cama dele. Tremi de leve e me senti no colchão.
- Como está se sentindo? - perguntei olhando a aparelhagem sem entender nada.
- Doente - ele riu e eu o acompanhei.
Com muito esforço, Edward se sentou com as costas na cabeceira da cama.
- Sua família esteve aqui. Carlisle volta depois pra te examinar de novo – avisei, me sentindo pouco a vontade com o silêncio.
Ele estava inquieto.
O que será que tinha?
- Bella, pode ajeitar meu travesseiro? - óbvio, por que não pensei nisso?!
- Claro.
Inclinei-me em direção ao corpo dele passando os braços ao redor como se fosse abraçá-lo.
Senti a respiração de Edward no meu pescoço e percebi que também estava ofegante.
Ia me afastar aos poucos, mas senti uma das mãos dele segurar meu pulso firmemente.
E foi nesse momento que nossos olhares se encontraram.
Nenhum de nós teve coragem ou força pra desviar.
Estávamos cada vez mais próximos, cada vez menos lúcidos.
Quando o vi fechar os olhos eu também o fiz. Inclinei-me em direção a ele e senti que ele fazia o mesmo.
Meu celular tocou .
E eu, feito uma louca, dei um pulo tão grande que fui parar do outro lado do quarto.
- Alô? - perguntei de costas pra Edward.
Número desconhecido .
- Bella? É a Vic, peraí... já, Bella tá no viva-voz - ela informou e eu pude ouvir as outras – Responda sim ou não, okay?!
- Sim.
- Onde você está? - Lauren perguntou.
- Isso não é pergunta "sim ou não" sua idiota - ouvi Ângela dizer ao fundo.
- Bella, está no hospital? - Vic pareceu cessar a briga.
- Sim.
- Por quê?
- Lauren, é só SIM ou NÃO, okay? - Angie falou e ouvi Vic bufar.
- Está sozinha? - Vic me perguntou.
- Não.
- É Edward que está com você? - perguntou com aquele mesmo tom enciumado e percebi que as outras duas estavam em silêncio.
- Sim.
- Bella, hora do segundo plano. Vamos pra sua casa hoje a noite - Angie falou – E finja que esta falando com uma pessoa só.
- Hoje a noite? - perguntei/gritei sem pensar e senti os olhos de Edward nas minhas costas.
- Sim, hoje. O assunto é sério. Invente algo aceitando, agora.
- Certo, pode ir. Charlie não vai estar em casa - falei imaginando por que, entre tantas desculpas, eu escolhi essa.
- Mandou bem, Bella - Lauren parabenizou – Agora ria.
- Como?
- Ria de leve. Como se estivesse escutando uma coisa engraçada e fofa.
Ri forçadamente.
- Suspire - Vic falou – Lembre da foto no slide. Edward e aquele conjunto anormal e gostoso que ele chama de corpo.
E, involuntariamente, eu suspirei.
Não só eu, mas as três do outro lado da linha também.
- Tenho que desligar. Te vejo a noite - e antes que elas retrucassem eu desliguei.
Respirei fundo e me virei caminhando em direção a Edward.
Minhas mãos suavam sem motivo.
- Era seu namorado? - ele perguntou quando eu parei ao seu lado.
Que clichê!
Essa pergunta é básica pra descobrir se a pessoa tem ou não namorado.
Isso é tão "anos 90".
- Sim, era - falei sem pensar e eu só podia ter perdido a noção quando completei – Jacob.

O que eu fiz?
u.u
Tô ferrada.
- Imaginei que fosse ele - ele falou revirando os olhos – Vocês... hum... bom, vocês combinam.
- Você acha? - perguntei incrédula.
Nós realmente combinamos?

- É, eu acho - ele falou se afundando nos travesseiros – Queria ter a sorte de Jacob. Encontrar a garota certa e tals.
- Mas enquanto ela não aparece, você se diverte com as erradas - brinquei rindo, mas ele continuou sério fitando o chão – e pense por outro lado. Ela vai aparecer logo já que você procura de três em três.
Ele bufou alto.
- Você me repudia por isso, não?!
- O que quis dizer foi que...
- Atrapalho? - Carlisle perguntou entrando no quarto. Olhou Edward e depois pra mim – Acho que sim.
- Não - falei pegando meu casaco em uma cadeira ao lado – Eu já estava de saída. Melhoras - desejei a Edward sorrindo fraco e saindo de lá.

# Casa #

- VOCÊ FEZ O QUE? - Vic perguntou de novo caindo na gargalhada.
- Já disse, inventei que estava namorando com Jacob.
Ela riu ainda mais.
Estávamos trancadas no meu quarto.
Elas haviam comprado toneladas de chocolates e doces.
O assunto era sério mesmo.
- Bella, Edward terminou comigo - Ângela falou constrangida.
- Conosco também - Lauren apontou pra si e pra loira ao seu lado que tinha a boca lambuzada de doce.
- Sinto muito - foi a única coisa que eu achei que poderia dizer.
- Tudo bem.
- Prova isso - Ângela falou pra Vic oferecendo um pedaço de chocolate com calda de... chocolate?? – É chocolate com chocolate.
E riu.
- Edward Cullen é o chocolate dos alimentos - Vic falou e eu cogitei a possibilidade de ter algum bombom de licor ali pelo meio. Ela SÓ pode estar bêbada – Só que chocolate não é promiscuo ou imoral.
Olhei de canto para Lauren.
Ela estava quieta demais.
- Eu estava pensando - ela começou, me fazendo pular de susto – E se nós só partíssemos o coração dele?
Minuto de silêncio básico.
- É uma ótima idéia Lauren - Ângela falou.
E pra ela ter admitido isso em voz alta, só pode ter realmente amado a idéia.
- Perfeita.
- É, se não fosse o fato que ele terminou com todas - eu falei com uma sobrancelha erguida e ironia na voz.
- Nem com todas - Angie falou com um brilho assustador nos olhos me fitando.
- Não mesmo.
- Qual é Bella?
- Bella - a líder de torcida chamou minha atenção – Eu sei que pensa que sou superficial, mas eu tenho sentimentos.
- Isso é impossível - falei e ela me fuzilou – Me referia á ele gostar de mim.
- Certo, vai dizer o que? Agora?
- Bella, você pode até não ser tão bonita quanto eu - esqueceu de "nem tão modesta" Lauren - Tão inteligente quanto a Ângela ou tão... experiente quanto a Vic...
HAHA. É assim que se chamam as garotas rodadas? Experientes?
- Mas todas nós juntas podemos criar a garota perfeita - Ângela completou.
- Eu não sei - falei receosa.
Elas bufaram.
- Tudo bem. Você não conseguiria mesmo - Lauren falou enquanto todas iam em direção a porta.
Que golpe baixo.
- Esperem - pedi. Não posso perder minhas únicas amigas. Elas me encararam – O que tenho que fazer?
E, novamente, elas estavam em cima de mim rindo feito loucas.
- Isso vai ser demais. Vamos destroçá-lo - Lauren falou se sentando novamente - Um brinde - sugeriu erguendo seu pote de chocolate e a imitamos.
Um brinde.
Naquele momento percebi que a guerra havia começado.
Edward era nosso oponente e estava sozinho no seu campo de batalha.
Éramos TODAS CONTRA EDWARD.


Capítulo 7



# Quadra da escola #

- Há duas coisas que Edward não resiste - Lauren falou enquanto entravamos e eu via o grupo de lideres de torcida fazendo uma pirâmide perfeita.
Uau... talvez elas tenham algum talentozinho escondido por debaixo da pouca roupa.
- Pessoal, essa aqui é a Bella, ela vai ficar no lugar da Mandy - Lauren falou pro grupo e uma menina empalideceu se colocando na frente de todos com uma cara indignada – Você está machucada.
- Mas o médico disse que eu fico bem em duas semanas - ela falou mostrando a canela direita levemente enfaixada.
- Pelo menos você tentou - Lauren afirmou expulsando a garota de lá – Vamos lá Bella.
- O que? Não, eu não sei fazer isso - revidei nervosa vendo todos formarem as posições novamente.
- Vai logo Bella. Edward adora as garotas por cima - eu ergui a sobrancelha pra ela – Da pirâmide, hellow.
- Okay - falei me sentindo mais disposta de repente.
- Molly esperou 3 anos pra ficar com a ponta da pirâmide - Lauren falou casualmente enquanto eu ficava em pé nos ombros da tal Molly.
- É, mas é seu primeiro dia. Você merece - ela falou fazendo caras e bocas tentando me equilibrar.
Eu fiquei em pé de forma estável e ri por isso erguendo os braços de maneira vitoriosa.
- Vai Forks! - falei em meio a empolgação desequilibrando toda a pirâmide – Desculpem - pedi quando Lauren me ajudou a levantar e saiamos de lá.

Só pra informar... doeu muito, tá?
- Se derrubar Edward como derrubou Molly, vamos conseguir fácil - ela falou entrando na escola.

Edward estava sentado na mesa de uma sala com uma janela de vidro bem grande.
- Você precisa ser mais ousada, veja só - Lauren falou acelerando o passo com as mãos na cintura e rebolando sensualmente.
Um grupo de garotos começou a jogar xaveco e ela parou me olhando.
- Eu sei fazer isso - falei passando por ela e imitando seus passos.
Havia até me esquecido de Edward, mas quando eu de modo, supostamente, sensual, joguei meus cabelos pra trás vi o garoto falando com a Lauren.
Reatando o namoro, com certeza .
Fingi ver algo realmente importante no quadro de avisos enquanto ela andava até mim.
Á acompanhei quando ela me alcançou.
- O que ele disse? - perguntei sem me conter.
- Que você era uma gracinha - ela falou indiferente.
- Sério? O que devo fazer agora? Vou falar com ele? Não? - questionei quando ela pegava o celular e me puxava.
Sabe-se lá pra onde.Entramos no banheiro e ela bateu na porta dos dois únicos boxes fechados.
- Reunião de emergência - Lauren falou cruzando os braços enquanto cada uma saia de sua cabine.
- O que aconteceu? - a loira perguntou e eu me sentei na pia de mármore.
- Acho que estamos forçando demais a Bella - a líder de torcida falou ainda com aquele olhar de "eu sei o que você fez no verão passado" – Conte a elas.
- O que? Sobre Edward me achar uma gracinha? Ah, aquilo não tem nada haver - eu dei de ombros cruzando as pernas – Na verdade, isso foi um insulto. Ele só deve estar pensando em me usar.
- Certo Bella. Presta atenção, isso é para toda garota que já foi traída e teve seus sentimentos na lama. Você não disse que conheceu alguém como ele? - Angie perguntou impaciente.
- Eu conheço, vi minha mãe se relacionar com vários desses - dei de ombros.
- Nas você já namorou alguém assim? - ela voltou a perguntar.
- Já namorou alguém como Edward Cullen? - Lauren refez pergunta.
- Já namorou alguém? - Vic cortou.
- Defina "alguém" - pedi fitando o teto. Elas resmungaram indignadas – Ah meu Deus, eu não estou pronta.
Saí de cima da pia com um pulo.
- Relaxa, vai dar certo. Apenas tenha cuidado com Edward - Angie falou e as outras concordaram – Então, ele realmente disse que você é uma gracinha?
- Sim, foi o que a Lauren disse e... - falei sorrindo e elas reclamaram inconformadas de novo – Droga, eu não sei me controlar.

Isso vai dar merda (N/A: Desculpa a boca)
- Bella, quando falarem com você, conte até três antes de responder - Angie sugeriu – Entendeu?
1.............................................................................................
2...............................................................................
- Eu perguntei se entendeu - ela me sacudiu feito louca.
- Estava contando - me justifiquei.
- Não tão devagar, ele vai pensar que é retardada - Vic concordou – Você tem que ser apaixonada e doce.
- Seja atenta e calculista - Angie emendou.
- Ousada e altiva - e claro, Lauren – Melhor voltarmos pra quadra, Bella.
- É, líderes de torcida e tals. Saias curtas assim como o talento - Ângela concordou rindo, mas parou ao ver o olhar de Lauren – Desculpe.
Não é uma total mentira.
Esse lance de saias.
São curtas MESMO.

# Aula de Matemática #

Aiin. Eu amo matemática .
É uma matéria tão fascinante e direta.
Pura e simples.
Certo, talvez não tão simples assim.
(N/A: eu ODEIO matemática, mas AMO química..)
O que mais me encanta é a exatidão.
Matemática é preto no branco, ou a resposta está certa, ou não está e ponto final.
Não há meio termo.
O sinal tocou mostrando que até minha matéria favorita passava rápido.
E olha que eu quero estudar.
Eu podia ta matando, roubando, me prostituindo e fazendo planos pra acabar com o coração de "alguém".
Mas não.
Eu QUERO estudar.
Cutuquei Lauren que dormia descaradamente.
- Acabou a aula - afirmei em tom obvio.
- Certo - ela juntou o material e me puxou rapidamente pra porta - Vamos ver se nosso esforço rendeu frutos.
- Do que você está falando? - perguntei passando pela porta.
Ela me olhou significativamente e depois fitou algo atrás de mim.
Lauren ergueu a sobrancelha e acelerou o passo.
Eu ia acompanhá-la, mas foi então que eu o vi.
- Oi - Edward falou sorrindo e andando ao meu lado como se estivesse comigo.
Ergui a sobrancelha. Ele parecia estar com um sorriso diferente.
Um sorriso que nunca havia me lançado.
Diferente de um jeito que não sei explicar.
E isso me irritava.
- Edward Cullen - ele falou erguendo as sobrancelhas como se dissesse "mas você já sabe disso" – Então, você deve ser nova.
DESGRAÇADO!!!! EU NÃO ACREDITO QUE ELE ESQUECEU DE MIM DE NOVO!!!
FILHO DA...
- Não, nova "nova" - ele se justificou parando na minha frente e me fazendo parar de andar também – Digo, nova pra torcida.
1................................................................
2.................................
Ahhhhhhhhhhh.
Dane-se a contagem.
Edward Cullen, você ESTÁ morto.
Nunca esquecerá meu nome ou meu rosto quando eu acabar com você.
Ele com certeza percebeu meu olhar de desprezo e o fato de estar falando sozinho.
Abri a boca pra responder e ele me interrompeu novamente.
- Não precisa falar. Deixa pra falar na quarta, na sorveteria - ahhh, agora EU vou ocupar a "quarta livre"? Tá fo** - Você é a nova líder de torcida, eu sou presidente do conselho estudantil.... são as regras - ele deu de ombros e sorriu.
Eu AINDA não acredito. Ele só pode ter algum retardo mental.
Sei lá. Algum tipo de seqüela.
Mas, de fato, ele não é normal.

E TIRA JÁ ESSE SORRISO IDIOTA DA CARA SEU ANIMAL!

Sorri falsa (mas ele não sabe disso) e abracei mais meus livros contra o peito numa tentativa frustrada de manter a calma.
- Vou ter que recusar - falei rouca, erguendo a sobrancelha e voltando a andar. O sorriso morreu no rosto dele.
Eu odeio quando ele faz expressão de "Eu sou Edward Cullen, ninguém nunca me dispensou".
- Está ocupada? - ele perguntou fazendo eu me virar e encará-lo com um sorriso de escárnio.
- É, muito ocupada - respondi deixando bem claro que eu não tinha ocupação nenhuma – Quem sabe outra hora?
Fiz a melhor expressão de "serei a primeira a te rejeitar e não há nada que você possa fazer pra mudar isso".
- Claro, outro dia. Quem sabe na semana que vem? - ele insistiu ficando na minha frente.
- Semana que vem... bom, ainda não seria uma boa idéia... muitos compromissos - menti descaradamente.
Vejamos, meus compromissos da semana que vem...
Procurar um emprego, já que eu perdi o meu (salvando a vida desse idiota e ele nem se lembra de mim).
Ignorar o estrago que Charlie fará na cozinha (já que ele sempre inventa alguma coisa toda semana).
Manter distancia das três (EX) namoradas do Cullen. Eu juro que se ouvir a Lauren falar do meu cabelo ou do meu estilo mais vez... (não sei o que faço, mas serei beeeeem cruel).
Conversar mais com a Leah (depois explico).
Comprar uma Ferrari.
Visitar o Museu do Louvre.
Tirar uma foto com Britney Spears.
Parar de sonhar.
E por ai vai .
Esses são meus compromissos da semana que vem.
Mas eu não preciso contar pra ele. E também não preciso dizer que vou mofar em casa nesse final de semana.
Alguém reparou o quanto eu falei "semana" nesse trecho?
Tanto faz, esqueçam meus surtos.
- E quando você vai estar livre? - ele perguntou com um olhar de suplica.
Ri internamente e tive uma vontade súbita de dizer "bom, pra você, vou estar ocupada até o resto da minha vida. Mas SÓ e EXCLUSIVAMENTE pra você. Não se sente especial por isso?".
Controlei-me e lancei a ele um olhar de desdém.
- Não sei dizer.
- Quem sabe se nos saíssemos na segunda? - Edward sugeriu.
Saquei, ele ta tão desesperado que aceita mudar o dia.
Espera... segunda-feira? Quem era mesmo a namorada de segunda? Nem lembro mais.
- Segunda-feira eu tenho que arrumar a casa - inventei.
- Terça?
- Estudar pra prova de física do dia seguinte.
- Quarta?
- Vou passear com meu cachorro - mas primeiro, eu preciso comprar um cachorro.
- Podíamos passear juntos. Eu posso levar a cadela lá de casa - ele sugeriu já entrando em desespero.
Hello. Esse garoto é doente.
Talvez um fora até faça bem pra ele.
- Meu cachorro é anti-social - respondi deixando bem claro que eu falava de mim.
- E quanto a quinta-feira?
- Compras – afirmei, começando a me irritar com aquela insistência idiota.
- E sexta?
- Vou a Port Angeles - HAHA... tai uma verdade. E adivinha pra que?
Pra pegar meu salário, já que eu perdi meu emprego.
Sim, ignore a parte em que eu coloquei a vida dele em risco (com a idéia estúpida da Victoria) e pense só no fato de que fui eu quem o levou para o hospital.
- Ótimo, eu poderia ir pra Port Angeles com você - ele sugeriu e sabe o que mais??? Não, o Senhor Edward-eu-sou-o-tal-e-niguém-me-dispensa-incluindo-você-Cullen não PODE ir comigo.
Por que eu já to P da vida.
- Tenho assuntos sérios a tratar. Não posso passear com você - afirmei cruzando os braços.
- Você não vai passear comigo. Eu vou passear com você - ele falou em tom óbvio – Que tipo de assuntos?
Hello... eu preciso lembrar que nós nos "conhecemos" há dez minutos?? Que intimidade é essa?
- Acertar algumas contas com meu antigo trabalho - respondi sabe se lá por que!
- Eu te levo - eu estava quase aceitando. Quase. Mas ai ele jogou a bomba. Ele e essa boca do tamanho do mundo – Depois, nos podíamos tomar sorvete. Ouvi dizer que lá tem uma ótima sorveteria.
O fuzilei tentando passar todo ódio que eu sentia naquele momento.
- Não acho que seja uma boa idéia - falei grosseira sem esconder meu suposto desinteresse repentino – Na verdade, não me parece nem um pouco interessante.
Ele ergueu a sobrancelha sem entender e abriu a boca pra responder, mas eu o cortei.
- De qualquer forma. Eu também já tenho outro compromisso em Port Angeles - afirmei e dei as costas antes que ele voltasse a insistir.

Como eu disse:
EDWARD CULLEN você ESTÁ MORTO E não SABE DISSO.
FILHO DA...

Não complete essa frase mocinha, uma voz na minha cabeça falou.

Eu mereço, agora dei pra ouvir vozes .
Isso é demais pra mim.

# Pátio da escola – Depois da aula #

Tá, agora eu explico.

Por mais estranho que possa parecer... eu virei amiga da Leah.
Foi logo depois de eu entrar para as líderes de torcida.
Sim, a Leah é uma líder de torcida. E me ajudou muito se você quer saber.
Mas ela era diferente das líderes de torcida normais, e acho que é por isso que eu gosto dela.
Leah não é fresca, mas é bem feminina e cuida da aparência. Ela é forte, entenda que forte significa "forte", e esperta demais.
Estão sempre atenta e pega as informações no ar.

Mas você bem que não gosta muito dessa parte.
Fazer o que? É difícil esconder as coisas dela.
E você quer esconder?
Não é uma questão de querer... hey, por que estamos debatendo isso?
Hum, não sei... mas você está certa. Afinal, Leah já sabe de você e das meninas.
É, eu sei.
E sim.
Eu havia me acostumado a conversar mais com essa "voz" na minha cabeça.
Era meio que uma conselheira.
Uau, fui promovida de "voz irritante da Jessica Simpson" a "conselheira"?
Não enche

Fechei o livro que tinha nas mãos com força.
- Ahhh, fala sério, nunca mais eu vou ler um romance - resmunguei indignada me sentando o lado de Leah – É tudo banal.
- Por que diz isso? - ela arqueou uma sobrancelha e puxou um pacote de jujubas da mochila.
Roubei uma dela.
Nota Mental: parar de comer isso, tô ficando viciada.
- É tudo muito previsível - mexi os braços impacientemente e me levantei ficando na frente dela.
Sei, eu tenho essa mania.
Ficar me mexendo.
É quase raro me ver quieta em algum lugar.
- Previsível? - ela perguntou mostrando certo interesse.
Ou fingindo interesse.

Sinceramente, já parei de tentar descobrir quando a Leah tá falando serio ou não.
- É. Tem uma mocinha e um mocinho e no decorrer da história se desfaz explicando o que vai tentar impedir a união do casal. Detalhe: o final é sempre o mesmo. E eles viveram felizes pra sempre.
- Mas é assim que tem que ser em histórias e filmes - ela afirmou engolindo um doce cor de limão e fazendo careta logo depois.
- Mas e depois dos felizes pra sempre? As histórias nunca mostram isso - resmunguei fazendo movimentos frenéticos.
- O que mais eles poderiam mostrar?
- Nunca contam o que acontece depois. Casamento, cozinha, filhos, um sexo cada vez mais inconstante - ela riu do meu comentário – A descoberta do primeiro bilhete da amante, decidir fazer um escândalo, escutar promessas de que isso não se repetirá de novo, um segundo bilhete de outra amante, outro escândalo - tomei fôlego – E a ameaça de separação, desta vez o homem não reage com tanta segurança, apenas diz que a ama. O terceiro bilhete...
- Mas que suruba, hein?!
- ...da terceira amante, e então escolher o silêncio, fingindo que não sabe, por que pode ser que ele diga que não a ama mais, que é livre pra partir.
- Você é meio traumatizada com a separação dos seus pais, né?!
- Não, os filmes e livros não contam isso. Acabam antes que o verdadeiro mundo comece. Melhor não ficar pensando - roubei o pacote de doces e virei na boca. Ri quando a Leah fez cara feia e pegou outro pacote.
- Você precisa é viver o seu romance, depois quero ver você falar assim - ela afirmou com a boca cheia, fazendo a voz ficar engraçada.
- Nem a pau. Não pretendo me casar, e... se um dia eu cair nessa onda, por favor, invade meu casamento e joga um balde de água fria na minha cabeça - exagerada? Magina.
- Certo Bella, você vai ser uma solteirona pro resto da vida, diferente de mim - Leah riu com o próprio comentário, eu a fuzilei.
- Hump, mudando de assunto, como vai o lance da sua mãe? Ainda tá no seu pé por causa da detenção? - ela engasgou e se levantou num pulo.
- Minhas mãos estão doidas pra pular no seu pescoço. Por que foi me lembrar isso?
- Por que será... mas é engraçado. O que sua mãe respondeu?
- Não, você nem imagina. Ela passou metade do dia pra me contar que. Primeiro: estava muito zangada, como se já não fosse óbvio... segundo: estou de castigo, o que me faz lembrar que não posso ir com você pra Port Angeles na sexta - ela fazia uns gestos com as mãos como se estivesse um pescoço e ela estivesse estilhaçando. Bom, quebrar o pescoço de alguém. Era engraçado – E por último: ela ficou muito triste em saber que eu levei uma detenção por brigar no corredor.
- Você não disse que foi tudo um engano? - bem, seria o certo a fazer. Talvez não tão certo assim.
O que aconteceu foi que a Leah se meteu numa briga com a Mandy e umas meninas no meio de um corredor, por motivo desconhecido até agora.
Como eu disse, a Leah é forte.
Mas ela acabou não participando de nada. E mesmo assim levou culpa.
- Sim eu falei, mas o Zac falou que me viu no corredor. Não que ele estivesse me entregado, mas não ajudou nada - ela suspirou deprimida.
- E?
- E, que minha mãe me falou pra cumprir com as conseqüências do meu "ato de vandalismo" - Leah imitou a voz da mãe, e eu tenho que confessar, foi idêntico a voz da tia Sue.
- E desde quando você aceita sugestões da sua mãe do que você deve ou não fazer? - cruzei os braços frente o peito e arqueei a sobrancelha.
- Desde que ela falou que cancelaria minha conta na Velvet Raven, tudo por que eu passei do limite. Se não fosse aquele delator do Seth... - e de novo as mãos apertavam um pescoço invisível.

(N/A: Velvet Raven, lembram? A loja lá do começom em que a Bella tava olhando uma bolsa e aparece o Ed... só pra esclarecer)

- Qual? Aquele ali que correu pro outro lado assim que te viu? - brinquei apontando pro ponto loiro correndo não muito longe de onde estávamos.
- SETH, SEU ANIMAL! - ela gritou correndo atrás dele – DECIDE COMO VOCÊ QUER MORRER!
Gargalhei abertamente vendo os dois empurrando tudo quanto era aluno que entravam no caminho.
- Enfim você está sozinha - ouvi falarem atrás de mim.
Perto demais, se você quer saber .
Me virei só pra encarar aquelas íris douradas.
Vontade súbita de usar uma frase clichê nesse momento, mas eu me segurei.
Ele sorriu de canto.
Idiota


Bella, ele pensa em usar você, certo?
Certo
Simples, você o usa. Todos saem felizes. Fim de história. Eu não sou um gênio?
Já se perguntou se eu quero usá-lo?
Você quer, podes crer que quer.
Como você pode saber?
Honey, eu sou você. Okay, uma parte de você, mas ainda sim, eu sou.
Pois você está errada
ISABELLA SWAN, vai dizer agora que você não agarraria Edward Cullen?
Claro que eu não agarraria.
MENTIRA! A NÃO SER QUE VOCÊ ESTEJA SE INCLINANDO PARA O OUTRO LADO... e eu sei que você não está, assim como sei que SIM, você agarraria com gosto.
Ótimo, como se meus problemas já não fosse suficientes.
Agora tenho que me preocupar com uma "vozinha" metida a besta.
Sorry honey, mas eu vou ficar com a última fala XD. Apenas se contente com seu mais novo problema. Como você insiste em me chamar...



Capítulo 8



Eu estou apaixonada .
Quando botei meus olhos nele já sabia que seria meu verdadeiro amor. Que nunca me machucaria.
O nosso primeiro encontro foi por acaso, mas acabou sendo o dia mais importante da minha vida.
Ele tem olhos grandes e altivos, de um tom que assusta de tamanha beleza. Sua cor é meio impar. Como se fosse uma mistura em preto e branco. Os dentes são brancos e alinhados.
Sua estrutura foi desenhada por deus de tamanha perfeição.
Não resisti quando nossos olhares se cruzaram naquela loja em Port Angeles.
Eu TINHA que fazer alguma coisa.
O único objeto em nosso caminho era uma vitrine bem enfeitada pra chamar a atenção de clientes.
Apenas isso. Um pedaço de vidro temperado (acho) me separava do meu verdadeiro amor. Aquele que eu amaria profundamente enquanto os anos viessem.

Sabe, você é bem irritante. Para de enrolar e revela logo quem é!

E não, eu ainda não me livrei desTA criatura metida a conselheira.
Mas bem, é um pouco justo. Revelarei meu amado. Aos poucos.
Sem perceber eu havia caminhado em direção a vitrine e estava praticamente com o nariz grudado no vidro. Ele maneou a cabeça de forma doce. Eu já disse o quanto ele é lindo?! Pois ele é, e muito.
Entrei na loja e percebi que ele me seguia com os olhos. Senti um frio na barriga inexplicável quando cheguei a atendente no balcão.
- Olá - falei meio envergonhada e apontei pra ele discretamente - Quanto custa aquele cachorro?


UM CACHORRO! E ISSO NÃO É EXCLAMAÇÃO, É UMA AFIRMATIVA. POR QUE É ÓBVIO QUE EU JÁ SABIA DISSO!
NÃO ERA UM CACHORRO QUALQUER... NÃO FALE ASSIM DELE.
Tanta mente pra aconselhar e eu vim parar logo na sua.
Como se EU tivesse escolha.
Eu também não tenho. Eu sou você assim como você sou eu. É meio que, eu sou IZA e você é Bella. Juntas somos...?
Você não espera que eu complete essa frasezinha ridícula, espera?
Podia fazer um esforçozinho pra ser mais gentil hein?! É por isso que você ta encalhada.
ENCALHADA? JÁ ME PERGUNTOU SE EU QUERO ESTAR COM ALGUEM?
Honey, eu cansei de dizer. Pare de tentar nos diferenciar. Eu sinto o que você sente, sei o que você sabe (e não é muita coisa) gosto do que gosta (nesse aspecto nós até temos certa diferença), mas a principal questão é que eu não penso como você pensa.
Sei o que você sabe (e não é muita coisa)??? Tá me chamando de burra, é?
Magina .
O fato é que. Eu QUERO aquele cachorro e eu vou tê-lo.
Boa sorte!


# Casa #

- Seja lá o que você quiser a resposta é não - Charlie falou quando entrou na cozinha pra almoçar e viu a mesa posta.
Mas não como normalmente.
Eu havia preparado um almoço especial com seu prato favorito (hambúrguer com fritas e refrigerante).

Alguém se surpreende?!
Calada, precisamos dele.

Mas não foi só o prato dele.
Aluguei alguns de seus filmes de ação preferidos e consegui (não pergunte como) uma cópia dos melhores momentos do campeonato de basquete.
Sem contar que eu havia pegado a mini TV do meu quarto e colocado na bancada da cozinha, bem de frente pra cadeira dele.
- Pai, isso e um absurdo. Uma filha só pode mimar seu pai quando está com segundas intenções em seus atos? - perguntei fingindo uma cara escandalizada.

E ridícula em minha opinião.
Dane-se sua opinião.

- Não Bells, você me entendeu errado. É claro que uma filha pode mimar seu pai sem segundas intenções. Mas estamos falando de você, lembra? Você não é uma filha qualquer!

Legal, ele te cortou e elogiou ao mesmo tempo. Engraçado como ele tem esse dom, não é?
É o dom que VOCÊ herdou .
E você também, honey.
PÁRA DE FALAR, HONEY!
Por quê?
É tão irritante me ver falar de forma tão... tão... sei lá... é meio patricinha.
Eu vou parar, mas só por que você pediu com jeitinho. Não esquenta a cabeça... honey. xD
Cara, como eu te odeio.
Você acabou de dizer, indiretamente, que se odeia.
Antes isso que ter uma paixão platônica por VOCÊ.
Realmente, seria egocentrismo demais se apaixonar por si mesma.
Calada.
Seu repertório está afetado por algum motivo desconhecido, não é?! Você anda muito repetitiva ultimamente.

- Pai, você é cruel. Pensei que nós estivéssemos estabelecido uma linha de confiança e respeito. Pensei que você, realmente, acreditava nas minhas palavras e me compreendia - nada que uma chantagem emocional não resolva.
- Certo Bells, boa tentativa - ele falou levantando da mesa. Sem noção, ele devorou o almoço tão rápido que eu mal vi mastigar.
Charlie se levantou e foi em direção a sala sentar na sua poltrona 'especial' e ler seu bendito jornal de todo dia.
E eu fiquei pensando em que outros métodos poderia usar para convencer Charlie a me deixar comprar um cachorro, afinal eu faço questão de pagar pelo amor da minha vida.
Não importa quão caro seja, já que eu recebi meu salário e seguro desemprego depois de ser demitida da Sweet Candy!
Bons tempos que eu trabalhei lá.
Eu comia sorvete até parar de sentir minha língua... e isso não voltará a acontecer... graças ao Cullen!
Okay, dizer que Edward Cullen tem total parcela de culpa nessa história é errado.
Mas ele continua sendo um idiota e se não fosse galinha eu ainda estaria no meu emprego.
Agora minha regra número um é: se pode piorar as coisas pro Cullen, por que facilitaria?
Tosco, né?!
É, eu sei.
Mas é minha mais nova política anti-Cullen. Ele pagará por não se lembrar de mim.

Não que ele tenha culpa de se esquecer de você. Afinal, você é tão... você.
Desisto de debater com alguém tão birrenta e irritante.
Uau, que avanço. Hoje você admitiu que é birrenta e irritante. Isso foi um grande passo .

IGNORANDO.

Depois de ter arrumado o almoço e a minha frustrada tentativa de corromper o Charlie com comida, optei por outros meios.
Peguei uma folha de papel e uma caneta em cima da mesa e fui em direção a ele que lia concentradamente.

Ótima idéia gênio. Outra grande cartada?
Hey, Charlie adora quando eu banco a engraçada, talvez isso amoleça o coração dele.
Vá em frente.

Sentei no chão, especificamente ao lado de Charlie e repousei a cabeça no braço da poltrona.
Ele me olhou de canto e voltou ao jornal.
- Más notícias na sua avaliação, pai - falei mordendo a ponta da caneta e fitando o papel com umas anotações esquisitas – Você caiu mais dois pontos. Seu futuro aqui na empresa é nebuloso.
- Não me diga - Charlie virou a folha do jornal - Tem alguma maneira de melhorar minha situação?
- Bem, estou precisando de um cachorro - falei casualmente esperando pelo choque passar nos olhos do meu pai, mas isso não aconteceu.
- Vou me lembrar disso - ele afirmou indiferente, me fazendo bufar.
- Espero que esteja lendo os classificados de empregos - resmunguei impaciente sem achar aquilo tão divertido assim.
- Bells, pra que você precisa de um cachorro? - ele perguntou desviando os olhos do papel e me fitando.
- Pelo mesmo motivo que você precisa do seu jornal.

Essa foi péssima...
Sim, eu sei que foi.

- Tá me dizendo que você precisa de um cachorro pra se integrar com o meio e para se atualizar com as noticias do país e do mundo?

Como eu disse: essa foi péssima!

- Hum... é?! - sim, foi uma pergunta.
- Conversa fiada, Bells.
Okay, AGORA EU DESESPEREI... a moça da loja disse que reservaria o animal até depois de amanhã.
EU PRECISO DAQUELE CACHORRO, NINGUÉM ENTENDE ISSO?!!

Eu entendo, mas levando em consideração que eu sou você... é, não faz tanta diferença assim.

- Pai, eu sou maior de idade, se não me deixar comprar um cachorro eu juro que saio amanhã mesmo de casa - disparei e vi Charlie empalidecer pra logo em seguida ficar muito vermelho.

Ótima jogada!
Obrigada .

- Bells, isso é ridículo...
- Ridículo. Meu pai não me deixar ter UM cachorro. Qual é pai, UM cachorro?!
- Nem se fosse a metade. E você não sai dessa casa - ele parecia estar bastante decidido, mas não chegava nem perto de mim.
Eu quero aquele cachorro e eu vou tê-lo.

Você tá repetindo feito doida. Muda o disco, pô!
Irritante .

- Pai, eu recebi auxílio desemprego quando fui demitida, com esse dinheiro eu posso pagar um apartamento e me sobra pra outras despesas. Como por exemplo: um cachorro. Então, ou o senhor me deixa ter um cachorro ou vai voltar a comer 'peixe assado a La Charlie' com gosto de cinzas.
Ele pareceu pensar no assunto e acho que o gosto do último peixe queimado ainda não saiu da sua boca, por que ele fez uma careta engraçada.
Segurei o riso, o que eu menos precisava agora era que ele me fuzilasse por rir dele.
- Você é responsável por tudo. E é tudo mesmo - ele apontou pra mim como se crendo que eu mudaria de idéia - Desde banho, até a ração.
- Valeu pai - pulei no colo dele e lhe dei um beijo na testa.

Pode esperar, amor da minha vida. Eu te comprarei.

Essa frase pegou mal.

# Quarto #

Sentei em frente a escrivaninha esperando a página da internet abrir.

UMA DAS. Você quer dizer. Não sei que mal é esse de abrir várias ao mesmo tempo. Isso deixa a net devagar.
Deixa nada.

Entrei em um site de imagens. Várias fotos de pessoas famosas, outras de coisas surreais (adoro surrealismo) e algumas paisagens. Enquanto isso o site de bate-papo carregava.

Por que você não entra no seu Orkut? Ah é, você não tem Orkut... e sabe por que?? Por que você é excluída.
Você não cansa de me maltratar, cansa?! E outra, se eu quisesse criar uma conta no Orkut, eu criaria. Afinal, agora eu sou SIM uma garota popular. Todos sabem meu nome.
Ah é, me esqueci. Você passou de ninguém sem importância, para alguém sem importância. Realmente, isso é mesmo motivo pra se orgulhar.
Você é chatinha, hein?! Cruz credo!

Digitei um link qualquer, um que não mostrasse que era eu, mas que também não fosse impossível de interligar.
Alguns meses atrás um grupo de nerds havia criado um site de bate-papo só para os alunos de Forks, mas eles fizeram isso em troca de popularidade. Então, era óbvio que só entrava nesse site pessoas populares e que tinham a senha especial.
A senha nunca vazou e não me pergunte como.
As meninas haviam me passado o password alegando ser um jeito de me enturma sem mostrar meu verdadeiro eu.

B*canela*S acabou de entrar.