Beta: Cami



"Muitos fracassados na vida são possíveis porque as pessoas não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir..." (Bárbara Ribeiro)



Flashback

Aparentemente, éramos uma família feliz. Eu e nos conhecemos durante o ensino médio. Ela era uma garota inteligente, a mais linda de todas do colégio, cobiçada por todos os homens, e eu, um atleta de rúgbi. Conhecemo-nos quando eu tive um jogo do meu time de colégio contra outra escola muito conhecida e ela entrou para o grupo de líderes de torcida. Ali eu soube que era amor à primeira vista. Um amor que iniciou cedo demais. Nós éramos muito jovens quando nos casamos, mas ninguém se importava, nem eu queria ligar para isso, afinal, eu era perdidamente apaixonado por ela e ela, mais ainda. Assim começaram nossas vidas, eu tive que terminar o ensino médio e trabalhar para sustentar minha esposa, que estava no início de sua gravidez. Comprei uma casa na praia quando eu juntei um ano de salário e ali, naquele lindo lugar, conseguimos ser felizes por oito anos. Quando estávamos no terceiro aniversário de casamento, recebi a noticia de que iria ser pai de um menino saudável e que iria ser parecido comigo à medida que ele crescia. Aos cinco anos, já estava começando a jogar rúgbi numa escolinha. As coisas começaram a mudar depois que Edward cresceu, eu comecei a subir de cargo no trabalho e ganhei o cargo de presidência da empresa e lá conheci Jane, minha assistente. Todos têm essa teoria de que os homens não têm controle sobre seus instintos e eu acabei tendo olhos para Jane, deixei os encantos daquela mulher me penetrarem e estávamos juntos há dois anos, caso esse que me fez apaixonar por Jane e esfriar meu amor por . Mas eu não deixei de amá-la só por causa da Jane, também deixei de amá-la porque ela, além de trabalhar, cuidava da casa, do nosso filho e quase não nos víamos mais em casa, o que fez nossa relação esfriar mesmo, que chegava a ser quase zero.

Era domingo de noite, estávamos de folga - era o único dia que nos víamos. estava fazendo um jantar na cozinha, era quase raridade ver isso acontecer. Eu estava arrumando a mesa enquanto estava na cozinha, Edward me ajudava. Assim que eu acabei, eu botei Edward na cadeirinha e ele fez cara de feliz batendo as mãozinhas, entrou na sala de jantar com uma travessa cheia de macarrão do jeito que eu gostava. Edward começou a comemorar e ela sorriu; botou a travessa no meio da mesa, eu dei um sorriso de lado forçado e ela se sentou ao meu lado. Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse:
- Tenho algo importante para te dizer. - Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos, ela estava se esforçado para que pelo menos na frente do Edward parecêssemos uma família. De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.
- , eu quero divórcio. - Ela se levantou da cadeira, indo em direção ao Edward, e retirou ele da cadeirinha.
- Querido, já que terminou, lave as mãos e vá brincar no seu quarto. Papai e mamãe precisam conversar sozinhos. - Edward subiu sem murmurar, deixando-nos sozinhos. Ela olhou para mim, ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa:
- Por quê, ? - Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres para longe quase que me atingindo e gritou:
- Você não é homem! - Ela subiu as escadas e bateu a porta do quarto com força, eu abaixei a cabeça, já sabia que a reação seria essa. Naquela noite, nós não conversamos mais. Eu subi indo para o quarto para vê-la. Passei pelo quarto de Edward primeiro e ele estava deitado na cama, dormindo; passei pelo nosso quarto, a porta estava trancada, pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela. Naquela noite, fui para um hotel próximo ao meu trabalho e no quarto liguei para Jane dizendo o que havia acontecido. Ela ria em algumas vezes. Pedi um jantar e, ainda na mesma noite, liguei para meu advogado. Sentindo-me muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa. Levei para meu advogado no dia seguinte, nos vimos em meu escritório logo de manhã cedo. Ele achou o acordo muito justo. Ele me passou um oficial e ali estava feito o acordo de separação. Logo quando eu larguei do trabalho, peguei Edward na escolinha de Rúgbi como de costume e eu fui direto para casa. Edward entrou saltitante e correu para a mãe, que estava no sofá com uma cara péssima. Ela tinha olheiras fundas e escuras, nariz vermelho, um monte de lenços de papel no chão. Aquela imagem me fez ficar com pena dela.

- Edward, vá tomar seu banho, a vovó chegará para lhe levar para a casa dela. - Eu pedi e Edward subiu, obedecendo-me. Puxei uma cadeira da sala e me sentei na frente dela, ela me olhou e uma lágrima desceu dos olhos dela. Eu tirei da minha maleta o acordo, mostrei a ela, ela tomou o papel da minha mão, leu por breves segundos e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos oito anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia, mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente, ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora. Peguei Edward e eu mesmo o levei para a casa da mãe da para evitar que a vissem assim. Resolvi que começaria uma nova vida com a Jane. Pedi a ela quando eu liguei que procurasse uma casa para que nós morássemos e até lá eu iria morar na minha antiga casa até para evitar que Edward sentisse falta da minha presença.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa, escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane. Quando acordei no meio da noite para beber água, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir. Na manhã seguinte, no café da manhã, sentados à mesa, ela me apresentou suas condições.
- , eu não quero nada seu, mas eu peço que me dê um prazo de trinta dias para que eu te dê o divórcio. - Ela falava calma e paciente, aparentemente triste, ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio e continuou falando:
- E eu quero que durante esse período nós tentássemos viver juntos da forma mais natural possível, Edward terá jogos e provas do colégio e ele precisa de um ambiente propício para preparar-se, sem precisar se preocupar em lidar com nossa separação, afinal, ele ainda é pequeno e eu não quero que ele sofra. - Isso me pareceu razoável.
- Tudo bem, eu aceito suas condições. - Eu falei e ela balançou a cabeça, aliviada. Quando eu ia subindo para o quarto de hóspedes, ela me chamou.
- Só mais uma coisa, , lembra de quando eu e você nos casamos e você me levou para dentro de casa me levando nos braços? - Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos, eu achei estranho e concordei.
- Poderia me carregar assim pelos próximos trinta dias até a porta de casa todas as manhãs? - Comecei a rir alto e disse:
- Posso. - Eu disse, ainda rindo, ela me olhou triste e foi para cozinha enquanto eu fui para o quarto. Eu então percebi que ela estava completamente louca, mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis. Naquela mesma noite, eu fui para casa de Jane. Ela me mostrou um monte de orçamentos de casas em lugares caros, eu não liguei muito, mas eu estava com vontade de beijá-la e levá-la para o quarto. Eu a tomei nos braços e lá transamos a noite inteira. Quando nós já havíamos nos acalmado, eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa. Ela riu muito e achou a ideia totalmente absurda.
- Ela pensa que impondo condições assim não vão mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio. - Disse Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu, dizendo:
- O papai está carregando a mamãe no colo! - Suas palavras me causaram constrangimento, deixando-me vermelho. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns dez metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho:
- Não conte para o Edward sobre o divórcio. - Eu balancei a cabeça, mesmo discordando, e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório. No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava, um cheiro bem suave e levemente adocicado. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos oito anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando diferente do que era. Eu não me lembro dela ter cabelos assim, eles eram mais naturais, aparentemente estavam artificiais. O nosso casamento teve muito impacto nela por causa de tantas mudanças que nela já eram bem perceptíveis. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado, fiquei me fazendo essa pergunta durante o meu dia inteiro.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado oito anos só de casamento e mais três anos de namoro. Ao todo onze anos da vida dela a mim e ao nosso filho, o que me fez lembrar o dia anterior, o tanto que ela fez por nós. Ela se dedicava a mim e a Edward como se fosse a única coisa que restava para ela e eu finalmente reconheci isso depois de tanto tempo. Sorri para ela, ela me olhou triste, eu deveria agradecer a ela por tudo que me aconteceu.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estivessem mais firmes com o exercício, pensei, afinal, academia e de vez em quando um joguinho de rúgbi me proporcionavam isso. Ela permanecia calada durante o trajeto, mas ao final me dizia "obrigada, ". Nosso filho achava isso uma comédia, ria e até ajudava a segurar a bolsa da . Ele, às vezes, me fazia rir quando dizia "papai, leva a mamãe no colo".

Certa manhã, eu fiquei esperando ela na porta do quarto para levá-la no colo, mas ela estava demorando. Resolvi ver o que era, bati na porta e entrei, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles e todos jogados na cama, mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse, angustiada:
- Todos os meus vestidos estão grandes para mim. - Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante vendo até pelo seu corpo vestido de lingerie branca. Seus braços estavam finos, nas suas mãos dava para ver até suas veias através da pele fina, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias. A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... Ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos, ela fechou os olhos e eu me aproximei mais.
- , eu... - Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse:
- Pai, está na hora de você carregar a mamãe. - Para ele, ver seu pai carregando sua mãe todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos, beijando sua face rosada.
- Eu te amo, meu amor, amo mais que tudo nesse mundo, nunca esqueça que a mamãe estará junto de você. - Ela falava meio emocionada, Edward tocou na sua face, alisou e disse:
- Eu também te amo, mamãe, muitinho assim - e apontou para seu próprio coração; A cena era linda, filho e mãe abraçados me fez pensar como Edward irá reagir ao divórcio. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de ideia, agora que estava tão perto do meu objetivo, que era o divórcio. Em seguida, ela escolheu um vestido e vestiu ele, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento, a imagem dela nesse momento em que eu a levei nos braços. Ela me olhava feliz e eu sorria, mas o seu corpo tão magro me deixou triste.

O trigésimo dia chegou e eu comecei a pensar sobre o que aconteceria, sobre como seria minha vida depois disso, como Edward reagiria, como falar para nossas famílias e, principalmente, como ficaria. Quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Edward já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras:
- Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo. - Ela me olhou ainda com o olhar triste. Eu a tirei do meu colo, ela se prostrou na minha frente.
- Isso não muda nada agora, , mas saiba que eu cumpri com o que eu disse. - Eu olhei para ela, estranhando o rumo que ela estava tomando com a conversa.
- Quando eu disse "prometo amar-te e respeitar-te todos os dias da minha vida." Eu cumpri, , mas eu te perdoo, afinal, eu não mando e nem moro mais no seu coração. - Ela me disse com palavras tristes e amargas, deixando-me bem embaixo, sentindo-me o culpado disso tudo, afinal eu era. Como eu pude fazer o que fiz com ela? Eu a tomei nos braços e levei até a porta de casa, seria a última vez que eu pegaria ela no colo desse jeito.
- Obrigada, , até aqui você cumpriu com o que prometeu - agradeceu-me em voz baixa e me beijou a face por longos segundos, vi que ela me olhou chorosa. Ela virou, indo a caminho do trabalho.
- , espera! - Eu andei poucos passos até alcançá-la e ela olhou para mim. Vi lágrimas grossas descerem por sua face, minhas pernas ficaram moles. Aproximei-me dela, enxuguei sua face e levantei seu queixo, embreei meus dedos na nuca dela e pressionei nossos lábios, sentindo por dentro a chama apagada acender dentro de mim. Passei os braços em sua cintura e ela passou seus braços em meu pescoço. Nossas línguas pareciam ter sentimentos e ambas se tocavam, matavam a saudade uma da outra. Eu estava com saudade desse beijo, beijo que provei por tantos anos e nem ao menos consegui mais lembrar como gostoso ele era. Ela parou o beijo, olhou-me com lágrimas, molhando seu rosto, e me abraçou forte, chorando. Senti algo estranho dentro de mim, como se estivesse tirando algo importante de mim, e eu mesmo estava me desfazendo disso. Já estavam cumpridos os trinta dias, parecia mais que saudade mútua que senti naquele momento e, além disso, eu senti despedida definitiva.
- Adeus, , cuida do Ed bem, está bem. Cuide-se também. - falava, chorando, eu fiquei sem reação, por que ela estava falando isso?!
- Não esqueça que eu sempre te amei, . - Ela foi indo embora, sumiu dobrando uma das esquinas. Eu fiquei parado, olhando ela ir para seu trabalho. Assim que ela foi embora, eu fui para nosso quarto, peguei as fotos e a filmagem do nosso casamento, fiquei olhando por longas horas e ali comecei a chorar. Chorei como criança, como eu havia sido um idiota, um rude com a mulher que eu escolhi para ser minha esposa e eu prometi amá-la e respeitá-la. Após perceber isso, eu entendi que Jane mais parecia uma diversão para mim, e isso me fez pensar em uma solução. Eu não consegui dirigir para o trabalho, fui até o meu novo futuro endereço, que era a casa que Jane havia escolhido e comprado, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de ideia. Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela:
- Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar. - Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa.
- Você está com febre, ? - Eu tirei sua mão da minha testa e repeti:
- Desculpe-me, Jane. Eu não vou me divorciar mais. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida, e não por falta de amor. Agora eu percebi que, desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe, como eu prometi a ela. - Jane então percebeu que era sério. Deu-me um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar, provavelmente Jane não iria vir hoje.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa.
- O senhor deseja um cartão para escrever algo para presentear junto com as rosas? - Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs, até que a morte nos separe".
Naquela mesma noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, girei a chave com força e apressadamente entrei em casa.
- ! ! - Gritei, chamando por minha esposa a fim de me reconciliar com ela, e fui direto para o nosso quarto, onde encontrei minha esposa deitada na cama de lado, de costas para porta e, consequentemente, para mim também. Eu me sentei na cama, deixei as flores na cabeceira da cama, toquei nos seus cabelos, ela não se mexia. Eu toquei nos seus braços e senti sua pele gelada.
- , meu amor, você está gelada. - Falei meio que preocupado, ela não me respondeu.
- ? - Fiz um pouco de força e seu corpo virou, ela estava mais branca que o normal, seus lábios roxos e sua pele fria, vi-me desesperado.
- , pelo amor de Deus, responda-me! - Eu comecei a chorar e a sacudir seu corpo frio. Deitei-me sobre seu peito e seu coração não batia, pois eu não sentia, ela estava morta. - Não me deixe, por favor, não agora que eu percebi o quanto eu te amo, o quanto você é importante para mim e que você é tudo que eu e o Edward precisamos. - Liguei rápido para um resgate e, quando eles avisaram que estavam a caminho, eu me abracei com seu corpo morto, chorando desesperado. Em poucos minutos, o resgate chegou e já não havia mais como reverter, ela estava morta já fazia algumas horas. Ainda na mesma noite, fizeram exames de corpo delito no hospital e preparam uma papelada para eu assinar a respeito do seu falecimento. Eu assinava chorando e aí apareceu um médico que veio falar comigo a respeito de sua morte.
- Sua esposa estava com câncer em estado final e estava se tratando vários meses atrás, você não sabia a esse respeito? - O médico perguntou, receoso.
- Não, senhor, ela nunca contou a ninguém, muito menos a mim. - Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando há vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela.
- É estranho, pois ela usava peruca para esconder sua cabeça sem cabelo, o que é normal para as mulheres com câncer. Eu sinto muito pela perda, meu caro. - O médico me deixou sozinho. Eu voltei para casa e fui buscar Edward na casa da avó e contar o que aconteceu.

End Flashback

- Ela sabia que morreria em breve, quis me poupar dos efeitos de um divórcio e prolongou a vida dela proporcionando a você a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos, aos seus olhos, eu era um marido carinhoso. Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício à felicidade, mas não proporcionam mais do que conforto. Eu queria ter feito diferente, eu tentei, mas era tarde demais - começou a chorar, Edward limpou umas lágrimas, finalmente o que acontecera foi revelado.
- Desculpe-me, Edward, se eu te magoei falando isso, mas eu te contei a verdade. - começou a chorar alto, Edward também chorava por causa da história que ouvira, é bem complicado para um adolescente de 16 anos aguentar uma história como essa.
- Pai, você pode ter feito escolhas erradas, eu te perdoo, mas ainda mais eu te agradeço por isso que você fez agora, contando a mim o que de fato aconteceu. Tenho orgulho de você. Lembra do que a mamãe disse, "nunca esqueça que a mamãe estará junto de você"? Ela também nunca te deixará só, ela te ama como ama a mim. Um dia, quem sabe não estaremos juntos, nós três novamente?! - Edward falava, deixando o pai emocionado com o que dissera. abraçou o filho com força ainda chorando e disse:
- Não faça com sua esposa o que eu fiz com sua mãe, ela não merecia nada do que eu fiz, sinto que ela me perdoou, mas nada vai me tirar a dor da perda dela - beijou os cabelos do filho e Ed se aninhou no colo do pai.
- O que importa, pai, é que você está aqui comigo e eu não vou deixar você sofrer por isso, a mamãe não quer te ver assim, você foi homem o bastante para ser honesto comigo e esposo brilhante por saber, mesmo no último instante, que a ama mais que tudo. Eu ainda me orgulho de você e, o mais importe, eu te amo. - Pai e filho se abraçaram e deixou seu filho só no quarto e foi para o seu. Sentou-se na cama e lembrou-se do momento em que viu escrever durante a noite, ela havia escrito uma carta e havia deixado dentro da sua bolsa. pegou uma caixa de papelão no armário e abriu, procurando o envelope branco que na frente estava escrito: "Abra-o quando Edward souber...", respirou fundo. Abriu o pacote e lá tinha dois documentos: eram um testamento e exames que comprovavam a doença, leu o testamento e dizia que tinha uma conta no valor de cem mil libras que pertencia ao Edward e que deveria ser investido no futuro acadêmico e esportivo dele, também dizia que tudo: o imóvel, carro, e todo o resto pertencia ao e a Edward, já que o pai teria a guarda do menor. lembrou-se das palavras que disse trocando os votos matrimoniais.
- "Prometo ser fiel a ti, prometo amar-te, respeitar-te, cuidar do nosso filho com todo o amor e carinho que eu tenho a ele e lembrar de você em minhas doces lembranças pelo resto de minha vida, ainda que a morte tenha nos separado. Eu te amarei para sempre, meu amor.


The End



N/A: *chorando* EEW! Que feliz, terminei essa também! Eu consegui fazer essa fiction em um dia e era na semana de provas quando eu a escrevi. Mas é que quando a historia entra na cabeça eu preciso tirá-la logo, HAHAHA! Quem ler acha que é muito fácil né?! Mas não! É horrível escrever tragédias e agradar a tanta gente... E sem falar que eu estou viciada em escrever e ler comecei a ler clássicos da literatura como O Morro dos Ventos Uivantes indicado pelo meu professor de literatura do cursinho e também porque eu assisti o filme ( em versão atual)... Bem, espero que tenha gostado, que tenham chorado porque eu chorei! Ah obrigado Camila pela eficiência! Hora de dizer tchau, leiam as outras fictions que eu indiquei ok?! E não deixem de comentar... beijos e queijos xoxo! Baby Ribeiro

"Convite de Casamento" (Finalizada)

"M.E.T - My English Teacher" (Andamento/Restrita)

"Spinning" (Andamento)

N/B: Se encontrarem qualquer erro, por favor, me mandem um e-mail? (camila.ov@hotmail.com) Cami, xx

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