Finalizada em: 11/02/2018

Capítulo Único

"Tô doente de saudades."
Pensei duas vezes antes de clicar em enviar. Meus dedos trêmulos não ajudaram a tomar essa decisão, mas sim Tessa, minha melhor amiga desde o primeiro ano do ensino médio.

- Ele vai te responder - ela murmurou, confiante.

Abri um sorriso forçado, tentando pensar positivo como ela. Mas eu sabia bem a realidade. Sentia ela por todo o meu ser: ele não me queria mais.
e eu nos conhecemos depois de nos esbarrarmos no tapete vermelho do seu mais novo filme. Ele estava lindo, claro. E abriu um sorriso cheio de dentes ao perceber o meu nível de constrangimento por ter esbarrado no ator principal sem nem me dar conta disso. Minha câmera profissional pendurada em meu pescoço agora era somente um peso, e meus dedos não conseguiram processar o fato de que eu precisava tirar algumas fotos para a revista. O mundo todo parecia estar em câmera lenta e tudo que importava pra mim no momento era ele e... aquele sorriso.

- Precisa de ajuda? - ele perguntou, ainda sorrindo, enquanto apontava para a Canon em meu pescoço.

Sorri, constrangida.

- P-pode deixar - murmurei, encaixando e arrumando as lentes antes de começar a tirar zilhões de fotos do meu artista principal.

Ele, educado como eu jamais havia imaginado, sorriu e posou para todos os flashes que meus dedos furiosos conseguiram captar. Tentei ignorar o fato de que ele estava concordando em tirar fotos para uma jornalista estreante na carreira que nada mais era do que praticamente uma freelancer de uma revista de fofoca ao invés de estar gastando seu tempo com jornalistas e veículos mais importantes e de grande credibilidade.

- Hm... acho que essas ficaram boas - consegui dizer, constrangida.

Havia algo nele que estavam fazendo com que minhas pernas ficassem em consistência de gelatina, e eu desconfiava que seu sorriso estava fazendo parte do processo.

- Posso saber o seu nome? - ele perguntou.

Meu coração acelerou uma batida e tentei miseravelmente manter minha compostura enquanto assentia fervorosamente antes de responder:

- .
- Bom, , eu meio que tenho que ver o meu filme agora, mas gostaria bastante de tomar um café depois. E já que você é uma jornalista e sabe bem como ser crítica, acredito que seja uma boa ideia conversarmos bastante a respeito do longa que está estreando hoje. O que me diz?

Arregalei os olhos diante do seu pedido descarado em me chamar pra sair. queria que eu o acompanhasse em um café? Eu havia escutado direito mesmo?

- Hã... sim. Claro! - dei de ombros, tentando fingir alguma indiferença.

Depois que o filme acabou e meus pés reclamavam sem parar da péssima escolha de saltos que eu havia feito, lá estava ele, lindo e sorridente me esperando em uma das ruas de Los Angeles, seu carro com a porta aberta em um claro convite.
Eu sabia que não deveria entrar. Mas entrei mesmo assim.
E não me arrependo.
Tomamos o café e mal conseguimos conter as risadas. Ao fim da noite ele me deixou em casa e trocamos os telefones, e não consegui evitar soltar um suspiro ao perceber todas as mensagens fofas que ele havia mandado pro meu celular.
Talvez o meu real problema tivesse acontecido aí. era encantador e sabia bem como conquistar uma garota. Passamos a sair todos os dias, fosse pra tomar um café, almoçar, passear na praia ou mesmo em eventos obrigatórios que ele precisava comparecer e podia levar uma acompanhante.
Pouco a pouco nossa amizade acabou evoluindo para algo cada vez maior e mais intenso. Logo nós éramos inseparáveis, e nem mesmo todas as intrigas e fofocas nas revistas conseguiam nos separar mais. era o namorado perfeito e compreensível que eu nunca imaginei que poderia ter, e confesso ter achado em um certo momento que realmente éramos inabaláveis.
Até eu receber aquela maldita proposta de emprego.
Como uma jornalista recém-formada que trabalha em revistas teen, eu não poderia negar que almejava algo maior pra minha carreira. Entretanto, o que eu não esperava era a carta de recomendação que um dos meus professores havia enviado para o The New York Time. E que muito menos um deles se dignaria a me chamar para uma entrevista.

- Você precisa ir, ! É a chance da sua vida - Tessa argumentou quando eu cogitei em não comparecer. - O vai entender.

E com essas palavras, eu fui até New York. Não esperava muita coisa, mas acabei saindo dali com uma grande proposta de emprego. Colunista junior de entretenimento, recebendo praticamente o triplo do que eu já ganhava na revista. Não pensei muito na hora e fiz o que qualquer ser humano são faria: aceitei.
Mais tarde, de volta a Los Angeles, preparei um jantar para em sua casa gigante e o preparei para a notícia que iria abalar as nossas vidas.

- Eu estou me mudando pra Nova York - soltei, deixando que o sushi caísse de volta no prato. - Recebi uma proposta do The New York Times.

Ele engoliu em seco, me encarando sem piscar.

- Por que não me disse nada antes?

Cocei a garganta, dando de ombros.

- Não sabia se iria conseguir o emprego e não queria te aborrecer com uma mera possibilidade.

Abaixei o olhar, não a tempo de vê-lo colocar sua comida de lado e correr até mim.
segurou meu queixo e me encarou com aqueles olhos brincalhões, enquanto me prometia:

- Vamos dar um jeito, meu amor. Não se preocupe. Não iremos mudar.

Quando nos beijamos aquela noite, eu deveria ter desconfiado. Tinha sido fácil demais.
Vem fácil, vai fácil. Não é isso que dizem?
Agora sentada no meu apartamento com vista para o Central Park essa frase faz mais sentido do que nunca. Ao lado do sofá, uma revista da antiga em que eu trabalhava mostra na capa o que quase me fez chorar de dor no meio da rua: e Zendaya estão em um possível relacionamento sério!
A colunista explica na matéria, recheada de fotos, que os dois supostos "pombinhos" vinham tendo encontros românticos há quase um mês, e que pareciam realmente apaixonados. Na hora quase não acreditei, mas então todos os "compromissos" que meu quase-futuro-ex-namorado tinham e que o impediam de falar ao telefone comigo lhe permitiam sair para encontros? Isso não fazia sentido.
Tessa veio correndo me visitar quando soube da notícia, e não parou de tentar arranjar desculpas para o que o canalha fez. Ela até me convenceu a enviar a tal mensagem, que continuava sem resposta mesmo quase trinta minutos depois.

- Chega! - reclamei, me pondo de pé. - Fiquei trancada nesse apartamento durante todos esses meses contando os dias pra ir até Los Angeles e é assim que eu sou tratada? Tudo bem. Se ele quer seguir com a vida dele, eu também vou seguir com a minha!

Tessa arregalou os olhos, me acompanhando até o quarto.

- Vai fazer o quê, amiga? Não pense em nenhuma loucura de cabeça quente!

Abri um sorrisinho devasso enquanto escolho um vestidinho preto curto pra mim e jogo em direção a Tessa um de mesmo comprimento só que azul.

- Se veste. Temos uma festa pra ir!

(...)

- . ! - minha amiga me grita enquanto um outro desconhecido tenta me chamar pra dançar. - , PARA COM ISSO E VAMOS PRA CASA!
- Ah, nãããããoooooo! - reclamo, dando mais um gole na bebida que eu havia pedido. - Para de ser chata!
- , vamos, antes que você faça algo de que se arrependa!

Me virei pra ela, irritada.

- Não vou me arrepender de nada que fizer! Ele me traiu, Tessa. ME TRAIU! E eu posso retribuir na mesma moeda...
- Para de falar besteira! O não traiu você! Qual é, , você já trabalhou pra aquela revista, sabe como eles são sensacionalistas!
- Eles poderiam ter inventado tudo, é verdade, mas e as fotos? As fotos são o que me deixam mais triste. Por que ele não terminou comigo antes? Podia ser até por telefone, sabe, eu não ligaria! Mas ele nem se importou em sequer dar um ponto final na nossa história antes de sair com outras mulheres. Não adianta defender ele. Eu não acredito mais.

Virei-me para o barman, pedindo mais um copo de vodka com coca-cola. Eu iria beber até esquecer todos os meus problemas, nem que isso fosse impossível.
Três copos vazios depois e uma sensação ruim na boca, fui chamada para dançar por um dos caras mais gatos da balada.

- Claro. Por quê não? - dei de ombros, seguindo-o para a pista de dança.

O rapaz, que logo em seguida descobri se chamar Jeff, era um frequentador assíduo da boate. E também não era pra menos: o pai dele era o dono! Dançamos a noite toda e não pude ficar mais agradecida por ter sido chamada pra dançar por ele. Tínhamos uma boa química juntos e Jeff era um garoto muito divertido e charmoso.

- , precisamos ir! - Tessa me chama, puxando-me pela mão.

Jeff, confuso, abriu um sorriso hesitante.

- Por que ela precisa ir? Posso levá-la mais tarde. Ou se ela preferir, podemos ir pra minha casa...

Um calafrio percorreu toda a minha espinha, mas balancei a cabeça, nervosa. Apesar de estar brava o suficiente com para terminar nosso namoro, não iria conseguir ir muito longe com Jeff. Eu ainda estava apaixonada por outro.

- Ela tem razão, Jeff. É melhor irmos - me inclinei e dei um beijinho em sua bochecha.

Ele não tentou me impedir, mas me convenceu a passar meu número de telefone. Quem sabe isso não iria resultar em uma nova história?
Minha amiga não olhou pra trás, mas sabia que eu estava a seguindo antes mesmo de deixar o local. Ao sairmos da balada o ar frio da noite de Manhattan pegou meu rosto, e me encolhi ainda mais contra o meu casaco.

- O que acha de pegar um táxi? - sugeriu, parecendo nervosa.

Apenas assenti. A bebida estava começando a cair mal.
Resolvemos ir andando até o ponto de táxi, e quase dei um pulo ao sentir o celular vibrando no meu bolso. O barulho estridente de "Issues" quase fez Tessa se desequilibrar do salto enquanto andávamos pela rua deserta de madrugada.

- Guarda isso aí, louca. Se formos assaltadas e mortas aqui...

Revirei os olhos, tentando pescar o telefone da minha bolsa.

- Relaxa, Tessa. Qualquer coisa a gente grita.
- Vão muito vir socorrer a gente de madrugada...
- New York é a cidade que nunca dorme, mulher! Para de se preocupar tanto - reprimi uma risada até ler o nome no visor.

Uma chamada perdida de .

- Tessa! - chamei, mortificada.

Ela ainda sorria, franzindo o cenho.

- O que foi?

Balancei a cabeça, sem entender mais nada.

- A-acho que o me ligou.
Ela deu um gritinho, correndo pra perto de mim.

- Tem certeza?

Assenti, mostrando a chamada perdida.
Minha amiga mordeu o lábio, receosa.

- Vamos andando. É melhor não ficarmos paradas por aqui por muito tempo - foi sua única resposta.

Concordei a contragosto, ainda sentindo todo o impacto que aquela ligação tinha em mim. Meus pés pareciam feitos de gelatina e não ajudavam em nada os saltos enormes que agora cobravam seu preço.
Perdi uma batida ao sentir o celular tocando novamente em minha mão. Tessa, em minha frente, se virou.

- Eu acho que você deveria atender.
- Não tenho tanta certeza...
- Qual é, . Ele merece contar o lado dele da história.

Estreitei os olhos em sua direção, desconfiada.

- Você anda defendendo muito ele ultimamente...

Minha amiga revirou os olhos, tomando o aparelho das minhas mãos.

- Só quero que as coisas se resolvam logo.

E então apertou em "aceitar ligação".
Droga.
Peguei o telefone de sua mão hesitante, sentindo o coração acelerar ao escutar aquela voz que um dia me fez tão feliz.

- ?

Fechei os olhos, tentando reprimir meus sentimentos.
Não vou chorar. Não vou chorar. Não vou chorar.

- .
Ouvi um suspiro de alívio do outro lado da linha.

- Estava com muito medo de que você não me atendesse.
- E quase não atendi mesmo.

Silêncio mortal.

- Eu quero que saiba que Zendaya e eu somos apenas amigos, eu juro. Estamos saindo mais em público por causa da publicidade do filme, mas não é nada mais do que isso!
- Como se eu fosse burra o suficiente pra acreditar nisso, ! Eu vi todas as fotos. VI COM MEUS PRÓPRIOS OLHOS!
- É isso que eu tô tentando te falar. Eu te amo, . Jamais trairia você! Não consigo parar de pensar em você um minuto sequer do meu dia - ele parecia exasperado.

Soltei uma risada irônica, sentindo as minhas lágrimas lutarem para sair.

- É muito engraçado você dizer isso agora - murmurei, emotiva. - Sendo que na realidade desde que me mudei só tenho percebido você se afastando de mim.

Foi nessa hora que um táxi amarelo parou do nosso lado, graças a Tessa que continuava focada em nos levar em segurança para casa.
Entrei no carro enquanto respondia:

- Sei que foi essa a impressão que deu. Mas com a imprensa em cima de mim por causa do novo filme e dos outros compromissos que eu tinha eu mal tinha tempo de viver. Mas isso não significa que deixei de te amar por causa disso. Mesmo em Los Angeles nos víamos pouco ultimamente...
- Mas você ao menos se importava! - o carro deu partida, mostrando uma New York poeticamente bonita entre borrões de pingos de chuva. - Hoje mal me manda mensagem, mal me liga... e nem ao menos sabe onde eu moro! Caramba, , eu já estou aqui a três meses e nem no meu apartamento você sabe chegar sozinho. Nunca se importou em vir até aqui.
- Eu realmente nunca fui até aí. Mas dizer que não me importo? Pedi a Tessa todas as coordenadas da sua rua, fotos de todos os cômodos do seu apartamento e até mexi uns pauzinhos pra descobrir algumas coisas sobre os seus vizinhos. O rapaz do 67, por exemplo, já foi preso uma vez por porte de drogas. E é claro que eu sei chegar até você, ! Eu já decorei: São 5km, 7 sinais, 20 esquinas, 2 hospitais, isso se formos direto do aeroporto. E ao chegar ao seu prédio são mais 7 andares.
Prendi a respiração, encarando Tessa profundamente. Minha amiga apenas deu de ombros, com uma cara de culpada.
O táxi estacionou em frente ao nosso prédio.

- Não sei o que dizer - respondi, nervosa.

Ele... ele se importava tanto assim?

- Não precisa dizer nada, meu amor. Agora.

encerrou a ligação, me deixando ainda mais confusa. Esse garoto era bem estranho às vezes.
O meu apartamento nunca havia sido tão aconchegante antes, e fui até meu quarto jogando as roupas úmidas por toda a casa. Tessa resmungou que iria tomar um banho e eu apenas murmurei em concordância.
Tirei minha blusa e o short, jogando-os em cima da cama. Estava distraída o suficiente para que não notasse o que estava ali.

- Vou confessar que estou gostando bastante do show - resmungou, me fazendo dar um pulo.
- ?! Tá fazendo o quê aqui?

Ele pareceu decido ao dizer:

- Vim buscar minha mulher de volta.

Senti uma fisgada no meio das pernas ao ouvi-lo tão possessivo. Nunca tínhamos sido assim antes.

- Como conseguiu entrar aqui?

Ele abriu um sorriso malicioso, hesitante.

- Acha mesmo que eu iria conseguir todas aquelas informações e não iria me preocupar em ter uma cópia da chave?

Tentei ignorar a pontada de esperança que senti e continuei firme:

- O que veio fazer aqui em New York? Divulgar mais uma vez o seu filmezinho? - o tom de desdém era explícito em minha voz.

respirou fundo, andando calmamente em minha direção.

- Eu vim aqui por você, . Só por você. Apesar de ter outros compromissos por aqui durante esse mês.
- M-mês? - murmurei, mortificada.

Ele apenas assentiu, me encurralando contra a parede.

- São compromissos bem tranquilos. Vou ser todo seu por um bom tempo... - se inclinou perto o suficiente para que sua respiração se mesclasse com a minha.

Fechei os olhos, tentando combater todas aquelas sensações. Eu não podia ceder tão fácil assim, podia?

- Que compromissos? - forcei minha voz a sair enquanto ficava a centímetros do meu pescoço.

Ele depositou um beijo sôfrego ali, e eu evitei suspirar alto demais.

- Coisas da vida... - ele desconversou, segurando minha cintura com força.
- Me diz logo o que é, .

Ele, lentamente, se afastou de mim para que ficássemos de frente um para o outro.

- Estou atrás de um apartamento na cidade.

Arregalei os olhos.

- Vai se mudar pra cá?

Ele deu de ombros, abrindo o sorriso que um dia me fez ficar completamente apaixonada por esse homem.

- Você é a minha casa, . Onde você estiver é onde eu devo estar. Pra ser honesto eu já comprei o apartamento. Fica no centro da cidade e é bem perto do seu trabalho. As reformas vão acabar durante esse mês, então vim até aqui pra inspecionar tudo de perto.

Soltei uma risada alta, abraçando-o com força sem conseguir acreditar que tudo na minha vida de repente havia ficado perfeito!

- Seu maluco! Fez tudo isso sozinho? Por quê?
- Nhá, não sozinho. A Tessa me ajudou. Eu não queria te estressar porque você já estava muito sobrecarregada por causa do novo emprego e da mudança, e é claro, fazer surpresa. O que me diz?

Abri mais um sorriso, aproximando-o o suficiente para lhe dar um beijo longo e lento, daqueles que fazem seu corpo inteiro se arrepiar.

- Wow. Você está só de roupas íntimas e eu tô ficando em uma situação hm... um pouco dura agora - ele fez piada, nos tirando do transe.

Eu ri em resposta, agarrando seus cabelos.

- Acho que deveríamos ver um filme, então. Sabe, pra acalmar você um pouquinho...

Ele jogou a cabeça pra trás, risonho.

- Ação, romance ou suspense. A escolha é sua. O filme é só pra arrumar desculpa mesmo.
- ! - o repreendi, sendo surpreendida por mais um de seus beijos.

Agarrei seus cabelos, sentindo seus lábios descerem por todo o meu pescoço enquanto suas mãos brincavam com minhas partes mais íntimas.
Gemi alto, me sentindo completa como há muito tempo eu não me sentia. E tudo graças a ... a vida às vezes é cheia de mal entendidos, não é mesmo?
Inclinei-me pra frente, a fim de desligar o abajur que levava ao quarto uma coloração laranja.
Afinal, esse show não precisava de luz.





Fim!



Nota da autora: Ufa! Vou dizer que foi o texto mais complicado pra sair hehehe, a música 5km traz muitas possibilidades. Mas espero que tenham curtido! Beijinhos <3


Irmãos Por Acaso
Outros/Em Andamento
Boys
Shortfic/Outros/Finalizada


Nota da beta: Nhaaa que fofurinha essa fic, eu amei, bebê! <3

Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.


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