“Sometimes the hardest thing
and the right thing
are the same”

Capela St.Louise, 9 de Agosto de 2006, 3:41 da tarde.

ajeitava os últimos detalhes em frente ao espelho da sala na parte de trás da pequena capela, localizada ao sul da cidade, seu vestido era simples, sempre preferiu as coisas assim com a maior simplicidade possível, apesar de quase rir com a ironia toda vez que pensava isso, já que seu relacionamento que tinha resultado no noivado, que tinha resultado no dia de hoje não tinha sido uma das coisas mais simples que ela tinha lidado em toda sua vida, ela e Jorge seu noivo que devia estar em alguma sala próxima também ansioso para a cerimônia que após alguns minutos ia começar, sempre lidavam com os problemas bem, mas havia situações que deixavam as coisas inusitadas, pensando sobre ouviu a porta atrás de si ser aberta e pelo mesmo espelho que se olhava viu a mulher de 56 anos entrar com um sorriso, virou para a direção da entrada da sala e sorriu de volta para a pessoa ali presente agora
— Você está linda querida - sua quase sogra olhava para ela com um olhar encantador.
— Que bom que gostou, fiquei com medo de acharem muito simples - ela passava a mão no tecido enquanto falava.
— Você fica linda de qualquer jeito meu amor - podia sentir a voz dela começando a ficar embargada pelas lágrimas de emoção que começavam a surgir.
— Hey, não precisa chorar - saiu da onde estava e caminhou até ela, abraçando-a.
— Eu fico muito feliz que ele tenha conseguido amar outra pessoa.
A mãe do seu noivo pronunciou aquela frase bem perto do ouvido da noiva, ainda se encontravam no abraço e aquilo a tinha atingido, sabia que a intenção dela não tinha sido causar qualquer sentimento ruim nela, pelo contrário sempre percebeu apenas boas intenções da mãe do seu amado desde o dia em que se conheceram, mas aquele assunto apesar de ter uma recorrência maior do que a que ela esperava, não esperava que fosse ser tocado naquele dia.
Espero um tempo até que a emoção da mãe do seu noivo abaixasse, saindo da sala e deixando ela sozinha novamente, com seus pensamentos, ficou pensando na frase dita pela mulher momentos antes e mesmo não querendo, começou a ficar ainda mais atormentada por aquilo, andava de um lado para o outro e no final quando ouviu o barulho de algo caindo no chão em algum lugar próximo da onde ela se encontrava, resolveu sair dali, abriu a porta do cômodo e avistou o pequeno corredor que tinha ali, saiu fechando a porta atrás de si, começou a caminhar com intenção de seguir para um lugar aberto mas foi interrompida por um suspiro vindo do cômodo no começo do corredor, foi chegando perto da entrada que não se encontrava totalmente fechada e avistou seu noivo.
Ela olhava para aquela cena limitada que a pequena fresta da porta lhe permitia, lá estava ele, o homem que dali a poucos minutos iria se tornar seu marido, estava sentado em uma das poltronas da pequena sala que era praticamente igual a que ela se encontrava antes, ele tinha em suas mãos uma fotografia, mesmo não enxergando o conteúdo do material em suas mãos do lugar onde estava parada, no fundo ela sentia e sabia de quem era a fotografia em que ele olhava daquele jeito, aquele olhar, ela já tinha visto aquele olhar nele algumas, ou muitas, outras vezes, sempre se mostrou compreensiva, afinal não deve ter sido fácil perder alguém que amava assim, mas em certos momentos não conseguia evitar pensar que queria que algumas partes do relacionamento fossem somentes sobre eles, eles dois, sem nenhuma questão ou sem nenhum outro alguém envolvido e aquele dia, o de hoje, o dia do seu casamento, era um desses momentos.
A marcha nupcial começava a ser tocada, invadindo o eco inteiro da pequena capela, Jorge estava parado no altar com seu terno preto tradicional, os padrinhos que eram seu irmão, primo e amigo estavam ao seu lado, as grandes portas abriram revelando a noiva nervosa presente ali, agora com seu buquê em mãos, olhou para o final do caminho que ia ter que percorrer e avistou seu noivo no final dele, esse que lhe dava um olhar e expressava um sorriso ao vê-la, ela sorriu de volta e começou sua caminhada até o altar, as pessoas se levantaram e ela sentia os olhares de felicidade sobre ela, estava entrando sozinha seu pai não estava presente e achou que se não fosse na companhia dele, não queria entrar com mais ninguém. Parou perto do destino final e esperou ele vir até ela, pegou em sua mão deu um beijo em seu rosto e a guiou até o altar, os convidados se sentaram e assim foi dado início a cerimônia.
Algumas palavras já tinham sido ditas, o padre já tinha falado alguns versículos e com os noivos olhando um para o outro ele se encaminhava para a parte do aceito, ele segurou suas mãos e repetiu as palavras ditas pelo padre colocando o anel em seu dedo, ela pegou a aliança logo depois e o padre começou a dizer as mesmas palavras que ela deveria pronunciar para o homem na sua frente, ficou em silêncio e suspirou
— Está tudo bem? - Jorge falou tentando encontrar o olhar de sua noiva.
Ela respirou fundo algumas vezes.
— Eu não posso fazer isso, eu sinto muito - respondeu olhando nos olhos dele finalmente.
— Fazer o que , do que você está falando?
— Eu amo você, amo de verdade e eu achei que estava tudo bem, que eu sabia lidar com a sombra em cima do nosso relacionamento, mas eu não consigo, Jorge - colocou a mão em seu rosto - Eu nem imagino como foi para você perder ela desse jeito, a morte dela deve ter sido dolorida e apesar de eu ter acabado convivendo com fotos e pessoas falando dela nesses anos do nosso relacionamento, a gente nunca conversou sobre o que isso realmente significava para você e eu sinto muito que só me deparei com esse erro agora, hoje e aqui, você está se casando comigo por mim mesma ou por que eu te lembro aspectos dela? Já se perguntou isso? - ela viu o homem na sua frente abaixar o olhar quando aquelas palavras foram pronunciadas - Você é um homem incrível e é muito difícil fazer o que estou fazendo agora, mas às vezes a coisa mais difícil e a certa são a mesma e eu espero que você encontre alguém, alguém que você dê o olhar que você dá para as fotos dela, o olhar que deveria ter sido dado hoje quando eu apareci, alguém que você vá amar a pessoa por ela ser quem ela é, não porque ela te lembra outra alguém.
terminou de falar e lágrimas já estavam começando a descer pelo seu rosto, abriu a mão do seu parceiro e colocou a aliança que deveria colocar no dedo dele e a que que tinha sido colocada no seu dedo minutos antes por ele, fechou seus dedos com ambas e deu um beijo em sua mão fechada, olhou para ele uma última vez, depositou um beijo em sua bochecha, se virou e começou sua caminhada para a porta da igreja, essa que achou que fosse sair dali hoje acompanhada, com um novo nome e um começo de uma nova vida, a última parte era verdade, quando entrou mais cedo por ali achou que aquele era o começo de um caminho juntos, mas agora era o final dele, mas o início de algo que ela esperava de coração que fosse bom tanto para ele, quanto para ela.

Nota da autora: Oiiii meus amores, tudo bem? Bom como falar desse ficstape? kkkkkk eu quebrei a cabeça um pouquinho para pensar em algo que traduzisse o que eu senti com a música e espero que tenha conseguido um pouco e espero que vocês possam gostar :) Muito obrigada quem leu até aqui, a gente se vê por ai <3 <3





Outras Fanfics:
- One Chance
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