Sweet Surrender




Capítulo 1

Seu corpo se mexia sensual e lentamente, enquanto o garoto acompanhava seus movimentos, totalmente hipnotizado pela garota. sentiu sua respiração ofegante e difícil, após o movimento brusco que Tom fez para colar ainda mais seus corpos, que estavam quase se fundindo. Com os braços ao redor do pescoço do garoto, sentiu sua respiração bater no seu pescoço, fazendo-a gemer baixinho e, logo depois, buscar os lábios do garoto com urgência, em um misto de desejo e necessidade. Saíram dali cambaleando, ainda se beijando, , que estava com os olhos fechados, não percebeu o lugar, até identificar o vaso sanitário e o espaço apertado.
- Ninguém nos viu, ainda bem. – Tom disse, depositando beijos pelo pescoço da garota, que puxava seus cabelos em sinal de prazer.
- Eu gosto de correr riscos. – Ela disse sorrindo maliciosamente, olhando nos olhos do menino, que a beijou fervorosamente.
Tom desceu seus beijos para o colo da garota, chegando, rapidamente, em seu decote não muito aberto, desceu as alças do seu vestido, fazendo com que os seios da garota ficassem desnudos. gemeu baixinho quando sentiu Tom mordiscar seu mamilo esquerdo e pôde sentir o garoto sorrir, a menina buscou os lábios dele com urgência, passando a mão em cima da visível excitação do garoto, fazendo-o arfar e gemer baixo. Uma onda de choques elétricos percorreu seu corpo quando sentiu o garoto mordiscar o lóbulo de sua orelha, o mesmo desceu sua mão direita pelas coxas da garota, logo chegando à barra do seu vestido curto e justo. Levantou o mesmo, enquanto a garota beijava seu pescoço e acariciava seu abdômen escondido embaixo de uma camisa social branca, o garoto contraía sua barriga a cada toque da jovem. Tom levantou o vestido de , brincando com o elástico de sua calcinha, apenas para provocá-la, soltou um gemido abafado quando sentiu os dedos do garoto tocar sua intimidade de leve, fazendo-a gemer mais, em aprovação ao ato do garoto. jogou a cabeça para trás quando sentiu Tom a penetrar com um, dois dedos, fazendo movimentos lentos e circulares, enquanto mordia o lábio inferior da garota. O menino começou a fazer movimentos vai-e-vem rápido, gemendo baixinho, para que ninguém que adentrasse o banheiro, àquela hora, os ouvisse. Percebendo que estava quase no ápice, agarrou o braço de Tom, o tirando de sua intimidade, convencida a proporcionar ao garoto o mesmo nível de prazer que o mesmo a proporcionara, segundos atrás. Inverteu as posições, deixando o garoto encostado na parede e desceu até o cós de sua calça, desabotoando a mesma e abaixando suas calças. A garota acariciou a ereção de Tom, por cima de sua boxer, o fazendo soltar um gemido abafado, levou sua boca até o elástico da cueca do garoto, brincando com o mesmo e, logo após, tirando a peça. Levou sua boca ao membro do garoto, fazendo-o gemer e enterrar sua mão nos cabelos da menina, em menção de fazê-la continuar.
- Eu... Não... Agüento... Mais. – Tom disse, levantando e abaixando sua calcinha, e penetrando-a em seguida. Com movimentos lentos e rápidos, aleatoriamente, Tom gemia baixo e mordia o lábio inferior, tentado conter os gemidos. Procurou os lábios do garoto, em um beijo caloroso, com emoção e desejo. Tom diminuiu a velocidade de seus movimentos e se sentiu chegando ao ápice junto com a garota que, agora, tinha as mãos espalmadas em seu peito e o olhar cansado, porém com desejo e prazer. Os dois desvencilharam-se um do outro, arrumando suas roupas para que pudessem sair do banheiro sem ninguém perceber nada. Tom depositou beijos no pescoço da garota, enquanto a mesma acariciava os cabelos do garoto.
- Acho que por hoje já chega. – A menina disse e um sorriso brincou em sua face.
- Acho melhor você sair daqui, antes que percebam, pequena. – Tom roubou-lhe um selinho, pegando a mão da garota e colocando um papel amassado na palma da mesma, e depois fechando. – Leia lá fora.
fez um aceno com a cabeça, abrindo a porta e verificando se não havia ninguém ali, felizmente, o banheiro estava deserto. Ao sair do banheiro a garota pegou o papel para ler:

“Te encontro na minha casa, amanhã, às oito horas. Vá com sua melhor lingerie. Xx’

recostou sua cabeça na parede, sorrindo e rasgando o papel para jogá-lo no lixo. Assim que o fez, sentiu uma pontada no peito. Não era a primeira noite em que transava com Tom, não era a primeira vez que ela alimentava sua paixão por ele, enquanto o garoto apenas queria transar. queria saber quando ele iria perceber que ela gostava dele, quando ele iria perceber que, para ela, não era só prazer. Ela queria mais, ela queria emoção, ela queria que, no meio de todo o desejo, de todo o prazer, houvesse sentimento, houvesse paixão.

“Não dá para saber qual dia será o mais importante da sua vida. Os dias que você pensa serem importantes nunca atingem a proporção imaginada. São os dias normais, os que começam normalmente que acabam se tornando os mais importantes.”
- Grey’s Anatomy Cast



Capítulo 2

- Ai, droga. – acordou com a luz do sol batendo em seu rosto, através da cortina aberta. Automaticamente, cobriu-se com o edredom.
- Já acordou ? A Sarah arrumou a mesa do café. Desce logo, fofa. – A menina escutou falar do outro lado da porta, quebrando o precioso silêncio que antes permanecera no seu quarto.
- Ok. – Levantou-s,e ainda cambaleando de sono, e andou até o banheiro. Assim que sentiu a água gelada entrando em contato com sua pele quente, foi como se flashbacks da noite passada viessem à sua mente.
Eu gosto de correr riscos... Acho que por hoje já chega... Te encontro na minha casa... Melhor lingerie...
CARALHO! pensou. Depois de sair do banho, colocou um vestido rosa florido e chinelos. Desceu as escadas com uma expressão de dor, logo entrando na cozinha e percebendo todos os olhares sendo voltados para ela. Annie, e a olhavam.
- OLHA SÓ QUEM ACORDOU! E AÍ MALANDRONA, COMO FOI A NOITE? - disse, se levantando e dando um beijo na bochecha da garota.
- Pf, cala a boca . Acho que um caminhão passou em cima da minha cabeça, saco. – disse, colocando a mão na cabeça e fazendo uma expressão de dor.
- Devia ter pensado nisso antes de beber e deixar o Tom te traçar no banheiro da boate. – disse gargalhando.
- Ah cara, nem importa sabe... Ele não vai lembrar, ele NUNCA lembra, já é a segunda vez que a gente se pega em algum pub e ele sempre está bêbado demais para lembrar. Idiota.
- Relaxa, pelo menos isso... Imagina se ele lembrasse, vocês iam ficar super sem graça. – se pronunciou, dando uma grande mordida na torrada que estava à sua frente.
- Esquece isso, agora mesmo ele chega aí com o e...
- BOM DIA ALECRINS DOURADOS QUE NASCERAM NO CAMPO SEM SEREM SEMEADOS! – disse, entrando na cozinha na maior alegria, abrindo os braços e levantando-os para o alto.
- Menos . – Annie disse, indo dar um abraço no amigo. – A não está para “alecrins” hoje...
- Annie, cala a boca ou eu ACABO COM A SUA RAÇA! – disse, colocando seu copo na pia e logo saindo da cozinha.
- Que isso, eu não ganho um bom dia, Rayssete? – perguntou.
- Oi. – disse seca.
- IH! O que foi com essa aí? – disse com expressão de desanimado. – MAU HUMOR PEGA, SABIA? – Ele disse a última parte gritando, para que a menina, que já se encontrava subindo as escadas, escutasse. - E aí pessoal?! – Tom entrou na cozinha, logo pegando uma maçã na fruteira. – O que aconteceu com a , que tromba é aquela?
- Tente somar + ressaca + mal humor. É o bicho, dude. – disse.
- PAREM DE FALAR DE MIM, SEU BANDO DE DESOCUPADOS! – gritou, do último degrau da escada, fazendo todos na cozinha rirem.
- Pois é, Rayssete tá bravette! – Annie disse rindo e fazendo todos os outros gargalharem.

Estavam os quatro garotos na sala, com Annie. , e Annie moravam na casa de . Por isso os garotos estavam sem suas namoradas, Daniel e Tom dividiam um apartamento.
não dera sinal de vida desde o café da manhã, as coisas começaram a ficar estranhas. Os cinco gargalhavam no andar de baixo enquanto ela permanecia deitada em sua cama, pensando no que faria agora. Teve a brilhante idéia de chamar Annie e as outras meninas para patinar. Desceu as escadas.
- Olha só quem resolver dar o ar de sua graça! – disse alto, fazendo com que todos voltassem sua atenção para a garota.
- Cala a boca . JATOBÁ! Preciso falar com você. – disse, já animada, sorrindo abertamente.
- Credo! Acho que tu és bipolar amiga, que sorriso é esse aí? E aí ... Já falei para você não me chamar de JATOBÁ. – Annie disse imitando a voz da amiga, fazendo todos rirem e depois se levantou do sofá.
- Você nem sabe o porquê de eu te chamar de Jatobá, sua jacu.
- É... Porque mesmo?
- Sabe, no Brasil tinha uma novela que tinha um homem cego que chamava Jatobá. E como aquele dia você foi fazer exame de vista e a moça disse que você estava praticamente cega, eu te associei com o Jatobá. – disse, rindo engraçadamente.
- Ah , idiota. Eu não sou cega sua anta.
- AH NÃO... SE NÃO FOSSE, VOCÊ TERIA VISTO AQUELE POMBO, DO TAMANHO DE UMA VACA, ONTEM QUANDO A GENTE ESTAVA VOLTANDO PARA CASA... – gritou, gargalhando.
- Trouxa.
- Vadia.
- Cretina.
- Vaca.
As duas riram alto, subindo as escadas.

- Tive uma idéia para eu poder esvaziar a cabeça hoje! – disse, se sentando na cama e fazendo com que Annie fizesse o mesmo.
- O que foi?
- Porque a gente não chama as meninas para ir patinar? Ia ser legal, sabe?! Faz TANTO tempo que a gente não aparece lá na pista. – disse, com olhar suplicante.
- ISSO! Pelo menos algo legal sai de dentro desse vácuo que é seu crânio!
- Ah Annie, cala a boca e vai se trocar.
- ... Tipo... Você sabe...
- AH! Eu sei Annie, eu te empresto uma das minhas roupas de patinar. Depois que eu parei de fazer aulas, meus uniformes mais bonitinhos ficaram encostados. – dizia, com uma expressão triste. Ela praticara patinação durante dez anos de sua vida, depois que se mudou do Brasil para a Inglaterra, nada foi o mesmo. Ela era uma ótima patinadora, já havia competido em campeonatos mundiais, e até vencido um, mas nada que a deixasse muito famosa.
Annie ligou para Katie e Ashley. Ashley namorava desde que estavam no primeiro colegial, agora que haviam acabado de terminar o terceiro colegial, eles não se desgrudavam. Katie namorava há pouco tempo, não podia nem se considerar um namoro, eles estava... Ficando. estava sempre com uma menina nova e Tom, bom... Ele, raramente, apresentava uma garota para os amigos, apenas quando era sério. O que não era o caso de , porque eles apenas transaram, e ainda foram, apenas, duas vezes. Ela, muitas vezes, pensou que isso poderia acabar com a amizade construída à anos, mas o garoto nunca se lembrava do que fizera na noite passada, ou melhor, não aparentava lembrar.

- Meninos, nós vamos sair! Não coloquem fogo na casa, por favor. – Annie desceu rindo ao lado de , que também ria.
- Isso aí, se nós chegarmos aqui e a casa estiver com um arranhãozinho, nós vamos arrancar isso aí que vocês chamam de “bilau”. – se pronunciou, fazendo sua amiga gargalhar.
- Relaxem, nós somos santos... Esqueceram? E aonde vocês vão? – disse, enquanto fazia um gesto com os olhos arregalados, como se estivessem com medo do que havia falado.
- Patinar, faz MUITO tempo que eu não volto às pistas, sinto saudades. – A mesma disse, com uma expressão triste. – Apareçam lá na pista, mais tarde.
- Vamos logo amiga, chega de bater papo com esses desocupados aí... Anda que quero que você faça a egípcia para eu ver na pista. – Annie disse, fazendo um gesto com as mãos apressando a amiga.
- Que diabos é uma egípcia, Annie? – disse rindo.
- AH , para quem patina há anos você está bem burra hein?
- Não existe NADA chamado egípcia na patinação Annie...

O ginásio estava vazio, na pista de patinação, as quatro meninas sorriram cúmplices entre si. logo pegou seu Pen Drive e plugou no aparelho de som, que se encontrava no ginásio, fazendo com que Kicking and Screaming (Miley Cyrus) [n/a: não coloquei a música inteira, hihi] começasse a tocar.

Don't keep me waiting
Anticipating
Treating me like a fool
I got news for you
I'm turning my back
I'm dropping a bomb on you
A-Ah!
You want me
You need me
Believe me
You'll be callin'
You love me
You hate me
Believe me
You'll come crawlin'


As meninas faziam dancinhas aleatórias enquanto patinavam na pista, Katie ainda tinha um pouco de dificuldade para se equilibrar nos patins, mas nada que a impedisse de improvisar uma coreografia no meio da pista. Ashley logo se juntou à amiga, fazendo as outras amigas gargalharem.

So get down and get off
Let me show you what you'll be missing
We break up you break down
Gonna drag you through this kicking and screaming


, como já patinavam há anos, dominava os movimentos. Brincava com as amigas, dançando com movimentos de discoteca, as quatro se divertiam como nunca haviam feito antes.

Don't keep me guessing
Your favourite obsession
Don't get me a lame excuse
It's it me that you're messing
It's the same old confession
You're the one with something to lose
A-Ah!
Watch out now
Don't back down
There's no doubt
You can't have it
Control you
I'll own you
I'll show you but you still can't have it


As amigas cantavam juntas e faziam coreografias engraçadas. Katie e Annie se agarraram pelos braços, tentando patinar rápidas e juntas, o que resultou em um belo tombo, fazendo com que as outras meninas dessem ataque de risos na pista. As duas se levantaram e voltaram a patinar.

So Get down and get off...
Watch out now
You'll find out
You'll cry out
There's no one above me
I play hard
To run far
Come back now
I really do like you


A música terminou e as amigas continuaram patinando, com outra música tocando.

“Às vezes parece que foi ontem. Formando-se no colégio, dizendo adeus. Aquela sensação que você tem aos 17 ou 18 anos, que ninguém no mundo esteve tão próximo, amou tão ferozmente, riu com tanta vontade ou se importou tanto assim. Às vezes parece que foi ontem. E, às vezes, parecem as lembranças de outra pessoa.”
- One Tree Hill Cast.



Capítulo 3 – ’s POV

Nós estávamos parecendo quatro hienas bêbadas daquele jeito, umas caídas no chão gargalhando, outras se apoiavam nas laterais da pista... Decadência TOTAL. Apesar de sermos bem ‘retardadas’, nós não nos importamos muito com o que as outras pessoas dizem. Eu havia parado de patinar a algum tempo, mas nada que conseguisse anular minha paixão pelas pistas de patinação.
Olhamos para os portões da pista e os meninos estavam lá, eu sabia que eles iriam, somos absolutas (convencida não, tenho auto-estima). estava com uma bermuda, uns dois números maior do que ele, e, como sempre, uma camiseta branca da Hurley. estava simples, com uma calça jeans, uma camiseta azul e tênis, usava a mesma coisa, só mudava o jogo de cores. E Tom... “Alô, o fôlego está aí? Preciso dele aqui, URGENTE!”, Tom estava com uma camiseta azul clara, uma calça jeans que me fazia imaginar a situação que estaria atrás e tênis.
- OI GENTE! - falou, todo feliz. – Quanto tempo, não é? Vocês estão até enrugadas de tão velhinhas... Faz TANTO tempo.
- , no more. – Ash falou, fazendo um gesto com a mão, para ele parar. – Então meninos, o que vieram fazer aqui? Certeza que ficar criando raízes aí na porta é que não vieram fazer, certo? - Ela continuou, com um tom divertido.
- Vocês não disseram para a gente dar uma passada aqui? Então... Aqui estamos nós! – Tom falou com um jeito sexy, que me fez parir a Dinamarca inteira.
- Não achei que fossem levar tão a sério... – Falei desafiadora. Mano, vai começar a treta RÁ! Parei, nem vai dar treta eu acho...
- Nós podemos ser, realmente, sérios quando queremos , bêbados ou não... - Tom me respondeu. OPA! Isso aí foi uma indireta? Estou morrendo. O olhei indiferente.
- É verdade, estou gostando de ver, hein tchutchuco?! – Ashley se pronunciou, quebrando a “tensão” entre mim e Tom, se agarrando ao pescoço de , que corou rapidamente.
- GENTE! Vamos comer que eu estou MORRENDO de fome. – falou, esfregando as mãos. Ah tá, novidade, não é nanico?
- Aonde a gente vai? – Katie falou, entrelaçando as mãos de nas suas, AWN QUE FOFOS.
- Pizza!
- Carne!
- Macarrão!
- Hunf, cama! – falou depois de se soltar dos braços de Ash. – Não estou com fome, mas estou com uma saudade absurda da minha cama, não é Ash? – jogou um olhar malicioso e cúmplice para a namorada, que sorriu de volta. Safadinhos hein?! Saudades da cama, ?
- AH NÃO! Chega de desanimação, hoje vocês estão hein...
- , corta essa de menino animado! Hoje é sábado de manhã e eu quero me animar só de noite. – Falei, olhando de canto para Tom, sem que ele percebesse... Poxa, ele me deu uma indireta, tenho meus direitos certo? Hunf.
- AH! malandrona, vai para onde, fofa? – CARA, ISSO FOI O TOM? SUA ANTA AMBULANTE, NA SUA CASA, ESQUECEU? Ah é, tu estavas bêbado... Esqueci.
- Tenho um encontro com meu colchão. Agora, se vocês me dão licença, eu vou para casa preparar meu macarrão de potinho! [n/a: MIOJO, CUP NOODLES! q]
- Powerfull! – Ouvi a voz de Ash soar longe, ri nasalado.

- I KEEP YOU MY DIRTY LITTLE SECRET!
Já falei que eu amo The All American Rejects? É, eu amo. Por mim, eu ficava escutando o dia inteiro. Eles têm umas músicas que se encaixam perfeitamente na minha vida. O primeiro CD deles, que eu ganhei, foi o Tom que meu deu... OPA! Que diabos o Tom está fazendo na minha mente? Sai daí capeta. Por falar em Tom... Ele estava um gato envolvente hoje, e que indiretas foram aquelas? Foi tipo: “ALOL TOM, NÃO ESTAMOS SÓ NÓS DOIS AQUI, BEIBE.” Será que vou na casa dele hoje? Porra! Preciso de conselhos. Não contei para Annie, nem para os meninos sobre o bilhete. Eles são os únicos que sabem sobre minha ‘paixão’ pelo Tom. Eu convivo com aqueles idiotas, vinte e quatro horas por dia, dá um desconto... Eu tinha que contar para alguém, certo? Minha carreira de patinação havia acabado, mas a minha carreira de modelo fotográfica não. Os meninos estavam indo (muito!) bem com a banda, Annie e Katie estavam só sorrisos com o emprego que o pai da Katie tinha arrumado para as duas, e Ash estava muito bem torrando o dinheiro que ganhava (recentemente) com a banda. Nunca falei que eu gostava muito dela, eu só hm, não simpatizo muito, entendem? Poxa, a menina vive à custa de um dos meus melhores amigos! O também é um jacu de tapera, que fica enfiando dinheiro no cú daquela aproveitadora. Quero ver o dia em que ele vai perceber que ela não gosta dele, e sim da carteira dele. Eu acho o e a Katie tão fofinhos, eles nasceram um para o outro... Ela não é minha melhor amiga, mas eu gosto dela! E Doug é meu melhor amigo desde sempre, então... Tenho que apoiá-lo, não é? Enfim, voltando ao assunto anterior, eu vou ou não até a casa do Tom? Ah, claro, vou chegar lá e falar: “Oi Tom, eu vim com minha lingerie vermelha, tem champanhe aí? Olha, eu trouxe uns moranguinhos se você quiser, ok? Vamos começar nossa sessão de sexo antes que eu broxe totalmente.” ER, NÃO! Yey, já sei. Vou chegar a casa dele dizendo que senti um pouco de ‘pessoalidade’ no que ele me falou mais cedo. Hm, talvez pudesse funcionar. YES! Era isso, vou até a casa dele com esse pretexto... Pelo menos eu vou né? Ah, e, para o caso, de ele se lembrar, eu realmente vou com minha lingerie vermelha...

Lá estava eu, bem simples: short jeans curtinho, moletom do Mickey branco, all star branco. Na frente da casa de Tom, com aquele mesmo pretexto de horas mais cedo. Coração acelerado? Check. Mãos suando frio? Check. Lingerie vermelha? Check. Fôlego? Che... FÔLEGO, VOLTA AQUI! Toquei a campainha, sendo atendida por um Tom apenas de calça de moletom, sorridente. Que físico, Ó SENHOR, não que eu nunca tinha visto ele sem camisa, mas eu nunca deixei de suspirar né? Lembrei da noite na boate, do jeito que ele me tocava, do jeito em que eu o tocava. Livrei-me dos meus devaneios.
- Hey fofa, vai ficar aí a noite toda? – Ele falou, sorrindo docemente.
- Ahn? Ah, não! Eu só... Só queria conversar. – Corei, ô porra, porque eu tinha que corar?
- Entra fofa. – Ele riu.
Sentei-me no sofá, totalmente sem jeito.
- O que você estava fazendo? Atrapalhei alguma coisa? – Perguntei sem rodeios, oras, vai que ele estava comendo uma loira peituda, hein?
- Que isso linda, eu estava vendo televisão, sabe como é... Sempre passa Star Wars. Mas, tenho certeza, que você não veio aqui para perguntar o que eu estava fazendo... Então, qual é o problema?
Mano, nessa hora eu gelei. Dentro de mim eu pensava: “TOM, EU SEI QUE TU LEMBRAS. LEVANTA DO SOFÁ E ME COME, DESGRAMADO!” Acho que eu preciso ser menos ansiosa.
- Ahn, pode ser paranóia minha Tom, mas... Eu percebi um pouco de “raiva” nas suas falas para mim, hoje de manhã. Já falei que pode ser coisa da minha cabeça...
- Raiva? Haha, que isso fofa. Confesso que foram algumas indiretas. Sabe ... – Ele se aproximou de mim, pondo a mão na minha coxa. Ai senhor, o que eu faço? – você até pode achar que não, mas eu me lembro da noite no pub.
- Ahn? Vo... Vo... Vo... Você... Lembra-se? – Ele lembra? ELE LEMBRA?! QUE CÚ, ELE SE LEMBRA.
- Claro fofa, sabe... Eu preciso confessar para você que eu nunca me esqueci, das duas vezes em que nos agarramos no pub. Não sei por que nunca te falei, pensei que você não fosse lembrar, estávamos bêbados demais. – Ele alternava seu olhar para mim e para minha perna e acariciava a mesma, levemente. – Eu juro para você que eu tentei, mas eu não sabia como eu podia ter você para mim, sem estragar nossa amizade.
- Você achou que eu podia transar com você, toda noite de sábado, e fingir que nada aconteceu no dia seguinte? Eu tenho sentimentos Tom, poxa. – Caralho, aquilo era uma lágrima? PORRA, PORQUE EU ESTOU CHORANDO? CARA, QUE ESSE CHORO E O TOM VÃO PARA PUTA QUE OS PARIU.
- NÃO! Não... Que isso fofa. Nunca, eu quero você para mim , não só por uma noite. – Ele limpou minhas lágrimas. Adivinhem com o quê. Dedos? Não. Costas das mãos? Não. Dedão do pé? Não. COM A BOCA! Senti-o descer os leves beijos que ele distribuía em minha bochecha, para o canto da minha boca e sussurrar, sem sair do lugar:
- Deixa eu te mostrar que isso é certo? Que NÓS podemos dar certo, que não precisa ser apenas sexo.
SACANAGEM! Naquela hora, eu perdi toda minha sanidade, aquela voz rouca e sexy falando assim, pertinho de mim, já era baixaria. Ele, então, me deu um selinho bem demorado. Podia-se dizer que era um selinho apaixonado. Ele passou sua língua pelos meus lábios, pedindo permissão para aprofundar o beijo, eu deixei. Ele foi se aproximando durante o beijo, se aproximando... Até ele deitar em cima de mim, no sofá. Tom agarrou minha cintura, apertando no local, enquanto eu me ocupava arranhando suas costas. Eu senti ele se levantar, mas me levando junto, SEM interromper o beijo... Ninja. Entrelacei minhas pernas na sua cintura e ele segurou embaixo da minha bunda, ele parou de me beijar e disse bem perto do meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse:
- Eu quero que seja perfeito, então vamos fazer isso direito. – Perfeito? Direito? Tom, dá para ser mais claro? Depois disso tudo você quer que eu raciocine?
Ele, então, começou a subir as escadas, eu comecei a distribuir beijinhos por seu pescoço. E, então, ele me deitou na sua cama, como se eu fosse uma boneca de porcelana e ficou me observando. Eu, com um sorriso besta no rosto, o chamei com o indicador, então ele se deitou sobre mim, com MUITO cuidado para não jogar seu peso em mim. Ele mordeu de leve meu queixo, e eu sorri. Busquei sua boca com urgência. Ele logo arrancou meu moletom, me deixando apenas de sutiã (é, o vermelhinho que eu falei que ia por, hm, malandrona) logo vendo Tom sorrir.
- Então você se lembra do papel, huh? – Ele falou todo malicioso, o que eu fiz? EU RI. A ANTA NORDESTINA AQUI, RIU!
- Eu não perco tempo, Tom.
Foi o que eu consegui dizer antes de nossas línguas entrassem em uma batalha. Levei minhas mãos a sua calça, abaixando a mesma. Eu queria sentir cada pedaço da pele dele, eu queria tê-lo só para mim. Terminei de livrar-me da sua calça com os pés, vendo Tom levar as mãos ao cós do meu short, se livrando do mesmo, depois. Estávamos os dois, apenas de roupas intimas. Tom desceu seus beijos pelo meu colo, como se estivesse aproveitando cada pedacinho de mim.

(Tom’s POV On)
Eu queria poder chamá-la de minha, dizer que eu era o único que podia tocá-la. Desabotoei o sutiã de , pelo fecho frontal, mordiscando e massageando seus seios. Desci meus beijos por sua barriga, bem levemente. Beijei o interior de suas coxas, podendo ouvi-la gemer baixinho, apertei a região e levei minhas mãos ao elástico de sua calcinha, livrando-me da mesma, logo depois. Não hesitei em penetrá-la com dois dedos, satisfazendo-me ao vê-la agarrar os lençóis. Logo beijei, de leve, seu clitóris e introduzi minha língua em sua intimidade. Logo, uni nossas bocas de volta, em um beijo terno. Eu a queria mais do que ela pensava, eu estava apaixonado. inverteu as posições, me fazendo ficar por baixo e, sem mais rodeios, retirou minha boxer com violência. Ela envolveu meu membro com uma mão e fez movimentos rápidos, fechei meus olhos e joguei minha cabeça para trás. Logo ela começou a chupar meu membro e eu enterrei minhas mãos em seus cabelos, a incentivando. Eu a trouxe de volta, unindo nossas bocas. Inverti as posições, ficando em cima dela, e a penetrei sem demora, ouvindo um grito de prazer vindo dela. Eu alternava meus movimentos em rápidos e lentos, e não me importava com as marcas que iriam fica em minhas costas, devido aos arranhões que eu recebia. Fodam-se as marcas, eu estava com ela... Certo? Percebi que ela havia gozado umas duas vezes e quando eu gozei, depositei um longo selinho em sua boca. Jogando-me ao seu lado, na cama.
(Tom’s POV Off)

(’s POV On)
Cara, o que foi isso? Eu e Tom transamos de novo, e o melhor, nós estávamos conscientes! Essa é a hora em que eu percebo que estou apaixonada por ele e começo a chorar porque ele não me ama? É, acho que sim. MAS EU NÃO CHOREI... YEAH!
Senti ele me abraçar forte, como se, a qualquer momento, eu fosse desaparecer.
- Don’t wake me up, baby i’m in love... – Tom cantarolou, com a boca grudada na minha testa.
- Tom...
- Hum?
- O que foi isso? – Eu perguntei, insegura.
- Shh, amanhã conversamos fofa, dorme.
- Hm, tá. – O que eu poderia fazer? Sentar do nada e começar a discutir com ele?
E nós adormecemos. Juntos. Abraçados.
(’s POV Off)

“Nesse momento há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil, 671 pessoas no mundo. Agumas estão fugindo assustadas. Algumas estão voltando pra casa. Algumas dizem mentiras para suportar o dia. Outras estão somente agora enfrentando a verdade. Alguns são maus indo contra o bem e alguns são bons lutando contra o mal. Seis bilhões de pessoas no mundo, seis bilhões de almas… E, às vezes, tudo que nós precisamos é de apenas uma!”
- One Tree Hill Cast.



Capítulo 4
(Coloquem pra carregar Emotionless - Good Charlotte, a música é no violão, mas imaginem ela no piano, hihi!)

Acordei tateando a cama e encostei minha mão na pele de alguém. Virei-me e vi Tom sorrindo docemente para mim, mostrando aquela covinha que me deixava louca. Ele se inclinou e me deu um selinho.
- Bom dia, fofa. São oito horas da manhã.
- Boa madrugada, Tom. – Falei bufando e ouvi Tom gargalhar.
- Que desânimo, vamos tomar café da manhã, vem. – Tom falou, se levantando e colocando sua boxer, andando até uma cadeira no seu quarto e pegando uma camisa branca.
- Que bom, eu tô morrendo de fo... – Falei, mas logo fui interrompida pelos lábios de Tom. Ele mesmo colocou sua camisa em mim, me dando um abraço apertado. PORRA TOM, DÁ UM JEITO COLEGUINHA, UM DIA TU ME TRAÇAS NA BOATE, COMO SE EU FOSSE QUALQUER UMA, MAS OUTRO DIA TU FICAS AÍ... MIMANDO-ME? Ok, eu estava gostando.

- O que você quer comer, ? – Tom falou, virado para a bancada, enquanto eu me sentava.
- Hm, o que tem para comer?
- Eu! – Tom respondeu, divertido. Ok, que porra foi essa? Eu não queria voltar para o mesmo assunto. Então eu me fiz de desentendida.
- Hãm? – Fiz a maior cara de jacu que eu pude.
- Quer que eu faça panquecas? – A-HÁ! E agora o senhor Tom-Das-Indiretas fugiu do assunto.
- Ah, eu quero, mas eu posso te ajudar.
- Não precisa, fofa.
- Hm, ok. – Falei indiferente. – Então... Como está indo a banda?
- Oh! Muito bem. Acabamos de gravar o nosso CD. E você? Ainda posando para fotos?
- Ah, eu estou. Mas acho que eu quero mesmo é voltar a patinar. Tenho tantas saudades do tempo em que eu competia.
- Eu também acho que você devia voltar a patinar, fofa. É muito boa para ficar encostada, só tirando fotos. – Ele falou, trazendo as panquecas prontas em um prato e... ENCOSTADA? ELE ACHA QUE EU FICO ENCOSTADA? AH, ME AJUDA TOM DELÍCIA.
- Encostada? – Eu ri. Tive que rir, não é?! Se não ia quebrar nosso clima “paz, amor e Bob Marley furevis”.
- Não quis dizer isso, desculpa. É só que você patina muito bem e, se é algo que você gosta e faz bem, devia voltar às pistas.
- Ah sim, eu estava pensando nisso mesmo, sabe Tom? Mas eu tenho medo de estar meio, hm, enferrujada sabe? – Falei, em um tom divertido. - Enferrujada? Você está bem melhor do que eu pensei, fofa. Você mostrou isso para todo mundo, ontem de manhã.
- Hm, talvez. Vou pensar no assunto. – Soltei uma risada nasalada. – Então... O que nós vamos fazer hoje? Ou vamos criar raízes aqui, na sua casa? – Falei me levantando, depois de comer e indo lavar o prato que eu havia sujado, sou uma menina educada, não é?
- Vamos ficar em casa, mas não criando raízes. Nós vamos assistir a filmes e eu quero te mostrar uma música que eu escrevi. No piano. – Nessa hora, eu arregalei os olhos, sem olhar para trás, mas eu sabia que Tom estava com um sorriso malicioso, eu já sabia o que ele queria. Ele queria que eu tocasse uma das minhas músicas e... Ah! Me esqueci de falar, eu toco piano, gente! Sou uma menina mil e uma utilidades. MENTIRA! - E a senhorita vai tocar para mim.
- NÃO! Não, Tom eu... Eu... Esqueci totalmente como se toca piano, sabe? Não vai ter como, que pena! – Fiz cara de decepcionada, mas parecia que a torcida do Brasil inteira vibrava dentro de mim, com meu “plano de última hora”.
- Ah, nem vem . Eu sei que você tem uma música escrita e eu quero ouvi-la. – Ele chegou bem perto de mim e segurou minhas duas mãos, me olhou nos olhos. – Olha só, eu sei que você tem vergonha. Mas você tem uma voz incrível, toca super bem e eu quero MUITO ouvir sua música... Eu juro que não vai sair daqui, sou um túmulo.
- Awn Tom... Ok, mas só mais tarde, pode ser? – Falei, fazendo biquinho.
- Ah não, biquinho não. Vamos deitar mais um pouco, porque eu ainda estou com sono! – Ele passou seu braço por minha cintura, e eu, por impulso, fiz o mesmo nele.
- YES! – comemorei.

- E aí, o que você achou? – Tom perguntou, depois de tocar uma música que ele nomeou de She Falls Asleep. A canção era linda, de verdade. Eu quase chorei e... Mentira. Eu não chorei, posso despertar a sem coração que existe aqui dentro, de vez em quando.
- É linda, Tom. De verdade. – Falei, com os olhos brilhando. Mas depois gelei, era agora, eu ia ter que mostrar para ele, minha música. Não que eu tinha escrito para ele, muito pelo contrário, eu escrevi para o meu pai, mas a música significava MUITO para mim. Eu nunca tinha mostrado para ninguém. Porque eu escrevi a música para o meu pai? Bom, ele abandonou minha mãe quando eu e meu irmão ainda éramos crianças, ele não deixou nenhum contato ou informação, apenas um bilhete, dizendo que sentia muito. E, desde então, eu sentia um ódio mortal pelo meu pai, mas, ao mesmo tempo, eu sentia falta dele. Tenho uma frase tatuada no meu pé, bem pequena, que diz: “Lutem e lutem novamente, até que os cordeiros se tornem leões.” [n/a: tirei do trailer de Robin Hood, hihi] E foi isso que nós fizemos, e eu ainda faço. Eu passei de uma menina pequena, abandonada pelo pai, para uma medalhista em patinação.
- Obrigado, mas agora é sua vez. Eu sei que você nunca mostrou essa música para ninguém e que ela é muito especial, mas você não acha que já está na hora de você mostrar o que você sente, aqui dentro? – Ele falou doce, se levantando e encostou sua mão no lado esquerdo do meu peito, ao terminar a frase. Eu concordei com um aceno e me sentei ao piano, logo ele se sentou ao meu lado. Bufei e olhei para ele, acho que ele percebeu que eu estava triste e com medo, porque ele logo me deu um selinho demorado.
(coloquem a música pra tocar.)

Hey Dad I'm writing to you
Not to tell you, that I still hate you
Just to ask you how you feel
And how we fell apart how this fell apart
Are you happy out there in this great wide world?
Do you think about your sons?
Do you miss your little girl?
When you lay your head down how do you sleep at night?
Do you even wonder if we're all right?
We're alright
We're alright
It's been a long hard road without you by my side
Why weren't you there all the nights that we cried?
You broke my mother's heart, you broke your children for life
It's not OK but we're alright
I will remember the days you were a hero in my eyes
But those were just a long lost memory of mine
I spent so many years learning how to survive
Now I'm writing just to let you know I'm still alive
The days I spent so cold, so hungry, were full of hate
I was so angry, the scars run deep inside this tattooed body
There's things I'll take to my grave, but I'm OK, I'm OK
It's been a long hard road without you by my side
Why weren't you there all the nights that we cried?
You broke my mother's heart, you broke your children for life
It's not OK but we're alright
I remember the days you were a hero in my eyes
But those were just a long lost memory of mine
Now I'm writing just to let you know I'm still alive
I'm still alive
Sometimes I forgive, yeah and this time I'll admit
That I miss you, said I miss you
It's been a long hard road without you by my side
Why weren't you there all the nights that we cried?
You broke my mother's heart, you broke your children for life
It's not OK but we're alright
I remember the days you were a hero in my eyes
But those were just a long lost memory of mine
Now I'm writing just to let you know I'm still alive
And sometimes I forgive, yeah and this time I'll admit
That I miss you, I miss you...hey Dad.

Eu terminei de tocar a música aos prantos. Não era todos os dias que eu colocava tudo para fora.
- Nossa, fofa... Eu... Tudo isso é um desabafo? – Tom perguntou surpreso e eu concordei com a cabeça, ainda chorando. – Eu sinto muito, linda. Sinto mesmo, vem aqui. - Ele me puxou para um abraço forte, eu molhava seu peito nu com lágrimas, enquanto ele passava a mão na minha cabeça e sussurrava que tudo ia ficar bem. Eu só podia torcer para que tudo, realmente, ficasse bem.

Era manhã de segunda-feira, eu estava enrolada em meio aos meus dois edredons, que usei para me cobrir de noite. Tom havia me deixado em casa, na noite passada, mas os meninos e Annie nem devem ter visto. Eu acho que eu só consegui perceber o quanto eu gostava de Tom, depois dessa nossa última transa. Eu percebi que não era apenas tesão. Eu senti algo mais, e creio que ele também sentiu. Sabe quando você começa a depender de alguém, mas ao mesmo tempo quer, desesperadamente, ser independente? Eu estava desse modo. Acostumei-me tanto a cuidar de mim mesma que minha mente ainda estava abalada pelo fato de eu estar gostando de Tom. E o pior é que eu nem sabia se ele sentia o mesmo. Por muitas vezes procurei não me apegar muito a alguém, procurei não me tornar dependente de algo, ou alguém, para não acontecer o mesmo que aconteceu entre mim e meu pai. Ele era a única figura paterna que eu possuía, eu dependia dele... E o que ele fez? Abandonou-me, largou a mim e a minha família. Foi como se eu tivesse perdido uma parte de mim, mas, que durante o passar do tempo, foi se regenerando lentamente, me fazendo ver que o ser humano, realmente, é algo bem imprevisível. No momento em que você está com algo em suas mãos, pode vir alguém e, simplesmente, roubá-lo. No momento em que você está com alguém, ela pode simplesmente desaparecer ou sair correndo. Eu só torcia para que não acontecesse o mesmo entre mim e Tom. Eu torcia para que, no momento em que eu começasse a me apaixonar por ele, ele não me largasse, dizendo que nós estávamos apenas ficando e que eu não fazia muita diferença para ele. Mas, bem no fundo, eu sabia que eu queria ser amada, eu queria alguém para poder me reconfortar, eu queria alguém que pudesse ouvir meus desabafos. E eu, simplesmente, não tinha esse alguém.
“Acordei” de meus devaneios e me levantei para tomar café. Desci as escadas lentamente e, chegando à porta da cozinha, me deparei com sentado à mesa, com um copo de suco à sua frente.
- Bom dia. – Eu falei indo até ele e lhe dando um beijo na bochecha.
- Dia. – Ele respondeu, desanimado.
- Você está triste, o que aconteceu? – Falei, me sentando à sua frente. Ele estava me preocupando, ele nunca ficava desanimado de manhã.
- Eu terminei com a Ashley. – Ele falou seco, olhando para o copo à sua frente. Eu me levantei, rapidamente, e fui abraçá-lo. Eu fiquei chocada, eles pareciam estar indo tão bem, namoravam a um tempão!
- Terminou? Porque, ?
- Não acho que ela me amava, ela amava meu dinheiro. Ela estava sempre me pedindo coisas caras e de marca. Ontem, ela estava no banho e uma amiga dela mandou um torpedo para ela, que dizia assim: “Uau, como você conseguiu segurar o ?” Primeiramente, eu fiquei super curioso. Não resisti e fui olhar a inbox dela. Estava lá uma mensagem, da mesma pessoa, perguntando como ela estava e se ela estava namorando. – parou para respirar um pouco e, a essa altura, eu não entendia nada. Então ele continuou. – Entrei nas mensagens enviadas e tinha uma que dizia: “Eu estou bem, Apple! E você? Bom, eu estou namorando o até hoje, sabe? A banda McFLY estourou e, agora, ele está praticamente milionário... O que eu faria sem minha máquina de dinheiro? Haha, xx”
Levei minhas mãos à boca, incrédula. Então todas as minhas deduções estavam corretas. Aquela vadia só estava com ele pelo dinheiro.
- eu... Eu não sei o que te dizer! Eu estou surpresa.
- Eu pensei que ela gostasse de mim, de verdade. E quer saber ? Essa noite, eu e os meninos, não temos nada o que fazer, espero que você e a Ann também não. Porque nós vamos para um pub, beber e curtir. Eu vou esquecer a Ashley e sair dessa...
- Tem certeza, ? – Perguntei insegura, poxa, o cara termina um relacionamento de quase quatro anos e já quer sair para baladas e coisas assim? Eu, hein?! Ele concordou com um aceno de cabeça. – Eita! Está animado, hein?
- Com certeza, pequena. Mas e você? Onde estava esse fim de semana? Não atendeu nossas ligações, não dormiu em casa. O que aconteceu?
Arregalei os olhos, desesperada. Eu não esperava que ele tocasse em tal assunto, tão cedo. Mas tive que falar a verdade, antes que ele descobrisse sozinho.
- Eu estava com Tom.
- O quê? Com o Fletcher? Você falou com ele? Ele se lembrava? Como foi? – mudou seu humor na hora, ele arregalou os olhos, rindo alegremente.
- Você me bombardeou com perguntas , espere um pouco. – Respirei fundo para poder conseguir responder tudo. – Sim, com o Fletcher, fui para a casa dele sábado à noite. Ele me contou que se lembrava da noite no pub e eu fique surpresa. Foi legal, nós acabamos... Você sabe... – Eu corei, senti minhas bochechas arderem e riu baixo, pude perceber que ele já sabia do que eu estava falando. – Bom, e aconteceu tudo de novo, mas nós estávamos conscientes... Daí nós passamos o domingo na casa dele e ele me trouxe para casa ontem à noite. E fim.
- Hm, passaram o domingo na casa dele, hein? Fazendo o quê? – perguntou, desconfiado.
- Eu, hein?! Nada demais. A gente só... Assistiu alguns filmes!
- Aham, filmes...
- Enfim , onde estão e Annie? – Decidi mudar de assunto, antes que ele começasse a perguntar demais.
- Foram ao supermercado. Eles estão super preocupados por você , principalmente a Ann. Meu poder de dedução está ótimo, porque eu disse para eles que você deveria estar com Fletcher, acho que consegui acalmá-los um pouco.
- MUITO obrigada, . Eu cansei de ficar resistindo ao Tom, sabe? Dessa vez eu me entreguei de verdade.
- Isso aí, pequena.
E foi o que eu realmente fiz, eu me entreguei. Depois de ficar tanto tempo fingindo que nada havia acontecido, eu me rendi. Me rendi às carícias de Tom, me rendi à seu tremendo poder de sedução, e, agora, eu estava começando a ficar envolvida. Eu apenas torcia pra que eu não fosse só uma válvula de escape.

“Mesmo quando nossas esperanças perdem para a realidade e finalmente temos que nos entregar à verdade. Significa apenas que perdemos a batalha de hoje, não a guerra de amanhã. Eis aqui uma questão em se entregar: quando se entrega, realmente se rende. Você esquece porque resistiu em algum momento”.
- Grey’s Anatomy Cast




Capítulo 5
(coloquem para carregar: Ayo Technology - 50 Cent, Justin Timberlake & Timbaland)

(Annie’s POV On)
- Sua mula paralítica, quer andar logo com isso daí? – Eu berrava para andar logo com aquele maldito vestido. Ela já havia o trocado umas cinqüenta vezes e os meninos estavam esperando a gente para ir ao pub, convencera a gente a sair para nos divertimos, com a desculpa que queria esquecer-se da (puta) Ashley. Nunca duvidei que aquela vadia fosse magoar o , MUITO pelo contrário, eu e já havíamos conversado sobre isso algumas vezes e sempre chegamos a essa conclusão. Enfim, estávamos todos lá, em uma segunda-feira à noite, não tinha ensaios, os meninos não tinham compromissos, eu e Katie não pegamos hora extra na empresa do pai dela dessa vez, então todos nós estávamos de boa. Uns dez minutos depois vi a porta se abrir e correu para o banheiro, em uma tentativa de se esconder, Tom esticou seu pescoço para dentro do quarto e o olhou, como se estivesse procurando por algo... Ou alguém.
- Estão prontas? já foi buscar Katie e eu e os meninos estamos esperando vocês há um tempão. – Ele falou, com um olhar de súplica.
- Diz isso para a , ela está à meia hora escolhendo um vestido. – Falei desanimada, poxa, eu queria me divertir! Eu estava encalhada há um tempão, depois que o desgraçado do meu ex me traiu, nunca fiquei com ninguém... E não foi por falta de oportunidade, diga-se de passagem!
- Acelera ! Você fica linda com qualquer vestido, anda logo! – Tom gritou da porta e eu estranhei esse elogio do Tom. Tudo bem que eles se pegaram duas vezes, mas eles estavam bêbados. Embriagados. Ou eu estava paranóica, ou algo estava acontecendo ali... E eu ainda não sabia!

Descíamos as escadas uma do lado da outra, e pudemos ver os meninos sentados no sofá discutindo sobre algo bem entediante, julguei. Não consegui conter um sorriso quando vi todos os olhares sendo curvados até nós, e com razão! Estávamos umas gatas, modéstia à parte. Eu estava com um vestido tomara-que-caia azul turquesa, que ia até um pouco acima do joelho e com uma fita na cintura da mesma cor do vestido, que segurava um pequeno detalhe em cores neutras. Eu havia colocado um scarpin meia-pata preto, de veludo, que tinha comprado recentemente, em uma ida ao shopping com e Katie, meus cabelos estavam amarrados em um rabo-de-cavalo alto, com alguns fios caindo na frente. estava com uma camiseta branca que tinha os dizeres: “London Fashion Lovers” por baixo da saia de cintura alta preta e BEM acima dos joelhos e bem apertadinha. Ela vestia também um bolero preto de couro, estilo motoqueiro e uma ankle boot preta, além de uma bolsa-carteira da mesma cor do sapato. Seus cabelos estavam presos em um coque desajeitado, mas elegante.
- WOAH! Que lindas, não tenho certeza que estou em um nível tão alto à ponto de sair com essas duas gatas. – disse, me fazendo corar, já falei do efeito que ele causa em mim? Cara, eu não gosto dele, nem estou apaixonada, mas ele me deixa tão... Tão... Enfim, ele é gostoso e tem uma bunda linda, falei!
- Corta essa , vocês também não estão NADINHA atrás da gente. – se pronunciou, enquanto a fazia dar a famosa “voltinha”.
- Estão todas gatas e sedutoras, eu estou um gato envolvente então... VAMOS! – Poynter seu idiota de meio metro de altura, cale-se.
Enquanto saíamos pela porta (não Annie sua idiota a gente saiu pelo chuveiro), percebi que Tom e haviam ficado para trás, ou seja, estavam fazendo algo escondido, aham. Gritei para os meninos, que já estavam no carro, esperarem um pouco que eu havia esquecido algo. Virei-me e me deparei com a cena mais estranha, inesperada e fofa da minha vida! Tom e estavam se beijando e pareciam nem notar minha nobre presença. Cheguei mais perto dos dois e pigarreei alto.
- Vamos logo, casal? – Dei ênfase na última palavra, para que eles notassem a situação em que estavam. Os dois me olharam perplexos e eu soltei uma gargalhada alta (Lê-se: mega estridente).
- Er... Er... Annie! – gaguejou AHÁ.
- Vamos logo! Estão nos esperando, por quanto tempo acharam que iam esconder isso, hein? – Entrelacei meus braços em um braço de cada um e os guiei até a porta. – E relaxem, se quiserem manter em segredo e estiverem com medo de eu contar algo podem ficar tranqüilos! Boquinha de siri!
Saí em direção ao carro de , mandando beijinhos no ar.

Chegamos ao novo pub super badalado de Londres, entramos e seguimos direto para a ala vip. Sentamos em um dos sofás de couro vermelho berrante que havia ali, contrastando com o chão de vidro iluminado por fortes luzes brancas. O local tinha uma aparência agradável, a julgar pela mobília e pelo bom trabalho de decoração feito ali, mas o cheiro de cigarro era insuportável. me chamou para dançar e eu dei graças a Deus por aquele pedaço de mau caminho ter me tirado daquele retiro de fumantes, digamos.
(Annie’s POV Off)


(Tom’s POV On)
Me lembrem de agradecer meus amigos quando chegarmos em casa! pegou Annie e foram dançar, e Katie estavam se comendo por algum canto e devia estar curando sua maldita dor de cotovelo fodendo qualquer vagabunda que ele nem vai lembrar o nome pela manhã, mas eu estou bem de vida, não posso reclamar. Depois do fim de semana na minha casa, eu podia dizer que conhecia (quase) completamente. A música que ela tocou me pareceu bem sincera, eu me senti no direito e na OBRIGAÇÃO de consolá-la depois daquela nossa sessão de “compartilhamento” de músicas e emoções. Eu estava começando a perceber que eu tinha tudo bem na minha frente e não havia visto! Ela estava linda aquela noite e isso me deixava mais fissurado nela, suas curvas me deixavam fascinados e eu me perdia em seus olhos toda vez que os olhava. Um turbilhão de emoções se passavam em meu corpo ao vê-la, não sei como eu havia me tornado tão dependente. Ok, um pouco gay, mas porra, é o efeito que ela causa em mim! Queria que ela soubesse que não era só sexo, eu gostava dela!
Depois de conversarmos sobre coisas extremamente aleatórias, eu peguei seu queixo entre meu polegar e meu indicador e lhe dei um leve e demorado selinho. Pedi passagem para aprofundar o beijo e a mesma foi concedida rapidamente, ficamos ali nos amassando por um LONGO tempo até que decidimos ir dançar. Uma música bem provocante, devo acrescentar. Eu a levava para o meio da pista quando Ayo Technology começou a tocar.

She she, she want it, I want to give it to her
he know that, it's right here for her
I want to, see you break it down
I'm ballin', throw'n money around
She work it girl, she work the pole
She break it down, she take it low
She fine as hell, she about the dough
She doing her thing out on the floor
Her money money, she makin' makin'
Look at the way she shakin' shakin'
Make you want to touch it, make you want to taste it
Have you lustin' for her, go crazy face it

rebolava na minha frente de um modo sexy, ela sabia muito bem aproveitar as dádivas de ser brasileira. Eu segurava sua cintura e ela tinha os braços em volta do meu pescoço enquanto rebolava.

Now don't stop, get it, get it
The way she shakin' make you want to hit it
Think she double jointed from the way she splitted
Got you're head fucked up from the way she did it
She's só much more than you're used to
She know's just how to move to seduce you
She gone do the right thing and touch the right spot
Dance in you're lap till you're ready to pop

Em um movimento rápido eu a virei, fazendo-a ficar de costas para mim. Continuei com as mãos em sua cintura e ela acariciava meus cabelos enquanto dançávamos sincronizada e sensualmente.

She always ready, when you want it she want it
Like a nympho, the info, I show you where to meet her
On the late night, till daylight the club jumpin'
If you want a good time, she gone give you what you want
let me talk to ya
Baby you're so new age, you like my new craze
Let's get together maybe we can start a new phase
The smokes got the club all hazy, spotlights don't do you justice baby
Why don't you come over here, you got me saying
I'm tired of using technology, I need you right in front of me
Ooh, she wants it, uh uh, she wants it
Ooh, she wants it, uh uh (soo), I got to give it to her

A música acabou, comecei a estranhar quando nenhuma outra música começou e então tive o pressentimento que algo ali estava errado. Olhei para os lados e não havia ninguém por perto, todos estavam afastados com os olhos arregalados formando uma espécie de circulo, estava com os olhos arregalados e ao mesmo tempo marejados, há, mais ou menos, um metro de distância de mim. Não sabia direito como nos separamos, mas realmente me assustei quando ouvi uma voz grossa e firme dizendo:
- Afaste-se dela, agora.
(Tom’s POV Off)


(’s POV On)
Jack, Jack Clark. Antigo amigo do meu pai, costumavam ser inseparáveis e estavam sempre ajudando um ao outro, até em questão de dinheiro. Acho que esse foi um dos motivos para meu pai nos abandonar, acho que ele tinha dívidas com o senhor Clark e sabia que não podia pagá-las.
Só percebi a gravidade da situação quando olhei para cima e havia policiais armados apontando a arma para o senhor Clark. As lágrimas já escorriam sem cerimônias pelas minhas bochechas. Voltei meu olhar para o velho à minha frente, ele estava diferente... Estava mais carrancudo, tinha um olhar maligno e usava vestes pretas. Tom estava, agora, a uns três metros de mim e mantinha um olhar assustado e preocupado. Eu estava no meio de tudo, sozinha no meio de um monte de rostos e olhares assustados, vários policiais armados e um velho louco apontando uma arma para mim. Legal, eu estava gostando do cara mais perfeito do mundo, estava indo muito bem minha carreira de modelo de fotografia e pretendia voltar às pistas de patinação em breve e eu estava mais do que bem com meus amigos. Do nada, aparece um velho bigodudo e acaba com minha felicidade (visivelmente momentânea). Estremeci quando vi que ele se aproximava de mim, ele parou a uns dez passos de onde eu estava e falou firme:
- Huh! Belas curvas, ! – Ele deu um risinho nasalado, me fazendo o olhar com desprezo. – Não sei de onde as tirou, já que sua mãe era como uma vara de cutucar mamão de tão magra!
- Não ouse insultar minha mãe, Clark. O que você quer? – Falei entre dentes. Porra, o velho me procura no meio de uma boate, aponta uma arma para mim e ainda xinga minha mãezinha?
- Corajosa... Como seu pai. Onde está àquele infeliz, hein? Não o vi depois que ele pegou mais de dez mil reais emprestado e enfiou no cú de sua mãe antes de fugir para qualquer lugar do Brasil. – Ele falou sarcástico.
- Você acha que eu saberia onde ele está depois de nos abandonar? Você acha que eu tenho alguma culpa do que ele fez com você?
- Ele deu o dinheiro para você e sua mãe, eu apenas quero a grana. – Ele falou e percebi que firmou a mão na arma. – Não quero ter que estragar esse teu rostinho lindo.
- Você é desprezível, deselegante, inconveniente e insuportável. Deveria ter raciocinado quando pensou em me procurar, eu não quero saber do meu pai. Não quero saber aonde aquele filho da puta enfiou seu maldito dinheiro e você devia pegar todo esse teu desejo de vingança e ir para a puta que o pariu. – Cuspi as palavras, não iria mais agüentar aquilo. Logo vi seu sorriso sarcástico desaparecer e a raiva tomar conta de sua velha face.
- Devia tomar cuidado com o que fala, .
Depois disso eu ouvi um barulho de tiro, uma pressão incrivelmente forte se chocou contra meu corpo. Outro barulho de tiro e um grito. Um barulho de um corpo caindo no chão. E nesses (prováveis) três segundos, meu corpo já se encontrava no chão. Dois segundos depois, minha cabeça latejava de tanta dor, eu fui ficando lentamente tonta, eu ouvi alguém gritando meu nome e tudo ficou escuro.
(’s POV Off)


(Tom’s POV On)
Ela estava ali, desacordada no meio do pub. O cretino que atirou nela estava morto do outro lado do espaço, com um tiro no peito. Corri ao encontro do corpo de , mas um dos policiais me impediu.
- EU PRECISO VÊ-LA! ELA ESTÁ COMIGO, ME DEIXEM VÊ-LA! – Eu estava ofegante, ela não podia morrer, ela não ia morrer com um tiro no ombro, iria? Talvez ela estivesse inconsciente pelo impacto de sua cabeça com o chão ou pelo susto. Eu precisava ouvi-la respirar, eu precisava sentir seu calor, eu precisava dela.
(Tom’s POV Off)

“Passamos toda a vida nos preocupando com o futuro. Fazendo planos para o futuro. Tentando prever o futuro. Como se desvendá-lo fosse aliviar o impacto. Mas o futuro está sempre mudando. O futuro é o lar dos nossos medos mais profundos e das nossas maiores esperanças. Mas uma coisa é certa: quando ele finalmente se revela, o futuro nunca é como imaginamos”
- Grey’s Anatomy Cast.




Capítulo 6
(n/a: coloquem pra carregar Your Body is a Wonderland – John Mayer)

(Tom’s POV On)
Confesso que ver minha melhor amiga, agora minha “ficante”, com uma arma apontada para seu rosto não foi a melhor coisa que eu já vi. Mas eu já havia escutado as histórias sobre a no Brasil e já desconfiava que algo do gênero iria acontecer. Estávamos todos no hospital, esperando que ela acordasse. O médico havia dito que o tiro no ombro dela não iria comprometer em nada e não precisariam usar drenos, nem nada, e que ficaria uma pequena cicatriz. Creio que eles já haviam retirado o projétil e dado os pontos que teriam que dar. Annie e os caras já haviam saído do quarto para voltar para casa, eu me ofereci para ficar, já que o doutor disse que ela acordaria ainda naquela noite.
Eu estava na janela do quarto em que ela estava, quando pude ouvir alguém cantar baixinho:
- I took my love down to violet Hill, there we sat in snow... - Pensei que fosse coisa da minha cabeça, mas congelei quando olhei para trás e vi quem estava sussurrando. - All that time, he was silent still... - estava cantando baixinho com os olhos fechados, ainda deitada, e eu sorri abertamente. - So if you love me, won’t you let me know? - Ela terminou de cantar e me mostrou o sorriso mais lindo que eu já havia visto em toda minha vida. - Hey Tom, é você? – Ela falou com a voz um pouco fraca.
- Olá pequena, sou eu sim, como você está? – Passei a mão pelos seus cabelos, sorrindo, ela estava meio pálida, mas nada que tirasse sua beleza... Ok, isso foi gay. – Pensei que não fosse mais acordar.
- Um bom capitão nunca abandona seu navio, Tom. – Ela disse sorrindo docemente e meu sorriso se alargou mais ainda, e então ela continuou. - Eu estou bem, com uma dorzinha no ombro, mas estou bem... Tom, o que aconteceu ontem? Digo, depois que o senhor Clark apareceu no pub? – Ela me perguntou sem rodeios, e agora? Eu teria que explicar para ela do tiro, do velho morto e dos policiais... Puta que pariu.
- Olha , vou ter que contar mesmo? Bom, fiquei sabendo que depois que o cara matou o segurança do pub com um tiro na testa... - Estremeci e vi que ela fez uma cara de nojo/surpresa, se sentando na cama. – Outro segurança viu o que ele fez e se escondeu para poder ligar para a polícia, isso tudo foi o quem me contou, sabe-se lá de onde ele tirou isso, mas, enfim, nós estávamos dançando e os policiais chegaram sem o sujeito saber, toda a equipe especial veio e ouvi dizer que teve até material bélico de porte leve, mas sabe como é... Quem conta um conto, aumenta um ponto. – Ela me fuzilou com o olhar e eu já sabia que era por causa da minha (terrível) mania de fazer comentários quando estava contando história, então eu continuei. – Então os policiais se colocaram em posição, apontaram todas as armas para ele, mas, antes disso, pediram para o DJ parar de tocar. Todas as pessoas da pista perceberam que ele estava ali, apontando a arma para você, e pararam de dançar na hora. Bom, daí você sabe... Eu também não percebi nada até não tocar outra música. E depois vocês trocaram algumas palavras e ele te atirou. No ombro. – Engoli em seco, estava sendo meio difícil ter que contar toda aquela história para ela.
- Mas e o... Mas e... Mas e o Clark? O que fizeram com ele?
- No momento em que ele te atirou, os policiais foram rápidos e dispararam nele também. Acho que foi por isso que a bala não te atingiu em outro lugar, porque os policiais já haviam atirado nele e ele não pôde mirar a arma em um ponto fixo em você. Ele caiu morto no chão, tipo, mortinho mesmo. Bom, depois nós te trouxemos para cá e nem ficamos para ver o que ia ser a do coroa. , Annie e o resto do pessoal estão lá na sua casa, esperando, o médico disse que vai te dar alta hoje mesmo. – Ela sorriu largamente. – Ah, e amanhã quero te levar a um lugar, sei que você vai sair do hospital hoje, mas vai ser muito especial para mim e para você.
- Tudo bem. – Ela bateu continência e eu lhe dei um selinho rápido e saí para dizer para o Doutor que ela havia acordado e que voltaríamos para casa na próxima manhã.
(Tom’s POV Off)

(’s POV On)
Lar, doce lar. Frase (mega) clichê, eu sei. Mas depois de ficar entrevada naquela cama de hospital, com uma agulha na minha veia, e com cara de defunto, eu estava realmente feliz em voltar para casa. Parei em frente à porta, com a ajuda de Tom, é claro, e ele me deu um selinho demorado e sorriu depois. Foi nessa hora que eu realmente percebi o quanto ele era lindo. Abri a porta lentamente e encontrei Annie, , , e Katie sentados no sofá, nos fitando assustados, mas a única coisa que eu pude ver depois, foi um grande tecido azul se chocando contra meu rosto. Ah meu deus, o devia ser um pouco menos desesperado.
- Ah ! Pelo amor de deus, você está bem? Está com alguma dor? Algum hematoma? Seqüelas? Te trataram bem no hospital? Quantas vezes erraram o lugar da sua veia? Minha nossa senhora das bicicletinhas, que bom que você voltou! – Ele falou isso tudo me apertando no abraço e depois segurando em meus ombros, com um olhar desesperado e eu não consegui segurar uma gargalhada. – Isso não tem graça, ok? Você podia ter morrido ontem.
- Mas eu não morri, ! Relaxa, aqui estou eu... Linda, leve e solta! – Falei, entrando na sala e logo fui abraçada e bombardeada de perguntas por TODOS que estavam ali, confesso que aquela foi a única vez que eu não gostei de ser o centro das atenções. – Elementos lindos do meu coração, relaxem, eu estou bem, não estou com nenhuma dor, nem hematomas e MUITO menos seqüelas, . – soltou um suspiro aliviado. – Eu fui muito bem recebida, apesar de não lembrar muito e, não , não erraram minha veia nenhuma vez... Eu acho. – Falei a última parte bem baixinho, como um sussurro.
- Muito obrigada por voltar logo , já estava hiperventilando aqui. – falou rindo e se sentando no sofá.
- Ah claro, a é minha irmãzinha do coração e eu não iria ficar relaxado sabendo que ela levou um tiro no ombro, não é? – Nessa hora eu me lembrei de tudo que havia acontecido e uma expressão de tristeza tomou conta de meu rosto. Flashes da noite passada vinham em minha mente, me deixando mais desnorteada do que eu já estava.
- Gente... Eu vou... Eu vou subir, ok? – Subi as escadas lentamente e pude ouvir vários “Você está bem mesmo, ?” ou “Quer alguma ajuda?”. Eu realmente era muito grata pelos amigos que eu tinha, mas em algumas situações eu tinha que me virar sozinha. Eu não podia, simplesmente, jogar metade dos meus problemas para cima dos meus amigos para eles poderem resolver para mim, ou comigo.

Eu já estava me sentindo (muito) bem. Troquei as compressas que ficavam no meu ombro com a ajuda dos meninos, já que Annie estava fazendo sei lá o que na casa do . Os dois andam bem grudadinhos ultimamente. Eu já havia tomado meu banho e estava deitada na minha cama, com a nobre e incrível companhia do meu amigo inconfundível: tédio. Legal, uma salvação... Logo pude sentir algo vibrando na cama e a melodia tema de Potter (n/a: amo, amo, amo demais *-*) soando em algum lugar, embaixo da minha bunda, meu celular.
- Alô! – Atendi animada, ué... Santa é a pessoa que me tirou do tédio.
- Wow, que animação é essa ? – Droga, droga, droga... O Tom realmente não precisava ficar sabendo desse meu ALÔ animado de sempre.
- Er, nada não Tom... Enfim, ligou para que? – Eu tinha que dar um jeito de sair dessa saia justa...
- Opa, menina bipolar. – Ouvi ele soltar uma gargalhada do outro lado do telefone e confesso que a risada dele era uma das melhores coisas que eu já ouvi na minha vida. – Posso te pegar aí daqui uns trinta minutos? É que o “lugar” tem hora marcada, er. Lembra que hoje eu vou te levar em um sh... Lugar muito especial?
- Ah é... Hm, claro que pode Tom! – Droga, me esqueci do compromisso... Que tratante, eu.
- Então nos vemos daqui a trinta minutos! Eu te a... Beijos, fofa. – Eu... Eu... PORRA TOM, PORQUE TU NÃO CONTINUASTE A FRASE? Sabe... Ás vezes o Tom pode ser bem lento, bem doidão mesmo... Acho que vou acabar escrevendo um livro chamado “PORRA TOM...” Ri sozinha e quando eu ia mandar um beijo para ele... TU TU TU TU. Senhor, me ajuda...
Vestido preto um pouco rodado: Check. Sapatos scarpin, meia-pata, preto: Check. Cabelos soltos com a franja para o lado e maquiagem leve: Check. Sobretudo preto por cima do vestido: Check. E lá estava eu, descendo as escadas de casa para esperar Tom na porta.
- Wow, que linda você está, ! – chegou na sala, com a seu encalço.
- Isso aí... Tudo para sair com o Tom? – falou, me abraçando de lado.
- Diz ele que vai me levar em um lugar especial, hoje.
- Especial, huh? Só espero que esse especial não seja a suíte Premium do mais novo motel cinco estrelas de Londres. – Me lembrem de matar o engraçadinho que disse isso: . Ele riu e o acompanhou.
- Pf, morre . – Eu disse, fazendo um barulho engraçado com a boca, e rindo depois.
- Hey, é verdade, ok? Me ligue se ele tentar te importunar e fazer você dançar aquela música tosca do Brasil... Como é? Na boquinha da garrafa? – Eu ri alto, MUITO alto. Lembro de ter mostrado para eles essa música. – Isso, isso... Se ele tentar fazer você dançar essa música na banheira, me liga. – Ele falou rindo e riu junto. Ouvimos um buzina e logo julguei que fosse Tom, dei um beijo na bochecha de cada um dos meninos, demorando mais em , porque o mesmo ficou fazendo recomendações para mim... Ok, mamãe.

Ai. Meu. Deus. Eu realmente não sei como, mas acho que ganhei na loteria quando me tornei uma semi-dona do elemento mais lindo que eu já vi... Ele estava bem ali, na minha frente, encostado no carro. Com uma calça jeans escura e vans pretos, que combinavam com a camisa social dobrada até os cotovelos da mesma cor do sapato. Sorri instantaneamente, o vendo brincar com uma pedrinha no asfalto, que fofo. Andei lentamente até ele e levantei seu queixo com meu dedo indicador e depositei um leve selinho em seus lábios.
- Você está uma graça, Tom. – Ele sorriu maroto e colocou as mãos em minha cintura, me puxando para perto e colando nossos lábios rapidamente. Ficamos assim por uns cinco segundos até aprofundarmos o beijo, sua língua quente brincava com a minha, me fazendo ter choques elétricos e sorrir durante o beijo.
- Você está linda, fofa. – Ele falou sorrindo e abrindo a porta do carro para eu poder entrar. Que lindo! Ele é um verdadeiro cavalheiro. O caminho até o misterioso lugar foi normal, conversamos sobre várias coisas e, nos semáforos, Tom sempre se esticava para nós nos beijarmos, o que resultava em chingamentos, buzinas, mais chingamentos e motoristas nervosos, sem contar nas nossas gargalhadas dentro do carro.
Paramos na frente de uma casa de shows e eu me perguntei se o Tom não havia me levado para ver um show de strippers, porque, se fosse isso, eu iria matá-lo bem lentamente. Ele abriu a porta para mim (menino cortês) e eu estiquei minha mão para que ele me ajudasse a descer do carro. Quando estávamos chegando na porta do lugar, pude ouvir uma melodia nada desconhecida.
So fathers be good to your daughters, daughters Will love like you do...
- Droga, já começou! – Tom xingou baixinho e eu ri mais baixo ainda, entramos no local depois de uma série de identificações e dois ingressos entregues ao segurança.
Girls become lovers Who turn into mothers, so mothers be good to your daughters too.
Adentrei o local e ele tinha um clima bem agradável, algumas mesas espalhadas na frente de um pequeno palco e pude reconhecer alguns rostos famosos por ali.
Um show.
Um show particular.
Um show particular do meu artista preferido.
Um show particular do John Mayer.
Morri. Apertei de leve a mão de Tom e olhei para ele com um sorriso imenso estampado no rosto, o beijei de leve.
- Gostou da surpresa? Eu sei que você ama o John Mayer e eu soube que ia ter um show particular aqui... E então? – Ele coçou a nuca, envergonhado.
- Eu amei Tom, de verdade. Muito obrigado, eu estou sem palavras.
- De nada fofa, agora vamos nos sentar e aproveitar o show.

“Muito obrigada pela presença” John disse do palco, depois de anunciar que o show havia acabado. Com certeza aquele foi o melhor show que eu já havia presenciado em toda a minha vida. Eu e Tom passamos o show inteiro de mãos dadas, um do lado do outro, sentados na mesa. Ele me abraçou quando Why Georgia começou a tocar... Eu SEMPRE chorava nessa música, ô coisa...
Entramos no carro e Tom chegou pertinho do meu ouvido e cantou baixinho, enquanto suas mãos passeavam pelo meu braço:
- Your body is a wonderland, Your body is a wonder I’ll use my hands...
Eu me arrepiei imediatamente e sorri com o rumo que as coisas tomaram. (n/a: coloque a música para tocar!)

We got the afternoon
You got this room for two
One thing I've left to do
Discover me
Discovering you

Entramos cambaleando no apartamento de Tom, depois de ele se assegurar que havia ido para minha casa, com Annie. Minhas mãos passeavam por suas costas enquanto nos beijávamos fervorosamente. Eu entrelacei minhas pernas em sua cintura e comecei a espalhar leves beijos pelo seu pescoço, enquanto ele tentava se desvencilhar dos seus sapatos e depois dos meus.

One mile to every inch of
Your skin like porcelain
One pair of candy lips and
Your bubblegum tongue
And if you want love
We'll make it
Swim in a deep sea
Of blankets
Take all your big plans
And break 'em
This is bound to be a while

Paramos, ambos de pé, ao lado da cama de Tom e ele foi desabotoando meu vestido, depois de já ter se livrado de meu sobretudo. Fiz o mesmo com sua camisa e desabotoei sua calça, deixando o resto para depois. Meu vestido deslizou pelo meu corpo e pude ver um brilho nos olhos de Tom.

Your body is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body is a wonderland
Something 'bout the way the hair falls in your face
I love the shape you take when crawling towards the pillowcase
You tell me where to go and
Though I might leave to find it
I'll never let your head hit the bed
Without my hand behind it

- I’ll never let you head hit the bed, without my hand behind it. – Ele cantarolou essa parte da música no meu ouvido e colocou sua mão atrás de minha cabeça, depositando a mesma, lentamente, no travesseiro... Estávamos com uma conexão direta com os olhos e eu via sinceridade nos olhos dele. E espero que ele tenha visto a mesma coisa nos meus, eu, realmente, gostava dele. Ele me beijou docemente e desceu suas mãos para o fecho frontal do meu sutiã, se livrando do mesmo alguns segundos depois. Eu terminei de abrir o zíper de sua calça e desci a mesma com a ajuda dos meus pés.

You want love?
We'll make it
Swim in a deep sea
Of blankets
Take all your big plans
And break 'em
This is bound to be a while
Your body is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body is a wonderland

Tom começou a depositar beijos pelo meu pescoço e pelo meu colo. Ele abocanhou um dos meus seios com a boca e massageou o outro, enquanto eu soltava gemidos baixos e agarrava os lençóis. Ele fazia movimentos circulares com sua mão em meus quadris e, com a outra mão, ele segurava meu rosto, depois de selar nossos lábios em um beijo (extremamente) urgente. Ele terminou de se livrar de todas as peças íntimas que impediam nossos corpos de transmitirem energia e impediam de me mostrar o quanto ele estava excitado. Ele buscou um preservativo no criado-mudo, ao lado da cama, e colocou-o. Antes de me penetrar, ele olhou nos meus olhos bem profundamente e, depois, depositou um leve e demorado beijo no meu ombro machucado.

Damn baby
You frustrate me
I know you're mine all mine all mine
But you look so good it hurts sometimes
Your body is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body is a wonderland

Eu sabia que ali eu estaria segura, com Tom eu estaria a salvo. Não importava mais nada, apenas eu e ele. Ele me penetrou lentamente, com o rosto enterrado em meu pescoço. Minhas unhas ligeiramente grandes arranhavam seus ombros másculos e jovens. Ele continuou as investidas aumentando o ritmo e me calou com um beijo, quando eu gemi alto. Alto até demais, nós dois rimos durante o beijo. Eu já não tinha mais consciência do que estava fazendo, tudo era automático quando eu estava com ele. Um tempo depois eu percebi que ele havia chegado ao ápice, mas continuou investindo até que eu gozasse. O que não demorou muito para acontecer. Ele deitou ao meu lado e jogou o preservativo em um lixinho que ele tinha ao lado da cama e se juntou a mim, embaixo do edredom. Aninhei-me em seu peito enquanto ele fazia carinho em minha cintura.
- Eu quero me lembrar desses dias para sempre. – Já disse que com Tom era tudo automático, eu não controlava nem o que eu dizia.
- Eu também, fofa. Posso te perguntar uma coisa? – Ele perguntou, curioso.
- Uhum.
- Como você se imagina daqui a uns cinco anos? – Sorri involuntariamente, eu realmente nunca havia pensado nisso, mas tinha, pelo menos, o básico na cabeça.
- Bom, eu quero estar casada, com um filho e uma filha brigando pelo controle da televisão. Meu marido chegando em casa e separando os dois, colocando em um canal de esportes, onde vai estar passando o jogo do Brasil contra a Inglaterra na final Copa do Mundo. Eu vou estar com a camisa do Brasil na frente do fogão, colocando a comida pronta na panela, para ninguém perceber meus horríveis dotes culinários. – Ele riu e deu um beijo na minha cabeça. – Todos nós vamos continuar a ver o jogo na cozinha e eu vou ser a única que irá torcer pelo Brasil. Depois disso, meus filhos vão dormir e meu marido vai me castigar na cama por não torcer pela Inglaterra. – Tom deu uma gargalhada alta, que me fez rir baixinho.
- Eita, e quem vai vencer a Copa do Mundo?
- O Brasil, é claro! Meus filhos e meu marido vão ficar com cara de tacho enquanto eu comemoro a conquista do meu lindo país. – Ele riu de novo. – E você Tom? Como você se imagina daqui uns cinco anos?
- Eu quero estar em uma turnê mundial com a banda, quero que minha mulher sempre compense meu cansaço diário na cama. – Eu ri, o que nossos futuros planejados tinham em comum era isso, sexo. - Vou ensinar meus filhos a abaixar a calça do e dar pedalas na cabeça do e do , vou ensiná-los também a tocar guitarra e piano, enquanto minha mulher observa tudo de longe, com um sorriso no rosto.
- Que lindo, Tom. – Eu falei, olhando para ele e lhe dando um leve selinho. Meus olhos foram pesando e eu bocejei algumas vezes. – Estou ficando com sono.
- Vamos dor... – Ele ia falar, mas foi interrompido por uma voz de gralha super irritante.
- Tom, lindo, cadê você?
Aquela voz eu já conhecia, mas eu não sabia o que Alexa estava fazendo ali.


Albert Camus uma vez escreveu: ‘Abençoados os corações flexíveis, pois nunca serão partidos.’ Mas eu penso comigo mesmo que se não se partiram, não se curam. E se não houver cura, não ha aprendizado. E se não houver aprendizado, não há luta. Mas a luta é uma parte da vida. Então todos os corações precisam ser partidos?”
- One Tree Hill Cast





Capítulo 7

Eu realmente não sabia que porra era aquela! Eu e Tom estávamos tendo uma ótima noite e de repente a vadia mal comida da Alexa aparece do nada no apartamento dele?! Alexa é uma das ex-namoradas do Tom, que, por sinal, faz de tudo (mesmo) para me irritar... Eu a odeio, e ela me odeia: simples. E eu queria saber por que diabos ela tem a chave do apartamento dele? Pelo que eu me lembre nós havíamos trancado a porta do apartamento antes de... Bom, antes de... Enfim, que porra era aquela?
- ALEXA! QUE PORRA, O QUE É QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? – Nessa hora Tom havia se levantado e vestido suas boxers, já que Alexa nos pegou juntos na cama e Tom a arrastou para a sala.
- Ai, amorzinho... Ficar nervoso não rola, ok? As rugas aparecem mais cedo... – Eu só ouvia a conversa dos dois na sala e aquela puta com voz de taquara rachada falando, e falando mascando chiclete, típico. – Anyway, eu vim te visitar... Mas parece que você estava ocupado!
- PORRA, É CLARO QUE EU ESTAVA! COMO ASSIM, VOCÊ ENTRA NA MINHA CASA, SEM O MEU CONSENTIMENTO, ESSA HORA DA NOITE? – Tom berrava e eu já devia estar vermelha de raiva! Porra, porque é que ela ainda tinha as chaves da casa dele? Filho da puta, vadio, vagabundo. Vesti minhas roupas o mais rápido possível e abri a porta do quarto chegando à porta da sala para escutar o que a vadia falou:
- Ai, que isso, fofo? Relaxa! Eu sei que você estava ocupado, mas devia se ocupar com coisas que valem mais à pena, não acha? – Ela falou me olhando de cima a baixo e eu lutava para segurar minhas lágrimas. – Oops! Não vi você aí... !
- É melhor você ficar calada, projeto de loira falsificada. Sua siliconada do caralho. – Eu falei entre dentes e as teimosas lágrimas já rolavam pelo meu rosto.
- ! Eu juro que posso explicar, eu... – Tom tentava se explicar, mas eu já sabia do maldito jogo que ele estava fazendo, como eu pensei. Se fingindo de sensível para conseguir sexo: o típico submisso.
- Porra Tom! Você não vai me explicar nada! Eu não quero saber de nada, eu já entendi Thomas. Você não vai me usar, pode ficar aí com esse projeto de Pamela Anderson!
- , espera! – Dessa vez os gritos de Tom estavam abafados, eu já havia saído do apartamento e não ouvia mais nada. v
O frio cortante da noite de Londres batia em meu rosto aquecido pelas lágrimas que rolavam pelas minhas bochechas. Eu optei por não voltar para casa, eu queria andar e andar. Caminhar por aí sem ninguém para poder me enganar ou me fazer de boba. Eu só queria queimar noite afora. “Just let me burn the night away” diz Maika Maile. Eu realmente não sabia ao certo o que eu sentia por Tom, mas eu estava chateada com o que havia acontecido. E lá estava eu, entrando em um táxi para poder sair dali o mais rápido possível.
- Riverside, County Hall, Westminster Bridge Road... – Percebi que estava complicando demais as coisas, então resolvi facilitar. - Me leve à London Eye. – Eu disse rápido para o taxista, quem concordou com um aceno de cabeça e me dirigiu ao meu destino. Encostei minha cabeça na janela do carro e chorei mais ainda, ouvi um sussurro distante... “Está tudo certo, moça?” Eu apenas concordei um “Uhum” quase inaudível. Eu estava confusa, estava tudo rodando na minha cabeça. Eu e Tom tivemos uma ótima noite e lá estava eu: de madrugada. Sozinha em um táxi. Aos prantos. Praticamente abandonada. Paguei o táxi e desci em frente à London Eye, um dos primeiros lugares que eu visitei assim que cheguei a Londres. E foi exatamente nesse dia e naquele lugar em que eu conheci Annie e .

(Flashback On)

Nós não víamos coisas assim no Brasil, é claro que o Cristo Redentor é lindo! Mas nada que possa se comparar à grande London Eye. Sentei-me em um dos bancos ali em frente e admirei a grande Londres à minha frente. Eu estava em um sonho, morando em Londres com um tutor provisório que minha mãe havia arranjado pra eu poder morar em aqui sem ela. Tirei algumas fotos e ao guardar minha máquina, eu (azarada com sempre) levei uma bolada no rosto. Beleza, ô sorte que eu tenho no meu primeiro dia na cidade dos meus sonhos. De repente eu senti algo descendo pelo meu nariz... Sangue. Peguei um paninho que eu sempre carregava comigo (porque eu sempre tive essas crises de sangramento no nariz quando eu ficava muito tempo no sol) e segurei no nariz e pude ver um casal de jovens, mais ou menos da minha idade, se aproximando. A menina era magra, alta e tinha longos cabelos loiros, o menino era magro também, olhos azuis e sorria abertamente. Enquanto eles se aproximavam, eu pude ouvir a garota ralhando com ele:
- Viu o que você fez ? Custava mandar a bola um pouco mais devagar e para mim? Tu é vesgo ou o que?
- Porra Ann, foi mal! – Eles viram que estavam perto de mim e sorriram tímidos. – Ahn oi! Olha, me desculpe pela bola! Está tudo bem? – Eu fiquei tipo ‘AHN?’, poxa, quem é que brincava de bola, àquela hora da manhã, em frente à London Eye?
- Está tudo bem sim, não foi nada. – Eu respondi tímida.
- Hey, você tem sotaque! – A menina falou sorrindo e eu a acompanhei.
- Oh sim, eu sou do Brasil.
- BRASIL? Wow! Bem que eu vi que você tem uma bun... – O menino começou, mas parou quando a menina deu um tapa em seu braço e eu ri disfarçadamente. – Prazer, .
- ... Mas pode me chamar de . – Estendi minha mão para ele.
- ! Bonito nome... Diferente mas er, chique e exótico! – A menina falou e riu, me fazendo rir junto. – O meu é Annie, mas pode me chamar de Ann!


(Flashback Off)

As cenas de quando eu cheguei a Londres pairavam sobre minha mente e eu sorria entre lágrimas, e soluçava entre lágrimas. Era tudo tão mais fácil quando eu não conhecia o Thomas, era tudo tão mais fácil antes da gente se envolver. Eu admirava a London Eye à minha frente e eu sabia que largar minha família no Brasil para vir para Londres fora uma ótima idéia. Não havia ninguém por ali, o canteiro estava deserto. Minha primeira vez no Hyde Park, a primeira vez em que saímos todos juntos no Peckham Rye Park... As lembranças iam e vinham em minha mente e as lágrimas que cobriam meu rosto não haviam cessado, mas estavam indecisas entre tristeza e felicidade. Ann e foram meus melhores amigos desde que cheguei aqui, antes de conhecer e Tom, eu conheci , quem logo me “adotou” como sua irmã caçula. Eles ajudaram a mim e ao meu tutor provisório a achar um colégio legal para eu estudar, que por acaso, era o colégio que eles estudavam. Todos nós passamos o Ensino Médio juntos e eu praticamente acompanhei o crescimento da banda. Estávamos próximos ao Natal e os meninos queriam tirar umas férias do dia vinte e cinco até o Ano Novo, no Caribe. E, é claro, eles nos incluíram (Eu, Ann e Katie) nos seus planos. Deixei minha cabeça pender para trás e fechei os olhos bufando, meu rosto estava seco, mas a qualquer hora as lágrimas podiam começar a descer de novo.
- ! – Ouvi alguém me gritando e (para minha felicidade) não era Tom, eu olhei para o lado e vi com os olhos levemente arregalados e ofegante. Ele veio andando até mim e eu me levantei, ele me abraçou e continuou. – Tom me ligou me perguntando onde você estava e eu estranhei você não estar com ele, daí ele me explicou tudo. Bastardo! Eu sabia que você estaria aqui, é seu local preferido.
Eu assenti com a cabeça e o olhei já chorando, ele me dei um beijo na testa e me apertou mais no abraço.
- , me leva para casa? – Eu perguntei e ele assentiu com um barulho engraçado com a boca. Ele me abraçou de lado e nós fomos direto para o seu carro. Minha cabeça doía como nunca havia doído antes, e meus olhos certamente estavam vermelhos por causa do choro. Que homem em sã consciência deixaria a chave de sua casa com sua ex-namorada? Cafajeste... No caminho para casa eu xingava Tom mentalmente com os piores nomes que alguém poderia dizer. E eu também xingava aquela funcionária de bordel, duas pragas de uma vez só. Era nessas horas que eu agradecia a Deus por ter meu curativo ambulante, . Meu melhor amigo e irmão (extremamente) protetor.
Encostei minha cabeça no vidro do carro e me lembrei dos meus tempos nas pistas de patinação, eu definitivamente voltaria a patinar. Estava decidido, eu não conseguia mais viver sem uma das minhas paixões. Quem sabe eu poderia conciliar minhas duas “profissões” e fazer uma sessão de fotos nas pistas de patinação? Dream! Mas, na verdade, o que eu queria era poder patinar fora da Europa... Expandir meus limites! Bom, bandas fazem turnês pelo mundo inteiro, empresas instalam filiais em vários países... Eu posso patinar em outro país também, certo? Chegar nas Olimpíadas de Inverno... Nada disso seria ruim.
Chegamos na porta de casa e abriu a porta para eu descer, ele me abraçou de novo de sussurrou um “Vai ficar tudo bem” quase inaudível... Naquele momento eu soube que não estava sozinha, definitivamente não.

Londres é apenas um local em algum lugar do mundo, que talvez seja bem parecido com seu mundo ou que talvez não se pareça em nada. Mas se olhar de perto, poderá ver alguém como você. Alguém tentando encontrar seu caminho, alguém tentando encontrar seu lugar, alguém tentando encontrar a si mesmo. Às vezes, é mais fácil se sentir como se fosse o único no mundo que está lutando, que está frustrado, insatisfeito, que mal está conseguindo. Esse sentimento é uma mentira. E se puder apenas agüentar encontrar a coragem para encarar tudo isso por mais um dia, alguém ou algo, irá te encontrar e fazer com que tudo fique bem. Porque todos precisamos de um pouco de ajuda às vezes, alguém para nos ajudar a escutar a música do mundo, para nos lembrar que nem sempre será assim. Esse alguém está por aí. E esse alguém irá te encontrar.
- One Tree Hill Cast (texto levemente modificado)




Capítulo 8

Uma semana se passou e fazia questão de não atender nenhum telefonema de Tom ou de responder seus malditos SMS’s. Depois daquela noite, me levou para casa e eu estava cagando e andando para o Fletcher. Eu fazia de tudo para não vê-lo (o que me fez perder algumas reuniões entre amigos e afins, mas nada que eu não possa compensar depois) e ocupava meu tempo livre com sessões de fotos extras e cuidando de Marvin. Marvin é um gatinho que eu comprei recentemente, claro que não gostou muito da idéia, já que minha alergia à pêlos sempre me “atacava” quando Marvin estava por perto, mas nada que um remédio não pudesse resolver. Mas vou confessar que eu estava com saudades de Tom, eu não conseguia parar de pensar nele e na puta da Alexa. Nessa semana eu havia tomado uma atitude e telefonei para minha ex-representante na patinação, contei para ela sobre minha (imensa) vontade de voltar a patinar. Seu nome era Shay, ela sempre fora minha segunda mãe... Sempre me ajudando com os tombos que eu sofria nos treinos ou até mesmo fora dos treinos (eu nunca fui uma pessoa com muito equilíbrio e coordenação motora), mas, embora eu fosse bem estabanada, ainda conseguia ficar encima de patins e fazer (belos) números em pistas de gelo.
Eu estava na frente de casa, com as chaves do meu carro na mão e apertando mais meu casaco contra meu corpo, decidi ir a uma Starbucks com Annie e Katie, já que elas estavam pra sair do trabalho. O pai de Katie estava pegando pesado com elas na empresa, elas eram assistentes na sessão de design... O pai de Katie havia as contratado com a desculpa de que elas tinham uma ótima visão moderna para trabalhar no design da revista. Coisa que eu nunca pude discordar porque elas realmente faziam um ótimo trabalho. Entrei no carro cantarolando uma música clássica dos Beach Boys que estava passando na rádio:

If everybody had an ocean
Across the U. S. A.
Then everybody'd be surfin'
Like Californi-a
You'd seem 'em wearing their baggies
Huarachi sandals too
A bushy bushy blonde hairdo
Surfin' U. S. A.
You'd catch 'em surfin' at Del Mar
Ventura County line
Santa Cruz and Trestle
Australia's Narrabeen
All over Manhattan
And down Doheny Way
Everybody's gone surfin'
Surfin' U.S.A.

Uma música bem animada para uma tarde fria em Londres, o trânsito estava impossível. Parecia que todos haviam resolvido dirigir na mesma hora que eu, isso sempre acontecia… E sempre me matava de raiva. Liguei para Katie para perguntar em qual Starbucks iríamos.
- Hey girl. – falei com o telefone entre a orelha e o ombro, encostando para poder falar.
- Fala aí, . – ela respondeu no seu maior jeito cafetão.
- Me encontrem na Starbucks, você e a Ann.
- Qual Starbucks, ? Golden Square? Tottenham Court? Catherine’s House? Noth Audley? Russell Road? Ludgate Hill? Tem zilhões aqui em Londres! – ela falou rindo e eu ainda tentava processar o monte de nomes que ela havia dito.
- Vamos na Ludgate Hill, é mais perto daí. Te encontro lá, beijos. – nem esperei ela falar e desliguei o telefone.

Depois de uma série de Moccachinos, Muffins e Donnuts na Starbucks, eu e as meninas fomos ver os artifícios de Natal que iríamos usar em casa. Passamos em uma loja especializada e Annie ficou louca dentro da mesma, a cada segundo ela aparecia com algo diferente. “Olha só essa árvore gigante!” ou “Que lindo esses enfeites de bonecos de neve!” e até uns “Dêem uma olhada nesses cordões de perua!”. Sair com Annie para fazer compras (principalmente natalinas) era realmente uma tortura, nós três dividimos o preço e é claro que ficou o olho da cara porque ela escolheu as coisas mais caras com a desculpa que o mais caro é mais bonito. Sendo que, no próximo ano, teríamos que comprar TUDO de novo. Nesse tempo que eu estava tendo com elas, eu tentei não pensar em Tom, mas é claro que vez ou outra eu me pegava pensando nele. Eu realmente não sabia o que eu iria fazer da minha vida com essa nossa viagem ao Havaí, eu ainda tentava arrumar uma desculpa para não ir, mas seria falha. Eu só queria saber o porquê de Tom fazer aquilo, o porquê de Alexa ainda ter a chave de seu apartamento. Desliguei-me de meus devaneios quando esbarrei numa prateleira de enfeites de vidro que quase desabou pra cima de mim.
- Ei , quase que você derrubou a prateleira! Em que lugar você estava dessa vez? – Katie me falou rindo e colocando a mão no meu ombro.
- Ahn? Ah, lugar? Que lugar? Eu não estava em lugar algum!
- Claro que estava, pensando no Tom, certo? Eu sei o que aconteceu... – eu ia falar algo, mas ela continuou. – Se eu estivesse no seu lugar, também ficaria puta da vida com ele, mas pensa só: E se ele se esqueceu de pegar a chave com a Alexa? E se ele realmente gosta de você e está arrependido? Acho que o monte de ligações e de mensagens que você recebe dele são a prova disso, não? Tom é um cara legal, sabe que ele nunca foi muito galinha. E, ainda tem mais, você sabe que gosta dele, está escrito na sua testa. – eu ia falar algo, mas uma Annie extremamente afobada chegou perto da gente cheia de sacolas na mão e mais um carregador atrás com a nossa árvore gigante.
- E ai gente, vamos? Comprei tudo o que era necessário, e mais um pouco! Tudo vai ficar muito LINDO! – ela falou e eu e Katie rimos.
- Pense nisso, ok? – Katie sussurrou para mim antes de sairmos da loja e tudo aquilo que eu havia tentado esquecer, veio à tona. De novo.
- Queridos, cheguei! – Annie gritou, abrindo a porta de casa e quatro garotos extremamente vermelhos chegaram da cozinha para nos ajudar com as sacolas e caixas. Opa, espera aí... Eu disse quatro? , , e... Tom. Tom estava ali, corei levemente e abaixei o rosto, encarando meus pés quando senti seu olhar sobre mim.
- Ainda bem que isso tudo não foi pago com meu dinheiro! – , engraçadinho, comentou. – É coisa demais!
- Invenções da Annie, e olha só que nós nem vamos passar o Natal aqui... – Katie disse, indo dar um beijo em e cumprimentar os meninos. – Eu e a ficamos apenas olhando as coisas e conversando, não é ?
- Ahn? Ah, é... Isso aí, Annie escolheu tudo. Agora, se vocês me dão licença, hoje é dia vinte e três de dezembro e amanhã a gente parte para o Havaí. Tenho que fazer minhas malas! – subi as escadas correndo, sem olhar para ninguém e entrei no meu quarto rapidamente, me jogando na minha cama e acabei cochilando. Acordei com o barulho de minha porta batendo e me sentei rapidamente, cocei meus olhos, fazendo uma careta e olhei para frente... Ele estava lá. Tudo que eu estava tentando esquecer começou a martelar na minha cabeça de novo, flashes daquela noite vieram em minha mente. I’ll never let you head hit the bed, without my hand behind it. O show de John Mayer, nossas trocas de beijos e nossos olhares durante o show. Eu quero me lembrar desses dias pra sempre. Nossa conversa sobre o futuro depois do sexo, o jeito que ele me tocava. O gosto de seu beijo, seu perfume inebriante, tudo. Tudo que acontecera com a gente antes do imprevisto estava vindo à tona em horas inapropriadas. Eu podia simplesmente ignorá-lo, ou podia escutar o que ele tinha a dizer e levar em conta o que Katie havia me dito mais cedo. Eu ainda estava olhando para ele com os olhos arregalados e ele tinha uma expressão triste, e estava ofegante.
- Nós precisamos conversar, e você não vai fugir. – eu ainda estava em choque, e quando eu ia falar algo, ele me interrompeu e continuou. – Eu sei que você odiava a Alexa, e muito mais agora, acredito. Mas me responda uma coisa: se eu terminei com ela, porque diabos eu daria a chave de casa para ela? Quem prova que não é tudo um mal entendido, quem prova que eu não me esqueci de pegar a chave com ela? Hein, ? – eu me levantei, com a “língua coçando” para falar um monte de nomes para ele, mas, parte de mim, estava acreditando no que ele estava falando. Logo seu semblante ficou triste, ele relaxou seus ombros e me olhou arrependido. – Eu gosto de você, , depois de tudo o que a gente passou. Depois de tudo o que aconteceu aquela noite... Vai mesmo deixar isso tudo, por uma besteira dessas? Eu juro que eu me esqueci de pegar a chave com ela, e, olha só... – ele levantou um chaveiro de fru-fru cor-de-rosa que eu logo vi que era o que estava na mão de Alexa naquela noite. – Eu já peguei a chave com ela, por favor, acredita em mim. – ele se aproximou de mim, se aproximou até demais... Segurou minha bochecha com uma das mãos e me deu um leve selinho. Nessa hora eu não sabia mais o que eu estava fazendo, eu deixei ele me beijar. Eu acreditei nele, parte de mim sabia que podia confiar nele de novo, mas a outra parte queria que eu desistisse.
- E-eu... Quero acreditar em você Tom, mas... Quem garante que você não vai me magoar de novo? – eu falei, triste.
- Deixe-me tentar outra vez, deixa eu te mostrar que você pode confiar em mim, deixa eu te mostrar que eu realmente gosto de você. – ok, eu realmente estava MUITO confusa. Confusa, indecisa, magoada. Eu queria acreditar em Tom, mas não queria me machucar novamente. Ele colocou suas mãos em minha cintura, e selou nossos lábios num selinho carinhoso. Coloquei minhas mãos nas laterais de seus braços e o deixei aprofundar o beijo, o mesmo tinha seu gosto, o gosto de Tom junto como sabor de minhas lágrimas que já caíam incessantemente pelas minhas bochechas. Era um beijo doce, calmo, sem segundas intenções e cheio de arrependimento. Ele, arrependido por me magoar, e eu, arrependida por não confiar nele, naquela hora estava tudo bem... Nossa viagem ao Havaí seria mais tranquila, o Natal e Ano Novo também. Aquele seria a primeira virada de ano que eu e Tom passávamos juntos, como casal. Era bem melhor passar o réveillon numa praia paradisíaca, do que no meio de bêbados alegres no pub The World’s End na Camden High Street. Esse também seria o primeiro ano novo que eu passava com Marvin, meu novo companheiro... Eu iria levá-lo para a viagem, deixá-lo com a vizinha é que eu não iria, certo? Voltando do meu momento reflexão, eu e Tom ainda nos beijávamos lentamente. Logo o beijo foi cessando e nós ficamos com as testas encostadas e eu cantarolei baixinho uma música dos Ramones:
- Have I ever told you, how good it feels to hold you? It isn’t easy to explain. And though I’m really trying, I think I may start crying... My heart can’t wait another day. When you kiss me I just gotta, kiss me I just gotta, kiss me I just gotta say: Baby, I love you.

Arregalei meus olhos e me soltei de Tom o mais rápido possível. Não, não, não. Eu disse que o amava, e eu estava apavorada. Não que eu não o amasse de verdade, mas parecia que eu estava o pressionando, e se ele não sentisse o mesmo? E se eu estivesse ali com cara de tacho, me declarando pra ele e ele querendo apenas curtir? As lágrimas não cessaram, eu coloquei minha mão na minha boca, ainda com os olhos arregalados e Tom me observava com espanto. Eu retirei minhas mãos da minha boca e meus lábios se mexiam rapidamente com minha procura de palavras pra poder me livrar daquele momento, aquilo não estava acontecendo.
- M-me d-d-desculpa, Tom, eu não quero te pressionar a nada e... Droga, não sei o porquê eu disso isso, sério. Desculpe-me, desculpe... Não se sinta pressionado a nada, Tom, e... – eu desatei a falar e ainda chorava como uma desesperada, mas fiquei realmente chocada quando vi Tom se aproximando de mim, com um sorriso doce nos lábios. Ele colocou o dedo nos meus lábios e eu o fitei curiosa.
- Hey, ... Isso é engraçado sabia? Hey, , Hey, . Você fala demais, sabia? Você às vezes age sem pensar, e isso é um dos motivos para que eu esteja apaixonado por você, eu te amo... Hey, . – ele terminou e nem me deixou falar nada, ele me beijou intensamente, me empurrando levemente para o sofá que havia em meu quarto. Então era isso... Estávamos juntos de novo?! Agora tudo seria mais fácil, Alexa não existia mais em nossas vidas, eu finalmente disse que o amava e ele respondeu dizendo o mesmo. O amor sempre está a caminho, no fim, sempre acaba tudo bem. Agora eu estava despreocupada... No dia seguinte estaríamos embarcando para o Havaí... Todos nós, juntos... Hey, !

“Desejamos porque precisamos de ajuda. Estamos assustados e sabemos que talvez pedimos demais, mas ainda desejamos porque às vezes os desejos se realizam”
- Grey’s Anatomy Cast




Capítulo 9 (coloquem pra carregas Ho Ho Hopefully – The Maine)

(’s POV)

Ai, caralho, pela décima segunda vez eu bati minha mala no meu calcanhar. Aquilo iria ficar roxo em poucas horas. Aí você imagina quatro meninos descontrolados irritando três meninas santinhas no saguão do aeroporto... E ainda com um gato faminto no colo de uma das meninas. Só digo duas palavras: que inferno. Estávamos nós sete no aeroporto, esperando nosso vôo para o Havaí, o Marvin enchendo o saco no meu colo e o me irritando com uma maldita pena que ele havia achado na entrada do saguão.
- ! Pára de me irritar com essa pena, que saco. Vocês quatro! – Eu me levantei nervosa com Marvin em mãos. – Dá para vocês cooperarem comigo e com as meninas e ficarem quietos? – Nessa hora anunciaram nosso vôo e todos saíram correndo, praticamente atropelando a mim e ao pobre Marvin em meu colo. Nem Tom ficou para me ajudar com minhas bagagens de mão e a bolsa do gato, ô beleza.

- Enfim, paz! Eu tenho sol, praia, mar, bundas e peitos por todo o recinto! Não podia estar sendo melhor! – falou sorridente, assim que chegamos à porta do hotel e analisamos a linda vista da praia, depois disso, pude notar uma Annie muito carrancuda, para o meu gosto.
- Vamos logo, gente... Katie, as reservas já estão feitas? – perguntou à menina que estava ao seu lado, abraçada com que (sem que a namorada percebesse) estava olhando, bom, a “paisagem” que havia num bar próximo.
- Tudo certo, . Um quarto para mim e para o , um para e para o Tom, um para você, um para o e outro para Ann. Tive que pegar quartos separados para vocês porque vai que vocês resolvem arrumar um acompanhante para noite?! – Katie sorriu marota e nós falamos com o cara da recepção e subimos para nossos quartos. O hotel era realmente lindo! Nas paredes dos corredores havia quadros com tema praiano e certificados no nome do hotel, as paredes tinham tons pastéis e o carpete era de um vermelho extremamente berrante. Nossos quartos eram próximos uns dos outros, pegamos quartos na cobertura do hotel.

- Estamos cansados da viagem, agora vamos para os quartos para eu poder relaxar... – Tom falou quando chegamos ao nosso andar, o que nos fez receber vários olhares maliciosos.
- Relaxar? Conheço esse seu “relaxar”, Fletcher. – falou com malícia, mordendo o dedo e fazendo a cara mais gay do mundo. OH DEUS.
- Oras, , fica gelinho aí. Lembra que você tem bundas, peitos e não sei mais o quê aí pela praia? O que você está esperando? – Falei sorrindo cínica.
- Puta merda! Estou vazando, galera, vou deixar minhas malas no quarto e vou ralar. – Ele correu para o seu quarto e alguns segundos depois saiu sem camisa e com cara de malandro, coitado.
Todos se despediram e eu e Tom entramos no nosso quarto, que, por sinal, era lindo. As cortinas eram vermelhas e o quarto tinha vista para o mar, a cama king size possuía lençóis brancos com o logo do hotel no meio. Em frente à cama havia uma estante com televisão e um aparelho de DVD. À esquerda da mesma, havia uma porta que eu deduzira que dava no banheiro, e os móveis do quarto tinham os detalhes em dourado. Tudo como num sonho. Eu abri a janela e uma brisa fria entrou no quarto, fazendo eu me arrepiar instantaneamente, me abracei e fiquei observando a paisagem da janela. Era tudo tão lindo, tão calmo, tão sereno. Eu esperava que nossa estadia no Havaí fosse do mesmo jeito que a paisagem era: calma e tranqüila, sem problemas e sem confusões. Tom estava comigo, nós havíamos resolvido nosso problema e nossos amigos estavam mais felizes do que nunca (exceto a Annie, porque depois do comentário do no saguão do hotel, eu percebi que ela havia ficado um tanto quanto aborrecida, mas isso a gente releva e eu descubro depois). Ouvi um barulho de água caindo e deduzi que Tom estava indo tomar banho, hesitei em me virar para trás, mas eu tinha medo de me encontrar com Tom por ali, me observando... Mesmo que o chuveiro estivesse ligado.

Senti duas mãos quentes deslizando levemente pelos meus braços e eu não precisei me virar para saber quem era, seu perfume o denunciara. Seu especial e inebriante perfume. Fechei os olhos levemente e senti ele trilhar um caminho de beijos do meu ombro, passando pelo meu pescoço e bochecha e, finalmente, me fazer ficar à sua frente e me dar um selinho demorado. Não precisávamos de palavras, não precisávamos de nada. Tom sussurrou um “O chuveiro nos espera” quase inaudível e eu dei uma risadinha nasalada, menino safado. Logo ele me beijou suavemente e enquanto sua língua pedia passagem, suas mãos deslizavam lentamente as alças da minha blusa. Eu passei meus braços ao redor do seu pescoço e enterrei uma das minhas mãos em seus cabelos, o incentivando, enquanto minha outra mão passeava por toda a extensão de suas costas desnudas. Tom terminou de tirar minha blusa lentamente e, para isso, ele precisou separar nossas bocas por míseros segundos, o que não foi muito legal, digamos. Ele foi me empurrando levemente até o banheiro, sem parar de beijar e mordiscar meu pescoço. Em pouco tempo ele me prensou contra a parede do banheiro e o som da água caindo do chuveiro agora ficara mais límpido, desci meus beijos para seu pescoço enquanto bagunçava seus cabelos, o fazendo gemer baixinho. Ele desceu suas mãos até o botão do meu short e o desabotoou lentamente, abaixando o zíper em seguida. Logo ele abaixou o mesmo um pouco e eu deixei que o short deslizasse pelas minhas pernas, Tom começou a mordiscar o lóbulo da minha orelha e a sussurrar barbaridades por ali, me fazendo sorrir maliciosa. Eu me arrepiava com seus toques, com seus beijos. Eu era dele, totalmente dele. Sorri com meu pensamento e desabotoei sua bermuda, que, num piscar de olhos, já fazia companhia ao meu short no chão de azulejos brancos do hotel. Em seguida, estávamos os dois apenas de roupas íntimas, Tom me ergueu e eu me sentei na (muito) extensa pia de mármore negro do banheiro, e eu me perguntava mentalmente se aquilo não iria desabar comigo em cima. Ele passou desesperadamente suas mãos pelas minhas costas, à procura do fecho do meu sutiã branco de bolinhas vermelhas... Nada sexy, eu sei. Senti sua respiração ficar pesada e separei nossas bocas, sorrindo com sua feição desesperada.
- Quer uma ajuda, garotão? – O provoquei, mordendo o lábio inferior. Peguei suas mãos de leve e as direcionei para o fecho frontal da minha peça íntima, recebendo um olhar surpreso, porém sexy, de Tom. Ele selou nossas bocas novamente num beijo quente e terminou de abrir meu sutiã sozinho, o deslizando pelos meus braços e o jogando em algum canto do banheiro. Ele roçou seus dedos em meus mamilos já enrijecidos e mordeu meu lábio inferior, me provocando. Ele passou as mãos pelos meus seios, como se fossem imensamente frágeis e começou a descer seus beijos pelo meu queixo, pescoço e chegando ao meu colo. Logo ele sugou meus seios e os massageou, eu enterrei minhas mãos em seus cabelos, já quase enlouquecida. Desci rapidamente meus beijos para seu pescoço e dei algumas mordidinhas por ali, Tom brincava com o elástico da minha calcinha, me provocando. Acariciei seu membro por cima da boxer desenhada que ele usava e o ouvi soltar um gemido em reprovação. Bingo! Brinquei com a barra de sua cueca e a deslizei por suas pernas, sentindo-o fazer o mesmo com minha calcinha, que já estava com sua boxer no chão do recinto. Ele entrelaçou nossos dedos e foi levantando nossas mãos lentamente, sem quebrar o beijo, fazendo com que elas ficassem espalmadas uma para a outra na altura do seu ombro (já que eu era um pouco menor que ele). Nós entrelaçamos nossos dedos novamente e ele me abraçou mais forte pela cintura, me beijando no pescoço. Eu beijei seus ombros e eu senti suas mãos descendo lentamente pela lateral do meu corpo, e fazendo um caminho até minha virilha. Ele desceu mais um pouco seus dedos e apertou minha intimidade levemente, brincando com meus vestígios de sanidade mental. Ele rapidamente me penetrou com um... Dois... Três dedos. Eu mordi de leve seu ombro, numa tentativa falha de controlar meus gemidos.
Seus movimentos eram lentos e precisos. Ele retirou seu dedo da minha intimidade, me olhando intensamente e colocando os dedos, que antes estavam me penetrando, dentro de sua boca. Sexy, muito sexy. Ele me beijou profundamente e nós fomos para debaixo do chuveiro. Minhas mãos passeavam livremente pelas costas de Tom e suas mãos acariciavam meus seios e cintura sem pudor. Logo desci uma das minhas mãos para seu membro ereto e o masturbei lentamente, mordiscando seu lábio inferior e o ouvindo gemer alto e sussurrar meu nome. Do nada, Tom passou suas mãos por debaixo de minha bunda, me erguendo e fazendo com que minhas pernas se entrelaçassem em sua volta. Ele praticamente enterrou seu rosto entre meus seios e depois segurou firmemente em minha cintura, me penetrando logo depois. Ele mordiscava meus seios enquanto se movimentava e eu gemia alto demais para me preocupar com qualquer pessoa que estivesse ouvindo, foda-se. Minhas unhas, ligeiramente grandes, deixavam marcas em seus ombros e eu o observava através de meus olhos semicerrados. Sua cabeça pendia para trás e ele tinha uma feição sexy, com a boca entreaberta e gemendo alto também. Passei minhas mãos por sua nuca e grudei nossas bocas num beijo fervoroso, num beijo extremamente quente. Logo eu senti que iria chegar ao ápice e continuei beijando Tom, que havia aumentado a intensidade de seus movimentos. Eu pude sentir o líquido de Tom dentro de mim, mas ele não havia parado de se movimentar. Pouquíssimo tempo depois eu relaxei sobre ele, extasiada. Minhas mãos estavam trêmulas e minhas pernas podiam vacilar a qualquer momento. Desci do colo de Tom e ele me abraçou fortemente, eliminando qualquer espaço entre nós, ainda com a água do chuveiro se precipitando sobre nossos corpos quentes e respirações ofegantes.
- Seja bem-vinda ao Havaí, . – Ele falou sexy, me olhando malicioso e a única coisa que eu consegui fazer foi sorrir abertamente e o beijar intensamente.

(Narração em terceira pessoa)

Todos estavam sorrindo alegremente em volta da cama do quarto de e Katie. Por puro azar, resolveram passar a noite de Natal de dezembro em um hotel, ou seja, sem mesas cheias de familiares ou uma ceia farta. Naquele quarto, os sete estavam sentados na cama de casal, todos de pijamas e com pacotes de salgadinhos ou bolachas nas mãos, com latas de cerveja nas mãos e uma garrafa de tequila sendo revezada pelo quarto. Nada ali importava, não fazia diferença... Estavam os sete juntos, conversando e contando piadas, não precisavam de um Natal comum em casa e com pratos cheios de comidas exóticas e frescuras gastronômicas. Apenas eles mesmos numa noite qualquer, com violões e suas próprias vozes a cantar, festejando o Natal do modo mais original possível.
- Bom, pessoal, são onze horas e cinqüenta e oito minutos, exatamente. Em míseros dois minutos já será Natal! Onde estão os presentes? – falou brincalhão, fazendo com que todos apontassem para enormes sacolas plásticas no quarto, com vários embrulhos e caixas dentro. - Ótimo, estamos chegando... Só mais um pouco... – Ele falou olhando no relógio com um sorriso ansioso e todos o acompanhando, sorrindo também. - Onze horas, cinqüenta e nove minutos e... É NATAL! Gritos e berros eram ouvidos, tudo que estava repousado no colo dos jovens foi jogado pra cima. Tudo o que se via agora eram sorrisos, abraços e desejos de Feliz Natal entre si. Tom logo abraçou e a levantou no ar, sorrindo abertamente. Os dois encostaram os narizes, num beijo de esquimó, logo sendo finalizado por um selinho demorado. O primeiro Natal juntos como um casal, o primeiro Natal em que se sentiam realmente completos. E, escondido em seus maiores desejos, o primeiro Natal antes de vários outros juntos como casal. Tom passou sua língua pelos lábios de , pedindo passagem e a mesma foi concedida rapidamente. Ainda ouviam os gritos e comemorações dos amigos ao seu redor no quarto de hotel. Ainda ouviam Marvin miar ao fundo. Ainda ouviam tudo, mas apenas ignoravam os barulhos, porque, naquele momento, nada mais importava.
Finalizaram o beijo rapidamente e encostaram a testa uma na outra, sorrindo um para o outro, quando o silêncio foi cortado.
- Feliz Natal, Tommy.
- Feliz Natal, .

Tom logo pegou seu violão e saiu correndo, acompanhando os amigos que saíram do hotel em direção à praia. O céu estava límpido, estrelado e sem sinais de nuvens de chuva. O clima não estava muito frio, estava suportável. Para ele, ver sua menina daquele jeito era mais gratificante do que qualquer coisa... Sua menina. Finalmente ele poderia chamá-la de sua, podia dizer que o que ele sentia por ela, era recíproco. Como não era permitido construir fogueiras na praia, buscou grandes velas e um lampião, daqueles antigos, para poderem se sentar na areia. Pouco tempo depois, estavam os sete sentados em um círculo na areia, ao redor do lampião e Tom com o violão em mãos. (coloque a música pra tocar)
- Se liga, gente. – Ele falou, ajeitando a mãos no braço do violão e logo depois algumas notas foram ouvidas.

December first I'm in a foreign state
I'm running late, I'm all alone
Wishing I was home with you, baby
She's got a way of making things okay
When she's not around, when she's not around
I'm going crazy
We like to talk about the plans we make
And things we say when we're together
I hope for better weather this year
But you my dear, need to know
This year I want you alone

Ele alternava seus olharem entre o violão e as faces de seus amigos. Ele olhou rapidamente para e ela sorria aberta e docemente para ele, que sorriu junto com a garota. Logo ouviu a voz de seus amigos o acompanharem no cover.

Ho ho hopefully this holiday will make us believe that
We're exactly where we're supposed to be
And we're ho ho hoping that
We all come back and as a matter of fact I know
We're exactly where we're supposed to be
Together by this Christmas tree

Todos cantavam alegremente e batucava o ritmo da música em suas pernas, sendo acompanhado por no movimento. Annie e Katie se abraçaram rapidamente, assim como e .

We go together like the winter and this sweater
And she makes me feel, she makes me feel alive inside
And when I look into her eyes I see the blue and green
Like christmas lights, like christmas lights oh what a sight
She says I've got a way of making everything okay
She's not alone, she's not alone, and never will be
Ho ho hopefully this year I'll have you alone


encarava Tom alegre, todos cantando uma música animada ao redor de uma espécie estranha de fogueira, sorriu sozinha com seu pensamento. Resolveu acompanhar os amigos na letra da música que servia perfeitamente para o momento. Não podia ser melhor.
Ho ho hopefully this holiday will make us believe that
We're exactly where we're supposed to be
And we're ho ho hoping that
We all come back and as a matter of fact i know
We're exactly where we're supposed to be
Together by this Christmas tree
(Don't you know this year I want you alone?)
Baby I want you alone


As meninas levantaram os braços e os balançaram levemente no ar, enquanto os meninos continuavam batendo suas mãos em suas pernas no ritmo da música e fazendo backing vocal. sacou sua câmera do bolso e tirou fotos de todos, de Tom tocando, das meninas juntas e dele mesmo com e . Não era um Natal comum, mas pela intensidade que estavam vivendo aquele momento, já era visível que seria inesquecível.
Ho ho hopefully this holiday will make us believe that
We're exactly where we're supposed to be (exactly where we're supposed to be)
And we're ho ho hoping that
We all come back and as a matter of fact I know
We’re exactly where we supposed to be
Together by this Christmas Tree


Tom finalizou a música e todos comemoraram e bateram palmas. foi ao encontro de Tom e lhe beijou levemente, sorrindo após o beijo. Depois de várias músicas improvisadas e covers, todos se juntaram para uma última fotografia. Como já dito: nada comum, mas extremamente inesquecível.


“Você já olhou para uma foto sua e viu um estranho no fundo? Te fez perguntar, quantos estranhos tem uma foto sua? Quantos momentos da vida dos outros nós fizemos parte? Ou se fomos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se tornaram realidade? Ou se estivemos lá, quando os sonhos delas morreram? Nós continuamos a tentar nos aproximar como se fossemos destinados a estar lá ou o tiro nos pegou de surpresa? Pense… Podemos ser uma grande parte da vida de alguém e nem saber disso.”
- One Tree Hill Cast



Capítulo 10 (coloque pra carregar The Heart Never Lies- McFLY)

odiava quando duvidavam dela, odiava quando duvidavam de sua inteligência. Para a garota, nada no mundo a deixava mais irritada do que quando subestimavam sua experiência e inteligência. Céus, ela fora punk toda sua vida, sabia muito bem dos princípios dos grupos punks! Mesmo não parecendo, sempre foi uma punk fervorosa. Sempre calada, com as roupas escuras e fones no ouvido. Nunca fora muito bem vista no Brasil, e quando se mudou para Londres ela percebeu que o mundo não era só feito de cores pretas e três acordes [n/a: Quem é/foi punk ou conhece o assunto mesmo, entendeu, se não leia a observação no fim do capítulo]. estava no deck de madeira do hotel com Annie, discutindo sobre um assunto que ela já conhecia há anos. O céu estava nublado e chovia forte, pingos grossos e violentos se chocavam contra a areia da praia e elas podiam ver claramente os pingos no mar. A menina se encolheu mais embaixo do cobertor que usava enquanto estava sentada numa cadeira, encolhida e com os pés juntos a si. Estava parecendo uma velha, sorriu com seu pensamento e depois voltou seu olhar para a amiga ao seu lado.
- Por Deus, Annie! Um colar de soco-inglês não simboliza o movimento punk, acorde! A Wikipédia já foi punk? Nunca confie nessas coisas que as pessoas escrevem.
- Mas, , preste atenção, estava escrito que o soco-inglês simboliza os punks e os skinheads! A Wikipédia é usada por pessoas no mundo inteiro! – Annie falou com as mãos ao alto. bufou e falou:
- Annie, nem tudo que está escrito lá é verdade. O soco-inglês é símbolo da violência e os emos de hoje em dia resolveram adotá-lo como marca deles. Ou seja, se você comprou um colar com um soco-inglês pensando que iria sair por aí sendo aceita pelos punks Londres afora, você está prontamente enganada, gatinha. – Falou com um risinho debochado.
- ! Agora vou ser vista como uma emo por aí. Isso não é justo. – Falou emburrada, fazendo bico e cruzando os braços.
- Relaxa gatinha, não precisa de um soco-inglês no teu pescoço para poder ficar caidinho por você! – falou sorrindo, pegando no queixo da amiga e depositando um beijo em sua testa.
- O que você quis dizer com isso, ? – Annie falou com os olhos semicerrados.
- Você entendeu, gatinha, você entendeu... – falou e voltou para seu quarto, sorrindo com o comentário. Annie realmente não sabia mentir, pensou.

Pensou em telefonar para Tom, mas estaria sendo muito grudenta. O garoto devia estar curtindo a tarde de domingo com os meninos da banda pelo Havaí. Pensou em ligar para Shay, em busca de novidades, mas lembrou que era domingo. Chegou até a cogitar a idéia de ir ver o que Katie estava fazendo no quarto do hotel, mas a amiga deveria estar dormindo. Céus, ela realmente estava entediada e sem nada para fazer. Entrou em seu quarto ainda arrastando o edredom e jogou o mesmo na cama. Parou em frente ao espelho em que podia ver si mesma inteiramente e analisou seu corpo. Ela havia crescido, estava com mais curvas, mais feminina, estava adulta. Aquela garotinha de 15 anos havia deixado sua vida, para sempre. sentia falta de sua infância, de quando morava no Brasil, sentia falta de seu irmão mais velho, Pedro. Seu irmão sempre fora seu melhor amigo, em todas as horas. Apesar de eles serem o tipo de irmãos normais, havia brigas e discussões... Mas nada que eles não superassem. Podia ser tachada de ingrata, podia ser chamada de egocêntrica, mas ela não sentia falta de sua mãe. A mulher que nunca se importou com ela, apenas pegou dinheiro de seu pai e a mandou para Londres o mais rápido possível. Não sentia sua falta, mas, de algum modo, ainda a amava. Era sua mãe! Sua progenitora!

Ouviu vozes e risadas vindas do corredor e presumiu que os garotos haviam chegado. Vestiu um short curto, um camisetão dos Ramones e soltou os cabelos. Tom deveria estar ali também, sorriu sozinha e ligou a televisão, ouvindo a porta se abrir. Os quatro jovens apareceram na porta sorrindo e rapidamente se jogaram na cama, arrancando um grito desesperado de e risadas de Annie e Katie que observavam a cena da porta.
- Saiam! Que porra é essa? Saí de cima de mim, ! – gritou rindo e empurrando , que caiu da cama e levantou-se rapidamente.
- Hey! Me empurrar não vale! – Ele falou indignado, sentando na cama e sendo acompanhado pelo resto dos meninos e as meninas. – E aí, o que vamos fazer hoje?
- Acorda, porquinho! Hoje nós vamos comemorar! Adivinha que dia é hoje? 31 de Dezembro! Ano Novo amanhã e... – Katie parou de falar ao encarar alguns rostos assustados, outros segurando a risada e revoltado.
- PORQUINHO?! – Annie praticamente gritou e segundos depois só se podia ouvir gargalhadas no quarto e reclamações de . – Está bom, coitado do porquinho. Enfim, voltando ao assunto, o que iremos fazer hoje?
- Bom, acho que a gente devia comemorar do nosso modo, certo? Bebida, música e felicidade na praia! – Tom falou animado, abraçando de lado que sorriu com o gesto do garoto. O toque ensurdecedor de Pork & Beans cortou o breve silêncio que havia se instalado no quarto após o comentário de Tom, o celular de tocava.

A menina procurou seu celular pelo quarto e o achou embaixo de algumas roupas, enquanto isso seus amigos permaneciam calados. A menina olhou o visor do celular e um arrepio percorreu todo seu corpo. Ela conhecia aquele número, ela nunca havia o esquecido. Engoliu em seco e olhou no espelho a sua frente, estava pálida. Muito pálida. Suas mãos começaram a tremer e suas pernas estavam vacilantes. Um movimento em falso e ela iria de encontro ao chão. Ele não podia estar a ligando, não agora. Não depois de oito anos sem contato. Qual direito ele possuía de telefonar para sendo que a abandonou quando tinha apenas 10 anos? Que maldito direito ele tinha de voltar à sua vida de repente e aparentemente bagunçar sua mente? Roberto não tinha nenhum direito de aparecer assim, depois de abandonar a sua família, aparentemente, com o pensamento de que deixando uma fortuna eles o perdoariam. O fato é que e Pedro sentiam falta de uma figura paterna, sua mãe havia desenvolvido sérios problemas com álcool e Pedro, que era cinco anos mais velho que , ficou no Brasil para ajudar a mãe a superar o abandono de seu pai. Cortando, assim, sua relação com a irmã. Nunca mais haviam se falado ou se visto. E tudo isso por culpa de Roberto. Ele havia feito muita merda na vida deles, era tudo culpa dele. Agora a menina não sabia o que havia acontecido com sua mãe e seu irmão, e não queria saber do pai.
Observou os amigos através do espelho e segurou as lágrimas, apertando o “Rejeitar Chamada” no celular. Voltou e sentou-se na cama, forçando um sorriso. Todos olhavam para a garota, preocupados com sua palidez. Mas resolveram não perguntar nada.

O dia se passou normalmente. ainda estava assustada, triste, decepcionada e, principalmente, curiosa. O que ele queria agora? Depois de oito anos sem se falarem, depois de oito anos sem ele... O que o fez voltar? O que o fez ligar para sua filha? Essas eram as perguntas que pairavam sobre a mente de . O que ela faria agora? Contaria a alguém ou sofreria sozinha?
Todos estavam se arrumando para o Réveillon e se encontrariam em uma hora no saguão do hotel. Tom ainda estava tomando banho enquanto já estava terminando de se arrumar, a garota vestiu uma calça skinny jeans, uma bata listrada e um scarpin. Passou uma leve maquiagem e soltou os cabelos, colocando a franja para o lado. Saiu apressada do quarto, deixando um bilhete para Tom dizendo que o encontraria no saguão. Andou apressada até o quarto de e bateu na porta, que foi aberta pelo amigo apenas de boxers.
- Hey, pode entrar. Você está uma gata, ! – Ele falou sorrindo e sorriu docemente.
- Obrigada, , posso falar com você? Digo... Preciso falar com alguém urgentemente. – O rosto da garota agora tinha uma expressão suplicante, de agonia.
- Claro, só me deixe colocar uma calça, ou se não vão achar que estamos fazendo outra coisa. – Ele sorriu, indo ao encontro de um jeans surrado que estava encima da cama. O garoto vestiu a calça e uma camiseta preta, lisa. – Pode falar agora, o que aconteceu? Na verdade, o que foi aquilo no seu quarto, ? Quem era no tel...
- Acalme-se, ! Por Deus, você precisa diminuir suas perguntas, gatinho. – Ela falou sorrindo. E logo depois seu sorriso desapareceu e seus olhos ficaram marejados, a menina decidiu não lutar contra as lágrimas e as mesmas rolaram por seu rosto durante a pausa que fez antes de continuar. – ... Meu pai me ligou hoje. Era ele quem havia me liga...
- , você tem uma meia para me emprestar, é que... – entrou rapidamente no quarto e encarou a cena curioso. tinha o olhar assustado e piedoso para , que chorava silenciosamente. entrou no quarto e fechou a porta do mesmo, se juntando aos amigos na cama de casal. – O que aconteceu, ? Por que está chorando?
- Roberto. Quem estava telefonando para era o pai dela. – falou sério, ainda não sabendo o que fazer. rapidamente abraçou a amiga, dando um beijo no topo de sua cabeça e deixando que a menina molhasse seu peito nu com suas lágrimas.
- C-como ele pode fazer isso? D-depois d-de oito anos ! Porra, como ele descobriu meu número? Por que tudo isso agora? O Jack e agora meu pai! O que está acontecendo? – A garota chorava e soluçava no peito do amigo, que apenas sussurrava que iria ficar tudo bem. afagava a mão da menina e ajudava nos consolos.
- Olha para mim, . – falou paternalmente e a menina o encarou. – Se ele está te procurando, ele deve possuir um motivo, certo? Mas nós não sabemos qual é esse motivo. Então, você não acha que deveria... Não sei, retornar a ligação dele? Ou atender se ele te ligar de novo? Pode ser que seja algo MUITO importante.
- Eu não sei, , sabe, ele passou oito anos sem ao menos querer saber de mim! Porque diabos eu iria falar com ele agora? – Ela falou secando as lágrimas, mas ainda com a voz embargada.
- Presta atenção, . – falou sério, fazendo a menina o encarar curiosa. – Você também está sem notícias de sua mãe e seu irmão há tempos, e se por acaso ele quer te falar algo sobre eles? Não sei, contar alguma novidade ou tragédia. Eu concordo com o , se ele te ligou, deve ter sido porque algo realmente importante aconteceu.
- Já vi que não tenho chance contra você dois, não é? – Ela falou sorrindo levemente e os meninos sorriram abertamente e negaram com a cabeça. – Bom, vou para o saguão do hotel, então. Espero vocês lá, e, olha, muito obrigada gente, de verdade. Eu amo vocês. – A menina continuou, já na porta do quarto.
- A gente também te ama, ! – falou sorrindo e a menina fechou a porta levemente.

No caminho do saguão do hotel, seu celular vibrou em seu bolso e a melodia já conhecida invadiu o corredor.
Everyone likes to dance to a happy song...”
Pork & Beans tocava incessantemente e a menina retirou o celular do bolso rapidamente e atendeu sem ao menos olhar no visor. Torcia pra que não fosse ele, mas o destino adorava contrariá-la.
- ? – A voz grossa e um pouco rouca de seu pai invadiu seus tímpanos e um arrepio percorreu sua espinha. – É você? Sei que você não quer falar comigo, mas preciso te falar algo, filha. – Nojo, ela sentiu nojo. Quem ele era para chamá-la de filha? O pai dela, ok. Mas ele a abandonou! Roberto deveria ao menos desconsiderá-la, assim como ela fez. – Não vai responder? Imagino que não. Enfim, quero te noticiar que sua mãe morreu. Morreu, , sua mãe faleceu. Seu irmão está sendo encaminhado para Londres e no dia cinco de janeiro quero que o busque no Heathrow. Não posso te informar onde estou. Mas, do mesmo jeito, quero que ajude seu irmão a se instalar em Londres, ele passará o resto de sua vida aí com você. Eu sei que é ele quem deveria cuidar de você, mas os papéis irão se inverter no quesito instalação por aí. Você está bem? Digo, você tem dezoito anos, certo? Terminou o colegial ano passado. Pedro está com 23! Um grande homem, o que me contraria é vê-lo triste por ter que desfazer sua banda no Brasil para mudar-se para Londres. ... Está me ouvindo? – A menina tentava processar tudo que ele havia falado. Sua mãe morreu. Morreu, faleceu. Seu irmão estava vindo morar com ela, seu irmão, Pedro. Seu pai sabia sua idade, ele não esquecera.
- S-sim. Preciso desligar, tchau. – A menina falou rapidamente, mas algo a impedia de desligar o celular. Tremeu ao ouvir a voz de seu pai novamente.
- , eu quero pedir descul... – Desligou o celular antes que ouvisse o que seu pai iria falar. Não queria ouvir mentiras, ele não queria se desculpar de verdade. Céus, ela precisava de um drinque. (coloque a música para tocar)
Andou rapidamente até o bar do hotel e quase socou o atendente quando o mesmo disse que não vendia garrafas de tequila. ofereceu o triplo do valor e o garçom cedeu, dizendo para a garota ser prudente e que negasse qualquer afirmação de que ele havia lhe dado a tequila. Segurou a garrafa com uma das mãos e seu celular em outra, não estava preparada para receber a ligação de seu pai. Saiu apressada para a praia e retirou seus sapatos e enterrou os pés na areia. avistou uma pedra na praia, uma pedra grande, em que pudesse se esconder e passar um tempo sozinha. Encostou-se na pedra, fazendo com que ninguém mais pudesse vê-la e abriu a garrafa de tequila. Aquele seria seu Ano Novo. Olhou em seu relógio: 23:55. Ela devia estar com seus amigos agora, e não jogada na praia, bebendo e chorando como uma louca. Sim, ela chorava. Chorava por tudo que já havia acontecido com ela e sua família. 23:57. As lágrimas caiam incessantemente pelo seu rosto e o líquido da garrafa descia por sua garganta sem nenhum pudor, 00:00. Olhou de relance para o bar e viu seus amigos sorrindo e se abraçando. Sorriu com a cena, eles foram seus amigos desde que ela chegara a Londres.
- Another year over, and we’re still together. It’s not always easy, but I’m here forever... - Cantarolou sozinha a música que se encaixava perfeitamente no momento. estava bêbada, a garrafa de tequila já devia ter rolado até o mar e ela não se sentia nem um pouco culpada por aquela poluição ambiental. Levantou-se desajeitadamente e caminhou até o bar do hotel, habitado apenas por seus amigos. Foi andando cambaleante e sentiu-se boba por estar chorando. Chorando e com um sorriso idiota nos lábios. Segurava seus sapatos nas mãos e sua calça estava, provavelmente, toda suja de areia.
- Aloha muchachos! – Disse sorrindo idiotamente, mas as lágrimas ainda caíam por seu rosto. Percebeu olhares assustados e Tom veio correndo ao seu encontro. Sentiu os braços do menino a segurarem e o que parecia ser gritos e lamentos, eram apenas burburinhos em sua mente. Depois disso, tudo apagou.

Essa escuridão tem um nome? Essa crueldade, esse ódio, como ele nos encontrou? Ela se meteu em nossas vidas, ou nós a procuramos e a abraçamos? O que aconteceu conosco, que agora mandamos nossos filhos para o mundo, como mandamos jovens para a guerra… Esperando que voltem a salvo, mas sabendo que alguns deles se perderão no caminho. Quando perdemos o nosso caminho? Consumidos pelas sombras, engolidos completamente pela escuridão… Essa escuridão tem um nome? Acaso, é o seu nome?”
- Grey’s Anatomy Cast




Capítulo 11 (Não é necessário, mas, se quiser, coloque a música Times Like These do Foo Fighters para carregar.)

(’s POV)

Minha cabeça doía, meu corpo doía, meus braços doíam, minhas pernas doíam... Meu coração doía. Apesar de ter me embebedado e ter feito cena na noite passada, eu ainda lembrava tudo que havia acontecido. Como não lembrar? A ligação do meu pai com as notícias que praticamente viraram minha vida de cabeça para baixo ainda me atormentavam. Me mexi vagarosamente na cama e meu braço se chocou com outro ao meu lado. Abri meus olhos com um pouco de dificuldade olhando para o lado onde Thomas me encarava triste.
- Bom dia, . Feliz ano novo. – Ele falou triste, me dando um selinho rápido.
- Dia, Tom. Feliz ano novo atrasado, já que não pude falar ontem. – Eu falei bufando fortemente depois.
- Nós ainda temos que conversar sobre isso, o que aconteceu ontem, ? – Ele falou sério e eu o encarei mordendo o lábio. Contaria tudo? Esconderia parte dos fatos? Não contaria nada?
- Droga, Tom. Vou resumir; Meu pai me ligou dizendo que a minha mãe morreu. Meu irmão está vindo morar comigo em Londres e meu pai, por incrível que pareça, ainda sabe algo sobre mim, vulgo, meu nome e minha idade. – Falei rapidamente, me virando e enterrando meu rosto no travesseiro, resmungando baixo. Tom passou uma de suas mãos carinhosamente por minhas costas e me deu um beijo no ombro. – Vou tomar um banho. – Falei com a voz abafada e me levantei rapidamente indo direto ao banheiro.
Fechei a porta, sem trancá-la, e retirei todas as minhas roupas, fitando meu reflexo no espelho. Eu tinha olheiras profundas e os olhos inchados. Meus cabelos estavam desgrenhados e eu tinha um grande roxo no braço direito, resultado das minhas tentativas para levantar do chão na pedra em que eu fiquei sentada na noite passada. Liguei o chuveiro, entrando embaixo do mesmo enquanto a água quente escorria pelo meu corpo. O que eu faria a partir daquele momento? Ignoraria tudo o que estava acontecendo ou enfrentaria os problemas? Como seria meu reencontro com meu irmão eu não sabia, mas eu estava disposta a fazer com que tudo desse certo. Eu reconstruiria minha relação fraternal com Pedro e deixaria o passado para trás. Apesar de não ter convivido tanto com minha mãe, sua morte doía em mim. Doía por saber que foi ela quem me impulsionou e me motivou a seguir meus sonhos, foi ela quem esteve do meu lado sempre que eu quis. Ela foi minha melhor amiga, durante todo nosso tempo juntas. Não foi ela quem me abandonou e nos deixou como se fossemos meros objetos. E agora meus pensamentos estavam direcionados a apenas uma pessoa que estava a poucos passos de mim, Tom. Como deveria ter sido sua reação quando me vira toda bêbada e sem sentidos na noite de Réveillon? Bufei alto e passei minhas mãos pelos meus cabelos, com os olhos fechados. Senti alguém me abraçar por trás e não precisei me virar para perceber que era Tom. Não falei nada, assim com ele também não. Me virei lentamente e passei meus braços por sua cintura, encostando minha cabeça em seu peito nu. Deixando que as lágrimas e os soluços, até então reprimidos, rolassem pelo meu rosto e se misturassem com a água que caía do chuveiro. Solucei baixinho e percebi que Tom ouviu, assim que ele me abraçou forte.
- Shhh, vai dar tudo certo, . Você vai ver. It’s times like these, you learn to live again. – Ele cantarolou minha música preferida dos Foo Fighters e eu logo continuei a cantar.

I, I'm a one way motorway,
I'm a road that drives away,
Then follows you back home
I, I'm a street light shining,
I'm a white light blinding bright,
Burning off and on

Eu cantarolava baixo, como se estivesse passando segurança para mim mesma. Mas a segurança estava a minha frente, Tom me abraçava forte e eu me sentia mais segura do que nunca.

It's times like these
You learn to live again,
It's times like these
You give and give again
It's times like these
You learn to love again,
It's times like these
Time and time again

Realmente, eram momentos como aqueles em que nós aprendíamos a viver de novo, nós aprendíamos o valor das pessoas, o valor da vida... O valor do tempo. O que o tempo não fazia conosco? Mudanças físicas, mudanças de conceitos, mudanças de sentimentos.

I, I'm a new day rising,
I'm a brand new sky that
Hang the stars upon tonight
I, I'm a little divided,
Do I stay or run away
And leave it all behind

Enquanto eu cantava, meu coração dizia para si mesmo que iria dar certo. Iria dar tudo certo, eu não precisaria me encontrar com meu pai de novo. O reencontro com Pedro seria normal. Tudo seria normal.

It's times like these
You learn to live again,
It's times like these
You give and give again
It's times like these
You learn to love again,
It's times like these
Time and time again.

Terminei a música e Tom ainda estava agarrado a mim, com o queixo apoiado em minha cabeça. Dali a alguns dias, eu veria meu irmão. Tudo estaria resolvido, eu não precisaria me preocupar com mais nada.

Londres, doce Londres. Havíamos desembarcado no Heathrow há dois dias e já estávamos em casa. O clima estava meio tenso, no caminho de volta para Londres eu apenas conversara com e Thomas. Em menos quarenta minutos eu estaria buscando meu irmão no aeroporto. Eu veria Pedro de novo, meu herói. Meu herói da infância, meu irmão praticamente perdido. Eu ainda estranhava o fato de que meu pai não podia revelar onde estava. E o funeral de mamãe? Como ela havia morrido? Céus, eram tantas perguntas... E nenhuma resposta. Acho que eu iria ter que esperar Pedro chegar para tirar minhas dúvidas.
Vesti um jeans skinny, um all star branco e camiseta preta dos Beatles com uma jaqueta por cima. Soltei os cabelos e me dirigi à porta de casa. A melodia tão conhecida do meu celular, incessantemente tocava no meu bolso traseiro direito, vibrando e me incomodando. Li o nome de Tom no visor e sorri de canto, involuntariamente.
- Aloha, baby. – Ele falou animado e percebi que estava sorrindo.
- Hey, Tom! A que devo a honra de sua ligação? – Eu falei rindo também, enquanto entrava no carro e ajeitava o cinto de segurança com o celular entre o ombro e a bochecha.
- Queria te perguntar se quer que eu vá até o Heathrow com você... É hoje que seu irmão chega, certo? – Ele falou a última frase meio inseguro e eu pude perceber seu nervosismo.
- Muito obrigada, amor, mas eu acho que eu tenho que fazer isso sozinha, sabe? Depois de tudo... – Eu falei mordendo o lábio.
- Tudo bem então, mademoiselle, depois conversamos. – Ele falou divertido e eu não evitei sorrir. – Quero te ver depois, ok? Beijos, eu te amo. – Estremeci depois de ouvi-lo frisar as três últimas palavras.
- Beijos, eu também, Tom. – Falei sorrindo e liguei o carro, indo em direção ao aeroporto.

Minhas mãos suavam frio. Eu as esfreguei uma contra as outras enquanto estava parada de pé, com uma plaquinha (ridícula) escrita Pedro no meio aeroporto. O frio no Heathrow estava mais intenso do que nas ruas de Londres, eu via as pessoas por ali correrem apressadas; eu via casais e familiares se abraçando; mães se despedindo de suas filhas e/ou filhos com lágrimas nos rostos de ambos... Eu senti uma súbita vontade de chorar, mas me controlei. Continuei esperando por um tempo, nada dele. Chequei a data e o horário, estava tudo certo. Eu estava quase indo pedir informações quando senti uma mão em meu ombro e me virei, me deparando com um garoto alto, dos cabelos castanhos lisos, cortados em uma franja ligeiramente grande. Os olhos intensamente castanhos, assim como os meus. A pele branca, levemente dourada e um sorriso singelo no rosto.
- ? – Ele perguntou inseguro e lágrimas encheram meus olhos instantaneamente. Ele estava ali, meu herói. Rapidamente eu pulei em seu pescoço e o abracei com mais intensidade do que eu abraçaria qualquer pessoa. Afundei meu rosto em seu pescoço e deixei que minhas lágrimas de felicidade caíssem ali. Ele não havia mudado nada... Quer dizer, quase nada. Pedro estava mais musculoso, mais bonito e mais alto, claro.
- Por Deus, é você, Pedro! Eu senti tanto sua falta. – Eu falava ainda abraçada a ele e as lágrimas ainda corriam livres pelo meu rosto. Ele se afastou e limpou minhas lágrimas.
- Você cresceu, . Está linda, eu também senti sua falta... As coisas não foram muito fáceis... – Ele falou triste e eu agarrei um dos seus braços, liberando o outro para que ele puxasse o carrinho de suas malas. – Não quero ser um incômodo, posso procurar um emprego, um lugar pra ficar e...
- Se você terminar a sua frase, eu juro que te mato. – Eu falei fingindo estar brava e ele gargalhou baixo. – Sério, Pedro, você vai ficar na minha casa. A casa que eu divido com meus amigos!
- AMIGOS? – Ele perguntou desconfiado e eu rolei os olhos bufando.
- Ok, dois amigos e uma amiga. – Eu falei me dando por vencida e vi ele sorrir.
- E nesse moquifo tem quarto para mim? – Ele perguntou divertido e eu ri, mas logo o repreendi:
- Não chame minha humilde casa de moquifo sendo que você nem a viu... E, sim, tem quarto pra você. – Eu sorri satisfeita. Peguei em sua mão e saímos do aeroporto rapidamente, em direção a minha casa.

Entramos no mundo sozinhos e saímos dele sozinhos. E tudo que acontece entre isso? Devemos a nós mesmos encontrar uma companhia. Precisamos de ajuda. Precisamos de apoio. Caso contrário, estamos nessa sozinhos. Estranhos. Desligados um dos outros. E nós nos esquecemos o quanto conectados estamos. Então, ao invés disso, escolhemos o amor. Escolhemos a vida. E por um momento nos sentimos um pouco menos sozinhos.
- Grey’s Anatomy Cast.




Capítulo 12 (ATENÇÃO! Coloquem pra carregar I Don’t Want To Miss A Thing do Aerosmith pra carregar, é muito importante)

Sessenta dias, 720 horas e exatamente dois meses haviam se passado. Dois meses de felicidade, eu nunca estive tão completa. Sabe aquela sensação de felicidade que você não precisa de mais nada? Uma sensação de vitalidade, em que você tem tudo o que quer. Minha relação com Pedro havia sido mais fácil de recuperar do que eu pensava; meu “lance” com Tom estava indo muito bem. Não sei se podia chamar de lance, mas... Acho que não tínhamos nada oficializado. Annie finalmente resolveu tomar uma atitude e ela e estavam se pegando. Digamos que a pequena parcela de felicidade que eu tinha quando cheguei à Londres, se multiplicou e minha vida estava perfeita. Tudo estava em seu devido lugar; o passado estava desaparecendo, as paredes entre nós estavam desmoronando, as mentes estavam abertas, o sol estava brilhando, nossos sonhos estavam se realizando, Tom e eu estávamos começando algo.
Saí de casa na manhã fria de Londres, vestindo um jeans skinny escuro, com um all star vermelho, uma blusa de gola canoa, um suéter e um cachecol no pescoço. Shay havia me telefonado, dizendo que tinha algo bem importante para tratar comigo. Eu estava animada, mas ao mesmo tempo com medo... Ela era minha representante, então, as notícias eram sobre a patinação. Eu não fazia a menor idéia do que ela podia ter para me falar, mas eu sabia que aquilo estava me deixando extremamente ansiosa e preocupada. Eu sentia um frio na barriga e dirigia apenas com uma mão, roendo os cantos das unhas da outra. Hora ou outra, eu crispava meus lábios e fazia um barulho engraçado com a boca, como se estivesse impaciente (e eu realmente estava). Parei em frente a uma Starbucks e entrei no estabelecimento, procurando a mesa mais afastada do recinto. Pedi um Caffé Mocca acompanhado de dois muffins de chocolate. A garçonete me serviu gentilmente e eu lhe devolvi um sorriso simpático, devorando meu café da manhã rapidamente. Entrei no carro novamente, e como uma boa punk, coloquei Pain for Pleasure pra tocar enquanto eu me dirigia ao escritório de Shay.
Avistei o grande edifício espelhado de longe, e sorri sozinha. Acelerei o carro e entrei no estacionamento sem precisar de credenciais ou tickets, já que eu era conhecida por lá. Subi os elevadores apertada e desci no décimo quarto andar, que possuía os corredores vazios. Encarei a porta de Shay, hesitante. Aquilo poderia mudar minha vida, aquilo poderia ser uma simples notícia. Eu poderia ser drasticamente configurada a algo, ou apenas ter um evento marcado. Era tudo ou nada. Minhas mãos trêmulas se dirigiram à maçaneta da sala e eu entrei no escritório, deixando todo meu medo e hesitação do lado de fora do portal.

- Então, Shay, qual era a notícia que você queria me dar? – Eu perguntei, depois de longos minutos de conversa. Crispei meus lábios e minhas mãos nervosas se mexiam insistentemente em meu colo.
- Bom, , você me disse que estava pronta para qualquer coisa e que eu poderia agendar os eventos que aparecessem, certo? – Shay colocou alguns papéis encima da mesa e eu assenti, sem olhar para os papéis. – Então, recebi uma ligação de um dos organizadores de eventos do Rockefeller Center... E eles estão querendo que você faça parte de alguns eventos que vão ocorrer por lá. Mas antes de agendar qualquer coisa, eu resolvi falar com você. Os eventos vão ocorrer agora, no inverno, já que a praça central do Rockefeller se transforma numa pista de patinação.
- Rockefeller? É sério mesmo? – Eu estava a mil. Meu coração acelerou, meu rosto estava quase sendo rasgado pelo meu sorriso e eu estava prestes a dar um abraço de urso em Shay. Olhei para minha representante e ela sorria abertamente. – Quando eu começo? – Eu perguntei animada e seu semblante entristeceu, me deixando preocupada.
- Era sobre isso que eu queria falar, . Os eventos vão começar na próxima semana e depois das apresentações em Nova York, o espetáculo vai entrar em turnê por poucos países de vários continentes. Ou seja, se você aceitar se apresentar no Rockefeller, você vai ter que se apresentar no México, Alemanha, Japão, Austrália e Canadá. Tudo isso, em... Bom, em um ano. – A casa caiu. Meu sorriso desapareceu, eu provavelmente devo ter empalidecido e meus lábios deviam estar brancos. – Hoje é terça, certo? Tenho até sexta pra mandar sua resposta para os organizadores. Você embarca no domingo.

Eu estava deitada em minha cama há horas. Minha cabeça doía e meus olhos provavelmente estariam inchados e vermelhos por causa do choro. Eu teria que largar tudo que eu havia construído nesse tempo e ir realizar meu sonho? Uma antítese de sentimentos rodeava meu coração... Eu teria que deixar Tom? Logo agora que estávamos muito bem? Eu estava dividida entre o amor e a realização do meu sonho. Eu não me imaginaria longe dos meus amigos por um ano, viajando de país em país, voltando para o quarto de um hotel e encontrando minha cama vazia. Sem o cuidado exagerado de , as sacanagens de e e, principalmente, o amor de Tom. Como eu deixaria Annie e Katie com os quatro garotos mais baderneiros que eu conhecia?! Sorri sozinha com meu pensamento, sorri entre lágrimas.
Tom abriu a porta, e eu o encarei, séria. Ele me olhou preocupado e me abraçou fortemente.
- Tom, eu preciso te contar uma coisa. – Eu falei limpando as lágrimas que caíam pela minha bochecha.
- Pode contar, ... O que aconteceu? – Tom segurou minha mão, fazendo um carinho na mesma.
- Conversei com Shay na terça-feira. Recebi uma proposta pra me apresentar no Rockefeller. – Tom sorriu animado e percebendo minha feição, seu sorriso sumiu. – Mas tem um porém, se eu aceitar me apresentar em NY, eu vou ter que entrar em turnê com o espetáculo. Por um ano. – Olhei para o rosto de Tom e ele estava sem expressão. Sua pele estava levemente pálida e seus olhos miravam meu rosto sem expressão alguma. – Olha, eu sei que não vou conseguir ficar tanto tempo assim sem você... Mas pensa bem, Tom, é meu sonho. Eu sei que posso estar sendo egoísta em pensar só no meu sonho, mas eu tenho que me realizar. Lembra que você disse que eu precisava voltar a patinar? Então! Não posso deixar de realizar meu sonho, pra poder manter algo que eu nem sei o que é!
- Eu te entendo. M-mas... Quando você embarca? – Tom pegou meu braço e me levou para mais perto dele. Passei minhas mãos pelo seu pescoço e afundei meu rosto na curva do seu pescoço.
- Domingo. – Eu falei com a voz embargada.
- Tem certeza que vai pra Nova York? – Tom olhou em meus olhos cheios de mágoa.
- Tenho. I need to live with nothing fixed, don't tell me what's gonna happen next; I'm alright, I like the way this feels… - Cantarolei em seu ouvido, deixando que as lágrimas rolassem pelo meu rosto. (coloque a música pra tocar!)

Encostei minha cabeça na janela do carro de , observando o movimento das ruas e carros do lado de fora. Marvin se remexeu em meu colo, ainda dormindo e se enfiou embaixo do suéter que eu carregava. Apertei a mão de Thomas e o olhei, sorrindo de lado. Estávamos indo para o Heathrow, onde eu embarcaria para NY em poucos minutos. Eu estava deixando Londres, deixando um dos meus sonhos, deixando meu amor e meus melhores amigos. Eu sabia que nada era pra sempre, mas quando algo acaba, não quer dizer que realmente acabou. Eles estariam comigo pra sempre, no meu coração e na minha memória. E não era como se o mundo fosse acabar, era apenas um ano. Um ano. Um ano longe do meu irmão, que recentemente eu havia recuperado.

I could stay awake just to hear you breathing
Watch you smile while you are sleeping
While you're far away and dreaming
I could spend my life in this sweet surrender
I could stay lost in this moment forever
Every moment spent with you
Is a moment of treasure

Olhei de relance para Tom, que estava o meu lado e me lembrei de tudo que tínhamos passado. O show do John Mayer, o natal no Havaí... Decisões apressadas, aquelas que vêm fáceis e rápidas, sem hesitação, são as que nos perseguem para sempre.

Don't wanna close my eyes
I don't wanna fall asleep
'Cause I'd miss you baby
And I don't wanna miss a thing
'Cause even when I dream of you
The sweetest dream would never do
I'd still miss you baby
And I don't wanna miss a thing

Descemos todos do carro e nos dirigimos ao saguão do aeroporto, que estava cheio de pessoas. – Todos os passageiros do vôo para Nova York, favor se dirigir ao portão de embarque. – Me virei com os olhos marejados e abracei a todos, me despedi de todos, menos de Tom. Ele estava no canto, com o olhar perdido na tela do aeroporto. Olhei para rapidamente e ele fez um sinal com a cabeça para que eu fosse até Thomas.

Laying close to you
Feeling your heart beating
And I'm wondering what you're dreaming
Wondering if it's me you're seeing
Then I kiss your eyes and thank God we're together
And I just want to stay with you
In this moment forever, forever and ever

Parei na frente de Tom, e segurei seu rosto entre minhas mãos. Olhei em seus olhos magoados e dei um longo beijo em sua testa. Foi naquele momento que eu descobri que eu não conseguia me imaginar passando o resto da minha vida com outra pessoa que não fosse ele.

Don't wanna close my eyes
I don't wanna fall asleep
'Cause I'd miss you, baby
And I don't wanna miss a thing
'Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I'd still miss you, baby
And I don't wanna miss a thing

- Você vai estar longe de mim por um ano. Eu não vou poder te ver sorrir, mas vou levar seu sorriso comigo. Eu não vou poder te tocar, mas a cada momento eu vou sentir que você vai estar perto de mim. Nós vamos estar um do lado do outro, pra sempre. Entendeu? – Eu falei com a voz embargada.
- Você é o amor da minha vida. E isso não acaba aqui, certo? – Tom respondeu, pegando meu queixo e me dando um selinho demorado.

I don't wanna miss one smile
I don't wanna miss one kiss
I just wanna be with you
Right here with you, just like this
I just wanna hold you close
I feel your heart so close to mine
And just stay here in this moment
For all the rest of time
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah!

- A pessoa que inventou o feliz para sempre devia levar uma surra daquelas. – Falei olhando para Tom e arrancando uma risada nasalada dele. Passei meus braços por seu pescoço e colei nossos lábios num beijo doce. Talvez o beijo mais apaixonado que eu havia dado na minha vida. - I could spend my life in this sweet surrender...

Don't wanna close my eyes
I don't wanna fall a sleep
'Cause I'd miss you, baby
And I don't wanna miss a thing
'Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I'd still miss you, baby
And I don't wanna miss a thing
Don't wanna close my eyes
I don't wanna fall a sleep
'Cause I'd miss you, baby
And I don't wanna miss a thing
'Cause even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I'd still miss you, baby
And I don't wanna miss a thing

Finalizei o beijo, enterrando meu rosto na curva de seu pescoço. – Última chamada para o vôo de Nova York. – Me separei de Tom, deixando as lágrimas caírem pelo meu rosto. Me despedi pela última vez dos meninos, de Annie e de Katie.
- Bom, já vou. – Me aproximei de Tom novamente e depositei um selinho em sua boca. – Eu te amo. Um bom capitão nunca abandona seu navio, Tom, lembre-se disso.
- Eu amo você. – Ele respondeu, me soltando e me dando um beijo na testa.

Don't wanna close my eyes
Don't wanna fall asleep, yeah
I don't want to miss a thing

Atravessei os portões do embarque, sorrindo de lado. Eu iria voltar e como Tom disse: Não iria acabar ali, não mesmo. I don't want this moment to ever end, where everything's nothing without you. I'll wait here forever just to, to see you smile. 'Cause it's true: I am nothing without you.

Fim!


Epílogo

A atleta finalizou sua apresentação com a pose final. Ela mirou a platéia animada, aplaudindo e sorriu abertamente. Agradeceu ao público e parou seu olhar num canto da platéia. Encarou aqueles olhos por um tempo. Ele estava certo. A história dos dois não havia acabado um ano atrás. A garota continuou olhando para aquele par de olhos castanhos e sorriu. Aqueles olhos que ela tanto ansiava em ver estavam ali. Thomas estava na platéia, apenas a esperando para pudessem sair do Pause e continuarem sua história. E passariam toda sua vida naquela doce rendição.

A vida é engraçada as vezes. Pode ser barra pesada, como quando se apaixona por alguém, mas esse alguém se esquece de te amar de volta; ou quando a sua melhor amiga e seu namorado te deixam sozinha; ou quando se puxa o gatilho ou se acende o fogo e não se pode voltar atrás. Como eu disse, no esporte, chamam isso ‘de se superar”. Na vida eu chamo isso de pegar pesado. Sabe a expressão que ‘as melhores coisas da vida são de graça’? Bem, essa expressão é verdadeira. De vez em quando as pessoas se superam se tornando mais corajosas com elas mesmas. Às vezes, elas te surpreendem; às vezes, elas cedem fácil. A vida é engraçada, às vezes. Pode nos surpreender. Mas se você estiver perto o suficiente você encontrará esperança no mundo das crianças, numa canção, nos olhos de alguém que você ama.. E se você tiver sorte, digo, se você for a pessoa mais sortuda desse planeta, a pessoa que você ama, decidirá te amar de volta.
- One Tree Hill Cast


Curiosidades sobre Sweet Surrender
- No princípio, a fanfic se chamava Point of Origin, que veio de uma música da banda There For Tomorrow.
- Todas as nove músicas da trilha sonora da fanfic foram escolhidas aleatoriamente, levando em conta não só a tradução, mas também a melodia.
- O nome da fanfic não foi escolhido com base na música I Don’t Want To Miss a Thing do Aerosmith, mas sim num episódio da série Grey’s Anatomy (presente no fim do capítulo 4)
- Alguns fatos da fanfic foram baseados em experiências minhas, como, por exemplo, o momento em que a principal passa o ano novo by herself.
- Como eu escrevo a fanfic com o meu nome, pensei em colocar uma característica minha na personagem; os princípios punks.
- Eu precisei reescrever o capítulo 11 inúmeras vezes pelo fato de meu gato estar sempre subindo no teclado -q
- É possível que exista Sweet Surrender 2, mas não tão brevemente.




Nota da Autora: sério mesmo que eu estou FINALIZANDO Sweet Surrender? Alguém me belisca? Caaaaaara! Eu escrevi esse capítulo praticamente chorando e pensando que seria minha última att de SS aqui. Estou fazendo essa nota escutando Pieces do Sum 41, ou seja estou chorando rios de lágrimas aqui e rindo da minha cara de esquisita. Sabe, eu consegui aprender várias coisas sobre mim mesma escrevendo essa fanfic. E agradeço a todas as meninas que estiveram comigo nesse tempo; Gabi (meu bebê lindo, com quem eu escrevi uma short fic e estou escrevendo uma long fic), Bia (que prometeu me arrastar pro Rio e me fazer experimentar o açaí da Tia e que quase me matou quando eu disse que iria finalizar Sweet Surrender), Ju (minha kuzca que tem certeza que eu fui uma lhama na minha outra vida), Rê, Malu, Bê (que ficou o tempo todo tentando me convencer em matar o Thomas no fim da fic; matem ela! Risos), Day, Min (a irmã que eu nunca tive, uma das melhores pessoas que eu já conheci na minha vida e que eu amo pra caralho. Ficou o tempo todo me azucrinando na escola e nas vezes que ela se instalou aqui em casa ~folgada~ pra não separar os principais no fim), Laura, Saychão, a Thais, minha beta linda e principalmente (isso vai parecer idiota) ao Chaplin, meu filho! Meu gatinho lindo que insistiu em subir no teclado quando eu estava escrevendo a parte do aeroporto e me fez reescrevê-la umas 300 vezes! Algumas leitoras podem estar me matando agora por causa desse final, mas entendam; isso tinha que acontecer. Talvez você entrem no Fanfic Obsession e olhem lá embaixo, nas novas fics restritas e vejam Sweet Surrender 2... Ou não. Não tenho planos pra uma continuação de SS, porque estou com várias fanfics em andamento, mais algumas shortfics (que, por acaso, não saíram dos docs), então... a coisa tá feia. Risos Eternos. Enfim, muito obrigada a todos que estiveram nesse tempo comigo *-* Obrigada mesmo. Eu sei que eu deveria fazer um nota gigaaaaaaaaaaaante, mas acreditem, não consigo. Não tenho muita coisa a falar aqui, apenas agradecer a todos/todas e dizer o quanto isso significou pra mim. Eu amo vuzês, gatinhas do bonde!

Outras fics de minha autoria:
Always On My Mind @ Short Fiction, parceria com a Gabi <3
Two Kids, One Love @ Restritas, em andamento.
Outsider @ McFLY, em andamento.

@rayssarisus | @McGuysBonde | Orkut | Tumblr

Everybody knows the end
When the curtain hits the floor
Everybody knows the end
Don't wanna get there wishing that you'd given more
It's not over, 'till it's over
So how do we begin?
When everybody knows the end

Nota da Beta: Hey! Que final mais lindo. Parabéns pela fictions, Rayssa! Finais são sempre tristes, independente do que acontece com os principais... Vou sentir saudades de betar essa fiction! Hihi... Lembrando que qualquer erro que você encontrou, você deve enviar um e-mail para mim, thaijustsmile__@hotmail.com, relatando o erro. Muito obrigada, Thai.


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