Finalizada em: 27/06/2015

"Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir." Khali Gibran.


Capítulo 1: Olá, Tio Alvo.

Atrasada. De novo. Às vezes eu me odeio por ainda ter esse costume, meu primeiro dia em Hogwarts e eu havia perdido o Expresso, tive que voar até aqui de vassoura, minha Nimbus 2001 sofreu bastante com essa viagem. Eu estava achando que até aqui seria fácil, mas um velho que me meteu medo estava no portão acompanhado de uma gata nojenta.

- Quem é você? – ele disse me olhando com uma espécie de detector de magia.
- Meu nome é , sou nova aluna.
- Por que não veio no Expresso?
- Porque eu o perdi, cheguei tarde demais.
- Mas você não vai entrar aqui, tenho ordens expressas para...
- Deixe-a, senhor Filch.

Eu olhei em direção à voz e pude ver uma senhora com os cabelos presos em um coque e vestes pretas.

- Por que se atrasou, Srta. ?
- Bem, eu perdi o expresso de Hogwarts, tive que vir até aqui de vassoura, e agora o Sr. Filch não está querendo me deixar entrar.
- Vamos, venha comigo, Prof. Dumbledore já nos explicou sobre você, querida. Tenho que perguntar, onde está seu uniforme?

Eu não estava com uniforme, mas estava com um par de botas pretas, meia calça preta, uma saia preta, uma blusa preta e uma capa de viagem de couro de dragão preta e minha bolsa customizada. Tenho um estilo que copio de revistas trouxas, porque eles têm muita criatividade.

- Por eu estar atrasada e ter vindo de vassoura, meu malão e minha coruja ficaram para trás, talvez eles cheguem amanhã, meus pais vão trazê-los.
- Muito bem. Estamos no final da seleção de casas e sugiro que escolha a Grifinória.
Então, em um momento eu estava na frente de grandes portas de carvalho e no outro eu estava em um salão muito grande com quatro grandes mesas repletas de estudantes, todos olhando pra mim. Rastreei a sala e encontrei quem eu queria achar, que retribuiu com um olhar doce.

- Ah, senhorita , achei que você não viria mais.
- Olá, tio Alvo.
Alvo Dumbledore fitava-me com doçura. Eu andei até ele, ainda com todos me olhando com um olhar assustado e surpreso, e o abracei com doçura.

- Atrasada?
- Sim, perdi o expresso.
- Acordou muito tarde?
- Sim. – eu disse um pouco envergonhada e ele deu uma risada.
- Ainda não mudou? Bem, vamos escolher sua casa agora. – ele se virou para os estudantes e eu esperei pacientemente atrás dele - Essa jovem que acaba de adentrar ao nosso salão é a Srta. , que irá se juntar a nós em mais um ano letivo. Sente-se aqui.

Eu me sentei em uma cadeira e aquela senhora de um tempo atrás colocou um chapéu velho em minha cabeça, que ficaria lindo com uma bota marrom.

- Eu não sou acessório de moda, – ele disse para mim, me assustando – estou aqui para escolher sua casa.
- Desculpe, senhor Chapéu.
- Vamos ver... – ele deu uma pausa – bons talentos: um coração puro e valente, coragem e força te dominam, mas ainda tem algo a mais no seu coração, se daria bem na Sonserina.
- Não, por favor, eu não quero envergonhar meus pais...
E os estudantes da Sonserina me olhavam com perplexidade e raiva, sorri vitoriosa. E quando eu disse que eu não queria envergonhar meus pais, eu estava falando sério, eles me matariam com uma Avada se eu fosse pra Sonserina. Tá bom, eu exagerei, mas eles preferem a...

- GRIFINÓRIA!

Eu ia dizer isso, sorri vitoriosa e olhei para Tio Alvo, que me retribuiu um olhar feliz, me dirigi e me sentei à mesa da Grifinória, todos muitos felizes me recebiam com palmas. Me sentei ao lado de uma garota ruiva, uma garota que estava com um semblante agoniado e um garoto (bonito, por sinal) também ruivo que não parava de comer.

- Para de comer, garoto! – A garota com o rosto agoniado disse, batendo com um livro no garoto do lado – seu melhor amigo sumiu e você tá aí comendo!
- Relaxa, Hermione, ele já aparece. Eh! Olha ele ali.
Eu olhei na direção em que eles olhavam e um garoto entrou com roupas de trouxas, acompanhado por um homem com cabelos sebosos e, no mesmo instante, eu reconheci o garoto. A cicatriz estava ali. Harry Potter.
Eu sabia da história dele, meus pais me contaram. Triste destino, mas eu acreditava nele, eu acreditava que ele poderia nos livrar da guerra que estava por vir.

- Por que o seu nariz está sangrando? – eu perguntei, fitando-o com um pouco de espanto.
- Nada sério, você poderia me ajudar, Hermione?
- Claro, Harry.

E ela murmurou um feitiço e o nariz dele parou de sangrar.
- E então, o que eu perdi? – ele perguntou me olhando um pouco vermelho.
- Eu sou e acabei de entrar em Hogwarts.
- Mas você não é um pouco grandinha pra estar no primeiro ano? – O garoto ruivo disse para mim.
- Bem, eu estou no sexto, eu estudei em casa até ano passado, mas tio Alvo, digo, o prof. Dumbledore, disse ao meus pais que esse era o momento para eu vir pra cá. E vocês são...?
- Hermione Granger.
- Rony Weasley.
- Gina Weasley
- Harry Potter.
- Neville Longbotton.
- Dino Thomas.
- Simas Finnigan.
- Olá para todos. – eu disse contente.
- Por que você não está de uniforme? – Gina me perguntou e eu comecei a explicar toda a história. Ficamos conversando até que Tio Alvo disse para irmos dormir, nos levantamos e fomos conversando.
- Onde fica o Salão Comunal da Grifinória? – eu perguntei para Harry enquanto saímos do Salão Principal.
- Vamos, eu vou com você até lá.

Dei um sorriso para ele e fomos andando conversando, mas alguma coisa me incomodava, alguém estava me olhando. Virei para trás de relance e um garoto magro, loiro e muito pálido me olhava com um olhar que eu não consegui decifrar, mas que me encantou de uma forma que eu não entendi, uma forma que não fazia sentido.

- Está olhando o que? – ele disse olhando para mim com um olhar esnobe, decidi não revidar, gastar meu tempo com aquela besta, não fazia meu tipo – eu falei com você, aberração da Grifinória!
- Você me chamou do que? – Eu perdi a paciência em questão de milésimos, eu aturava certas coisas, mas apelidinhos não.
- Aberração da Grifinória. – Ele repetiu com um sorriso no rosto.
- Retire o que disse. – Minha varinha veio parar em minha mão.
- Aberração da Grifinória!
- Eu já mandei você retirar o que disse!

Eu estava nervosa, esse garoto havia me irritado muito!
- Estupefaça!
Ele gritou e eu saí voando pelo corredor, bati com força na parede, sentindo uma dor insuportável, mas eu não iria demonstrar. Me levantei, fui até ele e gritei, mais rápida do que ele:
- EVERTE STATUM!

E aquele garoto saiu voando, dando piruetas no ar, e caiu com um baque no chão. Todos me olharam com um olhar angustiado. Olhei para os lados, mas não achei Harry em lugar nenhum, fui até o garoto que eu havia acertado, ele ainda estava caído no chão.

- Ei! – eu disse, estendendo a mão para ele, que me olhava com um olhar de nojo e medo – Desculpa, mas você me atacou primeiro. Vem, eu te ajudo a levantar – ele olhou minha mão, mas a ignorou e em um momento já estava de pé.
- Você vai me pagar, sua mestiça imunda!
- Seu arrogante! – Fui dar um tapa na cara dele, mas ele segurou o meu braço com muita força. – Você está me machucando, me solta!
- Não vou te soltar até você pedir perdão.
- Então vamos ficar aqui pra sempre, querido. Eu já mandei me soltar! – eu fui dar outro tapa nele, mas ele segurou minha outra mão e pressionou meus braços no meu peito com muita força – Você está me machucando de verdade, me solta!!
- O que está acontecendo aqui?

Uma voz disse e ele rapidamente me soltou, aquela senhora de um tempo atrás estava parada nos encarando.

- Professora McGonagall, ela me atacou!
- Porque você atacou primeiro.
- Cala a boca, sua mestiça nojenta.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo? Me respeite, seu bosta!
- CHEGA!

A professora McGonagall gritou, fazendo-nos parar.

- Para a sala do diretor agora!
Por culpa daquele ser arrogante eu estava indo para a sala do diretor no primeiro dia de aula. Fomos andando até a sala do diretor, a professora McGonagall bateu e nós entramos.

- Prof. Dumbledore, temos problemas com o Senhor Malfoy e a Senhorita . – e ela se retirou da sala com um ‘boa noite’.
- O que aconteceu, ? – ele disse me olhando com um olhar desapontado.
- Bem, essa besta louca aqui – eu disse apontando para o ser do meu lado.
- ...
- Desculpe, senhor.
- Eu estava indo para o salão comunal da Grifinória quando eu olhei para trás e vi que ele me olhava, então...
- Quem falou que eu estava te olhando, aberração?
- Cala a boca... – eu disse, mas parei porque não sabia o nome do ser.
- Draco Malfoy.
- Que seja, então, ele...

E contei toda a história para o prof. Dumbledore, com algumas interrupções de Draco, mas contei.

- Então... Vocês brigaram. Pelo que sei no horário de vocês tem uma noite de quarta-feira livre, por isso a detenção de vocês será na quarta-feira, às oito, na sala do Senhor Filch.
- O Senhor Filch é aquele velho assustador que estava no portão?
- Ele mesmo – disse Dumbledore e eu gelei, eu tinha medo daquele velho louco. – Draco, você pode se retirar.

Ele saiu da sala e me olhou com um olhar de raiva. Ótimo, detenção na primeira semana, parabéns .

- Sente-se, – ele disse para mim e eu o obedeci.
- O que foi, tio?
- Querida, com as circunstâncias em que vivemos, não é prudente a senhorita me chamar assim...
- Mas você é!
- Mas eu prefiro que você me chame de professor Dumbledore.
- Tudo bem, era só isso?
- Não, querida, eu preciso saber como estão seus pais.
- Eles estão aqui na Grã-Bretanha, vão mandar o meu malão e minha coruja e vão partir.
- Sua coruja?
- Sim.
- Ela ainda está viva? Eu lhe dei quando você tinha oito anos.
- Pois é, mas Cassie é forte. Posso ir agora? Ainda tenho que arrumar minhas coisas e polir minha vassoura.
- Eu preciso te dar um recado. Eu não estou contestando a educação que seus pais te deram em casa, mas você precisará fazer uns testes para vermos o quanto você sabe, você precisará fazer algumas aulas extras com os professores para poder fazer os Nom’s. Seu horário está aqui comigo, eu o formulei pessoalmente.
- Obrigada, “professor Dumbledore”– eu disse fazendo aspas no ar – vai ser difícil me acostumar com isso, mas de qualquer jeito, tenha uma boa noite.
- Boa noite, .

Saí da sala e fui até o salão comunal, mas eu não tinha a senha para entrar, então eu fiquei sentada na escada em frente ao retrato da Mulher Gorda esperando alguém sair. Por sorte, Gina apareceu.

- Vamos, , já está tarde.

Ela me puxou pela mão e me levou para dentro, me fazendo sentar perto de todos que eu havia conhecido no jantar. Ela me contou a senha e me perguntou o que havia acontecido, eu contei para todos, que acharam um absurdo, mas que me elogiaram por eu ter usado um feitiço bom em Malfoy. Depois de conversar e rir, fui dormir, mas não conseguia pegar no sono. Por alguma razão desconhecida, os olhos azuis acinzentados de Draco Malfoy não saíram dos meus pensamentos.


Capítulo 2: A detenção.

Defesa Contra as Artes das Trevas. Primeira aula do dia. Com a Sonserina. Primeiro dia de aula, pior que o outro e ainda, na noite do outro dia, eu ia ter que passar minha noite livre, limpando troféus com Draco Malfoy.
Tomei meu café com muito desânimo, Harry e Rony ficaram até preocupados comigo, mas eu expliquei que era a detenção. Eu não queria fazer aquilo, mas por culpa do arrogante, eu iria ter que limpar troféus.
Eu, Harry e Rony fomos andando até a sala de aula, conversando. Eu não estava de uniforme, porque meu malão ainda não tinha chegado, então eu estava com uma sapatilha preta, uma saia preta e uma camisa branca.

- Mas eu estou dizendo que ele é, Rony.
- Harry, chega! A Mione já disse pra você esquecer o que aconteceu no trem, embora ele mereça apanhar, mas chega desse papo!
- O que está acontecendo? – eu perguntei para eles, porque eu não estava entendendo nada.
- O Malfoy...
- Rony! – Harry disse, repreendendo-o.
- Relaxa, Harry! Eu sei guardar segredo!
- Tudo bem então.

E eles me contaram a história do trem, o que o Malfoy fez com Harry e minha raiva por ele cresceu, junto com a atração de saber o que ele estava tramando. Mas se ele fosse um Comensal da Morte, como os garotos me contaram, eu preferia manter distância dele. Eu disse que eu preferia, mas algo me puxava para perto dele e eu precisava saber se ele realmente era. Novamente minha curiosidade tomava controle da situação. Encontramos Hermione na porta da sala, junto com todos os outros alunos que me olhavam assustados e murmuravam sobre minha briga com Malfoy.

- A professora de Runas passou tantos deveres!
- Que pena - bocejou Rony.
- Espere para ver - disse ela com raiva. - Aposto como o Snape também vai passar um montão.
E aquele homem que havia entrado com Harry no outro dia estava parado nos encarando.
- Para dentro.

Ele disse e entramos, eu me sentei do lado de Rony, já que a ordem de cadeiras era: eu, Rony, Harry e Hermione. Todos estavam tirando os livros das mochilas, mas eu fiquei olhando tudo, porque não tinha livro ainda.
- Não pedi a vocês para apanharem seus livros – ele disse, encarando a todos, mas olhando fixamente para Hermione. - Quero conversar com os senhores e exijo sua total e absoluta atenção.

Todos guardaram os livros e começaram a encarar o Professor Snape. Comecei a observar as pessoas da sala e Malfoy estava lá, eu parei meu olhar sobre ele, que estava me olhando também, mas quando eu olhei, ele desviou o olhar para o professor. Estranho, muito estranho.

- Creio que já tiveram cinco professores nesta matéria. Naturalmente, cada um teve o seu método e suas prioridades. Diante dessa confusão, é uma surpresa que tantos tenham obtido nota para passar nesta matéria. E surpresa maior será se todos conseguirem dar conta dos deveres do N. I. E. M, que serão bem mais complexos. As Artes das Trevas são muito variadas, inconstantes e eternas. Combatê-las é como combater um monstro de muitas cabeças, o qual, cada vez que cortamos uma cabeça, surge outra ainda mais feroz e inteligente do que a anterior. Vocês estão combatendo algo que é instável, mutável e indestrutível.

E ele começou a aula, tirando dúvidas de Parvatil Patil, uma das garotas que dividia o dormitório comigo. Eu tentava prestar atenção na aula, mas o ser loiro um pouco a minha frente me perturbava, porque ele não parava de me olhar, eu tentava não corresponder, mas uma vez ou outra, nós nos encaramos, por minutos.

- ...Creio que os senhores são absolutamente novatos no uso de feitiços mudos. Qual é a vantagem de um feitiço mudo?

Ele já havia terminado o seu monólogo e fez essa pergunta, olhei para o lado e vi Hermione levantar a mão, mas pareceu que Snape a ignorava, isso foi me irritando. Quem aquele seboso, pensava que era? Eu fui levantar a mão para chamar sua atenção, mas Rony segurou meu braço.

- Deixa. Mione resolve essa sozinha. Ela faz isso desde o primeiro ano.

E ele estava certo. Hermione foi ouvida, mas mesmo assim, Snape conseguiu humilhá-la e no canto Malfoy riu, eu encontrei o seu olhar e o olhei com um pouco de raiva e no mesmo instante ele parou de rir e olhou pra frente.

- Os senhores agora vão se dividir em pares. Um parceiro tentará enfeitiçar o outro sem falar. O outro vai tentar repelir o feitiço em igual silêncio. Comecem.

Harry e Rony formaram uma dupla, Hermione fez dupla com Neville e eu fiquei sozinha. Me dirigi até a mesa do professor e fui “conversar” com ele.

- Professor Snape? – Eu disse e ele me olhou – eu sou .
- Eu sei quem você é.
- Eu estou sem par, você poderia me indicar alguém?
- Em primeiro lugar, é senhor que pessoas educadas falam e, em segundo, eu não deveria fazer isso, ainda mais a uma fedelha como você, que se acha por ser da sua família. Mas como sou seu professor, eu devo fazer isso. Senhor Malfoy?

Eu vou matar o Snape.

- Você poderia fazer dupla com a Srta. ?

Ele estava com um grupinho da Sonserina, mas quando Snape disse que ele iria fazer dupla comigo, ele fechou a cara e caminhou até o meu lado.

- Por que eu?
- Porque você é o que sobrou. – Snape disse nos olhando. – Vamos, comecem.

Fomos andando até um lugar afastado da sala e ele me olhou com desdém.
- Eu não vou pegar leve com você só porque você é garota.
- E eu pedi?
Ele me olhou com raiva e murmurou:
- Crucio!
Eu rapidamente, por instinto, pensei: Protego! E o feitiço ricocheteou e ele caiu no chão, se lamentando, eu fui até ele, preocupada, e o ajudei a levantar.

- Eu deveria te denunciar para o professor, por usar uma Maldição Imperdoável, mas eu não vou fazer isso, porque eu já estou satisfeito do feitiço ter voltado pra você. – Eu disse para ele que me olhou assustado, mas assentiu. Eu cheguei muito perto dele, de modo que minha boca ficasse perto de seu ouvido e sussurrei: - Agora seja homem e use um feitiço de verdade e não se esconda atrás da Cruciatus.

Vi que os pelos de seu pescoço se arrepiaram. Bingo! Separei-me dele e recomeçamos a dança, ele atacava, eu defendia, eu atacava e ele defendia. Percebi uma agitação.

- Espere um pouco. – eu disse para Draco. Depois de um tempo, percebi que Harry havia feito um escudo tão forte que fez o professor ir parar longe, Harry “respondeu” ao professor e tomou uma detenção. Pelo menos eu não estou sozinha.

A aula acabou depois disso, todos estavam saindo, Draco havia ido embora há um tempo, eu também estava indo embora, até que ouvi Snape me chamando.

- Srta. .
- Sim? – Eu disse para ele.
- Sim, Senhor, e não seja estúpida de querer ser igual ao Potter e me responder. Onde está o seu uniforme?
- Professor, por eu ter vindo de vassoura, meus pais vão mandar meu malão pela rede de Flu, mas depois do almoço.
- Entendido. Vá embora.

Eu saí de lá, fui para o salão Principal e fiquei conversando sobre a aula do Snape com Rony, Harry e Hermione, que discutiam sobre o que Harry havia dito para Snape, até que uma coruja cinza chegou com uma carta, que estava endereçada para mim, escrita com a caligrafia um pouco grossa de meu avô.

“Querida Neta,

Como está seu primeiro dia? Sua mãe me contou que você foi para Hogwarts, pelo menos mais um da família na Escola. Estou te mandando um presente muito especial, para você se lembrar de pessoas que vão te ajudar e te amar até o fim. Espero que goste. Os tempos estão difíceis, por isso tome cuidado. Mande lembranças ao velho Alvo por mim.

Te amo, querida.

Seu avô. ”


E o presente era um lindo álbum de fotos da minha família, com várias fotos de todas as festas que fazíamos. Uma foto me chamou a atenção: meu velho avô estava junto com Dumbledore, que estava comigo no colo, eu estava brincando com a grande barba prateada. Sorri. Bons tempos em que todos estavam juntos. Guardei meu álbum e a carta de meu avô em minha bolsa e fui almoçar com mais um motivo para me alegrar.

Depois do almoço, eu e os meninos fomos para o Salão Comunal, já que Hermione foi para a aula de Runas, fazer os deveres.

- Isso aqui enche o saco! – eu disse quase batendo a cabeça no livro, porque havia muitos deveres.
- Verdade, mas era pra você estar perdida, como você consegue saber das coisas dos outros anos? – Rony perguntou, tentando copiar minha lição que estava pela metade.
- Bem, meus pais me ensinaram muita coisa em casa, já que quando chegou minha idade de entrar em Hogwarts, nós estávamos na Bélgica, eles me ensinaram tudo o que eu sei em casa.
- Bélgica? – Rony perguntou.
- Bélgica? – Simas perguntou.
- Bélgica? – Harry perguntou.

Eu ri um pouco, mas comecei a explicar.

- Meus pais são aurores, mas eles viajam pelo mundo, procurando artes das Trevas, e eu ia junto. Sei muita coisa sobre Defesa Contra Arte das Trevas.
- Que legal! – Rony disse, ainda tentando copiar meu dever e Harry prestando atenção em mim, mas copiando de Rony. – Você já morou aonde?
- Rússia, Bélgica, Estados Unidos, Brasil, Itália...

Terminamos os deveres e fomos conversando para a aula de Poções, que percebi que estava quase vazia, Malfoy estava lá, para a minha infelicidade. A porta se abriu e o professor gordo Slughorn apareceu.
Todos se acomodaram, eu fui até o armário e peguei um livro para mim, pois estava sem. Existiam três livros, dois bonitinhos e um livro detonado, peguei um dos melhores e deixei os outros dois para Harry e Rony.
A aula foi acontecendo muito bem, Harry ganhou a poção e Hermione ficou brava. Quando a aula acabou, professor Slughorn me chamou.

- Você é muito boa em poções. Qual é o seu nome?
- .
- ! Puxa! Seu pai é Gregório ?
- Sim.
- Um grande aluno meu, mas nunca superou sua mãe Ariana. Como estão?
- Bem, professor.
- Avise-os que eu mandei lembranças. Preciso perguntar: Você recebeu o seu horário de aulas extras?
- Sim, senhor.
- Então está lembrada de que nossa aula é hoje, às 19:30h?
- Claro, professor.
- Então está certo. Eu esqueci de avisar que o professor Dumbledore me pediu para avisar que ele quer vê-la agora.
- Tudo bem, obrigada por ter me ajudado.

Saí da sala e fui ver Dumby.
- Oi, meu velho! – Eu disse para ele feliz, que sorriu com o meu “apelidinho fofo”, eu o abracei e me sentei. – Meu avô me mandou uma coisa e eu queria que o Senhor visse.
- . – ele disse – suas coisas chegaram, estão ali no canto. O que a senhorita quer que eu veja?
- Isso. – eu tirei o álbum da minha bolsa e o entreguei, que sorriu para mim – pode ficar o tempo que quiser, meu avô que me mandou.
- Obrigado, garanto que vou dar uma olhada. Mas agora, como está indo seu dia?
- Bom e produtivo.
- E o Senhor Malfoy?
- O que tem aquela peste?
- Vocês estão se dando bem?
- O Senhor está brincando, não é? Ele é insuportável e ainda por cima tem essa detenção, eu não sei se eu vou sair viva dessa.
- Sabe, , você pode se surpreender com o seu destino. – ele disse, mas eu nem dei atenção e me levantei. Estava morrendo de fome.
- Professor, quando o senhor terminar de ver, me avise, mas agora eu preciso ir. Obrigada por receber meus pertences. Tchau, tio Alvo.

Peguei meu malão e a gaiola da minha coruja e fui para o Salão Comunal guardar minhas coisas. Eu nem dei atenção àquela frase de Dumby, mas logo depois eu saberia que ele estava certo. Depois de ter guardado minha coisas, voltei para as aulas. À noite, fui ter as aulas extras com o Professor Slugue, cheguei tarde naquele dia e quando cheguei no Salão Comunal, apenas Harry, Hermione e Rony estavam acordados. Eu perguntei o por que e Harry me contou sobre suas aulas com Dumby. Fui dormir exausta e já me preparando psicologicamente para a noite seguinte, que seria a noite da detenção.

Cheguei ao saguão e encontrei Draco sentado na escada com um olhar perdido, eu me sentei ao seu lado, ele estava tão imerso em seus pensamentos que nem me viu chegar. Coloquei uma roupa confortável e simples.

- Malfoy – eu disse, mas ele não ouviu – Draco!
- O que foi?
- Está bem?
- E isso é da sua conta, por acaso? – ele disse ríspido como sempre e eu fiquei chateada ao ouvir aquilo.
- Desculpa, eu estava sendo educada com você.

Depois disso o silêncio reinou. Aquilo havia machucado. E eu nem sabia o por que de eu estar me importando tanto com o jeito que ele falava comigo. Depois de um tempo, o velho Filch chegou e eu me agarrei no braço de Draco enquanto andávamos para a sala de troféus.

- Por que você está segurando meu braço tão forte? – ele disse sussurrando no meu ouvido para que Filch não ouvisse.
- Porque eu tenho medo dele. – Eu disse, Filch olhou pra trás e eu finquei minhas unhas no braço de Draco, que soltou um gemido, mas depois soltou um risinho.

Chegamos à sala de troféus, Filch abriu a porta e nos empurrou para dentro.

- Aqui estão panos, baldes e ceras, vocês vão polir todos os troféus sem magia. Podem começar.

Começamos a limpar os troféus, Malfoy subiu na escada e tirava os troféus de cima e me dava para limpar alguns, depois ele descia e me ajudava a limpar. Não sei por quanto tempo ficamos naquela chatice, até que Filch se levantou da cadeira em que estava e nos olhou com aquele olhar estranho dele.

- Eu já volto – Filch disse para nós dois – Madame No-r-r-rra disse que Pirraça está fazendo alguma coisa no quarto andar. Se comportem e se terminarem podem sair.

E ele saiu da sala e o ar ficou mais quente, eu arregacei as mangas de minha blusa ainda mais e comecei a limpar os troféus, eu comecei a olhar para Draco, que estava lindo. Os fios loiros estavam grudados em sua testa, deixando-o cada vez mais... sexy. Ri do meu próprio pensamento e prendi meu cabelo em um coque alto, olhei para Draco novamente e ele me olhava. Ignorei e voltei a limpar os troféus. Quando eu estava quase terminando, Draco disse:

- Terminei, estou indo embora.
- Mas você não terminou, e esses troféus aí?
- Você vai limpar.

Eu comecei a rir.

- Você está brincando, né? Para de querer dar uma de estrela e volta a limpar esses troféus.
- Quem quer dar uma de estrela é você! – Ele disse para mim – Entrou no sexto ano, usa essas roupas loucas e ainda por cima foi andar com o Potter! Anda, vai lá namorar com ele! Aí vocês viram o que casal sensação da escola inteira!
- Pra sua informação, Harry é meu amigo! AMIGO! E por que você está falando isso? Está com ciúmes, é? – eu comecei a rir sarcástica.
- Retire o que disse.
- O que você vai fazer? Me bater? Me lançar a Cruciatus? Vamos! Faça isso, mas depois de limpar esses troféus!

O silêncio reinou e voltamos a limpar os troféus, eu subi na escada para guardar os últimos troféus que estavam ali, até que Draco disse:
- Que tatuagem é essa? – e colocou o dedo frio em cima da minha tatuagem que era de costas inteira. Eu havia me desequilibrado, mas ele colocou a mão em minha cintura para me segurar.
- Como você descobriu? – ele ainda não tinha me soltado, mas eu já estava em pé no chão, na frente dele.
- Sua blusa subiu e eu vi. O que é?
- É uma fênix.
- Posso ver?
- Não.
- Por quê?
- Porque eu teria que tirar minha blusa, já que minha Fênix é nas costas inteira. Você viu a cauda.
- Então tira a blusa, oras.
Ele disse para mim e eu comecei a rir com desdém. Muito safadinho esse Draco. Soltei-me dele e estava saindo da sala quando ele me segurou e prensou meu corpo contra o dele.
- O que você está fazendo?
- Isso.

Draco passou as mãos em minha cintura e me beijou. O beijo começou urgente e ele tentava aprofundá-lo, mas eu não iria ceder tão fácil. Tentei empurrá-lo pelo peito, mas ele deu um jeito e segurou minhas mãos em cima da minha cabeça quando me encostou numa estante de troféus. O vidro gelado em minhas costas fazia um contraste com a temperatura do corpo de Draco colado no meu. Me dei por vencida e deixei Draco guiar o beijo. Já estávamos sem fôlego e Draco finalizou o beijo sugando meu lábio. Eu estava sem ar e, para ficar pior, Draco começou a beijar meu pescoço enquanto fazia um carinho nas minhas costas, sua mão desceu para dentro da saia e eu o afastei, empurrando-o com as mãos no peito dele. Ele me olhou assustado e eu borbulhava de raiva.

- Se você está pensando que eu sou esse tipo de garota, você está errado! – ri um pouco decepcionada e saí da sala de troféus depois de arrumar minhas roupas.

Quem ele achava que era? Meu sangue borbulhava de ódio e repulsa. Como eu fui capaz de deixá-lo me tocar, ainda mais daquele jeito? Parei em um corredor, respirei fundo e não pude deixar de levar minhas mãos aos lábios mais uma vez, eles estavam inchados e com certeza estariam vermelhos. O toque dos lábios de Draco ainda estava nos meus e eu sorri. Automaticamente me repreendi por pensar naquilo. Gostar do beijo de Draco... nem morta.


Capítulo 3: Quadribol, festa e briga.

Os dias se passaram e eu ainda não conseguia olhar para Malfoy. Ao mesmo tempo que havia raiva por eu ter o deixado me tocar, havia decepção por ele ter pensado aquilo de mim. Eu estava do lado de Hermione vendo o treino de Quadribol, nós estávamos conversando sobre as aulas de Harry com Dumby até que ela me perguntou:

- Como foi a detenção? – ela perguntou simplesmente e eu me assustei.
- Por quê?
- Porque eu quero saber. Não posso?
- Pode, é que... – eu tinha vergonha de contar o que realmente havia acontecido, mas eu iria contar, pelo menos pra ela e pra Gina (que já sabia, ela foi a primeira pessoa pra quem eu contei) – Mione, você sabe que eu te considero minha melhor amiga, não sabe?
- Claro! Eu também te considero, mas o que isso tem a ver com a detenção?
- Porque eu confio em você pra te contar o que aconteceu e sei que você vai guardar segredo.
- Mas o que aconteceu? Você está me deixando nervosa.
- Malfoy me beijou.
- O QUE? COMO VOCÊ PODE? – ela disse exasperada, mas eu a olhei com um olhar suplicante e ela se conteve.
- O que tem?
- , ele é um mau-caráter e Harry ainda acha que ele é Comensal da Morte! Não se deixa envolver por ele!
- Mas, Mione...
- Não tem mais, ! Se afasta dele. – ela disse dando final ao assunto.
- E você? – eu disse para ela.
- O que tem eu? – ela disse e eu vi seu rosto corar.
- Eu percebi o jeito que você olha pro Ron, tá? E o jeito que ele cuida de você, vocês combinam, sabia?
- Que história louca, . Eu estou em Hogwarts para estudar e aprender a me defender das Artes das Trevas. Não posso pensar nesse tipo de coisa. E você deveria fazer o mesmo. – ela disse curta e grossa.
- Tudo bem - eu disse - mas se você quer ficar com o Ron, é melhor começar rápido, porque a Lilá Brown está de olho nele também.

E nós olhamos para Lilá que estava olhando fixamente para Rony. Hermione se remexeu no lugar e ficou em silêncio. A seleção havia começado faz um tempo, Cormaco estava fazendo o teste, então em ouvi um sussuro do meu lado dizendo: “Confundus” e ele não pegou a goles. Eu olhei para Mione, que tinha um sorriso pequeno nos lábios, e comecei a rir. Ela me olhou e fez um Shii! pra mim, eu apenas assenti.
Era a vez de Ron e eu comecei a torcer: Vai, Rony! Você consegue. Lilá fazia a mesma coisa e Hermione fechou a cara. Acabou o treino, eu e Mione descemos até o campo.

- Parabéns, Ron! – eu disse, abracei-o e vi Mione resmungar, rapidamente me livrei dele e fui falar com Harry.
- Harry, é uma Firebolt?
- Sim.
- É linda, eu posso...
- Claro. Por que você não fez o teste? Você voa bem e deve ser boa em ser atacante.
- Porque eu não estou pronta, quem sabe ano que vem? Esse ano eu quero focar nos estudos. – Olhei para Mione que me deu um sorrisinho. – Mas eu posso voar?
- Vai em frente.

Eu subi na Firebolt e ela saiu voando muito rápido, eu sentia o vento batendo no meu rosto e por impulso tirei as mãos do cabo da vassoura, depois segurei de novo e comecei a dar piruetas, no final fui descendo devagar e fiquei em pé, cheguei perto deles e pulei da Firebolt, dando um giro no ar, e parei em frente a eles.

- Nossa, que legal! – Rony disse – como você consegue fazer tudo isso?
- Treinei durante muito tempo, eu ficava divertindo meus pais nas viagens. Sua vassoura é muito boa, Harry! Uma Firebolt supera a minha Nimbus 2001. - eu dei uma pausa e senti meu estômago roncar - Vamos, eu estou com fome.

Saímos do campo conversando e rindo, Simas se juntou a nós e começamos a conversar e rir, até que ele me provocou e eu subi nas costas dele e tentei tampar a visão dele com a toca que usava, todos rimos até que encontramos com Malfoy no caminho.

- Ora, ora, se não é o clube d’O Eleito. também está participando? – ele disse com sarcasmo em cada palavra.
- E isso é da sua conta, Draco? – eu disse, todos começamos a rir e ele me olhou com um olhar bravo e me puxou pra um canto do corredor – O que você quer?
- Eu não q-q-quero que você suba nas costas do Simas. – ele disse um pouco bravo, mas eu percebi um ciúme genuíno em sua face.
- Por quê? Tá com ciúmes, Malfoyzinho? – eu ri da cara dele com desdém, mas sentindo minha autoestima ir lá pro alto.
- Para com isso ou eu conto pra todo mundo que a Aberração da Grifinória tem uma fênix nas costas!
- Conta, isso não é problema pra mim mesmo. Agora se eu contar pra todo mundo que você me beijou, isso sim deve ser um problema pra você, não é? – eu comecei a rir da cara de espanto que ele fez.
- Cala a boca, garota! – ele deu um grito e eu puxei meu braço com força.
- Não me manda calar a boca! – eu gritei pra ele e o empurrei um pouco para eu conseguir sair daquele lugar.

Novamente a raiva aumentou junto com a decepção, porque eu ainda tinha aquela mísera esperança de que ele iria me tratar com decência, mas depois daquilo pude perceber que eu estava totalmente errada. Ele não teria nenhuma consideração por mim, não teria afeto por mim ou coisa parecida. Quando ele me beijou e tentou colocar a mão dentro da minha roupa, ele provou que eu era apenas mais uma. Mais uma de tantas que ele já havia pegado naquela escola. E meu ego estava ferido, mesmo ele tendo ciúmes de mim, ainda estava ferido. Me sentia usada e totalmente perdida. Estava apavorada, não queria que o que estava sentindo dentro de mim aumentasse e me fizesse sofrer, não queria mais uma cicatriz entre tantas que eu já carregava dentro de mim.

Sentei-me ao lado de Hermione e segurei um pequeno choro que eu sabia que viria, me limitando apenas em abaixar a cabeça e tentar fazer o nó da boca do meu estômago ir embora.

- O que foi, ? – Hermione perguntou, me olhando com um olhar preocupado.
- Nada. – eu disse simplesmente porque não sabia o que havia acontecido comigo. Não era para eu me importar tanto.
- Mas o Malfoy... – ela disse, mas eu a cortei.
- Ele não presta – eu disse dando um sorriso falso e tentando a todo custo fingir que eu estava bem. – Mas chega de falar de mim, não é? Vamos comemorar o novo time da Grifinória que vai ganhar a Competição das Casas! Um brinde a Grifinória! - e brindamos todos até que a nossa comemoração foi interrompida pelo professor Slughorn.

- Harry, Harry, exatamente a pessoa que eu queria ver. Eu estava na esperança de encontrá-lo antes do jantar! Que é que você me diz de fazer uma pequena ceia nos meus aposentos? Vamos dar uma festinha com meia dúzia de astros e estrelas em ascensão. Estarão lá o McLaggen, o Zabini e a encantadora Melinda Bobbin, não sei se você a conhece. A família é proprietária de uma grande cadeia de farmácias; e naturalmente gostaria muito que a srta. Granger me desse o prazer de comparecer também. E claro, a senhorita também, terei o prazer de conversar sobre sua família! O que me dizem?
- Não posso ir – disse Harry - Tenho de cumprir uma detenção com o professor Snape.

E ele começou a conversar com Harry, mas eu não prestei atenção mais, porque o ser loiro que era dono de todos os meus pensamentos e angústias me encarava fixamente. Eu apenas abaixei a cabeça, deixando visível minha tristeza e decepção em relação a ele. Olhei-o de novo e percebi uma confusão em seu olhar.

- ? – Hermione me chamou – vai à festa do Slughorn?
- Não sei, você vai?
- Acho que vou, mas eu queria que um dos meninos fossem, o Mclaggen vai ficar me enchendo o saco.
- Tudo bem, eu vou sim pra te fazer companhia. Gina, você também vai?
- Vou com o Dino. Mas não conte pro Rony, ele ainda não sabe.
- Tudo bem.

As meninas começaram a conversar, porém por mais que a conversa delas fosse divertida, não consegui reagir ou me interar. Meu ego ferido não permitia. O jantar acabou e todos subimos para o Salão Comunal. Quando pisei lá, meu intuito foi subir ao meu quarto e tentar dormir, mas eu não queria mesmo ficar sozinha. Ficar sozinha significava deixar meus fantasmas aparecerem e definitivamente não era aquilo que eu queria.
Quando me inteirei do assunto dos meus amigos, eles falavam sobre as suspeitas de Harry em Draco ser um Comensal. Talvez seria o universo querendo zoar com a minha cara, fingi prestar atenção, mas cada palavra deles me atingia como facas e eu olhei para o lado para eles não notarem meus olhos molhados. Botei meus olhos em Harry e percebi que ele observava Gina brincar com o mini-pufe com um rosto totalmente apaixonado. Dei um sorrisinho e decidi que não iria falar absolutamente nada. Algo me dizia que Harry não queria falar nada sobre aquilo. Saí dos meus devaneios com a voz de Harry falando aborrecido:

- Escute aqui, não é minha culpa que Slughorn só tenha convidado nós três para essa festinha idiota, nem queríamos ir, sabe!
- Bom, como não sou convidado para festa nenhuma, acho que vou dormir. – Rony disse e saiu emburrado do Salão Comunal.

Depois uma garota foi falar com Harry e eu não aguentei mais ficar ali e subi para o meu quarto, me enfiando embaixo das cobertas e fechando os olhos com força, tentando a todo custo tirar o rosto de Malfoy de minha mente.

Houve a festa de Slughorn e eu e Hermione ficamos sentadas ora conversando, ora se escondendo do Mclaggen. Havia algumas pessoas importantes, inclusive a Guga Jones, uma goleira muita famosa.T omei umas taças de whisky de fogo e voltei para o Salão Comunal cansada, tentei manter minha mente totalmente ocupada para não ter que pensar em Draco e obtive sucesso, mas minha mente me pregou uma peça. Eu sonhei com ele.

Virei um corredor de Hogwarts e me deparei com Draco parado no meio do corredor. Ele me deu um sorriso doce e eu corri até ele, abraçando-o com doçura. Ele selou nossos lábios num beijo rápido e eu o encarei com uma fascinação estupenda.
- Você sabe o que vai acontecer, não sabe? – ele disse para mim e eu afirmei com a cabeça. – Você não se importa?
- Não, eu te amo. – eu afirmava e o beijava – não quero morrer, mas eu sei que você precisa que isso aconteça.
- Isso mesmo. Eu preciso – senti algo em minha barriga e pude perceber que era a ponta de sua varinha.
- Eu sinto muito – ele disse antes de respirar fundo e dizer: - AVADA KEDAVRA!

Eu o olhei mais uma vez e senti quando o último resquício de vida se esvaia de mim, caí no chão aos poucos e antes de meu corpo bater com tudo no chão de pedra, tudo ficou escuro.

Acordei num pulo e percebi que meu corpo estava encharcado de suor. Olhei para os lados e as meninas ainda dormiam, mas o sol estava nascendo. Respirei fundo e deitei na cama novamente, chutando as cobertas para o pé da cama. O sonho passava como um filme em minha cabeça e cada vez mais eu ficava intrigada com o sonho. Eu sabia que ia morrer, mas não tinha medo daquilo. Eu queria morrer e estava feliz por isso, afinal eu iria morrer por ele.
E o mais intrigante era que ele não se importava com o fato de eu estar morrendo, ele queria aquilo tanto quanto eu e aquilo bastou para eu perceber que ele iria me afundar. Tentei dormir de novo, mas não consegui, por isso fiquei deitada na cama, esperando dar o horário para levantar. Sabia que depois desse sonho não conseguiria encarar Draco novamente.

O sol finalmente apareceu por completo enquanto Harry nos contava sua detenção com Snape. Minhas provas dos Nom’s seriam depois das férias de Natal e eu me esforçava ao máximo para estudar e me concentrar.
Não encontrava nenhum lugar para poder estudar em paz. O Salão Comunal estava abarrotado de gente e tudo era uma confusão. Vaguei pelo castelo em busca de um lugar e só me dei conta de que estava no sétimo andar quando vi uma tapeçaria de trasgos e uma menina parada em frente a ela com uma balança na mão.
Dirigi-me para falar com ela, mas ela me olhou com medo, derrubou a balança no chão e saiu correndo.

- Garota louca.

Comecei a andar de um lado para o outro em frente à tapeçaria, tentando imaginar um lugar para ficar, quando atrás de mim uma grande porta de carvalho apareceu. Eu tomei um susto inicial e olhei para os lados procurando alguém. Será que aquela garota sabia de alguma coisa? Encarei a porta novamente e minha curiosidade venceu. Eu entrei.

Havia uma sala muito grande como uma catedral e lotada de coisas, armários, cadeiras, talvez ali fosse um depósito de coisas que não se usavam mais. Comecei a andar pelo lugar, maravilhada com tudo aquilo, quando vi uma cabeleira loira em frente a um armário. Automaticamente o sonho me veio a mente e eu senti um arrepio passar pela minha espinha.

- Draco? – eu o chamei, ele se virou e me olhou assustado – Que lugar é esse?
- O que você está fazendo aqui? – Ele perguntou ríspido.
- Que lugar é esse? – eu o ignorei.
- Uma sala de Hogwarts, agora vai embora. – ele veio até mim.
- Não. – eu dei um sorriso cínico. Se ele iria ser mal-educado comigo, eu não seria educada com ele.
- Anda logo! Vai embora daqui. – Ele disse parecendo querer conter a raiva.
- Se é uma sala de Hogwarts, eu tenho o mesmo direito de usá-la que você! – eu disse pra ele – e eu vou ficar aqui, porque eu não estou incomodada.
- VAI EMBORA DAQUI! – ele segurou meu braço com força, gritando.
- EU JÁ DISSE QUE NÃO VOU! – eu gritei de volta e me arrependi no momento seguinte.

Foi tudo muito rápido e em segundos eu estava prensada na parede com a mão de Malfoy em meu pescoço, apertando-o com um pouco de força, mas força o bastante pra me deixar sem ar. Eu o olhei nos olhos e estavam vermelhos, assim como os meus, mas minhas lágrimas antes suspensas agora caíam sem cessar, eram lágrimas de medo, de estar sem ar, mas mais ainda lágrimas de dor.
Ele foi afrouxando a mão do meu pescoço e apertou a outra mão em minha cintura de um jeito carinhoso. Eu ainda estava sem fôlego, mas era de pânico. Ele apoiou a cabeça em meu ombro, eu o empurrei com toda a minha força, mas ele era mais forte que eu e só deu alguns passos para trás, minhas lágrimas caíam sem cessar, ficamos em silêncio até que ele disse:

- , desculpa, eu...
- FICA LONGE DE MIM!

Eu gritei para ele, peguei minha mochila e saí daquela sala, correndo. Provavelmente eu não ficaria com marcas no pescoço, porque mesmo ele tendo me deixado sem ar por um tempo, ele não colocou força o suficiente para deixar marcas. Eu estava assustada com a reação dele. Nunca ninguém havia feito aquilo comigo. Não conseguia parar de chorar, meu estômago estava embrulhado e eu corri até o banheiro mais próximo e entrei numa das cabines, abaixei a tampa do vaso sanitário e me sentei. Tentei normalizar a minha respiração e colocar meus pensamentos em ordem.
Eu estava com medo, em pânico, mas mesmo assim pude perceber que ele estava tão perdido quanto eu. Os olhos dele vermelhos e mareados transpassaram o pânico que ele estava sentindo.
Balancei minha cabeça em negação e ri incrédula. Eu não poderia estar com pena dele. Não poderia sentir pena de alguém como ele, era uma pessoa horrível e eu deveria me afastar.

Saí da cabine e um fantasma estava lá. Fiquei parada a encarando fixamente e ela me encarava do mesmo jeito.

- Não vai correr? – ela disse flutuando até ficar frente a frente comigo.
- Por que eu faria isso? – eu disse tentando sorrir, ela percebeu.
- Você estava chorando... – ela analisou meus olhos – eu também choro.
- Por que você chora? – eu dei a volta e fui até a pia, lavando o meu rosto. Quando levantei minha cabeça, ela estava parada atrás de mim, me encarando com um semblante triste.
- Porque ninguém gosta de mim, eles só querem me acertar com livros e me fazem chorar para eu estourar a tubulação do banheiro... – ela começou a chorar alto e meus ouvidos zuniram, eu esperei pacientemente ela parar e quando parou ela me encarou – E por que você chorava?
- Por que mais eu choraria? – eu ri com a voz embargada – meninos, é claro.
- Eles fazem as garotas chorarem – ela disse com uma voz triste – E quem te fez chorar?
- Alguém que não vale a pena – eu disse me virando e caminhando até a porta. – A propósito, meu nome é .
- Murta-Que-Geme – ela disse dando um sorriso e eu acenei antes de dar as costas para ela.

Draco’s POV

Me sentia um lixo de ser humano por ter descontado toda a minha frustração em alguém que não tinha culpa nenhuma. Ainda mais esse alguém sendo . Ela havia chamado a minha atenção por ser tão... independente. A maioria das meninas dessa escola caíam aos meus pés, mas ela não. E mesmo tendo nos beijado, ela não se derreteu de amores por mim. Ela era um desafio e isso era o que mais me agradava nela.
E eu tive que descontar nela. Lavei meu rosto e percebi que Murta estava parada atrás de mim. Não me pergunte o por que de eu estar falando com ela. Ela me ouvia e eu tinha certeza de que ela não iria sair contando para todo mundo. Eu me virei e a encarei também.

- Hoje alguém falou comigo... – ela disse com uma voz alegrinha.
- Quem foi? – eu perguntei por pura curiosade, deveria ser aquela Di-Lua Lovegood.
- . – ela disse e eu congelei – mas ela estava triste...
- Triste? – eu perguntei e a culpa aumentou ainda mais – Ela estava chorando?
- Como eu... – Murta disse e começou a chorar – pobre garota...
- Por que ela estava chorando, Murta? – eu perguntei desesperado.
- Por algum garoto... – Murta disse enxugando as lágrimas com as mãos – ela disse que era alguém que não valia a pena.

Murta entrou em um vaso sanitário e se mandou para os encanamentos e eu fiquei ali sozinho com uma culpa três vezes maior.


Capítulo 4: O garoto perdido e confuso.

Eu não conseguia encarar Draco Malfoy, eu tinha medo do que ele poderia fazer comigo depois disso. Ele buscava o meu olhar em cada aula, cada refeição e toda vez que ele me via andando pelos corredores com alguém. Mas simplesmente eu não conseguia, eu estava com o coração tão machucado que a menção de enfrentá-lo me dava calafrios. O sonho me perseguia cada vez mais e tudo contribuía para deixar minha cabeça ainda mais bagunçada.
Porque além de sentir medo, eu estava dividida. Dividida entre seguir o meu coração ou minha cabeça. A cabeça dizia para eu continuar com o que eu estava fazendo, aquilo era o certo, ele não era uma boa pessoa e ainda era um Malfoy. Mas meu coração me traía e dentro dele a vontade de saber o que estava acontecendo com aquele garoto crescia cada vez que eu via aqueles cabelos loiros.
A visita a Hogsmeade estava chegando e todos estavam ansiosos para isso, todos menos eu. Eu não tinha com quem ir e mesmo que eu ficasse com Hermione e os meninos, eu me sentia sozinha. Eu sentia que faltava alguma coisa, alguma coisa que eu sabia que não conseguiria obter tão fácilmente.

- ?

Simas me chamou e começou a andar comigo enquanto íamos para o Salão Principal.

- Oi, Simas.
- Você está bem? - Sim. Mas por que a pergunta?
- Por que você parece distante... – ele disse um pouco triste. – Mas eu queria te perguntar se você não quer ir comigo no passeio pra Hogsmeade. Como amigos.

O convite dele me pegou de surpresa. Eu não estava esperando por aquilo, não achava que me encaixava no perfil das garotas que os caras daqui procuravam, mas ali estava Simas, me olhando com os olhos esperançosos. Eu pensei em dizer sim, mas quando ia dizer, um par de olhos extremamente cinzas me encarava do outro lado do corredor. E quando dei por mim já havia dito.

- Olha, Simas. Eu não estou bem, você acertou. Eu prefiro ir sozinha, prefiro deixar os meus problemas pra mim e eu não seria uma boa companhia.
- Tá, tudo bem. Boa sorte então. – ele disse desapontado e, quando ia virar, eu segurei o braço e dei um beijo no rosto. Ele ruborizou e deu um sorrisinho.
- Sinto muito, Simas, mas eu realmente não posso. – eu disse dando um sorriso triste.
- Tudo bem, , eu entendo – eu sorri confiante para ele e ele sorriu também – mas se precisar de companhia...
- Eu te chamo. – eu disse e ele deu a volta e saiu andando para a direção de Malfoy. Quando passou por ele, Malfoy o olhou com uma cara de nojo.

Eu revirei os olhos, dei meia volta e fui andando para o lado oposto ao de Draco no corredor. Não queria ficar perto dele. Dei alguns passos e quando estava perto de virar o corredor, uma mão segurou meu braço com delicadeza e o típico cheiro de colônia masculina invadiu o meu nariz e eu travei. Não conseguia dar um passo.

- ? – Malfoy disse para mim com uma voz doce e calma.

Parecia que eu havia tomado uma rajada de vento que levou todo aquele medo embora, soprou a pequena chama do coração e a fez aumentar. O medo se dissipou como fumaça e ali, com o braço dele apertando meu braço e o cheiro dele invadindo meu sistema nervoso, eu já sabia o que eu sentia. Eu estava apaixonada por ele.

- Sim? – eu me virei para ele, ele soltou meu braço e sorriu de lado.
- , eu...
- .
- , eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu na Sala Precisa.
- Tudo bem.

Eu voltei a andar para longe dele. Não sei por que fiz isso, mas eu sentia que o ar ali estava faltando e eu não podia ficar ali o encarando, precisava de respostas. Precisava sentar em um canto isolada de tudo e todos e colocar minha mente em ordem.

- , por favor, meu ouve! – Ele disse o meu apelido de um jeito suplicante e eu não resisti e parei. – Eu tenho uma coisa pra fazer e eu não consigo. Se eu não fizer muitas pessoas vão se machucar, por isso eu descontei em você. Desculpa.
- Está bem – eu disse e dei um sorriso para ele, que retribuiu, ele se inclinou e me deu um beijo no rosto, eu fechei os olhos ao sentir os lábios dele em contato com minha pele. – Quer se desculpar? Vamos comigo para Hogsmeade. Eu vou sozinha, se você quiser ir...

Eu deixei a pergunta no ar, olhei para meu pé e ouvi-o dando uma risada, eu o olhei com uma cara de inocente e ele riu ainda mais. Eu rapidamente descobri que adorava a risada dele.

- Eu realmente queria ir, – ele disse com uma voz triste – mas eu não posso. Desculpe.
- Está tudo bem... – eu dei um sorriso confiante, mas sentindo meu castelinho de esperança desmoronar. Ele deu um sorriso de lado pra mim e eu me virei para voltar a andar.
- Espera. – ele disse, me puxou para ele e me deu um selinho. Eu o olhei surpresa. – Não pense que eu não quero ir. Eu não posso ir.
- Eu disse que está tudo bem – eu tentei me fazer de forte e dei mais um sorriso falso – Não precisa me explicar nada...
- Mas eu devo... – ele disse mais baixo e eu me virei novamente e dessa vez ele não veio atrás de mim.
- Tchau, Draco – eu disse e me virei, já sentindo meu estômago embrulhar e uma agonia se instalar em meu peito.

Ótimo, eu tinha acabado de levar um fora, dispensado o Simas por causa dele e estava me sentindo patética. Ele devia estar rindo de mim, por eu achar que ele teria alguma coisa comigo. Olha pra mim, não sou o tipo que ele gosta, já o vi andando com uma menina da Sonserina e eu não sou em nada parecida com ela, logo, ele jamais iria querer algo comigo. Respirei fundo e rumei para o Salão Comunal com a esperança de que essa sensação passasse.

Estava muito frio enquanto caminhávamos para Hogsmeade, coloquei uma roupa quentinha e quando chegamos fui direto para a DedosdeMel comprar meus doces. Sim, esse era meu vício mais forte: doces. Eu comprava um de cada modelo e fazia estoque até a próxima visita e se acabasse meu avô me mandava mais. Minha mãe vivia brigando com ele por causa disso, mas ele nunca parou de mandar.

Abri a porta e o bar estava do jeito que eu conheço desde que me entendo como bruxa. As pessoas estranhas, os móveis velhos e o mesmo barman que sempre que eu ia até lá me acolhia com um sorriso no rosto.

- Como está, querida? – ele disse beijando minha testa.
- Bem, meu velho. – eu disse dando um sorriso para ele.
- Não parece. Vamos, tome uma cerveja amanteigada. Está bem frio – ele disse, me serviu com um pouco de cerveja e eu dei um gole. – O que acontece?
- Nada. – eu disse tentando esconder o que eu estava sentindo.
- Não quer falar sobre isso? – ele me olhou com aquelas olhos cansados e eu sorri.
- Só estou um pouco sozinha esses últimos tempos. Harry está se concentrando nas aulas com tio Alvo e Rony e Hermione o estão ajudando. Mas isso já vai passar. – eu disse tomando um fôlego que eu não sabia que tinha – Como estão as coisas por aqui?
- Do mesmo jeito de sempre.
- Tio Alvo tem vindo aqui te ver?
- Às vezes. Ele quase não vem mais. Ele está saindo do castelo?
- Acho que sim, Harry disse que quase não vê Dumbledore.
- Entendo. Deve ser alguma coisa louca dele, ele sempre foi disso.

Fiquei conversando com meu velho, até que eu me despedi e fui para o Três Vassouras, precisava ver a felicidade das pessoas. Eu necessitava disso. Precisava saber que pelo menos os outros estavam felizes. Deus, aquilo era esmagador, eu não tinha encontrado Draco em nenhum momento. Quando cheguei ao Três Vassouras, Harry, Mione e Rony estavam sentados em uma mesa, dei um aceno com as mãos e me sentei em outra mesa, eu queria ficar sozinha, eu precisava ficar sozinha.

Fiquei a visita a Hogsmeade inteira sozinha naquele bar e com a inútil sensação de que estava faltando algo, além de ficar como uma idiota, olhando para todos os lados, procurando uma pessoa que não iria aparecer.

Professora Minerva entrou no bar e disse para os alunos voltarem para o Salão Comunal de suas Casas que o passeio havia acabado. Eu fiquei enrolando porque não queria voltar para lá, tudo lembrava Draco Malfoy.
Quando estava na escada para o salão comunal, avistei Harry, Ron e Mione, corri para alcançá-los. Quando consegui, eles se sentaram em um sofá e eu me sentei junto deles.

- O que aconteceu?
- Malfoy atacou a Catia Bell. – Harry disse com um pouco de raiva na voz, meu estômago deu uma volta.
- Você não tem certeza disso, Harry. – Hermione disse e eu respirei fundo. O que ele tinha feito dessa vez?

Eles me contaram a história do ataque à Catia Bell e minha mente rapidamente começou a maquinar. Draco não foi ao passeio em Hogsmeade e Catia Bell apareceu enfeitiçada por um colar misterioso que nem ela e a amiga sabem como foi que chegou nelas. Seria Draco o causador de tudo isso? Não poderia ser ele a não ser que ele tivesse feito alguma coisa para fazer aquilo tudo acontecer. Precisava tirar minhas próprias conclusões.

- Nossa, foi horrível esse ataque. E você acha que foi o Draco?
- Desde quando você o chama pelo nome? – Rony me perguntou com uma voz com um pouco de ciúmes, Hermione resmungou.
- Eu gosto de chamar as pessoas pelo nome, Rony. Já volto.

Eu me levantei e fui até onde eu sabia que Draco estaria: a Sala Precisa.

Andei três vezes de um lado para o outro pensando: preciso ver se Malfoy está aí. Eu não consegui entrar até que ouvi uma voz dizendo:

- Descobriu meu esconderijo e está tentando entrar?

Sim, ele me assustou e eu dei um pulo que o fez começar a rir, não pude deixar de rir também.

- Eu achei que você estaria aqui depois de ter saído da detenção, já que foi o único lugar que eu pensei. – eu disse.
- E por que você quer falar comigo? – ele perguntou.
- Preciso te perguntar uma coisa. Umas coisas. – Eu corrigi.
- Então faz assim, pensa comigo três vezes: precisamos de um lugar para conversar.

Eu e ele fizemos isso e a Sala se abriu revelando um lugar imenso, com várias almofadas, sofás e algumas bebidas.

- Nossa! Se você vem aqui por causa disso, meu amor, você terá que dividir essa sala comigo. – eu disse para ele, que deu um sorriso torto. - Posso saber por que você não está fazendo suas lições de casa?
- É minha mãe agora? – ele disse, chegando mais perto de mim.
- Não, só me preocupo com você. – eu dei uma pausa olhando para o chão e essa seria a primeira pergunta - Por que você fez aquilo comigo? Sabe, eu não queria incomodar, só estava passando aqui.
- Ah, aquilo. Porque eu estava nervoso. – ele disse simplesmente enquanto colocava as mãos nos bolsos da calça do uniforme.
- E precisava descontar em mim? Eu descobri sem querer essa sala. E você vai e me joga na parede e me enforca.
- Eu sei o que eu fiz, você não precisa me lembrar, . – ele disse fechando os olhos, como se tentasse expulsar a lembrança – Eu não me orgulho nem um pouco do que eu fiz ou do que eu vou fazer.

Ele fechou os olhos e eu vi algumas lágrimas rolarem por seu rosto pálido.

- Você está chorando? – eu perguntei me aproximando dele, que se esquivou de mim.
- Não. Fique longe.
- Deixa de besteira, garoto. Vem aqui.

Eu o puxei para um sofá que havia ali e o abracei, ele me abraçou de volta como se dependesse de mim. Vê-lo assim tão frágil me fez esquecer o que ele tinha feito. Ele apertava minhas costas com força e eu senti meus ombros molhados. Sim, ele estava chorando. Eu não disse nada, o silêncio falou por nós dois. Eu iria chorar também, mas me mantive firme. Ficamos assim por um bom tempo, até que ele se soltou de mim e limpou o rosto com as costas das mãos. Eu o ajudei limpando seu rosto com o meu dedo e, como num impulso, selei nossos lábios. Eu me afastei dele rápido, porque sabia que ele gritaria comigo depois, ele era arrogante demais.
Mas eu me surpreendi com a reação dele. Ele me puxou mais pra ele e me beijou. Foi um beijo calmo, diferente do beijo da detenção. Nós não tínhamos pressa, queríamos ambos sentir o gosto um do outro com mais calma do que antes. As lágrimas dele deixavam o beijo salgado, paramos para recuperar o fôlego. Ele me olhou e disse:

- Desculpa, .

Eu sorri para ele e o abracei, que me abraçou de volta e me fez ficar deitada com a cabeça apoiada em seu peito. Nada dissemos. O momento falava por nós. Depois disso percebi que o garoto que me abraçava, que por tanto tempo se mostrou forte e resistente, na verdade estava perdido.

- Eu acho melhor você se afastar de mim. – ele disse quebrando o silêncio.
- E por que eu faria isso?
- Porque eu não sou uma boa pessoa.
- Eu sei disso. Foi você que fez aquilo com a Catia Bell, não foi? – eu disse baixo e me preparando para o pior. Ele me empurrou do peito dele.
- O que você está dizendo? – ele disse um pouco assustado.
- Catia Bell. Ataque com um colar. – eu disse, ele se levantou e se afastou de mim – Eu não vou contar para ninguém.
- Como assim, Catia Bell... – ele disse baixo demais, mas eu consegui entender – não era pra ser assim...
- Não era pra ser assim o que? – eu perguntei me levantando e ele pareceu se lembrar de que eu estava ali.
- Nada, nada. Você precisa ir embora – ele disse me empurrando até a porta, mas eu travei meus pés no chão.
- Eu não preciso ir embora... – eu disse o olhando fixamente – não vou embora até que você me explique o que está acontecendo.
- Não está acontecendo nada – ele disse tentando dar uma risada normal, mas pareceu forçada.
- Está sim e eu estou vendo que você precisa de mim – eu disse e ele não conseguia me encarar. Eu me aproximei dele e coloquei minhas mãos em seu rosto – Olha pra mim – eu pedi e ele me olhou, eu encarei aqueles olhos de um azul opaco – eu não vou embora.
- Mas deveria... – ele disse e eu dei um sorriso torto – eu não sou uma boa pessoa. – ele repetiu.
- Eu não me importo com isso, você mostrando o seu lado bom pra mim já é o suficiente. – eu dei um selinho longo nele – eu quero ficar do seu lado, então, por favor, não me manda embora.
- Não poderia fazer isso... – ele disse finalmente me beijando com avidez.

O beijo foi rápido e frenético, ele me guiou até uma parede e agarrou minha cintura com força, eu não sabia o que fazer com as mãos, por isso deixei em sua nuca. A língua dele brigava com a minha e isso durou até não termos mais ar. Ele puxou meu lábio inferior e nossas testas ficaram encostadas uma na outra, respirávamos o mesmo ar e naquele momento ali eu percebi que precisava dele em minha vida.

- Você venceu, – ele disse – não vou te mandar embora. Eu sorri e em seguida começamos mais um beijo de tantos que compartilhamos naquela tarde.

Eu sei que era precipitado, estava sendo tudo muito rápido, sei que eu poderia me machucar me jogando desse jeito, mas eu sentia que estava fazendo certo. Era a coisa mais louca, precipitada e apaixonante que eu estava vivendo. Eu tinha a consciência de que era arriscado, mas uma força me ligava a Draco. Tudo no final era sempre ele. Eu estava apaixonada e sabia que isso me custaria muitas coisas, mas eu não iria desistir dele.


Capítulo 5: A felicidade de Rony, a tristeza de Hermione.

Engraçado como as coisas podem mudar tão rápido. Na verdade, mudanças acontecem ao nosso redor constantemente e muitas vezes nem reparamos. Mas as mudanças que estavam acontecendo em minha vida, eu notava e as apreciava com todo o carinho que eu podia, eram mudanças boas e pela primeira vez em anos eu estava conseguindo ser feliz. Meus problemas eram muitos, mas naqueles poucos dias em que eu estava com Draco e fortalecia minhas amizades, os problemas desapareciam por algum tempo, finalmente dando-me espaço para tentar ter uma vida normal. Os dias se passaram desde a visita a Hogsmeade e numa noite eu estava sentada em uma das poltronas conversando com Mione.

- Por que você não se declara pra ele? – eu disse para ela, que me olhou com um olhar assustado e tacou uma almofada em mim, que eu desviei, mas pegou no Rony que se juntava a nós naquele momento.
- O que foi, Mione?
- Nada. – ela disse se acomodando e me olhando com cara feia, porque eu estava segurando o riso, mas não consegui me conter. – Para de rir, !
- Por que você está rindo, ? – Rony perguntou olhando para mim, que me contorcia na poltrona de tanto rir, e para Hermione, que me olhava apavorada. – O que? Sou eu?
- A é uma tonta e fica rindo do nada – Mione disse irritada e eu taquei uma almofada nela, eu comecei a rir e levantei para sair correndo.
- Você vai ver, !

Ela disse e levantou atrás de mim, isso todos já estavam olhando, Rony estava sem entender nada, mas ria da cena. Mione se levantou e disse:
- Ebublio! - E várias bolhas saíram da varinha dela, eu comecei a rir, mas as bolhas começaram a vir para cima de mim, que disse:
- Rictusempra! - E Hermione começou a rir sem parar, ela ria que lágrimas saíam dos olhos, eu comecei a rir também, mas depois eu retirei o feitiço.
- , sua louca! - Eu fui e a abracei, ela me abraçou de volta, nós nos sentamos e eu expulsei Rony do lugar, fazendo-o sentar no braço da poltrona de Hermione.

- O que foi aquilo? – Rony perguntou um pouco assustado, mas rindo.
- Brincadeiras de amigas, certo, Mione?
- Certo, .
Encaramo-nos e começamos a rir bestamente, fazendo Rony nos olhar com medo.
- Cadê o Harry? – eu perguntei quando tínhamos parado de rir.
- As aulas de Dumbledore. – Rony disse.
- Entendi.

E depois começamos a conversar sobre minhas viagens, até que chegamos no assunto do meu “showzinho” com a firebolt.

- O que foi aquilo que você fez? – Rony perguntou. – Você tinha que ter participado da seleção.
- Eu não. Não gosto desse tipo de coisa, eu gosto de ver o jogo, não de jogar. E outra coisa, eu não fiz nada, nas viagens com papai e mamãe eu faço coisas piores.
- Como?
- Accio Vassoura de Vitória!

Eu disse e minha Nimbus 2001 apareceu. Todos estavam olhando para mim. Eu montei nela e comecei a voar, subi até o teto do salão comunal e depois pulei da vassoura, todos olhavam apavorados, assobiei e minha vassoura estava embaixo de mim e eu desci deitada nela até ficar em frente ao Rony e a Mione.

- Como você fez isso? – Rony perguntou abobado e Mione me olhava apavorada.
- Treinei muito.
- E como você assobiou e sua vassoura estava ali?
- Eu não sei. Desde que ganhei isso acontece, eu vejo a Loli como minha amiga.
- Loli? – Mione perguntou se pronunciando pela primeira vez.
- É o nome dela.

Todos começamos a rir, eu deixei Loli do meu lado e voltamos a conversar até que não aguentamos ficar esperando Harry e fomos dormir.

Na aula de Herbologia no outro dia de manhã, Harry nos contou sobre sua aula com Dumby.

- Esse Você-Sabe-Quem é demente! – eu disse para eles, que começaram a rir – sério, ele tinha que achar outra coisa pra fazer, em vez de desgraçar a vida de todo mundo!
- Uau, que pensamento apavorante, esse garoto Você-Sabe-Quem. Mas continuo a não entender por que Dumbledore está lhe mostrando tudo isso. Quero dizer, é muito interessante e tudo o mais, mas para que serve? – Rony disse para nós.
- Não sei. Mas ele diz que é importantíssimo e vai me ajudar a sobreviver. – disse Harry.
- Acho fascinante. Faz todo sentido conhecer o que for sobre o Voldemort. De que outro modo você vai descobrir os pontos fracos dele? – Hermione disse.
- Eu concordo com você, Mione. Pra conhecemos realmente alguém, devemos começar com o seu passado. – Eu disse para eles.
- Então, como foi a última festinha de Slughorn? – Harry perguntou para mim e Hermione.
- Ah, foi até divertida. Quero dizer, ele fala um pouco sobre os ex-alunos famosos e simplesmente baba em cima do McLaggen, porque ele é bem relacionado, mas nos serviu uma comida realmente gostosa e nos apresentou a Guga Jones. – Hermione disse.
- Guga Jones? A Guga Jones, capitã das Harpias de Holyhead? – Rony disse abobado.
- A própria. Pessoalmente, achei que ela é um pouco metida, mas... – Hermione disse, mas eu a cortei. - A Mione ficou fugindo do McLaggen! – Começamos a rir, Mione deu um tapa no meu braço, mas fomos cortados pela professora Sprout.
- Chega de conversa aí. Vocês estão se atrasando, todos já começaram e Neville já colheu a primeira vagem!

Hermione, Rony e Harry começaram uma conversa, mas eu não estava prestando atenção, me lembrei de Draco Malfoy. Eu não o havia visto depois daquele dia na Sala Precisa. Eu não sabia o que esperar dele, eu não o havia visto no café, porque eu acordei atrasada e passei correndo no Salão Principal e só tomei o suco, peguei uma maçã na mesa e desci para a aula de Herbologia.

- Olhe aqui, não fui eu que inventei o nome "Clube do Slugue"... – Eu ouvi Hermione dizendo, tentando se explicar.
- Clube do Slugue. – Rony disse bravo e eu me virei para escutar a ‘briga’ dos dois. - É patético. Ora, eu espero que você se divirta na festa. Por que não experimenta namorar o McLaggen, aí o Slughorn pode proclamar vocês dois Rei e Rainha do Clu...?!
- Ele nos deu permissão para levar convidados - Hermione disse já vermelha - E eu ia convidar você, mas, se acha que é bobeira, então nem vou me incomodar!
- Vocês podem parar? – eu disse olhando os dois, eles iam casar, eu tinha certeza, mas eu fui cortada por Rony, que parecia que não estava nem me ouvindo.
- Você ia me convidar? – Ele disse um pouco surpreso e mais calmo.
- Ia – Hermione respondeu brava - Mas é óbvio que se você prefere que eu namore o McLaggen...
- Não, não prefiro – Rony disse baixinho, eu sorri.
- O casal briguento! – eu disse um pouco brava, assim como Harry, que eu percebi que estava ficando bravo também – Isso é problema de vocês, mas vocês podem parar? Porque eu amo os dois e eu não quero ver vocês brigando, tá?

Depois disso, eles pararam de brigar eu comecei a cuidar das minhas vagens, Hermione foi ajudar Harry e Rony ficou quieto o resto da aula.

Eu tinha um período livre naquele dia e então eu corri para a Sala Precisa, encontrando Malfoy lá dentro. Ele me olhou um pouco assustado, mas depois deu um simples sorriso.

- Posso ficar aqui com você? – eu perguntei para ele com medo da reação, mas ele me puxou com doçura e beijou meus lábios com mais doçura ainda.
- Claro que pode. Preciso da sua companhia.
- Está tudo bem? – eu disse e Draco ainda segurava minha cintura, eu lhe dei vários selinhos.
- Sim. – ele disse, mas eu pude perceber que ele estava mentindo.
- Tem certeza? – eu disse colocando minhas mãos no seu rosto e encarando aqueles olhos cinza tristes.
- Sim, só estou um pouco cansado. Fica aqui comigo que passa.

Ele me abraçou e nos fez sentar no chão, perto de onde ele estava. Começamos a nos beijar, mas eu sentia que ele não estava bem e estava determinada a fazê-lo ficar.
- Eu não te vi no café.
- Acordei atrasada. - ele riu um pouco, mas depois logo parou.
- O que foi, amor? – eu disse depois de um tempo que estávamos juntos. – Você não está bem.
- Estou sim. – ele disse para mim.
- Isso não foi uma pergunta. Pode contar pra mim. O que é? Seu pai? Eu sei que ele está preso.
- Muda de assunto, está bem? – ele disse para mim, fechando os olhos, eu o abracei com mais força e beijei seus lábios. – Não fala nada, tá? Só fica aqui comigo hoje.
- Tudo bem.
Ele me beijou mais uma vez e depois começamos a conversar sobre várias coisas. Ele me contou sobre suas preferências musicais, as melhores viagens que ele havia feito e como era sua casa.

- Papai já pensou seriamente em me mudar de escola – ele disse, eu tomei um gole do meu chá que a Sala Precisa tinha servido. Definitivamente era o lugar que eu mais gostava – Ele iria me mudar para a Durmstrang.
- Quando foi isso? – eu perguntei.
- No quarto ano, no torneio tribuxo. Ele não achava o corpo docente qualificado e, bem, o antigo diretor era muito amigo do meu pai – ele disse e me puxou para o colo dele – E você? Por que não entrou em Hogwarts antes?
- Estávamos na Bélgica nesse ano – eu disse – e meus pais estavam numa missão importante para o ministério e eles não voltariam a tempo para eu entrar na escola.
- Seus pais são aurores, não é? – ele disse e eu tirei uns poucos fios de cabelo dos olhos dele.
- Sim, viajam pelo mundo em busca de Artes das Trevas e, bem, eu ia junto. – eu disse encaixando minhas pernas ao redor da cintura dele.
- Você nunca pensou em parar de viajar com eles? – Draco me perguntou e eu pensei nessa pergunta. Nunca tinha parado pra pensar nisso.
- Nunca pensei nisso, pra falar a verdade – eu disse pensativa – minha vida sempre foi isso, Draco. De uma certa forma, eu sempre gostei. E também nunca tive algum motivo para não viajar. Quero dizer, eu tive um motivo, mas isso é história para outro dia – eu disse sorrindo e o beijando calmamente – tenho que ir.
- Eu não vou deixar – ele tomou impulso e trocou as posições, ficando por cima e me beijando calmamente. – Você é minha agora.
- Quem disse isso?? – eu disse, fingindo desdém, e ele me beijou enquanto colocava uma mão em minha cintura e outra em minha coxa direita.
- Eu disse. – ele disse aumentando a intensidade do beijo e meu coração deu um salto.

Os dias se passaram, Catia Bell ainda não havia voltado no St. Mungus. Rony e Hermione pararam de brigar. Draco estava daquele mesmo jeito e das vezes que eu o encontrava, ele não estava feliz, mais pálido do que o normal e muito quieto. Isso só reforçava minha vontade de ficar perto dele. Ficávamos abraçados por horas, sem falar nada, apenas para sentirmos que não estávamos sozinhos. Eu também estava solitária, fazia mais de um mês que meus pais não me mandavam carta. Eu não sabia se iria para a casa naquelas férias de Natal. Eu mandava cartas para eles, mas não recebia nada em troca. Eu estava com medo.

Harry e Rony me convidaram para ver o treino naquela noite e eu fui. Eu e Mione começamos a conversar sobre várias coisas, até que ela chegou num assunto “crítico”.

- Você está de rolo com alguém, não é? – ela me perguntou me encarando, eu a olhei assustada. – E eu sei quem é.
- Nossa, o treino está bom, viu? – eu disse mudando de assunto.
- Você está namorando com Draco Malfoy!!! – ela disse para mim, que a olhei assustada – É ele sim! Olha a sua cara!
- Tá bom, eu estou sim! - eu disse derrotada, fazendo-a rir, mas depois me olhou espantada.
- Como? – ela perguntou para mim.
- Depois do beijo na detenção, eu senti que algo tinha mudado e ele também sentiu. - eu contei tudo pra ela, que ouviu e depois disse:
- Eu queria que pra mim fosse fácil assim também.
- Relaxa que vai dar certo, no final você vai casar com ele e ter dois filhos! – eu brinquei com ela, que riu e depois voltou a olhar para o treino.

Rony acertou um soco na cara da Demelza e eu não aguentei e comecei a rir ao lado de Hermione, eu ri tanto que todos olharam pra mim e a Demelza me encarou com o nariz sangrando. Hermione e eu subimos para o Salão Comunal e os deixamos terminarem o treino em paz. Eu estava sentada na minha cama, fazendo uns exercícios de transfiguração, quando uma coruja da escola bateu na minha janela. Eu a abri e a coruja esticou a perna para mim, abri minha bolsa e dei um biscoito e depois ela saiu para o corujal. Era uma carta de Dumbledore.

,

Venha a minha sala neste momento. Preciso falar especialmente com você.
P.S.: Acidinhas são muito boas.

Alvo Dumbledore.


Vesti meus sapatos e fui para o escritório de Dumbledore, disse a senha para a Gárgula e bati na porta ouvindo um: Entre!

- Professor? – eu disse para ele que estava no meio da sala, ele me olhou e sorriu. – Boa Noite. O senhor queria me ver?
- Sim. Eu vi seu álbum e gostei particularmente de uma foto. Por isso tomei a liberdade e fiz uma cópia. – ele disse para mim e me mostrou a foto em cima de sua mesa. Era a foto que estávamos eu no colo de Dumbledore e meu avô. – Eu vou precisar de sua ajuda, querida.
- Quer dizer uma missão?
- Sim. Pelo que me consta a detenção com o menino Malfoy deu certo. – ele disse e eu abri um sorriso. Até ele sabia.
- Você não contou pro meu avô, não é?
- Não. Eu conheço seu avô o suficiente para saber que isso poderia ser um problema. Mas eu preciso de uma ajuda sua.
- Pode falar.
- Eu preciso que você guarde uma coisa para mim. É de extrema importância que você não mostre isso a ninguém ou a perca. Ouviu bem?
- Ouvi, mas o que é? – Dumbledore foi até sua mesa e tirou de lá de dentro um pequeno saco de veludo com uma chave dentro.
- Essa chave será usada somente no momento certo, por isso não tente entender a função dela.
- Tio Alvo, o que vai acontecer?
- Apenas quero que você siga os meus conselhos quando eu já não estiver mais aqui.
- Por Merlim! – Eu disse exasperada – Não diga isso, você ainda é novo.

Dumby deu uma risadinha, se sentou em minha frente e acariciou o porta–retrato, revelando sua mão preta.

- Tio Alvo, o que houve com a sua mão? – eu perguntei preocupada.
- Nada com que deva se preocupar. Gosto especialmente dessa foto. – ele disse me entregando o álbum.
- Por quê?
- Porque a melhor coisa que aconteceu na família estava em meus braços. – ele disse, me olhando, e eu sorri para ele. – Sabe, , você tem os olhos de sua tia. Assim como sua mãe. Você foi uma dádiva em minha vida que me aproximou de muitas pessoas queridas. Pena que foi por pouco tempo. - ficamos em silêncio até que ele disse:
- Posso contar com você para isso?
- Claro, professor. – eu me levantei e o abracei – Eu te amo, tio.
- Eu também te amo, querida sobrinha.

Depois saí da sala dele e voltei para o Salão Comunal. Eu estava sentada com Hermione quando Gina entrou chorando no Salão Comunal e saiu correndo para o dormitório. Eu e Hermione subimos atrás dela. Chegamos ao seu quarto e ela estava sentada na cama com o rosto banhado em lágrimas.

- Gina, o que foi? – eu perguntei e sentei ao seu lado, Mione se sentou do outro lado.
- O Rony é um idiota! Só porque ele e Harry me viram beijando o Dino, ele começou a gritar comigo, aí eu disse que ele não beijava ninguém, só a Tia Muriel – eu segurei o riso, porque Mione me olhou feio – ele tentou me acertar com um feitiço, mas Harry o segurou e então eu vim embora! Nossa, eu estou muito brava com ele. As palavras dele magoaram.

Ficamos ali conversando sobre coisas que fossem distraí-la e eu contei pra ela sobre meu namoro com Draco. Ela se animou um pouco. Depois eu e Mione fomos dormir e não vimos os meninos naquela noite.
No outro dia, Rony estava estranho, indiferente e nervoso, tratou Hermione com indiferença, ignorou Gina e Dino, não olhou na minha cara e eu percebi que Harry não estava feliz com isso.
Encontrei Malfoy em um corredor deserto, um dia antes do jogo contra a Sonserina, ele estava andando e eu o abracei por trás.

- Hey. – eu disse para ele, que me virou e ficou me segurando pela cintura – Está melhor?
- Sim. – não foi um “sim” verdadeiro, mas eu não iria discutir com ele. Ele me abraçou e me beijou com vontade. Ele me encostou em uma parede e passava a mão pelas minhas costas e a outra acariciava meu cabelo, eu estava com uma mão na cintura dele e a outra na nuca, segurando os seus cabelos loiros. Ele parou o beijo e nós estávamos com as bocas vermelhas. Ele me olhou docemente, me deu um selinho e disse:

- Vem comigo.
Ele começou a correr comigo pelo corredor e abriu um armário de vassouras, nós entramos e ele murmurou um feitiço para a porta. Draco colocou as mãos em meu rosto e me beijou com intensidade, prensou meu corpo na parede ao lado da porta e colocou uma mão embaixo da minha coxa direita, eu peguei impulso e prendi minhas pernas ao redor de sua cintura. Ele desceu os beijos para meu queixo e maxilar e eu apenas bagunçava seus cabelos. Sua pele estava levemente avermelhada e quando ele me deu um chupão no pescoço, eu apertei os ombros dele com força. Ele parou os beijos para tomar fôlego e eu aproveitei para tirar a gravata dele, ataquei a boca dele com a minha e puxei o lábio inferior dele pra mim, ele deu um sorrisinho. Colocou a mão por dentro da minha blusa e eu decidi que era hora de mostrar meu truque para ele. Draco encostou em minha fênix quando apertou minha cintura.

- Outch! – ele disse tirando a mão de dentro de minha blusa rapidamente. – O que foi isso?
- Minha fênix.
- Mas ela queima? – ele disse assustado.
- E muda de lugar.
- Como?
- Uns encantamentos.
- Ela pode ir pra qualquer lugar do seu corpo? – ele disse com uma voz sensual e eu ri.
- Sim. Por quê?
- Isso é sexy. – ele disse por fim e eu comecei a rir, ele me beijou de novo e eu fiquei em pé. – Eu quero vê-la.
- Aonde? – eu disse para ele que me olhava com o olhar mais cheio de segundas intenções que eu já vi.
- Escolhe o lugar.

Eu abri minha camisa, deixando a mostra minha barriga e meu sutiã preto. Ele piscou algumas vezes, mas continuava a encarar meu tórax. Eu murmurei: - Mutatis A latere*.

E minha fênix veio parar em minha barriga, eu o olhei e ele estava observando minha fênix, que estava vermelho sangue, então ele me puxou e me beijou com ainda mais vontade, eu ainda estava com a camisa aberta e minha fênix estava em minha barriga ainda, com certeza estava encostando na barriga dele e o estaria queimando, mas parecia que ele não ligava. Eu dei um basta no beijo, encerrando com um selinho longo, arrumei minha blusa e a gravata dele e fiz minha fênix voltar para as minhas costas.

Depois de voltarmos ao normal, eu saí e depois de um tempo ele saiu. Começamos a conversar enquanto íamos juntos para a aula de Feitiços.

- Qual é a história da sua fênix? – Ele me perguntou, me abraçando de lado. – Porque eu sei que tatuagens significam alguma coisa.
- Você sabe o que a fênix significa? São raras e renascem das cinzas e suas lágrimas são curadoras. Eu renasci das cinzas, Draco.
- Como?
- Em uma viagem com meus pais um grupo de Comensais da Morte nos atacou. Eu quase morri se não fosse pela fênix de Dumbledore. Fawkes chegou no momento que eu mais precisei e chorou em cima de minhas feridas. Eu renasci a partir daquele momento.
- Então sua fênix é a Fawkes? A fênix do Dumbledore?
- Sim. Ele me ajudou a fazer. Me emprestou uma foto da Fawkes e depois me ajudou com os feitiços. – eu dei uma pausa olhando a vista que tinha da janela – esse é o motivo para eu ter vindo para Hogwarts, agora que Você-Sabe-Quem voltou, o único lugar seguro é Hogwarts.
- Entendi – ele disse e beijou meu rosto com delicadeza. – Eu sinto muito.
- Pelo que? – eu perguntei confusa.
- Pelos Comensais da Morte terem te atacado.
- Tudo bem. Já passou.
- Isso foi quando?
- Em maio do ano passado.
- Mas por que não saiu no Profeta?
- Alguém iria acreditar? Alguém acreditou no Harry quando ele disse que Você-Sabe-Quem voltou?
- Não.
- Então por isso que não contamos. Por causa de um feitiço, meu pai perdeu parte da visão de um olho.

Ficamos em silêncio por um tempo e eu senti que Draco não estava bem, ele ficou pior depois que eu contei sobre o ataque e eu sabia o porquê: O pai dele era Comensal da Morte. Isso o afetaria, mas eu não tinha percebido.

- Eu que deveria pedir desculpas. – eu disse para Draco que me olhou confuso, mas esperou eu terminar de falar. – Eu esqueci que seu pai é Comensal. Não deveria ter contado nada.
- Não se poupe pelos erros dos outros, . Como seu namorado eu deveria saber, independente do meu pai ser ou não Comensal.
- Namorado? Desde quando? – eu disse o provocando e o abracei pela cintura enquanto estávamos olhando a vista de uma das janelas do Castelo. Ele deu uma risada e ficou segurando minha cintura enquanto me olhava – Não me lembro de ter discutido isso com você...
- Mas você é... – ele disse cheirando meu pescoço e depositando um beijo ali – Eu disse que você era minha.
- Mas você não me pediu em namoro... – eu disse e ele começou a rir – Sabe como é, eu sou muito certinha, preciso seguir as regras...
- Você? Certinha? Mais fácil falar que eu sou da Grifinória – nós rimos e ele me deu um selinho – mas se você insiste... Namora comigo?
- Pede direito.
- Você quer namorar comigo? – ele disse me olhando e eu sorri.
- Nós já não estávamos namorando? – eu brinquei e ele revirou os olhos e eu o beijei – claro que eu quero.
- Satisfeita? – ele disse, eu ri, segurei seu maxilar e o beijei novamente. Adorava beijá-lo.
- Com certeza – eu disse, abracei-o e deitei minha cabeça em seu peito - vai ao jogo? Grifinória e Sonserina.
- Não sei, mas eu acho que vou sim. Preciso resolver algumas coisas no Castelo e a hora do jogo é a melhor hora.
- Que coisas?
- Nada de importante. Os meus deveres de casa atrasados. Bem, pelo que sei nós temos uma aula agora. Vamos.

Nós estávamos no jantar depois do treino da Grifinória, percebi que Rony não estava bem e Harry tentava confortá-lo, decidi não me meter, já que eu sabia que iria tomar patadas. Eu estava comendo quando olhei para Draco que estava olhando para mim, eu sorri para ele, que olhou para os dois lados e me mandou um beijo no ar, eu sorri e me virei. Hermione e Gina estavam me olhando e começaram a rir.

No outro dia eu acordei animada, seria o jogo contra a Sonserina, coloquei minhas melhores roupas. Desci feliz até o Salão Principal, todos me olhavam com espanto, eles não estavam acostumados ainda com meu jeito de se vestir. Uma menina loira que eu gostei estava com um leão na cabeça que rugia, eu olhei para ela que estava sentada na mesa da Corvinal, eu sorri para ela, que retribuiu. Me sentei perto de Harry e Rony. Então Lilá Brown gritou:
- Anime-se, Rony! Sei que você vai ser genial!

Ele fingiu não ouvir. Percebi que não poderia deixar as coisas assim.
- Lilá está certa. Deixa de besteiras, Ron! Dê tudo de si e pare de graça! – eu disse para ele, que me ignorou também. Fiquei quieta.
- Chá? Café? Suco de abóbora? – Harry disse para Rony.
- Qualquer coisa – Rony respondeu desanimado.

Vi Hermione chegando e sorri para ela, que me olhou com um olhar angustiado. Motivo: Rony.
- Como é que vocês dois estão se sentindo? – ela disse parada atrás de Rony.
- Ótimos – Harry respondeu entregando um copo com suco de abóbora. – Pronto, Rony. Beba.
- Não beba isso, Rony! – Hermione disse ríspida, todos olhamos para ela.
- Por que não? – Rony perguntou confuso.
Mione olhava Harry com um olhar estranho, eu queria saber o que estava acontecendo.
- Você acabou de pôr alguma coisa nesse suco. – Ela disse para Harry, que respondeu um pouco exasperado:
- Que foi que você disse?
- Você me ouviu. Eu vi. Você acabou de virar alguma coisa no copo de Rony. O frasco ainda está em suas mãos!
- Não sei do que você está falando – Harry disse guardando um frasquinho no bolso, então eu entendi, mas decidi não me meter.
- Rony, estou avisando-o, não beba isso! – Hermione disse angustiada, mas Rony, tonto como é, respondeu do jeito mais hostil possível antes de virar o copo:
- Pare de ficar mandando em mim, Hermione.

Ela abaixou perto de Harry e eu ouvi a conversa dos dois.
- Você poderia ser expulso por isso, eu nunca pensei que fosse capaz, Harry!
- Veja só quem está falando! Tem confundido alguém recentemente?

Ele respondeu para ela, que saiu magoada de perto e foi sentar do outro lado da mesa, eu fui atrás dela.

- Mione... – eu disse para ela, que me olhou com algumas lágrimas nos olhos, eu me sentei ao lado dela.
- Eu tento ajudar e acabo levando isso! Eu não deveria ligar para o que eles fazem, mas eu estou aqui! Eu tenho que entender que eu não sou a mãe deles! E você contou para o Harry?
- Claro que não! – eu disse alarmada – Ele presta atenção nas coisas. Deixa eles, é tensão por causa do jogo. Daqui a pouco passa.

Eu a abracei e fomos juntas até o estádio. Eu não consegui avistar Draco em nenhum lugar, pensei que ele tinha se atrasado, então nem prestei atenção. Pelo que eu sabia, Draco não ia jogar, mas ouvi a conversa de Harry e Rony outro dia e eles disseram que talvez Draco fosse. Estranhei.
O time da Grifinória entrou em campo, eu comecei a gritar e a garota com o chapéu engraçado o fez rugir. Gostei ainda mais dela.

- Mione, quem é a garota do chapéu?
- Luna Lovegood. É um pouco estranha, mas é legal.
- E quem está narrando?
- Zacarias Smith. Um idiota! VAI LÁ, HARRY!

O jogo começou, mas eu não consegui prestar atenção em nada. Ele tinha ficado no Castelo e eu sabia aonde. Um pensamento vagou pela minha mente: Ir atrás dele, mas era um grande jogo, então eu afastei esse pensamento e me concentrei no jogo. Grifinória estava ganhando e o pessoal começou o coro: Weasley é nosso rei! Comecei a cantar, eu estava me divertindo. Eu achava que quadribol em escola era chato, mas eu estava enganada! Harry pegou o pomo e nós ganhamos! Eu não me continha e, com minha varinha, soltei faíscas vermelhas e douradas.
Tudo estava bem e eu vi quando Gina quis dar uma lição em Zacarias Smith. Eu teria feito a mesma coisa. Quando tudo se acalmou eu fui com Hermione até o vestiário e encontramos Rony e Harry lá.
- Quero dar uma palavrinha com você, Harry. Você não devia ter feito isso. Você ouviu o que Slughorn disse, é ilegal. – Ela disse rápido, eu apenas olhava pronta para interferir, caso saísse algo de errado.
- O que você vai fazer, nos denunciar? – Rony disse grosso com ela.
- Do que é que vocês estão falando? – Harry disse de costas e eu vi que ele estava rindo. Menino mal.
- Calma, gente! Deixa para lá. – eu disse, mas novamente me ignoraram.
- Você sabe perfeitamente do que estamos falando! Você incrementou o suco de Rony no café da manhã com a poção da felicidade! Felix Felicis! – Hermione gritou para Harry.
- Não, não fiz isso – Harry disse ainda de costas, eu encontrei o seu olhar e ele segurou o riso, assim como eu. Eu tinha entendido o que ele tinha feito e agora eram dois segurando o riso.
- Fez sim, Harry, e foi por isso que tudo deu certo, jogadores da Sonserina faltaram e Rony defendeu todas as bolas!
- Não pus nada no suco! Eu queria que Rony pensasse que eu tinha posto, por isso fingi quando percebi que você estava olhando.— Ele disse mostrando o frasquinhos intacto. Eu estava certa. Depois se virou para Rony e disse:
- Você defendeu tudo porque se sentiu sortudo. Você fez tudo sozinho – Harry guardou a poção e me olhou. – sabia.
- Eu descobri agora. Eu juro. – eu disse, mas Rony me ignorou.
- Não havia realmente nada no meu suco de abóbora? Mas o tempo está bom e Vaisey não pôde jogar... Sinceramente, você não me deu a poção da sorte?
Harry sacudiu a cabeça em um não, Rony olhou para mim e eu sorri para ele, mas ele me ignorou também. Ele se virou para Mione e começou a imitá-la.
- Você pôs Felix Felicis no suco do Rony hoje de manhã, foi por isso que ele defendeu tudo! Está vendo! Consigo pegar bolas sem ajuda, Hermione!
- Eu nunca disse que você não conseguia... Rony, você também achou que tinha bebido!
Ela disse segurando as lágrimas e eu vi que era hora de eu intervir.
- Olha aqui, Ronald. Eu entendi que você estava nervoso antes do jogo, por isso eu não disse nada. Mas agora o jogo acabou e eu tenho que dizer. Para de brigar com a Hermione, tudo o que ela fez foi tentar ajudar como uma boa amiga! PORQUE ELA NÃO SABIA QUE ERA INVENÇÃO DO HARRY. E ELA ACREDITA NO SEU POTENCIAL, ASSIM COMO EU! ENTÃO PARA DE QUERER FERIR OS SENTIMENTOS DELA! AJA COMO ADULTO, RONALD WEASLEY!

Ele me olhou assustado, colocou a vassoura no ombro e saiu do vestiário. Olhei para Hermione, que estava com os olhos encharcados. Me juntei a ela e a Harry.
- Ah, vamos... vamos andando para a festa então? – Harry disse para ela com um pouco de dor na voz. O plano havia saído errado.
- Vai você. Estou farta do Rony, no momento, não sei o que ele pensa que eu fiz...
Hermione saiu do vestiário chorando. Eu olhei para Harry, que estava meio assustado. Cheguei perto dele e o abracei.
- Eu sei que você só tentou ajudar. Eu vou tentar resolver isso.
Ele me olhou e sorriu e eu saí atrás de Hermione.

Encontrei Hermione em uma sala vazia, sentada na escrivaninha com um bando de passarinhos ao lado dela. Ela tinha visto Rony e Lilá Brown. Eu também tinha visto, por isso saí atrás dela. Ela me olhou e eu a abracei bem forte. Ela começou a chorar no meu ombro. Eu quase chorei também.

- Ele acha que a culpa é minha! – ela disse para mim enquanto me olhava, eu limpei as lágrimas delas – Ele acha que a culpa é minha! Eu não sei o que ele tem na cabeça! Mas eu queria ajudar. Você sabe que eu queria ajudar, não sabe, ?
- Claro que sei. Fica calma. Ele está assim porque as palavras de Gina o afetaram. Harry me contou. Ele está tentando culpar alguém por tudo o que está acontecendo e ele faz isso com você.
- Mas por quê?
- Porque ele gosta de você. É um jeito de chamar sua atenção. Draco fez isso no começo do ano. Depois passa.

Ela me abraçou e ficamos ali até Harry aparecer e se sentar do outro lado dela. Ele me olhou com um olhar triste, Hermione rapidamente se recompôs e tentou parecer bem. Ela era durona.

- Oh, olá, Harry. Eu estava praticando.
- Estou vendo... são... ãh... realmente bons... – Harry disse, ele me olhou com um olhar desesperado. Garotos não sabem lidar com esse tipo de coisa.
- Rony parece estar se divertindo na comemoração. – Mione disse.
- Ah... está? – Harry disse. Péssima ideia.
- Não finja que não viu. Ele não estava bem se escondendo, estava...
Então a porta se escancarou atrás de nós. Rony apareceu rindo e com Lilá Brown em seu encalço. Pra piorar tudo.
- Ah – ele disse ao ver Harry e Mione, Rony me ignorou totalmente. Ele estava com raiva de mim.
- Opa! – Lilá disse, saiu e fechou a porta.
Tudo ficou em silêncio. Rony olhou para mim, eu desviei o olhar. Eu estava brava com ele. Hermione o olhou, mas ele desviou o olhar e disse:
- Oi, Harry! Estava me perguntando aonde você teria ido!
Hermione desceu da escrivaninha, eu e Harry demos um passo para trás, o bando de pássaros atrás dela.
- Você não devia deixar a Lilá esperando lá fora. Ela vai se perguntar aonde você terá ido. – ela disse para ele baixo, foi andando em direção a porta, eu e Harry olhamos para Rony, eu sabia o que ela iria fazer. Ela disse para ele com raiva:
- Oppugno!
Ela apontou a varinha para Rony e o bando de passarinhos foi para cima de Rony, que não conseguia desviar, apenas cobria o rosto.
- Melivradisso! - Rony gritou, mas antes de sair Hermione o olhou com um olhar de assassino quando encontra sua vítima. Eu a ouvi chorando quando passou pela porta.

Mutatis A latere*: Eu que inventei esse feitiço, no mundo de Harry Potter não existe.


Capítulo 6: Coração de prata.

Os dias que se seguiram após a briga de Hermione e Rony foram os mais chatos da minha vida. Eu tomei partido e apoiei minha melhor amiga. Harry ficou dividido, mas andava com Rony. Ron parecia melhor do que nunca e Hermione estava indiferente. Isso não era o pior. O pior era ter que me distanciar de Harry por isso. Ele estava mais calado do que antes e por isso fui conversar com ele quando o achei sozinho.

- Harry? – eu disse para ele que se virou e me encarou. – Posso falar com você?
- Claro. O que foi?
- Como estão indo as aulas de Dumbledore? – eu perguntei.
- Eu sei que não é isso que você quer falar. – ele disse me olhando com aqueles olhos verdes. – É a briga deles,não é?
- Sim. Sabe, eu nunca vi eles brigarem assim. Isso aconteceu antes?
- Ás vezes, mas não duram tanto tempo como essa.
- Rony também não facilita. Ele poderia ter começado a namorar a Mione e não a Lilá que só fala bosta.

Começamos a rir e voltamos para o Salão Comunal. Hermione não estava lá, por isso fomos a biblioteca. Ela estava sentada em uma das mesas com vários livros ao seu redor.

- Mione? – eu disse e ela nos olhou e deu um sorriso, mas voltou a encarar o livro. – Podemos ficar aqui?
- Claro.
- Você está bem? – eu perguntei me sentando e Harry se sentou do outro lado.
- Se você estiver perguntando isso em relação ao Rony, eu estou ótima! Ele tem toda liberdade de beijar quem quiser. Não estou nem aí.

Eu olhei para Harry que estava do mesmo jeito que eu, Hermione se curvou ainda mais para os livros. Então ela disse de súbito:
- E por falar nisso, você precisa se cuidar.
- Eu? – Eu perguntei confusa.
- Você não! Harry! Harry precisa se cuidar! – Ela disse nervosa.
- Pela última vez, não vou devolver este livro, aprendi mais com o Príncipe Mestiço do que Snape e Slughorn me ensinaram em...
- Que livro? Que príncipe? – eu perguntei, mas eles me ignoraram, revirei os olhos, já estava acostumada com eles não me contando suas aventuras passadas.
- Não estou falando desse idiota que se intitula Príncipe. Estou falando de hoje mais cedo. Entrei no banheiro pouco antes de vir para cá e tinha umas doze garotas lá, inclusive aquela Romilda Vane, discutindo meios de dar a você uma poção de amor. Todas têm esperança de fazer você levá-las à festa do Slughorn, e todas parecem ter comprado as poções de amor de Fred e George, que, lamento dizer, provavelmente funcionam... – ela disse soltando um suspiro.
- Por que você não as confiscou? – Harry disse surpreso.
- Elas não tinham levado as poções para o banheiro. Estavam apenas discutindo táticas. E, como duvido que mesmo o Príncipe Mestiço pudesse inventar um antídoto que neutralizasse doze poções diferentes, se eu fosse você convidaria alguém para acompanhá-lo: isto faria as outras pararem de pensar que têm chance. É amanhã à noite, e as garotas estão ficando desesperadas.
- Não tem ninguém que eu queira convidar – Harry disse e olhou para mim. – ,você não poderia ir comigo?
- Desculpe Harry, mas eu vou levar outra pessoa. Leva aquela loira do chapéu engraçado. - eu respondi com um sorriso sem graça.
- Bem, tenha cuidado com o que beber, porque, pelo jeito, a Romilda Vane não estava brincando – Hermione disse por fim muito séria.
- Calma aí um instante. Pensei que Filch tivesse proibido artigos comprados na Gemialidades Weasley. – Harry disse surpreso.
- E algum dia alguém ligou para o que Filch proíbe? Mas pensei que todas as corujas estivessem sendo revistadas.
- Como é que essas garotas conseguem trazer poções de amor para a escola? – Harry disse e eu estava boiando ainda mais. Quem eram Fred e George?
- Fred e George despacham as poções camufladas de perfume ou xarope para tosse. Faz parte do seu Serviço de Encomenda-Coruja. – Ela disse concentrada em um pergaminho.
- Você está por dentro, hein? – Harry disse querendo brincar. A resposta foi grossa:
- Estava tudo impresso no verso das garrafas que eles mostraram a Gina e a mim no verão. Não ando por aí pondo poções nas bebidas das pessoas... nem fingindo que ponho, o que é igualmente sério...
- É, bem, deixa isso para lá – Harry disse tentando mudar de assunto. - A questão é que estão enganando o Filch. Essas garotas estão trazendo artigos para a escola camuflados de outra coisa! Então por que Malfoy não poderia ter trazido o colar...?
Eu me remexi na cadeira e Hermione olhou para mim. Harry não sabia ainda. Então de fato, Draco poderia ter feito alguma coisa.
- Ah, Harry... outra vez...? – Mione disse.
- Responde por que não, vai? Isso pode sim ter acontecido, não é ? - ele perguntou olhando para mim.
- Eu concordo com a Mione, Harry. E chega desse assunto.
- Olha, sensores de segredos detectam feitiços, maldições e azarações lançados para ocultar, não é? São usados para descobrir magia das Trevas e objetos das Trevas. Teriam apanhado em segundos uma maldição poderosa como a daquele colar. Mas não registrariam uma coisa que foi posta em um frasco diferente... e, de qualquer modo, as poções de amor não são das Trevas nem perigosas... – Hermione disse baixinho, se ligou de que esse assunto estava me machucando.
- Para você é fácil falar – Disse Harry.
- ... então Filch é quem teria de perceber se era ou não era um xarope para tosse, e ele não é um bruxo muito competente, duvido que saiba diferenciar uma poção de... - Hermione parou de falar porque eu dei um cutucão nela. Madame Pince estava chegando.
- A biblioteca acabou de fechar. Cuide de devolver o que apanhou emprestado à prateleira corret... que é que você andou fazendo com esse livro, seu garoto depravado?
- Não é da biblioteca, é meu! - Harry disse rápido, mas Madame Pince já tinha pego o livro do Príncipe.
- Espoliado! Profanado! Conspurcado!
- É só um livro em que alguém escreveu! – Harry disse, mas Hermione já tinha o puxado para fora da sala depois de ter dito um: Falo com você depois.

Eu saí da biblioteca e fui ver Draco, o encontrei no jardim. Estava frio e nevando, mas ele estava sentado em uma árvore, olhando o Lago Negro. Eu me sentei perto dele.

- Oi, . - ele disse cortez me abraçando de lado.
- Oi.Tudo bem? - eu respondi o abraçando também.
- Sim. - ele disse vagamente enquanto observava o Lago Negro.
- Por que você não foi ao jogo? - eu perguntei chutando as pedrinhas que estavam embaixo dos meus pés.
- Eu fiquei fazendo meus deveres. - ele disse sem me olhar ainda e eu logo percebi que ele estava mentindo.
- Mas você ia jogar. - eu argumentei soprando minhas mãos para esquentá-las, Draco pegou minhas mãos e as apertou no meio das dele tentando esquentá-las.
- Arranjei um substituto. E outra coisa, eu nunca gostei tanto de quadribol entrei nessa pra vencer do Potter. Eu tenho uma Nimbus 2001 - ele respondeu finalmente me olhando e beijando minhas mãos.
- Sério? Eu também tenho. - eu sorri dando um selinho nele, ele sorriu e e me abraçou mais apertado.
- Você tem desde quando?
- Desde os meus trezes anos. Ganhei dos meus pais porque eu já não cabia em uma vassoura com eles. - Ele começou a rir e beijou o topo de minha cabeça. Eu o beijei e ficamos ali em silêncio. Eu estava tomando coragem para falar com ele. - Eu preciso te falar uma coisa, mas não pode ser aqui. Vamos para a Sala Precisa.

Ele me olhou confuso, mas foi comigo até lá, chegando lá eu pensei: “Preciso de um lugar pra falar com ele.” E a porta apareceu.

- O que foi? – ele perguntou se virando para mim e me puxando para ele – Pode falar. – ele mordeu o lóbulo de minha orelha direita, dei um beijo no pescoço dele – Mas fala depois.
- Draco, é sério... – eu não conseguia raciocinar direito, Draco começou a beijar todo o caminho da orelha até minha boca, ele tirou minha capa e a dele foi ao chão. Ele mordeu meu lábio inferior – Eu preciso te falar uma coisa muito séria. – Ele me deu um selinho longo.
- Muito sério? – ele disse e passou as mãos em volta de mim e me deu mais um selinho, eu fiz que sim com a cabeça – Mas essa coisa vai ter que esperar porque nós temos que fazer uma outra coisa.

Eu passei minhas pernas em volta dele e ele me beijou com mais vontade ainda, me sentou em uma mesa e ficou no meio das minhas pernas, nossas bocas não se desgrudavam e ele segurava a barra do meu pulôver. Eu tirei o dele que rapidamente tirou o meu, ainda nos beijávamos e ele começou a desabotoar minha camisa rápido. Eu tinha que parar com isso, mas eu não queria parar, queria mais. Minha camisa estava aberta e ele a passou por meus braços me deixando somente de sutiã, senti meu rosto queimar e piorou quando ele me olhou , sorriu e começou a beijar meu pescoço e foi descendo os beijos até o colo chegando na alça do meu sutiã. Draco me olhou como se pedisse permissão, eu o beijei com mais vontade ainda e senti minhas alças descerem.

- Draco.Para. – eu disse com uma voz séria depois que puxei sua cabeça para ele olhar para mim. Ainda não era o momento para aquilo e eu não estava pronta, no último segundo tive um momento de consciência.
- Mas... – ele disse um pouco contrariado e eu dei uma risada.
- Eu vim falar com você. – dei ênfase no falar. – E não vai ser aqui e nem agora. Nós precisamos conversar.
- Antes. – ele parou e me deu minha camisa, eu a coloquei e ele abotoou. Me deu um selinho e tirou uma caixinha do bolso. A caixinha era verde e prata, cores da Sonserina. Típico. Eu abri a caixinha e havia um coração de prata. Eu tirei da caixa e automaticamente sorri. – Deixa eu te ajudar. – ele me pegou pela mão e me desceu da mesa, então me virou. – Levanta seu cabelo. – eu sorri e levantei, Draco prendeu a corrente no meu pescoço. Ele me virou. – Achei que você ia gostar e ainda não é a melhor parte. – ele me virou de costas para ele e de frente pra uma parede e apertou o coração. De dentro do colar saiu uma imagem que se projetou na parede. A imagem animada era uma foto que tiramos em um dos dias que ele estava bem. Ele me dava um beijo e depois nós sorriamos para a câmera. – Seu presente de natal adiantado.

[FLASH-BACK – ON]

Eu e Draco estávamos na sala precisa conversando, ele estava roxo de tanto rir e eu não estava diferente. Conversávamos sobre qualquer coisa engraçada que já havia nos acontecido. Eu o olhei depois de alguns segundos que paramos de rir e ele me encarou com um mínimo sorriso nos lábios. Eu não pude deixar de retribuir, Draco me chamou com a mão e eu fui para seu colo passando as pernas uma de cada lado de sua cintura. Tirei uns cabelos dos olhos dele e me inclinei para beijá-lo lentamente.
Draco manteve suas mãos em meu quadril e eu coloquei as mãos em seu rosto. O beijo foi lento e demorado e eu finalizei com alguns selinhos. Eu o encarei fixamente, mas algo atrás dele chamou minha atenção. Eu encarei melhor a mesa a minha frente e percebi que havia alguma coisa que reluzia com a luz do sol batendo.

- O que é aquilo? – eu perguntei saindo do colo de Draco e o sentindo segurar minha panturrilha – me deixa sair...
- Não, não – ele disse me puxando para o colo dele e eu caí em cima dele começamos a rir – não vou deixar.
- Larga de ser carente, garoto! – eu empurrei o rosto dele e saí do colo de Draco correndo para ver o que era o objeto.
- Nossa, você feriu o meu coração – ele disse sarcástico, mas levantou e me seguiu.

Eu me abaixei em baixo da mesa e senti um tapa em minha bunda, ouvi a risada de Draco e eu revirei os olhos, puxei o objeto e percebi que se tratava de uma câmera.

- Olha, uma câmera! – eu disse empolgada e puxei Draco pela mão até sentarmos no chão onde estávamos – vamos tirar uma foto!
- Nem morto... – ele disse dando uma risada e eu o encarei com uma face totalmente séria, ele respirou fundo – tudo bem, uma só.

Sorri satisfeita e posicionei a câmera para o alto com o braço esticado, apertei o botão que havia na máquina e ouvi um barulho estranho. Draco beijou meu rosto e sorriu de novo e a câmera finalmente soltou o disparo.

- Eu queria poder ver... – eu disse um pouco decepcionada – mas não vai ter como, não é?
- Não se preocupa com isso... – ele disse me beijando de novo e empurrando meu corpo para baixo me fazendo deitar.

[FLASH-BACK OFF]


Eu observei a foto e meus olhos se encheram de lágrimas. Eu pulei em cima dele e comecei a beijá-lo. – Obrigada, Draco! Obrigada mesmo! Eu amei.
- Pra você se lembrar de mim sempre! – ele sorriu envergonhado e me deu um beijo rápido.
- É lindo Draco.
- Eu sei, papai e mamãe fizeram muito bem em ter me feito lindo assim! – ele brincou e eu dei um tapinha de leve no braço dele. – To brincando.
- Eu sei. Obrigada mesmo.

Sorri e colei meus lábios no dele e iniciamos um beijo lento, demos alguns passos trôpegos e paramos perto de uma mesa, Draco jogou as coisas que havia em cima da mesa no chão e me colocou deitada em cima da mesa e ficou por cima. Eu dei um sorriso sacana para ele e ele correspondeu passando a mão por toda a lateral do meu corpo, prendi minhas pernas em sua cintura e o puxei para mais perto de mim e senti sua ereção mesmo através da calça, soltei um gemido baixo e ele sorriu novamente. Draco desceu os beijos para meu pescoço e foi mordendo o local de leve várias vezes, sugando e mordiscando o lóbulo da minha orelha. Puxei a camisa dele pra cima e acariciei o abdômen dele. Arranhei algumas vezes e Draco gemeu no pé do meu ouvido e eu senti uma corrente de arrepios passando através do meu corpo. Eu poderia ter relaxado e deixado acontecer, mas no mesmo momento que ele começava a descer os beijos em direção ao decote da minha camisa, eu fiquei com vergonha e uma insegurança que eu não sabia de onde vinha apareceu jogando um balde de água gelada em cima de mim.

- Draco... – eu disse baixinho – para, por favor.
- Por quê? – ele disse voltando a me olhar – Algum problema?
- Não, nenhum, mas é que... – eu o olhei sério e senti minha bochecha esquentar.
- É que... – ele disse me olhando sério, eu olhei para baixo e o ouvi rindo. – Já entendi...
- Já? – eu levantei a cabeça e o olhei e nós começamos a rir.
- Já e fica tranquila, não vou te forçar a nada – ele disse e eu o beijei – isso não é do meu feitio.
- E qual é o seu feitio? – eu perguntei para ele enquanto ele saía de cima de mim e se sentava em cima da mesa, e eu me sentei também.
- Meu feitio é esperar até que você esteja pronta – eu dei um sorriso para ele. – , eu...
- Você? – senti uma agitação dentro de mim. Ele iria dizer, eu tinha certeza.
- Eu vou esperar o seu tempo, fica tranquila – ele disse e eu senti meu sorriso murchar, mas rapidamente sorri de novo.
- Obrigada – eu disse e Draco me puxou para um abraço e eu encostei minha cabeça em seu peito e ele beijou o topo da minha cabeça.
- Tudo bem, vamos voltar temos mais aula ainda... – ele disse para mim, saindo da mesa e me puxando pela mão.
- Não quero... – eu fiz uma voz manhosa e ele riu – vamos ficar...
- Não senhorita – ele me deu um selinho – vamos.
- Me carrega? – eu disse e ele me olhou com uma cara de “jura?” – Eu estou cansada...
- Vem logo – ele disse e eu dei um gritinho de felicidade antes de subir nas costas dele e nós sairmos da Sala Precisa juntos.


Capítulo 7: O pesadelo começa agora.

n/a: Música do capítulo, deixe carregando e dê play quando ver a notinha!

Sabe aquele momento da sua vida em que absolutamente tudo começa a dar certo? E você começa a achar que está vivendo um sonho e que se você de fato estiver sonhando, não quer acordar? Pois é, era assim que eu me sentia. Tudo estava dando certo, meus pais voltaram a se comunicar comigo e eu descobri que eles estavam em um lugar em que corujas não chegavam. Meu relacionamento com Draco corria tão bem e estava tão sólido que eu tinha certeza de que nada iria nos abalar.
Encarei meu colar enquanto terminava de me arrumar para a aula de transfiguração e num olhar do relógio percebi que perdi muito tempo me arrumando e estava totalmente atrasada. Peguei minha bolsa e saí correndo, sem nem poder arrumar meu material.
Virei um corredor às cegas enquanto vasculhava minha bolsa em busca do meu lembrol e assim que o peguei ele estava vermelho. Ótimo, eu havia esquecido alguma coisa. Fui fechar minha bolsa e sem querer o deixei cair no chão e ele saiu rolando.

- Que droga! – eu exclamei bufando e indo atrás dele, mas alguém o segurou com o pé e eu suspirei aliviada. - Puxa, obrigada mesmo!
- Ora, ora se não é a aberração da Grifinória! – Uma voz de mulher ecoou pelo corredor, eu levantei a cabeça e lá estavam: Pansy Parkinson, Blásio Zabine, Crabe, Goyle e é claro Draco Malfoy.
- Me devolva. – eu disse já com a voz tomada pela raiva. Eu sabia muito bem quem era ela e o seu histórico de namoro com Draco, eu cheguei e acabei com o sonho dela de se casar com ele. Ela me olhava com um olhar desdenhoso e eu me segurava a cada minuto para não voar no pescoço dela.
- Não vou te devolver, sua cachorra! – ela gritou e veio para cima de mim, mas Draco entrou na frente dela.
- CALA A BOCA! – Draco gritou com Pansy e puxou meu lembrol da mão dela, todos olhavam para ele assustados.
- Mas Draco... – ela disse segurando as lágrimas.
- Eu já mandei você calar a boca! Nunca mais fale desse jeito com ela ou eu acabo com você e você sabe muito bem que eu posso fazer isso.

Draco a olhou com um olhar furioso e se virou me puxando pelo braço com força e me arrastando para longe deles. Viramos alguns corredores e Draco abriu um armário de vassouras e nos fez entrar.

- Você me defendeu. – eu disse pra ele dando um sorriso.
- Lógico, não posso deixar aquela garota falar daquele jeito com você – ele disse um pouco bravo e eu me aproximei e coloquei a mão em seu rosto.
- Não vamos pensar nisso, tudo bem? – eu o beijei devagar.

O ritmo do beijo foi aumentando e ele me empurrou na parede e começou a me beijar, meu lembrol foi derrubado no chão e eu não o vi mais. Nossos lábios se mexiam em uma sincronia e nossos corpos estavam fervilhando, eu precisava parar com isso. Eu o afastei espalmando minhas mãos em seu peito.

- Vamos pra aula, eu já estava atrasada. – Eu o beijei com mais vontade.
- Assim fica difícil, ... – ele disse me beijando mais uma vez – você não para de me beijar...
- Eu? – coloquei minhas mãos em seu peito e ele riu – tem certeza?
- Absoluta – ele disse e veio pra cima de mim, mas eu coloquei a mão no rosto dele – Ei!
- Eu disse que nós estávamos atrasados... – eu dei um selinho nele e ele sorriu convencido – Te vejo depois.

Eu saí do armário, mas recebi um aperto na bunda olhei para trás e Draco tentava disfarçar olhando pro teto segurando o riso, eu revirei os olhos e saí correndo para a aula. Cheguei na porta da sala ofegante e bati. A professora Minerva me olhou de cima a baixo. Eu não tinha visto como eu estava até ela dizer:
- Lutou com alguém, senhorita ?
- Por quê? – eu me olhei e automaticamente fiquei vermelha.
- Suas vestes estão amarrotadas, seu cabelo bagunçado e seu batom... - ela parou me olhando de um jeito que me deu vontade de sumir.
- Perdão, eu posso me juntar aos outros? - eu perguntei tentando alisar minha saia inultimente. Eu iria matar Draco assim que saísse daquela sala.
- Sim, mas 5 pontos a menos para Grifinória. Chegue no horário, .

Todos me olhavam, eu devia estar patética. Hermione me olhou e começou a rir. A aula já havia começado e era a vez de Rony mudar as sobrancelhas, mas ele fez um bigode em forma de guidão e Hermione começou a rir descaradamente, Rony se irritou e fez uma imitação maldosa de Hermione, Lilá e Parvati começaram a rir, ele olhou para ela que saiu da sala as pressas e eu fui atrás dela. Encontei Mione no banheiro do andar de baixo sentada no chão com a garota loira do lado.

- Hermione... – eu disse para ela e me sentei ao seu lado e a abracei. Ela encostou a cabeça no meu ombro.
- Eu não aguento mais o Rony! – ela disse entre soluços.
- Calma, Hermione – A menina loira disse. – Prazer, sou Luna Lovegood.
- . – eu estendi a mão e ela apertou.
- Que marca engraçada no seu pescoço. – ela disse e eu me levantei e olhei no espelho. Havia mais um chupão de Draco e eu tentava me lembrar de quando havia sido aquilo.

- Pelo menos você tem um namorado, e eu? – Hermione disse do nada e eu a olhei com uma cara frustrada - O cara que eu gosto me provoca com outra garota!
- Hermione – Luna disse e eu me sentei ao lado de Hermione de novo – Não ligue para o Rony, ele está tentando chamar sua atenção. Está cheio de zomzóbolos na cabeça por isso está assim.

Hermione riu, limpou suas lágrimas e eu a ajudei a secá-las. Ela levantou do chão do banheiro e arrumou a roupa, se encarou no espelho e seus olhos se encharcaram novamente. Eu senti uma pontada no peito.

- Temos aulas. – ela disse séria e saiu do banheiro sendo seguida por mim e Luna.

Saímos do banheiro e Harry estava lá. Ele me olhou um pouco assustado e eu fiquei quieta, mas senti meu sangue ferver de raiva.

- , o que foi? – Harry disse com um olhar confuso e eu o encarei.
- Rony precisa de uma lição urgente. – eu disse e saí pisando forte no chão.
- , aonde você vai? – Hermione disse com uma voz desesperada – ?

E eu já não ouvia mais nada, apenas caçava Rony com os olhos por cada lugar que eu olhava. Sentia uma raiva tão grande dele que sentia meus olhos arderem por eu segurar as lágrimas de ódio. Eu estava extremamente irritada. Ver Hermione chorando foi a gota que faltava para eu explodir. Ela era uma pessoa tão boa, o ajudou tanto, não merecia estar passando por aquilo ainda mais por causa de Rony. A raiva me consumia por inteiro e eu sabia que estava começando a perder o controle, mas naquele momento eu não me importava com nada.

Eu o encontrei num corredor rindo com Lilá, bati no ombro dele e quando ele virou eu acertei um tapa no rosto dele. Ele colocou a mão no lado do rosto que eu havia acertado e me olhou com um olhar de pânico. Os alunos que passavam por ali começaram a parar para olhar a briga. Lilá se posicionou entre eu e Rony e me encarou brava.

- Por que você fez isso com ele? – ela perguntou brava e eu puxei minha varinha e encostei na garganta dela.
- Eu to falando com Rony. – eu disse entre dentes e ela me olhava apavorada – E ao menos que você queira tomar um feitiço pra deformar essa sua carinha você fica aqui, caso contrário se afaste, biscate. - Tirei minha varinha de sua garganta e ela se afastou, pude perceber ela puxando a varinha das vestes, mas fui mais rápida e gritei:

- Expelliarmus! – eu a desarmei e ela saiu voando longe e caiu no chão a alguns metros de mim, eu me virei para Rony e ele me olhava com um olhar de pânico.
- E VOCÊ, RONY WEASLEY – eu disse gritando para ele. – Eu já disse pra você parar com isso. Para de irritar a Hermione! Você já não se contenta em esfregar na cara dela o seu rolo com a Lilá? Cresce, Rony!
- Mas ela riu de mim. – Ele disse um pouco baixo e eu logo detectei tristeza em sua voz.
- E aí? Você como sendo homem, tinha que ignorar. – Eu disse para ele impaciente, meu Deus, como o Rony era burro!
- Olha aqui... – Lilá Brown apareceu de novo e eu me virei, pronta para acertá-la com outro feitiço, mas senti alguém segurando meus braços.

Draco segurava meus braços atrás de mim com um pouco de força como se estivesse verificando se eu iria usar minha varinha. Eu o olhei perplexa, mas ele não me soltou.

- Me solta... – eu disse entre dentes e todos os estudantes olhavam a cena – me deixa acabar com ela!
- , já chega. – ele disse com uma voz séria – você já deu o que eles merecem.
- Não, ainda não fiz isso... – eu tentei me soltar, mas Draco me abraçou por trás.
- Você está se ouvindo? – ele disse no meu ouvido – isso é você? Mantenha o controle, por favor.
- Draco... – eu disse tentando me soltar e Lilá Brown me olhava assustada.
- Mantenha o controle, – ele disse no meu ouvido – Por mim.

E ao dizer isso foi como se eu acordasse. Encarei Lilá me olhando assustada e com algumas lágrimas nos olhos, Rony com a mão no rosto me olhando do mesmo jeito, os estudantes saindo rápido do corredor e, por fim, olhei para Draco, que me encarava sério.

- Vamos embora – ele disse ainda sem soltar meus braços e me conduzindo para as escadas que nos levariam para o sétimo andar.

Eu entrei correndo na sala e deixei as lágrimas saírem dos meus olhos. Eu era um monstro. Quase machuquei Lilá e Rony e se não fosse por Draco eu não sei o que eu teria feito. Draco estava parado com as mãos no bolso, apenas me avaliando.

- Eu não vou te machucar – eu disse para ele, que deu um pequeno sorriso sem mostrar os dentes.
- Eu sei que você não vai. – ele disse e me chamou com a cabeça eu corri até ele e o abracei forte.
- Eu sou um monstro – eu disse chorando e ele me apertou ainda mais contra ele – Eu sou um monstro.
- Não diga isso... – ele disse com uma voz doce – Você não é.
- Não consigo controlar a minha raiva – eu o olhei e ele limpou minhas lágrimas – Eu quase machuquei a Lilá.
- Mas não machucou – ele disse me olhando e me dando um selinho – Você manteve o controle.
- Mas isso não muda o fato de que... – eu ia dizer, mas ele me cortou.
- Isso muda tudo, ! Você foi capaz de se controlar e não machucou ninguém – ele disse e me deu um sorriso, e eu dei um sorriso triste para ele. – Agora quer me contar o que aconteceu e por que aconteceu?
- É uma história longa... – eu disse e nós nos sentamos num dos sofás velho que havia na sala. – Um dos motivos para eu não ter entrado em Hogwarts com onze anos foi exatamente isso. Eu não consigo controlar minhas emoções. Principalmente a raiva, junte isso ao fato de que eu tenho magia correndo em minhas veias....
- Um desastre. – ele disse e eu afirmei com a cabeça.
- Eu viajava com meus pais para eles me treinarem. Não podia estudar aqui com outras pessoas até que eu tivesse total controle da minha raiva. E bem, eu sempre fui boa em fazer feitiços.
- Por isso o chapéu disse que você se encaixaria na Sonserina – Draco disse baixo – por que quando você está nervosa é capaz de fazer coisas...
- Más. – eu completei – Mas não são apenas minhas emoções negativas, eu sinto tudo com mais intensidade do que os outros e também minha habilidade de fazer magia é melhor do que a dos outros bruxos.
- Melhor quanto? – ele perguntou.
- Eu já sabia fazer alguns feitiços básicos desde pequena, como o Vingardium Leviosa ou o Alohomora. A magia se manifestou em mim antes de completar um ano.
- Como? – ele disse surpreso. – Quer dizer, geralmente a magia começa a se manifestar a partir dos sete anos.
- Eu fazia meus brinquedos do berço levitar, a luz do meu quarto tremeluzir, essas coisas. - eu respondi brincando com seus dedos.
- Nossa. – ele disse – Não sabia que namorava alguém tão poderosa...
- É de família... – eu disse deitando no peito dele, mas me arrependi de ter falado.
- Deve ser mesmo... – ele pareceu não se importar com a minha frase. – Deve ser coisa de linhagem.
- Mudando de assunto – eu me levantei e o encarei – Nós vamos à festa depois de amanhã, não vamos?
- Sim. – ele disse concordando e eu o beijei – Por que se atrasou hoje?

Ele perguntou e começamos a conversar sobre coisas aleatórias e eu me esqueci do assunto e fiquei mais calma. Draco fazia isso comigo. Eu não conseguia entender como ele trazia a paz de volta pra mim, como tudo ficava melhor quando ele estava presente. Tudo entre nós havia começado rápido demais, mais um motivo para eu ir com calma, mas eu não conseguia desacelerar, só me jogava de cabeça naquele sentimento que me consumia por inteiro. E eu estava adorando a sensação.

Acordei com uma ansiedade extrema. Não conseguia não me remexer inteira ao pensar na festa e no quanto ela seria um marco para mim e Draco. Seria a primeira vez que toda a escola nos veria juntos e eu estava bem nervosa com isso. Mas eu sabia que se eu estivesse com ele, tudo daria certo. Ele trazia confiança, paz e coisas boas pra mim e eu sabia e tinha plena certeza de que por ele e com ele eu enfrentaria qualquer coisa.(n/a:dê play)

As primeiras aulas passaram e meu coração palpitava toda vez que eu não via Draco. Ele havia sumido o dia inteiro e isso me preocupava ainda mais. Automaticamente minha cabeça começou a maquinar todas as hipóteses e todas me levavam ao trabalho dele na Sala Precisa. No último período que eu tinha livre, eu me encaminhei até a Sala. A porta se abriu e Draco estava lá. Ele se virou e me deu um sorriso, eu me aproximei e o beijei devagar. Estava com uma curiosidade gigante de descobrir o que estava acontecendo e por isso perguntei de supetão.

- O que você tanto faz aqui? – eu perguntei já sabendo a resposta.
- Eu não posso contar. – ele disse me soltando e se afastando e eu o segui.
- Por quê? Tem a ver com o que? – eu tentei investigar.
- Eu já disse que não vou dizer nada. – ele disse um pouco bravo.

Eu fechei os olhos e respirei fundo. Não seria fácil. Ele era teimoso demais, fiquei perto dele e comecei a dizer tudo:
- Draco desde que eu te conheci você está assim, pode não parecer, mas eu sei como você era nos outros anos. Eu estou preocupada com você e se você quiser, você pode me contar e eu posso te ajudar.
- Não. Você não pode. Ninguém pode e eu tenho que fazer isso sozinho pra honrar minha família e deixá-los vivos. – ele disse baixo, mas eu consegui ouvir e um medo passou pelas minhs veias.
- Mas Draco, se você deixar eu te ajudar você e a sua família vão escapar seja lá do que for. – eu tentei ponderar, mas não consegui nada.
- Você não pode. Ele iria te machucar e eu não suportaria isso. – ele sentenciou virando de costas para mim.

E foi aí que meu mundo simplesmente desabou. Esse momento foi a prova perfeita para mim de que sonhos não passam de sonhos e não podem acontecer na vida real. Meus olhos já ardiam e eu encarava o chão abaixo dos meus pés, não conseguia olhar para ele. Nada para mim seria tão fácil, eu deveria ter começado a desconfiar de que havia muita coisa por trás disso. Eu subi meu olhar e Draco estava do mesmo jeito que eu, mas sem estar com os olhos mareados.

- Draco, que missão é essa que o Voldemort te passou? – eu disse torcendo para ele rir da minha cara, mas ele me olhou assustado.
- Como assim? – ele disse tentando mentir.
- Não mente pra mim! – eu disse já sentindo meu sangue borbulhar – Que missão?
- Não tem missão nenhuma - ele respondeu arisco e já indo para longe de mim.
- Deixa eu ver teu braço. – eu pedi brava.
- Não. – ele disse friamente.
- ME DEIXA VER TEU BRAÇO! – eu dei um berro e ele se assustou dando um passo para trás.
- Eu não sou Comensal. – ele tentou mentir mais uma vez e isso aumentou ainda mais minha raiva, o desespero o fizera mentir novamente.
- Então me deixa ver teu braço! – eu pedi uma última vez e eu já sentia o choro vir.

Ele me olhou com um olhar angustiado e eu entendi tudo. Estava muito bom para ser verdade, tudo estava perfeito demais. As detenções que ele pegou por não fazer os deveres, se trancava aqui por horas e não era o Draco que todos conheciam. Draco era um deles. E eu tentava a todo o custo me controlar para não parti-lo em dois.

- Você é um deles. – eu disse baixo e ele me olhou ainda mais angustiado.
- Mas... – ele tentou rebateu, mas eu o cortei
- VOCÊ É UM DELES! – eu gritei para ele, que fechou os olhos.
- Entendeu agora o porquê eu disse que era melhor você se afastar? Porque eu sabia que você iria ter essa reação. Eu sabia que você iria pirar! Eu disse pra você se afastar, mas você não me ouviu. – ele disse assumindo aquela pose de garoto mimado novamente.
- O que? Agora a culpa é minha? – eu disse rindo entre lágrimas e meus sentimentos não assumiam uma posição.
- Não, desculpa amor, eu disse besteira. Mas, por favor, tente entender. Eu não tive opção, tive que virar Comensal. – ele disse tentando se aproximar, mas eu dei um passo para trás.
- TODO MUNDO TEM UMA SEGUNDA ESCOLHA, UMA SEGUNDO OPÇÃO! – eu gritei para ele e já não conseguia enxergar um palmo a minha frente.
- Nem todo mundo. Eu não tive, entenda por favor. – ele suplicava e tentou segurar meu braço, mas eu o puxei.
- Por que você não contou antes? – eu comecei a chorar e ele adquiriu uma expressão de dor. – Porque eu teria me afastado muito antes de eu estar desse jeito. Apaixonada por você.
- se eu contasse antes, você iria me denunciar, eu tenho certeza. - Ele estava certo. Comecei a chorar compulsivamente e caí no chão sem forças, Draco se agachou do meu lado. - Entenda, não tem nada que eu possa fazer e muito menos você, ele iria atrás de mim e depois iria atrás de você e da sua família. Ele mata por diversão.
- Draco... por favor. – eu supliquei o abraçando e encostando minha cabeça em seu peito.
- Não posso. – ele disse e eu o olhei com raiva.

Eu me soltei dele e dei um tapa em seu rosto que me olhou assustado, depois me levantei do chão.

- Só volta a falar comigo quando essa maldita marca sumir!

Eu saí correndo para longe dele e fui conversar com o único que me ouviria: Dumbledore. Eu cheguei à gárgula, mas a senha tinha mudado. Eu não sabia a senha, por isso, fiquei tentando entrar e cheguei a bater na gárgula.

- Abra! Abra logo. – eu comecei a chorar profundamente enquanto socava a gárgula que nada fazia apenas me observava. E mais uma vez minhas emoções saíam do controle. Me dei por vencida e caí no chão de cansaço. Eu não aguentava mais chorar. Ouvi passos no corredor, tentei levantar, mas minhas pernas não obedeciam. Olhei para o lado e Snape estava parado de olhando.

- Por que você está chorando? – ele perguntou para mim, estendeu a mão e me ajudou a levantar.
- Problemas. O professor Dumbledore está? – eu disse entre lágrimas.
- Não. Ele teve que sair. Você está bem, senhorita? – ele perguntou me olhando com um olhar clínico, mas no momento eu nem percebi o que significava.
- Estou, só estou um pouco triste. – eu tentei mentir, mas estava na cara de que eu não estava “um pouco triste”.
- Por quê? – ele me perguntou seriamente e eu estranhei. Por que Snape iria querer saber disso e ainda mais de mim?
- Você não vai querer saber, mas obrigada pela preocupação, professor Snape.

Ele fez um sim com a cabeça e eu saí andando pelos corredores, entrei no banheiro e lavei meu rosto repetidas vezes, dei graças porque Murta não estava lá, isso evitaria explicações. Olhei meu reflexo no espelho e senti raiva de mim mesma por nunca ter prestado atenção em tudo aquilo. Dei um grito de horror e lancei um “bumbarda” nas cabines e elas estouraram. Meus sentimentos estavam confusos e eu comecei a perceber que iria perder o controle rapidamente, comecei a explodir o banheiro inteiro e a luz começou a piscar cada vez mais. Caí em mim e percebi que eu havia destruído o banheiro inteiro.
Meu sentimento mudou novamente e agora eu chorava no chão agachada, odiava isso, não ter controle de nada que eu sentia. Eu estava machucada por dentro e me sentia traída por Draco. Ele me enganou, não me contou uma coisa que era essencial eu saber e isso era o que me doía mais. Ele mentiu para mim.
Automaticamente um sentimento de vingança começou a nascer dentro de mim e eu me levantei saindo do banheiro correndo. Eu tinha que me arrumar para a festa do Slughorn. Eu iria naquela festa. Sozinha, mas eu iria.


Capítulo 8: Muito para o meu final feliz.

(n/a: Música do capítulo, deixe carregando e só coloque quando vir a nota!)

Eu achei que tudo ia dar certo. Eu não sabia que ele estava mentindo. Eu não sabia que ele era um daqueles que matavam pessoas por diversão. Eu não conseguia raciocinar. Eu queria sumir. Por Merlim, como eu pude ser tão IDIOTA! Em acreditar que ele me amava, em acreditar que toda aquela agonia que ele sentia, era apenas por causa do pai preso. Eu acreditei que ele era diferente mesmo com tudo dentro de mim dizendo para eu não confiar, eu continuei indo em direção a ele. Eu segui pelo caminho errado, mas ao mesmo tempo atrativo.(n/a:Coloque a música pra tocar.)

Let's talk this over(Vamos conversar sobre isso)
It's not like we're dead(Nós não morremos)
Was it something I did?(Foi algo que eu fiz?)
Was it something you said?(Foi algo que você disse?)
Don't leave me hangin'(Não me deixe abandonada)
In a city so dead(Nessa cidade tão morta)
Held up so high(Presa no alto)
On such a breakable thread(Em um fio a ponto de arrebentar)
You were all the things I thought I knew(Você era tudo o que eu pensei que conhecia)
And I thought we could be(E eu achei que poderíamos ser)

You were everything, everything that I wanted(Você era tudo, tudo que eu queria)
We were meant to be, supposed to be(Nós tentamos ser, supomos ser)
But we lost it(Mas perdemos)
All of our memories so close to me(E todas as nossas melhores lembranças, tão perto de mim)
Just fade away(Apenas desaparecem)
All this time you were pretending(Todo esse tempo você fingia)
So much for my happy ending(Foi muito para o meu final feliz)

Eu ainda chorava depois que sai do banho para ir a festa do Slughorn. Meu rosto estava inchado, meus olhos estavam vermelhos, eu quis que aquela água quente levasse tudo embora e quis que fosse apenas um pesadelo. Queria abrir os olhos e ver que tudo não passou de um sonho ruim. Mas era real, era a mais cruel realidade.

You've got your dumb friends(Você tem amigos idiotas)
I know what they say(Eu sei o que eles falam)
They tell you I'm difficult(Dizem que sou difícil)
But so are they(Mas eles também são)
But they don't know me(Mas eles não me conhecem)
Do they even know you?( Eles ao menos conhecem você?)
All the things you hide from me(Todas as coisas que você escondeu de mim)
All the shit that you do(Toda a merda que você faz)
You were all the things I thought I knew(Você era tudo que eu pensei que conhecia)
And I thought we could be(E eu achei que poderíamos ser)

Murmurei um feitiço e meus cabelos estavam secos, penteados e presos em um coque frouxo. Minha maquiagem pronta no meu rosto, deixei meus lábios vermelhos assim como o vestido.Tirei meu vestido do guarda-roupa, eu o tinha pego especialmente para Draco. Doce Ilusão. Coloquei-o em cima da minha cama, respirei fundo e o vesti. Ele estava lindo colado no meu corpo, era um modelo longo, vermelho e tomara que caia, de modo que as asas de minha fênix ficariam a mostra. Coloquei uma sandália preta, peguei minha bolsa de mão e coloquei apenas minha varinha. Alisei a frente do meu vestido e peguei minha capa preta de seda a vesti por cima para me esquentar do frio que fazia no castelo naquela noite. Respirei fundo.

It's nice to know that you were there(É bom saber que você estava lá)
Thanks for acting like you care(Obrigada por agir como se importasse)
And making me feel like i was the only one(E me fazer sentir como se eu fosse a única)
It's nice to know we had it all(É legal saber que nós tivemos tudo isso)
Thanks for watching as i fall(Obrigada por assistir enquanto eu caio)
And letting me know we were done(E me deixar saber que nós terminamos)

He was everything, everything that I wanted(Ele era tudo, tudo que queria)
We were meant to be, supposed to be(Nós tentamos ser, supomos ser)
But we lost it(Mas perdemos)
All of our memories so close to me(E todas as nossas melhores lembranças, tão perto de mim)
Just fade away(Apenas desaparecem)
All this time you were pretending(Todo esse tempo você fingia)
So much for my happy ending(Foi muito para o meu final feliz)

Abri a porta do meu dormitório e desci as escadas, todos estavam me olhando com uma cara estranha. Rony e Lilá Brown estavam juntos se pegando numa cadeira, eu apenas os ignorei. Passei pelo buraco do retrato e fui caminhando calmamente para a sala do professor Slughorn ignorando os olhares surpresos que alguns alunos dirigiam a mim. Seria uma noite longa. Dolorosa e longa.


Capítulo 9: A festa.

O barulho de felicidade inundava meus ouvidos. Risos, conversas, músicas e o cheiro de charuto de alguns velhos pairavam sobre aquele lugar. Eu entrei e todos me olharam. Eu tirei minha capa e o espanto aumentou ainda mais. Me sentia em uma exposição em que eu era a ave rara que era avaliada. A sala do professor estava repleta de pessoas importantes, eu pude notar. Comecei a andar pelo lugar até que o professor Slughorn veio falar comigo.

- Senhorita ! A senhorita está muito bela! Vamos, Harry Potter já chegou.

Eu fui andando e todos olhavam para mim, peguei uma taça de whisky de fogo e fui falar com Hermione.

- Mione? – ela estava com Mclaggen em um canto, ela me olhou e correu na minha direção.
- Você está linda, ! Mas cadê o seu par? Você não ia trazer o Draco?
- Bem... – senti uma pontada no meu estomago – Brigamos.
- Mas você veio sozinha? – Mione perguntou perplexa.
- Sim.
- O Córmaco não me deixa em paz, ele é muito grudento.
- Já deu uns beijos nele? – eu perguntei para Mione que me olhou assustada, mas depois riu.
- Ele quer, mas eu...
- Não tem coragem? – eu disse dando um gole no meu whisky de fogo e o sentindo queimar minha garganta.
- Exatamente – ela disse baixo - Mas antes eu quero falar que está todo mundo olhando pra você.
- Sério? Acostumei. – eu dei de ombros, não estava afim de ficar agradando todo mundo.
- Que vestido é esse, ? Muito lindo, mas nada comportado. Sua cara. – ela tentou fazer uma piadinha, mas eu não via graça em nada.
- Pois é...
- Vamos andando, quero fugir do Córmaco o quanto der.

Saímos andando pelo salão e todos me encaravam, as pessoas “velhas” de lá me olhavam com um olhar assustados e cochichavam baixo, mas eu não dava a mínima. Eu disse que iria naquela festa e iria aproveitar tudo o que estivesse lá, a raiva não me deixava pensar direito e raiva era somente o que estava fluindo em minhas veias, peguei mais uma taça de whisky de fogo para distrair-me. Numa dessas andanças eu e Mione encontramos Harry e Luna.

- Harry! Aí está você, que bom! Oi, Luna! – Hermione disse aliviada.
- Oi, ! Mione, o que aconteceu com você? – Harry perguntou para Hermione.
- Ah, acabei de fugir... Quero dizer, acabei de deixar o Córmaco. Debaixo do visgo. - Disse Hermione com um pouco de vergonha.
- Bem feito por ter vindo com ele – Disse Harry bravo.
- Bem feito para o Rony, ninguém mandou fazer tudo aquilo com ela – eu disse retrucando e Harry revirou os olhos.
- Achei que era quem mais aborreceria o Rony. Fiquei um instante em dúvida se convidaria o Zacarias Smith, mas achei que, de modo geral... – Hermione disse, mas foi cortada por Harry, a indignação em sua expressão era evidente.
- Você pensou em vir com o Smith? – Harry disse.
- Pensei, e estou começando a desejar que tivesse vindo; McLaggen faz Grope parecer um cavalheiro. Vamos por aqui, poderemos ver quando ele vier, é tão alto...

Fomos andando e eu perguntei para Harry quem era Grope. Ele me contou tudo e me fez prometer que eu não ia contar pra ninguém. Estávamos andando, Harry, Mione e Luna pegaram uma taça de Hidromel, eu consegui pegar outra taça de whisky de fogo e eu já estava um pouco tonta. Não havia comido nada.
Atravessamos o salão e paramos perto de uma professora louca que eu já sabia quem era. Professora Trelawney.

- Olá – Luna disse para a professora louca.
- Boa-noite, minha querida. Não tenho visto você nas minhas aulas ultimamente...
- Não, fiquei com Firenze este ano – Luna respondeu.
- Ah, é claro.- disse a professora bêbada. – Ou Dobbin, como prefiro imaginá-lo. Seria de pensar, não é mesmo, que, agora que voltei para a escola, o professor Dumbledore se livrasse do cavalo. Mas não... Dividimos as turmas... É um insulto, francamente, um insulto. Você sabe que...

Ela continuou a criticar o Firenze, outro professor de adivinhação e não me viu. Ela olhou para Hermione e disse:

— Vamos nos entender. Você está pretendendo dizer ao Rony que interferiu nos testes para goleiro?

Hermione respondeu:

- Você realmente acha que eu me rebaixaria a tanto?
— Hermione, se você tem coragem de convidar McLaggen... – Harry disse a olhando, eu não via graça em tudo aquilo por isso fiquei quieta.
- Há uma diferença. Não tenho a menor intenção de contar a Rony o que poderia ou não ter acontecido nos testes.
- Ótimo —Harry disse — Porque ele ficaria arrasado de novo, e perderíamos o próximo jogo...
— Quadribol! —disse Hermione brava. — É só nisso que vocês garotos pensam? Córmaco não fez uma única pergunta sobre mim, não, me brindou com Cem Grandes Defesas feitas por Córmaco McLaggen sem intervalos... Ah, não, lá vem ele! Vem, !

Ela me puxou pela mão e me levou embora. Fomos andando e nos escondemos atrás de algumas plantas que eu torcia para não se mexerem.

-Por que está fugindo dele? Ele é bonitinho.– eu disse e ela me olhou angustiada.
- Ele pode ser bonitinho, mas não é quem eu gosto. – ela disse baixinho e eu apenas fiquei quieta.

Ficamos em silêncio, eu estava de costas para a multidão escondendo Hermione até que eu ouvi a voz de Filch:

- Professor Slughorn, encontrei este rapaz se esgueirando por um corredor lá de cima. Ele diz que foi convidado para a sua festa e se atrasou na saída. O senhor lhe mandou convite?

Eu me virei para ver quem era e Malfoy se soltou de Filch e olhou para mim e sorriu, mas logo depois voltou aquela postura de arrogante. Meus olhos começaram a arder, mas me mantive forte e comecei a observar.

- Está bem, não fui convidado. Eu estava tentando penetrar na festa, satisfeito?
- Não, não estou!- Filch disse - Você está encrencado, ora se está! O diretor não avisou que não queria ninguém nos corredores à noite, a não ser que a pessoa tivesse permissão, não avisou, eh?
— Tudo bem, Argo, tudo bem. Hoje é Natal e não é crime ter vontade de ir a uma festa. Só desta vez, vamos esquecer o castigo; Você pode ficar, Draco.

Draco me olhou e eu virei o rosto. Eu não conseguia encará-lo depois do que eu sabia. Ele deu um sorriso e começou a agradecer ao Slughorn, mas depois Snape o levou embora. Eu me sentei ao lado de Hermione, um whisky de fogo passou na minha frente eu o peguei, mas o garçom disse:

- Você é menor de idade.
- Qual é – eu me levantei e cheguei perto dele dei um sorriso sedutor para ele e ele retribuiu– Por favor, eu não conto pra ninguém. – eu implorei olhando pra baixo e erguendo meu olhar bem devagar novamente.
- Tudo bem. – ele disse dando um sorriso e eu peguei a taça sorrindo de volta.

Hermione me olhou assustada e perguntou:

- Como você...
- Draco. Eu perco meus limites por causa dele. Quer? – eu disse virando minha taça num gole só.
- Desse jeito você vai ficar bêbada, você não comeu nada. – ela disse preocupada.
- Eu não estou bebendo muito. – eu rebati olhando para o fundo da taça e sentindo minha garganta queimar.
- Eu já contei três taças. – Hermione disse e eu revirei os olhos.
- Quer saber? Deixa, de qualquer jeito, minha noite não está boa, eu vou embora. Tchau, Hermione, dê tchau aos outros por mim.

Eu estava saindo da sala, já tinha me despedido do professor Slughorn quando senti uma mão gelada segurando meu braço, quando olhei era Snape.

- Posso falar com você, ? – ele disse sem emoção nenhuma.
- Claro. Mas aconteceu alguma coisa? – eu perguntei por educação, não queria falar com ele, só queria ir para a Grifinória e dormir, naquele momento tentava controlar minhas emoções totalmente.
- Vem comigo.

Ele me arrastou para uma sala e fechou a porta.

- Creio que você sabe sobre Draco. – ele disse baixo.
- Não quero falar sobre isso. – eu já comecei a me incomodar com a conversa e sentia meus nervos fritarem.
- Então é verdade. Você sabe o que está acontecendo com ele? – ele disse tentando aprofundar o assunto, mas eu percebi que ele tentava descobrir alguma coisa.
- Não sei e não quero saber. – eu já começava a sentir raiva e olhava para baixo.
- Você são namorados, não são? – ele disse e eu gelei. Eu não sabia como responder aquilo. Eu não sabia se a nossa relação iria durar depois do que eu descobri.
- Isso é uma assunto entre eu e Draco. Prefiro não falar sobre isso com você. – eu respondi rudemente.
- Eu entendo, mas se afaste dele, você pode gostar dele, mas faça o que é certo. – Snape disse me dando um conselho e meu sangue ferveu ainda mais.
- Posso ir embora? – eu disse farta.
- Claro.- ele disse - Tenha uma boa noite, mas como anda suas emoções ultimamente?

Eu o encarei um pouco abismada e saí correndo de lá assustada demais para pensar em alguma coisa. No caminho até o Salão Comunal, eu perdi o controle e comecei a chorar, não enxergava nem um palmo a minha frente porque as lágrimas estavam acumuladas em meus olhos. Eu pisquei e elas caíram levando embora minha maquiagem toda. Parei em uma das escadas e me sentei puxando ar para dentro de meus pulmões, mas não obtendo sucesso. A pergunta de Snape ficou martelando em minha cabeça e eu não sabia o que responder. Realmente, eu não sabia. Eu estava apavorada. Essa era a confirmação que eu queria para poder me afastar, mas eu não conseguia. Não podia me afastar dele. Eu já estava totalmente envolvida naquilo. Cada parte de mim pertencia à ele e eu sabia que não conseguiria pegar todas as minhas partes de volta. Fiquei chorando ali até que ouvi passos. Era Harry.

- ? O que foi? – ele disse preocupado e eu chorei ainda mais.
- Harry, não pergunta só me abraça, por favor. - Ele se sentou ao meu lado e me abraçou com força, eu chorei ainda mais. - O que foi?
- Se eu te contar, você vai brigar comigo? – eu perguntei sendo um pouco infantil.
- Claro que não! Conta. – ele disse passando a mão em meu braço.
- Eu to namorando o Draco. – eu soltei a bomba.
- Draco Malfoy? – ele disse um pouco assustado.
- É. – eu disse relutante
- Continua. – ele apenas pediu com uma voz séria.
- E nós brigamos muito hoje. E aí eu o vi naquela hora e não consegui me controlar. É difícil ver a pessoa que você ama daquele jeito. – eu desabafava com Harry sem em importar em me expor. Eu precisava falar aquilo para alguém.
- De que jeito? Ele parecia normal... – ele perguntou confuso.
- Eu o conheço melhor do que ele mesmo, Harry. Ele não é daquele jeito.
- Por que você não volta com ele, então? – ele indagou e eu fiquei em silêncio alguns minutos.
- Porque as coisas não são fáceis assim. - eu o abracei de novo e ficamos em silêncio até que ele disse:
- Vamos voltar pro Salão Comunal, amanhã começam as férias e não podemos perder. Vem.

Ele me ajudou a levantar e juntos fomos para o salão comunal, eu murmurei um feitiço e estava perfeita de novo. Quando entramos, Rony estava sentado sozinho, Lilá não estava lá. Eu o olhei e ele olhou para mim e deu um sorriso torto.
- Tá tudo bem, Ron? – eu perguntei para ele que apenas se sentou e indicou a poltrona ao lado dele.
- Eu queria te pedir desculpas. – ele disse um pouco envergonhado.
- Pelo que? – eu perguntei.
- Por estar agindo desse jeito. – ele revelou ficando da cor do cabelo.
- Você deveria pedir desculpas á Hermione. – eu disse sincera.
- Ela não vai lá pra casa nessas férias. – eu senti certo pesar em seu tom de voz - Mamãe disse que você pode ir. Ela quer te conhecer. Gina fala de você nas cartas e bem... Eu já falei também. – ele ficou vermelho e eu sorri.
- Eu também tenho que te pedir desculpas – eu disse para ele pra quebrar o clima. – Eu não deveria ter batido no seu rosto ou xingado a Lilá de biscate. Peça desculpa a ela por mim. – eu revelei tentando me redimir.
- Tudo bem. – ele me deu um sorrisinho.
- Vem aqui. – eu disse para ele e o abracei forte, era bom ter meu amigo de volta. – Eu te amo como meu irmão, Ron. Jamais queria ter brigado com você. Desculpa mesmo.
- Relaxa – ele se soltou de mim – Você vai pra casa, então?
- Vou, mas antes eu vou ficar um pouco na minha casa, meus pais vão ficar uns dias por aqui. Preciso aproveitar.
- Me deixa perguntar. Por que o Malfoy te tirou de lá naquele dia quando você ia pular no pescoço da Lilá?
- Bem... – eu ia começar a dizer.
- Vocês estão namorando?
- Sim.
- COMO VOCÊ PODE? ISSO É TRAIÇÃO DA PRÓPRIA CASA! NAMORANDO UM SONSERINO! SONSERINO! – Rony gritou comigo e eu abaixei a cabeça envergonhada.

Rony me deu um sermão básico e depois fomos dormir. Cada palavra dele me acertava como punhais em meu peito, porque eu sabia que ele estava totalmente certo. Era difícil demais para mim aceitar aquilo e com Rony falando piorou tudo ainda mais.
Depois de me trocar, tirar a maquiagem e ir dormir mais cedo do que as outras garotas, o rosto de Draco me veio à mente e eu o fiz ir embora, mas não obtive sucesso. Senti algumas lágrimas chegando e apertei meus olhos, afinal, eu não tinha o direito de chorar, eu pedi por tudo aquilo quando me envolvi com alguém daquele tipo. Fechei meus olhos e desejei que o sono viesse me levar ao mundo dos sonhos para a noite passar rápido e eu ir para minha casa no outro dia. Eu estaria longe de Hogwarts, longe de Draco. E isso me matava ainda mais.


Capítulo 10: Amor que queima...

(N/A: Música do capítulo deixe carregando, só coloque depois que ver a nota!)

Finalmente estava indo para casa. O Expresso de Hogwarts era lindo, eu gosto de coisas velhas, tá? Estava dividindo a cabine com Hermione, Gina e Luna. Hermione não queria ficar perto de Rony e eu, como boa amiga, fiquei com ela em outra cabine já que tinha mais afinidade com ela do que com Ron. O assunto, é claro, era a festa, mas eu não estava prestando atenção em nada. Saber que Draco era comensal doía. Eu não suportaria saber das coisas que ele iria fazer ou já tinha feito. Novamente meus olhos arderam e eu chorei. As meninas sabiam o que tinha acontecido comigo e com Draco, mas não sabiam o motivo da briga e por sinal de respeito elas não perguntaram nada. O trem chegou a Londres e eu rapidamente peguei minhas coisas e desci do trem. Procurei meus pais e eles estavam ao lado dos Weasley.

- Mãe! – eu fui até eles e larguei meus pertences para trás, ela se virou e me abraçou também. Logo depois me soltei dela e abracei meu pai com mais força – Que bom que vieram me buscar, eu achei que teria que ir sozinha!
- Por favor, querida – minha mãe disse – é claro que viríamos. Você se lembra dos Weasley, certo?
- Na verdade, não. – eu disse tentando lembrar alguma coisa ligada a eles.
- Tudo bem, querida, você costumava ir em casa quando era neném brincar com o Rony. – Molly disse, eu e Rony nos olhamos assustados e começamos a rir.
- Espera – Gui disse me olhando – Você é aquela menininha que ficava puxando o cabelo do Rony e o fazendo chorar?
Eu comecei a rir envergonhada, mas um homem que estava lá, gêmeo do outro se aproximou e beijou minha mão, começamos a rir e ele disse:
- Prazer, sou Fred.
- E eu – o outro homem gêmeo de Fred o empurrou para o lado e beijou minha outra mão – Sou o George. Você vai lá pra casa?
- Acho que vou.
- Mamãe, comece a fazer a ceia vamos, vamos! – Ele disse e começamos a rir, eles se afastaram e começamos a conversar um pouco até que eu pedi licença e fui procurar Hermione. Eu a encontrei com dois trouxas, pais dela.

- Mione? – eu disse e ela me olhou e sorriu.
- Pai, mãe, essa é . Uma amiga da escola. , esses são meus pais.
- Prazer, senhores – eu apertei a mão deles – Hermione, posso falar com você?

Nós fomos para um canto e eu perguntei:

- Você vai para a casa dos Weasley?
- Não.
- Mas...
- , eu não vou ficar na casa do Rony quando eu estou brigada com ele.
- Mas vou me sentir culpada se eu for e você não.
- Para com isso, ! É só até tudo voltar ao que era. - ela deu um sorriso para me confortar, mas não adiantou muito.
- Entendi. Eu não vou passar as férias inteira na casa dos Weasley, se você quiser você poderá ir para minha casa é só mandar uma coruja. - eu sorri para ela e a abracei rapidamente.
- Tudo bem. Obrigada, .
- Feliz Natal, Hermione.

Eu a abracei e comecei a voltar para onde meus pais e os Weasley estavam, mas não foi isso que aconteceu. Eu tropecei em algo que depois de um tempo percebi que era um malão. Levantei meu olhar e Draco e Narcisa Malfoy estavam parados em minha frente.

- Desculpa. – eu disse e fui levantar sozinha, mas Draco colocou as mãos em minha cintura e me puxou para cima.
- , eu... – A voz dele era suplicante, ele me olhou e me puxou para um abraço, eu não resisti. O cheiro dele era bom ,era o cheiro que eu adorava, ele me segurava muito forte pela cintura e eu o abraçava muito mais forte ainda. Eu me virei para ele que me olhou e me deu um beijo rápido nos lábios. – Vou te ver. Prometo.

Ele sorriu e me soltou. Eu fiquei parada vendo-o se afastar, sorri feito boba até que meus pais chegaram.

- Quem era? – Minha mãe me perguntou.
- Meu... – eu não sabia o que responder e meu rosto estava queimando.
- Namorado? – Meu pai completou com uma cara de enfezado – Dumbledore nos contou tudo. Vamos pra casa, qual o nome dele?
- Draco. - eu dei uma pausa e olhei para o chão - Malfoy.
- Um Malfoy? – Minha mãe disse e eu concordei porque eu sabia que já viriam as broncas. Meu pai levava meu carrinho e íamos atravessar para a plataforma normal. – Interessante. O pai dele não está preso?
- Está, mas eu não vou terminar com ele e Draco não tem nada a ver com Lucio – eu disse afobada e com um medo tenebroso.
- Tudo bem, essa conversa nós vamos ter quando chegarmos em casa. – meu pai disse enigmático e atravessamos o portal que nos levaria ao mundo trouxa.

Fomos para a casa dos meus avós paternos, já que não tínhamos uma casa propriamente dita. Meus pais viajavam demais e conseguíamos levar todos os nossos pertences, então quando estávamos no Reino Unido ficávamos na casa dos meus avós, Nita e Sebastian. Quando chegamos, toda a família já nos esperava. Era uma família pequena, meus avós só tiveram dois filhos e por isso a casa era suficiente para todos.
Nos dias seguintes, havia chego o tão esperado natal. Eu já tinha comprado o presente de todos. Eu dei uma série de livros para Hermione, dei um perfume para Gina, um kit de quadribol para Rony com livros sobre quadribol e um álbum com todos os jogadores famosos, para Harry eu comprei umas luvas de quadribol e eu havia achado uma foto em que estavam meus pais e os pais dele. Fiz uma cópia e mandei com os seguintes dizeres: “Achei essa foto e resolvi te dar, acho que você vai gostar.Somos amigos desde bebês."
Deixei tudo pronto com minhas coisas porque eu iria para os Weasley, apenas o presente de Hermione eu deixei separado já que ia despachar na noite anterior a minha ida para A Toca.
Fiz uma carta para ela:

Hermione,
Estou te mandando seu presente. Espero que goste. É uma série de livros de uma escritora bruxa ainda não conhecida, mas que vai fazer muito sucesso.
Mande-me uma coruja depois dizendo se gostou e me dizendo como você está. Estou preocupada com você, quero que tudo volte ao normal.
Draco está vindo me ver no natal, nossa briga foi horrível, mas eu o amo e o quero de volta. Torça por mim.
Responda-me o mais rápido que puder. Você sabe aonde me achar.
Com amor,
.
P.S.: Feliz Natal.


O presente de Draco era o mais especial. Era um globo daqueles que nevava dentro, mas dentro havia eu e ele dançando enquanto nevava. Foi difícil acertar os encantamentos, mas eu havia conseguido.
Desliguei a luz do meu quarto e deitei na cama, cobrindo-me com todos os cobertores possíveis e minha mente foi até ele. Eu sabia que não conseguiria deixá-lo ou até mesmo denunciá-lo. Eu o amava, agora eu tinha certeza disso e seria capaz de ignorar o que ele fazia para poder viver o que eu sentia. Não importavam as consequências, eu estava disposta a enfrentar por ele.

Quando acordei, o tempo estava fechado e fui impedida de ver qualquer coisa por causa da neve na janela. Tentei dormir de novo, mas foi em vão, por isso fiz minha higiene pessoal e desci para tomar café enrolada no cobertor. O cheiro de panqueca com calda de chocolate e chá quentinho inundavam meu nariz desde a sala e logo constatei que vovó Nita fazia o café.

- Bom dia, querida – ela disse enquanto Prince, nossa elfa doméstica, colocava um prato e uma xícara em minha frente - Uma coruja chegou pra você hoje de manhã, eu guardei a carta e despachei a coruja. A carta está em cima da estante da sala.

Nem esperei ela terminar de falar e saí correndo para pegar a carta porque algo em mim sabia de quem era. Peguei o envelope branco e com a letra de quem eu amava estava escrito: . Eu abri o envelope, peguei a carta e fui para o escritório. Sentei-me numa das poltronas que havia lá e comecei a ler:

,
Sei que você está com raiva de mim e eu não tiro a tua razão. Eu deveria terminar com você e te deixar livre para namorar alguém que não seja tão errado como eu, mas meu egoísmo não me permite fazer isso. Peço desculpas por tudo o que está acontecendo e espero que você entenda. Se isso não acontecer, é capaz de nem eu e nem minha família estarmos vivos. E vai dar tudo certo no final. Eu prometo.
Não tenho coragem de dizer pessoalmente, por isso, vou dizer através desta carta: Eu te amo muito, percebi assim que vi você saindo daquela sala e me deixando.
Obrigado por tudo.
Não termine comigo, você é uma das poucas razões que eu tenho para continuar respirando.
Preciso te ver, me mande uma coruja com o seu endereço que eu vou até ai.
Com amor,
Draco.


Terminei de ler e respirei fundo. A frase que eu relia várias vezes piscava para mim: Eu te amo. Sim, ele havia dito. Sorri feito uma boba e olhei o fogo crepitando na lareira. Aquela era a confirmação que eu precisava para deixar tudo continuar, era o motivo que eu esperava para saber de que eu não era a única que sentia alguma coisa.
Li a carta novamente e já havia tomado minha decisão. Eu iria escrever para ele. Preparei Cassie, peguei pergaminho e tinta e fui escrever uma carta para a razão da minha existência.

Draco,
Confesso que fiquei surpresa com a sua carta. Eu esperava que você não se manifestasse, mas novamente você me surpreendeu. Eu quero te ver, acho que as coisas precisam ser resolvidas e preciso te dizer algumas coisas importantes. Acho que nossa última conversa não foi produtiva (somente usando termos leves).
Com amor,
.
P.S.: Há muitas coisas por trás de um simples bilhete. Repita: “Te quiero" e tudo se revelará. Somente para você.


Em outro papel eu escrevi meu endereço:

- Wetherby Road, número 512, Leeds, Reino Unido.

Peguei outro papel, coloquei o endereço e coloquei a carta em cima. Peguei a varinha emprestada da minha avó – já que eu ainda não podia usar magia e usando a varinha dela ninguém nunca iria perceber – fiz uns encantamentos e coloquei no pezinho de Cassie.
- Leve isso para Draco Malfoy – eu acariciei a cabeça dela - Na mansão deles e entregue somente para ele. Confio em você, querida.

E Cassie levantou vôo. Voltei para a cozinha com um sorriso no rosto e vovó percebeu, Prince me serviu o chá e as panquecas.

- O que aconteceu, hein? – ela disse se sentando na minha frente e dando um sorrisinho – Por que essa alegria toda? Algo me diz que é aquela carta...
- É sim, vovó – eu disse suprimindo um sorriso – Eu estou feliz.
- Meu instinto me diz que isso tem a ver com algum garoto – ela disse e eu afirmei com a cabeça – Então, eu estou certa.
- Está – eu comi um pedaço de panqueca e quando engoli voltei a falar – É alguém da escola.
- Qual o nome dele? – ela perguntou.
- Draco – eu disse relutante e ela travou o maxilar – Malfoy.
- Um Malfoy? – ela disse séria, mas depois deu um sorriso – Não se preocupe não fiquei brava, seu avô também era mal quando eu o conheci. Era seguidor de Grindewald. Sabe quem é? – eu afirmei com a cabeça.
- Foi ele que meu tio avô lutou para pegar a varinha, não é? – eu disse enquanto comia e ela afirmou.
- Exatamente – ela sorriu – Mas eu o mudei. Quem sabe você não o mude também? – ela disse enigmática e se levantou indo para a lavanderia sendo seguida de Prince.

O que ela disse começou a martelar em minha cabeça repetidas vezes e minha mente trabalhava rápido. A frase de vovó me deu esperança. Muita esperança.


Durante o resto do dia eu fiquei sem fazer nada. Não conversava com meus primos, nunca me dei bem com eles e não tinha com quem conversar, por isso, passava a maioria dos dias no quarto. Havia mandando o presente para Hermione com a coruja da família e ficava no meu quarto lendo, estudando para os Nom’s ou dormindo. Afinal, eram as únicas coisas que havia para fazer ali.
Faltava uma semana para ir aos Weasleys e eu estava ansiosa, fazia um dia que eu havia mandado a carta para Draco e não havia tido resposta nenhuma. Afinal, ele morava do outro lado do país e eu sabia que iria demorar, mas não conseguia controlar a ansiedade.

- Você tem visitas. – Minha mãe disse colocando a cabeça para dentro do meu quarto dizendo rapidamente e indo embora.

Eu desci devagar, não estava com pressa. Eu estava vestida com duas calças, duas blusas e minhas pantufas quentes. Estava muito frio naquele dia de véspera de natal. (N/A: Dê play).

Quando estava no fim da escada, olhei para a sala de estar e sorri. Senti meu estômago queimar em euforia e caminhei em direção a ele. Draco estava sentado no sofá com o rosto um pouco vermelho de vergonha enquanto minha avó fazia algumas perguntas sem nexo para ele enquanto esperava por mim. Os olhos dele encontraram os meus e ele deu um sorriso tímido.
- Draco. – eu disse sorrindo de volta.
- Oi, .

Ele se levantou, veio até mim e me abraçou forte. Meus pais me olhavam apreensivos. É claro que eles sabiam.

– Eu vou estar lá em cima. – eu disse com pressa.

Peguei Draco pela mão e começamos a subir as escadas. Draco ria baixo atrás de mim. Entramos no meu quarto, passei pela porta primeiro e depois ele passou e a fechou. Ele me olhou e disse:

- Desculpa. – ele disse com uma voz de súplica sincera e eu não aguentei e acabei sorrindo.
- Tudo bem. – Eu o abracei com força e meus olhos se encheram de lágrimas. Ele me puxou mais pra ele e selou nossos lábios, foi um beijo calmo e cheio de saudade. – Está tudo bem, querido. Não importa mais.
- Não quis magoar você – ele disse beijando meu nariz – Essa nunca foi minha intenção.
- Eu sei disso... – eu disse dando um selinho nele e puxando seu lábio inferior para mim – Eu nunca vou concordar com isso e você sabe muito bem – eu dei uma pausa e Draco me encarava – Mas, infelizmente, essa é sua vida.
- Eu não sei o que dizer – ele disse sincero e com um olhar culpado.
- Não precisa dizer nada... – eu o abracei e fiquei sentindo o cheiro do seu pescoço – Não diz nada...

Eu o olhei e Draco me beijou. Suas mãos passeavam por todo o meu tórax e as minhas não estavam diferente. O beijo era urgente e o ritmo era frenético. Nossas línguas não entravam em acordo nenhum e nossos corpos imploravam por mais contato. Abri o zíper do casaco dele e ele o tirou e empurrou o meu para o chão também. Draco puxou minha perna para cima e a fez prender em sua cintura e eu tomei impulso e passei a outra. Ele me sentou na escrivaninha que havia no meu quarto e ficou no meio de minhas pernas. O ar estava mais difícil de puxar, mas mesmo assim eu não tirava minha boca da de Draco. Quando estava no meu limite, eu fui obrigada a parar o beijo. Meu namorado desceu os beijos para meu maxilar e depois mordiscou minha orelha levemente. Minha respiração era descompassada e eu tentava normalizá-la. Draco fitou meus peitos subindo e descendo e deu um sorriso pervertido para mim.

- Nem pense nisso... – eu falei depois de um tempo, ele riu e me deu um beijo no canto esquerdo da minha boca.
- Você não sabe o que eu vou fazer... – ele disse beijando meu pescoço e eu senti a mão dele entrando por debaixo da minha blusa, Draco fez um carinho na minha barriga de leve e eu me arrepiei inteira porque a mão dele estava fria – Eu sei que você quer...
- Não, não sabe – eu disse com os olhos fechados e ele ia subindo a mão de leve dentro da minha blusa, encostando em minha pele quente esporadicamente. Draco chegou ao meu sutiã e seguiu o contorno na parte de baixo dos meus seios e eu respirei fundo.
- Acho que eu sei sim... – ele finalmente apertou meu seio direito com a mão direita e eu arfei. Ele deu um sorriso. Começou a massagear meu seio e eu o puxei para mais perto. Beijei-o novamente quando ele aumentou a massagem no meu seio e apertou minha cintura com a mão esquerda. Aquela posição não estava confortável para nenhum dos dois. A intimidade dele tão perto da minha não estava me deixando pensar direito. Ele sem querer encostou na minha fênix e se queimou, e eu sorri enquanto o beijava. A massagem no meu peito continuou e fui surpreendida com Draco colocando a mão dentro do meu sutiã e apertando meu mamilo entre os dedos. Comecei a beijar o pescoço dele e dei algumas mordidas e perto da orelha chupei o lugar e senti ele arfar depois disso. Dei um beijinho em seguida e o olhei. O garoto deu um sorriso para mim e eu ri. Ouvimos uma batida da porta e Draco tirou a mão de dentro da minha blusa e me olhou um pouco desesperado.

- Está tudo bem por aí? – minha mãe disse e eu segurei uma risada da cara de bravo que Draco estava fazendo.
- Está sim – eu gritei para tranquilizá-la e não aguentei e comecei a rir. Draco me deu um tapinha na cabeça, mas caiu no riso também.
- Daqui a pouco desçam para o almoço, tudo bem? – minha mãe gritou do outro lado e eu desci da escrivaninha e peguei nossos casacos do chão.
- Tudo bem! – eu respondi e pude ouvir os passos dela se afastando, assim que percebi que ela estava longe eu deixei minha risada aparecer e Draco tacou uma almofada em mim – Foi engraçado, pode falar.
- Foi engraçado para você, provavelmente eu teria que tomar um banho gelado agora – ele disse e eu o olhei na região da calça e pude ver o volume na região. Comecei a rir ainda mais. – Para de rir, !
- Desculpa, é impossível – eu desatei a rir ainda mais e Draco jogou outra almofada em mim, eu joguei outra de volta e começamos a rir feito loucos.

Quando não aguentamos mais, ele me puxou para um abraço apertado e eu dei risada e ele me acompanhou. Ali nos braços dele mais uma vez, eu me dei conta de que não poderia viver sem isso por muito tempo. Eu não conseguia ficar longe dele, algo estranho, diferente não deixava. Eu tinha a sensação de que não importasse o que acontecesse eu sempre voltaria para ele. O olhei e tirei os cabelos da testa dele e sorri. Draco colocou a mão na minha cintura e pegou em minha mão.

- O que você está fazendo? – eu perguntei e ele fez nossos corpos balançarem levemente.
- Estamos dançando, você não viu? – ele disse com uma voz óbvia e me girou de leve – Queria ter te levado ao baile no quarto ano...
- Mas eu nem estava na escola – eu disse enquanto dançávamos uma valsa sem música.
- Não importa, queria que você fosse lá – ele disse me girando mais uma vez e me levantando no ar, eu dei uma risada – Eu sei que eu não disse pessoalmente, mas... – ele me olhou e nós paramos de dançar no meio do quarto e eu o encarei fixamente. – Eu te amo.
- Eu também te amo. – eu disse sorrindo e o beijando suavemente. – Preciso te entregar o seu presente. - eu fui até o meu armário e tirei uma caixinha vermelha e dourada, o entreguei com um sorriso - Feliz natal adiantado.
- Somos nós? – ele olhou novamente para o globo e pude perceber um mínimo sorriso em seu rosto.
- Sim.
- Como você fez isso? – ele perguntou curioso.
- Magia. – eu comecei a rir e logo fui seguida por ele. Draco não era de agradecer por isso me surpreendi com o que ele disse logo depois:
- Obrigado. - ele me puxou e me deu um beijo acalorado e bem lento. Draco guardou o globo na caixa novamente, colocou junto com suas coisas e depois deitamos abraçados na minha cama. - Belo enigma. – ele disse para mim. – Eu demorei pra entender e o que significa Te quiero?
- Te amo em espanhol – eu disse para ele que me olhou, sorriu e me deu um selinho.
– Como você chegou aqui? – eu disse enquanto deitava sobre ele e fazia um carinho em seu pescoço.
- Minha mãe me trouxe, eu disse pra ela que tinha um compromisso. – ele respondeu beijando minha mão em seguida e eu sorri feito boba, amava essas demonstrações de afeto inusitadas que presenciava vindo do garoto mais frio daquela escola.
- E ela acreditou? – eu disse brincando com os dedos da mão dele.
- Minha mãe confia em mim. Ela disse que você tem uma bela casa. - ele respondeu olhando o teto do meu quarto distraído, provavelmente notando as pequenas fênix que dançavam pelo teto.
- Fala pra ela que eu agradeci. – eu disse e dei um selinho nele seguido de vários, Draco tomou impulso e nos trocou de posição ficando por cima de mim.
- Você gosta mesmo de fênix, não é? - ele disse e me beijou novamente.

Ouvimos batidas na porta e ele revirou os olhos e se sentou na cama e eu ri e fiz o mesmo, um pouco antes de minha mãe entrar no quarto.

- Filha, lave suas mãos e desça pra comer. Coloquei mais um lugar na mesa, tudo bem, Draco? - mamãe perguntou parada na porta.
- Claro, senhora . – Draco disse sendo educado.
- Oh, por favor! Chame-me de Ariana. – minha mãe disse animada, Draco ouviu o nome dela e uma leve confusão transpassou pelos seus olhos, mas depois tudo voltou ao normal.
- Tudo bem, Ariana. – ele disse dando um mínimo sorriso.
- Você trouxe roupa de gala? – Minha mãe disse e eu abaixei a cabeça envergonhada.
- Não... – Draco disse um pouco confuso.
- Tudo bem, algum terno do Greg deve caber em você. A não te avisou? – Draco me olhou assustado e eu me lembrei da minha gafe. – Acho que não. Essa noite teremos a festa de Natal. Toda a família vai vir. Recados dados, desçam pra almoçar, está bem?
- Sim. – Eu e Draco dissemos em uníssono, quando minha mãe fechou a porta meu namorado olhou-me assustado.
- Como vai ter uma festa e você não me avisa? Eu vou embora antes.
- Não, Draco – eu o abracei de lado e fiz biquinho, ele não resistia ao meu biquinho – Fica, por favor, eu quero fazer invejinha pra minha prima Meredith que eu percebi olhando pra você. Por favor? – eu disse e o dei um selinho. – Fica pra festa?
- Tá bom. Vem vamos almoçar.

Chegamos à mesa de jantar e estavam meus avós, minha tia Christine, seu marido Henry, a filha deles, Meredith, o irmão dela, Peter, meu pai e minha mãe e havia dois lugares vagos, de Draco e eu. Minha prima Meredith era mais velha do que eu e estudava em Beauxbutons, porque ela e meus tios moravam na França. Eu me sentei e Draco se sentou ao meu lado.

- Vocês já viram o Draco? – eu perguntei para eles, olhei para o lado e Draco estava vermelho demais.
- E é impossível não vê-lo? – Meredith disse o encarando, Draco olhou pra mim com um olhar incomodado.
- Engraçada você, não é? – eu disse pretendo revidar, mas Draco apertou minha mão em baixo da mesa. – Pessoal, esse é o Draco, meu namorado.
- Ele é bonito – minha avó disse, Draco que estava vermelho nesse momento ficou roxo – Loiro, alto. Se deu bem, querida – minha avó disse muito perspicaz e eu dei uma risada.
- Obrigado – disse Draco extremamente cordial encarando minha avó, mas logo depois abaixou a cabeça.
- Vamos comer? – eu disse e observei a mesa a minha frente.

Estava farta. Havia bolo de carne com pudim de Yorkshire, suco de abobora, batatas assadas e legumes. Prince deu um estalo de dedos e todos os pratos estavam servidos. Começamos a comer, tudo estava muito bom, até que Prince, a elfa-doméstica, trouxe o pudim com morango e creme e a garrafa com Rum de groselha vermelha, num estalo de dedos, todos os pratos estavam com ela e ela saia da sala. Prince voltou e estalou os dedos novamente e todos estavam servidos, o pudim estava realmente delicioso e Draco ainda segurava minha mão com força. A conversa fluía muito bem, minha avó era só elogios sobre como Draco era bonito, como era parecido com meu avô quando ele era jovem e Meredith o encarava com um olhar lotado de segundas intenções. O almoço acabou e todos foram para a sala, os homens foram fumar alguns charutos no escritório e as mulheres foram para a sala de estar tomar chá. Eu e Draco subimos para meu quarto.
A tarde passou rápida com Draco comigo. Conversamos sobre a diferença entre o mundo trouxa e o mundo bruxo, ele ficou surpreso quando eu o mostrei meu armário e sua quantidade de roupas. Quando estava escurecendo já estávamos no completo tédio, os assuntos haviam acabado e eu jamais o levaria lá pra baixo, Meredith sabia ser inconveniente quando queria. Estávamos deitados abraçados em silêncio, eu me concentrava em ouvir os batimentos do coração de Draco que agora eram meus. Ele era meu.

- Vem – eu disse pra ele me levantando e ficando sentada na minha cama.– Vamos dar uma volta, eu sei que está frio, mas vamos em algum lugar. Você trouxe vassoura?
- Não. – ele disse me olhando e eu me levantei jogando para ele o seu casaco e vestindo o meu.
- Tudo bem, usa a minha que eu uso a do meu pai.
- Mas onde nós vamos? – ele perguntou quando já passávamos pela porta.
- Tem uma comunidade bruxa aqui perto, vamos lá.
- Mas seus pais deixam?
- Claro. Eles confiam em mim, vou buscar as vassouras e já volto.

Eu desci busquei as vassouras, conversei com meus pais e depois avisei ao Draco. Fomos até o jardim de trás perto da piscina, tudo estava congelado e a grama estava branca. Draco e eu montamos na vassoura.
- Me siga.

Eu disse para ele e saímos voando rápido rumo ao vilarejo bruxo.

[FLASH-BACK ON] narração em terceira pessoa

15 anos atrás...

- Você viu o que aconteceu com os Potters? – Uma mulher loira de olhos claros perguntava para Alvo Dumbledore enquanto segurava um bebê no colo.
- Eu vi, querida, por isso vocês deveriam fugir. Eu consegui um emprego pra vocês dois como aurores que viajam pelo mundo. - Dumbledore respondeu.
- Mas nós não podemos sair daqui, tio! Nossa vida está aqui! E como nós vamos fazer com a bebê? - A mulher perguntou.
- Escondam-se, ele ainda não sabe da existência de vocês. Eu sugiro que você, Ariana, deva tirar o Dumbledore do sobrenome. Seria mais fácil ele achar vocês, vocês são obrigados a fugir. - Eu tenho pena da Lily e do James. Eles morreram tentando salvar o filho. – Ariana começou a chorar, mas foi amparada por seu marido, Gregório. – O que aconteceu com o garoto?
- Ele foi entregue aos cuidados dos tios maternos. - Alvo explicou.
- Tem certeza que precisamos fugir? Digo, ele está morto! Harry conseguiu acabar com ele. - Ariana tentou argumentar - Nós podemos ficar com Harry também, eu sei que a família de Lily é trouxa. - Ainda existem Comensais da Morte que não foram achados e Harry ficará melhor perto da família - Dumbledore deu uma pausa - Deixa eu ver a . - Dumbledore pegou a pequena bebê no colo, a olhou, deu um beijo na testa da criança e a entregou de volta aos braços da mãe. - Está na hora. Quando tudo melhorar, vou atrás de vocês.

5 anos atrás.

Dumbledore entrou na casa de seu irmão, Aberforth, fez uma reverência ao quadro de sua outra irmã Ariana e examinou a sala por completo.

- Alvo, eles já vão chegar. – Aberforth disse para o irmão, Dumbledore se sentou.

O silêncio pairou na pequena sala, mas foi cortado quando Ariana e Gregório entraram na sala. Ariana tinha esse nome em homenagem a sua tia. Ela abraçou, gentilmente, seu pai e Dumbledore, Greg apenas acenou com a cabeça para os dois.

- E então? – Ariana disse – vai para Hogwarts esse ano?
- Creio eu – Dumbledore disse – que não seja prudente.
- Por que, Alvo? – Aberforth perguntou rispidamente.
- Problemas podem acontecer com ela, tentaram roubar Gringotes e eu tenho medo de que algo aconteça. Ela tem 11 anos, não vai saber guardar segredo sobre de qual família ela pertence e claro ainda tem o fato dela ter o dom.
- Mas e a educação dela? Como fica, Dumbledore? – Greg perguntou preocupado – Ela precisa aprender.
- Eu posso mandar para vocês o conteúdo de cada trimestre, assim vocês podem ensiná-la durante as viagens e treiná-la a controlar a magia dentro dela.
- Mas quando ela vai entrar em Hogwarts? – Ariana perguntou.
- Quando for a hora certa. Vocês precisam entender, Voldemort pode estar atrás dela. - Alvo disse, mas foi cortado pelo seu irmão.
- Ele está morto! Morto! – Aberforth gritou.
- Papai, se controle, tio Alvo sabe o que está fazendo. Eu e Greg vamos fazer isso, tio. - Ariana concordou dando um sorriso.
- Obrigada, querida. – Dumbledore disse para ela com uma voz gentil – Você me lembra sua tia e sua mãe.
- Não ouse falar de Ariana ou da minha querida Mary! – Aberforth gritou para Alvo que abaixou a cabeça.
- Chega, pai! – Ariana gritou e as lágrimas de juntaram no canto dos olhos – Não é culpa do tio Alvo a morte da tia Ariana. E a mamãe nos deixou! Ela preferiu seguir Grindewald a ficar com a família! Chega disso! Tio Alvo, por favor nos avise quando poderá ir para Hogwarts. Vamos, Greg. - Ariana enxugou as lágrimas e o casal saiu da sala, deixando um Alvo entristecido e um Aberforth com raiva.

6 meses atrás

- Eu vou para Hogwarts? – perguntou com um sorriso bobo no rosto.
- Vai. – Ariana disse contente, correu e abraçou a mãe.
- Obrigada! Obrigada mesmo! Eu juro que eu vou me comportar, prometo! Eu não vou dizer nada! – disse apressada!
- Nós estamos com a sua lista de materiais aqui. Vamos ao Beco Diagonal amanhã. – Ariana disse feliz. deu um beijo nos pais e foi dormir. Ariana verificou se a filha estava dormindo, sentou-se no colo do marido e suspirou - Ela realmente não pode saber?
- Não, Aria. – Greg disse cansado – Neste momento, Hogwarts é o lugar mais seguro que existe. Eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com vocês duas. Dumbledore sabe o que está fazendo e claro temos que pensar que agora é o momento mais estável dela.
- Eu sei, querido – Ariana disse – Realmente é o momento certo para ela ficar em Hogwarts, mas ao mesmo tempo que ela estará segura na escola, se algo acontecer a nós, você sabe que ela não vai nos perdoar.
- Ela vai ter que entender. Nós somos da Ordem da Fênix, temos que fazer isso. Precisamos verificar se existe alguma Horcrux na Albânia. E se morrermos, morreremos como heróis. Não se preocupe, querida. No final vai dar tudo certo.

Ariana deu um beijo de leve no marido e ficou ali na sala em silêncio com ele.

[FLASH-BACK OFF]


- Você é viciada em doce, amor! – Draco disse para mim enquanto andávamos pela rua da comunidade bruxa e eu sorri ao ouvir do que ele havia me chamado. Havíamos saído de uma loja de doces, onde eu tinha feito Draco comprar praticamente a loja inteira. Ele me abraçou de lado.
- Que isso, não foi tanto doce assim! – Eu disse e começamos a rir. Quando Draco estava comigo era uma pessoa totalmente diferente. Era o garoto que eu sempre quis. Ele me abraçou e selou nossos lábios. Chegamos a uma praça que estava com algumas crianças bruxas brincando, havia um casal mais velho que estava se engolindo em um banco e uma senhora sentada sozinha no frio. Draco me puxou para um banco e me abraçou ainda mais forte. Estava muito frio, mas eu não estava me importando, eu estava com Draco.

Ele me olhou, deu um sorrisinho de lado, aquele sorriso que eu tanto amava. Então, me beijou com intensidade, os lábios frios dele entraram em contato com os meus. Nossos lábios estavam roxos por causa da tempetura, mas agora estavam vermelhos. A língua dele estava quente e percorreu cada cantinho da minha boca. As suas mãos, passeavam pelas minhas costas e as minhas estavam em sua nuca. Eu não estava prestando atenção em nada ao meu redor e Draco muito menos. Então quando Draco estava colocando a mão por dentro do meu casaco, eu ouvi um grito feminino:

- Draco!

Separamos-nos rápido e uma mulher meio loira, meio morena, olhava-nos com um pouco de repulsa. Ela olhou para mim e seu olhar se transformou em um olhar de espanto.

- Quem é ela? – Ela perguntou para Draco que se levantou rapidamente puxando-me junto.
- Mamãe, essa é a , minha namorada., essa é minha mãe, Narcisa Malfoy. - Estendi minha mão para ela que me mediu de cima a baixo, mas não me cumprimentou. Eu me limitei apenas a abaixar a cabeça.
- Draco, vamos para casa. As pessoas começaram a notar sua ausência. Vamos. - Ela disse ríspida. - Se despeça. Essa é uma comunidade bruxa?
- Sim. – eu disse para ela e sorri. Eu seria educada porque, afinal, ela é minha sogra! – Então, tchau Draco.
- Tchau, . - Ele disse com uma voz tristinha e eu sorri. Abracei-o forte e o deu um selinho, Draco tentou aprofundar o beijo, mas percebi que quando nos abraçamos Narcisa virou o rosto.
- Bonito colar. – Ela disse para mim e puxou Draco pelo braço, eu fiquei vendo-os andarem um pouco e pude ouvir o comentário de Narcisa – O que aconteceu com a Pansy? Eu gostava dela. Essa garota é muito...
- Normal? – Draco disse e se virou para ela – O que é? Ela tem família boa, é normal, qual o problema agora? Ela é muito alta?
- Não é isso é que... Deixa quieto. – ela disse mais baixo e eu tive a impressão de que ela sabia de alguma coisa.

E eles aparataram.

Sentei-me no banco e fiquei ali por uns minutos. Não queria voltar para casa, não tinha vontade nenhuma. Draco não iria voltar comigo. Eu voltaria sozinha. Eu o amava agora eu poderia admitir a mim mesma, o sentimento que eu tinha por ele não era passageiro, não era alguma coisa fraca, o amor que eu sentia por ele me consumia por inteira, queimava dentro de mim e eu amava aquilo. Amava a sensação de tê-lo comigo, amava os toques dele, as palavras que ele usava ao falar comigo, eu o amava como um todo. Amava cada faceta dele, cada coisa que ele fazia. Suspirei e convoquei minha vassoura, era hora de voltar para a casa. Draco havia ido embora, mas ao menos havia aparecido e havia ficado comigo. Cada ato dele, provava ainda mais que ele, mais do que ninguém, era humano, sentia. Draco era o amor que eu sempre esperei e mesmo ele sendo Comensal, não desistiria disso por nada.

Draco’s POV

Mamãe parou no portão e me olhou desesperada. Eu a encarei tentando me lembrar de algo que eu havia feito de errado.

- Você está louco? – ela disse segurando meu braço com força – Ela é uma Dumbledore!
- Eu sei disso – eu disse baixo – Mas não importa.
- Não importa? Não importa? Você só pode estar brincando mesmo... – ela disse rindo incrédula – Eu fiz um pacto com Snape para te proteger, para você conseguir terminar sua missão e você começa a namorar com a sobrinha neta do Dumbledore? Você quer falhar nisso, Draco?
- Não, mamãe – eu disse sentindo o peso das palavras dela caírem sobre mim. Onde eu estava com a cabeça?
- Então, trate de terminar com essa menina! É nossa família que está em jogo, seu pai não está preso à toa! Ele precisa de você – ela disse ainda mais brava – Ponha um fim nisso antes que eu tenha de fazer isso.
- Mas eu a amo – ouvi minha própria voz dizendo e me surpreendi com a facilidade de falar isso quando nós temos certeza. – Eu a amo, mamãe.
- Amor? Você é um jovem ainda! Não sabe o que é amor, Draco – ela riu novamente e eu senti meu sangue ferver – A única coisa que você tem é sua família, não estrague tudo por causa de uma garota. E uma Dumbledore ainda! Vamos, vão começar a desconfiar – ela disse abrindo o portão de casa, eu entrei e fechei.

O peso das palavras dela era esmagador e eu já sentia o gosto da culpa em meus lábios que antes havia o gosto de . Onde eu estava com a cabeça em continuar com aquilo? Eu tinha que por um fim, não poderia continuar com ela, estava me atrapalhando, me atrasando.
Mas eu sabia que não poderia fazer isso, eu a amava demais para poder fazer isso. Sim, eu a amava e isso era uma das poucas certezas que eu tinha em mãos. Ela era a única com quem eu podia ser eu mesmo, ela não se importava com o meu humor, com as minhas frustrações e se eu precisasse ela ficaria o dia todo sem falar uma palavra, apenas para poder ouvir as batidas do meu coração e me fazer companhia. Ela não se importou quando eu chorei no ombro dela ou me odiou quando eu a machuquei. Ela me amava. E isso me matava por dentro.
Ela era a única coisa boa que eu tinha por inteira e agora seria obrigado a acabar com isso.


Capítulo 11: Fogo e Gelo.

uma xícara de chá e foi limpar a vassoura. Ela não era empregada da casa, recebia pelos seus serviços e ela sempre amou trabalhar em nossa casa. Tomei meu chá e fui para a sala afim de ir ao meu quarto, mas fui barrada por uma Meredith com uma cara de desdém.
- Cadê seu namorado? Ele não iria ficar? - Todos da sala pararam para olhar e eu fui obrigada a comunicar que Draco havia ido embora.
- O Draco teve que ir embora, a mãe dele veio buscá-lo.
- É uma pena – Meredith disse com uma voz de vadia – Eu havia gostado dele.
- E de quem você não gosta, não é? – eu disse dando uma risada de escárnio – Qual era o nome daquele lá? Era o Ed, Louis e tinham mais alguns não tinha? – eu disse olhando para o alto tentando me lembrar e ela me olhava com raiva no olhar.
- Cala a boca – ela disse com raiva.
- Por quê? Não é a verdade? – eu disse dando uma risada e ela veio pra cima de mim, mas eu coloquei minha varinha na barriga dela e ela gelou.
- Você não pode usar magia fora da escola – ela disse dando uma risada nervosa.
- Paga pra ver – eu desafiei, mas então minha mãe entrou no meio e me puxou.
- Vamos subir agora – minha mãe disse me empurrando para as escadas e eu subi, mas antes passando por Meredith e dando uma risada de escárnio. – O que deu em você?
- Nada, só estava falando a verdade – eu disse tentando me tranquilizar.
- Você pegou pesado – minha mãe disse do mesmo jeito que eu.
- Ela precisava ouvir – eu disse.
- Quer fazer o favor de se controlar? – Minha mãe disse com raiva – Desde que entrou em Hogwarts, você está desse jeito.
- De que jeito? – eu explodi – Do jeito que era para eu ser? Isso sou eu!
- Não é você! – minha mãe explodiu – Você sempre foi normal.
- Porque você sempre me controlou! – eu dei um grito e senti meus olhos se encherem de lágrimas.
- Quem está colocando essas coisas em sua cabeça? – ela disse exasperada – É esse menino, não é?
- Não fala dele! Ele não está fazendo nada! – eu disse já sentindo as lágrimas caírem.
- Ele é um Malfoy! Ele não é uma pessoa boa! – ela gritou para mim.
- E quem é você pra falar se ele é bom ou não? Você não é ninguém! - eu retruquei, não iria permitir que ela falasse mal do meu namorado.
- EU SOU SUA MÃE! – ela gritou e eu me assustei – Eu sei o que é melhor pra você.
- Não, não sabe. – eu explodi – Eu sei o que é melhor pra mim!
- Você é uma criança ainda!
- Eu não sou! – eu dei um grito e comecei a chorar – Me deixa sozinha!
- O que? Você está me mandando sair? – ela disse dando uma risada nervosa.
- Já disse pra você sair daqui! – eu disse cerrando o maxilar e as luzes começaram a piscar e minha mãe me olhou assustada.
- , se controla – minha mãe pediu com medo – Por favor.
- Sai. – eu disse com uma voz grave e ela saiu do quarto correndo.

Sentei-me na cama e tentei respirar fundo, mas tinha vontade de explodir e sair dali o mais rápido que eu conseguia. Olhei para o meu quarto e foquei meu olhar na luz e não pensei em nada, apenas fiquei encarando a luz. Isso me ajudava a voltar ao “normal”. Isso era estranho. Além de carregar o sangue que eu carregava ainda tinha que saber me controlar porque a qualquer momento eu podia explodir. Ás vezes – como naquele momento – eu apenas desejava ter nascido alguém normal, uma bruxa simples que a única preocupação seria o Niem’s ou coisa parecida. Mas acho que a vida não queria isso pra mim. Fui tirada dos meus pensamentos com alguém batendo na porta. A porta se abriu devagar e era minha avó. Ela me deu um sorriso e eu não consegui segurar e comecei a chorar. Ela veio rapidamente até mim e me abraçou.

- Não chore, criança... – ela disse bem baixinho.
- Por que eu nasci assim, vovó? – eu limpei as lágrimas e a olhei – Por que eu não consigo me controlar? Por que eu sou assim?
- Eu não sei, querida – ela disse sincera – Mas eu sei que cada pessoa nasce com um destino. Bruxo ou trouxa, todos sempre temos um destino a cumprir. Talvez esse seja o seu.
- Mas eu não quero isso pra mim – eu solucei – Não quero. Eu quero ser normal. Você não sabe como é horrível, não ter domínio nenhum sobre teu corpo.
- Eu não sei. Realmente, eu não sei – ela disse – Mas eu sei de uma coisa. A vida não nos dá uma coisa que a gente não possa suportar. Se você nasceu assim é porque era pra ser assim. Você vai dar conta disso.
- Promete? – eu disse feito uma criança.
- Vou estar aqui ainda para ver você fazer isso. – ela disse sorrindo e beijando minha testa. – Está com fome?
- Na verdade, estou – eu disse dando um sorriso.
- Eu sabia que você iria chegar com fome, vamos descer, pedi a Prince para preparar algo para você comer – minha avó disse e nós nos levantamos e rumamos para a cozinha.

Eu podia ouvir o barulho vindo do andar de baixo, mas eu não estava animada para aquela festa. Desde a briga com Meredith, o clima naquela casa estava um inferno. Eu não saía do meu quarto e também ninguém me incentivava a fazer o contrário. Estavam com medo de mim. Coloquei o brinco e estava pronta. Estava com um decote bem grande, mas eu não me importava. Eles não iriam me impedir de ser quem eu realmente era.
O salão parou quando eu apareci no topo da escada, haviam alguns amigos da família e todos me encaravam espantados, revirei os olhos e caminhei até um garçom pegando uma taça de whisky de fogo.
Já estava na minha terceira taça quando minha avó se aproximou de mim. Ela me deu um sorriso e eu retribui.

- Você está bem? – ela perguntou com aquela preocupação de avó.
- Estou. – eu afirmei para ela e pra mim mesma.
- Mas é que você está tão quieta, querida. – ela disse com uma voz triste - Sente falta do seu loiro, bonitão? - eu ri um pouco com o apelidinho que minha avó deu a Draco.
- Sim, vovó. Eu queria que ele estivesse aqui também. – eu confessei finalmente.
- Mas ele teve que ir, curta a festa. Não fique assim por causa dele. – ela deu um sorriso e pegou minha mão - Vamos, seu avô vai contar aquela história de como ele matou um dragão. Vamos.


Era o dia anterior a minha A Toca e eu estava ansiosa, meu malão estava pronto e eu já havia despachado a coruja para Hermione, precisava apenas falar com meus pais para falar que podíamos ir. Quando ia entrar, percebi que eles conversavam sobre algo e parei ali para ouvir.

- Esse garoto é Comensal da Morte. – meu pai disse olhando a janela, nesse momento percebi que o assunto era Draco. – Como ela pôde?
- Ela sabe? – Minha mãe disse encarando o fogo na lareira – Greg, ela não deve saber. Você acha que ela estaria com ele se soubesse que ele é Comensal? Ela estava no acidente. Ela se feriu também. Por culpa de Comensais.

E então eu recordei daquela lembrança que eu custava para enterrar, senti no mesmo momento o fogo queimando minha pele.

[FLASH-BACK ON]

- Olha o que eu consigo fazer! – disse e ficou em pé na vassoura, seu pai Greg começou a rir, Ariana a olhou preocupada.
Os gostavam de viajar de vassouras, embora a rede de Flu e a aparatação fossem mais fáceis e rápidas, adoravam o vento batendo no rosto. Era uma noite amena, não estava frio.
- Filha, sente agora! – Ariana disse preocupada – Você pode cair.
- Eu não vou cair. - disse ainda se equilibrando.
- , sente agora! – Ariana disse brava, a filha rapidamente se sentou. Começaram a conversar sobre coisas paralelas. Eles estavam se mudando para uma região da Bélgica, uma distância pequena por isso foram de vassoura. Tudo estava tranqüilo, até que um grito invadiu os ouvidos de .
- Abaixa!

abaixou-se e um feitiço vermelho passou por cima dela, rapidamente olhou para trás e haviam três pessoas perseguindo ela e sua família. Comensais da Morte. rapidamente pegou sua varinha e lançou um feitiço em uma mulher de cabelos negros que ela identificou como Belatrix Lestrange.

- ESTUPEFAÇA!

gritou, mas o feitiço passou pela orelha direita da mulher. Belatrix a olhou e deu um sorriso maquiavélico, Ariana entrou na frente da filha e gritou:

- EVERTE STATUM!

O feitiço pegou em cheio Belatrix e ela caiu no chão. Mas ainda havia mais dois Comensais. Yaxley e Travers, mas Belatrix havia voltado para onde eles estavam, os ainda estavam na vassoura, mas foram descendo até encontrarem o chão. Os três pularam da vassoura. Houve vários feitiços até que Belatrix gritou:

-INCENDIO!!

começou a pegar fogo, ela caiu no chão, o fogo queimava suas roupas e já queimava sua pele, ela sentia a pele arder, ouviu uma risada gélida, o fogo não apagava, ela se debatia, tinha que manter a calma e dizer: Aquamenti, mas não conseguia. Agora seus cabelos estavam pegando fogo, suas lágrimas começaram a molhar todo o rosto. Ela tentava achar seus pais, mas não conseguia ver nada, tentou gritar, mas o fogo agora entrava por sua boca e queimava seus lábios.

Ariana tentava apagar o fogo, mas não conseguia, Greg estava caído no chão desacordado com o olho banhado em sangue, Ariana então ouviu um barulho. Era uma música calma e quente. Ela olhou para sua filha que se debatia. Gritou “Aquamenti” e um jato de água saiu de sua varinha e foi em direção a filha. Ela olhou para o céu e Fawkes estava chegando, ela pôde sorrir um pouco. Abaixou-se ao lado de sua filha e murmurou:
- Tá tudo bem, . Fawkes chegou.

Fawkes ficou do lado da menina e começou a chorar, suas lágrimas foram fechando as feridas de que estavam no corpo de , as feridas que estavam em carne viva, ficaram rosas e logo depois da cor da pele. Fawkes se dirigiu até Greg e chorou em cima do olho dele que voltou ao normal.

- Obrigada, Fawkes! Obrigada! – Ariana disse, a fênix deu um pio baixo e levantou vôo voltando a cantar e foi embora.

[FLASH-BACK OFF]


Eu me lembrei de tudo, quando saí dos meus devaneios ouvi apenas meu pai dizendo:
- Vamos ter que afastá-la daquele garoto!
- Mas tio Alvo...
- Dumbledore está velho! Ele não tem uma filha, Ariana, nós não deixaremos nossa filha perto daquele garoto!
- Gregório! Entenda, ela gosta dele!
- Isso não importa! Em tempos como esse, estar vivo é o essencial! Ainda mais que conseguiu controlar a magia depois de 15 anos! Ela pode morrer por causa dele! Ele é um Comensal!

Não agüentei ouvir o que meu pai disse, aquilo havia sido demais. Eu estava realmente zangada com aquilo. Ele não tinha o direito de querer impor algo em minha vida. Eu amava Draco e Draco me amava. Não existia lógica nisso ou problemas. E eu não iria admitir que alguém tirasse Draco de mim. Subi para meu quarto correndo e num impulso de raiva, juntei meus pertences e voei para A Toca.

Eu estava voando o mais rápido que eu podia, Cassie estava levando a carta para Hermione e depois iria para A Toca. Meu malão batia freneticamente em minha perna, o vento frio congelava meus cabelos. Nesse exato momento me arrependi de ter saído, fui fazer a volta para ir para casa quando duas correntes pretas passaram por mim. Nesse momento percebi. Comensais da Morte.

- Droga! – exclamei e acelerei ainda mais. Minha vassoura estremecia nas minhas mãos, pude ver A Toca na colina, só então percebi que eles estavam atrás de Harry. Eu não poderia entregar a localização dele. Por isso passei reto pel’A Toca. Virei-me e disse:

- Estupefaça!

Passou reto por um dos vultos pretos, por precaução perdi um pouco de altitude e fiquei há três metros do chão, assim se eu caísse não seria uma queda tão feia, fiquei em pé na vassoura e comecei a lançar todo o feitiço que me veio a mente, mas eu não percebi quando um jato de luz que eu não pude definir a cor, acertou em cheio minha barriga e eu caí da vassoura, rolando pela neve. Era o Petrificus Totallis.
Estava feito pedra no chão, tentei olhar para os lados, mas não conseguia, tentei localizar minhas coisas, mas não enxerguei nada além de uma vegetação coberta de neve. Apenas tinha minha varinha firme em minha mão. Ouvi passos e o pânico me inundou, a cabeleira preta e cheia apareceu e eu sabia quem era. Belatrix Lestrange. Eu estava triplamente ferrada.

- Olha, a filha dos ! Finalmente te encontrei, querida! Não sei como você não morreu queimada. - Ela se agachou ao meu lado e sorriu mostrando seus dentes podres. Meus olhos estavam mareados e eu comecei a chorar. - Oh,está chorando! Vagabunda! – Ela deu um tapa no meu rosto que devido ao frio doeu três vezes mais – Finalmente vou acabar com você. Quanto tempo passou? Um ano?
- Chega, Bella. – Uma voz que eu conhecia estava ali também. Procurei freneticamente pela dona da voz e Narcisa Malfoy se aproximou, mesmo que fosse ela, eu estava salva. Certo? Não depois daquelas frases – Eu acabo com ela. Essa garota corrompeu meu filho.
- Então a filha dos é namorada do Draco? – Belatrix disse e começou a rir – Patético! Vamos matá-la.

Havia começado a nevar e eu estava totalmente congelada, meus cabelos estavam brancos devido a neve. Belatrix chutou minha mão e minha varinha saiu rolando. Ela começou a rir freneticamente de um jeito maldoso. O pânico aumentou ainda mais.

- Bella, eu acabo com ela. Ela fez o que fez com Draco. Pode ir embora. Quero fazê-la morrer lentamente. – Narcisa disse e eu comecei a chorar. Pude ouvir um piado e Cassie estava sobrevoando o lugar. Eu olhei para Narcisa que tinha um semblante calmo. Belatrix cuspiu em cima de mim e aparatou.
- Aquela é a sua coruja? – Narcisa perguntou, mas eu não consegui responder, eu estava petrificada, apenas pisquei e recomecei a chorar. – Para de chorar, garota! Eu estou fazendo isso por Draco e não por você! Se eu te matasse Draco jamais iria me perdoar. E eu não sou uma assasina. - Ela pegou a varinha dela e levantou para o céu - Periculum! – Depois me olhou caída no chão e eu tive a impressão de que aquela visão a agradou muito – Com certeza algum bruxo aqui perto viu. Boa sorte, !

E aparatou em seguida. Eu ainda estava petrificada e estava quase coberta pela neve. Estava sozinha com exceção de Cassie, mas sem um comando meu ela nada poderia fazer. Eu estava lançada a própria sorte. Fui sentido minhas mãos mexerem o efeito do feitiço estava passando, mas a entorpecência da hipotermia já estava me dominando. Eu movi minha cabeça para o lado e Cassie me observava, eu apenas consegui murmurar:

- Peça ajuda aos Weasley! Vá para A Toca e traga alguém para cá. Vai!

Cassie piou e levantou vôo, minha coruja era muito esperta. Tentei alcançar minha varinha, mas eu ainda não conseguia me mover por completo. Meus olhos começaram a se fechar. Eu já não sentia mais frio, estava estranhamente confortável ali. Aquilo era a morte me abraçando, levando-me para o sono eterno. Tentei lutar, mas foi em vão. Meus olhos se fecharam e depois eu não consegui sentir mais nada.


Capítulo 12: A família de cabelos ruivos.

Abri meus olhos e a claridade me fez fechá-los. Aos poucos fui acostumando com a luz e por fim abri meus olhos novamente. O ar ali era quente, tentei me levantar, mas a dor que eu sentia era muito grande. Eu precisava levantar e saber o que tinha acontecido. Uma música que eu não reconheci soava ao fundo. Eu estava em uma cama quentinha, não estava com minhas roupas que saí de casa, mas com umas roupas diferentes, observei o quarto e várias caixas estavam espalhadas por lá, comecei a procurar alguma coisa que me ajudasse a saber onde eu estava. Eu não tinha morrido, isso era um fato. Eu estava na casa de alguém. Não sabia se era a casa dos Malfoy, de algum bruxo desconhecido, só sei que eu estava viva.
Comecei a procurar por alguma indicação do lugar e achei em uma das caixas escrito: Gemialidades Weasley. Sorri feito boba, eu estava viva e de alguma forma, os Weasley haviam me achado. Tomei forças e abri a porta e a música estava muito alta agora que eu estava no corredor, era Celestina Warbeck, minha avó ouvia essa desafinada quase todo o dia.
Eu nunca havia estado n’A Toca antes, era um lugar pequeno e grande ao mesmo tempo. A escada era estreita, mas gigantesca e se perdia nos diversos andares que iam sumindo na escuridão dos corredores. Desci as escadas e encontrei a sala abarrotada, em sua totalidade por cabelos ruivos que se distraiam pelo lugar, contando piadas ou conversando por lá. Um alívio percorreu meu ser ao perceber que todos estavam bem. Eu havia conseguido evitar um acidente e aquela numerosa família estava a salvo.
- ! – Eu olhei em direção a voz e Gina veio correndo em minha direção e me abraçou de um jeito terno, eu a abracei de volta! – Ainda bem que acordou! Fred! A acordou!

A senhora Weasley veio e me abraçou de um jeito terno, mas que quase me matou sem ar.
- Querida! Que bom que acordou!
- Tia Molly, como eu cheguei aqui?

Um homem magrelo se levantou e veio até a minha direção, não parecia um Weasley.
- Uma coruja muito esperta chegou até nós e nos guiou até onde você estava. Prazer, eu me chamo Remo Lupin. - Ele estendeu a mão e eu a apertei.
- Harry! – Eu o chamei e ele me olhou e sorriu, veio até mim e eu o abracei, meus olhos se encheram de lágrimas e eu o abracei ainda mais forte.
- O que foi, ? – ele perguntou preocupado.
- Você está vivo, eu pensei que eles tinham conseguido encontrar você, mas você e todo mundo estão seguros! – eu expliquei sorrindo e enxugando as lágrimas.
- Como assim? O que aconteceu? – Harry me perguntou desesperado, eu me sentei em uma poltrona e o olhei. Era uma longa história. – , o que foi?
- Eu conto tudo, mas antes eu preciso saber como vocês me acharam.
- Essa eu conto – Fred veio até mim e eu o abracei, seguido pelo resto da família. Quando todos tinham se acomodado Fred começou a falar – Nós vimos uma chama vermelha vindo da colina, ficamos preocupados então logo depois, uma coruja chegou e bateu no vidro, eu, George e Lupin a seguimos e encontramos você quase morrendo congelada, pegamos os seus pertences e te trouxemos para cá. Fim da história.
- Fred quase teve uma síncope quando te viu na neve – George disse e Fred ficou da cor dos cabelos e eu sorri envergonhada.
- Obrigada, pessoal – eu disse mudando de assunto para evitar ainda mais constrangimento – Eu poderia estar morta!
- Nem fale isso – Rony disse – Q-quero dizer, você não p-pode morrer, v-você é importante pra todo mundo e Mione surtaria também.
- Mas por que você teve a brilhante ideia de sair numa noite dessas na neve? – Molly perguntou e isso me deu um estalo.

Eu não poderia contar que ouvi a conversa dos meus pais, isso seria acusar Draco de ser um Comensal e ele seria preso e eu não queria isso. Eu não gostava de mentir, mas por Draco eu teria.
- Eu briguei com meus pais e estava brava e pensei em adiantar a viagem que eu faria para cá, mas no caminho, Comensais da Morte me atacaram. Estavam atrás de Harry, eu não poderia entregar a localização dele por isso tentei fugir, mas Belatrix me acertou e eu caí da vassoura, eles foram embora e me deixaram para morrer de frio.
- Meu Deus! – Arthur disse – Isso é um absurdo!
- Eu sei disso – eu disse – Mas eu não os deixaria encostar em nenhum de vocês. – eu dei uma pausa olhando para o fogo da lareira que deixava o ambiente mais quentinho - Eles já haviam me atacado ano passado. E Adivinha? Belatrix foi quem me atacou.
- Como foi? – Rony perguntou e contei o ataque em maio do ano passado.
- Tia Molly, se não for pedir muito, eu estou com um pouco de fome tem algo que eu possa comer? - Eu sorri envergonhada e fui puxada para a cozinha pela tia Molly, Gina e mais uma mulher bem loira que eu deduzi como sendo namorada de Gui.

- Como eu consegui essas roupas? – eu perguntei finalmente. Eu estava com uma calça bem quente, um casaco marrom e algumas blusas mais finas por baixo.
- As rrroupas son minha – A mulher loira disse com um sotaque francês muito carregado – eu me chammo Fleur Delacour, sou a futurra esposa de Gui, meu futurro marrido lindo! – Ela disse com um brilho no olhar e um sotaque francês carregado. Gina e Molly reviraram os olhos.
- Muito obrigada, Fleur. – eu disse.
- Vou voltarr parra a sala, Gui está me esperrando. – Ela disse e saiu.
- Querida, – Tia Molly disse – Gina irá te ajudar, eu preciso arrumar as suas acomodações.
- Tia Molly, se você quiser eu posso dormir na sala – eu disse, não queria que ela se incomodasse comigo.
- Imagina, você irá dividir o quarto com Gina e Fleur, se não se importa. – Ela disse com uma expressão cansada.
- Não me importo, obrigada por estar me recebendo aqui na sua casa. – eu disse sincera.
- Não precisa agradecer, querida – ela deu um sorriso maternal – Eu estou indo para a sala, qualquer coisa me chamem.

Gina olhou para a porta e em seguida começou a pegar algumas coisas para eu comer, tinha waflles e chá bem quente. Ela se sentou em minha frente, me lançou um olhar cúmplice e disse:
- Conta tudo!
- Contar o que? – eu me fiz de desentendida porque eu sabia do que ela iria falar.
- Como foi com Draco, ele foi à sua casa? – ela disse se inclinando para ouvir melhor.
- Ele foi à minha casa e foi perfeito. Nós fizemos as pazes e tá tudo bem. – eu dei um sorriso e depois dei um gole no meu chá.
- Quem te atacou? - ela me perguntou roubando um pedaço da minha waflle.
- Você tem que me prometer que não vai contar para ninguém. – eu disse olhando para a porta.
- Claro, pode contar. – ela disse sincera.
- Os Comensais que me atacaram foram Belatrix e... – eu dei uma pausa. Eu não queria contar que minha sogra havia me atacado. Eu estava totalmente confusa. Não sabia o que pensar sobre Narcisa. Por que havia me salvado? Ela disse que foi por causa de Draco, mas por que ela não havia impedido Belatrix de sair de casa?
- E? – Gina perguntou dessa vez tomando um gole do meu chá.
- Narcisa Malfoy.
- COMO ASSIM? ELA É SUA SOGRA!
- Gina! – Eu disse a repreendendo, se alguém ouvisse eu estaria ferrada.
- Mas ela é sua sogra! Como ela pode? – a indignação estava presente em cada linha de expressão da garota ruiva a minha frente.
- Calma! – eu disse a chamando de volta – Quem me atacou foi Belatrix. Narcisa apenas estava com ela. Quando Belatrix foi embora, foi ela que lançou o feitiço, caso contrário eu estaria morta.
- Nossa! – Gina disse ainda mais surpresa – Mas por que ela te salvou? Na verdade, ela não te salvou. Narcisa te livrou de uma morte, mas te deixou para morrer de outro jeito.
- Ela deve ter os motivos dela – eu disse mais baixo – Ela disse que não me matou por causa de Draco.
- Você tem um motivo – Gina disse.
- Mas isso é estranho porque, como ela disse, eu estou atrapalhando a vida de Draco – eu disse pensativa – Se eu morresse seria proveitoso para ela.
- Isso é realmente estranho... – Gina disse. – Mas será que ela vai se meter em encrenca? Você não morreu...
- Talvez ela estivesse impedindo Belatrix de me matar porque eu possa ser parte de alguma coisa – eu disse fazendo minha cabeça trabalhar.
- Talvez ela tenha salvado não só você, mas a irmã de se meter em alguma encrenca – Gina disse.
- Seja o que for, não creio que isso tenha sido obra de Você-Sabe-Quem – eu disse enxugando minha boca com um guardanapo – Ele iria me executar pessoalmente...
- Pode ser, – ela disse ainda mais pensativa – Mas, mudando de assunto: E o dia com Draco, como foi?

Começamos a conversar sobre mim e Draco, ela ficava mais feliz a cada detalhe que eu contava e era ótimo ter esses momentos de adolescente algumas vezes. Minha vida girava entre problemas com Draco, Comensais da Morte e meus pais viajando correndo perigo. Momentos de leveza em que eu e Gina falávamos sobre assunto de garotas como se fôssemos normais, eram ótimos.

- E você e o Dino? – eu perguntei para ela depois de um tempo de conversa.
- Estamos bem. – ela disse calma, mas como se estivesse querendo encerrar o assunto.
- E você e o Harry? – eu perguntei para ela, Gina me olhou assustada.
- Eu não sei, . – ela disse com uma voz triste - Eu não gosto do Dino como eu gosto do Harry, sabe? Eu sempre gostei do Harry. Desde que eu o vi perdido na plataforma da King Cross em seu primeiro ano.
- Por que você não tenta? – eu perguntei – Eu acho que você pode se dar bem...
- Não fala bobagens... – ela disse.
- Por quê? Ele está em algum lugar da sua casa – eu disse brincando com ela – Fala com ele, joga um charme e o resto você já sabe.
- ! – ela disse rindo e eu ri também. Fomos interrompidas por um Fred tentando entender o assunto.
- Do que estão rindo? – ele perguntou se sentando ao meu lado.
- De como a é idiota – Gina disse e desatamos a rir, Fred ficou sem entender.
- Eu não sou idiota, apenas falo a verdade. – eu disse por fim estava começando a esfriar.
- Eu estou subindo, , vai subir também? – Gina disse e eu olhei para ela e depois para o Fred que me olhava com um olhar angustiado.
- Já vou, preciso falar com Fred ou George, eu ainda não sei diferenciar.

Gina riu e sumiu pelo corredor depois o silêncio reinou por uns instantes. Quando estava começando a ficar desagradável a situação, eu resolvi falar.

- Obrigada.
- Pelo que? – ele disse me fitando intensamente.
- Por ter salvado a minha vida, senão fosse por você, George e Lupin eu estaria morta. – eu disse dando um sorriso.
- Eu faria isso por qualquer um, ainda mais por você. – ele disse envergonhado.
- Por que ainda mais por mim? – eu perguntei intrigada.
- Porque bem, você é meio que da família, eu conheço você desde que nasceu. – ele justificou.
- Obrigada mesmo, Fred, de coração.

Eu o abracei forte, deixando meus braços em seu pescoço, ele passou os braços em volta da minha cintura. Separamo-nos, mas nossos rostos ficaram perto um do outro. Fred me olhava intercalando o olhar para meus olhos e minha boca e eu não conseguia me afastar. Ele me olhava com uma intensidade quase palpável. Ele chegou mais perto de mim e eu resolvi me afastar.

- Eu preciso subir, Fred, estou com um pouco de dor e preciso avisar meus pais amanhã de manhã.
- Papai já avisou seus pais, fique tranquila. – ele disse e sorriu de lado, não pude evitar de sorrir junto.
- Boa noite, Fred. – eu disse dando um sorriso sem mostrar os dentes.
- Sonhe comigo, princesa. – Ele riu e eu ri junto.
- Pode deixar – eu pisquei e ele gargalhou, depois disso eu subi e demorei um pouco para encontrar o quarto de Gina, quando encontrei, ela e Fleur estavam dormindo e uma cama de armar estava montada perto do armário. Quando ia dormir um envelope branco estava sob minha cama, peguei a carta, desci correndo até a sala, sentei-me perto de um abajur, liguei e comecei a ler.

,
Por favor, me responde se ainda estiver viva, eu só fiquei sabendo do ataque quando minha tia entrou em casa contando.
Peço desculpas, Tia Bella é um pouco descontrolada.
Preciso saber se você está viva e segura, mandei a carta nos Weasley porque sabia que você iria para aí.
Não me deixe preocupado!
Draco.


Sorri ao terminar de ler e apertei a carta em meu peito e respirei fundo. Era incrível como um simples bilhete já fazia minhas emoções se descontrolarem. Eu decidi que responderia a carta no outro dia porque estava cansada e com muita dor na região em que o feitiço acertou. Coloquei a carta embaixo do travesseiro e repousei minha cabeça e depois de reviver cada lembrança minha e de Draco, eu adormeci.

Quando levantei de manhã, Fleur não estava mais no quarto e Gina estava dormindo ainda, podia ser cedo, mas tudo estava escuro devido às grossas camadas de neve nas janelas. Eu adorava neve. Fogo e gelo me impressionavam. Levantei-me devagar e decidi não mandar carta nenhuma, não poderia arriscar mandar Cassie nesse frio ainda mais para Draco que morava bem longe dos Weasley.
Troquei-me Troquei-me peguei os presentes que eu fiz e comprei para todo mundo. Deixei o perfume de Gina no quarto com um bilhete escrito: Feliz Natal, Gina!. Quando saí do quarto encontrei Fred ou George.
- Fred! – Ele olhou, eu chutei e acertei, ele sorriu e eu me aproximei, tentava a todo custo não deixar um clima chato entre nós.
- Bom dia, – ele me deu um beijo no rosto – Precisa de uma ajuda?
- Bem... é. Eu preciso achar o quarto do Rony e do Harry e deixar o presente deles. Você pode me ajudar?
- Com certeza! É lá em cima.

Ele me ajudou a distribuir os presentes e quando terminei, descemos até a sala e começamos a conversar. Ele me fazia rir feito uma palhaça.

- Fred, você é muito engraçado! – Eu disse entre risos, era fácil rir perto dele.
- Imagina, querida, você é que ri de tudo! – Ele disse em sua defesa.
- Deve ser mesmo!

Rimos ainda mais e aos poucos os risos foram parando. Encaramo-nos mais uma vez e naquele momento eu me dei conta do quanto ele era bonito. Os cabelos cor de fogo faziam um contraste perfeito com a pele branquinha, o sorriso em seus lábios que nunca sumia e os olhos mais ternos que eu já havia visto, nem Draco me olhava daquele jeito. Fred me olhava como se eu fosse algo precioso, algo que ele almejava demais. Eu olhei para baixo e me deparei com meu colar e senti uma pressão em meu coração. Draco estava na casa dele convivendo com um monstro, preocupado comigo e eu aqui flertando indiretamente com o irmão do meu melhor amigo. Eu pigarreei e Fred se tocou de que estava perto demais, nossos lábios quase se tocavam, eu abaixei a cabeça e percebi Fred fazer a mesma coisa em um sinal de decepção.

- Desculpa, Fred, mas é que... – eu não consegui falar.
- Eu entendi, – ele me deu um sorriso – Eu sei que você tem namorado.
- Exatamente – eu tentei sorrir. – Eu não quero que pense que eu não tenho valor.
- Eu sei que você tem – ele disse sorrindo – Não se preocupada com isso.
- Tem certeza? – eu perguntei séria e ele riu.
- Absoluta – ele disse e parecia que nada tinha acontecido – Vamos tomar café.

Nós estávamos indo em direção à cozinha quando George apareceu e se juntou a nós.

- Bom dia, princesa! – Ele disse e beijou minha mão – Dormiu bem? Porque se você não dormiu, eu não me importo de dividir minha cama com você!
- Tentador, mas não. – Eu respondi e logo começamos a rir também. – Me senti culpada agora por não ter dado presentes para vocês.
- Imagina, gata – Fred disse – Só de você estar aqui já é um presente!
- Me senti importante agora – eu disse
- Então fingi bem. – Ele disse e eu dei um tapinha em seu braço e logo começamos a rir.

Entramos na cozinha e a maioria já estava lá, Gina, Arthur, Molly, Lupin, Fleur e Gui, fiquei com vergonha, eu não havia trazido presentes para nenhum deles e todos estavam com um suéter com um grande W bordado no peito.
- Bom dia – eu disse para todos que logo me responderam – Feliz Natal - Eu me sentei do lado de Gina.
- ! Eu amei o presente! – ela disse e me abraçou – Está aqui o seu. - Era um lembrol, ela sabia que eu tinha perdido o meu em um pequeno “incidente”.
- Um Lembrol, Gina. – eu a olhei segurando o riso.
- Sei o quanto eles significam pra você. – ela disse zombeteira e caímos no riso.
- , querida, seus pais mandaram algumas corujas com presentes e um bilhete. Tudo está na sala, depois vá lá ver. E está aqui o seu presente, espero que goste.
- Obrigada!

Era um suéter igual aqueles que o resto das pessoas estavam usando, mas o meu era preto e o W era dourado. Eu rapidamente tirei meu casaco maior e vesti, logo Rony e Harry estavam ali conosco.
— Foram presentes de Fred e George! Não são lindos?

E pela primeira vez no dia eu notei os presentes que Molly havia ganhado. Era um chapéu de bruxa novo, azul-noite, que brilhava com minúsculos diamantes estrelados e um espetacular colar de ouro.

— Bem, descobrimos que gostamos cada vez mais de você, mamãe, agora que temos de lavar as nossas meias – George disse e me arrancou algumas risadas — Pastinaca, Remo?
Gina olhou para Harry e disse:
— Harry, tem uma larva no seu cabelo. – Ela se debruçou em cima da mesa e a tirou do cabelo de Harry.
— Qu' horrrivell – Fleur disse afetada.
— É, não é, Fleur? - Rony disse para ela e eu revirei os olhos,meu amigo sabia ser patético quando queria — Molho, Fleur?
O desastrado que estava nervoso por estar passando molho para Fleur (que eu achei super patético, desculpa sociedade, mas eu achei isso) jogou o molho para o alto, mas Gui fez alguma coisa com a varinha e o molhou voltou à molheira em cima da mesa.

— Você é ton desastrrade quanto a Tonks.- Disse Fleur para Rony quando tinha acabado de beijar Gui — Ela stá semprre derrrubande...
— Convidei a querida Tonks para vir hoje aqui. Mas ela não aceitou. Você tem falado com ela ultimamente, Remo? – Disse Tia Molly com uma certa “raiva” encarando Fleur, eu já havia me ligado de que as mulheres da casa não gostavam dela.
— Não, não tenho tido muito contato com ninguém — Lupin respondeu. — Mas Tonks tem família para visitar, não?
— Hummm. Talvez. Na realidade, tive a impressão de que estava planejando passar o Natal sozinha.

Voltamos a conversar e a tomar café da manhã normalmente, até que um grito chamou nossa atenção.

— Arthur! Arthur... É o Percy!

Molly disse exasperada e todos olhamos na direção da janela da cozinha. Um ser vinha pela neve, era ruivo e logo percebi que era um Weasley, mas ele não estava sozinho, forcei minha visão e percebi que era o Ministro da Magia, nunca gostei dele, ele era um pouco estranho. Gina que estava ao meu lado se levantou para ver melhor e então depois de um silêncio ensurdecedor a porta dos fundos se abriu e Percy entrou, rodeou a sala com um olhar e depois disse cordialmente:
- Feliz Natal, mamãe.
- Ah, Percy!

Tia Molly se atirou em seus braços e começou a chorar, Rufo estava apoiado na porta com a bengala. Eu me virei para todos e não consegui ler a expressão de ninguém.
- Perdoem-me a intromissão – Disse o Ministro, enquanto Tia Molly enxugava as lágrimas - Percy e eu estávamos nas vizinhanças, a trabalho e ele não pôde resistir à tentação de passar para ver todos vocês.

Mas o que eu percebi em Percy era que ele não estava nem um pouco a fim de cumprimentar o resto da família, Tio Arthur, Fred e George estavam impassíveis.
- Por favor, entre, ministro, sente! – Disse Tia Molly apressada enquanto ajeitava o chapéu - Toma um pouco de teru ou um pouco de tudim... Quero dizer...
- Não, não, minha cara Molly – Disse Rufo com um ar mais falso do que poção barata - Não quero incomodar, não estaria aqui se Percy não tivesse querido tanto ver vocês...
- Ah, Percy! – Disse Tia Molly um pouco chorosa, mas feliz por seu filho estar ali ela se aproximou e o beijou no rosto.
- É só uma passadinha de cinco minutos, vou dar uma volta pelo quintal enquanto vocês põem a conversa em dia. Não, não, torno a afirmar que não quero ser inconveniente! Bem, alguém gostaria de me mostrar o seu encantador jardim... Ah, aquele jovem já terminou, por que ele não me acompanha no passeio?

Disse Rufo e todos olharam para a direção em que ele olhava e seu olhar estava diretamente em Harry que estava um pouco atônito, logo percebi que essa visita era trambique de Percy e o Ministro.

- Ah, eu vou – disse Harry seguindo junto com o Ministro para o jardim.
- Excelente! – Disse o Ministro deixando Harry passar pela porta primeiro - Só vamos dar uma volta pelo jardim e então Percy e eu vamos embora. Podem continuar!

Depois que eles saíram, o silêncio se instalou na cozinha, todos não sabiam o que fazer, Percy parecia incomodado com a situação então eu tentei melhorar.

- Prazer, Percy! – Eu estendi minha mão que foi apertada cordialmente – Eu me chamo , sou amiga de Rony e Gina. É um prazer conhecê-lo.
- Igualmente.

Eu segui meu olhar pelo ambiente e me deparei com Fred com um olhar emburrado, ele me olhou por um momento e eu sorri para ele que retribuiu com aquele sorriso que eu gostava. Senhora Weasley tentava dar atenção a Percy, mas parecia que ele não ligava muito, Senhor Weasley encarava Percy com um pouco de receio. Depois de um tempo Harry entrou em casa e logo Percy foi embora.
E então eu percebi que Percy não tinha vindo porque queria, mas para fazer o Ministro conversar com Harry. O que quer eles tenham conversado não foi produtivo porque a expressão furiosa de Harry denunciava o conteúdo da conversa.


Capítulo 13: Hogwarts novamente.

Os dias de inverno que eu estava vivendo eram os mais diferentes que eu já havia passado. Aquela família era tudo o que eu achava de mais bonito em um ambiente familiar. Eram barulhentos, risonhos e o mais importante: Unidos. Não havia um dia em que eu não ria com Fred ou George, conversava sobre qualquer assunto de mulher com Gina ou jogava Quadribol com Harry e Rony. O frio era um problema pequeno para o tanto de diversão que eu estava vivendo.

Eu e os gêmeos estávamos brincando com Snaps Explosivos na cozinha quando Rony entrou no lugar e começou a brincar conosco. Depois de algumas risadas e brincadeiras, Fred resolveu tirar sarro da cara do irmão.

- , você percebeu como Rony está triste? – ele disse jogando o Snap pra mim que peguei e mandei para meu amigo – É a falta da Hermione.
- Cala a boca, Fred – Ron retrucou e eu e o outro ruivo rimos.
- Ele está com saudade da Lilá, não é? – eu perguntei dando risada – Aposto que você sente falta dela pulando nas suas costas e gritando Uon-Uon no meio corredor.
- Você está pegando pesado – Ron disse, mas deu risada em seguida – Eu preciso terminar com essa garota.
- E ficar com a Mione logo – eu completei e joguei o Snap para George que chegou em seguida e se juntou a nós – A tensão sexual de vocês dois paira no ar.
- Tá legal, isso já é demais até pra você! – Rony disse bravo e nós três rimos.
- Desculpa, eu exagerei – eu disse e continuamos a jogar Snaps até que Gina entrou na cozinha e disse para irmos para sala abrir os meus presentes.
- Por que você quer abrir os meus presentes? – eu perguntei enquanto andava pelo corredor com ela ao meu lado.
- Porque tem um berrador junto – ela disse e deu risada.

Entreguei alguns presentes para os que estavam ao meu redor e peguei o presente de Hermione. Era um livro trouxa que pela capa eu já gostei e o bilhete dela dizia: “Você me ajudou quando eu mais precisei, obrigada e Feliz Natal. Mione.” Guardei o presente dela e peguei o berrador, antes de eu abrir, eu já podia ouvir a risada de Fred atrás de mim.

- COMO VOCÊ TEVE A CORAGEM DE SAIR DE CASA DESSE JEITO? VOCÊ É UMA IRRESPONSÁVEL! JÁ ESTOU SABENDO O QUE ACONTECEU COM VOCÊ .VOCÊ SABE QUE NÃO DEVE SAIR SOZINHA AINDA MAIS AGORA! ESTÁ DE CASTIGO ATÉ OS 50 ANOS, ENTENDEU?

E depois o papel se queimou, minha mãe estava muito brava comigo, eu olhei para o lado e todos riram de mim e como uma boa palhaça que sou, não pude deixar de rir. Quando estava arrumando minhas coisas para ir para Hogwarts, Rony e Harry vieram falar comigo:

- , obrigada pelo presente! Eu gostei muito – Rony disse e me entregou um presente. – Eu não sabia o que comprar, mas espero que você goste.

Eu abri a caixa e uma blusa com o símbolo da Grifinória saiu de lá, era vermelha e de manga comprida, era linda.
- Obrigada, Rony! – Eu o abracei bem forte – Vou usá-la com certeza!
- E aqui está o meu – disse Harry me entregando uma caixa – Espero que goste.

E de fato eu amei. Era simplesmente uma caixa com vários doces da Dedos De Mel. Eu me joguei em cima de Harry e o abracei com força!
- Você acertou, Harry, ninguém até agora me deu doces! Obrigada! – eu disse feliz e já abri um sapo de chocolate para comer e Rony pegou um também.
- Como você conseguiu aquela foto? – Harry perguntou enquanto pegava um doce qualquer do pacote.
- Ah - eu disse entre uma mordida e outra – Estava no meu álbum, quer ver?
- Claro! - Eu abri meu malão e tirei meu álbum de lá, ele começou a folhear enquanto eu arrumava os presentes que eu havia ganhado. - Que foto é essa? – ele disse curioso e eu observei a foto que ele falava. Era a foto que eu estava no colo de Dumbledore. – É o professor Dumbledore?
- E quem é esse outro velho que está aqui? – disse Rony olhando também.

Eu rapidamente tomei o álbum de suas mãos e enfiei o mais fundo possível do meu malão, eles não podiam saber que eu era sobrinha neta de Dumbledore.

- Que foto? Não tem nenhuma foto aqui. Querem doces? – eu disse tentando mudar de assunto.
- , nós vimos a foto e... – Harry disse mas eu o cortei.
- Não tem nada naquela foto! Chega, está bem? É só um álbum velho de família. Não tem nada demais. – eu respondi um pouco grosseira, mas era totalmente necessário.
- Tá bom, então. – Rony disse e logo mudamos de assunto e começamos a conversar sobre o presente cafona que Lilá Brown deu para Rony.
- Rony, ela é muito cafona, como você consegue? – eu disse enquanto estávamos sentados na sala, eu estava em uma poltrona, Harry na outra e Rony deitado no chão da sala.
- Ah,você sabe... – ele respondeu olhando para o teto.
- Vocês só se pegam. – eu disse e Harry riu – Tá rindo do que? Você até agora está sozinho, não tem ninguém em mente, Harry Potter?
- É, Harry, e você? – Rony disse
- Pode parar vocês dois, eu estou muito bem assim! – Harry disse ficando vermelho.
- Sei, mas estava... – Harry me deu um olhar que eu logo entendi para não falar nada de Gina na frente de Rony – Bem mesmo, não é? Eu estou super feliz!
- Namorando um sonserino, ? – Rony disse indignado. – SONSERINO E AINDA SENDO O DRACO MALFOY! Harry não te contou que ele é Comensal da Morte? - Ele despejou as palavras e meu coração foi parar no meu pé, eu sabia que Draco era Comensal, mas eles não sabiam.

- E se ele for? Vai ser bem mais emocionante! – eu disse por fim e arrancando risos de Harry, mas Rony se manteve sério.
- Como assim emocionante? Ele pode até te matar! – Ron disse indignado e olhando para Harry procurando um apoio.
- Ele não vai fazer isso, Rony. Se ele for Comensal, é claro. Ele gosta de mim. – eu respondi olhando para a lareira.
- E você acredita nisso? – ele disse sério, mas sem perceber que aquilo havia sido cruel. Eu olhei para Harry pedindo um apoio, não queria mais falar nesse assunto.
- Chega, Rony. – Harry pediu encarando o amigo e eu suspirei mais.
- Está bem, está bem, mas não diga que eu avisei. – Rony disse uma última vez e depois começou a falar outra coisa.

O assunto mudou, mas eu fiquei presa ao antigo. Eu não suportaria se algo acontecesse e Draco me machucasse. Mas ele não faria isso comigo, certo? Ele me amava, ou pelo menos, dizia que me amava.
Comecei a pensar e será que Malfoy sabia que eu era sobrinha neta de Dumbledore? E se ele sabia, seria por isso que ele estava comigo? Uma tristeza começou a me abater, mas eu tentei com todas as minhas forças mandar essa sensação ir embora. Concentrei-me no assunto dos meninos e tentei a todo custo não pensar mais nisso. Eu não podia me abalar, não podia deixar o medo minar todos os sentimentos bons que eu possuía.

No dia de nossa volta para Hogwarts, apenas eu, Gina, Harry, Rony e Tia Molly estavam na cozinha, os gêmeos, Gui, Fleur e Tio Arthur tinham ido trabalhar. Tia Molly ainda estava triste por causa de Percy e chorava profundamente.

- Não chore, mamãe – disse Gina dando palmadinhas nas costas da mãe - Tá tudo bem.
- É, não se preocupe conosco – disse Rony enquanto Tia Molly dava um beijo em sua bochecha - Nem com o Percy. Ele é tão babaca que não se perde grande coisa, não é?
Tia Molly chorou ainda mais quando abraçou Harry.
- Prometa que vai se cuidar... Não se meta em confusões...
- Eu sempre me cuido, Sra. Weasley. Gosto de levar uma vida tranqüila, a senhora me conhece. - Disse Harry a fazendo rir, ela chegou perto de mim e disse:
- Obrigada por ter vindo, querida. Se cuide, tá?
- Pode deixar, tia Molly e obrigada pela sua hospitalidade. – eu disse por fim.
- Comportem-se, então, todos vocês... – ela disse e Harry pulou no meio do fogo e gritou:
- Hogwarts!

E sumiu nas chamas, logo depois eu fui e senti que estava voando, passei por diversas lareiras e parei no chão da sala da professora McGonagall. Harry estava lá e me ajudou a levantar, dei batidinhas em minhas roupas e fiquei ali ao lado de Harry até Rony e Gina aparecerem, assim que eles chegaram fomos andando até a Torre da Grifinória. Quando chegamos ao retrato da Mulher Gorda, Rony disse:
- Bolas Festivas.
- Não – respondeu a pintura
- Como assim "não"?
- Há uma nova senha. E, por favor, não grite.
- Mas estivemos fora, como é que...?
- Harry! Gina! !
Hermione vinha correndo em nosso encontro, um pouco envergonhada.

- Cheguei há umas duas horas, dei um pulinho lá embaixo para visitar Hagrid e Bicuço, quero dizer, Asafugaz – Ela disse cansada e eu me lembrei de toda a história de Bicuço, Mione havia me contado tudo desde do momento que ela havia entrado em Hogwarts. - Tiveram um bom Natal?
- Tivemos - respondeu Rony rapidamente - Bem movimentado, Rufo Scrimgeour...
- Tenho uma coisa para você, Harry – Disse Hermione ignorando Rony completamente - Ah, calma aí, a senha. Abstinência.
- Exatamente – disse a Mulher Gorda um pouco cansada.
- Que é que ela tem? - perguntou Harry.
- Aparentemente, exagerou no Natal – disse Hermione entrando no Salão Comunal - Ela e a amiga Violeta acabaram com aquele vinho no quadro dos monges bêbados junto ao corredor de Feitiços. Então...
Ela fuçou no bolso e tirou um pergaminho com a caligrafia de Dumbledore.
- Legal – disse Harry, ele deu uma lida - Tenho um monte de coisas para contar a ele... E a você. Vamos sentar...
- Mione, depois eu preciso falar com você – eu disse e ela sorriu e disse:
- Eu preciso falar com você também, papo de garota.

Então um gritinho afetado invadiu meus ouvidos:
- Uon-Uon!
Eu me virei e Lilá Brown veio correndo e se jogou em cima de Rony, Hermione deu uma risadinha de desprezo e disse:

- Tem uma mesa ali adiante... Você vem, Gina?
- Não, obrigada, prometi me encontrar com o Dino – respondeu Gina, mas ela não parecia empolgada com o encontro, Harry conduziu a mim e a Hermione para uma mesa vazia, deixando Rony se atracando com Lilá.
- Então, como foi o Natal?
- Ah, bom - Disse Hermione - Nada especial. E como foi na casa do Uon-Uon?
- Conto num minuto- disse Harry e eu apenas observava, no momento meus pensamentos estavam em Draco - Olhe, Hermione, será que você não pode...
- Não, não posso - respondeu ela um pouco grossa. - Por isso nem me peça.
- Pensei que talvez, sabe, durante as férias de Natal...
- Foi a Mulher Gorda que bebeu um barril de vinho de quinhentos anos, Harry, e não eu. Então, que notícias importantes eram essas que você queria me contar? - Ela disse encerrando o assunto de uma maneira curta e grossa, nesse momento eu me levantei e disse que iria andar um pouco, antes de dar o toque de recolher.

Eu saí pela escola procurando por Draco, mas não o encontrei, ele deveria estar no Salão Comunal da Sonserina, comecei a andar pelo Castelo e encontrei o Professor Snape.
- Boa noite, professor.
- O que faz andando pelo castelo essa hora? – ele disse um pouco rude.
- Procurando por alguém.
- Draco está na Sala Comunal de sua casa, eu sugiro que você faça o mesmo.
- Tudo bem, obrigada por me avisar.
- Menos 5 pontos para Grifinória por estar por aqui.
- Mas nem deu o toque de recolher ainda!
- Agora deu.
E o barulho do toque de recolher começou a soar, ele deu um sorrisinho maligno e minha aversão por ele aumentou.
- Sugiro que volte para a sua Casa agora. Ande! - ele disse totalmente grosso.

Eu saí andando e quando voltei Harry e Hermione ainda estavam conversando, eu me juntei a eles e perguntei:
- O que estão conversando?
- Estamos xingando o Ministro da Magia. – Harry respondeu
- Ele é muito estranho, Harry te contou que ele foi N’A Toca, Mione?
- Contou e também contou sobre o ataque dos Comensais. Você tem problema? Você poderia ter morrido! Morrido! – Ela disse brava e começamos a conversar novamente depois da lição de moral que Mione deu em mim.

Na manhã seguinte, no quadro de avisos, havia um papel para os alunos do sexto ano:

AULAS DE APARATAÇÃO
Se você tem dezessete anos, ou vai completá-los até 31 de agosto, inclusive, poderá se inscrever em um curso de Aparatação de doze aulas semanais com um instrutor do Ministério da Magia.
Se quiser participar, assine abaixo, por favor.
Custo: 12 galeões

Eu me apertei no meio da multidão que estava em frente ao aviso e consegui com dificuldade assinar meu nome na folha, depois saí da multidão e desci para o Salão Principal para tomar café. Quando estava chegando perto das portas, uma mão me pegou por trás e disse em meu ouvido: “Você não parece um fantasma”. Eu me virei e Draco estava atrás de mim com uma expressão brava. Eu sorri e me atirei nos braços dele que me abraçou apertado.

- Sua mãe não te contou? – eu perguntei para ele depois de beijar seus lábios em um selinho rápido.
- Ela contou, mas mesmo assim eu fiquei preocupado com você, ela não disse que você tinha conseguido ficar viva, pelo que eu sei ela te deixou no frio. – ele respondeu com uma voz séria.
- Fred, George e Lupin me salvaram. – eu disse enquanto conversávamos perto do Saguão de Entrada, alguns alunos passaram por nós. Draco me abraçava de lado e beijou minha testa umas cem vezes.
- Lupin, o professor lobisomem? – ele disse horrorizado.
- Por que o espanto? – eu o olhei.
- Ele é lobisomem! – ele disse exasperado e eu ri.
- E ai? – eu disse e roubei um beijo de Draco. – Ele é muito bonzinho. Eu gostei dele.
- Meu Deus, você é tão esquisita! – ele disse espantado.
- Sério? Eu não sabia disso. – eu disse irônica e ele me beijou com mais vontade.

O beijo foi um pouco contido já que toda a pessoa que passava no corredor nos encarava horrorizado. Ouvimos um pigarro e nos separamos, era Snape parado atrás de Draco.
- Draco, você tem aula agora! – Snape disse.
- E ai? – Draco disse grosso.
- Draco – eu disse repreendendo-o, ele me olhou e revirou os olhos.
- Ele já está indo, professor. Você já tomou café, Draco? – eu disse.
- Não tomei, vem . – Draco começou a me puxar pela mão, irritado.
- Tenha um bom dia, professor – eu disse e ele apenas acenou com a cabeça. Quando estávamos dentro do salão, nós paramos.
- O que deu em você? – eu perguntei para ele, Draco me abraçou mais forte e beijou o topo de minha cabeça – Por que tratar o Snape assim? Ele não é o melhor professor do mundo e nem a melhor pessoa do mundo, mas ele merece respeito, ele é seu professor! E não é me beijando umas vinte vezes que vai mudar isso, ok? – eu disse e ele riu.
- E daí? – ele disse grosso, mas logo depois viu que tinha feito besteira – Não precisa ficar preocupada com isso. Agora vem aqui, estou com saudade de você...

Ele me puxou pela capa e nós percebemos que todos do salão nos olhavam como se estivessem esperando alguma coisa. Ele olhou em volta e colou os lábios no meu, dando-me um selinho longo e me abraçando.
- Vamos. Te vejo depois.

Ele foi para a mesa dele e eu me sentei na minha com olhares em cima de mim constantemente e fui tomar café. Olhei para Draco e ele se sentava e falava alguma coisa com o Zabini e eu comecei e observá-lo. Eu costumava pensar e dizer que existiam três tipos diferentes de Draco. O Draco que eu conhecia, o Draco que os outros conheciam e o Draco que Voldemort conhecia. E esse último eu tinha esperanças de que iria deixar de existir.

Terminei de comer e comecei a caminhar para a sala do Professor Flitwick, mas encontrei Hermione no caminho.
- O que foi aquela ceninha com o Draco, hein? – ela disse com uma voz engraçada.
- Estávamos nos beijando, agora só o Rony e a Lilá podem se pegar no meio de todo mundo? - Hermione abaixou a cabeça, eu havia tocado no ponto fraco dela. – Mione, desculpa...
- Não, tudo bem. – ela disse tentando parecer normal - Como foi o seu natal? Você disse antes de ir que Draco ia à sua casa.
- Ele foi. – eu contive um sorriso.
- E como foi? – ela perguntou.

Ficamos conversando sobre isso a aula toda, era bom ter uma amiga como Hermione, ela dava sua opinião e eu percebi que ela se surpreendia com o jeito que Draco me tratava. Ele realmente era um idiota com as outras pessoas.

- Você vai fazer o teste de aparatação? – ela me perguntou logo depois de Rony ter derrubado o professor.
- Vou sim e você?
- Eu também vou. Você já aparatou antes? – Ela me perguntou.
- Muitas vezes, meus pais viajavam assim quando não iam de vassoura.
- Que legal. Você deve ter a vida que sempre quis não é? – ela disse para mim.
- Como assim? – eu disse sem entender.
- O namorado perfeito que gosta de você, que não fica se atracando com uma qualquer só pra te fazer ciúmes. – ela disse farta.

Hermione era durona, guerreira, mas até ela chegava ao limite, sei que para ela tudo estava sendo difícil demais. Ela gostava de Rony, isso era notável e ela sofria por causa disso.

- Mione, não fica assim, por favor! – eu disse e a abracei – Olha, fica calma. E pra sua informação, eu não tenho a vida perfeita – Eu disse calma. - Meus pais quase não aparecem mais, o medo me ronda constantemente e saber que a qualquer hora você pode perder a pessoa que você ama, não é a vida perfeita!
- Como assim? – agora ela repetiu minha pergunta.
- Como assim o que, Mione? – eu disse distraída enquanto lia o livro de feitiços.
- Como assim: Saber que a qualquer hora você pode perder a pessoa que você ama, não é a vida perfeita! – ela disse imitando minha voz, eu ri um pouco – Vai se explicar quando: agora ou agora?
- Não tem nada, só falei coisa errada – eu disse tentando mudar de assunto, ela não poderia ter percebido logo isso.
- Tá tudo bem entre você e Draco? – ela perguntou me encarando com uma expressão que eu poderia dar risada senão fosse usada junto com aquela pergunta.
- Sim, por quê?
- Sei lá.
- Chega desse assunto, por favor? Bateu o sinal, vamos para a próxima aula.

O dia inteiro passou com Mione e eu de um lado e Rony e Harry do outro, a briga de Rony e Mione havia sido bem feia. Eu já não agüentava mais os dois.
Na última aula, que eu tinha vaga, fui me encontrar com Draco. Ele estava conversando com um pessoal da Sonserina em um dos corredores. Passei por eles, não queria atrapalhar ou chegar perto. Era sempre assim quando estávamos com nossos amigos, um apenas passava perto do outro e isso era um sinal para o outro seguir. Eu estava quase virando o corredor quando ouvi Pansy gritando:

- Aberração da Grifinória!

Eu respirei fundo e senti meu sangue ferver, tentei controlar minhas emoções, mas a varinha já estava em minhas mãos. Dei a volta e quando estava chegando perto, Draco entrou na minha frente e segurou meus braços.

- ... – ele me olhou sério – Se controla.
- Ela me insultou – eu olhei por cima do ombro dele e Pansy me olhava assustada.
- Não se importe, olha pra mim – ele disse, eu o olhei e Draco me deu um selinho longo – Vem.

Ele passou as mãos em meus ombros, beijou o topo de minha cabeça e saiu caminhando me arrastando com ele. Quando estávamos um pouco longe, Draco abriu uma sala e me arrastou pra dentro, me olhou de cima a baixo com aquele olhar típico e deu um sorrisinho de lado.

- Foi por pouco hoje... – ele disse e eu afirmei com a cabeça – Não fica triste, isso acontece, você mais do que ninguém sabe disso.
- Eu sei, eu sei – eu fui até ele e o abracei enterrando meu rosto em seu pescoço – Eu me sinto inútil.
- Você não é inútil – ele me beijou devagar – Para com isso.
- O que está acontecendo com você? – eu perguntei mudando de assunto e já conseguia me tranquilizar. Sentei-me em uma cadeira e Draco se sentou na cadeira ao lado da minha.
- Como assim? – ele disse e segurou minha mão.
- Você não está mal. – eu disse para ele que riu na mesma hora.
- Como assim mal? – ele disse com um sorriso nos lábios, mas com uma expressão confusa.
- Tinha que ser loiro – eu disse brincando com ele, Malfoy riu e me puxou pela mão e eu fiquei em pé na frente dele. Ele sinalizou para que eu sentasse em seu colo e eu o fiz colocando minhas pernas do lado de sua cintura e por fim, Malfoy depositou as mãos em minha cintura.
- Mal você quer dizer? – ele disse ainda tentando entender.
- Do jeito que você era nos outros anos. – eu respondi enquanto tirava uma mecha do cabelo dele dos olhos e beijava sua têmpora.
- Tem certeza que você não estudava aqui antes? – ele disse entre risos e eu selei nossos lábios.
- Hermione me contou como você era, não tinha medo de nada, só do hipogrifo do Hagrid – eu comecei a rir e ele fechou a expressão – Tô brincando, Malfoy.
- Nem me lembre desse episódio, , ele era enorme! Ele me atacou, eu quase perdi um braço! – ele disse um pouco exagerado.
- Por Merlim! Pare de se lamentar, Malfoy, você tomou uma patada dele porque provocou. Pensa que eu não sei? – eu disse para ele que me olhou indignado.
- Você vai ficar do lado daquela galinha? – ele disse ainda mais exagerado.
- Jura que você vai ficar bravo comigo porque eu estou a favor de um animal inocente? – eu perguntei dando risada.
- Vou, sim – Draco disse mimado voltando a ter 11 anos e cruzando os braços.
- O que eu posso fazer para você não ficar bravo comigo? – eu disse sussurrando em seu ouvido e beijando a região embaixo de sua orelha.
- Continua isso aí – ele retrucou e eu ri mais uma vez sugando o lóbulo de sua orelha.

Eu o beijei, coloquei minhas mãos em seu rosto pálido e ele apertou minha cintura de leve, colocando a língua em contato com a minha num beijo quente. Suas mãos passeavam pelas minhas costas e voltavam para a minha cintura me puxando para mais perto. Eu estava começando a ficar sem fôlego e Draco também, pois ele parou de beijar minha boca e direcionou o beijo para meu pescoço descoberto e descendo para o decote da minha blusa. Eu estava com os olhos fechados, sentindo cada beijo, cada aperto e cada toque até que Malfoy apertou minha bunda e eu rapidamente parei o beijo.

- Desculpa – ele disse e eu o olhei com um olhar de repreender crianças. – Foi mal, eu me empolguei.
- Tá, você não está 100% culpado, eu me empolguei também. – Eu disse me sentando em seu colo apoiando a cabeça em seu ombro enquanto esticava minhas pernas na cadeira. Draco passou uma das mãos em minhas costas e a outra depositou em cima de minhas pernas. – Vamos conversar, então. Você já aparatou?
- Já sim. Você vai fazer as aulas? – ele perguntou e eu o fitei em um pequeno momento. A boca dele estava vermelha assim como parte da região ao redor dos lábios, eu dei um pequeno sorriso e Malfoy percebeu – O que foi?
- Nada, é que se as coisas fossem diferentes, você não seria assim e não teria essa marca. – eu disse um pouco triste e já sentindo meus olhos arderem.
- , não estraga o momento. Eu já disse que isso aconteceu e nada, nem ninguém pode mudar o que eu fiz. – Ele disse como se estivesse cansado.

Depois o silêncio caiu sobre nós, eu queria saber mais sobre aquele garoto que estava comigo, eu queria saber se eu podia mudar as coisas, se eu poderia ao menos tentar. Eu precisava ver. Fitei o rosto de Draco distraído olhando para o nada e logo olhei para o braço esquerdo coberto. Eu queria ver a Marca Negra. Eu queria ter a certeza de que ele era mesmo Comensal. Era como se meu cérebro aceitasse a condição, mas meu coração não. Eu precisava provar para o meu coração que aquilo estava acontecendo. Eu sabia que ia doer, não sabia se ia conseguir suportar, mas eu tinha que ver. Eu era obrigada por mim mesma a pedir para ver a maldita Marca. Respirei fundo e me virei para Draco, ele me olhou como se soubesse o que eu queria fazer.

- Draco – eu disse – Deixa eu ver? – eu perguntei um pouco receosa.
- Ver o que? – ele seguiu meu olhar e me olhou um pouco surpreso – Você não quer ver isso. – ele disse para mim, um pouco impaciente.
- Eu quero sim e eu vou ver. Eu preciso ter certeza. – eu argumentei.
- Ter certeza do que? – ele disse – Você não vai ver. Você não pode ver.
- Por quê? – eu havia me irritado e já estava em pé. – Por que eu não posso ver? O que vai acontecer? Ele vai vir aqui? Dumbledore está nos protegendo! Para com isso, Draco!
- Será que você não entende? – ele disse e se colocou em pé em minha frente – Eu não quero que isso interfira em nossa relação! Eu tento fazer isso dar certo, mas você insiste nesse assunto!
- A culpa é minha agora? – eu disse exasperada – Eu preciso disso, Draco.
- E por quê? – ele disse – Você precisa ver como é pra fazer uma tatuagem parecida? Pede pra Você-Sabe-Quem o modelo, oras!
- Como você é estúpido! – eu disse para ele e quando o olhei ele estava rindo. – Está rindo do que?
- Você quer ter certeza, não é? – ele disse começando a entender. Finalmente um pouco de sabedoria. – Você quer ver pra ter certeza de que eu não virei Comensal.
- Exatamente. – eu disse e me sentei novamente na cadeira, deixando meu peso solto, ele se ajoelhou ao meu lado. – Será que você não entende? Eu quero ver porque eu ainda não acredito – eu comecei a chorar na frente dele, minhas lágrimas grossas e quentes deslizavam pelo meu rosto – Porque isso me afeta também! Eu tenho medo de um dia você se afastar de mim por causa disso. Eu não quero te perder, Draco.

Eu disse por fim e abaixei minha cabeça. Draco me olhava surpreso, mas não disse nada apenas me fez levantar e me abraçou bem forte. Eu comecei a chorar alto. Eu estava assustada porque a sensação - aquela maldita sensação – de que a qualquer momento eu poderia perdê-lo ainda estava comigo. Nos braços dele eu me sentia mais calma, porém, eu sabia que contra Voldemort eu não podia lutar, e sabia que se Voldemort mandasse, Draco me deixaria.
Por isso eu queria ver a Marca. Ver seria a prova final, seria a conclusão de um ciclo perigoso, era a confirmação de que Voldemort tinha mais poder em Draco do que eu. Ele poderia fazer Draco ir embora, eu não conseguiria fazer Draco ficar. Esse era o meu maior medo. Perder Draco. E eu tinha certeza de que eu não iria agüentar se ele me deixasse. Eu era dependente dele. Minha maldita e adorável droga.

Naquela noite, Harry foi ter suas aulas com Dumbledore, Rony voltou a se pegar com Lilá, Hermione estava ainda mais triste e carrancuda e eu estava do mesmo jeito de antes. Draco não me deixou ver a Marca, mas eu não iria desistir daquilo tão fácil.
Logo depois da nossa “pequena” discussão, Draco disse que precisava fazer os deveres e se mandou, me deixando sozinha. Fui ao Salão Principal jantar, mas ele não estava lá, no começo nem dei importância, mas depois percebi que nem Crabe e Goyle estavam lá. Definitivamente eles estavam armando alguma coisa.
Fiquei sem nada para fazer a noite inteira, coloquei meus deveres em dia, conversei com Gina e com Mione e logo depois fui dormir.

No outro dia, Harry nos contou sobre sua aula com Dumbledore enquanto eu e Mione andávamos pelo pátio na hora do recreio. Só para Constar: Mione não tinha voltado a falar com Rony.

- Ele deve estar decidido a esconder o que realmente aconteceu, se Dumbledore não conseguiu extrair nada dele. Horcruxes... Horcruxes... Nunca ouvi falar nisso...
- Não? – Harry disse um pouco desapontado. – E você, ?
- Sinto muito, Harry, mas eu não sei nada também sobre Horcruxes. – eu disse tentando me lembrar de algo que me ligasse a essa palavra.
- Deve ser magia das Trevas realmente avançada, ou então, por que Voldemort iria querer saber? Acho que vai ser difícil obter a informação, Harry, você vai precisar de muita cautela quando abordar Slughorn, pense em uma estratégia... – Disse Hermione.
- Eu também acho isso, Slughorn não vai te dar a lembrança a troco de nada. – eu disse.
- Rony acha que eu devia ficar na sala depois da aula de Poções hoje à tarde... – Harry disse, mas Hermione o cortou irritada.
- Ah, bem, se Uon-Uon acha isso, então é melhor você fazer. Afinal, quando foi que a opinião de Uon-Uon esteve errada?
- Hermione, será que você não pode... – Harry disse, mas novamente foi cortado.
- Não! – Ela disse brava e saiu correndo deixando eu e Harry para trás. Ele me olhou com um olhar um pouco assustado.
- Harry, dê um tempo pra ela, Mione se machucou muito com isso – Eu disse para ele.
- Eu sei, mas é que... – ele deu uma pausa e recomeçamos a andar – Não gosto que eles briguem.
- Nem eu, mas com o tempo tudo se resolve. Vem, vamos para a aula. – Eu disse e fomos andando para a aula de poções.

Preciso dizer que foi desconfortável? Na bancada, Mione se virou de um jeito que a fez ignorar Harry e Rony, eu fiquei ao lado dela, mas ainda virada para eles. Do outro lado da sala, Draco me olhava com um olhar feliz, mas preocupado. Queria saber o que ele estava pensando. Ouvi Rony dizer:
- Que foi que você fez?
Harry foi responder, mas o professor Slughorn chegou naquele momento e chamou a atenção de todos:

- Acomodem-se, acomodem-se, por favor! E depressa, temos muito que fazer hoje à tarde! A Terceira Lei de Golpalott... Quem sabe me dizer...? A srta. Granger sabe, é claro!
Eu olhei para Hermione que começou a dizer rápido:
- A-Terceira-Lei-de-Golpalott-diz-que-o-antídoto-para-uma-mistura-venenosa-será-maior-do-que-a-soma-dos-antídotos-para-cada-um-de-seus-elementos.
- Exatamente! – Disse o professor sorridente - Dez pontos para a Grifinória. Agora, se considerarmos a Terceira Lei de Golpalott verdadeira...

Eu não havia entendido nada! Tentei voltar a prestar atenção na aula para ver se o professor explicava novamente a Terceira Lei de Golpalott. Slughorn voltou a falar e eu tentei entender:
-... O que significa, naturalmente, que, supondo que tenhamos identificado corretamente os ingredientes da poção, com o Revelencanto de Scarpin, o nosso objetivo primário não é a simples seleção de antídotos para os ingredientes por si e de si, mas encontrar o componente adicional que, por um processo quase alquímico, transformará esses elementos díspares...

Eu, como sempre, continuava sem entender nada. Hermione parecia que era a única que estava acompanhando e para piorar Draco ficava tentando chamar a minha atenção, fazendo caretas bestas ou me olhando bravo o que me fazia querer rir.

-... E portanto – disse Slughorn por fim - Quero que cada um de vocês venha apanhar um dos frascos sobre a minha escrivaninha. E deverão criar um antídoto para o veneno que o frasco contém antes do fim da aula. Boa sorte, e não se esqueçam das luvas protetoras!
Hermione levantou rápido e eu me levantei logo em seguida, ela estava muito brava. Peguei o meu frasco e tentei voltar para o meu lugar um pouco depois dela, mas no meu caminho, Draco entrou na minha frente e pegou o frasco da minha mão. Típico.
- Com licença – eu disse o olhando. – Esse frasco é meu, Malfoy.
- Esse é o meu, aberração da Grifinória. – ele disse com um sorrisinho desdenhoso que logo depois se tornou uma gargalhada, eu aproveitei a distração e peguei o frasco da mão dele e saí andando rindo.
- Ei, não vale fênix! – Draco disse dando risada.
- Besta! – eu disse e me sentei em meu lugar rindo.
- É uma pena que o Príncipe não vá lhe adiantar muito, Harry – Hermione disse para Harry quando se levantou - Desta vez é preciso compreender os princípios envolvidos. Não existem atalhos nem colas!

Puxei na minha memória a história do príncipe e logo me lembrei de tudo, eu olhei para Harry que parecia emburrado com isso, dei um risinho, mas logo me concentrei na minha poção. Peguei meu livro e comecei a tentar fazer a poção. Não tinha conseguido entender nada e tentei pedir ajuda para Hermione, mas ela estava empolgada demais com a própria poção, olhei para os meninos e eles estavam mais perdidos do que eu.

- O Príncipe não disse nada, Harry? – eu perguntei me virando para eles.
- Rony acabou de perguntar a mesma coisa. Nada. – ele disse desapontado.
Eu olhei para Ernesto Macmillan e ele agitava a varinha e dizia: “Specialis revelio!”, fazia um barulho bom e eu e os meninos tratamos de começar a imitá-lo. Não estava dando certo, meu antídoto estava horrível, Hermione estava se dando bem e quando o professor passou por mim e deu uma olhada no meu caldeirão se afastou depressa porque estava fedendo a comida estragada. Hermione estava muito feliz porque Harry estava perdido, ela odiava ficar em segundo lugar nas aulas de poções. Desisti de fazer minha poção e o que tinha no meu caldeirão, coloquei nos frascos. Deitei minha cabeça e comecei a observar a sala, olhei para Rony que estava vermelho enquanto olhava para o seu caldeirão e logo depois eu olhei para Harry que no último segundo levantou correndo, foi no armário da sala, pegou alguma coisa e voltou para a mesa correndo.

- Tempo... ENCERRADO! – Disse o professor - Vamos ver como vocês se saíram! Blásio... Que é que você tem aí?

Ele começou a olhar as poções e conversar com os alunos, fiquei curiosa para saber o que Harry tinha pegado no armário da classe. Ele passou pelo meu, deu um olhar estranho para o meu caldeirão e foi ver o de Harry.

- E você, Harry, que tem para me mostrar?

Eu observava a cena com apreensão assim como Hermione ao meu lado. Harry estendeu a mão e um bezoar estava ali. Slughorn o olhou surpreso, mas logo depois desatou a rir.
- Você é atrevido, rapaz! Ah, você é como sua mãe... Bem, não posso dizer que está errado... Um bezoar certamente agiria como antídoto para todas essas poções!

O professor disse e eu sorri. Harry era inteligente, mas aí me lembrei de que dentro de um livro existia um carinha chamado Príncipe Mestiço e que Harry colava dele. Desatei a rir chamando a atenção da sala, menos do professor que estava ocupado demais elogiando Harry. Hermione ao meu lado estava lívida e muito brava com Harry. Eu olhei para Draco e ele estava vermelho e muito bravo. Ele odiava Harry mais que tudo e por causa dessa raiva toda derramou na roupa alguma coisa gosmenta que parecia vômito de gato. Preciso dizer que ri ainda mais?

- E você pensou no bezoar sozinho, foi, Harry?- Hermione perguntou ácida e entre dentes.
- Esse é o espírito individual imprescindível a um verdadeiro preparador de poções!- Disse Slughorn - Igualzinho à mãe, Lílian tinha a mesma compreensão intuitiva do preparo de poções, sem dúvida ele herdou da mãe... Certo, Harry, certo, se você tivesse um bezoar à mão, é claro que resolveria... Mas, como bezoares não servem para tudo e são bem raros, ainda vale à pena saber preparar antídotos... Hora de guardar tudo! E mais dez pontos para Grifinória pela ousadia!

Hermione saiu marchando da masmorra assim como Rony que estavam bravos com Harry. Ele ficou enrolando porque ia falar com Slughorn sobre a tal lembrança e eu fui para o lado dos Sonserinos e me sentei na carteira de Draco que estava arrumando seus matérias. Pansy Parkinson e outras meninas me encararam, mas eu não me importei.

- Isso é vômito? – eu perguntei zoando meu namorado.
- Não começa, . – ele disse bravo colocando a mochila nas costas e me encarando. – Meu dia não está bom.

Eu me levantei e o abracei depois que o fiz limpar a blusa. Eu o puxei pela mão e saímos da sala conversando. Depois do natal nós tínhamos assumido publicamente que estávamos juntos. Os alunos ainda nos olhavam estranhos, mas eu não estava ligando, já Draco à medida que se passava o tempo estava cada vez mais nervoso do que o normal. Despedi-me de Malfoy um pouco contrariada, depois dele ter insistido que tinha que fazer os deveres atrasados.

Eu tinha que conversar com Dumbledore, por isso em um período livre, fui à sala da professora McGonagall. Eu bati na porta um pouco receosa, mas ouvi um “Entre!” como confirmação.
- Professora? – eu disse e entrei, ela fez um sinal e eu me sentei. – Eu queria perguntar se a senhora poderia me levar até o escritório do professor Dumbledore.
- Srta , eu posso te levar mas antes preciso falar com você. – ela disse eu fiquei um pouco nervosa.
- Pode falar – eu disse e dei um sorriso meigo para ela.
- Você precisa fazer os seus Nom’s. Está pronta? – ela disse rápida e eu me lembrei deles. Eu estava tendo as aulas extras com todos os professores quase toda as noites do outro semestre então eu me julgava pronta.
- Estou sim, só preciso fazer uma revisão e eu estou pronta. – eu respondi.
- Posso marcar? – ela disse um pouco receosa.
- Claro, quando?
- Que tal para essa sexta feira?Pelo que me consta você poderá tirar a tarde livre para realizar os exames.
- Pode ser. Vamos? – eu disse queria ver Dumby logo.
- Vamos.

Fomos andando pelo Castelo e no caminho para o escritório eu comecei a pensar o que eu contaria. Eu deveria contar para Dumby que Draco era aquilo que eu me recusava a falar o nome? Eu confiaria minha vida a Dumby, mas ele poderia denunciar meu namorado? Dumbledore não era esse tipo de pessoa, mas no momento de dificuldades o nosso lado mais obscuro pode aparecer. Mas ele não faria isso. Mas esse assunto não era um assunto meu, era? Não. Por isso, resolvi não contar nada. Provavelmente, Dumbledore já deveria estar sabendo. Porque Snape sabia e ele era um membro da Ordem infiltrado, não era? Então, ele sabia.
Só me dei conta de que tínhamos chegado quando ouvi o leve piado de Fawkes. Dumbledore me encarava com curiosidade. Dei um sorriso para ele, mexi com Fawkes, ela deu um piado baixo e eu me dirigi a Dumbledore.

- Posso te dar um abraço? – eu perguntei para ele um pouco receosa.
- Claro! – Ele se levantou e veio até mim e me abraçou ternamente. – Como foi seu Natal? - Ele se sentou e eu me sentei na cadeira a sua frente.
- Foi ótimo, Draco foi me ver. – eu disse e não pude deixar de sorrir.
- E como foi? – ele perguntou.
- Perfeito. E o seu natal, tio? Soube que o senhor esteve fora. – eu disse sorrindo.
- Sim, tive que resolver alguns problemas. – Dumbledore respondeu.
- Por que o senhor e Harry estão interessados em Horcruxes? – eu perguntei.
- Harry te contou? – ele disse preocupado.
- Contou sim. Mas por quê? – eu respondi
- Creio que ainda não posso contar, esse é um assunto que envolve outras pessoas. – ele explicou repousando as mãos no braço da cadeira.
- Eu comprei o seu presente, mas não trouxe depois eu mando por coruja pode ser?
- Não precisa, ...
- Lógico que precisa, tio!
- O seu presente está aqui nessa sala. – Dumby disse e eu logo comecei a vasculhar a sala tentando encontrar alguma coisa – Mas ele só será entregue quando chegar a hora.
- Nossa, mas o senhor não pode dar uma pista do que é? – eu disse marota e Dumbledore apenas riu.
- Não posso, querida. Mas agora eu preciso conversar um assunto sério com você. Soube que nesse natal você foi atacada por Comensais da Morte.

Dumbledore disse e eu fiquei um pouco sem graça, eu não planejava contar para ele porque não queria preocupá-lo, Dumby tinha problemas demais.

- Bem... Eu estava indo para a casa dos Weasley. – eu disse, mas fui cortada.
- Sozinha?
- Sim.
- Então, creio eu que a senhorita foi de vassoura.
- Fui, mas eu estava triste e chateada. Queria espairecer e eu só faço isso voando.
- Continue.
- Eu estava chegando perto do meu destino quando vi Bellatrix vindo atrás de mim, aumentei minha velocidade porque desde o ataque em maio passado eu comecei a me prevenir. Mas ela me derrubou da vassoura e eu caí, só lembro-me de ter acordado na casa dos Weasley. – eu disse por fim omitindo alguns fatos. E por que eu fiz isso? Nem eu sabia direito, mas eu senti que precisava esconder que minha sogra estava junto.
- Bellatrix estava sozinha? – Dumbledore disse me encarando com aquele olhar que é capaz de descobrir o que você está pensando.
- Estava. – eu menti descaradamente.
- Muito bem, e você tem uma leve ideia do que ela estava atrás? – ele perguntou sério.
- Harry. Ela se tocou de que eu estava indo para os Weasley e Harry com certeza estaria lá. – eu respondi séria.
- Entendo. Querida, nesses tempos todo o cuidado é pouco. Você precisa tomar cuidado. – ele alertou com todo o carinho que Dumbledore poderia ter.
- Eu sei, mas é que eu estava nervosa. Peço desculpas. – eu disse sendo sincera ao menos um pouco naquela ocasião.
- Não se desculpe, erros são cometidos todos os dias, mas tenha cuidado para que os seus acabem tirando a sua vida.

Conversamos sobre mais algumas coisa e logo depois eu fui para o Salão Comunal conversar com meus amigos e voltar para a minha vida tranquila, confusa, mas ainda assim tranquila.


Capítulo 14: Destruidor de corações.

(Música do capítulo. Coloque pra carregar e dê play quando ver a notinha.)

Harry não estava tendo progresso nenhum com o professor Slughorn, Rony estava bravo, Hermione enfurecida e eu apenas observava tudo com cautela. Eu não queria me envolver com isso. Dumbledore disse para eu não me meter em problemas. Eu sabia que Harry iria resolver isso sozinho, para ser sincera eu já estava cansada de toda essa ladainha. Procurar e procurar e não chegar a nada, insistir e não obter resultado. Pela primeira vez, em anos (assim me disse Hermione), a biblioteca não havia ajudado em nada.

- Não encontrei uma única explicação sobre o efeito das Horcruxes! Nem umazinha! Consultei toda a Seção Reservada e até os livros mais horripilantes, que ensinam a preparar as poções mais sinistras... nada! A única coisa que encontrei foi isto aqui, na introdução de Magia Mui Maligna... Escute só: "Sobre Horcruxes, a invenção mais perversa da magia, não falaremos, nem daremos instruções..." Então, para que mencionaram? – Disse Hermione, enfiando o livro velho e fantasmagórico dentro da mochila que nesse momento soltou um gemido - Ah, cala essa boca! – Disse ela grossa.

O tempo estava horrível por isso as aulas de apartação que iriam ser feita ao ar livre, foram transferidas para o Salão Principal. Descemos eu, Harry e Hermione já que Rony estava com Lilá, desceu junto com ela. Quando chegamos, as mesas não estavam mais lá. O Salão estava ainda maior. Os quatro professores responsáveis pelas quatro casas estavam presentes. Professora McGonagall, Snape, Flitwick e Sprout. Junto com eles, havia mais um bruxo baixinho que era o instrutor das aulas. Procurei por Malfoy e ele estava conversando com Crabbe e Goyle.

- Bom dia – O homem disse e eu parei de olhar meu namorado e prestei atenção - Meu nome é Wilkie Twycross e serei o seu instrutor ministerial de Aparatação nas próximas doze semanas. Espero poder prepará-los para o teste de Aparatação, neste prazo...
- Malfoy, sossegue e preste atenção! – Professora McGonagall disse.

Eu olhei para Draco e ele estava rosa de vergonha, esbocei um sorriso para ele que tinha me olhado. Ele estava discutindo com Crabbe, mas assim que tomou a bronca se afastou do outro.

- ... Prazo em que muitos de vocês talvez estejam prontos para fazer o teste – Continuou o instrutor como se nada tivesse acontecido - Como vocês talvez saibam, normalmente é impossível aparatar ou desaparatar em Hogwarts. O diretor suspendeu este encantamento, apenas no Salão Principal, por uma hora, para que vocês possam praticar. Aproveito para enfatizar que não poderão aparatar fora das paredes deste Salão, e que seria imprudente tentar. Gostaria agora que cada um se posicionasse deixando um metro e meio de espaço livre à frente.

Ele disse e por fim e todos os alunos começaram a se organizar, como não sou besta e nem nada saí andando e cheguei perto de Draco, olhei para trás e Harry fazia o mesmo. Quando me aproximei ouvi um pedaço da conversa de Draco com Crabbe.
- Não sei quanto tempo vai demorar, tá bem? – Disse Draco que não tinha percebido nem eu ou Harry, Harry me olhou e fez um sinal para eu ficar quieta. - Está levando mais tempo do que pensei. - Crabbe foi responder, mas Draco o cortou bruscamente - Escuta aqui, não é de sua conta o que estou fazendo, Crabbe, você e Goyle façam o que eu mando e fiquem de olhos abertos!

Harry olhou aquilo e disse alto suficiente alto para que Malfoy ouvisse:
- Eu digo aos meus amigos o que estou fazendo se quero que eles fiquem vigiando para mim.

Malfoy se virou e ia puxando a varinha quando os professores das Casas gritaram:
- Quietos!
Malfoy me olhou um pouco assustado, mas se virou para frente.
- Obrigado – disse o instrutor - Agora, então...

Ele acenou a varinha e apareceram vários aros de madeira no salão. Não sei por que, mas a frase de Draco ecoava em minha cabeça. Afastei esses pensamentos e comecei a prestar atenção. Twycross começou a explicar:

- E importante lembrar dos três Ds quando aparatamos! Destinação, Determinação e Deliberação! Primeiro: concentrem a mente na destinação desejada, no caso, o interior do seu aro. Agora, façam o favor de se concentrar nesta destinação.

Eu foquei no aro a minha frente e comecei a me concentrar, eu iria me dar bem, meus pais tinham me explicado sobre Aparatação. Foquei também na voz de Twycross.

- Segundo, focalizem a sua determinação de ocupar o espaço visualizado! Deixe este desejo fluir da mente para todas as partículas do seu corpo!

Eu focalizei exatamente do jeito que ele disse, deixei o desejo fluir por meu corpo, minha cabeça estava focada nisso, eu estava tentada a olhar para Draco, ele devia estar lindo com aquela expressão de determinação.

- Três – Twycross voltou a falar e eu prestei ainda mais atenção - e somente quando eu der a ordem... girem o corpo, sentindo o penetrar o vácuo, mexendo-se com deliberação! Quando eu mandar... Um...

Respirei fundo e comecei a me preparar, refiz os outros passos nesse meio tempo.
- ... Dois...

Comecei a refazer os passos, mas me apavorei porque esqueci o segundo D, ele estava preste a dizer três e eu estava apavorada. Tentei me lembrar de tudo e no ultimo segundo, me lembrei e refiz todos os passos.

-...TRÊS!

Eu girei e quase cai no chão em cima de um menino estranho. Eu não fui a única com Harry aconteceu a mesma coisa.

- Não faz mal, não faz mal – disse Twycross - Acertem os seus aros, por favor, e voltem à posição inicial...

Voltei à posição inicial e comecei a tentar de novo e de novo, Draco também não estava conseguindo já estava ficando chato até que Susana Bones da Lufa Lufa, atravessou o aro, mas sua perna ficou para trás. Eu comecei a rir assim como que Draco que estava do outro lado do Salão. Todos os diretores das Casas correram para ajudá-la, depois de um tempo e depois de uma fumaça púrpura, Susana estava soluçando junto com sua perna de volta.

- Estrunchamento, ou separação casual de partes do corpo – disse Twycross sem se importar - Ocorre quando a mente não tem determinação suficiente. É preciso concentrar continuamente em sua destinação e se mexer sem pressa, mas com deliberação... Assim.

Ele deu um passo à frente, girou o corpo com os braços estendidos e sumiu, reapareceu no fundo do Salão.

- Lembrem-se dos três Ds – disse por fim o instrutor - e tentem outra vez... Um... Dois... Três... - Só que depois de um tempo o assunto ainda era o estrunchamento de Susana. Ninguém estava mais prestando atenção. - Até o próximo sábado, e não se esqueçam: destinação, determinação e deliberação.

Ele fez os aros sumir e depois foi embora seguido pela professora McGonagall. Logo depois todos começaram a conversar e ir embora. Eu fui atrás de Draco e o encontrei discutindo com Crabbe novamente. Ele me olhou e veio em minha direção ignorando totalmente Crabbe que havia ficado para trás. Ele chegou e passou as mãos em minha cintura e eu passei minhas mãos pelo pescoço dele.

- Como foi? – eu perguntei, Draco me deu um beijo rápido e começamos a conversar.
- Uma porcaria. Eu fui péssimo. Você que não foi tão ruim assim. Eu estava de olho em você.

Ele deu um sorrisinho e me beijou mais intensamente na frente de todos, eu ouvi um som estranho e abri os olhos por um instante e Pansy nos olhava chocada. Draco finalizou o beijo com um selinho.

- Eu preciso ir – disse ele com um ar triste – Quero descansar um pouco.
- E você deve. – eu disse – Suas olheiras estão horríveis. - Eu fiz uma voz afetada de menina metida, Draco riu e me beijou mais uma vez.
- Estou indo. – ele disse e ia sair, mas eu segurei o braço dele, o puxando de volta para mim. Ele me segurou pela cintura – O que foi?
- Desde que voltamos para cá, nós não ficamos mais juntos. – eu disse.
- Mas nós estamos juntos agora, . – Draco contestou me puxando pra mais perto.
- Não digo assim, seu lerdo – eu disse e ele riu – Vamos nos ver algum dia na Sala Precisa. Não agüento mais ouvir as pessoas comentando enquanto nós nos beijamos.
- Tá certo, então. – ele disse e deu um sorrisinho safado, mordeu de leve meu lábio inferior e me beijou com mais intensidade ainda. – Eu vejo isso pra gente. Mas agora eu tenho que ir.

Deu-me um selinho e saiu sendo seguido pelos seus “amigos”. Pansy já estava na cola dele e eu revirei os olhos.

Eu estava na aula de Feitiços ,quando a professora McGonagall entrou na sala e cochichou algo no ouvido do professor Flitwick e ele afirmou com a cabeça, ele olhou para os lados e parou o olhar sobre mim.

- Senhorita , por favor, acompanhe a professora McGonagall – ele disse e eu me levantei e pedi para Hermione pegar minha bolsa se eu não voltasse a tempo.
- Aconteceu alguma coisa, professora? – eu perguntei enquanto andávamos pelos corredores e paramos em frente à gárgula – Por que estamos indo para a sala do professor Dumbledore? Aconteceu alguma coisa?
- Você verá, senhorita – ela disse dando o assunto por encerrado.

Minerva murmurou a senha “Sapos de Chocolate” e a gárgula se virou e a escada apareceu. Subimos a escada e a porta do escritório de Dumbledore apareceu, ela empurrou a porta e nós entramos. Quando eu cheguei Dumbledore andava de um lado para o outro e Snape estava lá também.

- O que o Snape faz aqui? – eu perguntei para Dumbledore.
- Ele vai nos ajudar, querida – Dumbledore disse – O que aconteceu?
- Como assim? – eu disse sem entender nada.
- Nós estamos sabendo do seu ataque a Lilá Brown – eu abaixei a cabeça – e Snape está aqui porque presenciou sua crise de choro no mesmo dia e depois da festa de Slughorn. E também sabemos que você destruiu o banheiro. E também seu quase ataque a Pansy Parkinson.
- Mas o que isso tem a ver? – eu perguntei e rapidamente me dei conta – Eu perdi o controle das minhas emoções. Mas por que não falou isso comigo antes?
- Porque não era o momento certo – Dumbledore disse – Você pode nos contar o que aconteceu em cada situação? O que você sentiu? - Eu me sentei numa das cadeiras e respirei fundo.
- Eu senti muita raiva de Rony e Lilá Brown porque eles estavam provocando Hermione. – eu dei uma pausa – Eu queria machucá-los, queria fazê-los sentir a dor que Hermione estava sentindo naquele momento...
- O que você fez? – Dumbledore perguntou.
- Eu lancei o Expelliarmus em Lilá – eu disse sentindo vergonha – E dei um tapa no rosto de Rony.
- Só isso? – Dumbledore perguntou.
- Só.
- Mas o que aconteceu para você parar? – Snape perguntou.
- Draco. – eu dei um sorriso quando falei o nome dele – Draco me segurou e não deixou que eu fizesse mais alguma coisa.
- Como é? – Snape olhou para Dumbledore assustado – Como assim o Draco não deixou você fazer alguma coisa?
- Eu não sei – eu o encarei – Eu simplesmente não sei, meus sentimentos voltaram ao normal quando ele chegou perto de mim.
- Dumbledore... – Snape disse olhando para Dumbledore.
- Eu sei, Severo, eu sei... – Dumbledore disse voltando a andar.
- Sabe o que? – eu o olhei.
- , as coisas com Draco começaram rápido demais? – Dumbledore perguntou sério – Os sentimentos por ele começaram rápido?
- Por que o senhor quer saber? – eu perguntei desconfiada.
- Precisamos saber para termos a certeza de uma coisa – ele explicou – Alguma vez eu já fiz alguma coisa errada a você? Confie em mim.
- Sim – eu respondi, depois de pensar bastante. Tio Alvo jamais deixaria que algo acontecesse – Começou muito rápido, eu até hoje não sei explicar.
- , eu preciso que você me faça um favor – Dumbledore disse se aproximando – Precisamos que você deixe Snape entrar em sua mente.
- O que? – eu explodi – Ele não vai entrar em minha mente, tem um motivo para ninguém poder entrar. Sem chance.
- Isso vai nos ajudar a te ajudar – Dumbledore se aproximou de mim – Nós já fizemos isso antes.
- Mas era você! – Eu disse contrariada – Ele não vai entrar.
- Por favor, querida. – Dumbledore disse com um olhar suplicante e eu afirmei com a cabeça.
- Tudo bem. – eu disse respirando fundo – Mas é por pouco tempo, até você conseguir o que precisa.
- Obrigado, querida – Dumbledore disse e Snape se aproximou.
Ele posicionou a varinha e disse:

- Legilimens!

Automaticamente me senti invadida, pude sentir Snape vasculhando cada memória minha. Minha cabeça doía e minha respiração estava entrecortada. Segurei minha cabeça entre as mãos e deixei aquilo acontecer. Snape via cada lembrança que ele queria ver e as mais especiais para mim ou as que mais me marcaram.

Ele passou por todas as memórias, como a do ataque de comensais em maio passado, eu revivi os piores momentos da minha vida, a primeira vez em que eu perdi o controle e machuquei meu pai, minha infância, eu via tudo em flashes rápidos. Meus olhos lacrimejaram e Snape não parava.
- Para! – eu comecei a gritar enquanto chorava – eu não aguento mais! Para! Está doendo, para, por favor!

Mas Snape não parou e as próximas memórias que ele invadiu e usurpou foram todas em relação à Draco. O primeiro dia que nos vimos,a detenção, o primeiro beijo, nossas conversas, o dia que ele me deu o colar, quando eu descobri que Draco era Comensal e quando ele foi até a minha casa e nós dançamos no meu quarto. Snape via cada momento entre eu e Draco e o analisava. E então ele parou. Parou no meu ataque a Lilá.

A cena começou e Snape a filtrou até a parte em que eu ameacei Lilá. Eu a empurrei na parede e comecei a falar.

- Por que você fez isso com ele? – ela perguntou brava e eu puxei minha varinha e encostei na garganta dela.
- Eu tô falando com Rony. – eu disse entre dentes e ela me olhava apavorada – E ao menos que você queira tomar um feitiço pra deformar essa sua carinha você fica aqui, caso contrário se afaste, biscate.

Tirei minha varinha de sua garganta e ela se afastou, pude perceber ela puxando a varinha das vestes, mas fui mais rápida e gritei:
- Expelliarmus! – eu a desarmei e ela saiu voando longe e caiu no chão a alguns metros de mim, eu me virei para Rony e ele me olhava com um olhar de pânico.

A cena pulou novamente até a parte em que Draco apareceu, ele segurou meus braços e Snape se concentrou nesse momento.

- Me solta... – eu sibilei para Draco e eu senti Snape coletar cada informação daquele momento. - Me deixa acabar com ela!
- , já chega. – Draco disse e eu pude perceber que ali nos braços dele eu me contorcia para alcançar Lilá - Você já deu o que eles merecem.
- Não, ainda não fiz isso... – eu disse entre dentes e pude perceber minha feição de ódio. Draco me abraçou por trás e minha face se normalizou.
- Você está se ouvindo? – ele disse no meu ouvido – Isso é você? Mantenha o controle, por favor.
- Draco... – eu disse tentando me soltar e Lilá Brown me olhava assustada.
- Mantenha o controle, – ele disse no meu ouvido – Por mim.

Ele disse aquilo e eu percebi que eu me acalmei totalmente, comecei a olhar a cena e depois olhei para Draco que me olhava sério.

- Vamos embora – Draco disse por fim e a última coisa que vi foi eu e Draco virando e depois disso, ele caminhou e invadiu a lembrança de meu “quase” ataque a Pansy. Eu passei por eles e Pansy gritou. Snape focalizou em meu rosto e eu só pude detectar ódio em cada traço. Voltei com minha varinha em mãos, mas Draco me interceptou no meio do caminho.

- ... – ele disse, mas eu não dava ouvidos – Se controla.
- Ela me insultou – eu olhei por cima do ombro dele e Pansy me olhava assustada.
- Não se importe, olha pra mim – ele disse e eu o olhei e ele me deu um selinho longo – Vem.

Meus olhos focalizaram e eu percebi que estava de volta a sala de Dumbledore, minha respiração estava acelerada e todos na sala me encaravam. Snape me olhava como se tivesse descoberto alguma coisa muito séria.
- Terminamos por aqui. – Snape disse – Já tenho tudo o que eu preciso.
- Pode ir embora, – Dumbledore disse.
- Como assim? Ele explora minha mente inteira, é capaz de ver coisas que ninguém viu e você simplesmente me manda embora? – eu disse extremamente brava – O que está acontecendo?
- É melhor falar para ela... – Professora McGonagall disse – Você sabe que se Você-Sabe-Quem souber disso, ele irá atrás dela.
- Saber o que? Vocês podem me explicar o que está acontecendo? – eu pedi mais uma vez e Dumbledore me olhou sério.
- Tudo bem – Dumbledore disse e se sentou – Você tem uma ligação com Draco Malfoy.
- O que? – eu disse surpresa – Como assim, ligação?
- Isso é uma coisa rara que são poucos os casos que acontecem – Dumbledore disse – Seus pais são ligados, Lilian e James também eram – Snape abaixou a cabeça quando Dumbledore disse. – Há uma ligação mágica entre duas pessoas, pode ser entre irmãos, amigos ou até casais.
- E o que isso significa? – eu perguntei um pouco assustada.
- Significa que o único capaz de fazer você ter um ponto de paz é ele – Dumbledore revelou e cada vez mais eu ficava confusa – Você é uma espécie excepcional de bruxo. Você consegue fazer feitiços sem usar a varinha?
- Nunca tentei – eu disse sincera – Mas o que isso tem a ver? E por que Snape precisou entrar em minha mente?
- Para nós conseguirmos provas dessa ligação – Dumbledore disse – O sentimento que você sente por ele não é apenas carnal, envolve magia. Está começando a entender?
- Mais ou menos – eu disse – Mas por que vocês descobriram só agora?
- Porque foi agora que Malfoy apareceu em sua vida – Snape disse e se aproximou.
- Mas das outras vezes em que eu perdi o controle da minha magia, eu consegui parar – eu disse ponderando. Não era possível uma coisa dessa.
- Você conseguiu porque seus pais sabiam usar os feitiços certos para isso. Snape também sempre forneceu poções para você tomar e controlar isso. – Dumbledore disse – Se lembra?
- Sim, eu me lembro – eu disse baixo – Mas eu achava que era para me proteger.
- E eram. E te protegeu. Qual foi a última vez que você perdeu o controle? – Dumbledore perguntou.
- Se não contar o da Lilá, foi ano passado. Quase matei um trouxa – eu disse baixo – ele tentou me roubar e eu usei minha varinha. Quase fui mandada para Askaban por causa disso.
- Exatamente, por isso você foi mandada para Hogwarts – Dumbledore disse – Pra você aprender a controlar esse seu dom.
- Dom? – eu comecei a chorar – isso não é um dom, professor. Isso é uma maldição, eu não tenho controle nenhum das minhas emoções ou magia.
- E é exatamente por isso que você está aqui. – ele disse docemente – Sua mãe passou por isso e ela conseguiu controlar. E você também vai.
- Eu não vou... – eu coloquei as mãos no rosto – Eu sou diferente dos outros bruxos, não posso ter uma vida de bruxo normal.
- Claro que pode – Dumbledore colocou a mão em meu ombro – Mas isso é assunto para outro dia. Vá para o seu quarto, descanse e depois conversamos.

Eu me despedi de todos e rumei para o Salão Comunal com mais e mais perguntas em minha cabeça e com medo de não encontrar nenhuma resposta.

Dumbledore’s POV

Assim que saiu da sala e eu pude ouvir a gárgula girando, encarei os dois professores em minha sala. Eles estavam tão perplexos como eu.

- O que faremos agora? – Minerva perguntou – Você-Sabe-Quem, com certeza, tentará colocar as mãos dela.
- E isso nos leva a Draco – Snape disse e eu o encarei – Precisamos dar um fim a isso.
- Ele tem conhecimento de que ela é minha sobrinha – eu disse e Severo afirmou com a cabeça. – Alguma sugestão?
- Eles se separarem – Severo disse friamente – É o único jeito. nas mãos de Voldemort seria uma bomba relógio.
- Ela precisa de alguma coisa para se afastar dele – Minerva disse – Talvez se ela soubesse...
- Ela já sabe.– Severo disse me cortando – Precisamos de algo mais forte.
- tem todas as emoções afloradas demais, talvez se ela provasse uma tristeza tão grande ela se afastaria dele – Minerva disse.
- Isso é desumano demais... – eu afirmei perplexo – Ela jamais me perdoaria...
- Você não vai estar aqui para ver isso, senhor – Severo disse friamente – Você já está fazendo isso com Harry. Por que poupá-la?
- Porque o caso dela é diferente do de Harry, ele não é uma bomba relógio. Ela precisa de Draco – eu ponderei.
- E ele precisa dela longe para completar a missão – Severo se aproximou de mim – A decisão é sua, professor.
- Eu não sei, Severo... – eu comecei a andar e me aproximei de minha Penseira.
- Ele a ama, professor – Severo disse com um pouco de sentimento na voz – Draco a ama e se contarmos isso a ele, Draco irá entender.

Eu tirei alguns pensamentos de dentro de minha cabeça e os mergulhei na penseira. Virei-me para os dois e já havia tomado a decisão.

- Tudo bem – eu sentenciei – Faça de Draco parte do plano e o faça terminar com ela. Viajarei amanhã cedo para conversar com os pais de .
- Você fez o que é certo, Alvo – Minerva disse e se preparou para sair – Mas tenha em mente de que uma ligação tão forte quanto a deles, será impossível de quebrar. Tenha uma boa noite.

Ouvi a porta batendo e me virei para Severo.

- Precisamos manter os dois vivos – Severo começou a falar – Não se culpe, esse é o único jeito.
- Não sei, Severo – eu comecei a andar novamente. – Tinha que haver outro jeito, Harry e agora ...
- Eles vão ficar juntos no final – Severo disse um pouco amargo – Nada pode quebrar a ligação. Vou falar com Draco agora.

Ele terminou de falar e saiu pela porta, deixando-me sozinho com meus pensamentos. Voldemort não poderia colocar as mãos em e o único jeito que tínhamos para resolver era esse: separar Draco de . E isso havia sido uma das decisões mais difíceis que eu havia tomado.

’s POV

Um dia depois daquela conversa que me deu calafrios, eu estava realmente assustada com tudo o que havia ouvido ou presenciado. E tudo era culpa minha. Se eu não tivesse esse problema jamais precisaria estar desse jeito, jamais seria uma bomba relógio ambulante. Não queria levantar da cama, não queria sair de onde eu estava. Hermione apareceu e se sentou em minha cama.

- O seu resultado dos Nom’s chegaram – ela disse – Você não quer abrir?
- Depois eu abro – eu disse triste.
- Vamos abrir agora – ela disse tentando me animar e eu dei um sorriso tristonho – Parabéns, ! Eu sabia que você iria bem!
- Se não fosse você, eu não teria conseguido – eu dei um sorriso sem mostrar os dentes – Obrigada.
- Não precisa agradecer, – ela disse sorrindo – O que aconteceu com você?
- Eu estou um pouco triste, só isso. – eu expliquei enquanto puxava o cobertor mais pra cima.
- Vamos comer alguns doces – ela disse e me deu alguns sapos de chocolate – Vamos descer, vai.
- Eu não quero – eu disse cobrindo minha cabeça e ela puxou a coberta.
- Sem moleza, nós temos aula. Vai logo! – ela disse autoritária e eu me levantei.

Draco’s POV

- Ligação? – eu disse confuso – e eu temos uma ligação?
- Isso mesmo, Draco – Snape disse – Ela é um tipo diferente de bruxo, a magia que corre nas veias dela é diferente.
- Isso eu sei – eu disse falando o óbvio – Ela também não controla as emoções...
- E isso me leva a você – Snape disse e eu o olhei sério – Eu sei que você a ama. Termine com ela.
- O que? – eu disse exasperado.
- Você sabe que se o Lord das Trevas colocar as mãos dela, é o fim. – ele deu uma pausa – Para os dois lados. E se o Lord das Trevas colocar as mãos nela...
- Ela vai morrer – eu disse constatando o que eu já sabia – Ele vai querer usá-la.
- Exatamente – Snape disse – E também ela está atrapalhando a missão.
- Já disse que ela não está – eu disse bravo – E eu não vou fazer isso...
- Você quer que ela morra? – Snape perdeu a paciência – Você quer? Responde, Draco...
- Eu não quero! – eu disse nervoso – Eu não quero que ela morra... – eu disse – Mas se ela virar Comensal...
- Você acha mesmo que ela vai aceitar? – Snape disse – Você tem que terminar com essa garota. Ela está te atrasando.
- Isso quem decide não é você – eu disse tentando passar uma pose de durão, mas eu estava apavorado por dentro – Vai embora, eu preciso pensar.
- Termine com ela, é a melhor coisa que você faça. – ele disse saindo da sala de aula – Ao menos essa vez não pense no melhor pra você. Mas o melhor pra ela.

O baque da porta me fez perder as forças. Era isso, então? Eu tinha uma ligação mágica com a e logo quando eu descubro isso, eu tenho que terminar com ela porque Você-Sabe-Quem pode querer matá-la. Eu não sabia o que fazer e estava apavorado. Eu a amava e sabia que não conseguiria ficar longe dela, mas se fosse para o melhor para ela, eu faria isso. E pela primeira vez em minha vida, eu não pensei apenas em mim.

’s POV

Eu e Hermione estávamos andando pelos corredores do Castelo conversando sobre qualquer besteira. Eu não via Draco fazia dias, ele não foi para as aulas ou apareceu no café, perguntei para Snape e ele disse que ele estava indisposto. As coisas estavam diferentes entre nós, eu pude perceber. Ele estava cada vez mais frio do que era e das poucas vezes que ele apareceu, me ignorou completamente.

- . - Hermione disse apontando para uma direção, eu olhei e lá estava Draco me olhando com um sorrisinho, não pude deixar de sorrir. Ele veio se aproximando, mas parou quando viu Hermione. - , vai lá.
- Mas, Mione... – eu disse, não queria que ela ficasse sozinha.
- Vai logo! Anda!

Ela disse e mudou o seu caminho dando meia volta e indo embora. Agora só Draco e eu estávamos no corredor do quarto andar. Ele estava péssimo. Eu o abracei, mas ele não demonstrou nenhum sentimento, apenas colocou as mãos em volta de mim.(N/A:dê play)

Começamos a caminhar pelo corredor, ele estava mais estranho do que antes, mais frio do que costumava ser e mais triste. Eu tentava puxar assunto, mas não dava certo. Ele era bipolar, uma hora estava bem, sorrindo e brincando e outras como aquele momento, ele estava mais distante do que nunca de mim.

- O que acontecendo com você? – eu perguntei com uma voz cansada. Draco colocou seus olhos de um azul que mais parecia gelo em mim.
- Por que a pergunta? – ele disse seco.
- Você some por dias e quando aparece não olha pra minha cara – eu disse brava – Aconteceu alguma coisa, eu te conheço.
- Aconteceu, sim – ele disse e sua expressão passou para uma irritada – Você!
- Desculpe, eu não estou entendendo – eu disse confusa – O que eu te fiz?
- Eu não gosto de você. – ele disse simplesmente e eu senti que o chão abaixo de mim havia sumido – Você foi apenas uma distração, uma consequência.

Por mais que eu tentasse, eu não conseguia entender. Uma distração? Eu tentava procurar qualquer indício de que aquilo era uma brincadeira de mau gosto, uma piadinha sem graça daquelas que Draco teimava em fazer, mas não era. O garoto não me encarava, somente olhava para o chão abaixo de nós. Eu respirei fundo e suprimi o choro que já sem embolava em minha garganta.

- Você foi um erro – ele disse totalmente frio – E eu estou consertando isso.
- Um erro? – eu perguntei incrédula e sem reação nenhuma – Por que você está fazendo isso agora? – meus olhos já estavam úmidos, mas eu segurava o choro – O que eu te fiz?
- Você atrapalhou tudo – ele disse com um de seus sorrisos sarcásticos – E foi apenas um desafio. Você é gostosa, não posso negar – ele deu uma risada – E eu queria saber como era pegar a garota que deixava todo cara desse castelo duro, mas agora que eu já consegui o que eu queria, você está dispensada.
- Você está sendo rude, agora – foi somente o que eu consegui falar, tamanha era a minha surpresa por todas aquelas palavras.
- E você acha que eu me importo? – Draco riu de mim – , você é patética!

Olhei para o chão e me senti totalmente diminuída. Era como se alguém tivesse me dado um presente maravilhoso, algo estupendo e depois pedido de volta. A vida havia me dado uma oportunidade de ser feliz, de ter uma vida normal e agora estava pegando de volta. Olhei para Draco e ele desviou o olhar. Uma lágrima caiu e outras e mais outras e eu me sentia mais patética ainda por estar chorando na frente dele. Ele me olhou chorando e havia algo em seu olhar, mas como sempre, eu não consegui identificar.

- É isso mesmo? – eu perguntei e uma carga de raiva invadiu meu coração.
- Sempre foi. – ele disse dando uma risada que falhou em alguns momentos – Desculpe desapontá-la.

Eu o olhei mais uma vez e um ódio fluía junto com o sangue por minhas veias e eu não pensei duas vezes em acertar um tapa em seu rosto. O barulho do encontro da minha mão com o rosto dele me deu uma sensação de alivio. Eu o olhei com ainda mais raiva e minhas emoções estavam desconexas e totalmente confusas.
- Eu te odeio – eu olhei para ele com todo o meu ódio e me virei para sair daquele lugar que faltava ar.
E aquele foi mais um golpe que eu recebia de Draco Malfoy e eu sabia que não conseguiria me recuperar desse tão fácil. Eu me sentia usada, suja e totalmente desapontada. Eu sempre soube que ele iria me machucar, só não sabia que seria tanto.

'Cause if I'm falling for a heartbreaker
And everything is just a lie
I won't be leaving here alive
I might as well lay down and die, oh
I won't be leaving here alive


Capítulo 15: We’re better together.

(Música do capítulo, dê play quando ver a notinha)

Duas semanas. Esse era o tempo que eu não falava com Draco. E não houve um dia em que eu tive o mínimo de paz de espírito. Eu não conseguia esquecer toda aquela humilhação, não conseguia superar como eu me senti pequena, usada e totalmente sem valor. Eu fui apenas um pedaço de carne para ele, não passei de um par de pernas e seios bonitos. E tudo para Malfoy se vangloriar para os amigos. Eu sempre ouvia as pessoas falando como ele era um babaca mimado e totalmente egoísta, mas nunca acreditava. Até que eu acabei virando mais uma peça em seu jogo de poder, mais uma conquista para a sua coleção.
Eu tentei guardar tudo para mim, não queria que ninguém soubesse sobre a minha humilhação, mas as pessoas começaram a notar. Começaram a notar que eu estava sozinha, perceberam que ele estava cada vez mais frio e totalmente voltando ao que era antes de mim. E todas as vezes que nos encontramos pelos corredores ou em salas de aula, ele nem sequer me direcionava um olhar. Draco fingia que eu não existia, era como se eu jamais tivesse participado de sua vida.
Os dias foram se passando e eu não aguentei mais. Contei tudo a Hermione e Gina, que me apoiaram. Elas não disseram nada apenas ficaram comigo enquanto eu chorava. Eu estava machucada por dentro, ferida de todas as maneiras possíveis, eu não sabia que amar doeria tanto, mas naquele momento eu estava colhendo as consequências dos meus atos.

- ... – Gina disse e eu me virei para ela, ela estava com um olhar de pena. Eu me virei para Mione e ela estava com o mesmo olhar.
Pena. E eu odiava que sentissem isso por mim. Eu não era fraca.

Olhei-me no espelho que tinha perto de minha cama e me assustei com o que vi. Aquela não era eu, aquela era o que Draco tinha feito comigo. Olheiras enormes estavam em baixo dos meus olhos, eu não dormia direito desde que briguei com ele, chorava pelos cantos do castelo, essa era minha vida depois da briga. O que eu havia feito comigo? Eu era dependente de Draco.
Levantei a cabeça e enxuguei minhas lágrimas, Gina e Hermione tomaram um susto quando levantei da cama bruscamente.

- Olha pra mim... – eu disse cansada – O que eu virei?
- , não fala assim – Hermione disse – Você é forte.
- Forte? Olha pra mim! Duas semanas sem ele e eu estou desse jeito! Essa não sou eu. Sou a fênix, certo? Renasço das cinzas. Chega de sofrer por causa disso. Ele não está se importando. Eu não vou ficar aqui morrendo enquanto ele está normal, caminhando pelo Castelo como se nada estivesse acontecendo.
- Isso, . Levanta a cabeça. – Gina disse e sorriu, seguida por Hermione.
- Vamos? Temos aula agora.

Eu disse e saímos felizes do dormitório. Eu mantinha um sorriso no rosto. O sorriso mais falso que já dei em minha vida. Eu estava em cacos por dentro, a fênix não queria renascer. Precisava conversar com Dumbledore, ele saberia o que dizer.
Em uma aula de DCADT*, eu fiquei até um pouco mais tarde escrevendo a carta. Snape me olhava com um olhar estranho até que ele se aproximou de mim.

- Você não vai embora? – ele perguntou rudemente, o jeito Severus de ser.
- Estou escrevendo uma carta ao professor Dumbledore. – eu disse sem tirar os olhos do papel.
- E como pretende entregá-la? – ele perguntou me olhando de cima a baixo.
- Não sei ainda, talvez por coruja ou peça para algum professor. – eu disse tentando me concentrar no papel. Era estranho ter uma conversa civilizada com o Snape, ele não havia me dado patadas nem nada.
- Como está com o Malfoy? – ele perguntou indo direto ao assunto.
- Ele que mandou perguntar? Nunca pensei que o senhor viraria coruja, com todo o respeito. – eu disse sendo estúpida.
- Como ousa? Menos 10 pontos para a Grifinória por causa disso. – ele disse bravo, não dei atenção apenas juntei minhas coisas e comecei a arrumá-las, não queria ficar ali, só queria um tempo para escrever a carta ao Tio Alvo.
- Se o senhor quer saber mesmo como anda meu relacionamento com Draco, pergunte a ele. Percebi que vocês estão bem próximos, não é? – eu disse e saí da sala rápido já com algumas lágrimas nos olhos, procurei por um corredor vazio e me sentei no chão e voltei a escrever a carta.

Quando terminei de escrever, resolvi ler, só para ver como estava. Dei um sorriso satisfeito.

Tio Alvo,
Preciso conversar com o senhor. Digamos que estou tentando seguir o que o senhor disse, mas está um pouco difícil.
Sinto como se nada tivesse certo. Preciso conversar com o único que me entenderia.
Isso machuca cada dia mais. Acho que nessa escola, o senhor é o único que me ouviria.
Preciso de um tio agora e não de um professor. Eu ainda tenho meus amigos, mas não é a mesma coisa. Eles iriam me julgar e sei que o senhor não faria isso.
Responda-me quando puder e eu irei vê-lo. Mas por favor, seja breve, essa dor está me dilacerando por dentro.
Com carinho,
.


Dobrei e enfiei em minha bolsa, o jeito de entregar eu resolveria isso depois. Eu voltei a andar até que me deparei com Draco Malfoy. Na outra ponta do corredor, me observando com aquele olhar indecifrável. Senti meu corpo vacilar, eu poderia cair no chão a qualquer hora. Tentei desviar o olhar, mas era impossível, aqueles olhos de um azul acinzentado me prendiam. Ele olhou para o meu pescoço e deu um sorriso. Segui seu olhar e reparei no pequeno coração de prata que repousava calmamente naquele local. Não pude deixar de sorrir, mas não foi um sorriso normal, foi um sorriso sarcástico, como eu pude me esquecer disso?
Ele foi chegando mais perto de mim, mas eu me mantive estática, eu não conseguia me mover, essa era a hora que eu saia correndo, porém, meu corpo não obedecia. Draco chegou ainda mais perto de mim e fez um carinho de leve em minha bochecha, eu fechei os olhos em um gesto inconsciente e quando abri ele estava com aquele sorrisinho de deboche dele, coloquei minha mão sobre a dele e a tirei do meu rosto.

- Não, Draco. – eu disse contrariando tudo dentro de mim, ele apenas deu um sorrisinho sarcástico.
- Você não me engana, . – ele disse e me puxou pela cintura, seu perfume invadiu minhas narinas.
- Vai embora. Eu ainda estou brava com você. – eu disse para ele, mas dizendo mais para mim mesma.
- Tem certeza disso? – ele disse bem perto do meu ouvido me fazendo arrepiar. – Porque não é o que o seu corpo diz.
- Eu mando nele. Vai embora. – eu disse, mantive minhas mãos presa ao lado de meu corpo porque o meu impulso era deixá-las passearem por todo o tronco de Draco.
- Nesse exato momento, quem manda nele sou eu. – ele disse e eu caí em mim. Como assim mandar em mim?
- Tira a mão de mim. Eu não quero te machucar. – eu disse para ele e o empurrei pelo peito.
- Vai me machucar como? Com o Everte de novo? – Ele começou a rir, minha raiva aumentou e minha varinha veio parar em minha mão. Ele viu esse movimento e parou de rir. – Vamos, , faça isso. Me machuque.

Aquele não era Draco. Não, o meu Draco. Aquilo era o que ele se transformava quando queria afastar a todos. E nesse momento um turbilhão de pensamentos passou pela minha cabeça e meus olhos arderam, eu o encarei para ter certeza de que o meu Draco não existia mais. Ele estava com a mesma pose de alguém que sabe de tudo. Eu não seria igual a ele, eu não seria má, eu sabia o meu valor e querendo ou não eu o amava. Com toda a força de minha alma, eu o amava. Guardei minha varinha, respirei fundo e o encarei.

- Não vou fazer isso. – eu disse e me virei para continuar a andar.
- Por quê? É fraca? – ele disse em um de deboche.
- Porque eu te amo, seu bosta. – eu disse cansada, ele se surpreendeu – Porque eu não menti em relação ao que eu senti. Eu fui verdadeira, me ferrei com isso, mas eu fui. E não tenho forças pra te machucar. Agora se você me der licença, eu quero estudar porque preciso aprender a me defender de Comensais da Morte.

Saí andando sem olhar para trás e deixei um Draco atordoado no corredor vazio. Acelerei meus passos e já sentia meus olhos arderem. Talvez eu fosse fraca mesmo. Eu havia dito tudo aquilo? Eu não enxergava nem um palmo a minha frente porque as lágrimas estavam nos meus olhos esperando para cair. Deixei que elas saíssem junto com os soluços. Só parei quando esbarrei em alguém. Para piorar a situação, acho que o dia estava tirando uma com a minha cara. Quando olhei para ver quem era tomei um leve susto. Snape me olhava atordoado. Era a segunda vez que ele me via nesse estado. Respirei fundo, limpei minhas lágrimas e o encarei.

- Desculpe, professor. – eu disse e ia me virando para sair quando ele disse.
- Deixe–me adivinhar. Malfoy? – ele disse com um tom estranho. Eu me virei para ele.
- E se for? Algum problema? Você sabia, não é? – eu disse me referindo a Draco ser comensal.
- A respeito do que? – ele disse com um cinismo que eu não vi igual.
- Você sabia e sempre soube! – eu disse irritada – Por que não me disse? Minha vida não estaria esse inferno que está agora! E por que você não impediu? Fala pra mim! Ele é só um menino! Um MENINO! – eu disse brava e as lágrimas estavam ali, Snape apenas olhava meu surto. – O que eu estou dizendo, vocês não tem piedade nenhuma!

E agora vocês estão me perguntando: Você sabia que Snape era Comensal? E então eu respondo: Sempre soube, não sei o que meu tio Alvo tinha na cabeça de confiar nesse homem, mas eu não confiava, para mim ele ainda era Comensal da Morte, mesmo toda a Ordem da Fênix dizendo que ele não era.

- Do que você está falando, ? – ele disse um pouco assustado.
- Eu sei o que você é. Assim como Harry sabe, não sei o que meu tio tem na cabeça, mas eu sei muito bem o que você é. Eu sei que você está esperando o momento certo para apunhalá-lo pelas costas!
- Não repita isso! Quem você acha que é para falar desse jeito comigo? Sou seu professor! – ele disse para mim.
- Pra mim você não é professor, você é o homem que contribui para acabar com a minha vida e a vida de Draco.

Eu disse e me afastei dele chorando ainda mais alto, comecei a correr e só parei quando cheguei ao corujal. Aquele lugar fedia a fezes de coruja, várias corujas estavam ali, havia no chão restos de ratos, sapos e afins. Vi Cassie lá em cima e a chamei. Ela chegou perto de mim e eu acariciei suas penas, abri minha bolsa e tirei a carta de Dumbledore e alguns petiscos. Dei os petiscos para ela e enquanto ela comia, eu amarrei a carta na perna dela.

- Leve isso para o professor Dumbledore. Entregue para ele. – eu disse e Cassie levantou vôo.

Fique observando o céu por um tempo e novas lágrimas surgiram, mas eu não me dei ao luxo de chorar. Eu precisava ser forte, não podia fraquejar logo agora. Saí do corujal e voltei minha atenção a meu horário de aulas. Ainda não tinha almoçado e me dirigi ao Salão Principal para me alimentar porque eu precisava de forças. Tanto física como emocional.

******


Estava perto do aniversário de Rony e eu precisava conversar com ele para saber o que ele queria, porém, Lilá sempre estava perto e eu não gostava muito dela. Ela tinha roubado o Rony da Hermione. Tá, eu sei que dizer isso era idiota, mas a Hermione viu primeiro! Então em um daqueles momentos em que ele estava com o Harry no salão comunal eu me aproximei e pude ouvir a conversa deles:

- Era no dia do meu aniversário! - Ron exclamou chateado - Eu estava aguardando ansioso!
- Mas não é uma surpresa tão grande, não é? – disse Harry e eu olhei para o anuncio dizendo que o passeio para Hogsmeade havia sido cancelado - Não depois do que aconteceu com Cátia.
- Oi, Garotos! – eu disse entre eles, eles me olharam e eu dei um beijo estalado na bochecha de cada um – Que pena, Rony! Bem no seu aniversário. Eu estava planejando fazer uma festa pra você no Cabeça de Javali, mas agora nem dá mais.
- No Cabeça? – Harry disse e me olhou confuso.
- Digamos que o dono é bem próximo a mim. – eu disse enquanto andávamos.
- , você é muito estranha. – Rony disse e eu sorri para ele.
- Eu sei disso. – eu disse e arranquei risadas de Harry, mas Rony ainda estava bravo.
- Agora só me resta aguardar aquela aula idiota de Aparatação! Grande presente de aniversário... – ele disse bravo.
- Rony vai indo que eu preciso falar com Harry. – eu disse para ele que me olhou estranho e depois saiu caminhando lentamente. Quando vi que Rony estava um pouco longe, eu me virei para Harry.
- O que você vai dar de presente pra ele, Harry? – eu disse agoniada.
- Um par de luvas de goleiro. – ele disse despreocupado. – Você já comprou?
- Eu não tenho ideia do que comprar Harry! – eu disse aflita – Que número ele usa de blusa?
- Eu não sei, , eu não fico reparando em homem, né? – ele disse e eu ri.
- Pergunte pra Lilá... – Harry disse, mas eu o cortei.
- Harry, você sabe muito bem que eu não falo com ela! – eu disse brava e ele riu.
- Está bem, está bem. – ele disse e rimos um pouco até que ele me encarou com uma expressão séria – , você tem visto Malfoy ultimamente?

Meu coração deu uma volta, assim como todo o meu sangue que congelou no exato momento que Harry disse o nome dele.

- Não. – eu apenas disse isso com um nó na minha garganta. – Nós brigamos de novo.
- Um pouco conturbado o relacionamento de vocês, não é? – Harry disse e riu, não pude deixar de sorrir porque ele estava totalmente certo.
- Mas por que a pergunta? – eu disse para ele.
- Por nada, é que eu não vejo mais você com ele e bem, você e ele... – Harry disse e meu coração pesou.
- Muda de assunto está bem? – eu disse para ele, Harry me olhou assustado – Eu acho que é definitivo.
- Você vai terminar com ele? – Harry perguntou me olhando nos olhos e eu me vi naqueles olhos verdes.
- Eu não sei, Harry. Dói ainda. – Meus olhos se encheram de lágrimas e eu nem percebi que uma escorreu dos meus olhos e parou em minha bochecha. Potter se aproximou e enxugou essa lágrima solitária e me abraçou com força. – Dói demais, Harry. Não sabia que seria tão horrível assim. Eu sempre fui forte, mas dessa vez está complicado.
- Calma, . – ele disse e sorriu para mim depois que nos separamos.
- Eu preciso seguir em frente. – Eu disse e sorri também. – Vou cuidar do presente do Rony e falar com a Lilá. Obrigada, Harry. – eu disse e dei um beijo na bochecha dele, ele sorriu. – Vamos?

As aulas de Aparatação estavam péssimas, ninguém havia conseguido aparatar, alguns se estruncharam e eu não conseguia aparatar direito, era difícil fazer sozinha. Eu olhei ao meu redor e me deparei com Draco. Ele me fitava com aquela frieza típica, mas tinha algo a mais e como sempre eu não sabia o que era. A aparência dele estava desleixada, os cabelos não estavam milimetricamente arrumados como sempre e sua roupa estava um pouco amarrotada, além de claro, suas olheiras estarem piores que as minhas. Uma preocupação indesejada inundou meu ser ao perceber tudo isso e, automaticamente, eu me envergonhei por isso. Ele não merecia minha preocupação, não merecia mais. Contudo, lembrei das coisas boas que vivemos juntos e uma tristeza nostálgica roubou o lugar da preocupação. Cada vez mais a ligação mágica fazia sentido e eu me sentia totalmente vazia sem Draco. Eu não sabia mais como viver sozinha, tinha desaprendido a ficar sem companhia e vê-lo talvez até pior que eu, fez meu coração se despedaçar ainda mais.
Meus olhos se encheram de lágrimas e um nó se formou em minha garganta, eu respirei fundo diversas vezes, mas não conseguia me estabilizar e só queria sair daquele lugar rapidamente. Assim que a aula acabou eu me virei para sair e procurar Hermione, mas ela já tinha saído.
Caminhei até o banheiro e lavei meu rosto, forçando-me a entender que eu precisava ser forte, precisava aprender novamente a ficar sozinha. Decidi que focaria em outras coisas e saí do banheiro determinada a resolver o problema que eu tinha antes da aula de Aparatação: O presente do Rony.

Depois de procurar o castelo inteiro, eu encontrei Hermione caminhando pela ponte que ligava o castelo à parte externa, como as estufas e a cabana do Hagrid. Ela caminhava devagar e cabisbaixa e eu percebi que ele não estava bem.

- Mione? O que foi? – eu perguntei para ela preocupada assim que ela parou em uma das janelas e começou a olhar o horizonte.
- Estou bem, só estou preocupada. – Ela disse.
- Com o que? – Eu disse para ela.
- Bem, está chegando o aniversário de Rony e eu queria passar com ele. – Ela disse e deu um sorriso triste.
- Ai, Mione, não fica assim! – Eu a abracei ela repousou a cabeça em meu ombro e eu senti algumas lágrimas molharem meu ombro. – Volta a falar com ele, então! Ás vezes nós precisamos deixar o orgulho de lado por alguém que amamos.
- ... - Hermione disse baixinho e fixou seu olhar atrás de mim.
- O que foi? – eu olhei para trás e Draco estava parado me olhando com aquele sorriso típico de Draco Malfoy. Meu coração deu um salto ao mesmo tempo em que sangrou ainda mais.
- , eu posso falar com você? – ele disse me fitando e eu voltei meu olhar para Hermione.
- Vai, nos falando depois. – Ela disse, sorriu e foi embora.

Eu respirei fundo e o encarei. Ele estava lindo. O uniforme caía muito bem nele, a cor preta fazia um contraste perfeito com sua pele alva, os olhos azuis acinzentados me fitavam de um jeito sensual e ao mesmo tempo com saudade. Malfoy era tão bonito que me dava vontade de bater nele e mandar ele parar por mais irracional que isso fosse. Voltei a olhar em seus olhos e a saudade estava ali, porém a humilhação que eu senti era demais para esquecer com somente um olhar que poderia muito bem ser falso.

- Vamos andar. Preciso falar com você – ele disse e eu o fitei séria. Uma ordem? – Tá bom, por favor, vamos andar. Preciso conversar com você.

Eu sorri e fomos caminhar. O silêncio pairava entre nós e eu sentia a mão dele vacilar nas vezes que se encostava à minha de leve, paramos em uma janela e começamos a fitar o horizonte.

- Como foram os seus dias? – eu perguntei para ele, apenas pra puxar assunto.
- Sem você? Uma porcaria. – Ele disse honesto e segurou minha mão direita. – Eu sei que você está com raiva de mim e eu não tiro a sua razão. Eu fui um completo canalha com você ao dizer aquilo.
- Foi mesmo – eu concordei puxando minha mão de volta. Ele percebeu o movimento e olhou para baixo. – Aquilo que você disse me machucou.
- Eu sei e eu me detesto por isso agora – ele voltou a olhar para o horizonte e depois me olhou novamente, colocando as mãos nos bolsos da calça – Eu sei que você não vai querer voltar comigo e nem deveria, porque nós dois sabemos o motivo pra você não voltar – eu abaixei a cabeça nesse momento.
- Malfoy, o que você quer? – eu perguntei com meus olhos ardendo – O que você quer? A única coisa que você sabe fazer é me machucar e depois pedir desculpas. Você me humilhou, disse coisas horríveis para mim e sem motivo nenhum. Então, sim, não há nenhum motivo que eu encontre pra voltar com você.
- , nada do que eu disse é verdade, eu fiz aquilo porque eu achei que era melhor pra você se eu não estivesse mais em sua vida – ele disse me olhando sério – Eu juro por qualquer coisa, mas nada daquilo era verdade. Eu jamais te trataria como um lixo daquele jeito. Eu fiz coisas horríveis – ele deu uma pausa – Eu faço coisas horríveis, mas eu jamais faria algo pra te machucar. Você tem que acreditar em mim quando eu digo que todas aquelas merdas que eu disse é mentira.
- Eu não sei o que dizer pra você – eu revelei e voltei a olhar para o lado de fora do castelo, tentando encontrar alguma coisa.
- Por favor, acredita em mim – ele disse me olhando e depois suspirou – , eu amo você – eu travei no mesmo instante. Ele realmente disse que me amava? – Porra, eu amo você desde que você entrou por aquelas portas toda suja por causa da chuva e insultando a Sonserina – eu percebi que ele sorriu quando falou – Mas você merece alguém melhor que eu, alguém que não te machuque tanto.

Malfoy pegou em minha mão e beijou minha testa por longos segundos e depois se afastou caminhando para sair da ponte. Minha cabeça era uma confusão, ele me amava. Ele realmente me amava! Aquilo era tudo o que eu queria ouvir e eu consegui detectar verdade em cada uma das suas palavras e eu percebi que ele havia se esforçado muito para deixar de lado todo o seu orgulho e pedir desculpas. Ele era Comensal da Morte e novamente havia aquela sensação de que ele iria me machucar de novo, mas isso não se comparava em nada ao tamanho da saudade que eu sentia dentro de mim e do amor que eu sentia por ele. A ligação ajudava nisso, é claro, mas eu sabia que o amor que eu sentia era real.

- Draco! – eu gritei, ele se virou e me olhou – Você realmente foi um idiota e eu tive muita raiva de você – ele abaixou a cabeça – Mas a saudade que eu sinto é muito maior do que a raiva – o rosto dele se iluminou e ele caminhou até mim – Maldita ligação mágica – ele deu um sorriso – Que não me deixa ficar brava com você.
- Me perdoa – ele disse suplicando – Por favor, me perdoa...
- Não fala nada, chega de falar. Você sempre estraga tudo falando – eu disse e cheguei e ele colocou a mão no meu rosto – Só me beija, seu idiota.

Ele me puxou pela cintura e colou seus lábios aos meus. Como eu estava com saudade daquele beijo, daqueles toques, estava com saudade do meu Draco. Eu passava minhas mãos pelas costas dele e ele apertava minha cintura com uma mão e alisava meu pescoço. Separamos nossas bocas, mas continuamos abraçados e nossas testas estavam encostadas. A respiração dele assim como a minha era ofegante. Draco deu um simples sorriso e me deu um longo selinho.

- Não faz mais isso, por favor. – ele disse e eu sorri. – Por Merlin, você fez falta, .
- Você fez falta também. – eu disse para ele – Muita. Tira essa ideia da cabeça, tá? Essa ideia ridícula que nós não devemos ficar juntos. Chega, está bem?
- Está bem. – ele disse entrelaçando nossas mãos – E eu to começando a acreditar nessa coisa de ligação.

E logo a boca dele estava ferozmente colada com a minha. Ouvimos um barulho e olhamos para trás depois de pararmos o beijo e Snape nos olhava com um olhar estranho. Eu automaticamente fiquei vermelha e fui para trás de Malfoy.

- , o professor Dumbledore pediu para te entregar isso. – ele estendeu um pequeno pergaminho para mim e eu me separei de Draco e o peguei. A caligrafia fina dizia que o recado era para mim. – Draco, você precisa ir. A irá ver o professor Dumbledore.

Draco me olhou e me deu um beijo de despedida e murmurou:
- Depois eu falo com você.

Eu abri o pergaminho e sorri com as palavras de meu tio enquanto me afastava do corredor:

Querida sobrinha,
Venha me ver agora, terei o prazer de conversar com você.
Não fique angustiada, não se desespere você é capaz de encontrar luz nas trevas.
Com amor,
Tio Alvo.
P.S: Seu doce preferido é sapo de chocolate, certo?


Sorri e guardei a carta no bolso e rumei a Sala de Dumbledore no sétimo andar. Quando entrei na sala, Fawkes deu um pio baixo e eu fui dar oi a ela.

- Oi, menina! Como está? – eu disse e acariciei suas penas, mas tirei minha mão rapidamente porque começou a queimar minha pele. – Ela é linda.

Eu disse para Dumbledore que me olhava com doçura. Eu me sentei na cadeira a sua frente e ele disse:
- O que te atormenta, querida?

O meu problema com Draco estava resolvido, mas ainda tinha Snape. Eu tinha certeza que ele era Comensal e estava tramando alguma coisa.

- Uma parte dos meus problemas se resolveu hoje, mas ainda tem um. Eu sei que Harry já te disse isso. Tio, eu tenho certeza que Snape é Comensal.
- Harry já me disse isso. Mas o que te leva a pensar isso?
- Minha intuição. Eu sinto que ele é Comensal. - eu disse para ele e no exato momento percebi como aquele argumento era idiota.
- Querida, você confia em Draco Malfoy? – ele me perguntou.
- Sim. – eu disse para ele.
- E se eu te disser que ele é Comensal da Morte? – ele me disse e eu congelei. – Você acreditaria?
- C-claro que n-não - eu gaguejei porque eu estava mentindo. – Draco não é Comensal.
- Mesmo o pai dele sendo? – ele me disse
- Draco não é Comensal. – eu disse mentindo descaradamente.
- Mesmo eu dizendo que ele é? – Dumbledore disse – Você sabe que Draco não é Comensal, você confia nele, é a mesma situação com o Snape. Tudo indica que ele é, mas eu acredito que não é.
- O senhor tem razão. – eu disse derrotada. Ele estava totalmente certo. – Eu fico preocupado com o senhor. É difícil se confiar em alguém agora. Estão esperando o senhor cair.
- Eu sei disso, mas eu não vou cair. Antes que ele pensem eu já sei o que poderá acontecer. – ele disse para mim – Como estão seus pais?
- Não tenho falado com eles desde que voltei para Hogwarts. Não sei aonde estão e mandar minha coruja procurá-los é doentio.
- Entendo, mas quando conseguir falar com eles avise-os que a Ordem da Fênix precisa deles. Você gosta da Fawkes?
- Muito. Vejo muito de mim nela – eu disse brincando e ele entendeu a minha brincadeira e deu um sorriso.
- Você gosta do menino Malfoy? – Dumbledore me perguntou de repente.
- Eu o amo. Pode parecer loucura, mas é isso que eu sinto. – eu disse para ele e sorri lembrando o que havia acontecido minutos antes.
- , eu sei que você sabe. – Dumbledore disse para mim e eu me assustei.
- Eu sei o que? – eu perguntei tentando não parecer amedrontada. Dumbledore percebeu a minha reação e rapidamente captou a mensagem.
- Você sabe do que estou falando, querida. – ele disse para mim – Por que não se afasta?
- Porque eu o amo e ele jamais iria me machucar. Não propositalmente. – eu disse certa de minhas palavras. – E também tem a ligação.
- O amor é o sentimento que vence tudo. Você acredita que o amor pode mudá-lo? – ele me perguntou.
- Sim, Draco está mudando, tio. – eu respondi sorrindo – Ele está bem diferente do que era antes de mim.
- Ele pode te machucar. Tome cuidado com isso. – ele disse para mim.
- Ele não vai me machucar, fique tranquilo. – eu disse convicta.
- Você se parece tanto com sua tia. Enxerga o que as pessoas tem por dentro, o que elas realmente sentem. Isso é bom. – ele disse e eu dei um sorriso para ele.
- Eu queria poder ter a conhecido. – eu disse baixo, mas Dumbledore ouviu.
- Ela era esplêndida. Teria gostado de você. – Dumbledore disse e seus olhos se encheram de lágrimas.
- Não chore, tio. – eu disse para ele.
- Mas a culpa é minha! A culpa de tudo é minha! – ele disse para mim. Eu sabia a história toda.
- Não, não é. O senhor não tem culpa de nada. O senhor era um sonhador. Não se culpe assim.

Eu segurei sua mão esquerda com doçura e ele a apertou. Machucava ver meu tio desse jeito, assim como machucava ver meu avô do mesmo jeito. Dumbledore olhou as horas, se assustou um pouco e disse:

- Já está na hora do jantar, você precisa se alimentar. – ele disse.
- Tio, lembra-se daquela coisa de ligação? – eu disse e ele afirmou – Eu estou começando a acreditar nisso.
- Sabia que iria acreditar – ele disse e eu sorri. Quando estava saindo,eu me lembrei de uma coisa.
- Tio, eu preciso comprar um presente para o Rony Weasley, mas não tenho como comprar, será que eu não podia sair do Castelo por uns instantes e ir até o Beco Diagonal comprar alguma coisa?
- Sinto muito, mas você não pode ir sozinha e o horário de todos os professores está apertado. – ele me disse.
- Eu também não sei que tamanho de blusa comprar. – eu disse chateada – Bem, de qualquer jeito, obrigada, tio, por me ouvir. Estou melhor agora.
- Sempre que precisar, terei o prazer de te ouvir e dar conselhos. Gosto muito de você, , assim como gosto de Harry.

Eu dei um sorriso e fui embora, naquela noite eu escrevi uma carta a Madame Malkins pedindo uma blusa para Rony. Eu pedi a melhor e com o tamanho de Rony que ela sabia muito bem qual era, bem, eu torcia para isso. No outro dia de manhã, acordei mais cedo, levei a carta até Cassie e a pedi para entregar. Depois segui para mais um dia de aula com meus amigos.

Draco’s POV

fez falta. Isso era o fato que martelava na minha cabeça todos os dias. Quando senti que poderia perdê-la, o medo se apossou de mim de um jeito preocupante. Eu não tinha tempo de pensar nessas coisas, eu tinha uma missão que a cada dia estava me torturando mais e mais. Ainda mais depois que entrou em minha vida. Ela não tinha conhecimento que eu sabia que ela era neta do velho Dumbledore. E isso tornou as coisas piores, eu odiava esconder as coisas dela porque ela sempre descobria tudo. E ainda tinha essa coisa de ligação, eu não acreditava naquilo, pra mim era coisa do velho, mas depois dessa briga que eu intencionalmente provoquei para afastá-la de mim, eu comecei a acreditar.
Mas agora estava de volta e a dor havia sido amenizada. Eu disse amenizada, não curada. Eu tinha muito medo de fazer alguma coisa errada e perder minha família por isso. Mas se eu fizesse tudo certo, eu perderia .
Foi um erro tê-la deixado entrar em minha vida, o melhor erro sem dúvida nenhuma, mas ainda assim era um erro. Depois que minha missão fosse completa, ela me odiaria para sempre. Ela não me perdoaria. Ela era mais cabeça dura do que eu. E ainda tinha Snape me cobrando todo os dias. Eu não poderia errar, não de novo e por isso dessa vez tinha que dar certo.
Eu estava totalmente ferrado. A Marca ainda doía e doía ainda mais quando eu olhava para ela por isso parei de olhar. Papai disse que ter aquela marca no meu braço, era um sinal de orgulho, mas não era isso que eu sentia. A cada dia que passava eu me sentia pior por ter aquilo em meu braço esquerdo. E piorou quando (Por que sempre ela?) descobriu e pediu para ver. Ela era tão estranha, podia ir do paraíso ao inferno em minutos. Ás vezes eu a odiava com minha alma, mas as vezes (agora e na maioria do tempo), eu a amava com o ar de meus pulmões.
Eu tive várias oportunidades de fazê-la se afastar de mim, mas parecia que ela era muito burra (ou muito esperta, ainda não consigo entendê-la) e continuava perto de mim.
Duas semanas atrás, quando tivemos outra briga, eu vi que era o momento certo para fazê-la desistir de mim. Eu havia me tornado o homem mais chato, frio e sem emoções da face da Terra, justamente para ela ir embora, voltar a viver. Mas eu sou um fraco, um egoísta. E depois de tanto pensar e tanto arquitetar um plano para ela ir embora, eu mesmo me trai, coloquei tudo a perder e fui atrás dela como bom idiota que sou.
Eu amo aquela louca. Amo mais do que a mim mesmo e por isso eu tinha que afastá-la o mais rápido possível, mas meu egoísmo não deixou. Depois que ela foi falar com Dumbledore (sabe-se lá o porquê), Snape me encarou.

- Você não tinha dado um fim nisso? – ele me perguntou exasperado.
- Eu dei, mas foi provisório. – eu disse já prevendo a briga.
- Você precisa se livrar dela, está te atrasando Draco! Lorde das Trevas...
- Eu não ligo pra isso, está bem? Eu sei o que estou fazendo, Snape. Eu não preciso que você me lembre da missão ou do que eu tenho que fazer! Você não é nada meu! – eu disse bravo.
- Eu tenho que te proteger e ela poderá acabar com você! Ela é um estorvo!
- Cala a sua maldita boca! – Eu explodi com ele – não é um estorvo, nunca foi! Ela é minha namorada até que EU decida o contrário! – Eu disse farto – Agora, vá enganar o velho que eu sei o que tenho que fazer.

Saí daquele corredor farto dele. Ele não era meu pai, não era nada meu! Eu não tinha culpa que minha mãe havia feito um voto perpétuo com ele. Eu não tinha nada a ver. O que importava pra mim era a missão, proteger minha família e arrumar um jeito de não machucar . Isso seria impossível. Ela talvez fosse a que saísse mais machucada daquela história toda.

Draco’s POV off

Eu havia voltado a sorrir. O presente de Rony havia chegado, dois dias antes do aniversário, eu estava fazendo o embrulho quando Hermione entrou no quarto.

- O que está fazendo? – ela perguntou se aproximando de mim.
- Eu estou embrulhando o presente de Rony. – eu disse e ela deu um suspiro – Desculpe, Mione, mas ele é meu amigo ainda...
- Não, , você está certa, vocês ainda são amigos. – ela disse um pouco triste.
- Será que ele vai gostar? – eu disse e mostrei a blusa para ela.

Era uma blusa vermelha e tinha o leão da Grifinória estampado no peito. Ele soltava alguns rugidos. Dei para ele também alguns doces do meu estoque. Quando terminei de fazer o embrulho, coloquei dentro do meu malão e saí para as aulas.
Tudo correu bem naquele dia, as coisas estavam voltando aos eixos, exceto pelo fato de que na aula de DCADT, Snape ficou me olhando estranho a aula inteira, mas eu não me importei, nem pensei nisso depois que a aula acabou. Quando o dia acabou eu saí andando pelo castelo voltando a velha rotina de ficar com Draco até o jantar. (N/A:dê play e repita até o capítulo acabar)

Eu sorri ao ver Draco parado em um corredor e me senti em um dejá-vu, eu em uma ponta do corredor e ele na outra ponta me encarando. Mas dessa vez eu tinha certeza de que o fim seria totalmente diferente. Ele me encarou e eu comecei a rir porque já estava ficando com vergonha. Malfoy deu uma risada e eu caminhei até ele lentamente e ele fez o mesmo. Paramos em frente um do outro e minhas mãos foram diretas para o cabelo dele e as dele para a minha cintura. Eu sorri antes de sentir os lábios dele no meu.

O beijo não parava e particularmente eu não queria que isso acontecesse. Ali, nós éramos apenas nós mesmos, não precisávamos mentir ou nos esconder. A ligação fazia o que sentimos ainda mais forte e a nossa conexão era imensa. Eu me sentia totalmente abalada por ele, cada passo meu era cuidadosamente milimetrado para que ele pudesse caminhar ao meu lado e cada situação, momento que eu passaria por ele e com ele valeria a pena. Independente do que acontecesse, eu sabia que a sensação de estar nos braços de Draco era a melhor recompensa. Draco finalizou o beijo me dando um selinho e eu sorri.

- Senti falta disso... – eu disse o beijando novamente.
- Mas nós nos vemos faz tempo... – ele disse me puxando ainda mais pra ele – E sempre ficamos juntos.
- Mas agora foi diferente – eu disse e ele beijou meu pescoço.
- Diferente como? – ele disse me olhando com seus olhos azuis brilhando.
- Eu não sei – ele riu – Eu só sei que foi.
- Um dia eu ainda vou conseguir te entender, – ele disse e eu ri, mas fui cortada por mais um beijo dele.

Draco de um jeito complicado me guiou até algum lugar e eu senti minhas costas batendo contra algo duro, virei minha cabeça para o lado e percebi que era uma porta, nisso ele já beijava a pele do meu pescoço e dava algumas mordidas. Suas mãos passaram pela lateral do meu corpo e subiu novamente massageando meu seio e respirei fundo. Puxei a boca de Draco contra a minha e colei ainda mais nossos corpos e esfreguei meu corpo no dele e ele gemeu. Alguns botões da parte de cima da minha camisa foram abertos e agora meu colo ganhava beijos molhados e minhas mãos estavam indecisas nas costas dele.
Ouvi um barulho vindo de um corredor próximo, mas ignorei. Draco voltou a me beijar ainda mais violentamente e eu ouvi o barulho de novo. Levantei minha cabeça e Draco foi direto para meu pescoço.

- Draco, tem vindo alguém... – eu disse, mas ele ignorou e fincou suas mãos em minha cintura de um jeito totalmente possessivo.
- Eu não me importo – ele disse e eu percebi as vozes ficando mais altas e ele já estava com as mãos em minhas nádegas.
- Draco! – eu disse mais brava e depois eu o empurrei, sussurrei na fechadura da porta: Alohomora e a sala abriu e nós entramos bem a tempo.

Nossa respiração era descompassada e ali dentro pudemos ouvir o barulho de algumas estudantes que estavam passando. Foi por muito pouco. Eu o olhei e percebi um volume nas calças dele e comecei a rir, ele ficou bravo e virou de costas pra mim.

- Isso não tem graça, ... – ele disse e eu ri ainda mais – Para de rir, sua tonta!
- Desculpa! – eu corri até ele e o abracei por trás e beijei seu ombro e sua nuca.
- Isso não está ajudando muito – ele disse e eu ri ainda mais e mordi, suguei o lóbulo da orelha dele e por fim dei um chupão no pescoço dele. – Vem cá.

Ele se virou bruscamente e atacou a boca dele com a minha com rapidez. Eu me assustei no começo, mas depois me adequei ao ritmo que o beijo pedia. Saímos andando e ele me sentou na mesa do professor e ficou no meio das minhas pernas. Toda vez sempre a mesma posição. Eu o puxei para mais perto com as pernas e fiquei sentada na beirada da mesa, enquanto nós nos beijávamos. Draco foi desabotoando os botões da minha camisa bem devagar e desceu os beijos para meu colo, deixou uma marca no meu seio direito e me beijou de novo.

- Draco... – eu me toquei de que estava quase nua – Aqui não.
- Então, onde? – ele disse me beijando de novo.
- Sala Precisa – nós dissemos juntos. Ele me deu minha camisa e eu abotoei. Eu me arrumei e nós subimos para o sétimo andar as pressas.

Subimos para o sétimo andar e conseguimos entrar na Sala Precisa rapidamente. Eu olhei o ambiente e tive vontade de rir. Tocava uma música calma, sensual. Havia uma cama (Sim! Uma cama) com lençóis bem brancos. Havia algumas taças e hidromel. O sol que entrava pela janela, aquecia o lugar, mas não de um jeito sufocante. Eu comecei a rir, Draco olhou e começou a rir também.

- Essa sala é meio safadinha não é? – Draco disse e eu ri.
- Pois é, bem criativa também, tem até musica e comida!

Eu disse e me aproximei de uma pequena mesa que tinha em um canto e lá tinha morangos e foundie de chocolate. Eu me sentei em um dos pufes que tinham lá e Draco sentou ao meu lado.

- Não sabia que tinha essas coisas de trouxas aqui – eu disse e peguei um morango e o comi, Draco me fitava com o olhar mais malicioso. Eu lambi o morango de leve e o mordi lentamente. – Quer?
Draco fez que sim com a cabeça e eu peguei um morango e dei na boca dele, ele mordeu me olhando e eu sorri. E nós começamos um joguinho pra ver quem excitava mais o outro. Eu peguei o morango com chocolate e o comi. Depois que eu engoli, eu disse para Draco.
- Quer com chocolate? – Draco não disse nada, apenas afirmou com a cabeça e eu dei o morango na boca dele. – Gostou?

Ficamos nesse jogo de sedução até que Draco veio até mim e me beijou. O gosto de morango com chocolate deixava o beijo ainda mais gostoso e tudo melhorou quando ele pegou impulso e me pegou no colo. Eu fui dando beijinhos em seu rosto, até que Draco me colocou na cama e se deitou sobre mim e me beijou com calma, passou a mão por toda a lateral do meu corpo e eu me arrepiei quando ele levantou minha saia até a cintura e fez um carinho no meu baixo ventre.

- Tudo bem pra você? – ele disse me perguntando e eu já sabia o que ele queria. E eu queria também.
- Tudo bem. – eu disse e sorri para ele. – Draco, eu sou virgem.
- Eu sei – ele disse me dando um sorriso sincero – E eu vou fazer de tudo pra não te machucar.
- Eu sei – eu repeti e o beijei mais uma vez e ele abriu os botões da minha blusa devagar – Eu confio em você.


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