Prólogo: A primeira vez que ele a viu.
Todos os campeonatos já haviam finalizados. Alguns amistosos da seleção estavam rolando e as contratações finais estavam sendo feitas. O Borussia Dortmund não havia anunciado grandes nomes naquele ano, apenas um novo zagueiro aqui, e uma nova defesa dali, nada de estrelas atacantes para vestir a nova camisa amarela daquela temporada.
Mas a pré-temporada já estava iniciando e com ela, alguns jogos sendo realizados para testar os times e para os torcedores verem o que eles poderiam esperar em campo para o próximo ano. E no meio da torcida, em um dos primeiros jogos, estava , uma mulher nos seus vinte e cinco anos, cabelos escuros, independente, com o número 21 nas costas, e sozinha. Sozinha, já que ninguém quis acompanhá-la ao jogo. Sozinha, já que ela não se abalou com aquilo e foi ao Westfalenstadion ver seu time jogar.
A torcida organizada, conhecida como Gelbe Wand, ou Muralha Amarela, de repente explodiu e então direcionou o olhar para perto dela, o túnel onde as equipes estavam saindo e ali, na altura dos seus olhos, tinha um novo número 21. O 21 que realmente importava e ela sorriu ao ver aquelas costas largas.
Foi quando sua boca foi mais rápida que o seu pensamento, e uma única palavra havia saído o mais alto possível de sua boca.
- Schürrle!
Por que ela havia gritado? O estádio estava lotado, a Gelbe Wand cantava músicas de incentivo ao time. Ela era só mais uma torcedora ali no meio.
E então o atacante virou para trás, à procura de quem havia chamado seu nome. Talvez perto do banco dos jogadores reservas, afinal, ele não escutaria se alguém na Südtribüne tivesse gritado, e então ele olhou para a saída do túnel.
- Viel Glück! – uma menina de óculos de grau falou e sorriu para ele, demonstrando timidez.
André Schürrle sorriu de volta e acenou com a cabeça, logo após, abanando a mão para ela, e para o resto do estádio, enquanto a outra segurava a da menina de tranças, e se virou para se juntar aos seus companheiros.
O jogo acabou em seis gols para o Borussia Dortmund e zero para o Darmstadt. Ele havia feito um hat-trick. Glück, ele sorriu quando o jogo foi encerrado e olhou para a arquibancada procurando a menina que havia lhe desejado aquilo.
Ela já não estava mais lá.
Mas a pré-temporada já estava iniciando e com ela, alguns jogos sendo realizados para testar os times e para os torcedores verem o que eles poderiam esperar em campo para o próximo ano. E no meio da torcida, em um dos primeiros jogos, estava , uma mulher nos seus vinte e cinco anos, cabelos escuros, independente, com o número 21 nas costas, e sozinha. Sozinha, já que ninguém quis acompanhá-la ao jogo. Sozinha, já que ela não se abalou com aquilo e foi ao Westfalenstadion ver seu time jogar.
A torcida organizada, conhecida como Gelbe Wand, ou Muralha Amarela, de repente explodiu e então direcionou o olhar para perto dela, o túnel onde as equipes estavam saindo e ali, na altura dos seus olhos, tinha um novo número 21. O 21 que realmente importava e ela sorriu ao ver aquelas costas largas.
Foi quando sua boca foi mais rápida que o seu pensamento, e uma única palavra havia saído o mais alto possível de sua boca.
- Schürrle!
Por que ela havia gritado? O estádio estava lotado, a Gelbe Wand cantava músicas de incentivo ao time. Ela era só mais uma torcedora ali no meio.
E então o atacante virou para trás, à procura de quem havia chamado seu nome. Talvez perto do banco dos jogadores reservas, afinal, ele não escutaria se alguém na Südtribüne tivesse gritado, e então ele olhou para a saída do túnel.
- Viel Glück! – uma menina de óculos de grau falou e sorriu para ele, demonstrando timidez.
André Schürrle sorriu de volta e acenou com a cabeça, logo após, abanando a mão para ela, e para o resto do estádio, enquanto a outra segurava a da menina de tranças, e se virou para se juntar aos seus companheiros.
O jogo acabou em seis gols para o Borussia Dortmund e zero para o Darmstadt. Ele havia feito um hat-trick. Glück, ele sorriu quando o jogo foi encerrado e olhou para a arquibancada procurando a menina que havia lhe desejado aquilo.
Ela já não estava mais lá.
Capítulo 1: A primeira vez que eles conversaram
Poucos dias havia se passado desde o jogo contra o Darmstadt. Era calor em Dortmund, então seus habitantes e alguns turistas estavam aproveitando os dias de sol que estava fazendo. Não era sempre que as temperaturas chegavam a mais de trinta graus, então os alemães juntaram com o fato de ser fim de semana, para sair às ruas.
André entrou seguido de Aubameyang em uma movimentada sorveteria na cidade, após serem presos na porta por algumas pessoas querendo fotos e autógrafos. Nada mais que justo, o time de futebol era um dos principais atrativos da cidade, e o fato de dois jogadores simplesmente estarem passeando pelo centro da cidade, chama a atenção.
Os dois fizeram seus pedidos e com suas taças em mãos, procuraram uma mesa para sentar. Pierre Aubameyang falava alguma coisa em relação aos treinos quando os olhos de André travaram do outro lado do salão da sorveteria e a primeira colherada desceu um tanto quanto amarga pela sua garganta.
- Cara, você é muito alemão mesmo – Aubameyang gargalhou ao ver o amigo tossindo, se livrando da engasgada – Você ficou roxo em uma tossida.
- É ela – André ignorou as palavras anteriores do amigo e fez um sinal com a cabeça. Pierre olhou na direção que o amigo apontou, mas não viu ninguém especificamente – A menina que me desejou boa sorte no estádio. Ela está sentada ali do outro lado.
- Onde? – Pierre quase subiu em cima da mesa para conseguir enxergar a mesma direção que o amigo.
- Ali, de vestido amarelo, cabelo preso, e óculos de grau. – André engoliu mais um pouco de seu sorvete – Conversando com a amiga.
- Ela é bonita – Aubameyang voltou para o seu lugar – Vai lá falar com ela.
- Não. Não teria nem o que falar, na verdade – André deu de ombros.
- Que tal um: "Oi, você me desejou boa sorte no jogo e eu fiz um hat-trick, qual seu telefone?".
- Deixa quieto – André balançou a cabeça – Essa sorveteria inteira está olhando pra gente, e só ela que não.
- Cara, começa que ela é cega – Aubameyang falou e riu, fazendo o amigo não o olhar muito feliz – E segundo, pode ser que ela não se importe que o André Schürrle bonitinho está na mesma sorveteria que ela.
- Ela gritou meu nome e estava usando uma camisa do time.
- Talvez ela tenha gritado até o meu nome, mas você foi o único quem olhou. Sobre a camisa, ela é torcedora do Dortmund, mas você André, fala há três dias que essa garota te deu sorte. Vai falar com ela – Pierre disse a última frase pausadamente.
André deu de ombros e ouviu o amigo reclamar sobre como ele era teimoso e chato. Ele era tímido, não podia simplesmente chegar em uma garota em plena luz do dia, sem uma gota de álcool em seu sangue e conversar com ela. E se ele fosse rejeitado?
Ele continuou a tomar seu sorvete e quando olhou novamente para a garota, ela estava tomando a conta da mão da amiga, que reclamava, e levando a bolsa ao ombro, enquanto procurava algo dentro da mesma, e foi em direção ao caixa.
- Poxa cara, que chato. Ela está indo embora e você vai perder seu amuleto da sorte mais uma vez.
A voz de Aubameyang entrou pelos ouvidos deAndré e como se fosse câmera lenta, ele via a menina dar as costas para o caixa, guardar sua carteira em sua bolsa e ter o olhar fixo na porta de saída, caminhando até a mesma.
- Scheiße, Pierre! – André se levantou e novamente, toda a sorveteria levou os olhos aos passos que aquele homem de mais de 1,80m dava.
Schürrle simplesmente parou ao lado da porta, para não impedir a entrada e saída das pessoas, e quando ela, ainda distraída, colocou a mão na maçaneta para sair, ele segurou em seu pulso, fazendo-a olhar para o intruso que estava a impedindo.
- André! – a garota levou os olhos até ele e sorriu, fazendo com que ele sorrisse junto e seus olhos azuis brilhassem.
- Você não é o.... – a amiga de perguntou enquanto tentava lembrar o nome daquele homem – Espera, vocês se conhecem?
- Sim... Não. Quer dizer... – sorriu com a sua confusão – Sis, esse é o André Schürrle, ele é jogador do Borussia Dortmund e da seleção da Alemanha.
- Isso eu sei – , a melhor amiga de , respondeu – Eu sei quem ele é. Eu quero saber de onde vocês se conhecem.
- Qual é o seu nome? – André perguntou para .
- , mas todo mundo me chama de .
- , certo – ele então se virou para a amiga dela – E essa é a , ela me desejou boa sorte no jogo dessa semana e eu acabei marcando três gols.
- Você... – olhava para a amiga ainda em confusão – Sua danadinha! – e com essas palavras, simplesmente corou na frente da amiga e de André – Eu vou esperar você ali fora, tá bom, schön?
se afastou da amiga e deAndré e saiu da sorveteria, deixando a amiga um pouco tímida na frente do homem.
- Eu honestamente nem sei direito o que eu vim falar pra você –André coçou a nuca sem graça – Mas eu vi que você estava indo embora e quis dizer... Obrigado? – o olhou confusa, sem entender pelo que ele estava agradecendo – Por desejar boa sorte.
- Ah, claro! – não conseguia não demonstrar a timidez – Não foi nada, você faria o mesmo se eu não tivesse gritado para você.
- Talvez, mas eu quero acreditar que foi uma garota bonita que gritou pra mim quando eu entrei em campo e me desejou boa sorte.
- Certo, eu estou ficando sem graça – sorriu para André – Sendo assim, que bom que eu gritei.
- Me deu a oportunidade de te conhecer – involuntariamente abriu a boca para as palavras que André havia lhe dito. Aquilo não podia acontecer com ela – Olha, meu amigo não parece estar muito feliz e se sua amiga for como ele, logo vai reclamar da sua demora – não pode deixar de rir. com certeza reclamaria – Eu posso ter o seu número de telefone e a gente pode, sei lá, marcar de sair qualquer dia desses?
não sabia dizer como aquilo tudo havia acontecido, mas o seu jogador preferido estava à sua frente pedindo seu telefone, com o celular esticado para ela. O destino era algo muito estranho. Ela pegou o telefone das mãos de André e digitou seu número e devolveu para ele.André aproveitou a tela no celular e tocou uma vez no dela.
- Agora você tem o meu também – e sorriu – Eu vou te ligar, .
- Tudo bem. Eu vou esperar. Acho que eu – e um pouco atrapalhada, apontou para fora onde já parecia bufar de tédio.
- Entendo, também preciso ir – André se aproximou dela e beijou sua bochecha, colocando, propositalmente, uma mão na cintura dela – Até breve.
- Até, André – e de forma tímida, saiu da sorveteria, para uma irritada.
André voltou para a mesa balançando o telefone em suas mãos, com um sorriso satisfeito para Pierre.
- De nada?
- O nome dela é e nós vamos marcar de sair qualquer dia – André sorriu satisfeito. Jogava em um bom time e na sua seleção. Sorte no jogo e quem sabe no amor também.
André entrou seguido de Aubameyang em uma movimentada sorveteria na cidade, após serem presos na porta por algumas pessoas querendo fotos e autógrafos. Nada mais que justo, o time de futebol era um dos principais atrativos da cidade, e o fato de dois jogadores simplesmente estarem passeando pelo centro da cidade, chama a atenção.
Os dois fizeram seus pedidos e com suas taças em mãos, procuraram uma mesa para sentar. Pierre Aubameyang falava alguma coisa em relação aos treinos quando os olhos de André travaram do outro lado do salão da sorveteria e a primeira colherada desceu um tanto quanto amarga pela sua garganta.
- Cara, você é muito alemão mesmo – Aubameyang gargalhou ao ver o amigo tossindo, se livrando da engasgada – Você ficou roxo em uma tossida.
- É ela – André ignorou as palavras anteriores do amigo e fez um sinal com a cabeça. Pierre olhou na direção que o amigo apontou, mas não viu ninguém especificamente – A menina que me desejou boa sorte no estádio. Ela está sentada ali do outro lado.
- Onde? – Pierre quase subiu em cima da mesa para conseguir enxergar a mesma direção que o amigo.
- Ali, de vestido amarelo, cabelo preso, e óculos de grau. – André engoliu mais um pouco de seu sorvete – Conversando com a amiga.
- Ela é bonita – Aubameyang voltou para o seu lugar – Vai lá falar com ela.
- Não. Não teria nem o que falar, na verdade – André deu de ombros.
- Que tal um: "Oi, você me desejou boa sorte no jogo e eu fiz um hat-trick, qual seu telefone?".
- Deixa quieto – André balançou a cabeça – Essa sorveteria inteira está olhando pra gente, e só ela que não.
- Cara, começa que ela é cega – Aubameyang falou e riu, fazendo o amigo não o olhar muito feliz – E segundo, pode ser que ela não se importe que o André Schürrle bonitinho está na mesma sorveteria que ela.
- Ela gritou meu nome e estava usando uma camisa do time.
- Talvez ela tenha gritado até o meu nome, mas você foi o único quem olhou. Sobre a camisa, ela é torcedora do Dortmund, mas você André, fala há três dias que essa garota te deu sorte. Vai falar com ela – Pierre disse a última frase pausadamente.
André deu de ombros e ouviu o amigo reclamar sobre como ele era teimoso e chato. Ele era tímido, não podia simplesmente chegar em uma garota em plena luz do dia, sem uma gota de álcool em seu sangue e conversar com ela. E se ele fosse rejeitado?
Ele continuou a tomar seu sorvete e quando olhou novamente para a garota, ela estava tomando a conta da mão da amiga, que reclamava, e levando a bolsa ao ombro, enquanto procurava algo dentro da mesma, e foi em direção ao caixa.
- Poxa cara, que chato. Ela está indo embora e você vai perder seu amuleto da sorte mais uma vez.
A voz de Aubameyang entrou pelos ouvidos deAndré e como se fosse câmera lenta, ele via a menina dar as costas para o caixa, guardar sua carteira em sua bolsa e ter o olhar fixo na porta de saída, caminhando até a mesma.
- Scheiße, Pierre! – André se levantou e novamente, toda a sorveteria levou os olhos aos passos que aquele homem de mais de 1,80m dava.
Schürrle simplesmente parou ao lado da porta, para não impedir a entrada e saída das pessoas, e quando ela, ainda distraída, colocou a mão na maçaneta para sair, ele segurou em seu pulso, fazendo-a olhar para o intruso que estava a impedindo.
- André! – a garota levou os olhos até ele e sorriu, fazendo com que ele sorrisse junto e seus olhos azuis brilhassem.
- Você não é o.... – a amiga de perguntou enquanto tentava lembrar o nome daquele homem – Espera, vocês se conhecem?
- Sim... Não. Quer dizer... – sorriu com a sua confusão – Sis, esse é o André Schürrle, ele é jogador do Borussia Dortmund e da seleção da Alemanha.
- Isso eu sei – , a melhor amiga de , respondeu – Eu sei quem ele é. Eu quero saber de onde vocês se conhecem.
- Qual é o seu nome? – André perguntou para .
- , mas todo mundo me chama de .
- , certo – ele então se virou para a amiga dela – E essa é a , ela me desejou boa sorte no jogo dessa semana e eu acabei marcando três gols.
- Você... – olhava para a amiga ainda em confusão – Sua danadinha! – e com essas palavras, simplesmente corou na frente da amiga e de André – Eu vou esperar você ali fora, tá bom, schön?
se afastou da amiga e deAndré e saiu da sorveteria, deixando a amiga um pouco tímida na frente do homem.
- Eu honestamente nem sei direito o que eu vim falar pra você –André coçou a nuca sem graça – Mas eu vi que você estava indo embora e quis dizer... Obrigado? – o olhou confusa, sem entender pelo que ele estava agradecendo – Por desejar boa sorte.
- Ah, claro! – não conseguia não demonstrar a timidez – Não foi nada, você faria o mesmo se eu não tivesse gritado para você.
- Talvez, mas eu quero acreditar que foi uma garota bonita que gritou pra mim quando eu entrei em campo e me desejou boa sorte.
- Certo, eu estou ficando sem graça – sorriu para André – Sendo assim, que bom que eu gritei.
- Me deu a oportunidade de te conhecer – involuntariamente abriu a boca para as palavras que André havia lhe dito. Aquilo não podia acontecer com ela – Olha, meu amigo não parece estar muito feliz e se sua amiga for como ele, logo vai reclamar da sua demora – não pode deixar de rir. com certeza reclamaria – Eu posso ter o seu número de telefone e a gente pode, sei lá, marcar de sair qualquer dia desses?
não sabia dizer como aquilo tudo havia acontecido, mas o seu jogador preferido estava à sua frente pedindo seu telefone, com o celular esticado para ela. O destino era algo muito estranho. Ela pegou o telefone das mãos de André e digitou seu número e devolveu para ele.André aproveitou a tela no celular e tocou uma vez no dela.
- Agora você tem o meu também – e sorriu – Eu vou te ligar, .
- Tudo bem. Eu vou esperar. Acho que eu – e um pouco atrapalhada, apontou para fora onde já parecia bufar de tédio.
- Entendo, também preciso ir – André se aproximou dela e beijou sua bochecha, colocando, propositalmente, uma mão na cintura dela – Até breve.
- Até, André – e de forma tímida, saiu da sorveteria, para uma irritada.
André voltou para a mesa balançando o telefone em suas mãos, com um sorriso satisfeito para Pierre.
- De nada?
- O nome dela é e nós vamos marcar de sair qualquer dia – André sorriu satisfeito. Jogava em um bom time e na sua seleção. Sorte no jogo e quem sabe no amor também.
Capítulo 2: O primeiro encontro deles
Espaço na agenda foi o que complicou o encontro de e André acontecer. Ele treinava todos os dias, inclusive aos finais de semana, e durante as noites estava extremamente cansado. Isso quando ele não estava fora de Dortmund, realizando algum jogo. trabalhava em uma empresa, o dia inteiro, porém ela tinha os finais de semana livre.
Conclusão: estava complicado para eles conseguirem se ver novamente. E André não suportava mais aquela situação. Era uma tarde de sexta-feira quando Thomas Tuchel, o técnico do Borussia Dortmund, anunciou aos jogadores que eles teriam folga no fim de semana. Para aproveitarem os dias como bem quisessem, pois na segunda, a temporada começaria e então, tudo seria como uma avalanche: Bundesliga, Pokal e Champions League.
André viu naqueles dois dias, a oportunidade que ele estava precisando e, em vez de enviar mensagens para , como eles faziam quase todos os dias desde a sorveteria, resolveu ligar com a boa notícia.
Resolveram se encontrar no Westfalenpark, um dos mais belos parques de Dortmund e, o fato de se pagar poucos euros para entrar lá, lhes daria um pouco mais de privacidade.
A garota aproveitou que o verão em Dortmund não parecia ter muito interesse em sumir tão cedo, e colocou um vestido colorido, com uma sandália média, com cabelos soltos. Seu caminho do centro da cidade, onde morava, até o parque não demorou muito de metrô e ela, aproveitando o calor, serviu-se de um picolé e entrou no parque, parando em um dos primeiros bancos, à espera de André.
- Hallo schönes Mädchen!
levantou os olhos para ver quem havia chamado ela, ou alguma outra pessoa, de mulher bonita, e instintivamente sorriu ao encontrar com André, de óculos escuros, calça jeans, camiseta branca e tênis, entrando no parque, carregando algumas sacolas.
- Ah não, você já está comendo - ele falou antes de se aproximar e, ao chegar perto dela, colocou as sacolas no banco e a abraçou.
Na verdade, estava apenas com o palito do picolé em suas mãos e levantou, deixando se entregar no abraço daquele homem. André era um verdadeiro clichê. Alto, loiro, olhos azuis e sorriso encantador. Ele era um príncipe, no corpo de um homem que decidiu seguir carreira como jogador de futebol.
- Já acabou - levantou o palito e sorriu para André - Mas então, o que é isso? - ela não se aguentou e tentou espiar as sacolas que o homem carregava.
- Quão ridículo eu vou ser se eu te falar que a gente vai sentar em alguma sombra e fazer piquenique?
- Sério?
Os olhos de brilharam. Não pela comida, aquilo era o de menos, mas seria um passeio onde eles podiam conversar. Já estava cansada de ir a encontros onde foram ao cinema e, além do cara não beijá-la, ele realmente assistiu ao filme inteiro.
Era fato: ela não conseguia esconder o sorriso dos lábios na presença de André.
- Sério. Eu passei no mercado e comprei algumas coisas - ele mexia nas sacolas - E uma toalha vermelha - ele levantou a toalha gargalhando - Eu não tenho essas coisas em casa.
- Oh, André. Você é adorável!
E como se fosse uma troca de sorrisos, ele sorriu, após gargalhar, mas um sorriso tímido, devido ao elogio que havia acabado de receber.
então o ajudou com uma das sacolas e eles adentraram o Westfalenpark à procura de um local perfeito, com sombra, mas agradável o suficiente para passarem as próximas horas.
Depois de encontraram uma árvore com uma grande copa para se esconderem do sol, os dois sentaram na grama e estenderam a toalha, enquanto tiravam os produtos de dentro das sacolas.
- Mein Gott! - exclamou - André, tem comida o suficiente para um time inteiro.
Ele riu da expressão utilizada. Ah, se ela soubesse que um time inteiro tem uma dieta extremamente restritiva.
- Eu não sabia o que você gostava, então eu trouxe tudo.
- Você trouxe pipoca - abraçou um pacote que ela havia recém descoberto - Não precisava de mais nada.
- Então quer dizer que você tem queda por pipoca?
- Tombos, pra ser bem específica.
Então os dois passaram a conversar. André queria saber de . Ela então contou para ele onde estudou, o que fazia.
- Ah, nada demais - ela deu de ombros ao falar um pouco mais da sua vida.
- Nada demais? - André engasgou com as últimas palavras dela - Meu Deus, você se ouviu? - ele estava, talvez, em estado de choque - Você estudou em München. Fez especialização em Cambridge. E hoje comanda um departamento de marketing inteiro, sozinha. Ah tá. Nada demais! - André rolou os olhos e levou a mão ao rosto, com vergonha.
- Para, André! É só tudo o que eu quis fazer na minha vida. Uma oferta de emprego incrível e pronto, vim pra Dortmund - ela sorriu tímida - Não é como se eu tivesse dado o passe perfeito que levou a nossa seleção ao tetracampeonato.
- Agora quem está com vergonha, sou eu - André pegou um punhado de pipoca.
- Então me surpreende, André - trocou de posição, para ficar mais confortável - Quem é você? Eu conheço o André Schürrle, tetracampeão, jogador da seleção, jogador do Borussia Dortmund. Eu não quero saber desse, me conta quem é o André.
- Aquele cara de Ludwigshafen? - concordou - As pessoas acham que eu sou tímido, às vezes até eu acredito nisso, mas, no fundo, eu só sou um cara quieto, no meu canto, observador. Eu sei o que eu quero e eu costumo ir atrás daquilo.
As últimas palavras dele foram ditas olhando diretamente no rosto de , que cedeu e acabou não conseguindo sustentar o olhar por muito tempo.
- Mas esse André, que nem todo mundo conhece, é um cara bem fácil de lidar. Eu juro.
não respondeu. Apenas olhou para André e tomou de volta a pipoca, levando algumas à sua boca. Era a melhor resposta, já que ela não tinha resposta.
E assim eles passaram algumas horas juntos e só se tocaram do tempo que havia passado, quando já estava totalmente escuro e as luzes do parque estavam sendo acesas.
- Acho que só sobrou a gente no parque - então comentou, vendo que realmente não havia mais ninguém por lá - Talvez logo alguém venha nos expulsar. André gargalhou com a possibilidade de serem expulsos do local.
Os dois então começaram a juntar o que podia ser jogado fora, e guardar com cuidado o que ainda poderia ser aproveitado e logo estavam caminhando em direção à saída do parque. Ela ajudou André a guardar as sacolas no carro dele.
- Então eu vou indo - apontou para a direção do metrô - Foi um dia agradável, fazia tempo que eu não me divertia assim, obrigada.
- Como você vai?
- De metrô - ela sorriu para André e se aproximou dele - Obrigada de novo - e foi para beijá-lo na bochecha. André colocou as duas mãos em volta da cintura dela, e balançou a cabeça em negação.
- Entra no carro, eu te levo pra casa.
- Não precisa - sorriu sincera.
- Eu faço questão.
Com aqueles olhos azuis brilhando, olhando diretamente para ela, era quase impossível resistir àquilo.
O caminho até o centro da cidade foi feito rápido. Conversaram sobre música e cinema. André era uma pessoa fácil de lidar, e havia se encantado com o fato de que, apesar de querer conhecer ele, ele estava mais disposto a ouvir do que falar. Individualista. Tá aí algo que ele não era.
Quando chegaram ao centro, a menina guiou o rapaz até o prédio que ela morava e não demorou muito para que ele parasse o carro à frente do mesmo. André desligou o motor do carro e suspirou.
- De novo, obrigada pelo dia - então falou, sem saber direito como se despedir - Você quer, sei lá, subir? Tomar um café? - meu Deus, ela era péssima naquilo. André deu um leve aceno com a cabeça, em negação.
- Mas isso não quer dizer que você vai se livrar fácil de mim. então gargalhou, jogando a cabeça para trás. Adorável. Apenas aquilo.
- Obrigada pela carona também. Boa noite, André.
O jogador então se aproximou e achou que ele iria beijá-la, ao invés disso, ele beijou a testa dela. Príncipe.
- Gute Nacht.
saiu do carro e subiu três degraus, que dão acesso ao seu prédio e só entrou, quando viu o carro de André sumir na rua. Ela tirou o celular da bolsa e digitou mensagem para , sua melhor amiga.
Álcool, era o que ela precisava para digerir aquele dia incrível e a noite decepcionante.
Conclusão: estava complicado para eles conseguirem se ver novamente. E André não suportava mais aquela situação. Era uma tarde de sexta-feira quando Thomas Tuchel, o técnico do Borussia Dortmund, anunciou aos jogadores que eles teriam folga no fim de semana. Para aproveitarem os dias como bem quisessem, pois na segunda, a temporada começaria e então, tudo seria como uma avalanche: Bundesliga, Pokal e Champions League.
André viu naqueles dois dias, a oportunidade que ele estava precisando e, em vez de enviar mensagens para , como eles faziam quase todos os dias desde a sorveteria, resolveu ligar com a boa notícia.
Resolveram se encontrar no Westfalenpark, um dos mais belos parques de Dortmund e, o fato de se pagar poucos euros para entrar lá, lhes daria um pouco mais de privacidade.
A garota aproveitou que o verão em Dortmund não parecia ter muito interesse em sumir tão cedo, e colocou um vestido colorido, com uma sandália média, com cabelos soltos. Seu caminho do centro da cidade, onde morava, até o parque não demorou muito de metrô e ela, aproveitando o calor, serviu-se de um picolé e entrou no parque, parando em um dos primeiros bancos, à espera de André.
- Hallo schönes Mädchen!
levantou os olhos para ver quem havia chamado ela, ou alguma outra pessoa, de mulher bonita, e instintivamente sorriu ao encontrar com André, de óculos escuros, calça jeans, camiseta branca e tênis, entrando no parque, carregando algumas sacolas.
- Ah não, você já está comendo - ele falou antes de se aproximar e, ao chegar perto dela, colocou as sacolas no banco e a abraçou.
Na verdade, estava apenas com o palito do picolé em suas mãos e levantou, deixando se entregar no abraço daquele homem. André era um verdadeiro clichê. Alto, loiro, olhos azuis e sorriso encantador. Ele era um príncipe, no corpo de um homem que decidiu seguir carreira como jogador de futebol.
- Já acabou - levantou o palito e sorriu para André - Mas então, o que é isso? - ela não se aguentou e tentou espiar as sacolas que o homem carregava.
- Quão ridículo eu vou ser se eu te falar que a gente vai sentar em alguma sombra e fazer piquenique?
- Sério?
Os olhos de brilharam. Não pela comida, aquilo era o de menos, mas seria um passeio onde eles podiam conversar. Já estava cansada de ir a encontros onde foram ao cinema e, além do cara não beijá-la, ele realmente assistiu ao filme inteiro.
Era fato: ela não conseguia esconder o sorriso dos lábios na presença de André.
- Sério. Eu passei no mercado e comprei algumas coisas - ele mexia nas sacolas - E uma toalha vermelha - ele levantou a toalha gargalhando - Eu não tenho essas coisas em casa.
- Oh, André. Você é adorável!
E como se fosse uma troca de sorrisos, ele sorriu, após gargalhar, mas um sorriso tímido, devido ao elogio que havia acabado de receber.
então o ajudou com uma das sacolas e eles adentraram o Westfalenpark à procura de um local perfeito, com sombra, mas agradável o suficiente para passarem as próximas horas.
Depois de encontraram uma árvore com uma grande copa para se esconderem do sol, os dois sentaram na grama e estenderam a toalha, enquanto tiravam os produtos de dentro das sacolas.
- Mein Gott! - exclamou - André, tem comida o suficiente para um time inteiro.
Ele riu da expressão utilizada. Ah, se ela soubesse que um time inteiro tem uma dieta extremamente restritiva.
- Eu não sabia o que você gostava, então eu trouxe tudo.
- Você trouxe pipoca - abraçou um pacote que ela havia recém descoberto - Não precisava de mais nada.
- Então quer dizer que você tem queda por pipoca?
- Tombos, pra ser bem específica.
Então os dois passaram a conversar. André queria saber de . Ela então contou para ele onde estudou, o que fazia.
- Ah, nada demais - ela deu de ombros ao falar um pouco mais da sua vida.
- Nada demais? - André engasgou com as últimas palavras dela - Meu Deus, você se ouviu? - ele estava, talvez, em estado de choque - Você estudou em München. Fez especialização em Cambridge. E hoje comanda um departamento de marketing inteiro, sozinha. Ah tá. Nada demais! - André rolou os olhos e levou a mão ao rosto, com vergonha.
- Para, André! É só tudo o que eu quis fazer na minha vida. Uma oferta de emprego incrível e pronto, vim pra Dortmund - ela sorriu tímida - Não é como se eu tivesse dado o passe perfeito que levou a nossa seleção ao tetracampeonato.
- Agora quem está com vergonha, sou eu - André pegou um punhado de pipoca.
- Então me surpreende, André - trocou de posição, para ficar mais confortável - Quem é você? Eu conheço o André Schürrle, tetracampeão, jogador da seleção, jogador do Borussia Dortmund. Eu não quero saber desse, me conta quem é o André.
- Aquele cara de Ludwigshafen? - concordou - As pessoas acham que eu sou tímido, às vezes até eu acredito nisso, mas, no fundo, eu só sou um cara quieto, no meu canto, observador. Eu sei o que eu quero e eu costumo ir atrás daquilo.
As últimas palavras dele foram ditas olhando diretamente no rosto de , que cedeu e acabou não conseguindo sustentar o olhar por muito tempo.
- Mas esse André, que nem todo mundo conhece, é um cara bem fácil de lidar. Eu juro.
não respondeu. Apenas olhou para André e tomou de volta a pipoca, levando algumas à sua boca. Era a melhor resposta, já que ela não tinha resposta.
E assim eles passaram algumas horas juntos e só se tocaram do tempo que havia passado, quando já estava totalmente escuro e as luzes do parque estavam sendo acesas.
- Acho que só sobrou a gente no parque - então comentou, vendo que realmente não havia mais ninguém por lá - Talvez logo alguém venha nos expulsar. André gargalhou com a possibilidade de serem expulsos do local.
Os dois então começaram a juntar o que podia ser jogado fora, e guardar com cuidado o que ainda poderia ser aproveitado e logo estavam caminhando em direção à saída do parque. Ela ajudou André a guardar as sacolas no carro dele.
- Então eu vou indo - apontou para a direção do metrô - Foi um dia agradável, fazia tempo que eu não me divertia assim, obrigada.
- Como você vai?
- De metrô - ela sorriu para André e se aproximou dele - Obrigada de novo - e foi para beijá-lo na bochecha. André colocou as duas mãos em volta da cintura dela, e balançou a cabeça em negação.
- Entra no carro, eu te levo pra casa.
- Não precisa - sorriu sincera.
- Eu faço questão.
Com aqueles olhos azuis brilhando, olhando diretamente para ela, era quase impossível resistir àquilo.
O caminho até o centro da cidade foi feito rápido. Conversaram sobre música e cinema. André era uma pessoa fácil de lidar, e havia se encantado com o fato de que, apesar de querer conhecer ele, ele estava mais disposto a ouvir do que falar. Individualista. Tá aí algo que ele não era.
Quando chegaram ao centro, a menina guiou o rapaz até o prédio que ela morava e não demorou muito para que ele parasse o carro à frente do mesmo. André desligou o motor do carro e suspirou.
- De novo, obrigada pelo dia - então falou, sem saber direito como se despedir - Você quer, sei lá, subir? Tomar um café? - meu Deus, ela era péssima naquilo. André deu um leve aceno com a cabeça, em negação.
- Mas isso não quer dizer que você vai se livrar fácil de mim. então gargalhou, jogando a cabeça para trás. Adorável. Apenas aquilo.
- Obrigada pela carona também. Boa noite, André.
O jogador então se aproximou e achou que ele iria beijá-la, ao invés disso, ele beijou a testa dela. Príncipe.
- Gute Nacht.
saiu do carro e subiu três degraus, que dão acesso ao seu prédio e só entrou, quando viu o carro de André sumir na rua. Ela tirou o celular da bolsa e digitou mensagem para , sua melhor amiga.
Álcool, era o que ela precisava para digerir aquele dia incrível e a noite decepcionante.
Capítulo 3: O primeiro beijo deles.
Depois queAndré saiu do apartamento de , ela ligou para e em vez de irem para as ruas de Dortmund procurar um bar ou uma balada para que pudesse encher a cara e esquecer da vida, foi abastecida para a casa da amiga.
Não era por menos, havia tido um encontro com a estrela do futebol local, da seleção e ela estava proibida de esconder qualquer detalhes.
- Ele não me beijou.
Aquelas quatro palavras foram o suficiente para que olhasse o que tinha na geladeira da amiga, e voltasse ao mercado mais perto para comprar mais álcool. Porque depois de tanta conversa, risada, carinho de André com ela, merecia entrar em coma alcoólico por não ter rolado ao menos um beijo de despedida.
- Talvez ele estava querendo ser educado - tentou sair em defesa de André - Não é como se ele fosse como os espanhóis e brasileiros que nós conhecemos. Você sabe como é o fogo desses homens.
- Talvez ele não gostou e achou melhor cortar o mal pela raiz por aí - , que estava sentada no chão, falou e logo em seguida deu um gole do seu copo de vodka com gelo.
- Ele te ofereceu carona pra casa.
- Só pra amanhã eu não ir em todos os jornais falar mal dele.
- Você não faria isso - aumentou o tom de voz e juntou as sobrancelhas.
- Tá escrito "mau caráter" na minha testa? - rolou os olhos e tomou a vodka em suas mãos novamente - Se eu quisesse ferrar ele, era só colocar o número do seu celular na internet - travou o olhar na amiga - Meu Deus, eu não vou fazer isso!
- É que pra quem teve um encontro lindo, você está parecendo que quer se vingar dele.
- Meu Deus, pra que fazer tudo aquilo se não fosse me beijar? - gritou.
A decepcionada levantou do chão e foi até a cozinha, onde a garrafa de vodka estava na geladeira. Ela pegou a mesma e, em vez de encher o copo, levou para a sala.
- Quer? - estendeu para a amiga.
- Você sabe que eu odeio vodka.
- Situações desesperadas pedem medidas desesperadas - falou e dessa vez, virou a garrafa pela sua boca - Mein Gott! - ela gritou - Eu estou enchendo a cara porque um cara bonitinho me levou pra um encontro e não me beijou.
- Isso é o cúmulo do desespero.
- Eu sou gata, não sou? - foi para a frente da amiga e colocou as duas mãos no quadril, parando em pose. Em uma das mãos ainda estava a vodka - Eu sou muito bonita e se aquele jogadorzinho de várzea não quer, ah meu querido, tem uma Dortmund inteira querendo.
olhou para a amiga e concluiu que ela já havia chegado ao ponto onde tudo o que precisava era de um banho e da sua cama, então ela se levantou e estendeu a mão para a amiga.
- , me dá essa garrafa, por favor?
- Eu sabia que você ia ceder - ela sorriu e entregou a garrafa para então foi até a cozinha e virou na pia o pouco que ainda restava no vidro. Da sala, estava em estado de choque ao ver aquilo.
- Por que você fez isso? - gritou para .
- Você precisa tomar banho e dormir, . Chega de álcool, chega de André Schürrle, chega de Borussia ou de Mannschaft. Amanhã é outro dia e vamos esquecer hoje.
- Mas foi tão bonitinho a gente no parque - fez beiço - Ele não quis entrar pra tomar um café!
- Acho que você já falou isso. Vem, - ela pegou no braço da amiga - Vem tomar banho e vai dormir, é o melhor que você faz. E naquela noite, com muito custo, conseguiu colocar a amiga para dormir.
No domingo foi embora cedo, pois tinha algumas coisas para fazer em casa, depois de fazer jurar que ela ficaria longe de bebida, e iria se alimentar de algo que não fosse rápido e fácil.
Depois de arrumar a sala, ela passou o dia no sofá assistindo Netflix. A cabeça pesava, afinal, ela odiava vodka e bebeu quase uma garrafa sozinha - beberia mais, se não tivesse jogado o resto ralo abaixo. Ela precisava estar bem, no dia seguinte haveria algumas reuniões, onde ela ministraria metade, e aparecer na empresa de ressaca, não era uma opção. Com o celular ao lado, no modo "não perturbe" apenas para mensagens e aplicativos, esqueceu da vida no sofá. Fazia tempo que não se permitia uma maratona de suas séries preferidas e então ela assustou quando um barulho alto invadiu a sua sala.
Precisou raciocinar mais de duas vezes ao ver o nome de André Schürrle em sua tela.
falou que aquele dia seria diferente. Sem jogadores, sem homens, sem times, sem lembranças do dia anterior. Por que diabos André ligava?
Enquanto olhava para a tela, pensou em ignorar, afinal, ele não estava merecendo nenhuma atenção dela. Também pensou em atender e tratá-lo com desdém. Na dúvida em atender ou não, o telefone dela parou de tocar.
"Menos mal", ela pensou, "já posso fingir que estava no banho e não ouvi".
Ainda com o telefone iluminado em mãos, não demorou nem um minuto para que uma nova mensagem chegasse. E era de André.
"Oi, , é o André. Tentei te ligar, mas por algum motivo você não atendeu. Não consigo parar de pensar em você desde ontem. Será que tinha como a gente continuar aquele encontro ainda hoje? Beijos."
piscou repetidas vezes para o telefone. André não parava de pensar nela. André queria continuar o encontro. Se André não tinha a beijado, era porque ele tinha outros planos em sua mente. Que se dane as palavras de . Aquele dia não era para esquecer nada, muito menos um jogador de alta performance que não parava de pensar nela.
se levantou e, sentada no sofá, cruzou as pernas, enquanto procurava o telefone de André na lista de contatos. Ele atendeu logo no segundo toque.
- ! - a voz animada dele do outro lado da linha, fez ela se derreter.
- Oi, André, desculpa não ter atendido. Estava no banho - mentiu. Qual é, ele nunca descobriria - Como você está?
- Não paro de pensar em você - ler aquilo, é uma coisa. Ouvir ele falar era outra completamente diferente. deu graças a Deus que ele não podia vê-la - Você chegou a receber minha mensagem?
- Acho que não - mentiu de novo. Novamente, ele nunca descobriria - O que você mandou?
- Eu queria saber se tinha como a gente continuar aquele encontro de ontem - sério, ler é uma coisa, mas ouvir as palavras... estava enlouquecendo - E quem sabe aceitar aquele convite para um café.
arregalou os olhos e girou a cabeça ao redor de sua sala. Ainda tinha vestígios da noite anterior. Seu apartamento cheirava a álcool e ela estava deplorável. André queria conhecer sua casa.
- , você ainda está por aí?
- Estou sim - ela tentou se centralizar - Claro, por que não, o que você sugere? - Eu já falei que eu sou um pouco bom na cozinha? - ela não fazia ideia - Seria muito arrogante da minha parte me convidar para ir aí passar a noite com você cozinhando e tomando um vinho?
Aborta o álcool, André.
- Claro que não - ela sorriu para o telefone - Posso te esperar aqui em quanto tempo?
- Uma hora e meia?
- Combinado! Bis bald.
- Bis bald, - e então, André desligou o telefone. largou o celular no sofá e saiu correndo. Tinha uma hora e meia para deixar sua casa impecável, tirar o cheiro de álcool, tomar banho e ficar apresentável.
Não demorou muito do horário combinado para que André chegasse no apartamento de com algumas sacolas. Ela o ajudou e eles foram direto para a cozinha, onde ele já se sentiu em casa e procurou duas taças para colocar o vinho que havia levado.
- Não, hoje você vai ficar só observando - André falou quando fez menção em ajudá-lo.
- Não é justo, sabia? Ontem você preparou tudo sozinho e hoje também - ela reclamou.
- Você cedeu a casa - André justificou para ela e piscou, voltando para as panelas.
Ter a presença dele em sua casa era simplesmente inebriante. André tinha um perfume que ele deixava por onde andava. Pela sala, pela cozinha e até no banheiro quando precisou ir. queria que aquela fragrância nunca mais saísse de sua casa, pois era o melhor cheiro que havia sentido até então. Depois de pronto, eles sentaram para jantar enquanto conversavam. Era tão simples ter André por perto. Ele realmente era fácil de lidar. tinha dúvidas se ele era de verdade mesmo. Os assuntos eram dos mais diversos: passado, futuro, coleções, política, futebol, negócios... Eles simplesmente se perderam conversando na noite.
- Es ist spät - André falou, após olhar o relógio, se referindo que estava tarde - Eu vou arrumar a bagunça que eu fiz e ir embora. Amanhã você trabalha e eu preciso ir para Brackel.
- Não se atreva a ir arrumar a minha cozinha. Deixa que amanhã eu arrumo. - Eu fiz, eu arrumo - André falou e se levantou, já retirando os pratos da mesa. foi atrás dele. Aquele homem era extremamente teimoso. Qual era a dificuldade em deixar algumas panelas, e um par de pratos, talheres e taças na pia? Ela tirou o resto da mesa e foi levando para a cozinha enquanto André separava o que podia ser jogado no lixo e levava até o mesmo. Ele simplesmente riu quando abriu a lixeira e viu o que tinha por lá. - Quando foi a festa?
Sem entender o que ele estava falando, se aproximou da lata de lixo e sentiu o rosto ferver de vergonha ao encontrar o que ainda estava ali. A garrafa de vodka da noite anterior.
- Ontem, depois que você me deixou em casa - respondeu, encostando no batente da porta e encarou as costas de André. O jogador virou-se de frente para ela e pôde ver uma interrogação em seu rosto.
- veio aqui - começou a falar enquanto André ia até ela - Você deve saber como são mulheres e suas amigas - ele balançou a cabeça, andando bem devagar - Falam que a gente é complicada, mas como entender a mente masculina? Você sai com um cara legal, tem um dia incrível com um cara que parece um príncipe - André não teve como não rir daquele comentário - E ele simplesmente vai embora sem te dar um beijo de boa noite. Então você bebe tudo o que pode pra esquecer, e ele aparece no dia seguinte sendo mais uma vez, um cavalheiro totalmente imprevisível.
De vez em quando tinha dessas. Algumas doses de coragem que vinham do nada e deixava a garota tímida e que gostava de passar despercebida sumir, e a autoconfiança tomar conta de seu corpo. Com a proximidade de André, ela pegou a taça de vinho que ainda estava na mesa e deu um gole.
- Sabe o que é difícil? - ele perguntou e ela fez para que ele continuasse - A mente de uma mulher poderosa. Você nunca sabe se o certo é agir como o tal do príncipe, ou como o malandro da noite - sorriu para André - Sabe por que eu sou a favor do príncipe, ? - ela negou com a cabeça e ele se aproximou, tirando a taça da mão dela e colocando de volta na mesa - Porque na maioria das vezes, ele acaba com a princesa.
André colocou alguns fios de cabelo, que insistiam em cair do coque que ela usava, atrás da orelha e passou a mesma mão pelo pescoço dela. Não demorou para que André juntasse suas bocas e desse início ao primeiro beijo deles, com carinho, delicadeza e curiosidade. Curiosidade para saber o que viria a seguir. Qual rumo a vida tomaria após aquilo. O que seria deles depois daquilo.
- Se eu te beijasse ontem, seria um beijo de despedida. Hoje não. Esse beijo é só o início do que quer que esteja reservado para nós. sorriu para ele.
- Se eu soubesse o que você tinha reservado, eu teria sofrido menos de ressaca hoje.
- Shh! - André fez para que ela se calasse e a beijou de novo.
Depois daquilo, André continuou insistindo para arrumar a bagunça que ele tinha feito no apartamento dela. Durante a organização e limpeza, eles trocaram o terceiro, quarto, enésimo beijo. Então como um príncipe, André foi embora para sua casa. Quando deitou em sua cama, ela pegou o celular e viu as mensagens de perguntando se ela estava bem. Se a semana não começasse na manhã seguinte, ela iria sugerir outra noite de bebedeira, dessa vez, pelo motivo contrário.
Ela estava mais que bem. não sabia, mas ela estava começando a viver o seu conto de fadas.
Não era por menos, havia tido um encontro com a estrela do futebol local, da seleção e ela estava proibida de esconder qualquer detalhes.
- Ele não me beijou.
Aquelas quatro palavras foram o suficiente para que olhasse o que tinha na geladeira da amiga, e voltasse ao mercado mais perto para comprar mais álcool. Porque depois de tanta conversa, risada, carinho de André com ela, merecia entrar em coma alcoólico por não ter rolado ao menos um beijo de despedida.
- Talvez ele estava querendo ser educado - tentou sair em defesa de André - Não é como se ele fosse como os espanhóis e brasileiros que nós conhecemos. Você sabe como é o fogo desses homens.
- Talvez ele não gostou e achou melhor cortar o mal pela raiz por aí - , que estava sentada no chão, falou e logo em seguida deu um gole do seu copo de vodka com gelo.
- Ele te ofereceu carona pra casa.
- Só pra amanhã eu não ir em todos os jornais falar mal dele.
- Você não faria isso - aumentou o tom de voz e juntou as sobrancelhas.
- Tá escrito "mau caráter" na minha testa? - rolou os olhos e tomou a vodka em suas mãos novamente - Se eu quisesse ferrar ele, era só colocar o número do seu celular na internet - travou o olhar na amiga - Meu Deus, eu não vou fazer isso!
- É que pra quem teve um encontro lindo, você está parecendo que quer se vingar dele.
- Meu Deus, pra que fazer tudo aquilo se não fosse me beijar? - gritou.
A decepcionada levantou do chão e foi até a cozinha, onde a garrafa de vodka estava na geladeira. Ela pegou a mesma e, em vez de encher o copo, levou para a sala.
- Quer? - estendeu para a amiga.
- Você sabe que eu odeio vodka.
- Situações desesperadas pedem medidas desesperadas - falou e dessa vez, virou a garrafa pela sua boca - Mein Gott! - ela gritou - Eu estou enchendo a cara porque um cara bonitinho me levou pra um encontro e não me beijou.
- Isso é o cúmulo do desespero.
- Eu sou gata, não sou? - foi para a frente da amiga e colocou as duas mãos no quadril, parando em pose. Em uma das mãos ainda estava a vodka - Eu sou muito bonita e se aquele jogadorzinho de várzea não quer, ah meu querido, tem uma Dortmund inteira querendo.
olhou para a amiga e concluiu que ela já havia chegado ao ponto onde tudo o que precisava era de um banho e da sua cama, então ela se levantou e estendeu a mão para a amiga.
- , me dá essa garrafa, por favor?
- Eu sabia que você ia ceder - ela sorriu e entregou a garrafa para então foi até a cozinha e virou na pia o pouco que ainda restava no vidro. Da sala, estava em estado de choque ao ver aquilo.
- Por que você fez isso? - gritou para .
- Você precisa tomar banho e dormir, . Chega de álcool, chega de André Schürrle, chega de Borussia ou de Mannschaft. Amanhã é outro dia e vamos esquecer hoje.
- Mas foi tão bonitinho a gente no parque - fez beiço - Ele não quis entrar pra tomar um café!
- Acho que você já falou isso. Vem, - ela pegou no braço da amiga - Vem tomar banho e vai dormir, é o melhor que você faz. E naquela noite, com muito custo, conseguiu colocar a amiga para dormir.
No domingo foi embora cedo, pois tinha algumas coisas para fazer em casa, depois de fazer jurar que ela ficaria longe de bebida, e iria se alimentar de algo que não fosse rápido e fácil.
Depois de arrumar a sala, ela passou o dia no sofá assistindo Netflix. A cabeça pesava, afinal, ela odiava vodka e bebeu quase uma garrafa sozinha - beberia mais, se não tivesse jogado o resto ralo abaixo. Ela precisava estar bem, no dia seguinte haveria algumas reuniões, onde ela ministraria metade, e aparecer na empresa de ressaca, não era uma opção. Com o celular ao lado, no modo "não perturbe" apenas para mensagens e aplicativos, esqueceu da vida no sofá. Fazia tempo que não se permitia uma maratona de suas séries preferidas e então ela assustou quando um barulho alto invadiu a sua sala.
Precisou raciocinar mais de duas vezes ao ver o nome de André Schürrle em sua tela.
falou que aquele dia seria diferente. Sem jogadores, sem homens, sem times, sem lembranças do dia anterior. Por que diabos André ligava?
Enquanto olhava para a tela, pensou em ignorar, afinal, ele não estava merecendo nenhuma atenção dela. Também pensou em atender e tratá-lo com desdém. Na dúvida em atender ou não, o telefone dela parou de tocar.
"Menos mal", ela pensou, "já posso fingir que estava no banho e não ouvi".
Ainda com o telefone iluminado em mãos, não demorou nem um minuto para que uma nova mensagem chegasse. E era de André.
"Oi, , é o André. Tentei te ligar, mas por algum motivo você não atendeu. Não consigo parar de pensar em você desde ontem. Será que tinha como a gente continuar aquele encontro ainda hoje? Beijos."
piscou repetidas vezes para o telefone. André não parava de pensar nela. André queria continuar o encontro. Se André não tinha a beijado, era porque ele tinha outros planos em sua mente. Que se dane as palavras de . Aquele dia não era para esquecer nada, muito menos um jogador de alta performance que não parava de pensar nela.
se levantou e, sentada no sofá, cruzou as pernas, enquanto procurava o telefone de André na lista de contatos. Ele atendeu logo no segundo toque.
- ! - a voz animada dele do outro lado da linha, fez ela se derreter.
- Oi, André, desculpa não ter atendido. Estava no banho - mentiu. Qual é, ele nunca descobriria - Como você está?
- Não paro de pensar em você - ler aquilo, é uma coisa. Ouvir ele falar era outra completamente diferente. deu graças a Deus que ele não podia vê-la - Você chegou a receber minha mensagem?
- Acho que não - mentiu de novo. Novamente, ele nunca descobriria - O que você mandou?
- Eu queria saber se tinha como a gente continuar aquele encontro de ontem - sério, ler é uma coisa, mas ouvir as palavras... estava enlouquecendo - E quem sabe aceitar aquele convite para um café.
arregalou os olhos e girou a cabeça ao redor de sua sala. Ainda tinha vestígios da noite anterior. Seu apartamento cheirava a álcool e ela estava deplorável. André queria conhecer sua casa.
- , você ainda está por aí?
- Estou sim - ela tentou se centralizar - Claro, por que não, o que você sugere? - Eu já falei que eu sou um pouco bom na cozinha? - ela não fazia ideia - Seria muito arrogante da minha parte me convidar para ir aí passar a noite com você cozinhando e tomando um vinho?
Aborta o álcool, André.
- Claro que não - ela sorriu para o telefone - Posso te esperar aqui em quanto tempo?
- Uma hora e meia?
- Combinado! Bis bald.
- Bis bald, - e então, André desligou o telefone. largou o celular no sofá e saiu correndo. Tinha uma hora e meia para deixar sua casa impecável, tirar o cheiro de álcool, tomar banho e ficar apresentável.
Não demorou muito do horário combinado para que André chegasse no apartamento de com algumas sacolas. Ela o ajudou e eles foram direto para a cozinha, onde ele já se sentiu em casa e procurou duas taças para colocar o vinho que havia levado.
- Não, hoje você vai ficar só observando - André falou quando fez menção em ajudá-lo.
- Não é justo, sabia? Ontem você preparou tudo sozinho e hoje também - ela reclamou.
- Você cedeu a casa - André justificou para ela e piscou, voltando para as panelas.
Ter a presença dele em sua casa era simplesmente inebriante. André tinha um perfume que ele deixava por onde andava. Pela sala, pela cozinha e até no banheiro quando precisou ir. queria que aquela fragrância nunca mais saísse de sua casa, pois era o melhor cheiro que havia sentido até então. Depois de pronto, eles sentaram para jantar enquanto conversavam. Era tão simples ter André por perto. Ele realmente era fácil de lidar. tinha dúvidas se ele era de verdade mesmo. Os assuntos eram dos mais diversos: passado, futuro, coleções, política, futebol, negócios... Eles simplesmente se perderam conversando na noite.
- Es ist spät - André falou, após olhar o relógio, se referindo que estava tarde - Eu vou arrumar a bagunça que eu fiz e ir embora. Amanhã você trabalha e eu preciso ir para Brackel.
- Não se atreva a ir arrumar a minha cozinha. Deixa que amanhã eu arrumo. - Eu fiz, eu arrumo - André falou e se levantou, já retirando os pratos da mesa. foi atrás dele. Aquele homem era extremamente teimoso. Qual era a dificuldade em deixar algumas panelas, e um par de pratos, talheres e taças na pia? Ela tirou o resto da mesa e foi levando para a cozinha enquanto André separava o que podia ser jogado no lixo e levava até o mesmo. Ele simplesmente riu quando abriu a lixeira e viu o que tinha por lá. - Quando foi a festa?
Sem entender o que ele estava falando, se aproximou da lata de lixo e sentiu o rosto ferver de vergonha ao encontrar o que ainda estava ali. A garrafa de vodka da noite anterior.
- Ontem, depois que você me deixou em casa - respondeu, encostando no batente da porta e encarou as costas de André. O jogador virou-se de frente para ela e pôde ver uma interrogação em seu rosto.
- veio aqui - começou a falar enquanto André ia até ela - Você deve saber como são mulheres e suas amigas - ele balançou a cabeça, andando bem devagar - Falam que a gente é complicada, mas como entender a mente masculina? Você sai com um cara legal, tem um dia incrível com um cara que parece um príncipe - André não teve como não rir daquele comentário - E ele simplesmente vai embora sem te dar um beijo de boa noite. Então você bebe tudo o que pode pra esquecer, e ele aparece no dia seguinte sendo mais uma vez, um cavalheiro totalmente imprevisível.
De vez em quando tinha dessas. Algumas doses de coragem que vinham do nada e deixava a garota tímida e que gostava de passar despercebida sumir, e a autoconfiança tomar conta de seu corpo. Com a proximidade de André, ela pegou a taça de vinho que ainda estava na mesa e deu um gole.
- Sabe o que é difícil? - ele perguntou e ela fez para que ele continuasse - A mente de uma mulher poderosa. Você nunca sabe se o certo é agir como o tal do príncipe, ou como o malandro da noite - sorriu para André - Sabe por que eu sou a favor do príncipe, ? - ela negou com a cabeça e ele se aproximou, tirando a taça da mão dela e colocando de volta na mesa - Porque na maioria das vezes, ele acaba com a princesa.
André colocou alguns fios de cabelo, que insistiam em cair do coque que ela usava, atrás da orelha e passou a mesma mão pelo pescoço dela. Não demorou para que André juntasse suas bocas e desse início ao primeiro beijo deles, com carinho, delicadeza e curiosidade. Curiosidade para saber o que viria a seguir. Qual rumo a vida tomaria após aquilo. O que seria deles depois daquilo.
- Se eu te beijasse ontem, seria um beijo de despedida. Hoje não. Esse beijo é só o início do que quer que esteja reservado para nós. sorriu para ele.
- Se eu soubesse o que você tinha reservado, eu teria sofrido menos de ressaca hoje.
- Shh! - André fez para que ela se calasse e a beijou de novo.
Depois daquilo, André continuou insistindo para arrumar a bagunça que ele tinha feito no apartamento dela. Durante a organização e limpeza, eles trocaram o terceiro, quarto, enésimo beijo. Então como um príncipe, André foi embora para sua casa. Quando deitou em sua cama, ela pegou o celular e viu as mensagens de perguntando se ela estava bem. Se a semana não começasse na manhã seguinte, ela iria sugerir outra noite de bebedeira, dessa vez, pelo motivo contrário.
Ela estava mais que bem. não sabia, mas ela estava começando a viver o seu conto de fadas.
Capítulo 4: O primeiro jogo que ele a convidou.
“Por favor, me diz que você está livre esse sábado. Reservei um par de ingressos pra você na Westtribüne, pro jogo contra o Wolfsburg, me diz que você vai e eu vou conseguir te ver esse fim de semana?”
riu da mensagem de André em seu celular na noite anterior ao jogo. Ela não sabia o que eles tinham, mas estava gostando de ter as famosas borboletas em seu estômago cada vez que o nome dele era mencionado na televisão, ou aparecia na tela de seu celular.
Aquele também era o primeiro jogo de futebol que ela assistiria a pedido dele. Não que ela já não frequentasse o Westfalenstadion, aquele local era como se fosse sua segunda casa em Dortmund, mas era especial, porque André havia pedido para que ela fosse lá.
“Talvez eu consiga arrastar uma pessoa comigo para o estádio, caso contrário, eu vou mesmo assim. Eu vou conseguir te ver?”
Ela havia acabado de chegar da empresa onde trabalha e estava ansiosa para se jogar no sofá, quando a resposta veio logo em seguida.
“Com certeza. Se a gente ganhar, vou querer te beijar para comemorar. Se perdermos, vou querer te beijar pra afogar as mágoas.”
André era extremamente adorável. Era impossível não sorrir e se sentir bem com ele.
“Perder do Wolfsburg? Acho que eu vou fingir que você não falou isso!”
Ela sorriu para o celular e então digitou uma nova mensagem em seguida.
“Acho que eu quem saio ganhando então!”
conseguiu convencer , sua melhor amiga, e que estava com ela na sorveteria no dia que André parou para conversar com ela, a ir ao estádio. Não é que não gostasse de futebol, mas ela não era uma torcedora fervorosa, como , e nem tinha motivos especiais, para ir ao jogo.
Elas foram até a bilheteria do estádio e dando seu nome e um documento, conseguiu retirar os ingressos que André havia reservado em seu nome. Ele não havia apenas reservado ingressos na Westtribüne, os ingressos eram em uma das áreas reservadas a família, pessoas especiais e jogadores lesionados.
As duas caminharam até o camarote, onde algumas esposas e namoradas estavam e se sentaram, sentindo-se duas intrusas. pegou o celular e digitou uma mensagem para André.
“Talvez teria sido legal comentar que os ingressos na Westtribüne, é na área VIP.”
A resposta veio logo em seguida.
“, os ingressos que eu reservei na Westtribüne, são na área VIP.”
Ela sorriu para o celular.
“Já estou aqui, aguardando ansiosamente. Viel Glück.”
“Danke.” Que veio seguido de um emoji mandando beijos.
Não demorou muito para que, depois de e tirarem algumas selfies e guardarem seus celulares, alguém puxar assunto com elas.
- Schürrle, hein?
virou para trás, procurando quem havia dito aquela frase e encontrou uma mulher bonita, com uma criança de pouco mais de um ano em seu colo. Aquele era, provavelmente, o bebê mais lindo que ela havia visto em toda sua vista.
- Desculpa, eu não quis ser invasiva, mas não sabia como chamar sua atenção – a mulher sorriu para e estendeu a mão – Prazer, Melissa Bartra.
- ... – ela corrigiu – E essa é minha melhor amiga, – e então se virou para a bebê – Como é o nome dela?
- Gala – Melissa falou e a menina fixou o olhar em – Então é você, o amuleto do Schürrle?
não deixou de mostrar confusão com as palavras de Melissa.
- Como assim?
- Marc chega em casa e conta que André não para de falar de você, tanto nos jogos, quanto nos treinos. E diz que uma mensagem sua já é o suficiente para ele fazer um bom jogo e ajudar no desempenho do time. Você virou o amuleto da sorte dele – e a mulher finalizou com um sorriso carinhoso.
- Eu... Eu não sabia disso. Mas, gente... – ficou com vergonha e olhou para , que ria dela – Nós só estamos nos conhecendo.
- Palavras do André, não minhas – Melissa riu – E já que hoje você está aqui, não precisamos nos preocupar com o resultado do jogo, não é mesmo?
- Imagina, meu Deus do céu – levou a mão ao rosto – Meu Deus, ele não me falou nada disso, e agora eu estou extremamente sem graça.
- Você sabia – entrou no assunto pela primeira vez – Que quando ela desejou boa sorte a André pela primeira vez, ele fez um hat-trick? – virou para a amiga incrédula – Palavras deles, não minha.
Melissa apenas olhou de para , com um olhar que muito dizia. Talvez para André, eles estarem se conhecendo, é para valer. Era para ela se acostumar.
Não demorou muito para que os jogadores entrassem em campo e identificasse André entre os onze de amarelo. Novamente, ela tinha o número 21 nas costas, mas aquele em campo, era o único que importava para ela.
Depois das formalidades, os capitães se cumprimentarem e o juiz fazer o sorteio, não demorou muito para que a bola começasse a rolar no Signal Iduna Park.
E para surpresa de , antes dos primeiros cinco minutos, o Borussia Dortmund havia aberto o placar. O gol havia sido de Aubameyang, mas André quem havia feito o passe.
- Acostume-se, amuleto do Schürrle – Melissa disse próxima ao ouvido de , que não escondeu o sorriso.
Não demorou muito para que o Wolfsburg empatasse e o resto do primeiro tempo passou arrastado, sem gol de nenhuma das equipes. Se o Borussia Dortmund não fechasse sua defesa e investisse mais em ataque, o time visitante viraria o jogo.
O intervalo passou rápido. e conversaram mais com Melissa e Gala foi até para o colo de , que ficou brincando com a menina. A esposa de Marc Bartra era encantadora e a pequena menina extremamente cativante, com uma camiseta do time e o número 5 nas costas, batia palmas com os cantos da Gelbe Wand.
O jogo retornou e foi claro, logo nos primeiros momentos, que a situação dentro do vestiário não deve ter sido das melhores. Thomas Tuchel deve ter gritado muito no ouvido deles, pois todos estavam jogando com mais garra, quase que com sangue nos olhos. O Borussia Dortmund estava jogando de forma ofensiva e não sabia como eles ainda não haviam recebido um cartão amarelo.
Como André ainda não havia recebido um cartão amarelo.
Porém a ofensiva estava dando certo e não demorou para que Bartra, marido de Melissa, marcasse mais um gol e o time passasse na frente do placar. Depois disso, foi apenas questão de tempo para Aubameyang marcar mais um gol e André finalizar o placar do jogo, fazendo o quarto.
Quarto gol esse, que veio seguido de um chute na bandeirinha e logo em seguida, ele correu para a Westtribüne e apontou para cima. Para os torcedores naquele estádio, ele estava comemorando um gol com alguém na área VIP. Para , que estava com um largo sorriso, e Melissa, aquilo era uma dedicatória.
E então o jogo foi finalizado, depois de apenas um minuto de acréscimo e enquanto todos se retiravam do estádio, as três mulheres, e a criança, ficaram lá, conversando e comemorando a vitória.
- Agora eles dão algumas entrevistas, trocam de roupa e ou a gente recebe uma mensagem, ou eles aparecem aqui?
- Aparecem? – perguntou incrédula – Mas olha esse estádio...
- Vazio – Melissa apontou para o local que já havia sido praticamente evacuado – Eles geralmente vêm para cá depois de uma vitória. Só eu falei com você, mas tem mais esposas e namoradas aqui.
- Eu nem deveria estar aqui na verdade, eu e André não somos nada.
- Será mesmo, Sis? – então entrou no assunto – Ele foi ali embaixo dedicar um gol pra quem então? Pra mim não foi, nem pra Gala, muito menos pra Melissa, já que o Bartra fez isso pelas duas – Melissa desviou o olhar, prestando atenção em , para e concordou com as palavras ditas – O que você é, eu não sei, mas eu te garanto que alguma coisa do e para o André, você é.
Aquelas palavras deixaram confusas e ela decidiu abstrair quando viu Gala andando pela área VIP e decidiu brincar com a menina de olhos azuis, que não deixava de sorrir.
Não demorou muito para que um murmurinho começasse na porta da área reservada e as pessoas olhassem para ver. Boa parte dos jogadores vencedores estavam entrando ali e instintivamente, pegou Gala no colo e se levantou, junto com os outros.
André foi o último a entrar pela porta e sorriu duas vezes. A primeira, quando seus olhos encontraram com o de , e a segunda, ao ver a filha do amigo no colo dela.
- A tia resolveu cuidar de você, Gala? – André se aproximou e falou com a menina que ria para ele, enquanto Melissa ia de encontro a Marc.
- Tomei pra mim e vou levar pra casa – falou para André que riu – Você era adorável, aí eu a conheci e ela tomou o seu lugar.
- Quem está falando de levar minha filha para casa? – uma voz masculina surgiu e Gala ficou agitada.
Marc Bartra havia entrado na roda com Melissa e pegou a filha que não parava de se mexer por causa dele.
- Prazer, Marc! – ele se aproximou e cumprimentou – E você deve ser o amuleto do Schürrle – e olhou para o amigo que ria sem graça – Estou errado? – perguntou de novo para .
- É o que dizem, não é? – respondeu levando o olhar para André que fingia não saber nada – Pode me chamar de , Marc – se apresentou para ele e apontou – Essa é a minha melhor amiga, .
- Olá – Marc cumprimentou e era outro que também cativava as pessoas, inclusive com seu sorriso bonito – Gostaram do jogo?
E de forma discreta e sutil, enquanto participava da conversa, André pegou na mão de pelos dedos e foi tirando-a da roda até eles ficarem sozinhos do outro lado da área VIP. André colocou as mãos na cintura de e ela brincou com a camisa dele.
- Você quase levou um cartão amarelo – ela falou, sem olhar nos olhos dele.
- O Wolfsburg estava merecendo – ele riu descrente e se aproximou, beijando a testa dela – Mas nós ganhamos, é o que importa.
- Obrigada pelo gol – então levantou o olhar para André que sorriu para ela – Eu nunca imaginei que alguém faria um gol para mim – e riu.
André soltou uma risada boa.
- Pode se acostumar então e sabe o que eu acho? – murmurou algo e ele entendeu que era para continuar – Nós ganhamos o jogo, eu lembrava que tinha alguma coisa para fazer como comemoração.
- Que coisa, bem que eu fiquei sabendo que tinha alguma coisa para fazer.
André olhou em volta e percebeu que as pessoas estavam mais interessadas em suas famílias e amigos do que neles dois e sem que pensasse, grudou os lábios dos dois, fazendo com que ela mudasse as mãos da barra da camiseta dele, para o pescoço dele e se entregasse àquele beijo. Não durou muito, eles não estavam sozinhos, mas André finalizou com, novamente, outro beijo na testa dela.
- Alguém já comentou que vocês formam um casal bonito?
olhou por cima das costas de André e viu próxima a eles. Ela sorriu para a melhor amiga que se aproximou, enquanto cutucava André e ficou ao lado da garota.
- André, você já conhece a minha melhor amiga, né? A .
- Mais ou menos – ele a cumprimentou – Tudo bem?
- Ótimo, parabéns pelo jogo. E obrigada pelos ingressos – ela complementou a frase.
- Quando quiserem, é só me procurar. Quando quiser – ele repetiu olhando para que consentiu com a cabeça rindo.
- Obrigada mesmo – repetiu e então se virou para a melhor amiga – Sis, eu vou para casa, tá?
- Não, esqueceu que a gente ia jantar juntas?
- Vai com o André – interagiu a amiga que se mostrou decepcionada – Vai! Vai se divertir com ele, vão comemorar a vitória. Vão... – procurou uma forma sutil de falar o que tinha pensado, mas ao ver a amiga corar, resolveu desistir – Vai com ele.
- Não fui convidado para nada – André deu de ombros rindo – Vão vocês duas, já que vocês já tinham combinado – ele falou.
insistiu para a melhor amiga ir com ele.
André insistiu para que as duas amigas fossem juntas.
E foi Marc Bartra que colocou um ponto final no assunto.
- Vocês três! – ele chamou e eles olharam para o espanhol – Aubameyang chamou a gente para ir jantar em algum lugar de boa. Vamos levar a Gala e parece que o Götze também vai, vocês aceitam?
trocou olhares com André e com e os dois deram de ombros. Foi só o tempo de os jogadores trocarem de roupa e cerca de quinze minutos depois, todos estavam se acomodando nas cadeiras do Alex.
riu da mensagem de André em seu celular na noite anterior ao jogo. Ela não sabia o que eles tinham, mas estava gostando de ter as famosas borboletas em seu estômago cada vez que o nome dele era mencionado na televisão, ou aparecia na tela de seu celular.
Aquele também era o primeiro jogo de futebol que ela assistiria a pedido dele. Não que ela já não frequentasse o Westfalenstadion, aquele local era como se fosse sua segunda casa em Dortmund, mas era especial, porque André havia pedido para que ela fosse lá.
“Talvez eu consiga arrastar uma pessoa comigo para o estádio, caso contrário, eu vou mesmo assim. Eu vou conseguir te ver?”
Ela havia acabado de chegar da empresa onde trabalha e estava ansiosa para se jogar no sofá, quando a resposta veio logo em seguida.
“Com certeza. Se a gente ganhar, vou querer te beijar para comemorar. Se perdermos, vou querer te beijar pra afogar as mágoas.”
André era extremamente adorável. Era impossível não sorrir e se sentir bem com ele.
“Perder do Wolfsburg? Acho que eu vou fingir que você não falou isso!”
Ela sorriu para o celular e então digitou uma nova mensagem em seguida.
“Acho que eu quem saio ganhando então!”
conseguiu convencer , sua melhor amiga, e que estava com ela na sorveteria no dia que André parou para conversar com ela, a ir ao estádio. Não é que não gostasse de futebol, mas ela não era uma torcedora fervorosa, como , e nem tinha motivos especiais, para ir ao jogo.
Elas foram até a bilheteria do estádio e dando seu nome e um documento, conseguiu retirar os ingressos que André havia reservado em seu nome. Ele não havia apenas reservado ingressos na Westtribüne, os ingressos eram em uma das áreas reservadas a família, pessoas especiais e jogadores lesionados.
As duas caminharam até o camarote, onde algumas esposas e namoradas estavam e se sentaram, sentindo-se duas intrusas. pegou o celular e digitou uma mensagem para André.
“Talvez teria sido legal comentar que os ingressos na Westtribüne, é na área VIP.”
A resposta veio logo em seguida.
“, os ingressos que eu reservei na Westtribüne, são na área VIP.”
Ela sorriu para o celular.
“Já estou aqui, aguardando ansiosamente. Viel Glück.”
“Danke.” Que veio seguido de um emoji mandando beijos.
Não demorou muito para que, depois de e tirarem algumas selfies e guardarem seus celulares, alguém puxar assunto com elas.
- Schürrle, hein?
virou para trás, procurando quem havia dito aquela frase e encontrou uma mulher bonita, com uma criança de pouco mais de um ano em seu colo. Aquele era, provavelmente, o bebê mais lindo que ela havia visto em toda sua vista.
- Desculpa, eu não quis ser invasiva, mas não sabia como chamar sua atenção – a mulher sorriu para e estendeu a mão – Prazer, Melissa Bartra.
- ... – ela corrigiu – E essa é minha melhor amiga, – e então se virou para a bebê – Como é o nome dela?
- Gala – Melissa falou e a menina fixou o olhar em – Então é você, o amuleto do Schürrle?
não deixou de mostrar confusão com as palavras de Melissa.
- Como assim?
- Marc chega em casa e conta que André não para de falar de você, tanto nos jogos, quanto nos treinos. E diz que uma mensagem sua já é o suficiente para ele fazer um bom jogo e ajudar no desempenho do time. Você virou o amuleto da sorte dele – e a mulher finalizou com um sorriso carinhoso.
- Eu... Eu não sabia disso. Mas, gente... – ficou com vergonha e olhou para , que ria dela – Nós só estamos nos conhecendo.
- Palavras do André, não minhas – Melissa riu – E já que hoje você está aqui, não precisamos nos preocupar com o resultado do jogo, não é mesmo?
- Imagina, meu Deus do céu – levou a mão ao rosto – Meu Deus, ele não me falou nada disso, e agora eu estou extremamente sem graça.
- Você sabia – entrou no assunto pela primeira vez – Que quando ela desejou boa sorte a André pela primeira vez, ele fez um hat-trick? – virou para a amiga incrédula – Palavras deles, não minha.
Melissa apenas olhou de para , com um olhar que muito dizia. Talvez para André, eles estarem se conhecendo, é para valer. Era para ela se acostumar.
Não demorou muito para que os jogadores entrassem em campo e identificasse André entre os onze de amarelo. Novamente, ela tinha o número 21 nas costas, mas aquele em campo, era o único que importava para ela.
Depois das formalidades, os capitães se cumprimentarem e o juiz fazer o sorteio, não demorou muito para que a bola começasse a rolar no Signal Iduna Park.
E para surpresa de , antes dos primeiros cinco minutos, o Borussia Dortmund havia aberto o placar. O gol havia sido de Aubameyang, mas André quem havia feito o passe.
- Acostume-se, amuleto do Schürrle – Melissa disse próxima ao ouvido de , que não escondeu o sorriso.
Não demorou muito para que o Wolfsburg empatasse e o resto do primeiro tempo passou arrastado, sem gol de nenhuma das equipes. Se o Borussia Dortmund não fechasse sua defesa e investisse mais em ataque, o time visitante viraria o jogo.
O intervalo passou rápido. e conversaram mais com Melissa e Gala foi até para o colo de , que ficou brincando com a menina. A esposa de Marc Bartra era encantadora e a pequena menina extremamente cativante, com uma camiseta do time e o número 5 nas costas, batia palmas com os cantos da Gelbe Wand.
O jogo retornou e foi claro, logo nos primeiros momentos, que a situação dentro do vestiário não deve ter sido das melhores. Thomas Tuchel deve ter gritado muito no ouvido deles, pois todos estavam jogando com mais garra, quase que com sangue nos olhos. O Borussia Dortmund estava jogando de forma ofensiva e não sabia como eles ainda não haviam recebido um cartão amarelo.
Como André ainda não havia recebido um cartão amarelo.
Porém a ofensiva estava dando certo e não demorou para que Bartra, marido de Melissa, marcasse mais um gol e o time passasse na frente do placar. Depois disso, foi apenas questão de tempo para Aubameyang marcar mais um gol e André finalizar o placar do jogo, fazendo o quarto.
Quarto gol esse, que veio seguido de um chute na bandeirinha e logo em seguida, ele correu para a Westtribüne e apontou para cima. Para os torcedores naquele estádio, ele estava comemorando um gol com alguém na área VIP. Para , que estava com um largo sorriso, e Melissa, aquilo era uma dedicatória.
E então o jogo foi finalizado, depois de apenas um minuto de acréscimo e enquanto todos se retiravam do estádio, as três mulheres, e a criança, ficaram lá, conversando e comemorando a vitória.
- Agora eles dão algumas entrevistas, trocam de roupa e ou a gente recebe uma mensagem, ou eles aparecem aqui?
- Aparecem? – perguntou incrédula – Mas olha esse estádio...
- Vazio – Melissa apontou para o local que já havia sido praticamente evacuado – Eles geralmente vêm para cá depois de uma vitória. Só eu falei com você, mas tem mais esposas e namoradas aqui.
- Eu nem deveria estar aqui na verdade, eu e André não somos nada.
- Será mesmo, Sis? – então entrou no assunto – Ele foi ali embaixo dedicar um gol pra quem então? Pra mim não foi, nem pra Gala, muito menos pra Melissa, já que o Bartra fez isso pelas duas – Melissa desviou o olhar, prestando atenção em , para e concordou com as palavras ditas – O que você é, eu não sei, mas eu te garanto que alguma coisa do e para o André, você é.
Aquelas palavras deixaram confusas e ela decidiu abstrair quando viu Gala andando pela área VIP e decidiu brincar com a menina de olhos azuis, que não deixava de sorrir.
Não demorou muito para que um murmurinho começasse na porta da área reservada e as pessoas olhassem para ver. Boa parte dos jogadores vencedores estavam entrando ali e instintivamente, pegou Gala no colo e se levantou, junto com os outros.
André foi o último a entrar pela porta e sorriu duas vezes. A primeira, quando seus olhos encontraram com o de , e a segunda, ao ver a filha do amigo no colo dela.
- A tia resolveu cuidar de você, Gala? – André se aproximou e falou com a menina que ria para ele, enquanto Melissa ia de encontro a Marc.
- Tomei pra mim e vou levar pra casa – falou para André que riu – Você era adorável, aí eu a conheci e ela tomou o seu lugar.
- Quem está falando de levar minha filha para casa? – uma voz masculina surgiu e Gala ficou agitada.
Marc Bartra havia entrado na roda com Melissa e pegou a filha que não parava de se mexer por causa dele.
- Prazer, Marc! – ele se aproximou e cumprimentou – E você deve ser o amuleto do Schürrle – e olhou para o amigo que ria sem graça – Estou errado? – perguntou de novo para .
- É o que dizem, não é? – respondeu levando o olhar para André que fingia não saber nada – Pode me chamar de , Marc – se apresentou para ele e apontou – Essa é a minha melhor amiga, .
- Olá – Marc cumprimentou e era outro que também cativava as pessoas, inclusive com seu sorriso bonito – Gostaram do jogo?
E de forma discreta e sutil, enquanto participava da conversa, André pegou na mão de pelos dedos e foi tirando-a da roda até eles ficarem sozinhos do outro lado da área VIP. André colocou as mãos na cintura de e ela brincou com a camisa dele.
- Você quase levou um cartão amarelo – ela falou, sem olhar nos olhos dele.
- O Wolfsburg estava merecendo – ele riu descrente e se aproximou, beijando a testa dela – Mas nós ganhamos, é o que importa.
- Obrigada pelo gol – então levantou o olhar para André que sorriu para ela – Eu nunca imaginei que alguém faria um gol para mim – e riu.
André soltou uma risada boa.
- Pode se acostumar então e sabe o que eu acho? – murmurou algo e ele entendeu que era para continuar – Nós ganhamos o jogo, eu lembrava que tinha alguma coisa para fazer como comemoração.
- Que coisa, bem que eu fiquei sabendo que tinha alguma coisa para fazer.
André olhou em volta e percebeu que as pessoas estavam mais interessadas em suas famílias e amigos do que neles dois e sem que pensasse, grudou os lábios dos dois, fazendo com que ela mudasse as mãos da barra da camiseta dele, para o pescoço dele e se entregasse àquele beijo. Não durou muito, eles não estavam sozinhos, mas André finalizou com, novamente, outro beijo na testa dela.
- Alguém já comentou que vocês formam um casal bonito?
olhou por cima das costas de André e viu próxima a eles. Ela sorriu para a melhor amiga que se aproximou, enquanto cutucava André e ficou ao lado da garota.
- André, você já conhece a minha melhor amiga, né? A .
- Mais ou menos – ele a cumprimentou – Tudo bem?
- Ótimo, parabéns pelo jogo. E obrigada pelos ingressos – ela complementou a frase.
- Quando quiserem, é só me procurar. Quando quiser – ele repetiu olhando para que consentiu com a cabeça rindo.
- Obrigada mesmo – repetiu e então se virou para a melhor amiga – Sis, eu vou para casa, tá?
- Não, esqueceu que a gente ia jantar juntas?
- Vai com o André – interagiu a amiga que se mostrou decepcionada – Vai! Vai se divertir com ele, vão comemorar a vitória. Vão... – procurou uma forma sutil de falar o que tinha pensado, mas ao ver a amiga corar, resolveu desistir – Vai com ele.
- Não fui convidado para nada – André deu de ombros rindo – Vão vocês duas, já que vocês já tinham combinado – ele falou.
insistiu para a melhor amiga ir com ele.
André insistiu para que as duas amigas fossem juntas.
E foi Marc Bartra que colocou um ponto final no assunto.
- Vocês três! – ele chamou e eles olharam para o espanhol – Aubameyang chamou a gente para ir jantar em algum lugar de boa. Vamos levar a Gala e parece que o Götze também vai, vocês aceitam?
trocou olhares com André e com e os dois deram de ombros. Foi só o tempo de os jogadores trocarem de roupa e cerca de quinze minutos depois, todos estavam se acomodando nas cadeiras do Alex.
Capítulo 5: A primeira ida dela ao centro de treinamento
A relação entre e André estava indo muito bem. Era uma relação não rotulada, eles estavam se conhecendo, rindo juntos, se divertindo juntos e não precisavam mais do que aquilo além da companhia um do outro.
estava sentada sozinha na mesa de refeições do seu apartamento, almoçando qualquer coisa que sua preguiça havia permitido quando o celular ao lado do prato tocou e o nome de André, junto com uma foto dele, que ela havia tirado escondida na última vez que ele resolveu cozinhar, apareceu na tela.
- Guten Tag, ! - a voz dele veio animada do outro lado da linha - O que você está fazendo?
olhou para o prato, meio entediada, e riu.
- Juntei um monte de coisa que tinha na geladeira e estou comendo a minha gororoba - ela ouvia barulhos do outro lado da linha - Onde você está?
- Chego na sua casa em cinco minutos - ele riu - Coloca uma roupa confortável e tênis, que eu vou te levar em um lugar hoje.
Ela olhou no relógio que tinha na parede da cozinha e tentou somar um mais um em sua cabeça.
- Você está de folga hoje? Porque até onde eu saiba, você deveria chegar em Brackel esse horário.
- Faz o que eu estou falando e confia em mim - ele riu e revirou os olhos.
- Então desliga o telefone e preste atenção no trânsito - ela deu bronca nele que murmurou algo como “okay, mãe” - Beijo!
Ela olhou para a última garfada que faltava no prato do seu macarrão instantâneo com salsicha e levou à boca correndo, já levando o prato para dentro da pia e deixando por lá. Ela foi direto ao quarto e abriu o armário.
O que André queria dizer com roupa confortável?
Ela não sabia dizer, mas já que envolvia tênis, ela resolveu colocar uma legging preta e uma camiseta qualquer. Após vestida correu no banheiro, escovou os dentes e passou maquiagem no rosto apenas para disfarçar as olheiras de quem acordou cedo demais, sem necessidade, e para dar um ar de saúde. Ninguém merecia vê-la de cara lavada.
Não demorou muito para que André tocasse no celular dela indicando que estava lá embaixo. Ela pegou a bolsa e saiu, indo direto para o banco de passageiro do carro dele.
- Hallo schön - André sorriu e se aproximou dela, para dar um selinho.
- Hallo! - ela sorriu para ele e seus olhos foram ao banco de trás, onde ela viu uma sacola de ginástica. Nisso André já tinha arrancado - Você está vindo de Brackel?
André sorriu. Ver curiosa era algo extremamente adorável.
- Não - ele balançou a cabeça em negação, mas não falou da onde estava vindo, nem para onde estavam indo.
olhou para ele, esperando que alguma coisa dita, mas ela acabou se distraindo com o sol que entrava no carro e batia em André. Em como ele era extremamente pálido. Em como ele ficava incrível com aquele par de óculos escuros de marca italiana e sorriso no rosto.
Não demorou muito, ela olhou pela janela e viu que estava saindo da cidade, pegando a estrada. Ela pulou no banco e André não se aguentou, acabou rindo dela.
- Nós estamos indo viajar e você esqueceu de me avisar?
André levou uma mão livre à perna dela e apertou a coxa, sem tirar a outra mão do volante e nem tirar os olhos da estrada.
- Nós não estamos saindo de Dortmund - ele sorriu e ela o olhou confusa - Talvez só um pouco afastado do centro da cidade.
- Você quer me matar de curiosidade, só pode!
Os dois riram dentro do carro. Era tão agradável estar juntos que não precisavam nem de música para quebrar o clima ou descontrair. Não demorou muito para que André diminuísse a velocidade e o logotipo do Borussia Dortmund aparecesse em um portão à frente deles.
- Bem vinda a Brackel - ele sorriu para ela e virou para se identificar no portão.
- Você me trouxe no centro de treinamento? - ela gargalhou - André... - faltaram palavras.
Assim que o portão foi aberto, André entrou pelo local e não se aguentava de felicidade ao vê-la emocionada e sem palavras
- Você precisa treinar.
- E eu precisava te ver - ele retrucou - Uma semana sem te ver é muito.
Ela apenas respondeu balançando a cabeça em negação e desceu do carro assim que ele estacionou.
Não era apenas uma ida ao centro de treinamento do seu time para conhecer as instalações. Não era apenas passar o dia com André.
Era conhecer todo o elenco da temporada do Borussia Dortmund. Além de Bartra, Götze e Aubameyang.
Era conhecer Thomas Tuchel, o técnico do time.
Era ser apresentada a todos os amigos de André, mesmo sem eles terem um rótulo.
Ele pegou na mão dela e juntos caminharam até o campo, onde a maioria dos jogadores já estava fazendo toques com a bola. A cada passo, sentia mais seu rosto corar e só pensava em abrir um buraco na terra para colocar sua cabeça, igual uma avestruz.
- Schürrle! - os dois ouviram alguém chamando por André e quando eles viram, Thomas Tuchel estava parado em volta do campo de braços cruzados - Está atrasado.
- Fui buscar uma visita - ele respondeu, como se não tivesse recebido uma chamada do técnico, e levantou a mão, onde estava segurando a de .
- Ah, o amuleto do André - Thomas se aproximou dos dois e olhou para André, que deu de ombros sorrindo - Prazer, Thomas.
- Olá Thomas, eu sou a - ela estendeu a mão para o técnico.
Não demorou muito para que os jogadores se juntassem aos três e Tuchel rolasse os olhos. era novidade. Brackel não via uma mulher já há algum tempo.
- Eu fiquei muito tempo afastado e perdi o fato de que o André está com alguém? - Nuri Sahin chegou gargalhando - Não vai apresentar pros amigos? - o turco perguntou.
- Você se importa - André perguntou para que deu de ombros. Ele já tinha levado ela a Brackel e todo o time já havia a visto. Qual era o problema em saber quem era ela?
Quase todos.
- Time, essa daqui é a - em uníssono todos responderam “hallo” ao mesmo tempo, mas André continuou - Ela é a minha namorada.
Namorada?
ficou vermelha, passando pelo roxo, entrou em uma tonalidade de rosa e então ficou branca, como uma folha de papel. Ainda bem que André estava segurando-a pela mão, as chances dela cair eram grandes.
- Sua o quê? - sua boca foi mais rápida que o cérebro e quando percebeu, já havia falado. Na frente de todo o time e equipe técnica.
- Antes de apresentar ela como namorada, era bom informá-la desse posto - Roman Bürki, o goleiro do time gargalhou.
- Não, é que eu… Não sei. Não sabia… - ela não conseguia encontrar as palavras certas - Eu na verdade não esperava e…
- Depois de todo o time saber que você é o amuleto da sorte do Schürrle, você não esperava menos que o posto de namorada dele, não é? - Bartra comentou e corou mais uma vez - Melissa vai adorar saber que agora é oficial.
- E a Gala, como está? - ela lembrou-se da filha de Marc e não conseguia se aguentar com a fofura daquela menina.
- Muito bem! - Tuchel cortou o papo - Todo mundo de volta pro campo. André, você vai dar quarenta voltas hoje!
- Tuchel! - o meio campista gritou quase que em súplica.
- Seriam cinquenta, mas você trouxe essa adorável para o treino hoje e só por causa disso eu reduzi dez. Vai treinar, que eu apresento o CT para ela.
- Mas…
- Já podia ter dado uma volta se não estivesse reclamando, Schürrle.
Bürki tinha razão, talvez ele deveria ter feito um pedido oficial para . Porém para André, eles frequentavam a casa um do outro, saíam juntos, dormiam juntos, ela ia aos jogos dele e uma vez ou outra ele já apareceu na saída do trabalho dela para surpresa. Se aquilo não era um relacionamento já estável, ele não sabia o que era.
Ele deu-se por vencido e soltou a mão de , mas antes de ir se trocar, ele trocou um olhar com . Ela sorriu. Um largo sorriso. Algo que significava felicidade. E André soube que ele tinha feito mais um gol, dessa vez, sem bola.
André deu um selinho em e correu para o vestiário e de lá, para as quarenta voltas. O sorriso dela já era uma resposta para ele, então quarenta voltas correndo não era absolutamente nada demais, perto de quão feliz ele estava.
estava sentada sozinha na mesa de refeições do seu apartamento, almoçando qualquer coisa que sua preguiça havia permitido quando o celular ao lado do prato tocou e o nome de André, junto com uma foto dele, que ela havia tirado escondida na última vez que ele resolveu cozinhar, apareceu na tela.
- Guten Tag, ! - a voz dele veio animada do outro lado da linha - O que você está fazendo?
olhou para o prato, meio entediada, e riu.
- Juntei um monte de coisa que tinha na geladeira e estou comendo a minha gororoba - ela ouvia barulhos do outro lado da linha - Onde você está?
- Chego na sua casa em cinco minutos - ele riu - Coloca uma roupa confortável e tênis, que eu vou te levar em um lugar hoje.
Ela olhou no relógio que tinha na parede da cozinha e tentou somar um mais um em sua cabeça.
- Você está de folga hoje? Porque até onde eu saiba, você deveria chegar em Brackel esse horário.
- Faz o que eu estou falando e confia em mim - ele riu e revirou os olhos.
- Então desliga o telefone e preste atenção no trânsito - ela deu bronca nele que murmurou algo como “okay, mãe” - Beijo!
Ela olhou para a última garfada que faltava no prato do seu macarrão instantâneo com salsicha e levou à boca correndo, já levando o prato para dentro da pia e deixando por lá. Ela foi direto ao quarto e abriu o armário.
O que André queria dizer com roupa confortável?
Ela não sabia dizer, mas já que envolvia tênis, ela resolveu colocar uma legging preta e uma camiseta qualquer. Após vestida correu no banheiro, escovou os dentes e passou maquiagem no rosto apenas para disfarçar as olheiras de quem acordou cedo demais, sem necessidade, e para dar um ar de saúde. Ninguém merecia vê-la de cara lavada.
Não demorou muito para que André tocasse no celular dela indicando que estava lá embaixo. Ela pegou a bolsa e saiu, indo direto para o banco de passageiro do carro dele.
- Hallo schön - André sorriu e se aproximou dela, para dar um selinho.
- Hallo! - ela sorriu para ele e seus olhos foram ao banco de trás, onde ela viu uma sacola de ginástica. Nisso André já tinha arrancado - Você está vindo de Brackel?
André sorriu. Ver curiosa era algo extremamente adorável.
- Não - ele balançou a cabeça em negação, mas não falou da onde estava vindo, nem para onde estavam indo.
olhou para ele, esperando que alguma coisa dita, mas ela acabou se distraindo com o sol que entrava no carro e batia em André. Em como ele era extremamente pálido. Em como ele ficava incrível com aquele par de óculos escuros de marca italiana e sorriso no rosto.
Não demorou muito, ela olhou pela janela e viu que estava saindo da cidade, pegando a estrada. Ela pulou no banco e André não se aguentou, acabou rindo dela.
- Nós estamos indo viajar e você esqueceu de me avisar?
André levou uma mão livre à perna dela e apertou a coxa, sem tirar a outra mão do volante e nem tirar os olhos da estrada.
- Nós não estamos saindo de Dortmund - ele sorriu e ela o olhou confusa - Talvez só um pouco afastado do centro da cidade.
- Você quer me matar de curiosidade, só pode!
Os dois riram dentro do carro. Era tão agradável estar juntos que não precisavam nem de música para quebrar o clima ou descontrair. Não demorou muito para que André diminuísse a velocidade e o logotipo do Borussia Dortmund aparecesse em um portão à frente deles.
- Bem vinda a Brackel - ele sorriu para ela e virou para se identificar no portão.
- Você me trouxe no centro de treinamento? - ela gargalhou - André... - faltaram palavras.
Assim que o portão foi aberto, André entrou pelo local e não se aguentava de felicidade ao vê-la emocionada e sem palavras
- Você precisa treinar.
- E eu precisava te ver - ele retrucou - Uma semana sem te ver é muito.
Ela apenas respondeu balançando a cabeça em negação e desceu do carro assim que ele estacionou.
Não era apenas uma ida ao centro de treinamento do seu time para conhecer as instalações. Não era apenas passar o dia com André.
Era conhecer todo o elenco da temporada do Borussia Dortmund. Além de Bartra, Götze e Aubameyang.
Era conhecer Thomas Tuchel, o técnico do time.
Era ser apresentada a todos os amigos de André, mesmo sem eles terem um rótulo.
Ele pegou na mão dela e juntos caminharam até o campo, onde a maioria dos jogadores já estava fazendo toques com a bola. A cada passo, sentia mais seu rosto corar e só pensava em abrir um buraco na terra para colocar sua cabeça, igual uma avestruz.
- Schürrle! - os dois ouviram alguém chamando por André e quando eles viram, Thomas Tuchel estava parado em volta do campo de braços cruzados - Está atrasado.
- Fui buscar uma visita - ele respondeu, como se não tivesse recebido uma chamada do técnico, e levantou a mão, onde estava segurando a de .
- Ah, o amuleto do André - Thomas se aproximou dos dois e olhou para André, que deu de ombros sorrindo - Prazer, Thomas.
- Olá Thomas, eu sou a - ela estendeu a mão para o técnico.
Não demorou muito para que os jogadores se juntassem aos três e Tuchel rolasse os olhos. era novidade. Brackel não via uma mulher já há algum tempo.
- Eu fiquei muito tempo afastado e perdi o fato de que o André está com alguém? - Nuri Sahin chegou gargalhando - Não vai apresentar pros amigos? - o turco perguntou.
- Você se importa - André perguntou para que deu de ombros. Ele já tinha levado ela a Brackel e todo o time já havia a visto. Qual era o problema em saber quem era ela?
Quase todos.
- Time, essa daqui é a - em uníssono todos responderam “hallo” ao mesmo tempo, mas André continuou - Ela é a minha namorada.
Namorada?
ficou vermelha, passando pelo roxo, entrou em uma tonalidade de rosa e então ficou branca, como uma folha de papel. Ainda bem que André estava segurando-a pela mão, as chances dela cair eram grandes.
- Sua o quê? - sua boca foi mais rápida que o cérebro e quando percebeu, já havia falado. Na frente de todo o time e equipe técnica.
- Antes de apresentar ela como namorada, era bom informá-la desse posto - Roman Bürki, o goleiro do time gargalhou.
- Não, é que eu… Não sei. Não sabia… - ela não conseguia encontrar as palavras certas - Eu na verdade não esperava e…
- Depois de todo o time saber que você é o amuleto da sorte do Schürrle, você não esperava menos que o posto de namorada dele, não é? - Bartra comentou e corou mais uma vez - Melissa vai adorar saber que agora é oficial.
- E a Gala, como está? - ela lembrou-se da filha de Marc e não conseguia se aguentar com a fofura daquela menina.
- Muito bem! - Tuchel cortou o papo - Todo mundo de volta pro campo. André, você vai dar quarenta voltas hoje!
- Tuchel! - o meio campista gritou quase que em súplica.
- Seriam cinquenta, mas você trouxe essa adorável para o treino hoje e só por causa disso eu reduzi dez. Vai treinar, que eu apresento o CT para ela.
- Mas…
- Já podia ter dado uma volta se não estivesse reclamando, Schürrle.
Bürki tinha razão, talvez ele deveria ter feito um pedido oficial para . Porém para André, eles frequentavam a casa um do outro, saíam juntos, dormiam juntos, ela ia aos jogos dele e uma vez ou outra ele já apareceu na saída do trabalho dela para surpresa. Se aquilo não era um relacionamento já estável, ele não sabia o que era.
Ele deu-se por vencido e soltou a mão de , mas antes de ir se trocar, ele trocou um olhar com . Ela sorriu. Um largo sorriso. Algo que significava felicidade. E André soube que ele tinha feito mais um gol, dessa vez, sem bola.
André deu um selinho em e correu para o vestiário e de lá, para as quarenta voltas. O sorriso dela já era uma resposta para ele, então quarenta voltas correndo não era absolutamente nada demais, perto de quão feliz ele estava.
Capítulo 6: A primeira vez que eles tiveram que fugir de paparazzis.
Justin Bieber faria um show em Colônia, cerca de uma hora de Dortmund, e metade da cidade estava animada. A outra metade que não estava animada era , pois foi uma das que ficou sem ingresso por não ter conseguido comprar na hora que abriu as vendas. Reuniões, reuniões, reuniões. Crescer e virar adulto, na maioria das vezes, era um saco.
passou a semana tentando se esquivar dos surtos e comentários que vinham de todos os lugares: grupos no whatsapp, conversas informais no escritório, e até na fila da cafeteria, onde pegava seu Macchiato todas as manhãs, estavam falando sobre Justin Bieber em Colônia.
Caso André precisasse sair da cidade para um jogo, o que ela esperava que sim, faria questão de acompanhá-lo. A não ser que o jogo fosse em Colônia, aí ela entraria embaixo das cobertas e dormiria pelo fim de semana inteiro.
- Quais os planos para hoje?
Era sábado, manhã do dia do show e estava em sua cama, embaixo das cobertas, crendo que aquilo era um casulo. Ela com certeza só sairia dali se fosse para ir para o show.
- Esquecer que tem Justin Bieber aqui perto - murmurou e ouviu André gargalhar do banheiro.
Haviam dormido na casa dela na noite anterior, e André se preparava para ir a Brackel, para mais um dia de treinos intensos.
- , você realmente está chateada por que não vai ao show? - ele apareceu na porta do quarto segurando a escova de dentes.
- Até a conseguiu ingressos para o show e eu não. Se você me falar que tem algum compromisso hoje à noite, além de eu me sentir abandonada, vou… Eu vou… Eu vou dormir.
- Que grande ameaça - ele ironizou a namorada que o olhou feio.
André voltou ao banheiro, enquanto escovava os dentes, e não conseguia se controlar ao ouvir listando o nome das pessoas que ela conhecia e iam ao show daquela noite.
- conseguiu ingressos na empresa onde trabalha - e então fez uma pausa dramática - Talvez eu tenha que conseguir emprego em outro lugar. Também aposto que os Bartras vão. Oh, eles vão levar a Gala. A Gala vai no show do Bieber e eu não vou, André!
- Schön, você tem quantos anos? - ele voltou ao quarto e sentou na cama. o olhou com ameaça pela segunda vez - Quer ver eu te fazer esquecer aquele show?
- Duvido.
- Faz uma mala com uma muda de roupa pra um dia. Eu saio de Brackel, passo aqui, nós vamos em casa, eu pego minha mala e a gente vai passar o domingo fora de Dortmund.
- Sério? - os olhos de brilharam - Se você me levar pra Colônia dê esse relacionamento por encerrado, Schürrle.
E aos poucos André ia descobrindo que conseguia ser birrenta quando quisesse. E ridiculamente, ele estava descobrindo que ele adorava quando ela fazia aquilo.
- Eu não vou te levar para Colônia.
- Certo, então tudo bem - ela sorriu para o namorado - Amanhã não tem treino?
- Tenho - ele deu de ombros - Mas acho que eu posso tirar um dia pra passar com a minha namorada sem ninguém pra reclamar e encher o saco.
- Freudin - repetiu a palavra em alemão e abriu um sorriso - Acho que eu posso me acostumar em ser chamada assim.
- É bom que se acostume mesmo! - ele se aproximou da namorada e lhe deu um beijo rápido - Vou tentar sair mais cedo do treino, fique pronta quando eu chegar, não quero ficar muito tempo à noite na estrada.
- Sim, senhor - sentou na cama e puxou André novamente em sua direção, dando-lhe um selinho - Bom treino.
- Danke.
E então o loiro saiu do quarto já com o celular em mãos. Ao sair do apartamento, André começava uma série de ligações. Alguns meses atrás, todo o time ganhou ingressos para o show daquela noite, inclusive namoradas e esposas. Acontece que ele era um dos poucos solteiros na época e, naquele momento, ele queria levar sua namorada ao show. Primeiro porque ele queria a companhia dela. Segundo que ela queria muito ir.
Talvez André precisasse convencer algum amigo de que não ir para Colônia naquela noite, seria a melhor decisão.
se animou com a ideia de passar a noite de sábado e o domingo com o namorado então quando André ligou avisando que estava chegando, ela pegou sua mochila, sua bolsa e correu para a entrada do prédio. De lá eles passaram no dele, como combinado e André pegou a estrada ao sul da cidade.
Já estavam viajando há cerca de meia hora quando não se conteve de curiosidade.
- Pra onde estamos indo?
- Curiosa! - André gargalhou e piscou para ela - Na minha bolsa de treino, abre o zíper de trás que lá tem onde vamos.
olhou para o namorado desconfiada, mas esticou o braço para o banco de trás até alcançar a bolsa do namorado. De lá saiu dois papéis, mas não conseguia ler, então trouxe para perto do rosto.
- André! - ela exclamou o nome dele pela primeira vez - André, André, André!
- É o nome que meus pais me deram - ele falou.
- Você está me levando pro show do Justin em Colônia? - ela estava abobada com os papéis em suas mãos.
- Surpresa? - ele perguntou e ela só conseguia balançar a cabeça concordando - Ótimo, porque eu estou devendo ingressos de uma temporada inteira nos melhores assentos do Signal Iduna Park pro cara que trouxe o Bieber pra Colônia.
não pode deixar de rir daquele comentário. Escambo em pleno século vinte e um.
- É que na verdade eu não consegui convencer ninguém do time a desistir do show e dar o ingresso pra mim. Eu já tinha, quando foi anunciado todo mundo ganhou ingressos, para levar até o papagaio se quisessem, só que eu estava solteiro e eu só peguei um.
- E então você ficou comovido com o meu drama de hoje cedo e decidiu fazer surpresa.
- Fala sério, o seu namorado é muito legal!
- E convencido também - ela gargalhou alto - Mas eu acho que nesse momento eu podia te dar um beijo.
- Você tem a noite inteira pra fazer isso se você quiser - ele falou com um sorriso sacana de lado.
- Ridículo!
Não demorou muito para que eles chegassem em Colônia e fossem direto para a arena. Estava lotado, milhares de garotas gritavam incansavelmente, e tinha certeza que uma delas lá no meio, era .
- Pulisic, criança - André se aproximava de um rapaz bem mais novo que eles - Feliz aniversário, guri.
- Obrigado, Schürrle! - o menino então respondeu com um toque de mãos e abraço no mais velho - Oh, o amuleto do Schürrle também veio. Oi, .
- Feliz aniversário, Pulisic - abraçou o menino.
Pulisic era uma graça de menino. Estava completando dezoito anos naquele dia. Ele era extremamente fofo e apertável. Seria bom manter suas bochechas longe de .
O casal foi direto para algumas poltronas mais ao fundo da arena, e não se espantou quando eles chegaram e praticamente todo o time estava lá. O casal cumprimentou os colegas de André e se sentaram na primeira fileira destinado a eles, um do lado do outro.
André não contava que quando as luzes se apagassem, também começaria a gritar.
O jogador tinha certeza que prometer ingressos no estádio tinha sido a melhor coisa que ele tinha feito. estava se divertindo muito e ele estava feliz. Ela cantava todas as músicas, ensaiava passos de dança e vez ou outra, gritava o nome do cantor.
- Is it too late now to say sorry? - cantou para André que sorria para ela - Cause I’m missing more than just your body - o casal trocava olhares e com certeza quem estava por perto sabia que as temperaturas estavam mais altas naquela momento.
Aubameyang percebeu que estava mais calor que o normal.
- Opa, os dois aí podem esperar para quando estiverem sozinhos? Tem crianças aqui, obrigada! - ele falou se referindo ao filho que foi junto.
André rolou os olhos e somente deu um selinho em . Depois daquela música, o show foi encerrado e todos foram saindo. aproveitou o momento para conversar com a namorada do Mario Götze, enquanto o jogador e André vinham logo atrás.
Os quatro então entraram em um elevador que levava para o estacionamento subterrâneo da arena. Praticamente todo o time estacionou seus carros lá. Quando as portas se abriram já no subsolo, os quatro cegaram quase que instantaneamente.
Flashes fotográficos vinham em suas direções. A pergunta que não queria calar era como aquelas pessoas conseguiram acesso ao estacionamento privativo.
- Schön! - André gritou para e segurando no braço dela, a guiou para fora do elevador.
Andando em direção ao carro, Schürrle andou abraçado nela, procurando ao máximo proteger o rosto dela.
Mario e sua namorada não estavam sendo perseguidos da mesma forma. Estavam lá por . Queria ver quem era a namorada de André Schürrle que estava sendo dito nas redes sociais ultimamente.
estava atônita e agradecia pelo namorado estar guiando-a em direção ao carro. Claro que seria estranho ver seu rosto nas colunas de fofoca no dia seguinte, mas as fotos não estavam a atrapalhando. Os flashes que estavam simplesmente transformando sua miopia em cegueira total.
Quando eles chegaram ao carro, André abriu a porta para ela entrar e contornou, sentando ao seu lado. Os vidros laterais eram completamente escuros, mas na frente não e mais flashes vieram daquela direção.
- Acho que eu te esqueci de falar os contras de ser minha namorada.
- É sempre assim? - perguntou. Apesar das luzes, sentia-se mais protegida ali.
- Até eles se acostumarem com você. Digamos que foi a primeira vez que eu apareci em público com a minha nova namorada. Para os tabloides sensacionalistas, isso é um prato cheio.
- Tudo bem - disse pausadamente. Aquelas luzes já estavam infernizando-a - E agora?
- Agora eles estão esperando a gente se beijar. Você sabe quanto vale uma foto dessas? - balançou a cabeça em negação - Pode chegar na casa de milhões - exclamou um sheiße, o que fez André rir - Mas eu tive uma ideia melhor.
Quando os fotógrafos começaram a dispersar, André conseguiu sair com o carro e eles foram direto para o hotel que ele tinha reservado. Mais tarde, aquela noite, ele publicou pela primeira vez uma foto com em suas contas. Eles estavam se beijando.
Naquele momento os paparazzis se remoíam de ódio. Uma foto daquelas já não tinha mais nenhum valor para eles.
passou a semana tentando se esquivar dos surtos e comentários que vinham de todos os lugares: grupos no whatsapp, conversas informais no escritório, e até na fila da cafeteria, onde pegava seu Macchiato todas as manhãs, estavam falando sobre Justin Bieber em Colônia.
Caso André precisasse sair da cidade para um jogo, o que ela esperava que sim, faria questão de acompanhá-lo. A não ser que o jogo fosse em Colônia, aí ela entraria embaixo das cobertas e dormiria pelo fim de semana inteiro.
- Quais os planos para hoje?
Era sábado, manhã do dia do show e estava em sua cama, embaixo das cobertas, crendo que aquilo era um casulo. Ela com certeza só sairia dali se fosse para ir para o show.
- Esquecer que tem Justin Bieber aqui perto - murmurou e ouviu André gargalhar do banheiro.
Haviam dormido na casa dela na noite anterior, e André se preparava para ir a Brackel, para mais um dia de treinos intensos.
- , você realmente está chateada por que não vai ao show? - ele apareceu na porta do quarto segurando a escova de dentes.
- Até a conseguiu ingressos para o show e eu não. Se você me falar que tem algum compromisso hoje à noite, além de eu me sentir abandonada, vou… Eu vou… Eu vou dormir.
- Que grande ameaça - ele ironizou a namorada que o olhou feio.
André voltou ao banheiro, enquanto escovava os dentes, e não conseguia se controlar ao ouvir listando o nome das pessoas que ela conhecia e iam ao show daquela noite.
- conseguiu ingressos na empresa onde trabalha - e então fez uma pausa dramática - Talvez eu tenha que conseguir emprego em outro lugar. Também aposto que os Bartras vão. Oh, eles vão levar a Gala. A Gala vai no show do Bieber e eu não vou, André!
- Schön, você tem quantos anos? - ele voltou ao quarto e sentou na cama. o olhou com ameaça pela segunda vez - Quer ver eu te fazer esquecer aquele show?
- Duvido.
- Faz uma mala com uma muda de roupa pra um dia. Eu saio de Brackel, passo aqui, nós vamos em casa, eu pego minha mala e a gente vai passar o domingo fora de Dortmund.
- Sério? - os olhos de brilharam - Se você me levar pra Colônia dê esse relacionamento por encerrado, Schürrle.
E aos poucos André ia descobrindo que conseguia ser birrenta quando quisesse. E ridiculamente, ele estava descobrindo que ele adorava quando ela fazia aquilo.
- Eu não vou te levar para Colônia.
- Certo, então tudo bem - ela sorriu para o namorado - Amanhã não tem treino?
- Tenho - ele deu de ombros - Mas acho que eu posso tirar um dia pra passar com a minha namorada sem ninguém pra reclamar e encher o saco.
- Freudin - repetiu a palavra em alemão e abriu um sorriso - Acho que eu posso me acostumar em ser chamada assim.
- É bom que se acostume mesmo! - ele se aproximou da namorada e lhe deu um beijo rápido - Vou tentar sair mais cedo do treino, fique pronta quando eu chegar, não quero ficar muito tempo à noite na estrada.
- Sim, senhor - sentou na cama e puxou André novamente em sua direção, dando-lhe um selinho - Bom treino.
- Danke.
E então o loiro saiu do quarto já com o celular em mãos. Ao sair do apartamento, André começava uma série de ligações. Alguns meses atrás, todo o time ganhou ingressos para o show daquela noite, inclusive namoradas e esposas. Acontece que ele era um dos poucos solteiros na época e, naquele momento, ele queria levar sua namorada ao show. Primeiro porque ele queria a companhia dela. Segundo que ela queria muito ir.
Talvez André precisasse convencer algum amigo de que não ir para Colônia naquela noite, seria a melhor decisão.
se animou com a ideia de passar a noite de sábado e o domingo com o namorado então quando André ligou avisando que estava chegando, ela pegou sua mochila, sua bolsa e correu para a entrada do prédio. De lá eles passaram no dele, como combinado e André pegou a estrada ao sul da cidade.
Já estavam viajando há cerca de meia hora quando não se conteve de curiosidade.
- Pra onde estamos indo?
- Curiosa! - André gargalhou e piscou para ela - Na minha bolsa de treino, abre o zíper de trás que lá tem onde vamos.
olhou para o namorado desconfiada, mas esticou o braço para o banco de trás até alcançar a bolsa do namorado. De lá saiu dois papéis, mas não conseguia ler, então trouxe para perto do rosto.
- André! - ela exclamou o nome dele pela primeira vez - André, André, André!
- É o nome que meus pais me deram - ele falou.
- Você está me levando pro show do Justin em Colônia? - ela estava abobada com os papéis em suas mãos.
- Surpresa? - ele perguntou e ela só conseguia balançar a cabeça concordando - Ótimo, porque eu estou devendo ingressos de uma temporada inteira nos melhores assentos do Signal Iduna Park pro cara que trouxe o Bieber pra Colônia.
não pode deixar de rir daquele comentário. Escambo em pleno século vinte e um.
- É que na verdade eu não consegui convencer ninguém do time a desistir do show e dar o ingresso pra mim. Eu já tinha, quando foi anunciado todo mundo ganhou ingressos, para levar até o papagaio se quisessem, só que eu estava solteiro e eu só peguei um.
- E então você ficou comovido com o meu drama de hoje cedo e decidiu fazer surpresa.
- Fala sério, o seu namorado é muito legal!
- E convencido também - ela gargalhou alto - Mas eu acho que nesse momento eu podia te dar um beijo.
- Você tem a noite inteira pra fazer isso se você quiser - ele falou com um sorriso sacana de lado.
- Ridículo!
Não demorou muito para que eles chegassem em Colônia e fossem direto para a arena. Estava lotado, milhares de garotas gritavam incansavelmente, e tinha certeza que uma delas lá no meio, era .
- Pulisic, criança - André se aproximava de um rapaz bem mais novo que eles - Feliz aniversário, guri.
- Obrigado, Schürrle! - o menino então respondeu com um toque de mãos e abraço no mais velho - Oh, o amuleto do Schürrle também veio. Oi, .
- Feliz aniversário, Pulisic - abraçou o menino.
Pulisic era uma graça de menino. Estava completando dezoito anos naquele dia. Ele era extremamente fofo e apertável. Seria bom manter suas bochechas longe de .
O casal foi direto para algumas poltronas mais ao fundo da arena, e não se espantou quando eles chegaram e praticamente todo o time estava lá. O casal cumprimentou os colegas de André e se sentaram na primeira fileira destinado a eles, um do lado do outro.
André não contava que quando as luzes se apagassem, também começaria a gritar.
O jogador tinha certeza que prometer ingressos no estádio tinha sido a melhor coisa que ele tinha feito. estava se divertindo muito e ele estava feliz. Ela cantava todas as músicas, ensaiava passos de dança e vez ou outra, gritava o nome do cantor.
- Is it too late now to say sorry? - cantou para André que sorria para ela - Cause I’m missing more than just your body - o casal trocava olhares e com certeza quem estava por perto sabia que as temperaturas estavam mais altas naquela momento.
Aubameyang percebeu que estava mais calor que o normal.
- Opa, os dois aí podem esperar para quando estiverem sozinhos? Tem crianças aqui, obrigada! - ele falou se referindo ao filho que foi junto.
André rolou os olhos e somente deu um selinho em . Depois daquela música, o show foi encerrado e todos foram saindo. aproveitou o momento para conversar com a namorada do Mario Götze, enquanto o jogador e André vinham logo atrás.
Os quatro então entraram em um elevador que levava para o estacionamento subterrâneo da arena. Praticamente todo o time estacionou seus carros lá. Quando as portas se abriram já no subsolo, os quatro cegaram quase que instantaneamente.
Flashes fotográficos vinham em suas direções. A pergunta que não queria calar era como aquelas pessoas conseguiram acesso ao estacionamento privativo.
- Schön! - André gritou para e segurando no braço dela, a guiou para fora do elevador.
Andando em direção ao carro, Schürrle andou abraçado nela, procurando ao máximo proteger o rosto dela.
Mario e sua namorada não estavam sendo perseguidos da mesma forma. Estavam lá por . Queria ver quem era a namorada de André Schürrle que estava sendo dito nas redes sociais ultimamente.
estava atônita e agradecia pelo namorado estar guiando-a em direção ao carro. Claro que seria estranho ver seu rosto nas colunas de fofoca no dia seguinte, mas as fotos não estavam a atrapalhando. Os flashes que estavam simplesmente transformando sua miopia em cegueira total.
Quando eles chegaram ao carro, André abriu a porta para ela entrar e contornou, sentando ao seu lado. Os vidros laterais eram completamente escuros, mas na frente não e mais flashes vieram daquela direção.
- Acho que eu te esqueci de falar os contras de ser minha namorada.
- É sempre assim? - perguntou. Apesar das luzes, sentia-se mais protegida ali.
- Até eles se acostumarem com você. Digamos que foi a primeira vez que eu apareci em público com a minha nova namorada. Para os tabloides sensacionalistas, isso é um prato cheio.
- Tudo bem - disse pausadamente. Aquelas luzes já estavam infernizando-a - E agora?
- Agora eles estão esperando a gente se beijar. Você sabe quanto vale uma foto dessas? - balançou a cabeça em negação - Pode chegar na casa de milhões - exclamou um sheiße, o que fez André rir - Mas eu tive uma ideia melhor.
Quando os fotógrafos começaram a dispersar, André conseguiu sair com o carro e eles foram direto para o hotel que ele tinha reservado. Mais tarde, aquela noite, ele publicou pela primeira vez uma foto com em suas contas. Eles estavam se beijando.
Naquele momento os paparazzis se remoíam de ódio. Uma foto daquelas já não tinha mais nenhum valor para eles.
Capítulo 7: A primeira vez que ela esteve com a família dele.
Eles dormiram e acordaram juntos, mas naquele dia, aquilo não era suficiente para . Era aniversário de André, ela distribuiu beijos e amor a ele naquela manhã. Almoçaram juntos. Até que ele precisou ir a Brackel. Não teria folga nem no seu aniversário.
ficou pensando em formas de surpreender o namorado, até que viu algo brilhando perto da televisão. Ela sorriu. Ele estava com mania de deixar as chaves do apartamento dele, pelo dela, de forma proposital. sorriu e foi para o banho, com ideias em mente. André teria uma surpresa em seu aniversário.
Ao sair de casa, foi direto para uma confeitaria ali perto e comprou um bolo que estava por lá. Baunilha, o preferido do namorado, e algumas velas, vinte e seis para ser exata, a idade que o namorado estava comemorando. De lá chamou um Uber e em pouco tempo estava em um carro indo para a casa de André, do outro lado da cidade.
Ela sorriu ao ver o prédio à sua frente e, após descer do carro, abriu a porta que dava acesso ao mesmo. Não havia porteiros e como ela tinha a chave, não precisava tocar o interfone para se anunciar. Ela chamou o elevador e não demorou muito para subir ao último andar.
estava ansiosa. Sabia que não era hora de André ter chegado do treino, então isso lhe daria tempo para esconder o bolo na geladeira e fazer uma surpresa a ele.
Ela colocou a chave fechadura da porta da frente e achou estranho quando a mesma não girou. Equilibrando a caixa de bolo em uma mão, levou a mão na maçaneta e virou a mesma, e a porta lentamente abriu para dentro, revelando a casa do namorado.
- André? - chamou enquanto entrava no apartamento
Ela fechou a porta e trancou, mas deixou a chave na fechadura. se virou novamente e encontrou um casal um pouco mais velho a olhando.
- Oh, entschuldigung - se desculpou e então virou a cabeça confirmando a decoração que ela já conhecia - Mas acho que eu não estou no apartamento errado.
- Quem é você, mocinha?
sentiu seu cérebro começar a queimar e pifar. Ela devia estar fazendo papel de ridícula, pois estava com a boca entreaberta, sem conseguir responder a pergunta daquela mulher, segurando uma caixa de bolo enquanto sua bolsa estava caída no braço.
Não demorou muito para que a feição do homem mudasse de curioso, para feliz.
- Você é a ? - ele foi em direção a e tirou a caixa de bolo das mãos dela, com um sorriso no rosto.
só conseguiu agradecer a atitude daquele homem e balançou a cabeça positivamente.
- Luise, essa é a…
Então o barulho de passos apressados no corredor desviou o olhar dos três naquela sala, e encontraram os de André, com o corpo molhado, e enrolado em uma toalha.
- Mãe? Pai? - então entendeu que o casal à sua frente, eram os pais do seu namorado. Invadindo a casa dele não era como ela queria conhecer os pais do namorado - ? - ele então sorriu ao vê-la ainda parada no mesmo lugar, e sem graça.
- Alles Gute zum Geburtstag? - ela desejou parabéns ao namorado, um pouco na dúvida de que aquilo era certo.
- Ela trouxe bolo! - o pai levantou a caixa para o filho em foi em direção à cozinha dele.
Logo em seguida a campainha tocou e a mãe de André foi em direção à porta, destrancando a mesma.
- Eu falei para deixar a porta destrancada que eu já estava subindo! - uma mulher loira, que devia ser um pouco mais velha que , entrou no apartamento reclamando - André pelo amor de Deus, coloque uma roupa - ela apontou para o homem e então se virou, encontrando , que continuava ainda sem entender o que acontecia – Ai, meu Deus, você deve ser a , oi!
E então abraçou a namorada de André. a abraçou de volta enquanto olhava para André, que pedia desculpas a ela.
- É assim que você recebe seus pais, sua irmã e sua namorada, André? - a mulher então largou o abraço de - Oi , eu sou a Sabrina - e virou para André - Irmã desse imprestável.
- André, pelo amor de Deus, vá se vestir - a mãe de André falou, indo em direção à - Oi querida, acho que nós começamos mal - e então a abraçou. começou a se sentir mais relaxada - Meu filho nunca se dignou a mostrar uma foto da nova namorada para mim, por isso não reconheci quando você entrou pela porta.
- Sem problemas - sorriu para ela - Eu me chamo , dona Luise.
- Dona, imagina - a mulher então deu um tapa no ar - Só me chame de Luise. Como você está?
Elas sentaram no sofá enquanto Joachim, pai de André e Sabrina, procurava algo na geladeira para servir à família e principalmente, à namorada do filho. tinha quase certeza que ele não encontraria nada, pois ela já tinha mandado o namorado ir ao mercado, mas ele era teimoso demais para aquilo.
- Eu estudei em Munique e em Londres - contava sobre seus estudos, depois de ter sido perguntado por Luise - E consegui esse emprego maravilhoso na empresa.
- Meu irmão não está pagando pra você sair com ele, né? - Sabrina gargalhou e foi repreendida pelos pais - Gente, a é linda e inteligente, não é normal o André conseguir uma garota dessas.
deu um sorriso tímido com o comentário, mas, no fundo, estava querendo um saco de papel para se esconder.
- Mein Gott, imagine. Eu nem sou tudo isso não. E ele é tão bom pra mim.
- Quem é bom para quem aqui? - a voz de André voltou a ecoar na sala e os quatro olharam. Dessa vez ele estava devidamente vestido - Sabrina, você não está alugando a minha namorada, está?
- Alles Gute zum Geburtstag! - Luise se levantou para abraçar o filho - Nem acredito que o meu bebê mais novo já tem vinte e seis anos.
Foi então a vez de André querer se esconder em um saco de papel. Não era dessa forma que se tratava um filho da idade dele, na frente da nova namorada.
Os pais e a irmã o cumprimentaram, então ele sentou ao lado da namorada, abraçando-a pelo ombro.
- Eu comprei algo pra você - ela falou abrindo a bolsa - É um presente bobo, porque é um pouco complicado comprar algo pra quem já tem tudo.
- , só o fato de você não ter me questionado, quando eu te apresentei como namorada na frente de todo o time, já é um presente.
- Você jura que a apresentou pro time sem perguntar se ela aceitava ser sua namorada? - Sabrina chocou ao ouvir aquelas palavras - Eu reveria esse relacionamento aí.
- Sabrina, o que você veio fazer aqui mesmo?
achou graça do relacionamento entre os irmãos e finalmente tirou da bolsa um embrulho quadrado e fino, em um papel metalizado. Ela estendeu para o namorado.
- Você coloca onde achar melhor - ela e os pais dele observavam ele abrindo o embrulho - Nem sei porque eu comprei isso na verdade. Não fui muito criativa.
André pegou um porta retrato, com uma moldura simples e a foto era uma das milhares que eles tiraram enquanto deitados, no pós show do Justin Bieber. Eles olhavam um para o outro e tinha um pequeno sorriso formando no rosto.
- Eu amei - ele sorriu para e a abraçou forte - Vai pra cabeceira da cama, pra quando eu não dormir com você, ser a primeira coisa que eu vir quando acordar.
- Vocês são tão fofos e clichês - Sabrina falou enquanto via o irmão dar um selinho na namorada. Ele então levantou o dedo para ela - Eu me despenco até Dortmund pra isso, André?
- Afinal - ele então se virou para a própria família - O que trouxe vocês até aqui?
- Seu aniversário - Joachim respondeu como se fosse óbvio - Decidimos fazer uma surpresa para você, mas aparentemente você estava no banho para nos receber.
- Eu achei que era legal vir aqui enquanto você estava no treino e te trazer um bolo, mas sua porta estava aberta e aparentemente você fugiu de Brackel hoje.
- As vantagens de ser aniversariante.
- E então a entrou e ficou assustada, não é por menos, por nos ver aqui dentro já. Inclusive, a gente tinha acabado de entrar.
- E eu vou imaginar que meus pais vão vir até Dortmund no meu aniversário? - André riu - Eu estava no banho e ouvi barulhos, só conseguia imaginar que alguém tinha invadido minha casa e eu sairia do banho com a casa vazia. Na pior das hipóteses, eu morreria pelado.
- Pelo amor de Deus - Luise fez o sinal da cruz com as últimas palavras que André falou.
- Mas são só as pessoas que eu mais gosto no mundo, preocupadas comigo.
- E eu trouxe bolo - encerrou o assunto.
André beliscou a cintura da namorada e apoiou o queixo no ombro dela.
- Por favor me diz que é o seu bolo preferido porque eu mataria para ter um daqueles no dia de hoje.
- De baunilha com chocolate.
- Você é a melhor!
E então eles passaram o resto do dia com bolo. E algumas bebidas que o Joachim saiu para comprar. Depois um jantar íntimo que Luise preparou. E mais tarde, uma balada onde André, e Sabrina decidiram aproveitar a noite.
Sozinhos no apartamento do filho, no quarto de hóspedes, Luise e Joachim só sabiam falar em como era a nora perfeita e que André deveria mantê-la para sempre.
ficou pensando em formas de surpreender o namorado, até que viu algo brilhando perto da televisão. Ela sorriu. Ele estava com mania de deixar as chaves do apartamento dele, pelo dela, de forma proposital. sorriu e foi para o banho, com ideias em mente. André teria uma surpresa em seu aniversário.
Ao sair de casa, foi direto para uma confeitaria ali perto e comprou um bolo que estava por lá. Baunilha, o preferido do namorado, e algumas velas, vinte e seis para ser exata, a idade que o namorado estava comemorando. De lá chamou um Uber e em pouco tempo estava em um carro indo para a casa de André, do outro lado da cidade.
Ela sorriu ao ver o prédio à sua frente e, após descer do carro, abriu a porta que dava acesso ao mesmo. Não havia porteiros e como ela tinha a chave, não precisava tocar o interfone para se anunciar. Ela chamou o elevador e não demorou muito para subir ao último andar.
estava ansiosa. Sabia que não era hora de André ter chegado do treino, então isso lhe daria tempo para esconder o bolo na geladeira e fazer uma surpresa a ele.
Ela colocou a chave fechadura da porta da frente e achou estranho quando a mesma não girou. Equilibrando a caixa de bolo em uma mão, levou a mão na maçaneta e virou a mesma, e a porta lentamente abriu para dentro, revelando a casa do namorado.
- André? - chamou enquanto entrava no apartamento
Ela fechou a porta e trancou, mas deixou a chave na fechadura. se virou novamente e encontrou um casal um pouco mais velho a olhando.
- Oh, entschuldigung - se desculpou e então virou a cabeça confirmando a decoração que ela já conhecia - Mas acho que eu não estou no apartamento errado.
- Quem é você, mocinha?
sentiu seu cérebro começar a queimar e pifar. Ela devia estar fazendo papel de ridícula, pois estava com a boca entreaberta, sem conseguir responder a pergunta daquela mulher, segurando uma caixa de bolo enquanto sua bolsa estava caída no braço.
Não demorou muito para que a feição do homem mudasse de curioso, para feliz.
- Você é a ? - ele foi em direção a e tirou a caixa de bolo das mãos dela, com um sorriso no rosto.
só conseguiu agradecer a atitude daquele homem e balançou a cabeça positivamente.
- Luise, essa é a…
Então o barulho de passos apressados no corredor desviou o olhar dos três naquela sala, e encontraram os de André, com o corpo molhado, e enrolado em uma toalha.
- Mãe? Pai? - então entendeu que o casal à sua frente, eram os pais do seu namorado. Invadindo a casa dele não era como ela queria conhecer os pais do namorado - ? - ele então sorriu ao vê-la ainda parada no mesmo lugar, e sem graça.
- Alles Gute zum Geburtstag? - ela desejou parabéns ao namorado, um pouco na dúvida de que aquilo era certo.
- Ela trouxe bolo! - o pai levantou a caixa para o filho em foi em direção à cozinha dele.
Logo em seguida a campainha tocou e a mãe de André foi em direção à porta, destrancando a mesma.
- Eu falei para deixar a porta destrancada que eu já estava subindo! - uma mulher loira, que devia ser um pouco mais velha que , entrou no apartamento reclamando - André pelo amor de Deus, coloque uma roupa - ela apontou para o homem e então se virou, encontrando , que continuava ainda sem entender o que acontecia – Ai, meu Deus, você deve ser a , oi!
E então abraçou a namorada de André. a abraçou de volta enquanto olhava para André, que pedia desculpas a ela.
- É assim que você recebe seus pais, sua irmã e sua namorada, André? - a mulher então largou o abraço de - Oi , eu sou a Sabrina - e virou para André - Irmã desse imprestável.
- André, pelo amor de Deus, vá se vestir - a mãe de André falou, indo em direção à - Oi querida, acho que nós começamos mal - e então a abraçou. começou a se sentir mais relaxada - Meu filho nunca se dignou a mostrar uma foto da nova namorada para mim, por isso não reconheci quando você entrou pela porta.
- Sem problemas - sorriu para ela - Eu me chamo , dona Luise.
- Dona, imagina - a mulher então deu um tapa no ar - Só me chame de Luise. Como você está?
Elas sentaram no sofá enquanto Joachim, pai de André e Sabrina, procurava algo na geladeira para servir à família e principalmente, à namorada do filho. tinha quase certeza que ele não encontraria nada, pois ela já tinha mandado o namorado ir ao mercado, mas ele era teimoso demais para aquilo.
- Eu estudei em Munique e em Londres - contava sobre seus estudos, depois de ter sido perguntado por Luise - E consegui esse emprego maravilhoso na empresa.
- Meu irmão não está pagando pra você sair com ele, né? - Sabrina gargalhou e foi repreendida pelos pais - Gente, a é linda e inteligente, não é normal o André conseguir uma garota dessas.
deu um sorriso tímido com o comentário, mas, no fundo, estava querendo um saco de papel para se esconder.
- Mein Gott, imagine. Eu nem sou tudo isso não. E ele é tão bom pra mim.
- Quem é bom para quem aqui? - a voz de André voltou a ecoar na sala e os quatro olharam. Dessa vez ele estava devidamente vestido - Sabrina, você não está alugando a minha namorada, está?
- Alles Gute zum Geburtstag! - Luise se levantou para abraçar o filho - Nem acredito que o meu bebê mais novo já tem vinte e seis anos.
Foi então a vez de André querer se esconder em um saco de papel. Não era dessa forma que se tratava um filho da idade dele, na frente da nova namorada.
Os pais e a irmã o cumprimentaram, então ele sentou ao lado da namorada, abraçando-a pelo ombro.
- Eu comprei algo pra você - ela falou abrindo a bolsa - É um presente bobo, porque é um pouco complicado comprar algo pra quem já tem tudo.
- , só o fato de você não ter me questionado, quando eu te apresentei como namorada na frente de todo o time, já é um presente.
- Você jura que a apresentou pro time sem perguntar se ela aceitava ser sua namorada? - Sabrina chocou ao ouvir aquelas palavras - Eu reveria esse relacionamento aí.
- Sabrina, o que você veio fazer aqui mesmo?
achou graça do relacionamento entre os irmãos e finalmente tirou da bolsa um embrulho quadrado e fino, em um papel metalizado. Ela estendeu para o namorado.
- Você coloca onde achar melhor - ela e os pais dele observavam ele abrindo o embrulho - Nem sei porque eu comprei isso na verdade. Não fui muito criativa.
André pegou um porta retrato, com uma moldura simples e a foto era uma das milhares que eles tiraram enquanto deitados, no pós show do Justin Bieber. Eles olhavam um para o outro e tinha um pequeno sorriso formando no rosto.
- Eu amei - ele sorriu para e a abraçou forte - Vai pra cabeceira da cama, pra quando eu não dormir com você, ser a primeira coisa que eu vir quando acordar.
- Vocês são tão fofos e clichês - Sabrina falou enquanto via o irmão dar um selinho na namorada. Ele então levantou o dedo para ela - Eu me despenco até Dortmund pra isso, André?
- Afinal - ele então se virou para a própria família - O que trouxe vocês até aqui?
- Seu aniversário - Joachim respondeu como se fosse óbvio - Decidimos fazer uma surpresa para você, mas aparentemente você estava no banho para nos receber.
- Eu achei que era legal vir aqui enquanto você estava no treino e te trazer um bolo, mas sua porta estava aberta e aparentemente você fugiu de Brackel hoje.
- As vantagens de ser aniversariante.
- E então a entrou e ficou assustada, não é por menos, por nos ver aqui dentro já. Inclusive, a gente tinha acabado de entrar.
- E eu vou imaginar que meus pais vão vir até Dortmund no meu aniversário? - André riu - Eu estava no banho e ouvi barulhos, só conseguia imaginar que alguém tinha invadido minha casa e eu sairia do banho com a casa vazia. Na pior das hipóteses, eu morreria pelado.
- Pelo amor de Deus - Luise fez o sinal da cruz com as últimas palavras que André falou.
- Mas são só as pessoas que eu mais gosto no mundo, preocupadas comigo.
- E eu trouxe bolo - encerrou o assunto.
André beliscou a cintura da namorada e apoiou o queixo no ombro dela.
- Por favor me diz que é o seu bolo preferido porque eu mataria para ter um daqueles no dia de hoje.
- De baunilha com chocolate.
- Você é a melhor!
E então eles passaram o resto do dia com bolo. E algumas bebidas que o Joachim saiu para comprar. Depois um jantar íntimo que Luise preparou. E mais tarde, uma balada onde André, e Sabrina decidiram aproveitar a noite.
Sozinhos no apartamento do filho, no quarto de hóspedes, Luise e Joachim só sabiam falar em como era a nora perfeita e que André deveria mantê-la para sempre.
Capítulo 8: A primeira vez que eles falaram "Eu te amo"
Com o tempo, e André começaram a aprender a lidar com os horários deles e começaram a planejar inclusive, escapadas durante a semana para se verem.
Uma noite eles resolveram ir ao Thier-Galerie. alegou que precisava passar em algumas lojas e também distrair a cabeça, já que a proximidade com o fim de ano estava enlouquecendo-a no escritório.
André a ajudava com as sacolas de compras da Primark, enquanto ela tomava um café. Eles eram diferentes. era a favor de gastos menores, onde ela poderia levar mais. André preferia comprar algo extremamente caro e de qualidade. Ele a levava para ver vitrines de lojas exclusivas. Ela preferia puxá-lo para dentro de lojas de departamento.
Os dois então estavam em mais uma loja popular quando encontraram uma longa fila pelo lugar. A curiosidade de foi maior e ela acabou descobrindo que era para uma cabine de fotos instalada na loja.
- Vamos? - os olhos dela brilharam.
Como recusar? era uma apaixonada por fotografias. No caso, ser a modelo delas. E André não costumava recusar os pedidos dela.
- Vamos! - ela decidiu antes dele responder e o puxou para a fila.
Ele gostava da presença da namorada, gostava de estar com ela. De falar sobre aleatoriedades. Um dia falavam sobre futebol, outro dia ele a ouvia desabafar que um de seus projetos não havia sido aprovado. Em outro momento estavam falando da corrida presidencial americana. Em outro, reclamava que a combinação de roupas de André estava ridícula. Ou até mesmo, falavam sobre a música da rádio.
tinha aquele jeito que André gostava. Mulher independente, auto confiante. Ela era carinhosa, tinha um quê de doçura que às vezes o fazia querer abraçá-la e “levar embora”. Tinha sua teimosia, suas crenças e batia o pé pelos seus direitos. Era quase que uma princesa dos dias atuais, mas perdia a nobreza, a delicadeza da realeza, quando eles estavam na cama, apresentando seu lado autoritário. Ele estava ficando cada dia mais louco por aquela mulher.
Eles eram André e . E quem estava de fora, costumava dizer que era muito fácil assistir o relacionamento deles.
- Sem fazer caretas - André pediu para antes que chegasse a vez deles de entrar na cabine.
- André, é uma cabine de fotos, a graça delas é tirar foto fazendo careta.
- Você pode sorrir, ficar séria, piscar… Tem várias outras poses.
o abraçou pelo quadril. A diferença de altura entre eles era pouca e sumia quando resolvia usar salto alto. Mas naquele dia ela estava usando uma bota baixa, e ela gostava de ter que olhar para cima para encontrar os olhos dele.
- Você podia deixar de ser sério, sabia? - ela beliscou a costela dele - Toda aquela pose de mau, aquela cara de bravo que você faz em campo, pode sumir quando nós estamos juntos - e então ela ficou na meia ponta para se aproximar do ouvido dele - Eu sei que é fachada para amedrontar os jogadores do outro time.
Dito e feito. A expressão séria dele sumiu ao ouvir aquela última frase e André abriu um sorriso.
- Você sabe o poder que você tem sobre mim? - ele perguntou para a namorada que deu de ombros.
- Agora você podia fazer uma careta. Mostra a língua.
Para sorte de André, chegou a vez deles de entrar na cabine. Uma moça os ajudou, e deu a instruções, de que eles poderiam fazer quatro poses.
A tela fazia uma contagem regressiva, e antes que o número um virasse zero, André instruiu a namorada.
- Sorri, !
Logo a contagem começou novamente, e ele repetiu.
- Agora faz cara de séria.
A terceira contagem se iniciou e ele gritou.
- Agora pode piscar!
E na última, em vez dele gritar, ele virou o rosto e beijou a bochecha dela. Quando a tira de fotos saiu, ele olhou para as quatro e depois para a namorada, que tinha um olhar sapeca.
- !
- André, é uma cabine de fotos - ela fez birra e bateu os pés.
- A gente vai tirar de novo.
- Não, a fila está imensa, vamos embora!
Realmente, a fila estava imensa. Mas talvez ninguém ligaria se eles quisessem ficar mais um tempo lá, ligariam?
- A gente vai de novo - André disse assim que a moça puxou a cortina da cabine, e ele sorriu para ela. franziu os olhos e balançou a cabeça em negação. Ele estava usando o poder que tem sobre ela, seu sorriso, para conseguir convencer outra pessoa do que ele queria.
A moça então programou novamente o computador e fechou a cortina.
- Sem fazer caretas.
- Tudo bem - sorriu para ele e então virou para a tela à frente deles.
manteve o sorriso enquanto a contagem regressiva chegava ao fim, e André sorriu ao lado dela. Quando o um virou zero, ela simplesmente deixou seus olhos vesgos e deu a língua.
- Você é impossível.
- Tá, tá bom, agora eu faço direito.
entortou a boca, mas não percebeu que André não tinha olhado para a câmera.
- Ich liebe dich - ele simplesmente falou.
então virou para o namorado, um pouco confusa, um pouco sem entender, e aos poucos um sorriso foi abrindo nos seus lábios.
- O que você falou? - e então, virada para ele, com um largo sorriso, a câmera disparou a foto seguinte.
- Eu te amo - André repetiu.
Eles então esqueceram que estavam em uma cabine de fotos. puxou o rosto dele para perto do seu e beijou o namorado. Mais uma foto foi disparada. André amava ela, que percebia então, que amava ele há algum tempo também, mas não sabia que nome se dava para aquele sentimento estranho no estômago.
- Eu também te amo - ela repetiu para ele e sorrindo um para o outro, a última foto foi tirada.
Provavelmente aquelas últimas quatro fotos foram as mais bonitas que aquele photobooth já viu.
Uma noite eles resolveram ir ao Thier-Galerie. alegou que precisava passar em algumas lojas e também distrair a cabeça, já que a proximidade com o fim de ano estava enlouquecendo-a no escritório.
André a ajudava com as sacolas de compras da Primark, enquanto ela tomava um café. Eles eram diferentes. era a favor de gastos menores, onde ela poderia levar mais. André preferia comprar algo extremamente caro e de qualidade. Ele a levava para ver vitrines de lojas exclusivas. Ela preferia puxá-lo para dentro de lojas de departamento.
Os dois então estavam em mais uma loja popular quando encontraram uma longa fila pelo lugar. A curiosidade de foi maior e ela acabou descobrindo que era para uma cabine de fotos instalada na loja.
- Vamos? - os olhos dela brilharam.
Como recusar? era uma apaixonada por fotografias. No caso, ser a modelo delas. E André não costumava recusar os pedidos dela.
- Vamos! - ela decidiu antes dele responder e o puxou para a fila.
Ele gostava da presença da namorada, gostava de estar com ela. De falar sobre aleatoriedades. Um dia falavam sobre futebol, outro dia ele a ouvia desabafar que um de seus projetos não havia sido aprovado. Em outro momento estavam falando da corrida presidencial americana. Em outro, reclamava que a combinação de roupas de André estava ridícula. Ou até mesmo, falavam sobre a música da rádio.
tinha aquele jeito que André gostava. Mulher independente, auto confiante. Ela era carinhosa, tinha um quê de doçura que às vezes o fazia querer abraçá-la e “levar embora”. Tinha sua teimosia, suas crenças e batia o pé pelos seus direitos. Era quase que uma princesa dos dias atuais, mas perdia a nobreza, a delicadeza da realeza, quando eles estavam na cama, apresentando seu lado autoritário. Ele estava ficando cada dia mais louco por aquela mulher.
Eles eram André e . E quem estava de fora, costumava dizer que era muito fácil assistir o relacionamento deles.
- Sem fazer caretas - André pediu para antes que chegasse a vez deles de entrar na cabine.
- André, é uma cabine de fotos, a graça delas é tirar foto fazendo careta.
- Você pode sorrir, ficar séria, piscar… Tem várias outras poses.
o abraçou pelo quadril. A diferença de altura entre eles era pouca e sumia quando resolvia usar salto alto. Mas naquele dia ela estava usando uma bota baixa, e ela gostava de ter que olhar para cima para encontrar os olhos dele.
- Você podia deixar de ser sério, sabia? - ela beliscou a costela dele - Toda aquela pose de mau, aquela cara de bravo que você faz em campo, pode sumir quando nós estamos juntos - e então ela ficou na meia ponta para se aproximar do ouvido dele - Eu sei que é fachada para amedrontar os jogadores do outro time.
Dito e feito. A expressão séria dele sumiu ao ouvir aquela última frase e André abriu um sorriso.
- Você sabe o poder que você tem sobre mim? - ele perguntou para a namorada que deu de ombros.
- Agora você podia fazer uma careta. Mostra a língua.
Para sorte de André, chegou a vez deles de entrar na cabine. Uma moça os ajudou, e deu a instruções, de que eles poderiam fazer quatro poses.
A tela fazia uma contagem regressiva, e antes que o número um virasse zero, André instruiu a namorada.
- Sorri, !
Logo a contagem começou novamente, e ele repetiu.
- Agora faz cara de séria.
A terceira contagem se iniciou e ele gritou.
- Agora pode piscar!
E na última, em vez dele gritar, ele virou o rosto e beijou a bochecha dela. Quando a tira de fotos saiu, ele olhou para as quatro e depois para a namorada, que tinha um olhar sapeca.
- !
- André, é uma cabine de fotos - ela fez birra e bateu os pés.
- A gente vai tirar de novo.
- Não, a fila está imensa, vamos embora!
Realmente, a fila estava imensa. Mas talvez ninguém ligaria se eles quisessem ficar mais um tempo lá, ligariam?
- A gente vai de novo - André disse assim que a moça puxou a cortina da cabine, e ele sorriu para ela. franziu os olhos e balançou a cabeça em negação. Ele estava usando o poder que tem sobre ela, seu sorriso, para conseguir convencer outra pessoa do que ele queria.
A moça então programou novamente o computador e fechou a cortina.
- Sem fazer caretas.
- Tudo bem - sorriu para ele e então virou para a tela à frente deles.
manteve o sorriso enquanto a contagem regressiva chegava ao fim, e André sorriu ao lado dela. Quando o um virou zero, ela simplesmente deixou seus olhos vesgos e deu a língua.
- Você é impossível.
- Tá, tá bom, agora eu faço direito.
entortou a boca, mas não percebeu que André não tinha olhado para a câmera.
- Ich liebe dich - ele simplesmente falou.
então virou para o namorado, um pouco confusa, um pouco sem entender, e aos poucos um sorriso foi abrindo nos seus lábios.
- O que você falou? - e então, virada para ele, com um largo sorriso, a câmera disparou a foto seguinte.
- Eu te amo - André repetiu.
Eles então esqueceram que estavam em uma cabine de fotos. puxou o rosto dele para perto do seu e beijou o namorado. Mais uma foto foi disparada. André amava ela, que percebia então, que amava ele há algum tempo também, mas não sabia que nome se dava para aquele sentimento estranho no estômago.
- Eu também te amo - ela repetiu para ele e sorrindo um para o outro, a última foto foi tirada.
Provavelmente aquelas últimas quatro fotos foram as mais bonitas que aquele photobooth já viu.
Capítulo 9: O primeiro presente que ele deu para ela.
O inverno se aproximava em Dortmund, isso significava que os dias estavam cada vez mais curtos e as ruas cada vez mais vazias. Com a estação, o Natal também se aproximava e do apartamento onde morava, podia se ver a bela decoração que a cidade havia recebido. O Weihnachtsmarkt não era muito longe de sua casa, e ela conseguia ver a pontinha da famosa árvore de Natal, imensa, com mais de quarenta metros de alturas e folhas naturais.
Aquele dia, estava mais ansiosa ainda: ela e André iriam finalmente conhecer o mercado daquele ano.
Para sorte da empresária, André era como ela, amava Natal. Mas ela era maluca pelo frio e o namorado odiava as temperaturas geladas e preferia que eles se encontrassem embaixo das cobertas, assistindo algum filme ou somente namorando. Mas não aquela noite, pois com ou sem frio, os dois iriam se divertir no mercado de Natal.
Schürrle estacionou sua Mercedes em frente ao prédio da namorada e os dois foram a pé ao markt. De mãos dadas, eles falavam sobre trivialidades do dia dos dois e, principalmente, como estavam ansiosos para o recesso de fim de ano.
- Acho que eu vou levar uma árvore - comentou quando eles pararam em frente às diversas árvores e uma senhora de avental veio de encontro a eles - O que você acha?
- Você vai levar uma árvore? - André perguntou de sobrancelha arqueada e sorriu com culpa para ele - Bom, eu acho que você tem que levar uma árvore que eu consiga carregar até sua casa.
- Mas você pode me ajudar a decorar, afinal, é o nosso primeiro Natal juntos - abraçou ao namorado que balançava a cabeça - O que acha?
- Oooh, que casal adorável - a senhora então falou para eles e corou - Vocês são lindos.
tinha um sério problemas com elogios. Não é que ela não gostasse, ela só tinha problemas em aceitá-los, e em acreditar que as pessoas realmente achavam aquilo. André então a puxou para seu corpo, e a beijou na testa, fazendo a senhora suspirar.
- Uma árvore de dois metros, o que você acha? - ele perguntou para , mas antes da resposta dela, virou-se para a vendedora - A senhora tem árvores desse tamanho?
- Claro - ela sorriu e começou a andar pelas árvores - Venham comigo.
- Liebe, você não tem como carregar uma árvore desse tamanho até a minha casa! - reclamou, e André fingiu que não escutava. Já que era o primeiro Natal deles juntos, ele faria no melhor estilo possível - André! A gente leva uma pequena, de pouco mais de um metro mesmo.
- Schatz, eu não vou deixar que o nosso primeiro Natal seja pequeno. Não seja teimosa.
- Quem está sendo teimoso aqui, hein? - piscou para ele.
- Nós entregamos na sua casa, se for na cidade - a senhora entrou no assunto dos dois e então se apoiou em uma árvore - Nós temos esse pinheiro. Ele é tão bonito, é sempre o primeiro a esgotar todo ano.
- É esse mesmo que nós vamos levar - André falou sem nem esperar a aceitação de . Não que ela tivesse muito poder naquela escolha - Vocês podem entregar amanhã à tarde?
- Eu trabalho amanhã, André - escorou no namorado.
- Acho que me esqueci de mencionar que Tuchel adiantou nosso recesso - ele piscou para a namorada que brilhou de felicidade - Eu passo o dia no seu apartamento para entregarem a árvore.
- Você não existe.
saiu na frente do namorado então para pagar, mas ele a impediu daquilo, com a desculpa de que ele escolheu a árvore, ele pagava, e qualquer outra desculpa relacionada ao primeiro Natal deles que ela deu de ombros e saiu andando. Quando a senhora devolveu o cartão a André, ela sorriu de forma carinhosa ao jogador de futebol.
- Mantenham esse amor, que vai durar para sempre.
Então a dúvida de André foi sanada. As pessoas conseguiam ver que eles estavam realmente apaixonados um pelo outro, e mesmo as pequenas discussões, eram de forma carinhosa e com muito amor.
- Sicher! Frohe Weihnachten.
- Frohe Weihnachten! - a senhora respondeu.
O casal continuou andando de mãos dadas pelo mercado, tirando fotos e não deixou de aproveitar para fazer compras. Todo ano ela gostava de colocar alguma decoração diferente em sua casa e naquele com certeza manteria sua tradição. Eles passaram por algumas barracas de jogos e desafios, andaram na roda gigante - o que fez André praticamente congelar lá em cima.
então parou e deu pequenos pulinhos, o que deixou André confuso, quando viu uma barraquinha que vendia meias de Natal para pendurar na parede, e elas poderiam ser personalizadas.
- A parede da minha sala vai ficar linda com os nossos nomes - ela sorriu para o namorado.
Eles então pararam em uma barraca para comer algo alemão que só se comia no Natal e aproveitavam para conversar sobre a infância.
- Eu não lembro - André deu de ombros - Acho que todo Natal eu queria ganhar uma bola de futebol nova.
- Ai, por que eu pergunto? - rolou os olhos e André deu a língua para ela - Você é tão previsível.
- Tudo bem, senhora não previsível - André tomou um gole de sua cerveja - O que você sempre quis ganhar de Natal?
- É bobo - sentiu-se envergonhada.
- Aposto que é clichê - André falou e exclamou ofendida com aquilo.
- Ei! Nós somos um casal clichê.
- Você me faz amar clichês - ele piscou para ela - Não foge de pergunta, quero saber o que você sempre quis ganhar.
- Um urso de pelúcia - suspirou.
André achou aquilo tão… Simples.
- Urso de pelúcia? - ele sorriu para ela - Amanhã eu compro um pra você.
- Não - ela balançou a cabeça em negação - Não é somente um urso de pelúcia - deu ênfase ao presente - Mas aqueles gigantes que mal cabe em cima de uma cama de casal, sabe? Coisa de dormir abraçada nele, encostar e usar como travesseiro. Não importa a cor, a raça do urso, nada… Só queria um.
- Eu disse que era clichê - André sorriu de canto para ela que rolou os olhos.
- Isso ficou um trauma na minha infância, Schürrle! - se exaltou e ele gargalhou, pegando ela pelos punhos e a puxando para perto do corpo.
- Nós podemos dar um jeito de acabar com esse trauma.
- Você não vai comprar um urso de pelúcia gigante pra mim, André.
- Quem falou em comprar?
André saiu andando e , de sobrancelha arqueada, saiu atrás do namorado, que se aglomerou na área de jogos do Weihnachtsmarkt e começou a assistir as pessoas jogando argolas para cair em volta de garrafas. Um garoto jogou a última argola e errou, fazendo todos vaiarem a situação.
ficou assistindo, e logo o dono da barraca propôs um desafio. Fariam um grupo de cinco pessoas, cada uma pagando dez euros e, quem conseguisse acertar as trinta argolas, sem errar nenhuma, levaria o maior prêmio para casa.
André sorriu de lado ao ver a namorada franzir a sobrancelha. Ele sabia o que era aquele grande prêmio, pois não era a primeira vez que frequentava o mercado. Não era a primeira vez que assistia uma disputa de argolas.
- Você não vai… - questionou, mas ele levantou a mão, mostrando que iria participar - Vai.
Mas era a primeira que André participava da disputa de argolas.
Ele seria o segundo a jogar as trinta argolas. O primeiro rapaz errou na quinta, e foi desclassificado. André acertou as trinta, e estaria comemorando o prêmio, se não houvessem mais três pessoas. O terceiro rapaz errou na metade, assim como o quarto. O quinto estava extremamente dedicado, e assim como André acertou todas. puxou o namorado pelo braço.
- Como assim você é o rei das argolas em Dortmund?
- Liebe, você não faz ideia como é bom te surpreender.
O dono da barraca anunciou que o desempate seria entre o rapaz, que não lembrava o nome, e o jogador do Borussia Dortmund, André Schürrle.
A disputa estava acirrada e eles jogavam as argolas de forma alternada. Primeiro o rapaz, depois André, e assim eles iam. Os dois já haviam jogado quinze argolas cada uma e, tanto , quanto a namorada do outro rapaz, estavam comendo os dedos já de nervoso. Uma torcida foi formada, e era por André, já que ele era um rosto conhecido nas ruas da cidade.
André jogou a vigésima quinta argola e a mesma rodou em volta do bico da garrafa, fazendo arregalar os olhos, mas caiu na posição correta. Ela sentiu-se aliviada.
Foi então que, na vigésima nona jogada, o concorrente de André errou. Aquilo não significava vitória de Schürrle, mas se ele acertasse aquela e a seguinte, era o campeão.
Foi questão de segundos para que André virasse para gritando de felicidade por ter acertado todas. Ele estava vermelho e exaltado, do mesmo jeito que fica quando faz gol em algum time grande.
- André! - pulou no colo dele dando um beijo - Você ganhou!
- Ganhei, schatz, e você mal pode esperar para ver qual é o prêmio.
O dono da barraca foi para trás da mesma e, com certa dificuldade, voltou para frente segurando um urso de pelúcia gigantesco. Ele deveria ter aproximadamente um metro e meio de altura e arregalou ao mesmo tempo tanto os olhos quanto a boca.
- André! - gritou de exaltação e ele ria da namorada.
- Eu sei, eu sei! - ele concordava e sentia-a distribuir beijos pelo seu rosto e boca - Pode pegar, é seu.
- Eu tenho um urso de pelúcia gigante! - pegou o urso e mal tinha condições de segurá-lo: era muito grande, estava muito animada e estava incontrolável - Ich liebe dich, André!
- Você sabe que eu faço tudo o que posso pra te ver assim, não sabe? - ele piscou para ela e tirou o celular do bolso, para tirar uma foto dela - Eu também te amo, liebe.
Após aquilo, André não foi embora carregando uma árvore de Natal, mas sim, um urso gigante, que, durante a noite, vigiou o sono dos dois, que dormiam abraçados, no apartamento de .
Aquele dia, estava mais ansiosa ainda: ela e André iriam finalmente conhecer o mercado daquele ano.
Para sorte da empresária, André era como ela, amava Natal. Mas ela era maluca pelo frio e o namorado odiava as temperaturas geladas e preferia que eles se encontrassem embaixo das cobertas, assistindo algum filme ou somente namorando. Mas não aquela noite, pois com ou sem frio, os dois iriam se divertir no mercado de Natal.
Schürrle estacionou sua Mercedes em frente ao prédio da namorada e os dois foram a pé ao markt. De mãos dadas, eles falavam sobre trivialidades do dia dos dois e, principalmente, como estavam ansiosos para o recesso de fim de ano.
- Acho que eu vou levar uma árvore - comentou quando eles pararam em frente às diversas árvores e uma senhora de avental veio de encontro a eles - O que você acha?
- Você vai levar uma árvore? - André perguntou de sobrancelha arqueada e sorriu com culpa para ele - Bom, eu acho que você tem que levar uma árvore que eu consiga carregar até sua casa.
- Mas você pode me ajudar a decorar, afinal, é o nosso primeiro Natal juntos - abraçou ao namorado que balançava a cabeça - O que acha?
- Oooh, que casal adorável - a senhora então falou para eles e corou - Vocês são lindos.
tinha um sério problemas com elogios. Não é que ela não gostasse, ela só tinha problemas em aceitá-los, e em acreditar que as pessoas realmente achavam aquilo. André então a puxou para seu corpo, e a beijou na testa, fazendo a senhora suspirar.
- Uma árvore de dois metros, o que você acha? - ele perguntou para , mas antes da resposta dela, virou-se para a vendedora - A senhora tem árvores desse tamanho?
- Claro - ela sorriu e começou a andar pelas árvores - Venham comigo.
- Liebe, você não tem como carregar uma árvore desse tamanho até a minha casa! - reclamou, e André fingiu que não escutava. Já que era o primeiro Natal deles juntos, ele faria no melhor estilo possível - André! A gente leva uma pequena, de pouco mais de um metro mesmo.
- Schatz, eu não vou deixar que o nosso primeiro Natal seja pequeno. Não seja teimosa.
- Quem está sendo teimoso aqui, hein? - piscou para ele.
- Nós entregamos na sua casa, se for na cidade - a senhora entrou no assunto dos dois e então se apoiou em uma árvore - Nós temos esse pinheiro. Ele é tão bonito, é sempre o primeiro a esgotar todo ano.
- É esse mesmo que nós vamos levar - André falou sem nem esperar a aceitação de . Não que ela tivesse muito poder naquela escolha - Vocês podem entregar amanhã à tarde?
- Eu trabalho amanhã, André - escorou no namorado.
- Acho que me esqueci de mencionar que Tuchel adiantou nosso recesso - ele piscou para a namorada que brilhou de felicidade - Eu passo o dia no seu apartamento para entregarem a árvore.
- Você não existe.
saiu na frente do namorado então para pagar, mas ele a impediu daquilo, com a desculpa de que ele escolheu a árvore, ele pagava, e qualquer outra desculpa relacionada ao primeiro Natal deles que ela deu de ombros e saiu andando. Quando a senhora devolveu o cartão a André, ela sorriu de forma carinhosa ao jogador de futebol.
- Mantenham esse amor, que vai durar para sempre.
Então a dúvida de André foi sanada. As pessoas conseguiam ver que eles estavam realmente apaixonados um pelo outro, e mesmo as pequenas discussões, eram de forma carinhosa e com muito amor.
- Sicher! Frohe Weihnachten.
- Frohe Weihnachten! - a senhora respondeu.
O casal continuou andando de mãos dadas pelo mercado, tirando fotos e não deixou de aproveitar para fazer compras. Todo ano ela gostava de colocar alguma decoração diferente em sua casa e naquele com certeza manteria sua tradição. Eles passaram por algumas barracas de jogos e desafios, andaram na roda gigante - o que fez André praticamente congelar lá em cima.
então parou e deu pequenos pulinhos, o que deixou André confuso, quando viu uma barraquinha que vendia meias de Natal para pendurar na parede, e elas poderiam ser personalizadas.
- A parede da minha sala vai ficar linda com os nossos nomes - ela sorriu para o namorado.
Eles então pararam em uma barraca para comer algo alemão que só se comia no Natal e aproveitavam para conversar sobre a infância.
- Eu não lembro - André deu de ombros - Acho que todo Natal eu queria ganhar uma bola de futebol nova.
- Ai, por que eu pergunto? - rolou os olhos e André deu a língua para ela - Você é tão previsível.
- Tudo bem, senhora não previsível - André tomou um gole de sua cerveja - O que você sempre quis ganhar de Natal?
- É bobo - sentiu-se envergonhada.
- Aposto que é clichê - André falou e exclamou ofendida com aquilo.
- Ei! Nós somos um casal clichê.
- Você me faz amar clichês - ele piscou para ela - Não foge de pergunta, quero saber o que você sempre quis ganhar.
- Um urso de pelúcia - suspirou.
André achou aquilo tão… Simples.
- Urso de pelúcia? - ele sorriu para ela - Amanhã eu compro um pra você.
- Não - ela balançou a cabeça em negação - Não é somente um urso de pelúcia - deu ênfase ao presente - Mas aqueles gigantes que mal cabe em cima de uma cama de casal, sabe? Coisa de dormir abraçada nele, encostar e usar como travesseiro. Não importa a cor, a raça do urso, nada… Só queria um.
- Eu disse que era clichê - André sorriu de canto para ela que rolou os olhos.
- Isso ficou um trauma na minha infância, Schürrle! - se exaltou e ele gargalhou, pegando ela pelos punhos e a puxando para perto do corpo.
- Nós podemos dar um jeito de acabar com esse trauma.
- Você não vai comprar um urso de pelúcia gigante pra mim, André.
- Quem falou em comprar?
André saiu andando e , de sobrancelha arqueada, saiu atrás do namorado, que se aglomerou na área de jogos do Weihnachtsmarkt e começou a assistir as pessoas jogando argolas para cair em volta de garrafas. Um garoto jogou a última argola e errou, fazendo todos vaiarem a situação.
ficou assistindo, e logo o dono da barraca propôs um desafio. Fariam um grupo de cinco pessoas, cada uma pagando dez euros e, quem conseguisse acertar as trinta argolas, sem errar nenhuma, levaria o maior prêmio para casa.
André sorriu de lado ao ver a namorada franzir a sobrancelha. Ele sabia o que era aquele grande prêmio, pois não era a primeira vez que frequentava o mercado. Não era a primeira vez que assistia uma disputa de argolas.
- Você não vai… - questionou, mas ele levantou a mão, mostrando que iria participar - Vai.
Mas era a primeira que André participava da disputa de argolas.
Ele seria o segundo a jogar as trinta argolas. O primeiro rapaz errou na quinta, e foi desclassificado. André acertou as trinta, e estaria comemorando o prêmio, se não houvessem mais três pessoas. O terceiro rapaz errou na metade, assim como o quarto. O quinto estava extremamente dedicado, e assim como André acertou todas. puxou o namorado pelo braço.
- Como assim você é o rei das argolas em Dortmund?
- Liebe, você não faz ideia como é bom te surpreender.
O dono da barraca anunciou que o desempate seria entre o rapaz, que não lembrava o nome, e o jogador do Borussia Dortmund, André Schürrle.
A disputa estava acirrada e eles jogavam as argolas de forma alternada. Primeiro o rapaz, depois André, e assim eles iam. Os dois já haviam jogado quinze argolas cada uma e, tanto , quanto a namorada do outro rapaz, estavam comendo os dedos já de nervoso. Uma torcida foi formada, e era por André, já que ele era um rosto conhecido nas ruas da cidade.
André jogou a vigésima quinta argola e a mesma rodou em volta do bico da garrafa, fazendo arregalar os olhos, mas caiu na posição correta. Ela sentiu-se aliviada.
Foi então que, na vigésima nona jogada, o concorrente de André errou. Aquilo não significava vitória de Schürrle, mas se ele acertasse aquela e a seguinte, era o campeão.
Foi questão de segundos para que André virasse para gritando de felicidade por ter acertado todas. Ele estava vermelho e exaltado, do mesmo jeito que fica quando faz gol em algum time grande.
- André! - pulou no colo dele dando um beijo - Você ganhou!
- Ganhei, schatz, e você mal pode esperar para ver qual é o prêmio.
O dono da barraca foi para trás da mesma e, com certa dificuldade, voltou para frente segurando um urso de pelúcia gigantesco. Ele deveria ter aproximadamente um metro e meio de altura e arregalou ao mesmo tempo tanto os olhos quanto a boca.
- André! - gritou de exaltação e ele ria da namorada.
- Eu sei, eu sei! - ele concordava e sentia-a distribuir beijos pelo seu rosto e boca - Pode pegar, é seu.
- Eu tenho um urso de pelúcia gigante! - pegou o urso e mal tinha condições de segurá-lo: era muito grande, estava muito animada e estava incontrolável - Ich liebe dich, André!
- Você sabe que eu faço tudo o que posso pra te ver assim, não sabe? - ele piscou para ela e tirou o celular do bolso, para tirar uma foto dela - Eu também te amo, liebe.
Após aquilo, André não foi embora carregando uma árvore de Natal, mas sim, um urso gigante, que, durante a noite, vigiou o sono dos dois, que dormiam abraçados, no apartamento de .
Capítulo 10: A primeira vez que ele esteve com a família dela.
A Liga dos Campeões havia voltado para Dortmund e finalmente ia conseguir assistir a um jogo já André, como de costume, havia dado um par de ingressos para a namorada.
Como o jogo caiu durante a semana, saiu um pouco mais cedo do trabalho para passar em casa antes de ir para o Westfalenstadion.
Era Borussia Dortmund contra Real Madrid. Ela não perderia aquilo por nada nesse mundo. Nem por um chefe chato gritando que ele deveria ganhar ingressos por liberá-la mais cedo.
A ideia era chegar em casa, passar correndo pelo chuveiro, colocar a camisa 21 embaixo de diversos casacos e pular no metrô até o Signal.
se surpreendeu ao chegar em seu prédio, e encontrar um rosto bem conhecido sentado na soleira do mesmo.
- Pai?
O homem levantou os olhos, sorriu e se pôs em pé, ao ouvir aquela palavra que ele não cansava de ouvir há vinte e cinco anos.
- O que faz aqui?
Era uma pergunta honesta. Seus pais nunca apareciam em seu apartamento sem avisá-la. Seu pai nunca apareceu sozinho do nada.
- Estava com saudades. Você nunca mais apareceu.
A culpa caiu sobre os ombros de . Desde que ela conheceu André, nunca mais foi até a casa dos pais. Não era por mal, ela adorava ficar com o namorado, e quando ele não estava junto, fazia muita companhia para ela.
não se sentia sozinha nunca. E pela primeira vez ela se deu conta daquilo.
Ela se abaixou e pegou a sacola do pai que estava no chão e juntos eles entraram no prédio e depois, no apartamento dela.
A casa não estava extremamente arrumada, mas estava boa o suficiente para mostrar ao pai que a filha se virava sozinha. Foi entrar no quarto e bater o olho no envelope na mesa de cabeceira, que ela se lembrou: era dia de ópera no estádio.
- Papai? Você se importaria de ir ao estádio comigo? - correu até a sala, onde o pai estava sentado no sofá.
- Seu namorado vai estar lá? - o homem perguntou e riu - Eu só acho que devia ter visto vocês dois pessoalmente antes de uma foto em um jornal.
- Depois que eu descobri como os paparazzis são chatos, acho que eu nunca corri tanto em minha vida. Tudo para fugir deles.
- Insistentes?
- Muito. E tudo por uma foto comprometedora, ou um ângulo errado que dê para inventar alguma mentira - bufou - De qualquer forma, acho que agora eles já estão enjoando de mim. Graças a Deus - ela sorriu.
- E logo você que nunca gostou de ser o centro das atenções - o homem comentou e concordou - Enfim, ele vai estar lá?
- Prometo que faço vocês virarem amigos depois do jogo.
- Vocês não costumam se ver antes?
- Não - ela estava tão feliz em falar sobre André com seu pai - Normalmente eu mando uma mensagem avisando que cheguei no estádio. Em dia de Liga dos Campeões? Ele se fecha e fica concentrado na bola e no campo, só.
- Não imaginei que viria a Dortmund em dia de jogo importante - o pai de se levantou animado - Como é que vocês dizem aqui?
- Heja BVB!
- Heja BVB! - o homem repetiu animado e correu para abraçar o pai.
então conseguiu correr para o banho e logo saiu com o pai para o Westfalenstadion.
Chegando ao estádio ela nem se preocupou em avisar ao namorado que estava lá. O clima era completamente diferente de tudo o que ela já havia sentido nas outras vezes que ali esteve. O hino do campeonato tocava. A Gelbe Wand gritava a plenos pulmões. A camisa assinada por André no corpo. Seu pai ao seu lado. O Signal Iduna Park estava diferente naquela noite.
Não demorou muito para que Melissa chegasse com Gala e a menina se jogasse no braço de .
- Elas viraram amigas - Melissa confessava ao pai de , depois que ambos foram apresentados, sobre as duas filhas em questão - Gala não pode ver que fica toda feliz. Outro dia queria que eu a chamasse em casa para brincarem de boneca juntas.
- E por que não me ligou? - reclamou, com Gala em seu colo - Eu iria com o maior prazer.
- Você já imaginou como você vai dar uma ótima mãe, ?
Sentado entre elas, o pai de arregalou os olhos e uma tosse repentina invadiu seus pulmões. A criança estendeu seu pequeno braço para tocar nas costas dele.
- Vai demorar para eu ser mãe ainda, acredite - tentou consertar, para acalmar o pai que só faltava ficar sem ar ao lado dela.
- De qualquer forma, demorando ou não, André ia gostar.
- Melissa! - chamou a atenção da amiga.
Naquele momento a ópera tocou mais uma vez e os jogadores passaram a entrar em campo. Era o momento que ela precisava para que a amiga não a constrangesse mais em frente ao seu pai.
O jogo começou um pouco devagar, o Borussia tinha praticamente a maior quantidade de posse de bola, eles conseguiam chegar perto ao gol de Navas, mas ou o time espanhol tirava da área e contra atacava, ou o goleiro costa-riquenho defendia a bola.
Não demorou muito para que o Real Madrid abrisse o placar com um gol de Cristiano Ronaldo.
- Sheiße! - reclamou e foi repreendida pelo pai - É importante pro Borussia manter a primeira colocação no grupo para passar para a próxima fase.
Ela tentou explicar. A bola continuou a rolar e sabia que André não estava nada feliz em campo. Ela não estava feliz na arquibancada. O Borussia continuava com a maior posse de bola e até conseguiu fazer algumas finalizações, mas nenhuma entrava. Quando já estava descrente e o primeiro tempo estava chegando ao fim, Aubameyang empatou.
- TOOOOR! - ela e o pai levantaram gritando e comemorando, assim como todo o estádio.
Naquele momento tinha certeza que a força e voracidade da Gelbe Wand poderia derrubar o Signal Iduna Park.
O primeiro tempo foi encerrado um pouco depois do gol do time aurinegro e sentou novamente em sua cadeira, satisfeita com o empate. O segundo tempo poderia começar como um novo jogo e ela estava confiante em sua equipe.
foi buscar cerveja para seu pai durante o intervalo e não demorou muito para que o jogo recomeçasse. Ginter precisou de atendimento médico e logo depois, o capitão recebeu um cartão amarelo. O time havia voltado decidido a virar aquele jogo, porém os erros continuavam os mesmos.
Quando não conseguiam uma finalização, era porque os passes não chegavam de forma certa, ou não havia ninguém para recebê-lo. Bola vai, bola vem. O Real Madrid avançou no placar novamente.
se conteve nos comentários dessa vez e apenas abaixou a cabeça, levando-a entre os seus joelhos. Ela sentiu o pai passar a mão pelas suas costas, indicando que tudo ficaria bem. Ela acreditava que o time avançaria para a próxima fase, mas ela queria que o saldo de gols se mantivesse elevado.
Deu a impressão de que o segundo gol animou o time de Madrid e o ataque começou a ficar maior. Bürki estava fazendo defesas espetaculares, mas o resto do time não colaborava para que o ataque não chegasse à área.
As bolas iam e vinham. Cabeceadas, bolas na trave, escanteios. Todas as tentativas do Real Madrid de abrir mais uma vantagem, mas todas salvas pelo goleiro suíço.
O jogo já estava chegando ao fim quando o Borussia conseguiu um contra-ataque. A bola chegou aos pés de Christian Pulisic. Ele fez um cruzamento para Aubameyang, que não conseguiu pegar e a bola caiu nos pés de André. e o pai ficaram em pé. André ajeitou a bola e de esquerda, chutou direto para o fundo do gol, quase levando o goleiro junto.
- TOOOOOOOR! - gritava e pulava em cima da cadeira animada.
André saiu correndo comemorando e então, como se tivesse tido uma ideia repentina, saiu correndo e voou na bandeirinha de escanteio. conseguia ver que ele olhava para a área VIP procurando por ela, mas de repente todo o time chegou nele o abraçando, em comemoração.
- Esse é o meu genro! - o pai de gritou e ela gargalhou.
André havia empatado o jogo e aquilo estava sendo ótimo para o Borussia Dortmund. Seu pai estava com ela. Ela estava orgulhosa de seu namorado. não conseguia lembrar de nenhuma outra vez que ela havia ido ao estádio, e tinha sido tão bom e emocionante.
Teria sido melhor se o time tivesse ganhado o jogo, mas só de ter empatado, estava aliviada. O coração dela palpitava. Depois que começou a namorar André, ela se exaltava mais a cada jogo. Ela tinha certeza que em uma final de campeonato, sairia rouca, e provavelmente para o cardiologista, para se certificar que tudo estava bem.
De fato tinha sido um belíssimo jogo e não demorou muito para que os jogadores entrassem no camarote para comemorar com suas famílias.
correu até André quando o viu e cruzou suas pernas na dele, depositando um beijo no namorado que ainda estava suado.
- De esquerda, uh? - ela sorriu para ele e André deu um selinho - Leibe, que gol incrível! Navas quase foi junto com a bola.
- Eu passei quase todo o jogo com ódio daquele português porque ele colocou a mão na bola e o juiz não deu falta e aquele engomadinho abriu o placar. Ah, quando a bola caiu no meu pé, …
- Você foi incrível! - ela comemorava. De fato André tinha sido, e tinha dado o empate para o time.
André começou a perceber que um homem estava isolado, mas olhava para ele e a namorada comemorando. Ele colocou no chão novamente e continuou a observar o homem.
- Erm, …
- Ja, liebe.
- Por que tem um homem idêntico a você olhando para a gente?
- Ai, meu Deus, meu pai! - ela se virou para trás e fez sinal para que o pai se juntasse a eles dois.
- Pai? - André perguntou um pouco em dúvida - Seu pai está aqui? , eu não estou adequadamente vestido para conhecer o seu pai.
- Você foi o herói do jogo e ele ficou feliz, acredite em mim, você está perfeito para isso.
O pai de então se aproximou deles e ela sorria. Seu pai sorria. André também sorria, mas estava tenso.
- Uau, que jogo! - o homem comentou com o braço estendido e André sentiu-se um pouco relaxado – Prazer, André, que bom finalmente te conhecer.
André esticou o braço para o homem que apertou sua mão firme. estava gostando daquilo.
- Olá, senhor, fico feliz que tenha gostado do jogo. Se eu soubesse que viria, tinha passado no vestiário antes de vir para cá.
- Rapaz, depois do sorriso que eu vi na minha filha por causa daquele gol espetacular? Não sou eu quem tem que gostar de você de uniforme, ou bem vestido. Se ela estiver sorrindo, está tudo bem.
André olhou em dúvida para que apenas balançou a cabeça para o namorado. Que bom que não o avisou que seu pai estava lá, o jogo teria sido dezenas de vezes mais tenso para ele.
- Faço questão de ir ao Vapiano todas as vezes que venho a Dortmund, vamos? - o pai de olhou para ela, que concordou, e então para André - Precisamos comemorar esse dia. Meu convite, eu pago.
- Keine Chance! - André protestou - O senhor é visita, pode deixar que eu pago.
- Eu estou convidando, vamos lá.
- Liebe, vocês dois vão ficar aqui discutindo para sempre sobre quem vai pagar a conta e enquanto vocês discutem, eu levanto, pago e vocês nem percebem - entrou no assunto e os dois homens olharam para ela.
- Keine Chance! - os dois falaram ao mesmo tempo e ela rolou os olhos.
- Você me acha teimosa? - perguntou para o namorado e então apontou para o pai - Está vendo da onde vem minha teimosia.
- Papa, nós aceitamos ir e o André não vai reclamar se o senhor pagar.
André saiu vencido nessa disputa e foi para o vestiário tomar um banho rápido e se trocar. Já no restaurante, os três conversavam e estavam se dando super bem. André tinha percebido que lidar com o pai de , era como lidar com ela. Apesar da teimosia, era fácil.
- Quais são as suas intenções com a minha única filha?
Já estavam na sobremesa quando aquela pergunta surgiu. pediu a conta e entregou a seu pai quando chegou. Ela precisava encerrar a noite o mais rápido possível.
Como o jogo caiu durante a semana, saiu um pouco mais cedo do trabalho para passar em casa antes de ir para o Westfalenstadion.
Era Borussia Dortmund contra Real Madrid. Ela não perderia aquilo por nada nesse mundo. Nem por um chefe chato gritando que ele deveria ganhar ingressos por liberá-la mais cedo.
A ideia era chegar em casa, passar correndo pelo chuveiro, colocar a camisa 21 embaixo de diversos casacos e pular no metrô até o Signal.
se surpreendeu ao chegar em seu prédio, e encontrar um rosto bem conhecido sentado na soleira do mesmo.
- Pai?
O homem levantou os olhos, sorriu e se pôs em pé, ao ouvir aquela palavra que ele não cansava de ouvir há vinte e cinco anos.
- O que faz aqui?
Era uma pergunta honesta. Seus pais nunca apareciam em seu apartamento sem avisá-la. Seu pai nunca apareceu sozinho do nada.
- Estava com saudades. Você nunca mais apareceu.
A culpa caiu sobre os ombros de . Desde que ela conheceu André, nunca mais foi até a casa dos pais. Não era por mal, ela adorava ficar com o namorado, e quando ele não estava junto, fazia muita companhia para ela.
não se sentia sozinha nunca. E pela primeira vez ela se deu conta daquilo.
Ela se abaixou e pegou a sacola do pai que estava no chão e juntos eles entraram no prédio e depois, no apartamento dela.
A casa não estava extremamente arrumada, mas estava boa o suficiente para mostrar ao pai que a filha se virava sozinha. Foi entrar no quarto e bater o olho no envelope na mesa de cabeceira, que ela se lembrou: era dia de ópera no estádio.
- Papai? Você se importaria de ir ao estádio comigo? - correu até a sala, onde o pai estava sentado no sofá.
- Seu namorado vai estar lá? - o homem perguntou e riu - Eu só acho que devia ter visto vocês dois pessoalmente antes de uma foto em um jornal.
- Depois que eu descobri como os paparazzis são chatos, acho que eu nunca corri tanto em minha vida. Tudo para fugir deles.
- Insistentes?
- Muito. E tudo por uma foto comprometedora, ou um ângulo errado que dê para inventar alguma mentira - bufou - De qualquer forma, acho que agora eles já estão enjoando de mim. Graças a Deus - ela sorriu.
- E logo você que nunca gostou de ser o centro das atenções - o homem comentou e concordou - Enfim, ele vai estar lá?
- Prometo que faço vocês virarem amigos depois do jogo.
- Vocês não costumam se ver antes?
- Não - ela estava tão feliz em falar sobre André com seu pai - Normalmente eu mando uma mensagem avisando que cheguei no estádio. Em dia de Liga dos Campeões? Ele se fecha e fica concentrado na bola e no campo, só.
- Não imaginei que viria a Dortmund em dia de jogo importante - o pai de se levantou animado - Como é que vocês dizem aqui?
- Heja BVB!
- Heja BVB! - o homem repetiu animado e correu para abraçar o pai.
então conseguiu correr para o banho e logo saiu com o pai para o Westfalenstadion.
Chegando ao estádio ela nem se preocupou em avisar ao namorado que estava lá. O clima era completamente diferente de tudo o que ela já havia sentido nas outras vezes que ali esteve. O hino do campeonato tocava. A Gelbe Wand gritava a plenos pulmões. A camisa assinada por André no corpo. Seu pai ao seu lado. O Signal Iduna Park estava diferente naquela noite.
Não demorou muito para que Melissa chegasse com Gala e a menina se jogasse no braço de .
- Elas viraram amigas - Melissa confessava ao pai de , depois que ambos foram apresentados, sobre as duas filhas em questão - Gala não pode ver que fica toda feliz. Outro dia queria que eu a chamasse em casa para brincarem de boneca juntas.
- E por que não me ligou? - reclamou, com Gala em seu colo - Eu iria com o maior prazer.
- Você já imaginou como você vai dar uma ótima mãe, ?
Sentado entre elas, o pai de arregalou os olhos e uma tosse repentina invadiu seus pulmões. A criança estendeu seu pequeno braço para tocar nas costas dele.
- Vai demorar para eu ser mãe ainda, acredite - tentou consertar, para acalmar o pai que só faltava ficar sem ar ao lado dela.
- De qualquer forma, demorando ou não, André ia gostar.
- Melissa! - chamou a atenção da amiga.
Naquele momento a ópera tocou mais uma vez e os jogadores passaram a entrar em campo. Era o momento que ela precisava para que a amiga não a constrangesse mais em frente ao seu pai.
O jogo começou um pouco devagar, o Borussia tinha praticamente a maior quantidade de posse de bola, eles conseguiam chegar perto ao gol de Navas, mas ou o time espanhol tirava da área e contra atacava, ou o goleiro costa-riquenho defendia a bola.
Não demorou muito para que o Real Madrid abrisse o placar com um gol de Cristiano Ronaldo.
- Sheiße! - reclamou e foi repreendida pelo pai - É importante pro Borussia manter a primeira colocação no grupo para passar para a próxima fase.
Ela tentou explicar. A bola continuou a rolar e sabia que André não estava nada feliz em campo. Ela não estava feliz na arquibancada. O Borussia continuava com a maior posse de bola e até conseguiu fazer algumas finalizações, mas nenhuma entrava. Quando já estava descrente e o primeiro tempo estava chegando ao fim, Aubameyang empatou.
- TOOOOR! - ela e o pai levantaram gritando e comemorando, assim como todo o estádio.
Naquele momento tinha certeza que a força e voracidade da Gelbe Wand poderia derrubar o Signal Iduna Park.
O primeiro tempo foi encerrado um pouco depois do gol do time aurinegro e sentou novamente em sua cadeira, satisfeita com o empate. O segundo tempo poderia começar como um novo jogo e ela estava confiante em sua equipe.
foi buscar cerveja para seu pai durante o intervalo e não demorou muito para que o jogo recomeçasse. Ginter precisou de atendimento médico e logo depois, o capitão recebeu um cartão amarelo. O time havia voltado decidido a virar aquele jogo, porém os erros continuavam os mesmos.
Quando não conseguiam uma finalização, era porque os passes não chegavam de forma certa, ou não havia ninguém para recebê-lo. Bola vai, bola vem. O Real Madrid avançou no placar novamente.
se conteve nos comentários dessa vez e apenas abaixou a cabeça, levando-a entre os seus joelhos. Ela sentiu o pai passar a mão pelas suas costas, indicando que tudo ficaria bem. Ela acreditava que o time avançaria para a próxima fase, mas ela queria que o saldo de gols se mantivesse elevado.
Deu a impressão de que o segundo gol animou o time de Madrid e o ataque começou a ficar maior. Bürki estava fazendo defesas espetaculares, mas o resto do time não colaborava para que o ataque não chegasse à área.
As bolas iam e vinham. Cabeceadas, bolas na trave, escanteios. Todas as tentativas do Real Madrid de abrir mais uma vantagem, mas todas salvas pelo goleiro suíço.
O jogo já estava chegando ao fim quando o Borussia conseguiu um contra-ataque. A bola chegou aos pés de Christian Pulisic. Ele fez um cruzamento para Aubameyang, que não conseguiu pegar e a bola caiu nos pés de André. e o pai ficaram em pé. André ajeitou a bola e de esquerda, chutou direto para o fundo do gol, quase levando o goleiro junto.
- TOOOOOOOR! - gritava e pulava em cima da cadeira animada.
André saiu correndo comemorando e então, como se tivesse tido uma ideia repentina, saiu correndo e voou na bandeirinha de escanteio. conseguia ver que ele olhava para a área VIP procurando por ela, mas de repente todo o time chegou nele o abraçando, em comemoração.
- Esse é o meu genro! - o pai de gritou e ela gargalhou.
André havia empatado o jogo e aquilo estava sendo ótimo para o Borussia Dortmund. Seu pai estava com ela. Ela estava orgulhosa de seu namorado. não conseguia lembrar de nenhuma outra vez que ela havia ido ao estádio, e tinha sido tão bom e emocionante.
Teria sido melhor se o time tivesse ganhado o jogo, mas só de ter empatado, estava aliviada. O coração dela palpitava. Depois que começou a namorar André, ela se exaltava mais a cada jogo. Ela tinha certeza que em uma final de campeonato, sairia rouca, e provavelmente para o cardiologista, para se certificar que tudo estava bem.
De fato tinha sido um belíssimo jogo e não demorou muito para que os jogadores entrassem no camarote para comemorar com suas famílias.
correu até André quando o viu e cruzou suas pernas na dele, depositando um beijo no namorado que ainda estava suado.
- De esquerda, uh? - ela sorriu para ele e André deu um selinho - Leibe, que gol incrível! Navas quase foi junto com a bola.
- Eu passei quase todo o jogo com ódio daquele português porque ele colocou a mão na bola e o juiz não deu falta e aquele engomadinho abriu o placar. Ah, quando a bola caiu no meu pé, …
- Você foi incrível! - ela comemorava. De fato André tinha sido, e tinha dado o empate para o time.
André começou a perceber que um homem estava isolado, mas olhava para ele e a namorada comemorando. Ele colocou no chão novamente e continuou a observar o homem.
- Erm, …
- Ja, liebe.
- Por que tem um homem idêntico a você olhando para a gente?
- Ai, meu Deus, meu pai! - ela se virou para trás e fez sinal para que o pai se juntasse a eles dois.
- Pai? - André perguntou um pouco em dúvida - Seu pai está aqui? , eu não estou adequadamente vestido para conhecer o seu pai.
- Você foi o herói do jogo e ele ficou feliz, acredite em mim, você está perfeito para isso.
O pai de então se aproximou deles e ela sorria. Seu pai sorria. André também sorria, mas estava tenso.
- Uau, que jogo! - o homem comentou com o braço estendido e André sentiu-se um pouco relaxado – Prazer, André, que bom finalmente te conhecer.
André esticou o braço para o homem que apertou sua mão firme. estava gostando daquilo.
- Olá, senhor, fico feliz que tenha gostado do jogo. Se eu soubesse que viria, tinha passado no vestiário antes de vir para cá.
- Rapaz, depois do sorriso que eu vi na minha filha por causa daquele gol espetacular? Não sou eu quem tem que gostar de você de uniforme, ou bem vestido. Se ela estiver sorrindo, está tudo bem.
André olhou em dúvida para que apenas balançou a cabeça para o namorado. Que bom que não o avisou que seu pai estava lá, o jogo teria sido dezenas de vezes mais tenso para ele.
- Faço questão de ir ao Vapiano todas as vezes que venho a Dortmund, vamos? - o pai de olhou para ela, que concordou, e então para André - Precisamos comemorar esse dia. Meu convite, eu pago.
- Keine Chance! - André protestou - O senhor é visita, pode deixar que eu pago.
- Eu estou convidando, vamos lá.
- Liebe, vocês dois vão ficar aqui discutindo para sempre sobre quem vai pagar a conta e enquanto vocês discutem, eu levanto, pago e vocês nem percebem - entrou no assunto e os dois homens olharam para ela.
- Keine Chance! - os dois falaram ao mesmo tempo e ela rolou os olhos.
- Você me acha teimosa? - perguntou para o namorado e então apontou para o pai - Está vendo da onde vem minha teimosia.
- Papa, nós aceitamos ir e o André não vai reclamar se o senhor pagar.
André saiu vencido nessa disputa e foi para o vestiário tomar um banho rápido e se trocar. Já no restaurante, os três conversavam e estavam se dando super bem. André tinha percebido que lidar com o pai de , era como lidar com ela. Apesar da teimosia, era fácil.
- Quais são as suas intenções com a minha única filha?
Já estavam na sobremesa quando aquela pergunta surgiu. pediu a conta e entregou a seu pai quando chegou. Ela precisava encerrar a noite o mais rápido possível.
Capítulo 11: O primeiro Natal deles juntos
O Natal na casa da família de era tradicional. A família se reunia em volta da mesa na véspera, faziam orações e votos, faziam também algumas brincadeiras embaixo do visco e, na manhã seguinte, tomavam chocolate quente enquanto trocavam presentes e viam a neve deixar toda a rua esbranquiçada.
E como primeiro Natal como um casal, André queria dar um jeito de passar com pelo menos algumas horas da celebração. Só tinha um problema: ela tinha ido para a casa de seus pais em Düsseldorf. Ele, para os pais dele, em Ludwigshafen.
Era meia-noite, já do dia 25, quando o celular de tocou e uma nova mensagem do namorado foi anunciada.
“Fröhliche Weihnachten, liebe.”
Ela sorriu para o celular e se afastou de sua família, indo sentar em um sofá ao lado da árvore de Natal. Antes de responder a mensagem, seu aparelho novamente apitou e uma imagem começou a ser carregada em sua tela.
Uma mala pequena, que ela conhecia como a de André, estava na tela. Ela ficou confusa e então deu zoom, procurando alguma coisa na foto, que talvez havia passado de forma despercebida pelos seus olhos, lhe dando alguma informação.
Nada.
voltou para a conversa com André e digitou uma mensagem para ele.
“Fröhliche Weihnachten, liebe! Seria melhor se eu tivesse como presente um loiro dos olhos azuis na minha porta, mas só de ter essa pessoa na minha vida, eu estou feliz.”
A resposta não veio instantaneamente. André talvez estivesse com sua família, desejando um feliz Natal a eles. Ela deveria fazer o mesmo.
se levantou com o celular no bolso da calça e foi cumprimentar sua família. Seus queridos avós estavam em casa, e a matriarca só sabia falar que desde que André apareceu na vida de , a neta parecia ter um brilho diferente, mas também dava broncas nela, por nunca ter o levado a Düsseldorf.
Tinha também aqueles famosos tios em sua casa, que sempre faziam alguma pergunta inconveniente ou tinham alguma piada. Enquanto toda a família perguntava sobre André, um tio já bêbado falava que ela está namorando um jogador do Borussia errado.
- Mönchengladbach - o homem falou levantando uma caneca de chopp - Tão mais perto da sua casa e você foi não só torcer, como trazer um jogador do Dortmund para casa. Que desrespeito com a sua família, .
era fofa, carinhosa e amável com as pessoas. fazia birra para o namorado e seus pais, quando queria. era mil pessoas em uma só. E ela também sabia ser um tanto ignorante quando queria, mas a convivência com André estava ensinando ela a ser paciente, contar até mil se possível, antes de dar uma resposta atravessada a alguém. Principalmente para a sua família. Principalmente na noite de Natal.
- Quantos gols o homem fez nessa temporada? Dois? - ele continuou falando e ela procurava ignorar. Estava mais interessada em contar quantos desenhos de flocos de neve havia na nova toalha de mesa de sua mãe - Tá bom, uns três no máximo. Mas se fosse pra pegar um jogador, que fosse pelo menos o capitão ou o artilheiro do time. Alguém que jogue de verdade.
- Chega! - gritou, apoiada a uma das cadeiras da mesa de jantar.
Seu tio a olhava incrédulo com aquele tom, mas logo desmanchou a feição e manteve um sorriso no rosto. Parecia vitória, por ter conseguido fazer a, ultimamente, pacífica , perder o controle dos seus nervos.
Ela sentiu uma mão pegando na sua e ao desviar o olhar, encontrou a delicada mão de sua avó, que tinha uma sutil aliança de ouro, em cima da sua.
- Ele é um bom jogador - a senhora exclamou e se levantou, puxando a neta com cuidado, de volta para o sofá - A mídia que é extremamente tendenciosa e maldosa.
- Vovó! - se surpreendeu com as palavras daquela senhora de mais de oitenta anos.
A verdade é que quando saiu na mídia que era a nova namorada de André Schürrle, de repente boa parte de seus conhecidos em Düsseldorf, passaram a enviar mensagem para ela. Falar que estava sumida. Perguntar se tinha como ela conseguir alguns ingressos para jogos no Westfalenstadion.
A família, que se dividia em torcer pelo Köln e o Mönchengladbach, provocavam a garota, a única aurinegra entre eles, procurando mais notícias sobre a má fase que André parecia estar passando naquele final de ano, do que ver tudo o que ele havia conquistado até então: Copa do Mundo. Supercopa da Alemanha. DFB-Pokal.
O coração dela.
Mas nada como seus pais e sua avó, para abandonarem seu time da Colônia e vestirem a camisa amarela por ela e verem, que além da má fase em que se encontrava, André era responsável pela felicidade de sua filha e neta. E aquilo, para eles, valia mais que qualquer troféu.
- Nem todos passamos por uma boa fase, você sabe disso, - a senhora falou já no sofá, mas ainda segurando as mãos da neta - Lembra quando tudo o que você queria, era estudar na Inglaterra?
lembrava. E também se lembrava que precisou enviar a aplicação por três semestres até ser aceita em Cambridge.
- E por mais que aquilo tenha sido um período difícil para você, profissionalmente, hoje você está aqui, feliz, sorrindo, bem sucedida e com o emprego dos sonhos, não está?
Ela balançou a cabeça e transmitiu um sorriso sereno para sua avó. Nada como a idade, para dar sabedoria às pessoas.
- O mesmo acontece com André. A gente sempre tem uma tempestade, depois da calmaria. Ele passou por uma fase muito boa, te conheceu e isso serviu para que um entrasse na vida do outro e você fosse o ombro que ele fosse precisar por agora. Eu não o conheço, mas esse rapaz já é meu neto do coração - sentiu os olhos marejarem com as palavras da matriarca da família - Podia ser o gari que limpa minha rua todas as manhãs, qualquer um que faz a minha cantar no chuveiro de felicidade, ganha o meu coração. André ganhou, e olha que eu nem conheço o rapaz ainda!
Sem conseguir pronunciar uma palavra, passou os braços pelos ombros da avó e lhe abraçou, escondendo o rosto para que ninguém a visse chorando. Enquanto seus pais e aquela mulher se importassem com ela, e aprovassem André, tanto como jogador de futebol ou qualquer outra profissão, era a única coisa que valia à pena em seu mundo.
Foi então que o celular de tocou novamente, e outra mensagem de André foi anunciada. Assim que ela abriu, era foto da tela de um computador.
Era um bilhete de avião. De Frankfurt para Düsseldorf. Para menos de sete horas a partir daquele momento. As lágrimas sumiram e o largo sorriso brotou no rosto de . Um sorriso que nem seu tio bêbado e inconveniente tiraria.
- Vovó, a senhora não tem planos de voltar para a sua casa amanhã, tem?
- Eu posso ficar se você pedir.
- Acho que chegou à hora do André oficialmente entrar no seu coração. Ele vem para Düsseldorf amanhã, passar o que resta do Natal comigo.
- Ele vai deixar a família dele para vir te ver? - sorriu novamente - Segure esse homem, minha neta. O nome disso é amor.
saiu de casa cedo na manhã de Natal. Era talvez, a manhã que ela mais gostava em todo ano. As ruas estavam cheias de neve. O café da manhã estava sendo colocado na mesa. A árvore de Natal estava cheia de presentes. Em sua casa tinha apenas a família que ela se importava. E naquele ano, seu namorado iria estar presente.
Depois de estacionar o carro no aeroporto, ela seguiu para o desembarque, onde aguardava o desembarque do voo da Lufthansa que havia acabado de chegar de Frankfurt. Por mais que fosse Natal, o local não estava movimentado àquela hora da manhã, mas podia imaginar que André fosse dar um jeito de se disfarçar entre as pessoas.
Porém, ele não fez aquilo. Ele saiu de cabeça baixa, pois estava mexendo no celular, e na outra mão, a mesma mala que estava na foto que havia recebido. O celular de tocou, e ela pegou do bolso.
“Acabei de desembarcar, vou pegar um táxi para sua casa.”
Ela riu. Estava aprendendo com ela a ser desligado com as coisas que aconteciam à sua volta.
“Liebe, larga o celular e olha pra frente.”
Ela digitou e voltou a prestar atenção ao namorado que estava praticamente parado no meio do saguão. André mudou o rosto para confuso, enquanto olhava para o telefone, mas depois fez como ela falou, e olhou para frente.
De braços cruzados, apenas levantou os dedos para acenar para ele, que andou de forma apressada até chegar a ela.
Quando falaram que aeroportos já viram beijos mais sinceros que casamentos, não podiam estar mais que certos. Sem trocar qualquer palavra, André levou a mão aos cabelos da namorada e a puxou para um longo beijo carinhoso.
Histórias de amor ficariam com inveja.
Diretores de Hollywood gostariam de repetir aquela cena.
As palavras da avó vieram à sua cabeça. Aquilo era amor. Aquelas famosas borboletas que faziam o estômago borbulhar cada vez que eles se encontravam.
- Fröhliche Weihnachten! - eles falaram juntos, após se separarem, e sorriram um para o outro.
- Eu não acredito que você está aqui - acariciou o rosto do namorado, que fechou os olhos com o toque.
- Nosso primeiro Natal como um casal. Eu não podia desperdiçar a chance de passar ao seu lado.
- E sua família?
- Eles entenderam.
Os dois foram até o carro e dirigiu de volta à sua casa. Quando saiu da mesma, ninguém tinha acordado ainda, mas àquela hora, provavelmente todos já estavam de pé. Se bem conhecia sua mãe, tinha organizado uma força-tarefa para deixar a casa impecável para receber o genro.
Como previsto, a mesa estava posta, a lareira estava acesa, as luzes na árvore piscavam e o cheiro de bolo recém pronto vinha da cozinha. Foi para onde levou o namorado de mãos dadas.
- André, bem vindo, querido!
A mãe de também não conhecia o genro, apenas por fotos que a filha mandava, o que saía nos tabloides, ou pelos comentários que o pai da garota havia feito no dia que eles foram jantar juntos após o jogo da Liga dos Campeões.
André foi bajulado pela sogra e não demorou muito para que o pai de aparecesse, já fazendo brincadeiras com o genro. Foi então que uma voz veio do corredor, e virou para a porta com André.
- Cadê a pessoa que me faz feliz, por fazer minha neta sorrir, e nem sabe?
A senhora foi em direção ao homem e o abraçou forte. A avó de realmente considerava André seu neto e vê-lo ali, à sua frente, foi uma grande felicidade.
- Eu passei a usar o número 21 nas costas! - a mulher confessou a André que riu.
- Vovó! - chamou a atenção da senhora que virou para ela.
- Mas é verdade! E ainda assisto a todos os jogos. Grito “heja BVB” antes deles e celebro todos os gols.
- A senhora precisa ir ao estádio - e virou para a namorada - Você definitivamente vai levar a sua avó aos jogos.
concordou com aquilo.
- Não me chame de senhora, André. Aceite que agora você tem uma terceira avó, me chame como tal.
Eles riram e não demorou muito para que eles fossem para a mesa do café da manhã e continuaram conversando lá. Depois foram para a sala e trocaram presentes. O pai de ganhou ingressos e passagem para acompanhar o jogo de volta da Liga dos Campeões em Madrid. Para a mãe e a avó, André deu um par de brincos.
- Eu não preciso de nada - sussurrou para ele, e deitou sua cabeça no ombro - Você conseguiu transformar o meu dia preferido do ano, em algo melhor e eu nunca achei que fosse possível.
- , você tem noção de como esses últimos seis meses ao seu lado, foram maravilhosos para mim? - ela balançou a cabeça de forma positiva. Haviam sido incríveis para ela também - Eu sou tão agradecido por você ter gritado por mim naquele jogo, que é quase impossível explicar o que eu sinto por você. Eu quero poder sentir isso todos os dias do próximo ano.
então franziu a testa e se lembrou de algo, que ela sempre gostou na decoração natalina de sua casa.
- Vem comigo! - ela levantou do sofá.
- Pra quê?
- Só vem comigo, André. - ela falou de forma impaciente.
- Espera, eu não me esqueci do seu presente - ele falou e ela abriu a boca incrédula - O quê? Realmente achou que o meu presente de Natal para você era vir até aqui? - ele balançou a cabeça - Bobinha. Vir até aqui foi um presente que eu me dei.
André mexeu em sua mala até o fundo, onde ele havia guardado da melhor forma possível. Uma caixa vermelha saiu de lá e levou as duas mãos à boca. Ela conhecia aquele vermelho, e as letras douradas em cima. Cartier.
Assim que ele estendeu a caixa para ela, pegou a mesma e com cuidado, abriu.
A famosa pulseira LOVE, em ouro rosa, com pequenos diamantes em sua volta, estava lá dentro, abraçando uma almofada, e uma pequena chave de fenda, também em ouro rosa, para abrir a mesma.
Aquilo era um desejo para desde sempre, porém custava uma pequena fortuna de euros que, por mais que tivesse um bom emprego, ainda não era viável para que ela pagasse.
- André…
- Eu não sabia o que te dar, confesso. Então eu vi na vitrine da loja quando fui a Frankfurt com minha irmã semana passada e achei que combinava com você. O que achou?
ainda estava sem palavras. Talvez ela nunca fosse capaz de poder retribuir um presente àquela altura e valor ao namorado.
E antes que ele pudesse falar qualquer coisa, ela o puxou para a porta de casa, onde anualmente ela pendurava um visco.
- Ich liebe dich - foi tudo o que ela conseguiu falar antes de beijar André embaixo da planta.
Dizem que se um casal se beija embaixo de um visco no dia de Natal, eles terão amor e felicidade para o ano que estava se aproximando.
Era isso que André havia desejado alguns minutos antes.
Era o que desejava para sempre.
E como primeiro Natal como um casal, André queria dar um jeito de passar com pelo menos algumas horas da celebração. Só tinha um problema: ela tinha ido para a casa de seus pais em Düsseldorf. Ele, para os pais dele, em Ludwigshafen.
Era meia-noite, já do dia 25, quando o celular de tocou e uma nova mensagem do namorado foi anunciada.
“Fröhliche Weihnachten, liebe.”
Ela sorriu para o celular e se afastou de sua família, indo sentar em um sofá ao lado da árvore de Natal. Antes de responder a mensagem, seu aparelho novamente apitou e uma imagem começou a ser carregada em sua tela.
Uma mala pequena, que ela conhecia como a de André, estava na tela. Ela ficou confusa e então deu zoom, procurando alguma coisa na foto, que talvez havia passado de forma despercebida pelos seus olhos, lhe dando alguma informação.
Nada.
voltou para a conversa com André e digitou uma mensagem para ele.
“Fröhliche Weihnachten, liebe! Seria melhor se eu tivesse como presente um loiro dos olhos azuis na minha porta, mas só de ter essa pessoa na minha vida, eu estou feliz.”
A resposta não veio instantaneamente. André talvez estivesse com sua família, desejando um feliz Natal a eles. Ela deveria fazer o mesmo.
se levantou com o celular no bolso da calça e foi cumprimentar sua família. Seus queridos avós estavam em casa, e a matriarca só sabia falar que desde que André apareceu na vida de , a neta parecia ter um brilho diferente, mas também dava broncas nela, por nunca ter o levado a Düsseldorf.
Tinha também aqueles famosos tios em sua casa, que sempre faziam alguma pergunta inconveniente ou tinham alguma piada. Enquanto toda a família perguntava sobre André, um tio já bêbado falava que ela está namorando um jogador do Borussia errado.
- Mönchengladbach - o homem falou levantando uma caneca de chopp - Tão mais perto da sua casa e você foi não só torcer, como trazer um jogador do Dortmund para casa. Que desrespeito com a sua família, .
era fofa, carinhosa e amável com as pessoas. fazia birra para o namorado e seus pais, quando queria. era mil pessoas em uma só. E ela também sabia ser um tanto ignorante quando queria, mas a convivência com André estava ensinando ela a ser paciente, contar até mil se possível, antes de dar uma resposta atravessada a alguém. Principalmente para a sua família. Principalmente na noite de Natal.
- Quantos gols o homem fez nessa temporada? Dois? - ele continuou falando e ela procurava ignorar. Estava mais interessada em contar quantos desenhos de flocos de neve havia na nova toalha de mesa de sua mãe - Tá bom, uns três no máximo. Mas se fosse pra pegar um jogador, que fosse pelo menos o capitão ou o artilheiro do time. Alguém que jogue de verdade.
- Chega! - gritou, apoiada a uma das cadeiras da mesa de jantar.
Seu tio a olhava incrédulo com aquele tom, mas logo desmanchou a feição e manteve um sorriso no rosto. Parecia vitória, por ter conseguido fazer a, ultimamente, pacífica , perder o controle dos seus nervos.
Ela sentiu uma mão pegando na sua e ao desviar o olhar, encontrou a delicada mão de sua avó, que tinha uma sutil aliança de ouro, em cima da sua.
- Ele é um bom jogador - a senhora exclamou e se levantou, puxando a neta com cuidado, de volta para o sofá - A mídia que é extremamente tendenciosa e maldosa.
- Vovó! - se surpreendeu com as palavras daquela senhora de mais de oitenta anos.
A verdade é que quando saiu na mídia que era a nova namorada de André Schürrle, de repente boa parte de seus conhecidos em Düsseldorf, passaram a enviar mensagem para ela. Falar que estava sumida. Perguntar se tinha como ela conseguir alguns ingressos para jogos no Westfalenstadion.
A família, que se dividia em torcer pelo Köln e o Mönchengladbach, provocavam a garota, a única aurinegra entre eles, procurando mais notícias sobre a má fase que André parecia estar passando naquele final de ano, do que ver tudo o que ele havia conquistado até então: Copa do Mundo. Supercopa da Alemanha. DFB-Pokal.
O coração dela.
Mas nada como seus pais e sua avó, para abandonarem seu time da Colônia e vestirem a camisa amarela por ela e verem, que além da má fase em que se encontrava, André era responsável pela felicidade de sua filha e neta. E aquilo, para eles, valia mais que qualquer troféu.
- Nem todos passamos por uma boa fase, você sabe disso, - a senhora falou já no sofá, mas ainda segurando as mãos da neta - Lembra quando tudo o que você queria, era estudar na Inglaterra?
lembrava. E também se lembrava que precisou enviar a aplicação por três semestres até ser aceita em Cambridge.
- E por mais que aquilo tenha sido um período difícil para você, profissionalmente, hoje você está aqui, feliz, sorrindo, bem sucedida e com o emprego dos sonhos, não está?
Ela balançou a cabeça e transmitiu um sorriso sereno para sua avó. Nada como a idade, para dar sabedoria às pessoas.
- O mesmo acontece com André. A gente sempre tem uma tempestade, depois da calmaria. Ele passou por uma fase muito boa, te conheceu e isso serviu para que um entrasse na vida do outro e você fosse o ombro que ele fosse precisar por agora. Eu não o conheço, mas esse rapaz já é meu neto do coração - sentiu os olhos marejarem com as palavras da matriarca da família - Podia ser o gari que limpa minha rua todas as manhãs, qualquer um que faz a minha cantar no chuveiro de felicidade, ganha o meu coração. André ganhou, e olha que eu nem conheço o rapaz ainda!
Sem conseguir pronunciar uma palavra, passou os braços pelos ombros da avó e lhe abraçou, escondendo o rosto para que ninguém a visse chorando. Enquanto seus pais e aquela mulher se importassem com ela, e aprovassem André, tanto como jogador de futebol ou qualquer outra profissão, era a única coisa que valia à pena em seu mundo.
Foi então que o celular de tocou novamente, e outra mensagem de André foi anunciada. Assim que ela abriu, era foto da tela de um computador.
Era um bilhete de avião. De Frankfurt para Düsseldorf. Para menos de sete horas a partir daquele momento. As lágrimas sumiram e o largo sorriso brotou no rosto de . Um sorriso que nem seu tio bêbado e inconveniente tiraria.
- Vovó, a senhora não tem planos de voltar para a sua casa amanhã, tem?
- Eu posso ficar se você pedir.
- Acho que chegou à hora do André oficialmente entrar no seu coração. Ele vem para Düsseldorf amanhã, passar o que resta do Natal comigo.
- Ele vai deixar a família dele para vir te ver? - sorriu novamente - Segure esse homem, minha neta. O nome disso é amor.
saiu de casa cedo na manhã de Natal. Era talvez, a manhã que ela mais gostava em todo ano. As ruas estavam cheias de neve. O café da manhã estava sendo colocado na mesa. A árvore de Natal estava cheia de presentes. Em sua casa tinha apenas a família que ela se importava. E naquele ano, seu namorado iria estar presente.
Depois de estacionar o carro no aeroporto, ela seguiu para o desembarque, onde aguardava o desembarque do voo da Lufthansa que havia acabado de chegar de Frankfurt. Por mais que fosse Natal, o local não estava movimentado àquela hora da manhã, mas podia imaginar que André fosse dar um jeito de se disfarçar entre as pessoas.
Porém, ele não fez aquilo. Ele saiu de cabeça baixa, pois estava mexendo no celular, e na outra mão, a mesma mala que estava na foto que havia recebido. O celular de tocou, e ela pegou do bolso.
“Acabei de desembarcar, vou pegar um táxi para sua casa.”
Ela riu. Estava aprendendo com ela a ser desligado com as coisas que aconteciam à sua volta.
“Liebe, larga o celular e olha pra frente.”
Ela digitou e voltou a prestar atenção ao namorado que estava praticamente parado no meio do saguão. André mudou o rosto para confuso, enquanto olhava para o telefone, mas depois fez como ela falou, e olhou para frente.
De braços cruzados, apenas levantou os dedos para acenar para ele, que andou de forma apressada até chegar a ela.
Quando falaram que aeroportos já viram beijos mais sinceros que casamentos, não podiam estar mais que certos. Sem trocar qualquer palavra, André levou a mão aos cabelos da namorada e a puxou para um longo beijo carinhoso.
Histórias de amor ficariam com inveja.
Diretores de Hollywood gostariam de repetir aquela cena.
As palavras da avó vieram à sua cabeça. Aquilo era amor. Aquelas famosas borboletas que faziam o estômago borbulhar cada vez que eles se encontravam.
- Fröhliche Weihnachten! - eles falaram juntos, após se separarem, e sorriram um para o outro.
- Eu não acredito que você está aqui - acariciou o rosto do namorado, que fechou os olhos com o toque.
- Nosso primeiro Natal como um casal. Eu não podia desperdiçar a chance de passar ao seu lado.
- E sua família?
- Eles entenderam.
Os dois foram até o carro e dirigiu de volta à sua casa. Quando saiu da mesma, ninguém tinha acordado ainda, mas àquela hora, provavelmente todos já estavam de pé. Se bem conhecia sua mãe, tinha organizado uma força-tarefa para deixar a casa impecável para receber o genro.
Como previsto, a mesa estava posta, a lareira estava acesa, as luzes na árvore piscavam e o cheiro de bolo recém pronto vinha da cozinha. Foi para onde levou o namorado de mãos dadas.
- André, bem vindo, querido!
A mãe de também não conhecia o genro, apenas por fotos que a filha mandava, o que saía nos tabloides, ou pelos comentários que o pai da garota havia feito no dia que eles foram jantar juntos após o jogo da Liga dos Campeões.
André foi bajulado pela sogra e não demorou muito para que o pai de aparecesse, já fazendo brincadeiras com o genro. Foi então que uma voz veio do corredor, e virou para a porta com André.
- Cadê a pessoa que me faz feliz, por fazer minha neta sorrir, e nem sabe?
A senhora foi em direção ao homem e o abraçou forte. A avó de realmente considerava André seu neto e vê-lo ali, à sua frente, foi uma grande felicidade.
- Eu passei a usar o número 21 nas costas! - a mulher confessou a André que riu.
- Vovó! - chamou a atenção da senhora que virou para ela.
- Mas é verdade! E ainda assisto a todos os jogos. Grito “heja BVB” antes deles e celebro todos os gols.
- A senhora precisa ir ao estádio - e virou para a namorada - Você definitivamente vai levar a sua avó aos jogos.
concordou com aquilo.
- Não me chame de senhora, André. Aceite que agora você tem uma terceira avó, me chame como tal.
Eles riram e não demorou muito para que eles fossem para a mesa do café da manhã e continuaram conversando lá. Depois foram para a sala e trocaram presentes. O pai de ganhou ingressos e passagem para acompanhar o jogo de volta da Liga dos Campeões em Madrid. Para a mãe e a avó, André deu um par de brincos.
- Eu não preciso de nada - sussurrou para ele, e deitou sua cabeça no ombro - Você conseguiu transformar o meu dia preferido do ano, em algo melhor e eu nunca achei que fosse possível.
- , você tem noção de como esses últimos seis meses ao seu lado, foram maravilhosos para mim? - ela balançou a cabeça de forma positiva. Haviam sido incríveis para ela também - Eu sou tão agradecido por você ter gritado por mim naquele jogo, que é quase impossível explicar o que eu sinto por você. Eu quero poder sentir isso todos os dias do próximo ano.
então franziu a testa e se lembrou de algo, que ela sempre gostou na decoração natalina de sua casa.
- Vem comigo! - ela levantou do sofá.
- Pra quê?
- Só vem comigo, André. - ela falou de forma impaciente.
- Espera, eu não me esqueci do seu presente - ele falou e ela abriu a boca incrédula - O quê? Realmente achou que o meu presente de Natal para você era vir até aqui? - ele balançou a cabeça - Bobinha. Vir até aqui foi um presente que eu me dei.
André mexeu em sua mala até o fundo, onde ele havia guardado da melhor forma possível. Uma caixa vermelha saiu de lá e levou as duas mãos à boca. Ela conhecia aquele vermelho, e as letras douradas em cima. Cartier.
Assim que ele estendeu a caixa para ela, pegou a mesma e com cuidado, abriu.
A famosa pulseira LOVE, em ouro rosa, com pequenos diamantes em sua volta, estava lá dentro, abraçando uma almofada, e uma pequena chave de fenda, também em ouro rosa, para abrir a mesma.
Aquilo era um desejo para desde sempre, porém custava uma pequena fortuna de euros que, por mais que tivesse um bom emprego, ainda não era viável para que ela pagasse.
- André…
- Eu não sabia o que te dar, confesso. Então eu vi na vitrine da loja quando fui a Frankfurt com minha irmã semana passada e achei que combinava com você. O que achou?
ainda estava sem palavras. Talvez ela nunca fosse capaz de poder retribuir um presente àquela altura e valor ao namorado.
E antes que ele pudesse falar qualquer coisa, ela o puxou para a porta de casa, onde anualmente ela pendurava um visco.
- Ich liebe dich - foi tudo o que ela conseguiu falar antes de beijar André embaixo da planta.
Dizem que se um casal se beija embaixo de um visco no dia de Natal, eles terão amor e felicidade para o ano que estava se aproximando.
Era isso que André havia desejado alguns minutos antes.
Era o que desejava para sempre.
Capítulo 12: A primeira viagem de inverno deles.
Um pouco antes de cada um viajar para passar o Natal com suas famílias, e André começaram a pensar em sua primeira viagem juntos. Ambos estariam de recesso durante boa parte do mês de Janeiro, o que foi uma boa oportunidade para saírem da Alemanha por um tempo.
Mas eles eram completamente diferentes.
Ela, se pudesse, iria aproveitar as férias para escalar o Monte Everest. Ir à Suíça esquiar nos alpes. Ir a qualquer lugar onde ela pudesse fazer bonecos de neve e usar roupa suficiente para que apenas os olhos dela ficassem à mostra.
André era o extremo oposto. Por ele, iriam a qualquer lugar onde tivesse muito sol, mar, areia, bebidas refrescantes e ela de biquíni. Voltaria para Ibiza, quantas vezes fosse necessário. Levaria ela ao paraíso que são as ilhas Gregas. Aos resorts caribenhos com muita tequila nos drinks. Ao Rio de Janeiro, onde ele teve a oportunidade de ser campeão do mundo.
Era óbvio, Schürrle iria aproveitar o inverno para ir de encontro ao verão.
E não ir para um lugar mais frio ainda.
Aquilo não fazia o menor sentido na cabeça do jogador.
Estavam os dois no apartamento dele. no sofá maior, deitada no mesmo, com o computador no colo, fazendo suas pesquisas de viagens. André estava no chão, próximo aos pés dela, e ocasionalmente recebia algum carinho.
Carinho com os pés. conseguia ser criativa na forma de demonstrar afeto às pessoas.
- Finlândia ou Noruega? - ela pensou um pouco alto demais, e encontrou os olhos azuis do namorado encontrando os seus.
- Rio de Janeiro ou Cancun? - André devolveu a pergunta.
- Quando o verão chegar, você pode escolher qualquer um dos dois que eu vou amar. Agora me diz, você prefere ir pra onde?
André fez cara de dor. Só de pensar em ter que levar todos os casacos do seu armário, os cachecóis, as roupas térmicas e também as botas. Até parece que não sabia a franquia de peso das bagagens das companhia aéreas.
- … - ele suplicou.
Ela fechou o computador e se sentou no sofá, colocando o mesmo de lado e se abaixou, cruzando os dois braços no peito de André o abraçando. Seus rostos ficaram colados um do outro e ela pôde ver no computador dele, uma bela imagem do Rio de Janeiro, vista dos pés do Cristo Redentor. Realmente, devia ser maravilhoso.
- A gente pode entrar em um acordo - ela falou próximo ao ouvido de André que sentiu um frio na espinha. Ah, … - Nesse inverno a gente vai para um lugar frio, onde nós podemos tomar muito vinho, café, conhaque - ela então mordeu o lóbulo da orelha do namorado - Transar muito. E quando chegar o calor você me leva pra qualquer lugar que é um projeto de inferno, onde eu levo meus óculos de sol, uma infinita coleção de chapéus e fujo de sol da forma que eu posso.
André estava catatônico. Seu cérebro havia parado de receber informações depois da mordida em sua orelha e as duas palavras que ela proferiu bem devagar. Seja lá qual seria o resto do acordo, ele aceitava aquelas condições.
- Combinado? - falou como se não tivesse ganho o namorado com a condição, mas continuou abraçada nele.
Ele virou o rosto, encontrando os olhos escuros dela, que sorria para ele.
- Você é boa de argumentação, não?
deu de ombros e quando menos esperou, os braços de André a puxaram para o chão. Não demorou muito para que a sala do apartamento dele estivesse espalhado de roupas pelo chão.
As festas de fim de ano passaram e logo no começo do mês, o casal já estava de volta ao aeroporto de Düsseldorf para embarcarem. A neve fez o aeroporto fechar e aquilo deixou bem estressada. A conexão do casal era apertada, e se o voo deles atrasasse, iriam perder o próximo e sabe lá quando chegariam ao destino.
- As condições climáticas por lá estão bem pior, não se preocupe - o atendente foi gentil quando ela, pela enésima vez, havia se levantado para perguntar se havia alguma novidade em relação ao voo.
sorriu para o rapaz e voltou para o lado de André, que mexia em algo no computador, e tinha um headphone.
- Se nós estivéssemos indo ao Rio de Janeiro, isso não estaria acontecendo - ele instigou , que rolou os olhos e bufou, não só para ele, mas para quem estivesse naquela sala VIP, ouvir.
- Que parte do “esse aeroporto está fechado e a gente não sai daqui nem pra voltar pra casa” , você não entendeu?
- Liebe… - André tirou o fone de sua cabeça e virou para ela - Não se irrita. Se não você não vai aproveitar essa viagem. E eu estou disposto a cobrar aquilo que foi combinado.
soltou uma risada nasalada e virou a cabeça, para encostar a testa no ombro dele. Desde o momento que eles compraram aquelas passagens e reservaram o hotel, André só sabia falar que já que ele estava indo para um local mais frio que Dortmund, ele iria querer tudo o que tivesse direito.
- É que já não é certo que nós vamos conseguir e…
- Shh. Não fala isso.
O homem olhou para fora e já não via mais a neve cair, enquanto uma máquina passava na pista, abrindo caminho para pousos e decolagens.
“Senhores passageiros com destino a Helsinque, seu embarque se iniciará em instantes.”
- Eu disse que não era para você desesperar - ele falou quando levantou a cabeça com um largo sorriso no rosto.
Ele deu um selinho na namorada e aproveitou para guardar o notebook em sua mochila. Em pouco tempo os dois já estavam embarcados, para duas horas e meia de voo até a capital da Finlândia.
Durante o voo, o tempo em Helsinque também melhorou e eles conseguiram pousar sem problemas. Porém a comissária os instruiu a correr, pois como o aeroporto tinha recém aberto, a conexão estava prevista.
Mal tiveram tempo de esticar as pernas e já embarcaram em um voo de mais uma hora e meia até Rovaniemi, ao norte da Finlândia.
não pode deixar de sorrir quando, ao descer do avião no pequeno aeroporto da região, André estava roxo de tanto frio e batia o queixo. O casal correu para dentro do saguão e pegaram suas malas, que estava girando na esteira.
- Você vai ter que me recompensar muito por isso.
Como o aeroporto era o mais próximo de onde eles realmente iam, um traslado os levou até a estação de trem aonde, uma hora depois, eles finalmente chegaram a Luosto, uma espécie de reserva natural, situada na Finlândia.
A verdade é que André só sabia reclamar em como aquele local era frio. Ele achava que Dortmund era uma cidade gelada no inverno, mas até começou a achar agradável.
A Lapônia era realmente muito bonita, mas ele e só podiam aproveitar as atividades externas, por no máximo três horas do dia. Após aquele tempo, o corpo começava a sentir os efeitos tanto da temperatura, quanto da altitude.
Após as atividades de esqui, snowboard, trenós, eles voltavam para dentro do seu chalé, e lá ficavam. Tomando café. Namorando. Tomando vinho. Assistindo um filme. Bebendo conhaque. Se amando.
Nessa época do ano, o dia tinha luz solar por apenas seis horas. Um dia estavam deitados na cama quando um aviso sonoro começou a ecoar por todo o hotel. afastou as cobertas e pulou com um sorriso no rosto.
Não. Aquilo só podia ser um sonho que estava acontecendo.
- O que foi? - André perguntou com um pouco de preguiça.
Muita. O inverno deixa as pessoas mais preguiçosas. O frio no Ártico as transformava em bicho preguiça.
- As luzes!
Ele ficou um pouco confuso com aquelas palavras, e percebeu que ela corria vestir mais casacos.
- As luzes, André! - ela gritou.
Ele captou a mensagem e se levantou também vestindo mais algumas camadas de roupa e correram para fora do chalé, onde os seus vizinhos também estavam. Alguns, estavam enrolados em cobertores, mas todos olhando para o céu.
Um espetáculo estava acontecendo acima de suas cabeças. A aurora boreal iluminava o céu da Lapônia, passando dos tons esverdeados, para tons de lilás e vermelho.
correu de volta no chalé e pegou sua câmera, registrando todos os quadros que ela pudesse daquele momento. Seu sorriso era imenso, sua felicidade, maior ainda.
André olhou para ela. O Rio de Janeiro poderia ser um lugar maravilhoso, mas nada como ver o sorriso da mulher que amaa, por ela estar realizando um sonho.
Ele voltou a bater o queixo e a abraçou pela cintura, enquanto olhava o céu.
- Eu preciso admitir… É uma das coisas mais incríveis que eu já vi.
- Eu tinha certeza que você iria gostar e finalmente vencer o seu orgulho - virou para ele.
André estava sorrindo. Não se lembrava de nenhum relacionamento anterior em que ele tinha ficado bobo daquela forma. completava ele.
As luzes então se apagaram e as pessoas voltavam para dentro de seus chalés. Depois de um beijo trocado, os dois também entraram e foram em direção às cobertas.
Era muito fácil aprender a gostar das coisas que gostava. E o frio, na companhia dela, era uma delas.
Mas eles eram completamente diferentes.
Ela, se pudesse, iria aproveitar as férias para escalar o Monte Everest. Ir à Suíça esquiar nos alpes. Ir a qualquer lugar onde ela pudesse fazer bonecos de neve e usar roupa suficiente para que apenas os olhos dela ficassem à mostra.
André era o extremo oposto. Por ele, iriam a qualquer lugar onde tivesse muito sol, mar, areia, bebidas refrescantes e ela de biquíni. Voltaria para Ibiza, quantas vezes fosse necessário. Levaria ela ao paraíso que são as ilhas Gregas. Aos resorts caribenhos com muita tequila nos drinks. Ao Rio de Janeiro, onde ele teve a oportunidade de ser campeão do mundo.
Era óbvio, Schürrle iria aproveitar o inverno para ir de encontro ao verão.
E não ir para um lugar mais frio ainda.
Aquilo não fazia o menor sentido na cabeça do jogador.
Estavam os dois no apartamento dele. no sofá maior, deitada no mesmo, com o computador no colo, fazendo suas pesquisas de viagens. André estava no chão, próximo aos pés dela, e ocasionalmente recebia algum carinho.
Carinho com os pés. conseguia ser criativa na forma de demonstrar afeto às pessoas.
- Finlândia ou Noruega? - ela pensou um pouco alto demais, e encontrou os olhos azuis do namorado encontrando os seus.
- Rio de Janeiro ou Cancun? - André devolveu a pergunta.
- Quando o verão chegar, você pode escolher qualquer um dos dois que eu vou amar. Agora me diz, você prefere ir pra onde?
André fez cara de dor. Só de pensar em ter que levar todos os casacos do seu armário, os cachecóis, as roupas térmicas e também as botas. Até parece que não sabia a franquia de peso das bagagens das companhia aéreas.
- … - ele suplicou.
Ela fechou o computador e se sentou no sofá, colocando o mesmo de lado e se abaixou, cruzando os dois braços no peito de André o abraçando. Seus rostos ficaram colados um do outro e ela pôde ver no computador dele, uma bela imagem do Rio de Janeiro, vista dos pés do Cristo Redentor. Realmente, devia ser maravilhoso.
- A gente pode entrar em um acordo - ela falou próximo ao ouvido de André que sentiu um frio na espinha. Ah, … - Nesse inverno a gente vai para um lugar frio, onde nós podemos tomar muito vinho, café, conhaque - ela então mordeu o lóbulo da orelha do namorado - Transar muito. E quando chegar o calor você me leva pra qualquer lugar que é um projeto de inferno, onde eu levo meus óculos de sol, uma infinita coleção de chapéus e fujo de sol da forma que eu posso.
André estava catatônico. Seu cérebro havia parado de receber informações depois da mordida em sua orelha e as duas palavras que ela proferiu bem devagar. Seja lá qual seria o resto do acordo, ele aceitava aquelas condições.
- Combinado? - falou como se não tivesse ganho o namorado com a condição, mas continuou abraçada nele.
Ele virou o rosto, encontrando os olhos escuros dela, que sorria para ele.
- Você é boa de argumentação, não?
deu de ombros e quando menos esperou, os braços de André a puxaram para o chão. Não demorou muito para que a sala do apartamento dele estivesse espalhado de roupas pelo chão.
As festas de fim de ano passaram e logo no começo do mês, o casal já estava de volta ao aeroporto de Düsseldorf para embarcarem. A neve fez o aeroporto fechar e aquilo deixou bem estressada. A conexão do casal era apertada, e se o voo deles atrasasse, iriam perder o próximo e sabe lá quando chegariam ao destino.
- As condições climáticas por lá estão bem pior, não se preocupe - o atendente foi gentil quando ela, pela enésima vez, havia se levantado para perguntar se havia alguma novidade em relação ao voo.
sorriu para o rapaz e voltou para o lado de André, que mexia em algo no computador, e tinha um headphone.
- Se nós estivéssemos indo ao Rio de Janeiro, isso não estaria acontecendo - ele instigou , que rolou os olhos e bufou, não só para ele, mas para quem estivesse naquela sala VIP, ouvir.
- Que parte do “esse aeroporto está fechado e a gente não sai daqui nem pra voltar pra casa” , você não entendeu?
- Liebe… - André tirou o fone de sua cabeça e virou para ela - Não se irrita. Se não você não vai aproveitar essa viagem. E eu estou disposto a cobrar aquilo que foi combinado.
soltou uma risada nasalada e virou a cabeça, para encostar a testa no ombro dele. Desde o momento que eles compraram aquelas passagens e reservaram o hotel, André só sabia falar que já que ele estava indo para um local mais frio que Dortmund, ele iria querer tudo o que tivesse direito.
- É que já não é certo que nós vamos conseguir e…
- Shh. Não fala isso.
O homem olhou para fora e já não via mais a neve cair, enquanto uma máquina passava na pista, abrindo caminho para pousos e decolagens.
“Senhores passageiros com destino a Helsinque, seu embarque se iniciará em instantes.”
- Eu disse que não era para você desesperar - ele falou quando levantou a cabeça com um largo sorriso no rosto.
Ele deu um selinho na namorada e aproveitou para guardar o notebook em sua mochila. Em pouco tempo os dois já estavam embarcados, para duas horas e meia de voo até a capital da Finlândia.
Durante o voo, o tempo em Helsinque também melhorou e eles conseguiram pousar sem problemas. Porém a comissária os instruiu a correr, pois como o aeroporto tinha recém aberto, a conexão estava prevista.
Mal tiveram tempo de esticar as pernas e já embarcaram em um voo de mais uma hora e meia até Rovaniemi, ao norte da Finlândia.
não pode deixar de sorrir quando, ao descer do avião no pequeno aeroporto da região, André estava roxo de tanto frio e batia o queixo. O casal correu para dentro do saguão e pegaram suas malas, que estava girando na esteira.
- Você vai ter que me recompensar muito por isso.
Como o aeroporto era o mais próximo de onde eles realmente iam, um traslado os levou até a estação de trem aonde, uma hora depois, eles finalmente chegaram a Luosto, uma espécie de reserva natural, situada na Finlândia.
A verdade é que André só sabia reclamar em como aquele local era frio. Ele achava que Dortmund era uma cidade gelada no inverno, mas até começou a achar agradável.
A Lapônia era realmente muito bonita, mas ele e só podiam aproveitar as atividades externas, por no máximo três horas do dia. Após aquele tempo, o corpo começava a sentir os efeitos tanto da temperatura, quanto da altitude.
Após as atividades de esqui, snowboard, trenós, eles voltavam para dentro do seu chalé, e lá ficavam. Tomando café. Namorando. Tomando vinho. Assistindo um filme. Bebendo conhaque. Se amando.
Nessa época do ano, o dia tinha luz solar por apenas seis horas. Um dia estavam deitados na cama quando um aviso sonoro começou a ecoar por todo o hotel. afastou as cobertas e pulou com um sorriso no rosto.
Não. Aquilo só podia ser um sonho que estava acontecendo.
- O que foi? - André perguntou com um pouco de preguiça.
Muita. O inverno deixa as pessoas mais preguiçosas. O frio no Ártico as transformava em bicho preguiça.
- As luzes!
Ele ficou um pouco confuso com aquelas palavras, e percebeu que ela corria vestir mais casacos.
- As luzes, André! - ela gritou.
Ele captou a mensagem e se levantou também vestindo mais algumas camadas de roupa e correram para fora do chalé, onde os seus vizinhos também estavam. Alguns, estavam enrolados em cobertores, mas todos olhando para o céu.
Um espetáculo estava acontecendo acima de suas cabeças. A aurora boreal iluminava o céu da Lapônia, passando dos tons esverdeados, para tons de lilás e vermelho.
correu de volta no chalé e pegou sua câmera, registrando todos os quadros que ela pudesse daquele momento. Seu sorriso era imenso, sua felicidade, maior ainda.
André olhou para ela. O Rio de Janeiro poderia ser um lugar maravilhoso, mas nada como ver o sorriso da mulher que amaa, por ela estar realizando um sonho.
Ele voltou a bater o queixo e a abraçou pela cintura, enquanto olhava o céu.
- Eu preciso admitir… É uma das coisas mais incríveis que eu já vi.
- Eu tinha certeza que você iria gostar e finalmente vencer o seu orgulho - virou para ele.
André estava sorrindo. Não se lembrava de nenhum relacionamento anterior em que ele tinha ficado bobo daquela forma. completava ele.
As luzes então se apagaram e as pessoas voltavam para dentro de seus chalés. Depois de um beijo trocado, os dois também entraram e foram em direção às cobertas.
Era muito fácil aprender a gostar das coisas que gostava. E o frio, na companhia dela, era uma delas.
Capítulo 13: A primeira lesão dele
Depois das férias de inverno na Lapônia, não demorou muito para Joachim Löw, técnico da seleção alemã de futebol, fizesse uma convocação. A Copa do Mundo seria no ano seguinte e aqueles seriam os últimos jogos, que iria definir quem estava classificado para ir para a Rússia no ano seguinte.
havia visto André atuar no Brasil. Entrou em quase todos os jogos, fez dois gols no massacre em cima da seleção anfitriã e fez o passe que ajudou ao gol do título. Em Cambridge, enquanto fazia o curso, ela gritava e vibrava. Eram campeões do mundo pela quarta vez.
E nesse momento, se a vida lhe fosse boa o suficiente, ela tinha certeza que veria André brilhar em outra Copa do Mundo. Os dois se espantaram quando ele estava entre os meio-campistas escolhidos pelo técnico. Ele realmente estava passando por uma má fase, mas aquilo significava que ele ainda era confiável em campo.
- Já falei que além do 21, o número 9 também é o meu preferido?
pulou no colo de André, fechando as pernas dela em volta do corpo dele. Segurando a namorada, o jogador entrou no apartamento e fechou a porta atrás dele, a levando até o sofá.
- Me diz que você vai conseguir tirar folga para ir aos jogos - ele pediu - Nenhum vai ser em Dortmund. E dependendo de quem a gente pegar, vai ser fora do país.
- Eu vou dar um jeito, mas eu não vou perder a oportunidade de te ver em campo pela seleção. Eu nunca vi um jogo da seleção.
- Você só pode estar brincando, liebe! - André não acreditava naquilo - !
- O quê? - ela sorriu para ele - Eu morei na Inglaterra por dois anos. E de qualquer forma, nunca nenhum jogo foi perto de mim.
- Cadê seu telefone, eu vou ligar pro seu chefe e falar que você vai viajar comigo por três jogos e se eu quiser, eu te devolvo pra ele.
André colocou a mão no bolso de trás da calça que ela usava, onde ela sempre deixava o celular, e começou a rir. Ele conseguiu tirar e levou o telefone até a orelha, fingindo que falava com alguém.
- É o chefe da ? - ele concordou com a cabeça e ela ainda o olhava gargalhando - É só pra informar que ela vai passar uns dez dias fora. É, acontece que existe algum motivo que nunca a deixou assistir a um jogo da seleção.
- Você nunca vai me perdoar por isso - ela tirou o celular da mão dele - Eu fui a todos que eu conseguia do Dortmund.
- E ainda vai. Com uma camisa autografada.
- Mas, meu querido! - ela desceu do colo dele e pôs uma mão em seu peito, empurrando-o no sofá - Se não tiver camisa da seleção autografada, pode esquecer essa bonitinha assim gritando por você na arquibancada.
André já estava na concentração com a seleção há alguns dias, mas só na manhã do jogo que pegou um avião de Dortmund para Hamburg, cidade onde seria o jogo.
A cidade estava em festa. Não só alemães de diversas partes do país chegavam ao aeroporto naquela manhã, como vários torcedores vindo de voos de Varsóvia, capital da Polônia, contra quem sua seleção iria jogar aquela tarde.
Ela estava se sentindo péssima. Quando não podia acompanhá-la aos estádios, era Melissa e Gala que sempre estavam pela área VIP para entretê-la. No entanto, aquela tarde, não tinha ninguém. Estava completamente sozinha. Sentada na arquibancada, ela até via algumas namoradas de outros jogadores, que eram de outros times, que não o Dortmund, mas não as conhecia.
E era tímida o bastante para se apresentar como namorada de André.
O Volfsparkstadion enchia e era possível ver camisas brancas e vermelhas. Ela rolou os olhos. Nunca foi fã das camisas vermelhas. Munique só havia servido para que ela conseguisse o seu diploma, porque seu futebol e camisa do coração sempre foi amarela.
O telefone tocou com mensagem e, para sua felicidade, André estava procurando por ela.
“Tenho uma notícia boa e uma ruim, qual você quer primeiro?”
Ela não estava gostando nem um pouco daquilo.
“A ruim primeiro. Pelo menos a boa compensa um pouco.”
Não demorou muito para que a resposta viesse.
“Não sou titular, mas Löw disse que as chances de eu entrar no segundo tempo são grandes.”
“Faça um gol e classifique a Alemanha para a Copa do Mundo!”
“Eu vou tentar.” A resposta veio logo em seguida, então, o aparelho tocou de novo. “Estou feliz que você esteja aqui. Ich liebe dich.”
“Ich liebe dich.”
respondeu e guardou o telefone na bolsa. Não faltava muito para que o jogo começasse, mas a ansiedade estava matando-a.
Por nunca ter assistido a um jogo da seleção no estádio, ela mal havia dormido de ansiedade. Quando conseguiu pegar no sono, ficou acordada a noite inteira preocupada em perder seu avião. Desde cedo quando se levantou, já havia mensagens de André no telefone.
Não bastava ser o primeiro jogo que assistia da sua seleção. Era namorada de um dos convocados, e ele também estava ansioso pela presença dela no estádio.
Ou seja: tudo estava caindo em cima de .
Os jogadores reservas entraram para o banco e ela pode ver a cabeça de André, de agasalho, e o colete de jogadores não-titulares que ela sempre achou horroroso. Seu coração apertou. Era sempre uma emoção vê-lo em campo, mas ao mesmo tempo, era um pouco desesperador, já que futebol era um jogo um pouco violento.
As seleções titulares entraram e os hinos começaram a ser tocados. Primeiro o da Polônia, por serem os convidados da casa. Os poloneses presentes cantavam a plenos pulmões, e a torcida alemã, estava calada, respeitando.
Então foi a vez do hino nacional alemão. Era como se 80% dos espectadores naquele estádio, fossem os donos da casa, e tinham o maior orgulho de cantar em jogos de futebol. Eram os atuais campeões mundiais. Futebol era, no momento, algo que orgulhava muito a Alemanha.
Não demorou para que o jogo começasse. Estava morno, ninguém realmente atacava. A Alemanha ia brincando com a defesa da Polônia, que vez ou outra, tentava uma investida, mas os alemães conseguiam segurar. Foi aproximadamente aos trinta minutos de jogo que Kroos abrisse o placar, fazendo 1-0 Alemanha. O estádio fez festa, pois aquele gol já os classificaria para Rússia.
O segundo tempo começou e não demorou muito para que a primeira alteração ocorresse. Mezut Özil saiu e André entrou em campo.
ficou de pé e começou a gritar palavras incentivando o namorado, que logo começava a correr no campo, procurando a sua chance com a bola. Schürrle chegou a fazer uma finalização, mas a bola foi direto na trave. ficou agoniada. A bola tinha que entrar.
Os minutos foram passando e nenhum outro gol saía. Se continuasse daquele jeito, eles já estavam a caminho da Rússia, mas a Alemanha queria mais.
André passou correndo no campo de visão de e ela o seguiu. A bola estava com Robert Lewandowski, chegando na área alemã. Para colocar a bola longe, André chutou, mas o pé do polonês também e foi direto no tornozelo esquerdo do alemão.
O namorado de caiu no chão gritando de dor e o juiz apitou a paralisação do jogo. Ela ficou estática, sem reação, apenas observando o que estava acontecendo.
Alguns jogadores em volta, tentando ajudar o colega. André batendo as mãos no gramado e gritando. Outros amigos de seleção chamavam alguém no banco. Os médicos da Alemanha entrando em campo. Os auxiliares com a maca para retirá-lo também.
sentiu as mãos tremerem de nervoso. Estar ali, vendo tudo acontecer e não poder fazer nada era simplesmente um absurdo. Ela olhou então para o polonês que argumentava com o juiz.
Depois que o cartão amarelo lhe foi levantado, Lewandowski virou para trás e ao mudar de posição em campo, encontrou o tornozelo de André no meio do caminho e simplesmente pisou de chuteira.
- Cartão vermelho! - ela gritou e algumas pessoas o acompanharam.
Na verdade ela queria poder entrar em campo e dar um soco em Robert, mas como não era possível, ela queria um cartão vermelho para ele. Porém o juiz não viu. E André continuava agonizando enquanto ajudavam a colocá-lo na maca.
- Eu odeio esse polonês.
havia visto André atuar no Brasil. Entrou em quase todos os jogos, fez dois gols no massacre em cima da seleção anfitriã e fez o passe que ajudou ao gol do título. Em Cambridge, enquanto fazia o curso, ela gritava e vibrava. Eram campeões do mundo pela quarta vez.
E nesse momento, se a vida lhe fosse boa o suficiente, ela tinha certeza que veria André brilhar em outra Copa do Mundo. Os dois se espantaram quando ele estava entre os meio-campistas escolhidos pelo técnico. Ele realmente estava passando por uma má fase, mas aquilo significava que ele ainda era confiável em campo.
- Já falei que além do 21, o número 9 também é o meu preferido?
pulou no colo de André, fechando as pernas dela em volta do corpo dele. Segurando a namorada, o jogador entrou no apartamento e fechou a porta atrás dele, a levando até o sofá.
- Me diz que você vai conseguir tirar folga para ir aos jogos - ele pediu - Nenhum vai ser em Dortmund. E dependendo de quem a gente pegar, vai ser fora do país.
- Eu vou dar um jeito, mas eu não vou perder a oportunidade de te ver em campo pela seleção. Eu nunca vi um jogo da seleção.
- Você só pode estar brincando, liebe! - André não acreditava naquilo - !
- O quê? - ela sorriu para ele - Eu morei na Inglaterra por dois anos. E de qualquer forma, nunca nenhum jogo foi perto de mim.
- Cadê seu telefone, eu vou ligar pro seu chefe e falar que você vai viajar comigo por três jogos e se eu quiser, eu te devolvo pra ele.
André colocou a mão no bolso de trás da calça que ela usava, onde ela sempre deixava o celular, e começou a rir. Ele conseguiu tirar e levou o telefone até a orelha, fingindo que falava com alguém.
- É o chefe da ? - ele concordou com a cabeça e ela ainda o olhava gargalhando - É só pra informar que ela vai passar uns dez dias fora. É, acontece que existe algum motivo que nunca a deixou assistir a um jogo da seleção.
- Você nunca vai me perdoar por isso - ela tirou o celular da mão dele - Eu fui a todos que eu conseguia do Dortmund.
- E ainda vai. Com uma camisa autografada.
- Mas, meu querido! - ela desceu do colo dele e pôs uma mão em seu peito, empurrando-o no sofá - Se não tiver camisa da seleção autografada, pode esquecer essa bonitinha assim gritando por você na arquibancada.
André já estava na concentração com a seleção há alguns dias, mas só na manhã do jogo que pegou um avião de Dortmund para Hamburg, cidade onde seria o jogo.
A cidade estava em festa. Não só alemães de diversas partes do país chegavam ao aeroporto naquela manhã, como vários torcedores vindo de voos de Varsóvia, capital da Polônia, contra quem sua seleção iria jogar aquela tarde.
Ela estava se sentindo péssima. Quando não podia acompanhá-la aos estádios, era Melissa e Gala que sempre estavam pela área VIP para entretê-la. No entanto, aquela tarde, não tinha ninguém. Estava completamente sozinha. Sentada na arquibancada, ela até via algumas namoradas de outros jogadores, que eram de outros times, que não o Dortmund, mas não as conhecia.
E era tímida o bastante para se apresentar como namorada de André.
O Volfsparkstadion enchia e era possível ver camisas brancas e vermelhas. Ela rolou os olhos. Nunca foi fã das camisas vermelhas. Munique só havia servido para que ela conseguisse o seu diploma, porque seu futebol e camisa do coração sempre foi amarela.
O telefone tocou com mensagem e, para sua felicidade, André estava procurando por ela.
“Tenho uma notícia boa e uma ruim, qual você quer primeiro?”
Ela não estava gostando nem um pouco daquilo.
“A ruim primeiro. Pelo menos a boa compensa um pouco.”
Não demorou muito para que a resposta viesse.
“Não sou titular, mas Löw disse que as chances de eu entrar no segundo tempo são grandes.”
“Faça um gol e classifique a Alemanha para a Copa do Mundo!”
“Eu vou tentar.” A resposta veio logo em seguida, então, o aparelho tocou de novo. “Estou feliz que você esteja aqui. Ich liebe dich.”
“Ich liebe dich.”
respondeu e guardou o telefone na bolsa. Não faltava muito para que o jogo começasse, mas a ansiedade estava matando-a.
Por nunca ter assistido a um jogo da seleção no estádio, ela mal havia dormido de ansiedade. Quando conseguiu pegar no sono, ficou acordada a noite inteira preocupada em perder seu avião. Desde cedo quando se levantou, já havia mensagens de André no telefone.
Não bastava ser o primeiro jogo que assistia da sua seleção. Era namorada de um dos convocados, e ele também estava ansioso pela presença dela no estádio.
Ou seja: tudo estava caindo em cima de .
Os jogadores reservas entraram para o banco e ela pode ver a cabeça de André, de agasalho, e o colete de jogadores não-titulares que ela sempre achou horroroso. Seu coração apertou. Era sempre uma emoção vê-lo em campo, mas ao mesmo tempo, era um pouco desesperador, já que futebol era um jogo um pouco violento.
As seleções titulares entraram e os hinos começaram a ser tocados. Primeiro o da Polônia, por serem os convidados da casa. Os poloneses presentes cantavam a plenos pulmões, e a torcida alemã, estava calada, respeitando.
Então foi a vez do hino nacional alemão. Era como se 80% dos espectadores naquele estádio, fossem os donos da casa, e tinham o maior orgulho de cantar em jogos de futebol. Eram os atuais campeões mundiais. Futebol era, no momento, algo que orgulhava muito a Alemanha.
Não demorou para que o jogo começasse. Estava morno, ninguém realmente atacava. A Alemanha ia brincando com a defesa da Polônia, que vez ou outra, tentava uma investida, mas os alemães conseguiam segurar. Foi aproximadamente aos trinta minutos de jogo que Kroos abrisse o placar, fazendo 1-0 Alemanha. O estádio fez festa, pois aquele gol já os classificaria para Rússia.
O segundo tempo começou e não demorou muito para que a primeira alteração ocorresse. Mezut Özil saiu e André entrou em campo.
ficou de pé e começou a gritar palavras incentivando o namorado, que logo começava a correr no campo, procurando a sua chance com a bola. Schürrle chegou a fazer uma finalização, mas a bola foi direto na trave. ficou agoniada. A bola tinha que entrar.
Os minutos foram passando e nenhum outro gol saía. Se continuasse daquele jeito, eles já estavam a caminho da Rússia, mas a Alemanha queria mais.
André passou correndo no campo de visão de e ela o seguiu. A bola estava com Robert Lewandowski, chegando na área alemã. Para colocar a bola longe, André chutou, mas o pé do polonês também e foi direto no tornozelo esquerdo do alemão.
O namorado de caiu no chão gritando de dor e o juiz apitou a paralisação do jogo. Ela ficou estática, sem reação, apenas observando o que estava acontecendo.
Alguns jogadores em volta, tentando ajudar o colega. André batendo as mãos no gramado e gritando. Outros amigos de seleção chamavam alguém no banco. Os médicos da Alemanha entrando em campo. Os auxiliares com a maca para retirá-lo também.
sentiu as mãos tremerem de nervoso. Estar ali, vendo tudo acontecer e não poder fazer nada era simplesmente um absurdo. Ela olhou então para o polonês que argumentava com o juiz.
Depois que o cartão amarelo lhe foi levantado, Lewandowski virou para trás e ao mudar de posição em campo, encontrou o tornozelo de André no meio do caminho e simplesmente pisou de chuteira.
- Cartão vermelho! - ela gritou e algumas pessoas o acompanharam.
Na verdade ela queria poder entrar em campo e dar um soco em Robert, mas como não era possível, ela queria um cartão vermelho para ele. Porém o juiz não viu. E André continuava agonizando enquanto ajudavam a colocá-lo na maca.
- Eu odeio esse polonês.
Capítulo 14: A primeira vez que ele a viu chorando.
Naquela mesma noite, e André pegaram um avião de volta para Dortmund. Ele, com o tornozelo completamente imobilizado. Ela, procurando não abrir a boca para xingar Lewandowski, afinal, se ela pudesse, teria invadido o gramado e descido o braço naquele ignorante.
Robert Lewandowski tinha ido para a lista negra de . Junto com seu tio, torcedor do Mönchengladbach.
Depois de um Uber os levar do aeroporto de Dortmund ao apartamento de André, foi para sua casa e voltou para a do namorado com uma mala.
- O que é isso? - ele perguntou deitado no sofá.
- Estou oficialmente me mudando para esse apartamento - ela fechou a porta às suas costas - E não adianta tentar me impedir, você não vai me fazer mudar de ideia.
- Mas eu não…
- Ótimo! - ela não deixou André terminar a frase.
se aproximou do sofá e com cuidado, sentou próximo à perna machucada de André. Ela tocava levemente o tornozelo e via ele fazendo caras e bocas. Ela assistiu essa lesão acontecer e mal podia imaginar o quanto estava doendo. Os toques se transformaram em carinho e ela passeava com os dedos pelo tornozelo e pé do namorado. Ele então sorriu, fazendo com que ela o acompanhasse.
se levantou do sofá, e pegando sua mala, foi em direção ao quarto do namorado, para arrumar suas coisas em pelo menos uma porta do armário e também deixar aquele cômodo habitável para um homem que havia acabado de machucar o tornozelo e sabe lá por quanto tempo não iria poder colocar o pé no chão.
Na sala, André transformou o sorriso para uma feição preocupada. Ele sabia o que aquele tipo de lesão significava e principalmente, as consequências que traria para sua carreira. Se antes, por algum motivo os tabloides estavam se divertindo com a “fase ruim” dele, talvez a partir daquele dia, seria personagem de stand-ups.
voltou para a sala já de pijama, e encontrou André trocando de canal na televisão impacientemente. Ela observou a cena e foi até a mesma, desligando.
- Anda, vamos pro quarto, você precisa dormir.
- Mas, …
- André… - ela se aproximou dele e ajoelhou ao seu lado - Esse dia foi igualmente difícil para nós dois. Eu posso não ter sentido a dor física, mas eu senti uma dor imensa dentro de mim quando eu vi seu tornozelo ser moído e o juiz arschloch não levantar um vermelho para aquele polonês lazarento - André não conseguiu não rir daquele comentário - Esse dia precisa acabar para nós dois podermos seguir em frente.
- Você sabe que as notícias não vão ser boas, não sabe?
Ajoelhada, ela fechou os olhos e deu um longo suspiro, antes de abrir e olhar novamente para o tornozelo de André. Ele iria ao médico e faria exames no dia seguinte, onde iria obter uma resposta definitiva.
- Eu posso imaginar - ela se levantou e estendeu o braço - Vamos, eu faço o papel de segunda perna para você.
Com dificuldade, André se colocou de pé e pulando com apenas uma perna, foi até o quarto e se deitou onde havia preparado. Uma pilha de travesseiros e almofadas para que o pé ficasse confortável e acolchoado.
Porém durante a noite, ele que se mexia muito, não conseguia dormir. Cada vez que virava na cama, sentia o tornozelo atingindo a perna de , que dormia calmamente. Ele via estrelas e chorava de dor, mas nada o faria acordá-la.
André se surpreendeu quando acordou na manhã do dia seguinte e encontrou andando pelo quarto enquanto se arrumava. O relógio marcava oito horas da manhã, e se ele não estivesse enganado, era para ela já estar no trabalho naquele horário.
- Você não pensou que eu iria trabalhar e deixar você ir, sabe-se lá como, sozinho para o médico, não pensou, Schürrle?
- , você já perdeu dia de trabalho ontem para ir para Hamburg me ver ser atropelado. Você não tem que perder mais um dia de trabalho por mim.
Ela, que estava com uma calça jeans justa, botas na altura do joelho, um suéter preto com um cachecol também preto em volta do pescoço, parou em frente à cama e cruzou os braços, olhando para ele que ainda estava deitado.
- Você não quer brigar comigo, André Horst Schürrle.
- Você não imagina quão sexy você fica de cabelo preso, óculos de grau e brava.
sorriu e deixou os braços caírem ao lado de seu corpo. Era ridículo como ele era capaz de desarmá-la.
- Guten morgen, liebe - ela ajoelhou na cama e se esticou, dando um selinho nele, que ainda tinha o rosto amassado - Precisa de ajuda para levantar? Sua consulta é em uma hora.
- Por favor - André se sentou na cama e com ao seu lado como apoio, pôs-se de pé e pulou até o banheiro - Eu te chutei a noite inteira - ele confessou de dentro do banheiro - Com o pé machucado. Deus, eu vi um sistema estelar inteiro.
- Não seja por isso, eu durmo no quarto de hóspedes essa noite.
- Não - a voz dele saiu em tom de dor - Não faz o menor sentido a gente dormir embaixo do mesmo tempo, mas em ambientes separados. Prefiro ver estrelas.
não discutiu. Sabia que à noite, ela acabaria ganhando. E pior, tinha certeza que de qualquer forma, André ia dar um jeito de eles dormirem juntos. Nem que ele pulasse até o quarto do outro lado do corredor e entrasse embaixo da mesma coberta que ela.
dirigiu a Mercedes de André até o consultório do ortopedista que atendia pelo time. O homem já tinha praticamente toda a documentação de André, o vídeo do que aconteceu e todas as informações que ele precisava saber até o momento.
Assim como havia feito na noite anterior, ele tocava no tornozelo do jogador, mas com mais força. André gritava no consultório e , sentada na cadeira de acompanhante, rezava para que aquela dor fosse transferida para ela. O namorado tinha muito mais a perder.
Depois de fazer todos os exames, inclusive o raio-x, o médico voltou para a sala com caras não muito boas.
- Doutor…
- Eu não tenho melhor forma de falar isso, Schürrle… Todos os ligamentos foram afetados.
respirou fundo e se concentrou. André não é burro e já havia preparado-a na noite anterior, para qualquer que fosse a notícia.
- Doutor, o que isso significa? - ela então decidiu perguntar - Qual a forma de recuperação? Cirurgia? Repouso?
- De início, muito repouso e depois bastante fisioterapia. E quando estiver perto de voltar a jogar, muita academia, porque você vai perder força nessa perna.
André concordou. Aquilo era normal para ele. Havia visto a mesma coisa acontecer com dezenas de amigos. Marco Reus perdeu tanto a Copa do Mundo quanto a Eurocopa por causa de uma lesão similar.
- O senhor falou de quando ele voltar a jogar… Eu sei que é muito cedo pra definir isso, mas quanto tempo para o André voltar para os campos?
O médico soltou um suspiro e aquilo fez com que sentisse um arrepio na nuca, e não era de frio. Aquele arrepio chamava medo.
- Aos campos eu não sei dizer, mas treinar… No mínimo seis meses.
prendeu a respiração ao ouvir o tempo e sentiu suas pernas bambearem. Algumas instruções depois, e logo eles voltaram para o carro. Ela dirigia para o apartamento de André sem nem olhar para os lados, para ver se ele estava bem. As palavras “seis meses” vagavam pela sua mente.
André estava fora do fim da temporada e provavelmente do começo da seguinte. Ele estava fora da escalação de Löw. Ele estava fora inclusive da…
Ela tirou aqueles pensamentos da cabeça e focou no trânsito à sua frente. Ao chegarem ao apartamento, André pediu para ficar na sala, para assistir televisão e ela sumiu para o quarto.
não era idiota. Ela acompanhava futebol o tempo suficiente para saber que lesões dessa forma nunca são rápidas e as previsões nunca eram acertadas com a realidade. Seu namorado estava fora dos campos por pelo menos seis meses. Era meio ano sem vê-lo sorrindo, pois estava fazendo o que mais amava no mundo. Eram três bimestres sem ver o uniforme de treino espalhado pelo chão. Eram seis meses, sem ficar com as unhas roídas de nervoso por causa dele. Ele, a razão de seus sorrisos diários. A felicidade dele, que compartilhada com a dela, se tornava uma. Ela, que podia ser torcedora do Borussia Dortmund, mas aprendeu a torcer para um novo time. O time André Schürrle.
Ajoelhada ao lado da cama, deixou que as lágrimas, reprimidas desde o dia anterior, finalmente escorressem pelo seu rosto. Involuntariamente ela umedecia a cama ainda desfeita. estava genuinamente triste e só não havia chorado no consultório médico, pois alguém precisava dirigir os dois de volta para casa.
André, que três anos antes havia conquistado a Copa do Mundo, estava fora da Copa das Confederações. A Rússia teria que esperar mais um ano para recebê-lo.
Além da Copa, ele não ajudaria seu time a conquistar a Liga dos Campeões. Nem a Pokal. E nem a Bundesliga. sentia como se alguém tivesse amassado seu coração, ou tirasse sua chance de realizar um sonho. Era como se tivessem, ela não o veria conquistar nenhuma daquelas taças naquele ano.
Enquanto assistia televisão, André ouviu lágrimas. Com dificuldade, e se apoiando nas paredes, ele foi até o quarto, e ao chegar à porta, encontrou a namorada debruçada na cama, em lágrimas.
Era a primeira vez que André assistia chorar. E ele tinha certeza absoluta, que as lágrimas eram por causa dele.
Ele deu alguns pulos para dentro do quarto e isso chamou a atenção dela. levantou a cabeça e encontrou André apoiado na parede da cama, ao lado dela.
- O que você está fazendo de pé?
- , tá tudo bem, não é o fim do mundo, todo mundo se lesiona e volta. Comigo não vai ser diferente. Ultimamente eu tenho jogado um jogo, e ficado duas semanas de repouso mesmo. O que são seis meses?
- São vinte e quatro semanas de repouso, André! E te ver aqui, assistindo o seu time chegar às finais dos campeonatos, a seleção que você ajudou a erguer a Taça FIFA ir pra Rússia, e você não estar junto, vai me comer viva por seis meses.
André não sabia o que responder. Ele tinha acabado de aprender que havia algo sobre que se transformava em fragilidade nele: ela chorando. Ela chorar por conta dele… Aquilo o remoía por dentro.
E assim como ela, que era torcedora do time André Schürrle, ele se descobriu jogador do time dela. E cada vez que ela não estava sorrindo, ele se sentia fracassado.
Naquele momento, seu time estava perdendo. E não havia nada que ele pudesse fazer para que o jogo virasse. Pelo menos não até que se acalmasse.
Robert Lewandowski tinha ido para a lista negra de . Junto com seu tio, torcedor do Mönchengladbach.
Depois de um Uber os levar do aeroporto de Dortmund ao apartamento de André, foi para sua casa e voltou para a do namorado com uma mala.
- O que é isso? - ele perguntou deitado no sofá.
- Estou oficialmente me mudando para esse apartamento - ela fechou a porta às suas costas - E não adianta tentar me impedir, você não vai me fazer mudar de ideia.
- Mas eu não…
- Ótimo! - ela não deixou André terminar a frase.
se aproximou do sofá e com cuidado, sentou próximo à perna machucada de André. Ela tocava levemente o tornozelo e via ele fazendo caras e bocas. Ela assistiu essa lesão acontecer e mal podia imaginar o quanto estava doendo. Os toques se transformaram em carinho e ela passeava com os dedos pelo tornozelo e pé do namorado. Ele então sorriu, fazendo com que ela o acompanhasse.
se levantou do sofá, e pegando sua mala, foi em direção ao quarto do namorado, para arrumar suas coisas em pelo menos uma porta do armário e também deixar aquele cômodo habitável para um homem que havia acabado de machucar o tornozelo e sabe lá por quanto tempo não iria poder colocar o pé no chão.
Na sala, André transformou o sorriso para uma feição preocupada. Ele sabia o que aquele tipo de lesão significava e principalmente, as consequências que traria para sua carreira. Se antes, por algum motivo os tabloides estavam se divertindo com a “fase ruim” dele, talvez a partir daquele dia, seria personagem de stand-ups.
voltou para a sala já de pijama, e encontrou André trocando de canal na televisão impacientemente. Ela observou a cena e foi até a mesma, desligando.
- Anda, vamos pro quarto, você precisa dormir.
- Mas, …
- André… - ela se aproximou dele e ajoelhou ao seu lado - Esse dia foi igualmente difícil para nós dois. Eu posso não ter sentido a dor física, mas eu senti uma dor imensa dentro de mim quando eu vi seu tornozelo ser moído e o juiz arschloch não levantar um vermelho para aquele polonês lazarento - André não conseguiu não rir daquele comentário - Esse dia precisa acabar para nós dois podermos seguir em frente.
- Você sabe que as notícias não vão ser boas, não sabe?
Ajoelhada, ela fechou os olhos e deu um longo suspiro, antes de abrir e olhar novamente para o tornozelo de André. Ele iria ao médico e faria exames no dia seguinte, onde iria obter uma resposta definitiva.
- Eu posso imaginar - ela se levantou e estendeu o braço - Vamos, eu faço o papel de segunda perna para você.
Com dificuldade, André se colocou de pé e pulando com apenas uma perna, foi até o quarto e se deitou onde havia preparado. Uma pilha de travesseiros e almofadas para que o pé ficasse confortável e acolchoado.
Porém durante a noite, ele que se mexia muito, não conseguia dormir. Cada vez que virava na cama, sentia o tornozelo atingindo a perna de , que dormia calmamente. Ele via estrelas e chorava de dor, mas nada o faria acordá-la.
André se surpreendeu quando acordou na manhã do dia seguinte e encontrou andando pelo quarto enquanto se arrumava. O relógio marcava oito horas da manhã, e se ele não estivesse enganado, era para ela já estar no trabalho naquele horário.
- Você não pensou que eu iria trabalhar e deixar você ir, sabe-se lá como, sozinho para o médico, não pensou, Schürrle?
- , você já perdeu dia de trabalho ontem para ir para Hamburg me ver ser atropelado. Você não tem que perder mais um dia de trabalho por mim.
Ela, que estava com uma calça jeans justa, botas na altura do joelho, um suéter preto com um cachecol também preto em volta do pescoço, parou em frente à cama e cruzou os braços, olhando para ele que ainda estava deitado.
- Você não quer brigar comigo, André Horst Schürrle.
- Você não imagina quão sexy você fica de cabelo preso, óculos de grau e brava.
sorriu e deixou os braços caírem ao lado de seu corpo. Era ridículo como ele era capaz de desarmá-la.
- Guten morgen, liebe - ela ajoelhou na cama e se esticou, dando um selinho nele, que ainda tinha o rosto amassado - Precisa de ajuda para levantar? Sua consulta é em uma hora.
- Por favor - André se sentou na cama e com ao seu lado como apoio, pôs-se de pé e pulou até o banheiro - Eu te chutei a noite inteira - ele confessou de dentro do banheiro - Com o pé machucado. Deus, eu vi um sistema estelar inteiro.
- Não seja por isso, eu durmo no quarto de hóspedes essa noite.
- Não - a voz dele saiu em tom de dor - Não faz o menor sentido a gente dormir embaixo do mesmo tempo, mas em ambientes separados. Prefiro ver estrelas.
não discutiu. Sabia que à noite, ela acabaria ganhando. E pior, tinha certeza que de qualquer forma, André ia dar um jeito de eles dormirem juntos. Nem que ele pulasse até o quarto do outro lado do corredor e entrasse embaixo da mesma coberta que ela.
dirigiu a Mercedes de André até o consultório do ortopedista que atendia pelo time. O homem já tinha praticamente toda a documentação de André, o vídeo do que aconteceu e todas as informações que ele precisava saber até o momento.
Assim como havia feito na noite anterior, ele tocava no tornozelo do jogador, mas com mais força. André gritava no consultório e , sentada na cadeira de acompanhante, rezava para que aquela dor fosse transferida para ela. O namorado tinha muito mais a perder.
Depois de fazer todos os exames, inclusive o raio-x, o médico voltou para a sala com caras não muito boas.
- Doutor…
- Eu não tenho melhor forma de falar isso, Schürrle… Todos os ligamentos foram afetados.
respirou fundo e se concentrou. André não é burro e já havia preparado-a na noite anterior, para qualquer que fosse a notícia.
- Doutor, o que isso significa? - ela então decidiu perguntar - Qual a forma de recuperação? Cirurgia? Repouso?
- De início, muito repouso e depois bastante fisioterapia. E quando estiver perto de voltar a jogar, muita academia, porque você vai perder força nessa perna.
André concordou. Aquilo era normal para ele. Havia visto a mesma coisa acontecer com dezenas de amigos. Marco Reus perdeu tanto a Copa do Mundo quanto a Eurocopa por causa de uma lesão similar.
- O senhor falou de quando ele voltar a jogar… Eu sei que é muito cedo pra definir isso, mas quanto tempo para o André voltar para os campos?
O médico soltou um suspiro e aquilo fez com que sentisse um arrepio na nuca, e não era de frio. Aquele arrepio chamava medo.
- Aos campos eu não sei dizer, mas treinar… No mínimo seis meses.
prendeu a respiração ao ouvir o tempo e sentiu suas pernas bambearem. Algumas instruções depois, e logo eles voltaram para o carro. Ela dirigia para o apartamento de André sem nem olhar para os lados, para ver se ele estava bem. As palavras “seis meses” vagavam pela sua mente.
André estava fora do fim da temporada e provavelmente do começo da seguinte. Ele estava fora da escalação de Löw. Ele estava fora inclusive da…
Ela tirou aqueles pensamentos da cabeça e focou no trânsito à sua frente. Ao chegarem ao apartamento, André pediu para ficar na sala, para assistir televisão e ela sumiu para o quarto.
não era idiota. Ela acompanhava futebol o tempo suficiente para saber que lesões dessa forma nunca são rápidas e as previsões nunca eram acertadas com a realidade. Seu namorado estava fora dos campos por pelo menos seis meses. Era meio ano sem vê-lo sorrindo, pois estava fazendo o que mais amava no mundo. Eram três bimestres sem ver o uniforme de treino espalhado pelo chão. Eram seis meses, sem ficar com as unhas roídas de nervoso por causa dele. Ele, a razão de seus sorrisos diários. A felicidade dele, que compartilhada com a dela, se tornava uma. Ela, que podia ser torcedora do Borussia Dortmund, mas aprendeu a torcer para um novo time. O time André Schürrle.
Ajoelhada ao lado da cama, deixou que as lágrimas, reprimidas desde o dia anterior, finalmente escorressem pelo seu rosto. Involuntariamente ela umedecia a cama ainda desfeita. estava genuinamente triste e só não havia chorado no consultório médico, pois alguém precisava dirigir os dois de volta para casa.
André, que três anos antes havia conquistado a Copa do Mundo, estava fora da Copa das Confederações. A Rússia teria que esperar mais um ano para recebê-lo.
Além da Copa, ele não ajudaria seu time a conquistar a Liga dos Campeões. Nem a Pokal. E nem a Bundesliga. sentia como se alguém tivesse amassado seu coração, ou tirasse sua chance de realizar um sonho. Era como se tivessem, ela não o veria conquistar nenhuma daquelas taças naquele ano.
Enquanto assistia televisão, André ouviu lágrimas. Com dificuldade, e se apoiando nas paredes, ele foi até o quarto, e ao chegar à porta, encontrou a namorada debruçada na cama, em lágrimas.
Era a primeira vez que André assistia chorar. E ele tinha certeza absoluta, que as lágrimas eram por causa dele.
Ele deu alguns pulos para dentro do quarto e isso chamou a atenção dela. levantou a cabeça e encontrou André apoiado na parede da cama, ao lado dela.
- O que você está fazendo de pé?
- , tá tudo bem, não é o fim do mundo, todo mundo se lesiona e volta. Comigo não vai ser diferente. Ultimamente eu tenho jogado um jogo, e ficado duas semanas de repouso mesmo. O que são seis meses?
- São vinte e quatro semanas de repouso, André! E te ver aqui, assistindo o seu time chegar às finais dos campeonatos, a seleção que você ajudou a erguer a Taça FIFA ir pra Rússia, e você não estar junto, vai me comer viva por seis meses.
André não sabia o que responder. Ele tinha acabado de aprender que havia algo sobre que se transformava em fragilidade nele: ela chorando. Ela chorar por conta dele… Aquilo o remoía por dentro.
E assim como ela, que era torcedora do time André Schürrle, ele se descobriu jogador do time dela. E cada vez que ela não estava sorrindo, ele se sentia fracassado.
Naquele momento, seu time estava perdendo. E não havia nada que ele pudesse fazer para que o jogo virasse. Pelo menos não até que se acalmasse.
Capítulo 15: A primeira vez que ele tentou fazer surpresa para ela.
e André já namoravam há algum tempo, então quase nada era diferente para eles. Já estavam na fase do relacionamento em que um estava praticamente vivendo na casa do outro. Quando não estavam no centro de Dortmund, estavam em Phoenix-See, na casa de André, ou em Ludwigshafen, com a família dele.
Com o seu afastamento por causa da lesão, o relacionamento já estava caindo na rotina e André começou a pensar em formas de não deixar isso acontecer.
Não que o relacionamento deles fosse se tornar rotineiro com facilidade. Quando André estava jogando e tinha jogos fora da cidade, durante o fim de semana, costumava acompanhá-lo. Já havia ido para algumas cidades da Alemanha com ele, por causa da Bundesliga, e para a Polônia e Portugal, por causa da Liga dos Campeões. Rotina não era algo fácil para eles.
Mas o mais do mesmo estava acontecendo, então em um dia da semana, ele simplesmente resolveu levar para jantar em seu restaurante favorito. Frequentavam o Alex, o Vapiano, mas nunca tinham ido ao preferido de André.
Por causa da lesão, ela realmente estava morando com ele, e assim que ela chegou do trabalho, o jogador chamou um Uber para os levarem até lá.
- L’Osteria? - perguntou para André com os olhos brilhando.
L’Osteria era uma das principais casas italianas em Dortmund, e a pizza preferida dos dois.
André balançou a cabeça em negação, o que deixou surpresa.
- Vapiano? Overkamp? - ela tentava adivinhar o restaurante, mas André negava sempre - McDonald’s?
O jogador de futebol então gargalhou.
- McDonald’s, ? Esse é o tipo de surpresa que você acha que eu faria para você?
- Eu não negaria aquela batata frita depois de um dia de reuniões.
- Dia difícil? - ele então perguntou e levou uma mão na coxa da namorada, apertando.
- Chato - ela deu de ombros - Gestores de outro setor quiseram vir colocar o dedo no meu setor e… André! - ela gritou, fazendo tanto ele quanto o motorista gargalharem - Você não vai desviar o assunto. Me diz onde estamos indo.
- Em um lugar onde eu gosto e espero que você goste também.
desistiu. André é daqueles que quando decide fazer surpresa e guardar um segredo, ele realmente guarda, até o momento.
O restaurante que eles foram não era longe da casa de , e a palavra Yumini brilhava no letreiro vermelho, branco e preto.
- Yumini! - André desceu em frente ao restaurante e de mãos dadas a , exclamou - Já estava na hora de eu te trazer aqui.
Ela deu um sorriso amarelo. Nome estranho. Vermelho, branco e preto como cores principais. Aquilo só devia significar uma coisa: que aquele era um restaurante japonês.
realmente não negaria uma batata frita do McDonald’s naquele momento.
À medida que eles iam entrando no restaurante, André, que usava muletas como apoio, não parava de sorrir e de falar.
- Eu sei que em um primeiro momento, não é o restaurante mais bonito da cidade, mas eu garanto que é o mais gostoso.
- Posso imaginar - ela continuou com o sorriso amarelo no rosto.
Quando eles chegaram, uma mesa em um canto discreto já estava reservada para os dois e não demorou muito para que um cruzeiro chegasse à mesa ao invés de uma barca de sushi e sashimi.
Os olhos de André brilharam com a quantidade de peixe cru à sua frente. Os de viraram e ela sentiu o estômago embrulhar.
- As damas primeiro - ele entregou um par de hashi para ela.
olhou para os palitos gigantes de madeira à sua frente e depois para André.
Como falar pra ele?
- Acho que eu perdi a fome, André - ela sorriu para o namorado e rezou para que ele acreditasse.
- Como assim? Você queria batata frita até agora há pouco!
André riu, mas se adiantou e atacou a barca de sushis, colocando algumas lascas de salmão e sushis no seu prato.
- Não sei, passei a sentir um enjoo repentino.
Estava ficando ridículo mentir para André por causa da comida japonesa, mas não tinha o direito de falar para ele que ela não gostava, porque ele parecia tão feliz em estar com ela no que era, provavelmente, seu restaurante preferido em Dortmund.
- Você quer ir pra casa? A gente vai, eu levo a barca para viagem e…
- Não! - ela praticamente gritou.
Pior que mentir para ele, seria ter toda a casa cheirando a peixe. Aquilo, com toda certeza do mundo, iria fazer o estômago dela embrulhar e, talvez, botar praticamente nada que ela tinha no estômago, para fora.
André engoliu aquela desculpa, pelo menos naquele momento, e continuou comendo e se deliciando com aquela “maravilha”. estava entediada, mas quando o namorado olhava para ela, ela sorria para ele e fingia que tudo estava bem, menos o seu falso enjoo.
- Você não está grávida, está?
levantou a cabeça e piscou os olhos. Uma, duas, três, infinitas vezes.
- SCHWANGER? - gritou e quando percebeu, todo o restaurante estava olhando para o canto discreto - Eu não estou grávida, André! Pelo amor de Deus, de onde você tirou isso?
- Não que fosse um problema - ele sorriu para ela.
não sabia se naquele momento ela amava André, pelo fato dele querer ter uma família com ela, ou batia nele, pelo fato dele não estar achando ruim, caso ela estivesse grávida.
- Mas você estava com vontade de comer batata frita, e assim que você chegou aqui, bateu um enjoo em você. Foi então que eu pensei, “ela está grávida e não quer me contar”.
- Quer dizer que você quer ter uma família comigo, bonitinho? - sorriu para ele, que ficou envergonhado - Ah não, sem ficar vermelho, eu quero saber.
- Talvez - ele deu de ombros, largou os hashis e sentou-se à cadeira mais próxima dela - E se eu quiser?
colocou as mãos nos dois lados do rosto do namorado e aproximou o rosto dela no dele. Os olhos de André brilhavam e ela às vezes se sentia hipnotizada pelo olhar dele.
- Mein Gott, como eu te amo - ela falou para ele e juntou seu lábio no dele - Ich liebe dich, André! Um dia, quem sabe - ela piscou para ele - Uma menina.
André balançou a cabeça em negação.
- Uma princesa. Com o seu cabelo escuro, o meu olho azul, o seu jeito de sorrir, de falar, de me deixar apaixonado.
- Como nós chegamos aqui mesmo? - ela murmurou para ele.
- Jogo de futebol, eu costumo usar uma camiseta amarela com o mesmo número da que você usa.
- Na sicher! - ela piscou para André e se permitiu um beijo um pouco mais longo.
- Você não está enjoada - foram as palavras que André falou quando ela se separou dele.
- Como não? - ela riu, mas dessa vez, de nervoso.
- Você ficou toda carinhosa de repente. Quando você fica enjoada, você fica manhosa, chorona e só sabe falar que quer morrer.
se afastou mais dele e encostou-se de lado na cadeira, colocando as costas na parede. Era quase um ano de relacionamento e ele já a conhecia assim, quase que melhor que ela mesma. Ou que a melhor amiga dela.
- Eu te odeio.
- Achei que você tinha acabado de falar que me ama - ele riu - O que houve?
- Eu odeio comida japonesa - então confessou para o namorado.
Parece que todo o brilho, toda a felicidade que André irradiava, sumiu. Foi como se ele tivesse murchado, e instantaneamente, ela se sentiu culpada por isso.
- E eu preferi fingir um enjoo exatamente para você não ficar assim - ela murmurou - Me desculpa.
abaixou a cabeça. O dia não estava dos melhores, mas André aparecer durante a semana com uma surpresa tinha transformado ele para melhor, mas não saiu como ele esperava, e nem como ela, e a namorada do jogador agora sentia-se culpada.
- Ei, você não tem que pedir desculpas por nada - ele levou a mão ao queixo dela, que levantou os olhos - Quem tem que pedir desculpas sou eu.
- Não começa com a ideia de pôr nas suas costas uma culpa que não é sua, André - reclamou.
- E a culpa de te trazer em um restaurante japonês é de quem? Sua? - ele não conseguia esconder sua feição de que estava decepcionado com o fato dela não apreciar aquela culinária que ele amava, claro - Schön, eu sou seu namorado, eu deveria saber, não é?
- Você não tem a obrigação de saber - rolou os olhos - André, você está triste, está chateado com isso, desculpa, mas não dá - ela olhou para a mesa - Mas que esse negócio me embrulha o estômago… Isso é verdade.
- ! - André chamou ela e, de olhos arregalados, virou novamente para ele. Eram raras as vezes que ele a chamava pelo nome - Estou triste, estou decepcionado sim - ele falou e murmurou algo inaudível - Mas comigo. Eu deveria ter te sondado, eu deveria ter perguntado para a . Não simplesmente ter feito surpresa.
- Você não existe.
- Existo e aposto que você está com fome, estou errado?
balançou a cabeça em negação. Ela estava faminta. Havia comido apenas uma barra de cereal entre as reuniões mais cedo.
André então fez sinal para um garçom. Não demorou muito para que eles saíssem do restaurante com o que restou embalada para viagem.
- Eu te empresto minha melhor amiga - falou no carro. André pediu para que ela continuasse - Vocês dois podem vir no restaurante japonês juntos. Aposto que teriam muito assunto em comum.
- Bom saber - André falou para , enquanto seu pensamento voava longe - Bom saber mesmo.
No caminho para a casa de André, eles passaram em um McDonald’s e também levaram para viagem para a casa dele, onde a noite acabou em peixe cru e batata frita.
Com o seu afastamento por causa da lesão, o relacionamento já estava caindo na rotina e André começou a pensar em formas de não deixar isso acontecer.
Não que o relacionamento deles fosse se tornar rotineiro com facilidade. Quando André estava jogando e tinha jogos fora da cidade, durante o fim de semana, costumava acompanhá-lo. Já havia ido para algumas cidades da Alemanha com ele, por causa da Bundesliga, e para a Polônia e Portugal, por causa da Liga dos Campeões. Rotina não era algo fácil para eles.
Mas o mais do mesmo estava acontecendo, então em um dia da semana, ele simplesmente resolveu levar para jantar em seu restaurante favorito. Frequentavam o Alex, o Vapiano, mas nunca tinham ido ao preferido de André.
Por causa da lesão, ela realmente estava morando com ele, e assim que ela chegou do trabalho, o jogador chamou um Uber para os levarem até lá.
- L’Osteria? - perguntou para André com os olhos brilhando.
L’Osteria era uma das principais casas italianas em Dortmund, e a pizza preferida dos dois.
André balançou a cabeça em negação, o que deixou surpresa.
- Vapiano? Overkamp? - ela tentava adivinhar o restaurante, mas André negava sempre - McDonald’s?
O jogador de futebol então gargalhou.
- McDonald’s, ? Esse é o tipo de surpresa que você acha que eu faria para você?
- Eu não negaria aquela batata frita depois de um dia de reuniões.
- Dia difícil? - ele então perguntou e levou uma mão na coxa da namorada, apertando.
- Chato - ela deu de ombros - Gestores de outro setor quiseram vir colocar o dedo no meu setor e… André! - ela gritou, fazendo tanto ele quanto o motorista gargalharem - Você não vai desviar o assunto. Me diz onde estamos indo.
- Em um lugar onde eu gosto e espero que você goste também.
desistiu. André é daqueles que quando decide fazer surpresa e guardar um segredo, ele realmente guarda, até o momento.
O restaurante que eles foram não era longe da casa de , e a palavra Yumini brilhava no letreiro vermelho, branco e preto.
- Yumini! - André desceu em frente ao restaurante e de mãos dadas a , exclamou - Já estava na hora de eu te trazer aqui.
Ela deu um sorriso amarelo. Nome estranho. Vermelho, branco e preto como cores principais. Aquilo só devia significar uma coisa: que aquele era um restaurante japonês.
realmente não negaria uma batata frita do McDonald’s naquele momento.
À medida que eles iam entrando no restaurante, André, que usava muletas como apoio, não parava de sorrir e de falar.
- Eu sei que em um primeiro momento, não é o restaurante mais bonito da cidade, mas eu garanto que é o mais gostoso.
- Posso imaginar - ela continuou com o sorriso amarelo no rosto.
Quando eles chegaram, uma mesa em um canto discreto já estava reservada para os dois e não demorou muito para que um cruzeiro chegasse à mesa ao invés de uma barca de sushi e sashimi.
Os olhos de André brilharam com a quantidade de peixe cru à sua frente. Os de viraram e ela sentiu o estômago embrulhar.
- As damas primeiro - ele entregou um par de hashi para ela.
olhou para os palitos gigantes de madeira à sua frente e depois para André.
Como falar pra ele?
- Acho que eu perdi a fome, André - ela sorriu para o namorado e rezou para que ele acreditasse.
- Como assim? Você queria batata frita até agora há pouco!
André riu, mas se adiantou e atacou a barca de sushis, colocando algumas lascas de salmão e sushis no seu prato.
- Não sei, passei a sentir um enjoo repentino.
Estava ficando ridículo mentir para André por causa da comida japonesa, mas não tinha o direito de falar para ele que ela não gostava, porque ele parecia tão feliz em estar com ela no que era, provavelmente, seu restaurante preferido em Dortmund.
- Você quer ir pra casa? A gente vai, eu levo a barca para viagem e…
- Não! - ela praticamente gritou.
Pior que mentir para ele, seria ter toda a casa cheirando a peixe. Aquilo, com toda certeza do mundo, iria fazer o estômago dela embrulhar e, talvez, botar praticamente nada que ela tinha no estômago, para fora.
André engoliu aquela desculpa, pelo menos naquele momento, e continuou comendo e se deliciando com aquela “maravilha”. estava entediada, mas quando o namorado olhava para ela, ela sorria para ele e fingia que tudo estava bem, menos o seu falso enjoo.
- Você não está grávida, está?
levantou a cabeça e piscou os olhos. Uma, duas, três, infinitas vezes.
- SCHWANGER? - gritou e quando percebeu, todo o restaurante estava olhando para o canto discreto - Eu não estou grávida, André! Pelo amor de Deus, de onde você tirou isso?
- Não que fosse um problema - ele sorriu para ela.
não sabia se naquele momento ela amava André, pelo fato dele querer ter uma família com ela, ou batia nele, pelo fato dele não estar achando ruim, caso ela estivesse grávida.
- Mas você estava com vontade de comer batata frita, e assim que você chegou aqui, bateu um enjoo em você. Foi então que eu pensei, “ela está grávida e não quer me contar”.
- Quer dizer que você quer ter uma família comigo, bonitinho? - sorriu para ele, que ficou envergonhado - Ah não, sem ficar vermelho, eu quero saber.
- Talvez - ele deu de ombros, largou os hashis e sentou-se à cadeira mais próxima dela - E se eu quiser?
colocou as mãos nos dois lados do rosto do namorado e aproximou o rosto dela no dele. Os olhos de André brilhavam e ela às vezes se sentia hipnotizada pelo olhar dele.
- Mein Gott, como eu te amo - ela falou para ele e juntou seu lábio no dele - Ich liebe dich, André! Um dia, quem sabe - ela piscou para ele - Uma menina.
André balançou a cabeça em negação.
- Uma princesa. Com o seu cabelo escuro, o meu olho azul, o seu jeito de sorrir, de falar, de me deixar apaixonado.
- Como nós chegamos aqui mesmo? - ela murmurou para ele.
- Jogo de futebol, eu costumo usar uma camiseta amarela com o mesmo número da que você usa.
- Na sicher! - ela piscou para André e se permitiu um beijo um pouco mais longo.
- Você não está enjoada - foram as palavras que André falou quando ela se separou dele.
- Como não? - ela riu, mas dessa vez, de nervoso.
- Você ficou toda carinhosa de repente. Quando você fica enjoada, você fica manhosa, chorona e só sabe falar que quer morrer.
se afastou mais dele e encostou-se de lado na cadeira, colocando as costas na parede. Era quase um ano de relacionamento e ele já a conhecia assim, quase que melhor que ela mesma. Ou que a melhor amiga dela.
- Eu te odeio.
- Achei que você tinha acabado de falar que me ama - ele riu - O que houve?
- Eu odeio comida japonesa - então confessou para o namorado.
Parece que todo o brilho, toda a felicidade que André irradiava, sumiu. Foi como se ele tivesse murchado, e instantaneamente, ela se sentiu culpada por isso.
- E eu preferi fingir um enjoo exatamente para você não ficar assim - ela murmurou - Me desculpa.
abaixou a cabeça. O dia não estava dos melhores, mas André aparecer durante a semana com uma surpresa tinha transformado ele para melhor, mas não saiu como ele esperava, e nem como ela, e a namorada do jogador agora sentia-se culpada.
- Ei, você não tem que pedir desculpas por nada - ele levou a mão ao queixo dela, que levantou os olhos - Quem tem que pedir desculpas sou eu.
- Não começa com a ideia de pôr nas suas costas uma culpa que não é sua, André - reclamou.
- E a culpa de te trazer em um restaurante japonês é de quem? Sua? - ele não conseguia esconder sua feição de que estava decepcionado com o fato dela não apreciar aquela culinária que ele amava, claro - Schön, eu sou seu namorado, eu deveria saber, não é?
- Você não tem a obrigação de saber - rolou os olhos - André, você está triste, está chateado com isso, desculpa, mas não dá - ela olhou para a mesa - Mas que esse negócio me embrulha o estômago… Isso é verdade.
- ! - André chamou ela e, de olhos arregalados, virou novamente para ele. Eram raras as vezes que ele a chamava pelo nome - Estou triste, estou decepcionado sim - ele falou e murmurou algo inaudível - Mas comigo. Eu deveria ter te sondado, eu deveria ter perguntado para a . Não simplesmente ter feito surpresa.
- Você não existe.
- Existo e aposto que você está com fome, estou errado?
balançou a cabeça em negação. Ela estava faminta. Havia comido apenas uma barra de cereal entre as reuniões mais cedo.
André então fez sinal para um garçom. Não demorou muito para que eles saíssem do restaurante com o que restou embalada para viagem.
- Eu te empresto minha melhor amiga - falou no carro. André pediu para que ela continuasse - Vocês dois podem vir no restaurante japonês juntos. Aposto que teriam muito assunto em comum.
- Bom saber - André falou para , enquanto seu pensamento voava longe - Bom saber mesmo.
No caminho para a casa de André, eles passaram em um McDonald’s e também levaram para viagem para a casa dele, onde a noite acabou em peixe cru e batata frita.
Capítulo 16: A primeira vez que eles discutiram.
estava praticamente morando no apartamento de André. Depois da lesão no tornozelo, ele, que ainda estava imobilizado e impossibilitado de colocar o pé no chão, estava aprendendo a ser dependente da namorada. Ele tinha muletas e conseguia se deslocar bem em casa, mas não fazia sentido o esforço, já que ela fazia para ele, sem menor dificuldade.
A situação estava ficando irritante, principalmente para ela, que por muitas vezes, tinha que parar de digitar alguns relatórios ou até mesmo, ver suas redes sociais, para simplesmente ir pegar um copo de água para ele. Ou o controle da televisão.
Como de costume, chegou do trabalho e foi preparar algo para eles comerem. André estava no sofá, fazendo maratona da enésima série que tinha o interessado no Netflix. O móvel já tinha a forma do corpo dele, pois era lá que passava a maior parte dos seus dias.
Ela estava cansada. Passava o dia no escritório, se dividia entre relatórios, reuniões, tomadas de decisões e à noite, cuidava de André. Por isso, naquele dia, se permitiu cortar alguns frios, colocar tudo em uma tábua, e ir para o sofá, fazer companhia para ele, enquanto tomavam um vinho.
O casal ria para a televisão. Ela não estava entendendo o andamento da série, já que não acompanhava, mas com certeza aquela cena foi divertida. André tinha um dos braços em volta dela, que estava praticamente deitada sob seu peito.
- Esqueci-me de te falar - se levantou ao fim de mais um episódio - Você tem consulta amanhã de manhã.
André torceu o nariz. Estava se aproximando do meio do tratamento e já não aguentava consultas. Fisioterapia. Remédio para dores. Ele só queria voltar a Brackel e chutar uma bola. Ou dormir com as pernas entrelaçadas nas de , sem sentir uma dor descomunal por isso.
- Que horas vamos? - seus olhos seguiram que ia até a cozinha em busca de um copo de água.
Não demorou muito para que ela voltasse com um copo já na boca, e fazia um sinal negativo com a mão livre. André arqueou uma sobrancelha.
- Não vamos.
- Mas você disse… - ele estava confuso.
- Você vai à consulta às onze horas. Amanhã é o pior dia para sair da empresa para mim, você vai ter que ir sozinho.
- Mas… - ele fechou o cenho, fez bico com os lábios, e tinha quase certeza de que aquilo derreteria a namorada - Você me acompanhou em tudo até agora.
- Liebe , você não consegue imaginar o quão complicado para mim vai ser sair do escritório amanhã, você vai ter que me desculpar.
- E como eu vou, sem você para me dirigir até lá?
- Pede para o Marco te levar. Aposto que ele é mais experiente nesse assunto que eu - gargalhou, achando graça em sua própria frase e ao encontrar os olhos azuis de André, ele não parecia ter achado engraçado - Não sei, André, existe táxi, Uber… Aposto que o Mario também não se importaria em te levar.
- Ah sim, eu vou entrar em um carro mesmo aonde o motorista vai, depois de surtar, querer trinta selfies, vídeo meu dizendo oi até pro papagaio e tirar foto da minha perna engessada. Tá certo, , mais fácil sugerir que eu vá de metrô, quem sabe assim, eu fico mais exposto.
Ela não podia acreditar que estava ouvindo aquilo. André estava realmente se fazendo de vítima? Aplicando o coitadismo para tentar convencê-la a largar o seu trabalho, para ir a uma simples consulta? apoiou o copo na mesa da sala e cruzou os braços.
- Não, metrô vai por baixo da terra. Vai de ônibus, que assim a cidade inteira te vê.
André analisou a expressão no rosto da namorada, e ela de braços cruzados não podia significar coisa muito boa. A conhecia a tempo suficiente para entender sua expressão corporal.
- Você não pode estar falando sério.
- Não, você que não pode estar falando sério, Schürrle - pior que uma de braços cruzados, é uma o chamando pelo sobrenome - Você quer o quê? Que eu tenha faltas o suficiente para ser demitida por justa causa e quem sabe assim, eu fico que nem as namoradas dos seus amigos? Um bando de inútil que fica em casa o dia inteiro sai gastando o dinheiro deles com grife e cabeleireiro?
- É o quê?
- Ou quem sabe, na melhor das hipóteses, eu perco meu cargo de chefe de departamento e volto a ser uma empregada comum, porque talvez meu namorado tá querendo que eu sinta pena dele, e deixe a minha vida de lado por ele.
- , pelo amor de Deus, você está se ouvindo? - André levantou o tom de voz e ela arregalou os olhos, levando a mão no peito, fingindo estar ofendida - Eu não quero que você sinta pena de mim! - ele gritou - Eu não vejo o menor problema em você perder um dia do seu trabalho para me acompanhar ao médico.
- Ah, um dia? - ela não se conteve e riu - Presta atenção que eu só vou te falar uma vez, André Schürrle - levantou um dedo - Eliminatória da Copa do Mundo em Hamburgo - então, levantou o segundo dedo - Consulta no dia seguinte à sua lesão - levantou mais um - Visita ao fisioterapeuta - levantou mais dois dedos - Duas consultas para o médico simplesmente olhar e falar que “estamos no caminho certo” - ela respirou fundo e massageou as têmporas - Talvez o meu erro foi nunca ter falado não para você - murmurou, olhando para o chão - Agora está aí, resmungando porque eu não posso te acompanhar, e incapaz de se mover do sofá para pegar água.
André estava em dúvida se continuava com o tom de voz elevado, ou trazia o nível da conversa para algo mais civilizado e privado para eles, não para o condomínio inteiro ouvir.
- Eu bebo água - foi à única coisa que ele foi capaz de proferir.
balançou a cabeça em negação e deixou os braços caírem ao lado do corpo. Estava em dúvidas se estava lidando com um homem de 26 anos ou com uma criança de seis anos.
- Você não entendeu nada do que eu disse mesmo - ela caminhou para o outro lado da sala, encostando próxima à janela - Você se tornou um lesionado mimado. Eu tenho medo de imaginar as suas condições enquanto eu não estou aqui. Largado nesse sofá, sem beber água, sem comer, sem celular, olhando pra tela azul da televisão porque o controle não está do lado.
sentiu o cansaço tomar conta e desistiu de continuar falando. A única coisa que ela queria era que André entendesse que apesar das diversas faltas por causa dele, se ela queria continuar exímia no que fazia, na manhã seguinte não havia a menor condição de ela poder acompanhar o namorado na consulta.
Os maiores acionistas da empresa estavam vindo de Berlim para analisar o trabalho feito no escritório em Dortmund. Ela tinha que estar lá para apresentar um departamento coordenado e organizado.
Mas no final das contas, estava discutindo com ele e o chamando de mimado.
Ela se aproximou do sofá e pegou a bandeja na mesa de centro, onde o casal tinha comido alguns petiscos, para levar até a cozinha.
- Eu te dei diversas maneiras, só esteja naquele consultório amanhã de manhã, por favor.
André acompanhava os movimentos dela enquanto pensava em todas as palavras que foram vomitadas pela sua boca. Ela tinha razão em tudo o que havia falado. Assistia Netflix o dia inteiro, pois o console do videogame ficava ligado e o controle, na mesa de centro. Mal tomava água, era uma época mais fria, o corpo não suava e não sentia a necessidade de repor água. André chegou ao ponto de autorizar que o entregador do seu restaurante preferido entrasse em sua casa, para que ele não tivesse que andar até a porta para receber seu prato e pagar. Ele a amava tanto, mas ao mesmo tempo odiava o fato dela o conhecer daquela forma.
- … - ela passava por trás do sofá e sorriu ao ouvir ele a chamar daquela forma carinhosa - Você tem razão. Desculpa.
Da cozinha, organizando toda a louça suja dentro da pia, ela não pode deixar de esboçar um sorriso. Haviam tido a sua primeira briga, mas conseguiram se reconciliar logo.
- Eu tenho apenas uma pergunta a fazer, liebe - ele falou da sala, e ela murmurou para ele continuar - Qual seria o problema em você ser como a namorada dos meus amigos? Digo… Não trabalhar e ser apenas a minha namorada.
Com uma taça na mão, ensaboando-a, e a água caindo pela torneira, paralisou ao ouvir aquela frase. André esperava a resposta e tudo o que ouviu, foi o barulho de cristal batendo e logo em seguida, a torneira se fechando.
Sem falar uma palavra, passou da cozinha para a sala, em direção aos quartos, batendo o pé e praticamente rosnando. Logo em seguida veio o barulho de porta sendo batida, e fechada.
André tinha quase certeza que a porta batida e trancada, não era a do quarto que eles estavam dividindo há algumas semanas.
Quando André acordou no dia seguinte, a casa estava em completo silêncio. Passou pelo quarto de hóspedes e pode ver a cama detalhadamente arrumada, como de costume. Sabia dizer que dormiu por lá, pois o cheiro do perfume que ela usava para trabalhar estava espalhado pelos cômodos.
Ele pegou um Uber até o consultório médico, e além de ouvir que a recuperação estava no caminho certo, em pouco tempo ele seria capaz de andar sem o auxílio das muletas.
Ao sair do consultório, ele chamou novamente o Uber, parando em uma venda no centro da cidade e indo em direção ao centro empresarial localizado na cidade.
estava saindo para o almoço com alguns colegas de trabalho, que não evitaram chamar a atenção dela, que simplesmente parou no caminho entre o prédio e a rua. André estava lá, todo vestindo preto, que ela amava, apoiado na porta do carro, tentando se equilibrar. André pode ver que ela pediu licença para os amigos e caminhou até ele.
era a executiva que sempre sonhou ser. Vestia uma calça preta, com um sapato da mesma cor, e escondendo a blusa, um sobretudo na cor branca, que havia ganhado de André no seu aniversário. Como ele pode perguntar qual era o problema dela ser apenas a namorada dele, quando aquele era o sonho dela?
- O que o médico falou? - sem oi, sem selinho, sem abraço. Direto e reto.
- Me desculpa.
- O médico não tem que te pedir desculpas por nada. Quem acabou com você foi o Lewandowski.
- Me desculpa, ! - ele falou mais firme e tirou, de dentro do carro, um buquê de rosas brancas.
Era hora de almoço então diversas pessoas passavam por àquela hora e várias pararam ao ver um buquê sendo levantado. O buquê derreteu até ela, que estava mantendo uma pose séria e rígida com ele.
- Você é tão maravilhosa no que faz, que o certo seria eu largar o futebol para ser apenas o seu namorado.
- Shhh - ela segurou o buquê em um braço e levou um dedo ao lábio de André, fazendo ele se calar - Nada vai mudar - ela sorriu - Até parece que você não sabe que em time que está ganhando, não se mexe.
Ele não pode deixar de gargalhar. Do futebol vinham umas referências incríveis para a vida.
- Quais são os seus planos para ganhar o meu completo perdão?
- Depois das flores? A melhor mesa do Vapiano está reservada para nós almoçarmos.
- E depois? - ela sorriu.
- Quando você voltar pra casa e a gente se entende do nosso jeito.
gostou daquilo. Ela fez sinal para seus colegas que foram embora sem sua companhia e simplesmente entrou no carro, com André à sua cola. Se as próximas discussões fossem como aquela, saberia lidar bem com as brigas.
A situação estava ficando irritante, principalmente para ela, que por muitas vezes, tinha que parar de digitar alguns relatórios ou até mesmo, ver suas redes sociais, para simplesmente ir pegar um copo de água para ele. Ou o controle da televisão.
Como de costume, chegou do trabalho e foi preparar algo para eles comerem. André estava no sofá, fazendo maratona da enésima série que tinha o interessado no Netflix. O móvel já tinha a forma do corpo dele, pois era lá que passava a maior parte dos seus dias.
Ela estava cansada. Passava o dia no escritório, se dividia entre relatórios, reuniões, tomadas de decisões e à noite, cuidava de André. Por isso, naquele dia, se permitiu cortar alguns frios, colocar tudo em uma tábua, e ir para o sofá, fazer companhia para ele, enquanto tomavam um vinho.
O casal ria para a televisão. Ela não estava entendendo o andamento da série, já que não acompanhava, mas com certeza aquela cena foi divertida. André tinha um dos braços em volta dela, que estava praticamente deitada sob seu peito.
- Esqueci-me de te falar - se levantou ao fim de mais um episódio - Você tem consulta amanhã de manhã.
André torceu o nariz. Estava se aproximando do meio do tratamento e já não aguentava consultas. Fisioterapia. Remédio para dores. Ele só queria voltar a Brackel e chutar uma bola. Ou dormir com as pernas entrelaçadas nas de , sem sentir uma dor descomunal por isso.
- Que horas vamos? - seus olhos seguiram que ia até a cozinha em busca de um copo de água.
Não demorou muito para que ela voltasse com um copo já na boca, e fazia um sinal negativo com a mão livre. André arqueou uma sobrancelha.
- Não vamos.
- Mas você disse… - ele estava confuso.
- Você vai à consulta às onze horas. Amanhã é o pior dia para sair da empresa para mim, você vai ter que ir sozinho.
- Mas… - ele fechou o cenho, fez bico com os lábios, e tinha quase certeza de que aquilo derreteria a namorada - Você me acompanhou em tudo até agora.
- Liebe , você não consegue imaginar o quão complicado para mim vai ser sair do escritório amanhã, você vai ter que me desculpar.
- E como eu vou, sem você para me dirigir até lá?
- Pede para o Marco te levar. Aposto que ele é mais experiente nesse assunto que eu - gargalhou, achando graça em sua própria frase e ao encontrar os olhos azuis de André, ele não parecia ter achado engraçado - Não sei, André, existe táxi, Uber… Aposto que o Mario também não se importaria em te levar.
- Ah sim, eu vou entrar em um carro mesmo aonde o motorista vai, depois de surtar, querer trinta selfies, vídeo meu dizendo oi até pro papagaio e tirar foto da minha perna engessada. Tá certo, , mais fácil sugerir que eu vá de metrô, quem sabe assim, eu fico mais exposto.
Ela não podia acreditar que estava ouvindo aquilo. André estava realmente se fazendo de vítima? Aplicando o coitadismo para tentar convencê-la a largar o seu trabalho, para ir a uma simples consulta? apoiou o copo na mesa da sala e cruzou os braços.
- Não, metrô vai por baixo da terra. Vai de ônibus, que assim a cidade inteira te vê.
André analisou a expressão no rosto da namorada, e ela de braços cruzados não podia significar coisa muito boa. A conhecia a tempo suficiente para entender sua expressão corporal.
- Você não pode estar falando sério.
- Não, você que não pode estar falando sério, Schürrle - pior que uma de braços cruzados, é uma o chamando pelo sobrenome - Você quer o quê? Que eu tenha faltas o suficiente para ser demitida por justa causa e quem sabe assim, eu fico que nem as namoradas dos seus amigos? Um bando de inútil que fica em casa o dia inteiro sai gastando o dinheiro deles com grife e cabeleireiro?
- É o quê?
- Ou quem sabe, na melhor das hipóteses, eu perco meu cargo de chefe de departamento e volto a ser uma empregada comum, porque talvez meu namorado tá querendo que eu sinta pena dele, e deixe a minha vida de lado por ele.
- , pelo amor de Deus, você está se ouvindo? - André levantou o tom de voz e ela arregalou os olhos, levando a mão no peito, fingindo estar ofendida - Eu não quero que você sinta pena de mim! - ele gritou - Eu não vejo o menor problema em você perder um dia do seu trabalho para me acompanhar ao médico.
- Ah, um dia? - ela não se conteve e riu - Presta atenção que eu só vou te falar uma vez, André Schürrle - levantou um dedo - Eliminatória da Copa do Mundo em Hamburgo - então, levantou o segundo dedo - Consulta no dia seguinte à sua lesão - levantou mais um - Visita ao fisioterapeuta - levantou mais dois dedos - Duas consultas para o médico simplesmente olhar e falar que “estamos no caminho certo” - ela respirou fundo e massageou as têmporas - Talvez o meu erro foi nunca ter falado não para você - murmurou, olhando para o chão - Agora está aí, resmungando porque eu não posso te acompanhar, e incapaz de se mover do sofá para pegar água.
André estava em dúvida se continuava com o tom de voz elevado, ou trazia o nível da conversa para algo mais civilizado e privado para eles, não para o condomínio inteiro ouvir.
- Eu bebo água - foi à única coisa que ele foi capaz de proferir.
balançou a cabeça em negação e deixou os braços caírem ao lado do corpo. Estava em dúvidas se estava lidando com um homem de 26 anos ou com uma criança de seis anos.
- Você não entendeu nada do que eu disse mesmo - ela caminhou para o outro lado da sala, encostando próxima à janela - Você se tornou um lesionado mimado. Eu tenho medo de imaginar as suas condições enquanto eu não estou aqui. Largado nesse sofá, sem beber água, sem comer, sem celular, olhando pra tela azul da televisão porque o controle não está do lado.
sentiu o cansaço tomar conta e desistiu de continuar falando. A única coisa que ela queria era que André entendesse que apesar das diversas faltas por causa dele, se ela queria continuar exímia no que fazia, na manhã seguinte não havia a menor condição de ela poder acompanhar o namorado na consulta.
Os maiores acionistas da empresa estavam vindo de Berlim para analisar o trabalho feito no escritório em Dortmund. Ela tinha que estar lá para apresentar um departamento coordenado e organizado.
Mas no final das contas, estava discutindo com ele e o chamando de mimado.
Ela se aproximou do sofá e pegou a bandeja na mesa de centro, onde o casal tinha comido alguns petiscos, para levar até a cozinha.
- Eu te dei diversas maneiras, só esteja naquele consultório amanhã de manhã, por favor.
André acompanhava os movimentos dela enquanto pensava em todas as palavras que foram vomitadas pela sua boca. Ela tinha razão em tudo o que havia falado. Assistia Netflix o dia inteiro, pois o console do videogame ficava ligado e o controle, na mesa de centro. Mal tomava água, era uma época mais fria, o corpo não suava e não sentia a necessidade de repor água. André chegou ao ponto de autorizar que o entregador do seu restaurante preferido entrasse em sua casa, para que ele não tivesse que andar até a porta para receber seu prato e pagar. Ele a amava tanto, mas ao mesmo tempo odiava o fato dela o conhecer daquela forma.
- … - ela passava por trás do sofá e sorriu ao ouvir ele a chamar daquela forma carinhosa - Você tem razão. Desculpa.
Da cozinha, organizando toda a louça suja dentro da pia, ela não pode deixar de esboçar um sorriso. Haviam tido a sua primeira briga, mas conseguiram se reconciliar logo.
- Eu tenho apenas uma pergunta a fazer, liebe - ele falou da sala, e ela murmurou para ele continuar - Qual seria o problema em você ser como a namorada dos meus amigos? Digo… Não trabalhar e ser apenas a minha namorada.
Com uma taça na mão, ensaboando-a, e a água caindo pela torneira, paralisou ao ouvir aquela frase. André esperava a resposta e tudo o que ouviu, foi o barulho de cristal batendo e logo em seguida, a torneira se fechando.
Sem falar uma palavra, passou da cozinha para a sala, em direção aos quartos, batendo o pé e praticamente rosnando. Logo em seguida veio o barulho de porta sendo batida, e fechada.
André tinha quase certeza que a porta batida e trancada, não era a do quarto que eles estavam dividindo há algumas semanas.
Quando André acordou no dia seguinte, a casa estava em completo silêncio. Passou pelo quarto de hóspedes e pode ver a cama detalhadamente arrumada, como de costume. Sabia dizer que dormiu por lá, pois o cheiro do perfume que ela usava para trabalhar estava espalhado pelos cômodos.
Ele pegou um Uber até o consultório médico, e além de ouvir que a recuperação estava no caminho certo, em pouco tempo ele seria capaz de andar sem o auxílio das muletas.
Ao sair do consultório, ele chamou novamente o Uber, parando em uma venda no centro da cidade e indo em direção ao centro empresarial localizado na cidade.
estava saindo para o almoço com alguns colegas de trabalho, que não evitaram chamar a atenção dela, que simplesmente parou no caminho entre o prédio e a rua. André estava lá, todo vestindo preto, que ela amava, apoiado na porta do carro, tentando se equilibrar. André pode ver que ela pediu licença para os amigos e caminhou até ele.
era a executiva que sempre sonhou ser. Vestia uma calça preta, com um sapato da mesma cor, e escondendo a blusa, um sobretudo na cor branca, que havia ganhado de André no seu aniversário. Como ele pode perguntar qual era o problema dela ser apenas a namorada dele, quando aquele era o sonho dela?
- O que o médico falou? - sem oi, sem selinho, sem abraço. Direto e reto.
- Me desculpa.
- O médico não tem que te pedir desculpas por nada. Quem acabou com você foi o Lewandowski.
- Me desculpa, ! - ele falou mais firme e tirou, de dentro do carro, um buquê de rosas brancas.
Era hora de almoço então diversas pessoas passavam por àquela hora e várias pararam ao ver um buquê sendo levantado. O buquê derreteu até ela, que estava mantendo uma pose séria e rígida com ele.
- Você é tão maravilhosa no que faz, que o certo seria eu largar o futebol para ser apenas o seu namorado.
- Shhh - ela segurou o buquê em um braço e levou um dedo ao lábio de André, fazendo ele se calar - Nada vai mudar - ela sorriu - Até parece que você não sabe que em time que está ganhando, não se mexe.
Ele não pode deixar de gargalhar. Do futebol vinham umas referências incríveis para a vida.
- Quais são os seus planos para ganhar o meu completo perdão?
- Depois das flores? A melhor mesa do Vapiano está reservada para nós almoçarmos.
- E depois? - ela sorriu.
- Quando você voltar pra casa e a gente se entende do nosso jeito.
gostou daquilo. Ela fez sinal para seus colegas que foram embora sem sua companhia e simplesmente entrou no carro, com André à sua cola. Se as próximas discussões fossem como aquela, saberia lidar bem com as brigas.
Capítulo 17: A primeira festa que eles deram.
André finalmente estava colocando novamente os pés no chão. Após três meses engessado, naquela tarde ele havia se visto livre daquele peso em seus pés. Era sexta-feira, e aquilo com certeza merecia uma comemoração.
No Uber, a caminho de volta para sua casa, ele digitou uma simples mensagem no grupo do time, e foi o suficiente para alvoroço. Talvez ia ficar um pouco brava, mas ele aprendeu a se desculpar com ela.
Como já era fim de tarde, e ela procurava sempre sair mais cedo do trabalho no último dia útil da semana, já estava em casa quando ele chegou, comendo pipoca enquanto assistia qualquer coisa na televisão.
- Finalmente! - ela sorriu e deu espaço para ele se sentar ao seu lado, quando entrou em casa - Podemos dormir na mesma cama e eu não chorar em silêncio porque você socou meu pé com aquele gesso pesado.
- Você chorava cada vez que eu virava na cama e batia em você com o gesso? - ele riu do comentário, e levou a mão ao saco de pipoca dela - E você nunca me falou nada.
- André, mas doía tanto, mas tanto, liebe - gargalhou - Chorar foi exagero, porque se eu já estava dormindo, eu só acordava com a pancada. Mas uma noite eu estava trabalhando na cama, você já estava dormindo, meu Deus… Eu vi até estrelas de dor.
- Você é muito dramática, !
- E você é muito mimado, André Schürrle. Enfim, o que vamos fazer para comemorar que não temos mais gesso?
- Talvez, mas só talvez - ele começou a falar e ela murmurou para ele continuar - Eu já tenha convidado o time inteiro para vir para cá hoje à noite.
ficou branca. Pálida. Talvez tenha passado pelo tom amarelado na pele. E como assim ela só está sendo notificada quando já praticamente é noite?
- Você o quê? - ela pulou no sofá e ele, de todo aquele tamanho, se encolheu - Não tem nada para comer, não tem nada para beber, não tem nada nessa casa, André. Como nós vamos receber um time de futebol? - parou achando graça no que tinha acabado de falar. Normalmente usava aquele termo para se referir a certa quantidade de pessoas em um mesmo grupo, mas naquela vez, realmente era um time - Literalmente, um time!
- Ah… Ufa! - ele levou a mão ao coração. Antes deixar seus amigos passando fome e sede do que começar uma briga por isso - Isso, menos mal. Eu falei pra cada um trazer petiscos e bebida. E de qualquer forma, sempre temos Reus e Aubameyang pra trazer bebida o suficiente para uma balada inteira.
- Menos mal. Eu vou ficar no quarto, se você precisar de alguma coisa, pelo amor de Deus, se vira trinta vezes antes de me chamar.
- Hein? Vai ficar no quarto por quê? - ele cruzou os braços - A reunião do clube da Luluzinha vai ser lá? Quando os caras chegarem com as namoradas e esposas, é para lá que eu mando?
- Você já percebeu a causa das minhas dores de cabeça, liebe? - puxou uma almofada e jogou nele - Me conta tudo direito, e não por partes, demônio!
- Tá, tudo bem. Presta atenção.
- Eu vou te bater - ela ameaçou.
- Devem vir umas trinta pessoas aqui em casa hoje, incluindo namoradas, esposas e afins. Vai ter muita bebida, e falação e gente gritando. E dependendo da situação, o Aubameyang vai descobrir meu computador e virar DJ do Spotify.
arregalou os olhos imaginando o gabonês com um dos seus óculos de sol, levando a mão ao ouvido, achando que o touchpad do notebook é um dos instrumentos de DJ. Ela olhava em volta, procurando se havia alguma coisa quebrável naquela sala e viu alguns troféus na estante de André. Eram todos jogadores, talvez aquilo eles respeitem.
- Tudo bem. Preciso deixar o quarto de hóspedes arrumado?
- Não, amanhã provavelmente vai ter um dormindo no sofá. No final das contas todo mundo se ajeita e nós podemos comemorar o gesso eliminado da nossa própria forma - e então se curvou para cima dela.
sorriu para André, deixando-o acreditar que iria rolar algo naquele momento, mas aproveitou a mão na bacia de pipoca, e jogou um pouco nele.
- Pode esquecer isso se tiver mais alguém dormindo nesse apartamento além de nós dois, lindo - ela então se levantou do sofá e largou a pipoca para ele - Vou chamar a para vir para cá também, estou com saudades dela. E também vou me arrumar. Ah, - ela parou no meio do caminho para os quartos - Limpa essa sala antes dos seus amigos chegarem, tem pipoca no chão.
André franziu o cenho vendo ela sumir e entrar no quarto que eles estavam dividindo. Ele teria que se lembrar em não deixar nenhum colega se abrigar embaixo do seu teto, e ainda teria que limpar a pipoca que ela jogou nele e caiu no chão.
Nem ele se conhecia mais e mesmo assim, estava gostando daquilo.
André Schürrle era apaixonado por essa mulher.
O apartamento de André havia virado um salão de festas. Pessoas apoiadas na parede, sentadas no sofá fazendo disputas de videogame, na cozinha e até no caminho para os quartos.
Ela estava conversando com Babi, namorada de Mario Götze, e , já que elas não se viam a algum tempo. As três com cerveja nas mãos, enquanto assistiam os seus namorados, e Marco Reus, disputando uma partida de corrida no videogame.
Alguns amendoins apareciam pela sala e não demorou muito para magicamente, duas pizzas grandes aparecerem em cima da mesa. tinha quase certeza que ela, extremamente neurótica e organizada, estava perdendo o controle da festa, mas até então, não era sua casa, e André que lidasse com as consequências.
- Sabem o que significa André sem gesso? - o assunto era os meses que ela estava vivendo naquela casa para cuidar do namorado - Eu posso voltar para o meu apartamento.
- Você o quê? - ele pausou o videogame - Não foi esse o combinado não. Decidimos que você iria ficar aqui até eu me recuperar.
- Liebe - ela rolou os olhos - Você já está recuperado, está bebendo e bem confortável para andar sozinho - e então voltou a falar com as duas mulheres - Tem um mês que eu não vou lá em casa, eu ia semanalmente buscar roupas, quando eu vi, a maioria estava aqui. Agora eu vou levar um mês pra voltar tudo pra casa.
André, ouvindo aquilo, largou o videogame e se juntou à conversa das três mulheres, abraçando pela cintura.
- Quem disse que eu vou deixar você ir embora pra sua casa?
- Você com certeza mimou o André esses meses, - Babi sorriu amável para a amiga - Você nem fez suas malas ainda, e ele já está todo carente.
- Eu posso até ser mimado, Babi, mas você conhece o Mario, não conhece? - a brasileira deu um sorriso tímido, sabendo o que André estava falando - Então você sabe qual de nós dois é mais carente.
- Mas eu acho que no caso, a Babi e o Mario moram juntos, e vocês não, a carência é diferente - comentou e deu de ombros.
- O que transforma o Mario em alguém mais bobo que o André - Babi respondeu e os outros três riram - Eles têm a vida separado, agora eu? Gente, outro dia eu fui buscar um café perto de casa e o Mario chegou nesse meio tempo. Quando eu entrei em casa, ele estava quase chamando a Interpol.
- Babi! - gritou enquanto gargalhava da situação - Esse daqui - falou apontando para André atrás dela - Não é nem doido de fazer isso.
- Olha só, em minha defesa… Eu não tenho defesa - André tirou o copo da mão da namorada e tomou um gole da bebida dela - Mas eu acabei de ter uma ideia.
- Lá vem…
- A gente podia ser como o Mario e a Babi, não acha? - virou o pescoço olhando para ele e o incentivou a continuar - Vem morar comigo?
tinha quase certeza que aquela era a tática de André para não levar um não. Primeiro ele simplesmente informa para o time, e para ela, que eles eram namorados e naquele momento, pede para ele ir morar com ela na frente das amigas.
- No fundo ele só quer alguém para lavar a louça dele - deu a língua e tomou seu copo de volta.
- Será? - indagou, observando a cara de nada que André havia feito com aquele comentário.
- Entre o sim e o não, o faça lavar louça e ajudar nas tarefas de casa. Não tem essa de mulher que faz atividade de casa não. Mario tem um novo brinquedo agora… O aspirador de pó!
, e Babi não se aguentaram e deram risada. André também as acompanhou, a ideia de Mario dançando Drake pela casa enquanto passava o aspirador era única.
- Você ainda não me respondeu… Quer morar comigo?
No Uber, a caminho de volta para sua casa, ele digitou uma simples mensagem no grupo do time, e foi o suficiente para alvoroço. Talvez ia ficar um pouco brava, mas ele aprendeu a se desculpar com ela.
Como já era fim de tarde, e ela procurava sempre sair mais cedo do trabalho no último dia útil da semana, já estava em casa quando ele chegou, comendo pipoca enquanto assistia qualquer coisa na televisão.
- Finalmente! - ela sorriu e deu espaço para ele se sentar ao seu lado, quando entrou em casa - Podemos dormir na mesma cama e eu não chorar em silêncio porque você socou meu pé com aquele gesso pesado.
- Você chorava cada vez que eu virava na cama e batia em você com o gesso? - ele riu do comentário, e levou a mão ao saco de pipoca dela - E você nunca me falou nada.
- André, mas doía tanto, mas tanto, liebe - gargalhou - Chorar foi exagero, porque se eu já estava dormindo, eu só acordava com a pancada. Mas uma noite eu estava trabalhando na cama, você já estava dormindo, meu Deus… Eu vi até estrelas de dor.
- Você é muito dramática, !
- E você é muito mimado, André Schürrle. Enfim, o que vamos fazer para comemorar que não temos mais gesso?
- Talvez, mas só talvez - ele começou a falar e ela murmurou para ele continuar - Eu já tenha convidado o time inteiro para vir para cá hoje à noite.
ficou branca. Pálida. Talvez tenha passado pelo tom amarelado na pele. E como assim ela só está sendo notificada quando já praticamente é noite?
- Você o quê? - ela pulou no sofá e ele, de todo aquele tamanho, se encolheu - Não tem nada para comer, não tem nada para beber, não tem nada nessa casa, André. Como nós vamos receber um time de futebol? - parou achando graça no que tinha acabado de falar. Normalmente usava aquele termo para se referir a certa quantidade de pessoas em um mesmo grupo, mas naquela vez, realmente era um time - Literalmente, um time!
- Ah… Ufa! - ele levou a mão ao coração. Antes deixar seus amigos passando fome e sede do que começar uma briga por isso - Isso, menos mal. Eu falei pra cada um trazer petiscos e bebida. E de qualquer forma, sempre temos Reus e Aubameyang pra trazer bebida o suficiente para uma balada inteira.
- Menos mal. Eu vou ficar no quarto, se você precisar de alguma coisa, pelo amor de Deus, se vira trinta vezes antes de me chamar.
- Hein? Vai ficar no quarto por quê? - ele cruzou os braços - A reunião do clube da Luluzinha vai ser lá? Quando os caras chegarem com as namoradas e esposas, é para lá que eu mando?
- Você já percebeu a causa das minhas dores de cabeça, liebe? - puxou uma almofada e jogou nele - Me conta tudo direito, e não por partes, demônio!
- Tá, tudo bem. Presta atenção.
- Eu vou te bater - ela ameaçou.
- Devem vir umas trinta pessoas aqui em casa hoje, incluindo namoradas, esposas e afins. Vai ter muita bebida, e falação e gente gritando. E dependendo da situação, o Aubameyang vai descobrir meu computador e virar DJ do Spotify.
arregalou os olhos imaginando o gabonês com um dos seus óculos de sol, levando a mão ao ouvido, achando que o touchpad do notebook é um dos instrumentos de DJ. Ela olhava em volta, procurando se havia alguma coisa quebrável naquela sala e viu alguns troféus na estante de André. Eram todos jogadores, talvez aquilo eles respeitem.
- Tudo bem. Preciso deixar o quarto de hóspedes arrumado?
- Não, amanhã provavelmente vai ter um dormindo no sofá. No final das contas todo mundo se ajeita e nós podemos comemorar o gesso eliminado da nossa própria forma - e então se curvou para cima dela.
sorriu para André, deixando-o acreditar que iria rolar algo naquele momento, mas aproveitou a mão na bacia de pipoca, e jogou um pouco nele.
- Pode esquecer isso se tiver mais alguém dormindo nesse apartamento além de nós dois, lindo - ela então se levantou do sofá e largou a pipoca para ele - Vou chamar a para vir para cá também, estou com saudades dela. E também vou me arrumar. Ah, - ela parou no meio do caminho para os quartos - Limpa essa sala antes dos seus amigos chegarem, tem pipoca no chão.
André franziu o cenho vendo ela sumir e entrar no quarto que eles estavam dividindo. Ele teria que se lembrar em não deixar nenhum colega se abrigar embaixo do seu teto, e ainda teria que limpar a pipoca que ela jogou nele e caiu no chão.
Nem ele se conhecia mais e mesmo assim, estava gostando daquilo.
André Schürrle era apaixonado por essa mulher.
O apartamento de André havia virado um salão de festas. Pessoas apoiadas na parede, sentadas no sofá fazendo disputas de videogame, na cozinha e até no caminho para os quartos.
Ela estava conversando com Babi, namorada de Mario Götze, e , já que elas não se viam a algum tempo. As três com cerveja nas mãos, enquanto assistiam os seus namorados, e Marco Reus, disputando uma partida de corrida no videogame.
Alguns amendoins apareciam pela sala e não demorou muito para magicamente, duas pizzas grandes aparecerem em cima da mesa. tinha quase certeza que ela, extremamente neurótica e organizada, estava perdendo o controle da festa, mas até então, não era sua casa, e André que lidasse com as consequências.
- Sabem o que significa André sem gesso? - o assunto era os meses que ela estava vivendo naquela casa para cuidar do namorado - Eu posso voltar para o meu apartamento.
- Você o quê? - ele pausou o videogame - Não foi esse o combinado não. Decidimos que você iria ficar aqui até eu me recuperar.
- Liebe - ela rolou os olhos - Você já está recuperado, está bebendo e bem confortável para andar sozinho - e então voltou a falar com as duas mulheres - Tem um mês que eu não vou lá em casa, eu ia semanalmente buscar roupas, quando eu vi, a maioria estava aqui. Agora eu vou levar um mês pra voltar tudo pra casa.
André, ouvindo aquilo, largou o videogame e se juntou à conversa das três mulheres, abraçando pela cintura.
- Quem disse que eu vou deixar você ir embora pra sua casa?
- Você com certeza mimou o André esses meses, - Babi sorriu amável para a amiga - Você nem fez suas malas ainda, e ele já está todo carente.
- Eu posso até ser mimado, Babi, mas você conhece o Mario, não conhece? - a brasileira deu um sorriso tímido, sabendo o que André estava falando - Então você sabe qual de nós dois é mais carente.
- Mas eu acho que no caso, a Babi e o Mario moram juntos, e vocês não, a carência é diferente - comentou e deu de ombros.
- O que transforma o Mario em alguém mais bobo que o André - Babi respondeu e os outros três riram - Eles têm a vida separado, agora eu? Gente, outro dia eu fui buscar um café perto de casa e o Mario chegou nesse meio tempo. Quando eu entrei em casa, ele estava quase chamando a Interpol.
- Babi! - gritou enquanto gargalhava da situação - Esse daqui - falou apontando para André atrás dela - Não é nem doido de fazer isso.
- Olha só, em minha defesa… Eu não tenho defesa - André tirou o copo da mão da namorada e tomou um gole da bebida dela - Mas eu acabei de ter uma ideia.
- Lá vem…
- A gente podia ser como o Mario e a Babi, não acha? - virou o pescoço olhando para ele e o incentivou a continuar - Vem morar comigo?
tinha quase certeza que aquela era a tática de André para não levar um não. Primeiro ele simplesmente informa para o time, e para ela, que eles eram namorados e naquele momento, pede para ele ir morar com ela na frente das amigas.
- No fundo ele só quer alguém para lavar a louça dele - deu a língua e tomou seu copo de volta.
- Será? - indagou, observando a cara de nada que André havia feito com aquele comentário.
- Entre o sim e o não, o faça lavar louça e ajudar nas tarefas de casa. Não tem essa de mulher que faz atividade de casa não. Mario tem um novo brinquedo agora… O aspirador de pó!
, e Babi não se aguentaram e deram risada. André também as acompanhou, a ideia de Mario dançando Drake pela casa enquanto passava o aspirador era única.
- Você ainda não me respondeu… Quer morar comigo?
Capítulo 18: A primeira vez que ela sentiu ciúmes dele.
enrolou André o máximo que pôde. Ele voltou a jogar, o fim do ano se aproximou, o aniversário dela passou, e a insistência continuava.
Dois meses antes da Copa do Mundo na Rússia, acabou aceitando o pedido dele e, da noite para o dia, se viu enchendo malas e malas de roupa e aos poucos, levando para o apartamento de André. Morar com o namorado nunca havia passado pela sua cabeça, ficou no apartamento dele tempo suficiente para caso ele precisasse de alguma ajuda, mas assim que ele finalmente pôs os pés no chão, fez o convite para que ela se mudasse.
E ainda não via sentido naquela mudança. Moravam na mesma cidade, tinham as suas profissões e estavam sempre juntos. O que morar na mesma casa iria mudar?
— Mais carinho.
Foi a resposta que André deu quando ela o questionou. O que virou discussão, já que ela achou que ele estava, indiretamente, falando que ela não o dava atenção o suficiente. Teve mais portas batidas. E teve ele, novamente, com um buquê de flores na entrada do prédio que ela trabalhava.
— Acho que essa é a última — informou ao namorado, quando saiu do quarto puxando uma mala — Ficou algumas roupas no armário, mas estou pensando em doá-las.
André simplesmente ignorava o que a namorada falava enquanto olhava atentamente para o celular. Ele digitava algo, e logo em seguida, o aparelho apitava, e novamente, ele voltava a digitar.
— André! — gritou e cruzou os braços ao lado da mala.
— Sim, liebe — ele levantou o olhar para ela e então, viu a mala — Essa é a sua última mala?
Então o celular dele apitou novamente.
— Não sei, me diz você o que eu acabei de falar… André Schürrle! — gritou novamente e batendo os pés, foi em direção dele — O que tem de tão importante nesse celular que você não pode prestar atenção cinco minutos em mim?
André arregalou os olhos e tentava desviar o celular do alcance da namorada, porém ela já era alta e usava saltos vertiginosos. Enquanto eles ficavam naquela disputa, André poupou a briga e bloqueou o telefone, colocando no bolso.
— Pronto, sem celular, nem nada para atrapalhar a gente — ele levou a mão ao rosto dela, e tentou dar um selinho — .
— Você já percebeu que foi só eu aceitar mudar para a sua casa, e pedir para que você me ajudasse com as minhas coisas, que de repente seu celular virou mais interessante que, sei lá… — ela deu de ombros — A vida que nós vamos começar a construir juntos embaixo do mesmo teto?!
— Me desculpa! — ele levantou os braços em rendição — Eu juro que isso não vai mais acontecer, se tocar, eu vou ignorar. Vamos lá, essa é a sua última mala? — ela concordou — Certo, o que mais você quer levar lá para a nossa casa?
Mesmo brava com ele, não pode deixar de dar um sorriso bobo ao ouvir a palavra nossa, se referindo à casa. Sempre foi o apartamento dele, ou a casa dele, ou ela ir morar com ele, mas finalmente virou algo dos dois, como um casal. E ela mal via a hora de chegar contas com os nomes dos dois.
— Não sei — ela torcia o nariz em dúvida — Acho que a decoração que eu achava importante para mim, que tinha algum sentimento, eu já levei. Ficaram só os móveis.
olhava em volta. Só haviam ficado os móveis grandes dentro de sua casa. Seu sofá, a escrivaninha, sua geladeira.
A cama ela e André entraram em acordo que ficariam com a dele. Ela nem queria saber quantos zeros tinha no valor daquela cama, mas tinha certeza que valiam um por um.
— O que eu faço com os móveis?
— Nós podemos vender, o que acha?
Ela deu de ombros, mas não conseguia não ficar triste. Desde quando conseguiu o emprego em Dortmund, aquele sempre foi seu lar, cada móvel ali dentro, foi comprado aos poucos com o seu salário até, finalmente, ela conseguir montar o seu apartamento de pinterest, como ela costumava falar.
Simplesmente pôr a venda fazia com que ela sentisse seu coração esmagar.
— Nós podemos vender — ela sorriu para o namorado — Eu fico triste, mas… É uma vida nova começando, não é?
Apesar de o namorado andar desligado nos últimos dias, enquanto André falasse para que tudo iria ficar bem, ela acreditava nele. E naquele momento, ela confiava cegamente nas palavras dele.
Depois de trancar o apartamento, os dois saíram até o carro e após colocar a mala que faltava no porta-malas, foram até o apartamento que a partir daquele momento, era deles.
Como André saiu de Brackel e foi direto buscar a namorada no trabalho, para finalizarem de vez a mudança, ele foi direto ao quarto, enquanto ela foi arrumar tudo no armário. abriu a porta onde já estavam algumas de suas coisas e olhou para as malas no chão. Eram um casal morando junto, eles precisavam conversar sobre a necessidade de terem um armário maior.
Enquanto tentava brincar de quebra-cabeça com suas roupas, o telefone de André, na mesa de cabeceira, apitou. Ela, que estava sentada na cama olhando para o armário, desviou o olhar para o aparelho ali próximo. ponderou se devia ir até o aparelho ou não. Ele estava escondendo algo dela quando estavam em sua casa, talvez o assunto ainda fosse o mesmo.
Mas ao mesmo tempo seria invasão de privacidade.
Porém havia acabado de mudar para morar com ele. Esconder algo dela não era mentir?
Como eles iriam iniciar uma vida a dois, enquanto ele escondia coisas dela?
olhou para a porta do banheiro e conseguiu ouvir o barulho do chuveiro e em um impulso, se aproximou da mesa de cabeceira e apertou o botão principal do celular dele. O papel de parede ainda era uma foto que eles tiraram em Köln, após o show do Justin Bieber. Aquilo já fazia mais de um ano.
A mensagem brilhava na tela, em cima da foto dos dois. Um número desconhecido para ela.
“Você pode me encontrar às 9PM aqui no Thier-Galerie?”
olhou no relógio, eram quase 8PM. Sua vontade era desbloquear o celular do namorado para ler a conversa inteira, mas aquilo seria mais do que invasão de privacidade. Mostrava que ela não tinha a menor confiança nele. Ela então ouviu o chuveiro sendo desligado e voltou para a posição de antes. Não demorou muito para que André saísse do banho enrolado na toalha.
— Seu celular tocou… De novo! — ela enfatizou as duas últimas palavras.
Da mesma forma que ela fez momentos antes, André apenas tocou no botão principal, e deslizou a notificação para o lado, voltando à atenção a namorada.
— Que cara é essa?
— Liebe, nós precisamos urgentemente de um armário maior. Eu deixei várias roupas no meu apartamento para doar e eu ainda não consigo guardar todas — ela fez manha.
André amava manhosa. E cedia fácil aos seus pedidos.
— Claro. Se você quiser nós podemos usar um dos quartos que está sobrando, e fazer um closet para você, o que acha?
Aquilo fez ter certeza de que ele estava escondendo alguma coisa. Ela só havia pedido um armário maior, ele estava sugerindo que um dos quartos virasse um closet apenas dela. não iria negar, mas aquilo era, aos seus olhos, estranho.
— André, só um armário maior.
— Você quem sabe — ele deu um selinho na namorada e abriu o armário — Os caras do time me chamaram para ir tomar uma cerveja, uma noite só de homens, você se importa?
travou a mandíbula.
Ela se importava.
Ela mais que se importava.
Ela tinha certeza que era uma mentira e não conseguia entender a necessidade disso.
— Mas nós acabamos de oficializar a minha mudança para cá — ela fez bico — Tem que ser justo hoje?
— Aniversariantes do mês, ou algo do tipo — André deu de ombros na maior cara de pau — Só uma caneca e eu venho para casa.
— Eu te levo — ela falou repentinamente — Se eu vou ter que te dividir com o time, deixa eu te levar, você volta de Uber.
— Não precisa, liebe. Juro que logo eu venho embora.
A vontade de naquele momento era gritar na cara do namorado que sabia que ele estava mentindo, mas isso implicaria em falar que ela leu a mensagem dele.
Por fim, ela deu de ombros e após se trocar, André saiu de casa com um moletom na mão.
André estava mentindo, tinha certeza absoluta disso. Ele não iria tomar cerveja nenhuma com o time, ele iria ao shopping quando as lojas estivessem quase fechando. E a mensagem era muito clara. A pessoa do outro lado falava para ele encontrar com ela lá.
passou a mão no sobretudo que já estava pendurado e foi em direção ao metrô. Ela já até sabia como iria desmascarar André.
— Esse, absoluta certeza, esse! — André apontava para um dos folhetos à sua frente — O que ela vai achar?
— Tenho certeza que ela vai cair de costas — a mulher de cabelos escuros respondia para ele — Eu posso encomendar?
— Qual a previsão?
— Uns dois meses. É um trabalho feito artesanalmente, com muito cuidado, por isso a demora.
Ele pensou bem. Talvez ficaria pronto até a Copa do Mundo.
— Tudo bem, eu espero. Pode encomendar — ele puxou a carteira do bolso e tirou o cartão de crédito lá — Pode passar.
André saiu da loja sem pressa. Para , ele estava tomando cerveja com os amigos, não tinha porque se apressar para voltar para casa. Ele só não esperava que quando virasse para o outro corredor…
— Desculpa… ? ? — os olhos dele arregalaram. O que fazia no shopping àquela hora da noite — O que você faz aqui?
Ela piscava, fingindo estar um tanto quanto incrédula, em ver aquele homem à sua frente.
— Eu? — ela riu sarcástica e cruzou os braços — Eu quem devia te perguntar. Você não ia tomar uma cerveja com o time? Coisa de homem?
— Mas eu… Estou indo — mentiu para ganhar tempo — Eu só passei aqui antes para comprar um casaco que eu tenho certeza que você ia gostar. Presente de boas-vindas.
— Ah, um casaco… — ela observou em volta dele — Cadê esse casaco?
— Já que você está aqui, você pode ir lá a Adidas comigo escolher, o que acha?
— Adidas, André? — bateu no braço dele — Você quer me jurar que você, patrocinado pela Adidas, precisa vir até o shopping comprar um casaco pra mim? Uma mensagem você consegue a coleção inteira! Fala logo o que você veio fazer aqui?
E quando André achou que não tinha como ficar pior, a mesma mulher com quem ele foi se encontrar no shopping, passou por ele.
— Gute Nacht, Schürrle!
Ele fechou o olho e só esperou o escândalo de . Talvez aquela discussão estaria no Bild, na manhã seguinte, ou estava sendo transmitido ao vivo nas redes sociais, mas nada o faria falar a verdade.
— Você só pode estar brincando comigo — ela levou a mão do rosto, para tentar abafar sua vontade de gritar — Então é assim? Você me chama para morar com você, passa meses insistindo e quando eu aceito e a gente faz a mudança, na nossa primeira noite oficialmente juntos, você simplesmente vem pro shopping me trair? — tentava controlar suas mãos para não bater de punho fechado no peito dele — Quem é ela, André? E por que você fez isso comigo?
era capricorniana. era ciumenta. Mas uma coisa que não se explicava no signo, era o fato de, em uma briga, ela perder forças e começar a chorar de cansaço. Odiava brigar e pior, odiava mostrar seu lado ciumento, mas André não tinha dado escolhas a ela.
— Quem é ela? — insistiu, enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto.
André não estava suportando ver a namorada chorando e a puxou, fechando-a em um abraço. Enquanto ela se fechava em um escudo, ele passava a mão nos cabelos dela para acalmá-la.
— Eu não te traí, e não sou maluco de fazer isso, se acalma — ele pedia — , se acalma, liebe.
— Se você não veio comprar nada pra mim, não foi beber com o time, por que você mentiu para mim? — ela se afastou dele, limpando as lágrimas — Quem é ela, André?
— A vendedora da joalheria — ele confessou — Meus pais vão fazer bodas de qualquer coisa, e eu vim encomendar uma joia personalizada para eles.
— Você não precisava mentir. Nenhuma das vezes. Nem que iria sair com o time, nem o que veio fazer aqui. Podia ter me chamado para vir junto.
— Liebe, a mentira não justifica, eu sei e eu peço perdão por isso, nunca mais vai acontecer — André segurou na mão dela — Mas eu achei que você iria querer ficar em casa, tentar me convencer de que eu podia vir outro dia com você... — ele fechou os olhos — Mil perdões, eu sou um péssimo namorado.
— Concordo — fungou, e deu a língua para ele — Mas você podia me contar a verdade e eu realmente poderia vir outro dia com você. Afinal, hoje era o nosso primeiro dia morando juntos.
— A joalheria tem um prazo para a confecção e se eu viesse depois, iria correr o risco de que ficasse pronto depois do aniversário deles.
— Você está perdoado — ela sorriu para ele — Mas só dessa vez, entendeu?
— Não vai acontecer de novo! — ele prometeu e ela assentiu — E você? Está fazendo o que fora de casa?
O que estava fazendo fora de casa? Contar que tinha ido descobrir porque ele estava mentindo para ela, geraria em outra briga. Até que seu estômago roncou e ela foi salva pelo congo.
— Frietjes Van Holland — ela confessou — Como eu estava sozinha em casa, achei bom vir pegar uma porção de batata frita tamanho gigante e ficar o resto da noite assistindo Netflix, já que o meu namorado, me deixou sozinha no nosso apartamento.
— Eu já disse que eu adoro como a palavra ‘nosso’ soa quando falamos da nossa casa? — ele comentou.
— Eu também — ela respondeu e os dois riram.
— Acho que eu vou levar duas porções para a nossa casa — ele enfatizou a nossa — Bateu uma fome danada agora.
Os dois caminharam até o restaurante e de lá, entraram no carro dele e foram direto para o apartamento.
tinha acreditado naquela vez, porém, nas próximas visitas ao shopping, ele teria que tomar bastante cuidado.
Dois meses antes da Copa do Mundo na Rússia, acabou aceitando o pedido dele e, da noite para o dia, se viu enchendo malas e malas de roupa e aos poucos, levando para o apartamento de André. Morar com o namorado nunca havia passado pela sua cabeça, ficou no apartamento dele tempo suficiente para caso ele precisasse de alguma ajuda, mas assim que ele finalmente pôs os pés no chão, fez o convite para que ela se mudasse.
E ainda não via sentido naquela mudança. Moravam na mesma cidade, tinham as suas profissões e estavam sempre juntos. O que morar na mesma casa iria mudar?
— Mais carinho.
Foi a resposta que André deu quando ela o questionou. O que virou discussão, já que ela achou que ele estava, indiretamente, falando que ela não o dava atenção o suficiente. Teve mais portas batidas. E teve ele, novamente, com um buquê de flores na entrada do prédio que ela trabalhava.
— Acho que essa é a última — informou ao namorado, quando saiu do quarto puxando uma mala — Ficou algumas roupas no armário, mas estou pensando em doá-las.
André simplesmente ignorava o que a namorada falava enquanto olhava atentamente para o celular. Ele digitava algo, e logo em seguida, o aparelho apitava, e novamente, ele voltava a digitar.
— André! — gritou e cruzou os braços ao lado da mala.
— Sim, liebe — ele levantou o olhar para ela e então, viu a mala — Essa é a sua última mala?
Então o celular dele apitou novamente.
— Não sei, me diz você o que eu acabei de falar… André Schürrle! — gritou novamente e batendo os pés, foi em direção dele — O que tem de tão importante nesse celular que você não pode prestar atenção cinco minutos em mim?
André arregalou os olhos e tentava desviar o celular do alcance da namorada, porém ela já era alta e usava saltos vertiginosos. Enquanto eles ficavam naquela disputa, André poupou a briga e bloqueou o telefone, colocando no bolso.
— Pronto, sem celular, nem nada para atrapalhar a gente — ele levou a mão ao rosto dela, e tentou dar um selinho — .
— Você já percebeu que foi só eu aceitar mudar para a sua casa, e pedir para que você me ajudasse com as minhas coisas, que de repente seu celular virou mais interessante que, sei lá… — ela deu de ombros — A vida que nós vamos começar a construir juntos embaixo do mesmo teto?!
— Me desculpa! — ele levantou os braços em rendição — Eu juro que isso não vai mais acontecer, se tocar, eu vou ignorar. Vamos lá, essa é a sua última mala? — ela concordou — Certo, o que mais você quer levar lá para a nossa casa?
Mesmo brava com ele, não pode deixar de dar um sorriso bobo ao ouvir a palavra nossa, se referindo à casa. Sempre foi o apartamento dele, ou a casa dele, ou ela ir morar com ele, mas finalmente virou algo dos dois, como um casal. E ela mal via a hora de chegar contas com os nomes dos dois.
— Não sei — ela torcia o nariz em dúvida — Acho que a decoração que eu achava importante para mim, que tinha algum sentimento, eu já levei. Ficaram só os móveis.
olhava em volta. Só haviam ficado os móveis grandes dentro de sua casa. Seu sofá, a escrivaninha, sua geladeira.
A cama ela e André entraram em acordo que ficariam com a dele. Ela nem queria saber quantos zeros tinha no valor daquela cama, mas tinha certeza que valiam um por um.
— O que eu faço com os móveis?
— Nós podemos vender, o que acha?
Ela deu de ombros, mas não conseguia não ficar triste. Desde quando conseguiu o emprego em Dortmund, aquele sempre foi seu lar, cada móvel ali dentro, foi comprado aos poucos com o seu salário até, finalmente, ela conseguir montar o seu apartamento de pinterest, como ela costumava falar.
Simplesmente pôr a venda fazia com que ela sentisse seu coração esmagar.
— Nós podemos vender — ela sorriu para o namorado — Eu fico triste, mas… É uma vida nova começando, não é?
Apesar de o namorado andar desligado nos últimos dias, enquanto André falasse para que tudo iria ficar bem, ela acreditava nele. E naquele momento, ela confiava cegamente nas palavras dele.
Depois de trancar o apartamento, os dois saíram até o carro e após colocar a mala que faltava no porta-malas, foram até o apartamento que a partir daquele momento, era deles.
Como André saiu de Brackel e foi direto buscar a namorada no trabalho, para finalizarem de vez a mudança, ele foi direto ao quarto, enquanto ela foi arrumar tudo no armário. abriu a porta onde já estavam algumas de suas coisas e olhou para as malas no chão. Eram um casal morando junto, eles precisavam conversar sobre a necessidade de terem um armário maior.
Enquanto tentava brincar de quebra-cabeça com suas roupas, o telefone de André, na mesa de cabeceira, apitou. Ela, que estava sentada na cama olhando para o armário, desviou o olhar para o aparelho ali próximo. ponderou se devia ir até o aparelho ou não. Ele estava escondendo algo dela quando estavam em sua casa, talvez o assunto ainda fosse o mesmo.
Mas ao mesmo tempo seria invasão de privacidade.
Porém havia acabado de mudar para morar com ele. Esconder algo dela não era mentir?
Como eles iriam iniciar uma vida a dois, enquanto ele escondia coisas dela?
olhou para a porta do banheiro e conseguiu ouvir o barulho do chuveiro e em um impulso, se aproximou da mesa de cabeceira e apertou o botão principal do celular dele. O papel de parede ainda era uma foto que eles tiraram em Köln, após o show do Justin Bieber. Aquilo já fazia mais de um ano.
A mensagem brilhava na tela, em cima da foto dos dois. Um número desconhecido para ela.
“Você pode me encontrar às 9PM aqui no Thier-Galerie?”
olhou no relógio, eram quase 8PM. Sua vontade era desbloquear o celular do namorado para ler a conversa inteira, mas aquilo seria mais do que invasão de privacidade. Mostrava que ela não tinha a menor confiança nele. Ela então ouviu o chuveiro sendo desligado e voltou para a posição de antes. Não demorou muito para que André saísse do banho enrolado na toalha.
— Seu celular tocou… De novo! — ela enfatizou as duas últimas palavras.
Da mesma forma que ela fez momentos antes, André apenas tocou no botão principal, e deslizou a notificação para o lado, voltando à atenção a namorada.
— Que cara é essa?
— Liebe, nós precisamos urgentemente de um armário maior. Eu deixei várias roupas no meu apartamento para doar e eu ainda não consigo guardar todas — ela fez manha.
André amava manhosa. E cedia fácil aos seus pedidos.
— Claro. Se você quiser nós podemos usar um dos quartos que está sobrando, e fazer um closet para você, o que acha?
Aquilo fez ter certeza de que ele estava escondendo alguma coisa. Ela só havia pedido um armário maior, ele estava sugerindo que um dos quartos virasse um closet apenas dela. não iria negar, mas aquilo era, aos seus olhos, estranho.
— André, só um armário maior.
— Você quem sabe — ele deu um selinho na namorada e abriu o armário — Os caras do time me chamaram para ir tomar uma cerveja, uma noite só de homens, você se importa?
travou a mandíbula.
Ela se importava.
Ela mais que se importava.
Ela tinha certeza que era uma mentira e não conseguia entender a necessidade disso.
— Mas nós acabamos de oficializar a minha mudança para cá — ela fez bico — Tem que ser justo hoje?
— Aniversariantes do mês, ou algo do tipo — André deu de ombros na maior cara de pau — Só uma caneca e eu venho para casa.
— Eu te levo — ela falou repentinamente — Se eu vou ter que te dividir com o time, deixa eu te levar, você volta de Uber.
— Não precisa, liebe. Juro que logo eu venho embora.
A vontade de naquele momento era gritar na cara do namorado que sabia que ele estava mentindo, mas isso implicaria em falar que ela leu a mensagem dele.
Por fim, ela deu de ombros e após se trocar, André saiu de casa com um moletom na mão.
André estava mentindo, tinha certeza absoluta disso. Ele não iria tomar cerveja nenhuma com o time, ele iria ao shopping quando as lojas estivessem quase fechando. E a mensagem era muito clara. A pessoa do outro lado falava para ele encontrar com ela lá.
passou a mão no sobretudo que já estava pendurado e foi em direção ao metrô. Ela já até sabia como iria desmascarar André.
— Esse, absoluta certeza, esse! — André apontava para um dos folhetos à sua frente — O que ela vai achar?
— Tenho certeza que ela vai cair de costas — a mulher de cabelos escuros respondia para ele — Eu posso encomendar?
— Qual a previsão?
— Uns dois meses. É um trabalho feito artesanalmente, com muito cuidado, por isso a demora.
Ele pensou bem. Talvez ficaria pronto até a Copa do Mundo.
— Tudo bem, eu espero. Pode encomendar — ele puxou a carteira do bolso e tirou o cartão de crédito lá — Pode passar.
André saiu da loja sem pressa. Para , ele estava tomando cerveja com os amigos, não tinha porque se apressar para voltar para casa. Ele só não esperava que quando virasse para o outro corredor…
— Desculpa… ? ? — os olhos dele arregalaram. O que fazia no shopping àquela hora da noite — O que você faz aqui?
Ela piscava, fingindo estar um tanto quanto incrédula, em ver aquele homem à sua frente.
— Eu? — ela riu sarcástica e cruzou os braços — Eu quem devia te perguntar. Você não ia tomar uma cerveja com o time? Coisa de homem?
— Mas eu… Estou indo — mentiu para ganhar tempo — Eu só passei aqui antes para comprar um casaco que eu tenho certeza que você ia gostar. Presente de boas-vindas.
— Ah, um casaco… — ela observou em volta dele — Cadê esse casaco?
— Já que você está aqui, você pode ir lá a Adidas comigo escolher, o que acha?
— Adidas, André? — bateu no braço dele — Você quer me jurar que você, patrocinado pela Adidas, precisa vir até o shopping comprar um casaco pra mim? Uma mensagem você consegue a coleção inteira! Fala logo o que você veio fazer aqui?
E quando André achou que não tinha como ficar pior, a mesma mulher com quem ele foi se encontrar no shopping, passou por ele.
— Gute Nacht, Schürrle!
Ele fechou o olho e só esperou o escândalo de . Talvez aquela discussão estaria no Bild, na manhã seguinte, ou estava sendo transmitido ao vivo nas redes sociais, mas nada o faria falar a verdade.
— Você só pode estar brincando comigo — ela levou a mão do rosto, para tentar abafar sua vontade de gritar — Então é assim? Você me chama para morar com você, passa meses insistindo e quando eu aceito e a gente faz a mudança, na nossa primeira noite oficialmente juntos, você simplesmente vem pro shopping me trair? — tentava controlar suas mãos para não bater de punho fechado no peito dele — Quem é ela, André? E por que você fez isso comigo?
era capricorniana. era ciumenta. Mas uma coisa que não se explicava no signo, era o fato de, em uma briga, ela perder forças e começar a chorar de cansaço. Odiava brigar e pior, odiava mostrar seu lado ciumento, mas André não tinha dado escolhas a ela.
— Quem é ela? — insistiu, enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto.
André não estava suportando ver a namorada chorando e a puxou, fechando-a em um abraço. Enquanto ela se fechava em um escudo, ele passava a mão nos cabelos dela para acalmá-la.
— Eu não te traí, e não sou maluco de fazer isso, se acalma — ele pedia — , se acalma, liebe.
— Se você não veio comprar nada pra mim, não foi beber com o time, por que você mentiu para mim? — ela se afastou dele, limpando as lágrimas — Quem é ela, André?
— A vendedora da joalheria — ele confessou — Meus pais vão fazer bodas de qualquer coisa, e eu vim encomendar uma joia personalizada para eles.
— Você não precisava mentir. Nenhuma das vezes. Nem que iria sair com o time, nem o que veio fazer aqui. Podia ter me chamado para vir junto.
— Liebe, a mentira não justifica, eu sei e eu peço perdão por isso, nunca mais vai acontecer — André segurou na mão dela — Mas eu achei que você iria querer ficar em casa, tentar me convencer de que eu podia vir outro dia com você... — ele fechou os olhos — Mil perdões, eu sou um péssimo namorado.
— Concordo — fungou, e deu a língua para ele — Mas você podia me contar a verdade e eu realmente poderia vir outro dia com você. Afinal, hoje era o nosso primeiro dia morando juntos.
— A joalheria tem um prazo para a confecção e se eu viesse depois, iria correr o risco de que ficasse pronto depois do aniversário deles.
— Você está perdoado — ela sorriu para ele — Mas só dessa vez, entendeu?
— Não vai acontecer de novo! — ele prometeu e ela assentiu — E você? Está fazendo o que fora de casa?
O que estava fazendo fora de casa? Contar que tinha ido descobrir porque ele estava mentindo para ela, geraria em outra briga. Até que seu estômago roncou e ela foi salva pelo congo.
— Frietjes Van Holland — ela confessou — Como eu estava sozinha em casa, achei bom vir pegar uma porção de batata frita tamanho gigante e ficar o resto da noite assistindo Netflix, já que o meu namorado, me deixou sozinha no nosso apartamento.
— Eu já disse que eu adoro como a palavra ‘nosso’ soa quando falamos da nossa casa? — ele comentou.
— Eu também — ela respondeu e os dois riram.
— Acho que eu vou levar duas porções para a nossa casa — ele enfatizou a nossa — Bateu uma fome danada agora.
Os dois caminharam até o restaurante e de lá, entraram no carro dele e foram direto para o apartamento.
tinha acreditado naquela vez, porém, nas próximas visitas ao shopping, ele teria que tomar bastante cuidado.
Capítulo 19: A primeira vez que ela o viu perder um campeonato.
O silêncio é um barulho assustador. Nada passava pelos ouvidos de , além de um vazio. Ela olhava para cima e para os lados, e todos com a camisa branca tinham a mesma reação. Em alguns pontos, ela podia ver algumas camisas azuis pulando, se abraçando… Gritando.
As pessoas gritavam e ela não conseguia ouvir. Ao seu lado, sentada na cadeira, estava com uma mão na boca, sem saber o que estava acontecendo. Em pé, com as mãos na cabeça, ela tentava focar no campo à sua frente, mas seus olhos estavam embaçados. Não era a falta de seus óculos corretivos. Era excesso de lágrimas.
Assim como quatro anos antes, ela também chorava em um momento como aquele, mas ali, no Estádio Olímpico de Moscou, as lágrimas eram de tristeza.
Alemanha e Argentina haviam acabado de repetir a final da Copa do Mundo do Brasil. As mesmas seleções. O mesmo resultado. Porém, o vencedor havia sido outro. A Argentina teve a revanche que tanto desejava.
Os jogadores em campo tinham a mesma reação que ela. A maioria estava vagando pelo campo com a mão na cabeça, tentando entender o que havia acontecido. Outros estavam ajoelhados chorando. O sonho de ser pentacampeão foi embora com um gol.
Um gol de Lionel Messi. O gol que ele estava ansioso para fazer havia quatro anos.
Aos poucos a ficha foi caindo para e o seu ouvido foi recebendo algum tipo de som. Era como se finalmente ela houvesse se situado onde estava. E era péssimo.
— , o André! — ela sentiu a melhor amiga tocar em seu braço e apontar.
Seu namorado passava no campo, próximo de onde ela estava, de cabeça baixa, mordendo o próprio lábio. Ela desceu alguns degraus e correu na direção dele, o segurando pelo braço. Ele no campo, e ela ainda na arquibancada.
— Liebe .
Ele levantou o rosto e pôde ver que as lágrimas escorriam pelo rosto dele. Com uma placa de propaganda entre os dois, puxou o namorado e o abraçou. André escondeu o rosto no peito da namorada e deixou as lágrimas caírem. André chorava em silêncio e a namorada passava a mão no cabelo dele.
— Calma… Calma, André.
— A culpa é minha — ele comentou e sem que pudesse ver, negou com a cabeça — … — ele se levantou para olhar a ela — Se eu tivesse feito aquele gol, tínhamos ido para a prorrogação, ou para os pênaltis — ele balançou a cabeça — Eu nunca vou me perdoar por isso.
— Ei! — ela chamou a atenção do namorado — Não faça assim. Você fez o que você pôde. O goleiro deles pegou a bola. Tinha mais nove que podiam ter feito outro gol e não fizeram. A culpa não é sua.
André não respondeu a namorada, ele continuava a chorar e parecia que nada iria fazê-lo mudar de ideia em relação a culpa. se sentiu enfraquecida e o pior, ela não podia fazer nada para mudar aquela situação.
— Eu queria ter feito um gol e dedicado para você — ele comentou, colocando uma mão ao lado do corpo, e a outra passava no rosto — Me desculpa se eu te decepcionei, se eu não vou ter uma medalha para te dar.
— Não fala isso, André. Eu não preciso de medalha, ou taça, ou ser mais uma vez campeã do mundo.
— Eu estou vendo a decepção nos seus olhos, . Você está triste.
— Claro que eu estou triste, liebe . Eu estou triste, a está triste, a Alemanha inteira está triste — ela virou ele de frente e passou a mão pelo rosto dele, onde algumas lágrimas ainda caíam — Mas a minha dor maior, não é ver a Argentina ganhar a Copa do Mundo. E daí? No Brasil eram eles nessa situação. Meu problema está em te ver triste, decepcionado e pior, se sentindo culpado por algo que não é culpa sua.
olhou em volta. A maioria dos jogadores estavam na mesma situação com suas namoradas ou esposas. Alguns filhos menores abraçavam a perna dos pais. Outros até estavam no colo. Os maiores entendiam junto. Todo mundo estava triste, afinal, todos acreditavam que o final seria o mesmo.
— Eu te amo, você é meu herói, e não é uma medalha no peito que vai me dizer se você é ou não campeão.
— Eu não sou, . Eu perdi.
— Você é! Está me escutando? Você é um campeão.
— Nós namoramos há dois anos, . Que taça você me viu levantar durante esse tempo?
queria gritar para o namorado que ele ganhou ela. Que é impossível de ser conquistada. Que só ele quebrou a barreira que ela forma quando as pessoas tentam ultrapassá-la. E aquilo fazia dele um campeão.
Ao invés de qualquer palavra, ela o puxou para um beijo doce, carinhoso e apaixonado. André era sortudo por ter ao seu lado. Alguém que mesmo com todos os defeitos, loucuras e surtos do mundo, iria estar lá, para enxugar as lágrimas dele, sempre que for necessário.
Löw passou chamando todo o time para a cerimônia de entrega de medalhas. Nisso, várias pessoas já haviam entrado no gramado e chamou para ir para lá com ela e do campo, assistiam.
Um a um, a seleção alemã passava cumprimentando. Dirigentes da FIFA, pessoas de altos cargos na Rússia, presidente russo, primeira-ministra alemã, receberam suas medalhas de prata e saíram.
Vários jogadores, assim que recebiam o prêmio, tiravam do pescoço. André chegou a tocar na medalha, mas ao ver aplaudindo e sorrindo para ele em campo, desistiu. Aquele era seu prêmio, aquela mulher sorrindo e o aplaudindo. Valia mais do que aquela medalha.
— Como ele está? — perguntou para a amiga.
— Se sentindo culpado — ela deu de ombros — André vai levar tempo para digerir aquilo. Obrigada por estar comigo nesse momento.
abraçou a amiga de lado e ela sentiu-se agradecida.
— Eu estava naquela sorveteria quando ele simplesmente impediu que você passasse na porta. Eu sou madrinha desse relacionamento — não pode deixar de rir. tinha razão — Eu vou estar com vocês em todos os momentos.
— Nem todos…
— Argh, ! Você não tem jeito mesmo — riu e empurrou a amiga — Eu vou estar com vocês em quase todos os momentos. Não se esqueça de que eu ganhei uma camiseta com o número do seu namorado. Eu jogo no time de vocês.
virou-se de frente para a amiga e levou as mãos à cintura.
— Ah, no nosso time? Me conta mais, . Quem você prefere nesse relacionamento?
— Eu sou team até embaixo da terra — a amiga levantou as mãos em defesa — Até se você fizer algo de errado nesse relacionamento, eu vou estar ao seu lado.
— Ótimo — sorriu para a amiga.
Elas ouviram uma explosão de gritos e voltaram o olhar ao local onde estava ocorrendo à cerimônia de entrega de prêmios. Lionel Messi havia acabado de erguer a Taça FIFA. aplaudiu a seleção Argentina. Era o mínimo que ela podia fazer.
— Não vejo a hora de ir embora — ela ouviu a voz de André se aproximar e ela virou para ele.
— Para o hotel?
Ele negou com a cabeça.
— Pra Dortmund, pra nossa casa. Dormir por uma semana e por essa medalha de prata no fundo da gaveta para não ter mais que se lembrar dessa noite.
olhou para o peito do namorado onde a medalha prata com o emblema da Copa do Mundo da Rússia reluzia no peito dele. tirou o celular do bolso de trás da calça.
— Para aí — ela pediu para o namorado que, ao vê-la com o celular levantado, segurou a medalha ainda no pescoço — Isso — ela apertou o botão algumas vezes.
— — André a chamou, tirando a medalha do pescoço — Quando o Löw anunciou o meu nome entre os convocados, eu pus na cabeça que eu ia voltar para casa com uma medalha para te entregar, eu só nunca falei qual cor seria essa medalha.
André colocou a medalha no pescoço da namorada e puxou o cabelo dela para trás. olhava para o peito, feliz com aquilo.
— Eu nunca me importei com a cor mesmo — ela piscou para ele que, finalmente, esboçou um sorriso após o apito final.
— Ei, casal! — eles ouviram chamar com o celular levantado. André virou de costas para ele e a abraçou pela cintura, enquanto ela exibia a medalha para a câmera.
não conseguia conter as risadas com as caras e bocas da amiga e então, do casal, quando André entrou na brincadeira da namorada. e Schürrle eram um casal que ela se sentia bem de estar na presença e companhia deles, e ela não eram team ou team André.
— Me passa essas fotos que eu quero publicar já! — falou pegando o celular e dando pulinhos ao ver as que a amiga já tinha enviado. Ela escolheu uma e publicou em suas redes sociais.
Mais tarde, deitada na sua cama no hotel em Moscou, passava pelas fotos e curtia cada uma delas. Várias relacionadas à final da Copa do Mundo. Seus amigos assistindo o jogo em Dortmund. Um ou outro jogador que ela seguia agradecendo o apoio. Outros se desculpando pelo fracasso. Então a foto de apareceu. Ela curtiu e deixou um comentário.
“Meine Lieben.”
torcia para o time André e . E não importa o que acontecesse, aquele sim era um time campeão.
As pessoas gritavam e ela não conseguia ouvir. Ao seu lado, sentada na cadeira, estava com uma mão na boca, sem saber o que estava acontecendo. Em pé, com as mãos na cabeça, ela tentava focar no campo à sua frente, mas seus olhos estavam embaçados. Não era a falta de seus óculos corretivos. Era excesso de lágrimas.
Assim como quatro anos antes, ela também chorava em um momento como aquele, mas ali, no Estádio Olímpico de Moscou, as lágrimas eram de tristeza.
Alemanha e Argentina haviam acabado de repetir a final da Copa do Mundo do Brasil. As mesmas seleções. O mesmo resultado. Porém, o vencedor havia sido outro. A Argentina teve a revanche que tanto desejava.
Os jogadores em campo tinham a mesma reação que ela. A maioria estava vagando pelo campo com a mão na cabeça, tentando entender o que havia acontecido. Outros estavam ajoelhados chorando. O sonho de ser pentacampeão foi embora com um gol.
Um gol de Lionel Messi. O gol que ele estava ansioso para fazer havia quatro anos.
Aos poucos a ficha foi caindo para e o seu ouvido foi recebendo algum tipo de som. Era como se finalmente ela houvesse se situado onde estava. E era péssimo.
— , o André! — ela sentiu a melhor amiga tocar em seu braço e apontar.
Seu namorado passava no campo, próximo de onde ela estava, de cabeça baixa, mordendo o próprio lábio. Ela desceu alguns degraus e correu na direção dele, o segurando pelo braço. Ele no campo, e ela ainda na arquibancada.
— Liebe .
Ele levantou o rosto e pôde ver que as lágrimas escorriam pelo rosto dele. Com uma placa de propaganda entre os dois, puxou o namorado e o abraçou. André escondeu o rosto no peito da namorada e deixou as lágrimas caírem. André chorava em silêncio e a namorada passava a mão no cabelo dele.
— Calma… Calma, André.
— A culpa é minha — ele comentou e sem que pudesse ver, negou com a cabeça — … — ele se levantou para olhar a ela — Se eu tivesse feito aquele gol, tínhamos ido para a prorrogação, ou para os pênaltis — ele balançou a cabeça — Eu nunca vou me perdoar por isso.
— Ei! — ela chamou a atenção do namorado — Não faça assim. Você fez o que você pôde. O goleiro deles pegou a bola. Tinha mais nove que podiam ter feito outro gol e não fizeram. A culpa não é sua.
André não respondeu a namorada, ele continuava a chorar e parecia que nada iria fazê-lo mudar de ideia em relação a culpa. se sentiu enfraquecida e o pior, ela não podia fazer nada para mudar aquela situação.
— Eu queria ter feito um gol e dedicado para você — ele comentou, colocando uma mão ao lado do corpo, e a outra passava no rosto — Me desculpa se eu te decepcionei, se eu não vou ter uma medalha para te dar.
— Não fala isso, André. Eu não preciso de medalha, ou taça, ou ser mais uma vez campeã do mundo.
— Eu estou vendo a decepção nos seus olhos, . Você está triste.
— Claro que eu estou triste, liebe . Eu estou triste, a está triste, a Alemanha inteira está triste — ela virou ele de frente e passou a mão pelo rosto dele, onde algumas lágrimas ainda caíam — Mas a minha dor maior, não é ver a Argentina ganhar a Copa do Mundo. E daí? No Brasil eram eles nessa situação. Meu problema está em te ver triste, decepcionado e pior, se sentindo culpado por algo que não é culpa sua.
olhou em volta. A maioria dos jogadores estavam na mesma situação com suas namoradas ou esposas. Alguns filhos menores abraçavam a perna dos pais. Outros até estavam no colo. Os maiores entendiam junto. Todo mundo estava triste, afinal, todos acreditavam que o final seria o mesmo.
— Eu te amo, você é meu herói, e não é uma medalha no peito que vai me dizer se você é ou não campeão.
— Eu não sou, . Eu perdi.
— Você é! Está me escutando? Você é um campeão.
— Nós namoramos há dois anos, . Que taça você me viu levantar durante esse tempo?
queria gritar para o namorado que ele ganhou ela. Que é impossível de ser conquistada. Que só ele quebrou a barreira que ela forma quando as pessoas tentam ultrapassá-la. E aquilo fazia dele um campeão.
Ao invés de qualquer palavra, ela o puxou para um beijo doce, carinhoso e apaixonado. André era sortudo por ter ao seu lado. Alguém que mesmo com todos os defeitos, loucuras e surtos do mundo, iria estar lá, para enxugar as lágrimas dele, sempre que for necessário.
Löw passou chamando todo o time para a cerimônia de entrega de medalhas. Nisso, várias pessoas já haviam entrado no gramado e chamou para ir para lá com ela e do campo, assistiam.
Um a um, a seleção alemã passava cumprimentando. Dirigentes da FIFA, pessoas de altos cargos na Rússia, presidente russo, primeira-ministra alemã, receberam suas medalhas de prata e saíram.
Vários jogadores, assim que recebiam o prêmio, tiravam do pescoço. André chegou a tocar na medalha, mas ao ver aplaudindo e sorrindo para ele em campo, desistiu. Aquele era seu prêmio, aquela mulher sorrindo e o aplaudindo. Valia mais do que aquela medalha.
— Como ele está? — perguntou para a amiga.
— Se sentindo culpado — ela deu de ombros — André vai levar tempo para digerir aquilo. Obrigada por estar comigo nesse momento.
abraçou a amiga de lado e ela sentiu-se agradecida.
— Eu estava naquela sorveteria quando ele simplesmente impediu que você passasse na porta. Eu sou madrinha desse relacionamento — não pode deixar de rir. tinha razão — Eu vou estar com vocês em todos os momentos.
— Nem todos…
— Argh, ! Você não tem jeito mesmo — riu e empurrou a amiga — Eu vou estar com vocês em quase todos os momentos. Não se esqueça de que eu ganhei uma camiseta com o número do seu namorado. Eu jogo no time de vocês.
virou-se de frente para a amiga e levou as mãos à cintura.
— Ah, no nosso time? Me conta mais, . Quem você prefere nesse relacionamento?
— Eu sou team até embaixo da terra — a amiga levantou as mãos em defesa — Até se você fizer algo de errado nesse relacionamento, eu vou estar ao seu lado.
— Ótimo — sorriu para a amiga.
Elas ouviram uma explosão de gritos e voltaram o olhar ao local onde estava ocorrendo à cerimônia de entrega de prêmios. Lionel Messi havia acabado de erguer a Taça FIFA. aplaudiu a seleção Argentina. Era o mínimo que ela podia fazer.
— Não vejo a hora de ir embora — ela ouviu a voz de André se aproximar e ela virou para ele.
— Para o hotel?
Ele negou com a cabeça.
— Pra Dortmund, pra nossa casa. Dormir por uma semana e por essa medalha de prata no fundo da gaveta para não ter mais que se lembrar dessa noite.
olhou para o peito do namorado onde a medalha prata com o emblema da Copa do Mundo da Rússia reluzia no peito dele. tirou o celular do bolso de trás da calça.
— Para aí — ela pediu para o namorado que, ao vê-la com o celular levantado, segurou a medalha ainda no pescoço — Isso — ela apertou o botão algumas vezes.
— — André a chamou, tirando a medalha do pescoço — Quando o Löw anunciou o meu nome entre os convocados, eu pus na cabeça que eu ia voltar para casa com uma medalha para te entregar, eu só nunca falei qual cor seria essa medalha.
André colocou a medalha no pescoço da namorada e puxou o cabelo dela para trás. olhava para o peito, feliz com aquilo.
— Eu nunca me importei com a cor mesmo — ela piscou para ele que, finalmente, esboçou um sorriso após o apito final.
— Ei, casal! — eles ouviram chamar com o celular levantado. André virou de costas para ele e a abraçou pela cintura, enquanto ela exibia a medalha para a câmera.
não conseguia conter as risadas com as caras e bocas da amiga e então, do casal, quando André entrou na brincadeira da namorada. e Schürrle eram um casal que ela se sentia bem de estar na presença e companhia deles, e ela não eram team ou team André.
— Me passa essas fotos que eu quero publicar já! — falou pegando o celular e dando pulinhos ao ver as que a amiga já tinha enviado. Ela escolheu uma e publicou em suas redes sociais.
Mais tarde, deitada na sua cama no hotel em Moscou, passava pelas fotos e curtia cada uma delas. Várias relacionadas à final da Copa do Mundo. Seus amigos assistindo o jogo em Dortmund. Um ou outro jogador que ela seguia agradecendo o apoio. Outros se desculpando pelo fracasso. Então a foto de apareceu. Ela curtiu e deixou um comentário.
“Meine Lieben.”
torcia para o time André e . E não importa o que acontecesse, aquele sim era um time campeão.
Capítulo 20: A primeira viagem de verão deles.
André entrou de férias após a Copa do Mundo e ele só queria saber de algo: viajar. Queria sair de Dortmund, sair da Alemanha, esquecer que voltou para casa com a medalha de prata e que naquele ano, ele não tocou na Taça FIFA, por mais que tivesse chegado muito perto.
— Nós vamos pro Brasil — André simplesmente disse uma manhã quando abriu os olhos.
A vontade dela era virar para o outro lado e voltar a dormir, mas sabia que não teria discussão. Havia prometido a ele que em uma próxima viagem, iria para onde ele quisesse.
— Rio de Janeiro — André continuou, e continuou aninhada embaixo do lençol.
— Você tem certeza? — ela estava apreensiva — Você não prefere ir para o Caribe? Ou Ibiza? Grécia? — ela perguntou em dúvida.
André balançou a cabeça em negação, ele tinha certeza que seu destino seria o Rio de Janeiro.
— Eu sei o que você está pensando — ele, que estava sentado na cama, deitou de lado e apoiou à cabeça no travesseiro — Eu acabei de perder uma Copa, e quero ir para o lugar que eu ganhei a outra — esboçou um sorriso pela primeira vez naquela manhã, André realmente a conhecia muito bem — O Brasil é um lugar que me fez feliz. Eu quero voltar para lá, e quero dividir minha alegria com você.
então se apoiou na cama e aproximou de André dando um selinho.
— Vamos para o Brasil — ela então sorriu para o namorado — Já sabe quando?
— Consegue férias?
— Acho que eu posso dar um jeito nisso — ela piscou para ele.
Uma semana depois o casal desembarcou no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, após 12h de voo. André estava com a aparência cansada, enquanto estava disposta e sorria até para o oficial de imigração brasileiro. Ao pegarem as malas, e passarem pelo free-shop, puderam sentir o calor carioca. Era inverno no Brasil, mas aquilo não significava nada naquela cidade.
— Ei — cutucou o namorado enquanto estava em um carro a caminho do hotel — Achei que você estaria mais animado em estar aqui.
— Eu estou — e então apontou para fora, onde uma imensidão azul podia ser vista — Como alguém pode não ficar animado por estar aqui?
Era a primeira vez de na América do Sul e fora da Europa. O namorado tinha razão, olhar para aquele mar e o sol brilhando era uma sensação indescritível, não tinha como não estar animado por estar ali.
— Então por que você está com essa cara estranha?
— Sono — André torceu o nariz fazendo careta — Não dormi nada de Frankfurt até aqui — o olhava intrigada — Acho que eu estava ansioso para chegar.
— André! — a namorada chamou a atenção e passou a mão pelo seu rosto — Pelo amor de Deus, e o que você fez a noite inteira? Por que não me acordou?
— , por favor — ele rolou os olhos — Assisti filme, andei pelo avião, plantei bananeira — ele riu da última parte — Não foi de tudo sofrido — foi a vez de rolar os olhos por conta do comentário — De qualquer forma, chegamos e nós vamos aproveitar tudo o que essa cidade tem a oferecer.
— Só espero que o sol não seja uma dessas coisas — murmurou.
O sol transformava o céu em algo lindo, mas se fosse para ficar estirada em uma cadeira torrando, ela dispensava completamente.
— O sol é uma dessas coisas.
O casal então fez check-in no seu hotel no Leblon, bairro carioca. A vista do quarto era simplesmente espetacular. Todo o Oceano Atlântico a perder de vista para ele. Do outro lado, o morro e o hotel simplesmente espremido entre os dois.
insistiu para que o namorado fosse dormir e descansar, mas André era teimoso. Preferia segurar o sono, e se acostumar ao fuso horário o mais rápido possível, a perder a manhã que ele poderia gastar na piscina ou na praia privativa do hotel.
???
— Liebe, vem aqui que eu passo protetor solar em você — chamou o namorado, enquanto terminava de se proteger do sol.
Na espreguiçadeira ao lado, André não se mexeu. Vestindo apenas um calção de banho e uns óculos escuros, ele preferiu se manter imóvel.
— André! — chamou sua atenção e o máximo que ele fez, foi virar a cabeça.
— Linda, você sabe quanto é raro um sol desses na Alemanha? — sabia, e dava graças a Deus por aquilo — Eu quero voltar pra casa moreno, com a pele bonita, igual as pessoas daqui têm! Eu não quero me proteger do sol.
— Eu estou falando isso só para você não ficar com uma queimada de trinta graus. Então entra embaixo de um guarda-sol. O mormaço faz você pegar uma cor.
— …
— Tudo bem, não está mais aqui quem falou — ela levantou as mãos em defesa, e logo em seguida, guardou o protetor solar em sua bolsa — Depois não diga que eu não avisei.
— Eu não vou — ela pode ver André esboçar um sorriso — Só aproveite!
certificou que estava com todo o corpo embaixo do guarda-sol. Colocou seus óculos de sol e ajeitou o chapéu em sua cabeça. Não era fã do calor alemão e tinha certeza que não se tornaria fã do calor brasileiro, por isso, preferiu se precaver.
A alemã pegou uma revista também em sua bolsa e não demorou muito para ouvir uma respiração pesada. Ela olhou em volta. A piscina estava relativamente cheia, mas nada absurdo a ponto da respiração de alguém atrapalhá-la. voltou a ler quando a mesma respiração pesada voltou a desconcentrá-la.
Foi quando ela descobriu. Não precisava olhar do outro lado da piscina ou se certificar de que tinha alguém próximo demais. O famoso jet-lag atingiu André e o jogador loiro ao seu lado dormia feito uma pedra.
Embaixo do sol de mais de trinta graus.
Aquilo não tinha como dar certo.
Como sempre anda com uma garrafa de água na bolsa, simplesmente abriu a sua e virou nas costas do namorado. Assustado, André acordou dando um pulo e se virou para ela.
— O que houve?
— Joguei água nas suas costas — disse indiferente — Você vai me agradecer mais tarde.
— Refrescou — ele sorriu de canto para ela e se virou para a piscina — Sabe o que iria refrescar mais ainda? — murmurou para que ele continuasse — Se eu e a minha linda namorada entrássemos na piscina.
abaixou os óculos escuros que usava e olhando por cima das lentes, analisou a cara de pidão de André. Eles tinham essa coisa um com o outro de conquistar o sexo oposto muito fácil. E aquela feição de André era uma das que a ganhavam em um piscar de olhos.
— Certo! — ela fechou a revista e tirou a canga que usava assim que se pôs de pé— Mas só porque é na piscina.
— Você tem alergia e por isso detesta água do mar, além de ter medo da força dele. Eu sei — André repetiu as palavras dela enquanto organizavam as malas em Dortmund — Pronta? — ele pegou na cintura da namorada.
— Pra quê?
E dando dois longos passos, André pulou na piscina e levou junto com ele que, ao emergir, o olhava assustada e procurava seu chapéu.
— A água está fria — andava na ponta do pé pela piscina, como se aquilo fosse o suficiente para se acostumar com a água gelada, e puxou seu chapéu — Eu não sei se eu te amo ou se eu te odeio nesse momento, Schürrle.
— Liebe, eu tenho certeza de uma coisa — ele então a puxou para perto dele novamente — Você me ama nesse momento.
— Prepotente — empurrou o ombro dele que riu.
— Realista.
— Ich liebe dich — ela completou antes de encerrar o assunto com um beijo nele.
Após um tempo na piscina e almoçarem em um dos restaurantes do hotel, e André voltaram ao quarto para tomar banho e sair pela cidade carioca a turismo. Afinal, o Rio de Janeiro não era só feito de mar e praias.
tomou banho e se arrumou enquanto o namorado se lavava. Ela já estava sentada na cama, assistindo algum programa da televisão brasileira, quando André saiu do banho enrolado apenas na toalha.
— , o que você acha de nós irmos para o Pão de Açúcar hoje? — e então ele se virou, para pegar uma roupa no armário.
— André! — ela gritou e levou as mãos à boca.
O namorado estava com as costas praticamente torrada. Completamente queimada e muito vermelho. Nada parecido com a palidez que ela estava acostumada a ver.
Assustado com o grito da namorada, ele se virou procurando o que estava acontecendo. Uma queimada daquele nível não era comum para eles, por isso o susto de .
— O que aconteceu?
simplesmente levantou da cama e foi até André, colocando uma mão nas costas dele. Foi o suficiente para ele gritar, por estar ardendo, quase que na mesma intensidade que gritou, quando Robert Lewandowski havia provocado sua lesão, mais de um ano atrás.
— O que você está fazendo?
— Liebe, eu te avisei que era para você se proteger no sol — e então com cuidado, ela pegou no braço dele, que também estava vermelho, e o levou até o espelho — Você consegue ver como você está, nesse momento?
— … — André murmurava — Por favor não diga…
— Eu te avisei. — completou antes dele finalizar a frase.
— Isso — André se sentiu contrariado — E agora? Eu preciso ir ao hospital? Mein Gott, Liebe! Eu preciso voltar para casa?
estava atônita com as perguntas seguidas de André e levou uma mão ao rosto dele se acalmando. Foi até suas coisas e pegou um creme hidratante, e passou nas costas dele, fazendo massagem.
— Você não precisa voltar para casa, mas me avisa se você não se sentir bem — André concordava positivamente com a cabeça — E da próxima vez…
— Eu juro que vou te ouvir. Meu Deus, eu acabei de chegar…
— Isso é falta de experiência. Está tudo bem, logo vai passar. Aposto que você não é o primeiro estrangeiro que sai daqui assim.
— Isso nunca mais vai passar?
— Se acalme, André Schürrle!
Depois de André se acalmar, explicar que com o tempo ele iria perder aquela cor avermelhada e ele, cuidadosamente, vestir uma roupa, o casal saiu em um carro em direção ao Pão de Açúcar, local onde André queria conhecer.
Eles subiram de Bondinho até o Morro da Urca, onde apreciaram a vista e após, pegaram novamente o meio de transporte e finalmente chegaram ao Pão de Açúcar, o morro mais alto dos dois. Lá eles brincaram e alimentaram alguns saguis, que vivem no local, observaram a vista, tomaram suco e compraram algumas lembranças cariocas.
— Então, o que me diz do Rio de Janeiro?
— Você sabe que nós ainda temos muito a visitar ainda, não sabe? — André concordou com a cabeça, mas insistiu na pergunta que havia feito — É simplesmente estonteante. Não é à toa que chamam aqui de…
— Cidade Maravilhosa! — os dois falaram juntos.
— Realmente, é linda e esse é só o nosso primeiro dia.
— Eu te falei.
— Eu nunca duvidei da beleza dessa cidade. Eu só estava receosa de vir para cá por causa do calor.
— Agora eu entendo o motivo de você odiar calor — André gargalhou — Quais outros lugares que você quer ir?
— Ao Cristo Redentor, com toda certeza do mundo. Jardim Botânico. À Lapa. — André se surpreendeu com a namorada — Até parece que eu ia vir para o Brasil sem fazer o meu dever de casa.
— Gostei de ver. E o Maracanã? O que acha?
— E você acha que eu voltaria para a Alemanha sem conhecer o local onde o meu namorado foi campeão do mundo? — jogou a cabeça para trás dando uma risada — Querido, eu não volto para casa sem conhecer o estádio mais famoso do mundo! — ela se levantou da cadeira onde estava sentada — Vou comprar uma água de cocó, quer?
André negou com a cabeça e passou a ter algumas ideias. Sua namorada queria ir a diversos lugares e ele estava com muitos planos na cabeça, só não sabia qual ideia executar. Ele estava aéreo e não percebeu a namorada se aproximar.
— Sorria! — abraçou André e estendeu o celular no rosto dos dois.
— As minhas costas! — ele gritou e se arqueou, se afastando o máximo possível dela.
— Me desculpa! — ela suplicou, com os olhos cheios d’água — Eu esqueci, liebe, me desculpa mesmo!
— Acho que vamos ter que evitar contato físico enquanto eu estiver… Assim.
fechou o cenho encarando o lindo rosto do namorado. Se aquela havia sido uma piada, não teve a menor graça.
— Nem pense nisso — ela piscou para ele.
O casal ficou em cima do Pão de Açúcar até o sol começar a se pôr e então pegaram o Bondinho, descendo até o Morro da Urca e então, finalmente, até a Praia Vermelha, de onde voltaram para o hotel e por lá ficaram na noite.
Pelo resto da semana, cada dia eles visitaram um local diferente. A emblemática Praia de Copacabana, onde André ficou escondido embaixo de um guarda-sol em um quiosque no calçadão. A Lapa, e sua vida noturna. O Cristo Redentor, onde fez questão de agradecer aquela oportunidade. Ao Jardim Botânico e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Também o Arpoador e foram ao ensaio de uma Escola de Samba carioca.
Era a última noite no Rio de Janeiro e organizavam as malas para voltarem na noite seguinte. Durante o dia iam visitar o Maracanã e depois, iam praticamente direto ao aeroporto.
Enquanto estava no banho, André remexeu em sua mala até seus dedos tocarem algo com uma textura diferente das roupas que ali dentro já estavam.
Seria no dia seguinte. E Deus sabe como ele estava nervoso para aquilo.
— Nós vamos pro Brasil — André simplesmente disse uma manhã quando abriu os olhos.
A vontade dela era virar para o outro lado e voltar a dormir, mas sabia que não teria discussão. Havia prometido a ele que em uma próxima viagem, iria para onde ele quisesse.
— Rio de Janeiro — André continuou, e continuou aninhada embaixo do lençol.
— Você tem certeza? — ela estava apreensiva — Você não prefere ir para o Caribe? Ou Ibiza? Grécia? — ela perguntou em dúvida.
André balançou a cabeça em negação, ele tinha certeza que seu destino seria o Rio de Janeiro.
— Eu sei o que você está pensando — ele, que estava sentado na cama, deitou de lado e apoiou à cabeça no travesseiro — Eu acabei de perder uma Copa, e quero ir para o lugar que eu ganhei a outra — esboçou um sorriso pela primeira vez naquela manhã, André realmente a conhecia muito bem — O Brasil é um lugar que me fez feliz. Eu quero voltar para lá, e quero dividir minha alegria com você.
então se apoiou na cama e aproximou de André dando um selinho.
— Vamos para o Brasil — ela então sorriu para o namorado — Já sabe quando?
— Consegue férias?
— Acho que eu posso dar um jeito nisso — ela piscou para ele.
Uma semana depois o casal desembarcou no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, após 12h de voo. André estava com a aparência cansada, enquanto estava disposta e sorria até para o oficial de imigração brasileiro. Ao pegarem as malas, e passarem pelo free-shop, puderam sentir o calor carioca. Era inverno no Brasil, mas aquilo não significava nada naquela cidade.
— Ei — cutucou o namorado enquanto estava em um carro a caminho do hotel — Achei que você estaria mais animado em estar aqui.
— Eu estou — e então apontou para fora, onde uma imensidão azul podia ser vista — Como alguém pode não ficar animado por estar aqui?
Era a primeira vez de na América do Sul e fora da Europa. O namorado tinha razão, olhar para aquele mar e o sol brilhando era uma sensação indescritível, não tinha como não estar animado por estar ali.
— Então por que você está com essa cara estranha?
— Sono — André torceu o nariz fazendo careta — Não dormi nada de Frankfurt até aqui — o olhava intrigada — Acho que eu estava ansioso para chegar.
— André! — a namorada chamou a atenção e passou a mão pelo seu rosto — Pelo amor de Deus, e o que você fez a noite inteira? Por que não me acordou?
— , por favor — ele rolou os olhos — Assisti filme, andei pelo avião, plantei bananeira — ele riu da última parte — Não foi de tudo sofrido — foi a vez de rolar os olhos por conta do comentário — De qualquer forma, chegamos e nós vamos aproveitar tudo o que essa cidade tem a oferecer.
— Só espero que o sol não seja uma dessas coisas — murmurou.
O sol transformava o céu em algo lindo, mas se fosse para ficar estirada em uma cadeira torrando, ela dispensava completamente.
— O sol é uma dessas coisas.
O casal então fez check-in no seu hotel no Leblon, bairro carioca. A vista do quarto era simplesmente espetacular. Todo o Oceano Atlântico a perder de vista para ele. Do outro lado, o morro e o hotel simplesmente espremido entre os dois.
insistiu para que o namorado fosse dormir e descansar, mas André era teimoso. Preferia segurar o sono, e se acostumar ao fuso horário o mais rápido possível, a perder a manhã que ele poderia gastar na piscina ou na praia privativa do hotel.
— Liebe, vem aqui que eu passo protetor solar em você — chamou o namorado, enquanto terminava de se proteger do sol.
Na espreguiçadeira ao lado, André não se mexeu. Vestindo apenas um calção de banho e uns óculos escuros, ele preferiu se manter imóvel.
— André! — chamou sua atenção e o máximo que ele fez, foi virar a cabeça.
— Linda, você sabe quanto é raro um sol desses na Alemanha? — sabia, e dava graças a Deus por aquilo — Eu quero voltar pra casa moreno, com a pele bonita, igual as pessoas daqui têm! Eu não quero me proteger do sol.
— Eu estou falando isso só para você não ficar com uma queimada de trinta graus. Então entra embaixo de um guarda-sol. O mormaço faz você pegar uma cor.
— …
— Tudo bem, não está mais aqui quem falou — ela levantou as mãos em defesa, e logo em seguida, guardou o protetor solar em sua bolsa — Depois não diga que eu não avisei.
— Eu não vou — ela pode ver André esboçar um sorriso — Só aproveite!
certificou que estava com todo o corpo embaixo do guarda-sol. Colocou seus óculos de sol e ajeitou o chapéu em sua cabeça. Não era fã do calor alemão e tinha certeza que não se tornaria fã do calor brasileiro, por isso, preferiu se precaver.
A alemã pegou uma revista também em sua bolsa e não demorou muito para ouvir uma respiração pesada. Ela olhou em volta. A piscina estava relativamente cheia, mas nada absurdo a ponto da respiração de alguém atrapalhá-la. voltou a ler quando a mesma respiração pesada voltou a desconcentrá-la.
Foi quando ela descobriu. Não precisava olhar do outro lado da piscina ou se certificar de que tinha alguém próximo demais. O famoso jet-lag atingiu André e o jogador loiro ao seu lado dormia feito uma pedra.
Embaixo do sol de mais de trinta graus.
Aquilo não tinha como dar certo.
Como sempre anda com uma garrafa de água na bolsa, simplesmente abriu a sua e virou nas costas do namorado. Assustado, André acordou dando um pulo e se virou para ela.
— O que houve?
— Joguei água nas suas costas — disse indiferente — Você vai me agradecer mais tarde.
— Refrescou — ele sorriu de canto para ela e se virou para a piscina — Sabe o que iria refrescar mais ainda? — murmurou para que ele continuasse — Se eu e a minha linda namorada entrássemos na piscina.
abaixou os óculos escuros que usava e olhando por cima das lentes, analisou a cara de pidão de André. Eles tinham essa coisa um com o outro de conquistar o sexo oposto muito fácil. E aquela feição de André era uma das que a ganhavam em um piscar de olhos.
— Certo! — ela fechou a revista e tirou a canga que usava assim que se pôs de pé— Mas só porque é na piscina.
— Você tem alergia e por isso detesta água do mar, além de ter medo da força dele. Eu sei — André repetiu as palavras dela enquanto organizavam as malas em Dortmund — Pronta? — ele pegou na cintura da namorada.
— Pra quê?
E dando dois longos passos, André pulou na piscina e levou junto com ele que, ao emergir, o olhava assustada e procurava seu chapéu.
— A água está fria — andava na ponta do pé pela piscina, como se aquilo fosse o suficiente para se acostumar com a água gelada, e puxou seu chapéu — Eu não sei se eu te amo ou se eu te odeio nesse momento, Schürrle.
— Liebe, eu tenho certeza de uma coisa — ele então a puxou para perto dele novamente — Você me ama nesse momento.
— Prepotente — empurrou o ombro dele que riu.
— Realista.
— Ich liebe dich — ela completou antes de encerrar o assunto com um beijo nele.
Após um tempo na piscina e almoçarem em um dos restaurantes do hotel, e André voltaram ao quarto para tomar banho e sair pela cidade carioca a turismo. Afinal, o Rio de Janeiro não era só feito de mar e praias.
tomou banho e se arrumou enquanto o namorado se lavava. Ela já estava sentada na cama, assistindo algum programa da televisão brasileira, quando André saiu do banho enrolado apenas na toalha.
— , o que você acha de nós irmos para o Pão de Açúcar hoje? — e então ele se virou, para pegar uma roupa no armário.
— André! — ela gritou e levou as mãos à boca.
O namorado estava com as costas praticamente torrada. Completamente queimada e muito vermelho. Nada parecido com a palidez que ela estava acostumada a ver.
Assustado com o grito da namorada, ele se virou procurando o que estava acontecendo. Uma queimada daquele nível não era comum para eles, por isso o susto de .
— O que aconteceu?
simplesmente levantou da cama e foi até André, colocando uma mão nas costas dele. Foi o suficiente para ele gritar, por estar ardendo, quase que na mesma intensidade que gritou, quando Robert Lewandowski havia provocado sua lesão, mais de um ano atrás.
— O que você está fazendo?
— Liebe, eu te avisei que era para você se proteger no sol — e então com cuidado, ela pegou no braço dele, que também estava vermelho, e o levou até o espelho — Você consegue ver como você está, nesse momento?
— … — André murmurava — Por favor não diga…
— Eu te avisei. — completou antes dele finalizar a frase.
— Isso — André se sentiu contrariado — E agora? Eu preciso ir ao hospital? Mein Gott, Liebe! Eu preciso voltar para casa?
estava atônita com as perguntas seguidas de André e levou uma mão ao rosto dele se acalmando. Foi até suas coisas e pegou um creme hidratante, e passou nas costas dele, fazendo massagem.
— Você não precisa voltar para casa, mas me avisa se você não se sentir bem — André concordava positivamente com a cabeça — E da próxima vez…
— Eu juro que vou te ouvir. Meu Deus, eu acabei de chegar…
— Isso é falta de experiência. Está tudo bem, logo vai passar. Aposto que você não é o primeiro estrangeiro que sai daqui assim.
— Isso nunca mais vai passar?
— Se acalme, André Schürrle!
Depois de André se acalmar, explicar que com o tempo ele iria perder aquela cor avermelhada e ele, cuidadosamente, vestir uma roupa, o casal saiu em um carro em direção ao Pão de Açúcar, local onde André queria conhecer.
Eles subiram de Bondinho até o Morro da Urca, onde apreciaram a vista e após, pegaram novamente o meio de transporte e finalmente chegaram ao Pão de Açúcar, o morro mais alto dos dois. Lá eles brincaram e alimentaram alguns saguis, que vivem no local, observaram a vista, tomaram suco e compraram algumas lembranças cariocas.
— Então, o que me diz do Rio de Janeiro?
— Você sabe que nós ainda temos muito a visitar ainda, não sabe? — André concordou com a cabeça, mas insistiu na pergunta que havia feito — É simplesmente estonteante. Não é à toa que chamam aqui de…
— Cidade Maravilhosa! — os dois falaram juntos.
— Realmente, é linda e esse é só o nosso primeiro dia.
— Eu te falei.
— Eu nunca duvidei da beleza dessa cidade. Eu só estava receosa de vir para cá por causa do calor.
— Agora eu entendo o motivo de você odiar calor — André gargalhou — Quais outros lugares que você quer ir?
— Ao Cristo Redentor, com toda certeza do mundo. Jardim Botânico. À Lapa. — André se surpreendeu com a namorada — Até parece que eu ia vir para o Brasil sem fazer o meu dever de casa.
— Gostei de ver. E o Maracanã? O que acha?
— E você acha que eu voltaria para a Alemanha sem conhecer o local onde o meu namorado foi campeão do mundo? — jogou a cabeça para trás dando uma risada — Querido, eu não volto para casa sem conhecer o estádio mais famoso do mundo! — ela se levantou da cadeira onde estava sentada — Vou comprar uma água de cocó, quer?
André negou com a cabeça e passou a ter algumas ideias. Sua namorada queria ir a diversos lugares e ele estava com muitos planos na cabeça, só não sabia qual ideia executar. Ele estava aéreo e não percebeu a namorada se aproximar.
— Sorria! — abraçou André e estendeu o celular no rosto dos dois.
— As minhas costas! — ele gritou e se arqueou, se afastando o máximo possível dela.
— Me desculpa! — ela suplicou, com os olhos cheios d’água — Eu esqueci, liebe, me desculpa mesmo!
— Acho que vamos ter que evitar contato físico enquanto eu estiver… Assim.
fechou o cenho encarando o lindo rosto do namorado. Se aquela havia sido uma piada, não teve a menor graça.
— Nem pense nisso — ela piscou para ele.
O casal ficou em cima do Pão de Açúcar até o sol começar a se pôr e então pegaram o Bondinho, descendo até o Morro da Urca e então, finalmente, até a Praia Vermelha, de onde voltaram para o hotel e por lá ficaram na noite.
Pelo resto da semana, cada dia eles visitaram um local diferente. A emblemática Praia de Copacabana, onde André ficou escondido embaixo de um guarda-sol em um quiosque no calçadão. A Lapa, e sua vida noturna. O Cristo Redentor, onde fez questão de agradecer aquela oportunidade. Ao Jardim Botânico e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Também o Arpoador e foram ao ensaio de uma Escola de Samba carioca.
Era a última noite no Rio de Janeiro e organizavam as malas para voltarem na noite seguinte. Durante o dia iam visitar o Maracanã e depois, iam praticamente direto ao aeroporto.
Enquanto estava no banho, André remexeu em sua mala até seus dedos tocarem algo com uma textura diferente das roupas que ali dentro já estavam.
Seria no dia seguinte. E Deus sabe como ele estava nervoso para aquilo.
Capítulo 21: O primeiro (e único) pedido de casamento.
André passou aquela noite em claro. Viu o sol nascer no mar, da sacada do seu quarto de hotel. Assistiu dormir. Conversou com seus amigos em Dortmund, com um fuso horário de cinco horas à frente dele. Assistiu à programação da madrugada da televisão brasileira. Tentou dormir diversas vezes.
Nem nas noites que antecederam as duas finais de Copa do Mundo que ele jogou, André Schürrle estava tão nervoso.
Se estivesse em Dortmund, teria passado a noite inteira jogando videogame.
Se estivesse em Ludwigshafen, teria importunado Sabrina a noite inteira.
Mas estava no Rio de Janeiro e ele não poderia acordar para aquilo.
Para falar de seus medos. Seus anseios. Seu nervosismo.
Faltava cerca de doze horas para seu voo de volta para a Alemanha, quando acordou naquela manhã. André estava sentado na beira da cama, de costas para ela, e não havia percebido que a namorada abriu os olhos.
— Guten Morgen! — se aproximou e abraçou ele, passando os braços pelo peito do namorado e o beijou na bochecha — Milagre você estar acordado antes de mim.
Ele deu de ombros. Contar os motivos que o levaram a passar a noite em claro estava, naquele momento, um pouco fora de cogitação.
— Tive dificuldades para dormir — não iria fazer mal soltar uma mentira inocente — Acho que da mesma forma que eu estava ansioso para vir para cá, agora estou ansioso para voltar para casa.
— Entendo — se virou e deitou na perna dele — Eu amei esse lugar e estar aqui com você, mas estou sentindo muita falta da nossa casa. Nosso sofá. Nossa cama.
E eram momentos como aquele, que a coragem súbita crescia dentro de André e ele tinha certeza absoluta, que aquela era uma das decisões mais certas que ele tinha tomado.
Desde que se mudou para seu apartamento, ele tinha certeza absoluta que a vida tinha ficado melhor. Mais calma. Mais leve.
E os problemas que ele tinha, ficavam mais fáceis de resolver quando ele compartilhava com ela, na calada da noite, enquanto eles dividiam um travesseiro.
Porque sempre abraçava André na hora de dormir. E por isso, eles dormiam em apenas um travesseiro.
Apesar de ter quatro iguais na cama.
— O Rio de Janeiro está aprovado? — ele perguntou, desviando de seus próprios pensamentos.
Ela levou um braço para trás da cabeça, se apoiando, com um largo sorriso no rosto.
— Mais do que aprovado. Quando é o inverno deles? Nós podemos voltar em um momento que o sol não castigue tanto as costas de alemães teimosos.
André soltou uma gargalhada gostosa que entrou nos ouvidos de como uma de suas músicas preferidas.
— Esse momento é o inverno — André comentou e foi a vez de rir.
E foi impossível não virar para ela e ver aquele largo sorriso aberto, enquanto ela ria dele.
— Você conseguiu ser o que eles literalmente chamam de gringo, liebe.
— Afinal, fotos hoje em dia não provam nada. Qualquer coisa pode ser manipulada — ele piscou para que abriu a boca e ao entender, concordou com ele — Eu preciso de provas que eu estive aqui.
E como quem aponta para o próprio nome e número nas costas, André o fez. No caso, estava apontando para suas costas vermelhas que estavam começando a descascar.
— Você é ridículo! — ela levantou da cama e bateu na perna dele, indo em direção ao banheiro — Anda, vamos logo que nós ainda temos umas horas de Rio de Janeiro para aproveitar antes de voltarmos para empresas e treinos.
E após a higienização matinal, os dois sentaram para finalizar as suas malas antes de saírem para um último momento de turismo em terras brasileiras.
Sem que percebesse, André tirou uma pequena caixa de veludo vinho do fundo de sua mala e colocou no bolso de sua bermuda.
O momento estava próximo.
Assim que chegou ao Estádio Jornalista Mário Filho, popularmente conhecido como Maracanã, André sentiu um frio tomar conta de seu estômago. Ele sabia que o que estava prestes a acontecer, era um dos motivos, mas não era só aquilo.
Ali, que quatro anos antes, ele havia erguido a taça de campeão do mundo. Que ele havia saído com uma medalha de ouro no peito. Que ele havia feito à assistência perfeita para o gol da vitória, já na prorrogação.
Na vida profissional de André, o local onde ele viveu a maior emoção de sua vida.
E ali estava ele novamente. Com lágrimas nos olhos, escondido pelos óculos escuros, de mãos dadas com a pessoa que esteve com ele momento mais difícil em toda sua carreira futebolística.
Duas finais de Copa do Mundo seguidas. Dois resultados diferentes.
— Ei, eu sei que para você é emocionante — se aproximou dele e limpou uma lágrima que escorria na bochecha dele — Se você quiser, a gente pode ficar aqui fora olhando para esse estádio para sempre.
— É só o lugar de toda a minha carreira que eu fui mais feliz. Nenhuma Pokal ou Bundesliga se compara àquele sentimento.
não falou nada. Não havia o que falar. Ela viu, pela televisão a felicidade dele ao ser campeão do mundo. Assistiu também a festa em Berlim. E esteve pessoalmente na derrota para a Argentina.
Só quem passou na pele para entender aqueles sentimentos.
De mãos dadas a ele, os dois foram em direção à bilheteria e logo estavam unidos a um pequeno grupo que também iria fazer o tour pelo estádio naquele horário.
André foi reconhecido pelo seu grupo. As pessoas que ali estavam eram apaixonados por futebol e seus acompanhantes. Pediram fotos. Autógrafos. Conversaram com ele. Ele estava de férias, mas naquele momento, aquilo não o incomodava. Estava feliz demais para se incomodar com qualquer coisa.
Apesar de haver um guia que explicava em inglês tudo sobre o estádio, a parte que ele conhecia, ele fazia questão de mostrar para . O vestiário. O corredor até o campo. A área onde ele deu entrevistas a jornalistas do mundo inteiro. O banco de reservas e o exato lugar em que ele estava sentado até Löw o colocar em campo.
Pisar naquele gramado novamente era como estar de volta quatro anos antes. Se ficasse em completo silêncio, André podia ouvir a torcida alemã gritando palavras de incentivo para sua seleção, durante a partida. Mais um pouco e ele podia ouvir quase que todo um estádio vibrando por um gol que saiu apenas aos 112 minutos de jogo. E então a Taça FIFA em mãos.
Enquanto André passeava pelo gramado, assistia o namorado voltar ao tempo. Ela tinha a câmera em suas mãos e tirava fotos de todos os momentos. No futuro aquela seria uma recordação incrível. Algo que André com certeza iria querer mostrar à sua família, filhos e netos.
André não tinha nada planejado. Nem hora, nem local exato perfeito, nem o que falar. Nada. A única certeza que ele tinha, é que seria ali, no Maracanã. O tour já havia acabado, mas por ser quem ele era, o guia autorizou que ele ficasse o tempo que achasse conveniente dentro do estádio. Ele entendia o que André deveria estar sentindo naquele momento.
Schürrle quis sentar um pouco na arquibancada para apreciar o campo. Era a primeira vez que ele estava na arquibancada do majestoso Maracanã. Àquela hora, no dia seguinte, já estaria de volta à sua casa e não sabia quando poderia voltar àquele local.
voltou ao lado dele com um saco de pipoca. André não pôde deixar de sorrir de lado ao vê-la feliz mastigando. Ele sabia, desde o primeiro encontro deles, que ela era louca por pipoca, e a cada momento que podia, fazia questão de lembrá-lo daquilo.
— Qual a sensação?
André estava com o olhar vago no campo. Ele balançou a cabeça.
— Existe algo maior que feliz? Emocionado? Porque se existir, eu estou assim.
— Liebe, você não imagina como eu estou feliz de estar aqui com você. Eu ia falar que desejava que você estivesse em Dortmund antes, mas naquela época, nem eu estava.
— Eu estava em Londres — André comentou se lembrando da época que morava lá.
— Eu também estava na Inglaterra — ela piscou para ele — E mesmo assim a gente foi se encontrar só na Renânia do Norte — ela sorriu.
— Vestfália — ele complementou e os dois riram — Mas eu acho que era pra ser, sabe? Você sabe quais são as chances de um jogador ouvir alguém, especificamente, chamar seu nome da arquibancada? — negou — Nem eu, mas aconteceu com a gente. Você não imagina como eu sou grato de ter te conhecido, te ter na minha vida. Você me mudou, , eu não sei mais o que fazer se eu não tenho você ao meu lado.
— André, para — ela comentou — Não se preocupa, eu não vou ao lugar nenhum, a não ser que você queira que eu vou para algum lugar.
André colocou a mão no bolso. A caixa estava lá, apenas aguardando o momento certo de vir à tona.
— Na verdade, tem uma coisa que eu quero que você faça por mim.
O assunto estava um pouco estranho, então apoiou sua pipoca na cadeira ao seu lado e passou a prestar atenção no namorado. André estava nervoso, ele suava frio e tremia. Aquilo não era nem um pouco normal.
— Eu me apaixonei por cada detalhe de você. A forma que faz manha quando está com cólica. O jeito que você parece séria até o momento que Justin Bieber entra no palco. A sua neurose por organização. Como você procura uma caneta desesperadamente enquanto faz um relatório, e ela acaba estando presa ao seu cabelo. Como as minhas noites de sushi só estão completas com uma porção de batata frita. Como você consegue me levar para a Finlândia na época das piores temperaturas negativas só para a gente olhar para o céu. Como você fica linda vestida de executiva, ou mostrando o seu lado ciumento no shopping. — não sabia o que falar. André estava fazendo uma das mais belas declarações de amor em dois anos de relacionamento e ela simplesmente estava boba ouvindo cada uma daquelas palavras, sem conseguir reagir e responder à altura — Esse estádio me fez feliz, o momento mais feliz da minha vida, foi aqui. E eu quero que o segundo também seja aqui… Pelo menos eu espero que seja — André murmurou as últimas palavras e tirou a caixa do bolso.
De dentro da caixa, André tirou a aliança de ouro branco, com uma pedra principal no meio e diversos brilhantes à volta. levou uma mão à boca e sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Por mais que ela tentasse, as palavras não saíam de sua boca.
— Vogelmann, você aceita se casar comigo?
Ao ouvir aquela frase, pôde sentir um grito agudo chegar à sua garganta e engoliu o mais rápido que pôde. As mãos de André tremiam e ela, para acalmá-lo, colocou a mão em cima da dele.
Depois de morarem juntos, oficializar a relação e agregar Schürrle ao seu nome, era o próximo passo daquela relação. E ela queria um futuro com André.
— Ja, liebe — as palavras então finalmente saíram de sua garganta.
— Ja? — ele abriu um largo sorriso, aquele que tinha certeza que podia ter a todo momento pelo resto de sua vida, e ela nunca iria se arrepender.
— Ja! — concordou e então ele deslizou o anel pelo dedo dela.
Involuntariamente ela se aproximou de André para depositar um beijo nos lábios de, a partir daquele momento, seu noivo.
— Eu te amo tanto — ela sussurrou no ouvido dele, que sentiu a espinha arrepiar.
— Eu quem te amo — ele respondeu e lembrou-se de algo, começando a gargalhar imediatamente — Lembra-se da sua crise de ciúmes? Que eu disse que ia beber com os caras para comemorar o aniversário do Reus antecipadamente?
— E eu te encontrei no shopping, fiz aquele escândalo ridículo e no final você havia ido comprar um presente para os seus… — André balançava a cabeça e levantou a mão dela — André!
— Valeu a pena. E as mensagens que eu trocava antes a ponto de não te dar atenção, eram com a vendedora da joalheria.
— Eu não acredito — ela estava envergonhada — Já que é assim, eu só fui ao shopping porque eu vi a notificação no seu celular e queria saber por que você estava mentindo para mim.
André abriu a boca, e riu.
— Fomos dois mentirosos naquele episódio, mas acho que valeu a pena.
— Valeu muito à pena.
À noite, de volta para a Alemanha, quem não dormiu no voo foi ela enquanto André, já relaxado, apagou logo após o jantar ser servido.
Sua vida estava prestes a mudar novamente. E tinha um casamento para planejar.
Nem nas noites que antecederam as duas finais de Copa do Mundo que ele jogou, André Schürrle estava tão nervoso.
Se estivesse em Dortmund, teria passado a noite inteira jogando videogame.
Se estivesse em Ludwigshafen, teria importunado Sabrina a noite inteira.
Mas estava no Rio de Janeiro e ele não poderia acordar para aquilo.
Para falar de seus medos. Seus anseios. Seu nervosismo.
Faltava cerca de doze horas para seu voo de volta para a Alemanha, quando acordou naquela manhã. André estava sentado na beira da cama, de costas para ela, e não havia percebido que a namorada abriu os olhos.
— Guten Morgen! — se aproximou e abraçou ele, passando os braços pelo peito do namorado e o beijou na bochecha — Milagre você estar acordado antes de mim.
Ele deu de ombros. Contar os motivos que o levaram a passar a noite em claro estava, naquele momento, um pouco fora de cogitação.
— Tive dificuldades para dormir — não iria fazer mal soltar uma mentira inocente — Acho que da mesma forma que eu estava ansioso para vir para cá, agora estou ansioso para voltar para casa.
— Entendo — se virou e deitou na perna dele — Eu amei esse lugar e estar aqui com você, mas estou sentindo muita falta da nossa casa. Nosso sofá. Nossa cama.
E eram momentos como aquele, que a coragem súbita crescia dentro de André e ele tinha certeza absoluta, que aquela era uma das decisões mais certas que ele tinha tomado.
Desde que se mudou para seu apartamento, ele tinha certeza absoluta que a vida tinha ficado melhor. Mais calma. Mais leve.
E os problemas que ele tinha, ficavam mais fáceis de resolver quando ele compartilhava com ela, na calada da noite, enquanto eles dividiam um travesseiro.
Porque sempre abraçava André na hora de dormir. E por isso, eles dormiam em apenas um travesseiro.
Apesar de ter quatro iguais na cama.
— O Rio de Janeiro está aprovado? — ele perguntou, desviando de seus próprios pensamentos.
Ela levou um braço para trás da cabeça, se apoiando, com um largo sorriso no rosto.
— Mais do que aprovado. Quando é o inverno deles? Nós podemos voltar em um momento que o sol não castigue tanto as costas de alemães teimosos.
André soltou uma gargalhada gostosa que entrou nos ouvidos de como uma de suas músicas preferidas.
— Esse momento é o inverno — André comentou e foi a vez de rir.
E foi impossível não virar para ela e ver aquele largo sorriso aberto, enquanto ela ria dele.
— Você conseguiu ser o que eles literalmente chamam de gringo, liebe.
— Afinal, fotos hoje em dia não provam nada. Qualquer coisa pode ser manipulada — ele piscou para que abriu a boca e ao entender, concordou com ele — Eu preciso de provas que eu estive aqui.
E como quem aponta para o próprio nome e número nas costas, André o fez. No caso, estava apontando para suas costas vermelhas que estavam começando a descascar.
— Você é ridículo! — ela levantou da cama e bateu na perna dele, indo em direção ao banheiro — Anda, vamos logo que nós ainda temos umas horas de Rio de Janeiro para aproveitar antes de voltarmos para empresas e treinos.
E após a higienização matinal, os dois sentaram para finalizar as suas malas antes de saírem para um último momento de turismo em terras brasileiras.
Sem que percebesse, André tirou uma pequena caixa de veludo vinho do fundo de sua mala e colocou no bolso de sua bermuda.
O momento estava próximo.
Assim que chegou ao Estádio Jornalista Mário Filho, popularmente conhecido como Maracanã, André sentiu um frio tomar conta de seu estômago. Ele sabia que o que estava prestes a acontecer, era um dos motivos, mas não era só aquilo.
Ali, que quatro anos antes, ele havia erguido a taça de campeão do mundo. Que ele havia saído com uma medalha de ouro no peito. Que ele havia feito à assistência perfeita para o gol da vitória, já na prorrogação.
Na vida profissional de André, o local onde ele viveu a maior emoção de sua vida.
E ali estava ele novamente. Com lágrimas nos olhos, escondido pelos óculos escuros, de mãos dadas com a pessoa que esteve com ele momento mais difícil em toda sua carreira futebolística.
Duas finais de Copa do Mundo seguidas. Dois resultados diferentes.
— Ei, eu sei que para você é emocionante — se aproximou dele e limpou uma lágrima que escorria na bochecha dele — Se você quiser, a gente pode ficar aqui fora olhando para esse estádio para sempre.
— É só o lugar de toda a minha carreira que eu fui mais feliz. Nenhuma Pokal ou Bundesliga se compara àquele sentimento.
não falou nada. Não havia o que falar. Ela viu, pela televisão a felicidade dele ao ser campeão do mundo. Assistiu também a festa em Berlim. E esteve pessoalmente na derrota para a Argentina.
Só quem passou na pele para entender aqueles sentimentos.
De mãos dadas a ele, os dois foram em direção à bilheteria e logo estavam unidos a um pequeno grupo que também iria fazer o tour pelo estádio naquele horário.
André foi reconhecido pelo seu grupo. As pessoas que ali estavam eram apaixonados por futebol e seus acompanhantes. Pediram fotos. Autógrafos. Conversaram com ele. Ele estava de férias, mas naquele momento, aquilo não o incomodava. Estava feliz demais para se incomodar com qualquer coisa.
Apesar de haver um guia que explicava em inglês tudo sobre o estádio, a parte que ele conhecia, ele fazia questão de mostrar para . O vestiário. O corredor até o campo. A área onde ele deu entrevistas a jornalistas do mundo inteiro. O banco de reservas e o exato lugar em que ele estava sentado até Löw o colocar em campo.
Pisar naquele gramado novamente era como estar de volta quatro anos antes. Se ficasse em completo silêncio, André podia ouvir a torcida alemã gritando palavras de incentivo para sua seleção, durante a partida. Mais um pouco e ele podia ouvir quase que todo um estádio vibrando por um gol que saiu apenas aos 112 minutos de jogo. E então a Taça FIFA em mãos.
Enquanto André passeava pelo gramado, assistia o namorado voltar ao tempo. Ela tinha a câmera em suas mãos e tirava fotos de todos os momentos. No futuro aquela seria uma recordação incrível. Algo que André com certeza iria querer mostrar à sua família, filhos e netos.
André não tinha nada planejado. Nem hora, nem local exato perfeito, nem o que falar. Nada. A única certeza que ele tinha, é que seria ali, no Maracanã. O tour já havia acabado, mas por ser quem ele era, o guia autorizou que ele ficasse o tempo que achasse conveniente dentro do estádio. Ele entendia o que André deveria estar sentindo naquele momento.
Schürrle quis sentar um pouco na arquibancada para apreciar o campo. Era a primeira vez que ele estava na arquibancada do majestoso Maracanã. Àquela hora, no dia seguinte, já estaria de volta à sua casa e não sabia quando poderia voltar àquele local.
voltou ao lado dele com um saco de pipoca. André não pôde deixar de sorrir de lado ao vê-la feliz mastigando. Ele sabia, desde o primeiro encontro deles, que ela era louca por pipoca, e a cada momento que podia, fazia questão de lembrá-lo daquilo.
— Qual a sensação?
André estava com o olhar vago no campo. Ele balançou a cabeça.
— Existe algo maior que feliz? Emocionado? Porque se existir, eu estou assim.
— Liebe, você não imagina como eu estou feliz de estar aqui com você. Eu ia falar que desejava que você estivesse em Dortmund antes, mas naquela época, nem eu estava.
— Eu estava em Londres — André comentou se lembrando da época que morava lá.
— Eu também estava na Inglaterra — ela piscou para ele — E mesmo assim a gente foi se encontrar só na Renânia do Norte — ela sorriu.
— Vestfália — ele complementou e os dois riram — Mas eu acho que era pra ser, sabe? Você sabe quais são as chances de um jogador ouvir alguém, especificamente, chamar seu nome da arquibancada? — negou — Nem eu, mas aconteceu com a gente. Você não imagina como eu sou grato de ter te conhecido, te ter na minha vida. Você me mudou, , eu não sei mais o que fazer se eu não tenho você ao meu lado.
— André, para — ela comentou — Não se preocupa, eu não vou ao lugar nenhum, a não ser que você queira que eu vou para algum lugar.
André colocou a mão no bolso. A caixa estava lá, apenas aguardando o momento certo de vir à tona.
— Na verdade, tem uma coisa que eu quero que você faça por mim.
O assunto estava um pouco estranho, então apoiou sua pipoca na cadeira ao seu lado e passou a prestar atenção no namorado. André estava nervoso, ele suava frio e tremia. Aquilo não era nem um pouco normal.
— Eu me apaixonei por cada detalhe de você. A forma que faz manha quando está com cólica. O jeito que você parece séria até o momento que Justin Bieber entra no palco. A sua neurose por organização. Como você procura uma caneta desesperadamente enquanto faz um relatório, e ela acaba estando presa ao seu cabelo. Como as minhas noites de sushi só estão completas com uma porção de batata frita. Como você consegue me levar para a Finlândia na época das piores temperaturas negativas só para a gente olhar para o céu. Como você fica linda vestida de executiva, ou mostrando o seu lado ciumento no shopping. — não sabia o que falar. André estava fazendo uma das mais belas declarações de amor em dois anos de relacionamento e ela simplesmente estava boba ouvindo cada uma daquelas palavras, sem conseguir reagir e responder à altura — Esse estádio me fez feliz, o momento mais feliz da minha vida, foi aqui. E eu quero que o segundo também seja aqui… Pelo menos eu espero que seja — André murmurou as últimas palavras e tirou a caixa do bolso.
De dentro da caixa, André tirou a aliança de ouro branco, com uma pedra principal no meio e diversos brilhantes à volta. levou uma mão à boca e sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Por mais que ela tentasse, as palavras não saíam de sua boca.
— Vogelmann, você aceita se casar comigo?
Ao ouvir aquela frase, pôde sentir um grito agudo chegar à sua garganta e engoliu o mais rápido que pôde. As mãos de André tremiam e ela, para acalmá-lo, colocou a mão em cima da dele.
Depois de morarem juntos, oficializar a relação e agregar Schürrle ao seu nome, era o próximo passo daquela relação. E ela queria um futuro com André.
— Ja, liebe — as palavras então finalmente saíram de sua garganta.
— Ja? — ele abriu um largo sorriso, aquele que tinha certeza que podia ter a todo momento pelo resto de sua vida, e ela nunca iria se arrepender.
— Ja! — concordou e então ele deslizou o anel pelo dedo dela.
Involuntariamente ela se aproximou de André para depositar um beijo nos lábios de, a partir daquele momento, seu noivo.
— Eu te amo tanto — ela sussurrou no ouvido dele, que sentiu a espinha arrepiar.
— Eu quem te amo — ele respondeu e lembrou-se de algo, começando a gargalhar imediatamente — Lembra-se da sua crise de ciúmes? Que eu disse que ia beber com os caras para comemorar o aniversário do Reus antecipadamente?
— E eu te encontrei no shopping, fiz aquele escândalo ridículo e no final você havia ido comprar um presente para os seus… — André balançava a cabeça e levantou a mão dela — André!
— Valeu a pena. E as mensagens que eu trocava antes a ponto de não te dar atenção, eram com a vendedora da joalheria.
— Eu não acredito — ela estava envergonhada — Já que é assim, eu só fui ao shopping porque eu vi a notificação no seu celular e queria saber por que você estava mentindo para mim.
André abriu a boca, e riu.
— Fomos dois mentirosos naquele episódio, mas acho que valeu a pena.
— Valeu muito à pena.
À noite, de volta para a Alemanha, quem não dormiu no voo foi ela enquanto André, já relaxado, apagou logo após o jantar ser servido.
Sua vida estava prestes a mudar novamente. E tinha um casamento para planejar.
Capítulo 22: A primeira (e única) cerimônia de casamento.
— Local?
— Hotel Renaissance, em Düsseldorf.
— Cor das flores?
— Brancas, com toda certeza do mundo.
— Do buquê também?
— Com detalhes em amarelo.
ergueu o olhar da check-list em suas mãos e olhou para a melhor amiga sem demonstrar um pingo de surpresa. Ela balançou a cabeça em negação e voltou à atenção à folha, mas a impediu.
— Qual é o problema?
— Nenhum — deu de ombros e dessa vez foi a vez de encará-la — Tá bom — levantou as mãos — Detalhes em amarelo? Sério? Uau, como você é previsível Vogelmann.
— E que culpa tenho? Eu e o André nos conhecemos por causa desse time. Eu sou aurinegra desde que eu me entendo por gente. Meu noivo joga nesse time. Você consegue entender que amarelo é a nossa cor?
— Consigo. Mas você consegue entender que amanhã ou depois ele pode ir jogar no… Sei lá, Hertha em Berlim?
— Claro que consigo, e ele vai ter que amargar um álbum de casamento para sempre com decoração inteira amarela — rolou os olhos — Tá bom, se o problema é esse eu ligo para a floricultura e troco o amarelo por rosa antigo.
— Jamais! — abaixou a cabeça e anotou a palavra GELBE em letras garrafais no papel — Ficamos com o amarelo. Quem vai conduzir a cerimônia?
— O padre da igreja que eu frequentei a vida inteira em Düsseldorf.
— Foto e filmagem?
— Já contratei também.
— Perfeito — virou a lista do outro lado — Buffet?
— André falou com a empresa que faz os eventos do time, já está tudo certo.
— Lista de convidados?
— Pronta, convites distribuídos e 85% das presenças confirmadas — então o celular de apitou anunciando um novo e-mail. Ela arregalou os olhos — André vai ter uma síncope — murmurou para ela continuar — Michael Ballack e a esposa acabaram de confirmar presença.
olhava para a amiga sem entender.
— Ídolo do futebol do André. Talvez ele case com o Michael e não comigo.
— Certo. Bolos e docinhos?
— Isabella Glutenfreie. A doceria preferida do André.
— Tudo bem… — fez um sinal de confirmado ao lado do item — Acho que é só. Você casa em duas semanas e ainda não virou uma Bridezilla. Qual o seu segredo?
— Aulas diárias de ioga e muay-thai — sorriu e as duas gargalharam — Ioga me acalma, e quando a raiva aparece, eu desconto tudo na luta. Ultimamente André está tomando muito cuidado com o que ele fala pra mim.
— Eu estou tomando cuidado com o que falo pra você, ! Não quero correr o risco do cargo Madrinha de Casamento ser passada para, sei lá… A Melissa!
— … — colocou sua mão em cima da melhor amiga — É mais fácil chegar na véspera, eu estar uma pilha de nervos e você pedir pra Melissa assumir o cargo — rolou os olhos, achando um absurdo o que a amiga estava falando.
— Você não vai se livrar fácil assim de mim.
— Ótimo!
— Agora vem aqui e mata minha curiosidade — encostou na cadeira e cruzou os braços — Qual o destino da lua de mel?
balançou a cabeça em negação e abriu os braços indignada.
— Não sei. André pediu para assumir esse tópico, e não me deu nem uma dica. Não sei se vamos ficar na Europa, ir para a América, para a África… Nada!
— Ele quer te surpreender.
— E eu tenho certeza que vai conseguir.
Os olhos de André brilhavam a cada passo que dava até ele, pelo salão do hotel em Düsseldorf. O vestido dela era reto, com as mangas compridas rendadas e quem a via de costas, a encontrava nua na parte de trás. Era o vestido dos sonhos, para o casamento dos sonhos, com o homem dos sonhos.
Dois fotógrafos capturavam o momento. Um tirava foto de cada passo que ela dava, e o outro estava com as lentes viradas para André. Os olhos azuis, carregados de lágrimas, brilhavam ao ver como sua futura esposa estava estonteante. E melhor ainda, estava feliz.
— André Horst Schürrle, você aceita Vogelmann como sua esposa, para amá-la e respeitá-la, todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?
André virou o olhar para , que tinha o maior e mais perfeito dos sorrisos no rosto. De todas as escolhas que ele tinha feito na vida, aquela era a única que ele tinha certeza absoluta.
— Ja! — ele respondeu para o celebrante, e piscou para ela.
— Vogelmann, você aceita André Horst Schürrle?
— Ja! — ela respondeu ao fim, como André, mais que certa daquela decisão — Claro que sim.
Não demorou muito para que o celebrante os anunciasse marido e mulher e uma chuva de pétalas amarelas caísse sobre eles enquanto se beijavam.
O casal, que namorou por quase três anos, não se separou nem no momento de cumprimentar os convidados. André procurava não soltar a mão da de e gostava de sentir a aliança que ele tinha acabado de colocar no dedo dela.
— André está mais bobo que o normal! — comentou com quando as duas amigas se abraçaram — E eu estou tão feliz por você!
— E eu? — riu boba — Você tem noção de que eu não chorei no meu próprio casamento? Eu estou muito feliz a esse ponto.
— Mas o bobo do seu marido chorou e não foi pouco.
— Marido… — então se virou para André, que cumprimentava alguns amigos do time, e continuou com o sorriso bobo — Acho que eu posso me acostumar com isso!
— Quem diria que um Viel Glück iria mudar sua vida, Schürrle!
— E quem diria que você iria casar com a mulher que eu precisei te empurrar em cima dela na sorveteria? — Aubameyang comentou, abraçando André pelo pescoço.
soltou a mão de André e assistiu o time cercar seu marido de felicitações com abraços e alguns gritos.
— Você sabe o que costumam perguntar depois dos casamentos, não sabe? — cutucou a melhor amiga, e voltou a atenção para ela — Quando vem o primeiro filho.
— Quem sabe? — deu de ombros — Quando ele ou ela quiser vir.
— Você parou de tomar seu remédio?
— Tem um mês… E foi ele quem pediu.
Eles acabaram de cumprimentar os convidados e logo o jantar foi servido, enquanto o DJ tocava uma música ambiente, de forma que todos pudessem conversar, se divertir, sem precisar gritar muito.
O casal conversava na mesa com os pais, quando ouviu a introdução de uma música que ela iria conhecer em qualquer lugar do mundo.
— O que é isso? — ela olhou em volta.
era a noiva, era claro que toda a atenção seria principalmente nela, mas naquele instante, todos os convidados os olhavam. A introdução da música se repetia diversas vezes e André afastou a cadeira, parando em pé ao lado dela.
— O que você está aprontando? — ela perguntou ao ver a mão dele estendida.
— Vem comigo.
André guiou pelas mãos até o centro do salão, e de frente para ela a segurou na cintura, e pegou a mão livre dela.
Sentimentos são fáceis de mudar
Mesmo entre quem não que alguém pode ser seu par.
balançava a cabeça para André e sentiu uma lágrima escorrer em sua bochecha. Ele, mais do que depressa, soltou a mão dela, e apoiou no ombro dele, enquanto André limpava o rosto da esposa.
Basta um olhar que o outro não espera
Para assustar e até perturbar, mesmo a Bela e a Fera.
— Ou um grito, da arquibancada — André sussurrou no ouvido dela, que o abraçou com mais força.
— Como você sabia?
Sentimento assim sempre é uma surpresa
Quando ele vem nada o detém
É uma chama acesa.
— — André confessou e passou a procurar a melhor amiga entre as pessoas o assistindo — Mulher tem um negócio chamado melhor amiga, muitas vezes o negócio é mais sério que um casamento. Quando eu comentei com a que estava pensando em te pedir em casamento, a única coisa que ela implorou que tivesse, era essa música.
— É o meu filme preferido em todo o mundo.
— Eu sei. Quantas vezes eu não te vi chorando por causa dele?
Sentimentos vem para nos trazer
Novas sensações, doces emoções
E um novo prazer
Numa estação como a primavera.
— Ela também falou que desde quando vocês se conheceram, você sempre falou que seu sonho era que a valsa do seu casamento, fosse com esse tema. Você não é a única que organizou esse casamento, liebe.
— Eu nunca imaginei que ela iria lembrar — então deu um beijo em André — Eu não posso reclamar de nada na minha vida, mas com certeza você é uma das melhores coisas que aconteceu.
— , se eu tivesse que rodar o mundo através da mulher perfeita, eu voltaria para Dortmund só para te conhecer de novo.
Os convidados então invadiram a pista de dança com os seus pares e o pai de pediu para dançar com a filha e depois o pai do noivo, enquanto André se dividiu entre a própria mãe, irmã, e a mãe de .
A valsa dos noivos virou balada e na parte externa do salão, um campo de futebol foi montado, onde , André e os jogadores do Borussia Dortmund fizeram uma sessão de fotos.
e André ainda iriam brigar muito. Discutir. Discordar em diversos assuntos. Ela iria reclamar da mochila de treino dele no corredor, ele a acalmaria de suas neuras com seus abraços e passariam a noite fazendo planos para o futuro, como filhos, uma casa nova e para onde eles se mudariam.
Para André, era perfeitamente perfeita, mesmo com suas inseguranças.
E aquele relacionamento se assemelhava a um conto de fadas. Como a Bela e a Fera, eles também iria viver felizes para sempre.
— Hotel Renaissance, em Düsseldorf.
— Cor das flores?
— Brancas, com toda certeza do mundo.
— Do buquê também?
— Com detalhes em amarelo.
ergueu o olhar da check-list em suas mãos e olhou para a melhor amiga sem demonstrar um pingo de surpresa. Ela balançou a cabeça em negação e voltou à atenção à folha, mas a impediu.
— Qual é o problema?
— Nenhum — deu de ombros e dessa vez foi a vez de encará-la — Tá bom — levantou as mãos — Detalhes em amarelo? Sério? Uau, como você é previsível Vogelmann.
— E que culpa tenho? Eu e o André nos conhecemos por causa desse time. Eu sou aurinegra desde que eu me entendo por gente. Meu noivo joga nesse time. Você consegue entender que amarelo é a nossa cor?
— Consigo. Mas você consegue entender que amanhã ou depois ele pode ir jogar no… Sei lá, Hertha em Berlim?
— Claro que consigo, e ele vai ter que amargar um álbum de casamento para sempre com decoração inteira amarela — rolou os olhos — Tá bom, se o problema é esse eu ligo para a floricultura e troco o amarelo por rosa antigo.
— Jamais! — abaixou a cabeça e anotou a palavra GELBE em letras garrafais no papel — Ficamos com o amarelo. Quem vai conduzir a cerimônia?
— O padre da igreja que eu frequentei a vida inteira em Düsseldorf.
— Foto e filmagem?
— Já contratei também.
— Perfeito — virou a lista do outro lado — Buffet?
— André falou com a empresa que faz os eventos do time, já está tudo certo.
— Lista de convidados?
— Pronta, convites distribuídos e 85% das presenças confirmadas — então o celular de apitou anunciando um novo e-mail. Ela arregalou os olhos — André vai ter uma síncope — murmurou para ela continuar — Michael Ballack e a esposa acabaram de confirmar presença.
olhava para a amiga sem entender.
— Ídolo do futebol do André. Talvez ele case com o Michael e não comigo.
— Certo. Bolos e docinhos?
— Isabella Glutenfreie. A doceria preferida do André.
— Tudo bem… — fez um sinal de confirmado ao lado do item — Acho que é só. Você casa em duas semanas e ainda não virou uma Bridezilla. Qual o seu segredo?
— Aulas diárias de ioga e muay-thai — sorriu e as duas gargalharam — Ioga me acalma, e quando a raiva aparece, eu desconto tudo na luta. Ultimamente André está tomando muito cuidado com o que ele fala pra mim.
— Eu estou tomando cuidado com o que falo pra você, ! Não quero correr o risco do cargo Madrinha de Casamento ser passada para, sei lá… A Melissa!
— … — colocou sua mão em cima da melhor amiga — É mais fácil chegar na véspera, eu estar uma pilha de nervos e você pedir pra Melissa assumir o cargo — rolou os olhos, achando um absurdo o que a amiga estava falando.
— Você não vai se livrar fácil assim de mim.
— Ótimo!
— Agora vem aqui e mata minha curiosidade — encostou na cadeira e cruzou os braços — Qual o destino da lua de mel?
balançou a cabeça em negação e abriu os braços indignada.
— Não sei. André pediu para assumir esse tópico, e não me deu nem uma dica. Não sei se vamos ficar na Europa, ir para a América, para a África… Nada!
— Ele quer te surpreender.
— E eu tenho certeza que vai conseguir.
Os olhos de André brilhavam a cada passo que dava até ele, pelo salão do hotel em Düsseldorf. O vestido dela era reto, com as mangas compridas rendadas e quem a via de costas, a encontrava nua na parte de trás. Era o vestido dos sonhos, para o casamento dos sonhos, com o homem dos sonhos.
Dois fotógrafos capturavam o momento. Um tirava foto de cada passo que ela dava, e o outro estava com as lentes viradas para André. Os olhos azuis, carregados de lágrimas, brilhavam ao ver como sua futura esposa estava estonteante. E melhor ainda, estava feliz.
— André Horst Schürrle, você aceita Vogelmann como sua esposa, para amá-la e respeitá-la, todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?
André virou o olhar para , que tinha o maior e mais perfeito dos sorrisos no rosto. De todas as escolhas que ele tinha feito na vida, aquela era a única que ele tinha certeza absoluta.
— Ja! — ele respondeu para o celebrante, e piscou para ela.
— Vogelmann, você aceita André Horst Schürrle?
— Ja! — ela respondeu ao fim, como André, mais que certa daquela decisão — Claro que sim.
Não demorou muito para que o celebrante os anunciasse marido e mulher e uma chuva de pétalas amarelas caísse sobre eles enquanto se beijavam.
O casal, que namorou por quase três anos, não se separou nem no momento de cumprimentar os convidados. André procurava não soltar a mão da de e gostava de sentir a aliança que ele tinha acabado de colocar no dedo dela.
— André está mais bobo que o normal! — comentou com quando as duas amigas se abraçaram — E eu estou tão feliz por você!
— E eu? — riu boba — Você tem noção de que eu não chorei no meu próprio casamento? Eu estou muito feliz a esse ponto.
— Mas o bobo do seu marido chorou e não foi pouco.
— Marido… — então se virou para André, que cumprimentava alguns amigos do time, e continuou com o sorriso bobo — Acho que eu posso me acostumar com isso!
— Quem diria que um Viel Glück iria mudar sua vida, Schürrle!
— E quem diria que você iria casar com a mulher que eu precisei te empurrar em cima dela na sorveteria? — Aubameyang comentou, abraçando André pelo pescoço.
soltou a mão de André e assistiu o time cercar seu marido de felicitações com abraços e alguns gritos.
— Você sabe o que costumam perguntar depois dos casamentos, não sabe? — cutucou a melhor amiga, e voltou a atenção para ela — Quando vem o primeiro filho.
— Quem sabe? — deu de ombros — Quando ele ou ela quiser vir.
— Você parou de tomar seu remédio?
— Tem um mês… E foi ele quem pediu.
Eles acabaram de cumprimentar os convidados e logo o jantar foi servido, enquanto o DJ tocava uma música ambiente, de forma que todos pudessem conversar, se divertir, sem precisar gritar muito.
O casal conversava na mesa com os pais, quando ouviu a introdução de uma música que ela iria conhecer em qualquer lugar do mundo.
— O que é isso? — ela olhou em volta.
era a noiva, era claro que toda a atenção seria principalmente nela, mas naquele instante, todos os convidados os olhavam. A introdução da música se repetia diversas vezes e André afastou a cadeira, parando em pé ao lado dela.
— O que você está aprontando? — ela perguntou ao ver a mão dele estendida.
— Vem comigo.
André guiou pelas mãos até o centro do salão, e de frente para ela a segurou na cintura, e pegou a mão livre dela.
Mesmo entre quem não que alguém pode ser seu par.
Para assustar e até perturbar, mesmo a Bela e a Fera.
— Como você sabia?
Quando ele vem nada o detém
É uma chama acesa.
— É o meu filme preferido em todo o mundo.
— Eu sei. Quantas vezes eu não te vi chorando por causa dele?
Novas sensações, doces emoções
E um novo prazer
Numa estação como a primavera.
— Eu nunca imaginei que ela iria lembrar — então deu um beijo em André — Eu não posso reclamar de nada na minha vida, mas com certeza você é uma das melhores coisas que aconteceu.
— , se eu tivesse que rodar o mundo através da mulher perfeita, eu voltaria para Dortmund só para te conhecer de novo.
Os convidados então invadiram a pista de dança com os seus pares e o pai de pediu para dançar com a filha e depois o pai do noivo, enquanto André se dividiu entre a própria mãe, irmã, e a mãe de .
A valsa dos noivos virou balada e na parte externa do salão, um campo de futebol foi montado, onde , André e os jogadores do Borussia Dortmund fizeram uma sessão de fotos.
e André ainda iriam brigar muito. Discutir. Discordar em diversos assuntos. Ela iria reclamar da mochila de treino dele no corredor, ele a acalmaria de suas neuras com seus abraços e passariam a noite fazendo planos para o futuro, como filhos, uma casa nova e para onde eles se mudariam.
Para André, era perfeitamente perfeita, mesmo com suas inseguranças.
E aquele relacionamento se assemelhava a um conto de fadas. Como a Bela e a Fera, eles também iria viver felizes para sempre.
Capítulo 23: A primeira (de duas) gravidez.
André levou para as Maldivas em lua-de-mel. O casal passou uma semana em um hotel com bangalôs em pleno Oceano Índico, onde eles puderam simplesmente descansar e ficar quase incomunicáveis naquele paraíso.
Para , a volta foi uma tortura. O casal fez uma curta conexão em Dubai, antes de chegar a Düsseldorf, e durante o voo de sete horas, ela sentiu a necessidade de ir duas vezes ao banheiro. Seria o certo para uma pessoa normal, mas ela não tinha o hábito de ir com frequência ao toalete.
— De volta! — André sorriu para quando o avião pousou em Düsseldorf.
A esposa de André não demonstrou felicidade ao que ele falou, mas procurou sua bolsa, nos compartimentos da poltrona primeira classe.
— Não consigo ficar feliz em saber que estamos na Alemanha, quando falta no mínimo mais uma hora até chegarmos em casa.
— , o que houve? — André se esticou em sua poltrona, pegando na mão dela.
— Passei mal de Dubai até aqui — ela suspirou, de olhos fechados.
O avião taxiava pela pista em baixa velocidade, enquanto a comissária dava as boas vindas à cidade alemã, além de informações como hora e temperatura local. só queria que o avião tivesse parada total e as portas fossem abertas e ela fosse uma das primeiras a desembarcar.
Voar na primeira classe era caro e extremamente desnecessário, nas palavras de , mas naquele momento, ela dava graças a Deus pela prioridade no desembarque.
— Mas o avião balançou mesmo dos Emirados até aqui.
negou com a cabeça, discordando das palavras do marido. Já havia sofrido turbulências severas e nunca em sua vida havia passado mal ou sentido enjoos durante o voo.
Dubai — Düsseldorf havia sido especial.
— Eu sabia que eu não posso comer nada diferente do que estou acostumada — ela soltou uma risada irônica — Foi qualquer coisa árabe que eu inventei de experimentar na conexão. Tenho quase certeza que foi aquele tal de Mhamara.
— Mhamara. — André pôs a mão no queixo tentando lembrar — Era um negócio vermelho, não era? — concordou rindo — Do que era feito aquilo, ?
— Não sei! Mas era ruim! — ela gargalhou — André, eu posso ter me envenenado.
— Meu Deus, como é dramática!
não se sentiu mal ao longo do dia. André a carregou no colo para dentro do apartamento e o casal passou o resto do primeiro dia como casados em casa, na cama, fazendo o que eles sabiam fazer melhor: se amando.
Com a volta da lua-de-mel, a vida também voltou ao normal. Eles já moravam na mesma casa, já tinham sua vida juntos. A única coisa que mudou foi um anel no dedo certo, e um papel assinado pelos dois como acordos nupciais.
E a enorme quantidade de presentes espalhado pela sala e pelos quartos extras do apartamento.
podia arriscar que iriam demorar no mínimo três meses para conseguir guardar tudo.
— O que você vai fazer hoje?
Era domingo, André estava se preparando para ir a Brackel, enquanto ainda estava se espreguiçando na cama.
Em algum lugar do mundo existe uma lei que está permitido enrolar na cama, durante o fim de semana, quanto quiser.
— Almoçar com a . Desde quando nós voltamos das Maldivas que eu não a vi ainda. Ela quer saber todos os detalhes.
— Vocês, mulheres… Vocês são estranhas — André se apoiou na cama e deu um selinho em — Você vai ficar bem? — ela concordou, embaixo do lençol — …
— Eu sei, eu sei! — ela então se sentou na cama e encarou os olhos azuis do marido — Se eu me sentir mal de novo, você vai me levar no hospital e não tem nada que eu diga para você impedir. Nós já combinamos isso, liebe.
— Combinado. Te vejo no fim do dia. Divirta-se e mande um beijo pra . Ich liebe dich.
— Ich liebe dich auch — ela piscou para o marido e André saiu.
Mesmo com preguiça, não demorou em levantar da cama, passar pelo chuveiro e se arrumar para encontrar sua melhor amiga. O último contato que haviam tido foi no casamento e ameaçou de aparecer em seu apartamento, caso elas não fossem almoçar juntas em algum lugar.
— É assim que as mulheres casadas ficam? — perguntou ao ver se aproximando da mesa que elas tinham reservado em um dos restaurantes italianos da cidade.
— Assim como? — abraçou a amiga e sentou à sua frente.
— Assim, como você! Linda, brilhando, radiante… Feliz!
— E como não estar? — as duas trocaram um sorriso — Anda, me conta. Como ficou tudo aqui em Dortmund enquanto eu estive fora?
— Dortmund? — fechou o cenho e deu a língua pra amiga — Continuou a mesma coisa entediante de sempre. Trabalho, casa. Casa, trabalho. De vez em quando uma Cocaine pra felicidade de todos. Enfim… Nada que você não conheça. Mas quem quer saber de Dortmund? Maldivas, linda! Conta tudo.
não pôde deixar de esboçar um sorriso com as palavras de . Ela tirou as lentes corretivas que usava e apoiou ao lado do prato e então, apoiou o cotovelo na mesa e levou a mão ao rosto, soltando um suspiro.
— É literalmente um paraíso. Nosso quarto ficava literalmente no meio do mar, com uma escada onde dois degraus e seus pés já estavam na água, além de uma piscina privativa. André não tinha como escolher lugar melhor no mundo.
— De todos os bobos apaixonados no mundo, você se casou com o rei deles.
— Deixa ele! Foi à semana mais relaxante de toda a minha vida e você sabe que eu não consigo gostar de praia — ela então tomou um gole da água que estava à mesa — Porém eu acho que aquele mar balançando na minha frente todos os dias me deixou enjoada. Muita comida diferente também. Vim de Dubai até Düsseldorf sofrendo no voo.
— Eu hein. Você nunca foi disso. — achou estranho — Você sempre foi muito chata para comer coisas diferentes, com certeza, mas nada te faz passar mal. Nem bebida!
— Não sei — deu de ombros — E pra ajudar eu comi um negócio árabe estranho na sala VIP em Dubai. André falou que se eu não me sentir bem hoje de novo, ele vai me levar no hospital à noite.
— E você não reclamou?
— Faz uma semana que eu estou enrolando ele. Mas já vai passar. Normalmente eu tenho esses enjoos chatos pela manhã. Hoje eu não tive.
apoiou na mesa chegando o mais perto possível da amiga.
— Faz uma semana que você está se sentindo mal e tendo enjoos?
rolou os olhos.
— Você e o André estão fazendo uma tempestade d’água em relação a isso, meu Deus. É normal. Pessoas ficam enjoadas. Elas têm talvez uma intoxicação alimentar.
— Se você diz… — finalizou o assunto, mas ainda ficando com o pé atrás.
Elas falaram sobre outras coisas irrelevantes e bobas, quando um garçom chegou com o prato que havia pedido antes da amiga chegar. torceu o nariz.
— O que é isso?
— Como o que é isso, ? — suspirou — O antepasto que a gente sempre pede quando vem aqui. Como eu cheguei antes, me adiantei.
— Isso… — apontava para o prato e com a outra mão, levou à boca — Isso não é o que a gente costuma pedir nunca.
— …
— Eu já venho!
se levantou e não teve tempo de buscar a bolsa no ombro da cadeira. A morena saiu correndo em direção ao banheiro e ao encontrar uma cabine aberta, fechou a porta às suas costas e ajoelhou à frente do vaso sanitário.
— Você vai me levar ao médico, liebe — suspirou com lágrimas nos olhos, como se estivesse falando com André — Maldita intoxicação alimentar.
— ! — a voz de invadiu a cabine e a esposa de André abaixou a cabeça — onde você está? Devo ligar para o André?
— Não — choramingou — Ele está em Brackel, só vai pegar no celular no fim do dia.
— Eu te levo no hospital então, pode ser? — bateu na porta da cabine — , fala comigo.
ouviu então o barulho de descarga e logo em seguida o trinco da porta sendo aberta. saiu com o rosto suado e foi direto à pia, onde lavou as mãos e jogou uma água no rosto.
— … Eu vou te fazer uma pergunta, mas que eu só vou fazer porque nós temos intimidade o suficiente para isso — suspirou algo como lá vem e pediu para a amiga continuar — Você e o André tem usado camisinha?
— Quê? — virou para a amiga que a olhava séria — Eu sei lá, — ela então parou e uma ideia veio à sua cabeça — Não, não, não. Eu até sei o que você está pensando, e não. Eu não engravidei na lua de mel. Nem deu tempo.
— Você sabe que não precisa de uma semana, né? Pouquíssimos minutos já são eficazes.
— Tudo bem, você tem razão. Mas não seria em sei lá, duas semanas que eu já teria os sintomas de gravidez. O nome disso é intoxicação alimentar.
— … Não sei se você lembra, foi um dia feliz, tinha mil outras coisas para você se preocupar, mas no seu casamento, quando eu falei que logo as pessoas iriam começar a perguntar pelos filhos, você falou que fazia um mês que você tinha parado de tomar o seu remédio.
estava com a mão embaixo da água corrente e jogando água no rosto, levantou a cabeça e virou para a amiga.
— Mein Gott!
No fim do dia, André saiu do treino direto para o carro. Tomaria banho em casa. Estava mais preocupado como havia se sentido durante o dia, então cortou as ruas e atravessou alguns sinais vermelhos apenas para chegar em casa o mais rápido possível.
O apartamento estava em silêncio, mas ele sabia que estava lá por causa da bolsa jogada no sofá.
— Liebe? — ele chamou a esposa, que não respondeu — , como você se sentiu durante o dia? — ela ainda não respondeu — ? — André gritou mais alto.
— No primeiro quarto de hóspedes.
André não entendeu o que fazia no primeiro quarto de hóspedes. Era o único cômodo do apartamento vazio, sem móveis e que quase ninguém ia. Só que fazia questão de entrar lá todos os dias para deixar a janela aberta e o sol entrar para não ter risco de ficar com cheiro de mofo. E todas as noites ela voltava para fechar.
— Como você está? — André perguntou entrando no quarto.
estava sentada no chão de pernas cruzadas, com algumas coisas à sua frente. Uma pequena Emma, mascote do Borussia Dortmund, de pelúcia. Dois pequenos tênis da Adidas, em branco, com as listras em azul e rosa. Um macacão amarelo, com o logotipo do time e uma chupeta, além de um exame com o logotipo do hospital.
— Se você quer tanto saber, eu estou muito bem.
André estava boquiaberto olhando para o chão. Ele tentava encaixar o que tudo aquilo à frente da sua esposa significavam, e começou a rir quando seu cérebro passou a entender. Rir que nem bobo. Rir a ponto de se apoiar na parede e lágrimas começarem a escorrer pelo seu rosto.
— Nós estamos muito bem — ela sorriu para o marido colocando as duas mãos na própria barriga e sentiu uma lágrima que escorreu pela bochecha — Parabéns, Papa!
André se ajoelhou de frente para ela, que entregou o exame de sangue que a fez fazer naquela tarde.
— Você está grávida?
— Nós vamos ser pais, liebe! — ela colocou as mãos no rosto do marido e secou a bochecha dele — Eu já casei grávida, mas não sabia. Os sintomas começaram a aparecer nas Maldivas e hoje eu não me senti bem de novo, a me obrigou a fazer um exame de sangue — ela riu para ele, os dois com o rosto muito próximo — Eu não sabia como te contar, então achei melhor você entender sozinho.
— Você… Nós… — ele gargalhava — Eu não acredito que eu vou ser pai.
— Você vai ser pai — concordou com o marido, que não parava de murmurar a última frase — E eu te amo tanto.
— Ich liebe dich auch — respondeu antes de beijá-lo.
André então deitou na perna de e se virou para a barriga dela, acariciando e conversando com o bebê que ali estava.
— Pode vir, Bärchen, vem que a mamãe e o papai vão estar te esperando ansiosamente.
Os meses foram passando e o bebê de e André estava sendo esperado para o começo de Janeiro. Os dois saíam com frequência para comprar itens para a criança, e decoração para o quarto. Todos os móveis, além das paredes, eram na cor branca. decidiu que o toque de cor iria vir em alguns detalhes, como almofadas, cortina e quadros.
Era início de Dezembro. O recesso de inverno se aproximava, mas André ainda tinha mais um jogo da primeira fase da Liga dos Campeões para cumprir… Em Londres.
— Vocês vão ficar bem?
— Liebe, tem três semanas ainda. Está tudo bem. Eu estou bem, o bebê está bem, e você vai para Londres amassar o Arsenal.
— É longe — André suspirou, apoiando a testa no ombro da mulher — E se vocês precisarem de mim?
— A está aqui, e meus pais estão só há uma hora. São só quatro dias longe. Três se você contar que a viagem é hoje. E eu sei que parece que eu vou estourar a qualquer momento, mas essa criança aqui consegue esperar o Papa dela voltar pra casa.
— Acho que eu vou pedir para não ir para esse jogo.
— André Schürrle… Vá para aquele centro de treinamento, suba naquele ônibus, embarque naquele avião e vá para Londres. Não queremos que nosso bebê nasça com os pais divorciados, queremos?
André trocou olhares com e então abriu um largo sorriso.
— Já falei que você é muito exagerada e dramática?
— Sempre — piscou para o marido — Agora vai, daqui a dois dias eu te vejo na televisão.
— Torcendo?
— E alguma vez nesses três anos e meio de relacionamento eu deixei de torcer por você? — deu um selinho no marido — Só não vou estar com seu nome nas costas porque minha blusa não está servindo.
— Acho que eu posso dar um jeito nisso — André deu um abraço apertado nela — Te vejo em breve.
— Nos vemos em breve.
estava de férias, então a pedido de André, passou o tempo que ele estava fora com , afinal, a gravidez estava na fase final. As duas estavam na cozinha preparando algo para comerem durante a tarde, quando sentiu algo pelas pernas.
— … — ela fechou os olhos e a amiga virou para ela — Lembra quando você falou que só ia me perguntar algo porque nós temos muita intimidade uma com a outra?
— Lembro… — se virou do fogão, onde fazia um doce brasileiro que havia visto a receita online — O que aconteceu?
— Eu acho que acabei de fazer xixi pelas minhas pernas — sentiu o rosto corar — Você pode por favor pegar um pano ali no armário da lavanderia para mim? Só para eu chegar até o banheiro e poder tomar um banho?
então abaixou o fogo e foi até onde a amiga indicou, voltando com os panos mais limpos que conseguiu encontrar. Ela entregou um para , que passava pelas próprias pernas e se abaixou para limpar o chão.
achou estranho. A água escorrida pelo chão era transparente e sem cheiro. Aquilo não tinha como ser urina.
— ! — se pôs de pé e colocou a mão na barriga da amiga. O bebê se mexia — Isso não é xixi. A sua bolsa acabou de estourar. Chegou a hora!
— Como? — ela riu — Não tem condições de ser agora. A minha médica deixou claro que ela iria nascer no começo de janeiro.
— … Ela quer nascer agora. Ela vai nascer agora! Nós vamos para o hospital.
— Tá certo, , se acalma. Eu vou ligar pro André e avisar ele. Acho que ele deve estar se preparando para ir ao estádio. Depois eu vou tomar um banho e depois nós vamos para o hospital. Tá tudo sobre controle.
estava indignada. A amiga estava prestes a dar a luz a um bebê, e estava calmamente falando em informar o marido, que estava na Inglaterra, e tomar um banho. Enquanto ela, a amiga que não iria empurrar um bebê para fora de si, estava entrando em desespero.
— Você realmente precisa me ensinar essas técnicas para manter a calma, porque eu já estou uma pilha de nervos.
— Ioga para gestantes. Pode parecer besteira, mas ajuda e te ensinar técnicas até para dormir, tá tudo bem — pôs a mão na barriga — Se acalma que você já vai sair, Bärchen — e então se virou para — Eu já venho.
— Não tranca a porta do banheiro. E grita pelo amor de Deus!
começou a sentir as primeiras contrações quando se vestia para ir ao hospital, então mais do que depressa, deu um jeito de levar a amiga para o carro e acelerar.
— Talvez seu marido já saiba que a filha dele está para vir ao mundo — comentou cruzando alguns carros e passando por alguns sinais vermelhos.
— … O André é todo preocupado, você falou para ele que eu estou bem e calma? Ele vai largar o time em Londres e subir no primeiro avião para cá.
— Talvez eu tenha parecido um pouco desesperada no telefone.
Ao pegar o celular e ver que tinha uma mensagem de , as pernas de André bambearam. Estava no ônibus indo até o Emirates Stadium, a casa do Arsenal ao norte de Londres, e rezando para que fosse apenas atualização de como tudo estava em Dortmund.
— Não surta, porque de enlouquecida já tem eu! — a voz de não indicava algo bom — A bolsa da estourou eu vou levar ela para o hospital ela está no banho e calma eu te aviso — pareceu respirar — Bom jogo!
E então a mensagem de voz foi finalizada. André ouviu mais duas vezes e se pegou olhando para o nada.
— Minha filha está nascendo — ele comentou.
Mario Götze estava ao seu lado e piscou ao ouvir as palavras por ele ditas.
— O que você falou, Schürrle?
— Minha filha está nascendo! — André se levantou e anunciou, do meio do ônibus — A minha filha está nascendo! — ele ria besta.
Os amigos começaram a sacanear André e parabenizá-lo pelo nascimento. Thomas Tuchel se levantou e foi até o jogador.
— Quer voltar para Dortmund?
André balançou a cabeça em negação e colocou a mão no ombro do técnico.
— Me coloca como titular que você não vai se arrepender!
Manuela dormia em paz nos braços de . A pequena Schürrle havia nascido com 48 centímetros e 2.900kg, de parto normal. Ela nasceu cabeluda, como a mãe, com um castanho bem claro na cabeça, e os olhos azuis um pouco mais escuros que os do pai. Assim como André, ela também tinha o queixo um pouco quadrado, mas puxou o nariz acentuado da mãe.
Arsenal x Borussia Dortmund estava sendo transmitido na televisão e André era titular. Com o volume da televisão o suficiente para ouvir algo, mas não acordar a Manu, as duas amigas assistiam ao jogo. Aquela vitória garantiria a liderança no grupo.
Marco Reus fez um passe para André, que de frente para o gol, acertou com a direita, e de esquerda, lançou uma bomba para o fundo. Gol do Borussia Dortmund!
— Seu pai acabou de fazer um gol, Manu — sussurrou e beijou o rosto da filha.
Olhando de volta para a televisão, André, Marco e Mario correram em direção às câmeras de transmissão e comemoraram como se estivesse embalando uma criança e a balançando para dormir. Não demorou muito para que todo o time se juntasse a eles na comemoração e pulasse em cima de André.
Não precisava de explicação, sabia que aquela era a forma de André comemorar o nascimento da filha.
Algumas horas de vida, mas a pequena Manuela Schürrle já podia falar que tinha um gol para chamar de seu.
Para , a volta foi uma tortura. O casal fez uma curta conexão em Dubai, antes de chegar a Düsseldorf, e durante o voo de sete horas, ela sentiu a necessidade de ir duas vezes ao banheiro. Seria o certo para uma pessoa normal, mas ela não tinha o hábito de ir com frequência ao toalete.
— De volta! — André sorriu para quando o avião pousou em Düsseldorf.
A esposa de André não demonstrou felicidade ao que ele falou, mas procurou sua bolsa, nos compartimentos da poltrona primeira classe.
— Não consigo ficar feliz em saber que estamos na Alemanha, quando falta no mínimo mais uma hora até chegarmos em casa.
— , o que houve? — André se esticou em sua poltrona, pegando na mão dela.
— Passei mal de Dubai até aqui — ela suspirou, de olhos fechados.
O avião taxiava pela pista em baixa velocidade, enquanto a comissária dava as boas vindas à cidade alemã, além de informações como hora e temperatura local. só queria que o avião tivesse parada total e as portas fossem abertas e ela fosse uma das primeiras a desembarcar.
Voar na primeira classe era caro e extremamente desnecessário, nas palavras de , mas naquele momento, ela dava graças a Deus pela prioridade no desembarque.
— Mas o avião balançou mesmo dos Emirados até aqui.
negou com a cabeça, discordando das palavras do marido. Já havia sofrido turbulências severas e nunca em sua vida havia passado mal ou sentido enjoos durante o voo.
Dubai — Düsseldorf havia sido especial.
— Eu sabia que eu não posso comer nada diferente do que estou acostumada — ela soltou uma risada irônica — Foi qualquer coisa árabe que eu inventei de experimentar na conexão. Tenho quase certeza que foi aquele tal de Mhamara.
— Mhamara. — André pôs a mão no queixo tentando lembrar — Era um negócio vermelho, não era? — concordou rindo — Do que era feito aquilo, ?
— Não sei! Mas era ruim! — ela gargalhou — André, eu posso ter me envenenado.
— Meu Deus, como é dramática!
não se sentiu mal ao longo do dia. André a carregou no colo para dentro do apartamento e o casal passou o resto do primeiro dia como casados em casa, na cama, fazendo o que eles sabiam fazer melhor: se amando.
Com a volta da lua-de-mel, a vida também voltou ao normal. Eles já moravam na mesma casa, já tinham sua vida juntos. A única coisa que mudou foi um anel no dedo certo, e um papel assinado pelos dois como acordos nupciais.
E a enorme quantidade de presentes espalhado pela sala e pelos quartos extras do apartamento.
podia arriscar que iriam demorar no mínimo três meses para conseguir guardar tudo.
— O que você vai fazer hoje?
Era domingo, André estava se preparando para ir a Brackel, enquanto ainda estava se espreguiçando na cama.
Em algum lugar do mundo existe uma lei que está permitido enrolar na cama, durante o fim de semana, quanto quiser.
— Almoçar com a . Desde quando nós voltamos das Maldivas que eu não a vi ainda. Ela quer saber todos os detalhes.
— Vocês, mulheres… Vocês são estranhas — André se apoiou na cama e deu um selinho em — Você vai ficar bem? — ela concordou, embaixo do lençol — …
— Eu sei, eu sei! — ela então se sentou na cama e encarou os olhos azuis do marido — Se eu me sentir mal de novo, você vai me levar no hospital e não tem nada que eu diga para você impedir. Nós já combinamos isso, liebe.
— Combinado. Te vejo no fim do dia. Divirta-se e mande um beijo pra . Ich liebe dich.
— Ich liebe dich auch — ela piscou para o marido e André saiu.
Mesmo com preguiça, não demorou em levantar da cama, passar pelo chuveiro e se arrumar para encontrar sua melhor amiga. O último contato que haviam tido foi no casamento e ameaçou de aparecer em seu apartamento, caso elas não fossem almoçar juntas em algum lugar.
— É assim que as mulheres casadas ficam? — perguntou ao ver se aproximando da mesa que elas tinham reservado em um dos restaurantes italianos da cidade.
— Assim como? — abraçou a amiga e sentou à sua frente.
— Assim, como você! Linda, brilhando, radiante… Feliz!
— E como não estar? — as duas trocaram um sorriso — Anda, me conta. Como ficou tudo aqui em Dortmund enquanto eu estive fora?
— Dortmund? — fechou o cenho e deu a língua pra amiga — Continuou a mesma coisa entediante de sempre. Trabalho, casa. Casa, trabalho. De vez em quando uma Cocaine pra felicidade de todos. Enfim… Nada que você não conheça. Mas quem quer saber de Dortmund? Maldivas, linda! Conta tudo.
não pôde deixar de esboçar um sorriso com as palavras de . Ela tirou as lentes corretivas que usava e apoiou ao lado do prato e então, apoiou o cotovelo na mesa e levou a mão ao rosto, soltando um suspiro.
— É literalmente um paraíso. Nosso quarto ficava literalmente no meio do mar, com uma escada onde dois degraus e seus pés já estavam na água, além de uma piscina privativa. André não tinha como escolher lugar melhor no mundo.
— De todos os bobos apaixonados no mundo, você se casou com o rei deles.
— Deixa ele! Foi à semana mais relaxante de toda a minha vida e você sabe que eu não consigo gostar de praia — ela então tomou um gole da água que estava à mesa — Porém eu acho que aquele mar balançando na minha frente todos os dias me deixou enjoada. Muita comida diferente também. Vim de Dubai até Düsseldorf sofrendo no voo.
— Eu hein. Você nunca foi disso. — achou estranho — Você sempre foi muito chata para comer coisas diferentes, com certeza, mas nada te faz passar mal. Nem bebida!
— Não sei — deu de ombros — E pra ajudar eu comi um negócio árabe estranho na sala VIP em Dubai. André falou que se eu não me sentir bem hoje de novo, ele vai me levar no hospital à noite.
— E você não reclamou?
— Faz uma semana que eu estou enrolando ele. Mas já vai passar. Normalmente eu tenho esses enjoos chatos pela manhã. Hoje eu não tive.
apoiou na mesa chegando o mais perto possível da amiga.
— Faz uma semana que você está se sentindo mal e tendo enjoos?
rolou os olhos.
— Você e o André estão fazendo uma tempestade d’água em relação a isso, meu Deus. É normal. Pessoas ficam enjoadas. Elas têm talvez uma intoxicação alimentar.
— Se você diz… — finalizou o assunto, mas ainda ficando com o pé atrás.
Elas falaram sobre outras coisas irrelevantes e bobas, quando um garçom chegou com o prato que havia pedido antes da amiga chegar. torceu o nariz.
— O que é isso?
— Como o que é isso, ? — suspirou — O antepasto que a gente sempre pede quando vem aqui. Como eu cheguei antes, me adiantei.
— Isso… — apontava para o prato e com a outra mão, levou à boca — Isso não é o que a gente costuma pedir nunca.
— …
— Eu já venho!
se levantou e não teve tempo de buscar a bolsa no ombro da cadeira. A morena saiu correndo em direção ao banheiro e ao encontrar uma cabine aberta, fechou a porta às suas costas e ajoelhou à frente do vaso sanitário.
— Você vai me levar ao médico, liebe — suspirou com lágrimas nos olhos, como se estivesse falando com André — Maldita intoxicação alimentar.
— ! — a voz de invadiu a cabine e a esposa de André abaixou a cabeça — onde você está? Devo ligar para o André?
— Não — choramingou — Ele está em Brackel, só vai pegar no celular no fim do dia.
— Eu te levo no hospital então, pode ser? — bateu na porta da cabine — , fala comigo.
ouviu então o barulho de descarga e logo em seguida o trinco da porta sendo aberta. saiu com o rosto suado e foi direto à pia, onde lavou as mãos e jogou uma água no rosto.
— … Eu vou te fazer uma pergunta, mas que eu só vou fazer porque nós temos intimidade o suficiente para isso — suspirou algo como lá vem e pediu para a amiga continuar — Você e o André tem usado camisinha?
— Quê? — virou para a amiga que a olhava séria — Eu sei lá, — ela então parou e uma ideia veio à sua cabeça — Não, não, não. Eu até sei o que você está pensando, e não. Eu não engravidei na lua de mel. Nem deu tempo.
— Você sabe que não precisa de uma semana, né? Pouquíssimos minutos já são eficazes.
— Tudo bem, você tem razão. Mas não seria em sei lá, duas semanas que eu já teria os sintomas de gravidez. O nome disso é intoxicação alimentar.
— … Não sei se você lembra, foi um dia feliz, tinha mil outras coisas para você se preocupar, mas no seu casamento, quando eu falei que logo as pessoas iriam começar a perguntar pelos filhos, você falou que fazia um mês que você tinha parado de tomar o seu remédio.
estava com a mão embaixo da água corrente e jogando água no rosto, levantou a cabeça e virou para a amiga.
— Mein Gott!
No fim do dia, André saiu do treino direto para o carro. Tomaria banho em casa. Estava mais preocupado como havia se sentido durante o dia, então cortou as ruas e atravessou alguns sinais vermelhos apenas para chegar em casa o mais rápido possível.
O apartamento estava em silêncio, mas ele sabia que estava lá por causa da bolsa jogada no sofá.
— Liebe? — ele chamou a esposa, que não respondeu — , como você se sentiu durante o dia? — ela ainda não respondeu — ? — André gritou mais alto.
— No primeiro quarto de hóspedes.
André não entendeu o que fazia no primeiro quarto de hóspedes. Era o único cômodo do apartamento vazio, sem móveis e que quase ninguém ia. Só que fazia questão de entrar lá todos os dias para deixar a janela aberta e o sol entrar para não ter risco de ficar com cheiro de mofo. E todas as noites ela voltava para fechar.
— Como você está? — André perguntou entrando no quarto.
estava sentada no chão de pernas cruzadas, com algumas coisas à sua frente. Uma pequena Emma, mascote do Borussia Dortmund, de pelúcia. Dois pequenos tênis da Adidas, em branco, com as listras em azul e rosa. Um macacão amarelo, com o logotipo do time e uma chupeta, além de um exame com o logotipo do hospital.
— Se você quer tanto saber, eu estou muito bem.
André estava boquiaberto olhando para o chão. Ele tentava encaixar o que tudo aquilo à frente da sua esposa significavam, e começou a rir quando seu cérebro passou a entender. Rir que nem bobo. Rir a ponto de se apoiar na parede e lágrimas começarem a escorrer pelo seu rosto.
— Nós estamos muito bem — ela sorriu para o marido colocando as duas mãos na própria barriga e sentiu uma lágrima que escorreu pela bochecha — Parabéns, Papa!
André se ajoelhou de frente para ela, que entregou o exame de sangue que a fez fazer naquela tarde.
— Você está grávida?
— Nós vamos ser pais, liebe! — ela colocou as mãos no rosto do marido e secou a bochecha dele — Eu já casei grávida, mas não sabia. Os sintomas começaram a aparecer nas Maldivas e hoje eu não me senti bem de novo, a me obrigou a fazer um exame de sangue — ela riu para ele, os dois com o rosto muito próximo — Eu não sabia como te contar, então achei melhor você entender sozinho.
— Você… Nós… — ele gargalhava — Eu não acredito que eu vou ser pai.
— Você vai ser pai — concordou com o marido, que não parava de murmurar a última frase — E eu te amo tanto.
— Ich liebe dich auch — respondeu antes de beijá-lo.
André então deitou na perna de e se virou para a barriga dela, acariciando e conversando com o bebê que ali estava.
— Pode vir, Bärchen, vem que a mamãe e o papai vão estar te esperando ansiosamente.
Os meses foram passando e o bebê de e André estava sendo esperado para o começo de Janeiro. Os dois saíam com frequência para comprar itens para a criança, e decoração para o quarto. Todos os móveis, além das paredes, eram na cor branca. decidiu que o toque de cor iria vir em alguns detalhes, como almofadas, cortina e quadros.
Era início de Dezembro. O recesso de inverno se aproximava, mas André ainda tinha mais um jogo da primeira fase da Liga dos Campeões para cumprir… Em Londres.
— Vocês vão ficar bem?
— Liebe, tem três semanas ainda. Está tudo bem. Eu estou bem, o bebê está bem, e você vai para Londres amassar o Arsenal.
— É longe — André suspirou, apoiando a testa no ombro da mulher — E se vocês precisarem de mim?
— A está aqui, e meus pais estão só há uma hora. São só quatro dias longe. Três se você contar que a viagem é hoje. E eu sei que parece que eu vou estourar a qualquer momento, mas essa criança aqui consegue esperar o Papa dela voltar pra casa.
— Acho que eu vou pedir para não ir para esse jogo.
— André Schürrle… Vá para aquele centro de treinamento, suba naquele ônibus, embarque naquele avião e vá para Londres. Não queremos que nosso bebê nasça com os pais divorciados, queremos?
André trocou olhares com e então abriu um largo sorriso.
— Já falei que você é muito exagerada e dramática?
— Sempre — piscou para o marido — Agora vai, daqui a dois dias eu te vejo na televisão.
— Torcendo?
— E alguma vez nesses três anos e meio de relacionamento eu deixei de torcer por você? — deu um selinho no marido — Só não vou estar com seu nome nas costas porque minha blusa não está servindo.
— Acho que eu posso dar um jeito nisso — André deu um abraço apertado nela — Te vejo em breve.
— Nos vemos em breve.
estava de férias, então a pedido de André, passou o tempo que ele estava fora com , afinal, a gravidez estava na fase final. As duas estavam na cozinha preparando algo para comerem durante a tarde, quando sentiu algo pelas pernas.
— … — ela fechou os olhos e a amiga virou para ela — Lembra quando você falou que só ia me perguntar algo porque nós temos muita intimidade uma com a outra?
— Lembro… — se virou do fogão, onde fazia um doce brasileiro que havia visto a receita online — O que aconteceu?
— Eu acho que acabei de fazer xixi pelas minhas pernas — sentiu o rosto corar — Você pode por favor pegar um pano ali no armário da lavanderia para mim? Só para eu chegar até o banheiro e poder tomar um banho?
então abaixou o fogo e foi até onde a amiga indicou, voltando com os panos mais limpos que conseguiu encontrar. Ela entregou um para , que passava pelas próprias pernas e se abaixou para limpar o chão.
achou estranho. A água escorrida pelo chão era transparente e sem cheiro. Aquilo não tinha como ser urina.
— ! — se pôs de pé e colocou a mão na barriga da amiga. O bebê se mexia — Isso não é xixi. A sua bolsa acabou de estourar. Chegou a hora!
— Como? — ela riu — Não tem condições de ser agora. A minha médica deixou claro que ela iria nascer no começo de janeiro.
— … Ela quer nascer agora. Ela vai nascer agora! Nós vamos para o hospital.
— Tá certo, , se acalma. Eu vou ligar pro André e avisar ele. Acho que ele deve estar se preparando para ir ao estádio. Depois eu vou tomar um banho e depois nós vamos para o hospital. Tá tudo sobre controle.
estava indignada. A amiga estava prestes a dar a luz a um bebê, e estava calmamente falando em informar o marido, que estava na Inglaterra, e tomar um banho. Enquanto ela, a amiga que não iria empurrar um bebê para fora de si, estava entrando em desespero.
— Você realmente precisa me ensinar essas técnicas para manter a calma, porque eu já estou uma pilha de nervos.
— Ioga para gestantes. Pode parecer besteira, mas ajuda e te ensinar técnicas até para dormir, tá tudo bem — pôs a mão na barriga — Se acalma que você já vai sair, Bärchen — e então se virou para — Eu já venho.
— Não tranca a porta do banheiro. E grita pelo amor de Deus!
começou a sentir as primeiras contrações quando se vestia para ir ao hospital, então mais do que depressa, deu um jeito de levar a amiga para o carro e acelerar.
— Talvez seu marido já saiba que a filha dele está para vir ao mundo — comentou cruzando alguns carros e passando por alguns sinais vermelhos.
— … O André é todo preocupado, você falou para ele que eu estou bem e calma? Ele vai largar o time em Londres e subir no primeiro avião para cá.
— Talvez eu tenha parecido um pouco desesperada no telefone.
Ao pegar o celular e ver que tinha uma mensagem de , as pernas de André bambearam. Estava no ônibus indo até o Emirates Stadium, a casa do Arsenal ao norte de Londres, e rezando para que fosse apenas atualização de como tudo estava em Dortmund.
— Não surta, porque de enlouquecida já tem eu! — a voz de não indicava algo bom — A bolsa da estourou eu vou levar ela para o hospital ela está no banho e calma eu te aviso — pareceu respirar — Bom jogo!
E então a mensagem de voz foi finalizada. André ouviu mais duas vezes e se pegou olhando para o nada.
— Minha filha está nascendo — ele comentou.
Mario Götze estava ao seu lado e piscou ao ouvir as palavras por ele ditas.
— O que você falou, Schürrle?
— Minha filha está nascendo! — André se levantou e anunciou, do meio do ônibus — A minha filha está nascendo! — ele ria besta.
Os amigos começaram a sacanear André e parabenizá-lo pelo nascimento. Thomas Tuchel se levantou e foi até o jogador.
— Quer voltar para Dortmund?
André balançou a cabeça em negação e colocou a mão no ombro do técnico.
— Me coloca como titular que você não vai se arrepender!
Manuela dormia em paz nos braços de . A pequena Schürrle havia nascido com 48 centímetros e 2.900kg, de parto normal. Ela nasceu cabeluda, como a mãe, com um castanho bem claro na cabeça, e os olhos azuis um pouco mais escuros que os do pai. Assim como André, ela também tinha o queixo um pouco quadrado, mas puxou o nariz acentuado da mãe.
Arsenal x Borussia Dortmund estava sendo transmitido na televisão e André era titular. Com o volume da televisão o suficiente para ouvir algo, mas não acordar a Manu, as duas amigas assistiam ao jogo. Aquela vitória garantiria a liderança no grupo.
Marco Reus fez um passe para André, que de frente para o gol, acertou com a direita, e de esquerda, lançou uma bomba para o fundo. Gol do Borussia Dortmund!
— Seu pai acabou de fazer um gol, Manu — sussurrou e beijou o rosto da filha.
Olhando de volta para a televisão, André, Marco e Mario correram em direção às câmeras de transmissão e comemoraram como se estivesse embalando uma criança e a balançando para dormir. Não demorou muito para que todo o time se juntasse a eles na comemoração e pulasse em cima de André.
Não precisava de explicação, sabia que aquela era a forma de André comemorar o nascimento da filha.
Algumas horas de vida, mas a pequena Manuela Schürrle já podia falar que tinha um gol para chamar de seu.
Capítulo 24: O primeiro campeonato que a filha dele o vê ganhar.
Road to Barcelona.
Desde quando foi anunciado que a final da Liga dos Campeões naquela temporada seria em Barcelona, na Espanha, tinha apenas dois objetivos naquele espaço de tempo:
1. Ter uma gravidez saudável;
2. Ir à final da UCL em Barcelona — o que só seria possível se o Borussia chegasse à final.
Apesar de Manuela ter nascido um pouco antes do esperado, teve uma gravidez extremamente saudável. Alimentou-se da melhor forma possível, fez exercícios para gestantes e aproveitou a barriga. Fez sessão de fotos, exibia nas ruas, e conversou muito.
— Você vai sentir falta! — diziam a .
Então se aquela barriga durasse apenas nove meses, oito, já que Manu foi apressada, era o tempo que iria curtir.
Como Manu nasceu no dia do último jogo da fase de grupos da Liga, se dividiu entre cuidar da filha e torcer pelo marido que continuava a viajar pela Europa para cumprir os jogos.
Por recomendações médicas, parou de frequentar estádios durante a gravidez. E como bebês e estádios não costumam combinar, ela também deixou de ir aos jogos com Manu. Era muito grito, bombas, pessoas cantando. arrepiava só de imaginar Manu em um ambiente como aquele.
Porém, cedo ou tarde Manuela Schürrle iria a um estádio de futebol.
Dortmund ganhou a semi-final contra o campeão da temporada passada, Real Madrid, e estavam na final do campeonato.
Seu oponente seria o Bayern München.
iria a Barcelona e Manuela a um estádio de futebol.
Era a segunda vez que assistia André em uma final, mas naquela noite, tinha certeza que tinha um amuleto especial. Dormindo no carrinho, onde a pequena Emma de pelúcia lhe fazia companhia, uma blusa amarela, short branco e protetores de ouvido, Manu descansava na área VIP do estádio, enquanto conversava com as outras amigas antes do jogo.
Estavam todos tensos por lá, principalmente os aurinegros. A última vez que Dortmund e Munique haviam se encontrado em uma final da Liga, os bávaros haviam levado a melhor. Mas não naquela noite, tinha certeza daquilo.
A famosa ópera invadiu o Estádio Olímpico de Barcelona e , junto das outras esposas e namoradas, foram para seus assentos. ficou na ponta, onde ao seu lado posicionou o carrinho de Manu, que parecia não se preocupar com o barulho que os torcedores aurinegros e bávaros faziam.
O apito do juiz indicou o início do primeiro tempo do jogo. Bola rolando e nos primeiros minutos era quase impossível de falar qual dos dois times tinha uma maior posse de bola. alternava os olhares entre o campo e Manu ao seu lado, e tinha certeza que em algum momento naqueles noventa minutos, iria ficar sem as unhas, já que a ansiedade estava fazendo com que ela praticamente arrancasse as suas com os dentes.
A cada oportunidade que o Borussia tinha dentro da área dos bávaros, o contra-ataque voltava direto para o campo dos aurinegros e ambos os times erravam suas finalizações. Ou atingia a trave, ou passava por cima dela e até mesmo, nas mãos de ambos os goleiros.
O fim do primeiro tempo chegou e as pessoas voltaram a conversar, comer alguns dos petiscos e beber. se levantou e começou a dar voltas com o carrinho de Manu pelo camarote. Não demorou para que ela encontrasse um par de olhos azuis a encarando com um sorriso no rosto.
Manuela acordou no intervalo de jogo e assim que o segundo tempo iniciou, deixou o carrinho dela de lado e assistiu com a filha em seu colo.
Curiosa que só, Manu tentava se esticar para tentar entender o que estava acontecendo, e então a colocou de pé, facilitando a visão da menina. A filha não tinha equilíbrio nenhum no colo da mãe, mas parecia estar gostando em ver vários homens correndo em campo.
estava tão concentrada em Manu, que não percebeu quando um jogador bávaro derrubou Marco dentro da área. As pessoas ao redor gritavam pênalti para o Borussia. Quando olhou, o próprio Marco já estava cobrando a falta.
Direto nas mãos do goleiro da Bavária.
bufou e voltou a brincar com Manu, que havia perdido o interesse no jogo. Naquele momento, o colar que usava, onde a aliança de André estava pendurada, parecia mais legal para ela que, por diversas vezes, puxava o pescoço da mãe.
Naquela noite também concluiu que era quase impossível assistir a um jogo em estádio com Manu, enquanto ela ainda fosse pequena. Enquanto estava dormindo, ela conseguia prestar atenção em todos os lances e ainda se certificar se ela estava bem. Mas acordada, Manu era impossível e extremamente elétrica, como André.
A cada dia que passava, se perguntava se no fundo, ela só serviu para gerar Manu em seu corpo, pois ela ficava cada dia mais parecida com o marido, em todos os aspectos.
Com o apito do juiz informando o fim do segundo tempo, várias pessoas bufaram e reclamaram. aproveitou a oportunidade para amamentar Manuela que já estava reclamando de fome.
— Tá tudo bem? — Mary, namorada de Bürki, perguntou ao ver Manu começar a chorar.
— Fome — sorriu e procurou na bolsa a mamadeira da filha — E depois ela vai voltar a dormir e dificilmente vai saber o resultado do jogo.
Mary então ajudou , que estava sem jeito por conta de Manu em seus braços e pegou a mamadeira da pequena de grandes olhos azuis, entregando para . Foi os olhos de Manuela encontrar com a mamadeira, que a menina parou de chorar.
— Malandrinha você, Manu! — Mary brincava com a bebê, que balançava as pernas enquanto sugava tudo o que podia da mamadeira — Me pergunto para quem você puxou.
não conseguiu não sorrir daquele comentário.
— André diz que foi para mim — ela então confessou para a amiga — Ele costuma falar que eu faço birra até ter o que eu quero. Mas no fundo eu tenho certeza que ela puxou a ele.
— Psicologicamente? — Mary riu e rolou os olhos com o comentário — Que ela é a cópia cuspida do André, não tem como negar. Pode ser que psicologicamente ela seja igualzinha a você.
desviou o olhar de Mary para Manu que já tinha os olhos quase fechados, mas ainda parecia estar lutando contra o sono.
— Se ela for igual a Mama, André está enrolado com nós duas.
O jogo voltou para prorrogação e se recusou a assistir. Com Manuela clamando para dormir, a empresária colocou a filha no carrinho e foi para a parte interna do camarote. Estava calmo, já que as pessoas estavam realmente interessadas em assistir o jogo e lá ela passeava com o carrinho e cantarolava algo para que a filha pegasse no sono.
tinha certeza que André foi a melhor escolha de sua vida, mas nenhuma outra surpresa no seu mundo seria melhor do que descobrir a maternidade, e Manuela havia dado aquela chance a ela.
Então uma explosão de gritos ecoou por todo o estádio e mesmo com o protetor nos ouvidos, Manuela despertou. se recusou a voltar para a área externa do estádio, com medo em saber quem havia levado a melhor até aquele momento. Ela então procurou a abelha de pelúcia no carrinho e mostrou para Manu, que seguia com os olhos e ria para a pequena Emma.
— ! — a voz de Mary então entrou na sala e se virou — Gol! O André fez gol no Bayern!
E então como se tivesse entendido, Manuela sorria para a mãe, que a tirou do carrinho e correu para fora, onde André comemorava e parecia procurar por elas na multidão de amarelo.
Manu talvez fosse o amuleto que dava o toque final na vida dos dois.
Antes do apito final, já estava com Manu em seus colos e descia as escadarias o mais rápido que podia, em direção ao campo. Parecia que Manuela sabia o que estava acontecendo, já que estava sorrindo para a mãe, deixando mais boba ainda.
Eram 23 anos de jejum até que o dia de colocar as mãos na taça havia chegado.
E estava extremamente feliz de ter embarcado para a Espanha com uma criança de cinco meses em seus braços.
Com um crachá que dizia VIP, em letras garrafais, seguida de Mary passaram o bloqueio dos seguranças e entraram no campo. A chuva de papel picado prateado ainda caía e aquilo fez com que Manu achasse maravilhoso.
Ela levantava as mãozinhas tentando pegar e por algumas vezes, até se esticava no colo de , tentando pegar aquilo que caía do céu.
Mary já tinha saído de perto delas e encontrado com Roman.
olhava em volta a procura de seu marido. Vários jogadores passavam por ela e brincavam com Manu, enquanto os cumprimentava. Mas apenas André que ela queria encontrar e parabenizar.
Mary se reuniu à amiga, com as mãos entrelaçadas a Bürki. A noiva do goleiro pegou Manu no colo e essa batia palmas de felicidade.
Mary não sabia, mas agradeceu a folga temporária e, quando seus olhos encontraram com as costas de André, conversando com o treinador e Mario, saiu correndo até ele e pulou em suas costas.
— Herzliche Glückwünsche! — ela sussurrou no ouvido de André.
saiu das costas do marido e ele se virou, colocando as duas mãos no rosto dela e depositando um beijo rápido em seus lábios. sorriu para ele e mexeu no cabelo dele.
— Vocês viram? — ele perguntou animado.
— O jogo sim, quase que inteiro. Mas então sua filha ficou manhosa, com fome e quis brigar com o sono. Ela estava quase dormindo, o Papa dela deixou os malvados de vermelho para trás e fez um gol. Eu estava dentro do camarote com ela, e só ouvi os gritos de gol — soltou uma risada nasalada — Eu fiquei com medo de olhar quem estava comemorando, e então a Mary correu para me avisar.
— Eu fiquei procurando vocês — André tinha os braços em volta da cintura de .
— Isso nós vimos. Parabéns, liebe. Eu tinha certeza que vocês iriam conseguir.
E olhando no fundo dos olhos de , André tinha certeza que as palavras dela eram mais que sinceras. Ele abaixou o olhar para o pescoço dela e viu sua aliança pendurada. Ele só queria que ela guardasse, mas deu um jeito de carregar com ela a todo momento.
— Eu só consegui porque eu sabia que vocês duas estavam aqui — e então beijou a testa da esposa — Cadê a Manu?
— Com a Mary e o Roman.
André não falou mais nada, apenas pegou na mão da esposa e procurou a filha pelo campo. Manu já estava nos braços de Pulisic, enquanto ria para o americano. Aparentemente ela já tinha passado pelos braços de metade do time.
— Achamos você! — André falou para filha.
— Graças a Deus vocês apareceram. Ela simplesmente não chora! — Christian parecia estar assustado — Que mágica vocês fazem?
deu de ombros.
E como se fosse instantâneo, Manu esticou os braços em direção ao pai, que a pegou no colo. observava os dois juntos e amava a sintonia. Amava ver os dois de frente, e ver o degradê azul que formava nos olhos deles. De André, extremamente claros. De Manu, mais escuro, uma mistura com os castanhos de .
Como se estivessem em um parque ou na Disney, a pequena família Schürrle passeava pelo campo mostrando tudo para Manu. Era a primeira vez dela em um estádio. Era um passeio para que a menina começasse a se acostumar.
— Você vai mimar a sua filha assim — comentou para André, colocando a chupeta na filha. O sono começou a falar mais alto — Sabe, desde o dia que ela nasceu, cada vez que você entra em campo, você marca e aponta para ela. A constância vai ter que continuar. E a primeira Liga dos Campeões que ela vê, já leva medalha para casa? — balançou a cabeça vendo André fechar os olhos enquanto sorria — Você está enrolado, Schürrle.
— Eu preciso começar a marcar dois gols em cada jogo.
abriu a boca e fechou em seguida, balançando a cabeça e passando a mão na própria barriga.
— Essa fábrica está fechada por enquanto.
— Estou falando de você, boba. Você que há quatro anos se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida. Você que me mostrou que eu podia ser mais feliz do que já era. Que me deu uma filha maravilhosa, e me faz ter motivos para acordar sorrindo todos os dias.
— André…
— Quatro anos atrás eu fui apresentado no Borussia. Uma garota com o meu nome nas costas gritou o meu nome e me desejou boa sorte.
se pendurou no pescoço de André, que estava segurando Manu e beijou o marido de forma apaixonada, com a filha ao lado deles batendo palmas e sorrindo, enquanto gesticulava algumas palavras sem nexo, mas os pais sabiam que aquilo mostrava que ela estava feliz.
gritou boa sorte para André. Aquela família era seu pequeno amuleto da sorte.
Desde quando foi anunciado que a final da Liga dos Campeões naquela temporada seria em Barcelona, na Espanha, tinha apenas dois objetivos naquele espaço de tempo:
1. Ter uma gravidez saudável;
2. Ir à final da UCL em Barcelona — o que só seria possível se o Borussia chegasse à final.
Apesar de Manuela ter nascido um pouco antes do esperado, teve uma gravidez extremamente saudável. Alimentou-se da melhor forma possível, fez exercícios para gestantes e aproveitou a barriga. Fez sessão de fotos, exibia nas ruas, e conversou muito.
— Você vai sentir falta! — diziam a .
Então se aquela barriga durasse apenas nove meses, oito, já que Manu foi apressada, era o tempo que iria curtir.
Como Manu nasceu no dia do último jogo da fase de grupos da Liga, se dividiu entre cuidar da filha e torcer pelo marido que continuava a viajar pela Europa para cumprir os jogos.
Por recomendações médicas, parou de frequentar estádios durante a gravidez. E como bebês e estádios não costumam combinar, ela também deixou de ir aos jogos com Manu. Era muito grito, bombas, pessoas cantando. arrepiava só de imaginar Manu em um ambiente como aquele.
Porém, cedo ou tarde Manuela Schürrle iria a um estádio de futebol.
Dortmund ganhou a semi-final contra o campeão da temporada passada, Real Madrid, e estavam na final do campeonato.
Seu oponente seria o Bayern München.
iria a Barcelona e Manuela a um estádio de futebol.
Era a segunda vez que assistia André em uma final, mas naquela noite, tinha certeza que tinha um amuleto especial. Dormindo no carrinho, onde a pequena Emma de pelúcia lhe fazia companhia, uma blusa amarela, short branco e protetores de ouvido, Manu descansava na área VIP do estádio, enquanto conversava com as outras amigas antes do jogo.
Estavam todos tensos por lá, principalmente os aurinegros. A última vez que Dortmund e Munique haviam se encontrado em uma final da Liga, os bávaros haviam levado a melhor. Mas não naquela noite, tinha certeza daquilo.
A famosa ópera invadiu o Estádio Olímpico de Barcelona e , junto das outras esposas e namoradas, foram para seus assentos. ficou na ponta, onde ao seu lado posicionou o carrinho de Manu, que parecia não se preocupar com o barulho que os torcedores aurinegros e bávaros faziam.
O apito do juiz indicou o início do primeiro tempo do jogo. Bola rolando e nos primeiros minutos era quase impossível de falar qual dos dois times tinha uma maior posse de bola. alternava os olhares entre o campo e Manu ao seu lado, e tinha certeza que em algum momento naqueles noventa minutos, iria ficar sem as unhas, já que a ansiedade estava fazendo com que ela praticamente arrancasse as suas com os dentes.
A cada oportunidade que o Borussia tinha dentro da área dos bávaros, o contra-ataque voltava direto para o campo dos aurinegros e ambos os times erravam suas finalizações. Ou atingia a trave, ou passava por cima dela e até mesmo, nas mãos de ambos os goleiros.
O fim do primeiro tempo chegou e as pessoas voltaram a conversar, comer alguns dos petiscos e beber. se levantou e começou a dar voltas com o carrinho de Manu pelo camarote. Não demorou para que ela encontrasse um par de olhos azuis a encarando com um sorriso no rosto.
Manuela acordou no intervalo de jogo e assim que o segundo tempo iniciou, deixou o carrinho dela de lado e assistiu com a filha em seu colo.
Curiosa que só, Manu tentava se esticar para tentar entender o que estava acontecendo, e então a colocou de pé, facilitando a visão da menina. A filha não tinha equilíbrio nenhum no colo da mãe, mas parecia estar gostando em ver vários homens correndo em campo.
estava tão concentrada em Manu, que não percebeu quando um jogador bávaro derrubou Marco dentro da área. As pessoas ao redor gritavam pênalti para o Borussia. Quando olhou, o próprio Marco já estava cobrando a falta.
Direto nas mãos do goleiro da Bavária.
bufou e voltou a brincar com Manu, que havia perdido o interesse no jogo. Naquele momento, o colar que usava, onde a aliança de André estava pendurada, parecia mais legal para ela que, por diversas vezes, puxava o pescoço da mãe.
Naquela noite também concluiu que era quase impossível assistir a um jogo em estádio com Manu, enquanto ela ainda fosse pequena. Enquanto estava dormindo, ela conseguia prestar atenção em todos os lances e ainda se certificar se ela estava bem. Mas acordada, Manu era impossível e extremamente elétrica, como André.
A cada dia que passava, se perguntava se no fundo, ela só serviu para gerar Manu em seu corpo, pois ela ficava cada dia mais parecida com o marido, em todos os aspectos.
Com o apito do juiz informando o fim do segundo tempo, várias pessoas bufaram e reclamaram. aproveitou a oportunidade para amamentar Manuela que já estava reclamando de fome.
— Tá tudo bem? — Mary, namorada de Bürki, perguntou ao ver Manu começar a chorar.
— Fome — sorriu e procurou na bolsa a mamadeira da filha — E depois ela vai voltar a dormir e dificilmente vai saber o resultado do jogo.
Mary então ajudou , que estava sem jeito por conta de Manu em seus braços e pegou a mamadeira da pequena de grandes olhos azuis, entregando para . Foi os olhos de Manuela encontrar com a mamadeira, que a menina parou de chorar.
— Malandrinha você, Manu! — Mary brincava com a bebê, que balançava as pernas enquanto sugava tudo o que podia da mamadeira — Me pergunto para quem você puxou.
não conseguiu não sorrir daquele comentário.
— André diz que foi para mim — ela então confessou para a amiga — Ele costuma falar que eu faço birra até ter o que eu quero. Mas no fundo eu tenho certeza que ela puxou a ele.
— Psicologicamente? — Mary riu e rolou os olhos com o comentário — Que ela é a cópia cuspida do André, não tem como negar. Pode ser que psicologicamente ela seja igualzinha a você.
desviou o olhar de Mary para Manu que já tinha os olhos quase fechados, mas ainda parecia estar lutando contra o sono.
— Se ela for igual a Mama, André está enrolado com nós duas.
O jogo voltou para prorrogação e se recusou a assistir. Com Manuela clamando para dormir, a empresária colocou a filha no carrinho e foi para a parte interna do camarote. Estava calmo, já que as pessoas estavam realmente interessadas em assistir o jogo e lá ela passeava com o carrinho e cantarolava algo para que a filha pegasse no sono.
tinha certeza que André foi a melhor escolha de sua vida, mas nenhuma outra surpresa no seu mundo seria melhor do que descobrir a maternidade, e Manuela havia dado aquela chance a ela.
Então uma explosão de gritos ecoou por todo o estádio e mesmo com o protetor nos ouvidos, Manuela despertou. se recusou a voltar para a área externa do estádio, com medo em saber quem havia levado a melhor até aquele momento. Ela então procurou a abelha de pelúcia no carrinho e mostrou para Manu, que seguia com os olhos e ria para a pequena Emma.
— ! — a voz de Mary então entrou na sala e se virou — Gol! O André fez gol no Bayern!
E então como se tivesse entendido, Manuela sorria para a mãe, que a tirou do carrinho e correu para fora, onde André comemorava e parecia procurar por elas na multidão de amarelo.
Manu talvez fosse o amuleto que dava o toque final na vida dos dois.
Antes do apito final, já estava com Manu em seus colos e descia as escadarias o mais rápido que podia, em direção ao campo. Parecia que Manuela sabia o que estava acontecendo, já que estava sorrindo para a mãe, deixando mais boba ainda.
Eram 23 anos de jejum até que o dia de colocar as mãos na taça havia chegado.
E estava extremamente feliz de ter embarcado para a Espanha com uma criança de cinco meses em seus braços.
Com um crachá que dizia VIP, em letras garrafais, seguida de Mary passaram o bloqueio dos seguranças e entraram no campo. A chuva de papel picado prateado ainda caía e aquilo fez com que Manu achasse maravilhoso.
Ela levantava as mãozinhas tentando pegar e por algumas vezes, até se esticava no colo de , tentando pegar aquilo que caía do céu.
Mary já tinha saído de perto delas e encontrado com Roman.
olhava em volta a procura de seu marido. Vários jogadores passavam por ela e brincavam com Manu, enquanto os cumprimentava. Mas apenas André que ela queria encontrar e parabenizar.
Mary se reuniu à amiga, com as mãos entrelaçadas a Bürki. A noiva do goleiro pegou Manu no colo e essa batia palmas de felicidade.
Mary não sabia, mas agradeceu a folga temporária e, quando seus olhos encontraram com as costas de André, conversando com o treinador e Mario, saiu correndo até ele e pulou em suas costas.
— Herzliche Glückwünsche! — ela sussurrou no ouvido de André.
saiu das costas do marido e ele se virou, colocando as duas mãos no rosto dela e depositando um beijo rápido em seus lábios. sorriu para ele e mexeu no cabelo dele.
— Vocês viram? — ele perguntou animado.
— O jogo sim, quase que inteiro. Mas então sua filha ficou manhosa, com fome e quis brigar com o sono. Ela estava quase dormindo, o Papa dela deixou os malvados de vermelho para trás e fez um gol. Eu estava dentro do camarote com ela, e só ouvi os gritos de gol — soltou uma risada nasalada — Eu fiquei com medo de olhar quem estava comemorando, e então a Mary correu para me avisar.
— Eu fiquei procurando vocês — André tinha os braços em volta da cintura de .
— Isso nós vimos. Parabéns, liebe. Eu tinha certeza que vocês iriam conseguir.
E olhando no fundo dos olhos de , André tinha certeza que as palavras dela eram mais que sinceras. Ele abaixou o olhar para o pescoço dela e viu sua aliança pendurada. Ele só queria que ela guardasse, mas deu um jeito de carregar com ela a todo momento.
— Eu só consegui porque eu sabia que vocês duas estavam aqui — e então beijou a testa da esposa — Cadê a Manu?
— Com a Mary e o Roman.
André não falou mais nada, apenas pegou na mão da esposa e procurou a filha pelo campo. Manu já estava nos braços de Pulisic, enquanto ria para o americano. Aparentemente ela já tinha passado pelos braços de metade do time.
— Achamos você! — André falou para filha.
— Graças a Deus vocês apareceram. Ela simplesmente não chora! — Christian parecia estar assustado — Que mágica vocês fazem?
deu de ombros.
E como se fosse instantâneo, Manu esticou os braços em direção ao pai, que a pegou no colo. observava os dois juntos e amava a sintonia. Amava ver os dois de frente, e ver o degradê azul que formava nos olhos deles. De André, extremamente claros. De Manu, mais escuro, uma mistura com os castanhos de .
Como se estivessem em um parque ou na Disney, a pequena família Schürrle passeava pelo campo mostrando tudo para Manu. Era a primeira vez dela em um estádio. Era um passeio para que a menina começasse a se acostumar.
— Você vai mimar a sua filha assim — comentou para André, colocando a chupeta na filha. O sono começou a falar mais alto — Sabe, desde o dia que ela nasceu, cada vez que você entra em campo, você marca e aponta para ela. A constância vai ter que continuar. E a primeira Liga dos Campeões que ela vê, já leva medalha para casa? — balançou a cabeça vendo André fechar os olhos enquanto sorria — Você está enrolado, Schürrle.
— Eu preciso começar a marcar dois gols em cada jogo.
abriu a boca e fechou em seguida, balançando a cabeça e passando a mão na própria barriga.
— Essa fábrica está fechada por enquanto.
— Estou falando de você, boba. Você que há quatro anos se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida. Você que me mostrou que eu podia ser mais feliz do que já era. Que me deu uma filha maravilhosa, e me faz ter motivos para acordar sorrindo todos os dias.
— André…
— Quatro anos atrás eu fui apresentado no Borussia. Uma garota com o meu nome nas costas gritou o meu nome e me desejou boa sorte.
se pendurou no pescoço de André, que estava segurando Manu e beijou o marido de forma apaixonada, com a filha ao lado deles batendo palmas e sorrindo, enquanto gesticulava algumas palavras sem nexo, mas os pais sabiam que aquilo mostrava que ela estava feliz.
gritou boa sorte para André. Aquela família era seu pequeno amuleto da sorte.
Epílogo
rês anos se passaram e caixas e mais caixas estavam espalhadas pelo apartamento em Battersea Reach, na beira do Tâmisa, em Londres. André havia assinado contrato para voltar ao Chelsea como reforço e decidiu acompanhá-lo. Iria procurar emprego na cidade britânica, mas se não conseguisse, iria se dedicar a ser mãe em tempo integral.
O tipo de coisa que você faz quando é apaixonada pela sua família.
Manuela, que já tinha três anos de idade, saiu correndo pela casa à procura do pai, que observava a quantidade de caixas espalhadas pela sala. Resultado da quantidade de coisa que ele acumulou nos anos em Dortmund.
— Papa ! — a menina tinha um par de tênis em suas mãos — Papa, a Mama falou para te entregar isso.
André abaixou na altura de Manuela, que colocou um par de tênis Adidas para bebês nas mãos dele. O homem riu, lembrando-se do dia que anunciou que estava grávida da filha.
— Sabe quem usou esse aqui? — André levantou o tênis com as listras rosas — Você! — e abraçou a filha, fazendo cócegas nela — Olha como seu pé era pequenininho.
— Mas Papa… — Manu fez cara de quem estava escondendo algo — Mama falou que esse tênis não é meu.
— Como não? Eu me lembro do dia que a sua mãe me contou que estava grávida de você e… — um estalo veio na cabeça de André e ele parou de falar.
Os olhos azuis de Manuela brilhando à sua frente e rindo, como se o pai tivesse descoberto um segredo que ela e a mãe estavam escondendo.
— Manu…
A menina então correu do pai de volta para dentro do apartamento e ele se levantou, indo atrás da menina, que estava deitada no colo de que, pacientemente, também estava deitada na cama.
— …
— O que foi, André Schürrle? — ela comentou e as duas riram.
— O que você está querendo me contar? — ele levantou os tênis, um pé com a listras rosas e o outro com as listras azuis.
Manu então passou a acariciar a barriga da mãe.
— Sabe como é… Time novo, cidade nova, vida nova… Filho novo.
— Eu vou ter um irmão, Papa !
E do mesmo jeito três anos atrás, André se juntou às mulheres de sua vida, e seu sorriso se transformou em lágrimas de felicidade.
Sorte, eles disseram. Sorte que mudou a sua vida.
O tipo de coisa que você faz quando é apaixonada pela sua família.
Manuela, que já tinha três anos de idade, saiu correndo pela casa à procura do pai, que observava a quantidade de caixas espalhadas pela sala. Resultado da quantidade de coisa que ele acumulou nos anos em Dortmund.
— Papa ! — a menina tinha um par de tênis em suas mãos — Papa, a Mama falou para te entregar isso.
André abaixou na altura de Manuela, que colocou um par de tênis Adidas para bebês nas mãos dele. O homem riu, lembrando-se do dia que anunciou que estava grávida da filha.
— Sabe quem usou esse aqui? — André levantou o tênis com as listras rosas — Você! — e abraçou a filha, fazendo cócegas nela — Olha como seu pé era pequenininho.
— Mas Papa… — Manu fez cara de quem estava escondendo algo — Mama falou que esse tênis não é meu.
— Como não? Eu me lembro do dia que a sua mãe me contou que estava grávida de você e… — um estalo veio na cabeça de André e ele parou de falar.
Os olhos azuis de Manuela brilhando à sua frente e rindo, como se o pai tivesse descoberto um segredo que ela e a mãe estavam escondendo.
— Manu…
A menina então correu do pai de volta para dentro do apartamento e ele se levantou, indo atrás da menina, que estava deitada no colo de que, pacientemente, também estava deitada na cama.
— …
— O que foi, André Schürrle? — ela comentou e as duas riram.
— O que você está querendo me contar? — ele levantou os tênis, um pé com a listras rosas e o outro com as listras azuis.
Manu então passou a acariciar a barriga da mãe.
— Sabe como é… Time novo, cidade nova, vida nova… Filho novo.
— Eu vou ter um irmão, Papa !
E do mesmo jeito três anos atrás, André se juntou às mulheres de sua vida, e seu sorriso se transformou em lágrimas de felicidade.
Sorte, eles disseram. Sorte que mudou a sua vida.
FIM
Nota da autora: (30.05.2017) Chegamos ao fim de mais uma história, dessa minha trajetória principalmente com a Naty como beta. Mas Naty, não se preocupa, que eu não vou te abandonar. Enquanto tu me aceitar, você vai ter trabalho, hein?
Me contem, o que acharam desse fim? Do André sendo campeão, transferido, nossa PP ficando grávida novamente? Eles já tiveram todas as primeiras fases de um relacionamento, agora está na hora de começar tudo de novo, pela segunda vez. Ou em alemão, Zweites Mal. Muito obrigada a todo mundo que leu, comentou, indicou, votou quando a fanfic estava concorrendo (nós ganhamos o FFAWARDS de Melhor Nova Fanfic, no fim de 2016!), enfim, sempre me apoiou! Vocês são as melhores leitoras que eu podia querer, e convido vocês a entrarem em contato comigo pelos links abaixo. Eu voltei pro Twitter. Então me sigam, mandem uma mensagem lá. Vocês não imaginam como esse pequeno contato, me faz muito feliz.
Novamente, muito obrigada. Erstes Mal é a minha dose de diabetes, e se alguém está com o açúcar elevado no sangue, me manda mensagem, combinado?
Um grande beijo, Lih.
Outras Fanfics:
→ Me & U | KPOP > Super Junior (em andamento)
→ 13. The Last Song | Ficstape > McFly - Radio:ACTIVE (finalizada)
→ 03. Lie to Me | Ficstape > 5 Seconds of Summer - Youngblood (finalizada)
Acesse minha página de autora para encontrar todas as minhas histórias
E chegamos realmente ao final, tô triste, última fanfic contigo! É bom mesmo, viu dona Lih, vou cobrar hahaha.
Erstes Mal é a coisa mais fofa, eu sou apaixonada pelos pp’s, sempre betava com um sorriso no rosto! Ameei muito, quero te dar meus sinceros parabéns por essa obra maravilhosa! Você arrasa sempre! <3
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Me contem, o que acharam desse fim? Do André sendo campeão, transferido, nossa PP ficando grávida novamente? Eles já tiveram todas as primeiras fases de um relacionamento, agora está na hora de começar tudo de novo, pela segunda vez. Ou em alemão, Zweites Mal. Muito obrigada a todo mundo que leu, comentou, indicou, votou quando a fanfic estava concorrendo (nós ganhamos o FFAWARDS de Melhor Nova Fanfic, no fim de 2016!), enfim, sempre me apoiou! Vocês são as melhores leitoras que eu podia querer, e convido vocês a entrarem em contato comigo pelos links abaixo. Eu voltei pro Twitter. Então me sigam, mandem uma mensagem lá. Vocês não imaginam como esse pequeno contato, me faz muito feliz.
Novamente, muito obrigada. Erstes Mal é a minha dose de diabetes, e se alguém está com o açúcar elevado no sangue, me manda mensagem, combinado?
Um grande beijo, Lih.
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