Capítulo Único
14 de setembro de 2025. San Francisco.
Troy respirava aliviado depois de entrar no bar perto do seu trabalho. O alívio era por aquele dia de trabalho ter terminado, mas também por ter conseguido chegar ao local mais rápido do que esperava. Temia que pelo horário as ruas estivessem movimentadas demais, mas estavam tranquilas, um tranquilo estranho no qual ele fazia tempo não sentir. Entrou no estabelecimento sozinho, deu uma boa olhada ao redor, sentou-se perto do balcão e pediu a cerveja que sempre bebia. Ele não tinha muito costume de frequentar lugares com seus colegas de trabalho.
Ele se considerava uma pessoa mais reservada, nem sempre havia sido assim, talvez, se ele contasse para alguém, ninguém acreditaria que ele fora o menino mais popular da época do colégio devido ao seu carisma, as coisas haviam mudado mesmo. E quase como se o destino estivesse arquitetando tudo, seus pensamentos sobre o colegial pareciam ter se concretizado na sua frente já que a risada e a pessoa que o tornou tão importante estavam ali, na mesma cidade, no mesmo local que ele, e se ela não o tivesse chamado, ele acharia que aquilo tudo não era verdade.
— Ai, meu Deus, Troy, eu não acredito que é você mesmo!
— Gabriela, meu Deus.
Ele se levantou, a abraçando, tomando como convite sinal os braços abertos dela. Depois de um longo abraço, ela se soltou no banco ao lado do que ele estava, fazendo-o se sentar também.
— Faz tanto tempo.
— 17 anos.
— 17 anos, Troy, meu Deus, como o tempo passou tão rápido. Você ainda está muito parecido com a época do colegial.
— Eu vou encarar isso como um elogio, você não mudou nada, Gabriela, continua linda.
Ela desviou o olhar para o balcão, fazia tempo que não escutava aquele elogio e nunca pensou escutar novamente daquele que acelerava seu coração na época de adolescência e que continuou acelerando nos primeiros anos da faculdade, mesmo que a vida tenha dado suas curvas, fazendo-os não permanecerem juntos, mas o efeito que Troy lhe causava nunca foi apagado.
— Obrigada. Então, como você está indo?
— Ah, bem, eu trabalho aqui perto, acabei seguindo para uma carreira que nunca esperava. Ainda falo com o Chad, estou solteiro, nunca me casei nem nada.
Ela riu.
— Ah, perdão! Eu falei coisas desnecessárias, né? É que fiz um resumo de todos os aspectos da minha vida.
— Não, não, eu gostei, só achei um engraçado fofo que consegui saber mais sobre a sua vida em 30 segundos, do que nos últimos anos.
Os dois acabaram rindo.
— Nessa era digital, onde temos tudo sobre as nossas vidas na internet, é uma surpresa mesmo.
— Sim, é mesmo. Bom, acho que agora é a minha vez. Eu estou na cidade por conta de um cliente, eu não mantenho contato com ninguém do colegial infelizmente, também estou solteira, cheguei a me casar, mas me separei a alguns meses.
— Ora, ora, Gabriela, guarda um pouco de informação para depois.
Ele riu, recebendo um leve tapa no seu ombro em seguida de reação, parecia que nunca tinham parado de se falar, parecia que ainda eram adolescentes.
— O que aconteceu com a gente, hein, Troy? A gente fazia uma bela dupla, a gente se entendia super bem, você chegou até ir para a faculdade próxima a minha, até hoje eu não esqueço isso. — Assim que terminou a fala, o olhou, esperando a resposta, mais ansiosa do que talvez devesse estar.
— Eu queria saber explicar perfeitamente, acredite, mas eu acho que certas coisas simplesmente não têm explicações. Eu adorei estudar onde estudei, acho que fomos indo e, quando vimos, mesmo estando “perto”, estávamos muito focados em outras coisas.
— Acho que pode ter sido isso mesmo.
A conversa se encaminhou para manter um leve clima de silencio entre eles, mas não tinha como, não quando eles se sentiam tão bem na presença um do outro.
— Mas parece que você se deu bem, conquistou suas coisas, eu e o East High inteiro sabíamos que isso ia acontecer.
— Ah! Eu trabalho como advogada, a faculdade de direito foi ótima, então eu só queria ter aproveitado mais as coisas, inclusive no ensino médio.
— Eu sempre acreditei que eu e você tínhamos que aproveitar o máximo que pudéssemos, e eu acho que, de certa forma, fizemos isso.
Gabriela, que estava com um dos cotovelos apoiados no balcão enquanto deixava sua cabeça relaxar apoiada na sua mão, sorriu pelas palavras de Troy, afinal, se sentia da mesma forma.
— Lembra daquela música que cantamos naquele verão que trabalhamos no clube de férias onde os pais da Sharpay eram sócios?
Ele assentiu com a cabeça, querendo entender onde aquilo ia parar.
— Na música dizia “porque esse momento é tudo o que temos” e, se eu soubesse naquela época o que sei agora, mesmo tendo sido ótimo, acho que teria aproveitado nossos momentos com mais intensidade.
— Eu não.
Ela o olhou confusa, pela súbita negação de sua parte.
— Eu sempre achei nossos momentos perfeitos, como se todos eles se encaixassem, se complementassem de forma certa, como se não pudessem mudar nada. Eu não mudaria nada.
— Uau... E ainda falavam que eu era a mais inteligente da sala.
A conversa entre eles durou a noite inteira. Troy, pela primeira vez, saiu do bar somente quando ele estava fechando e acompanhado dessa vez, e Gabriela, pela primeira vez, permaneceu mais de meia hora naquele tipo de estabelecimento porque realmente queria e não por conta de alguma convenção social de algum dos seus clientes. Eles poderiam fazer aquilo todos os dias, ficar na companhia um do outro, conversando por horas. E talvez fizessem, talvez precisassem voltar a ser um pouco como o Gabriela e o Troy do East High.
2 anos depois
Troy enxergava tudo embaçado, sabia que eram por conta das lágrimas de emoção que escorriam pelo seu rosto. Mas não queria aquilo, queria enxergar aquele momento com perfeita clareza, queria memorizar cada mínimo detalhe daquele momento, cada passo dela caminhando até ele. Quem conhecia os dois da época da escola, sabia que aquela cerimonia não poderia ser mais Troy e Gabriela do que estava sendo.
Todos estavam presentes ali prestigiando o momento. Como a mãe do Troy disse quando ele lhe contou que havia reencontrado seu amor do colegial: “Eu sabia que uma hora isso acontecer, vocês tinham que ficar juntos”, e esse era um pensamento completamente compartilhado com todos convidados ali. Ele a olhou com emoção assim que ela parou na sua frente. A cerimônia seguiu depois dele sussurrar um “você está linda”, reparando no colar que ela usava, o mesmo que ele havia lhe dado antes do recesso antes do último ano, com o “T” de Troy, e o homem sorriu mais abertamente por isso.
— Vocês podem falar seus votos agora.
Gabriela começou, e enquanto ele escutava cada uma daquelas palavras, seu coração se enchia de amor e, mais uma vez, ele teve certeza de que não mudaria nada na histórias deles, nada se tudo aquilo os trouxesse para aquele momento. Quando ela terminou, ele quase não conseguiu se segurar para não beijá-la, mas pegou o papel com seus próprios votos e começou a falar.
— Gabriela, a gente se encontrou há alguns anos atrás, e a forma como a gente se encontrou ocorreu como todas as coisas extraordinárias que acontecem nas nossas vidas: de surpresa, era um dia comum, do qual eu não esperava nada e você apareceu. Desde então, muitas outras coisas extraordinárias aconteceram na minha vida por sua causa também. — Ele segurava suas mãos e a olhava profunda e apaixonadamente. — Passamos mais anos separados do que juntos, mas eu espero mudar isso, fazer isso durar para sempre e nunca olhar para trás. É a nossa vez, Gabriela, e eu estou amando onde estamos. A gente não esteve todos os dias juntos, mas eu te prometo que, a partir de hoje, todos os dias das nossas vidas eu quero te encontrar lá, quero te segurar firme, todos os dias, a partir de agora, eu vou pegar sua mãe e vamos celebrar juntos cada coisa do nosso dia a dia. Não quero te perder mais, que bom que ouvimos nossos corações e estamos aqui hoje, porque eu quero viver isso todos os dias.
Os votos dele terminaram e ela pareceu não se conter. O beijou antes que lhe fossem permitidos, estava completamente extasiada, eles se sentiam completamente felizes, parecia uma história de filme, o amor do colegial que, mesmo com o passar dos anos, se reencontrou e deu certo. Eles sabiam que seriam felizes e que sustentariam a promessa de manter o que tinham juntos vivo, todos os dias.
Troy respirava aliviado depois de entrar no bar perto do seu trabalho. O alívio era por aquele dia de trabalho ter terminado, mas também por ter conseguido chegar ao local mais rápido do que esperava. Temia que pelo horário as ruas estivessem movimentadas demais, mas estavam tranquilas, um tranquilo estranho no qual ele fazia tempo não sentir. Entrou no estabelecimento sozinho, deu uma boa olhada ao redor, sentou-se perto do balcão e pediu a cerveja que sempre bebia. Ele não tinha muito costume de frequentar lugares com seus colegas de trabalho.
Ele se considerava uma pessoa mais reservada, nem sempre havia sido assim, talvez, se ele contasse para alguém, ninguém acreditaria que ele fora o menino mais popular da época do colégio devido ao seu carisma, as coisas haviam mudado mesmo. E quase como se o destino estivesse arquitetando tudo, seus pensamentos sobre o colegial pareciam ter se concretizado na sua frente já que a risada e a pessoa que o tornou tão importante estavam ali, na mesma cidade, no mesmo local que ele, e se ela não o tivesse chamado, ele acharia que aquilo tudo não era verdade.
— Ai, meu Deus, Troy, eu não acredito que é você mesmo!
— Gabriela, meu Deus.
Ele se levantou, a abraçando, tomando como convite sinal os braços abertos dela. Depois de um longo abraço, ela se soltou no banco ao lado do que ele estava, fazendo-o se sentar também.
— Faz tanto tempo.
— 17 anos.
— 17 anos, Troy, meu Deus, como o tempo passou tão rápido. Você ainda está muito parecido com a época do colegial.
— Eu vou encarar isso como um elogio, você não mudou nada, Gabriela, continua linda.
Ela desviou o olhar para o balcão, fazia tempo que não escutava aquele elogio e nunca pensou escutar novamente daquele que acelerava seu coração na época de adolescência e que continuou acelerando nos primeiros anos da faculdade, mesmo que a vida tenha dado suas curvas, fazendo-os não permanecerem juntos, mas o efeito que Troy lhe causava nunca foi apagado.
— Obrigada. Então, como você está indo?
— Ah, bem, eu trabalho aqui perto, acabei seguindo para uma carreira que nunca esperava. Ainda falo com o Chad, estou solteiro, nunca me casei nem nada.
Ela riu.
— Ah, perdão! Eu falei coisas desnecessárias, né? É que fiz um resumo de todos os aspectos da minha vida.
— Não, não, eu gostei, só achei um engraçado fofo que consegui saber mais sobre a sua vida em 30 segundos, do que nos últimos anos.
Os dois acabaram rindo.
— Nessa era digital, onde temos tudo sobre as nossas vidas na internet, é uma surpresa mesmo.
— Sim, é mesmo. Bom, acho que agora é a minha vez. Eu estou na cidade por conta de um cliente, eu não mantenho contato com ninguém do colegial infelizmente, também estou solteira, cheguei a me casar, mas me separei a alguns meses.
— Ora, ora, Gabriela, guarda um pouco de informação para depois.
Ele riu, recebendo um leve tapa no seu ombro em seguida de reação, parecia que nunca tinham parado de se falar, parecia que ainda eram adolescentes.
— O que aconteceu com a gente, hein, Troy? A gente fazia uma bela dupla, a gente se entendia super bem, você chegou até ir para a faculdade próxima a minha, até hoje eu não esqueço isso. — Assim que terminou a fala, o olhou, esperando a resposta, mais ansiosa do que talvez devesse estar.
— Eu queria saber explicar perfeitamente, acredite, mas eu acho que certas coisas simplesmente não têm explicações. Eu adorei estudar onde estudei, acho que fomos indo e, quando vimos, mesmo estando “perto”, estávamos muito focados em outras coisas.
— Acho que pode ter sido isso mesmo.
A conversa se encaminhou para manter um leve clima de silencio entre eles, mas não tinha como, não quando eles se sentiam tão bem na presença um do outro.
— Mas parece que você se deu bem, conquistou suas coisas, eu e o East High inteiro sabíamos que isso ia acontecer.
— Ah! Eu trabalho como advogada, a faculdade de direito foi ótima, então eu só queria ter aproveitado mais as coisas, inclusive no ensino médio.
— Eu sempre acreditei que eu e você tínhamos que aproveitar o máximo que pudéssemos, e eu acho que, de certa forma, fizemos isso.
Gabriela, que estava com um dos cotovelos apoiados no balcão enquanto deixava sua cabeça relaxar apoiada na sua mão, sorriu pelas palavras de Troy, afinal, se sentia da mesma forma.
— Lembra daquela música que cantamos naquele verão que trabalhamos no clube de férias onde os pais da Sharpay eram sócios?
Ele assentiu com a cabeça, querendo entender onde aquilo ia parar.
— Na música dizia “porque esse momento é tudo o que temos” e, se eu soubesse naquela época o que sei agora, mesmo tendo sido ótimo, acho que teria aproveitado nossos momentos com mais intensidade.
— Eu não.
Ela o olhou confusa, pela súbita negação de sua parte.
— Eu sempre achei nossos momentos perfeitos, como se todos eles se encaixassem, se complementassem de forma certa, como se não pudessem mudar nada. Eu não mudaria nada.
— Uau... E ainda falavam que eu era a mais inteligente da sala.
A conversa entre eles durou a noite inteira. Troy, pela primeira vez, saiu do bar somente quando ele estava fechando e acompanhado dessa vez, e Gabriela, pela primeira vez, permaneceu mais de meia hora naquele tipo de estabelecimento porque realmente queria e não por conta de alguma convenção social de algum dos seus clientes. Eles poderiam fazer aquilo todos os dias, ficar na companhia um do outro, conversando por horas. E talvez fizessem, talvez precisassem voltar a ser um pouco como o Gabriela e o Troy do East High.
2 anos depois
Troy enxergava tudo embaçado, sabia que eram por conta das lágrimas de emoção que escorriam pelo seu rosto. Mas não queria aquilo, queria enxergar aquele momento com perfeita clareza, queria memorizar cada mínimo detalhe daquele momento, cada passo dela caminhando até ele. Quem conhecia os dois da época da escola, sabia que aquela cerimonia não poderia ser mais Troy e Gabriela do que estava sendo.
Todos estavam presentes ali prestigiando o momento. Como a mãe do Troy disse quando ele lhe contou que havia reencontrado seu amor do colegial: “Eu sabia que uma hora isso acontecer, vocês tinham que ficar juntos”, e esse era um pensamento completamente compartilhado com todos convidados ali. Ele a olhou com emoção assim que ela parou na sua frente. A cerimônia seguiu depois dele sussurrar um “você está linda”, reparando no colar que ela usava, o mesmo que ele havia lhe dado antes do recesso antes do último ano, com o “T” de Troy, e o homem sorriu mais abertamente por isso.
— Vocês podem falar seus votos agora.
Gabriela começou, e enquanto ele escutava cada uma daquelas palavras, seu coração se enchia de amor e, mais uma vez, ele teve certeza de que não mudaria nada na histórias deles, nada se tudo aquilo os trouxesse para aquele momento. Quando ela terminou, ele quase não conseguiu se segurar para não beijá-la, mas pegou o papel com seus próprios votos e começou a falar.
— Gabriela, a gente se encontrou há alguns anos atrás, e a forma como a gente se encontrou ocorreu como todas as coisas extraordinárias que acontecem nas nossas vidas: de surpresa, era um dia comum, do qual eu não esperava nada e você apareceu. Desde então, muitas outras coisas extraordinárias aconteceram na minha vida por sua causa também. — Ele segurava suas mãos e a olhava profunda e apaixonadamente. — Passamos mais anos separados do que juntos, mas eu espero mudar isso, fazer isso durar para sempre e nunca olhar para trás. É a nossa vez, Gabriela, e eu estou amando onde estamos. A gente não esteve todos os dias juntos, mas eu te prometo que, a partir de hoje, todos os dias das nossas vidas eu quero te encontrar lá, quero te segurar firme, todos os dias, a partir de agora, eu vou pegar sua mãe e vamos celebrar juntos cada coisa do nosso dia a dia. Não quero te perder mais, que bom que ouvimos nossos corações e estamos aqui hoje, porque eu quero viver isso todos os dias.
Os votos dele terminaram e ela pareceu não se conter. O beijou antes que lhe fossem permitidos, estava completamente extasiada, eles se sentiam completamente felizes, parecia uma história de filme, o amor do colegial que, mesmo com o passar dos anos, se reencontrou e deu certo. Eles sabiam que seriam felizes e que sustentariam a promessa de manter o que tinham juntos vivo, todos os dias.
FIM
Nota da autora: Oiii amores, tudo bem?
Espero que vocês tenham gostado, essa música representa muita coisa pra mim, foi muito marcante na minha adolescência, espero que eu tenha conseguido transmitir as coisas que essa música sempre me transmitiu e continua transmitindo, obrigada para quem leu até aqui <3 <3
Outras Fanfics:
One Chance
01. Start Of Something New (spin off de One Chance)
Immergere
Between Walls
My Universe
Nota da beta: Que história fofinha e com gostinho de infância, combinou perfeitamente com a letra, parabéns!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Espero que vocês tenham gostado, essa música representa muita coisa pra mim, foi muito marcante na minha adolescência, espero que eu tenha conseguido transmitir as coisas que essa música sempre me transmitiu e continua transmitindo, obrigada para quem leu até aqui <3 <3
Outras Fanfics:
One Chance
01. Start Of Something New (spin off de One Chance)
Immergere
Between Walls
My Universe
Nota da beta: Que história fofinha e com gostinho de infância, combinou perfeitamente com a letra, parabéns!
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