03. AM

Última atualização: 25/09/2020

Prólogo

não tinha pregado o olho a noite toda de tanta ansiedade para a reunião que começaria em menos de uma hora. Já havia feito muitos projetos ao longo da sua carreira e principalmente na empresa que estava, contudo, era um diferente de todos os anteriores. O seu chefe — e amigo — tinha pedido para que ela desenvolvesse um aplicativo no qual os colaboradores da empresa pudessem se conhecer, e assim desenvolver uma amizade, de modo a melhorar o ambiente de trabalho.
Ela e Oliver tinham se conhecido no primeiro ano de faculdade e a amizade acabou perdurando ao longo dos dez anos. Enquanto ela era dona de uma timidez que a levava até ser taxada como antipática, ele era dono de uma personalidade extrovertida que o levava a sempre modernizar a empresa, não sendo contra relacionamentos entre colaboradores e apoiava que todos se conhecessem, acreditava que a intimidade melhorava a interação no trabalho.
A mulher olhou o relógio e resolveu deixar os seus pensamentos sobre como conheceu Oliver e o porquê de estar ali desenvolvendo um aplicativo de “relacionamento” e voltou a atenção para o seu computador, queria checar mais uma vez tudo que falaria na reunião e também ter certeza de que não tinha deixado passar nada. Cada detalhe era importante para ela, já que o que tinha de timidez, também possuía de perfecionista, logo, tudo precisava sair exatamente como havia planejado.
— É, está tudo perfeito — falou rindo de si mesma. — Você só está sendo paranoica, .
Oliver entrou na sala naquele momento. Tinha escutado o que ela disse e riu da amiga, sabia que a mulher estaria ali tentando aperfeiçoar algo que, provavelmente, já estava mais que perfeito.
— Oliver disse e caminhou até ela. — Está perfeito, tenho certeza.
Ela virou-se para ele e revirou os olhos.
— Oliver, você nem viu ainda — disse de forma séria.
— Você quem fez — falou com toda a confiança. — Só pode estar perfeito.
— Você é muito bonzinho, Oliver — disse, rindo. — Às vezes me pergunto se julga o meu trabalho como amigo, ou como o meu chefe.
Oliver bufou, odiava quando a amiga pensava tão pouco de si.
— Você pode, por favor, se dar um pouco de crédito? É lógico que te julgo como chefe — esbravejou.
riu da reação dele, como sempre acontecia.
— Certo — afirmou. — Já estou pronta. Vou preparar a sala, te vejo lá daqui vinte minutos, ok?
Ele assentiu e a viu pegar o notebook, a bolsa, alguns papéis e sair apressada em direção a sala de reunião.

***


estava ansioso para a novidade que seria apresentada na reunião de hoje. Sabia quem apresentaria o projeto e isso o deixava empolgado. Tinha passado os últimos meses em contato com a dona do aplicativo que iria mudar a interação da empresa e, talvez, dar até uma chance a ele de conhecê-la melhor.
Todas as reuniões que fez com para falar sobre o aplicativo, os custos que iria gerar para a empresa, mas também lucros — considerando que eles poderiam começar a desenvolver para outras empresas — foram uma oportunidade de proximidade, mas, infelizmente, ela parecia não querer ceder em nenhuma delas. Contudo, hoje tinha acordado disposto a tentar uma abordagem mais direta.
Ele passou pelos corredores da Global Connection cumprimentando todos como sempre fazia e depois seguiu direto para a sala de reunião. Estava uns cinco minutos atrasado e se odiava por isso. Sabia o quanto era exigente e não queria irritá-la, mas infelizmente tinha ficado preso num engarrafamento logo cedo.
Quando adentrou a sala, os seus olhos pararam direto nela. Como sempre, a mulher estava muito bonita, bem arrumada e com um sorriso simpático estampado no rosto, enquanto falava com todos ali presentes. Ele sorriu para ela, que o repreendeu com o olhar e seguiu para a sua cadeira que ficava próximo de onde ela se encontrava, afinal, iria ajudá-la na reunião quando começasse a parte de valores.
— Desculpa — ele sussurrou para ela ao se sentar.
o encarou, repreendendo-o com o olhar mais uma vez e se voltou para os presentes ali. Como já era de se esperar, tudo correu como o planejado e não tirou os olhos dela nem por um minuto, principalmente quando foi a vez dele de ajudá-la na apresentação de valores.
Tinha sido um sucesso e ela sentia-se extremamente aliviada com isso, mais uma vez, Oliver estava certo.
— Vai usar o aplicativo? — a voz de reverberou na sala, fazendo com que desse um pulo de susto.
Ela riu fracamente e se virou para ele.
— Eu quem criei, estou usando desde que ficou pronto — afirmou, pegando-o de surpresa.
— Jura? — provocou.
— Sim. — terminou de pegar as coisas dela e caminhou em direção a saída, mas parou, virando-se para . — Quem sabe te encontro por lá.
O homem arregalou os olhos surpreso, e para falar a verdade, nem estava acreditando no que tinha acabado de dizer.
— Assim espero — ele disse com um sorriso no rosto.
apenas sorriu para ele e saiu da sala, aliviada com o sucesso da sua reunião.



Capítulo único

6 meses depois…



— O 3.AM está sendo um sucesso! Parabéns, — Oliver falou enquanto misturava a sua salada.
Os dois estavam no refeitório da empresa, conversando sobre como o aplicativo que ela havia criado tinha viralizado e tornado os colaboradores mais próximos uns dos outros.
— Isso me deixa muito feliz — ela afirmou, enquanto olhava para o seu celular, que não parava de apitar nem por um minuto.
— Caramba! Seu celular está apitando desde que nos sentamos aqui para comer — Oliver comentou e ela desviou o olhar do celular para ele, franzindo o cenho. — É o , não é?
Ela olhou para os lados, garantindo que ninguém tinha escutado, e voltou a olhar o amigo.
— Não fala isso alto — pediu.
, qual problema? — Oliver perguntou com sinceridade. — Você é solteira. Ele é solteiro. Você é gente boa…
— Não começa — pediu.
Ele riu fracamente e ela pegou algumas batatas que estavam no seu prato e jogou no amigo.
— Qual é, o cara é bonito, está a fim você… — Oliver disse e desviou o olhar por um instante, para conferir se não estava por perto. — E vocês estão se falando nesse aplicativo há o quê? Um ano?
— Engraçadinho — respondeu, fazendo careta. — Seis meses.
— Olha isso! — falou em tom de indignação. — Esse tempo que está desperdiçando atrás de uma tela, você poderia estar tendo bons orgasmos.
Ela riu fracamente e engoliu em seco, ao ver entrar no refeitório, o que fez com que ela se lembrasse que precisava terminar de preparar uma reunião que teria com ele em poucas horas.
— Eu preciso ir, tenho uma reunião para terminar ainda — falou e se levantou. — Pode ficar com a bata.
pegou suas coisas que estavam em cima da mesa e saiu apressada, sem dar tempo para que Oliver falasse mais alguma coisa sobre o assunto. Ela passou próximo de sem nem olhar para ele, contudo, conseguia sentir o peso do olhar daquele homem mesmo sem nem sequer estar olhando na sua direção.
Apressou o passo e seguiu o caminho até a sua sala para terminar de preparar os últimos detalhes da reunião que teria com ele, já pensando na tensão que seria ficar sozinha com aquele homem tentador e quase tomou um susto, quando o seu celular começou a vibrar ao colocá-lo na mesa e sentar-se na sua cadeira já abrindo o notebook.
Eram mensagens no 3.AM.


“Não adianta fugir, te avistei no refeitório, muito antes de você perceber.”


leu a primeira mensagem e sentiu cada parte do seu corpo se arrepiar e rolou a tela do celular para ver as outras que ele havia mandado.

“Aliás, adorei a roupa e o novo corte de cabelo.”


Ela riu fracamente, se perguntando por que ainda era capaz de se surpreender com a ousadia e sinceridade daquele homem. Depois de seis meses trocando mensagens com ele por aplicativo, tendo contato em algumas reuniões e recebendo olhares inapropriados por parte dele sempre que estavam no mesmo ambiente, já era de se esperar que não tivesse papas na língua.

“Estou ansiosa para a nossa reunião, tenho uma proposta para você.”


Ao ler “reunião”, lembrou-se que não tinha ido até ali para ler mensagens e sim para terminar os últimos ajustes e leu rapidamente as últimas mensagens, para então responder.

“Você é maluco. Estou curiosa. Espero que seja pauta da reunião.”


sabia que a resposta curta e direta iria deixá-lo ainda mais ansioso e riu com isso, logo bloqueando a tela do seu aparelho e voltando a atenção para o seu notebook, que já se encontrava ligado. Ela abriu algumas planilhas, projetos e coisas que precisava repassar antes da reunião e iniciou o seu trabalho, gostava muito do que fazia, então nada daquilo era cansativo.
O tempo que passou fazendo os últimos ajustes voou e ela tomou um susto, quando olhou no relógio do notebook e viu que já tinha passado dez minutos do horário que tinha marcado de encontrar na sala de reunião. Pegou a sua bolsa, fechou o notebook, já o colocando dentro dela. Vestiu o seu casaco e saiu apressada da sala, passando rapidamente pelos corredores e colaboradores, até chegar no seu destino.
Por sorte, a sala ficava no mesmo andar que ela estava.
Assim que entrou, deu de cara com um totalmente despreocupado conectando o projetor e falando com alguém no celular. Ela seguiu em direção a mesa enorme que tinha ali, fingindo que nem tinha notado a presença dele, e mais ainda, fingindo que não tinha reparado no olhar dele sobre ela.
colocou o seu notebook sobre a mesa e mais algumas coisas que iria usar na reunião e decidiu que precisava dizer alguma coisa.
— Me desculpa o atraso — falou, virando-se para encará-lo.
tinha acabado de encerrar o telefonema.
— Eu me distraí — acrescentou.
Ele virou-se para ela e riu fracamente.
— Tudo bem, — disse de forma calma, a encarando com aquele olhar que a fazia sentir-se intimidada. — Tive um problema com financeiro mesmo, estava resolvendo.
— Espero que esteja tudo certo, agora — ela falou, sorrindo para ele.
odiava a forma como a afetava, mesmo que os dois só ficassem juntos em momentos profissionais e nunca tivessem falado sobre algo que não fosse trabalho — ao menos pessoalmente — quando se encontravam.
— Bom, podemos começar? — perguntou, desviando o olhar da mulher, não queria que aquilo acabasse se tornando desrespeitoso.
— Claro — afirmou e sentou-se na sua cadeira, que estava a duas da dele.
começou mostrando para ele os índices positivos que o aplicativo estava apresentando e depois foi para os negativos. Também apresentou para ele, empresas que estavam interessadas em adquiri-lo para os seus colaboradores e sugeriu alguns valores e até pacotes, mas foi apenas uma sugestão, a sua experiência era em programação e não financeira.
— Eu estava dando uma olhada em algumas sugestões... — ela começou a dizer, enquanto pegava alguns papéis. — Algumas pessoas sugeriram incluir o envio de fotos.
— Você acha isso uma boa ideia? — perguntou, olhando-a fixamente.
— Não. — Riu fracamente. — Essa questão de fotos é muito complicada… acho que devemos manter apenas mensagens.
— Certo.
— Também olhei que pessoas que comandam os departamentos, elas sugeriram que em horários de trabalho o aplicativo ficasse inacessível — explicou. — Você sabe...
— Funcionários que não sabem dividir o tempo entre obrigação e prazer — completou e ela assentiu com um aceno de cabeça.
Os dois se encaram por alguns instantes, até finalmente dizer:
— Acho que podemos manter como está e mudar apenas a questão de horários dentro do aplicativo.
— Ótimo — afirmou, enquanto anotava algo no seu notebook. — Eu acho que podemos liberar no período de café da manhã, almoço, após fim do expediente e aos finais de semanas e feriados.
adorava a forma como não precisava explicar tudo que pensava para o homem, a sua frente, porque, apesar dos olhares que trocavam, ele sempre estava 100% focado no trabalho.
— Perfeito — concordou. — Vamos para a próxima pauta?
Ele concordou com um maneio de cabeça e os dois prosseguiram para as próximas pautas. Enquanto conversavam sobre diversas coisas que precisariam fazer em relação a algumas outras ideias que ela iria necessitar da ajuda dele, na parte financeira, ambos conseguiam perceber a tensão e a conexão que tinham quando estavam juntos.
não conseguia simplesmente olhar para ela como uma colega de trabalho. Desde aquela reunião, e o dia que passaram a conversar através do aplicativo ele queria saber mais sobre , pois achava a mulher não só muito bonita, mas com uma inteligência admirável, não queria só ir para a cama com ela e nada mais, a essa altura, depois de horas a fio conversando com , já tinha criado vínculos, mesmo que digitais.
, muitas coisas se passavam na cabeça dela. Nutria uma atração pelo homem ao seu lado, não poderia negar, era inteligente, bonito, educado e tinha um papo leve, apesar de as vezes deixa-la muito envergonhada com algumas coisas que falava, ele parecia realmente tranquilo com a decisão dela de manter as coisas entre eles de forma digital.
Os dois estavam quase terminando a última pauta, quando a porta da sala de reunião foi aberta.
Era Oliver .
— Oliver — disse assim que viu o amigo. — Você precisa de algo?
— Eu estava falando com a Sarah — o rapaz começou a dizer, enquanto fechava a porta da sala atrás de si. — Pensamos num jantar lá em casa, essa noite, topa?
continuava com a atenção no seu notebook, apenas escutando tudo.
— Bom, sexta-feira à noite, não tenho nada para fazer… — começou a dizer e viu o amigo fazer uma careta. — Claro que eu topo.
Oliver sorriu e coçou a garganta, na intenção de chamar a atenção de que logo levantou o olhar até o chefe, e também amigo. sabia o que estava por vir e engoliu em seco.
— E você , topa? — perguntou animado.
— Você já me viu recusar uma noite com os amigos? — perguntou com um sorriso malicioso no rosto. — Levo o vinho.
— Ótimo! — Oliver respondeu animado e o fuzilou com o olhar.
O rapaz caminhou até a porta, mas parou, virando-se para os dois de novo.
— E, — chamou pela amiga.
— Sim?
— Tente desapegar um pouco desse celular — ele disse, piscando para ela, que sentiu as bochechas queimarem.
Com certeza, iria matá-lo quando estivessem sozinhos.
Oliver saiu da sala e sentiu que finalmente poderia respirar, voltando a falar sobre as pautas e fingindo que nada daquilo tinha acontecido. Enquanto falava dos últimos detalhes com , ela procurou numa forma educada de dizer que não iria mais ao jantar, pensou muito, até chegar à conclusão de que não tinha uma, decidindo que, teria de ir a esse jantar.
— Bom, acho que terminamos — disse aliviada, já se levantando para arrumar as suas coisas.
— É, acho que sim — disse, já fechando o seu notebook. — Então, nos vemos no jantar?
riu fracamente e se virou para encará-lo.
— Depende — ela disse e o viu se remexer de forma nervosa na cadeira, arrancando uma risadinha dela. — Você também quer que eu desapegue do meu celular?
riu e levantou-se da sua cadeira, caminhando até ela. Ele levou uma mão até uma mecha do cabelo dela que estava sobre o ombro e a passou levemente para trás, aproximando-se e levando os lábios até o ouvido da mulher.
— Confesso que — ele começou a dizer e fez uma pausa, na intenção de tornar aquilo ainda mais “tenso” entre eles —, se desapegasse desse celular as coisas que eu poderia fazer seriam bem mais interessantes, mas eu não tenho pressa, . Sou um homem paciente.
Ela engoliu em seco e sentiu o seu corpo todo ficar mole, como se não fosse conseguir ficar em pé, soltando então, a respiração de forma pesada.
— Nos vemos no jantar, então — falou, com o pouco de forças que tinha dentro de si.
— Com certeza! — afirmou e terminou de pegar as suas coisas, saindo de lá logo em seguida.


***


terminou de passar o batom e encarou o seu reflexo no espelho. A maquiagem era leve, assim como sua roupa também não era nada exagerada, perfeita para um jantar entre amigos numa sexta-feira à noite. Concluiu que estava pronta para sair, mesmo sentindo-se levemente relutante com essa decisão.
Ela pegou o celular e decidiu chamar um Uber. Já que ia beber, o melhor era não dirigir. Colocou o casaco devido ao frio que estava fazendo em Londres e desceu as escadas já seguindo para a entrada da casa, onde esperaria o seu Uber. Enquanto aguardava, checou o aplicativo e concluiu que não tinha nenhuma mensagem de , exceto as que haviam trocado mais cedo.
O carro não demorou muito para chegar e logo eles já estavam em direção a casa de Oliver. Os pensamentos dela viajaram até a reunião que teve mais cedo com aquele homem que lhe causava tantas sensações, até parar quando ficaram tão próximos, trazendo a lembrança daquele corpo quente próximo ao dela e a respiração ofegante no seu ouvido.
a estava afetando mais do que gostava de admitir.
Assim que o motorista estacionou de frente para o prédio de Oliver , ela respirou fundo e se despediu do homem, saindo do carro logo em seguida, já que a corrida havia sido paga através do aplicativo. Ela caminhou até a entrada e o portão foi liberado na hora, o porteiro já estava acostumado a vê-la por ali, sempre ia ao apartamento dos amigos, ou para um jantar — como hoje —, ou para falarem de trabalho.
— Bom, parece que vou ter companhia até o apartamento! — A voz grossa de fez com que desse um pulo de susto, ao chegar ao hall onde tinha acesso aos elevadores.
Ela levou a mão até o coração e o encarou.
— Desculpa, não quis te assustar — ele disse, rindo um pouco.
— Tudo bem — disse e apertou o botão do elevador.
O silêncio pairou entre eles, já que não sabia o que dizer.
— Está muito bonita — disse e ela sorriu para ele.
A porta do elevador se abriu naquele momento e ele deu passagem para que ela entrasse primeiro, para só então entrar.
— Obrigada — agradeceu.
Ele não conseguia tirar os olhos dela, enquanto ela tentava controlar o nervosismo que aquele olhar lhe causava. Não era primeira vez que ia à casa de Oliver e desejava que ao invés dele morar na cobertura, poderia ter comprado um apartamento que ficasse no máximo no terceiro andar.
O restante do caminho no elevador foi em completo silêncio e praticamente saltou dele, quando chegaram ao andar.
— Por aqui — ela disse para , que parecia um pouco perdido. — Nunca veio aqui?
— Já sim — afirmou. — É que eu sempre me perco.
Ela riu fracamente e seguiu até o final do corredor, vendo uma porta se abrir logo em seguida e um Oliver sorridente aparecer em seu campo de visão.
— Que bom que chegaram! — Oliver disse, já dando passagem aos amigos. — Estávamos pensando em pedir pizza, o que acham?
— Eu topo, a minha comida preferida — disse e abraçou o amigo, depois seguiu para dentro do apartamento, já procurando por Sarah.
A mulher estava na sala de jantar como ela já suspeitava e as duas se abraçaram assim que se viram.
— Se isso for um plano de vocês… — disse baixinho, ao soltar a amiga.
— Você sabe que essas ideias sempre são do Oliver — a outra mulher se defendeu, soltando uma risada fraca.
— E como sei — afirmou, rindo.
Sarah e Oliver estavam casados há cinco anos, desde que tinha os apresentado numa confraternização de aniversário dela.
é bem bonito, vai — Sarah disse, olhando para e Oliver, que conversavam no corredor de frene para a sala de jantar.
— Não começa você também — disse, rindo.
— O que as duas mocinhas estão conversando? — Oliver perguntou, já entrando na sala seguido do outro rapaz.
— Decidindo os sabores da pizza — afirmou, sorrindo.
— Já sabem qual? — perguntou curioso, duvidando um pouco que as duas estavam falando sobre isso.
— Muçarela, Pepperoni… — Sarah afirmou.
— Vocês querem mais algum sabor? — perguntou, encarando os dois.
Ambos fizeram que não com a cabeça e as duas assentiram.
, me dê esse vinho, vou colocar para gelar e já aproveito e busco um para nós — Sarah disse, já pegando a sacola da mão dele. — E, amor, vai pedindo as pizzas. — Ela acrescentou antes de sair.
— Eu vou com ela — disse, antes que um dos dois falassem alguma coisa e seguiu a amiga.
— Rosè? — Sarah perguntou para a amiga, referindo-se ao tipo de vinho.
— Por favor — pediu. — Acho que os rapazes preferem tinto.
A mulher caminhou até a enorme adega que tinha ali e pegou duas garrafas.
— Que bom que temos dos dois tipos — falou, apontando-as para a amiga.
abriu a boca para responder, mas parou ao sentir seu celular vibrar em seu bolso, pegando-o logo em seguida.
— Fica à vontade, eu vou separar alguns petiscos enquanto as pizzas não chegam — Sarah disse e foi até a dispensa.
As notificações eram todas do 3.AM e ela logo abriu o aplicativo.

“Pode fugir de mim o quanto quiser, eu adoro uma caçada.”


Ela riu com a mensagem e mordeu o lábio inferior, enquanto lia as próximas.

“Essa roupa, está me matando srta. .”


sorriu e agradeceu a vestimenta. Primeiro deixou o celular por um instante na bancada, já procurando pelas taças de vinho, e, assim que achou, encheu uma delas com um pouco de vinho rosè, já dando um leve gole. Para então, digitar uma mensagem.

“Devo dizer, que você também não fica atrás. Contudo, não me lembro de dizer, que gosto de ser a presa.”


Ela riu, surpresa com sua ousadia, mas enviou a mensagem mesmo assim. Mudando completamente a postura ao ver Sarah entrar na cozinha com uma bandeja cheia de petiscos.
— Hum, adorei — ela disse, já pegando uma fatia de salame e comendo.
— Você pode pegar as taças e o vinho? — Sarah perguntou.
— Claro — afirmou e as duas seguiram dessa vez para a sacada da cobertura, ao invés da sala de jantar.
A sacada era toda equipada, com uma churrasqueira bem grande para fazer um churrasco bem farto. Uma mesa de poker, banquinhos para que as pessoas pudessem se sentar para ficar conversando e uma mesa de jantar, bem sofisticada, mas ao mesmo tempo aconchegante, onde Oliver e já estavam sentados conversando.
— Trouxemos vinho rosè e tinto — disse, sentando-se em uma cadeira do lado oposto onde os dois estavam.
— Ótimo, eu gosto mais do tinto — Oliver disse, já pegando a garrafa. — Vai de tinto também, ?
Sarah sentou-se ao lado da amiga, queria dar apoio moral para ela, já que tinha entrado na enrascada que seu marido havia arrumado.
— Vou sim — o rapaz respondeu finamente, enquanto permanecia com os olhos em .
— Você pediu as pizzas? —Sarah perguntou.
— Sim — afirmou. — Pepperoni e Muçarela.
— Ótimo — afirmou e levou sua taça até os lábios, dando um longo gole.
O celular de logo vibrou no bolso dela, que logo notou os olhos de Oliver sobre ela, mas ignorou e pegou o aparelhou já o desbloqueando.

“Você está me matando.”


segurou o riso e deu um gole em seu vinho, antes de responder:

“Se controle, estamos entre amigos, preciso manter minha postura.”


Ela riu e encarou , que lia a mensagem com um sorriso sacana nos lábios.

“Bom saber. Estou louco para te ver perdendo-a.”


se remexeu na cadeira e colocou mais um pouco de vinho em sua taça, se dando conta de que Sarah e Oliver estavam encarando-os presos ao celular.
— Oliver, a reunião foi um sucesso, o .... — Ela começou a dizer, mas parou ao perceber que tinha utilizado o apelido dele pela primeira vez, em público. — Digo, o , tem ótimas ideias para que os custos e lucros saiam como planejado.
— Pode usar o apelido, eu gostei — o homem disse, fazendo-a corar.
— Eu adoro saber disso, vocês formam uma ótima dupla — Oliver respondeu, sorrindo para os dois. — Não esperava menos.
— Nada disso, não vamos falar de trabalho — Sarah disse, encarando-os de forma sugestiva e soube que vinha algo pela frente. — Que tal um jogo para nos conhecermos melhor?
— Como seria isso? — e perguntaram juntos.
— Bom — Sarah disse, fazendo suspense e viu a amiga revirar os olhos. — Eu sugiro algo sobre você, se eu acertar, você bebe um gole de vinho, se errar, eu quem bebo.
— Não sei... — disse desconfiada.
— Eu topo! — respondeu animado.
— Qual é, ?! Você sempre quer fugir as brincadeiras — Oliver disse, desafiando-a.
— Eu te odeio, sabia? — ela disse, rindo. — Tudo bem, vamos logo.
Os três bateram palmas empolgados.
— Quem começa? — Sarah perguntou empolgada.
— Vou pegar os dados, quem tirar o maior começa e aí vamos seguindo as sequências, pode ser? — Oliver perguntou, levantando-se da cadeira. — Vou pegar a roleta também.
Ele levantou e foi correndo pegar as coisas e logo voltou.
— Pronto — disse, ao se sentar de novo.
Eles jogaram os dados e quem tirou o maior número foi , logo, ele iria rodar a roleta primeiro e em quem parasse, ele faria a afirmação. Então, o homem rodou a roleta e esperou, enquanto mantinha seus olhos fixados em , que parecia um pouco tensa, e que só soltou a respiração, quando viu que tinha apontado para Sarah.
— Sua cor favorita é rosa — ele afirmou, sem fazer rodeios.
Sarah abriu um sorriso e pegou sua taça já dando um gole, ele tinha acertado.
— Essa foi fácil — Oliver disse, dando de ombros.
Eles riram e foi a vez de girar a roleta, que parou em .
— Pode perguntar, sou um livro aberto — ele disse, enquanto ela o encarava.
riu fracamente, enquanto era encarada pelos três.
— Você é solteiro — afirmou, mesmo com vergonha de suas palavras.
Ele riu fracamente e levou a taça até os lábios dando um gole em sua bebida, provando que ela estava certa.
— Isso está muito fácil, agora é minha vez, vou aumentar as apostas — Oliver disse, fazendo com que todos gargalhassem e rodou a roleta, que parou em .
— Qual é?! — ela disse, resmungando.
Todos gargalharam de sua reação.
— Recentemente, você conheceu uma pessoa virtualmente e está com medo de tornar isso físico — ele disse com um sorriso no rosto, pegando todos ali de surpresa, principalmente .
Ela o encarou por alguns instantes, para então se dar por vencida e levar sua taça até os lábios, vendo sorrir em sua direção.
O jogo seguiu seu curso e logo muitas perguntas já tinham sido feitas. Os quatro sentados à mesa já tinham matado mais de uma garrafa de vinho e não paravam de rir das perguntas que estavam começando a surgir. Vez ou outra, os olhares de e se cruzavam, e lá no fundo do coração da mulher, ela se perguntava se não deveria ceder e dar uma chance para ele. Exceto que sempre voltava a conclusão de que era melhor continuar assim.
A campainha tocou e ela foi a primeira a se levantar.
— Eu vou buscar — disse, já seguindo para dentro do apartamento.
aproveitou a deixa e decidiu ir ajudá-la, conhecendo um pouco de nos últimos seis meses, sabia que ela não só buscaria a pizza, mas também pegaria pratos e talheres para todos, logo, precisaria de uma mãozinha.
— Eu te ajudo — ele disse atrás dela, ao vê-la abrir a porta.
olhou rapidamente para ele, mas logo se virou para o homem que estava do lado de fora, só então se dando conta, de que não era normal eles irem até a cobertura.
— Eles tocaram o interfone, mas não foi atendido, então me deixaram subir — o homem informou, parecendo notar o olhar confuso da mulher.
Ela deu de ombros e pegou o cartão, para pagar.
— Pode cobrar tudo aí — informou.
— Certo.
continuava atrás dela.
— Não quer dividir? — ele perguntou, já levando a mão até bolso e ela se virou para ele.
— Não, em uma próxima você paga — ela respondeu de forma natural.
Ele tinha sido pego de surpresa pela resposta dela, e apenas assentiu, concordando com a sugestão e vendo-a pagar tudo e despedir-se em seguida do homem, já fechando a porta e seguindo para a cozinha como ele havia previsto.
— Sério, eu consigo fazer tudo — ela disse, enquanto eles caminhavam.
— Qual é, ?! Você está carregando duas caixas de pizza e ainda tem os pratos, talheres e mais vinho — disse calmo. — Me deixa ajudar, eu não mordo.
As palavras dele fizeram com que ela sentisse o coração disparar, mas continuou caminhando até chegar na cozinha.
— Acho engraçado...
— O quê? — ela perguntou, cortando-o, enquanto deixava as pizzas na bancada.
— Como você reage, com as minhas palavras — afirmou.
engoliu em seco e se virou para ele, ficando encostada na bancada da cozinha e o viu se aproximar.
— Do que você tem medo, ? — perguntou, mesmo sabendo que era de ter algo físico, queria ouvir da boca dela.
Ela não respondeu nada e ele levou uma das mãos até próximo da cintura dela, mas sem tocá-la. Não queria encostar em sem sua permissão, ou ao menos sem ter certeza de que ela queria ser tocada por ele. a viu sibilar e riu fracamente, adorava ver como ela reagia a ele.
— Precisamos de talheres — ela disse, tentando quebrar aquela tensão.
Ele riu mais uma vez.
— Acho que estão na gaveta atrás de você — disse e se afastou, fazendo-a soltar a respiração.
se virou e abriu a gaveta para pegar os talheres e o cortador de fatias, para então se virar para o homem atrás dela.
— Eu vou ao banheiro, você pode ir levando os talheres e o vinho? — perguntou, tentando conter o nervosismo.
— Claro — ele afirmou e pegou as coisas, saindo em seguida.
soltou a respiração e caminhou por entre os corredores do apartamento indo em direção ao banheiro. Ela entrou e acendeu a luz, para então fechar a porta atrás de si e ficar apoiada ali por alguns instantes tentando controlar a respiração e pensando como estava ficando cada vez mais difícil ficar perto de .
Sua vontade era de pular em cima daquele homem gostoso e foder com ele por horas a fio, contudo não tinha coragem de fazer isso, sabendo que provavelmente não parariam por ai, e depois do seu último relacionamento que havia sido um fracasso, ainda não tinha coragem de arriscar ter alguma coisa com alguém.
Ela fez suas necessidades e depois encarou seu reflexo por alguns instantes no espelho, sabendo que já tinha passado um pouco dos limites no álcool, mas preferiu ao menos uma vez não se apegar tanto a isso. Estava sendo uma noite agradável e queria aproveitar, então ignorou qualquer pensamento negativo e tomou seu caminho de volta para a sacada.



— Posso te levar em casa, se quiser — disse, assim que o elevador chegou ao térreo.
O restante do jantar havia sido tranquilo e já passava dá uma hora da manhã quando eles decidiram que estava na hora de ir para casa.
— Obrigada, mas eu já pedi um Uber — ela disse, enquanto saiam sendo abraçados pela ventania de Londres.
— Está frio e você bebeu bastante... — disse encarando-a. — Prefere mesmo esperar aqui, do que a minha carona?
Ela riu fracamente e pegou seu celular, cancelando a corrida em seguida.
— Pronto, vou aceitar sua carona — falou e colocou o celular de volta no bolso do casaco.
estava boquiaberto.
— Você está falando sério? — perguntou, surpreso.
— Sim — afirmou, encarando-o. — E eu estou com frio, então agradeceria se fossemos logo para o seu carro.
Ele soltou uma gargalhada e iniciou o caminho em direção ao seu veículo, seguido por , que parecia muito mais descontraída do que no início da noite. entrou no lado do motorista e ela do passageiro, e ambos agradeceram por dentro do carro estar quente, já que do lado de fora deveria estar fazendo menos de dois graus.
deu partida no carro e aproveitou para colocar o endereço no GPS, era melhor do que ter que ficar explicando para ele o caminho todo.
— Foi divertido — falou, quebrando o silêncio que pairava entre eles.
— Sim — ela afirmou com sinceridade. — Oliver e Sarah são ótimos, conheço os dois há muito tempo.
— Fiquei sabendo que você foi o cupido da relação — ele disse, sem tirar os olhos do caminho.
Ela sorriu com a denominação, antes de dizer:
— Sim. Eu conheço a Sarah há 8 anos e o Oliver há 10 — explicou, sorrindo, realmente amava o casal que tinham se tornado. — Acredita que nunca calhou dos dois estarem nas minhas comemorações até 5 anos atrás?
— É... O destino tem dessas coisas — falou e um sorriso se formou em seus lábios. — Olha só para nós.
arqueou uma sobrancelha enquanto o encarava.
— Nós?
— É — disse de forma calma e parou no farol que ficou vermelho. — Precisamos de um aplicativo para nos aproximarmos.
Ela riu fracamente e o encarou, que agora também a encarava.
— É, acho que sim — disse ao mesmo tempo que sustentava o olhar dele.
Ele sorriu para ela e voltou o olhar para o caminho, pois sabia que logo o farol ficaria verde de novo.
— E você acertou mais sobre mim do que muitas pessoas que me conhecem e convivem sempre comigo pessoalmente, acertariam — admitiu, fazendo com que abrisse um sorriso, ao mesmo tempo que desse partida no carro.
Ela sorriu também por fazer aquela revelação. Sabia que boa parte das verdades que vinha dizendo ao longo da noite era por causa do álcool, mas, estava feliz com isso. O restante do percurso foi em completo silêncio e não demorou muito para que ele encostasse o carro de frente para a casa dela.
— Bom, acho que é aqui que nos despedimos — ele disse, encarando-a e desligou o carro.
o encarou com um sorriso no rosto.
— O que foi? — ele perguntou intrigado.
— Acho que é o efeito do álcool — respondeu rindo.
aproveitou a deixa, para fazer algo que já queria desde o início da noite.
— Me dá seu celular — pediu.
— O quê? — perguntou rindo. — Por que eu te daria meu celular?
, vai me obrigar a te mandar uma mensagem no 3.AM? — perguntou, arrancando uma gargalhada dela, que pegou o celular e entregou para ele. — Obrigado.
— O que vai fazer?
Ele foi no bloco de notas, onde anotou um endereço e depois foi para a lista de contatos, onde adicionou o número dele. Se ela queria manter tudo digital, que fosse ao menos por mensagens e que tivessem o número um do outro. Era o mínimo, depois de seis meses.
— O que foi isso? — Perguntou, ao pegar o celular de volta.
— Anotei meu número de celular — disse de forma direta. — Também tem um endereço nas suas notas.
— Um endereço?
— Vai ter uma confraternização do pessoal da empresa em um pub — explicou. — Sei que está sabendo disso. Espero te ver lá.
Ela sabia vagamente, não costumava participar dessas coisas.
— Certo — afirmou, virando-se para sair do carro, mas ele pegou na mão dela. — Esqueci algo?
riu fracamente e se aproximou de
— Boa noite, — ele disse e depositou um beijo na bochecha dela, encerrando a noite entre eles ali.

***


tinha passado o dia resolvendo algumas coisas do trabalho e tentando se livrar da ressaca que estava sentindo da noite anterior. Tinha trocado algumas mensagens com ao longo do dia — dessa vez fora do aplicativo — e olhado várias vezes para o endereço que ele havia deixado nas notas do celular dela.
Estava inclinada a ir naquela comemoração, mas a todo momento arrumava uma desculpa para que ficasse em casa e tivesse o seu final de semana comum, com vinho, doce, comida e sua série ou filme favorito. Contudo, parecia que dessa vez nenhuma das desculpas a estavam convencendo-a de verdade, pois vez ou outra ela se pegava em dúvida se iria ou não.
Já passava as seis da tarde, quando o celular dela tocou e viu o contato de Sarah aparecer na tela.
— Oi, Sarah — disse ao atender.
Oi, , como você está? — Sarah perguntou do outro lado da linha.
— Melhor — respondeu rindo. — E você? Aconteceu algo?
Estou te ligando para saber se vai na confraternização hoje, do pessoal da empresa — Sarah disse e ela mordeu o lábio inferior, pensando o que responderia. — ?
— Como sabe disso? — perguntou.
Oliver me contou que te chamou — respondeu rindo. — O Oliver está a fim de ir, você deveria ir também. Nós vamos.
mordeu os lábios mais uma vez, ponderando a ideia.
Qual é, , você precisa sair dessa zona de conforto — Sarah falou com sinceridade. — O que aconteceu com Malcom, foi há um ano.
Ouvir o nome dele, fazia sentir vontade de vomitar, mas sabia que a amiga tinha razão.
— Hum — resmungou.
Vamos, vai ser ótimo — insistiu.
— Tudo bem — disse olhando para o relógio, que marcava seis e meia da tarde. — Vou desligar então, porque tenho que me arrumar.
Certo, te encontramos lá — ela disse empolgada. — Estou muito feliz que tomou essa decisão.
— É, eu sei que está — respondeu, rindo. — Até daqui a pouco, Sarah.

***


passou os olhos pelo pub. Tinha acabado de adentrar o lugar e fazia muito tempo que não ia em um. Estava bem lotado e, por isso, ela precisou desviar de algumas pessoas para que finalmente conseguisse avistar seus amigos, que acenaram para ela assim que a viram. Caminhou rapidamente até eles.
Ela cumprimentou todos ali presentes, para só então se aproximar de Sarah e Oliver, que estavam conversando com , que logo repousou o olhar sobre . Ela sorriu para ele e depois avisou aos amigos que iria até o bar pegar alguma coisa para beber. Precisava de álcool para ter coragem o suficiente e não acabar voltando para casa.
— Um Dry Martini, por favor — pediu a um dos barmen que estava ali e tomou um susto ao sentir uma mão repousar em suas costas.
— Eu quero outra cerveja — escutou a voz de Oliver pedir e ficou aliviada.
— Você me assustou, Oliver — riu fracamente.
— Quando você vai parar de fugir, ? — ele perguntou de forma direta.
— O quê?
Ele riu fracamente. Odiava quando ela se fazia de desentendida.
— Sabe muito bem do que estou falando — disse, encarando-a.
— Só vim pegar uma bebida — deu de ombros.
— Você tinha acabado de chegar e sei que bebeu bastante ontem, poderia esperar — disse, encarando-a. — O é um cara legal, por que toda essa relutância, ?
Ele a tinha chamado pelo nome, isso queria dizer, que estava falando sério.
— É complicado, Oliver — disse com sinceridade e viu seu olhar cruzar com o de do outro lado do pub. — Não sou como as garotas que ele está acostumado, tenho gostos diferentes... E toda noite eu quero viver em cores através de uma tela branca e azul. Gosto da calmaria, ficar em casal...Olha só o mundo dele.
apontou para o pub.
— Não é complicado — Oliver rebateu.
— Eu sei que é complicado, não tente me dizer o contrário. Eu tenho uma vívida visão colorida em meus jeans branco azulado, não gosto de usar minis vestidos e salto não é meu melhor amigo. E eu aposto, que é este tipo de mulher que ele gosta. Não tem nenhum problema com elas, que fique claro, cada mulher é como quer ser, só não sou assim.
Oliver a encarou por alguns instantes, sempre se surpreendia com a forma que a amiga era profunda e só se envolvia em relacionamentos rasos, mas que quando finalmente encontrava alguém que pudesse mergulhar de cabeça, ela fugia.
— Porque todo mundo que eu namorei diz que odeia — afirmou e se virou para pegar sua bebida, que tinha acabado de chegar junto com a de Oliver .
— Isso é ridículo, — ele disse e deu um gole em sua cerveja. — Esses caras eram uns babacas, você sabe disso.
Ela riu fracamente e pegou sua bebida, na intenção de sair dali.
— Eu só quero curtir a noite, por favor, não toca mais nesse assunto — pediu e se retirou.
De fato, ela só queria curtir e anoite e foi isso que fez. O pub tinha uma área para dançar, onde estavam tocando algumas músicas muito boas e foi para lá que se encaminhou depois da conversa com Oliver . Já tinha se passado ao menos duas horas — pelo menos era o que achava — desde que ela tinha chegado no lugar e já havia bebido três Dry Martinis, duas cervejas e uma taça de vinho rosè.
sentia-se livre pela primeira vez em muito tempo. Vez ou outra trocava olhares com , que sorria a todo momento, vendo-a dançar ao ritmo das músicas que tocavam. Era a primeira vez que ele a via tão descontraída no meio de tantas pessoas. Ela sorriu para ele pela milésima vez naquela noite e se dirigiu mais uma vez até o bar, onde pediu por uma cerveja e sentou-se em um dos bancos para esperar e aproveitou para checar seu celular.
— Ah, meu Deus! — falou ao ver o horário, já eram quase 3 horas da manhã. — Eu perdi totalmente a noção da hora.
Riu fracamente e foi até suas mensagens com , mas não tinha nada ali.
— Hum — resmungou e digitou uma mensagem.

“ Está a fim de dar uma volta?”



Ela enviou a mensagem sem pensar muito e voltou a atenção para o bar, onde sua cerveja já havia sido deixada, pegando-a e dando um longo gole.
— Onde eu posso fechar minha conta? — perguntou a uns dos atendentes que estavam ali.
Nem lembrava mais da mensagem.
— É naquela parte ali — o homem disse, apontando para uma cabine a frente do pub e assentiu em agradecimento.
Caminhou rapidamente até lá e aproveitou que estava vazio e fechou sua conta, decidindo que anoite estava bonita demais para ficar dentro de um lugar fechado e saiu do pub caminhando por entre as ruas de Londres.
Apesar do frio, ela achou o clima muito agradável. As ruas estavam calmas e ela sentia uma liberdade muito inexplicável enquanto caminhava sem rumo, e só quando parou em um farol vermelho, lembrou-se da noite passada no carro e da mensagem que tinha enviado para . Então decidiu checar seu celular.
Pensou em responder à mensagem, mas primeiro começou a ligar para vários números aleatórios.
— E lá vamos nós de novo — disse para si mesma e tirou o celular do ouvido, encarando a tela. — Eu estou ligando para todo mundo que eu conheço.
Ela riu e clicou em um contato, levando o celular ao ouvido de novo.
, onde você está? — A voz de era de preocupação.
Ela riu fracamente, dessa vez tinha acertado.
— Hum — resmungou.
, por que me ligou? Aconteceu alguma coisa? — ele estava realmente preocupado. — Estávamos desesperados atrás de você.
— Porque são três da manhã — respondeu como se fosse óbvio. — E eu estou ligando para todo mundo que eu conheço.
Ele riu fracamente do outro lado da linha, concluindo que ela estava bêbada.
, onde você está?
— E você pode, por favor, atender a porra do telefone mais rápido, da próxima vez? — Ela perguntou, pegando-o completamente de surpresa.
, me diz onde está. Vou te buscar — disse, ficando mais preocupado agora.
— Eu estou tropeçando de bêbada, entrando em um carro qualquer — respondeu rindo.
bufou do outro lado da minha, agora estava ficando desesperado.
, pelo amor de Deus, onde você está? — o grito era de desespero.
— São três da manhã, querido, eu acabei de sair do bar — respondeu, rindo. — Devo estar perto.
Certo, fica onde está, vou rodar para te procurar — ele disse e desligou, antes que ela saísse de onde estava.
riu fracamente e guardou seu celular no bolso. Ela avistou um banco que tinha ali e decidiu sentar-se um pouco para descansar, já que tinha passado horas dançando naquele pub.
***

avistou sentada em um banco próximo de uma praça e estacionou o carro rapidamente, já correndo até ela. Seu coração estava disparado e ele realmente preocupado com a possibilidade de não a encontrar e que algo grave poderia ter acontecido com ela.
, no entanto, estava calma, olhando seu celular.
— Graças a Deus, te encontrei! — ele disse ao se aproximar.
Ela riu fracamente e o encarou, guardando o celular no bolso.
— Está tudo bem. Eu só bebi um pouquinho — falou, fazendo biquinho e um sinal com os dedos que indicavam a quantidade, fazendo rir.
— Parece que bebeu bastante, na verdade — respondeu, rindo. — Vamos, você precisa se aquecer.
Ela o encarou e riu fracamente, levantando-se.
— O que você estava pensando, ? — perguntou, enquanto pegava a mão dela e a guiava até o carro.
Ela permaneceu em silêncio, porque a verdade, é que não tinha resposta para aquela pergunta.
— Pronto — ele disse e fechou a porta dela, já dando a volta para entrar no lado do motorista.
ligou o carro e deu partida, tentando se lembrar qual caminho deveria fazer até a casa de , só tinha ido lá uma vez.
— Você não respondeu minha mensagem — ela disse, pegando-o de surpresa.
— Não respondi porque achei que precisava de espaço — afirmou, com toda sinceridade, mas sem olhar para a mulher ao seu lado porque precisava prestar atenção no caminho.
pegou seu celular para colocar o endereço de sua casa, enquanto pensava em uma resposta.
— Achei que estivesse te sufocando — explicou.
Ela riu fracamente.
— O quê?
— É totalmente o oposto, disse, como em um sussurro e isso fez com que ele sentisse cada parte do corpo dele se arrepiar. — Nunca me senti tão livre, e viva.
Ele sorriu com a resposta dela, porque esperava qualquer coisa, menos essas palavras.
— Para o carro — ela disse firme, pegando-o de surpresa.
— O que foi? — perguntou assustado.
— Para o carro, , por favor — ela repetiu e ele logo deu seta, para entrar em uma rua calma e poder parar.
encostou o carro e foi pego de surpresa por , que soltou o sinto e subiu no colo dele em seguida. Tudo aconteceu muito rápido e o homem não teve tempo para processar. De repente ela estava em cima dele e com os lábios colados nos seus, pedindo passagem para que iniciassem um beijo.
Ele apoiou uma das mãos nas costas dela e a outra levou ao pescoço de , afastando-a um pouco.
— O que foi? — ela perguntou em sussurro.
— Você está bêbada — ele respondeu, rindo. — E estamos no carro.
— Achei que quisesse me foder em qualquer lugar, soltou aquelas palavras como se fosse habitual sair da boca dela.
riu fracamente.
— ela sussurrou o apelido dele e se mexeu levemente em seu colo.
— Não faz isso, — pediu.
— Por que, ? — perguntou de forma provocativa.
— Porque senão, eu vou querer te foder de todas as formas possíveis aqui mesmo, — falou com sinceridade e a viu dar um sorriso sacana.
Ela estava irreconhecível, e parecia ainda mais irresistível aos olhos dele.
— Então me fode, — ela pediu e ele levou os lábios ao dela.
tomou os lábios de e iniciou um beijo desesperado entre eles. Ela levou uma das mãos até nuca dele e entrelaçou os dedos nos cabelos do homem, aproximando ainda mais seu corpo ao dele, que desceu a mão que estava na nuca dela e pousou na cintura de apertando-a contra seu corpo.
Um gemido abafado saiu por entre os lábios de ambos e interrompeu o beijo entre eles, vendo-a olhar para ele um pouco confusa.
— Desistiu? — ela perguntou, fazendo-o rir.
— Não, só acho melhor irmos para um lugar com mais espaço — ele disse e ela sorriu, sacana, saindo em seguida do colo dele e sentando-se no banco do passageiro, onde estava antes.

***


Os dois tinham decidido ir para a casa de e não de .
Ele mal fechou a porta e a tomou nos braços já colando os lábios ao dela, que deu passagem para que um beijo fosse iniciado entre eles. a pegou no colo e ela envolveu as pernas na cintura dele, enquanto se beijavam e ele caminhava através do lugar desconhecido por ela. Não importava onde estavam indo, a única coisa que ela se preocupava naquele momento, era sentir ele por completo, tê-lo dentro de si. Chegaram ao quarto dele com ela ainda em seu colo e ele a colocou sentada em uma bancada que tinha ali, ficando entre as pernas dela e interrompendo o beijo entre eles, para então descer os lábios através do queixo dela e passar por toda a extensão de seu pescoço, onde deu uma atenção maior e depositou beijos leves e depois deu alguns chupões fortes, que arrancaram gemidos sôfregos de .
Ela jogou a cabeça para trás e observou descer os beijos e abrir a camisa de botões que estava usando. A visão lhe causou tanto tesão que a mesma mordeu os lábios com força, admirando a beleza daquele homem bem diante dela, vendo-o levar os lábios até a parte nua de um dos seios dela e segurar o outro com uma das mãos e apertá-lo com delicadeza, fazendo-a arfar.
O homem puxou a camisa da mulher a sua frente tirando-a por completo e jogou-a no chão sem se preocupar onde teria caído. Ele parou o que estava fazendo e a observou por alguns instantes, para então voltar os lábios para a parte nua dos seios dela e levar os dedos até suas costas, abrindo assim, o sutiã de depois de algumas tentativas.
... — sussurrou o nome dele de forma sôfrega.
Ele riu fracamente e afastou-se dela, tirando o sutiã da mulher e jogando-o no chão como fez com a camisa dela.
— Eu sei, linda — ele disse e sorriu de forma sacana, pegando-a no colo e a levando até a cama.
Ele a colocou sentada na cama e subiu em cima da mulher, voltando a atenção aos seios dela e abocanhando um deles, enquanto levou uma mão ao outro fazendo-a jogar a cabeça para trás e morder os lábios na tentativa de conter a sensação que percorria cada célula de seu corpo naquele momento.
parou de chupar os seios de e começou a descer os beijos por toda a extensão da barriga dela, até chegar próximo de sua saia, que ele puxou de uma só vez, fazendo com que a calcinha saísse junto, deixando-a completamente nua. Ele sorriu com a cena e mordeu o lábio de forma sacana, fazendo com que a mulher diante dele correspondesse o sorriso.
Ele começou dando beijos de leve na região de dentro da coxa dela até chegar a buceta de , onde começou passando a língua levemente na virilha da mesma, fazendo-a se remexer na cama com o toque. sorriu com a reação de e levou os lábios até o clitóris da mesma e começou passando a língua levemente, até aumentar o ritmo e dar chupadas, ao mesmo tempo que a penetrou com um dedo.
Os gemidos sôfregos da mulher eram como música para os ouvidos deles, tinha se imaginado com ela muitas vezes, mas o que estava acontecendo naquele momento ia muito além de tudo que tinha sonhado em ter com ela. Ele a penetrou mais algumas vezes com um dedo e depois colocou outro dedo dentro dela, ao mesmo tempo que a chupava, vendo-a se contorcer na cama.
Não demorou muito, para que ela gozasse na boca dele, fazendo com que as pernas dela tremessem e gemidos altos saíssem por entre seus lábios. encarou o tento enquanto tentava recuperar a respiração e sorriu para , que a essa altura já tinha tirado a camisa e a calça que estava vestindo antes, para só depois debruçar-se sobre ela.
Em um gesto rápido, o virou na cama e subiu em cima dele.
— Onde tem camisinha? — ela perguntou, olhando-o.
Ele apontou para a escrivaninha ao lado da cama e se inclinou, alcançando-a com facilidade e abriu uma gaveta, de onde retirou um pacotinho. Ela o colocou ao lado e puxou a cueca de , vendo seu pau já duro saltar para fora, fazendo-a sorrir de forma sacana com a cena.
Ela sorriu para ele e pegou o pacotinho, abrindo-o e vestindo o pau dele com a camisinha. não se demorou muito, precisava senti-lo. Então se levantou e fez sinal para que ele se sentasse encostado na cabeceira da cama e passou uma perna de cada lado do corpo do homem, deixando que o pau dele a invadisse, de forma que fez com que ambos gemessem com a sensação.
começou a rebolar no pau dele lentamente e levou as duas mãos até a lateral do corpo da mulher, ajudando-a com os movimentos. Ela sorriu para o homem e levou os lábios ao dele, iniciando um beijo entre eles ao mesmo tempo que intensificava as reboladas.
em um gesto rápido virou na cama, sem sair de dentro dela e ficou por cima, agora ele quem estava no comando. Começou movimentando-se lentamente dentro dela e abocanhou os seios da mulher, ao mesmo tempo que entrava e saia com seu pau de dentro dela de forma lenta, ouvindo-a gemer em súplica, para que ele aumentasse o ritmo.
Ele aumentou as chupadas nos seios dela ao mesmo tempo que intensificou os movimentos, passou a penetrá-la de forma intensa. Os gemidos de ambos reverberavam através do quarto, seus corpos estavam fundidos naquele momento e nenhum dos dois sabia explicar o quanto tinham esperado para que isso acontecesse.
foi o primeiro a gozar ao dar uma estocada profunda, e depois gozou pela segunda vez na noite. Ambos estavam extasiados, e ele saiu de dentro dela lentamente após algum tempo tentando recuperar a respiração.
Nenhum dos dois tinham coragem de dizer nada, então apenas levantou da cama e foi até o banheiro, onde fez suas necessidades e depois voltou, sentando-se na cama ao lado dele, que apenas a olhava do mesmo jeito de sempre, o que de certa forma, a deixou aliviada.
O efeito do álcool até já tinha passado um pouco.
, eu... — procurou as palavras, mas não encontrou.
Ele riu fracamente, sempre ficava encantado com a forma que ela ia da mulher que tinha acabado de proporcionar a melhor transa dos últimos tempos a ele, para a que era tímida e tinha medo de relacionamentos.
— Acho que precisamos de um banho — ele sugeriu. — Amanhã, quando você estiver sobrea de verdade e recuperada, falamos sobre isso.
Ela sorriu para ele, concordando com um aceno de cabeça e o seguiu até o banheiro. Por hora, não pensaria demais.

***


Não foi preciso abrir muito os olhos para que se desse conta de que não estava em seu quarto e muito menos em sua cama. Ela piscou algumas vezes e apertou os olhos na tentativa de se acostumar com a claridade, ao mesmo tempo que tentava lidar com a dor de cabeça presente, sem falar claro, no gosto ruim que estava em sua boca totalmente seca.
Bufou com a pontada que sentiu na cabeça e abriu melhor os olhos.
A primeira visão que teve, foi de um quarto enorme e muito bem decorado, para então ver um pelado e coberto pelo lençol deitado ao seu lado, tomado por um sono profundo. Ela levou as mãos até os cabelos e depois a desceu para a boca, tentando conter o espanto que a tomava naquele momento, lembrava-se de terem transado e da quantidade de álcool que havia ingerido, e naquele momento, desejou que fosse como aquelas pessoas que tem amnésia causada pelo álcool.
encarou o ambiente por mais alguns instantes e desceu da cama na ponta dos pés, não queria fazer barulho, muito menos acordá-lo. Sua única intenção era sair daquele quarto sem que ele a visse e fingir que nada daquilo tinha acontecido, então começou pegando sua roupa e a vestindo e em seguida saiu do quarto.
Ela se sentia um pouco mal por sair daquela forma, como se fosse uma fugitiva, mas sabia que era o melhor. não era o tipo de cara de uma noite só e ela não estava pronta para relacionamentos, uma transa tudo bem, mas ter algo sério, estava muito longe de seus planos.
procurou por um papel na enorme sala da casa de e assim que o encontrou, deixou um bilhete, para então, sair daquela casa sem intenção alguma de voltar um dia.
O balde de água fria veio poucos minutos depois de acordar, ao ver o bilhete de .


“Eu preciso que seja digital porque, meu bem, quando é físico, eu acabo sozinha.”




Fim



Nota da autora: Oi, Lovers!
Esse foi um dos ficstapes que eu mais gostei de escrever até agora. Sou muito apaixonada pela Halsey e essa música é perfeita, o que me deu ideia para o plot bem diferente.
Espero que vocês tenham gostado!

Kisses,

Vane.

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