Capítulo Único
Eu sei que eu deveria estar descansando depois de ter passado semanas fora de casa. Deveria ter ficado em casa ao invés de estar aqui. Porém, eu precisava sair e matar a saudade das noites coreanas, principalmente do Knyun, boate que eu mais gostava de frequentar em todo mundo.
O dono é meu amigo de longa data, nos conhecemos no colegial e, apesar dos desencontros devido à minha vida profissional e a dele, tentamos sempre manter contato e venho sempre que posso.
Hoje eu precisava disso. Precisava espairecer, curtir como se não houvesse amanhã e me sentir livre, mesmo sem ser realmente.
Pedi uma cerveja ao Johnny, um dos barmans mais antigos e que sempre sabe o que eu estou precisando beber naquele momento.
Enquanto aguardava minha bebida, me virei, colocando as costas no balcão e deixei meu olhar passear pela pista de dança que havia no andar inferior. Devido a banda, evito o máximo de exposição possível, então sempre que venho, fico no andar superior, onde poucas pessoas têm acesso. Quem está lá embaixo não consegue ver quem está lá em cima e essa era uma das vantagens do Knyun.
Peguei minha cerveja e voltei minha atenção para a pista de dança. Eu sempre fazia isso. Gostava de ver as pessoas dançando, interagindo, se divertindo loucamente, porque era o que eu queria fazer também, mas não podia.
Pode parecer que eu odeio minha vida, mas não é verdade. Eu amo o que faço, porque cantar é tudo para mim. Contudo, queria fazer coisas que as pessoas normais fazem, sabe? Ir ao cinema, se divertir com amigos, beijar na boca sem ter ninguém para tirar fotos… Enfim, queria ser um pouco como as outras pessoas.
Voltei minha atenção para a pista e foi na hora que uma mulher entrou no meio da pista de dança. Algo, que eu não sabia identificar, me chamou atenção nela. Não era a mulher mais bela que já vi na vida - até porque já vi milhares - e não era do tipo que parava trânsito, mas ela tinha uma delicadeza ao andar, algo do tipo “sou superior”, porém sem demonstrar, saca? Realmente não sei explicar direito, só que é esse o sentimento. A mulher tinha os cabelos escuros com leves ondulações - não sei dizer se é natural, pois as mulheres na Coreia têm a mania de mudar os cabelos, né? -, que batiam na bunda. Vestia um vestido preto, justo, que modelava seu corpo. Diferente das mulheres que andam por aqui, sua maquiagem não era pesada, exceto pelo batom extremamente vermelho que contrastava com sua pele.
Enquanto ela caminhava, notei que não haviam cabeças virando para olhá-la, nenhum corpo se aproximando para chamá-la para dançar. É como se só eu a enxergasse. Pensando bem, será que eu não estava delirando e minha mente imaginando coisas? Será que aquela mulher era real? Eu queria descobrir. Queria saber se minha imaginação estava insana a ponto de fantasiar uma pessoa ou se aquela mulher havia chamado apenas a minha atenção.
Comecei a colocar minha cabeça para funcionar. Eu queria me aproximar, mas como? Eu não poderia descer lá, haviam muitas pessoas e o risco era grande demais. A única solução possível era que ela subisse. Porém, tinha mais um problema. Como eu faria isso? Como a traria para onde eu estou?
Não seria tão fácil, pois que pessoa aceitaria se encontrar com um estranho sem ao menos ter visto o rosto uma única vez?
Eu sei, eu sei, eu sei. Sei que sou um astro, mas nem todo mundo me reconhecia de cara. Eu precisava correr o risco ao menos uma vez. Já me privei muito e sei que mereço respirar sem cobranças e que posso e devo conhecer novas pessoas.
Uma ideia surgiu e me virei para Johnny.
- Johnny, tem alguém que trabalha aqui, que seja da sua confiança? - O barman franziu a testa, pensativo.
- Sim, tenho um colega, o Jaden, veio comigo do Canadá. Ele fica no andar inferior.
- Tenho como falar com ele agora?
- Sim, deixa eu mandar mensagem e peço para ele subir. - Acenei com a cabeça e me virei em direção a pista, procurando a mulher com os olhos.
No momento que meus olhos pousaram nela, vi um homem se aproximando dela por trás e fiquei observando. O homem chegou próximo e colocou uma das mãos na cintura dela, fazendo com que ela desse um pulo, assustada. A mulher virou-se e o homem aproximou seu rosto do ouvido dela, dizendo algo que fez com que a mesma balançasse a cabeça, em negação.
Toda aquela cena me deixou incomodado, para não dizer que fiquei irritado, na verdade. Mas, porque eu me irritaria com isso?
Claro que ela chamou minha atenção e eu queria sim me aproximar, mas a mulher era uma desconhecida, era a primeira vez que eu a via e porque me irritaria com alguém se aproximando dela?
- Senhor? - Johnny chamou, me tirando de meus pensamentos. Olhei e vi um homem de olhos claros me encarando. - Esse é o Jaden, colega que eu havia falado.
- Prazer, senhor. - Disse o rapaz. - No que posso ajudar?
- Prazer, Jaden. - Eu disse, apertando sua mão. De tanto viajar, conhecer novas culturas, comecei a me acostumar com esse tratamento, diferente do que temos na Coreia. - É o seguinte: preciso de um favor. Uma moça, que está na no andar inferior, chamou minha atenção. Porém, como você deve estar ciente, não posso descer em hipótese alguma. Eu queria convidá-la para tomar um drink comigo e queria saber se você poderia chamá-la em meu nome.
- Claro, senhor. Só preciso que descreva como ela é e eu farei o que está me pedindo.
- Muito obrigado, de verdade. Vou anotar um bilhete e você entrega, tá? Se possível, espere a resposta dela, pode ser?
- Com certeza.
- Bom, ela tem os cabelos escuros, com leves ondas. Seu cabelo é longo. Está com um vestido preto e usando batom vermelho. - Me virei para olhar para a pista e vi que ela estava conversando com uma mulher de cabelos curtos. Apontei para onde a mulher estava. - Está vendo ali duas mulheres? - Ele acenou confirmando.- É a de preto.
Escrevi o bilhete e entreguei para Jaden, que logo em seguida saiu. Continuei olhando para a pista e vi quando o rapaz se aproximou. Entregou o bilhete e a vi abrindo e lendo. Normalmente sou muito bom em ler o rosto das pessoas, mas aquela garota possuía um semblante tão neutro que era impossível decifrar o que ela poderia estar pensando naquele momento.
Bom, eu, script>document.write(Kim) script>document.write(JunMyeon), teria achado loucura e perigoso. Imagina um total estranho, que você não está vendo, te chama para conversar e tomar um drink em uma área restrita de um pub? Com o mundo do jeito que está, eu teria dito um grande e redondo NÃO.
Voltei minha atenção para onde a garota estava e quando percebi, Jaden estava andando e ela seguindo-o. Isso queria dizer que ela aceitou, certo?
Minhas mãos começaram a suar e senti um tremor passando por todo meu corpo. Era a primeira vez que eu convidava alguma mulher para beber em um local público. Claro que não era a primeira vez que eu cortejava uma, mas dessa vez era totalmente diferente. Ela chamou minha atenção logo quando a vi e tomei o impulso de convidá-la para um drink, me arriscando.
Normalmente, eu convidava atrizes, cantoras, modelos para sair, pois elas entendiam a necessidade da discrição, já que elas mesmas precisavam de privacidade. Mas, eu queria sair desse ciclo. Queria conhecer pessoas diferentes, desconhecidas e eu precisava me fazer sentir livre ao menos uma vez. Precisava arriscar.
Quando dei por mim, Jaden já havia passado pela porta e estava parado. Apontou na minha direção e a mulher começou a caminhar. Ela possuía um andar seguro, firme e seus olhos estavam parados em mim. A pouca movimentação daquele local não chamava atenção alguma para o par de olhos à minha frente e tão pouco os meus conseguia desprender dos dela. Parecia que estava andando em câmera lenta e a medida que se aproximava, meu coração batia cada vez mais de forma descompassada. Quando ela parou à minha frente, parecia que meu coração ia sair pela boca, mas tentei colocar a expressão mais serena possível.
Ela me olhava de forma curiosa, mas parecia ter gostado do que via. Permanecemos calados e eu não faço a mínima ideia de quanto tempo ficamos assim. Parecia que só existia nós dois naquele local e minha visão estava totalmente focada nela.
- Oi, tudo bem? - Eu disse, quebrando o silêncio.
- Sim e com você? - Ela respondeu, sorrindo.
- Estou bem também… Qual é o seu nome? - Perguntei.
- script>document.write(Virginia) script>document.write(Uchoa) e o seu? - Parecia que ela não estava me reconhecendo ou se reconheceu, estava fingindo que não me conhecia.
- script>document.write(Kim) script>document.write(JunMyeon). - Eu respondi. - O que você acha de sentarmos em uma mesa e tomarmos um drink?
- Acho ótimo. - Ela disse e a conduzi até uma mesa um pouco mais afastada.
- Você gostaria de beber o que?
- Não tenho preferência. Pode escolher por mim. - Acenei com a cabeça e me virei para o bar.
- Johnny, você pode fazer dois drinks daquele? - Perguntei e o barman respondeu em positivo e me virei para ela, que estava com a sobrancelha arqueada.
- O que seria “daquele”? - Ela perguntou e eu soltei uma gargalhada.
- Você disse que eu poderia escolher. Não confia em mim? - Essa foi a vez da mulher soltar uma gargalhada.
- Como confiar em um desconhecido que nunca vi na vida? Seria loucura da minha parte, não concorda? - Ela questionou, mas o sorriso não saía dos seus lábios. Foi nesse momento que confirmei minha dúvida sobre ela me conhecer. Fiquei aliviado, pois assim teríamos uma conversa mais sincera.
- É, você tem um ponto. - Eu disse, retribuindo o sorriso. - Então, senhorita script>document.write(Uchoa), o que a trouxe aqui hoje?
- Ao pub ou até você? - Fiquei um pouco sem ar com isso. Então, quer dizer que ela é direta?
- Ambos.
- É a primeira vez que venho. Uma amiga vivia me chamando, mas devido meu trabalho, sempre estou cansada. Hoje ela insistiu bastante e acabei vindo. E você?
- Estava viajando e gosto muito daqui. O dono é meu amigo de longa data. - Ela balançou a cabeça.
- E sobre você… Fiquei curiosa para saber quem estava me convidando para um drink. - Nesse momento um garçom chegou com nossos drinks e fiz um gesto para ela provar. - Não mandou colocar nada aqui não, né? - Eu ri e balancei a cabeça, negando. Ela provou, ainda meio receosa. - Nossa! Muito bom! Você tem um gosto e tanto, viu?
- Obrigado.
- Enfim, voltando ao assunto… Fiquei muito curiosa e queria ver para saber se era um vovô ou algum coroa horroroso.
- Sou algum dos dois? - Perguntei rindo.
- Não, se fosse eu tinha voltado correndo! - Soltamos uma gargalhada. - Mas e você? O que fez você me convidar? Porque assim, não me menosprezando, porém tem dezenas de mulheres lá embaixo mil vezes mais bonitas e interessantes do que eu e convenhamos, você é extremamente atraente, poderia ser ator de dorama, sabia? - Soltei uma risada, um pouco nervosa. Não queria que ela desconfiasse sobre minha identidade. O script>document.write(Suho)’s attack mode irá entrar em ação agora.
- Mas então, essa boquinha só fala ou também beija? - Fui direto ao ponto. Percebi seu rosto ruborizar um pouco, mas logo sua expressão se tornou impassível. Ela arqueou a sobrancelha e sorriu de lado.
- Depende.
- De que?
- Do seu “gingado”. - Ela disse e sorriu largamente.
- Não estou conseguindo entender. - Eu disse confuso e ela se levantou. Logo em seguida estendeu a mão para mim, em um ato para que eu levantasse. Só fiz o que ela queria e levantei.
- Quero que você dance comigo. - Tocava uma música lenta, mas com uma batida marcante, a qual não lembro o nome no momento. Mas, quem se importa com isso?
Envolvi script>document.write(Virginia) em meus braços, deixando nossos corpos colados. Nossos corpos se moviam em uma sincronia perfeita, se encaixavam completamente. Até parecia que nossos corpos haviam sido feitos um para o outro. Virei-a, deixando de costas para mim, mas sem parar de dançar. Movemos nossos corpos juntamente com a batida da música, enquanto passava uma das mãos por seus cabelos. Passei os dedos por sua nuca, sentindo os pelos eriçarem com o toque recebido. Mais uma vez a virei para mim e a puxei, colando nossos corpos. Sem dizer mais nenhuma palavra, coloquei a mão na sua nuca e coloquei minha boca na dela. Seus lábios eram macios e quentes. Eu não tinha pressa alguma e script>document.write(Virginia) parecia estar na mesma vibe.
Explorei toda sua boca com minha língua enquanto ela fazia o mesmo. Em nenhum momento paramos de dançar e aquele momento não poderia ser mais perfeito. Apertei sua cintura quando ela mordeu meu lábio inferior, me pegando um pouco desprevenido. Aquele era meu ponto fraco e ela acertou com maestria.
Aos poucos fomos parando o beijo, deixando nossos lábios apenas grudados um no outro. Encostei minha testa na dela e a vi sorrindo com isso. Levantei meu queixo e dei um beijo em sua testa. Algo me conectava a ela de uma forma impressionante.
- Isso foi incrível. - Foi o que eu consegui dizer. Ela balançou a cabeça, afirmando.
- Foi perfeito.
To Be Continued...
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