11. I Wish I Hated You

Finalizada em: Março de 2025

Capítulo único


“Our shadows dance on a parallel plane”
Cinco anos depois….

30 anos. A idade do sucesso. Essa foi a frase que null ouviu naquele filme de romance água com açúcar. Ela achou que fosse besteira, mas estava errada, era real. O tempo passou, e ela finalmente encontrou o seu lugar: dona da sua própria vida. Cinco anos se passaram desde a separação com null, e a dor, embora ainda presente, já não a consumia como antes. Ela havia se reerguido, reestruturado sua vida e suas lembranças, e agora, o café que abrira era seu refúgio, seu orgulho. Cada dia era uma pequena vitória, um passo mais longe de null, até que ele fosse só uma lembrança distante. Os primeiros anos haviam sido um turbilhão, mas hoje, ela se sentia mais forte. O estabelecimento, com seu aroma acolhedor de café fresco e o som suave das conversas, era um reflexo de sua nova vida.
Mas então, o sininho tilintou, avisando que havia um novo cliente. Quando ela se virou para ver, ele entrou.
null. Ela o reconheceu imediatamente. Como não reconheceria? Ele estava ali, em sua cafeteria, parado na entrada, como se hesitasse em dar o próximo passo. Seus olhos encontraram os dela, e algo dentro de null se revirou. Ela não o queria ali. Não queria reviver nada do seu passado. Cinco anos de reconstrução, e agora ele aparecia com a mesma expressão de arrependimento que sempre carregou.
Ela tentou ignorá-lo, mas seus olhos não conseguiam desviar.
null... — a voz dele a tirou da concentração. O som do seu nome parecia carregar todo o peso das palavras não ditas durante tanto tempo. — Eu não sabia que era a dona do lugar.
Ela o observou com uma frieza que o fez recuar dois passos. Não era rancor, não era ódio. Era apenas indiferença.
Ele se aproximou um pouco mais, e null percebeu como ele estava diferente, como se estivesse à beira de quebrar.
— Você está… linda. Eu gostei do cabelo grande, combina com você.
— Você virou cabeleireiro ou algo do tipo? O que está fazendo aqui, null?
Ele a olhou com uma expressão de arrependimento profundo nos olhos, mas ela não sentiu compaixão. Não sentiu raiva. Não sentiu nada.
— Eu… — ele tentou buscar as palavras certas. — A Sofia está grávida. Não soube lidar muito bem com essa notícia e dirigi sem rumo até achar um lugar e, por ironia do destino, foi logo aqui.
— E eu tenho cara de obstetra ou algo do tipo? O que você quer me dando essa notícia? Não bastou me largar por uma qualquer? Veio me dizer que vão construir uma família?
— Não… Eu só… Não sei. Me senti estranho sabendo que vou ser pai e que a mãe não é você. — confessou.
Se realmente quisesse ser pai de um filho meu, não teria me traído. Você me fez passar por um inferno nos últimos anos, enquanto reconstruía sua vida ainda casado comigo! Você me traiu e, pior, resolveu todo o processo de divórcio pelas minhas costas, enquanto eu ainda achava que estávamos bem. — cuspiu as palavras. — Eu realmente queria odiar você, null...Mas não consigo. Por que nutrir ódio por alguém por quem você já sentiu algo bom antes? Eu não sinto nada. E talvez isso seja o pior de tudo. Passei os últimos cinco anos tentando me reerguer e não vou deixar você me derrubar de novo. Se não for consumir nada, pode ir embora, por favor?
Ela se virou e caminhou até o balcão, preparando uma bebida sem pressa, como se nada estivesse acontecendo. Quando finalmente olhou para trás, viu que ele havia partido.
null respirou fundo, sentindo o peso da decisão que acabara de tomar. Não precisava mais disso. Ele já não tinha mais poder sobre ela, sobre sua vida.
Deixou o copo sobre a bancada e o observou entrar no carro pela última vez.
null era uma parte do passado dela, algo que já não precisava carregar. Mas ela estava seguindo em frente. Finalmente.



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Nota da autora: Sem nota.

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