Capítulo Único
- ? – a pequena garota perguntou com os lábios quase colados nos dele.
- Sim?
- Você promete não ir embora?
- Eu nunca iria. – ela sorriu e encostou os lábios nos dele levemente.
- Eu amo você.
- Eu também, .
apertou o casaco grosso contra o corpo e suspirou, dando mais alguns passos até chegar a um bar qualquer da cidade. Não havia ninguém conhecido por perto e ele suspirou, aliviado. O rapaz pediu uma garrafa de cerveja e sentou-se sozinho em uma mesinha no fundo do bar, enchendo seu copo e bebendo tudo com praticamente um gole. É, era isso que devia fazer, beber até se esquecer de toda aquela merda que sua vida havia se transformado.
Encheu mais um copo e virou. Pediu uma dose dupla de Whisky que também não durou muito. Seu celular tocava insesantemente no bolso e o rosto de seu melhor amigo, Stuart, iluminava a tela. Naquele dia era o show de estréia de sua nova banda e ele com certeza contava com a presença do melhor amigo, mas era completamente impossível que fosse. estaria lá e ele jamais conseguiria a olhar nos olhos após te dito tudo que disse a ela. Ele desligou o celular e o colocou no bolso novamente.
Distraído com seus pensamentos, ele não reparou quando um homem já de idade sentou-se ao seu lado e encheu seu copo com a cerveja de . Ele olhou para o senhor e arqueou uma das sobrancelhas, esperando qualquer tipo de explicação.
- Você me disse que nunca iria embora e agora eu não consigo contar nos dedos as vezes que você foi e resolveu voltar. Eu não posso mais aguentar isso.
- Então, qual o seu problema meu jovem?
- O que te faz pensar que eu tenho um problema? – ele riu, irônico.
- Você está em um bar cheio de velhos bêbados em plena sexta à noite e além disso, ninguém da sua idade vem aqui a menos que seja alcoólatra ou esteja com um grande problema. E a julgar pelas suas roupas, você não parece a primeira opção.
- Eu só tive uma semana de merda, só isso. – ele disse, ignorando o fato de que o homem bebia da sua cerveja.
- Vamos lá garoto, pode se abrir com o Billy aqui.
- Meu nome é , não me chame de garoto.
- Ok, garoto . Agora pode me contar o que aconteceu.
- Prefiro guardar pra mim.
- Prometo que vai ajudar, vamos lá! Compartilhar sempre ajuda.
- Se quer tanto saber, eu fui um estúpido com uma pessoa que eu gostava muito.
- Qual é o nome dela?
- O nome de quem?
- Da garota que está bagunçando seu coração.
- Eu nunca disse que era uma garota.
- Você a ama? – ele perguntou apenas, ignorando a ultima frase do rapaz.
- Muito. – ele suspirou e se deu por vencido.
- Eu quero ser livre, . Nós estamos juntos desde os quinze anos e agora já temos quase trinta. Eu nunca pude experimentar, errar, me aventurar. Eu quero conhecer pessoas, momentos, o mundo! Quero liberdade e ao mesmo tempo solidão, entende?
- E ela ama você?
- Eu sei que sim, provavelmente muito mais do que eu a amo. Ela chorava tanto e... Eu não consegui derramar uma lágrima. Mas eu fui embora, mesmo assim. Eu pensei que queria isso, estar livre, sabe? Mas só faz uma semana e eu só consigo pensar nela o tempo todo. Parece que nada faz sentido sem ela. Como eu pude pensar que isso era uma boa ideia?
- Vou lhe contar uma coisa, garoto . Olha para mim. Olhe bem para mim. Eu tenho cinquenta anos, fiz faculdade e era um engenheiro. Tenho uma filha linda, ela tem dezesseis anos. Minha mulher, ou melhor, minha ex-mulher, é a pessoa mais linda do mundo inteiro. Eu a amo mais do que qualquer coisa. Mas assim como você, eu pus tudo a perder. Dei valor para as coisas erradas e perdi tudo. Eu não as vejo há quase dez anos. Não deixe a sua vida tomar esse rumo também.
- E porque você não pode fazer tudo isso ao meu lado, ? Por que?
- Acho que é tarde demais, ela nunca me perdoaria depois do que eu falei pra ela e da forma como a deixei sozinha lá.
- Vou te contar um pequeno segredo que a vida me contou. Existem dois modos de obter conhecimento, aprendendo com o seu erro ou com os erros dos outros. A segunda opção será sempre melhor, mas no meu caso, acabei aprendendo com a primeira. Aprenda com o meu erro, rapaz, não deixe que as coisas importantes da sua vida se percam. Jamais desista, lute até o último segundo por elas.
- Será que ela acreditaria em mim mais uma vez?
- Eu cansei de acreditar em você e nas suas promessas falsas, . Você acabou comigo. Se você passar por aquela porta, não volte nunca mais.
- Ninguém sabe. Nem eu, nem você e provavelmente nem ela. Eu realmente acho que você deveria pegar o primeiro táxi e correr pra onde ela está. Se ela não te quiser, estaremos aqui com uma cerveja aberta. Mas não desista garoto, não cometa o mesmo erro que todos nós aqui nesse bar cometemos.
- Acho que eu não tenho nada a perder. – ele sorriu meio triste e se levantou.
- Bem, já que você vai colocar o pé na estrada, acho que eu não reclamaria em ficar com essa garrafa. – sorriu novamente.
- É toda sua, Billy.
- Ah, aqui. – ele disse entregando-o uma nota – Dinheiro para o táxi. E deixa a conta comigo.
- Não precisa se preocupar com isso.
- Eu não perdi meu emprego, só minha felicidade. – ele sorriu e tomou um gole da cerveja.
- Obrigado!
- Corra! – ele riu.
- Eu amei você com toda as forças dentro de mim nos últimos dez anos. Eu só queria que por um segundo você tivesse me amado da mesma forma.
pegou o primeiro táxi que passou e deu o endereço da casa de shows onde o amigo se apresentaria. Ele não tinha muito a perder naquela situação, já havia perdido e se havia uma mínima chance de reconquistá-la, era melhor tentar do que beber até vomitar. Ele não entendia como não havia percebido algo tão óbvio antes.
- Eu te seguiria até o fim do mundo, .
Ele havia pisado na bola, sim, ele sabia muito bem disso e sabia que não era a primeira vez. Mas ele também sabia que poderia melhorar, que poderia ser o cara que ela merecia que ele fosse. Na verdade, era a única coisa que sabia fazer direito: Ser o cara dela. E já havia passado da hora dele fazer isso direito.
- Então porque não segue, ?
O táxi parou em frente à casa de shows e pagou o motorista, deixando o troco como gorjeta. Procurou freneticamente em seus bolsos a pulseira que lhe garantiria a entrada no lugar, apresentando-a ao segurança. Ele o olhou desconfiado, provavelmente por que o show já havia começado, mas ao perceber o olhar de desespero do rapaz, o deixou entrar sem reclamar muito.
- Por que o seu mundo parece ser tão melhor sem que eu esteja ao seu lado nele? Eu não quero estar com alguém que acha que eu sou um peso. Eu mereço alguém que grite até perder a voz o quanto me ama.
subiu pelas escadas na lateral da entrada e procurou por todo o lugar. Quando já estava perdendo a esperança de encontrá-la naquele mar de pessoas, avistou-a não muito longe dali ao lado de sua melhor amiga, Lolla. Ele correu até ela, que se virou ao o ouvir gritar seu nome. Eles pararam frente a frente e ela suspirou.
- Que merda você está fazendo aqui, ?
- Eu sinto muito, . Eu sinto muito de verdade.
- Eu estava falando do show, ele já começou faz meia hora. – ela riu sarcástica - Mas sim, isso também vale para o nosso relacionamento... Se é que posso chamar assim. – ela virou de costas e foi se juntar a amiga.
- Por favor, me escuta.
- Eu não quero perder o show, o Marcos está incrível. Ele conta com o nosso apoio, ao menos com o de quem ele sabe que se importa com ele.
- Me dê dois minutos. Eu lhe imploro , dois minutos.
- me implorando algo? Isso parece interessante. Um minuto. – ela cruzou os braços, impaciente.
- Desde que eu fui embora nada pareceu ter sentido mais. Eu tinha todos aqueles planos maravilhosos, todas aquelas expectativas e sonhos, mas... Você estava em toda parte, . Tudo ali era você. Eu sequer conseguia ir comer comida chinesa sem pensar em como você gosta de rolinhos primavera e sempre se suja com o molho. Eu pensei que queria liberdade, mas eu já tenho isso, eu já tenho tudo que eu preciso com você do meu lado. Eu quero gritar o mais alto que eu puder o quanto eu amo você, . E você sabe que eu não sou de me declarar, não sou romântico ou sentimental. Mas eu estou aqui e eu amo você. Eu amo você. - Eu sinto muito que você não tenha visto antes.
- Eu sou um idita, todos sabem disso. Mas os últimos dez anos que eu passei ao seu lado não podem e nunca vão ser apagados. E eu quero que eles se transformem em vinte, trinta, quarenta. Eu sei que você não tem motivos para acreditar em mim, eu sei que venho entrando e saindo da sua vida há anos e te magoando de formas impensáveis e cruéis. Eu fui um babaca, um idiota, um escroto. Mas se você só me ouvir, , se você só me ouvir mais essa última vez... – ele respirou fundo e passou a mão pelo cabelo - Eu prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo, pra sempre.
- , eu...
- Casa comigo, . Pega suas coisas e se muda pro meu apartamento. Vamos adotar aquele cachorro que você fala há anos, vamos repintar as paredes e comprar uma cama nova. Vamos construir nossa vida juntos, agora. Hoje.
- O que? – ela gaguejou.
- Se não fizermos isso agora, jamais faremos. Casa comigo.
- Eu... – ela olhou para os lados, a procura de Lolla, que havia sumido. Olhou para o seu lado, vendo vários equipamentos filmando o show e por fim olhou para , já não conseguindo mais conter as lágrimas – Eu não consigo deixar você me machucar de novo, . Eu não consigo.
- Eu não vou, eu juro, eu não vou. Essa é a última vez, . A última.
estendeu as mãos e limpou suas lágrimas com a pona dos polegares. Segurou suas mãos com delicadeza e as beijou, selando sua promessa. não conseguia parar de chorar e se jogou nos braços dele, sentindo seu perfume tão próximo e seu gosto tão iminente.
- Eu amo você.
- Eu também amo você, . Por favor, não me faça me arrepender disso.
- Então você vai se casar comigo?
- Só se dessa vez você prometer de verdade e pela última vez que não vai embora.
- Eu não vou embora, eu prometo. E eu sinto muito por não ter um anel, mas eu juro que eu comprarei o mais bonito que conseguir encontrar. – ele disse enquanto ela encaixava seu rosto na curva do pescoço dele.
- Eu não quero um anel, só quero que você não me machuque mais. Só quero que fique aqui. E ...
- O que?
- Eu realmente quero o cachorro. – eles riram juntos e se encararam, o rosto dela entre as mãos dele.
- Eu te daria um canil inteiro, garota.
Quando seus lábios finalmente se chocaram eles puderam sentir cada faíscacada arrepio de corrente elétrica que tomou suas veias e quase fez seus corações saírem para fora do peito.
E se sentiram assim todos os dias, até o último dia.
I have to thank the wrongs that led me to a love so strong.
- Sim?
- Você promete não ir embora?
- Eu nunca iria. – ela sorriu e encostou os lábios nos dele levemente.
- Eu amo você.
- Eu também, .
apertou o casaco grosso contra o corpo e suspirou, dando mais alguns passos até chegar a um bar qualquer da cidade. Não havia ninguém conhecido por perto e ele suspirou, aliviado. O rapaz pediu uma garrafa de cerveja e sentou-se sozinho em uma mesinha no fundo do bar, enchendo seu copo e bebendo tudo com praticamente um gole. É, era isso que devia fazer, beber até se esquecer de toda aquela merda que sua vida havia se transformado.
Encheu mais um copo e virou. Pediu uma dose dupla de Whisky que também não durou muito. Seu celular tocava insesantemente no bolso e o rosto de seu melhor amigo, Stuart, iluminava a tela. Naquele dia era o show de estréia de sua nova banda e ele com certeza contava com a presença do melhor amigo, mas era completamente impossível que fosse. estaria lá e ele jamais conseguiria a olhar nos olhos após te dito tudo que disse a ela. Ele desligou o celular e o colocou no bolso novamente.
Distraído com seus pensamentos, ele não reparou quando um homem já de idade sentou-se ao seu lado e encheu seu copo com a cerveja de . Ele olhou para o senhor e arqueou uma das sobrancelhas, esperando qualquer tipo de explicação.
- Você me disse que nunca iria embora e agora eu não consigo contar nos dedos as vezes que você foi e resolveu voltar. Eu não posso mais aguentar isso.
- Então, qual o seu problema meu jovem?
- O que te faz pensar que eu tenho um problema? – ele riu, irônico.
- Você está em um bar cheio de velhos bêbados em plena sexta à noite e além disso, ninguém da sua idade vem aqui a menos que seja alcoólatra ou esteja com um grande problema. E a julgar pelas suas roupas, você não parece a primeira opção.
- Eu só tive uma semana de merda, só isso. – ele disse, ignorando o fato de que o homem bebia da sua cerveja.
- Vamos lá garoto, pode se abrir com o Billy aqui.
- Meu nome é , não me chame de garoto.
- Ok, garoto . Agora pode me contar o que aconteceu.
- Prefiro guardar pra mim.
- Prometo que vai ajudar, vamos lá! Compartilhar sempre ajuda.
- Se quer tanto saber, eu fui um estúpido com uma pessoa que eu gostava muito.
- Qual é o nome dela?
- O nome de quem?
- Da garota que está bagunçando seu coração.
- Eu nunca disse que era uma garota.
- Você a ama? – ele perguntou apenas, ignorando a ultima frase do rapaz.
- Muito. – ele suspirou e se deu por vencido.
- Eu quero ser livre, . Nós estamos juntos desde os quinze anos e agora já temos quase trinta. Eu nunca pude experimentar, errar, me aventurar. Eu quero conhecer pessoas, momentos, o mundo! Quero liberdade e ao mesmo tempo solidão, entende?
- E ela ama você?
- Eu sei que sim, provavelmente muito mais do que eu a amo. Ela chorava tanto e... Eu não consegui derramar uma lágrima. Mas eu fui embora, mesmo assim. Eu pensei que queria isso, estar livre, sabe? Mas só faz uma semana e eu só consigo pensar nela o tempo todo. Parece que nada faz sentido sem ela. Como eu pude pensar que isso era uma boa ideia?
- Vou lhe contar uma coisa, garoto . Olha para mim. Olhe bem para mim. Eu tenho cinquenta anos, fiz faculdade e era um engenheiro. Tenho uma filha linda, ela tem dezesseis anos. Minha mulher, ou melhor, minha ex-mulher, é a pessoa mais linda do mundo inteiro. Eu a amo mais do que qualquer coisa. Mas assim como você, eu pus tudo a perder. Dei valor para as coisas erradas e perdi tudo. Eu não as vejo há quase dez anos. Não deixe a sua vida tomar esse rumo também.
- E porque você não pode fazer tudo isso ao meu lado, ? Por que?
- Acho que é tarde demais, ela nunca me perdoaria depois do que eu falei pra ela e da forma como a deixei sozinha lá.
- Vou te contar um pequeno segredo que a vida me contou. Existem dois modos de obter conhecimento, aprendendo com o seu erro ou com os erros dos outros. A segunda opção será sempre melhor, mas no meu caso, acabei aprendendo com a primeira. Aprenda com o meu erro, rapaz, não deixe que as coisas importantes da sua vida se percam. Jamais desista, lute até o último segundo por elas.
- Será que ela acreditaria em mim mais uma vez?
- Eu cansei de acreditar em você e nas suas promessas falsas, . Você acabou comigo. Se você passar por aquela porta, não volte nunca mais.
- Ninguém sabe. Nem eu, nem você e provavelmente nem ela. Eu realmente acho que você deveria pegar o primeiro táxi e correr pra onde ela está. Se ela não te quiser, estaremos aqui com uma cerveja aberta. Mas não desista garoto, não cometa o mesmo erro que todos nós aqui nesse bar cometemos.
- Acho que eu não tenho nada a perder. – ele sorriu meio triste e se levantou.
- Bem, já que você vai colocar o pé na estrada, acho que eu não reclamaria em ficar com essa garrafa. – sorriu novamente.
- É toda sua, Billy.
- Ah, aqui. – ele disse entregando-o uma nota – Dinheiro para o táxi. E deixa a conta comigo.
- Não precisa se preocupar com isso.
- Eu não perdi meu emprego, só minha felicidade. – ele sorriu e tomou um gole da cerveja.
- Obrigado!
- Corra! – ele riu.
- Eu amei você com toda as forças dentro de mim nos últimos dez anos. Eu só queria que por um segundo você tivesse me amado da mesma forma.
pegou o primeiro táxi que passou e deu o endereço da casa de shows onde o amigo se apresentaria. Ele não tinha muito a perder naquela situação, já havia perdido e se havia uma mínima chance de reconquistá-la, era melhor tentar do que beber até vomitar. Ele não entendia como não havia percebido algo tão óbvio antes.
- Eu te seguiria até o fim do mundo, .
Ele havia pisado na bola, sim, ele sabia muito bem disso e sabia que não era a primeira vez. Mas ele também sabia que poderia melhorar, que poderia ser o cara que ela merecia que ele fosse. Na verdade, era a única coisa que sabia fazer direito: Ser o cara dela. E já havia passado da hora dele fazer isso direito.
- Então porque não segue, ?
O táxi parou em frente à casa de shows e pagou o motorista, deixando o troco como gorjeta. Procurou freneticamente em seus bolsos a pulseira que lhe garantiria a entrada no lugar, apresentando-a ao segurança. Ele o olhou desconfiado, provavelmente por que o show já havia começado, mas ao perceber o olhar de desespero do rapaz, o deixou entrar sem reclamar muito.
- Por que o seu mundo parece ser tão melhor sem que eu esteja ao seu lado nele? Eu não quero estar com alguém que acha que eu sou um peso. Eu mereço alguém que grite até perder a voz o quanto me ama.
subiu pelas escadas na lateral da entrada e procurou por todo o lugar. Quando já estava perdendo a esperança de encontrá-la naquele mar de pessoas, avistou-a não muito longe dali ao lado de sua melhor amiga, Lolla. Ele correu até ela, que se virou ao o ouvir gritar seu nome. Eles pararam frente a frente e ela suspirou.
- Que merda você está fazendo aqui, ?
- Eu sinto muito, . Eu sinto muito de verdade.
- Eu estava falando do show, ele já começou faz meia hora. – ela riu sarcástica - Mas sim, isso também vale para o nosso relacionamento... Se é que posso chamar assim. – ela virou de costas e foi se juntar a amiga.
- Por favor, me escuta.
- Eu não quero perder o show, o Marcos está incrível. Ele conta com o nosso apoio, ao menos com o de quem ele sabe que se importa com ele.
- Me dê dois minutos. Eu lhe imploro , dois minutos.
- me implorando algo? Isso parece interessante. Um minuto. – ela cruzou os braços, impaciente.
- Desde que eu fui embora nada pareceu ter sentido mais. Eu tinha todos aqueles planos maravilhosos, todas aquelas expectativas e sonhos, mas... Você estava em toda parte, . Tudo ali era você. Eu sequer conseguia ir comer comida chinesa sem pensar em como você gosta de rolinhos primavera e sempre se suja com o molho. Eu pensei que queria liberdade, mas eu já tenho isso, eu já tenho tudo que eu preciso com você do meu lado. Eu quero gritar o mais alto que eu puder o quanto eu amo você, . E você sabe que eu não sou de me declarar, não sou romântico ou sentimental. Mas eu estou aqui e eu amo você. Eu amo você. - Eu sinto muito que você não tenha visto antes.
- Eu sou um idita, todos sabem disso. Mas os últimos dez anos que eu passei ao seu lado não podem e nunca vão ser apagados. E eu quero que eles se transformem em vinte, trinta, quarenta. Eu sei que você não tem motivos para acreditar em mim, eu sei que venho entrando e saindo da sua vida há anos e te magoando de formas impensáveis e cruéis. Eu fui um babaca, um idiota, um escroto. Mas se você só me ouvir, , se você só me ouvir mais essa última vez... – ele respirou fundo e passou a mão pelo cabelo - Eu prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo, pra sempre.
- , eu...
- Casa comigo, . Pega suas coisas e se muda pro meu apartamento. Vamos adotar aquele cachorro que você fala há anos, vamos repintar as paredes e comprar uma cama nova. Vamos construir nossa vida juntos, agora. Hoje.
- O que? – ela gaguejou.
- Se não fizermos isso agora, jamais faremos. Casa comigo.
- Eu... – ela olhou para os lados, a procura de Lolla, que havia sumido. Olhou para o seu lado, vendo vários equipamentos filmando o show e por fim olhou para , já não conseguindo mais conter as lágrimas – Eu não consigo deixar você me machucar de novo, . Eu não consigo.
- Eu não vou, eu juro, eu não vou. Essa é a última vez, . A última.
estendeu as mãos e limpou suas lágrimas com a pona dos polegares. Segurou suas mãos com delicadeza e as beijou, selando sua promessa. não conseguia parar de chorar e se jogou nos braços dele, sentindo seu perfume tão próximo e seu gosto tão iminente.
- Eu amo você.
- Eu também amo você, . Por favor, não me faça me arrepender disso.
- Então você vai se casar comigo?
- Só se dessa vez você prometer de verdade e pela última vez que não vai embora.
- Eu não vou embora, eu prometo. E eu sinto muito por não ter um anel, mas eu juro que eu comprarei o mais bonito que conseguir encontrar. – ele disse enquanto ela encaixava seu rosto na curva do pescoço dele.
- Eu não quero um anel, só quero que você não me machuque mais. Só quero que fique aqui. E ...
- O que?
- Eu realmente quero o cachorro. – eles riram juntos e se encararam, o rosto dela entre as mãos dele.
- Eu te daria um canil inteiro, garota.
Quando seus lábios finalmente se chocaram eles puderam sentir cada faíscacada arrepio de corrente elétrica que tomou suas veias e quase fez seus corações saírem para fora do peito.
E se sentiram assim todos os dias, até o último dia.
FIM
Nota da autora: Alô! Vou confessar que essa fic foi difícil de sair, viu. Foram árduos dias quebrando a cabeça para construir uma narrativa que além de se adequar a música, me agradasse. Mas tá aqui o resultado e eu confesso que gostei bastante! Preferi uma história mais curtinha com flashbacks pq não achei necessário construir a história por trás tão detalhadamente, eu queria uma coisa um pouco mais imediatista e urgente, assim como a situação da história. Espero que tenham gostado e é isso, é nois!
Outras Fanfics:
Falling For An Angel - Restritas/Bandas - McFLY/Em Andamento
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Falling For An Angel - Restritas/Bandas - McFLY/Em Andamento