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Sábado 9:23 pm
Eu mal respirava e não tinha pra onde correr. Eu desci todas as escadas quando o elevador demorou mais de três segundos pra chegar. Eu tinha que correr, eu tinha que sair dali de qualquer jeito.
Eu não conseguia ver nada à minha frente, as lágrimas me impediam de enxergar alguma coisa, eu só me apoiava no corrimão e descia, sem ver nada. Eu não conseguia respirar, uma dor tomou conta do meu peito, eu cambaleei e tropecei.
Abri meus olhos e estava me pegando no colo. Ele estava subindo as escadas e me escutava chorar, mas ele não tinha certeza se eu chorava de dor ou de tristeza.
Eu também não sabia.
Abri meus olhos novamente e estávamos entrando no meu apartamento. e arregalaram os olhos no momento em que me viram. Estava tudo tão confuso na minha cabeça, eu não conseguia entender metade do que eles falavam. Olhei ao redor e todos já haviam ido embora, no apartamento só sobravam eu, , a mãe do Dougie, , e a faixa escrita "Parabéns ".
Finalmente recobrei o mínimo de juízo possível para entender o que discutiam.
- Dude, o que a gente vai fazer agora? - parecia que ia desmaiar de tão desesperado.
- Eu acho que não estou legal... - meio que sussurrou passando a mão na barriga.
- Então o que vamos fazer agora?
- Fiquem todos calmos. - a mãe do falou com certa firmeza. - Não vai precisar levar ponto. - fiquei mais confusa ainda, mas foi a conta pra correr da sala com a mão na boca.
- Esqueci que ele não pode ver sangue. - comentou colocando a mão na cabeça e eu tentava ainda entender o que ele tinha falado. Sangue?
- Mas o que a gente faz agora? Ela não pode ficar sozinha. Não tem condições dela ficar aqui, comigo ou com o .
- Por que ela não fica comigo? - perguntou.
- Por que seria o terceiro lugar que ele iria procurar.
- Fiquem calmos, ela vai ficar comigo. Meu quarto de hotel é grande, e tem um tempo que não venho a Londres, ela ficará bem.
- Mas e se o for lá? - entrou na sala com uma cara melhor.
- Você tá discutindo comigo? - ele deu um pulo e balançou a cabeça negativamente. - É melhor que você não esteja discutindo comigo. Agora pede desculpa!
- Desculpa... - ele murmurou baixo.
- Eu não ouvi, fale direito!
- Desculpa!
- Melhor assim. - o tom dócil da voz dela voltou e ainda estava com os olhos arregalados pelo susto.
Sábado 11:54 pm
Eu me encontrava deitada com um cobertor sobre minhas pernas, levantei a cabeça um pouco e vi a mãe do sentada no sofá assistindo televisão, olhei para o lado e estava deitado comigo, olhando para a televisão.
- Oi, não consegue dormir? - ele sussurrou me olhando ternamente ao perceber que estava acordada.
- É... Mais ou menos.
- Não se preocupa, vai ficar tudo bem... - ele se aproximou mais de mim - você sabe que eu to aqui, certo?
- Anh... ... O não teve motivos pra ter ciúmes, certo?
- Como assim?
- O ... Ele não teve nenhum motivo pra achar que tínhamos alguma coisa, certo? Nós somos amigos, né?
- Anh.... Claro! Amigos... - eu o olhei no fundo de seus olhos e vi decepção.
- , eu sinto muito!
- , calma! Não liga... Esquece isso.
- me desculpa se eu dei a entender...
- , nós somos amigos. Calma, tá tudo bem... Isso é normal no começo de uma amizade.
- ... Eu... Eu não me sinto do mesmo jeito.
- , você é louca pelo ... mesmo ele sendo o idiota que ele é...
- Então...
- Tá tudo bem, ... Boa noite! - ele se levantou e eu fechei meus olhos, não me lembro de ter pensado em mais nada.
Domingo 9:56 am
Abri meus olhos e olhei ao redor, estava no hotel. Não me lembro a última vez que dormi tão pesado. Foi então que me bateu como se fosse um trem a mil por hora a imagem de ontem a noite, bêbado e falando aquelas coisas. Minha respiração voltou a acelerar e eu não conseguia dar conta de respirar, meu coração bateu mais rápido, as lágrimas voltaram a escorrer feito cachoeira e a dor no peito era tão grande, que mal cabia dentro de mim. Quando me dei conta estava no chão encolhida e a mãe do tentava me acalmar.
Domingo 10:50am
- Como você tá agora? - ela veio até a cama e me trouxe um suco de maracujá.
- Respirando...
- Quer conversar? - olhei para ela como quem diz que prefere ficar do jeito que está. Não precisei falar nada, ela entendeu e saiu do quarto.
Uma lágrima escorreu do meu rosto quando na televisão começou a passar uma reprise do TMI, McFly estava nesse dia. estava nesse dia. Dói pensar em como ele pôde fazer isso. Dói pensar em como ele não confiou em mim. Dói pensar em como quando eu achei que tudo estava bem e ele estragou as coisas. Dói pensar que quando eu mais amei ele de corpo e alma, ele me retribuiu desse jeito.
Dói pensar nele.
Mas eu não consigo fazer essa dor ir embora, eu não consigo fazê-lo ir embora.
Domingo 12:17 am
Eu já tinha me levantado; tomei um longo banho de banheira, já até estava assistindo televisão com a mãe do . Minha cabeça ainda doía um pouco por causa da queda de ontem e eu cortei a sobrancelha, que por acaso, foi o motivo do desmaio do . Eu estava me controlando. Estávamos almoçando juntas quando alguém bateu na porta. A mãe do foi até a porta e olhou o olho mágico.
- , você pode me fazer um favor? Pode arrumar as coisas da minha mala na gaveta? - estranhei e fiz que sim com a cabeça.
Domingo 12:37 am
Arrumei suas roupas por peça, cor e tamanho. Coloquei seus vários sapatos na prateleira do guarda-roupa. Escutei um "ai" na sala e fui até a porta com cuidado. Minha respiração voltou a acelerar. estava ali, sentado ao lado da mãe. Ela deu um tapa e ele fez outro "ai". Sentei no chão, encostada à porta e senti as lágrimas escorrerem.
- E agora, como você tá se sentindo?
- Assustado e tonto.
- , você quer mais um tapa? Eu me fodi com quatro empregos, mas ainda consigo bater!
- Não!
- Então abre essa boca e fala. - escutei ele hesitar.
- Você me conhece, mãe... Eu nunca fui do tipo que se apaixona. Eu sempre fui o estranho da turma, você lembra bem dessa época... E agora, eu sou um cara com uma banda, mas ainda sou o mesmo cara estranho. Eu tinha tudo aos meus pés, mãe. Eu tinha quantas garotas eu quisesse, eu tinha carros, motos, tudo! Era a vida que todo mundo sempre quis, mas não era a que eu queria... Mas esse dia eu fui à locadora, eu estava péssimo e alguém de algum modo me ajudou. Ela não me deu moral. Ela não jogou a calcinha na minha cara. Eu nunca quis machucar a , ela nunca mereceu isso! Mas, desde que eu a encontrei, desde que viramos amigos e tudo mais, parecia que... Sei lá... Parecia que eu tinha um motivo pra acordar... Parecia que eu tinha um motivo pra passar horas em frente ao espelho, arrumando o cabelo para que ficasse perfeito e ela viesse e passasse a mão, estragando todo o trabalho. Mas mesmo assim continuava perfeito, ela só passando a mão deixava meu cabelo melhor... O toque dela... Agora eu escrevo músicas melhores, mais profundas. Sabe, eu entendo o que as musicas querem dizer... Eu não consigo entender como uma pessoa entra na sua vida, muda tudo e te faz bem! Te faz uma pessoa melhor... É isso que a faz com as pessoas. Só de estar perto dela, eu me sinto um ser humano melhor. Só de estar perto dela, de ouvir sua respiração enquanto dorme, de passar as mãos em seus cabelos faz eu me sentir o cara mais feliz do mundo... O jeito que ela sorri de lado quando tá com vergonha, o jeito que ela olha pra televisão como se estivesse hipnotizada, o jeito que ela bate no meu queixo pra eu fechar a boca quando mastigo, o jeito que ela se preocupa se eu to comendo ou não, o jeito que ela cuida de todos nós, de todos os jeitos... Desde a primeira vez que ela sorriu pra mim atrás daquele balcão, eu sabia... Eu sabia que não tinha chance. Dude, a gente passou por tanta coisa pra poder finalmente ficar juntos que parece coisa de filme e me dói tanto saber que eu não tenho mais isso... É como se eu não tivesse mais uma razão pra acordar, uma razão pra pentear o cabelo. Eu sinto falta dos muffins no café, eu sinto falta de como o sol entra de manhã e bate em seu rosto... Eu perdi tudo, mãe... Você não tem idéia de como é duro ser ignorado pelos amigos, você não tem idéia do quanto eu implorei pro me dizer onde ela está... Eu tenho certeza que ele sabe... Eu sinto tanto a falta dela, eu preciso dela... Mãe... Eu não consigo respirar... Eu não consigo respirar! - escutei um soluço de fora da sala e dei outro dentro do quarto, tapei a boca com a mão e senti novamente minha respiração falhar a cada palavra de , meu coração doía e a minha vontade era de abrir a porta daquele quarto e abraçá-lo de novo, mas eu não consegui me mover... Eu não consegui fazer nada...
Domingo 7:14 pm
- , como você está?
- Eu preciso vê-lo.
- , querida, não se preocupe! Vai ficar tudo bem...
- Não vai ficar tudo bem! Se eu não me suicidar presa dentro desse quarto, eu vou morrer de dor! Eu vou morrer! Eu não consigo mais... Eu não consigo! - eu soluçava e a mãe de me abraçou segurando meus braços. - Eu preciso... Eu preciso... Eu não consigo... - ela me levou pra cama e se deitou ao meu lado, o telefone tocou e ela o atendeu, sua expressão mudou, mas tudo ficou confuso demais pra entender.
Domingo 12:44 pm
Olhei para o lado e a namorada do estava adormecida ao meu lado, eu estava com uma toalha na cabeça e com um termômetro debaixo do braço, 38.9º C, febre. Mas eu não me sentia com febre, na verdade, eu pensava o que ela fazia ali. Onde estava a mãe do ?
Passei as mãos pelo rosto e peguei o telefone na mão. Disquei o numero do , ele atendeu num murmuro.
- ... Eu preciso falar com o .
- ?
- , eu preciso... Eu preciso...- voltei a soluçar e não conseguia falar mais nada.
- , fique calma, ... ?
- Eu preciso dele... Eu preciso... Eu não consigo mais... Eu preciso... Eu perdôo, eu perdôo tudo... Eu preciso...
- ...
- Me deixa ver ele... Eu preciso... Eu não consigo...
- ...
- Eu preciso, dói muito... Eu não ligo... Eu preciso...
- , está no hospital.
nota da autora: Encurteii einn. Ficou bem pequenininha mas deu pra falar muita coisa einn acho que vcs vão gostar... eu gostei demais!!
não paga pra dizer se gostou ou naum einn
se a caixinha de coments nãoo tiver aí deixa no meu email luly.lewicki@hotmail.com
a parte IV como seráa? tantantantannn
nota da revisora:
Oi, gente! Estou corrigindo essa fic.
Então, tentei tirar todos os erros, mas sei que não sou perfeita e posso ter deixado algum passar.
Caso isso realmente ocorra, peço que me avise rapidamente por aqui, que eu tentarei corrigi-lo.
Gracias!
xoxo, Letícia G.