Capítulo Único
Me ame, ou me deixe.
I wanna paint it on every wall
And shout it out up and down the halls
I wanna post it in shining lights
'Cause I just can't keep it bottled up inside
Peguei a folha em cima do birô da sala e nela estava a relação dos orientadores para o TCC. Se eu estava ansiosa? Claro que eu estava ansiosa, principalmente sabendo que as minhas duas opções tinham sido as mais incríveis daquela faculdade quando o assunto era Sistematização da Assistência de Enfermagem. Anya e Rony eram as melhores enfermeiras que eu conhecia na minha vida e, com certeza, eu me espelhava cegamente nelas. Procurei ávida pelo nome do meu projeto, descendo com pressa os olhos até o fim da folha, curiosa em saber qual das duas tinham aceitado. Só que o nome que eu achei não me agradava nem um pouco, na verdade fazia a raiva subir na minha cabeça só em ler: . Ele era louco? Ele era louco!
- É o quê? – soltei um grito indignado, soltando a folha na mesa e recebi um olhar confuso de Kendra, uma das minhas colegas de sala.
- O que foi? – ela perguntou, fazendo careta, e a única coisa que eu pude verbalizar é que eu ia matar aquele homem.
- Eu vou matar, ! Matar! – gritei saindo da sala como um jato, sem ver absolutamente nada a minha frente. Tendo como único objetivo localizar e matar aquele safado!
No meio do corredor vi a calça social preta, sem o menor vestígio de bunda para enchê-la, andando despreocupadamente o caminho que levaria à coordenação do curso. E, por mais que o não tivesse um pingo bunda, sério ele era batido, eu não podia negar que ele era gostoso. Gostoso pra caramba. Beirando os quarenta anos e ainda me fazia suspirar. Fogo. Foco ! Foco!
- ! – gritei enraivecida e juro que não reconheci o tom da minha voz naquele grito grotesco. A coitada da Kendra assustou. Mas ele? Ele apenas virou despreocupadamente como se a voz de um anjo estivesse falando.
- Sim? – me olhou com a expressão normal e guardou o celular no bolso. Enquanto eu me perguntava como ele era tão cínico àquele ponto. Bufei com aquele fingimento todo e andei a passos rápidos e duros pra mais perto de onde ele estava.
- Que droga é essa? – soltei um grito esganiçado e ele vincou as sobrancelhas, se mostrando confuso. – Eu não coloquei você como opção de professor! – gritei desesperada, com os olhos arregalados e os braços bem abertos pela palhaçada.
- Eu coloquei. – o filho da puta respondeu olhando pra minha cara como se nada tivesse acontecido. Como se ele realmente pudesse me orientar.
- Você? – juntei um esganiço com ironia. Ele só podia estar de brincadeira comigo!
- É a minha área. – disse calmamente mais uma vez, olhando pra minha cara como se eu fosse uma louca. Depois cruzou os braços na altura do peito. Merda! Os ombros. Sacudi a cabeça.
- Não é a sua área! – gritei de olhos arregalados. – É assistência de enfermagem, ! – carreguei raiva no sobrenome dele e de nada surtiu. Como ele conseguia? Eu nunca iria entender a paciência daquele homem.
- Assistência de enfermagem a pacientes com patologias genéticas. – ele me encarou na maior calma do mundo, enquanto eu queria vomitar no chão de tanta raiva. – Como eu disse, minha área.
- Mas você não entende nada de assistência! – gritei com o desespero tomando conta de cada entranha minha. Quando ele ia entender que eu só queria o bem dele? – , você me prometeu que não ia se meter nisso! – apelei olhando pra cara dele com uma expressão de dor. Será que ele não enfiava naquela cabeça grande que se meter em meu projeto só ia dar mais confusão?
- Mas entendo de genética, ! – ele esganiçou também, com os olhos suplicantes e arregalados. – E é uma bela parte do trabalho!
- , qual o problema dele querer te orientar? – Kendra perguntou de uma vez e só aí me dei conta de ela ainda estava ali. Ótimo , discuta com no meio dos corredores! Mas não tinha como evitar, ele tinha um coco no lugar do crânio.
- Eu posso te orientar, . – assegurou mais uma vez como se eu não soubesse daquilo. Claro que ele podia, eu só não queria.
- Mas eu não quero! – soltei outro grito esganiçado e ele bufou rolando os olhos; estreitei os meus. Ele queria guerra, ele ia ter guerra! – Você vai falar com outro professor, ! – falei o nome dele de forma ácida e de modo autoritário. – Eu não vou desenvolver qualquer trabalho que seja com você.
- Não, eu vou te orientar. – ele insistia na mesma frase de sempre, fazendo a minha vontade de vomitar aumentar ainda mais pela raiva.
- Qual o problema de ser orientada por ele, ? – Kendra perguntou completamente indignada, praticamente me atacando. Claro, as fangirls do estavam espalhadas por toda a universidade. Como sempre. – Ele quer te orientar, será que é tão complicado entender que ele quer te orientar? – ela perguntou com a voz carregada de malícia e a única coisa que eu fiz foi olhar pra trás lentamente como se fosse a garota do exorcista. – Olha o homem, pelo amor de Deus, eu nem contestava! – ela simplesmente comeu com os olhos em apenas uma olhada e minha raiva aumentou ainda mais.
- Cala a boca, Kendra! – gritei enfurecida como se uns 15 seguranças enraivados tivessem tomado meu corpo. – E você não vai me orientar, ! – voltei minha fúria pra ele, que arregalou os olhos pela minha grosseria e ignorância. Quer saber? Foda- se.
- ! – me repreendeu, assustado com a minha atitude. – E eu vou te orientar, garota! – nossa, ele também tinha perdido a paciência? Que ótimo, não?
- Não vai! Eu não quero! – gritei ainda mais intimidadora, arregalando os olhos.
- Mas eu quero! – ele apontou pro peito e enfiei os dedos nos cabelos. Que porra de homem insistente do caralho!
- Meu deus, para de ser idiota, garota! Aceita logo isso! – Kendra disse impaciente enquanto eu queria que ela se engasgasse com os próprios dentes e deixasse minha briga em paz. – Será que é tão complicado? Você não quer, eu quero!
- Eu sou casada! – gritei indignada olhando bem pra cara dela enquanto mostrava a aliança grossa no dedo. – E você não quer nada! Absolutamente nada! – movimentei os braços exageradamente, achando que meus olhos fossem pular pra fora de órbita. – Então cala a porra da boca e não se mete no assunto! – minha respiração estava descompassada e eu poderia enfartar a qualquer momento.
- Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? – ela estufou o peito pro meu lado como se fosse um galo de briga e minha raiva esquentou ainda mais na minha cabeça.
- ESPOSA DELE! – apontei para o tapado que estava atrás de mim, com os olhos completamente esbugalhados. – TÁ BOM PRA VOCÊ? – abri os braços na intenção de intimidá-la. – E faça um favor pra sociedade, pare de dar em cima do meu marido! – usei de toda a minha ironia existente depois virei pra ele. – E você sabe que não pode me orientar, ! Nem que você queira! – eu estava completamente saturada com aquele assunto todo.
- Agora eu não posso. – ele disse morto olhando pra mim, assustado ainda e a ânsia de vômito me atingiu mesmo sem a menor intenção. Era estresse demais em cima de mim. – Agora que ela sabe que você é minha esposa, eu não posso mesmo. – soltou uma risada apavorada e só aí me dei conta de que eu tinha falado merda, uma grande merda. Arregalei os olhos entrando em um estado de desespero olhando fixo pra ele e sentindo meu corpo tremer. – Calma, já foi. – meu marido disse calmo, movimentando as mãos, mais calmo ainda, mas estava complicado não morrer naquela hora.
- Merda! – arregalei ainda mais os olhos, eu tinha fodido de vez a nossa vida. – Seu emprego. – sussurrei e nem sei se ele ouviu direito. – Desculpa, desculpa, desculpa. – pedi desesperadoramente me abraçando no meio do corredor enquanto o olhava completamente amedrontada.
- Não vai acontecer nada, calma. – ainda estava completamente estacado no canto e eu tinha quase certeza que depois daquela ele ia fugir de mim.
- Eu acabei com seu emprego. – senti meu queixo tremer e, mesmo sem querer, minha garganta estava com um nó horrível, que doía e me fazia não respirar direito. – Desculpa . Desculpa. – senti as lágrimas caírem uma atrás das outras por minhas bochechas e vi a expressão dele se transformar em dor. – É tudo culpa dela, ela estava comendo meu juízo. – tentei me justificar mexendo as mãos exageradamente. – Olha o que eu fiz! – soltei em completo desespero enquanto minha voz se misturava ao choro, cobri meu rosto com as mãos sentindo meu corpo balançar pelos soluços e logo depois senti o choque do corpo do contra o meu em um abraço forte e protetor. Estava tudo acabado! Eu era uma vaca destruidora!
- Anjo, olha pra mim. – ele me pediu baixo, me aninhando ainda mais em seu abraço.
- Eu acabei com tudo que você deu duro pra conseguir. – eu ainda estava com medo, desesperada e com medo. – Me desculpa, por favor.
- Não! Amor, para com isso! – disse apavorado, levantando meu rosto com uma das mãos e me fazendo olhar pra ele. – Vai dar tudo certo, eu não vou perder meu emprego, calma. – ele disse sério, me olhando daquele jeito que só ele conseguia me passar segurança.
- Eu sou tão idiota! Eu não podia ter feito isso! Estava tudo indo bem, certo, nos prazos, aí eu faço essa merda hoje. – joguei as palavras aos atropelos e sabia que se ele não estivesse tão preocupado com meu estado, me chamaria de metralhadora e depois riria.
- Ei, se acalma. – acariciou meu rosto com o polegar. – Eu vou ter que contar pra reitoria, só isso! – ele explicou atento e meu queixo tremeu mais uma vez.
- Olha o que eu fiz com você.
- Anjo, nós vamos oficializar o que já temos, só isso. Tornar público, ok? – ele beijou minha testa e o abracei muito forte, quase se enfiando no peito do meu marido.
- Promete que não vai acontecer nada de ruim com você? – perguntei respirando fundo e me recuperando do choro. – Se eu tiver que transferir o curso eu transfiro! Não tem problema!
- Prometo! – ele segurou meu rosto com as duas mãos e beijou minha testa. – Nada vai acontecer a nenhum de nós. A gente vai conversar com a reitoria, explicar e vai dar tudo certo! – beijou minha cabeça, me apertando ainda mais contra o corpo dele.
- Eu espero que sim. Você é pró-reitor, . – fiz uma careta enorme de choro e ele riu de leve.
- Nós vamos assumir o nosso casamento e pronto. – ele falou com um sorriso enorme e que quase parecia meu abajur de tão iluminado. – Confia em mim?
- Eu não devia, porque você fez essa putaria com meu projeto! – cerrei os dentes e dei uma tapa no ombro dele, o fazendo rir alto e depois beijar meu nariz. Minhas pernas amoleceram. – Mas eu vou confiar em você. – enruguei o nariz, fazendo careta, e ele alargou ainda mais o sorriso.
- Eu queria te orientar, poxa! – ele reclamou fazendo bico. Sem bico, , por favor!
- Você sabe que não pode! – arregalei levemente os olhos e bati em seu ombro de novo. – Você sabe o que deu na época do projeto de extensão! – fiz uma careta e riu.
- Tá, tá bom, mulher! – ele segurou minha mão com força e beijou o dorso dela. – Mas, olha, aconteceu uma coisa ótima! Nós vamos assumir! – meu marido abriu um sorriso gigante que me fez quase derreter no chão.
- Por livre e espontânea pressão. – levantei a mão em punho e riu estrondosamente. Idiota! Ri junto. – Você sabe, eu não queria problemas pra você. – fiz uma leve careta que o fez sorrir lindamente. Cada sorriso daquele homem era um belo tiro na minha cara.
- Não foi pressão, por mim já tinha contado. – beijou minha testa e suspirei. Eu sabia que sim, mas nunca achava que era a hora.
- Pelo menos vou parar de ir a pé pra casa e parar de fingir que você é apenas mais um professor gato nesse campus. – dei de ombros, o fazendo rir alto. era a pessoa mais escandalosa que eu conhecia no quesito risada, embora ele sempre jogasse o posto pra mim.
- Pelo menos agora eu posso falar com quem eu sou casado! – ele sorriu largamente mais uma vez e apertei suas bochechas na impossibilidade de beijá-lo, ao menos teoricamente. Meu marido riu.
- Somos dois. Ficam me olhando como se eu fosse um ET quando eu digo que sou casada. – fiz uma careta e nós rimos. Eu era tão idiota! Fiz uma careta enrugando o nariz.
- Não! Você não é idiota. – ele respondeu como se lesse meus pensamentos e me deu um selinho tão, mas tão rápido que só senti que realmente havia sido beijada quando vi o rosto dele se afastar. – Vem, nós temos um casamento pra assumir! – ele enlaçou os dedos aos meus, mostrando que não soltaria minha mão tão cedo. Sorri enquanto andávamos por aquele corredor.
- Vamos. – me estiquei e beijei sua bochecha, o fazendo sorrir bonito. – Eu tenho 23 anos, ! – soltei de uma vez e ele me olhou muito confuso, confuso de verdade. – Quem com 23 anos e em sã consciência está casado? – perguntei como se não entendesse e ele soltou uma gargalhada estrondosa.
- Quem tem um marido incrível! – piscou, batendo o quadril de lado no meu e mostrei a língua.
- E convencido pra caramba! – alfinetei prendendo uma risada que ele soltou.
- Realista pra caramba! – ele rebateu, me fazendo rir alto.
- Convencido! Sai! Eu quem sou a maravilhosa da situação toda! – usei realmente meu porte convencido, o fazendo rir espontaneamente, depois beijar minha cabeça. Lá vinha tiro.
- Concordo plenamente! – abriu um sorriso largo e brilhante. Não disse? Tiro!
I wanna call up every single person I know
Write a song and play it on the radio
Stick a message in a bottle then I'll let it go
Eu só queria entender porque aquele corredor vazio me dava tanto medo. Talvez a ansiedade que precedia terminar aquele trajeto e encontrar o caminho definitivo para a administração da universidade estivesse me atingindo, mas garanto que nem quando precisei conhecer a mãe do eu estava com tanto medo.
- , eu estou com medo. – olhei pra ele praticamente agarrando seu braço e riu alto, mesmo. Bati em seu braço e comecei a rir junto.
- Não precisa ter medo, anjo, eu já disse. – ele beijou minha cabeça, depois me abraçou com força. – Sabe o que você deveria fazer?
- O quê? – mordi a boca e respirei fundo.
- Escrever “Mrs. ” na testa com uma caneta permanente. Assim ninguém ficava fazendo pergunta idiota! – olhei pra ele com a boca feito um O. Incrédula com o que tinha acabado de ouvir, mas a única coisa que ele fez foi rir, ria como se não fosse conseguir mais parar e a sagitariana da relação era eu.
- Vou! Vou tatuar na minha testa. – bati no braço dele com certa força, depois não consegui mais aguentar e soltei a risada. – Mandar fazer umas dez camisetas de fangirl, faixa de cabeça, capa de caderno e o diabo a quatro. Vou sim, só espera pra você autografar. – dei joinha enquanto ele se sacudia de tanto rir, estava com o rosto vermelho e quase que lacrimejando, mas volto a repetir, eu era a sagitariana da relação.
- E eu ainda financio se você quiser. – gritou em meio as risadas e o empurrei de lado, desfrutando da minha fajuta indignação.
- Sai ! Você quem deveria tatuar meu nome na testa. – falei às gargalhadas e ele negou com um aceno, depois beijou minha cabeça.
- Você não quer escrever com sua caligrafia, já era uma ajuda. – ele deu de ombros e ri alto. Quando eu dizia que era louco, é porque ele era louco!
- Ninguém vai fazer nada disso, pelo amor de Deus. – cobri o rosto com a mão ainda rindo. – Eu estou aqui tremendo na base de ter que contar ao reitor.
- , não precisa ficar assim, eu já disse! E eu sou pró-reitor, nada vai acontecer, dá pra confiar em mim? – perguntou um tanto desesperado e paramos em frente a sala.
Respirei fundo e tentei esvaziar a minha mente. Provavelmente teria muita gente na antessala que ficava a recepcionista, talvez alguns outros professores, quem sabe alguém do estado, contrastando completamente com o lado de fora. E aí sim nós estaríamos ferrados.
De repente as coisas pareciam passar em câmera lenta e eu garanto que não estava louca, talvez um pouco, mas não completamente. olhou pra mim e aposto que ao reconhecer meu desespero estampado na cara, decidiu que o melhor era me beijar ali mesmo. Ele veio com o rosto pro meu lado e virei o meu de uma vez. O quê? Não me culpem, era instinto por mais que não tivesse alguém perto, mas era algum tipo de comodidade continuar escondendo. suspirou frustrado, mas mesmo assim beijou apertado a minha bochecha e aquele beijo, por mais idiota que fosse, fazia todas as recordações voltarem como o replay de um filme na minha cabeça.
Dizem que quando você está morrendo, toda a sua vida passa diante dos seus olhos, talvez eu estivesse no corredor da morte. Nossa , pare de drama!
Quem é ela na fila do pão?
So kiss me
Like nobody's watching
Yeah people are talkin'
It doesn't matter what they say
- É isso mesmo? – perguntei completamente indignada após fazer o que tinha pedido, vendo que era mais fácil do que parecia. – O Prisma tem algum problema comigo. – soltei uma risada morta e ouvi a gargalhada dele.
Nós estávamos no laboratório de genética, era o fim de um dos testes do meu projeto de extensão e estava me ensinando a plotar os resultados no Prisma, um carma na minha vida. Era estranho chamar meu professor pelo primeiro nome, mas de uma forma bem esquisita, havíamos virado amigos.
- Por que você acha? – ele perguntou às gargalhadas sobre meu ódio mortal pelo Prisma 6 e ri junto.
- Porque eu passei o domingo tentando dominar essa coisa. – falei com asco, apontando para o programa. – Mas o prisma 6 insiste em me odiar. Qual a diferença dele pro 5? – e sim, eu estava bem interessada em saber daquilo.
- Na funcionalidade? – mordeu a boca.
- Sim, na funcionalidade dessa coisa. – escorei o cotovelo na bancada e encostei o rosto na mão, olhando pra ele.
- Nenhum. – o homem fez uma carinha completamente culpada, parecendo uma chinchila com as bochechas daquele jeito. Por Deus, , para! – O design do 6 é diferente, mas... São basicamente iguais. – ele parecia decepcionado em me dar aquela notícia e eu queria matar o desenvolvedor daquela coisa.
- Não! – esganicei, nos fazendo rir. – Não são iguais, essa droga sugou o meu domingo todo! – ah sim, eu estava indignada mesmo de ter perdido meu domingo mexendo naquilo. – Apanhei desse troço. 'Vamos , aprenda a mexer para impressionar o professor'. Passei vergonha! – neguei com um aceno frustrado e ouvi a gargalhada estridente dele. Mas o quê? – Não ri de mim, professor! – soltei um grito esganiçado, mas eu estava rindo junto. – Eu poderia ter passado o domingo dormindo! – definitivamente eu tinha virado a completa chacota.
ria ao ponto de ficar vermelho, muito, mas muito vermelho. As bochechas estavam vermelhas, a testa e o nariz também, o homem parecia não respirar e eu estava com medo de precisar ressuscitar alguém no chão de um laboratório, principalmente se essa pessoa fosse meu professor gostoso.
- Aprender é sempre válido, ! – ele finalmente deu um sinal de vida, controlando sua crise de riso e colocando a mão no peito. Aquilo me aliviou. – E você me impressionou! – já não bastava aquilo, ele ainda precisava sorrir ao fim da frase. Eu me encontrava perdida, mesmo sabendo exatamente onde estava.
- Claro que não! – tentei sair pela tangente. – Ele me trollou! – soltei um grito esganiçado.
- Trollou nada! – ele soltou outra gargalhada e estreitei os olhos.
- Claro que trollou. Esse troço é doido! – mexi as mãos exageradamente, enquanto eu esperava a qualquer momento ele dizer que tinha mijado na roupa, de tanto rir. – Eu não sei como o senhor mexe nisso. – soltei outro grito desesperado e o homem engoliu as risadas de repetente. Merda! O que eu tinha dito?
- Senhor, ? – perguntou indignado e juro que um Dementador tinha sugado a minha vida do corpo, inclusive meu sangue que tinha feito questão de fugir das bochechas.
- Sim. – tentei ser firme, mas eu parecia uma Maria Mole. – O senhor é meu professor e... É tudo uma questão de respeito. – justificativa mais bosta do que aquela, só quando eu queria faltar aula por nada.
Ele colocou as mãos nos bolsos da calça e me encarou, juro que tudo tremeu, até onde teoricamente não poderia. Mordi a boca prendendo um suspiro e o olhei como uma criança culpada.
- Quando eu tiver, sei lá, 60 anos, a gente volta nessa história de 'senhor', ok? – ele balançou a cabeça, me induzindo a fazer aquilo também, e eu fiz. – Antes, não. É . – o nome havia sido frisado com tanta firmeza que tremeu tudo mais uma vez. Não me culpem. Hormônios!
- Ok, . – tentei soar normal e ele abriu um sorriso enorme e largo, mostrando todos os dentes, satisfeito com o tratamento. – Posso fazer uma pergunta indiscreta? – mordi a boca fazendo uma careta.
- Pode! – ele disse seguro. – Eu acho. – o homem titubeou rindo e ri junto.
- Qual a sua idade? – perguntei de uma vez e o vi vincar as sobrancelhas, bem confuso. Nunca disse que eu era certa.
- 36. – foi tudo que ele disse e minha boca foi ao chão. TRINTA E SEIS ANOS? MAS COMO?
- TRINTA E SEIS? – o grito saiu sem permissão e eu queria me matar. Tapei a boca logo em seguida, vermelha com a pergunta idiota.
- É... Por quê? – ele riu um pouco confuso e tentei remendar meu espanto.
- Não! Nada! É que... – mordi a boca e fiz uma careta. Não tinha como ele ser um professor foda com doutorado e a porra toda, bonito, gentil, gostoso e ainda ter 36 anos.
- Me fala! – riu e parecia bem curioso.
- Puta merda! Você é novo demais pra ser o que é! – ótimo , solte a sua língua na frente do cara. Ele soltou uma gargalhada tão espontânea que me fez rir junto.
- Eu emendei uma coisa na outra e dei sorte. Foi isso. – deu de ombros como se fosse a coisa mais natural de se acontecer e sorri em completo desespero.
- E eu com 20 estou dentro da faculdade ainda. – dei um sorriso de dor que o fez rir escandalosamente. Estava comprovado, era muito mais frouxo do que eu pra rir. – Com quantos anos você entrou? 15? – eu queria me bater por ser tão curiosa. – E você não deu sorte, . Não desmereça seu trabalho, é realmente muito incrível! – sorri bem mais do que eu planejava e ele me lançou um sorriso incrivelmente maravilhoso.
- Obrigado, ! – meu apelido saiu de uma vez da boca dele, de um jeito tão suave que eu só consegui focar na sonoridade com que ele falava. Certeza que eu seria atormentada por aquela lembrança do meu apelido na voz dele. E eu realmente não queria pensar bobagem, mas ia se tornar bem complicado. – E eu também estava na faculdade com 20! Entrei com 17. – riu, me fazendo acordar o transe do apelido.
- Sinceramente, você não existe. – e aquele seria o meu terceiro suicídio do dia. Não dê tão na cara que tem crush no seu professor, . Obrigado.
- Existo sim! Estou bem aqui na sua frente, moça! – ele deu um sorriso de canto.
Como se eu não soubesse que aquele pedaço de mau caminho estava bem na minha frente. Droga de hormônios. E por que aquela praga de sorriso mal intencionado? Mereço. Passei a mão no cabelo, soltando um riso desesperado, e vi o celular dele vibrar em cima da bancada com um nome que destruiu todas as minhas fantasias mais idiotas em relação a . Carrie piscava como um grande outdoor luminoso. Claro! Os dois namoravam. Em que mundo eu iria achar que ele estava me dando qualquer liberdade? Burra, era isso que eu era.
- Seu telefone, professor . – apontei para o aparelho na bancada, sentindo o adjetivo sair involuntariamente da minha boca. Eu não estava mais no meu normal. Garota idiota! Ele não queria nada com você, . Se conforme!
Ao contrário do que eu achei que aconteceria, ao invés de atender ao telefone alegremente sem nem dar a mínima para a minha presença, parecia querer vomitar depois de olhar o nome piscando, ele estava branco, pálido igual a qualquer papel e parecia bem perdido sem saber o que fazer.
- O telefone. – avisei mais uma vez, apontando para o celular que em questão de segundos foi desligado.
- Desculpa. – se pronunciou transbordando sinceridade na voz. Ah sim, ali eu estava completamente confusa. Muito! Pra caramba!
- Não tinha por que fazer isso. – apontei pra bancada com um bolo no estomago. – O teste já tinha acabado. – desabotoei o jaleco em uma rapidez tão grande que parecia até competição.
- Nós costumávamos sair, mas acabou. – ele parecia em um estado inicial de desespero ao dizer aquilo. Suspirei e cocei a testa. Eu não tinha nada a ver com a vida dele, certo?
- Eu vou... – apontei pra porta na vã esperança de surgir algo que me tirasse daquele laboratório. – Desculpa ter interrompido qualquer coisa. – dei um sorriso sem graça e fechado, arrastando minhas coisas da bancada.
- Não interrompeu nada. E não precisa ir, . – ele disse meu apelido mais uma vez e suspirei. Eu estava tão ferrada. – Sério, Carrie e eu... Não existe mais. – fez questão de ressaltar e aí eu engasguei. ELE ESTAVA SE EXPLICANDO PRA MIM? Eu já poderia cair dura no chão? – Eu sei que ainda rodam alguns boatos que nós ‘namoramos’, mas é completamente sem sentido. – ele parecia completamente desesperado em me fazer entender aquilo e arregalei os olhos.
- Não precisa fazer esse tipo de coisa. Ela parece ser uma pessoa legal. – dei de ombros como se não me importasse com o assunto, mas eu me importava.
- Nós não namoramos, ! – aquela droga de voz firme atiçando meus hormônios mais uma vez. Eu odiava por me deixar daquele jeito.
Mas vem cá, amigo, se você não tem nada com ela, por que ela ainda insiste em te ligar hein? No impulso olhei pro celular e ele pareceu entender minha pergunta subliminar.
- Ela é realmente uma pessoa legal, mas não deu certo. Carrie só não parece estar entendendo que acabou. – soltou um riso incrédulo, depois passou a mão no cabelo. Se eu pedisse pra enfiar os dedos ali, será que ele deixava? Foco ! – Nós não tínhamos nada concreto. Era só... Bem, você sabe. Sexo. – ele deu de ombros.
Eu tinha ficado vermelha sem a menor explicação. Eu sabia o que era sexo, já havia estudado sobre e várias outras coisas, só nunca tinha feito. Mas eu garanto como eu sabia o que era sexo. Eu fazia enfermagem! Sexo era um assunto completamente normal, natural e inerente a qualquer ser humano. Mas sem mais nem menos, eu tinha ficado vermelha na frente do , eu merecia uma surra.
- Você realmente não precisa se explicar pra mim. – falei morta e sem jeito algum, nem olhando pra cara dele. Eu era tão idiota.
- Desculpa, não queria te constranger, ! – ele disse em um estado inicial de pavor. Era aquilo mesmo que eu estava ouvindo? Eu ia fincar precisando de tratamento psicológico e a culpa iria ser toda dele!
- Tudo bem, eu só não esperava ter esse tipo de conversa com meu professor. – sem qualquer comentário para meu estado de lerdeza.
- , para com isso. – pediu quase suplicante e com um certo desespero estampado na cara, olhando pra mim como se eu fosse um ser muito importante. – Eu já disse que não precisa dessa formalidade toda. – ele estava perto demais, fechei os olhos e respirei fundo.
Por que o perfume daquele homem fazia eu me perder completamente? Por que ele estava fazendo questão de se explicar pra mim? E o mais importante: por que ele estava tão perto ao ponto de eu sentir o calor que seu corpo emanava? Eu estava muito ferrada, bastante. Abri meus olhos de uma vez, completamente assustada, quando senti a palma de sua mão acariciar minha bochecha como se tivesse receio em me espantar de vez. Era tão delicado que era gostoso, me fazendo querer passar o resto da vida com a mão dele ali. No mais eu só queria morrer mesmo, afinal ter te encarando como se fosse um gato não era nada fácil. Eu estava indo bem o encarando de volta, mas tudo desandou quando senti a outra mão dele me puxar contra seu corpo, fazendo o meu amolecer completamente. Pelo amor de Deus, cérebro! Era só um homem. Na verdade era O homem e tinha uma puta pegada, confesso.
Respirei fundo mais uma vez, tentando me situar na vida e senti meu corpo arrepiar por inteiro quando os lábios de se acomodaram aos meus e logo depois a língua dele entra na minha boca sem qualquer aviso prévio. Por incrível que pareça, eu não me senti invadida com aquilo e, ao invés de me afastar, segurei firme nos ombros do , retribuindo um beijo que eu tinha certeza que iria foder muita coisa na minha vida e se eu continuasse sendo besta, o emocional seria uma delas. Mas quando se está beijando um homem completamente gostoso, que sabe o que está fazendo e tem um molejo maravilhoso tanto na mão na sua cintura, quanto na língua, a única coisa que você não pensa é no prejuízo do beijo.
Flashback’s off.
People around us are cynical
Go ahead and say that we're typical
True love is dead, well that's a lie
'Cause we'll be together 'til the end of time
- Preciso me preocupar? – perguntou rindo e aposto como estava apavorado pelo meu completo silêncio.
- Só se eu parar de respirar. – falei rindo também e apertei ainda mais a mão dele, que estava segurando a minha em cima do braço da cadeira. Suspirei e encostei a cabeça no ombro do meu marido.
Já não bastava a senhorinha da recepção nos olhando esquisito desde que nós entramos na antessala juntos, naquele momento ela parecia ter engolido todos os dentes, olhando pra gente como se eu fosse deformada, ou como se estivéssemos cometendo um pecado mortal dentro de uma igreja. Eu queria morrer! A hipocrisia e o cinismo das pessoas eram realmente incríveis. Qual era o grande problema de eu ser casada com ummeu professor? Eu sabia o que passava na cabeça delas, mas eu não queria imaginar que pensavam aquilo de mim. Eu amava demais e nada do que eu fazia era por dinheiro ou qualquer outra coisa que não fosse amor.
- Eu faço boca a boca, massagem cardíaca e a coisa toda. – rebateu ao que eu tinha dito e soltou uma risada, depois beijou minha cabeça. Sabe um mistério pra mim? A calma dele diante dos olhares daquela criatura que nem ao menos disfarçava as caretas e ele agia como se ninguém tivesse nos vendo. Provavelmente por ninguém ali importar no bolo todo. – Finge que ninguém está olhando pra mim, é mais fácil. – ele me lançou um sorriso como se lesse meus pensamentos e soltei uma risada meio descontrolada.
- Estão olhando pra mim, isso sim. – rebati sentindo a risada sair mais frouxa.
- E se perguntando o que uma garota linda e incrível como você está fazendo com um velho beirando os quarenta. – piscou e bati no ombro dele o fazendo rir.
- Para com isso! Você sabe que não é! – disse rindo. – É mais fácil estarem perguntando o porquê você não me deu o pé na bunda ainda! – ele abriu um sorriso de canto e beijou o dorso da minha mão.
- Porque eu te amo, garota. Amo demais, como nunca amei ninguém antes. – disse com um sorriso largo nas bochechas e senti meu corpo amolecer por completo. Já era difícil quando ele dizia aquelas coisas em casa, imagina ali, quase dentro da sala da reitoria. Eu juro que estava prestes a morrer! Morrer! Mas era morrer de amores por aquele homem incrível que estava do meu lado.
- Eu também te amo, muito! Muito mesmo, você não tem nem noção. – falei rindo morta e abri um dos sorrisos mais largos que eu conseguia. Me estiquei e beijei sua bochecha.
- Mr. ? – ouvimos a voz da senhorinha que só sabia fazer careta e olhamos quase ao mesmo tempo na direção dela. – O reitor está esperando pelo senhor.
me lançou um sorriso lindo e seguro, agarrou minha mão de forma forte e segura, como se quisesse me passar toda a força do mundo, mesmo que estivesse com mais medo do que eu. O que era praticamente impossível naquela altura do campeonato, mas era uma forma de ele me mostrar que nunca sairia do meu lado. Sinceramente, aquele homem era perfeito, mas um cheio de defeitos, claro.
Aquele gesto me fez lembrar de quando ele tinha feito a primeira vez, havia aparecido na porta da casa dos meus pais em plenas nove da noite e ainda molhado da chuva. Praticamente jogou na minha cara que não ia desistir de mim, quase fazendo meu coração parar, mas meu nodo sinoatrial* aguentou firme.
Porque todo relacionamento é feito de Loucuras!
Eu odiava ter que tirar no par ou ímpar pra ver quem ia atender a porta, simplesmente odiava porque Tayler sempre dava um jeito de ganhar, não sei qual magia negra ele fazia, ou qual terceiro olho ele usava pra ver minhas mãos, ele sempre ficava com a bunda grudada na cadeira e eu tinha que me deslocar com meu pijama super sexy de bichinhos até a entrada da casa. Ter irmão mais velho era um saco, principalmente quando se era a mais nova dentro daquela casa.
A pessoa fazia a peculiar questão de foder com o botão da campainha como se tivesse alguma doença no dedo, que eu juro que quebraria se não fosse presa por aquilo. Eu odiava barulho de campainha frenético daquele jeito e se fosse qualquer moleque, além de um sorriso macabro, ele também ganharia um cascudo. Abri a porta com todo o tédio que eu havia cultivado até o auge dos meus vinte aninhos e quase caí dura no chão ao ver . SIM! ! Molhado e com cara de cachorro na chuva.
- ? – meu grito saiu completamente esganiçado e arregalei os olhos.
O que diabos estava fazendo ali? Minhas pernas estavam sem qualquer movimento e eu não tinha a menor ideia do que fazer. Merda! Aquilo iria dar uma puta confusão.
- Oi. – ele deu um sorriso esquisito, parecia até que estava com dor. – Desculpa aparecer assim do nada, mas... – o homem fechou os olhos como se tivesse completamente arrependido e coçou a cabeça. – Eu preciso muito falar com você. – a súplica com que ele me olhava era de dar pena. Eu estava com pena. Meu Deus, o que tinha acontecido comigo?
- O que você está fazendo aqui, ? – olhei pra dentro da minha casa sentindo o sangue fugir da minha boca e depois olhei pra ele completamente assustada. – Você não pode aparecer aqui! Como você chegou aqui? – meu grito saiu esganiçado e, tenho que confessar, ele também parecia assustado.
- Eu sabia o endereço. Você me disse uma vez. – mordeu a boca receoso e suspirei. Merda de boca grande.
Passei a mão no rosto e pisquei algumas vezes, logo percebendo que ele batia o pé freneticamente. Ele estava nervoso. Mas por que ele estava nervoso? não tinha motivos para qualquer nervosismo. Na verdade ele tinha, mas eu queria enfiar na cabeça que não.
- Eu realmente preciso falar com você. – ele me olhou com mais súplica ainda, baixando os ombros com um suspiro. Merda de ombros! Merda de hormônios!
- ! – gritei esganiçada e até meio apavorada. Será que ele não entendia o significado da frase “não dá pra continuar com isso”? – Eu estou em casa! Na casa dos meus pais. Eu- eu. – senti o ar fugir aos poucos e a vontade de chorar aparecer.
- Eu sei. – foi tudo que ele disse e o desespero bateu ainda mais forte.
- , querida! Quem é? – ouvi a voz do meu pai e arregalei completamente os olhos. O que eu ia dizer? “Apenas meu professor gostoso que eu venho pegando há um mês, pai!”. Não, aquela resposta não era a melhor.
- Meu Deus. – sussurrei em desespero e enfiei os dedos nos cabelos. O que eu ia fazer com aquele homem molhado naquela chuva? Embora eu quisesse muito pôr pra dentro de casa e servir como cobertor dele, não dava. Droga! Estava chovendo! – Você está se molhando aqui! – agarrei o punho dele no impulso e mirei a garagem. Nós iríamos pra lá. – Vem cá! – chamei, o puxando pra lá, enquanto tentava explicar sua “visita”.
- Eu sei que eu não devia estar aqui, eu sei que é errado. – ele parou de falar, o empurrei pra dentro da garagem. – Eu sei, . Eu sei de tudo isso.
- Não é errado! – arregalei os olhos pelo esganiço que havia saído da minha boca. – Não é isso! – suspirei e passei a mão no rosto. – É que... Só a minha mãe sabe dessa bagunça toda. – falei quase em súplica, esperando que ele entendesse o meu lado.
- Mas você não saí da minha cabeça! – me olhou de um jeito que eu nunca tinha visto antes e meu coração foi à loucura, ele batia nos ouvidos e acho que poderia ser ouvido a quilômetros de distância.
- Oi? – arregalei meus olhos, praticamente engasgada com minha língua e ele fez cara de dor, depois suspirou.
- Eu aparecer no meio da noite na casa dos pais da minha aluna é errado, mas eu ter me apaixonado por ela também não é exatamente certo. As coisas acontecem. – arregalei ainda mais os olhos ao ouvir aquilo saindo da boca dele e pareceu se desesperar. – E aconteceu. Eu não consigo te tirar da cabeça, . Não consigo! – as sobrancelhas dele estavam quase juntas e eu poderia jurar que aquela era uma cara de choro. EU estava prestes a chorar.
- ... – enfiei as mãos nos cabelos em completo desespero e respirei fundo. Pelo amor de Deus! O homem estava praticamente jogando na minha cara que havia se apaixonado por mim e eu não tinha a menor ideia do que fazer. – E você acha que eu estou bem? Você acha que eu vim pra cá, por quê? – soltei um grito esganiçado.
- Não foge de mim! – o olhar de era tão suplicante que fez meu coração doer. Merda! Por que eu tinha que gostar tanto daquele homem?
- Eu não posso me envolver com você! Se eu fizer isso eu vou colocar TODA a sua carreira em jogo! – minha respiração estava curta e eu estava considerando seriamente a possibilidade de cair no chão fingindo um desmaio, talvez assim ele fugisse de mim. – Você é foda demais pra perder tudo isso por causa de uma pirralha qualquer. – aquilo doía tanto e meu olho marejou completamente.
- Você não é uma pirralha qualquer! – disse esganiçado, tentando me convencer daquilo.
- Eu sou uma pirralha perto de você! – meu queixo tremeu violentamente e logo senti as lágrimas descerem pelas minhas bochechas. – Eu não queria ter me apaixonado pelo meu professor. Mas eu não consegui barrar isso! – Por que eu estava chorando? Eu não podia chorar! Eu era tão patética. Funguei enxugando o rosto rapidamente, mesmo aquilo não dando em qualquer resultado, e senti me abraçar forte, tão forte de um jeito que parecíamos um só, o que só serviu pra que eu chorasse mais agarrada a ele.
- Não chora, por favor, não chora, eu estou aqui, tá tudo bem. – falava com a boca encostada na minha testa e um desespero quase descontrolado enquanto eu me encontrava completamente encolhida dentro do abraço dele. – A gente se gosta e nada vai mudar isso. Nada! – ele segurou meu rosto com uma das mãos me fazendo encara-lo e passou o polegar embaixo do meu olho. – Nós vamos resolver, prometo.
- Não tem o que resolver, ! – tremi o bico de choro. – Eu não quero te prejudicar. É a sua carreira! – arregalei os olhos tentando explicar a ele e o homem respirou fundo, depois segurou meu rosto com as duas mãos.
- , você realmente acha que eu estou preocupado com a minha carreira nesse momento? Eu não estou! Eu só preciso saber se você sente o mesmo que eu, se você tá nessa comigo. – ele perguntou quase em súplica, me olhando no fundo dos olhos e eu queria morrer, sinceramente.
- Isso vai afetar a sua carreira. Eu não quero acabar com a vida de ninguém! – eu merecia umas tapas por parecer um rádio a pilha quebrado que só sabia repetir a mesma coisa. Mas era o que me dava mais medo. Acabar com a vida dele se nós viéssemos a continuar com aquilo.
- Eu não quero uma carreira que vai me manter longe de você! – continuava me encarando e minhas pernas amoleceram.
- Não me fala essas coisas, por favor! É ainda pior pra mim! – suspirei profundamente e fechei os olhos, sentindo um beijo em minha testa.
- Eu não ligo pra nada disso se eu não tiver você, . – ele falou com a voz mansa e aquilo foi como um tiro em mim. – Porque não vai ter valido a pena! Eu quero ter você comigo pra poder comemorar minhas vitórias, eu quero estar do seu lado quando você conseguir as suas. Eu não posso abrir mão disso. – acariciou meu rosto com a palma da mão e fechei os olhos respirando fundo. Por que aquilo tinha que ser tão viciante pra mim?
- Olha a nossa idade! Você é quase da idade da minha mãe! – soltei um grito esganiçado e ele riu baixo como se não desse a mínima para aquilo. – Você é um homem incrível e quer se prender a mim! Eu sou uma garota, ! Uma garota! – eu queria correr dali pra bem longe e assim ficaria mais fácil de resistir a tudo aquilo. – Por que tudo isso? Por que você não facilita a minha vida? Por que você não finge que nem me conhece? Seria mais fácil superar o fato de eu gostar tanto de você. – vociferei na tentativa de manda-lo embora dali de vez, ao menos assim eu sofreria em paz.
- Porque eu não consigo! – o homem esganiçou tanto a voz que arregalei os olhos. – Você acha que eu não tentei, ? Você acha que eu quis me apaixonar pela única pessoa a qual supostamente eu não posso? Eu não consigo te superar, mulher! Não dá! – ele estava de olhos arregalados, os braços abertos e parecia um bicho assustado. Minha única vontade foi de rir, o nervosismo fazia isso comigo, às vezes. – Eu tentei de tudo. Não deu. E agora eu não quero mais tentar. – ele me olhou cansado, como se não tivesse mais forças pra insistir tanto, mas mesmo assim continuaria insistindo até que a minha resposta lhe agradasse. era louco, completamente louco. Sabe uma pessoa louca? Pois é, ele tinha ensinado essa pessoa a ser louca.
- Eu devia te mandar embora daqui em cima do rastro. – passei as mãos no rosto e chutei o balde. Eu não ia conseguir ficar longe dele nem que eu fosse paga pra aquilo e nós dois tínhamos plena consciência disso.
- Devia. – ele riu. – Deveria mesmo. Mas mesmo que você mande, eu não vou. – olhei pra ele totalmente incrédula com a petulância daquele ser e ri, a única coisa que eu consegui naquele momento foi rir. Alguém me bate, obrigada! – Eu nunca vou embora. – tamanha foi a seriedade naquela frase que meus pulmões pararam de respirar. Me joguei nele, o abraçando forte, muito forte, com o rosto quase enfiado no pescoço do , que me abraçou de volta na mesma intensidade.
- Minha mãe me disse que essas coisas nós temos que agarrar com unhas e dentes. – falei com o rosto abafado e, como se fosse possível, me abraçou ainda mais forte me tirando do chão e respirei fundo, completamente satisfeita. – Que quando a gente tem uma confirmação de um sentimento muito forte, temos que deixar fluir.
- Sua mãe está certa, anjo. – ele falou baixinho em meu ouvido e juro que me tremi inteirinha.
Anjo? Onde ele tinha tirado aquilo? Eu já podia morrer por estar sendo chamada de anjo por ? Abri um sorriso imenso e dei um beijinho de leve no pescoço dele, vendo o cara se encolher.
- Anjo? – soltei uma risada nervosa e fui posta no chão novamente.
- Anjo. – ele deu um sorriso lindo e largo, depois segurou meu rosto com uma das mãos, exatamente como fazia quando ia me beijar. – Gostei do apelido, combina. – sorriu mais uma vez, aquele sorriso largo que fazia meu estomago revirar e depois me beijou.
Só eu sabia a saudade que estava daquele beijo, daquele homem, do cheiro dele e do conjunto todo perto de mim. Eu me encontrava no meio de um furacão de sentimentos, sentindo de um tudo que você pode imaginar, era louco e completamente maravilhoso, tudo ao mesmo tempo. Sinceramente? Era insano igual um show de Rock ou um festival de música Eletrônica, que pra mim era como se me ligassem na tomada, eu realmente ficava elétrica, dando curto por todo meu corpo. Sorri bestamente quando senti um selinho calmo, apertado e cheio de carinho ser depositado em meus lábios e soltou uma risada baixa.
- Você inventa cada coisa! – tentei zoar o apelido, mas a verdade é que eu estava de pernas bambas. – Não é porque eu estou com esse pijama ridículo que eu sou um anjo. – fiz uma careta e ouvi rir alto, depois beijar meu nariz.
- Não destrata meus apelidos, mulher! – ele tentou ralhar, mas ainda ria. Amassei as bochechas dele com as duas mãos e o beijei bem de levinho, fazendo fechar os olhos com um sorriso mais do que bobo.
- Você está me chamando de anjo! – ri alto. – E nem sabe se eu te quero ainda. – aquilo era claramente uma zoação. Pelo amor do Santo Deus, depois de tudo que ele havia feito, eu seria uma vaca se o chutasse dali. Mas pareceu não entender a brincadeira e ficou pálido, engolindo em seco, arregalei os olhos.
- Não quer? – a pergunta saiu tão baixa e sofrida que fiz uma careta querendo me matar.
- E eu tenho que querer? – tentei fazer graça mais uma vez e finalmente ele riu. – aparece na minha casa dizendo que gosta muito de mim. – e sim, eu me referi ao puta professorzão que ele era. – Você ainda acha que eu tenho que recusar alguma coisa? – perguntei rindo, o fazendo rir junto e ele me beijou, mas pensa em um beijo.
Respirei fundo sentindo o nariz dele encostado em minha bochecha, enquanto a minha vida via se tinha condições de ela voltar para o meu corpo. soltou uma risada baixa contra meus lábios. Juro que me tremi todinha. Era hormônio demais, Deus do céu.
- O que tem o meu nome? – praticamente chupou meus lábios e eu estava sem quaisquer condições de responder. Suspirei tentando voltar ao meu normal. – Me diz. – ele me deu um selinho mais casto.
- Causa euforia em metade das universitárias. – falei de uma vez, me abracei ainda mais a ele. – Se falam teu nome perto, já começam tudo a se eriçar. – rolei os olhos e ele riu alto. – Bando de mulher tarada! Não podem ver um par de calças. – estava vermelho de tanto rir. – Vai dizer que nunca percebeu? – arqueei minha sobrancelha.
- Ciúmes, anjo? – aquele puta ‘homão’ na minha frente abriu um sorriso de canto com a pergunta completamente sugestiva.
- Não. – fui bem sincera com ele. – Se eu vou realmente ter alguma coisa com um professor, eu não posso ter ciúme, porque mulher tarada é o que não vai faltar. – nós dois gargalhamos e ele negou com um aceno.
- Não precisa se preocupar, eu sou homem de uma mulher só. Eu respeito minha namorada! – ele deu uma piscadela e minhas pernas cederam. NAMORADA?
- Namorada? – minha pergunta foi esganiçada.
- Claro! – sorriu genuinamente. – Você achou mesmo que eu ia me contentar com um 'caso'? Nunca! Você merece muito mais! – quando consegui assimilar tanta coisa na minha vida, ele me beijava novamente e agarrei minhas mãos nos seus cabelos, o fazendo suspirar e me apertar contra seu corpo.
- ? – o chamei de olhos fechados, ainda completamente colada a ele.
- Diga, anjo. – senti um beijinho leve e sugado, depois soltei uma risada.
- Mas você gostou desse apelido. – nós rimos. – Primeira coisa. – levantei um dedo. – Você vai ter que conhecer meus pais. – fiz uma careta e ele firmou com um sorriso. – Segunda coisa, eu não queria tornar nosso namoro público tão cedo. – suspirou, mesmo não concordando muito com aquilo. – Eu quero ser apenas uma aluna lá dentro, ser invisível.
- Tudo bem, como você preferir. – ele sorriu e passou a mão em meu cabelo. Aquele homem era sempre carinhoso assim ou estava tentando me levar na conversa?
- E eu não sou esse anjo que você imagina, . – soltei uma gargalhada.
- Não precisa. Ser o anjo que apareceu na minha vida já é suficiente. – sinceramente, eu não tinha mais um pingo de força nas pernas. – Você decide, tudo bem? Quando tiver pronta, a gente assume. – abri o maior sorriso que eu conseguia e segurei o rosto dele dando vários beijinhos intercalados ao agradecimento, que fizeram sorrir bobamente.
- ? – o apelido quase o fez explodir de tanto sorrir. – Eu tenho um irmão de 25 anos, o Tayler. Ele é ciumento e bom, provavelmente vai querer encrencar com você. – mordi a boca com uma careta desgostosa e ele riu, mas parecia meio incomodado.
- Tudo bem, eu me viro com o leão de chácara. – ele disse rindo.
- Esse aí é o meu pai. – gargalhei e vi ficar pálido. Era tão engraçado aquele homem completamente sem cor. – Muito provavelmente ele vai te matar só com uma olhada, mas você sobrevive. Principalmente quando souber que você é quase da idade da minha mãe. – ele deu um sorriso trincado que quase me fez soluçar de tanto rir.
- Enfrento o que precisar! – ele coçou a cabeça. – Mas não precisa me lembrar disso. – fez uma careta e eu só conseguia rir mais, incontrolavelmente! E eu juro que não estava bêbada e muito menos sob o efeito da medicinal maconha. Eu era sim um caso perdido na risada. – Anjo! Não tem graça! – fez manha, mas continuou rindo.
- Ignora minha risada, ignora meu pijama de criança e não desiste de mim! – gritei sentindo as lágrimas pela crise de riso brotarem nos meus olhos e se não fugisse de mim naquela fatídica noite, ele não fugiria nunca mais. Eu ria feito uma hiena e estava com pijama de bichinho. É, aquilo era nada sexy. – Meu Deus, o grito que o Tayler vai dar! – passei a mão no rosto tentando me controlar e arregalou um pouco os olhos, fazendo cara de morte.
- Para que agora eu estou nervoso! – ele deu uma risada morta e respirei fundo tentando controlar meu estado.
- Nervoso? Não tem motivo pra ficar nervoso! – ri mais um pouco e o beijei. – Você já deve ter passado por esse tipo de coisa inúmeras vezes.
- Nunca na situação atual. – ele deu um sorriso de gases. Será possível que eu ia entrar em outra crise de riso?
- Quer uma notícia boa?
- Por favor. – ele fechou os olhos, me esmagando em seus braços, e sorri largo.
- A minha mãe. Ela vai gostar de você, na verdade já tem certa simpatia. – ri do suspiro aliviado que ele deu.
- Pelo menos minha sogra! – comemorou com o punho erguido e dei um tapa no ombro dele completamente ultrajada, o vendo fazer uma careta.
- E sua namorada não conta? – mostrei a língua e ele riu.
- Sempre conta! – me apertou como se eu fosse um bicho de pelúcia e arregalei os olhos, rindo sem conseguir rir direito.
- Olha, minha mãe é linda. Por favor, não vai se apaixonar por ela. – suspirei fingidamente e ele riu baixo.
- Vou fazer o possível! – ele botou a mão no peito e nós rimos. – Posso conhecer agora? – mordeu a boca receoso e pelo tom de voz parecia com medo de me pressionar.
- E você achou que ia ser quando? – arqueei uma sobrancelha. – Claro que é agora! Vem, eu preciso te arrumar uma roupa seca. – segurei a mão dele na intenção de puxa-lo pra dentro da cozinha de casa e apertou minha mão com força, mostrando que não soltaria tão cedo, era quase como que se reforçasse mais uma vez a promessa de que nunca ele iria embora.
Flashbacks’s off.
A impressão era de que estava há dias dentro daquela sala, mas a verdade é que só fazia no máximo dez minutos que ele tinha entrado para conversar com Hades*, ai não, desculpa, o Reitor. Eu não sei que tanto de assunto os dois tinham, se apenas dizer que nós estávamos fora daquele lugar por ter qualquer relação amorosa bastava.
Encostei o rosto na mão, tentando me confortar de que nada de ruim aconteceria, mas eu estava em um nervosismo tão grande que me fazia acreditar que um ser extraterrestre havia se apossado do meu corpo, principalmente porque fazia um bom tempo que eu tinha abolido a insegurança da minha vida e garanto que era uma peça chave naquela mudança. Ele tinha me ensinado muita coisa, estar em um relacionamento com um homem quinze anos mais velho era muito enriquecedor, era aprender a ver o mundo de um jeito mais simples e complexo ao mesmo tempo. Era louco, confesso. Mas era muito incrível.
O atual professor gostosão que estava me esperando.
Now I'm burnin' up I'm speaking in tongues
Listen to my heart it's beating like a drum
I'm screaming your name at the top of my lungs
Eu queria matar a Kendra, da forma mais lenta e dolorosa possível! Como ela fazia uma palhaçada daquelas comigo? Respirei fundo, rolando completamente os olhos e ouvi uma risada alta do meu namorado.
- Que foi, anjo? – ele perguntou rindo e dando dois leves tapas em minha coxa.
Respirei fundo mais uma vez pelos tapinhas, ele poderia evitar de tocar tanto em minha pessoa, a coisa não estava fácil, parecia fósforo perto do combustível. não ajudava sendo completamente gostoso e ainda fazia questão de ficar pegando em mim, mesmo que de uma forma inconsciente, mas que me deixava um tanto atiçada.
- Kendra praticamente me proibiu de aparecer no dormitório hoje, porque vai levar um tal amigo pra lá. – fiz uma careta enrugando o nariz e nós rimos.
- Você já fez isso! – acusou como se eu tivesse a obrigado sair de casa e mostrei a língua.
- Ela estava na casa dos pais. – disse de maneira óbvia. – E você só dormiu lá! Imprensado em uma cama de solteiro! – arqueei uma sobrancelha e riu alto.
- Eu não ia perder a oportunidade de dormir agarrado a você, anjo. Não mesmo. – ele riu e beijou minha cabeça, se largando mais um pouco no sofá.
Bom, eu também não ia perder a oportunidade, mas a cada dia ficava um pouco mais complicado estar com e não passar do amasso nível hard. Eu era medrosa? CLARO! Mas pelo amor do santo Pai, eu ia completar 21 anos e tinha tido um namorado em toda a minha vida, fora o atual professor gostosão que estava me esperando. Pode até parecer meio ridículo, mas era a mais pura verdade.
- Ainda disse que eu tivesse cuidado na vida e usasse camisinha. – neguei com a cabeça, prendendo a risada, e ouvi a gargalhada escandalosa do meu namorado, me fazendo rir junto. – Desde quando ela virou a minha mãe? Desgosto!
- Não sei, eu sei que você vai dormir aqui hoje. – puxou minha mão e beijou o dorso dela. Suspirei e joguei o celular de lado. Eu estava sendo boba de o fazer esperar tanto se eu sabia que ia ser com ele. – O que foi, anjo? – ele se endireitou no sofá me olhando atento; Bem atento. – Dormir, . Como se a gente estivesse no dormitório, eu não vou te forçar a nada, amor. – ele acariciou meu rosto, colocando uma mecha enrolada do meu cabelo atrás da orelha, depois me beijou levemente. – Eu não vou te fazer nada. – se eu queria morrer?
- Eu sei que você não vai. – mordi a boca e respirei fundo. – Eu só não sei se eu quero. – falei com a altura da voz comedida e vincou as sobrancelhas, completamente confuso com o que eu tinha dito. – Eu não sei se eu quero que você não faça nada. – expliquei como se ele fosse uma criança burra e riu, ele riu alto. – Ah, pelo amor de Deus! Você sabe que vai ser com você. – falei de forma óbvia, rindo da risada dele e o estapeando.
- Ai mulher! – ele esfregou o braço ainda rindo e ri junto. – Não precisa ser hoje, anjo. – beijou meu ombro descoberto pela blusa ombro caído e senti o corpo dar choque. Eu disse que estava como um fio descascado perto da água, qualquer coisa era um curto. – Você dorme aqui e a gente deixa para outro dia. – ele beijou mais perto do pescoço e me encolhi todinha. era um belo filho da puta.
- Certeza? – perguntei de olhos fechados, sentindo aqueles arrepios tão maravilhosos e esperando a boca dele entrar em contato com a minha pele mais uma vez. Só mais umazinha.
- Só se você quiser. – ele sussurrou ao pé do meu ouvido e soltei um suspiro longo e entrecortado, sentindo meu corpo tremer por completo.
Eu estava tão perdida, principalmente com aquele demônio que eu chamava de namorado passando a ponta do nariz atrás da minha orelha. Ele ia me desarmar e eu sabia como também esperava por aquilo. deu um beijo completamente provocador embaixo da minha orelha e suspirei, sentindo tudo e mais um pouco atingir meu corpo, principalmente a porção nervosa abaixo da cintura.
Suspirei virando de lado, agarrei o rosto dele e o beijei de uma forma completamente desesperada, na reação me agarrou ainda mais forte, se apossando da minha cintura com aquelas mãos enormes e firmes. Eu só pedia encarecidamente pra não enfartar no meio do ato. Segurei com força seus cabelos quando o senti trilhar beijinhos leves, que passavam pela mandíbula e desciam como uma cascata gostosa pelo meu pescoço, transformando meu corpo em um condutor elétrico e em um produtor eficiente de suspiros. Quando o abracei em completo desespero pelo pescoço, querendo aumentar ainda mais o nosso contato corporal, o rosto dele se enfiou e encaixou mais em meu pescoço e, como se fosse possível, eu estava ainda mais arrepiada. jogava vagarosamente o corpo contra o meu, nos fazendo deitar aos poucos no sofá, enquanto me segurava com uma das mãos e se apoiava com a outra no estofado, foi questão de alguns segundos até estarmos deitados com ele entre minhas pernas.
Senti minha cabeça querer explodir e ao mesmo tempo não, quando ele direcionou aquela boca incrível para o decote raso da minha blusa e, em um ato quase inconsciente, arqueei o corpo fazendo o rosto dele entrar mais ali, me fazendo soltar um barulhinho baixo. dobrou minha perna na altura do quadril dele, aumentando mais o contato do nosso quadril e eu tinha certeza que daquela noite não passava, eu ia morrer de um aneurisma. Mas brincadeiras à parte, quando arfei com aquele atrito gostoso, meu namorado soltou uma risada baixa me fazendo querer bater nele, depois mordeu meu queixo vagarosamente e no reflexo apertei tanto os dedos nos cabelos dele, quanto as pernas ao seu redor, sem falar nos aditivos que foram pressionados sem muita intenção e que fizeram aquele homem gigante gemer baixinho todo sofrido. Gemido esse que fez meu corpo contrair inteirinho de uma maneira consideravelmente mais intensa e gostosa do que tinha acontecido antes. Soltei o ar dos meus pulmões e junto outro gemido baixo.
- Anjo, tem certeza que quer continuar? – ele perguntou baixinho, colidindo os lábios com minha bochecha e mordi a boca, soltando um suspiro sofrido. Meu amigo, nem que eu não quisesse, eu queria.
- Tenho. – disse o mais segura que eu conseguia e movi o rosto o beijando de leve. – Prometo que dessa vez eu não te paro no meio. – soltei meio sem graça e ele deu um sorriso lindo, aquele maravilhoso que mostrava todos os seus dentes clarinhos.
- Não me incomodo se parar. – piscou e ri baixo. – Sinal que estamos chegando perto. – suas mãos ultrapassaram todos os limites dentro da camisa gigante dele que eu usava. Minha pele estava em chamas, eu estava em chamas. Se fosse levar em consideração o apelido ao qual ele tinha me atribuído, eu era um anjo incendiado.
Soltei os cabelos dele e desci a pouca unha, que ainda me restava, levemente por aqueles ombros que me tiravam do sério e o fôlego. soltou um sorriso sacana e chupou meu lábio inferior ao mesmo tempo que passava as pontas dos dedos em minhas costelas, perto do limite do sutiã, com uma pressãozinha tão gostosa que me fez gemer nem tão baixo assim. Ouvi uma risada desesperada e logo depois ele encostou a testa na minha.
- Vem, vamos pro quarto, sofá não é uma boa escolha por enquanto. – me deu um selinho apertado, depois me ajudou a levantar ficando em seu colo. Acho que abri demais os olhos quando senti o volume rígido e ele riu baixo. – Tudo culpa sua. – meu namorado me abraçou forte, enfiando o rosto em meu pescoço e mesmo sem querer eu estava um pouco constrangida com a situação.
Sim, eu já tinha presenciado momentos com naquele estado. Fazer o quê? Resultado de amassos mais fogosos. Só me caiu a ficha que a coisa seria bem mais séria naquele dia.
beijou minha mandíbula de leve, levantou do sofá comigo ainda em seu colo e fomos para o quarto, enquanto ele se mantinha fazendo o possível para que tudo parecesse o mais confortável e melhor possível para mim.
Flashback’s off.
Suspirei. Que conversa demorada do cão era aquela?
Cocei a cabeça e levantei da cadeira teoricamente acolchoada que estava me deixando com a bunda mais amassada do que eu já tinha e fui na direção da água. Água sempre ajudava.
- Ei, ei mocinha... – ouvi um sussurro e virei o rosto de uma vez, quase dando um jeito no pescoço para ver a cara da senhorinha que não sabia não fazer careta.
- Pois não? – tentei soar a mais simpática possível, mesmo não gostando das caretas dela.
- Você está mesmo de namorico com o Mr. ? – ela perguntou baixo como se tivesse medo, olhando para porta da sala e depois para mim. Fechei a cara pra ela. Namorico? Onde já se viu? Eu era casada com ele; Casada.
- Não senhora. – vinquei minhas sobrancelhas. – Nós somos casados. – falei com uma segurança tão grande que até eu me surpreendi com aquilo e ela arregalou os olhos mais ainda.
Era só o que me faltava, sinceramente.
I don't care what people might think
I got your name in permanent ink
'Cause baby this ship ain't never gonna sink
Casei mesmo e se reclamar ainda caso de novo!
Minha vida estava indo bem, melhor do que eu realmente acreditava que fosse acontecer ao assumir um relacionamento, ainda escondido, com um professor universitário. Nós tínhamos passado a morar juntos por uma série de coisas e vinha se mostrando ser um verdadeiro homem, completamente diferente de tudo que eu já tinha escutado em relação ao caráter dele. Aquele era um que eu estava amando conhecer e sentia que ia amar mais ainda descobrir coisas novas a cada dia.
Passei a mão no cabelo, o tirando do rosto, e ouvi a porta de casa abrir, prendi os cachos no topo da cabeça e tomei um gole do café, esperando entrar tagarelando em casa sobre o almoço com a mãe dele, que por sinal não ia com a minha cara. Louise não tinha gostado nem um pouco da nora mais nova 15 anos que seu filho, mas eu superava.
- Oi, meu amor! – ouvi a voz dele mais do que animada, depois senti um beijo na cabeça e o vi colocar umas sacolas em cima da mesa, longe dos meus livros.
- Oi, amor! – sorri e enruguei o nariz para o óculos não descer, riu, beijou minha cabeça e puxou uma cadeira, sentando perto de mim. – Como foi com a sua mãe? – perguntei tentando soar o mais normal possível, mas estava complicado.
- Bom, nós conversamos bastante! – ele sorriu e me roubou um beijo, depois saiu beijando minha bochecha e me fazendo rir encolhida pelas cócegas do projeto de barba dele. – Ela perguntou por você. – o homem riu e fiquei tensa de uma vez.
- Por mim? – saiu mais esganiçado que o previsto, me fazendo abrir um sorriso de gases em seguida. – Como perguntou por mim? Ela não foi com a minha cara. – falei em certo desespero. Ela ainda podia me mandar pra fora do estado, certo?
- Ela estava apreensiva, anjo! – riu acariciando meu rosto. – Ela é minha mãe, é normal! – meu namorado me beijou levemente e afirmei com um aceno contido. Nem meus pais haviam feito tanto caso por causa dele. Tudo bem, meu pai sim, mas pelo amor de Deus, era um homem feito.
- É, eu sei. – sabia nada, sabia coisa nenhuma. Queria entender qual ameaça eu era pra o filho dela, só isso que eu queria saber.
- Mas ela entendeu! – soltou um riso baixo e beijou minha bochecha, me fazendo arregalar os olhos pra ele. Eu tinha ouvido direito? – Entendeu que você mudou a minha vida de um jeito que eu nunca achei possível! – eu não sabia mais o que era respirar e pela cara ele nem tinha começado direito. – Eu era um caso perdido! Totalmente perdido! E sabe quem me colocou nos trilhos? – meu namorado já havia virado o corpo completamente de lado pra mim.
- , para com isso. Olha o exagero. – minha voz estava muito baixa, eu estava prestes a vomitar o biscoito que eu tinha comido e sem falar no meu rosto quente e vermelho.
- Você me mostrou o que era ter alguém que eu pudesse amar, cuidar e ter alguém perto de mim pro resto da vida! – ele segurou meu rosto com uma das mãos e o sorriso genuíno, enquanto eu parecia uma estátua de desenho animado. Estacada na cadeira. – E o mais importante, me mostrou que eu quero isso! Eu quero alguém do meu lado pro resto da minha vida! Eu quero você pro resta da vida! – arregalei ainda mais meus olhos, quase os fazendo sair fora de órbita quando se livrou da cadeira que estava sentado há pouco e ajoelhou no chão. – Então eu vou mostrar que eu quero!
- , levanta daí. – pedi suplicante tentando o puxar pelos braços, mas o homem apenas riu como se eu fosse um bicho engraçado ou algo do tipo. Abriu aquela droga de sorriso que tirava a minha paz todas as vezes que era esboçado e tirou uma coisinha do bolso. Merda!
- Carvalho, meu anjo, meu amor, você aceita ser a minha Mrs. ? – ele perguntou abrindo a caixinha escura de veludo e senti o mundo rodar. Morrer! Eu ia morrer!
- C- casar? – eu não queria, mas eu gaguejei olhando para aquele homem parecendo um príncipe encantado de joelhos no chão da cozinha. – Você quer casar? – arregalei os olhos surpresa com a proposta e vi murchar a postura por minha pergunta. Ótimo, ! Faça isso com ele!
- Quero! – respondeu muito firme e seguro. – Você não quer? – o medo em sua voz de que a minha resposta fosse não era um dos maiores.
- QUERO! – soltei um grito mais do que desesperado e esganiçado, mandando a merda toda e qualquer postura e pulei nele, sentindo meu corpo tremer como se eu tivesse Parkinson. me abraçou forte, muito forte e abriguei o rosto no pescoço dele, sentindo meus olhos encherem. – Mas eu não achei que você quisesse! – minha voz saiu chorosa, o fazendo rir baixinho e beijar minha cabeça.
- Eu também não achei que eu quisesse. – aquela voz denunciava um lindo sorriso. – Mas com você eu quero, quero tudo que eu puder ter! – ele disse ainda agarrado a mim e o abracei ainda mais forte pelo pescoço.
- Assim eu choro, para! – funguei me abraçando a ele ainda mais forte, parecendo um macaquinho agarrado a outro. – Eu te amo, eu te amo, eu te amo. – segurei o rosto dele, distribuindo vários beijos no rosto e sorriu bobamente.
- Eu também te amo! – ele passou a mão em meu rosto, abriu um sorriso tão perfeito e me beijou com toda a ternura existente no mundo. Se eu estava mole? Apenas a água entendia a minha situação. acariciou meus cabelos novamente enquanto me dava beijinhos leves.
- Você vem me mostrando tanta coisa incrível da vida e como eu posso me tornar uma pessoa melhor. A melhor forma de resiliência com as coisas e o modo certo de fazer tudo ao ponto de não enlouquecer. – declarei baixinho com todo o meu coração e rimos cúmplices. – E, principalmente, você me ensinou o que é amar de verdade! – o beijei novamente e me abraçou ainda mais forte.
- Anjo? – ele chamou baixinho, com o nariz brincando com o meu e suspirei.
- Oi... – passei a mão em seu cabelo, o fazendo fechar os olhos, aprovando claramente minha atitude.
- Eu não sei se deixei claro, mas a gente não está noivo. – ele riu e alarguei ainda mais o meu sorriso, de olhos fechados e sentindo a presença incrível daquele homem.
- Eu estou noiva. – encostei a testa no ombro dele, soltando uma risada desesperada. – Já dá um bolo no estomago só de pensar em tudo! – nós rimos alto e ele deu um beijinho em meu pescoço.
- Você e sua mania de não ouvir direito. – riu e olhei pra ele completamente confusa, vincando as sobrancelhas. – Nós não estamos noivos, amor. – aí sim eu arregalei os olhos.
- Não? – senti a respiração me faltar quando o medo de ter sido devidamente enrolada me bateu. E juro que já comecei procurar onde estavam as câmeras.
- Não. – ele soltou uma risada meio morta, depois me beijou de leve. – Quando eu colocar a aliança no seu dedo, você vai ser minha esposa. E eu seu marido! – abriu aquele sorriso gigante mais uma vez e meu pavor se transformou em completa euforia, depois da aliança eu estaria devidamente casada.
- Sem direito a nem uma despedida de solteira? – fechei um dos olhos, soltando minha gargalhada quando o vi abrir a boca em completo ultraje.
- Por que você vai querer uma despedida de solteira, se pode ter uma lua de mel comigo? – ele piscou sinuosamente com aquele sorriso filho da puta abrigado no canto dos lábios.
- Puta merda! Você não sabe brincar! – minha expressão era completamente sofrida, ao passo que ria como se fosse a coisa mais engraçada existente. – Eu quero ser sua esposa sim! – respondi com a voz firme e o encarando, sem vacilar em nenhum momento. –Mas você vai ter que me prometer uma coisa.
- Tudo que você quiser! – acariciou meu rosto.
- Que você vai ter mais paciência comigo, ok? – falei igual a uma criança cobrando algo de alguém e ele riu confuso.
- Paciência?
- Eu sei que eu sou uma péssima mulher gerenciadora de qualquer coisa dentro de casa e da vida. Eu sou novinha demais e... – fiz uma careta soltando um suspiro e ele riu. – Só não desiste de mim e continua me ensinando! – pedi segurando o rosto dele, quase esmagando suas bochechas, enquanto se mostrava completamente radiante e bobo.
- Eu vou te esmagar, mulher! – ele disse de uma vez ,nos fazendo rir.
- Mas é sério! Eu quero poder ser a sua esposa de verdade. Sabe? Aquela coisa que você não sente vergonha de apresentar a ninguém? Eu quero poder carregar seu nome no meu. – apertei as bochechas dele, fazendo um bico e meu quase marido sorriu tão bonitinho, quase me fazendo babar. – Mas eu tenho que crescer pra isso!
- Eu não me envergonho de você, amor! Muito pelo contrário, eu quero te mostrar pro mundo! – ele disse de olhos fechados com um semblante tão bonitinho que me fez babar de tão encantada. – E você não precisa se encaixar em nenhum padrão, ok? Só sendo você, sendo a mulher por quem eu sou loucamente apaixonado já está perfeito! É tudo que eu quero!
Soltei um grito esganiçado de euforia, que fez rir alto com a cena, me abraçando de um modo tão protetor e perfeito. Eu juro que poderia morrer naquele abraço, eu morreria imensamente feliz.
- Cadê a aliança? Quero me sentir casada. – soltei um gritinho animado.
- Claro! – riu, desenlaçou um dos braços que estava ao meu redor, mesmo me segurando no abraço com o outro e me mostrou a caixinha aberta com as duas alianças brilhantes lá dentro.
Meu futuro marido pegou uma delas, a menor, e colocou vagarosamente no meu anelar esquerdo que já estava estirado, beijando logo em seguida, de olhos fechados e a expressão mais linda que se poderia imaginar. Me fazendo presenciar uma das cenas mais lindas de toda a minha vida. Peguei o outro anel que era consideravelmente maior e soltei uma risada desesperada.
- Meu Deus, eu estou casando! – falei de uma vez, toda me tremendo, o que causou a gargalhada descontrolada dele. – Não ri! – reclamei já rindo também, depois segurei a sua mão, colocando a aliança e beijando em seguida.
- Pelo poder investido em mim, por mim mesmo, eu nos declaro: marido e mulher! – piscou, dessa vez me fazendo rir escandalosamente e continuou: – E agora eu vou beijar a noiva!
Agarrei o rosto dele com as duas mãos e o beijei de verdade. Afinal só tínhamos nós dois em casa e não havia problema se a língua de alguém desse um oi na situação.
- O que se faz depois do casamento, esposa? – perguntou rindo, com a testa encostada a minha, enquanto meu sorriso só crescia mais a cada momento.
- Curte a festa? – fiz a linha desentendida e ele arqueou as sobrancelhas.
- Depois, ! – ele mordeu a boca, mantendo aquele sorriso idiota e soltei uma risada alta.
- Bom, depois da festa só tem uma coisa. – mordi a boca segurando o rosto dele, beijei sua bochecha perto da orelha, fazendo dar uma suspirada leve. – A Lua de mel. – foi preciso apenas essa curta frase para que eu fosse agarrada e, em um piscar de olhos, estar no colo do meu recém-marido, que estava em pé e se apoiando na mesa da cozinha.
- Agora a gente tá falando a mesma língua! – ele disse baixinho, puxando um sorriso safado no canto dos lábios e mordeu minha boca enquanto me colocava sentada na mesa.
- Tsc, tsc, tsc. – fiz um barulho com a língua nos dentes, estreitando os olhos como se reprovasse a atitude dele. – Você só pensa nisso. – ri baixo e passei a boca no queixo dele, que soltou um sorriso gostoso e safado, me beijando ferozmente em seguida.
Flashback’s off.
Desbloqueei o celular para ver quanto tempo tinha passado e me perdi sorrindo ao ver nossa foto no bloqueio de tela. fazia uma careta engraçada enquanto eu tentava morder a bochecha dele, nós tínhamos viajado para uma praia e lá tinha uma tirolesa. A foto tinha sido tirada antes de a gente descer, na hora em que estava morrendo de medo. Relacionamentos eram feitos de loucuras e nós já tínhamos feito várias dentro daquele casamento.
Vamos acordar esse prédio...
Festa de faculdade era bom? Claro que era!
E em congresso ainda se tornava muito, mas muito melhor, só não havia sido perfeita porque meu ilustre marido não poderia comparecer acompanhado da minha pessoa. Aquele era o saco de ter qualquer coisa escondida com alguém. Esconder um relacionamento exigia muita paciência. Suspirei mais uma vez e bati na porta do quarto sem querer chamar pelo nome pra não acordar ninguém. Aquele corredor vazio me dava um pouco de medo, então era bom que acordasse logo.
- Finalmente! – ri baixo quando vi aquela carinha maravilhosa de sono me olhar como se não soubesse quem eu era, ou como se ainda processasse a informação de que eu estava ali de pé. Ele coçou a cabeça e, quando realmente voltou à realidade, arregalou os olhos assustado. – Meu cartão não funciona. – fiz cara de morte.
- ? – deu um sussurro esganiçado, fazendo uma careta bem confusa pelo que eu tinha dito por último. – Quê? – homem lerdo! Suspirei e rolei os olhos.
- Pelo amor de Deus! – soltei uma risada. – Nem eu que bebi. O cartão magnético da porta. – apontei pra coisa de madeira como se ele fosse uma criança lenta e eu a professora tentando ensinar. Parece que o jogo havia virado não é mesmo? – Não funciona no meu quarto! – neguei com um aceno de cabeça. – Estou presa do lado de fora. – apontei pro corredor completando meu teatro.
- Chama a Kendra! – foi óbvio. Como se eu já não tivesse feito aquilo.
- Você acha que eu não tentei? Ela morreu lá dentro. – rolei os olhos e cruzei os braços.
- Então pega outro cartão na recepção. – inclinou um pouco a cabeça pro lado e me segurei pra não pular nele. – Eles dão outro, . – o homem fez uma careta confusa.
- Não quero! – olhei bem pra cara do meu marido e apertei ainda mais os braços cruzados embaixo do peito. Sim, aquilo era proposital para deixá-los maiores.
- E quer o quê? Dormir no corredor? – ele perguntou rindo e não achei a menor graça naquilo. Carreguei todo o meu tédio no rosto e continuei parada olhando pra ele.
- O que você fez com meu marido?
- Eu estou aqui, mas não estou entendendo o que você quer. – ele riu mais uma vez e coçou o peito por dentro da camisa. Filho da puta!
- Dormir com você! – fui curta e grossa, fazendo arregalar ainda mais os olhos e estacar na porta. Que bom, ele havia entendido! – Achava que eu queria o quê, batendo no seu quarto há essa hora depois de uma festa? – fui óbvia.
- Quê? – o incrível Mr. deu um sussurro tão esganiçado que mais parecia estar mudando a voz e eu perdendo a minha paciência com aquela cena toda. Era só me deixar entrar e pronto!
- Quer saber? Tchau. Você está dormindo ainda. – virei meu corpo na intenção de voltar com o rabo entre as pernas para o elevador, aumentando ainda mais o drama por eu saber que ele ia ceder. cederia fácil. Foi questão de segundos até ele me impedir.
- Espera! – o olhei. – Você quer dormir aqui? – meu marido gostoso pra caramba suspirou e bagunçou o cabelo, fazendo uma careta como se procurasse uma solução plausível pra ou me meter naquele quarto, ou voltar pra casa o mais rápido possível. Resumindo, ele também queria sexo.
- Quero ! – fiz a minha melhor cara de bicho de pelúcia e ele passou as mãos no cabelo, se mostrando nervoso. Bem nervoso.
- Não faz essa cara, mulher. – me pediu sofrido e mordeu o lábio, praticamente me comeu com os olhos por causa do vestido e suspirou mais uma vez. Eu só aumentei meu bico. Se eu queria que ele perdesse a linha? Claro! – Anjo! – ele me pediu encarecidamente, mas eu estava nem aí. Eu queria transar com meu marido mesmo! Aquilo não era complicado de entender.
- Odeio dormir sozinha. – baixei o olhar e aumentei o bico o fazendo grunhir frustrado. Talvez eu fosse um anjo meio endiabrado.
- Aqui não dá! – ele disse nervoso e rolei os olhos continuando onde estava. sabia que eu não ia sair dali. – Isso não vai dar certo, alguém vai ver e... – ele disse olhando para os lados no corredor e senti minha cabeça encher.
- Até onde eu sei, a cagona da relação sou eu. – apontei pro peito e ele arregalou o olho. – E tem ninguém nesse corredor. – me apoiei na parece e tirei os saltos, fazendo careta.
- Mas eu sou teu professor! – ele praticamente gritou mais uma vez, bem esganiçado. precisava de balinhas ou foderia a voz.
Estreitei meus olhos, sentindo a irritação me tomar e projetei o corpo na direção, dele o fazendo arregalar os dele. Era bom que ele tivesse medo mesmo.
- Você é meu marido. – enumerei nos dedos, bem séria. – E está me negando uma cama. – se o drama era o que me restava, era para o drama que eu iria partir. – Tudo bem, . Eu me viro. – joguei meu cabelo como a diva Queen B e virei de costas pra ele. Se era assim que ele queria, era assim que ia ser.
Ouvi um grunhido que significava praticamente um “foda-se que é escondido” e fui puxada para dentro daquele quarto, rindo abertamente por ter conseguido o que eu queria.
Flashback’s off.
estava demorando demais a sair daquela sala e eu começava a me apavorar. Ele ia perder o emprego, eu a faculdade e seríamos condenados a morte, por isso tratei de mandar uma mensagem pra a induzindo a fugir logo com o .
: Fujam para as colinas, ainda dá tempo! Vão! Vão!
: Pirou ? Bebeu? Andou fumando maconha? !!!!! Para de dar doce pra ela!
Dei uma risada tremida e voltei a digitar freneticamente.
: Quem me dera fosse tudo isso. Se eu estivesse drogada talvez tivesse explicação, ou uma desculpa. Só fujam, apenas fujam!
: Sinceramente você está fora de si! Fala algo que eu entenda, louca!
: Eu gritei no meio de um corredor o que eu não podia 😓😓 agora todo mundo sabe que a mulher de é uma aluna louca que grita pelos corredores.
: VOCÊS ASSUMIRAM! O.O AI QUE AMADOS! Socorro! Precisamos correr e contar ao !
: Meio que a força, mas sim 😀. Aproveita e foge com !!!!!
: Vai te catar, que eu não fugir pra lugar nenhum com o !
Soltei uma risada que saiu alta demais e logo tapei a boca com a mão, só cego que não via o quanto aqueles dois se gostavam e o melhor que eles tinham a fazer era se assumirem logo, esperar tempo demais não era a melhor escolha. Experiência própria! Não que gostar do seu professor fosse lá a coisa mais comum, não era, mas casar também não e ficar de pega, pior ainda. A vida fazia coisas engraçadas com você, principalmente te apresentar pessoas maravilhosas e que de alguma forma estavam prestes a passar o mesmo que você. e se encaixavam perfeitamente naquela categoria, eles só precisavam, de verdade, abrir os olhos e tudo daria certo.
Amizade é pra essas coisas mesmo.
- Eu estou de carro, também não moro perto. E se você não comer, vai deixar o cara magoado. – eu ouvia aquele lenga-lenga todo do querendo ir deixar a em casa, enquanto eu sabia que ela queria a caroninha dele, mas mesmo assim negava.
- Eu sei! – minha amiga riu. – Mas ainda assim é longe. – ela tentou argumentar mais uma vez, ainda debruçada em meu balcão.
- Vai de carona comigo e não aceito não como resposta. – piscou dando, finalmente, um ultimato naquela conversa que nós quatro sabíamos onde iria parar.
- Tá, tá bom. Eu fico. – se deu por vencida e o reino comemorou com festa.
- Senta e come, depois chega em casa dizendo que não comeu. – apontou pra ela e nós rimos. Nunca disse? Meu marido era exímio cozinheiro. – Nunca vai sair da minha casa dizendo isso! – ele reforçou e apontei pra ele quase com uma seta luminosa. –Ninguém sai da minha casa com fome! – ele usou um porte bem convencido e nós quatro rimos.
- Tá bom, pai! – o zoou na maior cara dura, eu olhei pra , ele olhou pra mim e nós dois caímos em uma gargalhada intermitente.
- Olha que pela idade poderia ser mesmo! – o cara mais legal da vida, vulgo , disse rindo e eu não me aguentava quase sem respirar.
- Sem falar que eu comi teus chocolates, passou um pouco a fome. – minha maravilhosa amiga meneou a mão como se aquilo não fosse nada demais e arregalou os olhos em um desesperozinho contido.
- Você fez o quê, pirralha? – ele deu uma esganiçada que me fez quase engasgar de tanto rir.
- O que você ouviu! – aumentou a cara de anjo e a de morte. se encontrava quase desmaiado de tanto rir dos dois.
- ... – um homem daquele tamanho fazendo manha era uma das coisas mais engraçadas. – Por que você deixou?
- Eu não vi! – tentei tirar o meu da reta, mas ria quase igual ao e a estava indo no mesmo caminho. – Não podia puxar a comida da boca dela. – fui óbvia em minhas conclusões e fez uma careta gigante.
- Eu comi um! – frisou o filho único que tinha ido boca dela abaixo. – E tua mulher quase me mata! 'Era do , tapada!' – juro que voltou a brilhar de novo. Mas o meu apelido na boca dela tinha ficado ridículo.
- Sério? – quase gritou feliz com a situação. Nós caímos em outra crise de riso.
- Foi! Foi isso sim. – tentei soar clara em minhas conclusões.
- Eu achei que seria morta! – dramática! Era isso que era! – Depois disso eu fui sentar no outro lado da sala pra manter a vida! – and the Oscar goes to...
- Claro que seria morta! – o outro dramático reforçou. – Ela que trouxe pra mim de outro estado.
- Você é exagerada! – apontei pra ela rindo. – E você também! – repeti o gesto com , os dois me mostraram a língua.
- Vocês são sempre assim? – tomou fôlego apenas para rir mais uma vez.
- Claro que não é exagero! Ela é possessiva com aquele chocolate! – minha amiga rolou os olhos, ainda pirraçando com , depois virou a atenção para o . – Assim como? – ela riu.
- Por que ele veio de outro estado, ! – meu marido foi claro e óbvio.
- Parecendo criança pequena brigando. – disse rindo e eu tinha absoluta certeza que era da cara do amigo dele, que beirava os 40 e se trocava com uma criatura 16 anos mais nova.
- Sempre, . – assegurei, o fazendo rir. – Imagina o que eu não aguento. achou a irmã perdida dele, porque pra brigar assim só sendo irmão mesmo.
- Você vai pro céu, . – meu amigo soltou uma gargalhada.
- Deus me livre ser irmã dele! Sai, praga. – fez uma careta e abriu a boca em um perfeito O. Eles iam começar mais uma vez.
- Você bem queria ser , fofa. – sim, havia rebatido a recusa de , enquanto o outro tapado ria da cena em vez de ajudar a parar.
- Queria não, fofo. – ela riu alto e confesso que eu também.
- Claro que queria, comeu até meu chocolate! – ele assegurou com uma indignação bem fingida.
- O que tinha de tão especial nesse chocolate? – perguntou se apertando de tanto rir e rolou os olhos.
- Veio de outro estado! Presente da minha sogra! – tentou argumentar, mas só serviu para o cara que ele chamava de melhor amigo desde os 15 anos de idade rir mais ainda.
- Mas não de outro planeta! Para de TPM, . – sim, estava mais uma vez zoando o apelido. Nós merecíamos aquilo? Claro que não! Era até bonitinho.
- Não é TPM! – quis esganiçar, mas riu. – E não me chama assim!
- Sinceramente, eu desisto de vocês dois! – soltei uma gargalhada estridente e dei high five com o .
- Supera, ! – mais uma vez ela zoou o apelido.
- para que tá feio! – ri me escorando no balcão.
- Ninguém mandou você esganiçar esse incrível apelido! – a safada debochou mais uma vez e só se ouviu o grito da risada do . Carma, aquilo era o carma me pegando por alguma coisa que eu tenha feito.
- É tosco sim, . Desculpa! – até havia se virado contra mim. Troca de saliva o fez virar um traidor.
- falando a história é completamente outra! – abriu um sorriso idiota que condenava tudo que já havíamos feito até a presente data. Suspirei colocando a mão na cara.
- Epa, como assim? – perguntou rindo. Jura que ela não sabia do que ele estava falando.
- É diferente, tapada. – riu. Nossa, quanta agressividade com a coleguinha. – Você não vai querer saber. – ele deu uma piscada e eu queria enfiá-lo em alguma gaveta.
- Entendi. Credo! – minha amiga fez uma careta de nojo e rolei os olhos. Não é como se nosso quarteto fosse tão inocente àquele ponto.
- A comida, . Foca na comida. – dei um tapinha na bunda dele, o “expulsando” de perto do balcão e meu marido riu alto, seguindo para perto das panelas no fogão.
Flashback’s off.
Eu não sabia se o fato de eu bater freneticamente o pé no chão resolvia alguma coisa ou se acelerava, em alguma dimensão paralela, as horas, mas era o que me deixava mais calma enquanto ainda esperava a tal conversa terminar.
Soltei todo o ar dos meus pulmões ao ver saindo do purgatório, ou melhor, da sala do reitor com as duas mãos no bolso da calça. Meu coração tremeu. Das duas uma, ou ele estava querendo curtir com a minha cara, ou tinha dado na maior merda. Ele deu um sorriso fechado me fazendo acreditar na segunda opção e me abraçou pela cintura, me levando pra fora da antessala dos infernos.
Meu coração batia louco e acelerado nos ouvidos, como se uma escola de samba ensaiasse para o carnaval Brasileiro dentro do meu peito. Eu nunca tinha ido a nenhum, mas apostava que era daquele jeito. Passamos pela porta do lugar e andamos um bom pedaço até praticamente entrar no estacionamento onde estava todo tipo de gente, desde professores a alunos. E assim que suspirei mostrando quão ansiosa e frustrada eu estava, ouvi meu marido soltar uma gargalhada mais do que estrondosa, me deixando completamente confusa.
- A cara da senhorinha curiosa foi o melhor de tudo. – ele disse ainda misturado entre as risadas e abri a boca em completo ultraje, mas não consegui conter minhas gargalhadas.
- Você não presta! – bati no ombro dele em protesto por quase me fazer morrer do coração e riu ainda mais. – Ela tá louca pra saber no que deu! E eu também. – ele me lançou um sorriso incrivelmente lindo, depois segurou minha mão com força, me levando para onde o carro estava. Ele estava calado, me matando no silêncio e eu queria mata-lo. –Você está me matando. – soltei com cara de dor e ele riu, me abraçou de lado e acenou para alguns professores que passavam por ali. Meu estomago revirou forte e respirei fundo. Calma , a essa hora todos já sabem do seu escândalo no corredor.
- Ele só me pediu pra evitar qualquer demonstração de afeto exagerada, mas fora isso riu e nos desejou felicidades. – meu marido disse com um sorriso lindo e minha boca foi ao chão. Como o reitor fazia aquilo? Qual a droga do problema dele?
- Nos desejou felicidades? – parecia piada, mas eu estava indignada por aquela facilidade toda. Eu queria voltar e dar uma boa bifa no Reitor. – Como ele me fez ficar com medo, frustrada e escondendo o meu casamento, pra no fim dizer apenas um “Evitem qualquer demonstração de afeto exagerada”? Ah tenha a santa paciência! – ah sim, eu estava muito furiosa e o sorriso do meu marido estava nas orelhas. Ele estava se divertindo com aquilo? Vamos ver se ele ia se divertir agora.
Just kiss me
In the middle of the streets
To let the whole world see
That there's nobody else for me
- Vamos ver se ele vai nos desejar felicidades agora. – eu parecia um furacão com tanta raiva tentando me livrar dos braços do , que ainda continuava me segurando e provavelmente não iria soltar.
Ele sorria pra mim como se fosse a coisa mais normal do mundo eu estar furiosa. Ok, talvez fosse, mas não importava. Se ele queria uma mulher calma, que casasse com uma pomba.
- Ele não pode fazer isso, olha o que a gente se privou por causa dessa droga de política idiota! – arregalei meus olhos na impossibilidade de fazer mais qualquer escândalo naquele lugar, embora já chamasse atenção o suficiente ter o pró-reitor feito um polvo em mim, para que eu não fosse arranjar confusão com ninguém. – me solte! – dei uma ordem, possessa com aquela coisa toda e meu marido quase me desarma com aquele sorriso perfeito. – Eu estou falando sério! – arregalei os olhos, falando pausadamente.
- Você fica linda toda irritadinha assim. – ele disse mordendo a boca. Deu uma leve piscadela e por fim me beijou.
SIM! O louco me beijou no meio de um estacionamento lotado de gente! De universitários bocudos que iam espalhar aquela história, na qual eu já tinha me encarregado bem de espalhar gritando em um corredor. Mas a questão era que , o meu marido, estava me beijando como se nós estivéssemos em casa, só nós dois e como se ninguém mais visse.
O que eu fiz?
O abracei pelo pescoço dando ainda mais motivo pra que todos olhassem. Afinal, se iam falar, que falassem de verdade.
So kiss me like nobody’s watching...
Momento Glossário:
*Nodo sinoatrial: De onde partem os impulsos para que seu coraçãozinho bata em torno de 60 a 90 batimentos por minuto na maioria dos casos.
*Hades: Na mitologia grega é o deus do mundo inferior e dos mortos.
I wanna paint it on every wall
And shout it out up and down the halls
I wanna post it in shining lights
'Cause I just can't keep it bottled up inside
- É o quê? – soltei um grito indignado, soltando a folha na mesa e recebi um olhar confuso de Kendra, uma das minhas colegas de sala.
- O que foi? – ela perguntou, fazendo careta, e a única coisa que eu pude verbalizar é que eu ia matar aquele homem.
- Eu vou matar, ! Matar! – gritei saindo da sala como um jato, sem ver absolutamente nada a minha frente. Tendo como único objetivo localizar e matar aquele safado!
No meio do corredor vi a calça social preta, sem o menor vestígio de bunda para enchê-la, andando despreocupadamente o caminho que levaria à coordenação do curso. E, por mais que o não tivesse um pingo bunda, sério ele era batido, eu não podia negar que ele era gostoso. Gostoso pra caramba. Beirando os quarenta anos e ainda me fazia suspirar. Fogo. Foco ! Foco!
- ! – gritei enraivecida e juro que não reconheci o tom da minha voz naquele grito grotesco. A coitada da Kendra assustou. Mas ele? Ele apenas virou despreocupadamente como se a voz de um anjo estivesse falando.
- Sim? – me olhou com a expressão normal e guardou o celular no bolso. Enquanto eu me perguntava como ele era tão cínico àquele ponto. Bufei com aquele fingimento todo e andei a passos rápidos e duros pra mais perto de onde ele estava.
- Que droga é essa? – soltei um grito esganiçado e ele vincou as sobrancelhas, se mostrando confuso. – Eu não coloquei você como opção de professor! – gritei desesperada, com os olhos arregalados e os braços bem abertos pela palhaçada.
- Eu coloquei. – o filho da puta respondeu olhando pra minha cara como se nada tivesse acontecido. Como se ele realmente pudesse me orientar.
- Você? – juntei um esganiço com ironia. Ele só podia estar de brincadeira comigo!
- É a minha área. – disse calmamente mais uma vez, olhando pra minha cara como se eu fosse uma louca. Depois cruzou os braços na altura do peito. Merda! Os ombros. Sacudi a cabeça.
- Não é a sua área! – gritei de olhos arregalados. – É assistência de enfermagem, ! – carreguei raiva no sobrenome dele e de nada surtiu. Como ele conseguia? Eu nunca iria entender a paciência daquele homem.
- Assistência de enfermagem a pacientes com patologias genéticas. – ele me encarou na maior calma do mundo, enquanto eu queria vomitar no chão de tanta raiva. – Como eu disse, minha área.
- Mas você não entende nada de assistência! – gritei com o desespero tomando conta de cada entranha minha. Quando ele ia entender que eu só queria o bem dele? – , você me prometeu que não ia se meter nisso! – apelei olhando pra cara dele com uma expressão de dor. Será que ele não enfiava naquela cabeça grande que se meter em meu projeto só ia dar mais confusão?
- Mas entendo de genética, ! – ele esganiçou também, com os olhos suplicantes e arregalados. – E é uma bela parte do trabalho!
- , qual o problema dele querer te orientar? – Kendra perguntou de uma vez e só aí me dei conta de ela ainda estava ali. Ótimo , discuta com no meio dos corredores! Mas não tinha como evitar, ele tinha um coco no lugar do crânio.
- Eu posso te orientar, . – assegurou mais uma vez como se eu não soubesse daquilo. Claro que ele podia, eu só não queria.
- Mas eu não quero! – soltei outro grito esganiçado e ele bufou rolando os olhos; estreitei os meus. Ele queria guerra, ele ia ter guerra! – Você vai falar com outro professor, ! – falei o nome dele de forma ácida e de modo autoritário. – Eu não vou desenvolver qualquer trabalho que seja com você.
- Não, eu vou te orientar. – ele insistia na mesma frase de sempre, fazendo a minha vontade de vomitar aumentar ainda mais pela raiva.
- Qual o problema de ser orientada por ele, ? – Kendra perguntou completamente indignada, praticamente me atacando. Claro, as fangirls do estavam espalhadas por toda a universidade. Como sempre. – Ele quer te orientar, será que é tão complicado entender que ele quer te orientar? – ela perguntou com a voz carregada de malícia e a única coisa que eu fiz foi olhar pra trás lentamente como se fosse a garota do exorcista. – Olha o homem, pelo amor de Deus, eu nem contestava! – ela simplesmente comeu com os olhos em apenas uma olhada e minha raiva aumentou ainda mais.
- Cala a boca, Kendra! – gritei enfurecida como se uns 15 seguranças enraivados tivessem tomado meu corpo. – E você não vai me orientar, ! – voltei minha fúria pra ele, que arregalou os olhos pela minha grosseria e ignorância. Quer saber? Foda- se.
- ! – me repreendeu, assustado com a minha atitude. – E eu vou te orientar, garota! – nossa, ele também tinha perdido a paciência? Que ótimo, não?
- Não vai! Eu não quero! – gritei ainda mais intimidadora, arregalando os olhos.
- Mas eu quero! – ele apontou pro peito e enfiei os dedos nos cabelos. Que porra de homem insistente do caralho!
- Meu deus, para de ser idiota, garota! Aceita logo isso! – Kendra disse impaciente enquanto eu queria que ela se engasgasse com os próprios dentes e deixasse minha briga em paz. – Será que é tão complicado? Você não quer, eu quero!
- Eu sou casada! – gritei indignada olhando bem pra cara dela enquanto mostrava a aliança grossa no dedo. – E você não quer nada! Absolutamente nada! – movimentei os braços exageradamente, achando que meus olhos fossem pular pra fora de órbita. – Então cala a porra da boca e não se mete no assunto! – minha respiração estava descompassada e eu poderia enfartar a qualquer momento.
- Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? – ela estufou o peito pro meu lado como se fosse um galo de briga e minha raiva esquentou ainda mais na minha cabeça.
- ESPOSA DELE! – apontei para o tapado que estava atrás de mim, com os olhos completamente esbugalhados. – TÁ BOM PRA VOCÊ? – abri os braços na intenção de intimidá-la. – E faça um favor pra sociedade, pare de dar em cima do meu marido! – usei de toda a minha ironia existente depois virei pra ele. – E você sabe que não pode me orientar, ! Nem que você queira! – eu estava completamente saturada com aquele assunto todo.
- Agora eu não posso. – ele disse morto olhando pra mim, assustado ainda e a ânsia de vômito me atingiu mesmo sem a menor intenção. Era estresse demais em cima de mim. – Agora que ela sabe que você é minha esposa, eu não posso mesmo. – soltou uma risada apavorada e só aí me dei conta de que eu tinha falado merda, uma grande merda. Arregalei os olhos entrando em um estado de desespero olhando fixo pra ele e sentindo meu corpo tremer. – Calma, já foi. – meu marido disse calmo, movimentando as mãos, mais calmo ainda, mas estava complicado não morrer naquela hora.
- Merda! – arregalei ainda mais os olhos, eu tinha fodido de vez a nossa vida. – Seu emprego. – sussurrei e nem sei se ele ouviu direito. – Desculpa, desculpa, desculpa. – pedi desesperadoramente me abraçando no meio do corredor enquanto o olhava completamente amedrontada.
- Não vai acontecer nada, calma. – ainda estava completamente estacado no canto e eu tinha quase certeza que depois daquela ele ia fugir de mim.
- Eu acabei com seu emprego. – senti meu queixo tremer e, mesmo sem querer, minha garganta estava com um nó horrível, que doía e me fazia não respirar direito. – Desculpa . Desculpa. – senti as lágrimas caírem uma atrás das outras por minhas bochechas e vi a expressão dele se transformar em dor. – É tudo culpa dela, ela estava comendo meu juízo. – tentei me justificar mexendo as mãos exageradamente. – Olha o que eu fiz! – soltei em completo desespero enquanto minha voz se misturava ao choro, cobri meu rosto com as mãos sentindo meu corpo balançar pelos soluços e logo depois senti o choque do corpo do contra o meu em um abraço forte e protetor. Estava tudo acabado! Eu era uma vaca destruidora!
- Anjo, olha pra mim. – ele me pediu baixo, me aninhando ainda mais em seu abraço.
- Eu acabei com tudo que você deu duro pra conseguir. – eu ainda estava com medo, desesperada e com medo. – Me desculpa, por favor.
- Não! Amor, para com isso! – disse apavorado, levantando meu rosto com uma das mãos e me fazendo olhar pra ele. – Vai dar tudo certo, eu não vou perder meu emprego, calma. – ele disse sério, me olhando daquele jeito que só ele conseguia me passar segurança.
- Eu sou tão idiota! Eu não podia ter feito isso! Estava tudo indo bem, certo, nos prazos, aí eu faço essa merda hoje. – joguei as palavras aos atropelos e sabia que se ele não estivesse tão preocupado com meu estado, me chamaria de metralhadora e depois riria.
- Ei, se acalma. – acariciou meu rosto com o polegar. – Eu vou ter que contar pra reitoria, só isso! – ele explicou atento e meu queixo tremeu mais uma vez.
- Olha o que eu fiz com você.
- Anjo, nós vamos oficializar o que já temos, só isso. Tornar público, ok? – ele beijou minha testa e o abracei muito forte, quase se enfiando no peito do meu marido.
- Promete que não vai acontecer nada de ruim com você? – perguntei respirando fundo e me recuperando do choro. – Se eu tiver que transferir o curso eu transfiro! Não tem problema!
- Prometo! – ele segurou meu rosto com as duas mãos e beijou minha testa. – Nada vai acontecer a nenhum de nós. A gente vai conversar com a reitoria, explicar e vai dar tudo certo! – beijou minha cabeça, me apertando ainda mais contra o corpo dele.
- Eu espero que sim. Você é pró-reitor, . – fiz uma careta enorme de choro e ele riu de leve.
- Nós vamos assumir o nosso casamento e pronto. – ele falou com um sorriso enorme e que quase parecia meu abajur de tão iluminado. – Confia em mim?
- Eu não devia, porque você fez essa putaria com meu projeto! – cerrei os dentes e dei uma tapa no ombro dele, o fazendo rir alto e depois beijar meu nariz. Minhas pernas amoleceram. – Mas eu vou confiar em você. – enruguei o nariz, fazendo careta, e ele alargou ainda mais o sorriso.
- Eu queria te orientar, poxa! – ele reclamou fazendo bico. Sem bico, , por favor!
- Você sabe que não pode! – arregalei levemente os olhos e bati em seu ombro de novo. – Você sabe o que deu na época do projeto de extensão! – fiz uma careta e riu.
- Tá, tá bom, mulher! – ele segurou minha mão com força e beijou o dorso dela. – Mas, olha, aconteceu uma coisa ótima! Nós vamos assumir! – meu marido abriu um sorriso gigante que me fez quase derreter no chão.
- Por livre e espontânea pressão. – levantei a mão em punho e riu estrondosamente. Idiota! Ri junto. – Você sabe, eu não queria problemas pra você. – fiz uma leve careta que o fez sorrir lindamente. Cada sorriso daquele homem era um belo tiro na minha cara.
- Não foi pressão, por mim já tinha contado. – beijou minha testa e suspirei. Eu sabia que sim, mas nunca achava que era a hora.
- Pelo menos vou parar de ir a pé pra casa e parar de fingir que você é apenas mais um professor gato nesse campus. – dei de ombros, o fazendo rir alto. era a pessoa mais escandalosa que eu conhecia no quesito risada, embora ele sempre jogasse o posto pra mim.
- Pelo menos agora eu posso falar com quem eu sou casado! – ele sorriu largamente mais uma vez e apertei suas bochechas na impossibilidade de beijá-lo, ao menos teoricamente. Meu marido riu.
- Somos dois. Ficam me olhando como se eu fosse um ET quando eu digo que sou casada. – fiz uma careta e nós rimos. Eu era tão idiota! Fiz uma careta enrugando o nariz.
- Não! Você não é idiota. – ele respondeu como se lesse meus pensamentos e me deu um selinho tão, mas tão rápido que só senti que realmente havia sido beijada quando vi o rosto dele se afastar. – Vem, nós temos um casamento pra assumir! – ele enlaçou os dedos aos meus, mostrando que não soltaria minha mão tão cedo. Sorri enquanto andávamos por aquele corredor.
- Vamos. – me estiquei e beijei sua bochecha, o fazendo sorrir bonito. – Eu tenho 23 anos, ! – soltei de uma vez e ele me olhou muito confuso, confuso de verdade. – Quem com 23 anos e em sã consciência está casado? – perguntei como se não entendesse e ele soltou uma gargalhada estrondosa.
- Quem tem um marido incrível! – piscou, batendo o quadril de lado no meu e mostrei a língua.
- E convencido pra caramba! – alfinetei prendendo uma risada que ele soltou.
- Realista pra caramba! – ele rebateu, me fazendo rir alto.
- Convencido! Sai! Eu quem sou a maravilhosa da situação toda! – usei realmente meu porte convencido, o fazendo rir espontaneamente, depois beijar minha cabeça. Lá vinha tiro.
- Concordo plenamente! – abriu um sorriso largo e brilhante. Não disse? Tiro!
Write a song and play it on the radio
Stick a message in a bottle then I'll let it go
- , eu estou com medo. – olhei pra ele praticamente agarrando seu braço e riu alto, mesmo. Bati em seu braço e comecei a rir junto.
- Não precisa ter medo, anjo, eu já disse. – ele beijou minha cabeça, depois me abraçou com força. – Sabe o que você deveria fazer?
- O quê? – mordi a boca e respirei fundo.
- Escrever “Mrs. ” na testa com uma caneta permanente. Assim ninguém ficava fazendo pergunta idiota! – olhei pra ele com a boca feito um O. Incrédula com o que tinha acabado de ouvir, mas a única coisa que ele fez foi rir, ria como se não fosse conseguir mais parar e a sagitariana da relação era eu.
- Vou! Vou tatuar na minha testa. – bati no braço dele com certa força, depois não consegui mais aguentar e soltei a risada. – Mandar fazer umas dez camisetas de fangirl, faixa de cabeça, capa de caderno e o diabo a quatro. Vou sim, só espera pra você autografar. – dei joinha enquanto ele se sacudia de tanto rir, estava com o rosto vermelho e quase que lacrimejando, mas volto a repetir, eu era a sagitariana da relação.
- E eu ainda financio se você quiser. – gritou em meio as risadas e o empurrei de lado, desfrutando da minha fajuta indignação.
- Sai ! Você quem deveria tatuar meu nome na testa. – falei às gargalhadas e ele negou com um aceno, depois beijou minha cabeça.
- Você não quer escrever com sua caligrafia, já era uma ajuda. – ele deu de ombros e ri alto. Quando eu dizia que era louco, é porque ele era louco!
- Ninguém vai fazer nada disso, pelo amor de Deus. – cobri o rosto com a mão ainda rindo. – Eu estou aqui tremendo na base de ter que contar ao reitor.
- , não precisa ficar assim, eu já disse! E eu sou pró-reitor, nada vai acontecer, dá pra confiar em mim? – perguntou um tanto desesperado e paramos em frente a sala.
Respirei fundo e tentei esvaziar a minha mente. Provavelmente teria muita gente na antessala que ficava a recepcionista, talvez alguns outros professores, quem sabe alguém do estado, contrastando completamente com o lado de fora. E aí sim nós estaríamos ferrados.
De repente as coisas pareciam passar em câmera lenta e eu garanto que não estava louca, talvez um pouco, mas não completamente. olhou pra mim e aposto que ao reconhecer meu desespero estampado na cara, decidiu que o melhor era me beijar ali mesmo. Ele veio com o rosto pro meu lado e virei o meu de uma vez. O quê? Não me culpem, era instinto por mais que não tivesse alguém perto, mas era algum tipo de comodidade continuar escondendo. suspirou frustrado, mas mesmo assim beijou apertado a minha bochecha e aquele beijo, por mais idiota que fosse, fazia todas as recordações voltarem como o replay de um filme na minha cabeça.
Dizem que quando você está morrendo, toda a sua vida passa diante dos seus olhos, talvez eu estivesse no corredor da morte. Nossa , pare de drama!
Quem é ela na fila do pão?
Like nobody's watching
Yeah people are talkin'
It doesn't matter what they say
- É isso mesmo? – perguntei completamente indignada após fazer o que tinha pedido, vendo que era mais fácil do que parecia. – O Prisma tem algum problema comigo. – soltei uma risada morta e ouvi a gargalhada dele.
Nós estávamos no laboratório de genética, era o fim de um dos testes do meu projeto de extensão e estava me ensinando a plotar os resultados no Prisma, um carma na minha vida. Era estranho chamar meu professor pelo primeiro nome, mas de uma forma bem esquisita, havíamos virado amigos.
- Por que você acha? – ele perguntou às gargalhadas sobre meu ódio mortal pelo Prisma 6 e ri junto.
- Porque eu passei o domingo tentando dominar essa coisa. – falei com asco, apontando para o programa. – Mas o prisma 6 insiste em me odiar. Qual a diferença dele pro 5? – e sim, eu estava bem interessada em saber daquilo.
- Na funcionalidade? – mordeu a boca.
- Sim, na funcionalidade dessa coisa. – escorei o cotovelo na bancada e encostei o rosto na mão, olhando pra ele.
- Nenhum. – o homem fez uma carinha completamente culpada, parecendo uma chinchila com as bochechas daquele jeito. Por Deus, , para! – O design do 6 é diferente, mas... São basicamente iguais. – ele parecia decepcionado em me dar aquela notícia e eu queria matar o desenvolvedor daquela coisa.
- Não! – esganicei, nos fazendo rir. – Não são iguais, essa droga sugou o meu domingo todo! – ah sim, eu estava indignada mesmo de ter perdido meu domingo mexendo naquilo. – Apanhei desse troço. 'Vamos , aprenda a mexer para impressionar o professor'. Passei vergonha! – neguei com um aceno frustrado e ouvi a gargalhada estridente dele. Mas o quê? – Não ri de mim, professor! – soltei um grito esganiçado, mas eu estava rindo junto. – Eu poderia ter passado o domingo dormindo! – definitivamente eu tinha virado a completa chacota.
ria ao ponto de ficar vermelho, muito, mas muito vermelho. As bochechas estavam vermelhas, a testa e o nariz também, o homem parecia não respirar e eu estava com medo de precisar ressuscitar alguém no chão de um laboratório, principalmente se essa pessoa fosse meu professor gostoso.
- Aprender é sempre válido, ! – ele finalmente deu um sinal de vida, controlando sua crise de riso e colocando a mão no peito. Aquilo me aliviou. – E você me impressionou! – já não bastava aquilo, ele ainda precisava sorrir ao fim da frase. Eu me encontrava perdida, mesmo sabendo exatamente onde estava.
- Claro que não! – tentei sair pela tangente. – Ele me trollou! – soltei um grito esganiçado.
- Trollou nada! – ele soltou outra gargalhada e estreitei os olhos.
- Claro que trollou. Esse troço é doido! – mexi as mãos exageradamente, enquanto eu esperava a qualquer momento ele dizer que tinha mijado na roupa, de tanto rir. – Eu não sei como o senhor mexe nisso. – soltei outro grito desesperado e o homem engoliu as risadas de repetente. Merda! O que eu tinha dito?
- Senhor, ? – perguntou indignado e juro que um Dementador tinha sugado a minha vida do corpo, inclusive meu sangue que tinha feito questão de fugir das bochechas.
- Sim. – tentei ser firme, mas eu parecia uma Maria Mole. – O senhor é meu professor e... É tudo uma questão de respeito. – justificativa mais bosta do que aquela, só quando eu queria faltar aula por nada.
Ele colocou as mãos nos bolsos da calça e me encarou, juro que tudo tremeu, até onde teoricamente não poderia. Mordi a boca prendendo um suspiro e o olhei como uma criança culpada.
- Quando eu tiver, sei lá, 60 anos, a gente volta nessa história de 'senhor', ok? – ele balançou a cabeça, me induzindo a fazer aquilo também, e eu fiz. – Antes, não. É . – o nome havia sido frisado com tanta firmeza que tremeu tudo mais uma vez. Não me culpem. Hormônios!
- Ok, . – tentei soar normal e ele abriu um sorriso enorme e largo, mostrando todos os dentes, satisfeito com o tratamento. – Posso fazer uma pergunta indiscreta? – mordi a boca fazendo uma careta.
- Pode! – ele disse seguro. – Eu acho. – o homem titubeou rindo e ri junto.
- Qual a sua idade? – perguntei de uma vez e o vi vincar as sobrancelhas, bem confuso. Nunca disse que eu era certa.
- 36. – foi tudo que ele disse e minha boca foi ao chão. TRINTA E SEIS ANOS? MAS COMO?
- TRINTA E SEIS? – o grito saiu sem permissão e eu queria me matar. Tapei a boca logo em seguida, vermelha com a pergunta idiota.
- É... Por quê? – ele riu um pouco confuso e tentei remendar meu espanto.
- Não! Nada! É que... – mordi a boca e fiz uma careta. Não tinha como ele ser um professor foda com doutorado e a porra toda, bonito, gentil, gostoso e ainda ter 36 anos.
- Me fala! – riu e parecia bem curioso.
- Puta merda! Você é novo demais pra ser o que é! – ótimo , solte a sua língua na frente do cara. Ele soltou uma gargalhada tão espontânea que me fez rir junto.
- Eu emendei uma coisa na outra e dei sorte. Foi isso. – deu de ombros como se fosse a coisa mais natural de se acontecer e sorri em completo desespero.
- E eu com 20 estou dentro da faculdade ainda. – dei um sorriso de dor que o fez rir escandalosamente. Estava comprovado, era muito mais frouxo do que eu pra rir. – Com quantos anos você entrou? 15? – eu queria me bater por ser tão curiosa. – E você não deu sorte, . Não desmereça seu trabalho, é realmente muito incrível! – sorri bem mais do que eu planejava e ele me lançou um sorriso incrivelmente maravilhoso.
- Obrigado, ! – meu apelido saiu de uma vez da boca dele, de um jeito tão suave que eu só consegui focar na sonoridade com que ele falava. Certeza que eu seria atormentada por aquela lembrança do meu apelido na voz dele. E eu realmente não queria pensar bobagem, mas ia se tornar bem complicado. – E eu também estava na faculdade com 20! Entrei com 17. – riu, me fazendo acordar o transe do apelido.
- Sinceramente, você não existe. – e aquele seria o meu terceiro suicídio do dia. Não dê tão na cara que tem crush no seu professor, . Obrigado.
- Existo sim! Estou bem aqui na sua frente, moça! – ele deu um sorriso de canto.
Como se eu não soubesse que aquele pedaço de mau caminho estava bem na minha frente. Droga de hormônios. E por que aquela praga de sorriso mal intencionado? Mereço. Passei a mão no cabelo, soltando um riso desesperado, e vi o celular dele vibrar em cima da bancada com um nome que destruiu todas as minhas fantasias mais idiotas em relação a . Carrie piscava como um grande outdoor luminoso. Claro! Os dois namoravam. Em que mundo eu iria achar que ele estava me dando qualquer liberdade? Burra, era isso que eu era.
- Seu telefone, professor . – apontei para o aparelho na bancada, sentindo o adjetivo sair involuntariamente da minha boca. Eu não estava mais no meu normal. Garota idiota! Ele não queria nada com você, . Se conforme!
Ao contrário do que eu achei que aconteceria, ao invés de atender ao telefone alegremente sem nem dar a mínima para a minha presença, parecia querer vomitar depois de olhar o nome piscando, ele estava branco, pálido igual a qualquer papel e parecia bem perdido sem saber o que fazer.
- O telefone. – avisei mais uma vez, apontando para o celular que em questão de segundos foi desligado.
- Desculpa. – se pronunciou transbordando sinceridade na voz. Ah sim, ali eu estava completamente confusa. Muito! Pra caramba!
- Não tinha por que fazer isso. – apontei pra bancada com um bolo no estomago. – O teste já tinha acabado. – desabotoei o jaleco em uma rapidez tão grande que parecia até competição.
- Nós costumávamos sair, mas acabou. – ele parecia em um estado inicial de desespero ao dizer aquilo. Suspirei e cocei a testa. Eu não tinha nada a ver com a vida dele, certo?
- Eu vou... – apontei pra porta na vã esperança de surgir algo que me tirasse daquele laboratório. – Desculpa ter interrompido qualquer coisa. – dei um sorriso sem graça e fechado, arrastando minhas coisas da bancada.
- Não interrompeu nada. E não precisa ir, . – ele disse meu apelido mais uma vez e suspirei. Eu estava tão ferrada. – Sério, Carrie e eu... Não existe mais. – fez questão de ressaltar e aí eu engasguei. ELE ESTAVA SE EXPLICANDO PRA MIM? Eu já poderia cair dura no chão? – Eu sei que ainda rodam alguns boatos que nós ‘namoramos’, mas é completamente sem sentido. – ele parecia completamente desesperado em me fazer entender aquilo e arregalei os olhos.
- Não precisa fazer esse tipo de coisa. Ela parece ser uma pessoa legal. – dei de ombros como se não me importasse com o assunto, mas eu me importava.
- Nós não namoramos, ! – aquela droga de voz firme atiçando meus hormônios mais uma vez. Eu odiava por me deixar daquele jeito.
Mas vem cá, amigo, se você não tem nada com ela, por que ela ainda insiste em te ligar hein? No impulso olhei pro celular e ele pareceu entender minha pergunta subliminar.
- Ela é realmente uma pessoa legal, mas não deu certo. Carrie só não parece estar entendendo que acabou. – soltou um riso incrédulo, depois passou a mão no cabelo. Se eu pedisse pra enfiar os dedos ali, será que ele deixava? Foco ! – Nós não tínhamos nada concreto. Era só... Bem, você sabe. Sexo. – ele deu de ombros.
Eu tinha ficado vermelha sem a menor explicação. Eu sabia o que era sexo, já havia estudado sobre e várias outras coisas, só nunca tinha feito. Mas eu garanto como eu sabia o que era sexo. Eu fazia enfermagem! Sexo era um assunto completamente normal, natural e inerente a qualquer ser humano. Mas sem mais nem menos, eu tinha ficado vermelha na frente do , eu merecia uma surra.
- Você realmente não precisa se explicar pra mim. – falei morta e sem jeito algum, nem olhando pra cara dele. Eu era tão idiota.
- Desculpa, não queria te constranger, ! – ele disse em um estado inicial de pavor. Era aquilo mesmo que eu estava ouvindo? Eu ia fincar precisando de tratamento psicológico e a culpa iria ser toda dele!
- Tudo bem, eu só não esperava ter esse tipo de conversa com meu professor. – sem qualquer comentário para meu estado de lerdeza.
- , para com isso. – pediu quase suplicante e com um certo desespero estampado na cara, olhando pra mim como se eu fosse um ser muito importante. – Eu já disse que não precisa dessa formalidade toda. – ele estava perto demais, fechei os olhos e respirei fundo.
Por que o perfume daquele homem fazia eu me perder completamente? Por que ele estava fazendo questão de se explicar pra mim? E o mais importante: por que ele estava tão perto ao ponto de eu sentir o calor que seu corpo emanava? Eu estava muito ferrada, bastante. Abri meus olhos de uma vez, completamente assustada, quando senti a palma de sua mão acariciar minha bochecha como se tivesse receio em me espantar de vez. Era tão delicado que era gostoso, me fazendo querer passar o resto da vida com a mão dele ali. No mais eu só queria morrer mesmo, afinal ter te encarando como se fosse um gato não era nada fácil. Eu estava indo bem o encarando de volta, mas tudo desandou quando senti a outra mão dele me puxar contra seu corpo, fazendo o meu amolecer completamente. Pelo amor de Deus, cérebro! Era só um homem. Na verdade era O homem e tinha uma puta pegada, confesso.
Respirei fundo mais uma vez, tentando me situar na vida e senti meu corpo arrepiar por inteiro quando os lábios de se acomodaram aos meus e logo depois a língua dele entra na minha boca sem qualquer aviso prévio. Por incrível que pareça, eu não me senti invadida com aquilo e, ao invés de me afastar, segurei firme nos ombros do , retribuindo um beijo que eu tinha certeza que iria foder muita coisa na minha vida e se eu continuasse sendo besta, o emocional seria uma delas. Mas quando se está beijando um homem completamente gostoso, que sabe o que está fazendo e tem um molejo maravilhoso tanto na mão na sua cintura, quanto na língua, a única coisa que você não pensa é no prejuízo do beijo.
Flashback’s off.
Go ahead and say that we're typical
True love is dead, well that's a lie
'Cause we'll be together 'til the end of time
- Preciso me preocupar? – perguntou rindo e aposto como estava apavorado pelo meu completo silêncio.
- Só se eu parar de respirar. – falei rindo também e apertei ainda mais a mão dele, que estava segurando a minha em cima do braço da cadeira. Suspirei e encostei a cabeça no ombro do meu marido.
Já não bastava a senhorinha da recepção nos olhando esquisito desde que nós entramos na antessala juntos, naquele momento ela parecia ter engolido todos os dentes, olhando pra gente como se eu fosse deformada, ou como se estivéssemos cometendo um pecado mortal dentro de uma igreja. Eu queria morrer! A hipocrisia e o cinismo das pessoas eram realmente incríveis. Qual era o grande problema de eu ser casada com um
- Eu faço boca a boca, massagem cardíaca e a coisa toda. – rebateu ao que eu tinha dito e soltou uma risada, depois beijou minha cabeça. Sabe um mistério pra mim? A calma dele diante dos olhares daquela criatura que nem ao menos disfarçava as caretas e ele agia como se ninguém tivesse nos vendo. Provavelmente por ninguém ali importar no bolo todo. – Finge que ninguém está olhando pra mim, é mais fácil. – ele me lançou um sorriso como se lesse meus pensamentos e soltei uma risada meio descontrolada.
- Estão olhando pra mim, isso sim. – rebati sentindo a risada sair mais frouxa.
- E se perguntando o que uma garota linda e incrível como você está fazendo com um velho beirando os quarenta. – piscou e bati no ombro dele o fazendo rir.
- Para com isso! Você sabe que não é! – disse rindo. – É mais fácil estarem perguntando o porquê você não me deu o pé na bunda ainda! – ele abriu um sorriso de canto e beijou o dorso da minha mão.
- Porque eu te amo, garota. Amo demais, como nunca amei ninguém antes. – disse com um sorriso largo nas bochechas e senti meu corpo amolecer por completo. Já era difícil quando ele dizia aquelas coisas em casa, imagina ali, quase dentro da sala da reitoria. Eu juro que estava prestes a morrer! Morrer! Mas era morrer de amores por aquele homem incrível que estava do meu lado.
- Eu também te amo, muito! Muito mesmo, você não tem nem noção. – falei rindo morta e abri um dos sorrisos mais largos que eu conseguia. Me estiquei e beijei sua bochecha.
- Mr. ? – ouvimos a voz da senhorinha que só sabia fazer careta e olhamos quase ao mesmo tempo na direção dela. – O reitor está esperando pelo senhor.
me lançou um sorriso lindo e seguro, agarrou minha mão de forma forte e segura, como se quisesse me passar toda a força do mundo, mesmo que estivesse com mais medo do que eu. O que era praticamente impossível naquela altura do campeonato, mas era uma forma de ele me mostrar que nunca sairia do meu lado. Sinceramente, aquele homem era perfeito, mas um cheio de defeitos, claro.
Aquele gesto me fez lembrar de quando ele tinha feito a primeira vez, havia aparecido na porta da casa dos meus pais em plenas nove da noite e ainda molhado da chuva. Praticamente jogou na minha cara que não ia desistir de mim, quase fazendo meu coração parar, mas meu nodo sinoatrial* aguentou firme.
Porque todo relacionamento é feito de Loucuras!
Eu odiava ter que tirar no par ou ímpar pra ver quem ia atender a porta, simplesmente odiava porque Tayler sempre dava um jeito de ganhar, não sei qual magia negra ele fazia, ou qual terceiro olho ele usava pra ver minhas mãos, ele sempre ficava com a bunda grudada na cadeira e eu tinha que me deslocar com meu pijama super sexy de bichinhos até a entrada da casa. Ter irmão mais velho era um saco, principalmente quando se era a mais nova dentro daquela casa.
A pessoa fazia a peculiar questão de foder com o botão da campainha como se tivesse alguma doença no dedo, que eu juro que quebraria se não fosse presa por aquilo. Eu odiava barulho de campainha frenético daquele jeito e se fosse qualquer moleque, além de um sorriso macabro, ele também ganharia um cascudo. Abri a porta com todo o tédio que eu havia cultivado até o auge dos meus vinte aninhos e quase caí dura no chão ao ver . SIM! ! Molhado e com cara de cachorro na chuva.
- ? – meu grito saiu completamente esganiçado e arregalei os olhos.
O que diabos estava fazendo ali? Minhas pernas estavam sem qualquer movimento e eu não tinha a menor ideia do que fazer. Merda! Aquilo iria dar uma puta confusão.
- Oi. – ele deu um sorriso esquisito, parecia até que estava com dor. – Desculpa aparecer assim do nada, mas... – o homem fechou os olhos como se tivesse completamente arrependido e coçou a cabeça. – Eu preciso muito falar com você. – a súplica com que ele me olhava era de dar pena. Eu estava com pena. Meu Deus, o que tinha acontecido comigo?
- O que você está fazendo aqui, ? – olhei pra dentro da minha casa sentindo o sangue fugir da minha boca e depois olhei pra ele completamente assustada. – Você não pode aparecer aqui! Como você chegou aqui? – meu grito saiu esganiçado e, tenho que confessar, ele também parecia assustado.
- Eu sabia o endereço. Você me disse uma vez. – mordeu a boca receoso e suspirei. Merda de boca grande.
Passei a mão no rosto e pisquei algumas vezes, logo percebendo que ele batia o pé freneticamente. Ele estava nervoso. Mas por que ele estava nervoso? não tinha motivos para qualquer nervosismo. Na verdade ele tinha, mas eu queria enfiar na cabeça que não.
- Eu realmente preciso falar com você. – ele me olhou com mais súplica ainda, baixando os ombros com um suspiro. Merda de ombros! Merda de hormônios!
- ! – gritei esganiçada e até meio apavorada. Será que ele não entendia o significado da frase “não dá pra continuar com isso”? – Eu estou em casa! Na casa dos meus pais. Eu- eu. – senti o ar fugir aos poucos e a vontade de chorar aparecer.
- Eu sei. – foi tudo que ele disse e o desespero bateu ainda mais forte.
- , querida! Quem é? – ouvi a voz do meu pai e arregalei completamente os olhos. O que eu ia dizer? “Apenas meu professor gostoso que eu venho pegando há um mês, pai!”. Não, aquela resposta não era a melhor.
- Meu Deus. – sussurrei em desespero e enfiei os dedos nos cabelos. O que eu ia fazer com aquele homem molhado naquela chuva? Embora eu quisesse muito pôr pra dentro de casa e servir como cobertor dele, não dava. Droga! Estava chovendo! – Você está se molhando aqui! – agarrei o punho dele no impulso e mirei a garagem. Nós iríamos pra lá. – Vem cá! – chamei, o puxando pra lá, enquanto tentava explicar sua “visita”.
- Eu sei que eu não devia estar aqui, eu sei que é errado. – ele parou de falar, o empurrei pra dentro da garagem. – Eu sei, . Eu sei de tudo isso.
- Não é errado! – arregalei os olhos pelo esganiço que havia saído da minha boca. – Não é isso! – suspirei e passei a mão no rosto. – É que... Só a minha mãe sabe dessa bagunça toda. – falei quase em súplica, esperando que ele entendesse o meu lado.
- Mas você não saí da minha cabeça! – me olhou de um jeito que eu nunca tinha visto antes e meu coração foi à loucura, ele batia nos ouvidos e acho que poderia ser ouvido a quilômetros de distância.
- Oi? – arregalei meus olhos, praticamente engasgada com minha língua e ele fez cara de dor, depois suspirou.
- Eu aparecer no meio da noite na casa dos pais da minha aluna é errado, mas eu ter me apaixonado por ela também não é exatamente certo. As coisas acontecem. – arregalei ainda mais os olhos ao ouvir aquilo saindo da boca dele e pareceu se desesperar. – E aconteceu. Eu não consigo te tirar da cabeça, . Não consigo! – as sobrancelhas dele estavam quase juntas e eu poderia jurar que aquela era uma cara de choro. EU estava prestes a chorar.
- ... – enfiei as mãos nos cabelos em completo desespero e respirei fundo. Pelo amor de Deus! O homem estava praticamente jogando na minha cara que havia se apaixonado por mim e eu não tinha a menor ideia do que fazer. – E você acha que eu estou bem? Você acha que eu vim pra cá, por quê? – soltei um grito esganiçado.
- Não foge de mim! – o olhar de era tão suplicante que fez meu coração doer. Merda! Por que eu tinha que gostar tanto daquele homem?
- Eu não posso me envolver com você! Se eu fizer isso eu vou colocar TODA a sua carreira em jogo! – minha respiração estava curta e eu estava considerando seriamente a possibilidade de cair no chão fingindo um desmaio, talvez assim ele fugisse de mim. – Você é foda demais pra perder tudo isso por causa de uma pirralha qualquer. – aquilo doía tanto e meu olho marejou completamente.
- Você não é uma pirralha qualquer! – disse esganiçado, tentando me convencer daquilo.
- Eu sou uma pirralha perto de você! – meu queixo tremeu violentamente e logo senti as lágrimas descerem pelas minhas bochechas. – Eu não queria ter me apaixonado pelo meu professor. Mas eu não consegui barrar isso! – Por que eu estava chorando? Eu não podia chorar! Eu era tão patética. Funguei enxugando o rosto rapidamente, mesmo aquilo não dando em qualquer resultado, e senti me abraçar forte, tão forte de um jeito que parecíamos um só, o que só serviu pra que eu chorasse mais agarrada a ele.
- Não chora, por favor, não chora, eu estou aqui, tá tudo bem. – falava com a boca encostada na minha testa e um desespero quase descontrolado enquanto eu me encontrava completamente encolhida dentro do abraço dele. – A gente se gosta e nada vai mudar isso. Nada! – ele segurou meu rosto com uma das mãos me fazendo encara-lo e passou o polegar embaixo do meu olho. – Nós vamos resolver, prometo.
- Não tem o que resolver, ! – tremi o bico de choro. – Eu não quero te prejudicar. É a sua carreira! – arregalei os olhos tentando explicar a ele e o homem respirou fundo, depois segurou meu rosto com as duas mãos.
- , você realmente acha que eu estou preocupado com a minha carreira nesse momento? Eu não estou! Eu só preciso saber se você sente o mesmo que eu, se você tá nessa comigo. – ele perguntou quase em súplica, me olhando no fundo dos olhos e eu queria morrer, sinceramente.
- Isso vai afetar a sua carreira. Eu não quero acabar com a vida de ninguém! – eu merecia umas tapas por parecer um rádio a pilha quebrado que só sabia repetir a mesma coisa. Mas era o que me dava mais medo. Acabar com a vida dele se nós viéssemos a continuar com aquilo.
- Eu não quero uma carreira que vai me manter longe de você! – continuava me encarando e minhas pernas amoleceram.
- Não me fala essas coisas, por favor! É ainda pior pra mim! – suspirei profundamente e fechei os olhos, sentindo um beijo em minha testa.
- Eu não ligo pra nada disso se eu não tiver você, . – ele falou com a voz mansa e aquilo foi como um tiro em mim. – Porque não vai ter valido a pena! Eu quero ter você comigo pra poder comemorar minhas vitórias, eu quero estar do seu lado quando você conseguir as suas. Eu não posso abrir mão disso. – acariciou meu rosto com a palma da mão e fechei os olhos respirando fundo. Por que aquilo tinha que ser tão viciante pra mim?
- Olha a nossa idade! Você é quase da idade da minha mãe! – soltei um grito esganiçado e ele riu baixo como se não desse a mínima para aquilo. – Você é um homem incrível e quer se prender a mim! Eu sou uma garota, ! Uma garota! – eu queria correr dali pra bem longe e assim ficaria mais fácil de resistir a tudo aquilo. – Por que tudo isso? Por que você não facilita a minha vida? Por que você não finge que nem me conhece? Seria mais fácil superar o fato de eu gostar tanto de você. – vociferei na tentativa de manda-lo embora dali de vez, ao menos assim eu sofreria em paz.
- Porque eu não consigo! – o homem esganiçou tanto a voz que arregalei os olhos. – Você acha que eu não tentei, ? Você acha que eu quis me apaixonar pela única pessoa a qual supostamente eu não posso? Eu não consigo te superar, mulher! Não dá! – ele estava de olhos arregalados, os braços abertos e parecia um bicho assustado. Minha única vontade foi de rir, o nervosismo fazia isso comigo, às vezes. – Eu tentei de tudo. Não deu. E agora eu não quero mais tentar. – ele me olhou cansado, como se não tivesse mais forças pra insistir tanto, mas mesmo assim continuaria insistindo até que a minha resposta lhe agradasse. era louco, completamente louco. Sabe uma pessoa louca? Pois é, ele tinha ensinado essa pessoa a ser louca.
- Eu devia te mandar embora daqui em cima do rastro. – passei as mãos no rosto e chutei o balde. Eu não ia conseguir ficar longe dele nem que eu fosse paga pra aquilo e nós dois tínhamos plena consciência disso.
- Devia. – ele riu. – Deveria mesmo. Mas mesmo que você mande, eu não vou. – olhei pra ele totalmente incrédula com a petulância daquele ser e ri, a única coisa que eu consegui naquele momento foi rir. Alguém me bate, obrigada! – Eu nunca vou embora. – tamanha foi a seriedade naquela frase que meus pulmões pararam de respirar. Me joguei nele, o abraçando forte, muito forte, com o rosto quase enfiado no pescoço do , que me abraçou de volta na mesma intensidade.
- Minha mãe me disse que essas coisas nós temos que agarrar com unhas e dentes. – falei com o rosto abafado e, como se fosse possível, me abraçou ainda mais forte me tirando do chão e respirei fundo, completamente satisfeita. – Que quando a gente tem uma confirmação de um sentimento muito forte, temos que deixar fluir.
- Sua mãe está certa, anjo. – ele falou baixinho em meu ouvido e juro que me tremi inteirinha.
Anjo? Onde ele tinha tirado aquilo? Eu já podia morrer por estar sendo chamada de anjo por ? Abri um sorriso imenso e dei um beijinho de leve no pescoço dele, vendo o cara se encolher.
- Anjo? – soltei uma risada nervosa e fui posta no chão novamente.
- Anjo. – ele deu um sorriso lindo e largo, depois segurou meu rosto com uma das mãos, exatamente como fazia quando ia me beijar. – Gostei do apelido, combina. – sorriu mais uma vez, aquele sorriso largo que fazia meu estomago revirar e depois me beijou.
Só eu sabia a saudade que estava daquele beijo, daquele homem, do cheiro dele e do conjunto todo perto de mim. Eu me encontrava no meio de um furacão de sentimentos, sentindo de um tudo que você pode imaginar, era louco e completamente maravilhoso, tudo ao mesmo tempo. Sinceramente? Era insano igual um show de Rock ou um festival de música Eletrônica, que pra mim era como se me ligassem na tomada, eu realmente ficava elétrica, dando curto por todo meu corpo. Sorri bestamente quando senti um selinho calmo, apertado e cheio de carinho ser depositado em meus lábios e soltou uma risada baixa.
- Você inventa cada coisa! – tentei zoar o apelido, mas a verdade é que eu estava de pernas bambas. – Não é porque eu estou com esse pijama ridículo que eu sou um anjo. – fiz uma careta e ouvi rir alto, depois beijar meu nariz.
- Não destrata meus apelidos, mulher! – ele tentou ralhar, mas ainda ria. Amassei as bochechas dele com as duas mãos e o beijei bem de levinho, fazendo fechar os olhos com um sorriso mais do que bobo.
- Você está me chamando de anjo! – ri alto. – E nem sabe se eu te quero ainda. – aquilo era claramente uma zoação. Pelo amor do Santo Deus, depois de tudo que ele havia feito, eu seria uma vaca se o chutasse dali. Mas pareceu não entender a brincadeira e ficou pálido, engolindo em seco, arregalei os olhos.
- Não quer? – a pergunta saiu tão baixa e sofrida que fiz uma careta querendo me matar.
- E eu tenho que querer? – tentei fazer graça mais uma vez e finalmente ele riu. – aparece na minha casa dizendo que gosta muito de mim. – e sim, eu me referi ao puta professorzão que ele era. – Você ainda acha que eu tenho que recusar alguma coisa? – perguntei rindo, o fazendo rir junto e ele me beijou, mas pensa em um beijo.
Respirei fundo sentindo o nariz dele encostado em minha bochecha, enquanto a minha vida via se tinha condições de ela voltar para o meu corpo. soltou uma risada baixa contra meus lábios. Juro que me tremi todinha. Era hormônio demais, Deus do céu.
- O que tem o meu nome? – praticamente chupou meus lábios e eu estava sem quaisquer condições de responder. Suspirei tentando voltar ao meu normal. – Me diz. – ele me deu um selinho mais casto.
- Causa euforia em metade das universitárias. – falei de uma vez, me abracei ainda mais a ele. – Se falam teu nome perto, já começam tudo a se eriçar. – rolei os olhos e ele riu alto. – Bando de mulher tarada! Não podem ver um par de calças. – estava vermelho de tanto rir. – Vai dizer que nunca percebeu? – arqueei minha sobrancelha.
- Ciúmes, anjo? – aquele puta ‘homão’ na minha frente abriu um sorriso de canto com a pergunta completamente sugestiva.
- Não. – fui bem sincera com ele. – Se eu vou realmente ter alguma coisa com um professor, eu não posso ter ciúme, porque mulher tarada é o que não vai faltar. – nós dois gargalhamos e ele negou com um aceno.
- Não precisa se preocupar, eu sou homem de uma mulher só. Eu respeito minha namorada! – ele deu uma piscadela e minhas pernas cederam. NAMORADA?
- Namorada? – minha pergunta foi esganiçada.
- Claro! – sorriu genuinamente. – Você achou mesmo que eu ia me contentar com um 'caso'? Nunca! Você merece muito mais! – quando consegui assimilar tanta coisa na minha vida, ele me beijava novamente e agarrei minhas mãos nos seus cabelos, o fazendo suspirar e me apertar contra seu corpo.
- ? – o chamei de olhos fechados, ainda completamente colada a ele.
- Diga, anjo. – senti um beijinho leve e sugado, depois soltei uma risada.
- Mas você gostou desse apelido. – nós rimos. – Primeira coisa. – levantei um dedo. – Você vai ter que conhecer meus pais. – fiz uma careta e ele firmou com um sorriso. – Segunda coisa, eu não queria tornar nosso namoro público tão cedo. – suspirou, mesmo não concordando muito com aquilo. – Eu quero ser apenas uma aluna lá dentro, ser invisível.
- Tudo bem, como você preferir. – ele sorriu e passou a mão em meu cabelo. Aquele homem era sempre carinhoso assim ou estava tentando me levar na conversa?
- E eu não sou esse anjo que você imagina, . – soltei uma gargalhada.
- Não precisa. Ser o anjo que apareceu na minha vida já é suficiente. – sinceramente, eu não tinha mais um pingo de força nas pernas. – Você decide, tudo bem? Quando tiver pronta, a gente assume. – abri o maior sorriso que eu conseguia e segurei o rosto dele dando vários beijinhos intercalados ao agradecimento, que fizeram sorrir bobamente.
- ? – o apelido quase o fez explodir de tanto sorrir. – Eu tenho um irmão de 25 anos, o Tayler. Ele é ciumento e bom, provavelmente vai querer encrencar com você. – mordi a boca com uma careta desgostosa e ele riu, mas parecia meio incomodado.
- Tudo bem, eu me viro com o leão de chácara. – ele disse rindo.
- Esse aí é o meu pai. – gargalhei e vi ficar pálido. Era tão engraçado aquele homem completamente sem cor. – Muito provavelmente ele vai te matar só com uma olhada, mas você sobrevive. Principalmente quando souber que você é quase da idade da minha mãe. – ele deu um sorriso trincado que quase me fez soluçar de tanto rir.
- Enfrento o que precisar! – ele coçou a cabeça. – Mas não precisa me lembrar disso. – fez uma careta e eu só conseguia rir mais, incontrolavelmente! E eu juro que não estava bêbada e muito menos sob o efeito da medicinal maconha. Eu era sim um caso perdido na risada. – Anjo! Não tem graça! – fez manha, mas continuou rindo.
- Ignora minha risada, ignora meu pijama de criança e não desiste de mim! – gritei sentindo as lágrimas pela crise de riso brotarem nos meus olhos e se não fugisse de mim naquela fatídica noite, ele não fugiria nunca mais. Eu ria feito uma hiena e estava com pijama de bichinho. É, aquilo era nada sexy. – Meu Deus, o grito que o Tayler vai dar! – passei a mão no rosto tentando me controlar e arregalou um pouco os olhos, fazendo cara de morte.
- Para que agora eu estou nervoso! – ele deu uma risada morta e respirei fundo tentando controlar meu estado.
- Nervoso? Não tem motivo pra ficar nervoso! – ri mais um pouco e o beijei. – Você já deve ter passado por esse tipo de coisa inúmeras vezes.
- Nunca na situação atual. – ele deu um sorriso de gases. Será possível que eu ia entrar em outra crise de riso?
- Quer uma notícia boa?
- Por favor. – ele fechou os olhos, me esmagando em seus braços, e sorri largo.
- A minha mãe. Ela vai gostar de você, na verdade já tem certa simpatia. – ri do suspiro aliviado que ele deu.
- Pelo menos minha sogra! – comemorou com o punho erguido e dei um tapa no ombro dele completamente ultrajada, o vendo fazer uma careta.
- E sua namorada não conta? – mostrei a língua e ele riu.
- Sempre conta! – me apertou como se eu fosse um bicho de pelúcia e arregalei os olhos, rindo sem conseguir rir direito.
- Olha, minha mãe é linda. Por favor, não vai se apaixonar por ela. – suspirei fingidamente e ele riu baixo.
- Vou fazer o possível! – ele botou a mão no peito e nós rimos. – Posso conhecer agora? – mordeu a boca receoso e pelo tom de voz parecia com medo de me pressionar.
- E você achou que ia ser quando? – arqueei uma sobrancelha. – Claro que é agora! Vem, eu preciso te arrumar uma roupa seca. – segurei a mão dele na intenção de puxa-lo pra dentro da cozinha de casa e apertou minha mão com força, mostrando que não soltaria tão cedo, era quase como que se reforçasse mais uma vez a promessa de que nunca ele iria embora.
Flashbacks’s off.
A impressão era de que estava há dias dentro daquela sala, mas a verdade é que só fazia no máximo dez minutos que ele tinha entrado para conversar com Hades*, ai não, desculpa, o Reitor. Eu não sei que tanto de assunto os dois tinham, se apenas dizer que nós estávamos fora daquele lugar por ter qualquer relação amorosa bastava.
Encostei o rosto na mão, tentando me confortar de que nada de ruim aconteceria, mas eu estava em um nervosismo tão grande que me fazia acreditar que um ser extraterrestre havia se apossado do meu corpo, principalmente porque fazia um bom tempo que eu tinha abolido a insegurança da minha vida e garanto que era uma peça chave naquela mudança. Ele tinha me ensinado muita coisa, estar em um relacionamento com um homem quinze anos mais velho era muito enriquecedor, era aprender a ver o mundo de um jeito mais simples e complexo ao mesmo tempo. Era louco, confesso. Mas era muito incrível.
O atual professor gostosão que estava me esperando.
Listen to my heart it's beating like a drum
I'm screaming your name at the top of my lungs
Eu queria matar a Kendra, da forma mais lenta e dolorosa possível! Como ela fazia uma palhaçada daquelas comigo? Respirei fundo, rolando completamente os olhos e ouvi uma risada alta do meu namorado.
- Que foi, anjo? – ele perguntou rindo e dando dois leves tapas em minha coxa.
Respirei fundo mais uma vez pelos tapinhas, ele poderia evitar de tocar tanto em minha pessoa, a coisa não estava fácil, parecia fósforo perto do combustível. não ajudava sendo completamente gostoso e ainda fazia questão de ficar pegando em mim, mesmo que de uma forma inconsciente, mas que me deixava um tanto atiçada.
- Kendra praticamente me proibiu de aparecer no dormitório hoje, porque vai levar um tal amigo pra lá. – fiz uma careta enrugando o nariz e nós rimos.
- Você já fez isso! – acusou como se eu tivesse a obrigado sair de casa e mostrei a língua.
- Ela estava na casa dos pais. – disse de maneira óbvia. – E você só dormiu lá! Imprensado em uma cama de solteiro! – arqueei uma sobrancelha e riu alto.
- Eu não ia perder a oportunidade de dormir agarrado a você, anjo. Não mesmo. – ele riu e beijou minha cabeça, se largando mais um pouco no sofá.
Bom, eu também não ia perder a oportunidade, mas a cada dia ficava um pouco mais complicado estar com e não passar do amasso nível hard. Eu era medrosa? CLARO! Mas pelo amor do santo Pai, eu ia completar 21 anos e tinha tido um namorado em toda a minha vida, fora o atual professor gostosão que estava me esperando. Pode até parecer meio ridículo, mas era a mais pura verdade.
- Ainda disse que eu tivesse cuidado na vida e usasse camisinha. – neguei com a cabeça, prendendo a risada, e ouvi a gargalhada escandalosa do meu namorado, me fazendo rir junto. – Desde quando ela virou a minha mãe? Desgosto!
- Não sei, eu sei que você vai dormir aqui hoje. – puxou minha mão e beijou o dorso dela. Suspirei e joguei o celular de lado. Eu estava sendo boba de o fazer esperar tanto se eu sabia que ia ser com ele. – O que foi, anjo? – ele se endireitou no sofá me olhando atento; Bem atento. – Dormir, . Como se a gente estivesse no dormitório, eu não vou te forçar a nada, amor. – ele acariciou meu rosto, colocando uma mecha enrolada do meu cabelo atrás da orelha, depois me beijou levemente. – Eu não vou te fazer nada. – se eu queria morrer?
- Eu sei que você não vai. – mordi a boca e respirei fundo. – Eu só não sei se eu quero. – falei com a altura da voz comedida e vincou as sobrancelhas, completamente confuso com o que eu tinha dito. – Eu não sei se eu quero que você não faça nada. – expliquei como se ele fosse uma criança burra e riu, ele riu alto. – Ah, pelo amor de Deus! Você sabe que vai ser com você. – falei de forma óbvia, rindo da risada dele e o estapeando.
- Ai mulher! – ele esfregou o braço ainda rindo e ri junto. – Não precisa ser hoje, anjo. – beijou meu ombro descoberto pela blusa ombro caído e senti o corpo dar choque. Eu disse que estava como um fio descascado perto da água, qualquer coisa era um curto. – Você dorme aqui e a gente deixa para outro dia. – ele beijou mais perto do pescoço e me encolhi todinha. era um belo filho da puta.
- Certeza? – perguntei de olhos fechados, sentindo aqueles arrepios tão maravilhosos e esperando a boca dele entrar em contato com a minha pele mais uma vez. Só mais umazinha.
- Só se você quiser. – ele sussurrou ao pé do meu ouvido e soltei um suspiro longo e entrecortado, sentindo meu corpo tremer por completo.
Eu estava tão perdida, principalmente com aquele demônio que eu chamava de namorado passando a ponta do nariz atrás da minha orelha. Ele ia me desarmar e eu sabia como também esperava por aquilo. deu um beijo completamente provocador embaixo da minha orelha e suspirei, sentindo tudo e mais um pouco atingir meu corpo, principalmente a porção nervosa abaixo da cintura.
Suspirei virando de lado, agarrei o rosto dele e o beijei de uma forma completamente desesperada, na reação me agarrou ainda mais forte, se apossando da minha cintura com aquelas mãos enormes e firmes. Eu só pedia encarecidamente pra não enfartar no meio do ato. Segurei com força seus cabelos quando o senti trilhar beijinhos leves, que passavam pela mandíbula e desciam como uma cascata gostosa pelo meu pescoço, transformando meu corpo em um condutor elétrico e em um produtor eficiente de suspiros. Quando o abracei em completo desespero pelo pescoço, querendo aumentar ainda mais o nosso contato corporal, o rosto dele se enfiou e encaixou mais em meu pescoço e, como se fosse possível, eu estava ainda mais arrepiada. jogava vagarosamente o corpo contra o meu, nos fazendo deitar aos poucos no sofá, enquanto me segurava com uma das mãos e se apoiava com a outra no estofado, foi questão de alguns segundos até estarmos deitados com ele entre minhas pernas.
Senti minha cabeça querer explodir e ao mesmo tempo não, quando ele direcionou aquela boca incrível para o decote raso da minha blusa e, em um ato quase inconsciente, arqueei o corpo fazendo o rosto dele entrar mais ali, me fazendo soltar um barulhinho baixo. dobrou minha perna na altura do quadril dele, aumentando mais o contato do nosso quadril e eu tinha certeza que daquela noite não passava, eu ia morrer de um aneurisma. Mas brincadeiras à parte, quando arfei com aquele atrito gostoso, meu namorado soltou uma risada baixa me fazendo querer bater nele, depois mordeu meu queixo vagarosamente e no reflexo apertei tanto os dedos nos cabelos dele, quanto as pernas ao seu redor, sem falar nos aditivos que foram pressionados sem muita intenção e que fizeram aquele homem gigante gemer baixinho todo sofrido. Gemido esse que fez meu corpo contrair inteirinho de uma maneira consideravelmente mais intensa e gostosa do que tinha acontecido antes. Soltei o ar dos meus pulmões e junto outro gemido baixo.
- Anjo, tem certeza que quer continuar? – ele perguntou baixinho, colidindo os lábios com minha bochecha e mordi a boca, soltando um suspiro sofrido. Meu amigo, nem que eu não quisesse, eu queria.
- Tenho. – disse o mais segura que eu conseguia e movi o rosto o beijando de leve. – Prometo que dessa vez eu não te paro no meio. – soltei meio sem graça e ele deu um sorriso lindo, aquele maravilhoso que mostrava todos os seus dentes clarinhos.
- Não me incomodo se parar. – piscou e ri baixo. – Sinal que estamos chegando perto. – suas mãos ultrapassaram todos os limites dentro da camisa gigante dele que eu usava. Minha pele estava em chamas, eu estava em chamas. Se fosse levar em consideração o apelido ao qual ele tinha me atribuído, eu era um anjo incendiado.
Soltei os cabelos dele e desci a pouca unha, que ainda me restava, levemente por aqueles ombros que me tiravam do sério e o fôlego. soltou um sorriso sacana e chupou meu lábio inferior ao mesmo tempo que passava as pontas dos dedos em minhas costelas, perto do limite do sutiã, com uma pressãozinha tão gostosa que me fez gemer nem tão baixo assim. Ouvi uma risada desesperada e logo depois ele encostou a testa na minha.
- Vem, vamos pro quarto, sofá não é uma boa escolha por enquanto. – me deu um selinho apertado, depois me ajudou a levantar ficando em seu colo. Acho que abri demais os olhos quando senti o volume rígido e ele riu baixo. – Tudo culpa sua. – meu namorado me abraçou forte, enfiando o rosto em meu pescoço e mesmo sem querer eu estava um pouco constrangida com a situação.
Sim, eu já tinha presenciado momentos com naquele estado. Fazer o quê? Resultado de amassos mais fogosos. Só me caiu a ficha que a coisa seria bem mais séria naquele dia.
beijou minha mandíbula de leve, levantou do sofá comigo ainda em seu colo e fomos para o quarto, enquanto ele se mantinha fazendo o possível para que tudo parecesse o mais confortável e melhor possível para mim.
Flashback’s off.
Suspirei. Que conversa demorada do cão era aquela?
Cocei a cabeça e levantei da cadeira teoricamente acolchoada que estava me deixando com a bunda mais amassada do que eu já tinha e fui na direção da água. Água sempre ajudava.
- Ei, ei mocinha... – ouvi um sussurro e virei o rosto de uma vez, quase dando um jeito no pescoço para ver a cara da senhorinha que não sabia não fazer careta.
- Pois não? – tentei soar a mais simpática possível, mesmo não gostando das caretas dela.
- Você está mesmo de namorico com o Mr. ? – ela perguntou baixo como se tivesse medo, olhando para porta da sala e depois para mim. Fechei a cara pra ela. Namorico? Onde já se viu? Eu era casada com ele; Casada.
- Não senhora. – vinquei minhas sobrancelhas. – Nós somos casados. – falei com uma segurança tão grande que até eu me surpreendi com aquilo e ela arregalou os olhos mais ainda.
Era só o que me faltava, sinceramente.
I got your name in permanent ink
'Cause baby this ship ain't never gonna sink
Casei mesmo e se reclamar ainda caso de novo!
Minha vida estava indo bem, melhor do que eu realmente acreditava que fosse acontecer ao assumir um relacionamento, ainda escondido, com um professor universitário. Nós tínhamos passado a morar juntos por uma série de coisas e vinha se mostrando ser um verdadeiro homem, completamente diferente de tudo que eu já tinha escutado em relação ao caráter dele. Aquele era um que eu estava amando conhecer e sentia que ia amar mais ainda descobrir coisas novas a cada dia.
Passei a mão no cabelo, o tirando do rosto, e ouvi a porta de casa abrir, prendi os cachos no topo da cabeça e tomei um gole do café, esperando entrar tagarelando em casa sobre o almoço com a mãe dele, que por sinal não ia com a minha cara. Louise não tinha gostado nem um pouco da nora mais nova 15 anos que seu filho, mas eu superava.
- Oi, meu amor! – ouvi a voz dele mais do que animada, depois senti um beijo na cabeça e o vi colocar umas sacolas em cima da mesa, longe dos meus livros.
- Oi, amor! – sorri e enruguei o nariz para o óculos não descer, riu, beijou minha cabeça e puxou uma cadeira, sentando perto de mim. – Como foi com a sua mãe? – perguntei tentando soar o mais normal possível, mas estava complicado.
- Bom, nós conversamos bastante! – ele sorriu e me roubou um beijo, depois saiu beijando minha bochecha e me fazendo rir encolhida pelas cócegas do projeto de barba dele. – Ela perguntou por você. – o homem riu e fiquei tensa de uma vez.
- Por mim? – saiu mais esganiçado que o previsto, me fazendo abrir um sorriso de gases em seguida. – Como perguntou por mim? Ela não foi com a minha cara. – falei em certo desespero. Ela ainda podia me mandar pra fora do estado, certo?
- Ela estava apreensiva, anjo! – riu acariciando meu rosto. – Ela é minha mãe, é normal! – meu namorado me beijou levemente e afirmei com um aceno contido. Nem meus pais haviam feito tanto caso por causa dele. Tudo bem, meu pai sim, mas pelo amor de Deus, era um homem feito.
- É, eu sei. – sabia nada, sabia coisa nenhuma. Queria entender qual ameaça eu era pra o filho dela, só isso que eu queria saber.
- Mas ela entendeu! – soltou um riso baixo e beijou minha bochecha, me fazendo arregalar os olhos pra ele. Eu tinha ouvido direito? – Entendeu que você mudou a minha vida de um jeito que eu nunca achei possível! – eu não sabia mais o que era respirar e pela cara ele nem tinha começado direito. – Eu era um caso perdido! Totalmente perdido! E sabe quem me colocou nos trilhos? – meu namorado já havia virado o corpo completamente de lado pra mim.
- , para com isso. Olha o exagero. – minha voz estava muito baixa, eu estava prestes a vomitar o biscoito que eu tinha comido e sem falar no meu rosto quente e vermelho.
- Você me mostrou o que era ter alguém que eu pudesse amar, cuidar e ter alguém perto de mim pro resto da vida! – ele segurou meu rosto com uma das mãos e o sorriso genuíno, enquanto eu parecia uma estátua de desenho animado. Estacada na cadeira. – E o mais importante, me mostrou que eu quero isso! Eu quero alguém do meu lado pro resto da minha vida! Eu quero você pro resta da vida! – arregalei ainda mais meus olhos, quase os fazendo sair fora de órbita quando se livrou da cadeira que estava sentado há pouco e ajoelhou no chão. – Então eu vou mostrar que eu quero!
- , levanta daí. – pedi suplicante tentando o puxar pelos braços, mas o homem apenas riu como se eu fosse um bicho engraçado ou algo do tipo. Abriu aquela droga de sorriso que tirava a minha paz todas as vezes que era esboçado e tirou uma coisinha do bolso. Merda!
- Carvalho, meu anjo, meu amor, você aceita ser a minha Mrs. ? – ele perguntou abrindo a caixinha escura de veludo e senti o mundo rodar. Morrer! Eu ia morrer!
- C- casar? – eu não queria, mas eu gaguejei olhando para aquele homem parecendo um príncipe encantado de joelhos no chão da cozinha. – Você quer casar? – arregalei os olhos surpresa com a proposta e vi murchar a postura por minha pergunta. Ótimo, ! Faça isso com ele!
- Quero! – respondeu muito firme e seguro. – Você não quer? – o medo em sua voz de que a minha resposta fosse não era um dos maiores.
- QUERO! – soltei um grito mais do que desesperado e esganiçado, mandando a merda toda e qualquer postura e pulei nele, sentindo meu corpo tremer como se eu tivesse Parkinson. me abraçou forte, muito forte e abriguei o rosto no pescoço dele, sentindo meus olhos encherem. – Mas eu não achei que você quisesse! – minha voz saiu chorosa, o fazendo rir baixinho e beijar minha cabeça.
- Eu também não achei que eu quisesse. – aquela voz denunciava um lindo sorriso. – Mas com você eu quero, quero tudo que eu puder ter! – ele disse ainda agarrado a mim e o abracei ainda mais forte pelo pescoço.
- Assim eu choro, para! – funguei me abraçando a ele ainda mais forte, parecendo um macaquinho agarrado a outro. – Eu te amo, eu te amo, eu te amo. – segurei o rosto dele, distribuindo vários beijos no rosto e sorriu bobamente.
- Eu também te amo! – ele passou a mão em meu rosto, abriu um sorriso tão perfeito e me beijou com toda a ternura existente no mundo. Se eu estava mole? Apenas a água entendia a minha situação. acariciou meus cabelos novamente enquanto me dava beijinhos leves.
- Você vem me mostrando tanta coisa incrível da vida e como eu posso me tornar uma pessoa melhor. A melhor forma de resiliência com as coisas e o modo certo de fazer tudo ao ponto de não enlouquecer. – declarei baixinho com todo o meu coração e rimos cúmplices. – E, principalmente, você me ensinou o que é amar de verdade! – o beijei novamente e me abraçou ainda mais forte.
- Anjo? – ele chamou baixinho, com o nariz brincando com o meu e suspirei.
- Oi... – passei a mão em seu cabelo, o fazendo fechar os olhos, aprovando claramente minha atitude.
- Eu não sei se deixei claro, mas a gente não está noivo. – ele riu e alarguei ainda mais o meu sorriso, de olhos fechados e sentindo a presença incrível daquele homem.
- Eu estou noiva. – encostei a testa no ombro dele, soltando uma risada desesperada. – Já dá um bolo no estomago só de pensar em tudo! – nós rimos alto e ele deu um beijinho em meu pescoço.
- Você e sua mania de não ouvir direito. – riu e olhei pra ele completamente confusa, vincando as sobrancelhas. – Nós não estamos noivos, amor. – aí sim eu arregalei os olhos.
- Não? – senti a respiração me faltar quando o medo de ter sido devidamente enrolada me bateu. E juro que já comecei procurar onde estavam as câmeras.
- Não. – ele soltou uma risada meio morta, depois me beijou de leve. – Quando eu colocar a aliança no seu dedo, você vai ser minha esposa. E eu seu marido! – abriu aquele sorriso gigante mais uma vez e meu pavor se transformou em completa euforia, depois da aliança eu estaria devidamente casada.
- Sem direito a nem uma despedida de solteira? – fechei um dos olhos, soltando minha gargalhada quando o vi abrir a boca em completo ultraje.
- Por que você vai querer uma despedida de solteira, se pode ter uma lua de mel comigo? – ele piscou sinuosamente com aquele sorriso filho da puta abrigado no canto dos lábios.
- Puta merda! Você não sabe brincar! – minha expressão era completamente sofrida, ao passo que ria como se fosse a coisa mais engraçada existente. – Eu quero ser sua esposa sim! – respondi com a voz firme e o encarando, sem vacilar em nenhum momento. –Mas você vai ter que me prometer uma coisa.
- Tudo que você quiser! – acariciou meu rosto.
- Que você vai ter mais paciência comigo, ok? – falei igual a uma criança cobrando algo de alguém e ele riu confuso.
- Paciência?
- Eu sei que eu sou uma péssima mulher gerenciadora de qualquer coisa dentro de casa e da vida. Eu sou novinha demais e... – fiz uma careta soltando um suspiro e ele riu. – Só não desiste de mim e continua me ensinando! – pedi segurando o rosto dele, quase esmagando suas bochechas, enquanto se mostrava completamente radiante e bobo.
- Eu vou te esmagar, mulher! – ele disse de uma vez ,nos fazendo rir.
- Mas é sério! Eu quero poder ser a sua esposa de verdade. Sabe? Aquela coisa que você não sente vergonha de apresentar a ninguém? Eu quero poder carregar seu nome no meu. – apertei as bochechas dele, fazendo um bico e meu quase marido sorriu tão bonitinho, quase me fazendo babar. – Mas eu tenho que crescer pra isso!
- Eu não me envergonho de você, amor! Muito pelo contrário, eu quero te mostrar pro mundo! – ele disse de olhos fechados com um semblante tão bonitinho que me fez babar de tão encantada. – E você não precisa se encaixar em nenhum padrão, ok? Só sendo você, sendo a mulher por quem eu sou loucamente apaixonado já está perfeito! É tudo que eu quero!
Soltei um grito esganiçado de euforia, que fez rir alto com a cena, me abraçando de um modo tão protetor e perfeito. Eu juro que poderia morrer naquele abraço, eu morreria imensamente feliz.
- Cadê a aliança? Quero me sentir casada. – soltei um gritinho animado.
- Claro! – riu, desenlaçou um dos braços que estava ao meu redor, mesmo me segurando no abraço com o outro e me mostrou a caixinha aberta com as duas alianças brilhantes lá dentro.
Meu futuro marido pegou uma delas, a menor, e colocou vagarosamente no meu anelar esquerdo que já estava estirado, beijando logo em seguida, de olhos fechados e a expressão mais linda que se poderia imaginar. Me fazendo presenciar uma das cenas mais lindas de toda a minha vida. Peguei o outro anel que era consideravelmente maior e soltei uma risada desesperada.
- Meu Deus, eu estou casando! – falei de uma vez, toda me tremendo, o que causou a gargalhada descontrolada dele. – Não ri! – reclamei já rindo também, depois segurei a sua mão, colocando a aliança e beijando em seguida.
- Pelo poder investido em mim, por mim mesmo, eu nos declaro: marido e mulher! – piscou, dessa vez me fazendo rir escandalosamente e continuou: – E agora eu vou beijar a noiva!
Agarrei o rosto dele com as duas mãos e o beijei de verdade. Afinal só tínhamos nós dois em casa e não havia problema se a língua de alguém desse um oi na situação.
- O que se faz depois do casamento, esposa? – perguntou rindo, com a testa encostada a minha, enquanto meu sorriso só crescia mais a cada momento.
- Curte a festa? – fiz a linha desentendida e ele arqueou as sobrancelhas.
- Depois, ! – ele mordeu a boca, mantendo aquele sorriso idiota e soltei uma risada alta.
- Bom, depois da festa só tem uma coisa. – mordi a boca segurando o rosto dele, beijei sua bochecha perto da orelha, fazendo dar uma suspirada leve. – A Lua de mel. – foi preciso apenas essa curta frase para que eu fosse agarrada e, em um piscar de olhos, estar no colo do meu recém-marido, que estava em pé e se apoiando na mesa da cozinha.
- Agora a gente tá falando a mesma língua! – ele disse baixinho, puxando um sorriso safado no canto dos lábios e mordeu minha boca enquanto me colocava sentada na mesa.
- Tsc, tsc, tsc. – fiz um barulho com a língua nos dentes, estreitando os olhos como se reprovasse a atitude dele. – Você só pensa nisso. – ri baixo e passei a boca no queixo dele, que soltou um sorriso gostoso e safado, me beijando ferozmente em seguida.
Flashback’s off.
Desbloqueei o celular para ver quanto tempo tinha passado e me perdi sorrindo ao ver nossa foto no bloqueio de tela. fazia uma careta engraçada enquanto eu tentava morder a bochecha dele, nós tínhamos viajado para uma praia e lá tinha uma tirolesa. A foto tinha sido tirada antes de a gente descer, na hora em que estava morrendo de medo. Relacionamentos eram feitos de loucuras e nós já tínhamos feito várias dentro daquele casamento.
Vamos acordar esse prédio...
Festa de faculdade era bom? Claro que era!
E em congresso ainda se tornava muito, mas muito melhor, só não havia sido perfeita porque meu ilustre marido não poderia comparecer acompanhado da minha pessoa. Aquele era o saco de ter qualquer coisa escondida com alguém. Esconder um relacionamento exigia muita paciência. Suspirei mais uma vez e bati na porta do quarto sem querer chamar pelo nome pra não acordar ninguém. Aquele corredor vazio me dava um pouco de medo, então era bom que acordasse logo.
- Finalmente! – ri baixo quando vi aquela carinha maravilhosa de sono me olhar como se não soubesse quem eu era, ou como se ainda processasse a informação de que eu estava ali de pé. Ele coçou a cabeça e, quando realmente voltou à realidade, arregalou os olhos assustado. – Meu cartão não funciona. – fiz cara de morte.
- ? – deu um sussurro esganiçado, fazendo uma careta bem confusa pelo que eu tinha dito por último. – Quê? – homem lerdo! Suspirei e rolei os olhos.
- Pelo amor de Deus! – soltei uma risada. – Nem eu que bebi. O cartão magnético da porta. – apontei pra coisa de madeira como se ele fosse uma criança lenta e eu a professora tentando ensinar. Parece que o jogo havia virado não é mesmo? – Não funciona no meu quarto! – neguei com um aceno de cabeça. – Estou presa do lado de fora. – apontei pro corredor completando meu teatro.
- Chama a Kendra! – foi óbvio. Como se eu já não tivesse feito aquilo.
- Você acha que eu não tentei? Ela morreu lá dentro. – rolei os olhos e cruzei os braços.
- Então pega outro cartão na recepção. – inclinou um pouco a cabeça pro lado e me segurei pra não pular nele. – Eles dão outro, . – o homem fez uma careta confusa.
- Não quero! – olhei bem pra cara do meu marido e apertei ainda mais os braços cruzados embaixo do peito. Sim, aquilo era proposital para deixá-los maiores.
- E quer o quê? Dormir no corredor? – ele perguntou rindo e não achei a menor graça naquilo. Carreguei todo o meu tédio no rosto e continuei parada olhando pra ele.
- O que você fez com meu marido?
- Eu estou aqui, mas não estou entendendo o que você quer. – ele riu mais uma vez e coçou o peito por dentro da camisa. Filho da puta!
- Dormir com você! – fui curta e grossa, fazendo arregalar ainda mais os olhos e estacar na porta. Que bom, ele havia entendido! – Achava que eu queria o quê, batendo no seu quarto há essa hora depois de uma festa? – fui óbvia.
- Quê? – o incrível Mr. deu um sussurro tão esganiçado que mais parecia estar mudando a voz e eu perdendo a minha paciência com aquela cena toda. Era só me deixar entrar e pronto!
- Quer saber? Tchau. Você está dormindo ainda. – virei meu corpo na intenção de voltar com o rabo entre as pernas para o elevador, aumentando ainda mais o drama por eu saber que ele ia ceder. cederia fácil. Foi questão de segundos até ele me impedir.
- Espera! – o olhei. – Você quer dormir aqui? – meu marido gostoso pra caramba suspirou e bagunçou o cabelo, fazendo uma careta como se procurasse uma solução plausível pra ou me meter naquele quarto, ou voltar pra casa o mais rápido possível. Resumindo, ele também queria sexo.
- Quero ! – fiz a minha melhor cara de bicho de pelúcia e ele passou as mãos no cabelo, se mostrando nervoso. Bem nervoso.
- Não faz essa cara, mulher. – me pediu sofrido e mordeu o lábio, praticamente me comeu com os olhos por causa do vestido e suspirou mais uma vez. Eu só aumentei meu bico. Se eu queria que ele perdesse a linha? Claro! – Anjo! – ele me pediu encarecidamente, mas eu estava nem aí. Eu queria transar com meu marido mesmo! Aquilo não era complicado de entender.
- Odeio dormir sozinha. – baixei o olhar e aumentei o bico o fazendo grunhir frustrado. Talvez eu fosse um anjo meio endiabrado.
- Aqui não dá! – ele disse nervoso e rolei os olhos continuando onde estava. sabia que eu não ia sair dali. – Isso não vai dar certo, alguém vai ver e... – ele disse olhando para os lados no corredor e senti minha cabeça encher.
- Até onde eu sei, a cagona da relação sou eu. – apontei pro peito e ele arregalou o olho. – E tem ninguém nesse corredor. – me apoiei na parece e tirei os saltos, fazendo careta.
- Mas eu sou teu professor! – ele praticamente gritou mais uma vez, bem esganiçado. precisava de balinhas ou foderia a voz.
Estreitei meus olhos, sentindo a irritação me tomar e projetei o corpo na direção, dele o fazendo arregalar os dele. Era bom que ele tivesse medo mesmo.
- Você é meu marido. – enumerei nos dedos, bem séria. – E está me negando uma cama. – se o drama era o que me restava, era para o drama que eu iria partir. – Tudo bem, . Eu me viro. – joguei meu cabelo como a diva Queen B e virei de costas pra ele. Se era assim que ele queria, era assim que ia ser.
Ouvi um grunhido que significava praticamente um “foda-se que é escondido” e fui puxada para dentro daquele quarto, rindo abertamente por ter conseguido o que eu queria.
Flashback’s off.
estava demorando demais a sair daquela sala e eu começava a me apavorar. Ele ia perder o emprego, eu a faculdade e seríamos condenados a morte, por isso tratei de mandar uma mensagem pra a induzindo a fugir logo com o .
: Fujam para as colinas, ainda dá tempo! Vão! Vão!
: Pirou ? Bebeu? Andou fumando maconha? !!!!! Para de dar doce pra ela!
Dei uma risada tremida e voltei a digitar freneticamente.
: Quem me dera fosse tudo isso. Se eu estivesse drogada talvez tivesse explicação, ou uma desculpa. Só fujam, apenas fujam!
: Sinceramente você está fora de si! Fala algo que eu entenda, louca!
: Eu gritei no meio de um corredor o que eu não podia 😓😓 agora todo mundo sabe que a mulher de é uma aluna louca que grita pelos corredores.
: VOCÊS ASSUMIRAM! O.O AI QUE AMADOS! Socorro! Precisamos correr e contar ao !
: Meio que a força, mas sim 😀. Aproveita e foge com !!!!!
: Vai te catar, que eu não fugir pra lugar nenhum com o !
Soltei uma risada que saiu alta demais e logo tapei a boca com a mão, só cego que não via o quanto aqueles dois se gostavam e o melhor que eles tinham a fazer era se assumirem logo, esperar tempo demais não era a melhor escolha. Experiência própria! Não que gostar do seu professor fosse lá a coisa mais comum, não era, mas casar também não e ficar de pega, pior ainda. A vida fazia coisas engraçadas com você, principalmente te apresentar pessoas maravilhosas e que de alguma forma estavam prestes a passar o mesmo que você. e se encaixavam perfeitamente naquela categoria, eles só precisavam, de verdade, abrir os olhos e tudo daria certo.
Amizade é pra essas coisas mesmo.
- Eu estou de carro, também não moro perto. E se você não comer, vai deixar o cara magoado. – eu ouvia aquele lenga-lenga todo do querendo ir deixar a em casa, enquanto eu sabia que ela queria a caroninha dele, mas mesmo assim negava.
- Eu sei! – minha amiga riu. – Mas ainda assim é longe. – ela tentou argumentar mais uma vez, ainda debruçada em meu balcão.
- Vai de carona comigo e não aceito não como resposta. – piscou dando, finalmente, um ultimato naquela conversa que nós quatro sabíamos onde iria parar.
- Tá, tá bom. Eu fico. – se deu por vencida e o reino comemorou com festa.
- Senta e come, depois chega em casa dizendo que não comeu. – apontou pra ela e nós rimos. Nunca disse? Meu marido era exímio cozinheiro. – Nunca vai sair da minha casa dizendo isso! – ele reforçou e apontei pra ele quase com uma seta luminosa. –Ninguém sai da minha casa com fome! – ele usou um porte bem convencido e nós quatro rimos.
- Tá bom, pai! – o zoou na maior cara dura, eu olhei pra , ele olhou pra mim e nós dois caímos em uma gargalhada intermitente.
- Olha que pela idade poderia ser mesmo! – o cara mais legal da vida, vulgo , disse rindo e eu não me aguentava quase sem respirar.
- Sem falar que eu comi teus chocolates, passou um pouco a fome. – minha maravilhosa amiga meneou a mão como se aquilo não fosse nada demais e arregalou os olhos em um desesperozinho contido.
- Você fez o quê, pirralha? – ele deu uma esganiçada que me fez quase engasgar de tanto rir.
- O que você ouviu! – aumentou a cara de anjo e a de morte. se encontrava quase desmaiado de tanto rir dos dois.
- ... – um homem daquele tamanho fazendo manha era uma das coisas mais engraçadas. – Por que você deixou?
- Eu não vi! – tentei tirar o meu da reta, mas ria quase igual ao e a estava indo no mesmo caminho. – Não podia puxar a comida da boca dela. – fui óbvia em minhas conclusões e fez uma careta gigante.
- Eu comi um! – frisou o filho único que tinha ido boca dela abaixo. – E tua mulher quase me mata! 'Era do , tapada!' – juro que voltou a brilhar de novo. Mas o meu apelido na boca dela tinha ficado ridículo.
- Sério? – quase gritou feliz com a situação. Nós caímos em outra crise de riso.
- Foi! Foi isso sim. – tentei soar clara em minhas conclusões.
- Eu achei que seria morta! – dramática! Era isso que era! – Depois disso eu fui sentar no outro lado da sala pra manter a vida! – and the Oscar goes to...
- Claro que seria morta! – o outro dramático reforçou. – Ela que trouxe pra mim de outro estado.
- Você é exagerada! – apontei pra ela rindo. – E você também! – repeti o gesto com , os dois me mostraram a língua.
- Vocês são sempre assim? – tomou fôlego apenas para rir mais uma vez.
- Claro que não é exagero! Ela é possessiva com aquele chocolate! – minha amiga rolou os olhos, ainda pirraçando com , depois virou a atenção para o . – Assim como? – ela riu.
- Por que ele veio de outro estado, ! – meu marido foi claro e óbvio.
- Parecendo criança pequena brigando. – disse rindo e eu tinha absoluta certeza que era da cara do amigo dele, que beirava os 40 e se trocava com uma criatura 16 anos mais nova.
- Sempre, . – assegurei, o fazendo rir. – Imagina o que eu não aguento. achou a irmã perdida dele, porque pra brigar assim só sendo irmão mesmo.
- Você vai pro céu, . – meu amigo soltou uma gargalhada.
- Deus me livre ser irmã dele! Sai, praga. – fez uma careta e abriu a boca em um perfeito O. Eles iam começar mais uma vez.
- Você bem queria ser , fofa. – sim, havia rebatido a recusa de , enquanto o outro tapado ria da cena em vez de ajudar a parar.
- Queria não, fofo. – ela riu alto e confesso que eu também.
- Claro que queria, comeu até meu chocolate! – ele assegurou com uma indignação bem fingida.
- O que tinha de tão especial nesse chocolate? – perguntou se apertando de tanto rir e rolou os olhos.
- Veio de outro estado! Presente da minha sogra! – tentou argumentar, mas só serviu para o cara que ele chamava de melhor amigo desde os 15 anos de idade rir mais ainda.
- Mas não de outro planeta! Para de TPM, . – sim, estava mais uma vez zoando o apelido. Nós merecíamos aquilo? Claro que não! Era até bonitinho.
- Não é TPM! – quis esganiçar, mas riu. – E não me chama assim!
- Sinceramente, eu desisto de vocês dois! – soltei uma gargalhada estridente e dei high five com o .
- Supera, ! – mais uma vez ela zoou o apelido.
- para que tá feio! – ri me escorando no balcão.
- Ninguém mandou você esganiçar esse incrível apelido! – a safada debochou mais uma vez e só se ouviu o grito da risada do . Carma, aquilo era o carma me pegando por alguma coisa que eu tenha feito.
- É tosco sim, . Desculpa! – até havia se virado contra mim. Troca de saliva o fez virar um traidor.
- falando a história é completamente outra! – abriu um sorriso idiota que condenava tudo que já havíamos feito até a presente data. Suspirei colocando a mão na cara.
- Epa, como assim? – perguntou rindo. Jura que ela não sabia do que ele estava falando.
- É diferente, tapada. – riu. Nossa, quanta agressividade com a coleguinha. – Você não vai querer saber. – ele deu uma piscada e eu queria enfiá-lo em alguma gaveta.
- Entendi. Credo! – minha amiga fez uma careta de nojo e rolei os olhos. Não é como se nosso quarteto fosse tão inocente àquele ponto.
- A comida, . Foca na comida. – dei um tapinha na bunda dele, o “expulsando” de perto do balcão e meu marido riu alto, seguindo para perto das panelas no fogão.
Flashback’s off.
Eu não sabia se o fato de eu bater freneticamente o pé no chão resolvia alguma coisa ou se acelerava, em alguma dimensão paralela, as horas, mas era o que me deixava mais calma enquanto ainda esperava a tal conversa terminar.
Soltei todo o ar dos meus pulmões ao ver saindo do purgatório, ou melhor, da sala do reitor com as duas mãos no bolso da calça. Meu coração tremeu. Das duas uma, ou ele estava querendo curtir com a minha cara, ou tinha dado na maior merda. Ele deu um sorriso fechado me fazendo acreditar na segunda opção e me abraçou pela cintura, me levando pra fora da antessala dos infernos.
Meu coração batia louco e acelerado nos ouvidos, como se uma escola de samba ensaiasse para o carnaval Brasileiro dentro do meu peito. Eu nunca tinha ido a nenhum, mas apostava que era daquele jeito. Passamos pela porta do lugar e andamos um bom pedaço até praticamente entrar no estacionamento onde estava todo tipo de gente, desde professores a alunos. E assim que suspirei mostrando quão ansiosa e frustrada eu estava, ouvi meu marido soltar uma gargalhada mais do que estrondosa, me deixando completamente confusa.
- A cara da senhorinha curiosa foi o melhor de tudo. – ele disse ainda misturado entre as risadas e abri a boca em completo ultraje, mas não consegui conter minhas gargalhadas.
- Você não presta! – bati no ombro dele em protesto por quase me fazer morrer do coração e riu ainda mais. – Ela tá louca pra saber no que deu! E eu também. – ele me lançou um sorriso incrivelmente lindo, depois segurou minha mão com força, me levando para onde o carro estava. Ele estava calado, me matando no silêncio e eu queria mata-lo. –Você está me matando. – soltei com cara de dor e ele riu, me abraçou de lado e acenou para alguns professores que passavam por ali. Meu estomago revirou forte e respirei fundo. Calma , a essa hora todos já sabem do seu escândalo no corredor.
- Ele só me pediu pra evitar qualquer demonstração de afeto exagerada, mas fora isso riu e nos desejou felicidades. – meu marido disse com um sorriso lindo e minha boca foi ao chão. Como o reitor fazia aquilo? Qual a droga do problema dele?
- Nos desejou felicidades? – parecia piada, mas eu estava indignada por aquela facilidade toda. Eu queria voltar e dar uma boa bifa no Reitor. – Como ele me fez ficar com medo, frustrada e escondendo o meu casamento, pra no fim dizer apenas um “Evitem qualquer demonstração de afeto exagerada”? Ah tenha a santa paciência! – ah sim, eu estava muito furiosa e o sorriso do meu marido estava nas orelhas. Ele estava se divertindo com aquilo? Vamos ver se ele ia se divertir agora.
In the middle of the streets
To let the whole world see
That there's nobody else for me
- Vamos ver se ele vai nos desejar felicidades agora. – eu parecia um furacão com tanta raiva tentando me livrar dos braços do , que ainda continuava me segurando e provavelmente não iria soltar.
Ele sorria pra mim como se fosse a coisa mais normal do mundo eu estar furiosa. Ok, talvez fosse, mas não importava. Se ele queria uma mulher calma, que casasse com uma pomba.
- Ele não pode fazer isso, olha o que a gente se privou por causa dessa droga de política idiota! – arregalei meus olhos na impossibilidade de fazer mais qualquer escândalo naquele lugar, embora já chamasse atenção o suficiente ter o pró-reitor feito um polvo em mim, para que eu não fosse arranjar confusão com ninguém. – me solte! – dei uma ordem, possessa com aquela coisa toda e meu marido quase me desarma com aquele sorriso perfeito. – Eu estou falando sério! – arregalei os olhos, falando pausadamente.
- Você fica linda toda irritadinha assim. – ele disse mordendo a boca. Deu uma leve piscadela e por fim me beijou.
SIM! O louco me beijou no meio de um estacionamento lotado de gente! De universitários bocudos que iam espalhar aquela história, na qual eu já tinha me encarregado bem de espalhar gritando em um corredor. Mas a questão era que , o meu marido, estava me beijando como se nós estivéssemos em casa, só nós dois e como se ninguém mais visse.
O que eu fiz?
O abracei pelo pescoço dando ainda mais motivo pra que todos olhassem. Afinal, se iam falar, que falassem de verdade.
Momento Glossário:
*Nodo sinoatrial: De onde partem os impulsos para que seu coraçãozinho bata em torno de 60 a 90 batimentos por minuto na maioria dos casos.
*Hades: Na mitologia grega é o deus do mundo inferior e dos mortos.
FIM
Nota da autora: Oláaaa! Oláaaaa! Oláaaa! Eu nem acredito que eu consegui participar de um ficstape de um dos meus álbuns preferidos de uma das minhas bandas preferidas!
A minha felicidade é fora, fora do normal! Vocês não têm noção! E essa música... - suspiro - Ela é tão perfeita porque se qualifica como um grande Foda-se na cara de todos os preconceituosos. E nada melhor do que um bom clichê com diferença de idade e ainda Professor/Aluna para retratar isso!
Não manas, nunca me apaixonei por professor, mas foi muito maravilhoso escrever essa short meio grande hahaha, espero que vocês tenham gostado de ler, porque é isso que importa! Mas também espero que tenham captado de verdade a essência da música, porque também é outra coisa bem importante!
Gostaria de informar também que essa coisinha ~ onde eu quase não consigo escrever em quarenta páginas huahuahua, mal de sagitariana, não me matem ~ Mas voltando, ela faz parte de um projeto bem legal de uma fic que estou desenvolvendo com uma amiga poderosa!
Então Kiss Me mostra, ou tenta mostrar, a história de um dos casais principais desta nova história que está por vir.
AND A MASSIVE THANKYOU AND KISSES FOR YOU ALL. I WANT MORE IS THAT EVERYONE SEE.
Att (05/05/2018): Olá meninas! Advinha quem voltou com continuação! Pois bem, o nome dela é Something Just Like This e pra ler é só clicar aqui!
Quer entrar no grupo do Facebook, conhecer pessoas legais e saber mais sobre a fanfic? Clique aqui.
Nota da Beta: Gente, meu sonho é ser feliz como esses pp's. Que povo bom pra rir, nunca vi hahaha Só queria dizer que sou sempre a favor da verdade, pois vocês viram bem, a PP se descabelou um tempão à toa, enquanto podia estar curtindo esse homem maravilhoso na cara de todo mundo. Enfim, fica a dica. Parabéns pela fic, Tatye, coragem escrever 40 páginas viu hahaha
Não se esqueçam de comentar aqui embaixo e ler as outras fics desse ficstape maravilhoso, galera! Xx-A
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
A minha felicidade é fora, fora do normal! Vocês não têm noção! E essa música... - suspiro - Ela é tão perfeita porque se qualifica como um grande Foda-se na cara de todos os preconceituosos. E nada melhor do que um bom clichê com diferença de idade e ainda Professor/Aluna para retratar isso!
Não manas, nunca me apaixonei por professor, mas foi muito maravilhoso escrever essa short meio grande hahaha, espero que vocês tenham gostado de ler, porque é isso que importa! Mas também espero que tenham captado de verdade a essência da música, porque também é outra coisa bem importante!
Gostaria de informar também que essa coisinha ~ onde eu quase não consigo escrever em quarenta páginas huahuahua, mal de sagitariana, não me matem ~ Mas voltando, ela faz parte de um projeto bem legal de uma fic que estou desenvolvendo com uma amiga poderosa!
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