Capítulo 22

NOVEMBRO:

Conforme o tempo passava o clima da capital inglesa esfriava, ocasionando a utilização de casacos mais quentinhos e maiores, e também avermelhando as bochechas de alguns que eram recepcionados pelas ruas londrinas com rajadas de vento.
Aquele mês também era marcado pela maior frequência de teste no colégio, sem mencionar a peça de natal que já doava sangue e suor para conseguir encarnar seu personagem com sucesso. Ortega já não conseguia mais lembrar quando não sentia os pés doloridos e calejados, pois na academia de dança uma importante apresentação se aproximava e seu professor particular parecia determinado a convencê-la a permanecer apenas no balé clássico. As campanhas de pareciam nunca diminuir sua frequência e a loira passava grande parte do tempo que deveria estar na escola em estúdios ou com sua mentora e tia, Terese.
Enquanto as caçulas focavam seu tempo em suas respectivas atividades extracurriculares, perdia noites de sono e muitas vezes até mesmo o apetite, por ter sua mente sempre voltada para a carta que precisava escrever perfeitamente para Cambrigde. Não que a morena ainda não houvesse a feito, mas nada parecia bom o suficiente e a menina sentia que já havia excluído uns quarenta e sete arquivos de seu computador por nunca conseguir chegar ao resultado que a agradasse.
Paralelo a torturante loucura que Meester se afundava, passava horas e horas no jornal do colégio, afinal, assim conseguiria uma ótima carta de recomendação do Sr. Burrows e era com isso que contava para tentar Oxford, ou Cambridge ou qualquer outra universidade renomada do país, também somava o fato que a professora de matemática a adorava e isso seria um bônus, então a ruiva infernizava a vida de todos os pobres e inocentes colegas de trabalho, principalmente de Liam, que sabia que pagava todos os pecados tendo que lidar com Westwick no colégio e com Amina no tempo livre.
O rapaz, porém, era só sorrisos quando adentrava a porta do jornal, pois na semana anterior o Sr. Burrows em pessoa o requisitou para redigir uma importante matéria e o garoto passou a madrugada estudando, ignorou os amigos, a namorada e até mesmo os pais por três dias para escrever o texto e quando o entregou para o professor o homem lhe dirigiu os maiores e melhores elogios que um aluno desesperado e necessitado de reconhecimento poderia esperar.
Os dias de sofrimento e raiva no jornal pareciam diminuir para ele, e agora que Zayn passava tempo lá também, o badboy conseguia distrair para que ela não decepasse Payno com o ventilador. Malik, encontrava-se em um estado de deleite incontrolável, o menino ainda estava chocado que conseguia crédito extra desenhando e ele sabia que aquilo era o suficiente para impressionar alguém em algum lugar que o admitiria para ingressar em alguma faculdade.
Diferente do preguiçoso amigo, Niall estudava muito para conseguir boas notas enquanto não havia muito o que se fazer em seu estágio numa produtora no centro da cidade, além disso, o loiro já havia conseguido vários ingressos para distintos shows e os amigos estavam insanos que agora possuíam uma fonte gratuita de lazer e o irlandês se enchia de orgulho por ser requisitado com frequência.
Tommo se mantinha focado em ser monitor do laboratório de química, mas confessaria que decepcionou-se na semana em que Harry, do nada, fez as malas para viajar aos Estados Unidos com a desculpa que sentia falta da mãe. O cacheado adentrou no avião na segunda-feira, apenas retornou na quinta, mas mesmo estando em Londres faltou na aula de sexta, pois estava exausto do voo de 12h.
E foi devido à saudade avassaladora que os amigos sentiam um pelo outro que ambos marcaram de sair só os dois para um pub, passar um tempo só em garotos, falando bobagens e sendo um adolescente babaca de dezoito anos, contudo Styles logo notou uma falha naquele plano, o rapaz também sentia muita saudade de uma certa morena tempestiva e divertida e foi por isso que ele sugeriu a Louis que os acompanhasse e Tommo teve a grande ideia: "Por que não chamar também o sol das minhas manhãs Westwick?!"
E foi por este motivo que os quatro jovens estavam agora sentados em uma das mesas do pub favorito dos garotos, encarando uns aos outros há sete minutos sem falar nada.
- Entãão… - decidiu tentar estabelecer um assunto. Arrumou a postura e colocou as mãos por sobre a madeira escura da mesa. - quem diria que um dia eu sairia com as três pessoas que eu mais odeio?! - sorriu cínica enquanto Tomlinson se afundava no acento de estampado verde achando muito engraçado o comentário de sua namorada. - O mundo dá voltas, não é mesmo?!
- E isso - indicou os presentes - não está sendo nem um pouco desconfortável. - sorriu cerrado.
- É tipo um video game. - Harry iniciou sua teoria - Você andar conosco é a fase fácil, namorar o Louis a média, estar presa com nós três por uma noite a difícil… - enumerou nos dedos - E se o Liam aparecer por aí é uma fase bônus.
rolou os olhos, mas curvou o canto dos lábios em um meio sorriso, enquanto folheava o cardápio para escolher um drink.
- Harry, você ainda não disse por que viajou do nada. - seu melhor amigo o recordou que há uma semana o fazia aquela pergunta e até o momento não obteve resposta.
- Ah… sabe como é… saudades da mamãe. - ergueu as mãos em rendição.
- E como a Anne está? - Meester indagou sem levantar os olhos do menu.
- Bem. - respondeu rápido, cruzando os braços por sobre a mesa e se inclinando próximo a menina. - E então, já escolheu?
- Já sim. Pede para mim, por favor - indicou na folha qual bebida havia a agradado e levantou-se -, eu vou ao banheiro e já volto.
nem ao menos teve tempo de se virar de costas quando ouviu a voz de Louis ter mais uma "grande ideia"! O garoto estava até parecendo a armando tantos planos que podiam causar destruição em massa.
- Por que você não vai junto, honey? - virou seus olhos azuis para a ruiva ao seu lado que até então respondia felizmente uma mensagem de sua mãe.
Naquele mês Josephine completava o segundo trimestre de gestação e decidiu que um sábado a noite era perfeito para escolher os móveis dos quartos das bebês e por isso vasculhava sites e mandava algumas fotos pedindo a opinião de sua primogênita.
levantou o rosto, encarando o namorado por incessantes segundos, sem entender qual era o real propósito daquela frase.
- Desculpa? - as duas garotas falaram juntas e Styles abaixou o rosto contendo uma risada.
- Não é isso o que vocês mulheres fazem? - questionou sem entender o motivo da surpresa, todavia, ao ainda encontrar dúvida nos olhos das meninas continuou: - Vão ao banheiro juntas e sei lá… - gesticulou abertamente - Não sei o que vocês fazem lá dentro, mas é isso.
- Cara, você é muito idiota. - Hazz finalmente riu apoiando as costas no confortável estofado verde do acento.
- Ahn… , eu vou me retirar e tentar absorver o que acabou de acontecer aqui. - a morena apontava com o polegar para trás - E te deixo encarregada de explicar para o Louis com o que as mulheres se preocupam.
- Pode deixar. - Westwick nem olhava para Meester que saiu em direção ao banheiro. - "Não é isso o que as mulheres fazem?" - imitou o rapaz afinando a voz - E o que você entende de mulher, Louis? - cruzou os braços, juntando as sobrancelhas.
- É Louis, o que você entende de mulher? - o cacheado apoiou o possível caos.
- Muito. - cresceu os olhos, ofendido. - Afinal, eu consegui você!
- Nem vem! - a ruiva defendeu-se. - Meu cérebro foi afetado pelo sol caribenho e depois eu não tive mais controle pelos meus atos.
- Galera, antes de vocês continuarem eu queria dizer que nunca duvidei que iria me divertir esta noite, mas eu não imaginei que seria tanto! - Styles parecia muito animado pela oportunidade de ver fazer Louis se arrepender de ter nascido.
- Cala a boca. - a garota voltou-se para o menino rolando os olhos e bufando. - Eu preciso de chocolate.
- Vou no balcão ver se tem. - o namorado dela prontamente se pôs de pé para agradá-la o mais rápido possível.
A ruiva o viu se afastar, contente por saber que o rapaz mesmo sendo babaca o tempo todo era tão atencioso quanto. E então virou o rosto para o cacheado que mantinha sua expressão idiota, com sua pose idiota de sempre, sendo um idiota.
- Olá Harry - sorriu sem empolgação apenas curvando os lábios como um robô. -, eu quero jogar um jogo.
O rapaz arqueou as sobrancelhas, encarando ao redor e constatando o óbvio, estava sozinho com na mesa e a maníaca usou aquela frase de Jogos Mortais que o fazia recordar-se daquele boneco maldito e de muita morte e dor que foi responsável por muitos pesadelos de sua infância, pois mesmo que Desmond o proibisse de assistir filmes de horror ele preferia burlar a lei, como fazia até hoje.
- Ahn… O que Louis? - falou alto, cerrando os lábios e olhando para onde o amigo estava. - Ah claro, eu vou com você! - riu nervoso correndo até o garoto que apoiado ao balcão esperava ser atendido. - Sua namorada me dá calafrios às vezes.
- O que ela fez? - questionou normalmente, como se perguntasse as horas, pois conhecia o gênio da menina.
- Recitou Jogos Mortais.
- Ah sim, ela faz isso mesmo. - deu de ombros - Foi a frase famosa do boneco, não foi?
- Sim. - virou o rosto para ver a ruiva, por cima dos ombros. - Esquisita do caralho.
- Você tem que admitir que é engraçado. - Louis sorria bobo e apaixonado.
- É, talvez se ela tivesse dito isso para a ou para a seria engraçado. - admitiu - Mas quando é comigo não é nem um pouco legal, cara. - negava com a cabeça, mirando a mesa vez ou outra para saber quando chegaria até lá.
- Deixa de ser criança. - conseguiu finalmente pedir o chocolate e as bebidas. - Eu nunca imaginei que seria possível sair com a e a para o mesmo lugar e saber que elas não vão explodir tudo!
- Agora é a minha vez para falar "deixa de ser criança". - parafraseou o amigo, apoiando os braços no balcão. - E eu preciso te lembrar de novo de falar com o Bennet. - entoou o temido e nauseante nome do capitão do time de futebol do colégio.
- Ah cara, eu não quero… - rolava os olhos com os ombros caídos.
- Louis você precisa! O Zayn e eu já fomos abordados por ele e pelos fantoches dele e você só não é incomodado porque… - fitou o ambiente ao redor e aproximou o rosto para abaixar a voz. - está com a garota certa.
- XIIIIIIIU. - perdigotos voaram de sua boca até a face de Harry que fechou os olhos enojado e limpou o rosto - Fala mais baixo, você quer ser morto? - seu melhor amigo rolou os olhos enquanto ele ainda tentava acalmar seu coração acelerado.
- Eu estou falando sério. Você precisa falar com o Bennet e dizer que não existe mais aposta. - sua visão periférica captou o exato momento que Meester retornou a mesa e sentou-se.
Alheia e sem conhecimento do que acontecia, a morena estava apenas desapontada por "desperdiçar" um sábado à noite com , mas se caso tudo viesse à tona ele não queria nem pensar o que ela faria, ou como reagiria, ou o que faria a ele.
- Se ele pensar que você ainda está nessa, significa que todos nós estamos e isso é ruim. - Styles terminou seu discurso sentindo um peso estranho e desconfortável os ombros.
- E quem disse que ele vai me ouvir? - Tommo também fitou as garotas e sorriu ao ver que elas trocavam algumas palavras. Poderiam estar naquele momento falando sobre o clima, mas era bom vê-las se entendo. - Quem disse que ele vai acreditar em mim?! Eu vou chegar e falar "Ah, oi Bennet. Então cancela a aposta porque eu to apaixonado mesmo pela garota que eu odiava e ia transar por dinheiro. Obrigado."
- Você precisa soar convincente, idiota! Assim nem eu estou acreditando em você.
- As meninas não podem descobrir sobre a aposta, cara. - Lou encarou o outro rapaz, que pode ver a aflição em sua face. - A já foi decepcionada quatro vezes, Harry. Eu não posso fazer ela passar por isso de novo!
Era estranho pensar em Louis e como um casal, mais insólito era imaginá-los como um casal funcional, que se entende e se apoia, mas era exatamente isso o que aqueles dois representavam para Harry e o cacheado gostava daquele fato, pois isso significava que ele e também podiam dar certo. O moreno conhecia seu melhor amigo e sabia que quando Tommo falava sobre Westwick ele era sincero. Ao ver o medo no rosto de Louis, o menino sentiu-se culpado e exausto.
- Elas não vão descobrir. - sorriu tentando passar-lhe confiança. - Você vai conversar com o Bennet e tudo isso vai acabar. Simples assim.
Tomlinson tentou sorrir, acreditando no garoto que nunca mentiria para ele.
- Você já parou para pensar que se isso vier à tona, tudo vai mudar?
- Louis, não! Elas não vão descobrir! - Harry repetiu seu mantra, a frase que proferia todas as manhãs antes de levantar da cama.
- Você e eu não vamos só perder as garotas que nós gostamos. - continuou - A que não tinha nada a ver com isso está envolvida até o pescoço agora, porque está com o Zayn. E nenhuma delas merece isso.
Se não estivesse tão apavorado, Louis teria até orgulho de si por ter amadurecido tanto desde o começo daquele ano.
- A vai ficar muito decepcionada com todos nós. - Tommo encarava as próprias mãos sobre o balcão e conforme falava depreciava o menino ao seu lado que ia ficando mais amedrontado a cada dia. - Sem mencionar a ! E eu não quero nem pensar no Liam.
- Ninguém vai descobrir. - Harry repetiu.
- Ele vai nos matar. - falava com certeza. - Eu não quero nem sonhar como é levar um soco daquele cara. Você já viu um treino de boxe dele? - virou-se para Styles.
- Não.
- Nem eu. Mas o Zayn fala que é brutal!
A garçonete colocou a sua frente as quatro bebidas e a pequena barrinha de chocolate que havia pedido, entretanto os garotos permaneceram em silêncio, imaginando como seria perder tudo o que estimavam.
- Vamos voltar. - o cacheado colocou a mão sobre o ombro do amigo e apertou, passando-lhe confiança. - Vai dar tudo certo. - sorriu de lado pegando o drink de e sua cerveja e caminhou até a mesa.
Ao sentarem em seus acentos, Meester lhe agradeceu por sua bebida, porém ao ver abrindo seu chocolatinho a morena fez um biquinho.
- Ah, eu também quero!
- Eu até dividiria o meu. - Westwick falou séria já quase terminando a guloseima. - Mas acabei de lembrar que não posso fazer isso, contando com o fato que não gosto de você.
- Nossa, como você é educada e prestativa. - a morena cruzou os braços e então voltou-se para Harry. - Meu bem - chamou-o mansa pelo apelido e o rapaz sorriu cerrado sem encará-la, pois já sabia o que estava por vir. -, pega um para mim?
- Louis, pega um chocolate para a . - o cacheado falou levando seu copo de cerveja aos lábios vendo o amigo confirmar com a cabeça já levantando-se.
- Não se preocupa, Lou. - a menina impediu-o de sair - Eu mesma vou. - falou pausadamente, irritada por ter tido seu pedido ignorado por Styles e antes que pudesse se por de pé o rapaz a impediu.
- Eu estou brincando - sorria faceiro -, eu vou lá. - piscou se retirando e caminhando tranquilamente até o balcão, chamando a atenção de algumas garotas que o acompanhavam com o olhar.
notou o pequeno alvoroço que seu acompanhante causava apenas por bagunçar os cabelos e arrumá-los novamente. Revirou os olhos ao ver algumas meninas possivelmente comentando sobre o rapaz e odiou-se por incomodar-se com aquilo.
Ela era ciumenta e só quem a conhecia bem tinha conhecimento daquele fato, pois tal característica era algo que Meester fazia questão de esconder bem. Pensava que nunca havia dado a entender a Harry o quão aborrecida ficava toda vez que uma menina dava em cima dele, contudo o rapaz percebia e achava uma graça.
- Honey, como vai seu treino na academia? - Tommo indagou, provando ser o namorado mais interessado em qualquer merda que se passasse na vida de sua namorada.
- Cansativo. - a ruiva respondeu, não muito interessada no assunto. - Comecei um treino novo para ganhar massa.
Do outro lado da mesa a morena abaixou o rosto entediada com aquela programação de sábado. Ficar em casa parecia algo muito mais interessante e proveitoso para se fazer.
A rotina de exercícios de Westwick foi discutida com muito mais afinco, enquanto Meester tentava recordar-se de todo seu closet para escolher um modelito adequado para acompanhar sua mãe num evento.
O tédio terminou quando Styles retornava a mesa com o chocolate de seu bem e um sorriso incrédulo nos lábios.
- Espera, eu entendi direito? - o menino sentava-se ao lado de - você não consegue fazer esse treino! É muito pesado para você! - cerrou os olhos voltando os olhos de para o amigo.
- Como é que é?! - a garota cruzou os braços arqueando uma sobrancelha.
- Nem eu ou o Louis conseguimos fazer essa sequencia, é muito pesada! - falava como se fosse óbvio abrindo o pacote da guloseima e entregando-o para .
- Olha, a culpa não é minha se vocês são dois franguinhos. - rolou os olhos, fazendo Harry sorrir ainda mais e seu namorado se ofender. - E só para você saber eu comecei o treino ontem.
- Eu duvido que você consiga manter o ritmo o mês inteiro. - tomou um gole do drink de , usando o canudinho e ficando muito meigo.
- Você está apostando comigo? - questionou incrédula.
- Pra valer, ruiva! - arqueou as sobrancelhas para ser melhor entendido.
- Ew, não faz isso. Você não é o Zayn. - Westwick decretou e Louis fez biquinho tentando entender a relação.
Só Malik podia chamar a sua garota, vulgo de ruiva? Tomlinson estava mesmo perdendo o respeito ali.
- Enfim, o que acontece quando eu ganhar? - Westwick perguntou plena e confiante.
- Eu faço amor com o Louis!
- Que merda…? - soltou a embalagem de seu chocolate. - Quando você ficou tão bêbado, Harry?
- Cara eu te amo, mas… limites, por favor. - Tommo fingia constrangimento - Eu já te falei que se isso acontecer a nossa amizade não vai mais ser a mesma coisa!
- Fazer amor?! - foi a única coisa que captou da frase absurda de Styles. - Quantos anos você tem? Nove?
- Sério? - a outra garota indagou estupefata. - Isso foi o pior para você?
- Tanto faz o que eu vou ter que fazer, porque você não vai ganhar! - riu em escárnio.
- Eu espero que você esteja certo, cara. - seu amigo encarava fixamente o nada. - Porque eu não quero nem imaginar o que vai acontecer se ela ganhar.
- Vocês precisam se tratar. - Meester estava assustada e ria de nervoso.
- Por que a maioria das coisas que você fala, envolve você transando com alguém, Styles? - questionou realmente curiosa, inclinando a cabeça para o lado.
- Provavelmente tem algo a ver com o fato de eu ser muito bonito. - esclareceu, concordando com a cabeça, vendo Louis soltando uma risadinha pelo nariz.
- Qual seria a relação? - mirou-o entediada.
- O sexo feminino já me olha como um símbolo sexy.
- Essa noite acabou para mim. - a morena decretou, batendo as duas sobre a mesa. - Eu vou me afogar na privada e já volto.
- Eu posso ir com você? - Westwick se ofereceu.
- Claro! A gente se ajuda na hora…
- Eu só respondi a pergunta! - o cacheado ergueu as mãos em rendição, fingindo não entender a relutância das garotas pela brincadeira.
- Sabe quem é um símbolo sexy? - Tommo indagou brincando com sua garrafa de cerveja - Legolas. - mencionou o personagem de Senhor dos Anéis, o elfo conhecido por sua beleza e habilidade com arco e flecha.
- Agora sim! - as meninas animaram-se instantaneamente.
- Nossa, nada a ver! - Harry contestou com os olhos cerrados. - O Legolas é muito menininha!
- Não é só porque o cabelo dele é mais bonito que o seu, que você tem que se ofender, cachinhos. - piscou.
O moreno riu sem humor, juntando as sobrancelhas e passando a língua pelos lábios, tentando absorver a blasfêmia que a ruiva acabara de proferir. Apoiou o cotovelo na mesa, apontando para a garota que sorria divertida.
- Não fala do meu cabelo! - ofendido, o rapaz elevou os olhos - Perdoe-a, ela não sabe o que diz!
- O Legolas é um deus e fim da pauta. - Meester impôs. - Eu vou admitir algo embaraçoso agora, mas… foda-se.
- Uh, ela vai passar vergonha! - Westwick animou-se imediatamente, batendo palminhas e curvando-se para ouvi-la melhor.
- Eu assisti Senhor dos Anéis com o meu pai quando era pequena e me apaixonei pelo Legolas. - começou a história percebendo que os meninos já sorriam sabendo onde aquilo terminaria. - E então ele meio que virou meu namorado imaginário… E por muito tempo eu conversava com ele e todas essas coisas de criança perturbada.
- Pobrezinha. - Louis compadeceu-se da amiga.
- Tudo acabou numa manhã chuvosa - dramática, virou o rosto fingindo poder ter um flashback perfeito de seu trauma - quando a Diane me ouvir conversar com meu namorado e por uma semana ela colocou um prato a mais na mesa para ele. - Styles começou a rir sabendo que Sra. Meester era capaz de fazer algo como aquilo. - Eu só tinha nove anos e nunca mais tive um amigo imaginário.
- Eu não acredito que você namorava um elfo, meu bem. - sorriu sentimental.
- Nosso relacionamento era muito maduro, okay?! Eu era muito compreensiva quando ele precisava ir embora para salvar a Terra-média. - fez questão de pontuar que foi uma criança muito madura. - Mas eu ficava muito feliz quando ele voltava a tempo de dormir comigo.
- Isso é muito errado, porque o cara… ou… elfo. Eu não sei! - Tomlinson perdeu-se em sua linha de raciocínio - Enfim, ele era, no mínimo, um bilhão de anos mais velho que você!
- Era amor real… Eu fiquei muito mal quando tivemos que terminar.
- Se eu namorasse o Legolas, terminar a relação não seria uma opção. - a ruiva parecia realmente cogitar a possibilidade.
- Sabe quem tem uma crush muito sério pelo Orlando Bloom? - questionou, pronta para repassar a fofoca. - A . Mas isso é muito bizarro porque o cara tem idade para ser pai do Robert.
- Nossa que exagero. - Harry riu da brincadeira, mais que o necessário. - Eles no máximo têm a mesma idade.
- Mas a parte ruim da paixão doentia que a Ortega tem pelo ator é que ela não deixa eu admirar o Legolas e, me desculpa, mas eu acho que eu tenho direitos a mais porque eu já namorei o elfo!
- Sabe quem também é muito sexy?! - fitava sorrindo de lado - O Batman.
- Amém irmã! - o namorado de Westwick levou as mãos para o alto fervorosamente.
- Mas se for o Batman dos filmes eu prefiro o do Christian Bale ao do Ben Affleck. - a morena terminava sua bebida, sugando-a pelo canudinho e fazendo aquele famigerado som.
- Meester, nós estamos concordando em muitas coisas esta noite. - observou, soando assustada. - E isso é tipo… legal.
- É sim… - sorria concordando. - Mas eu ainda não gosto de você.
- Own, obrigada. - colocou a mão sobre o peito, lisonjeada pela frase.
- Nós deveríamos ir para alguma comic con. - Louis sugeriu empolgado. O evento já era incrível por si só, imagina se tivesse a companhia de todos seus amigos.
- Não acho que seria uma boa ideia. - Styles negava, carregando um olhar triste, como se pedisse desculpa. - Eu tenho um sério crush pela Gal Gadot e provavelmente faria alguma merda impulsionada pelo amor.
- O quê? - a morena ao seu lado cerrou os olhos, abismada. - Harry, você esteve em Hollywood a semana inteira, você poderia ter a conhecido.
- Você acha? - o garoto voltou-se para inseguro.
- Claro! - Louis falou alto demais, chamando atenção de um cara um pouco mais velho, sentado na mesa ao lado. - Sua mãe é tipo… A dona de Los Angeles!
- Não chega nem perto disso, Tommo!
- Para de ser modesto, Styles! - Westwick rolou os olhos. - Eu pago a próxima rodada. - bateu na mesa, levantando-se a caminho do balcão.
A noite seguiu-se por muitas mais rodadas assim como a conversa que não cessava nunca. Harry já estava em seu mais elevado estágio de bêbado, e ele ria de tudo que aparecesse em sua frente. Louis falava alto demais, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor. , vez ou outra, tinha a atenção dispersa para a música que tocava. E fazia snaps que provavelmente iria se arrepender na manhã seguinte.
Contudo, o que importava no momento era que a noite passou de fracasso total para muito divertida e todos estavam contentes por nenhuma morte ter acontecido até o momento.
- Eu vou pegar mais cerveja. - Tommo avisou, colocando-se de pé rápido demais, ficando tonto. Ignorou o desconforto e dirigiu-se ao balcão.
- Olha pessoal - chamou a atenção do casal -, a verdade é que meus pais não sabem que eu fumo.
- Como? - Meester chocou-se - C-Como você consegue esconder os cigarros, o isqueiro, o cheiro?! Dá para sentir o cheiro do carro do Louis a quilômetros de distância!
- Eu tenho regras - explicou - Primeiro: sem fumar no carro - enumerava nos dedos - Segundo: não fumar contra o vento porque assim a fumaça vai bem na minha cara e meu cabelo vai ficar com cheiro. Basicamente isso… - deu de ombros.
- Mas por que eles não podem saber? - Styles a perguntou.
- A minha mãe fumou por muito tempo e meu pai sempre odiou. Quando ela ficou grávida dessa pérola que vos fala, ela parou. - sanou a dúvida do casal que fez um sonoro "Ahhhhhh!". - Mas a questão é que se eu pudesse eu usaria uma camiseta estampada "Eu amo nicotina". - admitiu, fazendo o cacheado rir e juntou as sobrancelhas porque sabia que aquela piada fora horrível. - Não consigo parar!
- Isso é um problema. - atentou-se ao óbvio.
- Por que a gente nunca soube que seus pais não sabem que você fuma? - o rapaz fez biquinho tentando pensar em uma razão plausível.
- Porque eu sempre penso que alguém pode usar isso contra mim.
- Esperta. - Harry surpreendeu-se, confirmando com a cabeça e a ruiva piscou para ele.
- Estão falando sobre o quê? - Lou questionou sentando-se ao lado da namorada e distribuindo as bebidas.
- Eu estava prestes a contar o dia que você descobriu que meus pais não sabem que eu fumo. - a garota sorriu abertamente.
- Ai, eu odeio esse dia…
FLASHBACK On:

Apoiado na lateral de seu Audi, o rapaz esperava a namorada aparecer.
Domingo de manhã e o clima estava perfeito! havia os convidado para o almoço e apesar de afirmar que apenas o casal fora solicitado, ambos sabiam que ao chegarem todos os amigos estariam lá. O que definitivamente não era um problema, porém o garoto queria passar um tempo a sós com a ruiva.
disse que ele não precisava entrar porque sairia num minuto, entretanto seis minutos haviam se passado e a menina não havia dado as caras até o momento.
Começava a pensar que deveria ter ignorado o pedido dela e adentrado a mansão de qualquer forma. Afinal, agora seus sogros pensavam que ele era um mal educado!
Aflito, apalpou os bolsos do jeans, pegando a carteira de cigarros e o isqueiro. Colocou um cigarro nos lábios e fez uma concha com a mão impedindo que o vento apagasse a chama do isqueiro. Assim que sentiu a nicotina, pode ver que abria a porta e descia as escadas, saltitando e sorrindo contente.
Tommo também abriu um sorriso apenas por vê-la, pegou o cigarro, prendendo-o entre os dedos e abraçou a namorada pela cintura, beijando-a nos lábios e sentindo-se extasiado assim que a ponta de seus dedos tocaram a pele macia do rosto da garota e sua respiração mesclou-se a dela.
- Bom dia. - Westwick falou beijando a bochecha do rapaz.
- Bom dia, honey. Podemos ir?
- Sim - deu de ombros pegando o cigarro dele, tragando-o - Eu demorei porque estava…
- Olá Louis! - Oliver apareceu na porta, todo sorridente por ter o genro ali e desceu as escadas para cumprimentá-lo.
teve um acesso de tosse, ficando vermelha e com os olhos imensos quase saltando das órbitas. Tommo conseguiu notar que a namorada segurava seu cigarro, trêmula.
- Oi… Sr. Westwick. - sorriu cerrado, intercalando os olhos do homem mais velho para a menina dura como uma estátua.
- Louis, honey, quantas vezes eu vou ter que pedir para você cuidar da sua saúde e parar de fumar?! - conseguiu falar, encarando-o significativamente.
- O quê? - o garoto juntou as sobrancelhas sem entender - Mas você - a ruiva cresceu ainda mais os olhos esperando que ele captasse a mensagem - Ohh! - Tomlinson finalmente entendeu e voltou-se para Oliver envergonhado. - Quer dizer… Me desculpa, babe. Você tem razão. Além do mais eu não deveria fumar na sua casa. Me desculpe, Sr. Westwick.
- Não se preocupe, Louis. - colocou a mão sobre o ombro do menino, passando-o apoio - É um vício, e eu imagino como deve ser difícil.
- O senhor não faz ideia. - o moreno fitava que ainda segurava o cigarro como se nunca tivesse tocado em um antes.
- Mas eu sei que a vai te ajudar com isso. - sorriu – Certo, filha?
- Claro! - também sorria, porém não tranquilamente como seu pai, mas sim desesperada e tensa. - Com certeza! Nós já podemos ir? Vamos. - falava rápido demais, inquieta.
Entregou o que sobrou do cigarro para o patriarca e correu até a porta do Audi, jogando-se no veículo e sentindo-se segura novamente.
Tommo também adentrou o veículo reabaixou o vidro, acenando para seu sogro que espelhava seu gesto, todo contente.
- Você vai me explicar que merda foi aquela? - pediu já fora das dependências da mansão dos Westwick, fechando o vidro.
- Só dirige.

FLASHBACK Off.

- Seu sogro pensa que você é uma má influência! - Harry ria da cara do amigo.
- O pior não é isso, o ruim foi eu ficar lá sem entender o que estava acontecendo! - Tomlinson reclamou, olhando feio para a ruiva que concentrava-se em sugar seu canudinho.
- Eu já pedi desculpa! - a menina defendeu-se voltando-se para o moreno. Pode ver que mais a frente no pub um certo rapaz entrava pela porta, tirando o casaco e conversado com outros dois garotos. A ruiva estancou, endireitando a postura e coçando a nuca, evidenciando seu nervosismo.
Styles e Louis estavam focados na conversa e foi apenas que percebeu a súbita mudança de humor de . A morena juntou as sobrancelhas e procurou o que havia deixado a garota naquele estado. Ao encontrar o responsável, fitou a menina a sua frente apiedando-se.
- Eu ao contrário de você não tenho vícios que prejudiquem minha saúde. O que faz de mim um excelente pretendente para qualquer garota do mundo. - o cacheado continuava falando besteira e sorrindo como um babaca.
- Você tem razão, cara. - seu amigo concordou, levando a caneca de cerveja aos lábios. - Seu único vício é ser um imbecil e isso de fato não te faz mal, só faz as pessoas ao seu redor quererem se matar.
- Você só está falando isso porque sabe que o Christopher me adora e o Oliver sabe que você é um completo idiota.
- Você percebeu que acabou de admitir que está namorando a ? - apontava de um para o outro e Harry voltou seus olhos verdes para a morena em busca de apoio, contudo ela logo ergueu os braços em rendição.
- Pode me tirar dessa!
- Eu não admiti merda nenhuma porque não tem nada para se admitir, não é meu bem?
- Não vou participar disso. - cruzou os braços, prestando atenção em vez ou outra, constatando que a ruiva ainda encarava as mãos no colo.
Westwick elevou o rosto, mirando o loiro apoiado no balcão. Sua pose de dono do mundo não havia mudado com o decorrer dos anos, seu sorriso perfeito e falsamente simpático permanecia o mesmo, seu cabelo brilhoso ainda a fazia querer acariciá-lo e o fim de seu amor próprio aconteceu ao vê-lo enrolando uma mecha dos fios. sempre achara aquilo tão fofo.
O rapaz varreu o local com seus olhos verdes brilhantes e pode ver a cabecinha ruiva que se esforçou para não ser flagrada. Com sucesso ele não a viu o encarando, porém a reconheceu e por sua visão periférica notou que o garoto se aproximava.
- Rápido - chamou a atenção de todos - comecem a rir como se eu tivesse falado algo engraçado.
- O quê? - Styles perguntou sem entender, juntando as sobrancelhas e recebeu um chute na canela. - Aí!
- Vai logo.
Todos na mesa começaram a rir nervosos, tendo consciência que pareciam ridículos, intercalando os olhos aflitos de um para o outro, tentando parecerem mais naturais.
- Sério isso realmente aconteceu! - Westwick jogou os cabelos para trás - E então eu disse…
- ?
Louis pode ouvir alguém chamado sua namorada e os quatro jovens viraram o rosto para vislumbrar Anthony Windsor III, o loiro de olhos claros, sorriso simpático, porte imponente e roupas elegantes, que fitava a ruiva com seu olhar penetrante e se odiou por achá-lo charmoso.
- Anthony?! - fingiu surpresa.
- Quanto tempo! - o rapaz de sangue real parecia verdadeiramente alegre por tê-la ali.
- Pois é. - concordou - Tanto tempo que eu nem me lembro quando foi a última vez.
- Eu sim. Foi quando você jogou um porta retrato com nossa foto na minha cara. - sorriu sem humor, arrumando a manga da camisa social enquanto Louis fazia uma nota mental; ele detestava aquele cara.
Styles soltou uma risadinha pelo nariz, chamando a atenção de todos os presentes. O garoto já havia escutado a história do dia em que Westwick possessa de ódio havia causado uma cicatriz na testa do ex-namorado que a trairá.
Harry nunca tinha visto o cara, mas sempre achara aquela narrativa engraçada. E enquanto ria divertido e bêbado pode notar uma pequena cicatriz um pouco acima da sobrancelha do tal Anthony, o que o fez ficar sério imediatamente e arrumar a postura encarando o melhor amigo a sua frente.
- Ohh… - o cacheado sentiu o peso do desconforto em seus ombros, decidindo ficar calado pelo resto da noite.
- Bons tempos esses. - terminou seu drink, colocando-o de lado e tomando a cerveja da mão de Tomlinson, que a encarou feio não apenas por ter sua bebida roubada, mas por ter que suportar aquele engomadinho sugando sua vontade de viver.
- Você está deslumbrante. - Windsor III parecia disposto a permanecer.
- Obrigada.
- De alguma forma você fica ainda mais bonita a cada dia que passa.
Meester podia jurar que nunca havia visto tão desconfortável como naquele momento, porém quem ali não estava?!
- Mas você sabe disso, afinal eu lhe falava isso todos os dias quando namorávamos. - sorria galante e Louis sentia que ia vomitar. - Aqueles eram bons tempos… - o loiro teria continuado a falar e ser o responsável por deixar todos incomodados pela situação embaraçosa, todavia Tommo não aguentou ficar quieto.
- Cara, desculpa - o moreno falou cerrando os lábios fingindo culpa por interromper a ladainha do engomadinho em pé ao seu lado -, mas nós estávamos no meio de um assunto quando você apareceu e você meio que… está atrapalhando. - cresceu os olhos.
Anthony juntou as sobrancelhas, perplexo por ter alguém que ele nem ao menos conhecia mandando-o embora. Do outro lado da mesa, colocou a mão na coxa de Harry, estupefata pela atitude de Louis. Styles nem percebeu que deixou o queixo cair. E não sabia o que fazer desde que vira Tony.
- É Windsor III. - o loiro esclareceu.
- Como?
- Meu sobrenome é Windsor III.
- Okay, Windsor, você pode…
- Não. - riu esnobe, arrumando seu cabelo perfeito. - Windsor III.
Tomlinson nunca fora um cara de arrumar brigas. Ele era sempre quem segurava Zayn ou Liam, porque estes sim, vez ou outra, acabavam trocando socos com alguém numa festa. Louis não gostava daquele tipo de atitude, contudo, naquele momento o rapaz queria quebrar sua caneca de cerveja na cabeça de Anthony e quem sabe, com sorte, ser o responsável por mais uma cicatriz no rosto daquele merda.
- Oh, me desculpe - o garoto ameaçou levantar-se de seu acento, porém o conteve.
- Tchau Anthony. - a ruiva parecia pedir para que o rapaz se retirasse e sem perder sua compostura ele se despediu e voltou aos amigos.
- Sério, ? - seu namorado voltou-se para ela assim que Windsor III foi embora - Aquele bosta?! Você namorou aquele bosta?!
- E daí, Louis?
- O quê! Como assim "e daí, Louis?"! Ele é um lixo! - nem ao menos sabia porque estava bravo, mas podia sentir seu sangue aquecido correndo por suas veias.
Isso se devia, provavelmente pela mistura do álcool com a visita ilustre daquele ser esnobe e insuportável.
- Obrigada por estragar a noite. - Westwick falou irritada levantando-se e dirigindo-se a porta do pub.
- Como é que é?! Eu não fiz nada! - pasmo, pegou tudo o que lhe pertencia de cima da mesa e correu até a namorada que já havia deixado o recinto.
- Uau. Isso foi desconfortável. - Harry soltou pela boca todo o ar que manteve preso por aqueles infindos minutos desagradáveis.
- Coitada da . - falou sem pensar.
- Own, passaram algumas horas juntas e já são melhores amigas. - passou o braço pelo ombro da menina, apertando a pontinha de seu nariz e ela tentou empurrá-lo.
- Cala boca. - ria, terminando seu drink. - É só que ninguém merece passar por isso.
- Concordo. - confirmou com a cabeça, pegando sua caneca de cerveja e notou que já havia terminado, o que o deixou muito triste. - E aquele cara foi muito abusado.
- É Windsor III. - a morena falou, tentando soar séria, mas ria da cara do babaca que estragou a noite de seus amigos.
- Oh, me desculpe Windsor III. - Styles colocou a mão sobre o peito, rindo em seguida. - É, acho que a noite acabou. Vamos?
- Ahan. - levantou-se, recolhendo suas coisas e encaminhado-se a saída.
Conforme caminhavam pela calçada a procura da Land Rover, pode perceber que Harry não tinha seu braço ao redor do ombro dela para protegê-la ou aquecê-la, o rapaz vez ou outra pisava em falso e a usava como guia. Ao encontrarem o carro, a morena o viu procurando pelas chaves nos bolsos e aquilo levou mais tempo que o normal, o garoto também teve dificuldade para encontrar o botão do alarme clicando muitas vezes o mesmo que trancava o veículo já trancado.
- Okay chega. - a menina declarou se aproximando e tirando a chave da mão dele. - Você vai para o banco do carona.
- Não mesmo. Meu carro, eu dirijo. - decretou tentando fazê-la recuar.
- Tudo bem, eu só tenho duas perguntas para você, primeira você quer continuar saindo comigo? - viu-o confirmar com a cabeça. - Segunda: você quer continuar vivo? - repetiu o gesto. - Vai para o banco do carona!
O moreno fechou a expressão, irritado por ela ter ótimos argumentos e bravo deu a volta no automóvel para sentar no outro banco.
- Você sabe dirigir? - Styles indagou, fechando a porta e recebendo a bolsa que a garota o entregava.
Poderia estar bêbado, mas não era estúpido. Nunca vira dirigindo, será que a menina sabia a diferença entre a embreagem e o freio de mão?
- Claro que sim babaca! Eu só não dirijo porque não gosto. - colocou o cinto de segurança e arrumou o espelho retrovisor. - Coloca o cinto.
- Devo levar isso como um aviso subentendido que você não sabe o que está fazendo?
Meester já saía cantando pneu e fazendo Harry arregalar os olhos.
- Olha eu não estou tão bêbado. Posso dirigir. - o rapaz ainda tentava argumentar, segurando-se no banco porque seu bem fazia uma curva fechada.
- Relaxa, Styles. - rolou os olhos vendo que o sinal logo iria fechar e acelerou para não ficar parada no trânsito.
- Nãão! - o garoto gritou ao ver que a luz amarela brilhava e ao invés de frear, a garota acelerou. - Você me perguntou se eu queria continuar vivo e eu disse que sim, você não entendeu o que eu quis dizer?
- Meu Deus como você é chato! - irritou-se pela ladainha e ligou o rádio. - Ouve um pouco de música e me deixa em paz se não eu vou te jogar desse carro.
O percurso foi rápido, já que andava no limite da velocidade. Ao chegarem na residência Styles a morena informou que ligaria para um táxi, entretanto o menino insistiu que ela ficasse.
Harry explicou que até ofereceria um quarto de hóspedes para ela, todavia o garoto não saberia onde a coberto e o travesseiro estariam guardados o que seria um problema, sugeriu então que Meester dormisse em sua cama, junto com ele, e para a felicidade de todos a menina não viu problema algum naquilo.
Diferente do casal que dormia abraçado e em paz, estava deitada em sua cama muito irritada pelo episódio desconcertante no pub, Louis há alguns quilômetros de distância também não conseguia dormir pensando na oportunidade gasta de arrebentar o babaca responsável por sua namorada ficar brava com ele.
Porém, na manhã seguinte a irritação se esvaiu assim que o rapaz abriu os olhos e encontrou Westwick sentada na pontinha de sua cama, com a expressão transbordando arrependimento e uma bandeja com o desjejum em seu colo.
- Bom dia. - a ruiva sorriu cerrado, desviando o olhar.
- Oi. - respondeu atônito e ainda um pouco sonolento, sentando-se sobre o colchão e coçando os olhos. - O que é isso? - apontou para a bandeja.
- Meu pedido de desculpa.
- Tem geleia no seu pedido de desculpa? - arqueou uma sobrancelha.
- Sim. - indicou o pequeno pote ao lado do queijo.
- Desculpas aceitas. - endireitou-se, concordou com a cabeça e acenou pedindo a bandeja.
riu sentindo-se abençoada por ter o namorado mais divertido que poderia existir no mundo e levantou-se para entregar a bendita geleia do garoto.
- É sério. - a menina acomodou-se ao lado dele que já passava geleia em uma torrada - Me desculpa por ter ficado aborrecida com você noite passada, a culpa não foi sua. É só que o Tony - gesticulava abertamente, mas o moreno a interrompeu.
- Tony?! - cerrou os olhos, mirando-a nauseado - Quer dizer - forçou um sorriso -, o quão cedo você chegou aqui para me preparar isso?! - apontou para seu colo onde a bandeja estava apoiada. - Honey, eu não quero. - deixou os ombros caírem, desanimado - Eu só quero pensar o quão atenciosa esse gesto é - apontava para ela e para a bandeja -, que você me conhece bem e sabe que eu gosto de geleia e que ontem eu tive uma ótima noite acompanhado das pessoas que eu gosto.
- Mas eu quero falar sobre o que aconteceu… - falou baixo, brincando com o lençol branco.
- Meu Deus, tudo bem. - revirou os olhos, indignado que ela acabaria fazendo o que queria - Mas enquanto isso eu vou comer. - pontuou, deixando claro que não abriria mão daquele privilégio.
- Okay. - sorriu, percebendo que estava certa, o sexo feminino faz o que quer quando quer - Enfim, eu sei que o Tony - Louis fez uma careta ao ouvi-la chamando o babaca pelo apelido, mas logo superou. - é difícil de lidar e que ele pode ser, um tanto quanto…
- Arrogante? Esnobe? Chato pra caralho?
- Isso. - fechou os olhos concordando.
- Nossa , como você pode achar uma coisa dessas? - colocou a mãos sobre o peito, fingindo ofender-se - Eu achei o cara um doce… quer dizer, o Sr. Windsor III. - sorria cínico - Espero que tenha falado o nome dele certo dessa vez.
- É disso que eu estou falando. - envergonhada não sabia se o encarava, se sorria para tentar mascarar o constrangimento.
Sentia-se tão vulnerável por ter uma conversa franca com Tomlinson, mas aquilo vinha no Pacote-Relacionamento e a garota estava disposta a tentar.
- Me desculpa por ter falado que você arruinou a noite. - fitou-o nos olhos e o menino sorriu acenando com a cabeça. - Quando eu vi o Anthony eu fiquei… nervosa e estraguei tudo.
- Só uma coisinha, pequena, quase insignificante. - soltou uma risadinha pelo nariz, dissimulado - Você ficou nervosa?! - aumentou o tom de voz, já desistindo de comer e colocando a bandeja de lado. - Por que você ficaria nervosa?! Vocês terminaram há anos, . Você arremessou um porta retrato na cara dele. Por que você ficaria nervosa ao vê-lo?!
- Isso não é importante.
- É sim! - saiu da cama, ficando em pé apenas com sua camiseta branca e samba canção tendo "Louis T." estampada por toda sua extensão. Colocou as mãos na cintura, encarando-a impaciente.
- Honey… - deixou seus olhos negros vagarem pelo rapaz -, de coração, não dá para te levar a sério com essa roupinha. - cobriu os lábios com a mão, escondendo um sorrisinho.
- Pelo amor de Deus, ! - marchou até seu closet para tirar o pijama. - Foi um presente do George, okay?! - gritou do outro cômodo - Foi um presente de aniversário muito especial e eu tenho orgulho de usar!
- Eu consigo pensar em milhões de piadas! - deitou-se no colchão e roubando uma fatia de queijo do desjejum que havia preparado para o moreno. - Eu preciso contar isso para o Zayn...
- Agora você consegue conversar comigo? - voltou a aparecer, usando calça jeans e camiseta preta com o logo da vans - Consegue levar seu namorado a sério pelo menos uma vez? Porque eu sei que eu sempre estou brincando e fingindo que não me importo com o que acontece, mas isso realmente me incomodou e… e… , nós estamos passando pela nossa primeira crise! Isso é incrível! - gesticulou abertamente, vendo-a fazer uma careta dando de ombros - Confesso que estou nervoso, mas disposto a me sair bem, então nós vamos discutir.
- Não tem nada para se discutir, Louis. - cruzou os braços enquanto ele entrava no banheiro, mantendo a porta aberta.
- Deixa de ser cínica, honey. - colocava creme dental em sua escova de dente.
- Você me chamou do quê? - a garota levantou-se da cama num pulo, encaminhando-se até ele e dando um soco em seu ombro.
- AI! - massageou o ferimento, juntando as sobrancelhas. - Te chamei de honey, como sempre!
- Nem vem! Você me chamou de cínica!
- Ahhhh… sim. Mas só fiz isso porque há dois minutos você queria conversar sobre a noite passada, agora vem me dizendo que não quer discutir. - colocou a escova de dente na boca vendo-a parecer entediada e irritada - Você não está soando racional, babe.
- Cala a boca. - rolou os olhos.
- Sabe, você faz tanto isso - apontava para o rosto dela e acabou recebendo um tapa na mão. - que um dia seus olhos podem ficar presos e nunca mais voltarem e você vai morrer.
- Nós estamos perdendo o foco, Louis. - voltou para a cama, sentando-se na beirada - Você disse que ia levar isso a sério.
- E eu vou. - saiu do banheiro, fechando a porta atrás de si e ajoelhando-se na frente da namorada. - , você ainda gosta daquele babaca? - indagou soando magoado.
- Não! Claro que não. - bufou, passando as mãos pelos cabelos dele que como sempre, não havia penteado - Eu só tinha dezesseis anos quando namorei o Tony, faz muito tempo e não importa mais. - acariciou a bochecha do rapaz, que beijou a mão dela.
- Então, por que você ficou nervosa ontem? Quer dizer, em primeiro lugar, por que você namorou ele? - juntou as sobrancelhas abismado.
- Como assim?
- , ele não tem nada a ver com você! - falou como se fosse óbvio, levantando-se para sentar-se ao lado dela. - Ele usa gel no cabelo! - apontou para si como se mostrasse que era o oposto perfeito de Anthony Windsor III - E-Ele usa roupa social por vontade própria e os sapatos dele combinam com o cinto!
- Você quer dizer que ele não tem nada a ver comigo, ou não tem nada a ver com você?
- É… - admitiu constrangido, abaixando o rosto - Ele é elegante e eu… Bem - mirou-a dando aquele sorriso sapeca que ela aprendeu a adorar -, eu tenho o meu nome estampado no meu pijama, ! - rindo, apontou com o polegar para seu closet. - Eu não sou como aquele cara.
- Eu sei. - confirmou com a cabeça - E é por isso que eu gosto tanto de você. - sorriu, acariciando o rosto do garoto e aproximando-se para beijá-lo.
Louis colocou sua mão na nuca dela, segurando com firmeza seus cabelos vermelhos e beijou-a mostrando o quanto a desejava.
- Agora, você me fala porque ficou nervosa quando o viu.
- Honey… não é necessário. - juntou as sobrancelhas rolando os olhos pela quinta vez naquela manhã. - Você acha que quer saber, mas está errado!
- Você transou com ele, não foi! - questionou mantendo a expressão séria, pronto para a resposta, independente de qual fosse.
- Não. - falou segura e confiante, todavia o menino continuou a fitando - Sim… - desviou o olhar, frustrada por ter que admitir.
- Eu sabia! - deu um pulo do colchão, apontando para a namorada - Não se esconde coisas do Tommo, minha cara.
- Você sabe que eu odeio quando você fala assim. - apoiou o peso nas mãos.
- Você transou com o Babaca III, e daí? - deu de ombros, mudando o peso de uma perna para a outra - Você namorou outras pessoas antes de mim, , eu não ficaria bravo por isso.
- Sério? - arqueou as sobrancelhas, suspeitando das verdadeiras intenções do garoto - Isso é um teste?
- Do que você está falando?
- Então é um teste.
- , não tem teste! - totalmente perdido na conversa, gesticulou abertamente para tentar voltar ao assunto - O que eu posso fazer se naquela época você era uma garota ingênua que se deixou levar por aquele imbecil?
- Como você faz isso? - cerrou os olhos inclinando a cabeça - Faz algo legal e depois fala merda. Mas eu vou ignorar isso dessa vez. - piscou, também se levantando-se e abraçando-o pela cintura. - Eu vou focar no fato de você ser um amor.
- Own, eu sou um amor mesmo. - sorriu convencido beijando-a.
levou os beijos até o pescoço do rapaz, que apertou seu quadril ao sentir a respiração dele contra sua pele. Westwick colocou as mãos por baixo da camiseta do garoto, tocando seu abdômen e ao ameaçar tirá-la o menino recuou.
- Oww! Calma madame. - ria nervoso, dando dois passos para trás e apoiando uma mão na cintura. - O que você está fazendo?
- Tentando beijar você…? - não sabia se de fato deveria responder aquela sentença.
- Você, senhorita, tentou me despir! Eu me senti violado, . - apontava para si, aparentando estar apavorado.
A garota apenas achava estranho estar sendo recusada, mas o que se passava na cabeça de Tomlinson era mais complexo, pois era impossível não pensar no capitão do time de futebol acabando com sua vida caso ele concretizasse a aposta, como estava preste a fazer naquele momento.
- Okay… desculpa… eu acho. - envergonhada, a ruiva abaixou o rosto e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Louis, você está me rejeitando? - questionou visivelmente ofendida.
- Não! Não, honey! - percebeu a besteira que havia feito - Claro que não. - tentou dar seu melhor sorriso - É só que, eu pensei que você iria preferir algo especial para nossa primeira vez. - segurou a mão dela e lá depositou um beijo.
- Bem, nós passamos pela nossa primeira crise - riu por classificar a conversa da mesma forma que ele - e deu tudo certo. Eu só achei que merecia uma celebração. Mas se você não está no clima, tudo bem…
- , um homem sempre está no clima para sexo!
- Oh, então, podemos?
- Não.
- Louis! - cresceu os olhos, totalmente confusa com o que acontecia - Eu tenho necessidades.
- , você está me implorando por sexo? - indagou arqueando uma sobrancelha com um sorriso vaidoso nos lábios, enquanto a menina cruzava os braços inquieta - Westwick está me implorando por sexo!
- Cala boca.
- Você precisa de mim. Você me quer.
- Louis, você está acabando com o clima!
- Eu sou o cara. - ergueu os braços, celebrando e saiu correndo pelo quarto para trancar a porta. - esse é melhor dia da minha vida. - tirou a bandeja de cima da cama, ainda afobado pela alegria - Você me faz me sentir desejado.
- Eu já estou me arrependendo…
- Você me faz sentir como um homem de verdade, honey - pegou-a no colo - Me faça seu homem.
- Você é muito idiota. - a garota gargalhava, sendo carregada para a cama, onde apoiou a cabeça no travesseiro macio.
- , você tem certeza? - o rapaz perguntou acariciando o cabelo dela.
- Sim.
O desejo e culpa que rondavam Louis mesclavam-se causando uma desconfortável aflição. Pensava que não deveria fazer aquilo de forma alguma, todavia estava mergulhado no negro dos olhos de , afundando no frio que eles exalavam e sendo aquecido pelos cabelos dela.
Sua mão trêmula tocou o rosto da menina que sorriu, passando-o confiança e ele a beijou nos lábios tentando se convencer que aquilo não era errado, tentando se deixar acalentar pelas carícias da garota que já tirava a camiseta dele.
- Você é rápida, hein. - brincou.
- Cala a boca. - a ruiva riu arremessando a peça de roupa longe.
Tommo sorriu, traçando um caminho de beijos até o lóbulo da orelha dela, sua mão passeava pelo corpo da menina, enquanto a respiração de chocava-se contra a pele dele, aquecendo-a e incitando-o a avançar.
O moreno tirou a blusa da garota sorrindo para o sutiã rosa que ela usava.
- Own. - falou achando fofo e ela revirava os olhos, apesar de também sorrir.
Louis envolveu o pescoço dela com sua mão, elevando a sua cabeça e tendo livre acesso ao busto da garota. Mantinha sua mão firme rodeando o pescoço de enquanto seus beijos desciam para o abdômen dela.
O rapaz passou a ponta do nariz por toda a extensão da pele da menina, hipnotizado por seu cheiro, sua maciez e sua textura. Soltou o pescoço dela e desceu sua mão até seu seio, agarrando-o com desejo para então segurar a cintura de com ambas as mãos, beijando-a por completo.
Abriu o primeiro botão da calça jeans da garota, aumentando a ansiedade que a possuía. Deslizou o zíper com cuidado e ajoelhou-se no colchão para despi-la. Manteve-se de joelhos, entre as pernas dela, acariciando sua coxa, e admirando-a por inteiro.
Diferente de uma transa de uma noite, ali ele teve a oportunidade para apreciar cada centímetro dela à luz do dia, esparramada em sua cama e pronta para entregar-se aos seus desejos mais lascivos, conscientes de que não faziam ideia do quanto se queriam e sem pressa alguma porque eles tinham todo o tempo todo mundo.
- O que foi? - ela perguntou tentando ignorar o fato que suas bochechas ficavam quentes, provavelmente tomando um tom avermelhado, por ter o olhar compenetrado do rapaz sobre ela.
Acostumada a ter o controle da situação mesmo quando perdia o próprio controle, sentia seu estômago revirar de excitação e ansiedade enquanto deixava Louis fazer o que bem entendesse, pronta para confiar cegamente no filho da puta que odiou por tanto tempo e agora fazia seu corpo inteiro arrepiar só com aquele olhar absolutamente libidinoso.
- Você é... - Tommo engasgou, sem conseguir prosseguir - Você é linda, .
Saiu da cama para tirar também sua calça e voltou para o colchão.
- Eu não sei nem por onde começar. - Louis umedeceu os lábios, devorando-a com o olhar enquanto decidia o que iria saborear primeiro, queria beijá-la pelo restante da manhã mas não era forte o suficiente para ignorar o corpo nu tentadoramente excitante que gritava por seu toque, queria cobri-lo com o seu e amar com toda intensidade.
Mas já sabia onde queria ser provada e pegou a mão de Louis, olhando-o nos olhos enquanto guiava-a por todo o seu corpo, sentindo a pele formigar por debaixo dos dedos dele quando tocou seu seus lábios e desceu para o pescoço, passou entre seus seios e acariciou sua barriga. A partir daí Tomlinson tomou as rédeas de sua própria mão e ao invés de chegar onde a garota queria, subiu até que seus corpos estivessem alinhados, de maneira que pudesse beijar todo o seu rosto com cuidado.
- Louis. - ela o repreendeu com impaciência e Louis deu uma risadinha, atendendo à exigência dela e disposto a finalmente dar a atenção que merecia.
Se aproximou dos seios dela, passou a ponta da língua sobre o direito, umedecendo-o e provocando o mamilo intumescido antes de finalmente satisfazer sua vontade e abocanhá-lo como fantasiou, gostou do contato e ergueu o tronco em direção a boca de Louis em busca de mais contato.
- Você é muito impaciente… - Tommo constatou, bem humorado, abandonando o colo perfeito de e deitando-se sobre ela com cuidado, tomou seus lábios e a beijou profunda e demoradamente.
terminou o beijo sem ar, totalmente ciente da ereção de Louis pressionando contra sua pélvis, deixando-a ansiosa para o que fariam em seguida.
- Pra que enrolar se nós dois queremos a mesma coisa, não é? - murmurou com um sorrisinho esperto, enfiando a mão entre os dois e tocando o membro dele por cima da cueca.
Tommo gemeu contra os lábios da namorada e impulsionou o quadril contra a mão dela, esquecendo por alguns momentos de que tinha a missão de dar prazer a ela primeiro, arruinado para qualquer coisa que não fosse embaixo dele, estimulando-o.
- Pra aproveitar cada momento, querida. - ele tentou explicar mas foi consumido quando sentiu os dedos de adentraram o tecido e continuar a carícia com mais vigor, brincando com o estado sensível em que se encontrava.
- Nós também podemos aproveitar cada momento quando você estiver dentro de mim. - ela argumentou suavemente, imaginando que Louis estava concentrado demais em sua mão para prestar atenção em suas singelas palavras.
- … - Tomlinson a alertou, engolindo em seco e completamente cativo do sorriso sórdido dela, capturou seus lábios inchados e a beijou com volúpia, trabalhando em aliviar a excitação que saía por seus poros.
A garota o libertou de sua mão e agarrou seus ombros quando Louis voltou a beijar seu pescoço e colo, precisava dele desesperadamente, não queria preâmbulos ou preparações quando estava tão pronta para recebê-lo.
- Hoje eu quero ficar por cima, Lou. - ela o segurou pelo maxilar, trazendo a atenção dele para seus olhos.
- Caralho. - Louis xingou baixo, respirou fundo e sorriu para . - Você é perfeita, sabia?
apenas acenou impaciente, e sentou na cama ao mesmo tempo em que Louis tirava desajeitadamente a boxer e chutava a peça no ar, revelando finalmente o seu membro excitado. lambeu os lábios e o empurrou de volta no colchão, parando apenas para se livrar da calcinha e subir em Louis, apoiando uma perna de cada lado do quadril dele.
Ergueu-se o bastante para se posicionar e então começou a encaixar vagarosamente, enchendo o quarto com os gemidos dos dois, absortos com a sensação de prazer que inundou aquela cama.
- Porra… - murmurou, com os olhos fechados, sentindo Tomlinson invadi-la por completo, grata por estar lubrificada o suficiente enquanto sentia ele preenchendo seu interior e queimando sua derme com a libido latente e abundante, fazendo-a cerrar o maxilar só de senti-lo pulsar dentro de si.
Louis estava tão concentrado em não chegar ao ápice ali mesmo que não seria capaz de lembrar de seu próprio nome, submerso no calor úmido e macio que o recebiam, pela primeira vez percebeu o quão difícil seria não poder tocar a namorada, beijar sua pele e intoxicar-se com seu cheiro, um sacrifício que estava disposto a fazer em troca daquele momento extraordinário.
Ela esperou por um minuto até que seu corpo estivesse adaptado e aí começou a mover-se em um ritmo harmoniosamente lento, desfrutando de cada centímetro daquele prazer imensurável, as mãos de Tomlinson espalmaram em suas coxas e nos próximos minutos os únicos sons ali eram os corpos se encontrando e os gemidos sem pudor.
Quando os movimentos se tornaram mais urgentes, Louis não aguentou mais ficar naquela posição passiva e sentou, sendo recepcionado pelo abraço ardente de , que estava obviamente chegando ao seu limite, respirando ofegante e sentindo a força das pernas falharem. Ele tomou um dos seios dela entre seus lábios e então agarrou o traseiro dela com as duas mãos, determinando um ritmo mais frenético de êxtase enquanto jogava a cabeça para trás, clamando seu nome.
Não demorou para que o clímax os atingisse com força total e eles tombaram na cama, exaustos, suados e relaxados.
- Uau - descansando, com os olhos fechados, o rapaz pode a ouvir dizer. - Eu confesso que não estava esperando algo assim. - admitiu rindo.
- Vou ignorar essa sua brincadeirinha - informou, sorrindo e sentando-se na cama - e vou tomar um banho. Vem comigo? - mirou-a enrolando-se nos lençóis.
- Eu não consigo andar agora. - sua voz baixa e abafada pelo travesseiro enquanto a ruiva procurava uma posição aconchegante.
- Caralho! - Louis arqueou as sobrancelhas pasmo - Eu sou muito bom! - surpreendeu-se com seu próprio desempenho.
- Fica quieto! - gargalhando a garota o empurrou - É só que eu estou cansada e com preguiça de levantar. - explicou, pegando uma das mãos dele. - Fica aqui comigo, por favor. Depois nós vamos para o banheiro. - pediu e Tommo deitou-se com a cabeça apoiada nos braços dela, que o abraçou.
Louis colocou seus cabelos vermelhos para trás, podendo admirar toda aquela beleza exótica que era toda sua, colocou os lábios rosados na testa do garoto, dando-lhe um beijo.
- Você é incrível, honey. - o moreno falou abraçando-a forte, incrivelmente feliz e satisfeito pela forma que a manhã se seguia.
- Eu sei. - disse simplesmente, abaixando os olhos para encontrá-lo esperando também um elogio. - Já você, precisa melhorar em uns quesitos.
Tomlinson arqueou as sobrancelhas admirando a audácia da cínica que há três minutos gritava seu nome: - Jura?
- Ahan. - ela confirmou com a cabeça. - Por isso nós vamos precisar praticar.
- Entendi. - espelhou o movimento dela, afastando-se para fitá-la melhor. - Quer começar agora?
- Com certeza. - riu quando o rapaz se jogou sobre ela e a rolou pela cama.
Aquele seria um longo domingo.
A segunda chegou e mais uma vez a jovem elite londrina fazia seu caminho até o colégio Eton. Os jovens rondavam seus corredores como também ocupavam as mesas do gramado interno do prédio, todavia uma estudante encontrava-se no jornal da escola adiantando algumas tarefas.
sorria sozinha devido ao bom humor. Seus pais haviam adentrado em uma bolha de júbilo e regozijo e a garota estava contente por eles, tinha duas irmãzinhas a caminho, portanto sua família situava-se na legítima felicidade. Seu relacionamento com Louis ficava melhor a cada dia e a garota começava a entender a mente perturbada daquele babaca, o que lhe trazia alegria.
- Oi . - cortou o silêncio, adentrando a sala que até então só continha Westwick. - Está fazendo o que aqui sozinha?
- Oi. - sorriu para a loirinha que se aproximava de sua mesa saltitando. - Estou procurando uma pasta que preciso entregar para o Sr. Burrows. - ainda com os lábios curvados voltou a sua atividade anterior.
- Eu até ajudaria você - cerrou os olhos avaliando suas opções -, mas nós duas sabemos que eu só atrapalharia e você ia ficar brava. E na melhor das hipóteses gritar. - sorriu, cruzando os braços.
- Tudo bem, não tem problema. - deu de ombros, arrumando os cabelos - Só me faz companhia.
Princesinha Styles sentou-se sobre a madeira da mesa da melhor amiga observando-a por alguns minutos: - Aconteceu alguma coisa? - indagou arqueando uma sobrancelha.
- Que tipo de coisa? - a mais velha parou o que fazia para mirar a loira.
- Não sei… você que tem que me dizer. - sorriu ansiosa. - Você está… vivaz.
jogou os cabelos para trás e passou a ponta dos dedos na testa, ganhando tempo para pensar em algo, todavia um ruído chamou a atenção das garotas, que se viraram para a porta do jornal podendo encontrar Gregory com seus óculos e sua expressão enfadada de sempre.
- Bom dia, Greg. - Westwick o cumprimentou e sorriu acenando com a cabeça.
- Bom dia. - espelhou o gesto das meninas, arrastando seus pés pelo caminho até sua mesa - Eu só vim passar uns arquivos do meu pen drive para o computador. - explicou-se, já ligando o aparelho e vasculhando sua bolsa a procura do pequeno objeto.
Ambos voltaram a suas atividades, enquanto fitava a melhor amiga tentando desvendar o que havia se passado em sua vida e mais, o porquê de a ruiva não lhe contado.
- Então, … - puxou assunto fingindo que não queria chegar a lugar algum - o que fez no fim de semana?
- Você sabe - voltou os olhos para ela rapidamente -, fui num pub com o Louis e o seu irmão.
- Foi divertido?
- Eu vou ser sincera. - largou alguns envelopes de papel em cima de sua impressora, sentando-se em sua cadeira - Me diverti mais do que achei que seria possível.
- Sério?! - princesinha Styles abriu um imenso, endireitando a postura - Isso é muito bom! Talvez finalmente você comece a se dar bem com o Hazz e a .
- Não apresse as coisas, . - rolou os olhos abrindo a última gaveta ainda a procura da bendita pasta. - Foi só uma noite, conversamos por umas três horas. Nada demais…
- Tudo bem, . - suspirou alto por sua amiga ser tão teimosa. - E o que mais aconteceu?
- A noite não terminou muito bem. - começou a falar, mas rolou sua cadeira para o lado a fim de ver se Greg prestava atenção em sua conversa. A mais nova voltou o rosto por cima do ombro, tendo a mesma visão que a amiga: o nerd, muito concentrado, digitando algo em seu computador. - Nós encontramos o Tony lá.
Exagerada, deixou o queixo cair: - O Anthony? - piscava tentando absorver a notícia - O seu Anthony? - questionava desorientada - Anthony Windsor III?
- Esse demônio mesmo. - acenou a cabeça, finalmente encontrando a pasta, que deveria entregar para o Sr. Burrows e jogando todas as outras no chão.
- E como foi? Como você reagiu?! C-Como ele reagiu? Vocês conversaram? O Louis falou alguma coisa? - bombardeou-a de questionamentos e a ruiva rolou sua cadeira até aproximar de sua mesa para checar o conteúdo da pasta antes de passá-la a seu professor.
Westwick explicou tudo o que ocorreu na fatídica noite de sábado, voltando os olhos vez ou outra para seu membro de equipe e constatando que o rapaz mantinha-se dedicado demais em seu trabalho para prestar atenção na conversa alheia. Contudo, a ruiva foi interrompida por Zayn que adentrava a sala.
- Oi chefe. - o moreno sorriu de lado para a amiga que relaxou em seu acento sorrindo para ele.
- Você deveria parar de me chamar assim. - a menina avisou - Eu posso me acostumar.
- Tudo bem, pirralha? - dirigiu-se até que também o cumprimentou. - Oi Greg. - disse animado ao ver o nerd que apenas acenou com a mão. - Eu vim para saber se a tirinha dessa edição tem um tema ou eu posso fazer o que eu quiser.
- Ah, claro. - arrumou a postura, vasculhando sua mesa a procura do pequeno post-it onde havia anotado o tema do desenho.
- , você deveria considerar se organizar melhor - sua amiga opinou, sem encará-la já que mandava uma mensagem para Hilton - Toda vez que venho aqui você está procurando alguma coisa atolada em papel. - a mais velha elevou os olhos a ela, encarando-a por incontáveis segundos, mediando a audácia da loira, mas voltou a caça do pedaço de papel.
- Está por aqui em algum lugar.
- Não é esse aqui? - o moreno indicou o post-it colado no monitor - Que diz "Para Zayn. Tirinha da primeira edição de novembro."?
- Eu disse que estava por aqui. - a ruiva sorriu vitoriosa entregando o papelzinho rosa para o garoto.
- Valeu, ruivinha. - agradeceu dando as costas e encaminhando-se para a mesa de Payne que o pediu para pegar seu carregador do celular. O menino o esqueceu lá e ficou o fim de semana todo dependendo da boa vontade da mãe e da namorada para conseguir carregar seu aparelho.
- , você ainda não me falou porque está diferente. - voltou à atenção para a amiga que guardava algumas de suas coisas.
- Eu não estou diferente.
- Você não fez nada no cabelo, porque eu saberia… - cruzou os braços analisando melhor a outra garota. - A sua maquiagem está a mesma de sempre. Eu não sei o que é, mas você está… brilhando!
- Oh… obrigada. - juntou as sobrancelhas satisfeita com o elogio.
- Você está usando algum hidratante facial novo? - tentou e a viu negar com a cabeça. - Já sei! Você mudou de base. - errada novamente. - Você seguiu meu conselho e está fazendo yoga.
- Não, ! - a fitou - Eu não fiz nada de diferente, é coisa da sua cabeça.
- , você está resplandecendo! - ergueu os braços desesperada para saber o que acontecia na vida da amiga - Zayn. A não está resplandecendo? - sem mirar o moreno esperou que ele se manifestasse.
O badboy virou-se para as garotas, parando o que fazia, sem noção do que dizer: - Ahn… S-Sim? - respondeu sem certeza cerrando os olhos e vendo que Westwick revirava os seus - Essa foi a resposta certa? - indagou cruzando os braços.
- Foi sim, Zaza. Muito obrigada pela ajuda. - a mais nova sorriu levantando o polegar.
- eu estou igual a todos os dias. - deu de ombros, sufocando-se com tanta atenção que estava recebendo da amiga. - Você tem que parar de ser excessivamente desesperada por saber a vida de todo o mundo!
- Eu não sou obcecada por isso! Eu apenas sei de tudo, as notícias chegam até mim. - colocou a mão sobre o peito ofendida pela acusação de . - Me diz o que você está fazendo e eu faço também.
- Não! - juntou as sobrancelhas, esganiçado a voz.
- HÁ! - exaltou-se, apontando para a ruiva, que assustou-se, pois ela havia fisgado a isca. - Você acabou de admitir que está fazendo algo novo.
Da mesa do melhor amigo, o badboy ria por ver atazanando Westwick já tão cedo no primeiro dia de aula da semana.
- Tanto faz. - levantou-se colocando sua bolsa no ombro. - Pessoal, vocês terminaram? Eu preciso trancar a sala. - avisou os garotos.
Malik já tinha o carregador de Liam em mãos, e de braços cruzados esperava as meninas para acompanhá-las enquanto todos aguardavam Greg, que desligava seu computador e colocava a caderneta de anotações de volta em sua mochila.
A sala encontrava-se inundada em silêncio e princesinha Styles ainda organizava seus pensamentos para conseguir desvendar o Mistério-Westwick. Foi quando um lampejo passou por sua mente e tudo começou a fazer sentido: Anthony, Louis, fazer as pazes.
- Você transou! - a loira aumentou o tom de voz sem nem ao menos perceber, chocada com a novidade deixou o queixo cair, mirando a outra menina de forma acusadora.
arregalou os olhos voltando-se lentamente para a mais nova e acenando para que ela se acalmasse. Zayn arqueou as sobrancelhas, seus joelhos vacilaram e sem perceber ele sentou-se na cadeira mais próxima, estupefato fitava , pois sabia com quem ela havia feito aquilo. Nem mesmo Greg conseguiu ignorar a notícia e por cima dos olhos fitou a diretora a redação por alguns segundos sem saber o que fazer, mas logo se retirou da sala.
- Você transou! - a loira andava de um lado para o outro passando a mãos pelos cabelos - V-você… com o Louis! - tentou cochichar, mas conseguia gritar ao mesmo tempo que falava baixo.
- E-Eu tenho que - o moreno apontou para porta, levantando-se - É que eu preciso… fazer. Eu… Eu já vou. - recuperou-se e colocou-se sobre seus pés, correndo para a porta.
- Se você falar isso para alguém eu garanto que você nunca mais vai transar, Malik - a ruiva conseguiu berrar antes que o menino fosse embora - ! - voltou para a mais nova.
- Não me venha com "". - fez a pior imitação de Westwick possível - Por que não me contou. Como minha melhor amiga o mínimo que você pode fazer é me contar quando essas coisas acontecem! - mirou-a visivelmente decepcionada.
- Porque é o Louis, okay?! - deixou os ombros caírem apoiando-se na mesa de alguém que ela nem sabia quem era. - Eu não queria que todo mundo ficasse sabendo e mais piadinhas surgissem. - admitiu sem encará-la, cruzando os braços e abaixando o rosto.
- … é claro que você tem seus segredos e eu entendo isso, mas você sabe que eu nunca contaria para alguém, né? - certificou-se de que a mais velha confiava nela.
- , se alguém quiser que o país inteiro saiba de algo é só contar para você!
- ! - ofendeu-se.
- Desculpa, mas é verdade! Eu não me incomodo com isso, é o seu jeito, mas você não consegue guardar segredo.
- Poxa … - triste arrumou o blazer ao corpo a fim de fazer uma saída dramática da sala.
- Eu ia te contar. - Westwick admitiu fechando os olhos - Só não sabia como…
- Eu guardo os seus segredos, .
- Eu sei que sim. - sorriu abrindo os braços para abraçá-la.
- Desculpa por ser muito expansiva - abraçou a melhor amiga -, mas eu preciso saber como foi...
A mais velha a soltou, revoltada pelo pedido dos detalhes, mas logo riu revirando os olhos. Ela deveria saber que a loirinha não desistiria tão fácil.
- Foi bom! De verdade. Eu não esperava aquela... performance. - assumiu, pegando a bolsa do chão e finalmente deixando o jornal.
Enquanto as amigas caminhavam calmamente pelo corredor do colégio, um garoto corria para o lado oposto a procura da sala de história e se perguntava se um dia na vida já havia aparecido naquela aula. Ao finalmente encontrar o nome da matéria e do professor numa placa acima da porta o moreno a invadiu a procura do amigo.
Louis estava sentado em sua cadeira com a bolsa jogada ao lado, conversando com Niall que se apoiava na mesa ao lado da do menino. Zayn aproximou-se apressado, tropeçado em algumas alças de mochilas e pés que encontrou pelo caminho, quase não chegando vivo até os garotos.
- O que deu em você? - Tomlinson perguntou juntando as sobrancelhas.
- Eu acho que deveria considerar parar de fumar. - o moreno reconheceu, colocando as mãos na cintura, tentando recuperar o ar.
- O que aconteceu, Zayn? - o irlandês questionou já sorrindo.
- Eu te falo o que aconteceu, Niall. - passou o braço pelo ombro do loiro que o fitava atento. - O Tommo e a transaram!
- Fala baixo, seu idiota! - o moreno que até então estava tranquilo, levantou-se exasperado, sinalizando para que Malik abaixasse o tom de voz. - Como você sabe disso? - fazendo uma careta engraçada não entendia como aquela notícia havia chegado até o ouvido de Zayn. Ele não contara para ninguém e não era do tipo que fala demais.
- A descobriu e surtou, eu tava junto. - explicou e todos acharam razoável, confirmando com a cabeça. - Aliás - abraçou Louis -, parabéns cara.
- Valeu! - sorriu satisfeito e também recebeu as congratulações do irlandês.
- Tá, espera - Horan intercalou os olhos azuis de um para o outro. -, mas isso significa que você ganhou a aposta?
O ar ficou rarefeito para os três por alguns minutos, enquanto Louis tentava pensar em algo plausível e tranquilizar-se ao mesmo tempo. Voltou a se sentar e sorriu calmo, como se tudo estivesse bem.
- Não, eu não venci a aposta porque não existe aposta. - decretou, vendo os amigos não acreditaram muito no que ele dizia. - Nós vamos cancelar isso antes que não tenha volta.
O que nenhum dos rapazes sabiam era que Elliot, um dos jogadores do time vulgo, um dos fantoches de Bennet, estava namorando, a cerca de um mês, com uma garota chamada Victoria Dornan. O que os garotas também não tinha conhecimento era que Vic estava naquela turma de história. Mas o pior fato era que ela havia escutado toda a conversa e já havia mandado uma mensagem de texto para o namorado.

OOO

Naquele dia a morena aceitou a carona do primo para voltar para casa, já que seu namorado teria muitos afazeres durante a tarde: um importante treino de boxe, pesquisas para uma matéria do jornal e estudar para a prova de química que teria naquela semana. Devido sua agenda lotada ela preferiu não atrapalhá-lo.
Durante o percurso Zayn mostrou-se mais calado que o normal e também distraído. Esqueceu de ligar a seta quando precisou mudar de faixa, quase batendo no carro que vinha atrás, o condutor do veículo buzinou irado. Ao parar quando o semáforo ficou vermelho o garoto não atentou-se a sua mudança de cor que o permitia seguir viagem, originando mais buzinas dos outros motoristas. Temendo por sua vida e incomoda com o fato de que o menino não abria a boca por um segundo sequer, Ortega o pressionou a falar.
- Zaza, o que deu em você hoje? - questionou com olhos grandes e expressão assustada, segurando firme o cinto de segurança. Ao vê-la daquela forma, o rapaz riu divertido.
- Nada. - deu de ombro ainda com ar de riso.
- Não me venha com "nada" - imitou-o debochada - Você quase nos matou três vezes desde que saímos da escola e só andamos uns quatro quarteirões.
- É que hoje eu pretendo fazer uma surpresa para a e estou nervoso. - admitiu coçando a nuca e apoiando o braço na janela.
- Você? Nervoso?
- Sim ué, por quê?
- Porque você é Zayn Malik! - aumentou o tom de voz, batendo as mãos nas coxas, soando desesperada - Você anda por aí como se fosse dono do mundo e eu já estou tão acostumada com isso que eu comecei a pensar que é verdade… - cerrou os olhos, envergonhada.
- Não seja ingênua, … Eu sou dono só do seu mundo. - sorriu de lado piscando para ela que riu.
- O que vai fazer para ela?
- Vou cozinhar o nosso jantar.
- Você não sabe cozinhar. - fez questão de lembrá-lo, com as sobrancelhas juntas.
- Agora você entende porque estou assim.
- Relaxa - deu de ombros, acenando displicente - o jantar pode estar horrível que a nem vai ligar. O que importa é a intenção.
- Obrigada pelo conselho priminha. - disse sarcástico, passando a mão pelos cabelos.
Continuaram o percurso discutindo o possível menu para a noite, e Zayn também disse que pediria a ajuda de sua mãe para cozinhar. E com a toda a felicidade do mundo Orteguinha nem ao menos passou em sua casa. A menina tinha alguns exercícios de história para resolver, além de uma lista de matemática e a aula particular de dança, contudo cancelou todos os compromissos para o resto da tarde, pois ver seu querido priminho se ferrando era muito mais divertido.
Trisha ficou muito feliz em poder ajudar e também orgulhosa porque não se recordava da última vez que Zayn colocou o bem estar de outra pessoa a cima do seu.
Ele estava evoluindo e a mulher sabia que parte daquele amadurecimento se devia a seu relacionamento com a linda herdeira dos Hilton. A menina modelo que sempre despertou na Sra. Malik uma genuína admiração por sua educação, porte imponente e feição angelical. Porém nunca, nem mesmo em seu mais puro sonho, Trisha imaginou que sairia para o brunch com a namorada de seu filho e essa garota fosse a inteligente e linda .
- Por que eu tenho que fazer a massa do macarrão? - Zayn perguntou exalando preguiça pela voz. Sua careta e ombros caídos nem intimidavam sua mãe, já que o garoto usava um avental amarelo com babados. - Por que eu não posso pegar um pacote de macarrão no armário?
- Porque a é uma menina muito especial e nós não queremos que ela descubra tão cedo que você não é, querido. - com um sorriso estimulante brilhando em seus lábios, a mulher colocava os ingredientes sobre a bancada e piscou para a sobrinha que ria, sentada na banqueta do outro lado, comendo balas de goma do baleiro que servia como enfeite.
- Obrigada, mãe.
- Por nada, amor. - beijou a bochecha do menino que se manteve entediado. - Muito bem, nós vamos fazer a massa, esticá-la, cortá-la e depois cozinhá-la.
- Tá… Parece fácil. - o moreno lia a receita para saber a ordem dos ingredientes e pode ouvir sua mãe gargalhar.
- Oh… Você é tão jovem e inocente. - sorriu negando com a cabeça. - Agora vai fazer essa massa. - fechou a expressão, ordenando-o a trabalhar e Zayn até estranhou, pois em dezoito anos de vida, sua mãe apenas aumentou a voz com ele duas vezes!
O garoto adicionou todos os ingredientes e mexeu a massa até criar consistência. Trisha apenas o supervisionava, deixando-o fazer tudo sozinho e consequentemente criar uma pequena desordem na cozinha, que envolvia farinha por todos os lugares e um ovo caído no chão. A parte de esticar a massa foi o mais complicado, já que ela sempre grudava no rolo e era preciso acrescentar ainda mais farinha para isso não ocorrer, todavia Sra. Malik acabou perdendo a paciência e tomou o lugar do filho na tarefa para findá-la mais rápido.
apenas assistia e fazia alguns comentários para atazanar a vida de Zayn que a mostrava o dedo do meio fazendo sua mãe o repreendê-lo e lhe bater com a colher de pau.
O macarrão finalmente foi cortado e colocado na panela para cozinhar. Mas então Trisha trouxe a tona um pesadelo. Era preciso fazer as almôndegas, e a mulher colocou a frente do menino uma bandeja de carne crua.
- Nem pensar! Não mesmo! - frisou com os olhos arregalados e fixos na bandeja com o alimento ainda cru e com sangue.
- Zayn, para de frescura. - rolou os olhos se entupindo de bala de goma. Ela já havia enjoado do sabor da guloseima, mas não conseguia parar!
- Fica quieta, !
- Zayn Jawaad, tempere essa carne agora!
- Mas, mãe… Tá crua… É nojento!
- Pense que você está fazendo isso pela . - Trisha tentou incentivá-lo, com uma mão na cintura.
- Nem por ela eu toco em carne crua. - fez questão de pontuar, erguendo os braços em rendição.
- Agora.
O rapaz deixou os ombros caírem, virou o rosto para o lado, fechou os olhos e prendeu a respiração, deixando suas mãos tocarem na carne para levá-la até o tempero, fazendo uma careta e se recusando a encarar o que fazia.
- Eae primo, qual é a sensação? - Orteguinha indagou com ar de riso e Trisha também sorria diante tanto drama por parte de seu filho.
Sério, o moreno encarou a caçula enquanto misturava, com as mãos, a carne no tempero que sua mãe havia preparado. Pegou com os dedos uma pequena porção do conteúdo e arremessou na direção da garota que gritou com nojo, se esquivando desesperada.
- Por que você fez isso? - fingindo choro, voltou os olhos para a carne no chão, que graças aos céus não a atingiu.
- Zayn! - Sra. Malik o repreendeu mais uma vez.
- Foi ela quem começou. - apontou para Orteguinha que ainda estava ofendida pelo o ocorrido.
- Eu vou contar o que você fez para o seu pai! - a menina ameaçou e o garoto gargalhou jogando a cabeça para trás.
- Você tem sete anos, ?
- Olha quem fala! - cruzou os braços - O cara super maduro que jogou carne crua em mim! - aumentava a voz a cada palavra.
- Eu vou fazer você comer carne crua se você não calar a boca.
- Chega vocês dois! - Trisha ordenou e ambos se aquietaram, ainda se encarando mortalmente. - Zayn, tempera a sua carne direito e , coma a sua bala de goma. - falou já pegando outra panela para começar a preparar o molho das almôndegas, mas pôde flagrar os dois segurando o riso.
- Oh mãe, até que é gostosinho mexer na carne crua. - o rapaz admitiu sorrindo para a mais velha.
- Ai que nojo. - fez careta.
- Sério! Tem uma consistência legal. - o primo virou para ela com um ar vislumbrado - Você quer tocar? - ofereceu.
- Não, seu estranho!
Enquanto picava uma cebola, Sra. Malik sorriu negando com a cabeça, diante de tal diálogo. Aqueles dois nunca iriam crescer?
Zayn logo começou a dar forma as bolotas de carne, enquanto sua mãe ainda picava algumas especiarias que seriam adicionadas ao molho e Ortega só observava, grata por não precisar por a mão na massa. O menino tentava convencer Trisha a lhe dar a liberdade de pegar um dos vinhos da adega, e a mulher se mantinha firme na ideia de evitar que a filha dos Hilton saísse de sua casa bêbada quando Liam chegou.
- Oi. - o moreno se aproximava com as sobrancelhas juntas, sem entender muito bem o que acontecia.
Afinal, deveria estar em sua casa treinando, mas ao invés disso a garota estava na cozinha de seu primo, fazendo nada. Zayn, que sempre estava fazendo nada, naquele momento cozinhava e usava um avental amarelo, uma mecha de seus cabelos negros estava suja de farinha e o garoto parecia não se importar. Será que Trisha estava o punindo?
- O que está acontecendo? - questionou após cumprimentar a todos e dar um beijo na bochecha da namorada.
- O Zaza está cozinhando para a .
- Por quê? - Payne não fazia questão de esconder seu espanto.
- Essa é uma boa pergunta. - notou que ficara tão afoita com o fato de que seu primo estava fazendo algo para uma pessoa que não fosse ele mesmo, que acabou não indagando o motivo da comemoração.
- Hoje faz cinco meses desde o nosso primeiro beijo. - respondeu sorrindo orgulhoso por atentar-se a algo pequeno, porém especial, enquanto terminava de dar forma a última almôndega.
- Owwn. - ambas as mulheres surpreenderam-se e colocaram a mão sobre o peito, admirando o gesto.
- Filho - sua mãe até se esquecera da panela no fogo -, é muito atencioso da sua parte.
- Eu sei. - com pose vaidosa colocava a louça suja no lava-louças.
- Cara, você pensou nisso sozinho? - seu melhor amigo perguntou.
- Ahan! - Malik voltou-se para ele também surpreso. - Você está orgulhoso?
- Muito! Não há mais nada para te ensinar, você já está pronto para o mundo. - Liam sorriu orgulhoso.
- Obrigada, cara. - Zayn piscou, pegando uma peça de queijo para ralá-la.
- Liam, lembra quando você ainda se importava comigo, me amava e fazia coisas românticas assim só para me fazer feliz?! - questionou com os cotovelos apoiados na bancada e o queixo sobre as mãos.
Malik fez questão de encarar o amigo, já que agora, pela primeira vez, era ele quem era o namorado romântico e atencioso e não Liam. O rapaz admitiria que Payne já havia o aconselhado algumas boas vezes sobre o que fazer ou com o que presentear , mas era legal foder com a vida do amigo uma vez ou outra. Trisha também levou o olhar para o jovem casal e riu baixo diante da audácia da sobrinha.
- Eu sempre faço coisas assim, . - o rapaz falou temendo por sua vida, porque apesar do tom da garota ser compassivo, ele não sabia se no momento que saíssem da presença de todos a meiga e calma Ortega iria se tornar num furacão revoltado.
A morena limitou-se a fitá-lo com seus gigantescos olhos verdes e Liam a mirava de volta, engolindo em seco.
- Você não tinha um monte de coisa para fazer hoje? - mudou de assunto e Payne voltou a respirar normalmente.
- Sim… - falou cansado, passando a mão na nuca - Eu ainda preciso concluir a matéria para o jornal e só estudei metade de um dos módulos que cai na prova.
- E são quantos ao todo?
- Três. Mas eu já estava ficando estressado de ficar dentro do meu quarto.
- Pobrezinho. - abraçou-o pela cintura, beijando sua bochecha, enquanto seu primo ralava o queijo fazendo careta para os dois.
- É por isso que eu vim aqui… Você precisa agradar seu homem, . - declarou, cerrando seus lábios.
- Ohh, querido… - Trisha tentou alertá-lo de que aquele fora um movimento arriscado demais, mas a caçula já soltava o rapaz, o encarando mortalmente.
Zayn, por sua vez, gargalhava, levando as almôndegas até sua mãe, para mergulhá-las no molho e deixá-las deliciosas.
- Cara, você é um lixo.
- Zayn, não fale assim do seu amigo. - Sra. Malik tentou repreender o filho, mas admitia que Liam estava em uma enrascada.
- O que você disse? - Ortega cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha.
- Eu disse: baby doll, você não falou que queria uma bota nova?
Trisha precisava admitir que o garoto sabia como dar a volta por cima! Estava impressionada.
- Não Liam, eu não falei isso.
- Quer dizer… Baby doll, eu vou te dar uma bota nova. - sorriu, temendo por sua vida - Vem - pegou na mão da menina - Vamos.
- Tchau tia. Tchau Zaza, boa sorte no jantar. - já ia saindo, porém seu primo a interrompeu.
- Cadê meu beijo? - a caçula rolou os olhos, mas correu até ele, dando-lhe um beijo na bochecha e aproveitou para dar um em Trisha também.

A mesa de centro coberta com uma toalha branca tinha uma vela disposta em seu meio e dois pratos, um de cada lado, cobertos por cloches de prata que Trisha havia obrigado Zayn a usar, os talheres também de prataria reluziam a chama vinda da vela e o rapaz conseguiu convencer sua mãe a lhe entregar uma garrafa de vinho, as taças de cristal já esperavam para adoçar a refeição do casal.
O garoto ponderou a ideia de espalhar velas por todo o deck, contudo ele sabia que traria Kelso, e o cãozinho era realmente estúpido e poderia se queimar com a chama, a pior hipótese seria incendiar a mansão dos Malik. Portanto, missão abortada.
Esperava Hilton chegar e sabia que a menina não se atrasaria, todavia sentia-se nervoso e ansioso. Já havia tomado banho e desde então verificava os preparativos para a noite a cada cinco minutos. Seus pais saíram para jantar em um restaurante a fim de não atrapalhá-los e o menino estava grato a sua mãe por isso porque se Yaser estivesse presente com certeza encontraria algum defeito em algo que Zayn vinha meticulosamente arquitetado há dias.
Malik sentava na almofada que havia posto em frente a mesa de centro para checar se ela era confortável o suficiente, quando Morgan, seu mordomo, adentrou o ambiente anunciando a chegada da senhorita Hilton e o Sr. Kelso. O garoto levantou-se rápido e bateu o joelho na mesa quase derrubando a vela que consequentemente iniciaria um incêndio contido, entretanto felizmente seus reflexos rápidos impediram o pequeno caos e nem ao menos viu a vergonha do namorado.
- Boa noite. - ele sorriu galante e feliz por ver a surpresa nos olhos castanhos da loira que nem percebeu que seu queixo havia caído. - Obrigada Morgan. - agradeceu ao homem que piscava lentamente e acenou com a cabeça se retirando.
Zayn abaixou-se para pegar o filhotinho no colo e colocou os cabelos de para trás beijando seus lábios saborosos.
- Surpresa. - o moreno falou guiando-a até a mesa.
- O que eu fiz para merecer isso? - a menina questionou ainda impressionada com gesto atencioso do rapaz.
- Você é a melhor namorada do mundo, eu sou o cara mais gato que existe. Nós precisamos comemorar essa união. - informou colocando Kelso no chão e tirando sua coleira para que ele pudesse correr e bagunçar tudo ao seu redor.
- Ah entendi. - ria, sentando em uma almofado realmente confortável - Mas o que estamos comemorando hoje?
- Há exatos cinco meses uma certa loira me desafiou a beijá-la e desde então eu não consigo parar.
Hilton sorriu desviando o olhar por recordar-se de sua primeira noite no cruzeiro que a levaria para as melhores férias de sua vida. Havia ido ao cinema com e encontrara Zayn do lado de fora da sessão, não admitiria naquele momento, mas fora preciso muita coragem para dizer aquelas palavras "Sabe Zayn, tem um coisa que anda me intrigando nas últimas semanas. Me intriga o fato de termos quase nos beijado duas vezes e desde então nada! Estou começando a achar que você não é tão esperto assim."
Mas valeu a pena, pois ao final de suas palavras a loira finalmente beijou o badboy da Eton e cinco meses após aquele episódio estava há dois meses em um relacionamento com o charmoso rapaz e naquele momento, em sua casa, podia ver Kelso correndo distraído por todos os lados enquanto celebrava aquele singelo porém extraordinário acontecimento.
- Aposto que esse foi o momento mais prazeroso da sua vida. - dizia sugestiva vendo-o servir sua taça.
- Pode ter certeza que sim. - piscou para ela, colocando a garrafa de lado. - Você gostaria de saber qual será o menu da noite?
- Claro. - incentivou-o, levando a taça aos lábios.
O moreno sorriu empolgado e se esticou para tirar o cloche de prata que cobria o prato da menina, revelando a macarronada e as almôndegas.
- Receita da família. - disse, também descobrindo seu prato, vendo-a impressionada. - E eu cozinhei sozinho. - sorriu de lado e cresceu os olhos.
- Você… cozinhou…? - falou pausadamente - Você cozinhou para mim? - colocou a mão sobre o peito - Você cozinhou para mim, sozinho?
- Sim, loira! - assustou-se com Kelso pulando em seu colo e batendo na taça de vinho que estava em sua mão, quase a derrubando. - Olha, talvez eu não tenha feito tudo sozinho… - admitiu passando a mão na nuca. - Mas eu recebi uma ajuda bem pequena.
Hilton começava a se achar boba por não conseguir parar de sorrir e também que poderia passar por um problema com rugas, muito em breve, pois Zayn a fazia sorrir com muita frequência, mas estava feliz por ver a consideração do rapaz em fazê-la feliz.
Pode notar que as bolotas de carne eram de formatos desregulados e também que não seguiam um tamanho, o que a deu certeza de que havia sido seu namorado que cuidará da maior parte da refeição, o que a encheu de orgulho.
- Eu nem sabia, mas estou faminta! - admitiu, arrumando o guardanapo branco de pano o colo.
- Claro, você não come mais. - cresceu os olhos, brincando, espelhando o gesto dela.
- Não fala assim. - sorriu compassiva, estava cansada de todos se meterem em seu cardápio. - Eu me alimento normalmente. Você só está frustrado porque ultimamente me dá menos que comida que no início. - pegou o pesado garfo de prata, para poder se deliciar com o jantar.
Zayn riu com a cabeça baixa e passou o polegar pelo nariz: - Aquele tempo era divertido.
- A criou milhões de teorias sobre você querer me engordar até eu explodir.
- A ruiva é muito exagerada e você sabe disso. - colocou uma garfada de macarronada na boca e precisava admitir que aquela merda estava ótima!
Agora ele estava certo que não existia nada que Zayn Malik não podia fazer!
- Isso está delicioso! - fechou os olhos a fim de tentar aguçar suas papilas gustativas a fim de apreciar ainda mais o sabor - Mas me fala, como vai o jornal? - apesar de tentar parecer interessada na atividade extracurricular do namorado, era visível que a garota se concentrava muito mais em deliciar-se com a refeição.
- Bem - arqueou a sobrancelha recordando-se da tarde anterior que havia sido complicada -, na última edição que foi publicada a me fez refazer uma tirinha umas três vezes e eu até pensei em desistir, mas depois percebi que ela estava certa e fiz direitinho como ela me pediu desde a primeira vez. - deu de ombros rolando os olhos. - Mas às vezes eu ainda paro e penso se é mesmo necessário ficar no jornal, a ruivinha é difícil de lidar… Não sei como o Louis consegue.
- Ai que maldade! Imagina como deve ser difícil para eles aguentar as piadinhas de todo mundo sobre o relacionamento deles…
- É difícil para mim aturar o mal humor da quando o Tommo faz merda e eu não estou reclamando. - ergueu os braços em rendição, voltando então a atenção para seu prato.
- É exatamente isso o que você está fazendo! - lançou-lhe seus olhos castanhos e perplexos para vê-lo rindo. - Se você sair do jornal a pode ficar magoada, já parou para pensar nisso? - levou a taça de vinho aos lábios e procurou por Kelso que estava muito entretido em latir para seu reflexo na porta de vidro.
- Já sim. - enrolava o macarrão com seu garfo. - E eu não quero que ela fique brava, ou mais brava que o normal - arqueou as sobrancelhas rindo -, mas não seria melhor sair do que criar um desconforto maior?
- Ah, você sempre pode parar e pensar no seguinte, eu preciso mesmo continuar vivo? - colocou as mãos sobre o peito, fazendo uma expressão engraçada.
- Você está me propondo suicídio, loira? - juntou as sobrancelhas a encarando pasmo e ofendido.
Como sua namorada a garota não deveria querer sua companhia e mais importante, que ele permanecesse com vida?
- Claro que não! Você pode forjar sua morte e fugir do país.
- Ah tudo bem então. Assim eu até pondero o seu conselho. - confirmou com a cabeça enquanto ela ria fechando os olhos. - Você fugiria comigo ou está muito ocupada sendo uma celebridade em ascensão?
Cerrou os lábios, fazendo suspenso: - Minha agenda está cheia pelo resto do mês, desculpa.
- Ah tudo bem, imagina. - fingiu não se importar, acenando com a mão - Mas eu levo Kelso.
- Não mesmo! - largou o garfo no prato - Calma aí, rapazinho.
- Meu Deus, você parece minha mãe falando. - fazendo uma careta, juntou as sobrancelhas e inclinou a cabeça para o lado - E ela tem mais de quarenta anos, !
- Você não pode levar o meu Kelso! - varreu o local com o olhar a procura do cãozinho que havia encontrado um confortável lugar para deitar e finalmente se acalmar.
- Calma aí, mas ele é nosso.
- Você me deu de presente, ele é mais meu que seu. - explicou como se fosse óbvio.
- Nós precisamos rever as cláusulas da guarda desse cachorro. - magoado, voltou a se concentrar em sua refeição.
Hilton riu, tomando um pouco de seu vinho: - Tudo bem - sentiu pena do rapaz que só queria poder mais tempo com o animal de estimação -, talvez eu deixe ele dormir mais vezes aqui.
- Talvez? - Zayn endireitou a postura, tomando uma expressão séria. - Acho que você pode fazer mais que isso.
Expirou alto, rolando os olhos: - Está bem, você venceu, ele dorme mais aqui. - o rapaz foi preenchido por uma satisfação visível, todavia a menina tratou de rapidamente acabar com sua felicidade: - Mas já aviso que a culpa não é minha se ele gosta mais de mim… - informou como quem não queria nada, concentrada em sua macarronada.
- Em pensar que todos pensam que eu sou a má influência dessa relação. - com os olhos cerrados e os braços cruzados, ele a fitava cauteloso - A verdade é que a sociedade não conhece o lado maligno de Hilton. - a loira riu culpada e cobriu os lábios com o guardanapo branco de pano.
- Eu não sei do que você está falando. - negava com a cabeça, mexendo com o garfo em seu prato.
- É exatamente isso que as pessoas dizem quando entendem a mensagem. Babe, você é uma ótima vilã de filmes.
- Meus Deus, Zayn. - fitou ele que já ria por ter conseguido incomodá-la.
O restante da refeição correu bem e após finalizá-la o casal permaneceu na mesa apreciando o vinho enquanto conversavam, para depois juntarem-se a Kelso onde sentaram-se lado a lado e a garota aconchegou-se ao peito do namorado para ouvi-lo contar sobre a última visita de Louis e Niall a sala do diretor Charles Gellner. Seu melhor amigo não havia conseguido lhe narrar todos os fatos pois precisou ficar na detenção após o término das aulas.
Malik então decidiu fazer um desenho de , mas a loira tinha uma ideia ainda melhor, desafiou-o a desenhá-la vendado, o que resultou em olhos desiguais, um imenso nariz e os lábios da garota fora de onde deveria ser seu rosto. O garoto não conseguia mirar sua criação sem rir e seu real desejo era jogá-la fora, entretanto a menina guardou-a em sua bolsa e aterrorizou o moreno o resto da noite falando que iria emoldura-la.
Próximo a meia noite decidiu que era hora de ir para casa, afinal ainda estavam no meio da semana de aula e então Zayn a levou e para a sua felicidade a garota permitiu que a guarda de Kelso fosse sua naquela noite.
O fim de semana não demorou a chegar, e juntamente com a folga de apenas dois dias muitos planos de recreação cruzaram a cabeça dos adolescentes, porém uma deles não pode aproveitar daquele extraordinário momento. A Sra. Barker havia informado no primeiro dia de aula que sua forma de avaliação além das listas de exercício seriam provas mensais com conteúdo acumulativo. já odiava a matéria e ao ouvir as palavras da mais velha quase teve um infarto e chegou a pedir transferência para outra turma de matemática, contudo a sala estava lotada e a menina precisou se contentar com a psicopata sem vida que já lhe dava aula.
Após três semanas do início das aulas ocorreu a primeira prova e Meester alcançou uma nota regular, já em outubro a morena ficou abaixo da média, o que significava que nos próximos dois testes do primeiro semestre ela precisava se sair bem, se não ficaria de recuperação.
Tendo isso em mente Harry a obrigou a estudar! Ao contrário dela o rapaz havia se saído bem em todas as provas até o momento, ele era bom com números e cálculos tendo como recompensa, não apenas boas notas, mas também o carinho da professora Barker que julgava como louca e Styles como "um amor de pessoa".
estava amaldiçoando Barker e toda sua linhagem, assim como Harry que a obrigou a ficar trancada em casa todo o fim de semana e também o casal de melhores amigos. Na sexta-feira durante o intervalo haviam combinado de passar o final de semana em Manchester na casa dos avôs Malik, mas como Meester precisava estudar ela não pode ir, o que não impediu Liam e de viajarem e pior, para substituí-la levaram e Niall!
Por esta razão sua lista de ódio só aumentava e tudo ficou pior quando a garota decidiu deitar-se em sua cama e abrir seu Snapchat, o primeiro contato que foi checar a storie foi de ninguém mais ninguém menos que Harry Edward, claro!
O menino raramente postava naquela rede social então ficou curiosa para saber o que era. Ao abrir a imagem os olhos azuis dela puderam visualizar uma mesa para dois, bem arrumada com a legenda "Brunch". Bufou irritada. Há algum tempo o grupo havia descoberto que pelo menos uma vez por mês Styles e Tommo saíam juntos para o brunch e é claro que isso foi motivo para uma gozação infinda, mas no momento ela não estava com o humor para piadas.
Foi então ver a storie de Louis para saber mais sobre o maldito passeio dos dois, contudo ao abrir o perfil do garoto a primeira imagem a aparecer foi uma de Westwick e Hilton sentadas no chão, com controles de video game nas mãos, havia também um vídeo de Zayn fumando um cigarro na sala de jogos da mansão Tomlinson e o anfitrião xingava o amigo que fingia não o ouvir. Ao checar o horário que das postagens notou que foi no mesmo momento que Harry postou a sua, o que significava que os dois não estavam juntos!
Com quem aquele tapado estava?!
Quatro dos amigos estavam fora da cidade, os outros quatro estavam reunidos na casa de Tommo como checou nas stories de cada um. Anne também não era possível, pois estava na França para a premiere de seu novo filme. Acreditava que Harry não convidaria Kate para uma tarde de passeio. E Des não era muito o tipo de cara que saía para o brunch sem motivo.
Então com quem diabos aquele tapado estava?!
Não podia simplesmente ligar e perguntar! Ele iria a taxar de ciumenta louca e a verdade era que a menina só estava muito curiosa…
Cogitou a ideia de voltar a estudar para esquecer a situação, todavia se nem mesmo antes conseguiu se concentrar, imagina agora que seus neurônios se espremiam para criar uma teoria conspiratória!
Continuou rolando pelo feed no snap até chegar ao temido perfl de sua mãe. O que dizer sobre o perfil de Diane Meester? Havia tentado a todo custo não adicionar Di na rede social, mas um dia a mulher a colocou contra parede dizendo que a filha não a amava e a morena sentiu-se obrigada fazer a vontade da mais velha.
Abriu a storie de sua progenitora e pode ver algumas imagens aleatórias da matriarca arrumando suas coisas para sair e foi então que chegou a foto que fez seu queixo cair. Era a fachada de um restaurante conhecido pelo seu delicioso cardápio para brunchs. E só isso foi o suficiente para ela saber onde aquilo ia acabar.
A fotografia seguinte era de dois pratos sobre a mesa bem decorada e findava com uma linda imagem de Styles segurando sua xícara de café, alheio ao que acontecia.
A vontade de era de fugir para a Croácia e mudar de nome! O que precisava naquele momento não era sua mãe e o cara com que saia ultimamente na mesma maracutaia! Na verdade, ninguém precisava daquilo.
Tinha certeza que havia sido ideia de Diane, mas Harry também não se salvava, pois aceitou sair com a mãe de , e a menina estava mortificada. Só conseguia pensar nas atrocidades que ambos conversavam, e é claro que falariam dela e sua mãe faria alguma merda em algum momento da tarde. Sentia-se tão envergonhada pela situação embaraçosa que aqueles dois babacas a colocaram que não conseguia nem raciocinar direito.
O próximo estágio foi o de revolta. Enquanto mantinha-se trancada em seu quarto, desperdiçando aquele domingo maravilhoso de outono todos seus amigos se divertiam! Poderia estar em uma agradável cafeteria tomado um frappe, ou então em algum parque admirando a paisagem, cogitou até mesmo a possibilidade de realizar algum exercício físico, mas a verdade era cruel e a garota encontrava-se trancada e sozinha em sua residência, enquanto e Harry estava no brunch com Diane. Ela precisava urgentemente socar a cara de alguém. E o que mais a deixava indignada era que nenhum dos dois havia a avisado da ideia mirabolante de acabar com sua vida.
E foi por isso que a menina entrou em greve de estudo. Não que ela houvesse de fato estudado a matéria até aquele momento, mas decidiu que pararia de fingir que fazia aquilo e investiria seu tempo em algo realmente proveitoso e útil, pintaria as unhas.

- Oh Harold, nós precisamos fazer isso mais vezes! - Sra. Meester sorria contente caminhando até a cozinha.
- Com certeza, Diane. - Harry dava seu melhor sorriso - A tarde foi muito agradável, mas é claro que o motivo disso não foi o café e sim a sua deslumbrante companhia. - piscou simpático para a mais velha.
- Não é difícil entender porque as garotas todas caem aos seus encantos, Sr. Styles. - abria a geladeira a fim de pegar a jarra de água.
- Mas todas as garotas não me interessam. - colocou as mãos nos bolsos, abaixando os olhos ao chão, fazendo-se de coitado e Diane comprou totalmente aquele teatrinho dissimulado. - A senhora sabe que tenho olhos só para uma.
- Own - pôs a mão sobre o peito achando fofa a atitude do rapaz - A se nega a conversar comigo sobre este assunto, mas eu sei que ela sente o mesmo. - assegurou servindo dois copos com água.
- Obrigada - Hazz pegou um dos copos. - Mas, a senhora acha mesmo?
- Uma mãe nunca se engana sobre quesitos como este. É muito simples, querido. - deu de ombros como se fosse um tipo de mago que carregasse toda a sabedoria do mundo.
O moreno levou o copo aos lábios escondendo um sorrisinho sagaz, que de fato a mulher não captou. Agradeceu mais uma vez pela tarde e pela companhia de sua ilustre possível futura sogra e subiu as escadas que levavam ao andar superior da mansão Meester de dois em dois degraus. Correu pelo corredor até o quarto da garota e não, ele não bateu na porta como uma educada pessoa normal faria, ao invés disso arrombou-a fazendo um estrondo e assustando Meester que deu um pulo da cama ficando de pé sobre o colchão.
- Cadê meu beijo? - ele questionou fechando a porta atrás de si, dirigindo-se até a morena.
- Nem vem - arremessou um travesseiro na direção dele, atingindo a barriga do menino. - Não chega perto de mim - gritou jogando mais uma almofada no rapaz que desviou - Eu odeio você, Styles! - arremessava tudo que encontrava pela frente e na medida do possível Harry desviava, nem sempre tendo sucesso.
- Eu também estou feliz de te ver, meu bem. - finalmente conseguiu chegar perto do território hostil, vulgo cama, onde ela ainda estava em pé e bufando. - Vem aqui me dar todo esse amor reprimido dentro de você. - esticava-se para puxá-la para si.
- Eu odeio matemática - enumerava nos dedos -, eu odeio estudar, eu odeio perder meu fim de semana dentro de casa estudando matemática. Mas eu fiquei, Styles! - bateu o pé mimada, cruzado os braços. - Eu fiquei porque você me pediu. Eu poderia estar em Manchester com os meus melhores amigos andando de cavalo e comendo o delicioso dahi bhallay que a avó da faz, ou então na casa do Louis jogando video game, mas eu fiquei trancada aqui para estudar e você foi para o brunch com a minha mãe? - indagava lentamente pegando um travesseiro e indo até ele para bater infinitamente naquele filho da puta.
- Ai. Ai. Ai! - tentava defender-se, mas era muita raiva armazenada num serzinho tão pequeno, até que finalmente conseguiu tirar a arma dela. – Olha, se faz você se sentir melhor nós trouxemos quiche e um pedaço de torta de amora para você. - sorriu suportivo.
- Por que você e a Diane não dividem?! Eu não quero atrapalhar o clubinho de vocês. - despencou na cama, sentando com pernas de índio.
- Você está com ciúme? - arqueou uma sobrancelha, não tendo certeza que ouviria a resposta, pois a menina poderia matá-lo naquele exato momento. Entretanto ela contentou-se a encará-lo com pena por achar que ela sentiria ciúme daquela situação. - Ufa - passou a mão pela testa fingindo alívio. Jogou o travesseiro sobre a cama e ajoelhou-se no chão frente a ela. -, porque sua mãe me revelou que você admitiu que gosta muito de mim, e a minha intenção não é ficar entre vocês. - cerrou os lábios.
- Ela o quê? - seu queixo caiu pelo desespero.
- Não finja que não me entendeu. - colocou o cabelo dela para trás. - Você não admite que me ama, mas a Diane já me contou tudo e nós ficaremos juntos para sempre agora! - falava como um gênio maligno e ao fim soltou uma risada macabra, fazendo-a rir também.
- Você é muito idiota. - já mansa, a pequena fera sorria.
- Eu sei. - sorriu, finalmente conseguindo beijá-la. - E então, estudou muito hoje?
- Não. - o mau humor voltou.
Styles juntou as sobrancelhas sem entender: - Mas você não acabou de dizer que ficou em casa estudando?!
- Não! - cresceu os olhos - Eu disse que fiquei em casa porque você me pediu.
- Eu te pedi para estudar! - aumentou a voz a fim de fazê-la entender. - Se você não for bem nesse teste você fica de recuperação!
- Ai você fica o tempo todo falando nisso, que saco. Relaxa! - deu de ombros jogando-se no colchão aconchegante.
- Nada disso! - levantou-se e puxou-a pelo braço sentando-a novamente. - Vamos estudar agora. - advertiu.
- Ah não, Harry… - fazia charme tentando convencê-lo a deixá-la viver feliz e plena. - Vamos ficar aqui na cama conversando, talvez a gente até assista um filme, ou melhor, eu deixo você contar como foi sua tarde com a minha mãe!
- Não . - sorria divertido pela preguiça da menina. - Nós vamos estudar. - puxou-a de novo, colocando de pé.
- Mas você não precisa de nota de com a Sr. Barker e eu não ligo que eu não tenho nota! - explicou simplesmente cruzando os braços.
Todavia aqui não foi o suficiente para convencê-lo, e o rapaz a empurrou em direção ao que um dia foi a mesa de estudo, mas naquele momento estava soterrada de pela bagunça acadêmica que a garota havia feito mais cedo. Ao encarar tantos números e equações deu um passo para trás esbarrando no peito de Styles que manteve-se atrás dela para impedir sua fuga.
- Eu ajudo a o tempo todo com matemática - ele explicou, sentando a morena na cadeira - e eu vou usar a mesma tática agora. - sentou ao lado dela que o encarava enfadada. - Nós vamos estudar agora e se você tirar uma nota boa no teste nós passamos uma tarde inteira fazendo o que você quiser.
- Você acha que isso é o bastante? - abriu um sorriso petulante.
- Eu estou de dando 12h do meu tempo! - sua voz aumentou sem nem ao menos perceber.
- Quarenta e oito horas.
- Como é que é? - abismado, cresceu os olhos sem acreditar que aquela garotinha presunçosa estava tentando manipulá-lo.
- Eu quero meu fim de semana, Styles!
- Nem pensar!
- Quarenta e oito horas ou nada! - declarou apoiando as costas na cadeira.
- Vinte e quatro.
- Dezoito.
- Fechado. - o garoto estendeu a mão para fecharem o acordo.
E às 17h37 daquela tarde eles finalmente iniciaram os estudos para a prova daquela semana. quis se matar em muitas vezes, mas precisava admitir que Harry era um bom professor e com as brincadeiras sem graça que ele fazia às vezes o desgosto que a menina sentia ao estudar a matéria acabava diminuindo. Conseguiram resolver todas as listas de exercícios e pela primeira vez desde o início das aulas a garota entender matemática. O rapaz foi embora apenas quando tudo estava finalizado, sendo assim, 23h29 ele entrava em sua Land Rover, deixando a mansão Meester.
Exausta e sentindo o cérebro pulsar, foi tomar banho para se preparar para a rotina escolar que logo se reiniciaria. Deixou o banheiro após trinta minutos e encontrou sua mãe sentada em sua cama.
- Oi querida. - Di sorriu.
- Oi. Eu pensei que você e o papai já estavam dormindo.
- Seu pai está. - a mais velha explicou. - Eu queria conversar com a minha filha. Nós não conversamos mais... - cerrou os olhos, tendo em mente que Diane Meester não faz nada ao acaso.
- Mãe, o que a senhora quer? - cruzou os braços, alternando o peso de uma perna para a outra.
- Conversar, . Senta nessa cama e converse com a sua mãe. - tomou um tom um tanto quanto autoritário para a menina saber que ela não brincava.
A morena odiava quando Diane se tratava em terceira pessoa, mas acatou ao pedido dela e sentou-se próximo a mulher que sorriu satisfeita.
- Tudo bem… - suspirou dando-se por vencida. - como foi o brunch?
- Fabuloso! - Sra. Meester nem esperou para saber se a filha já havia terminado de falar e a garota podia jurar que os olhos da matriarca brilhavam. - Harold é um garoto adorável.
- Não o chame assim. - pediu segurando um risinho. - É muito estranho! Ninguém o chama assim… acho que só o Des.
- Eu entendo o que você vê nele. - nem deu ouvidos a solicitação da mais nova, já estava com os pensamentos longes, engrandecendo o jovem Styles. - O Harry é educado, simpático e muito divertido.
- Mamãe não me leve a mal, mas a senhora só está aqui para falar do Harry eu já sei disso tudo. E estou muito cansada, passei o dia estudando, amanhã tem aula…
- Ai eu não estou aqui para falar sobre o rapaz… - a morena não se deu por vencida, sabia que a mulher faria exatamente o que falara que não era sua intenção, mesmo que indiretamente. - Estou aqui para falar sobre você. - sorriu compassiva e manipuladora, fazendo a filha endireitar a postura.
- Então fale Diane. - a morena sorriu, sabendo o que aconteceria logo em seguida.
- Amor, o Harry é um rapaz com milhões de qualidades e você uma garota linda e inteligente, vocês se dão tão bem, por que não assumem logo o relacionamento?
- Porque não tem relacionamento para assumir, mãe! - nem percebeu que aumentou o tom de voz.
- Ah , não minta para mim!
- Eu não estou mentindo!
- Por que você não faz como o Liam e a ? Eles formam um belo casal! - tentou argumentar para convencê-la de sua ideia.
- Mamãe, o Harry e eu não somos o Liam e a , okay? - pontuou levantando da cama e indo até a mesa de estudos para arrumar sua bolsa para o dia seguinte. - Nós gostamos das coisas do jeito que estão e permanecerem os assim.
- Mas filha…
- Diane, por favor, não me pressiona. - voltou-se para a mais velha carregando um olhar suplicante. - Se a senhora não fizer isso eu não vou me incomodar se vocês dois saírem para mais brunchs juntos. - apoiou o quadril na mesa e rolou os olhos sorrindo.
Sra. Meester riu, também levantando-se e caminhando até a filha: - A minha intenção não é te pressionar, meu amor. - explicou passando as mãos pelos cabelos negros da menina - Me preocupo e quero o melhor para você… Tenho medo que essa relação sem compromisso, ou qualquer coisa que vocês chamam, acabe te machucando.
A mais nova sorriu ao sentir-se segura e abraçou Diane: - Eu não vou me magoar. É exatamente isso que estamos tentando evitar ao não ter um relacionamento. - voltou a organizar a mesa de estudo, enquanto Di a ouvia. - Nós estamos no último ano, vamos para faculdades diferentes… Parece errado tentar algo sério.
Sua mãe conseguiu sentir a honestidade que a garota carregava em suas palavras, e mais, pode ver o medo que os olhinhos azuis da morena tentavam esconder. Diane entendeu o receio e o dilema pelo qual sua filha passava e compadeceu-se da inexperiência da menina.
-Tudo bem… Eu não vou mais te incomodar a respeito disso. - prometeu - E você vai tentar conversar mais comigo… sobre tudo, okay?
- Okay, mamãe.
- Boa noite, querida. - beijou a bochecha de e virou-se para deixar o quarto.
- Ahn… Diane? - impediu-a de sair. - A senhora pode me pôr na cama?
- Claro. - sorria tentando esconder a surpresa e satisfação por sentir-se útil para sua filhinha.
Meester deitou-se no colchão macio e sua mãe a cobriu e a beijou na testa.
- Até amanhã, bebê.
- A senhora estragou o momento me chamando de bebê, mas eu vou deixar passar…
Sra. Meester a ignorou completamente desligando a luz e fechando a porta atrás de si.

OOO

Apesar de todas as vantagens de ser um excelente atleta e um bom partido, Jason se orgulhava muito mais de sua inteligência do que qualquer outro atributo. Afinal de contas, existiam outros colegas de time tão talentosos como ele e um mar de outros caras bonitos dentro da Eton, mas não podia citar um deles que fosse esperto como ele.
E apesar de estar sempre um passo a frente da maioria dos idiotas daquele colégio, ele não poderia prever, nem em um milhão de anos, que Louis Tomlinson levaria Westwick para a cama.
O assunto foi um tópico exaustivamente explorado, manter o foco do time durante o treino foi mais difícil do que o normal e seu celular estava travado por causa das mensagens dos apostadores de outras instituições que logo souberam da notícia que correu tão rápido como uma notícia ruim.
Por isso o treino foi adiado e assim que decidiu que queria ficar sozinho, ele pegou sua bolsa e caminhou de volta para o dormitório, mas mudou bruscamente de direção no instante que viu Tomlinson no estacionamento.
O rapaz estava lutando com pelo menos meia dúzia de enciclopédias e derrubou umas duas vezes os manuais mais densos enquanto tentava abrir a porta do carona para guardar o material.
- Se você está tendo problemas com o carro, devia vender para alguém que saiba usá-lo, Tomlinson. - Benett gracejou, mas fez o favor de abrir a maldita porta antes de se afastar para que Louis pudesse guardar os malditos livros.
- O que você quer, Benett? - Lou perguntou desconfiado, checando ao redor deles se estavam sendo observados.
O estacionamento estava vazio e supostamente já havia ido para casa, inclusive ele estava se preparando para encontrar aquela demônia em sua casa, furiosa porque seu time de soccer havia perdido para um time de pirralhas do segundo ano.
- Eu? Eu quero te parabenizar. - Jason estendeu a mão gigante.
Louis olhou para a mão do rapaz, olhou para ele, olhou para a mão esticada de novo e como não moveu um músculo para aceitar o cumprimento, o jogador finalmente recolheu o braço sem mostrar qualquer sinal de surpresa com a atitude hostil de Tommo.
- Me parabenizar pelo o quê, exatamente? Meu aniversário é só mês que vem.
- Eu não me importo com você o suficiente para te desejar feliz aniversário, Tommo. - o rapaz alto riu sem humor. Às vezes não era fácil lidar com a petulância daqueles playboyzinhos que gostavam de bancar os espertinhos, mas ele podia jogar aquele jogo. - Eu estou te parabenizando por ter vencido a aposta.
Louis estava de costas para ele, mas congelou na posição em que estava.
- Pois é, eu fiquei chocado assim quando fiquei sabendo. - Benett confessou cinicamente, deleitado em assistir o idiota sendo pego desprevenido. - Inclusive perdi o toque e essa foi a primeira vez que eu fiquei tão desconcentrado nesse ano.
Tommo agora estava virado para Jason, mas ainda estava tentando mostrar um pouco de dignidade depois do baque. Seu maior medo era que o outro decidisse que deveria saber sobre a aposta e isso ia ser um grande problema, principalmente agora que ele estava planejando avisar o capitão do time que estava fora daquele circo.
Mas ao invés de criar coragem para sair fora, o peso em seus pés só aumentava e a sensação horrível de carregar o peso do mundo em suas costas o deixava letárgico. Manter aquele segredo horrível estava matando dia após dia sua vontade de viver.
- Bom, como você não está muito falante hoje, eu vou deixar você vazar daqui. - o moreno ajustou a bolsa pesada e se preparou para sair dali quando lembrou de um detalhe: - Ah Tomlinson, eu quase ia esquecendo, apesar de eu não duvidar nem um pouco do seu feito, você ainda precisa me trazer uma prova de que vocês transaram.
- Eu não vou trazer nada pra você, cara. - Lou finalmente conseguiu falar, embora sua vontade era majoritariamente de socar Benett até vê-lo inconsciente. A forma como ele falava de sua namorada e daquela aposta infernal deixavam qualquer um com um pouco de bom senso enojado.
- Você vai sim. Porque se você e o covarde do Malik não seguirem exatamente o que vocês prometeram, a Meester e a Westwick vão ficar sabendo dessa brincadeirinha. Melhor ainda, a escola toda vai ficar sabendo e vai ser um inferno tão grande que não vai sobrar amizade pra vocês recuperarem. É só seguir o script e ninguém vai sair prejudicado, Tommo.
O tom tranquilo de Jason condizia exatamente com o atual estado de espírito em que ele se encontrava. A paz em sua cabeça fez com que ele saísse dali assobiando uma canção popular de uma boyband idiota enquanto Louis ficava plantado como uma placa de trânsito absorvendo cada palavra daquela ameaça descarada.
Ele tinha aqueles imbecis na palma de sua mão e mal podia esperar para começar a se divertir com a ruína de cada um deles.

OOO

Era sexta feira e por um milagre divino, recesso escolar.
E apesar do plano inicial coletivo ter sido "nada de saídas, nós vamos dormir", na quinta a noite eles estavam armando barracas no quintal da casa de , porque um acampamento era a melhor coisa a se fazer quando você precisa de um descanso.
Como tudo começou? convidou para ir dormir na casa dela, Zayn e Liam iriam para lá jantar e o moreno poderia ficar até mais tarde, sem preocupação de ter que ir levar em casa. Meester, que ia dormir com Harry, ficou com ciúmes de ter outra menina indo para a casa de sua melhor amiga e mudou os planos com Styles ao se convidar para ir dormir com as caçulas. É óbvio que o cacheado decidiu ir junto e ainda chamou Louis que topou no mesmo instante e avisou que eles iam dormir fora. Quando ficou sabendo da movimentação, teve a grande ideia de fazerem um acampamento urbano no quintal dos Ortega e a resposta de Niall foi "Por que não, babe?".
É por isso que às oito horas da noite apenas uma barraca foi montada, Buddy e Kelso corriam por cima das outras barracas desmontadas atrás das duas bolas que estava jogando há meia hora para eles, Zayn e Niall deveriam estar tentando montar e acender uma fogueira no centro do "acampamento", mas estavam no celular, Harry e Liam que deviam estar a montar as barracas estavam na verdade jogados em cima do material que era pra estar sendo juntado, e as meninas ouviam pela centésima vez o relato apaixonado de sobre o seu encontro pessoal com John Mayer.
- Ele cantou Your Body is a Wonderland! - Ortega arregalou os olhos quando lembrou que tinha algo importante para compartilhar com as amigas.
- Toda maldita vez ele canta Your Body is a Wonderland, ! - seu primo gritou, já que estava distante das garotas. Não aguentava mais ouvir sobre aquele quarentão hipster de merda.
- Eu não sabia que você era o tipo de cara que sentia inveja de um homem do estilo do John Mayer, Zayn! - Hilton arqueou a sobrancelha bem feita, mas ao ver a boca aberta do badboy, ela não resistiu e riu.
- Todo cara tem inveja do John Mayer, querida. - Louis chutou um graveto. Ele estava andando ao redor do grupo, fazendo algo em que se dizia ser muito bom: fingir estar ocupado para não ter que trabalhar de fato.
O rapaz achava que a tática dava certo, mas os meninos perceberam e só não lhe deram tarefa alguma porque sabiam que seria um serviço não feito.
- Pois não deviam ter, ele é um saco. Aquela cara de quem tá com sono o tempo todo me irrita. - foi categórica, inclusive jogou um marshmallow na direção do namorado e errou por um centímetro. Ela estava com um saco de dois quilos do doce, e devia estar colocando-os em espetos para serem assados quando a fogueira estivesse acesa, mas comer era tudo o que ela podia fazer.
- Como a dona da casa e anfitriã dessa reunião, eu te expulso da minha residência até você se retratar por falar que o John é um saco. - Ortega se levantou e apontou para a saída. Ela estava extremamente ofendida e como punição, tomou o saco de marshmallows.
- Eu não vou me retratar. Ele é sonso. - a ruiva se levantou, tomou o saco de volta e sentou novamente.
- Elas vão derrubar a porra do marshmallow… - Niall murmurou.
- Ele é maravilhoso, Westwick. Não é porque você gosta de homem estranho que o cara não é um sonho de consumo. - , que ainda não havia se pronunciado, saiu em defesa do cantor por dois motivos: o primeiro é que o homem era realmente maravilhoso e o segundo, e mais importante, discordar de era sempre muito prazeroso.
- Aparentemente você tem o mesmo padrão de homem, não é Meester? Altos e sonsos. - Westwick falou olhando nos olhos verdes de Harry, que era o cúmulo da hipocrisia em sua humilde opinião.
- A boa e velha discussão de vocês ainda está com tudo… - Louis elogiou as meninas. Ele era sempre a favor de não interferir quando e Westwick estivessem brigando, sua teoria era de que elas precisavam extravasar tanto ódio no coração e nada melhor do que deixar uma gritar com a outra. E seria muito inteligente redirecionar a raiva das duas uma para a outra e assim o restante do grupo permaneceria intacto, mas tudo não passava de uma teoria boba.
- E eu achei que elas tinham parado com isso. - Styles em outra mão, odiava ouvir tanta discussão. Os gritos da ruiva lhe davam dor de cabeça.
- Cala a boca. - gritou para o irmão de .
- Vem calar. - o menino cruzou os braços e riu.
- Uhhhhhhhhh isso foi sexy! - Tommo se aproximou da namorada, mas foi rejeitado só pela audácia de associar a sua bela pessoa ao ridículo do Harry. Por fim ela deixou que ele sentasse ao seu lado e dividiu o doce com aquele idiota por quem ela estava tão apaixonada.
percebeu que não ia dar pra continuar sua história sem causar um alvoroço, então desistiu e foi verificar o progresso com as barracas, mas tudo o que encontrou foi seu namorado e o pateta do Styles conversando.
- Só para constar publicamente, se vocês não montarem as barracas, a e eu vamos dormir dentro de casa e vocês ficarão aqui fora. - avisou para todo mundo e cutucou Liam com o pé: - Sweetheart porque as barracas não estão montadas? Nós já estamos aqui há duas horas!
- Desculpa, meu bem. - Harry fez um biquinho arrependido, tomando a atitude de se levantar no mesmo instante e batendo a grama do moletom.
- Eu estou falando com o Liam, Harry. - a garota juntou as sobrancelhas, bem confusa.
Payne também estava confuso porque ele ia se levantar, mas ao ouvir o amigo falar, ficou calado sem nem saber o que dizer diante tamanha cara de pau.
- Ah... - Styles justificou, parecendo desapontado. - mas você falou sweetheart…
- Sim, eu falei com o Liam. - já estava rindo a essa altura. Harry não tinha jeito e para provar tal ponto, a primeira coisa que ele fez quando ficou em pé foi abrir os braços para abraçar a menina:
- Mas eu sou o seu sweetheart, Orteguinha!
- Não foi você que me levou pra ver o homem da minha vida tocar, Hazza… - ela começou a andar pra trás, tentando se safar dele.
Enquanto os dois continuaram nessa brincadeira, Zayn que estava só prestando atenção em tudo, chamou Payne:
- Liam, sabe o que é engraçado? Você pagou caríssimo, foi para um show que você nem gosta só pra perder sua namorada pra um quarentão estranho.
Ao invés de fazer um escândalo ou mesmo ficar puto, o que era a intenção de Malik, Liam sorriu largamente. Aquele tiro iria sair pela culatra e só Zayn não percebeu:
- No caso, a sua prima vai ficar com o cara que tem idade pra ser o pai dela.
- Vai se foder… - o badboy xingou e saiu de perto do melhor amigo, indo atrás de para ganhar um pouco de atenção, já que ela estava distraída com Horan e . Kelso pareceu notar que o dono precisava de atenção e correu até o moreno com o rabo abanando alegremente.
- O que nós vamos comer? - perguntou assim que se deu conta de que não havia nada para se alimentarem depois de duas horas de um esforço contínuo para não colocar fogo na cara bonita de Zayn, ou amarrar para ela parar quieta com os benditos cachorros.
- Pizza!
- Hambúrguer!
- Cachorro quente!
- Pipoca!
- Que tal a gente sentar e pensar direito até chegarmos a uma decisão? - sugeriu depois de dez minutos da gritaria que era quando todos decidiam falar ao mesmo tempo. As vozes de e Liam eram as mais altas porque eles discutiam sério sobre o jantar.
- Nós precisamos comer ainda essa semana sabe, loira… - Zayn falou impaciente. Se alguém naquele quintal tinha coragem de entregar nas mãos de uma decisão daquelas.
Todos estavam famintos e até a comida chegar, já teriam matado uns aos outros. Porque as coisas naquele grupo funcionavam assim, selvagens e primitivas.
- Você não cansa de ser chato? - Hilton revirou os olhos. Sendo sincera? Ela sempre se segurava pra não rir quando Malik começava com essa mesma ladainha.
- Eu canso de esperar, no caso. - o rapaz respondeu aborrecido e se afastou.
- Você tem que aprender a hora de calar a boca, Zayn. - Liam avisou assim que o melhor amigo parou ao seu lado. - E quando você vai dizer qualquer coisa para a sua namorada que não seja um elogio, esse é o momento.
Finalmente as barracas estavam sendo montadas, já que Payne resolveu ignorar e parar de discutir, e como eles haviam decidido dormir em duplas, reduziu-se pela metade o trabalho. E a fogueira foi montada e acesa por e Orteguinha, com Harry sentado ao lado delas enquanto ouvia a irmã contar uma fofoca.
realmente ficou responsável pelo jantar e apesar das brincadeiras idiotas de seu namorado, ela sabiamente pediu duas porções de batata no tamanho família e três pizzas gigantes nos sabores que Meester escolheu depois de proibir todo mundo de dar palpite sobre qualquer coisa relacionada a comida.
Louis e sumiram e ninguém fazia ideia de onde estavam, mas se fossem procurar os encontrariam no carro de Niall, que era o mais confortável e espaçoso para um casal que precisava de privacidade para terminar de assistir o jogo do Bayer contra o Arsenal. A melhor parte é que Buddy estava deitado à porta do carro onde sua dona estava.
- Eu vou te ensinar um truque, cara. - Niall falou, empurrando com os pés, um gancho na terra. Já que Harry estava com a irmã e , ele foi ajudar Liam. - Você não pergunta aonde ela quer ir comer, fala assim "adivinha aonde eu vou te levar para comer hoje!" e aí você leva ela para o primeiro lugar que ela chutar.
- Aonde você aprendeu isso? - o moreno quis saber porque aquela era uma dica de ouro. Vai que existia um livro com outros ensinamentos sagrados?
- O George me ensinou. - o irlandês disse e uma expressão de "como eu não pensei nisso antes" se formou nas faces de Payne e Zayn.
A organização do acampamento correu tão bem quanto poderia e quando a madrugada chegou, apenas alguns ainda resistiam ao pesar do sono e da comida.
- Eu sei que não tem nada a ver com o momento, mas quem vai ao baile dos Carringtons sábado? - Horan quebrou os dez minutos de silêncio em que eles estavam vivendo. O sono havia pegado a loirinha que tinha o cabelo grande e loiro amarrado em uma trança para evitar que o garoto morresse sufocado no meio da noite, entre os dois estava Kelso, que insistia em morder o chão da barraca, procurando uma forma de encontrar a grama que estava embaixo do tecido fino, porém muito resistente para seus dentes de bebê.
- Como assim? A pergunta certa seria: quem não vai? - Louis estava deitado de barriga para cima, com as mãos embaixo da cabeça e ele observava o céu estrelado com a metade do seu saco de dormir para fora da barraca, deixando que Buddy se aconchegasse ao seu lado bem quietinho.
- Eu não vou poder ir. Nós temos um jantar para ir sábado, lembra Zayn? - , que quase dormia, falou baixinho.
O cachorro poderia dormir com eles, mas a regra dos dois era: nada de Kelso na cama. E o cachorro alegremente aproveitou a primeira oportunidade para sair de perto de seus donos ingratos e ficar com quem lhe mimava.
Malik ignorou a conversa dos meninos e prestou atenção na sua loira:
- Você não pode ir sozinha?
- Eu poderia, mas você me deve uma desde que subornou minha governanta para ela mentir sobre as caminhadas com o Kelso. - ela abriu os olhos.
- O quê? - Okay, Zayn não estava esperando por essa. - Quem te falou isso?
- Ela mesma. Ficou com a consciência pesada e veio me devolver o dinheiro. - havia ficado puta quando a mulher veio conversar com ela, ficou brava com Malik e a sua mentira besta, mas decidiu esperar até pensar em uma solução boa para lidar com aquilo.
Eis que surgiu esse momento não planejado, porém eficazmente favorável para trazer o assunto à tona.
- Ai meu Deus… - o menino queria chamar a mulher de estúpida, mas agora ao rever o plano todo ele se sentia envergonhado por ter feito isso.
A loira então se aproximou para dar um beijinho de boa noite:
- Então você passa para me buscar as oito, okay?
Zayn não passou às oito.
Nem às nove.
A festa começou e a menina só chegou a tempo porque os irmãos Styles feat Niall foram buscá-la.
Era engraçado como até brava, era mais contida do que nos seus dias mais felizes. Enquanto a ruiva era capaz de acabar com a vida de alguém enquanto desfrutava de um delicioso sorvete na casquinha, a única filha dos Hilton foi criada para jamais, em hipótese alguma, descer seu nível de palavras ou alterar a voz de maneira que acabasse perdendo a própria dignidade.
E embora nunca houvesse discordado dos inteligentes conselhos de Carol Hilton, naquela maravilhosa noite de sábado ela se questionava por que diabos sua mãe tinha que estar sempre certa! Seria tão mais fácil ir atrás de Malik apenas para socar ele na cara! Se ela tivesse apenas um pouco menos de juízo...
- Eu espero que o Zayn tenha se envolvido em algo muito sério ou eu vou socar a cara dele assim que eu ver aquele rostinho mentiroso...
- Calma , - riu – ele deve ter uma boa explicação pra esse atraso...
- , a única explicação justificável pra um atraso desses é se ele estiver em coma em um hospital, ou salvando o mundo. - a loira falou com as bochechas vermelhas, seus braços cruzados indicavam sua tensão. - Se ele abrir a boca e falar qualquer coisa diferente disso, puna-o.
- E se ele mentir? - a herdeira Hilton quis saber. Apesar de todo aquele sentimento ruim que debatia dentro de seu peito, a conversa absurda com a deixava muito mais relaxada e auxiliava-a a não pensar muito na mancada do rapaz naquela noite.
- Se ele aparecer aqui já seria uma mentira porque pessoas em coma estão em hospitais e todo mundo sabe que o Zayn é egoísta demais pra tirar a bunda magrela da cama para ir salvar o mundo. - Styles revirou os olhos e as duas riram.
estava muito animada para a festa, várias colegas de profissão estariam ali e ela contava com um bom tempo. Mas tão logo ela percebeu que Zayn não ia aparecer, a animação foi minando pouco a pouco até se tornar em apenas uma existência monótona.
A princesinha Styles estava feliz e conheceu a metade das pessoas que trabalhavam com , a cada conversa ela só se sentia mais e mais orgulhosa de ser amiga de um ser humano tão maravilhoso. De sua boca só saíam elogios também e poderia ter certeza de que ao fim daquela noite, todos saíram dali impressionados com a sua tímida personalidade.
Niall passou a noite toda com Harry e os dois, como bons homens compromissados, evitaram as belas senhoritas solteiras que deslizavam graciosamente pelo salão e foram sentar-se junto a uns tios velhos que entendiam muito de negócios e trocariam suas fortunas por um pouco da atenção de um adolescente disposto a ouvi-los.
Harry foi o primeiro a perceber que Zayn não iria aparecer. E o pior de tudo é que ele sabia onde o amigo estava, sabia também que ele havia esquecido o telefone propositalmente para não encarar os problemas que a sua omissão causaria.
- Qual é o problema do Zayn, hein? - o cacheado perguntou em voz alta, após alguns momentos de considerações pessoais enquanto observava conversar com sua irmã.
Ele também sabia que Malik andou subornando algum funcionário da casa Hilton porque esqueceu de levar Kelso para caminhar. Esqueceu porque estava chapado demais para levantar do chão do quintal dos Tomlinson.
- Eu não sei… - o irlandês sentia-se realmente mal com a situação. era sua melhor amiga e Malik não a merecia. - Acho que a beleza corrompeu ele.
- E cadê o Liam pra mandar aquele idiota pra cá? - ainda observava sua irmã e a amiga, falava demais e assentia e sorria.
Como alguém legal como a Hilton acabava com alguém egoísta como Zayn? Tudo bem que o badboy havia sido legal com ela, como Styles nunca viu o amigo sendo com outra garota e atribuiu a atitude gentil ao fato de que Malik tinha um mínimo de respeito pela menina que cresceu com eles.
Harry não estava errado. Zayn respeitava e nunca cogitou desmerecer todo o bom tratamento que a menina merecia. Entretanto, mais do que a questão "O que merece", ele sempre priorizou as próprias vontades e colocou seu conforto acima de tudo.
Abrir mão não era algo ao qual Malik estava acostumado, mas logo aprenderia que não seria possível manter um relacionamento se os dois não soubessem que em certos momentos é necessário abrir mão de seus desejos para priorizar as necessidades do outro.
- Não é obrigação dele ficar empurrando o Zayn para os compromissos. - Horan deu de ombros. Lembrava-se muito bem de quando conversou com a loira sobre o relacionamento inesperado dela e do moreno, e também recordava-se de quando falou que não iria interferir em brigas futuras do casal.
Hoje eles teriam sua primeira grande briga, obviamente. E o irlandês estava muito feliz por ter avisado desde o princípio que não iria se envolver (mesmo que ele planejasse contar para Conrad se Zayn um dia quebrasse o coração de sua melhor amiga), porque agora que a bomba estava armada, ele queria correr pra bem longe daquela confusão.
- Você viu como ela ficou com vergonha quando tiraram o nome dele da mesa?
- Ela não devia ficar com vergonha, devia ficar puta. - Niall só podia imaginar como ficaria chateada se ele fosse irresponsável assim.
Okay, ele nunca faria algo tão irresponsável assim deliberadamente. Mas digamos que eles estão em uma realidade paralela aonde o garoto simplesmente a abandona em um compromisso que prometeu participar, ou a princesinha Styles nem sentiria sua falta (essa era a opção mais provável, segundo o pensamento ingênuo dele) ou teriam a briga do século a cada vez que ele fizesse a mesma coisa.
Além do mais, essas festas não eram tão ruins! Havia comida boa, bebida boa, pessoas divertidas e todas as grandes fofocas que abalavam e movimentavam a alta sociedade nasciam nesses jantares.
- Já imaginou se o Tommo faz isso com a louca da ? - Styles arregalou os olhos, rindo só de imaginar a fúria da ruiva sobre o amigo.
Aquele casal era tão explosivo, que o moreno nem fazia ideia de como funcionava aquele tipo de relacionamento. Sua era mal humorada? Era! Mas também era a criatura mais carinhosa quando não estavam ao redor dos outros oito idiotas. Agora Westwick, Louis nunca comentava sobre algum ato carinhoso da ruiva e tudo o que ele visualizava sobre o casal era: a garota e seu melhor amigo jogando videogame a tarde toda e ela quebrando alguma coisa toda vez que perdia.
- Ela ia atrás dele até no inferno só pra dar uma surra no coitado. - Niall riu também, apostando todas as suas cartas em , caso houvesse um confronto físico entre o casal.
Tomlinson era mais forte, mas era mais louca. Muito mais.
- Com certeza ela faria isso… - Harry assentiu levemente, balançando a cabeça para dispersar a imagem da ruiva quebrando um console na cabeça de Louis.
- O Zayn merece uma surra. - Horan afirmou, repetindo as palavras que o cunhado falou em algum momento da conversa. Sua gravata frouxa ao redor do pescoço e as mangas da camisa azul-bebê dobradas até os cotovelos o dando um ar bagunçado, porém charmoso.
- A não está com ele? - o cacheado perguntou na esperança de que a resposta fosse positiva, já que era sempre fácil localizar a ruiva em uma festa. Ela falava alto e tinha cabelos vermelhos, isso era o suficiente para que qualquer pessoa soubesse aonde a menina estava.
- Eu acho que eles estão lá, mas ela não deve ter o visto ainda. - o irlandês prestava atenção em , que o viu e lhe lançou uma piscadinha enquanto arrastava ao seu lado em uma busca por seu tutor que estava ali, em algum lugar e precisava ser apresentado à .
- Quer dizer que o bosta está se escondendo do furacão Westwick? - o outro rapaz arqueou as sobrancelhas, se inclinando para trás com a cadeira e cruzando os braços.
- Acho improvável. Ela foi lá em casa falar com a hoje a tarde e falou que ia ficar tão bêbada que ia esquecer o próprio nome. - Niall praticamente repetiu as palavras ditas pela ruiva.
O casal estava na casa dos Horan, a menina usava só de roupão e chinelinhos porque a esteticista havia saído há pouco dali e a garota ainda sentia-se relaxada da massagem de duas horas que recebeu, quando chegou sem avisar, acelerando a porra do carro como se estivesse em uma corrida de rua.
Ela era assim, dirigia bem, mas matava qualquer um do coração com toda aquela velocidade. E apesar de subir as escadas sem avisar, e entrar no quarto de Niall sem avisar também, não pegou o casal desprevenido porque antes mesmo de entrar no perímetro da casa, eles ouviram o som do motor.
A visita não foi rápida, ela decidiu ficar ali até às oito e acabou que o irlandês não conseguiu sua tarde sozinho com a namorada e foi se jogar debaixo das cobertas enquanto as meninas ocupavam a outra metade da cama para conversar.
- Hmm… O Tommo conseguiu então… - Harry comentou casualmente, mas foi interrompido bruscamente pelo loiro:
- Shhhhhhhh para de falar!
- O que foi? - o cacheado olhou rapidamente para os lados, procurando sinais das duas loirinhas atrás dele. Mas não encontrou ninguém.
- Até essas taças têm ouvidos aqui, seu idiota. - Niall explicou o óbvio, respirando profundamente para que o coração desacelerasse aos poucos.
O rapaz revirou os olhos e tentou mais uma vez, se inclinando para frente e apoiando o antebraço direito sobre a mesa:
- Mas eu só ia comentar sobre ele e a
- Shhhhhhh! - dessa vez o irlandês se lançou sobre a mesa e tapou a boca do amigo com a própria mão.
- Sai Horan! Me larga! - desvencilhou-se das mãos dele, dando um tapa na cabeça do loiro assim que se viu livre. - Vocês deviam acabar logo com isso.
- O Zayn e o Louis têm que acabar com isso. Eu não fiz nada e não tenho nada a ver com essa merda toda. - Styles tirou o seu de reta, plenamente consciente de que se tudo viesse à tona, ele se daria tão mal quanto o badboy e Tommo por ter indicado as duas garotas.
- Tem sim. Você está namorando a Meester e tecnicamente ela devia estar com o Zayn. - o irlandês apontou. Se havia alguém que não tinha nada a ver com aquilo, essa pessoa era ele. Infelizmente, o pobre Nialler não foi embora junto com Liam e acabou aceitando investir dinheiro na aposta, mas ele não obrigou ninguém a aceitar aquilo e que esse fato ficasse bem claro para todos.
- Primeiro, nós não estamos namorando. Segundo, ela "deve" estar com quem ela quiser, com a melhor opção para ela, nesse caso, eu. - Harry revirou os olhos dramaticamente ao apresentar-se como o homem dos sonhos da adorável Srta. Meester.
- O Bennet não está muito feliz porque você está atrapalhando a brincadeira bizarra dele. - o amigo avisou.
Ele tinha ouvidos apurados e as conversas entre os garotos do capitão do time foram contidas antes que chegassem ao domínio popular, mas Sheppley acabou contando para o amigável Niall que Bennet quebrou um capacete contra os armários quando um dos jogadores comentou que a aposta havia acabado porque o Styles não iria aceitar participar daquele jogo.
Mas Harry não precisava saber disso.
- Foda-se o Bennet. Ele devia tentar parecer menos desesperado pelo dinheiro. - o cacheado zombou, subestimando a perspicácia de Jason.
- Sabe o que ele achou? Que você ia entrar e que ele ia conseguir triplicar os valores das apostas. - o loiro falou antes que percebesse que não deveria passar a informação que lhe foi confiada.
Às vezes parecia que as fofocas deslizavam boca a fora sem qualquer controle. E o mais inteligente a se fazer era não saber das coisas para não ter o que deixar escapar.
- Ele é idiota? Não existe desafio pra mim, até a Meester cedeu. - Harry se gabou com um sorriso arrogante. Quer dizer, ele estava apaixonado pela morena, mas não poderia negar que era uma conquista saber que ele, dentre todas as pessoas, conseguiu sua atenção (e o seu coração). E toda vez que o rapaz pensava nisso, se orgulhava por poder andar por aí de mãos dadas com a morena.
Ele tinha certeza de que Malik jamais conseguiria tal feito. Nem ele sabia como conseguiu!
- Nesse caso ele queria que você e o Zayn competissem para transar com ela na noite da nossa formatura. - Horan continuou, para o completo desgosto do amigo.
- Meu Deus, que nojo, esse cara é doente? O Zayn não vai transar com a ! Ele não vai tocar nela, de preferência. - exaltou-se um pouquinho.
- Você está vendo só no que nós estamos metidos? A cada mês que passa, isso só piora. Se as meninas descobrirem… - Niall sorriu enquanto o cunhado falava, mas o sorriso desapareceu quando ele disse a última sentença.
As coisas estavam indo bem para todos, como casais, como amigos e como um grupo. Ele se arrependia até a morte por ter participado da brincadeira, se é que podia chamar aquilo de brincadeira, mas nunca imaginou que sua melhor amiga estaria tão envolvida com essa aposta e agora se importava o suficiente com para saber que a loirinha ficaria desapontada com os meninos.
A cada dia que passava, só aumentava a seriedade da catástrofe iminente. Se elas tivessem descoberto na primeira semana da aposta, provavelmente aprontariam de volta. Mas agora, um ano depois, qualquer tentativa de explicação soaria cruel demais.
- Vamos falar com o Tommo e o Zayn essa semana. Se eles caírem fora, nós podemos deixar essa bagunça pra trás e ninguém nunca mais fala disso. - Styles assegurou, tão ansioso quanto Niall para acabar com aquele sofrimento.
- Ótimo. Agora liga pra sua namoradinha e pergunta se ela sabe do Zayn. - o irlandês deu dois tapinhas nas costas do amigo, aproveitando que um garçom passava com bebidas e pegando duas taças com champagne geladinho.
- Vai tomar no seu cu, seu irlandês safado. - o menino de cachos se levantou. - Vamos chamar as meninas para dançar.
- Mas eu não quero dançar… - Nialler murmurou contrariado. Ele tinha um bigode de espuma e isso era tudo o que ela queria para o resto da noite, mas como Harry não arredou o pé, ele terminou de tomar os champanhes e o acompanhou.
aceitou com grande prazer a oferta do namorado e no mesmo instante Horan esqueceu que não estava tão a fim de dançar. Repentinamente a ideia havia se tornado adorável!
- Eu vou pegar uma bebida, sabe. - suspirou, indicando o bar e esperando que Harry a liberasse da dança. Não sentia vontade de dançar, não com ele.
- Não agora! Você vai mesmo perder a oportunidade de dançar comigo? Comigo, que tenho os pés mais talentosos dessa cidade? - o rapaz deu um passo à frente, impedido a loira de seguir adiante com seu plano de não dançar. - Você acha que a herdou de quem os dons de dançarina?
- Da mãe dela? - arqueou a sobrancelha perfeitamente desenhada, Harry era tão bom contador de histórias como a própria .
A convivência entre irmãos estava arruinando o primogênito e todo mundo sabia disso. O garoto se tornava uma versão mais assustadora da caçula, que pelo menos recompensava os pedidos absurdos com sorrisos lindos.
- Para de ser cínica, . Eu passei todo o meu conhecimento para ela. - estendeu a mão para a Hilton, que aceitou mecanicamente e ambos caminharam até a pista.
Há uns bons metros dali, Niall e já estavam concentrados na própria brincadeira e era possível ouvir a risada da menina toda vez que o namorado a girava pela pista quadriculada.
- Vocês têm quase a mesma idade! - a loira argumentou, apoiando a mão esquerda no ombro de Harry quando os dois se organizaram na posição clássica daquela dança: a mão direita dele nas costas dela enquanto a mão esquerda segurava suavemente a mão delicada da amiga para conduzir a dança. Ele era mais alto que a menina e isso era incrivelmente notável.
- Ela herdou de mim o dom. - Styles era petulante quando queria. O moreno também notou a questão da altura quando começaram a dançar, mas o que concluiu foi: é estranho dançar com ela depois de se acostumar a dançar com a ou a .
- Vocês nem são parentes, Harry… - a garota começava a perceber que não era muito prático discutir com o amigo, principalmente quando ele falava um monte de coisas nonsenses. Decidiu seguir a regra de ouro para situações onde você não sabe o que fazer: sorria e acene.
- Nós somos sim. Eu sei que ela tem vergonha de mim, mas nós somos irmãos. A semelhança é evidente, não sei como vocês não perceberam ainda. - terminou a discussão e passou a prestar atenção total nos seus movimentos. Agora que havia dito que sabia dançar tanto quanto Ortega, precisava mostrar o seu melhor e ao menos não pisar nos pés da loira.
Dançaram mais alguns momentos em silêncio, quando suspirou cansada:
- Ele deve ter um bom motivo…
- Hã? - o primogênito Styles cerrou os olhos. O que diabos estava falando? Será que já estava bêbada demais?
- O Zayn. Deve ter uma boa razão para não ter aparecido. - percebeu que o amigo não entendeu e explicou após alguns segundos se decidindo se devia falar sobre isso ou não.
- Ahhh - assentiu e voltou a prestar atenção em sua irmã e Niall, que dançavam dentro do ritmo, o que surpreendeu muito porque nunca prestava atenção nas classes de boas maneiras.
- O que você acha que possa ter sido? - perguntou e soou mais melancólica do que pretendia. E nem se sentia melancólica, para início de conversa. Descontente, sim. Triste, nem tanto.
- Normalmente o fato de sermos homens já deveria justificar toda estupidez que fazemos. - Styles falou sério, mas riu assim que viu a expressão vazia da loira. Conseguia ser tão engraçado às vezes! - Mas, para não deixar esse climão horrível, eu vou chutar que ele tentou ir ao banheiro, mas acabou em Nárnia.
- Ou ele pode estar com o resto da Liga da Justiça, em outro planeta, lutando contra algum super vilão. - ela lembrou-se de como Zayn gostava de HQs.
Em alguns dias quietos, iam para a parte de trás da residência Hilton carregando telas, baldes, sprays e pincéis para Zayn e passavam à tarde ao ar livre enquanto o moreno pintava suas melhores impressões de suas HQs favoritas enquanto ela usava o celular, via um filme em seu notebook ou eles apenas conversavam.
- Ah não, isso não. O Zayn é preguiçoso demais para salvar o mundo. - Harry discordou e lembrou que mais cedo uma Styles lhe disse quase a mesma coisa.
- E que tal essa: ele viu um coelho e caiu em um buraco e agora está no País das Maravilhas, tentando voltar para nós. - a menina teve a brilhante lembrança do filme da Alice e riu porque aquele era o tipo de lugar psicodélico que o badboy se encaixaria muito bem, segundo ele mesmo e sua opinião tendenciosa para o "eu sou diferente".
- Essa é a mais plausível das nossas teorias, definitivamente. - o garoto concordou sério.
Era bom que estivesse de bom humor o maior tempo possível, quanto mais ela se divertisse, menos pior seria a discussão entre ela e Malik. E o tamanho da merda iria render um monólogo de dias!
- Você acha? - ela se fez lisonjeada. Se estivesse com as mãos livres, com certeza colocaria uma delas sobre o peito e faria uma cara afetada para completar o momento.
- Com certeza. - Harry continuou acenando veementemente com a cabeça.
Desde que começaram a dançar, os dois estavam sendo assistidos por Zayn, que havia acabado de chegar e estava um tanto aliviado por ver que a namorada não estava entediada em um canto do salão. E ele sorriu com o pensamento porque conhecia bem o suficiente para saber que ela não se impediria de uma boa diversão por causa de drama.
Sua cabeça ainda estava um pouco lenta por causa do baseado que fumou antes de finalmente vir atrás da loira, mas o rapaz estava suficientemente sóbrio para lidar com as consequências se sua irresponsabilidade.
Logo ele achou e Niall, se divertindo juntos e obviamente tendo um ótimo momento. Pensou em ir até o casal para saber o quão brava devia estar com ele, mas desistiu antes mesmo de fazer algum movimento para sair de seu lugar.
Quando a música acabou, Harry foi o primeiro a vê-lo e sua reação foi arregalar os olhos e falar por leitura labial "Meu Deus, ela vai te matar! Onde você estava? Vem logo falar com ela!", mas Malik não entendeu nada e quando o viu, ele estava com o cenho franzido, tentando ler os lábios de Styles.
- Olha só, o Zayn! Antes tarde do que nunca, não é mesmo? - Harry comemorou, arrastando a menina para fora da pista.
- Harry cadê o botão da sua camisa? - Zayn apontou para a camisa do cacheado, que estava com mais botões abertos do que a média regular exigida. Ele estava parecendo um filhote com o pelo todo bagunçado depois de brincar demais. - Oi loira.
- Eu esqueci ele junto com a sua pontualidade, amigão. - Styles sorriu sacana como só ele sabia fazer. A satisfação de ferrar com a vida de um amigo nunca se tornava antiquada. - Eu vou procurar minha irmã e aquele irlandês safado. Até mais tarde.
Os próximos cinco segundos foram como um pesadelo que nunca acaba. o observava em silêncio absoluto, esperando que ele começasse a explicar o que aconteceu naquela noite. Ele estava ainda a se decidir sobre como lidaria com a situação e só quando escolheu não abordar o problema diretamente, falou:
- Quer dançar?
- Não. - respondeu imediatamente.
O garoto sumiu a noite inteira, não teve a decência de avisar a ela ou a algum amigo o porquê do atraso e agora aparecia, no fim da festa, e a única coisa que tinha a dizer era "quer dançar"?
Ela estava sendo punida por algum crime? O que fez de tão errado para merecer uma noite dessas?
A pior parte estava sendo que ela nem conseguia demonstrar o quão brava estava. Se estivesse em seu lugar, já teria tomado aquela taça da mão dele e arremessado contra o chão, iria se esforçar para deixá-lo irado usando suas habilidades de ser cínica e petulante, provavelmente iria embora e o deixaria ali plantado sozinho, talvez fosse a única que também ficaria para conversar, não por querer resolver a situação mas só para deixar Liam desconfortável.
Há algum tempo ela disse algo sobre nunca ir embora e adiar a discussão só por estar brava. Era isso o que eles queriam, mais tempo para permanecerem em suas malditas zonas de conforto, e o contra ataque perfeito seria ficar ali e só sair quando eles também estivessem infelizes.
- Tudo bem. - Zayn deu de ombros e suspirou. A expressão do rosto dela não demonstrava nenhum sentimento de raiva ou irritação, era apenas um vazio e isso estava assustando o rapaz. - O que você quer fazer?
- Que tal conversar sobre como você apareceu aqui mais de cinco horas atrasado, não atendeu minhas ligações e não mandou uma mensagem explicando o atraso? - a loira propôs, embora seu tom de voz denotasse mais um comando a ser obrigatoriamente seguido do que uma simples sugestão.
- Você tem certeza que quer conversar sobre isso agora? Normalmente o protocolo é: você fica brava e me ignora por uma semana e só depois nós conversamos. - Malik pareceu ficar confuso com o pedido da namorada. Ele estava na expectativa de deixá-la em casa e só amanhã eles lidariam com seu atraso injustificado, afinal de contas, sua cabeça doía e ele nem tinha pensado em algo bom o suficiente para apresentar para a pessoa por quem ele se apaixonou, mas ainda sim não era capaz de agradar com algo tão simples como acompanhá-la em um jantar.
- Zayn, nós vamos conversar. Agora, se possível. - a menina ainda não entendia como o rapaz fazia piadinhas enquanto ela se esforçava tanto para não sair da linha ou perder o controle.
- Okay, senta aqui então. - Malik apontou para a mesa ao lado, indicando aonde os dois deveriam sentar e falar. Mas Hilton tinha outros planos:
- Não vamos fazer isso na frente dos meus colegas de trabalho! Meu professor de biologia está aqui!
- Que tal a gente ir comer alguma coisa e então conversamos? - o moreno propôs com a maior tranquilidade do mundo. Inclusive só agora ele percebeu que estava faminto e que esfihas eram uma ótima ideia para o momento.
Ele inclusive conhecia um restaurante árabe com serviço drive thru, o que era perfeito porque passariam para pegar a comida e comeriam a caminho de casa.
- Só me leva pra casa e a gente conversa lá. - estava bem perto de desistir dessa interação porque o garoto estava incrivelmente lhe levando na brincadeira e era óbvio que ainda estava chapado.
- Beleza, deixa eu falar com o pessoal. - Zayn sorriu para a menina e começou a andar na direção do trio, mas lembrou de algo no meio do caminho e virou-se - eu já volto!
Hilton meneou a cabeça e suspirou extremamente frustrada. Ainda sim, lembrou de ir atrás de sua cabeleireira, Jen, para se despedir porque teriam que continuar a conversa em outra oportunidade.
- Onde você estava à noite toda? - Horan perguntou assim que o moreno aproximou-se o suficiente para lhe ouvir.
- Na festa dos Carringtons. Eu perdi a noção do tempo e me atrasei.
- você sabe…
- Eu não estou falando com você até a próxima semana, Zayn. Você foi horrível e como todos sabem que a não vai ficar puta com você, eu vou ficar por ela. - a loira falou e Malik riu.
- Vocês já estão indo? - Harry viu a garota do outro lado, se despedindo de alguns conhecidos.
Ele achava tão estranho que não estava brava ou chateada. Isso era algo novo e muito diferente de tudo o que ele havia visto, definitivamente fora de sua alçada de conhecimento sobre relacionamentos.
- Aham. Vou levar ela pra casa e nós vamos resolver logo isso, infelizmente. Porque eu só queria ir dormir um pouco…
- Zayn, eis o problema: - Niall colocou a mão no ombro do moreno - você está assumindo que é bom o suficiente para ela. E você não é.
- Agora vai pedir desculpas pra ela antes que ela perceba que é muito melhor sem você. - princesinha Styles complementou sem dar o ar da graça.
- Até amanhã, pirralha. Se eu não der sinal de vida até as dez, amanhã podem começar a procurar pelo meu corpo. - o badboy ignorou totalmente o fato de que a loirinha estava tentando ignorar sua presença ali, e bagunçou o cabelo da menina.
- Para de drama. Isso só aconteceria se você estivesse namorando a . - Niall revirou os olhos. Ele estava atrás de , abraçando-a de maneira que os braços da menina estavam presos dentro de seu abraço.
Nenhum dos dois ficou bêbado demais e eles se divertiram como se estivessem em um encontro romântico, com direito a ela ganhar uma rosa linda roubada da mesa dos anfitriões do jantar.
- A Orteguinha tem cara de quem é cruel assim também… - Harry ponderou, seu olhar distante entregava que ele estava criando um cenário de briga de casal só para visualizar como a caçulinha do grupo se sairia.
- Ela é minha prima, idiota. - deu um soco no braço do cacheado, tirando-o de sua realidade virtual ridícula.
- Vai embora Malik! Você tem que arrumar uma desculpa muito boa para a não te chutar antes que vocês cheguem em casa.
O caminho para casa dos Hilton foi tão quieto que o barulho do motor do carro se tornou ensurdecedor. escolheu não conversar e Zayn se concentrou em dirigir sem sequer ligar o rádio, o que dias depois foi retomado em uma conversa casual e os dois chegaram à conclusão de que o rádio desligado só tornou tudo mais dramático.
Só quando estacionou em frente a porta de entrada da residência, finalmente falou:
- Onde você estava Zayn? - suspirou cansada.
- Eu passei na casa Carrington e perdi a noção do tempo. - foi honesto e pela primeira vez na noite sentiu-se um grande merda.
- Por que você não me mandou uma mensagem falando que ia se atrasar? Como você perdeu a noção do tempo em cinco horas? - se virou no banco, de maneira que ficasse de frente para o rapaz, ele continuou olhando para o movimento contínuo e repetitivo do para-brisa que lutava contra a garoa que embaçava os vidros do carro.
- Não sei . Eu acho que fiquei irritado porque você achou que eu deveria ir só porque você queria.
Como ele estava conseguindo soar cada vez mais burro???
- Mas eu não queria que você fosse por isso! - a loira arregalou os olhos, no que provavelmente foi o ápice de seu exaspero. Estava acirrada a competição entre o que era pior: ele não ter aparecido por causa de uma má interpretação, ou ele ter reagido tão bruscamente mediante algo tão pequeno.
- Eu sei! Mas nós conversamos na e pareceu que eu deveria ir como uma punição por não ter levado o Kelso para passear… - ele continuou repetindo a mesma história, que era no mínimo infantil e boba. Se os meninos soubessem disso algum dia, nunca mais lhe deixariam em paz.
- Não era uma punição Zayn! - falou completamente mortificada e impaciente - Se houvesse uma punição, seria por você ter subornado os empregados do meu pai, Zayn. E eu queria que você viesse porque você é meu namorado e casais saem juntos. Só por isso.
- … Eu não sei o que dizer…
- Sendo sincera, eu não sabia que você esperava algo tão baixo de mim. - a loira balançou a cabeça, desapontada com suas próprias conclusões sobre as motivações gerais que levaram o namorado a agir tão sem noção.
- Não, não. Não é sobre você, - Malik estendeu a mão e pegou a mão da loira - eu é quem baguncei tudo.
- Você está tão acostumado a fazer as coisas só para contrariar o seu pai, que acaba fazendo o mesmo com os outros e nem percebe. - soltou-se e cruzou os braços, falou o que pensava com uma honestidade que o rapaz não esperava.
- Eu não faço isso com os outros. - contestou no mesmo instante, discordando daquela acusação ridícula. Tudo bem, ele não era a pessoa mais generosa da cidade, mas dizer que ele vivia para contrariar Yaser era a maior merda que ele ouviu naquela noite.
- Você fazia isso com a . O tempo todo. Só parou quando ela começou a namorar o Liam e você ficou com ciúmes. - Hilton percebeu que ele não concordou e para provar seu ponto, citou o caso mais evidente.
O menino preferiu mudar o assunto da conversa, afinal de contas, era menos excruciante ter que pedir desculpas para a namorada do que entrar na questão "Como Meu Melhor Amigo Foi Um Filho Da Puta E Seduziu A Minha Prima":
- Olha, isso não vai acontecer de novo. Você tem a minha palavra.
- Tudo bem. - ela concordou, jogando o momento para o fundo de suas memórias. Se ela permanecesse mastigando a chateação, seria a única a sofrer com isso e agora tudo o que poderia fazer é esperar para ver.
- E, para compensar você ter vivido essa noite horrível… - Malik sorriu daquele jeitinho que poderia fazer qualquer um esquecer o pior dos problemas só de olhar para ele.
- Minha noite não foi horrível, Zayn. - Hilton o interrompeu pelo simples motivo de que ela havia se divertido sim. - eu me diverti bastante.
- Não precisa mentir pra mim, loira. Eu sei que você deve ter ficado a noite toda sentada, chateada comigo. - o rapaz era completamente cético sobre a visão de diversão de , mas porque estragar o momento, certo?
- Quando você chegou eu estava fazendo o que mesmo, baby? Ah sim, dançando! E as pessoas dançam quando estão felizes. Mas me diga o que você vai fazer para compensar a sua atitude horrível. - revirou os olhos castanhos e riu da arrogância daquele merdinha bonito que era o seu namorado.
- No próximo mês eu vou acompanhar você em todos os seus eventos, você querendo ou não. - ergueu as duas mãos em comemoração enquanto oferecia seu corpo e alma à disposição da sua dama.
Mas tudo o que fez foi juntar as sobrancelhas, em uma expressão desorientada:
- Isso não era pra ser um pedido de desculpas?
- E é. - Zayn acenou com a cabeça, ainda na espera de que ela ficasse muito feliz e agradecida pela sua generosidade.
- Então você não pode falar "querendo ou não", parece mais que você me ameaçou.
- Não foi uma ameaça, está mais para uma promessa fervorosa. - ele piscou sem vergonha e então fez uma sugestão que já rondava sua cabeça há alguns minutos: - Agora, eu acho que nós devemos voltar e comer uma esfiha quentinha porque eu estou morrendo de fome e nós não passamos nenhum tempo juntos hoje.
Sim, ele estava pensando em comida enquanto os dois tinham uma discussão em andamento.
- E eu acho que a minha noite acabou por aqui. Meus pés estão doendo e amanhã cedo a vem pra cá para nós testarmos uma máscara nova. - explicou seus planos para o dia seguinte e segundo seus cálculos, ela tinha menos de quatro horas para tirar a maquiagem, tomar banho e dormir antes que Kelso entrasse como um desesperado em seu quarto, batendo em todos os móveis possíveis antes de chegar na cama da dona.
O casal inclusive já havia cogitado levar o bom garoto ao hospital para descobrir se ele tinha algum desvio que fazia com que perdesse a noção de espaço. O bobão parecia não enxergar nada além de seus alvos (normalmente os seres humanos e seus brinquedos), uma vez eles estavam no quintal e Zayn chamou Kelso até onde ele estava e o cachorro foi e caiu na piscina porque pensou que seria mais rápido correr em linha reta do que fazer a volta pelo buraco azul GIGANTE entre ele e seu dono.
- Não conte com isso, a ruiva não vai levantar antes do meio dia e isso é uma certeza. - Ah sim, Malik sabia muito bem porque a amiga não iria aparecer: beer pong, esse era o único motivo. E também o fato de que ela era muito boa no jogo e já tinha tomado pelo menos uns doze copos de cerveja com resquícios de grama que vinham na bolinha que caia no chão toda vez que alguém errava.
- Interessante… Se isso for verdade, vai ser a segunda vez que eu vou ser enganada em menos de vinte e quatro horas! - ela fez um biquinho engraçado enquanto fazia piada de sua própria sorte.
Malik olhou para a namorada completamente desacreditado de seu comentário irreverente. Ele adorava e ganhava o dia quando a loira fazia essas coisas:
- Como você é perversa, Hilton.
- Tchau Zayn! - Hilton tentou abrir a porta, mas o moreno segurou em seu braço e quando ela virou, foi surpreendida com os lábios dele chocando-se contra os seus.
sentiu a essência do cigarro que ele fumava quando suas línguas encontraram-se , o cheiro de festa estava impregnado em toda a roupa de Zayn, enquanto ela ainda emanava o agradável perfume que aplicou antes do jantar.
Quando se afastaram, Malik precisou reconhecer que estava cada vez mais difícil ter que dizer adeus e deixá-la para trás quando ele poderia ficar e provar cada centímetro da pele perfeita dela, emaranhar seus dedos entre os fios quase brancos e dar a ela todo o prazer que era possível.
Todavia, mais uma vez tudo o que ele pode fazer foi olhar enquanto ela se afastava com um sorriso tentadoramente lindo.
- Até amanhã, loira.

OOO

Niall estava tendo um momento maravilhoso de paz, acabara de voltar de uma tarde de golfe e agora planejava convidar a namorada para vir jantar em sua casa, os dois provavelmente iriam jogar um pouco, transar e depois assistir TV nus e abraçados até adormecer.
Mas ele ainda estava tirando a roupa do golfe quando o furacão chegou em sua casa e com uma só frase acabou com a sua noite:
- O papai está na cidade! - ela adentrou o quarto totalmente eufórica e jogou a mochila no canto do quarto enquanto procurava por Niall, que estava parado na porta do closet, com as sobrancelhas juntas e aquela expressão de quem não estava entendendo porra nenhuma.
- Ah não… - ele gemeu, batendo a cabeça repetidamente contra o umbral da porta.
- Você vai poder conhecê-lo finalmente! - continuou sua conversa animada, procurando o celular para mandar uma mensagem para seu paizinho, avisando que estava na casa do N-A-M-O-R-A-D-O.
Niall entrou de volta no closet para procurar um shorts e uma camiseta confortáveis, foi atrás dele e a lamúria não parou por ali, a cada passo que ele dava, uma lamentação nova era proferida:
- Eu não quero conhecer mais um pai seu… Meu Deus, eu vou ter que passar por esse trauma todo mês? Quantos pais você tem, baby?
- Para de ser pessimista! Ele está ansioso pra te conhecer. - princesinha Styles riu e guardou o celular, esperando que o namorado terminasse o drama logo para ela poder passar a agenda do dia seguinte.
- Eu posso dizer o mesmo, só que eu estou ansioso pra ele ir embora e não ter que vê-lo, é claro. - Niall continuou resmungando, a toalha felpuda sobre o ombro e a roupa jogada em cima da cama.
- Niall, a gente só vai sair com ele uma noite. Para com esse pessimismo, - ela o perseguiu até o banheiro carregando a roupa que ele deixou no quarto e sentou ao lado da banheira enquanto o irlandês entrava debaixo do chuveiro. - Sabe, tem aquele ditado que diz "quando a vida te dá limões…
- O seu pai não é um limão, é um mafioso russo que vai me maltratar mais do que a Sra. Ortega maltratou o Payne! - o loiro interrompeu imediatamente, colocando a cabeça para fora do box.
- Bobagem, ele trouxe uma vodka pra você. Isso é um bom começo, e não esqueça de convidar ele pra tomar a primeira dose com você. Ele vai te amar. - falou, distraída com as mensagens que não paravam de chegar no grupo do teatro.
O pessoal andava eufórico com a nova representação que eles estavam estudando. Um só texto com quatro personagens e a turma toda recebeu o mesmo conteúdo em uma competição cansativa em que os melhores iriam ter a oportunidade de massacrar os medianos.
Dez minutos depois Horan saiu do banho, sua cara era pura derrota porque ele sabia que iria conhecer o segundo sogro, gostando ou não da ideia:
- Eu não quero jantar com o seu pai. Tudo o que eu queria é pedir comida e ficar com você. - ele enrolou a toalha na cintura a tempo de pegar no ar a sua boxer, que jogou sem avisar, por sinal.
- Quem disse que nós não vamos fazer isso? - ela levantou e passou os braços ao redor dele, absolutamente tranquila em ser molhada pelas gotinhas de água que respingavam de seu cabelo.
- Nós vamos? - Niall se entregava tão fácil quando estar ao redor de . Agora por exemplo, ele já havia esquecido toda a história de ter que conhecer o Sr. Koch e tudo o que seus olhinhos azuis enxergavam era o sorriso cativante e os olhos verdes cheios de vida.
- Claro, baby. Nós só vamos ver o papai amanhã, quando formos almoçar com ele. - ela avisou, ficando na ponta dos pés e enrolando os braços ao redor do pescoço do garoto.
- Oh porra… - Horan murmurou contra os lábios da namorada, desistindo de argumentar e preferindo se divertir um pouco.
Ela podia sentir o cheiro refrescante do sabonete que ele usava e ofegou surpresa quando Niall a colocou contra a parede. Suas mãos exploravam avidamente o corpo do namorado enquanto se deliciava com o aperto do toque dele contra si, e não demorou para que Horan perdesse a paciência e agarrasse os fios loiros da menina, forçando-a a erguer o rosto para que conseguisse aprofundar o beijo.
- Baby, a porta. - a princesinha Styles lembrou, inclinando o rosto para o lado, na tentativa de fazer Niall lhe ouvir. Mas tudo o que o irlandês fez foi descer o beijos através do maxilar dela, descendo cada vez mais enquanto seus dedos habilidosos adentravam pela blusa dela.
Duas horas depois, deitados na cama macia, abraçados por cobertas quentinhas e confortáveis, os dois haviam esquecido completamente do problema "o segundo pai". E quando Niall finalmente criou forças para levantar, até considerou que a ideia de conhecer o segundo sogro não era tão ruim assim.
O único problema é que ele estava completamente enganado.
O almoço foi uma merda. Para começo de conversa, Russel era gigante. Sério, ele devia ter quase uns dois metros, até Harry parecia normal perto dele e todo mundo sabe que o Styles já era mais alto do que a média. Isso significava que o pai de poderia esmagar Niall como a uma formiguinha.
O segundo grande erro daquele momento era Harry estar ali. O que diabos aquele idiota estava pensando? E para completar o cenário caótico de sua vida, não só Styles estava ali, Louis, e também se juntaram para assistir o fim de sua existência.
Para fechar o desastre com chave de ouro, Russell odiou Niall com todas as forças. E o sentimento só não foi recíproco porque o irlandês sentia medo ao invés de raiva.
- Irlanda, você veio! - levantou do divã púrpura em que ela estava deitada, segurando uma taça pela metade de vinho.
- Por que eu não viria? - Horan respondeu enquanto observava o ambiente extravagante. A casa que o homem alugou para a semana era no mínimo esquisita, carregada demais, muitos quadros, muitos móveis, muito dourado e muita extravagância.
- Porque eu apostei cem que você não viria, seu idiota. - Harry se aproximou da dupla que conversava, também segurando um copo com bebida. Mas ao invés de vinho, ele estava servido de uísque.
- Vocês também passaram pelo segurança que é do tamanho do carro do Liam? - veio logo atrás do Styles, parando bem em frente ao irlandês para arrumar os botões desalinhados da camisa dele. Ela cansou de se perguntar como o melhor amigo se criara tão desleixado.
Depois que ficou satisfeita em vê-lo propriamente arrumado para conhecer o segundo sogro, ela caminhou até uma mesinha de canto e pegou sua taça com vinho.
- Quando eu cheguei, tentei ser legal com ele, mas agora eu acho que aquilo é só um robô. - Harry deu de ombros. Ele normalmente era a pessoa mais educada do mundo, fora da Eton, mas não podia fazer muita coisa se a outra parte da conversa era uma estátua brava.
- Por que vocês estão aqui? - Niall cerrou os olhos, preparado pra ouvir um monte de desculpas esfarrapadas e mentiras descaradas.
- Bom, já que a viajou e só levou os favoritinhos dela, e vocês dois iam se ocupar, nós decidimos nos convidar para almoçar aqui e o Harry conhece o Russell, então foi fácil avisar que nós iríamos nos juntar a vocês. - Westwick sentou na ponta do divã, piscando lentamente. Ela já estava bêbada e nem tinham almoçado ainda!
- A já sabia disso? - o irlandês perguntou só a título de confirmação, porque era alta a probabilidade de saber sobre esses "adicionais" ao almoço.
- Com certeza. - acenou positivamente. Ela já estava com as bochechas coradas e os olhar estava mais relaxado, na típica fase do bêbado social. Aquele estágio que te deixa mais perceptível e descontraído, porém completamente consciente de qualquer ação.
- Droga.
- Eu estou aqui pela bebida de graça. - Harry falou após alguns momentos de silêncio.
Com o final de novembro, o aniversário da caçulinha do grupo chegou e ela ganhou de presente dos pais um fim de semana em Dubai, em um resort que eles visitaram no semestre anterior. Zayn ganhou com esse presente, já que seria o acompanhante da prima e acreditem, ele esfregou isso na cara de Liam durante a semana inteira. Acabou que Liam e , os respectivos namorado e a melhor amiga de , compraram por conta as passagens e fizeram reserva no hotel também para acompanhar a menina.
ficou abandonada na cidade e bem frustrada porque esse era um daqueles raros fins de semana que ela tinha o tempo inteiro livre de qualquer compromisso, e os planos que fez para sair com Malik precisaram ser cancelados já que ele arrumou uma mala às pressas e saiu tão rápido que parecia estar fugindo.
Harry não se sentia tão abandonado assim. É óbvio que ele se ofereceu um milhão de vezes para ir, mas acabou ficando para trás porque sua condição para ir era se ele e Meester ficassem no mesmo quarto e a morena foi firme em afirmar que ela dormiria com e Liam ficaria com Zayn. Seu fim de semana mudou da água pro vinho quando ele ficou sabendo que o outro pai de estaria na cidade, e ele fez questão de avisar à Louis para que eles não perdessem um encontro com o homem.
No fim das contas, Louis estava ali porque Harry o convidou, foi junto porque ela e Tommo haviam se tornado um pacote só, e foi porque Niall ligou desesperado para que ela o acompanhasse.
- NIALLER! - Louis desceu as escadas de braços abertos, recebendo o amigo como se estivesse em sua própria casa. Logo atrás dele, vinham Russell e . E ao que tudo indicava, o filho da puta Tomlinson havia conquistado a simpatia do homem.
- Puta que pariu… - Niall murmurou entre dentes, o sorriso congelado parecia mais uma máscara de horror e os olhos azuis arregalados completavam o momento do coitado.
- Papai, você vai finalmente poder conhecer meu namorado! - desceu a escada aos pulinhos, parando onde os amigos estavam.
- Qual deles, querida? - O Sr. Koch olhou entre Louis e Niall. olhou para Louis rapidamente, procurando uma explicação para a pergunta do russo doido. Tommo e ela haviam chegado JUNTOS E DE MÃOS DADAS!
- Esse aqui, papai. - riu, puxando Horan pela mão. - Esse é o Niall, Niall Horan. Baby esse é o meu pai Russell.
O movimento pegou-o de surpresa, ele tropeçou e só não deu uma de Anastasia Steele e caiu de quatro no chão porque a barriga de seu sogro serviu de travesseiro para sua cabecinha loira.
- Ah. - o homem não fez questão de disfarçar seu desapontamento ao ver o rapazinho em camisa polo, como um perfeito aristocrata de merda.
- É um prazer conhecer você, Sr. Koch - o irlandês pigarreou, extremamente constrangido porque ele conheceu a barriga de Russell antes mesmo de ver a cara dele. Na verdade, ele preferia não ter nunca que meter o nariz ali, mas a vida era injusta e ele só estava começando a ter uma péssima tarde.
- Seja bem-vindo à minha casa, Niall Horan. - Russell disse a muito contragosto. Ele fazia de tudo para fazer sua única herdeira muito feliz, mas não se sentia na obrigação de ser legal com o namorado da filha.
O mais velho sempre esperou que a menina fosse arrumar um namoradinho, principalmente porque ela era a garota mais bonita da Europa, em sua modesta opinião, mas sempre esperou alguém mais… importante! Ou pelo menos mais apresentável.
Aquele irlandês parecia mais um filhote tonto do que um cara que tinha responsabilidade para proteger sua cria. Nem o sangue quente dos irlandeses corria nas veias do britânico de merda.
É claro que ele jamais falaria sua opinião para , magoá-la estava fora de questão. Mas que iria ser difícil aceitar aquela coisinha insignificante como genro, isso era uma certeza. Ele até pensou em não dar a garrafa de vodka que mandou preparar para o rapaz, mas também pensou que precisaria ficar muito bêbado para ser pelo menos sociável com ele.
- Você acredita que eu vou poder atirar nos alvos que o Russell tem lá atrás? - Louis decidiu tomar a palavra. Estava esperando por esse momento desde que o homem falou que lhe entregaria uma arma, e com sorte todos almoçariam logo para a verdadeira diversão começar (como se embebedar-se num sábado de manhã não fosse divertido o suficiente).
- O que são os alvos? - também estava mais desinibida e por isso participava da conversa com mais frequência, abandonando o posto de observadora que ela sempre tomava quando estava em novos ambientes e interagindo assiduamente.
Uma pena Zayn não estar lá para ver aquele momento glorioso de sua namorada bêbada em uma manhã de sábado.
- Irlandeses covardes. - Tomlinson respondeu a pergunta de , mas seus olhos estavam focados em Niall, que engoliu em seco. A resposta era completamente descabível, mas ele não se dava ao direito de baixar a guarda.
- Para de mentir, Lou. - riu descontraída, seu braço estava enganchado no braço do irlandês e Russell estava logo do outro lado. - Nós já podemos almoçar, papai?
- Claro, querida. - o Sr. Koch concordou assim que conseguiu parar de encarar os braços magrelos do genro. Sua vitalidade habitual voltou à tona quando ele se referiu aos adolescentes: - Quem está com fome?
- EU! - levantou em um pulo do divã. Sua taça estava vazia e uma gota solitária voou no rosto de Louis, que pensou se tratar de um inseto lhe incomodando.
- Graças a Deus! Eu estava morrendo aqui! - Tommo passou o braço sobre o ombro da ruiva, concordando solenemente.
- Ótimo, porque eu fiz um churrasco no melhor estilo americano só por causa de vocês! - o pai de anunciou, guiando as crianças por entre outras salas extravagantes até chegarem na parte de trás da casa, onde eles almoçariam e passariam o resto da tarde.
- Mas nós somos ingleses… - Niall olhou perdido para Harry, mas tudo o que recebeu foi uma mão tapando sua boca:
- Shhhhh - Styles sussurrava enquanto avançavam pela casa e ele continuava em cima do amigo.
Lá fora, o segurança que os recebeu já estava a postos próximo a porta. Seus olhos de águia notavam qualquer coisa que se movimentasse dentro do perímetro e apesar dos adolescentes nem desconfiarem, ele entendia tudo o que era falado e dias depois, quando Russell já havia partido, o grupo todo soube (através de , que fazia com que o segurança conversasse com ela) que Harry andou falando impropérios ao telefone em algum momento da tarde em família.
Após a deliciosa refeição, se acomodou em uma daquelas cadeironas de tomar sol e acabou cochilando entre as almofadas que os meninos foram buscar lá dentro, e encontraram uma bola de vôlei e ficaram brincando ali perto até cansarem, Lou deitou sobre a grama para usar o celular e adormeceu profundamente meia hora depois, Niall e Harry entraram na casa com Russell e lá conversaram, a oportunidade para se conhecerem só provava cada vez mais o ponto do Sr. Koch e ele não evitava suspirar irritado de vez em quando.
Próximo às quatro, o trio voltou ao jardim com potes de sorvetes para se juntaram ao grupo no quintal. Hilton e Louis já estavam acordados, Westwick e estavam sentadas com eles em uma rodinha criada para falar mal de todos que não gostavam na Eton e isso resumia-se às fofocas de princesinha Styles, os comentários maldosos de , as risadas condescendentes de e o desinteresse de Tommo que estava no celular.
- Papai que horas nós vamos poder brincar um pouco? - a loira levantou do chão e tirou a sujeira da calça preta, seu moletom cinza também tinha grama nas costas mas ela não viu e permaneceu o restante da tarde assim.
- Na hora que vocês quiserem, . Mas antes venham pegar o sorvete, enquanto isso eu vou providenciar o controle dos alvos. - Russell bagunçou o cabelo da filha e entrou de volta para a casa.
- Por que a gente não guarda tudo isso de volta e vai pegando os potes a medida em que vamos terminando esses? - Niall perguntou ao apontar para todo aquele sorvete que estava sobre a mesa onde o almoço foi servido. Agora ela estava coberta com uma toalha branca de verão e prontinha para que os meninos tivessem o lanche da tarde.
- Porque assim é mais bonito. - deu de ombros, se aproximando do móvel para tirar uma foto da organização impecável de quem quer houvesse arrumado aquilo enquanto eles estavam conversando.
- Você ainda tem coragem de dar a sua opinião nessa casa, Niall? É muita coragem viu... - Styles riu. Ele estava concentrado em escolher quais sabores iria comer naquele momento e mostrou o dedo do meio para quando percebeu que ela estava tirando uma foto dele.
- Vai se foder Harry. - Horan resmungou.
- O que aconteceu? - princesinha Styles quis saber, abraçando Niall enquanto esperavam os amigos servirem-se.
- Seu pai não gostou do Nialler, tal como todos nós esperávamos. - sua melhor amiga já comia e mesmo que não estivesse com os meninos mais cedo, tinha certeza do que se tratava. Na verdade, no momento em que conheceu Russell, soube que ele não iria ser o sogro mais feliz do mundo.
- Impossível isso… - desacreditou completamente nas mentiras da ruiva e do irmão. Ela havia perguntado para o pai sobre o que ele havia achado de Horan enquanto almoçavam e o homem não expressou nenhum comentário negativo sobre o rapaz.
- É mesmo? - Harry colocou o potinho de sorvete sobre a mesa e cruzou os braços: - Me explique porque toda vez que o coitado falava, o Russell suspirava entediado?
- Será que tem algum problema se eu comer nesse pote? - Tommo pegou o sorvete de frutas vermelhas e sentou ao lado de .
- Você não vai dar conta de comer meio pote de sorvete, Louis. - a menina determinou assim que viu a quantidade de sorvete que ainda havia ali.
- Você duvida? - o moreno arqueou a sobrancelha. Amava um desafio, principalmente se o desafio fosse docinho e refrescante.
- É claro que sim. - a garota riu e voltou a comer seu sorvete.
- Lembra de uma época em que todo mundo sabia que se o Tommo e a interagissem, ia terminar muito mal? E principalmente, ninguém teria coragem de entregar uma arma pra se o Louis tivesse junto? - Harry perguntou com nostalgia e todo mundo concordou com o mesmo olhar de quem sentia falta daquela insanidade.
- Ah bons tempos… - o loiro concordou com um suspiro perdido. Quer dizer, no início do ano eles fizeram aquela aposta idiota porque tinham plena certeza de que Zayn e Louis jamais alcançariam seus objetivos. E agora Louis estava namorando Westwick e os meninos ainda não sabiam diferenciar se era paixão real ou se ele apenas entrou no papel para acabar com aquilo.
Malik havia desistido da aposta desde que começou a se envolver com e o único obstáculo entre a felicidade de todos e o fim da brincadeira idiota era dar o dinheiro para Bennet. Mas todo mundo sabia também que mais complicado do que tirar o dinheiro, seria convencer o idiota a não abrir a boca para falar sobre a dita aposta. Jamais.
- Eu ainda acho que não é muito prudente entregar uma arma pra cada um. E se eles discutirem? - Hilton, a eterna voz da razão, falou. - Todo mundo sabe que você é muito competitiva, .
- Claro que não! Do que você está falando, ? - a menina ficou de boca aberta com a ousadia da amiga. - Eu só gosto da sensação de vencer tudo!
- Mas nem tudo é uma competição, boba. - a loira riu.
- Pra mim é. - Westwick falou muito séria.
O Sr. Koch logo estava de volta e carregava seis rifles e uma caixa grande com munições. As crianças se amontoaram ao redor dele, enquanto ouviam as instruções claras de "não atirem uns nos outros", porque mesmo que elas não fizessem ideia, aquelas eram só armas de airsoft, cópias fiéis aos modelos originais que ele mantinha guardado.
Se estivessem em sua casa na Rússia, não teria problema nenhum em deixá-los brincar com os rifles de verdade, mas ele não precisava arriscar lidar com um homicídio culposo em território estrangeiro. E se descobrissem que as armas não eram "reais" poderiam ficar tentados a machucar um ao outro, mesmo que as balas de borracha não matassem, causavam lesões.
Quando já estavam com os óculos de proteção e foram ensinados a como segurar a arma sem machucar o ombro com impacto, Russell sentou e pegou o controle dos alvos, aproximando-os há vinte metros dos adolescentes.
Vinte minutos depois eles haviam acabado com a primeira remessa de munição e quando pensaram que havia ficado fácil (mesmo que ninguém tenha acertado algum ponto letal), os alvos foram colocados no modo movimento e assim tornando impossível acertar uma bala sequer.
Niall teve que ficar a sós com o sogro quando o motor dos alvos enguiçou e Russell o convidou para caminhar com ele pelo campo até chegarem na matriz do problema e descobrir o que havia causado o travamento.
A caminhada em silência deixou o loirinho nervoso e ao final dos cem metros, ele finalmente abriu a boca e falou:
- Olha Sr. Koch, eu sei que você não gosta de mim, - ele engoliu em seco - mas eu realmente gosto da sua filha.
- É claro que você gosta, ela é uma princesa! Quem não gostaria dela? Tem alguém nessa cidade lamacenta que não gosta da minha criança? - Russell olhou rapidamente para o irlandês, o cenho franzido mostrava que ele não estava satisfeito com o andar daquela carruagem.
- Não, não! Todo mundo gosta dela. O meu ponto é: eu estou apaixonado por ela e...
- Eu ouço você, mas não entendo aonde sua explicação estúpida quer chegar, Niall Horan. - Koch interrompeu o discurso entediante e previsível do menino. Ele mal tinha paciência para estar no mesmo ambiente que aquele palerma, quem dirá bater um papo sobre os sentimentos deles.
- Eu só queria que você soubesse que e… - Niall tentou mais uma vez, secando as mãos suadas no jeans, e mais uma vez sua tentativa falhou miseravelmente porque ele foi interrompido.
- Você vai ser bem vindo na minha casa, vai ter direito a comer do meu prato se precisar e compartilhar uma bebida comigo enquanto estiver com a minha filha. - o pai de foi categórico em sua explicação, se abaixando até ficar na altura do motor para identificar o que aconteceu. - mas entenda que eu continuarei achando que você não é homem o suficiente para ela.
- Mas…
MEU DEUS! ERA DIFÍCIL CONVERSAR QUANDO NÃO ERA POSSÍVEL TERMINAR AS SENTENÇAS!
- Você não sabe nem segurar uma arma direito, criança. - Russel riu. - Eu não criei a e dei tudo o que ela quis pra ela cair nas mãos de um engomadinho que gosta de brincar de golfe.
- Olha aqui Sr., golfe não é uma brincadeira, é um esporte! Um esporte sério e…
Ele estava a um passo de perder a cabeça e dar um chute na bunda russa do sogro.
- Ninguém se importa com golfe. Eu quero saber se acontecer uma guerra agora, como você vai sobreviver se não sabe usar uma arma! - o russo argumentava enquanto desfazia o nó que se fez em um dos cordões.
Ok, era isso, Niall havia perdido a paciência:
- Mas não vai acontecer guerra nenhuma, pelo amor de Deus!
- Como você tem tanta certeza? São os seus anos de estudo da política que te fazem assegurar isso? As coisas não estão tão calmas do lado de lá, sabe… - Russell não pareceu nem notar que Horan havia mudado de postura.
- Eu apostaria a fortuna dos meus pais pela certeza de que não vai haver outra guerra mundial. - o irlandês revirou os olhos e graças a deus Russell não viu aquilo porque só aumentaria seu menosprezo em relação ao genro.
- Você está fugindo do ponto, Horan. A questão toda é sobre você ser incapaz de proteger a si mesmo ou à minha filha caso seja necessário. - ele se levantou depois de terminar o trabalho, batendo as mãos para tirar as pequenas teias de aranhas que residiam ali.
- Caso seja necessário, eu pago pessoas pra nos proteger. - Niall estava mais confiante? Não. Só estava odiando o sogro e agora não via necessidade alguma em tentar agradar um homem que não respeitava o golfe.
- Meu deus, como você é burro… Não é capaz de acertar um alvo sequer!
- A sua filha também não! - o loiro falou mais alto, apontando para o outro lado do campo, onde estava com os outros amigos. Louis e Harry "lutavam" com os rifles como se fossem espadas.
- É por isso que ela precisa de um namorado que seja capaz de cuidar dela, imbecil! - Russell se alterou também.
Lá perto da casa, as meninas esperavam Russel e Niall voltar, mas tudo o que elas viam era a discussão acalorada que eles estavam tendo. Não era possível ouvir a conversa, mas distinguia-se perfeitamente a mensagem corporal de ódio mútuo entre os dois.
- , não é por nada, mas o seu pai vai matar o Irlanda. - finalmente falou, apontando para os dois.
- Eles só estão conversando… - a princesinha Styles olhou para onde apontava e não deu a mínima porque seu pai estava sempre gritando com os outros.
- Na verdade eles estão gritando um com o outro. - colocou a mão sobre a testa para conseguir uma sombra e enxergar o que se passava.
- Caralho, o Niall tá muito vermelho! - Harry parou de brincar para assistir a discussão também.
- Cadê? - Louis empurrou o melhor amigo para passar na frente - Será que o Russell vai bater nele?
O desfecho da caminhada entre sogro e genro foi dramática porque Niall tentou deixar o sogro para trás mas as pernas de Russell eram mais compridas então ele chegou primeiro do que o irlandês, que estava absolutamente furioso e foi embora da casa sem se despedir de todo mundo.
ficou estagnada ali, sem saber o que fazer ou dizer quando o namorado passou por ela e se foi com apenas um "eu vou embora". Ele nunca havia ficado tão fora de si e ela, não fazia ideia que as coisas com seu pai foram tão ruins assim.
e Harry estavam chocados com toda a situação e acabaram saindo atrás de Niall logo em seguida, não era certo deixar alguém tão furioso dirigir por aí depois de beber e também suspeitaram que o amigo precisava de companhia. Russell o levou ao limite como se estivesse a torturar lentamente um prisioneiro e se tinha alguém que não merecia esse tratamento, essa pessoa era Niall. Se o mesmo acontecesse com Zayn, todos concordariam que era bem merecido porque ele é um filho da puta, mas Horan era a pessoa mais agradável quando queria e não merecia ser tratado tão mal.
e Louis ficaram com pena do loirinho, mas nenhum dos dois fez menção de ir embora, na verdade ficaram para o jantar e riram enquanto ouviam e Russell discutir sobre o que aconteceu mais cedo e o homem repetia o mesmo mantra: "minha querida, esse garoto não presta pra você. Ele é um inútil que só vai te fazer infeliz".
Assim que entrou no carro, Niall dirigiu por um bom tempo com as janelas abertas, deixando que o ar puro circulasse no carro e refrescasse sua cabeça. Já em casa, ele tomou um banho para tirar o cheiro horrível da vodka russa e trancou a porta para não ser incomodado por ninguém.
O coitado se sentia insultado em todos os níveis possíveis que um ser humano poderia se sentir. O filho da puta do Russell nem ao menos teve a decência de tentar ser um ser humano aceitável, ofendeu sua masculinidade, seu esporte favorito, sua capacidade de tomar conta de (embora o russo tivesse razão nesse ponto), falou até do cabelo loiro de Niall como se não fosse mais loira do que ele!
Para fim do pior dia de sua vida, o menino Horan pediu para um funcionário mandar entregar um champanhe especial na casa dos Styles e especificou que o presente deveria ser entregue aos cuidados do Sr. Styles. A experiência traumatizante serviu para aumentar a devoção de Niall a Desmond e agradecer todos os dias aos céus porque nunca mais iria ver o outro sogro.

Até aqui betada por: Mayara Alves

Capítulo 23

DEZEMBRO

Dizer que os Horan eram animados era um mero simbolismo. A reunião familiar anual acontecia na sede dos pais de Bobby, e lotavam a casa com todos os oito filhos e os mais de vinte netos e bisnetos, além de seus respectivos companheiros e companheiras.
, que era acostumada a encantar as pessoas, encontrava-se encantada com as tradições da família que estava reunida em quatro gerações fortes e saudáveis. Pra começar, ela recebeu mais de quinze beijos nas bochechas e ficou feliz por não estar usando maquiagem, ou estaria sem base após a sessão de abraços e cumprimentos.
Depois, ela pôde parar para ficar impressionada com o tanto de gente ali, era como uma pequena multidão que falavam sem parar, e com bebês e cachorros transitando lá embaixo, no chão. Ela ficou feliz por saber que não era a única "intrusa" ali, já que outros primos trouxeram seus respectivos pares, e a família não podia fazer nada se alguns traziam alguém diferente a cada ano, nada além de recebê-los como família também.
Pelas duas da manhã, estava exausta e muito feliz, só quando Niall venceu um primo mais novo em uma queda de braço, os dois subiram correndo porque o pirralha ameaçou atacá-lo com o banco aonde sentava.
- Ni, aqui tem tanta gente que eu sinto que não vou aprender o nome de todo mundo até o fim de semana. – ela confessou na medida em que calçava suas meias fofinhas. Já estava na cama, de banho tomado e pijamas confortáveis.
- Mas eu falei pra você que minha família é grande, babe. – Horan deu de ombros e pegou o celular antes de pular na cama, derrubando junto e rindo ao ouvir o gritinho assustado dela quando foi levada para trás.
- Tá bom, mas eu esperava umas dez ou quinze pessoas! Aqui tem mais de cinquenta, Niall! – a princesinha Styles arregalou os olhos verdes, enfatizando o "cinquenta" com uma expressão maravilhada. – E eles deixam os bebês ficarem no chão enquanto seus primos loucos estão transitando pela casa!
- Eu sei, eles são meio liberais mesmo... – o irlandês sorriu, distraído, enquanto deixava beijos pelo pescoço e colo da menina.
Era fantástico estar na reunião anual de sua família e ainda poder levar aquele pequeno pedaço de felicidade, que as pessoas costumavam chamar de . Seus pais o encontrariam no fim de semana, vindo diretamente de Malta para a grande e aguardada confraternização, mas ele não se sentia sozinho agora que tinha uma companhia excelente que o evitou a ser obrigado a dormir com mais três primos.
A regra da casa era clara: os casados e casais tinham direito às suítes, os solteiros dividiam os quartos restantes, e ainda havia uma sub classificação entre casais, em que a preferência era dada de acordo com o tempo juntos, e isso acabou salvando a estadia de Niall e , que passaram na frente de pelo menos quatro outros casais com o seu quase um ano juntos (quem precisava saber que eles já eram um casal enquanto Horan ainda estava com April Winster, não é?). Os casais mais recentes tinham que dividir quartos com os outros solteiros, e todo mundo sabia que não dava pra confiar e dormir em um quarto cheio de Horans esperando para aprontar.
- Eles deixam as crianças de quinze anos experimentar bebida alcoólica! Experimentam não, ganham um copinho infantil de cerveja. – argumentou ao mesmo tempo em que apoiou um braço no ombro de Niall enquanto arrumava o topetinho dele com a outra mão.
Ela não costumava falar sobre isso com ninguém, até porque consideraria tudo um monte de merda, mas algumas vezes se pegava olhando para Niall e não entendia como ela podia gostar tanto de alguém. Por mais que evitasse ser carente ou apegada demais, também porque não era de seu feitio, não podia deixar de sentir as famosas borboletas no estômago quando Horan a abraçava ou mesmo quando o assistia conversar com alguém durante uma festa.
Ele era cativante e sabia colocar todo mundo dentro da conversa, a loirinha era particularmente apaixonada pela forma como o irlandês costumava colocar as mãos nos bolsos enquanto conversava. Deus, ela queria chorar quando o via naquela posição tão relaxada.
E os olhos dele? Ela não conseguia resistir aos olhos azuis daquele bastardo quando ele a encarava tão concentrado, era como se tivesse o super poder de fazê-la sentir-se a única pessoa para ele, não importava o que estivesse falando.
- Nós todos já experimentávamos bebidas aos quinze, . Você inclusive já fazia isso ano passado, lembra? – Niall tocou a ponta do nariz dela com o dedo indicador e mudou de ideia sobre os beijos no pescoço e decidiu que seria mais divertido provar a textura macia dos lábios lindos da menina.
Mas estava realmente levando a conversa à sério e, embora estivesse gostando muito dos beijos repetidos do loiro, ela continuou a especular sobre a tradição dos Horan:
- Mas era champanhe, totalmente diferente...
- Ahan, claro. O seu preconceito é contra a cerveja então? – ele se afastou alguns centímetros, sua feição cética esboçava um sorrisinho de quem sabia que a menina não soava razoável, principalmente porque há um ano ela tinha só quinze anos e bebia qualquer coisa que os garçons estivessem servindo. Às vezes, o próprio Desmond lhe entregava sua taça, e ela ficava paradinha ao lado do pai, tomando golinhos do que quer fosse o conteúdo na taça.
- Não é preconceito, seu bobo. Eu só fico me perguntando por que você não me trouxe aqui antes. Isso é tudo como o paraíso! - riu e balançou a cabeça.
Não é todo dia que você vai conhecer a família do seu namorado e é levantada quatro vezes no ar enquanto vai cumprimentar os primos animados dele!
- Porque nós não namorávamos e ia ser bem estranho já trazer você enquanto eu namorava a April. - o loiro fez uma careta ao pronunciar o nome da ex namorada que o traiu com um cara mais velho e depois tentou voltar com ele.
- Eles conheceram a April? – a princesinha Styles juntou as sobrancelhas, empurrando-o de cima dela até que ele deitou na cama de barriga para cima, e ela ficou de lado, com a metade do corpo em cima dele.
- Aham. Ano passado ela veio. - Niall ajeitou o travesseiro em baixo de sua cabeça e abraçou a namorada pelo ombro enquanto pegava o celular para ler as mensagens dos amigos.
passou o dia tão entretida com o clã Horan, que não falou uma vez sequer com o pessoal em Londres, e isso era um feito histórico para ela que sempre estava conectada. Inclusive quando a garota fosse checar suas mensagens, encontraria ameaças de , que estava putíssima com a melhor amiga por ter desaparecido assim.
- E ela gostou?
- Eu acho que sim. Mas agora eu começo a imaginar se ela não pegou algum dos meus primos. – respondeu, absorto no celular. - O Colin perguntou por ela hoje, e eu não sei como ele sequer lembrava o nome dela...
- Meu Deus, ela não poupou nem a sua família.
- Bom, a parte boa de tudo isso é que eu não me importava, porque uma semana depois a gente ia se ver. - ele jogou o celular no meio das cobertas grossas e voltou a prestar atenção em .
A loira se moveu um pouco para ficar mais próxima dele e uniu seus lábios em um beijo demorado, Niall não tardou em trazê-la para cima de si, deixando-a colocar uma perna de cada lado dele no mesmo momento em que se entregaram a um beijo lento e intenso. As mãos do rapaz acariciavam o corpo de , passeando por suas costas como uma massagem relaxante e descendo até aonde a blusa cobria, ali ele decidiu explorar mais e deixou que suas mãos invadissem a pele protegida e pressionou os dedos contra a cintura da menina.
Após a demorada sessão de beijos, os dois estavam definitivamente mais descontraídos, confortáveis e sonolentos. E as coisas só não foram pra frente, porque ambos tiveram um grande dia e estavam com as energias esgotadas, além do mais essa era uma noite em que gostaria apenas de ficar abraçadinha com Niall.
- Babe, você sabe que eu te amo, mas que se um dia você me trair, eu vou acabar com a sua vida, certo? - ela ergueu o rosto e apoiou o queixo contra o tórax do namorado.
Apesar de ser o rosto mais lindo da Eton (não era exagero nenhum dizer que não se sabe como existia um ser humano tão lindo como ) e das feições angelicalmente cativantes, havia um tom assustador de verdade em sua voz. Niall sabia que a garota falava sério e se preocupou:
- Por que eu trairia você, ?
Okay, área de perigo! Alerta!
- Não sei, pela mesma razão que você traiu a April? - saiu de cima do rapaz e voltou a deitar na cama. - Enfim, o meu ponto é: não me traia, termine comigo antes de fazer algo tão estúpido, porque eu vou garantir que você falhe em todos os aspectos da sua vida se você se atrever a fazer comigo o que fez com a Winster.
- O único plano que eu tenho pro nosso futuro, é casar com você e colocar três bebês na sua barriguinha linda. - a abraçou apertado e sorriu ao pronunciar a sentença. Eles obviamente não sabiam nem cuidar um do outro, quem dirá ter filhos!
- Cinco. - Styles o corrigiu enquanto se acomodava contra ele. Quando começava a se mexer assim, significava que estava procurando uma posição confortável e, assim que encontrasse, iria adormecer. Apesar de ter falado sério, sorria diante da deliciosa ideia de um futuro com Niall.
- Ah, é, eu esqueci que serão cinco! - Horan meneou a cabeça e suspirou alto. - Meu Deus, mulher, você tem noção do quanto eu vou ter que trabalhar pra sustentar esse tanto de criança?
- Bom, você pode começar desde já a guardar dinheiro pra eles... – virou de costas para Niall, esperando que ele a abraçasse como eles faziam nas noites mais íntimas. - Apaga a luz? Eu estou cansada.
O rapaz fez o que pediu e abraçou a namorada como ela queria, deixando que o seu braço servisse de apoio para a cabecinha loira dela, enquanto o outro a abraçava suavemente. Mas, alguns minutos depois de silêncio absoluto, Niall não se aguentou e perguntou:
- Você disse que me ama, antes?
- Aham. - ela concordou em um aceno sereno.
- Então quer dizer que você me ama? - o irlandês ergueu um pouco a cabeça, tentando enxergar o rosto de , mas ela continuou na mesma posição.
- Amo. - e quando assentiu de novo, ela pode jurar que sentiu o coração de Niall bater mais forte.
- Sério? – desculpa, mas ele precisava perguntar só mais uma vez, eles dizem que a terceira vez é a que conta, não?
E a terceira vez fez com que virasse o rosto para enxergar o do namorado insistente, não entendendo tamanha surpresa por parte dele:
- Por que você acha que eu aguento você falando sobre golfe, Niall?
- Porque você me ama? - ele respondeu, sem muita certeza do rumo da conversa.
- Isso mesmo. - a loirinha deu um sorriso e beijou o queixo dele, voltando a deitar-se. - Boa noite.
Niall encostou a cabeça no travesseiro e bocejou, deu um beijo na cabeça dela e murmurou:
- Só pra você saber, eu te amo também.

Eles dormiram muito bem, obrigado. Mas a noite passou tão rápida quanto um piscar de olhos, e perto das oito, a bexiga de a salvou de um grande trauma. Ela estava lavando as mãos tranquilamente, pronta para voltar para o calor das cobertas quando ouviu risadinhas seguidas por um som de água, e então tudo foi uma mistura de gritos do Niall amaldiçoando e as risadas escandalosas de seus primos, toda a algazarra fez com que ela saísse pela porta do banheiro tão desesperada que quase tropeçou.
- Ryan, eu vou enfiar esse balde no seu… - Horan estava de pé e sem camisa, com a calça do pijama encharcada, bem como os lençóis que um dia foram quentinhos e agora não passavam de pedaços de pano frios.
- Shhhhh, olha a linguagem, primo! Isso é uma casa de família, sabe. - Dave interrompeu, ele era o maior de todos no quarto e nem por isso impunha mais respeito, já que era o pior dos três.
- Eu vou jogar o seu filho dentro do lago quando você menos esperar, seu filho da puta! - Niall arremessou sua calça molhada na cara de Andy, que estava quieto, porém rindo de sua desgraça.
- Dá pra parar de ser rude e ameaçar meu filho? - Dave colocou as mãos na cintura, super ofendido com o ataque pessoal do primo chorão. Todos sabiam que aquilo não era nada pessoal, e Niall devia parar de se achar tão especial senão ia ser cortado da brincadeira.
- Você podia ter matado minha namorada afogada! - o loirinho apontou para a cama, só então percebendo que onde deveria estar , só existia um espaço em branco.
Duas coisas passaram pela sua cabeça, a primeira foi querer saber o que diabos eles tinham feito com a menina e alertá-los de que ela era filha de um mafioso russo, e depois ele também pensou que ela poderia fazer parte da brincadeira, e isso o deixou puto porque eles tiveram um momento lindo antes de dormir.
- Cadê ela? - Andy percebeu também que Niall estava sozinho e, por alguns segundos, ficou confuso, mas Ryan logo solucionou o mistério.
- Ali! Oi, boneca! - ele apontou para a menina na porta do banheiro e piscou para ela assim que seus olhos se encontraram.
Ryan podia não ser o mais bonito dos três, mas ele com toda certeza era o mais atirado, fazia isso com as primas, as tias, a avó, os primos que saíram do armário e com os que ainda estavam dentro dele. Era um galanteador barato com cantadas ruins, mas todos o amavam.
- Oi, meninos! O que aconteceu? - coçou os olhos e se aproximou da cama, testemunhando a obra das mãos do trio e pensando como ela se livrou daquela merda por alguns minutos.
- Ah, é só o toque de levantar. Nós somos responsáveis por fazer todo mundo descer para o café às oito e meia, quem não levantou até às oito ganha o bônus de já levantar de banho tomado. – Andy explicou o ritual, enquanto batucava contra o balde de plástico verde e vermelho, no espírito do natal.
Ryan, Dave e Andy eram os três mosqueteiros arruaceiros que movimentavam os encontros da família, com idades entre vinte e quatro e vinte e oito anos, eles se identificaram durante a adolescência, e a amizade rendeu muitas histórias vergonhosas para a família, o pequeno Ollie era o mais recente fruto dos anos de aventuras e peripécias.
Dave e Andy eram irmãos, e Ryan era primo dos dois além de ser o "sensato" do grupo. O bebê de Dave surpreendeu a todos e, embora a mãe da criança não tivesse o menor interesse em manter relações com o homem, estava fazendo a tentativa pelo filho e porque prometeu a Dave que daria uma chance aos dois.
É por isso que ela estava há três quartos dali, colocando o suspensório e a gravata borboleta tão pequenos como a palma de sua mão, preparando-o para as fotos do cartão de natal familiar, o primeiro de Finn.
- Meu celular está naquela cama e, se você tiver molhado ele, eu vou arranhar o seu carro. - Niall ameaçou, procurando um par de jeans para colocar antes que eles resolvessem puxar sua cueca também.
- Para de ser um bebê, o Noah ainda não acordou. Coloca uma camisa e vamos lá acordar ele. - Dave riu diabolicamente, e Andy caminhou até , passando por ela e indo para a pia do banheiro encher novamente o recipiente. O mais interessante de tudo isso é que ninguém nem pediu licença.
- Babe, você viu o meu casaco? Eu achei que tinha colocado aqui… - Horan começou a bagunçar as roupas, procurando algo para se proteger do frio. Agora ele já havia esquecido do balde de água que levou na cara e estava empolgado com a possibilidade de participar da comitiva do mal.
- Casaco? A vovó já está lá embaixo com os nossos suéteres. - Ryan arqueou a sobrancelha e riu.
- Ah, não… - Niall reclamou, batendo na própria testa.
- Ah, sim. E esse ano eles estão bordados nas costas. - o moreno continuou a narrativa com um tom hilário, enquanto a face do primo se contorcia em desgosto.
Todos os anos os Horan aproveitavam essa reunião anual para tirar a foto do cartão de natal, e durante o ano todo a vovó Horan e as tias mais experientes se dedicavam a elaborar e bordar os casacos que toda a família usaria no fim do ano.
As novas gerações eram a favor de usar apenas uma camiseta, mas as coisas não funcionavam como eles queriam, então apesar da alegria de se reverem, todo mundo temia o amanhecer do sábado e os horríveis casacos de natal que subsistiam a qualquer intempérie ou crise familiar.
- , eu vou descer com os meninos e daqui a pouco volto pra me arrumar, tá bom? - Ni se aproximou da namorada e lhe deu um beijo antes de sair porta afora.
Andy saiu do banheiro fazendo malabarismo para não derrubar o balde pesado:
- Por que sempre sobra pra mim fazer o serviço sujo?
- Eu acho que você tem que acordar mais cedo do que eles e acordar os dois para mostrar quem manda. - sorriu para ele, com sérias suspeitas que Dave era o líder do bando e a menos que Andy virasse o jogo, permaneceria para sempre como lacaio.
- Mais tarde eu preciso falar com você, namorada do Nialler. É algo sobre vodca, nada muito sério. - o rapaz avisou enquanto alcançava o trio, que já estava com a próxima porta aberta e no seu aguardo.
A menina balançou a cabeça e riu. Fechou a porta e suspirou pesadamente ao olhar para a cama encharcada, agora era o momento onde ela pretendia dormir mais umas três horas antes de descer, mas não iria fazer isso a menos que estivesse disposta a dormir no chão e sem cobertor.
Seu telefone tocando foi o fator decisivo para que ela desistisse do projeto Soninho o Dia Todo e atendesse a ligação da melhor amiga:
- Oi, !
- Oi, ? Você passa o dia todo sem falar comigo e depois acha que eu vou perdoar tudo por causa de um "Oi, "? - a voz do outro lado falou impacientemente. Quem via a menina ruiva sentada com os pés em cima da mesa dos Styles, toda descontraída, jamais imaginaria que ela estava sendo tão rude ao telefone.
- Se eu contar que nós acabamos de ser acordados com um balde de água fria, você vai me perdoar mais facilmente? - perguntou, rindo. Só ela tomava as ofensas de como um cumprimento saudoso.
- O quê? O que aconteceu? Quem fez isso?
- Os primos do Niall. Eles têm um toque de levantar, e quem não estiver de pé às oito é acordado com um balde de água fria. - a loirinha explicou, colocando a chamada no viva voz, enquanto trocava a calça do pijama por um jeans preto e uma camiseta verde escura.
- Eu não acredito! , vem aqui agora! - incrivelmente, já havia restaurado seu bom humor e seu tom de voz era amistoso novamente. Ela gritou chamando , que deveria estar em algum lugar da casa, e voltou a conversar com . - Já gosto dos primos do Irlanda! E você ficou brava?
- Não. Eu estava saindo do banheiro quando eles entraram e atacaram o Ni. - levou o celular para o banheiro e o posicionou na bancada, enquanto escovava os dentes e passava uma maquiagem corretiva.
- Ah, mas que droga! Eles não pegaram você, então?
- Não! Agora eles foram atrás dos outros coitados. A está com você?
- Aham, nós estamos discutindo sobre o que ela tem aprendido com a leitura conjunta com o Payne. E agora o Louis quer ler também. - mudou de assunto, completamente, esticando o telefone para perto de e deixando a amiga falar também:
- Oi, ! O que você está achando da família do Ni? Eles são legais?
A princesinha Styles estava muito feliz sim por falar com a amiga e colega de classe, mas sua atenção já havia sido capturada, e ela respondeu rapidinho o questionamento de e partiu para o assunto de seu interesse:
- , eles são legais. Em que parte do livro você e o Li estão?
- Cento e alguma coisa. Por quê? - Orteguinha franziu o cenho e olhou para , mas a ruiva só deu de ombros.
- Já teve alguma cena mais… ousada? - sorriu e em seguida ficou séria para conseguir aplicar o delineador sem erros.
Essa história do Cinquenta Tons de Cinza voltou à tona no grupo graças a Liam e sua memória de elefante:

Flashback ON
Apesar da correria insana das últimas semanas, era sempre bom ter um tempo para descansar em meio ao caos acadêmico. E melhor ainda quando Amina e Robert estavam viajando, porque isso significava que Liam praticamente morava lá.
Tudo começou com uma noite não planejada, e então uma escova de dentes, depois avançaram para "é melhor deixar pelo menos uma calça e uma camisa aqui para o caso de uma emergência" e agora os tênis e botas de Payne disputavam espaço com os inúmeros all stars, saltos e outros sapatos da caçula do grupo.
Era fim de tarde quando Liam entrou no quarto da namorada e encontrou-a usando o celular deitada no meio da cama, com os pés em cima de quatro travesseiros, do jeitinho que ela precisava quando tinha um treino muito puxado.
- Li, vê um filme comigo? - pediu assim que o viu na porta. Apesar de querer dar um beijinho de boas vindas, seus músculos contorciam-se em protesto a atividade física realizada mais cedo e a morena não conseguia mover-se um centímetro sequer.
- Que filme? - ele jogou a mochila sobre uma cadeira e começou a descalçar os pés.
O garoto havia saído do boxe há uns quarenta minutos e passou em casa para tomar um banho e pegar um uniforme limpo para a manhã seguinte. Sua mãe estava coordenando uma organização no próprio closet, e eles só se cumprimentaram antes que a mulher voltasse a discutir com sua personal stylist que insistia em enfiar lixo em seu guarda-roupas.
- Tô com vontade de ver romance. E comer sorvete. E pipoca. - Orteguinha se inclinou, esperando que o rapaz sentasse ao seu lado. Mas, ao invés disso, ele foi para a ponta da cama e substituiu os travesseiros que descansavam os pés da morena por seu colo.
Por mais que ela achasse seus pés feios de doer e Liam concordasse veementemente (embora ela nunca descobriu isso), o menino sabia que muitos daqueles calos vinham com muita dor e não combinava com o rostinho angelical de sua amada. Por isso ele continuava a lhe dar massagens nos pés, apesar de ouvir os mesmos protestos toda santa vez que se aproximava.
- No caso você devia chamar a , não é? - Payne arqueou uma das sobrancelhas, forçando os polegares contra a sola dos pés dela que estava aproveitando o cuidado e de olhos fechados, completamente relaxada.
- Não. Eu quero ver com você mesmo. - deu de ombros. Ela tinha esse dom de responder uma comentário irônico ou sarcástico com uma resposta sincera, de maneira que desarmava o outro.
- Pois eu tenho uma ideia bem melhor. - colocou os pés da morena de lado e levantou da cama, indo até sua bolsa e retirando dali uma sacola de livraria. - Eu estava no shopping com o Louis e vi isso!
A caçula se levantou e ficou de joelhos sobre a cama enquanto aguardava ansiosa para descobrir o que ele iria propor. Mas à medida que o rapaz tirava o conteúdo da sacola, seus olhos se arregalaram e uma pequena sensação de pânico passeou por sua corrente sanguínea, resultando em bochechas vermelhas e quentes:
- E o que é? Ah, não! Não, não, não! Não mesmo! - Ortega recuou rapidamente, sentando o mais distante que podia daquela coisa que o namorado segurava na mão. - Nem pensar Liam James!
- Ah, sim! - riu sacana, caminhando até a garota e balançando no ar a edição grossa de Cinquenta Tons de Cinza - Você perdeu a aposta, baby doll. Nós vamos fazer isso.
- Mas não tem mais sentido agora! - a morena assistiu o namorado sentar ao seu lado e colocar o livro no colo.
Como o menino ainda lembrava da pequena brincadeira que os dois fizeram enquanto Lou e discutiam depois que se beijaram?
- Claro que tem, ! Você perdeu, e eu não esqueci, só aguardei o momento certo.
- Eu não quero ler isso…
- Você não queria um romance? Está aqui na nossa frente, só esperando para ser aberto, baby doll.
- Amor da minha vida, isso não é um livro de romance, é literatura censurada, é tipo pornografia para mulheres! - Ortega colocou as duas mãos no rosto do namorado e apertou as bochechas dele enquanto falava.
- Você tá dizendo que eu não posso ler?
- Pode, mas… Quer dizer, não! Você não devia nem tocar nisso. Por favor, né, Liam.
- Por que você quer ler sem mim? - Liam cerrou os olhos e cruzou os braços. Em partes, ele insistia só porque achava que uma aposta perdida deveria ser cumprida, apesar das circunstâncias, mas o seu principal motivador era o deleite em encher o saco da morena.
- Eu não quero ler isso, Liam. Não quero e não vou. - cruzou os braços e olhou para frente, esperando que o garoto fizesse o favor de tirar de perto dela aquela merda.
- Mas você perdeu a aposta!
- Mas vai ser horrível… - resmungou mortificada, se encostando no ombro dele e se sentindo mais aliviada ao sentir o cheiro do perfume dele na camisa, ela obviamente estava entregue à vontade de Liam e resignada a ouvir a leitura e narrativa do conteúdo proibido para menores.
- Vai ser engraçado, eu prometo. - ele beijou a bochecha da menina, abrindo o livro na primeira página.
Flashback OFF


entendeu a pergunta e só ia dizer um "não" normal, mas mandou um "ela quis dizer sexo, caso você não tenha entendido", e a morena ficou tão impressionada com a cara de pau de , que acabou soando esganiçada:
- Não!
- Ahhhh, você tem que contar pra gente quando vocês lerem! - princesinha Styles largou o pincel do delineador e se afastou dois passinhos para poder visualizar o resultado final.
- Esse livro não é bom, ela basicamente aceita a perseguição dele porque é pobre e sabe que não tem pra onde fugir, porque ele compra até a polícia se precisar. - explicou do outro lado da linha. Ela havia sentado na mesa da sala de jantar, de frente para , e isso indicava que nenhuma das duas sairia tão rápido dali.
parou de falar para escovar os dentes, mas as duas meninas continuaram a conversa normalmente:
- Sério? Mas todo mundo fala que ele é tão maravilhoso… - lamentou com um biquinho. Estava com um potinho de sorvete na mão e sua colher já havia caído duas vezes, então aguardava que Liam fosse buscar uma colher limpa para ela, mesmo que fossem fortes as suspeitas de que o rapaz cuspiria no objeto ou esfregaria no chão e pisaria antes de lhe entregar.
- Sim! Ele persegue ela em todos os lugares! Meu Deus, que inferno! Dá vontade de entrar no livro e gritar com esse idiota! - Orteguinha revirou os olhos, odiava tanto o Sr. Grey que falava exaltada e com os olhões verdes arregalados.
Aquele homem ridículo no mínimo a deixava entediada com toda aquela neura e obsessão doentias. Nada poderia expressar melhor seus sentimentos do que aquela cara de tédio que só Meester sabia fazer quando soltava um "Pelo amor de Deus..." toda vez que perdia a paciência com gente burra.
- A única parte boa foi que ele estava comprando algemas, eu achei criativo. - a caçulinha do grupo finalizou, balançando os pés descontraidamente.
- Hmmmmm, pelo visto temos uma Sra. Grey entre nós… - afastou o rímel dos olhos verdes e riu, imaginando que a amiga provavelmente ficaria vermelha com a brincadeira.
- , sua safada! Você gosta de sadomasoquismo? - se esticou para frente e deu um tapa na coxa de , abrindo a boca em pretensa surpresa.
ficou atordoada com a pergunta da ruiva:
- Hã? Do que vocês estão falando?
- Eu ouvi alguém falando e safada na mesma frase? - Liam apareceu do nada, balançando uma colher de prata no ar.
- Não! - Orteguinha se assustou com a chegada repentina do namorado e mentiu descaradamente, já que ele reconheceu a falta de verdade em sua resposta só pelo olhar em choque de quem foi pega aprontando.
- Sim! - Westwick estava se esforçando para ganhar o prêmio de pior amiga do mundo e por isso sorriu brilhantemente enquanto voltava a tomar o sorvete agora que estava com uma nova colher.
- Liam! - guardou a maquiagem espalhada pela superfície e ouviu a risada do amigo quando o cumprimentou.
- Oi, ! Cadê o Niall? Está tudo bem por aí? - Payne pegou o telefone que estava na mesa e verificou se estavam fazendo vídeo chamada ou era uma ligação simples. O garoto havia deixado o seu sapato na porta da casa e em algum momento a governanta dos Styles os recolheu e ninguém sabia aonde estavam guardados, mas isso era um problema para outra hora e no momento sua maior preocupação era esperar que alguém tirasse o idiota do Louis do videogame para que os outros pudessem jogar também.
- Li, nós estamos falando sobre sobre a se identificar mais com o Sr. Grey do que com a Anastasia. - a loirinha trouxe todos de volta à conversa de cinquenta tons.
- Não! Eu não falei nada disso! - a caçula pulou da mesa e ficou em pé, tentando fazer com que Liam prestasse atenção nela e ignorasse as idiotices de Westwick.
- Ela disse que curte sadomasoquismo! - gritou por cima, rindo alto quando quase pegou a colherzinha suja e jogou na sua cara.
- Baby doll! Essa é a melhor coisa que eu ouvi esse ano! - obviamente Liam ignorou completamente os apelos da namorada, segurando o rosto dela com as duas mãos e lhe dando um beijo passional, para o desgosto de que retorceu a face.
- Mas eu não falei isso! - bateu na própria testa e se afastou do abraço de Liam.
- Também não discordou quando eu afirmei… - a ruiva murmurou e os sons de discussão se tornaram distantes. - E eles foram embora.
- Estou de volta, babe! - Niall entrou no quarto e seguiu os sons do banheiro, encontrando lá, colocando o casaco jeans - O que está acontecendo? Com quem você está falando?
- Irlanda, você tomou banho gelado na cama? - perguntou assim que ouviu a voz do amigo.
- Ah é a … - o irlandês fez uma careta entediada, mas respondeu a ruiva: - Oi , eu tomei banho e dei banho em mais dois então posso dizer que tive uma manhã produtiva.
- Isso aí, Niall! - se eles estivessem juntos esse seria o momento em que ergueria o braço para um high-five. - Meu Deus, gente, o Zayn acabou de se meter na discussão da e do Payne.
- Por que eles estão discutindo? - e Niall pegaram o telefone, escutando juntinhos e esperando por uma explicação decente.
- Por causa de sexo… - Westwick estava absorta com a "briga" do trio e a conversa ao telefone se tornou a última de suas prioridades.
- Eles transaram? - Niall perguntou para quem lhe respondesse primeiro, mas não fez o menor movimento para falar e o olhou feio quando uma voz mais alta ouviu-se e ela não entendeu o que aconteceu porque o loiro falou.
- Não! É outra coisa. Eu tenho que ir. Tchau!
- Meu Deus, que confusão foi essa? - ele entregou o celular da namorada e tirou a blusa branca, indo atrás da menina como um bebê patinho.
- Eu acho que nós devemos ler Cinquenta Tons de Cinza, Ni. - falou casualmente, sentando na parte seca da cama enquanto calçava seu all star limpo e cheirosinho.
Niall estava vestindo a roupa que levou para as fotografias do cartão de natal e ficou grato por estar de costas para a namorada, porque ele ficou vermelho com a proposta. Quando retomou a postura, fechou o cinto e finalmente falou:
- Eu discordo plenamente. E não vou ler, só pra te adiantar.
- Por que não? - Styles bloqueou a tela do celular e ergueu o rosto para prestar mais atenção na conversa deles.
- Porque a gente não vai fazer nada do que vamos ler, e eu vou ficar só querendo. - a resposta de Niall a surpreendeu e serviu para que ela ficasse em silêncio, pensando numa resposta, enquanto os dois saíam e Horan trancava a porta do quarto.
- Quem disse que nós não vamos fazer? - a menina falou sem muita certeza, só para fazê-lo aceitar sua proposta.
- Você não sabe nem o que eles fazem, . - revirou os olhos, mas pegou na mão da menina e lhe deu um beijo na bochecha antes de descer para o café da manhã.
- Sexo. Selvagem.
- Na verdade é mais que isso, o cara amarra a menina e bate nela, e ela sente prazer nisso.
- Você leu?
- Não!
- Aham… Quando nós voltarmos pra casa eu vou comprar um par de algemas pra te…
- Pra que vocês querem algemas? - a namorada de Dave estava saindo do próprio quarto com seu bebê gordinho e bochechudo.
A surpresa fez com que Niall só arregalasse os olhos e ficasse estagnado, mas se saiu melhor e parou para esperar a outra garota:
- Oi, Laurel! Oi, Finn! Posso segurar ele?
- Claro, desde que você me diga pra que quer algemas. - Laurel entregou Finn para e ajustou a blusa preta com listras fininhas e brancas. Seu tênis era impecavelmente branco, e as joias que ela usava nas mãos fizeram a loirinha se lembrar de , que sempre estava usando alguma joia bonita e cara.
- Não é nada do que você está pensando, tá? É só pra amarrar o Niall na cama toda vez que ele planejar se esconder no clube de golfe. - justificou quando eles chegaram na escada e ela começou a descer com todo o cuidado possível para que o bebê de três meses chegasse bem no térreo.
- Eu nunca pensei que iria achar ruim estar algemado na sua cama, babe. Mas agora que você revelou o seu plano maligno, eu estou desapontado. - Niall passou o braço sobre o ombro da namorada e fez uma cara dramática.
A primeira pessoa que eles viram lá embaixo foi Maura, já vestida num suéter ridículo porém muito quentinho, assim como a metade das pessoas que estavam lá embaixo. Ela ficou feliz ao ver seu filhote e chocada ao ver o bebê que a nora acalentava:
Da última vez que ela se encontrou com , ela não estava grávida, certo?
- Quem é essa coisinha fofa? - a mulher perguntou com um sorriso congelado, desesperada por respostas.
- Esse é o Finn, mãe. - Niall pegou na mãozinha do primo, que era muito novo para reagir às expressões e interações de qualquer outra pessoa que não fosse sua mãe. - Finn, essa é a vovó Maura.
- O quê? - virou o rosto tão rápido que seu pescoço estralou.
Laurel ficou tão surpresa quanto, mas a ficha logo caiu e ela cruzou os braços e sorriu, assistindo o desenrolar do pequeno drama. Deus ajudasse a pobre Maura!
- Babe, eu sei que nós não estamos prontos, mas acho que não adianta mais adiar esse encontro. - Horan falou super sério e cheio de condolências e modos.
- Eu não faço ideia do que ele esteja falando, sogra. – revirou os olhos e sentiu o olhar chateado de Niall porque ela "estragou a brincadeira", e por estragar a brincadeira ela só evitou que a mulher sofresse um ataque cardíaco precoce. – Esse é o bebê do Dave.
- Ahhhh, sim, e você é a mãe dele? – Maura sorriu para a nora e virou-se para a morena ao lado de .
- Sim, eu sou. Laurel, muito prazer. – a garota cumprimentou mais uma dos milhões de parentes de Dave. Incrivelmente eles eram todos simpáticos e receptivos, o que era algo bom, contando a pessoa irresponsável que o pai de seu filho era. Se tudo desse errado, Finn seria pelo menos uma criança simpática.
- O prazer é meu, querida. Eu sou Maura, e mais tarde você vai conhecer o meu marido, quando eles começarem a jogar e gritar você vai saber quem é ele só pela voz mais alta. – a mulher explicou com um sorrisinho afetado. Depois de vinte anos frequentando as reuniões anuais dos Horan, ela praticamente havia decorado o cronograma de atividades do fim de semana, e sua maior surpresa dessa vez foi conhecer o bebê Finn, já que há vinte anos Dave era só um menino que não sabia nem andar de bicicleta e agora era pai!
- Laurel! Eu ainda não tinha te visto hoje. – Dave a encontrou assim que entrou na cozinha e atravessou entre as tias e crianças até chegar à garota. Quando levantou para acordar os primos, a morena ainda estava adormecida com o filhote dos dois dormindo de barriga para cima e os bracinhos em cima da cabeça. – Oi, tia Maura, hoje eu vou dar uma surra no seu marido idiota, está bem?
- Você disse a mesma coisa ano passado e perdeu como todas as outras vezes... – a Sra. Horan sorriu e olhou para o rapaz com grande carinho. – Agora eu vou providenciar seu suéter e o do seu pai, filho.
- Ah, nããããão! – Niall protestou, mas Maura já havia ido.
Só restaram os quatro ali, e estava prestando toda a atenção do mundo na forma como Dave encarava Laurel. Ele estava desesperado para provar que poderia ser um cara responsável, ela estava dando a chance e as coisas estavam indo de mal a pior para o coitado, que conseguia ser burro como só um homem de temperamento exaltado pode ser.
- Babe, você pode devolver o Finn pro pai estúpido dele pra gente poder fugir daqui antes que a minha mãe volte com aquela merda? – Horan pediu desesperado, e Dave riu.
- Qual é o problema de vocês com os suéteres? – perguntou para os dois rapazes, mas se distraiu com Finn agarrando seu polegar e não prestou atenção na resposta do pai do garotinho.
- Problema nenhum! Inclusive eu vou já vestir o meu e comer uma torrada com bastante geleia. Ninguém poderá me julgar se eu derrubar o pote, porque sou um desastrado, e eu vou ter que tirar a foto com uma camisa branca.
- Dave, por que você faz essas coisas? – Laurel suspirou e balançou a cabeça. Às vezes ele conseguia ser tão besta que não dava pra aguentar. - O casaco nem é tão feio.
- Porque ele é o único de nós que tem um pouco de bom senso! – aparentemente Niall discordava da garota e saiu na defesa do primo.
- Laurie, me desculpa, mas até você ficaria ridícula num casaco desses. – Dave falou sério, mas desistiu da ideia de sabotar a foto de família. Ele aproveitou para encher os pulmões de ar e perguntar para a casa inteira ouvir: - Que horas vai sair esse café da manhã? Eu tive que carregar mais de sete baldes de água lá em cima!
- Todo mundo pra sala agora! Vamos, vamos, vamos! – Um dos tios apareceu, guiando e empurrando o bando através dos corredores até chegarem todos na sala de estar, onde as luzes já estavam posicionadas e o fotógrafo também.
- O que está acontecendo? – Laurel seguiu o fluxo e só parou para juntar uma criança que estava sentada no meio do caminho, colocando-a no chão assim que chegaram à concentração.
- Eu vou falar o que não está acontecendo: nós não estamos indo tomar café. – Dave resmungou.
E ele estava certo, o grupo das crianças que consistiam em pré-adolescentes de doze e treze anos e bebês de três anos eram os mais inquietos e a maioria deles estavam nos colos dos respectivos pais, presos para ninguém fugisse dali até o intento planejado ser realizado.
- Tia Amalia, o que diabos está acontecendo? Por que nós não fomos chamados pra cozinha, para tomar o café da manhã? Meu filho precisa se alimentar! – Dave perguntou para a irmã de sua mãe, que parou junto deles e começou a procurar entre os casacos em seus braços até achar o de Niall.
- Não se preocupe, a Laurel vai te fazer o grande favor de alimentar ele, mas só dessa vez, as próximas serão de sua responsabilidade. - tia Amalia deu um tapinha no rosto do sobrinho e foi embora procurar os outros donos dos suéteres. Suas respostas sarcásticas sempre eram memoráveis e só algumas vezes muito engraçadas.
Eis o porquê da foto antes do café da manhã: em anos anteriores alguns espertinhos se sujaram "sem querer", e foi um inferno porque tiveram que atrasar com o fotógrafo para que as roupas sujas fossem lavadas e secas e acabou que todo mundo que participou do motim sob a liderança de Andy teve que vestir a camisa úmida.
- Mamãe, olha a sua irmã me provocando! - Dave gritou para a mãe, mas seu pai, Cam, foi quem levantou a cabeça para saber porque diabos o seu filho adulto estava enchendo o saco tão cedo do dia. Mas antes que ele pudesse reclamar com o rapaz, sua esposa interviu:
- Respeita a sua tia, David Jon. - Halston Horan respondeu firmemente, colocando sua xícara de café vazia sobre o braço da poltrona que estava sentada só para que, cinco minutos depois, uma criança correndo derrubasse no chão.
- Respeita a minha mãe, seu palhaço. - Ryan deu um soco no braço de Dave e se jogou no sofá, ao lado da esposa que, apesar de estar com ele há poucos anos, já sabia que o melhor a fazer era deixar a poeira baixar senão eles só ficavam mais barulhentos.
- Cala a boca.
- Vem me fazer calar.
- Dá pras duas crianças pararem de dar trabalho? Você devia se comportar menos como você e mais como o seu filho, Dave. - Cam bateu na própria perna, perdendo a paciência com o filho e com o sobrinho.
- Laurel, você pode vestir o Finn, por favor? - Halston se levantou com o pequeno pedaço de pano que era a roupinha para o bebê de dois meses:
- Ele está vestido, mãe. - Dave revirou os olhos, pegando o filhote dos braços de e se afastando da mãe que vinha em sua direção.
- Eu estou falando com a Laurel.
- E eu estou falando com você, mãe. A Laurie colocou até gravatinha nele, e vocês vão estragar a roupa dele. - ele continuou a argumentar, ajustando a gravata que era menor do que o seu polegar.
- Aonde está o casaco dele, Halston? - Laurel interviu e quando a sogra lhe entregou o suéter, seu coração se derreteu e ela se aproximou de homem para tentar pegar o filho. – Oh, meu Deus! Que coisa mais linda! Olha só, seu primeiro suéter, Finn!
- Como você é facilmente corrompida...- Dave estava no mínimo decepcionado com a performance fraca da mulher por quem ele estava apaixonado.
- Olha o tamanho disso, Dave! Como é possível bordar uma coisa tão pequena? - Laurel ergueu o casaquinho no ar e empurrou o homem para que os dois encontrassem uma superfície boa para trocar a roupa do filho.
Quando eles se foram, Niall virou-se para a namorada e colocou as mãos nos bolsos, mantendo o suéter enrolado em seu braço:
- , por amor à sua atração sexual por mim, eu vou pedir pra você se retirar daqui até eu poder tirar isso.
- Eu não sabia que vocês tinham dois cartões de natal, babe. - a princesinha Styles riu do pedido ridículo do namorado, mas lembrou que tinha uma observação importante a fazer.
- Esse é o irlandês, vocês recebem o da minha família só. - ele explicou sucintamente, assistindo Andy e Ryan usando as mangas dos suéteres para se atacar.
- Mas esse vai ser muito mais bonito! - apontou para o ambiente, a grande festa que estava sendo só para tirar uma foto era o exemplo perfeito de como aquela família era maravilhosa.
- Você acha? - Horan a abraçou.
- Claro que sim, olha o tamanho da sua família! Vocês vão se vestir todos iguais, e tem a sua avó e mais um monte de crianças! O Finn é bisneto dela, Niall! Bisneto! Quatro gerações em uma foto, isso é maravilhoso! - ela se acomodou no abraço do rapaz e encostou a cabeça contra o peito dele.
Quem sabe um dia ela e os cinco filhos deles também estariam ali, usando os suéteres feios e participando dos cartões de natal dos Horan?
- Tudo bem, eu vou mandar um desses pra você. - o irlandês prometeu com um sorriso idiota, porque sua namorada amava sua família.
- Sério?
- Claro.
O fim de semana passou mais rápido do que todos queriam, e quando estavam no jato com os pais de Niall, os dois sentiram que a conexão entre eles foi levada a um nível muito mais íntimo e forte. Uma reunião familiar nunca havia sido tão divertida assim antes, e jurava que nunca participou de um evento familiar tão frenético e aconchegante.
Ela conversou com a vovó Horan e descobriu que a memória da anciã já não era tão forte, e ela frequentemente esquecia o nome das pessoas, participou do jogo de cartas após o farto almoço, sentou com Niall para ouvir as histórias exageradamente mentirosas dos tios bêbados e ajudou a sogra na produção das sobremesas para o café da tarde. Fez de seu fim de semana um momento muito produtivo e deu a oportunidade para que a família de Niall lhe conhecesse e se apaixonasse por ela tanto quanto ela estava por todos ali.
E ainda em solo irlandês, promessas e planos foram feitos para que o próximo encontro não demorasse mais um ano.

OOO

teve uma grande ideia. O tipo de ideia que deixava um ser humano com os cabelos em pé, e que de fato deixou todos no grupo em silêncio por duas horas, até que Harry apareceu e conseguiu enviar uma mensagem mais surpreendente ainda. Liam, Louis, e passaram quarenta minutos discutindo sobre o que foi mais impactante.
e insistiam que foi o "Nós deveríamos ir a uma pista de patinação no gelo!", embora Ortega afirmasse que tudo já ficava estranho e assustador quando a princesinha Styles mandava o famoso "Eu tive uma ideia!".
Os dois rapazes, todavia, continuavam firmes e fortes no pensamento de que o primogênito ter concordado com a irmã era muito mais inesperado, quer dizer, quantas vezes Harry já concordou com em alguma coisa? Só uma vez que ela disse que ia fugir de casa, e ele não só concordou como lhe entregou uma mochila de roupas previamente preparada. E agora mandava um "Eu acho uma boa ideia.", e todo mundo ficou pensando que ele ainda se referia à ideia de Niall de incendiar a sala de Literatura Inglesa para evitarem os exames.
Bom, o importante é que ficou acertado que eles se encontrariam às nove na Somerset House, porque se era pra passar vergonha em público, que eles, pelo menos, fossem na pista mais movimentada da cidade, não é mesmo?
e o irlandês foram os primeiros à chegar no local combinado, e o adiantamento foi proposital para que eles pudessem patinar em paz antes que o restante deles chegassem. O horário escolhido foi muito bem pensado e calculado, já que até às oito a pista estava tomada de crianças bem agasalhadas brincando e correndo com os bracinhos abertos para conseguir equilíbrio.
amava patinar, costumava fazê-lo com o pai quando ele ainda morava em Londres, o homem sempre a levava para brincar por uma hora, e a menininha sempre conseguia ficar mais uma, porque ficava feliz e Russell fazia qualquer coisa para ver sua filha feliz.
Um pouquinho antes das nove, , Louis e Harry chegaram no carro do rapaz e, enquanto eles ainda trocavam os tênis pelas botas de patinação recém locadas, e Liam também chegaram seguidos por Alfred e .
- Alfred, eu não sei mais o que eu faço pras minhas amigas pararem de assediar você. Desculpa. - a morena reclamou enquanto o homem ria e entrava na Mercedes Benz aquecida.
Ela revirou os olhos enquanto se aproximava do grupo que foi fácil de encontrar no meio de tanta gente só porque , e estavam sorrindo e acenando para o seu motorista. afirmava categoricamente que não era ciúmes que sentia, e a real é que era pura implicação com as outras meninas. O prazer malvado de se apropriar da atenção de Alfred, mas o restante do grupo obviamente não parecia compartilhar a mesma ideia.
- Por que o Fred não veio te deixar aqui? - Westwick perguntou sem cerimônias, aceitando a mão de Niall para se equilibrar quando colocou o primeiro pé no gelo. Ela era completamente indiferente à atividade proposta pela melhor amiga, mas não deixou de ir porque não existia a opção abandonar os amigos em uma saída.
- Porque eu sei andar com as minhas próprias pernas, . - Meester falou e, apesar do tom mal humorado e indisposto de quem não gostava de discutir o tópico "Alfred", um sorrisinho dançava em sua boca, e, talvez, por isso a ruiva relevou a resposta grossa, insistindo em provocar sobre o motorista da família Meester:
- Mesmo assim, faz tempo que ele não vai te buscar na Eton... – suspirou, apoiando as mãos no corrimão da cerca de proteção que circundava a pista. – Aquela camisa de botão branca que ele usa, meu Deus... E quando ele decide colocar o quepe?
- SIM! Eu não consigo não olhar quando ele coloca o quepe... – se empolgou, lembrando da visão que era Fred com as mangas arregaçadas e aquele quepe que deixava ele ainda mais charmoso.
- Eu tenho uma foto com o Fred. – Liam soltou e causou exatamente o efeito que desejava:
- O quê? Quando isso aconteceu? – Ortega cruzou os braços enquanto encarava o namorado, completamente incrédula, porque ela nunca ficou sabendo e não sabia que o homem era dado a ficar tirando fotos com adolescentes.
Se ela tivesse noção disso, teria feito o pedido há muito tempo.
- Não sei quando, mas você está nela também, Harry. – Payne disse para Styles, que até então estava de braços cruzados assistindo os amigos conversar sem se incomodar em interagir também. Seu casaco era felpudo por dentro e o calor do aquecedor do Audi quase o fez esquecer do quão frio estava.
- Acho que sei quando foi... – o cacheado tinha uma vaga lembrança da ocasião, mas ao ver o olhar perdido de Tommo, lembrou-se que o amigo também estava na dita foto: - Você também tava com a gente, Louis!
- Não estava, não. – Tomlinson desmentiu instantaneamente, arregalando os olhos enquanto via o olhar sagaz da namorada encontrando o seu.
- Você tem uma foto com o Fred, honey? – agora sim se sentia atrasada. Até Louis tinha uma foto com Fred, e ela não!
- Não sei do que eles estão falando, . – o moreno argumentou. Apesar de já usar os patins, ainda estava do lado de fora da pista, se decidindo entre entrar ou fumar um cigarro primeiro.
Ele passou boa parte da tarde na casa dos Westwick, e como Josephine estava lá, ficou o tempo todo sem nicotina, e ao deixar a casa da namorada não conseguia dizer quem estava mais irritado: ele ou a ruivinha, que também estava sem fumar e ainda teve que deixar o seu álibi ir embora antes de sequer fumar um cigarro.
- Para de ser cínico, Tommo. A gente tirou a foto quando vocês dois ainda se odiavam... – Liam apontou para Louis e e recebeu as risadinhas das meninas enquanto o casal em questão o encarava, Louis porque achou o comentário genial e porque odiava ter que ouvir a voz de Liam.
- E como foram as férias surpresa, Harry? - a ruivinha mudou de assunto, arriscando alguns movimentos próximos da cerca protetora.
Existiam poucas coisas em que não era boa, e patinar não entrava nessa lista, porque ela mandava tão bem quanto qualquer outra pessoa que tinha o esporte como um hobby. Mas era também uma das poucas atividades que ela preferia ir com calma até pegar o ritmo certo.
- Vai se foder. - Styles respondeu, emburrado, lançando um olhar mortal para o irlandês que engoliu em seco.
Harry foi suspenso.
E ninguém escapou da surpresa que foi quando o rapaz teve que abandonar a apresentação do próprio seminário e ir embora do colégio, num momento particularmente tenso, porque o Diretor Gellner estava sendo um tanto complacente naquele ano e ainda não havia suspenso ninguém. Talvez ele nem aplicaria punição tão severa, mas o Prof. Gabe não se deu por vencido enquanto não viu Styles receber sua sentença.
O motivo? Niall, Zayn e Harry estavam apresentando um seminário sobre a segunda grande guerra e quando foi a vez do irlandês falar, foi interrompido pelo menos duas vezes pela voz rouca do cacheado, falando da maneira "certa" as palavras que escapavam em forte sotaque irlandês. Mas o que culminou na interferência do professor, foi a imitação ridícula que o menino fez de Niall, e levou a sala inteira a rir histericamente.
Des foi informado sobre o episódio xenofóbico, e, apesar de não concordar com os motivos de Gellner, concordou com tudo o que o educador disse e ainda tirou o carro do filho por uma semana, mesmo que a suspensão fosse de três dias. Segundo ele, Harry devia aproveitar os dias sem carro para ficar em casa e estudar para os dois exames que iria pegar, porque sua suspensão aconteceria nos dois primeiros dias das avaliações, o que o mandava direto para o fundo do poço acadêmico.
- Eu não acredito que você ainda está puto comigo, cara. - Horan suspirou. O amigo não falava com ele desde que foi suspenso e, inclusive, o loiro estava proibido de entrar no perímetro da residência Styles.
- Desculpa, mas você foi um idiota, Irlanda. - Louis balançou a cabeça, ainda lutando para decidir entre a pista ou um cigarro. - Ele perdeu dois testes.
- E não é minha culpa! Eu não sabia que o Gellner ia ser tão… drástico. - o irlandês se defendeu, mas ninguém na rodinha concordou.
Niall não desmentiu as acusações do professor quando teve a chance e por isso Harry foi suspenso.
- Você devia calar a boca antes que eu te proíba de ver minha irmã, otário. - Harry não pode evitar se referir diretamente ao traidor que ele costumava chamar de amigo.
- Pelo menos eu sou um otário sem exames...
- Niall! - cresceu os olhos, abismada com a ousadia do seu namorado, que já não estava na melhor situação ali, para ser honesta.
- Como é que é? - o cacheado repetiu devagar ao mesmo tempo em que os olhares de todos estavam sobre ele, aguardando seu próximo movimento.
Mas, para evitar que o coitado do Styles acabasse agredindo Niall, Liam se levantou e começou a empurrar Harry em direção ao balcão de aluguel das botas:
- Muito bem, antes que vocês arruínem a noite de todo mundo, vamos alugar as nossas botas!
- Ai, lá vem o Sr. Vou Resolver Seus Problemas… - resmungou em uma voz pedante, falando sozinha enquanto estendia a mão para um Louis que acabava de colocar os pés sobre o gelo e já havia ganhado um susto da porra porque escorregou e quase caiu.
Payne já andava para longe, mas parou e virou, falando de uma maneira tão calma que arrepiou , que estava com o braço apoiado no dele:
- , você não tinha que estar em algum outro lugar sendo estúpida?
- Garoto, eu vou arranhar o seu carro com essa merda! - a ruiva perdeu a paciência e deu impulso para sair da pista com o firme propósito de destruir o carro de Liam.
- O que a gente já combinou, Westwick? - Liam cruzou os braços e ficou sério.
- O que vocês combinaram? - a morena perguntou ao namorado.
- É, alguém me diga também, por favor! - Louis olhou de para Payno, mas os dois aparentemente estavam ignorando o resto do grupo em uma espécie de batalha estúpida de troca de olhares frios.
- Que eu posso te maltratar o quanto quiser no jornal da escola, mas aqui fora eu estou proibida de referir a palavra a você. - Westwick repetiu entredentes, tão baixinho que Liam só entendeu o que ela disse porque o sons das palavras eram semelhantes às que ele proferiu mais cedo.
- Você ainda lembra, ótimo! - o garoto sorriu nem um pouco simpático para a ruiva e, então, falou docemente à namorada: - Vamos lá, baby doll?
- O que acabou de acontecer aqui, honey? - Tommo inquiriu assim que Niall e se afastaram para o meio da pista.
Eles ainda patinaram por alguns momentos em silêncio quando falou, fazendo pouco caso da situação:
- Essa semana eu rasguei uma matéria que ele fez e mandei refazer. Acontece que ele juntou os pedaços de papel e imprimiu uma nova cópia, que fique bem claro que eu não sabia da existência dessa cópia, e tentou levar para o Gellner. E eu provavelmente ia me foder quando eles lessem a matéria porque era um elogio ao Comitê de Ética, daí nós fizemos esse acordo.
- E não compensava para ele ter te entregado? - Lou demorou um tempinho para assimilar toda a bagunça, era uma surpresa, não porque os dois haviam brigado, isso eles faziam todo dia, o que o impressionava é que nenhum dos amigos ficou sabendo disso, e aquilo não parecia uma briga qualquer.
- Claro que sim! Eu ia ter que sair do jornal como punição, mas ele é burro, e eu fiquei quieta. - deu de ombros.
Aproveitando que Liam estava entretido em uma conversa trivial com Harry, mudou de lugar e acabou ficando na ponta oposta do quarteto, que andava por entre as pessoas ocupando espaço, porque eles simplesmente não iam em fila ou ao menos em dupla.
- Oi! – cumprimentou a melhor amiga com um sorriso e ofereceu o braço para ela:
- O que você quer, Ortega? – aceitou o suporte para o braço e apesar da pergunta soar desconfiada, como sempre agia quando alguém era legal sem um bom motivo, ela mantinha um sorrisinho, e isso era o suficiente para a caçula do grupo.
- O Hazza ainda está bravo com o Zayn? – foi direto ao ponto, interessada em saber mais sobre em que pé estava o relacionamento dos dois amigos.
A história é que: Harry e Zayn foram fazer tatuagens, e Styles confiou no amigo para traduzir a palavra amor para o urdu, idioma falado por toda a família Malik, já que era a maneira pela qual eles se comunicavam com os parentes no oriente, mas Malik aproveitou-se da boa vontade de Harry e fez ele tatuar a palavra arroz ao invés de amor.
Eles só descobriram isso quando viu a tatuagem e insistiu que não era amor que estava escrito no braço do amigo.
- Com certeza. - Meester deu uma rápida olhada para o moreno, consciente de que o rapaz nem havia ficado tão bravo assim. Na verdade, os dois riram bastante quando ficaram a sós. A princípio, ele ficou emburrado porque foi feito de idiota, mas superou tudo em um piscar de olhos.
- Ele devia ter usado um tradutor, não confiado no Zayn… - chutou uma pedrinha enquanto lamentava em um suspiro.
- Seu primo é um babaca. - Meester afirmou com a naturalidade de quem já estava acostumada a ofender Malik e sua atitude irritante.
Ninguém sabe ao certo quando a rixa começou, mas todo mundo sabia que não havia uma faísca sequer de simpatia entre os dois, e uma certeza universal é que isso nunca mudaria. Não era raiva ou implicância, eles só desprezavam mutuamente e procuravam ignorar a presença do outro o máximo possível.
E era por isso que todo mundo viu um grande desafio quando Malik aceitou a proposta de tentar seduzir a pessoa que mais depreciava a sua existência.
- Ah, mas foi engraçado quando nós descobrimos.
- Teria sido a pegadinha do ano se não fosse articulada pelo imbecil do Malik.
- Eles vão se perdoar eventualmente, sabe. - Orteguinha confiava cegamente no bom coração de Harry, crendo que apesar da perseguição incessante, ele era um de seus melhores amigos.
- Ah, vão, assim que o Zayn deixar o Harry escolher a próxima tatuagem dele. - deu de ombros, e eles se aproximaram do balcão para pegar os patins e o cartão de aluguel.
- Isso não vai acabar bem. - a caçula afirmou e foi até Liam, que já estava pagando pelos três pares que locou, um para ele, o outro para e o terceiro para .
- Vai ter show do Ed Sheeran semana que vem, Hazza. A gente podia ir. - a morena lançou a proposta para Styles enquanto aguardavam Payne sair da frente com aquelas botas gigantes nos braços.
- Claro que não. Eu não gosto do Ed Sheeran. - o cacheado olhou para com uma cara de quem queria saber como ela teve coragem de propor uma coisa daquelas.
- Por que não? Você tem músicas dele na sua playlist! - a menina soltou a mão dele para cruzar os braços na sua costumeira pose de incredulidade, mas o vento gelado rapidamente apagou qualquer traço de calor em sua luva aquecida pelo contato humano, e ela enfiou as mãos nos bolsos de seu casaco preto.
- A música dele é boa mesmo. Eu não gosto dele e de todo esse romantismo que ele vende. - apoiou uma mão no balcão, enquanto o funcionário passava o cartão de crédito, e abraçou Meester pelo ombro com o outro braço, seu nariz estava vermelho, e ele podia afirmar com bastante certeza que não estava suficientemente protegido para a noite. - Ele me faz parecer ruim.
A garota sorriu ao ouvir a última frase, porque era engraçadinho ver como um ruivo estrábico abalava a confiança do mais charmoso dos homens:
- Ed Sheeran faz todo homem parecer ruim, não se sinta mal por isso.
Ela sabia exatamente o problema que seu garoto estava enfrentando, porque quando se ouve demais as músicas do Ed Sheeran, cria a expectativa de encontrar um homem tão perfeito como o cara das músicas do cantor, mas aí você tem que acordar para a realidade e se dar conta de que o melhor que terá é um badboy de merda, tipo o Malik.
- Vocês vão ficar aí a noite toda? - parou ao lado do casal, com um sorrisinho maroto.
Liam estava há alguns metros dali, tentando desesperadamente encerrar a conversa com o colega da atlética, mas estava para desistir de sua própria vida. não se sentiu na obrigação de acompanhar o namorado naquela jornada de sofrimento.
- Não, só até a gente conseguir constranger você com nosso amor. - Harry riu, mas assim que as bochechas da caçula coraram, ele soltou e pegou seu par de botas.
- Falando em amor, eu ganhei dois cupons pra retirar dois sorvetes no McDonalds! - Orteguinha tirou os dois cupons coloridos do bolso de seu moletom e os chacoalhou no ar, muito contente.
- Nossa, graças a Deus! Até porque você não tem dois euros pra comprar um sorvete não é, ? - Styles falou a tempo de ver a vida esvair dos olhos verdes da menina.
- Você está analisando essa situação pelo ângulo errado, Hazza. - Ortega voltou a guardar os tickets. - Eu posso pegar dois euros agora e ir comprar sorvete, mas ao invés de voltar com duas casquinhas, eu volto com quatro!
- Se você tivesse me falado que estava precisando de dinheiro, eu teria comprado uma casquinha pra você, Betty… - Styles fez um biquinho ridículo, gastando o resto da paciência da menina.
- Eu ainda quero entender porque você falou "falando em amor", mas não falou de mim ou do Liam em seguida… Estou um pouco perdida… - estava com os olhos cerrados e os braços cruzados, esperando uma explicação.
- É tão fofo ver você implorando pela atenção da Orteguinha e do Payne, meu bem. - o rapaz provocou, incentivado pelo sorriso de encorajamento que lhe dava.
As meninas foram atrás de Liam para pegar a bota de , e Harry ficou para trás porque se entreteve com as mímicas de Louis, que tentava lhe dizer alguma coisa através de gestos, e, só para constar, ele era péssimo em mímica.
Os dois amigos só pararam com a estranha comunicação quando Payno terminou a conversa e percebeu que Styles estava sozinho, enquanto lá na pista também tentava impedir Louis de passar vergonha.
Assim que eles sentaram no banco que ficava na frente da portinha de acesso à pista, Harry sentiu que não dava mais para se segurar:
- Liam.
- Oi.
- Eu acho que fiz uma merda.
Payne estava trocando de calçados ainda, quando parou para encarar Harry. As duas meninas já haviam se juntado ao restante do grupo, e Styles ficou para trás, mesmo que já estivesse calçado.
- Se você fez uma merda e veio falar comigo é porque tem a ver com a , certo? - ele checou.
Para ser honesto, ele se assustou um pouco quando a voz rouca do amigo soou ao seu lado, porque ele jurava que o cacheado já estava na pista e ele estava sozinho. Seu coração até acelerou um pouquinho quando Harry falou.
- Eu não acho que é uma coisa ruim, mas eu tô com essa sensação estranha de que fiz algo errado mesmo sabendo que eu estou certo! - o menino Styles continuou, se levantando e testando o equilíbrio em cima dos patins.
- Harry para de enrolar e fala logo.
- Tá bom. Eu inscrevi ela em um programa de trabalho voluntário.
Liam até parou o que estava fazendo para prestar atenção naquilo:
- Por quê?
- Porque eu achei que era uma boa ideia fazer algo de bom pelos outros! - gesticulava com os braços enquanto falava, chamando a atenção de quem passava por perto, que jurava estar vendo uma briga.
- Não, por que você inscreveu ela? Você pode ir sozinho, sabe. - Payne estava um tanto quanto curioso porque ver Harry Styles cismado não era tão comum assim, e ainda somava-se a estranha atitude dele de se inscrever em um programa desses.
Não é que Harry fosse uma má pessoa, mas ele era irmão de , melhor amigo de Louis e agora estava enrolado com . Então ninguém esperava nada de bom vindo de uma pessoa que convivia constantemente com aquelas três almas perdidas.
- Eu queria fazer isso com ela. A gente estava conversando, e ela me disse que nunca fez trabalho voluntário, primeiro eu pensei que ela estava brincando, mas a Diane me falou que é verdade… - Hazza confessou na maior inocência. E só naquele momento lhe ocorreu que talvez a menina não queria mesmo sair de sua zona de conforto, o que era um contratempo, porque ele considerou que ela apenas não havia tido a oportunidade.
Mas Payno logo explicou as razões do porquê que sua melhor amiga nunca esteve nas tardes de doação de brinquedos ou nas noites que antecedem o natal, auxiliando na distribuição de comida:
- É que ao invés de fazer trabalho voluntário de férias, o tio Chris levava ela pra casa de verão que eles tinham. Ou, então, ela ia pros acampamentos de férias e voltava cansada demais pra fazer qualquer outra coisa.
Christopher Meester sabia como se divertir. Atualmente ele investia todo o seu tempo em seu incrível laboratório de astronomia, onde ele passava noites inteiras a estudar os astros e entender como funcionava o universo lá fora, mas já havia dedicado a mesma atenção à produção de whisky e, há muitos anos, ele decidiu que iria preparar cavalos para corridas.
Ele sempre descobria uma nova forma de passar o tempo e colecionava uma lista de itens que já foram objeto de sua atenção, mas que acabaram caindo no esquecimento tão logo tornavam-se desinteressantes. Sua única mania até hoje tinha nome e sobrenome, inclusive carregava agora o seu sobrenome, Diane Meester conseguiu superar todo e qualquer estudo já feito por Christopher, e ele poderia afirmar facilmente que sua vida foi mudada no instante que seus olhos encontraram-se com o par de olhos azuis cheios de vida.
Quando nasceu, ele honestamente ficou com medo de perder o amor que sentia pela esposa, dado o seu histórico de perda súbita de interesse. Mas tão logo Diane soube das preocupações do marido, tratou de acalmá-lo e garantir que eles estavam presos para sempre, e ela se esforçaria para que os dois nunca caíssem em uma rotina maçante.
Por fim, chegando aonde interessa, todos os anos durante as férias de verão, Christopher pegava a filhota e os sobrinhos e iam para algum lugar ensolarado e quente para passar a semana. Eles colecionaram borboletas, conchas, flores, fotografias da natureza e um monte de outras coisas que interessavam à crianças com muita energia para gastar.
Então, quando alegava que voltava cansada das férias com a família, não estava mentindo. Quanto a parte dos acampamentos de férias, nem tanto.
- Mentirosa. Todo mundo ia pros acampamentos, e só ela voltava cansada? - Harry rolou os olhos verdes, mas quis sorrir porque já conseguia imaginar a criança petulante alegando cansaço depois de uma semana sem fazer absolutamente nada.
Para alguém que participou quase todos os anos, ele sabia mais do que ninguém que a morena não era a pessoa mais participativa, já que se lembraria de ter aprontado alguma coisa com ela, como fazia com todos os participantes das mini olimpíadas.
- Pois é… Então, desfaz isso que você cadastrou ou inscreveu, nunca conte pra ela e vivam felizes para sempre. - Liam aconselhou sabiamente, mal notando o efeito de suas palavras no coitado do amigo. Mas estava tão acostumado com , que não percebia como chocava as pessoas quando falava dela assim, como se ela fosse o diabo.
- Meu Deus. Ela vai ficar tão brava assim?
- Ela não vai ficar brava. Só não vai aparecer. - ele respondeu casualmente, já que a resposta soava óbvia em sua mente. - E se você insistir ela vai parar de falar com você.
- Por que ela é assim? - Styles coçou a cabeça, intrigado.
- Porque ela cresceu fazendo o que queria. Você já viu o tio Chris? Ele não consegue falar com a menina se não levar um presente junto. Toda vez. Ela ganha pelo menos um presente por dia quando ele tá em casa. - Li respondeu tão entediado como ficava nas aulas da Filosofia. - E a tia Di é a tia Di, você sabe como é.
- Sei… Ela é maravilhosa… - o primogênito Styles concordou, porque adorava Diane e sua extravagância - Enfim, eu não vou voltar naquele hospital pra avisar que ela não vai mais. Eu prefiro enfrentar a fera à ter que passar uma vergonha dessas.
- Boa sorte, então.
- Obrigado pelo conselho, Liam. - Harry deu dois tapinhas no ombro do amigo, agradecendo pela conversa esclarecedora.
- O conselho que eu dei, mas que você vai fazer exatamente o contrário? - o rapaz arqueou uma sobrancelha e sorriu.
- Aham.
- De nada. - murmurou sozinho e se levantou para finalmente entrar na pista.

Embora estivessem em uma pista de gelo para patinação, o que menos eles faziam era patinar. e Niall se descobriram como uma excelente dupla e passaram os próximos dez minutos rodopiando e se mostrando para ninguém em particular, logo se pendurou em Liam, e o garoto teve que ficar puxando ela como um peso morto que se deixava ser arrastada para lá e para cá, exatamente como alguns pais estavam fazendo com suas crianças.
Harry prometeu se comportar bem, e acabou aceitando que ele lhe fizesse companhia, já que Meester e Louis decidiram não fazer a volta na pista, o cacheado se provou mais talentoso do que o esperado, mas de vez em quando resvalava e começava a sapatear como um filhote aprendendo a andar.
Quando começaram a sentir o calor do movimento substituir o frio da noite, eles se agruparam o mais próximo possível para que ninguém voltasse a sentir frio tão cedo.
A pista ao ar livre estava cercada por barracas que ofereciam um cardápio vasto de opções de culinária. Não existia lugar melhor para se estar em uma noite fria de inverno, o céu estava negro e nenhuma nuvem passava por ali, tampouco era possível ver as estrelas, mas a lua estava cheia e não desapontava em sua magnificência. Quem não estava com vontade de patinar, poderia sentar e comer, conversar ou assistir a pequena encenação que acontecia no ponto mais distante da praça decorada com as luzes natalinas.
- Gente, vocês viram essa matéria do cara que tentou terminar com a namorada e ela quase matou ele? - bloqueou a tela do celular e interrompeu as duas conversas paralelas que aconteciam ali. Ambas foram encerradas para ouvir mais sobre a interessante notícia.
- Será que eles descobriram que você sabotou o carro do seu ex, honey? - Louis perguntou para , verdadeiramente intrigado com a matéria. Se ele fosse um pouco mais prudente, teria receio dos atos impetuosos da menina, mas tudo o que ele fazia era rir e aplaudir a metade das merdas que ela fazia.
- Eu não sabotei o carro dele. - disse sem muita convicção. Agora ela se questionava por que não havia de fato sabotado o motor do carro do imbecil, mas era tarde demais e só lhe restava esperar pela próxima oportunidade.
- Só destruiu a lataria, não é? - sorria quase orgulhosa da melhor amiga, ela esteve lá quando teve que lidar com as traições e as difíceis separações, mas ainda era jovem demais para entender o que significava ter o coração partido. E o conceito só se tornou tangível quando ela se apaixonou por Niall.
- Por que você acha que pode destruir as coisas das pessoas? O cara tem o direito de voltar à sanidade e se afastar de você! - Harry defendeu o coitado do carro ferrado. Não que ele tivesse a menor simpatia pelo indivíduo, mas sentia muito pelo carro, e não dava pra esconder esse sentimento de dor tão profundo.
- Ah, por favor. Ele feriu meu ego, e eu devolvi o tratamento de merda dele. - abanou a mão trivialmente. Agora que a raiva havia passado, ela sentia-se tentada a rir da situação, mas também se arrependeu de ter estragado a pintura do carro, deveria ter feito aquilo na cara ridícula do otário e não no pobre carrinho que lhe carregou para tantas festas.
- Feriu o seu coração, você quis dizer. - a corrigiu.
- Não, meu ego mesmo. - a ruiva reafirmou naturalmente e nem um pouco incomodada, ao seu lado, Louis encostou a bochecha contra o gorro branco que ela usava naquela noite.
não era uma grande fã do que fazia em seus acessos de raiva, mas sentia-se impulsionada a congratular a amiga por ter feito aquilo com o ex. Quer dizer, ela poderia ter saído por baixo e ficado arrasada por ter sido traída, mas sendo a boa garota que era, ela foi lá e garantiu que não seria a única a chorar naquela noite.
- Essa foi provavelmente a decisão menos burra que você já tomou, Westwick. - esboçou um sorriso que mostrava o quão inspirada ela se sentia a respeito da vingança incrível da ruiva.
Qual era o seu maior sonho nesse instante? Voltar no tempo, pegar seu celular e se tele transportar até a exagerada mansão Guessoum, só para poder testemunhar e gravar para a história. com uma pedra perigosamente grande, refazendo a pintura de toda a lataria do carro.
- Meu bem, eu não me sinto confortável com você concordando com as ideias dessa menina. - Harry murmurou enquanto encarava com uma cara de desgosto.
O mundo já não era um lugar seguro com Westwick causando nele, quem dirá se Meester decidisse seguir os mesmos caminhos!
- Para de tentar ofuscar o brilhantismo da minha namorada, otário. - Louis soltou do abraço só para poder socar o braço de Harry, mas o cacheado foi mais rápido e se escondeu atrás de Liam.
- Quero ver se você vai achar tão brilhante assim quando for a vez do seu carro… - Niall rodopiou ao redor da rodinha de amigos e parou ao lado da única cabeça loira ali, e imediatamente se deu conta que não estava ali.
Fez uma nota mental: lembrar de perguntar pela assim que eles terminassem aquele tópico.
Ele poderia interromper a conversa e sanar a dúvida, mas por que fazer isso e acabar com a diversão que era conversar sobre o funeral de Louis, não é?
- Minha vez? Meu querido nós vamos durar mais tempo do que vocês dois. - Tommo apertou ainda mais forte, absolutamente aterrorizado com a possibilidade de Niall abrir a boca grande e estragar a vida de todo mundo.
Seus olhos encontraram os de Harry, e ele ficou mais aliviado em saber que não era o único preocupado ali. O cacheado estava com os olhos arregalados e uma expressão tão tensa que deixava vincos em sua testa.
- Com licença? - interrompeu o momento de desespero entre seu irmão e seu melhor amigo, ofendida com a declaração ousada, infundada e sem sentido do amigo.
- Desculpa, princesinha. É que todos acreditamos que você vai perceber que o Niall é patético demais pra sua grandiosidade. - Lou piscou para a menina, e o elogio à sua auto suficiência bastou para que ele fosse perdoado.
- Ei! - o irlandês, todavia, não achou nem um pouco construtivo a justificativa de Louis.
- Imagina se Niall e terminam? - Orteguinha falou para ninguém em especial, mas todo mundo adorou a colocação, e Horan se manifestou no mesmo instante:
- Eu ia morrer sozinho!
- Que nada. Você só ia precisar encontrar uma mulher patética, igual à você. - Liam solucionou rapidamente o problema da solidão, atenuando o comentário com uma risada de quem estava só brincando.
E todo mundo sabia que ele estava brincando. Ele sabia que não andava com a moral lá em cima desde que a Srta. Saint estava obtendo sucesso em controlar sua vida amorosa dentro da Eton, seu maior medo era ter que recorrer abertamente à ajuda de sua querida amiga porque ela já estava agindo sem que ele pedisse. Lexi ia acabar com a sua vida.
- Tá bom, tá bom. Agora vamos falar sério: quem acha que vai sofrer mais quando terminar? - os olhos negros de brilhavam de animação quando ela trouxe o assunto à tona.
- Como assim? - Louis tentou acompanhar a linha de raciocínio da namorada.
Ele e Niall estavam passeando em círculos, ao redor dos amigos, com Niall guiando e Tommo segurando no casaco do irlandês para aproveitar a carona.
- Por exemplo, a e o Zayn terminam, quem fica na lama? - a ruiva exemplificou o cenário mais improvável em sua mente.
Ela não tinha esperanças em muitas coisas, mas acreditava que Malik e eram um casal lindo e lembravam-na de seu primeiro namoro e todas aquelas emoções que acompanhavam o compartilhamento de sentimentos pela primeira vez.
- O Malik, definitivamente. - Meester falou sem a menor sombra de dúvidas.
Zayn era incontestavelmente bonito, porém miseravelmente burro. E conseguia ver claramente que ele era o tipo de idiota que ia fazer uma grande estupidez, uma daquelas que não dá pra remediar e todo mundo fica sem entender o porquê.
- Nossa, eu não acho que a vai sofrer menos, ela adora o Zayn! - olhou para os amigos e viu que todo mundo concordava com sua colocação.
era contida, educada, polida e ainda sim, não podia ignorar o brilho no olhar da amiga toda vez que ela estava com Zayn. Não dava para dizer ao certo o que era, mas ela conhecia aquilo porque era como ela ficava quando Liam estava ao redor. Toda santa vez, mesmo depois de todo esse tempo. E aquele tipo de sentimento não se apagava facilmente como costumava supor.
- Tem como alguém sofrer menos em um término? - Niall não estava entendendo porra nenhuma.
- Claro que sim. Ou você acha que a vai ficar na lama igual você? Ela vai pra alguma festa, vai colocar uma dessas roupinhas que elas usam pra sair e ninguém vai desconfiar que ela tá solteira - Payno riu enquanto metralhava o irlandês com o futuro trágico que ele teria no momento em que seu romance com a princesinha Styles chegasse a um fim.
- Meu Deus, como você pensou nisso tudo? - a loirinha estava chocada, porém muito satisfeita de saber que ninguém desconfiava o quão abalada ela poderia ficar se ela e o irlandês viessem a romper.
- Não sei, é que eu não imagino você surtando e sofrendo por causa de um namorado, princesinha. - Liam piscou para a loirinha.
- Bom…
Como explicar a noite em que eles brigaram, e ela surtou? E melhor ainda, como falar para os seus queridos amigos que ela provavelmente faria a mesma coisa caso ocorresse semelhante situação mais uma vez?
- E vocês dois? - apontou para e Liam, que estavam muito confortáveis e bem protegidos do frio, obrigado.
- O que tem a gente? - Payne ficou rapidamente sério. A ruiva era como um buraco negro sugando sua alegria e vontade de viver.
- Quem será que vai sofrer mais? - Westwick nunca se deixava abater pela cara feia do rapaz, por isso cruzou os braços e cerrou os olhos à espera de uma resposta.
- Dá pra parar de falar essas coisas horríveis? A gente tá em época de festa, comemorando e sendo feliz… - desconversou.
- Não enrola, fala logo. - estava interessadíssima nessa fofoca.
- Pode deixar que essa eu respondo! - ergueu a mão, tomando a vez para falar com uma empolgação incomum.
- … - Ortega suspirou, mesmo já sabendo que não adiantava mais parar de falar, e, caso a melhor amiga o fizesse, só iriam aumentar as suspeitas do grupo de que algo sério acontecia toda vez que eles brigavam.
Liam talvez se tornasse um filho da puta? Talvez.
Ela também se recusava a falar com ele? Também.
Mas isso não era da conta de ninguém, e ela preferia seguir a vida sem os olhares curiosos de todo mundo toda vez que o casal se desentendesse.
- Shhh, deixa eu falar, eu já testemunhei alguns términos de vocês. - interrompeu o protesto da caçula e começou a contar tudo: - A fica pra baixo, chora, é um show de horror. Mas o Liam fica insuportável! Meu Deus! Não dá pra lidar sem querer socar a cara dele toda vez abre a boca.
- Eu já sinto essa vontade todo dia, o tempo todo. Será que faz sentido? - perguntou, pensativa e alheia aos sorrisinhos dos amigos.
- Nenhum além de você ser uma idiota, . - Payno revirou os olhos.
- Deixa eu terminar de falar! - Meester interferiu antes que aquilo virasse uma discussão insustentável.
- É, deixa ela terminar de falar! - Harry falou sério, mas estava rindo muito, e a morena não viu porque ele estava atrás dela, fazendo mímica enquanto repetia suas palavras.
- Liam, eu queria aproveitar essa oportunidade pra te falar como você fica um cu toda vez que vocês terminam. - falou para o melhor amigo, aproveitando a chance de finalmente poder desabafar com alguém sobre as dificuldades de ser a confidente de um casal de amantes que se esconde. - E não é culpa do mundo que você é burro e estraga tudo o que toca, então quando isso acontecer de novo, pega leve.
- Eu não fico assim… - o moreno embaraçou-se com a declaração pública de sua fraqueza.
- Ai, meu Deus, cadê o Malik pra confirmar isso aqui? - a morena se irritou, olhando ao redor e, só então, se deu conta de que Zayn nunca esteve ali.
- Não sei… Nem sinal do Zayn e da . - Horan já tinha esquecido de comentar com os amigos a falta do casal. Ele jamais esquecia uma fofoca, mas esquecer de dois seres humanos não tão pequenos já era outra história.
- Gente, agora que eu notei que eles não estão aqui! - Harry estava chocado com sua própria displicência. Ele sempre reservava tempo para bater um papo com a loira, mas, as horas passaram, e ele simplesmente não percebeu que aquilo não havia acontecido ainda.
- Bem que estava tudo muito quieto… - Tommo ponderou.
- Do que você está falando, Lou. Você é quem causa tumulto onde chega. - meneou a cabeça, impressionada com a cara de pau do menino. Mas também um pouco surpresa por não ter dado falta do primo durante tanto tempo.
- Eu mandei uma mensagem para ela, já tem uns minutos. - Niall checou o celular mais uma vez só para ver que sequer havia usado o aplicativo na última hora.
- Eles devem estar transando… - não poderia ter usado um tom mais malicioso.
- Ou brigando. - sugeriu também, apostando suas cartas naquela opção.
- Não é porque o seu relacionamento é falido que os outros não podem ser felizes, Meester. - a menina ruiva cantarolou a provocação, que foi muito bem recebida pela outra:
- Você quer mesmo falar de relacionamentos falidos, Westwick?
- Dá pra vocês duas pararem? - Horan pediu, incomodado com a falta de preocupação das duas a respeito do sumiço de .
- Parabéns pra quem começou com essa conversa. - Styles murmurou aleatoriamente.
- Alguém precisa ligar pra e para o Zayn. - Orteguinha decidiu, pegando o próprio celular do bolso e tirando a luva para conseguir usar o aparelho.
- Eu acho que eles já estão aqui… - Harry juntou as sobrancelhas, identificando por causa dos cabelos quase brancos e o porte inconfundível.
- Eu ligo pro Zayn. - continuou a falar com Horan, muito ocupados em descobrir o paradeiro de seus queridos.
- Eu tô tentando a . - Niall já estava com o celular, chamando.
- Não são eles ali? - apontou para a menina que já estava na pista e o rapaz do lado de fora, segurando as botas que deveria calçar.
- Niall, você devia ir na casa da , ver se eles estão vivos.
- Gente, eles já estão aqui, pelo amor de Deus! - perdeu a paciência e falou mais alto, finalmente tendo a atenção da dupla que estava muito concentrada em fazer uma simples ligação.
- Aonde? Ah, sim, já vi. - Niall logo reconheceu a melhor amiga e acenou amigavelmente para o casal, sem se preocupar em demonstrar o quão aliviado estava naquele instante.
- São eles mesmo! Tchau, babe! - girou sobre o patins e foi muito contente receber , já que Zayn ainda estava no banquinho se calçando com toda a calma do mundo.
- Alguém lembra quando essa garota ainda lembrava da minha existência? - Harry se magoou com a irmã. Como assim ela só se despediu de Niall?
foi atrás das loiras, curiosa para saber porque o casal havia demorado tanto para se juntar a eles, e foi com a morena porque já estava cansada de olhar pra cara de .
O grupo que ficou para trás logo engatou uma conversa sobre os presentes de natal quando se lembrou de algo:
- Louis, sabe aquele dinheiro que eu te emprestei? – ela passou o dedo na pontinha do nariz assim que sentiu um floco de neve queimar sua pele sensível.
O dinheiro a que Westwick se referia eram quarenta euros que Louis pegou emprestado outro dia, quando estavam no shopping, porque esqueceu a carteira no carro. Os dois estavam na loja da Nike comprando meias, e na hora de pagar ele viu que estava sem a bendita carteira, mas ela se ofereceu para pagar.
- Sim, . O que tem ele? – Tommo riu por causa da careta que a menina fez quando sentiu o floco congelado tocar seu nariz.
- Você podia me pagar hoje. Eu quero comprar alguma coisa para comer daqui a pouco e não trouxe dinheiro. – explicou, mas se arrependeu no mesmo instante.
Não por ter cobrado seu dinheiro, mas por ter feito isso na frente dos amigos, que obviamente não concordavam com sua posição e estavam chocados com o pedido.
- você está cobrando o Louis? - Niall franziu o cenho, surpreso com o pedido inusitado da ruiva. se renovava a cada dia, isso era um fato que ele procurava não se impressionar muito, mas tinham dias como aquele (ou quando ela arremessou o celular de Harry) em que ela desafiava a lógica da existência.
- O seu próprio namorado? – Liam estava um pouquinho impressionado, sim.
Ele e não eram grandes amantes da prática de emprestar dinheiro, mas quando se está junto há tanto tempo como os dois, era inevitável que isso acontecesse. E, honestamente, ele não lembrava de uma única vez em que eles devolveram um centavo sequer do dinheiro emprestado.
Na verdade, teve uma vez que eles terminaram, e ele tentou devolver um dinheiro, mas a doce e feliz Orteguinha amassou a nota e jogou nele antes de sair marchando irritada por causa do afronte.
- Quanto ele pediu? Duzentos? – Styles cruzou os braços, levando a conversa muito a sério.
- Quarenta.
- Puta que o pariu, ! - o irlandês nem percebeu que aumentou tanto o tom de voz que quase gritou. E ele quase caiu porque estava com as mãos nos bolsos e tentou abrir os braços, mas as mãos ficaram presas e ele perdeu o equilíbrio.
- O quê? É meu dinheiro, e ele pediu emprestado! Se ele tivesse só pedido, eu teria dado! – a menina também se exaltou e se colocou na defensiva.
Pelo amor de Deus, ela só queria a porra do dinheiro de volta! Um dinheiro que era dela, e muito mais importante: Louis falou que devolveria!
Tomlinson, que até aquele momento assistiu a conversa com um sorriso maroto, abraçou a ruiva pelo ombro e suspirou antes de falar:
- Você sabe o que eu comprei com aquele dinheiro, certo, honey?
- O que ele comprou? – Harry ativou o modo "ver segundas intenções em tudo" e, no mesmo instante, exibiu um sorriso de expectativa.
Ele estava de dedos cruzados implorando ao destino para o que dinheiro tivesse sido gasto em um sex shop. Deus sabe que ele nunca mais daria paz a Louis, eles estavam precisando de uma diversão ultimamente e o que era melhor do que encher o saco do melhor amigo até ele se arrepender do dia em que nasceu?
- Por favor, Harry. – Payne interrompeu o amigo de cachinhos antes que ele irritasse Louis e os dois saíssem dali sem saber o que ele fez com o dinheiro. Ele também percebeu que apesar de estarem em uma pista de patinação, estavam parados ali há um bom tempo e já estava começando a ficar cansativo não ter um banco para sentar.
- Eu comprei meias, . – Tommo relembrou da tarde em que os dois decidiram passear dentro da Nike e ele se sentiu o cara mais sortudo do mundo quando viu que sua namorada estava tão feliz quanto ele em estar ali. - Meias que estão todas na sua casa.
- Como você pode violar a regra universal de não pedir de volta um dinheiro emprestado? Eu to muito revoltado! – Harry balançou a cabeça, de fato muito indignado com a atitude de .
Quer dizer, não era uma regra propriamente escrita no Manual dos Casais, mas era universalmente sabido que não se cobra dinheiro emprestado a namorado!
- Revoltado porque se a Meester começasse a cobrar tudo o que ela paga pra você, seu pai ia falir, folgado do caralho. – a ruiva perdeu a paciência, principalmente porque TODO mundo sabia que emprestava muito dinheiro para o cacheado.
Ele basicamente achava que não precisava levar a carteira quando ia sair e sabia que estaria lá também. E o fato não passava batido por ninguém, inclusive todos achavam muito engraçado ver a morena passando o cartão vez após outra para bancar Harry.
- Para alguém que está no quinto namorado, você parece não ter a menor noção do que está fazendo, fofa. – Styles ignorou o comentário e continuou pressionando.
Liam cansou de ver a argumentação idiota de Harry e e foi atrás de Zayn, que por sinal estava vindo ao seu encontro para lhe tirar dali, a fim de que pudessem conversar sem os comentários desnecessários do pessoal:
- Vocês estavam transando? Por que vocês se atrasaram? - Payne perguntou sem rodeios, mas ao invés da risada que o moreno comumente dava, ele não deu o ar da graça.
- Não. - Zayn confessou e esperou que Liam entendesse a sua falta de vontade de discutir a relação e mudasse de assunto.
- O que vocês estavam fazendo então? - o moreno convenceu-se de que o amigo estava tão bem como tentava soar.
- Nada demais. - ele mentiu.
E isso era muito mais fácil do que mandar um: "A gente combinou de jantar juntos antes de nos encontramos com vocês, eu esqueci completamente e só lembrei quando cheguei lá e ela estava brava."
Observação importante: brava era tão neutra que o máximo que se podia captar era uma leve irritação perpassando por seus olhos castanhos.
Esse auto controle deixava Zayn louco da vida, porque no seu ponto de vista, não se importava com o relacionamento deles (mesmo sendo ele quem fazia tudo errado, se atrasava, criava desculpas para não ir etc), e isso o irritava mais do que as discussões que aconteciam toda vez que ele esquecia de um compromisso.
- Está tudo bem, então?
- Eu vou terminar com a .
- Como assim? – Liam parou de se movimentar e encarou o melhor amigo com uma expressão que entregava seus pensamentos: ele já estava se perguntando quanto tempo demoraria até Malik dizer aquilo.
- Como assim o quê, Liam? O que você acha que significa terminar com alguém? – revirou os olhos.
- Zayn, para de falar merda. A é a pessoa mais decente que você já namorou e se vocês terminarem, todo mundo vai ficar mal porque vocês vão estragar nossas saídas de casal. – o rapaz mais alto cruzou os braços e sorriu – Sério, na melhor das hipóteses, todo mundo vai ter que escolher um lado...
- E qual a pior delas?
- A parar de sair com a gente.
- Ela não faria isso só porque nós não estamos mais juntos… - o moreno afirmou com muita certeza.
- Nós estamos falando da , Zayn. Para de se iludir. É óbvio que ela se afastaria para não causar desconforto pra ninguém. - Liam por outro lado também tinha muita certeza de que estava certo.
- Quando você e a minha prima terminarem, quem fica e quem sai do grupo? - Malik perguntou sem rir, o que indicava claramente que ele estava falando sério.
- Quem disse que nós vamos terminar?
- É só uma questão de ela encontrar alguém melhor, e você sabe disso. Vocês vivem discutindo.
De fato, Liam e discutiam pelo menos uma vez por semana. Sem exceções. A diferença é que as discordâncias sempre aconteciam por motivos banais tipo uma música, a pronúncia de uma palavra ou qualquer outro tópico que levaria dois idiotas à uma discussão.
Às vezes eles chegavam em consenso na mesma hora, em outros dias a contenda se estendia por dias, até que o primeiro a sentir saudades abrisse mão de sua razão.
Naquela tarde mesmo eles haviam debatido, e o melhor de tudo é que Karen, a mãe de Liam, testemunhou tudo:

Flashback ON
- Sogra, eu não aguento mais o seu filho. – jogou em uma cadeira desocupada a bolsinha de couro da Fendi.
Eram aproximadamente quatro horas da tarde, ela não foi para a Academia e ainda escapou das últimas duas aulas porque precisava ir ao ortopedista receber os resultados do check up mensal a que era submetida desde que começou a ensaiar os primeiros passos na dança.
- Ai, ... – Liam entrou logo atrás da namorada, jogando as chaves para o ar displicentemente enquanto seguia o rastro de . Ele foi até a mãe e beijou a bochecha dela, que sorriu satisfeita com a demonstração de afeto do filho. – Mãe, hoje é um daqueles dias que eu ia amar comer alguma coisa feita por você.
- O que aconteceu, querida? – Karen finalmente tirou os olhos da tela do ipad, que por sinal estava aberta no projeto do novo escritório de Geoff, o que explicava a bagunça do lugar, mas não justificava a prataria da casa exposta na sala dos staffs. – Oi filho! Hoje é um daqueles dias que você e o seu pai vão ter que se conformar em jantar fora porque eu estou ocupada.
- A gente saiu pra ver um filme, e ele disse que não gostou da história, mas ia ver do mesmo jeito - começou a contar e a medida que ela falava, Payne revirava os olhos de propósito só para provocar - Você sabe quantos minutos de filme ele viu? Nenhum! Desde que o filme começou, ele pegou o celular e não tirou o olho daquela merda.
- O importante é que eu estava lá. - Liam argumentou com um sorrisinho idiota.
- Vamos pra cozinha pegar alguma coisa para comer. – Karen, por sua vez, não parecia nem um pouco surpresa. Muito pelo contrário, sorria como quem já conhecia aquela história, mas decidiu deixar quieto e ver até onde a menina iria com as reclamações.
- Se fosse pra você ir e ficar usando celular, podia ter ficado em casa. - Ortega deixou a mulher passar na sua frente e esperou por Liam. Apesar da discordância, ninguém estava bravo, ela poderia facilmente concordar que estava no máximo entediada com a argumentação que o namorado vinha apresentando por todo o caminho de volta. - Pelo menos eu não ia ter passado raiva e ainda ia prestar atenção no filme.
- Baby doll, você devia agradecer porque eu sentei por duas horas e não fiz absolutamente nada só pra te acompanhar em uma coisa que eu nem gosto! - ele pegou uma miniatura em aço, uma das muitas que o pai colecionara ao longo dos anos e que agora estavam se aposentando porque não ornavam com a decoração clean que Karen planejou.
- Você quer realmente falar sobre fazer coisas que não são legais, Li? - ela cruzou os braços e deixou que o namorado envolvesse seu ombro em um meio abraço enquanto os dois iam atrás da Sra. Payne - Beleza, vamos falar sobre como eu já tive que assistir Lucy três vezes…
- Com licença! Lucy é um clássico da…
- Não é clássico de nada, sweetheart. Só você gosta dessa porcaria. - Ortega interferiu antes que fosse obrigada a ouvir mais baboseiras.
Não é por nada, mas ela odiava filmes sci-fi num geral, os enredos fantasiosos que quase nunca se explicavam ou faziam sentido, somados às atuações sempre ridiculamente dramáticas e os efeitos especiais pobres, eram um combo que garantia a morte de um filme para a caçula do grupo.
- Claro que não! Esse filme tem um enredo muito filosófico, okay? - Liam caminhou até aonde a mãe estava, tirando os nuggets dos pacotes e colocando em uma forma preta grande para aquecer.
- Ninguém deveria ser submetido à tortura que é ver Lucy. - ficou do outro lado do balcão, apoiada sobre os cotovelos enquanto assistia o namorado auxiliar a mãe.
- Você deveria me agradecer por te enriquecer culturalmente. - ele jogou os pacotes plásticos dentro da pia de qualquer jeito e Karen seguiu logo atrás, recolhendo o material da pia e levando para a lixeira de plásticos.
- Eu prefiro quando você me enriquece com esmeraldas, Liam. - Orteguinha suspirou, assistindo faminta enquanto brincava com o pingente de seu colar. Infelizmente ela só podia esperar até que o lanchinho ficasse pronto.
- Materialista do caralho. - Liam resmungou e soltou o pano de prato no balcão.
- Liam, olha essa boca! - Karen, que até então assistia tudo com a expressão risonha de quem estava a se divertir com a discussão do jovem casal, não esperou muito para corrigir o filho.
Ela não tinha muito o que reclamar de Liam, no geral. Mas não gostava nenhum pouco de ouvi-lo falar qualquer palavrão. Mesmo que Geoff deixasse escapar um ou outro com frequência, não era justificativa para que o menino fizesse.
Sempre que Liam usou o famoso "Se o papai faz, por que eu não posso também?", Karen rebateu com um sábio "Quando você for milionário como o papai, ninguém vai te proibir de fazer nada, querido". E assim o jovenzinho foi aprendendo que não dava pra sair fazendo o que queria até que ele tivesse bastante dinheiro para que as pessoas não se importassem com o que ele fazia, fosse certo ou errado.
- Você está brigando comigo? Olha o que essa garota falou, mãe! Ela só quer saber do meu dinheiro! - Payno se defendeu na hora, arregalando os olhos e apontando para como se estivesse apontando para o seu maior antagonista - E o meu tempo? A minha companhia?
- Até aonde eu estou sabendo, seu tempo e a sua companhia só funcionam se você estiver com a cara no celular. - Karen revidou. - E nós mulheres necessitamos de uma atenção real.
- Exato! - concordou veementemente, ficando de pé enquanto se controlava para não começar a aplaudir sua amada sogra ali mesmo.
- Sacrifícios assim são mais importantes do que diamantes! - a mulher se empolgou com a aprovação efusiva da menina.
- Amém! - não se aguentou e bateu palminhas, mas logo parou e começou a analisar bem o que havia ouvido - Mais que diamantes, sogra? Será mesmo?
- É, diamantes não. Mas rubis, com certeza. - Karen também ficou pensativa por alguns segundos, pesando em sua balança emocional os diamantes versus plenitude afetiva.
- Também acho. - a morena também não era uma grande fã das pedras vermelhas - Ah, outra porcaria que eu assisto sem reclamar: MIB.
- Ah, não! Pode parar por aí! - Liam literalmente congelou de frente para a pia, virando lentamente para encarar a namorada - Você não gosta de MIB?
- Abomino! Que filme mais chato! - fez uma careta tão desagradável quanto sua opinião sobre a história cultuada pelos cinéfilos.
- Vai se foder, viu… Eu não acredito que eu já beijei essa boca. - Payne soltou com força a espátula de silicone na pia, causando um barulho alto que fez as duas pularem de susto.
- Liam James, eu já falei pra você parar de usar essas palavras. - a mamãe Payne deu um tapa na mão do filho.
- Ele fala coisa pior, Karen. - disse como quem não queria nada. Ela estava se esforçando muito para não soltar uma risada sonora porque Liam provavelmente ficaria chateado.
- Nada do que eu falar nessa vida vai ser pior do que você blasfemando contra MIB. - Liam saiu da cozinha e toda a casa pode ouvir o som de suas passadas pesadas e irritadas escada acima.
- Meu Deus, como ele é dramático… - suspirou mais uma vez e balançou a cabeça da mesma maneira que uma mãe faz quando vai dizer que o filho não tem jeito.
- Ele está parecendo aquela irmã do Harry, a loirinha bonitinha. - Karen estava tirando a forma do forno elétrico quando percebeu que não conseguia lembrar do nome da filha de Desmond e Katherine.
- A . - a menina serviu dois copos com o suco e foi até a geladeira procurar um ketchup, já que Liam abandonou as duas com a metade das coisas para arrumar.
- É, ela mesma. - a Sra. Payne pegou a tigela de vidro e colocou na frente da nora. As duas pegaram os nuggets quentes e começaram a assoprar para esfriar mais rápido - E como ela está? E o Harry? Esse ano eu quase não os vi.
- A está namorando com o Niall. E o Harry e a estão saindo.
- Não! - Karen estava definitivamente chocada com as novidades. - O Harry e a nossa ?
Até onde ela sabia, o que não era muito, a melhor amiga de seu filho não era muito fã do primogênito Styles.
- Aham. Eu também fiquei chocada assim quando descobri. - pegou outro nugget e o partiu no meio antes de mergulhá-lo no molho.
Elas nem perceberam, mas pareciam sósias uma da outra, paradas lado a lado com os cotovelos sobre o balcão, repetindo os gestos de: pegar o nugget, partir ao meio, mergulhar no molho e levar à boca.
- Mas o Liam nem me falou nada…
- É que ele está ocupado demais com filme ruim e ser um namorado ruim também. - deu de ombros.
- Entendi. Quer me ajudar com a escolha dos papéis de paredes?
- Considerando que se eu subir agora vou correr o risco de ver mais uma ficção científica horrorosa, vai ser um prazer ajudar você Karen! - a caçulinha decidiu facilmente, pegando a tigela com nuggets enquanto Karen levava o ketchup e seu tablet.
Flashback OFF


- Talvez… Mas vamos falar sobre você e seus projetos para sua vida de solteiro. - Liam pressionou, com suas suspeitas mais fortes do que nunca a respeito da atual situação do relacionamento do amigo.
- Não é que eu queira ficar solteiro, eu só não sei como fazer esse caralho funcionar direito… - Malik suspirou, sentindo-se inquieto e assombrado por sua própria idiotice.
- Ah… Então você ainda gosta dela?
- Claro que sim, idiota.
- Zayn, você passa tanto tempo pilhado com o fato de que não é mais solteiro, que nem está aproveitando isso.
- Eu não te pedi conselho sobre relacionamento, Liam.
- Tá bom, você quer que eu fale o quê?
- Eu não sei! Eu não vim atrás de você com um plano. Não dá mais pra conversar com alguém só pra ser um ser humano normal?
- Por que você e a brigaram?
- Do que você está falando?
- Vocês andam brigando demais, e todo mundo já sabe que quando vocês não aparecem logo é porque estão fazendo isso.
- Eu sou um merda.
- E vai ser mais ainda se terminar com a antes de namorar do jeito certo. O que você gosta de fazer quando vocês estão juntos?
- Não é da sua conta!
- Fala logo, Zayn.
- Eu não sei! A gente vê uns filmes, leva o Kelso para passear… Porra, quem vai ficar com o Kelso?
- Ela, é óbvio! Você deu o cachorro pra ela, seu burro.
- Foda-se, ele é meu também. Nós dois estamos criando ele. Juntos. Ela vai ter que me deixar ver ele.
- Nós podemos negociar isso, talvez.
- Mas eu não quero terminar com ela…
- Você acabou de me dizer que vai terminar com ela!
- Eu sei, mas não quero! Só queria não ser tão ruim assim. Eu normalmente sou bom nas coisas, mas em ser namorado, eu sou uma negação.
- Você devia pensar mais na como e menos como sua namorada.
- Do que você está falando?
- Eu estou dizendo que você faria de tudo pra passar um tempo com a , como você fez durante todo o tempo que nós ficamos na praia. Mas você tem um plano doentio de contrariar tudo o que a sua namorada gostaria que você fizesse…
- É que ninguém manda em mim.
- Exceto o seu pai.
- Ah, vai tomar no cu. Termina de falar logo.
- Beleza. O que eu quero dizer é, para de tratar tudo o que vem da como uma ameaça à sua liberdade de expressão. Conversa com ela, fala que você é um lixo com relacionamentos, mas também fala sobre como você se sente sobre ela.
- Essa foi a pior ideia que você já me deu.
- Para de choramingar e agradece que você está com a e não com a . Melhor ainda, agradece que você não é o Louis.
- Ou o Harry.
- Ou o Harry! Você tem noção do que esses dois passam? A vai quebrar a cara do Louis na primeira briga, e a é daquele jeito doente dela.
Zayn concordou com um aceno, lembrando-se perfeitamente da definição de "jeito doente" da melhor amiga de sua prima, que ele testemunhou há algumas semanas:

Flashback ON
Uma instituição grande como a Eton contava com uma equipe de mais de cem funcionários que trabalhavam vinte e quatro horas por dia para garantir que os seus mil e trezentos alunos cumprissem a carga horária em cem por cento, mas ainda sim era muito fácil fugir dos inspetores que andavam pelos corredores dos prédios a todo instante.
O grande problema é que os prédios eram gigantescos, formados por centenas de corredores e salas que serviam de esconderijo para quem não queria ser encontrado. Lá fora, a pequena reserva florestal era um paraíso para casais e o lago com três quilômetros de extensão era um point nos meses mais quentes.
Não faltavam lugares para deixar de ir a uma classe e quando os professores decidiam fazer algo ao ar livre, a oportunidade raramente era despedirçada e todo mundo dava um jeito de sair fora.
Era por isso que agora Zayn estava em pé fumando, de frente para que estava apoiada contra o capô do carro de Louis, enquanto os dois discutiam seriamente sobre uma brincadeira que a morena aprontou com Saint:
- Você tem que parar de fazer isso, Meester. Porque depois é a quem tem que aguentar as merdas da Lexi.
- Se você fosse decente o suficiente para proteger a sua prima, eu não teria que me dar ao trabalho de dar o troco toda vez que a doida faz alguma coisa. - a morena revirou os olhos e procurou algum dos amigos ao redor, já que eles haviam combinado de sair uma aula antes para almoçarem fora.
Infelizmente Zayn foi o primeiro a chegar e quando viu que só ele estava lá, foi para o carro de Louis e começou a usar o celular como se estivesse sozinha por ali. Mas acabou que o rapaz se aproximou para saber de Niall, que tinha aquela aula com ela, e os dois chegaram rapidamente no tópico Lexi.
- E você quer que eu faça o quê? A menina é livre pra ir aonde quiser, ninguém pode impedi-la de falar com os outros. - ele se defendeu.
Para ser honesto, ele estava cagando para o drama que acontecia entre sua prima, Liam e Lexi, mas mesmo que ele se importasse um pouquinho, não havia nada que pudesse resolver toda aquela bagunça. Ele ia fazer o quê? Pegar ela pelo pescoço e ameaçar de morte?
- Então ninguém vai me impedir de continuar preparando surpresas pra ela. - afirmou sem dar o ar da graça.
Um fato incrível é que todas as vezes que os dois se relacionavam, não haviam risadas, sorrisos ou amistosidade. Eles sempre iam direto ao assunto e isso sempre deixava qualquer expectador muito desconfortável.
- Você não entendeu, Meester. Não dá pra acabar com a vida dos outros só porque você não gosta da pessoa.
- É mesmo? – ela riu – Sente e assista então.
não estava blefando, Alexandra zerou uma prova porque a morena pagou um aluno mais novo e experiente em computadores para alterar as respostas do gabarito do teste de matemática. Saint ficou possessa, mas como não era a primeira vez que ela ia mal na matéria, a professora desconsiderou em absoluto as contestações da loira.
O melhor é que ela fez isso porque Lexi revirou os olhos quando falou, há uma semana, quando as duas estiveram em uma mesma roda de conversa.
Falando no diabo, Lexi se aproximou da dupla que conversava e seus olhos emanavam ira. E aquilo normalmente faria rir, porque ela amava assistir a derrota alheia, mas naquele momento ela só queria ficar quieta então colocou sua expressão menos receptiva e torceu pra conversa acabar cedo.
- Meester, cadê os ingressos do Mac? - Lexi nem ao menos se deu ao trabalho de cumprimentar Zayn, que estava ao seu lado sendo a criatura mais linda que já existiu.
- Por que eu diria pra você? - cruzou os braços e suspirou entediada.
O badboy também cruzou os braços, interessado em ver como aquilo se desenrolaria. Meester era uma cobra, mas Lexi não ficava atrás e para evitar o início de uma guerra, as duas se ignoravam. Mas então...
- Porque você não pode ter comprado todos! As pessoas querem também.
- Bom, as pessoas sabem que podem vir comprar comigo e é por isso que eu já vendi a metade deles.
- Okay, eu quero comprar três.
- Eu não vou vender pra você, Lexi.
- Meester para de ser infantil. Eu não tô pedindo pra você casar comigo. Só me vende os ingressos e acabou, nós não vamos nem precisar ver a cara uma da outra.
-Veja bem, eu comprei tudo só pra garantir que você não ia ter acesso a nenhum. - explicou.
Era fantástico ver Lexi perder o controle da situação e tê-la ali, fazendo aquela cena pra poder entrar em uma festa não tinha preço! Mesmo que as portas do inferno houvessem sido abertas para que a loira usasse seu arsenal de artimanhas para infernizar a vida de , que provavelmente estava inocentemente estudando enquanto sua melhor amiga acabava com suas chances de viver em paz dentro do Eton.
- O quê? - a loira piscou em câmera lenta, seu sorrisinho permanecia inalterado, mas seus olhos eram puro fogo.
- Hoje quando eu acordei, decidi que não queria olhar pra sua cara no sábado. - Meester colocou a situação da forma mais didática que encontrou - Além do mais, a e o Liam vão estar lá, e todo mundo sabe que você não consegue se comportar quando o Li tá por perto…
- , você não quer criar uma briga por causa de uma festinha, acredite.
- E não vai ter briga. A única coisa que vai ter é uma festa que todo mundo vai, menos você.
- Você acha que eu não posso convencer o Mac a cancelar essa festa? - Lexi arqueou uma das sobrancelhas, sem ao menos evitar sorrir deliberadamente ao ouvir a proposta ridícula da garota à sua frente.
- Olha, eu acho que sim. Mas você não vai fazer isso. Eu quero que você fique em casa sábado, pensando em como você pode ser mais gentil com a . Se você cancelar essa, vou esperar a gente começar as aulas na universidade e garantir que você nunca mais pise em uma festa boa.
- Você acha que está me ameaçando, Meester?
- Claro que não. Eu só estou te dando um bom conselho. - voltou a sorrir - E vou aproveitar que estou generosa hoje e vou te dar outro conselho: não vem encher o meu saco numa segunda feira de manhã.
Decidida a entrar na porra da festa, Lexi percebeu que não ia conseguir mais nada ali e resolveu apelar para o próprio dono da festa ou mesmo Liam, que lhe colocaria lá dentro se não quisesse ter uma péssima semana.
Zayn, que até então ficou calado enquanto terminava seu cigarro, jogou no chão a pontinha para apagá-la com a sola do tênis e disse:
- Você é o demônio, menina.
Flashback OFF


- Eu sinto que você falou um monte de merda, mas não disse nada realmente útil, Payne. - o melhor amigo reclamou. Ele não precisava apenas de um conselho, na verdade uma enciclopédia seria de alguma utilidade ali, o que de fato seria muito bom: um guru lhe dizendo exatamente o que fazer.
- Desculpa, mas eu não sou a melhor pessoa pra te ajudar. - Payno deu de ombros e acenou para e Louis, que passaram por eles entre risadas.
Malik não os viu.
- Ah sim, eu tinha esquecido que você pegou a minha prima escondido por anos. - ele aproveitou a oportunidade para jogar na mesa a maior traição do século: - Como você conseguiu mentir pra mim por tanto tempo?
- Nós não ficamos o tempo todo juntos, sabe… - Liam tentou amenizar a gravidade da acusação. Quanto menos Zayn soubesse sobre o passado, menos problemas eles teriam que enfrentar.
- Você é um palhaço, viu. Eu devia contar pro tio Rob o que você fez com a filha dele.
- Claro, assim que eu contar pro Ken que você vai terminar com a filha dele.
Malik parou de patinar, o outro rapaz o acompanhou para a lateral da pista e esperou que o moreno continuasse a provocação idiota, mas com um pressentimento de que ele não entendeu que eles estavam só brincando.
- Eu não sei se vou. - o badboy finalmente falou.
- Ué, o que você está planejando fazer?
- Não sei. Ainda.
- Chegar na hora para os compromissos já seria um bom começo. - Liam cruzou os braços e sorriu ao ver a cara de Zayn reagindo ao seu conselho. E então ele teve uma grande ideia: - Sabe com quem você podia falar? A .
- Eu prefiro morrer a ter que contar meus problemas pra ela. - o garoto imediatamente recusou a ideia e foi tão rápido em fazer isso, que surpreendeu com o tom ácido de suas palavras.
- Meu Deus, você está falando da sua prima, não da Meester. - obviamente Liam notou a agressividade do amigo e não entendeu o porquê daquilo.
A verdade é que, para Malik, não havia a menor possibilidade de buscar aconselhamento sem admitir que já não era mais sua prima caçula que estava sempre ao redor e, sim, uma garota independente de sua atenção, que sabia como fazer um namoro funcionar.
Talvez houvesse um pouco de apego e falta de vontade de abandonar o capítulo perfeito de suas vidas, que foi quando ele não fazia ideia que sua priminha estava sendo corrompida e que Liam ainda ia na sua casa para lhe ver e não ir atrás de .
Também tinha a mágoa que ele nunca conseguia superar. Esse sentimento ruim de quem foi enganado por duas pessoas em quem confiaria sua vida, se necessário, lhe consumia constantemente, e ele não sabia o que mais poderia fazer para se livrar disso e seguir em frente.
- Exatamente, eu não vejo como aquela pirralha poderia me ajudar.
- Olha pra mim, cara. Você acha mesmo que eu estaria num relacionamento tão bom porque eu sei fazer as coisas? - Payne apontou para si enquanto atribuía os créditos do sucesso da relação à sua incrível namorada.
- É, eu ainda não tinha pensado nisso. - concordou pensativo. Não fazia sentido em sua cabeça que soubesse tanto quanto Liam alegava. - Mas é que ela só tem dezesseis anos! Aonde ela aprendeu tudo isso?
- Aprendeu o quê? - parou em frente ao namorado e o primo, com um sorriso feliz e os olhos verdes curiosos, esperando por uma resposta.
- Ai, caralho! - Liam colocou a mão sobre o coração, sentindo as batidas aumentarem o ritmo consideravelmente. Um dia ele ainda teria um ataque cardíaco e a culpa ia ser da caçula do grupo.
- não chega assim nas pessoas! - Zayn não se assustou como o amigo, mas seu coração parou por alguns segundos porque ele ficou com muito medo de que fosse .
- Eu não posso chegar gritando toda vez só porque vocês são assustadinhos. - Orteguinha deu de ombros displicentemente e se aproximou de Liam, abraçando-o e amassando a bochecha contra o casaco que ele vestia. - O que está acontecendo?
- Seu primo brigou com a de novo. - Payne mandou a resposta na lata.
O olhar curioso foi substituído por compaixão, e ela soltou-se de Liam para ficar ao lado do primo:
- O que aconteceu, Zaza?
- Nada demais. Já está tudo bem. - o menino era muito egoísta por estar feliz em ser o centro das atenções do casal, mesmo que o motivo fosse horrível?
- Para de mentir e fala logo. - Liam deu um beijinho na bochecha da menina - Eu vou sair daqui.
Ele finalmente pode soltar o ar e respirar profundamente quando deixou os dois para trás. Não é por nada, mas ele ficava em pânico com a ideia de que era a melhor opção de Zayn para contornar esses problemas.
Payne acabou não indo até os amigos e ficou zanzando por entre as outras pessoas, usando o celular e se atualizando, enquanto ainda podia fugir de uma possível discussão com ou pior ainda, sendo escravizado e explorado por .
Mal sabe ele que estava perdendo uma conversa interessante com o grupo, que primeiro discutiram se era melhor casar com o crush ou com a sua celebridade favorita. foi a única que defendeu que seria mais feliz com crush por razões de: não é só porque você gosta do famoso que vai gostar da pessoa que ele é por trás das câmeras.
- Se seu pai tivesse casado com a celebridade crush dele, você seria filho de quem? - colocou o cabelo para trás da orelha e laçou seu braço com o braço de , Já que Niall estava abraçando .
Aquela não era uma situação comum, já que estava sempre a cuidar do irlandês, mas a princesinha Styles teve que reconhecer que algo não estava certo com sua amiga. E, ao invés de pressionar, preferiu deixar quieto para não perturbá-la ainda mais, quando estava tão claro que ela não estava bem.
- Frank Sinatra, definitivamente. Minha mãe era dona de um fã clube e ela era adolescente quando o cara já tinha idade pra ser meu avô. - Louis foi o primeiro a responder.
A história do fã clube de Jay era um clássico entre a família e não existia uma só festa de família em que alguém não falasse sobre. Uma pena que antes de completar um ano, o clube se desfez porque o charmoso e queridíssimo Sr. Sinatra faleceu.
- Ew. - não fez questão de mostrar sua aversão ao plano. Honestamente? Jay devia ser doida quando era mais nova, porque sua paixão por Frank Sinatra seria equivalente à ruiva ser apaixonada pelo Mick Jagger.
- Ah, eu não sei. Meu pai ama a Angelina Jolie, mas também ama a Jennifer Aniston… - quis rir ao falar aquilo, porque sabia que se Zayn estivesse ali não deixaria de observar como seu pai era tão indeciso como ela.
Ela estava particularmente cansada naquela noite, há uma hora e meia esperando Zayn, a falta de resposta para as inúmeras mensagens que enviou, a mesma conversa que acontecia toda vez que ele atrasava e, para completar com chave ouro: ele foi quem acabou bravo.
Seria muito pedir que eles fossem para casa, se resolvessem e passassem a próxima hora abraçados? Porque isso era tudo o que ela precisava naquele instante.
- Seu pai basicamente gostaria de ser o Brad Pitt, no caso. - Louis complementou.
- Eu queria ser filha do Brad Pitt… - falou tão sonhadora, já imaginando o quão maravilhoso ia ser fazer parte daquela família linda e numerosa.
- Eu queria ser a amante do Brad Pitt. - disse sem hesitar, inclusive pensou em acrescentar que trocaria qualquer homem na terra por Brad Pitt, mas não deu tempo porque Tommo falou primeiro:
- Chega, por favor.
- E você meu bem? Seria filho de quem? - levantou o rosto para olhar para Harry, que estava atrás dela ouvindo a conversa sem prestar atenção.
- Eu já sou filho da celebridade crush do meu pai, então…
- Nossa maninho, obrigada por estragar a brincadeira pra todo mundo. - foi o mais sarcástica que conseguiu, mesmo que não estivesse realmente puta.
- Mas eu não tenho culpa que meu pai basicamente seduziu a única mulher que devia ser inalcançável pra ele. - Styles abriu os braços compridos e defendeu a honra de seu pai.
- Ah, acabou a brincadeira pra mim. - também não ficou muito feliz com a participação de Harry, que se tornou rapidamente uma disputa já que Styles saiu em disparada com a resposta.
- É só falar o seu provável pai, . - Niall tentou convencer a ruiva à dar uma resposta para continuarem a sequência.
- Eu não. O Styles já ganhou. - Weswtick se emburrou e bateu o pé em sua decisão.
- Isso não é uma competição, mulher! - Tomlinson ficou rapidamente frustrado com a teimosia da ruiva.
Quando ela fazia essas coisas, dava vontade de dar umas palmadas nela e transformar os sons de argumentação em outros sons, muito mais agradáveis por sinal.
Enquanto e levavam Louis à loucura, Meester se aproximou de Liam, e os dois se afastaram juntos do tumulto formado:
- Li, eu tava pensando em começar a ir na academia com você.
- Hã? Por quê? Desde quando você vai na academia, ? - ele empurrou a portinha de metal que dava acesso ao corredor cheio de bancos.
Eles sentaram no banco mais próximo da porta para o caso do pessoal acabar indo embora e alguém se perder, o que não era tão difícil assim se considerasse que o grupo era formado por , , Niall, , Louis e Harry.
- Porque só assim eu consigo passar um tempo com você, seu idiota. Você vive com o Zayn agora. - a morena falou sugestivamente, e Liam, que estava de cabeça baixa, parou de desfazer o laço do cadarço e encarou a amiga com um olhar de curiosidade:
- É que você já tem o Harry, e o Zayn é o meu melhor amigo também.
- Foda-se. Eu tô magoada com você. - ela cruzou os braços e continuou séria, esperando que o rapaz prestasse a devida atenção na conversa dos dois. E o método funcionou.
- Eu acabei de te dar um presente, caralho! - Liam xingou com aquela impaciência que só ele tinha, e não reclamava, ou no máximo xingava de volta.
Eis uma amizade surpreendentemente inesperada porém incrivelmente funcional. É óbvio que Diane e Josephine ficaram arrasadas quando tiveram que aceitar que suas meninas não planejavam seguir o script e decidiram competir em todos os aspectos possíveis.
Quer dizer, não é o sonho de toda dupla de melhores amigas que suas filhas sejam melhores amiguinhas também? Elas até engravidaram juntas pra tudo ser perfeito! Mas tão logo as pequenas descobriram a incrível habilidade de argumentar (capacidade essa descoberta precocemente nos dois casos), foi decidido que a melhor decisão a se tomar era não forçá-las a andarem juntas.
Essa história era tão traumática para as duas famílias que assim que souberam que os Westwick teriam bebês, todo mundo ligou para Diane só para saber se ela estava grávida também.
Então, quando Liam começou a andar com frequência na casa Meester, Diane ficou desesperada porque sua filha havia trocado uma amizade por um garoto, e foram outros longos anos com Christopher tentando convencer a esposa de que as duas crianças eram só amigas.
- Ah, agora você acha que pode comprar minha amizade com presentes? - arqueou uma sobrancelha, mas continuou colocando o par extra de meias que trouxe antes de calçar a bota felpuda por dentro.
- Sempre foi assim. - ele retrucou em tom jocoso.
- Nada a ver. Mas tudo bem, se você não quer mais a minha presença, eu vou sumir da sua vida. - Meester se levantou e deu uma batidinha na calça para empurrar os resquícios da neve que caía.
- Vem aqui. - Liam também levantou e abriu os braços, surpreendido pela rápida correspondência do abraço. - Pronto. Agora me diz se você é carente assim também ao redor do Harry.
- Vai se foder… - a morena se afastou e flagrou Payno rindo deliberadamente de seu próprio comentário de merda - Sabe o que eu estava pensando? Todo natal você me dá um peixe e no próximo natal ele sempre vai ter morrido. Isso é muito triste.
- Caso você esteja sofrendo porque acha que eles morrem de tristeza de ver você sendo uma megera, eu vou te adiantar que o tempo de vida deles é curto mesmo. - ele deu um tapinha no ombro de , e os dois voltaram a sentar, já que estava correndo o risco de algum doido descontrolado passar com um patins em cima dos pés deles.
Quando passaram-se alguns momentos, e não deu o menor sinal de que iria falar alguma coisa, Liam decidiu falar e acabou soltando:
- O Harry vai te chamar pra fazer trabalho voluntário.
- O quê? - a garota quase soltou o celular no chão. Recuperando-se da surpresa inicial e bloqueando a tela para saber mais sobre essa informação no mínimo engraçada.
- E você devia ir sem reclamar. - Payne continuou firme em seu argumento, ciente de que a melhor amiga não tinha a menor intenção de ceder também, mas disposto a fazer uma tentativa.
- Como você sabe disso? - ainda estava descrente.
Veja bem, se Liam tivesse falado que Harry estava planejando jogar uma bomba na Eton faria muito mais sentido na cabeça da morena. Mas, se ela não estava terrivelmente enganada, eles estavam falando sobre trabalho voluntário, e sua cabeça estava processando tudo como mais uma piadinha.
- Ele veio falar comigo. Ficou com medo de você matar ele com o cartão de visitantes que vocês vão usar. - Liam falava sério. Não um sério de quem está falando sobre um caso de vida ou morte, mas um sério normal, o tipo de tom que você usa quando está falando a verdade.
- Ai, meu Deus… - ela bateu na própria testa - Você podia ter convencido ele a não falar nada. É pra isso que a gente chama você de "melhor amigo".
- Eu disse, mas ele não me ouviu. - o rapaz acenou para , que passou pertinho deles e deu tchauzinho - E repetindo mais uma vez: você devia ir. Vai ser uma experiência nova pra você, que nunca fez nada de bom por ninguém.
- Eu doo tanta roupa todo mês e também faço uma contribuição mensal pra ONG da Maura. - suspirou pesadamente. Ela sempre odiava quando tentavam tirá-la de sua zona de conforto.
- Mas isso não é a mesma coisa que serviço voluntário, . Você vai entrar em contato com as pessoas, conhecer outras realidades, é muito diferente. - Incrivelmente, havia tanta resistência quanto ele esperava e isso era uma coisa boa porque ele também esperava que convencesse a menina a topar o desafio: - E é sempre uma hora de trabalho, nem dá pra cansar.
- E o que eu vou ter que fazer? - ainda pesava na balança o que era pior: Harry ter uma ideia tão ruim ou Liam insistir tanto na mesma ideia ruim.
- Eu não sei, espera o Harry falar com você.
- Eu não sei se vou… - ela deu de ombros - Ainda acho que eu posso ajudar o mundo de outras formas…
- Você e o Harry são dois atoas, e agora que ele decidiu usar o tempo dele pra alguma coisa que não seja ser idiota, você devia apoiar isso. - Payno se levantou no intento de dar a volta na pista até chegar onde estava conversando com o primo, que finalmente havia dado as caras.
- Tá, eu vou. - a morena decidiu, para a surpresa de Liam.
- Sério?
- Aham, mas só se…
- Lá vem… - ele meneou a cabeça, sabendo que um pedido muito absurdo viria em seguida.
- Só se você disser que você me ama.
- para com isso.
- Tudo bem, se você não falar, eu vou me recusar a ir.
- Por que eu falaria isso pra você?
- Porque você me ama! A gente cresceu juntos, e você nunca expressa sua gratidão pela minha presença na sua vida. - descruzou os braços, arregalando os olhos ao jogar na cara do amigo a sua falta de bondade e carisma.
- Você é insuportável… - o garoto ergueu o indicador, começando a enumerar sua lista de defeitos que Meester possuía.
- Aham, e o que mais? - ela cruzou os braços e sorriu.
- Egoísta.
- Eu não estou ouvindo as palavras que eu quero ouvir. - Meester cantarolou.
- Folgada e mimada. Na verdade eu nem sei porque nós somos amigos… - Liam coçou a cabeça, procurando em sua mente a memória mais antiga que justificaria tudo o que ele aguentava sendo amigo da Srta. Meester.
- Eu já falei: porque você me ama. - a morena o empurrou de leve e sorriu convencida.
- É, talvez seja isso mesmo… - Li deu de ombros, pronto para ir embora dali.
- Você é tão horrível, Liam.
- Eu não vou ficar falando que te amo toda semana, . Você abusa da minha paciência. Agora sai daqui porque eu vou atrás da minha namorada. - Payne começou a se afastar dali, mas parou quando ouviu a voz venenosamente suave de :
- Você sabe que eu vou contar pro Harry que você me contou tudo isso, não é?
- Claro que sei. - ele riu, - Você é o motivo pelo qual eu não acredito em seres humanos melhores.

OOO

tirou o par de botas assim que entrou em seu quarto, os colocou ao lado da porta, para que Íris levasse para a limpeza na manhã seguinte. Guardar o casaco de pele foi a sua próxima tarefa, e ela investiu um bom tempo para encontrar o lugar da peça em seu closet bagunçado, porque achou o envelope dos cartões de natal das famílias dos amigos, sua mãe lhe entregou há alguns dias, mas só então ela lembrou de abri-lo e rir de como Niall parecia cafona, ou Lou sorrindo como um anjinho ao lado de George e sua noiva, e também a felicidade de no cartão dos Styles.
Buddy estava como um bom garoto, sentado ao lado e se sentindo um Westwick de nascença; o cartão dos Malik era o mais elegante e tradicional enquanto a família Meester sorria alegremente para a câmera, estava como sempre entre os pais naquela posição clássica de princesinha da família e Liam estava consideravelmente maior que Geoff se comparado com o cartão do ano passado.
Ela jogou todos em uma prateleira e riu ao imaginar o que Niall diria se visse as condições atuais do cômodo. Provavelmente iria rir e sentar em meio àquela bagunça como se estivesse em seu habitat natural, mostrando seu orgulho por ter uma amiga bagunceira finalmente.
Não era sua culpa que Zayn demorou tanto para aparecer, que ela trocou de roupa três vezes e experimentou mais de sete combinações desde que ficou combinado que a turma iria se encontrar de noite. E antes que pudesse arrumar tudo, o moreno chegou e eles discutiram, então a vontade de se ocupar esvaiu-se e as roupas continuaram no mesmo lugar.
Enquanto tirava a maquiagem atendeu uma ligação de Caroline só para descobrir que seus pais já estavam de volta aos Estados Unidos e que se quisesse passar a virada do ano em família, deveria juntar-se a eles no México para uma festa tropical. Nem deu tempo para ela contar sobre a noite na pista de patinação, porque sua mãe estava no meio de um jantar de negócios, então ela teve que se despedir sem encontrar a oportunidade para falar um pouco sobre Zayn e sobre como seu pai precisava encontrar um tempo para conhecer o seu namorado.
Após a rotina de cuidado da pele, ela trançou o cabelo loiro quase branco e pulou no mar de travesseiros e cobertores que era a sua cama. Estava ansiosa para terminar a vigésima temporada de Survivor, porque Niall já havia baixado a vigésima primeira que precederia a temporada da famosa Ilha da Redenção.
Já era mais de três horas da manhã, e ela estava tão concentrada em assistir Jerri dar um show de humanidade e dividir a recompensa da prova de imunidade com Parvati, que literalmente pulou do colchão quando sentiu seu telefone vibrar insistentemente.
Ao ver que estava recebendo uma chamada, fez duas observações importantes: a primeira era quem ainda fazia chamada telefônica quando existia o Facetime? E mais, quem estava a lhe ligar às três da manhã?
- Zayn? - ela obviamente sabia quem era, mas a surpresa em seu tom era por estar recebendo aquela ligação tão inesperada.
- Oi, . - a voz soou incerta do outro lado da linha, e o rapaz se mexeu na cama, ansioso para que eles engatassem uma conversa menos monossílaba.
- O que foi? Está tudo bem? - estava um pouquinho preocupada sim, porque eram três horas da manhã e a probabilidade do rapaz estar fora de casa e bêbado não era tão baixa assim.
- Eu não sei... - Malik suspirou contra o telefone, apesar do gesto e da voz distante de quem estava meditativo, ele voltou à tona e mudou de assunto: - O que você estava fazendo?
- Terminando essa temporada de Survivor. - a loira juntou ainda mais as sobrancelhas ao perceber a súbita mudança, mas respondeu a pergunta - A vigésima.
Survivor era um reality show americano muito popular, com mais de trinta temporadas, e basicamente jogava umas vinte pessoas em uma ilha para sobreviverem durante quarenta dias sem qualquer comodidade ou conforto da vida urbana.
- Sério? Quem vai ganhar? - ele rolou mais uma vez pela cama, considerando seriamente se levantar para bolar um baseado enquanto conversava com a namorada.
- Eu não sei ainda, mas eu estou torcendo pelo Russell. Ele é muito bom.
- Ele não é um vilão?
- Ele é. - a loira concordou com um aceno, sem nem perceber que Malik não fazia ideia de que ela estava gesticulando com a cabeça como uma idiota. - Mas apesar de ser o maior idiota do mundo, eu ainda adoro ele.
- Ta bom, então. - Zaza deu de ombros, decidido a não falar nada mesmo que discordasse absolutamente da escolha da namorada. Russell era um babaca e merecia morrer antes de sequer sair daquela maldita ilha. - Me fala sobre o episódio que você estava vendo.
- Por que você me ligou, Zayn? - ela cortou a conversa, querendo chegar ao ponto central daquela ligação, porque se tivesse que fingir que estava tudo bem por mais um minuto, ela ia mandar Russell, a tribo dos vilões e o próprio Jeff Probst para ir catar coquinho.
- Porque você é a minha namorada e a gente quase não se viu hoje?! - mentiu.
Bem, não era uma mentira absoluta, mas também não era cem por cento da razão daquela ligação. Estava mais para uma omissão.
- Você veio aqui duas vezes, só hoje. - não estava muito convencida dos motivos daquele imbecil lindo, que deixava seu coração acelerado toda vez que eles se viam.
- Te buscar e te trazer de volta, nós nem entramos pra ver um filme ou conversar.
- Porque você nos manteve ocupados com o seu atraso habitual. - a loira deu aquele golpe fatal, que só não acabou com a dignidade do moreno porque não havia a menor dose de malícia em sua voz. Ela só colocava os fatos, e eles se encarregavam de desestabilizar o psicológico de qualquer um.
Malik não respondeu imediatamente. Depois da conversa esclarecedora com sua prima, ele aprendeu muito sobre ser honesto sobre seus sentimentos e, por mais que a teoria parecesse incrivelmente fácil de executar, não era simples mandar um "É que eu estou morrendo de saudade, mas não sei se você quer conversar comigo depois de eu ter sido um lixo de namorado. De novo."
Ele definitivamente ia precisar de um baseado pra continuar com aquilo e, por isso, rolou para fora da cama e procurou o interruptor para ligar as luzes do cômodo:
- Eu achei que você ia terminar comigo.
- E achou que ficar puto comigo ia mudar isso? - fechou o notebook e sentou, apoiando as costas na cabeceira da cama para prestar muita atenção naquela conversa dos dois.
- Não, eu só estava puto porque você tinha a razão. - ele deu de ombros enquanto procurava uma caixinha de sedas e seu suprimento.
- Você tem problemas, Zayn. Sério. - ela constatou sem dar o ar da graça. Aquilo era sério, e ela se preocupava com o futuro do rapaz se ele continuasse com aquela inconstância - Eu não gostaria de ter essa conversa por telefone, mas, enfim, a única promessa que você me fez é que nós iríamos nos divertir juntos.
- Eu sei.
- E você quebra essa promessa toda semana pelo menos.
- Eu sei.
- Eu não sei o que você quer que eu diga.
- … só… só não termina comigo. - ele soou mais desesperado do que gostaria e causando um silêncio mortalmente desconfortável na linha.
O pacote de plástico escorregou das mãos suadas de Zayn, e, em ocasiões normais, ele xingaria o desastre, mas naquele momento ele quase agradeceu em alta voz o objeto inanimado por ter extinguido a falta de som.
- Ah, Zayn - a voz de se tornou incrivelmente suave e macia, um indicativo de que ela havia o perdoado. - Nós não podemos terminar.
- Não? - A alegria momentânea do menino Malik foi substituída por uma imensa interrogação que pairava em cima da sentença intrigante.
- Claro que não. Ou eu vou perder a aposta.
FODEU. FODEU. FODEU.
O coração de Zayn parou, a boca ficou seca, sua mão perdeu a precisão e ele estragou a pequena seda que embolava. De repente, aquele era o menor de seus problemas, e ele investiu toda a sua pouca energia para não vomitar ali mesmo, em cima da escrivaninha.
- Hã?
- Eu estou brincando, bobo. - Hilton riu da voz esganiçada do namorado, sem sequer saber que quase matou o pobre coitado e que agora ele estava tão enjoado que se desistiu do baseado. – Mas, falando sério, nós temos uma obrigação contratual de terminar Breaking Bad juntos. E só então eu vou poder me livrar de você, baby.
- Bom saber, loira. Nós vamos assistir isso com toda a calma do mundo, então. - ele recuperou o controle de si mesmo e respirou fundo três vezes antes de conseguir voltar a falar normalmente.
Ele quis ficar muito bravo com por causa do susto, mas não ficou porque ainda ia morrer por causa daquela aposta estúpida, e a culpa não ia ser de Benett ou qualquer outra pessoa além dele e sua imensa estupidez.
- Que lindo ver você falando isso só pra ficar comigo. - Hilton cantarolou e girou seu fone entre os dedos, distraída com a voz linda de Zayn.
- Você sabe que eu faria qualquer coisa pra ficar com você, . - o garoto foi honesto, embora sua intenção fosse soar galanteador como o bom idiota que ele era quando se tratava de fazer sua garota feliz.
- Só não chegar a tempo pros compromissos, não é?
- Só não chegar a tempo pros compromissos. - ele concordou e sorriu. Deus, ele tinha a namorada mais cínica daquele país. E ele amava isso! - Até onde eu sei é uma regra de etiqueta chegar atrasado.
- Chegar duas horas depois não é uma regra de etiqueta, Zayn. - não podia acreditar que o filho da puta estava fazendo gracinha com o próprio erro.
- Tanto faz… Um dia eu vou ser tão rico, que as pessoas vão esperar até quatro horas se eu decidir aparecer mais tarde.
- Não se empolga porque ninguém espera quatro horas por um homem que não vai exibir um vestido deslumbrante ou uma joia rara.
- Você vai ser a minha joia rara.
Era em um momento daqueles que se dava ao luxo de corar fortemente, e Zayn ria do constrangimento que causava na loira. Outra coisa interessante é que ele nem estava ali, mas a menina conseguia sentir os olhos marcantes dele a observar com interesse.
- Vai dormir porque você já está falando nonsense. - conseguiu dizer entre risadas.
- Eu vou, mas só pra você saber, amanhã eu vou aí na sua casa só pra te beijar o dia inteiro.
- Tá bom.
- Eu estou falando sério, Hilton. Só saio daí quando minha boca ficar dormente. - ele ameaçou da maneira que costumava classificar como "brincadeira com um fundo de verdade", só que nesse caso mais uma verdade com um fundinho de brincadeira.
- Quanto romantismo! Eu estou impressionada. - estava vermelha agora e não haviam sorrisos porque ela estava se dedicando em não morrer ali mesmo. Era muito errado achar sexy aquela brincadeira ridícula? - Já terminou de me assustar?
- Na verdade, eu estava pensando que amanhã seria uma ótima oportunidade pra gente fazer sexo de reconciliação.
- Boa noite, Zayn.
- Eu estou falando sério! Amanhã vamos ficar sozinhos, as coisas podem esquentar e todo mundo fala que sexo de reconciliação é o melhor!
- Zayn Javvad, eu estou encerrando essa ligação agora. Até amanhã. - Hilton se despediu do namorado porque aqueles episódios não iam se assistir sozinhos e agora que ela sabia que receberia uma visita especial na manhã seguinte, precisava ir dormir antes do planejado para não acordar com olheiras.
- Mas…
A linha ficou muda porque de fato finalizou a chamada, com um sorriso idiota brincando em seus lábios. Estava apaixonada por Zayn Malik, sabia que estava muito ferrada e, ainda assim, não conseguia se livrar daquela sensação súbita de felicidade.

OOO

A sede do jornal do colégio Eton nunca ficava silenciosa ou pouco movimentada, a equipe sempre se reunia nos dias marcados e, mesmo quando não possuíam atividades, passavam na sala a fim de adiantarem matérias. Todavia desde que Westwick havia se tornado a editora chefe e Payne um dos repórteres, o grande recinto não conhecia mais a calmaria, já que no mínimo um dos amigos matava aula a cada período, isso quando não ocorria de cinco deles marcarem presença ao mesmo tempo.
E, naquela tarde, durante a troca de sala Louis correu até o jornal para tentar mais vez persuadir sua namorada a realizar um de seus desejos sórdidos. O moreno adentrou o ambiente, varrendo-o com seus olhos a fim de encontrar que estava em sua mesa fazendo algo no computador. Ao passar pela mesa de Liam bateu um high-five com o amigo e bagunçou os cabelos de que estava sentada em uma cadeira ao lado do namorado.
Com movimentos estritamente arquitetados, o rapaz aproximou-se da ruiva com muito cuidado para não chamar sua atenção, no caminho ele esbarrou em Foster que ameaçou reclamar, porém ele conseguiu a conter a tempo.
- Se você adivinhar quem é ganha um presente. - tapou os olhos de com as mãos e falou próximo ao ouvido dela.
- Oi, honey. - a menina respondeu, sorridente, girando sua cadeira para poder vê-lo, e o garoto lhe deu seu presente; um beijo carinhoso nos lábios rosados de Westwick. - Você não tem aula agora?
- Eu vou usar os quinze minutos de tolerância. - explicou, passando a mão na nuca, e sentou-se sobre a mesa desorganizada da garota. - O que a está fazendo aqui? - apontou, por cima do ombro, para a morena.
- Parece que ela tem um horário livre e vai ficar aqui até o próximo. - o respondeu voltando a atenção para o casal.
Orteguinha escrevia em seu caderno, provavelmente fazendo alguma tarefa que deveria ser entregue ainda naquele dia, enquanto Liam digitava sua matéria. O problema era que a cada minuto o rapaz parava o que fazia e se concentrava na caçula, ajudando-a em algum detalhe, falando algo que a fazia rir ou apenas a observando com devoção.
- Você não acha o Payne muito estranho? - indagou, cruzando os braços ainda com os olhos nos amigos, e Tommo juntou as sobrancelhas, mirando-a.
- Não, ué. Por quê?
- Porque ele fica encarando a menina! - nem fez questão de disfarçar ao apontar para o casal, que não reparou que era o alvo da conversa alheia. - E ele fica olhando para ela com essa cara de retardado.
- , é isso o que as pessoas fazem quando estão apaixonadas! - Louis tentou argumentar, mas era complicado explicar para alguém como um ser apaixonado reagia ao ter o alvo de seu afeto bem ao seu lado.
- Não, babe. Isso é o que maníacos fazem. - pontuou firme, rolando seus olhos negros. - Alguém precisa conversar com os pais da e avisá-los que o Payne é um sádico.
- Own, eu não te vi o dia todo. - aproximou dela, envolvendo a mão da garota com a sua - Estava com saudade dos seus planos para destruir a vida das pessoas.
Westwick fitou-o e não deu-se ao trabalho de respondê-lo, apenas beijou a mão do rapaz e voltou a atenção para seu computador.
- Então, honey, eu queria te pedir um favor. - Tommo finalmente abriu o jogo, voltando a apoiar-se na mesa dela. A ruiva o encarou, incentivando-o a prosseguir. - Eu tenho planos para o ano novo. Planos que envolvem todos nós, tecnicamente toda a Eton…
- Você vai dar uma festa?! - Westwick deixou de lado o que fazia, retendo toda sua atenção no moreno a sua frente.
- Sim! – sorriu, animado.
- Já falou com seus pais?
- Não. - fechou a expressão instantaneamente.
Não que ele não tinha coragem de fazer o pedido aos pais, era só que além de seus responsáveis estarem planejando toda a comemoração de fim de ano, ainda tinha seu aniversário a caminho, e George Alex estava vindo da América para passar tempo com a família, ou seja, toda vez que Louis iniciava uma conversa com os pais ela era direcionada para um compromisso familiar distinto, o que o deixava cada vez mais distante de seus planos.
- Okay… Você quer que eu fale com os seus pais? - imaginou que aquele seria o favor que o menino havia comentado.
- Não! - negou com a cabeça. - Eu quero que você publique no jornal sobre a festa - sua namorada arqueou as sobrancelhas, contudo ele nem ao menos reparou pois estava empolgado demais falando - e assim todos verão! A escola inteira!
- Exatamente, a escola inteira! - frisou - Inclusive o Gellner, que se eu não estiver errada, é amigo da sua família!
- Não tem problema porque eu vou pedir aos meus pais, eu só não tive tempo ainda.
- Honey - levantou-se de sua cadeira para circular pela redação, analisando o progresso da próxima edição do jornal -, eu não posso fazer isso.
- , por favor! - juntou as duas mãos a frente do corpo, com seus olhos azuis meigos brilhando em desespero.
- Só quando você falar com o Mark e com a Jay. - passou pela primeira mesa, lendo no monitor o que o garoto que ali sentava havia feito até o momento.
- Mas se você colocar nesta edição e eu falar hoje com os meus pais, quando o jornal sair eles já estarão sabendo. - argumentava, seguindo-a por todo o lugar.
- Primeiro: nós dois sabemos que você deixa tudo para última hora. - levantou os dedos para enumerar - Segundo: eu posso ser suspensa das minhas atividades! O jornal não é para se promover festas! - colocou as mãos na cintura a fim de passar uma imagem contundente.
- Suspensão? Festa? - ouviram a voz de Zayn, que adentrava o cômodo de mãos dadas com - Do que vocês estão falando? - o badboy se aproximava do casal e nem reparou que a prima estava a poucas mesas de distância.
- Eu vou fazer uma festa de ano novo lá em casa e quero que a publique no jornal. - Tommo falou irritado por ter seu pedido contrariado. - Mas ela está se fazendo de difícil.
- Isso é permitido? - Hilton questionou.
- Bem, eu acho que se fizer propaganda da festa não… Mas se a responsável pela coluna de fofoca dizer que tem uma suspeita sobre uma festa na casa dos Tomlinson, aí tudo bem. - respondeu ao lado do primo, que não havia notado sua presença e assustou-se, colocando a mão sobre o peito.
- Você não tem aula não? - perguntou à caçula que negou. - Sei…
- Eu não vou pedir para a Foster voltar com a coluna de fofoca. - decretou, tentando voltar a andar, mas foi impedida por todos.
- Qual é ruivinha, só dessa vez. - Malik deu seu melhor sorriso.
- Está bem… - revirou os olhos, tomando das mãos do badboy o envelope que ela sabia que continha a tirinha da edição daquela semana. - Só vou fazer isso porque você está dois dias adiantado no prazo. - balançou o envelope no ar, caminhando até a mesa de Greg.
- Galera, depois nós conversamos mais sobre essa festa - Louis andava de costas até a mesa da editora chefe -, eu quero que ela seja ainda melhor que a Festa do Ano! - animado, procurava por sua bolsa pelo chão. - Agora eu tenho aula. - ao encontrá-la, saiu correndo pelo recinto para não passar da tolerância de quinze minutos.
- Eu também. - virou-se para o namorado a fim de lembrá-lo que não podia perder o dia todo ali. - Preciso ir.
- Eu te levo até a sua sala. - o menino sorriu para ela, voltando-se, então, para a prima - E você vai para a sua aula também. - apontou para a caçula, que confirmou.
- Sim, senhor. - juntou as sobrancelhas sem entender. Desde quando Malik se preocupava quando ela matava um período?
- Liam, será que dá para você parar de ser um lixo e ser má influência para a ? - Zayn questionou, entediado, parando ao lado da mesa de Greg.
O nerd que sempre era indiferente ao que se passava ao seu redor não conseguiu ignorar a presença de Hilton e parou tudo o que fazia para vislumbrar o anjo loiro, que tinha um sorriso compassivo nos lábios e uma chama atraente no olhar e havia reservado um tempo em sua agenda lotada para abençoar os meros mortais do jornal da Eton.
- Eu até pensei em fazer isso, mas aí lembrei que você é da família dela e desisti. - deu de ombros, relaxando em sua cadeira, e riu ao ver o melhor amigo lhe mostrando o dedo do meio.
- Tchau, seu lixo, eu estou indo estudar para me tornar um ser humano melhor. - apontou para si mesmo e passou o braço pelo ombro de . – Tchau, prima. - acenou para a morena, que sorriu espelhando seu gesto. – Tchau, Greg. - acenou também para o menino magricela que ainda admirava Hilton.
Ortega apoiou os cotovelos na mesa de madeira e a cabeça na mãos, observando a forma que Gregory parecia extasiado pela vinda de até sua mesa.
- Greg? - a morena o chamou, tirando-o do transe em que estava. - Oi.
- Oi. - respondeu com sua pose entediada e voz seca de sempre.
- Você gosta da ? - quis saber, e Liam a fitou com as sobrancelhas juntas, como se a garota fosse louca.
O nerd não conseguiu conceber uma resposta plausível, e, para salvá-lo, Payne se manifestou.
- Baby doll! - chamou a atenção de Ortega. - Deixa o Greg fazer a matéria dele. – sorriu, apontando para o caderno dela, tentando convencê-la a voltar a sua tarefa.
A menina deu de ombros, abaixando o rosto para voltar as suas questões de química, e seu namorado sorriu para o colega de trabalho, que ainda sentia-se violado por ter sua vida exposta daquela forma.
Fora do jornal, os corredores da escola não estavam mais movimentados já que os alunos já assistiam a aula há oito minutos. Malik se encaminhava para a sala que ficava do lado oposto da sua, já que naquele período teria que ficar na área oeste da Eton e sua namorada na leste.
- Você tem planos para a noite de ano novo? - indagou, voltando os olhos castanhos para o moreno, que sorriu cerrado colocando as mãos no bolso.
- Não… - respondeu, fingindo não saber onde ela queria chegar.
- Bem, um amigo meu vai dar uma festa na casa dele, e eu queria saber se você aceita ser meu acompanhante.
- Seria uma honra, loira. - arqueou as sobrancelhas, confirmando com a cabeça. - Espera - lembrou-se de um pequeno detalhe -, a Terese não vai fazer um jantar na noite de ano novo?
- Sim - confirmou -, mas eu não quero ir. - ao vê-lo mirá-la sem entender logo esclareceu - Eu passei o ano todo indo a esses jantares e quero me divertir de verdade na última noite do ano, além do mais, eu sei como você odeia esses compromissos. Realmente ir para a festa.
Não era um mentira que a educada Hilton havia marcado presença em muitos coquetéis, jantares e outras comemorações da alta sociedade, e na noite do dia 31 de dezembro ela preferia estar com os amigos usando um tênis confortável e não um salto, uma maquiagem leve e não batom, sombra, delineador e afins. Entretanto seu namorado acreditava que a garota apenas não queria comparecer à casa da tia devido aos seus últimos atrasos em 80% dos compromissos.
- , por que não vamos nesse jantar? – perguntou, encarando-a compreensivo.
- Porque você odeia e vai ter a festa do Tommo, vai ser divertido.
- Eu vou para o jantar - garantiu, envolvendo a mão dela na sua - e vou chegar a tempo. – sorriu, envergonhado, vendo-a sorrir também. - Nós vamos nos divertir. – garantiu, dando um beijo na testa da menina, que acenou com a cabeça e se despediu para adentrar a sala de literatura.

OOO

O primeiro semestre letivo findava, e isso representava a chegada das duas semanas de recesso escolar, o período ansiosamente esperado e muito bem vindo, que não simbolizava apenas a interrupção das aulas, como também a tão aguardada temporada festiva.
Naquela época do ano, mesmo após o pôr do sol Londres continuava iluminada, pois o natal estava apenas há cinco dias de distância, e toda a capital encontrava-se exuberante coberta por enfeites e pequenas luzes que piscavam, fazendo as ruas da cidade se assemelharem a um céu estrelado.
Nas casas os pinheiros já estavam ornamentados com pisca-piscas, as meias já penduradas sobre a lareira que permanecia ligada a fim de aquecer o ambiente. Pequenas réplicas de Rudolph, a rena do nariz vermelho, deixava qualquer recinto natalino e as fornadas de cookies tornavam-se mais frequentes, assim como as ligações aos familiares.
Entretanto, mesmo rodeados de brilho, vermelho e alegria o grupo de adolescentes estava muito decepcionado por não poder passarem a celebração reunidos, pois cada um possuía compromisso com sua respectiva família. Sendo assim todos estariam em Londres apenas dois dias após a comemoração, o que arruinava os planos de muitos.
Foi então que surgiu com a grande ideia: celebrar antes o natal, numa ceia com direito a decoração vermelha, cookies em formatos de estrela, gorros natalinos e presentes abaixo da árvore. Era um desejo da loira que todos usassem pijama combinando, mas o pessoal não concordou com a última parte e o Plano-Pijama foi abortado.
O Natal-Adiantado seria celebrado na mansão Styles. Como de praxe todas as reuniões ocorriam na casa dos irmãos, contudo Desmond logo tornou-se o Grinch daquela semana e não permitiu que a festa ocorre-se lá devido a um jantar que ele Kate organizavam.
Maura Horan, por outro lado, encarnou a própria Mamãe Noel e permitiu que o grupo se reunisse em sua casa, como também assou muitos cookies com a ajuda do filho, princesinha Styles e . A mulher contratou um ótimo buffet para se responsabilizar pela ceia e cedeu sua árvore para que os jovens colocassem seus embrulhos.
E, alguns dias antes do natal, os dez estavam na mansão Horan, com seus gorros vermelhos, se deliciando com uma ceia antecipada. Louis ficou tão feliz por ter dois jantares natalinos que fez todos prometerem que fariam aquilo todos os anos.
A troca de presentes foi uma bagunça, já que todos levaram pelo menos um presente para cada um, além de mais alguns para as gêmeas Westwick, que ainda nem haviam nascido e já possuíam um guarda-roupa amplo, graças aos exageros das meninas. E também para Kelso, que se fazia presente na comemoração e já assustava o grupo, pois em apenas dois meses ele havia crescido consideravelmente! O cãozinho havia ganhado petiscos, uma roupinha de sorvete e uma gravata borboleta com seu nome.
Todos os presentes foram motivo para escândalo, todavia dois deles chamaram muita atenção: sabia que Zayn adorava super-heróis e HQs e por esta razão a loira havia começado a preparar a surpresa para o namorado desde outubro daquele ano. Ela o deu um comic book sobre a vida do moreno, onde ele era um super herói, tinha seu próprio uniforme e superpoderes, além de ser um garoto normal de 18 anos que frequentava a escola e passava tempo com os amigos. O segundo presente responsável por burburinhos foi de para o irlandês. Não era segredo que o menino adorava jogar golf e por esta razão a loirinha usou a influência de ambos os pais para conseguir batizar um dos buracos do club que Niall frequentava de "Horan the Irish".
Todo o esforço e dedicação que a caçula Styles utilizou para escolher cada um dos presentes não foi usada por seu irmão mais velho que a presenteou com uma pequena caixa de cristal, onde dentro possuía 365 cupons, ou Vale-Atenção como ele intitulou, que iam de atividades que eles poderiam realizar juntos como também apenas quinze minutos do tempo de Harry para simplesmente ouvir a mais nova. Alguns julgaram criativo e realmente gostaram da ideia do primogênito, outros (Tommo e Malik) acharam muito preguiçoso e desnecessário e incomodaram o cacheado o resto da noite por esta razão.
O fato de Hazz ser atazanado o tempo todo pelo dois babacas que ele chamava de amigo atrasou a entrega do presente de para ele. Meester lhe comprou um anel, pois havia reparado que o moreno começava a usar joias, porém não sabia se ele de fato iria gostar, então esperou estar a sós com o rapaz para entregar-lhe o anel e Harry o adorou!
A noite rendeu muitas fotos e risadas, e dias depois, enquanto cada um se dirigia a seu compromisso, tinham a certeza de que aquele havia sido o melhor natal de todos. Mesmo que estivesse na França, Harry na Califórnia, em Nova York, Niall na Irlanda, os primos em Manchester, Louis em Doncaster, na Itália, Liam em Wolverhampton e estivesse sozinha em Londres. Não haveria melhor natal que aquele.

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Se Niall salvou o natal, Louis fez o grande favor de salvar a noite da virada ao oferecer sua casa para a festa de ano novo.
Convencer Johannah e Mark não foi tão difícil depois de esperar que a tarde de natal passasse regada a muito vinho e espumantes, o caçulinha da família encontrou a oportunidade perfeita quando George perguntou se se juntaria a eles nos Hamptons americanos para comemorar a chegada do ano novo.
A única intenção do mais velho era ter a oportunidade para falar "Eu acho que você está com o Tomlinson errado, ", já que ele vinha guardando essa piada idiota desde que o irmão compartilhou as boas novas de que estava ficando com a garota que mais lhe odiava na cidade.
Jay permaneceu de sobrancelhas arqueadas durante todo o monólogo do filho, que tentava dissuadi-la de que não estava fazendo aquilo só para passar o feriado todo trancado em um quarto com a namorada. Já lhe bastava a dor de cabeça que foi quando George quase engravidou uma menina, imagina o transtorno que seria para as duas famílias se aparecesse grávida e possivelmente de gêmeos, já que a metade das tias de Louis eram mães de gêmeos.
Ao fim da argumentação, com direito a intromissões idiotas de George Alexander, Mark e Jay chegaram a um consenso: Louis poderia dar a festa. É claro que a partir dessa notícia boa, Tommo teve que ouvir uma extensa lista de requisitos a serem cumpridos para que a casa fosse liberada, e quando finalmente esteve livre para avisar aos amigos que a festa ia acontecer, já era hora do jantar.
Como despedida daquele ano estranho pra caralho, chegou à conclusão de que iria aproveitar a última tarde do ano usando uma fantasia ridícula da princesa Zelda como parte de seu presente de aniversário para o namorado, que era obcecado com o bendito vídeo game. Contudo, seus planos foram por água abaixo quando a Land Rover preta de Harry parou ao lado de seu carro.
- O que esse idiota está fazendo aqui??? - Westwick falou sozinha, assistindo da janela do quarto de Louis enquanto o cacheado se virava nos trinta para equilibrar o presente de aniversário para o melhor amigo e algumas garrafas de rum que roubou do bar de seu pai.
Ela se enrolou no roupão de Louis, trocou os saltos pelas pantufas de sapo dele e checou se a fantasia estava totalmente coberta antes de ir descer aquelas escadas putíssima e descobrir o que diabos Harry pensava que estava fazendo.
- Styles, o que você pensa que está fazendo?
- ! O que você está fazendo aqui? - estava tão surpreso quanto a menina. - E me diz, pelo amor de Deus, que você está vestida debaixo desse roupão.
Os dois sabiam que Louis foi almoçar com e e ambos planejaram diferentes atividades para quando ele voltasse. Isso não era nada bom.
- Não é da sua conta o que eu estou vestindo, idiota. - apertou o nó só por garantia - Você precisa ir embora, Harry.
- Eu não vou embora, minha querida.
- Vai sim. - Westwick estava perdendo a paciência, que já não era muita, e sentia que também estava prestes a acertar a cabeça daquela coisa grande e desengonçada que seu namorado chamava de amigo.
Deus, por que ela não podia ter uma tarde legal com Lou sem ser atrapalhada por um idiota?
Ela tinha tudo planejado: Louis chegaria do almoço com as meninas, ela estaria na cama vestida de Zelda, o embrulho do presente que o si mesma para Tommo nas próximas horas. Depois eles iam tirar um cochilo de uma hora e então iriam jogar videogame até a noite, quando iriam levar as bebidas para a casa da piscina.
Mas ao que tudo indicava, Harry também tinha seus planos e não estava nem um pouco interessado em negociar com . Na verdade, ele achava uma audácia a menina estar ali sendo que nem Tomlinson estava lá.
- Não vou. E se você continuar enchendo o saco, eu vou pedir pra tirarem você daqui.
- Eu sou a namorada dele, Styles. Você acha mesmo que tem alguma moral aqui? - a ruiva colocou as mãos na cintura e riu, debochando da ameaça de Styles. Todo mundo devia saber que nem que ela e Lou fossem inimigos mortais, ela ficaria se quisesse.
- E eu sou o melhor amigo, quando você começou a andar aqui eu já tinha decorado cada cômodo dessa casa. Eu cresci aqui e vou pedir pro Hank tirar você daqui se você não me deixar em paz.
Sim, eles estavam brigando pela atenção de Louis e nenhum dos dois parecia se importar com o quão patéticos soavam a cada palavra dita.
- O nome dele não é Hank.
- Não me importa, eu chamo ele de Hank e ele me adora. - Harry encerrou a discussão e voltou para o carro. - Me ajuda a tirar isso daqui.
foi atrás para ver o que tinha no carro e então viu que o porta malas e os bancos traseiros estavam abarrotados com engradados de cerveja. O problema é que não estavam em caixas, mas em engradados de seis, o que atrasava a vida de qualquer um.
- Meu Deus, você só comprou dessa marca? - perguntou enquanto colocou uma caixinha em cima da outra - Isso é um lixo.
- Você acha?
- Claro que sim. Tem gosto de coisa velha.
- Então, vai embora daqui e compra uma marca que te agrade. - Harry retrucou ofegante, porque estava com uma pilha que ia até o pescoço. E quando ele voltou para buscar mais, quase teve um infarto porque a garota simplesmente soltou os dois engradados no chão. - !
- Vai se foder, babaca.
- Você é louca, Westwick? Você é doida? - um Harry Styles insano da vida correu em direção à poça de cerveja, como se houvesse algo a fazer para não desperdiçar o líquido. - Você é doida?
- Eu sou doida, e você, idiota. - a menina passou para dentro de casa a passos pesados e foi sentar no sofá da sala de estar, onde ficavam os videogames de Louis.
Por alguns segundos ela achou que iria ajudar Harry, e ele seria um bom amigo e entenderia que precisava voltar para casa, mas aí ele estragou tudo, e ela o fez pagar do jeito que mais doía, desperdiçando bebida.
O cacheado ficou praguejando enquanto juntava os pedaços de alumínio retorcidos, e, quando o Audi azul estacionou atrás de seu carro, ele parou o que estava fazendo e esperou que Louis desse as caras para que ele pudesse amaldiçoá-lo eternamente por ter uma namorada tão diabólica.
Lou não sentiu a menor vergonha em assumir para si que estava lisonjeado com a pequena guerra que aconteceu por causa de sua ilustre pessoa. É claro que ele ficou confuso quando Harry mencionou e não pôde evitar ficar curioso para saber o que a namorada veio fazer tão cedo em sua casa, sem avisar.
A ruiva estava sentada bem plena no sofá quando Tommo chegou na sala com as sobrancelhas franzidas de puro medo de encontrar só o corpo dela ali, qual não foi a sua surpresa em descobrir que os dois realmente estiveram sem ele para intermediar e ninguém saiu ferido.
A solução foi simples: os três jogaram videogame, até que Harry cansou e adormeceu no sofá mesmo. teve a oportunidade de entregar seu presente a Lou e depois disso os três só acordaram quando o sol já tinha ido embora.
Visto que a metade dos convidados para a festa cancelaram suas programações para se juntarem na última festa do ano, Louis acabou deixando que os portões de sua casa fossem abertos mais cedo do que o combinado, e, quando deu dez horas, a frente da mansão já estava tomada por carros e a música já soava alta por toda a extensão da propriedade Tomlinson.
Tommo, Niall e Harry se certificaram de que todos os pontos estivessem abastecidos com muita bebida, Liam foi fazer a parte realmente importante e checar se todas as entradas da residência principal estavam de fato fechadas para que ninguém acabasse adentrando-a sem a devida autorização.
- Não existe a menor possibilidade da gente deixar pelo menos um dos salões pro pessoal ficar abrigado do frio? - perguntou distraída com a bela decoração interna natalina da cozinha dos Tomlinson.
Ela estava sentada no balcão branco, balançando as pernas enquanto assistia o amigo andar pela cozinha a mexer nas coisas, abrir refrigeradores, contar as caixas de fogos e ver se tinham gelo suficiente para as próximas horas.
- , eu já falei pelo menos três vezes: ninguém vai fazer festa aqui dentro. - Liam estava segurando sua cerveja gelada em uma mão e na outra girava o molho de chaves da casa do amigo.
A dupla estava ali para checar o estoque de bebidas e os fogos que haviam comprado para queimar à meia noite, mas obviamente estavam enrolando por ali porque o cômodo estava aquecido comparado ao vento gelado que atacava qualquer um que se atrevesse a abandonar a casa da piscina.
- Eu ainda não acredito que nós chegamos atrasados na festa porque o Lou esqueceu de nos avisar que ia começar antes… - ela lamentou sem soar realmente incomodada, usando o tópico como um motivo para falar mais.
Liam riu sozinho porque ficou pensando em uma forma educada e amigável de explicar que Niall recebeu a mensagem, mas ignorou porque não ia dispensar a última transa do ano por causa de cerveja gratuita.
- Você devia ir atrás do Irlanda, porque ele está enchendo o saco do Louis pra não deixar o pessoal do time vir hoje. - o rapaz ainda não tinha captado a motivação de Niall pra ficar enchendo o saco por causa de um detalhe tão pequeno. E parecia tão alheia quanto aos motivos do namorado:
- Olha, eu desisti de tentar entender o Ni quando ele bebe.
- Você sabe que a April vai estar aqui hoje, certo?
- Quem?
- April Winster. A ex do seu namorado.
- Ah - princesinha Styles sorriu no instante que lembrou sobre quem Liam estava falando. - Eu queria dizer que estou feliz porque ela vem, mas nós andamos nos desentendendo tanto no teatro que eu sinto vontade de bater nela.
- Você já pensou na possibilidade de ela saber que vocês dois já ficavam quando ela e o Niall ainda namoravam?
- Ai, nada a ver Li. - negou com a cabeça mas mudou de opinião quando viu o olhar descrente de Liam a lhe encarar. - Tudo bem, pode ser isso. Mas ela precisa superar porque eu não vejo ela ofendendo o Niall por causa disso e foi ele quem traiu, não eu.
- Eu espero que ela pense assim também, ou você vai estar com sérios problemas, pirralha. - Payne tinha quase certeza que Winster já sabia dessa bagunça toda porque só um idiota não estranhou quando Niall e voltaram de férias namorando depois de meses andando juntos o tempo todo. - Vem, eu vou fechar aqui.
saiu e ficou esperando Liam fechar a porta, pensando em quais hipóteses ela conseguiria ter acesso a casa, porque no momento em que soube que a casa era um lugar proibido, seus olhos verdes cobiçaram o lugar pelo simples prazer de poder entrar e sair quando quisesse. Ela amava desafios, e as chaves que Payno seguravam era o seu maior desafio pelas próximas horas.
- E quando alguém precisar entrar pra dormir? Você vai dar a chave? - a loira sondou, enquanto eles se afastavam da mansão, em direção à piscina.
- Por que alguém iria entrar pra dormir na noite de ano novo, ?
- Eu sei lá, você já viu como o meu irmão está alterado? Ele vai dar trabalho hoje.
Não era uma mentira, Harry começou a beber cedo e já estava perceptivelmente mais alegre e brincalhão, abraçando as pessoas, cantando alto e sendo espalhafatoso como uma drag queen.
Uma das principais condições dos pais foi que a festa deveria acontecer na casa da piscina e que ninguém tinha autorização de colocar o pé dentro da casa principal. Tudo jazia impecavelmente arrumado desde antes do natal e Jay não ficaria nem um pouco feliz de saber que todo o trabalho teve que ser refeito porque seu caçula não era capaz de obedecer uma simples ordem.
Mas apesar disso, a loirinha tinha um bom argumento, porque se alguém ia precisar de uma cama para desmaiar sobre naquela noite, essa pessoa era Harry Styles.
- Aí, você me chama e eu venho abrir pra ele entrar. Sozinho.
- E se você ficar muito bêbado? - não desistia nunca. Era assim que ela conseguia o que queria na maioria das vezes, insistindo até acabar com a vontade de viver do outro.
- Eu não vou ficar muito bêbado, vai ficar tudo bem. - Liam apressou o passo porque estava começando a se sentir encurralado por aquela coisa minúscula que era só cabelo e drama.
Ele andava se esquivando das pessoas, procurando pelos amigos e pela namorada que já não via há uma meia hora, mas acelerava o passo de maneira que ele nunca se livrava dela:
- Como você tem tanta certeza?
- Porque eu vou cuidar dos fogos meia noite e eu não posso fazer isso se ficar bêbado.
- Ahhh, bem pensado. Eu vou procurar a . – Tudo bem, ter acesso a casa nem valia esse esforço. Além do mais, ela sempre poderia esperar até mais tarde para ver se Liam ia ficar sóbrio a noite toda como ele afirmava. - Se precisar de ajuda é só me chamar, Li.
Payno não se deu ao trabalho de responder , mas foi atrás dos meninos para ver como andavam as coisas com a distribuição de bebidas. Inclusive Niall sugeriu um sistema muito inteligente para que as pessoas não precisassem ir à cozinha toda vez que a bebida acabasse.
Eles pegaram três mesas e colocaram uma na frente da casa, a outra entre a casa e a piscina e a terceira entre a piscina e a casa da piscina, e assim todo mundo conseguia ter acesso sem problemas.
- Liam, por que você tinha que estragar minha noite e aparecer por aqui?
A voz de o surpreendeu, mas as palavras amargas, não. Ele poderia até ficar irritado, mas era ano novo, sua bebida estava geladinha, a música estava boa e a ruiva demoníaca teria que se esforçar MUITO mais para conseguir estragar sua noite.
Por isso ele abriu um belo sorriso e virou-se para encarar a demônia de Louis:
- Porque antes de você ser namorada do Tommo e alguém fazer questão da sua presença, eu já era amigo dele.
- Eu só queria uma festa perfeita. É pedir muito? - estava com a pontinha do nariz vermelha por causa do frio e sua aparência angelical não combinava nem um pouco com o mal humor por encontrar Liam tão cedo da noite. - Você podia ter vindo aqui, deixado a e ido embora pra casa, chorar sozinho porque ninguém te ama.
- , honey, é final de ano, e você não precisa ficar destilando ódio nos nossos amigos. - Louis apareceu ao lado da namorada, entrelaçando seus dedos porque nada era tão eficiente como o contato humano para combater o frio de uma noite de inverno. - Deixa um pouco pra começar o ano bem.
Ele estava particularmente feliz porque estava tudo correndo bem, sua casa estava cheia de conhecidos e, apesar do frio, as pessoas estavam agrupadas e bebendo muito, rindo alto, gritando umas com as outras, cantando, jogando, beijando e tudo o que há de bom para se fazer em uma festa.
- Eu só falei que ele podia ter procurado outras coisas divertidas para fazer hoje. - deu de ombros, sorrindo para Louis quando o rapaz o encarou como quem tinha desistido de tentar fazê-la um ser humano melhor.
- Sabe o que eu vou fazer de divertido? Tirar bastante fotos de vocês dois usando esses agasalhos iguais pra imprimir várias cópias e colar por todo o jornal. - Liam apontou para os agasalhos brancos com as listras em vermelho da adidas que o casal usava naquela noite. - Como é que vocês fazem isso? Vão juntos de loja em loja até achar um modelo que tenha pros dois?
Louis e gostavam de combinar suas roupas esportivas, todo mundo já sabia disso, mas ninguém conseguia superar toda vez que os dois apareciam com a mesma roupa ou roupas diferentes, mas com o mesmo conceito.
- No dia que você fizer isso, eu vou te matar com uma caneta. - Westwick ameaçou.
Ela não tinha vergonha do hábito, na verdade ela tinha vergonha de poucas coisas quando estava com Tommo, mas não iria admitir, em hipótese alguma, que Liam obtivesse alguma vantagem sobre ela.
- Não, não. Você não vai matar ninguém, . - Lou começou a andar, empurrando-a pelos ombros enquanto a afastava de Payno e da áurea de ódio e intrigas que se formava toda vez que os dois estavam em um mesmo ambiente. - O que nós vamos fazer agora é dar uma volta por aí e exibir pra todo mundo o nosso amor.
Liam foi até um dos bares improvisados, pegou mais uma cerveja e ficou parado ali, onde podia ver Harry, levando uma rodinha à risada por causa das piadas horríveis que contava, e se virasse um pouquinho testemunharia Niall ouvindo alguma história que contava com direito à encenação, e mesmo que o irlandês não mostrasse o menor interesse na conversa em si, acenava eventualmente com a cabeça em concordância só pra deixar a menina feliz enquanto estava muito mais ocupado em se congratular por ter conseguido a menina mais bonita do colégio. Também conseguia ver Louis e conversando com conhecidos de Oxford e Cambridge que fizeram questão de vir para a festa porque Tommo era o anfitrião. E, olhando para a cozinha da casa, ele poderia ver a melhor amiga embriagando sua namorada, porque falou alguma coisa sobre querer beber muito, e levou o pedido a sério.
Tudo estava perfeito, e ele sentiu-se invadido por uma felicidade que fazia tempo que não o visitava.

Seu vestido midi branco possuía brilho por todo ele, seus cabelos loiros poderiam ser comparados ao mar devido às ondas elegantes que se formavam, o batom vermelho que usava deixava seus lábios mais estonteantes e seus olhos envoltos pela maquiagem suave realçavam seu olhar delicado. A garota poderia ser nomeada um anjo. Um anjo pleno e sorridente que havia descido a Terra para encantar todos ao seu redor.
Mesmo sabendo que não havia mais nada que pudesse fazer em seu look, olhava-se no espelho pela milésima vez, ansiosa pela noite que logo começaria. Zayn havia prometido não se atrasar, e mesmo que a garota já tivesse ouvido aquela história milhões de vezes, daquela vez estava confiante que o rapaz honraria sua palavra.
E pouco antes das 21h, Íris, sua babá, adentrava seu quarto anunciando a chegada de seu namorado, que a esperava no andar de baixo. teve um sobressalto, agradecendo a mais velha pela informação e avisando que logo desceria. Rapidamente calçou as sandálias de salto e procurou por seu sobretudo amarelo, deixando o quarto e se dirigindo até a escada.
Ao pôr o pé no primeiro degrau avistou Malik que se encantou ao mirar a menina, entretanto a reação de Hilton foi oposta. O sorriso que até então adornava seus lábios desmanchou-se por completo ao fitar o rapaz de jeans, suéter, botas e casaco.
A loira não achou que seria necessário voltar a atenção do namorado para o fato de que a ocasião pedia um modelito mais formal e por esta razão não o informou previamente, todavia arrependia-se naquele momento por não tê-lo avisado com antecedência. Mas aquela era a última noite do ano e ela não faria questão de um detalhe como aquele, certo?
- Uau, você está linda. - o moreno sorriu para ela, tirando as mãos do bolso do casaco grosso.
- Obrigada. – sorriu, desapontada, e o garoto notou seu descontentamento - A sua roupa para o jantar está no carro? - tentou analisar a situação por um lado diferente, afinal o menino poderia surpreendê-la com um terno elegante os esperando no banco de trás bentley.
- Ahn - juntou as sobrancelhas, confuso - Não. – respondeu, dando de ombros - Vamos? Eu estou com fome. - fez sinal para a porta e envolveu a mão da loira com a sua, ao aproximar-se para beijar os lábios da namorada, que estava alguns centímetros mais alta que ele devido ao salto, surpreendeu-se ao ver que ela esquivou-se dele.
- É um jantar formal, Zayn. - frisou, calmamente, passando a impressão que não se importava com o traje que ele usava.
O badboy se controlou para não rolar os olhos:
- Eu sei, mas assim eu estou confortável. – argumentou, esforçando-se para não se importar com a expressão apática de Hilton.
Deu as costas para a garota e encaminhou-se para a grande porta de madeira que o levaria para o jardim frontal, onde seu automóvel o aguardava. Seus amigos encontravam-se todos na casa de Tommo, bebendo e comemorando a chegada do novo ano, e ele, em vez de os acompanhar, submeteu-se a fazer as vontades da namorada e ir ao jantar de Terese. Não era o suficiente? Mas havia encontrado mais um ponto para desapontar-se com ele, suas roupas. Até com seu guarda-roupa a loira iria queixar-se?
O que o badboy não entendia e não conseguia analisar no momento, era que desde o início disse que queria se juntar aos amigos na festa que ocorria na casa de Louis, a menina também pontuou que sabia que o rapaz não deleitava-se em celebrações como aquela, e este era mais um motivo para ambos comemorarem a noite juntamente com o restante do grupo. O que a angustiava ainda mais, era saber que o namorado justificaria a atitude dela como querendo determinar as vontades dele, dominar sua vida, como Yaser costumava fazer.
Hilton correu como pôde em cima dos saltos até o veículo de Zayn, que já estava ligado e com o ar condicionado começando a aquecer seu interior. Passou as mãos pelos braços que estavam cobertos pelo sobretudo amarelo e, ainda assim, não era tecido o suficiente para protegê-la da gélida noite.
O moreno dirigia em silêncio, e, no banco do carona, a garota não ousava emitir som algum. Nenhum deles pretendia brigar em uma das celebrações mais importantes do ano, porém a mudez não ajudava os corações a se acalmarem. À procura de conforto e bonança, Malik ligou o rádio, buscando por alguma estação que o agradasse, e uma música qualquer tornou-se a trilha sonora daquele calvário.
Ao aproximar-se da casa de Terese foi possível notar uma pequena movimentação de carros, enquanto dois homens instruíam os convidados para onde deveriam se dirigir. sorriu sozinha por ter acreditado na tia quando a mais velha a disse que se tratava de uma pequena festividade.
- , eu vou te deixar aqui e vou para Louis, okay? - Zayn cortou o silêncio, e a loira voltou o rosto para ele lentamente, tentando entender a ordem das palavras que ele havia proferido.
- Por quê? - foi apenas o que conseguiu dizer, com as sobrancelhas juntas e a expressão desanimada.
- Porque eu não estou vestido de acordo. - a mirou a fim de demonstrar que não ficaria ali com ela apenas pela forma como havia sido recebido minutos antes na mansão Hilton.
- Zayn, não foi isso que eu quis dizer. - fechou os olhos, descansando a cabeça no couro de seu acento, aborrecida consigo.
- Foi, . Nós sabemos que foi. - permanecia na fila de carros esperando a sua vez de adentrar a grande casa da modelo. - Mas é só me ligar que eu venho te buscar. - nem ao menos mantinha seus olhos sobre a menina, permanecia prestando atenção no trânsito.
- Eu vou com você.
- O quê?
- Desde o começo eu queria ir para festa do Louis, só estamos aqui porque você falou que queria vir para esse jantar.
- Eu falei que vinha porque pensei que você queria vir! - aumentou o tom da voz, defendendo-se, tentando não se tornar o responsável pelo fracasso da noite. - Só dirige, Zayn. - negou com a cabeça, sentindo seus olhos arderem pela frustração, pelo medo de admitir que seu relacionamento era um fracasso, pela raiva que sentia de si por não conseguir demonstrar tudo o que sentia. Talvez se gritasse com ele, se chorasse e se descabelasse as brigas finalmente acabariam. Talvez Zayn parasse de achar que tudo o que ela queria era controlá-lo, e ela, por sua vez, entenderia a posição do rapaz. Talvez e estivessem certas em serem explosivas e ela errada em manter tudo para si. Talvez ela deveria entregar-se para as lágrimas ali mesmo, mas secava os olhos disfarçadamente, sem chamar a atenção do garoto conforme sentia alguma lágrima ameaçar a cair.
Malik demorou para chegar até a casa de Louis, e como o caminho percorrido até Terese Collins, aquele não foi diferente, nenhuma palavra foi dita conforme o Bentley atravessava a cidade em direção a festa de ano novo, que já acontecia há duas horas.
Conforme o carro se aproximar da mansão Tomlinson era possível ouvir a música alta e, ao passar pelos portões da residência do amigo, a visão de ambos foi tomada pelo gramado dianteiro forrado por automóveis. Devido a quantidade de veículos, Zayn precisou estacionar o Bentley longe da entrada da casa principal e consequentemente longe da casa da piscina que era onde todos estavam.
tirou seu cinto de segurança e abriu a porta do carro, esquecendo de medir a força para fechá-la e um estrondo chamou a atenção do moreno que também fechava a porta de seu lado.
O badboy juntou as sobrancelhas:
- . - chamou por ela e foi ignorado, vendo-a caminhando com dificuldade pela grama com seu salto que vez ou outra afundava na terra. - ! - chamou-a, ligando o alarme de seu veículo e tentando alcança-la, mas a loira fazia questão de não tê-lo por perto.
A garota se dirigiu o mais rápido que conseguiu para a área posterior da casa, onde pode ver que a multidão se divertia e teve a certeza que ela não estava vestida de acordo.
Avistou uma mesa com algumas bebidas, próxima a mansão e encaminhou-se até lá para pegar algo para beber. A medida que passava pelas pessoas, até mesmo quem não a conhecia voltava o rosto para vê-la, e não era apenas a beleza exótica da garota que chamava atenção, suas roupas elegantes e sandálias de salto faziam as visitas se questionarem se ela havia sido informada de que a festa se tratava de uma comemoração casual.
- Uau, você está brilhando! - ouviu atrás de si, enquanto procurava por um copo e se decidia o que queria beber.
- Ah, oi . - cumprimentou a amiga, que não percebeu seu desânimo.
- , você está linda! Um arraso! - a morena se aproximou, juntando as sobrancelhas ao vê-la servindo-se de uma dose de gim e virando-a por completo. - Eu pensei que vocês iam no jantar da Terese. - a caçula disse, achando graça da careta que a outra fazia.
- Eu também. - respondeu entre o acesso de tosse.
Ortega percebeu naquele momento que o primo havia feito algo de errado, tão errado que Hilton parecia cogitar a ideia de se embriagar.
- Você deve estar congelando. – tirou o próprio casaco e colocou nos ombros de Hilton, que estava ainda mais alta com aqueles saltos. abaixou o rosto para mirar o próprio modelito, devido a adrenalina não havia tido tempo de sentir frio, contudo agora que a amiga comentara pode sentir o vento gelado nas coxas e nos pés desprotegidos. - Vem, vamos procurar o Louis e ver se aqui tem alguma roupa da que você possa usar. - de mãos dadas as garotas saíram por entre as pessoas que ainda fitavam de forma estranha, e a loira se contentava em sorrir e cumprimentá-las.
Encontrar o anfitrião da noite não foi difícil, afinal Tommo falava realmente alto e não demorou muito para que o visualizasse entre alguns membros do time de basquete.
- Hey, Lou. - a caçula tocou seu ombro e ignorou alguns olhares acusadores dos garotos do time que ainda não haviam superado o fato de ela ter passado o início do ano com Danny, o antigo capitão, e três meses depois aparecer com Payne.
Seu amigo virou-se para ver quem o chamava e gritou o nome de , feliz por tê-la ali, abraçou a loira, que sorriu alegre pela recepção calorosa.
- Vocês vieram! - Tommo ainda gritava - Cadê o Zayn? Nossa, você tá muito gata! - falava rápido demais, fitando a menina da cabeça aos pés.
- E com frio. - Hilton se encolheu, apertando o casaco de contra si. - Só por curiosidade, não teria alguma roupa da aqui na sua casa, né?
- Não… - Louis coçou a nuca, sentindo pena da amiga que já tinha as pontas dos dedos do pé tomadas por um tom de roxo. - Mas você é só um pouco mais alta que eu, podemos ver alguma roupa minha mesmo.
- Pode ser! - confirmou com a cabeça, desesperada para aquecer-se.
- , cadê o Payno? - o moreno indagou à menina que passou seus grandes olhos verdes pelo ambiente sem ter sinal algum do namorado.
- Eu… não… sei. - arrumou a touca na cabeça, envergonhada por não ter noção de onde Liam estava. - Mas, para que você precisa dele?
- Ele está com as chaves da casa. – explicou, apontando com o polegar para a mansão, e se despediu dos garotos com quem falava para sair a procura do amigo.
- Por quê? - Orteguinha perguntou com as sobrancelhas juntas.
- Porquê ele não sou eu. - Tomlinson explicou, rindo, mas falando sério.
Havia deixado Liam responsável pelas chaves da casa, vulgo, sua vida, pois sabia que corria grande risco de perdê-las, vulgo, morrer, caso as mantivesse sob sua própria responsabilidade.

Da piscina iluminada e cheia de balões emanava uma névoa devido a sua água aquecida em contato com o ar frio da noite. O inverno chegara castigando a população londrina com suas temperaturas estupidamente baixas, todavia aquela não era a noite mais fria do ano, apesar de seu vento gelado ser responsável por esmorecer a estrutura óssea de todos os convidados de Tomlinson. Afinal a gélida estação não afastou os jovens que ocupavam todo o gramado posterior da mansão.
Alguns deles preferiam ocupar a estrutura residencial da casa da piscina, que não era magnífica como a construção principal que Jay havia proibido o filho de usar, entretanto era grande o suficiente para confortar os visitantes.
conversava com algumas garotas de outra escola, porém a pontinha de seu nariz gelado causava alguns espirros, seu pé, mesmo revestido por duas meias e uma bota felpuda, estava rígido dando a sensação de congelamento, seus dedos da mão perderam a sensibilidade e aquele foi o cúmulo para a loira, que procurou abrigo por entre as paredes cor de pêssego da edícula de Tommo.
Foi direto para a cozinha procurar algo para beber, seu gosto sofisticado para álcool geralmente pedia por vinho ou champagne, mas ambos eram gelados, e a menina queria se aquecer para cessar a impressão que suas vísceras encontravam-se em estado frígido dentro de si. Bufou, fazendo uma concha com as mãos e levando-a a frente do rosto para que o ar cálido que saia de seus pulmões pudesse aquecer a ponta de seus dedos.
Sua real vontade naquele momento era chocolate quente de seu pai, contudo teria que se contentar com alguma bebida a disposição e deu de ombros, servindo-se uma dose de whisky. Aquilo com certeza a aqueceria, e, conforme o líquido percorria o caminho de suas papilas gustativas até seu esôfago, pôde ter a sensação cortante que ele causava por ser quente. Mas calor era o que princesinha Styles procurava.
Ao seu lado, no balcão, um rapaz apoiou a cintura e cruzou os braços, sorrindo para ela ao ver a careta que a menina fazia devido ao sabor da bebida que havia acabado de ingerir.
- Oi. - a loira o cumprimentou ainda arrependida por sua escolha ter sido whisky, mas já servindo-se de mais uma pequena dose porque compensava aquecer-se.
- Oi. - o desconhecido atentava-se aos movimentos dela e sorriu mais uma vez ao vê-la sucumbir devido ao gosto da bebida. – Então, você gosta de whisky?
- Não. Mas está muito frio lá fora. - explicou, abrindo os botões do casaco e tremendo.
- Eu posso fazer um drink para você, se quiser. – ofereceu, já procurando por um copo.
- Obrigada - sorriu agradecida, afastando-se -, mas não precisa se incomodar. Foi um prazer.
Ao virar-se de costas para sair da cozinha, sentiu alguém segurá-la pelo braço.
- Eu não estou incomodado. - arqueou as sobrancelhas, tentou convencê-la a ficar - Nós podemos conversar enquanto eu preparo a sua bebida e depois, quem sabe, dançar.
- Eu posso ter entendido errado as suas intenções - a loira passou o dedo indicador pelos cabelos dourados, pensando em uma forma de expressar-se sem soar arrogante -, mas acho que preciso dizer que tenho namorado.
- Oh. - o garoto foi pego de surpreso. - Ele deve ser bem seguro de si para deixar uma garota tão bonita como você livre para caras babacas como eu.
sorriu cerrado, por educação, mas não conseguiu conter-se a tempo de rolar os olhos:
- Ele está aproveitando a festa.
- Eu sei. - confirmou com a cabeça. - E você também deveria - deu um passo à frente, ficando ainda mais próximo da garota, que cruzou os braços a fim de lhe mostrar por linguagem corporal que não, ela não estava interessada.
- Tchau. - virou-se de costas para se retirar e mais uma vez foi impedida. - Por que vocês homens não conseguem receber um simples não?!
- Está tudo bem aqui? - Liam apareceu atrás do rapaz, que ele e muito menos a menina conheciam.
- Espero que sim, Li. - a loira se livrou do desconhecido e estufou o peito por sentir-se mais segura agora que o amigo a fazia companhia.
- Vocês estão juntos? - o garoto perguntou, intercalando os olhos de Payno para .
- Sim.
- Não.
Princesinha Styles e Liam falaram respectivamente e puderam ver o desconhecido juntar as sobrancelhas.
- Quer dizer, sim. - Payne tratou de arrumar o que acabará de dizer e pôde ver escondendo-se atrás dele e ficando na ponta dos pés para mirar o outro garoto por cima de seu ombro.
- E se precisar, ele vai bater em você. - a garota pontuou cheia de coragem e bravura.
O rapaz desconhecido cruzou os braços e franziu o cenho, duvidando da ameaça de princesinha Styles. O amigo da mais nova ergueu ambas as mãos em rendição e negou com a cabeça.
- Não. Ninguém vai brigar. Não tem necessidade para isso. - falava rápido a fim de evitar qualquer desconforto para ambas as partes.
- Tudo bem. - o outro menino acenou com a cabeça. - Desculpa aí, cara. - disse para Liam que espelhou o gesto dele, vendo-o se afastar.
- O quê?! - saiu de trás do amigo, pasma - Ele incomoda a mim e é você quem recebe as desculpas?! - deixou o queixo cair, inconformada com o sexo masculino.
- Você está bem, né? - Payno questionou, achando graça da menina minúscula e zangada, enquanto servia-se de uma bebida.
- Estou, mas primeiro: ele deveria ter pedido desculpas para mim. - enumerou nos dedos - Segundo: eu sempre quis ver uma briga e você arruinou o momento!
- Você - apontou para a mais nova - está brava comigo - voltou o dedo para si - por ter evitado um tumulto que provavelmente acabaria com a noite de todo mundo?
- Não acabaria com a noite de todo mundo, Liam, deixa de ser exagerado! - rolou os olhos, virando de costas para o balcão e apoiando as mãos no mármore, tomando impulso e sentando-se sobre ele. - No máximo você ficaria segurando uma bolsa de gelo.
- O pessoal ficaria preocupado, ! - ofendeu-se pelo fato de ela não se importar com seu bem estar e tentou se convencer que algum dos amigos se importaria.
- Li, eu confio no seu potencial de badass. Afinal de contas, você luta pra poder bater nas pessoas, certo?
- Do que você está falando, garota? - negou com cabeça, levando o copo até os lábios vermelhos. - Eu sou uma flor, okay? - sorriu ao vê-la rindo. - Vem vamos dar uma volta. - estendeu a mão para ela, a fim de ajudá-la a descer de cima do balcão, e passou o braço pelo ombro da menina, guiando-a por entre as pessoas.
Ao passar pela porta da casa da piscina, o rapaz pode ouvir Louis gritar seu nome. A voz do amigo era incomparável, e Payne tinha certeza que era ele que o chamava. Procurou por entre as convidados e pôde ver o moreno, juntamente com sua namorada e Hilton, deixando, também, a residência.
- Estávamos te procurando. - Tommo informou ao finalmente alcançar o casal de amigos e começou a explicar que precisava das chaves de sua casa.
- ! - soltou-se do meio abraço de Liam e abraçou a amiga, surpresa e feliz por tê-la ali. - Meu Deus, você está linda! - deixou o queixo cair ao ver toda a produção de para aquela noite. - Eu pensei que vocês não viessem hoje! Cadê o Zayn? O Ni vai ficar feliz quando saber que você está aqui.
- Eu vou procurar ele depois, agora eu quero muito uma calça. – sorriu, envergonhada, e princesinha Styles riu, informando que iria procurar o namorado para dar-lhe as boas novas de que Hilton estava entre eles.
E logo o restante do grupo encaminhou-se até a mansão do anfitrião a fim de encontrar algo para agasalhar a loira, que ignorava ao máximo os olhares de censura que recebia devido sua vestimenta. Não notou que um par de olhos castanhos a fitavam do outro lado da piscina.
Sozinho, Zayn tomava uma cerveja, enquanto mantinha a outra mão aquecida dentro do bolso do casaco preto felpudo. O moreno tentava convencer-se de que ambos carregavam a culpa da péssima noite, mas era impossível não culpar-se totalmente pelo fiasco que seu relacionamento estava se tornando.
fechou os olhos assim que adentrou a cozinha dos Tomlinson. O cômodo estava tão quentinho que só então a garota percebera que seus pés haviam perdido a sensibilidade e estavam literalmente congelados. tirou a touca, que possuía uma grande bola felpuda em sua ponta, e arrumou os cabelos negros. E Liam os trancou dentro da casa a fim de prevenir a entrada de alguém não esperado.
- , vamos lá no meu quarto achar alguma coisa para você. - Lou chamou já se encaminhando as escadas que o levariam para o andar superior, sendo seguido pelos três.
Payne envolveu a mão de Orteguinha com a sua e sinalizou para que ela ficasse ali com ele, esperou que o casal de amigos se perdessem de sua visão e apenas começou a falar quando ouviu a porta do quarto de Tommo sendo destrancada.
- O que aconteceu? - questionou à namorada - Eu pensei que eles fossem para a casa da tia da . E pelo visto ela também! - referia-se ao fato de que a menina estava totalmente despreparada para uma noite de bebedeira à beira da piscina dos Tomlinson.
- Eu não sei o que aconteceu. - se aproximou ainda mais dele, falando baixinho - Mas acho que o Zayn fez alguma coisa… de novo.
- Você precisa conversar com a . - o rapaz pontuou. - Ela está visivelmente decepcionada.
- Eu também percebi. - elevou os olhos verdes para o andar superior - Mas é a . - não conseguiu palavras melhores para descrever a loira. - Ela não fala com ninguém sobre o que acontece no relacionamento deles. Se duvidar nem com o próprio Zayn, ou sei lá, com o Niall. - fez menção do melhor amigo da garota, que deveria estar encantando algumas pessoas com suas bochechinhas irlandesas avermelhadas.
O casal subiu degrau por degrau da escadaria que levava ao andar superior da mansão Tomlinson e adentrou o quarto do garoto, ouvindo a conversa que vinha de seu closet. já estava descalça e seu sobretudo amarelo pendurado em um cabide que ela havia encontrado livre por entre as roupas do moreno.
- Olha, eu acho que esse serve. - entregou para a loira um de seus muitos agasalhos da adidas. Aquele era azul e combinava com o batom vermelho que a menina usava. - Talvez fique um pouco grande porque é masculino, mas você vai ficar quentinha - procurava por uma blusa de frio para ela usar por baixo da jaqueta. - Eu posso pegar um tênis também, se você quiser. Provavelmente não é o seu número, mas é melhor do que ficar com aquele sapato. - apontou para as lindas sandálias de salto que estavam no canto do recinto.
- Obrigada, Lou. - sorriu, realmente agradecida, afinal aquela era a primeira coisa boa que lhe acontecia desde que deixara sua casa.
- Eu já vou descer para ver o pessoal, mas pode ficar a vontade, . - colocou nas mãos dela tudo o que a garota precisaria.
- Obrigada.
O moreno deixou o closet, não antes de dar um tapa na nuca de Liam, que até então estava quietinho no seu canto, abraçando a namorada por trás, mas resmungou ao sentir o tapa ardido do amigo.
- Eu vou sair para você se trocar - Payne ainda passava a mão no local atingido por Tommo - Vou esperar lá embaixo, mas pode levar o tempo que for preciso, . - andava de costas para fora do cômodo e lançou um olhar significativo para Ortega, incentivando-a a conversar com a loira.
- Obrigada, Li.
O menino fechou a porta atrás de si, deixando-as sozinhas, e , que o acompanhava com o olhar, voltou-se para , que já tirava o vestido para se agasalhar com as peças que Tommo a emprestara.
- - a morena não sabia como iniciar a conversa -, está tudo bem?
- Sim. - sorriu compassiva, colocando a blusa grossa. - Por quê? - vestiu a calça de poliéster e também a jaqueta, fechando seu zíper.
- Não me leve a mal, mas - pensou quais palavras seriam mais adequadas para o momento - você está... visivelmente triste.
Hilton pegou em suas mãos as duas bolinhas de meia que havia recebido de Louis e sentou-se no chaise que havia no centro do ambiente, a fim de calça-las.
- Eu pensei que a noite seria de outra forma. – admitiu, já colocando os tênis que não ficaram desconfortáveis mesmo sendo um número maior. - Só isso.
- O Zayn fez merda de novo, não é? - a caçula suspirou alto, rolando os olhos por conhecer o primo bem o suficiente para saber que seu rosto bonito era a embalagem de uma natureza carente.
- Sinceramente? - elevou seus olhos castanhos para a amiga, que caminhava até ela para sentar-se ao seu lado. - Eu não sei. - admitiu, passando as mãos nos cabelos. - Eu acho que fui eu a errada.
- Por quê? - juntou suas sobrancelhas surpresa com o curso da conversa.
- Ele chegou na minha casa de jeans e botas, e eu dei a entender que ele não estava a altura do formalidade da Terese. - falava envergonhada, com o olhar caído, sem encarar a morena - Não era a minha intenção. – ressaltou, colocando a mão no peito - Eu nem lembro o que eu disse, mas foi o suficiente para ele não querer mais ir. Eu acho que o magoei. Ele passa tanto tempo pensando que eu quero controlá-lo como o Yaser e, no fim, foi isso que eu tentei fazer.
- - a outra menina nem ao menos sabia o que dizer -, eu tenho certeza que a sua intenção não foi controlar o Zaza ou algo assim. Na verdade, eu penso que, como você disse, ele fala tanto isso que agora até você está acreditando.
- Pode ser. - acenou com a cabeça ainda não se sentindo melhor com as palavras da amiga. - Mas ainda assim passaremos o réveillon com mais uma briga estúpida. - expirou pesadamente, sentindo que sua energia era consumida devido a desavença desnecessária.
- Talvez seja melhor dar tempo ao Zayn, para ele perceber que você não é como o pai dele. - pegou uma das mãos da amiga com a sua, tentando passá-la apoio com o singelo toque. - O melhor a se fazer agora é aproveitar a festa e esperar que ele caia em si.
- Então, você não acha que a culpa foi minha?
- Não existe relacionamento de uma pessoa, . E para que uma relação seja saudável, ambas as partes precisam se entender e arcar com as responsabilidades. - indiretamente a mais nova indicou que não apenas seu primo, como também Hilton, eram culpados por tantas discussões, que a própria loira julgava desnecessárias.
- Obrigada, . - sorriu, deitando a cabeça no ombro de Ortega, que a abraçou.
Harry estava muito bêbado e ninguém sabia como reagir ao espetáculo que era estar com aquele menino cantando, falando alto e abraçando desconhecidos, já que todas as vezes que ele chegou naquele estado caótico, ninguém esteve sóbrio o suficiente para lembrar no dia seguinte.
Mas essa noite estava sendo diferente, e , por exemplo, não podia ver o cacheado que abria o aplicativo Snapchat para filmar aquela criatura gigante, bêbada e feliz. E toda santa vez que encontrava o irmão, eles se abraçavam e cantavam um pouquinho antes dela poder seguir em frente.
- Betty, eu só não entendo como você pode preferir o Liam a mim. De verdade. Olha pra mim! - Styles apontou para si, muito convencido de que mesmo sendo um pouquinho desengonçado ainda era mais bonito do que o grande amigo Payne e mais merecedor de toda a devoção que a caçula do grupo oferecia a ele.
- Nem tudo na vida é sobre beleza, Hazza. - Ortega retrucou com um sorrisinho, ela estava tentando sair da casa, onde deixou com Liam, e chegar até onde um grupo jogava beer pong, que era onde estava. Mas Styles a encontrou no meio do caminho e ficou enchendo o saco.
- Do que você está falando? É claro que tudo na vida é sobre beleza, você está doida?
- Além do mais o Liam é mais bonito do que você.
- Nada a ver. Eu tenho esse charme irresistível que até a sua amiga concordaria comigo. - ele estava com uma das mãos na cintura e, de vez em quando, chacoalhava a outra, que segurava um copo de cerveja que derramava a todo instante. - Agora, você nunca nem olhou pra mim. O que o Liam tem que eu não tenho?
- Dinheiro. - a criança deu de ombros enquanto assistia o rosto do amigo se transformar em uma expressão de pura confusão.
- Como é que é?
- Ele é mais rico que você. Por isso eu estou com ele.
- Sua interesseira do caralho! - passado o choque momentâneo, Styles passou para a acusação e em seguida para defesa de seu patrimônio. Quem aquela pequena olhuda pensava que era? - Pra sua informação, eu vou ter o dinheiro do meu pai…
- Só a metade. A outra vai ficar com a . Você vai ser pobre, desculpa, Harry. - interrompeu, tão entediada quanto poderia ficar ao conversar com um pretendente sem muito dinheiro.
- Mas ainda tem o dinheiro da minha mãe! - ele continuou tentando provar que era mais rico e, mesmo que em sua cabeça a teoria fizesse completo sentido, soou tão infantil quando ele compartilhou com a menina de ideia já formada.
- Seria o suficiente pra manter meu estilo de vida caro? Porque, assim, o Liam me dá joias. - a caçula fingiu interesse quando soube da segunda fortuna. Mas Harry estava tão bêbado que não viu a graça de toda a situação e ficou magoadíssimo com a amiga:
- Eu vou contar isso pro Liam, e ele vai parar de gastar o dinheiro dele com você, Orteguinha.
- Vai lá contar pra ele antes que seja tarde demais. - ela concordou com condescendência, assistindo aquele bebê girafa de quase dois metros se afastar muito aborrecido.
Só quando sumiu de seu alcance de visão, Orteguinha voltou ao seu trajeto inicial e conseguiu chegar até , que estava assistindo o cacheado provocar, ser ferido e sair com o rabo entre as pernas porque foi fazer uma brincadeira idiota.
- Por que o Harry estava gritando com você? - ela quis saber, já que não deu pra ouvir nada do que eles falaram, só a voz rouca e carregada do rapaz.
- Eu falei pra ele que tô com o Liam pelo dinheiro e agora ele tá indo me desmascarar. - comentou alegremente, assistindo ao jogo com curiosidade e interesse.
A explicação foi o suficiente para Meester entender o motivo dos gritos dele, primeiro ele estava fora de si e, depois, nunca era intencional, mas sua melhor amiga fazia umas brincadeiras que deixava um chorando.
- Na verdade, ele está dançando com uma estranha. - apontou para Harry, que estava dançando desengonçadamente com uma garota tão bêbada quanto ele, numa mistura de dança da chuva, sapateado e algum outro estilo que ninguém conhecia.
- Jesus, quanto mais bêbado, mais parecido com a ele fica. - constatou o óbvio, achando uma gracinha como ele já não era mais tão flertador assim e muito mais amigável e infantil.
Ela adorava Harry, e o sentimento era recíproco da parte do garoto, que a considerava quase como uma irmã, com a grande diferença de que pegaria se o Liam morresse.
- Sim! Eu estou ficando bem assustada. - a mais velha concordou e bufou assim que viu Horan parando em frente das duas.
A falta de receptividade foi tão óbvia que o loiro decidiu nem estender o convite à filha da puta mal humorada, por isso ele perguntou animadamente para Ortega:
- , quer ser minha dupla no beer pong?
revirou os olhos teatralmente porque não se passaram cinco minutos desde que melhor amiga finalmente largou Liam para lhe dar um pouco de atenção, e aquele duende de merda já estava enchendo o saco.
- Não, ela quer ficar aqui conversando comigo. Vai arrumar outra pessoa, Niall.
- Para de ser ruim, ! Eu vou sim, Ni. - não parecia pensar da mesma maneira que a outra garota e se sentiu lisonjeada pelo convite. Ela estava namorando aquele jogo há um tempinho e estava disposta a tentar, mesmo que fosse para ser terrivelmente derrotada. O que valeria é a diversão. - Fica aqui porque todo mundo sabe que em cinco minutos nós vamos ter perdido mesmo.
Eles não perderam.
Inclusive passaram para uma terceira rodada acirrada quando Harry encontrou Meester assistindo a dupla de crianças que estavam a dois copos da terceira vitória consecutiva. As pessoas já estavam muito mais interessadas, e os dois jogadores estavam tão concentrados que nem perceberam a pequena multidão que se aglomerava ali.
- Meu bem, experimenta isso. - Harry já chegou enfiando um copo na cara de , com um sorriso cheio de expectativa para que a menina tomasse o drink colorido que estavam servindo lá na cozinha.
- Hmmm, muito bom, quem fez? - ela tomou o copo e aproveitou para reter a bebida, na esperança de que ele esquecesse de beber e pouco a pouco voltasse ao normal, porque se ele continuasse naquele ritmo, estaria desmaiado antes da meia noite.
- Não sei, alguém deixou uma jarra cheia e eu peguei. - o cachinhos explicou com os olhos na bolinha laranja que voava de lá pra cá e, cada vez que acertava um copo, causava gritaria e comoção.
- Tudo?
- Aham.
- E cadê o resto?
- Eu já tomei.
- Minha nossa. - colocou a mão na testa, calculando quanto tempo teriam até ter um Harry vomitado e desacordado no gramado do Tommo.
Nesse momento, e Niall acertaram o último copo e se abraçaram e começaram a pular animadamente, a galera foi ao delírio, parabenizando os dois, aproveitando para filmar a cara bêbada dos vitoriosos que já ostentavam bochechas coradas e sorrisos fáceis.
- Chega, eu não quero mais jogar. Eu já estou um pouco tonta. - Orteguinha avisou ao mesmo tempo que cambaleou um pouquinho quando tentou andar mais rápido. Ela já estava bêbada e nem tinha reparado porque ficou concentrada demais lançando as malditas bolinhas e agora começava a sentir os efeitos da cerveja deixarem-na boba, sonolenta e feliz.
- Mas agora que nós estamos indo bem! - Nialler protestou contra a decisão da amiga. Agora que eles estavam no auge, seria muita estupidez recuar e ficarem sóbrios, enquanto eles podiam ganhar nada além de congratulações e uma ressaca inesquecível!
- Ah, Ni, nós vamos ficar muito bêbados se continuarmos… - ela fez charme, indecisa se continuava a ser incrivelmente invencível ou se ia atrás do namorado, que por sinal estava sumido há algum tempo e que ficaria muito feliz se soubesse que ela estava louca de vontade de gastar a próxima hora beijando-o.
- E não é pra isso que a gente está aqui? - Horan já arrumava os copos deles mais uma vez, convencido de que estavam destinados a vencer eternamente!
- Eu proíbo vocês de desistirem. - Harry interviu, falando alto e chamando a atenção para si. É óbvio que ele foi ovacionado, como todo idiota é quando se pronuncia diante um grupo de bêbados: - Vocês vão jogar, e eu prometo que toda vez que vocês tiverem que beber um copo, eu bebo também!
- Tá bom - Orteguinha deu de ombros e voltou para a mesa, trocou um high-five com Horan e se preparou para só sair daquela mesa quando batesse qualquer recorde até aquela noite.
O jogo continuou, e esperou Harry abraçar umas quatro pessoas enquanto falava merda no ouvido delas antes de conseguir fazer um diagnóstico do nível de bebedeira de Harry:
- Você acha que consegue beber mais sem correr o risco de começar o ano vomitando por aí? - ela esticou o braço para arrumar um cachinho bagunçado em cima da orelha dele.
Os olhos verdes observavam a menina curiosamente e quando ela pensou em se afastar, foi abraçada por Harry, que afundou o rosto contra a curva do pescoço de seu pescoço e absorveu o cheirinho suave do perfume que ela usava.
- Claro que sim, eu nem estou tão bêbado. - suspirou fortemente, namorando a última cerveja gelada que estava dentro da caixa térmica vermelha logo atrás dos dois.
- Você já está na fase de contar piadinhas. Quer dizer, quando eu cheguei você já estava contando piadas. - acusou suavemente.
- E daí? Eu sou um cara engraçado que gosto de fazer as pessoas rirem. - Styles se afastou o suficiente para enxergar aquele rostinho lindo que costumava deixá-lo roxo de raiva e que agora era o motivo de suas risadas mais genuínas.
As sobrancelhas bem desenhadas estavam arqueadas daquela maneira que ela fazia quando queria mostrar que achava pura merda o que ele estava falando, mas que não falaria nada para não estragar o momento.
- E você estava dançando sozinho agora pouco pra fazer as pessoas rirem também?
- Não. É porque eu sou um ótimo dançarino, e talento foi feito pra ser mostrado. - ele sorriu sapeca e a beijou calidamente, mais como um tocar de lábios do que um beijo real - Além do mais, por que você está preocupadinha comigo? É porque eu sou o sol da sua vida? Você está interessada no bem estar do seu homem?
- Dá pra vocês dois pararem de deixar todo mundo com vontade de vomitar? - Liam parou ao lado do casal, mantendo os olhos em e Niall que ainda jogavam.
- Eu sei que você está mal porque a só quer saber do seu dinheiro, Payno. Vem aqui, você está precisando de um abraço. - Harry soltou e abriu os braços para receber o amigo em abraço mais confortável.
- Não estou não… - Payne tentou se afastar como pôde, mas não teve para onde fugir e acabou preso com o idiota.
- Shhhhhhh - o mais alto o acalentava, balançando-se perigosamente para uma pessoa que não tinha pleno domínio de seu equilíbrio. - Não fica assim, quem sabe um dia ela te ame pelo cara incrível que você é? Quer dizer, olha esses músculos, quem não ia adorar namorar você, coitadinho?
- Harry, me solta. - Li perdeu a paciência e empurrou o cacheado com força até que se viu livre do ataque. Por via das dúvidas, colocou-se atrás de para o caso de o amigo tentar uma dessas de novo, e ele poder empurrá-la para aquela armadilha.
- Nossa, grosso.
- Você deveria parar de beber, sabe. - o namorado de aconselhou assim que Harry colocou a mão na cerveja que tanto cobiçou, soltando um "Ahhhh" de satisfação quando tirou a tampinha de metal e a pressão do ar fez aquele barulhinho clássico de quando uma cerveja é aberta.
- E você deveria encontrar alguém que te ame por quem você é.
- Meu bem, eu acho que o Louis está te procurando. - Meester interviu porque ninguém merecia Liam e Harry discutindo ao redor dela - Por que você não vai lá ver o que ele quer?
- Ahhhh, ele pediu pra eu buscar uns copos e eu esqueci. - Só agora o menino lembrou que Tommo estava esperando esses copos para tomarem um rum que ganhou de presente de um dos convidados. - Vou voltar lá na cozinha pra procurar uns.
Ele foi embora sem pressa alguma e, antes de chegar na cozinha da casa, já havia terminado aquela garrafinha e jogou-a no chão para, então, ir atrás dos copos.
- O Tommo falou que ele está bebendo desde às oito e já acabou com dois whiskys nessa brincadeira de tomar um shot com todo mundo que chega. - Liam falou enquanto ainda observavam o bobão se afastar.
Essa era uma verdade, como Louis estava organizando algumas coisas quando os primeiros grupos chegaram, Harry fez as vezes como anfitrião e pra cada leva de convidados que chegavam, ele derramava whisky na boca de todo mundo e um montão na dele também.
O negócio perdeu o controle tão rápido que Tommo perguntou se ele estava dando banho nas pessoas com a porra da bebida, mas foi só sentir o hálito forte do amigo que ele entendeu o que o filho da puta estava fazendo e, para ajudar, ainda mostrou onde estava a caixa recém aberta de whiskys.
- Ai, Liam, deixa o menino ser feliz. - Meester revirou os olhos e conseguiu olhar para a mesa de jogos a tempo de ver Niall errar absurdamente uma bolinha, o que confirmava a sua teoria de que aqueles dois já estavam passando do ponto também.
- Eu tô deixando, mas você vai ter trabalho hoje. - Payne passou o braço pelos ombros da melhor amiga, incrivelmente feliz por ver a menina tendo sucesso em um relacionamento com Harry Styles, que era a coisa mais improvável que aconteceu na sua vida, mas ele não tinha do que reclamar desde que ela andava até mais feliz agora que estava feliz no amor também.
- Você também.
- É, mas o meu trabalho é menor do que o seu, eu posso carregar por aí caso passe mal.
- E se o meu trabalho passar mal, você vai me ajudar a carregar ele.
- Não vou não.
- Vai sim.
passou por eles gritando com e só parou quando encontraram Hilton curiosa para saber que confusão era aquela. não saiu de dentro da casa desde que trocou o vestido de festa pelo moletom confortável e não assumiria por nada no mundo que estava ali para evitar se encontrar com Zayn.
- Estão falando que a Lexi tá vindo pra cá. - ele falou depois de um tempo.
se permaneceu imóvel por alguns momentos, decidindo se fingiria que não ouviu o comentário sobre, mas ficou puta e se afastou do garoto e colocou as mãos na cintura, revoltadíssima:
- Liam, eu já te perguntei isso um milhão de vezes, mas você tem mel nesse pau? O que diabos você fez pra essa menina ficar obcecada assim?
- Não sei. - ele mentiu, porque no fundo ele acreditava que aquela era uma paixão não alimentada que quanto mais ele fugisse, mais doentia se tornaria. - Eu só acho que você e a Westwick deviam se unir em uma liga do mal pra tirar essa doida da minha vida. Eu não aguento mais ela!
- Por que você não deixa o Niall lidar com ela? Ele é mestre em espantar as mulheres. - a menina riu, maldosa - Falando sério, ela é mais idiota do que eu pensava, se tem coragem de aparecer aqui depois de quarta.
Eis o que aconteceu na última quarta feira de aulas:

Flashback ON
- Lexi, assim como os Estados Unidos não negociam com terroristas, eu não perco o meu tempo com idiotas. - nem se deu ao trabalho de erguer a cabeça, continuou descendo pelo feed do goleiro do time de futebol para saber tudo o que podia sobre o novo irmão dele.
- Com licença? - Lexi piscou. Sua paciência não estava lá em cima e ter esperado meia hora em pé, na porta daquele lixo para falar com aquela criatura prepotente que não se dignava a olhá-la nos olhos.
- Não, você não fala enquanto eu ainda estou falando. - interrompeu, bloqueando a tela do celular e encarando a loira com muita insolência. - Dá próxima vez que você colocar esse seu sapato ridículo dentro do meu jornal, eu vou destruir seu pé e você nunca mais vai andar.
- Westwick, vamos pular as ameaças vazias e ir direto ao assunto, vocês não podem…
- Se você tem alguma reclamação sobre as matérias daqui, não ameace os meus colaboradores. Reclama com a diretoria. - a ruiva interrompeu mais uma vez, usando aquela técnica infalível para desbaratinar alguém e acabar com qualquer linha de raciocínio através de interrupções sequenciais.
- Ótimo, vamos falar sobre você permitir que aquela palhaçada, que você acha que é uma matéria, circule por aqui.
A matéria em questão falava sobre insubordinação, seguida por uma lista dos dez alunos mais desobedientes que nunca foram fichados, o nome de Saint foi endossado por um dossiê de quase meia página de pequenos delitos acadêmicos contra a pasta limpa de qualquer reclamação. Uma clara sugestão de que os pais da menina estavam pagando alguém para retirar as infrações do sistema e garantir que ela pudesse seguir para qualquer universidade que quisesse.
- Essa é sua reclamação? Você pode escrever nesse papel pra mim, por favor? Eu preciso fichar junto com as outras. - Westwick entregou um pedaço branco de papel e demorou um pouquinho até achar uma caneta que riscava.
- Você é tão burra que não consegue decorar umas poucas palavras, ? - Lexi se impacientou, mas pegou a droga do papel e usou a parede de apoio para escrever o nome do dono da matéria ao lado da observação "conteúdo calunioso e especulativo".
- Você não pode me culpar por andar dentro dos limites da lei, querida.
- Pronto. Aqui.
- Ótimo, agora eu vou até a minha sala garantir que essa merda esteja no lixo triturável.
Ao invés de ficar brava, irritada ou impressionada ao ver sua reclamação oficial virar papel picotado, a líder da equipe da torcida organizada sorriu com misericórdia:
- É incrível como você é tão ingênua. Tomar partido pela criança Ortega enquanto nós poderíamos continuar nossa relação distante e sem interferências, não é a decisão mais inteligente que você já tomou…
- Sabe o que não é nem um pouco inteligente, Saint? Você. Falando, respirando, se movimentando, existindo entre nós. Toda vez que você fala, eu sinto vontade de te dar uma surra. - Westwick enumerou na mão esquerda todas as coisas burras que Alexandra Saint fazia diariamente.
- Ainda assim, todos nós sabemos que você não vai encostar um dedo em mim se quiser uma carta de recomendação esse ano. - Saint riu debochada. Conhecia as cartas do jogo e estava disposta a ver a nova editora chefe perder o controle e colocar as aplicações para Oxford ou Cambridge para fora da jogada pelo simples fato de que era uma doida varrida.
- Com ou sem carta de recomendação, um fato é certo: você vai continuar sem o Payne, por mais imprestável que ele seja… Então chega de ceninha e sai da minha frente porque eu preciso trabalhar.
Flashback OFF


- Você sabe que ela é sem noção nesse nível… - Liam se perguntava como ele, a pessoa mais impaciente do mundo, foi acabar em uma situação como aquela. Preso a uma garota que não lhe deixava respirar, ter uma namorada, uma vida normal e viver em paz.
- Eu vou atrás da , descobrir se ela já sabe sobre isso e salvar a sua bunda. De novo. - decidiu imediatamente.
Sua intenção era simples, e, assim que Westwick tivesse ciência da chegada não desejada de Lexi, todos poderiam ter certeza que a última briga do ano iria acontecer e seria na casa do Tommo.
Payno não entendeu o porquê daquela pequena filha da puta estar se achando tão generosa por "salvar a sua bunda. De novo" e fez questão de deixar bem claro que não estava fazendo mais do que a obrigação.
- Você tem que servir pra pelo menos uma coisa nessa vida, . Além do mais você não tem nada melhor pra fazer. Vai lá destruir a vida de alguém.
O que aconteceu em seguida foi: , que deveria estar conversando com sobre a chegada da antagonista do relacionamento Liam/, desapareceu por mais de meia hora com Harry e quando finalmente foi atrás da ruiva, o caos já estava instalado.
A lambo vermelha que Lexi ganhou de aniversário estava estacionada junto aos outros carros, e ela estava deleitada com a quantidade de espectadores que se juntaram no instante em que ela saiu do carro. Assistiu com prazer enquanto Westwick marchava em sua direção, com Louis em sua cola a implorar para que ela não fizesse um escândalo, e a corja de curiosos que vinha atrás do casal brigando.
- O que você pensa que está fazendo aqui, Saint? - , ignorando todos os apelos de Louis para que não acontecesse um escândalo, cruzou os braços e esperou uma resposta razoável daquela filha da puta.
Meester viu Harry logo atrás do melhor amigo com uma expressão tão chocada como se estivesse vendo o próprio diabo.
- , você poderia tentar ser um ser humano normal só por uma noite? - Lexi não estava com humor para brigar e obviamente se sentia cansada do drama que a seguia onde quer que fosse.
Aquele era um fim de ano especial, ela estava de carro novo, na cor que queria dessa vez, suas notas estavam excelentes e seu cabelo andava especialmente sedoso. Só lhe faltava Liam Payne na vida, e ele era a única coisa que seus olhos felinos buscavam ali.
- Eu vou ser um ser humano normal no instante que você pegar esse… - procurou palavras para xingar o carro, mas era contra sua religião falar mal de uma Lamborghini, então ela teve que engolir as palavras - esse carro e dar o fora daqui.
- , honey… - Louis levou a mão até o braço da namorada, que estava com os músculos enrijecidos em pura tensão. Ele estava com vergonha porque já via os celulares apontados para os três e ainda pesava na balança se ia ser pior se Liam aparecesse ali agora ou se talvez o idiota pudesse dar um fim ao escândalo.
- Honey o caralho, Louis. - falou mais alto, puxando o braço para longe do rapaz e apontando histericamente para Lexi, que mantinha um sorrisinho divertido enquanto assistia o casal discutir na sua frente. - Como diabos você cogita convidar ela pra vir aqui?
- Eu chamei todo mundo! E você sabe disso!
- Eu pensei que você ia ter o bom senso de não chamar essa idiota!
- ! - Tommo usou o tom mais manso que pôde, implorando para a namorada parar de se trocar com Lexi. Aquilo não ia acabar bem e ele podia sentir. - Vem aqui, vamos conversar sozinhos.
encarou Tomlinson com os olhos cerrados, tentando entender o que se passava na cabeça dele e o porquê de tanta preocupação. Não é como se ele tivesse razão para fazer tanta questão que Lexi ficasse.
Ou teria ele maiores motivos?
- Não Louis. Ela vai embora. - ela bateu o pé, esperando que Lou tomasse uma atitude.
Mas Lexi cansou de esperar pelo fim do teatrinho patético e decidiu que era hora de se colocar dentro daquela maldita festa porque já não achava Liam em lugar algum.
O que ninguém sabia ainda é que Payno não queria ser achado, muito menos envolvido nessa bagunça de merda e, por isso, só poderiam encontrá-lo no sofá da sala de estar Tomlinson com literalmente em cima dele, enquanto ele começava a se dar conta de que estava sendo mais difícil lidar com aquela pequena provocadora, que passava dos limites com suas mãos e seus lábios, do que com o demônio Saint.
E enquanto ele pesava na balança os beijos da caçulinha contra o drama lá fora, continuava a corrida pelo terreno, chamando alto o nome do amigo e de , sem sucesso. Zayn estava logo atrás de Harry, interessado em entender o que tornava Lexi tão obcecada por Liam e despreocupado com o fato de que há alguns metros dali, sua priminha tentava tirar a camisa do seu melhor amigo.
- Você não é a dona da casa, . Nem a dona da festa. Transar com o Louis não te dá moral nenhuma, porque se for assim eu tenho os mesmo direitos que você. - Lexi falou calmamente, para o desespero de todos que conheciam Westwick.
- Porra, Saint, você não facilita viu. Vai tomar no cu. Eu estou trabalhando aqui pras coisas funcionarem... - Louis perdeu a paciência - Se a não quer que você fique, você não vai poder ficar. Me desculpa.
- Está pedindo desculpa pelo o que exatamente, Louis? - transpassada de ódio, a ruiva virou-se para o moreno, que se desse mais uma resposta errada ela ia destruir o idiota.
COMO ELE PODIA PEDIR DESCULPAS PARA AQUELA ESTÚPIDA QUE TINHA A PACHORRA DE JOGAR NA SUA CARA QUE JÁ HAVIA TRANSADO COM A PORRA DO SEU NAMORADO?
Era demais a audácia daquela filha da puta, e as chances quase nulas de Lexi ficar na festa foram para o lixo porque, no que dependesse da ruiva, ela iria passar a virada de ano sozinha e infeliz como merecia estar.
- Puta que o pariu, . Eu não acho legal que a gente expulse pessoas da festa só porque você não gosta. - Tommo estava cagando para a quantidade de testemunhas e fez uma última tentativa porque achava uma crueldade a menina ser expulsa da festa e por isso ter que começar o ano sóbria e sozinha dentro de um carro. - Principalmente quando falta tão pouco para a virada.
- Tudo bem, se ela ficar, eu vou embora. - a ruiva deu o ultimato, sem raiva ou drama. Só um sorrisinho vitorioso pairando em seu rosto quando viu as feições do garoto mudarem automaticamente e sem nem pensar duas vezes ele voltou-se para Saint:
- Você precisa ir, Lexi. Agora.
- Tudo bem, querido. - Alexandra sorriu porque foi esperta e jogou sujo. Por mais fantástica que fosse, jamais poderia competir com uma namorada que basicamente diz "se ela ficar, você não transa hoje". - Feliz ano novo, .
- Ah, vai tomar no seu cu. - murmurou enquanto se afastava na medida em que o barulho do motor também se afastava rumo à estrada que levava aos portões da residência.
O motim foi rapidamente desfeito e em meia hora ninguém lembrava que Lexi Saint esteve ali.
- Wow! Isso foi intenso! - Harry ainda estava de boca aberta com todo o drama que presenciou - Você precisa de um abraço, amigão?
- Não… - Louis terminou a negação dentro de um abraço apertado e sufocante, que logo se transformou em uma luta para ser solto. - Me solta Harry, caralho! , me espera! Você tá puta, honey?
Ele correu para acompanhar a menina ruiva, que o encarou com um sorriso revigorante e entrelaçou os dedos frios aos dele:
- Puta? Eu tô com a alma lavada. Cadê a pra me agradecer por ter salvo a noite?
- A minha irmã saiu pra ir atrás dela e do Liam e não voltou mais. - Harry foi atrás dos dois, para o desgosto de .
até ia atrás de Styles, mas ficou surpresa ao encontrar ali e foi até a amiga para saber o motivo da aparição surpresa, na verdade ela metralhou a coitada com tantas perguntas:
- Oi, ! Tudo bem? E esse agasalho azul? Veio combinando com o Lou e a namoradinha dele?
- Ah, , isso é do Louis. Ele me emprestou porque o meu vestido estava muito pelado... – suspirou, sorrindo, porque sabia que não tardaria até que a amiga falasse alguma coisa ruim sobre Zayn. E Deus sabe como ela estava no humor ideal para isso.
- Cadê o pedaço de lixo do seu namorado?
- Está em algum lugar por aí, bebendo e fingindo que não estragou a noite. - ela foi honesta, enquanto os olhos castanhos procuravam o moreno no perímetro, quando desistiu de procurá-lo, viu que Meester a observava com um sorriso. - O que foi?
- Você está falando mal do Malik. Essa é a melhor noite da minha vida! Continua falando, loira. - a morena estava deleitada em ouvir as palavras frustradas da garota, mesmo que não houvesse a menor alteração no tom de voz controlado e tranquilo.
falou aquilo porque conhecia a menina o suficiente para saber que ela não iria expor um problema pessoal, o assunto morreria ali e elas voltariam para perto dos amigos. Mas para sua surpresa e desgosto, falou e muito:
- Ai... Eu só estou tão chateada com ele, sabe. Nós deveríamos ter ido pra minha tia, porque ele fez questão. Desde o início eu quis vir para cá, mas ainda assim passei o dia todo em função de me arrumar, e ele chegou lá em casa fedendo a cigarro, com aquela camisa que ele tá usando a semana inteira e ficou puto porque eu não gostei!
- Ele tá puto com você, então? - o desapontamento de por ter que ouvir os problemas da menina se transformaram em compreensão e raiva, principalmente raiva, bastante raiva daquele filho da puta que conseguia fazer todo mundo perto dele infeliz.
Não era segredo a relação conflituosa entre Malik e Meester, mas poucas pessoas poderiam entender que não havia um ódio mortal entre os dois. Da parte da garota pelo menos, só existia um profundo desprezo por aquele estereótipo de idiota que ele vendia.
- Eu acho que sim... Mas o ponto é que eu estou chateada com ele e continuo com a sensação de que estou errada. - concluiu, um pouco envergonhada por parecer tão dramática sobre um assunto que parecia ser tão bobo.
- Para de falar bosta, . Você nunca está errada, abre sua câmera frontal, olha pra sua pele, pro seu rosto, vai no seu perfil e vê como o seus seguidores aumentam cada vez mais e depois se pergunte: será que eu estou errada mesmo?
A ideia da mais velha fez rir verdadeiramente, enquanto raciocinava e concordava com relutância que era "boa demais" para estar errada.
- Sabe uma coisa que a faz e é muito eficiente?
- Eu não devia me interessar numa ideia que vem da , mas me diz.
Elas desviaram de um grupo espalhafatoso, e fez um biquinho ao ver Shepley conversando com Amber, já sofrendo pelo possível fora que o coitadinho receberia mais cedo ou mais tarde. Os anos começavam e terminavam, mas a paixãozinha colegial do rapaz pela melhor amiga de Lexi não acabava nunca.
- Às vezes, eu estou na casa deles e ouço o Niall fazer guerra por alguma idiota. Falando nisso, o irlandês é mimadinho, né? - finalmente teve a oportunidade de comentar com alguém sobre o comportamento do amigo.
- Ele é.
Niall e passavam tanto tempo com os Styles, que virou um costume o irlandês passar pra buscar a menina antes de seguirem para a grande casa das duas crianças Styles, e em alguns dias era possível ouvir, mesmo do quarto de Harry, a discussão que se seguia seríssima no quarto da princesinha, seguido de um silêncio absoluto que normalmente significava que eles se resolveram e estavam fazendo as pazes na cama.
- Enfim, ela não faz isso sempre. Mas eu adoro quando ela faz o discurso do "Niall, olha pra mim, eu sou a coisa mais linda que vai passar diante dos olhos de muita gente hoje. Nós não vamos discutir, e você pode aceitar isso e ficar feliz ou ir pra casa e me deixar em paz porque a minha felicidade é a única prioridade aqui."
- Você sabe que isso não funcionaria com o Zayn, não é? - a loira estava completamente fascinada com a animação da morena em lhe contar aquilo. Quem, na face dessa terra, acharia aquilo uma boa ideia? Só e a vozinha suave dela poderiam falar algo do tipo sem soar extremamente arrogante e patético.
- Por que não? Eu acho demais!
- E você já usou isso com o Harry? - Hilton cruzou os braços, esperando que ela tivesse honestidade o suficiente para lhe contar a verdade.
- Não, ele não me levaria a sério. - ela deu de ombros, imaginando o quão irritante seria ter o cacheado rindo de sua cara pro resto da semana se ela ousasse repetir as palavras da princesinha Styles.
- Então, o Zayn também não vai me levar.
- Aí, você pode trocar obediência por sexo. Toda vez que ele se comportar mal, vocês não transam. - deu outra opção. Provavelmente a mais eficiente e a que ela se sentia mais tentada a usar quando Harry lhe irritava.
- Nós não... – pigarreou e ajustou o cabelo, que permanecia intacto e sem necessidade de ajustes, nervosa e muito sem graça. Refletindo que se sua vida fosse perfeita, agora apareceria alguém para interromper a conversa e lhe livrar do martírio.
Mas a vida não é um conto de fadas, e agora elas estavam paradas, enquanto pressionava para tentar compreender o que acontecia dentro do relacionamento do casal:
- Ah, não, não, não, não! Não! ! Como assim?
- Essa não é uma decisão que eu quero tomar antes de pensar muito. Não é o tipo de coisa que você quer acordar na manhã seguinte e se arrepender, certo?
- Mas você não vai se arrepender, boba. - elas voltaram a caminhar enquanto a mais velha afirmava isso com muita certeza - Qual é, eu tenho que dar o crédito pro Malik, ele é bem falado. Essa é a área dele, sexo. Não relacionamentos.
- Ai, ...
- Eu tô falando sério, ele é tipo um prostituto. Não faz sentido vocês estarem namorando e não transar, que é a única coisa boa sobre ele. - Meester foi honesta. Era isso o que ela e a metade da população universitária pensavam dele.
- Você é tão má com ele, que eu já me sinto melhor!
- E eu estou um lixo. O seu relacionamento me deprime.
- Você acha que a gente devia terminar?
- Não! Vocês deviam começar a transar pra aproveitar o tempo perdido!
- Okay, agora eu estou confusa. Você quer que continue com ele?
- , minha querida, o namoro é seu e você faz o que quiser com ele. Meu único conselho pra você agora é: vamos pegar mais uma bebida porque aquela cerveja não vai se beber sozinha não, e alguém tem que tomar tudo antes que o Harry decida fazer isso.

Sorriso é a expressão facial em que os lábios se distendem para o lado e os cantos da boca se elevam ligeiramente, demonstrando alegria, contentamento, aprovação e amabilidade.
Os jovens que ocupavam todo o gramado posterior dos Tomlinson possuíam um sorriso eufórico e alegre no rosto. Devido ao fato de a celebração ter iniciado as 20h da noite de 31 de dezembro, algumas pessoas já haviam enjoado do sabor do álcool, mas próximo à meia noite aquilo não era mais um problema. Se nem mesmo a baixa temperatura havia sido o suficiente para afastar os adolescentes nada os impediriam de começar aquele ano da melhor forma possível, comemorando e rindo ao lado daqueles por quem possuíam uma grande afeição.
Aquela noite seria o fechamento de um ciclo, o findar de uma fase que para os dez amigos representava extremos; o amor e o ódio, a felicidade extrema e a miséria de espírito.
Faria um ano desde que Zayn beijou a bochecha da prima no gramado da Eton e a viu sendo recebida pela garota de cabelos vermelhos, além de notar que estava mais alta, porém continuava com sua expressão serena. Faria um ano desde a aposta selada, que nenhum dos garotos sabia, mas seria o fantasma que os perseguiria por meses a fio.
Todavia, a medida que o dia primeiro de janeiro se aproximava novas possibilidades batiam a porta, a chance de corrigir erros e acertar o passado. Apesar de tantos conflitos e mal-entendidos, os dez haviam chegado até ali juntos e não conseguiam pensar em uma forma melhor.
Liam segurou pela mão e a guiou até a parte frontal da mansão, pois ele era o responsável pela queima de fogos. Caminhando com a morena, que estava alterada devido ao álcool, o rapaz ria à medida que ela falava alguma atrocidade e a fitando em seus olhos verdes ele, mais uma vez, teve a certeza que não importava quantos anos passassem, o quão mais velho ficasse ou quantas vezes visse a lua, Payne nunca iria se cansar de mergulhar naquele olhar que ainda fazia seu coração acelerar como na primeira vez que a mirou.
procurou por Niall entre a multidão e ao encontrá-lo envolveu a cintura dele com seus braços, abraçando-o forte. O loiro beijou a testa da namorada e passou as mãos pelos cabelos dela, que estavam frios devido à baixa temperatura. Ele aproximou os lábios do ouvido da menina e a agradeceu, a agradeceu por aquele ano, por não desistir dele, por dar-lhe a honra de ser seu namorado e, também, por amá-lo, amá-lo incondicionalmente.
Harry estava tão bêbado que ria pela benção da vida. Seu riso fácil era o motivo das risadas de . E o cacheado a segurava firme pela mão, implorando para que ela ficasse ao seu lado durante a virada do ano, porque não havia outro lugar que o garoto quisesse estar, não havia outro alguém que ele quisesse ao seu lado. Tê-la ali consigo durante aquele momento importante representava que ambos ficariam juntos até o fim dos tempos.
envolvia o pescoço de Louis com seus braços, afundando o rosto na curva do pescoço do menino, aspirando o perfume dele e sentindo os cabelos de sua própria nuca arrepiarem-se. As mãos do rapaz em sua cintura enquanto ele a fazia rir, a fez odiá-lo por fazê-la apaixonar-se por ele, mas também reconhecer que seria impossível não se encantar com aqueles olhos azuis, com aquele abraço que a fazia sentir-se protegida, aquele toque que a acalmava e aquele sorriso que a fazia perder o ar.
Zayn tinha uma cerveja em sua mão, e as pontas de seus dedos estavam frias devido ao contato com o vidro gélido. Ao contrário dos amigos, não possuía o alvo de sua devoção ao seu lado, mas sim alguns garotos do time de futebol e da equipe de natação, porque mais uma vez ele agiu como um babaca. Desde que chegara não tirava da cabeça e manteve seus olhos sobre a menina durante todo o tempo, notou que ela pegou um agasalho emprestado com Tommo, que passou muito tempo conversando com Meester, que segurava o mesmo copo que Niall a havia entregue e o conteúdo do recipiente ainda estava lá, que seu sorriso não era vibrante, que seus olhos castanhos haviam perdido a chama que aquecia todos ao redor e que ele era o culpado.
E a meia noite o céu escuro foi iluminado pelo primeiro fogo de artifício. Os boêmios gritaram comemorando a chegada do novo ano, os amantes trocaram o primeiro beijo, amigos se abraçaram e brindaram, e Hilton, que não se encaixava em nenhum daqueles títulos, elevou o rosto ao firmamento para assistir ao espetáculo de luzes.
De onde estava, Malik a viu sozinha e cansado de errar, decidiu acertar. Deixou sua long neck com um dos rapazes e correu. Correu, tropeçando e esbarrando nas pessoas, que se cumprimentavam e congratulavam, a trilha sonora de sua corrida eram os fogos que ainda queimavam. o viu se dirigindo até ela e o mirou nos olhos, a mesma expressão serena de sempre, porém com a essência infeliz.
A loira voltou-se para o rapaz, descruzando os braços e respirou fundo antes de fazer seu pedido de desculpa. Entretanto ao se aproximar dela, Zayn não emitiu uma palavra, apenas colocou suas mãos no rosto da menina e apoiou sua testa na dela, fechando os olhos e sentindo-a abraçá-lo pela cintura. selou seus lábios nos vermelhos dele, que estavam frios, diferente de sua língua quente que acariciava a dela.
- … eu... - disse entre os beijos, ainda com os olhos fechados, sentindo sua respiração mesclar-se com a da menina e as batidas de seu coração finalmente se acalmarem.
- Eu sei. - respondeu, sentindo todo seu corpo arrepiar-se devido o carinho que recebia. - E eu queria dizer que…
- É, eu sei. - o garoto sorriu de lado, abrindo os olhos para vislumbrar diante de si a inigualável criação que era Hilton. - Senti sua falta. - admitiu, abraçando-a forte, desejando que nada e nem ninguém pudesse tirá-la dali.
- Também senti sua falta. – assumiu, apertando-o contra si e passando seus dedos pelos cabelos negros e macios do garoto, que aspirava o perfume dela como se fosse a primeira vez.

Faltando menos de dez minutos para o novo ano, Liam interrompeu a conversa com Benett e outros colegas da Eton porque já era hora de começar a tirar os fogos das caixas e deixá-los no ponto de acender. Ele já estava à procura do outro rapaz há pelo menos uns cinco minutos e, como não o viu por lugar nenhum, decidiu perguntar pelo paradeiro do bendito.
- Cadê o Shepley? Ele falou que ia ajudar e agora desapareceu…
Todo mundo parou de falar pra descobrir aonde estava Shep, que nunca abandonava o grupo, tal qual um cão pastor que fica o tempo todo ao redor do rebanho de ovelhas. Ninguém sabia dele, mas um dos rapazes teve uma vaga lembrança e logo compartilhou com o pessoal.
- Eu não sei. Juro que vi ele se pegando com uma menina.
- O Shep? Quem era a menina? - a surpresa de Chase era uma representação acurada da opinião geral sobre Shepley ficar com alguém.
- Não faço ideia, ela estava usando o casaco dele. - o fofoqueiro começava a lembrar de mais detalhes interessantes, mas a diversão acabou por aí, porque era Shep quem estava contra a parede e a garota em questão estava escondida atrás do casaco tão comprido como um sobretudo.
- Hmmmm, parece que alguém vai começar o ano muito bem. - um calouro de Oxford, ex-aluno da Eton e grande conhecedor do pessoal do time, gracejou.
- Pra que você precisa dele? - Jason Benett ignorou a algazarra ao seu redor e inquiriu, curioso com o súbito interesse de um dos "aqueles meninos ricos que não fazem nada de útil pelo colégio" no mascote de seu time.
- Distribuir champanhe pro pessoal. As caixas estão dentro da sauna e tem mais umas sacolas com as taças. - Payne explicou, suspirando pela milésima vez por causa dos fogos de propriedades vizinhas que não conseguiam esperar até a porra da meia noite pra todo mundo fazer o negócio funcionar bonito. - Não vai dar tempo pra eu fazer isso, o Mark e eu já colocamos os fogos lá fora, e o Louis está tirando o pessoal lá da frente.
- O Louis? Acho que não, hein. Ele está com a Westwick, e o Malik bebendo.
- Não o Tommo. O Karius.
- Eu posso cuidar das bebidas pra você, Payne. - Benett se voluntariou para a tarefa no instante em que terminou de virar o copo com chopp e ficou de pé, como se não estivesse um palhaço em pessoa com o bigode de espuma que ele não limpou.
- Beleza, é só deixar as garrafas com o pessoal que eles se viram. - Li ficou impressionado com a disponibilidade de Jason e não se fez de rogado, indo para a frente da casa, contra o fluxo de adolescentes que foram expulsos de lá para que nenhum bêbado idiota acabasse sem um braço por causa de brincadeiras irresponsáveis com fogos de artifícios.
Lá, Louis Karius, um ex veterano dos meninos, estava literalmente empurrando o último grupo que tentou ficar para trás, e o outro rapaz estava cuidando do material combustível. Ao todo eram quinze caixas, dentro de cada uma vinham dez foguetes festivos o que era um arsenal suficiente para manter um espetáculo de meia hora.
- Tudo certo por aqui? - Liam estava orgulhoso do trabalho em equipe que foi realizado ali e bem ansioso para dar início ao show.
- O Louis conseguiu colocar todo mundo lá atrás e já está voltando pra me ajudar a tirar essa merda da caixa. - Mark apontou para a única caixa fechada, que carregava o brinquedinho mais perigoso.
- Valeu. Eu já volto, só preciso fazer uma coisa.
É obvio que fazer uma coisa significava achar a namorada, já que ela passou a metade da noite ocupada em arrebentar no beer pong e a outra metade virando shots com toda e qualquer pessoa que pronunciasse a palavra "shot". Sim, ela estava muito animada.
Não foi difícil encontrar a saltitante e bêbada abraçada em Zayn, que obviamente não sabia como corresponder a tanto afeto e mal pode conter a felicidade quando viu o melhor amigo se aproximando deles. Ele já havia esquecido o quão grudenta a prima poderia ser.
- Liam! - a menina soltou o primo assim que viu o outro rapaz e a efetividade do abraço foi tanta, que Payno cambaleou para trás enquanto tentava abraçá-la de volta.
- Oi, baby doll, você está fazendo a festa hoje, hein. - ele comentou, mas estava muito mais ocupada em espremer a bochecha contra o peito firme de Liam, que parecia um travesseiro de qualidade por debaixo das camisas e casacos que ele usava. Usou os bolsos de trás do jeans do namorado para enfiar suas mãos geladas e se proteger do vento que açoitava.
- É a única forma que ela encontrou de se divertir com você por perto. - falou, satisfeita em ver Ortega no atual estado. Para ela era sempre um prazer ver as pessoas que gostava saírem de si, ficarem bêbadas até vomitar, passar um pouco de vergonha e essas coisas.
- Ah, ruiva… - Zayn sorriu mesmo que não estivesse nem um pouco feliz. Só as maldades da primogênita Westwick poderiam tirá-lo da merda em que ele se encontrava naquela noite.
- O que foi? - Westwick virou o rosto assim que sentiu a mão de Louis apertar levemente seu quadril. A verdade é que todos estavam felizes demais para se importar com a mania de discussão da dupla que se odiava. - Essa foi a última vez do ano em que eu pude ofender o Payne.
- Muito justo, . - Tommo deu de ombros diante a inteligente justificativa da ruiva e em seguida soltou a garrafa de cerveja vazia no chão. - Malik para de ficar seduzindo a minha namorada.
- Mas o que eu fiz?
- Fica usando essa voz de merda e chamando ela de ruiva. - Lou abaixou a voz e imitou muito mal o charme e paz que a voz do amigo transmitiam. - Vai procurar a sua loira e se aquietar, babaca.
- Não é verdade… - Ortega falou uma hora depois, ainda de olhos fechados e pendurada em Payno. Só agora ela havia criado ânimo para rebater a acusação malvada de . - Eu estava com saudade de você. Nós precisamos ter um beijo de ano novo, sabe…
- Precisamos, é? É uma necessidade? - Liam levou a mão ao rosto dela e o ergueu para evitar que dormisse ali mesmo. Ele notou que os amigos já seguravam as tacinhas descartáveis, bem como as outras pessoas.
Benett fez um trabalho excelente e eficiente, o que comprovou logo que não havia feito tudo sozinho. Pelo menos uns dez garotos trabalharam para que todo mundo ganhasse uma, e mais uns tantos passaram de lá para cá carregando as caixas com champanhe e parando de grupo em grupo para que todos tivessem a bebida oficial das festas de fim de ano.
- É uma obrigação, Liam. - tentou revirar os olhos, mas tudo o que conseguiu foi piscar pesadamente. - Como você pode ser tão frio comigo? Eu sou a sua namorada, você devia me tratar como a princesa que eu sou e me fazer feliz.
- Eu juro que estou tentando, . - Payne riu, ocupado em ajustar a touca dela, que estava tão mal colocada que as orelhas estavam desprotegidas e geladas - Eu preciso voltar lá pra frente. Você quer ficar com o Zayn ou quer ir comigo?
- O que eu acabei de falar sobre meu beijo?
- Tudo bem, vamos então. - ele estendeu a mão para a menina, e os dois nem perceberam o nítido desapontamento de Malik ao ver a prima tomar a decisão sem pensar duas vezes.
Os dois saíram com pressa dali porque faltava apenas um minuto para a meia noite, e Liam precisava chegar lá na frente a tempo de queimar o primeiro fogo, o maior e mais bonito, assim que zerassem a contagem regressiva.
- Eu preciso ligar pra mamãe. Agora. - ela parou do nada.
- O que foi? - Payno também parou e olhou preocupado para a garota, procurando o que estava errado ali. A primeira coisa que notou foi que ela estava sem celular e que ainda não fazia ideia disso.
- Eu tô vendo tudo desfocado. - piscava incessantemente, começando a ficar desesperada porque a nitidez de sua visão estava afetada. - Primeiro eu achei que ia passar, mas não tá passando. Será que eu vou ficar cega?
- Você só está muito bêbada. Ver distorcido e tropeçar nos próprios pés é só uma consequência. - O rapaz estava rindo da ingenuidade de , mas tentou acalmá-la e percebeu que tentar andar rápido demais com uma pessoa que tem mais álcool do que água no corpo só atrasavam as coisas.
- Ah. Me carrega então. Eu tô começando a ficar cansada.
Ele realmente cogitou a possibilidade de carregá-la só porque ela mais tropeçava do que andava de fato, só que eles já estavam na frente da casa, e ele pôde puxar uma cadeira para ela:
- Aí, nós dois íamos cair, boba. Pronto. Agora você vai ficar aqui, sentadinha enquanto eu vou ajudar a estourar os fogos e, então, nós vamos passar o resto da noite juntos, okay? - Payne segurou as duas mãos da namorada enquanto explicava tudo o que iria acontecer nos próximos momentos.
- Eu não me importo. - ela deu de ombros - Só quero meu beijo de ano novo.
- Primeiro você fala pro Harry que tá comigo pelo dinheiro e agora diz que não se importa com a minha presença. Tô começando a sentir que você tá só usando meu corpo, garota.
- Por que sua bunda é tão durinha? - Orteguinha mudou drasticamente de assunto.
- O quê?
- Quando eu tava te abraçando antes, eu senti que não é mole.
- Meu Deus, . Você estava me molestando? - Ok, era isso. O fim do mundo chegou, e ele nem ficou sabendo. O aumento da bagunça lá atrás o lembrou de que todos estavam prontos para a contagem - Só fica aqui e não levanta.
- Eu vou pegar nela de novo, hein! - Ortega ameaçou e riu sozinha enquanto assistia o namorado se afastar, rindo também.
- Eu acabei de tirar todo mundo daqui e você traz sua namorada, Payne? - foi a primeira coisa que Karius falou quando Liam se aproximou. sorriu engraçado e acenou para a dupla que conversava observando-a. - Que por sinal está muito bêbada…
- Não existe um lugar mais seguro pra ela agora. O Harry está incontrolável lá atrás, e eu acabei de descobrir que minha namorada fica assediadora quando bebe. - Liam explicou sem querer se aprofundar no x da questão.
- Eu vou lá cumprimentar ela. - o rapaz da faculdade sorriu cafajeste, decidindo rapidamente só para incomodar Liam, o impedindo sem o menor traço de humor.
- Não vai não, palhaço. - rolou os olhos - Me dá o isqueiro.
Quando a contagem regressiva chegou ao seu fim, todos foram presenteados com a bela exibição de fogos que pintavam o céu negro, e os gritos de comemoração que ecoavam por todo o território foram substituídos pelo burburinho das congratulações e os suspiros apaixonados dos amantes que não perderam tempo em trocarem os primeiros beijos do ano que acabava de começar.
Orteguinha estava tão fora de si que nem ao menos se importou em não estar lá atrás com todo mundo, seus gigantes olhos verdes estavam absortos nas imagens que se desenhavam pelo céu, mesmo que toda vez que um fogo era estourado, ela se assustava um pouquinho.
A próxima coisa que ela viu, ainda com a cabeça erguida para cima, foi o rosto sorridente de Liam, que deixou o show pirotécnico sob os cuidados de Mark e Karius e foi até a namorada, que encarava o céu como se estivesse travada naquela posição, o que poderia facilmente ser verdade dada a atual circunstância.
- Feliz ano novo, . - ele desejou, estendendo sua mão para levantá-la.
Ao ficar de pé, a garota sentiu que tudo girava e fechou os olhos, procurando por estabilidade, mas sorriu feliz porque o rapaz estava ali pronto para atender mais um de seus caprichos.
As mãos firmes dele foram parar nas bochechas avermelhadas da menina alegre, que finalmente recebia seu tão aguardado beijo de ano novo, e Liam riu quando sentiu as mãos de deslizarem pelos bolsos traseiros de sua calça.
- Ohhh. - o menino tentava não rir para repreendê-la, mas achava a situação muito engraçada.
- Não consegui me segurar. - sentiu-o envolvendo sua cintura por dentro do casaco grosso de inverno e, mesmo que muitas camadas de tecidos separassem sua pele da dele, a morena arrepiou-se por completo. - Feliz ano novo, babe. - beijou o pescoço do rapaz, fazendo um caminho até a marquinha que ele tinha naquela região e que era alvo de sua adoração.
Não fizeram promessas e juras porque a única coisa que realmente importava é que eles estavam juntos, e o resto se resolveria eventualmente.

A madrugada de primeiro de janeiro havia começado de forma esplendida, o céu negro era iluminado pelos fogos de artifício e mesmo que alguém estivesse sonolento antes da chegada do novo ano, a euforia e alegria que se estendia por todo o gramado era o suficiente para animar e entusiasmar qualquer um.
Uma pessoa em especial encontrava-se em estado pleno de exaltação. Harry havia ingerido uma quantidade de álcool suficiente para alegrar três indivíduos, e nenhum dos amigos concebia a ideia de que o rapaz ainda se equilibrava sobre os dois pés. A esclera de seus olhos, antes brancas, foram tomadas por um tom avermelhado, seus lábios curvados em um sorriso cerrado confirmavam o fato de que o raciocínio dele estava tão letárgico que não conseguia distinguir os fatos ao seu redor.
- Por que você é tão implicante? - o moreno questionou à que cruzava os braços, tentando tomar uma pose conduta - Por que não acredita que eu quero passar a virada do ano com você?
- Porque você nem ao menos consegue manter seus olhos abertos! - elevou as duas mãos, batendo-as nas coxas.
- Isso não é verdade. - abaixou o rosto a altura do da garota e arqueou as sobrancelhas, tentando obter auxílio dos músculos de sua testa para manter as pálpebras abertas, entretanto piscou pesadamente e quase não conseguiu levantá-las. - Viu! – sorriu, convencido, abrindo os lábios lentamente, caindo na risada e sendo acompanhado por Meester.
- Vi sim, campeão! - confirmou com a cabeça incessantemente.
- Tudo bem, se eu não estivesse conseguindo manter os olhos abertos como eu ia reparar que esse casaco - segurou a gola do sobretudo azul marinho que aquecia a menina - realça a cor dos seus olhos? Aliás, você fica muito bem de azul. E que seus lábios estão lindos com esse batom? E que seus cabelos estão um pouco mais curtos?
franziu o cenho ao ouvir a última frase, pois no dia anterior havia visitado o cabelereiro e cortado as pontas do cabelo, no entanto, o profissional tirou apenas um palmo dos fios, que chegavam até sua cintura. Se Meester não tivesse presenciado seu cabeleireiro trabalhando em seus cabelos, nunca falaria que o havia cortado, nem ela mesma conseguia notar a diferença, como Harry percebera?
- Meu bem, eu posso estar um pouco bêbado…
- Pouco? - brincou, sorrindo cerrado e vendo-o gargalhar, colocando a mão na barriga como se aquela simples fala fosse a piada mais engraçada que ouvira em anos.
- Mas estou sendo sincero quando falo que esse é o melhor réveillon de todos, porque eu posso ficar ao seu lado. - arrumou a postura, mesmo que sentisse o piso sob seus pés girando. - Eu gosto muito de você, garota. - passou o braço pelo ombro dela a fim de conseguir apoio - Ou você não vai acreditar também quando eu digo que gosto de você?
- Harry, você está bêbado.
O menino a imitou, tentando afinar a voz, que ficava assustadora devido a rouquidão:
- , eu gosto de você o suficiente para pedir que você fique aqui comigo. - tocou com o indicador a pontinha do nariz dela, que o franziu fazendo uma caretinha meiga - Quero que você seja minha primeira companhia do ano, meu primeiro beijo, e amanhã nós conversamos sobre a primeira transa também. - falou normalmente, fechando os olhos pesados, e pôde ouvir a gargalhada da morena.
- Você até que fala bem para um bêbado que nem se aguenta em pé.
- Do que você está falando? - juntou as sobrancelhas, ofendido. - Meu equilíbrio está em perfeitas condições, okay?
- Meu bem, você está se apoiando em mim, não me abraçando. – pontuou, colocando a mão no peito dele tentando passar-lhe mais estabilidade - E eu preciso te lembrar que eu sou menor.
- Ai, meu Deus, ela é pequenininha! - falou alto, envolvendo-a com o outro braço e abraçando-a contra si, sentindo-a envolvê-lo por dentro de seu casaco, a fim de ficar ainda mais aquecida.
- Me respeita, garoto! - chutou levemente a canela dele, pois não queria fazer um movimento brusco que a privasse de ser esquentada por ele. - Eu também gosto muito de você, Harry. - assumiu após um tempo em silêncio assistindo ao show de fogos que ainda queimavam.
Os olhos verdes do rapaz abaixaram para fitá-la e um sorriso contente se formou:
- Você foi a melhor surpresa desse ano, meu bem. - acariciou o rosto delicado de Meester, que ficou na pontinha dos pés para beijá-lo pela milésima vez, todavia pela primeira vez naquele ano.
Ambos sabiam que nunca cansariam daquele sabor, daquele toque e da sensação arrebatadora concedida pelo simples contato, e tinham certeza que queriam experimentar daquele fenômeno fascinante e sedutor pelo resto do novo ano e por quanto tempo fosse possível.

Veja bem, Louis e estavam vivendo em uma lua de mel. Era aquela fase do relacionamento, onde não estão tão acomodados que ficou entediante, mas também já haviam passado do limbo das primeiras semanas, onde os limites da intimidade são testados, e você começa a aprender o que é aceitável ou não dentro da relação.
E eles não sabiam dizer se era o espírito do natal que ainda pairava sobre ambos ou as altas expectativas para o novo ano, mas o casal estava compartilhando uma sintonia incrível naquela noite e não eram capazes de esconder o excesso de afeto, que fez com que andassem juntos a noite inteira, usando agasalhos iguais, dividindo cigarros e cervejas.
Entretanto, toda essa aura de paixão não significava que a vontade de ver as pessoas infelizes havia diminuído, e por isso estava enchendo o saco de Louis para que eles fizessem uma última travessura à meia noite.
- Ah, mas não vai machucar ninguém. Para de ser chato.
- O coitado vai ficar com vergonha, hon…
- Sabe o que eu acho sexy, Louis? Quando você faz pegadinhas. - colocou os braços ao redor do pescoço do namorado, inclinando a cabeça enquanto retomava à memória de um momento em especial: - Eu ainda lembro quando você amarrou o Benett pelado na cama do namoradinho da .
- Você lembra disso? - Tommo arqueou as sobrancelhas, surpreso com a menção da fatídica noite.
- Claro! Confesso que me esforcei pra não ir te parabenizar. Foi a melhor pegadinha do ano passado.
- Tudo bem, como você quer fazer? - o elogio amaciou o ego de Louis, que tirou as mãos dos bolsos para abraçar a ruiva pela cintura, e ele olhou para Niall com pena enquanto aceitava que ele e iam pregar uma peça no coitado.
- Quando der meia noite a gente baixa a calça dele. Simples assim.
- E se a cueca descer junto? Você tem noção que o pau dele vai encolher pra sempre? - os argumentos de Tomlinson eram válidos e importantes, mas tudo o que fazia era rir das hipóteses ridiculamente impossíveis. - A sua melhor amiga nunca mais vai transar e a culpa vai ser sua.
- Não vai descer junto. - ela prometeu, sorrindo com carinho para o casal há alguns metros.
Niall estava cambaleante e falava alguma coisa ao ouvido da princesinha Styles. Quaisquer fossem as suas palavras, fizeram muito feliz, porque ela deu um sorriso tão fascinante que as pessoas mais próximas não conseguiram não admirar a arte em movimento que era sorrindo.
- Você não sabe nem se ele tá usando uma cueca. - Louis continuou a falar merda.
- Por que diabos ele não estaria usando uma cueca, honey?
- Eu não sei! É prático!
- Prático pra quê? Me desculpa, mas o Irlanda não ia conseguir transar nem se quisesse. Ele tá mais louco que a Orteguinha. - ela falou, e os dois voltaram a mirar o jovem casal novamente.
Por fim, Louis tomou a decisão:
- Está bem, eu topo a brincadeira. Mas se você prometer que vai ajudar levantar a calça dele de novo. E a cueca, se cair.
- Ew, não. Por que eu faria isso? - Westwick colocou a língua para fora, fazendo uma careta enojada que representava seus sentimentos pelo pau branquelo de Niall.
- Porque ele tá caindo de bêbado e a não vai dar conta. - Lou explicou o óbvio e se preocupou porque sua amiguinha estava desaparecida dentro de um abraço de urso de Niall. - Inclusive acho que ela vai morrer sufocada ali.
- Que nada. Ela adora. - não levou a observação a sério, mas demorou um pouco assistindo a situação. Quando voltou o olhar para Louis, percebeu que ele a encarava com um pequeno sorriso. - O que foi Tomlinson?
- Eu só estou feliz por estar com você.
- Ah, é? Por quê?
Por muito tempo, testemunhou o relacionamento de Niall e e se perguntou se um dia voltaria a se apaixonar e se chegaria a venerar alguém como sua melhor amiga venerava aquele irlandês de merda. E ali, abraçada com aquele garoto incrível, ela se deu conta de que tinha algo tão especial quanto e se sentiu grata.
- Porque você é badass, é boa em tudo o que faz e ainda tem aquelas sardinhas bonitinhas na bunda.
- Eu não acredito que você fica reparando na minha bunda, seu pervertido.
- O que foi? Eu acho fofo, e você não reclama quando eu dou uns tapas…
- Que tal a gente parar por aqui antes que você fale demais?
Os dois permaneceram de mãos dadas, assistindo a contagem animada que acontecia ao redor deles, preferindo manter-se na zona de observação, aproveitando o momento bonito e feliz. Quando a meia noite chegou, eles se abraçaram, e sussurrou um "Feliz ano novo, Tommo" em seu ouvido, Lou a ergueu pela cintura e só não rodopiaram porque eles acabariam caindo, mas as risadas da menina foram o suficiente para ele ter certeza de que se o ano fosse incrível como o sorriso de , eles teriam um ano memorável.

Desde o dramático episódio da expulsão de Lexi da festa, perdeu Niall de vista e não se preocupou porque esteve o tempo todo com a cunhada e o irmão que passava do estado de bêbado e enchia o saco de , cantando todas as músicas de sua playlist e piadas ruins de seu vasto repertório.
Quando Benett chegou até o trio para entregar uma bebida, que foi recusada porque Meester ficou encarando o capitão do time de forma entediada até ele desistir e dar meia volta (Harry não confiava em nada que vinha de Jason, Meester o desprezava e não estava interessada em beber uma garrafa de champanhe sozinha), ela percebeu que já era hora de achar seu babe porque era próximo da meia noite e ela não tinha planos de começar aquele ano ouvindo seu irmão discutindo com , como eles estavam fazendo agora.
Ela procurou o irlandês dentro da casa da piscina, nos arredores da casa principal, nem se deu ao trabalho de ir para a frente da casa porque estava vazia e, honestamente, se ele estivesse ali, não gostaria de saber o que diabos estaria fazendo no ambiente inóspito.
Alguém gritou alto o suficiente para todos ouvirem que faltava um minuto para a meia noite e foi então que ela o encontrou. Primeiro ouviu a risada escandalosa e deu alguns passos, empurrou algumas pessoas até que enxergou o amor de sua vida.
- Babe! - ela estava visivelmente aliviada e se sentiu um tanto boba quando viu o sorriso iluminado do loiro no instante que a viu. - Eu estava procurando você!
- Bom, aqui estou eu, todo seu. Me use como você quiser. - Ni respondeu, todo brincalhão. Ele estava em uma ótima festa, com ótimas pessoas e tinha a garota mais bonita dali. A vida não poderia ser melhor, certo?
- Vamos mais pro centro pra gente conseguir ver bem os fogos? - a loirinha estendeu a mão para o campeão de beer pong da noite, que alegremente a aceitou e entrelaçou seus dedos nos dela.
Ele gostaria de contar para que estavam rindo de um vídeo de Harry dançando, mas a música e as pessoas falando tornavam impossível começar uma conversa, então ele torceu para que lembrasse de compartilhar o momento hilário assim que ficasse sóbrio.
Encontraram um lugar apropriado, há alguns passos de Tommo e , e não se incomodaram em ir falar com o outro casal porque eles obviamente estavam em uma bolha própria, abraçados, rindo e sussurrando, completamente alheios ao que acontecia ao redor.
Niall fez questão de abraçar forte a minúscula namorada enquanto eles assistiam um idiota qualquer gritando um discurso aleatório cheio de "eu amo vocês" e outras merdas genéricas.
- . - ele sussurrou no ouvido da loirinha, que estava de costas, mas virou-se, no instante que ouviu seu apelido, para ficarem face a face.
- Oi.
- Eu te amo, e você sabe disso, não é?
- Claro que eu sei, bobo. - princesinha Styles se abriu em um sorriso apaixonado - Você falou isso todas as vezes que a gente se viu durante a noite.
E ela não estava mentindo. Toda vez que Niall a encontrava, repetia as três palavras como se "eu te amo" fosse o novo "oi, tudo bem?".
- Me perdoa por ser romântico demais. - Horan revirou os olhos, brincando com o fato de que não era tão afetivo como ela merecia. Mas, então, respirou fundo e usou sua concentração para confessar algumas coisas à : - Falando sério, obrigado por estar comigo esse ano. Às vezes eu queria que você tivesse uma pequena noção do quanto você me faz feliz…
- Ah, Niall, não me faça chorar logo agora!
- Você é a princesinha do nosso grupo, mas é o amor da minha vida. - ele continuou com a profunda declaração, sem nem perceber que estava apoiando todo o peso de seu corpo sobre . Mas ou ele se concentrava em falar ou em ficar em pé. Era impossível fazer os dois naquele momento, e ele optou por conversar: - Eu sei, eu sei, parece exagero mas eu não estou brincando. Meu dia só começa de verdade quando eu vejo você, quando a gente briga eu fico tão desconcentrado que não consigo nem jogar golfe.
- Sério? - um sorriso encantado se formou lentamente.
estava se sentindo a rainha do mundo naquele instante, porque aquela era a primeira vez que Niall falava tão abertamente sobre a paixão que nutria por ela. E saber que era tão importante ao ponto de desconcentrá-lo no golfe? Isso era motivo para fazer uma festa de comemoração!
- Aham. - Ni beijou a pontinha do nariz dela e continuou: - Eu amo você e vou repetir isso sempre que tiver oportunidade, porque não é todo dia que eu encontro alguém que me faz pensar que eu estou vivendo o melhor sonho da minha vida. E agora eu vou te beijar porque você não tem noção da tortura que é olhar pra essa sua boca linda e não poder te beijar toda santa vez porque, senão, eu ia ser expulso da Eton e de todos os lugares de família.
não pôde fazer nada além de sorrir e deixar que as palavras enroladas, bagunçadas e lindas de Niall, lhe fizessem a menina mais feliz daquele lugar e retribuir todo o seu amor em um beijo apaixonado e leve como o amor dos dois.

A grama forrada de copos e garrafas de bebida encontrava-se em estado deplorável, toda deteriorada por ter sido pisoteada por horas, dos auto falantes não saía mais a melodia de alguma música alegre, o piso da casa da piscina estava imundo e todo o ambiente exalava álcool, a parte anterior da mansão não possuía mais os carros de todos os convidados, pois quase todo o pessoal já havia ido embora, mas as caixas de fogos de artifício ainda poluíam o ambiente.
Às seis da manhã a temperatura parecia ainda mais baixa que durante a madrugada de réveillon, e Westwick, sentada em uma cadeira na cozinha da edícula, ouvia Louis da sala, acordando os últimos visitantes que não aguentaram toda a celebração.
- Cadê o Niall? - questionou, colocando a mão à frente dos lábios para esconder um bocejo que a fez fechar os olhos e não querer abri-los pelas próximas dezoito horas.
- Umas quatro da manhã ele e a foram dormir. - a ruiva explicou, recordando-se da melhor amiga indo pedir pela chave da residência principal - O Irlanda ficou muito mal depois do beer pong. – sorriu, divertida, por lembrar-se de todos os vídeos embaraçosos que conseguiu gravar do loiro.
- A também. - primo da caçula arqueou as sobrancelhas, recordando-se que após o estado de euforia a morena adentrou uma depressão alcoólica que não conseguia nem aguentar o peso da própria cabeça, no entanto, não atendia aos pedidos de todos que a aconselhavam a ir dormir. - Será que vai demorar muito para esse pessoal ir embora? - Zayn caminhou até a porta da cozinha e apoiou-se no batente, cruzando os braços e ouvindo Tommo conversando com os Últimos-Sobreviventes-Do-Ano-Novo, estudantes da Eton e outros colégios que ainda não haviam partido e atrapalhavam aqueles que queriam dormir no conforto da casa principal.
- Se nós ajudássemos seria mais rápido - Hilton abaixou o rosto sobre o balcão e vestiu o capuz do agasalho - Mas eu não consigo me mexer. - gemeu, exaurida.
- Vem loira - seu namorado pegou sua mão, ajudando-a levantar -, vamos entrar. - passou o braço pela cintura da menina, que bocejou mais uma vez fazendo espelhar seu movimento.
- Obrigada por me fazerem companhia. - a outra garota levantou o polegar, odiando ter que ficar ali sozinha. - A chave ainda tá com o Payne, espero que vocês não o encontrem. - falou mais alto para que o casal que já havia deixado o cômodo a ouvisse.
- Tommo, cadê o Liam? - Malik perguntou ao moreno, que ajudava um calouro de Oxford a se levantar do tapete onde dormia.
- Em um dos quartos. - o garoto respondeu, certificando-se de que o acadêmico poderia ligar o carro sem se matar no caminho.
O casal se dirigiu ao corredor que dava acesso aos três aposentos que compunham a casa e ouviram a conversa que vinha de um deles, chegando em frente a porta encostada e a abrindo puderam ver Styles dormindo esparramado pelo colchão, Orteguinha apoiada na parede, praticamente dormindo em pé e discutindo com o melhor amigo.
- Zaza - a caçula chamou pelo primo, que a encarou indignado pelo estado em que ela se encontrava -, eu acho que quero vomitar.
- , o que você está fazendo aqui? - o moreno se aproximou dela, que não possuía mais equilíbrio e estava fraca - Liam! - voltou-se para o rapaz que tentava explicar para Meester que não iria carregar Harry até a casa de Louis, pois já precisava levar sua namorada. - Porra! - Malik apontou para a mais nova, que sorriu sem saber o motivo certo.
- Zayn, ela não quer ir embora! - Payne irritou-se - Eu tentei umas três vezes e da última vez ela ameaçou gritar se eu tocasse nela! - colocou as mãos na cintura, voltando-se para - Eu já falei que não vou ficar carregando ninguém até a casa!
- Liam, eu não aguento ele sozinha! - exasperada e zangada apontou para o peso morto em cima da cama que não tinha ideia do desconforto que causava.
- Então deixa ele aí. - acenou com a mão, caminhando até Ortega para, finalmente, tirá-la dali.
Payno passou a madrugada inteira conversando e se divertindo com o pessoal, e àquela hora da manhã tudo o que queria fazer era descansar. Deitar-se em um cama confortável, relaxar a cabeça no travesseiro e acordar horas depois para comer alguma coisa. Havia passado tempo demais com bêbados e já bastava Ortega incluir-se nesse grupo, não queria ter que lidar com o cacheado também.
- Eu ajudo com o Harry. - Malik se ofereceu já se dirigindo ao amigo.
abaixou-se para chamar por Styles, que abriu os olhos e estranhou tantas pessoas ao seu redor, mas voltou a dormir fazendo a morena rolar os olhos e chamá-lo mais uma vez, explicando que precisavam sair dali. O rapaz sentou-se na cama passando as mãos pelo rosto e recebeu auxílio de Meester e de Zayn para colocar-se de pé.
- Sweetheart, eu quero comer. - falou, abraçada ao menino que a ajudava a caminhar.
- Você vai. - ele respondeu, sorrindo para , que assistia tudo apoiada no umbral da porta, sentindo as pálpebras pesarem pelo sono.
Na sala, esperava a todos. Louis estava no jardim dianteiro da casa, despedindo-se dos últimos convidados, agradecendo internamente, pois finalmente conseguiria dormir. A ruiva sorriu feliz ao ver dois dos amigos sendo praticamente carregados para fora e foi a última a sair do cômodo, fechando a porta da edícula.
Quando todos finalmente adentraram a residência principal e o cenário era totalmente o oposto do caótico lá de fora, uma boa sensação de relaxamento instalou-se, e os jovens suspiraram tranquilos. Tommo apenas sorriu e agradeceu por sua mãe tê-lo proibido de utilizar o interior da casa, pois agora todos tinham um local confortável para descansar.
Liam sentou Ortega numa cadeira e foi procurar alguma coisa para alimentar a filha de Amina que no momento não seguia nenhuma das regras de etiqueta imposta pela mãe. e Malik ajudaram Harry a subir pelas escadas que levavam ao andar superior, e o moreno pediu para ser colocado no quarto mais próximo.
Ao voltar ao andar inferior, Zayn encontrou Hilton deitada no sofá da sala de TV e sentou-se na pontinha do acento, vendo-a abrir os olhos para fitá-lo.
- Oi. - o moreno sorriu, passando os dedos pelos cabelos dela, que aconchegava-se ao toque.
- Eu estou com muito sono. - passou as mãos pelo rosto, tentando espantar a preguiça.
- Eu levo você para casa - ofereceu, curvando o tronco para ficar mais próximo dela - Mas nós podíamos dormir aqui… - falou como quem não queria nada, mas já tinha arquitetado.
Se o rapaz a deixasse na mansão Hilton, perderia a oportunidade de dormir ao seu lado, contudo se ambos permanecessem na casa do amigo poderiam deitar naquele mesmo sofá e passar o resto do primeiro dia do ano dormindo abraçados.
- Você também deve estar cansado, eu não vou te fazer dirigir até a minha casa, vamos ficar aqui. - sorriu, colocando uma mão na bochecha do menino que imitou seu gesto, a beijando.
- Eu vou procurar coberta e travesseiro. - falou calmo, ainda de olhos fechados, beijando todo o rosto de . - Já volto. - levantou-se e voltou ao andar superior em busca dos utensílios que precisava.
De volta a cozinha, apoiava a cabeça na mão, se concentrando em não morrer enquanto comia e era observada pelos amigos, que aproveitaram para acompanhá-la antes dormir.
- Nossa, eu não sei o que é isso, mas está muito bom. - a morena disse baixo de olhos fechados.
- É pão. - seu namorado a respondeu - Puro. Eu ia colocar uma fatia de queijo, mas você não deixou. - Liam comia seu sanduíche e ria da falta de senso da mais nova.
- , meus parabéns - Louis esticou a mão para cumprimentá-la e alheia ao que acontecia ao seu redor a menina o ignorou descaradamente, o que não o impediu de tomar o pedaço de pão dela, que pareceu ficar tão triste que poderia chorar diga-se de passagem, e a fez segurar sua mão -, eu não pensei que você aguentaria tantas rodadas o beer pong e, mais, sobreviveria depois disso. - arqueou as sobrancelhas realmente surpreso.
- Próxima oportunidade quero jogar com você. - pediu, colocando uma fatia de queijo na boca.
- Eu jogo muito bem, cara! - decidiu fazer propaganda de seu currículo de festeira. - Eu merecia um prêmio. - bateu forte na mesa, fazendo um estrondo, e precisou de alguns segundos para assimilar o aumento de fluxo sanguíneo no local que deixou sua pele avermelhada, juntamente com a dor. - Ai. - recolheu a mão, parecendo não ter certeza do que acontecia.
- Tudo bem, vamos dormir, profissional de beer pong. - Payne terminou sua refeição e levantou-se, sendo acompanhado por todo o grupo que deixou a bagunça para trás.
percebeu que a porta da sala de TV estava fechada e sendo tomada pela curiosidade foi até o cômodo para espiar. Viu que todas as cortinas estavam fechadas, ainda que não escurecesse totalmente o local, e que no maior sofá Zayn e dormiam tranquilamente.
Chegando à escada que não representa problema algum para três deles, mas um grande desafio para Ortega, a caçula tropeçou já no terceiro degrau e sentou-se rindo como se aquilo fosse a coisa mais engraçada da manhã. Louis a ajudou a levantar e Liam passou o braço firme pela cintura da menina que foi, basicamente, carregada até o andar superior.
- Boa sorte, Payno. - Tommo desejou ao amigo, que acenou com a cabeça, seguindo pelo corredor até adentrar um dos quartos de hóspedes. - , eu nem acredito que agora nós vamos… - sorria, abrindo a porta de seu quarto, com uma felicidade plena, porém sua vontade de viver foi totalmente sugada e lançada tão longe que ele nem ao menos conseguia alcançá-la ou vê-la.
Tal fato ocorreu devido o melhor amigo e que ocupavam toda a s.u.a cama. O casal estava deitado em s.u.a cama, usando s.e.u.s cobertores, com a cabeça deitada em s.e.u travesseiro, poluindo e arruinando o s.e.u espaço pessoal.
- Mas que porra é essa?! - Louis gritou, ofendido, caminhando a passos largos até os ladrões de conforto.
- Lou - Meester ainda de olhos fechados, virou-se de costas para ele -, fala baixo, estamos tentando dormir.
- Você está tentando dormir é o caralho, sai da minha cama! - tirou os cobertores de cima da amiga, que bufou se sentando.
- Com licença?! - cruzou os braços, revoltada pela forma que estava sendo tratada.
- Meester, vaza daí agora. - a ruiva parou ao lado do namorado tão frustrada quanto o garoto.
- Tudo bem - a morena se levantou, batendo no travesseiro, jogando a coberta para o outro lado e pisando duro -, boa sorte em tirar o Harry daqui. - empurrou o casal, passando entre eles e marchando para fora do quarto.
- O namorado é seu, você quem tira! - Westwick voltou-se para ela, insultada pelo fato de a menina achar que estava com a razão.
- A cama é sua, se quiser deitar nela, você quem tira.
- , acorda o Harry! - com desespero palpável na voz, Louis apontou para o bêbado, morto sobre seu colchão.
- O Malik e eu trouxemos ele dormindo para cá, ele não vai acordar pelas próximas oito horas! – explicou, voltando para perto do casal que encarava Styles querendo jogar o corpo do imbecil pela janela e depois dentro da piscina. - Então vocês têm duas opções: - abriu um sorriso diabólico que fez Tomlinson dar um passo para trás e se proteger atrás de . - ou dividem a cama com ele - falou calmamente - ou somem daqui e me deixem dormir em paz! - aumentou o tom da voz, batendo ombro no da ruiva, propositalmente, ao voltar a se deitar na cama do anfitrião. - Agora se me derem licença, eu quero dormir.
- Isso é um ultraje! - Louis falou, revoltado. - Vocês não podem simplesmente invadir o meu quarto e roubar a minha cama. - falava alto, enquanto a morena procurava uma posição confortável entre os cobertores e travesseiros do rapaz. - Essa é a minha fortaleza, a minha batcaverna, vocês não tem direito de ficarem aqui!
- Como esse estúpido não acordou com todo esse escândalo? - de braços cruzados, Westwick encarava Harry com o olhar cheio de desprezo.
- , olha, eu vou te explicar calmamente. - Tommo ajoelhou em frente a amiga que o mirava entediada - Você está deitada no nosso - indicou ele e a namorada - ninho do amor, o local onde nos amamos da forma mais bonita conhecida pelo homem.
- Ai, que nojo. - a garota fez careta, imaginando a cena.
- Em todas as posições possíveis! - o menino achou necessário ressaltar, proferindo cada palavra calmamente, esperando que a imagem ficasse presa na cabeça da amiga e assim ela desistisse de destruir a sua vida.
- Verdade. - atrás dele, concordou, e ambos bateram um high-five.
- Então, saiam daí, porque vocês estão arruinando a magia!
- Boa tentativa, Tommo. Mas eu já disse que saio… se vocês conseguirem acordar o Harry. - arqueou as sobrancelhas, sabendo que estava por cima naquela situação. - , olha para essa mulher. - levantou, apontando para a namorada - Eu não posso deixar ela dormir em qualquer lugar!
- Para de ser dramático, vocês não vão dormir em qualquer lugar! Vão dormir em algum quarto de hóspedes. - arrumou o travesseiro e virou-se de costas. - Agora, pela quarta vez, b.o.a n.o.i.t.e! - cobriu até a cabeça com o cobertor e esperou que o casal indignadíssimo saísse do quarto.
Enfurecidos, ambos deixaram o cômodo, Louis parecia uma criança mimada que não havia conseguido o que queria enquanto não admitia ter sido expulsa do quarto do namorado daquela forma.
- O ano ainda nem começou direito e esses putos já me tiraram do sério! - a ruiva resmungou, vendo o namorado fechar a porta. - Nós deveríamos nos vingar. - cruzou os braços.
- Uh, papai gosta! - sorriu cerrado, aproximando-se dela como um psicopata.
- Louis, eu já falei que isso não vai rolar. - rolou os olhos, saindo pelo corredor torcendo para não escolher outro recinto já ocupado.
- Mas , é sexy! - ergueu as mãos desapontado, pois não era a primeira vez que tentava o apelidinho sassy.
E finalmente a mansão Tomlinson entrou em silêncio absoluto após horas de festa, conversas e risadas. A exaustão era tanta que nenhum demorou para cair no sono e dormiram por horas a fio, já que, por fim, a calmaria reinava em meio a paisagem catastrófica de toda a área externa da propriedade.
Próximo às duas da tarde, Niall despertou com uma terrível enxaqueca e, conforme se mexia pela cama, acabou sendo a razão do sono de ir embora, a loira o mimou por alguns minutos, acariciando seus fios dourados, todavia logo levantou-se e saiu pela casa a procura de uma aspirina para diminuir o desconforto do namorado.
Na sala de TV, a primeira imagem que cruzou os olhos de Zayn quando os abriu, foi já acordada, porém quietinha para não incomodá-lo, o moreno sorriu satisfeito por tê-la deitada com a cabeça em seu braço e a abraçou forte, beijando seus lábios rosados que abriram um sorriso.
As cortinas do quarto estavam todas fechadas, deixando-o escuro, contudo ao abrir os olhos uma dor exorbitante dava a impressão que o cérebro da garota iria explodir e uma náusea desconfortável apenas piorava sua situação. Sem conseguir se mexer ouviu o barulhinho do chuveiro e manteve-se imóvel até ver a porta se abrindo e Liam aparecer descalço, com as mesmas roupas do dia anterior, contudo com os cabelos molhados e um Sorrisinho-Eu-Te-Avisei no seu rosto filho da puta e lindo. O rapaz beijou a testa da menina que apenas retribuiu um gemido lastimoso, ouvindo-o dizer que traria um chá e remédios para ela.
Louis acordou já bocejando de sono e passou as mãos no rosto para espantar a preguiça, ao virar-se no colchão viu ao seu lado, com alguns fios vermelhos caídos sobre sua face, com cuidado, tirou-os da frente para conseguir apreciar por completo a beleza da garota, que abriu os olhos e rolou até ele, fazendo-o abraçá-la para, então, voltar a dormir.
Num estado intermediário de sono, tinha a impressão de ouvir um barulho, entretanto não queria despertar para confirmar sua hipótese. Infelizmente o som ficava cada vez mais audível, já que o sono da morena se esvaia e, com nitidez, ela escutou os gemidos magoados de Harry, ao seu lado.
- Bom dia, meu bem. - desejou a ele, passando as mãos por seus cachos.
- Não grita, . Por favor. - pediu de olhos fechados e uma careta de dor. - Onde eu tô? - encarou o ambiente ao redor, confuso e sem muita certeza do que havia acontecido entre as 22h da noite anterior até aquele momento.
- No quarto do Louis. – explicou, sorrindo, lembrando-se do escândalo do amigo durante a madrugada. - Você perdeu o discurso dele nos proibindo de dormir aqui. - via o garoto procurando por uma posição confortável e indo parar nos braços dela - Ele disse que essa é a batcaverna dele, que nós estávamos no ninho do amor dele e da - Styles abriu um sorrisinho, podendo visualizar o melhor amigo usando exatamente aquelas palavras. - e que eles transam em todas as posições sobre esse colchão! - acariciava os cabelos do rapaz, que fez careta.
- Que nojo. - tentou abrir os olhos, mas até parecia que eles saltariam das órbitas de tanta dor que sentiu - Eu só consigo pensar em nós transando aqui para deixar ele puto, mas eu não consigo me mexer.
- Que maldade! - riu baixinho a fim de não incomodá-lo - Mas confesso que também tive a mesma ideia. - viu que Harry tentava rir também, mas o incômodo era maior que sua vontade de viver. - Eu vou procurar uma aspirina para você.
- Obrigado, meu bem. - rolou pelo colchão, escondendo a cabeça embaixo do travesseiro, enquanto a menina se levantava.
Ao deixar o quarto, pôde ver Liam subindo as escadas segurando uma caneca e uma cartela de remédio nas mãos. Sabia que Ortega estava na mesma condição que Harry, mas Payne era um atleta que poderia descer aqueles degraus mais uma vez para pegar mais chá para a caçula e por isso Meester usurpou a caneca das mãos do melhor amigo com a desculpa que Styles estava praticamente morrendo, fazendo com que Payne se oferecesse para ajudar, mas o convenceu de ir ver como estava.
Após a contenção de estragos dos três bêbados de ressaca, o grupo se reuniu na sala de TV, vulgo quarto de Zayn e , atrapalhando o casal que precisou sentar no sofá que utilizaram como cama durante a noite, para dividi-lo com Tommo e .
- Eu nunca mais vou beber. - Horan resmungou com a cabeça no colo da namorada.
- Eu também já contei essa mentira. - Payno sorriu de lado, com praticamente em cima dele, quietinha, evitando ao máximo se mover.
- Eu não lembro nem da metade da noite. - Styles massageava as têmporas ainda com dores na cabeça. - Foi divertido?
- Você quem decide, Harry - Westwick disse, sarcástica. - Você bebeu sozinho metade da cerveja da festa, acha isso divertido?
- Ontem provavelmente. – sorriu, contente - Hoje, não. - fechou a expressão drasticamente.
- Os fogos de artifício foram muito bonitos. - Hilton lembrou-se do ponto alto de sua noite, não apenas pelo show pirotécnico, mas porque foi naquele momento que finalmente pôde aproveitar a festa ao lado de Malik.
- Isso é uma das poucas coisas que eu lembro. - Ortega mais resmungou que emitiu um som entendível.
- Você não lembra da briga da com a Lexi? - Tommo perguntou, arqueando as sobrancelhas.
- Quê? - a caçula levantou a cabeça rápido demais e se arrependeu, pois sentiu vontade de vomitar. - Eu lembro de ouvir alguma coisa, mas eu não sei o que aconteceu depois.
- Claro, você estava muito ocupada assediando o Liam. - brincou e pôde reparar que Zayn, que brincava distraído com a mão de , levantou o rosto, tentando descobrir se havia a escutado realmente dizer aquilo. - Brincadeira. – sorriu, travessa.
- Ou não. - não ajudou, tomando um gole do chá que Payne havia preparado para os soldados feridos.
- O fato é que eu expulsei aquela sádica daqui. - a ruiva informou sem vergonha alguma do escarcéu da noite passada. - De nada, . - voltou-se para a morena que não conseguiu responder porque achava que morreria a qualquer momento.
- Quem deixou eu beber tanto? - o irlandês ainda não tinha superado o fato de estar de ressaca.
- Babe, você ganharam muitas rodadas no beer pong. - princesinha Styles o lembrou com a voz mansa. - Eu não podia tirar a sua glória falando para você parar de jogar.
- , da próxima vez você ameaça tirar a minha vida. Por favor. – pediu, dramático, fazendo e rirem.
- O melhor dessa festa é que agora não tem nenhum carro na minha piscina. - Louis falou orgulhoso, enquanto Harry lhe mostrava o dedo do meio e os outros riam.
- Ah, vai se foder - Zayn reclamou. - A melhor parte da festa do ano foi o carro na piscina!
- Valeu! - ainda de olhos fechados, Styles ergueu os braços agradecendo ao amigo.
- Todo mundo na Eton ainda comenta isso. - Payne lembrou.
- E o carro na piscina foi culpa sua, Lou. - ressaltou, arqueando as sobrancelhas.
- Então, de nada por fazer a sua festa ruim se tornar uma das melhores! - o moreno se defendeu da acusação da loirinha.
- Eu fiquei de castigo por quase um mês, seu fodido. - o primogênito Styles resmungou, entregando uma almofada para . - Joga isso no Louis, meu bem, por favor. - e com um brilho no olhar, a morena a arremessou na direção do amigo, mas errou feio, acertando , que não estava preparada para o ataque e assustou-se ao ser acertada no rosto.
- Meu Deus! - Meester cobriu os lábios com as mãos, escondendo um sorriso divertido porém respeitoso - Desculpa, ! – pediu, já ouvindo as risadas dos que presenciaram a afronta.
- Tudo bem. - a loira também ria, arrumando os cabelos e ouvindo o próprio namorado rir ao seu lado.
- Está explicado porque o Niall chamou a para jogar beer pong e não você - o melhor amigo de brincou, vendo , e Louis rirem.
- Vai se foder. - a morena jogou outra almofada na direção do rapaz, que passou longe de seu alvo, enquanto ele a acompanhava com o olhar.
- Viu. - Liam frisou para importuná-la, e a menina rolou os olhos, irritada.
- Próxima festa eu quero jogar contra a dupla dinâmica. - Louis se referia a Horan e Ortega - Porque eu sou o rei do beer pong. - apontava para si, se achando o dono do mundo.
- Desculpa, Tommo - Malik falou com sua voz calma, fazendo todos voltarem-se para ele –, mas a verdade é que eu sou bom e você sempre joga comigo.
- Seu merdinha mentiroso! - o amigo ficou indignado com a audácia daquele filho da puta - Você acha que só porque você é lindo pode ficar mentindo assim?! – acusou, vendo-o rir.
- Pelo o que me lembro, o Zayn que é o bom no jogo. - permanecendo com os olhos fechados, Harry apontou para o namorado de Hilton que acenou com a cabeça, feliz por alguém provar seu ponto.
- Você está fora de si, Harold. Fica quieto. - Tomlinson falou, fazendo rir.
- Eu acredito que o Zayn seja bom porque está no sangue. - a prima do rapaz concordou com Styles para o desespero de Louis.
- Só tem um jeito de nós resolvermos isso. - chamou a atenção de todos, com uma expressão solene. - Lou contra Zayn. Agora. - até quem estava de ressaca se levantou, e todos se encararam, ansiosos para o veredito final, e então saíram correndo até a casa da piscina para brincar com a bebida que havia sobrado.
Malik venceu.
Mas o que realmente valeu foram as risadas e outras rodadas de beer pong que o pessoal quis jogar. Estavam muito contentes de poderem iniciar o ano juntos da melhor forma possível, e nada estragaria aquele momento.



Clique aqui para ler do capítulo 24 ao 26





CONTINUA...


Nota da autora: disasters, reta final de DI, o nome da história está finalmente ganhando um sentido bem literal, infelizmente. A e eu estamos ansiosas para ouvir o feedback de vocês sobre esse capítulo! Segue o link do grupo: https://www.facebook.com/groups/599224713543732/?ref=bookmarks.
Jules.





Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Quer saber quando esta fic irá atualizar? Acompanhe aqui.


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