Out of Newcastle


Escrita por: Ana Menezes e Maí Taylor
Betada por: Abby




Atenção: como já dito, essa shorfic se passa após o final da fanfic Camp Newcastle. Se você não leu ainda, corre e clica aqui!



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Uma semana, dois dias, catorze horas, trinta e sete minutos e quarenta e um segundos.

Uma semana, dois dias, catorze horas, trinta e sete minutos e quarenta e três segundos.

Uma semana, dois dias, catorze horas, trinta e sete minutos e quarenta e quatro segundos.

Já fazia uma semana, dois dias, catorze horas, trinta e sete minutos e quarenta e cinco segundos que morava na minha casa, dormia no meu quarto, tomava banho no meu banheiro e comia a minha comida. Ele é o meu amigo, mas aquilo já estava ficando bem irritante.

Mas o pior de tudo é que já fazia uma semana, dois dias, catorze horas, trinta e sete minutos e quarenta e seis segundos que namorava minha irmãzinha. , minha pequena, sangue do meu sangue, meu bebezinho que eu tanto amo irritar, namorando . .

Ok, talvez ela não seja mais tão pequena ou tão bebê assim. Mas ainda assim, é a minha irmã, namorando um cara que eu conheço desde pequeno e – como se não bastasse – conheço todo o seu currículo sexual.

Mas na realidade, pensando duas vezes, era melhor que namorasse do que um idiota qualquer – e, por idiota, me refiro a Nate. Pelo menos eu sei que me respeita e, com certeza, é meu amigo demais pra sequer chegar às preliminares com a minha inocente irmã e...

– Cara, gastei todas as minhas economias pra reservar um quarto naquele Hotel Four Seasons hoje à noite... Você sabe, aquele hotel de luxo no centro de Manchester.

Fui surpreendido pela voz de , através da porta fechada do meu quarto. Provavelmente falando ao celular. Hotel? Será que ele finalmente havia se cansado de invadir minha privacidade e iria se hospedar em um hotel? Mas existiam outras dezenas de hotéis em Manchester que custavam três vezes menos que o Four Seasons.

disse que está bem ansiosa. Aposto que ela é daquelas loucas, meio selvagem, então eu já planejei todos os detalhes. Vai ser sensacional... – Disse ele.


( ao telefone)

– Eu vou levar minha cueca, aquela com a estampa de um tubarão enorme de boca aberta na frente, você tem uma igual, lembra? Então, exatamente! Vou mostrar a ela que quem manda no Camp Newcastle, manda em cima da cama também! – andava de um lado para o outro no quarto, enquanto ouvia a voz de do outro lado da linha.

– Não, seu idiota. É claro que a cueca não está furada. Qual o seu problema, ? – Ele continuou. – Enfim, além disso, eu comprei aquelas máscaras de animais, sabe? Comprei uma de tigre; sim, cara, quero ver a engatinhando até mim em cima da cama. Estou fantasiando demais? Não, né?! Mano, vai ser uma noite foda! Separei algumas músicas no iPod pra ela fazer uma dancinha sexy. Sim, sim, a está topando isso tudo. Desde que eu cheguei, nós estamos meio que incontroláveis, mas ainda não tivemos o momento perfeito... Essa menina me leva à loucura! – fez uma pausa, tomando fôlego.

– Na real eu queria pintá-la toda de azul, para lembrarmos o dia em que eu joguei tinta nela quando a recepcionei no acampamento, mas a disse que os caras que limpam o quarto depois iam ficar meio putos. E sabe qual é o melhor, ? O melhor de tudo é que não desconfia de absolutamente nada. Chega até ser engraçado o fato de que eu planejo tudo isso dentro do quarto dele.

(Fim da ligação)

Ah, mas não mesmo.

Entrei no quarto com duas garrafas de cerveja, com o sangue fervendo por dentro, mas fazendo a maior cara de paisagem possível, como se não tivesse acabado de dizer que ia violar minha pequena naquela noite.

– Cara, eu preciso desligar, chegou com as cervejas. – pigarreou um pouco e imediatamente desligou o telefone, jogando-o em cima da cama.

– Tava falando com quem, cara? – Perguntei, como quem não quer nada, enquanto abria as garrafas com os dentes, meu maxilar trincado de ódio. – Ou melhor: tava de fofoca? Desligou o telefone tão rápido.

– Era o , eu estava contando pra ele como fui bem recebido por você aqui, na sua casa. É. – Eu conseguia sentir o suor escorrendo pela nuca daquele babaca, traíra, comedor de irmãzinhas. – E aí, vai fazer o que hoje à noite? Eu e vamos a um acampamento, um luau de uns amigos dela, acho que só voltaremos amanhã cedo. Vai ser uma festa longa.

Filho da puta.

– Não sei, acho que vou pedir uma pizza e assistir a final do campeonato de futebol. Não quer ficar por aqui mesmo? Os amigos da são estranhos, é só lembrar daquele Nate do acampamento. – Eu estava com tanta raiva, que seria capaz de quebrar a garrafa de cerveja em minhas mãos, apenas amassando-a com a força dos meus dedos.

– Talvez. Vou pensar no caso. – lançou um sorriso nervoso e saiu do quarto. Minha vontade era arrancar todos aqueles dentes com um único soco, mas me contive. Tomei mais um gole da bebida gelada. A conversa de no telefone girava na minha cabeça, e tudo o que eu conseguia pensar era:

Só por cima do meu cadáver.


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Era pouco mais de oito da noite, e eu estava a cada segundo mais próximo de algo épico: um Shark, uma Tiger, eu, , sexo. Tudo aconteceu tão rápido naqueles sete dias em Newcastle, e as coisas em Manchester pareciam correr com a mesma velocidade impressionante. Parecia precipitado, mas algo em me dizia que ela era diferente de todas as outras garotas que eu conhecia.

Talvez porque ela era a única com a capacidade de levar uma bolada na cabeça.

E continuar linda.

A porta do elevador se abriu. Décimo andar, apartamento quatro, Hotel Four Seasons. Enorme, luxuoso, e nada a ver comigo, eram as palavras suficientes para definir o local: lustres imensos e brilhantes, tapetes que pareciam custar mais que a minha casa, paredes com quadros antigos. Definitivamente era o melhor lugar que eu poderia oferecer a .

Acabei optando por tomar um banho enquanto não chegava – que por sinal, já estava bastante atrasada, como sempre. Tirei as roupas e coloquei-as em cima de minha mochila, adentrando o banheiro e aproveitando o conforto que só a ducha de um hotel caríssimo poderia oferecer. Aquela noite entraria para a história.

Mal sabia eu.

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Como típica moradora de Manchester, a torre do Hotel Four Seasons sempre me causava um estranho fascínio. Era só um hotel como os milhares de outros existentes na cidade, mas o saguão imenso, com seus lustres caríssimos, móveis luxuosos e alguns dos clientes mais abonados do país me faziam desejar piedosamente não ter nascido na cidade, somente para ter uma desculpa boa o suficiente para passar uma noite que fosse naquele local.
E, de um jeito completamente fora do esperado, acabei conseguindo o que tanto queria.

Um homem alto, vestindo um terno azul marinho, abriu as portas do grande hotel para mim. Mesmo já sendo noite, definitivamente não mais que oito horas, adentrei o local de óculos escuros, tomada por aquele medo idiota de topar com algum conhecido despretensiosamente sentado em alguma das mesas do caríssimo bar na recepção e ter que dar explicações esfarrapadas.

– Quarto de , por favor. – Pedi, ansiosa e com a voz trêmula.

A secretária, um tanto jovem e com cara de completamente burra, correu os olhos por um grande livro, com capa de madeira, tão rápido que mal daria para processar qualquer informação.

– Décimo andar, apartamento três. – Disse, com um sorriso de flerte, olhando para algo ou alguém por trás das minhas costas. Infelizmente, minha impaciência falou mais alto que a curiosidade.
– Obrigada. – Deixei-a mordendo o lábio para o além, e me dirigi até o imenso elevador, com o estômago revirando de excitação.

"Finalmente!", era tudo que eu conseguia pensar.

Mal sabia eu.

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Tão logo a porta do elevador se fechou, também fechei o grande jornal, depositando-o, da maneira mais elegante possível, em cima da mesa. O bar do Hotel Four Seasons estava completamente fora das minhas economias, e pedir um whisky com gelo, somente para impressionar a recepcionista avantajada, doía tanto quanto a gravata que me enforcava sobre a camisa.

Exatamente oito e cinco da noite. Quanto tempo levaria para desistir de uma noite com seu príncipe encantado?

– Eu poderia ser atriz. O que você acha? – Ela disse, passando o dedo indicador em meu peito.

– Claro. – Disse, segurando o riso ao máximo. Um dia eu contaria aquilo a e ele com certeza acharia graça. Dar em cima da recepcionista do hotel para impedir minha irmãzinha de transar com o namorado. Parecia um filme de adolescente. – Mas você sabe que tem a parte dois do plano, certo?

Ela acariciou minha mão.

– A parte dois pode esperar. Quero te mostrar a lavanderia mais solitária da cidade. – Piscou.

Meu. Deus. Pelo menos eu me daria bem naquela noite.

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Cerca de meia hora e algumas centenas de litros d’água depois, nenhum sinal de . Decidi sair do chuveiro antes que me tornasse um anfíbio.

Será que ela havia desistido? Era tudo que eu conseguia pensar, embora ela parecesse completamente confiante quando conversávamos sobre o assunto. Mas não havia outra explicação.

Enrolei-me na toalha, completamente encharcado, com a esperança de que, ao sair do banheiro, lá estaria ela. Claro que não. O problema foi que percebi a ausência de e de mais uma coisa.

– Puta que pariu. – Eu disse, revirando a mochila e passando os olhos por todas as superfícies do quarto, mesmo tendo certeza que isso seria infrutífero. – Cadê as minhas roupas?

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Cinco minutos. Dez. Vinte. Meia hora. O tempo realmente passa muito devagar quando vai ficando cada vez mais na cara que você levou um fora. E no hotel mais caro da cidade. Na noite mais esperada em muito tempo.

O quarto do décimo andar, que a primeira vista parecia tão encantador, agora era deprimente. Quão idiota poderia ser para me deixar sozinha ali? E naquelas condições? Logo ele, que parecia esperar tanto por aquilo, com suas ideias malucas.

Levantei-me da cama macia, decidindo ir embora, sem nem mesmo saber se me humilharia mais ainda para ter uma conversa sobre o assunto. No largo corredor, apenas para melhorar a situação, encontrei a recepcionista com cara de burra esperando pelo elevador com algumas roupas amassadas em um bolo em suas mãos.

– É, perdão. – A chamei, tentando desesperadamente encontrar uma explicação lógica para tudo aquilo. – Você tem certeza que o quarto de é o número três? – Perguntei, fragilmente esperançosa.

Ela me lançou um sorriso desdenhoso que quebrou meu coração.

– Certeza absoluta, querida. Por que a pergunta? Por acaso ele te deixou sozinha?

Não respondi, olhando fixamente para o chão, sentindo as bochechas corarem e os olhos arderem. Ouvi o barulho das portas automáticas do elevador se abrindo, e os saltos da recepcionista adentrando-o.

– Vai descer? – Ela perguntou, mas eu apenas neguei com a cabeça, em silêncio. Naquele momento me era preferível pular da janela a descer dez andares de elevador com uma mulher possivelmente cheia de perguntas a fazer.

– Vou de escada. – Falei comigo mesma, decidindo repentinamente, enquanto a porta se fechava em minha frente. Escadas de emergência sempre levam a saídas de emergência. Uma saída provavelmente pelos fundos solitários do hotel, onde eu não seria o assunto de absolutamente ninguém. É, uma saída de emergência era exatamente o que eu precisava.

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Não foram poucos os piores desfechos possíveis que eu imaginei para aquela noite. Mas, com toda a certeza, nenhum deles envolvia ficar só de toalha em um quarto de hotel, sem ter para onde ir.

Eu cogitava as melhores – ou menos piores – opções: sair pela recepção com certeza iria causar diversos problemas com a segurança. Ligar para só serviria para que ele tivesse certeza do que eu faria naquela noite. Telefonar para parecia fora de cogitação, pois aparentemente ela havia mudado os planos no último minuto.

Esgueirei-me para fora do quarto, com o corpo ainda molhado e os cabelos deixando poças pelo corredor. Encarei o elevador, que descia, pensando em como seria ótimo se os hotéis tivessem a opção de uma saída alternativa, para casos extraordinários. Uma saída de emergência...

– É claro! Merda. – A água de Manchester com certeza estava me deixando mais burro. Talvez fosse por isso que os Tigers nunca conseguiam ganhar de nós. Adentrei a escada de emergência, ao lado do elevador, sem pensar duas vezes, apenas esperando que fosse me levar a um final melhor do que aquele.

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Aquilo não podia estar acontecendo.

Meus olhos ardiam de raiva e humilhação, enquanto trilhava pela longa descida pela saída de emergência do Hotel. Eram necessários pelo menos dez lances de escada e cerca de vinte minutos para chegar até o térreo, mas o esforço físico sempre me fazia melhor.

Enquanto descia, degrau após degrau, só conseguia pensar em como eu era idiota. Idiota por confiar que seria diferente dos demais, que com apenas uma semana em que estávamos juntos nós seríamos totalmente leais um ao outro e tudo seria pra sempre perfeito. Idiota por descer dez andares de escada completamente sozinha, com as luzes se apagando atrás de mim a cada segundo, e absolutamente ninguém pra me socorrer caso algo acontecesse.

– Sabe, esse é o hotel mais chique de Manchester. Eles têm uma máquina muito louca, parece uma caixa gigante. Você entra nela, aperta um botão e ela te leva dez andares abaixo em menos de um minuto. Chama-se elevador.

Olhei para trás com o susto, e lá estava , enrolado tão somente com uma toalha, os cabelos molhados respingando gotas d'água no chão.

Irresistivelmente atraente. É claro.

– Eu sabia que você não tinha mudado de ideia. – Ele disse, acredito que para si mesmo, com o sorriso que era sua marca registrada e apenas uma das centenas de razões pelas quais eu estava perdidamente apaixonada por ele.

– Como foi que você chegou aqui tão rápido? – Me limitei a perguntar, já com os olhos totalmente vermelhos e marejados. – E o que você está fazendo de toalha? E molhado? – As perguntas começaram a jorrar. – E mais importante, por que me deixou sozinha? – Senti o nó em minha garganta crescer.

– Não vamos esquecer que eu sou um atleta muito melhor que você. Nunca levei uma bolada na cabeça, pelo menos. – Ele deu um sorriso bobo.

– Idiota. – Falei, dando as costas a por um breve segundo, antes que ele me puxasse de encontro a ele.

. Aconteceu a coisa mais estranha do mundo. Você tem que acreditar em mim. – Ele me fitou, com os olhos duros. Parecia sincero. – Eu estava no quarto quatro, e você não chegava nunca, eu fui tomar um banho e minhas roupas sumiram. – Ele cuspiu as palavras o mais rápido que conseguiu.

– Eu estava no quarto três te esperando e... – E de repente tudo fazia sentido. Aquela recepcionista, no fim das contas, de burra não tinha nada. Dei um sorriso incrédulo, toda minha mágoa se dissipando em um segundo. – Alguém armou pra gente, . Eu tenho certeza absoluta. – Parei para pensar em alguma alternativa que fizesse sentido. – Nate? – Pedi.

Alguns segundos de silêncio firmaram-se entre nós. Será mesmo?

– Não interessa. – Ele declarou, por fim. Eu apenas o observava, estática. – Tudo que eu sei, , é que enquanto eu te esperava, achando que você tinha desistido, que você não estava preparada, eu só pensava em uma coisa: que eu nunca quis tanto andar num trem quanto para vir a Manchester te ver. Que eu queria que fosse possível ser verão o ano inteiro, para que a gente passasse todos os dias da nossa vida em Camp Newcastle. Eu só consigo pensar em você. Todo segundo. E só queria ter uma chance, ainda que pequena, de ser feliz com você.

E tudo ficou em silêncio. Só conseguia olhar para , com a boca aberta, procurando coisas bonitas para dizer, completamente sem sucesso. E ele, que já tinha dito tudo que podia, apenas me fitava profundamente. Ali estávamos nós. Eis que a ultima luz atrás de nós se apagou, deixando a escadaria em uma escuridão total e completa. Eu e um de toalha, imersos pelo breu.

Foi aí que meus lábios deixaram escapar a única coisa que eu pensava no momento.

– Ouvi dizer que escadas de emergência não têm câmeras de segurança.

não me deixou continuar. Apenas passou os braços por meu corpo, forçando-me contra ele e calando minha boca naquele exato segundo com um beijo que imediatamente me tirou o fôlego.

– Ainda… Quero... Saber... Quem... – Era impossível pensar quando ele me beijava daquele jeito, prensando lábios contra os meus e tocando meu corpo de uma maneira tão assustadora que, ao me dar conta, já estávamos contra o chão frio de um intervalo entre degraus. Não chegava nem perto da cama king size apenas alguns andares acima, mas naquele momento eu não estava em condições de escolher qualquer outra superfície.

Senti arranhando o zíper de meu shorts, empurrando-o para baixo forçosamente enquanto me beijava. Tive a impressão de que algo se partiu naquele momento, provavelmente a costura lateral do tecido, mas a presença de seu corpo úmido contra o meu não me dava qualquer certeza de nada que acontecia a minha volta.

Minhas pernas nuas penderam para o lado enquanto se inclinava sobre meu corpo, e eu senti o ar frio do local escuro subindo pelas minhas costas, causando-me ainda mais arrepios que as mãos de , que continuavam a explorar-me, agora mais vagarosamente, brincando com a alça de minha blusa. O toque quente de suas mãos parecia me estimular misteriosamente, pois ele nem mesmo havia alcançado qualquer lugar estratégico ainda.

E em questão de segundos a blusa alcançou os degraus da escada. Seu olhar se estreitou sobre todo meu corpo, como se o devorasse, admirando-me enquanto finalmente tocava meus seios, visivelmente excitado. Arqueei as costas, indo em direção a ele, mas me manteve onde eu estava, por cima de mim, com apenas uma das mãos, a outra indo de encontro a minha calcinha.

Naquele momento eu percebi que ele me tinha na palma da mão e, usando da pouca força que tinha, abri meu próprio sutiã, revelando meu colo nu. Um sorriso lascivo passou pelo semblante de , e eu não consegui segurar o riso de vê-lo daquela maneira por minha causa.

Aquele momento perigoso, inapropriado e extremamente excitante não me era nem um pouco habitual, e parecia que a adrenalina seria suficiente para me manter ali por horas a fio. Aquele pensamento logo foi interrompido, com meu estômago abruptamente perdendo o chão quando as mãos de agarraram o tecido fino e o puxaram para baixo, lenta e provocativamente.

Voltei à consciência por alguns segundos quando senti o macio algodão cobrindo parte do corpo de . Como o esperado, me livrar daquilo foi mais fácil do que pensava. Naquele momento, saiu de cima de meu corpo, parando entre meus joelhos e abrindo-os delicadamente. Meu coração, que já pulsava aceleradamente, quase entrou em combustão a primeira vez em que ele me viu totalmente exposta, completamente a sua disposição. E mais uma vez a adrenalina não o fez perder tempo – segurou-me por trás com ambas as mãos, e eu cravei os dedos em suas costas, segurando a respiração, mas imediatamente soltando-a em um gemido no segundo em que senti sua língua morna, estimulando-me rapidamente.

Aquela era, sem sobra de dúvidas, uma das melhores sensações que eu já havia experimentado, melhorada mil vezes pelo olhar brincalhão de , que ocasionalmente encontrava o meu, fazendo-me sorrir entre gemidos baixos. Momentos depois, quando meu corpo já se mexia involuntariamente ao toque dele, inesperadamente senti seu corpo sobre o meu mais uma vez, agora úmido tão somente de suor, e uma explosão de prazer e dor me invadiram, simultaneamente, quando ele me penetrou. Arfei de surpresa, mais uma vez afundando as unhas em suas costas, a presença dele se tornando cada vez mais familiar – e incrivelmente prazerosa. se inclinou ainda mais sobre mim, e eu senti todo o oxigênio se esvaindo de meu corpo, mais e mais a cada segundo.

Eu acariciava seu cabelo, trazendo-o mais perto possível. O som de sua respiração, o movimento conjunto de nossos corpos, tudo aquilo era muito melhor do que eu imaginava. O Shark e a Tiger finalmente juntos como tanto queriam, totalmente ao contrário do que planejaram. Fixei meus pés ao chão, da maneira mais estável que consegui, de forma que quando ele vinha ao meu encontro, eu ia ao dele, causando-nos gemidos incontroláveis de prazer, até o momento em que eu sentia o orgasmo brotando dentro de meu corpo, consumindo-me e me fazendo estremecer. Aquela sensação corria dentro de minhas veias aceleradamente, e eu sentia que nem eu nem ele duraríamos mais poucos segundos, até o momento em que o prazer me atingiu incontrolavelmente, fazendo-me gemer o nome de , mais de uma vez. Meu corpo relaxou, lentamente, e eu finalmente abri os olhos com um sorriso, somente para ver o garoto e seu orgasmo, logo após o meu.

Aquilo era melhor do que qualquer plano idiota.

()

O bar do hotel não estava muito cheio. No imenso telão em uma das paredes, a final do campeonato entre Chelsea e Manchester United acontecia e eu, como o esperado, assistia ao jogo sem mais nenhuma moeda no bolso: passei de whisky para cerveja, da cerveja para água gaseificada, da água gaseificada para os olhares tortos dos garçons. Foda-se.

A verdade é que eu não me importava, eu apenas queria comemorar cada segundo da minha vitória contra todos os hormônios de : o comedor das menininhas. Saber que eu consegui finalizar cada meta do meu plano e de quebra transar com a recepcionista mais gata do hotel mais caro do bairro era dádiva de um rei.

E o rei era eu. Eu poderia até estrelar uma sequência de ‘O Poderoso Chefão’. As pessoas passavam por mim e, por pura educação, me cumprimentavam, mas não eram capazes de dimensionar a minha soberania e grandiosidade naquela noite.

Olhei de relance para a porta do bar e vi a recepcionista, que me deixou uma leve piscadela. Aquela noite também havia sido inesquecível para ela.
Naquela noite, eu me autoconsagrei o protetor das virgenzinhas.

Mal sabia eu.


Fim


Nota da autora: Nós duas definitivamente só funcionamos sob extrema pressão.

Dessa vez foram treze páginas, quatro mil e seis palavras depois, e essa shortfic saiu exatamente nas últimas horas do último dia – assim como Camp Newcastle saiu nos últimos segundos antes da entrega do Especial Extraordinário do ano passado – e estamos muito felizes com isso.

Quebramos legal a cabeça, mas finalmente saiu! Bom, pra quem não sabe essa história foi totalmente inspirada na nossa “shortfic” Camp Newcastle (que está ganhando uma segunda parte, uhul!), que conta uma história sobre o melhor acampamento de verão do mundo. Na verdade, a fanfic que você está lendo é um tipo de spin-off do que rola quando o PP vai visitar a PP na cidade dela, logo após o finalzinho de CN I. Escrever sobre sexo não é muito o nosso forte, por isso estamos aqui, de joelhos, torcendo para que vocês gostem e que nós cheguemos aos pés das outras autoras – e, é claro, que vocês se interessem por CN I, II e derivadas.

Gostaríamos de agradecer a Abby linda pela disposição em ajudar. Você é um anjo, nega!
(Abby: é nóis, nem! 8D)

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O irmão mais velho, coitado, bem que tentou brecar nosso casal favorito, mas esperamos que vocês tenham gostado de presenciar mais uma aventura da tigresa e do tubarão mais queridos do mundo!

Com amor (e um pouquinho de sacanagem):
Ana e Maí.

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