Fanfic Finalizada

I

Viajar com a banda era algo que eu amava fazer, uma das minhas partes favoritas era conhecer lugares novos e diferentes. Depois do show em Manchester encontramos um restaurante aconchegante, que estava cheio e parecia impossível não causar uma confusão ali.
– Vamos embora, galera. Vão nos reconhecer e vai dar mer…– Já estava pronto pra dar meia volta quando o cara da recepção veio até nós superanimado.
– Que prazer receber vocês aqui, sejam bem-vindos ao The Garden! – Ele sorriu e nos olhou esperando alguma reação.
– Boa noite, meu querido. Estamos com um probleminha, não temos reserva…– Tristan tomou a frente e foi até o rapaz, apertou sua mão e sorriu simpático.
– Sem problemas, eu dou um jeito! Me acompanhem – O rapaz nos levou até uma mesa perto da janela, eu sentia vários olhares mas já não me importava, era apenas uma das partes do nosso trabalho.
Fizemos nosso pedido e enquanto estávamos esperando nossa bebida, Tristan, meu parceiro de banda atacou novamente.
– Ei, eu vi hoje o querendo uma garota da plateia, pena que o namorado dela apareceu no final do show – Ele disse rindo e fazendo todos rirem também.
– Cala boca, não queria ninguém não, só estava brincando com ela, idiota! – Tentei me defender mas as risadas só aumentaram.
– Nem vem, …– Connor continuou a rir e apontou pra mim – Eu vi a sua cara quando o namorado dela apareceu, deu até dó.
– Precisamos te animar, meu querido – Tristan me abraçou de lado e sorriu indicando com a cabeça pra frente – E já sei como…
Olhei para frente e vi no bar do restaurante uma mulher linda, com um vestido preto que marcava suas curvas incríveis, salto alto e um sorriso lindo.
– Pra te animar, meu caro… E animar essa noite: Te desafio a ir lá falar com aquela belíssima dama, pagar um drink pra ela ou algo do gênero – Tristan começou a falar e eu ri nervoso, ele só podia querer me ferrar, não era possível.
– Nem vem, Tristan! Você sabe que odeio essas brincadeiras idiotas.
– Se ela aceitar jantar ou tomar um drink com você, eu fico sem encher seu saco por um bom tempo – Ele me ignorou e continuou a falar, Connor riu e chegou com o rosto ainda mais perto de mim.
– Se eu fosse você, pelo menos, tentava, está chegando o Halloween e ele vai querer te arrastar pra algum lugar – Connor pontuou algo importante, nessa época do ano Tristan gostava de me levar em várias festas, me apresentar várias mulheres e eu já estava enjoado dessa mesma rotina.
Olhei mais uma vez para o bar e ela continuava ali sozinha, mexendo em seu celular meio alheia a tudo, não podia negar que ela era bonita e me livrar do Tristan querendo me empurrar alguém a toda hora não era nada mal. Estendi minha mão pra ele e selei nosso compromisso, Tristan sorriu orgulhoso enquanto eu apenas rolava os olhos.
Fui até o bar do restaurante, sentei perto dela e a observei, os lábios dela pintados de um vermelho-escuro e sensual, me chamavam atenção e tomei coragem pra falar com ela:
– Boa noite, você está sozinha? Posso te fazer companhia se q..
Dei meu melhor sorriso quando ela se virou e me olhou meio impaciente.
– Não, obrigada!
Ela se virou novamente para a frente e seu celular vibrou, a vi bufar e começar a digitar furiosamente, já estava prestes a tentar falar com ela novamente quando um cara que veio da cozinha se aproximou de nós.
– Chef, precisamos de você lá dentro – O rapaz disse baixo, mas consegui ouvir, ela virou a tela do celular pra baixo por um segundo, respirou fundo e levantou, seguiu para o que eu acreditava ser a cozinha. Olhei ao redor e vi um cardápio, na capa de couro li o nome do restaurante: The Garden e mais embaixo o nome da Chef: .
Voltei pra mesa pronto pra ser zoado pelos meus amigos, mas satisfeito em ao menos saber o nome daquela linda mulher.
– Nós vimos o quanto ela ficou feliz…– James disse e eu sorri fechado pra ele, vendo Tristan rir ainda mais.
– Não foi dessa vez, – Connor deu um tapinha em meu ombro, eu dei de ombros antes de dizer:
– Valeu a pena, seus idiotas
Nossa comida chegou e a mesa finalmente focou em algo que valia a pena, cada garfada parecia ainda melhor que a anterior e eu gostaria de saber mais sobre a Chef daquele restaurante.
Ainda tínhamos um dia em Manchester antes de voltar a Londres e aquela mulher não me saía da cabeça, em um impulso resolvi arriscar e à noite voltei naquele restaurante, pronto para tentar mais uma vez. Desta vez sem nenhuma plateia.
! Seja bem-vindo – O rapaz da recepção me recebeu calorosamente e eu sorri pra ele, sendo o mais simpático possível.
– Posso ficar no bar hoje? Não quero uma mesa, se não for atrapalhar, claro.
– Ah, imagina, claro que sim! Quando estiver pronto para pedir é só chamar – Ele me acompanhou até o bar, ali era mais discreto e me parecia perfeito.
Depois de ter feito meu pedido, estava conversando com o barman quando eu a vi mais uma vez, desta vez ela estava de doma branca e uma faixa no cabelo preso, sem nenhuma maquiagem e tão linda quanto ontem. Ela tinha acabado de sair da cozinha e olhava pelo salão a procura de alguma coisa, reparei no recepcionista apontando pra mim e ri sem querer, vendo ela voltar pra cozinha.
Meu pedido chegou e estava tão maravilhoso quanto o prato de ontem, assim como a sobremesa que era ótima. Pedi mais um drink, a vi sair da cozinha e vir na minha direção por dentro do bar.
– Espero que tenha aproveitado o jantar! – Ela disse me olhando desconfiada e eu sorri abertamente.
– Estava tudo impecável, como ontem. Parabéns, Chef! – Meu drink chegou e olhei pra ela – Me acompanha?
Ela negou com a cabeça e eu apenas assenti, sorrindo em seguida.
– Fico feliz que tenha gostado e voltado…– Ela parecia sem graça com a situação e eu só queria uma chance de falar com ela, nada demais – Ontem não fui das mais simpáticas e vo…
– Não tem problema, mas aproveitando que está aqui, desculpe se fui muito inconveniente – Sorri de lado e a vi relaxar os ombros um pouco, chegando mais perto de mim – Meus amigos ficaram pegando no meu pé pra eu vir falar com você ontem – Confessei vendo ela colocar a mão na boca e rir.
– O mesmo que o Johnny está fazendo comigo agora: “Se você não cumprimentar , eu me demito!” – Ela apontou o recepcionista com a cabeça e eu ri jogando a cabeça pra trás.
– Te entendo! Mas acho que não foi tão ruim assim, ao menos agora já sei onde fica o melhor restaurante de Manchester! – Pisquei pra ela que sorriu tímida agradecendo.
– Obrigada, fugiu dos seus amigos hoje? – Tomei um gole do meu drink e balancei a cabeça em resposta.
– Resolvi aproveitar um pouco mais, logo voltamos pra estrada e aí fica impossível – Dei uma piscada pra ela que sorriu e estendeu a mão pra mim.
, prazer!
! – Me levantei e a cumprimentei com um beijo no rosto, não podia perder aquela chance e senti ela sorrindo logo depois.
– Foi um prazer, ! Volte mais vezes quando puder – Ela disse baixo, perto do meu rosto e me deixou com vontade de tê-la ainda mais perto – Preciso voltar para a cozinha, até mais!
Continuei a observá-la se afastar e só queria mais, queria tê-la fora dali, ver como ela era de verdade e desta vez o destino parecia estar ao meu lado. Depois que paguei a conta, fui até a saída do restaurante e encontrei o recepcionista, mais sorridente ainda do que quando eu cheguei, ele veio até mim e entregou um papel dobrado.
– Ela sai às dez, não diga que fui eu! – Deu uma piscadinha e voltou para trás de sua bancada.
Voltei para o hotel muito feliz por ter o que precisava, mal via a hora que finalmente poderia voltar a falar com ela. Me arrumei e às nove e meia, pouco antes de chegar ao restaurante, mandei uma mensagem para .
“Boa noite, Chef! Aqui é o … O que me diz da gente tomar um drink hj?”
“Oi, . De hoje mais cedo?”
“Esse mesmo! Estou por perto, podemos nos encontrar?”
Depois de alguns minutos ela me respondeu aceitando, me passou o endereço da sua casa e marcamos às 22:30. Decidimos ir tomar um drink em um bar no centro da cidade, aconchegante e pouco iluminado, perfeito pra que ninguém me reconhecesse ali.
estava com um vestido verde escuro tão sedutor quanto o da noite passada, saltos altos, batom vermelho-escuro e um perfume que me deixou inebriado e ansioso para sentir ele ainda mais de perto. Estava com uma camisa preta, calça jeans escura, jaqueta de couro preta e sapatos marrons. Tristan quando me viu saindo quase não me deixou passar pra ficar me interrogando sobre onde eu estava indo.
Quando chegamos ao bar a conduzi pro terraço que eu sabia que tinha ali, o que deixava a noite ainda mais especial e reservada.
– Aqui é realmente um lugar lindo… E a comida é ótima – disse se sentando ao meu lado no sofá, chamamos o garçom e fizemos nosso pedido.
– Experimenta esse molho…– Ela misturou os dois molhos que pedimos, peguei uma batata frita e mergulhei ali, ficou me observando enquanto eu sentia o gosto maravilhoso daquela mistura inédita.
– UAU, o que é isso? – Perguntei comendo mais uma e ela sorriu tímida, antes de comer também.
– Gosto de misturar muitas coisas, eu sempre vim aqui e um belo dia experimentei comer os petiscos assim – Ela disse baixo como um segredo e eu ri, concordando com a cabeça – Com vinho fica melhor ainda.
Peguei minha taça e brindei com ela que me olhou desconfiada enquanto eu pegava mais um petisco e molhava no molho.
– Acho que só não ganha da comida do seu restaurante, adorei.
– Obrigada, mas o restaurante não é meu, sou só a chef desta temporada – Ela deu de ombros e tomou mais um gole da sua bebida.
– Tenho certeza que ainda vou ver seu nome bem grande em um restaurante por aí – Sorri e dei uma piscadinha, vendo ela rir baixinho e voltar a me olhar desconfiada.
– Que foi? Você fica me olhando desse jeito e não sei se é bom ou ruim.
– Estou surpresa, Johnny encheu tanto o saco porque você é vocalista da banda e blá, blá, blá que eu pensei que teria que fugir no meio da conversa….
– Ei, porque? Só porque sou muito desejado e todos querem um pedacinho – Disse fazendo pose e fingindo arrumar meu cabelo, ela deu um tapinha na minha perna e riu, me deixando ainda mais impressionado.
– Mais ou menos isso, já basta todos os chefes que se acham os maiores presentes dos deuses – Ela rolou os olhos e eu gargalhei jogando a cabeça para trás.
– Oh, não, você quase descobriu meu segredo, poxa – Ela riu tanto do meu jeito dissimulado, parou um tempinho depois me olhando um pouco mais séria.
Ela estava tão perto, a boca tão vermelha pelo vinho que eu me sentia atraído a admirar de perto, coloquei uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e ela sorriu chegando mais perto, seus olhos eram hipnotizantes e quando a envolvi pela cintura eu tinha certeza que era a coisa certa a se fazer, selei nossos lábios devagar e senti o sorriso de antes que eu aprofundasse o beijo, a conexão foi tão forte que eu me sentia ser atingido por leves choques, onde quer que as mãos dela passassem meu corpo correspondia de alguma maneira. Ela riu quando a puxei para mais perto com as mãos em seu pescoço, eu a vi se arrepiar e descer com suas mãos pelos meus ombros, a mão rápida dela invadiu minha camisa e mordeu meu lábio inferior, me deixando levemente desnorteado.
– Vamos sair daqui – Ela soprou em meu ouvido, peguei minha jaqueta e joguei por cima dos ombros dela, pagamos a conta e ela me puxou pela mão, antes que eu pudesse pensar já estávamos a caminho da casa dela.
– Não se acostume… Não sou sempre assim – Ela disse ofegante tirando minha camisa e a jogando em algum canto.
– Sem problemas, …– Tirei seu vestido, vendo o quão linda ela era por baixo dele.
– Ei… – Ela ia me dar algum tipo de bronca mas eu a beijei mais uma vez, ficamos no sofá dela por um bom tempo, depois passamos pra cama e quando amanheceu, e o cheiro de bacon me fez acordar, eu sabia que não me importaria de ficar ali por muitas e muitas horas.
– Bom dia…– Disse do batente da porta, vendo de shorts e camiseta velha, mexendo em uma panela com toda concentração do mundo.
– Minha nossa – Ela levou a mão ao peito e começou a rir – Não faça isso, eu quase me queimei, ! – me olhou de lado e sorriu dando uma conferida nada discreta no meu figurino, estava vestindo apenas minha cueca box.
– Desculpa, . Não quis chegar gritando, pensei que seria pior – Sorri indo até ela que sorriu torto balançando a cabeça de um lado pro outro.
– Você deveria se vestir, sabia? – A abracei por trás e beijei seu pescoço sentindo ela se encolher em meus braços – Algum vizinho pode te ver assim… – Continuei a beijá-la e riu segurando minhas mãos que avançavam para dentro de sua camiseta.
– Vamos tomar café, tô com fome vai – Ela me puxou pra mesa e eu ri vendo ela ficar levemente vermelha, nos sentamos diante daquele banquete incrível que ela preparou e antes que eu pudesse me mexer ela ficou me encarando antes de dizer.
– Depois você vai embora – disse séria e eu a encarei, foi o combinado na noite anterior, nossa única regra.
– Vou…– Peguei uma torrada e senti o olhar dela sobre mim, aquele olhar intenso da noite passada, algo que parecia me prender mais do que eu esperava – Se você quer assim, eu vou!
Começamos a tomar café, e estava tudo tão bom, depois do café e de muitas risadas, tomei banho e comecei a me arrumar pra ir embora, sentindo o olhar de sobre mim o tempo todo. – Então é isso, foi um prazer te conhecer – Me aproximei dela que estava em pé, perto da porta do quarto, peguei em sua cintura e a puxei de leve ouvindo ela rir.
– Digo o mesmo, – Ela soprou em meu ouvido, me puxando para um beijo que tinha o poder de me prender ali, ficaria assim por muito tempo se pudesse, sentindo os dedos dela brincarem com os meus cabelos, enquanto ela sorria.
– Você tem meu número, não esquece – Sussurrei a ela que me abraçou e sorriu se afastando.
– E você também tem o meu, até mais me levou até a porta do seu apartamento e assim que cheguei na rua, sabia que não a esqueceria tão fácil, nem mesmo se quisesse.


II

Manter um relacionamento a distância nunca foi algo que me imaginei fazendo e agora aqui estava eu, morrendo de rir olhando a tela do celular depois de uma ligação de vídeo com .
– Nosso garoto tá mesmo apaixonado – Tristan riu e me jogou uma almofada que estava em seu colo.
– Ah, cala boca – Devolvi a almofada vendo Connor levantar de seu lugar e vir até mim com um sorriso largo no rosto, ele sentou de lado no meu colo e me abraçou pelos ombros.
– Deixa ele curtir, ele tá até mais gostoso depois que voltamos de Manchester – Connor bagunçou todo meu cabelo me zoando e eu o empurrei para o chão.
– Vão dormir… James, uma ajudinha aqui – Pedi vendo ele entrar no estúdio enquanto Connor e Tristan vinham pra cima de mim, tentar me agarrar parecendo dois zumbis idiotas.
, vem me buscar – Connor agarrou minha perna enquanto Tristan tentava beijar meu braço de um jeito muito esquisito e nojento.
, amor, eles querem me pegar – Tristan me imitou e James começou a gargalhar, me deixando sozinho naquela bagunça.
– Idiotaaas – Me desvencilhei dos dois rindo e mostrei o dedo do meio – Sai de mim!
– Sei que faz pouco tempo que estão juntos, mas é legal ver que ela te faz bem – James disse depois que sentei perto do meu violão, comecei a sorrir involuntariamente – Olha essa cara de besta… Só pra aguentar mesmo – Ri e sabia que deveria ter algum tipo de sorriso idiota no meu rosto, isso estava ficando comum pra mim quando se tratava dela.
– Pronto! Já me zoaram o bastante, vamos voltar ao trabalho, por favor? – Olhei para os três que riram mais um pouco até a concentração voltar ao nosso meio.
Já fazia um bom tempo que não conseguia ir ver em Manchester, comentei com ela sobre o aniversário de casamento dos meus pais e ela quis fazer algo especial pra eles. O poder dela sobre mim era algo que nunca vi igual, estávamos a meia hora no telefone e já conseguimos brigar e fazer as pazes, e agora ela estava determinada a me irritar com detalhes sobre comida:
, me ouve… Não vai ter a menor condição de eu encontrar toda essa lista que você pediu, é coisa demais e tem umas especiarias que só minha mãe encontraria – Reclamei olhando mais uma vez os ingredientes que nunca tinha visto na vida.
– Não!!! Sua mãe, não! , meu bem, é um jantar pros seus pais, você não pode pedir que eles comprem os ingredientes…– Ouvi a risada dela e ri junto por saber que iríamos rodar e rodar sem sair do lugar.
– Já tô pensando em mudar esse presente… Que complicação…
– Não seja assim, vai ficar uma delícia, você vai ver… Podemos fazer assim, eu fico com as especiarias e você compra o resto que estiver faltando, combinado?
– O.k.! Vou comprar tudo que puder hoje, amanhã já preciso voltar pra turnê.
– Mal vejo a hora de estar em Londres com você, já faz um tempinho, não? – Ela disse baixo, sabia que ela estava sorrindo ou mordendo o lábio tímida, eu gostaria de poder ver o rosto dela naquele momento, faziam exatos 20 dias, 13 horas e 20 minutos que nos despedimos no apartamento dela. E essa distância parecia me matar de saudade cada dia mais.
– Um tempão né, estou ansioso pra te ver…. Como se cada dia que você passasse longe me desse mais certeza de que te quero mais e mais aqui.
– Talvez você odiasse ter alguém querendo mandar na sua cozinha – Ela me provocou, falando com a voz sexy que ela sabia que acabava comigo.
– Sabe que você não corre esse risco, aqui você já tem o passe livre da casa toda, principalmente do quarto…– Foi a minha vez de falar mais baixo, direto aos seus ouvidos, ouvindo ela soltar uma risada alta em resposta.
, não diga coisas que não pode cumprir…Veremos isso quando eu chegar aí.
– Mal posso esperar, .
Alguns dias depois quando estava voltando pra casa e recebi a foto dela em seu carro a caminho de Londres eu sabia que os melhores dias se aproximavam. Ela chegou com toda a empolgação do mundo, trouxe as suas panelas favoritas, tantos temperos que eu não fazia ideia de como ela conseguiu se achar ali no meio de tanta coisa.
– Tô pronta pra fazer desse jantar um acontecimento!! – Ela me entregava as coisas e eu não fazia ideia de como aquilo tudo ia virar o jantar, mas eu sabia que a única capaz de fazê-lo era .
– E eu tô pronto pra te ajudar – Peguei dois aventais e dei um pra , coloquei o meu e a vi começar a fazer sua mágica. Em meio a facas e muitas panelas, fui picando e refogando coisas junto de , que parecia uma criança no parque de diversões, tudo que ela me dava pra experimentar era delicioso e quando finalmente tudo já estava no forno, corremos nos arrumar.
Meus pais chegaram no horário marcado e o cheiro que dominava a casa era algo que eu mesmo fiquei surpreso.
– Que incrível, querida – Minha mãe disse assim que colocamos a comida na mesa – O cheiro está maravilhoso!
– O ajudou? – Meu pai perguntou tentando esconder um sorriso e eu fiz cara feia pra ele.
– Ajudou sim, foi meu braço direito, né amor – piscou pra mim e eu fiz uma careta pro meu pai que gargalhou antes de se servir.
– Feliz Aniversário de Casamento! Que vocês sejam mais e mais felizes juntos – Disse erguendo minha taça de vinho e fui acompanhado por todos – Saúde!!
Meus pais estavam contentes e a conversa parecia fluir naturalmente, já era a minha pessoa favorita, mas ao longo do jantar percebi que, pelo menos, mais dois fãs ela conseguiu.
– Estava tudo tão bom, o próximo vai ser lá em casa – Minha mãe disse a quando estávamos nos despedindo – Faço questão!
– Vou adorar, quando eu voltar pra cá, podemos marcar – respondeu me fazendo lembrar que muito em breve já estaríamos nos despedindo de novo. Minha mãe me olhou e eu cheguei mais perto delas.
– Pode deixar que eu aviso, mãe! – Pisquei pras duas que se abraçaram, me despedi do meu pai e o vi abraçar e brincar com ela.
Quando os dois foram embora, puxei pra sentar comigo no sofá, estava exausto e ela estava do mesmo jeito, puxei suas pernas para o meu colo e ela riu quando peguei seu pé.
– Faz cócegas, amor – Segurei seus pés e ameacei morder, fazendo ela rir ainda mais, comecei a fazer massagem nos pés dela que suspirou aliviada – Nossaaa….
– Tá bom? – Perguntei passando as mãos na perna dela que sorriu torto pra mim – Aqui tá melhor? – Apertei suas coxas e ela riu passando suas pernas por meus ombros, me fazendo rir.
– Tá ótimo….– Voltei a massagear seus pés e vi o sorriso de satisfação dela aparecer.
– Obrigada por ter feito isso pelos meus pais. Você é incrível, ! – Olhei pra ela e senti aquele frio na barriga, de quando alguma especial está acontecendo com você, ela era a minha história inesquecível e inigualável.
– Adorei ter feito parte desta noite, eles são demais – Ela sorriu e eu me deitei ao seu lado no sofá, sentindo ela mexer em meus cabelos, relaxando cada pedacinho de mim.
Eu odiava vê-la ir embora, eu só queria mais uma hora, mais um tempinho, mais um abraço ou qualquer coisa que me desse um pouco mais dela.
– O.k., aquela hora chegou mais uma vez… – deixou sua mala perto do batente da porta e eu que estava no sofá, fazendo carinho na Max, minha cachorra, escondi o rosto em uma almofada – Vamos, , sabe que desta vez não posso demorar – Ela chegou mais perto e puxou minha almofada, aproveitei a deixa e a puxei pra cima de mim, ouvindo ela gritar pelo susto.
– E se a gente ficasse só mais meia hora escondidos aqui? Acho que não faria mal algum—Sussurrei em seu ouvido e começou a rir.
– Da última vez que fizemos isso, você quase perdeu um compromisso importante e eu me senti péssima – Ela me abraçou apertado e nos beijamos, tentando guardar o gosto, o cheiro, o toque, nos abastecer de tudo que fazia tanta falta quando estávamos longe um do outro.
– Se cuida, o.k.? – Ela com os olhos cheios de lágrimas segurava minha cabeça em suas mãos, sorri pra ela tentando não deixar transparecer toda minha tristeza e balancei a cabeça em resposta.
– Vou me cuidar, se cuida também! E me liga assim que chegar, tá bem?! – Puxei pela cintura e beijei seu pescoço, sentindo o cheiro dela me embriagar e a ideia de pedir pra ela não ir ficar ainda mais forte, mas eu sabia que não podia – Não vou demorar pra ir te ver.
– Estou contando com isso! – me olhou mais uma vez antes de selar nossos lábios e sair. E a cena que eu mais odiava se repetia.


III

Os meses passavam e continuava a ser uma das melhores coisas que me aconteceu, nós nos revezávamos entre Londres e Manchester, o ritmo frenético da turnê e do restaurante exigia um esforço ainda maior de nós, mas eu não estava disposto a deixar nada nos atrapalhar. Tinha acabado de chegar a Manchester e estava esperando em seu apartamento, quando ouvi um grito dela ainda no corredor.
– Amor, que foi? – Abri a porta assustado e a encontrei segurando um envelope como se fosse uma criança e a mão na boca, emocionada – Vem,
A puxei de leve e me abraçou apertado, começando a rir.
– Amor, lembra daquela inscrição que eu fiz pro curso de culinária que é superconcorrido, chegou a resposta…– As mãos trêmulas dela segurando o envelope e a minha ficha caindo, a mais de meses isso era o que mais esperava.
– Abreee, ! – Nos sentamos no sofá e ela respirou fundo algumas vezes antes de abrir aquela carta, eu a vi rir e chorar ao mesmo tempo até se jogar em meus braços quase nos fazendo cair no chão.
– Eu passeeiiii!!! Meu Deus! – Ela com os olhos cheios de lágrimas abraçou aquela folha como se fosse sua pessoa favorita – E agora? Ai não…
Toda a alegria dela foi se transformando em tristeza e eu a olhei sem entender nada.
– Que foi, ? Calma – A abracei mais uma vez e a segurei ali, em meus braços – Me conta.
– O curso é em Londres, por mais que eu junte todas as minhas economias, ainda não vai dar pra ficar lá por muito tempo, vou perder minha vaga – Só pelo tom de voz dela eu conseguia sentir o quanto aquela rápida conclusão já tinha a machucado.
– Ei, calma…– Fiz com que ela olhasse para mim e naquele instante eu tive certeza da minha decisão – E se você viesse morar comigo? O que me diz?
Os olhos arregalados, o corpo enrijecido e as mãos geladas dela me deram a certeza de que eu a peguei totalmente de surpresa.
– Quê? Não… Como assim? – se afastou de mim e eu respirei fundo, sabia que talvez ela demorasse pra aceitar a ideia – Não quero caridade, iria te atrapalhar lá, nas suas coisas e tudo mais, melhor não.
– Como você iria me atrapalhar? Isso é tudo, menos caridade, meu amor – Peguei em suas mãos e as beijei tentando acalmá-la – Pra nós seria perfeito, não acha?
– Não quero que a gente more junte só por causa disso, e se não der certo e eu virar apenas a sua inquilina indesejada? – me olhou séria e eu a olhei desconfiado.
– Você não pode estar falando sério, ! – Fingi uma risada e olhei o mais sério que pude nos olhos dela – Nós já estamos juntos a meses, indo e vindo de uma cidade pra outra, morrendo de saudade há semanas e agora acha que eu não gostaria de te ter ao meu lado toda hora? Como isso seria possível, ?
– Eu… Não quero brigar, só estou falando que não quero estragar o que nós temos, ! É tão bom – Ela segurou meu rosto e beijou em vários lugares me fazendo rir.
– Pode ficar melhor, muito melhor – Puxei-a para mais perto e a beijei, com urgência e vontade, tentando fazê-la entender o quanto ela significava pra mim.
– Posso pensar? Preciso falar com o dono do restaurante, ver como vai ficar tudo, e só então ver o que fazer…– Ela subiu no meu colo e eu a abracei pela cintura, sentindo as mãos dela afundarem em meus cabelos – Paciência, !
– O.k., leve o tempo que precisar, amor – Tirei a blusa dela ouvindo a gargalhada mais gostosa de todas assim que olhei para seu sutiã – Eu tô com saudade, sabia…
– Sabia, sim – Ela sussurrou em meu ouvido – Eu tô morrendo de saudade também, meu bem – mordeu meu ombro me fazendo rir ao deitá-la no sofá.
– Então vamos acabar logo com isso – Minhas mãos exploravam cada pedacinho de , ouvindo e sentindo ela reagir a cada toque, o momento podia não ser perfeito mas ter em meus braços era sempre a melhor parte.
Durante todo o tempo que fiquei na cidade não me deixou tocar mais no assunto sobre morarmos juntos, ela ficava brava e mudava de assunto rapidamente, e isso acabou me deixando chateado, só queria o melhor pra nós mas tudo me levava a crer que ela não aceitaria minha proposta.
Já faziam uns cinco dias desde que voltei a Londres, aquele silêncio quase ensurdecedor dela, sem mensagens, ligações ou qualquer coisa assim me deixava tenso e ansioso mas prometi a mim mesmo que não ficaria cobrando nada. James me deixou em casa logo depois do nosso ensaio, a Max estava superagitada e eu sabia que era por causa da minha ausência dos últimos dias, estava muito desligado e mal dava atenção a ela.
– Oi, garota! Vamos passear, o que você acha dessa ideia? – Deixei minha chave na mesinha da sala e a chamei, mas Max deitou ao pé da escada e nem se mexeu.
– Você não quer, Max? Ah, vamos vai…– Peguei a coleira dela e a chamei mais uma vez, mas ela apenas balançou o rabo sem se levantar – Então vamos ficar em casa!
Dei mais uma checada no celular e vi que não havia nem sinal da , fui direto pro andar superior e Max me seguiu, fui tirando minha roupa no meio do caminho pro banheiro e quase morri ao sentir duas mãos deslizando pelas minhas costas quando cheguei em frente ao espelho.
– Que porra é…– Max começou a latir e a risada de invadiu meus ouvidos trazendo o maior alívio que já senti na vida, ela me abraçou pelas costas enquanto Max pulava em nós dois, querendo carinho e atenção.
– Boa garota! Você foi ótima, Max – se agachou e fez carinho nas orelhas da cachorra que só faltava sorrir de satisfação de tanto que abanava o rabo.
– Sua cúmplice então…– Me abaixei e recebi uma lambida de Max em resposta, fiz carinho nela e a coloquei pra fora do banheiro.
– Agora a Srta. poderia me contar essa história? Queria testar meu coração, ? – A ergui pelo braço e ela riu quando bati sem querer suas costas contra a porta – Quase morri…
– Foi só uma brincadeirinha, ! Nada demais…– Ela chegou mais perto da minha boca me provocando, falando tão baixo que eu arrepiei inteiro – Queria ver como seria recebida aqui, se tem mesmo lugar pra mim!
A olhei nos olhos e os vi brilhando, ela estava dizendo que ia aceitar minha proposta e aquilo era a melhor das surpresas pra mim.
– E qual conclusão você chegou? – Passei meus braços pela cintura dela e a trouxe para mais perto, riu e beijou meu pescoço antes de responder.
– Acho que vou morar aqui por um tempo, dizem que tem um cara gato que mora por aqui também – Ela sussurrou no meu ouvido e mordeu o lóbulo da minha orelha logo depois, me fazendo rir e jogar a cabeça pra trás.
– Esse cara é um sortudo, vai morar com uma mulher e tanto – A ergui do chão e fui direto pra debaixo do chuveiro, ouvindo os gritinhos dela em protesto, o beijo que era a combinação mais inesquecível de todas, foi só o começo da nossa comemoração.




Fim.





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Nota da autora: Oiee, meus amores!!! Como vocês estão?!
O quanto eu amei escrever essa história, sério, queria muito escrever algo com o The Vamps e se quiserem acompanhar mais desse casal, tem mais um pedacinho deles nesse mesmo ficstape na música 05. Estranho Jeito de Amar. Obrigada por darem uma chance pra essa história, espero de verdade que vocês tenham gostado. Se puderem, comentem ;D Vou amar saber o que vocês acharam!! Qualquer coisa, tô sempre por aqui:@just_aliine
Miiil Beijooos, até mais!


Nota da Scripter: HELLO!! Clique AQUI para deixar uma mensagem de amor!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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