Eu estava sentindo umas dores e sabia que aquilo não era normal.
– , por favor, me atenda. – Peguei o telefone repetindo essa frase como se fosse um mantra. A dor só aumentava e comecei sangrar, consegui me arrastar até o banheiro ainda esperando minha melhor amiga me atender, fechando os olhos e respirando fundo, fui para a banheira.
- ? Desculpa não atender antes, a fila do mercado estava grande, daqui a pouco... – retornou a ligação e começou a se explicar parando na hora que ouviu meu grito. – ? Você está bem? Onde você está?
- Doí, . – Falei tentando acalmar minha respiração. – Eu sei que não foi algo planejado, mas eu não quero perde-lo.
- Fique calma, eu já estou chegando! – Disse a loira em tom desesperado.
- Eu... – A dor se tornou aguda e não consegui continuar. – É como se tivessem arrancando algo de mim, . – Disse sem tentar mais controlar o meu choro. – Não vou aguentar.
- , não desliga, pelo amor de Deus, eu já estou chegando, fica na linha e fala comigo. – Disse e pude ouvir o som de carros no fundo.
O som foi ficando cada vez mais longe, minha visão cada vez mais turva, tentei resistir por nós dois, mas eu já sentia que ele não estava mais comigo, pude ouvir a voz da que chegavam como sussurros nos meus ouvidos e acabou.
Quando acordei estava em um lugar todo branco, sentia um vazio e percebi que estava no hospital. , que estava sentada na cadeira próxima a cama, quando viu meus movimentos, veio imediatamente para meu lado, pude ver seu rosto inchado e vermelho, já sabia o que tinha acontecido, apenas não queria acreditar. Uma ruiva de jaleco com sorriso maternal entrou no quarto com sua assistente que verificou tudo enquanto a doutora me preparava para dar uma terrível noticia.
- Olá, , pelo visto você está bem melhor. – Falou sorrindo. – Sou a Dra. Pardo, Alice Pardo.
Não falei nada, apenas acenei com a cabeça e senti que minha amiga estava apertando minha mão um pouco forte demais, a Dra. Alice me explicou o que tinha acontecido e senti meu mundo cair.
- Foi um aborto espontâneo, sinto muito, querida. – Ela disse sorrindo fraco. – É algo dentro do normal quando se é jovem, você terá outras chances.
Ela me liberou e me aconselhou a fazer um exame semanas depois, como se não bastasse toda essa tragédia, a notícia que eu não poderia mais ter filhos me derrotou, um exame com resultado positivo que me deixou sem chão.
Acordei cedo como de costume, era uma sexta-feira e decidi não ir ao escritório, ter seu próprio negócio pode ser cansativo, mas lhe traz privilégios como trabalhar o dia que quiser. Passei no quarto da Jasmine e ela dormia tranquilamente, pensei em não levar ela para a creche e ter um dia de pai e filha que há um tempo não temos, devo dizer que esse projeto do Wilsons me cansou, porém, faço questão de trabalhar pessoalmente nele. Desci as escadas em direção à cozinha, pelo visto teria que preparar meu próprio café, já que dei folga para a Maria.
- Imbecil. – Falei para mim mesmo imaginando o que eu faria para comer. O celular tocou e eu pedi mentalmente para que fosse um dos meus irmãos me convidando para tomar café com eles. Merda! Não desliguei o celular do trabalho, atendi à contra gosto. – Maddox. – Atendi um pouco rude.
- Sr. Maddox? Sou eu, Lucila. – Falou minha secretária do outro lado da linha.
- O que houve? Algum problema? – Perguntei.
- Eu creio que sim, Michael trocou de projeto com Robert e a Sra. Morris não está contente com a situação. – Falou com a voz receosa. – Eu tentei falar com ela que os dois arquitetos são ótimos e pessoas preparadas, mas ela exigiu falar com o senhor.
- Não pretendo ir para o escritório hoje, mas resolverei isso. Peço que avise para Robert e Michael que me encontrem às 10:00 horas na cafeteria Stumptown.
- Sim, senhor, tenha um bom dia. – Disse Lucila se despedindo.
Olhei o relógio e ainda eram 7:30, comi uma fruta e liguei para a creche, avisando que a Jas não iria. Fui para o escritório que tenho em casa e comecei a trabalhar no projeto do Wilsons que já estava na parte final, até ouvir um choro vindo da babá eletrônica, me fazendo levantar e correr para o quarto o mais rápido possível.
- Bom dia, doçura. – Falei entrando no quarto e me sentando na ponta da cama onde a Jasmine se remexia.
- Papai, Mine tá com fome. – Sorri como um pai babão, com quase dois anos ela já era muito esperta.
- Vamos tomar banho e eu faço seu leitinho, combinado?
- Não! Banho não binado não! – Falou cruzando os braços.
- Vamos, bebê, você quer ficar igual um gambazinho? – Falei levantando e pegando-a no colo. E quando estávamos entrando no banheiro, ela se agarrou mais a minha camisa, como sempre é um problema para ela entrar na banheira e um problema maior ainda fazê-la sair. Assim que a coloquei na banheira junto com o patinho apelidado por ela de Duck, foi uma festa. Após muito esforço, consegui tira-la da banheira, descer para esquentar a mamadeira dela e deixa-la na minha cama assistindo desenho enquanto eu me arrumava para encontrar Michael e Robert.
Ao sair, notei que a casa do lado ainda estava fechada, é uma casa ótima, e apesar de não ser condomínio fechado, o bairro é um local bem tranquilo servindo mais para famílias com crianças, uma pena não ter ninguém usufruindo dela.
’s POV
- Eu vou ficar bem! – Falei talvez pela décima vez para a minha amiga.
- Você quer que eu saia mais cedo para te ajudar? – Perguntou . – É um momento muito importante para nós duas, estou tão empolgada!
- ... – Tentei falar, mas fui interrompida.
- Me prometa que não vai me abandonar, eu já sinto saudades. – A rainha do drama começou. – Até mesmo das bagunças do Snow.
- Pelo amor, , só irei mudar o bairro, não é como se eu fosse sair do país ou atravessar o Oceano. – Respondi revirando os olhos. – De qualquer forma, eu te verei todos os dias e você poderá me visitar sempre que quiser.
- Certo, talvez eu tenha sido um pouco dramática, agora faça uma boa mudança. – Falou se despedindo. - Irei te visitar à noite, faça uma comida especial. Te amo.
Ouvi uma buzina e senti um aperto na barriga, ansiedade na certa. Os rapazes começaram a levar as caixas que demorei uma semana para arrumar, liguei para me certificar que os móveis iriam está lá assim que eu chegasse. Estranhei o fato do Snow não está fazendo bagunça, chamei-o e não obtive nem mesmo as passadas das patas no chão, até ouvi um grito vindo do quarto que me fez sair correndo em direção ao mesmo, chegando lá, não sabia se dava risada ou ajudava o pobre rapaz com medo do Snow, apesar do tamanho dele, é uma característica da raça Terra Nova ser dócil, coloquei a coleira nele e fui dá uma caminhada por volta do prédio que eu passei bons e maus momentos da minha vida, apesar de ter uma péssima lembrança do que aconteceu naquele banheiro, era o meu lar. Sentiria falta da Sra. Robbins que sempre preparava tortas e nos dava metade, claro que ela começou a fazer isso depois de ter certeza que eu e a não éramos um casal de lésbicas, sentiria falta também do porteiro que sempre segurava a porta do elevador quando eu voltada do mercado, até mesmo da velha rabugenta do andar de baixo que reclamava da bagunça do Snow, aposto que era inveja porque eu realmente tenho um cachorro e ela um rato que chama de cachorro, e principalmente da , que é minha irmã de outra mãe, sempre me ajudando, me acolhendo, ouvindo meus dilemas e me fazendo rir com suas loucuras. Um dos rapazes foi me chamar para avisar que já estavam de saída, apenas acenei com a cabeça falando que iria logo atrás, dei uma última olhada, respirando fundo, senti algo como se minha vida fosse mudar de agora em diante. Só não sabia dizer se era para melhor ou não.
Já achava aquela casa linda, agora ainda mais por saber que era minha, me sentei na escada que dava para a porta principal olhando ao redor e analisando a vizinhança, percebi que aquele era um local de típicas de famílias americanas que fritavam hambúrguer no quintal enquanto as crianças nadavam, com toda certeza eu não me adequava aquele bairro, mas o que mais precisava era de paz e um lugar só meu. Liguei para o St. Patrick Restaurant avisando que não iria trabalhar, já disse o quão maravilhoso é ser dona do próprio negócio? Entrei e devo admitir que bateu uma tristeza em olhar para as caixas e saber que tenho que arrumar tudo sozinha, resolvi deixar para depois e dar uma caminhada para conhecer melhor o local, fiz uma lista mental de locais que não poderei deixar o Snow solto e o parque é o principal, depois da recepção calorosa que recebi das mães das crianças que estavam lá, o parque já se tornou o lugar que está na lista: “Com certeza não ir com Snow”.
Voltando para casa, pude reparar na casa ao lado, que poderia facilmente ser definida com perfeição, assim como o morador que acabava de estacionar e sair do carro. Isso está ficando cada vez melhor, fiquei observando o corpo musculoso, tentando imaginar como seria sem roupa, dei graças por ele ter dado a volta no carro e não ter me pego secando ele com os olhos, o vi abrindo a porta do fundo e todo o meu tesão se foi, ele tinha uma criança. Suspirei frustrada e virei continuando minha briga com a chave e a porta, até ouvir uma voz grossa gritando não, e senti a coleira se apertar na minha mão, quando direcionei meu olhar para a voz, pude ver que a criança já estava perto do Snow e ele correndo para pegá-la, fiquei sem reação apenas olhando aquele pequeno ser bem próximo de mim, apertando a coleira sem saber como o Snow reagiria, mesmo por brincadeira, ele podia machuca-la.
- Jasmine, eu já disse que você não pode sair correndo dessa forma. – Falou o vizinho gostoso que infelizmente tinha uma criança. – Me perdoe, sou o Maddox, e essa é minha filha, Jasmine. – Falou direcionado para mim que continuava calada observando.
Senti que ele ficou desconfortável, pois não obteve resposta e tornou a me pedir desculpas, balancei a cabeça e disse um “Tudo bem” em forma de sussurro, olhando para a criança que sorria e acenava para mim mostrando aqueles dentes pequeninos, tentei dar um sorriso e acredito que tenha se parecido com uma careta, pedi licença e puxei o Snow para dentro enquanto via pela lateral da porta, que era de vidro, o homem dando uma bronca na menina, depois lhe beijando na testa.
Estacionei o carro na garagem em frente à minha casa e saí para tirar a Jasmine da cadeirinha de segurança, coloquei-a no chão e pedi para que não saísse do meu lado enquanto eu tirava a sacolinha, tomei um susto ao olhar para baixo e não encontrar minha pequenina e isso se intensificou quando a vi correndo na direção de um cachorro enorme.
- Não! Jasmine volte aqui, pequena! - Chamei por ela fazendo a dona do cachorro, e deduzi que ela seria nossa nova vizinha, olhar.
Eu não sabia se corria atrás da minha filha ou olhava a vizinha, ela era linda com aqueles olhos expressivos e o cabelo longo e castanho preso em um rabo, automaticamente os imaginei caindo em cascatas sobre os seus seios nus. Decidi ir até ela que olhava de forma assustada para minha filha, e percebi que ela tinha apertado à coleira.
- Jasmine, eu já disse que você não pode sair correndo dessa forma. – Falei dando uma bronca na minha filha. – Me perdoe, sou o Maddox e essa é minha filha, Jasmine. – Falei olhando para a morena a minha frente que não me deu resposta. – Não podemos vacilar com crianças, elas nos cegam! – Falei na esperança que ela dissesse algo ou pelo menos sorrisse. – Novamente gostaria de pedir desculpas. - Pude ouvi-la sussurrar um “Tudo bem” e notei que ela não parava de olhar para Jasmine que sorria e acenava para a mesma, ela pediu licença e entrou na sua nova casa junto com o cachorro.
Assim que ela se virou para entrar, não pude evitar olhar para aquela bunda, essa mulher vai me levar à loucura, e olha que mal a conheço. Virei dando outra bronca em Jas e não continuando com minha pose de sério quando ela colocou a língua entre os dentinhos, beijei-a na testa e segui em direção à minha casa. Dei o banho dela, logo após colocando-a deitada na cama para assistir Peppa Pig sem entender qual a graça daquele desenho, me arrumei e desci para comermos, ouvi as mensagens da caixa postal e tinha um recado da minha mãe pedindo para a Jas dormir com ela, já que amanhã não teria que leva-la para creche, liguei para os caras combinando de ir a algum pub. Depois de tudo certo, liguei para minha mãe aceitando a proposta dela e marcando o horário de levar a Jas. Arrumei a mochila dela com o que era necessário e esperei dar 19:00hrs para leva-la.
- Filha, se comporte, amanhã papai vem te buscar. – Falei entregando ela para minha mãe e dando um beijo nas duas – Amo vocês.
- , venha para o almoço amanhã. – Falou minha mãe. – E nada de beber loucamente e sair pegando qualquer uma nessas festas, !
- Sim, Dona Diana. – Falei sério, batendo continência, o que me levou a receber uma tapa.
- Estou falando sério, rapazinho, se eu souber dessas suas aventuras vamos nos resolver! – Falou pondo um dedo a minha frente. – Nada de chegar com ressaca aqui e nada de dirigir depois de beber!
- Ok, mamãe. – Disse como um bom filho obediente, – Tchau, amo vocês! Manda um beijo para o pai.
- Deus lhe acompanhe. – Gritou quando eu já estava perto do carro, me fazendo sussurrar um “Amém”.
Fui para casa esperando dar a hora de me encontrar com os caras, liguei para Trenton que também iria, assim que me atendeu, foi pedindo para não contar a nossa mãe que também iria, me fazendo dar risada e concordar, fui para sala assistir um pouco de jogo. Às 21:00hrs fui me arrumar, e saindo do banheiro fui fechar a cortina do quarto e tive uma visão maravilhosa. Deus é pai, não é padrasto, e colocou o quarto da vizinha gostosa bem na direção do meu, olhei a vista privilegiada da vizinha apenas de lingerie branca e já senti meu amiguinho dando sinal de vida, pensei: “se acalma, moleque”. Estava à uma distancia segura e sabia que ela não me veria, iria acabar me atrasando, então decidir fechar a cortina com uma dor no coração, sentindo falta daquela visão perfeita, tendo que tomar outro banho frio e imaginando se seria honrado de ter aquela vista todas as noites.
- Qual é, cara? Cadê o Safadão pegando todas as gatas da festa? – Falou meu amigo Ryan, pegando mais um shot de bebida.
- Já falei para vocês sobre minha nova vizinha? – Perguntei para os caras na mesa que balançaram a cabeça em sinal de negação. – Ela é muito gostosa, e para piorar, ou melhorar isso, eu não sei, a janela do meu quarto é na direção do quarto dela, acho que ela ainda não percebeu isso porque estava só de lingerie. Vou ficar louco. – Completei passando a mão pela testa.
- Qual o nome dela? – Perguntou Trenton, me fazendo perceber que ela não me passou essa informação quando tivemos aquele “acidente” mais cedo.
- Eu não sei. – Sussurrei.
- A Paris me liberou hoje e vocês irão passar à noite falando de vizinha gostosa que não pegarão? Vamos aproveitar à noite, rapaziada! – Greg falou levantando o copo para brindarmos e fomos à caça.
- OH, VAI GAROTÃO! – Gritou a mulher embaixo de mim. – Eu... Eu estou chegando lá. – Gemeu avisando que seu orgasmo estava próximo, apenas acelerei os movimentos para acabar logo com aquilo.
Não sei o que me deu para só conseguir pensar na minha vizinha, no movimento dos seus seios enquanto eu investia duro nela, nos seus gemidos, na maneira que a perna dela iria se prender aos meus quadris. Meu tesão foi toda embora depois de ouvir a voz de taquara rachada gemendo, pelo menos ela não sabia meu nome, muito menos eu o dela, e não fazia questão. Deixei o dinheiro para ela pegar um táxi e fui embora, eram 4 horas da manhã e teria que descansar para o almoço em família.
Estacionei meu carro e comecei a pensar se teria sorte em ver minha vizinha nua dessa vez, precisava me aliviar e só de lembrar a imagem dela de lingerie meu companheiro pulsava. Entrei e fui direto para o quarto tomar um banho gelado, dei uma olhada na janela e nenhum sinal da vizinha gostosa, sorri pelo apelido que coloquei nela sentindo cada vez mais necessidade em saber o seu nome. Assim que acabei o banho me preparei para me deitar, quando fui apagar o abajur fiquei estático com a cena que estava vendo: a minha vizinha, muito gostosa por sinal, dormia nua e a melhor parte de tudo: ela não fechava a cortina! Como Deus é maravilhoso, fiquei observando-a por um bom tempo, até ela se mexer e pegar o celular virando para o lado da minha janela, me abaixei rapidamente para não ser pego, mesmo sabendo que seria difícil me ver com a escuridão e as persianas encostadas.
’s POV
Não conseguia tirar o meu vizinho gostoso, que agora eu já sabia o nome, da minha cabeça.
- Não se anima, ! – Falei em frente ao espelho. – Ele tem uma filha, além desse problema, ele deve ser casado.
Passei o resto da tarde arrumando minhas coisas e observando a casa do , achando estranho não ter visto nenhuma entrada de mulher na casa dele, não entendendo o motivo da minha curiosidade até porque ele tem uma criança. Senti uma coisa estranha quando me lembrei da garotinha sorrindo para mim, resolvi tomar meu banho. Entrando no quarto, observei a casa ao lado e meu quarto dava para a casa do vizinho, não saberia distinguir qual cômodo seria, pois a cortina estava fechada e ficava a uma distância razoável, segui para o banheiro e decidi que iria aproveitar o máximo da minha banheira. Peguei uma roupa qualquer para ficar dentro de casa, e assim que entrei na banheira, lembrei que a viria me visitar, quando acabei, vesti minha lingerie favorita e fui para o quarto pegar outra roupa, ouvi um barulho e olhei para o lado da janela, me assustei quando vi que não a tinha fechado, me enrolei na toalha e cheguei mais perto para ver se alguém estava olhando, me tranquilizei quando não vi nada e voltei a procurar uma roupa. Desci as escadas e fui em direção à cozinha fazer algo para jantar, ouvi um barulho de carro saindo, o carro de Joseph, revirei os olhos por já ter gravado o ruído do carro dele, a campainha tocou e corri para atender minha amiga.
- Que saudades, meu amor. – Ela disse, me abraçando e entregando o vinho para brincar com o Snow. – Tava com saudades de você também, garotão.
- Você me viu hoje de manhã antes de ir para o trabalho, . – Disse rindo. – Venha conhecer minha casa. – Puxei-a dando pulinhos de alegria. Depois de um tour, resolvemos jantar.
- Conte-me como é a vizinhança. – perguntou levando o garfo à boca e murmurando um “Hm, delícia!”.
- Legal, dei uma volta com o Snow hoje e não posso ir ao parque porque ele surtou quando viu tantas crianças e as mães acharam que ele era um monstro que comeriam os pequeninos. – Falei dando de ombros, me lembrando da filha de .
- Aqui é um bairro de família, então é normal ter várias crianças. – Disse a loira. – E quanto aos seus vizinhos mais próximos? Amei essa casa ao lado, quero saber o número do arquiteto.
- Hm... É do vizinho gostoso da mensagem, , o nome dele. – Disse sem graça.
- VOCÊ JÁ TRANSOU COM O NOVO VIZINHO, ?
- Não, louca! E para de gritar, não quero que ninguém escute! – Falei jogando um guardanapo nela. – E nem vou, ok? Ele tem uma filha e deve ser casado.
- Ok, entendi porque você não se animou sobre isso. – disse dando a última golada no vinho. – Amei o jantar, porém preciso ir embora que amanhã é dia de escravo cortar cana!
Ri e levantei para leva-la até a porta e arrumar a cozinha, quando acabei, fui para sala no intuito de assistir um filme e acabei pegando no sono na melhor parte de Amizade Colorida, quando acordei já estava passando algum filme de comédia com Eddie Murphy, com muita preguiça levantei e fui para o quarto.
- Droga! – Resmunguei quando o ar condicionado não ligou, decidi dormir com a janela aberta, a cortina encostada e sem roupa, tornei a olhar a casa do vizinho e a janela continuava da mesma forma, deitei e apaguei novamente.
Como de costume, na melhor parte do sono sempre tem algo para interromper, e nesse momento foi a querida operadora mandando mensagem, xinguei jogando o celular na cama e me virei, senti que estava sendo observada e na mesma hora puxei a coberta para meu corpo, forcando a visão, não vi nada de diferente. “Olha o que o sono não faz com a pessoa”, pensei e voltei a dormir.
Segunda- feira e já estou cansado, quem não estaria depois de um almoço chato em família dois dias seguido? Bom... Preciso urgentemente encontrar uma cozinheira para trabalhar sábados e domingos se não quiser ouvir as injúrias da minha mãe sobre mulheres, bebidas e responsabilidades. Liguei para Trenton que avisou que iria sair com a caça dele da sexta, pelo visto um de nós se deu bem, desci com Jasmine resmungando que estava com sono para tomarmos café.
- Senhor Maddox? – Ouvi a voz da minha secretaria quando apertei os recados deixados na caixa postal. – Posso confirmar a reunião com os Walters? Mande resposta assim que puder, obrigada.
Liguei para Lucila para saber da minha agenda, confirmando a reunião com os Walters e me preparando para tantos projetos, modéstia parte, sou um dos melhores arquitetos da cidade, então é comum minha agenda lotada e clientes loucos a minha procura. Peguei a mochila da Jasmine que já dormia no sofá, preferi não acorda-la, já que a mesma não possui um bom humor nas segundas, então a peguei no colo olhando em volta a procura da chave do carro, ao sair notei que a vizinha gostosa estava resmungando e chutando a roda do carro, coloquei a Jas na cadeirinha deixando as portas abertas e fui em direção a ela.
- Bom dia, vizinha. – Falei dando um leve sorriso. – Problemas com o carro? – Ouvi-a murmurando algum palavrão até que me olhou.
- Oi, essa bosta que resolveu não ligar. – Falou encostando-se ao carro. – Droga! Onde posso achar um táxi por aqui?
- Hm, meio longe, eu acho. – Comentei enquanto ela entrava no carro repetindo algum tipo de mantra tentando fazer o carro pegar. – Vizinha? – Chamei sem ser atendido. – Vizinha? – Chamei dessa vez me encostando à porta do carro e dando uma olhada no meu para ver se estava tudo certo com Jasmine.
- Sim? – Ela disse me olhando com aquelas lindas amêndoas e não pude deixar de imaginar ela embaixo de mim com aquela lingerie branca, me olhando com aquelas duas bolas de tom castanho.
- Posso te dar uma carona, se quiser. – Ela me olhou desconfiada e conferiu meus lados, na certa procurando pela Jasmine.
- Não quero incomodar, não precisa dar carona para uma estranha. – Falou me dando as costas.
- Não seria incomodo. – Insisti. – Qual seu nome?
- Abernathy, pode me chamar de . – Falou ainda de costas para mim.
- Então, . – Frisei seu apelido, belo nome inclusive. – Você não é mais uma estranha e eu não me importaria de dar uma carona. - Ela se virou perguntando o porquê. – Política da boa vizinhança, e quanto mais você demora a se decidir, mais atrasada fica.
- Ok, . – Interrompi murmurando um “” e ela deu de ombros pegando a bolsa e fechando o carro.
Fomos para meu carro em silêncio, entramos e disse o meu percurso citando também meu local de trabalho, admito que falei na esperança dela ir algum dia lá usando aquela lingerie que se tornou minha favorita, perguntei onde poderia deixar ela que pensou um pouco e disse que no Starbucks perto do meu escritório, senti que ela estava desconfiada em me dar essa informação, ela completou falando que trabalhava próximo também, apenas assenti.
- Oi. – Dei risada quando se assustou ao ouvir a voz da Jasmine. – Eu sou Jas, como te chama? – Ela disse se embolando com as palavras.
se virou um pouco no banco olhando para trás dando um sorrisinho antes de dizer seu nome: – .
- , oi, . – Falou Jas batendo palminhas.
- Jas, o nome dela é . – Chamei a garotinha que gritava “” feliz da vida. – É, . – Falei devagar para ela consegui falar, ela parou e fez uma careta engraçada antes de se virar para e começar a “perguntar”.
- ? , não? – Falou com uma carinha de duvida e dei risada, deu um sorriso balançando a cabeça em negação. – ?
- . – A mulher ao meu lado disse.
- ! – assentiu e ela sorriu, agora não pararia tão cedo de repetir esse nome, para meu azar, já que não conseguia tirar ela da cabeça sem saber o nome, agora que sei e minha filha acha divertido falar, estou ferrado.
- Posso deixar a Jas na creche primeiro? – Perguntei fazendo ela me olhar e dizer um “tudo bem”, voltando sua atenção para a janela.
Notei que ela deu uma leve olhada para o banco do fundo para ver a Jas entretida no desenho que passava na televisão que tem atrás do banco, suspirando, voltou a cantarolar uma música desconhecida por mim.
- Chegamos! – Falei estacionando o carro em frente à creche e descendo para pegar a Jas, que veio choramingando por não querer ficar lá. – Ei, doçura, venho te buscar daqui a pouco e vamos passear, certo? – Ela se apertou mais a mim murmurando “não, papai”, olhei para que observava a cena sorrindo sem graça, talvez se ela tivesse pegado um táxi estaria menos atrasada. Antes de me afastar do carro, Jas levantou a cabeça pedindo para eu parar de andar, olhei sobre os ombros para ver se algo tinha caído e sorri com Jas acenando para . “Tchau, tia !” ela gritou, não pude ver a reação de , mas quem não sorriria com a cena? Entreguei Jasmine para a professora e me despedi.
- Me perdoe, eu achei que o trânsito estaria mais ameno e não te atrasaria mais. – Falei assustando ela ao entrar no carro. – Vou pegar um atalho, chegaremos super rápido.
- Tudo bem. – Ela falou isso pela milésima vez nessa manhã.
- Tudo bem. – Repeti, fazendo ela me olhar com o cenho franzido. – Que foi? Você sempre responde as coisas com “Tudo bem”. – Dei de ombros.
Chegando ao Starbucks ela me olhou sem jeito, pediu obrigada e desculpas pelo incomodo, sorri dizendo que não foi incomodo nenhum e que quando ela precisasse poderia me avisar. Segui para o meu escritório e não sei o motivo, mas comecei a imaginar se fossemos uma família, eu, a Jasmine e a , me perguntei se ela seria uma boa mãe. Não gostando do rumo que meus pensamentos estavam tomando, liguei para meus clientes e me joguei no trabalho.
“Qual é o meu problema? Porque fui aceitar a carona daquele cara? Tudo bem, ele é meu vizinho, MAS nada de aproximação, !”. Isso era tudo que se passava em minha cabeça após a garçonete me entregar meu pedido costumeiro, uma Mocha Frappuccino à base de café. Corri para meu trabalho que também considero minha segunda casa, suspirei ao avistar a entrada do St. Patrick Restaurant, pois sabia que assim que entrasse todos os meus pensamentos com meu vizinho gostoso e sua filha ficariam para trás.
- Olá, senhorita. – Beth, nossa maître, disse sorrindo. – Sentimos sua falta, como foi a mudança?
- Ótima, Beth, também senti falta de vocês! – Respondi sincera. – Preciso me afogar no trabalho urgentemente.
- Antes disso. – Beth me interrompeu. – A senhorita Campbell deseja te ver sem atrasos, ela disse que se não aparecesse no escritório dela assim que chegasse, ela iria pegar a senhorita pelos cabelos na cozinha.
- Ok, irei logo ver essa louca porque não gastei horas e horas no salão para ela acabar com tudo. – Disse rindo, me virei e corri para o escritório.
Tentei pensar em tudo que fiz de errado essas dias que não apareci no restaurante, além de não ligar e dar notícias creio que nada. Alexa Hope Campbell, Alê, para os mais íntimos, é minha amiga desde a faculdade, no início da nossa amizade a teve uma crise de ciúmes que não durou muito, até ficamos conhecidas como as “Meninas Super Poderosas” nos pubs que frequentávamos. Formamo-nos e decidimos virar sócias, pensamos e repensamos em um nome para o restaurante, só para constar, somos péssimas em criatividade, por fim escolhemos St. Patrick por ser nome do meu falecido pai e do noivo dela na época, meses depois ela pegou o noivo na cama com uma das suas madrinhas de casamento, loucura total, eu sei.
- Toc toc. – Disse abrindo a porta e entrando no escritório de Alê.
- Abernathy, me diga um motivo plausível para não arrancar seus cabelos com as minhas próprias mãos? – Ela disse sem tirar os olhos da tela do computador.
- Eu posso jurar que não fui eu. – Falei sentando um pouco assustada.
- Jura? Por que você não me deu notícias? E só chamou a para inaugurar sua nova casa? – Disse a ruiva finalmente me olhando, preferi que ela não tivesse feito. Definitivamente Alexa estava bem irritada. – Antes que você pergunte quem me contou, eu encontrei a em um pub sexta-feira após a reuniãozinha de vocês.
- Que cachorra! Ela disse que iria para casa porque iria trabalhar no outro dia. – Disse irritada, logo me dando conta que tinha alguém mais irritada que eu bem à minha frente. – Me desculpa, não foi algo planejado e prometo fazer seu prato favorito para uma noite das garotas o dia que você quiser.
- Não precisa. – Ela disse sem se importar.
- Como assim? Alexa Campbell negando comida?
- Eu só preciso de um favorzinho. – Disse Alê. Droga! Ela estava fazendo olhos de cachorro abandonado. – Juro que não é nenhuma roubada.
- Não, Alexa, não me envolva nos seus problemas.
- Por favor, . Você nem me deixou dizer o que é. – Disse ela pegando minhas mãos.
- Tudo bem, fale e eu irei pensar no seu caso. – Disse me rendendo. – Mas se for algo absurdo aceite meu não, pois não irei ajudar de forma alguma.
- Certo... – Disse ela pausadamente pensando na maneira certa me dizer o que quer que fosse. – Bom, sabe o pub que fui na sexta?
- Sem perguntas, Campbell, tenho trabalho a fazer, apenas largue a bomba!
- Calma, nervosinha, bom, eu conheci um carinha muito fofo lá, dançamos e no final ele me levou para casa e... – Ela fez uma pausa. – Não preciso lhe contar o resto, não antes de você conhecer ele.
- Sim, e onde eu entro nisso? – Perguntei sem rodeios.
- Ele me chamou para jantar, e conversa vai conversa vem, ele me disse que tinha um irmão solteiro e eu ocasionalmente disse que tinha uma amiga encalhada. – Falou sorrindo sem graça, que vaca!
- Alexa Hope Campbell! Em que merda você me envolveu? – Gritei irritada. – Qual é a dificuldade em entender que eu NÃO preciso e NÃO quero me envolver com ninguém?
- Desculpa, mas é apenas um jantar e eu conheci o irmão dele, sinceramente, se eu não tivesse envolvida com Trenton eu o pegaria facilmente. – Disse Alê com cara de safada e sem se abalar com minha irritação.
- Certo, eu te mato depois do jantar. – Falei tacando-lhe um olhar mortal. – Apenas me diga o dia e a hora e eu irei.
- Hoje, às 20:00 horas. E não adianta reclamar porque você disse que iria e eu irei te buscar em casa.
- QUE MERDA, ALEXA! Só não lhe mato agora porque o trabalho me chama. – Disse me levantando e indo em direção à porta. – Te odeio!
- Te amo! – Ela gritou na maior cara de pau enquanto eu fechava a porta.
Depois da conversa com Alê e a agitação na cozinha, eu realmente não tive tempo de pensar no e Jasmine. Segundas-feiras é sempre uma loucura no restaurante, mesmo em horários que não são de pico, parece que todos esquecem seus almoços em casa e a quantidade de secretarias que vão pegar almoço para seus chefes é incrível. Apesar de ser uma das donas do St. Patrick, eu não faço questão de me envolver com a parte financeira, isso é mais a cara da Alê, meu prazer mesmo é mexer com as panelas e ver a satisfação dos clientes após a refeição. Olhei para o relógio e iria dar 18:30, resolvi ir para casa me arrumar, não queria deixar a Miley irritada com meu atraso.
Desci correndo do táxi, olhei para a casa do e vi pela janela ele arrumando a Jasmine, senti uma coisa estranha, a mesma que eu senti pela manhã, sacudi a cabeça, não devia me deixar levar por esses pensamentos estranhos. O maior dilema agora seria o vestido, depois de bagunçar todo meu closet, resolvi ir com um tubinho azul marinho de maguinha e meu peep toe favorito. Mandei uma mensagem para Alê e fui esperar na sala.
- Me perdoe o atraso, estava confusa em relação à roupa. – Disse Alexa assim que abri a porta. Ela estava linda, com um vestido verde musgo soltinho, com um cinto na cintura e um peep toe preto brilhante. – Vamos rápido, não quero me atrasar!
- Hm, ok então... – Disse enquanto a ruiva me arrastando para o carro. – Para onde iremos?
- Você não irá acreditar! O Trent queria me fazer uma surpresa, mas como você está sem carro, ele teve que me dizer onde iriamos e vamos para nada mais nada menos que o Petrossian. – Ela disse sorrindo abertamente.
- Wow! Vou logo avisando que não tenho condições de pagar um jantar no Petrossian. – Falei dando risada. – Sério, ele é um dos mais conceituados restaurantes franceses, a comida é simplesmente ma-ra-vi-lho-sa!
- Não quero me gabar, mas meu Trenton é filho de um magnata. – Disse lançando um olhar superior e depois rindo da minha cara de falsa admiração. – Podemos comer tudo, e como bom cavalheiro, ele e o irmão irão pagar.
- Tinha me esquecido desse detalhe.
- Qual? – Perguntou Alê olhando para os lados verificando se estava no local certo.
- Esse encontro que vocês bolaram para nos desencalhar, você fez parecer que eu estou desesperada para arrumar um homem. – Disse fuzilando-a com os olhos.
- Não exagere, aposto que ele é um cara legal e lindo como o Trent. – Disse ela. – Beleza é de família e Trenton sempre fala dele com admiração, o cara não deve ser mal.
- Esta será a última merda que você me envolve, está me ouvindo, Alexa Hope? – Disse irritada sendo ignorada por ela.
- Chegamos! – Exclamou feliz. – , dê-lhe uma chance ao menos de conhecê-lo.
- Talvez. – Disse saindo do carro e esperando ela descer também.
Finalmente Alê terminou sua lista de recomendações que deu para o manobrista e resolveu entrar, me parando para dizer o quão gostosa eu estava naquele vestido, típicos comentários da Alê, dei risada e agradeci elogiando-a também.
- Reserva de Trenton Maddox. – Disse Alexa para o maître. Achei o sobrenome dele conhecido, deve ter sido de algum cliente do St. Patrick, talvez. – Somos suas convidadas.
- O senhor Maddox está à espera. – Disse o rapaz sorrindo, não negando pelo sotaque que era francês. – Irei acompanhá-las.
Seguimos o maître até a mesa designada e logo pude ver quando um rapaz forte e moreno se levantou sorrindo para nós, imaginei ser o famoso Trenton, ao olhar para Alê e a ver retribuindo, tive a certeza.
- Boa noite, garotas. – Disse a voz grossa do homem à nossa frente puxando Alexa pela cintura e dando um selinho. – Salut mon, amour!
Ela não parava de sorrir e eles pareciam um casal recém-casado.
– Trent, esta é minha amiga de quem eu venho falando, , este é Trenton. – Nos apresentou.
- Prazer, famoso Trenton. – Eu disse apertando a mão dele em um gesto de comprimento. – Pode me chamar de .
- Por favor, me chame de Trent, e é um grande prazer conhecer a famosa . – Disse sorrindo e puxando nossas cadeiras.
Definitivamente um cavalheiro, olhei para os lados notando que havia um lugar vazio que seria do irmão dele, me perguntei mentalmente se ele já tinha chegado e estava no toalete ou ele não iria por ser um “encontro” arranjado, parece que Trent leu meus pensamentos e deu uma satisfação sobre seu bendito irmão.
- Acabei de falar com meu irmão e ele se atrasará um pouco por causa de um imprevisto, não se preocupe, ele chegará antes de ser servido o jantar. – Disse Trenton se desculpando.
“Não se preocupe”, ele falou direcionado para mim como se eu estivesse de fato preocupada em ficar segurando vela, na verdade eu estava pensado no que seria pior: Jantar com um cara depois de minha amiga e o irmão dele nos fazer sentir como se fossemos desesperados por arrumar alguém ou ficar de vela vendo Trenton sussurrando coisas em francês no ouvido dela. O vi pedir licença para atender uma ligação e fiquei aturando Alexa falar o quão perfeito ele é e coisas do tipo, antes dele se sentar sorrindo avisando que o irmão já estava chegando, já que resolvemos esperar ele chegar para fazer o pedido, obviamente ele chegou antes do jantar está na mesa como tinha avisado. Trenton sorriu avisando que ele estava vindo em nossa direção, Alê levantou para cumprimentá-lo e eu simplesmente estava envergonha, quando decidi levantar e me virar na direção dele que estava atrás de mim, fiquei boquiaberta.
- Você? – Falamos na mesma hora.
Trenton e Alexa nos olharam confusos e curiosos, até que ele resolveu perguntar se nos conhecíamos, respondemos um “Sim” sem quebrar o contato visual. Eu estava muito nervosa, poderia ser qualquer homem no mundo e eu não me importaria, mas parece que o destino estava de sacanagem com minha cara.
- Acho melhor sentarmos e fazermos os pedidos – Finalmente ele parou de me olhar e puxou a cadeira indicando-me o lugar para sentar, assim eu fiz, apesar de ainda estar confusa com essa situação e devo dizer que um pouco irritada também, sussurrei um “obrigado”.
não parava de sorrir para mim e isso me incomodava um pouco, ele não parecia se importar com minha frieza, engatando uma conversa com Trenton e Alê, me senti um pouco fora do ciclo, mas era o certo a se fazer para evitar contato com o . Me perguntei mentalmente onde estaria a Jasmine e me repreendi da mesma forma por está me importando com isso.
- De onde vocês se conhecem? – Alê perguntou lembrando-se da nossa atitude quando ele chegou.
- Somos vizinhos. – Respondi fazendo ela me olhar com cara de interrogação e Trenton trocou olhares com , talvez ele também tivesse falado de mim para os amigos.
- Onde está a Jasmine? – Perguntou Trent para .
– Quem é Jasmine? – Perguntou Alexa antes mesmo do responder a pergunta.
- Minha filha. – Ele disse sorrindo. – A deixei com a nossa mãe.
Alê logo ligou as informações e me olhou como quem pede desculpas, fiz sinal para ela não dizer nada, pelo menos não naquele momento. Finalmente os pratos chegaram e jantamos, pedimos de sobremesa uma Tarte Tatin e continuamos uma conversa saudável, descobrir muitas coisas sobre o , como ele insistia ser chamado, fiquei surpresa em descobrir que ele era arquiteto e a casa dele foi planejada pelo próprio. Já era quase meia noite quando decidimos ir embora.
- , eu irei para casa com Trenton, tudo bem para você? – Perguntou Alê enquanto nos arrumávamos para ir embora.
- Tudo bem. – Disse. – Preciso levar seu carro para sua casa ou direto para o trabalho, amanhã?
- Hm, eu irei no meu carro com Trenton, ele veio de táxi pois está sem carro. – Disse Alê encolhendo os ombros.
- Alexa Hope Campbell. – Falei fazendo uma massagem nas têmporas. – Não sei por que ainda não te matei, irei de táxi. – Me virei para ir em busca de um ponto de táxi.
- Ei, você não precisa ir de táxi, somos vizinhos, irei te deixar em casa. – Disse segurando meu braço.
Estava tão cansada que apenas aceitei me despedindo do Trenton e ignorando Alexa em uma típica atitude infantil, eu sei, mas estava irritada demais para pensar em ser madura. Entramos no carro e ligou o som e logo comecei a cantarolar a letra de Because We Can do Bon Jovi, sorriu e começou a cantar também, não sei o motivo, mas essa letra me deixa um pouco tocada, logo começou tocar outras músicas e já estávamos estacionando na frente da casa do . Descemos em silêncio e ele me levou até minha porta, me virei para ele na intenção de agradecê-lo e fui surpreendida por um beijo que tentei não corresponder, mas foi impossível resistir àqueles lábios macios e o senti apertar minha cintura e cair em mim. Aquilo era errado. Aquilo era muito errado. Me afastei subitamente e antes dele dizer qualquer coisa, dei um tapa em seu rosto.
- Quem você pensa que é? – Gritei. – Nunca mais faça isso, !
Me virei entrando enfurecida e bati a porta na cara dele sem dar espaço para ele se desculpar, ou seja lá o que ele faria depois da minha atitude.
Definitivamente mulheres são estranhas, e definitivamente iria me deixar louco. Ela estava tão suscetível a mim, me levando a loucura sem ao menos fazer ideia do poder que exercia sobre mim, aquelas curvas perfeitas que sonhei em tocar depois de vê-la nua no quarto. O simples lampejo dessa lembrança me fez sentir saudades daquela vista, mas agora que eu já a tive em meus braços, não quero deixar mais nada na imaginação.
Ontem à noite depois que peguei a Jasmine e desci com ela para me desculpar pela interrupção com , ela não estava mais lá. Confesso que fiquei desesperado, o medo dela ter ficado chateada e não querer mais aproximação me deixou gelado da cabeça aos pés, abri a porta ligeiramente e observei-a indo em direção a sua casa, ela deve ter sentido que estava sendo observada, esse sexto sentido das mulheres me assusta, e me olhou dando um sorriso de canto. Suspirei aliviado e voltei para dentro no intuito de colocar a Jasmine para dormir novamente.
Acordei ao som de uma melodia agradável e o som me levava à janela do quarto, olhei por trás da cortina e pude ver dançando uma música, desconhecia o nome, de Beyoncé, ela movia o corpo sensualmente vestindo uma lingerie azul marinho que combinava perfeitamente com o tom de pele dela, ela estava feliz.
- Papai? – Jas revirou-se na cama me procurando.
- Estou aqui, meu amor! – Falei tentando prestar atenção na minha filha.
- Tá dodói. – Ela disse pegando na garganta e se enrolando ainda mais entre as cobertas.
- Vem aqui, filhota. – Disse pegando ela no colo e tocando-lhe a testa. – Acho que você está com febre, meu amor.
Levantei com ela ainda no colo e fomos para o banheiro, preparei o banho dela e liguei para minha mãe, eu tinha mais uma reunião importante e não poderia faltar, liguei para o escritório pedindo também para adiantar as minhas reuniões. A Jasmine chorava demais sentindo dor, liguei para perguntando se tinha algum horário extra, eu estava ficando angustiado, queria poder tirar toda a dor que meu bebê estava sentindo, ela era tão pequena e frágil, não é justo sentir tanta dor assim.
- ?! Cheguei! – Minha mãe gritou da sala.
- Estou no quarto, mãe! – Respondi. A Jas finalmente tinha pegado no sono e a febre, cessado.
- Oi, filho – Disse minha mãe ao entrar no quarto e beijar minha testa e a da Jas. – Ela melhorou? – Disse referindo-se a Jasmine.
Sai correndo de casa, quanto antes chegasse ao escritório, mais cedo sairia, tentei resolver tudo o quanto antes e às 15 horas já estava em casa, me arrumei e fui com minha mãe para o hospital, ligou dizendo que conseguiu encaixar entre suas consultas pois houve uma desistência.
- Boa tarde. – Disse para a recepcionista que sorriu e apertou mais o decote. – Dra. Johnson.
- Consulta marcada ou extra? – Respondi um “extra” rapidamente pegando a carteira do plano de saúde e dando a documentação da Jas, caso precisasse.
- A Dra. Johnson irá atendê-lo assim que o paciente sair, senhor , já avisei para ela que o senhor está à espera! – Disse piscando.
Sentei-me e esperei a nos chamar, assim que ela apareceu na porta, entrei na sala feito um furação, expliquei tudo que a Jas estava sentindo e por um descuido deixei sair que estava com uma convidada quando ela acordou chorando manhosa e com o corpo mole, minha mãe me olhou com cara de interrogação e parecia querer adivinhar com quem eu estava.
- Bom, pelo que estou vendo, isso é apenas uma virose. – começou. – É normal acontecer isso quando as crianças começam a frequentar escolas, creches ou qualquer lugar que elas tenham muito contato com outras crianças.
- E ela precisa fazer algum exame? – Olhei para Jas, que estava no colo da minha mãe. – Alguma vacina?
- Não, isso pode ser tratado com alguns antibióticos, e passarei um remédio para abrir apetite.
- Ela tem mais alguma coisa? – Comecei a questionar, eu parecia um louco. – Tá abaixo do peso? Por que tem que dar isso?
- Calma, . – Minha mãe tocou meus ombros e deu risada. – Isso é normal, filho, essas virosos além de deixa-la indisposta, causa à perda de apetite, você emagrecia bastante nessas épocas.
- Exatamente, Dona Diana. – Concordou a Dra. – Vou passar a receita e qualquer coisa você me liga, independente do horário. – Ela imprimiu a receita e pegou a Jas no colo enchendo-a de beijinhos, antes de sairmos ela deu um ursinho de lembrancinha.
Minha mãe teve que ir para casa resolver algum problema, não prestei atenção no que ela falava, só estava preocupado com a minha filha. Passei o resto da tarde cuidando e brincando com a Jas, comemos a torta que tinha levado, ri com a cena da Jas toda melada de chocolate e tirei foto, eu era um pai babão. Às 21 horas recebi uma ligação dos Walkers, querendo falar urgentemente comigo, eles queriam fechar o contrato e se eu não fosse rápido, eles fechariam com meu concorrente, aquela obra do hotel seria muito importante para mim. Liguei para minha mãe pedindo que ela cuidasse da Jasmine até voltar da reunião, mas ela não estava em casa e não podia desmarcar o compromisso dela, não sabia o que fazer, Thomas e Camilla estavam viajando e Trenton não atendia a droga do celular. Tinha que pensar rápido e uma ideia passou pela minha cabeça, talvez não fosse a mais inteligente de todas, mas eu precisava tentar, segui para o quarto da Jas arrumando algumas roupas, remédios e mamadeiras, peguei-a no colo e sai.
- Preciso de um favor. – Disse assim que ela abriu a porta – Cuida da Jas para mim?
- Eu? – Ela me olhou confusa. – Eu não... Eu não posso, !
- Por favor, serei rápido, eu tenho uma reunião de última hora e isso será muito importante para mim! – Eu implorei. – Eu ficarei eternamente grato e te deverei essa.
- Eu não tenho o mínimo de jeito com crianças, isso é loucura! – Ela disse sacudindo a cabeça. Fiz minha melhor cara de cachorro abandonado e ela cedeu. – Tudo bem!
- Muito obrigada! Muito obrigada mesmo, ! – Dei a Jasmine para ela, que a pegou sem jeito, e por impulso dei um selinho nela. – E a proposito, ela esta doente, os remédios estão na sacola e o número da médica também. Tchau!
- Como assim ela está doente? , eu não sei! – Ela gritava enquanto eu saia correndo em direção ao carro, algo me dizia que ela se sairia bem. – !
Droga, droga, mil vezes droga! Estava parada em frente à porta, tinha uma criança em meus braços e eu estava completamente perdida, nunca cuidei de uma criança na minha vida, na verdade, nunca me permitir, sempre as evitei, pois era o mais seguro a se fazer.
- Estou com soninho, . – Uma voz doce me trouxe de volta à realidade. Quando associei o que ela falou, murmurei um “Graças a Deus”, ela coçou os olhinhos. – Quero leitinho.
“Calma, , isso não deve ser um bicho de sete cabeças”, repetia como se fosse meu mantra. – Você já tomou banho? – Perguntei, a pequena afirmou com a cabeça antes de coloca-la em meu ombro. – Vou trocar sua roupa e colocar um desenho para você enquanto faço seu leite, certo?
Ela apenas murmurou um “tá” e se agitou em meus braços ao ver Snow. – Cachorrinho! – ela batia palma feliz.
Apesar do tamanho, o Snow é super carinhoso e cuidadoso quando se trata de criança, me abaixei para ela poder brincar com ele. Troquei sua roupa e coloquei-a no sofá arrumando com almofadas para não ter o perigo de ela cair, mapeei os canais até achar um desenho. Sai após dar ordens ao Snow para cuidar dela e não o deixei muito perto, sempre bom remediar.
A vida nos prega cada peça, eu, , que sempre fugiu de crianças, estou de babá, que irônico! Lembrei-me das palavras de e aquilo me atingiu em cheio, eu tinha que ao menos me esforçar para superar o passado, vencer meus medos. Olhei a temperatura do leite esperando que estivesse adequado o mais rápido possível, quanto antes Jasmine dormisse, melhor, ela é uma criança encantadora devo admitir, mas não era minha. Eu sabia que se me deixasse envolver, a dor da perda no final de tudo seria pior, ela tinha mãe e não era eu, é um cara que pode ter a mulher que quiser. Se eu me abrisse para aquela família e ele me deixasse? Não sei se aguentaria, me esforcei há quatro anos para isso não acontecer e não seria agora que jogaria tudo para o alto.
- Aqui, criança... – Entreguei a mamadeira para ela que pegou e me encarou.
- ? – Me chamou, desviei meus olhos da televisão e olhei para ela. – Por que você chama eu de criança?
- Porque você é uma criança, Jasmine.
- Meu papai disse que sou uma mocinha, a mocinha do papai. - Disse ela e finalmente levou a mamadeira à boca. – Você tá zangada com eu? – Balancei a cabeça em negativa, ela voltou a olhar para a televisão e eu fiz o mesmo.
Senti algo nas minhas pernas e ao voltar minha atenção para ela me deparei com Jasmine deitada nelas. Ela era tão doce e frágil, a forma que ela tentava falar tudo certinho era a coisa mais fofa, não conseguia imaginar uma mãe rejeitando uma criança daquela forma, pensei em como as coisas são estranhas, eu, apesar de nova, queria ter o meu filho - ou filha -, mas isso foi tirado bruscamente de mim. Fiquei mais curiosa ainda sobre a história dela, porém sentia que não tinha intimidade suficiente para perguntar ao qualquer coisa sobre isso, da mesma forma que não gostaria que me perguntassem do passado, ele poderia agir da mesma forma. Peguei-a no colo com intenção de coloca-la na cama e seu corpo quente me deixou bastante preocupada, rapidamente liguei para sem ao menos me lembrar do remédio que deixou na mochila e suas recomendações.
- Preciso de ajuda! – Despejei assim que ela me atendeu.
- Boa noite, amor, que saudades também. – Ela disse irônica – Por que me incomoda?
- Jasmine está com febre e... – Ela me interrompeu.
- O que ela está fazendo ai? , você fez o quê? – Ela perguntou desconfiada.
- Nada, , o despejou a criança aqui para ir a uma reunião e ela está doente. – Comecei a me alterar. – , eu não sei o que fazer! – Disse pausadamente.
- Ele deixou algum remédio contigo? – Só então me lembrei de que ele falou algo sobre remédios na mochila, disse que sim. – Então, você sabe o que é uma seringa?
- EU NÃO DAREI INJEÇÃO NA CRIANÇA! – Me exaltei o que fez rir.
- É seringa para por o remédio, sua anta, e vai dar via oral. – Ela deu risada e completou. – Dar via oral para a Jas e não para o pai dela, ok?
- Idiota, eu vou me virar, te odeio. – Desliguei sem dar chances de ela me responder.
Vamos lá, , é agora ou nunca. Olhei o relógio que marcava 22 horas, orei para chegar logo, eu sabia que banho frio ajudava amenizar febre, tentei acorda-la para poder dar banho e dar o remédio, entrei em desespero quando ela começou chorar, peguei-a no colo rapidamente e comecei a acalenta-la, ela murmurou “?” em meu pescoço e eu disse que estava ali, o que pareceu acalmar ela. Por fim, ela estava de banho tomado, remédio dado e dormindo novamente na cama que preparei para ela.
Acabei pegando no sono e despertei assustada quando senti alguém me carregar. – Como você entrou aqui? – Gritei, fazendo-o rir da minha cara de assustada.
- Você deveria ter mais cuidado sobre as trancas da porta, deixar as portas abertas não é algo seguro a se fazer. – Ele disse como se dando um conselho. – A porta dos fundos estava aberta e eu entrei, seu cachorro gosta de mim, então colaborou bastante.
Fiquei olhando para ele desconfiada – São que horas? – Perguntei.
Ele olhou para o relógio em seu pulso. – Uma e meia, me perdoe a demora, meus clientes eram exigentes e bipolares demais, quase saí correndo de lá.
- Tudo bem... – Estava desconcertada com a proximidade dele. – Bom, acho que voltarei a dormir e você deveria ir. – Fui interrompida por um beijo, o beijo dele se tornava cada vez melhor.
O beijo ia se intensificando cada vez mais, o sabor do vinho estava me deixando louca, parecia que estava abraçada ao sol, pois a temperatura subiu de forma insana, comecei a tirar o terno que ele estava vestido e senti meu leve vestido deixar o meu corpo, agradeci mentalmente por esta usando uma lingerie legal e não aqueles conjuntos da vovó, ele deitou sobre mim descendo seus beijos para a região do pescoço me fazendo arrepiar, ao mesmo tempo ele alisava minha barriga descendo e subindo indeciso sobre onde deixa-las. Levei minha mão direita ao zíper da calça sentindo a protuberância que lá se encontrava, ao descer a calça, minha mão pressionou sua boxer fazendo gemer no meu ouvido e morder minha orelha, pedi para que ele fizesse silêncio para não acordar Jasmine, ao me dar conta do que havia acabado de dizer, empurrei-o e me enrolei no lençol que havia levado para sala rapidamente, ele me olhava confuso, apertei minhas têmporas.
- ? – Ele me chamou.
- Isso não devia... Não podia acontecer, ... – Comecei falar. – Olha, é melhor você ir para casa, eu não vou conseguir terminar nada sabendo que a Jasmine está no quarto ao lado.
- Você sabia que adultos transam mesmo quando há crianças em casa? – Ele perguntou divertido e desviou da almofada que joguei nele. – Tudo bem, minha mãe pediu para a Jas ir sábado para casa dela.
- E? – Arqueei as sobrancelhas.
- Bom, eu... Eu queria te agradecer por ter cuidado dela essa noite, podemos sair para jantar. – Ele me olhou como quem sente medo de ser rejeitado. – Você aceita, não é?
Pensei um pouco e respondi – Eu irei.
- Ótimo, pois já tinha feito a reserva em um restaurante. – Deu risada e eu acompanhei. – Não queria ir acompanhado de outra mulher.
Eu poderia dizer que não fiquei ansiosa para esse jantar com , mas estaria contando uma grande mentira, nem mesmo a agitação do restaurante conseguiu afastar a minha ansiedade. Alexa logo percebeu e tratou de contar para , fizeram uma conspiração contra mim e logo me rendi contando sobre o meu “encontro” com , não preciso dizer que elas surtaram da mesma forma que um grupo de adolescentes sendo notadas pela paixonite.
Finalmente o sábado chegou, não sabia distinguir meus sentimentos, mas o nervosismo certamente prevalecia. Vi o saindo com a Jasmine e logo deduzir que ele estava levando-a para casa de sua mãe, voltei para cozinha preparando meu café, fui passear com Snow logo depois, aturei minhas amigas no celular, e as horas não passavam, acabei pegando no sono quando decidi assistir um filme, acordando às 19 horas. Corri para o quarto em busca de uma roupa, me mandou uma mensagem avisando que a reserva era para às 21 horas e sairíamos quarenta minutos antes. Depois de um descanso na banheira e um belo banho, vesti uma lingerie vermelha, não planejava nada demais, mas se acontecesse algo, eu não me faria de rogada como das outras vezes, fiquei procurando um vestido chique, mas não tanto, que me deixasse sexy sem ficar vulgar, não disse para onde iriamos e isso complicava as coisas, senti que estava sendo observada novamente, vesti um robe e cheguei mais perto da janela e nenhum sinal de ninguém, meu celular tocou e era o ele.
- Oi. – Disse envergonhada, não é sempre que um vizinho gostoso me chama para jantar.
- Oi, . – Ele riu – Olha, se lhe serve de ajuda, o restaurante que iremos é beira mar, bom, isso deve ajudar com a escolha da roupa.
- Não é muito, mas agradeço. – Respondi. – Bom, vou terminar de me arrumar.
- Não vejo a hora de te ver bem de perto. – Não entendi a parte do “bem de perto”, mas dei risada e disse que ele iria se arrepender quando me visse. – Duvido que isso aconteça. – Ele completou.
Resolvi ir com um vestido justo até minha cintura na cor verde musgo, ele certamente diminuía minha idade, com renda na parte do busto e as costas nua, peguei um scarpin ouro metalizado que com certeza daria um ar de chique, uma maquiagem de leve, pois nunca gostei dessas coisas e fim. Assim que acabei, ouvi batidas na porta, desci o mais rápido que pude e fiquei sem ar ao olhar para , ele se encontrava com uma calça social que me permitia ter pensamentos proibidos, a camisa branca por debaixo do blazer aberto para dar um ar mais casual e um sapato fechado, ele estava totalmente de tirar o fôlego.
- Boa noite, senhorita. – Disse estendendo o braço para me apoiar, em um gesto de cavalheirismo, então passou meus braços sobre os seus e ele se aproximou mais ainda sussurrando em meu ouvido. – Você está muito linda.
Corei automaticamente – Obrigado, você também não está nada mal, senhor . – Retruquei e fomos até o carro, o silêncio da viagem era agradável e pude notar que não seguíamos em direção ao centro, perguntei ao para onde iriamos e fiz a minha melhor cara de cachorro abandonado, que não funcionou, pois o mesmo sorriu e respondeu brevemente um “você se surpreenderá!”. Tamborilando com os dedos na minha perna ao som dos Beatles, a viagem seguiu rapidamente.
Fiquei embasbacada ao chegar ao restaurante, era totalmente lindo e um tanto quanto romântico, o maître nos acompanhou até a mesa reservada a beira mar. fez os pedidos enquanto eu olhava o movimento do mar.
- Ei... ? – estralou o dedo próximo a meu rosto. – Está gostando da vista?
- Nossa... Isso é... É perfeito, ! – Sorri. – Estou amando.
- Também estou amando a minha. – Falou mais baixo.
- A sua o quê? – Perguntei confusa.
- Minha vista. – Pegou minha mão direita em cima da mesa. – Eu sei que já lhe disse isso, porém você está linda.
- Obrigada, . – Disse retraindo minha mão. – Bom, não sei bem como agir em um encontro.
- Não pense nisso como um encontro. – Falou. – Pense como se fosse um jantar de amigos, de preferência amigos com benefícios.
- Idiota! – Disse jogando um lenço de papel nele e voltando meu olhar para a praia.
- Assim que pensei em te chamar para jantar, esse lugar foi o primeiro a passar por minha cabeça. – Olhei para ele corada e surpresa com a declaração. – As ondas me lembram muito você. – Arqueei as sobrancelhas e perguntei o porquê. – Bom, você sabe, quando pensamos que poderemos pegá-las, elas se afastam.
- Vou levar isso como um elogio. – Ele deu risada e o garçom chegou com nossos pratos, o resto do jantar ocorreu perfeitamente bem e a comida estava maravilhosa.
- Você quer passear na praia? – Perguntou enquanto eu afastava o pires da sobremesa.
- Podemos? – Ele balançou a cabeça em sinal de positivo – Eu adoraria.
Ao chegar à ponta do deck, serviu de apoio para tirar meus saltos e pegou-os da minha mão, caminhamos pela areia contando coisas da nossa infância e nossos micos, quem olhasse de longe poderia facilmente confundir com um casal. Assentamos na areia jogando papo fora, tive que aturar piadas sem graças dele, ria na verdade da risada dele e não das piadas, entre conversa vai conversa vem, me beijou, eu já disse o quanto o beijo dele melhora a cada vez que o fazemos? Pois bem, não sei como é possível, mas isso acontece. As coisas começaram a esquentar e não queria que fossemos presos por atitudes obscenas em público, fui me afastando e ele me segurou mais forte. – Você não vai fugir de mim novamente, . – Ele disse deitando por cima de mim, demorou um pouco até eu colocar bom senso na cabeça dele, até porque ele estava pensando com a cabeça de baixo e não conseguia controla-la muito bem, em meio a lutas conseguimos seguir até o carro.
não desviara a atenção da estrada em momento algum, e cada vez mais apertava o volante com intensidade. – Se você continuar me olhando assim, precisarei parar o carro no meio do mato. – Assustei-me e olhei em seus olhos que estavam escuros de desejo.
- Não estou fazendo nada demais. – Disse sem entender.
- Só o fato de saber que você está do meu lado, é o suficiente para me deixar de pau duro, querida. – Disse apertando ainda mais o volante e se endireitando no banco, sorri satisfeita, qual mulher não gostaria de saber que deixa , o maior e melhor arquiteto da cidade, de pau duro?
Finalmente podíamos ver nossas casas, e quando pensei em perguntar para qual iriamos, estacionou o carro em sua garagem interna sem me esperar virar, abriu a porta do carona e me puxou entrando pela cozinha, derrubando a vassoura nos fazendo rir, ele parou quando eu dei um grito de dor e percebeu que tinha me batido na quina da mesa. – Machucou? Deixe-me ver isso. – Ele parou os beijos descendo até minha cintura para ver se tinha ocorrido algo pior, senti seu instinto paterno nessa atitude e balancei a cabeça espantando os pensamentos. Puxei-o de volta fazendo com que nossas bocas se chocassem e sussurrei um “está tudo tranquilo, não machucou”, voltamos a nos beijar com a mesma intensidade de antes e ele balbuciou algo como “quarto”, não entendi o que ele dizia, apenas concordei e deixei-me guiar por ele.
Entramos aos tropeços no quarto, ele segurou abaixo da minha bunda fazendo-me pegar impulso e prender minhas pernas em sua cintura, suas mãos circulavam das minhas coxas até minhas nádegas, sussurrando coisas como “gostosa”, “você não sabe o quando me enlouquece” em meu ouvido enquanto mordia o lóbulo da minha orelha esquerda, minhas mãos revezavam entre seu cabelo e suas costas, tirei minhas pernas da sua cintura e puxei ele comigo até sua cama, a essa hora eu não fazia ideia onde estava meu vestido, a calça e o blazer dele, comecei a desabotoar sua camisa branca dando beijos e mordidas nas partes descobertas, logo ele tratou de tira-la e prendeu a respiração ao me ver abaixada em direção a sua protuberância, óbvio que eu não faria nada demais, até porque certas coisas tem que ter bastante confiança no parceiro, por incrível que pareça, eu tinha em , mas não faria, ou pelo menos, não agora. Eu o queria. Queria dentro de mim o mais rápido possível, ele apertava meus seios e buscava o fecho do sutiã, irritou-se quando não o achou atrás e começou a me livrar da calcinha enquanto eu retirava meu sutiã. Eu não conseguia dizer nada, meus pensamentos estavam desordenados, senti um alívio quando , pela graça, me deitou na cama sob ele e começou a descer os beijos para meus colo, demorando em meus seios dando devida atenção para os dois, desceu para minha barriga brincando com meu umbigo, eu não queria joguinhos, queria ir direto ao ponto. Segurei sua cabeça e consegui falar – Eu quero você... Quero dentro de mim e agora, . – Ele riu do meu desespero.
- A noite é longa, , vamos aproveitar cada minuto dela. – Falou sacana beijando meu pescoço.
- ... – Gemi. – Por favor, vai logo.
- Vai logo para onde, ? – Perguntou parando o beijo para me olhar nos olhos, tentei aproximar nossas intimidades e choraminguei quando ele se afastou de mim. – Eu preciso que você diga para onde quer que eu vá, .
Ele continuou me olhando esperando fazer meu pedido completo. – Eu quero você dentro de mim, agora! – Não sei de onde tirei forças para conseguir formar uma frase coerente, senti o braço do perto do meu rosto e não o vi pegando a camisinha muito menos a colocando.
Gemi em surpresa e prazer quando ele me penetrou, nossos movimentos eram sincronizados, eu escutava as batidas do coração de , ou talvez fossem do meu. A cada estocada nossos corpos se aproximavam mais como se fosse possível, mordia os ombros de para abafar os gemidos incontroláveis, ele trocou de posição ficando sob mim com as costas encostada a cabeceira, controlava meus movimentos já que eu não era capaz nem de respirar, mordiscou meus seios e deixou chupões em meu pescoço, apertando mais ainda minha cintura e acelerando os movimentos, soube que logo ele chegaria ao ápice e tentei me controlar para chegarmos juntos. E aconteceu... Eu via luzes coloridas, me sentia em um parque de diversões ao som de Flawless, deitei a cabeça no ombro de enquanto tentávamos regular nossa respiração, ele me ajeitou na cama com a cabeça em seu peito forte e nos cobriu, me deixei levar pelo cansaço e dormir no calor dos seus braços.
Fui acordada ainda no meio da noite para uma segunda, terceira e quarta rodada. Fomos tomar banho para finalmente dormir e acabamos nos deixando levar pelo desejo e marcar o banheiro com nossa excitação desenfreada. A última vez que olhei no relógio, ia dar 7 horas da manhã, o cansaço nos venceu. foi o primeiro a pegar no sono, o observei, até dormindo ele me excitava, eu não me sentia arrependida do que tínhamos acabamos de fazer, virei de lado e ele me abraçou por trás, nunca dormir de conchinha com nenhum cara, muito menos no “primeiro encontro”, sorri, acho que estava me apaixonando, olhei para a cômoda ao lado da cama e vi uma foto dele e da Jasmine, não queria pensar sobre ele ter uma filha e eu não querer aproximação com crianças naquele momento, então fechei os olhos e dormir.
Senti beijos molhados no pescoço que me fizeram encolher, dei risada e abri os olhos vagarosamente para encontrar apenas de toalha em cima de mim. – Bom dia, dorminhoca! O almoço está pronto. – Ele falou me dando um selinho. Eu só queria voltar para meu sono, sonhar com ele e com nossa noite maravilhosa.
- Você fez o almoço? – Fiz cara de espanto e me sentei na cama puxando o lençol, ele desceu o olhar sobre meu corpo e deu um sorriso safado.
- Eu liguei para o restaurante e esquentei a comida. – Respondeu ele – Isso conta como preparo de almoço?
- Vou te dar um desconto. – Levantei levando a coberta comigo em direção ao banheiro enquanto vestia uma bermuda. – Vou tomar um banho e já desço, ok?
começou abri o zíper e dizendo. – Opa, talvez você precise de uma mão extra para ensaboar suas costas, vou ser um bom anfitrião e te ajudar.
- Nada disso, garotão! – Encostei a porta deixando apenas a cabeça de fora – Sabemos que sua intenção não é das mais puras. – Dei risada com a cara de falsa ofensa dele e fechei a porta.
Com os olhos fechados e a água caindo nos meus cabelos, pude me permitir pensar nos acontecidos da noite passada e como seriam as coisas a partir de agora, não conseguia me arrepender do que tinha feito, mas sabia que tinha outra pessoa envolvida nessa história e não tenho certeza se me acostumaria com isso. A porta do banheiro foi aberta e me assustei, notei a sombra de pelo espelho fosco, ele deixou uma peça de roupa na bancada.
- ? Trouxe uma roupa. – Ele avisou e se virou para porta, respondi um “obrigado” e voltei a lavar o cabelo, antes de fechar a porta disse: – Você sabe que pode mudar de ideia e me aceitar no banho, não é?
- Não, , eu não mudarei de ideia! – Dei risada quando ele resmungou e saiu do banheiro. Vesti a camisa dele, que parecia mais um vestido em mim, com uma boxer e sai do banheiro.
- Podemos almoçar agora? – Ele perguntou revirando os olhos com a minha demora no banheiro.
- Claro, guloso. – Falei apertando as bochechas dele. – Você sempre fica de mau humor quando está com fome?
- Qualquer pessoa normal ficaria. – Ele respondeu. – Não precisava demorar muito no banho se vamos nos sujar novamente. – Ele se aproximou e apertou minha nádega.
Descemos em meio a brincadeiras, era uma ótima pessoa, como amigo era nota mil, e como amante eu não tenho palavras para descrever o quão perfeito ele era. Ele estava se achando um chef com avental como se realmente tivesse feito à comida, arrumou a mesa e até um vaso de flores ele colocou no centro.
- A sobremesa será ótima! – Ele começou a dizer com seriedade. – Não me importo de pular logo para essa parte.
- O que você comprou? – Perguntei cortando um pedaço do frango. – Não me diga que ainda é aquela torta que eu lhe trouxe. – Dei risada.
- Aquela torta estava muito gostosa, mas a de hoje será mais ainda! – Deu risada com minha cara de incredulidade.
- A moça da torta aqui, senhor . – Disse apontando para mim. – Está muito magoada com essa informação. – Ele deu de ombros e se voltou para seu prato, fiz o mesmo.
O restante do almoço foi em silêncio, quando terminamos, retirou os pratos colocando-os no lava louças enquanto eu retirava o que tinha sobrado e guardava em vasilhas que ele deixou sobre a grande ilha que havia na cozinha, terminei e guardei na geladeira. Fiquei encostada na ilha olhando o quintal, avistando uma piscina maravilhosa que me fez ter pensamentos maliciosos.
– Oi. – Ele disse me pressionando contra a ilha. – Já podemos partir para a sobremesa? – Sussurrou e mordeu meu pescoço.
- E qual seria essa? – Perguntei me amolecendo nos braços dele.
- Você! – Disse ele enquanto me virava para ele e me colocava sentada na ilha.
Gemi quando ele apertou meus seios e comecei tirar sua camisa, ele mordia meu pescoço como se as marcas da noite passada não bastassem, notei sua excitação e isso me deixou ainda mais animada, sem esperar, tirei a camisa que usava, murmurou algo como “Que maravilha!”, pois estava sem sutiã e retirou sua cueca boxer não parando em momento algum de dar atenção aos meus seios, porém, agora utilizando a boca, levou a mão até o bolso e retirou duas camisinhas colocando-as em cima da ilha.
– Você já tinha planejado isso, seu tarado? – Perguntei dando risada, ele apenas afirmou com a cabeça e abaixou a calça levando o que restava da boxer junto, me encarreguei de rasgar o envelope da camisinha e ele me olhou dando permissão para colocar. Soltamos um gemido gutural ao senti nossas intimidades encaixadas, o abracei pelo ombro e arranhava suas costas com uma mão enquanto a outra puxava seu cabelo, as mãos dele vagavam dos meus seios para minha barriga, às vezes indo em direção as minhas nádegas e apertando-as com uma força fora do comum, não me surpreenderia se encontrasse marcas ali também, nossas bocas duelavam como se precisassem vencer aquela batalha para sobreviver, o ar já não era necessário para nós, protestei quando ele desceu os beijos novamente para meu pescoço e puxei-o pelos cabelos até chegar a meu rosto novamente, ele deu risada e mordeu meu lábio inferior, avisei que já estava prestes a gozar e ele começou estocar mais forte e mais rápido, logo me fazendo chegar ao ápice, não demorou muito e ele também alcançou o dele. me carregou e levou para o sofá deitando-me e retornou para cozinha pegando nossas roupas espalhadas. - Estou exausta! – Disse ofegante. – , eu te odeio, estou toda mordida, não posso nem aproveitar aquela piscina maravilhosa! – Fiz biquinho, o que fez rir e dar um selinho para desmanchar.
- Isso é bom, pelo menos você não vai amostrar seu corpo para mais ninguém além de mim. – Sorriu – Nada nos impede de curtir a piscina.
- Me impede, sim! – Ele me olhou interrogativo. – Eu não tenho biquíni. – Falei e ele sorriu malicioso.
- Você não precisa esconder tudo isso do senhor aqui! – Disse passando a mão pelo tórax e mordendo os lábios de uma forma sexy.
Fiz cara de pensativa – Eu acho melhor não, , alguém pode ver. – Falei – Deixamos para uma próxima vez. - Ele levantou rapidamente e me pegou no colo, correndo para cozinha e abrindo a porta que dava para piscina, quando percebi onde estávamos indo, me desesperei. – , me ponha no chão! – Gritei esmurrando seu peitoral como se fizesse alguma diferença, o sacana apenas dava risada, gritei mais ainda quando ele chegou à beirada da piscina e fez a menção de me jogar. – , por favor, não faz isso – Implorei.
Ele me olhou e deu risada. – Quais as palavras mágicas? – Perguntou.
- Por favor? – Questionei e ele negou. – , vai molhar sua cueca, acho melhor você não fazer isso. – Ele pensou, e por um momento achei que ele tinha se rendido.
- Ops! – Ele gritou ao me soltar na piscina e se jogou logo depois.
Dois meses e uma semana desde o jantar e uma longa maratona de sexo com o . Há exatos dois meses e uma semana nós mantemos um relacionamento, na verdade, não sei como definir o que temos e nem sei se realmente isso pode ser chamando de relacionamento. Eu não queria nada sério e ele desejava o mesmo, então, nos fins de semana ele deixa a filha com a mãe, ou até mesmo no meio da semana quando estou de folga ele dá uma fugida, geralmente saímos para comer algo e no final da noite sempre acabamos no mesmo lugar e da mesma forma, no quarto e nus. Recebi uma mensagem do querendo fazer um programa diferente, iriamos ao parque fazer um piquenique. Preciso admitir que não estou indo adiante com minha promessa de não me apaixonar, mas faço o possível para evitar, ainda mais quando o vejo com a filha.
– Você sabe dizer se a menina está com a mãe dele? – Perguntei a Alexa pelo telefone depois de avisar para ela que sairia com .
– A Jas? – Disse a ruiva. – Não sei dizer, sei apenas que ela é uma criança ótima.
– Nem vem, Alê! – Cortei a conversa, pois saberia onde iria dar. – Bom, vou terminar de me arrumar.
Olhei meu reflexo no espelho e aprovei o visual próprio para um piquenique, um vestido florido e soltinho com uma rasteira e um rabo de cavalo, desci as escadas correndo, coloquei a comida do Snow e esperei o ligar.
– , já estou aqui na frente. – Disse ele assim que atendi o telefone.
– Oi. – Sorri.
– Oi. – Ele sorriu de volta. – Você está linda.
– Obrigada. – Corri. – Vamos para qual parque? – Antes mesmo de ele responder, uma terceira pessoa se manifestou.
– Oi, ! – A voz doce e infantil me cumprimentou.
– Olá, Jasmine. – Respondi simplesmente e prendi minha atenção na rua.
– ? – Ouvi o me chamar, sussurrei um “Sim” e depois de um tempo o olhei.
– Não fazia parte do plano, mas minha mãe não pôde cuidar da Jas, não quis desmarcar nada em cima da hora. – Ele explicou – Você entende, não é?
– Tudo bem, eu entendo. – Respondi um tanto quanto fria. Continuamos o caminho em silêncio, tamborilava ao som da música no volante, Jasmine brincava alheia a meus problemas onde ela era o principal problema.
Parecíamos uma família feliz para quem estava alheio aos meus medos, evitava o máximo possível ter muito contato com a Jasmine, preciso dizer que a felicidade dela me irrita algumas vezes.
- Papai, quero algodão doce. - Pediu Jasmine apontando para a barraquinha próxima a nós. Vendo a cara de pensativo de , ela decidiu apelar. Crianças! - Por favorzinho, papai.
Ele sorriu a pegando no colo e indo em direção à barraca - Você quer que cor? - Ela rapidamente gritou "rosa". - ? - Chamou minha atenção passando a mão na frente do meu rosto, o olhei - Quer também, um algodão doce?
- Claro! - Respondi sorrindo para ele, por um momento esquecendo a garota em seus braços. - O verde é o meu favorito, senhor . - Ele riu certamente se lembrando da surpresa que tinha feito no escritório dele com uma lingerie verde.
- Um rosa para minha princesinha, e um verde para a moça da torta aqui. - Disse para o vendedor e apontou para mim.
Após a compra do algodão doce, seguimos o caminho do zoológico, passando por todas as jaulas e ouvindo o guia explicar sobre cada animal, Jasmine se mostrava muito compenetrada no que diziam, como se ela entendesse tudo, a segurava no colo e apontava para os animais rindo da forma que eles comiam ou algo do tipo, já eu me mantinha mais afastada, uma parte de mim não queria ser associada àquela pequena família e a outra parte desejava que eu fosse um membro da mesma. Continuamos a rodar pelo zoológico e já estávamos cansados, a garotinha continuava ativa querendo voltar para ver os macacos, revirei os olhos com o jeito dengoso dela e cedeu novamente, olhei para ele indignada que deu de ombros indo em direção aos macacos.
- Olha ele tá comendo! - Disse a garotinha nos olhando e batendo palmas.
- É a quarta vez que passamos aqui e eles estão comendo. - Disse revirando os olhos, gesto que tinha ficado natural nesse passeio.
- Acho melhor pararmos para o lanche, estou morrendo de fome! - disse passando a mão pela barriga.
Paramos finalmente nosso tour para fazer um lanche, sentamos em um banco e foi fazer os pedidos me deixando sozinha com a Jasmine.
- Você tem uma filha linda! - Disse uma mulher parada ao nosso lado esperando alguém e conversando com a Jasmine.
- Ela não é minha filha. - Respondi secamente.
- Me desculpe. - A mulher encolheu os ombros - Vi vocês passeando no zoológico, achei que ela fosse sua filha.
- Ela é minha filha. - A voz grossa do se fez presente, o mesmo nos entregou a bandeja com comida e se acomodou ao lado da Jasmine. A mulher continuou elogiando a menininha e sorria em agradecimento, me deixando fora da conversa. Ao terminarmos o lanche, ele se levantou. - Vamos? Já está na hora. - Concordei me levantando.
Droga, , você sempre tem que estragar as coisas! Desde quando cheguei do passeio estava pensando sobre isso, o olhar magoado do , a frieza que ele me tratou logo depois da minha conversa com a maldita mulher que apareceu para dizer que a Jasmine era minha filha, pelo amor de Deus, nem ao menos somos parecidas. Resolvi ligar para a , ela sempre me dava ótimos conselhos.
- O que você aprontou dessa vez? - Foi a primeira coisa que ela disse ao atender minha ligação.
- Uma grande merda. - Fui sincera. - Acho que estraguei tudo dessa vez. - Peguei água na geladeira e fui para o quarto. - Eu e estamos saindo. - Ela me interrompeu dizendo ironicamente: "Uau, jura? não sabia". - Cala a boca e me escuta, criatura! Então... Nossa relação estava ótima, até porque não tinha a presença da filha dele, ele não me cobrava nada em relação a isso, era tudo ótimo, até hoje ele levar a filha para nosso encontro.
- Não vejo problema nisso. - Respondeu . - Ela é uma menina muito doce e parece gostar de você, inclusive ela viu nossa foto no meu escritório e começou apontar dizendo "tia , papai!". Ela é uma graça.
Continuei a conversa sem imaginar que havia alguém escutando tudo. - Ela pode gostar de mim, ser uma gracinha ou o caralho a quatro, ), isso não irá mudar o meu sentimentos por ela, eu odeio crianças, você sabe disso.
- Na verdade, você pensa que odeia, . - Ela suspirou. - Eu apenas quero saber quando você vai parar de se prender ao passado e fechar sua mente para essas coisas.
- Ok, psicóloga! - Comecei ficar irritada. - Sabe qual é o problema? Eu nunca vou esquecer meu passado enquanto estiver com um cara que tenha filha, é lamentável ter uma criança, eu realmente pensava que poderia ter algo sério com ele, mas isso é impossível enquanto houver a filha dele entre nós.
- Pelo amor de Deus! , você que coloca a filha dele como empecilho, ela não tem culpa de você ter perdido seu filho ou de seu namorado ter lhe abandonado grávida! - Ela explodiu. - Eu não posso te ajudar em nada se você não se ajudar primeiramente.
- Eu não quero ter que cuidar dela só porque ela não tem mãe, não quero ser uma substituta. - Suspirei, pois no fundo sabia que ) tinha razão. - Pare de agir como se eu fosse um monstro, até porque sinto pena por ela ter sido abandonada. - Sentei-me na cama e notei um movimento na porta, olhei assustada e aquela, com toda certeza, foi a pior coisa que já tinha visto. – ? - Sussurrei.
- O que tem o ? - ) perguntou do outro lado da linha.
- Te ligo depois. - Desliguei o telefone sem esperar uma resposta e caminhei até o homem a minha frente. - ... Posso explicar o que você ouviu. - Cada passo que eu dava para perto dele, me sentia mais distante, ele sacudiu a cabeça.
- Explicar o quê? Me diga, ! - Seu tom de voz aumentava a cada palavra dita. - Explicar o que eu acabei de ouvir? Seu desabafo com uma amiga? Quer começar explicando que parte? A que você odeia minha filha? - Cada palavra dele lançadas a mim com raiva era como uma facada, eu infelizmente gostava dele a ponto de sofrer por ele estar sofrendo, e o mais incrível é que ele sofria por minha causa, a vida é irônica!
- Como você entrou aqui? Sabia que isso é invasão domiciliar? Qualquer merda que seja, isso é um crime além de ser falta de educação. - Disse irritada, e por um momento quis que ele mudasse de assunto.
Ele riu, um riso com rancor e ódio, seu olhar de desprezo para mim era o que me incomodava, me sentia um completo lixo. – Eu, por um momento, , por a porra de um momento, achei que você fosse diferente, eu notava o quão desconfortável você ficava quando a Jas estava por perto, só não imaginava que fazia isso por detestar ela!
- Eu não a detesto. - Falei e ele arqueou as sobrancelhas. - Você precisa se acalmar, eu vou te explicar tudo! Por favor, me escuta, !
- ! Me chame de , ou até mesmo senhor , é muito íntimo para uma pessoa que eu não conheço.
- O que você acabou de ouvir não muda quem sou! Continuo sendo a , por favor, me deixa explicar tudo isso - Implorei.
- "Isso não irá mudar o meu sentimentos por ela, eu odeio crianças, você sabe disso." - Ele me olhou após dizer as mesmas palavras ditas a pouco - "É lamentável ter uma criança" - Continuou e se afastou quando tentei uma aproximação - Bom... A que eu conhecia, pelo menos achava que conhecia, não diria uma coisa dessas, ou na verdade eu nunca te conheci realmente.
- Um fato do meu passado revela esse lado meu, não é como se eu quisesse odiar sua filha, . - Disse tentando formular um pedido de desculpas convincente. - Só me escuta. Eu te explicarei o motivo.
- Que se foda o seu passado, isso não é desculpa! - Ele se virou e desceu as escadas.
- , pelo amor, me deixa falar. - Parei em sua frente, não permitindo sua saída. - Eu perdi um filho com apenas cinco meses de gestação e não posso mais ter filhos. É uma história grande e complicada, me escuta! - Contei meu grande fardo.
- E? - Ele perguntou. - Por isso você odeia crianças? Quantos anos você têm? - O olhei incrédula, esperava que ele fosse mais maleável após saber disso. - Você é como todas as outras, , você não presta. - Ele não me olhava enquanto falava, como se desejasse que tudo aquilo não passasse de um pesadelo. - Nunca lhe pedi para ser a mãe que minha filha não teve, sabe o que realmente é lamentável? Ela gostar de você. Ela não precisa da sua pena, nós não precisamos, até porque a única digna de pena aqui é você. - Não tinha reação, apenas chorava com as palavras, de certa forma injusta, ditas por ele. - Você é uma vaca frígida como a Ashley, sinto nojo de você, porém a pena que sinto é maior já que você nunca vai saber o que é amor de verdade, um amor puro de mãe para filho, sentir a alegria de estar presente nos primeiros dias de uma vida, um pequeno ser com alma pura, saber que ele te chamará quando se sentir ameaçado, a alegria de ouvir a primeira palavra dita, um "mamãe" ou até mesmo um "não" na hora do almoço com papinhas de legumes e vegetais. Sabe por que você não será honrada com tudo isso? Por causa de um simples acontecimento fatídico você não permite ser capaz de se abrir pra isso. - Um nada, era assim que eu me sentia, um completo nada, um saco vazio, sem amor para dar e indecorosa para receber o mesmo. - Tenho uma última coisa a dizer. - Ele completou - Nunca mais se dê o trabalho de falar comigo, você não é bem vinda. - Ele enxugou lágrimas que ameaçavam cair dos seus olhos. – Infelizmente, o único sentimento que restou por você foi desprezo. - Fazendo questão de me olhar nos olhos. - Não se preocupe mais em ter que aturar minha filha, não será necessário! - Virou-se e saiu, me deixando sozinha.
Me sentei no sofá e chorei, chorei pela perda do meu filho, por não poder ter outro, por perder o único cara que me apaixonei, me odiei por não consegui superar isso. Uma grande tola, fria e sem coração foi nisso que me tornei. Chorei até finalmente pegar no sono e poder ter paz. Ou não.
Duas semanas. As duas piores semanas da minha vida. Não houve um dia sequer que eu não me sentisse arrependida por ter me tornado uma pessoa amargurada, totalmente uma vaca frígida. Em vários momentos me pegava pensando no , às vezes até mesmo na Jasmine, todas as manhãs eu observava o cuidado dele com a filha, colocando na cadeirinha e levando-a para escola, nunca dirigindo o olhar para minha casa, isso me magoava, era como um lembrete que me odiava. Os únicos momentos que ele fugia da minha mente eram quando eu estava no restaurante, aumentei minha carga horária no trabalho, não faltava um dia para não permitir me martirizar por ele. E era no St. Patrick que encontrava a paz, onde eu estava nesse exato momento.
- ? - Alexa me chamou entrando na cozinha e cumprimentando com sorriso os funcionários. - Podemos conversar?
- Depende do assunto. - Falei sem tirar os olhos da panela.
- É uma notícia. - Ela se apoiou no balcão ao meu lado - Na verdade, um convite.
- Tudo bem. - Olhei para ruiva que sorria sem parar. - Você está me assustando! Qual o motivo de tanta felicidade em plenas nove horas da manhã?
- Sou bastante humorada a qualquer hora do dia. - Ela retrucou irritada e logo depois deu risada vendo a minha cara. - Qualquer hora do dia após o meio dia.
- Ok, você está estranha. - Provei o que estava fazendo e sorri satisfeita. - Deixe-me terminar isso, já irei ao seu escritório. - Ela continuou parada esperando por algo - O que você quer, Alexa Hope?
- Experimentar a comida, duh! - Ela falou como se aquilo fosse óbvio e eu pus em um pires para ela. - Agora eu posso ir embora feliz. - Acompanhei sua risada e gritei quando a mesma passou por mim e deu uma tapa em minha bunda. - Gostosa!
Estava curiosa para saber essa novidade da Alexa, com certeza é algo muito foda para essa mulher está feliz antes do almoço, preparei tudo o mais rápido possível e corri para seu escritório.
- A que devo a honra de ser chamada ao seu sagrado templo, majestade?
- Eu estou noiva! - Disse Alexa dando pulinhos. - Trenton me pediu em casamento!
- Ai meu santo Deus! - Tapei a boca para o grito não sair escandaloso. - Estou tão, tão, tão feliz por você! Eu não acredito que você, puta louca, vai se casar antes de mim e da ! - Completei dando risada.
- Muito menos eu! - Ela deu risada. - Achei até que ser cafetina era a profissão mais adequada para mim, nunca achei que pudesse me apaixonar de verdade.
- Você merece todo amor do mundo! - Disse sincera - Estou tão feliz por você, quero chorar!
- Oh, meu amor! - Ela me abraçou. - Fico feliz em saber que você aprovou. Bom... Você sabe que sua opinião e a da são muito importantes para mim.
- Trent é um cara legal, e é perceptível o amor que ele sente por você. - Sentei-me no sofá e ela se sentou ao meu lado. - Mas é bom ele saber que sou cozinheira e tenho muitas habilidades com faca, só para o caso de ele dar mancada!
Rimos e conversamos bastante, Alexa conseguiu me fazer rir de verdade, coisa que estou um tempo sem fazer.
- Alexa? - Chamei a atenção da ruiva que respondia uma mensagem do Trenton quase babando na tela, que apenas murmurou um "sim?". - Ei! Olhei para mim.
Ela sorriu sem graça – Desculpa, .
- Você disse que tinha um convite a me fazer, qual seria? - Perguntei.
- Hm... A família do Trent é bem tradicional, sabe? - Ela começou a dizer e eu apenas assentia com a cabeça. - Eles marcaram um jantar de noivado, você e são minha família agora, e queria muito que vocês fossem.
- Não sei se seria uma boa ideia, Alê. - Falei sem graça, encolhendo os ombros. - Ia ficar um clima chato, não quero acabar com a festa.
- Não quero desculpas, , Trenton já conversou com . - Ela explicou. - Bom, ele já tinha noção que você iria e disse que não precisamos nos preocupar, pois ele não fará ou falará nada demais.
- Talvez seja isso que me incomode. - Suspirei tristemente fazendo Alexa me abraçar e pôr minha cabeça em seu ombro. - Eu não aguento mais ser tratada como se nunca tivesse feito parte da vida dele, o desprezo e falta de importância que ele nutre por mim é pior que qualquer coisa que você possa imaginar.
- Meus pais não virão, apenas a Noah. - Ela me olhou como um cachorrinho abandonado. - Eu sei o quanto isso te machuca, mas tente fazer um esforço, talvez ele nem vá por causa do trabalho.
- Tudo bem! O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo? - Retribui o abraço e me levantei, precisava voltar para cozinha, era meu lugar seguro, sabia que não derramria lágrimas lá. - Preciso voltar para cozinha. Me mande o endereço por mensagem e nos vemos amanhã. - Tentei dar meu melhor sorriso.
- Você é a melhor ! - Ela sorriu também. - Te amo.
- Olá. - Ela disse e Trent apareceu atrás dela.
- ! Você veio. - Trenton disse me puxando para dentro da casa e me abraçando. - Mãe, essa é , amiga da Alexa que lhe falamos.
- Prazer. - Estendeu a mão. - Diana.
- O prazer é meu, Dona Diana. - Sorri educadamente, nunca imaginaria que uma mulher daquelas teria filhos já homens feitos, ela aparentava ser bem jovem.
- Vamos entrando! - Ela puxou Trenton e eu para a sala, ao me ver, Alê levantou correndo.
- Muito obrigado por vim, . - Ela me abraçou mais forte. - Imaginei que você inventaria alguma desculpa. - Balancei a cabeça em negativo e sussurrei um "mas eu vim por você!". - Deixa eu te apresentar todos. - Disse apontando para cada pessoa e dizendo o respectivo nome. – Thomas, o irmão mais velho do Trenton, Danielle a mulher dele e a Emily filha deles. Aquele... - Disse ela apontando para um garoto mais novo de cabelo verde. - É o Tyler, o caçulinha, e o Papa . - Todos me cumprimentaram e foram bem agradáveis, procurei por sinal de ou Jasmine e nada.
- Maneiro seu cabelo. - Falei para o Tyler que estava sentando ao meu lado, todos sempre me encaixavam nas conversas, mas me sentia um pouco desconfortável, respondia sempre o básico, mas tentando ser agradável.
- Valeu. - Ele disse fazendo pose. - Quer tocar?
- Eu acho que não. - Ele era engraçado. - Obrigado. - Demos risada. Olhei disfarçadamente para o relógio, pois não queria que achassem que eu estava entediada, louca para ir embora ou algo do tipo, já que mal tinha chegado.
Além de elegante Diana parecia muito rígida, notei a forma que ela tratava a mulher do Thomas e imaginei se seria a mesma coisa com a Alexa, por um momento pensei em como ela me trataria se eu estivesse com o , ou melhor, como ela me trataria se soubesse do que tinha acontecido. Todos conversavam alegremente, já estava um pouco mais solta e tentava o máximo me encaixar.
- Tio Tyler, para de olhar as pernas da moça! - A Emily falou, fazendo todos olharam do Tyler para mim e rirem.
- Cala a boca, pirralha! - Ele falou bravo e sorriu para mim sem jeito. - Crianças! - Revirou os olhos.
Alexa e Trenton estavam em um canto se agarrando, Thomas e seu pai conversavam sobre negócios, Tyler estava no celular, imaginei que com alguma garota já que não parava de sorrir, Diana estava na cozinha coordenando os empregados, dando ordens e broncas, Emily brincava com seu tablet da barbie, até a Noah, que tinha acabado de chegar, já estava no vício. Adolescentes! Eu nunca tinha me sentido tão desconfortável e solitária em um lugar, ao mesmo tempo em que estava rodeada de pessoas.
- Posso me sentar aqui? - A mulher do Thomas, Danielle, me perguntou apontando para o lugar vazio do sofá.
- Claro. - Respondi sorrindo.
- Você mora aqui perto? - Danielle, Dani como preferia ser chamada, engatou uma conversa.
- Não tão perto. - Fiquei receosa em dizer que morava no mesmo bairro que , ou citar o nome do bairro e ser questionada sobre o conhecer.
- Mãe? - Emily nos interrompeu sentando no colo da mãe para atrair mais a atenção. - Kate me convidou para a festa do pijama, eu posso ir?
- Isso é com seu pai, Emy. - Dani respondeu e a menina fez uma careta. Depois de conversas com Alexa e Marissa, além das coisas que escutei do , comecei a analisar melhor meu comportamento em relação a crianças e consegui admitir para mim mesma, depois de anos tentando fazer o oposto, eu queria uma família, uma de verdade com filhos e tudo mais, eu queria poder gerar uma criança, porém percebi que mesmo não podendo engravidar, eu não queria mais me prender ao passado, já perdi muita coisa isso. Enquanto Danielle conversava com a filha, me imaginei dando a notícia que estava grávida a , o brilho no olhar dele demonstrava amor e felicidade, pena que isso não passava de uma ilusão. Bem, eu estava apaixonada e completamente ferrada. Sacudi a cabeça espantando esses pensamentos e prestei atenção no que Diana dizia.
- O jantar está pronto. - Diana disse. - Vamos para sala de jantar.
- não vem? - Thomas perguntou. - Achei que iríamos esperá-lo. Sempre esperamos.
- Não importa. - Trenton interveio. - O que importa é que eu e a Alexa estamos aqui e é nosso noivado. - Diana fechou a cara com o comentário do Trenton.
- As coisas não são assim, Trenton . - Paul se pronunciou e quando iria continuar, a porta se abriu revelando o dito cujo.
- Sem brigas! - Ele disse sorrindo, creio que não tinha me notando, já que eu estava mais afastada do grupo. - Cheguei.
- Vovó! - Jasmine gritou e correu para abraça-la, logo depois indo em direção ao avô que a pegou no colo.
- Olá, filho pródigo! - Ela disse o abraçando, ele se desvinculou dela indo em direção aos outros presentes na sala até chegar a mim.
- Essa é , amiga da Alexa. - Diana falou, senti os olhares de Trenton e Alexa em mim.
- Oi, tia . - Jasmine se pôs entre nós.
- Oi, Jasmine - Respondi sorrindo sincera.
Diana olhou confusa. - Vocês se conhecem? - abriu a boca para responder, mas parou ao ouvir alguém o chamar.
- ? - Olhei sobre os ombros dele e vi uma loira linda. - Boa noite! - Ela mostrou a carreira de dentes brancos.
- Somos vizinhos. - Respondi baixo para o nada, pois toda atenção se voltou para a mulher na porta.
- Entra, baby. - Ele disse me dando as costas e indo em direção a loira que me lembrava de alguém. - Pessoal, essa é minha namorada Candice.
- Prazer, Candice Swanepoel. - Puxei do fundo da memória de onde conhecia esse nome, até Noah dizer.
- Candice Swanepoel, tipo a Candice modelo? - Noah se aproximou. - Estou dividindo a mesma sala com uma Angel da Victoria's Secret? Acho que vou desmaiar!
- Não exagera, garota. - Alexa puxou a irmã pelo braço, que ao escutar o nome Candice, correu imediatamente para o lado da loira analisando-a como uma caçadora.
Parece que alguém ali seguiu a vida rápido demais, fiquei decepcionada, é claro, não esperava isso, se minhas chances já eram mínimas em tentar um reatamento com ele, agora tinha se tornado nula, a única coisa que quis foi chorar. Alexa se aproximou de mim e sussurrei que estava bem, apenas queria ir ao toalete, ela apontou indicando o local.
Respira, ! Repetia isso como um mantra, não me permitiria chorar mais uma vez por ele, simplesmente cansei! Retoquei a maquiagem e arrumei meu decote. Essa noite promete!
Desci as escadas e notei que não tinha ninguém na sala de estar, procurei pela sala de jantar, não foi necessário muito esforço, pois Jasmine passou correndo por mim e Emily vinha atrás pedindo para ela tomar cuidado, as segui e ao chegar na sala, Diana me mostrou o meu lugar, bem em frente a e sua namoradinha. Ele fazia questão de beijá-la todo momento para me provocar ciúmes, dei o máximo de mim para não demonstrar que aquilo me abalava.
- Queria pedir a atenção de todos. - Trenton se levantou. - Bom, como todos sabem, eu conheci uma pessoa especial e decidi que a queria para todo o sempre, não sou bom com palavras, - Ele riu. - mas isso não mudará muita coisa, pois nem todas as palavras existentes poderiam definir quanto eu amo essa mulher ao meu lado. - Sorriu para Alexa e pegou na mão dela fazendo-a levantar. - Nada melhor que dividir com minha família e amigos esse momento especial. - Se ajoelhou. – Alexa, - Ela fez uma careta e ele a beijou na mão. - Você aceita se casar comigo?
- Sim! Sim! Mil vezes sim! - Ela se abaixou e o beijou. Comemoramos por um tempo e logo depois começamos a jantar.
Após o jantar, voltamos para sala e começamos a conversar, fazer planos para o casamento e até mesmo à despedida de solteiro, me observava enquanto falávamos sobre boates, dançarinos e stripers. A namorada do se juntou a nós, Alexa tentava trata-la bem, já Diana não fazia muita questão de mostrar que não aprovava o relacionamento dela com seu filho, independente de quem ela fosse.
- Vou ao toalete. - Avisei para elas que estavam tão empolgadas que nem sequer se importaram.
Subi as escadas, arrumei meu vestido novamente, principalmente o decote, estava realmente disposta a provocá-lo. Abri a porta do banheiro e me surpreendi ao ser jogada para dentro novamente, se virou para trancar a porta e me olhou com cara de poucos amigos. - Qual é o seu problema? - Perguntou-me.
- Qual o meu problema? - Ri ironicamente. - Você invade o banheiro, nos tranca aqui e ainda tem a cara de pau em me perguntar qual a porra do meu problema?
- Por que você veio? - Questionou.
- Por que não viria? – Retruquei. - Achou que não viria por sua causa? - Não esperei ele responder. - Achou bastante errado, querido! Quem é você, !? - Falei aproximando minha boca do seu ouvido e me assustei quando ele me empurrou violentamente para o balcão da pia, gemi de dor, ele pareceu não se importar e me levantou, deixando-me sentada e afastando minha perna para encaixar seu corpo.
- Quem sou eu? - Ele perguntou mordiscando meu pescoço. - Sou o cara que você provocou a noite toda, , pensa que não percebi as provocações na mesa?
Tentei me afastar, tinha que manter minha dignidade. - Sua namorada está no andar de baixo. - O lembrei.
- Eu não me importo com isso. - Ele disse me beijando. - Sei que você também, não. - Desceu novamente os beijos para meu pescoço, seguindo para o vale entre meus seios, levou a mão para minhas pernas acariciando e levantando o vestido vagarosamente, desci a mão dos seus sedosos cabelos em rumo a sua calça, ele se afastou e balançou a cabeça em negativa. - Todo prazer para você, . - Ele disse massageando o interior das minhas coxas e avançando com sua mão para minha calcinha. - Molhada como eu esperava. - Não estando em condições de responder nada coerente, apenas gemia e aproximava meu corpo do seu, sabia que deveria parar, mas qualquer momento lúcido meu foi para os ares quando ele me penetrou com um dedo, gemi alto e ele me beijou para abafar o som, pedi por mais e ele prontamente atendeu meu pedido enfiando mais um, estava perto do ápice, ele notou. Esperei a explosão e me sentir nas nuvens, mas a única coisa que senti foi um vazio, afastei a cabeça dos ombros de e o olhei, ele ria sacana, se afastou de mim e lavou as mãos saindo do banheiro. Frustrada e bastante excitada era como eu me sentia, e pior, me sentia usada. Raiva era o que sentia do agora, não me deixarei abater, não mostraria fraqueza, terminei de me recompor e desci de cabeça erguida, ninguém notou nosso sumiço, então voltei a conversar como se nada tivesse acontecido, depois de um tempo recebi uma ligação da e levantei pedindo licença e indo para a varanda, conversamos e quando acabamos decidi não entrar, queria pensar no que aconteceu, no quão otária fui, sentei-me nos degraus e senti uma presença do meu lado.
- , porque papai está chateado com você? - Jasmine perguntou depois de observar a lua.
- Por que ele estaria chateado comigo? - Perguntei fingindo não saber de nada.
- Ele disse que eu não podia mais falar com você. - Ela contou. - E disse que se me visse falando, eu ia ficar de castigo sem ver Bob Esponja. - Fez uma carinha triste.
Olhei para trás. - Bom, ele não está vendo, então você pode conversar comigo agora. - Sorri para ela pela primeira vez verdadeiramente. Passamos um tempo conversando sobre a escola dela, ela me perguntou do Snow e por um momento eu não quis me afastar dela.
- ? - Chamou minha atenção, murmurei um "sim?". - Você gosta de mim?
Fiquei estática, tive certeza que se dissesse "não" estaria mentindo. Quando fui responder, fomos interrompidas pela modelo, nojentinha, com aquele sotaque irritante. – Querida, seu pai está lhe chamando. - Falou e me olhou com desdém.
Levantei acompanhando a Jasmine que resmungou um "chata" antes de se afastar, dei risada e a loira me olhou com cara de interrogação - Qual motivo para graça? - Ela me perguntou.
- Nenhum. - Respondi irônica e me virei.
Ouvi os saltos se aproximando e ela ficando ao meu lado. - negou, mas eu sei que vocês já tiveram alguma ligação, notei o jeito que você fica flertando para ele, como se ele fosse me trocar por você não é, querida? Se enxergue. - Ela soltou o veneno, apenas fiquei calada olhando para as plantas, na mesma posição que estava antes, como se ela não estivesse ali. - Se afaste dele!
- Hm... Isso aí você precisa avisar a ele, pois não sou eu quem o procura. - Sorri com a cara de indignada dela. - Acho melhor você entrar, está a sua espera! - Disse ao notar na porta. – Tchau, baby! - Usei a forma carinhosa que a chamara e pisquei.
Depois do jantar de noivado, os meus "encontros" com se tornaram nulos, nem ao menos nos esbarrávamos, ele fazia questão de mostrar que estava bem com a namorada e deixar a Jas o mais longe possível. Não o culpo, já que ele ouviu coisas horríveis vindas de mim. Mas, finalmente, o Senhor resolveu dar uma ajudinha e mudar essa situação! Bem na hora que estava saindo de casa vi o carro do Alex, um grande amigo, parado em frente à casa do , resolvi provocar um pouco, Alex é gay e poucos sabem disso, ele é atlético, típico homem que deixaria qualquer mulher excitada só por falar um "Oi".
- Amor! - Gritei enquanto corria e me jogava nos braços do Alex.
Ele me agarrou pela cintura e plantou um beijo perto da minha boca.
– Oi, pequena. - Sorri com o apelido e olhei para que estava sem entender nada. - Não passei na sua casa, pois achei que estaria no trabalho. - Me pôs no chão.
- Se você me avisasse eu poderia faltar para matar a saudade. - Disse e ele me abraçou de lado. Por fim ele se deu conta que estava parado observando a cena. - Acho que não preciso apresentar vocês, não é? - Alex perguntou rindo e nós negamos, nos cumprimentamos por educação e Alex prosseguiu. - , contratei os serviços do , e assim que minha casa estiver pronta, você será a primeira convidada de honra! - Piscou para mim e passou a mão na nuca claramente desconfortável, eu estava adorando aquilo.
- Então trate de fazer um quarto bem espaçoso e uma banheira, ok, ? - Provoquei ainda mais, sempre tive essas brincadeiras com Alex, então ele não achava estranho.
- Claro, . - respondeu sem olhar para mim. - Podemos ir? - Alex concordou e me deu um beijo na testa indo em direção ao carro. Continuei na calçada olhando para Alex e ignorando atrás de mim, até escutar a voz da Jasmine gritando o pai, o que me fez virar.
- Papai, me leva para casa da vovó! - Ela dizia agarrando as pernas dele. - Por favor!
- Jas, a Candie irá cuidar de você. - Ele respondeu e Candice tentou puxar Jasmine para si. - Não é a primeira vez que você fica com ela, meu amor.
- Mas eu não gosto! - Ela se irritou e cruzou os braços - Quero minha vovó!
- Jasmine Lee . Eu já disse que você irá ficar com a Candice! - falou grosso e me surpreendi, já que nesse um ano e meio que o conheço ele nunca alterou a voz para falar com a garotinha. - Trate de se comportar. - Advertiu a ela. - Ela é minha noiva e será sua nova mãe, ela cuida tão bem de você, Jasmine, principalmente, ela gosta de você! - Ele frisou o "gosta" como indireta.
- Ela não vai ser minha mamãe. - Murmurou irritada, apenas se abaixou e a beijou na testa sussurrando um "eu te amo", a pequena virou o rosto e revirou os olhos quando o viu beijando a loira.
- Tchau, . - Disse sério ao passar por mim.
- Oi, . - Jas disse vindo em minha direção, mas foi impedida por Candice.
– Oi, Jas - Respondi sorridente.
- Vamos entrar, meu doce! - Candice falou puxando-a pelas mãos.
- Não sou seu doce. - Jasmine disse e correu para casa.
Virei-me e saí sem ao menos me despedir, tinha algo de muito errado naquela história, primeiro, o sendo bruto com a filha, segundo, ela era um doce de criança, para não gostar de alguém deveria ter algum motivo. Fui para meu carro e segui para o restaurante, tentaria investigar as coisas, Alexa ainda não tinha chegado, então resolvi ligar para e procurar saber se tinha algo de errado com a Jasmine, já que ela era a pediatra que acompanhava a garotinha desde sempre. estranhou meu comportamento e ficou feliz por me ver completamente empenhada em esquecer o passado, negou qualquer coisa de estranho na garota e disse que disse que apenas se queixou da rebeldia dela, já que a mesma sempre foi um doce até mesmo com as namoradas dele, agradeci e desliguei porque tinha chegado clientes.
Fiquei no meu escritório, o que era uma raridade, esperando a Alexa, pedi para avisarem assim que ela chegasse. A porta se abriu e ela enfiou o rosto.
- Mandou me chamar, madame? - Ela perguntou entrando.
- Eu preciso saber de umas coisas. - Fui direta e ela arqueou as sobrancelhas. - A relação da namorada do com a Jasmine, como é?
- Você ainda não desistiu dele, não é mesmo? - Ela perguntou e dei de ombros. - Ele é um otário por ter te largado e nunca achei que você fosse se apaixonar de verdade, ou até mesmo se abrir para crianças, se ele fez essa mudança tão grande em você, vale a pena. Até porque ele ainda sente algo por você! - Gelei na hora que ela disse isso, eu sabia que era orgulhoso, assim como eu, mas eu realmente achava que ele tinha me esquecido.
- Por que você disse isso? Óbvio que ele não sente nada, ele está noivo da modelo lá, a Alê. - Sorri nervosa.
- Ouvi a conversa dele com Trent. - Ela sorriu. - Bom, em que posso te ajudar?
Concentrei-me e tentei explicar tudo para Alexa, ela disse que a relação da Diana com Candice era pior do que com qualquer outra nora, e que ela sempre força gostar da Jas perto de todos e a garota a detesta, mas nunca diz o motivo. Passei o resto da tarde pensativa, nem mesmo o horário de pique e a loucura na cozinha conseguiu me desconcentrar.
[...]
- ? – Sussurrei ao notar que ele não falaria nada, ou nem sequer tinha notado minha presença.
- Ela sumiu, . - Ele falou em meio a soluços. - Minha garotinha sumiu!
- Ela vai voltar, vamos encontra-la. - Meu coração estava em pedaços ao vê-lo daquela forma e eu sentia como se tivesse perdido meu filho novamente, olhei para dentro de casa e vi a Candice sentada no sofá. - Vou ajudar nas buscas. - Ele apenas balançou a cabeça e puxou os cabelos perto na nuca sussurrando coisas do tipo: "sou um bosta", "sou um péssimo pai". Levantei disposta a encontra-la, rodei os quarteirões, pedi ajuda aos vizinhos, me desesperando mais ainda quando começou chover, me lembrei de quando a encontrei em uma árvore mais afastada do parque perto da reserva há uns dias atrás quando passeava com Snow, não pensei duas vezes, fui ao carro pegar um guarda-chuva, e corri até lá. Não há palavras para expressar o quão aliviada eu me encontrava ao vê-la.
- Jas? - A peguei no colo e abracei apertado chorando junto com ela. - Por que você fez isso? - Perguntei me sentando com ela no banco do carro.
- Eu não gosto dela, . - Ela chorou e se agarrou no meu pescoço.
- O que ela te fez? - Perguntei puxando o rosto dela para mim - Me fala, Jas.
- Ela não gosta de mim, . - Ela soluçou. - Ela vai fazer meu papai não gostar de mim.
- Seu pai te ama, ele não faria isso. – Coloquei mechas que estavam grudadas em sua testa atrás da orelha e beijei o local um pouco sujo de terra.
- Ela me deixou de castigo, ela sempre me deixa de castigo e eu sou uma boa menina! - Disse a garotinha indignada. - Ela disse que papai ia me mandar embora quando eles se casassem.
Apenas senti raiva da Candice, Jasmine continuava no meu colo e seu choro tinha diminuído, cheguei à casa de e desci com ela no colo, assim que ele me viu, saiu correndo em minha direção.
- Jasmine? - Ele chorou ainda mais e tentou pegá-la do meu colo e a mesma recusou. - Filha, vem para o papai. - Tentou convencê-la.
dispensou a polícia e entramos, ao ver Candice levantando e indo direção à Jasmine e , meu sangue foi à cabeça, e piorou quando ela falou com aquela voz irritante "amorzinho? onde estava?".
- Onde ela estava? - Entreguei Jasmine para e me aproximei da loira. - Qual o seu problema? Ao invés de cuidar dela você traz suas amigas e deixa à garota sozinha, você acha que eu não notava? - Ela tentou se explicar e eu me alterei ainda mais. - Por que você disse a ela que não a amava? - A olhei com nojo e ela virou para tentando se explicar. - Jasmine me contou também que você a deixa de castigo sem motivos plausíveis.
- Ela fica gritando e pulando, é irritante! - Falou a loira. - Ela precisa ter modos e educação.
Dei um tapa sua cara, coisa que queria fazer desde quando coloquei os pés lá, talvez até desde o jantar de noivado, me segurou.
- E a história de manda-la embora após o casamento? - Gritei tentando me soltar.
- Mandar quem embora? - Ele olhou de mim para ela. – Candice, por favor, vai embora.
- , essa vadia gorda me bateu, você não vai me defender? - Ela gritou indignada. - Eu sou sua noiva, , quem tem que ir embora é ela!
- Vai embora agora, Candice! - Me assustei quando me largou e a segurou pelo braço, levando-a para fora.
Ele pegou um copo de água na cozinha e me entregou pedindo para que não fosse embora, pois ele iria arrumar a Jas, coloca-la na cama e voltaria para conversar comigo, sussurrei um "tudo bem", Jasmine veio até a mim e beijou minha bochecha. Depois de um tempo desceu as escadas.
- Oi. - Falei quando ele sentou do meu lado e permaneceu calado.
- Obrigado por trazer minha pequena de volta. - Ele disse. - Por favor, me explique toda a história sobre a Candie, eu não quero acreditar, ela sempre pareceu gostar da Jas.
Contei tudo o que Jas havia me dito, aproveitei para contar das vezes que a via sozinha do lado de fora da casa enquanto Candice ficava com as amigas, e sobre o comportamento dele com a garotinha, a forma bruta que ele tinha a tratado certamente foi o pivô dessa fuga dela, que havia notado a mudança do pai e acreditava que iria para o internato. Ele não falou mais nada sobre Candice, talvez ele acreditasse nas palavras dela.
- Muito obrigado mais uma vez, . - Ele falou segurando minhas mãos - Eu não sei o que posso fazer para te agradecer.
- Não fiz isso para receber recompensas ou obrigados. - Falei sincera. - Mas, acho que acreditar na minha mudança pode ser uma forma de agradecimento. - Disse o olhando nos olhos para mostrar que o que dizia era de coração. - Podemos ser amigos novamente?
Acreditei que receberia um não bem grande quando ele abaixou a cabeça e pensou por um tempo.
- Amigos novamente. - Ele sorriu e me abraçou, e pela primeira vez depois de quase sete meses eu me sentia segura e completa.
Não preciso dizer que me surpreendi com a atitude da , não é mesmo? Ela parecia uma leoa defendendo seu filhote de um predador, meu coração se aqueceu com aquela cena e percebi que no fundo a mulher que eu queria como mãe para minha filha era a que estava saindo pela porta nesse exato momento.
Dirigir-me para o quarto da Jasmine e me sentei em uma poltrona próximo a cama, nunca senti uma dor tão grande quanto essa por pensar que ficaria sem minha filha, sem ver aquele sorriso todas as manhãs, o jeito manhoso quando está doente e não querer mais ninguém além de mim, em seguida pensei em minha nova relação com , eu não queria ser apenas um amigo, isso eu tinha certeza, só precisava ser menos orgulhoso já que ela me provou que estava disposta a esquecer o passado, estaria com um pé atrás até ter total certeza. Beijei a testa da Jas e fui para meu quarto, precisava de um banho urgentemente, meu celular tocou na cômoda e ao identificar Candice, desliguei, teria que falar com ela, porém em um momento em que pudesse olha-la sem sentir a necessidade de enforcar, acabei meu banho bem demorado e ao sair do banheiro, notei uma luz adentrando a cortina que dava para o quarto da , não aguentei a curiosidade e fui olhar, ficando estático ao vê-la na cama chorando abraçada a uma roupinha de bebê azul. A culpa me devastou, lembrei-me de tudo que tinha dito para ela e ao menos deixei ela se justificar, fechei a cortina e fui pegar a Jas, que se aconchegou mais meu colo, coloquei ao meu lado na cama e peguei no sono alisando seus cabelos.
[...]
- Oi, ! - Acordei com uma claridade na minha cara e a garotinha pulando na cama. - Olha a , papai! - Jasmine me sacudiu e apontou para a janela.
Sentei na cama meio sonolento e me assustei ao ver na varanda do quarto que eu costumava observá-la nua, me olhando e conversando com Jas.
- Oi. - Sorri sem graça para ela e segurei Jas que tinha se desequilibrado na cama.
- Oi, . - Ela sorriu com o cenho franzido. - Você sabia que aqui era meu quarto?
- Talvez. - Respondi baixo.
- Então era você que me observava? - Ela deu uma gargalhada e eu fiquei vermelho. - Me responda, senhor tarado!
- Talvez. - Respondi coçando a nuca e sorrindo de lado.
- O que é tarado, papai? - Jasmine olhou de mim para juntando as sobrancelhas com ar de curiosidade. Eu engasguei e tapou a boca dando risada da confusão que tinha me metido.
- Bom... É que... É quando um rapaz é... Acha uma moça bonita. - Me embolei com as palavras e apenas ria. - Isso! É quando um rapaz acha uma moça bonita!
- Então você é tarado pela tia , não é? - Perguntou.
riu novamente e corei. Oras, , um homem da sua idade envergonhado! - Você não está com fome, anjo? - Perguntei para Jas mudando de assunto e ela voltou a pular na cama gritando "cereal com leite". - Ei! Dê tchau para, .
- Tchau, . - Ela disse e acenou, pedi para Jas pegar uma roupinha no quarto dela e se virou para entrar.
- ? – Chamei e ela parou e olhou para mim. – Bem... Eu queria agradecer novamente por tudo, você trouxe de volta o meu bem mais precioso. - Não sabia o que dizer, só queria uma forma de me aproximar novamente, eu também teria que ceder. - Quer jantar aqui essa noite?
- Claro. - Ela respondeu rapidamente. - Quero dizer... Eu adoraria! O que preciso levar?
- Apenas venha. – Falei. - Na verdade, você poderia trazer uma torta de chocolate com maracujá?
Ela riu e assentiu, sorri e me virei fechando a cortina e indo arrumar a Jas.
O resto da manhã foi tranquilo, na hora que desci para cozinha vi saindo, certamente indo para o trabalho, pensei no que poderia fazer para o jantar e não tive saída a não ser ligar para um restaurante italiano e pedi massas para à noite. Como não tinha nada para o almoço, resolvi ir ao St. Patrick.
- Pai! Pai, olha ali. - Jasmine me disse ao sentar-se à mesa. - Tia , papai! Quero falar com ela.
- Jas, ela está trabalhando, você não pode. - Tentei explicar, mas a cara que ela fez dizia que nada feito. - Jasmine , eu já te disse que não! E vai jantar lá em casa anjo, você terá tempo para ficar com ela. - Ela resmungou e concordou se sentando. O almoço estava correndo tranquilamente até a Jasmine sair correndo quando viu fora da cozinha indo cumprimentar um pessoal da mesa ao lado. – Jas, volta aqui! - Me levantei tentando não gritar.
- ! - Se agarrou nas pernas da , que se abaixou e pegou-a no colo olhando para os lados até parar o olhar sobre mim e sorrir, sorri de volta e pedi desculpa em um gesto labial.
- Oi, gatinha. - Disse e beijou as bochechas da Jas, continuou a conversar com o pessoal da mesa. Olhando de fora, pareciam mãe e filha, estava bastante feliz por ter mudado. - Está entregue. - Disse ela colocando Jasmine na cadeira ao meu lado. - Bom, preciso trabalhar. Nos vemos à noite? - Ela perguntou envergonhada e eu concordei.
Finalmente à noite tinha chegado, estava bem nervoso e ansioso, coloquei uma camiseta e calça jeans e tentei ficar o mais confortável possível. Credo! Estava parecendo um viadinho provando roupas e roupas para não decepcionar no encontro.
Jasmine correu para a sala me gritando quando a companhia tocou, tirei as bandejas do forno e corri para sala abrir a porta.
- Oi, . - Ela sorriu e levantou a torta.
- Trouxe torta. Posso entrar? - Senti uma nostalgia, dei passagem e fomos para cozinha.
Jasmine não parava de falar empolgada do quanto ela amava chocolate. - Eu gosto de chocolate um tantão assim! - Ela abriu os braços indicando o quanto gostava.
- Onde você pediu comida dessa vez? - Perguntou rindo, pois sabia que eu era um péssimo cozinheiro. - Está uma delícia.
- Engraçadinha. - Disse apertando as bochechas dela e fingindo uma risada. - Por que você acha que não foi feita com essas mãozinhas aqui? Você sabe que elas são mágicas!
Ela suspirou, provavelmente se lembrando de algo.
- Sim, eu sei.
Tentei mudar de assunto, o que não foi preciso já que Jas se meteu na conversa e começou contar sobre os episódios de Bob Esponja.
- , você assiste Bob Esponja comigo hoje?
- Claro, eu posso, ? – Perguntou me olhando, concordei com a cabeça e comecei retirar a mesa, ela levantou recolhendo os pratos e foi para pia lavar.
- , vou trocar a roupa da Jas para dormir, já desço, tudo bem? - Expliquei, ela concordou com a cabeça e sussurrou um "Uhum".
- Já volto, . - Jas gritou do meu colo e ri.
Ao descer, já se encontrava na sala com pratos e a torta na mesinha de centro.
- Fiz com muito carinho, por favor, não digam que estão cheios! - ela disse de uma forma fofa.
- Jas, ainda cabe comida nessa barriguinha? - Perguntei fazendo cócegas na barriguinha dela. Ela gritava "Para, papai!" ", me salva!" "Claro que quero torta". colocou pedaços da torta nos tratos e comemos assistindo, por fim, Jasmine acabou dormindo com a cabeça no meu colo e os pés na perna da , fez-se um silêncio estranho na sala quando a pequena dormiu.
- ? - Ela chamou e a olhei. - O que houve com... A mãe da Jasmine? - Sussurrou a última parte. Fiquei um tempo calado e virei meu rosto mexendo na nuca, coisa que fazia quando estava nervoso. - Bem... Se não quiser falar eu entendo, me desculpe, eu só... - Ela começou se explicar e a interrompi.
- Eu a conheci na faculdade. – Comecei. - Em uma festa para ser mais específico, uns amigos em comum nos apresentaram, ela era ótima, eu achava que a amava, éramos jovens e loucos, então a pedi em casamento, tínhamos os mesmos planos, o foco no trabalho e nada de querer uma família de verdade. - Eu a olhei e ela parecia bastante atenta. - Ela fazia moda, antes de nos casarmos ela fechou um contrato com uma agência de modelos, alguns meses depois, nos casamos e um ano depois ela descobriu que estava grávida, ela me ligou histérica e tive que sair do escritório às pressas, ela soltou a bomba e eu não sabia o que fazer, não estava preparado, então pedi um tempo para pensar, quando cheguei no outro dia em casa ela já tinha o contato de um médico para abortar. - Lágrimas se formavam em meus olhos e já se encontrava vermelha prendendo o choro. - Aquilo não era o que eu queria, não era o certo a se fazer, brigamos e ela disse coisas horríveis como: "Eu não posso deixar esse pequeno demônio estragar meu corpo" "Eu odeio crianças, , sei que você também, nós não queríamos isso". No fim das contas, fizemos um trato que ela não abortaria e eu pagaria para ter meu filho. - Solucei em meio às lágrimas. - No final da gravidez ela se drogou e tentou fugir com o dinheiro, pois achava que tinha perdido o filho, ela passou mal no aeroporto e a levaram para o hospital, ela e a criança corriam risco, deixei claro para todos que se fosse necessário só salvasse minha filha, infelizmente aquele monstro resistiu, se recusou a amamentar e assim que recebeu alta, foi embora.
Assim que terminei, se levantou com cuidado, tirando os pezinhos da Jas de seu colo e se sentou no meu lado me abraçando. Horas se passaram e eu não queria sair daquele conforto que ela me proporcionava, assim ficamos em silêncio até a Jas se mexer em meu colo, pedi licença e subi para coloca-la na cama, quando desci, estava na cozinha tremendo com um com copo de água na mão.
- Como ela pôde fazer uma coisa dessas? - Ela me olhou procurando uma resposta. - Tantas mulheres sonham em ter um filho e não podem, e ela faz tamanha crueldade. - Ela soluçou. - Me desculpe, , me desculpe!
Tirei o copo da sua mão e a abracei, ela escondeu o rosto no meu peito - Ela não merece nenhum sentimento, , nem mesmo raiva. - Segurei seu queixo e levantei dando-lhe um selinho.
Após a conversa com , estava completamente mal, eu realmente não entendo como uma pessoa pode ser tão fria a ponto de fazer coisas cruéis com um ser tão inocente, não queria deixar ele sozinho, mas precisava sair o mais rápido possível para não acabar falando coisas horríveis sobre a mãe da Jasmine, apesar de tudo que ela fez, não saberia dizer como ele reagiria tendo uma pessoa de fora expondo a opinião.
– Olá, garotão. – Me abaixei para fazer carinho na orelha do Snow assim que abri a porta que dava para o quintal. Snow ainda não tinha se acostumado ou estava fazendo um protesto, que aquela era nossa nova casa, então ele fazia as necessidades em locais impróprios, como no meu closet. – Não faz essa cara, você está de castigo! – falei ao voltar para a cozinha. – Você vai dormir do lado fora até voltar ser um bom garoto.
Peguei um copo com água e ao passar pela cozinha meu celular, que estava em cima do criado-mudo, vi que tinha ligações perdidas da Alexa, , Alex e, surpreendentemente, minha mãe. Tinha mensagens não lidas também, decidi tomar meu banho e deixar para respondê-las quando estivesse na cama, assim não teria tempo de pensar na conversa sobre e acumular ódio de uma pessoa, como ele disse, que não merece nenhum tipo de sentimento.
Depois de um banho quente e refrescante pude finalmente deitar embaixo das minhas cobertas quentinhas, e com o abajur ligado responderia todas as mensagens, amanhã resolveria sobre a ligação inesperada da minha mãe. A primeira a abrir foi da Alê, que parecia desesperada após 12 ligações e 5 mensagens.
“, preciso falar com você!” – Alexa.
“, atende minhas ligações, pelo amor de Deus!!!!” – Alexa.
“Amanhã é a porra do meu almoço para discutir sobre o casamento e você é a merda da minha madrinha, QUE NÃO ATENDE A MERDA DO CELULAR!” – Alexa.
“, estou começando ficar preocupada, me atende, retorna minhas ligações ou mensagens, nem a consegue falar com você.” – Alexa.
“Te odeio, !” – Alexa.
“, onde você está? Estou começando me preocupar, Alexa está desesperada e muito irritada, acho bom dar uma desculpa bem convincente para ela. Te amo, manda notícias, peste!” – .
Não ligaria para ela naquele momento, na verdade, nem queria estar no mesmo local que Alexa pelas próximas 48 horas até ela realmente se acalmar, resolvi responder a mensagem logo, com certeza ela leria pela manhã.
“Estava na casa do , (amanhã/hoje te explico) me desculpe, não levei o celular. E A MERDA DA SUA MADRINHA ESTÁ LEMBRADA DO SEU ALMOÇO! Te amo, também.” – .
Um barulho na varanda me assustou e levantei cuidadosamente andando em direção à porta de vidro, estava próximo à janela jogando pedaços de giz de cera.
– Oi. – ele sorriu quando abrir a porta – Queria desejar boa noite.
– Olá. – disse me apoiando no muro – Jasmine não gostará de saber que você anda quebrando o giz de cera dela. – falei olhando para o chão. – E você terá que limpar isso!
Ele negou com a cabeça. – Só fiz isso para salvar sua vida! – o olhei interrogativa – Trent me ligou e disse que Alexa estava muito irritada com você, e pediu para que eu lembrasse o almoço amanhã.
– Eu não tinha esquecido. – Resmunguei – Alexa é muito exagerada!
– Mulheres costumam ficar mais desequilibradas que o normal nessas situações. – Ele disse, me abaixei para pegar um pedaço do giz e joguei nele. – Ai!
– Não somos desequilibradas, otário! – ele sorriu irônico. – Não entendi esse sorriso, ?!
– Preciso dormir. – Ele cortou a conversa. – Bom, amanhã nos veremos, não é mesmo?
– Infelizmente! – Sorri irônica. – Boa noite, . – ele respondeu dando uma piscadela e me observou entrar.
Voltei para cama sorrindo, sim, eu estava encrencada, não conseguia parar de pensar no , na forma que ele me fazia rir, do jeito que ele cuidava da filha e da maneira que me acalmou quando na verdade ele que deveria está sendo acalmado. O resto da noite foi tranquilo, levantei às 9 horas, o que considero muito tarde contando o fato de que nunca passo das 8 horas na cama, tomei banho e desci para o café, Alexa respondeu minha mensagem bem cedo, o que provara que ela estava ansiosa por um simples almoço para discutir sobre o casamento, eu teria que estar na casa de Diana às 12:30, olhei novamente para o relógio e teria tempo suficiente para me arrumar com calma. Lembrei-me da ligação de minha mãe e suspirei, nunca era uma boa coisa quando ela me ligava, procurei toda coragem do mundo e retornei a ligação.
- ? – Ela falou antes mesmo que pudesse dizer “Alô”.
- Oi, mãe. – Disse me sentando – Tudo bem?
- Porque você não atendeu minha ligação ontem? – Já era de se esperar, contei até dez mentalmente. – ? Está me ouvindo?
- Sim, mãe, eu estava trabalhando e esqueci o celular em casa, estava tarde quando vi a ligação. – Tentei me explicar, sabendo que ela não entenderia de qualquer forma.
- Até tarde da noite? – Ela reclamou. – Achei que você fosse cozinheira e não uma...
Interrompi antes que ela dissesse alguma merda. – Por favor, mãe! Eu passei na casa de uns amigos por isso cheguei mais tarde. – Levantei para pegar água. – O que a senhora queria?
- Eu e seu pai. – Resmunguei um “ele não é meu pai” e ela ignorou. – Estamos indo te visitar no sábado, seu aniversário, lembra?
- Claro que sim, e pelo visto vocês também. – Respondi – Esse é o único motivo?
- Na verdade, Edgar terá uma reunião em algum lugar próximo. – Ela contou. – Então decidimos passar para te ver, já que é caminho.
- Tudo bem, estarei esperando vocês. – Disse querendo desligar o mais rápido possível. – Te amo, mãe. – Sussurrei notando que ela, pela primeira vez, não desligou na minha cara.
- Tchau, . – Ela finalizou.
Incrível como as coisas não mudavam, sempre em segundo plano desde que decidi viver minha vida sem ser uma bonequinha manipulada, a maioria dos pais amam ver os filhos andando com as próprias pernas e trilhando o próprio caminho, claro que ainda embaixo das suas asas, porém não a minha mãe. Olhei para o relógio e estava parcialmente atrasada, nem tinha escolhido sequer a roupa que iria usar.
Às 11:50 estava pronta, com uma calça jeans e uma bata florida, já que o clima estava esquentando, aproveitei e fiz um rabo de cavalo notando as pontas duplas, teria que cortar antes do casamento da Alexa, estava claro que ela estava disposta a olhar até a depilação íntima para saber se nós estávamos dignas para ser suas madrinhas.
Graças ao bom Deus não peguei trânsito, e antes do horário marcado eu estava lá, não tão antes assim, depois que vi a cara irritada da Alexa.
– Achei que não viria. – Ela disse emburrada.
– Por que não viria? – A abracei e cumprimentei todos da sala, sentando-me ao lado da . – Vejo que não sou a única atrasada! – Disse ao procurar com o olhar e não o encontrar.
– Vocês se acertaram mesmo? – Perguntou no meu ouvido – A Alexa me contou hoje cedo.
Confirmei com a cabeça sorrindo. – Sim! Bem, depois eu conto para vocês os detalhes. – Sussurrei de volta. – Não hoje e não aqui.
– Tio Trent, é verdade que eu vou entrar de princesa no seu casamento? – Jasmine passou como furação por todos da sala se jogando no colo do Trenton.
– Parece que seu queridinho sentiu que você estava com saudades. – falou e bati nela com uma almofada.
– Boa tarde, pessoal. – entrou na sala com a mãe, e antes que Alexa falasse algo, ele se explicou – Tive problemas no escritório e com certa mocinha que não queria vir.
Trenton virou Jas, que estava corada, para ele – Por que você não queria vir?
– Emy disse que você ia se casar e ter uma filha, e não iria ligar mais para nenhuma de nós. – Ela disse trocando algumas palavras e apontando para prima que foi repreendida pelos pais.
– Emily, vem aqui. – Trenton estendeu a mão para ela, Emy foi envergonhada. – Eu amo muito vocês duas. Ok? Não vou abandonar nenhuma porque sou o melhor tio de todos, não é verdade? – Elas afirmaram, e Thomas resmungaram.
Dona Diana, tia Di, como ela pedira para ser chamada, não permitiu que começássemos a organizar as coisas antes do almoço, o que foi um alivio, pois Alê estava muito exigente e aposto que ela não daria uma trégua enquanto não acabássemos tudo. O almoço seguiu tranquilo, Diana foi bem mais carinhosa comigo dessa vez e eu senti como se tivesse uma família de verdade, tivemos tempo para conversar enquanto estávamos na cozinha, ela não era uma pessoa má, apenas uma mãe que exigia o melhor para os filhos, principalmente com o , o que era totalmente aceitável já que ele sofreu bastante com aquela cobra que chamava de mulher. Jasmine não desgrudava um minuto sequer de mim e eu estava feliz por isso, apesar de sempre ser questionada por minhas amigas. Depois do almoço fomos ao trabalho, escolhemos a data junto com Alexa e Trenton, as roupas e tudo mais, Alê queria que eu ficasse na frente da comida, pois sabia que eu era exigente e ela teria o melhor.
– Já acabou? – perguntou deitado do sofá – Por que eu tive que vir mesmo?
– Porque você é o padrinho, otário. – Alexa falou.
– Não chama meu pai disso! – Jasmine falou emburrada e se virou para mim – O que é otário, tia ?
– Uma pessoa chata. – Dei risada e ela balançou a cabeça confirmando que tinha entendido.
– Mudando de assunto. – Alê começou. – Certa pessoinha fará aniversário esse final de semana!
– Quem? – , Thomas e Trenton perguntam em uníssono.
– ! – respondeu. – E aí, onde será o reggae, amiga?
– Não tem festa gente. – Falei – Não quero nada, e bem, minha mãe ligou dizendo que viria me ver no sábado, ou seja, nada feito.
– Ah, não! Temos que fazer algo. – Foi a vez da Dani se pronunciar.
– Que tal irmos para um pub? – Thomas deu a ideia.
– E podemos ir na sexta-feira, você estará sábado em casa para sair com sua mãe. – Trenton deu a ideia.
– Então, quem vai? Eu, você, , Trent, Thoma, Dani e... – Alexa me olhou em dúvida se chamava ou não.
– ? – Olhei para ele – Você vai estar livre na sexta? – Sorri para Miley.
– Posso conseguir uma folga no trabalho, se você deseja tanto minha presença assim. – Ele disse sedutor me fazendo revirar os olhos. – Mãe? Você ficaria com a Jas?
- Claro! E com Emy também, está me ouvindo, Thomas? – Diana falou e Thomas concordou com a cabeça. – Vocês vivem levando minha netinha para casa dos outros avós! – Resmungou Paul.
– Então tudo combinado. – falou. – Sexta às 21:00.
– UHUL, FESTA! – gritou assim que entramos no pub, combinamos para nos encontrar lá. – Chelle, você também está solteira? – Ela perguntou à outra amiga nossa.
– Claro! – Rochelle respondeu. – Soube que os tem uma genética muito boa e tem um solteirão.
me olhou, eu estava emburrada. Ok, eu sei que não tenho nada com o , mas é complicado, eu não sei o que sinto, só sei que não o quero com outra mulher. – Nem tão solteiro assim. – Resmunguei e Chelle me olhou sem entender.
Chegando ao fundo do pub encontramos Alexa e Trenton, e Thomas e Danielle se agarrando em uma mesa. – Ei, casais! – Gritei me sentando entre eles. – Querem ser presos por estar copulando em local publico? – Eles se afastaram e Dani estava vermelha.
– Você demorou, ! – Alexa disse me abraçando.
– Não sou a única, ainda não chegou. – disse.
– Então foi por isso que você decidiu jogar um balde de água fria em nós, não foi? – Trent comentou e eu olhei para ele procurando entender. – Você não tinha uma boca para chupar. – Ele completou e eu corei.
– Trenton ! – Bati nele, apesar de saber que não doeria nada.
– Sentiram minha falta? – Uma voz grossa soou atrás de mim e me virei sorrindo, tentei não mostrar muita felicidade, mas era quase impossível.
– Você veio! – Disse e fui surpreendida por um abraço apertado. – Oi, bem, gente, me esqueci de apresentar outra amiga minha, a Rochelle. – Chelle acenou para todos e distribuía “prazer” para cada um que dizia o nome, quando chegou em , ela corou, a entendo, ele faz todas corarem apenas com o olhar.
– Vamos aproveitar a noite galera! – Thomas levantou com um shot de tequila quando começou tocar alguma música de Rihanna que não podia decifrar qual era já que a mão de estava na minha cintura.
Fomos para a pista de dança, ele logo me segurou como quem marcava território, se fosse qualquer outro cara eu odiaria e mostraria que aquilo não era necessário, mas não era qualquer cara, era o , o cara que eu estava possivelmente me apaixonando. e Chelle logo conseguiram um par para dançar, Alexa e Trenton estavam aos beijos no meio da pista, com Thomas e Danielle não era diferente, apesar de serem casados, eles tinham uma química muito forte, não deixavam o casamento cair na rotina. se inclinou e me enfraqueci em seus braços.
– Você deseja algo? – Ele perguntou.
A primeira coisa que veio na minha cabeça foi: “desejo você”, porém, graças aos céus não estava bêbada a ponto de falar isso. – Blue lagoon. – consegui falar.
– Já volto. – ele disse se afastando, continuei dançando até senti alguém tocar meu braço, achei que era o .
– ? – O dono da mão disse, eu conhecia aquela voz, não era o , definitivamente.
– Alex! – Gritei e agarrei o pescoço dele. – Você veio, meu amor!
– Não poderia deixar de vir, não é mesmo? – Ele sorriu ainda me pondo do chão e unindo nossos corpos para dançar.
Interrompendo o momento com o falso tossido. – Atrapalho algo? – disse com uma cara nada amigável.
– ! E aí, cara! – Alex falou estendendo a mão, apertou contra vontade e me deu a bebida, logo depois se afastando, tentei chamar, porém ele não virou. – Qual o problema dele? – perguntou Alex ao me ver chateada.
– Não sei qual o problema dele. – Abracei Alex novamente – E não me importo!
– Parece que ele gosta de você. – Alex disse pondo meu cabelo atrás da orelha. – E seu olhar não nega que é reciproco.
– Não parece que ele sente algo por mim. – Disse me afastando – E quer saber? Estamos festejando meu aniversário, não quero ficar me preocupando com ele.
A noite seguia alegre, eu estava um pouco irritada por ficar me ignorando e decidi provocar.
– Ele acha que temos algo? – Alex riu, afirmei com a cabeça – Jura que ele não sabe que sou gay?
Dei risada e novamente neguei com a cabeça me aproximando mais e dançando sensualmente já que nos olhava, se ele realmente gostava de mim, queria que ele sentisse o que eu senti quando o vi com aquela modelo loira nojenta. – Eu acho que você deveria facilitar para ele. – Alex novamente tocou no assunto. – Ele é um cara legal, só parece em conflito consigo mesmo, é normal, nunca foi de se apaixonar depois da ex-mulher, é claro.
Outro cara tentou me tomar de Alex para dançar e recusei, não me sentiria à vontade com isso, e bem, ainda achava que eu e Alex tínhamos um caso, e eu não negaria isso. Já passava das 23 horas e 40 minutos, notei que estava sozinho no bar, eu não queria mais dançar, ele sequer me olhava, parte de mim queria ir lá e zombar da cara dele por achar que eu e Alex estávamos namorando, já a outra parte estava adorando fazer isso com ele, Trenton chegou e eles pareciam discutir algo até que Trent concordou e ele levantou sumindo em meio a multidão, saí da pista indo em direção a Trenton.
– foi para onde? – Perguntei a Trenton, ele não parecia nem um pouco disposto a responder, porém sabia que não o deixaria em paz enquanto não respondesse. – Para onde ele foi, Trenton ?
– Embora, ele estava cansado. – Trenton respondeu logo se virando correndo em direção à Alê.
Corri em direção à saída do pub, mas não foi necessário chegar ao fim, pois encontrei com uma loira, olhando bem, eu conhecia aquela loira, Candice. Raiva, ciúmes e uma porrada de sentimentos me invadiu, pensei sobre o que Alex disse e toda minha reflexão semanas antes sobre mudar e tentar ter algo com ele. – Atrapalho? – Disse me aproximando.
– Não. – falou. – Mas, acho que seu namoradinho não gostará de ser largado na pista.
– Ele não é meu namorado, , pelo amor de Deus. – Falei exasperada. – Você não cansa de ser infantil? – Ele arqueou as sobrancelhas.
– Infantil? Eu sou infantil, ? – Perguntou irônico pouco se importando com o que a ex-noiva falava. – Você estava se agarrando no meio da pista com um cara para me fazer ciúmes e eu sou o infantil?
– Nós não somos nada um do outro! – Cruzei os braços. – Falando nisso, por que você se importa tanto com isso?
– Porque eu gosto de você, está bem? Era isso que você queria ouvir? – Ele disse me olhando nos olhos.
– E o que ela faz aqui? – Perguntei apontando para Candice.
– Não faço a mínima ideia. – Ele disse sincero – Para falar a verdade, eu queria ir embora na paz e ela estragou isso. – Se virou para Candice. – Eu não gosto de você, o pouco que eu gostava acabou quando você fez aquela sacanagem, eu não quero ter que olhar mais para sua cara, garota. E a propósito, eu gostava de outra. – Ela não respondeu nada, apenas o olhava indignada até ser puxada pela amiga, nos deixando a sós. Ele se virou para mim, suspirou e rumou para a saída, ele tinha dito que gostava de mim, pela primeira vez eu sentia que era verdade, às vezes o orgulho não nos leva a lugar algum, então corri atrás do , o alcancei perto do carro, ele não olhava para trás, como se não se importasse em está sendo seguido.
– ! – Gritei o fazendo parar na porta do carro, mas sem se virar para mim. – Você não precisa ir embora, bom, me desculpa por ter largado você para ficar com Alex é só que... – Ele me interrompeu.
– Só que o que, ? – Ele se virou. – Estou cansado das mulheres fazendo joguinhos comigo, sabe por que eu fiquei com a Candice? Porque eu queria provar para mim mesmo que não precisava de uma mulher que não gostava de crianças. E sabe o que aconteceu? Não deu certo, porque na verdade eu queria era lhe fazer ciúmes. – Eu pude sentir sinceridade a cada palavra dita por ele.
– Alex é gay! – Eu interrompi. – Achei que você soubesse, mas depois vi a forma que ficou a me ver com ele em frente a sua casa e adorei aquilo, você tinha me magoado dizendo coisas bruscas e enfim, não sei o que me deu.
Ele riu – Gay? – Afirmei – Eu gosto de você, , me sinto um completo idiota por estar agindo como adolescente, mas eu realmente gosto de você. – Ele pegou minha mão. – Mas, eu não tinha, na verdade eu não tenho certeza, se isso é apenas por necessitar de uma mãe para minha filha, ou porque estou me apaixonando por você, é complexo e nunca me senti assim, os sentimentos estão turvos e eu não queria lhe dar falsas esperanças. – Ele olhava para algum ponto fixo atrás de mim. – Trenton ouviu uma conversa da Alexa contigo e ela estava me ameaçando, caso algo de ruim acontecesse com você, eu só quero esclarecer as coisas na minha mente, e espero continuar sendo seu amigo. – Ele finalizou e minha única reação foi beijá-lo, foi diferente de todas as outras vezes, que foram sentimentos de desejo e atração, eu sentia mais com esse beijo como se houvesse paixão, até mesmo amor, só não saberia dizer se era apenas da minha parte, ele retribuía o beijo de bom grado, sua língua macia acariciava a minha, até que ele se afastou e sorriu beijando minha testa. – Feliz aniversário!
Acordei como se um trator tivesse passado por cima de mim, droga de ressaca! Fechei os olhos novamente tentando me lembrar do que aconteceu ontem à noite e sorri ao lembrar do beijo, esperava que depois daquilo pudéssemos nos resolver, eu estava disposta a nos dar uma chance. Procurei o celular por baixo dos lençóis para olhar a hora, merda, era tão cedo, mas precisava saber que horas minha mãe e Eddie chegariam, decidi ligar antes de voltar a dormir.
– Mãe? – Falei assim que ela atendeu. – Vocês chegam que horas?
– É o Eddie, . – A voz masculina falou do outro lado da linha. – Sua mãe está ocupada, estaremos chegando antes do jantar.
– Hm... Tudo bem. – Disse. – Mais ou menos que horas? Para que eu possa fazer o jantar? E...
– Nós vamos jantar em um restaurante. – Ele me interrompeu – Não se preocupe!
– Ok, tchau. – Desliguei antes que a conversa se prolongasse.
Edgar, ou Eddie, não era um cara mal, mas apesar de todas as desavenças com meu pai, eu não iria trocá-lo por qualquer substituto o marido da minha mãe, nós não éramos tão próximos, mas conseguíamos viver em paz. Olhei em direção a varanda e sorri, tendo certeza que faria isso por um longo período, as coisas que falou noite passada não saíam da minha cabeça. Céus! Eu nunca achei que pudesse me sentir tão feliz, toquei meus lábios, era como se estivesse de volta àquele cenário, o luar, a declaração, eu conseguia sentir o sabor dos lábios deles e assim peguei no sono novamente.
Acordei com a campainha tocando, que pessoa apressadinha, nem sequer olhei o relógio, apenas desci o mais rápido possível. – Mãe? – Disse ao ver minha mãe e Eddie logo atrás encostado no apoio da varanda, mandei-os entrar e olhei para o relógio. Eu não dormir, estava em uma pseudo-morte, ia dar quatro da tarde. – Querem algo para comer? – perguntei e eles negaram.
– Feliz aniversário, ! – minha mãe me abraçou. – Eddie, onde está o presente da ? – perguntou ao marido.
– Irei pegar no carro. – ele disse e sorriu para mim. – Feliz aniversário, , desejo o melhor para você.
Sorri e agradeci educadamente, estava na frente de minha mãe e meu padrasto, mas era como se estivesse com dois estranhos. – Eu preciso me arrumar, já desço, tudo bem? – Perguntei sem graça. – Sintam-se à vontade!
– Coloque uma roupa arrumada! – Minha mãe falou mais alto que o tom habitual, parei no meio da escada perguntando o porquê. – Nós iremos sair antes das 17 horas, , tenho um compromisso com umas amigas que estão na cidade. – Concordei com a cabeça, não adiantaria protestar. Tentei me arrumar o mais rápido possível, peguei um vestido cor de vinho, não tão curto e com busto e manga rendado, não tinha tempo para jogar todo o meu closet na cama, o primeiro sapato de salto à minha frente, desci correndo e minha mãe me analisou e balançou a cabeça em aprovação, suspirei aliviada e fui ver se estava tudo certo com Snow, o comilão. – Pronta, ? – Minha mãe falou entrando na cozinha, entrei rapidamente e confirmei. Eddie saiu primeiro para buscar o carro que estava perto de um terreno não habitado, assim ficamos em silêncio esperando na calçada.
– Tia ! – O serzinho estava agarrado em minhas pernas. – Uau! Você tá tão linda, né, papai? – , que finalmente alcançara a filha, concordou.
– Desculpa à interrupção, essa garotinha está impossível. – Falou pegando Jasmine no colo. – Boa tarde! Senhora Abernathy, estou certo? – Ele levantou a mão para cumprimenta-la.
– Lewis. – Ela o consertou com seu novo sobrenome. – Quem é você? – Arqueou as sobrancelhas e a repreendi.
– . – Ele falou envergonhado. – Pode me chamar de .
– ? – Edgar chegou atrás de nós. – Filho de Paul ?
Notei que ficara um tanto desconfortável. – Sim, conhece meu pai?
– Claro, minha empresa já prestou serviços para a ’s Enterprise. – Eddie disse orgulhoso e notei minha mãe relaxar, claro, era filho de um grande empresário. – Você é o filho que além de trabalhar com ele tem a própria empresa?
– Sim, me formei em arquitetura e trabalho com isso. – sorriu. – Desculpe-me a pergunta, mas como sabe?
– Conversei bastante com seu pai. – Eu não estava gostando daquela conversa. – Ele se orgulha bastante de você! – sorriu em agradecimento.
– Claro que iria se orgulhar! – Minha mãe falou. – Além de trabalhar na empresa do pai, ele tem a própria empresa, é um trabalho digno para uma pessoa que nasceu em berço de ouro e nada constrangedor a ponto dos pais se envergonharem. – Sabia que aquilo era uma indireta para mim, e pelo olhar de , ele também tinha notado.
– Meu pai se orgulharia até mesmo se fosse um gari, pois é um trabalho digno. – Ele falou tomando Jasmine dos meus braços. – Desprezível seria se eu roubasse ou trabalhasse de qualquer forma suja, isso sim é motivo para envergonhar um pai. – Ele finalizou. – Bom, não atrapalharei mais vocês, desculpem-me pela interrupção novamente e um ótimo jantar!
Fiquei chocada, ele estava me defendendo? Ok! Eu achava que não tinha como me apaixonar mais, porém estava enganada.
– Ele é um bom homem. – Minha mãe falou já dentro do carro – Você deveria tentar algo com ele, . – Se virou para mim que permanecia calada. – Ele é rico, bonito e educado, certamente não deixaria você continuar naquele restaurante se fosse seu marido.
– Você escutou o que ele acabou de dizer, mãe? – Perguntei irritada.
Edgar finalmente se pronunciou. – Não vamos discutir hoje, tudo bem? – Confirmei com a cabeça e ele esperou que minha mãe fizesse o mesmo. – É um jantar de comemoração!
O jantar foi uma grande bosta, como era esperado, minha mãe sempre alfinetando, pois não aceitava meu trabalho, ela não aceita nada que faço desde que decidi cursar gastronomia, para ela é um ramo sem futuro e que pessoas de berço não deveriam fazer, eu perdi totalmente a fome e apenas falava quando me perguntavam algo. Finalmente o jantar acabou, Edgar me levou de volta para casa, eu insisti que eles dormissem lá, mais por obrigação do que por vontade própria, como a vida gosta de sacanear com minha cara, eles aceitaram, meu padrasto foi para a reunião que havia feito o nosso jantar mudar de horário e eu fiquei com minha mãe.
O resto da noite não foi tão agradável, minha mãe apenas falava das filhas de suas amigas da alta sociedade e eu só queria poder pôr meu fone de ouvido e ignora-la, já se passava das 22hrs quando Eddie chegou alegando estar cansado e arrumei o quarto de hospedes para que pudessem dormir, e enfim eu poder descansar. Eu queria passear com o Snow, porém estava tarde para sair sozinha, apesar de o bairro ser tranquilo, preferia prevenir, sentada na escadinha da entrada vi chegar com a mãe e Jasmine, que estava dormindo nos braços da avó, acenei para eles e segurei Snow para que não pudesse fugir, depois do ocorrido de meses atrás, Snow e desenvolveram uma amizade invejável, permaneci mais um pouco do lado de fora até começar chuviscar.
Coloquei Snow no quintal e subi silenciosamente para me arrumar, nada melhor que dormir com o barulho da chuva. Tomei banho e como o tempo esfriou subitamente, vesti um moletom, apaguei as luzes e antes de me deitar, escutei um barulho vindo da varanda, não poderia ser , já que estava chovendo, com tudo apagado cheguei perto da porta e olhei pela brecha da cortina, me assustei e abri a porta rapidamente.
– Você enlouqueceu? – Perguntei ajudando pular para dentro da varanda. – , o que você está fazendo aqui?
– Eu queria te ver. – Ele deu um sorriso de lado. – Posso entrar? Tá frio aqui.
Oh sim, ele estava todo molhado e com a surpresa acabei esquecendo que estava chovendo. – Claro! Claro, entre. – Falei o segurando pela mão. Ele observou todo meu quarto e me olhou de cima a baixo, notei que ele estava com um saco amarrado no pescoço. – O que é isso? – Perguntei.
– Ah! Já ia me esquecendo. – Ele tirou uma vasilha e abriu. – Trouxe um cupcake, é seu aniversário e... Eu pensei em... Eu queria te desejar um feliz aniversário e minha mãe disse que ficaria ruim guardar o cupcake na geladeira para te dar amanhã... Então quis vir hoje mesmo.
– , você foi o primeiro a me desejar feliz aniversário. – Disse rindo, peguei o mini bolo e entreguei uma toalha para ele.
– E queria ser o último também. – Ele disse pegando a toalha.
– De qualquer forma, eu agradeço. – Ele sorriu em agradecimento e tirou a camisa, provavelmente ele percebeu que o olhava extasiada, pois começou a rir. – Psiu! Silêncio , meus pais estão dormindo e pode acordar com qualquer barulho. – Sentei-me na cama e ele fez o mesmo. – Quer comer agora?
– Bom, eu pretendia fazer outra coisa. – Ele começou se aproximar de mim, não me fiz de rogada e aceitei de bom grado o beijo.
Um simples beijo foi se tornando algo mais quente, já me encontrava deitada e a mão do vagava por todo meu corpo, ora alisando minha barriga até a curvatura do seio esquerdo, ora apertando minhas nádegas, já estávamos ofegantes e gemidos podiam ser ouvidos. – . – Gemi – , para!
– Não estou tão certo assim que você queira parar. – Ele disse mordendo o lóbulo da minha orelha.
– Minha mãe está no quarto ao lado. – Tentei afasta-lo, mas, na verdade, queria puxa-lo para perto de mim até nos fundir. – E a Jasmine está... – Parei e empurrei fortemente ao me lembrar da Jasmine. – , você deixou sua filha sozinha em casa? Isso é um perigo! Vá embora! – Comecei a empurra-lo para fora do quarto irritada, pois ele ria da minha cara.
– Calminha aí! – Ele me segurou, – Óbvio que não deixaria a Jas sozinha. – Ele disse beijando meu maxilar. – Minha mãe está dormindo lá em casa, fique tranquila.
– , por favor! Não podemos. – Disse conseguindo o afastar de mim. – Eu não quero nada como antes, e, bem, você disse sobre não estar totalmente certo se gosta de mim mesmo, e não é uma boa ideia. – Falei me encostando à cômoda e arrumando minha roupa – Eu realmente gosto de você, é estranho, mas esse sentimento cresce a cada dia e não quero me envolver para acabar te perdendo novamente.
– Acho que deveríamos conversar. – Ele propôs. – Colocarmos todos os pontos nos “is”. Eu sei o que falei ontem, e só quero poder distinguir o que sinto.
– Não é o sexo que fará isso. – Falei e ele concordou.
– Eu sei, , não quero que ache que estou fazendo isso para tomar minhas decisões mais para frente. – Falou se aproximando. – Eu queria passar mais tempo com você, e sei que você não é acostumada com crianças e gostaria de saber o porquê, quando brigamos eu não deixei você se explicar e não queria te ouvir, não conseguia, na verdade. A Jasmine vive te cercando, se isso estiver incomodando, pode avisar e... – O interrompi.
– Eu gosto. – Ele me olhou duvidoso. – Sério, , não vale a pena viver do passado, e quando decidi mudar e me abrir para isso, pude ver que a Jasmine não é uma criança má, sinto muito pelas minhas grosserias.
– Podemos deixar essa conversa para outro dia. – Ele falou sugestivamente. – Nesse momento eu acho que deveríamos festejar. – Me levou de volta à cama para terminarmos o que começamos.
Depois da noite que invadiu meu quarto, houve outras e outras vezes, bem, nosso relacionamento voltou a ser como antes só que de uma forma melhor, às vezes saíamos com Jasmine, outras eram jantares ou passeios típicos de casais, apesar de que ele ainda não me pediu em namoro, mas Diana garantiu que ele estava caidinho por mim. Fará quatro meses que estamos juntos, nunca ouvi e também nunca disse um “eu te amo”, não sei se ele ainda estava em dúvida pelo que sentia por mim ou algo do tipo, e eu sei que um dos dois teria que ceder, mas não queria ser a primeira a dizer, mesmo sabendo que meus sentimentos eram concretos.
- ? ? – Rochelle estralou os dedos próximos ao meu rosto. – ? Você está bem? – Ela disse rindo.
- Oi? O que estava falando, Chelle? – Sorri sem graça. – Desculpe.
- Só estava perguntando o que faremos para o casal que pediu a especialidade da chef. – Ela respondeu – Estava pensando no ?
Desconversei e ela riu sussurrando “óbvio que estava pensando nele!”.
Tentei me concentrar no trabalho à minha frente e só surgiu efeito quando vários caras engravatados entraram, parecia que eles iria fazer uma reunião, então pedi para coloca-los em uma mesa mais reservada.
- Boa tarde, senhores! Sejam bem-vindos. – Cumprimentei todos e notei que um lugar estava vazio. – O que desejam pedir?
- Não iremos pedir agora. – Um deles respondeu. – Falta um amigo nosso e preferimos esperar.
- Tudo bem, e desejam algum petisco? – Perguntei. – Bem, eu sou a chef e o prato do dia hoje é Paella, modéstia parte, é maravilhoso.
- Boa tarde! – Falou a voz rouca bastante conhecida por mim. Os rapazes responderam sorrindo em coro.
- , seu lugar está guardado perto do Mikey, não precisa reclamar. – Um dos homens falou e fiquei confusa.
- Oi, amor. – me beijou ignorando o recado do seu amigo. Fiquei sem graça, pois era o meu local de trabalho e todos da mesa me olhavam curiosos. – Gente, essa é minha namorada, . – Ele frisou o “namorada” e eu me derreti. – , esses são os caras. – Disse apontando para cada um e dizendo o nome.
- Está fazendo a feira das profissões, ? – Um deles, se não me engano Richard, disse e não entendi. – Cada mês experimenta uma, não é? – Completou e resmungou algo para o amigo que também foi repreendido por Michael, ou Mikey para os íntimos.
- era a mulher que eu havia falado para vocês, otários. – Ele disse e eu tentei me afastar, não me sentia confortável depois do comentário.
- Preciso trabalhar, . – Disse me afastando, ele me olhou confuso pela minha frieza repentina e ouvi cochichos dos outros.
- Está vendo o que você fez, idiota. – Disse ele para o amigo quando eu estava me afastando.
Não voltei mais naquela mesa, o que aquele amigo do disse não saía da minha cabeça. “Cada mês experimenta uma”. Homens são uns grandes babacas, será que ele não tinha realmente dito de mim para os amigos? Ou será que ele me traía? Hm, tudo bem que não tínhamos nada concreto, porém ele havia me apresentado como namorada!
- , a mesa 20 está lhe chamando. – Josi falou e lembrei que era a mesa que estava. – Eles querem elogiar você pessoalmente.
- Ah não, Josi. – Reclamei. – Chelle, por favor, quebra essa para mim?
- Não, amiga, você tem que ir falar com ele! – Ela respondeu voltando a mexer a panela. – E apelos não adiantarão.
- Chata. – Resmunguei e lavei as mãos para infelizmente ir ver o que queriam comigo.
- Oi. – Disse ao me aproximar. – A comida estava boa?
- Estava uma delícia! – Mikey disse, gostei muito dele. – Esse restaurante me salvará dos preparos da minha namorada no final de semana. – Ele completou e dei risada.
- Fico feliz que tenha gostado, voltem mais vezes! – Vi se levantar. – Preciso voltar ao trabalho.
- ? – Ele chamou e virei contra vontade. – Podemos conversar?
- Você me verá à noite. – Respondi simplesmente. – Tenho trabalho a fazer. – Completei quando ele fez cara de cachorro apaixonado.
- É rápido, vamos, ! – Ele segurou minha mão. – Pode ser em seu escritório?
- Não! – eu sabia que se ficasse em um lugar sozinha com ele não daria certo, obviamente eu o agarraria e esqueceria o que Ricardo ou Richard, seja lá quem for falou, ainda precisava descobrir o porquê de ele falar aquilo. – Vamos lá fora.
- Tudo bem. – Ele me seguiu. – Podemos ir para meu carro, então? Para ter mais privacidade.
Seguimos em direção ao estacionamento ao lado do restaurante, o carro de estava mais afastado e todas as tentativas dele de me tocar foram falhas. Ele destravou o carro e abriu a porta para mim esperando que eu sorrisse em agradecimento, o que também não foi feito.
- Você tem trinta minutos. – Disse assim que ele sentou ao meu lado.
- O que houve? – Ele questionou. – Por que está tão irritada?
- Não estou irritada. – Falei nervosa. – Tenho motivos para estar irritada?
- Não, eu acho. – Ele respondeu, se aproximando para me beijar.
Afastei-me do seu beijo. – Você me chamou aqui para conversar ou o quê?
- Você está irritada por causa do que Richard falou? – Ele entendeu e sorriu – , ele só fala besteiras, não se importe...
- Não me importar? Ok. – Disse me virando. – Acabou?
- Não. – Ele segurou meu braço. – Pelo amor, , pare de me tratar assim.
- Estou normal.
- Você está me ignorando! E eu ao menos sei o motivo.
- Quer saber o motivo, ? – Perguntei irritada. - “Cada mês experimenta uma”. O que isso significa, ? Cada mês uma?
- Posso explicar? – Ele perguntou.
- Claro, querido! – Sorri sarcástica.
- Eu não sei por que ele disse aquilo para ser sincero. – Ele disse e ergui a sobrancelha. – Ele sempre faz essas brincadeiras estupidas, talvez por ser o único solteiro do grupo. Mas saiba que foi apenas um comentário sem nexo, você está achando que eu te traio, ? – Ele perguntou desapontado.
- Eu não sei, ! – Desviei do seu olhar. – O último cara que eu amei e me entreguei me largou grávida por uma novata do campus, além de me fazer passar por situações constrangedoras.
- Você me ama? – questionou e eu emudeci. – Eu te amo, , amo o jeito que você sorri, e a maneira que fica quando está irritada. Às vezes sinto vontade de te irritar só para te ver revirar os olhos e fazer esse biquinho. – Ele disse e eu corei. – E posso parecer um gay nesse momento dizendo essas coisas, mas você sabe que todas as noites mostro que sou homem suficiente.
Dei risada e me aproximei do rosto dele. – Eu também te amo, te amo muito, , e isso me dá medo. – Ele me puxou para seu colo e começou levantar minha blusa, descendo o beijo para meu pescoço. - ... Aqui não. – Falei da boca para fora.
- Ninguém nos verá, , o vidro é escuro. – Ele falou em meu pescoço.
Eu estava pronta para ceder até o carro do lado alarmar, nos afastamos rindo e encostamos nossas testas. – Te amo, .
- Eu te amo mais.
O movimento após a saída do no restaurante se intensificou e meus planos de voltar para casa mais cedo foram por água abaixo, perdi dois garçons essa noite, eles eram irmãos e receberam a noticia que a mãe estava no hospital, obviamente eu iria liberá-los, tive também que fechar o restaurante já que Alexa não estava indo, faltava pouco mais de um mês para o casamento e ela estava meio surtada.
Já passava das 23 horas quando cheguei em casa, notei que as luzes na casa de ainda estavam acesas e decidi dar uma passada lá, mas antes eu tomaria um banho para tirar o cheiro de alho que estava impregnado em mim. Entrei e antes de subi dei uma olhada no Snow, coloquei ração e fiz uma nota mental de que teria que leva-lo ao pet shop. Depois de pronta, peguei um pote de mousse de morango para levar, Jasmine adorava e o que fazia ficava mais com gosto de mingau do que qualquer coisa. Olhei para a casa ao lado certificando que ele ainda estava acordado e segui em direção a ela.
- Oi, amor. – Disse assim que ele abriu a porta sorrindo. – Você está acabado. – Falei notando sua aparência cansada.
- Obrigado, adoro sua gentileza! – Ele respondeu irônico e o abracei.
- Sério, , você precisa descansar. – Repreendi, ultimamente ele tem trabalhado muito.
- Eu preciso tocar o meu escritório, , é complicado, pois apesar de ter outras pessoas trabalhando comigo os clientes não aceitam, ainda tem a empresa do Papa, que por ser um dos herdeiros, tenho que fazer minha parte. – Ele encostou a cabeça em meu ombro. – Ainda tem a Jasmine, ela não se adapta a nenhuma creche, hoje pela manhã depois de deixá-la na atual, minha mãe me ligou dizendo que teve que busca-la.
- Você precisa relaxar e eu sei o que fazer. – Disse me levantando e o puxando pelas mãos.
- Mousse de morango? – Ele perguntou e eu neguei com a cabeça indo em direção à escada e apagando as luzes acesas pelo caminho. – Nossa, eu realmente preciso relaxar! – Ele disse safado quando entramos no quarto e eu tranquei a porta. – Se soubesse disso, eu teria ficado “acabado” antes.
Eu planejava fazer um mini strip teaser, mas estava muito animado para poder aproveitar, então assim que tirei o short e a blusa empurrando-o até sentar na cama e sentei em seu colo distribuindo beijos por todo pescoço, ombros e peitoral, ele alisava minha coxa na parte interna me levando à loucura, me deitou cuidadosamente e ficou sobre mim pondo o peso no braço direito e com a mão esquerda alisava meu rosto. – Você é tão linda, , eu te amo tanto. – Corei e sussurrei um “eu te amo” antes de beijá-lo com mais calma.
Ele me colocou em uma posição confortável e o beijo se intensificava, eu já me encontrava nua e achei um absurdo ele ainda estar vestido, com exceção da camisa, é claro, desci minha mão para o zíper e abaixei vagarosamente enquanto distribuía mordidas em meu maxilar, ele apertava meus seios me fazendo gemer cada vez mais, agora ambos estavam em seu estado de nudez, nossas intimidades se chocavam e eu já estava desesperada para tê-lo dentro mim. – ... Para. – Gemi manhosa esperando que ele adiantasse o processo.
- Ok, eu paro. – Ele disse se afastando de mim, o olhei indignada.
- ! Se você não... Não... Não fizer amor agora mesmo comigo eu juro que sairei daqui e darei para o primeiro que passar na rua! – Falei cerrando os dentes, ele não podia ser tão sacana a esse ponto. – Entendeu?
- Você não seria capaz! – Ele disse encostando-se à cabeceira. E eu me levantei, indo em direção à porta, quando a destravei o mesmo levantou rápido me jogando sobre os ombros e depositando na cama enquanto esperneava. – Shiu! A Jas está dormindo.
Sem preliminares como de costume ele me penetrou, como ele sabia do meu problema em engravidar, não usávamos camisinha, não tínhamos tempo para lembrar desse pequeno detalhe. Ele me beijava para abafar o som dos gemidos e cada vez estocava mais forte me fazendo chegar rapidamente ao orgasmo, com mais duas estocadas ele também se liberou. Deitamos lado a lado ofegantes. – Preciso de um banho antes de voltar para casa.
- Banho você poderá ter, mas voltar para casa não, senhorita. – Ele disse se virando para mim. – Dorme aqui essa noite?
Relutante eu fiquei, iria embora bem cedo no outro dia, seria confuso na cabeça da Jas estarmos dormindo juntos. Tomamos banho juntos e fizemos nosso segundo round. Já estava cansada, vesti uma cueca dele e um moletom, e deitamos. Ele fazia cafuné cantando alguma música dos Beatles e eu adormeci rapidamente, pouco tempo depois o celular de tocou e perdi o calor do seu corpo, me virei o chamando.
- Volte a dormi, amor, preciso resolver um problema. – Ele disse me dando um beijo na testa. – São quatro da manhã ainda.
Não sei a que horas ele retornou para cama, mas sei que foi bastante tarde, ou cedo dependendo do ponto de vista. O sol já batia na janela do quarto, mas não foi isso que me fez despertar, e sim batidas na porta. – Papai? – Jasmine batia e gritava por , ela empurrou a porta e colocou a cabeça dentro do quarto com dúvidas se poderia entrar, me sentei na cama e ela correu até mim. – , você dormiu aqui? – Concordei com a cabeça colocando-a entre mim e que continuava dormindo. – Porque você dormiu aqui?
- Seu pai estava com medo de escuro. – Respondi rindo e ela deitou perto dele me olhando.
- Você gosta do papai? – Aquela pergunta me deixou surpresa, era estranho responder isso para uma criança de quase quatro anos.
- Eu gosto muito do seu pai. – Respondi me encostando à cabeceira.
- E de mim? – Ela questionou novamente, antes que eu pudesse responder ela fez outra pergunta. – Você e o Snow vão morar aqui comigo?
- Calma aí, mocinha! – Dei risada. – Uma pergunta de cada vez. Sim, eu gosto de você. – Respondi a fazendo sorrir. – E não, eu não morarei aqui.
- Vocês poderiam calar a boca? – resmungou cobrindo o rosto, Jasmine fez aquela típica carinha de criança quando faz algo errado.
- Acho que seu pai não nos quer aqui, Jas. – Disse me levantando e ela correu o olhar por meu corpo, antes que pudesse completar a frase.
- Porque você está com a roupa do papai? – Perguntou.
- Eu sujei a minha. – Respondi simplesmente. – Você está com fominha? Eu farei aquele suco que você ama!
- Eba! – Ela levantou e a peguei no colo descendo a escada e deixando dormir.
Ao chegar à cozinha coloquei-a na cadeira e comecei a abrir os armários procurando algo para que pudesse fazer o café da manhã, decidi fazer um café básico e o mingau da Jas que já estava resmungando sobre a demora, idêntica ao pai.
- , estou com fome. – Ela disse manhosa.
- Calma, Jas, o leitinho já está esfriando. – Disse pegando a mamadeira e observando a temperatura. – Prontinho. – Disse entregando a mamadeira.
- , não vai fazer o suquinho? – Questionou e sorri murmurando um “depois”. preferia que ela tomasse o leite como de costume. – Papai deita comigo na sala para eu beber o leitinho.
- Você quer que eu deite com você? – Perguntei e ela afirmou, fomos para sala e coloquei-a em meu colo.
Ela bebia o leite e olhava para a televisão que passava bob esponja, até que percebi que ela me observava. – O que foi, Jas?
- Quando você tiver um bebê com o papai, ele vai ser meu irmãozinho ou meu priminho? – Engasguei ao ouvir a pergunta.
- Por que eu teria um bebê com seu pai, Jas?
- Porque vovô disse que os adultos quando moram juntos tem bebês e você é tia e o papai é o meu papai, entendeu? – Ela tentou explicar.
Salva pelo gongo! Dei graças a Deus por não precisar continuar com aquela conversa, me levantei para olhar pelo olho mágico e estranhei a presença justo daquela pessoa. – O que você está fazendo aqui? – Dissemos juntas.
Ela riu ao olhar para minhas vestes. – Falta menos de um mês para meu casamento, , e justo hoje Trenton decide ir trabalhar.
- E onde entra nisso? – Dei risada indo com ela até a sala. – Vamos para cozinha? – Peguei Jas no colo novamente e Alexa depositou um beijo na testa dela.
- Preciso da ajuda do , o padrinho tem que ser útil, não é mesmo? – demos risada, Jasmine estava quieta no meu colo, eu de certa forma estava amando aquela aproximação com ela. Ouvimos passos e logo em seguida entrou na cozinha.
- Que bela imagem. – Ele disse sorrindo com a cara de sono. – Ou não tão bela. – Fez piada ao ver Alexa.
- , meu amor, eu preciso de um grande favor do melhor padrinho de casamento do mundo. – Dei risada com a cara irônica que fez, ele se aproximou de mim dando um selinho e um beijo na testa da Jas.
Aquela situação me fazia sentir em casa, como se aquele fosse meu lugar, a minha família, eu me encaixava tão bem ali. Acho que estava sorrindo fazia tempo, pois quando Jasmine chamou minha atenção, e Alexa me olhavam com se esperasse a minha resposta. – Tá bem, ?
- ! Onde você está? – Alexa gritava do outro lado da linha, afastei o celular do ouvido e olhei para o relógio no criado-mudo.
- 5 horas, Alexa, é a porcaria de 5 horas da manhã! – Falei com voz de sono.
- Você está lembrada que hoje é meu casamento?
- Claro. – Respondi irônica. – Você fez questão de lembrar a cada minuto nos últimos meses.
- Temos que ir ao spa hoje, você vai que horas? – Ela começou a falar rapidamente. – Estou tão ansiosa, , será que está tudo do jeito que pedi? E se não der comida para todos? E se o Trent desistir?
- Para de pensar nessas porcarias e volte para cama, eu preciso dormir, Alexa, com toda certeza você não vai querer uma madrinha mal humorada, não? – Falei sem paciência.
Finalmente Alexa tinha me deixado em paz e pude voltar a dormir tranquila, pelo menos um pouco mais até a companhia tocar. Levantei da cama indignada, pois tudo que eu queria era dormir. E parece que justo hoje, o Universo tirou o dia para conspirar contra minhas vontades. Desci a escada ainda meio zonza, por causa do sono, e em seguida abri a porta.
- Bom dia. – disse sorrindo para mim. – Acho que acordamos alguém, Jas.
- ! - Jasmine falou animada, pulando para meu colo, mas a segurou. - Papai, me deixa ir pro colo dela!
- Tudo bem, . - Peguei Jas no colo, e a abracei. – O que fazem aqui há essa hora?
- Não está lembrada que iria me ajudar com a Jas enquanto eu ajudaria o Trenton? – Explicou.
- Ah, é verdade. – Sorri. – Você já vai?
- Não antes de um beijo. – Ele disse se aproximando.
- Jas, meu bem, vai lá pra sala, eu já vou indo. – Coloquei-a no chão.
- Tá bem, . – Falou a garotinha, correndo para o sofá.
- Tem certeza que não incomodará cuidar dela o dia todo? – perguntou com uma expressão um tanto duvidosa.
- É claro que eu tenho! – Afirmei. - Mas enfim, onde paramos?
Ele me beijou um tanto carinhoso, e em seguida nos afastou, terminando o beijo em um selinho molhado. – Preciso ir agora.
- Tudo bem. – Dei um último selinho nele.
- Vai ficar mesmo bem com ela aqui? Você sabe que se precisar de algo, é só ligar. – Ele se certificou.
- Relaxa, . Nós vamos ficar mais que bem. – Sorri olhando para trás e vendo Jas pular no sofá.
- Ok, passo aqui pra buscar vocês depois. – Disse e em seguida beijou minha testa.
- Até mais tarde. – Fiz um gesto de tchau com as mãos, e sorri.
Ficamos brincando no quintal com o Snow por um tempo depois de muitos pedidos da Jas, só não ficamos mais, pois teria que aprontar a comida.
- Jas, qual sua comida favorita? – Perguntei ligando a tevê no canal de desenho.
- Hm... É aquela que tem muito macarrão e queijo, , hm.. – ela disse com uma expressão duvidosa.
- Macarrão com queijo? – Ri da carinha pensativa que ela estava fazendo.
- Não, , é aquela que parece uma torta.. – continuou ela pensando.
- Me deixa adivinhar. Lasanha?
- Isso, isso! – Disse toda empolgada e sorrindo para mim. – Por que, ?
- Porque eu irei fazer isso para o almoço! – sorri, observando Jas um tanto animada com aquilo e pulou desesperadamente no meu colo para me abraçar.
Antes de começar a fazer o almoço, eu e Jas ficamos brincando de casinha, e eu fiz papel de filha, e isso soava muito irônico. Depois disso comecei a preparar o almoço, com todo carinho possível.
- , posso ajudar você? – Jas perguntou com uma expressão manhosa, e eu não pude resistir.
- Claro, vem aqui, vou explicar como se faz. – A sentei na cadeira do balcão, e coloquei o tabuleiro junto com a massa, presuntos, e queijos ao lado. – Bem, primeiro você coloca o molho – coloquei o molho para que ela não se queimasse, já que estava quente -, depois a massa em ordem, assim. - Peguei a mãozinha dela, e guiei a ensinando como fazia. – Depois você coloca o presunto e o queijo por cima. – A guiei novamente, sempre passando molho entre cada camada e ajudando Jas apenas nos ingredientes frios. – Aí, assim que acabar, faz tudo de novo, até completar o tabuleiro. Entendeu?
- Entendi, . – Afirmou ela com a maior confiança, colocando a língua entre os dentes e fazendo o que eu havia explicado. - Tô fazendo certo? – Ri com aquela carinha de confiança e ao mesmo tempo preocupada em errar alguma coisa.
– Está sim, Jas.
- , vai ficar muito gostosa, né? – Ela falou sorrindo e passando a língua nos lábios como que saboreia algo.
- Claro que vai, é você que está fazendo! – Sorri a ajudando.
Depois de terminarmos tudo, coloquei a lasanha no forno e voltei para sala levando a Jasmine para brincar, pois o resto da comida já estava pronta. Almoçamos, e arrumei Jas para ir comigo ao spa, encontrar Alexa.
Ao chegar lá, Alexa correu desesperadamente para onde eu estava, e me abraçou com o maior sorriso. – Você veio! – disse ela, toda animada.
- Lógico que vim, acha mesmo que perderia uma tarde no spa? – Apontei para o local, rindo.
- Que engraçado, haha. – Alê falou revirando os olhos. – Oi, Jas, que bom te ver! - sorriu abaixando e dando um beijo na garotinha que segurava minha mão, toda sorridente.
- Oi, Tia Alexa! – Jas disse se soltando de mim e a abraçando. – O que é um s... s... s... spa?
- Vai ver quando entrarmos, Jas. Você vai gostar. – expliquei. Peguei minha bolsa no carro e caminhamos até o spa.
Alexa estava tão animada que não sabia por onde começar, eu optei pelas massagens, mas ela estava doida pra pular na piscina de água quente. Fomos nos trocar, e logo em seguida seguimos para piscina. Peguei Jasmine no colo, pois era fundo para ela e a mesma não sabia nadar.
- Ai! , isso tá quente. – Jas falou quase me enforcando.
Ri da carinha de desespero da menina. – Você não quer ficar aqui?
- Posso ficar ali brincando com as outras crianças? – perguntou ela.
- Claro que sim. – Sorri a tirando da piscina. – Mas tome cuidado!
- Tá bom, ! – disse e saiu correndo para outra piscina onde estava a área cercada de crianças.
- Ela é uma gracinha. – Alê disse chamando minha atenção.
- É mesmo. – Sorri olhando para Jas novamente, que agora brincava com as outras crianças.
- Você e pensam em se casar? – Alexa perguntou, e eu a olhei meio assustada. Não queria falar daquilo, eu e nunca conversamos sobre isso, talvez ele não quisesse se casar, tentei mudar o assunto e Alexa percebeu, porém respeitou minha súbita mudança.
- ! – gritou Jas e eu me assustei achando que tinha acontecido algo, logo me virei. - Olha o que eu achei, olha, olha!!
- O que é isso? – Olhei para a mãozinha que segurava alguma coisa brilhante.
- É uma pedra de brilhante. – Explicou ela toda sorridente e me entregando.
- Que linda, onde você a achou? – Questionei.
- Do lado da piscina, ali ó. – Jas apontou para o lugar. – É de brilhantes que faz anel de casamento, né, ? É pra você entregar pro papai e falar pra ele fazer um pra você. - Ri daquela situação.
- Oh, pequena Jas. – Sorri com o comentário dela e perguntei: – Por que você está dizendo isso?
- O papai disse que quando duas pessoas gostam uma da outra, elas se casam, que nem o tio Trent e a tia Alê – explicou ela com a língua entre os dentes. – E você gosta do papai, não gosta?
- Claro que gosto. – Ri. – Mas isso é complicado, Jas. – Tentei cortar o assunto. – Vem, vamos fazer as unhas.
Alguns minutos depois, eu já tinha acabado de aprontar minhas unhas e deixei Jas lá enquanto procurava um lugar para pegar água. Segundos depois que saí do salão, ouvi gritos e passos atrás de mim no corredor, dizendo coisas do tipo “Tia , me espera! Eu não quero ficar aqui sozinha!''
- O que você está fazendo? - Me virei para ela rindo.
- , a moça arranhou minha unha. – Explicou Jas me mostrando as mãozinhas. – Olha só!
Ri novamente – Jas, ela não estava arranhando, estava lixando para ficarem todas certinhas, iguais as minhas, olhe. – Mostrei as minhas unhas para ela.
- Mas, , eu ‘tô com medo! Fica lá comigo? - falou, fazendo um biquinho que não tive como resistir. – Voltei para sala me sentando na cadeira, e Jasmine se sentou no meu colo.
- Jas, fala pra manicure como você quer sua unha. - Apontei para os esmaltes e adesivos.
- Eu quero rosa! – disse ela sorrindo.
- Vai querer algum adesivo de unha? – Perguntou a manicure e mostrando para ela os adesivos
- Olha esse que lindo, Jas. É uma rosa. – Apontei o desenho.
- Hm – murmurou pensativa. – Pode ser esse! Mas eu quero um rosa, moça. – Sorriu.
- Então vai ser esse adesivo aqui mesmo, e um esmalte rosa por baixo. – Expliquei para manicure, que começou a fazer logo seu serviço.
Algumas horas depois fomos embora. Jasmine voltou toda feliz para casa, e cantou durante o trajeto todo uma música do seu desenho favorito, o que me fez gargalhar, pois ela travava em algumas partes por não saber pronunciar direito as palavras. Chegando em casa, a primeira coisa que fiz foi colocar comida para Snow. Depois dei um banho em Jas, e fomos nos aprontar para o casamento.
À noite chegou rapidamente, Alexa fez questão de ter um casamento tradicional na igreja. Ficamos em uma saleta no fundo esperando dar o horário para que pudéssemos entrar.
- Ele está ai, não é? – Alexa perguntou pela milésima vez.
- Sim, e se você fizer a mesma pergunta mais uma vez eu te puxo pelos cabelos até o altar para se certificar. – disse encostando-se à porta.
- Garotas, vocês já irão entrar. – disse a mulher que estava organizando tudo. – 30 minutos de atraso é o suficiente, seu noivo está ficando louco com a espera. – sorriu e nos puxou.
Jasmine estava brincando com a Emily, estávamos preocupados se ela realmente entraria, sabe como crianças são, dão um surto e desistem em cima da hora. – Meninas? – disse chamando a atenção das duas. – Vocês já irão entrar, ok?
- Eu vou entrar com quem? – Jasmine perguntou e eu senti o problema chegando.
- Você é a princesa que entra sozinha. – Disse e ela fechou a cara. – Eu e seu pai estaremos lá na frente te esperando e ele te dará uma surpresa. – Ela pareceu aceitar.
Encontrei com apenas na hora que entramos. – Você está linda. – Ele disse plantando um beijo no canto de minha boca sorri enrubescida.
- Você também não está nada mal. – segurei seu braço. – Pronto?
Dito isso, entramos, logo depois veio a Noah e Anthony, irmão mais velho da Alexa, Dani e Thomas, e Alex. Emy entrou com o sobrinho da Alexa como par de noivinhos, e Jasmine resmungou e não quis entrar até aparecer no final do tapete vermelho. Alexa estava linda com um vestido rendado branco, uma princesa, podíamos ver lagrimas em seus olhos, apertando o braço do pai, entrou com a marcha nupcial.
O casamento foi perfeito, reclamava da demora em acabar, pois estava com fome e me desconcentrava com beijos na nuca e Jasmine pela mesma forma, finalmente a cerimonia acabou e fomos para o salão de festas decorado com o mesmo tipo de flores que tinha na igreja. Sentamo-nos em uma mesa reservada esperando que Alexa passasse em cada uma para cumprimentar, vez ou outra eu levantava para olhar Jasmine ou dançar com .
A valsa dos noivos começou, Alexa dançou primeiro com seu irmão e depois com o pai que entregou ela para Trenton, estava a coisa mais perfeita. Olhei para os lados procurando e o encontrei na pista de dança bailando com Jasmine, meu coração amoleceu diante à cena. Depois da valsa, Trenton disse que tinha uma surpresa para Alexa, entregou a pequena para a mãe e subiram em um palco, que até então eu não tinha notado, seguido por Thomas.
- Bom, como alguns aqui sabem, eu e meus irmãos tínhamos uma banda na adolescência. – Trenton tentou explicar e sorriu para Alexa. – Queríamos ser astros do rock, e agora podemos estar um pouco enferrujados, mas cantaremos uma música escrita por meu irmão ali. – Apontou para que estava no piano e eu fiquei pasma, ele nunca tinha me dito sobre isso, além do mais, eu tinha uma tara por homens de terno que tocam piano. – O nome da música é Please be Mine.
Os primeiros acordes começaram e a voz do Trenton se encaixava perfeitamente, no refrão, ele tinha o auxilio dos irmãos e na segunda parte a voz do ficou mais nítida, ele tinha um solo, fiquei enciumada quando algumas mulheres gritavam por ele, nossos olhares se encontraram e ele piscou me deixando corada. Quando a música chegou ao fim, Trenton e trocaram olhares cumplices, Trenton desceu do palco pegando na mão da Alexa e foi para frente.
- Boa noite. – Ele disse sem graça. – Ainda não é aquela parte que os irmãos e familiares fazem discurso contados coisas que deixarão os noivos encabulados. – Todos riram e ele continuou. – Eu fico feliz que meu irmão tenha encontrado a alma gêmea dele, lembro-me do dia em que eles se conheceram, estávamos em um pub e eu achei que ela seria apenas a garota de uma noite, mas as coisas foram aumentando e olha onde estamos. – Fez um gesto apontando para o local. – Eu zoei muito o Trenton por isso, mas agora eu entendo como é conhecer uma pessoa e desejar que ela permaneça com você por toda a vida. Eu não sou muito bom com palavras, porém tentarei fazer o melhor, já que perdi meu papel. – Fez piadinha fazendo todos rirem e tirou a mão do bolso. – Eu nunca achei que pudesse me envolver novamente com alguém depois... Bom, depois de coisas que prefiro deixar no passado. – Ele me olhou e segurei as lágrimas. – Mas o destino resolveu me dar uma chance de ser um cara melhor, às vezes eu me odeio por amar uma pessoa mais que a mim, por te me envolvido de cabeça, mas vejo o jeito que você cuida de mim, e apesar da sua história, você se abriu para minha família, deixou seus problema de lado e deixou minha filha, uma das pessoas mais importantes para mim, entrar na sua vida. – me empurrou até perto do palco e desceu parando em minha frente. – Nem mesmo todas as palavras do mundo conseguem expressar o que eu estou sentindo no momento, pode não ter sido o melhor pedido, mas... – Ele se ajoelhou e tapei minha boca surpresa e lágrimas já escorriam por todo o rosto, um coro de “awn” foi ouvido. – Abernathy, você aceita passar o resto de sua vida com esse cara maravilhoso, lindo e gostoso, que às vezes ultrapassa o limite do ciúme, mas ele só tem medo de perder a mulher maravilhosa que ama, aceita um cara que já tem bagagem – disse apontando para Jasmine que sorria para a cena. – Você aceita se casar comigo? – Tirou dois anéis do bolso.
Não conseguia dizer nada, apenas chorava e olhava para minhas amigas que estavam no mesmo estado que eu, uma leve pressionada na minha mão me fez voltar minha atenção para , me joguei em seus braços sussurrando várias vezes “sim”. Beijamo-nos até um serzinho empurrar nossas pernas, olhamos para baixo e demos risada com a cara emburrada da Jasmine, logo a pegou no colo e ela me abraçou pelo pescoço.
- Agora nós somos uma família de verdade, né, papai? – Ela perguntou sorrindo e fazendo nos abraçarmos em grupo.
- Tomas! Onde estão às flores que eu exigir na entrada da mansão? – Diana gritava com o pobre decorador. – Eu não acredito! Que caminho de merda é esse? É mais fácil os convidados se perderem pela propriedade do que achar o caminho para a cerimônia. – Movia de um lado para outro alterando a voz a cada erro que encontrava. – Eu disse pedras e não britas! Vocês sabem a diferença entre um e outro?
- Mamãe? – disse aparecendo no jardim. – Pare de gritar, pelo amor de Deus!
- Seu casamento tem que ser perfeito, meu amor, você merece e pagamos por isso. – Ela respondeu ao filho, irritada. – Você não deveria estar se arrumando?
- Começamos daqui à uma hora e meia, a Jas já está sendo cuidada? – Ele perguntou e a mãe afirmou balançando a cabeça e pestanejando algo inaudível.
- Danielle está arrumando ela, você deveria fazer o mesmo. – Disse Diana. – E eu irei me arrumar também, se continuar aqui, esquentando minha cabeça, meu penteado desmanchará.
- Você está linda de bobes, não deixe o papai te ver assim, ele está meio animado hoje. – Disse recebendo um tapa da mãe corada.
As horas pareciam que estavam passando de jegue. já estava arrumado e ansioso, não parava de andar de um lugar para o outro. Sorriu ao ver a pequena Jasmine correndo em sua direção com um lindo vestido branco e uma coroa de flores no cabelo, as flores brancas em contraste com o cabelo castanho junto com o rosto angelical dava um ar de princesa retirada de algum conto da Disney, sim, ele era um pai muito coruja.
- Oi, papai. – Ela correu até ele e se jogou em seus braços. – Você tá gatão!
- Estou mesmo? – Perguntou ele. – Será que vai gostar?
- Claro né, bobinho! – disse ela sorrindo meiga e apertando as bochechas do pai como se falasse com uma criança. – Você tá gatão um tantão assim! – Fez um gesto com as mãos.
Diana se aproximava deles parando algumas vezes para cumprimentar os convidados, adiantados, que já estavam se acomodando. – Oi, meus anjos. – Disse ela plantando um beijo doce na testa de cada um. – Jas, você precisa entrar, daqui a pouco começamos e você entrará com a , ok? – Explicou e pôs a menina no chão dando um beijo na cabeça dela, antes que ela corresse para dentro.
- Mãe, a já está pronta? – perguntava esfregando as mãos em sinal de nervosismo. – Ela ainda está aqui, não é?
- Você acha mesmo que ela te abandonaria? – Diana riu do desespero do filho. – Ela não para de tentar futricar pela janela, tem medo que você desista.
- Eu a amo tanto, mamãe, você não faz ideia. – Ele sorria bobo. – Você sabe dizer se os pais dela já chegaram?
Diana fez uma careta e já imaginava a resposta. – Bom, eles ainda não chegaram, e isso a deixou muito triste, seu pai irá leva-la ao altar caso eles não cheguem.
concordou com a cabeça e foi chamado para entrar com a mãe, a cerimônia, graças ao bom Deus, já iria começar. Ele sorria nervoso cumprimentando com um sorriso os convidados ao longo do caminho, às vezes olhava para a janela onde era o local que estava tentando ter algum sinal, mas com cortinas fechadas não lhe permitia nada.
Ela, por sua vez, se encontrava da mesma forma, ansiedade a matava aos pouco, já tinha perdido as contas de quantas vezes tentou olhar pela janela e foi impedida pelas amigas, seu desespero aumentou em saber que sua mãe e padrasto não tinham chegado.
- Amiga, fica calma. – disse sentando-se ao lado dela. – Eles chegarão a tempo.
- Duvido! – comentou desanimada. – Se vocês estivessem visto a reação deles quando informei que iria casar. – Ela revirou os olhos. – Pelo menos eles não colocaram empecilhos pelo simples fato do ser filho de um cara rico. Eles acham que a vida se baseia em riqueza.
- Ei! Nada de tristezas, hoje é um dia feliz, vamos mudar de assunto. – Alexa interrompeu a conversa. – Vamos falar do quão gato seu futuro marido está naquele terno! Céus, , eu consigo imaginar coisas nada puras!
- Ei! Você já tem o seu . – disse enciumada. – Oi, meu amor. – Sorriu para Jas que adentrava o quarto.
- , o papai tá gatão. – Ela disse em um tom impressionado. – Muito gatão, até a Tia Laura paquerou ele.
- Quem é Laura? – perguntou.
- É a prima do papai, mas ela é tão chata, . – Disse sentando ao lado da nova madrasta. – Ela disse que você ia ser minha madrasta e que madrasta tem “ma” de mau! – Ela disse baixo como se fosse um segredo das duas. – E o papai a mandou calar a boca.
sorriu, sua expressão feliz logo foi trocada por ansiosa e nervosa ao ver a cerimonialista chama-la, seus pais ainda não tinham chegado e o Papai disse que a acompanharia com o maior prazer, até a chamou de filha. Ela se sentia amada naquela família e a cada dia se certificava mais ainda que fez a escolha certa.
Logo Paul entrou no quarto e tomou sua mão. – Pronta? – ele perguntou e ela sorriu.
- Nunca estive mais pronta em minha vida. – Respondeu o sogro e sorriu carinhosa ao notar o brilho no olhar do senhor.
- Preciso ser sincero – ele começou. – Já casei dois filhos, mas casar o é algo que eu não esperava, não que eu veja isso de forma negativa, se é que me entende. – Ele a olhou envergonhado pelo comentário. – A forma que ficou depois que... Hm... Depois que aconteceram coisas com ele, eu nunca imaginei que ele se abriria para alguém, eu e Diana até tentamos apresentar outras garotas para ele, mas ele estava irredutível em sua decisão. E agora eu só posso desejar felicidade para vocês!
Lágrimas enchiam os olhos de , ela já estava no jardim da mansão e observava a decoração emocionada, tudo estava lindo, simples, porém lindo. Ao chegar ao inicio do tapete, não vermelho a pedido dela, sorriu ao ver no final, ele estava mais maravilhoso que o normal, Jasmine olhou por sobre os ombros esperando que dissessem que ela já poderia avançar. Os primeiros toques da música Everything de Alanis Morissette soou pelo jardim e a cada passo apertava mais o braço de Paul, ao chegar perto de , recebeu um beijo na testa do sogro e agradeceu, o mesmo olhou para o filho dando o aviso para cuidar bem dela. a pegou pela mão plantando um beijo e se virando para o padre.
O padre conhecido da família começou a celebração, às vezes as trocas de olhares entre os noivos eram tão intensas que o padre precisava chamá-los a atenção.
- Aqui viestes, e , para que, na presença do Sacerdote e da comunidade Cristã, o vosso amor seja marcado pelo Cristo com um sinal sagrado. O Cristo abençoa o vosso amor. Já vos tendo consagrado pelo batismo, vai enriquecer-vos agora com o sacramento do matrimônio, para que sejais fiéis um ao outro e a todos os vossos deveres. Por isso, eu vos pergunto perante a Deus e todas as testemunhas. – Disse o padre apontando para os convidados. – e , viestes aqui para unir-vos em matrimônio. É de livre e espontânea vontade que o fazeis? – ambos concordaram silenciosamente – Abraçando o matrimônio, ides prometer amor e fidelidade um ao outro. E por toda a vida que o prometeis? Estais dispostas a receber com amor os filhos que Deus vos confiar, educando-os na lei do Cristo e da Igreja? - O padre os convida a manifestaram o seu consentimento. – Para manifestar o vosso consentimento diante de Deus e sua Igreja, aqui reunida, dá um ao outro a mão direita. – e se viram e Jasmine aparece entre os dois segurando as alianças.
- Eu, Adam , te recebo, Abernathy, por minha mulher, e te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, nos momentos de tpm e em todos os outros independente de ser bom ou ruim, amando-te e respeitando-te todos os dias de minha vida. – disse pondo a aliança no dedo de que parecia mais uma cachoeira de lágrimas.
- Eu, Abernathy, te recebo, Adam , por meu esposo, e te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, em todos os momentos até mesmo quando passar noites no trabalho e chegar cansado demais para nos dar atenção, amando-te e respeitando-te, todos os dias de minha vida. – Agora dizia sorrindo e pondo a aliança no dedo de seu esposo.
- Assim vos declaro marido e mulher. – O Padre finalizou e antes mesmo de dizer que podiam se beijar, eles já o faziam. – Pode beijar a noiva! – Falou arqueando a sobrancelha por o ato já estar sendo feito.
Logo arroz e gritos de felicidade se ecoavam pelo local, músicas alegres começavam a ser tocadas e os noivos seguiam para as mesas cumprimentar os convidados e agradecerem as felicitações. Jasmine não saía do lado de seu pai e sua nova mãe, a alegria dela era contagiante, finalmente ela teria uma família! se afastou de e se aproximou de um pequeno palanque que havia no jardim com um violão.
- Eu gostaria de agradecer a presença de todos aqui, primeiramente. – começara dizer. – Fico feliz em saber que estão aqui para me apoiar nessa nova fase de minha vida. E bem, acho que é costume de um cantar em casamento, não é mesmo? Mas é a única forma que encontrei para poder expressar meus sentimentos, em público, é claro! – Ele piscou. – Em particular, eu sei bem o que fazer, não é, querida? – Disse para e riu ao vê-la corar.
I don't get many things right the first time
In fact, I am told that a lot
Now I know all the wrong turns, the stumbles and falls
Brought me here.
começou a tocar e cantar olhando fixamente para , que tinha as mãos no peito e o olhava com imenso carinho, podiam sentir a conexão dos dois de longe.
And where was I before the day
That I first saw your lovely face?
Now I see it everyday
And I know
That I am
I am
I am
The luckiest
Todos dançavam lentamente e apenas continuava parada olhando para o pequeno palco, seu sorriso era imenso, imaginara que não podia ficar mais apaixonada, porém se enganara.
Ele arqueou a sobrancelha como se esperasse a resposta dela.
Levantou-se agora apenas com o microfone deixando o violão de lado e se aproximando dela.
Ao final da música, se beijaram apaixonadamente enquanto todos aplaudiam a cena, alguns, como Diana e Danielle, choravam abraçadas aos maridos. Eles curtiram bastante a festa, tiraram fotos e mais fotos e até mesmo pararam para contar os planos que tinham para a Nona de .
- Amor, vem aqui com papai. – Disse pegando Jasmine no colo, já estava na hora de curtir a melhor parte do casamento, a lua-de-mel, e ele precisava se despedir da filha. – Papai vai viajar com , nós já conversamos sobre isso, não? Você vai ficar bem?
O sorriso que ela tinha no rosto se esvaiu. – Por que eu não posso ir?
- Jas, nós já tivemos essa conversa e papai lhe explicou tudo. – Disse o pai fazendo carinho na bochecha da garotinha, a mesma tentava ignora-lo mostrando o quão chateada estava. – Papai só poderá ir em paz se você disser que ficará bem.
- Não quero. – Ela disse tentando ir para o chão.
- Jas? – a chamou e ela não deu atenção. – Ei! – Disse se abaixando perto dela. – Eu e seu pai não vamos embora, vamos ficar apenas uns dias fora e prometemos ligar todos os dias para você, claro, se você sentir saudade de nós, já que vai estar com Emily. – Disse fazendo a menina sorrir um pouco.
- Claro que eu vou sentir saudades. – Disse ela se virando para o pai. – Eu não quero ficar longe de você, papai. – Fez biquinho – Mas pode ir com a , não demora, tá?
Caribe! Oh, belo Caribe! Nada melhor do que passar a lua-de-mel em uma das melhores praias, já pensava nos produtos afrodisíacos e em tomar sua esposa na praia pouco se importando se a lei não permite.
As cabanas ficavam dentro da água, o que oferecia mais privacidade ao casal. Assim que adentraram, observaram cada canto, a surpresa em saber que parte do chão do quarto era de vidro. Eles se sentiriam, literalmente, dentro do mar. estava tão linda, a felicidade estampada em seu rosto era contagiante e tinha vontade de toma-la naquele momento. O que foi feito.
sentiu um arrepio na espinha ao escutar o trinco da porta, logo o corpo de estava próximo ao seu, a respiração colidia contra os cabelos dela, ela já se sentia ofegante como se tivesse corrido uma maratona. Os dedos ásperos de tocaram seus ombros em movimentos delicados afastando seu cabelo para que pudesse abrir o vestido. – Eu gosto quando você se arrepia. – ele sussurrou em seu ouvido. – Amo mais ainda em saber que eu lhe causo isso.
- . – murmurou ela inclinando a cabeça para facilitar o acesso dele em seu pescoço.
Os dedos dele massageavam a nuca dela e o lábio corria pela extensão do ombro. Sentiu-se mole quando os dedos mal intencionados desceram as alças do vestido, levando a mão à cintura dela apenas para poder vira-la para si, voltou a dar atenção para o busto da mulher a sua frente, o vestido escorregou vagarosamente e ele gemeu ao vê-la de peças íntimas, o salto alto e meia 7/8 era a realização de uma fantasia dele. não ficou atrás, sua mão sedenta tentava a todo custo desabotoar a camisa, mas o nervosismo era tanto que ele resolveu dar uma ajudinha. tremeu ao sentir a língua de enroscar a sua, as mãos, antes inertes, agarravam os cabelos pretos com sede e desejo, cedo separaram os lábios, mas não permitiu se afastar, agora lhe sugando o lóbulo e sussurrando sacanagens no ouvido da mais nova esposa. Caminharam lentamente até a cama, logo as poucas peças que restavam estavam espalhadas no chão, a boca de desceu por seu maxilar dando mordiscadas para o vale entre seus seios, jogou a cabeça para trás enquanto mordia os lábios e soltou um gemido sôfrego ao sentir os lábios de em seu seio direito, sugando-o como uma criança faminta, ora mordiscava o mamilo dando uma leve puxada aumentando o prazer, sua mão direita foi levada pela mulher para o outro seio pedindo-lhe atenção, ele se afastou sem motivos e ela resmungou frustrada.
- Eu quero que você se toque para mim, querida. – Ele disse com a voz carrega de desejo, o pudor de já era inexistente nesse momento, e suas mãos tímidas agora ocupava o lugar que as do estiveram apertando os próprios seios, tive uma leve noção de que era loucura, mas não conseguia se segurar. As mãos dele pararam no interior da coxa dela dando apertões. – Quero que se toque aqui.
Ela desceu as mãos pela barriga reta, levando até suas coxas acariciando-as antes de tomar coragem para abrir as pernas incrivelmente bonitas, a mão esquerda permanecia brincando com seus mamilos e deslizou a direita para dentro da sua intimidade, pôde senti-la úmida, arqueou as costas quando iniciou o carinho, seus dedos acariciando superficialmente a vulva, um em especial brincando com seu clitóris, soltou um suspiro de prazer ao imaginar tocando-a. Pensar no marido a fez abrir lentamente os olhos, surpresa ao vê-lo se masturbando olhando fixamente para ela com lábios entreabertos.
sentou-se na cama olhando admirada a cena, ela podia sentir o grande e duro pau pulsando sem ao menos tocá-lo, lembrou-se das inúmeras vezes que a dava prazer e chegou a hora de retribuir, pôs sua mão em cima da dele aumentando os movimentos e arrancando um grito gutural do homem, logo a mão do mesmo estava em sua cabeça alisando os cabelos enquanto ela passava a língua e dava leves mordidas na glande. Ela o olhou e perguntou com a voz rouca e sexy. – Me permite, senhor ?
- ! – disse com dificuldade, não era a resposta que ela esperava, porém entendi o desespero do marido. Os lábios macios passeavam por toda a extensão de seus pênis e a boca doce de o chupava como se fosse um picolé, o seu sabor predileto, não demorou muito e ele podia sentir o orgasmo chegando, puxou-a pelos cabelos. – Temos muito tempo para fazer inúmeras sacanagens, amor, mas eu quero que meu primeiro orgasmo seja dentro de você. – ofegou com as palavras. – Agora é a sua vez, senhora .
Levou novamente sua boca até os seios da mulher mordendo agora sem nenhuma delicadeza, seus dedos brincavam na intimidade dela ora penetrando-a rapidamente, ora lentamente, às vezes alternava em apertar o clitóris. Foi descendo a boca por todo o corpo da esposa parando para observar o vai e vem dos seus dedos que logo foram substituídos por sua língua, chupando-a e mordendo em pontos estratégicos, penetrava a intimidade com a língua fazendo gemer cada vez mais alto, agradecia mentalmente por ter pegado a cabana mais afastada e pelo vidro ser fumê, ele não conseguia distinguir qual a melhor vista, se era nua gemendo de prazer ou o extenso mar atrás deles. Ela puxou fortemente o cabelo da nuca do marido esperando que ele entendesse que ela já estava perto, isso o fez aumentar as estocadas com a língua e receber o líquido quente.
Sem aguentar mais, o puxou para cima, beijando-o e sentindo o seu próprio gosto, se fosse a outro momento ela acharia aquilo nojento, mas estava inebriada por desejo. Esfregava seu corpo no de esperando aumentar o contato, logo ele a penetrou bruscamente, retirando o seu pau lentamente e estocando com mais força, a cada estocada o ritmo aumentava, o som do corpo deles se chocando e gritos de prazer invadiam o quarto, suas bocas travavam um luta, um querendo dominar o outro, sentia o pau quente e duro vibrando em seu interior e inconscientemente apertava as paredes internas, o que ocasionava mais prazer, avisou que estava perto do ápice e rebolava mais rápido para que chegassem juntos, tempos depois já estavam deitados lado a lado ofegantes.
- Banheira, varanda ou praia? – Perguntou ao se recuperar e pegar a esposa no colo.
- Oi, meu amor. – Disse ele plantando um selinho molhado na boca da esposa, Jasmine fez careta e desceu do colo dele correndo de volta para sala. – Tudo bem?
- Melhorou agora. – sussurrou no ouvido do marido desabotoando o terno que ele usava. – Como foi seu dia?
- Poderia ter sido melhor. – Ele admitiu. – Se eu estivesse com vocês.
- Para compensar esse dia chato longe da sua família – Ela disse dando selinhos a cada palavra dita –, eu fiz o prato favorito do meu esposo. – Finalizou mordendo o lábio inferior e dando uma puxada.
- Hmm... Fala de novo. – Ele gemeu em aprovação.
- Que fiz seu prato favorito? – O olhou e sorriu quando sentiu as mãos se apertarem em sua cintura.
Ele negou com a cabeça. – Diz que sou seu esposo. – Falou manhoso. – Eu adoro escutar você falando isso.
deu uma risada gostosa. – Ai meu Deus, que marido manhoso eu tenho. – Ela disse ainda rindo. – Meu esposo. Só meu, deseja mais alguma coisa?
- Só seu, assim como você é só minha! – Disse e murmurou um: “toda e completamente sua!” antes de se beijaram para matar toda saudade. O beijo foi partido quando Jasmine entrou correndo e gritando na cozinha feliz da vida.
- Mãe! O Ben sorriu para mim! – A pequena sorria impressionada e nem reparou o “erro”.
paralisou, Jasmine nunca a tinha chamado assim, ela olhou para a garota. – O que você disse? – Gaguejou um pouco e a segurou pela cintura.
- Que o Ben sorriu para mim? – Perguntou como se fosse óbvio.
- Não isso. – a interrompeu. – O que você disse antes?
A garota corou. – Eu... Hm... Eu disse que... Eu não disse nada, . – Quase com seis anos de idade Jasmine continuava a chamando de .
- Você me chamou de mãe? – Lágrimas já corriam pelo rosto de , ela se sentia completamente realizada.
- Desculpa, foi sem querer. – A menina usou um tom culpado e abaixou a cabeça. se aproximou a pegando no colo.
- Não precisa se desculpar, meu amor. – Disse a abraçando. – Você não faz ideia do quão feliz estou, devo admitir que ansiava por esse momento há certo tempo.
observava a cena sorrindo até um choro de reclamação vim da sala, ele não quebrou aquele momento entre as duas, passou por elas em direção à sala pegando o pequenino no berço.
- Oi garotão! – Disse ele fazendo caretas e o filho sorriu.
Sim! Logo após o casamento começou sentir uns enjoos e a menstruação atrasada, ela sentia que estava grávida, mas infelizmente quando foi fazer os exames, descobriu que era apenas gravidez psicológica, ela ficou destruída e decidiu que seria legal eles adotarem uma criança, até porque Jasmine sempre exigia um irmãozinho ou irmãzinha. Explicar para garotinha o porquê seu irmão não tinha vindo da barriga de foi meio complicado, mas a garota parecia ter entendido e aceitado. Por sorte eles conseguiram um bebê de apenas um mês, eles conheceram a mãe e entenderam o porquê dela querer pôr a criança para adoção. Agora com cinco meses, Benjamin Cohen Maddox, ou apenas Ben, era o mais novo integrante da família mimado por todos, até mesmo pela irmã. e achavam hilário a forma que ela o protegia, não deixava ninguém o segurar por muito tempo e ficava o tempo todo ao lado dele, bom para , pois tinha ajuda para cuidar do pequeno.
- O jantar está pronto! – chamou e entrou na cozinha com Ben no colo, Jasmine estava arrumando a mesa. – Oi, amorzinho da mamãe. – Assim que viu a mãe, Ben começou a fazer manha, certamente com fome.
O jantar foi de certa forma especial, não parava de sorrir pelo ocorrido de antes e pelas brincadeiras de e Jasmine, ele parecia uma criança perturbando a filha.
- Como foi na escola hoje? – Perguntou ele e Jas trocou olhares com . – O que vocês estão escondendo de mim?
- Nada, papai! – disse ela rápido. – Foi bem legal e entrou um menino novo, ele é muito legal.
- A cara dele não vai ficar legal se ele ficar muito próximo de você. – dDisse enciumado.
- ! – repreendeu . - Ele é apenas um garoto de seis anos, e é normal garotas ter amigos do sexo oposto. Vou até fazer um almoço para os pais dele.
- Não, e não vamos falar sobre isso. – Ele disse sem olhar para esposa. Achava um absurdo apoiar isso, eles poderiam ser apenas crianças agora, mas iriam crescer e sua filha a cada dia que passava ficava mais linda, ele já estava prevenindo problemas futuros desde agora.
Assim que terminaram o jantar, foram para o quintal que dava para uma praia particular, forrou a areia com uma toalha para que pudessem sentar, Jasmine se ajeitou e pediu para colocar Ben entre as pernas para que pudessem brincar, assim fez.
a puxou para o meio de suas pernas e começou a fazer cafuné. Ele nunca achou que estaria tendo um momento desses, que teria uma linda família feliz, uma esposa maravilhosa que o amava e aceitava a sua filha.
Ela se virou para ele sorrindo e dando-lhe um beijo. – Eu te amo tanto.
- Eu te amo mais.